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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · instrução era baseado no Ratio Studiorum, de acordo com Veiga ... dogmáticas de pensamento, contra o pensamento critico

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Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

JOSÉ ORLANDO SEGANTINI VARASCHIN

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

UNIDADE DIDÁTICA

A PRODUÇÃO DE TRABALHOS DE ALUNOS: COMPROMISSO COM A

APRENDIZAGEM

JACAREZINHO

2013

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

JOSÉ ORLANDO SEGANTINI VARASCHIN

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

UNIDADE DIDÁTICA

A PRODUÇÃO DE TRABALHOS DE ALUNOS: COMPROMISSO COM A

APRENDIZAGEM

Produção didático-pedagógica – na categoria Unidade Didática, apresentada ao Núcleo Regional de Educação de Jacarezinho, como requisito parcial para cumprimento do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE. Profª Orientadora Drª Maria Lúcia Vinha

JACAREZINHO

2013

PARANÁ

GOVERNO DO ESTADO

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Ficha para identificação da Produção Didático- Pedagógica

Professor PDE/2013

Título: A Produção de Trabalhos de Alunos: Compromisso com a Aprendizagem

Autor: José Orlando Segantini Varaschin

Disciplina/ Área: Disciplinas Técnicas

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização:

Colégio Estadual Professor Silvio Tavares – Cambará – Paraná.

Município da escola: Cambará

Núcleo Regional de Educação: Jacarezinho

Professor Orientador: Maria Lucia Vinha

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual Norte do Paraná – UENP/CCHE

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Relação Interdisciplinar: Administração, Português, Matemática, Informática.

Público Alvo: 2º ano Ensino Médio Integrado - Administração

Localização: Colégio Estadual Professor Silvio Tavares

Resumo:

A Unidade Didática é uma produção didático-pedagógica e tem por objetivo apresentar elementos que possam contribuir para a práxis docente. Esta Unidade Didática visa apresentar estudos de como fazer pesquisa de forma orientada, valorizando o trabalho dos alunos, conscientizando sobre os direitos autorais dando créditos aos autores e a utilização de recursos didáticos e tecnológicos, para discorrer sobre a

produção de trabalho de alunos: compromisso com a aprendizagem. O tema é de importante relevância, pois é nesta fase de estudos que os alunos, se bem orientados, poderão se tornar bons pesquisadores, contribuindo para a construção do seu conhecimento e de seus pares. Há de se asseverar que o objeto de pesquisa e sua implementação dirige-se para o Ensino Médio Integrado em Administração, o que exige ainda mais dos alunos, pois o ato de administrar exige uma constante busca pelo novo, e não se consegue o novo sem pesquisa orientada. No caso desta Unidade Didática, a finalidade é mostrar possibilidades de desenvolver nos alunos procedimentos de pesquisa como prática educativa, motivada pela necessidade de construção do conhecimento de forma autônoma. É importante destacar que, nesse processo de pesquisa, a mediação do professor é de fundamental importância. A instituição de ensino escolhida para implementação da unidade didática é o Colégio Estadual Professor Sílvio Tavares, localizado na cidade de Cambará – Paraná, com os alunos que estão cursando o 2º ano do Ensino Médio Integrado.

Palavras-chave: Avaliação; Trabalhos; Aprendizagem

1 APRESENTAÇÃO

A Unidade Didática é uma produção didático-pedagógica e tem por objetivo

apresentar elementos que possam contribuir para a práxis docente.

O regimento escolar do Colégio Estadual Professor Sílvio Tavares traz

elementos norteadores para o trabalho docente, entre eles, as formas de avaliação,

sendo que esta é composta por avaliação de conteúdo e atividades

complementares, na relação de 7,0 e 3,0 respectivamente. É comum o professor

solicitar atividades complementares que envolvem trabalhos escolares a serem

elaborados por alunos. Para proposição da atividade, normalmente é fornecido

apenas o tema e a data de entrega. Como resultado destas atividades, em geral, os

professores recebem apenas cópias de conteúdos, principalmente da web. Desta

forma, percebe-se que estas ações não propiciam a devida aprendizagem, por

ficarem restritas ao cumprimento das regras do regimento escolar da instituição no

seu aspecto formal.

O tema é de importante relevância, pois é nesta fase de estudos que os

alunos, se bem orientados, poderão se tornar bons pesquisadores, contribuindo para

a construção do seu conhecimento e de seus pares. Há de se asseverar que o

objeto de pesquisa e sua implementação dirige-se para o Ensino Médio Integrado

em Administração, o que exige ainda mais dos alunos, pois o ato de administrar

exige uma constante busca pelo novo, e não se consegue o novo sem pesquisa

orientada.

Através de estudo bibliográfico pretende-se sugerir formas de orientar os

alunos a pesquisar de forma que, contribuam para a produção de trabalhos

compromissados com a aprendizagem.

No caso desta Unidade Didática, a finalidade é mostrar possibilidades de

desenvolver nos alunos procedimentos de pesquisa como prática educativa,

motivada pela necessidade de construção do conhecimento de forma autônoma. É

importante destacar que, nesse processo de pesquisa, a mediação do professor é de

fundamental importância.

A mediação pedagógica envolve o ato de ensinar os alunos a forma de

organização dos trabalhos de pesquisa, o que inclui preparação, execução e

apresentação. O foco principal da mediação pedagógica é a aprendizagem dos

alunos, o que inclui avaliação do processo de ensino e aprendizagem. Acredita-se

que a mediação pedagógica realizada de forma intencional propicia elementos de

avaliação mais objetivos e mais democráticos.

Esta Unidade Didática visa apresentar estudos de como fazer pesquisa de

forma orientada, valorizando o trabalho dos alunos, conscientizando sobre os

direitos autorais dando créditos aos autores e a utilização de recursos didáticos e

tecnológicos, para discorrer sobre a produção de trabalho de alunos: compromisso

com a aprendizagem. Desta forma, o texto foi organizado em três momentos: A

mediação do conhecimento e seu regaste histórico. O uso da tecnologia AVA

(Ambiente Virtual de Aprendizagem) como instrumento de mediação entre professor

e alunos. Expectativas na implementação do projeto.

2 A MEDIAÇÃO DO CONHECIMENTO E SEU RESGATE HISTÓRICO

A educação passa pela escola, local ideal para a apropriação do

conhecimento sistematizado. Nesse sentido, Luckesi e Passos (2002, p. 16),

colocam:

[...] no que se refere ao conhecimento, há quatro elementos a serem destacados: um sujeito que conhece; um objeto que é conhecido; um ato de conhecer, e, finalmente um resultado, que é a compreensão da realidade ou o conhecimento propriamente dito (a explicação produzida e exposta, tomada disponível às pessoas).

É importante destacar que a compreensão desta realidade só pode ocorrer

com a mediação do professor. Com este objetivo o professor deve realizar um

“conjunto de operações didáticas coordenadas entre si, sendo elas: o planejamento,

a direção de ensino e da aprendizagem e a avaliação, onde cada uma delas é

desdobrada em tarefas e funções, que convergem para a realização do ensino.”

(LIBÂNEO, 2004, p. 72).

A pesquisa como prática educativa visa apropriação do conhecimento pelo

aluno com mediação do professor, o que possibilita ao aluno apropriar-se do

conhecimento, o objeto de estudo. O estudo de forma orientada propicia ao aluno o

preparo para o estudo autônomo, produzindo novos conhecimentos e até a

capacidade de análise crítica sobre o objeto estudado.

Nesse sentido, este trabalho parte de uma breve retrospectiva histórica da

didática na perspectiva crítica, isto é, compromissada com a aprendizagem de todos,

o que passa por desafios, conflitos e possibilidades.

O início da educação no Brasil é marcado pelos jesuítas, pois foram os

principais educadores do período colonial entre 1549 a 1759, sendo que o plano de

instrução era baseado no Ratio Studiorum, de acordo com Veiga (1990, p. 26):

A ação pedagógica dos jesuítas foi marcada pelas formas dogmáticas de pensamento, contra o pensamento critico. Privilegiavam o exercício de memória e desenvolvimento do raciocínio. [...] o mestre prescrevia o método de estudo, a matéria, e o horário; as aulas eram expositivas, a repetição visava decorar, e expor em aula, os exames eram orais e escritos que visava avaliar o aproveitamento do aluno.

A escola jesuítica não foi transformadora da realidade social daquele

momento histórico, já que era limitada para poucos e os alunos não tinham espaços

para estudos que levassem em conta a autonomia. Segundo Behrens (2011, p. 42)

referendada por uma visão cartesiana, a metodologia característica desse modelo

jesuítico fundamentava-se em quatro pilares: escutar, ler, decorar e repetir.

Após os jesuítas, professores leigos começaram a ser admitidos para as

“aulas régias” introduzidas pela reforma Pombalina. Com a reforma republicana em

1890, sob a influência do positivismo, a escola busca disseminar uma visão

burguesa de mundo a fim de garantir a consolidação da classe dominante. Segundo

Veiga (1990, p. 28):

[…] A pedagogia tradicional leiga, está centrada no intelecto, o professor se torna o centro do processo de aprendizagem, concebendo o aluno como um ser receptivo e passivo. A disciplina é a forma de garantir a atenção, o silêncio e a ordem, […] A atividade docente é entendida como inteiramente autônoma face à politica, dissociada das questões entre escola e sociedade. Uma didática que separa teoria e prática.

Reforça (BEHRENS, 2011, p.42 Apud MIZUKAMI, 1986) “O aluno na

tendência de ensino tradicional, [...] deve obedecer sem questionar. Sua real função

no processo educativo é realizar tarefas, preferencialmente sem questionar os

objetivos.”

A revolução de 1930 inicia uma nova fase na história da república no Brasil,

sendo que em 1932 é lançado o manifesto dos pioneiros da escola nova, cujo

movimento também foi chamado de Escolanovismo sendo que suas características

principais são:

A valorização da criança, vista como ser dotado de poderes individuais, cuja liberdade, iniciativa, autonomia e interesses devem ser respeitados. […] A ênfase recai no ensinar bem, mesmo que a uma minoria. [...] a didática também sofre sua influência passando a acentuar o caráter prático técnico do processo ensino aprendizagem, onde teoria e prática são justapostas […] o ensino é concebido como um processo de pesquisa, partindo do pressuposto de que os

assuntos de que tratam o ensino são problemas. (VEIGA, 1990, p.

31).

Destaca-se algumas características nesta escola que contribuem para um

bom pesquisador, como a valorização da liberdade, inciativa, autonomia, e a

pesquisa partindo de problemas. As formas de avaliação sugerem indagações,

Segundo Behrens (2011, p. 46) “A avaliação escolanovista privilegia a autoavaliação.

O processo avaliativo tem como pressuposto essencial, a busca de metas pessoais”.

Com relação à aceitação pelos professores, afirma Behrens (2011, p. 47). […] houve

dificuldade desta tendência em larga escala […] pela falta de preparo do professor

para assumir nova postura. Embora no interior da escola continuasse a proclamação

dos procedimentos escolanovistas e democráticos, os professores, em geral, não

abdicavam do ensino tradicional. O problema do escolanovismo era tratar os

problemas numa perspectiva apenas interna da escola e voltada para uma minoria,

devido ao fato da sociedade estar dividida em classes.

Entre 1948 e 1961 desenvolveram lutas ideológicas em torno da oposição

entre escola particular e defensores da escola pública. Entre 1960 e 1968 foi

marcado pela crise da pedagogia nova e articulação da tendência tecnicista,

assumida pelo grupo militar e tecnocrata. De acordo com Veiga (1990, p. 36):

Na didática tecnicista, a desvinculação entre teoria e prática é mais acentuada. O professor torna-se mero executor de objetivos instrucionais, de estratégias de ensino e de avaliação. Acentua-se o formalismo didático através de planos elaborados segundo normas pré-fixadas. A didática é concebida como estratégia para o alcance dos produtos previstos para o processo ensino aprendizagem.

Nessa didática os planos e as normas eram elaborados por quem tinha o

privilégio de pensar enquanto outros tinham a função apenas de executar.

. Alguns problemas são apresentados na abordagem tecnicista, segundo

Behrens (2011, p. 48-49 ):

O elemento principal da abordagem tecnicista não é o professor, nem o aluno, mas a organização racional do meio. O planejamento e controle asseguram a produtividade do processo. [...] a cisão entre sujeito e objeto provocam uma educação fragmentada e mecanicista. […] O sistema capitalista exige uma escola que articule uma formação do aluno para o sistema produtivo. Na realidade, a tendência tecnicista procurou transpor para a escola a forma de funcionamento da fábrica, perdendo de vista a especificidade da educação.

A partir de 1974, época da abertura do regime autoritário, a didática é

questionada e os movimentos em torno de sua revisão apontam para a busca de

novos rumos. Na década 1980, a luta operária, e dos educadores ganha força.

Estudos apontam para pedagogia critica. Segundo Veiga (1990, p. 39-40):

Os educadores se empenham para reconquista do direito e dever de participarem na definição da politica educacional e na luta pela recuperação da escola pública, […] esboçam-se os primeiros estudos em busca de alternativas para a didática dos pressupostos da

pedagogia crítica. [...] A didática crítica busca superar o intelectualismo formal do enfoque tradicional, evitar os efeitos dos espontaneísmo escolanovista, combater a orientação desmobilizadora do tecnicismo e recuperar as tarefas especificamente pedagógicas, desprestigiadas a partir de discurso reprodutivista. Procura, ainda compreender e analisar a realidade

social onde está inserida a escola.

Através do breve retrospecto histórico pontuamos elementos com a finalidade

de construir um perfil para o professor que tem a intenção de mediar a pesquisa

como principio educativo.

Com base nestes referenciais teóricos, podemos conceituar alguns elementos

que devem nortear a ações do professor que deseja orientar seus alunos na busca

do conhecimento através da pesquisa. Desta forma entendemos que ao propor um

trabalho de pesquisa o orientador deve expor os conteúdos, objeto de pesquisa,

orientar o aluno a estar aberto a receber as informações de forma criteriosa,

propiciar a “autonomia” que o significado é independente, consciente, valorizar a

liberdade e a inciativa. A pesquisa deve partir de problemas, fazendo uma análise

crítica dos conteúdos. O mediador deve interferir no processo de conhecimento

orientando a construção deste pelo aluno. O resultado destes estudos deve ser

exposto pelos alunos. Não está dissociada a orientação da avaliação, o professor ao

orientar percebe a dificuldade do seu orientando, e procura mostrar os caminhos

para a sua superação. A avaliação dos resultados deve refletir, todo processo,

usando instrumentos e critérios que possam medir se o aluno apropriou-se de

conhecimento que permita fazer pesquisa de forma autônoma. Conceituação

semelhante encontramos nas palavras de Behrens (2011, p. 82 ):

O Professor na metodologia do ensino com pesquisa, torna-se figura significativa no processo como orquestrador da construção do conhecimento. Tem a função de mediador, articulador crítico e criativo do processo pedagógico. Como produtor de seu próprio conhecimento, instiga o aluno a [...], centrando sua competência estimuladora no ensino com pesquisa. Orienta os alunos para se expressarem de maneira fundamentada, exercitando o questionamento e a formulação própria.

Na sala de aula é que o trabalho do professor acontece, contudo se esta

estiver vazia, nenhum trabalho será realizado. É para transformar o aluno em

cidadão critico para viver em sociedade, que o professor se prepara.

A proposta da produção de trabalho de pesquisa é muitas vezes recebida

pelos alunos, com preconceito, atribuindo significados de “chato”, “sem motivação”.

Segundo Bagno (2010, p. 13) “na maioria das vezes os comandos para a realização

de uma pesquisa residem apenas em: tema e data de entrega.”

Os professores devem aumentar as chances dos alunos a se interessarem

pelos conteúdos, criando situações, que possibilitem tomar uma posição pessoal a

respeito de um tema. Desta forma é possível que estabeleçam relações entre os

novos conteúdos e os conhecimentos que já possuam, realizando aprendizagens

mais significativas.

Em relação ao processo ensino aprendizagem, Libâneo (2001, p. 54) se

expressa claramente: ”Ensinar é aprender, pois, são facetas do mesmo processo, e

que se realizam em torno das matérias de ensino, sob a direção do professor”.

Reafirma Bagno (2002, p.15), “não é apenas mostrar os caminhos, mas também

orientar o aluno para que desenvolva um olhar crítico que lhe permita reconhecer,

em meio ao labirinto de informações, as verdadeiras fontes de informação e

conhecimento.”

A informação e o conhecimento são oriundos de pesquisa, segundo Bagno

(2002, p. 17):

Pesquisa é uma palavra que veio do espanhol. Este por sua vez herdou-a do latim. Havia em latim o verbo perquiro, que significava “procurar; buscar com cuidado; procurar por toda parte; informa-se; inquirir; perguntar; indagar bem, aprofundar na busca”. O particípio passado desse verbo latino era perquisitum. Por alguma lei da fonética histórica, o primeiro R se transformou em S na passagem do latim para o espanhol, dando o verbo pesquisar que conhecemos hoje. Percebemos que os significados desse verbo em latim insistem na ideia de uma busca feita com cuidado e profundidade. Nada a ver, portanto, com trabalhos superficiais, feitos somente com a finalidade de “dar notas”.

O resultado destas “pesquisas” são convertidos em trabalhos de alunos, que

são transcritos para editores de texto, e posteriormente impressos para entrega ao

professor. O professor de posse do trabalho faz a correção e devolve o documento

impresso com a sua impressão sobre o trabalho, atribuindo nota. Ponderamos que

se não houve orientação e acompanhamento para a construção deste instrumento

de aprendizagem, não se pode garantir que o aluno evoluiu em conhecimento. Desta

forma a atribuição da nota se tornou apenas uma obrigação legal, não refletindo uma

mensuração do possível aprendizado adquirido.

Com a revolução do processo de comunicação, surgiram várias tecnologias

que permitiram a comunicação entre professores e alunos, entre eles o email, que

traz benefícios como: não é necessário estar conectado a todo momento,

mobilidade, entre outros. O professor interessado em orientar pode fazer a correção

e sugerir alterações no trabalho visando o aprimoramento do conteúdo pesquisado,

retornando o trabalho por email

Infelizmente o email não consegue resolver todos os problemas. Um dos

problemas é o retrabalho do professor, ao criar grupos e enviar mensagens. Além da

replicação de mensagens ao grupo com o objetivo de socializar conteúdos.

Existem possibilidades que o ambiente web proporciona. Estas possibilidades

visam facilitar o trabalho do professor, quando o assunto é a orientação de aluno,

entre elas o uso do AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem). Vários sites incentivam

o uso das tecnologias à distância disponibilizando aplicativos para o uso, tendo

como condição apenas o cadastro do usuário. Utilizando esta possibilidade faremos

apontamentos para a utilização desta tecnologia como recurso para o projeto de

intervenção, a produção de trabalhos de alunos: compromisso com a aprendizagem.

3 O USO DA TECNOLOGIA AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem) COMO

INSTRUMENTO DE MEDIAÇÃO ENTRE PROFESSOR E ALUNOS

O uso de tecnologia como instrumento de mediação entre professor e alunos

iniciou da década de 1990 com a proliferação da internet. Segundo (PRUDÊNCIO;

CARVALHO; FERREIRA, 2009, p. 56):

Os primeiros AVAs foram projetados para uso pessoal de coordenadores de cursos, ou ainda para o uso especifico de instituições cujo alcance era pouco abrangente. [...] Esse é o caso de alguns [...] sistemas conhecidos [...], como o Blackboard e o WebCT, cujo o inicio se deu como apoio a projetos de pequenas faculdades.

Com o desenvolvimento das TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação)

com fins pedagógicos, propiciou o desenvolvimento de várias plataformas para

Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVAs). As “plataformas bastante utilizadas são

AulaNet, Learning Space, Teleduc, e-Proinfo e o Moodle.” (PRUDÊNCIO;

CARVALHO; FERREIRA, 2009, p. 56).

É com base neste último ambiente virtual de aprendizagem é que faremos

apontamentos, iniciando com o conceito de ambiente virtual de aprendizagem; e

discorrendo sobre as possibilidades da utilização do Moodle no curso técnico de

administração; bem como incentivo ao uso deste ambiente no espaço escolar; e a

implementação da proposta, a produção de trabalhos de alunos: compromisso com a

aprendizagem.

3.1 CONCEITO DE AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM

Os alunos ou nativos digitais ficam à vontade com as tecnologias,

principalmente na utilização das redes sociais, onde informam e são informados

sobre diversos assuntos, curiosidades, fatos, noticias, e outros. O AVA utiliza esta

tecnologia, com aspectos formais, seu objetivo é auxiliar na produção de

conhecimentos.

Segundo Levy (1999, p. 145) o Ambiente Virtual de Aprendizagem:

[...] explora certas técnicas de ensino a distância, incluindo as hipermídias, as redes de comunicação interativas e todas as tecnologias intelectuais da cibercultura. Mas o essencial se encontra em um novo estilo de pedagogia, que favorece ao mesmo tempo as aprendizagens personalizadas e a aprendizagem coletivas em rede. Nesse contexto, o professor é incentivado a tornar-se um animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos em vez de um fornecedor direto de conhecimentos.

Atualmente existem várias aplicações AVA, o Moodle é a mais conhecida

entre os professores da rede pública estadual de educação. Esta ferramenta de

aprendizagem a distância foi desenvolvida nos anos 90 pelo australiano Martin

Dougiamas, graduado em informática e com mestrado em Pedagogia. Segundo

(PRUDÊNCIO; CARVALHO; FERREIRA, 2009, p. 56):

Seu projeto foi concebido com base no Construtivismo Social, o qual entende que pessoas aprendem melhor quando engajadas em um processo social de construção do conhecimento, pelo ato de construir alguma coisa para outros. O termo processo social sugere que aprendizagem é algo que se faz em grupos.

Seu projeto foi apelidado de Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic

Learning Enviroment) equivalendo a uma tradução livre Ambiente de Aprendizagem

Dinâmico Modular Orientado a Objeto.

Com relação às vantagens da utilização do AVA (Ambiente Virtual de

Aprendizagem), (PRUDÊNCIO; CARVALHO; FERREIRA, 2009, p.56 Apud PULINO

FILHO, 2005, p. 5) expõe:

Muitos administradores de ambientes de aprendizagem têm declarado sua adesão ao Moodle principalmente em virtude de ser ele um sistema aberto, baseado em uma forte filosofia educacional, com uma comunidade de usuários crescente dia a dia que contribui para o desenvolvimento e apoio a novos usuários.

Por este ambiente ser aberto e com forte filosofia educacional e com

ferramentas de fácil manipulação faremos apontamentos para o uso e possibilidades

no curso técnico de administração integrado.

3.2 O MOODLE (AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM) E AS POSSIBILIDADES DE UTILIZAÇÃO NO CURSO TÉCNICO DE ADMINISTRAÇÃO INTEGRADO.

O Moodle propicia ao professor elaborar um ambiente profícuo ao

aprendizado, e ainda motivar os alunos a produzirem seus trabalhos de forma

autônoma. O ambiente é composto por várias ferramentas entre elas:

O Fórum, esta ferramenta possibilita a comunicação entre aluno e professor e

o grupo envolvido no ensino aprendizagem. Nesse sentido, temos:

A ferramenta fórum permite discussões on-line por meio de mensagens assíncronas, ou seja, as mensagens são enviadas ao longo de um determinado período estabelecido pelo coordenador da atividade. [...] é um espaço de singular importância para a troca de ideias, informações, opiniões e sentimentos com relação aos mais variados temas propostos, em que todos podem e devem contribuir para o aprendizado coletivo. (PRUDÊNCIO; CARVALHO; FERREIRA, 2009, p. 57).

O Chat é uma atividade síncrona, é necessário que os participantes estejam

presentes para que exista a interação entre os envolvidos. Nessa atividade deve

“haver a delimitação de tempo para sua realização, bem como a limitação de

participantes para não haver dispersão.” (PRUDÊNCIO; CARVALHO; FERREIRA, 2009,

p. 58).

O Correio Eletrônico é utilizado para avisos e informações sobre as atividades

do curso.

Repositório de materiais on-line é o recurso utilizado para disponibilizar o

material didático para apoio ao aprendizado dos alunos. Também é importante que o

professor disponibilize materiais complementares. (PRUDÊNCIO; CARVALHO;

FERREIRA, 2009, p. 58).

Envio on-line de trabalhos e atividades, este recurso permite ao aluno o envio

dos trabalhos produzidos durante o período estabelecido, o professor após a

correção pode fornecer informações sobre o desempenho do aluno podendo atribuir

um conceito ou nota. (PRUDÊNCIO; CARVALHO; FERREIRA, 2009, p. 58) relata que:

O ambiente Moodle apresenta modos variados de envio de tarefas, sendo que essa ação pode ser envio de um único arquivo, apresentação do texto on-line, ou seja, digitar em um espaço específico da plataforma o texto a ser apresentado quando solicitado, envio de vários arquivos ou tarefa com atividade off-line.

Diário, é utilizada para fazer anotações, lembretes, esta ferramenta esta

ligada ao perfil do aluno por ser de uso particular e individual.

Questionário, esta ferramenta pode ser utilizada com finalidade de avaliação,

ou de feedback, as respostas podem de ser do tipo fechada ou aberta.

Os vídeos, disponibilizados na plataforma possibilitam ao aluno ver e rever os

vídeos quando achar necessário, o que possibilita o aprendizado de forma

diferenciada no ritmo que o aluno consegue aprender.

A possibilidade da utilização do Moodle para oferecer suporte à produção de

trabalhos de alunos: com compromisso com a aprendizagem, permite a integração

entre professor e aluno. As questões não compreendidas nas aulas presenciais

devem ser esclarecidas, muitos alunos têm dificuldade de se expressar verbalmente,

mas conseguem ser menos tímidos na escrita, o fórum utilizado com orientação do

professor permite esclarecer as dúvidas além de motivar os alunos a continuar

desenvolvendo seus trabalhos. Os vídeos como material de apoio ao aprendizado

propicia conhecimento complementar, fornecendo caminhos para orientar pesquisas.

Após os alunos postarem suas atividades na plataforma através da ferramenta envio

on-line de trabalhos, ocorre à correção, o orientador faz apontamentos orientando o

aluno a seguir um caminho com o objetivo de adquirir o aprendizado através da

pesquisa, o trabalho com as correções deve ser devolvido ao aluno, postado na

plataforma. Os apontamentos permitirão ao aluno continuar pesquisando seguindo

uma linha de raciocínio que resultará em aprendizado. A utilização dos questionários

como instrumento para avaliação permite analisar a evolução do desenvolvimento

das pesquisas, para obter o resultado esperado na avaliação o instrumento deverá

perguntas fechadas e abertas, este instrumento deve se elaborado com critérios que

visem o retorno de possíveis falhas que possam estar ocorrendo durante o processo

de ensino aprendizagem.

O acompanhamento através de todas estas ferramentas possibilita conduzir

as pesquisas com objetivo de produzir conhecimentos, os resultados só serão

alcançados com a mediação do professor orientador. De acordo com Moran (1997) o

uso das tecnologias na educação presencial é um facilitador ao aprendizado

conforme relata:

A educação presencial pode modificar-se significativamente com as redes eletrônicas. As paredes das escolas e das universidades se abrem, as pessoas se intercomunicam, trocam informações, dados, pesquisas. A educação continuada é otimizada pela possibilidade de integração de várias mídias, acessando as tanto em tempo real como assincronicamente, isto é, no horário favorável a cada indivíduo, e também pela facilidade de pôr em contato, educadores e educandos.

A utilização da ferramenta proporcionará condições de desenvolver as

atividades de orientações garantindo ao aluno o apoio necessário a produção de

trabalhos, de forma presencial e a distância.

3.3 ORIENTAÇÕES PARA HOSPEDAR, INSTALAR E CONFIGURAR O MOODLE: INCENTIVANDO O USO DO AVA NO AMBIENTE ESCOLAR.

A principal dificuldade que os professores encontram em utilizar o ambiente

Moodle, é a orientação de como hospedar, instalar e configurar esta ferramenta para

o uso em sala de aula. O uso da educação a distância no ambiente escolar no

estado do Paraná está restrito aos professores, não sendo possível o acesso aos

professores para a utilização com os alunos. Algumas soluções são encontradas no

ambiente web. Também é possível criar o seu próprio ambiente utilizando sites que

disponibilizam hospedagem gratuita. Estas informações estão disponíveis no sitio

www.professorjoseorlando.comze.com, organizado de forma, a incentivar o

professor a buscar informações com a finalidade de fortalecer o uso do AVA no

ambiente de ensino aprendizagem.

Ambiente de aprendizagem virtual;

- Ambiente AVA, disponível aos professores e alunos cadastrados.

Contato;

- Formulário para envio de mensagens ao professor responsável pela

implementação da unidade didática “Produção de trabalhos de alunos:

compromisso com a aprendizagem”.

Home;

- Retorna a página principal

Tutorial, hospedar, instalar e configurar o Moodle.

- Orienta como fazer o cadastro em site sem custo para hospedagem, instalação

e uso do Moodle bem como orientações básicas de como montar um curso com

o objetivo de incentivar o uso do AVA no ambiente de ensino aprendizagem.

3.4 A IMPLEMENTAÇÃO DAS ATIVIDADES NA ESCOLA UTILIZANDO O AVA

(AMBIENTE VIRTUAL DE APRENDIZAGEM).

A implementação dos estudos oriundos de pesquisa desta unidade didática,

tem como objetivo a produção de trabalhos de alunos com o compromisso com a

aprendizagem. O primeiro passo para se atingir este objetivo é utilizarmos um

ambiente que o aluno se sinta a vontade, permitindo ao grupo motivação para

aprender. Segundo Behrens (2011, p. 82):

[...] a escola precisa propiciar um ambiente em que os professores e alunos sujeitos do processo possam gestar projetos conjuntos que propiciem a produção do conhecimento. Neste contexto a escola deve se apresentar como um ambiente inovador, transformador e participativo, no qual os alunos e os professores sejam reconhecidos como sujeitos capazes de inovar e de produzir conhecimento.

Com a finalidade de prover um ambiente inovador, transformador e

participativo utilizaremos a plataforma Moodle como ferramenta de apoio ao

aprendizado. Contudo a plataforma não fornece todas as soluções, é necessário

buscar alternativas para o projeto metodológico visando integrar plataforma e as

concepções de aprendizagem.

O professor a todo o momento é instigado a pesquisar, inovar, buscar novos

caminhos com o objetivo de ensinar, de acordo com (MORAN; MASETTO;

BEHRENS, 2000, p. 30) O professor é um pesquisador em serviço. Aprende com a

prática e a pesquisa e ensina a partir do que aprende. Realiza-se aprendendo-

pesquisando-ensinando-aprendendo. O seu papel é fundamentalmente o de um

orientador/mediador.

A orientação deve seguir uma metodologia, que deve estar fundamentada em

uma teoria de ensino aprendizagem, desta forma adotamos as fases propostas para

o projeto metodológico fundamentada na obra “O paradigma emergente e a prática

pedagógica” por ser uma estratégia que vem de encontro ao estudo realizado nesta

unidade didática. Algumas “contribuições” serão inseridas nas fases propostas com

a finalidade de integrar as ferramentas ofertadas pela plataforma, e o projeto

metodológico permitindo sinergia entre ambos resultando na produção de trabalhos

de alunos: compromisso com a aprendizagem.

As fases do projeto metodológico estão organizadas em: Contextualização e a

problematização do tema a ser abordado; Conteúdos a serem contemplados no

projeto metodológico; Pesquisa individual realizada pelos alunos; Produção de texto

individual; Discussão crítica; Produção do texto coletivo.

As ações visando à aprendizagem utilizando as fases do projeto metodológico

iniciam com a contextualização e a problematização do tema a ser abordado:

[...] o conhecimento como um todo é enfocado com base na localização histórica de sua produção. São momentos iniciais de reflexão conjunta quando o papel do professor se centra na provocação que instiga seus alunos a caminharem juntos no processo de busca da produção do conhecimento significativo e relevante. (BEHRENS, 2011, p. 99).

Após a aula de contextualização e problematização do tema, o aluno ficará

aguardando as próximas orientações que ocorrerá na próxima aula. Enquanto a

próxima aula não acontece o Moodle pode contribuir, para que as dúvidas sejam

sanadas. Através do fórum, o professor deve acrescentar um tópico que permita aos

alunos fazerem questionamentos, a ferramenta é importante no sentido de informar

e acalmar os alunos envolvidos no processo ensino aprendizagem, o uso desta

ferramenta só tem sentido se ocorrer à mediação do professor permitindo dirimir

dúvidas e angustias que podem ocorrer durante o processo ensino aprendizagem.

Com a participação do professor mediando através do fórum, os alunos já

estão conscientes da importância do projeto, o que permite evoluir, expondo o

conteúdo a ser contemplado no projeto metodológico.

O professor pode apresentar aos alunos por meio de exposição teórica dialogada os conteúdos a serem contemplados no projeto metodológico. [...] a exposição didática terá a função de instigar os alunos a irem pesquisar nos mais variados recursos, para enriquecer o processo de investigação e produção do conhecimento, levando em consideração a necessidade de compartilhamento das informações encontradas. (BEHRENS, 2011, p. 100).

Ao final da exposição didática, o professor deve informar aos alunos que

estará disponível no ambiente virtual de aprendizagem: vídeos elencados pelo

professor com a finalidade de trazer mais subsídios sobre o tema abordado e um

texto suficiente pequeno, apenas para facilitar a compreensão do tema abordado.

A rede mundial com os hiperdocumentos, vídeos, imagens, mapas, e tantas

outras informações, permite aos alunos o garimpo de qualquer informação. Nas

palavras de Moran (2000, p. 29), a aquisição da informação, dos dados, dependerá

cada vez menos do professor. As tecnologias podem trazer, hoje, dados, imagem,

resumos de forma rápida e atraente. O papel do professor – o papel principal – é

ajudar o aluno a interpretar esses dados, a relacioná-los, a contextualizá-los.

Com a concepção de Moran (2000) podemos desencadear a pesquisa

individual a ser realizada pelos alunos. Reforça Behrens (2011, p. 101). Nesta etapa

[...] instiga-se o aluno para iniciar-se como pesquisador. O processo de

problematização desafiadora impulsiona o aluno a investigar, a ir procurar recursos e

tornar-se competente na busca do conhecimento, para socializa-lo com seus

colegas.

Após a busca das informações pelos alunos no laboratório de informática, o

professor precisa verificar se as buscas caminham para encontram informações

confiáveis. O professor deve disponibilizar no ambiente virtual de aprendizagem um

tópico para Envio on-line de trabalhos e atividades, e solicitar aos alunos que insira

em um editor de textos os links que foram encontrados em suas pesquisas sobre o

tema abordado, e postem este arquivo na plataforma. O Professor após a postagem

dos alunos faz a verificação com o objetivo de filtrar as informações confiáveis.

Após o filtro das informações feito pelo professor, os alunos terão conteúdo

necessário a produzir texto, segundo Moran (2000, p. 79) no processo de produzir

conhecimento torna-se necessário, ousar, criar, e refletir sobre os conhecimentos

acessados para convertê-los em produção relevante e significativa. Com as

pesquisas realizadas o professor deve solicitar aos alunos, produção de texto

individual.

[...] como os alunos não estão habituados a escrever com autonomia, devem ser auxiliados pelo professor, para que não incorram na pesquisa compilada, repetitiva e sem significado. [...] Os alunos, porém devem ser estimulados a se soltarem critica e reflexivamente [...] O professor por sua vez como mediador entre o saber elaborado e a produção individual do aluno, precisa encorajar os estudantes para que eles possam ser criativos, críticos e competentes. (BEHRENS, 2011, p. 104).

A facilidade do Envio on-line de trabalhos e atividades, através da plataforma

do ambiente de virtual de aprendizagem, facilita a orientação do professor, o aluno

ao postar sua atividade permite ao professor fazer a correção e a orientação. Ao

devolver ao aluno o arquivo com as correções e orientações a ser seguida, permitirá

ao mesmo produzir conhecimento de forma autônoma e participativa.

O aluno após a produção do texto oriundo de pesquisas e a orientação do

professor, é desafiado a expor o seu trabalho e defender suas concepções, no

ambiente virtual de aprendizagem. O chat ou o fórum são ferramentas que permitem

a interação entre os colegas e possibilitam, contribuir com sugestões aos trabalhos.

Moran (2000, p. 25) afirma que se equilibrarmos o interagir e o interiorizar

conseguiremos avançar mais, compreender melhor o que nos rodeia, o que somos;

conseguiremos levar ao outro novas sínteses e não seremos só papagaios,

repetidores do que ouvimos.

A “discussão critica” tem como objeto principal a aproximação da teoria da prática aliadas à possibilidade de abrir perspectivas para que o professor e o aluno possam se agentes de intervenção [...] Com os subsídios da discussão reflexiva, o aluno começa a aprender a aprender que ser investigador transcende a produção escrita e demanda ações efetivas para transformar a sociedade. (BEHRENS, 2011, p. 105).

Após as interações no ambiente virtual de aprendizagem, o professor deve

analisar as contribuições, e verificar a possibilidade da construção de um texto

coletivo. Caso o professor orientador faça opção de fazer o texto coletivo, Behrens

(2011, p. 106) descreve como este processo acontece. Nesse processo, os alunos

aprendem como elaborar produção própria e defender suas ideias e sua pesquisa,

ao mesmo tempo que compõem com seus companheiros uma produção coletiva,

que acolha conteúdos significativos que foram pesquisados discutidos e elencados

para compor o texto do grupo.

Chegamos à última fase que é o produto final, onde Bagno (2002, p. 31)

adverte todo trabalho tem que [...] dar contribuição [...] para o aperfeiçoamento

intelectual do individuo, da turma, da escola, da comunidade. [...] É necessário que o

produto final tenha um destinatário que não pode ser apenas o professor. [...] Ter

consciência de que seu trabalho poderá ser exposto a um público maior, numa

palestra, também contribuirá, para que ele se sinta mais responsável pelo que vier a

fazer. Acrescenta Behrens (2012, p. 107) [...] o importante a destacar é que os

alunos devem saber como serão avaliados em cada fase do projeto. A avaliação

processual e o peso de cada etapa serão discutidos no grupo e contratados desde o

início do projeto. Todos os estudantes terão claras as expectativas de cada momento

e deverão se envolver com responsabilidade e competência.

Após a término dos trabalhos, será necessário dar visibilidade a toda a

comunidade, inserido na pagina inicial do AVA (Ambiente Virtual de Aprendizagem)

links para acesso aos resumos dos trabalhos e também no sitio do colégio estadual

professor Sílvio Tavares.

4 EXPECTATIVAS NA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO.

Após a Leitura e produção desta unidade didática, expectativas foram criadas,

pensando na implementação nos permitimos colocar algumas inquietações que

poderá nos auxiliar durante o exercício pedagógico efetivo em sala de aula.

4.1 O QUE VAMOS ENCONTRAR

Alunos acostumados a receber a proposição da atividade que normalmente é

fornecido apenas o tema e a data de entrega, e para fazer a atividade apenas

copiam e colam conteúdos da internet e entregam a seus professores.

Este unidade didática foi elaborada com a perspectiva de mudar esta

realidade, procurando buscar orientações para criar situações de ensino

aprendizagem que colaborem para produzir conhecimento através de pesquisa, nas

palavras de Behrens (2012, p. 84) encontramos subsídios para reforçar:

O aluno, no ensino com pesquisa, deverá tornar-se um sujeito no processo, um questionador, um investigador, deverá ter raciocínio lógico, agir com criatividade, ter capacidade produtiva, saber viver com cidadania, com ética autonomia para ler refletir criticamente ao aprender produzir conhecimento.

Encontraremos também professores atarefados com muitas aulas para

preparar e dar contas de livros e outras atividades, que normalmente utilizam o

expediente, proposição da atividade que normalmente é fornecido apenas o tema e

a data de entrega.

O professor tendo a possibilidade de utilizar outras formas de propor

atividades pode segundo Behrens (2012, p. 83) “tornar-se uma figura significativa

quando percebe que é o orquestrador do processo educativo e que precisa propiciar

um ambiente que instrumentalize o aluno para sua emancipação social.”

Desta forma é necessário elencar algumas estratégias para implementação

desta unidade didática.

4.2 QUAIS AS ESTRATÉGIAS PARA IMPLEMENTAÇÃO DESTA UNIDADE

DIDÁTICA.

Fazer reunião com a direção e equipe pedagógica para demonstrar a intenção

do projeto, pedindo colaboração para implementação.

Aplicar questionários em alunos com critérios definidos com o objetivo da

busca de um feedback que traga informação para condução dos trabalhos.

Divulgar os resultados entre os professores e direção e equipe pedagógica.

Convidar integrante do núcleo regional de educação para fazer palestra sobre

direitos autorais.

Preparar os alunos para utilização do ambiente virtual de aprendizagem.

Oferecer aos professores a possibilidade de aprender como utilizar o

ambiente virtual de aprendizagem.

Conscientizar os alunos a dar créditos aos autores, utilizando a abnt.

Divulgar constantemente os resultados de cada fase do projeto a comunidade

escolar.

Avaliar os alunos em cada fase, discutir com o grupo de alunos envolvidos,

critérios que retorne um valor que possa ser mensurado com o objetivo de obter

nota.

4.3 RESULTADOS ESPERADOS

Professores: que se sintam motivados a utilizar a experiência em seus

projetos pedagógicos.

Alunos: Ao término do projeto esperamos que os alunos tenham a

consciência e percebam a importância da pesquisa orientada para adquirir

conhecimento. Dar os devidos créditos aos autores. E que sintam estimulados a

pesquisar assuntos de seu interesse utilizando critérios objetivando atingir um

resultado.

REFERÊNCIAS

BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola. O que é como se faz. São Paulo: Loyola, 2002. BEHRENS, Marilda Aparecida. O paradigma emergente e a prática pedagógica. 5. ed. Petrópolis: Vozes, 2011. LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 2004. LUCKESI, Cipriano e PASSOS, Elizete Silva. Introdução à Filosofia. Aprendendo a pensar. 4. ed., São Paulo: Cortez, 2002. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Didática um retrospectiva histórica. In: ____(coord.). Repensando a didática. 4ª ed.. São Paulo: Papirus, 1990. p. 25-40. LEVY, Pierre. Cibercultura: Tradução de carlos Irineu da costa. São Paulo: Editora 34 Ltda, 1999. 264 p.

MORAN, José Manuel. Como utilizar a internet na educação. Ci. Inf. v. 26 n. 2 Brasilia Mai/Ago. 1997. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/ci/v26n2/v26n2-5.pdf> acesso em 28 Ago. 2013.

MORAN, José Manuel; MASETTO Marcos T.; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000. PRUDÊNCIO, Erivelto Alves; CARVALHO, Jairo de; FERREIRA, José Luis. As novas tecnologias de informação e comunicação e o sistema de gerenciamento de cursos Moodle. In COSTA, Maria Luisa Furlan (Org). Introdução a Educação a Distância: EDUEM, 2009. p 53-66.