42
Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9 Cadernos PDE OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE Produções Didático-Pedagógicas

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE NA … · proposição de um grupo de estudos ... curso de Pedagogia. ... reflexão sobre a dinâmica do coletivo escolar

Embed Size (px)

Citation preview

Versão On-line ISBN 978-85-8015-075-9Cadernos PDE

OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSENA PERSPECTIVA DO PROFESSOR PDE

Produções Didático-Pedagógicas

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

IES: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

NRE: PONTA GROSSA

MATERIAL DIDÁTICO-PEDAGÓGICO - CADERNO TEMÁTICO

A FUNÇÃO DO PEDAGOGO NA ESCOLA – ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

PROFESSORA PDE – SIMONE TEREZINHA DECHANDT

PROFESSORA ORIENTADORA – DRA. VERA LUCIA MARTINIAK

PONTA GROSSA

2013

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013

Título: A função do pedagogo: entre a teoria e a prática

Autor: Simone Terezinha Dechandt

Disciplina/Área:

(ingresso no PDE)

Pedagogia

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Escola Estadual Espírito Santo – EF. Rua Jorge Holzmann, nº 288. Maria Otilia.

Município da escola: Ponta Grossa

Núcleo Regional de Educação: Ponta Grossa

Professor Orientador: Drª. Vera Lucia Martiniak

Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual de Ponta Grossa

Relação Interdisciplinar:

Resumo:

A necessidade e importância da função do pedagogo na escola, sua atuação para a melhoria e renovação do processo educacional também depende de complementar que sua prática esteja relacionada com a teoria correspondente às suas atividades. Esta Produção Didático-Pedagógica foi elaborada com o objetivo de propor à equipe técnico-pedagógica da escola, uma reflexão e discussão a respeito da prática profissional do pedagogo e a teoria que se relaciona com sua função. A metodologia se expressa por meio da proposição de um grupo de estudos desenvolvido em oito encontros, com as leituras desse Caderno Temático, com foco no papel do pedagogo e a função da escola.

Palavras-chave: Formação continuada, função do pedagogo escolar, curso de Pedagogia.

Formato do Material Didático: Caderno Temático

Público: Equipe Técnico-Pedagógica

2

Sumário

Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2013 ................ 2

Apresentação ............................................................................................................ 3

Unidade I

O Projeto – O papel do pedagogo escolar ................................................................ 4

1.1 Apresentando o tema .......................................................................................... 4

1.2 Iniciando a discussão ........................................................................................... 7

Unidade II

Contextualização histórica do Curso de Pedagogia ................................................... 9

2.1 Identidade do Curso de Pedagogia – Criação e Consolidação ............................ 9

2.2 Identidade do Curso de Pedagogia – Aspectos Legais ...................................... 12

Unidade III

O Papel do pedagogo entre a teoria e a prática ...................................................... 21

3.1 A função supervisora e orientadora do pedagogo .............................................. 21

3.2 O papel do pedagogo: o que diz a legislação do Paraná.................................... 24

Unidade IV

O Trabalho pedagógico e suas implicações no cotidiano escolar ............................ 29

4.1 Alguns eixos do trabalho pedagógico e possibilidades de atuação .................... 29

4.2 Avanços e dificuldades....................................................................................... 35

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 38

3

Apresentação

Muito se debate sobre a função do pedagogo na escola, como também sobre

sua formação teórica. Todavia, a definição do papel do pedagogo tem evoluído

desde sua origem e vem se transformando com o decorrer do tempo.

Nesse quadro surgem a todo o momento várias questões, como qual seria a

postura do pedagogo diante da realidade atual e de que maneira promover a

reflexão sobre a dinâmica do coletivo escolar.

Perante essa perspectiva uma questão fundamental é verificar quais são os

entraves e dificuldades na superação de práticas fragmentadas em um processo

pedagógico distante de seus pressupostos teóricos.

Nesse sentido, elaborou-se este caderno temático que destina-se a provocar

um estudo com a equipe pedagógica da escola. E tem por objetivo compreender a

efetiva atuação do pedagogo frente a complexidade do espaço escolar, promovendo

assim, uma reflexão sobre como rever sua postura educativa a fim de minimizar a

dicotomia existente entre a teoria e a prática.

Este caderno temático contém quatro unidades subdivididas em temas que

tratam do papel do pedagogo, no sentido teórico e prático, como também seus

aspectos legais, que estão inerentes à função, e a caracterizam e influenciam a ação

pedagógica.

Assim, pretende-se realizar um grupo de estudos dividido em oito encontros,

na tentativa de suscitar à equipe pedagógica a ter clareza de sua real função dentro

da escola e refletir sobre seu papel, no sentido de colaborar para que aconteçam as

mudanças necessárias no sistema escolar.

4

Unidade I

O Projeto – O papel do pedagogo escolar

1.1. Apresentando o tema

O tema de estudo deste projeto de intervenção pedagógica está relacionado

com papel do pedagogo na escola, buscando fazer um paralelo entre sua teoria de

formação e sua prática exercida no contexto escolar.

Justifica-se a escolha desta temática de estudo a ser desenvolvida tendo em

vista a necessidade de oportunizar a este profissional da Educação, ou seja, o

pedagogo, condições de reflexão sobre o seu modo de atuar e, analisar se está em

consonância ou não com o desempenho de sua função, que vem formando todo o

seu conhecimento teórico/profissional; bem como sua atuação na realidade escolar

em que está inserido.

A necessidade e importância da função do pedagogo na escola, sua atuação

para a melhoria e renovação do processo educacional também depende de se

complementar que sua prática esteja relacionada com a teoria que corresponde às

suas atividades.

A presença do pedagogo escolar torna-se, pois, uma exigência dos sistemas de ensino e da realidade escolar, tendo em vista melhorar a qualidade da oferta de ensino para a população. Quando se atribuem ao pedagogo as tarefas de coordenar e prestar assistência pedagógico-didática ao professor, não está se supondo que ele deva ter domínio dos conteúdos-métodos de todas as matérias. Sua contribuição vem dos campos do conhecimento implicados no processo educativo docente, [...] entre o conhecimento pedagógico e a sala de aula (LIBÂNEO, 2000, p. 55).

Desse entendimento entre teoria e prática poderão surgir muitos benefícios

para a escola, inclusive aproximando o “mundo vivido” na escola com a teoria que se

expõe desse mundo.

Na busca para reduzir a fragmentação que se efetiva entre a teoria e a prática

pedagógica precisa-se tentar de alguma maneira promover a realização de

experiências renovadoras que venham ao encontro das necessidades essenciais da

escola, em uma ação integrada e articulada entre teoria e prática, numa perspectiva

democrática.

5

Como objetivo geral pretende-se compreender como se efetiva a atuação do

pedagogo da rede estadual, frente à complexidade do espaço escolar, no

distanciamento existente entre a teoria e a prática.

Quanto à fundamentação teórica sobre o tema podemos começar enunciando

que muito tem se falado sobre a prática do pedagogo na escola, bem como também

sobre sua formação teórica.

Ainda se permanece discutindo nos dias atuais vários pontos básicos da

questão educacional e por consequência da pedagógica, pois ambas nunca estarão

dissociadas. É preciso que ocorra constantemente um repensar, uma análise sobre

a prática pedagógica, para que a mesma possa realizar um trabalho eficaz dentro da

escola, e consiga buscar soluções para os problemas educacionais existentes nos

dias atuais, bem como um projeto de intervenção na realidade com clareza e

precisão de ações, para haja uma real mudança em educação. Visto que, do jeito

que está sendo realizada hoje, muitas vezes preocupa-se mais com o processo e

não se estimula a discussão sobre que tipo de educação pretende-se realizar em

nosso país.

Sendo assim, durante este estudo buscou-se repensar as concepções que

perpassam pela formação inicial deste profissional, bem como as práticas que estão

norteando a ação educativa. Mas também, sobre as dificuldades, avanços e

expectativas que giram em torno da referente questão pedagógica. Contudo, os

desencontros observados na área refletem os problemas bem mais amplos, como a

falta de percepção sobre o papel do próprio pedagogo enquanto profissional da

educação.

Portanto, pretende-se refletir a função pedagógica tendo como ponto de

partida a prática desenvolvida na escola, pois a ação e a reflexão devem caminhar

sempre juntas.

Dalben (1995, p. 130-1) posiciona-se nesse sentido:

Toda ação humana é objetivada por uma meta que, depois de atingida e superada, é substituída por novas metas, levantadas num processo contínuo de ação-reflexão-ação. Um processo em que o homem avalia as suas ações, planeja, levanta objetivos e passa a agir novamente. Pode-se afirmar, com isso, que, especificamente no ensino, a questão não se coloca de forma diferente e, planejamento do ensino, objetivos e avaliação estão unidos por um elo maior que são as finalidades pedagógicas, estando estas unidas às finalidades sociais.

6

Nessa perspectiva, analisa-se que vem de longa data a preocupação com o

que realmente seria o trabalho pedagógico e suas implicações dentre do sistema

escolar. Todavia, variados autores continuam se interessando pelo tema e

pesquisando a respeito.

Concebe-se assim, a prática pedagógica como um processo dinâmico,

contínuo, que convoca para o cuidado em revelar caminhos na direção de uma

escola ativa, inovadora e ainda empenhada com mudanças sociais. Como nos

informa Pimenta (2002, p. 60):

[...] padece de suporte conceitual e histórico a ideia corrente entre educadores brasileiros de denominar pedagogia o curso de formação de professores para as séries iniciais do ensino fundamental e pedagogo o professor formado por esse curso. Certamente o campo da pedagogia e do exercício pedagógico inclui o trabalho dos professores e sua formação profissional, mas não há identidade conceitual entre pedagogia e formação de professores.

À medida que o profissional pedagógico passa a ter uma visão crítica do seu

próprio papel, será fácil perceber que o processo é algo complexo, devendo ocorrer

em todos os momentos da função pedagógica, tanto na sua formação quanto na sua

atuação.

Se as definições de pedagogia e pedagogos deixam transparecer um quadro

de valores que norteiam seu papel educacional, neste sentido, é de extrema

utilidade que o educador reflita sobre seus próprios valores e a tarefa a que se

propõe desempenhar.

Por tudo isso muitos profissionais têm voltado sua atenção para este tema,

procurando por meio da investigação científica respostas a estas questões a partir

do contexto escolar.

Dessa maneira, por meio desse projeto de pesquisa buscar-se-á refletir as

percepções que os implicados no meio educacional, têm das ações que orientam

seu exercício profissional.

Para atingir os objetivos propostos como metodologia será realizado um

grupo de estudos com as pedagogas da escola, para análise do assunto, para um

estudo mais detalhado sobre o tema investigado. E por meio de referencial teórico

selecionado serão propostos encontros de estudos que fundamentarão a prática

pedagógica escolar.

7

Visto que, a equipe pedagógica precisa ter clara a sua real função dentro da

escola e refletir sobre o seu papel, no sentido de colaborar para que aconteçam as

mudanças necessárias no sistema escolar.

Questão para debate:

Qual a importância da existência da função do pedagogo na escola?

1.2. Iniciando a discussão

Na busca para reduzir a fragmentação que se efetiva entre a teoria e a prática

pedagógica precisa-se tentar de alguma maneira promover a realização de

experiências renovadoras que venham ao encontro das necessidades essenciais da

escola, em uma ação integrada e articulada entre teoria e prática, numa perspectiva

democrática.

Nesse quadro vem em mente a todo momento várias questões, como qual

seria a postura do pedagogo diante da realidade atual e de que modo promover a

reflexão sobre a dinâmica do coletivo escolar. E dessa forma, verificar quais são os

entraves e dificuldades na superação e práticas fragmentadas em um processo

pedagógico distantes de seus pressupostos teóricos.

O trabalho do pedagogo é um ato processual. Nele o pedagogo mostra

também suas qualidades de educador, na medida em que trabalha com propósitos

bem definidos em relação ao desenvolvimento educacional face às exigências

sociais requeridas da escola. Pimenta (p.38, 2002) ressalta:

[...] a pesquisa como forma básica de construção do saber, em confronto, em questionamento, com os saberes já estabelecidos e como instrumento pra desenvolvimento das competências do pensar.

Diante destas indagações muitos profissionais têm voltado sua atenção para

este tema, procurando por meio da investigação científica respostas a estas

questões a partir do contexto escolar.

8

Dessa maneira, por meio desse projeto de pesquisa buscar-se-á refletir as

percepções que os implicados no meio educacional, têm das ações que orientam

seu exercício profissional.

Este trabalho procurou caracterizar a função pedagógica do ponto de vista

teórico e também como é percebida dentro dos aspectos legais. Constituiu-se na

busca de informações teóricas referentes à concepção da função pedagógica. Para

tanto, houve o levantamento de aspectos teóricos e legais referente à função

pedagógica escolar e as orientações de como ela deve se processar no sistema de

ensino.

Questão para debate:

Para iniciar os questionamentos, preencher o quadro abaixo com as práticas

pedagógicas que estão sendo efetuadas na escola, separando-as como de rotina ou

de inovação. Ao identificá-las escreva algo a respeito desta prática e porque são

classificadas de tal forma.

Ações rotineiras Ações inovadoras

9

Unidade II

Contextualização histórica do Curso de Pedagogia

2.1 Identidade do Curso de Pedagogia – Criação e Consolidação

O que se pode observar sobre a evolução do conceito do técnico pedagógico

é que estes profissionais eram tidos como especialistas de ensino, com respaldo na

Lei 5540/68, na Lei 5692/71 e no Parecer 252/69.

Antes dessas determinações existia o orientador pedagógico. Pode-se dizer

que nesse período de tempo o trabalho de pedagogo era disposto como a

orientação educacional e tinha características da orientação profissional, ou seja,

orientar os estudantes em suas opções profissionais, comumente em escolas

técnicas naquela época, aproximadamente em 1924, em que menciona-se o

aparecimento da orientação educacional.

Grinspun (1998, p.17) aponta essa fase como período implementador, por

referir-se que:

[...] a orientação começa a aparecer no cenário educacional brasileiro timidamente associado à Orientação Profissional, com ênfase nos trabalhos de seleção e escolha profissional.

Entretanto, ainda antes deste período, a formação pedagógica era baseada

pelo Decreto Lei nº 1.190 de 1939. Do qual podemos identificar várias fases como

indica Libâneo (2000, p. 115):

Estudos analíticos sobre a estruturação do curso de Pedagogia estabelecida em 1939 indicam a adoção de um currículo muito genérico e imprecisão quanto ao significado real desse curso (...). Influenciado pelos escolanovistas no que diz respeito à formação de técnicos de educação, mantém-se na legislação a ideia pragmática de pedagogia, isto é, de que o pedagogo é o que cuida dos métodos e das técnicas de ensinar.

Portanto, em sua origem o curso de Pedagogia implantou-se a partir do

Decreto-Lei n. 1.190/39 que procedeu a sua regulamentação, caracterizando o curso

como espaço de instruir os ditos “técnicos em educação”.

Neste momento histórico seriam professores já veteranos que procuravam

efetuar estudos superiores na área de Pedagogia, pois dessa forma conseguiriam

trabalhar em cargos de administração, planejamento curricular, orientação a

10

professores e alunos, inspeção escolar, entre outras funções mais técnicas no

âmbito federal e nas secretarias estaduais e municipais.

De acordo com esta proposta o curso de Pedagogia propunha como

qualificação o bacharelado para o aluno que estudasse três anos em disciplinas

específicas da área. Também havia a possibilidade de conseguir o título em

licenciatura para o cursista que após concluir o bacharelado fizesse mais um ano de

estudos em Didática e Prática de Ensino, e assim o estudante poderia atuar como

professor.

Nestes termos formava-se uma divisão no curso de Pedagogia entre

bacharelado e licenciatura que conduzia ao relacionamento de que o bacharelado

formava o técnico em educação e a licenciatura em Pedagogia, o professor que iria

lecionar as matérias pedagógicas do Curso Normal de nível secundário.

Em torno da década de 1940 existiu a fase fiscalizadora, na qual o orientador

pedagógico era confundido com a inspeção escolar. Era ele que observava as

deficiências, zelava pelo cumprimento de leis e prazos, documentação. Seguiam-se

padrões rígidos e inflexíveis em todo o país.

Após 1940 com o aumento da população e dos conhecimentos,

consequentemente aumentou o número de escolas, matrículas e a improvisação de

professores, e criou-se a necessidade de orientar os professores para serem

eficientes. Visava-se planejar e realizar cursos de atualização. Conforme a portaria

do MEC n. 478/54, os licenciados em Pedagogia além de poderem atuar como

docentes nas cadeiras de Educação adquiriram o direito de lecionar em outras

disciplinas do Ensino Médio, como por exemplo, Filosofia.

Avançando nas décadas de 1950 e 1960 a orientação pedagógica tinha a

função essencial de orientar o currículo da escola. Nesse sentido, afasta-se da

caracterização de inspeção e também assume a finalidade de implantar as

legislações que foram surgindo. Ainda existia a orientação pedagógica em nível de

escola. Nessa fase, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº

4024/61) surgiu a necessidade de aperfeiçoamento de pessoal, para possibilitar a

implantação da legislação. Como expõe Libâneo (2000, p. 118):

O final da década de 1960 e o início da década de 1970 é o período em que o chamado ”tecnicismo educacional” adquire nova roupagem, no contexto do regime militar (...). Essa tendência deixará sua marca mais nos aspectos formais da organização escolar e didática e menos em termos de

11

concepção de ensino, mas irá influenciar boa parte dos projetos governamentais e dos estudos da área da educação.

Com a homologação da Lei n°. 4024/1961 e a regulamentação enquadrada

no Parecer CFE nº. 251/1962 manteve-se o mesmo funcionamento ao curso de

Pedagogia.

Em 1961, fixou-se o currículo mínimo do curso de bacharelado em

Pedagogia, já a licenciatura do curso foi regulamentada pelo Parecer CFE nº.

292/1962, e conservava-se, portanto, os dois princípios de bacharelado e

licenciatura em Pedagogia, ainda que, na expressão do Parecer, não devesse

acontecer ruptura entre métodos e conteúdos.

Seguindo pelo tempo, em 1968, pela Lei nº 5.540/68, ocorreu nova

regulamentação do curso e, em 1969, a Lei nº 464/69 estabeleceu conteúdo e

duração mínimos a serem obedecidos na disposição do curso de Pedagogia. Em

1972, o Parecer do Conselho Federal de Educação exigiu experiência de magistério

para entrar no curso ou para conseguir o diploma. Assim, favoreceu a formação de

técnicos por meio das habilitações com funções ao que ressalta Saviani (2008,

p.51):

Supostamente bem específicas no âmbito das escolas e sistemas de ensino que configurariam um mercado de trabalho, demandando em consequência, os profissionais com uma formação específica que seria sugerida pelo curso de pedagogia. Daí a reestruturação desse curso exatamente para atender a referida demanda.

Essa regulamentação permaneceu até depois da aprovação da nova Lei de

Diretrizes e Bases, Lei n. 9.394/96, e só foi formalmente alterada com as novas

diretrizes curriculares nacionais de 2006.

As habilitações no Curso de Pedagogia representaram um dos tópicos mais

difíceis de conseguir igualdade de opinião no debate instituído sobre o próprio curso,

sobremaneira nas propostas a partir da década de 1980 pelo movimento dos

educadores. O reflexo destas posições adversas é percebido nas diretrizes

curriculares para o Curso de Pedagogia, aprovadas em 2006.

Questão para debate:

Que tipo de ideologia permeia nossa prática?

12

Cabe ao pedagogo apenas limitar sua prática às atribuições previstas em normas

legais?

Pode e/ou deve extrapolar este limite?

2.2 Identidade do Curso de Pedagogia – Aspectos Legais

O curso de Pedagogia foi instaurado com o traço que continuaria permeando

todo o seu desenvolvimento, ou seja, a complexidade em se precisar a função do

curso e, por conseguinte, a direção que os formados haveriam de tomar.

Sob o aspecto legal pode-se citar principalmente a LDB 1961; LDB 1971; a

LDB 1996 e a Diretrizes Curriculares, as quais se farão alguns apontamentos a

seguir.

Visualizando a LDB 1961.

A começar da promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional n. 4.024/1961 – LDB/1961 figurou a definição de que para lecionar no

ensino médio a formação destes professores se realizasse em faculdades de

Filosofia, Ciências e Letras. Ainda quanto à formação de orientadores educacionais

para atuar no ensino médio, se realizasse em especializações após a graduação e

dos orientadores educacionais do ensino primário, se concretizasse em nível pós-

normal, em institutos de educação. Esses foram os dois tópicos principais

estabelecidos pela Lei referindo-se a caracterização dos profissionais da Educação,

que se pode visualizar no Capítulo IV e parte do VIII desta LDB.

CAPÍTULO IV

Art. 52. O ensino normal tem por fim a formação de professôres, orientadores, supervisores e administradores escolares destinados ao ensino primário, e o desenvolvimento dos conhecimentos técnicos relativos à educação da infância.

Art. 53. A formação de docentes para o ensino primário far-se-á:

a) em escola normal de grau ginasial no mínimo de quatro séries anuais onde além das disciplinas obrigatórias do curso secundário ginasial será ministrada preparação pedagógica;

b) em escola normal de grau colegial, de três séries anuais, no mínimo, em prosseguimento ao vetado grau ginasial.

13

Art. 54. As escolas normais, de grau ginasial expedirão o diploma de regente de ensino primário, e, as de grau colegial, o de professor primário.

Art. 55. Os institutos de educação além dos cursos de grau médio referidos no artigo 53, ministrarão cursos de especialização, de administradores escolares e de aperfeiçoamento, abertos aos graduados em escolas normais de grau colegial.

Art. 56. Os sistemas de ensino estabelecerão os limites dentro dos quais os regentes poderão exercer o magistério primário.

Art. 57. A formação de professôres, orientadores e supervisores para as escolas rurais primárias poderá ser feita em estabelecimentos que lhes prescrevem a integração no meio.

Art. 58. Vetado.

Art. 59. A formação de professôres para o ensino médio será feita nas faculdades de filosofia, ciências e letras e a de professôres de disciplinas específicas de ensino médio técnico em cursos especiais de educação técnica.

Parágrafo único. Nos institutos de educação poderão funcionar cursos de formação de professôres para o ensino normal, dentro das normas estabelecidas para os cursos pedagógicos das faculdades de filosofia, ciências e letras.

Art. 60. O provimento efetivo em cargo de professor nos estabelecimentos oficiais de ensino médio será feito por meio de concurso de títulos e provas vetado.

Art. 61. O magistério nos estabelecimentos ... vetado ... de ensino médio só poderá ser exercido por professôres registrados no órgão competente.

TÍTULO VIII

Art. 62. A formação do orientador de educação será feita em cursos especiais que atendam às condições do grau do tipo de ensino e do meio social a que se destinam.

Art. 63. Nas faculdades de filosofia será criado, para a formação de orientadores de educação do ensino médio, curso especial a que terão acesso os licenciados em pedagogia, filosofia, psicologia ou ciências sociais, bem como os diplomados em Educação Física pelas Escolas Superiores de Educação Física e os inspetores federais de ensino, todos com estágio mínimo de três anos no magistério.

Art. 64. Os orientadores de educação do ensino primário serão formados nos institutos de educação em curso especial a que terão acesso os diplomados em escolas normais de grau colegial e em institutos de educação, com estágio mínimo de três anos no magistério primário.

Nessa legislação repercutiu a concepção pedagógica produzida nas décadas

de 1940 e 1950, não sem estar dissociado do âmbito social e político o qual se

caracterizou pela grande força de movimentos democráticos e liberais contra a

ordem autoritária do Estado Novo. Isto termina com o Golpe Militar, que buscou

evitar o aumento da mobilização popular que desejava expandir uma democracia

ainda muito limitada.

14

Nesta época ainda surgiu o Parecer CFE n. 252/1969 e a Resolução CFE n.

2/1969, referendando a LDB/1961 em que se pode descrever segundo Scheibe e

Durli (Revista Educação em foco, Ano 14 - n.7 - julho 2011 - p. 79-109):

Mais significativas para a área da formação dos profissionais da Educação são as normalizações que foram apresentadas após a aprovação da lei. Destacam-se aquelas voltadas para o curso de Pedagogia, constantes dos seguintes documentos: (i) Parecer CFE 251/1962, que indicou as disciplinas que deveriam compor o currículo mínimo do curso de Pedagogia; (ii) Parecer CFE 292/1962, que fixou as matérias pedagógicas para a licenciatura e (iii) Parecer CFE 12/1967, que tratou da formação de professores para as disciplinas específicas do ensino médio técnico.

Essa legislação delimitava que funções e que especialistas iriam atuar nos

sistemas de ensino. Também demarcou os conteúdos mínimos e a duração do curso

de Pedagogia. Dessa maneira, tencionava-se dar a alternativa de escolha aos

acadêmicos conforme as trabalho que planejavam exercer. Porém, ainda assim, a

caracterização do curso continuava confusa e a justificativa da necessidade de sua

existência muito frágil. Para Brzezinski, “a falta de identidade do curso de Pedagogia

refletia-se no exercício profissional do pedagogo” (BRZEZINSKI, 2008, 44).

Portanto, nas décadas de 1950 e 1960 a orientação pedagógica tinha a

função essencial de orientar o currículo da escola. Nesse sentido, afastou-se da

caracterização de inspeção e também assumiu a finalidade de implantar as

legislações que foram surgindo. Ainda existia a orientação pedagógica em nível de

escola. Nessa fase, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (nº

4024/61) surgiu como à necessidade de aperfeiçoamento de pessoal, para

possibilitar a implantação da legislação.

O que se pode dizer da LDB/1971.

Nesse período situações relativas ao rumo que o curso de Pedagogia tomaria

estavam sendo elaboradas. Essa revisão tinha o propósito precípuo de organizar os

cursos conforme as premências ocasionadas pela Reforma do Ensino de 1º e 2º

graus (Lei Fed. Nº 5692/71) e estava exprimindo a influência do conselheiro na

época o senhor Valnir Chagas.

O curso de pedagogia resultou na composição de várias alternativas de

cursos que formaram o que se chamou de licenciaturas das áreas pedagógicas.

15

Nesta perspectiva a figura do Pedagogo foi considerada como uma

possibilidade entre as habilitações a serem determinadas pelas instituições de

ensino superior, como uma alternativa além das habilitações fundamentais

(administração, supervisão, orientação, além do magistério pedagógico do 2º grau).

A lei 5.692/1971 modificou a concepção e os objetivos do ensino primário e

médio. Ainda que destinado particularmente à regulamentação dos ensinos de 1º e

2º graus, essa lei definiu um plano modificado para formação de professores e assim

enunciado no seu art. 30:

Exigir-se-á, como formação mínima para o exercício do magistério:

a) no ensino de 1º grau, da 1ª à 4ª séries, habilitação específica de 2º grau;

b) no ensino de 1º grau, da 1ª à 8ª séries, habilitação específica de grau superior, em nível de graduação, representada por licenciatura de 1º grau obtida em curso de curta duração;

c) em todo o ensino de 1º e 2º graus, habilitação específica obtida em curso superior de graduação correspondente à licenciatura plena.

§1º - Os professores a que se refere a letra “a)” poderão lecionar na 5ª e 6ª séries do ensino de 1º grau, se sua habilitação houver sido obtida em quatro séries ou, quando em três, mediante estudos adicionais correspondentes a um ano letivo que incluirão, quando for o caso, formação pedagógica.

§2º - Os professores a que se refere a letra “b)” poderão alcançar, no exercício do magistério, a 2ª série do ensino de 2o grau, mediante estudos adicionais correspondentes no mínimo a um ano letivo.

§3º – Os estudos adicionais referidos nos parágrafos anteriores poderão ser objeto de aproveitamento em cursos anteriores

(BRASIL, 1971).

Segundo Durli (2007), a lei n. 5.692/1971 admitiu a existência de cinco níveis

de formação de professores.

Todavia, a regulamentação dessa estrutura aconteceu a partir das

proposições das Indicações 22/1973, 23/1973 e 36/1973 e fixadas pelas Resoluções

n. 23/1973 e 30/1974. Onde foram determinados os princípios e as normas a serem

observadas na organização dos cursos de licenciatura. De modo geral a formação

do especialista aconteceu sobre um fundamento docente, conforme já havia

proferido o Parecer CFE n. 252/1969.

E mais especificamente o curso de Pedagogia, em sua formação contava com

dois vieses, como se refere (CHAGAS, 1976, p. 70):

16

O curso de Pedagogia permitia, agora, tanto o preparo do profissional para início de escolarização, como o do professor de educação especial e do especialista.

Ainda, durante a década de 1970 aconteceram algumas ações e esforços do

Conselho Federal de Educação para a reformulação do Curso de Pedagogia, logo,

nesta fase pode-se citar a Indicação n.70/76 sobre a preparação em nível de

graduação pregando que a formação de especialistas não docentes para as escolas

de 1º e 2º graus se realizasse através das habilitações acrescidas aos cursos de

licenciaturas.

A LDB de 1996 alguns apontamentos

Na década de 1980 houve a crítica aos especialistas em educação

desmobilizando e descaracterizando este serviço em todo o país. Como nos aponta

Pimenta (2002, p. 21):

[...] por volta do ano 1983-84, a partir da crítica à fragmentação e à divisão técnica do trabalho na escola, algumas Faculdades de Educação suprimiram do currículo as habilitações, (...) descartando boa parte da fundamentação pedagógica do curso. Fora das faculdades, em decorrência dessas mudanças curriculares e da difusão das propostas do movimento pela reformulação da formação do educador, as Secretarias de Educação retiraram das escolas ou deixaram de contratar profissionais pedagogos, prejudicando o atendimento pedagógico-didático às escolas e comprometendo o exercício profissional do pedagogo.

Logo, na década seguinte, nos anos de 1990, passou-se a uma fase

revitalizadora para superar a fase de negação dos especialistas, há uma proposta de

trabalho coletivo com os demais funcionários da escola. Visava-se uma ação

conjunta e contínua voltada para as decisões tomadas por toda a comunidade

escolar. Como ainda nos aponta Libâneo (2000, p. 125):

O esvaziamento da teoria pedagógica para dar lugar a uma teoria sociopolítica da educação foi contestada por outra posição, também de cunho crítico, que propunha ligar a necessária análise crítica da educação no capitalismo a ações pedagógicas possíveis na sociedade e na escola para contrapor-se ao sistema de exploração e dominação ideológica e material vigentes. Essa posição (...) desde logo busca fundamentar-se em uma teoria pedagógica capaz de orientar a prática cotidiana dos professores, assumindo, assim, a Pedagogia como ciência da e para a educação (...).

O Parecer CFE n. 252/1969 e a Resolução CFE n. 2/1969 vigoraram até a

legalização da LDB 9.394/1996. Portanto, nesta fase, sob o ponto de vista legal, o

17

Curso de Pedagogia direcionou-se a dois propósitos essenciais que eram a

formação de docentes para o magistério nos cursos normais e a formação de

especialistas que atuariam nas escolas de 1º e 2º graus. Quanto ao aspecto da

formação do professor primário no plano da graduação, figurava apenas como uma

das funções do curso.

Também, não se pode esquecer que nesta década, foi gestada e aprovada a

Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), que norteou as novas

diretrizes para a educação brasileira. E com ela sobreveio toda uma legislação

pertinente, para deliberar sobre a educação no país.

Alguns novos questionamentos vieram à tona, com esta LDB 9394/96, que

ocasionou debates quanto à estrutura formal de um curso que tem por objeto a

formação de docentes.

Pode-se ver nos artigos 62 e 63, que nova lei criou uma instabilidade nos

referenciais do curso, pois incluiu os Institutos Superiores de Educação além das

universidades como espaço de formação a docentes para exercer o magistério na

Educação. E ainda, decide pela conservação do Curso Normal Superior para formar

profissionais que ministrarão aulas na Educação Infantil e nas primeiras séries do

Ensino Fundamental (BISSOLI DA SILVA, 1999).

Tudo isso, ocasionou intensas críticas quanto à relativa necessidade do curso

de Pedagogia e qual seria sua característica distintiva.

Ainda, pode-se perceber como dado importante nesta nova LDB, no que

concerne à questão pedagógica, o que está posicionado no artigo 64 que expõe:

Art. 64. A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional. (BRASIL, 1996).

É significativo expor que a partir do ano de 2.000 podemos citar entre a

legislação que entraram em vigor; a Resolução CNE/CP nº 1/2006 que fundamenta-

se no Parecer CNE/CP nº 5/2005, e o que sucedeu CNE/CP nº 3/2006 que tratam

das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. Nesta legislação

que entra em vigor podemos citar como aspecto principal o artigo 4º no qual consta:

Art. 4º O curso de Licenciatura em Pedagogia destina-se à formação de professores para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos

18

anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar e em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. (BRASIL, 2006)

O que é possível e importante referir que entre progressos e explicitações

para a área pedagógica também surgem muitos indagações quanto à questão sobre

a formação dos profissionais pedagógicos e seu real campo de atuação.

Pode-se verificar esta questão no que diz Scheibe (2007, p. 289):

Há imprecisões em relação aos padrões de exigência do curso, tanto nos pareceres como na resolução, o que certamente tornará difícil a tarefa de estabelecer um mínimo de unidade nacional ao mesmo.

Cabe ainda registrar que muitos movimentos organizados se formaram nestas

épocas, para discutir e mobilizar-se a fim de conseguir uma intervenção em

processos para reformulação dos cursos de formação de educadores.

Porém, mesmo depois de todos esses anos de muitos debates pelos mais

preocupados desta problemática e de diversos esforços para resolver o assunto por

parte dos órgãos governamentais, observa-se que os cursos de formação de

educadores ainda não foram readequados. E ainda é importante citar que, a questão

da identidade do curso de Pedagogia foi relegada ao segundo plano e o centro do

enfoque passa a ser a formação dos educadores em geral.

Um olhar nas Diretrizes Curriculares

Documentos oficiais, como a resolução do Conselho Nacional de Educação

n.1/06 (BRASIL, 2006), explicitaram as ação docente como representante em todas

as atividades de condições socioeducativas, compreendida como ação educativa.

Segundo Libâneo (2006), é necessário entender o que é a docência e como

se descobrir o processo de formação do pedagogo, cujo campo de desempenho

progressivo é vasto.

Alargando o entendimento legal a respeito, mencionam-se as Diretrizes

Curriculares Nacionais (DCN), no parágrafo único do artigo 4º, que elucida:

Parágrafo único. As atividades docentes também compreendem participação naorganização e gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando: I - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor da Educação;

19

II - planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências educativas não-escolares; III - produção e difusão do conhecimento científico-tecnológico do campo educacional, em contextos escolares e não-escolares.

Ao interpretar esse artigo das DCNs, deduz-se a docência como uma

atividade que não se limita somente às ações em sala de aula. Pode-se dizer que

neste processo para identificar as atividades concernentes à formação do aluno de

Pedagogia, atividades como gestão escolar, coordenação ou a própria docência em

sala de aula, tem como finalidade última a ação educativa. Então, a docência

estende-se em um plano muito maior do que um simples ensinar. Libâneo (2000, p.

22) acrescenta:

A meu ver, a Pedagogia ocupa-se de fatos, dos processos educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso, ela tem um significado bem mais globalizante. Ela é um campo de conhecimento sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade, e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa.

Pode-se afirmar que o autor evidencia francamente sua concepção de

docência, explanando que a formação do pedagogo expõe possibilidades de

atuação profissional muito vasta, observando-se que considera as atividades de sala

de aula e de gestão.

Enfim, ao analisar o curso de Pedagogia, focalizando seus mais de setenta

anos de existência em nosso país, pode-se afirmar que o mesmo não foi conduzido

de maneira à bem formar o pedagogo e ainda evidenciar onde o mesmo iria exercer

sua função educativa. Todos esses reveses impeliram o Curso a atravessar

inúmeras reformulações, sem até hoje ter sua natureza e caráter totalmente

definidos.

Questão para debate:

Com base no que já lemos até aqui, faça uma lista com alguns termos que

caracterizem o perfil da ação pedagógica nesta escola. Como ele vem se

desenvolvendo.

20

Em seguida vamos discutir sobre a seguinte questão:

Até onde vai nossa responsabilidade na possível reconstrução da identidade

profissional do pedagogo, tendo em vista as recentes discussões a respeito tanto de

sua formação, como de seu papel dentro da escola?

21

Unidade III

O Papel do pedagogo entre a teoria e a prática

3.1 A função supervisora e orientadora do pedagogo

O pedagogo na escola surgiu como coordenador e orientador pedagógico. Ele

deveria ter a visão sobre todo o processo educativo para que a escola pudesse

alcançar os objetivos gerais da educação e os objetivos específicos da própria

escola.

Portanto, o pedagogo dentro da sua função racionalizava sobre o

desenvolvimento do currículo escolar. Através de seu trabalho acerca do currículo,

almejava par que este atendesse os objetivos e fins da educação, a filosofia da

escola, ou seja, os eixos norteadores da ação da escola.

Para alcançar estas metas o pedagogo valer-se-ia de metodologias,

estratégias e técnicas próprias da sua função, para que todos os envolvidos no

âmbito escolar, mas principalmente alunos e professores, alcançassem o sucesso

educacional.

A esfera de ação seria dentro dos limites predeterminados do setor escolar,

observando o calendário escolar e datas demarcadas pelas Secretarias de

Educação.

Desde os primórdios destes conceitos para os dias atuais aconteceram

muitos acontecimentos, mudanças ou até mesmices na área educacional. A

definição sobre o papel do pedagogo tem evoluído pelos tempos.

Conforme as tendências pedagógicas vigentes pela qual tem atravessado a

escola, igualmente a função do pedagogo vai se transformando historicamente, na

dependência das necessidades do contexto e como também da realidade da escola

naquele momento.

Independente dessas variantes há a necessidade do estudo da evolução das

organizações escolares, pedagógicas e dos “ditos” especialistas em educação para

entender e também situar a escola e a ação do pedagogo dentro desse contexto.

22

Desse modo, ainda em tempos de uma fragmentação da função do pedagogo

tinha-se o Orientador Educacional e o Supervisor Escolar, as quais pode-se notar as

funções definidas pelas leis educacionais regimentos e decretos resoluções.

Dentro do contexto histórico que permeou o trabalho do orientador

educacional, ele seria um profissional que atuaria diretamente com o aluno.

Empenhando-se em tratar os problemas que os discentes poderiam dispor no dia-a-

dia escolar, busca fazer contato direto com a família a fim de promover o

aperfeiçoando desse vínculo, para que concorram num mesmo objetivo que seria o

desenvolvimento integral do educando. Tenta obter, também, meios para que o

ambiente escolar seja apropriado e favoreça o desenvolvimento educacional e

pessoal dos alunos. Percebem-se estas atribuições do Orientador Educacional

segundo o Decreto nº 72.846, de 26 de setembro de 1973 dessa época:

Art. 8º São atribuições privativas do Orientador Educacional: a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional em nível de:

1 - Escola;

2 - Comunidade.

b) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de Orientação Educacional dos órgãos do Serviço Público Federal, Municipal e Autárquico; das Sociedades de Economia Mista Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.

c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao processo educativo global.

d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades do educando.

e) Coordenar o processo de informação educacional e profissional com vista à orientação vocacional.

f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do educando.

g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.

h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.

i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, satisfeitas as exigências da legislação específica do ensino.

j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.

l) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.

Art. 9º Compete, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições: a) Participar no processo de identificação das características básicas da comunidade;

23

b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar;

c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola;

d) Participar na composição caracterização e acompanhamento de turmas e grupos;

e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos;

f) Participar do processo de encaminhamento dos alunos estagiários;

g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade;

h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.

Quanto à função do Supervisor Escolar encontram-se indicações que

apontam para o acompanhamento junto ao trabalho dos professores. De maneira a

apreciar dirigir, encaminhar, conduzir, orientar, aconselhar, motivar, sugerir, propor o

comprometimento dos docentes com as atividades escolares, na busca de

resultados eficientes e positivos da ação pedagógica desenvolvida pelos

professores. Assim, através do professor se chegará à aprendizagem dos alunos,

este seria o ponto primordial do trabalho do supervisor escolar.

Neste período de tempo observa-se é que as atribuições do Supervisor

Escolar eram descritas por leis dentro dos Estados da Federação, a partir de

interpretações de regulamento Federal. O que pode-se notar neste recorte:

Ato Institucional nº 8, de 2 de abril de 1969. Art. 1º - Fica atribuída ao Poder Executivo dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios de população superior a duzentos mil habitantes, competência para realizar, por decreto, a respectiva Reforma Administrativa, observados os princípios fundamentais adotados para a Administração federal. (Brasil, 1969)

Em consequência, veem-se os estados com fundamento no Ato Federal

criando seus decretos na área da Educação como se tem o exemplo a seguir do

Estado de São Paulo, e o que não deixa de ser uma base para as atribuições de

Supervisão Escolar na época:

Decreto nº 5.586, de 5 de fevereiro de 1975 Dispõe sobre atribuições dos cargos e funções do Quadro do Magistério Artigo 7 º - São atribuições do cargo Supervisor Pedagógico:

I - orientar o acompanhamento, avaliação e controle das proposições curriculares na área de sua jurisdição;

II - zelar pela integração do sistema, especialmente quanto à organização curricular;

24

III - compatibilizar os projetos das áreas administrativas e técnico - pedagógicas, a nível inter-escolar;

IV - elaborar os instrumentos adequados para a sistematização das informações;

V - garantir o fluxo recíproco das informações entre a unidade escolar e órgãos centrais do sistema;

VI - assistir tecnicamente aos diretores e coordenadores pedagógicos para solucionar problemas de elaboração e execução do plano escolar;

VII - manter-se permanentemente em contato com as escolas sob sua jurisdição, por intermédio de visitas regulares e de reuniões com os diretores e coordenadores, bem como com professores, quando de unidades isoladas, através dos quais se fará sentir sua ação de natureza pedagógica;

VIII - determinar providências tendentes a corrigir eventuais falhas administrativas que venha a constatar;

IX - participar da elaboração de programas e projetos a nível de Delegacia de Ensino;

X - cumprir e fazer cumprir as disposições legais relativas à organização didática, administrativa e disciplinar das escolas, bem como as normas e diretrizes emanadas das autoridades superiores; XI - apresentar relatório das atividades executadas, acompanhado de roteiro de inspeção.

Relaciona-se assim que o perfil do supervisor estabelecido pelas Secretarias

de Estado da Educação considera as atribuições da ação supervisora em uma

articulação entre a legislação em vigor e os princípios educacionais.

Questão para debate:

Quais desafios podemos perceber para que se efetive na agora função: pedagogo

escolar; as práticas de ação conjunta dos outrora orientador educacional e o

supervisor de ensino?

E dentro desses desafios ainda podemos questionar:

É importante o pedagogo acompanhar o trabalho dos professores? Por quê? Como

isso acontece?

E de que maneira se desenvolve o acompanhamento dos alunos na escola?

3.2 O papel do pedagogo: o que diz a legislação do Paraná

25

Durante os anos de 1990 também pode-se referir no que tange ao Estado do

Paraná, um acompanhamento ao que circulava pelo país, podendo-se reportar na

própria Constituição do Paraná que garante a função dos especialistas pedagógicos:

Art. 189. O Poder Público estadual assegurará funções e cargos aos especialistas de educação do sistema estadual de ensino. (Redação dada pela Emenda Constitucional 7 de 24/04/2000) Emenda Constitucional 07 - 24 de Abril de 2000 Publicado no Diário Oficial no. 5731 de 28 de Abril de 2000

Pode-se também citar no Paraná o concurso para Supervisão e Orientação

escolar em 1991, na qual a proposta vigente era de um Regimento Escolar único, ou

seja, equipe pedagógica: Supervisão Escolar e Orientação Educacional.

A Supervisão Escolar e a Orientação Educacional são atualmente dois

segmentos da escola, responsáveis pela articulação das ações pedagógicas as

quais precisam ocorrer de forma coletiva, visto que são entendidos agora como

pedagogos ou ainda mais restritivamente a professores pedagogos.

A partir de meados dos anos 2000, as funções dos especialistas, foram

convergidas a uma única designação, ou seja, de Supervisão Escolar e Orientação

Educacional para Equipe Pedagógica, cargos a ser ocupado pelo então denominado

“Professor Pedagogo”. E ainda se pode frisar que estas funções não foram

diferenciadas. Porém neste momento, é exigência básica para ocupar o cargo a

formação em Pedagogia.

Assim, em conformidade com a Lei Complementar 103/04, que discute o

Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná,

determina seu Cap.III, Art. 4º, item V a concepção essencial sobre o professor,

modificando terminologia dos especialistas. De acordo com a lei:

V – PROFESSOR: servidor público que exerce docência, suporte pedagógico, direção, coordenação, assessoramento, supervisão, orientação, planejamento e pesquisa exercida em Estabelecimentos de Ensino, Núcleos Regionais da Educação, Secretaria de Estado da Educação e unidades a ela vinculadas (PARANÁ, 2004).

Confirma-se nesta mesma Lei, no Capítulo X, a extinção dos cargos de

Orientador Educacional e Supervisor Escolar, nos artigos 33 e 39.

Art. 33. Os cargos de Professor e Especialista de Educação, que compõem o Quadro Próprio do Magistério da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná, ficam transformados em cargos de Professor, sendo que os

26

ocupantes dos referidos cargos ficam enquadrados no presente Plano de Carreira do Professor, obedecidos os critérios nesta Lei.

Art. 39. Ficam considerados em extinção, permanecendo com as mesmas nomenclaturas, os cargos de Orientador Educacional, Supervisor Educacional, Administrador Escolar na medida em que vagarem, assegurando-se tratamento igual ao que é oferecido ao Professor, inclusive o direito ao desenvolvimento na carreira, para aqueles que se encontram em exercício. (PARANÁ, 2004)

Proporcionalmente a estas mudanças também é alterada a definição do porte

das escolas paranaenses, e dessa maneira as instituições escolares que possuíam

dois profissionais da educação na figura do orientador educacional e do supervisor

de ensino declinariam para apenas um pedagogo com a incumbência de uma função

duplamente acumulada.

Na esteira dessas mudanças, a Secretaria de Estado da Educação do Paraná

orienta a função do professor pedagogo através da descrição das atividades

inerentes ao cargo por meio do Edital nº 37/2004 e também do Edital nº 10/2007 que

referenda o anterior em seu item 2.5, sendo que ambos normatizam a realização de

concurso público. Assim, aqui é necessário expor o que a SEED relata como

atividades do cargo de Professor Pedagogo nos Estabelecimentos de Ensino do

Paraná:

2.5 DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DO CARGO: Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do Projeto Político-Pedagógico e do Plano de Ação da Escola; coordenar a construção coletiva e a efetivação da Proposta Pedagógica Curricular da Escola, a partir das Políticas Educacionais da SEED/PR e das Diretrizes Curriculares Nacionais e Estaduais; promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico e para a elaboração de propostas de intervenção na realidade da escola; participar e intervir, junto à direção, da organização do trabalho pedagógico escolar no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar; sistematizar, junto à comunidade escolar, atividades que levem à efetivação do processo ensino e aprendizagem, de modo a garantir o atendimento às necessidades do educando; participar da elaboração do projeto de formação continuada de todos os profissionais da escola e promover ações para a sua efetivação, tendo como finalidade a realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar; analisar as propostas de natureza pedagógica a serem implantadas na escola, observando a legislação educacional em vigor e o Estatuto da Criança e do Adolescente, como fundamentos da prática educativa; coordenar a organização do espaço-tempo escolar a partir do Projeto Político-Pedagógico e da Proposta Pedagógica Curricular da Escola, intervindo na elaboração do calendário letivo, na formação de turmas, na definição e distribuição do horário semanal das aulas e disciplinas, da hora-atividade, no preenchimento do Livro Registro de Classe de acordo com as Instruções Normativas da SEED e em outras atividades que interfiram

27

diretamente na realização do trabalho pedagógico; coordenar, junto à direção, o processo de distribuição de aulas e disciplinas a partir de critérios legais, pedagógicos e didáticos e da Proposta Pedagógica Curricular da Escola; organizar e acompanhar a avaliação do trabalho pedagógico escolar pela comunidade interna e externa; apresentar propostas, alternativas, sugestões e/ou críticas que promovam o desenvolvimento e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar, conforme o Projeto Político-Pedagógico, a Proposta Pedagógica Curricular, o Plano de Ação da Escola e as Políticas Educacionais da SEED; coordenar a elaboração de critérios para aquisição, empréstimo e seleção de materiais, equipamentos e/ou livros de uso didático-pedagógico, a partir da Proposta Pedagógica Curricular e do Projeto Político-Pedagógico da Escola; participar da organização pedagógica da biblioteca, assim como do processo de aquisição de livros e periódicos; orientar o processo de elaboração dos Planos de Trabalho Docente junto ao coletivo de professores da escola; subsidiar o aprimoramento teórico-metodológico do coletivo de professores da escola, promovendo estudos sistemáticos, trocas de experiência, debates e oficinas pedagógicas; organizar a hora-atividade do coletivo de professores da escola, de maneira a garantir que esse espaço-tempo seja utilizado em função do processo pedagógico desenvolvido em sala de aula; atuar, junto ao coletivo de professores, na elaboração de propostas de recuperação de estudos a partir das necessidades de aprendizagem identificadas em sala de aula, de modo a garantir as condições básicas para efetivação do processo de socialização e apropriação do conhecimento científico; organizar a realização dos Conselhos de Classe, de forma a garantir um processo coletivo de formulação do trabalho pedagógico desenvolvido pela escola e em sala de aula, além de coordenar a elaboração de propostas de intervenção decorrentes desse processo; informar ao coletivo da comunidade escolar os dados do aproveitamento escolar; coordenar o processo coletivo de elaboração e aprimoramento do Regimento Escolar, garantindo a participação democrática de toda a comunidade escolar; orientar a comunidade escolar na proposição e construção de um processo pedagógico numa perspectiva transformadora; ampliar os espaços de participação, de democratização das relações, de acesso ao saber da comunidade escolar; participar do Conselho Escolar, subsidiando teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar; propiciar o desenvolvimento da representatividade dos alunos e sua participação nos diversos momentos e órgãos colegiados da escola; promover a construção de estratégias pedagógicas de superação de todas as formas de discriminação, preconceito e exclusão social e de ampliação do compromisso ético-político com todas as categorias e classes sociais.

Assim, constata-se que os desafios são muitos e a atuação do coordenador

pedagógico, como se percebe é relevante, pois abrange diversas questões.

Essas indicações submetem uma prática estendida para além da inspeção e

da supervisão, estabelece o pedagogo como um profissional que coordena um

trabalho coletivo, que viabiliza o planejamento, a formação continuada e que busca

investigar sobre a prática pedagógica.

Desse modo, preocupa-se hoje em ultrapassar o conceito do pedagogo como

mero atendente técnico, coadjuvante de corredores, para que sua atuação se torne

cada vez mais uma tarefa eminentemente educativa, a serviço do aperfeiçoamento

28

da educação, para que esta se torne criativa, crítica, democrática, atrativa, e que se

empenhe em elevar o nível cultural de todos os envolvidos no processo escolar.

Para que se inicie um processo de renovação é preciso que se busque uma

revalorização do trabalho do pedagogo na escola. Para isso, primeiramente há

necessidade de se ter muito clara sua real função na escola e o próprio profissional

precisa buscar manter firme sua postura perante este princípio norteador.

A importância da função e do trabalho do pedagogo dentro da escola é que

articulará a essência desse serviço. E isso, só se concretizará se primeiramente

através de um trabalho coletivo de gestão escolar, onde todos podem contribuir

democraticamente com ideias, opiniões e espaço para tomada de decisões. Só

assim, será construído um ambiente onde todos os segmentos da escola consigam

ter liberdade de opinar, interferir, propor ações, é, portanto, antever vários ângulos

de uma mesma questão.

Questão para debate:

De que forma caracterizar a atuação do pedagogo da rede estadual?

E como ele está enfrentando os problemas que se apresentam seu cotidiano

escolar?

29

Unidade IV

O Trabalho pedagógico e suas implicações no cotidiano escolar

4.1 Alguns eixos do trabalho pedagógico e possibilidades de atuação

Proposta Pedagógica

O pedagogo escolar necessita antes de tudo ser um articulador dentro da

escola, precisa estimular a renovação do ensino e contribuir de maneira científica

para o planejamento geral da escola e consequentemente para a elaboração do

projeto político pedagógico.

Dentro desse eixo deve haver a procura por uma gestão escolar

compartilhada que implica também que o pedagogo procure desenvolver novas

propostas educacionais, buscando métodos, propostas curriculares que concorram

para uma educação transformadora. Para isso, em seu trabalho o pedagogo precisa

constantemente repensar a educação escolar perante as novas necessidades da

sociedade e da escola e se colocar criticamente diante dessa realidade, de

questionar as soluções encontradas e de criar novos instrumentos de trabalho e

pesquisa que estimulem o aperfeiçoamento constante da comunidade escolar e em

consequência da própria sociedade a fim de consolidar as conquistas e realizações

humanas.

Dentro desse ponto de vista, é urgente que a direção se apresente

comprometida com a equipe pedagógica na tomada de decisões que sejam

necessárias à construção de um projeto pedagógico escolar consciente e realmente

eficaz e responsável pelos rumos que a escola deverá trilhar. Para isso, é no PPP

que se apresenta condição implícita para que descreva e revele a forma de

organização que permeará o trabalho da escola.

Não se pode, porém, deixar de afirmar que a construção do projeto

pedagógico não é uma ação solitária da equipe pedagógica nem tão pouco do

diretor, mas é antes de tudo uma deliberação de toda comunidade escolar e para

isso deve concretizar-se em um espaço democrático de tomada de decisões,

procurando suprimir conflitos, autoritarismos e deliberações que manifestem

intenções de conseguir vantagens ordem pessoal. Para Veiga (2004, p.14-15):

30

O projeto busca um rumo, uma direção. É uma ação intencional, com um sentido explícito, com um compromisso definido coletivamente. Por isso, todo projeto pedagógico da escola é, também, um projeto político por estar intimamente articulado ao compromisso sociopolítico com os interesses reais e coletivos da população majoritária.

Desde a aprovação e publicação da LDB de 1996 o debate sobre a

construção do Projeto Político Pedagógico se reforçou dentro do ambiente escolar.

Porém, inicialmente a carência de um entendimento mais claro e conciso, propiciou

que a execução e implementação deste documento no sistema escolar

permanecesse meramente em seu aspecto de mais uma formalidade burocrática,

ocorrendo de forma fracionada e descomprometida com seu verdadeiro propósito.

Não aconteceram realmente incentivos para que houvesse uma configuração de

autonomia das escolas suficiente para que viesse a se consolidar como um

verdadeiro projeto de construção das finalidades educativas.

Estabelecer prazos, normas e particularidades para que as escolas elaborem

e implementem o PPP acaba transformando este recurso que poderia ser um

veículo de melhoria do processo escolar em mais uma exigência burocrática que

acaba virando papelada dentro de gaveta.

O projeto pedagógico deveria ser mais uma possibilidade para que projetos

importantes se realizem na escola, como a percepção dos problemas mais

significativos e consequentemente quais encaminhamentos coletivos poderiam ser

propostos na resolução destas lacunas.

Esse conjunto de medidas ou providências a serem tomadas, porém tem se

instituído tão difícil no ambiente escolar, que por vezes parece que algo distante de

se confirmar.

Todavia, esses entendimentos são essenciais para que haja o empenho de

conseguir a unificação da escola em um propósito conjunto que este projeto escolar

realmente se efetive. Para Vasconcellos (2005, p.143):

Projeto Pedagógico [...] é um instrumento teórico-metodológico que visa ajudar a enfrentar os desafios do cotidiano da escola, só que de uma forma refletida, consciente, sistematizada, orgânica e, o que é essencial, participativa.

Porém, depois de muitos avanços e retrocessos no processo de formação e

transformação do sistema educacional, é premente a construção de um PPP

efetuado de maneira compartilhada com todos os envolvidos da comunidade

31

escolar. Ele deve explicitar as ideias, conceitos e objetivos em que o coletivo se

fundamenta. Deve conter as decisões e prioridades de todos os segmentos da

escola para que ocorra o propósito maior educação que é o verdadeiro sucesso do

ensino-aprendizagem.

Formação Continuada

Precisa-se iniciar dizendo que o pedagogo é comumente mais um dos

profissionais que formam o conjunto da instituição escolar. Contudo, é de fato

importante considerar a relevância que pode ter o seu trabalho quando este

acontece de forma processual e planejada com vistas na compreensão de seu papel

de acompanhamento e mediação do conjunto pedagógico da escola. O pedagogo

tem o compromisso de articular as atividades pedagógicas, bem como estimular e

contribuir na formação continuada dos profissionais escolares.

Referindo-se aqui no sentido da formação continuada como algo que pode

acontecer durante o peculiar desempenho de funções e principalmente na reflexão

dessas práticas pedagógicas, ou seja, no interior da própria escola.

É preciso ressaltar que depende consideravelmente para que isto ocorra, o

caráter que o pedagogo dará ao seu trabalho como alguém que apoia e contribui

para a realização de uma meta comum. E ainda coopera agindo como aquele que

propicia a formação coletiva dos profissionais da educação.

Dessa forma, o pedagogo deve auxiliar os envolvidos no processo educativo

a ficarem receptivos e atentos para as mais variadas alterações que ocorrem no

sistema educacional como um todo e que isso incorrerá em muitos embates a

encarar não só na sala de aula, mas em todos os setores escolares. E uma das

maneiras de se fazer o enfrentamento a esta questão é a formação continuada em

ação. Como pode-se observar no texto de Libâneo (2004, p.227):

A formação continuada é o prolongamento da formação inicial, visando o aperfeiçoamento profissional teórico e prático no próprio contexto de trabalho e o desenvolvimento de uma cultura geral mais ampla, para além do exercício profissional.

As análises atuais que acompanham o estudo mai recente a respeito de

formação continuada apontam para um tipo de formação mais direcionada a um

professor reflexivo e possui como suporte principal, em especial a escola. Porém,

32

sem negar a respeitável formação primordial que os estudos superiores exercem na

formação docente.

Contudo, ainda pode-se expor que um exercício reflexivo do trabalho docente,

pode ser encarado como uma maneira de renovar os princípios tanto profissionais,

mas também pessoais, pois seria realizado de forma a interagir com a própria

ideologia da escola bem como juntamente com todos os envolvido neste mesmo

processo.

Todavia, para que o ambiente da escola se transforme em um meio

expressivo de formação contínua.

É relevante que a experiência pedagógica aconteça de forma a ponderar, ou

seja, refletir sobre os problemas educacionais da escola em questão e

principalmente como empreender esforços para sua resolução. É ainda importante

ressaltar que esta prática seja desenvolvida de forma coletiva por todos da

instituição escolar, pois só assim se verifica a geração de um sentimento de que

todos se percebem responsáveis pelas decisões tomadas.

Nessa perspectiva, é que ação do pedagogo é determinante para que esse

processo ocorra na escola. Mas para que isso aconteça é preciso que o próprio

pedagogo incorpore uma mudança na concepção de seu trabalho e isso só vai

tornar-se realidade a partir do momento que ele mesmo tenha muito clara a sua

função como profissional dessa área.

Conforme este direcionamento da formação continuada, onde o próprio

ambiente escolar é encarado como um lugar de caráter formativo, o corpo técnico-

pedagógico e também o docente precisam questionar sua prática pedagógica, e

determiná-la em sua vasta e complexa estrutura, tencionando encontrar a resolução

para as situações escolares que necessitem.

Planejamento docente

Uma das funções principais do pedagogo é uma busca à orientação aos

professores, como parceiros que são na construção coletiva da escola, para um

trabalho de reflexão dos sobre sua prática pedagógica, de como seu papel de

educador moderno é fundamental para a transformação da educação e da própria

sociedade.

33

Dessa maneira, pode-se antever uma mudança nos paradigmas escolares

hoje instaurados e assim partir para viabilizar o processo educativo a fim de que

realmente contribua para a promoção de uma escola de qualidade, onde o aluno

seja mais consciente de seu papel dentro de uma sociedade e também assim, seu

interesse escolar possa ser resgatado.

Através desse trabalho ainda, o pedagogo pode promover a democratização

nas decisões do processo pedagógico da escola e contribuir para a melhoria das

condições do aluno, professor e da própria racionalização de seu trabalho

pedagógico.

O papel do pedagogo está se reconfigurando, acima de tudo ele precisa ser

um parceiro pedagógico do professor. E necessita desenvolver um trabalho de

mediação entre o objeto de ensino e o trabalho que o professor deve realizar,

precisa apoiar o docente em suas ações diárias, articulando discussões e

consequentemente decisões em conjunto.

Distingui-se, aqui o desempenho do pedagogo, frente ao processo do

planejamento escolar docente, expondo que a ação desse profissional é essencial

para impulsionar a melhora da qualidade de ensino. Mas para que isso realmente

aconteça o pedagogo precisa conhecer intrinsecamente as relações do sistema

escolar, estudar os vínculos entre as forças e os movimentos que se colocam na

dinâmica desse grupo, do ponto de vista dos objetivos reais e específicos dessa

esfera educacional. Além disso, deve demarcar questões que necessitam serem

revistas, ajudando na articulação do planejamento um grau de compreensão e assim

posterior desenvolvimento dos indivíduos.

Também nessa perspectiva, o trabalho da equipe pedagógico deve contribuir

com mediações valiosas para a ação docente, funcionando como uma condução na

conquista de ideias para melhorar o processo pedagógico.

Nesse sentido, o pedagogo, precisa tornar-se um legítimo profissional da

educação, e precisa desenvolver uma prática pedagógica racional e associada a sua

realidade escolar. Portanto, deve desempenhar uma ação em relação a objetivos

anteriormente definidos, ou seja, com intencionalidade e não de modo casual e sem

planejamento.

Tem-se conhecimento que conseguir o espaço real de mediação junto ao

corpo docente, conquistando um legítimo lugar para opinar e promover

34

questionamentos é um grande desafio aos pedagogos. Mas é preciso antes de tudo

buscar essa afirmação profissional junto ao campo de trabalho escolar. Só assim,

acontecerá a efetiva e necessária ação consciente do pedagogo, dentro de uma

prática que promova a discussão e reflexão sobre as diferentes questões

vivenciadas na escola. Sendo esta prática um caminho no sentido de se conseguir a

objetividade e totalidade da educação.

A equipe pedagógica precisa compreender verdadeiramente as relações de

trabalho que permeiam a nossa sociedade e consequentemente se reproduzem

também dentro de nossas escolas. Para isso, é imprescindível que disponha de uma

formação ampla e sólida a respeito de educação e de todas as implicações que

interagem e se relacionam a esse sistema.

Como afirma Libâneo (2000, p.127);

a atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (...), na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho em sala de aula.

É importante dizer, que o pedagogo tem a responsabilidade em procurar

desenvolver meios para efetivar sua proposta de trabalho, na qual deve estimular o

aperfeiçoamento da prática docente e assim, fomentar mudanças significativas na

escola, hoje evidenciadas tanto quanto necessárias.

Ainda, é imprescindível o acompanhamento da ação educativa docente, de

modo a cooperar, auxiliando-o em suas dúvidas e dificuldades, bem como no

assessoramento para a efetivação da qualidade do ensino. Também, é

indispensável que a equipe pedagógica reconheça e valorize todos os esforços dos

professores em sua ação pedagógica e apresente igualmente uma atenção especial

com a integração da escola.

Questão para debate:

O que podemos elencar como uma ação preponderante no desenvolvimento do

trabalho do pedagogo no sistema educacional.

Indique, por ordem de prioridade, três ações pedagógicas essenciais para a escola

em questão, e o porquê dessa escolha.

35

4.2 Avanços e dificuldades

Apesar do muito que se tem discutido sobre a validade ou não em manter a

função do pedagogo na escola, pode-se dizer que se ainda existem grandes

dificuldades no desenvolvimento da função, também houve avanços significativos

neste processo.

Dentro dos avanços da profissão pode-se citar que ela está regulamentada e

sistematizada dentro da organização escolar.

A função do pedagogo evoluiu de um exercício mais fiscalizador para um

papel mais de cooperação e maior aproximação junto aos professores, na

orientação e elaboração de um planejamento que atenda as necessidades de um

ensino-aprendizagem mais competente e atrativo.

Preocupa-se cada vez mais com o estímulo a princípios democráticos, a uma

ação cooperativa e com base científica, propondo sempre que seja planejada e

posteriormente avaliada através de mecanismos hoje presentes nos meios

escolares.

Entre as dificuldades que ainda estão presentes no papel do pedagogo,

expõe-se a falta de clareza dos outros profissionais e dos vários segmentos da

comunidade escolar sobre a real função do pedagogo escolar. Também uma das

maiores queixas junto aos profissionais da área é a falta de tempo. Porém, nota-se

que muitas vezes o pedagogo acaba executando várias tarefas corriqueiras do

universo escolar e consequentemente fica difícil o tempo hábil para se dedicar ao

seu papel de co-gestor do processo educativo, e para realizar um trabalho bem

estruturado e com uma base bem definida.

Tendo como fundamento um trabalho coletivo dentro de uma gestão

compartilhada, o pedagogo pode atuar em quase todas as esferas da escola.

Uma dessas áreas e de grande relevância é a possibilidade de intervenção no

currículo escolar que inclui um serie de atividades de coordenação e avaliação do

sistema escolar e tudo que nele está inserido, buscando princípios integradores,

relacionamento, e sequência do currículo com o planejamento geral da escola e o

projeto político pedagógico.

36

Outra área que exige uma forte atuação pedagógica é a da avaliação escolar,

seja em todos os sentidos, do amplo ao restrito. Esta questão está ligada

intrinsecamente a anterior, pois também depende da elaboração de um plano

curricular, que pressupõe o conhecimento de fundamentos básicos e indispensáveis

ao avanço objetivo de todo sistema escolar.

Assim, o pedagogo deve propiciar a busca por princípios orientadores e

conhecimentos diretivos sobre os objetivos educacionais, em função de uma filosofia

que inspira a escola e que deve estar presente e explícita no projeto pedagógico.

Além disso, a equipe pedagógica da escola também deve desenvolver seu

programa de trabalho, tendo em vistas as várias correntes e tendências da

educação que transpassam o universo escolar no decorrer dos tempos. Deve

interagir ordenadamente no sentido de alcançar objetivos comuns e particulares e

ser pautado em pressupostos de ensino, a fim de inspirar, orientar, e administrar ao

que se propõe.

Dessa maneira, é essencial enfatizar que a prática do pedagogo deve traduzir

os valores e ideias da instituição e comunidade escolar, com a adequação dessa

estrutura educacional ao projeto educativo e pedagógico da escola. Isso designa a

reflexão sobre o caráter pedagógico e filosófico da entidade escolar, suas regras e

códigos, e tem por objetivo esclarecer e sistematizar as bases do projeto pedagógico

da escola como também determinar as diretrizes e princípios que nortearão toda

ação educativa do grupo envolvido.

Para isso, o grupo que forma os profissionais da escola devem fazer uma

conceituação qualitativa de valores, normas e preceitos legalmente instituídos e que

se destinam a promover um aprimoramento do meio educativo, caracterizando este

processo como mais uma das sistemáticas da formação continuada.

Também não se pode deixar de citar mais duas questões que fazem parte da

ação do pedagogo na escola. Uma delas é o estímulo que deve dar ao professor ao

uso de materiais didático-pedagógicos, ou seja, de apoio principalmente nos dias

atuais em que o uso das novas tecnologias da informação e comunicação está tão

em evidências. Outro elemento que concorre ou contribui para um resultado positivo

é no sentido de que o pedagogo também pode promover ou auxiliar na realização de

atividades extracurriculares como forma de enriquecimento programa curricular.

37

Todavia, isto deve ocorrer partir de uma ação coletiva e uma gestão

compartilhada onde o pedagogo dever ter sua prática planejada e sempre com um

propósito bem definido. Além disso, deve estar adequada à situação, precisa ser

embasada científica e filosoficamente e acima de tudo necessita alcançar um caráter

cooperativo com os profissionais da escola e ainda deve ser uma ação contínua e

progressiva.

E por fim, não podemos deixar de citar que a pratica pedagógica também

deve ser avaliada. Para isso, é essencial que se observe e analise a gestão do

conhecimento no processo educativo e o papel do pedagogo como co-gestor dessa

ação. Também se pode analisar seu impacto no processo docente educativo que

refletem sobre o modo como a escola está organizada e é fundamentada, ao mesmo

tempo, se mantém em relação direta com a transformação da escola e do trabalho

docente.

A definição desses princípios na pratica profissional do pedagogo é um fator

importante para o sucesso de seu desempenho e através disso tem a

responsabilidade profissional e social de nortear seu trabalho educativo como um

todo, ou seja, acompanha, orienta, assessora, procurando exercer uma liderança

democrática, coletiva e participativa.

Assim ele deve estar sempre presente nas decisões importantes envolvendo-

se e comprometendo-se participando inteiramente do processo educativo.

Questão para debate:

Nessa perspectiva, alguns questionamentos que se apresentam são: De que maneira podemos promover a reflexão permanente sobre as práticas

pedagógicas e sua relação com a fundamentação teórica acerca da função do

pedagogo na escola?

Como desenvolver ações que possibilitem rever a postura dos pedagogos da escola

diante das necessidades educativas que possibilitem mudanças na prática

pedagógica?

38

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ato institucional nº 8, de 2 de abril de 1969. Atribui competência ao Poder Executivo dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios de população superior a duzentos mil habitantes, para realizar, por decreto, a respectiva reforma administrativa, e dá outras providências. Brasília, 1969.

. Decreto nº 72.846, de 26 de setembro de 1973. Regulamenta a Lei nº 5.564, de 21 de dezembro de 1968, que provê sobre o exercício da profissão de orientador educacional. Brasília, 1973. . Decreto-lei 464/69 nº 464, de 11 de fevereiro de 1969. Estabelece normas complementares à Lei nº 5.540, de 28 de novembro de 1968, e dá outras providências. Brasília, 1969. . Decreto-Lei nº 1.190 de 4 de Abril de 1939. Dá organização à Faculdade Nacional de Filosofia. Rio de Janeiro, 1939. . Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, 1962. . Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1º e 2º graus, e dá outras providências. Brasília, 1971. . Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases para a educação nacional. Brasília, 1996. . Lei n.º 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras providências. Brasília, 1968.

. Parecer Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno nº 3. Parecer

CNE/CP Nº 3, de 21 de fevereiro de 2006. Reexame do Parecer CNE/CP nº 5/2005,

que trata das Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. Brasília,

2006.

. Parecer Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno nº 5. Parecer CNE/CP Nº 5, de 3 de dezembro de 2005. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. Brasília, 2005. . Resolução Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno nº 1. Resolução CNE/CP Nº 1, de 16 de maio de 2006. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. Brasília, 2006. BRZEZINSKI, Iria. Pedagogia, pedagogos e formação de professores: busca e movimento. 7. ed. Campinas: Papirus, 2008.

39

CHAGAS, Valnir. Formação do magistério: novo sistema. São Paulo: Atlas, 1976. 161 p. DALBEN, Ângela Imaculada Loureiro de Freitas. Trabalho Escolar e Conselho de Classe. 3. ed. Campinas: Papirus, 1995. 208 p. DURLI, Zenilde. O processo de construção das diretrizes curriculares nacionais para o curso de pedagogia: concepções em disputa. 2007. 226 f. Tese (Doutorado) - Curso de Programa de Pós-graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007. GRINSPUN, Mírian Paura Sabrosa Zippin (Org.). A prática dos orientadores educacionais. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1998. 158 p. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola - Teoria e Prática. Goiânia: Alternativa, 2004. , José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para quê? 3. ed. São Paulo: Cortez, 2000. 200 p. PARANÁ. Emenda n° 07 à Constituição do Estado do Paraná. Emenda nº 07, de 28 de Abril de 2000. Institui o ordenamento básico do Estado. Curitiba, 2000. . Lei Complementar nº 103/04. Plano de Carreira dos Professores. Institui e dispõe sobre o Plano de Carreira do Professor da Rede Estadual de Educação Básica do Paraná e adota outras providências. Publicado no Diário Oficial nº 6687 de 15/03/2004. Curitiba, 2004 . Secretaria de Estado da Educação. Edital de concurso para pedagogos nº 037/2004. . Secretaria de Estado da Educação. Edital de concurso para pedagogos nº 10/2007. PIMENTA, Selma Garrido (Org.). Pedagogia e Pedagogos: caminhos e perspectivas. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2002. 200 p. SÃO PAULO. Decreto N. 5.586, DE 5 DE FEVEREIRO DE 1975. Dispõe sobre atribuições dos cargos e funções do Quadro do Magistério. São Paulo, 1975. SAVIANI, Dermeval. A Pedagogia no Brasil: História e Teoria. 1. ed. Campinas: Autores Associados Ltda., 2008. 259 p. , Dermeval. Histórias das Ideias Pedagógicas do Brasil. 2. ed. Campinas: Autores Associados Ltda., 2008. 474 p.

40

SCHEIBE, Leda. Diretrizes curriculares para o curso de Pedagogia: uma solução negociada. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, Recife, v. 2, n. 23, p.277-292, maio/agosto, 2007. Quadrimestral. , Leda; DURLI, Zenilde. Curso de Pedagogia no Brasil: Olhando o passado, compreendendo o presente. Educação em Foco, Belo Horizonte, v. 14, n. 17, p.79-109, jul. 2011. SILVA, Carmem Silvia Bissoli da. Pedagogia no Brasil: história e identidade. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2003. 112 p. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Planejamento: Projeto de Ensino-Aprendizagem e Projeto Político Pedagógico. São Paulo: Libertad, 2005. VEIGA, Ilma Passos Alencastro. Educação Básica e Educação Superior: projeto político-pedagógico. 3. ed. Campinas: Papirus, 2004.