19
Os nossos contos!

Os nossos contos!

  • Upload
    filipa

  • View
    226

  • Download
    2

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Contos etiológicos escritos pelos estudantes do 5.ºD da Escola Básica e Secundária do Cerco.

Citation preview

Page 1: Os nossos contos!

Os nossos contos!

Page 2: Os nossos contos!

Estes contos foram escritos pelos estudantes da

turma D do 5.º ano de escolaridade da

Escola Básica e Secundária do Cerco.

As ilustrações da capa e da contracapa

são da autoria de Gémeo Luís.

Porto, fevereiro de 2016

Page 3: Os nossos contos!

Índice O que são contos etiológicos? …………………………………………………………… 4

A zebra pintada………………………………………………………………………… 5

Porque é que o camaleão muda de cor? ………………………………………………….. 6

Porque é que a zebra tem o pelo preto e branco? ………………………………..……….. 7

Porque é que o arco íris é colorido? ………………………………..…………………… 8

Porque é que as árvores têm folhas? ………………………………………….………… 9

A zebra …………………………………………………………….……………..…... 10

Porque é que as joaninhas têm pintas? ……………………………………..….………… 11

Porque existem pessoas altas? ……………………………………………………..…… 12

Porque é que as pessoas têm dedos? ……………………………………………………. 13

Porque é que a borboleta tem asas? …………………………………………………...… 14

A zebra com riscas brancas e pretas ……………………………………………….….… 15

Porque é que o leão tem juba? ……………………………………………….……….… 16

Porque é que os limões não são doces? ………………………………………………..… 17

Page 4: Os nossos contos!

3

Escrito por Richard Edwards e ilustrado por Serge Bloch, da

obra O Tigre Na Rua e Outros Poemas (2012) bruaá editora

Page 5: Os nossos contos!

4

O que são contos etiológicos?

Contos etiológicos são contos que foram sugeridos e inventados para

explicar um aspeto, propriedade ou característica de qualquer ser natural.

Muitos dos contos etiológicos existentes pertencem à literatura oral

tradicional e surgem da necessidade de explicar o porquê de aspetos

desconhecidos.

Page 6: Os nossos contos!

5

A zebra pintada

Era uma vez, na selva, uns homens chamados Serafim e António, que iam

pintar a casa de preto e branco. Na selva, também vivia a zebra que era toda

castanha.

Como estava muito nevoeiro, o Serafim e o António, ao abrirem as latas

de tinta, deixaram-nas cair. E não é que a tinta caiu em cima da zebra! Com o

tempo, a tinta secou e a zebra ficou com riscas pretas e brancas.

Todos acharam que a zebra ficou linda que, no dia seguinte, ela foi para

o jardim zoológico para que todos admirassem a sua beleza. Devido à sua

beleza, tornou-se o animal mais conhecido do jardim zoológico e mais raro do

mundo!

Depois, passados muitos anos, a zebra teve filhos muito lindos com o pelo

igual ao seu.

E é por isso que as zebras têm o pelo às riscas pretas e brancas.

Meu dito, meu feito, este conto saiu perfeito!

André

Pintura da artista Laura Gee

Page 7: Os nossos contos!

6

Porque é que o camaleão muda de cor?

Há muitos, muitos anos, o camaleão era todo verde. Ele tinha inveja dos

outros animais, porque eram coloridos. Ai, como ele desejava ter mais cores!

Poder ser cinzento como o elefante ou às manchas laranjas e pretas como o

tigre. Era um sonho que ele tinha.

Um dia, durante um belo passeio, encontrou uma casa que, no seu

interior, tinha uma árvore. A árvore tinha folhas amarelas que brilhavam quando

o sol batia nelas. Era uma árvore mágica! O camaleão, que estava com sono,

começou a trepar para a árvore, para dormir uma sesta.

– Sobe para aqui para cima de uma folha minha. Depois, pede um desejo

que ele irá realizar-se. – disse a árvore.

– O desejo que eu quero pedir é poder mudar de cor sempre que quiser!

Assim, posso ter as cores todas que me apetecer.

Dito e feito. A partir desse dia, o camaleão muda de cor sempre que quer.

Meu dito, meu feito, este conto saiu perfeito!

Bruno

Ilustração de Danuta Wojciechowska da obra

O Que se Vê no ABC (2008)

Page 8: Os nossos contos!

7

Porque é que a zebra tem o pelo preto e branco?

Era uma vez um rapaz aventureiro chamado João. Ele tinha um sonho,

que era fazer uma brincadeira na selva. Além disso, o João gostava muito de

grafitar.

Sendo ele tão aventureiro e corajoso, pôs-se a caminho da selva, viajando

de avião para chegar cedo.

A selva era colorida e lá viviam vários animais, desde a zebra até ao

búfalo.

Nessa tarde, já o João tinha chegado e pensou em grafitar algumas

coisas. Pegou nas latas de grafiti e fez umas riscas pretas e brancas numa

árvore.

A zebra estava com muito calor e com sono, então decidiu deitar-se numa

árvore, à sombra. Mas, ela era tão distraída, que se deitou a dormir na árvore

que o João tinha grafitado!

Por isso, quando a

zebra acordou, ficou toda

preta e branca. Quando viu o

seu reflexo numa poça de

água, ficou surpreendida

com a cor do seu pelo. E a

zebra olhava, olhava e

olhava para o seu reflexo.

Sentia-se tão estranha e, ao

mesmo tempo, tão feliz!

Desse dia em diante,

todas as zebras ficaram com

o seu pelo às listras pretas e

brancas.

Meu dito, meu feito,

este conto saiu perfeito!

Carolina Ilustração de Marc Martin da obra Exotic Animals A to Z (2011)

Page 9: Os nossos contos!

8

Porque é que o arco íris é colorido?

Certo dia, um rapaz estava diante da janela a olhar para o arco íris. Nesse

tempo, o arco íris era todo preto e não tinha cores nenhumas.

O rapaz estava sempre a pensar em como achava que o arco íris era feio.

– Quem me dera conseguir tornar o arco íris mais bonito! - pensou em

voz alta.

Num belo dia, o rapaz foi à floresta e viu uma fada que lhe disse que fazia

tudo o que ele quisesse.

– O que eu queria mesmo, era que o arco íris fosse mais bonito! – pediu

o rapaz.

– Só posso fazer isso num dia em que faça sol e chuva ao mesmo tempo.

– respondeu a fada.

O rapaz, ouvindo isto, correu para sua casa e esperou pelo dia seguinte.

No dia seguinte, quando acordou, reparou que estava um sol radiante,

mas que, ao mesmo tempo, estava a chover. Apressadamente, foi à janela e viu

um belo arco íris cheio de cores bonitas!

É por isso que o arco íris é colorido.

Bendito e louvado, meu conto acabado!

Diana

Ilustração de Jorge Martins da obra O livro das sete cores (2006)

Page 10: Os nossos contos!

9

Porque é que as árvores têm folhas?

Há muitos anos atrás, nenhuma árvore tinha folhas e, por isso, eram todas

despidas e tristes.

Certo dia, uma árvore olhava para o céu e pensava: “Que feia que eu sou,

assim, despida… Quem me dera ter folhas!”

Foi então que, o rei da Natureza, cansado de ouvir tantos pedidos,

concedeu às árvores as tão desejadas folhas. Mas não eram umas folhas

quaisquer, eram brilhantes com cristais permanentes, para que nunca mais as

árvores se sentissem tristes.

E, desde esse dia em diante, todas as árvores ficaram com folhas.

Meu dito, meu feito, o meu conto saiu perfeito!

Joana

Ilustração de Cristina Valadas da obra O Guarda-Rios (2008)

Page 11: Os nossos contos!

10

A zebra

Há muito tempo, existiam zebras pretas e zebras brancas que viviam no

jardim zoológico, em espaços separados.

Certo dia, o homem que tratava dos animais decidiu juntar os dois animais

num só espaço. Uma das zebras pretas apaixonou-se por uma zebra branca e,

juntos, tiveram muitos filhotes!

Quando nasceram os filhotes, todos os animais ficaram admirados, pois

tinham o pelo às listras pretas e brancas.

É por isso que as zebras têm listras pretas e brancas.

Bendito e louvado, meu conto acabado!

Lucas

Ilustração de Clifford Webb da obra A Jungle Picnic (1934)

Page 12: Os nossos contos!

11

Porque é que as joaninhas têm pintas?

Certo dia, a Maria, a Nádia e a Vanda decidiram ir para uma floresta. A

floresta era linda, luminosa e encantadora. Tinha muitas árvores altas, flores

coloridas e animais de todos os tamanhos e feitios.

Já tinham chegado à floresta e, entretanto, ficaram cansadas de tanto

correrem e saltarem. Por isso, sentaram-se numas rochas.

As rochas tinham uns bichinhos pequenos que se chamavam joaninhas.

As três amigas acharam que as joaninhas tinham pouca cor e a Nádia lembrou-

se que a Maria tinha trazido tinta preta e uns pincéis.

– Que tal, nós começarmos a pintar cada uma das joaninhas? – perguntou

a Vanda.

– Sim, sim! – disseram a Maria e a Nádia.

Então as três amigas começaram a pintar as joaninhas e é por isso que

as joaninhas têm pintas.

Vitória, vitória, acabou-se a história!

Maria

Ilustração de Júlio Pomar da obra Bichos, bichinhos e bicharocos (1977)

Page 13: Os nossos contos!

12

Porque existem pessoas altas?

Há muito tempo atrás, as pessoas eram todas baixas. Essas pessoas

sentiam-se tristes, pois não conseguiam mudar as lâmpadas nem chegar às

prateleiras mais altas quando precisavam.

Um dia, as pessoas estavam tão tristes devido à sua pequena altura que

uma fada, ao vê-las assim, quis ajudá-las.

– Olá! Eu sou a Fada das Alturas. Porque estão tão tristes?

– Oh, Fada das Alturas… Nós estamos tristes porque queremos ser altos

como as árvores.

– Acho que vos posso ajudar. No meu livro de magia, existe um feitiço que

pode concretizar o vosso desejo.

– Qual é? Qual é? – perguntaram, ansiosas, as pessoas.

– Têm de esfregar a barriga com uma mão e, com a outra mão, colocar

fermento para bolos na cabeça. Depois vão dormir. No dia seguinte, quando

acordarem, vão estar mais altos.

As pessoas seguiram todos os passos do feitiço que a Fada das Alturas

lhe contou e, no dia seguinte, todos estavam altos!

E é por isso que existem pessoas altas.

Bendito e louvado, meu conto acabado.

Nádia

Ilustração de Alex Gozblau da obra Ainda falta muito? (2009)

Page 14: Os nossos contos!

13

Porque é que as pessoas têm dedos?

Era uma vez, um tempo distante em que as pessoas não tinham dedos.

As pessoas sentiam-se infelizes. Não conseguiam fazer nada do que queriam:

não conseguiam escrever nem pegar em objetos pequenos!

Deus, que estava no céu a observar tudo, teve pena de toda a gente.

Durante a noite, lançou um feitiço para que todas as pessoas tivessem dedos.

No dia seguinte, quando acordaram, todos tinham dedos! E todos ficaram

felizes e contentes. Agora, já conseguiam fazer tudo o que desejavam.

É por este motivo que as pessoas têm dedos.

Vitória, vitória, acabou-se a história!

Nelson

Ilustração de Bernardo Carvalho da obra Praia-Mar (2011)

Page 15: Os nossos contos!

14

Porque é que a borboleta tem asas?

Era uma vez uma borboleta que tinha ido passear à selva. Nessa altura,

as borboletas não tinham asas e, por isso, a borboleta sentia-se triste.

– Ai, como eu gostava de ter asas! – pensou a borboleta.

Durante o seu passeio, a borboleta encontrou uma fada madrinha e esta

disse-lhe para ir à fonte, lugar onde vivia o feiticeiro.

– Vai ter com o feiticeiro, ele pode-te ajudar. – disse a fada madrinha à

borboleta.

Quando a borboleta chegou à fonte, o feiticeiro estava a dormir e ela

acordou-o. Então, ele perguntou com voz de chateado:

– O que queres tu, borboleta?

– Quero um feitiço que me faça ter asas. É um sonho que eu tenho: poder

voar alto como as aves. – pediu a borboleta.

O feiticeiro ficou emocionado com o sonho da borboleta e concedeu-lhe o

feitiço. A borboleta ficou muito contente.

Desde esse dia em diante, todas as borboletas têm asas.

Bendito e louvado, meu conto acabado.

Paulo

Ilustração de Juan Soutullo da obra Versos de Cacaracá (1984)

Page 16: Os nossos contos!

15

A zebra com riscas brancas e pretas Há muitos anos atrás, era uma vez uma zebra muito feliz que vivia na

selva. A zebra era grande e tinha pelo cinzento. Ela e o seu amigo tigre decidiram

ir a uma festa juntos.

Quando chegaram ao local da festa, repararam que os homens também

iam à festa. A zebra e o tigre ficaram com medo, pois os homens caçavam

animais.

Junto a uma árvore, o leão e a zebra discutiam estratégias para entrar na

festa.

– Mas vai ser difícil entrarmos na festa sem os homens nos verem! – disse

a zebra.

Passado alguns minutos, lá entraram na festa sem os homens os verem

e foram ter com o amigo leão.

Passado algum tempo, os homens avistaram a zebra, o tigre e o leão. E

os animais, com medo, desataram a fugir.

– Vamos rápido! – disse o leão ao tigre e à zebra.

– Vamo-nos esconder! – disse a zebra.

E os homens gritaram:

– Não vão conseguir fugir!

Depois de muita correria, os homens

conseguiram apanhar a zebra.

– Vamos pintar a zebra de preto e

branco.

E assim fizeram. A zebra, ao ver no

estado em que ficou, disse, admirada:

– Acho que estou linda!

É por este motivo que as zebras têm o

pelo às riscas pretas a brancas.

Vitória, vitória, acabou-se a história!

Pedro

Ilustração de Danuta Wojciechowska da obra O Que se Vê no ABC (2008)

Page 17: Os nossos contos!

16

Porque é que o leão tem juba?

Era uma vez um leão que se sentia feio. Achava-se o mais feio de todos

os animais, porque os outros tinham características bem bonitas. Uns animais

tinham penas coloridas, como o papagaio, e outros, como o camaleão, podiam

mudar de cor sempre que quisessem.

Um dia, o leão perguntou às zebras:

– Ei, podem-me emprestar o vosso pelo para ficar mais bonito?

– Claro…. que não! Ha ha ha. – responderam as zebras.

Então, o leão ficou muito triste e vagueou pela selva. Enquanto isso, o

leão colocava folhas no seu pelo para se tentar sentir mais bonito. Mas, com o

vento, as folhas voavam. E lá ia o leão, até que avistou um macaco com um pelo

muito bonito. O pelo era castanho escuro, lindo e sedoso tal como o leão queria

ter. O leão aproximou-se do macaco e disse, entusiasmado:

– Olá!

– Hááááá! – gritou, assustado, o macaco.

O macaco desatou a fugir, apressadamente, e deixou o pelo cair no chão.

O leão pegou na pelagem do macaco e colocou-a no pescoço. O leão ficou feliz

com a sua juba e nunca mais se sentiu feio.

É por este motivo que os leões têm juba.

Meu dito, meu feito, este conto saiu perfeito!

Ricardo

Ilustração de Gonçalo Viana da obra Esqueci-me como se chama (2010)

Page 18: Os nossos contos!

17

Porque é que os limões não são doces?

Há muito tempo, os limões eram muito doces. Toda a gente comia limões

como quem comia cerejas.

Um certo dia, um bruxo muito mau observava as pessoas a comerem os

limões. Ai, como elas estavam felizes!

O bruxo, cheio de inveja, ficou chateado com tanta felicidade. Então,

lançou um feitiço que fez com que os limões ficassem azedos.

Desde esse dia em diante, todos os limões ficaram azedos.

Vitória, vitória, acabou-se a história!

Vanda

Ilustração de Evelina Oliveira da obra Não posso comer sem limão (2004)

Page 19: Os nossos contos!

18

Este livro digital resulta da compilação dos

contos etiológicos produzidos pelos estudantes do 5.ºD

na área disciplinar de Português.

O livro foi apresentado no evento “Viagem pela Sabedoria Popular”.