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OS MAGROS...A fartura da linguagem 241Tereza Cristina Damásio Cerqueira “Pelo buraco da fechadura”: uma leitura psicanalítica de Os magros 265Liz Maria Teles de Sá Almeida Leitores

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OS MAGROS

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Universidade do Estado da Bahia - UNEB

José Bites de CarvalhoReitor

Marcelo Duarte Dantas de Ávila Vice-Reitor

Editora da Universidade do Estado da Bahia - EDUNEB

DiretoraSandra Regina Soares

Conselho EditorialTitularesAlan da Silva SampaioCláudio Alves de AmorimDarcy Ribeiro de CastroElizeu Clementino de SouzaGabriela Sousa Rêgo PimentelJane Adriana Vasconcelos Pacheco RiosLuiz Carlos dos SantosMaria das Graças de Andrade LealMonalisa dos Reis Aguiar PereiraReginaldo Conceição CerqueiraRosemary Lapa de OliveiraRudval Souza da SilvaSimone Leal Souza CoitéValquíria Claudete Machado Borba

SuplentesEduardo José Santos BorgesMarluce Alves dos SantosMaristela Casé Costa CunhaMinervina Joseli Espínola ReisAgripino Souza Coelho NetoMarilde Queiroz GuedesNilson Roberto da Silva GimenesMárcia Cristina Lacerda RibeiroAndrea Betânia da SilvaMarcos Antonio VanderleiCesar Costa VitorinoMônica BeltrameCélia Tanajura MachadoElizabeth Gonzaga de Lima

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Vitor Hugo Fernandes Martins (in memoriam)Maria da Conceição Reis Teixeira

Harlle Silva Costa Organizadores

OS MAGROS EDIÇÃO CRÍTICA E ESTUDOS

SalvadorEDUNEB

2021

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© 2021 AutoresDireitos para esta edição cedidos à Editora da Universidade do Estado da Bahia.

Proibida a reprodução total ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada, em Língua Portuguesa ou qualquer outro idioma.

Depósito Legal na Biblioteca Nacional.Impresso no Brasil em 2021.

Coordenação Editorial Fernanda de Jesus Cerqueira

Coordenação de Design Sidney Silva

Capa, Ilustração e DiagramaçãoRodrigo Caiobi Yamashita

Revisão TextualMaísa Kawata | Tikinet

Revisão Textual de ProvasJulinara Silva Vieira Moitinho

Revisão de Diagramação de ProvasHenrique Rehem Eça

Imagem de CapaTburgey | FreeImages (textura de solo arado)

Andreas Krappweis | FreeImages (paisagem de fazenda)

FICHA CATALOGRÁFICA Bibliotecária: Fernanda de Jesus Cerqueira – CRB 162-5

Editora da Universidade do Estado da Bahia – EDUNEBRua Silveira Martins, 2555 – Cabula

41150-000 – Salvador – BA [email protected]

portal.uneb.br

Os magros: edição crítica e estudos / Organizado por Vitor Hugo Fernandes Martins; Maria da Conceição Reis Teixeira e Harlle Silva Costa. – Salvador: EDUNEB, 2021.

339 p.: il.

ISBN 978-65-89492-03-0

1. Literatura – História e crítica. 2. Memória na literatura. I. Martins, Vitor Hugo Fernandes. II. Teixeira, Maria da Conceição Reis. III. Costa, Harlle Silva.

CDD: 801.95

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SUMÁRIO

Prefácio 7

Ana Valéria Fink

Apresentação 11Vitor Hugo Fernandes Martins (in memoriam)

Maria da Conceição Reis Teixeira Harlle Silva Costa

PARTE I

Os magros: edição crítica 19Maria da Conceição Reis Teixeira

Texto crítico de Os magros 29Maria da Conceição Reis Teixeira

PARTE II

A terra e o sujeito discursivo em Os magros: uma relação de deslizamento de sentidos 221Harlle Silva Costa

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A fartura da linguagem 241Tereza Cristina Damásio Cerqueira

“Pelo buraco da fechadura”: uma leitura psicanalítica de Os magros 265Liz Maria Teles de Sá Almeida

Leitores e leituras de Os magros: das páginas dos jornais à produção acadêmica 277Ana Sayonara Fagundes Britto Marcelo

Angústia da influência: Graciliano Ramos (Vidas secas) e Euclides Neto (Os magros) 303Vitor Hugo Fernandes Martins (in memoriam)

Euclides Neto: um narrador das roças e dos roceiros 317Cid Seixas Fraga Filho

O pai Euclides Neto 333Denise Teixeira

Sobre os autores 337

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PREFÁCIO

A publicação de Os magros: edição crítica e estudos é um dos últi-mos projetos do professor Vitor Hugo Fernandes Martins. Apesar de não ter medido esforços para preparar esta edição especial da obra de Euclides Neto, reunindo diferentes pesquisadores e enviando o material para editoras, a vida não lhe deu tempo para ver seu sonho concretizado. Mas agora, graças ao empenho de amigos, colegas e gestores da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), especialmen-te daqueles que trabalham no Departamento de Ciências Humanas e Tecnologias, local onde atuou como professor de literatura, o seu objetivo de publicar o volume se realiza.

O professor Vitor Hugo, licenciado e bacharel em Letras (Português-Literatura) pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, e doutor em Literatura Brasileira pela Unesp de São José do Rio Preto, residiu e lecionou no Paraná, Pará, Rondônia, Distrito Federal, Goiás e Tocantins. Seu ímpeto cigano não lhe dava parada, levando-o a não permanecer por mais que um lustro em um mesmo lugar. Mas foi na Bahia que sua alma se aquietou. Chegando à cidade de Ipiaú para trabalhar no Campus XXI da UNEB, segundo ele mesmo relatava, deparou-se no dia seguinte com um livro de um es-critor grapiúna, ainda para ele desconhecido, numa banca de jornal. Era o romance Os magros, de Euclides Neto. Foi amor à primeira lida. E justamente esse encontro com a literatura de Euclides e, mais tarde, com a biografia do autor, que motivou o professor a lançar âncora em Ipiaú.

VH, como o professor era conhecido entre seus alunos, con-tava que, ao ler Os magros, percebeu estar diante de uma literatura

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vibrante, essencialmente telúrica, que não deixava nada a desejar frente a um Jorge Amado, um Adonias Filho, baianos já consagrados e conhecidos do grande público leitor. A partir desse livro, buscou outros de Euclides Neto, e sua admiração só cresceu. Impactado também com a história de vida do autor e com sua atuação política, pensou ser de máxima necessidade divulgar sua obra, que, à época, ainda se fazia de modo muito tímido. Idealizou, então, a criação do Centro de Estudos Euclides Neto (CEEN) na UNEB - Campus XXI, com o propósito de divulgar a obra euclidiana. Com o aval, inúme-ros trabalhos acadêmicos passaram a ser produzidos, sempre com a orientação de VH. Também, a partir da criação do CEEN, foi possí-vel promover eventos e estudos conjuntos com outras universidades da região grapiúna.

Rememorando as palavras do próprio Vítor Hugo:

se, por um lado, é certo que o legado de Euclides Neto – advogado e político – é indelével que o digam os ipiauenses; por outro, o romancista, contista, cronista e memorialista Euclides Neto, infelizmente, é pouco conhecido, mesmo na Bahia, mesmo em Ipiaú. Não há exagero, portanto, em dizermos que não existe quem não tenha, neste município e em outros da região do Vale do Rio de Contas, um livro de Euclides Neto, sempre com a devida e carinhosa dedicatória; porém, lamentavelmente, esquecido em alguma estante, entregue à poeira e às traças, jamais lido. Por quê? Os porquês disso são muitos e certamente dizem respeito, entre outros, é claro, à ordem cultu-ral do município. Ipiaú, insistimos nesse ponto, tem vocação agrária e não literária. Todavia, revanche do destino, em terras ipiauenses, precisamente aí, surgiria um dos grandes ficcionistas baianos, a princípio vin-culado ao Modernismo, depois ao Pós-modernismo, mas injustamente desconhecido ainda hoje.

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PREFÁCIO

Esta edição especial da obra foi cuidadosamente – e, sem dúvida, carinhosamente – planejada por Vitor, que, para sua efeti-vação, dedicou muitas horas de sua vida. Tamanho era seu desejo de ver o trabalho concluído que, por diversas vezes, apregoou que não se aposentaria (apesar de haver adquirido o direito há muito) enquanto não visse a obra publicada. Não houve tempo. Mas o em-penho incansável do professor pelo reconhecimento da excelência da literatura telúrica de Euclides Neto foi coroado nesta publicação de Os magros: edição crítica e estudos. Minha reverência a todos que possibilitaram esta dupla homenagem: ao romance e seu autor, e ao leitor e pesquisador apaixonado pela obra euclidiana, Vitor Hugo Fernandes Martins.

Ana Valéria FinkEscritora e revisora de textos,

viúva do organizador Prof. Vitor Hugo Fernandes Martins

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APRESENTAÇÃO

Os magros: edição crítica e estudos é fruto do esforço imensurável do professor Vitor Hugo, leitor assíduo, apaixonado e engajado em despertar no leitor contemporâneo o interesse pelas narrativas do escritor baiano Euclides José Teixeira Neto (1925-2000). Imbuído desse propósito, convidou especialistas de áreas e vertentes teóricas diferentes para ler o romance Os magros e produzir escritos versando sobre o homem, o romance e o conjunto da obra. Nosso saudoso professor desejava celebrar a maturidade do romance que, em 2011, completava 50 anos de sua primeira publicação. Era necessário dar mais visibilidade e arregimentar leitores mais aguçados e pesquisa-dores que se debruçassem sobre o estudo da singular criação literária do grapiúna Euclides Neto. Acreditava que a publicação do romance acompanhado de estudos científicos contribuiria sobremaneira para a difusão e o estímulo da leitura da obra euclidiana.

Como não poderia ser diferente, o olhar de especialistas me-diados por lentes da linguística e da literatura resultou em um livro com múltiplas abordagens guiadas por um único fio condutor: a nar-rativa do romance em tela. Em função das especificidades dos textos, a coletânea encontra-se organizada em duas partes, que visam esta-belecer elos de unidade temática.

Na primeira, o centro e o motivo desta coletânea, o romance Os magros recebe tratamento filológico, com a disponibilidade de um texto fixado criticamente a partir da última edição publicada em vida de seu autor. Na segunda parte, temos sete textos independentes que versam sobre a linguagem, o discurso materializado na narrativa euclidiana e a estética da recepção. Além de apresentar suas análises

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Vitor Hugo Fernandes Martins | Maria da Conceição Reis Teixeira | Harlle Silva Costa (Organizadores)

sobre o romance, os autores revisitam conceitos de abordagens di-versas da análise do discurso, da teoria da recepção, dos estudos cul-turais e da crítica literária produzida quando de sua publicação, em 1961, até os dias atuais.

Em Os magros: edição crítica, Maria da Conceição Reis Teixeira, no início da parte I e antes do texto crítico estabelecido do romance, apresenta sucintamente notas que dão conta do seu labor filólogo. O modelo editorial aplicado para a fixação do texto crítico permite, ao leitor comum, desfrutar da narrativa euclidiana e, ao leitor especializado, adentrar no universo da história de transmis-são da obra quando este desloca seu olhar para o aparato crítico, onde se encontram registradas as variantes textuais substanciais (autorais ou não autorais) identificadas nas diferentes publicações que a obra teve ao longo dos 50 anos de sua existência.

Harlle Silva Costa abre a segunda parte da coletânea nos brin-dando com o texto “A terra e o sujeito discursivo em Os magros: uma relação de deslizamento de sentidos”. Ancorada em operadores de lei-tura da análise do discurso de linha francesa, filiada a Pêcheux (1997), a autora analisa aspectos da construção discursiva que legitimam a tes-situra dos sentidos evocados pela narrativa. Para tanto, discute sobre o contexto narrativo e discursivo da obra, evidenciando os enunciados que se relacionam às formações discursivas de escassez e abundância, opressão e submissão passiva. Aborda ainda os deslizamentos de sen-tido, os quais demarcam os posicionamentos ideológicos dos sujeitos em face do embate das formações discursivas.

No terceiro texto, intitulado “A fartura da linguagem”, Tereza Cristina Damásio Cerqueira, a partir da palavra facão e suas va-riantes empregadas por Euclides Neto, para nominar o instrumento de trabalho utilizado por João, personagem principal do romance, discute as implicações da língua e da literatura como moduladoras do discurso. Para suas reflexões, as quais levaram em consideração o con-texto de enunciação, empregou alguns operadores de leitura da análise

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APRESENTAÇÃO

do discurso de linha francesa, filiada a Pêcheux (1997), e de discur-so literário de Maingueneau (1987). Observa que o dito e o não dito são os fios condutores da trama dos tecidos literário e social. Destaca ainda que, em Os magros, as posições do sujeito e o jogo discursivo se manifestam dentro e fora da narrativa, o que corrobora para torná-lo um romance engajado socialmente.

Em “‘Pelo buraco da fechadura’: uma leitura psicanalítica de Os magros”, Liz Maria Teles Sá Almeida, em abordagem interdisci-plinar, operando categorias analíticas da Psicanálise e da Literatura, discute o conceito de fantasia freudiano a partir de um olhar cuida-doso para o drama vivido por D. Helena, personagem do romance. O estudo evidencia quanto as fronteiras do texto literário são íngre-mes, quando os dilemas vividos por alguns personagens são analisa-dos, por exemplo, com o que teorizou Freud (1976) sobre a fantasia.

Ana Sayonara Fagundes Britto Marcelo, em “Leitores e leituras de Os magros: das páginas dos jornais à produção acadêmica”, ana-lisa a recepção crítica do romance produzida em diferentes épocas. A autora, em sua investigação, reúne um conjunto de crítica jorna-lística e acadêmica para, a partir de alguns conceitos da estética da recepção lastreada em Jauss (1994), discutir “a implicação estética” e “a implicação histórica” como de elementos mobilizados pelos críti-cos que se debruçaram sobre a obra de Euclides Neto.

Vitor Hugo Fernandes Martins, em “Angústia da influência: Graciliano Ramos (Vidas secas) e Euclides Neto (Os magros)”, estabe-lece um paralelo entre os autores a partir da bio dos dois romancistas brasileiros e a grafia que caracteriza a tessitura da narrativa de suas obras. Em ambos, vida e romances, são identificados similitudes que parecem resultar de jogo, conforme denominado por Bloom (2002), de “angústia da influência”.

“Euclides Neto: um narrador das roças e dos roceiros” é o pe-núltimo texto da segunda parte da coletânea. Nele, Cid Seixas Fraga Filho avalia Os magros, situando-o no conjunto da obra de seu autor.

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Vitor Hugo Fernandes Martins | Maria da Conceição Reis Teixeira | Harlle Silva Costa (Organizadores)

Em sua análise, estabelece diálogos com autores contemporâneos de Euclides Neto que produziram narrativa ficcional na Bahia durante o século XX. Ao tratar particularmente do romance Os magros, afirma que constitui-se em uma obra que deve ser lida e conhecida por mi-lhares de leitores.

“O pai Euclides Neto”, como o próprio título nos sugere, é um depoimento de um dos filhos do autor. Nele, Denise Teixeira nos revela detalhes do homem, do pai amoroso, do avô terno que cercava sua família de todos os cuidados para que, indistintamente, todos pudessem desfrutar de sua companhia e amizade, o que os faziam se sentirem seguros afetiva e emocionalmente.

Por fim, este livro assume caráter de dupla homenagem: os 50 anos de publicação do romance e o reconhecimento pelo trabalho do professor e escritor Vitor Hugo no incansável esforço de fazer e pro-mover a literatura. Se a leitura desta coletânea motivar outros estudos e reflexões sobre Os magros, Euclides Neto e o conjunto de sua obra, os organizadores e autores terão alcançado seus objetivos.

Vitor Hugo Fernandes Martins (in memoriam)Maria da Conceição Reis Teixeira

Harlle Silva Costa

REFERÊNCIAS

BLOOM, Harold. A angústia da influência. Tradução de Marcos Santarrita. 2. ed. Rio de Janeiro: Imago, 2002.

FREUD, Sigmund. Escritores criativos e devaneios (1907). In: “Gradiva” de Jensen e outros trabalhos. Rio de Janeiro: Imago, 1976.

JAUSS, Hans Robert. A história da literatura como provocação da história literária. Tradução de Sérgio Tellaroli. São Paulo: Ática, 1994.

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APRESENTAÇÃO

MAINGUENEAU, Dominique. Novas tendências em análise do discurso. Campinas: Pontes, 1987.

PÊCHEUX, Michel. Análise automática do discurso (AAD-69)”. In: GADET, Françoise; HAK, Tony (org.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Pêcheux. 3. ed., Campinas: Editora da Unicamp, 1997. p. 61-151.