23
Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015 OS NOSSOS CONTOS COLETÂNEA DE CONTOS DO 7ºB

Os Nossos Contos

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Coletânea de contos do 7ºB

Citation preview

Page 1: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

OS NOSSOS CONTOS

COLETÂNEA DE CONTOS DO 7ºB

Page 2: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

A espada do mundo

Era uma vez um ferreiro chamado Tozé que

trabalhava numa grande vila chamada Hogwarts,

governada pelo rei D. Pedro XI, um rei bem moderno

para aquela altura. Tinha sempre a barba feita e o

cabelo cheio de gel, pela rainha D. Liliana, que era

uma rainha de confiança, bela e, para além de tudo, amada pelo seu povo e

também pela princesa Joana, que era uma grande brincalhona.

Bem, vamos falar do que interessa! O ferreiro Tozé trabalhava com

quatro anões muito empenhados chamados Polegarzinho, Tito, Pimpão e

Florinha.

O rei tinha anunciado uma guerra para breve e mandara os seus

vassalos ir ao ferreiro mandar fazer uma espada tão forte e tão poderosa que

nada no mundo a derrotasse. O ferreiro pediu aos quatro anões para eles irem

buscar ao bosque sete ingredientes, repartindo as tarefas da seguinte forma:

ao Polegarzinho, que colhesse o algodão e o pólen da flor de íbis; ao Tito, que

arranjasse uma pele de leopardo; ao Pimpão, que lhe trouxesse cinco tipos de

metais e madeira da árvore mais forte do mundo e, à Florinha, simplesmente

setenta e cinco gramas de pó de fada dos dentes e magias dos duendes do Pai

Natal. Aconteceram-lhes várias peripécias: o Tito ia sendo comido pelo

leopardo, a florinha apanhou um frio de rachar no Pólo Norte e o Pimpão levou

uma carrada de tempo a cortar a madeira da árvore, pois ela era tão forte, tão

forte que já lhe tinha partido três serrotes.

No dia seguinte, o ferreiro levou o pó de fada dos dentes, a magia dos

duendes do Pai Natal e o pólen da flor de íbis com a espada feita na noite

anterior ao feiticeiro, para a tornar poderosa; a madeira ao carpinteiro para ele

lhe fazer a pega da espada e a pele de leopardo à costureira, para ela fazer a

capa da espada.

Ao fim de vários dias a trabalhar, juntaram tudo e a espada brilhou como

se tivesse vida. O rei foi buscar a espada ao ferreiro e a espada encantou o rei

como se ela fosse um deus.

Page 3: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

Passados vários dias, travaram-se várias batalhas e o rei D. Pedro XI

venceu-as com um “pé atrás das costas”, pois a espada fazia tudo sozinha

como que por magia.

Muitas batalhas passaram e o rei ficou conhecido como “O Grande

Vencedor”. O rei deu o nome de Espada do Mundo à sua espada vencedora.

Bárbara Costa

O Cientista

Era uma vez um rapaz chamado Rui, feio,

gordo, baixo e com verrugas. O Rui era professor

de Ciências na Universidade de Coimbra e, por

vezes, era gozado pelos alunos por ele ser como

era. Apesar de ser gozado, não deixava de ser

como era.

O Rui fez muitas descobertas e sempre bem-

sucedidas, mas as mais importantes foram a cura da sida e do cancro. Para

chegar às fórmulas, foram precisas muitas tentativas e ele não parava de as

conseguir concretizar.

Cada vez que ia alguém fazer qualquer tratamento contra a sida e o

cancro, o Rui era chamado ao laboratório para ir assistir. O Rui ficava sempre

orgulhoso, quando alguém ia fazer os tratamentos e lhe dizia que tinha amigos

também com sida e que os aconselhava sempre a ir àquele hospital, porque se

sentiam melhores com os tratamentos.

Assim, o Rui foi eleito pelas Universidades de todo o mundo como o

melhor cientista à face da Terra e sentiu-se muito grato por muitas pessoas não

o conhecerem e votarem nele.

Beatriz Correia

A espada do mundo

Há muitos, muitos anos travou-se um sangrento duelo entre dois anões,

Pedro e Fernando. Eram dois amigos de infância, que se consideravam irmãos

e se tinham habituado a viver grandes aventuras e a partilhar segredos.

Page 4: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

A causa do duelo era a disputa do amor da bela princesa Joana, filha do

rei Fábio III. A princesa tinha cabelo longo, olhos verdes e era muito gentil e

solidaria para com os mais carenciados. A disputa entre os dois amigos não lhe

agradava, mas seu pai explicou-lhe que tinha de escolher um pretendente

apenas.

- Meu pai, é com desagrado que aceito essa condição. Espero que

nenhum deles venha a morrer.- disse a rapariga ao rei, quando ele a abordou.

O Rei Fábio III falou com os pretendentes:

- Caros amigos, é com orgulho que vos digo que quem ganhar este

duelo vai ficar com a minha bela filha e com a Espada única, “ a Espada do

Mundo”, com a qual vai poder mandar no mundo. Mas, cuidado, a minha filha

não gosta de guerras. Por isso, tenham cuidado! Não quero mortos.

Passados quatro dias, nos dias combinados para os duelos, os

pretendentes estavam nervosos: Pedro estava com medo perder a bela

princesa, Fernando estava tranquilo, porque tinha a certeza que ia ganhar.

- O duelo vai começar entre uma hora. Se aqui não estiverem, perdem o

duelo. Até já.

A prova foi renhida e terminou passadas duas horas.

- Espero que estejam bem dispostos, porque daqui a minutos vamos

saber quem ficará com a mão da minha bela filha e com a “ Espada do Mundo”.

Cada um vai trocar de roupa a casa e depois vão ter à montanha onde está a

tal Espada. O vencedor é… o Fernando. - Anunciou o rei Fábio III. – Parabéns!

Vamos ver a espada. Não te esqueças que é uma espada mágica e que o seu

poder pode mudar o mundo. Beijinhos para os dois.

A Joana pediu ao Fernando para irem dar uma volta e eles foram dar

uma volta à montanha, onde encontraram o Pedro a chorar.

Joana perguntou o que se passava.

E Pedro respondeu:

- Foi de te ter perdido o teu amor.

Beatriz Dentinho

Page 5: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

A espada do mundo

Era uma vez um homem que morava uma

aldeia chamada Vale Perdido.

O homem, apesar de ser magro, fraco e

sensível, queria ser um grande cavaleiro. Era tão

coscuvilheiro que ouviu dizer que havia uma espada mágica que em qualquer

batalha sairia vencedora e não descansou enquanto não a encontrou.

Para isso, teve que perguntar a algumas pessoas e enfrentar alguns

animais ferozes como um leão, uma cobra e um tigre.

O leão era muito feroz e foi o primeiro animal que ele enfrentou. Teve

que matá-lo com a espada, não com a espada mágica, mas sim com a espada

comum, para poder passar.

A cobra embrulhou-se nas pernas dele e não teve alternativa senão

espetar-lhe a espada.

O tigre era bom. O homem fez-lhe uma festinha e o animal ficou tão feliz

que o ajudou a encontrar a espada.

Mas, antes de encontrar a espada, teve que enfrentar um Troll. O Troll

disse que, para ele poder passar, tinha que cumprir os seguintes requisitos:

encontrar uma rosa única, uma pedra preciosa e um pássaro com penas azuis

claras.

O homem, com ajuda do seu novo amigo, encontrou a rosa única, a

pedra preciosa e o pássaro com pernas azuis claras e deu-os ao Troll.

O Troll deixou-o passar e o homem encontrou, finalmente, a espada

mágica. Ele tornou-se um cavaleiro valente e nobre. O homem e o tigre

ganharam grandes batalhas.

Constança

O retrato da princesa

Era uma vez um príncipe que não achava mulher que lhe agradasse. Um

dia, foi a uma feira e viu lá um retrato de uma menina tão linda, tão linda que

Page 6: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

mal se pode imaginar. Perguntando de quem era, responderam-lhe que era da

princesa de tal, mas custou-lhe a crer que houvesse uma dama tão formosa.

Logo que chegou ao palácio, disse a El-Rei, seu pai, que só casaria com

a princesa de quem vira o retrato. Tratou-se do casamento que foi feito por

procuração e o príncipe…antes de ir para o palácio com a futura noiva, quis vê-

la primeiro com olhos de gente nas cavalhadas.

Nesse torneio a princesa de tal ia lá estar. Quando a princesa chegou

com a sua companhia, o príncipe perguntou a uma das damas da sua corte,

quem era afinal a princesa de tal, com quem ele tinha de casar, pois El –Rei

seu pai assim o proclamara. Uma dama da corte do príncipe, muito ciumenta,

indicou que a princesa de tal era aquela que estava ali na frente das bancadas.

O príncipe, depois daquela notícia, nem a quis ver.

Depois do casamento, todos os dias o príncipe, quando se ia deitar,

apagava a luz para não ver a cara da princesa, que era feia, pois era isso que

lhe tinham dito. Depois de dormir, levantava-se cedo e saia do quarto para não

olhar para a princesa. Ou seja, o príncipe nunca olhava para a sua princesa,

pois acreditava que ela era feia. Com isto tudo, a princesa andava muito triste.

Um dia, quando a princesa estava no jardim, uma pobre pediu-lhe

esmola e disse-lhe: ”Eu sei a causa da vossa tristeza e tenho remédio para

isso, se quiserdes”.

A princesa aceitou a oferta e, no dia seguinte, lá estava a pobre no

jardim. Ela pediu à princesa que fosse com ela a um sítio onde o príncipe tinha

uma quinta. Quando chegaram, a pobre pediu autorização ao príncipe para

entrar, porque a sua filha estava muito doente e o médico recomendara que a

sua filha respirasse o ar saudável daquela quinta.

O príncipe aceitou-as na sua quinta, mas quis primeiro ver a pobre filha

doente. Qual não foi o seu espanto, quando viu que era a menina que ele tinha

visto no retrato na feira.

Diana

Page 7: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

A espada do mundo

Ao longe ouvia-se um ruído que, à medida que

o tempo passava, se tornava mais nítido até se

perceber perfeitamente que eram cães a ladrar,

cavalos a correr e homens a provocar os animais.

Dentro da caverna do ferreiro, o ruído era

imenso. O martelo descia sobre a espada com tal violência que até o braço do

ferreiro estremecia. O rei, que comandava a caçada, subitamente parou. O som

que vinha da caverna do ferreiro chamou-lhe a atenção, pois continha um

timbre de tal forma límpido que o rei pensava estar a ouvir música.

Sem demora, seguiu o som que o levou a uma caverna. Parou à

entrada. Era uma caverna perdida no meio do nada, com apenas uma entrada.

O rei desceu do seu cavalo e, sem demoras, entrou na caverna onde o ferreiro

trabalhava. Ele nem deu conta que alguém tinha entrado e continuou a

trabalhar. O rei gritou:

- Ferreiro!

O ferreiro virou-se e quase desmaiou de emoção. O rei perguntou:

- Fazes espadas?

O ferreiro acenou que sim com a cabeça. O brilho do metal da espada

que estava na mesa era tão intenso que o rei mal conseguia abrir os olhos.

-Eu quero essa espada. Nunca vi nada tão belo em toda a minha vida!-

ordenou o rei.

O ferreiro pegou na espada e falou:

- Eu sabia que um dia esta espada iria servir um rei.

Entregou a espada ao rei. Quando a mão do rei tocou nela, ele sentiu

um calor que parecia queimar os dedos. Mudou-a imediatamente de mão.

Olhou para os dedos, que pensara estarem queimados, e reparou que a

espada lhe tinha deixado nas mãos um pó dourado. Mas não estavam

queimadas! Agradeceu ao ferreiro e saiu da caverna.

Cá fora, os seus vassalos, ainda montados nos cavalos, estavam à sua

espera. O rei disse:

- Quem diria que num sítio destes existe um ferreiro artista.

Page 8: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

Os homens sorriram e esperaram pela ordem do rei para continuarem

a caçada.

- Vamos voltar para o reino. Sinto que está alguma coisa a acontecer.

Arrancou a galope em direção ao reino. Ao chegar perto da entrada,

começou a ouvir gritos. Parou para tentar perceber o que se passava, quando

ouviu um dos seus vassalos dizer:

-O nosso reino está a ser atacado.

Olharam uns para os outros, tiraram as espadas, formaram e partiram

sem demora. Com a sua nova espada na mão, o rei sentia-se invencível. Mal

encontrou no seu caminho alguns atacantes, percebeu o poder da espada que

tinha na mão. Os inimigos rendiam-se imediatamente ao brilho da espada,

ajoelhavam-se e aclamavam o rei.

O rei mal acreditava no que estava a ver, mas prosseguiu até à

entrada do templo onde estava escondida a rainha. O templo estava fortemente

guardado por homens vestidos com armaduras e capacetes,, que mais

pareciam fortalezas humanas. O rei levantou a sua espada, mas ela parecia

não ter qualquer efeito naqueles inimigos.

No entanto, resolveu ordenar aos seus vassalos que atacassem.

O rei estava intrigado por a espada não funcionar, quando ouviu

chamar.

- Vossa Majestade!

Olhou para trás e viu que era o ferreiro que lhe tinha dado a espada e

perguntou:

- Que fazes aqui, ferreiro?

O ferreiro levantou as mãos ao céu e respondeu:

- Ataque com vontade e vai ver.

O rei arrancou logo atrás dos seus vassalos e levantou a espada. De

imediato, o templo iluminou-se com o seu brilho, um brilho tão forte que fez os

inimigos caírem. O rei entrou no templo e chamou pela rainha, mas não obteve

resposta. Desceu do cavalo, levantou a tampa do esconderijo e lá estava a

rainha, rodeada do exército de anões treinados apenas para se movimentarem

dentro dos túneis construídos para a família real poder escapar em caso de

perigo.

Page 9: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

Quando o rei saiu do templo com a rainha, todo o povo estava reunido

cá fora e aclamava:

- Viva o Rei! Viva o Rei!

O rei levantou a espada e sorriu.

Eduarda

Um grande cientista

Alex Ruivo é filho do casal mais rico de Nova Iorque. Tem cabelo ruivo e

espetado, lábios finos e dentes “de coelho”, tem sardas por baixo dos seus

grandes olhos verdes, sobrancelhas grossas e ruivas, é alto e um pouco forte.

Apesar de ser o único filho do casal Ruivo, que era conhecido em todo o

mundo como comerciantes de materiais científicos, o pobre rapaz era gozado e

maltratado na escola.

Alex tinha um grande fascínio pela ciência e, como não tinha amigos e a

maior parte do tempo os pais não estavam em casa, construiu um laboratório

subterrâneo que se situava por trás de uma parede da cave. Todos os dias, no

final das aulas, o jovem de quinze anos remexia cinco tijolos que formavam um

código e davam uma passagem para o laboratório.

Há dois anos que o cientista andava a trabalhar nas poções da amizade

e do amor, mas faltavam-lhe dois ingredientes para cada uma das poções e

não sabia as quantidades que devia usar e a sua resolução. Tinha consultado

mitos e lendas com a esperança de poder encontrar a resolução das poções e

descobrir os locais onde se encontravam os ingredientes em falta.

Havia uma e só uma lenda que lhe chamara à atenção, era amazónica e

falava de uma tribo que era liderada por uma bruxa boa que tinha o poder de

estabelecer a amizade e o amor entre toda a sua população. Mas, certo dia, a

bruxa desapareceu e o ódio e o egoísmo espalharam-se pela população e, de

seguida, por todo o mundo.

Alex concluiu que precisava de ir de férias para a Amazónia e procurar a

antiga aldeia daquela população amazónica. De certeza que teriam a lenda

gravada em grutas ou pedras e que encontraria alguma pista que o ia levar à

Page 10: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

resolução das poções. Naquele instante, o casal Ruivo entrou em casa e

começou a chamar por Alex:

- Alex! Alex! Nós temos uma boa notícia para te dar!

- Está bem mãe e pai. Vou já subir…descer!- respondeu Alex, que

estava no laboratório a tentar localizar a antiga tribo amazónica.

Alex subiu as escadas que davam acesso à cave e foi ter com os pais,

cumprimentou-os e perguntou-lhes:

- O que se passa? Já estão em casa? O que é que me queriam dizer?

- Tem calma, filhote- disse a Senhora Ruivo.

- Nós temos uma notícia ótima para te dar- disse alegremente o pai de

Alex.

- Digam. Estão a deixar-me nervoso!- exclamou o filho do casal Ruivo.

- Não é necessário ficares nervoso! Mas vamos fazer esta viagem por

isso mesmo. Estamos todos muito cansados e preocupados. Temos que

relaxar- afirmou a mãe de Alex.

- Viagem? Que viagem?- perguntou o Alex.

- Vamos fazer uma viagem à Amazónia. Partimos amanhã às nove horas

da noite. Vamos instalar-nos numa cabana de madeira em plena floresta.

Durante a manhã, temos visitas guiadas de vários pontos da floresta e, durante

a tarde, podemos descansar e aproveitar o sol para nos bronzearmos.-

respondeu o Senhor Ruivo.

- Parece-me bastante divertido! Vou adorar conhecer a Amazónia. Deve

ser uma floresta fantástica e enorme- disse Alex muito feliz. Era mesmo para a

floresta da Amazónia que ele queria ir.

- Ainda bem que gostaste da surpresa!- disse a Senhora Ruivo num tom

de voz muito amável.

- Agora vai fazer as tuas malas- continuou a Senhora Ruivo.

- Está bem, mãe- obedeceu Alex.

Alex foi para o seu quarto e fez a sua mala. Nela colocou roupas de

verão, dois pares de calças de ganga e alguns casacos quentes para o caso de

ficar frio à noite. Noutra mala colocou os ingredientes que já tinha descoberto, a

lenda que tinha imprimido no escritório do pai e outros objectos que achava

que podiam ser necessários para descodificar gravuras antigas e encontrar os

objectos em falta.

Page 11: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

Era o dia da viagem! Alex estava muito empolgado com as férias na

Amazónia. Seria desta vez que ele ficaria conhecido em todo o mundo?

Assim que Alex e os seus pais aterraram no Brasil, dirigiram-se a uma

carrinha que os levou até à cabana de madeira situada em plena floresta da

Amazónia. A cabana tinha dois andares, muitas divisões, mas todas elas eram

pequenas, tinha uma entrada constituída com duas palmeiras, uma de cada

lado, e duas filas com flores amazónicas que seguiam até umas pequenas

escadas que davam acesso à porta principal da cabana.

Alex e os seus pais entraram pela porta principal e instalaram-se nos

respectivos quartos. Os quartos eram pequenos, cada um tinha uma cama

confortável, uma secretária, um cadeirão, um grande armário, uma cómoda e

uma mesinha de cabeceira com um pequeno candeeiro por cima.

Na manhã do dia seguinte, a família Ruivo aventurou-se com um guia

turístico pela floresta. Visitaram cachoeiras e zonas de floresta em que havia

animais selvagens à solta. Foram autorizados a alimentá-los e, com isto,

concluíram que estes animais eram pacíficos e amigos de quem não os

assustasse e maltratasse. Ali, na Amazónia, Alex e os seus pais conseguiam

respirar ar puro e observar como a natureza é linda e poderosa.

Depois de todas estas aventuras, Alex e a sua família voltaram à cabana

onde iam ficar alojados durante três semanas.

- Adorei a manhã! Viste aqueles macaquinhos bebés?- perguntou a

Senhora Ruivo.

- Sim, mãe. Eram tão pequeninos, mas já conseguiam saltar de árvore

em árvore!- exclamou Alex com uma cara de espanto.

- Bem, Alex, tens que tirar essa cara de espanto! Todas as manhãs

durante estas três semanas vais ver fenómenos da natureza muito diferentes,

mas igualmente espantosos. Tens que estar alegre, tens que te mostrar feliz e

realizado.- afirmou o guia turístico.

- Tens razão, Filipe, mas isto foi fantástico. Nunca tinha visto nada

assim!- respondeu Alex, com um enorme sorriso.

- Bom, a conversa está muito interessante, mas eu vou tomar um banho.

Estou toda transpirada.- comentou a Senhora Ruivo.

- Eu vou beber água e comer qualquer coisa- disse o Senhor Ruivo.

Quando Alex se deparou sozinho com Filipe disse-lhe:

Page 12: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

- Vem comigo ao meu quarto, por favor. Vê se conheces esta lenda. Se

a conheceres, leva-me até à aldeia da sua tribo. Por favor.

Filipe seguiu o rapaz até ao seu quarto e leu atentamente a folha de

papel que continha a lenda da tribo amazónica. Quando terminou, o guia

turístico reparou que o que tinha acabado de ler era a mesma lenda que a sua

avó lhe contara quando ainda era criança.

De seguida, disse:

- É claro que conheço! A minha avó contou-me esta lenda milhões de

vezes, ficou-me na memória.

- E… então? Podes ajudar-me?- perguntou Alex.

- Há uma década atrás a minha avó levou-me até à antiga aldeia dessa

população. Se quiseres, posso levar-te lá.- exclamou Filipe.

- Obrigado. Levas-me amanhã à tarde?- perguntou Alex.

- Está combinado. Até amanhã.- respondeu Filipe.

- Xau!- despediu-se Alex.

Depois de mais uma manhã fantástica e um almoço apetitoso, Alex e

Filipe dirigiram-se à pequena aldeia. A aldeia estava em ruínas. Viam-se

apenas as muralhas de proteção e algumas casas de pedra que ainda não

estavam completamente desfeitas.

- Vamos fazer uma busca. Se encontrares algum pergaminho, alguma

gravura em pedras, algum objecto valioso ou algum objecto que aches

estranho ou pouco comum, chama-me!- acaba por dizer Alex.

- Está bem. Vamos ao trabalho!- incentiva Filipe.

Os dois rapazes fizeram uma busca intensiva por toda a aldeia, mas não

encontraram nada que lhes chamasse à atenção. Até que, Alex reparou numa

lâmpada antiga que lembrava uma lâmpada mágica, guardou-a no bolso dos

calções e disse para si mesmo:

- Uau! Nunca tinha visto uma lâmpada tão antiga e bonita. Parece uma

lâmpada mágica das histórias de encantar!

- Não há aqui nada. Vamos andando?- perguntou Filipe

- Vamos. Deixas-me em casa?-disse Alex.

- Claro- disse Filipe.

Page 13: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

Assim que Alex chegou à cabana, foi para o seu quarto explorar a

lâmpada. Chegou à conclusão que era de ouro e não continha nada dentro de

si.

- Filho, anda jantar!- chamou de repente a Senhora Ruivo.

- Já vou mãe!- respondeu Alex.

Alex estava desiludido. A única pista que tinha fora um fracasso e agora

voltara à estaca zero.

Durante o jantar a Senhora Ruivo percebeu que o seu filho não estava

bem e disse:

- O que se passa filho?

- Nada mãe. Está tudo bem- disse Alex.

- Eu conheço-te bem. Tu a mim não me enganas. Se não queres dizer-

me o que se passa não digas mas, ouve-me bem. Nunca desistas de nada que

queres muito, porque, se quiseres mesmo muito ter ou fazer alguma coisa,

fazes o que for preciso para a conquistar. Desistir NUNCA!

- E… se não souber por onde começar? Se já tinha estado perto de

conseguir o que pretendia e, num abrir e fechar de olhos, voltei à estaca zero?-

perguntou Alex, com uma cara de desespero.

- Filho… nunca desistas. Quem desiste são os fracos e tu não és fraco.

Lê e relê tudo o que te resta até encontrares uma nova pista- diz, por fim, a

Senhora Ruivo com um sorriso sábio e sincero.

Depois deste diálogo com a Senhora Ruivo, Alex ganhou forças e foi

para o seu quarto. Assim que abriu a porta, uma luz brilhante saiu da lâmpada

que encontrara na aldeia.

- O que se passa aqui?- sussurrou para si mesmo.

- Sou eu! A bruxa da aldeia que tanto investigas.

- Só posso estar a sonhar!- exclamou Alex.

- Não estás nada. Antes de tudo, tenho que te agradecer por me teres

libertado desta espelunca. A tua generosidade, persistência, humildade e

bondade quebraram o feitiço que me prendia a esta lâmpada. Como

recompensa podes pedir três desejos, mas tem cuidado com o que pedes, tens

que ser bem claro nas palavras que usas. E… tens apenas meia hora para

pedir os teus desejos, depois eu desapareço e vou só estar na tua consciência

a proteger-te e a ajudar-te a tomar algumas decisões.- disse a bruxa.

Page 14: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

- Está bem. É melhor começar já. Eu desejo que tragas os ingredientes

em falta das poções do amor e da amizade.- desejou Alex.

E assim foi. Os ingredientes em falta apareceram nas mãos da bruxa

assim que ela estalou os dedos.

- Agora desejo que tu me dês a receita das duas poções. As receitas

têm que conter as quantidades que tenho que usar e também a sua fórmula. -

desejou Alex com um ar decidido e oportuno.

E o desejo foi novamente realizado. Agora, que já tinha tudo o que

precisava para ficar famoso em Nova Iorque, estava a pensar em pedir um

desejo mais pessoal mas… ele não sabia o que desejar. De repente, pensou

em desejar ter muitos amigos mas, com a poção da amizade, as pessoas

seriam mais compreensíveis e amigas umas das outras. Provavelmente,

também tinha algo que impedisse de ter muitos amigos.

- O meu último desejo… vou desejar que desapareça de dentro de mim

o que me impede de ter muitos amigos- disse, por fim, Alex.

O seu último desejo foi realizado. Sentia-se diferente, sentia-se mais

social e mais confiante, já não tinha vergonha nem medo. Olhou-se no espelho

e reparou que os seus dentes tinham encolhido, a acne tinha desaparecido e

estava bem mais magro e mais elegante.

- Uau! Como é que conseguiste fazer isto?- perguntou Alex à bruxa mas,

não obteve resposta, pois a bruxa já não estava ali.

Tinham sido umas férias maravilhosas, mas agora Alex estava de

regresso a casa. Viveu aventuras fantásticas com os seus pais e com o guia

turístico, Filipe. A primeira coisa que fez quando chegou a casa foi descer as

escadas até à cave, remexer os cinco tijolos, entrar no laboratório e preparar as

poções. Assim que terminou levou-as até à varanda do seu quarto e abriu a

tampa do frasco que as continha. Nesse mesmo momento, o pó mágico

espalhou-se por todo o mundo.

Era o primeiro dia de escola, Alex receava que os seus colegas e

professores não gostassem dele e o julgassem por ele ser de uma família rica.

Mas nada foi assim. O rapaz de quinze anos integrou-se bem na turma,

simpatizou com os professores e funcionários, tudo estava a correr na

perfeição. Quando Alex começou a pensar nas aventuras que tinha passado,

na sua vida antes de fazer a viagem à Amazónia e naquele momento, reparou

Page 15: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

que a descoberta das poções não o tornou famoso na cidade de Nova Iorque,

mas fê-lo sentir pela primeira vez um rapaz de quinze anos.

Inês

Um grande cientista

Há muitos anos atrás, havia um rapaz chamado Jon Einstein, sobrinho

do maior cientista de todos os tempos Albert Einstein. Foi o segundo melhor

cientista de todos os tempos, pois o primeiro tinha sido o seu tio. Era muito

calmo e, em todas as experiências que fazia, era muito, mas mesmo muito

rápido a obter os resultados.

O cientista descobriu muitas coisas como, por exemplo, como fazer os

animais voar (com asas artificiais e um pouco de gás), a causa dos soluços

(chantilly e sumo misturado) e, por fim, a causa da burrice (falta de imaginação

e muito pudim no cérebro), considerada a sua maior descoberta.

Foi necessário muito trabalho e tempo e também muitos líquidos

experimentais, para chegar à sua descoberta. Mas valeu a pena!

Juliana

A espada do mundo

Há muito tempo, numa ilha, havia um reino onde viviam um rei com uma

rainha e sete filhos.

Eles estavam em guerra contra os piratas e, numa

noite de luar, um dos piratas conseguiu roubar o filho

mais novo do rei.

Na manhã seguinte, foram todos à sua procura:

vassalos, anões, ferreiros, camponeses, soldados... toda

a ilha estava em alvoroço! Quem tinha roubado o filho do rei fora Peter

Page 16: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

Anderson, o ferreiro mais próximo do rei, mas ninguém sabia que ele era um

pirata.

O filho do rei estava escondido num templo amaldiçoado, rodeado por

um labirinto intransponível, seguido de cavernas, florestas e montanhas

aterradoras cheias de troles.

Por ironia do destino, o ferreiro deixara distraidamente uma espada, feita

pelas suas próprias mãos, junto do seu prisioneiro, que acabaria por o matar e

sair em liberdade.

Radiantes com o acontecimento, o rei e a rainha mandaram construir

uma réplica exata da espada que ainda hoje atrai turistas de todo o mundo. Daí

o nome “ a espada do mundo”.

Leonor

Um grande cientista

Lucrécio Baqueta foi um grande

cientista de nacionalidade desconhecida, Era

calmo, tímido e não gostava de aparecer em

público, embora todos o quisessem conhecer:

os estudantes, os jornalistas (e eles que não

quisessem!), até ao Presidente da República.

O cientista passava todos os dias

fechado no laboratório porque, na verdade, era a sua casa. Este cientista fez

imensas descobertas: a origem da comichão causada por doces gelatinosos,

das unhas grandes devido a utilização de fibras de vidro, dos dedos tortos por

andarmos com meias sem dedos, entre muitas outras.

Mas, a grande descoberta aconteceu no dia 1/1/1821 em que Lucrécio

Baqueta descobriu que a preguiça era um mal daqueles tempos, porque as

pessoas não queriam fazer nada, até preguiça tinham de se levantar e cuidar

da higiene pessoal, entre outras coisas. Mas o cientista não quis que esta

malvada “doença” continuasse. Então, testou algumas pessoas como o irmão,

o tio, e o primo (e muitas outras que viviam com ele) e apercebeu-se que eles

Page 17: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

tinham sido infetados pelos vírus do cansaço e do mau humor, entre outros.

Pensou imediatamente em fazer um antídoto para curar esta malvada

“doença”; misturando uns líquidos com os outros. Fez vários antídotos até

descobrir o certo. Quando o experimentou num dos seus familiares, o primo,

(em quem já tinha injetado os outros 5 sem sucesso) viu que resultou.

Todo o mundo queria milhares daqueles antídotos, mas havia um

problema: as pessoas não sabiam como tomar aquele antídoto. Então,

Lucrécio mascarou-se de médico e explicou às pessoas como ingeri-lo.

Lucrécio Baqueta continuou a fazer novas descobertas e novas curas

para doenças até ao dia em que tudo acabou para ele. Mas isso é outra

estória.

Margarida

Anacleto e o mundo

Até hoje, não há registos de melhor

cientista que Anacleto de Jesus Lima. Apesar de

ser irrequieto, também se consegue concentrar

quando é necessário. Por isso, já fez muitas

descobertas. Mesmo sendo um pouco

envergonhado, quando faz novas descobertas fala

ao público e dá entrevistas para a televisão, jornais

e revistas.

Tem o seu laboratório na Rua dos Delírios e é lá que passa a maior

parte do tempo. Foi lá que ele descobriu que o pé de atleta é causado por

quem pratica muito desporto e o sonambulismo por quem vê filmes de

zombies. Por ser tão irrequieto, já fez outras descobertas sem querer, virando

tubos de ensaio para dentro de outros. Mas a sua maior descoberta foi a cura

para parar de ressonar, há cinco anos. Examinou algumas pessoas e reparou

que quem trabalhava com animais não ressonava durante a noite. Esta

descoberta deixou Portugal muito curioso. “- Será verdade?” – Perguntavam-

se. A notícia espalhou-se pelos jornais, revistas, redes sociais e televisão.

Page 18: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

Passado alguns meses, só se viam construções de quintas, umas grandes e

outras pequenas.

Cinco anos depois, ou seja, nos dias de hoje há poucas cidades e as

que há são pequenas, graças à descoberta de Anacleto que também ficou

conhecido em todo o Mundo.

Mariana

O menino que se tornou cientista durante três meses

O João era um menino que sonhava ser cientista, porque estava

sempre a pensar em experiências. Nas férias. Apercebeu-se que iria ter três

meses sem escola e transformou o seu local de estudo num laboratório.

Um dia, fez uma poção que, tomada, permitia regressar ao seu

passado.

Durante esses três meses, procurou milhares de poções que pudessem

fazer com que as pessoas tivessem mais inteligência.

Sempre que a tomassem, os alunos iriam obter melhores resultados.

Enfim, o João conseguiu obter os seus objetivos.

Quando esses três meses chegaram ao fim, o João teve de desmontar o

seu laboratório.

João ficou conhecido pelo cientista mini.

Marisa

O maior tesouro

Há muito tempo atrás, vivia num país

longínquo uma rainha muito bela. Ela

preocupava-se muito com a sua beleza e queria

arranjar um marido, pois há muito tempo que

estava solitária. A rainha, para arranjar marido,

vestiu um lindo vestido e colocou uns ricos

Page 19: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

acessórios. Depois, saiu do seu lindo e grande palácio, montou seu cavalo e foi

passear pelo reino fora até que encontrou um rei que parecia rico e também

estava sozinho. A rainha aproximou-se e pediu-lhe o seu número de telemóvel.

O rei lá lhe disse todo contente o número e ela regressou ao castelo,

prometendo que lhe iria ligar.

No dia seguinte, a rainha ligou ao rei e combinaram encontrar-se à porta

da loja do ferreiro Manel.

Assim foi. O rei, todo empiriquitado e acompanhado da sua filha

igualmente bonita, foi para a porta da loja.

Passaram vinte minutos, e a rainha não chegara. Então, o rei resolveu

entrar (na loja) para se sentar um pouco. Quando entrou, sentou-se num banco

de ferro e ouviu uma voz que lhe era familiar a dizer: “ Se quereis algo, por

favor dirigi-vos ao balcão”. O rei ouvindo aquelas palavras ficou curioso e

dirigiu-se ao balcão. Ia perguntar o preço de umas ferraduras, quando viu que

era o seu grande amigo da caça, o Manel. Continuava igual, magro, de cabelo

denso, e um pequeno bigode negro.

- Olá Manel! Continuas com a mesma figura! Tenho saudades das

nossas longas conversas – disse o rei.

- Olha, o amigo João! Que tempo tão bom passamos juntos! - retorquiu o

Manel.

Quando a rainha chegou à porta da loja, viu uma pequena princesa a

brincar na rua. Perguntou-lhe se ela, por acaso, tinha visto um rei alto com um

cordão de ouro ao pescoço. A menina não respondeu, e ela voltou a perguntar-

lhe, mas desta vez com olhos sérios. A princesa, assustada, começou a chorar

e foi a correr para perto do pai. A rainha entrou na loja e lá encontrou o seu

amado João. Cumprimentou-o, mas ele parecia muito preocupado e não lhe

deu resposta. Ela resolveu perguntar-lhe:

- O que se passa consigo? Parece preocupado.

- É que a minha filha Joana chegou aqui a chorar, porque tinha

visto uma bruxa. – disse ele.

- Não sabia que tínheis uma filha?! – respondeu a rainha,

espantada e chateada.

- Sim, posso apresentá-la à minha filha?

Page 20: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

- Joana, esta é a encantadora rainha deste bonito reino. A

princesa, assustada, disse ao pai que queria ir embora e que não gostava da

rainha. O rei obedeceu à filha. Pedindo desculpa à rainha, despediu-se do

Manel e ambos voltaram para o seu reino.

Para compensar a rainha, o rei pediu aos seus vassalos para a

contactarem e convidarem para um banquete no palácio. Os vassalos assim

fizeram. A rainha aceitou o convite e os vassalos, no dia seguinte, foram buscá-

la ao seu palácio.

Quando chegou ao palácio do rei, a rainha ficou encantada com

toda aquela riqueza e cortesia. Sentou-se. Quando o rei chegou com a

princesa, o banquete começou. No fim, a menina despediu-se e foi para a

cama. A rainha aproveitou esse momento para pedir o rei em casamento. Ele

aceitou e, na semana seguinte, deu-se o casamento.

O casamento foi no palácio do rei. No seu interior viam-se mesas

cheias de comida, zonas para os jogos tradicionais, o altar e a zona mais

importante: a zona da rocha da espada do mundo. A espada do mundo era

uma espada que estava entalada numa rocha. Em todos os casamentos do

reino, o rei tinha que tentar tirar a espada. Quem conseguisse retirá-la, ficava

com o grande tesouro do reino. Do tesouro faziam parte lindas jóias e

riquíssimas loiças, que o rei ofereceria à sua noiva. Quando a rainha ouviu falar

desta história dirigiu-se a essa zona e, com os seus “poderes” de bruxa,

desentalou a espada. A partir daí, qualquer pessoa conseguiria tirá-la, porque o

feitiço estava quebrado. Atrás de um pequeno arbusto, a princesa, que estava

escondida, viu tudo e foi contar ao pai, mas ele não acreditou.

Quando chegou a altura de empunhar a Espada do Mundo, o rei,

com a sua “valentia”, conseguiu ser bem-sucedido. Muito contente, abraçou a

mulher e, juntos, foram abrir o tesouro, onde estavam as belíssimas jóias e

loiças.

A princesa, muito revoltada, disse a toda a gente que a rainha era uma

bruxa, mas ninguém acreditava e começaram a troçar dela. Muito triste, ela foi

a correr pela floresta fora até que encontrou uma pequena casa. Bateu à porta,

mas não estava ninguém. Reparou que a porta estava encostada e entrou.

Parecia uma casinha de bonecas. Era tudo pequeno. Ela entrou, deu uma

limpeza

Page 21: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

à casa e, muito cansada, deitou-se e adormeceu. Quando acordou, estava

rodeada de anões que a olhavam muito contentes. Pensou que estava a

sonhar, mas verificou que não porque conseguia tocar-lhes. Pediu desculpa

aos anões e explicou-lhes porque tinha ido lá parar. Eles compreenderam e

disseram-lhe que ela podia lá ficar.

Passaram dois anos e a Joana continuava desaparecida. Embora

ela se sentisse muito bem em casa dos seus amigos anões, explicou-lhes que

estava com saudades do pai. Eles compreenderam-na e ajudaram-na a voltar

para casa.

Quando chegou ao reino, o pai era um homem triste, porque

achava que tinha perdido a sua filha e porque, passado pouco tempo após o

casamento, descobrira que se tinha casado com uma bruxa. Só lhe restava o

seu grande amigo Manel, com quem partilhava as suas mágoas.

Assim que lhe levaram a sua filha, o rei ficou tão feliz que ordenou

que preparassem a maior festa do reino. Deu um abraço à princesa e disse-lhe:

- Filha, tu és o meu maior tesouro!

Matilde

O retrato da princesa

Era uma vez um príncipe que não achava mulher

que lhe agradasse. Um dia foi a uma feira e viu lá um

retrato de uma menina tão linda, tão linda que mal pode

imaginar-se; perguntando de quem era, responderam-lhe que era a princesa de

tal, mas custou-lhe a crer que houvesse uma dama tão formosa. Logo que

chegou ao palácio, disse a el-rei, seu pai, que só casaria com a princesa que

vira no retrato. Tratou-se do casamento que foi feito por procuração e o

príncipe não conseguia acreditar que realmente tinha encontrado a “tal”. Alguns

dias antes de a tentar pedir em namoro, o príncipe foi outra vez à mesma feira

Page 22: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

ido, mas nada nem ninguém o príncipe encontrou e foi procurar às cavalhadas,

pensando que a donzela ali conseguisse achar.

Mas, mal lhe dirigiu palavra, virou-se e revelou ser uma velha com

rugas. Continuou a procurar mas sem sucesso. Quando voltou a casa, foi

desanimado para a sua cama, a pensar se teria sido enganado, começando a

duvidar da existência da princesa.

No dia seguinte, o príncipe persistiu deitado, sempre a cismar no

mesmo e ficou assim durante alguns dias. Houve no entanto, um dia em que o

príncipe parou finalmente de pensar. Concluiu que a tinha visto da primeira vez

na feira e que, de 15 em 15 dias, se montava a feira.

Então, lá foi ele todo destemido. Algum tempo depois, encontrou-a e

suspirou de alívio, pois já começava a pensar que a princesa não existiria e

que tudo não passava de uma miragem ou ilusão. No entanto, perguntou a si

mesmo se a princesa gostaria do seu aspeto ou se iria rejeitá-lo. Inspirou fundo

e prosseguiu.

Quando chegou perto dela, a mesma estava já de partida mas,

virando-se, disse ainda:

- Bom dia, madame!

- Bom dia! – Sorriu a princesa.

O seu cheiro era maravilhoso, o seu sorriso brilhava, os seus olhos

azuis da cor do mar e tinha menos um palmo de altura do que ele.

Durante dias, procurou-a para lhe dizer o que sentia, mas era sempre

um mero e simples cumprimento “Bom dia!” e nada mais. Porém, isso iria

acabar um dia, e esse dia foi numa quarta-feira, 17 de novembro.

Cheio de coragem, lá foi outra vez tentar a sorte. Encontraram-se, e o

príncipe pediu-lhe para irem conversar para longe, onde ninguém os pudesse

ver e ouvir como, por exemplo, para perto da entrada do castelo, depois da

porta onde passam as carroças. Foram os dois para perto de umas escadas

nas ameias, ele ajoelhou-se e pediu-a em namoro. No entanto, apareceu a

velha que tinha visto nas cavalhadas, que lhes sorriu. A princesa e o príncipe

deram um abraço e ela aceitou o pedido. Deram um beijo e cada um seguiu o

seu caminho.

A princesa foi para casa e o príncipe foi ver um campo de flores perto

de um lago onde, no verão, ia muita gente nadar. No dia seguinte, ele

Page 23: Os Nossos Contos

Ana Cristina Fontes Ano letivo 2014/2015

questionou-a se reconhecia a velha que os tinha visto no dia anterior, pois

quando ele a estava a procurar também a tinha visto.

Ela então disse-lhe que a dama feia que ele tinha visto nas cavalhadas

era uma aia sua e que o tinham enganado, pois o retrato que estava na feira

era realmente dela. O príncipe ficou muito contente, não sabendo nunca que a

velha fora quem tinha quebrado o encanto que trazia feia a princesa.

Vasco