12
O Governador da Bahia, Jacques Wagner, guiou a cerimônia oficial de abertura da 8ª edição da Bienal do Livro da Bahia. A solenidade contou também com as presenças do Secretário de Cultura do Estado da Bahia – Marcio Meirelles, do Secretário da Educação – Adeum Sauer,doDiretordaFundaçãoPedro Calmon–UbiratanCastrodeAraújo, doCônsuldePortugal–JoãoSabido Costa,daVice-presidentedaFagga Eventos – Andréia Repsold, e do Diretor Nordeste da Fagga Eventos – Antônio Vieira Júnior. Asautoridadesvisitaramosespaços paralelos da Bienal e assistiram algumasatividadesrepresentativas de cada um deles. Bienal do Livro - Bahia 2007 Vitória da Ca&Ba. Conquista nossa. Afundaçãoem VitóriadaConquista. Apresentações e recitais longe de casa. Pág. 06 Jornal Cultural e Ecológico da Fundação Cultural Ca&Ba - Camaçari, abril de 2007 OSecretárioMárcioMeirellesfalou ao Oxente Jornal sobre os 100 dias do Novo Governo e a sobre a 2ª Conferência do Sistema Nacional de Cultura. Pag. 09 Entrevista com o Secretário de Cultura O poeta Geraldo Maia presta uma merecida homenagem à Antônio FredericodeCastroAlvespelosseus 160 anos de eternidade. Pag. 06 Uma homenagem a Castro Alves O Presidente da Petrobrás José Sérgio Gabrielli abre o Ciclo de Conferências da Fundação Pedro CalmonsobreoDesenvolvimento da Bahia Pag. 09 O desenvolvimento da Bahia em debate A Fundação Cultural Ca&Ba presta contas à SOCIEDADE, sobre os projetosrealizadospelainstituição nos últimos 2 anos. Mês-a-mês e com fotos. Pag. 04 Fundação Ca&Ba presta contas... NosestandesdaSecretariadeEducação e da Fundação Salvador Cidade Educadora, dois corais infantis - um deles composto por deficientes visuais - se apresentaramparaogrupo. O Governador foi presenteado com um belo duelo de repentes entre os cantadores Bule-Bule e Paraíba da Viola, no Espaço Cordel. Jacques Wagner anunciou que seu governo irá fazer do estado um pólo de produção cultural e do investimento à leitura, um dos caminhos mais importantes para o futuro da Bahia. Pág. 12 Samba: É mais que interessante. O poeta Bule Bule fala do que mais entende. Cultura popular com Samba de roda. Pág. 10 Visões sobre o nosso Carnaval. Jackson Arléo explana sobre as lutas de classes que mudaram a maior festa “popular” do planeta. Pág. 11 Cultura: a essência das civilizações O professor e sociólogo Jorge Lisboa nos mostra a importância da Cultura para a sociedade. Pág. 07 Foto: Ivan Erick

Oxente Jornal - Edição 01 - 2007

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Jornal cultural, social e político desenvolvido em Camaçari no ano de 2007, pela Fundação Cultural Ca&Ba com o apoio do MINC. Idealização: Wilson Bizerra, Geraldo Maia e Erick Cerqueira. Agradecimentos aos professores Jorge Lisboa, Gal Meirelles, ao saudoso Sebastião Weber, ao mestre Bule Bule, Jackson Arleo, Verbena Córdula. Emerson Leandro, Solange, Helmut e Rita Papaiz. Apoio: Ministério da Cultura

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O Governador da Bahia, Jacques

Wagner, guiou a cerimônia oficial

de abertura da 8ª edição da Bienal

do Livro da Bahia. A solenidade

contou também com as presenças

do Secretário de Cultura do Estado

da Bahia – Marcio Meirelles, do

Secretário da Educação – Adeum

Sauer, do Diretor da Fundação Pedro

Calmon – Ubiratan Castro de Araújo,

do Cônsul de Portugal – João Sabido

Costa, da Vice-presidente da Fagga

Eventos – Andréia Repsold, e do

Diretor Nordeste da Fagga Eventos

– Antônio Vieira Júnior.

As autoridades visitaram os espaços

paralelos da Bienal e assistiram

algumas atividades representativas

de cada um deles.

Bienal do Livro - Bahia 2007

Vitória da Ca&Ba. Conquista nossa.A fundação em Vitória da Conquista.

Apresentações e recitais longe de

casa.Pág. 06

Jornal Cultural e Ecológico da Fundação Cultural Ca&Ba - Camaçari, abril de 2007

O Secretário Márcio Meirelles falou

ao Oxente Jornal sobre os 100 dias

do Novo Governo e a sobre a 2ª

Conferência do Sistema Nacional

de Cultura. Pag. 09

Entrevista com o Secretário de Cultura

O poeta Geraldo Maia presta uma

merecida homenagem à Antônio

Frederico de Castro Alves pelos seus

160 anos de eternidade.Pag. 06

Uma homenagem a Castro Alves

O Presidente da Petrobrás José

Sérgio Gabrielli abre o Ciclo de

Conferências da Fundação Pedro

Calmon sobre o Desenvolvimento

da BahiaPag. 09

O desenvolvimento da Bahia em debate

A Fundação Cultural Ca&Ba presta

contas à SOCIEDADE, sobre os

projetos realizados pela instituição

nos últimos 2 anos. Mês-a-mês e

com fotos. Pag. 04

Fundação Ca&Ba presta contas...

Nos estandes da Secretaria de Educação

e da Fundação Salvador Cidade

Educadora, dois corais

infantis - um deles composto

por deficientes visuais - se

apresentaram para o grupo.

O Governador foi presenteado

com um belo duelo de repentes

entre os cantadores Bule-Bule e

Paraíba da Viola, no Espaço

Cordel. Jacques Wagner

anunciou que seu governo

irá fazer do estado um pólo

de produção cultural e do

investimento à leitura,

um dos caminhos mais

importantes para o futuro da

Bahia.Pág. 12

Samba: É mais que interessante.O poeta Bule Bule fala do que mais

entende. Cultura popular com

Samba de roda.Pág. 10

Visões sobre o nosso Carnaval.Jackson Arléo explana sobre as

lutas de classes que mudaram a

maior festa “popular” do planeta.Pág. 11

Cultura: a essência das civilizaçõesO professor e sociólogo Jorge

Lisboa nos mostra a importância

da Cultura para a sociedade.Pág. 07

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Expediente do OxenteCONSELHO CONSTITUTIVO Erick Cerqueira - Geraldo Maia - Wilson BizerraRevisão: Janete Bezerra (DRT 2152)Diagramação: Erick CerqueiraFotos: Pedro Santos/ Erick Cerqueira/ Wilson Bizerra.Matérias: Geraldo Maia, Bule Bule, Wilson Bizerra, Erick Cerqueira. Agradecimentos: Verena da Silva Cerqueira, Jorge Lisboa, Verbena Córdula, Faculdade 2 de Julho, Isabela Borges, Ivan Erick, Gal Meirelles, Jackson M. Reis Arléo, Emerson Leandro, Francisco Aírton, Solange (SINART), Helmut e Rita Papaiz

Equipe do Ca&Ba: Toninho Barreto, Cácia Gomes, Isa Santos, Lukas Ronan, Refson Scarpin, Marcelo Ricardo, mônica Homem, Ceilma Santos, Audrin Cavian, Mari Araújo, Milena de Souza, Biuna Bizerra, Tony Eracheo, Glícia Santos, Cleber Conceição, Natasha Kiss.

FUNDAÇÃO CULTURAL CA&BA Travessa Paranapanema Nº. 33 - Nova Vitória – Camacari - BahiaNúcleo de Artes Cênica: Estação Rodoviária de Camaçari Salas 01/02 1º Piso • CNPJ MF Nº 02 459 455/0001-03• Tel.: (71) 3627-0132 / 8136-2499• Utilidade Pública Municipal: Lei nº 441/99 - 09/11/99 • Utilidade Pública Estadual: Lei nº 9489 - 10/05/05 Tel: (71) 3627-0132 / 8136-2499/ 9962-8095

• Portal: www.caeba.org.br

• E-mail: [email protected]

A Fundação Cultural Ca&Ba sempre

foi alvo de diversos boatos. Os mais

comuns são os de sempre associar

a Fundação à oposição ao poder

público. Mas finalmente, oposição a

quê, mesmo?

Na época do PFL éramos “de esquerda”

e por isso oposição. Hoje com o PT

no poder, somos “de direita”. Ou seja,

somos BURROS, pois ao invés de

apoiar os que ganham sempre nos

juntamos aos que perdem.

Na verdade, a Fundação sempre

buscou a isenção partidária . Nossas

convicções e principalmente nossas

ações, sempre foram voltadas para o

lado social. Sempre buscando formar

os cidadãos e incluí-los na sociedade

através da arte. Nossa política sempre

foi levar a Cultura a todos.

Nosso lema, “Cultura é preciso”,

é a expressão mais limpa desse

anseio da nossa instituição. Em

termos políticos preferimos nos

sentir ambidestros, pois seguindo a

Esquerda ou a Direita, iremos sempre

encontrar o nosso objetivo. Levar a

arte a quem precisa dela.

Desde o início buscamos a

independência, nunca nos filiando

a essa ou aquela agremiação.

Nosso partido é Arte e amamos

e defendemos a nossa ideologia.

Enfrentamos e superamos todas as

adversidades, nunca fugindo ou nos

acovardando no silêncio das intrigas.

Temos autonomia para aplaudir os

acertos dos nossos governantes, mas

também temos a cabeça erguida pra

apontar os erros dos mesmos.

Fomos perseguidos de forma

declarada pela administração

passada. Hoje, somos perseguidos

de forma mesquinha e covarde,

pelas intrigas e fofocas de pessoas

que nem ao menos nos conhecem

e já nos apontam como “de direita”.

Essas mesmas pessoas são as ervas-

daninhas de grupo do atual prefeito,

que fazem de tudo para que ele

não tenha sucesso em seus anos de

mandato.

Direita, Esquerda, Vou Ver!Cultura e DesenvolvimentoAgora é oficial. Cultura é vital para o

desenvolvimento econômico e social de

qualquer país. A ONU incluiu o acesso a

bens, serviços e equipamentos culturais

como componente do I D H (Índice de

Desenvolvimento Humano), da mesma

forma que incluiu outras questões vitais

como Educação, Saúde, Emprego, Renda,

Ecologia, etc. Assim a cultura passa a ser

uma tarefa prioritária de governo para

ser executada e formulada em parceria

com os demais atores culturais e

econômicos da sociedade.

O Estado, até então, ao chamar para si

a função de fazer cultura, apropriou-se

dos meios de produção, enfraquecendo

a iniciativa privada, fomentando o

consumismo da sub-arte que produzia

ou terceirizava segundo seus ditames

do que era ou não cultura e arte, o

que excluiu de vez a grande massa de

trabalhadores em arte e cultura.

Assistimos a esse absurdo aqui na Bahia

durante pelo menos quatro décadas.

O resultado é bem visível: o atraso do

processo de evolução do estado em

pelo menos um século. Impotentes

para criar e para lidar com a diferença,

com o novo, apenas, de modo pífio,

davam continuidade à “modernização

conservadora” lá dos primórdios da

ditadura militar. E não sabem mesmo

fazer outra coisa.

No governo Lula, o Minc fez a cultura

perder o papel de mero coadjuvante,

bibelô, ornamento, e a fez funcionar

como ferramenta imprescindível para

o desenvolvimento social e econômico.

Ampliar e aprofundar a noção de

desenvolvimento cultural tem sido

o principal papel do Minc até agora, o

que lhe valeu confiabilidade nacional e

visibilidade internacional.

O Estado da Bahia, no governo Wagner,

através de sua Secretaria da Cultura,

entra em sintonia com o trabalho do

Minc de colocar a cultura como eixo

central no processo de desenvolvimento

social, com a dimensão de direito

de cidadania, essencial no resgate

da auto-estima, do sentimento de

pertencimento e apoderamento,

da construção da identidade e da

autonomia. E da construção de políticas

culturais capazes de alavancar o

trabalho digno e a redução da pobreza.

Mas essa tarefa é de responsabilidade

de toda a Sociedade que deseja, através

de um amplo debate, formular um

projeto de Nação com uma organização

social mais justa, capaz de garantir

vida digna para todos e um país

economicamente viável.

Geraldo MaiaPoeta

Mas temos a consciência limpa

e desafiamos aos detratores, ou

melhor, aos fofoqueiros de plantão

a demonstrar provas da nossa

associação com o “grupo de direita”

do município.

Esse ano completamos 12 anos

de fundação. Uma história que

nasceu da luta e que em nenhum

momento desistiu de lutar por um

futuro melhor para a cultura local.

Nossos projetos são conhecidos

em várias partes do mundo. Parece

exagero, mas não é. Grupos de países

como Espanha, Itália, Portugal e

até de Israel já se inscreveram para

participar dos Festivais Pluricultural

e de Monólogos. Nosso portal

contém mais de 600 páginas e tem

uma visitação de mais de 4000

acessos por mês.

Isso é trabalho, é coisa de quem não

pára pra falar do que não sabe ou

de quem não conhece. Não temos

tempo pra isso.

Mas será que realmente somos

burros. Não acredito. Somos sim,

meros espelhos à refletir a essência

daqueles que nos olham.

Erick S. Cerqueira

Diretor de Marketing da Fundação Ca&Ba e

Estudante da Faculdade 2 de Julho

3

Ninguém é Inferior ou Superior, mas Diferente.Nenhum povo é superior ou inferior a

outro. Ninguém é superior ou inferior

a ninguém. Cada um com suas coisas

boas e ruins, negativas e positivas,

certas e erradas, relativamente, sem que

nenhum desses conceitos seja melhor

ou pior que o outro, absolutamente.

Cada país, cada comuna, cada quilombo,

cada tribo, cada tapera, cada coió, cada

vilarejo, cada cidade, tem o seu conceito

de bom, ruim, certo, errado, negativo,

positivo, deus, demônio, etc. Ainda mais

que somos originários de uma mesma

família e de um mesmo território:

ÁFRICA!

Apenas as culturas se diferem, mas

a origem é a mesma, a (o) Criadora

(o) Divina (o), DEUSADEUS. Não existe

uma predominância “natural”, “normal”,

“divina”, desta ou daquela raça ou povo

sobre os demais, Agora, é preciso que

cada povo, cada tribo, cada nação

conheça e valorize sua base cultural e

psicológica para que possa se fortalecer

e evoluir sem perder suas características

no contato com outras culturas.

Precisamos “globalizar” as culturas,

não no sentido de impor uma, branca,

européia, norte-americana, judaico-

cristã-islâmica, liberal, capitalista,

marxista, etc, sobre as outras, mas

de trocar experiências, valores,

informações, conhecimentos, de

valorizar e fortalecer as culturas

originais regionais no contato e no

intercâmbio com as culturas nacionais

e internacionais, ou até mesmo

intergaláticas.

A base cultural e psicológica dos

antepassados pré-ibéricos de AbyaYala

(Terra Fecunda), nome original, em

língua Kuna, de toda a imensa região

hoje mais conhecida como América,

apenas uma equivocada homenagem

ao antigo navegador Américo Vespúcio,

e dos africanos, de caráter mais

multirracial, multicultural, multiétnica,

mono-plural e includente, é muito

mais adequada para nós do que a

européia, norte-americana, branca,

cristantan, de caráter mais cartesiano,

positivista, militarista, cientificista,

monomaníaca, maniqueista, racista,

excludente,etc. Nem melhor ou pior.

Mas nossa base cultural ancestral é a

que deve predominar entre nós, e não

o contrário.

E por que essa base cultural, herdada dos

nossos antepassados originais, pouco,

ou sequer sabemos de sua existência?

Não existe traço muito dela ainda nas

escolas e universidades, mesmo com a

força da Lei 10.639/03, que agora obriga o

estudo da cultura e da história africana

nas salas de aula. Mas para a cultura e

história indígena ainda não existe Lei, ou

existe, a Lei do Extermínio, que vigorou

até agora, aliás, uma das poucas leis

realmente cumpridas em nosso país.

Para delícia dos “bugreiros” (“espertise”

contratado especialmente para matar

índios e negros”). O fato é que não existe

nada sobre essas culturas, ainda, nos

currículos do ensino fundamental ao

pós-doutorado. Só alguns “antenados”

é que, vez por outra, trazem à baila

assuntos relativos a essa nossa base

cultural ancestral.

Existem alguns estudos, alguns

institutos que “pesquisam” a cultura

afro e a indígena sob o prisma do

“saber” universiotário importado

das elites brancas européias que o

fazem por vaidade e arrogância, para

se acreditarem generosas com os

“selvagens primitivos”, e ao mesmo

tempo “senhoras” do saber estabelecido.

Alguns mestres doutores e intelectuais,

como precisam sobreviver, fazem de

tudo para se ajustar aos parâmetros

estabelecidos por essas elites a fim

de ostentarem títulos verborrágicos

e o monopólio absoluto (e burro)

do pretenso “saber” oficial. Alguns já

percebem que só vão chegar a “saber”

alguma coisa quando unificarem

“ciência” e “senso comum”, por exemplo.

Por enquanto pouquíssimos se

interessam pela cultura ancestral dos

povos afroíndios porque isso “ainda”

não lhes dá poder (títulos e grana). Só

quando estiver valendo muita grana

mesmo é que o “interesse” vai rolar, e

muito! E tem outros fatores para esse

descaso todo. É que a cultura ancestral

nativa é ainda desprezada pelo simples

fato de que a mesma é muito mais

evoluída, sob vários aspectos, do que a

cultura européia norteamericanizada.

E o aspecto principal é que a cultura

ancestral afroíndia está mais

sintonizada com a Divindade, a

Natureza e o Ser Humano, que a cultura

intolerante, racista e hipócrita dos

invasores. Como não tiveram capacidade

para assimilar tais características,

porque cultuam uma relação distante

e mercantilista para com DeusaDeus,

com o Ecossistema e a Vida Humana,

resolveram então destruir a cultura

nativa com a desculpa de que a mesma

era heresia, não tinha alma, e por isso

não reconhecia DeusaDeus.

Claro, as culturas africana e abyayalana

não reconhecem o deus dos brancos

europeus e norte-americanos como

Divindade (DeusaDeus) porque o mesmo

não passa de Mamom, o deus dinheiro,

a quem cultuam verdadeiramente,

fanaticamente, idióticamente, mas

que os nossos gloriosos antepassados

desprezavam (desprezam) porque

sabiam (sabem) o quanto Mamom é

nocivo para o processo de evolução da

Natureza, do SER humano, da Cultura e

da Arte, tal como acontece em nossos

dias.

Outro aspecto: enquanto nas culturas

nativas, autóctones, se aceita, se respeita,

se valoriza e se interage abertamente

com culturas diferentes, com os

ignorantes e arrogantes invasores

ocorre o contrário. Só a cultura deles

é ”civilizada”, e portanto, merecedora

da vida, de estar viva. O diferente deve

ser excluído, destruído, massacrado,

porque é “bárbaro”, “selvagem”, “herege”,

“preguiçoso”, “lento”, “sem alma”, “atrasado”,

“ignorante”, “direita”, “esquerda”, etc

E os invasores conseguiram, em parte,

direcionar a cultura dos povos nativos

para os seus interesses de lucros

incessantes, transformando-a em

FOLCLORE, a arte em ARTEZANATO, as

línguas em DIALETOS, e reduzindo a

quase totalidade de nossas sociedades

em consumidores de ignorância

letrada, de anestésicos verbais, de

venenos mentais, emocionais e

materiais, tornando-nos cada vez mais

alienados pelo lixo cultural fabricado

até então pelo estado, ou com o seu

apoio, e consumido na marra por

todos nós, obedecendo cegamente às

determinações das megaempresas

transnacionais.

O sistema de dominação instalado

atualmente no planeta é realizado

bem menos com armas e soldados

e bem mais com cultura e grana.

A linguagem, o pensamento e o

sentimento dominantes nos países de

AbyaYala e África estão impregnados

da visão de mundo obsoleta, defasada,

mercantilista, gananciosa e genocida

dos europeus e norte-americanos, de

forma avassaladora. E é essa visão de

mundo que instituiu a globalização

neoliberal, a hegemonia dessa cultura

mercantilista assassina sobre as demais

como forma de garantir mercados e o

altíssimo nível de vida dos países mais

ricos (materialmente) do mundo. A

contrapartida é a miséria da maioria

absoluta da população do planeta.

Tão terrível é o massacre sobre

as avançadas e traídas culturas

autóctones que quase não nada sobra

para contar a história. Mas sobrou sim,

ninguém, poder nenhum, pode destruir

totalmente a cultura de um povo, de

povos, por mais que tentem, jamais o

conseguirão. Pode até exterminar quase

todo mundo, matar quase todo mundo,

como fizeram com a maioria dos povos

“índios” (nativos amarelos, negros e

vermelhos). Mas a cultura resiste em

cada pessoa da qual faz parte, que a

teceu, dançou, cantou, riu, enterneceu,

fumou, bebeu, traçou, esculpiu, cavou,

aprendeu e ensinou algo na interação

com a mesma. E ela resiste viva aqui e

agora!

ENIGMA DE VIVIR (poema asteca)No es verdad que vivimosNo es verdad q ue duramosEn la tierra!Yo tengo que dejar las bellas flores,tengo que ir en busca del sítio del mistério!Pero por breve tiempo,Hagamos nuestros los hermosos

cantos.

Geraldo Maia

4

Apesar de nos últimos dois anos nada

de novo ter acontecido do ponto de

vista de apoio as iniciativa do CA&BA,

mesmo diante dos relevantes trabalhos

prestados ao município ao longo dos

mais de dez anos da

Fundação Ca&Ba, das

inúmeras parcerias

firmadas com

empresas e autarquias

do poder público em

especial, fizemos, aliás,

continuamos sendo,

a grande diferença

no município no campo da cultura

alternativa de raiz.

Com os pouquíssimos

recursos que tivemos,

suplantamos obstáculos,

vencemos barreiras e o

mais impressionante, continuamos vivos,

mais do que nunca.

RELATÓRIO 2005

Janeiro- Anoitecer

com Arte

no Terminal

Rodoviário de Camaçari.

- Invasão Cultural

Fevereiro- TAE – Teatro Ação Educar (8º ano). Com

os espetáculos • Paz no Trânsito • Filomena

Contra a Dengue • Pro Dia Nascer Feliz

- Cobertura fotográfica do Carnaval de

Salvador (para os sites caeba.org.br e

baladabala.com.br)

Março- Mobilização na Sessão Especial da

Câmara de Vereadores de Camaçari

- Apresentação de um recital em

homenagem a mulher

- Destaque para os 1.800

acesso no dia da mulher.

- Dia 14 de Março

participação no dia da

Poesia

- Dia 27 Dia Internacional

do Teatro (Terminal Rodoviário de

Camaçari)

- Participação no Seminário da SEAGRI

Abril - Parceria com a Sol Embalagens e o Centro

de Cultura Casa do Sol.

- Dia do Índio (Barraca Solidária da

Semana)

- Adiamento do Festival de Monólogos

para julho

Maio- Divulgação da Semana de Cultura de

Camaçari no portal do Ca&Ba, dia a dia,

com matérias e fotos

- Participação nas oficinas do evento

- O TAE continuou sendo apresentado

Junho- Anoitecer com Arte

- Arraiá da Estação

(desde 2003)

Julho- Festival de Monólogos

nos 10 anos do Ca&Ba.

Parceria com a

Coordenação de Cultura.

Presença de Sérgio

Mamberti

Agosto- Participação no projeto Viagem a Casa

do Sol (Sol Embalagens)

Setembro- Plricultural 10 anos de Fundação Ca&Ba

em Camaçari e Dias D´ávila. (Apoio

da Prefeitura de Dias D’ávila, Câmara

de Vereadores de Camaçari e da Sol

Embalagens)

Outubro- Participação na Semana de Saúde de Dias

D’ávila com a obra PAZ NO TRÂNSITO

- Comemoração

do dia das

crianças em Jauá.

Transferimos o

Invasão Cultural

para Jauá a pedido da Coordenação de

Cultura. Apoio da LIONDEL.

Novembro- Participação no Projeto Sol Verão (Sol

Embalagens)

- Homenageamos

Cilene Guedes.

Exibição do filme

“Caveirinha, My

Friend” que contou com a participação da

mãe do teatro de Camaçari.

- Invasão Cultural nos Bairros do Jardim

Limoeiro, Parque das Mangabas, Bairro

Santo Antonio, Arembepe e Jauá

- Ajudamos a consolidar a Conferência

Municipal de Cultura

- Ajudamos

a divulgar o

Encontro de

Sambadores

da Bahia em

Parafuso

- Continuação do projeto Sol Verão

Dezembro- Projeto Viagem a Casa do Sol

- Apresentação do Festival Minuto Vivo

- Lançamento da Obra Carneirinho de

Belém (Centro de Cultura Casa do Sol,

Terminal Rodoviário de Camaçari, Praça

de Vila de Abrantes e Associação de

Arembepe (Barracão Solidário).

- Concurso de Dança Cover e

Transformismo no Terminal Rodoviário

de Camaçari, com cobertura do programa

NA CARONA da Rede Bahia.

RELATÓRIO 2006Em 2006 a luta continuou. Mais um ano

de grandes desafios e a Fundação Cultural

Ca&Ba, lança um plano de trabalho e

de manutenção das iniciativas com

lançamentos e/ou relançamentos durante

todo o ano.

A arte pede passagem!

Janeiro- Ensaios do

espetáculo Feliz

Ano Novo de

Ruben Fonseca

- Estréia do

espetáculo 23,24 e 25 de janeiro no Teatro

Magalhães Neto

- Elaboração do cronograma das atividades

e distribuição dos regulamentos dos

festivais de Monólogos e Pluricultural,

seleção de trabalhos para o TAE – Teatro

Ação Educar.

Fevereiro- Cobertura fotográfica do Carnaval de

Salvador (caeba.org.br)

- Reestréia de KAIRÓ’S CORPO ALMA

ESPÍRITO

- FELIZ ANO NOVO

(Dias D’ávila, Catú,

Mata de São João,

São Sebastião do

Passé).

- TAE - Teatro Ação

Educar, numa escola pública de periferia.

- Lançamento do projeto: DANÇANDO NA

PRAÇA

Março- Reestréia da Obra de Cecília Meireles

(Romanceiro da Inconfidência)

- Lançamento do

projeto, Mulher

Poesia e Cidadania,

08 de março - um

recital no dia internacional da mulher em

praça pública.

- Distribuição da programação do

Romanceiro em escolas públicas, Terminal

Rodoviário, Centro de Cultura Casa do Sol

e municípios da região.

Abril- Apresentação do Romanceiro da

Inconfidência

Maio- Participação e Organização da

Caminhada da Cidadania

Dia dos trabalhadores

- Tae nas Escolas

- Apresentação de Nosso Mais Sublime

Amor - de Roberto Vilani

Relatório de atividades 2005/06 Fundação Cultural Ca&Ba

5

Junho- ARRAIÁ DA ESTAÇÃO, concurso de

quadrilhas.

Julho- Festival de Monólogos com espetáculos

de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e

Bahia. No colégio modelo Luiz Eduardo

Magalhães.

Agosto-Volta em cartaz os espetáculos Romanceiro

da Inconfidência e Feliz Ano Novo)

- Apresentação no Centro de apoio a

educação inclusiva de Camaçari.

Setembro- Participação na

reunião com os

artistas baianos,

reunidos com o

candidato Jaques

Wagner.

- TAE - Teatro Ação Educar (continuação)

Outubro- Fomos convidados a participar do

Projeto Teatro de Cabo-a-Rabo do Teatro

Vila Velha em Salvador.

- Oficina de Maquiagem com Janete

Bezerra.

- Comemoração do Dia das Crianças

(LIMPEC). Com espetáculo educativo “Sem

Lixo é o Bicho” e levamos também a turma

do HipHop, Djs e Grafiteiros de Camaçari.

Novembro- Invasão Cultural em Arembepe.

- Apresentação do espetáculo de rua “A

Feira de Campina Grande”.

Dezembro- Auto de Natal do Ca&Ba

- SIPATs das empresas Tigre Nordeste, IPC,

Ceramus

- Apresentação de “Sem Lixo é o Bicho” -

Comunidade de Nova Vitória

Maiores informações e fotoswww.caeba.org.br

Foi-se o tempo em que visitar a Praça

Desembargador Montenegro, tinha

um significado e valor cultural e

sentimental muito grande. O maior

point da juventude camaçariense

no final da década de oitenta, mais

precisamente a partir de 10 de março

de 1987 quando foi inaugurado o cine

Camaçari. Nascido de uma parceria

que reuniu o Clube Social e Cultural

de Camaçari e a Prefeitura Municipal

que isentou o cinema do ISS (Imposto

Sob Serviço). E quem era o prefeito de

Camaçari em 1987? Nada mais, nada

a menos que o nosso atual gestor,

Luiz Carlos Caetano. Exatamente

vinte anos depois, nos deparamos

novamente na Praça Montenegro

onde tal qual no final dos anos 80,

temos um atrativo popular, a Fonte

Luminosa. O velho cine Camaçari

no entanto, espera novamente pela

sensibilidade do mesmo prefeito

de outrora para voltar a respirar e

transpirar cultura.

Com uma história recheada de

situações inusitadas o Cine Camaçari

abriu suas portas ao público depois de

passar por uma excepcional reforma,

onde foram instalados equipamentos

de ultima geração para projeção

cinematográfica. “Perdido em Nova

York” foi o primeiro cartaz, além de

tantos outros lançados em primeira

mão no saudoso “cinema da praça”,

que contava com a parceria da

Condor Filmes e da Paris Filmes, duas

distribuidoras cinematográficas do

eixo Rio-São Paulo. Contava ainda

com a Orient Filmes da Bahia, que

haviam ganhado a concessão das

novas salas do Shoping Barra, ainda

em construção no período.

Não contavam eles, aliás, ninguém

contava com a extinção da

Embrafilmes e a conseqüente falência,

“mais uma vez”, do cinema brasileiro.

Depois da Cinédia, da Vera Cruz,

do Cinema Novo, das Chanchadas

produzidas na Boca do Lixo, por

nomes como Tony Vieira, David,

Cardoso, Jerson Valadão, Zé do Caixão,

Vera Ficher etc... O golpe fulminante

de Collor de Mello no cinema popular

nacional provocou um efeito dominó

em todos os cinemas do Brasil, até

mesmo no Rio de Janeiro e São

Paulo. As falências se multiplicaram,

multiplicando-se também o número

de templos evangélicos. O Nosso

Cinema, através da Cinematográfica

Camaçari, administrava oito salas

de exibição na Bahia. O Cine Santo

Antonio (Santo Antonio de Jesus),

Cine Coliseu (Paulo Afonso), Cine

Central (Feira de Santana), Cine

Jacobina (Jacobina), Cine Pedra

(Delmiro Golveia-AL), Cine Santo

Antonio (Candeias), com pretensão de

abrir-se mais 10 salas em todo estado.

Imagine o desconforto e os prejuízos

que estes pequenos e verdadeiros

empreendedores tiveram ao verem

seus projetos ruírem diante da

impossibilidade de continuidade. Os

motivos? A falta de película e cartaz

para exibição! Isso determinou que a

maioria dos cines de rua ou fechavam

suas portas ou passavam a exibir

filmes de baixo calão, os chamados

pornográficos, única fonte de renda

que restou aos cinemas populares. O

Cine Camaçari foi o último cinema a

fechar as portas e só o fez por conta

de diversos fatores, onde a política

foi o principal. Administrado pela

Fundação Cultural CA&BA a partir de

sua criação em 1985, desde 1987 sob o

comando dos criadores da entidade,

o cine Camaçari bem que poderia

estar sendo utilizado por quem o fez

a vida inteira, por quem o recuperou

por inúmeras vezes evitando o

desabamento e a deteriorização da

suas estruturas, ao invés de estar

servindo de alojamento de morcegos

e sanitário público. Uma pena, uma

perda irreparável para os tantos

grupos que ali se formaram, para o

Movimento Rock, de dança, de teatro,

os principais grupos em atividades

no município, foram ali constituídos:

Cio da Terra, FHUNAMI, Movimento

Cultural, Kit Dance, Mane, Funk-se

Quem Puder, Let’s dance Funk dentre

outros. Foram realizados no nosso

velho cinema 03 Rave Rock, inclusive

com a participação da roqueira, hoje

nacionalmente famosa, Pitty. Mas se

a mesma voltasse hoje a Camaçari,

com certeza acharia essa situação e o

nosso cinema muito, Bizarro.

Wilson Bizerra

O Cine Camaçari

Lançamento de livro “Memorial do Inferno. A Saga da

Família Almeida no Jardim do

Éden”

Autor: Valdeck Almeida de Jesus

Data: 13 a 22 de abril de 2007

Horário: 10 às 22 horas

Local: Estande “VALDECK ALMEIDA”,

ao lado da Tenda do Cordel

Centro de Convenções da Bahia,

durante a Bienal do Livro da

Bahia

Ingresso para a feira: R$ 6,00 (seis

reais), e você pode usar parte do

ingresso para comprar livros

PUBLIQUE SEUS POEMAS NUM LIVROO escritor e poeta Valdeck

Almeida de Jesus, já com vários

livros publicados, sabedor da

grande dificuldade de o escritor

anônimo ser lançado no mercado

editorial, patrocina a publicação

de poemas para escritores

baianos residentes no interior do

estado da Bahia.

A antologia é aberta a escritores

de outras cidades e estados,

porém com o pagamento de

uma pequena taxa de inscrição,

que dá direito ao recebimento de

exemplares do livro.

A primeira edição intitulada

Antologia Poética Valdeck

Almeida de Jesus – Vol. I, já se

encontra à venda nas livrarias

Espaço do Autor Baiano e Teatro

XVIII, ambas no Centro Histórico

(Pelourinho).

A primeira antologia, publicada

em 2006, será lançada

oficialmente na Bienal do Livro

da Bahia, de 13 a 22 de abril de

2007, no estande do escritor

Valdeck Almeida.

Maiores informações:

www.literaturaecritica.blogspot.com

E-mail: [email protected]

6

Castro Alves, 160 anos de EternidadeNo dia 14 de março de 1847, nos sertões

da Bahia, às margens do Paraguaçu,

nascia Antonio Frederico de Castro

Alves, na fazenda Cabaceiras, perto da

Vila de Curralinho, hoje cidade de Castro

Alves. O filho do Dr. Antonio José Alves e

D. Clélia Brasília da Silva Castro, chamado

carinhosamente de “Cecéu”, viveu nos

sertões até os sete anos, embalado pelos

“causos” da negra Leopoldina, escrava,

ama-de-leite e mucama que povoou

com lendas, cantigas e histórias de reis,

princesas e guerreiros da sua África mãe,

a fértil imaginação daquele menino que

se tornaria o maior poeta do Brasil e da

América Latina em todos os tempos.

A grandeza de Castro Alves deve-se,

principalmente, ao seu comportamento

como ser humano, pois dedicou-

se totalmente às causas sociais e

libertárias de sua época, como a luta

pela libertação do Brasil, dos escravos e

das mulheres, pela libertação da alma

do jugo inquisitorial e pela libertação

da natureza cada vez mais aprisionada

e violentada, sendo o primeiro militante

feminista e ecologista do país.

Para todas essas lutas assentou sua

arma invencível e eterna: A POESIA.

Foram apenas 24 anos, mas que já duram

160 anos de eternidade, e que tentaram,

em vão, interromper no episódio do

covarde atentado que sofreu em São

Paulo, articulado pela elite escravocrata

e submissa aos interesses colonialistas.

Mas foi na luta pelo fim da escravidão

que Castro Alves travou com sua

poesia os combates mais renhidos,

aos quais se entregou inteiramente.

Tanto que muitas de suas brigas

com Eugênia Câmara, musa e maior

amante, foram em razão de destinar

quase todo o dinheiro que recebia para

a luta antiescravagista, contribuindo

materialmente para a construção e

manutenção de quilombos.

Escapou do atentado, mas não

da vingança cruel dos médicos

imperialistas, que, por descaso, deixaram,

propositadamente, 37 grãos de chumbo

em seu pé, o que lhe valeu uma cirurgia

para amputá-lo. Essa amputação o

enfraqueceu até a morte prematura,

quando estava em plena atividade e

com apenas 24 anos, no dia 06 de julho

de 1871, às 15:30h, no Solar do Sodré, atual

Colégio Ipiranga.

É autor de “Espumas Flutuantes”, único

livro, lançado em 1870, e de diversos

poemas “imortais” e revolucionários

como “Vozes D’África”, “Navio Negreiro”,

“O Livro e a América”, “Ode ao Dois de

Julho”, “Pedro Ivo”, “Mocidade Morte”, “Os

Escravos”, “O Século”, “O Povo ao Poder”

e o drama “Gonzaga ou a Revolução de

Minas”.

Castro Alves pode, sem dúvida, ser

considerado o maior revolucionário da

América Latina, aquele que realmente

lutou para revolucionar o seu tempo

em todos os níveis, quando não havia

qualquer mecanismo por trás dando

ordens ou acenando com promessas. Sua

atitude perante o mundo foi conduzida

unicamente pelo juízo, pela emoção, pela

vontade, pela alma e pela poesia que

norteou o tempo todo cada gesto de sua

lavra infinita.

Agora, dia 14 de Março de 2007, Dia

Nacional da Poesia e 160 anos de

Eternidade do poeta Castro Alves, novos

poetas dão continuidade ao trabalho de

Castro Alves nas praças, ruas e cidades da

Bahia e do Brasil. ARTPoesia, Biblioteca

Prometeu, Cria Poesia, Importuno

Poético, Poetas na Praça, Casa Poesia

Bahia Brasil, Grupo União Integração

da Juventude da Cidade Nova, Grupo de

Poetas de Bomjuá, Grupo Maccacca e

centenas de outros poetas estão a sair

em PASSEATA POÉTICA para marcar

com a poesia libertária a presença da

Luz que demorada chega às ruas da

Bahia. Do Campo Grande à Praça Castro

Alves, um Festival de Poesia e Liberdade

a concretizar o sonho eterno do nosso

poeta maior.Geraldo Maia Santos,

a partir de consultas ao livro “Castro Alves e o Sonho de Liberdade”, do biógrafo maior e

poeta sempre, Eduardo Teles.

A homenagem da Fundação Cultural CA&BA ao Município de Camaçari através das suas obras poéticas, teatrais e multifacetárias, aconteceu no município de Morro do Chapéu, no coração da Chapada Diamantina entre os dias 15 e 18 de março. Encontramos longe da nossa cidade sede o lugar ideal para executar uma agenda de trabalhos culturais e de comprovada absorção popular. É engraçado como as intrigas dos nosso covardes opositores, longe de nos prejudicar, levou a nossa trupe e nosso trabalho para municípios como Dias D’ávila, Mata de São João, Catú e Salvador. Mas um dia entenderão a nossa importância, nem que seja quando ouvirem de prefeitos e secretários municipiais de outras cidades. Mas voltando ao Morro do Chapéu. Foram realmente três dias inesquecíveis, não só para o Núcleo de Artes Cênicas CA&BA que apresentou os espetáculos “Mistura Cênica”, “Feliz Ano Novo”, “Judite Fiapo” e a “Feira de Campina Grande”. Tivemos ainda a participação do grupo de street dance, Jackson Funk. O grande diferencial das três noites do CA&BA no Morro do Chapéu, foi justamente o debate provocado depois das apresentações no Teatro Minerva, abrindo inclusive

a possibilidade de voltarmos, como de fato o faremos já agora no mês de maio, com os espetáculos KAIRÓ’S e CAOS.Nos dias 13 e 15 de abril, mais uma vez o Núcleo de

artes cênicas da Fundação CA&BA, ultrapassous os limites de Camaçari para mostrar suas obras em outros municípios. Vitória da Conquista no sudoeste do estado foi invadida por esta trupe que tudo faz para exercitar o direito sagrado de manifestar-se livremente, transformando um curso de Capacitação de Alfabetizadores de Jovens e Adultos num evento inesquecível com inúmeras intervenções, antes, durante e depois das aulas. Abrimos as apresentações com “Furô tem que casar” da obra de Marcos Cristiano. Vários recitais foram se formando nos lugares mais inusitados, como no Restaurante, na quadra de esporte, no hotel, dentro de ônibus, dentro das salas de aulas e na área externa do complexo educativo da Fainor (instituição estudantil ligada a UESB). Alô Vitória da Conquista, estaremos de volta em maio.

Wilson Bizerra

Vitória da Ca&Ba. Conquista nossa.

Parceiros da Fundação Ca&Ba

7

Cultura, a essência das civilizaçõesHá cultura chinesa,

cultura brasileira,

cultura gaúcha,

cultura nordestina,

cultura pantaneira,

entre outras. Somente

pelas diversas culturas

citadas nesta lista,

pode-se perceber

que diferentemente

da interpretação

mais comum do

termo cultura aqui se pretende

explorar o conceito de forma mais ampla.

Discutiremos cultura como um conjunto

de conhecimentos, normas, valores e

modos de vida compartilhado por toda

a sociedade. Um complexo sistema de

referências predominante nos diversos

grupos sociais que serve de base comum

para orientar as práticas cotidianas

visando a sempre facilitar a vida dos

indivíduos e melhorar as relações entre

eles.

Frequentemente quando pensamos a

palavra cultura, damos a ela um sentido

geral de expressão dos sentimentos

humanos, através da arte, da literatura, da

música, da dança, do teatro... É verdade que

todas essas linguagens de manifestação

das nossas emoções compõem a cultura

do ponto de vista da elevação da alma,

porém estamos propondo

uma reflexão da cultura

como o estoque de idéias

necessário e por isso

mesmo indispensável a

todos os agrupamentos

humanos, exatamente

porque dela depende

a continuidade

da existência da

civilização.

Seguindo esse raciocínio,

poderíamos assinalar a força

expressiva de algumas dessas culturas

citadas no início deste texto, capazes

de identificar uma civilização pela

singularidade do emprego de certos

costumes. Alguém comendo com rachi

– pauzinhos utilizados pelos chineses

- consegue facilmente

lembrar os asiáticos.

Alguém vestindo um

ponche imediatamente

lembraria os andinos,

assim como portar

um bebê amarrado

com tecido nas

costas faz pensar nas

sociedades africanas,

especialmente nas

mulheres daquela região

do globo terrestre.

Através das práticas

mais comuns como

a maneira de se

vestir, de construir

as suas habitações,

de preparar sua

alimentação, de se

divertir, entre outras

peculiaridades o

indivíduo passa a

construir uma identidade

cultur al. A partir daí também é que ele,

utilizando primeiramente do processo de

comunicação básica, promove a integração

dos novos membros da comunidade. Isso

passa a ter fundamental importância

à vida humana porque permite aos

indivíduos fazer mais diferentes escolhas.

Casar ou manter-se solteiro, seguir a

profissão de engenheiro ou

jogador de futebol, ser carólico

ou se tornar evangélico.

Desse modo, nascendo ou

vivendo em determinada

região do planeta, em

determinada época, homens

e mulheres tendem

adotar o comportamento

praticado pela maioria dos

seus habitantes.

A capacidade de assimilação

de cada um e o tempo de permanência

em uma nova região da terra, ou a

inserção em outra organização

social serão de grande relevância

para o desenvolvimento do

indivíduo na cultura por ele

adotada. Isso pode ser percebido

com uma observação bem

simples, bastando acompanhar

a adaptação de alguém que foi

admitido numa nova empresa, ou

ainda, notadamente mais interessante,

as dificuldades enfrentadas por um

estrangeiro recém-chegado a um novo

país.

O primeiro pela necessidade de

ajustamento às novas regras antes

desconhecidas e o segundo pelo esforço

exigido, para a incorporação dos novos

hábitos impreteríveis à sua existência

como a assimilação de hábitos, idioma,

alimentação, etc. Tomar sopa de cachorro

na Ásia pode ser uma prova difícil para

alguém acostumado a comer pirão de

aipim com carne de bode. Todavia, a

diversidade cultural é tão rica por este

mundo, que uma oportunidade tão

excepcional quanto esta não poderia

jamais deixar de ser aproveitada.

Jorge Lisboa – Professor Faculdade 2 de Julho

Apesar de não ter sido lembrado, nem mesmo ter feito parte da programação de inauguração da CIDADE DO SABER a Fundação Cultural CA&BA, reconhece a importância, inclusive histórica, da obra, seja pela sua arquitetura moderna, seus equipamentos avançados, etc. É inegável reconhecer que o município de Camaçari será lembrado a partir de agora em dois tempos: antes e depois da Cidade do Saber. Sem poder figurar entre as diversas atrações que marcaram o período de inauguração e ocupados em atribuições artísticas em outros municípios, a trupe de teatro e dança da Fundação CA&BA, pouco assistiu do evento, não podendo tecer comentários sobre ele. Mas nem por isso deixaremos de reconhecer a importância da obra para o futuro de Camaçari. As atrações nacionais dividiram o palco com as famosas BANDAS LOCAIS, que aqui no Oxente, temos o prazer de escrever os seus nomes: Nadja Meirelles, Ladrões Engravatados, Urublues, Atitude de Rua, Carol Assemany e Eric Mazzone.Vale ressaltar ainda as apresentações do

Grupo TAC de Cilene Guedes, com o Vaso Suspirado, e as companhias de dança “Corpo de Baile” e “Câmbah”, com direção de Vânia Costa e Claudia Guedes, respectivamente.Se utilizado e dado à importância merecida, a Cidade do Saber poderá em pouco tempo modificar toda uma geração, para melhor! O teatro é magnífico, a Biblioteca exuberante, as salas de informáticas moderníssimas, as salas de ensaios pomposas, a técnica, as dependências, os espaços interno e externo, tudo leva a um universo jamais imaginado pelo povo de Camaçari, por mais otimistas que fossem. A quadra poliesportiva, lembra os grandes ginásios de esporte, a piscina semi-olímpica dá margem a uma infinidade de iniciativas para alicerçar, uma época. Um sonho para o mais exigente dos mortais, realizado por uma equipe competente, mas ainda com algumas pequenas falhas.É assim que vemos a construção, e é por isso que parebenizamos o prefeito Luiz Caetano e toda equipe envolvida na obra: Cidade do Saber!

A Cidade do Saber de Camaçari

8

A literatura é considerada uma manifestação

da arte que por sua vez é tida como uma

espécie de revolução simbólica da realidade.

Assim como o pintor se expressa através das

cores, o músico através do som, o arquiteto

através das linhas, a arte literária se expressa

através da palavra, oral ou escrita. Mas para

existir literatura é preciso que a palavra

(significante) esteja carregada de significado,

de conteúdo, de visão de mundo, de ideologia,

crença, formas de pensar, sentir e fazer, quer

dizer, a literatura não pode prescindir de sua

função social.

Será? Os “clássicos” europeus não admitiam

muito a função social da literatura, que para

eles devia proporcionar apenas prazer estético,

a “bela literatura”, destituída de qualquer

responsabilidade social, traço ideológico ou

fundo religioso e manifestava-se na forma

de verso ou prosa, falada ou escrita. Segundo

Aristóteles, seria dividida em três gêneros a

seguir: o lírico (a emoção do “eu”), o épico (as

narrativas em verso e prosa) e o dramático

(acontecimentos “encenados” por atores num

local adequado utilizando gestos e falas).

Modernamente o épico define apenas as

narrativas em verso e surge então o gênero

“ficção” para as narrativas em prosa (romance,

conto, novela, etc).

A tendência de reduzir a literatura ao seu

caráter meramente “literário”, desprovido de

qualquer praticidade, resiste até hoje. Por outro

lado também resiste o caráter transgressor,

rebelde, desafiador e revolucionário da

literatura que exprime em seu bojo as grandes

demandas das revoluções, principalmente no

que concerne aos interesses e necessidades da

classe trabalhadora, seja operária, camponesa,

marginalizada, excluída, etc, o que amplia a

condição revolucionária antes limitada ao

proletariado urbano.

Mas a tendência dominante ainda é a da

literatura que se mantém no vácuo, acima

da luta de classes, alienada do que ocorre

em torno, com a grande maioria explorada,

esmagada, submetida e imersa na mais

profunda penúria e abandono. Essa imensa

maioria, hoje formada por proletários,

indígenas, quilombolas, trabalhadores sem

terra, sem teto, sem trabalho, sem comida,

sem saúde, sem transporte, compõe a

verdadeira e legítima classe revolucionária,

a única que realmente quer e pode mudar,

evoluir e transformar a realidade.

Porque as condições de vida da sociedade

burguesa não encontram mais espaço nas

vidas dessas pessoas. Não possuem mais nada

com relação ao modo burguês de vida. Seus

referenciais são outros: a aldeia, o quilombo, a

terra-mãe-àfrica, a caatinga, a favela, a feira, o

lixão, o assentamento, a invasão. Organizam-

se em “movimentos”, “grupos”, “associações”,

“espaços”, cooperativas, ongs, sindicatos e

também no partido dos trabalhadores.

Não se tornaram “lumpemputrefatos”, nem

foram arrebatados por outra revolução

que não seja a que processam no dia a dia,

nem estão predispostos a venderem-se para

“maquinações reacionárias”.

As classes revolucionárias de agora constroem

a sua arte, a sua moral, a sua ciência, a sua

cultura, a sua política, a sua música, a sua

dança, a sua arte e a sua literatura a partir de

sua herança ancestral original que permanece

viva, presente em seus remanescentes,

descendentes, que resistiram, resistem,

insistem em preservar a originalidade de

suas

culturas, seus idiomas, sua arte, sua literatura,

sua poesia. É a literatura que explode nos

guetos, nas praças, nas periferias, nas aldeias,

nos lugarejos distantes, nos acampamentos,

nos assentamentos, nas invasões de terras

e de prédios, é a literatura de cordel, a

poesia de rua, do rap, dos escritores e poetas

marginalizados, a grande maioria excluída

que mesmo assim faz arte, faz poesia, faz

literatura, mas uma literatura revolucionária

porque transformadora, anunciadora,

reinventora da revolução alinhada com a

ancestralidade original, autóctone.

Uma revolução que se alimenta da reserva

de alma dos índios e dos negros e que está

construindo novas civilizações, outras

civilizações, outros mundos em realização.

Registrar, cantar, contar esse processo

revolucionário é tarefa da literatura.

Literatura revolucionária (índia, negra,

marginal, proletária, popular, de rua, de cordel,

etc), de ponta de vanguarda, de ruptura com

os modos de apropriação existente e suas

formas de propaganda. Geraldo Maia

Poeta

Literatura e luta de classes

Em 1856, William John Thoms cunha

– em carta endereçada a Revista The

Atheneum – o termo Folk-Lore. No

entanto, só a partir de 1858, passa a

ser largamente utilizado em Londres

devido à fundação da primeira

Sociedade de Folclore. Desde então,

as investigações sobre este tipo de

conhecimento, nos mais variados

países, buscam consolidá-lo como

área de estudo científico. No Brasil,

tal processo, traz à luz o empenho e

o trabalho de Sílvio Romero quando,

tentando sistematizar parte da

produção literária brasileira, faz

referências ao conjunto de textos orais

e práticas culturais na publicação de

Folclore Brasileiro.

Após um século e meio da “invenção”

do termo, o esforço em delimitar o

campo de atuação do folclore, bem

como de defini-lo ainda requer tempo

de pesquisadores em variadas áreas

disciplinares. No entanto, parece

ser senso comum considerar o fato

folclórico e o referido estudo como

elementos imprescindíveis para

a contínua solidificação da forma

moderna de nação. Mesmo assim,

pesquisadores contemporâneos

têm se debatido em delimitar um

método para o estudo e ensino

do fato folclórico. Nesse sentido,

há um hiato entre a prática e a

reflexão sobre ela. Gramsci considera

dois motivos preponderantes: os

pesquisadores buscam o elemento

estudado como pitoresco para coletar

material para erudição, reduzindo

metodologicamente os estudos

a uma ciência de coleta, seleção e

classificação desse material; este

processo de sistematização toma o

povo, cujas concepções de mundo

são assistemáticas e não elaboradas

como homogêneo e estático. Assim,

aponta uma questão ainda em

ordem nos estudos atuais: como

construir uma reflexão coerente

sobre um dado experiencial cujo

dinamismo determina modos de vida

diferenciados daqueles de quem sobre

ele buscar refletir?

Muito se tem discutido sobre o

assunto. Alguns optam por substituir

o termo folclore por cultura popular

visando, pela permuta de terminologia,

a dissolver os muitos preconceitos e

problemas que acarretam estudos

desta natureza. Entretanto, a simples

substituição – folclore por cultura

popular – não soluciona os problemas,

uma vez que são de natureza

metodológica: os estudos de folclore

buscam, meramente, sistematizar

o fato folclórico. Este procedimento

é elaborado por quem não têm a

experiência prática do fato; tampouco

é familiar ao ambiente em que é

produzido. Nesse sentido, categoriza o

objeto de modo inadequado, buscando

encaixá-lo em uma categoria aceita

como científica.

Os trabalhos que empreendem esforços

em delimitar os campos disciplinares

do folclore como ciência, ao que parece,

dividem-se em três momentos. O

primeiro, final do século XVIII, trata do

assunto como um recenseamento que

consiste na catalogação das práticas

utilizadas pelo povo e é iniciado por

indivíduos dispostos a somente

registrar e inventariar, a despeito

de rigor científico e compromisso

interpretativo. No segundo, final do

século XIX – com o surgimento da

Antropologia – novas técnicas são

adotadas: as culturas populares – além

de registradas e catalogadas – passam

também a serem interpretadas.

Há sobreposição da análise ao

recenseamento. O terceiro momento

se configura mais recentemente com

a renovação de práticas etnográficas

– as quais no bojo da ciência

contemporânea cujas bases assentam-

se no contínuo questionamento das

próprias metodologias – buscam

mesclar a vivência experiencial com a

prática científica. Assim, o estudo do

fato folclórico ou da cultura popular

– mesmo ainda em pequena escala –

tenta aliar a experiência prática com a

reflexão visando, sobretudo, a aceitar o

povo como produtor de expressividades

culturais heterogêneas.

Gal Meirelles

Doutoranda em Cultura e Sociedade – UFBA

Folclore ou cultura popular? Eis a questão.

9

para a missão de

fazer a interlocução

entre a sociedade

e o Estado. Eles irão

aplicar a metodologia

de mobilização

para o evento

nos municípios,

p a r t i c i p a n t e s

da conferência,

sempre atuando

junto aos prefeitos

e órgãos ligados a

cultura local.

OJ: Quantos municípios participarão da 2ª

Conferência?

MM: Atualmente mais de 160

municípios foram visitados ou

contatados para o evento. Esse

número pode parecer pouco se

comparado com os 417 do estado,

porém estamos com apenas 90 dias

de governo e temos a certeza do

aumento desses números, contando

para isso com o auxílio dos nossos

mobilizadores. O nosso objetivo é

preparar as conferências regionais

para os meses de maio e junho. A

conferência estadual será realizada

em julho.

Um outro detalhe importante é

que nós descobrimos a necessidade

da criação de câmaras de cultura

nos municípios e ainda um fórum

estadual dos dirigentes culturais, pois

avaliamos os órgãos municipais de

cultura, porque eles acabam muitas

vezes funcionando apenas em caráter

figurativo. Essa maior aproximação

com gestores culturais nos ajudará

a fortalecer esses órgãos e dar essa

nova visão de cultura que está sendo

implantada no nosso estado.

O Secretário falou ainda da

importância do Ciclo de Conferências

sobre o Desenvolvimento econômico

da Bahia e da necessidade de se

preservar a história do nosso estado.

Erick Cerqueira

Os 100 dias de Governo naSecretaria de Cultura

Ao ser empossado

Secretário de

Cultura do Estado

da Bahia, o

diretor de Teatro

Márcio Meirelles

falou sobre os

rumos a serem

tomados pela

sua gestão:

“A Bahia é um

estado de grande

d i v e r s i d a d e

cultural, mas

carente de políticas públicas

voltadas para o setor. Vamos mudar

esse panorama, mostrando a cultura

baiana como um todo.”

Com aproximadamente 100 dias de

governo o Secretário falou sobre os

preparativos para a II Conferência

Estadual do Sistema Nacional de

Cultura. Falou também sobre a

necessidade de apoio aos municípios

e dá falta de credibilidade de alguns

órgãos municipais de cultura no

interior do estado.

Oxente Jornal: Como estão os preparativos

para a II Conferência do Sistema Nacional de

Cultura?

Márcio Meirelles: A Conferência foi

adiada para julho, por questões

operacionais, pois a primeira teve

uma repercussão muito boa e o

desejo do nosso Governo é fazer algo

ainda melhor.

Os preparativos para o evento e a

metodologia a ser utilizada estão em

fase final, bem como as visitas aos

municípios.

OJ: Qual metodologia será usada na

organização do evento?

MM: Para a realização da conferência

estão sendo contratados

mobilizadores que agirão como

agentes de cultura estaduais nos

municípios, funcionando como os

agentes de saúde, já atuantes no

nosso estado. Esses agentes serão

capacitados e logo depois selecionados

A Fundação Pedro Calmon está

promovendo o ciclo de palestras

“Memória do Desenvolvimento da

Bahia (1945-1964)”. O projeto reúne

acadêmicos, políticos e artistas

que protagonizaram as mudanças

do período democrático de maior

desenvolvimento social, político e

cultural na Bahia.

Essas palestras farão parte de um

acervo para criação do Memorial

Ciclo de Conferências Memória do Desenvolvimento da Bahia

Presidente da Petrobrás abre evento

O primeiro palestrante do Ciclo

de Conferências Memória do

Desenvolvimento da Bahia (1945-1964)

foi o presidente da Petrobras, José

Sérgio Gabrielli. Muito descontraído

o presidente começou informando

aos presentes que há muito tempo

não vinha estudando

o desenvolvimento do

Estado. Pois, segundo

ele, só o que tem lido

ultimamente são

relatórios sobre o

BioDiesel.

José Sérgio Gabrielli

falou sobre o

desenvolvimento não

Casa da Bahia da Fundação Pedro Calmon

e estará a disposição da sociedade

baiana para estudos e pesquisas.

A abertura de ciclo de conferências, com

a palestra do presidente da Petrobras,

José Sérgio Gabrielli, foi marcada pela

presença do Secretário de Cultura do

Estado da Bahia Márcio Meirelles e o

presidente da Fundação Pedro Calmon

Ubiratan Castro de Araújo (foto) além

de outras autoridades.

O Memorial do Desenvolvimento da

Bahia contará ainda com palestras dos

renomados João Eurico Mata, Fernando

Schmidt, José Carlos Capinam, Eliana

Elisa de Souza, Wilton Valença, Aninha

Franco, Naomar de Almeida Filho,

Orlando Sena, Marília Murici, Fernando

da Rocha Peres, Ana Fernandes e o

Ministro Waldir Pires.

somente da Bahia, mas contou

também histórias sobre o início da

Petrobrás, apresentando gráficos

e fotos para demonstrar o quanto

a Bahia cresceu nesse período. Sua

apresentação só teve uma breve

pausa quando ele recebeu uma

ligação inadiável. O presidente Luis

Inácio Lula da Silva precisava falar

urgentemente com ele. “Desculpa

gente, mas não posso deixar o chefe

esperando”, brincou com a platéia.

O palestrante ouviu ao final da sua

apresentação elogios e sugestões

sobre sua apresentação dos

presentes, alguns deles, ex-colegas

do tempo de estudo.

10

Vocês outro dia judiaram com um menino

meu. E a cobrança é feita nessa hora, de

mestre pra mestre. Aí surge pé escondido,

parcela, quadra de meia, voltado, voltado

inteiro, bagaço, trava língua, licutixo, carreirão,

quadra furtada e outros recursos que a

mente humana cria como defesa do universo

do sambador, que faz seu nome crescer e ser

respeitado em mais uma região.

Como: Zé Afonso da Matinha, Dadinho da

Bela Vista, Izidro das Pedrinhas, Pregidio da

Maria Preta, Pulino da Barriguda, Idalina da

Pindobeira, Manoel de Luiz do Paiaiá, João

Grande do Couro Cru, Biziga dos Campinhos.

Agora com o registro que a UNESCO fez do

samba de roda patrimônio nacional, todo

mundo quer ser mestre de samba de roda.

É sempre assim, todo mundo quer ser pai de

aluno que tira nota 10.

Eu aviso:

“Olá sambador, eu vim aqui lhe avisar.

Você é muito fraco pra ser forte.

Sabe pouco pra quem quer ensinar.

Quando pensa que ganha, sai perdendo.

Diz que bate mas só faz apanhar.

Seu diploma de mestre é uma piada.

Quem lhe deu foi somente pra mangar.

Este é nosso lar. Mas o mestre Pregidio da

Maria Preta disse:

- Só de martelo quebrado eu tenho cento e

dez pra você”

Oxente, achei um lugar para falar de samba de

roda. Faltava um lugar pra eu sambar,

Não falta mais

Bule BuleMestre em Cultura

Popular

esta publicação em que revela

princípios transdisciplinares

para levar a cabo estudos

inovadores na

intensa malha

da cooperação

inter nac ional

e com pesquisadores de

renomadas universidades.

Publicado em 2005 pela

Lit-Verlag - Münster, Visual

Samba: Muito mais que interessante.A ARTE

Descobri;

Ser artista é saber transcrever

lágrimas ocultas, sentir a vida

com os olhos, interpretá-la com

os ouvidos, é ressuscitar cada

nobre pequenino sentimento,

fazendo com que a miserável

nobreza do progresso não os

soterrem.

Monstros auto-metalicos

vomitam dejetos ao ar,

descarregam literalmente toda

sua imundice quimérica,

e nós vivemos e dizemos...

NORMAL!

A normalidade é algo que nos foi

empurrado em nossa cotidiana

convivência,

são vícios alucinógenos que nos

cegam gradativamente...

E a arte talvez seja isso, parecer

bobo, incapaz ou quem sabe,

irracional a cada virgula.

Emerson Leandro Silva Do livro EXPOEMAS

(ainda não publicado)

Espaço Poesia

O autor Peter Ludes lançou

no dia 11 de abril o Livro

“Hegemonias Visuais” em

sessão de autógrafos no

Auditório da Faculdade

de Comunicação da UFBa

em Salvador. Peter Ludes,

professor da Escola de Humanidade

e Ciências Sociais da Jacobs

University Bremen, coordenador do

projeto Key visuals, nos brinda com

Lançamento do livro Hegemonias Visuais

Eu fico preocupado quando perto de mim

alguém diz: Samba de roda é interessante.

Acho que não é interessante para o samba

alguém lhe ver com tão diminuto adjetivo. Pois

se surgir algo ou alguém mais interessante, o

antigo interessante será automaticamente

desclassificado. Então, interessante é como

bonitinho, que é irmão de feio. Ou ainda

bonzinho, que é irmão de ruim.

Samba de roda é uma cultura milenar, todos

os povos em todas as épocas, sambaram

por diversos motivos. Para agradecer a farta

colheita, a pesca e a caça em abundância.

É prenuncio de guerra, mas também,

manifestação de vitória.

Agradecimento pela glória do casamento ou a

chegada de um filho. E na hora da partida de

um ente querido, todos cantam juntos:

“Despedida de amor faz chorar.

Faz chorar, faz soluçar

Despedida de amor faz chorar.”

É ainda a alegria no retorno de um ente

querido.

Samba é um sentimento de um povo, e é

muito mais que interessante.

É louvação, junto com uma novena para graças

alcançadas, pedidos ou promessas feitas aos

santos da devoção de povos de todos os níveis

culturais e de posses.

O samba é como uma charada. Tem conceito,

a rima é importante, mas o sentido da rima é

que dá a beleza ao samba.

Veja este

barravento ou este

côco.

Quando um filho

diz:

- “Meu pai, eu queria

me casar.”

O pai toma a

palavra e completa

o canto:

- “Meu filho não case não. Meu filho casar

é bom, mas não é pra você não. Quem casa

compra machado, bota roçado no chão.Planta

arroz, planta mandioca, planta milho, planta

feijão. Compra gás, compra café, compra sal,

compra sabão:

Compra a roupa pra mulher, compra o cueiro

do pagão.

Quando for no fim do ano, meu pai, não quero

casar mais não”

Conceito: o pai entendendo que o filho ainda

não tinha preparo para arrumar uma família,

numa cantiga de samba de roda mostrou

que ainda não era hora do tão sonhado

casamento.

Quem acha o côco simplesmente interessante,

está longe de entender o sábio conceito do

milenar samba de roda.

Um mestre de samba é um ser especial na sua

comunidade é um conselheiro, é um juiz de

paz. Tanto é que quando um jovem sambador

se encontra em outra região e alguém duvida

da sua capacidade, ele lamenta: “Ah se tu

soubesse quem foi meu mestre, quem me deu

lição.“ E se o mestre dele, tendo oportunidade

em outro samba de pegar aqueles que

tentaram menosprezar o seu discípulo, vai a

forra.

hegemonies é agora traduzido

para o português por Leonardo

Boccia com o propósito de divulgar

resultados e despertar o interesse

do leitor brasileiro. Para maiores

detalhes sobre publicações

e novas pesquisas visite o

website

www.keyvisuals.org

OS INOCENTESO universo discursivo dos 27 contos de Os inocentes (Salvador: Ed. Vento Leste, 2006), de Igor Rossoni expressa, de modo quase factual, o sentido trágico do homem. Os personagens são dispostos em estados limites e, ao mesmo tempo, corriqueiros: uma conversa entre irmãos; outra entre mãe e filha; uma experiência de ciúme; as indignações; o (des)encontro consigo mesmo; a deparação com a morte; a morte aos poucos de/em cada dia; enfim, espectros de um dado cotidiano que – às vezes – passa despercebido. Nesses momentos climáticos é que ocorre o desvirtuamento do esperado e uma quietude tensa instaura-se no germe do desdobramento traumático das cenas; como se verossímil fosse o natural serenamente resignado. Aí as narrativas pegam o leitor de calças-na-mão por evidenciarem exercício eficaz de depuramento no trato com a linguagem.

ROSSONI, Igor. Os inocentes [Contos/ISBN 85-997-6802-6] Salvador: Vento Leste, 2006, 59p.

11

Programa de Intercâmbio e Difusão

Cultural recebe solicitações de apoio

para participação em eventos a

serem realizados de maio deste ano

até março de 2008.

Artistas, técnicos e estudiosos podem

solicitar ao Ministério da Cultura a

partir desta quinta-feira, dia 19 de

abril, o custeio de transporte para a

participação em eventos culturais

no Brasil e exterior a partir do mês

de maio até março de 2008.

Serão viabilizados, por meio do

Edital de Divulgação nº 3/2007 do

Programa de Intercâmbio e Difusão

Cultural, o valor de R$ 900 mil reais

para a compra das passagens, sendo

direcionados R$ 100 mil reais para

cada mês, exceto para os meses

de janeiro, fevereiro e março, que

serão atendidos conjuntamente,

disponibilizando do mesmo valor.

A novidade possibilitará a solicitação

de transporte com antecedência

pelos artistas, que poderão enviar

as solicitações para quaisquer meses

previstos a partir de maio.

Os pedidos podem ser apresentados

por pessoas físicas, grupos

(reunião entre artistas, técnicos e

estudiosos da cultura brasileira para

apresentação de trabalho conjunto

em evento cultural promovido por

terceiros) ou entidades culturais

privadas e sem fins lucrativos.

As candidaturas individuais

ou de grupos serão analisadas

separadamente e o valor destinado

para cada período será dividido

igualmente entre os dois.

Os candidatos pré-selecionados

na fase de inscrição por meio

eletrônico serão considerados

pré-aprovados. Somente estes

candidatos deverão encaminhar

por Correio a documentação

complementar exigida no edital.

Caso a documentação não atenda às

exigências, o candidato não terá seu

benefício homologado.

Informações: www.cultura.gov.br

Viaje bem,Viaje MINC

Salvador já teve o melhor Carnaval do

Brasil. Não souberam, as entidades e

os órgãos ligados às folias momescas,

preservar a essência. As mudanças

sofridas desembocaram no carnaval

atual. Um carnaval que promove o

consumismo elitista, fazendo da alegria

do povo objeto de consumo dos mais

abastados.

As ruas, vazias nos primórdios, com o

passar do tempo foram se enchendo.

Do entrudo com o seu mela-mela,

expressão espontânea e inocente do

povo, que muito incomodava as elites.

Elite essa que criou o desfile de carros - o

corso - preservando assim, a integridade

pessoal e das ricas fantasias dos que

podiam participar. Mas precisavam

ainda, criar formas de disciplinar a folia.

Afinal de contas o povo em suas formas

de manifestar sua alegria, externar sua

irreverência, repudiava regras e ainda

promovia a melança.

Para se chegar aos blocos etc., matou-

se lenta e traiçoeiramente, o Carnaval

de salão. Carnaval este que, criado

também pelas elites, garantiu a folia

dos mais favorecidos. Só que o povo, não

tendo noção das limitações impostas,

sacrificava o pão-de-cada-dia, para

comprar convites ou se associar , não

se sabe como, aos clubes tidos como

“Social”.

Com os clubes cheios e “infestados” com o

suor do povo, fez-se necessário o retorno

para as ruas, na forma mais fechada

possível.

Como sempre, nada como o bom e

velho capital para ser usado em favor

da disciplina. Criou-se, então, as Escolas

de samba, os Cordões , os Afoxés, e,

nos últimos 40 anos, só de blocos

(entidades cercadas por cordas, com

som próprio e seguranças, base da

indústria da alegria) e algumas poucas

entidades representativas dos excluídos:

discriminados e marginalizados, que

costumam depender do auxílio do grande-

irmão-branco, para poder se organizar,

desfilar e ter alguma visibilidade.

Igual à Fênix, a ousadia, o sacrifício, e a

irreverência do povo renasceu e invadiu os

blocos, mesmo os mais elitistas e fechados,

adquirindo, mesmo em detrimento

de produtos primários necessários à

sobrevivência, o salvo-conduto, na forma

de abadá.

É possível concluir que a história se

repete?

Sim. Mesmo com as alterações ditadas pelo

avanço da tecnologia e do conhecimento

da mente. É bom atentar para o momento

do Carnaval de Salvador (depois de

industrializado, alugado ou vendido

para vários estados). OS camarotes

funcionam com os salões de antigamente

(antigamente?!). E a plebe tem, permitida,

volta e meia, formas de se divertir mesmo

tendo de trabalhar enquanto o senhorio

e família se esbaldam.

Mas, incansável e irritante, o povo continua

invadindo. Ô Povo!

Quem sabe se com o novo, (novo?! ) clube

criado por um empresário “du ritmu”, as

elites possam, enfim, poder brincar em

paz, longe do suor do povo, sem riscos de

incômodos, no que se prenuncia como

o espaço-da-elite, do quarto circuito do

maior carnaval do mundo. Não da Bahia

com h.

Jackson Miguel Reis ArléoEstudante de Jornalismo da

Faculdade 2 de Julho

A história se repete. Será que se repete?

12

Bienal do Livro Bahia - 2007Cheia de novidades atrativas e que

estimulam a prática da leitura, a 8ª

edição da Bienal do Livro da Bahia,

aconteceu de 13 a 22 de abril de 2007, no

Centro de Convenções da Bahia. O maior

evento literário do estado prestou uma

homenagem a Portugal, aproveitando

a ocasião do bicentenário da “Abertura

dos Portos Brasileiros às Nações

Amigas”, fato que marcou o fim do

Pacto Colonial. Para justificar a escolha,

foram convidados o escritor Francisco

José Viegas, Diretor da Casa Fernando

Pessoa, e Fernanda Eunice, Diretora

do Departamento de Bibliotecas e

Arquivos da Câmara Municipal de

Lisboa. Enquanto ele participa do “Café

Literário”, conversando e trocando

informações com o público, ela foi

vista na “Arena Jovem”, ambos espaços

paralelos do evento.

Entre os escritores brasileiros que

participaram do evento no “Café

Literário”, nomes como Amyr Klink,

Diógenes Moura, Elisa Lucinda,

Fernanda Young, Myriam Fraga,

Moacyr Scliar, Nelson Motta, Paulo

César de Araújo, Sérgio Cabral, Walter

Fraga Filho e Zuenir Ventura.

Além disso, a Bienal do Livro da Bahia

ofereceu exposições, lançamentos,

programas de incentivo à cultura e

visitação escolar.

E “o livro é sempre a estrela principal

do evento”, palavras de Antônio Vieira

Júnior, Diretor Nordeste da Fagga

Eventos, promotora oficial do evento

na Bahia desde 1996, com o apoio do

SNEL, da CBaL, e do Governo do Estado.

Foram 350 expositores, entre editores,

distribuidores, veículos impressos e

órgãos ligados ao livro. A Bienal Bahia

consolidou-se como a terceira maior

feira do País, já está completamente

inserida no calendário educacional e

cultural baiano.

A Bienal desde ano inovou ao trazer

espaçoes paralelos como:

CAFÉ LITERÁRIO - O Café Literário era a

sala de visitas da Bienal, palco de bate-

papos informais e descontraídos entre

autores e o público.

ARENA JOVEM - Em uma grande arena,

construída especialmente para

acomodar o público jovem, foram

apresentados e debatidos assuntos de

extremo interesse da juventude, como

qualidade de vida, responsabilidade

social, paz, família, mercado de trabalho,

exclusão social, entre outros. O acesso

à Arena Jovem era gratuito para todos

aqueles que visitaram a Bienal.

CIRCO DAS LETRAS - O Circo das Letras era

o espaço voltado para público infantil.

Com o objetivo de aproximar este

público do universo de livros e autores,

de forma prazerosa, despertando o

gosto pela leitura e o desenvolvimento

de sua imaginação e criatividade, o

1 - No Stand da EGBA uma máquina da Xerox imprimiu livros na hora para novos autores.

2 - Stand EDUFBA. 3 - Stand do Governo do Estado. 4 - Bule Bule na Praça do Cordel.

Livro Religiosos (Espiritismo) Stand do Governo do Estado

Livros de todos os preços... e tamanhos.

Circo das Letras reunirá atividades

como oficinas, contadores de histórias,

teatro, entre outras. Esta programação

será realizada pela Diretoria de

Bibliotecas.

PRAÇA DA POESIA - Espaço destinado à

divulgação da poesia através da leitura

e interpretação da poesia reunindo

poetas e apreciadores desta arte.

Programação coordenada pelos poetas

Juvenal Payayá e Douglas.

ESPAÇO CORDEL - Espaço reservado

a cultura nordestina com diversas

manifestações artísticas ligada ao

cordel, desde a poesia improvisada de

suas cantorias, oficinas, exposição e

composições literárias. O poeta Bule-

Bule é o responsável pelo espaço.