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Versão On-line ISBN 978-85-8015-076-6Cadernos PDE
OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE
Artigos
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- ARTIGO-
ÁGUA: NOSSA MAIOR RIQUEZA
Luiz Antônio Zanon¹
Professor Doutor Fabio Rodrigues Ferreira Seiva ²
RESUMO: A água é um patrimônio imprescindível da humanidade e como tal deve ser tratada com enorme responsabilidade, pois é tratada com pouca importância que os brasileiros e pelos alunos, diante de grandes interesses industriais e econômicos, a importância dos cuidados com o manejo da água parece estar ficando em segundo plano. Além disso, nosso planejamento na ação docente, não contempla o assunto de forma abrangente e aprofundada. Sendo assim, esse trabalho se justifica por implantar uma visão macroscópica do assunto e direcionar no planejamento uma melhor e maior ênfase ao tema, trabalhando o assunto água como riqueza da humanidade, finito e muito sensível à poluição a contaminação. Inserir efetivamente nas escolas a valorização do aprendizado com uma visão ampla e global da questão água, implantar uma visão mais ampla e direcionada ao meio ambiente no sentido de sustentabilidade, voltando a dar grande importância e uma visibilidade global da água como fonte de vida e desenvolver nos alunos do 3º ano do ensino médio, conceitos ecológicos em relação ao assunto água. PALAVRAS-CHAVE: Água. Importância. Poluição. Desenvolvimento. ABSTRACT: Water is an essential heritage of mankind and as such should be treated with great responsibility, because it is treated with little importance that Brazilians and students in front of large industrial and economic interests, the importance of caring for water management seems to be getting the background. In addition, our planning in teaching activities, does not address the issue comprehensively and thoroughly. Thus, this work is justified to deploy a macroscopic view of the matter and direct the planning better and more emphasis to the subject, working it like water wealth of humanity, finite and very sensitive to pollution contamination. Insert effectively in schools of learning enhancement with a comprehensive and global view of the water issue, deploy a broader view and directed the environment towards sustainability, turning to give great importance and global visibility of the water as a source of life and develop with students of the 3rd year of high school, ecological concepts in the subject water, with topics dilution content, solutions and chemical reactions with production of texts and works. KEY WORDS: Água. Importância. Poluição. Desenvolvimento. ________________ ¹ Professor de xxxxxxxx da Rede Estadual de Ensino. Formado em xxxxx ela faculdade xxxxxxxx. Pós-Graduado em xxxxxxxxxxxxx pela Faculdade xxxxx. Aluno do Programa Educacional de Educação – PDE. ² Professor Orientador.
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INTRODUÇÃO
Ao tomar como tema de reflexão: a água podemos enumerar vários tópicos
relevantes. Solvente universal, fonte de vida, composto vital para todos os seres
vivos e bem querer universal da humanidade.
Falar da água, num momento histórico em que os dois hemisférios passam
por situações inusitadas. Congelamento das cataratas do Niágara, pelo rigoroso
inverno e secas impressionantes no sul. No mesmo instante, pelo rigoroso verão.
Assim como encontramos em muitos materiais didáticos, que a água é um
bem universal finito e único no globo terrestre. Portanto sua distribuição é
teoricamente democrática pela natureza. Muito embora sejam conhecidos alguns
desertos, onde a falta de humidade é da própria água e desde os primórdios da
humanidade, onde vem proporcionando uma discussão perniciosa ao tema meio
ambiente. Que vem na minha ótica, deixando muito frouxa a amarra dos povos, ricos
e poderosos com a questão poluição e conservação principalmente da água.
Voltando nosso olhos ao “reaço” público da educação, a escola vamos uma
profunda lacuna em relação ao comportamento com o futuro. Infelizmente estamos
num momento histórico muito incomum. Um avanço tecnológico como nunca visto,
porém, em contra partida, vivemos um profundo descaso com o natural, a tecnologia
passou a ditar normas e formas de relacionamento, onde alguns jovens já não dão
valor ou importância aos produtores ou produtos naturais, isto é, se perguntarmos a
uma criança de cidade de porte médio ou grande, como se produz o leite? Como é
produzida a laranja e a maçã? Não podemos assustar com respostas absurdas
como: a laranja é produzida em caixa na indústria. O leite vem de uma máquina.
Isso posto quero chamar a atenção para um item muito importante. O
despreparo, o desaso é a falta de comprometimento com o tema meio ambiente esta
acarretando um conceito muito errôneo é descabido, Proporcionando um problema
global. Onde os poderosos aproveitam a falta de conhecimento para divulgar as
catástrofes como coisa da natureza. É lógico que as secas ou geleiras periódicos
são comuns. E temos logicamente que concordar. Porém também temos que ter o
cuidado e a firmeza de não deixar passar, que a influência do homem está forçando
a natureza. A periodicamente vem sendo afetada pena ação humana, ou
desmatamento já virou coisa do passado sem importância? A produção industrial tão
elevada não induz ao aumento de temperatura mundial? É comum Curitiba
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experimentar temperaturas acima dos 10ºC? O já surrado tema do efeito estufa não
pode ser desatrelado ao uso dos recursos naturais, sem um critério ou bom uso pelo
homem.
Fixando nossa atenção ao assunto água, quero crer que a humanidade não
irá ser penalizada por um mal uso, por parte de uma minoria poderosa, em
detrimento de bilhões de humanos a água é um direito universal de todos os
habitantes da terra. Que aliás, deveria chamar planeta água, pois dois terços é
coberto por água e um terço por terra.
Vamos “viajar” pela imaginação um pouco Um humano deve consumir pelo
menos dois litros de água potável por dia. Se lembrarmos que já estamos com
praticamente sete bilhões de habitantes, precisaremos de quatorze bilhões de litros
de água somente para beber. Se levarmos em conta a higiene pessoal (para
escovar os dentes, limpezas dos utensílios para cozinha e limpeza em geral esse
número com toda facilidade seria multiplicado por no mínimo 20. Que nos daria
duzentos e oitenta bilhões de litros por dia. Continue segundo esse raciocínio e veja
que nossa água disponível se recicla diariamente e se renova para voltarmos a
consumi-la. Claro que esses números são teóricos científicos, e sabemos que
infelizmente uma grande quantidade de pessoas em todas as partes do mundo não
têm condição de consumo e no acesso a qualquer tipo de água. Onde se consome
qualquer tipo de água. De salinizada, decantada e até extravia de vegetais.
Além de vital para sobrevivência de todos os seres vivos, a água é tão
importante. Que em qualquer mensagem de estímulo de alto-ajuda e de motivação,
se não a totalidade, pelos menos a maioria das imagens mostra água, mesmo no
estado sólido numa montanha congelada. Um por do sol sem nuvens, água em
estado gasoso, não chama a atenção de ninguém. Um lago sem o reflexo do céu,
sem água é uma imagem desoladora e infeliz. Uma praia sem a beleza da água
limpa e sua areia sem a brancura da limpeza causa repúdio e tristeza. Busque na
sua memória uma paisagem andina ou dos alpes europeus, sem um lago espelhado
refletindo a bela montanha e céu invertidos, ou mesmo um copo de água se não
estiver límpido, inodoro e numa temperatura adequada, não é bebida, nem por um
criança com pouca idade. Mesmo uma pessoa sem estudo, sem uma formação ou
um ser vivente, jamais tomara uma água inadequada, suja.
Nosso convívio com a água é o mais intenso de nossa existência. Desde
quando somos gerados e somos um par de células no ventre materno, estamos
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“embebidos” em água, e ao romper a bolsa gestatória, imediatamente temos que
tirar aquele feto e dar à luz a uma nova vida. Que na sequencia já toma banho para
ter um conforto e um certo relaxamento físico. Segundo esse raciocínio, a água além
das funções físicas, tem uma psicológica, onde os Spas, que é saúde pela água,
busca enfrentar o stress e mesmo uma pessoa sem o mínimo conhecimento
cientifico, quando senta na beira de um rio, lago ou mar para pescar, ou
simplesmente contemplar a beleza a tranquilidade que esse ambiente aquático
proporciona. Desde que tudo limpo e com todo o contexto dentro da normalidade,
isto é, a vegetação, a areia e os contornos.
Vamos contrair nosso raciocínio e imaginar uma região completamente fora
da normalidade, ou seja, nos coloquemos numa passagem sem água, praticamente
desértica e com umidade praticamente zero. Com uma conformação sofrida, surrada
pela aridez e pela ausência do verde e de temperaturas elevadas e pouquíssimas
precipitações pluviométricas, um lugar que passa a deixar de ser lugares distantes,
para cada vez nos avizinharmos desses novos desertos. Sim, estamos enfrentando,
mesmo no Paraná, dias com umidade menor que a registrada no deserto do Saara.
Um grande calor no meio do dia e um frio pela noite. Que mudança ocorreu na
natureza para essa nova realidade? É um fenômeno natural? A interferência do
homem é de ser considerada? Que corrente de pensamentos devem seguir?
Aqueles que dizem que tudo isso que estamos vendo é próprio e já ocorria
naturalmente, ou os que dizem: o Homem esta mudando o comportamento da
natureza e ampliando e prejudicando o andamento natural das intempéries. Quando
chove, chove muito. Quando faz calor, faz muito calor, quando neva, neva muito e
muito embora a natureza seja controlada por conta própria, a ação do homem esta
com toda a certeza alterando o andamento das coisas.
A água é um bem universal, gratuito, finito e das mais importantes que temos
na natureza. Mas nesse momento histórico que vivemos, infelizmente uma parcela
muito grande da população esta sendo induzida a se acomodar e aceitar o mau uso,
a má conduta ambiental sem pensar no futuro. Estamos esquecendo que somos o
futuro da geração passada. E temos obrigação de deixarmos o planeta que vivemos
melhor ou na pior das hipóteses, igual recebemos. Somos inquilinos nesse mundo e
não proprietários desse solo. Ao locarmos um imóvel, somos obrigados a devolve-
los nas mesmas condições que recebemos, ou então somos penalizados com multa
e obrigados a consertar nossos erros já a natureza não cobra na hora, mas numa
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linguagem coloquial ela se vinga e com violência ao aterrarmos um pedaço de praia,
estamos agredindo o mar, ao desmatar uma floresta estamos criando um deserto,
ao azagar, represar um rio, estamos mudando um clima regional e forçando uma
adaptação forçada e nem sempre satisfatória. Quando mudamos o curso de um rio,
pensamos que enganamos a natureza. Ledo engano! A natureza tem uma lógica
milenar e única. Líquido sempre corre “para o lugar mais baixo, o fogo sempre vai
para cima. A gravidade tem um sentido único e atraí tido que tem massa para o
centro da terra.
Dentro dos reinos da fauna e da flora, o homem é o único que utiliza de
recursos naturais sem a necessidade ou por prazer, numa enrustida desculpa de
inteligência e proteção, os animais ou espécies em extinção, não é exemplo claro da
falta de visão global ou do descaso aos distantes. Não podemos conceber como
algo normal a falta de água num determinado lugar. Por a poucos quilômetros ter
sido erguida uma barragem para beneficiar uma região, tida como mais importante.
Quem determina, onde e melhor ou seleciona onde será construído uma represa,
um lago artificial. Cabe aqui uma discussão que se faz cabível e desejo levantar uma
versão pessoal: infelizmente nossa sociedade contemporânea inverteu alguns
valores, colocando com muito importante a situação urbana e deixando o rural numa
condição social menor, colocando nessa sociedade atual uma valorização do
industrializado e beneficiado. Sem dar o mínimo de conhecimento do produtor e do
imaturo. Isto é, aquele que sofre para produzir um fruto, para melhorar uma genética
e para oferecer produtos de qualidade com preço justo. Para ilustrar: um produtor de
leite, para aumentar sua produção em dez por cento leva um bom tempo e um
grande investimento e empenho. Enquanto uma fábrica de cerveja para aumentar
sua produção basta apertar um botão.
Isso posto, podemos visualizar num contexto social e histórico onde a visão
que se coloca na população em geral é uma acanhada proposta de controle de
consumo. Parecendo que o problema esta distante. Porém fazendo uma analogia a
globalização, no tocante a tecnologia, prega-se que todos devem ter acesso aos
instrumentos e principalmente ter a internet. Por que no tocante a água não se
maneja da mesma forma? Lógico que a imposição não é saudável. Porém se faz
urgente uma visão e um aprendizado que leve as novas gerações cuidarem da sua
forma de consumo de recursos naturais. Sim, se ninguém usasse casacos de pele,
não se matavam urso, bisões e visões. Se não tivéssemos aquários, não se
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capturariam peixes ornamentais, se não tivéssemos gaiolas para colocarmos
pássaros, não haveria captura de aves silvestres. Se as casas de alguns possuem
piscinas essa água pode fazer falta para outras que não tem nem uma caixa na sua
casa.
1. JUSTIFICATIVA
A água é um patrimônio imprescindível da humanidade e como tal deve ser
tratada com enorme responsabilidade. Tendo em vista a pouca importância que os
brasileiros em geral e nossos alunos têm dado ao assunto referido e também, diante
de grandes interesses industriais e econômicos, a importância dos cuidados com o
manejo da água parece estar ficando em segundo plano. Além disso, nosso
planejamento na ação docente, não contempla o assunto de forma abrangente e
aprofundada. Sendo assim, esse trabalho se justifica por implantar uma visão
“macroscópica” do assunto e direcionar no planejamento uma melhor e maior ênfase
ao tema, trabalhando o assunto água como riqueza da humanidade, finito e muito
sensível à poluição a contaminação.
2. PROBLEMATIZAÇÃO
O assunto água está sendo ministrado de forma solta e desvinculada do
contexto ecológico, o que deixa o aluno, muitas vezes, despreparado para se
comprometer com questões ambientais e não forma uma consciência apropriada.
Nesse contexto se faz necessário inserir efetivamente nas escolas a valorização do
aprendizado com uma visão ampla e global da questão água.
3. OBJETIVO GERAL
Implantar uma visão mais ampla e direcionada ao meio ambiente no sentido
de sustentabilidade, voltando a dar grande importância e uma visibilidade global da
água como fonte de vida.
4. OBJETIVO ESPECÍFICO
Desenvolver com os alunos do 3º ano do ensino médio, conceitos ecológicos
em relação ao assunto água. Junto com tópicos dos conteúdos diluição, soluções e
reações químicas, amarrar o tema e produzir textos e trabalhos relevantes e
pertinentes.
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5. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
5.1 OS ELEMENTOS DA VIDA
Os elementos básicos da química da vida são os seus átomos, moléculas e
processos químicos, ou “caminhos metabólicos”. Ao discutir detalhadamente esses
elementos, Morowitz mostra, de maneira muito bela, que as raízes da vida estão
profundamente lançadas na física e na química básica.
Partindo-se da observação de que as ligações químicas múltiplas são
essenciais para a formação de estruturas bioquímicas complexas, e que os átomos
de carbono (C), nitrogênio (N) e oxigênio (O) são os únicos que formam
regularmente essas ligações químicas mais resistentes, não é de surpreender que
esses três elementos, juntamente com o elemento mais leve, o hidrogênio (H), sejam
os principais átomos de toda a estrutura biológica.
Sabe-se hoje que a vida começou na água e que a vida celular ainda se
desenvolve num ambiente aquoso. Morowitz salienta que as moléculas de água
(H2O) são altamente polarizadas do ponto de vista elétrico, pois seus elétrons
permanecem mais próximos do átomo de oxigênio do que dos de hidrogênio, de
modo que deixam uma efetiva carga positiva nos H e uma carga negativa no O.
Essa polaridade elétrica da água é um dado fundamental dos detalhes moleculares
da bioquímica e, em específico, da formação das membranas, como veremos a
seguir.
Os demais átomos principais dos sistemas biológicos são o fósforo (P) e o
enxofre (S). São ambos os elementos dotados de características químicas
singulares, em virtude da grande versatilidade de seus compostos; por isso, os
bioquímicos acreditam que devem ter-se contado entre os principais componentes
da química pré-biótica. Certos fosfatos, em particular, são especialmente
importantes nos processos de transformação e distribuição de energia química,
processos esses que eram tão essenciais no contexto da evolução pré-biótica
quanto hoje em todo o metabolismo celular.
Passando dos átomos às moléculas, existe um conjunto universal de
pequenas moléculas orgânicas que são usadas por todas as células como
combustível para o metabolismo. Embora os animais ingiram muitas moléculas
grandes e complexas, estas são sempre degradadas em agregados mais simples
antes de entrar no processo metabólico celular. Além disso, o número total de
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moléculas usadas como alimento não supera o de algumas centenas – e isso é
notável.
A universalidade e o pequeno número de tipos de átomos e moléculas nas
células viventes atuais é um forte indicio de que todas elas têm uma origem
evolutiva comum – as primeiras protocélulas -, e esse hipótese ganha mais força
ainda quando se examina os caminhos metabólicos que constituem a química base
da vida. Em toda a enorme diversidade de tipos biológicos, entre os quais se
incluem milhões de espécies distintamente identificáveis, a variedade de caminhos
bioquímicos é pequena, restrita e universalmente presente (Morowitz, 1992). É muito
possível que o centro dessa rede metabólica represente uma bioquímica primordial
que traz em si importantes informações acerca da origem da vida (Capra e Fritjof,
2005).
5.2. A ORIGEM DA ÁGUA NA TERRA
Duas hipóteses são admitidas para explicar a presença da água na Terra. Um
delas prediz que as moléculas teriam sido sintetizadas no próprio sistema solar,
durante o período de formação dos planetas. Já a segunda hipótese sugere que as
moléculas teriam sido introduzidas a partir do meio externo, isso é de outras partes
do universo. A primeira hipótese, que vinha merecendo a preferência dos cientistas
até a poucos anos, parece não ser procedente, em face de novas descobertas
resultantes de análises realizadas ultimamente – sobretudo a partir de 1995 – em
rochas extraterrestres ou meteoritos que alcançam, em grande quantidade, a
superfície de nosso planeta. Assim, é muito provável que a Terra, desde a sua
formação – há de 4,56 bilhões de anos, já contivesse água em sua composição, da
mesma forma pela qual ela é encontrada, seja como componente da estrutura
cristalina dos minerais, seja como gelo, em inúmeros outros planetas, bem como em
asteroides, cometas e meteoritos.
De maneira simplificada, podemos dizer que existe, além do hidrogênio
“normal”, um isótopo desse elemento, que é chamado deutério. Abundante no
universo desde a sua formação, o deutério, porém, vem diminuindo em quantidade
por estar sendo transformando em hidrogênio comum. Ora, sabe se hoje, a partir
das pesquisas aqui já mencionadas, que a proporção de deutério em relação ao
hidrogênio comum, nos oceanos, é maior do que a existente nos gazes que
compunham a nebulosa de gás e poeira de que se originaram os planetas.
Como que os cientistas sabem qual era o tipo de hidrogênio presente na
9
prototerra, isto é, na nebulosa que originou o nosso planeta? Simplesmente
examinando os pedaços de rochas que foram trazidos da Lua, nas expedições
Apolo! E como pode saber qual era o tipo de hidrogênio predominante nos espaços
interestelares, fora do nosso sistema solar? Por meio da análise dos fragmentos que
caem na Terra, na forma de meteoritos carbonáceos, ou condritos, que possuem
água na sua composição ou aprisionada na forma de gelo. Porém, como há uma
diferença também entre a proporção de deutério nos cometas e nos meteoritos,
sabe-se hoje, graças a esses interessantes estudos, que a nossa água é formada
principalmente a partir da contribuição “externa” oferecida pelos meteoritos que
continuam ocorrendo regularmente, embora em menor escala do que no tempo em
que a Terra ainda não possuía atmosfera e, em menor proporção (14% no máximo),
pelos cometas que se chocaram com o nosso planeta.
Após esse período de intenso bombardeio, a Terra, cuja temperatura era
muito elevada, em consequência da própria energia liberada nos impactos, foi
passando por um resfriamento progressivo, o que permitiu a condensação do vapor
na forma líquida. Planetas próximos ao Sol tendem a evaporar água e, sendo
pequenos, como Mercúrio e Marte, ou a nossa Lua, não possuem gravidade
suficiente para reter esse gás. Assim, foi uma feliz relação entre sua massa e a
distância do Sol que permitiu ao nosso planeta conservar toda a água de que
dispõe.
5.3. A ÁGUA NO MUNDO
A própria água em estado líquido, finalmente, desempenhou um papel
decisivo no resfriamento do planeta, dissolvendo a maior parte do gás carbônico
atmosférico e transformando-o em carbonatos, que precipitaram nos oceanos, na
forma de rocha calcária. O gás carbônico é responsável pelo efeito estufa, pois tem
a propriedade de absorver as radiações que vem do Sol e aprisionar as radiações
infravermelhas, que são os mais quentes, mantendo temperaturas muito elevadas
na superfície do planeta. Por esse motivo é que Vênus, por exemplo, possui uma
temperatura de ordem dos 4000 C ainda hoje. Na Terra, porém, a dissolução do gás
carbônico pela água permitiu seu resfriamento até as temperaturas atuais.
Nosso planeta possui um volume de um trilhão de quilômetros cúbicos, mas
só a milésima parte disso é constituída de água. Com efeito, cerca de 1,4 bilhões de
quilômetros cúbicos de água preenchem os espaços vazios da crosta terrestre, além
de cobrir três quartos da superfície e fazer parte da atmosfera, na forma de vapor. A
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quantidade de água na Terra é mais bem representada em toneladas, uma vez que
uma pequena parcela se encontra em estado gasoso, ocupando, pois, um volume
muito grande em relação ao peso. Segundo as mais recentes avaliações, os 1, 385
quatrilhões de toneladas de água do planeta acham-se distribuídos da seguinte
maneira:
Dos 2,53% de água doce, a maior parte, ou seja, 25 mil trilhões de toneladas
encontram-se retida no solo, no subsolo e nas massas de gelo, cerca de 100 trilhões
de toneladas constituem os lagos e os pântanos, e o restante acha-se distribuído na
atmosfera e nos rios.
Geólogos modernos descobriram, entretanto, que a ideia antiga de que a
maior parte de água da Terra se encontra na superfície, constituindo-se os oceanos,
não é verdadeira. Eles calculam que cerca de 1% a 2% do manto da Terra, isto é, da
espessa camada de minerais em estado pastoso que existe abaixo da litosfera ou
crosta sólida da Terra, é constituída de água, o que representa dez vezes,
aproximadamente, o volume de água de toda a superfície. Alguns até mesmo
supõem que os oceanos sejam alimentados pelo manto!
Toda essa água da superfície – e também das camadas do solo e do subsolo
– se renova continuadamente, graças aos 100 trilhões de toneladas (ou metros
cúbicos) de água que, evaporadas dos oceanos, se precipitam anualmente sobre os
continentes.
Avalia-se que, desse volume de chuvas, 37 trilhões de metros cúbicos
correm, por ano, pelos rios e são despejados no mar. Essas águas não se acham,
entretanto, distribuídas uniformemente por todo o planeta. Uma parcela muito
pequena cabe à Austrália; na África e na Europa a água também não é muito
abundante, embora cada um desses continentes possua o dobro do que há na
Austrália; a América do Norte apresenta o dobro do volume de água existente na
África. As regiões do globo mais favorecidas são a Ásia e a América do Sul, sendo
que nessa última só o Rio Amazonas despeja mais de seis trilhões de metros
cúbicos de água por ano no Oceano Atlântico.
5.4. A NATUREZA CONTRA-ATACA
Diz-se que quem matar águas virá a sofrer dos gafanhotos. Pois as águas
dizimam os lagartos, e quando há muitos lagartos, há poucas rãs. E quando há
poucas rãs, há muitos gafanhotos. O estudo destas relações tróficas chama-se
ecologia.
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Na ecologia também são abordados problemas outros relacionados ao meio
ambiente, dentre eles a seca. A seca é pior em áreas onde os suprimentos de água
normalmente são suficientes. Os desertos sofrem secas permanentes – uma
escassez de água para plantações, animais e pessoas -, mas a vida aí é adaptada a
condições secas. Em outros lugares, a seca é uma parte previsível do ciclo anual,
como na Índia durante os meses anteriores à monção. É quando as chuvas
esperadas não vêm que a seca resultante pode iniciar uma catástrofe. Se a seca é
uma característica do clima de uma região, suas plantas e animais adaptaram-se
para viver com pouquíssima água.
As pessoas tendem a não construir casas em desertos, mas nos subtrópicos
muitas comunidades vivem a margem deles e tem de lidar com a constante ameaça
de uma seca potencialmente devastadora. Nessas zonas áridas quase toda a chuva
anual cai durante a estação das chuvas. Os agricultores dependem das chuvas e se
elas não vêm ou se caem na época errada ou são escassas, prejudicam as
colheitas. Isso pode causar falta de alimentos em ampla escala em áreas
densamente povoadas como na Índia, a China e as terras áridas do sul do Saara
chamadas Sahel.
As cadeias de montanhas podem evitar que a umidade chegue a uma região
inteira. Por exemplo, as Montanhas Rochosas, na América do Norte, e os Andes, na
América do Sul, bloqueiam os ventos úmidos que sopram do Pacifico. Elas forçam o
ar úmido a subir, condensar-se e cair em forma de chuva no lado voltado para os
oceanos, de modo que o ar chega ao outro lado é seco, fato esse referido como
“sombra de chuva”. O deserto mais seco do mundo fora da Antártida é o deserto de
Atacama, no Chile, e sua parte mais seca é uma região ao sul da cidade de
Antogasta, situada em duas cadeias de montanhas que criam um “duplo” efeito de
sombra de chuva.
Regiões com clima mediterrâneo também são propensas à seca. A maior
parte da chuva ocorre no inverno, e se as chuvas são insuficientes, pode haver
grave escassez de água no ano seguinte. Recentemente isso gerou problemas para
as economias de países como Espanha, Portugal, África do Sul, Austrália e parte
dos EUA. Uma seca de um ano na Espanha e em Portugal entre 2004 e 2005 foi a
pior na história da região, levando a graves cortes na força hidrelétrica, incêndios
generalizados, agricultura arruinada e ondas recordes de calor. Há certa
preocupação entre os ambientalistas de que todas as regiões do mundo com clima
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do tipo mediterrâneo estejam ficando constantemente mais secas em consequência
do aquecimento global.
As secas tendem a surpreender as pessoas em zonas temperadas, porque o
clima geralmente é úmido e ameno. Elas surgem quando os usuais sistemas
meteorológicos úmidos são desviados por obstinados blocos de alta pressão –
sistemas meteorológicos caracterizados por correntes de ar descendentes. Eles são
denominados ”anticiclones bloqueados” e podem ficar retidos em um lugar por
semanas a fio.
Em um anticiclone, o ar, descendo de uma grande altitude, evapora todas as
nuvens e impede as chances da chuva. Se o solo é úmido o suficiente. Á medida
que a seca se identifica, porém, o solo perde grande parte da água. Se isso
acontece no verão, cria as condições para uma clássica onda de calor. Com o céu
claro permitindo que as temperaturas se elevem o solo torna-se uma fornalha,
absorvendo o calor do Sol e irradiando-o de volta no ar. As temperaturas elevam-se
ainda mais, intensificando a onda de calor.
Grande parte da Europa sofreu um anticiclone bloqueador no verão de 2003,
quando uma onda de calor trouxe temperaturas recorde e matou cerca de 35 mil
pessoas. A seca reduziu o crescimento das plantas em um terço, dando início a
incêndios descontrolados, e custos às economias da Europa continental cerca de 10
bilhões de euros.
Mesmo países com climas notoriamente úmidos, como a Grã-Bretanha,
sofrem secas, às vezes com efeitos devastadores. Durante o verão de 1666, o
tempo ficou quente demais após meses com pouca chuva. Em Londres, a seca
deixou as casas de madeira inteiramente secas. Quando um incêndio irrompeu em 2
de setembro, ventos secos e quentes transformaram tudo em um inferno. O rei
Carlos II ordenou a destruição das casas para fazer uma barreira contra o fogo, mas
as chamas eram tão altas que saltavam sobre as barreiras. O Grande Incêndio de
Londres alastrou-se por quatro dias e queimou cerca de 13.200 casas.
Espantosamente, apenas cinco mortes foram relatadas, mas de 200 mil pessoas
(um terço da população da cidade) perderam tudo.
Mais recentemente, uma série de anticiclones bloqueadores em 1975 e 1976
resultou no período de 16 meses mais seco na Grã-Bretanha em mais de 250 anos.
Em consequência, as terras agrícolas foram reduzidas a pó, incêndios se alastraram
por florestas e charnecas e as temperaturas elevaram-se tanto que o asfalto em
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algumas estradas derreteu e os trilhos das ferrovias envergaram. Árvores morreram,
e o solo de argila em muitas partes do país retraiu-se tanto que os alicerces de
várias casas racharam.
5.5. SECA E A CIVILIZAÇÃO
Durante muitos períodos, as secas contribuíram para provocar a derrocada
de civilizações. Os maias da América Central, por exemplo, foram dizimados quando
a estação anual das chuvas não ocorreu por décadas. Suas terras ficaram em um
leito de rocha calcária porosa que deixa pouca água na superfície, por isso eles
armazenavam a água da chuva em reservatórios ou utilizavam lençóis freáticos.
Quando o número de habitantes superou esses recursos hídricos, eles foram
incapazes de resistir à tensão de uma seca prolongada.
O Império da Mesopotâmia desenvolveu-se há cerca de 4.300 anos no atual
sul do Iraque – uma cultura sofisticada que usava a irrigação e a escrita. Mas de
repente as cidades de vários milhares de habitantes foram abandonadas e o povo
voltou a ser nômade. A pesquisa climática agora revela que uma grave seca na
Mesopotâmia pode ter sido a causa. Um esfriamento incomum no Atlântico Norte
afetou o clima em uma vasta área, incluindo a Mesopotâmia, que ficou muito mais
seca.
A mesma seca também ajudou a esvaziar cidades na Turquia, na Palestina e
em toda a extensão até o oeste da Índia. Ela cumpriu seu papel em derrubar o
chamado Antigo Império Egito há cerca de 4.225 anos. Quando as inundações
regulares do Nilo diminuíram e a agricultura egípcia fracassou, os faraós perderam o
controle de seu reino. Isso ocorreu quase 200 anos antes de uma nova dinastia
reunificar o Egito, inaugurando a era chamada Médio Império.
A ideia de desertos avançando sobre o que antes eram terras verdes e férteis,
englobam fazendas e cidades, causa medo desde os tempos bíblicos. Mesmo há um
século, muito antes de a expressão “aquecimento global” ser criada, cientistas
coloniais franceses e britânicos falavam sobre as “areias em avanço” do Saara,
culpando-as diminuir as chuvas e os rebanhos.
A degradação da terra até que se transforme em deserto se chama
desertificação. Embora os cientistas discordem sobre sua causa, concordam que ela
está aumentando. De meados da década de 1990 a 2000, cerca de 3.550 km2 de
terras transformaram-se em deserto a cada ano. Os cientistas acreditam que por
14
volta de 2025, dois terços da terra, aráveis da África terão desaparecido, com um
terço da Ásia e um quinto da América do Sul. Isso deixará 135 milhões de pessoas
sob-risco de serem desalojados.
Quando ocorre uma seca, as populações humanas pagam o preço – muitas
vezes com a vida – pelas desgraças da fome e de doenças.
Muitos dos maiores desastre humanitários, mesmo nos tempos modernos
resultaram da seca. De 1928 a 1930, por exemplo, acredita-se que uma seca no
noroeste da China tenha causado a morte de mais de três milhões de pessoas.
Outros cinco milhões podem ter morrido de fome em uma seca na província chinesa
de Sichuan em 1936. Milhões morreram na Índia em consequência das secas em
1900 e de novo em 1965 e 1967. O número de mortes da Ucrânia e em outras
partes da ex-União Soviética chegou aos milhões durante secas entre 1921 e 1922 e
entre 1932 e 1934.
Entre 1984 e 1985 a seca causou o colapso das lavouras e fome em 20
países africanos, principalmente no Sahel, e resultou em condições desesperadoras
para 150 milhões de pessoas, em especial a Etiópia. Um país geralmente seco, a
Etiópia depende das chuvas que caem na primavera, quando ventos úmidos sopram
dos trópicos. Durante a década de 1970, cada vez menos chuva caia durante essa
estação, levando a uma seca crônica e fome que mataram 200 mil pessoas na
província de Wollo, região montanhosa densamente populosa no nordeste do país.
Uma seca ainda mais grave começou em 1981, afligindo o país pro quatro anos e
tirando a vida de quase 1 milhão de pessoas por falta de alimentos.
Sem dúvidas, o sofrimento tende a ser maior nos países com economias
menos desenvolvidas, onde a margem entre a sobrevivência e a não sobrevivência
é menor. Mas a seca pode afligir até os países mais ricos, e com consequências
devastadoras. Na década de 1930, os EUA vivenciaram a pior seca de sua História.
Ventos quentes e secos dominaram as campinas em 1931, e a chuva praticamente
desapareceu durante oito anos. O chão secou por completo e nuvens de poeira e
areia eram sopradas no vento. Plantações murcharam, animais morreram e bilhões
de toneladas de solos foram soprados, episódio esse que ficou conhecido como
“dust bowl”.
As nuvens de poeira eram tão densas que bloquearam o Sol por semanas.
Em maio de 1934, uma tempestade soprou uma nuvem de poeira de Alberta, no
Canadá, até o Texas, sufocando pássaros no céu e cobrindo navios no mar a 480
15
km da costa leste. Milhares de pessoas morreram por causa do calor e de doença
respiratórias, como pneumonia (SIMONS, Paul, 2009).
6. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
Colocar no plano de ação docente do 3º ano do Ensino Médio, do colégio
estadual professor Segismundo Antunes Neto –EFM Siqueira Campos – Paraná,
conteúdos direcionados a sustentabilidade ambiental, mais especificamente falar
sobre a água, abordando: histórico, abundância, tipos, composição, necessidades
biológicas, utilização e uma conclusão final de cada etapa.
7. APLICAÇÃO: No 3º ano, o assunto deverá ser abordado assim que encerrar o
conteúdo funções hidrocarbonetos, com no mínimo 8 aulas.
8. CRONOGRAMA:
2013
AÇÕES
fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Encontros de orientação na
IES
X X X X X
Curso fundamentos
históricos, psicológicos e
filosóficos da educação
X X
Encontro por área X X
Elaboração do projeto X X X X X
Participação em cursos na
IES
X
Elaboração da produção
didático pedagógica
X
Apresentação na escola X X
Aplicação de questionário X
Reunião com professores X
Implementação do projeto X
2014
AÇÕES
FEV MAR ABR MAI JUN
Pesquisas bibliográficas X X X X X
Encontro orientação na IES X X X X X
Sistematização dos resultados obtidos X
Redação do artigo final X
16
9. REFERÊNCIAS
CAPRA, Fritjof, As Conexões ocultas- Ciência pra uma vida sustentável. Cultrix, São Paulo, 2005. BRANCO, Samuel Murgel, Água Origem, uso e preservação, Ed. Moderna, São Paulo, 2003. TAYLOR, Gordon Rattray, A Ameaça Ecológica, Ed. Verbo Edusp, São Paulo, 1978. MOROWITZ, Harold, Beginnings of Celular life, Yale University Press, 1992. SIMONS, Paul, Climas Radicais, Ed. Reader’s Digest, Rio de Janeiro, 2009. QUADROS, Marivete Bassetto de, Monografias, Dissertações & Cia, Ed. Tecnodata Educacional, Curitiba, 2009.