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COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

01) Compete aos Estados instituir impostos sobre

(A) propriedade predial e territorial urbana.

(B) propriedade territorial rural.

(C) transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direito a sua aquisição.

(D) transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos.

02) Assinale a opção correta acerca da competência tributária e da capacidade tributária.

a) O ente político poderá transferir a terceiros as atribuições de arrecadação e fiscalização de tributos. b) Os estados, na forma das respectivas leis, têm competência para instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. c) É lícita a delegação da competência tributária de uma pessoa jurídica de direito público interno a outra. d) A União, os Estados e o DF têm competência para instituir impostos não previstos expressamente na CF, desde que sejam não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos já discriminados no texto constitucional.

03) Na hipótese de o Brasil decretar estado de guerra, a CF oferece algumas formas de incrementar a receita federal, entre as quais não se inclui a criação de a) Empréstimos compulsórios por meio de medidas provisórias. b) Impostos extraordinários por meio de medidas provisórias. c) Impostos extraordinários por meio de lei ordinária. d) Empréstimos compulsórios por meio de lei complementar.

04)Suponha que, na iminência de guerra externa, a União institua um imposto extraordinário cujo fato gerador seja a propriedade predial e territorial urbana. Considerando essa hipótese e as normas relativas à competência tributária, assinale a opção correta.

A) É lícito que o imposto extraordinário seja instituído por lei ordinária.

B) A instituição desse imposto caracterizaria bitributação.

C) A cobrança do imposto extraordinário deve obediência ao princípio da anterioridade.

D) A iminência de guerra externa somente dá ensejo à instituição de empréstimo compulsório.

05) Com base no que dispõe o CTN, um individuo de um mês de idade:

(A) Já tem total capacidade tributária.

(B) Tem capacidade tributária restrita até completar dezesseis anos de idade.

(C) Tem capacidade tributária restrita até completar dezoito anos de idade.

(D) Não tem qualquer capacidade tributária, porque é menor.

06) Determinado ente da Federação instituiu um tributo incidente sobre a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que preste serviço a empregador privado, ainda que sem vínculo empregatício, com o objetivo de financiar a seguridade social. Em

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sintonia com a CRFB/88, assinale a opção que indica o ente da federação competente para a instituição do tributo descrito e o nome do tributo em questão.

A) Estados-membros e o Distrito Federal. Contribuição previdenciária.

B) União. Contribuição social.

C) União. Imposto sobre a renda.

D) Todos os entes da Federação. Contribuições sociais..

PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS

07) Dentro do contexto da legalidade tributária, é incorreta a afirmação de que só a lei, em sentido material e formal, pode:

(A) estabelecer hipóteses de suspensão do crédito tributário constituído, ou redução de penalidades.

(B) autorizar a modificação do valor nominal da base de cálculo pela atualização monetária.

(C) estabelecer a cominação de penalidades por infrações das regras tributárias.

(D) prever hipóteses de suspensão e extinção do crédito tributário.

08) Visando fomentar a indústria brasileira, uma nova lei, publicada em 18/02/2010, majorou a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), bem como majorou a alíquota do Imposto sobre Exportação (IE). A partir de que data a nova alíquota poderá ser exigida para o IPI e para o IE?

(A) 90 dias após o exercício financeiro seguinte para o IPI e no exercício financeiro seguinte para o IE.

(B) Imediatamente para ambos.

(C) 90 dias após a publicação da lei para o IPI e imediatamente para o IE.

(D) No exercício financeiro seguinte para ambos

09) Considere a seguinte situação hipotética: lei federal fixou alíquotas aplicáveis ao ITR e estabeleceu que a alíquota relativa aos imóveis rurais situados no Rio de Janeiro seria de 5% e a relativa aos demais Estados do Sudeste de 7%. Tal enunciado normativo viola o principio constitucional:

(A) da uniformidade geográfica da tributação.

(B) da legalidade tributária.

(C) da liberdade de tráfego.

(D) da não diferenciação tributária entre a procedência e o destino do produto.

10) Caso determinado município venha a atualizar o valor monetário da base de cálculo do IPTU, tal hipótese:

(A) deve vir regulada por lei.

(B) deve vir regulada por lei complementar.

(C) enquadra-se como majoração de tributo.

(D) poderá ser disciplinada mediante decreto.

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11) Assinale a opção correta no que se refere á legalidade tributária.

(A) É vedada a majoração de aliquotas de imposto de renda por medida provisória.

(B) OIPI deve ser instituído, obrigatoriamente, por lei complementar.

(C) o governador pode conceder, por meio de decreto, isenção válida de IPVA.

(D) É possivel alterar, nos limites estabelecidos em lei, as aliquotas do IOF por decreto.

12) A vedação constitucional à cobrança de tributos antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido pubiicada a lei que os instituiu não se aplica:

(A) ao imposto sobre propriedade territorial rural.

(B) ao imposto sobre produtos industrializados.

(C) á fixação da base de cálculo do imposto sobre propriedade de veículos automotores.

(D) à fixação da base de cálculo do imposto sobre serviços de qualquer natureza.

13) Não Constitui matéria tributária exclusiva de lei a:

(A) Definição do fato gerador da obrigação tributária principal.

(B) Cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a dispositivos de lei.

(C) Atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

(D) Hipótese de exclusão tributária.

14) Constitui exceção ao principio da anterioridade:

(A) A instituição de contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública.

(B) A instituição de empréstimos compulsórios no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional.

(C) A instituição de contribuição de intervenção no domínio econômico.

(D) A instituição ou majoração do imposto sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados.

15) Conforme a Constituição Federal, alguns tributos podem ter suas alíquotas modificadas por ato do Poder Executivo. Esses tributos incluem o:

(A) Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA).

(B) Imposto sobre a prestação de serviços de qualquer natureza (ISSQN).

|C) Imposto sobre importações.

(D) Imposto sobre serviços de transporte intermunicipal.

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16) As alternativas a seguir apresentam princípios tributários consagrados no texto constitucional, â exceção de uma. Assinale-a.

(A) Princípio do não-confisco.

(B) Princípio da liberdade de tráfego.

(C) Princípio da anualidade.

(D) Princípio da anterioridade.

(E) Princípio da capacidade contributiva.

17) Caso a União, em 1º de julho de 2008, publique lei aumentando a alíquota da Cofins, de 3% para 3,5%, de pessoas jurídicas não sujeitas ao regime da não-cumulatividade, a primeira data em que o referido aumento poderá produzir efeitos, considerando as alternativas a seguir, será:

(A) 1º de janeiro de 2009.

(B) 1ª de abril de 2009.

(C) 1º de novembro de 2008.

(D) 2 de julho de 2008.

(E) 29 de setembro de 2008.

18) O imposto sobre grandes fortunas poderá ser instituído pelo exercício da competência:

(A) residual da União.

(B) extraordinária dos estados.

(C) privativa da União.

(D) privativa da União e dos estados.

IMUNIDADES

19) O principio constitucional da imunidade reciproca:

(A) não se aplica aos municípios, abrangendo apenas a União, os estados e o DF.

(B) aplica-se aos entes políticos que exerçam atividade econômica em concorrência com o particular.

(C) não se aplica aos impostos diretos, abrangendo apenas os indiretos.

(D) é extensivo às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo poder público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes.

20) A norma constitucional que veda aos entes federativos a instituição de impostos sobre templos de qualquer culto representa:

(A) Anistia tributária.

(B) Remissão tributária.

(C) Imunidade tributária.

(D) Isenção tributária.

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21) A imunidade tributária, como norma de não incidência, implica a proibição de instituir:

(A) contribuição de melhoria

(B) contribuição social

(C) imposto

(D) taxa

DIVIDA ATIVA, EXECUÇÃO FISCAL E CERTIDOES DE REGULARIDADE

01) De acordo com o CTN, é de cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva, o prazo para a propositura de ação para a cobrança do crédito tributário. De acordo com o CTN:

(A) o referido prazo, que é prescricional, se interrompe pela citação pessoal feita ao devedor.

(B) a não propositura dessa ação, no referido prazo, acarretará a decadência do direito fazendário de cobrar.

(C) o prazo prescricional é interrompido pela citação válida feita ao devedor.

(D) o prazo prescricional é interrompido pelo despacho do juiz que ordena a citação do devedor.

02) Sobre os efeitos da inscrição em dívida ativa:

(A) A partir do momento da inscrição o contribuinte não mais poderá operar ou faturar.

(B) Se não proposta a execução fiscal dentro do prazo de cinco anos da referida inscrição ocorre a prescrição do crédito tributário.

(C) Após o lançamento, a Fazenda Pública possui o prazo de dois anos para realizar a inscrição do contribuinte em dívida ativa.

(D) A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

03) Assinale a afirmativa correta sobre o procedimento executório realizado pela Fazenda Pública no intuito de reaver o crédito tributário:

(A) A Fazenda Pública competente deverá ajuizar a execução fiscal no prazo máximo de cinco anos contados da constituição definitiva do crédito tributário e, em seguida, no prazo de noventa dias, inscrever o contribuinte em dívida ativa.

(B) Presume-se fraudulenta, em qualquer caso, a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.

(C) Proposta a execução fiscal, de ofício o juiz deverá realizar a penhora de renda do executado.

(D) A presunção de fraude, após a inscrição em dívida ativa, não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.

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04) A empresa XYZ sofreu execução fiscal pelo débito de IPTU do ano de 2007, lançado de ofício pela autoridade municipal naquele ano. O feito executório foi proposto em 15.02.2012, sendo o despacho citatório proferido em 20.02 do mesmo ano. Sobre a situação hipotética, assinale o item incorreto.

(A) O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução.

(B) O despacho proferido pelo juiz tem condão de interromper a prescrição.

(C) Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução.

(D) Recebida a citação válida, a empresa poderá opor embargos a execução alegando a prescrição do crédito tributário, visto que superados cinco anos de sua constituição.

05) A Lei de Execuções Fiscais – LEF – trouxe algumas inovações na forma de cobrança do crédito tributário realizado pela Administração Fazendária, no intuito de garantir o recebimento do crédito tributário pelo contribuinte. Sobre a referida lei e seus efeitos assinale a opção correta.

(A) O fisco dispõe de cinco anos da constituição definitiva do crédito tributário para propor a ação de execução fiscal, sob pena de decadência de seu direito.

(B) Não existe hipótese de interrupção do prazo prescricional.

(C) A execução fiscal fundamenta a certidão de dívida ativa inerente, de modo que é impossível a emissão da última sem existência da primeira.

(D) No caso do crédito tributário encontrar-se em análise de recurso administrativo pendente de julgamento a execução fiscal não poderá ser proposta.

06) Após ser intimada da lavratura de um auto de infração visando à cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) dos últimos cinco anos, a pessoa jurídica XYZ Participações Ltda. verificou que o tributo não era devido e ofereceu impugnação ao auto de infração. Como irá participar de uma licitação, a pessoa jurídica em questão irá precisar de certidão de regularidade fiscal - no caso, Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa (CPD-EN). Na hipótese, considerando que o contribuinte não possui outros débitos, assinale a afirmativa correta.

A) A impugnação ao auto de infração exclui o crédito tributário, sendo possível a emissão da CPD-EN.

B) A impugnação ao auto de infração, sem o pagamento do crédito, impede a emissão da CPD-EN.

C) A pessoa jurídica XYZ Participações Ltda. somente terá direito à CPD-EN caso realize o depósito do montante integral.

D)A impugnação ao auto de infração suspende a exigibilidade do crédito, sendo possível a emissão da CPD-EN.

07) João foi citado, em execução fiscal, para pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (―IPTU‖) relativo ao imóvel em que reside e do qual é proprietário. Ocorre que o contribuinte pretende impugnar tal cobrança por meio de embargos à execução. Tendo em vista a disciplina da Lei nº 6.830/80, tais embargos poderão ser apresentados no prazo de 30 dias, contados a partir

A) da juntada aos autos do mandado de penhora devidamente cumprido.

B) da sua citação.

C) da data da intimação da penhora.

D) da propositura da execução fiscal.

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IMPOSTOS – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

08) Sobre a figura tributária dos impostos, assinale a afirmativa correta:

(A) Trata-se de espécie tributária vinculada a atuação estatal.

(B) Seu fato gerador é não vinculado.

(C) A receita arrecadada com o imposto de renda deverá ser utilizada no custeio da seguridade social, sob pena de ofensa ao princípio da repartição de receitas.

(D) O CTN não reconhece o imposto como espécie tributária.

09) De acordo com o Código Tributário Nacional, a exação cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se:

(A) imposto, tanto quando a competência for da União, como quando for dos Estados ou dos Municípios.

(B) taxa, pelo uso potencial de serviço público específico e divisível..

(C) taxa, pelo uso de poder de polícia.

(D) contribuição de melhoria decorrente de obra pública.

10) A diferenciação entre Imposto e Taxa é dada por:

(A) a taxa é vinculada a uma ação ou uma atividade dependente de um órgão estatal, e não pressupõe prestação de serviços imediatos e diretos do Estado; o imposto é um pagamento fixo que pressupõe uma contraprestação direta dos serviços públicos ao contribuinte.

(B) taxa é um tributo que não pressupõe uma contraprestação imediata e direta do Estado e é independente de qualquer ato vinculado discricionário.

(c) o imposto é pago independentemente de uma contraprestação imediata e direta do Estado cujo fato gerador não depende de qualquer atividade estatal específica; a taxa pressupõe um serviço público específico prestado ao contribuinte e uma contraprestação imediata e direta do Estado.

(D) o imposto é um tributo específico a uma atividade estatal e se propõe a uma ação do Estado imediata e indeterminada; a taxa é um tributo específico a uma ação relacionada a uma atividade e é isenta de contraprestação do Estado.

11) O Estado X, visando aumentar a sua arrecadação, instituiu novo imposto, não previsto na Constituição Federal. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta:

(A) O Estado X pode instituir imposto, mediante lei complementar, desde que previsto na Constituição Estadual.

(B) Para exercer a competência residual do Estado X, é necessária lei de iniciativa do Governador do Estado.

(C) O Estado X não pode instituir o imposto novo, tendo em vista que a competência residual para a instituição de novos impostos é somente da União.

(D) É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a instituição de impostos não previstos na Constituição Federal.

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12) O Art. 146, III, a, da Constituição Federal estabelece que lei complementar deve trazer a definição dos fatos geradores, da base de cálculo e dos contribuintes dos impostos previstos na Constituição. Caso não exista lei complementar prevendo tais definições relativamente aos impostos estaduais, os estados

A) não podem instituir e cobrar seus impostos, sob pena de violação do Art. 146 da Constituição.

B) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que celebrem convênio para estabelecer normas gerais.

C) podem instituir e cobrar seus impostos, pois possuem competência legislativa plena até que a lei complementar venha a ser editada.

D) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que seja publicada Medida Provisória autorizando.

13) Segundo se depreende do Código Tributário Nacional, um ato infralegal como um decreto pode estabelecer a(s)

A) <!--INPUT TYPE="radio" NAME="Q1" VALUE="E"--> extinção de um tributo

B) <!--INPUT TYPE="radio" NAME="Q1" VALUE="E"--> atualização da base de cálculo de um imposto

C) <!--INPUT TYPE="radio" NAME="Q1" VALUE="E"--> hipóteses de anistia

D) <!--INPUT TYPE="radio" NAME="Q1" VALUE="E"--> redução do Imposto Territorial Rural

E) <!--INPUT TYPE="radio" NAME="Q1" VALUE="E"--> fixação da alíquota do imposto de renda

14) Acerca das espécies tributárias recepcionadas pela Constituição Federal de 1988, assinale a afirmativa verdadeira.

(A) O princípio da capacidade contributiva deverá ser aplicado aos impostos, porém sua aplicação também é estendida as contribuições sócias e a contribuição de melhoria, conforme texto constitucional.

(B) As taxas possuem fato gerador diretamente desvinculado da atuação estatal, salvo quando decorrentes de serviços públicos específicos e divisíveis.

(C) Impostos e contribuições sociais possuem fato gerador desvinculado. Entretanto, enquanto os primeiros não possuem o produto da arrecadação vinculado, os últimos estão diretamente vinculados ao custeio de determinado fim específico.

(D) Se determinado Ente não exercer sua competência tributária, em conformidade com os dispositivos legais atinentes a tributação, outro Ente poderá instituir a referida exação.

15) Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público. Marque a alternativa que NÃO apresenta um tributo.

A) Impostos

B) Taxas

C) Contribuições de melhoria.

D) Inversões financeiras.

16) Compete à União instituir, mediante lei complementar, o imposto sobre

A) produtos industrializados..

B) operações de crédito, câmbio e seguro, ou imposto relativo a títulos e valores mobiliários.

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C) grandes fortunas.

D) propriedade territorial rural.

17) Assinale a alternativa correta:

A) Ao fato gerador, é aplicada a legislação vigente à época do lançamento.

B) A cobrança do tributo é uma atividade administrativa discricionária.

C) Ao fato gerador, é aplicada a legislação vigente à época de sua ocorrência.

D) Os impostos são tributos vinculados a uma atividade estatal específica.

18) O imposto em que a alíquota aumenta à proporção que os valores sobre os quais incide são maiores pode ser considerado um imposto

A) seletivo.

B) proporcional.

C) progressivo.

D) indireto

IMPOSTOS EM ESPÉCIE

19) A respeito do ICMS, é correto afirmar que

A) é imposto de competência da União Federal.

B) incide sobre prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, assim como sobre o valor total da operação, quando as mercadorias forem fornecidas com serviços não compreendidos na competência impositiva municipal.

C) sendo de competência tributária do Estado-Membro, somente a legislação estadual pode excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e produtos determinados.

D) tem as suas alíquotas estabelecidas pelo Senado Federal, aplicáveis às operações e prestações internas, interestaduais e de exportação.

20) Nos autos de uma ação de divórcio, os ex-cônjuges, casados em regime de comunhão total de bens, dividiram o patrimônio total existente da seguinte maneira: o imóvel situado no Município X, no valor de R$ 50.000,00, pertencerá ao ex-marido, enquanto o imóvel situado no Município Y, no valor de R$ 30.000,00, pertencerá à ex-esposa. Assinale a alternativa correta quanto à tributação incidente nessa partilha.

A) O tributo a ser recolhido será o ITCMD, de competência do Estado, e incidirá sobre a base de cálculo no valor de R$ 10.000,00.

B) O tributo a ser recolhido será o ITBI, sobre ambos os imóveis, cada qual para o município de localização do bem.

C) O tributo a ser recolhido será o ITBI, de competência do Município, e incidirá sobre a base de cálculo no valor de R$ 10.000,00.

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D) Não há tributo a ser recolhido, pois, como o regime de casamento era o da comunhão total de bens, não há transferência de bens, mas simples repartição do patrimônio comum de cada ex-cônjuge.

21) Semprônio dos Santos é proprietário de um sítio de recreio, local destinado ao lazer, na área de expansão urbana, na região serrana de Paraíso do Alto. A área é dotada de rede de abastecimento de água, rede de iluminação pública e esgotamento mantidas pelo município, embora não existam próximos quer escola, quer hospitais públicos. Neste caso Semprônio deve pagar o seguinte imposto: Neste caso Semprônio deve pagar o seguinte imposto:

A) o IPTU, por ser área de expansão urbana, dotada de melhoramentos.

B) o ITR, por ser sítio de recreio, não inserido em área urbana..

C) o IPTU, por ser sítio, explorado para fins empresariais.

D) o ITR, por não haver escola ou hospital próximos a menos de 3km do imóvel.

22) Caso o proprietário de um automóvel licenciado em Brasília – DF e de um apartamento no Rio de Janeiro – RJ faleça em São Paulo – SP e o respectivo inventário seja processado em Brasília, o imposto sobre transmissão causa mortis competirá ao

A) estado do Rio de Janeiro, relativamente ao bem imóvel..

B) estado de São Paulo, relativamente ao automóvel.

C) DF, relativamente ao bem imóvel.

D) estado de São Paulo, relativamente ao bem imóvel e ao automóvel.

23) Acerca do ICMS, assinale a opção correta.

A) O ICMS incide sobre os serviços de comunicação..

B) O ICMS, de competência de estado da Federação, incidirá sobre a prestação de serviço de transporte, ainda que o ônibus coletivo urbano não circule além do limite de um de seus municípios..

C) O ICMS não poderá ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias.

D) Não caberá cobrança de ICMS quando houver mercadoria importada do exterior.

24) O imposto sobre produtos industrializados, de competência da União, não incide sobre

A) a importação de produtos industrializados.

B) a arrematação de produtos industrializados apreendidos e levados a leilão.

C) o retorno de mercadoria industrializada anteriormente exportada, independentemente do motivo do retorno.

D) a exportação de produtos industrializados.

25) O ICMS, tributo pertencente aos estados e Distrito Federal, não incide sobre

A) a alienação de mercadorias entre contribuintes de estados diferentes.

B) importação de bens por particulares ou sociedades desvinculadas ao comércio.

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C) prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.

D) a prestação de serviços de transporte entre contribuintes e não-contribuintes de estados diferentes.

26) Constitui (em) fato gerador do ICMS:

A) As operações com livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

B) A entrada de bem importado do exterior por pessoa física.

C) as operações de qualquer natureza de que decorra a transferência de bens móveis salvados de sinistro para companhias seguradoras.

D) Serviços de comunicações gratuitos.

27) Com relação aos tributos de competência dos Estados é correto afirmar que:

A) o ICMS deverá ser seletivo em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços.

B) Em razão da ausência de lei complementar federal prevendo o IPVA, os Estados e o DF poderão exercer a competência legislativa plena.

C) em razão de expressa disposição constitucional e atendimento ao princípio da capacidade contributiva, o IPVA não poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização dos veículos..

D) o ITCMD terá suas alíquotas máximas fixadas por resolução do Confaz.

28) Compete aos estados e ao DF instituir imposto sobre

A) a propriedade predial e territorial urbana.

B) a transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis.

C) a transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos.

D) operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.

29) Sobre o Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doações, previsto no art. 155, I, da Constituição, inserido na competência dos estados e do Distrito Federal, julgue as afirmativas abaixo, e a seguir assinale a opção correta.

I - relativamente a bens imóveis, compete ao estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal;

II - a competência para a sua instituição será regulada por lei complementar, se o doador tiver domicílio no exterior;

III - terá suas alíquotas mínimas e máximas fixadas pelo Senado Federal.

A) Somente o item I está correto.

B) Todos os itens são falsos.

C) Os itens I e II estão corretos.

D) Os itens II e III estão corretos

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30) Assinale a alternativa correta.

A) O ITCMD relativamente a bens imóveis e respectivos direitos, compete ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal e relativamente a bens móveis compete ao Estado de domicílio do inventariante, ou onde tiver domicílio o doador, ou ao Distrito Federal.

B) A União poderá instituir, mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo 153, CF, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados na Constituição Federal, ressalvados os impostos de competência dos Estados.

C) O ITR será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal, cabendo-lhes 80% da receita do imposto na hipótese de realizarem a opção mencionada.

D) O ITR é um imposto de competência da União Federal, permitindo a transferência da capacidade de arrecadação aos Municípios que assim optarem, por meio de convênio.

31) Em relação aos tributos de competência estadual, é correto afirmar que:

A) os Estados possuem competência para instituição do imposto sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, cujas alíquotas máximas serão fixadas por lei complementar.

B) em relação à tributação dos programas de computador, ou software, o Supremo Tribunal Federal já decidiu que, nas operações relativas ao "licenciamento ou cessão de direito de uso", não cabe aos Estados a instituição do ICMS, posto não estar caracterizada uma circulação de mercadoria; por outro lado, em se tratando dos chamados "software de prateleira", produzidos em série e comercializados no varejo, vigora entendimento positivo quanto à possibilidade de tributação por meio do aludido tributo uma vez materializado o corpus mechanicum da criação intelectual do programa, caracterizando, assim, o conceito de mercadoria.

C) o imposto incidente sobre a propriedade de veículos automotores não poderá ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e da utilização.

D) são impostos de competência dos Estados e do Distrito Federal o IPVA, ICMS e o IOF.

32) São impostos sujeitos ao princípio da não cumulatividade

A) o IPI e o ICMS.

B) o IPI, o ICMS e o IPTU.

C) o ISS e o IPTU.

D) IPTU e o IR.

Professor Roberto Henrique Girão ([email protected])

SUJEITOS DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

01) Sujeito ativo da obrigação tributária poderá ser enquadrado como:

(A) Pessoa jurídica de direito público ou privado, titular da competência para exigir o seu cumprimento.

(B) Pessoa jurídica de direito privado competente para realizar a cobrança dos tributos.

(C) Pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir seu cumprimento.

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(D) Pessoa jurídica de direito público titular da capacidade tributária para exigir seu cumprimento.

02) Sobre a sujeição passiva na obrigação tributária, assinale o item correto em respeito ao Código Tributário Nacional.

a) Sujeito passivo da obrigação tributária principal é aquele obrigado a realizar determinadas condutas (obrigações de fazer) descritas pela Administração Pública. b) Sujeito passivo da obrigação principal se confunde com o sujeito passivo da obrigação acessória, uma vez que ambas modalidades de sujeição tributária estão diretamente relacionadas. c) Sujeito passivo de determinada obrigação tributária poderá ser o contribuinte e o responsável, este ultimo nos casos que a legislação tributária o enquadre. d) Contribuinte é aquele que tem relação pessoal e direta com a ocorrência do fato gerador.

03) Acerca das disposições gerais inerentes a sujeição nas obrigações tributárias, assinale o item incorreto: a) Sujeito passivo da obrigação principal pode ser enquadrado em contribuinte ou responsável. b) Responsável tributário é aquele cujo a lei atribui a obrigação tributária. c) Contribuinte é aquele que possui relação impessoal e indireta com o fato gerador de determinado tributo. d) Salvo disposição em lei contrário, as convenções particulares relativas à responsabilidade não podem ser opostas ao Fisco.

04) Sobre a obrigação tributária, assinale o item correto.

A) A sujeição ativa decorrente de uma obrigação tributária poderá ser transferida a um particular, sempre que existente convenio existente.

B) Não é possível a cobrança sobre o contribuinte e o responsável, por se tratar de caso de bitributação.

C) Sujeito passivo da obrigação principal é aquele obrigado as prestações de fazer que constituam a obrigação.

D) O sujeito passivo da obrigação acessória é a pessoa obrigada as prestações de fazer e/ou não fazer inerentes.

05) A pessoa jurídica XYZ celebra contrato de locação de automóveis com a pessoa jurídica ABC, proprietária dos veículos, pelo prazo de 5 (cinco) anos. Os automóveis serão utilizados pelos diretores da pessoa jurídica XYZ. Segundo o contrato, a locatária XYZ é a responsável pelo pagamento do Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores – IPVA de todos os automóveis durante o prazo contratual. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.

a) O contrato é nulo, uma vez que altera, por meio de convenção particular, a condição de sujeito ativo da obrigação tributária.

b) O contrato é válido e eficaz entre as partes, porém não produzirá efeito contra a Fazenda Pública, que poderá exigir o IPVA do proprietário dos veículos, a pessoa jurídica ABC.

c) O contrato é válido e eficaz entre as partes e poderá ser oposto contra a Fazenda Pública, que somente poderá exigir o cumprimento da obrigação tributária pela locatária XYZ, conforme previsão contratual.

d) O contrato é válido e eficaz entre as partes e poderá ser oposto contra a Fazenda Pública desde que seja editada Resolução pelo Secretário Estadual de Fazenda autorizando a referida transferência de sujeição passiva tributária.

SOLIDARIEDADE TRIBUTÁRIA E CAPACIDADE TRIBUTÁRIA

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06) Em conformidade com a lei tributária aplicável ao instituto da solidariedade, assinale a afirmativa correta:

(A) Trata-se de benefício fiscal no qual um contribuinte poderá requerer um parcelamento especial perante a Administração Fazendária.

(B) O instituto da solidariedade tributária tem intuito de garantir a Fazenda a satisfação do crédito tributário, obrigando a totalidade da dívida os codevedores solidários.

(C) O pagamento do tributo pelo responsável extingue a obrigação para o contribuinte, salvo se feita objeção no título executório.

(D) A solidariedade fiscal configura-se como hipótese de exclusão do crédito tributário, em sua totalidade ou de forma parcial.

07) Considerando as disposições relativas à solidariedade, do Código Tributário Nacional, é correto afirmar que:

(A) o pagamento efetuado por um dos obrigados não aproveita aos demais.

(B) a remissão de crédito exonera todos os obrigados, ainda que outorgada pessoalmente a um deles.

(C) a interrupção da prescrição contra um dos obrigados não prejudica os demais.

(D) são solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal.

08) Assinale a afirmativa correta em relação aos efeitos da solidariedade tributária:

(A) O pagamento efetuado por um dos obrigados prejudica aos demais.

(B) A suspensão da exigibilidade do crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo.

(C) A interrupção da decadência, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

(D) A interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais.

09) A Constituição Federal e a Legislação Tributária diferenciam os institutos da capacidade tributária e da competência tributária. Sobre o assunto, assinale a assertiva correta:

(A) Capacidade tributária é a possibilidade que os Entes Públicos possuem de majorar ou instituir tributos.

(B) A capacidade tributária passiva independe da capacidade civil das pessoas naturais.

(C) A competência tributária poderá ser delegada para os entes particulares, desde que existente norma autorizativa.

(D) No caso da União não utilizar-se de sua competência para instituição do Imposto sobre Grandes Fortunas, os Estados, mediante transferência, assumiram a competência para a referida instituição.

10) A União criou um novo imposto não previsto na CRFB mediante lei complementar sobre a propriedade de veículos de duas rodas não motorizados, que adota fato gerador e base de cálculo diferente dos demais discriminados na Constituição. Nessa situação, a União terá feito uso de competência

A) comum.

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B) residual.

C) cumulativa.

D) extraordinária.

11) Em relação à solidariedade tributária, analise as assertivas abaixo:

I. As hipóteses de solidariedade tributária previstas em contrato somente podem ser levadas a juízo se porventura os integrantes do polo passivo da relação jurídica de direito tributário material anuíram antes da execução.

II. Na hipótese de solidariedade entre contribuinte e responsável o Fisco deverá sempre cobrar primeiramente do contribuinte e, seguindo o benefício de ordem, cobrar do responsável.

III. Em qualquer hipótese de isenção tributária, todos os obrigados são exonerados, ainda que outorgada pessoalmente a um deles.

IV. Não há interrupção da prescrição nas hipóteses de solidariedade, pois o surgimento da obrigação tributária principal ocorre diretamente contra o devedor principal.

Quais estão corretas?

(A) Apenas I.

(B) Apenas II.

(C) Apenas I e II.

(D) Nenhuma assertiva.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

12) Em 2013, F.S. adquiriu um imóvel em hasta pública. O imóvel está localizado no município X, em área definida como urbana pela legislação municipal. No local, há rede de abastecimento de água, iluminação pública e posto de saúde. Em 2015, em face de execução fiscal movida pelo município, F.S. foi citado para pagar o IPTU dos exercícios de 2010, 2011 e 2012. Neste caso, com relação à responsabilidade tributária, pode-se afirmar que F.S.

(A) é responsável pelo imposto relativo aos exercícios de 2010, 2011 e 2012. .

(B) é responsável pelo imposto relativo aos exercícios de 2011 e 2012, encontrando-se prescrito o débito relativo ao ano de 2010..

(C) é responsável pelo imposto relativo ao exercício de 2012, encontrando-se prescritos os débitos relativos aos anos de 2010 e 2011.

(D) não é responsável pelo débito, em face de sub-rogação sobre o preço.

13) Segundo o Código Tributário Nacional (CTN), a pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento empresarial, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:

(A) integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade.

(B) solidariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão..

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(C) integralmente, se o alienante prosseguir na explora- ção ou iniciar dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão..

(D) subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de três meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.

14) Sobre responsabilidade tributária, analise as afirmativas a seguir. I. A lei pode atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento do imposto, cujo fato gerador deva ocorrer no futuro. II. Os sócios de sociedade limitada, independente da prática de atos de gerência e administração, são pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos. III. Os sócios gerentes respondem no caso de dissolução irregular da sociedade. Assinale:

(A) se somente a afirmativa I estiver correta..

(B) se somente a afirmativa III estiver correta.

(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas

(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.

15) O adquirente de estabelecimento industrial ou comercial responderá, integralmente, pelos débitos tributários, relativos ao fundo de comércio adquirido, devidos até a data da aquisição, se.

(A) o alienante comunicar ao Fisco a alienação, dentro do prazo de 10 dias. .

(B) o alienante cessar imediatamente a exploração de comércio, indústria ou atividade.

(C) o alienante não tiver patrimônio suficiente para saldar as pendências.

(D) o Fisco tiver manifestado oposição à transferência do estabelecimento, nos 30 dias seguintes à data da operação.

16) A sociedade empresária Alpha Ltda. participa, em 2015, de hasta pública promovida em processo de execução e arremata imóvel penhorado de Beta S.A., que não pagou o IPTU do bem desde 2013. Os créditos tributários do imposto municipal anteriores à arrematação deverão:

(A) ser exigidos do oficial do registro de imóveis, na qualidade de contribuinte.

(B) ter-se como sub-rogados no preço da arrematação.

(C) ser exigidos de Alpha Ltda., na qualidade de contribuinte.

(D) ser exigidos de Beta S.A., na qualidade de responsável tributário.

17) R. adquiriu, em setembro de 2010, um apartamento no Bairro Eldorado, em Goiânia, e registrou-o no nome do seu filho B., de apenas 8 anos de idade, como forma de investimento. O apartamento permanece fechado, sendo que B. nunca pagou os IPTUs relativos à propriedade do imóvel em questão. A Procuradoria do Município de Goiânia, em outubro de 2015, para não correr o risco de prescrever o crédito tributário de 2011, propôs a devida ação de Execução Fiscal, cobrando todos os IPTUs em atraso (2011 – 2015). Levando em consideração a situação hipotética, o sujeito passivo da Ação de Execução Fiscal em questão é:

(A) R.

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(B) B.

(C) B. e solidariamente R.

(D) B. e subsidiariamente R.

18) Assinale a alternativa que indica corretamente a modalidade de responsabilidade tributária na qual a lei poderá atribuir a sujeito passivo de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido:

(A) responsabilidade por sucessão.

(B) responsabilidade por substituição.

(C) responsabilidade por solidariedade.

(D) responsabilidade por transferência.

19) No que se refere à responsabilidade tributária, assinale a alternativa que contém afirmativa correta:

(A) Os créditos relativos ao IPTU subrogam-se na pessoa dos adquirentes e arrematantes, salvo quando conste do título a prova da sua quitação.

(B) A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas..

|C) Os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado são indiretamente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos.

(D) Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos alienantes, salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

20) A União ajuizou execução fiscal em face da pessoa jurídica XYZ Ltda., devedora de tributos federais. No curso da execução fiscal, a falência da pessoa jurídica foi decretada. Após requerimento da União, deferido pelo Juízo, Francisco, sócio da pessoa jurídica XYZ Ltda., é incluído no polo passivo da execução fiscal, em razão da decretação de falência. Sobre a hipótese, é possível afirmar que

A) a decretação de falência autoriza o redirecionamento da execução fiscal para Francisco, por ser considerada hipótese de infração à lei, que enseja responsabilidade tributária.

B) o fato de Francisco ser sócio da XYZ Ltda. acarreta, por si só, responsabilidade pessoal pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias da pessoa jurídica.

C) Francisco não poderia ser incluído no polo passivo, ainda que fosse administrador da XYZ Ltda. e tivesse encerrado ilegalmente as atividades da pessoa jurídica.

D) Francisco não poderia, unicamente em razão da decretação de falência de XYZ Ltda., ser incluído no polo passivo da execução fiscal.

21) Pedro adquire imóvel de João, que o alugava anteriormente a uma sociedade empresária. Sobre esse imóvel estavam pendentes de pagamento os seguintes tributos: o IPTU, a Contribuição de Melhoria, a Taxa de Coleta Domiciliar de Lixo e a Taxa de Inspeção Sanitária devida pelo exercício do poder de polícia, em função da atividade ali desenvolvida. Com relação à responsabilidade tributária, assinale a afirmativa correta.

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A) Pedro só se torna responsável tributário do IPTU, da Taxa de Coleta Domiciliar de Lixo e da Contribuição de Melhoria, permanecendo João como sujeito passivo da Taxa de Inspeção Sanitária.

B) Pedro só se torna responsável tributário do IPTU e da Taxa de Coleta Domiciliar de Lixo, permanecendo João como sujeito passivo da Taxa de Inspeção Sanitária e da Contribuição de Melhoria.

C) Pedro é o responsável tributário de todos os tributos, devido à sucessão imobiliária.

D) João continua sendo o sujeito passivo de todos os tributos, muito embora o imóvel tenha sido adquirido por Pedro.

22) Três irmãos são donos de um imóvel, em proporções iguais. Em relação ao IPTU, cada irmão

A) só pode ser cobrado pelo fisco na razão de 33,33% do imposto.

B) é devedor solidário em relação ao todo do imposto.

C) é devedor na razão de 33,3% do imposto e responsável subsidiário pelo restante.

D) não pode ser cobrado judicialmente pela parte de outro irmão que tenha recursos para pagá-la.

DIVIDA ATIVA, EXECUÇÃO FISCAL E CERTIDOES DE REGULARIDADE

23) De acordo com o CTN, é de cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva, o prazo para a propositura de ação para a cobrança do crédito tributário. De acordo com o CTN:

(A) o referido prazo, que é prescricional, se interrompe pela citação pessoal feita ao devedor.

(B) a não propositura dessa ação, no referido prazo, acarretará a decadência do direito fazendário de cobrar.

(C) o prazo prescricional é interrompido pela citação válida feita ao devedor.

(D) o prazo prescricional é interrompido pelo despacho do juiz que ordena a citação do devedor.

24) Sobre os efeitos da inscrição em dívida ativa:

(A) A partir do momento da inscrição o contribuinte não mais poderá operar ou faturar.

(B) Se não proposta a execução fiscal dentro do prazo de cinco anos da referida inscrição ocorre a prescrição do crédito tributário.

(C) Após o lançamento, a Fazenda Pública possui o prazo de dois anos para realizar a inscrição do contribuinte em dívida ativa.

(D) A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova pré-constituída.

25) Assinale a afirmativa correta sobre o procedimento executório realizado pela Fazenda Pública no intuito de reaver o crédito tributário:

(A) A Fazenda Pública competente deverá ajuizar a execução fiscal no prazo máximo de cinco anos contados da constituição definitiva do crédito tributário e, em seguida, no prazo de noventa dias, inscrever o contribuinte em dívida ativa.

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(B) Presume-se fraudulenta, em qualquer caso, a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa.

(C) Proposta a execução fiscal, de ofício o juiz deverá realizar a penhora de renda do executado.

(D) A presunção de fraude, após a inscrição em dívida ativa, não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita.

26) A empresa XYZ sofreu execução fiscal pelo débito de IPTU do ano de 2007, lançado de ofício pela autoridade municipal naquele ano. O feito executório foi proposto em 15.02.2012, sendo o despacho citatório proferido em 20.02 do mesmo ano. Sobre a situação hipotética, assinale o item incorreto.

(A) O executado será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, pagar a dívida com os juros e multa de mora e encargos indicados na Certidão de Dívida Ativa, ou garantir a execução.

(B) O despacho proferido pelo juiz tem condão de interromper a prescrição.

(C) Não são admissíveis embargos do executado antes de garantida a execução.

(D) Recebida a citação válida, a empresa poderá opor embargos a execução alegando a prescrição do crédito tributário, visto que superados cinco anos de sua constituição.

27) A Lei de Execuções Fiscais – LEF – trouxe algumas inovações na forma de cobrança do crédito tributário realizado pela Administração Fazendária, no intuito de garantir o recebimento do crédito tributário pelo contribuinte. Sobre a referida lei e seus efeitos assinale a opção correta.

(A) O fisco dispõe de cinco anos da constituição definitiva do crédito tributário para propor a ação de execução fiscal, sob pena de decadência de seu direito.

(B) Não existe hipótese de interrupção do prazo prescricional.

(C) A execução fiscal fundamenta a certidão de dívida ativa inerente, de modo que é impossível a emissão da última sem existência da primeira.

(D) No caso do crédito tributário encontrar-se em análise de recurso administrativo pendente de julgamento a execução fiscal não poderá ser proposta.

28) Após ser intimada da lavratura de um auto de infração visando à cobrança da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) dos últimos cinco anos, a pessoa jurídica XYZ Participações Ltda. verificou que o tributo não era devido e ofereceu impugnação ao auto de infração. Como irá participar de uma licitação, a pessoa jurídica em questão irá precisar de certidão de regularidade fiscal - no caso, Certidão Positiva de Débito com Efeito de Negativa (CPD-EN). Na hipótese, considerando que o contribuinte não possui outros débitos, assinale a afirmativa correta.

A) A impugnação ao auto de infração exclui o crédito tributário, sendo possível a emissão da CPD-EN.

B) A impugnação ao auto de infração, sem o pagamento do crédito, impede a emissão da CPD-EN.

C) A pessoa jurídica XYZ Participações Ltda. somente terá direito à CPD-EN caso realize o depósito do montante integral.

D)A impugnação ao auto de infração suspende a exigibilidade do crédito, sendo possível a emissão da CPD-EN.

29) João foi citado, em execução fiscal, para pagamento do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (―IPTU‖) relativo ao imóvel em que reside e do qual é proprietário. Ocorre que o contribuinte pretende

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impugnar tal cobrança por meio de embargos à execução. Tendo em vista a disciplina da Lei nº 6.830/80, tais embargos poderão ser apresentados no prazo de 30 dias, contados a partir

A) da juntada aos autos do mandado de penhora devidamente cumprido.

B) da sua citação.

C) da data da intimação da penhora.

D) da propositura da execução fiscal.

IMPOSTOS – ASPECTOS INTRODUTÓRIOS

30) Sobre a figura tributária dos impostos, assinale a afirmativa correta:

(A) Trata-se de espécie tributária vinculada a atuação estatal.

(B) Seu fato gerador é não vinculado.

(C) A receita arrecadada com o imposto de renda deverá ser utilizada no custeio da seguridade social, sob pena de ofensa ao princípio da repartição de receitas.

(D) O CTN não reconhece o imposto como espécie tributária.

31) De acordo com o Código Tributário Nacional, a exação cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte, denomina-se:

(A) imposto, tanto quando a competência for da União, como quando for dos Estados ou dos Municípios.

(B) taxa, pelo uso potencial de serviço público específico e divisível..

(C) taxa, pelo uso de poder de polícia.

(D) contribuição de melhoria decorrente de obra pública.

32) A diferenciação entre Imposto e Taxa é dada por:

(A) a taxa é vinculada a uma ação ou uma atividade dependente de um órgão estatal, e não pressupõe prestação de serviços imediatos e diretos do Estado; o imposto é um pagamento fixo que pressupõe uma contraprestação direta dos serviços públicos ao contribuinte.

(B) taxa é um tributo que não pressupõe uma contraprestação imediata e direta do Estado e é independente de qualquer ato vinculado discricionário.

(c) o imposto é pago independentemente de uma contraprestação imediata e direta do Estado cujo fato gerador não depende de qualquer atividade estatal específica; a taxa pressupõe um serviço público específico prestado ao contribuinte e uma contraprestação imediata e direta do Estado.

(D) o imposto é um tributo específico a uma atividade estatal e se propõe a uma ação do Estado imediata e indeterminada; a taxa é um tributo específico a uma ação relacionada a uma atividade e é isenta de contraprestação do Estado.

33) O Estado X, visando aumentar a sua arrecadação, instituiu novo imposto, não previsto na Constituição Federal. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta:

(A) O Estado X pode instituir imposto, mediante lei complementar, desde que previsto na Constituição Estadual.

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(B) Para exercer a competência residual do Estado X, é necessária lei de iniciativa do Governador do Estado.

(C) O Estado X não pode instituir o imposto novo, tendo em vista que a competência residual para a instituição de novos impostos é somente da União.

(D) É vedada à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, a instituição de impostos não previstos na Constituição Federal.

34) O Art. 146, III, a, da Constituição Federal estabelece que lei complementar deve trazer a definição dos fatos geradores, da base de cálculo e dos contribuintes dos impostos previstos na Constituição. Caso não exista lei complementar prevendo tais definições relativamente aos impostos estaduais, os estados

A) não podem instituir e cobrar seus impostos, sob pena de violação do Art. 146 da Constituição.

B) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que celebrem convênio para estabelecer normas gerais.

C) podem instituir e cobrar seus impostos, pois possuem competência legislativa plena até que a lei complementar venha a ser editada.

D) podem instituir e cobrar seus impostos, desde que seja publicada Medida Provisória autorizando

35) Segundo se depreende do Código Tributário Nacional, um ato infralegal como um decreto pode estabelecer a(s)

A) <!--INPUT TYPE="radio" NAME="Q1" VALUE="E"--> extinção de um tributo

B) <!--INPUT TYPE="radio" NAME="Q1" VALUE="E"--> atualização da base de cálculo de um imposto

C) <!--INPUT TYPE="radio" NAME="Q1" VALUE="E"--> hipóteses de anistia

D) <!--INPUT TYPE="radio" NAME="Q1" VALUE="E"--> redução do Imposto Territorial Rural

E) <!--INPUT TYPE="radio" NAME="Q1" VALUE="E"--> fixação da alíquota do imposto de renda

36) Acerca das espécies tributárias recepcionadas pela Constituição Federal de 1988, assinale a afirmativa verdadeira.

(A) O princípio da capacidade contributiva deverá ser aplicado aos impostos, porém sua aplicação também é estendida as contribuições sócias e a contribuição de melhoria, conforme texto constitucional.

(B) As taxas possuem fato gerador diretamente desvinculado da atuação estatal, salvo quando decorrentes de serviços públicos específicos e divisíveis.

(C) Impostos e contribuições sociais possuem fato gerador desvinculado. Entretanto, enquanto os primeiros não possuem o produto da arrecadação vinculado, os últimos estão diretamente vinculados ao custeio de determinado fim específico.

(D) Se determinado Ente não exercer sua competência tributária, em conformidade com os dispositivos legais atinentes a tributação, outro Ente poderá instituir a referida exação.

37) Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público. Marque a alternativa que NÃO apresenta um tributo.

A) Impostos

B) Taxas

C) Contribuições de melhoria.

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D) Inversões financeiras.

38) Compete à União instituir, mediante lei complementar, o imposto sobre

A) produtos industrializados..

B) operações de crédito, câmbio e seguro, ou imposto relativo a títulos e valores mobiliários.

C) grandes fortunas.

D) propriedade territorial rural.

39) Assinale a alternativa correta:

A) Ao fato gerador, é aplicada a legislação vigente à época do lançamento.

B) A cobrança do tributo é uma atividade administrativa discricionária.

C) Ao fato gerador, é aplicada a legislação vigente à época de sua ocorrência.

D) Os impostos são tributos vinculados a uma atividade estatal específica.

40) O imposto em que a alíquota aumenta à proporção que os valores sobre os quais incide são maiores pode ser considerado um imposto

A) seletivo.

B) proporcional.

C) progressivo.

D) indireto

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AULA 1 - DIREITO PENAL - TEORIA DO DELITO

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1.1 PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO PENAL

a) Legalidade / anterioridade, art. 1º do Código Penal e art. 5º. XXXIX: Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.

LEMBRETE Na análise da questão, verificar se o suposto crime encontra-se tipificado. Se há o tipo, então verificar se a lei era válida ao tempo da conduta, verificando ainda a possibilidade de vacattio legis. Caso a lei aplicada ao infrator seja modificada em seu benefício, será o caso da novatio legis in mellius, hipótese em que a lei nova poderá ser aplicada.

DICA

:

Cuidado com a retroatividade das leis penais em branco (leis penais em branco são aquelas normas que necessitam de um complemento por outras normas jurídicas, p.ex.: arma de uso permitido, substância entorpecente etc.)

DICA :

Cuidado também com a retroatividade da lei penal mais grave em crimes ―continuados‖ ou ―permanentes‖, pois conforme a Súmula 711 do STF ―A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou da permanência‖.

b) Dignidade da pessoa humana: Princípio de caráter constitucional, utilizado como subsídio em pedidos de liberdade provisória e revogação de preventiva, principalmente quando há excesso de prazo.

c) Insignificância: Alguns crimes, mesmo com a certeza de seu cometimento, quando trazem um resultado naturalístico, ínfimo, podem, dentro desse princípio, observando sempre o critério da razoabilidade e da proporcionalidade, fazer com que o infrator seja absolvido.

d) Fragmentariedade: O Direito Penal limita-se a castigar somente as condutas mais graves contra bens jurídicos mais importantes, ocupando-se apenas de parte dos bens jurídicos protegidos pela ordem jurídica.

e) Intervenção mínima ou ultima ratio: O Direito Penal deve atuar somente quando os demais ramos do Direito revelarem-se incapazes de dar tutela à bens relevantes na vida do indivíduo.

f) Responsabilidade: A responsabilidade e eventualmente condenação por uma pena, só pode e será atribuída ao agente que deu causa (dolo ou culpa), não se podendo atribuir responsabilidade a terceiro pelo fato cometido por outro.

g) Individualização da pena: As penas eventualmente cominadas a um indivíduo devem auferir todas as circunstâncias pessoais e fáticas da conduta, vedando a uniformização prévia da cominação pelo crime em abstrato, sem considerar as etapas típicas do juízo penal.

h) Pessoalidade: A pena não ultrapassará a pessoa do condenado. Lembrando, porém que, numa condenação, havendo estipulação de indenização à família da vítima, poderá o título judicial emitido alcançar o quinhão dos herdeiros do infrator até o limite do valor total da herança.

i) Non bis in idem: O princípio estabelece, em primeiro plano, que ninguém poderá ser punido mais de uma vez por uma mesma infração penal. Mas não é só. Hoje, uma das suas funções é balizar a operação de dosimetria (cálculo) da pena, realizada pelo magistrado. Temos que observar que se consolidou o entendimento de que uma mesma circunstância não deverá ser valorada em mais de um momento ou em mais de uma das fases que compõem o sistema trifásico estabelecido pelo art. 68 do Código Penal.

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j) Culpabilidade: ―Não há crime sem culpabilidade‖, ou seja, não há responsabilidade objetiva pelo simples resultado. Atenção: Cuidado com a responsabilidade das pessoas jurídicas nos crimes ambientais previstos na Lei 9.605/98 e com o art. 25 da Lei 7.492/86 que trata da responsabilidade penal dos controladores e administradores de instituição financeira.

k) Humanidade: Este princípio se configura como óbice para a adoção da pena de morte e prisão perpétua, uma vez que sustenta que o poder punitivo estatal não pode impor penas que violem a constituição físico-psíquica dos condenados.

l) Adequação social: O Direito Penal tipifica apenas as condutas que tenham relevância social. Assim, as condutas consideradas ―socialmente adequadas‖, mesmo que violem, em tese, bens jurídicos tutelados, devem ser desconsideradas.

NOTA A adoção na hipótese do princípio da adequação social é hipótese de excludente de tipicidade.

m) Ofensividade: Para que se tipifique um crime é indispensável que haja pelo menos um perigo concreto, real e efetivo de dano a um bem jurídico tutelado. Assim, o legislador deve se abster de tipificar condutas que representem apenas perigos abstratos.

NOTA Consideram-se crimes de perigo concreto aqueles que se caracterizam por condutas que representem real e efetivo perigo de dano ao objeto protegido pela norma (p.ex.: art. 130 do CP – perigo de contágio venéreo), onde a ausência de lesão é pura ―obra do acaso‖; já os crimes de perigo abstrato seriam aqueles onde se castiga a conduta perigosa como tal, sem que no caso concreto venha a ocorrer um resultado de exposição a perigo (p.ex.: art 306 do CTB – Embriaguez ao volante).

n) Proporcionalidade: Por este princípio deve existir uma proporcionalidade na relação entre o crime e a sanção aplicada. P.ex.: ―lei de talião‖.

1.2 APLICAÇÃO DA LEI PENAL

A lei é a principal fonte do Direito. Sendo dividida em duas partes: preceito primário (descrição da conduta) e preceito secundário (penal).

▪ Lei penal em branco: são leis que necessitam de complemento por outras normas penais ou não. Exemplo: art. 269 do Código Penal (Omissão de notificação de doença).

▪ Retroatividade: a lei penal mais benéfica deve retroagir para abarcar fatos pretéritos. Pode se dar, em regra, de duas formas: a) abolitio criminis: a lei posterior deixa de considerar crime determinada conduta; e b) novatio legis in mellius: a lei posterior, por qualquer razão, favorece o agente.

▪ Lei temporária ou excepcional: aplicam-se aos fatos ocorridos durante sua vigência, independentemente de serem mais benéficas.

▪ Tempo do crime: teoria da atividade: momento da ação ou omissão.

▪ Lugar do crime: teoria da ubiquidade: pode ser tanto o local da conduta como o local do resultado (CP, art. 6º).

▪ Lei penal no espaço: a lei brasileira aplica-se aos fatos ocorridos no território nacional (CP, art. 5º).

▪ Extraterritorialidade (CP, art. 7º): possibilidade de aplicação da lei penal fora do território nacional. Divide-se em:

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a) incondicionada (inc. I): a lei penal brasileira será aplicada de qualquer maneira (importante: I – o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro (§1º); II – A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversa, ou nela é computada, quando idênticas – art. 8º);

b) condicionada: a lei penal brasileira pode ser aplicada no estrangeiro e, para tanto, devem ocorrer as condições previstas no § 2º e nas alíneas ―a‖ e ―b‖ do §3º. O CP adotou vários princípios relacionados à extraterritorialidade:

Princípio da personalidade (nacionalidade): a lei deve ser a da nacionalidade do agente (CP, art. 7º, I, ―d‖,

1ª parte, e II, ―b‖) ou da vítima (CP, art. 7º, § 3º).

Princípio do domicílio: a lei deve ser a do domicílio do agente, independentemente da nacionalidade (CP, art. 7º, I, ―d‖, parte final).

Princípio da defesa (proteção): a lei deve ser a brasileira, em qualquer lugar, para qualquer agente (CP, art. 7º, I, ―a‖, ―b‖ e ―c‖, e §3º).

Princípio da justiça universal: a lei deve ser a do país onde o agente for encontrado (CP, art. 7º, II, ―a‖).

Princípio da bandeira (pavilhão): aplica-se a lei brasileira aos crimes cometidos em aeronaves e embarcações privadas brasileiras, quando em território sob jurisdição de outro país (CP, art. 7º, II, ―c‖).

CONFLITO APARENTE DE NORMAS Ocorre quando um mesmo fato, aparentemente, pode estar previsto em duas ou mais normas. Princípios para solução do conflito: 1. Especialidade: a lei especial deve ser aplicada em detrimento da lei geral, a qual deixa de incidir sobre aquela hipótese. Ex.: O art. 33 (tráfico de drogas), da Lei 11.343/2006, prevalece sobre o art. 334-A (contrabando) do CP. 2. Subsidiariedade: a norma que prevê a ofensa maior do bem jurídico exclui a aplicação da norma que prevê a ofensa menor. Ex.: O crime de ameaça (CP, art. 147) cabe no de constrangimento ilegal (CP, art. 146), que cabe no de constrangimento ilegal (CP, art. 158). 3. Consunção: um fato mais grave absorve fatos menos graves, que funcionam como etapas para concretização daquele. Aqui, não é a norma que absorve a outra, mas o fato que consome os demais. O peixão engole o peixe, que o peixinho, e todos vão parar na barriga do peixão, só ele e sua norma restrão. Ex.: o sujeito dirige perigosamente (direção perigosa) e provoca um acidente fatal (homicídio culposo), restando apenas este último.

1.3 TEORIA GERAL DO CRIME

O conceito analítico de crime. Além dos conceitos formal (crime é toda ação ou omissão proibida por lei sob ameaça de pena) e material (crime é a ação ou omissão que contraria os valores da sociedade exigindo sua proibição com a ameaça de pena), há a necessidade de um conceito analítico, segundo o qual crime é a ação típica, antijurídica e culpável.

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OBS: A Lei apenas faz referência a causa superveniente relativa em seu artigo 13, §1º do CP, a única exceção)

1º ELEMENTO: FATO TÍPICO

1. CONDUTA:

Visão finalista: Ação ou omissão humana consciente e voluntária, dirigida a um fim, acarretando como consequência determinado resultado.

2. RESULTADO:

A conduta delituosa tem de trazer um resultado, qual seja o naturalístico, ou aquele que transforma o ambiente de qualquer forma, ou aquele, em que uma ação é tipificada de tal forma que a mera conduta já é bastante para que seja enquadrada como ilícito, sendo que a obtenção do resultado naturalístico é o exaurimento do crime (crimes formais).

3. NEXO CAUSAL:

RELAÇÃO DE CAUSALIDADE

CAUSAS

Conduta do agente

Conduta A

Conduta B

Resultado

Absolutamente independentes

(Não há responsabilidade pela morte,

só pela ação)

Relativamente independentes

1. Pré-existente

(Ex.: Vítima tomou veneno e após leva um tiro)

2. Concomitante

(Ex.: Aneurisma no exato momento que leva um tiro)

3. Superveniente

(Ex.: Desabamento do teto após o tiro)

1. Pré-existente

O acusado responde pela ação porque deu causa.

(Ex.: “A” desfere facada na vítima que vem a morrer

porque é hemofílico)

2. Concomitante

(Ex.: “A” atira na vítima que assustada tem um

ataque cardíaco e vem a morrer)

3. Superveniente

Ação que por si só causou o resultado. (Ex.: Ambulância).

Existe apenas a exceção contida no art. 13, §1º do CP em

que o agente responde pela ação anterior.

INFRAÇÃO PENAL

TEORIA DO DELITO

CRIME CONTRAVENÇÃO

PENAL

Para se configurar uma infração penal é

necessário que a conduta seja tida como:

FATO TÍPICO ANTIJURÍDICO CULPÁVEL + +

Tem que preencher todos os seus

elementos (Conduta, resultado,

nexo causal e tipicidade).

Tem que ser contrário ao direito,

ou seja, ferir dispositivo legal.

Juízo de reprovação que se faz

da conduta do agente. Está

voltado à pessoa do agente.

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É a relação entre a conduta do agente e o resultado. Note-se que, não havendo a correlação entre agente e resultado, não se pode punir o indivíduo. O ordenamento brasileiro adota a teoria da equivalência das causas (art. 13 CPB), onde causa é todo fato sem o qual o resultado não seria produzido.

4. TIPICIDADE:

Um fato só pode ser considerado típico quando se amolda perfeitamente à conduta prevista na legislação, sendo considerado, via de regra, ilícito.

Tipicidade: material e formal

A tipicidade formal é a adequação do fato à norma. A tipicidade material é a conduta que provoca uma lesão ou ameaça de lesão intolerável ao bem jurídico protegido (condições mínimas de convivência). Excluem a tipicidade material:

a) PRINCÍPIO DA LESIVIDADE - é a materialmente atípica a conduta que não provoca sequer ameaça de lesão ao bem jurídico;

b) PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA: é materialmente atípica a conduta que provoca uma lesão irrelevante ao bem jurídico;

c) PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL: é materialmente atípica a conduta que é socialmente adequada. Exemplo: furar a orelha de um bebê.

d) PRINCÍPIO DA ALTERIDADE: é materialmente atípica a conduta que não lesa bens jurídicos de terceiros. Exemplo: o suicídio, a prostituição, a autolesão, destruição de coisa própria.

TEORIA FINALISTA: Adotada pelo ordenamento brasileiro, com a retirada de todos os elementos subjetivos que integravam a culpabilidade, fazendo nascer uma concepção puramente normativa. O finalismo deslocou o dolo e a culpa para o tipo, concentrando na culpabilidade somente as circunstâncias que condicionam a reprovabilidade da conduta contrária ao Direito.

TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA: Imputação objetiva significa atribuir a alguém a responsabilidade penal, no âmbito do fato típico, sem levar em conta o dolo do agente, já que dolo é requisito subjetivo que deve ser analisado dentro da ação típica e ilícita. Na imputação objetiva, o agente somente responde penalmente se ele criou ou incrementou um risco proibido relevante, pois não há imputação objetiva quando o risco criado é permitido; - o sujeito somente responde nos limites do risco criado; não há imputação objetiva quando o risco é tolerado (ou aceito amplamente pela comunidade); - não há imputação objetiva quando o risco proibido criado é insignificante (a conduta em si é insignificante).

CAUSAS DEPENDENTES: São aquelas vinculadas diretamente à conduta inicial do agente, seguindo a linha de desdobramento causal que leva ao resultado naturalístico. Ex. Atirador alveja a vítima que sofre hemorragia interna severa, causando parada cardiorrespiratória fatal.

CAUSAS INDEPENDENTES: São acontecimentos imprevisíveis e inesperados na linha fática podendo

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ser absolutamente ou relativamente independentes. Muito embora o nosso ordenamento tenha adotado a teoria da equivalência das causas, ao mesmo tempo, pelo CPB art. 13, § 1º, sendo a causa superveniente, o nexo causal da conduta inicial e o resultado serão desprezados. É bom lembrar, porém, que a conduta isolada do autor sendo típica será punida como se fosse um crime isolado. Por exemplo: quando o autor dá veneno a uma vítima que falece por um tiro de um assaltante, antes da peçonha fazer efeito. Ora a intenção do agente era matar a vítima, dolosamente. O resultado morte aconteceu por outro motivo, mas o agente delitivo perpetrou o crime, que não se consumou da forma planejada por intervenção alheia à sua vontade, por isso responderá por tentativa de homicídio qualificado pelo meio cruel (veneno).

DOLO (CP art. 18, I): É a faceta psicológica, o chamado animus de se cometer determinada conduta. O agente, nesse caso, desejava conscientemente desempenhar determinada ação, a fim de obter um resultado (dolo direito ou teoria da vontade), ou de forma a se tornar indiferente quanto à concretização do mesmo (dolo indireto ou teoria do consentimento).

Importante notar a conotação de dolo e culpa numa eventual discussão do mérito na peça profissional, ou mesmo em questões. A desqualificação de crime doloso para culposo diminui em muito a pena do agente, da mesma forma, a intenção do agente pode ser confundida, mesmo a conduta sendo dolosa, destarte, num eventual questionamento na prova, se pode alegar que o infrator desejava, por exemplo, lesionar e não matar a vítima (preterdolo).

TENTATIVA (art. 14 , II do CP): .Diz-se que o crime é tentado quando o mesmo não se consumou por circunstâncias alheias à vontade do agente. As condutas penais que não admitem tentativa são as culposas, preterdolosas, contravenções penais, crimes comissivos próprios ou de mera conduta, crimes habituais, crimes puníveis somente pelo resultado (ex. 122 do CP) e crimes em que a lei pune a tentativa como delito consumado, como nos crimes de atentado ou de empreendimento (p.ex.: art. 352 CP) e na maioria dos crimes formais. Tentativa imperfeita: quando o agente não consegue praticar todos os atos necessários à consumação, por interferência externa, não exaurindo toda a sua potencialidade lesiva, Diz-se aí que houve tentativa imperfeita ou tentativa propriamente dita. Tentativa perfeita ou crime falho: quando o agente realiza todo o necessário para obter o resultado, sendo que a fase executória realiza-se integralmente. A execução se conclui, mas o crime não se realiza.

DICA: Iter Criminis É o caminho do crime. São as etapas que o agente percorre para chegar à prática criminosa, a saber: 1) Cogitação: é o pensamento do agente; Não é punível; 2) Atos preparatórios: praticados antes da execução, não representam agressão ao bem jurídico; em regra, não são puníveis, salvo quando crimes em si mesmos;

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3) Atos executórios: o agente inicia a prática da conduta descrita no tipo penal; são puníveis; 4) Consumação: quando no crime se reúnem todos os elementos de sua definição legal. Obs.: Se o iter criminis for até a segunda etapa, não chegando às demais, estaremos diante da figura do crime tentado.

CULPA (CP art. 18, II): Ocorre quando o agente age sem o dever de cuidado objetivo, ou seja, com imprudência, negligência ou imperícia, ocorrendo consequentemente o resultado naturalístico tipificado, porém, sem ter desejado o mesmo, ou pelo menos crer que ele não ocorrerá, acreditando em sua capacidade pessoal (culpa consciente).

ERROS DE TIPO:

Erros acontecem quando o agente erra sobre elementos do tipo. Podem ser escusável e nesse caso, isenta até mesmo da culpa, ou inescusável, onde o agente poderá ser condenado por crime culposo.

São eles:

a) ERRO DETERMINADO POR TERCEIRO: Responde pelo crime o terceiro que determinou o erro (CP, art. 20 , § 2º).

b) ERRO QUANTO À PESSOA: O agente erra em relação à vítima do crime, previsão art. 20, 3º CP.

c) ERRO NA EXECUÇÃO (ABERRATIO ICTUS): o agente erra o alvo de sua conduta, acertando outrem.

TENTATIVAS ABANDONADAS (Ponte de Ouro) - Art. 15 do CP: Temos como exemplos a desistência voluntária e o arrependimento eficaz. Assim como explícito no nome, são tentativas abandonadas pela vontade do agente. Têm natureza jurídica de geradoras de atipicidade. Distinguem-se da tentativa propriamente dita porque o elemento volitivo inicial se transmuta, retirando do infrator o desejo de perpetrar o crime. Quando constatadas essas circunstâncias, o autor responde somente pelos atos já praticados até o momento da interrupção da atividade que eventualmente constituam algum tipo de infração penal.

DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: O agente interrompe voluntariamente a execução do crime, impedindo, desse modo, a sua consumação, ou seja, o infrator mesmo podendo consumar o delito não o faz.

ARREPENDIMENTO EFICAZ: Nesse caso, o crime é executado, mas o agente impede a produção do resultado naturalístico inicial, ou seja, houve o crime, mas antes que se consumasse o resultado inicial da conduta delitiva, o autor interfere de tal modo que ele não prevaleça. Como exemplo, imaginemos um infrator que dispara dois tiros contra a vítima e arrependido a encaminha imediatamente ao hospital fazendo com que ela não pereça, respondendo, na hipótese,

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apenas pelas lesões corporais causadas.

ARREPENDIMENTO POSTERIOR: Incide tão somente em crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, muito embora sendo aplicável a crimes com violência, se forem culposos. O arrependimento premia a reparação espontânea, completa ou parcial, do malefício perpetrado pelo agente ao bem jurídico, sendo considerada atenuante genérica nos moldes do art. 65, II, b do CPB.

DELAÇÃO PREMIADA: Instituto de natureza assemelhada ao arrependimento posterior, com previsão no Código Penal, no art.159 § 4.º (crime de extorsão mediante sequestro), e em legislação extravagante. Beneficia com redução de 1/3 a 2/3 a pena dos infratores que tragam benefício concreto às investigações ou favorecimento da punição dos co autores de determinados crimes, podendo servir também para cumprimento de pena em regime aberto, propiciar a substituição por pena restritiva de direitos, ou ainda a extinção da pena, através do perdão judicial. Como principais exemplos, temos o art. 25 § 2º, da lei 7.492/86 (lei dos crimes contra o sistema financeiro), o art. 7º § 4º da lei 8.072/90 (lei dos crimes hediondos), o art. 16, parágrafo único da lei 8.137/90 (lei dos crimes contra a ordem tributária), o art.35-B, da lei 8.884/94 (lei dos crimes contra a ordem econômica), o art. 6º, da Lei 9.034/95 (lei do crime organizado), o art. 1º § 5º, da lei 9.613 (lei dos crimes de lavagem de dinheiro), o art. 14 da lei 9.807/99 (lei de proteção à testemunha), o art. 33 §4º da lei 11.343/2006 (lei de entorpecentes) e o artigo 86 da Lei 12.529/2011 que trata do Sistema brasileiro de defesa da concorrência. Por fim, ainda, no art. 4º, da Lei 12.850/2013 (Organização criminosa) traz a previsão legal da delação premiada, tambem denominada ―colaboração premiada‖.

CRIME IMPOSSÍVEL (art. 17, CPB): Diz-se que o crime é impossível quando pela total ineficácia do meio empregado (ex. agente tenta assassinar um adulto utilizando um palito de dente) ou pela impropriedade absoluta do objeto material (ex. tentar tirar a vida de um cadáver, furtar alguém sem um centavo no bolso) esse se torna impossível de se consumar.

2º ELEMENTO: ANTIJURIDICIDADE

ILICITUDE: Contradição entre a conduta e o ordenamento jurídico, pela qual a ação ou omissão típica tornam-se ilícitas. Note que para ser ilícito precisa inicialmente se revestir de um núcleo de ação típico (matar, roubar, etc.). A partir daí, se não for comprovadamente coberto por alguma excludente (legítima defesa, estado de necessidade, etc.), o agente sofrerá a punição. Conclui-se nesse primeiro momento que, um fato para ser ilícito tem de ser necessariamente

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tipificado, mas nem todo fato típico pode ser automaticamente considerado ilícito.

CAUSAS LEGAIS DE EXCLUSÃO DE ILICITUDE OU CAUSAS DE JUSTIFICAÇÃO:

1. LEGÍTIMA DEFESA (Arts. 23, II e 25 CPB): Consiste em repelir agressão atual ou iminente, a direito próprio ou alheio, usando os meios apropriados e de forma proporcional. Note que a composição dos fatos e agentes tem de estar em consonância com a previsão legal. A agressão da vítima tem de ser, necessariamente, injusta, que dê ensejo a uma reação, dentro dos padrões médios de comportamento e que o ofendido use de meios moderados, mesmo que a princípio, de acordo com a situação, sejam considerados desproporcionais. Ex: Homem atira e fere o agressor que usava somente as mãos para atacá-lo. Atenção: No Exame de Ordem, poderá ter um caso que se defina se há a excludente de ilicitude, e qual o tipo de excludente será cabível, lembrando que essa alegação é típica do mérito, onde, ao analisar a situação fática, o candidato poderá pedir a absolvição do réu nas fases de Resposta à Acusação, Memoriais e até mesmo em sede de apelação, quando esta não seja interposta de procedimento do Tribunal do Júri. Nota: É possível a legítima defesa contra inimputáveis, desde que se configurem as características gerais da legítima defesa e que o agente não tenha dado ensejo à agressão da vítima, como o caso do infrator que provoca um doente mental até que ele se desestabilize e tente lhe agredir, fazendo com que o primeiro, em suposta defesa, agrida o inimputável com um bastão. Não cabe legítima defesa quando há legítima defesa real contra legítima defesa real, legítima defesa real contra estado de necessidade, legítima defesa contra exercício regular do direito e legítima defesa contra estrito cumprimento do dever legal.

2. ESTADO DE NECESSIDADE (art. 24 CPB): Se configura quando um indivíduo, o qual não tem o dever legal de confrontar a situação de perigo atual, não provocado por sua vontade, sacrifica um bem jurídico no desejo de salvar ou resguardar bem jurídico mais importante seu ou alheio e que seria razoável não se exigir. A Lei é bastante clara quanto à exclusão da ilicitude do ato. Há que haver, necessariamente, o perigo atual, que a situação que culminou nesse perigo não tenha sido provocada voluntariamente pelo agente e que o bem resguardado pela conduta seja, no aspecto jurídico, mais relevante que o preterido. Se exige então, uma razoabilidade nesse sacrifício, sob pena do agente responder pelo fato, com direito somente a redução na sanção entre 1/3 e 2/3 do total.

3. ESTRITO CUMPRIMENTO DO DEVER LEGAL (art. 23, III, 1ª parte CPB): A grande característica dessa excludente é o fato do agente agir estritamente de acordo com a lei, mesmo porque quando o indivíduo age pelo dever LEGAL está tão somente utilizando-se do comando legitimado pelo ordenamento. O dever então provém de norma legitimada por autoridade competente. Observemos que, quando da conduta, o agente é compelido pela legalidade inerente ao ato, como o caso do policial federal, com o devido mandado de busca e apreensão que adentra residência para confiscar objetos de uso criminoso.

4. EXERCÍCIO REGULAR DE DIREITO: (art. 5º, II. CF): Nesse caso, o agente exercita uma faculdade de acordo com o direito exigindo que esse seja considerado não típico ou permitido pelo ordenamento, dentro dos limites de modo regular e não abusivo. Um bom exemplo é a imunidade judiciária, prevista no artigo 142, I do CPB, utilizada pelos advogados na defesa dos interesses dos seus clientes. Bom notar que essa liberdade é cercada por limites subjetivos e éticos, e que é aplicável em se tratando de afirmações injuriosas ou difamantes, justificadas somente pelo fervor dos interesses do cliente, sem retirar a aplicabilidade de sanções administrativas pelo Órgão de Classe respectiva.

CAUSA SUPRALEGAL DE EXCLUSÃO DE ILICITUDE

1. CONSENTIMENTO DO OFENDIDO: Trata-se aqui de situação em que um crime a princípio representado por todos os seus elementos: tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade, serão desconsiderados porquanto o detentor do bem aviltado consente com a conduta do agente, ocorrendo por exemplo a exclusão da tipicidade, quando em um furto, a subtração se deu com o consentimento do possuidor. Nesse caso ocorre outro tipo de ação, mas não considerada típica. Ocorre a mesma situação quando do crime de invasão de domicílio em que o proprietário consente com a entrada e permanência do agente. Bom lembrar que a exclusão de ilicitude se aplica mesmo quando não há consentimento expresso da vítima em casos de força maior e caso fortuito, tendo,

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por exemplo, cirurgias de emergência em que há amputações e o aborto necessário. Crimes contra bens jurídicos indisponíveis não comportam o consentimento (como exemplo podemos citar a vida).

3º ELEMENTO: CULPABILIDADE

A culpabilidade é a possibilidade de se imputar uma responsabilidade e todos os ônus que advierem da conduta típica a determinado indivíduo. É composta de três elementos: a imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e a exigibilidade de conduta diversa.

ELEMENTOS DA CULPABILIDADE

1º IMPUTABILIDADE

A imputabilidade se entende como a capacidade do agente entender a ilicitude do fato e de estar em total controle de suas faculdades, ou seja, é a soma do elemento intelectivo, pertinente ao entendimento da ilicitude e o volitivo, que reside na capacidade de controlar sua própria vontade. Convém lembrar que nosso Código Penal abraça a teoria finalista, daí a conduta, dolosa ou culposa, residir na ação típica, ou seja, o agente atuou porque quis (dolo) ou porque agiu com imprudência, imperícia ou negligência (culpa). O Código Penal em seu Art. 26 e seguintes, prescreve as condições em que ocorrem a inimputabilidade.

Inimputabilidade e Culpabilidade Diminuída

O Art. 26 do Código Penal menciona causa de isenção de pena pela exclusão de culpabilidade daqueles que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, eram ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapazes de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento, ou seja, além de não terem a capacidade de entender o caráter ilícito da ação, não tinham o controle de suas faculdades suficiente para evitar a conduta. Os exemplos mais comuns são psicoses, neuroses extremas, esquizofrenia, indivíduos oligofrênicos, etc. Nesse caso, é exigível a perícia médica para a apuração do real estado mental do indivíduo, que essa debilidade esteja presente no mesmo momento do ato ilícito e que reste provada a total falta de percepção do caráter ilícito e o controle volitivo do agente.

O parágrafo único do artigo 26 trata dos semi imputáveis, ou seja, aqueles que devido a perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não eram inteiramente capazes de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Para essas situações ficou estabelecida a redução de um a dois terços da pena. Difere da inimputabilidade, pois a incapacidade é diminuída mas não total ao tempo da ação. Em regra, situam-se nessa faixa intermediária os chamados fronteiriços, que apresentam situações atenuadas ou residuais de psicoses, de oligofrenias e, grande parte das chamadas personalidades psicopáticas e casos de transtornos mentais transitórios.

O artigo 27 do CPB trata da inimputabilidade penal aos menores de 18 anos sendo aplicada a legislação especial, notadamente o Estatuto da Criança e do Adolescente. Aqui o legislador ressalta a falta de maturidade do menor como fator importante para a consciência da atividade ilícita, sendo polêmica a questão dos parâmetros cronológicos onde se aperfeiçoaria a percepção do indivíduo, hoje mantida a partir dos dezoito anos.

A emoção ou paixão, de acordo com o artigo 28, inciso I, não isentam o agente da pena, ressaltando que, em casos especiais, definidos em lei, o próprio tipo penal estabelece previsão de redução de pena quando o fato se dá por provocação injusta da vítima, que leva o agente a sair do equilíbrio emocional normal e praticar a conduta, como no caso do homicídio privilegiado previsto na última parte do artigo 121,§ 1º do CPB. Já o inciso II do artigo mencionado acima, afirma ser imputável a embriaguez voluntária ou culposa, por álcool ou substância de efeitos análogos.

Já o § 1º, do mesmo Art. 28, considera inimputável o agente quando havendo embriaguez total e involuntária causada por caso fortuito ou força maior no momento do crime, se torna o indivíduo totalmente incapaz de entender o caráter ilícito da ação e de controlar suas faculdades no sentido de evitar a conduta. Se a embriaguez for parcial, mas necessariamente gerada por caso fortuito ou força maior, poderá haver redução da pena de um a dois terços.

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Atenção: Com relação aos dependentes de drogas ilícitas, a Lei nº. 11.343/06, no art. 28, deixou de prever pena privativa de liberdade ao usuário de drogas, que deverá ser submetido a medidas educativas. O dependente químico, em razão do vício, tem diminuída sua capacidade de entendimento e de autodeterminação. E caso provada a dependência física e psíquica com relação ao tóxico, poderá ser isento de pena se cometer um crime, sendo submetido à medida de segurança.

É necessário, todavia, averiguar o grau de dependência do agente e suas condições subjetivas no momento do crime, pois nem todo usuário de entorpecentes é um irresponsável penal. Alguns autores consideram que o dependente leve é responsável, o moderado semi imputável e o gravemente dependente um inimputável.

2º POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE DO FATO:

Para que uma conduta (ação ou omissão) contrária ao Direito possa ser reprovada, é necessário que o autor conheça ou possa conhecer nas circunstâncias que pertencem ao tipo à ilicitude.

EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE POR FALTA DE POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE

- Erro de proibição (CP, Art.21)

Para que o agente seja considerado culpado é preciso que no momento da prática do fato tenha possibilidade de verificação de que o comportamento contraria o ordenamento jurídico. Se o agente não tem possibilidade de saber que o fato é proibido, sendo inevitável o desconhecimento da proibição, exclui-se a culpabilidade, surgindo assim, o erro de proibição, ou seja, supõe erroneamente, que inexiste regra de proibição.

O erro de proibição pode ser escusável ou inescusável. Será escusável quando mesmo uma pessoa dotada de normal discernimento e prudência incidiria em erro frente às circunstâncias a ele apresentadas, excluindo, portanto a culpabilidade do agente. Já o erro de proibição inescusável ocorre quando o agente incide em erro por não respeitar o dever de cuidado. Incide no erro por leviandade, imprudência, descuido etc. O erro de proibição inescusável atua como causa de diminuição de pena de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço).

ERRO INEVITÁVEL A RESPEITO DO FATO QUE CONFIGURARIA UMA DESCRIMINANTE PUTATIVA (CP, ART.20, § 1º)

DESCRIMINANTE PUTATIVA (art. 20 § 1º CPB): O agente crê na existência de uma excludente de ilicitude a qual se realmente existisse, retiraria a culpabilidade na sua conduta. Caso o erro seja evitável, lhe será aplicada uma sanção de natureza culposa. Bom notar que a legítima defesa putativa é um exemplo relativo á situação fática. Ex.: Quando o agente alveja um inimigo declarado, quando o encontra de frente em uma rua escura, e este coloca a mão no bolso, pensado o primeiro que o desafeto iria pegar uma arma atira, quando na verdade era apenas um celular.

3º EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

O Direito exige, geralmente, do sujeito imputável, isto é, daquele que pode conhecer a antijuridicidade do seu ato, que tome a resolução de vontade conforme esse conhecimento, ou seja, que não viole as normas penais.

EXCLUDENTES DE CULPABILIDADE POR INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA:

Há situações em que o Direito não poderia exigir do agente, numa determinada situação excepcional, outra conduta, a não ser praticar aquele fato tipificado pelo direito como conduta proibitiva, ocorrendo o que se chama inexigibilidade de outra conduta ou ainda, inexigibilidade de conduta diversa.

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CAUSAS LEGAIS DE EXCLUSÃO DE CULPABILIDADE POR INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

1. Coação moral irresistível (CP, Art. 22, 1ª parte)

Coação é o emprego de força física ou de grave ameaça contra alguém, no sentido de que faça ou deixe de fazer alguma coisa. Não há exclusão da ação, mas da culpabilidade. Atenção: Tratando-se de coação moral resistível não há exclusão da culpabilidade, incidindo apenas numa circunstância atenuante (CP, Art. 65, III).

2. Obediência hierárquica (CP, Art. 22, 2ª parte)

A ordem do superior hierárquico é a manifestação de vontade do titular de uma função pública a um funcionário que lhe é subordinado.

CAUSAS SUPRALEGAIS DE EXCLUSÃO DE CULPABILIDADE POR INEXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA

Por mais previdente que seja o legislador, este não pode prever todos os casos em que a inexigibilidade de outra conduta deve excluir a culpabilidade. Assim, é possível a existência de um fato, não previsto pelo legislador, como causa de exclusão de culpabilidade, que apresente todos os requisitos do princípio da não-exigibilidade de comportamento lícito.

CONCURSO DE PESSOAS

PREVISÃO artigo 29 e seguintes do CP:

Regras comuns às penas privativas de liberdade

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade.

§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

Circunstâncias incomunicáveis

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

Casos de impunibilidade

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

O concurso de pessoas, como o próprio nome diz, acontece quando há dois ou mais indivíduos praticando o crime.

Nosso Ordenamento adota a teoria monista, ou seja, havendo pluralidade de agentes, mas se conseguindo somente um resultado, há somente um delito, daí todos os que tomam parte na ação penal cometem o mesmo crime.

Autor: Quem executa diretamente o núcleo do tipo.

Partícipe: Quem concorre, de qualquer modo para o crime, ou seja, não pratica o núcleo do tipo (verbo), mas colabora de alguma forma para a produção do resultado. O partícipe tem vontade de cooperar com a conduta principal, mesmo que a produção do resultado fique na inteira dependência do autor e que haja uma cooperação efetiva, mediante uma atuação concreta acessória da conduta principal.

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Co-autoria: Ocorre quando todos os agentes, em colaboração recíproca e visando o mesmo fim, realizam a conduta principal. Na verdade, a co-autoria é uma autoria, porquanto divide a obtenção do resultado pela ação direcionada a um resultado, mesmo que o meio empregado pelos agentes seja diverso. Ex: No roubo, um agente agride a vítima e o outro retira o objeto.

OBSERVAÇÕES:

- A participação de menor importância pode resultar em redução de pena de 1/6 a 1/3 da pena pelo artigo 29, § 1º do CP.

- Se algum dos concorrentes quis participar de um crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste, e essa pena será aumentada até a metade, na hipótese de ter sido previsível o crime mais grave (art. 29 § 2º CP). A esse instituto se chama cooperação dolosamente distinta.

- Autoria colateral ocorre quando dois ou mais agentes realizam atos de execução do mesmo crime, cada qual desconhecendo o comportamento do outro, não há concurso porque está ausente o vínculo subjetivo.

- Autoria incerta é aquela que ocorre dentro de uma autoria colateral, onde mais de uma pessoa é apontada como autora, porém não é possível apurar qual delas efetivou o resultado. Desta forma, se todos praticaram os atos de execução, serão condenados a título de tentativa, e o agente que nesse caso, porventura somente efetuou os atos preparatórios, não responderá pelo crime, por ser impossível.

CONCURSO DE CRIMES: Previsão artigos 69 e 70 do CP:

Ocorre quando há a prática de um ou mais crimes por meio de uma ou mais ações

a) Concurso material: Previsão legal no artigo 69 e parágrafos do CP:

Acontece o concurso material quando existir a prática de uma ou mais condutas, dolosas ou culposas, omissivas ou comissivas, e que produzam dois ou mais resultados, idênticos ou não, mas todas vinculadas pela identidade do agente, não importando se os fatos ocorreram na mesma ocasião ou em dias diferentes.

O concurso material pode ser:

I. Homogêneo: Quando há resultado idêntico.

II. Heterogêneo: Quando há diversidade de resultados.

Nessa situação, o juiz separadamente fixará a pena de cada delito e depois simplesmente somá-las. No tocante às causas de aumento de pena, autoriza-se a sua incidência sobre cada delito, sem que isso caracterize dupla incidência desses fatores de majoração as sanções penais.

No concurso material, a prescrição de cada crime deve ser contada separadamente nos moldes do artigo 119 do CP.

Sendo os crimes conexos com a respectiva unidade processual, a regra do concurso material é aplicada pelo juiz sentenciante. Não havendo conexão entre os delitos, que são objeto de diversas ações penais, a regra do concurso material é aplicada pelo juízo da execução, quando do trânsito em julgado (LEP art. 66, III, a).

b) Concurso formal ou ideal: previsão artigo 70 CP.

Ocorre quando ao agente, com uma só conduta, causa dois ou mais resultados. Na realidade, o concurso formal implica a existência de dois ou mais crimes que, para efeito de política criminal, são apenados de maneira menos rigorosa.

O concurso formal exige conduta única, entendendo-se como a ação ou omissão humana consciente e voluntária dirigida a uma finalidade. A despeito de num determinado crime, o indivíduo venha a realizar vários atos, todos eles se aglutinam numa conduta tipificada, ou seja, o verbo (núcleo) do delito.

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Ainda necessita o concurso formal que a conduta resulte em dois ou mais fatos típicos, ou a mais de um crime, atingindo mais de um bem penalmente tutelado.

O concurso formal pode ser:

I. Perfeito: Resulta de um só desígnio. O agente, por meio de um só impulso delitivo, dá causa a dois ou mais resultados. Ex. O infrator dirige carro em alta velocidade e atropela e mata três pessoas;

II. Imperfeito: resulta de desígnios autônomos. Aparentemente, há somente uma ação, mas o agente, intimamente, deseja os outros resultados ou aceita o risco de produzi-los. Essa espécie de concurso somente se aplica a crimes dolosos

III. Homogêneo: ocorrem resultados idênticos, mas os sujeitos passivos do crime são distintos, com a mesma figura típica.

IV.Heterogênea: Ocorrem resultados diversos. Aqui a ação única causa diversos crimes.

c) Crime continuado: Previsão artigo 71 do CP:

É aquele no qual o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie, os quais, pelas semelhantes condições de tempo, lugar, modo de execução e outras, podem ser tidos uns como continuação dos outros.

AULA 02 - DIREITO PENAL - TEORIA GERAL DA PENA

DA SANÇÃO PENAL

Espécies: pena e medida de segurança

DAS PENAS

O Código penal prevê 3 (três) tipos de penas:

1. Privativa de liberdade;

2. Restritiva de direito; e

3. Multa.

1. Pena privativa de liberdade

Espécie de pena que causa restrição à liberdade, à locomoção do condenado.

Regimes:

a) fechado: estabelecimento de segurança máxima ou média;

b) semiaberto: colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar; e

c) aberto: condenado trabalha ou frequenta cursos em liberdade, durante o dia, e recolhe-se em Casa de Albergado ou estabelecimento similar à noite e nos dias de folga.

Pena de reclusão: cumprida em qualquer regime;

Pena de detenção: cumprida em regime semiaberto ou aberto.

Regras para o início do cumprimento da pena:

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1. Reincidente e crimes hediondos: fechado, qualquer que seja a quantidade de pena;

2. Primário (importa a quantidade da pena):

a) superior a 8 anos: fechado;

b) superior a 4 e inferior a 8 anos: semiaberto; e

c) igual ou inferior a 4 anos: aberto.

ATENÇÃO:

Súmula 269 do STJ: ―É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a 4 (quatro) anos se favoráveis as circunstâncias judiciais‖.

Súmula 718 do STF: ―A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena aplicada‖.

Súmula 719 do STF: ―A imposição de regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada permitir exige motivação idônea‖.

Progressão de regimes: passagem de um regime mais severo para um menos rigoroso. Requisitos: 1) Objetivo: cumprimento de 1/6 da pena (crimes comuns), 2/5 (crimes hediondos) ou 3/5 (crimes hediondos e condenado reincidente); e 2) Subjetivo: mérito do condenado (bom comportamento). Em atenção à súmula vinculante nº 26 do STF, o apenado que praticou o crime antes da edição da Lei nº 11.464, de 28/03/2007, que trouxe novos critérios de progressão de regime para os crimes hediondos, deverá progredir com o cumprimento de apenas 1/6 da pena (regra geral de progressão).

Regressão de regimes: transferência do condenado para um regime mais rigoroso. Requisitos: 1) se o condenado pratica fato definido como crime doloso ou falta grave; e 2) se o total da pena a ser executada tornar incabível o regime.

Regime Disciplinar Diferenciado (RDD): duração máxima de 360 dias, até o limite de 1/6 da pena, sem prejuízo de nova sanção. O condenado deve ser recolhido em cela individual, admitindo-se visitas semanais de 2 pessoas (não se computam as crianças), por 2 horas. Pode sair da cela, diariamente, por duas horas, para banho de sol. Cabível nas hipóteses de cometimento de fato previsto como crime doloso que ocasione subversão da ordem ou da disciplina interna do estabelecimento, para preso que representar elevado risco para a ordem e a segurança do estabelecimento ou da sociedade, ou ainda no caso de detento suspeito de envolvimento ou participação em organizações criminosas, quadrilha ou bando.

Remição de pena: benefício instituído ao condenado que cumpre pena em regime fechado ou semiaberto, consiste no desconto de um dia de pena por 3 (três) de trabalho ou estudo. No caso de falta grave, o juiz poderá revogar até 1/3 do tempo remido, recomeçando a contagem a partir da data da infração disciplinar.

Detração penal: abatimento na pena privativa de liberdade ou na medida de segurança do tempo de prisão provisória ou de internação já cumprido pelo agente.

Execução provisória: Súmula 716 do STF: ―Admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena ou a aplicação imediata de regime menos severo nela determinada, antes do trânsito em julgado da sentença condenatória‖.

2. Penas Restritivas de Direito

Não existem expressamente cominadas nos tipos penais, apenas têm lugar em substituição à pena privativa de liberdade.

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Requisitos:

a) Subjetivos: não ser reincidente em crime doloso e a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias, indicarem a suficiência da substituição;

Obs: se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha alterado em virtude da prática do mesmo crime.

b) Objetivos:

1) quantidade da pena aplicada - nos crimes dolosos, pena privativa de liberdade igual ou inferior a 4 anos, ou qualquer pena, em caso de crime culposo; e

2) natureza da infração penal - crime cometido sem violência ou grave ameaça à pessoa.

O descumprimento injustificado da pena restritiva de direitos implica a conversão em privativa de liberdade.

Espécies de penas restritivas de direitos:

1) Prestação pecuniária: consiste no pagamento em dinheiro ou prestação de outra natureza em favor da vítima, seus dependentes ou entidade pública ou privada com destinação social. Valor de 1 (um) a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, ser coincidentes os beneficiários.

2) Perdas de bens e valores: consiste na perda de bens e valores integrantes do patrimônio lícito do condenado, destinando-os ao Fundo Penitenciário Nacional.

3) Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas: atribuição ao condenado de tarefas gratuitas junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas comunitários ou estatais.

4) Limitação de fim de semana: é a obrigação de permanecer, aos sábados e domingos, por 5 horas diárias, em Casa de Albergado ou estabelecimento adequado.

5) Interdição temporária dos seguintes direitos:

I - proibição de exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato eletivo;

II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependa de habilitação especial, de licença ou autorização do Poder Público;

III - suspensão de autorização ou habilitação para dirigir veículo;

IV - proibição de frequentar determinados lugares.

3. Pena de Multa

É a obrigação imposta ao condenado de pagar determinada soma em dinheiro, calculada em dias-multa, ao Fundo Penitenciário Nacional.

Valores: mínimo de 10 e o máximo de 360 dias-multa; 1 dia-multa não pode ser inferior a um trigésimo do maior salário mínimo vigente ao tempo do fato, nem superior a 5 vezes esse salário mínimo.

Obs.: O não pagamento da pena de multa implica a inscrição do débito como dívida ativa e sua cobrança na esfera competente, não havendo conversão em pena privativa de liberdade.

Aplicação da pena

Critério trifásico:

a) pena-base (Art.59, ―caput‖);

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b) agravantes e atenuantes; e

c) causas de aumento e diminuição da pena.

DICA!!!

1) A pena-base não pode ser fixada abaixo do mínimo nem acima do máximo legal;

2) É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base (Súmula 444 do STJ);

3) A presença de atenuantes não pode diminuir a pena abaixo do mínimo legal (Súmula 231 do STJ);

4) A presença de agravantes não pode elevar a pena acima do máximo legal;

5) As causas de diminuição e aumento da pena incidem sobre a pena revelada pela segunda etapa da operação, e não sobre a pena-base;

6) A presença de causa de diminuição de pena pode trazer a pena abaixo do mínimo legal;

7) A presença de causa de aumento de pena pode levar a pena acima do máximo legal.

REINCIDÊNCIA

Agravante genérica, que ocorrerá sempre que o agente, após o trânsito em julgado de uma sentença penal condenatória, vier a cometer novo crime, aqui ou no estrangeiro, ou contravenção.

O CP limita a reincidência ao período de 5 anos após o cumprimento ou extinção da pena.

LIMITES DAS PENAS

O tempo de cumprimento das penas privativas de liberdade não pode ser superior a 30 anos (CP, art. 75).

Súmula 715 do STF: ―A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento, determinado pelo artigo 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de outros benefícios, como o livramento condicional ou o regime mais favorável de execução‖.

―SURSIS‖

Consiste na suspensão condicional da pena privativa de liberdade.

Requisitos: objetivos: pena privativa de liberdade igual ou inferior a 2 anos; ou, em se tratando de condenado maior de 70 anos de idade (sursis etário), ou com problemas de saúde (sursis humanitário), pode ser igual ou inferior a 4 anos; subjetivos a) o réu não pode ser reincidente em crime doloso, salvo se a condenação anterior foi a pena de multa (CP, art. 77, §1º, e Súmula 499 do STF); b) a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias do crime, autorizem a concessão do benefício.

Período de prova: é o período fixado na sentença ou acórdão dentro do qual o condenado deverá revelar bom comportamento e cumprir as condições que lhe foram impostas; no caso de crime, a pena é suspensa por 2 à 4 anos, e, no caso de contravenção, por 1 a 3 anos; caso seja sursis etário ou humanitário, o período de prova é de 4 a 6 anos.

Revogação obrigatória: no curso do período de prova o beneficiário:

a) é condenado, em sentença irrecorrível, por crime doloso;

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b) frustra, embora solvente, a execução da pena de multa (há entendimento no sentido de que tal causa de revogação não mais subsiste em face da Lei n. 9.268/96);

c) não efetua, sem motivo justificado, a reparação do dano; e

d) deixa de prestar serviços à comunidade ou de submeter-se à limitação de fim de semana no primeiro ano do período de prova do sursis simples.

Revogação facultativa: no curso do período de prova, o beneficiário:

a) descumpre qualquer outra condição imposta, salvo aquelas previstas no §1º do art. 78, que geram revogação obrigatória;

b) é condenado, irrecorrivelmente, por crime culposo ou contraven-ção, a pena privativa de liberdade ou restritiva de direitos.

Extinção da pena: expirado o período de prova sem revogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.

LIVRAMENTO CONDICIONAL

É a antecipação da liberdade do condenado, sem o cumprimento integral da pena em um estabelecimento prisional.

Requisitos objetivos:

a) pena privativa de liberdade (reclusão, detenção e prisão simples) igual ou superior a 2 anos;

b) tempo de pena já cumprido: mais da metade se reincidente em crime doloso; mais de 1/3 se não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes; e mais de 2/3 da pena, nos casos de condenação por crime hediondo ou equiparado, se não for reincidente específico em crimes dessa natureza; e

c) reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

Requisitos subjetivos:

a) bom comportamento carcerário;

b) bom desempenho no trabalho que lhe foi atribuído;

c) aptidão para prover sua própria subsistência mediante trabalho honesto;

d) nos crimes dolosos, cometidos mediante violência ou grave ameaça à pessoa, constatação de condições pessoais que façam presumir que o liberado não voltará a delinquir; e

e) nos crimes hediondos, não ser reincidente específico.

Período de prova: corresponde ao restante da pena. Deve o condenado:

a) obter ocupação lícita, dentro de prazo razoável, se for apto para o trabalho;

b) comunicar periodicamente sua ocupação; e

c) não mudar do território da comarca do juízo da execução sem prévia autorização.

Revogação do livramento: exige-se prévia oitiva do condenado para revogação do livramento condicional; possui duas espécies:

a) Obrigatória:

1) condenação irrecorrível a pena privativa de liberdade por crime cometido durante a vigência do benefício; tem como efeitos: i) não se computa na pena o tempo em que esteve solto; ii) não se concederá, em relação à mesma pena, novo livramento; e iii) o restante da pena cominada ao crime, em sendo o livramento revogado, não pode somar-se à nova pena para concessão de novo livramento; e

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2) condenação irrecorrível a pena privativa de liberdade por crime anterior ao benefício; possui os seguintes efeitos: i) o período de prova é computado como tempo de cumprimento da pena; ii) é possível a concessão de novo livramento, desde que o condenado tenha cumprido mais da metade ou mais de 1/3, conforme seja ou não reincidente em crime doloso, da soma do tempo das duas penas.

b) Facultativa:

O juiz pode optar pela manutenção do benefício, situação em que deverá advertir novamente o liberado ou agravar as condições.

Suspensão do livramento: praticada nova infração penal pelo liberado, o juiz poderá ordenar sua prisão, suspendendo o curso do benefício, cuja revogação ficará dependendo da decisão final (LEP, art. 145).

Extinção da pena: expirado o prazo sem revogação ou prorrogação, considera-se extinta a pena privativa de liberdade.

EFEITOS DA CONDENAÇÃO

São as consequências advindas de uma sentença penal condenatória.

Efeito principal: a aplicação de uma pena ou medida de segurança.

Efeitos secundários:

a) Reincidência e suas consequências;

b) A inscrição do nome do réu no rol dos culpados, com o trânsito em julgado; e

c) A caracterização de maus antecedentes.

Efeitos extrapenais: São aqueles que repercutem em esfera diversa da penal.

Quanto aos efeitos, podem ser:

1. Genéricos: são automáticos e consistem em:

a) Reparação do dano: a sentença penal condenatória com trânsito em julgado tem natureza de título executivo judicial.

b) Confisco: perda, em favor da União, ressalvado o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé, dos instrumentos do crime, desde que consistam em coisas cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constituam fato ilícito, bem como do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso.

2. Específicos: não são automáticos, devem vir expressa e fundamentadamente descritos na sentença; consistem em:

a) Perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública, e quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 anos, nos demais casos.

b) incapacidade para o exercício do poder familiar, tutela ou curatela: apenas pode ocorrer nos crimes dolosos sujeitos a pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado.

c) inabilitação para dirigir veículo: quando utilizado como meio para a prática de crime doloso.

Existem efeitos da condenação previstos fora do Código Penal.

REABILITAÇÃO

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É o instrumento legal que permite ao condenado ter assegurado o sigilo dos registros sobre seu processo e permite a extinção de alguns efeitos específicos da condenação.

Requisitos objetivos:

a) Decurso do prazo de 2 anos a contar da extinção da pena;

b) Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo ou renúncia comprovada da vítima.

Requisitos subjetivos:

a) Domicílio no país nos 2 anos posteriores à extinção da pena; e

b) Bom comportamento público e privado, durante esse período.

ATENÇÃO!!!

O pedido de reabilitação deve ser requerido pelo condenado, representado por advogado, perante o juízo de 1ª instância em que tramitou a ação penal, ainda que a condenação tenha sido imposta em grau de recurso.

Revogação: será revogada a reabilitação se o reabilitado for condenado, como reincidente, por decisão definitiva, a pena que não seja de multa.

MEDIDAS DE SEGURANÇA

Sanções penais destinadas aos inimputáveis ou semi-imputáveis.

Não são penas e delas se distinguem em razão dos seguintes motivos:

a) as penas têm função retributiva e preventiva e baseiam-se na prevenção geral; as medidas de segurança têm função preventiva, e fundamentam-se na prevenção especial;

b) a pena é aplicada por tempo determinado; a medida de segurança é aplicada por tempo determinado no mínimo e indeterminado no máximo; Atenção para o enunciado da Súmula 527 do STJ que dispõe: ―O tempo de duração da medida de segurança não deve ultrapassar o limite máximo da pena abstratamente cominada ao delito praticado‖;

c) a culpabilidade é pressuposto da pena, e a periculosidade, da medida de segurança; e

d) as penas são impostas aos imputáveis e aos semi imputáveis.

Pressupostos

a) prática de um fato definido como crime ou contravenção;

b) periculosidade; e

c) não seja extinta a punibilidade.

A periculosidade consiste na probabilidade de o agente voltar a delinquir.

Espécies de medidas de segurança:

a) definitiva: internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico ou em estabelecimento adequado; é obrigatória em casos de crimes apenados com reclusão; e

b) restritiva: tratamento ambulatorial.

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Prazo mínimo: a sentença deve fixar o prazo mínimo, que pode ser de 1 a 3 anos, para realização do primeiro exame de cessação da periculosidade.

EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

A punibilidade é a consequência jurídica da prática de uma infração penal. Após a prática da infração podem ocorrer causas que impeçam a aplicação ou execução da respectiva sanção, são o que chamamos de causas extintivas de punibilidade. Estas causas estão previstas no rol do art. 107, do Código Penal, que não é taxativo, pois existem outras causas, quer no próprio Código Penal, como por exemplo, o ressarcimento do dano no crime de peculato culposo, quer na legislação especial, como o cumprimento integral das condições da suspensão condicional do processo (art. 89 da Lei 9.099/95), art. 34 da Lei n. 9.248/95 e o pagamento do tributo sonegado a qualquer tempo, nos termos do art. 9º, §2º, da Lei 10.684/03, a saber:

Art. 9º - É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1º e 2º da Lei nº 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e nos arts. 168A e 337A do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, durante o período em que a pessoa jurídica relacionada com o agente dos aludidos crimes estiver incluída no regime de parcelamento.

§ 2º Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos neste artigo quando a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios.

Cabe ser lembrado, ainda, o pagamento do cheque emitido sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado antes do recebimento da denúncia (Súmula 554 do STF).

A causa extintiva da punibilidade poderá ocorrer antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, extinguindo-se o direito subjetivo de punir do Estado (ex.: decadência), ou após o trânsito em julgado, verificando-se então a extinção do título penal executório (ex.: indulto).

É importante lembrar que a extinção da punibilidade de crime que é pressuposto, elemento constitutivo, ou circunstância agravante de outro não se estende a este (art. 108, primeira parte, CP). Assim, havendo a extinção da punibilidade do crime de furto, não se estende ela ao de receptação da coisa subtraída, nem a do crime antecedente afeta o delito de favorecimento pessoal. A hipótese é esdrúxula, mas, obviamente havendo abolitio criminis do furto, não haverá receptação.

Causas extintivas da punibilidade - prevista no artigo 107 do Código Penal - são causas que fazem desaparecer o direito punitivo do Estado, impedindo-o de iniciar ou prosseguir com a persecução penal. Lembre-se que o rol a seguir exposto não é taxativo, pois existem outras causas extintivas de punibilidade previstas na parte especial CPB e em leis especiais.

a) Morte do Agente - o juiz de posse da certidão de óbito do agente, após ouvir o Ministério Público, decretará a extinção da punibilidade. Esta certidão deve ser expedida pelo Cartório de Registro Civil.

b) Anistia, graça ou indulto - nesses institutos o Estado, por razões de política criminal, abdica de seu direito de punir (ius puniendi), em nome da pacificação social. Os crimes hediondos e assemelhados não estão sujeitos à anistia, graça ou indulto. Assim se define os três institutos: i) anistia - exclui o crime e apaga seus efeitos. Trata-se de uma clemência soberana concedida por lei para atingir todos que tenham praticado determinado delito. A anistia divide-se em própria ou imprópria, irrestrita ou parcial, incondicionada e condicionada; ii) indulto - é concedido a determinado grupo de condenado de forma coletiva. Sua concessão compete ao Presidente da República, que pode delegá-la; iii) graça - é concedida em caráter individual para benefício de determinado agente.

c) Abolitio criminis - quando a lei pela sua retroatividade não mais considera determinado fato como criminoso. A lei penal discriminaliza determinada conduta. Pode ocorrer antes ou depois da condenação e apaga todos os efeitos penais. A competência para extinguir a punibilidade na hipótese do abolitio criminis será do juízo da execução, conforme súmula 611 do STF.

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d) Decadência - quando o ofendido ou seu representante legal perde o direito de oferecer a queixa, nos crimes de ação penal privada. Em regra, o prazo é de 6 meses. Somente existe em relação à conduta do ofendido, no exercício de seu direito subjetivo de oferecimento de queixa crime ou de representação.

e) Prescrição - quando o Estado não exerce a pretensão punitiva ou a pretensão executória após o decurso de determinado período de tempo. A tabela com os prazos prescricionais consta no artigo 109 CPB. Por ser complexa, essa matéria será estuda em tópico específico.

f) Perempção - é uma sanção aplicada ao querelante, em virtude da perda do direito de prosseguir na ação penal privada, por inércia ou negligência processual. Esse instituto é aplicado exclusivamente nas ações penais privadas. A perempção só pode ocorrer depois de recebida a queixa e até o trânsito em julgado do processo penal.

g) Renúncia - ato unilateral em que o ofendido abdica do seu direito de oferecer a queixa. Instituto exclusivo da ação penal privada. A renúncia só pode ocorrer antes do recebimento da queixa. Não necessita da concordância do ofendido.

h) Perdão do ofendido - o ofendido (querelante) desiste do prosseguimento da ação penal privada, desculpando o autor da ofensa (querelado) pela infração penal praticada. É concedido no decorrer da ação penal privada. Ele pode ser processual ou extraprocessual. O perdão oferecido a um dos querelados aproveitará os demais. Quando houver mais de um querelante, o perdão por parte de um deles, não prejudicará o direito do outro continuar a ação.

i) Retratação do agente - quando o agente admite que praticou o fato criminoso erroneamente. É admitida nos crimes de calúnia, difamação, falso testemunho e falsa perícia. A retratação deve ocorrer antes da sentença condenatória de primeira instância.

j) Perdão judicial - causa extintiva de punibilidade por meio da qual o juiz, diante de certos requisitos previstos em lei, renuncia o direito de punir, geralmente, fundado na desnecessidade da pena. O Juiz reconhece a prática do fato delituoso, mas deixa de aplicar a pena. Ex. art. 121, §5º do CP.

PRESCRIÇÃO

Consiste na perda do direito de punir do Estado, em razão do decurso de determinado lapso temporal.

Os crimes de racismo e a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado democrático (art. 5º, XLIV, da CF), são imprescritíveis, sendo certo que não se admite o aumento deste rol.

Prazo prescricional: previsto no art. 109 do Código Penal.

A prescrição regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se:

a) em 20 anos, se o máximo da pena for superior a 12;

b) em 16 anos, se o máximo da pena for superior a 8 anos e não exceder a 12;

c) em 12 anos, se o máximo da pena for superior a 4 anos e não exceder a 8;

d) em 8 anos, se o máximo da pena for superior a 2 anos e não exceder 4;

e) em 4 anos, se o máximo da pena for igual a 1 ano ou, sendo superior, não exceder a 2;

f) em 3 anos, se o máximo da pena for inferior a 1 ano. (Redação dada pela Lei n. 12.234/2010).

ESPÉCIES DE PRESCRIÇÃO:

1. prescrição da pretensão punitiva (ppp), que se subdivide em: prescrição da pretensão punitiva propriamente dita, prescrição superveniente, subsequente ou intercorrente (sinônimos) e prescrição retroativa; e

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2. prescrição da pretensão executória (ppe).

1. Prescrição da pretensão punitiva (PPP)

É regulada pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao delito.

Termo inicial: dia em que o crime se consumou.

Exceções:

a) tentativa: a partir do último ato de execução;

b) crimes permanentes: com o fim da permanência;

c) crimes de bigamia e falsificação ou alteração de assentamento do registro civil: data em que o fato se tornou conhecido.

Contagem: a PPP pode verificar-se entre dois períodos:

a) da consumação até o recebimento da denúncia ou queixa; e

b) do recebimento da denúncia ou queixa até a publicação da sentença penal condenatória recorrível.

Impedimento e suspensão da prescrição: impedimento é o obstáculo que inviabiliza o início do fluxo prescricional; já a suspensão é a paralisação do curso do prazo, em razão de obstáculo surgido durante este. O art. 116 do CP prevê duas causas impeditivas e suspensivas: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; e II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.

Existem causas suspensivas previstas fora do Código Penal.

Interrupção da prescrição: hipóteses (CP, art. 117): I - pelo recebimento da denúncia ou queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela sentença condenatória recorrível.

Verificada a causa interruptiva, o prazo volta a correr do início.

IMPORTANTE!

Prescrição superveniente ou intercorrente

Espécie de prescrição que ocorre entre a data da publicação da sentença condenatória e o trânsito em julgado para a condenação. É regulada pela pena concreta. Termo inicial: publicação da sentença penal condenatória.

Prescrição retroativa

Espécie de prescrição que determina a recontagem dos prazos anteriores à sentença, com base na pena aplicada. É regulada pela pena concreta.

Termo inicial: começa a fluir da publicação da sentença condenatória.

Contagem: pode ocorrer nos seguintes períodos: entre a publicação da sentença condenatória e o recebimento da denúncia ou queixa.

2. Prescrição da pretensão executória ou prescrição da condenação (PPE)

Consiste na perda da possibilidade de aplicação da sanção penal, em razão do decurso do tempo.

É regulada pela pena concreta, fixada na sentença ou no acórdão (Súmula 604 do STF).

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Na hipótese de reincidência, reconhecida na sentença, o prazo aumenta-se de 1/3 (Súmula 220 do STJ: a reincidência não flui no prazo da prescrição da pretensão punitiva).

Termo inicial: embora condicionada ao trânsito em julgado para ambas as partes, começa a correr do dia em que transita em julgado a sentença condenatória para a acusação. No caso de evadir-se o condenado, inicia-se da data da fuga.

Interrupção (art. 117, V e VI, do CP):

a) pelo início ou continuação do cumprimento da pena; e

b) pela reincidência. Enquanto a reincidência antecedente aumenta em 1/3 o prazo prescricional, a subsequente o interrompe.

3. Prescrição antecipada, projetada, virtual ou retroativa em perspectiva

Espécie de prescrição reconhecida antecipadamente, em regra na fase inquisitiva, com base na provável pena concreta, que será eventualmente fixada pelo juiz no momento da condenação. Fundamentos: falta de interesse na persecução penal e economia processual.

Proibida pela Súmula 438 do STJ (―É inadmissível a extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva com fundamento em pena hipotética, independentemente da existência ou sorte do processo penal.‖).

DICA!!!

Prescrição da pena de multa

- prescrição punitiva propriamente dita: em 2 (dois) anos, quando a multa for a única cominada, ou no mesmo prazo estabelecido para a prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for alternativa ou cumulativamente cominada. Aplicam-se as causas de suspensão e de interrupção inerentes à pena privativa de liberdade.

- prescrição da pretensão executória: dar-se-á sempre em 5 (cinco) anos, e a execução será feita separadamente da pena privativa de liberdade, uma vez que a Lei n. 9.268/96 determinou que, para fins de execução, a pena pecuniária fosse considerada dívida de valor. As causas suspensivas e interruptivas são as previstas nas normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública (Lei n. 6.830/80).

4. Prescrição no concurso de crimes

No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, isoladamente.

Súmula 497 do STF: ―Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação.‖

5. Prescrição na legislação especial: diante da ausência de regras expressas, aplicam-se os princípios do Código Penal (art. 12) aos crimes de abuso de autoridade, contra a Segurança Nacional, contra a economia popular, eleitorais, entre outros, bem como às contravenções penais.

AULA 03 - DIREITO PENAL

CRIMES EM ESPÉCIE

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Os crimes da parte especial do código penal estão divididos por bens protegidos. Dessa forma, são objetos de proteção:

Pessoa; Patrimônio; Propriedade imaterial;

Organização do trabalho; Sentimento religioso e respeito aos mortos;

Dignidade sexual; Família; Incolumidade pública;

Paz pública; Fé pública; Administração pública.

A presente apostila é apenas um resumo dos tipos penais de maior relevância e que geralmente são cobrados no exame de ordem da OAB, realizados pela FGV.

1. Crimes contra a Pessoa - VIDA

Homicídio Simples (artigo 121, ―caput‖, do código Penal)

▪ Conduta típica: matar alguém.

▪ Núcleo do tipo: matar, eliminar a vida extrauterina (após o rompimento do saco amniótico até a morte encefálica)

▪ Bem protegido: a vida do ser humano.

▪ Pena: de 06 a 20 anos de reclusão.

▪ Vedações: não suspenção condicional do processo, suspenção condicional da pena, benefícios atinentes ao JECRIM, penas restritivas de direito e se hediondo não cabe fiança, anistia, graça e indulto.

▪ Variações de homicídios: o homicídio tem vários tipos de derivados que alteram a pena do agente.

Vejamos:

▪ Homicídio privilegiado (Art. 121, § 1º, do CP - causa de diminuição de pena: reduz a pena de um sexto a um terço): ocorre quando o agente comete o crime impelido por motivo de relevante (importante, num patamar elevado de valores) valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida à injusta provocação da vítima.

▪ Homicídio qualificado (Art. 121, §, 2º do CP - muda os parâmetros da pena para 12 a 30 anos de reclusão): ocorre quando o agente comete o crime mediante paga ou recompensa, ou por outro motivo torpe (vil, baixo, repugnante), por motivo fútil (banal, desproporcional), com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel (que faça a vítima sofrer para morrer), ou de que possa resultar perigo comum, à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido (surpreenda o ofendido, faça com que o mesmo não possa ter nenhuma reação), para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. Atenção: recentemente foram incluídas mais duas circunstâncias qualificadoras no delito de homicício, são elas: o feminicídio: contra a mulher por razões da condição do sexo feminino, incluído pela Lei 13.104/2015; e o homicídio cometido contra autoridade ou agente descrito nos art. 142 a 144 da CF, no exercício da função ou em decorrência desta, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até o terceiro grau, em razão dessa condição, incluído pela Lei 13.142/2015.

▪ Homicídio culposo (Art. 121, § 3º, do CP - muda os parâmetros da pena para 1 a 3 anos de detenção): ocorre quando o agente não quer matar, mas causa a morte de alguém por imprudência, negligência ou imperícia.

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▪ Homicídio culposo majorado (Art. 121, § 4º, 1ª parte, do CP - aumenta de 1/3 a pena do homicídio culposo): ocorre quando o agente pratica o homicídio culposo por inobservância de regra técnica de profissão, arte ou oficio, ou se o agente deixar de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante.

▪ Homicídio doloso majorado (Art. 121, § 4º, 2ª parte, do CP aumento da pena do homicídio doloso de 1/3): ocorre quando o agente pratica o homicídio doloso contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos.

▪ Homicídio praticado por milícia privada, ou grupo de extermínio (Art. 121, § 6º, 2ª parte, do CP - § 6º acrescentado pela Lei nº 12.720, de 27/09/212 - aumento a pena do homicídio doloso de 1/3 até metade): ocorre quando o crime é praticado por milícia privada, sob pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.

▪ A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 até a metade se o crime for praticado (Art. 121, § 7º, 2ª parte, do CP - § 7º acrescentado pela Lei nº 13.104, de 9/03/2015) : I - durante a gestação ou nos 3(três) meses posteriores ao parto; II – contra pessoa menor de 14(catorze) anos, maior de 60(sessenta) anos ou com deficiência; III – na presença de descendente ou de ascendente da vítima.

▪ Classificação: crime comum, instantâneo, material, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: 1) O homicídio só será considerado um crime hediondo quando for qualificado ou mesmo que homicídio simples, for praticado em atividade típica de grupo de extermínio

2) Para o homicídio culposo cabe o perdão judicial.

3) Apenas se doloso é julgado pelo o Tribunal do Júri, que julgará também os crimes de induzimento, insvigação e auxílio a suicídio, infanticídio e aborto.

2. Crimes contra a Pessoa - INTEGRIDADE CORPORAL

Lesão Corporal (artigo 129 do código Penal)

▪ Conduta típica: ofender a integridade corporal ou saúde de outrem.

▪ Núcleo protegido: ofender, agredir.

▪ Bem protegido: a integridade corporal (físico e mental) da pessoa.

▪ Pena: de três meses a um ano de detenção.

▪ Vedações: não cabem penas restritivas de direitos, salvo na forma culposa.

▪ Variações: temos vários tipos derivados, a saber:

- Lesão leve: quando a lesão não impede o agente de suas ocupações habituas por mais de trinta dias.

- Lesão grave: quando a lesão gera incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias, perigo de vida, debilidade permanente de membro, sentido ou função ou aceleração de parto (a pena será de reclusão, de um a cinco anos).

- Lesão gravíssima: quando a lesão gera incapacidade permanente para o trabalho, enfermidade incurável, perda ou inutilização do membro, sentido ou função, deformidade permanente ou aborto (a pena será de reclusão, de dois a oito anos).

- Lesão culposa: se o agente agiu por imprudência, negligência ou imperícia (a pena será de detenção, de dois meses a um ano).

- Lesão seguida de morte: se a lesão gera morte de alguém e as cir-cunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assu-miu o risco de produzi-lo (a pena será de reclusão, quatro a doze anos).

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- Violência doméstica: se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade a pena será de detenção, de 3 (três) meses a 3 (três) anos, se a vítima for portadora de deficiência a pena aumenta em um terço. ATENÇÃO: A natureza da ação penal na hipótese de violência contra a mulher que resulte lesão é pública incondicionada, conforme a recente Súmula 542, do STJ;

- Classificação: crime comum, instantâneo, de forma livre, material, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

- Lesão Corporal contra policial: contra autoridade ou agente descrito nos art. 142 a 144 da CF, no exercício da função ou em decorrência desta, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até o terceiro grau, em razão dessa condição,a pena é aumentada de 1 a dois terços, incluído pela Lei 13.142/2015.

AULA 04 - DIREITO PENAL

CRIMES EM ESPÉCIE – CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO

3. Crimes contra o Patrimônio

Furto (artigo 155 do código Penal)

▪ Conduta típica: subtrair, para si ou para outrem, coisas alheia móvel.

▪ Núcleo do tipo: subtrair (retirar do domínio alheio).

▪ Bem protegido: o patrimônio.

▪ Pena: de um a quatro anos de reclusão e multa.

▪ Vedações: não cabem os benefícios atinentes ao JECRIM.

▪ Variações: o furto tem vários tipos derivados.

São eles:

▪ Furto noturno: se o crime for praticado durante o repouso noturno (para a maioria da doutrina no horário que compreende entre as 22 e as 6 horas desde que o furto se dê em imóvel em que a vigilância esteja fragilizada pelo o repouso noturno) a pena será aumentada em um terço.

▪ Furto privilegiado: se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada (para a doutrina majoritária com valor de até um salário mínimo), o Juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

▪ Furto de energia elétrica: (ou qualquer outra coisa com valor econômico), permitindo a punição do furto de TV a cabo, internet a cabo ou qualquer bem que tenha valor econômico.

▪ Furto qualificado: a pena será de 2 a 8 anos de reclusão e multa se o furto for cometido com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa, com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza, com emprego de chave falsa ou mediante concurso de duas ou mais pessoas. Atenção para a nova Súmula 511, do STJ, ―É possível o reconhecimento do privilégio previsto no § 2º do art. 155 do CP nos casos de furto qualificado, se estiverem presentes a primariedade do agente, o pequeno valor da coisa e a qualificadora for de ordem objetiva‖.

▪ Furto de veículo automotor com destino a outro Estado ou a um país estrangeiro: a pena é de reclusão de 3 a 8 anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.

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▪ Classificação: crime próprio, instantâneo, material, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

▪ Furto de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração: a pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. ) Lei nº 13.330, de 02/08/2016.

OBSERVAÇÕES: 1) Furto famélico é o furto em estado de necessidade (próprio ou de terceiro) para a alimentação.

2) Furto de uso não é punido porque o agente não tem a intenção de se apropriar do bem alheio, e sim usá-lo momentaneamente e restitui-lo nas mesmas condições da subtração.

3) Furto de bagatela não é punido porque é o furto de algo com valor insignificante, desprezível, não influenciando no poderio do patrimônio alheio.

Roubo (artigo 157 do código Penal)

▪ Conduta típica: subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzindo à impossibilidade de resistência.

▪ Núcleo do tipo: subtrair (retirar do domínio alheio) e constranger (usar violência ou grave ameaça).

▪ Bem protegido: patrimônio.

▪ Pena: de quatro a dez anos de reclusão, e multa.

▪ Vedações: suspenção condicional do processo, benefícios atinentes ao JECRIM e penas restritivas de direito.

▪ Classificação: crime comum, instantâneo, material, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: 1) Também será punido o agente que, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiros.

2) A pena será aumentada de um terço até metade (roubo majorado) se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma, se há o concurso de duas ou mais pessoas, se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância, se a subtração for de veículos automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior e se agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.

3) Se da violência resultar lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze anos, além da multa.

4) A arma de brinquedo configura o roubo eis que impõe o uso de grave ameaça, mas não torna o roubo majorado, pois só haverá essa majorante com uso efetivo de arma.

5) Haverá latrocínio quando da violência resultar a morte de alguém, sendo a pena de reclusão de vinte a trinta anos, sem prejuízo da multa. A morte poderá ser querida pelo agente ou não (preterdoloso). Por isso, se o agente no roubo deliberar matar a vítima (p. ex., atirando na mesma) e, por circunstancias alheias à sua vontade a morte não se concretiza haverá tentativa de latrocínio. Vale lembra que a consumação do latrocínio se dá com a morte, e não com a subtração. Trata-se de crime hediondo com as vedações legais.

Extorsão (artigo 158 do código Penal)

▪ Conduta típica: constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar fazer alguma coisa.

▪ Núcleo do tipo: constranger (forcar, usar da violência ou da grave ameaça).

▪ Bem protegido: patrimônio.

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▪ Pena: de quatro a dez anos de reclusão, e multa.

▪ Vedações: não cabe fiança, suspensão condicional do processo, benefícios atinentes ao JECRIM e penas restritivas de direito.

▪ Classificação: crime comum, instantâneo, formal (mas há quem diga ser material - TACRIMSP- Apelação 1.167.703/0), de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: 1) Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até metade.

2) Se da violência resultar lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 7 a 15 anos e se resultar morte a pena é de reclusão de 20 a 30 anos e multa. Nesse último caso trata-se de crime hediondo com as vedações legais.

Extorsão mediante sequestro (artigo 159 do código Penal)

▪ Conduta típica: sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.

▪ Núcleo do tipo: sequestrar (privar a liberdade de alguém).

▪ Bem protegido: patrimônio.

▪ Pena: de oito a quinze anos de reclusão.

▪ Vedações: não cabe fiança, suspensão condicional da pena, benefícios atinentes ao JECRIM e penas restritivas de direitos.

▪ Classificação: crime comum, permanente, formal, de forma livre, comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: 1) Se o sequestro dura mais de 24 (vinte quatro) horas, se o sequestrado é menor de 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha a pena será de reclusão, de doze a vinte anos.

2) Se do fato resultar lesão corporal de natureza grave a pena será de reclusão, de dezesseis a vinte e quatro anos.

3) Se do fato resultar a morte a pena será de reclusão, de vinte a trinta anos.

4) Trata-se crime hediondo.

5) Nesse crime cabe a delação premiada que ocorrerá se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, tendo a sua pena reduzida de um a dois terço.

Estelionato (artigo 171 do código Penal)

▪ Conduta típica: obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artificio, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento.

▪ Núcleo do tipo: obter induzindo ou mantendo a vítima em erro.

▪ Bem protegido: patrimônio.

▪ Pena: de um a cinco anos de reclusão, e multa.

▪ Vedações: não cabem os benefícios atinente ao JECRIM.

▪ Classificação: crime comum, instantâneo, material, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

Estelionato contras idoso: Se o crime for praticado contra idoso aplica-se a pena em dobro, incluído pela Lei 13.228/2015.

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OBSERVAÇÕES: Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada (para a doutrina majoritária com valor até um salário mínimo, o Juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.

Receptação (artigo 180 do código Penal)

▪ Conduta típica: adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, influir para que terceiro de boa-fé, a adquira, receba ou oculte.

▪ Bem protegido: o patrimônio.

▪ Pena: de um a quatro anos de reclusão e multa.

▪ Vedações: não cabem os benefícios atinentes ao JECRIM.

▪ Variações: a receptação tem vários tipos derivados.

Obs.: A receptação de semovente domesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da subtração: a pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos. ) Lei nº 13.330, de 02/08/2016.

4. Crimes contra a Dignidade Sexual - LIBERDADE SEXUAL

Estupro (artigo 213 do código Penal)

▪ Conduta típica: constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso.

▪ Núcleo do tipo: constranger (usar de violência ou grave ameaça) a ter conjunção carnal ou a praticar ou permitir.

▪ Bem protegido: a dignidade sexual.

▪ Pena: de 6 (seis) a 10 (dez) anos de reclusão.

▪ Vedações: não cabe fiança, suspensão condicional do processo, suspenção condicional da pena, benefícios atinente ao JECRIM e penas restritivas de diretos, anistia, graça ou indulto.

▪ Classificação: crime comum, instantâneo, formal, de forma vinculada, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: 1) Trata-se de crime hediondo.

2) Se a conduta resultar de lesão corporal de natureza grave ou se a vítima é menor de 18 (dezoito) ou maior de 14 (quatorze) anos a pena será de reclusão, de 8 (oito) a 12 (doze) anos.

3) Se da conduta resultar morte a pena será de reclusão, de 12(doze) a 30 (trinta) anos.

Violência sexual mediante fraude (artigo 215 do código Penal)

▪ Conduta típica: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima.

▪ Núcleo do tipo: ter a conjunção carnal ou praticar ato libidinoso.

▪ Bem protegido: a dignidade sexual

▪ Pena: de 2 (dois) a 6 (seis) anos de reclusão.

▪ Vedações: não cabem os benefícios atinentes ao JECRIM.

▪ Classificação: crime comum, instantâneo, formal, de forma vinculada, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.

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Assédio sexual (artigo 216-A do código Penal)

▪ Conduta típica: constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função.

▪ Núcleo do tipo: constranger (usar de violência ou grave ameaça).

▪ Bem protegido: a dignidade sexual.

▪ Pena: de 1 (um) a 2 (dois) anos de detenção.

▪ Classificação: crime próprio, instantâneo, formal, forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.

5. Crimes contra a Dignidade Sexual - CRIMES SEXUAIS CONTRA VULNERÁVEL

Estupro de vulnerável (artigo 217-A do código Penal)

▪ Conduta típica: ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14 (catorze) anos.

▪ Núcleo do tipo: ter a conjunção ou praticar.

▪ Bem protegido: a dignidade sexual.

▪ Pena: reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos de reclusão.

▪ Vedações: não cabe fiança, suspensão condicional do processo, suspensão condicional da pena, nem benefícios atinentes ao JECRIM e penas restritivas de direitos, anistia, graças ou indulto.

▪ Classificação: crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: 1) Trata-se de crime hediondo.

2) Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no tipo principal com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência.

3) Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave a pena será de reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos.

4) Se da conduta resulta morte a pena Será de reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos.

Corrupção de vulnerável (artigo 218 do código Penal)

▪ Conduta típica: induzir alguém menor de 14 (catorze) anos as satisfazer a lascívia de outrem.

▪ Núcleo do tipo: induzir (Criar a ideia).

▪ Bem protegido: a dignidade sexual.

▪ Pena: de 2 (dois) a 5 (cinco) anos de reclusão.

▪ Vedações: não cabem nos benéficos atinentes ao JECRIM.

▪ Classificação: crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo e admite tentativa.Atenção: O

Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente (artigo 218-A do código Penal)

▪ Conduta típica: praticar, na presença de alguém menor de 14 (catorze) anos, ou induzi-lo a presenciar, conjunção carnal ou outro ato libidinoso, a fim de satisfazer lascívia própria ou de outrem.

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▪ Núcleo do tipo: praticar ou induzir.

▪ Bem protegido: a dignidade sexual.

▪ Pena: de 2 (dois) a 4 (quatro) anos de reclusão.

▪ Vedações: não cabe os benefícios atinentes ao JECRIM.

▪ Classificação: crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo ou comissivo omissão e admite tentativa.

Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (artigo 218-B do código Penal)

▪ Conduta típica: submeter, induzir ou atrair à prostituição ou outra forma de exploração sexual alguém menor de 18 (dezoito) anos ou que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para prática do ato, facilitá-la, impedir ou dificultar que a abandone.

▪ Núcleo do tipo: submeter, induzir ou atrair.

▪ Bem protegido: a dignidade sexual.

▪ Pena: de 4 (quatro) a 10 (dez) anos de reclusão.

▪ Vedações: não cabe fiança, suspenção condicional da pena e os benefícios atinentes ao JECRIM.

▪ Classificação: crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: 1) Se o crime é praticado com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa.

2) Também será responsabilizado quem pratica conjunção ou outro ato libidinoso com alguém menor de 18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos na situação descrita e o proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas referidas nesse crime.

3) Nesse último caso, constitui efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento.

4) O art. 218-B, caput e §§ 1º e 2º, são considerados crimes hediondos, previstos no art. 1º, inciso VIII da Lei 8.072/90.

AÇÃO PENAL

Ação penal para os crimes contra a dignidade sexual não é mais privada. Após as mudanças efetuadas pela Lei. 12.015/2009 a regra é que as ações penais sejam públicas condicionadas à representação.

Porém, a ação penal será pública incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável.

AUMENTO DE PENA

Para os crimes contra a dignidade sexual a pena terá aumento de quarta parte, se o crime é cometido com o concurso de 2(duas) ou mais pessoas ou metade, se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vitima ou por qualquer títular tem autoridade sobre ela.

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1. Crimes contra a Administração Pública - PRATICADOS POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO

Peculato (artigo 312 do código Penal)

▪ Conduta típica: apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer outro bem móvel, público ou particular, de quem tem a posse em razão do cargo, desviá-lo, em proveito próprio ou alheio.

▪ Núcleo do tipo: apropriar-se.

▪ Bem protegido: a Administração Pública.

▪ Pena: de dois a doze anos de reclusão, e multa.

▪ Vedações: não cabe os benefícios atinentes ao JECRIM.

▪ Variações: esse crime contempla a modalidade culposa (concorre culposamente para o crime de outrem), com pena de detenção, de três meses a um ano. Nesse caso, a reparação do dano, se precede à sentença irrecorrível, extingue a punibilidade; se lhe é posterior, reduz de metade a pena imposta.

▪ Classificação: crime próprio, instantâneo, material, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: 1) Aplica-se a mesma pena, se o funcionário público, embora não tendo a posse do dinheiro, valor ou bem, o subtrair, ou concorre para que seja subtraído, em proveito próprio ou alheio, valendo-se de facilidade que lhe proporciona a qualidade de funcionário.

2) O particular que contribuir com o funcionário nessa pratica delituosa também responderá pelo peculato, pois as circunstâncias de caráter pessoal não se comunicam, salvo se forem elementares do crime.

Peculato mediante erro de outrem. (artigo 313 do código Penal)

▪ Conduta típica: apropriar-se de dinheiro ou qualquer utilidade que, no exercício do cargo, recebeu por erro de outrem.

▪ Núcleo do tipo: apropriar-se

▪ Bem protegido: a Administração Pública.

▪ Pena: de um a quatro anos de reclusão, e multa.

▪ Vedações: não cabe os benefícios atinentes ao JECRIM.

▪ Classificação: crime próprio, instantâneo, material, de forma livra, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

Inserção de dados falsos em sistema de informações (artigo 313-A do código Penal - peculato eletrônico)

▪ Conduta típica: inserir ou facilitar, o funcionário autorizado, a inserção de dados falsos, alterar ou excluir indevidamente dados corretos nos sistemas informatizados ou bancos de dados da Administração Pública com o fim de obter vantagem indevida para si ou para outrem ou para causar dano.

▪ Núcleo do tipo: inserir, facilitar, altera ou excluir.

▪ Bem protegido: a Administração Pública.

▪ Pena: de 2 (dois) a 12 (doze) anos de reclusão, e multa.

▪ Vedações: não cabem os benefícios atinentes ao JECRIM.

▪ Classificação: crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

Modificação ou alteração não autorizada de sistema de informações (artigo 313-B do código Penal)

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▪ Conduta típica: modificar ou alterar, o funcionário, sistema de informações ou programa de informática sem autorização ou solicitação de autoridade competente.

▪ Núcleo do tipo: modificar ou alterar.

▪ Bem protegido: a Administração Pública.

▪ Pena: de 3 (três) meses a 2 (dois) anos de detenção, e multa.

▪ Classificação: crime próprio, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: as penas são aumentadas de um terço até a metade se da modificação ou alteração resulta dano para administração pública ou para administrado.

Concussão (artigo 316 do Código Penal)

▪ Conduta típica: exigir, para si ou para outrem, direita ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de a assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida.

▪ Núcleo do tipo: exigir.

▪ Bem protegido: a Administração Pública.

▪ Pena: de dois a oito anos de reclusão, e multa.

▪ Vedações: não cabem os benefícios atinentes ao JECRIM.

▪ Classificação: crime próprio, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

Excesso de exação (artigo 316, § 1º do Código Penal)

▪ Conduta típica: Exigir o funcionário tributo ou contribuição social que sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza.

▪ Núcleo do tipo: Exigir.

▪ Bem Protegido: a Administração Pública.

▪ Pena: De três a oito anos de reclusão, e multa.

▪ Vedações: suspenção condicional do processo, suspensão condicional da pena e os benefícios atinentes ao JECRIM.

▪ Classificação: Crime próprio, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: Se o funcionário desvia, em proveito próprio ou de outrem, o que recebeu indevidamente para recolher aos cofres públicos a pena será de reclusão, de dois a doze anos, e multa.

Corrupção passiva (artigo 317 do Código Penal)

▪ Conduta típica: Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal vantagem.

▪ Núcleo do tipo: Solicitar ou receber.

▪ Bem protegido: a Administração Pública

▪ Pena: de 2 (dois) a 12 (doze) anos de reclusão, e multa.

▪ Vedações: Não cabem os benefícios atinentes ao JECRIM.

▪ Classificação: Crime próprio, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

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OBSERVAÇÕES: 1) A pena será aumentada de um terço, se, em conse-quência da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar qualquer ato de oficio ou o pratica infringindo dever funcional.

2) Se o funcionário pratica, deixa de praticar ou retarda ato de oficio, com infração de dever funcional, cedendo a pedido ou influência de outrem a pena será de detenção, de três meses a um ano, ou multa.

Prevaricação (artigo 319 do Código Penal)

▪ Condução típica: Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de oficio, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.

▪ Núcleo do tipo: Retardar ou deixar de praticar.

▪ Bem protegido: a Administração Pública.

▪ Pena: De três meses a um ano de detenção, e multa.

▪ Classificação: Crime próprio, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo, omissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: Se o diretor de penitenciária e/ ou agente público deixar de cumprir seu dever de vedar ao preso o acesso a aparelho telefônico, de rádio ou similar, que permita a comunicação com outros presos ou com ambiente externo a pena será de detenção, de 3(três) meses a 1 (um) ano.

Condescendência criminosa (artigo 320 do Código Penal)

▪ Conduta típica: Deixar o funcionário, por indulgência, de responsabilizar subordinado que cometeu infração do exercício do cargo ou, quando lhe falte competência, não levar o fato ao conhecimento de autoridade competente.

▪ Núcleo do tipo: Deixar de responsabilizar ou não levar fato a conhecimento.

▪ Bem protegido: A Administração Pública.

▪ Pena: De quinze dias a um mês de detenção, ou multa.

▪ Classificação: Crime próprio, instantâneo, formal, de forma livre, omissivo e não admite tentativa.

2. Crimes contra a Administração Pública - PRATICADOS POR PARTICULAR CONTRA A ADMINISTRAÇÃO

Usurpação de função pública (artigo 328 do Código Penal)

▪ Conduta típica: Usurpar o exercício de função pública.

▪ Núcleo do tipo: Usurpar (apossar-se a força)

▪ Bem protegido: a Administração Pública.

▪ Pena: De três meses a dois anos de detenção, e multa.

▪ Classificação: Crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo ou por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: Se do fato o agente aufere vantagem a pena será de reclusão, de dois a cinco anos, e multa.

Resistência (artigo 329 do Código Penal)

▪ Conduta típica: Opor-se á execução de ato legal, mediante violência ou ameaça a funcionário competente para executá-lo ou a quem lhe esteja prestando auxílio.

▪ Núcleo do tipo: Opor-se.

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▪ Bem protegido: a Administração Pública.

▪ Pena: De dois meses a dois anos de detenção.

▪ Classificação: Crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: 1) Se o ato, em razão da resistência não se executa pena será de reclusão, de um a três anos.

2) As penas deste crime são aplicáveis sem prejuízo das correspondentes à violência.

Desobediência (artigo 330 do Código Penal)

▪ Conduta típica: Desobedecer a ordem legal de funcionário público.

▪ Núcleo do tipo: Desobedecer.

▪ Bem protegido: a Administração Pública.

▪ Pena: De quinze dias a seis meses de detenção, e multa.

▪ Classificação: Crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comis-sivo, omissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

Desacato (artigo 331 do Código Penal)

▪ Conduta típica: Desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela.

▪ Núcleo do tipo: Desacatar (desrespeitar)

▪ Bem protegido: a Administração Pública.

▪ Pena: De seis meses a dois anos de detenção, ou multa.

▪ Classificação: Crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

Corrupção ativa (artigo 333 do Código Penal)

▪ Conduta típica: Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determina-lo a praticar, omitir ou retardar ato de oficio.

▪ Núcleo de tipo: Oferecer e prometer.

▪ Bem protegidos: a Administração Pública.

▪ Pena: De 2 (dois) a 12 (doze) anos de reclusão, e multa.

▪ Vedações: Não cabem os beneficio atinentes ao JECRIM.

▪ Classificação: Crime comum, instantâneo, formal, de forma livre, comissivo ou comissivo por omissão e admite tentativa.

OBSERVAÇÕES: A pena será aumentada de um terço, se, em razão da vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou omite ato de oficio, ou a pratica infringindo dever funcional.

AULA 05 - DIREITO PENAL

LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL

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1. DROGAS (LEI 11.343/2006)

Art. 1º Esta Lei institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas; estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas e define crimes.

Parágrafo único. Para fins desta Lei, consideram-se como drogas as substâncias ou os produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.

O art. 1 º traz o entendimento do que é droga.

Entende-se por drogas aquelas substâncias ou produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.

Obs: Conforme o art. 66 da Lei n. 11.343/06, ampliou-se o rol de substâncias abarcadas pela criminalidade de tóxicos, incluindo-se aquelas sob controle especial.

Obs: Portaria 344 - ANVISA.

A lei DETERMINA:

a) medidas para prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas;

b) estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas;

c) define crimes e dá outras providências.

Dos Crimes

No art. 28 temos o crime que envolve o consumo pessoal da droga.

Mas, Da maneira que está descrito o tipo penal do art.28, o ―uso‖ não configura conduta típica Este artigo condena quem:

Adquirir; Guardar; Tiver em depósito; Transportar; Trouxer consigo; Semear; Cultivar; e Colher - PARA USO PESSOAL - será submetido às seguintes penas:

▪ advertência sobre os efeitos das drogas;

▪ prestação de serviços à comunidade;

▪ medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.

Trata-se, no entanto, de um crime de pequeníssimo potencial ofensivo.

Ao crime do usuário admite-se a transação penal da Lei 9099/95 e o impedimento de prisão em flagrante, previsto no art. 48 desta lei.

ATENÇÃO: Art. 30. Prescrevem em 2 (dois) anos a imposição e a execução das penas, observado, no tocante à interrupção do prazo, o disposto no art. 107 do CP.

O ART. 33 traz efetivamente o crime de comercializar drogas. Temos um crime com vários núcleos verbais.

IMPORTAR Entrar com droga no Brasil

VENDER

Repassar para outra pessoa mediante pagamento

EXPORTAR Sair com a droga do

PERMUTA

É a venda por meio de

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Brasil troca

REMETER

Movimentação da droga para outra pessoa dentro do Brasil

EXPOR À VENDA

Colocá-la visível para os compradores

PREPARAR

É manuseio da substância para obter a droga

OFERECER

Doar a droga sem que receba recompensa

PRODUZIR Fabricar PRESCREVER

Recomendar o uso

FABRICAR

Utilização mecânica para obter a droga

MINISTRAR

Utilizar a droga em alguém através de um instrumento

ADQUIRIR Trazer para si a posse da droga

FORNECER

Suprir outrem com droga

Observações:

▪ Trafico de drogas se compara a Hediondos;

▪ Haverá a progressão de regime (inicialmente fechado) quando cumpridos 2/5 da pena, se primário, ou 3/5, se reincidente.

▪ É PERMITIDA LIBERADE PROVISÓRIA, SEM FIANÇA!!!!

▪ É prevista a delação premiada na lei de drogas.

Atenção!!!! Não há crime em usar droga ilícita, mas sim adquiri-la, guardá-la, mantê-la em depósito, transportá-la ou trazê-la consigo para consumo pessoal.

Assim, não se pune o consumo em si da droga.

Atenção!!!!! O crime de tráfico não exige como elementar a finalidade de lucro ou de obter vantagem econômica. Poderá haver o crime de tráfico ainda que não exista o fim lucrativo por parte do agente delitivo.

ATENÇÃO: As figuras do erro de tipo e do erro de proibição são plenamente possíveis nesses crimes

Ex1: pessoa que, a pedido do amigo, transporta uma encomenda não sabendo que a mesma é droga (erro de tipo).

Ex2: estrangeiro holandês de férias no Brasil que imagina ser lícito fumar maconha (erro de proibição). Em hipótese alguma será cabível prisão para o caso de posse ilegal de drogas para consumo pessoal, nem mesmo prisão em flagrante.

Encontrado portando a droga para uso pessoal, o criminoso será encaminhado para a Delegacia, ouvido e posto em liberdade, após assinar o termo de compromisso de comparecer à audiência preliminar.

Observações:

▪ Trafico de drogas se compara a Hediondos;

▪ Haverá a progressão de regime (inicialmente fechado) quando cumpridos 2/5 da pena, se primário, ou 3/5, se reincidente.

▪ É PERMITIDA LIBERADE PROVISÓRIA, SEM FIANÇA!!!!

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▪ É prevista a delação premiada na lei de drogas.

Atenção!!!! Não há crime em usar droga ilícita, mas sim adquiri-la, guardá-la, mantê-la em depósito, transportá-la ou trazê-la consigo para consumo pessoal.

Assim, não se pune o consumo em si da droga.

Atenção!!!!! O crime de tráfico não exige como elementar a finalidade de lucro ou de obter vantagem econômica. Poderá haver o crime de tráfico ainda que não exista o fim lucrativo por parte do agente delitivo. ATENÇÃO: As figuras do erro de tipo e do erro de proibição são plenamente possíveis nesses crimes

Ex1: pessoa que, a pedido do amigo, transporta uma encomenda não sabendo que a mesma é droga (erro de tipo).

Ex2: estrangeiro holandês de férias no Brasil que imagina ser lícito fumar maconha (erro de proibição).Em hipótese alguma será cabível prisão para o caso de posse ilegal de drogas para consumo pessoal, nem mesmo prisão em flagrante. Encontrado portando a droga para uso pessoal, o criminoso será encaminhado para a Delegacia, ouvido e posto em liberdade, após assinar o termo de compromisso de comparecer à audiência preliminar.

2. CRIMES HEDIONDOS (LEI 8.072/90)

Crime Hediondo: Traduz-se em crimes de maior gravidade das condutas.

Sua regulamentação veio com a Lei n° 8.072, de 25/7/90, com as modificações introduzidas pela Lei n° 8.930, de 6/9/94 e Lei 11.464 de 28/03/2007.

O termo hediondo significa repugnante, horrendo, sórdido. Mas, ao contrário do que costuma se pensar, crime hediondo não é o crime praticado com extrema violência e com requintes de crueldade e sem nenhum senso de compaixão ou misericórdia por parte de seus autores. Ou seja, O crime hediondo é o crime que causa profunda repugnância por ofender, de forma acentuadamente grave os valores sociais e morais; Distinguir o crime hediondo repousa na ideia de que seus autores merecem sempre o grau máximo de reprovação.

Art. 1º São considerados hediondos os seguintes crimes, todos tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, consumados ou tentados:

I - homicídio (art. 121), quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que cometido por um só agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 2º , I, II, III, IV e V);

I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129,§ 2º) e lesão corporal seguida de morte (art. 129,§3º), quando praticados contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da CF, integrantes do sistema prisional e da força nacional de segurança pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até o terceiro grau, em razão dessa condição;

II - latrocínio (art. 157, § 3o, in fine);

III - extorsão qualificada pela morte (art. 158, § 2o);

IV - extorsão mediante sequestro e na forma qualificada (art. 159, caput, e §§ lo, 2º e 3o);

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);

VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).

VII-A - (VETADO)

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B, com a redação dada pela Parágrafo único. Considera-se também hediondo o crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2º e 3 o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 1956, tentado ou consumado

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VIII – favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável.

Crimes equiparados a hediondos:

Tráfico ilícito de entorpecentes;

Tortura;

Terrorismo;

ATENÇÃO: a Lei nº 13.497, de 26/10/2017, incluiu como crime hediondo o de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto no art. 16, da Lei nº 10.826/2003 (Estatuto do desarmamento).

Não são crimes hediondos, mas assemelhados, a que são dadas as mesmas consequências penais e processuais penais.

DIFERENÇAS ENTRE A ANISTIA, GRAÇA E O INDULTO:

A anistia exclui o crime, rescinde a condenação e extingue totalmente a punibilidade;

A graça e o indulto apenas extingue a punibilidade, podendo ser parciais, persistindo, assim, os efeitos do crime;

A anistia, em regra, atinge crimes políticos;

A graça e o indulto, crimes comuns;

A anistia pode ser concedida pelo poder legislativo;

A graça e o indulto são de competência exclusiva do Presidente da República;

A anistia pode ser concedida antes da sentença final ou depois da condenação irrecorrível;

A graça e o indulto pressupõem o trânsito em julgado da sentença condenatória.

Graça é em regra individual e solicitada, enquanto o indulto é coletivo e espontâneo.

CONSEQUÊNCIAS AO SER CONDENADO POR CRIME HEDIONDO:

1 - a progressão de regime, no caso dos condenados por crime hediondo, dar-se-á após o cumprimento de 2/5 (dois quintos) da pena, se o apenado for primário, e de 3/5 (três quintos), se reincidente. Atenção a regra acima passou a viger a partir de 28/03/2007, que É a data da Lei 11.464. Veja a regra:

▪ 1/6 da pena nos crimes em geral;

▪ 1/6 nos crimes hediondos e afins cometidos antes de 28/03/2007. (Data de vigência da Lei 11.464 que agravou este requisito). Vide Súmula Vinculante nº 26, do Supremo Tribunal Federal.

▪ 2/5 nos crimes hediondos e afins cometidos a partir de 28/03/2007, quando o apenado for primário.

▪ 3/5 nos crimes hediondos e afins cometidos a partir de 28/03/2007 quando o apenado for reincidente.

2 - São insuscetíveis de anistia, graça e indulto;

3 - São insuscetíveis de fiança;

A prisão temporária, que para crimes diversos tem duração de 05 dias, prorrogáveis, para os crimes hediondos o prazo será de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.

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Outras consequências além da lei dos hediondos. Nos casos de condenação por crime hediondo, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e terrorismo, o juiz só poderá conceder livramento condicional ao condenado, desde que cumprido mais de dois terços da pena e se o apenado não for reincidente específico em crimes dessa natureza.

Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista para o crime de quadrilha ou bando, quando se tratar de crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo.

3. ESTATUTO DO DESARMAMENTO (LEI Nº 10.826/2003)

Crimes em espécie:

1 - Posse irregular de arma de fogo de uso permitido: Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em desacordo com determinação legal ou regulamentar, no interior de sua residência ou dependência desta, ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o titular ou o responsável legal do estabelecimento ou empresa:

Pena: detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.

Objeto jurídico: a proteção à incolumidade pública, representada pela segurança coletiva.

Sujeito ativo: qualquer pessoa.

Sujeito passivo: a coletividade.

Elementos objetivos: ―possuir‖ significa ―deter‖, ―ter‖ e ―manter‖ se refere a ―reter‖, ―conservar‖; a manutenção da arma de fogo, acessório ou munição de uso permitido deve se dar no interior da residência do sujeito ativo, ou na dependência desta, ou ainda em seu local de trabalho, desde que seja o titular o responsável legal pelo estabelecimento ou empresa.

OBS: Fora esses casos, aplica-se a regra do porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, prevista no art. 14 da mesma lei.

Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido. Trata-se norma penal em branco, cuja regulamentação depende de ato do Chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comandante do Exército, conforme menciona o art. 23 do Estatuto, com redação dada pela Lei 11.706/2008.

Elemento subjetivo: dolo.

Consumação: é crime de mera conduta, de perigo abstrato, que se consuma com a simples posse ou manutenção sob guarda do objeto material. Não se exige a ocorrência de perigo concreto, até porque a norma defende a incolumidade pública.

OBS: A jurisprudência do TACrim (Ap. 1.225.641 - Rel. René Ricupero -j. 10-10- 2000) se posiciona no sentido de entender que pouco importa se a arma estava ou não municiada no momento da apreensão, justamente por se tratar de crime de perigo abstrato, afirmando que esta poderia ser municiada e utilizada a qualquer momento.

Tentativa: não se admite (crime de perigo abstrato).

2 - Omissão de cautela - Art. 13: Art. 13. Deixar de observar as cautelas necessárias para impedir que menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência mental se apodere de arma de fogo que esteja sob sua posse ou que seja de sua propriedade:

Pena: detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o proprietário ou diretor responsável de empresa de segurança e transporte de valores que deixarem de registrar ocorrência policial e de comunicar à Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de extravio de arma de fogo, acessório ou munição que estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte quatro) horas depois de ocorrido o fato.

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Objeto jurídico: proteção à incolumidade pública, representada pela segurança coletiva. Também a tutela da vida e da integridade corporal do próprio menor de 18 anos e da pessoa portadora de deficiência mental.

Sujeito ativo: qualquer pessoa responsável pela arma.

Sujeito passivo: a coletividade.

Elemento Objetivo: a conduta é omissiva própria, disposta com o verbo ―omitir‖. O perigo é presumido, bastando o assenhoramento da arma devido à omissão de cautela.

Elemento subjetivo: culpa, observada pela negligência.

Consumação: com a omissão/negligência praticada pelo agente. Discute-se se o apoderamento da arma de fogo se faz necessário para a consumação do delito, pelo que a jurisprudência majoritária entende exatamente neste sentido, ou seja, pela consumação do delito apenas quando da existência de negligência do agente e apoderamento da arma pelo menor ou deficiente mental.

Tentativa: inadmissível, já que se trata de crime omissivo próprio e culposo.

3 - Porte de arma de fogo de uso permitido: Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena: reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-1)

Objeto juridicamente tutelado: a proteção à incolumidade pública, representada pela segurança coletiva.

Sujeito ativo: qualquer pessoa.

Elemento Objetivo: a conduta vem expressa por 13 verbos (portar, deter, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar), tratando-se de crime misto alternativo, no qual a prática de mais de uma conduta, no mesmo contexto, representa a punição apenas por um delito.

OBS1: A lei não faz diferença entre porte e transporte, sendo ambas condutas típicas, previstas neste artigo.

OBS2: A jurisprudência do STJ diverge sobre a necessidade de estar a arma municiada no momento da apreensão. Para a 5ª Turma, torna-se indiferente se a arma estiver ou não municiada no momento da apreensão, desde que possa a mesma ser municiada pelo agente para a pronta utilização, isso porque a mencionada Turma do STJ entende que o bem juridicamente tutelado não é somente a incolumidade pública, mas a liberdade pessoal (STJ - HC 62.742/DF - Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima - 5ª T. - DJ, 6.11.2006, p.35).

Em sentido contrário se comporta a 6ª Turma (STJ - HC 116.742/MG - Rel. Min. Jane Silva - 6ª T. - Dje, 16.02.2009), posto que entenda que arma de fogo desmuniciada, no momento da apreensão, significa conduta atípica, já que para ser arma deve ser eficaz, contemplando a Teoria da Objetividade.

Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição, de uso permitido. Trata-se de norma penal em branco, já que o art. 23 da estudada legislação, por força da Lei 11.706/2008, dispõe que a classificação legal, técnica e geral, bem como a definição das armas de fogo e demais produtos controlados, de usos proibidos, restritos, permitidos ou obsoletos e de valor histórico serão disciplinados em ato do Chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército.

OBS: para que o porte se encaixe neste artigo, deve a arma de fogo possuir numeração, marca ou sinal aparentes. Caso esteja suprimida (raspada) o crime será o do artigo 16, PÚ, IV da lei.

Consumação: com a prática de uma ou mais das condutas previstas no tipo penal.

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Tentativa: em tese é admissível, mas de difícil configuração ante à multiplicidade de condutas incriminadoras. O início da execução de uma conduta pode configurar a consumação de outra (ANDREUCCI, Ricardo Antônio. Legislação Penal Especial, 8ª ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 95).

Porte ilegal de armas e outros crimes. Concurso?:

A priori, a jurisprudência, quando do momento da entrada em vigor do Estatuto do Desarmamento, entendeu que o porte ilegal de arma de fogo não estaria absorvido por outra figura típica praticada em concurso, não havendo que se cogitar a aplicação do princípio da consunção. Ex: quando ocorria um homicídio por utilização de arma de fogo, o sujeito respondia pelo porto ilegal e pelo homicídio, em concurso.

Hoje essa não é a posição prevalente na jurisprudência, que entende haver a progressão criminosa, abrangida pela aplicação do princípio da consunção. Ex: TJSP-RT, 780/595; TJMG - RT, 777/663, dentre outros.

OBS: quando houver crime de disparo de arma de fogo (art. 15 do Estatuto), este, por ser meio fim, há de consumir o crime meio (art. 14) que, no caso em apreço, seria o crime de porte ilegal de arma de fogo, sob pena de incidência do vedado bis in idem (TJRS - RJTJRS, 201/207).

Crime inafiançável? o PÚ do art. 14 do Estatuto menciona que o crime de porte ilegal de arma de fogo é inafiançável, salvo quando a arma estiver registrada em nome do agente.

OBS1: o tipo não exclui a possibilidade de concessão para o agente de liberdade provisória sem fiança, nas hipóteses admitidas em sede de lei processual.

OBS2: tal hipótese foi considerada inconstitucional pelo Plenário do STF, com o julgamento da ADIN nº. 3.112-1, de 02 de maio de 2007, posto que o Supremo considerou que tais delitos não poderiam ser equiparados aos hediondos, ou assemelhados (tortura, terrorismo, tráfico ilícito de entorpecentes) ou com o genocídio. Entendeu o Pretório Excelso que a CF não fez esta equiparação, não cabendo ao legislador assim o prever.

OBS3: O STF entendeu que são crimes de mera conduta e que, embora impliquem no nível de segurança coletiva, não podem ser igualados aos crimes que acarretam lesão ou ameaça de lesão à vida ou propriedade.

OBS4: para o STF, após o julgamento da ADIN em Plenário, o crime é suscetível de fiança e liberdade provisória.

4 - Disparo de arma de fogo: Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que essa conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime:

Pena: reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa.

Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é inafiançável. (Vide Adin 3.112-1)

Objeto Jurídico: a proteção à incolumidade pública, representada pela segurança coletiva.

Sujeito Ativo: qualquer pessoa.

Sujeito Passivo: a coletividade.

Elemento Objetivo: a conduta consiste em ―disparar arma de fogo‖ ou ―acionar munição‖ em lugar habitado ou suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que a conduta não tenha como finalidade a prática de outro crime.

OBS: é crime subsidiário, sendo aplicada sua pena somente quando a intenção do agente não seja a da prática de crime mais grave. Leciona Andreucci (2011, p.198) que o legislador, ao criar um crime subsidiário, trouxe ao ordenamento a possibilidade, em certas oportunidades, de aplicação de pena mais branda que a do disparo de arma de fogo. Ex: ameaçar alguém atirando para cima (art. 147, CP, cuja pena é de detenção de 01 a 06 meses, ou multa).

Elemento subjetivo: dolo, apenas. Não existe na modalidade culposa. Ex: se policial caminha pelo calçadão e, em um descuido (culpa), a arma da corporação dispara em local público e não acerta ninguém, o fato será atípico.

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Consumação: com o efetivo disparo da arma de fogo ou acionamento da munição.

É crime de perigo abstrato (presumido), consumando-se indepen-dentemente da comprovação do risco.

Tentativa: não se admite.

OBS1: o disparo de arma de fogo consome o porte ilegal do mesmo objeto. Em casos similares o agente apenas responderá pelo crime fim (disparo).

OBS2: o número de disparos é irrelevante.

OBS3: pelo mesmo motivo do porte de arma de fogo (julgamento da ADIN 3.112-1), o Parágrafo Único do art. 15 foi tido como inconstitucional, sendo o disparo de arma de fogo entendido como afiançável e suscetível à concessão de liberdade provisória.

5 - Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito: Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, acessório ou munição de uso proibido ou restrito, sem autorização e em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena: reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa.

Objeto Jurídico: a proteção da incolumidade pública, representada pela segurança coletiva.

Sujeito Ativo: qualquer pessoa.

Sujeito Passivo: a coletividade.

Elementos Objetivos: as condutas aparecem expressas por 14 (quatorze) verbos (possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, ter em depósito, transportar, ceder, ainda que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, manter sob guarda ou ocultar), compondo-se como um crime misto alternativo, no qual a realização de mais de um comportamento pelo mesmo agente implicará sempre um único delito.

OBS1: pouco importa para a consumação do delito se aquele que portava ou possuía não era o real proprietário da arma (TJRJ - RT, 778/663).

OBS2: tal qual no crime de posse ilegal de arma de uso permitido, não é pacífico o entendimento sobre a necessidade de estar a arma municiada para a consumação do delito.

Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição, de uso proibido ou restrito. O dispositivo em comento configura norma penal em branco, em virtude da previsão do art. 23 da Lei, conforme redação atribuída pela Lei 11.706/2008.

Consumação: com a prática de quaisquer das condutas previstas no tipo penal. É crime misto alternativo, ou de conteúdo variado, portanto, a prática de mais de uma conduta no mesmo contexto, não importa a prática de vários delitos, mas de apenas 01.

Tentativa: em tese é admissível, embora de difícil verificação, pois o início de uma conduta já representa a consumação de outra.

Crimes equiparados aos do art. 16:

5.1 Supressão ou alteração de marca

Parágrafo único. Nas mesmas penas incorre quem:

I - suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer sinal de identificação de arma de fogo ou artefato;

Objeto Jurídico: a proteção da incolumidade pública, representada pela segurança coletiva.

Sujeito Ativo: qualquer pessoa.

Sujeito Passivo: a coletividade.

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Elementos Objetivos: as condutas aparecem expressas pelos verbos ―suprimir‖ (retirar, eliminar, obliterar) e ―alterar‖ (modificar, mudar).

Ex: alterar o número, modificar as raias, coloração, etc.

Objeto material: marca, numeração ou sinal de identificação de arma de fogo ou artefato. A marca, numeração, sinais de identificação e demais características das armas de fogo devem ficar registradas no Sistema Nacional de Armas - SINARM (art. 2º).

Elemento subjetivo: dolo.

Consumação: com a efetiva supressão ou alteração da marca, numeração ou sinal de identificação da arma de fogo ou artefato.

Tentativa: Admite-se, por ser fracionável o iter criminis.

5.2 Modificação das características da arma de fogo

II - modificar as características de arma de fogo, de forma a torná-la equivalente a arma de fogo de uso proibido ou restrito ou para fins de dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz;

Objeto Jurídico: a proteção da incolumidade pública, representada pela segurança coletiva.

Sujeito Ativo: qualquer pessoa.

Sujeito Passivo: a coletividade.

Elementos Objetivos: a conduta aparece expressa pelo verbo ―modificar‖ (alterar, mudar). Somente é punível a modificação que a torne a arma de fogo equivalente à de uso proibido ou restrito, ou aquela que tenha por fim dificultar ou de qualquer modo induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz.

Objeto material: as características da arma de fogo (calibre, comprimento do cano, forma de acionamento da munição, mira, capacidade, etc).

Elemento subjetivo: dolo. Deve o agente ter, ainda, o especial fim de agir: tornar a arma de fogo modificada equivalente à arma de uso proibido ou restrito, ou dificultar ou de qualquer modo induzir a erro a autoridade policial, perito ou juiz.

Consumação: com a modificação das características da arma de fogo.

Tentativa: Admite-se, por ser fracionável o iter criminis.

5.3 Posse, detenção, fabricação ou emprego de artefato explosivo ou incendiário

III - possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato explosivo ou incendiário, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar;

Objeto Jurídico: a proteção da incolumidade pública, representada pela segurança coletiva.

Sujeito Ativo: qualquer pessoa.

Sujeito Passivo: a coletividade.

Elementos Objetivos: a conduta aparece expressa pelos verbos ―possuir‖ (ter, deter), ―deter‖ (ter e possuir), ―fabricar‖ (produzir, realizar) e ―empregar (utilizar, aplicar). Artefato explosivo ou incendiário.

Elemento normativo: ―sem a autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar‖. Ou seja, o fato pode ser atípico se o agente estiver autorizado à praticar um dos verbos do tipo. Há de ser analisado de caso a caso, pelo juiz do feito.

Objeto material: artefatos explosivos e incendiários, que também constituem produtos controlados, a serem disciplinados por ato do chefe do Poder Executivo Federal, mediante proposta do Comando do Exército (art. 23, caput).

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Elemento subjetivo: dolo.

Consumação: com a efetiva posse, detenção, fabricação ou emprego de artefato explosivo ou incendiário.

Tentativa: Admite-se nas condutas ―fabricar‖ e ―empregar‖.

OBS: Há séria dúvida se esse inciso veio a revogar parcialmente (derrogar) o artigo 253 do CP, considerando que ambos parecem estar tratando sobre o mesmo fato típico (fabrico, detenção, posse, transporte de artefato explosivo ou incendiário). A doutrina não costuma trazer esta informação; apenas devemos observar que o tipo do art. 253 ainda menciona ―gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à respectiva fabricação‖, o que o torna mais abrangente que o tipo ora estudado.

5.4 Porte de arma de fogo de numeração raspada:

IV - portar, possuir, adquirir, transportar ou fornecer arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou adulterado;

Objeto Jurídico: a proteção da incolumidade pública, representada pela segurança coletiva.

Sujeito Ativo: qualquer pessoa.

Sujeito Passivo: a coletividade.

Elementos Objetivos: a conduta aparece expressa pelos verbos ―portar‖ (trazer consigo, carregar), ―possuir‖ (ter, deter), ―adquirir‖ (conseguir, alcançar, comorar), ―transportar‖ (conduzir, levar) e ―fornecer‖ (proporcionar, dar). Trata-se de crime misto alternativo, ou de conteúdo variado, cuja prática de mais de uma conduta no mesmo contexto, resulta a prática de apenas um delito.

Objeto material: arma de fogo com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identificação raspado, suprimido ou alterado.

Elemento subjetivo: dolo.

Consumação: com a realização de qualquer das condutas incriminadas. Trata-se de crime de mera conduta e de perigo abstrato.

Tentativa: não se admite.

5.5 Venda, entrega, ou fornecimento de arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente

V - vender, entregar ou fornecer, ainda que gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou explosivo a criança ou adolescente; e

Objeto Jurídico: a proteção da incolumidade pública, representada pela segurança coletiva. Também a proteção da vida, e da integridade corporal da criança e do adolescente.

Sujeito Ativo: qualquer pessoa.

Sujeito Passivo: a criança ou o adolescente.

Elementos Objetivos: a conduta aparece expressa pelos verbos ―vender‖ (alienar, comercializar), ―fornecer‖ (dar, entregar, propor-cionar) e ―entregar‖ (dar, fornecer), a título oneroso ou gratuito.

Objeto material: arma de fogo acessório, munição ou explosivo.

Elemento subjetivo: dolo.

Consumação: com a efetiva vendar, fornecimento ou entrega, de qualquer forma, a título oneroso ou gratuito.

Tentativa: é possível.

OBS: Andreucci (2011, p.202) menciona que ao tratar do presente inciso, o legislador infraconstitucional revogou o art. 242 da Lei 8.069/90.

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5.6 Produção, recarga, reciclagem ou adulteração de munição ou explosivo.

VI - produzir, recarregar ou reciclar, sem autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, munição ou explosivo.

Objeto Jurídico: a proteção da incolumidade pública, representada pela segurança coletiva.

Sujeito Ativo: qualquer pessoa.

Sujeito Passivo: a coletividade.

Elementos Objetivos: a conduta aparece expressa pelos verbos ―produzir‖ (gerar, fabricar), ―recarregar‖ (tornar a carregar), ―reciclar‖ (processar para reutilizar), e ―adulterar‖ (defraudar, corromper).

Objeto material: munição ou explosivo.

Elemento subjetivo: dolo.

Consumação: com a realização de qualquer das condutas incriminadas. Trata-se de crime de mera conduta e de perigo abstrato.

Tentativa: admite-se, por ser fracionado o iter criminis.

6 - Comércio ilegal de arma de fogo: Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar:

Pena: reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Parágrafo único. Equipara-se à atividade comercial ou industrial, para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.

Objeto Jurídico: a proteção da incolumidade pública, representada pela segurança coletiva.

Sujeito Ativo: qualquer pessoa, desde que no exercício de atividade comercial ou industrial. O PU equipara à atividade comercial ou industrial qualquer outra forma de prestação de serviços, fabricação ou comércio irregular ou clandestino, inclusive o exercido em residência.

Sujeito Passivo: a coletividade.

Elementos Objetivos: a conduta aparece expressa pelos verbos (adquirir, alugar, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, adulterar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar), compondo-se em um crime misto alternativo, ou de conteúdo variado, no qual a realização de mais de um comportamento pelo agente poderá implicar em apenas um delito, desde que dentro do mesmo contexto.

Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição, seja de uso permitido ou não. Se a arma, munição ou acessório for de uso proibido, ou restrito, a pena é aumentada de metade (1/2), conforme art. 19 da legislação estudada.

Elemento subjetivo: dolo

7 - Tráfico internacional de arma de fogo: Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização da autoridade competente:

Pena: reclusão de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa.

Objeto Jurídico: a proteção da incolumidade pública, representada pela segurança coletiva.

Sujeito Ativo: qualquer pessoa.

Sujeito Passivo: a coletividade.

Elementos Objetivos: a conduta aparece expressa pelos verbos ―importa‖ (trazer de fora do país), ―exportar‖ (enviar ou vender para fora do país), ―favorecer‖ (facilitar, beneficiar) a entrada ou saída do território nacional,

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a qualquer título. O favorecimento deve se voltar à entrada e saída do território nacional, a qualquer título, de arma de fogo, acessório ou munição.

Em qualquer das modalidades de conduta deve inexistir ―autorização da autoridade competente‖, que, no caso da lei em comento, trata-se do Comando do Exército, conforme arts. 24 e 27.

Objeto material: arma de fogo, acessório ou munição, seja de uso permitido ou não. Se a arma, munição ou acessório for de uso proibido, ou restrito, a pena é aumentada de metade (1/2), conforme art. 19 da legislação estudada.

Elemento subjetivo: dolo.

Consumação: na modalidade de conduta ―importar‖, consuma-se com o efetivo ingresso da arma de fogo, acessório ou munição no País. Na modalidade ―exportar‖, com a efetiva saída do objeto material do país. São crimes instantâneos. Na conduta ―favorecer‖ a entrada ou saída do território nacional, consuma-se com o efetivo favorecimento, que pode ser praticado por ação ou por omissão do agente.

Tentativa: admite-se, salvo na hipótese de favorecimento por omissão.

8 - Questões importantes:

8.1 Causas de aumento especial da pena: o art. 19 prevê um aumento de metade (1/2) da pena caso sejam praticados os tipos dos arts. 17 e 18, desde que se dê o comércio de arma de uso restrito/proibido.

Ainda há, no art. 20, a previsão do aumento de pena nos crimes de porte ilegal de arma de fogo e disparo de arma de fogo, posse ou porte ilegal de arma de uso restrito, comércio ilegal e tráfico internacional de armas de fogo, desde que praticados os crimes por integrantes dos órgãos e empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º da lei.

8.2 Atipicidade do crime de posse e porte de arma de fogo com o deslocamento para a entrega voluntária à autoridade policial: os arts. 30, 31 e 32 do Estatuto preveem que a entrega voluntária de arma de fogo adquirida de boa-fé, desde que se dê para a autoridade policial, não constituem crime de porte ou posse de arma de fogo, podendo ainda gerar indenização do Estado. Neste sentido é a posição do STJ (HC 94.673/MS - Rel. Min. Felix Fischer - 5ª T. - jê, 18-8-2008).

A leitura do texto legal é a seguinte:

Art. 30. Os possuidores e proprietários de arma de fogo de uso permitido ainda não registrada deverão solicitar seu registro até o dia 31 de dezembro de 2008, mediante apresentação de documento de identificação pessoal e comprovante de residência fixa, acompanhados de nota fiscal de compra ou comprovação da origem lícita da posse, pelos meios de prova admitidos em direito, ou declaração firmada na qual constem as características da arma e a sua condição de proprietário, ficando este dispensado do pagamento de taxas e do cumprimento das demais exigências constantes dos incisos I a III do caput do art. 4o desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008) (Prorrogação de prazo)

Parágrafo único. Para fins do cumprimento do disposto no caput deste artigo, o proprietário de arma de fogo poderá obter, no Departamento de Polícia Federal, certificado de registro provisório, expedido na forma do § 4o do art. 5o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)

Art. 31. Os possuidores e proprietários de armas de fogo adquiridas regularmente poderão, a qualquer tempo, entregá-las à Polícia Federal, mediante recibo e indenização, nos termos do regulamento desta Lei.

Art. 32. Os possuidores e proprietários de arma de fogo poderão entregá-la, espontaneamente, mediante recibo, e, presumindo-se de boa-fé, serão indenizados, na forma do regulamento, ficando extinta a punibilidade de eventual posse irregular da referida arma. (Redação dada pela Lei nº 11.706, de 2008)

8.3 A descriminalização do uso da arma de brinquedo: O art. 36 da Lei 10.826/2003 revogou expressamente a Lei 9.437/97, operando-se a descriminalização do uso de arma de brinquedo para o fim de praticar crime.

Na legislação revogada, o emprego da arma de brinquedo, com fins de praticar crimes, era conduta equiparada ao porte ilegal de arma de fogo, cuja pena se dava com detenção de 01 a 02 anos e multa.

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No mesmo sentido, foi cancelada a Súmula 174 do STJ, a qual previa que, no crime de roubo, a intimidação proferida por utilização de arma de fogo autorizaria a punição com causa de aumento especial de pena.

Operou-se abolitio criminis em relação ao uso da arma de brinquedo, que passou a não ser mais visto como um fato típico.

4. LEI MARIA DA PENHA 11.340/2006

A lei 11.340/2006 extraiu da vala geral da violência comum uma nova modalidade, qual seja, a violência praticada contra mulher, no seu ambiente doméstico, familiar ou de intimidade, conforme previsão contida no artigo 5º desta lei.

É uma lei de caráter repressivo, preventivo e assistencial, visando coibir tal modalidade de agressão muito comum.

Tal lei ao expressar taxativamente a proteção à ―mulher‖ não quis expressar que apenas a mulher seria vítima potencial de violência doméstica, o que na verdade quis o legislador foi limitar à mulher as medidas de assistência e proteção, medidas estas sim aplicáveis exclusivamente à ofendida (vítima mulher).

1. CONSTITUCIONALIDADE DA LEI

Quando de sua promulgação tal lei foi muito questionada, vez que, num primeiro momento apresenta-se discriminatória por entender e proteger apenas a mulher como provável vítima de violência, deixando desprotegido homem, presumidamente imponente.

Todavia o Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, decidiu pela constitucionalidade de referida lei, em seu todo, com base no voto do relator, ministro Marco Aurélio, para o qual a lei não ofende o princípio da isonomia ao criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, que é ―eminentemente vulnerável quando se trata de constran-gimentos físicos, morais e psicológicos sofridos em âmbito privado‖.

2. CONCEITO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

De acordo com o contido no artigo 5º da referida lei, entende-se por violência doméstica e familiar toda a espécie de agressão, seja ela omissiva ou comissiva, dirigida à mulher, em determinado ambiente, qual seja: doméstico, familiar ou de qualquer tipo de intimidade, baseada no gênero, que venha a causar morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico, bem como dano moral ou patrimonial, independente de habitualidade.

A finalidade específica deste tipo de violência é retirar direitos inerentes à vítima, aproveitando-se da sua hipossuficiência

A agressão no âmbito doméstico compreende como aquela praticada no seio caseiro, envolvendo pessoas com ou sem vínculo familiar, inclusive aquelas esporadicamente agregadas, como no caso da agressão cometida pelo patrão em face da empregada.

3. FORMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR

Segundo o art. 7º do diploma em análise são formas de violência doméstica e familiar:

A violência física: é aquela aplicada com o uso da força, mediante socos, tapas, pontapés, empurrões, arremesso de objetos, queimaduras e etc., visando ofender a integridade ou a saúde corporal da vítima, deixando ou não marcas aparentes (vis corporalis). Condutas previstas, em regra, no Código Penal, configurando os crimes de lesão corporal e homicídio, além das contidas na Lei de Contravenções Penais, como a vias de fato.

A violência psicológica: É a agressão emocional, tão grave ou mais que a física. Configura-se pela ameaça, rejeição, humilhação ou discriminação da vítima, demonstrando prazer ao vê o outro sentindo-se amedrontado, inferiorizado e diminuído (vis compulsiva). Pode, via de regra, caracterizar o crime de ameaça.

A violência sexual: Qualquer conduta que constranja a mulher a presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça, coação ou uso da força; que a induza a comercializar ou a utilizar, de qualquer modo, a sua sexualidade, que a impeça de usar qualquer método contraceptivo ou que a

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forçe ao matrimônio, à gravidez, ao aborto ou à prostituição, mediante coação, chantagem, suborno ou manipulação; ou que limite ou anule o exercício de seus direitos sexuais e reprodutivos. Tais agressões provocam nas vítimas culpa, vergonha e medo, o que por vezes, as fazem decidir, quase sempre, por ocultar a prática. Tais condutas configuram crimes de estupro entre outros capitaneados no Código Penal.

A violência patrimonial: Qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, inclusive os destinados a satisfazer suas necessidades.

A violência moral: Qualquer conduta que consista em calúnia (imputar à vítima a prática de determinado fato criminoso sabidamente falso), difamação (imputar à vítima a prática de determinado fato desonroso) ou injúria (atribuir à vítima qualidades negativas) em tese, se dá concomitantemente à violência psicológica.

4. TIPOS DE VÍTIMAS

Menor ou Idosa ofendida: haverá superposição de normas protetivas, pela incidência simultânea dos respectivos Estatutos com a Lei ―Maria da Penha‖ por não excluírem suas normas de proteção, ao contrário, complementam a abrangência de tutela. (Art. 13)

Namorados, ex-namorados e amantes: aplica-se a referida lei as relações de namoro e de ex-namorados, mesmo sem ter havido convivência, bem como as relações entre amantes.

Orientação Sexual - Lésbicas: O texto legal prevê a proteção a mulher, contra violência, independente de sua orientação sexual, ou seja, a mulher homossexual, quando vítima de ataque perpetrado pela parceira, no âmbito familiar, encontra-se sob a proteção do diploma legal em análise. Tal proteção alcança tanto as lésbicas como travestis (homem que se vesti de mulher) e transexuais (muda o sexo por meio de cirurgia) que mantêm relação íntima de afeto em ambiente familiar ou de convívio.

5. O HOMEM COMO VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

A lei foi criada para garantir segurança à mulher vítima de violência doméstica e familiar. Todavia, de acordo com o juiz, o homem não deve se envergonhar em buscar socorro junto ao Poder Judiciário para fazer cessar as agressões quando estiver na qualidade de vítima. As inúmeras situações, no caso concreto, em que há casos mais do que suficientes para demonstrar a necessidade de se dar as medidas protetivas de urgência solicitadas por homens quando vítimas de violência doméstica.

Houve um caso no qual o juiz Mário Kono, decidiu que a ex-mulher do autor está impedida de se aproximar dele a uma distância inferior a 500 metros, incluindo sua moradia e local de trabalho. Ela também não pode manter qualquer contato com ele, seja por telefone, e-mail ou qualquer outro meio direto ou indireto. Na mesma decisão, o juiz advertiu que, no caso do descumprimento, a ex-mulher pode ser enquadrada no crime de desobediência e até mesmo ser presa.

O autor da ação anexou vários documentos no processo como registro de ocorrência, pedido de exame de corpo de delito, nota fiscal de conserto de veículo danificado por ela e diversos e-mails difamatórios e intimidatórios enviados. Por isso, ele solicitou a aplicação da Lei 11.340/2006. Isso porque não existe lei similar a ser aplicada quando o homem é vítima de violência doméstica.

O juiz Mário Kono de Oliveira admitiu que, embora em número consideravelmente menor, existem casos em que o homem é a vítima por causa de ―sentimentos de posse e de fúria que levam a todos os tipos de violência, diga-se: física, psicológica, moral e financeira‖.

Ele acrescentou ainda: ―Por algumas vezes me deparei com casos em que o homem era vítima do descontrole emocional de uma mulher que não media esforços em praticar todo o tipo de agressão possível (...). Já fui obrigado a decretar a custódia preventiva de mulheres ―à beira de um ataque de nervos‖, que chegaram atentar contra a vida de seu ex-companheiro, por simplesmente não concordar com o fim de um relacionamento amoroso‖, finalizou.

Leia a decisão:

Decisão interlocutória própria padronizável proferida fora de audiência. Autos de 1074 /2008 Vistos, etc. Trata-se de pedido de medidas protetivas de urgência formulada por CELSO BORDEGATTO, contra MÁRCIA CRISTINA

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FERREIRA DIAS, em autos de crime de ameaça, onde o requerente figura como vítima e a requerida como autora do fato.

O pedido tem por fundamento fático, as varias agressões físicas, psicológicas e financeiras perpetradas pela autora dos fatos e sofridas pela vítima e, para tanto instrui o pedido com vários documentos como: registro de ocorrência, pedido de exame de corpo de delito, nota fiscal de conserto de veículo avariado pela vítima, e inúmeros e-mails difamatórios e intimidatórios enviados pela autora dos fatos à vítima. Por fundamento de direito requer a aplicação da Lei de nº 11.340, denominada ―Lei Maria da Penha‖, por analogia, já que inexiste lei similar a ser aplicada quando o homem é vítima de violência doméstica. Resumidamente, é o relatório.

DECIDO: A inovadora Lei 11.340 veio por uma necessidade premente e incontestável que consiste em trazer uma segurança à mulher vítima de violência doméstica e familiar, já que por séculos era subjugada pelo homem que, devido a sua maior compleição física e cultura machista, compelia a ―fêmea‖ a seus caprichos, à sua vilania e tirania.

É sabido que não podemos aplicar a lei penal por analogia quando se trata de norma incriminadora, porquanto fere o princípio da reserva legal, firmemente encabeçando os artigos de nosso Código Penal:

―Art. 1º. Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.‖

Se não podemos aplicar a analogia in malam partem, não quer dizer que não podemos aplicá-la in bonam partem, ou seja, em favor do réu quando não se trata de norma incriminadora, como prega a boa doutrina: ―Entre nós, são favoráveis ao emprego da analogia in bonam partem: José Frederico Marques, Magalhães Noronha, Aníbal Bruno, Basileu Garcia, Costa e Silva, Oscar Stevenson e Narcélio de Queiróz‖ (DAMÁSIO DE JESUS - Direito Penal - Parte Geral - 10ª Ed. pag. 48) Ora, se podemos aplicar a analogia para favorecer o réu, é óbvio que tal aplicação é perfeitamente válida quando o favorecido é a própria vítima de um crime.

Essa, em tese, é a melhor defesa no caso do homem como vítima de agressão no ambiente doméstico. Na prática, via de regra, a violência contra o homem se resultar de lesão corporal leve aplica-se o artigo 129, §9º do CP. Poderá ainda, a vítima homem requerer as medidas cautelares do artigo 319 do CPP e artigo 69, parágrafo único da Lei. 9.099/95.

Assim, sustentamos, que a Lei 11.340/06, apesar de criada para a mulher, pode servir aos homens, aplicando-se-lhes as medidas protetivas de urgência quando constatada sua vulnerabilidade, bastando o Magistrado valer-se do seu poder geral de cautela.

6. ADVOGADO NA FASE INQUISITORIAL

Muito embora haja previsão expressa no artigo 28 da Lei 11.340/2006 o acompanhamento da vítima por um advogado na fase policial, na praxe é raro as vezes que isso ocorre.

No caso do agressor, muito embora a Constituição, em seu artigo 5º, LXIII, assegure ao preso em flagrante a assistência de advogado, a jurisprudência tratou de mitigar tal garantia conforme se pode conferir no teor do julgado do STJ 5ª T., HC 22526-MG, rel. Min. Gilson Dipp, j. 21.11.2002, DJ 03.02.2003, p. 329, no qual afirma que ―... A presença do advogado no momento da lavratura do auto de prisão em flagrante não constitui formalidade essencial a sua validade‖.

Ou ainda: ―Não consubstancia constrangimento ilegal, passível de reparação por via de habeas corpus, a manutenção de prisão em flagrante, regularmente imposta pela autoridade policial, assegurando ao preso todas as faculdades de exercício de seus direitos constitucionais ainda que sem a presença de seu advogado‖. (STJ, 6ª T., HC 8830-RJ)

Assim, se para o preso em flagrante e a despeito da imposição constitucional, a presença do advogado, na fase policial, não é exigível, muito menos será para a mulher vítima da agressão.

7. DA PRISÃO EM FLAGRANTE DO AGRESSOR

Mesmo nas hipóteses de infrações de menor potencial ofensivo cometidos contra a mulher é admitido a prisão em flagrante do agressor, visto que o art. 41 da lei Maria da Penha afasta expressamente a incidência da lei 9.099/95 nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, restaurante assim a possibilidade de prisão em flagrante para qualquer espécie de infração penal, sendo irrelevante a pena cominada.

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7.1 Prisão em Flagrante em horário normal de expediente:

O Órgão da polícia encaminhará diretamente ao Poder Judiciário o auto de prisão em flagrante e as peças que o instruem e, em cópia integral, para Ministério Público e Defensoria Pública.

O distribuidor do Fórum promoverá a livre distribuição do comunicado de prisão em flagrante, firmando o Juiz natural.

O Juiz aguardará manifestação ministerial por 24 horas e, certificado o decurso do prazo, com ou sem manifestação ministerial, deve deliberar sobre:

a) A concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, quando a lei admitir;

b) A manutenção da prisão, quando presentes os pressupostos da prisão preventiva, hipótese em que a decretará, sempre por decisão fundamentada e observada a legislação pertinente;

c) O relaxamento da prisão ilegal.

7.2 Prisão em Flagrante em plantão

O Órgão da polícia encaminhará diretamente ao Poder Judiciário o auto de prisão em flagrante e as peças que o instruem e, em cópia integral, para Ministério Público e Defensoria Pública.

O Juiz plantonista, no caso do plantão, aguardará por tempo suficiente à célere decisão, o pronunciamento do Ministério Público;

O juiz decidirá, com ou sem manifestação do MP, deliberando sobre:

a) A concessão de liberdade provisória, com ou sem fiança, quando a lei admitir;

b) A manutenção da prisão, quando presentes os pressupostos da prisão preventiva, hipótese em que a decretará, sempre por decisão fundamentada e observada a legislação pertinente;

c) O relaxamento da prisão ilegal.

d) A livre distribuição do feito, após o término do plantão.

8. DA POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DE FIANÇA

A Lei objeto de nosso estudo não introduziu qualquer impedimento quanto à concessão da fiança pela autoridade policial, o que torna intacto os dispositivos que cuidam da matéria contidos no CPP. Sendo tal possibilidade estendida à autoridade policial

Por tratar-se de uma ameaça de direito constitucionalmente garantido (liberdade da pessoa) não há que se fazer uma interpretação desfavorável ao agente, visto que ou a lei diz expressamente que não pode ou, então, pode, não sendo possível transigir.

9. DA PRISÃO PREVENTIVA

Artigo 42. Hipóteses de cabimento

A nova hipótese de decretação de prisão preventiva trazida pela contida no artigo 313, IV do CPP, autoriza plenamente a sua aplicação desde que descumpridas as medidas protetivas de urgência deferidas em prol da ofendida.

A qualquer tempo ou fase, caberá a prisão preventiva do agressor

Discutível sua constitucionalidade visto que a prisão civil tem rol taxativo e ao admiti-la nos casos de violação de medidas protetivas, que em sua maioria é de caráter civil, violando os artigos 312 e 313 do CPP e princípio constitucional esculpido no art. 5º, LXVII, desde que a conduta seja isolada de pratica de algum crime.

A Prisão Preventiva somente seria cabível, nos termos do art. 42 da lei, para garantir a execução das medidas protetivas, e, necessariamente, que tais medidas protetivas à vítima já tenham sido deferidas e, posteriormente descumpridas pelo agressor. Caso contrário, eventual adoção da medida excepcional sem respeito ao que é

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determinado estará revestido de inegável ilegalidade. (TJPR, HC 0461138-9, Rel. Francisco Cardozo Oliveira, j. 24.01.2008).

Não há que se admitir Prisão Preventiva nos casos de ação penal condicionada `representação da vítima em que esta não representa. Da mesma forma nos casos de ação penal privada.

A Prisão Preventiva pode ser revogada a qualquer tempo, bem como novamente decretada, ante o aparecimento de situações que a justifiquem (Rebus sic stantibus).

10. REPRESENTAÇÃO DA VÍTIMA

O STF julgou procedente a ADIN n. 424 de 2012, na qual deu interpretação no sentido de assentar o entendimento de que as ações penais em caso de crime de lesão, pouco importando a extensão da lesão, terá a natureza de INCONDICIONADA.

Assim, não há mais que se falar com representação da vítima.

11. DA RENÚNCIA À REPRESENTAÇÃO

Nos casos de violência doméstica contra à mulher outrora era admitido a retratação da representação desde que perante o juiz em audiência especialmente designada para tal finalidade e antes do recebimento da denúncia e oitiva do MP (art. 16).

Todavia, conforme dito acima, as ações penais em caso de violência doméstica serão sempre incondicionadas não comportando mais a representação, por conseguinte não há mais que se falar em renúncia à representação.

12. DAS MEDIDAS PROTETIVAS

Dependem de pedido da ofendida (arts. 22, 23 e 24). Surge um conflito com o art. 19 do mesmo diploma no qual afirma que tais medidas podem ser concedidas tanto à pedido da vítima quanto à requerimento do Ministério Público, podendo ainda ser concedida de oficio na fase judicial.

É imprescindível a assistência de advogado (arts 19 e 27), Todavia, em razão da urgência da situação, poderá a própria vítima, dirigir-se ao magistrado, postulando seus direitos, mas, logo após passada a situação de urgência, atenda-se a regra do art. 27, nomeando-se advogado para acompanhamento.

OBS: É possível a reapreciação, pelo juízo cível, de pedido de medida protetiva anteriormente negado pelo juízo criminal. (Conclusão 5 do Congresso que versou o tema ―Lei n. 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) - Um ano de Vigência).

- Principais medidas protetivas utilizadas que obrigam o agressor (artigo 22):

II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida;

III - proibição de determinadas condutas, entre a quais:

Aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixado o limite mínimo de distância entre estes e o agressor;

Contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação;

Frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida;

IV - Restrição ou suspenção de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar;

V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios.

No caso do inciso acima, em concedendo os alimentos à ofendida ou seus filhos, deverá autora/ofendida no prazo de 30 dias propor a ação principal.

No caso da ofendida é de extrema importância observar o contido no artigo 24 que trata da proteção patrimonial.

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Em regra, no caso de deferimento das medidas protetivas pelo Juiz, a equipe de processamento do Juizado procede à expedição do mandado de citação do requerido para oferecer resposta no prazo de 5 dias, conforme disposição do Art. 802 do CPC

Por ser considerado um procedimento cautelar de urgência, geralmente chega ao Juizado/Vara antes do inquérito policial. Assim, a equipe de processamento deve diligenciar acerca da instauração do inquérito policial, bem como se este já foi remetido ao Ministério Público para oferta de denúncia.

13. DA ASSISTENCIA JUDICIÁRIA

O Advogado é obrigado a aceitar a nomeação feita pelo juiz, sob pena de incorrer na prática de infração disciplinar em caso de recusa imotivada. Todavia, aceito múnus, tem o advogado direito à contraprestação pelo serviço, cabendo ao juiz a fixação dos honorários, conforme determina o artigo 22, §1º do Estatuto da OAB - Lei 8.906/94.

14. FORO DE COMPETÊNCIA

O Legislador conferiu à ofendida optar o foro para propositura da ação conforme contido no artigo 15 e incisos, tratando-se de competência concorrente e relativa.

15. DOS JUIZADOS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER

Os juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher são órgãos da Justiça ordinária com competência cível e criminal responsáveis por PROCESSAR, JULGAR e EXECUTAR as causas decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a mulher.

16. COMPETÊNCIA DAS VARAS CRIMINAIS

Na ausência de Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a mulher as varas criminais acumularão a competência cível e criminal, garantindo-se o direito de preferência para o processo e julgamento de tais ações, conforme determina o artigo 33. Todavia tal prioridade deve ser sopesada pelo Magistrado em relação aos réus que se encontrem presos.

A matéria tratada neste dispositivo é de extrema discussão por ser considerada inconstitucional.

17. NÃO APLICAÇÃO DA LEI 9.099/95

Com a banalização das medidas despenalizadoras de natureza real, o legislador, através do art. 17, vedou a aplicação nos casos de violência doméstica e familiar contra mulher, de penas de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de pena que implique o pagamento isolado de multa.

Assim, a intenção foi ver o agressor cumprir pena de caráter pessoal.

Ademais o artigo 41 do mesmo diploma é claro em determinar que não se aplica a Lei 9.099/95 aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, salvo as contravenções penais que continuam a serem abrangidas pela Lei 9.099/95 que só é vedada nas proibições trazidas no artigo 17 da Lei 11.340/2006, como já mencionado.

Dentre as contravenções penais mais comuns no âmbito da Maria da Penha podemos citar: vias de fato (art. 21), perturbação do trabalho ou sossego alheio (artigo 42), importunação ofensiva ao pudor (artigo 61) e perturbação da tranquilidade (artigo 65). Todavia matéria muito controvertida (Aspectos polêmicos da Lei de Violência Doméstica ou Familiar contra a mulher (Lei 11.340/2006), Boletim IBCCrim n. 171, fev. 2007, p. 15).

As conclusões aprovadas no Congresso sobre o tema ―Lei 11.340/2006 (Lei Maria da Penha). Um ano de vigência. Avanços e retrocessos, sob o ponto de vista prático, na opinião dos operadores do Direito‖, da Corregedoria Geral da Justiça e Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, em sua maioria concluíram acerca do tema que:

9. É constitucional o artigo 41 da Lei Maria da Penha.

10. Não é possível proposta de transação penal (Lei 9.099/95) no âmbito da Lei Maria da Penha.

11. É possível proposta de transação penal (Lei 9.099/95) no âmbito da Lei Maria da Penha.

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Cumpres destacar que a aplicabilidade ou inaplicabilidade da lei 9.099/95 nos casos de violência doméstica é extremamente conflituosa, muito embora a praxe seja pela na aplicação dos benefícios contidos na referida lei, a saber: transação penal; suspensão condicional do processo (sursis); composição civil dos danos, etc.

18. CRIMES MAIS COMUNS

Os crimes que se apresentam como mais comuns, praticados no contexto da violência doméstica são:

CRIME PENA RITO

Lesão Corporal Leve (Art. 129, §9º do CP) 3 meses a 3 anos

Sumário

Lesão Corporal Grave (Art. 129, §1º, CP) 1 a 5 anos

Ordinário

Lesão Corporal Gravíssima (Art. 129, §2º, CP)

2 a 8 anos

Ordinário

Lesão Corporal seguida de morte (Art. 129, §3º CP)

4 a 12 anos

Ordinário

Ameaça (Art. 147, CP) 1 a 6 meses ou multa

Sumário

Estupro (Art. 213, CP) 6 a 10 anos

Ordinário

Crimes contra a honra (Injúria, Calúnia e Difamação)

Art. 519 do CPP

19. SISTEMA RECURSAL

Eventual apelação contra sentença proferida no âmbito do Juizado de violência doméstica e familiar contra a mulher deve ser processado e julgado no Tribunal de Justiça. Da mesma forma o habeas corpus, quando a autoridade coatora for o juiz do juizado de violência doméstica e familiar, deverá ser impetrado perante o Tribunal de Justiça. Já no âmbito da Justiça Federal deverá ser o HC impetrado perante o respectivo Tribunal Regional Federal e dependendo da condição do paciente ou do coator, a competência poderá ser do STF ou STJ (arts. 102, I, d, e 105, I, c da CF).

No caso de provável coação perpetrada por particular ou por delegado de polícia, a competência será do juiz de direito local, como na hipótese em crime de ação penal pública condicionada e a autoridade policial instaure inquérito sem a respectiva representação da ofendida.

Na possibilidade de revisão criminal a competência do STF e STJ é prevista na CF. No caso de nível estadual a questão é resolvida pelos regimentos internos dos respectivos tribunais.

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DIREITO EMPRESARIAL

TEORIA

I. INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL

Empresário é toda pessoa, natural ou jurídica, que profissionalmente exerce uma atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços (art. 966, caput, CC), cabendo destacar que são espécies de empresários admitidas no direito brasileiro: o empresário individual, a sociedade empresária e a empresa individual de responsabilidade limitada – Eireli1.

Os sócios e os administradores, juridicamente, não se enquadram no conceito jurídico de empresário estabelecido pelo art. 966 do Código Civil. Tratam-se, em verdade, de funções societárias em que os sócios devem ser visto como empreendedores ou investidores – porque destinam parcela de seu patrimônio para o financiamento de determinada atividade econômica, buscando retirar desta o maior retorno financeiro possível – e os administradores, enquanto mandatários – porque recebem o poder de administrar uma sociedade, seja esta simples ou empresária2.

Uma importante distinção introdutória em matéria de direito empresarial é a que se refere às sociedades, simples ou empresárias:

Sociedade Empresária

Sociedade Simples

Regra Geral:

Objeto Social (art. 982, caput)

Art. 966, caput Art. 966, p. único

Exceções:

1. A Lei (art. 982, p. único) S/A, sempre Cooperativa, sempre

2. O Registro (art. 984) Rural, facultativo Rural, facultativo

É importante considerar, acerca da capacidade para os atos da vida empresarial:

Capacidade

Para ser empresário individual Para ser sócio em sociedade empresária

Regra geral 18 anos completos, ou por um dos casos de emancipação. (Art. 972, CC)

Regra geral 18 anos completos, ou por um dos casos de emancipação. (Art. 104, I, CC)

Incapazes Não podem ser empresários, mas podem continuar o exercício da empresa, a depender de prévia decisão judicial. (Art. 974, CC)

Incapazes Podem ser sócios, desde que: sejam devidamente representados ou assistidos; não sejam administradores; e tenham responsabilidade limitada. (Art. 974, §3º, CC)

Impedidos Estão proibidos, Impedidos Podem ser sócios,

1 Dica 1, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa autoria, publicado pela Editora

Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha. 2 Dica 2, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa autoria, publicado pela Editora

Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.

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mas acaso venham a se envolver em atividade própria de empresário, responderão pelas obrigações contraídas. (Art. 973, CC)

desde que: não sejam administradores; e tenham responsabilidade limitada.

Empresário casado

Poderão alienar ou gravar de ônus reais os imóveis relativos ao patrimônio da empresa sem necessitar de outorga conjugal. (Art. 978, CC)

Sociedade entre cônjuges

Regra geral, é possível. Porém, não podem ser sócios numa mesma sociedade contratual, cônjuges casados pelo regime da separação obrigatória ou da comunhão universal. (art. 977, CC)

O Contrato de trespasse é o contrato que tem por objeto a alienação de estabelecimentos empresariais. Acerca do trespasse é válido mencionar:

Contrato de Trespasse

Requisitos de validade

O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial (art. 1.144, CC). Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação (art. 1.145, CC).

Sucessão empresarial O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento (art. 1.146, CC).

Proibição de concorrência

Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferência. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição persistirá durante o prazo do contrato (art. 1.147, CC).

Sub-rogação contratual

Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste

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caso, a responsabilidade do alienante (art. 1.148, CC).

Cessão de créditos A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente (art. 1.149, CC).

Sobre os livros empresariais, frise-se:

Livros Empresariais

Livros obrigatórios: a lei impõe a sua escrituração

Comum todo empresário deve escriturar

Especiais apenas os empresários que se encontrem em determinadas situações devem escriturá-los, além do livro comum

Livros facultativos: o empresário escritura quando facilitar a escrituração do livro obrigatório ou o gerenciamento da atividade

Atualmente, o livro obrigatório comum é o Livro Diário. Todo e qualquer empresário deve mantê-lo, independentemente do tamanho e do tipo jurídico, por força de lei. Apesar disto, atualmente, o Código Civil admite a sua substituição por fichas quando a escrituração for mecanizada ou eletrônica. No Diário serão lançadas, com individuação, clareza e caracterização do documento respectivo, dia a dia, por escrita direta ou reprodução, todas as operações relativas ao exercício da empresa.

Requisitos de Escrituração dos Livros Empresariais

Intrínsecos Conteúdo Art. 1.183, CC

A escrituração será feita em idioma e moeda corrente nacionais e em forma contábil, por ordem cronológica de dia, mês e ano, sem intervalos em branco, nem entrelinhas, borrões, rasuras, emendas ou transportes para as margens.

Extrínsecos Formalidade Art. 1.181, CC

Salvo disposição especial de lei, os livros obrigatórios e, se for o caso, as fichas, antes de postos em uso, devem ser autenticados no Registro Público de Empresas Mercantis.

Art. 1.182, CC

Sem prejuízo do disposto no art. 1.174, a escrituração ficará sob a responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, salvo se nenhum houver na localidade.

Exibição dos livros empresariais

1. Judicial

a) Total Art. 1.191, CC

O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de

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falência.

b) Parcial (...) §1º, CC O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão.

2. Administrativa

Art. 1.193, CC

As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais.

Súmulas do STF, em matéria de livros empresariais: a) Súmula 260: ―O exame de livros comerciais, em ação judicial, fica limitado às transações entre os litigantes‖; b) Súmula 390: ―A exibição judicial de livros comerciais pode ser requerida como medida preventiva‖; e c) Súmula 439: ―Estão sujeitos à fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação‖.

Existem três espécies de nome empresarial: a) firma individual; b) firma social e c) denominação social. A firma individual é espécie de nome empresarial exclusiva para o empresário individual. Já firma social e denominação social são espécies de nome empresarial a serem utilizadas por sociedades, simples ou empresárias, e pela empresa individual de responsabilidade limitada. Adotam firma: o empresário individual, a sociedade em nome coletivo e a sociedade em comandita simples. Adotam denominação: a sociedade simples, a sociedade anônima e a sociedade cooperativa. Podem utilizar firma ou denominação: a sociedade em comandita por ações, a sociedade limitada e a empresa individual de responsabilidade limitada. Por último, haja vista se tratar de sociedade despersonificada, a sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação.

Para fins de nome empresarial, é importante a leitura dos arts. 1.155 a 1.168, do CC. Em matéria de sociedade limitada, cabe ao caso concreto a definição do nome empresarial, se firma ou denominação. Apesar de o art. 1.158, do CC, nos seus parágrafos, indicar como estruturar o nome empresarial, firma ou denominação, na sociedade limitada, o tratamento a ser dado é o que for mencionado na questão.

A importância de o nome empresarial ser firma ou denominação se deve ao fato de que, na forma do art. 1.165, do CC, o nome do sócio que, por qualquer motivo, venha a se retirar da sociedade, não pode ser conservado no nome empresarial da sociedade, se for do tipo firma. Caso o nome empresarial seja denominação, o nome do sócio que se retirar da sociedade poderá ser conservado.

II. TEORIA GERAL DO DIREITO SOCIETÁRIO

O direito brasileiro regulamenta nove espécies de sociedades: a) sociedade em comum (antigamente denominada sociedade de fato ou sociedade irregular); b) sociedade em conta de participação; c) sociedade simples; d) sociedade em nome coletivo; e) sociedade em comandita simples; f) sociedade limitada; g) sociedade anônima; h) sociedade em comandita por ações; e i) sociedade cooperativa. As diferenças entre tais sociedades se baseiam no princípio da tipicidade societária, que tem como fatores determinantes: a) personalidade jurídica; b) ato constitutivo; c) divisão do capital social; d) responsabilidade social.

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Personalidade jurídica

Classificação Critério Exemplos Sociedade personificada

Com personalidade jurídica

Regra geral (art. 44, CC)

Sociedade despersonificada

Sem personalidade jurídica

Sociedade em comum e sociedade em conta de participação

Registro: Sociedade empresária Junta Comercial

Sociedade simples Cartório de Pessoa Jurídica

Exceções da soc. simples:

Sociedade cooperativa Junta Comercial

Sociedade de advogados

OAB

Ato constitutivo

Contrato social Estatuto social

Regra geral (art. 981, CC) Sociedade anônima, sociedade em comandita por ações e sociedade cooperativa

1. Há dois níveis de relações jurídicas: a) relação jurídica sócio-sociedade e b) relação jurídica sócio-sócio

1. Há apenas um nível de relação jurídica: a relação sócio-sociedade

2. Há, de algum modo, responsabilidade solidária entre os sócios (art. 1.052, CC)

2. Regra geral, não se fala em responsabilidade solidária entre os sócios

3. Há possibilidade de restrição à sociedade entre cônjuges, a depender do regime de bens (art. 977, CC)

3. Não há possibilidade de restrição à sociedade entre cônjuges, a depender do regime de bens

4. Há possibilidade de constituição do Conselho Fiscal, enquanto órgão social

4. Há obrigatoriedade de constituição do Conselho Fiscal, enquanto órgão social

5. As deliberações sociais podem ocorrer mediante assembleia ou reunião de sócios, dispensada a convocação destes quando todos os sócios comparecerem ou se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia (art. 1.072, CC)

5. As deliberações sociais só poderão ocorrer mediante assembleia, sendo necessária a convocação de sócios, não havendo hipótese de dispensa de convocação.

Divisão do capital social

Quotas Ações

Regra geral Sociedade anônima e sociedade em comandita por ações

Semelhanças: a) Representam um modo de divisão do capital social;

b) Asseguram ao titular o status, a posição, a função de sócio;

c) Gozam da característica da unidade e, em razão disto, não se misturam.

Diferenças: Não podem ser negociadas no Mercado de Valores Mobiliários (Bolsa de

Podem ser negociadas no Mercado de Valores Mobiliários (Bolsa de valores).

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valores).

A cessão de quotas depende de alteração no ato constitutivo societário.

A cessão de ações independe de alteração no ato constitutivo societário.

Admite-se o fracionamento de quotas por ocasião de sua transferência.

Não se admite o fracionamento de ações, nem mesmo por ocasião de sua transferência.

Responsabilidade dos sócios

Autonomia Patrimonial

Absoluta Não há comunicação patrimonial entre os sócios e a sociedade, do que decorre a responsabilidade limitada.

Todos os sócios na Ltda., na S/A e na sociedade em comandita por ações. O sócio comanditário, na sociedade em comandita simples e o sócio participante, na sociedade em conta de participação.

Relativa Há comunicação patrimonial entre os sócios e a sociedade, do que decorre a responsabilidade subsidiária, que pode ser:

solidária e ilimitada, quando os sócios puderem perder todo o seu patrimônio pessoal por obrigações da sociedade.

Caso de todos os sócios na sociedade em comum, em nome coletivo e cooperativa limitada; o sócio ostensivo, na sociedade em conta de participação e o sócio comanditado na sociedade em comandita simples.

limitada, quando os sócios puderem perder bens pessoais na proporção em que participem das perdas sociais.

Caso de todos os sócios na sociedade simples pura e na cooperativa ilimitada.

Acerca da desconsideração da personalidade jurídica (art. 50, CC), é cabível mencionar que: a) trata-se da retirada episódica e momentânea dos efeitos da personificação – não há dissolução da sociedade – com o objetivo de alcançar a personalidade e o patrimônio de sócios ou de administradores; b) é ato do juiz – somente a autoridade judicial tem competência para determinar; c) não pode ser declarada de ofício – precisa ser requerida pelo interessado ou pelo Ministério Público quando couber intervir no processo; d) necessitar

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atender cumulativamente aos seguintes requisitos: i) a personificação da sociedade – se a sociedade não tem personalidade jurídica, não haverá o que desconsiderar; ii) a utilização indevida da pessoa jurídica caracterizada pelo desvio de finalidade (fraude ou abuso de direito, relacionados à autonomia patrimonial) ou pela confusão patrimonial; e iii) a imputação do ato à pessoa jurídica – se o ato já for de responsabilidade de sócios ou de administradores, não há necessidade de desconsideração.

A sociedade em comum é a sociedade sem personalidade jurídica, constituída mediante um contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e a responsabilidade dos sócios é subsidiária, solidária e ilimitada, excluído do benefício de ordem aquele sócio que, investido na condição de administrador, contratou pela sociedade3. A sociedade em contato de participação é a sociedade sem personalidade jurídica, constituída mediante um contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e nela há duas espécies de sócios: (i) o sócio ostensivo, que tem responsabilidade ilimitada e (ii) o sócio oculto ou participante, que não responde perante terceiros, respondendo nos termos do contrato social apenas perante o sócio ostensivo4.

A sociedade em nome coletivo é a sociedade com personalidade jurídica, constituída mediante um contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e a responsabilidade dos sócios, necessariamente pessoas naturais, é subsidiária, solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem os sócios, no ato constitutivo, ou por convenção unânime posterior, limitar entre si a responsabilidade de cada um5. A sociedade em comandita simples é a sociedade com personalidade jurídica, constituída mediante um contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e nela há duas espécies de sócios: (i) o sócio comanditado, necessariamente pessoa natural, com responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada; e (ii) o sócio comanditário, obrigados somente pelo valor de sua quota. Em tal sociedade, o contrato social deve discriminar os sócios comanditados e os sócios comanditários6.

A sociedade em comandita por ações é a sociedade com personalidade jurídica, constituída mediante um estatuto social, cujo capital social é dividido em ações e nela há duas figuras jurídicas: (i) o acionista, cuja responsabilidade é idêntica a do acionista da sociedade anônima; e (ii) o acionista diretor, com responsabilidade subsidiária, solidária e ilimitada, não por ser acionista, mas por ter assumindo a direção (a responsabilidade é pelos atos de gestão) da referida sociedade, mantendo tal perfil de responsabilidade por até dois anos após a sua destituição ou exoneração7. A sociedade cooperativa é a sociedade com personalidade jurídica, constituída mediante um estatuto social, cujo capital social, se houver, será dividido em quotas, e a responsabilidade dos sócios cooperados será subsidiária, podendo responder todos, de maneira solidária ou de maneira limitada, a depender do perfil de responsabilidade patrimonial. Trata-se de sociedade que tem no mutualismo da relação jurídica sócio-sociedade uma de suas características essenciais8.

A sociedade simples, sociedade voltada ao exercício de atividades econômicas sem caráter empresarial, é a sociedade com personalidade jurídica, constituída mediante um contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e a responsabilidade dos sócios, regra geral, é subsidiária, porém limitada pelas obrigações. A sociedade simples é considerada pura quando constituída com as regras de seu próprio tipo ou impura quando constituída com as normas de algum outro tipo, vedada a utilização dos tipos relativos às sociedades por ações9.

Em qualquer tipo de sociedade, o sócio que ingressa responde pelas obrigações sociais anteriores à sua entrada e o sócio que se retira continua a responder por até dois anos, contados da sua saída, pelas obrigações sociais anteriores, cabendo destacar que, no caso de cessão da participação societária (cessão

3 Dica 60, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa autoria, publicado pela Editora

Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha. 4 Dica 61, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa autoria, publicado pela Editora

Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha. 5 Dica 62, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa autoria, publicado pela Editora

Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha. 6 Dica 63, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa autoria, publicado pela Editora

Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha. 7 Dica 67, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa autoria, publicado pela Editora

Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha. 8 Dica 68, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa autoria, publicado pela Editora

Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha. 9 Dica 69, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa autoria, publicado pela Editora

Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.

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de quotas ou de ações), haverá responsabilidade solidária entre o cedente e o cessionário. Não se pode deixar de notar que a expressão obrigações sociais não significa que os sócios estarão sempre obrigados a responderem por dívidas da sociedade, mas sim obrigações segundo perfil de responsabilidade patrimonial definido para o tipo escolhido para a constituição societária10.

III. SOCIEDADE LIMITADA

A sociedade limitada é a sociedade com personalidade jurídica, constituída mediante um contrato social, cujo capital social é dividido em quotas e a responsabilidade dos sócios é restrita ao valor das quotas subscritas; porém, todos os sócios respondem solidariamente pela integralização do capital social. Deste modo, em tal sociedade, a responsabilidade limitada surgirá para todos os sócios a partir do advento da integralização do capital social. Até este momento, é possível que os sócios venham a perder bem pessoais por débitos sociais, no limite que faltar para a integralização do capital social11.

A sociedade limitada se encontra regulamentada nos arts. 1.052 a 1.087, do Código Civil. No silêncio do contrato social, reger-se-á supletivamente pelas normas da sociedade simples. Porém, o contrato social pode adotar as normas de S/A, em matéria supletiva.

Acerca das quotas, em sociedade limitada, é importante lembrar:

Das Quotas

Do valor das quotas Podem ter valores iguais ou desiguais no mesmo capital social.

Contribuição p/ o cap. social

Pode ocorrer em dinheiro, em crédito ou em bens. Não se admite contribuição em serviços na sociedade limitada.

Contribuição em crédito

O sócio que contribui com créditos responde pela solvência do devedor.

Contribuição em bens O sócio que contribui com bens responde pela evicção. Todos os sócios respondem solidariamente por cinco anos pela exata estimação do valor dos bens.

Cessão de quotas Cabe ao contrato social regulamentar. No silêncio do contrato é possível haver cessão de quota entre sócios, independente da audiência dos demais e para terceiros, desde que não haja oposição de mais de um quarto do capital social.

Vale ressaltar, sobre a administração na sociedade limitada:

Administração

Quem pode ser nomeado? Pessoa, sócio ou não (princípio da hetero-organicidade)

Ato de nomeação No contrato social ou em ato separado

Deliberação sobre administração

Maioria absoluta (mais da metade do capital social)

Designação de administrador não-sócio

Unanimidade dos sócios, caso o capital social não esteja integralizado, ou 2/3 dos sócios, após a integralização

Destituição de sócio nomeado no contrato social

2/3 do capital social, salvo disposição contratual diversa

Procedimento de O administrador deve, em 30 dias, assinar o

10

Dica 70, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa autoria, publicado pela Editora

Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha. 11

Dica 65, de Direito Empresarial, do Manual de Dicas: defensoria pública – federal e estadual, de nossa autoria, publicado pela Editora

Saraiva e coordenado por Marcelo Hugo da Rocha.

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investidura de administrador nomeado em ato separado

termo de posse no livro de atas da administração, sob pena de se tornar sem efeito. Nos 10 dias seguintes ao da investidura, deve requerer sua averbação no registro competente.

Atribuições do administrador

No silêncio do contrato, podem praticar todos os atos pertinentes à gestão da sociedade. A oneração ou venda de bens imóveis, se não fizer parte do objeto social, depende de deliberação dos sócios. Privativamente, são os administradores que assinam em nome da sociedade.

Deveres do administrador Diligência: O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de seus próprios negócios. Lealdade: Ao administrador é vedado fazer-se substituir no exercício de suas funções, sendo-lhe facultado, nos limites de seus poderes, constituir mandatários da sociedade, especificados no instrumento os atos e operações que poderão praticar. Informar: Os administradores são obrigados a prestar aos sócios contas justificadas de sua administração, e apresentar-lhes o inventário anualmente, bem como o balanço patrimonial e o de resultado econômico.

Responsabilidade pelos atos de gestão da sociedade

Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo. Os administradores respondem solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no desempenho de suas funções.

Acerca do conselho fiscal na sociedade limitada, tem-se o seguinte:

Conselho fiscal

Quem pode ser Sócio ou não sócio (princípio da hetero-organicidade)

Requisitos Capacidade civil plena. Não pode ser nomeado quem está impedido de ser administrador, os membros dos demais órgãos da sociedade, ou de sociedade por ela controlada, empregados de quaisquer delas ou dos administradores, cônjuge ou parente até o terceiro grau.

Número de conselheiros Mínimo de três conselheiros, podendo o contrato social fixar um número maior. Devem ser eleitos titulares e respectivos suplentes. Sócios minoritários com 20% do capital social tem o direito de eleger, em separado, um dos membros e o respectivo suplente.

Investidura no cargo Assinatura do termo de posse, no livro de atas e pareceres do conselho fiscal, em 30 dias da nomeação, sob pena de se tornar sem efeito.

Competência Examinar, pelo menos trimestralmente, os livros e papéis da sociedade e o estado da caixa e da

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carteira, devendo os administradores ou liquidantes prestar-lhes as informações solicitadas; Lavrar no livro de atas e pareceres do conselho fiscal o resultado dos exames dos livros e papéis da sociedade; Exarar no mesmo livro e apresentar à assembleia anual dos sócios parecer sobre os negócios e as operações sociais do exercício em que servirem, tomando por base o balanço patrimonial e o de resultado econômico; Denunciar os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, sugerindo providências úteis à sociedade; Convocar a assembleia dos sócios se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes; praticar, durante o período da liquidação da sociedade, os atos anteriormente descritos, tendo em vista as disposições especiais reguladoras da liquidação. Outras atribuições poderão ser previstas no contrato social.

Constituição e funcionamento

Na sociedade limitada, o conselho fiscal é órgão facultativo (não é necessário trazê-lo, sempre, no contrato social), de funcionamento facultativo (ainda que haja previsão no contrato social, o conselho fiscal funcionará a depender de deliberação dos sócios, na assembleia anual).

No que se refere às deliberações sociais, não se pode deixar de notar:

Deliberações sociais

Modos de deliberação Assembleia ou reunião, a depender de previsão do contrato social. É obrigatória a realização de assembleia sempre que houver mais de dez sócios. Dispensa-se assembleia por deliberação escrita assinada por todos os sócios.

Legitimidade p/ convocação

Administradores, regra geral. Porém podem ser, também, convocadas por sócio, quando os administradores retardarem a convocação, por mais de sessenta dias, da assembleia anual, ou por titulares de mais de um quinto do capital, quando não atendido, no prazo de oito dias, pedido de convocação fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas; ou pelo conselho fiscal, se houver, se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes.

Procedimento p/ convocação

O anúncio de convocação da assembleia de sócios será publicado – na imprensa oficial da União ou do Estado, conforme o local da sede, e em jornal de grande circulação – por três vezes, ao menos, devendo mediar, entre a data da primeira inserção e a da realização da assembleia, o prazo mínimo de oito dias, para a primeira convocação, e de cinco dias, para as posteriores.

Quóruns de instalação: A assembleia dos sócios instala-se com a presença, em primeira convocação, de

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titulares de no mínimo três quartos do capital social, e, em segunda, com qualquer número. de deliberação: regra geral – 3/4 do capital social, para assuntos que repercutem na função de sócio (modificação do contrato social, incorporação de sociedades, por ex.); maioria absoluta, para os assuntos que repercutem na função de administrador (remuneração, nomeação, destituição etc.); maioria simples – maioria de votos dos presentes, para os demais assuntos.

Representação p/ procuração

O sócio pode ser representado na assembleia por outro sócio, ou por advogado, mediante outorga de mandato com especificação dos atos autorizados, devendo o instrumento ser levado a registro, juntamente com a ata.

Assembleia anual A assembleia dos sócios deve realizar-se ao menos uma vez por ano, nos quatro meses seguintes à ao término do exercício social, com o objetivo de: a) tomar as contas dos administradores e deliberar sobre o balanço patrimonial e o de resultado econômico; b) designar administradores, quando for o caso; c) tratar de qualquer outro assunto constante da ordem do dia e d) instituir o conselho fiscal e eleger os seus conselheiros.

Assembleias especiais No decorrer do exercício financeiro, pode ocorrer a realização de assembleias especiais para tratar de qualquer outro assunto de interesse dos sócios (aumento do capital social, exclusão de sócios, por ex.). Aplica-se a estas assembleias, os mesmos critérios de legitimidade e do procedimento para convocação, quóruns e representação por procuração.

Sobre as modificações do capital social, na sociedade limitada:

Modificações do capital social

Aumento – requisitos (Art. 1.081, CC)

a) integralização do capital social; b) assembleia que delibera o aumento; c) direito de preferência dos sócios (30 dias, na proporção que já participam do capital) que pode ser negociado nos mesmos moldes da cessão de quotas; d) subscrição integral do aumento; e) assembleia que aprova o aumento; e f) alteração no ato constitutivo.

Redução por perdas irreparáveis (Art. 1.083, CC)

Necessita da integralização do capital social. A redução ocorrerá com a diminuição proporcional do valor nominal das quotas, tornando-se efetiva a partir da averbação, na Junta, da ata da assembleia que a tenha aprovado.

Redução por capital excessivo (Art. 1.084, CC)

A redução ocorrerá restituindo-se parte do valor das quotas aos sócios, ou dispensando-se as prestações ainda devidas, com diminuição proporcional, em ambos os casos, do valor nominal das quotas. Para tanto, os credores

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quirografários anteriores não podem apresentar oposição, no prazo de noventa dias. A redução somente se tornará eficaz se não for impugnada, ou se provado o pagamento da dívida ou o depósito judicial do respectivo valor, devendo ser realizada a respectiva averbação perante a Junta.

Acerca da resolução da sociedade limitada em relação a um sócio, é importante saber:

Resolução da sociedade limitada em relação a um sócio

Morte A morte do sócio determina a liquidação de quotas, salvo se houver disposição diversa no contrato social; se os demais sócios optarem pela dissolução; ou se, por acordo com os herdeiros, regular-se a substituição do sócio falecido.

Direito de retirada O sócio pode retirar-se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias – nos trinta dias seguintes à notificação, os demais sócios podem optar pela dissolução da sociedade; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. Além desta hipótese, quando houver modificação do contrato, fusão da sociedade, incorporação de outra, ou dela por outra, terá o sócio que dissentiu o direito de retirar-se da sociedade, nos trinta dias subsequentes à assembleia.

Exclusão do sócio remisso

Sócio remisso é aquele que não integraliza as suas contribuições para o capital social, no prazo de trinta dias seguintes ao da notificação pela sociedade. Tal sócio responde pelos prejuízos decorrentes da demora, mas aos demais sócios podem preferir, no lugar da indenização: a) a exclusão do sócio remisso; b) a redução ao capital efetivamente realizado; ou c) tomar para si ou transferir para terceiros as quotas do remisso, excluindo-o.

Exclusão de pleno direito

Será de pleno direito excluído da sociedade o sócio declarado falido, ou aquele cuja quota tenha sido liquidada ou penhorada a pedido de credor.

Exclusão judicial Pode o sócio ser excluído judicialmente, mediante iniciativa da maioria dos demais sócios, por falta grave no cumprimento de suas obrigações, ou, ainda, por incapacidade superveniente.

Exclusão extrajudicial Quando a maioria dos sócios, representativa de mais da metade do capital social, entender que um ou mais sócios estão pondo em risco a continuidade da empresa, em virtude de atos de inegável gravidade, poderá excluí-los da sociedade, mediante alteração do contrato social, desde que prevista neste a exclusão por justa causa. A exclusão somente poderá ser determinada em reunião ou assembleia especialmente convocada para esse fim, ciente o acusado em tempo hábil para permitir seu comparecimento e o exercício do direito de defesa.

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Sobre as causas de dissolução na sociedade limitada:

Causas de dissolução

De pleno direito

O vencimento do prazo de duração, salvo se, vencido este e sem oposição de sócio, não entrar a sociedade em liquidação, caso em que se prorrogará por tempo indeterminado;

O consenso unânime dos sócios;

A deliberação dos sócios, por três quartos do capital social (nas demais sociedades, basta a maioria absoluta), na sociedade de prazo indeterminado;

A falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias, podendo, neste prazo, o sócio remanescente requerer a transformação do registro de sociedade para empresário individual ou para EIRELI;

A extinção, na forma da lei, de autorização para funcionar;

Outras causas poderão ser previstas no contrato social.

Por decisão judicial

Anulação da constituição da sociedade;

Exaurimento do fim social;

Inexequibilidade do fim social;

Falência.

IV. SOCIEDADE ANÔNIMA

Para a constituição de uma sociedade anônima, faz-se necessário o atendimento de requisitos preliminares, além de formalidades complementares:

Constituição da sociedade anônima

Requisitos preliminares Subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto;

Realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro, podendo lei especial exigir um maior valor; e

Depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro.

Formalidades complementares

Arquivamento dos documentos relativos à constituição da companhia na Junta Comercial;

Publicação dos atos constitutivos na imprensa oficial do local da sede da companhia, em 30 dias; e

Arquivamento de um exemplar do diário oficial que publicou os atos constitutivos na Junta Comercial.

Um aspecto marcante no âmbito da Lei nº 6.404/76 é a distinção entre sociedade anônima aberta e fechada:

Distinção

Sociedade anônima aberta Sociedade anônima fechada

Tem registro perante a CVM Não tem registro perante a CVM

Ações podem ser negociadas em bolsa Ações não podem ser negociadas em bolsa

Ações negociáveis após pagamento de 30% do preço de emissão

Estatuto pode restringir a circulação de ações, desde que não impeça a

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negociação ou que sujeite o acionista à aprovação de órgãos da companhia

Conselho de administração obrigatório Conselho de administração facultativo

Não pode emitir partes beneficiárias Pode emitir partes beneficiárias

Ações preferenciais poderão ser de uma ou mais classes

Ações ordinárias poderão ser de uma ou mais classes

A Lei nº 6.404/76 apresenta algumas classificações acerca das ações sempre lembradas:

Classificação de ações

Ações cartulares

Ações cuja companhia emite certificado. Prova-se a sua propriedade a partir dos livros da companhia.

Ações escriturais

Ações cuja companhia não emite títulos, sendo mantidas em contas depósito, em instituição financeira autorizada pela CVM.

Ações ordinárias

Ações que asseguram ―direitos ordinários‖ aos acionistas: os direitos essenciais (previstos no art. 109), o direito de voto (não é direito essencial) e os expressos no estatuto.

Ações preferenciais

Ações que asseguram vantagens patrimoniais aos acionistas (prioridade na distribuição de dividendos, prioridade no reembolso do capital, preferências acumuladas), às custas de direitos não essenciais, como o direito de voto, que poderá ser restrito ou suprimido.

Ações de fruição

Ações que servem para substituir ações ordinárias ou preferenciais que vieram a ser amortizadas (A amortização, que pode ser integral ou parcial e abranger a todas as classes ou uma só delas, consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia).

Ações golden share

Nas companhias objeto de desestatização poderá ser criada ação preferencial de classe especial, de propriedade exclusiva do ente desestatizante, à qual o estatuto social poderá conferir os poderes que especificar, inclusive o poder de veto às deliberações da assembleia-geral nas matérias que especificar.

Outro tema sempre lembrado nos mais diversos concursos públicos é o referente aos valores mobiliários:

Valores mobiliários

Conceito Títulos emitidos por sociedades anônimas com o objetivo de captação de recursos, assegurando-se aos titulares direitos em face da companhia emissora. São previstos no art. 2º, da Lei nº 6.385/76. Neste sentido, ações são valores mobiliários que asseguram, ao seu titular, direitos de sócio.

Partes beneficiárias

Previstas nos arts. 46 a 51, da Lei nº 6.404/76. Asseguram ao titular o direito de participar nos lucros da companhia, mesmo sem dar ao seu titular o status de sócio. Somente S/A fechada pode emitir e, em razão disto, não se pode mais considerá-las como valores mobiliários.

Debêntures Previstas nos arts. 52 a 74, da Lei nº 6.404/76. Asseguram ao titular – denominado debenturista – direito de crédito, sendo considerado, inclusive, como uma modalidade de título executivo extrajudicial (art. 585, I, CPC), nos termos constantes da escritura de emissão.

Bônus de Previstos nos arts. 75 a 79, da Lei nº 6.404/76. Asseguram ao

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subscrição titular o direito de preferência na subscrição de novas ações. Somente podem emití-los companhias que tenham capital autorizado no estatuto (art. 168). Tais títulos devem ser emitidos no limite do capital autorizado.

Sobre debêntures, existem dois pontos que as bancas examinadoras em geral que formam o novo regime jurídico das debêntures, estabelecido pelas novas redações dadas aos arts. 55 e 59, da Lei nº 6.404/76:

Novo regime jurídico das debêntures

Vencimento Não precisa ser um dia certo; pode ser condicionado à inadimplência da obrigação de pagar juros e dissolução da companhia, dentre outras.

Amortização A amortização de debêntures da mesma série deve ser feita mediante rateio.

Resgate O resgate parcial de debêntures da mesma série deve ser feito: a) mediante sorteio; ou b) se as debêntures estiverem cotadas por preço inferior ao valor nominal, por compra no mercado organizado de valores mobiliários, observadas as regras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Aquisição das próprias debêntures

É facultado à companhia adquirir debêntures de sua emissão: a) por valor igual ou inferior ao nominal, devendo o fato constar do relatório da administração e das demonstrações financeiras; ou b) por valor superior ao nominal, desde que observe as regras expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários.

Competência para deliberar a emissão

A deliberação sobre emissão de debêntures é da competência privativa da assembleia geral extraordinária.

Deliberação da emissão na S/A aberta

O conselho de administração pode deliberar sobre a emissão de debêntures não conversíveis em ações, salvo disposição estatutária em contrário. O estatuto da companhia aberta poderá autorizar o conselho de administração a, dentro dos limites do capital autorizado, deliberar sobre a emissão de debêntures conversíveis em ações.

Delegação de competência para deliberar

A assembleia geral pode delegar ao conselho de administração a deliberação sobre as condições de vencimento, amortização ou resgate; pagamento de juros, participação nos lucros e prêmio de reembolso; colocação e o tipo de debêntures e sobre a oportunidade da emissão.

Acerca das deliberações sociais das sociedades anônimas, é importante saber:

Deliberações sociais

Modos de deliberação Assembleia. Não há possibilidade de reunião nem de dispensar a convocação de assembleia, mediante deliberação por escrito.

Legitimidade p/ convocação

Administradores, regra geral. Se houver, cabe ao conselho de administração convocar; do contrário, os diretores convocam. Porém podem ser, também, convocadas por acionista, quando os administradores retardarem a convocação, por mais de sessenta dias,

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da assembleia anual, ou por titulares de mais de cinco por cento do capital, quando não atendido, no prazo de oito dias, pedido de convocação fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas; ou pelo conselho fiscal, se houver, se a diretoria retardar por mais de trinta dias a sua convocação anual, ou sempre que ocorram motivos graves e urgentes.

Procedimento p/ convocação

O anúncio de convocação da assembleia de sócios será publicado – na imprensa oficial da União ou do Estado, conforme o local da sede, e em jornal de grande circulação – por três vezes, ao menos, devendo mediar, para a companhia fechada, entre a data da primeira inserção e a da realização da assembleia, o prazo mínimo de oito dias, para a primeira convocação, e de cinco dias, para a segunda convocação, e, para a companhia aberta, entre a data da primeira inserção e a da realização da assembleia, o prazo mínimo de quinze dias, para a primeira convocação, e de cinco dias, para a segunda convocação.

Quóruns de instalação: A assembleia geral instala-se com a presença, em primeira convocação, de titulares de no mínimo um quarto do capital social, e, em segunda, com qualquer número. Para a reforma do estatuto, a AGE instala-se com a presença, em primeira convocação, de titulares de no mínimo dois terços do capital social, e, em segunda, com qualquer número. de deliberação: As deliberações serão tomadas, regra geral, por maioria absoluta de votos, não se computando os votos em branco.

Representação p/ procuração

O acionista pode ser representado na assembleia-geral por procurador constituído há menos de 1 (um) ano, que seja acionista, administrador da companhia ou advogado; na companhia aberta, o procurador pode, ainda, ser instituição financeira, cabendo ao administrador de fundos de investimento representar os condôminos.

Ainda sobre as deliberações de sociedade anônima, não se pode confundir a Assembleia Geral Ordinária (AGO) com a Assembleia Geral Extraordinária (AGE) que, apesar de se submeterem ao regramento jurídico acima exposto, apresentam características peculiares:

Espécies de Assembleia geral dos acionistas

Assembleia Geral Ordinária Assembleia Geral Extraordinária

Obrigatória Eventual

Anual Depende do interesse dos acionistas

Ocorrerá nos quatro meses seguintes ao fim do exercício financeiro anterior

Poderá ocorrer mais de uma por ano, na mesma data, inclusive, da AGO

Delibera assuntos de competência exclusiva: - a eleição, a remuneração e a recondução dos administradores; - a aprovação das contas dos

Delibera assuntos por exclusão: aquilo que não for deliberado em AGO, deverá ser deliberado via AGE, por exemplo, assuntos que impliquem a reforma do estatuto ou a emissão de debêntures.

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administradores; - a aprovação dos balanços sociais e da destinação dos lucros; - a eleição dos membros e o funcionamento do conselho fiscal.

A sociedade anônima é a única sociedade no direito brasileiro que admite o chamado regime dual de administração, podendo funcionar com até dois órgãos administrativos de maneira harmônica: a diretoria e o conselho de administração.

Órgão de administração

Diretoria Conselho de administração

Obrigatório – o estatuto deve sempre trazer;

Facultativo, regra geral;

Obrigatório, na S/A aberta, S/A com capital autorizado ou sociedade de economia mista.

Representativo – cabem aos diretores representar a sociedade judicial e extrajudicial, ativa e passivamente.

Deliberativo – o conselho de administração deve fixar as normas gerais de funcionamento da companhia.

Será composta de, no mínimo, dois diretores, sendo possível o estatuto fixar número maior.

Será composto de, no mínimo, três diretores, sendo possível o estatuto fixar número maior. Até um terço dos membros poderão cumular cargos, sendo eleito, ao mesmo tempo, como diretores da companhia.

Regras gerais sobre administração na S/A

Quem pode ser nomeado

Pessoa natural, acionista ou não, devendo os diretores residirem no Brasil (princípio da hetero-organicidade). O conselheiro de administração que residir no exterior deve nomear procurador no Brasil, com poderes para receber citação, mediante procuração com prazo de validade de, no mínimo, três anos após o término do mandato de conselheiro.

Investidura no cargo

Os conselheiros e diretores serão investidos nos seus cargos mediante assinatura de termo de posse no livro de atas do conselho de administração ou da diretoria, conforme o caso. Se o termo não for assinado nos 30 (trinta) dias seguintes à nomeação, esta tornar-se-á sem efeito, salvo justificação aceita pelo órgão da administração para o qual tiver sido eleito.

Vacância do cargo No caso de vacância do cargo de conselheiro, salvo disposição em contrário do estatuto, o substituto será nomeado pelos conselheiros remanescentes e servirá até a primeira assembleia geral. Se ocorrer vacância da maioria dos cargos, a assembleia geral será convocada para proceder a nova eleição. O substituto eleito para preencher cargo vago completará o prazo de gestão do substituído.

Dever de diligência O administrador da companhia deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus próprios negócios.

Dever de lealdade O administrador deve servir com lealdade à companhia e manter reserva sobre os seus negócios, sendo-lhe vedado: a) usar, em benefício próprio ou de outrem, com

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ou sem prejuízo para a companhia, as oportunidades comerciais de que tenha conhecimento em razão do exercício de seu cargo; b) omitir-se no exercício ou proteção de direitos da companhia ou, visando à obtenção de vantagens, para si ou para outrem, deixar de aproveitar oportunidades de negócio de interesse da companhia; c) adquirir, para revender com lucro, bem ou direito que sabe necessário à companhia, ou que esta tencione adquirir. Cumpre, ademais, ao administrador de companhia aberta, guardar sigilo sobre qualquer informação que ainda não tenha sido divulgada para conhecimento do mercado, obtida em razão do cargo e capaz de influir de modo ponderável na cotação de valores mobiliários, sendo-lhe vedado valer-se da informação para obter, para si ou para outrem, vantagem mediante compra ou venda de valores mobiliários.

Dever de informar O administrador de companhia aberta deve declarar, ao firmar o termo de posse, o número de ações, bônus de subscrição, opções de compra de ações e debêntures conversíveis em ações, de emissão da companhia e de sociedades controladas ou do mesmo grupo, de que seja titular.

Responsabilidades O administrador não é pessoalmente responsável pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de gestão; responde, porém, civilmente, pelos prejuízos que causar, quando proceder: a) dentro de suas atribuições ou poderes, com culpa ou dolo; b) com violação da lei ou do estatuto. Os administradores são solidariamente responsáveis pelos prejuízos causados em virtude do não cumprimento dos deveres impostos por lei para assegurar o funcionamento normal da companhia, ainda que, pelo estatuto, tais deveres não caibam a todos eles. Na companhia aberta, a responsabilidade ficará restrita, regra geral, aos administradores que, por disposição do estatuto, tenham atribuição específica de dar cumprimento àqueles deveres. O administrador não é responsável por atos ilícitos de outros administradores, salvo se com eles for conivente, se negligenciar em descobri-los ou se, deles tendo conhecimento, deixar de agir para impedir a sua prática. Exime-se de responsabilidade o administrador dissidente que faça consignar sua divergência em ata de reunião do órgão de administração ou, não sendo possível, dela dê ciência imediata e por escrito ao órgão da administração, no conselho fiscal, se em funcionamento, ou à assembleia geral.

Acerca do conselho fiscal na sociedade anônima, é importante saber:

Conselho fiscal

Quem pode ser Sócio ou não sócio (princípio da hetero-organicidade)

Requisitos Não basta a capacidade civil plena, necessitando de capacidade técnica, a ser comprovada: a) por diploma de curso universitário; ou b) exercido função

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de administrador ou de conselheiro fiscal em outra sociedade, no prazo mínimo de três anos. Não pode ser nomeado quem está impedido de ser administrador, os membros dos demais órgãos da sociedade, ou de sociedade por ela controlada, empregados de quaisquer delas ou dos administradores, cônjuge ou parente até o terceiro grau.

Número de conselheiros Mínimo de três conselheiros, máximo de cinco conselheiros, nos termos da lei. Devem ser eleitos titulares e respectivos suplentes. Os titulares de ações preferenciais sem direito a voto, ou com voto restrito, terão direito de eleger, em votação em separado, 1 (um) membro e respectivo suplente; igual direito terão os acionistas minoritários, desde que representem, em conjunto, dez por cento ou mais das ações com direito a voto.

Competência Fiscalizar, por qualquer de seus membros, os atos dos administradores e verificar o cumprimento dos seus deveres legais e estatutários; Opinar sobre o relatório anual da administração, fazendo constar do seu parecer as informações complementares que julgar necessárias ou úteis à deliberação da assembleia geral; Opinar sobre as propostas dos órgãos da administração, a serem submetidas à assembleia geral, relativas a modificação do capital social, emissão de debêntures ou bônus de subscrição, planos de investimento ou orçamentos de capital, distribuição de dividendos, transformação, incorporação, fusão ou cisão; Denunciar, por qualquer de seus membros, aos órgãos de administração e, se estes não tomarem as providências necessárias para a proteção dos interesses da companhia, à assembleia geral, os erros, fraudes ou crimes que descobrirem, e sugerir providências úteis à companhia; Convocar a assembleia geral ordinária, se os órgãos da administração retardarem por mais de 1 (um) mês essa convocação, e a extraordinária, sempre que ocorrerem motivos graves ou urgentes, incluindo na agenda das assembleias as matérias que considerarem necessárias; Analisar, ao menos trimestralmente, o balancete e demais demonstrações financeiras elaboradas periodicamente pela companhia; Examinar as demonstrações financeiras do exercício social e sobre elas opinar; Exercer essas atribuições, durante a liquidação, tendo em vista as disposições especiais que a regulam.

Constituição e funcionamento

Na sociedade anônima, o conselho fiscal é órgão obrigatório (é necessário trazê-lo, sempre, no estatuto social), porém de funcionamento facultativo (o conselho fiscal funcionará a depender de deliberação dos sócios, na AGO). Nas sociedades de economia mista, entretanto, o conselho de fiscal é

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órgão obrigatório de funcionamento permanente.

V. TÍTULOS DE CRÉDITO

Um dos temas essenciais, em matéria de títulos de crédito, para o exame da OAB, reside exatamente na diferença de tratamento jurídico entre o regime cambial previsto no Código Civil e o das leis especiais (das quais se destacam a LUG – o anexo I do Decreto 57663/66, a Lei nº 5.474/68 e a Lei nº 7.357/85):

Regime jurídico cambiário

Temas Código Civil Leis Especiais

Cláusula proibitiva de endosso

Considera-se não escrita Considera-se escrita

Aval parcial É vedado É válido

Responsabilidade pelo endosso

O endossante não responde, regra geral

O endossante responde, regra geral

Assim, por exemplo:

Em matéria de títulos de crédito, assinale a alternativa correta.

a) É vedado o aval parcial. (o item deve ser considerado correto, na medida em que, não indicando um título em espécie, a sua interpretação deve ser dada pelo Código Civil).

Sobre o direito cambiário, assinale a alternativa correta.

a) Na nota promissória, é vedado o aval parcial (o item deve ser considerado incorreto, na medida em que, indicando um título em espécie, a sua interpretação deve ser dada pelas Leis Especiais).

Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código. É o que dispõe o art. 903, do Código Civil. Deste modo, é importante saber em que medida se pode aplicar e que funções o Código Civil têm em matéria de títulos de crédito:

Títulos de crédito e o Código Civil

Funções Comentários Aplicação

Introduzir no país os títulos de crédito atípicos.

Assim como nos contratos, admite-se atualmente a emissão de títulos de crédito não previstos em lei.

A medida judicial para cobrá-los é a ação monitória. São protestáveis a título de documentos comprobatórios de dívida. Submetem-se ao regime cambiário do CC.

Definir os requisitos essenciais para a emissão de títulos de crédito.

Data de emissão, assinatura do emitente e a indicação precisa dos direitos que confere. (art. 890, CC)

Somente para títulos de crédito atípicos. As leis especiais podem estabelecer outros requisitos para os títulos de crédito típicos.

Determinar o protesto cambiário enquanto causa de interrupção da prescrição.

O art. 202, III, do Código Civil derrogou a aplicação da súmula 153, do STF, que determinava o oposto.

Tanto para títulos de crédito atípicos quanto para títulos de crédito típicos.

Estabelecer a necessidade de outorga conjugal para a validade do aval.

O art. 1.647, III, do Código Civil, nestes termos, equipara aval e fiança.

Tanto para títulos de crédito atípicos quanto para títulos de crédito típicos, conforme

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orientação predominante na doutrina.

Prever o tratamento jurídico do aval póstumo.

O aval posterior ao vencimento produz os mesmos efeitos do anteriormente dado. (art. 900, CC)

Aplicado aos títulos de crédito atípicos e, também, para a letra de câmbio, a nota promissória e o cheque, em vista da inexistência de norma expressa para esses títulos. A duplicata tem norma expressa (art. 12, parágrafo único, Lei nº 5.474/68), de idêntico teor.

No que tange às obrigações cambiais, destacam-se, como preferência das bancas examinadoras em geral: o aceite, o endosso, o aval, o vencimento e a sistemática de prescrição.

Aceite

Conceito Obrigação cambial realizada pelo sacado que tem a função de transformá-lo no devedor principal do título de crédito.

Aceite na letra de câmbio

Na letra, o aceite é considerado facultativo haja vista que o sacado não precisa apresentar motivo legal para a recusa.

Aceite na duplicata Na duplicata, o aceite é considerado obrigatório (para a recusa precisa motivo legal, por ex. divergência de preço e prazo, avaria, não recebimento ou vícios), nos termos do art. 9º, da Lei nº 5.474/68, ou presumido (sendo possível executar uma duplicata sem aceite desde que haja protesto por falta de pagamento e comprovante de entrega de mercadorias), nos termos do art. 15, II, da Lei nº 5.474/68.

Aceite no cheque No cheque, o aceite é considerado inexistente, sendo certo que, apesar de o banco assumir a função de sacado, a Lei nº 7.357/85 não admite a realização de aceite.

Recusa do aceite A recusa do aceite somente pode ser comprovada mediante um protesto: o protesto por falta de aceite. O protesto do título, em face da recusa do aceite, determinará o seu vencimento antecipado (em vez de o vencimento ocorre na data prevista no título, considerar-se-á vencido na data do protesto).

Aceite parcial Pode ser limitativo ou quantitativo (quando realizada alteração no valor de responsabilidade do aceitante) ou modificativo (quando disser respeito a outro fato, por exemplo, alteração na praça de pagamento). O aceitante responde nos termos do seu aceite. Se ocorrer o protesto para comprová-lo, entendido como recusa parcial, ocorrerá o vencimento antecipado, podendo serem os demais coobrigados acionados para o pagamento do título, na data do protesto.

Cláusula “sem aceite”

Cláusula inserida pelo sacador destinada a evitar o vencimento antecipado do título. Com esta cláusula, mesmo que haja o protesto para comprovar a recusa do

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aceite, o título não poderá ser cobrado antes do vencimento previsto na cártula.

Aceite epistolar É a possibilidade que se tem de manifestar o aceite por escrito, em documento apartado (uma correspondência comercial, por ex.). Trata-se da única obrigação cambial admitida fora do título (uma exceção ao princípio da cartularidade).

Endosso

Conceito Obrigação cambial realizada pelo credor do título de crédito relativa à transferência do título. O beneficiário ou tomador sempre será, quando for o caso, o primeiro endossante.

Endosso translativo

É o endosso ―regra geral‖. Nesta modalidade, transfere-se o título e o crédito, tornando-se o endossante mais um obrigado ao pagamento.

Endosso mandato Espécie de ―endosso impróprio‖, em que somente o título é transferido, continuando o endossante como credor; trata-se de endosso realizado para fins de cobrança – o endossatário procura o devedor para cobrá-lo e, após, presta contas ao endossante.

Endosso caução Espécie de ―endosso impróprio‖, em que somente o título é transferido, continuando o endossante como credor; trata-se de endosso realizado para fins de garantia – alguém, credor de um título de crédito, que vai assumir uma obrigação contratual e precisa de garantias ao cumprimento do contrato.

Endosso fiduciário Trata-se da possibilidade de alienação fiduciária em garantia de um título de crédito. Previsto no art. 66-B, §3º, da Lei nº 4.728/65.

Endosso do cruzamento

O cruzamento de um cheque é a aposição de dois traços paralelos no anverso do título, com objetivo de evitar o seu pagamento na ―boca do caixa‖, somente sendo pago mediante crédito em conta. O cruzamento pode ser geral – quando não houver indicação do banco a receber o cheque cruzado – ou especial – quando houver tal indicação.

Endosso em preto Endosso em que o endossante indica a pessoa do endossatário. Para ser renegociado, haverá a necessidade de um novo endosso (em preto ou em branco).

Endosso em branco Endosso em que o endossante não indica a pessoa do endossatário. Para ser renegociado, o portador poderá fazê-lo: a) por simples tradição; b) transformando o endosso em branco em endosso em preto, inserindo o próprio nome ou com o nome do novo credor; ou c) realizando um novo endosso (em preto ou em branco).

Endosso tardio Endosso realizado após o vencimento, porém antes da realização do protesto ou da expiração do prazo de protesto. Tem o mesmo efeito do endosso realizado antes do vencimento.

Endosso póstumo Endosso realizado após o vencimento e a realização do protesto ou da expiração do prazo de protesto. Tem o efeito de cessão civil ou ordinária de créditos.

Cláusula “sem garantia”

Cláusula inserida pelo endossante que o exime da obrigação de pagar o título de crédito endossado. Na

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ausência desta cláusula, o endossante se torna um obrigado secundário ao pagamento.

Cláusula “proibitiva de novo endosso”

Cláusula inserida pelo endossante que o exime da obrigação de pagar o título a quem a letra for posteriormente endossada. Diferente da cláusula ―sem garantia‖, com a ―proibitiva de novo endosso‖, o endossante ainda responde perante o endossatário.

Modos de circulação dos títulos

À ordem Endosso (é a regra geral).

Não à ordem

Cessão civil ou ordinária de créditos.

Ao portador Mera tradição. Salvo autorização de lei especial, é nula a emissão ao portador.

Nominativos Alteração nos registros do devedor. As ações são o único exemplo.

Distinção: Endosso x Cessão de crédito

Critérios Endosso Cessão de crédito

Cláusula de emissão

À ordem Não à ordem

Forma Simples assinatura no verso do título de crédito

É necessária notificação do devedor

Efeitos O devedor não pode, regra geral, opor exceções pessoais

O devedor pode, regra geral opor exceções pessoais

Responsabilidades O endossante, regra geral, se obriga pelo pagamento do título

O cedente, regra geral, não se obriga pelo pagamento do título

Aval

Conceito Obrigação cambial relacionada à garantia. Com o aval, garante-se uma outra obrigação prevista no título de crédito.

Aval em preto Considera-se aval em preto aquele em que o avalista indica o avalizado.

Aval em branco Considera-se aval em branco aquele em que o avalista não indica o avalizado. No aval em branco, garante-se o título, regra geral, na pessoa do obrigado principal. Na letra, o aval em branco garante o sacador.

Avais simultâneos

Ocorre quando dois ou mais avalistas garantem a obrigação de um mesmo avalizado. Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos (Súmula nº 189, do STF). Há relação de solidariedade civil entre os avalistas simultâneos.

Avais sucessivos Ocorre quando um segundo avalista vem a dar aval à obrigação de outro avalista. É a figura do ―aval do aval‖. É necessária a realização de um aval em preto para a sua configuração. Há relação de subsidiariedade entre os avalistas sucessivos.

Responsabilidade O avalista responde da mesma forma que o avalizado. Responder da mesma forma significa assumir o mesmo tipo de obrigação (principal ou secundária). A obrigação do avalista se mantém ainda que a obrigação do avalizado seja declarada nula.

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Distinção entre aval e fiança

Aval Fiança

Obrigação cambial Obrigação contratual

Obrigação autônoma Obrigação acessória

Solidariedade entre avalista e avalizado Subsidiariedade entre fiador e afiançado

Inexiste benefício de ordem Existe benefício de ordem

Vencimento

À vista O vencimento ocorre no ato de apresentação do título ao devedor. Define-se pela expressão ―à vista‖, no próprio título, ou pela ausência de data de vencimento. O cheque só admite vencimento à vista (art. 32, da Lei nº 7.357/85).

A dia certo O vencimento ocorre no dia, mês e ano, expressamente mencionado no título. A duplicata somente admite vencimento à vista e a dia certo (art. 2º, §1º, III, da Lei nº 5.474/68).

A termo certo de data O vencimento ocorre ―a tantos dias‖ da data de emissão do título de crédito. Diferente da modalidade de vencimento ―a dia certo‖, na medida em que, enquanto nesta, há um dia fixo mencionado como vencimento, na modalidade ―a tempo certo‖, faz-se necessária a contagem do lapso temporal previsto para se chegar ao vencimento. Somente possível na letra de câmbio e na nota promissória.

A termo certo de vista O vencimento ocorre ―a tantos dias‖ do visto. Na letra de câmbio, o visto é implementado pelo aceite. Na nota promissória, o visto é implementado por uma nova assinatura do sacador. Somente possível na letra de câmbio e na nota promissória.

Prazo de apresentação em geral

A lei prescreve para as modalidades de vencimento à vista. Regra geral, é de 1 ano a contar da emissão. O sacador pode aumentar ou reduzir tal prazo, além de estipular uma data a partir da qual iniciará a contagem do prazo de apresentação. Os endossantes somente podem reduzir tal prazo. Utilizado na letra de câmbio, na nota promissória e na duplicata.

Prazo de apresentação no cheque

O prazo de apresentação será de 30 ou de 60 dias, a depender da praça de pagamento; 30 dias para cheque de mesma praça e 60 dias para cheque de praça distinta. Não há possibilidade de alteração de tais prazos pelo sacador ou pelos endossantes.

Vencimento extraordinário São situações em que se antecipa o vencimento inicialmente previsto no título: a recusa do aceite; o aceite parcial; a falência do obrigado principal, se empresário; a decretação de insolvência civil se não empresário; ou a decretação da liquidação extrajudicial, se instituição financeira.

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Obrigados cambiários LC12, DUP13 CH14, NP15

Principal Aceitante Sacador

Secundários Sacador e endossantes Endossantes

Sistemática de prescrição

Prazos Devedor Início da contagem

3 anos para os títulos de crédito em espécie; 6 meses para o cheque

Obrigado principal Data do vencimento

1 ano para os títulos de crédito em espécie; 6 meses para o cheque

Obrigado secundário

Protesto em tempo hábil (1 dia útil para LC, NP; 30 dias para DUP; 30 ou 60 dias para o CH, a contar do vencimento)

6 meses para os títulos de crédito em espécie; 1 ano para a duplicata

Regresso Pagamento

Por conta da sistemática de prescrição é que se diz: o protesto é cambialmente necessário para a cobrança do obrigado secundário; porém, é cambialmente facultativo para a cobrança do obrigado principal. Assim, por exemplo, para se cobrar o endossante (ou o seu avalista) de uma nota promissória, o protesto é necessário; porém, não necessita de protesto a cobrança do aceitante (ou o seu avalista) de uma letra de câmbio.

Protesto na Lei nº 9.492/97

Conceito É o ato formal e solene que tem por finalidade comprovar a apresentação de um título executivo ou documento comprobatório de dívida e/ou o descumprimento de uma obrigação cambiária.

Lugar do protesto O lugar do protesto deve ser a praça de pagamento prevista no título e, na ausência desta informação, o lugar do protesto deve ser considerado o domicílio do obrigado principal do título. No cheque, porém, o portador pode escolher protestá-lo na praça de pagamento indicada ou no domicílio do emitente.

Prazo p/ lavrar protesto

3 dias úteis, a contar do recebimento do título pelo cartório. Considera-se dia útil, o dia em que ocorra expediente bancário para o público, ou aquele em que o expediente bancário obedecer ao horário normal.

Desistência É ato do apresentante do título que pode, antes da lavratura do protesto, evitar que o mesmo seja realizado. Para tanto, faz mister o pagamento das taxas e demais emolumentos cartorários.

Sustação É um ato judicial, requerido pelo devedor do título, em sede de ação cautelar, visando impedir que o protesto, porque indevido, seja lavrado. A decisão liminar deve ser

12

Letra de Câmbio. 13

Duplicata. 14

Cheque. 15

Nota Promissória.

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conseguida dentro do prazo de 3 dias úteis que o cartório tem para lavrar o protesto, sob pena de perder o seu objeto.

Suscitação de dúvida

É ato do tabelião que pode consultar o juízo competente toda vez que houver necessidade de dirimir dúvidas sobre a possibilidade, ou não, de se lavrar um protesto.

Cancelamento Caso ocorra o pagamento, o cancelamento do protesto deve ser feito com a apresentação do título protesto. Na impossibilidade de apresentação do título, o cancelamento pode ser feito mediante carta de anuência assinada pelo credor. Se o motivo do cancelamento do protesto não for o pagamento do título, haverá a necessidade de decisão judicial.

Impedimentos de pagamento do cheque

Contra-ordem Sustação

Art. 35, Lei nº 7.357/85 Art. 36, Lei nº 7.357/85

Revogação Oposição

Ato exclusivo do emitente Ato do emitente ou portador legitimado

Efeitos após o fim do prazo de apresentação

Efeitos durante o prazo de apresentação

Modalidades de cheque

Espécies Função Fund. Legal

Visado Trata-se de assinatura lançada no título pelo banco sacado. O visto, no cheque, tem a função de garantir o seu pagamento, dentro do prazo de apresentação, sem que se liberem os demais obrigados, na medida em que, com o visto, o sacado se obriga a debitar da conta do emitente a quantia indicada e reservá-la para o pagamento do cheque.

Art. 7º

Cruzado O cruzamento, no cheque, é a aposição de dois traços paralelos no anverso do título e tem o objetivo de evitar o pagamento na ―boca do caixa‖, devendo ocorrer o depósito em conta. O cruzamento pode ser geral (quando não se indica, entre os traços, o banco destinado a receber o cheque cruzado) ou especial (quando o banco é indicado). O cruzamento geral pode ser transformado em cruzamento especial, mas o inverso não é verdadeiro.

Arts. 44 e 45

P/ creditar em conta

Cheque em que se proíbe o pagamento em dinheiro, só podendo o sacado proceder a lançamento contábil (crédito em conta, transferência ou compensação). É necessário o endosso para o pagamento, a menos que o beneficiário seja o titular da conta de depósito.

Art. 46

Marcado Trata-se do cheque em que o banco sacado manifesta o aceite, tornando-se obrigado pelo pagamento do título. Modalidade não admitida na Lei nº 7.357/85.

Art. 6º

Administrativo Trata-se do cheque emitido contra o próprio Art. 9º, III

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banco sacador, ou seja, o banco assume, ao mesmo tempo, posição de sacador e de sacado. Não pode ser emitido ao portador.

Súmulas em matéria de títulos de crédito:

1. No STJ:

Súmula 26: o avalista do título de crédito, vinculado a contrato de mútuo, também responde pelas obrigações pactuadas quando no contrato figurar como devedor solidário.

Súmula 60: é nula a obrigação cambial assumida por procurador do mutuário, vinculado ao mutuante, no exclusivo interesse deste.

Súmula 258: a nota promissória vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em razão da iliquidez do título que a originou.

Súmula 299: é admissível ação monitória fundada em cheque prescrito.

Súmula 370: Caracteriza-se dano moral a apresentação do cheque pós-datado.

Súmula 385: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano moral, quando pré-existente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento do protesto.

Súmula 388: a simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.

2. No STF:

Súmula 189: avais em brancos e superpostos consideram-se simultâneos e não sucessivos.

Súmula 387: a cambial emitida ou aceita com omissões ou em branco pode ser completada pelo credor de boa-fé, antes da cobrança ou do protesto.

Súmula 521: o foro competente para conhecer o delito de estelionato, na emissão de cheque sem provisão de fundos é o da praça de pagamento.

Súmula 600: cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque no prazo legal, ainda que não prescrita a ação executiva.

VI. FALÊNCIAS16

Atos de insolvência jurídica – art. 94

Impontualidade injustificada

Obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados, no protesto especial para fins falimentares, cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência, não paga, no vencimento, sem relevante razão de direito.

Execução frustrada Executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal.

Atos de falência A prática qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou

16

Regulamentada através da Lei nº 11.101/05.

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da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial.

Legitimados ao requerimento de falência

Ativos O próprio devedor (autofalência); o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; qualquer credor. O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades. O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização em face de requerimento doloso de falência. Não é possível requerimento de falência pelo Ministério Público, nem pela Fazenda Pública.

Passivos Regra geral, o empresário individual, a sociedade empresária e a empresa individual de responsabilidade limitada. Não empresários sujeitos ao processo falimentar: a) o espólio do empresário (art. 96, §1º); b) a concessionária de serviços públicos (art. 195); c) o sócio de responsabilidade ilimitada (art. 81). Empresários excluídos do regime falimentar (art. 2º): empresas públicas, sociedades de economia mista, instituições financeiras, operadoras de plano de saúde, seguradoras e entidades legalmente equiparadas.

Mecanismos de resposta do réu

Contestação Deve ser apresentada no prazo de 10 dias, a contar da citação.

Depósito elisivo Depósito realizado pelo devedor, no prazo da contestação, alternativa ou cumulativamente com esta, no valor correspondente ao total do crédito, acrescido de correção monetária, juros e honorários advocatícios, hipótese em que a falência não será decretada e, caso julgado procedente o pedido de falência, o juiz ordenará o levantamento do valor pelo autor. Só pode ser realizado quando o pedido de falência for baseado na impontualidade injustificada ou na execução frustrada.

Pedido de recuperação judicial

Apresentado, no prazo da contestação, alternativa ou cumulativamente com esta, acaso deferido, tem a função de obstar o prosseguimento do pedido de falência.

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Procedimento de verificação e de habilitação de crédito

Habilitação Realizada pelo credor, no prazo de 15 dias contados da publicação do 1º edital, que concorda com sua classificação e valor.

Manifestação de divergência

Realizado pelo credor que não concorda com o 1º edital publicado, visando incluir crédito próprio, alterar crédito próprio ou de terceiro, ou excluir crédito de terceiro.

Habilitação retardatária As habilitações realizadas sem observância do prazo de 15 dias serão consideradas retardatárias e, se apresentadas antes da homologação do quadro-geral de credores, serão recebidas como impugnação e processadas em ação paralela.

Ação de impugnação de crédito

No prazo de 10 (dez) dias, contado da publicação do 2º edital de credores, o Comitê, qualquer credor, o devedor ou seus sócios ou o Ministério Público podem apresentar ao juiz impugnação, autuada em separado, contra a relação de credores, apontando a ausência de qualquer crédito ou manifestando-se contra a legitimidade, importância ou classificação de crédito relacionado.

Ação de retificação do QGC

Após a homologação do quadro-geral de credores, aqueles que não habilitaram seu crédito poderão, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, requerer ao juízo da falência ou da recuperação judicial a retificação do quadro-geral para inclusão do respectivo crédito.

Ação rescisória de crédito O administrador judicial, o Comitê, qualquer credor ou o representante do Ministério Público poderá, até o encerramento da recuperação judicial ou da falência, observado, no que couber, o procedimento ordinário previsto no Código de Processo Civil, pedir a exclusão, outra classificação ou a retificação de qualquer crédito, nos casos de descoberta de falsidade, dolo, simulação, fraude, erro essencial ou, ainda, documentos ignorados na época do julgamento do crédito ou da inclusão no quadro-geral de credores.

Quadro geral de credores

Ordem legal de preferência

I. As despesas cujo pagamento antecipado seja indispensável à administração da falência, inclusive na hipótese de continuação provisória das atividades, serão pagas pelo administrador judicial com os recursos disponíveis em caixa; (art. 150) II. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa; (art. 151) III. As restituições em dinheiro; (art. 86, parágrafo único)

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IV. Créditos Extraconcursais; e V. Créditos Concursais

Créditos extraconcursais

Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os créditos concursais, na ordem a seguir, os relativos a: I – remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; II – quantias fornecidas à massa pelos credores; III – despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência; IV – custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida; V – obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida para os créditos concursais.

Créditos concursais A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: I – os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; os depósitos não realizados do FGTS e a remuneração não paga do representante comercial; II - créditos com garantia real (penhor, hipoteca e anticrese) até o limite do valor do bem gravado (definido contratualmente); III – créditos tributários, relativos a fatos geradores anteriores à decretação da falência, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; IV – créditos com privilégio especial (créditos que tenham bens específicos vinculados ao pagamento em virtude de inadimplência): definidos por lei e, normalmente, asseguram ao titular o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia. Com o advento da LC 147/14, os créditos cujos titulares estejam enquadrados como microempresa ou empresa de pequeno porte passam a ser de privilégio especial; V – créditos com privilégio geral (a lei atribui a determinados créditos, o privilégio geral de recebimento sobre os bens não sujeitos a crédito real ou a privilégio especial), como, por exemplo, os créditos considerados quirografários na recuperação judicial cujo credor continue a fornecer durante o processo e os honorários advocatícios; VI – créditos quirografários, a saber: a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo; b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da

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alienação dos bens vinculados ao seu pagamento; c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite de 150 salários mínimos por empregado; VII – as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; VIII – créditos subordinados, a saber: a) os assim previstos em lei ou em contrato; b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício.

Arrecadação e custódia de bens

Objeto da arrecadação O administrador judicial deverá arrecadar todos os bens que estão com o falido, seja ou não de sua propriedade, além de todos os bens do falido que estejam em poder de terceiros, à exceção dos bens absolutamente impenhoráveis.

Lacração de estabelecimento

A arrecadação dos bens do falido independe da lacração de seus estabelecimentos. O estabelecimento será lacrado sempre que houver risco para a execução da etapa de arrecadação ou para a preservação dos bens da massa falida ou dos interesses dos credores.

Auto de arrecadação O auto de arrecadação, composto pelo inventário e pelo respectivo laudo de avaliação dos bens, será assinado pelo administrador judicial, pelo falido ou seus representantes e por outras pessoas que auxiliarem ou presenciarem o ato. Serão referidos no inventário de forma individualizada, sempre que possível: os livros empresariais; dinheiro, títulos, papéis e documentos; bens da massa em poder de terceiros; e bens de propriedade de terceiros. Em relação aos bens imóveis, o administrador judicial, no prazo de 15 (quinze) dias após a sua arrecadação, exibirá as certidões de registro, extraídas posteriormente à decretação da falência, com todas as indicações que nele constarem.

Aquisição pelos credores

O juiz poderá autorizar os credores, de forma individual ou coletiva, em razão dos custos e no interesse da massa falida, a adquirir ou adjudicar, de imediato, os bens arrecadados, pelo valor da avaliação, atendida a regra de classificação e preferência entre eles, ouvido o Comitê.

Remoção de bens Os bens arrecadados poderão ser removidos, desde que haja necessidade de sua melhor guarda e conservação, hipótese em que permanecerão em depósito sob responsabilidade do administrador judicial, mediante compromisso.

Bens de difícil conservação

Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável desvalorização ou que sejam de conservação arriscada ou dispendiosa, poderão ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, mediante autorização judicial, ouvidos o

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Comitê e o falido no prazo de 48 (quarenta e oito) horas.

Produção de renda O administrador judicial poderá alugar ou celebrar outro contrato referente aos bens da massa falida, com o objetivo de produzir renda para a massa falida, mediante autorização do Comitê. Neste caso, não haverá direito de preferência por ocasião da compra e a rescisão ocorrerá sem multa.

Modalidades de realização do ativo

Ordinárias I – Leilão por lances orais: ocorre nos termos da hasta pública prevista no CPC, porém, sem as limitações do preço vil

II – Propostas fechadas: ocorre mediante a entrega, em cartório e sob recibo, de envelopes lacrados, a serem abertos pelo juiz, no dia, hora e local designados no edital, lavrando o escrivão o auto respectivo, assinado pelos presentes, e juntando as propostas aos autos da falência.

III – Pregão: constitui modalidade híbrida das anteriores, comportando 2 (duas) fases: a) recebimento de propostas fechadas; b) leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles que apresentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por cento) da maior proposta ofertada. O valor de abertura do leilão será o da proposta recebida do maior ofertante presente, considerando-se esse valor como lance, ao qual ele fica obrigado, e caso não compareça fica obrigado a prestar a diferença verificada, constituindo a respectiva certidão do juízo título executivo para a cobrança dos valores pelo administrador judicial.

Extraordinárias Havendo motivos justificados, o juiz poderá autorizar, mediante requerimento fundamentado do administrador judicial ou do Comitê, modalidades de alienação judicial diversas das previstas na lei. O juiz homologará qualquer outra modalidade de realização do ativo, desde que aprovada pela assembleia geral de credores, inclusive com a constituição de sociedade de credores ou dos empregados do próprio devedor, com a participação, se necessária, dos atuais sócios ou de terceiros.

Procedimento Publicação de anúncio em jornal de ampla circulação, com 15 (quinze) dias de antecedência, em se tratando de bens móveis, e com 30 (trinta) dias na alienação da empresa ou de bens imóveis, facultada a divulgação por outros meios que contribuam para o amplo conhecimento da venda.

Impugnação Em qualquer modalidade de alienação, o Ministério Público será intimado pessoalmente, sob pena de nulidade.

Produto da realização

As quantias recebidas a qualquer título serão imediatamente depositadas em conta remunerada de instituição financeira, atendidos os requisitos da lei ou das normas de organização judiciária, ficando a massa falida dispensada da apresentação de certidões negativas.

Administrador judicial

Perfil O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista, administrador de

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empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada. Se o administrador judicial nomeado for pessoa jurídica, declarar-se-á o nome de profissional responsável pela condução do processo de falência ou de recuperação judicial, que não poderá ser substituído sem autorização do juiz.

Impedimentos Não poderá exercer as funções de administrador judicial quem, nos últimos 5 (cinco) anos, no exercício do cargo de administrador judicial ou de membro do Comitê em falência ou recuperação judicial anterior, foi destituído, deixou de prestar contas dentro dos prazos legais ou teve a prestação de contas desaprovada. Ficará também impedido de exercer a função de administrador judicial quem tiver relação de parentesco ou afinidade até o 3o (terceiro) grau com o devedor, seus administradores, controladores ou representantes legais ou deles for amigo, inimigo ou dependente.

Posse O administrador judicial, logo que nomeado, será intimado pessoalmente para, em 48 (quarenta e oito) horas, assinar, na sede do juízo, o termo de compromisso de bem e fielmente desempenhar o cargo e assumir todas as responsabilidades a ele inerentes.

Substituição O juiz poderá substituir o administrador judicial em face de circunstâncias lícitas, ou no mínimo, fortuitas, tais como o fato de o administrador judicial nomeado vir a se tornar relativamente incapaz ou a se mudar para residir em outra cidade, comprometendo o exercício da sua função.

Destituição O juiz, de ofício ou a requerimento fundamentado de qualquer interessado, poderá determinar a destituição do administrador judicial quando verificar desobediência aos preceitos da Lei 11.101/05, descumprimento de deveres, omissão, negligência ou prática de ato lesivo às atividades do devedor ou a terceiros. O administrador judicial que não apresentar, no prazo estabelecido, suas contas ou qualquer dos relatórios previstos na Lei nº 11.101/05 será intimado pessoalmente a fazê-lo no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de desobediência. Decorrido tal prazo, o juiz destituirá o administrador judicial e nomeará substituto para elaborar relatórios ou organizar as contas, explicitando as responsabilidades de seu antecessor.

Remuneração O juiz fixará o valor e a forma de pagamento da remuneração do administrador judicial, observados a capacidade de pagamento do devedor, o grau de complexidade do trabalho e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes, não excedendo 5% (cinco por cento) do valor devido aos credores submetidos à recuperação judicial ou do valor de venda dos bens na falência. Caso o falido ou o empresário em recuperação judicial sejam ME/EPP, o teto de remuneração passa a ser de 2%. O administrador judicial substituído será remunerado proporcionalmente ao trabalho realizado. O administrador judicial destituído não terá direito à remuneração, nem profissional.

Responsabilidade O administrador judicial responderá pelos prejuízos causados à massa falida, ao devedor ou aos credores por dolo ou culpa.

Comitê de credores

Composição I – Representante dos credores trabalhistas

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II – Representante dos credores com garantia real ou privilégio especial

III – Representante dos credores quirografários ou privilégio geral IV – Representante dos credores ME/EPP Eleitos, em cada representação, um titular e dois suplentes

Atribuições I – Comuns à falência e recuperação de empresa: a) Fiscalização das atividades do adm. judicial e exame de suas contas b) Zelar pelo bom andamento do processo e pelo cumprimento da Lei c) Comunicar ao juiz, violação de direitos ou prejuízos aos interesses dos

credores d) Apurar e emitir parecer sobre reclamação de interessado e) Requerer convocação de assembleia

II – Na Recuperação Judicial: a) Fiscalizar a administração das atividades do devedor e relatá-las b) Fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial c) Submeter ao juiz medidas de efeito patrimonial, se afastado o devedor

Constituição Trata-se de órgão facultativo, podendo ou não ser constituído, a depender deliberação em assembleia e será constituído por deliberação de qualquer das classes de credores, devendo cada classe indicar os seus membros.

Equiparação Posse, substituição, destituição e responsabilização estão equiparados ao administrador judicial.

Assembleia geral de credores

Atribuições I – Na Recuperação Judicial: a) Aprovação ou modificação do plano de recuperação judicial b) Constituição do Comitê de Credores c) Pedido de desistência d) Gestor Judicial II – Na Falência: a) Constituição do comitê de credores b) Outras modalidades de realização do ativo Rol exemplificativo, podendo ser levado quaisquer outros assuntos de interesse dos credores

Legitimidade p/ convocar Ordinária: o juiz; Extraordinária: credores que representem no mínimo 25% (vinte e cinco por cento) do valor total dos créditos de uma determinada classe poderão requerer ao juiz a convocação de assembleia geral.

Procedimento p/ convocar

Por edital publicado no órgão oficial e em jornais de grande circulação nas localidades da sede e filiais, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias, o qual conterá: I – local, data e hora da assembleia em 1a (primeira) e em 2a (segunda) convocação, não podendo esta ser realizada menos de 5 (cinco) dias depois da 1a (primeira); II – a ordem do dia; III – local onde os credores poderão, se for o caso, obter cópia do plano de recuperação judicial a ser submetido à deliberação da assembleia. Cópia do aviso de convocação da assembleia deverá ser afixada de forma ostensiva na sede e filiais do devedor.

Participação p/ O credor poderá ser representado na assembleia

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procuração geral por mandatário ou representante legal, desde que entregue ao administrador judicial, até 24 (vinte e quatro) horas antes da data prevista no aviso de convocação, documento hábil que comprove seus poderes ou a indicação das folhas dos autos do processo em que se encontre o documento.

Representação p/ sindicato

Os sindicatos de trabalhadores poderão representar seus associados titulares de créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidente de trabalho que não comparecerem, pessoalmente ou por procurador, à assembleia, apresentando ao administrador judicial, até 10 (dez) dias antes da assembleia, a relação dos associados que pretende representar, e o trabalhador que conste da relação de mais de um sindicato deverá esclarecer, até 24 (vinte e quatro) horas antes da assembleia, qual sindicato o representa, sob pena de não ser representado em assembleia por nenhum deles.

Direito de voto O voto do credor será proporcional ao valor de seu crédito, ressalvado, nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial. Na recuperação judicial, para fins exclusivos de votação em assembleia geral, o crédito em moeda estrangeira será convertido para moeda nacional pelo câmbio da véspera da data de realização da assembleia. Terão direito de voto os credores que se submetem ao procedimento de verificação e habilitação de créditos.

Composição I – Credor trabalhista e de acidente do trabalho II – Credor com garantia real III – Credor com privilégio (especial ou geral), quirografário e subordinado IV – Credor enquadrado como ME/EPP

Aprovação de deliberação Considerar-se-á aprovada a proposta que obtiver votos favoráveis de credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia geral.

Forma alternativa de realização do ativo

A aprovação de forma alternativa de realização do ativo na falência dependerá do voto favorável de credores que representem 2/3 (dois terços) dos créditos presentes à assembleia.

Aprovação, modificação do plano de recuperação judicial

Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores da assembleia deverão aprovar a proposta. Para os credores de garantia real e para a classe dos demais credores, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes. Para os credores trabalhistas, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito.

Constituição do comitê e O Comitê de Credores será constituído por

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eleição dos membros deliberação de qualquer das classes de credores na assembleia geral. Na escolha dos representantes de cada classe no Comitê de Credores, somente os respectivos membros poderão votar.

Ação de restituição

Restituição ordinária O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição.

Restituição extraordinária

Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada.

Restituições especiais Pode ocorrer, também, a restituição: a) da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação; b) dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, em razão de ação revocatória; c) de dinheiro em poder do falido, recebido em nome de outrem, ou do qual, por lei ou contrato, não tivesse ele a disponibilidade (súmula 417, STF).

Objeto da restituição A coisa reclamada descrita na ação de restituição, que ficará com sua disponibilidade suspensa até o trânsito em julgado da ação de restituição. Se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado

Rito da restituição O juiz mandará autuar em separado o requerimento com os documentos que o instruírem e determinará a intimação do falido, do Comitê, dos credores e do administrador judicial para que, no prazo sucessivo de 5 (cinco) dias, se manifestem, valendo como contestação a manifestação contrária à restituição. Contestado o pedido e deferidas as provas porventura requeridas, o juiz designará audiência de instrução e julgamento, se necessária. Não havendo provas a realizar, os autos serão conclusos para sentença. A sentença que reconhecer o direito do requerente determinará a entrega da coisa no prazo de 48 (quarenta e oito) horas. A sentença que negar a restituição, quando for o caso, incluirá o requerente no quadro-geral de credores, na classificação que lhe couber.

Caução para receber O autor do pedido de restituição que pretender receber o bem ou a quantia reclamada antes do trânsito em julgado da sentença prestará caução.

Despesas de conservação

O requerente que tiver obtido êxito no seu pedido ressarcirá a massa falida ou a quem tiver suportado as despesas de conservação da coisa reclamada.

Embargos de terceiro Nos casos em que não couber pedido de restituição, fica resguardado o direito dos credores de propor

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embargos de terceiros, observada a legislação processual civil.

Ação revocatória

Ineficácia objetiva São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: a) o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; b) o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; c) a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada; d) a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência; e) a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência; f) a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos; g) os registros de direitos reais e de transferência de propriedade entre vivos, por título oneroso ou gratuito, ou a averbação relativa a imóveis realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior.

Ineficácia subjetiva São revogáveis os atos praticados com a intenção de prejudicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo prejuízo sofrido pela massa falida.

Arguição da ineficácia No caso de ineficácia objetiva, poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação revocatória ou incidentalmente no curso do processo. No caso de ineficácia subjetiva, somente poderá ser pleiteada mediante ação revocatória.

Legitimidade ativa Administrador judicial, Ministério Público ou qualquer credor

Legitimidade passiva Todos os que figuraram no ato a ser revogado ou declarado ineficaz, ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados; terceiros adquirentes; herdeiros e legatários das pessoas indicadas anteriormente.

Procedimento e prescrição

A ação revocatória se submete ao procedimento ordinário previsto no CPC e pode ser promovida no prazo prescricional de três anos contados da declaração da falência.

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Procedência da ação A sentença que julgar procedente a ação revocatória determinará o retorno dos bens à massa falida em espécie, com todos os acessórios, ou o valor de mercado, acrescidos das perdas e danos, retornando as partes ao estado anterior e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor.

Sequestro dos bens O juiz poderá, a requerimento do autor da ação revocatória, ordenar, como medida preventiva, na forma da lei processual civil, o sequestro dos bens retirados do patrimônio do devedor que estejam em poder de terceiros.

Efeitos da falência sobre os contratos

Contratos bilaterais

Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê. O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 (noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato. A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao contraente o direito à indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário, constituirá crédito quirografário.

Contratos unilaterais

O administrador judicial, mediante autorização do Comitê, poderá dar cumprimento a contrato unilateral se esse fato reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, realizando o pagamento da prestação pela qual está obrigada.

Falência do comprador

O vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, as tiver revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte, entregues ou remetidos pelo vendedor; se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial resolver não continuar a execução do contrato, poderá o comprador pôr à disposição da massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas e danos.

Falência do vendedor

Não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe própria.

Reserva de domínio

O administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel comprada pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não continuar a execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos do contrato, dos valores pagos.

Locação A falência do locador não resolve o contrato de locação e,

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na falência do locatário, o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato.

Mandato O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao mandatário prestar contas de sua gestão. O mandato conferido para representação judicial do devedor continua em vigor até que seja expressamente revogado pelo administrador judicial. Para o falido, cessa o mandato ou comissão que houver recebido antes da falência, salvo os que versem sobre matéria estranha à atividade empresarial.

VII. RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS17

Requisitos para a recuperação

Não ter sido declarado falido (a recuperação de empresas tem natureza preventiva)

Não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes;

Prazo de desincompatibilização (o empresário poderá se utilizar diversas vezes da recuperação judicial, desde que, entre uma e outra, ocorra o respeito a um lapso temporal mínimo)

2 anos – prazo mínimo para requerer a homologação de recuperação extrajudicial, a ser contado da última recuperação (judicial ou extrajudicial) concedida;

5 anos – prazo mínimo para requerer uma nova recuperação judicial, a ser contado da última recuperação judicial concedida, caso tenha sido a recuperação judicial geral;

Não ter condenação por crime falimentar

Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos na Lei nº 11.101/05

Modalidades de recuperação de empresas

Judiciais Ordinária: É a regra geral das recuperações de empresas. Todos os empresários, sociedades empresárias e eirelis, sejam ME/EPP ou não, a ela se submetem, diante de crise econômico-financeira. Estão sujeitos a esta modalidade de recuperação todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos, à exceção de: crédito tributário, crédito decorrente do adiantamento de contrato de câmbio e crédito dos credores proprietários (leasing, alienação fiduciária em garantia, venda com reserva de domínio e promessa de compra venda e com cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade).

Especial: Modalidade facultada aos empresários, sociedades empresárias e eirelis enquadrados com ME/EPP que podem escolher esta recuperação afirmando expressamente o seu interesse na petição inicial. Com o advento da LC 147/14, os mesmos credores que estão sujeitos à recuperação judicial ordinária também estarão

17

Regulamentada através da Lei nº 11.101/05.

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sujeitos à recuperação judicial especial.

Extrajudiciais Homologação: A homologação da recuperação extrajudicial pode ser facultativa ou obrigatória. Estão sujeitos à recuperação extrajudicial os mesmos credores que podem se submeter à recuperação judicial geral, à exceção do credor trabalhista, cujo crédito pode ser cobrado numa recuperação judicial e não numa extrajudicial. A homologação será facultativa sempre que todos os credores aderirem ao plano apresentado pelo devedor; a homologação será obrigatória sempre que, não se conseguindo unanimidade, atinge-se o limite mínimo de aprovação de 3/5 dos créditos presentes em cada classe de credores prevista em assembleia.

Acordos privados: A Lei nº 11.101/05 admite, também, a possibilidade de outras modalidades de acordo privado entre o devedor e seus credores. Tais acordos independem de homologação judicial.

Plano de recuperação judicial

Conteúdo I – discriminação pormenorizada dos meios de recuperação a ser empregados e seu resumo; II – demonstração de sua viabilidade econômica; e III – laudo econômico-financeiro e de avaliação dos bens e ativos do devedor, subscrito por profissional legalmente habilitado ou empresa especializada.

Limites O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial.

Meios de recuperação

Rol exemplificativo: I – concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; II – cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; III – alteração do controle societário; IV – substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; V – concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; VI – aumento de capital social; VII – trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados; VIII – redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; IX – dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; X – constituição de sociedade de credores; XI – venda parcial

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dos bens; XII – equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; XIII – usufruto da empresa; XIV – administração compartilhada; XV – emissão de valores mobiliários; XVI – constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor. Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua substituição somente serão admitidas mediante aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia. Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será conservada como parâmetro de indexação da correspondente obrigação e só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente previsão diversa no plano de recuperação judicial.

Aprovação tácita Ocorre quando não há objeção dos credores, no prazo de 30 dias após a apresentação do plano de recuperação judicial. Neste caso, dispensa-se a convocação de assembleia geral dos credores para deliberar acerca da aprovação.

Aprovação expressa Ocorre quando os credores apresentam objeção, no prazo de 30 dias, contados do recebimento do plano de recuperação em juízo. Neste caso, será convocada assembleia de credores, no prazo de até 150 dias do deferimento da recuperação judicial da decisão que deferiu o processamento da recuperação judicial.

Aprovação ordinária Aprovação realizada assembleia geral de credores. Para tanto, faz-se necessário que todas as classes de credores presentes à assembleia (classe dos credores trabalhistas; classe dos credores de garantia real; e classe dos credores de privilégio, quirografários e subordinados). Na classe dos credores de garantia real e na classe dos credores de privilégio, quirografários e subordinados, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes. Na classe dos credores trabalhistas, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quórum de deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito.

Aprovação extraordinária

Aprovação realizada pelo juiz quando não se consegue, em assembleia de credores, o quórum previsto. Para tanto, faz-se necessário o atendimento cumulativo dos seguintes requisitos: I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos

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termos da aprovação ordinária ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, nos termos da aprovação ordinária. A recuperação judicial somente poderá ser concedida se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado.

Decisão do processo de recuperação judicial

Defere RJ Concede RJ Defere o processamento da ação Concede o plano a ser cumprido

Art. 52, Lei nº 11.101/05 Arts. 58 e 59, Lei nº 11.101/05

Decisão interlocutória Título executivo judicial

Irrecorrível (atacada via MS) Agravo de instrumento

Não se exige quitação tributária Exige-se quitação tributária

Não se exige aprovação do plano Exige-se aprovação do plano

VIII. CONTRATOS EMPRESARIAIS

Os contratos empresariais mais explorados são, dentre outros: franquia, faturização (factoring), arrendamento mercantil (leasing), alienação fiduciária em garantia, representação comercial.

Franquia – Lei nº 8.955/94

Conceito Franquia empresarial é o sistema pelo qual um franqueador cede ao franqueado o direito de uso de marca ou patente, associado ao direito de distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços e, eventualmente, também ao direito de uso de tecnologia de implantação e administração de negócio ou sistema operacional desenvolvidos ou detidos pelo franqueador, mediante remuneração direta ou indireta, sem que, no entanto, fique caracterizado vínculo empregatício. (art. 2º)

Contratos envolvidos a) a licença para uso de marca ou de patente; b) a distribuição exclusiva ou semi-exclusiva de produtos ou serviços; e c) a estruturação, a implantação e o auxílio à administração de negócio.

Circular de oferta de franquia

Documento que o franqueador deverá fornecer ao franqueado, no mínimo dez dias antes da assinatura do contrato, sempre que tiver interesse na implantação do sistema de franquia empresarial. Tal documento deve ser entregue por escrito e em linguagem clara, contendo, dentre outras, informações sobre pendências judiciais envolvendo o franqueador, o perfil do franqueado ideal, valores devidos ao franqueador pelo franqueado. Estas informações necessárias se encontram previstas no rol taxativo do art. 3º.

Anulação do contrato Poderá ocorrer quando for exigido do franqueado toda vez que lhe for exigida qualquer quantia antes do prazo legal de dez dias, ou diante da veiculação de informações falsas, podendo ser exigida a devolução do que eventualmente se pagou ao

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franqueador, além de perdas e danos.

Formalização da franquia

O contrato deve ser escrito, assinado por duas testemunhas, tendo validade independente de registro. Porém, para opor os seus efeitos perante terceiros, faz-se necessário o seu registro perante o INPI (art. 211, da Lei nº 8.955/94).

Sujeitos da franquia Franqueador: o titular da propriedade industrial objeto da franquia.

Franqueado: pessoa que adquire a franquia. Pode ser considerado franqueado master (tem o direito, garantido por contrato, de realizar sub-franquia) ou franqueado simples (não tem a possibilidade de realizar sub-franquia).

Faturização (factoring) Conceito O contrato de faturização é o negócio jurídico pelo qual o

faturizado transfere ao faturizador valores relativos ao seu faturamento, a fim de que este administre a carteira de créditos, com ou sem adiantamento de valores. Faturizado é o empresário que busca uma empresa de factoring para realizar a operação de faturização. Faturizador, por sua vez, é a empresa de factoring.

Conventional factoring

Modalidade de factoring em que o faturizador realiza adiantamento dos valores relativos aos créditos admitidos na operação de faturização. O faturizador realiza pagamento à vista ao faturizado, sendo realizado descontos no valor do título em vista do risco assumido pelo faturizador.

Maturity factoring Modalidade de factoring em que o faturizador não realiza adiantamento de valores, pagando o crédito ao faturizado, somente após o seu recebimento.

Factoring e desconto bancário

Desconto bancário é operação privativa de banco em que é cedido à instituição financeira títulos de crédito, sem risco para o banco, podendo o título ser devolvido. Factoring é operação não privativa de banco em que se cede o próprio faturamento, podendo o faturizador escolher os títulos que irá faturizar, sem possibilidade de devolução, assumindo o risco da operação.

Factoring e endosso

Ainda que a transferência dos títulos de crédito seja formalizada por endosso, a aquisição de crédito por faturizadora caracteriza a realização de cessão de crédito, de modo a se afastar o direito de regresso contra o cedente na hipótese de inadimplemento. (REsp 1167120/RS)

Arrendamento mercantil (leasing)

Referência legal Lei nº 6.099/74 e Res nº 2.309/96

Conceito Modalidade contratual destinada à aquisição de bens em que o arrendatário adquire a possibilidade de uso de bem móvel ou imóvel de propriedade do arrendador, que será, normalmente, uma instituição financeira.

Prazo de contrato

No mínimo, dois anos quando a vida útil do bem for igual ou superior a cinco anos; para os demais produtos, o prazo mínimo de contrato será de três anos. Ao final do contrato, o arrendatário poderá: a) adquirir o bem, pagando o valor

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residual de garantia – VRG; b) devolver o bem objeto de arrendamento; e c) renovar o contrato de arrendamento.

Leasing financeiro

Ocorre quando a instituição financeira vem a adquirir o bem objeto do arrendamento mercantil, a partir das informações concedidas pelo arrendatário, repassando-lhe o bem por contrato à contraposição do pagamento de retribuição mensal.

Leasing operacional

Ocorre quando o arrendador, além de autorizar o uso do bem ao arrendatário, estará obrigado a realizar serviços de manutenção do bem objeto do leasing. Neste caso, o arrendador não precisa ser instituição financeira, bastando estar autorizado pelo Conselho Monetário Nacional. Nesta modalidade, o contrato deve ter prazo mínimo de 90 dias.

Leasing back Também denominado leasing de retorno. Ocorre quando o proprietário do bem efetua a sua alienação ao arrendador, mas permanece na posse do bem, na condição de arrendatário.

Self leasing Ocorre quando as partes do arrendamento mercantil (arrendador e arrendatário) são empresas coligadas ou pertencentes ao mesmo grupo econômico. Modalidade vedada pela legislação brasileira, nos termos do art. 2º, da Lei nº 6.099/74

Dummy Corporation

Ocorre quando há a criação de um truste que vai emitir debêntures no mercado financeiro, sendo certo que os valores arrecadados em virtude desses títulos serão utilizados para o financiamento de produtos objetos de leasing.

Leasing purchase

Normalmente utilizado na atividade aeroviária ou ferroviária, pela qual o trustee vai emitir certificados, semelhante às debêntures, por meios dos quais adquire numerário suficiente para a aquisição do bem a ser arrendado.

Extinção do contrato

Pode ocorrer em razão dos seguintes fatos: a) a expiração do prazo contratual; b) o distrato; c) a resolução unilateral, desde que motivada; d) o não pagamento dos valores a título de utilização do bem, o que motivará o ajuizamento da ação de reintegração de posse, por parte do arrendador; e) a falência do arrendante; e f) caso fortuito ou força maior.

Súmulas do STJ ―a cobrança antecipada do valor residual garantido (VRG) não descaracteriza o contrato de arrendamento mercantil‖ – súmula 293, STJ; ―no contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora‖ – súmula 369, STJ.

Alienação fiduciária em garantia

Conceito Contrato pelo qual alguém (devedor-fiduciante) vem a adquirir determinado bem e, não tendo condições financeiras para o pagamento total do bem, recorre ao financiador (credor-fiduciário), dando o objeto da aquisição como garantia para o financiamento.

Referência legal Lei nº 4.728/65, tendo sido alterado pelo Decreto-Lei nº 911/69 e, mais recentemente, pela Lei nº 10.931/04.

Objeto Pode ser objeto da alienação fiduciária em garantia: bens móveis; bens imóveis; títulos de crédito; e cessão fiduciária de direitos sobre coisas móveis.

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Cláusulas essenciais

a) o valor total da dívida, ou sua estimativa; b) o local e a data do pagamento; c) a taxa de juros, as comissões cuja cobrança for permitida e, eventualmente, a cláusula penal e a estipulação de correção monetária, com indicação dos índices oficiais; e d) a descrição do bem objeto da alienação fiduciária e os elementos indispensáveis à sua identificação.

Formalização Deve ser formalizado mediante escrito, público ou particular, e, para validade e eficácia, deverá ser registrado no Registro de Títulos e Documentos do domicílio do credor, ou, no caso de bens imóveis, no Registro de Imóveis, da situação do imóvel.

Inadimplemento em face de bem móvel

O credor fiduciário poderá promover ação de execução para cobrar os valores inadimplidos pelo devedor fiduciante, cabendo notar que o inadimplemento de uma das obrigações acarreta o vencimento antecipado de todo o contrato. É possível, ainda, a promoção de ação de busca e apreensão caso seja de interesse do credor fiduciário o resgate do bem objeto de alienação fiduciária em garantia. Estando o credor de posse do bem, é possível promover vender a coisa a terceiros, independentemente de leilão, hasta pública, avaliação prévia ou qualquer outra medida judicial ou extrajudicial, salvo disposição expressa em contrário prevista no contrato.

Inadimplemento em face de bem imóvel

Ocorrerá a consolidação da propriedade em favor do credor fiduciário. Para tanto, o devedor fiduciante será intimado, via Cartório de Imóveis, para pagar, em 15 dias, as parcelas vencidas. Consolidada a propriedade em favor do credor fiduciário, este tem o prazo de 30 dias, contados da consolidação, para realizar leilão público para a alienação do imóvel.

Súmula 384, do STJ

Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo da venda extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em garantia.

Representação comercial autônoma

Conceito Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego, que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios. No contrato de representação o representante obtém pedidos de compra e venda de mercadorias ou fabricadas ou comercialização pelo representado dentro de uma região delimitada.

Referência legal Lei nº 4.886/65. No Código Civil, é denominado de contrato de agência, previsto nos arts. 710 a 721.

Obrigações do representante

a) observar as instruções e as cotas de produtividade fixadas pelo representado – art.29, Lei nº 4.886/65; b) prestar contas ao representado, não prejudicar, por dolo ou culpa, os interesses que lhes são confiados, facilitar o exercício da profissão por quem

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estiver impedido ou proibido de exercê-la, facilitar negócios ilícitos ou que prejudiquem a Fazenda Pública, sempre apresentar a carteira profissional – art. 19, Lei nº 4.886/65; c) respeitar a cláusula de exclusividade, se existente – arts. 31 e 41, Lei nº 4.886/65.

Obrigações do representado

a) pagar a comissão pactuada ao representante – arts. 32 e 33, Lei nº 4.886/65; b) respeitar a exclusividade quanto à área delimitada no contrato – art. 31, Lei nº 4.886/65.

Justa causa para o representante

Art. 35 da Lei 4886/65: a) a desídia do representante no cumprimento das obrigações decorrentes do contrato; b) a prática de atos que importem em descrédito comercial do representado; c) a falta de cumprimento de quaisquer obrigações inerentes ao contrato de representação comercial; d) a condenação definitiva por crime considerado infamante; e e) força maior. O impedimento temporário do representante comercial que estiver em gozo do benefício de auxílio-doença concedido pela previdência social não é justa causa para a rescisão.

Justa causa para o representado

a) a redução de esfera de atividade do representante em desacordo com as cláusulas do contrato; b) a quebra, direta ou indireta, da exclusividade, se prevista no contrato; c) a fixação abusiva de preços em relação à zona do representante, com o exclusivo escopo de impossibilitar-lhe ação regular; d) o não pagamento de sua retribuição na época devida; e e) força maior. Nestes casos, caberá indenização ao representante a ser paga pelo representado. Se o contrato tiver prazo indeterminado, a indenização será no valor de 1/12 da somatória das comissões recebidas. Se o contrato tiver prazo determinado, a indenização será o resultado da multiplicação da metade do número de meses contratados, pela média mensal das comissões recebidas.

Rescisão sem justa causa

A denúncia, por qualquer das partes, sem causa justificada, do contrato de representação, ajustado por tempo indeterminado e que haja vigorado por mais de seis meses, obriga o denunciante, salvo outra garantia prevista no contrato, à concessão de pré-aviso, com antecedência mínima de trinta dias, ou ao pagamento de importância igual a um terço (1/3) das comissões auferidas pelo representante, nos três meses anteriores. (art. 34, Lei nº 4.886/65)

Cláusula del credere Cláusula que definiria responsabilidade solidária entre o representante e as pessoas com quem ele fizer negócios, em face do representado. Cláusula vedada no contrato de representação comercial.

Discussão judicial As questões decorrentes do contrato de representação comercial deverão ser levadas a juízo perante a Justiça Comum, constituindo-se foro competente o do domicílio do representante, segundo o procedimento sumaríssimo. As ações para

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garantir ao representado os direitos previstos na lei prescrevem em cinco anos, contados da data em que a retribuição é devida.

Outras súmulas importantes em matéria de contratos empresariais:

1. No STJ:

Súmula 233: o contrato de abertura de crédito, ainda que acompanhado de extrato da conta corrente, não é título executivo.

Súmula 247: o contrato de abertura de crédito em conta-corrente, acompanhado de demonstrativo de débito, constitui documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.

Súmula 286: a renegociação do contrato bancário ou a confissão da dívida não impede a possibilidade de discussão sobre eventuais ilegalidades dos contratos anteriores.

Súmula 300: o instrumento da confissão de dívida, ainda que originário de contrato de abertura de crédito, constitui título executivo extrajudicial.

Súmula 323: a inscrição do nome do devedor pode ser mantida no serviço de proteção ao crédito até o prazo máximo de 5 anos, independentemente da prescrição da execução.

Súmula 332: a fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica em ineficácia total da garantia.

Súmula 380: a simples propositura de ação de revisão de contrato não inibe a caracterização da mora do autor.

Súmula 381: nos contratos bancários, é vedado ao julgador conhecer de ofício da abusividade das cláusulas.

2. No STF:

Súmula 121: é vedada a capitalização de juros, ainda que expressamente convencionada.

IX. PROPRIEDADE INDUSTRIAL (MARCAS & PATENTES)18

Titularidade da patente

Regra geral Ao autor de invenção ou modelo de utilidade será assegurado o direito de obter a patente que lhe garanta a propriedade.

Patente decorrente de contrato de trabalho:

Exclusiva do empregador

A invenção e o modelo de utilidade pertencem exclusivamente ao empregador quando decorrerem de contrato de trabalho cuja execução ocorra no Brasil e que tenha por objeto a pesquisa ou a atividade inventiva, ou resulte esta da natureza dos serviços para os quais foi o empregado contratado. Salvo prova em contrário, consideram-se desenvolvidos na vigência do contrato a invenção ou o modelo de utilidade, cuja patente seja requerida pelo empregado até 1 (um) ano após a extinção do vínculo empregatício.

Exclusiva do empregado

Pertencerá exclusivamente ao empregado a invenção ou o modelo de utilidade por ele desenvolvido, desde que desvinculado do contrato de trabalho e não decorrente da utilização de recursos, meios, dados, materiais, instalações ou equipamentos do empregador.

Patente comum A propriedade de invenção ou de modelo de utilidade será comum, em partes iguais, quando resultar da contribuição pessoal do empregado e de recursos, dados,

18

Regulamentada através da Lei nº 11.101/05.

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meios, materiais, instalações ou equipamentos do empregador, ressalvada expressa disposição contratual em contrário.

Requisitos da patente

Novidade A invenção e o modelo de utilidade são considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica. O estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido de patente, por descrição escrita ou oral, por uso ou qualquer outro meio, no Brasil ou no exterior. Para fins de aferição da novidade, o conteúdo completo de pedido depositado no Brasil, e ainda não publicado, será considerado estado da técnica a partir da data de depósito, ou da prioridade reivindicada, desde que venha a ser publicado, mesmo que subsequentemente.

Atividade inventiva

A invenção e o modelo de utilidade são dotados de atividade inventiva sempre que, para um técnico no assunto, não decorra de maneira evidente ou óbvia do estado da técnica.

Aplicação industrial

A invenção e o modelo de utilidade são considerados suscetíveis de aplicação industrial quando possam ser utilizados ou produzidos em qualquer tipo de indústria.

Não se consideram invenção ou modelo de utilidade

I - descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos; II - concepções puramente abstratas; III - esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, educativos, publicitários, de sorteio e de fiscalização; IV - as obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética; V - programas de computador em si; VI - apresentação de informações; VII - regras de jogo; VIII - técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e IX - o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma ou germoplasma de qualquer ser vivo natural e os processos biológicos naturais.

Não são patenteáveis

I - o que for contrário à moral, aos bons costumes e à segurança, à ordem e à saúde públicas; II - as substâncias, matérias, misturas, elementos ou produtos de qualquer espécie, bem como a modificação de suas propriedades físico-químicas e os respectivos processos de obtenção ou modificação, quando resultantes de transformação do núcleo atômico; e III - o todo ou parte dos seres vivos, exceto os microorganismos transgênicos que atendam aos três requisitos de patenteabilidade - novidade, atividade inventiva e aplicação industrial - previstos no art. 8º e que não sejam mera descoberta.

Patente

Invenção Modelo de utilidade

Elemento ou processo derivado do engenho humano que atenda aos requisitos da novidade, atividade inventiva e aplicação industrial.

O objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação.

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20 anos contados da data do depósito ou 10 anos contados da data da concessão, o maior prazo do caso concreto.

15 anos contados da data do depósito ou 7 anos contados da data da concessão, o maior prazo do caso concreto.

Licenças de propriedade industrial

Voluntária Decorrente de contrato, com pagamento de royalties do licenciado para o titular da propriedade industrial

Compulsória O titular ficará sujeito a ter a patente licenciada compulsoriamente se exercer os direitos dela decorrentes de forma abusiva, ou por meio dela praticar abuso de poder econômico, comprovado nos termos da lei, por decisão administrativa ou judicial. Ensejam, igualmente, licença compulsória: I - a não exploração do objeto da patente no território brasileiro por falta de fabricação ou fabricação incompleta do produto, ou, ainda, a falta de uso integral do processo patenteado, ressalvados os casos de inviabilidade econômica, quando será admitida a importação; ou II - a comercialização que não satisfizer às necessidades do mercado.

A licença compulsória será ainda concedida quando, cumulativamente, se verificarem as seguintes hipóteses: I - ficar caracterizada situação de dependência de uma patente em relação a outra; II - o objeto da patente dependente constituir substancial progresso técnico em relação à patente anterior; e III - o titular não realizar acordo com o titular da patente dependente para exploração da patente anterior. Considera-se patente dependente aquela cuja exploração depende obrigatoriamente da utilização do objeto de patente anterior. Uma patente de processo poderá ser considerada dependente de patente do produto respectivo, bem como uma patente de produto poderá ser dependente de patente de processo.

Nos casos de emergência nacional ou interesse público, declarados em ato do Poder Executivo Federal, desde que o titular da patente ou seu licenciado não atenda a essa necessidade, poderá ser concedida, de ofício, licença compulsória, temporária e não exclusiva, para a exploração da patente, sem prejuízo dos direitos do respectivo titular.

Extinção da patente

Expiração do prazo de vigência

Para as invenções, 20 anos contados do depósito ou 10 anos da concessão; para o modelo de utilidade, 15 anos contatos do depósito ou 7 anos da concessão.

Renúncia Ato formal em que o titular abre mão perante o INPI da titularidade da propriedade industrial. A renúncia só será admitida se não prejudicar direitos de terceiros.

Caducidade Caducará a patente, de ofício ou a requerimento de qualquer pessoa com legítimo interesse, se, decorridos 2 (dois) anos da concessão da primeira licença compulsória, esse prazo não tiver sido suficiente para prevenir ou sanar o abuso ou desuso, salvo motivos justificáveis. A patente caducará quando, na data do requerimento da caducidade ou da instauração de ofício do respectivo processo, não tiver sido iniciada a exploração.

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Falta da retribuição anual O depositante do pedido e o titular da patente estão sujeitos ao pagamento de retribuição anual, a partir do início do terceiro ano da data do depósito. O pagamento deverá ser efetuado dentro dos primeiros 3 (três) meses de cada período anual, podendo, ainda, ser feito, independente de notificação, dentro dos 6 (seis) meses subsequentes, mediante pagamento de retribuição adicional. O pedido de patente e a patente poderão ser restaurados, se o depositante ou o titular assim o requerer, dentro de 3 (três) meses, contados da notificação do arquivamento do pedido ou da extinção da patente, mediante pagamento de retribuição específica.

Inobservância do art. 217 A pessoa domiciliada no exterior deverá constituir e manter procurador devidamente qualificado e domiciliado no País, com poderes para representá-la administrativa e judicialmente, inclusive para receber citações. Não havendo tal procurador, a patente será extinta.

Requisitos para o desenho industrial

Novidade O desenho industrial é considerado novo quando não compreendido no estado da técnica. O estado da técnica é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido, no Brasil ou no exterior, por uso ou qualquer outro meio. Não será considerado como incluído no estado da técnica o desenho industrial cuja divulgação tenha ocorrido durante os 180 (cento e oitenta) dias que precederem a data do depósito ou a da prioridade reivindicada.

Originalidade O desenho industrial é considerado original quando dele resulte uma configuração visual distintiva, em relação a outros objetos anteriores. O resultado visual original poderá ser decorrente da combinação de elementos conhecidos.

Desimpedimento Não se considera desenho industrial qualquer obra de caráter puramente artístico. Não é registrável como desenho industrial: I - o que for contrário à moral e aos bons costumes ou que ofenda a honra ou imagem de pessoas, ou atente contra liberdade de consciência, crença, culto religioso ou ideia e sentimentos dignos de respeito e veneração; II - a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada essencialmente por considerações técnicas ou funcionais.

Extinção do registro de desenho industrial

Expiração do prazo de vigência

O registro vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos contados da data do depósito, prorrogável por 3 (três) períodos sucessivos de 5 (cinco) anos cada. O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de vigência do registro, instruído com o comprovante do pagamento da respectiva retribuição. Se o pedido de prorrogação não tiver sido formulado até o termo final da vigência do registro, o titular poderá fazê-lo nos 180 (cento e oitenta) dias subsequentes, mediante

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o pagamento de retribuição adicional.

Renúncia Ato formal em que o titular abre mão perante o INPI da titularidade da propriedade industrial. A renúncia só será admitida se não prejudicar direitos de terceiros.

Falta da retribuição quinquenal

O titular do registro está sujeito ao pagamento de retribuição quinquenal, a partir do segundo quinquênio da data do depósito. O pagamento do segundo quinquênio será feito durante o 5º (quinto) ano da vigência do registro. O pagamento dos demais quinquênios será apresentado junto com o pedido de prorrogação. O pagamento dos quinquênios poderá ainda ser efetuado dentro dos 6 (seis) meses subsequentes, mediante pagamento de retribuição adicional.

Inobservância do art. 217 A pessoa domiciliada no exterior deverá constituir e manter procurador devidamente qualificado e domiciliado no País, com poderes para representá-la administrativa e judicialmente, inclusive para receber citações. Não havendo tal procurador, o registro de desenho industrial será extinto.

Classificação legal sobre marcas

Marca de produto ou serviços

Aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa.

Marca de certificação Aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada. São exemplos, o selo do Inmetro e os selos ISO.

Marca coletiva Aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade (associação empresarial, grupo econômico, dentre outros).

Marca de alto renome À marca registrada no Brasil considerada de alto renome será assegurada proteção especial, em todos os ramos de atividade.

Marca notoriamente conhecida

A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade goza de proteção especial, independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil.

Direitos sobre a marca

Aquisição A propriedade da marca adquire-se pelo registro validamente expedido, conforme as disposições desta Lei, sendo assegurado ao titular seu uso exclusivo em todo o território nacional. Toda pessoa que, de boa fé, na data da prioridade ou depósito, usava no País, há pelo menos 6 (seis) meses, marca idêntica ou semelhante, para distinguir ou certificar produto ou serviço idêntico, semelhante ou afim, terá direito de precedência ao registro. O direito de precedência somente poderá ser cedido juntamente com o negócio da empresa, ou

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parte deste, que tenha direta relação com o uso da marca, por alienação ou arrendamento.

Proteção conferida

Ao titular da marca ou ao depositante é ainda assegurado o direito de: I - ceder seu registro ou pedido de registro; II - licenciar seu uso; III - zelar pela sua integridade material ou reputação. O titular da marca não poderá: I - impedir que comerciantes ou distribuidores utilizem sinais distintivos que lhes são próprios, juntamente com a marca do produto, na sua promoção e comercialização; II - impedir que fabricantes de acessórios utilizem a marca para indicar a destinação do produto, desde que obedecidas as práticas leais de concorrência; III - impedir a livre circulação de produto colocado no mercado interno, por si ou por outrem com seu consentimento; e IV - impedir a citação da marca em discurso, obra científica ou literária ou qualquer outra publicação, desde que sem conotação comercial e sem prejuízo para seu caráter distintivo.

Prazo de vigência

O registro da marca vigorará pelo prazo de 10 (dez) anos, contados da data da concessão do registro, prorrogável por períodos iguais e sucessivos. O pedido de prorrogação deverá ser formulado durante o último ano de vigência do registro, instruído com o comprovante do pagamento da respectiva retribuição. Se o pedido de prorrogação não tiver sido efetuado até o termo final da vigência do registro, o titular poderá fazê-lo nos 6 (seis) meses subsequentes, mediante o pagamento de retribuição adicional.

Extinção do registro de marca

Expiração do prazo de vigência

O prazo de vigência expira em 10 anos contados da data da concessão do registro, ou de sua prorrogação.

Renúncia Ato formal em que o titular abre mão perante o INPI da titularidade da propriedade industrial. A renúncia só será admitida se não prejudicar direitos de terceiros. Só será admitida a renúncia ao registro de marca coletiva quando requerida nos termos do contrato social ou estatuto da própria entidade, ou, ainda, conforme o regulamento de utilização.

Caducidade Caducará o registro, a requerimento de qualquer pessoa com legítimo interesse se, decorridos 5 (cinco) anos da sua concessão, na data do requerimento: I - o uso da marca não tiver sido iniciado no Brasil; ou II - o uso da marca tiver sido interrompido por mais de 5 (cinco) anos consecutivos, ou se, no mesmo prazo, a marca tiver sido usada com modificação que implique alteração de seu caráter distintivo original, tal como constante do certificado de registro. Não ocorrerá caducidade se o titular justificar o desuso da marca por razões legítimas.

Inobservância do art. 217 A pessoa domiciliada no exterior deverá constituir e manter procurador devidamente qualificado e domiciliado no País, com poderes para representá-

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la administrativa e judicialmente, inclusive para receber citações. Não havendo tal procurador, o registro de marca será extinto.

Causas especiais O registro de marcas coletivas e de certificação poderá, ainda, ser extinto quando: I - a entidade deixar de existir; ou II - a marca for utilizada em condições outras que não aquelas previstas no regulamento de utilização.

QUESTÕES I. Introdução ao Direito Empresarial (XVII Exame) Paulo, casado no regime de comunhão parcial com Jacobina, é empresário enquadrado como microempreendedor individual (MEI). O varão pretende gravar com hipoteca o imóvel onde está situado seu estabelecimento, que serve exclusivamente aos fins da empresa. De acordo com o Código Civil, assinale a opção correta. (A) Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento. (B) Paulo não pode, sem a outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento, salvo no regime de separação de bens. (C) Paulo, qualquer que seja o regime de bens, depende de outorga conjugal para gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento. (D) Paulo pode, sem necessidade de outorga conjugal, gravar com hipoteca os imóveis que integram o seu estabelecimento, salvo no regime da comunhão universal. RESPOSTA Nos termos do art. 978 do Código Civil. Alternativa A. (XVII Exame) Assinale a alternativa correta em relação aos conceitos de empresa e empresário no Direito Empresarial. (A) Empresa é a sociedade com ou sem personalidade jurídica; empresário é o sócio da empresa, pessoa natural ou jurídica com responsabilidade limitada ao valor das quotas integralizadas. (B) Empresa é qualquer atividade econômica destinada à produção de bens; empresário é a pessoa natural que exerce profissionalmente a empresa e tenha receita bruta anual de até R$ 100.000,00 (cem mil reais). (C) Empresa é a atividade econômica organizada para a produção e/ou a circulação de bens e de serviços; empresário é o titular da empresa, quem a exerce em caráter profissional. (D) Empresa é a repetição profissional dos atos de comércio ou mercancia; empresário é a pessoa natural ou jurídica que pratica de modo habitual tais atos de comércio. RESPOSTA Nos termos do art. 966 do Código Civil. Alternativa C. (XVI Exame) Uma das obrigações da sociedade empresária é seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência com a documentação respectiva, e levantar anualmente o balanço patrimonial e o de resultado econômico. A partir do exposto, assinale a afirmativa correta. (A) A ausência de autenticação dos instrumentos de escrituração na Junta Comercial não impede que os livros da sociedade empresária sejam utilizados em juízo como prova documental a seu favor. (B) Em razão da evolução tecnológica, passou a ser vedada a escrituração manual do Livro Diário, devendo a sociedade empresária adotar livros digitais em suas operações. (C) O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e indicará o ativo e o passivo distintamente. (D) Os assentos lançados nos livros da sociedade empresária, por qualquer dos contabilistas encarregados de sua escrituração, não obrigam a pessoa jurídica, se tais livros não estiverem autenticados na Junta Comercial. RESPOSTA (A) Art. 226. (B) Art. 1.180. (C) Art. 1.188. (D) Art. 226. Todos os dispositivos são do Código Civil. Alternativa C.

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(XV Exame) Alfredo Chaves exerce, em caráter profissional, atividade intelectual de natureza literária, com a colaboração de auxiliares. O exercício da profissão constitui elemento de empresa. Não há registro da atividade por parte de Alfredo Chaves em nenhum órgão público. Com base nessas informações e nas disposições do Código Civil, assinale a afirmativa correta. (A) Alfredo Chaves não é empresário, porque exerce atividade intelectual de natureza literária. (B) Alfredo Chaves não é empresário, porque não possui registro em nenhum órgão público. (C) Alfredo Chaves é empresário, independentemente da falta de inscrição na Junta Comercial. (D) Alfredo Chaves é empresário, porque exerce atividade não organizada em caráter profissional. Resposta Nos termos do art. 966 do Código Civil. Alternativa C. (V Exame) Em relação à incapacidade e proibição para o exercício da empresa, assinale a alternativa correta. (A) Caso a pessoa proibida de exercer atividade de empresário praticar tal atividade, deverá responder pelas obrigações contraídas, podendo até ser declarada falida. (B) Aquele que tenha impedimento legal para ser empresário está impedido de ser sócio ou acionista de uma sociedade empresária. (C) Entre as pessoas impedidas de exercer a empresa, está o incapaz, que não poderá exercer tal atividade. (D) Por se tratar de matéria de ordem pública e considerando que a continuação da empresa interessa a toda a sociedade, quer em razão da arrecadação de impostos, quer em razão da geração de empregos, caso a pessoa proibida de exercer a atividade empresarial o faça, poderá requerer a recuperação judicial. Resposta (A) Art. 973, CC. (B) Conforme orientação doutrinária, quem está impedido de ser empresário também está impedido de ser administrador. (C) Art. 974, CC. (D) Art. 48, Lei n. 11.101/2005. Alternativa A. (IX Exame) Sobre o exercício da empresa por incapaz, assinale a afirmativa correta. (A) O incapaz deverá estar representado ou ser devidamente assistido, ter no mínimo 10 (dez) anos de idade e ser autorizado pelo Registro Público de Empresas Mercantis. (B) Os bens que o incapaz já possuía ao tempo da incapacidade ou interdição ficam sujeitos aos resultados da empresa, desde que estranhos ao acervo desta. (C) O alvará de autorização e a eventual revogação deste serão inscritos ou averbados no Registro Civil de Pessoas Naturais e publicados na imprensa oficial. (D) Se o representante ou assistente do incapaz for um servidor público em atividade, será nomeado, com a aprovação do juiz, um ou mais gerentes. Resposta Nos termos dos arts. 974 e 975 do Código Civil. Alternativa D. (XIII Exame) Olímpio Noronha é servidor público militar ativo e, concomitantemente, exerce pessoalmente atividade econômica organizada sem ter sua firma inscrita na Junta Comercial. Em relação às obrigações assumidas por Olímpio Noronha, assinale a alternativa correta. (A) São válidas tanto as obrigações assumidas no exercício da empresa quanto estranhas a essa atividade e por elas Olímpio Noronha responderá ilimitadamente. (B) São nulas todas as obrigações assumidas, porque Olímpio Noronha não pode ser empresário concomitantemente com o serviço público militar. (C) São válidas apenas as obrigações estranhas ao exercício da empresa, pelas quais Olímpio Noronha responderá ilimitadamente; as demais são nulas. (D) São válidas apenas as obrigações relacionadas ao exercício da empresa e por elas Olímpio Noronha responderá limitadamente; as demais são anuláveis. Resposta Nos termos do art. 973 do Código Civil. Alternativa A. (VI Exame) A respeito do nome empresarial, é correto afirmar que (A) o nome empresarial pode ser objeto de contrato de compra e venda. (B) a sociedade em conta de participação, por possuir personalidade jurídica, pode adotar firma ou denominação. (C) a sociedade anônima será designada somente por meio de denominação. (D) a sociedade limitada será designada somente por meio de firma. Resposta (A) Art. 1.164. (B) Art. 1.162. (C) Art. 1.160. (D) Art. 1.158. Todos os dispositivos são do Código Civil. Alternativa C.

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(VIII Exame) José decidiu constituir uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) para atuar no município ―X‖ e consultou um advogado para obter esclarecimentos sobre a administração da EIRELI. Assinale a alternativa que apresenta a informação correta dada pelo advogado. (A) A designação de administrador não sócio depende do voto favorável de 2/3 (dois terços) do capital social, se este não estiver integralizado. (B) A administração atribuída pelo contrato a qualquer dos sócios da EIRELI não se estende de pleno direito aos que posteriormente adquirirem essa qualidade. (C) O administrador da EIRELI, seja o próprio instituidor ou terceiro, responde por culpa no desempenho de suas atribuições perante terceiros prejudicados. (D) O titular da EIRELI poderá usar a firma ou denominação, sendo vedado seu uso pelo terceiro, ainda que seja designado administrador. Resposta Nos termos do art. 980-A, § 6º, em interpretação conjunta com o art. 1.016, ambos do Código Civil. Alternativa C. (XIII Exame) Ananias Targino consulta sua advogada para saber as providências que deve tomar para publicizar o trespasse do estabelecimento da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI) por ele constituída e enquadrada como microempresa, cuja firma é Ananias Targino EIRELI ME. A advogada corretamente respondeu que (A) é dispensável qualquer publicização ou arquivamento do contrato de trespasse do estabelecimento por ser a EIRELI enquadrada como microempresa. (B) é dispensável o arquivamento do contrato de trespasse no Registro Público de Empresas Mercantis, mas ele deverá ser publicado na imprensa oficial. (C) é dispensável o arquivamento do contrato de trespasse no Registro Público de Empresas Mercantis, mas ele deverá ser publicado na imprensa oficial e em jornal de grande circulação. (D) é dispensável a publicação do contrato de trespasse na imprensa oficial, mas ele deverá ser arquivado no Registro Público de Empresas Mercantis. Resposta Nos termos do art. 71 da Lei Complementar n. 123/2006. Alternativa D. (XV Exame) Almino José consultou seu advogado com o intuito de constituir uma Empresa Individual de Responsabilidade Limitada – EIRELI. Com base na legislação aplicável à EIRELI, assinale a opção que apresenta a resposta correta dada pelo advogado. (A) O administrador da EIRELI deverá ser nomeado no ato constitutivo e será apenas o sócio, seu cônjuge ou parente até o 3º grau dessas pessoas. (B) O ato constitutivo da EIRELI deverá ser arquivado no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, independentemente do objeto. (C) As deliberações infringentes da lei que Almino José vier a tomar acarretarão sua responsabilidade ilimitada pelas obrigações da pessoa jurídica. (D) Caso a receita bruta anual da EIRELI seja inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais), será possível enquadrá-la microempreendedor individual (MEI). Resposta Nos termos do art. 980-A, § 6º, em interpretação conjunta com o art. 1.080, ambos do Código Civil. Alternativa C. (X Exame) Lavanderias Roupa Limpa Ltda. (―Roupa Limpa‖) alienou um de seus estabelecimentos comerciais, uma lavanderia no bairro do Jacintinho, na cidade de Maceió, para Caio da Silva, empresário individual. O contrato de trespasse foi omisso quanto à possibilidade de restabelecimento da ―Roupa Limpa‖, bem como nada dispôs a respeito da responsabilidade de Caio da Silva por débitos anteriores à transferência do estabelecimento. Nesse cenário, assinale a afirmativa correta. (A) O contrato de trespasse será oponível a terceiros, independentemente de qualquer registro na Junta Comercial ou publicação. (B) Caio da Silva não responderá por qualquer débito anterior à transferência, exceto os que não estiverem devidamente escriturados. (C) Na omissão do contrato de trespasse, Roupa Limpa poderá se restabelecer no bairro do Jacintinho e fazer concorrência a Caio da Silva.

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(D) Não havendo autorização expressa, ―Roupa Limpa‖ não poderá fazer concorrência a Caio da Silva, nos cinco anos subsequentes à transferência. Resposta (A) Art. 1.144. (B) Art. 1.146. (C) Art. 1.145. (D) Art. 1.145. Todos os dispositivos são do Código Civil. Alternativa D. (XII Exame) No contrato de alienação do estabelecimento da sociedade empresária Chaves & Cia Ltda., com sede em Theobroma, ficou pactuado que não haveria sub-rogação do adquirente nos contratos celebrados pelo alienante, em vigor na data da transferência, relativos ao fornecimento de matéria-prima para o exercício da empresa. Um dos sócios da sociedade empresária consulta sua advogada para saber se a estipulação é válida. Consoante as disposições legais sobre o estabelecimento, assinale a afirmativa correta. (A) A estipulação é nula, pois o contrato de alienação do estabelecimento não pode afastar a sub-rogação do adquirente nos contratos celebrados anteriormente para sua exploração. (B) A estipulação é válida, pois o contrato de alienação do estabelecimento pode afastar a sub-rogação do adquirente nos contratos celebrados anteriormente para sua exploração. (C) A estipulação é anulável, podendo os terceiros rescindir seus contratos com a sociedade empresária em até 90 (noventa) dias a contar da publicação da transferência. (D) A estipulação é considerada não escrita, por desrespeitar norma de ordem pública que impõe a solidariedade entre alienante e adquirente pelas obrigações referentes ao estabelecimento. Resposta Nos termos do art. 1.148 do Código Civil. Alternativa B. (X Exame) Heliodora Moda Feminina Ltda. é locatária de uma loja situada no shopping center Mateus Leme. Sobre o contrato de locação de uma unidade comercial em shopping center, assinale a afirmativa correta. (A) O locador poderá recusar a renovação do contrato com fundamento na necessidade de ele próprio utilizar o imóvel. (B) As despesas cobradas do locatário não precisam estar previstas em orçamento, desde que devidamente demonstradas. (C) O empreendedor poderá cobrar do locatário as despesas com obras de reformas que interessem à estrutura do shopping. (D) As condições livremente pactuadas no contrato respectivo prevalecerão nas relações entre os lojistas e o empreendedor. Resposta (A) Art. 52, § 2º. (B) Art. 54, § 2º. (C) Art. 54, § 1º. (D) Art. 54. Todos os dispositivos são da Lei n. 8.245/91. Alternativa D. (XI Exame) Vanderlei de Assis pretende iniciar uma atividade empresarial na cidade de Novo Repartimento. Consulta um advogado para receber esclarecimentos sobre o registro de empresário e os efeitos dele decorrentes, informando que a receita bruta anual prevista para a futura atividade será inferior a R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). As informações prestadas abaixo estão corretas, à exceção de uma. Assinale-a. (A) Se no curso da atividade empresarial Vanderlei de Assis vier a admitir algum sócio, poderá solicitar ao Registro Público de Empresas Mercantis a transformação de seu registro de empresário para registro de sociedade empresária. (B) Em razão de sua receita bruta anual prevista, Vanderlei poderá solicitar seu enquadramento como microempreendedor individual – MEI, devendo indicar no requerimento a firma individual com a assinatura autógrafa. (C) A inscrição de empresário no Registro Público de Empresas Mercantis, embora obrigatória, não é constitutiva para fins de sua caracterização, mas permite usufruir das prerrogativas legais concedidas aos empresários regulares. (D) A inscrição do empresário obedecerá ao número de ordem contínuo para todos os empresários inscritos e quaisquer modificações nela ocorrentes serão averbadas à margem, com as mesmas formalidades. Resposta Nos termos do art. 968, § 5°, do Código Civil. Alternativa B. II. Noções Gerais de Direito Societário (XVII Exame) Perseu, em 2012, ingressa numa sociedade simples, constituída em 2008, formada por cinco pessoas naturais e com sede na cidade de Primeira Cruz. De acordo com as disposições do Código Civil sobre a sociedade simples, assinale a afirmativa correta.

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(A) Perseu é responsável por todas as dívidas sociais anteriores à admissão. (B) Perseu responde apenas pelas dívidas sociais posteriores à admissão. (C) Perseu responde apenas pelas dívidas sociais contraídas no ano anterior à admissão. (D) Perseu não responde pelas dívidas sociais anteriores e posteriores à admissão. RESPOSTA Nos termos do art. 1.025 do Código Civil. Alternativa A. (XVIII Exame) O contrato da sociedade do tipo simples Angélica Médicos Associados é omisso quanto à possibilidade de sucessão por morte de sócio. Inocência, uma das sócias, consulta você para saber qual a regra prevista no Código Civil para esse caso. Você respondeu corretamente que, com a morte de sócio, A) opera-se a dissolução da sociedade de pleno direito. Caberá a liquidação da quota do sócio falecido, cujo valor, considerado pelo montante efetivamente realizado, será apurado, com base no último balanço aprovado, salvo disposição contratual em contrário. B) opera-se a sucessão dos herdeiros do sócio falecido na sociedade. Os herdeiros poderão pleitear o levantamento de balanço de resultado econômico para verificação da situação patrimonial da sociedade à data do óbito, salvo disposição contratual em contrário. C) opera-se a resolução da sociedade em relação ao sócio falecido. Caberá a liquidação da quota do falecido, cujo valor, considerado pelo montante efetivamente realizado, será apurado, com base na situação patrimonial da sociedade à data do óbito, verificada em balanço especialmente levantado, salvo disposição contratual em contrário. D) opera-se a substituição do sócio falecido mediante acordo dos sócios remanescentes com os herdeiros. Os herdeiros poderão pleitear a liquidação da quota com base no valor econômico da sociedade, a ser apurado em avaliação por três peritos ou por sociedade especializada, mediante laudo fundamentado, salvo disposição contratual em contrário. RESPOSTA: Nos termos do art. 1.028, do Código Civil. Alternativa C. (XVI Exame) Terezinha, sócia minoritária e administradora da sociedade Z & Cia. Ltda., com participação de 23% no capital social, foi excluída da sociedade por ter se apropriado de bens sociais e alienado-os de forma fraudulenta. A exclusão extrajudicial observou todos os requisitos legais, tendo sido inclusive, aprovada em assembleia própria, com quórum superior à metade do capital social. Após a deliberação, foi alterado o contrato social com a nova composição societária e realizado o arquivamento na Junta Comercial. Efetuado o registro da alteração contratual, Z & Cia. Ltda. deverá (A) realizar a liquidação das quotas de Terezinha, com base no último balanço aprovado; a ex-sócia não responderá pelas obrigações sociais anteriores porque, na sociedade limitada, sua responsabilidade é restrita ao valor do capital social. (B) ser dissolvida, cabendo aos sócios remanescentes investir em suas funções; a ex-sócia receberá o valor de suas quotas, apurado com base em balanço especial, no curso da liquidação, após o pagamento aos credores. (C) reduzir compulsoriamente o capital, sendo vedado aos demais sócios suprir o valor da quota de Terezinha; esta responderá subsidiariamente pelas obrigações sociais até dois anos contados da data da deliberação que a excluiu da sociedade. (D) realizar a liquidação das quotas de Terezinha, com base em balanço especial; a ex-sócia responderá pelas obrigações sociais anteriores, até dois anos após a averbação da resolução da sociedade na Junta Comercial. RESPOSTA Nos termos dos arts. 1.031 e 1.032 do Código Civil. Alternativa D. (IX Exame) Leia o trecho a seguir. Companhia cuja totalidade das ações em que se divide o capital pertence a uma sociedade brasileira. Essa definição refere-se à (A) subsidiária integral. (B) sociedade em conta de participação. (C) sociedade limitada. (D) sociedade de propósito específico. Resposta Nos termos do art. 251 da Lei n. 6.404/76. Alternativa A. (V Exame) A respeito da sociedade em comum, é correto afirmar que

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(A) os sócios respondem individual e ilimitadamente pelas obrigações sociais. (B) são regidas pelas disposições das sociedades simples. (C) na relação com terceiros, os sócios podem comprovar a existência da sociedade de qualquer modo. (D) os sócios são titulares em comum das dívidas sociais. Resposta (A) Art. 990. (B) Art. 986. (C) Art. 987. (D) Art. 988. Todos os dispositivos são do Código Civil. Alternativa D. (VII Exame) Em relação à Sociedade em Conta de Participação NÃO é correto afirmar que (A) é uma sociedade empresária personificada e de pessoas. (B) a atividade constitutiva do objeto social deve ser exercida unicamente pelo sócio ostensivo. (C) o contrato social produz efeito somente entre os sócios. (D) as contribuições dos sócios participante e ostensivo constituem patrimônio especial. Resposta A sociedade em conta de participação não adquire personalidade jurídica, nos termos do art. 993 do Código Civil. Alternativa A. (VIII Exame) A respeito do sócio ostensivo da sociedade em conta de participação, assinale a afirmativa correta. (A) É também chamado de sócio oculto. (B) É o único responsável pela atividade constitutiva do objeto social. (C) É o novo sócio admitido, mesmo que sem o consentimento dos demais, quando a sociedade necessitar de um aporte de capital. (D) É o único sócio ostensivo da sociedade, vedada a pluralidade de sócios dessa natureza. Resposta Nos termos do art. 991 do Código Civil. Alternativa B. (XIV Exame) Mariana, Januária e Cristina decidiram constituir uma sociedade em conta de participação, sendo a primeira sócia ostensiva e as demais sócias participantes. Sobre o caso apresentado, de acordo com as disposições do Código Civil, assinale a opção correta. (A) É vedada a participação de mais de um sócio ostensivo na sociedade em conta de participação; logo, as demais sócias não poderão ter a qualidade de sócio ostensivo. (B) As sócias participantes Januária e Cristina poderão fiscalizar a gestão dos negócios sociais pela sócia ostensiva Mariana. (C) A sociedade em conta de participação deverá adotar como nome empresarial firma social, da qual deverá fazer parte a sócia ostensiva. (D) A sociedade somente poderá existir se o contrato não estiver inscrito em qualquer registro, pois é uma sociedade não personificada. Resposta Nos termos do art. 993, parágrafo único, do Código Civil. Alternativa B. (VI Exame) A respeito da definição de responsabilidade dos sócios nos diferentes tipos societários, é correto afirmar que (A) nas sociedades anônimas, os sócios podem ser responsabilizados no limite do capital social, não estando sua responsabilidade limitada ao preço de emissão das ações que subscreveram ou adquiriram. (B) nas sociedades em comandita simples, os sócios comanditários são responsáveis solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. (C) nas sociedades limitadas, a responsabilidade de cada quotista é limitada ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. (D) nas sociedades em comum, os sócios respondem ilimitadamente pelas obrigações da sociedade, mas não haverá solidariedade entre eles. Resposta (A) Art. 1.088. (B) Art. 1.045. (C) Art. 1.052. (D) Art. 990. Todos os dispositivos são do Código Civil. Alternativa C. (II Exame) Antonio e Joana casaram-se pelo regime da comunhão parcial de bens. Após o casamento, Antonio tornou-se sócio de sociedade simples com 1000 quotas, representativas de 20% do capital da sociedade. Passado alguns anos o casal veio a se separar judicialmente. Assinale a alternativa que indique o que Joana pode fazer em relação às quotas de seu ex-cônjuge.

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(A) Solicitar judicialmente a partilha das quotas de Antonio, ingressando na sociedade com 500 quotas ou 10% do capital social. (B) Requerer a dissolução parcial da sociedade de modo a receber o valor de metade das quotas de Antonio calculado com base em balanço especialmente levantado, tomando-se com base a data da separação. (C) Participação da divisão de lucros até que se liquide a sociedade, ainda que não possa nela ingressar. (D) Requerer a dissolução da sociedade e a liquidação dos bens sociais para que, apurados os haveres dos sócios, possa receber a parte que lhe pertence das quotas de seu ex-cônjuge. Resposta Nos termos do art. 1.027 do Código Civil. Alternativa C. (III Exame) Com relação à exclusão do sócio por justa causa, assinale a alternativa correta. (A) como o sócio majoritário possui a maioria do capital social, ele não poderá ser expulso em razão da vontade dos demais sócios, ainda que haja justo motivo para tal expulsão. (B) a deliberação para exclusão do sócio majoritário não remisso deve ocorrer em assembleia convocada especificamente para tal fim, sendo a deliberação comunicada ao sócio que se visa excluir, e este deverá, em 48 horas, deixar a sociedade, podendo após esse prazo ser feita a devida alteração contratual. (C) se for ajuizada ação para se efetivar a expulsão do sócio, o juiz somente poderá verificar os aspectos formais que levaram à exclusão, como, por exemplo, se se respeitou o quórum necessário, não podendo examinar o mérito do ato expulsório. (D) a justa causa é a violação ou falta de cumprimento das obrigações sociais, sendo que o sócio excluído não perde o valor patrimonial de sua participação societária. Resposta Nos termos dos arts. 1.030 e 1.085 do Código Civil. Alternativa D. (XI Exame) Cinco pessoas naturais residentes no município X decidiram constituir uma sociedade cooperativa e procuraram uma advogada para a elaboração do estatuto social. Com base nas disposições para esta espécie societária previstas no Código Civil, é correto afirmar que (A) o estatuto deverá conter cláusula indicativa do valor do capital social, que será fixo durante toda a existência da sociedade. (B) aplicam-se às cooperativas as disposições do Código Civil referentes às sociedades anônimas, na omissão da legislação especial. (C) os sócios responderão sempre de forma solidária, ilimitada e subsidiária pelas obrigações sociais, por ser a cooperativa uma sociedade de pessoas. (D) se a cooperativa possuir capital social, as quotas serão intransferíveis a terceiros estranhos à sociedade, ainda que por direito hereditário. Resposta (A) Art. 1.094, I. (B) Art. 1.096. (C) Art. 1.095. (D) Art. 1.094, IV. Todos os dispositivos são do Código Civil. Alternativa D. III. Sociedade Limitada (IX Exame) A sociedade limitada encontra-se regulada nos artigos 1052 a 1087 do Código Civil. Para que ela possa atingir sua finalidade, necessita de patrimônio, já que sua personalidade é diversa da personalidade dos sócios. Em relação ao capital e ao patrimônio social desse tipo societário, assinale a afirmativa incorreta. (A) No momento em que a sociedade limitada é constituída e inicia a atividade que constitui o objeto social, o patrimônio é igual ao capital social. (B) Na constituição da sociedade há possibilidade do ingresso de sócio cuja contribuição consista exclusivamente em prestação de serviços. (C) A distribuição dolosa de lucros ilícitos acarreta a responsabilidade solidária dos administradores que a realizarem e dos sócios que os receberem. (D) O sócio remisso é aquele que não integraliza sua quota na forma e prazo previstos, podendo, por esse fato, ser excluído da sociedade. Resposta Nos termos do art. 1.055, § 2º, do Código Civil. Alternativa B. (II Exame) No que se refere à cessão de quotas de sociedade empresária limitada, assinale a alternativa correta. (A) o cedente responde solidariamente com o cessionário perante a sociedade e terceiros pelas obrigações que tinha como sócio até 3 anos após averbado no registro competente a modificação do contrato social.

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(B) na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a quem já seja sócio, independentemente da audiência dos demais. (C) a cessão de quotas, consubstanciada na respectiva alteração contratual, terá eficácia entre cedente e cessionário somente após a sua averbação perante o órgão competente. (D) Na omissão do contrato, o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, para terceiro, estranho ao quadro de sócios, somente se houver a concordância da unanimidade dos demais sócios. Resposta Nos termos dos arts. 1.003 e 1.057 do Código Civil. Alternativa B. (XV Exame) Na cláusula décima do contrato social de Populina Comércio de Brinquedos Ltda., ficou estabelecido que: ―A cessão a qualquer título da quota de qualquer dos sócios depende da oferta prévia aos demais sócios (direito de preferência) nas mesmas condições da oferta a não sócio. Caso, após o decurso de 30 (trinta) dias, não haja interessado, o cedente poderá livremente realizar a cessão da quota a não sócio‖. Tendo em vista as disposições do Código Civil acerca de cessão de quotas na sociedade limitada, assinale a afirmativa correta. (A) A cláusula é integralmente válida, tendo em vista ser lícito aos sócios dispor no contrato sobre as regras a serem observadas na cessão de quotas. (B) A cláusula é nula, porque não é lícito aos sócios dispor no contrato sobre a cessão de quotas, eis que ela depende sempre do consentimento dos demais sócios. (C) A cláusula é ineficaz em relação a terceiros, porque o sócio pode ceder sua quota, total ou parcialmente, a outro sócio, independentemente da audiência dos demais. (D) A cláusula é válida parcialmente, sendo nula na parte em que autoriza a cessão a não sócio, eis que ela depende sempre do consentimento de três quartos do capital social. Resposta Nos termos do art. 1.057 do Código Civil. Alternativa A. (IX Exame) A sociedade Farias, Macedo & Cia Ltda., com sede em Floreal, instalou Conselho Fiscal composto por cinco integrantes, nenhum deles sócio, eleitos pela assembleia dos sócios com quorum de maioria simples, com mandato até a próxima assembleia anual. Consultada uma advogada para opinar, ela afirmou corretamente que (A) o Conselho Fiscal deve ser composto apenas por sócios pessoas naturais. (B) a instituição de Conselho Fiscal é uma prerrogativa exclusiva das companhias. (C) o quorum para eleição dos membros do Conselho Fiscal é de 2/3 do capital. (D) a eleição dos membros do Conselho Fiscal compete à assembleia anual dos sócios. Resposta (A) Pode ser composto por sócios ou terceiro. (B) Pode ser instituído também em sociedade limitada e em sociedade cooperativa. (C) O quórum é de maioria simples. (D) Art. 1.067, CC. Alternativa D. (V Exame) A respeito da deliberação dos sócios na Sociedade Limitada, é correto afirmar que (A) a assembleia somente pode ser convocada pelos administradores eleitos no contrato social. (B) as formalidades legais de convocação são dispensadas quando todos os sócios se declararem, por escrito, cientes do local, data, hora e ordem do dia. (C) a deliberação em assembleia será obrigatória se o número de sócios for superior a cinco. (D) as deliberações tomadas de conformidade com a lei e o contrato vinculam os sócios ausentes, mas não os dissidentes. Resposta (A) Art. 1.073. (B) Art. 1.072, § 2º. (C) Art. 1.072, § 1º. (D) Art. 1.072, § 5º. Todos os dispositivos são do Código Civil. Alternativa B. (IV Exame) Em relação à modificação do capital social das sociedades limitadas, assinale a alternativa correta. (A) Há direito de preferência do sócio no caso de aumento do capital social, exercendo, primeiro, esse direito o sócio majoritário, que poderá adquirir todas as quotas ou quantas lhe interessarem. Após exercido esse direito, caso restem quotas a serem adquiridas, terá preferência sobre os demais quem tiver maior número de quotas, e assim sucessivamente. (B) Uma das hipóteses para que haja diminuição do capital social é que a sociedade tenha tido prejuízos que não serão mais recuperados, devendo-se, nesse caso, haver diminuição proporcional do valor das quotas, tornando-se efetiva essa diminuição a partir do momento em que for feita a averbação no cartório competente da ata da assembleia que a aprovou. (C) A diminuição do capital social é direito da sociedade, não podendo haver objeção por parte dos credores.

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(D) Para que haja aumento do capital social, não há necessidade de os sócios terem integralizado totalmente suas quotas. Resposta (A) Art. 1.081, § 1º. (B) Art. 1.083. (C) Art. 1.084, § 1º. (D) Art. 1.081. Todos os dispositivos são do Código Civil. Alternativa B. (VI Exame) A respeito das sociedades limitadas, assinale a alternativa correta. (A) A sociedade limitada, nas omissões das normas estabelecidas pelo Código Civil, será regida pela Lei 6.404/1976. (B) A cessão de quotas de um quotista de uma sociedade limitada para outro quotista da mesma sociedade dependerá de prévia autorização estatutária. (C) A sociedade limitada é administrada por uma ou mais pessoas designadas no contrato social ou em ato separado. (D) Não dependerá de deliberação dos quotistas a nomeação ou a destituição dos administradores. Resposta (A) Art. 1.053. (B) Art. 1.057. (C) Art. 1.060. (D) Art. 1.071. Todos os dispositivos são do Código Civil. Alternativa C. IV. Sociedade Anônima (X Exame) A respeito das diferenças existentes entre as sociedades anônimas abertas e fechadas, assinale a afirmativa correta. (A) A companhia será aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão sejam admitidos ou não à negociação no mercado de bolsa ou de balcão. (B) As companhias abertas poderão emitir partes beneficiárias, opções de compra de ações e bônus de subscrição. (C) O estatuto social de uma companhia fechada nunca poderá impor limitações à circulação das ações ordinárias mas poderá fazê-lo em relação às ações preferenciais. (D) As ações ordinárias e preferenciais de uma companhia aberta poderão ser de uma ou mais classes. Resposta (A) Art. 4 º .(B) Art. 47, parágrafo único. (C) Art. 36. (D) Art. 15, § 1°. Todos os dispositivos são da Lei n. 6.404/76. Alternativa A. (V Exame) Conforme o art. 4º, da Lei n. 6.404/76, as companhias podem ser classificadas em abertas ou fechadas, dependendo se seus valores mobiliários podem ou não ser negociados no Mercado de Valores Mobiliários. Em relação aos valores mobiliários das companhias abertas ou fechadas, assinale a alternativa correta. (A) Valores mobiliários são títulos que concedem a seu titular certos direitos em relação à companhia. São exemplos de valores mobiliários as ações, as debêntures, os bônus de subscrição e o certificado de valores mobiliários. (B) O Mercado de Valores Mobiliários (MVM) compreende as bolsas de valores, o mercado de balcão e o mercado de balcão organizado. Para a companhia poder negociar no MVM, deverá preencher certos requisitos e obter autorização do Comissão de Valores Mobiliários e da Junta Comercial. (C) As companhias abertas, caso queiram negociar suas ações, devem sempre fazê-lo por meio do mercado de valores mobiliários, ou seja, suas negociações serão sempre por oferta ao público em geral. (D) Partes beneficiárias são títulos emitidos tanto pela companhia aberta quanto pela fechada que dão a seu titular direito a percentual no lucro da companhia. Resposta (A) Art. 2º, Lei n. 6.385/76. (B) A Junta Comercial não tem relação com o MVM. (C) As companhias abertas têm a opção e não a obrigatoriedade de negociar suas ações no mercado. (D) Art. 47, parágrafo único, Lei n. 6.404/76. Alternativa A. (XI Exame) A respeito do capital autorizado, assinale a afirmativa correta. (A) O estatuto pode prever os casos ou as condições em que os acionistas não terão direito de preferência para subscrição. (B) A autorização para aumento do capital social pode ser conferida à diretoria da companhia, que pode ser competente para deliberar sobre as emissões. (C) O estatuto pode prever a emissão de partes beneficiárias ou bônus de subscrição, dentro do limite do capital autorizado.

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(D) Somente os estatutos de companhias fechadas podem conter autorização para aumento de capital social, independentemente de reforma estatutária. Resposta Nos termos do art. 168, da Lei n. 6.404/76. Alternativa A. (VI Exame) A respeito das debêntures, é correto afirmar que (A) as debêntures da mesma série terão igual valor nominal e conferirão a seus titulares os mesmos direitos. (B) o pagamento das debêntures sempre será estipulado em moeda nacional. (C) a debênture não constitui valor mobiliário, sendo classificada tão somente como título de crédito. (D) a companhia é obrigada a realizar a amortização das debêntures por meio de um único pagamento a seus titulares. Resposta (A) Art. 53, parágrafo único, Lei n. 6.404/76. (B) Art. 54, Lei n. 6.404/76. (C) Art. 2º, Lei n. 6.385/76. (D) Art. 55, Lei n. 6.404/76. Alternativa A. (VIII Exame) A Assembleia Geral de S.A. Empreendimentos Turísticos, companhia aberta sediada em ―X‖, delegou ao Conselho de Administração a deliberação sobre a oportunidade de emissão, época e condições de vencimento de debêntures conversíveis em ações. Petrossian Participações Ltda., acionista minoritário, consultou seu advogado sobre a legalidade da deliberação. Com relação ao fato acima, assinale a alternativa que apresenta a resposta correta à consulta. (A) A deliberação é válida, porque a deliberação sobre a oportunidade de emissão, a época e as condições de vencimento de debêntures conversíveis em ações pode ser delegada ao Conselho de Administração. (B) A deliberação é anulável, porque a deliberação sobre a oportunidade de emissão, a época e as condições de vencimento de debêntures conversíveis em ações é privativa da assembleia geral nas companhias abertas. (C) A deliberação é nula, porque a emissão de debêntures conversíveis em ações depende da autorização prévia dos titulares de ações preferenciais reunidos em assembleia especial convocada para esse fim. (D) A deliberação é ineficaz em relação aos acionistas minoritários, pois a emissão de debêntures conversíveis em ações acarretará aumento de capital com diluição injustificada de participação desses acionistas. Resposta Nos termos do art. 59, § 4º, da Lei n. 6.404/76. Alternativa A. (III Exame) As sociedades anônimas têm uma pesada estrutura, necessitando, assim, de vários órgãos para atingir seu desiderato, cada um com sua função específica. Um desses órgãos é a diretoria, sendo seus diretores efetivamente os administradores da companhia. Esses diretores possuem alguns deveres para com a sociedade empresarial e para com o mercado. Entre esses deveres encontra-se o desclosure, que é o dever: (A) que os diretores possuem de convocar os acionistas para deliberar sobre determinado assunto ou vários assuntos que devem constar de uma pauta previamente escolhida. (B) de fiscalizar os gastos da sociedade e se ela está cumprindo o disposto no estatuto social. (C) que os administradores têm para com o mercado de informar todas as operações em que a companhia estiver envolvida e que possam influir na cotação das suas ações, das debêntures e dos valores mobiliários. (D) que os administradores possuem de agir de forma diligente, respeitando o estatuto social, de forma a não causar prejuízos aos acionistas, podendo responder de forma pessoal com seu patrimônio caso violem esse dever. Resposta De acordo com orientação doutrinária e com o art. 157 da Lei n. 6.404/76. Alternativa C. (III Exame) A lei das sociedades por ações estabelece responsabilidades para os administradores, membros do conselho fiscal e para o acionista controlador. A violação a tais deveres pode causar responsabilidade civil, penal e administrativa. Em relação aos devedores e responsabilidades dos administradores, conselheiros e acionistas, assinale a alternativa correta. (A) o acionista controlador é sempre o acionista majoritário, ou seja, aquele com maior número de ações da companhia, devendo usar seu poder de controle para fazer, a qualquer custo, com que a companhia tenha uma maior margem de lucro. (B) somente nas companhias fechadas é que todos os administradores são responsáveis pelos prejuízos que causarem pelo não cumprimento dos deveres impostos pela lei para assegurar o funcionamento normal da companhia, ainda que, de acordo com o estatuto, tais deveres não sejam de competência de todos eles.

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(C) a única obrigação do acionista é a integralização de suas ações, não tendo qualquer outra responsabilidade para com a companhia. (D) para que os administradores sejam responsabilizados para prática de seus atos, há necessidade de se causarem prejuízos efetivos à companhia, e apenas se seus atos forem comissivos. Resposta (A) Art. 116. (B) Art. 158, § 2º. (C) Art. 115. (D) Art. 158, § 1º. Todos os dispositivos são da Lei n. 6.404/76. Alternativa B. (VI Exame) A respeito do direito de retirada no âmbito de uma companhia aberta, é correto afirmar que (A) o direito de retirada poderá ser exercido no prazo de 30 (trinta) dias contados da publicação da ata da assembleia geral, ainda que o titular das ações tenha se abstido de votar contra a deliberação ou não tenha comparecido à assembleia. (B) qualquer acionista da companhia que dissentir da deliberação que aprovar a alteração das vantagens conferidas a uma determinada classe de ações preferenciais poderá exercer o direito de recesso. (C) a deliberação que aprovar a fusão da companhia com outra sociedade gera, em qualquer hipótese, direito de retirada para os acionistas dissentes da deliberação. (D) o prazo para exercício do direito de retirada é prescricional. Resposta Nos termos do art. 137 da Lei n. 6.404/76. Alternativa A. (VII Exame) Sobre os direitos dos acionistas, é correto afirmar que (A) o direito de voto é garantido a todo acionista, independente da espécie ou classe de ações de que seja titular. (B) os acionistas deverão receber dividendos obrigatórios em todos os exercícios sociais. (C) o acionista terá direito de se retirar da companhia caso cláusula compromissória venha a ser introduzida no estatuto social. (D) o acionista tem o direito de fiscalizar as atividades sociais e sendo titular de mais de 5% do capital poderá requerer judicialmente a exibição dos livros da companhia, caso haja suspeita de irregularidades dos administradores. Resposta (A) Art. 111. (B) Art. 202, § 4º. (C) Art. 137. (D) Art. 105. Todos os dispositivos são da Lei n. 6.404/76. Alternativa D. (VI Exame) A respeito das diferenças entre a assembleia geral ordinária e a assembleia geral extraordinária de uma sociedade anônima, é correto afirmar que (A) a assembleia geral extraordinária poderá ser realizada a qualquer momento, sendo que a assembleia geral ordinária deverá ser realizada nos 5 (cinco) primeiros meses seguintes ao término do exercício social. (B) é competência privativa da assembleia geral ordinária deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição de dividendos. (C) a assembleia geral ordinária jamais terá competência para eleger os administradores da companhia. (D) a assembleia geral extraordinária não tem competência para deliberar sobre reforma do estatuto social. Resposta Nos termos dos arts. 122, 132 e 135 da Lei n. 6.404/76. Alternativa B. (XII Exame) Com relação às sociedades anônimas, assinale a opção correta. (A) As ações preferenciais são sempre ações sem direito de voto e com prioridade no recebimento de dividendos fixos e cumulativos. (B) A vantagem das ações preferenciais de companhia fechada pode consistir exclusivamente em prioridade no reembolso do capital. (C) A primeira convocação de assembleia geral de companhia fechada deverá ser feita no prazo de 15 (quinze) dias antes de sua realização. (D) O conselho de administração é órgão obrigatório em todas as sociedades anônimas fechadas, com capital autorizado e de economia mista. Resposta (A) Art. 111. (B) Art. 17. (C) Art. 124, § 1º, I. (D) Art. 138, § 2º. Todos os dispositivos são da Lei n. 6.404/76. Alternativa B. (XIV Exame) A Comissão de Valores Mobiliários poderá impor aos infratores de suas Resoluções, das normas da Lei n. 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações) e da Lei n. 6.385/76 (Lei do Mercado de Valores Mobiliários),

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dentre outras, a penalidade de inabilitação temporária, até o máximo de 20 (vinte) anos, para o exercício do cargo de administrador nas entidades relacionadas a seguir, à exceção de uma. Assinale-a. (A) Companhia Aberta. (B) Distribuidora de Valores Mobiliários. (C) Sociedade em Comum. (D) Bolsa de Valores. Resposta Nos termos do art. 15 da Lei n. 6.385/76. Alternativa C. V. Títulos de Crédito (XVII Exame) Lauro emitiu uma nota promissória com vencimento a dia certo em favor da sociedade empresária W Corretora de Imóveis Ltda. Embora o título esteja assinado pelo emitente, nele não constam a data e o lugar de emissão. Há cláusula de juros remuneratórios, com fixação de taxa anual de 12%. Antes do vencimento, o título recebeu aval em branco prestado por Pedro, irmão de Lauro. Sendo certo que os dados omitidos na nota promissória não foram preenchidos pela sociedade empresária antes da cobrança judicial, assinale a afirmativa correta. (A) Por se tratar de nota promissória com vencimento a dia certo, é válida a cláusula de juros remuneratórios. (B) O avalista em branco poderá alegar vício de forma como exceção ao pagamento perante a sociedade empresária. (C) A ausência do lugar de emissão na nota promissória acarreta sua nulidade, em razão da autonomia das obrigações cambiais. (D) Todos os dados omitidos na nota promissória deveriam ter sido preenchidos pela sociedade empresária até o dia do vencimento. Portanto, a ação de cobrança deverá observar o procedimento da ação monitória. RESPOSTA (A) Só é válida a cláusula de juros em nota promissória à vista ou a certo termo de vista (art. 5º, LUG). (B) A falta de data de emissão é considerada vício de forma (art. 1º c/c art. 2º, LUG). (C) Na ausência de lugar de emissão no título, considera-se emitido no lugar designado ao lado do nome do sacador (art. 2º, 4ª alínea, LUG). (D) O título pode ser preenchido até antes da cobrança ou do protesto (Súmula 387, STF). Alternativa B. (XVI Exame) Uma letra de câmbio no valor de R$ 13.000,00 (treze mil reais) endossada por Pilar com cláusula de mandato para o Banco Poxim S/A. Não tendo havido pagamento no vencimento, a cambial foi apresentada a protesto pelo endossatário-mandatário, tendo sido lavrado e registrado o protesto pelo tabelião. Dez dias após o protesto, Rui Palmeira, aceitante da letra de câmbio, compareceu ao tabelionato e apresentou declaração de anuência firmada apenas pelo endossante da letra de câmbio, com identificação do título e firma reconhecida. Não houve apresentação do título no original ou em sua cópia. À luz das disposições da Lei n. 9.492/97 sobre o cancelamento do protesto, é correto afirmar que o tabelião (A) não poderá realizar o cancelamento do protesto por faltar no documento apresentado a anuência do endossatário-mandatário. (B) não poderá realizar o cancelamento do protesto, porque esse ato é privativo do juiz, diferentemente da sustação do protesto. (C) poderá realizar o cancelamento do protesto, porque é suficiente a declaração de anuência firmada pelo endossante-mandante. (D) poderá realizar o cancelamento do protesto, porque o pedido foi feito no prazo legal (30 dias) e pelo aceitante, obrigado principal. RESPOSTA Nos termos do art. 26 da Lei n. 9.492/97. Alternativa C. (III Exame) Em relação aos títulos de crédito, é correto afirmar que, quando (A) presente na letra de câmbio, a cláusula ―não à ordem‖ impede a circulação do crédito. (B) insuficientes os fundos disponíveis o portador de um cheque pode requerer a responsabilidade cambiária do banco sacado pelo seu não pagamento. (C) firmado em branco, o aval na nota promissória é entendido como dado em favor do sacador. (D) não aceita a duplicata o protesto do título é a prova suficiente para o ajuizamento da ação de execução contra o sacado. Resposta (A) Art. 11, LUG. (B) Art. 6º, Lei n. 7.357/85. (C) Art. 31, LUG. (D) Art. 15, II, Lei n. 5.474/68. Alternativa C.

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(IV Exame) Em relação ao Direito Cambiário, é correto afirmar que (A) o protesto é necessário para garantir o direito de regresso contra o(s) endossante(s) e o(s) avalista(s) do aceitante de uma letra de câmbio. (B) o aval dado em uma nota promissória pode ser parcial, ainda que sucessivo. (C) a duplicata, quando de prestação de serviços, pode ser emitida a tempo certo da vista. (D) o aceite no cheque é dado pelo banco ou instituição financeira a ele equivalente, devendo ser firmado no verso do título. Resposta (A) Para o avalista do aceitante, o protesto é facultativo. (B) Art. 30, LUG. (C) Art. 2º, § 1º, III, Lei n. 5.474/68. (D) Art. 6º, Lei n. 7.357/85. Alternativa B. (XII Exame) Fontoura Xavier sacou letra de câmbio à ordem no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) em face de Sales Oliveira, pagável à vista na praça de Itaocara, indicando como beneficiário Rezende Costa. Com base nos dados apresentados e na legislação sobre letra de câmbio, assinale a afirmativa INCORRETA. (A) O vencimento da letra de câmbio ocorrerá na data de sua apresentação pelo beneficiário ao sacado, Sales Oliveira. (B) Se o sacador, Fontoura Xavier, inserir a cláusula ―sem despesas‖ será facultativo o protesto por falta de pagamento. (C) O beneficiário e portador, Rezende Costa, pode inserir no título a cláusula ―não à ordem‖ antes de transferi-lo a terceiro. (D) Se o sacador, Fontoura Xavier, inserir na letra de câmbio cláusula de juros e sua taxa, essa estipulação será considerada válida. Resposta A cláusula ―não à ordem‖ é inserida pelo sacador, nos termos do art. 11 da LUG. Alternativa C. (VI Exame) Com relação ao instituto do aceite de títulos de crédito, assinale a alternativa correta. (A) A duplicata pode não ser aceita, sem qualquer fundamentação pelo sacado; neste caso, ele não será responsável pelo pagamento do título. (B) Para a cobrança de uma duplicata não aceita, é necessária apenas a realização de seu protesto. (C) O aceite de cheque é condição essencial para que o beneficiário possa executar o sacado. (D) O aceite de uma letra de câmbio torna o sacado devedor direto do título. Resposta (A) Art. 8º, Lei n. 5.474/68. (B) Art. 15, II, Lei n. 5.474/68. (C) Art. 6º, Lei n. 7.357/85. (D) Art. 28, LUG. Alternativa D. (XV Exame) Sobre a distinção entre endosso e cessão de crédito, assinale a afirmativa correta. (A) A cessão de crédito é a forma de transmissão dos títulos à ordem, enquanto o endosso é a forma de transmissão dos títulos não à ordem. (B) A cessão de crédito ao cessionário pode ser parcial ou total, enquanto o endosso deve ser feito pelo valor integral do título, sob pena de nulidade. (C) A eficácia do endosso em relação aos devedores do título depende de sua notificação; na cessão de crédito, a eficácia decorre da simples assinatura do cedente no anverso do título. (D) O direito de crédito do endossatário é dependente das relações do devedor com portadores anteriores; o direito do cessionário é literal e autônomo em relação aos portadores anteriores. Resposta Nas alternativas A, C e D, as informações estão definidas em sentido contrário, vale dizer, o que se fala para cessão, na verdade, serve para o endosso. Alternativa B. (VII Exame) Com relação ao instituto do aval, é correto afirmar que (A) é necessário o protesto para a cobrança dos avalistas do emitente e dos endossantes de notas promissórias. (B) o avalista, quando executado, pode exigir que o credor execute primeiro o avalizado. (C) o aval pode ser lançado em documento separado do título de crédito. (D) a obrigação do avalista se mantém, mesmo no caso de a obrigação que ele garantiu ser nula, exceto se essa nulidade for decorrente de vício de forma. Resposta (A) O protesto para a cobrança dos avalistas do emitente é facultativo. (B) Entre avalista e avalizado, existe responsabilidade solidária, ou seja, não há benefício de ordem. (C) O aval deve ser lançado no título de crédito, em homenagem ao princípio da literalidade. (D) Art. 32, LUG. Alternativa D.

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(XIV Exame) Na duplicata de compra e venda, entende-se por protesto por indicações do portador aquele que é lavrado pelo tabelião de protestos (A) em caso de recusa ao aceite e devolução do título ao apresentante pelo sacado, dentro do prazo legal. (B) quando o sacado retiver a duplicata enviada para aceite e não proceder à devolução dentro do prazo legal. (C) na falta de pagamento do título pelo aceitante ou pelo endossante dentro do prazo legal. (D) em caso de revogação da decisão judicial que determinou a sustação do protesto. Resposta Nos termos do art. 13, § 1º, da Lei n. 5.474/68. Alternativa B. (VIII Exame) Com relação ao instituto do cheque, assinale a afirmativa correta. (A) O cheque pode ser sacado contra pessoa jurídica, instituições financeiras e instituições equiparadas. (B) O portador não pode recusar o pagamento parcial do cheque. (C) O cheque pode consubstanciar ordem de pagamento à vista ou a prazo. (D) A ação de execução do cheque contra o sacador prescreve em 1 (um) ano contado do prazo final para sua apresentação. Resposta (A) Art. 3º. (B) Art. 38, parágrafo único. (C) Art. 32. (D) Art. 59. Todos os dispositivos são da Lei n. 7.357/85. Alternativa B. (IX Exame) A sociedade empresária Congelados da Vovó Ltda., com sede na cidade de Montanha, realizou o pagamento a um fornecedor por meio de cheque administrativo. Sobre esta espécie de cheque, assinale a afirmativa correta. (A) É aquele sacado para ser creditado em conta, podendo ser emitido ao portador até o valor de R$ 100,00 (cem reais). (B) É aquele que contém visto em seu verso, atestando a existência de fundos durante o prazo de apresentação. (C) É aquele sacado contra o próprio banco sacador, sendo necessariamente nominal qualquer que seja seu valor. (D) É aquele sacado em favor de órgão ou entidade da administração pública para pagamento de taxa ou emolumento. Resposta Nos termos do art. 9º, III, da Lei n. 7.357/85. Alternativa C. (X Exame) Laurentino recebeu um cheque nominal sacado na praça de ―Z‖ no valor de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) e pagável na praça de ―A‖. Vinte dias após a emissão e antes da apresentação ao sacado foram furtados vários documentos da residência do tomador, dentre eles o referido cheque. Com base nestas informações, assinale a afirmativa correta. (A) A medida judicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo sacado é a contra-ordem ou oposição, que produz efeito durante o prazo de apresentação. (B) A medida extrajudicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo sacado é a sustação ou oposição, que depende da prova da existência de fundos disponíveis. (C) A medida judicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo sacado é a sustação ou oposição, que produz efeito apenas após o prazo de apresentação. (D) A medida extrajudicial cabível para impedir o pagamento do cheque pelo sacado é a sustação ou oposição, que está fundada em relevante razão de direito. Resposta Nos termos dos arts. 35 e 36 da Lei n. 7.357/85. Alternativa D. (XVIII Exame) Feijó recebeu de Moura um cheque com cruzamento especial no valor de R$ 2.300,00 (dois mil e trezentos reais). Acerca das disposições legais que disciplinam tal espécie de cheque, assinale a afirmativa correta. A) O cheque com cruzamento especial pode ser pago em dinheiro no estabelecimento contra o qual foi sacado ou mediante apresentação a uma câmara de compensação. B) O cruzamento especial não pode ser convertido em geral e a inutilização do cruzamento ou a do nome do banco é reputada como não existente. C) A aposição de vários cruzamentos especiais invalida o cheque, exceto se o portador, no primeiro cruzamento, indicar o mesmo banco que o sacado.

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D) O cheque com cruzamento especial obriga o sacado a debitar a quantia indicada no título da conta do emitente e a reservá-la em benefício do portador legitimado, durante o prazo de apresentação. RESPOSTA: Nos termos do arts. 44 e 45, da Lei nº 7.357/85. Alternativa B. (XI Exame) Um cheque no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) foi sacado em 15 de agosto de 2012, na praça de Santana, Estado do Amapá, para pagamento no mesmo local de emissão. Dez dias após o saque, o beneficiário endossou o título para Ferreira Gomes. Este, no mesmo dia, apresentou o cheque ao sacado para pagamento, mas houve devolução ao apresentante por insuficiência de fundos, mediante declaração do sacado no verso do cheque. Com base nas informações contidas no enunciado e nas disposições da Lei n. 7.357/85 (Lei do Cheque), assinale a afirmativa incorreta. (A) O apresentante, diante da devolução do cheque, deverá levar o título a protesto por falta de pagamento, requisito essencial à propositura da ação executiva em face do endossante. (B) O emitente do cheque, durante ou após o prazo de apresentação, poderá fazer sustar seu pagamento mediante aviso escrito dirigido ao sacado, fundado em relevante razão de direito. (C) O prazo de apresentação do cheque ao sacado para pagamento é de 30 (trinta) dias, contados da data de emissão, quando o lugar de emissão for o mesmo do de pagamento. (D) O portador, apresentado o cheque e não realizado seu pagamento, deverá promover a ação executiva em face do emitente em até 6 (seis) meses após a expiração do prazo de apresentação. Resposta Nos termos do art. 47, § 1º, da Lei n. 7.357/85. Alternativa A. (IX Exame) Com relação aos títulos de crédito, assinale a afirmativa correta. (A) No endosso de letra de câmbio após o protesto por falta de pagamento, o portador tem ação cambiária contra o seu endossante. (B) A cláusula não à ordem inserida no cheque impede sua circulação tanto por endosso quanto por cessão de crédito. (C) O endosso de cheque poderá ser realizado pelo sacado ou por mandatário deste com poderes especiais. (D) A duplicata pode ser apresentada para aceite do sacado pelo próprio sacador ou por instituição financeira. Resposta (A) Art. 20, LUG. (B) Art. 17, § 1º, Lei n. 7.357/85. (C) Art. 18, § 1º, Lei n. 7.357/85. (D) Art. 6º, Lei n. 5.474/68. Alternativa D. (XIII Exame) Glória vendeu um automóvel a prazo para Valente. O pagamento foi realizado em quatro notas promissórias, com vencimentos em 30, 60, 90 e 120 dias da data de emissão. Os títulos foram endossados em branco para Paulo Afonso, mas foram extraviados antes dos respectivos vencimentos. Sobre a responsabilidade do emitente e do endossante das notas promissórias, assinale a afirmativa correta. (A) Apenas o emitente responde pelo pagamento dos títulos porque o endossante não é coobrigado, salvo cláusula em contrário inserida na nota promissória. (B) A responsabilidade do emitente e do endossante perante o portador subsiste ainda que os títulos tenham sido perdidos ou extraviados involuntariamente. (C) O endossante e o emitente não respondem perante o portador pelo pagamento das notas promissórias em razão do desapossamento involuntário. (D) O emitente e o endossante não respondem pelo pagamento dos títulos porque só é permitido ao vendedor sacar duplicata em uma compra e venda. Resposta O endossante regra geral responde pelo pagamento do título de crédito, permanecendo a responsabilidade pelo pagamento ainda que haja desapossamento involuntário. O fato de que o vendedor, querendo materializar o seu crédito, deve emitir duplicata, não impede que o credor emita nota promissória. Alternativa B. VI. Contratos Empresariais (XVI Exame) A sociedade empresária Calçados Montalvânia Ltda. celebrou contrato de faturização com Miravânia Fomento Mercantil Ltda. para que a segunda antecipasse para a primeira créditos contidos em cheques, notas promissórias, duplicatas de venda e outros documentos de dívida, além da prestação de assessoria mercadológica, creditícia e de gestão de riscos.

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Sobre este contrato, assinale a afirmativa correta. (A) Na modalidade tradicional (ou convencional) da faturização, a faturizadora se obriga a efetuar o pagamento das faturas e de outros documentos referentes aos créditos cedidos apenas na data do vencimento, razão pela qual o contrato em questão não pode ser considerado faturização típica. (B) As sociedades de fomento comercial estão obrigadas a arquivar seus contratos e suas alterações no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, uma vez que o objeto por elas exercido inclui a prestação de serviços ao faturizado, sendo essa atividade estranha ao objeto das sociedades empresárias. (C) As sociedades faturizadoras dependem de autorização do Banco Central do Brasil para funcionamento, podendo realizar operações de crédito em favor dos faturizados, não estando tais operações sujeitas ao limite máximo de juros previsto no Código Civil. (D) As sociedades que exercem as atividades de fomento, mesmo não sendo consideradas instituições financeiras para efeitos legais, estão obrigadas a conservar sigilo em suas operações ativas e passivas e serviços prestados ao faturizado. RESPOSTA (A) É o maturity factoring que não admite antecipação de valores. (B) Os atos constitutivos das sociedades de fomento mercantil são arquivados na Junta Comercial. (C) Não precisa de autorização do BACEN, porque não se trata de instituição financeira. (D) Art. 1º, § 2º, LC 105/2001. Alternativa D. (III Exame) ―É a operação que consiste na tomada de uma posição no mercado futuro aproximadamente igual – mas em sentido contrário – àquela que se detém ou que se pretende vir a tomar no mercado à vista. É uma forma de o investidor se proteger contra os efeitos da oscilação de preço‖. O conceito acima, extraído do Vocabulário do Mercado de Capitais, expedido pela Comissão Nacional de Bolsas de Valores em 1990, corresponde a que tipo de contrato relacionado à compra e venda empresarial? (A) Hedging ou hedge (B) Contrato estimatório (C) Venda com reserva de domínio (D) Preempção Resposta (A) Conforme orientação doutrinária. (B) Art. 534. (C) Art. 521. (D) Art. 513. Todos os dispositivos são do Código Civil. Alternativa A. (IV Exame) Contrato oneroso, em que alguém assume, em caráter profissional e sem vínculo de dependência, a obrigação de promover, em nome de outrem, mediante retribuição, a efetivação de certos negócios, em determinado território ou zona de mercado. A definição acima corresponde a que tipo de contrato empresarial? (A) Agência (B) Comissão mercantil (C) Corretagem (D) Mandato Resposta (A) Art. 710. (B) Art. 693. (C) Art. 722. (D) Art. 653. Todos os dispositivos são do Código Civil. Alternativa A. (IV Exame) É uma cláusula acessória ao contrato de comissão, no qual o comissário assume o gravame de responder solidariamente pela insolvência das pessoas com quem contratar em nome do comitente. Essa cláusula é denominada (A) venda com reserva de domínio (B) pacto comissório (C) hedge (D) del credere Resposta Nos termos do art. 698 do Código Civil. Alternativa D. (IX Exame) Primavera do Leste Arrendamento Mercantil S.A. ajuizou ação de reintegração de posse de bem arrendado à sociedade empresária Vila Bela Distribuidora de Jornais e Revistas Ltda., em face do não pagamento das prestações nos vencimentos. O contrato de arrendamento mercantil prevê resolução de pleno direito em caso de qualquer inadimplemento da arrendatária. O juiz extinguiu o processo sem resolução de mérito porque

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(A) no contrato de arrendamento mercantil, ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora. (B) nos contratos de arrendamento mercantil celebrados entre a arrendadora e as sociedades empresárias é vedada a aposição de cláusula resolutiva expressa. (C) a ação cabível para a retomada do bem em poder do arrendatário pela arrendadora é a ação de depósito, com pedido de liminar de reintegração de posse. (D) como no contrato de arrendamento mercantil há opção de compra pela arrendatária, a propriedade da arrendadora é resolúvel, sendo incabível ação possessória. Resposta Determina a Súmula 369 do STJ: ―no contrato de arrendamento mercantil (leasing), ainda que haja cláusula resolutiva expressa, é necessária a notificação prévia do arrendatário para constituí-lo em mora‖. Alternativa A. (IX Exame) Sobre o contrato de arrendamento mercantil, assinale a afirmativa incorreta. (A) No arrendamento mercantil na modalidade financeira, as despesas com a manutenção, assistência técnica e serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado são de responsabilidade da arrendatária. (B) No arrendamento mercantil operacional, a manutenção, a assistência técnica e os serviços correlatos à operacionalidade do bem arrendado podem ser de responsabilidade da arrendadora ou da arrendatária. (C) Os contratos de arrendamento mercantil devem conter, dentre outras cláusulas, a descrição dos bens que constituem o objeto do contrato, com todas as características que permitam sua perfeita identificação. (D) A constituição e o funcionamento das pessoas jurídicas que têm como objeto principal a prática de operações de arrendamento mercantil dependem de autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Resposta As sociedades que tiverem por objeto social a prática do arrendamento mercantil dependem de autorização do Banco Central, nos termos do art. 3º da Resolução n. 2.309/96. Alternativa D. (XIV Exame) A alienação fiduciária, regulada pela Lei n. 9.514/1997, é o negócio jurídico pelo qual o devedor, ou fiduciante, com o escopo de garantia, contrata a transferência ao credor, ou fiduciário, da propriedade resolúvel de coisa imóvel. Sobre este tipo de contrato, assinale a afirmativa correta. (A) Constitui-se a propriedade fiduciária de coisa imóvel mediante registro do contrato que lhe serve de título no Registro de Imóveis competente. (B) Somente poderá ser contratada por pessoa jurídica que integre o Sistema de Financiamento Imobiliário – SFI. (C) Não pode ter como objeto a propriedade superficiária do imóvel do fiduciante. (D) O fiduciante poderá transmitir os direitos de que seja titular sobre o imóvel objeto da alienação fiduciária independentemente da anuência do fiduciário. Resposta (A) Art. 23. (B) Art. 22, § 1º. (C) Art. 22, § 1º, IV. (D) Art. 29. Todos os dispositivos são da Lei n. 9.514/97. Alternativa A. (XVIII Exame) Pretendendo aderir a um sistema de franquia empresarial, o microempresário individual SF consulta sua advogada sobre as disposições legais referentes a esse contrato. Assinale, dentre as afirmativas a seguir, a que apresenta a informação correta prestada pela advogada. A) O franqueador é obrigado a incluir na circular de oferta de franquia informação em relação ao território de atuação do franqueado, especificando a possibilidade de o franqueado realizar vendas ou prestar serviços fora de seu território, ou realizar exportações. B) Em razão do sigilo dos instrumentos de escrituração, dos balanços e das demonstrações financeiras dos empresários, o franqueador não é obrigado a incluir tais documentos nas informações da circular de oferta de franquia. C) Tratando-se de franqueador ou franqueado enquadrado como microempreendedor individual, microempresa ou empresa de pequeno porte, é dispensável a presença no contrato de testemunhas e terá validade independentemente de ser levado a registro perante cartório ou órgão público. D) Se o franqueador veicular informações falsas na circular de oferta de franquia, o franqueado não poderá arguir a anulabilidade do contrato, apenas das cláusulas pertinentes, mas poderá exigir devolução das quantias que já houver pago, a título de taxa de filiação e royalties, devidamente corrigidas. RESPOSTA: (A) Art. 3º, X. (B) Art. 3º, II. (C) Art. 6º. (D) Art. 7º. Todos os dispositivos da Lei nº 8.955/94.

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VII. Propriedade Industrial (XVI Exame) A respeito dos legitimados, assinale a opção que indica as pessoas que podem requerer patente de invenção ou modelo de utilidade, de acordo com a Lei n. 9.279/96. (A) O próprio autor, se maior de 18 anos, os herdeiros ou sucessores do autor, o cessionário ou o empregador ou tomador de serviços, no caso de patente desenvolvida por empregado ou prestador de serviço. (B) O próprio autor, os herdeiros ou sucessores do autor, o cessionário ou aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a titularidade da patente ou do modelo de utilidade. (C) O próprio autor, pessoa natural ou sociedade empresária, o cessionário da patente ou aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de prestação de serviços determinar que pertença a titularidade da patente ou do modelo de utilidade. (D) O próprio autor, os herdeiros ou sucessores do autor até 5 (cinco) anos da data do óbito, o cessionário ou o empregador ou tomador de serviços, no caso de patente desenvolvida por empregado ou prestador de serviço. RESPOSTA Nos termos do art. 6º, § 2º, da Lei n. 9.279/96. Alternativa B. (VI Exame) A respeito das invenções ou modelos de utilidade, é correto afirmar que (A) podem incluir os programas de computador em si. (B) podem consistir em técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos. (C) bastam atender aos requisitos de novidade e atividade inventiva para serem patenteáveis. (D) são considerados novos quando não compreendidos no estado da técnica. Resposta As alternativas A e B estão incorretas, de acordo com o art. 10 da Lei n. 9.279/96. A alternativa C está incorreta de acordo com o art. 8º da Lei n. 9.279/96. A alternativa D está de acordo com o art. 11 da Lei n. 9.279/96. Alternativa D. (XII Exame) Sobre a licença compulsória, assinale a afirmativa correta. (A) É a hipótese em que o Estado outorga o direito de patente ao autor da invenção sem a sua iniciativa. (B) É cabível sua concessão se a comercialização não satisfizer às necessidades do mercado. (C) Pode ser concedida com exclusividade, a critério do Instituto Nacional da Propriedade Industrial . (D) É admitido o sublicenciamento, com a concordância prévia do licenciante. Resposta Nos termos do art. 68, § 1º, II, da Lei n. 9.279/96. Alternativa B. (XIII Exame) Sobre o desenho industrial e seu registro no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), assinale a afirmativa correta. (A) É registrável como desenho industrial qualquer obra ornamental de caráter puramente artístico, ou o conjunto ornamental de linhas e cores que pode ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa. (B) O registro de desenho industrial vigorará pelo prazo de 20 (vinte) anos contados da data do depósito, prorrogável por até 2 (dois) períodos sucessivos de 10 (anos) anos cada, desde que seja requerida a prorrogação durante o último ano de vigência do registro. (C) A ação de nulidade de registro de desenho industrial será ajuizada no foro da Justiça Estadual do domicílio do titular do registro, devendo o INPI ser notificado da propositura da ação para avaliar se tem interesse ou não em intervir no feito, quando não for autor. (D) O pedido de registro que não atender às condições estabelecidas pelo INPI, mas contiver dados suficientes relativos ao depositante, ao desenho industrial e ao autor, poderá ser recebido, desde que sejam cumpridas, em 5 (cinco) dias, as exigências do INPI. Resposta (A) Art. 95 em interpretação conjugada com o art. 98. (B) Art. 108. (C) Art. 118 em interpretação conjugada com o art. 57. (D) Art. 103. Todos os dispositivos da Lei n. 9.279/96. Alternativa D. (VII Exame) Sobre as marcas, é correto afirmar que (A) a marca de alto renome é sinônimo de marca notoriamente conhecida. (B) a vigência do registro da marca é de 5 (cinco) anos, sendo prorrogável por períodos iguais e sucessivos. (C) é permitida a cessão do pedido de registro de marca, caso o cessionário atenda aos requisitos legais.

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(D) a marca de produto ou serviço é aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade. Resposta (A) Arts. 125 e 126. (B) Art. 133. (C) Art. 134. (D) Art. 123. Todos os dispositivos da Lei n. 9.279/96. Alternativa C. VIII. Falência (XVIII Exame) São João da Baliza Transporte Rodoviário Ltda. sacou duplicata de prestação de serviços no valor de R$ 32.000,00 (trinta e dois mil reais) para recebimento do frete decorrente do transporte de cargas entre ela e Supermercados Caracaraí Ltda. EPP. Diante do inadimplemento do pagamento do frete, a sacadora levou a duplicata a protesto, sem aceite, com vistas a instruir pedido de falência do sacado. Com base nas informações do enunciado, assinale a afirmativa correta. A) Essa duplicata não aceita não é título hábil para instruir pedido de falência, ainda que protestada e comprovada a prestação dos serviços. B) Essa duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil para instruir pedido de falência, comprovada a prestação dos serviços. C) Essa duplicata de prestação de serviços é título hábil para instruir pedido de falência, caso esteja aceita, protestada e tenha o sacador comprovado a prestação dos serviços. D) Essa duplicata não é título hábil para instruir pedido de falência do destinatário porque o documento apropriado para a cobrança do frete é o conhecimento de transporte. RESPOSTA: Nos termos do art. 15, da Lei nº 5.474/68 conjugado com o art. 94, da Lei nº 11.101/05. Alternativa B. (XVII Exame) José adquiriu dois refrigeradores a prazo numa das filiais de Comércio de Eletrodomésticos Ltda., tendo efetuado pagamento de entrada no valor de 50% do preço. Foi decretada a falência da vendedora e esta não entregou a mercadoria. Interpelado o administrador judicial, este resolveu não executar o contrato. De acordo com as informações do enunciado e as disposições da Lei n. 11.101/2005 (Lei de Falências e Recuperação de Empresas), assinale a afirmativa correta. (A) O comprador poderá pedir ao juiz da falência a reserva do valor de seu crédito. (B) O comprador poderá pedir a restituição em dinheiro do valor pago a título de entrada. (C) O comprador poderá ajuizar ação em face da massa para o cumprimento compulsório do contrato. (D) O comprador terá seu crédito relativo ao valor pago habilitado como quirografário na falência. RESPOSTA O art. 117, § 2º, da Lei n. 11.101/2005, determina que: ―A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao contraente o direito à indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário, constituirá crédito quirografário‖. Não cabe falar em ação de restituição (item B) na medida em que não se sabe o prazo existente entre a data da entrega e a do requerimento da falência. Alternativa D. (IX Exame) Com relação ao efeito que a decretação da falência de um empresário ou de uma sociedade empresária produz sobre os credores, assinale a afirmativa correta. (A) Impede a exigibilidade da massa falida do pagamento dos juros vencidos após a decretação da falência, previstos em lei ou em contrato, se o ativo apurado não bastar para o pagamento dos credores subordinados. (B) Suspende, até o término da arrecadação dos bens do devedor, o curso da prescrição de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio de responsabilidade ilimitada. (C) Acarreta o vencimento antecipado dos créditos do devedor e dos sócios ilimitada e solidariamente responsáveis, e converte todos os débitos em real para dólar norte-americano, pelo câmbio do dia da decisão judicial. (D) Extingue, em relação à massa falida, o exercício do direito de retenção sobre os bens móveis ou semoventes sujeitos à arrecadação, os quais deverão ser imediatamente entregues ao credor com privilégio especial. Resposta (A) Art. 124. (B) Art. 6º. (C) Art. 77. (D) Art. 116. Todos os dispositivos são da Lei n. 11.101/2005. Alternativa A.

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(XV Exame) João Lima Artigos Esportivos Ltda. celebrou contrato de locação de imóvel comercial, localizado na Galeria Madureira, para a instalação do estabelecimento Atingida por forte crise setorial, a sociedade acumulou dívidas vultosas e não conseguiu honrá-las. Com a decretação da falência, o contrato de locação comercial firmado pelo locatário (A) ficará extinto de pleno direito, sendo obrigado a entregar ao locador o imóvel onde se localiza o ponto. (B) poderá ser mantido, desde que o locador interpele o administrador judicial no prazo de até 90 (noventa) dias. (C) será mantido, mas poderá ser denunciado, a qualquer tempo, pelo administrador judicial da massa falida. (D) ficará extinto, salvo se o Comitê de Credores autorizar o administrador judicial da massa falida a mantê-lo Resposta Nos termos do art. 119, VII, da Lei n. 11.101/2005. Alternativa C. (II Exame) Delta Ltda teve sua falência decretada em 11/01/2010. Delta possuía um imóvel hipotecado ao Banco Junior S/A, em garantia de dívida no valor de R$ 1.000.000,00. O imóvel está avaliado em R$ 1.200.000,00. A Fazenda Pública Estadual tem créditos a receber de Delta Ltda. relacionados ao ICMS não pago de vendas ocorridas em 03/01/2008. Com base no exposto acima, assinale a alternativa correta. (A) A Fazenda tem direito de preferência sobre o credor com garantia real, em virtude de seus privilégios. (B) A Fazenda não pode executar o bem, em função de ter havido a quebra da empresa, prevalecendo o crédito com garantia real. (C) A Fazenda tem direito de preferência uma vez que a dívida tributária é anterior à hipoteca. (D) A Fazenda respeitará a preferência do credor hipotecário, nos limites do valor do crédito garantido pela hipoteca. Resposta Nos termos do art. 83, II e III, da Lei n. 11.101/2005. Alternativa D. (IV Exame) A sociedade empresária XYZ Computação Gráfica SA teve sua falência decretada. Na correspondente sentença, foi autorizada a continuação provisória das atividades da falida com o administrador judicial, fato esse que perdurou por um período de 10 (dez) meses. Como são juridicamente qualificados os titulares dos créditos trabalhistas relativos a serviços prestados durante esse interregno posterior à decretação da falência? (A) Credores extraconcursais (B) Credores concursais (C) Credores concorrentes prioritários (D) Credores reivindicantes Resposta Nos termos do art. 84, I, da Lei n. 11.101/2005. Alternativa A. (VI Exame) A respeito da classificação dos créditos na falência, é correto afirmar que (A) os créditos com privilégio geral têm preferência sobre os créditos tributários. (B) os créditos quirografários têm preferência sobre os créditos com privilégio especial. (C) os créditos com privilégio especial têm preferência sobre os créditos tributários. (D) os créditos quirografários têm preferência sobre os créditos subordinados. Resposta (A) Art. 83, III e IV. (B) Art. 83, IV e VI. (C) Art. 83, III e IV. (D) Art. 83, VI e VIII. Todos os dispositivos são da Lei n. 11.101/2005. Alternativa D. (VII Exame) Dentre as alternativas abaixo, indique aquela que corresponde a um crédito que deve ser classificado como extraconcursal: (A) Multas por infração do Código de Postura Municipal. (B) Custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa tenha sido vencida. (C) Créditos quirografários sujeitos à recuperação judicial pertencentes a fornecedores de bens ou serviços que continuaram a provê-lo normalmente após o pedido de recuperação judicial. (D) Os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento. Resposta Nos termos do art. 84 da Lei n. 11.101/2005. Alternativa B. (IX Exame) A respeito do processo de falência, assinale a afirmativa correta.

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(A) As restituições em dinheiro determinadas por sentença judicial poderão ser realizadas antes do pagamento de qualquer crédito. (B) Os créditos ao serem classificados, os créditos com garantia real terão preferência sobre os créditos tributários, independentemente do valor do bem dado em garantia. (C) Os créditos decorrentes das remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares serão pagos com preferência em relação aos credores concursais. (D) Os credores remanescentes da recuperação deverão habilitar seus créditos na falência, em qualquer hipótese, quando da convolação da recuperação judicial em falência. Resposta (A) Art. 86, parágrafo único. (B) Art. 83, II. (C) Art. 84, I. (D) Art. 80. Todos os dispositivos são da Lei n. 11.101/2005. Alternativa C. (III Exame) A sociedade empresária denominada KLM Fábrica de Móveis Ltda teve sua falência decretada. No curso do processo, restou apurado que a sociedade, pouco antes do ajuizamento do requerimento que resultou na decretação de sua quebra, havia promovido a venda de seu estabelecimento, independentemente do pagamento de todos os credores ao tempo existentes, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, e sem que lhe restassem bens suficientes para solver o passivo. Diante desse quadro, é correto afirmar que a alienação é: (A) revogável por iniciativa do administrador judicial (B) ineficaz em relação à massa falida (C) nula de pleno direito (D) anulável por ato de iniciativa do administrador judicial Resposta Nos termos do art. 129, VI, da Lei n. 11.101/2005. Alternativa B. IX. Recuperação de Empresas (V Exame) A respeito do Administrador Judicial, no âmbito da recuperação judicial, é correto afirmar que (A) somente pode ser destituído pelo juízo da Falência na hipótese de, após intimado, não apresentar, no prazo de 5 (cinco) dias, suas contas ou os relatórios previstos na Lei n. 11.101/2005. (B) o Administrador Judicial, pessoa física, pode ser formado em Engenharia (C) será escolhido pela Assembleia Geral de Credores. (D) perceberá remuneração fixada pelo Comitê de Credores. Resposta (A) Art. 31. (B) Art. 21. (C) Art. 52, I. (D) Art. 24. Todos os dispositivos são da Lei n. 11.101/2005. Alternativa B. (XI Exame) Uma sociedade empresária atuante no mercado imobiliário, com sede e principal estabelecimento na cidade de Pedro Afonso, obteve concessão de sua recuperação judicial. Diante da necessidade de alienação de bens do ativo permanente, não relacionados previamente no plano de recuperação, foi convocada assembleia geral de credores. A proposta de alienação foi aprovada em razão do voto decisivo da credora Tuntum Imperatriz Representações Ltda., cujo sócio majoritário tem participação de 25% no capital da sociedade recuperanda. Com base nas disposições da Lei n. 11.101/2005 (Lei de Falências e Recuperação Judicial de Empresas), assinale a afirmativa correta. (A) A decisão é nula de pleno direito, pois a pretensão de alienação de bens do ativo permanente, não relacionados no plano, enseja a convolação da recuperação judicial em falência. (B) A autorização para a alienação de bens do ativo permanente, não relacionados no plano de recuperação judicial, é uma prerrogativa exclusiva do administrador judicial. (C) O voto de Tuntum Imperatriz Representações Ltda. não poderia ter sido considerado para fins de verificação do quorum de instalação e de deliberação da assembleia geral. (D) A decisão assemblear é anulável, pois a sociedade Tuntum Imperatriz Representações Ltda. como credora, não poderia ter participado da assembleia geral. Resposta (A) Art. 73. (B) Art. 66. (C) Art. 43. (D) Art. 43. Todos os dispositivos da Lei n. 11.101/2005. Alternativa C. (XVIII Exame) Calçados Machadinho Ltda. requereu sua recuperação judicial e o pedido foi devidamente processado. O devedor não alterou, no plano de recuperação, o valor ou as condições originais de pagamento

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do crédito de Curtume Arroio do Sal Ltda. EPP, referentes ao contrato de fornecimento de couro sintético, no valor de R$ 288.000,00 (duzentos e oitenta e oito mil reais). Com base nessas informações e nas disposições da Lei nº 11.101/2005, assinale a afirmativa correta. A) A credora não terá direito a voto nas assembleias de credores realizadas durante a recuperação judicial e o crédito não será considerado para fins de verificação de quórum de deliberação. B) O crédito será novado com a concessão da recuperação judicial, após a aprovação do plano pela assembleia de credores, como todos os demais créditos sujeitos à recuperação. C) A credora poderá votar nas assembleias de credores realizadas durante a recuperação, com base no valor de seu crédito, na classe dos credores microempresários e empresários de pequeno porte (Classe 4). D) A partir do processamento da recuperação judicial, é permitido à credora ajuizar ação de cobrança em face do devedor pela manutenção das condições originais de pagamento do crédito no plano de recuperação. RESPOSTA: Nos termos do art. 45, §3º, da Lei nº 11.101/05. Alternativa A. (XIII Exame) A assembleia geral de credores da sociedade falida ―Concessionária de Veículos Pereiro Ltda.‖ aprovou, com o voto favorável de credores que representam 3/4 (três quartos) dos créditos presentes à assembleia, a constituição de sociedade formada pelos empregados do próprio devedor. Sobre esta modalidade de realização do ativo, assinale a afirmativa incorreta. (A) Os empregados que vierem a integrar a futura sociedade poderão utilizar créditos derivados da legislação do trabalho para a aquisição da empresa. (B) A constituição da sociedade formada pelos empregados do devedor depende da apresentação, pela massa falida, das certidões negativas de débitos tributários. (C) Os bens objeto de alienação estarão livres de quaisquer ônus e não haverá sucessão da sociedade formada pelos empregados nas obrigações do devedor. (D) A constituição de sociedade dos empregados do próprio devedor pode contar com a participação, se necessária, dos atuais sócios da falida ou de terceiros. Resposta Nos termos do art. 145 da Lei n. 11.101/2005. Alternativa B. (X Exame) Com relação às atribuições do Comitê de Credores, quando constituído no âmbito da recuperação judicial, assinale a afirmativa correta. (A) Fiscalizar a execução do plano de recuperação judicial. (B) Fornecer, com presteza, todas as informações exigidas pelos credores interessados. (C) Consolidar o quadro geral de credores e providenciar sua publicação. (D) Apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor. Resposta Nos termos do art. 27, II, b, da Lei n. 11.101/2005. Alternativa A. (XII Exame) Laranja da Terra Comércio de Frutas Ltda. requereu sua recuperação judicial e o pedido foi distribuído para a 2ª Vara Cível. A distribuição do pedido de recuperação produziu como efeito (A) a nomeação pelo juiz do administrador judicial dentre os maiores credores da sociedade em recuperação judicial. (B) a suspensão das ações e execuções ajuizadas anteriormente ao pedido em face do devedor por até 180 (cento e oitenta) dias. (C) a proibição de alienação ou oneração de bens ou direitos do ativo permanente, salvo evidente utilidade reconhecida pelo juiz, ouvido o Comitê. (D) o afastamento imediato dos administradores e sócios controladores da sociedade até a deliberação dos credores sobre o plano de recuperação. Resposta Nos termos do art. 66 da Lei n. 11.101/2005. Alternativa C. (VI Exame) ABC Indústria S.A. é uma companhia em crise econômico-financeira, sendo devedora de salários em atraso a seus empregados, tributos ao governo federal e créditos a diversos fornecedores decorrentes do fornecimento de matéria-prima. A ABC obteve o deferimento do processamento do seu pedido de recuperação judicial, e, na decisão, o juiz determinou a suspensão de todas as ações e execuções contra a ABC, na forma do artigo 6° da Lei 11.101/2005. Não obstante, diversas reclamações trabalhistas, ainda em fase de conhecimento em curso perante a Justiça do Trabalho, e duas execuções fiscais, em curso perante a Justiça Federal, das

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quais a ABC era ré, prosseguiram normalmente após o referido deferimento do processamento de sua recuperação judicial. A respeito da situação da recuperação judicial da ABC, é correto afirmar que (A) o juízo da recuperação deverá oficiar aos juízos em que estão sendo processadas as reclamações trabalhistas e as execuções fiscais para determinar a suspensão imediata de tais feitos. (B) não há qualquer irregularidade no prosseguimento das reclamações trabalhistas e execuções fiscais mencionadas no enunciado, pois tais ações não são suspensas pelo deferimento do processamento da recuperação judicial. (C) apenas as execuções fiscais deverão ser suspensas; as reclamações trabalhistas em fase de conhecimento poderão prosseguir até a sentença que tornar líquido o crédito do trabalhador reclamante. (D) apenas as reclamações trabalhistas em fase de conhecimento deverão ser suspensas; as execuções fiscais deverão prosseguir normalmente. Resposta Nos termos do art. 6º, §§ 2º e 7º, em interpretação conjugada com o art. 52, III, da Lei n. 11.101/2005. Alternativa B. (VIII Exame) A respeito da recuperação judicial, assinale a afirmativa correta. (A) O juiz somente poderá conceder a recuperação judicial do devedor cujo plano de recuperação tenha sido aprovado pela assembleia geral de credores. (B) O devedor poderá desistir do pedido de recuperação judicial a qualquer tempo, desde que antes da concessão da recuperação judicial pelo juiz, bastando, para tanto, comunicar sua desistência ao juízo da recuperação. (C) O juiz decretará falência, caso o devedor não apresente o plano de recuperação no prazo de 60 (sessenta) dias da publicação da decisão que deferir o processamento da recuperação. (D) O plano de recuperação apresentado pelo devedor, em hipótese alguma, poderá sofrer alterações. Resposta (A) Art. 58. (B) Art. 52, § 4º. (C) Art. 53. (D) Art. 56, § 3º. Todos os dispositivos são da Lei n. 11.101/2005. Alternativa C. (XIV Exame) Passa Sete Serviços Médicos S/A apresentou a seus credores plano de recuperação extrajudicial, que obteve a aprovação de mais de quatro quintos dos créditos de todas as classes por ele abrangidas. O plano estabeleceu a produção de efeitos anteriores à homologação judicial, exclusivamente, em relação à forma de pagamento dos credores signatários que a ele aderiram, alterando o valor dos créditos com deságio de 30% (trinta por cento). A companhia consultou seu advogado, que se pronunciou corretamente sobre o caso, da seguinte forma: (A) o plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação, devendo o juiz indeferir sua homologação, permitindo, contudo, novo pedido, desde que sanada a irregularidade. (B) o plano não pode estabelecer a produção de efeitos anteriores à homologação, devendo o juiz negar liminarmente sua homologação e decretar a falência. (C) é lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à modificação do valor ou da forma de pagamento dos credores signatários. (D) é lícito que o plano estabeleça a produção de efeitos anteriores à homologação, desde que exclusivamente em relação à supressão da garantia ou sua substituição de bem objeto de garantia real. Resposta Nos termos do art. 165, § 1º, da Lei n. 11.101/2005. Alternativa C.

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QUESTÕES OAB (EXAMES ANTERIORES) – DIREITO CONSTITUCIONAL PROFA TAINAH SALES

TEMA 01: COMPETÊNCIAS DOS ENTES FEDERATIVOS (ORGANIZAÇÃO DO ESTADO)

01. (Exame de Ordem Unificado – 2012) O Estado W, governado por dirigente progressista, pretende realizar uma ampla reforma agrária no seu território para melhor dividir a terra, incluindo diversos desempregados na vida produtiva, apresentando, ainda, amplo programa de financiamento das atividades agrícolas. Com essa proposta política, resolve apresentar projeto de lei, criando formas de desapropriação e inovando nos procedimentos, dando característica sumária e permitindo o ingresso nos imóveis sem pagar indenização. Quanto ao tema em foco, legislação sobre desapropriação, nos termos da Constituição Federal, assinale a afirmativa correta. a) Trata-se de competência privativa da União. b) Trata-se de competência da União em comum com os Estados. c) Trata-se de competência privativa dos Estados. d) Trata-se de competência dos Estados em comum com os Municípios. 02. (Exame de Ordem Unificado – 2017) Maria, maior e capaz, reside no Município Sigma e tem um filho, Lucas, pessoa com deficiência, com 8 (oito) anos de idade. Por ser uma pessoa humilde, sem dispor de recursos financeiros para arcar com os custos de um colégio particular, Maria procura a Secretaria de Educação do Município Sigma para matricular seu filho na rede pública. Seu requerimento é encaminhado à assessoria jurídica do órgão municipal, para que seja emitido o respectivo parecer para a autoridade executiva competente. A partir dos fatos narrados, considerando a ordem jurídico-constitucional vigente, assinale a afirmativa correta. a) O pedido formulado por Maria deve ser indeferido, uma vez que incumbe ao Município atuar apenas na educação infantil, a qual é prestada até os 5 (cinco) anos de idade por meio de creches e pré-escolas. Logo, pelo sistema constitucional de repartição de competências, Lucas, pela sua idade, deve cursar o Ensino Fundamental em instituição estadual de ensino. b) O parecer da assessoria jurídica deve ser favorável ao pleito formulado por Maria, garantindo ao menor uma vaga na rede de ensino municipal. Pode, ainda, alertar que a Constituição da República prevê expressamente a possibilidade de a autoridade competente ser responsabilizada pelo não oferecimento do ensino obrigatório ou mesmo pela sua oferta irregular. c) O pleito de Maria deve ser deferido, ressalvando-se que Lucas, por ser pessoa com deficiência, necessita de atendimento educacional especializado, não podendo ser incluído na rede regular de ensino do Município Sigma. d) A assessoria jurídica da Secretaria de Educação do Município Sigma deve opinar pela rejeição do pedido formulado por Maria, pois incumbe privativamente à União, por meio do Ministério da Educação e Cultura (MEC), organizar e prestar a educação básica obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade. 03. (Exame de Ordem Unificado – 2016) O Governador do Distrito Federal, ao tomar conhecimento de que existe jurisprudência pacífica do Supremo Tribunal Federal a respeito da competência do Município para legislar sobre os requisitos de segurança das agências bancárias, solicita à Procuradoria Geral do Distrito Federal que se manifeste acerca da possibilidade de lei distrital tratar da matéria. Sobre a hipótese apresentada, de acordo com a Constituição Federal de 1988, assinale a afirmativa correta. a) Haveria tal possibilidade, pois o DF possui competências legislativas reservadas aos Estados e aos Municípios. b) Haveria tal possibilidade, pois a competência legislativa do Distrito Federal, como sede da União, abarca as competências legislativas da União, dos Estados e dos Municípios. c) Não seria possível, pois o DF tem competências taxativamente expressas, que não podem abarcar as dos Municípios.

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d) Não seria possível, pois as competências legislativas do DF seriam apenas as reservadas aos Estados-membros da União. 04. (Exame de Ordem Unificado – 2011) A respeito da distribuição de competências adotada pela Constituição brasileira, assinale a alternativa correta. a) A competência material da União pode ser delegada aos Estados, por lei complementar. b) À União compete legislar sobre direito processual e normas gerais de procedimentos. c) A competência para legislar sobre direito urbanístico é privativa dos Municípios, pois é matéria de interesse local. d) A competência para legislar sobre defesa dos recursos naturais é privativa da União. 05. (Exame de Ordem Unificado – 2015) A Assembleia Legislativa do Estado M, ao constatar a ausência de normas gerais sobre matéria em que a União, os Estados e o Distrito Federal possuem competência legislativa concorrente, resolve tomar providências no sentido de legislar sobre o tema, preenchendo os vazios normativos decorrentes dessa lacuna. Assim, dois anos após a Lei E/2013 ter sido promulgada pelo Estado M, o Congresso Nacional promulga a Lei F/2015, estabelecendo normas gerais sobre a matéria. Sobre esse caso, assinale a afirmativa correta. a) A Lei E/2013 foi devidamente revogada pela Lei F/2015, posto não ser admissível, no caso, que norma estadual pudesse preservar a sua eficácia diante da promulgação de norma federal a respeito da mesma temática. b) A Lei E/2013 perde a sua eficácia somente naquilo que contrariar as normas gerais introduzidas pela Lei F/2015, mantendo eficácia a parte que, compatível com a Lei F/2015, seja suplementar a ela. c) A Lei F/2015 não poderá viger no território do Estado M, já que a edição anterior da Lei E/2013, veiculando normas específicas, afasta a eficácia das normas gerais editadas pela União em momento posterior. d) A competência legislativa concorrente, por ser uma espécie de competência comum entre todos os entes federativos, pode ser usada indistintamente por qualquer deles, prevalecendo, no caso de conflito, a lei posterior, editada pelo Estado ou pela União. 06. (Exame de Ordem Unificado – 2013) A Constituição da República de 1988 adotou elementos de federalismo cooperativo e de federalismo dual na repartição de competências entre os entes federados, distribuindo competências exclusivas, privativas, comuns e concorrentes. Assim sendo, a respeito da organização do Estado, assinale a afirmativa correta. a) É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas, competindo à lei complementar fixar normas de cooperação entre os entes. b) É vedado aos Estados criar códigos tributários próprios, uma vez que compete privativamente à União legislar sobre direito financeiro e tributário. c) É vedado à União legislar sobre direito urbanístico, pois é assunto de interesse local e competência dos Municípios. d) Em relação às competências legislativas concorrentes da União e dos Estados, havendo norma federal e estadual divergentes, deve prevalecer a norma federal, que serve de fundamento de validade à norma estadual. 07. (Exame de Ordem Unificado – 2014) No município de São José dos Cavaleiros, 87% dos atendimentos médicos nas emergências hospitalares são decorrências de acidentes automobilísticos ocasionados pelo consumo de bebidas alcoólicas. Uma vereadora do município, Sra. X, ciente das estatísticas expostas, apresenta projeto de lei propondo que os cidadãos proprietários de veículos automotores, residentes no município, municiem seus veículos com equipamento que impeça a partida do carro no caso de o condutor ter consumido álcool. A Câmara Municipal, por voto de 2/3 dos vereadores, aprova a lei. Esta legislação deve ser considerada a) constitucional, por tratar de proteção de direito fundamental. b) inconstitucional, por tratar de matéria de competência privativa da União. c) inconstitucional, por vício formal relacionado ao quórum mínimo para votação. d) constitucional, por tratar de assunto de interesse local e ter sido aprovada por processo legislativo idôneo.

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08. (Exame de Ordem Unificado – 2015) Determinado Estado da Federação vivencia sérios problemas de segurança pública, sendo frequentes as fugas dos presos transportados para participar de atos processuais realizados no âmbito do Poder Judiciário. Para remediar essa situação, foi editada uma lei estadual estabelecendo a possibilidade de utilização do sistema de videoconferência no âmbito do Estado. Diante de tal quadro, assinale a afirmativa que se ajusta à ordem constitucional. a) A lei é constitucional, pois a matéria se insere na competência local dos Estados-membros, versando sobre assunto de interesse local. b) A lei é inconstitucional, pois afrontou competência privativa da União de legislar sobre Direito Processual Penal. c) A lei é constitucional, pois a matéria se insere no âmbito da competência delegada da União, sobre direito processual. d) A lei é inconstitucional, pois comando normativo dessa natureza, por força do princípio da simetria, deveria estar previsto na Constituição Estadual. 09. (Exame de Ordem Unificado – 2013) Na ausência de lei federal estabelecendo normas gerais sobre proteção de ecossistemas ameaçados, determinado estado da Federação editou, no passado, a sua própria lei sobre o assunto, estabelecendo desde princípios e valores a serem observados até regras específicas sobre a exploração econômica de tais áreas. Criou, ainda, fiscalização efetiva em seu território e multou empresas e produtores que desrespeitaram a lei. Anos depois, a União edita lei contendo normas gerais sobre o tema e muitas de suas disposições conflitavam com a anterior lei estadual. Com relação a este caso, assinale a afirmativa correta. a) A União não poderia legislar, uma vez que o assunto é matéria de interesse local, não havendo justificativa para lei nacional sobre o tema. Houve invasão de competência privativa dos estados. b) No campo das competências legislativas concorrentes, a União deve legislar sobre normas gerais e o estado pode editar normas suplementares, mas enquanto inexistir lei federal, a competência do estado é plena. A superveniência de lei geral nacional suspende a eficácia das disposições contrárias da lei dos estados. c) A lei aplicável, no caso concreto, será aquela que estabelecer padrões mais restritivos, em atenção à proteção do meio ambiente, não importando se tal norma é a federal ou se a editada pelos estados-membros. d) O estado não poderia ter estabelecido normas próprias na ausência de lei nacional com disposições gerais que definissem marcos a serem seguidos pelos estados. Em consequência, são nulas todas as multas aplicadas anteriormente à publicação da lei editada pela União. 10. (Exame de Ordem Unificado – 2010) Um determinado Estado-membro editou lei estabelecendo disciplina uniforme para a data de vencimento das mensalidades das instituições de ensino sediadas no seu território. Examinada a questão à luz da partilha de competência entre os entes federativos, é correto afirmar que: a) mensalidade escolar versa sobre direito obrigacional, portanto, de natureza contratual, logo cabe à União. b) a matéria tem por objeto prestação de serviço educacional, deve ser considerada como de interesse público municipal. c) por versar o conteúdo da lei sobre educação, a competência do Estado-membro é concorrente com a da União. d) somente competirá aos Estados-membros legislar sobre o assunto quando se tratar de mensalidades cobradas por instituições particulares de Ensino Médio.

TEMA 02: PODER LEGISLATIVO

1 - Após ampla investigação, os órgãos competentes concluíram que o deputado federal X praticara um crime de homicídio, figurando como vítima o também deputado federal Y, seu desafeto político. Esse fato, ocorrido dentro das dependências da respectiva Casa Legislativa, despertou intenso debate a respeito de qual seria o órgão competente para julgá-lo. À luz da sistemática constitucional, é correto afirmar que X deve ser julgado a) pelo Supremo Tribunal Federal, órgão competente para processar e julgar os Deputados Federais em qualquer infração penal comum.

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b) pelo Tribunal do Júri, órgão competente para julgar qualquer pessoa pela prática de crime doloso contra a vida. c) pelo Superior Tribunal de Justiça, órgão competente para processar e julgar os Deputados Federais no caso de crime doloso contra a vida. d) pela Câmara dos Deputados, órgão competente para julgar os Deputados Federais por crimes de responsabilidade, considerados como tais aqueles que tenham relação com o exercício do mandato. 2 - Ocorreu um grande escândalo de desvio de verbas públicas na administração pública federal, o que ensejou a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), requerida pelos deputados federais de oposição. Surpreendentemente, os oponentes da CPI conseguem que o inexperiente deputado M seja alçado à condição de Presidente da Comissão. Por não possuir formação jurídica e desconhecer o trâmite das atividades parlamentares, o referido Presidente, sem consultar os assessores jurídicos da Casa, toma uma série de iniciativas, expedindo ofícios e requisitando informações a diversos órgãos. Posteriormente, veio à tona que apenas uma de suas providências prescindiria de efetivo mandado judicial. Assinale a opção que indica a única providência que o deputado M poderia ter tomado, prescindindo de ordem judicial.

a) Determinação de prisão preventiva de pessoas por condutas que, embora sem flagrância, configuram crime e há comprovado risco de que voltem a ser praticadas. b) Autorização, ao setor de inteligência da Polícia Judiciária, para que realize a interceptação das comunicações telefônicas ("escuta") de prováveis envolvidos. c) Quebra de sigilo fiscal dos servidores públicos que, sem aparente motivo, apresentaram público e notório aumento do seu padrão de consumo. d) Busca e apreensão de documentos nas residências de sete pessoas supostamente envolvidas no esquema de desvio de verba.

3 - Caio da Silva, Senador da República pelo Estado “Z”, no decorrer do recesso parlamentar, viaja de férias com a família para um resort situado no Estado “X”, a fim de descansar. Todavia, em meio aos hóspedes que ali se encontravam, deparou-se com Tício dos Santos, um ferrenho adversário político, com quem acabou por travar áspera discussão em torno de temas políticos já discutidos anteriormente no Senado. Caio da Silva, durante a discussão, atribuiu ao seu adversário a responsabilidade pela prática de fatos definidos como crimes, além de injuriá-lo com vários adjetivos ofensivos. Tício dos Santos, inconformado com as agressões públicas a ele desferidas, decidiu ajuizar queixa-crime em face de Caio da Silva. Tendo em vista as particularidades da narrativa acima e considerando o que dispõe a Constituição Federal, assinale a afirmativa correta.

a) Caio da Silva, por estar fora do espaço físico do Congresso Nacional, não é alcançado pela garantia da imunidade material, respondendo pelos crimes contra a honra que praticou. b) Caio da Silva, mesmo fora do espaço físico do Congresso Nacional, é alcançado pela garantia da imunidade material, tendo em vista que as ofensas proferidas estão relacionadas ao exercício da atividade parlamentar. c) Caio da Silva não está coberto pela garantia da imunidade material, tendo em vista que as ofensas foram proferidas em um momento de recesso parlamentar, o que afasta qualquer relação com a atividade de Senador. d) Caio da Silva não está coberto pela garantia da imunidade material, visto que, durante o recesso parlamentar, sequer estava no território do Estado que representa na condição de Senador.

4 - O senador “X” ausentou-se das atividades do Senado Federal para tratar de assunto de interesse particular por cento e cinquenta dias ininterruptos e, diante desse fato, enfrenta representação para a perda do seu mandato, por não ter comparecido à terça parte das sessões ordinárias da Casa, que foram realizadas no período em que esteve ausente. Nessa hipótese, assinale a afirmativa correta. a) A perda do mandato do referido senador será decidida pelo Senado Federal, por maioria absoluta, mediante provocação da respectiva mesa ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada a ampla defesa. b) Não poderá o referido parlamentar perder o mandato, já que o afastamento não ultrapassou cento e oitenta dias dentro da mesma sessão legislativa.

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c) A perda do mandato do referido senador poderá ser declarada pela Mesa da Casa Legislativa de ofício ou mediante provocação de qualquer dos seus membros ou de partido político representado no Congresso Nacional, assegurada a ampla defesa. d) Caso o referido senador venha a renunciar após submetido ao processo que vise ou possa levar à perda do seu mandato, haverá o arquivamento do processo pela perda do seu objeto. 5 - O Deputado Federal “Y” foi objeto de extensa investigação, e diversas reportagens jornalísticas indicaram sua participação em fraudes contra a previdência social. Além disso, inquéritos da polícia chegaram a fortes indícios de diversas práticas criminosas por uma quadrilha por ele liderada. O Ministério Público ofereceu denúncia contra sete acusados, incluindo o parlamentar. Com relação ao caso apresentado, assinale a afirmativa correta.

a) Os deputados federais não podem ser presos em hipótese alguma, pois são invioláveis, na forma prevista na Constituição da República. O processo criminal contra o deputado federal deverá tramitar perante o Superior Tribunal de Justiça e tem procedimento especial previsto em lei. O tribunal competente, recebida denúncia contra o deputado federal por crime ocorrido após a diplomação, dará ciência à Câmara dos Deputados, que poderá sustar o andamento da ação por iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, até a decisão final. Os membros do Congresso Nacional, desde a expedição do diploma, não poderão ser processados criminalmente sem prévia licença de sua Casa; não sendo concedida a licença, ficará suspensa a prescrição, até o fim do mandato.

b)

c)

d)

TEMA 03: PROCESSO LEGISLATIVO

1 - Sob a alegação de que o Projeto de Lei nº 1234, aprovado pelo Congresso Nacional, viola a CRFB/88, o Presidente da República o veta. Insatisfeitas, as lideranças políticas da oposição afirmam que a justificativa presidencial não se sustenta em argumentação jurídica plausível. As lideranças partidárias, por considerarem que o projeto de lei, nos termos aprovados pelo Poder Legislativo, é fundamental para o processo de recuperação econômica do país, reúnem-se e sugerem várias ações para que as propostas constantes do projeto possam se converter em lei. Assinale a ação que, com embasamento constitucional, as lideranças partidárias devem adotar.

a) Formar uma base de apoio que contasse com a maioria simples dos membros de uma das casas legislativas, para apresentar, na mesma sessão legislativa, projeto de lei de idêntico teor. b) Recorrer ao Poder Judiciário contra o ato do Presidente da República, que, valendo-se de instrumento arbitrário e antidemocrático (o veto), impediu o Legislativo de exercer sua função típica. c) Formar maioria absoluta no Congresso Nacional (senadores e deputados federais) que, em sessão conjunta, votasse pela derrubada do veto imposto pelo Presidente da República. d) Entender-se políticamente com o Presidente da República, de maneira que este último viesse a desistir do veto por intermédio da figura jurídica da retratação de veto presidencial.

2 - O deputado federal João da Silva, em seu primeiro mandato, propõe um projeto de lei sobre regulamentação de aplicativos de mensagens. As discussões em plenário se mostram acirradas, sendo o projeto de lei rejeitado. Inconformado, o deputado, por entender que a rejeição do projeto se deveu a fatores circunstanciais e passageiros, quer voltar a tê-lo reavaliado, ainda na mesma sessão legislativa. Em dúvida se poderia vir a fazê-lo, consulta sua assessoria que, em consonância com a CRFB/88, presta a seguinte informação: a) A matéria constante do referido projeto de lei somente poderá constituir objeto de novo projeto na próxima sessão legislativa, em deferência ao princípio da oportunidade. b) A matéria objeto do projeto de Lei rejeitado ainda poderá ser apreciada na mesma sessão legislativa, desde que proposta pela maioria absoluta dos membros de qualquer uma das casas do Congresso Nacional. c) A matéria, objeto do projeto de lei rejeitado, somente poderá ser apreciada na mesma sessão legislativa se comprovadamente tratar de direito que aumente o grau de dignidade e proteção da pessoa humana.

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d) A matéria, discutida em projeto de lei rejeitado pelo Congresso Nacional, não pode ser apreciada na mesma sessão legislativa, exceto se o Presidente da República, alegando interesse nacional, assim o determinar. 3 - O Presidente da República tem dúvidas sobre como proceder em determinado projeto de lei que vem gerando muitas críticas na imprensa. No décimo quarto dia útil do prazo para sancionar ou vetar o referido projeto de lei, o Chefe do Executivo consulta o Advogado-Geral da União para saber os efeitos jurídicos que adviriam do transcurso do prazo de quinze dias úteis sem a adoção de nenhuma providência expressa, simplesmente permanecendo silente. De acordo com a sistemática constitucional, essa situação implicaria

a) veto total, que ainda será apreciado em sessão conjunta das casas do Congresso Nacional. b) sanção tácita, o que não exclui a possibilidade de o Chefe do Poder Executivo promulgar a lei. c) sanção tácita, o que convalida eventual vício de iniciativa, ainda que da lei decorra aumento de despesa. d) veto parcial, que ainda será apreciado em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.

4 - O Presidente da República edita Medida Provisória que dispõe sobre a injeção extraordinária de verbas para o Fundo de Financiamento Estudantil (FIES). O tema, porém, já havia sido objeto de projeto de lei anteriormente aprovado pelo Congresso Nacional e remetido ao próprio Presidente da República para sanção. Nessa linha, observado o regramento estabelecido pela Constituição Federal, assinale a afirmativa correta.

a) É vedada a edição da Medida Provisória, pois a matéria já havia sido disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto pelo Presidente da República. b) A Medida Provisória narrada na questão não poderia ser editada, visto que é vedado pela Constituição Federal dispor sobre matéria orçamentária por meio dessa espécie legislativa. c) A Medida Provisória é juridicamente viável, mas, se não for apreciada em até sessenta dias contados da sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das Casas, ficando sobrestadas todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando, até que se ultime a votação. d) A Medida Provisória é juridicamente viável e prorrogar-se-á por duas vezes, por igual período, a sua vigência se, no prazo de 45 dias contados de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.

5 - O Presidente da República encaminhou ao Senado Federal projeto de Lei Ordinária para provimento de cargos de servidores da União. Após os debates, o projeto foi aprovado pelo plenário do Senado Federal e, em seguida, encaminhado para a Câmara dos Deputados que, em apenas um turno de discussão e votação, o aprovou e o enviou ao Presidente da República, que o sancionou. Sobre o fato acima, assinale a afirmativa correta.

a) A lei é inconstitucional, pois a iniciativa de projetos de lei para provimento de cargos de servidores da União é da Câmara dos Deputados. b) A discussão e a votação do projeto deveriam ter se iniciado na Câmara dos Deputados, havendo, por isso, vício no processo legislativo. c) A ocorrência de dois turnos de discussão e votação do projeto de lei ordinária, pressuposta no adequado processo legislativo, não ocorreu no caso narrado. d) A lei é constitucional, pois o processo legislativo foi devidamente seguido.

6. A proposta de emenda à Constituição e a emenda a projeto de lei ordinária federal a) são espécies normativas. b) podem ser apresentadas por Deputado Federal. c) não podem dispor sobre determinados assuntos. d) podem ser aprovadas por maioria absoluta. 7. Considerando as normas constitucionais sobre processo legislativo, assinale a opção correta.

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a) A iniciativa popular de lei pode ser exercida pela apresentação, à Câmara dos Deputados ou ao Senado Federal, de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído, pelo menos, por cinco estados. b) A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal. As comissões permanentes de ambas as casas podem discutir e votar projetos de lei que dispensarem a competência do plenário, mas não têm o poder de apresentar tais projetos para dar início ao processo legislativo. c) A emenda à CF será promulgada, com o respectivo número de ordem, pelo presidente do Senado Federal, na condição de presidente do Congresso Nacional. Se a promulgação não ocorrer dentro do prazo de quarenta e oito horas após a sua aprovação, as mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal deverão fazê-lo. d) São de iniciativa privativa do presidente da República as leis que disponham sobre o aumento de remuneração dos cargos, funções e empregos na administração direta e autárquica. 8. Ao receber projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, é vedado, ao Presidente da República, vetá-lo a) por ilegalidade. b) por contrariedade ao interesse público. c) por inconstitucionalidade. d) totalmente. 9. Maria da Silva, deputada federal integrante do partido Alfa, vem a ter projeto de sua iniciativa aprovado, com apoio de outros partidos políticos. Para sua surpresa, o texto do seu projeto veio a ser vetado na integralidade por decisão do Presidente da República. Após tomar ciência do veto presidencial, a deputada, com o intuito de derrubá-lo, procura as lideranças dos partidos que apoiaram seu projeto. Nos termos da CF, assinale a opção que apresenta o procedimento correto. a) Vetado o projeto de lei, ocorrerá o seu arquivamento. b) Após o veto, a matéria somente poderá ser reapreciada no ano subsequente. c) O veto poderá ser rejeitado, o que acarretará o envio do projeto para promulgação pelo Presidente da República. d) A apreciação do veto deverá ocorrer, em separado, por cada Casa Legislativa, podendo ser rejeitado pela maioria absoluta de cada uma delas. 10. Um Senador da República apresentou projeto de lei visando determinar à União que sejam adotadas as providências necessárias para que toda a população brasileira seja vacinada contra determinada doença causadora de pandemia transmitida por mosquito. O Senado Federal, no entanto, preocupado com o fato de que os servidores da saúde poderiam descumprir o que determinaria a futura lei, isso em razão de seus baixos salários, acabou por emendar o projeto de lei, determinando, igualmente, a majoração da remuneração dos servidores públicos federais da área de saúde pública. Aprovado em ambas as Casas do Congresso Nacional, o projeto foi encaminhado ao Presidente da República. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. a) O Presidente da República não terá motivos para vetar o projeto de lei por vício de inconstitucionalidade formal, ainda que possa vetá-lo por entendê-lo contrário ao interesse público, devendo fazer isso no prazo de quinze dias úteis. b) O Presidente da República, ainda que tenha motivos para vetar o projeto de lei por vício de inconstitucionalidade formal, poderá, no curso do prazo para a sanção ou o veto presidencial, editar medida provisória com igual conteúdo ao do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, tendo em vista o princípio da separação dos poderes. c) O Presidente da República poderá vetá-lo, por motivo de inconstitucionalidade material e não por inconstitucionalidade formal, uma vez que os projetos de lei que acarretem despesas para o Poder Executivo são de iniciativa privativa do Presidente da República. d) O Presidente da República poderá vetá-lo, por motivo de inconstitucionalidade formal, na parte que majorou a remuneração dos servidores públicos, uma vez que a iniciativa legislativa nessa matéria é privativa do Chefe do Poder Executivo, devendo o veto ser exercido no prazo de quinze dias úteis.

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TEMA 04: PODER EXECUTIVO

1. Assinale a alternativa correta, em relação à Constituição Brasileira: a) ao Presidente da República incumbe a Chefia de Estado, apenas; b) ao Presidente da República incumbe a Chefia de Estado e a Chefia de Governo, simultaneamente; c) ao Presidente da República incumbe a Chefia de Governo, apenas; d) ao Presidente da República incumbe a Chefia do Gabinete de Ministros. 2. Na vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, serão sucessivamente chamados aos exercícios da Presidência: a) o presidente do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. b) o presidente da Câmara dos Deputados, o do Senado Federal e o do Supremo Tribunal federal. c) o presidente da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal. d) o presidente do Senado Federal, o da Câmara dos Deputados e o do Supremo Tribunal Federal. 3. O Presidente da República descumpriu ordem judicial, emanada de autoridade competente, impondo à União o pagamento de vantagens atrasadas, devidas aos servidores públicos federais ativos e inativos. A Advocacia Geral da União argumentava que a mora era justificável por conta da ausência de previsão de recursos públicos em lei orçamentária específica. Apesar disso, um grupo de parlamentares, interessado em provocar a atuação do Ministério Público, entendeu ter ocorrido crime comum de desobediência, procurando você para que, como advogado(a), informe que órgão seria competente para julgar ilícito dessa natureza. Dito isto e a par da conduta descrita, é correto afirmar que o Presidente da República deve ser julgado: a) pela Câmara dos Deputados, após autorização do Senado Federal. b) pelo Senado Federal, após autorização da Câmara dos Deputados. c) pelo Supremo Tribunal Federal, após autorização da Câmara dos Deputados. d) pelo Supremo Tribunal Federal, após autorização do Congresso Nacional. 4. Ao proferir um discurso em sua cidade natal, José, deputado federal pelo Estado E, afirma, de forma contundente, que um país democrático tem por regra inviolável escolher o chefe do Poder Executivo por meio de eleições diretas. Complementa sua fala afirmando que o Brasil poderia ser considerado um país democrático, já que a Constituição Cidadã de 1988 não prevê eleição de Presidente pela via indireta. Segundo a Constituição da República, o deputado está

a) equivocado, pois há previsão de eleição indireta somente na eventualidade de vacância do cargo de Presidente da República nos últimos seis meses do seu mandato.

b) correto, pois, sendo o voto direto cláusula pétrea prevista na Constituição, não pode haver situação constitucional que possibilite o uso do voto indireto.

c) equivocado, pois há previsão de eleição indireta no caso de vacância dos cargos de Presidente e Vice-presidente da República nos últimos dois anos do mandato.

d) correto, pois não há previsão de eleição indireta em caso de vacância, já que o cargo de Presidente da República viria a ser ocupado pelo Presidente da Câmara dos Deputados.

5. Um representante da sociedade civil, apresentando indícios de que o Presidente da República teria ultrapassado os gastos autorizados pela lei orçamentária e, portanto, cometido crime de responsabilidade, denuncia o Chefe do Poder Executivo Federal à Câmara dos Deputados. Protocolizada a denúncia na Câmara, foram observados os trâmites legais e regimentais de modo que o Plenário pudesse ou não autorizar a instauração de processo contra o Presidente da

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República. Do total de 513 deputados da Câmara, apenas 400 estiveram presentes à sessão, sendo que 260 votaram a favor da instauração do processo. Diante desse fato,

a) o processo será enviado ao Senado Federal para que este, sob a presidência do Presidente do STF, proceda ao julgamento do Presidente da República.

b) o processo será enviado ao Supremo Tribunal Federal, a fim de que a Corte Maior proceda ao julgamento do Presidente da República.

c) o processo deverá ser arquivado, tendo em vista o fato de a decisão da Câmara dos Deputados não ter contado com a manifestação favorável de dois terços dos seus membros.

d) dá-se o impeachment do Presidente da República, que perde o cargo e fica inabilitado para o exercício de outra função pública por oito anos.

6. O Presidente da República está sujeito a) às práticas de crime de responsabilidade e de crime comum, ambos julgados pelo Supremo Tribunal Federal. b) apenas à prática de crime de responsabilidade, julgado pelo Supremo Tribunal Federal. c) às práticas de crime de responsabilidade e de crime comum, julgados, respectivamente, pelo Senado Federal e pelo Supremo Tribunal Federal. d) apenas à prática de crime de responsabilidade, julgado pela Câmara dos Deputados. 7. O impeachment do presidente da República a) pode ser iniciado por denúncia de qualquer cidadão. b) só pode ser processado mediante autorização de 2/3 do Senado Federal. c) é processado perante o Supremo Tribunal Federal, que só poderá proferir condenação mediante voto de 2/3 de seus membros. d) pode resultar na perda do cargo e a inabilitação permanente para o exercício de função pública. 8. O Presidente da República, à luz da CRFB/88, dispõe de dois órgãos de cúpula para consulta em determinados assuntos. Assinale a opção que elenca corretamente esses órgãos e suas atribuições constitucionalmente definidas.

a) Ao Conselho de Defesa Nacional compete opinar sobre a decretação do estado de defesa, do estado de sítio e da intervenção federal. Ao Conselho Nacional de Justiça compete o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do Poder Executivo.

b) Ao Conselho de Defesa Nacional compete opinar sobre as questões relevantes para a estabilidade das instituições democráticas. Ao Conselho da República compete opinar sobre as hipóteses de declaração de guerra e de celebração de paz.

c) Ao Conselho Nacional de Justiça compete o controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário, do Poder Legislativo e do Poder Executivo. Ao Conselho da República compete opinar sobre as hipóteses de declaração de guerra e de celebração de paz.

d) Ao Conselho de Defesa Nacional compete opinar sobre as hipóteses de declaração de guerra e de celebração de paz. Ao Conselho da República compete pronunciar-se sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio.

9. No processo de impedimento do Presidente da República, ocorre a necessidade de preenchimento de alguns requisitos. Com base nas normas constitucionais, é correto afirmar que

a) a Câmara autoriza a instauração do processo pelo voto da maioria absoluta dos seus membros.

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b) o julgamento ocorre pelo Senado Federal, cuja decisão deverá ocorrer pela maioria simples.

c) condenado o Presidente, cumprirá sua pena privativa de liberdade em regime semiaberto.

d) no julgamento ocorrido no Senado, funcionará como Presidente o do Supremo Tribunal Federal.

10. A competência para processar e julgar originariamente Governador de Estado por crime comum é do a) Supremo Tribunal Federal. b) Superior Tribunal de Justiça. c) Órgão Especial do Tribunal de Justiça. d) Juizo Criminal da capital onde se situa o Tribunal de Justiça do Estado respectivo.

TEMA 05: INTERVENÇÃO FEDERAL

01. (Exame de Ordem Unificado – 2015) Determinado Governador de Estado, inconformado com decisões proferidas pelo Poder Judiciário local, que determinaram o fechamento de diversos estabelecimentos comprovadamente envolvidos com ilícitos, decidiu que os órgãos estaduais a ele subordinados não cumpririam as decisões judiciais. Alegou que os negócios desenvolvidos nesses estabelecimentos, mesmo sendo ilícitos, geravam empregos e aumentavam a arrecadação do Estado, e que o não cumprimento das ordens emanadas do Poder Judiciário se justificava em razão da repercussão econômica que o seu cumprimento teria. Das opções a seguir, assinale a que se mostra consentânea com a Constituição Federal. a) O Presidente da República, após a requisição do Supremo Tribunal Federal, decretará a intervenção federal, dispensado, nesse caso, o controle pelo Congresso Nacional. b) O Governador de Estado, tendo por base a inafastável autonomia concedida aos Estados em uma organização federativa, está juridicamente autorizado a adotar o indicado posicionamento. c) O Presidente da República poderá decretar a intervenção federal, se provocado pelo Procurador Geral da República e com autorização prévia do Congresso Nacional, que exercerá um controle político. d) O Supremo Tribunal Federal, prescindindo de qualquer atuação por parte do Presidente da República, determinará, ele próprio, a intervenção federal, que será posteriormente apreciada pelo Congresso Nacional. 02. (Exame de Ordem Unificado – 2014) O instituto da intervenção é de extrema excepcionalidade, razão pela qual restam minuciosamente delineadas as hipóteses na CRFB/88. Assinale a opção que contempla, à luz da CRFB/88, hipótese correta de intervenção. a) O Estado X, sob o pretexto de celeridade e efetividade, vem realizando somente contratações diretas, sem a aplicação da Lei Federal de Licitações e Contratos Administrativos – Lei n. 8.666/93. Nessa situação, poderá a União intervir no Estado X para prover a execução de lei federal. b) O Município Y, localizado no Estado Z, não vem destinando nos últimos seis meses o mínimo exigido da receita municipal na manutenção das escolas públicas municipais, sob o fundamento de que a iniciativa privada realiza melhor ensino. Nesta hipótese, tanto a União quanto o Estado Z, à luz da CRFB/88, poderão intervir no Município Y para garantir a aplicação do mínimo exigido da receita municipal na aludida manutenção. c) Nos casos de desobediência à ordem ou decisão judiciária, a decretação de intervenção independe de requisição judicial. d) O Município Z, em razão de problemas orçamentários, em 2013, decidiu, excepcionalmente, pela primeira vez na sua história, não realizar o pagamento da sua dívida fundada. À luz da CRFB/88, poderá o Estado W, onde está localizado o referido Município, intervir no ente menor para garantir o pagamento da dívida fundada. 03. (Exame de Ordem – 2010) Assinale a opção correta quanto à disciplina sobre a intervenção federal. a) A União só poderá intervir nos estados após prévia anuência do Congresso Nacional.

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b) O estado só poderá intervir em seus municípios se a assembleia legislativa, por maioria absoluta, aprovar a decretação da intervenção. c) No caso de descumprimento, por algum estado-membro, dos princípios constitucionais sensíveis, a decretação de intervenção dependerá de provimento, pelo STF, de representação do procurador-geral da República. d) Se houver, por parte de estado-membro, ameaça ao livre exercício de qualquer dos poderes, o pedido de intervenção federal dependerá de requisição do STF. 04. (Exame de Ordem – 2008) Não constitui causa de intervenção da União nos estados e no DF a necessidade de: a) manter a integridade nacional. b) prover a execução de ordem judicial. c) assegurar o princípio da autonomia municipal. d) garantir a aplicação do mínimo exigido da receita na segurança pública. 05. (Exame de Ordem Unificado – 2016) Determinado Município localizado no âmbito de um Estado-membro da Federação brasileira deixa de cumprir ordem judicial emanada do Tribunal de Justiça local. Diante de tal fato, segundo a ordem jurídico-constitucional brasileira, assinale a afirmativa correta. a) O Tribunal de Justiça local poderá, por intermédio de requisição, solicitar ao Governador do Estado a decretação da intervenção estadual no referido Município, sem necessidade de nenhum tipo de Ação Direta Interventiva. b) O Procurador-Geral da República poderá ajuizar Representação Interventiva junto ao Supremo Tribunal Federal, que julgando-a procedente suscitará a intervenção federal no Município em tela, a ser decretada pelo Presidente da República. c) O Superior Tribunal de Justiça poderá, por intermédio de requisição ao Chefe do Executivo Estadual, determinar a intervenção estadual no referido Município, sem a necessidade de nenhum tipo de Ação Direta Interventiva. d) O Procurador-Geral de Justiça poderá ajuizar Ação Direta Interventiva estadual junto ao Tribunal de Justiça Local, que julgando-a procedente autoriza a intervenção estadual no referido Município, a ser decretada pelo Governador do Estado.

TEMA 06: PODER JUDICIÁRIO 01. (Exame de Ordem Unificado – 2012) No intuito de garantir o regular exercício da prestação jurisdicional, a Constituição da República conferiu aos magistrados algumas prerrogativas. A respeito dessas prerrogativas, assinale a afirmativa correta. a) A inamovibilidade pode ser excepcionada no caso de relevante interesse público e desde que a remoção seja aprovada pela maioria absoluta do tribunal ou do CNJ. b) A irredutibilidade de subsídios consiste na impossibilidade de redução do poder aquisitivo do subsídio do magistrado e não somente do seu valor nominal. c) O magistrado, apesar da vitaliciedade, pode perder o cargo por decisão administrativa da maioria absoluta do tribunal ou do CNJ. d) A aposentadoria dos magistrados seguirá regime jurídico diverso daquele aplicável aos servidores públicos em geral. 02. (Exame de Ordem Unificado – 2012) A competência para processar e julgar originariamente Governador de Estado por crime comum é do: a) Supremo Tribunal Federal. b) Superior Tribunal de Justiça. c) Órgão Especial do Tribunal de Justiça. d) Juízo Criminal da capital onde se situa o Tribunal de Justiça do Estado respectivo.

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03. (OAB – 2009) Relativamente à organização e às competências do Poder Judiciário, assinale a opção correta. a) O Conselho Nacional de Justiça, órgão interno de controle administrativo, financeiro e disciplinar da magistratura, é composto por membros do Poder Judiciário, do MP, da advocacia e da sociedade civil. b) As causas em que entidade autárquica, empresa pública federal ou sociedade de economia mista seja interessada na condição de autora, ré, assistente ou oponente são de competência da justiça federal. c) A edição de súmula vinculante pelo STF poderá ocorrer de ofício ou por provocação de pessoas ou entes autorizados em lei, entre estes, os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade. O cancelamento ou revisão de súmula somente poderá ocorrer por iniciativa do próprio STF. d) Cabe reclamação constitucional dirigida ao STF contra decisão judicial que contrarie súmula vinculante ou que indevidamente a aplique. O modelo adotado na CF não admite reclamação contra ato que, provindo da administração, esteja em desconformidade com a referida súmula. 04. (OAB – SP – 2008) A chamada quarentena para juízes, introduzida na CF pela Emenda Constitucional n. º 45/2004, a) veda ao juiz aposentado o exercício da advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria. b) veda ao desembargador aposentado o exercício da advocacia, enquanto estiverem em atividade no tribunal do qual se afastou os magistrados que lhe foram contemporâneos. c) veda ao juiz afastado em processo administrativo disciplinar o exercício da advocacia no juízo ou tribunal do qual foi afastado. d) veda ao juiz exonerado o exercício da advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos dois anos da exoneração. 05. (OAB – SP – 2008) Será competente para julgar originariamente habeas corpus em que figure como paciente desembargador de tribunal de justiça estadual a) o TRF da respectiva região. b) o STF. c) o próprio tribunal de justiça estadual ao qual esteja vinculado o desembargador. d) o STJ. 06. (OAB – 2007) Acerca da organização do Poder Judiciário, assinale a opção correta. a) A atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedadas férias coletivas, salvo para os tribunais. b) Aos juízes é vedado exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. c) Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula vinculante aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá argüição de descumprimento a preceito fundamental ao STF, que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial impugnada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. d) Compete ao STF a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias. 07. (OAB – 2007) Com relação ao Poder Judiciário, assinale a opção correta. a) Compete ao STF processar e julgar originariamente os mandados de segurança e habeas corpus impetrados contra o Conselho Nacional do Ministério Público. b) Compete ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) julgar o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e os estados ou o DF. c) Os crimes cometidos contra o sistema financeiro, contra a ordem econômico-financeira e contra os consumidores são de competência da justiça federal. d) Os conflitos entre servidores públicos temporários regidos pelo direito administrativo e a administração pública direta da União passaram a ser de competência da justiça trabalhista, por força do advento da Emenda Constitucional n. º 45/2005, de acordo com o entendimento do STF. 08. (OAB – SP – 2007) São considerados órgãos do Poder Judiciário, pela Constituição Federal, os a) Tribunais de Contas. b) Tribunais Militares.

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c) Tribunais de Justiça Desportiva. d) Tribunais de Exceção. 09. (OAB – DF – 2006) Sobre o Poder Judiciário, o Conselho Nacional de Justiça e o Controle de Constitucionalidade, assinale a alternativa CORRETA: a) por força de expressa disposição constitucional, as decisões administrativas dos Tribunais deverão ser motivadas e em sessão pública; b) as ações judiciais contra atos disciplinares do Comando da Polícia Militar do Distrito Federal serão processadas e julgadas pelos integrantes do Conselho de Justiça Militar; c) em razão da autonomia administrativa dos Tribunais, o Conselho Nacional de Justiça ao apreciar a legalidade administrativa de atos praticados por órgãos do Poder Judiciário poderá fixar prazo para que seja adotada a providência corretiva necessária, mas não poderá desconstituí-los ou revê-los; d) a ação por descumprimento de preceito fundamental que se destine a por fim a controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo federal, segundo entendimento do STF, poderá ser interposta inclusive em relação a controvérsias constitucionais concretamente já postas em juízo. 10. (OAB – SP – 2005) A Constituição da República assegura aos membros do Poder Judiciário, no primeiro grau: a) vitaliciedade, adquirida após três anos de exercício, dependendo a perda do cargo, nesse período, de sentença judicial transitada em julgado. b) inamovibilidade, salvo por determinação do Presidente do respectivo Tribunal. c) foro privilegiado, junto ao Supremo Tribunal Federal. d) irredutibilidade de subsídio.

TEMA 07: AÇÕES CONSTITUCIONAIS 01. Os remédios constitucionais são garantias instrumentais destinadas à proteção dos direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. Servem como instrumentos à disposição das pessoas para reclamarem, em juízo, uma proteção a seus direitos, motivo pelo qual são também conhecidos como ações constitucionais. A respeito do referido tema, assinale a alternativa correta: a) Diante da recusa ilegal de autoridade pública quanto ao fornecimento de certidão contendo informações relativas ao requerente, o instrumento cabível é o mandado de segurança, segundo entendimento jurisprudencial. b) O habeas corpus é o remédio constitucional de mais amplo espectro, podendo ser utilizado contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública. c) Ao estrangeiro residente no exterior não é assegurado o direito de impetrar mandado de segurança. d) Não é cabível mandado de injunção em face de omissão normativa parcial. 02. (FGV – 2014 – OAB Exame Unificado XIII – 1ª fase) A ação de habeas data, como instrumento de proteção de dimensão do direito de personalidade, destina-se a garantir o acesso de uma pessoa a informações sobre ela que façam parte de arquivos ou banco de dados de entidades governamentais ou públicas, bem como a garantir a correção de dados incorretos. A partir do fragmento acima, assinale a opção correta. a) Conceder-se-á habeas data para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante ou de parente deste até o segundo grau, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou privadas. b) Além dos requisitos previstos no Código de Processo Civil para petição inicial, a ação de habeas data deverá vir instruída com prova da recusa ao acesso às informações ou o simples decurso de dez dias sem decisão. c) Do despacho de indeferimento da inicial de habeas data por falta de algum requisito legal para o ajuizamento caberá agravo de instrumento. d) A ação de habeas data terá prioridade sobre todos os atos judiciais, com exceção ao habeas corpus e ao mandado de segurança.

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03. (OAB/Exame Unificado – 2013.1) Em relação aos remédios constitucionais, assinale a afirmativa correta: a) O habeas Data pode ser impetrado ainda que não haja negativa na via administrativa em relação ao acesso as informações pessoais. b) A ação popular pode ser impetrada por pessoa jurídica. c) o particular pode figurar no polo passivo da ação de habeas corpus. d) o mandado de segurança somente pode ser impetrado quando as questões jurídicas forem incontrovérsias. 04. A respeito do mandado de segurança, lei as duas proposições abaixo, observe a relação entre elas e assinale a alternativa correta:

I. É cabível mandado de segurança para combater violação a direito líquido e certo, o que significa

a impossibilidade de haver controvérsia sobre matéria de direito.

PORQUE

II. Nos casos de complexidade jurídica, a garantia oferecida pelo mandado de segurança é

preservada, o que não ocorre em situações de complexidade fática, circunstância que exige dilação probatória e impede, por essa razão, a utilização desse remédio constitucional.

A respeito dessas asserções, assinale a opção correta:

A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. B) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. C) As asserções I e II são proposições falsas. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

05. Tendo sido noticiado pela imprensa que haviam sido formuladas denúncias contra si perante a Corregedoria-Geral da União, as quais afirma serem inverídicas, um indivíduo formula pedido junto ao órgão para obter, por meio de certidão, a identificação dos autores das referidas denúncias. O pedido para obtenção da certidão é indeferido ilegalmente por um servidor público federal. O remédio cabível para combater referido ato ilegal é: a) mandado de segurança, a ser impetrado no Tribunal Regional Federal. b) mandado de segurança, a ser impetrado na primeira instância da justiça federal. c) habeas data, a ser impetrado no Tribunal Regional Federal. d) habeas data, a ser impetrado na primeira instância da justiça federal. 06. (2014 – FCC – AL-PE - Analista Legislativo) Servidor público integrante dos quadros de órgão da Administração pública federal pretende ter reconhecido judicialmente o direito à contagem diferenciada do tempo para aposentadoria, em decorrência de atividade em trabalho insalubre, tendo em vista a inércia do Congresso Nacional em regulamentar, mediante lei complementar, a aposentadoria especial, como determina a Constituição da República. Para tanto, poderá o interessado valer-se de: a) ação declaratória de constitucionalidade, de competência originária do Supremo Tribunal Federal. b) mandado de injunção, de competência originária do Tribunal Superior do Trabalho. c) mandado de injunção, de competência originária do Superior Tribunal de Justiça. d) mandado de injunção, de competência originária do Supremo Tribunal Federal. e) ação direta de inconstitucionalidade, de competência originária do Supremo Tribunal Federal. 07. A respeito do mandado de segurança, lei as duas proposições abaixo, observe a relação entre elas e assinale a alternativa correta:

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I. Após o prazo de 120 dias contados da ciência do ato ilegal cometido por autoridade pública, não

é cabível mandado de segurança, mas o direito ainda poderá ser tutelado pela via ordinária.

PORQUE

II. Na via ordinária, é cabível pleito de indenização por danos morais, quando a autoridade coatora

causar danos desta espécie ao autor, o que não é possível em mandado de segurança.

A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.

08. (XX Exame OAB) José, brasileiro de dezesseis anos de idade, possuidor de título de eleitor e no pleno gozo dos seus direitos políticos, identifica, com provas irrefutáveis, ato lesivo do Presidente da República que atenta contra a moralidade administrativa. Com base no fragmento acima, assinale a opção que se coaduna com o instituto jurídico da Ação Popular.

a) José, desde que tenha assistência, é parte legítima para propor Ação Popular em face do Presidente da República perante o Supremo Tribunal Federal.

b) José, ainda que sem assistência, é parte legítima para propor Ação Popular em face do Presidente da República perante o juiz natural de primeira instância.

c) José, ainda que sem assistência, é parte legítima para propor Ação Popular em face do Presidente da República perante o Supremo Tribunal Federal.

d) José não é parte legítima para propor Ação Popular em face do Presidente da República, porque ainda não é considerado cidadão. 09. Assinale a opção correta: a) O mandado de segurança impetrado com vistas a anular ato lesivo ao patrimônio público isenta o autor de custas judiciais e do ônus da sucumbência. b) O habeas corpus protege o direito constitucional de ir e vir, o habeas data o direito líquido e certo não amparado por habeas corpus e pelo mandado de injunção. c) A ação popular e a ação civil pública são idênticas em propósito, finalidade e alcance, a diferença é que a última se insere na competência privativa dos tribunais. d) Compete ao Supremo Tribunal Federal julgar mandado de segurança contra ato do Tribunal de Contas da União e do próprio Supremo Tribunal Federal. 10. A Assembleia Legislativa de um determinado Estado da Federação brasileira autorizou o Chefe do Executivo a alienar um imóvel de domínio público, visando, segundo o texto da lei, promover a regularização do domínio do solo por ocupantes diretos do local. O produto apurado com a alienação da área será destinado exclusivamente ao Fundo de Previdência dos Servidores Públicos do Estado. Qualquer cidadão que pretenda anular esse ato, por entendê-lo como lesivo ao patrimônio público, poderá propor: a) Ação Civil Pública. b) Ação Popular. c) Mandado de Segurança d) Habeas corpus.

TEMA 08: CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

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01. (XXIII Exame) A lei federal nº 123, sancionada em 2012, é objeto de Ação Direta de Inconstitucionalidade proposta por partido político com representação no Congresso Nacional. O referido diploma legal é declarado materialmente inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em março de 2014. Em outubro de 2016, membro da Câmara dos Deputados apresenta novo projeto de lei ordinária contendo regras idênticas àquelas declaradas materialmente inconstitucionais. Tomando por base o caso apresentado acima, assinale a afirmativa correta. a) A decisão proferida pelo STF produz eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos órgãos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, inclusive nas suas funções típicas; logo, o novo projeto de lei ordinária, uma vez aprovado pelo Congresso Nacional, será nulo por ofensa à coisa julgada. b) Em observância ao precedente firmado na referida Ação Direta de Inconstitucionalidade, o plenário do STF pode, em sede de controle preventivo, obstar a votação do novo projeto de lei por conter regras idênticas àquelas já declaradas inconstitucionais. c) A decisão proferida pelo STF não vincula o Poder Legislativo ou o plenário do próprio Tribunal em relação a apreciações futuras da temática; logo, caso o novo projeto de lei venha a ser aprovado e sancionado, a Corte pode vir a declarar a constitucionalidade da nova lei. d) A decisão proferida pelo STF é ineficaz em relação a terceiros, porque o partido político com representação no Congresso Nacional não está elencado no rol constitucional de legitimados aptos a instaurar o processo objetivo de controle normativo abstrato. 02. (XVIII Exame) A Lei Z, elaborada recentemente pelo Poder Legislativo do Município M, foi promulgada e passou a produzir seus efeitos regulares após a Câmara Municipal ter derrubado o veto aposto pelo Prefeito. A peculiaridade é que o conteúdo da lei é praticamente idêntico ao de outras leis que foram editadas em milhares de outros Municípios, o que lhe atribui inegável relevância. Inconformado com a derrubada do veto, o Prefeito do Município M, partindo da premissa de que a Lei Z possui diversas normas violadoras da ordem constitucional federal, pretende que sua inconstitucionalidade seja submetida à apreciação do Supremo Tribunal Federal. A partir das informações acima, assinale a opção que se encontra em consonância com o sistema de controle de constitucionalidade adotado no Brasil. a) O Prefeito do Município M, como agente legitimado pela Constituição Federal, está habilitado a propor arguição de descumprimento de preceito fundamental questionando a constitucionalidade dos dispositivos que entende violadores da ordem constitucional federal. b) A temática pode ser objeto de ação direta de inconstitucionalidade ou de arguição de descumprimento de preceito fundamental, se proposta por qualquer um dos legitimados pelo Art. 103 da Constituição Federal. c) A Lei Z não poderá ser objeto de ação, pela via concentrada, perante o Supremo Tribunal Federal, já que, de acordo com o sistema de controle de constitucionalidade adotado no Brasil, atos normativos municipais só podem ser objeto de controle, caso se utilize como paradigma de confronto a Constituição Federal, pela via difusa. d) Os dispositivos normativos da Lei Z, sem desconsiderar a possibilidade de ser realizado o controle incidental pela via difusa, podem ser objeto de controle por via de arguição de descumprimento de preceito fundamental, se proposta por qualquer um dos legitimados pelo Art. 103 da Constituição Federal. 03. (XVIII Exame) Muitos Estados ocidentais, a partir do processo revolucionário franco-americano do final do século XVIII, atribuíram aos juízes a função de interpretar a Constituição, daí surgindo a denominada jurisdição constitucional. A respeito do controle de constitucionalidade exercido por esse tipo de estrutura orgânica, assinale a afirmativa correta. a) A supremacia da Constituição e a hierarquia das fontes normativas destacam-se entre os pressupostos do controle de constitucionalidade. b) A denominada mutação constitucional é uma modalidade de controle de constitucionalidade realizado pela jurisdição constitucional. c) O controle concentrado de constitucionalidade consiste na análise da compatibilidade de qualquer norma infraconstitucional com a Constituição. d) O controle de constitucionalidade de qualquer decreto regulamentar deve ser realizado pela via difusa.

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04. (XX Exame) Um Senador da República apresentou projeto de lei visando determinar à União que sejam adotadas as providências necessárias para que toda a população brasileira seja vacinada contra determinada doença causadora de pandemia transmitida por mosquito. O Senado Federal, no entanto, preocupado com o fato de que os servidores da saúde poderiam descumprir o que determinaria a futura lei, isso em razão de seus baixos salários, acabou por emendar o projeto de lei, determinando, igualmente, a majoração da remuneração dos servidores públicos federais da área de saúde pública. Aprovado em ambas as Casas do Congresso Nacional, o projeto foi encaminhado ao Presidente da República. Com base na hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta. a) O Presidente da República não terá motivos para vetar o projeto de lei por vício de inconstitucionalidade formal, ainda que possa vetá-lo por entendê-lo contrário ao interesse público, devendo fazer isso no prazo de quinze dias úteis. b) O Presidente da República, ainda que tenha motivos para vetar o projeto de lei por vício de inconstitucionalidade formal, poderá, no curso do prazo para a sanção ou o veto presidencial, editar medida provisória com igual conteúdo ao do projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional, tendo em vista o princípio da separação dos poderes. c) O Presidente da República poderá vetá-lo, por motivo de inconstitucionalidade material e não por inconstitucionalidade formal, uma vez que os projetos de lei que acarretem despesas para o Poder Executivo são de iniciativa privativa do Presidente da República. d) O Presidente da República poderá vetá-lo, por motivo de inconstitucionalidade formal, na parte que majorou a remuneração dos servidores públicos, uma vez que a iniciativa legislativa nessa matéria é privativa do Chefe do Poder Executivo, devendo o veto ser exercido no prazo de quinze dias úteis. 05. (XXIV Exame) Considere a seguinte situação hipotética: Decreto Legislativo do Congresso Nacional susta Ato Normativo do Presidente da República que exorbita dos limites da delegação legislativa concedida. Insatisfeito com tal Iniciativa do Congresso Nacional e levando em consideração o sistema brasileiro de controle de constitucionalidade, o Presidente da República pode: a) deflagrar o controle repressivo concentrado mediante uma Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF), pois não cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade de decreto legislativo. b) recorrer ao controle preventivo jurisdicional mediante o ajuizamento de um Mandado de Segurança perante o Supremo Tribunal Federal. c) deflagrar o controle repressivo político mediante uma representação de inconstitucionalidade, pois se trata de um ato do Poder Legislativo. d) deflagrar o controle repressivo concentrado mediante uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), uma vez que o decreto legislativo é ato normativo primário. 06. (XXI Exame) A parte autora em um processo judicial, inconformada com a sentença de primeiro grau de jurisdição que se embasou no ato normativo X, apela da decisão porque, no seu entender, esse ato normativo seria inconstitucional. A 3ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado Alfa, ao analisar a apelação interposta, reconhece que assiste razão à recorrente, mais especificamente no que se refere à inconstitucionalidade do referido ato normativo X. Ciente da existência de cláusula de reserva de plenário, a referida Turma dá provimento ao recurso sem declarar expressamente a inconstitucionalidade do ato normativo X, embora tenha afastado a sua incidência no caso concreto. De acordo com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, o acórdão proferido pela 3ª Turma Cível: a) está juridicamente perfeito, posto que, nestas circunstâncias, a solução constitucionalmente expressa é o afastamento da incidência, no caso concreto, do ato normativo inconstitucional. b) não segue os parâmetros constitucionais, pois deveria ter declarado, expressamente, a inconstitucionalidade do ato normativo que fundamentou a sentença proferida pelo juízo a quo. c) está correto, posto que a 3ª Turma Cível, como órgão especial que é, pode arrogar para si a competência do Órgão Pleno do Tribunal de Justiça do Estado Alfa. d) está incorreto, posto que violou a cláusula de reserva de plenário, ainda que não tenha declarado expressamente a inconstitucionalidade do ato normativo.

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07. (XIX Exame) O instituto da súmula vinculante aos poucos vai tendo suas características cristalizadas a partir da interpretação dos seus contornos constitucionais pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. Considerando a importância assumida pelo instituto, determinada associação de classe procura seu advogado e solicita esclarecimentos a respeito dos legitimados a requerer a edição da súmula vinculante, dos seus efeitos e do órgão que pode editá-la. Com base no fragmento acima, assinale a opção que se apresenta em consonância com os delineamentos desse instituto. a) Pode ser editada pelos tribunais superiores quando houver reiteradas decisões, proferidas na sua esfera de competência, que recomendem a uniformização de entendimento junto aos órgãos jurisdicionais inferiores. b) Estão legitimados a propor a sua edição, exclusivamente, os legitimados para o ajuizamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade, estabelecidos no Art. 103 da Constituição Federal. c) Pode dizer respeito a qualquer situação jurídica constituída sob a égide das normas brasileiras, de natureza constitucional ou infraconstitucional, e ser especificamente direcionada à resolução de um caso concreto, nele exaurindo a sua eficácia. d) A vinculação sumular incide sobre a administração pública direta e indireta e os demais órgãos do Poder Judiciário, não podendo, porém, atingir o Poder Legislativo. 08. (XX Exame) Inconformado com decisão proferida em sede de primeiro grau da Justiça Estadual, que reconheceu a licitude da exigência de prévio depósito de dinheiro como condição para a admissibilidade de recurso administrativo, em clara afronta à Súmula Vinculante editada pelo Supremo Tribunal Federal, João busca orientação jurídica com conceituado advogado. Assinale a opção que apresenta a medida judicial que deve ser apresentada para que, em consonância com o sistema jurídico-constitucional brasileiro, João, como legitimado, possa buscar a cassação da supramencionada decisão judicial. a) Ingressar com reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, por contrariar Súmula Vinculante por ele aprovada. b) Interpor recurso extraordinário perante o Supremo Tribunal Federal, pelo fato de a decisão ofender a interpretação constitucional sumulada pelo Tribunal. c) Propor ação direta de inconstitucionalidade, perante o Tribunal de Justiça ou o Supremo Tribunal Federal, por a referida decisão conter explícita inconstitucionalidade. d) Arguir o descumprimento de preceito fundamental, já que a decisão está baseada em ato administrativo contrário à inteligência da CRFB/88. 09. (XVI Exame) A Medida Provisória Z, embora tendo causado polêmica na data de sua edição, foi convertida, em julho de 2014, na Lei Y. Inconformado com o posicionamento do Congresso Nacional, o principal partido de oposição, no mês seguinte, ajuizou Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) atacando vários dispositivos normativos da referida Lei. Todavia, no início do mês de fevereiro de 2015, o Presidente da República promulgou a Lei X, revogando integralmente a Lei Y, momento em que esta última deixou de produzir os seus efeitos concretos. Nesse caso, segundo entendimento cristalizado no âmbito do Supremo Tribunal Federal, a) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos produzidos no intervalo de tempo entre a promulgação e a revogação da Lei Y. b) deverá a ADI seguir a sua regular tramitação, de modo que se possam discutir os efeitos produzidos n tempo entre a edição da Medida Provisória Z e a revogação da Lei Y. c) deverá ser reconhecido que a ADI perdeu o seu objeto, daí resultando a sua extinção, independentemente de terem ocorrido, ou não, efeitos residuais concretos. d) em razão da separação de poderes, deverá ser reconhecida a impossibilidade de o Supremo Tribunal Federal avaliar as matérias debatidas, sob a ótica política, pelo Poder Legislativo. 10. (XIV Exame) No que tange às disposições legais regulamentadoras da ação direta de inconstitucionalidade, da ação direta de inconstitucionalidade por omissão e da ação declaratória de constitucionalidade, assinale a opção correta.

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a) A medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade por omissão poderá consistir na suspensão de procedimentos administrativos. b) O ajuizamento de ação direta de inconstitucionalidade e de ação direta de inconstitucionalidade por omissão não admite desistência. Em razão da presunção de constitucionalidade do ordenamento jurídico, a legislação específica da ação declaratória de constitucionalidade admite desistência. c) Existindo norma federal objeto, ao mesmo tempo, de ação declaratória de constitucionalidade e de ação direta de inconstitucionalidade, em homenagem ao caráter ambivalente destas ações, será uma delas extinta sem resolução do mérito por litispendência e a outra terá julgamento de mérito. d) Da decisão proferida na ação declaratória de constitucionalidade caberá, tão somente, a oposição de embargos de declaração e o ajuizamento posterior de ação rescisória.

TEMA 09: TEORIA DA CONSTITUIÇÃO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

01. A respeito da interpretação das normas constitucionais, assinale a afirmativa INCORRETA. a) O princípio da eficácia integradora concretiza uma importante função de produzir e manter a coesão sociopolítica, pelo que o intérprete da Constituição deve dar preferência aos direitos coletivos em face dos individuais. b) Pelo princípio da unidade da Constituição, as normas constitucionais devem ser observadas não como normas isoladas, mas como preceitos integrados, de modo que em nenhuma hipótese deve-se separá-las do conjunto em que se integram. c) De acordo com o princípio da concordância prática, nas situações de concorrência entre bens que são constitucionalmente protegidos, adota-se a solução que otimize a realização de todos eles, sem acarretar a negação de nenhum. d) Segundo o princípio da interpretação conforme a Constituição, entre diversas exegeses igualmente constitucionais, deve-se optar por aquela que se orienta para a Constituição ou pela que melhor corresponde às decisões do constituinte. e) Infere-se do princípio da correção funcional que os intérpretes e os aplicadores da Constituição não podem chegar a resultados que maculem o sistema organizatório-funcional nela estabelecido, a exemplo da separação de poderes. 02. Assinale a opção correta acerca dos princípios fundamentais que regem as relações do Brasil na ordem internacional conforme as disposições da CF. a) Em casos de profunda degradação da dignidade humana em determinado Estado, o princípio fundamental internacional da prevalência dos direitos humanos sobrepõe-se à própria soberania do Estado. b) O princípio da independência nacional conduz à igualdade material entre os Estados, na medida em que, na esfera econômica, são iguais as condições existentes entre eles na ordem internacional. c) O princípio da não intervenção é absoluto, razão por que se deve respeitar a soberania de cada um no âmbito externo e por que nenhum Estado pode sofrer ingerências na condução de seus assuntos internos. d) Em razão do princípio fundamental internacional da concessão de asilo político, toda pessoa vítima de perseguição, independentemente do seu motivo ou de sua natureza, tem direito de gozar asilo em outros Estados ou países. e) A concessão de asilo político consiste não em princípio que rege as relações internacionais, mas em direito e garantia fundamental da pessoa humana, protegido por cláusula pétrea. 03. No que diz respeito aos princípios fundamentais da Constituição Federal da República Federativa do Brasil, de 1988, assinale a afirmativa correta. a) A República Federativa do Brasil tem como princípio a autodeterminação dos povos. b) A República Federativa do Brasil tem como fundamento a igualdade entre os Estados. c) A concessão de asilo político e o pluralismo político são princípios da República Federativa do Brasil. d) A erradicação da pobreza e a redução das desigualdades sociais são fundamentos da República Federativa do Brasil. 04. Assinale a opção correta de acordo com a Constituição Federal de 1988 (CF).

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a) Os objetivos fundamentais traçados pela CF constam de rol taxativo que não admite ampliação por obra do intérprete constitucional. b) A cidadania é conceito que se confunde com a democracia e cujo exercício nessa se encerra. c) A dignidade da pessoa humana é princípio unidimensional, porque estritamente jurídico, e estanque, porque integrado estaticamente pelo conjunto de direitos fundamentais previstos na Constituição. d) Os valores do trabalho e da livre iniciativa previstos na Constituição têm relação essencialmente com o trabalho remunerado e buscam assegurar ao trabalhador a correspondente e justa contraprestação pelo desempenho de suas tarefas. e)A concessão de asilo, ato de soberania, não obsta a posterior extradição do asilado. 05. Sobre o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana, julgue os itens a seguir. Após, assinale a opção correta. I- É constitucional a lei que estabeleceu políticas públicas para inserir os portadores de necessidades especiais na sociedade, pois atende ao princípio da dignidade da pessoa humana, definindo meios para que eles sejam alcançados. II- A cláusula da reserva do possível – que não pode ser invocada, pelo Poder Público, com o propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar a implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição – encontra insuperável limitação na garantia constitucional do mínimo existencial, que representa, no contexto de nosso ordenamento positivo, emanação direta do postulado da essencial dignidade da pessoa humana. III- Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado. IV- O direito ao nome insere-se no conceito de dignidade da pessoa humana, princípio alçado a fundamento da República Federativa do Brasil. Estão corretos apenas: a) os itens I e II. b) os itens I, II e III. c) os itens I e III. d) os itens II, III e IV. e) todos os itens estão corretos.

TEMA 10: DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS

01. (FGV – DPE/MT – 2015) Pedro, de 22 anos, ajuizou ação de investigação de paternidade em face de Paulo, que já contava com 65 anos de idade. Em provas, requereu a realização de prova pericial que exigia o fornecimento de sangue pelos envolvidos no processo. Como Paulo negou-se a fornecer alguns poucos mililitros do seu sangue para a realização do exame, o juiz da causa determinou a sua condução coercitiva, pela força policial, a um laboratório, local em que a extração do sangue seria feita de forma compulsória. De acordo com o entendimento jurisprudencial, o juiz agiu de maneira: a) correta, pois o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional não permite que alguém se negue a contribuir com a Justiça. b) incorreta, pois os direitos dos idosos sempre têm preeminência quando em conflito com direitos de indivíduos maiores e capazes. c) correta, pois o direito de Pedro ao conhecimento da identidade de seu pai encontra-se ao abrigo do princípio da dignidade da pessoa humana. d) incorreta, pois a extração compulsória do sangue de Paulo viola o seu direito à intimidade. e) correta, pois a ínfima quantidade de sangue a ser extraída de Paulo gera uma lesão de peso inferior ao direito de Pedro ao conhecimento de sua ascendência.

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02. O caráter especial dos diplomas internacionais sobre direitos humanos lhes reserva lugar específico no ordenamento jurídico brasileiro: eles estão abaixo da Constituição, porém acima da legislação interna. O status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil, dessa forma, torna inaplicável a legislação infraconstitucional com eles conflitante, seja ela anterior ou posterior ao ato de adesão. (...) A prisão civil do depositário infiel não mais se compatibiliza com os valores supremos assegurados pelo Estado Constitucional, que não está mais voltado para si mesmo, mas compartilha com as demais entidades soberanas, em contextos internacionais e supranacionais, o dever de efetiva proteção dos direitos humanos. BRASIL. Supremo Tribunal Federal. RE n.º 349.703-1/RS. Relator: Min. Gilmar Mendes. Julgamento em: 03/12/2008, DJe de 05/06/2009 (adaptado). No que se refere à aplicação dos dispositivos dos tratados internacionais no direito interno, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas: I. A recepção da Convenção Americana sobre Direitos Humanos — Pacto de San José da Costa Rica — pelo ordenamento jurídico brasileiro acarretou impedimento legal à prisão civil do depositário infiel. II. A previsão constitucional para prisão civil do depositário infiel foi revogada por força do status normativo supralegal dos tratados internacionais de direitos humanos subscritos pelo Brasil. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta: A) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. B) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. C) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. D) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. E) As asserções I e II são proposições falsas. 03. A noção de Constituições rígidas é decorrência dos movimentos constitucionalistas modernos, surgidos principalmente a partir de meados do século XVII. Conquanto estivesse entre os objetivos desses movimentos idealizar nova forma de ordenação, fundamentação e limitação do poder político por meio de documento escrito, tornou-se necessária a distinção entre poder constituinte e poderes constituídos. Considerando-se o disposto na Constituição Federal de 1988, seria constitucional lei que: I. permitisse a contratação de promotor de justiça, sem concurso, mediante livre escolha do procurador-geral de justiça. II. obrigasse membros de associações a permanecerem associados por vinte anos. III. proibisse o anonimato em reclamações encaminhadas a qualquer ente da Administração Pública Direta e Indireta. É correto o que se afirma em: A) I, apenas. B) III, apenas. C) I e II, apenas. D) II e III, apenas. E) I, II e III. 04. Montesquieu elaborou a ideia da Separação de Poderes, com base na experiência política inglesa. Afirmou o autor: “(...) tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos principais ou dos nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar as resoluções públicas, e o de julgar os crimes ou as divergências dos indivíduos”. Esse princípio, presente na Constituição brasileira sob a forma de cláusula pétrea, consiste: I. na absoluta e necessária independência dos poderes, de modo que apenas o Poder Judiciário possa fiscalizar os demais. II. no esquema de independência equilibrada entre os poderes, que constitui o sistema de freios e contrapesos. III. no regime presidencialista, já que no parlamentarismo o chefe do executvo é determinado pelo poder legislativo e, portanto, não há separação entre os poderes.

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IV. na atribuição das diversas competências do Estado a cada um dos poderes. Estão CORRETAS somente as afirmativas: A) I e III. B) I e IV. C) II e IV. D) II e III. E) I, II e III. 05. Marque a opção correta: a) O direito fundamental à isonomia não é ferido pelos certames públicos para cargos de carreira policial, de escrivão, de agente de segurança e de carcereiro, entre outros, que exigem altura mínima de I metro e 60 cm como condição para o ingresso. b) A proteção constitucional à liberdade de consciência e de crença assegura o direito de não ter religião, e impede que o Poder Público embarace o funcionamento de qualquer culto, sendo inconstitucional exigência de que instituições religiosas se submetam a limites sonoros em suas reuniões. c) Todos os brasileiros têm assegurado o direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse ou interesse geral, salvo nos casos em que decretado o segredo de justiça. d) O direito constitucional de petição pode ser condicionado ao pagamento de custas módicas ou no máximo razoáveis, daí ser inconstitucional, como já decidiu o STF, o estabelecimento de taxa judiciária cobrada sobre o valor da causa, sem limitação expressa. e) O fato de ser livre a expressão de atividade intelectual, artística, científica e de comunicação não impede que tal direito seja limitado pelo legislador, permitindo-se, por exemplo, a proteção da reputação das demais pessoas, da segurança nacional, da ordem pública e da saúde.

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Direito Processual Penal

1 – Inquérito policial 2 – Competência 3 – Rito do júri 4 – Ação penal 5 – Teoria geral dos recursos 6 – Recurso em sentido estrito 7 – Prisão cautelar (em flagrante, preventiva e temporária) 8 – Sentença penal 9 – Juizados especiais criminais 10 – Das provas Edital Processo Penal – XXIII OAB 1 Princípios constitucionais e processuais penais. 86 2 Sistemas processuais penais. 3 Aplicação da lei processual penal. 29, 49, 60 3.1 Interpretação e integração da lei processual penal. 4 Imunidades processuais penais. 5 Inquérito Policial. 13, 18, 26, 27 , 61, 67, 78, 87 6 Ação Penal. 1, 12, 21, 54, 64, 68, 71, 74, 83

6.1 Denúncia, Queixa-crime e representação. 6.2. Espécies de ação penal.

7 Ação Civil ex delicto. 8 Jurisdição e Competência. 2, 15, 25, 88, 89

8.1 Foro por prerrogativa de função. 20, 38, 85 9 Questões e Processos Incidentes. 14, 23, 30, 34, 51, 69 10 Direito Probatório. 9, 43, 48, 80 11. Do Juiz, do Ministério Público, do Acusado e Defensor, dos Assistentes e Auxiliares da Justiça. 12 Atos de comunicação no processo - Das citações e intimações. 3, 22, 31, 40, 44 13 Atos judiciais – Despacho, decisão e sentença. 4, 6, 11 14 Da Prisão e demais Medidas Cautelares 16, 33, 55, 56, 73 15 Liberdade Provisória. 77 16 Dos Processos em espécie. 17 Procedimentos do CPP. 5, 36, 39, 42, 46, 50, 57, 66, 79 18 Procedimentos especiais na legislação extravagante. 8, 24, 32, 35, 63, 72 19 Nulidades. 52, 65, 82 20 Recursos. 7, 17, 19, 28, 41, 45, 47, 53, 59, 62, 70, 75, 76, 81, 84 21 Ações Autônomas de Impugnação. 10, 37, 58 22. Disposições gerais do Código de Processo Penal. 23 Procedimentos de execução penal. 24 Graça, anistia e indulto. 25 Legislação Processual Penal Extravagante. QUESTÕES OAB – EXAME UNIFICADO 2014 01 Exame de Ordem Unificado - XIII Em determinada ação penal privada, na qual se apura a prática dos delitos de calúnia e difamação, a parte não apresenta, em alegações finais, pedido de condenação em relação ao delito de calúnia, fazendo-o tão somente em relação ao delito de difamação.

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Com relação ao caso apresentado, assinale a afirmativa correta. a) Ocorreu a perempção em relação ao delito de calúnia. b) Não ocorreu perempção em relação a nenhum delito. c) Ocorreu o perdão tácito em relação ao delito de calúnia. d) Não ocorreu perempção, mas, sim, renúncia em relação ao delito de calúnia. 02 Exame de Ordem Unificado - XIII Carolina, voltando do Paraguai com diversas mercadorias que configurariam o crime de contrabando, entra no país pela cidade de Foz do Iguaçu (PR). Em lá chegando, compra uma passagem de ônibus para a cidade de São Paulo e segue, posteriormente, para o Rio de Janeiro, sua cidade natal, quando é surpreendida por policiais federais que participavam de uma operação de rotina na rodoviária. Os policiais, então, apreendem as mercadorias e conduzem Carolina à Delegacia Policial. Na hipótese, assinale a alternativa que indica o órgão competente para proceder ao julgamento de Carolina. a) A Justiça Federal de Foz de Iguaçu. b) A Justiça Federal do Rio de Janeiro. c) A Justiça Federal de São Paulo. d) Qualquer das anteriores, independentemente da regra da prevenção 03 Exame de Ordem Unificado - XIII Felipe foi reconhecido em sede policial por meio de fotografia como o autor de um crime de roubo. O inquérito policial seguiu seus trâmites de forma regular e o Ministério Público decidiu denunciar o indiciado. O oficial de justiça procurou em todos os endereços constantes nos autos, mas a citação pessoal ou por hora certa foram impossíveis. Assim, o juiz decidiu pela citação por edital. Marcela, irmã de Felipe, ao passar pelo fórum leu a citação por edital e procurou um advogado para tomar ciência das consequências de tal citação, pois ela também não sabe do paradeiro do irmão. Diante da situação descrita, acerca da orientação a ser dada pelo advogado, assinale a afirmativa correta. a) Felipe deve comparecer em juízo, sob pena de ser processado e condenado sem que seja dada oportunidade para a sua defesa. b) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo prescricional ficarão suspensos, sendo decretada a sua prisão preventiva de forma automática. c) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo prescricional ficarão suspensos, sendo determinada a produção antecipada de provas de forma automática, diante do risco do desaparecimento das provas pelo decurso do tempo. d) Se Felipe não comparecer e não constituir advogado, o processo e o curso do prazo prescricional ficarão suspensos e, se for urgente, o juiz determinará a produção antecipada de provas, podendo decretar a prisão preventiva se presentes os requisitos expressos no artigo 312, do CPP. 04 Exame de Ordem Unificado - XIII João foi denunciado pela prática de crime de furto simples. Na denúncia, o Ministério Público apenas narrou que houve a subtração do cordão da vítima, indicando hora e local. Na audiência de instrução e julgamento, a vítima narrou que João empurrou-a em direção ao chão dizendo que se gritasse ―o bicho ia pegar‖, arrancando, em seguida, o seu cordão. Diante da narrativa da violência e da grave ameaça, o juiz fica convencido de que houve crime de roubo e não de furto. Sobre o caso apresentado, de acordo com o Código de Processo Penal, assinale a afirmativa correta. a) O juiz na sentença poderá condenar João pelo crime de roubo, com base no artigo 383 do CPP, que assim dispõe: ―O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave‖. b) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cinco) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz deve aplicar o artigo 28 do CPP.

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c) Encerrada a instrução probatória, o Ministério Público deverá aditar a denúncia em 5 (cinco) dias. Se o Ministério Público ficar inerte, o juiz poderá condenar João pelo crime de roubo, tendo em vista que a vítima narrou a agressão em juízo. d) O juiz poderá condenar João pelo crime de roubo, independentemente de qualquer providência, em homenagem ao princípio da verdade real. 05 Exame de Ordem Unificado - XV Fabrício, com dolo de matar, realiza vários disparos de arma de fogo em direção a Cristiano. Dois projéteis de arma de fogo atingem o peito da vítima, que vem a falecer. Fabrício foge para não ser preso em flagrante. Os fatos ocorreram no final de uma tarde de domingo, diante de várias testemunhas. O inquérito policial foi instaurado, e Fabrício foi indiciado pelo homicídio de Cristiano. Os autos são remetidos ao Ministério Público, que denuncia Fabrício. O processo tem seu curso regular e as testemunhas confirmam que Fabrício foi o autor do disparo. Após a apresentação dos memoriais, os autos são remetidos para conclusão, a fim de que seja exarada a sentença, sendo certo que o juiz está convencido de que há indícios de autoria em desfavor de Fabrício e prova da materialidade de crime doloso contra a vida. Diante do caso narrado, assinale a alternativa correta acerca da sentença a ser proferida pelo juiz na primeira fase do procedimento do Júri. a) O juiz deve impronunciar Fabrício pelo crime de homicídio, diante dos indícios de autoria e prova da materialidade, que indicam a prática de crime doloso contra a vida. b) O juiz deve pronunciar Fabrício, remetendo os autos ao Juízo comum, diante dos indícios de autoria e prova da materialidade, que indicam a prática de crime doloso contra a vida. c) O juiz deve pronunciar Fabrício, submetendo-o ao plenário do Júri, diante dos indícios de autoria e prova da materialidade, que indicam a prática de crime doloso contra a vida. d) O juiz deve pronunciar Fabrício, submetendo-o ao plenário do Júri mediante desclassificação do crime comum para crime doloso contra a vida, diante dos indícios de autoria e prova da materialidade, que indicam a prática de crime doloso contra a vida. 06 Exame de Ordem Unificado - XV João Paulo, primário e de bons antecedentes, foi denunciado pela prática de homicídio qualificado por motivo fútil (Art. 121, § 2º, II, do Código Penal). Logo após o recebimento da denúncia, o magistrado, acatando o pedido realizado pelo Ministério Público, decretou a prisão preventiva do acusado, já que havia documentação comprobatória de que o réu estava fugindo do país, a fim de se furtar de uma possível sentença condenatória ao final do processo. O processo transcorreu normalmente, tendo ao réu sido assegurados todos os seus direitos legais. Após cinco anos de prisão provisória, foi marcada a audiência no Plenário do Júri. Os jurados, por unanimidade, consideraram o réu culpado pela prática do homicídio supramencionado. O Juiz Presidente então passou à aplicação da pena e, ao término do cálculo no rito tri-fásico, obteve a pena de 12 anos de prisão em regime inicialmente fechado. Sobre a hipótese narrada, assinale a afirmativa correta a) Somente o juiz da Vara de Execuções Penais poderá realizar o cômputo do tempo de prisão provisória para fins de determinação do regime inicial de cumprimento de pena. b) O magistrado sentenciante deverá computar o tempo de prisão provisória para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. c) O condenado deverá iniciar seu cumprimento de pena no regime inicial fechado e, passado o prazo de 1/6, poderá requerer ao juízo de execução a progressão para o regime mais benéfico, desde que preencha os demais requisitos legais. d) O condenado deverá iniciar seu cumprimento de pena no regime inicial fechado e, passado o prazo de 1/6, poderá requerer ao juízo sentenciante a progressão para o regime mais benéfico, desde que preencha os demais requisitos legais. 07 Exame de Ordem Unificado - XV

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Tiago e Andrea agiram em concurso de agentes em determinado crime. O processo segue seu curso natural, culminando com sentença condenatória, na qual os dois são condenados. Quando da interposição do recurso, apenas Andrea apela. O recurso é julgado. Na decisão, fundada em motivos que não são de caráter exclusivamente pessoal, os julgadores decidem pela absolvição de Andrea. Nesse sentido, diante apenas das informações apresentadas pelo enunciado, assinale a afirmativa correta a) Andrea será absolvida e Tiago continuará condenado, devido ao fato de a decisão ter sido fundada em motivos que não são de caráter exclusivamente pessoal. b) Andrea e Tiago serão absolvidos, pois os efeitos da decisão serão estendidos a este, devido ao fato de a decisão ter sido fundada em motivos que não são de caráter exclusivamente pessoal. c) Andrea e Tiago serão absolvidos, porém será necessário interpor Recurso Especial d) Andrea será absolvida e Tiago continuará condenado, pois não interpôs recurso 08 Exame de Ordem Unificado - XV Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput da Lei nº 11.343/2006), em concurso material. Quando da realização da audiência de instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o réu fosse interrogado após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, como determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com redação dada pela Lei nº 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa. O juiz singular indeferiu a inversão do interrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à espécie seria a Lei nº 11.343/2006, a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser ouvido no início da instrução. Nesse caso, a) o juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório do acusado, de acordo com o Código de Processo Penal, é o último ato a ser realizado. b) o juiz agiu corretamente, eis que o interrogatório, em razão do princípio da especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais instauradas para a persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas. c) o juiz não agiu corretamente, pois é cabível a inversão do interrogatório, devendo ser automaticamente reconhecida a nulidade em razão da adoção de procedimento incorreto. d) o juiz agiu corretamente, já que, independentemente do procedimento adotado, não há uma ordem a ser seguida em relação ao momento da realização do interrogatório do acusado. 09 Exame de Ordem Unificado - XIV O Delegado de Polícia, desconfiado de que Fabiano é o líder de uma quadrilha que realiza assaltos à mão armada na região, decide, com a sua equipe, realizar uma interceptação telefônica sem autorização judicial. Durante algumas semanas, escutaram diversas conversas, por meio das quais descobriram o local onde a res furtiva era armazenada para posterior revenda. Com essa informação, o Delegado de Polícia representou pela busca e apreensão a ser realizada na residência suspeita, sendo tal diligência autorizada pelo Juízo competente. Munidos do mandado de busca e apreensão, ingressam na residência encontrando diversos objetos fruto de roubo, como joias, celulares, documentos de identidade etc., tudo conforme indicou a interceptação telefônica. Assim, Fabiano foi conduzido à Delegacia, onde se registrou a ocorrência. Acerca do caso narrado, assinale a opção correta. a) A realização da busca e apreensão é admissível, tendo em vista que houve autorização prévia do juízo competente, existindo justa causa para ajuizamento da ação penal. b) A realização da busca e apreensão é admissível, apesar da interceptação telefônica ter sido realizada sem autorização judicial, existindo justa causa para ajuizamento da ação penal. c) A realização da busca e apreensão não é admissível porque houve representação do Delegado de Polícia, não existindo justa causa para o ajuizamento da ação penal. d) A realização da busca e apreensão não é admissível, pois derivou de uma interceptação telefônica ilícita, aplicando- se a teoria dos frutos da árvore envenenada, não existindo justa causa para o ajuizamento da ação penal.

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10 Exame de Ordem Unificado - XIV Eduardo foi denunciado pelo crime de estupro de vulnerável. Durante a instrução, negou a autoria do crime, afirmando estar, na época dos fatos, no município ―C‖, distante dois quilômetros do local dos fatos. Como a afirmativa não foi corroborada por outros elementos de convicção, o Juiz entendeu que a palavra da vítima deveria ser considerada, condenando Eduardo. A defesa recorreu, mas após longo debate nos Tribunais Superiores, a decisão transitou em julgado desfavoravelmente ao réu. Eduardo dirigiu-se, então, ao município ―C‖, em busca de provas que pudessem apontar a sua inocência, e, depois de muito procurar, conseguiu as filmagens de um estabelecimento comercial, que estavam esquecidas em um galpão velho. Nas filmagens, Eduardo aparece comprando lanche em uma padaria. Com a prova em mãos, procura seu advogado. Assinale a opção que apresenta a providência a ser adotada pelo advogado de Eduardo. a) O advogado deve ingressar com agravo em execução, pois Eduardo descobriu uma prova que atesta a sua inocência de forma inconteste. b) O advogado deve ingressar com revisão criminal, pois Eduardo descobriu uma prova que atesta a sua inocência de forma inconteste. c) O advogado deve ingressar com reclamação constitucional, pois Eduardo descobriu uma prova que atesta a sua inocência de forma inconteste. d) O advogado deve ingressar com ação de habeas corpus, pois Eduardo descobriu uma prova que atesta a sua inocência de forma inconteste. 11 Exame de Ordem Unificado - XIV Wilson está sendo regularmente processado pela prática do crime de furto. Durante a instrução criminal, entretanto, as testemunhas foram uníssonas ao afirmar que, para a subtração, Wilson utilizou-se de grave ameaça, exercida por meio de uma faca. A partir do caso narrado, assinale a opção correta. a) A hipótese é de emendatio libelli e o juiz deve absolver o réu relativamente ao crime que lhe foi imputado. b) Não haverá necessidade de aditamento da inicial acusatória, haja vista o fato de que as alegações finais orais acontecem após a oitiva das testemunhas e, com isso, respeitam-se os princípios do contraditório e da ampla defesa. c) A hipótese é de mutatio libelli e, nos termos da lei, o Ministério Público deverá fazer o respectivo aditamento. d) Caso o magistrado entenda que deve ocorrer o aditamento da inicial acusatória, se o promotor de justiça e, recusar-se a fazê-lo, o juiz estará obrigado a absolver o réu da imputação que lhe foi originalmente atribuída. 12 Exame de Ordem Unificado - XIV Fábio, vítima de calúnia realizada por Renato e Abel, decide mover ação penal privada em face de ambos. Após o ajuizamento da ação, os autos são encaminhados ao Ministério Público, pois Fábio pretende desistir da ação penal privada movida apenas em face de Renato para prosseguir em face de Abel. Diante dos fatos narrados, assinale a opção correta. a) A ação penal privada é divisível; logo, Fábio poderá desistir da ação penal apenas em face de Renato. b) A ação penal privada é indivisível; logo, Fábio não poderá desistir da ação penal apenas em face de Renato. c) A ação penal privada é obrigatória, por conta do princípio da obrigatoriedade da ação penal. d) A ação penal privada é indisponível; logo, Fábio não poderá desistir da ação penal apenas em face de Renato. 2015 13 Exame de Ordem Unificado - XVI

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O inquérito policial pode ser definido como um procedimento investigatório prévio, cuja principal finalidade é a obtenção de indícios para que o titular da ação penal possa propô-la contra o suposto autor da infração penal. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. a) A exigência de indícios de autoria e materialidade para oferecimento de denúncia torna o inquérito policial um procedimento indispensável. b) O despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito policial é irrecorrível. c) O inquérito policial é inquisitivo, logo o defensor não poderá ter acesso aos elementos informativos que nele constem, ainda que já documentados. d) A autoridade policial, ainda que convencida da inexistência do crime, não poderá mandar arquivar os autos do inquérito já instaurado. 14 Exame de Ordem Unificado - XVI Melinda Cunha foi denunciada pela prática do crime de bigamia. Ocorre que existe ação em curso no juízo cível onde se discute a validade do primeiro casamento celebrado pela denunciada. Entendendo o magistrado penal que a existência da infração penal depende da solução da controvérsia no juízo cível e que esta é séria e fundada, estaremos diante de a) prejudicial obrigatória, o que levará à suspensão do processo criminal e do prazo prescricional. b) prejudicial facultativa, podendo o magistrado suspender o processo por, no máximo, 06 meses. c) prejudicial obrigatória, o que levará à suspensão do processo criminal, mas não do curso do prazo prescricional. d) prejudicial facultativa, podendo o magistrado suspender o processo por, no máximo, 01 ano. 15 Exame de Ordem Unificado - XVI Juan da Silva foi autor de uma contravenção penal, em detrimento dos interesses da Caixa Econômica Federal, empresa pública. Praticou, ainda, outra contravenção em conexão, dessa vez em detrimento dos bens do Banco do Brasil, sociedade de economia mista. Dessa forma, para julgá-lo será competente a) a Justiça Estadual, pelas duas infrações. b) a Justiça Federal, no caso da contravenção praticada em detrimento da Caixa Econômica Federal, e Justiça Estadual, no caso da infração em detrimento do Banco do Brasil. c) a Justiça Federal, pelas duas infrações. d) a Justiça Federal, no caso de contravenção praticada em detrimento do Banco do Brasil, e Justiça Estadual pela infração em detrimento da Caixa Econômica Federal. 16 Exame de Ordem Unificado - XVI A prisão temporária pode ser definida como uma medida cautelar restritiva, decretada por tempo determinado, destinada a possibilitar as investigações de certos crimes considerados pelo legislador como graves, antes da propositura da ação penal. Sobre o tema, assinale a afirmativa correta. a) Assim como a prisão preventiva, pode ser decretada de ofício pelo juiz, após requerimento do Ministério Público ou representação da autoridade policial. b) Sendo o crime investigado hediondo, o prazo poderá ser fixado em, no máximo, 15 dias, prorrogáveis uma vez pe mesmo período. c) Findo o prazo da temporária sem prorrogação, o preso deve ser imediatamente solto. d) O preso, em razão de prisão temporária, poderá ficar detido no mesmo local em que se encontram os presos provisórios ou os condenados definitivos. 17 Exame de Ordem Unificado - XVI

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Scott procurou um advogado, pois tinha a intenção de ingressar com queixa-crime contra dois vizinhos que vinham lhe injuriando constantemente. Narrados os fatos e conferida procuração com poderes especiais, o patrono da vítima ingressou com a ação penal no Juizado Especial Criminal, órgão efetivamente competente, contudo o magistrado rejeitou a queixa apresentada. Dessa decisão do magistrado caberá a) recurso em sentido estrito, no prazo de 05 dias. b) apelação, no prazo de 05 dias. c) recurso em sentido estrito, no prazo de 02 dias. d) apelação, no prazo de 10 dias. 18 Exame de Ordem Unificado - XVII No dia 01/04/2014, Natália recebeu cinco facadas em seu abdômen, golpes estes que foram a causa eficiente de sua morte. Para investigar a autoria do delito, foi instaurado inquérito policial e foram realizadas diversas diligências, dentre as quais se destacam a oitiva dos familiares e amigos da vítima e exame pericial no local. Mesmo após todas essas medidas, não foi possível obter indícios suficientes de autoria, razão pela qual o inquérito policial foi arquivado pela autoridade judiciária por falta de justa causa, em 06/10/2014, após manifestação nesse sentido da autoridade policial e do Ministério Público. Ocorre que, em 05/01/2015, a mãe de Natália encontrou, entre os bens da filha que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex-namorado de Natália, em 30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24 horas para retomar o relacionamento amoroso ou deveria arcar com as consequências. A referida carta foi encaminhada para a autoridade policial. Nesse caso, a) nada poderá ser feito, pois o arquivamento do inquérito policial fez coisa julgada material. b) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar o desarquivamento do inquérito pela autoridade competente. c) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode ser considerada prova nova. d) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado diretamente pela autoridade policial, independentemente de manifestação do Ministério Público ou do juiz. 19 Exame de Ordem Unificado - XVII Após regular instrução processual, Flávio foi condenado pela prática do crime de tráfico ilícito de entorpecentes a uma pena privativa de liberdade de cinco anos de reclusão, a ser cumprida em regime inicial fechado, e 500 dias-multa. Intimado da sentença, sem assistência da defesa técnica, Flávio renunciou ao direito de recorrer, pois havia confessado a prática delitiva. Rafael, advogado de Flávio, porém, interpôs recurso de apelação dentro do prazo legal, buscando a mudança do regime de pena. Neste caso, é correto dizer que o recurso apresentado por Rafael a) não poderá ser conhecido, pois houve renúncia por parte de Flávio, mas nada impede que o Tribunal, de ofício, melhore a situação do acusado. b) deverá ser conhecido, pois não é admissível a renúncia ao direito de recorrer, no âmbito do processo penal. c) não poderá ser conhecido, pois a renúncia expressa de Flávio não pode ser retratada, não podendo o Tribunal, de ofício, alterar a decisão do magistrado. d) deverá ser conhecido, pois a renúncia foi manifestada sem assistência do defensor. 20 Exame de Ordem Unificado - XVII Durante 35 anos, Ricardo exerceu a função de juiz de direito junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Contudo, no ano de 2012, decidiu se aposentar e passou a morar em Florianópolis, Santa Catarina. No dia 22/01/2015, travou uma discussão com seu vizinho e acabou por ser autor de um crime de lesão corporal seguida de morte, consumado na cidade em que reside.

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Oferecida a denúncia, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, será competente para julgar Ricardo a) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. b) uma das Varas Criminais de Florianópolis. c) o Tribunal de Justiça de Santa Catarina. d) o Tribunal do Júri de Florianópolis. 21 Exame de Ordem Unificado - XVII Carlos foi indiciado pela prática de um crime de lesão corporal grave, que teria como vítima Jorge. Após o prazo de 30 dias, a autoridade policial elaborou relatório conclusivo e encaminhou o procedimento para o Ministério Público. O promotor com atribuição concluiu que não existiam indícios de autoria e materialidade, razão pela qual requereu o arquivamento. Inconformado com a manifestação, Jorge contratou advogado e propôs ação penal privada subsidiária da pública. Nesse caso, é correto afirmar que a) caso a queixa seja recebida, o Ministério Público não poderá aditá-la ou interpor recurso no curso do processo. b) caso a queixa seja recebida, havendo negligência do querelante, deverá ser reconhecida a perempção. c) a queixa proposta deve ser rejeitada pelo magistrado, pois não houve inércia do Ministério Público. d) a queixa proposta deve ser rejeitada pelo magistrado, tendo em vista que o instituto da ação penal privada subsidiária da pública não foi recepcionado pela Constituição Federal. 22 Exame de Ordem Unificado – XVII Marcelo foi denunciado pela prática de um crime de furto. Entendendo que não haveria justa causa, antes mesmo de citar o acusado, o magistrado não recebeu a denúncia. Diante disso, o Ministério Público interpôs o recurso adequado. Analisando a hipótese, é correto afirmar que a) o recurso apresentado pelo Ministério Público foi de apelação. b) apesar de ainda não ter sido citado, Marcelo deve ser intimado para apresentar contrarrazões ao recurso, sob pena de nulidade. c) mantida a decisão do magistrado pelo Tribunal, não poderá o Ministério Público oferecer nova denúncia pelo mesmo fato, ainda que surjam provas novas. d) antes da rejeição da denúncia, deveria o magistrado ter citado o réu para apresentar resposta à acusação. 23 Exame de Ordem Unificado - XVIII Bruna foi presa em flagrante e denunciada pela prática de um crime de falsificação de documento público. Na ocasião da prisão, foi apreendida uma mochila que estava dentro do veículo de Bruna, sendo que em seu interior existiam algumas joias. Diante da natureza do crime apurado, não existe mais interesse na mochila apreendida com as joias para o desenrolar do processo. Cláudia, colega de trabalho de Bruna, requer a restituição desses bens, alegando ser proprietária. Existe, porém, dúvida quanto ao direito da reclamante. Considerando as informações narradas na hipótese, é correto afirmar que a) a restituição poderá ser ordenada pela autoridade policial ou pelo juiz, sempre ouvido o Ministério Público. b) o pedido de restituição não deverá ser autuado em autos em apartado. c) havendo dúvida sobre o verdadeiro dono, não superada no incidente, o juiz remeterá as partes para o juízo cível, ordenando o depósito das coisas. d) não caberá produção de provas no incidente de restituição. 24 Exame de Ordem Unificado - XVIII O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Cristiano, Luiz e Leonel pela prática do crime de associação para o tráfico. Na audiência designada para realização dos interrogatórios, Cristiano, preso em outra unidade da

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Federação, foi interrogado através de videoconferência. Luiz foi interrogado na presença física do magistrado e respondeu às perguntas realizadas. Já Leonel optou por permanecer em silêncio. Sobre o interrogatório, considerando as informações narradas, assinale a afirmativa correta. a) O interrogatório judicial, notadamente após o advento da Lei nº 10.792/2003, deve ser interpretado apenas como meio de prova e não também como ato de defesa dos acusados. b) Luiz, ainda que não impute crime a terceiro, não poderá mentir sobre os fatos a ele imputados, apesar de poder permanecer em silêncio. c) A defesa técnica de Cristiano não poderá, em hipótese alguma, formular perguntas para o corréu Luiz. d) O interrogatório por videoconferência de Cristiano pode ser considerado válido se fundamentado, pelo magistrado, no risco concreto de fuga durante o deslocamento. 25 Exame de Ordem Unificado - XVIII Estando preso e cumprindo pena na cidade de Campos, interior do estado do Rio de Janeiro, Paulo efetua ligação telefônica para a casa de Maria, localizada na cidade de Niterói, no mesmo Estado, anunciando o falso sequestro do filho desta e exigindo o depósito da quantia de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a ser efetuado em conta bancária na cidade do Rio de Janeiro. Maria, atemorizada, efetua a transferência do respectivo valor, no mesmo dia, de sua conta-corrente de uma agência bancária situada em São Gonçalo. Descoberto o fato e denunciado pelo crime de extorsão, assinale a opção que indica o juízo competente para o julgamento. a) Vara Criminal de Campos. b) Vara Criminal de Niterói. c) Vara Criminal de São Gonçalo. d) Vara Criminal do Rio de Janeiro. 26 Exame de Ordem Unificado - XVIII Determinada autoridade policial recebeu informações de vizinhos de Lucas dando conta de que ele possuía arma de fogo calibre .38 em sua casa, razão pela qual resolveu indiciá- lo pela prática de crime de posse de arma de fogo de uso permitido, infração de médio potencial ofensivo, punida com pena de detenção de 01 a 03 anos e multa. No curso das investigações, requereu ao Judiciário interceptação telefônica da linha do aparelho celular de Lucas para melhor investigar a prática do crime mencionado, tendo sido o pedido deferido. De acordo com a situação narrada, a prova oriunda da interceptação deve ser considerada a) ilícita, pois somente o Ministério Público tem legitimidade para representar pela medida. b) válida, desde que tenha sido deferida por ordem do juiz competente para ação principal. c) ilícita, pois o crime investigado é punido com detenção. d) ilícita, assim como as dela derivadas, ainda que estas pudessem ser obtidas por fonte independente da primeira. 27 Exame de Ordem Unificado – XVIII No dia 10 de maio de 2015, Maria, 25 anos, foi vítima de um crime de estupro simples, mas, traumatizada, não mostrou interesse em dar início a qualquer investigação penal ou ação penal em relação aos fatos. Os pais de Maria, porém, requerem a instauração de inquérito policial para apurar autoria, entendendo que, após identificar o agente, Maria poderá decidir melhor sobre o interesse na persecução penal. Foi proferido despacho indeferindo o requerimento de abertura de inquérito. Considerando a situação narrada, assinale a afirmativa correta. a) Do despacho que indefere o requerimento de abertura de inquérito policial não cabe qualquer recurso, administrativo ou judicial. b) Em que pese o interesse de Maria ser relevante para o início da ação penal, a instauração de inquérito policial independe de sua representação.

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c) Caso Maria manifeste interesse na instauração de inquérito policial após o indeferimento, ainda dentro do prazo decadencial, o procedimento poderá ter início, independentemente do surgimento de novas provas. d) Apesar de os pais de Maria não poderem requerer a instauração de inquérito policial, o Ministério Público pode requisitar o início do procedimento na hipótese, tendo em vista a natureza pública da ação. 2016 28 Exame de Ordem Unificado – XIX Antônio foi denunciado e condenado pela prática de um crime de roubo simples à pena privativa de liberdade de 4 anos de reclusão, a ser cumprido em regime fechado, e 10 dias-multa. Publicada a sentença no Diário Oficial, o advogado do réu se manteve inerte. Antônio, que estava preso, foi intimado pessoalmente, em momento posterior, manifestando interesse em recorrer do regime de pena aplicado. Diante disso, 2 dias após a intimação pessoal de Antônio, mas apenas 10 dias após a publicação no Diário Oficial, sua defesa técnica interpôs recurso de apelação. O juiz de primeira instância denegou a apelação, afirmando a intempestividade. Contra essa decisão, o advogado de Antônio deverá apresentar a) Recurso de Agravo. b) Carta Testemunhável. c) Recurso Ordinário Constitucional. d) Recurso em Sentido Estrito. 29 Exame de Ordem Unificado – XIX João, no dia 2 de janeiro de 2015, praticou um crime de apropriação indébita majorada. Foi, então, denunciado como incurso nas sanções penais do Art. 168, §1º, inciso III, do Código Penal. No curso do processo, mas antes de ser proferida sentença condenatória, dispositivos do Código de Processo Penal de natureza exclusivamente processual sofrem uma reforma legislativa, de modo que o rito a ser seguido no recurso de apelação é modificado. O advogado de João entende que a mudança foi prejudicial, pois é possível que haja uma demora no julgamento dos recursos. Nesse caso, após a sentença condenatória, é correto afirmar que o advogado de João a) deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, pois se aplica ao caso o princípio da imediata aplicação da nova lei. b) não deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, em razão do princípio da irretroatividade da lei prejudicial e de o fato ter sido praticado antes da inovação. c) não deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, em razão do princípio da ultratividade da lei. d) deverá respeitar o novo rito do recurso de apelação, pois se aplica ao caso o princípio da extratividade. 30 Exame de Ordem Unificado – XIX No dia 18 de março de 2015, Bruce foi indiciado pela prática de um crime de roubo majorado que teve como vítima Lourdes, famosa atriz com patrimônio avaliado em R$ 3.000.000,00 (três milhões de reais). Antes de oferecer denúncia, entendendo que haveria indícios veementes da autoria e de que a casa de Bruce havia sido adquirida com os proventos da infração, o Ministério Público requereu, em 14 de abril de 2015, o sequestro desse bem imóvel, sendo a medida deferida e concluída a diligência do sequestro no dia seguinte. Em 26 de agosto de 2015, Bruce o procura para, na condição de advogado, confirmar que a casa foi adquirida com proventos do crime, mas diz que, até aquela data, não foi denunciado. Considerando a situação narrada, em relação à medida assecuratória decretada, o advogado de Bruce deverá requerer o levantamento do sequestro, pois a) a medida assecuratória decretada pelo magistrado foi inadequada, tendo em vista que caberia o arresto. b) a ação penal não foi intentada nos 60 dias posteriores à conclusão da diligência. c) a medida assecuratória não poderia ter sido decretada antes do oferecimento da denúncia.

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d) o Ministério Público não tinha legitimidade para requerer a medida, pois não havia interesse da Fazenda Pública e o ofendido não era pobre. 31 Exame de Ordem Unificado – XIX Thales foi denunciado pela prática de um crime de apropriação indébita. Para oitiva da vítima Marcos, residente em cidade diversa do juízo competente, foi expedida carta precatória, sendo todas as partes intimadas dessa expedição. Antes do retorno, foi realizada audiência de instrução e julgamento, mas apenas foram ouvidas as testemunhas de acusação João e José, que apresentaram versões absolutamente discrepantes sobre circunstâncias relevantes, sendo que ambas afirmaram que estavam no local dos fatos. Hélio, padre que escutou a confissão de Thales e tinha conhecimento sobre a dinâmica delitiva, em razão de seu dever de guardar segredo, não foi intimado. Com a concordância das partes, a audiência de continuação para oitiva das testemunhas de defesa e interrogatório foi remarcada. Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta. a) O depoimento de João foi inválido, já que a oitiva do ofendido deve ser realizada antes das demais testemunhas e a expedição de carta precatória suspende a instrução criminal. b) O juiz poderá fazer a contradita, diante das contradições sobre circunstâncias relevantes nos depoimentos das testemunhas. c) Hélio está proibido de depor sem autorização da parte interessada, salvo quando não for possível, por outro modo, obter a prova do fato. d) O advogado do acusado não precisa ser intimado pessoalmente da data designada para audiência a ser realizada no juízo deprecado. 32 Exame de Ordem Unificado – XIX Em 16/02/2016, Gisele praticou um crime de lesão corporal culposa simples no trânsito, vitimando Maria Clara. Gisele, então, procura seu advogado para saber se faz jus à transação penal, esclarecendo que já foi condenada definitivamente por uma vez a pena restritiva de direitos pela prática de furto e que já se beneficiou do instituto da transação há 7 anos. Deverá o advogado esclarecer sobre o benefício que a) não cabe oferecimento de proposta de transação penal porque Gisele já possui condenação anterior com trânsito em julgado. b) não cabe oferecimento de proposta de transação penal porque Gisele já foi beneficiada pela transação em momento anterior. c) poderá ser oferecida proposta de transação penal porque só quem já se beneficiou da transação penal nos 3 anos anteriores não poderá receber novamente o benefício. d) a condenação pela prática de furto e a transação penal obtida há 7 anos não impedem o oferecimento de proposta de transação penal. 33 Exame de Ordem Unificado – XX José Augusto foi preso em flagrante delito pela suposta prática do crime de receptação (Art. 180 do Código Penal – pena: 01 a 04 anos de reclusão e multa). Em que pese seja tecnicamente primário e de bons antecedentes e seja civilmente identificado, possui, em sua Folha de Antecedentes Criminais, duas anotações pela prática de crimes patrimoniais, sem que essas ações tenham resultados definitivos. Neste caso, de acordo com as previsões expressas do Código de Processo Penal, assinale a afirmativa correta. a) Estão preenchidos os requisitos para decretação da prisão preventiva, pois as ações penais em curso demonstram a existência de risco para a ordem pública. b) A autoridade policial não poderá arbitrar fiança neste caso, ficando tal medida de responsabilidade do magistrado. c) Antes de decidir pela liberdade provisória ou conversão em preventiva, poderá a prisão em flagrante do acusado perdurar pelo prazo de 10 dias úteis, ou seja, até o oferecimento da denúncia.

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d) O juiz não poderá converter a prisão em flagrante em preventiva, mas poderá aplicar as demais medidas cautelares. 34 Exame de Ordem Unificado – XX Clodoaldo figura como indiciado em inquérito policial que investiga a prática de um crime de estupro de vulnerável. Já no curso das investigações, Clodoaldo apresenta sinais de que poderia ser portador de doença mental. Concluídas as investigações, é oferecida denúncia contra o indiciado. Durante a audiência, o advogado de Clodoaldo requer a instauração de incidente de insanidade mental, sendo o pleito indeferido pelo magistrado, que considerou o ato protelatório. Sobre o tema incidente de insanidade mental, é correto afirmar que a) se o perito concluir que o acusado era inimputável ao tempo da infração, o processo prosseguirá, mas se a insanidade surgiu após o ato criminoso imputado, o processo ficará suspenso. b) da decisão do magistrado que indeferiu a instauração do incidente caberá recurso em sentido estrito. c) diante da suspeita da autoridade policial, poderia ela mesmo ter instaurado incidente de insanidade mental. d) o incidente de insanidade mental é processado em autos em apartado e não gera, de imediato, qualquer suspensão do processo. 35 Exame de Ordem Unificado – XX Lúcio Flavio, advogado, ofereceu queixa-crime em face de Rosa, imputando-lhe a prática dos delitos de injúria simples e difamação. As partes não celebraram qualquer acordo e a querelada negava os fatos, não aceitando qualquer benefício. Após o regular processamento e a instrução probatória, em alegações finais, Lúcio Flávio requer a condenação de Rosa pela prática do crime de difamação, nada falando em sua manifestação derradeira sobre o crime de injúria. Diante da situação narrada, é correto afirmar que a) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em razão da perempção. b) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em razão do perdão do ofendido. c) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em razão da renúncia ao direito de queixa. d) poderá Rosa ser condenada pela prática de ambos os delitos, já que houve apresentação de alegações finais pela defesa técnica do querelante. 36 Exame de Ordem Unificado – XX Guilherme foi denunciado pela prática de um crime de lesão corporal seguida de morte. Após o recebimento da denúncia, Guilherme é devidamente citado. Em conversa com sua defesa técnica, Guilherme apresenta prova inequívoca de que agiu em estado de necessidade. Diante da situação narrada, o advogado de Guilherme, em resposta à acusação, deverá requerer a a) rejeição de denúncia, que fará coisa julgada material. b) absolvição sumária do réu, que fará coisa julgada material. c) absolvição imprópria do réu, que fará coisa julgada material. d) impronúncia do acusado, que não faz coisa julgada material. 37 Exame de Ordem Unificado – XX José foi absolvido em 1ª instância após ser denunciado pela prática de um crime de extorsão em face de Marina. O Ministério Público interpôs recurso de apelação, sendo a sentença de primeiro grau reformada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina para condenar o réu à pena de 05 anos, sendo certo que o acórdão transitou em julgado. Sete anos depois da condenação, já tendo cumprido integralmente a pena, José vem a falecer. Posteriormente, Caio, filho de José, encontrou um vídeo no qual foi gravada uma conversa de José e

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Marina, onde esta admite que mentiu ao dizer que foi vítima do crime pelo qual José foi condenado, mas que a atitude foi tomada por ciúmes. Caio, então, procura o advogado da família. Diante da situação narrada, é correto afirmar que Caio, através de seu advogado, a) não poderá apresentar revisão criminal, pois a pena de José já havia sido extinta pelo cumprimento. b) não poderá apresentar revisão criminal, pois o acusado, que é quem teria legitimidade, já é falecido. c) poderá apresentar revisão criminal, sendo competente para julgamento o Superior Tribunal de Justiça. d) poderá apresentar revisão criminal, sendo competente para julgamento o Tribunal de Justiça de Santa Catarina. 38 Exame de Ordem Unificado - XX (Reaplicação Salvador/BA) Fábio, juiz de direito, foi vítima de um delito de calúnia, pois Jonas afirmou que ele teria praticado um crime de corrupção passiva. Diante disso, ingressou com queixa-crime contra o autor do fato. Jonas, então, opôs exceção da verdade. Nesta situação, será competente para julgar a exceção da verdade a) ) o Superior Tribunal de Justiça. b) o Tribunal de Justiça ao qual Fabio esteja vinculado. c) a Turma Recursal do Tribunal de Justiça ao qual Fabio esteja vinculado. d) o mesmo magistrado competente para julgar a ação penal pela prática do crime de calúnia. 39 Exame de Ordem Unificado - XX (Reaplicação Salvador/BA) André foi denunciado pela prática de um crime de homicídio doloso consumado contra sua ex-esposa Lívia, famosa na cidade de Maricá, Rio de Janeiro, pela contribuição em serviços sociais com crianças humildes. A população local ficou revoltada com o fato, razão pela qual o magistrado avaliou que os jurados não teriam isenção suficiente para o julgamento. Diante da situação narrada, é correto afirmar que: a) o acusado poderá requerer o desaforamento, sendo tal requerimento decidido pelo magistrado de primeira instância. b) o magistrado poderá representar pelo desaforamento, sendo que a decisão sobre o mesmo independerá de manifestação prévia da defesa. c) o acusado poderá requerer o declínio de competência, de modo que todos os atos processuais passarão a ser realizados pelo juízo da comarca mais próxima. d) o magistrado poderá representar pelo desaforamento e, sendo os motivos relevantes, o órgão competente poderá, fundamentadamente, determinar a suspensão do julgamento pelo júri. 40 Exame de Ordem Unificado - XX (Reaplicação Salvador/BA) O Ministério Público ofereceu denúncia em face de Matheus, não plenamente identificado, a partir de inquérito policial que apurava a prática de crime de estupro. O endereço constante do inquérito foi diligenciado para citação do réu, mas foi informado que este estava em local incerto e não sabido. Diante disso, foi publicado edital para sua citação. Considerando apenas as informações narradas, assinale a afirmativa correta. a) É válido o edital que identifica o réu por suas características, ainda que desconhecida sua qualificação completa. b) O réu que, citado por edital, não comparecer nem constituir advogado poderá ter seu processo e o curso do prazo prescricional suspensos por tempo indefinido. c) Ainda que Matheus esteja preso na mesma unidade da Federação em que foi oferecida a denúncia, a citação por edital será válida. d) Não existe citação por hora certa no âmbito do Processo Penal brasileiro.

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41 Exame de Ordem Unificado - XX (Reaplicação Salvador/BA) Em razão de uma determinada conduta de um juiz de direito de 1ª instância, que atuava em uma Vara Criminal da Comarca de Curitiba, o advogado Frederico ingressou com um habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça do Paraná, figurando como autoridade coatora o magistrado. A ordem de habeas corpus foi denegada pelo Tribunal. Dessa decisão, desconsiderando a hipótese de habeas corpus, caberá ao advogado interpor a seguinte medida: a) recurso em sentido estrito, que permite o exercício do juízo de retratação. b) recurso ordinário constitucional perante o STJ. c) recurso ordinário constitucional perante o STF. d) recurso especial perante o STJ. 42 Exame de Ordem Unificado - XX (Reaplicação Salvador/BA) Hugo foi denunciado pela prática de um crime de furto qualificado praticado contra Rosa. Na audiência de instrução e julgamento, Rosa confirmou a autoria delitiva, mas apresentou versão repleta de contradições, inovando ao afirmar que estava junto com Lúcia quando foi vítima do crime. O Ministério Público ouve os policiais que participaram apenas, posteriormente, da prisão de Hugo e não deseja ouvir novas testemunhas. A defesa requer a oitiva de Lúcia, mencionada por Rosa em seu testemunho, já que antes não tinha conhecimento sobre a mesma, mas o juiz indefere afirmando que o advogado já havia arrolado o número máximo de testemunhas em sua resposta à acusação. Diante dessa situação, o advogado de Hugo deve alegar que a) as testemunhas referidas não devem ser computadas para fins do número máximo de testemunhas a serem ouvidas. b) o Código de Processo Penal não traz número máximo de testemunhas de defesa, pois previsão em contrário violaria o princípio da ampla defesa. c) as testemunhas referidas não podem prestar compromisso de dizer a verdade. d) o testemunho de Rosa, ao inovar os fatos, deve ser considerado prova ilícita, de modo a ser desentranhado dos autos. 43 Exame de Ordem Unificado - XXI Em uma mesma rua da cidade de Palmas, em dois imóveis diversos, moram Roberto e Mário. Roberto foi indiciado pela prática do crime de estelionato, razão pela qual o magistrado deferiu requerimento do Ministério Público de busca e apreensão de documentos em sua residência, sem estabelecer o horário em que deveria ser realizada. Diante da ordem judicial, a Polícia Civil compareceu à sua residência, às 04h da madrugada para cumprimento do mandado e ingressou no imóvel, sem autorização do indiciado, para cumprir a busca e apreensão. Após a diligência, quando deixavam o imóvel, policiais receberam informações concretas de popular, devidamente identificado, de que Mário guardava drogas para facção criminosa em seu imóvel e, para comprovar o alegado, o popular ainda apresentou fotografias. Diante disso, os policiais ingressaram na residência de Mário, sem autorização deste, onde, de fato, apreenderam 1 kg de droga. Sobre as diligências realizadas, com base na situação narrada, assinale a afirmativa correta. a) Nas residências de Roberto e Mário foram inválidas. b) Na residência de Roberto foi inválida, enquanto que, na residência de Mário, foi válida. c) Nas residências de Roberto e Mário foram válidas. d) Na residência de Roberto foi válida, enquanto que, na residência de Mário, foi inválida. 44 Exame de Ordem Unificado – XXI Marlon, Wellington e Vitor foram denunciados pela prática de um crime de lesão corporal dolosa gravíssima em concurso de agentes. Após o recebimento da denúncia, o oficial de justiça compareceu ao endereço indicado no

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processo como sendo de residência de Marlon, mas não o encontrou, tendo em vista que estava preso, naquela mesma unidade da Federação, por decisão oriunda de outro processo. Marlon, então, foi citado por edital. Wellington, por sua vez, estava em local incerto e não sabido, sendo também citado por edital. Em relação a Vitor, o oficial de justiça foi à sua residência em quatro oportunidades, constatando que ele, de fato, residia no local, mas que estava se ocultando para não ser citado. Após certificar-se de tal fato, foi realizada a citação de Vitor com hora certa. Considerando a hipótese narrada, o(a) advogado(a) dos acusados deverá alegar ter sido inválida a citação de a) Marlon, apenas. b) Marlon e Vitor, apenas. c) Vitor, apenas. d) Marlon, Wellington e Vitor. 45 Exame de Ordem Unificado – XXI Carlota foi denunciada pela prática de um crime contra a ordem tributária. Após ser citada, sua advogada foi intimada para apresentar resposta à acusação. Analisando os autos, o(a) advogado(a) de Carlota entendeu que deveria apresentar certas exceções. Considerando a situação narrada, assinale a afirmativa correta. a) A arguição de suspeição precederá a de litispendência, salvo quando aquela for fundada em motivo superveniente. b) As exceções serão processadas nos autos principais, em regra. c) As exceções serão processadas em autos em apartado e suspenderão, em regra, o andamento da ação penal. d) Se Carlota pretende recusar o juiz, deverá fazer em petição assinada por ela própria ou por procurador com poderes gerais. 46 Exame de Ordem Unificado - XXI Victória e Bernadete entram em luta corporal em razão da disputa por um namorado, vindo Victória a desferir uma facada no pé da rival, que sofreu lesões graves. Bernadete compareceu em sede policial, narrou o ocorrido e disse ter intenção de ver a agente responsabilizada criminalmente. Em razão dos fatos, Victória é denunciada e pronunciada pela prática do crime de tentativa de homicídio. Em sessão plenária do Tribunal do Júri, os jurados entendem, no momento de responder aos quesitos, que Victória foi autora da facada, mas que não houve dolo de matar. Diante da desclassificação, será competente para julgamento do crime residual, bem como da avaliação do cabimento dos institutos despenalizadores, a) o Juiz Presidente do Tribunal do Júri. b) o corpo de jurados, que decidiu pela desclassificação. c) o Juiz Criminal da Comarca, a partir de livre distribuição. d) o Juiz em atuação perante o Juizado Especial Criminal da Comarca em que ocorreram os fatos. 2017 47 Exame de Ordem Unificado – XXII Daniel foi autor de um crime de homicídio doloso consumado em desfavor de William. Após a denúncia e ao fim da primeira fase do procedimento bifásico dos crimes dolosos contra a vida, Daniel foi pronunciado. Inconformado, o advogado do acusado interpôs o recurso cabível, mas o juiz de primeira instância, ao realizar o primeiro juízo de admissibilidade, negou seguimento ao recurso. Novamente inconformado com a decisão, o defensor de Daniel impetrou nova medida.

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Considerando a situação narrada, assinale a opção que indica o recurso interposto da decisão de pronúncia e a medida para combater a decisão que denegou o recurso anterior, respetivamente. a) Apelação e Recurso em Sentido Estrito. b) Recurso em Sentido Estrito e novo Recurso em Sentido Estrito. c) Recurso em Sentido Estrito e Carta Testemunhável. d) Apelação e Carta Testemunhável. 48 Exame de Ordem Unificado – XXII Fagner, irmão de Vitor, compareceu à Delegacia e narrou que foi vítima de agressões que lhe causaram lesão corporal de natureza leve. Afirmou Fagner, em sede policial, que Vitor desferiu um soco em seu rosto, deixando a agressão vestígios, mas esclareceu que não necessitou de atendimento médico. Apesar de demonstrar interesse inequívoco em ver seu irmão responsabilizado criminalmente pelo ato praticado, não assinou termo de representação formal, além de não realizar exame de corpo de delito. Vitor foi denunciado pela prática do crime do Art. 129, § 9º, do Código Penal. Durante a instrução, Fagner não foi localizado para ser ouvido, não havendo outras testemunhas presenciais. Vitor, em seu interrogatório, contudo, confirmou que desferiu um soco no rosto de seu irmão. Em relação aos documentos do processo, consta apenas a Folha de Antecedentes Criminais do acusado. Considerando apenas as informações narradas na hipótese, assinale a afirmativa correta. a) O processo deve ser extinto sem julgamento do mérito, pois a representação do ofendido necessariamente deve ser expressa e formal. b) Não existe prova da materialidade, pois, quando a infração penal deixa vestígios, o exame de corpo de delito é indispensável, não podendo supri-lo a confissão do acusado. c) Não existe prova da materialidade, pois o Código de Processo Penal apenas admite o exame de corpo de delito direto. d) Existe prova da materialidade, pois o Código de Processo Penal admite a figura do exame de corpo de delito indireto e este ocorreu no caso concreto. 49 Exame de Ordem Unificado – XXII Em 23 de novembro de 2015 (segunda feira), sendo o dia seguinte dia útil em todo o país, Técio, advogado de defesa de réu em ação penal de natureza condenatória, é intimado da sentença condenatória de seu cliente. No curso do prazo recursal, porém, entrou em vigor nova lei de natureza puramente processual, que alterava o Código de Processo Penal e passava a prever que o prazo para apresentação de recurso de apelação seria de 03 dias e não mais de 05 dias. No dia 30 de novembro de 2015, dia útil, Técio apresenta recurso de apelação acompanhado das respectivas razões. Considerando a hipótese narrada, o recurso do advogado é a) intempestivo, aplicando-se o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato), e o novo prazo recursal deve ser observado. b) tempestivo, aplicando-se o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato), e o antigo prazo recursal deve ser observado. c) intempestivo, aplicando-se o princípio do tempus regit actum (o tempo rege o ato), e o antigo prazo recursal deve ser observado. d) tempestivo, aplicando-se o princípio constitucional da irretroatividade da lei mais gravosa, e o antigo prazo recursal deve ser observado. 50 Exame de Ordem Unificado – XXII Durante audiência de instrução e julgamento em processo em que é imputada a José a prática de um crime de roubo majorado pelo concurso de agentes, Laís e Lívia, testemunhas de acusação, divergem em suas declarações. Laís garante que presenciou o crime e que dois eram os autores do delito; já Lívia também diz que estava presente, mas afirma que José estava sozinho quando o crime foi cometido. A vítima não foi localizada para prestar depoimento.

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Diante dessa situação, poderá o advogado de José requerer a) a realização de contradita das testemunhas. b) a realização de acareação das testemunhas. c) a instauração de incidente de falsidade. d) a suspensão do processo até a localização da vítima, para superar divergência. 51 Exame de Ordem Unificado – XXII Ricardo foi denunciado, perante a 1ª Vara Criminal de determinada cidade, pela prática de crime de associação para o tráfico com mais 04 outros indivíduos, destacando a denúncia o local, o período e a existência de outros indivíduos não identificados, integrantes da mesma associação. Foi condenado em primeira instância e foi mantida a prisão preventiva, apresentando a defesa recurso de apelação. No dia seguinte da condenação, na cadeia, Ricardo vem a ser notificado em razão de denúncia diversa oferecida pelo Ministério Público, agora perante a 2ª Vara Criminal da mesma cidade, pela prática do mesmo crime de associação para o tráfico, em iguais período e local da primeira denúncia, mas, dessa vez, foram denunciados também os indivíduos não identificados mencionados no primeiro processo. Ricardo, então, entra em contato com seu advogado, informando da nova notificação. Considerando a situação narrada, caberá ao advogado de Ricardo apresentar exceção de a) litispendência. b) coisa julgada. c) incompetência. d) ilegitimidade. 52 Exame de Ordem Unificado – XXIII Mateus foi denunciado pela prática de um crime de homicídio qualificado, sendo narrado na denúncia que a motivação do crime seria guerra entre facções do tráfico. Cinco dias antes do julgamento em plenário, o Ministério Público junta ao processo a Folha de Antecedentes Criminais (FAC) do acusado, conforme requerido quando da manifestação em diligências, em que, de fato, constavam anotações referentes a processos pela prática do crime da Lei de Drogas. Apenas três dias úteis antes do julgamento, a defesa de Mateus vem a tomar conhecimento da juntada da FAC. No dia do julgamento, após a manifestação oral da defesa em plenário, indagado pelo juiz presidente sobre o interesse em se manifestar em réplica, o promotor de justiça afirma negativamente, reiterando aos jurados que as provas estão muito claras e que o réu deve ser condenado, não havendo necessidade de maiores explanações. Posteriormente, o juiz presidente nega à defesa o direito de tréplica. Mateus é condenado. Diante da situação narrada, o(a) advogado(a) de Mateus, em sede de apelação, deverá buscar a) a nulidade do julgamento, pois foi juntada documentação sem a antecedência necessária exigida pela lei. b) o afastamento da qualificadora pelo Tribunal, pois foi juntada documentação que influenciou seu reconhecimento sem a antecedência necessária exigida pela lei. c) a nulidade do julgamento, pois o direito de tréplica da defesa independe da réplica do Ministério Público. d) a nulidade do julgamento, pois houve réplica por parte do Ministério Público, de modo que deveria ser deferido à defesa o direito de tréplica. 53 Exame de Ordem Unificado – XXIII Vitor, corretor de imóveis, está sendo investigado em inquérito policial. Considerando que o delegado vem atuando com abuso e colocando em risco a liberdade de Vitor, o advogado do investigado apresenta habeas corpus perante o órgão competente. Quando da análise do habeas corpus, a autoridade competente entende por denegar a ordem. Considerando as informações narradas, o advogado de Vitor poderá recorrer da decisão que denegou a ordem por meio de

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a) recurso em sentido estrito, tendo em vista que o Tribunal de Justiça foi o órgão competente para análise do habeas corpus apresentado em razão da conduta do delegado. b) recurso em sentido estrito, tendo em vista que o juiz de primeiro grau era competente para a análise do habeas corpus apresentado em razão da conduta do delegado. c) recurso ordinário constitucional, tendo em vista que o Tribunal de Justiça foi o órgão competente para análise do habeas corpus apresentado em razão da conduta do delegado. d) recurso ordinário constitucional, tendo em vista que o juiz de primeiro grau era competente para a análise do habeas corpus apresentado em razão da conduta do delegado. 54 Exame de Ordem Unificado – XXIII No dia 31 de dezembro de 2015, Leandro encontra, em uma boate, Luciana, com quem mantivera uma relação íntima de afeto, na companhia de duas amigas, Carla e Regina. Já alterado em razão da ingestão de bebida alcoólica, Leandro, com ciúmes de Luciana, inicia com esta uma discussão e desfere socos em sua face. Carla e Regina vêm em defesa da amiga, mas, descontrolado, Leandro também agride as amigas, causando lesões corporais leves nas três. Diante da confusão, Leandro e Luciana são encaminhados a uma delegacia, enquanto as demais vítimas decidem ir para suas casas. Após exame de corpo de delito confirmando as lesões leves, Luciana é ouvida e afirma expressamente que não tem interesse em ver Leandro responsabilizado criminalmente. Em relação às demais lesadas, não tiveram interesse em ser ouvidas em momento algum das investigações, mas as testemunhas confirmaram as agressões. Diante disso, o Ministério Público, em 05 de julho de 2016, oferece denúncia em face de Leandro, imputando-lhe a prática de três crimes de lesão corporal leve. Considerando apenas as informações narradas, o(a) advogado(a) de Leandro a) não poderá buscar a rejeição da denúncia em relação a nenhum dos três crimes. b) poderá buscar a rejeição da denúncia em relação ao crime praticado contra Luciana, mas não quanto aos delitos praticados contra Carla e Regina. c) poderá buscar a rejeição da denúncia em relação aos três crimes. d) não poderá buscar a rejeição da denúncia em relação ao crime praticado contra Luciana, mas poderá pleitear a imediata rejeição quanto aos delitos praticados contra Carla e Regina. 55 Exame de Ordem Unificado – XXIII Douglas responde a ação penal, na condição de preso cautelar, pela prática do crime de furto qualificado, sendo ele triplamente reincidente específico. No curso do processo, foi constatado por peritos que Douglas seria semi-imputável e que haveria risco de reiteração. O magistrado em atuação, de ofício, revoga a prisão preventiva de Douglas, entendendo que não persistem os motivos que justificaram essa medida mais grave, aplicando, porém, a medida cautelar de internação provisória, com base no Art. 319 do Código de Processo Penal. Diante da situação narrada, o advogado de Douglas poderá requerer o afastamento da cautelar aplicada, em razão a) da não previsão legal da cautelar de internação provisória, sendo certo que tais medidas estão sujeitas ao princípio da taxatividade. b) de somente ser cabível a cautelar quando os peritos concluírem pela inimputabilidade, mas não pela semi-imputabilidade. c) de o crime imputado não ter sido praticado com violência ou grave ameaça à pessoa. d) de não ser cabível, na hipótese, a aplicação de medida cautelar de ofício, sem requerimento pretérito do Ministério Público. 56 Exame de Ordem Unificado – XXIII Paulo foi preso em flagrante pela prática do crime de corrupção, sendo encaminhado para a Delegacia. Ao tomar conhecimento dos fatos, a mãe de Paulo entra, de imediato, em contato com o advogado, solicitando esclarecimentos e pedindo auxílio para seu filho.

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De acordo com a situação apresentada, com base na jurisprudência dos Tribunais Superiores, deverá o advogado esclarecer que a) diante do caráter inquisivo do inquérito policial, Paulo não poderá ser assistido pelo advogado na delegacia. b) a presença da defesa técnica, quando da lavratura do auto de prisão em flagrante, é sempre imprescindível, de modo que, caso não esteja presente, todo o procedimento será considerado nulo. c) decretado o sigilo do procedimento, o advogado não poderá ter acesso aos elementos informativos nele constantes, ainda que já documentados no procedimento. d) a Paulo deve ser garantida, na delegacia, a possibilidade de assistência de advogado, de modo que existe uma faculdade na contratação de seus serviços para acompanhamento do procedimento em sede policial. 2013 57 Exame de Ordem Unificado – XI Quanto ao julgamento pelo Tribunal do Júri, assinale a afirmativa incorreta. a) As partes não poderão fazer referência, em plenário, à decisão de pronúncia, às decisões posteriores que julgaram admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o acusado. b) Durante o julgamento, não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de três dias úteis, dando-se ciência à outra parte. c) Durante os debates em Plenário, os jurados poderão solicitar ao orador, por intermédio do juiz-presidente do Tribunal do Júri, que esclareça algum fato por ele alegado em sua tese. d) Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz-presidente determinará que o Conselho de Sentença se recolha à sala secreta, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias. 58 Exame de Ordem Unificado – XI Frida foi condenada pela prática de determinado crime. Como nenhuma das partes interpôs recurso da sentença condenatória, tal decisão transitou em julgado, definitivamente, dentro de pouco tempo. Pablo, esposo de Frida, sempre soube da inocência de sua consorte, mas somente após a condenação definitiva é que conseguiu reunir as provas necessárias para inocentá-la. Ocorre que Frida não deseja vivenciar novamente a angústia de estar perante o Judiciário, preferindo encarar sua condenação injusta como um meio de tornar-se uma pessoa melhor. Nesse sentido, tomando-se por base o caso apresentado e a medida cabível à espécie, assinale a afirmativa correta. a) Pablo pode ingressar com revisão criminal em favor de Frida, ainda que sem a concordância desta. b) Caso Frida tivesse sido absolvida com base em falta de provas, seria possível ingressar com revisão criminal para pedir a mudança do fundamento da absolvição. c) Da decisão que julga a revisão criminal são cabíveis, por exemplo, embargos de declaração, mas não cabe apelação. d) Caso a sentença dada à Frida, no caso concreto, a tivesse condenado mas, ao mesmo tempo, reconhecido a prescrição da pretensão executória, seria incabível revisão criminal. 59 Exame de Ordem Unificado – XI De acordo com a doutrina, recurso é todo meio voluntário de impugnação apto a propiciar ao recorrente resultado mais vantajoso. Em alguns casos, fenômenos processuais impedem o caminho natural de um recurso. Quando a parte se manifesta, esclarecendo que não deseja recorrer, estamos diante do fenômeno processual conhecido como a) preclusão. b) desistência. c) deserção.

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d) renúncia. 60 Exame de Ordem Unificado – XI Em um processo em que se apura a prática dos delitos de supressão de tributo e evasão de divisas, o Juiz Federal da 4ª Vara Federal Criminal de Arroizinho determina a expedição de carta rogatória para os Estados Unidos da América, a fim de que seja interrogado o réu Mário. Em cumprimento à carta, o tribunal americano realiza o interrogatório do réu e devolve o procedimento à Justiça Brasileira, a 4ª Vara Federal Criminal. O advogado de defesa de Mário, ao se deparar com o teor do ato praticado, requer que o mesmo seja declarado nulo, tendo em vista que não foram obedecidas as garantias processuais brasileiras para o réu. Exclusivamente sobre o ponto de vista da Lei Processual no Espaço, a alegação do advogado está correta? a) Sim, pois no processo penal vigora o princípio da extraterritorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas fora do território nacional. b) Não, pois no processo penal vigora o princípio da territorialidade, já que as normas processuais brasileiras só se aplicam no território nacional. c) Sim, pois no processo penal vigora o princípio da territorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicadas em qualquer território. d) Não, pois no processo penal vigora o princípio da extraterritorialidade, já que as normas processuais brasileiras podem ser aplicas fora no território nacional. 61 Exame de Ordem Unificado – XII Quanto ao inquérito policial, assinale a afirmativa INCORRETA. a) O inquérito policial poderá ser instaurado de ofício pela Autoridade Policial nos crimes persequíveis por ação penal pública incondicionada. b) O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá ser iniciado sem ela. c) Nos crimes de ação penal privada, não caberá instauração de inquérito policial, mas sim a lavratura de termo circunstanciado. d) O inquérito policial, mesmo nos crimes hediondos, poderá ser dispensável para o oferecimento de denúncia. 62 Exame de Ordem Unificado – XII A jurisprudência uníssona do Supremo Tribunal Federal admite a proibição da reformatio in pejus indireta. Por este instituto entende-se que a) o Tribunal não poderá agravar a pena do réu, se somente o réu houver recorrido – não havendo, portanto, recurso por parte da acusação. b) o juiz está proibido de prolatar sentença com condenação superior à que foi dada no primeiro julgamento quando o Tribunal, ao julgar recurso interposto apenas pela defesa, anula a sentença proferida pelo juízo a quo. c) o Tribunal não poderá tornar pior a situação do réu, quando não só o réu houver recorrido. d) o Tribunal está proibido de exarar acórdão com condenação superior à que foi dada no julgamento a quo quando julga recurso da acusação. 63 Exame de Ordem Unificado – XII Segundo a Lei dos Juizados Especiais, assinale a alternativa que apresenta o procedimento correto. a) Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando- se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença. b) Da decisão de rejeição da denúncia ou queixa caberá recurso em sentido estrito, que deverá ser interposto no prazo de cinco dias.

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c) Os embargos de declaração são cabíveis quando, em sentença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvida, que deverão ser opostos em dois dias. d) Se a complexidade do caso não permitir a formulação da denúncia oral em audiência, o Ministério Público poderá requerer ao juiz dilação do prazo para apresentar denúncia escrita nas próximas 72 horas. 64 Exame de Ordem Unificado – XII João e José, músicos da famosa banda NXY, se desentenderam por causa de uma namorada. João se descontrolou e partiu para cima de José, agredindo-o com socos e pontapés, vindo a ser separado de sua vítima por policiais militares que passavam no local, e lhe deram voz de prisão em flagrante. O exame de corpo de delito revelou que dois dedos da mão esquerda do guitarrista José foram quebrados e o braço direito, luxado, ficando impossibilitado de tocar seu instrumento por 40 dias. Na hipótese, trata-se de crime de ação penal a) privada propriamente dita. b) pública condicionada à representação. c) privada subsidiária da pública. d) pública incondicionada. 65 Exame de Ordem Unificado – XII A Teoria Geral das Nulidades determina que nulidade é a sanção aplicada pelo Poder Judiciário ao ato imperfeito, defeituoso. Tal teoria é regida pelos princípios relacionados a seguir, à exceção de um. Assinale-o. a) Princípio do Prejuízo. b) Princípio da Causalidade. c) Princípio do Interesse. d) Princípio da Voluntariedade. 66 Exame de Ordem Unificado – X João está sendo processado por um crime doloso contra a vida e, após o oferecimento das alegações finais, o magistrado impronuncia o réu. Assinale a alternativa que apresenta a situação em que seria possível processar João novamente pelo mesmo fato delituoso. a) Desde que haja novas provas e não tenha ocorrido qualquer causa extintiva de punibilidade, pois a decisão de impronúncia não transita em julgado. b) A justiça já se manifestou em relação ao processo de João, tendo a decisão do magistrado transitado em julgado. c) Ninguém pode ser processado duas vezes pelo mesmo fato ( non bis in idem ). d) A sentença de impronúncia é uma decisão interlocutória mista não terminativa. 67 Exame de Ordem Unificado – X Na cidade ―A‖, o Delegado de Polícia instaurou inquérito policial para averiguar a possível ocorrência do delito de estelionato praticado por Márcio, tudo conforme minuciosamente narrado na requisição do Ministério Público Estadual. Ao final da apuração, o Delegado de Polícia enviou o inquérito devidamente relatado ao Promotor de Justiça. No entendimento do parquet, a conduta praticada por Márcio, embora típica, estaria prescrita. Nessa situação, o Promotor deverá a) arquivar os autos. b) oferecer denúncia. c) determinar a baixa dos autos. d) requerer o arquivamento. 68 Exame de Ordem Unificado – X

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Um professor na aula de Processo Penal esclarece a um aluno que o Ministério Público, após ingressar com a ação penal, não poderá desistir dela, conforme expressa previsão do Art. 42 do CPP. O professor estava explicando ao aluno o princípio da a) indivisibilidade. b) obrigatoriedade. c) indisponibilidade. d) intranscedência. 69 Exame de Ordem Unificado – X No curso de uma investigação policial que apurava a ocorrência dos delitos de sonegação fiscal e evasão de divisas, o Procurador da República "X" requereu ao Juízo Federal Criminal medida assecuratória, já que obteve documentos que informavam os bens que teriam sido adquiridos pelo investigado com proventos da infração penal. O Juiz Federal decretou a medida assecuratória, que foi cumprida a contento. A partir do caso apresentado, assinale a alternativa que indica a medida assecuratória adotada. a) Busca e Apreensão. b) Arresto. c) Sequestro. d) Hipoteca Legal. 70 Exame de Ordem Unificado – X José, após responder ao processo cautelarmente preso, foi condenado à pena de oito anos e sete meses de prisão em regime inicialmente fechado. Após alguns anos no sistema carcerário, seu advogado realizou um pedido de livramento condicional, que foi deferido pelo magistrado competente. O membro do parquet entendeu que tal benefício era incabível no momento e deseja recorrer da decisão. Sobre o caso apresentado, assinale a afirmativa que menciona o recurso correto. a) Agravo em Execução, no prazo de 10 (dez dias); b) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 05 (cinco dias); c) Agravo em Execução, no prazo de 05 (cinco dias); d) Recurso em Sentido Estrito, no prazo de 10 (dez dias). 2012 71 Exame de Ordem Unificado – IX Tendo como base o instituto da ação penal, assinale a afirmativa correta. a) Na ação penal privada vigora o princípio da oportunidade ou conveniência. b) A ação penal privada subsidiária da pública fere dispositivo constitucional que atribui ao Ministério Público o direito exclusivo de iniciar a ação pública. c) Como o Código Penal é silente no tocante à natureza da ação penal no crime de lesão corporal culposa, verifica-se que a referida infração será de ação penal pública incondicionada. d) A legitimidade para ajuizamento da queixa-crime na ação penal exclusivamente privada (ou propriamente dita) é unicamente do ofendido. 72 Exame de Ordem Unificado – IX Com relação à Lei n. 9.099/95, assinale a afirmativa incorreta. a) A transação penal consiste na aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas àquele a quem se imputa uma infração de menor potencial ofensivo. b) Não poderá ser oferecida a suspensão condicional do processo ao acusado que tiver sido condenado anteriormente por contravenção penal.

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c) Em caso de delito persequível por ação penal pública condicionada à representação, havendo a representação do ofendido, o Ministério Público está legitimado para oferecer transação penal, mesmo que o ofendido se oponha e deseje a continuação do processo. d) Se, no curso da suspensão condicional do processo, o acusado vier a ser processado por contravenção penal, o benefício poderá ser revogado pelo juiz. 73 Exame de Ordem Unificado – IX O Código de Processo Penal pátrio menciona que também se considera em flagrante delito quem é perseguido, logo após o delito, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser o perseguido autor da infração. A essa modalidade dá-se o nome de flagrante a) impróprio. b) ficto. c) diferido ou retardado. d) esperado. 74 Exame de Ordem Unificado – IX Em relação aos procedimentos previstos na Lei n. 8.666/93, que instituiu as normas de licitações e contratos da Administração Pública, assinale a afirmativa correta. a) Todos os crimes definidos na lei de licitação e contratos são de ação penal pública incondicionada. b) Somente a vítima poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e sua autoria, bem como as circunstâncias em que se deu a ocorrência. c) Não será admitida ação penal privada subsidiária da pública. d) Da sentença caberá apelação, interponível no prazo de 10 (dez) dias. 75 Exame de Ordem Unificado – IX Joel foi condenado pela prática do crime de extorsão mediante sequestro. A defesa interpôs recurso de Apelação, que foi recebido e processado, sendo certo que o tribunal, de forma não unânime, manteve a condenação imposta pelo juízo a quo. O advogado do réu verifica que o acórdão viola, de forma direta, dispositivos constitucionais, razão pela qual decide continuar recorrendo da decisão exarada pela Segunda Instância. De acordo com as informações acima, assinale a alternativa que indica o recurso a ser interposto. a) Recurso em Sentido Estrito. b) Recurso Ordinário Constitucional. c) Recurso Extraordinário. d) Embargos Infringentes. 76 Q304970 Direito Processual Penal Disciplina - Assunto Recurso em sentido estrito, Apelação, Embargos infringentes e embargos de nulidade (+ assunto) Ano: 2012Banca: FGVÓrgão: OABProva: Exame de Ordem Unificado - VIII - Primeira Fase Adão ofereceu uma queixa-crime contra Eva por crime de dano qualificado (art. 163, parágrafo único, IV). A queixa preenche todos os requisitos legais e foi oferecida antes do fim do prazo decadencial. Apesar disso, há a rejeição da inicial pelo juízo competente, que refere, equivocadamente, que a inicial é intempestiva, pois já teria transcorrido o prazo decadencial. Nesse caso, assinale a afirmativa que indica o recurso cabível. a) Recurso em sentido estrito. b) Apelação. c) Embargos infrigentes. d) Carta testemunhável.

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GABARITO LETRA (A) Segundo o disposto no art. 581, I, do Código de Processo Penal, caberá Recurso em Sentido Estrito da decisão que rejeitar a denúncia ou queixa. Na medida em que, conforme dicção do enunciado da questão, ―há rejeição da inicial pelo juízo competente‖, em sendo essa rejeição indevida, a via impugnativa na hipótese é a interposição de Recurso em Sentido Estrito. A alternativa (A) está correta. 77 Q304971 Direito Processual Penal Disciplina - Assunto Habeas Corpus, Revisão Criminal, Da liberdade provisória, com ou sem fiança (+ assunto) Ano: 2012Banca: FGVÓrgão: OABProva: Exame de Ordem Unificado - VIII - Primeira Fase O deputado ―M‖ é um famoso político do Estado ―Y‖, e tem grande influência no governo estadual, em virtude das posições que já ocupou, como a de Presidente da Assembleia Legislativa. Atualmente, exerce a função de Presidente da Comissão de Finanças e Contratos. Durante a reunião semestral com as empresas interessadas em participar das inúmeras contratações que a Câmara fará até o final do ano, o deputado ―M‖ exigiu do presidente da empresa ―Z‖ R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) para que esta pudesse participar da concorrência para a realização das obras na sede da Câmara dos Deputados. O presidente da empresa ―Z‖, assustado com tal exigência, visto que sua empresa preenchia todos os requisitos legais para participar das obras, compareceu à Delegacia de Polícia e informou ao Delegado de Plantão o ocorrido, que o orientou a combinar a entrega da quantia para daqui a uma semana, oportunidade em que uma equipe de policiais estaria presente para efetuar a prisão em flagrante do deputado. No dia e hora aprazados para a entrega da quantia indevida, os policiais prenderam em flagrante o deputado ―M‖ quando este conferia o valor entregue pelo presidente da empresa ―Z‖. Na qualidade de advogado contratado pelo Deputado, assinale a alternativa que indica a peça processual ou pretensão processual, exclusiva de advogado, cabível na hipótese acima. a) Liberdade Provisória. b) Habeas Corpus. c) Relaxamento de Prisão. d) Revisão Criminal. 78 Exame de Ordem Unificado – VIII Um Delegado de Polícia determina a instauração de inquérito policial para apurar a prática do crime de receptação, supostamente praticado por José. Com relação ao Inquérito Policial, assinale a afirmativa que não constitui sua característica. a) Escrito. b) Inquisitório. c) Indispensável. d) Formal. 79 Exame de Ordem Unificado – VIII Pedro foi denunciado pela prática de homicídio triplamente qualificado. Como se trata de um crime doloso contra a vida, será julgado pelo Tribunal do Júri. O processo seguiu seu curso normal, tendo Pedro sido pronunciado. Acerca da 2ª fase do procedimento, assinale a afirmativa que não corresponde à realidade. a) Encerrada a instrução, será concedida a palavra ao Ministério Público, que fará a acusação, nos limites da pronúncia ou das decisões posteriores que julgaram admissível a acusação, sustentando, se for o caso, a existência de circunstância agravante. b) À medida que as cédulas forem sendo retiradas da urna, o juiz presidente as lerá, e a defesa e, depois dela, o Ministério Público poderão recusar os jurados sorteados, até 3 (três) cada parte, sem motivar a recusa.

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c) Prestado o compromisso pelos jurados, será iniciada a instrução plenária quando o juiz presidente, o Ministério Público, o assistente, o querelante e o defensor do acusado tomarão, sucessiva e diretamente, as declarações do ofendido, se possível, e inquirirão as testemunhas arroladas pela acusação. d) Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte, salvo jornais ou revistas. 80 Exame de Ordem Unificado – VII De acordo com o Código de Processo Penal, quanto ao interrogatório judicial, assinale a afirmativa INCORRETA. a) O silêncio do acusado não importará confissão e nã poderá ser interpretado em prejuízo da defesa, mesmo no caso de crimes hediondos. b) A todo tempo o juiz poderá, atendendo pedido fundamentado das partes, ou mesmo de ofício, proceder a novo interrogatório, mesmo quando os autos já se encontrarem conclusos para sentença. c) O mudo será interrogado oralmente, devendo responder às perguntas por escrito, salvo quando não souber ler e escrever, situação em que intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo. d) O juiz, por decisão fundamentada, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência, desde que a medida seja necessária para reduzir os custos para a Administração Pública. 81 Exame de Ordem Unificado – VII Em relação aos meios de impugnação de decisões judiciais, assinale a afirmativa INCORRETA. a) Caberá recurso em sentido estrito contra a decisão que rejeitar a denúncia, podendo o magistrado, entretanto, após a apresentação das razões recursais, reconsiderar a decisão proferida. b) Caberá apelação contra a decisão que impronunciar o acusado, a qual terá efeito meramente devolutivo. c) Caberá recurso em sentido estrito contra a decisão que receber a denúncia oferecida contra funcionário público por delito próprio, o qual terá duplo efeito. d) Caberá apelação contra a decisão que rejeitar a queixa- crime oferecida perante o Juizado Especial Criminal, a qual terá efeito meramente devolutivo. 82 Exame de Ordem Unificado – VII O advogado José, observando determinado acontecimento no processo, entende por bem arguir a nulidade do processo, tendo em vista a violação do devido processo legal, ocorrida durante a Audiência de Instrução e Julgamento. Acerca da Teoria Geral das Nulidades, é correto afirmar que o princípio da causalidade significa a) a possibilidade do defeito do ato se estender aos atos que lhes são subsequentes e que deles dependam. b) que não há como se declarar a nulidade de um ato se este não resultar prejuízo à acusação ou à defesa. c) que nenhuma das partes poderá arguir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido. d) que as nulidades poderão ser sanadas. 83 Exame de Ordem Unificado – VI Tício está sendo investigado pela prática do delito de roubo simples, tipificado no artigo 157, caput, do Código Penal. Concluída a investigação, o Delegado Titular da 41ª Delegacia Policial envia os autos ao Ministério Público, a fim de que este tome as providências que entender cabíveis. O Parquet, após a análise dos autos, decide pelo arquivamento do feito, por faltas de provas de autoria. A vítima ingressou em juízo com uma ação penal privada subsidiária da pública, que foi rejeitada pelo juiz da causa, que, no caso acima, agiu a) erroneamente, tendo em vista a Lei Processual admite a ação privada nos crimes de ação pública quando esta não for intentada. b) corretamente, pois a vítima não tem legitimidade para ajuizar ação penal privada subsidiária da pública. c) corretamente, já que a Lei Processual não admite a ação penal privada subsidiária da pública nos casos em que o Ministério Público não se mantém inerte. d) erroneamente, já que a Lei Processual admite, implicitamente, a ação penal privada subsidiária da pública.

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84 Exame de Ordem Unificado – VI Caio, Mévio e Tício estão sendo acusados pela prática do crime de roubo majorado. No curso da instrução criminal, ficou comprovado que os três acusados agiram em concurso para a prática do crime. Os três acabaram condenados, e somente um deles recorreu da decisão. A decisão do recurso interposto por Caio a) aproveitará aos demais, sempre. b) se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. c) sempre aproveitará apenas ao recorrente. d) aproveitará aos demais, desde que eles tenham expressamente consentido nos autos com os termos do recurso interposto. 85 Exame de Ordem Unificado – VI A Constituição do Estado X estabeleceu foro por prerrogativa de função aos prefeitos de todos os seus Municípios, estabelecendo que ―os prefeitos serão julgados pelo Tribunal de Justiça‖. José, Prefeito do Município Y, pertencente ao Estado X, está sendo acusado da prática de corrupção ativa em face de um policial rodoviário federal. Com base na situação acima, o órgão competente para o julgamento de José é a) a Justiça Estadual de 1ª Instância. b) o Tribunal de Justiça. c) o Tribunal Regional Federal. d) a Justiça Federal de 1ª Instância. 86 Exame de Ordem Unificado – VI Trácio foi denunciado pela prática do delito descrito no artigo 333 do Código Penal. A peça inaugural foi recebida pelo Juiz Titular da Vara Única da Comarca X, que presidiu a Audiência de Instrução e Julgamento. Encerrada a instrução do feito, o processo foi concluso ao juiz substituto, que proferiu sentença condenatória, tendo em vista que o juiz titular havia sido promovido e estava, nesse momento, na 11ª Vara Criminal da Comarca da Capital. De acordo com a Lei Processual Penal, assinale a alternativa correta. a) A sentença é nula, porque foi prolatada por juiz que não presidiu a instrução do feito, em desacordo com o princípio da identidade física do juiz. b) A sentença é nula, porque ao juiz substituto é vedada a prolação de decisão definitiva ou terminativa. c) Não há nulidade na sentença, porque não se faz exigível a identidade física do juiz diante das peculiaridades narradas no enunciado. d) A sentença é nula, porque viola o princípio do juiz natural. 87 Exame de Ordem Unificado - VI No tocante ao inquérito policial, é correto afirmar que a) por ser um procedimento investigatório que visa reunir provas da existência (materialidade) e autoria de uma infração penal, sua instauração é indispensável. b) pode ser arquivado por determinação da Autoridade Policial se, depois de instaurado, inexistirem provas suficientes da autoria e materialidade do crime em apuração. c) para qualquer modalidade criminosa, deverá terminar no prazo de 10 (dez) dias se o indiciado tiver sido preso em flagrante ou estiver preso preventivamente, ou no prazo de 30 (trinta) dias, quando estiver solto. d) tem valor probatório relativo, mesmo porque os elementos de informação, no inquérito policial, não são colhidos sob a égide do contraditório e ampla defesa, nem na presença do magistrado. 88 Exame de Ordem Unificado - VI Reaplicação

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A Justiça Brasileira recebeu Carta Rogatória encaminhada pelo Ministério das Relações Exteriores a pedido da Embaixada da Romênia, com o fim de verificar a possível ocorrência de crime de lavagem de dinheiro do empresário brasileiro Z. A quem compete a execução da Carta Rogatória? a) Aos Juízes Federais. b) Ao Superior Tribunal de Justiça. c) Aos Juízes Estaduais. d) Ao Supremo Tribunal Federal. 89 Exame de Ordem Unificado – VI Reaplicação Em relação à conexão intersubjetiva por simultaneidade, assinale a alternativa correta. a) Ocorre quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração. b) Ocorre quando duas ou mais infrações são praticadas, por várias pessoas, umas contra as outras. c) Ocorre quando duas ou mais infrações são praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas. d) Ocorre quando a prova de uma infração influir na prova de outra infração. GABARITO 1. A A resposta encontra-se no art. 60 do CPP, inciso III: Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo durante 30 dias seguidos; II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 2. B Diz a Súmula 151 do STJ: Competência - Contrabando ou Descaminho - Processo e Julgamento - Prevenção A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens. Carolina foi presa, juntamente com os bens, no Rio de Janeiro. Logo, considerando o teor da Súmula 151 do STJ, será esta seção judiciária federal a competente para o processamento do feito. 3. D

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A resposta está no art. 366 do CPP: Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. Importante compreender que a prisão preventiva, para ser decretada, deve cumprir os requisitos do art. 312 do CPP. A determinação automática da produção antecipada de provas, da mesma forma, não é admitida, devendo haver fundamentação adequada, conforme a Súmula 455 do STJ: A decisão que determina a produção antecipada de provas com base no artigo 366 do CPP deve ser concretamente fundamentada, não a justificando unicamente o mero decurso do tempo. Cumpre lembrar que se o acusado for regularmente citado ou intimado pessoalmente de qualquer ato, o processo seguirá normalmente, mesmo sem a presença do réu (art. 367, CPP). 4. B Verificada definição jurídica diversa daquela constante na denúncia, o MP deverá aditá-la em 5 dias (mutatio libelli), conforme a regra do art. 384 do CPP: Caso não o faça, o juiz acionará a regra do § 1º do citado artigo: Art. 384, CPP - Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. § 1º Não procedendo o órgão do Ministério Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste Código. Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. Lembre-se que o réu defende-se dos fatos, não do tipo penal imputado. Assim, se os fatos indicadores de roubo estivessem na denúncia (o empurrão e a ameaça, no caso da questão), o juiz poderia condená-lo por roubo (emendatio libelli), conforme o art. 383. CPP: O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar pena mais grave. 5. C A resposta à questão está no art. 413 do CPP: O juiz, fundamentadamente, pronunciará o acusado, se convencido da materialidade do fato e da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) Constatado o crime contra a vida, a competência para julgar o réu é do Tribunal do Júri, nas pessoas dos juízes leigos. 6. B Diz o Art. 387 do CPP:

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Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: §2º O tempo de prisão provisória, de prisão administrativa ou de internação, no Brasil ou no estrangeiro, será computado para fins de determinação do regime inicial de pena privativa de liberdade. Quanto às alternativas "c" e "d", o prazo para requerer a progressão de regime deveria ser de 2/5, pois trata-se (no caso) de crime hediondo (ou 3/5 da pena, caso reincidente, Lei 8.072/94). 7. B A doutrina chama de ―recurso extensivo‖ o disposto no art. 580 do CPP: No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. 8. B O rito previsto no art. 400 do CPP não se aplica à Lei de Drogas. Assim, o interrogatório do réu, conforme a Lei 11.343/2006, observa o procedimento dos arts. 54 a 59. O art. 57 o citado diploma estabelece que o interrogatório ocorre em momento anterior à oitiva das testemunhas, diferentemente do que prevê o art. 400 do CPP, que dispõe que o interrogatório seria realizado ao final da audiência de instrução e julgamento. No confronto entre as duas leis, aplica-se a lei especial quanto ao procedimento, que, no caso, é a Lei de Drogas. Esse é o entendimento pacífico no STJ e STF. Logo, não há nulidade o fato de, no julgamento dos crimes previstos na Lei 11.343/2006, a oitiva do réu ocorrer antes da inquirição das testemunhas. Vale lembrar que nada impede que o magistrado, tratando de crime de drogas, inverta a ordem, para respeitar o disposto no CPP. 9. D O art. 1º da Lei 9.296/96 preceitua que: Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer natureza, para prova em investigação criminal e em instrução processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. Assim, a ordem para a interceptação telefônica deve ser do juiz, sob pena de nulidade. A prova derivada, portanto, é ilícita, conforme art. 157 do CPP: Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. §1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. §2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. §3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. 10. B Anotam os arts. 621 e 622 do CPP: Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida:

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I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena. Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da pena ou após. Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas provas. O agravo em execução é recurso próprio no curso da execução penal, com a finalidade de obter direitos ao preso que cumpre pena. Tal recurso, todavia, não possui força para alterar a condenação. Lembre-se da Súmula 393 do STF: ―Para requerer revisão criminal, o condenado não é obrigado a recolher-se à prisão‖. 11. C Ocorre o emendatio libelli quando o juiz, sem modificar a descrição do fato contida na peça acusatória, altera a classificação formulada (art. 383 CPP). Pode ser realizada no Tribunal. Já o mutatio libelli, previsto no art. 384 do CPP, ocorre quando o fato que se comprovou durante a instrução processual é diverso daquele narrado na peça acusatória, gerando a necessidade de intervenção do MP (aditamento) e nova oportunidade de defesa (contraditório). Esta não se aplica em segunda instância. 12. B A resposta encontra-se repousada nos arts. 48 e 49 do CPP: Art. 48. A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e o Ministério Público velará pela sua indivisibilidade. Art. 49. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores do crime, a todos se estenderá. Por força do princípio da oportunidade (conveniência), cabe ao ofendido ou ao seu representante legal fazer a optar pelo oferecimento (ou não) da queixa-crime. Agora uma vez oferecida a queixa, o querelante não pode escolher quem vai processar: está obrigado a processar todos os autores do delito, por força do princípio da indivisibilidade. A ação também é disponível, ou seja, é possível que o querelante desista do processo criminal em andamento. 13. D O Inquérito é peça meramente informativa, sendo uma de suas características a dispensabilidade. As informações a fundamentar a denúncia podem, por exemplo, ser trazidas por qualquer pessoa (art. 27, CPP): Qualquer pessoa do povo poderá provocar a iniciativa do Ministério Público, nos casos em que caiba a ação pública, fornecendo-lhe, por escrito, informações sobre o fato e a autoria e indicando o tempo, o lugar e os elementos de convicção. Indeferida a abertura de IP, caberá recurso para o chefe de polícia (secretário de segurança ou o delegado geral, a depender da doutrina), conforme art. 5°, §2° do CPP: § 2o Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

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O defensor pode ter vista de todos os elementos do inquérito policial, desde que já documentados. Este é o entendimento da Súmula Vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. A resposta à questão encontra-se no art. 17 do CPP: Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. Anote-se que houve importante mudança no artigo 7º do Estatuto da OAB: Art. 7º São direitos do advogado: (...) XIV - examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; 14. A A resposta à questão encontra-se nos arts. 92 (questões prejudiciais) e 116 (causas impeditivas da prescrição): Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza urgente. Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o reconhecimento da existência do crime; 15. A Todas as contravenções penais são apuradas pela Justiça Comum Estadual, ainda que atinjam bens, serviços ou interesses da União. O art. 109, inciso IV, da Constituição Federal exclui a competência da Justiça Federal para o julgamento das contravenções penais. Há, entretanto, uma exceção: se o autor da contravenção tiver foro especial na Justiça Federal (ex. juiz federal), a competência para julgamento será da Justiça Federal. Súmula 38 do STJ: "Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da CF/88, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades". 16. C Quanto à prisão temporária, diz o art. 2º da Lei 7.960/89: Art. 2° A prisão temporária será decretada pelo Juiz, em face da representação da autoridade policial ou de requerimento do Ministério Público, e terá o prazo de 5 (cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Conforme a Lei dos crimes hediondos (8.072/90), art. 2º, § 4º, o prazo máximo é de 30 dias, como se vê:

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A prisão temporária, sobre a qual dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro de 1989, nos crimes previstos neste artigo, terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade. Já o §7º do art. 2º da Lei 7.960/89 trata do fim do prazo da temporária: Decorrido o prazo de cinco dias de detenção, o preso deverá ser posto imediatamente em liberdade, salvo se já tiver sido decretada sua prisão preventiva. Devem os presos temporários permanecerem separados dos demais detentos, obrigatoriamente (art. 3º da mesma Lei). 17. D Conforme o art. 82 da Lei 9.099/95, §1º (Juizados Especiais), da decisão que rejeita a denúncia ou a queixa (rito sumaríssimo) caberá apelação no prazo de 10 dias. Esta regra prevalecerá sobre as do CPP, respeitando o principio da especialidade. Já na Justiça comum (rito ordinário e sumário), o prazo da apelação é de 5 dias, conforme o art. 593, CPP, para sentenças definitivas, condenatórias ou absolutórias de 1º grau, e RESE (art. 581, I do CPP). No âmbito sumaríssimo (JECC), não haverá RESE. Das decisões que rejeitarem a queixa caberá apelação. 18. B Conforme os professores Mario Pereira e Fernado Leal Neto: Arquivado o IP, nada impede que o delegado proceda a novas diligências, visando a encontrar elementos mais contundentes acerca da autoria e/ou materialidade do delito. É que, em regra, a decisão de arquivamento faz apenas coisa julgada formal (incide aqui a chamada cláusula rebus sic stantibus). Agora, para que o MP possa oferecer a denúncia (depois de consumado o arquivamento do IP), é imprescindível a existência de provas substancialmente novas. Em resumo, temos então o seguinte: em regra, arquivado o IP, nada impede que o delegado proceda a novas diligências. Porém, para que haja a deflagração penal, é preciso que o MP, possua provas substancialmente novas. É assim que devem ser lidos o art. 18, CPP, e a Súmula 524, STF. Assegura o art. 18 do CPP: Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. E, a Súmula 524 do STF: ―Arquivado o inquérito policial por despacho do juiz, a requerimento do promotor de justiça, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas‖. 19. D Trazem as Súmulas 705 e 523 do STF: Súmula 705: a renúncia do réu ao direito de apelação, manifestada sem a assistência do defensor, não impede o conhecimento da apelação por este interposta. Súmula 523. No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu. Assim, o recurso deve ser conhecido (apreciado). 20. B

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A autoridade com foro de prerrogativa, ainda que esteja fora da jurisdição territorial, deverá ser julgada pelo Tribunal de origem. Ex: Juiz de Direito do Ceará que pratica crime no Piauí será julgado pelo TJCE. Entretanto, o foro de prerrogativa não prevalece após aposentadoria do magistrado, por exemplo. É o que diz a Súmula 451 do STF: ―A competência especial por prerrogativa de função não se estende ao crime cometido após a cessação definitiva do exercício funcional‖. Nesse caso, prevalece as regra geral prevista no Art. 70 do CPP: A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. 21. C A resposta à questão encontra-se no art. 29 do CPP: Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. 22. B A citação é ato pelo qual o indivíduo toma ciência da existência de um processo penal, chamado para exercer seu direito de defesa. Ocorre que, se a denúncia for rejeitada pelo juiz e dessa decisão houver recurso pelo MP, ao acusado deverá ser garantido o direito de contrarrazá-lo, sob pena de violação da ampla defesa e do contraditório. 23. C Diz o art. 120, § 4º, do CPP: Em caso de dúvida sobre quem seja o verdadeiro dono, o juiz remeterá as partes para o juízo cível, ordenando o depósito das coisas em mãos de depositário ou do próprio terceiro que as detinha, se for pessoa idônea. 24. D O item correto tem fundamento no inciso I, § 1º do art. 185 do CPP: CPP, Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado. (Redação dada pela Lei nº 10.792, de 1º.12.2003) § 1º O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato. (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009) § 2º Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: (Redação dada pela Lei nº 11.900, de 2009) I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; 25. B

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A consumação do crime de extorsão ocorre no momento e no local em que a violência ou grave ameaça é exercida contra a vítima, ou seja, no local em que a vítima recebeu a ligação delituosa. Assim, o processo deve correr em Niterói. O crime formal, por sua vez, não exige a produção do resultado para a consumação do crime, ainda que possível que ele ocorra. Exemplo de crime formal é a ameaça. 26. C A Lei das interceptações telefônicas (9.296/96) é expressa, no art. 2°, inciso III: Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena de detenção. Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade manifesta, devidamente justificada. A título de complemento, cabe mencionar o dispositivo do art. 157 do CPP: São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. § 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova. § 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. Por fim, lembre-se que a prova ilícita é aquela que viola direito material, sendo inadmissível, desentranhada, inutilizada. Já prova ilegítima, é a que viola o direito processual, gerando nulidade. 27. C O crime representado na questão é de ação penal pública condicionada à representação, nos termos do art. 225 do CP, já que Maria não é menor de 18 anos nem pessoa vulnerável. A instauração do IP depende de manifestação de Maria neste sentido (art. 5º, §4º do CPP), não sendo possível a instauração em razão de mero requerimento formulado por seus pais (eis que não são seus representantes legais), nem o MP fazê-lo, posto que depende de representação da vítima. 28. D O recurso que ataca a decisão que nega seguimento à apelação está descrito no art. 581, XV, do CPP: Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença: (...) XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; Para memorizar: Denegar Apelação: RESE. Denegar RESE: Carta testemunhável. 29. A

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Vigora no processo penal brasileiro o princípio do tempus regit actum, ou seja, o ato processual será praticado conforme a lei processual vigente no momento de sua realização, independente da gravidade da nova lei processual, nos termos do art. 2º do CPP: Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 30. B A resposta à questão está no art. 131, I, do CPP: Art. 131. O seqüestro será levantado: I - se a ação penal não for intentada no prazo de sessenta dias, contado da data em que ficar concluída a diligência; Cabe mencionar que o sequestro é a retenção da coisa litigiosa, por ordem judicial, quando houver dúvida sobre a origem desse bem, preservando o interesse público. O arresto, por sua vez, não tem relação com a origem do bem (lícita ou ilícita), preservando o interesse particular, em caso de direito à indenização. 31. D Nos termos do da Súmula 273 do STJ, ―Intimada a defesa da expedição da carta precatória, torna-se desnecessária intimação da data da audiência no juízo deprecado‖. Assim, cabe ao advogado acompanhar o andamento da precatória na Comarca onde se processa, para acompanhar o agendamento e a oitiva de testemunhas. 32. D A resposta está no art. 76, § 2º, da Lei 9.099/95 (Juizados Especiais): Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multas, a ser especificada na proposta. (...) § 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado: I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva; II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo; III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e suficiente a adoção da medida. Logo, condenada à pena restritiva de direitos pelo furto há 7 anos, possui direito à transação penal (incisos I e II). 33. D Prega o art. Art. 283. Do CPP: Ninguém poderá ser preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em virtude de prisão temporária ou prisão preventiva. § 1º As medidas cautelares previstas neste Título não se aplicam à infração a que não for isolada, cumulativa ou alternativamente cominada pena privativa de liberdade.

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A título de alerta, o item ―a‖, é errado por não atender o requisito de pena mínima, expresso no art. 313, I, CPP: Nos termos do art. 312 deste Código, será admitida a decretação da prisão preventiva: I - nos crimes dolosos punidos com pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos; 34. A A resposta está no art. 151 e 152, todos do CPP: Art. 151. Se os peritos concluírem que o acusado era, ao tempo da infração, irresponsável nos termos do art. 22 do Código Penal, o processo prosseguirá, com a presença do curador. Art. 152. Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2o do art. 149. § 2º O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento sem a sua presença. Num primeiro momento, o réu era irresponsável pelos seus atos, respondendo ao processo com a presença do curador. Na segunda hipótese, sobreveio a doença mental, ou seja, ele era responsável pelos seus atos no cometimento do crime, mas somente arcará com a sanção quando retornar à sanidade. 35. A A questão trata de arquivamento implícito: Art. 60. Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á perempta a ação penal: III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas alegações finais; Lembrando o art. 107 do Código Penal: Extinção da punibilidade Art. 107 - Extingue-se a punibilidade: IV - pela prescrição, decadência ou perempção; Lembrando que o ordenamento jurídico brasileiro não admite arquivamento implícito em relação ao MP, apenas em relação às ações de protagonismo privado. Se o autor, por desleixo ou outra razão, deixar de formular o pedido de condenação para um dos réus, nas alegações finais, haverá extinção da punibilidade. 36. B A resposta está no art. 397 do CPP: Art. 397. Após o cumprimento do disposto no art. 396-A, e parágrafos, deste Código, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado quando verificar: I - a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato; Lembre-se que não há crime quando o agente pratica o fato em estado de necessidade (art. 23, I, CP). 37. D A resposta da questão encontra-se na letra do CPP:

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Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida: III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena. Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. Art. 624. As revisões criminais serão processadas e julgadas: I - pelo Supremo Tribunal Federal, quanto às condenações por ele proferidas; II - pelo Tribunal Federal de Recursos, Tribunais de Justiça ou de Alçada, nos demais casos. 38. B Movida ação penal privada por crime de calúnia por querelante dotado de foro por prerrogativa de função, o processo deverá correr perante juiz de 1ª instância. Ocorre que, oposta exceção da verdade pelo querelado (CP, art. 138, § 3º), ou seja, propondo-se o acusado a demonstrar a verdade do fato que imputou ao querelante, tem-se que, do julgamento da exceção da verdade, poderá resultar o reconhecimento da prática de crime, razão pela qual seu julgamento deve ficar a cargo do Tribunal competente de acordo com o foro por prerrogativa de função. Lembre-se que cabe também exceção da verdade no crime de difamação (CP, art. 139, § único), quando o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. Entretanto, como a difamação versa sobre imputação de fato que não constitui infração penal, não se admite, em regra, a aplicação do art. 85 do CPP. Art. 85. Nos processos por crime contra a honra, em que forem querelantes as pessoas que a Constituição sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, àquele ou a estes caberá o julgamento, quando oposta e admitida a exceção da verdade. 39. D Cuida-se o desaforamento no deslocamento da competência territorial de uma comarca para outra, a fim de que nesta seja realizado o julgamento pelo Tribunal do Júri. Trata-se de decisão jurisdicional que altera a competência territorial, inicialmente fixada pelos critérios constantes do art. 70 do CPP, com aplicação estrita à sessão de julgamento propriamente dita. Assim, não é cabível o desaforamento no sumário da culpa, que é a primeira fase do júri (Renato Brasileiro). As regras para o desaforamento estão no art. 427 do CPP: Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas. § 1º O pedido de desaforamento será distribuído imediatamente e terá preferência de julgamento na Câmara ou Turma competente. § 2º Sendo relevantes os motivos alegados, o relator poderá determinar, fundamentadamente, a suspensão do julgamento pelo júri. § 3º Será ouvido o juiz presidente, quando a medida não tiver sido por ele solicitada. § 4º Na pendência de recurso contra a decisão de pronúncia ou quando efetivado o julgamento, não se admitirá o pedido de desaforamento, salvo, nesta última hipótese, quanto a fato ocorrido durante ou após a realização de julgamento anulado. Vale lembrar a Súmula 712 do STF: Súmula 712: ―É nula a decisão que determina o desaforamento de processo da competência do júri sem audiência da defesa‖. 40. A

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Para responder a questão, necessário citar o art. 365, inciso II, do CPP: Art. 365. O edital de citação indicará: II - o nome do réu, ou, se não for conhecido, os seus sinais característicos, bem como sua residência e profissão, se constarem do processo; Quanto ao prazo prescricional, lembrar a Súmula 415 do STJ: ―O período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada‖. Por fim, a citação por hora certa é autorizada pelo CPP, no art. 362. Com o advento do novo Código de Processo Civil, o artigo que deste que trata deste tipo de comunicação processual é o 252 (CPC): Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar. 41. B A resposta está na Constituição Federal: Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: II - julgar, em recurso ordinário: a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória; O prazo para a interposição do recurso ordinário é de 5 (cinco) dias, nos termos do art. 30, caput, da Lei nº 8.038/90, que versa sobre o recurso ordinário para o STJ, e do art. 310 do Regimento Interno do STF, que cuida do referido recurso para o STF. Resumindo: Decisão que conceda ou denegue HC, proferida por Juiz de 1ª instância, cabe Recurso em sentido estrito (RESE) para o Tribunal de Justiça; Decisão que denegue HC, proferida pelos TJ´s, TRF´s (segunda instância da justiça comum e federal), cabe Recurso ordinário constitucional para o STJ; Decisão que denegue HC, proferida pelos Tribunais Superiores, cabe Recurso ordinário constitucional para o STF. 42. A Testemunha referida é aquela mencionada por outra pessoa, sendo ouvida a pedido das partes ou de ofício pelo magistrado (CPP, art. 209, § 1º). Pode ou não prestar compromisso (quando não presta, é mero informante), a depender do caso concreto (Renato Brasileiro). Importante destacar o art. 206 do CPP: Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias. 43. B A diligência realizada na casa de Roberto foi inválida, art. 245, CPP: Art. 245. As buscas domiciliares serão executadas de dia, salvo se o morador consentir que se realizem à noite, e, antes de penetrarem na casa, os executores mostrarão e lerão o mandado ao morador, ou a quem o represente, intimando-o, em seguida, a abrir a porta.

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Já a diligência realizada na cada de Mário foi válida (Flagrante Delito), conforme art. 302, CPP: Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração. O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) firmou, no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 603616, com repercussão geral reconhecida, a tese de que ―a entrada forçada em domicílio sem mandado judicial só é lícita, mesmo em período noturno, quando amparada em fundadas razões, devidamente justificadas a posteriori, que indiquem que dentro da casa ocorre situação de flagrante delito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade dos atos praticados‖. 44. A A Súmula 351 do STF diz: ―É nula a citação por edital de réu preso na mesma unidade da federação em que o juiz exerce a sua jurisdição‖. Importam ainda à questão os seguintes arts. do CPP: Art. 362. Verificando que o réu se oculta para não ser citado, o oficial de justiça certificará a ocorrência e procederá à citação com hora certa, na forma estabelecida nos arts. 227 a 229 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil. Art. 361. Se o réu não for encontrado, será citado por edital, com o prazo de 15 (quinze) dias. Lembre-se que com o advento do novo CPC, o art. Correspondente à citação por hora certa é agora o 252. 45. A A resposta está no art. 96 CPP: Art. 96. A arguição de suspeição precederá a qualquer outra, salvo quando fundada em motivo superveniente. 46. A Como a desclassificação se deu na sessão plenária, caberá ao próprio Juiz Presidente do Tribunal do Júri proceder ao julgamento do crime residual (decorrente da desclassificação), devendo proceder à avaliação do cabimento dos institutos despenalizadores (transação penal, suspensão condicional do processo, etc.), nos termos do art. 492, §1º do CPP: Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sentença que: § 1º Se houver desclassificação da infração para outra, de competência do juiz singular, ao presidente do Tribunal do Júri caberá proferir sentença em seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificação for considerado pela lei como infração penal de menor potencial ofensivo, o disposto nos arts. 69 e seguintes da Lei no9.099, de 26 de setembro de 1995. § 2º Em caso de desclassificação, o crime conexo que não seja doloso contra a vida será julgado pelo juiz presidente do Tribunal do Júri, aplicando-se, no que couber, o disposto no § 1o deste artigo. 47. C

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O primeiro recurso interposto foi o RESE (recurso em sentido estrito), nos termos do art. 581, IV do CPP. Quanto ao segundo caso, o recurso foi a carta testemunhável, nos termos do art. 639, I do CPP: Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: I - da decisão que denegar o recurso; II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para o juízo ad quem. A Carta Testemunhável é um recurso destinado a provocar o conhecimento ou processamento de outro recurso pelo tribunal, cujo trâmite foi indevidamente obstado pelo juiz. 48. B Não existe prova da materialidade. A resposta é a letra da lei, art. 158 do CPP: Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 49. B Pelo princípio do tempus regit actum, a lei processual penal tem aplicação imediata aos processos em curso, mas só se aplica aos atos processuais futuros, ou seja, não se aplica àqueles que já foram realizados, nos termos do art. 2º do CPP. No caso do recurso, como o prazo recursal já havia se iniciado antes da entrada em vigor da lei nova, será regido pela lei antiga (que vigorava à época). Assim, no caso concreto da questão, considerando o prazo antigo (05 dias), o recurso é tempestivo, pois findou em 28/11/2015, um sábado, sendo prorrogado até dia 30/11/2015, dia útil seguinte. 50. B A acareação está descrita no art. 229 do CPP: Art. 229. A acareação será admitida entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas, sempre que divergirem, em suas declarações, sobre fatos ou circunstâncias relevantes. Parágrafo único. Os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergências, reduzindo-se a termo o ato de acareação. Cabe lembrar que para a maioria dos doutrinadores, com base no princípio acusatório (e não mais inquisitório) do processo penal pós CF/88, a acareação não poderia se dar com o acusado, já que este pode, inclusive, silenciar no interrogatório, não havendo compromisso de falar (quiçá a verdade), inviabilizando o procedimento de acareação. 51. A Ricardo é duplamente processado pelo mesmo fato, com ambas as ações penais em curso, pois não ocorreu o trânsito em julgado em nenhuma. Assim, deverá apresentar exceção de litispendência, nos termos do art. 95, III do CPP. O conceito de litispendência está no art. 337, § 3º do CPC: § 3o Há litispendência quando se repete ação que está em curso. 52. D Não houve nulidade com relação à juntada do documento, posto que respeitado o prazo mínimo de 3 dias úteis, nos termos do art. 479 do CPP. Todavia, houve nulidade do julgamento em relação à ausência de tréplica para a defesa. Isso porque houve réplica pelo MP, já que a Doutrina entende que se o MP pretende não falar em

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réplica, deve limitar-se a dizer que não fará uso da palavra. Quando o MP vai além e tece qualquer consideração sobre o caso, como na hipótese da questão, na prática, já está fazendo uso da palavra, motivo pelo qual deve ser dada oportunidade de tréplica à defesa, no prazo de lei. 53. B Conforme o art. 581, X, do CPP, é cabível o RESE para impugnar a decisão que concede ou denega a ordem de habeas corpus perante o juiz de primeira instância contra ato praticado por delegado de polícia. 54. D Contra Luciana, a conduta de Leandro enquadra-se em uma das situações previstas na Lei 11.340/06 (Maria da Penha, violência doméstica) em face da relação afetiva. Logo, a ação penal relativa ao crime contra ela praticado, segundo entendimento já pacificado do STJ, é pública incondicionada. Quanto a Carla e Regina, não se tratando de violência doméstica, operou-se a decadência do direito de representação, posto que já superado o prazo de 6 meses da data do fato, ocorrendo a decadência do direito de representação (art. 103, CP): Art. 103 - Salvo disposição expressa em contrário, o ofendido decai do direito de queixa ou de representação se não o exerce dentro do prazo de 6 (seis) meses, contado do dia em que veio a saber quem é o autor do crime, ou, no caso do § 3º do art. 100 deste Código, do dia em que se esgota o prazo para oferecimento da denúncia. 55. C O advogado do réu, neste caso, deve sustentar não ser cabível tal medida, pois o crime imputado (furto qualificado) não foi praticado com violência ou grave ameaça à pessoa, na forma do art. 319, VII do CPP, o que é um dos pressupostos para a decretação de tal medida: Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão: VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; 56. D Deve ser garantida a Paulo a oportunidade de ser acompanhado por advogado, mas contratação é facultativa Caso não tenha interesse em estar acompanhado por advogado, a realização do ato é perfeitamente válida, não havendo qualquer ilegalidade. Ainda, a decretação do sigilo não pode impedir o advogado eventualmente contratado de ter acesso aos autos do IP, no que tange aos elementos de prova já documentados nos autos (súmula vinculante 14). 57. D A resposta à questão encontra-se no art. 481, CPP: Art. 481. Se a verificação de qualquer fato, reconhecida como essencial para o julgamento da causa, não puder ser realizada imediatamente, o juiz presidente dissolverá o Conselho, ordenando a realização das diligências entendidas necessárias. Parágrafo único. Se a diligência consistir na produção de prova pericial, o juiz presidente, desde logo, nomeará perito e formulará quesitos, facultando às partes também formulá-los e indicar assistentes técnicos, no prazo de 5 (cinco) dias. 58. C

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Cabem apenas embargos de declaração na revisão criminal. Seu processamento se dará conforme art. 624 do CPP. Cabe lembrar que a revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (art. 623, CPP). 59. D A preclusão é a perda do direito de agir, não se manifestando no momento certo. A desistência ocorre nos casos em que a parte que interpôs o recurso, mas desiste de prosseguir (carece de homologação do juiz). O MP não pode desistir do recurso que interpor, pelo principio da indisponibilidade. Já a deserção é o perecimento ou não seguimento do recurso por falta de preparo (pagamento de custas, art. 1.007 e parágrafos do CPC). 60. B O princípio invocado da extraterritorialidade é aplicado tão somente ao direito penal e não ao direito processual penal. Este, por sua vez, possui aplicação limitada, não podendo ultrapassar as dimensões do Estado brasileiro. É o que se vê no art. 1º do CPP: Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade (Constituição, arts. 86, 89, § 2o, e 100); III - os processos da competência da Justiça Militar; IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17); V - os processos por crimes de imprensa. 61. C O termo circunstanciado é utilizado nas infrações de menor potencial ofensivo (pena máxima não superior a 2 anos e todas as contravenções penais comuns), contendo breve narrativa dos fatos e indicando envolvidos e eventuais testemunhas. É o disposto no art. 69 Lei 9.099/95: Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais necessários. Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a vítima. 62. B A reformatio in pejus consiste no agravamento da situação jurídica do réu em face de recurso interposto exclusivamente pela defesa. Classifica-se em duas formas: - Reformatio in pejus direta: Corresponde ao agravamento da situação do réu, pelo próprio tribunal, ao julgar o recurso exclusivo da defesa. - Reformatio in pejus indireta: Ocorre na hipótese em que, anulada a sentença por força de recurso exclusivo da defesa, outra vem a ser exarada, agora impondo pena superior, ou fixando regime mais rigoroso, ou condenando por crime mais grave, ou reconhecendo qualquer circunstância que a torne, de qualquer modo, mais gravosa ao acusado. 63. A A resposta à questão é a letra da Lei 9.099/95 (Juizados Especiais):

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Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa; havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença. 64. D Verifica-se que se trata de crime de lesão corporal, pois houve dolo de João em lesionar José com socos e pontapés. Quanto ao tipo de lesão, a questão afirma que tanto João quanto José exerciam a profissão de músicos, e que em face da lesão, este último ficou impossibilitado de tocar seu instrumento por mais de 40 dias. Assim, excedido o prazo de 30 dias de afastamento das suas ocupações habituais, faz-se caracterizar o delito de lesão corporal de natureza grave, o qual é de ação penal pública incondicionada (art. 129, § 1º, I, CP). 65. D Princípio do prejuízo, art. 563 CPP: Art. 563. Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. Princípio da casualidade, art. 573, parágrafo primeiro, CPP: Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados. § 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende. Princípio do interesse, art. 565, CPP: Art. 565. Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse. 66. A A impronúncia esta prevista no art. 414 do CPP: Art. 414. Não se convencendo da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, o juiz, fundamentadamente, impronunciará o acusado. Parágrafo único. Enquanto não ocorrer a extinção da punibilidade, poderá ser formulada nova denúncia ou queixa se houver prova nova. Trata-se de decisão interlocutória mista terminativa, pois acarreta a extinção do processo. 67. D O art. 28 do CPP prevê a possiblidade de o Ministério Público requerer ao juiz o arquivamento do inquérito policial: Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender.

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Uma vez homologado o arquivamento, não mais poderá o particular intentar ação penal privada subsidiária da pública, pois o MP não foi inerte (art. 29, CPP). Cabe lembrar que, com o arquivamento do IP determinado pelo juiz, a requerimento do Ministério Público, o desarquivamento e reinício das investigações se darão somente com novas provas substanciais a autorizar este procedimento. 68. C Uma vez ajuizada ação penal pública, dela não pode o MP desistir, consoante previsão expressa do art. 42 do CPP. Mitigando esta regra, contudo, permite a Lei 9.099/95, nos crimes de menor potencial ofensivo, a transação penal mesmo após o ajuizamento da denuncia (art. 79). Outra regra que também flexibiliza o principio da indisponibilidade, na mesma lei, é prevista no art. 89. 69. C A resposta à questão encontra-se no art. 125, CPP: Art. 125. Caberá o seqüestro dos bens imóveis, adquiridos pelo indiciado com os proventos da infração, ainda que já tenham sido transferidos a terceiro. 70. C Manda o art. 197 da Lei de Execuções Penais (LEP, 7.210/84): Art. 197. Das decisões proferidas pelo Juiz caberá recurso de agravo, sem efeito suspensivo. Importante ainda destacar a Súmula 700 STF: ―É de cinco dias o prazo para interposição de agravo contra decisão do juiz da execução penal‖. A LEP revogou tacitamente os incisos XI, XII, XVII e XIX a XXIII do art. 581 CPP, sendo agora o recurso cabível, nestes casos, o Agravo em Execução, com prazo de 5 dias de interposição e 2 dias para as razões e contrarrazões. 71. A Na ação penal privada, a vítima oferece a queixa se quiser, conforme sua conveniência, o direito é renunciável. Já na ação penal púbica, vigora o princípio da indisponibilidade. O MP não pode desistir da ação, uma vez intentada. 72. B O art. 89 da Lei 9099/95 só veda a concessão da Transação Penal àquele que já está sendo processado ou tenha sido condenado pela prática de crime, o que não abrange o processo ou a condenação por contravenção penal: Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena. 73. A Há 3 tipos de Flagrante previstos no Código de Processo Penal, um previsto na Lei do Crime Organizado (9.034/95). O próprio (art. 302, incisos I e II, CPP), quando a pessoa é presa no momento em que está cometendo o crime ou logo após do cometimento; impróprio (art. 302, III, CPP), quando a pessoa é perseguida (por qualquer pessoa) após o cometimento do crime, alcançada em situação que faça presumir ser autor da

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infração; presumido (art. 302, IV, CPP), quando encontrada com instrumentos ou produto de crime que acabou de ocorrer e possa se presumir que foi ela que o cometeu; ação controlada (art. 2º, II, lei 9.034/95), quando a polícia sabe que um crime está sendo cometido mas retarda a sua captura para conseguir recolher mais elementos sobre a organização criminosa (também chamado de flagrante prorrogado, protelado, retardado, diferido). 74. A Além do art. 100, da Lei de Licitações (8.666/93) explicitar a natureza da ação como pública incondicionada, o § 2º, do art. 24, do CPP, assim dispõe. É como segue: Art. 100. Os crimes definidos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada, cabendo ao Ministério Público promovê-la. Art. 24, § 2o Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública 75. D Atenção à informação lançada no texto da questão: ―de forma não unânime‖. Assim, indica que o recuso cabível é os embargos infringentes, atacando decisões, não unânimes, proferidas no 2º grau de jurisdição, contra os acórdãos proferidos no julgamentos dos recursos de Apelação, RESE e Agravo em Execução (art. 609, § único, CPP): Art. 609.Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida nas leis de organização judiciária. Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de divergência. Bom lembrar, esse recurso é exclusivo da defesa, portanto, se a decisão não for unânime, mas favorável à defesa, não poderá a acusação lançar mão dos embargos infringentes. 76. A Segundo o disposto no art. 581, I, do CPP, caberá RESE da decisão que rejeitar a denúncia ou queixa. 77. C Sabe-se que os parlamentares possuem imunidades processuais, também chamadas de formais ou relativas. Estas compreendem prerrogativas concedidas aos parlamentares federais de não ser presos provisoriamente, senão em flagrante por crime inafiançável, e a possibilidade de sustação dos processos criminais contra si instaurados, conforme art. 53, §2º da CF/88. Importante observar que isso também é válido para os parlamentares estaduais, por força do art. 27, § 1º da CF/88, o qual garante a prerrogativa das imunidades aos deputados estaduais entre outras (princípio da simetria constitucional). Portanto, como não se trata de crime inafiançável, o deputado foi preso em flagrante ilegalmente, restando assim o pedido de Relaxamento de Prisão, conforme previsto no art. 5º, LXV da CF/88 e 310, I do CPP. Art. 310. Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: I - relaxar a prisão ilegal; ou (...)

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78. C O inquérito policial poderá ser dispensado quando existir a materialidade e indícios de autoria do crime por outros meios de prova. É peça informativa dispensável, ao menos na teoria processual. Importante não confundir procedimento dispensável com procedimento indisponível: no primeiro, o IP não é requisito obrigatório na ação penal (art. 39, §5º, CPP): § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de quinze dias. Já no segundo, não pode o delegado de polícia arquivar de ofício os autos do IP. CPP: art. 17: Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 79. D A resposta à questão encontra-se no art. Art. 479 do CPP: Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. Parágrafo único. Compreende-se na proibição deste artigo a leitura de jornais ou qualquer outro escrito, bem como a exibição de vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros, croqui ou qualquer outro meio assemelhado, cujo conteúdo versar sobre a matéria de fato submetida à apreciação e julgamento dos jurados. A doutrina tem se posicionado para aceitar a leitura no Júri de jornais e revistas quando não diretamente ligadas ao fato. Caso fossem, necessitaria cumprir o prazo lega, com observação do contraditório e ampla defesa. 80. D A resposta à questão encontra-se no art. Art. 185 do CPP: § 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades: I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal; III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código; IV - responder à gravíssima questão de ordem pública. 81. C Não há recurso contra decisão que recebe a denúncia, somente contra o não recebimento, devendo se submeter o recurso ao contraditório, haja vista a exaustividade do rol do art. 581- I do CPP. No caso, poder-se-ia impetrar ordem de habeas corpus, para sanar eventual nulidade no recebimento (ex: inépcia da denúncia). 82. A A resposta à questão encontra-se no art. Art. 573 do CPP, o princípio da causalidade:

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Art. 573. Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados. § 1º A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência. § 2º O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende. 83. C É próprio da natureza da ação penal privada subsidiária da pública a inércia do MP em oferecer a denúncia no prazo legal. Sua previsão encontra-se no artigo 29 do CPP: Art. 29. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do querelante, retomar a ação como parte principal. No caso apresentado, não houve a inércia. A ação não foi intentada por faltas de provas de autoria, requerendo-se o arquivamento. Houve, portanto, encaminhamento pelo MP. 84. B A resposta à questão encontra-se no art. Art. 580 do CPP: Art. 580. No caso de concurso de agentes (Código Penal, art. 25), a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. 85. C As atribuições jurisdicionais originárias do Tribunal de Justiça - constitucionalmente definido como juiz natural dos Prefeitos Municipais - restringem-se, no que concerne aos processos penais condenatórios, às hipóteses pertinentes aos delitos sujeitos a competência da Justiça local. Nos crimes praticados contra bens, serviços ou interesse da União, de suas autarquias ou de empresas públicas federais, a competência originaria para processar e julgar os Prefeitos Municipais pertence ao Tribunal Regional Federal. Importante a leitura da Súmula 702, STF: ―A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo Tribunal de segundo grau‖. 86. C O princípio da identidade física do juiz (Art.399, § 2º, CPP), não impede a atuação de outro magistrado quando o juiz for promovido, licenciado, afastado, convocado ou aposentado. Era a interpretação analógica do disposto no art. 132, § único do CPC de 1973, já revogado. 87. D Por ser dispensável, além de procedimento inquisitivo (ou seja, sem o contraditório e ampla defesa), o IP tem valor probante relativo, isto é, deve ser corroborado por outros elementos de prova para servir de fundamentação na sentença. 88. A

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As cartas rogatórias passivas (recebidas pelo Brasil) dependem de exequatur do STJ, conforme art. 105, inciso I, alínea "I", da CF/88. Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, originariamente: i) a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias; Todavia, são os juízes federais os responsáveis pela execução da carta rogatória, consoante art. 109, inciso X, da CF/88: Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: X - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o "exequatur", e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; 89. C A resposta à questão encontra-se no art. Art. 76, inciso I, do CPP: Art. 76. A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras.

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Legislação aplicável:

1 – Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94)

2 – Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia

3 – Código de Ética e Disciplina da OAB

Alterações legislativas:

Lei nº 13.245/16

Lei nº 13.247/16

Lei nº 13.363/16

Resolução nº 02/15 - Alterou o Código de Ética e disciplina da OAB

1. Atividade da Advocacia (Arts. 1º ao 5º, EAOAB):

1.1. Atividades privativas de advocacia:

Art. 1º São atividades privativas de advocacia:

I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)

II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.

§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal.

§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.

§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.

O inciso I trata das atividades propriamente judiciais, enquanto o inciso II elenca a caracterização típica de atividades extrajudiciais;

As atividades privativas não somente exigem a formação em direito, como também a regular inscrição do advogado nos quadros da OAB;

Ainda que mediadores, árbitros ou conciliadores, as disposições do Novo CED (Código de Ética e Disciplina da OAB) recaem sobre os advogados que exercem essas funções, de modo que devem igualmente receber honorários por sua atuação quando da instauração desses litígios (Arts. 2º, VI, 48, §4º, e 77 do NCED);

a) Deveres conexos às atividades privativas:

Postulação em juízo: postular é pedir, solicitar a prestação de algo. O advogado é o único com "capacidade postulatória", nos termos do Art. 103, do CPC/2015;

O §único do Art. 103, CPC/15 dispõe que é "lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal". Qualquer exceção a esta regra deve estar legalmente estabelecida;

Assessoria, Consultoria, Direção e Gerência Jurídica: são atividades privativas do advogado regularmente inscrito na OAB, não podendo ser exercida por bacharel ou estagiário, sob pena de configurar exercício ilegal da profissão;

Visto em Atos Constitutivos de Pessoas Jurídicas: por exigência legal, toda pessoa jurídica deverá ter seu ato constitutivo visado/assinado por advogado, para que o contrato social surta efeitos, sob pena de nulidade, nos termos do Art. 144 da Lei de Registros Públicos;

EXCEÇÃO: nos atos constitutivos de micro e pequenas empresas, dispensa-se a presença de advogado, consoante Lei Complementar 123/2006;

Atos Extrajudiciais determinados por Lei: regra geral, não se exige capacidade postulatória para a prática desses atos. Contudo, em alguns casos, a lei exige a presença de advogado para ratificá-los e para que surta os

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efeitos legais, como nos casos de inventários, separações e divórcios extrajudiciais, nos termos dos Arts. 610 e 733 do CPC/15 e Resolução 35/2007 do CNJ;

b) Exceções às atividades privativas: STF, no julgamento da ADI nº 1.127-8, entendeu que a postulação em juízo, apesar de ato privativo do advogado, deve ser relativizada em alguns casos, tornando dispensável o advogado nas hipóteses de:

Habeas Corpus: o §1º consagrou como exceção o referido remédio constitucional, a fim de que a exigência de representação por advogado não seja um óbice ao alcance desse instituto;

Juizados Especiais Cíveis Estaduais e Federais: em ambos os casos é dispensável o advogado para postular. Conforme Art. 9º da Lei nº 9.099/95, pode a parte comparecer em juízo para propor demanda de até 20 salários mínimos nos juizados especiais cíveis estaduais (entre 20 e 40 s.m. é necessário advogado). Enquanto nos federais, consoante Art. 10 da Lei nº 10.259/2001, o limite é de 60 salários mínimos. EXCEÇÃO: Nos juizados especiais criminais estaduais e federais, a presença de advogado será sempre requisito obrigatório, de acordo como Art. 68, da Lei nº 9.099/95 e ADI nº 3.168/DF do STF.

Justiça do Trabalho: impera o princípio do "jus postulandi", nos termos do Art. 791 da CLT. Ele tem sido relativizado para abranger apenas os atos posteriores à postulação inicial, além de não incidir nas ações e recursos de competência direta do TST nem nas referentes a ação rescisória, ação cautelar e mandado de segurança de competência dos TRTs, nos termos da Súmula 425/10.

Justiça de Paz: é historicamente dispensável a presença do advogado, nas funções de celebração de casamentos, verificação de ofício ou após impugnação do processo de habilitação e funções conciliatórias sem caráter jurisdicional.

Ação Revisional Penal: nos termos do Art. 623, do CPP, " a revisão pode ser pedida pelo próprio réu" ou por "procurador legalmente habilitado" ou, no caso de morte do réu, "pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão", em todos os casos, sem a presença de advogado.

Processo disciplinar administrativo: o STF, quando do julgamento do RE nº 434.059, assentou o entendimento de que a "falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição", previsão contida na Súmula Vinculante nº 5.

ADI proposta pelo Presidente da República: o PR, quando empossado, poderá apresentar ADIs sem a necessidade de advogado.

Lei de Alimentos: a pessoa, quando "pobre", na acepção jurídica do termo, poderá procurar diretamente ou com advogado o juízo competente para recebimento dos alimentos devidos, nos termos do Art. 2º da Lei nº 5.478/68.

c) Vedação do §3º: "é vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade". Essa vedação ao exercício em conjunto com outras atividades é total e procura privilegiar a profissão, não importando se a outra atividade tenha natureza civil, comercial, público, privada ou mesmo não lucrativa. O profissional pode ser advogado e contador, contudo, não poderá exercer as duas atividades no mesmo espaço, motivo pelo qual a identificação deve ser clara e inequívoca de que se trata tão somente de escritório de advocacia.

1.2. Função do advogado:

Art. 2º, EAOAB. O advogado é indispensável à administração da Justiça.

Presta serviço público e exerce função social; Atos dos advogados constituem "múnus público"; É inviolável por seus atos e manifestações, no exercício da profissão, nos limites desta Lei;

Art. 3º, EAOAB. O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na OAB.

a) Advogado Público e regras do EAOAB:

§ 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além do regime próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional.

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O §1º do Art. 3º, EAOAB, estabelece que todos os integrantes da advocacia seja pública ou privada deverão submeter-se às regras contidas no Estatuto. De igual modo, também são aplicáveis aos advogados públicos as disposições do CED, além das disposições concernentes ao regime próprio de cada função.

b) Atos praticados por estagiário:

§ 2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no art. 1º, na forma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste.

O estagiário, estudante de direito cursante do 4º ou 5º anos e regularmente inscrito nos quadros da OAB, pode praticar os atos descritos no caput do Art. 3º, desde que, em conjunto com outro advogado, jamais sozinho, ainda que "autorizado" pelo advogado. A responsabilidade pelos atos praticados pelo estagiário sempre será do advogado que o acompanha ou o instruiu.

O estagiário não poderá despachar com o juiz, sendo este um direito legal destinado somente ao advogado. Igualmente, não pode figurar em publicidade do escritório ou no nome da sociedade, sob pena de infração disciplinar.

c) Nulidade dos atos privativos de advogado:

Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.

Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia.

A nulidade dos atos praticados pelos não inscritos nos quadros da OAB, além das sanções cíveis, penais e administrativas, bem como dos advogados impedidos, suspensos, licenciados ou que passem a exercer atividades incompatíveis, deve apresentar as seguintes características:

Pode ser declarada de ofício; Pode ser comprovada por qualquer interessado ou pelo MP; É imprescritível, não convalescendo com o tempo; Apaga, ao ser declarada, os efeitos desde o início; Não pode ser suprida ou sanada;

1.3. Prova do mandato judicial:

Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.

§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período.

§ 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.

§ 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo.

a) Mandato/procuração:

A atividade de advocacia pelo profissional, postulando em nome do cliente, exige um contrato denominado mandato. Quando tiver finalidade judicial, tem-se o mandado judicial.

A prova desse pacto entre cliente e advogado é instrumentalizada pela procuração (instrumento de mandato).

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A postulação judicial ou extrajudicial pelo advogado, fazendo-o em nome de terceiro, exige a prova do mandato, conforme Art. 5º do EAOAB, ou seja, a prova da outorga de poderes por meio de instrumento particular ou público. b) Atuação em juízo sem procuração:

É possível a postulação sem procuração, desde que o patrono afirme urgência na prestação jurisdicional; Devendo obrigatoriamente apresentar a procuração, no prazo de 15 dias, prorrogáveis por mais 15 dias; O prazo não é de 30 dias, pois não se trata de prorrogação automática, mas dependerá de autorização judicial; Caso o advogado não consiga juntar o instrumento, após o prazo legal, deverá informar ao juízo, que poderá

nomear um advogado dativo ou dilatar outra vez mais o prazo, por meio de um juízo valorativo de razoabilidade, já que a parte não pode ser prejudicada em seu direito e ficar sem defesa; c) Recusa ao mandato:

O advogado poderá recusar um mandato, se apresentar para tanto um justo motivo ou, se por alguma razão, tiver impedimento ético com relação ao fato ou ato que deva desempenhar, nos termos do Art. 22 do CED. d) Poderes especiais:

O instrumento de procuração irá habilitar o advogado para a prática de todos os atos processuais sem qualquer juízo ou instância (procuração ad judicia), salvo àqueles em que se necessita de poderes especiais para realizá-los (procuração ad judicia et extra);

Restringe-se o mandatário a praticar apenas os atos outorgados, conforme o Art. 661, §1º, do CC/02, e Art. 44, do CPP, neste caso para oferecimento de representação ou em queixa-crime;

O CPC/15, em seu Art, 105, §§1º ao 4º, elencou um rol de especificidades em que se tem a necessidade de poderes especiais para cumpri-las, poderes esses que devem estar expressos em procuração; e) Formas de extinção do mandato judicial:

O mero descurso do tempo não é eficaz para extinguir o mandato judicial (Art. 18, CED), pois, enquanto existir confiança recíproca entre o cliente e o advogado (Art. 10, CED), a procuração outorgada valerá.

A conclusão da finalidade (concluída a causa ou arquivado o processo) para o qual havia sido outorgado o mandato faz presumir a sua extinção (Art. 13, CED). Essa presunção é relativa. Dentre as formas de extinção do mandato:

Extinção tácita: pela conclusão da causa ou arquivamento do processo; Extinção expressa: pela renúncia, revogação e substabelecimento sem reserva de poderes;

e.1) Renúncia:

A renúncia é um direito/faculdade atribuída ao advogado. Logo, é possível que, por razões que deverão ser omitidas, o advogado renuncie ao mandado outorgado pelo cliente (Art. 16, CED);

Faz cessar a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa, uma vez decorrido o prazo do §3º, do Art. 5º, do EAOAB: " 10 dias após a notificação da renúncia", salvo, se for substituído antes;

O advogado renunciante deverá comunicar tal atitude ao cliente (notificação cartorária ou carta com AR, preferencialmente), bem como ao juízo em que estava atuando;

A renúncia não exclui a responsabilidade por danos eventualmente causados ao cliente ou a terceiros (§1º, Art. 16, CED);

e.2) Revogação:

É ato do cliente que não mais quer que aquele advogado que contratara continue a patrocinar seus interesses; Caso o cliente opte por revogar o mandato conferido ao advogado, sem que este tenha dado qualquer causa

para tanto, tal opção não retirará do advogado em questão o direito a receber, proporcionalmente, a verba honorária de sucumbência que eventualmente vier a ser fixada (Art. 17, CED);

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A parte que revogar o mandato, no mesmo ato, deverá constituir outro advogado para representá-la (Art. 111, CPC/15);

e.3) Substabelecimento sem reserva de poderes:

Substabelecimento é a transferência do mandato por um advogado a outro; No substabelecimento com reserva de poderes ou parcial, não se gera a extinção do mandato anterior, pois o

advogado reserva ainda poderes para si; e é ato pessoal do advogado da causa (Art. 26, CED), cabendo ao substabelecido ajustar, antecipadamente, seus honorários com o substabelecente (§2º, Art. 26 , CED);

No substabelecimento sem reserva de poderes ou total, há a extinção do mandato (importa na renúncia ao mandato), por isso, exige-se o prévio e inequívoco consentimento do cliente (§1º, Art. 26, CED);

e.4) Conflitos de interesse:

Sobrevindo conflitos de interesse entre os constituintes, e não conseguindo o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional (Art. 20, CED);

2. Direitos e Prerrogativas dos Advogados:

2.1. Ausência de hierarquia ou subordinação:

Art. 6º, EAOAB. Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos.

Parágrafo único: As autoridades, servidores públicos e serventuários da justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho.

2.2. Dos direitos do advogado: (Art. 7º, EAOAB)

a) Liberdade, inviolabilidade e imunidade no exercício profissional:

Exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional; A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua

correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; Tem imunidade profissional, não constituindo injúria ou difamação puníveis qualquer manifestação de

sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer;

O STF entendeu que o desacato não se enquadra na imunidade profissional, sob pena de conflitar com a autoridade do magistrado na condução da atividade jurisdicional;

a.1) Quebra da inviolabilidade (§6º, do Art. 7º, EAOAB)

Poderá ser decretada por autoridade judiciária competente; Em decisão motivada; Se presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime; Expedindo-se mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado; A ser cumprido na presença de representante da OAB; Vedada, em qualquer hipótese, a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes,

bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes;

Salvo, quando os referidos clientes estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou coautores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade (§7º, do Art. 7º, EAOAB);

b) Liberdade de comunicação com os clientes:

Liberdade para comunicar-se com seus clientes pessoal e reservadamente; Mesmo sem procuração;

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Quando os clientes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis e militares; Ainda que considerados incomunicáveis;

c) Prerrogativas no contexto de eventual prisão do advogado:

Advogado preso em flagrante: se por motivo ligado ao exercício da advocacia, tem direito à presença de representante da OAB, no momento da lavratura do auto de prisão em flagrante, sob pena de nulidade;

O advogado só poderá ser preso, em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável (§3º, Art. 7º, EAOAB);

Demais tipos de prisão: necessária a comunicação expressa à seccional da OAB; Não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com

instalações e comodidades condignas e, na sua falta, em prisão domiciliar;

O STF julgou inconstitucional a obrigatoriedade de reconhecimento pela OAB das referidas salas de Estado Maior;

d) Prerrogativas relacionadas ao exercício da advogacia:

d.1) Livre ingresso:

Salas de sessões dos tribunais: mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados; Salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e

de registro;

Delegacias e prisões: mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares;

Qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviços público: em que o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado;

Qualquer assembleia ou reunião: de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;

d.2) Livre modo de agir:

Permanecer sentado ou em pé; bem como falar sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo;

Retirar-se de todos os locais anteriores independentemente de licença; Retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial: após 30 minutos do

horário designado ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir o ato, mediante comunicação protocolizada em juízo;

Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada;

Usar da palavra: "pela ordem", em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas;

Reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;

Assistir a seus clientes investigados, durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente; e podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração, apresentar razões e quesitos (INOVAÇÃO da Lei nº 13.245/2016).

Utilizar os símbolos privativos da profissão (Ex: balança da justiça). Contudo, os símbolos do Conselho Federal (brasão da república) e dos Conselhos Seccionais são privativos desses órgãos;

d.3) Livre acesso ao conteúdo de investigações e processos administrativos ou judiciais:

Examinar autos de processos findos ou em andamento: em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, mesmo sem procuração, desde que não sujeitos a sigilo, podendo obter cópias e tomar apontamentos;

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Examinar autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza findos ou em andamento: em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração e, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; (INOVAÇÃO da Lei nº 13.245/2016).

A inobservância a este direito implicará responsabilização criminal e funcional, por abuso de autoridade, em face do responsável que impedir o acesso ao advogado ou fornecer, de modo incompleto os autos, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer o acesso ao juiz competente (§12, Art. 7º, EOAB).

EXCEÇÃO: nos autos sujeitos a sigilo, deve ser apresentada procuração (§10, Art. 7º, EOAB). Bem como, a autoridade competente poderá delimitar o acesso aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentadas nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências (§11, Art. 7º, EAOAB).

Ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza: em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais;

Retirar autos de processos findos: mesmo sem procuração, pelo prazo de 10 dias; EXCEÇÕES: a) aos processos sob regime de segredo de justiça; b) quando existirem nos autos documentos

originais de difícil restauração; c) ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; d) até o encerramento do processo, quando o advogado houver deixado de devolver os respectivos autos, no prazo legal, e só o fizer depois de intimado;

d.4) Recusa de depoimento em processo relacionado ao exercício profissional:

Poderá o advogado recusar-se a depor como testemunha; Em processo no qual funcionou ou deva funcionar; ou Sobre fato relacionado com a pessoa de quem seja ou foi advogado; Mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte; Bem como sobre fato que constitua sigilo profissional;

d.5) Desagravo público do advogado:

Quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela; Ofensa também em face de advogado ocupante de cargo ou função de órgão da OAB; Desagravo público do ofendido será promovido pelo conselho competente; Sem prejuízo da responsabilidade criminal em que incorrer o infrator;

2.3. Direitos da advogada: (Art. 7º-A, EAOAB)

INOVAÇÃO promovida pela Lei nº 13.363/2016.

a) Gestante:

Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X; Reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais;

b) Gestante, lactante, adotante ou que der à luz:

Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição;

Os direitos previstos da advogada gestante ou lactante aplicam-se enquanto perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação; c) Lactante, adotante ou que der à luz:

Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê; Os direitos concedidos à advogada adotante ou que der à luz serão concedidos no prazo do 120 dias (Art. 392,

CLT);

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d) Adotante ou que der à luz:

Suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente;

A suspensão será de 30 dias, contada a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção (Art. 313, §6º, do CPC/2015);

Esse direito também é aplicado ao pai ou adotante, quando único patrono da causa, nos termos do Art. 313, X, do CPC/2015;

3. Inscrição na OAB (Arts. 8º ao 14, EAOAB):

3.1. Requisitos necessários à inscrição do advogado (Art. 8º, EAOAB):

Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:

I - capacidade civil;

II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada;

III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;

IV - aprovação em Exame de Ordem;

V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;

VI - idoneidade moral;

VII - prestar compromisso perante o conselho.

§ 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB.

§ 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo.

§ 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar.

§ 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial.

O requisito da capacidade civil é condição para o exercício da função social da advocacia (devendo o candidato ser maior de 18 anos ou, se menor, já ter concluído o curso superior). A capacidade civil foi modificada com o Estatuto da Pessoa com deficiência, por isso, a condição per si de deficiência intelectual não representa óbice, atualmente, à inscrição nos quadros da OAB;

O conceito de crime infamante relacionado ao requisito da idoneidade moral relaciona-se ao impacto e a repercussão que a condenação por este crime venha a ter sobre toda classe advocatícia em seu exercício profissional; é o crime "que revela especial gravidade e que contribua para denegrir a imagem do advogado e da advocacia no seio da sociedade" (OAB FEDERAL);

O quorum qualificado de 2/3 do Conselho Seccional decidirá o que é crime infamante para indeferimento do pedido de inscrição de advogado;

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A inscrição do estrangeiro possui como requisito a revalidação do diploma de direito obtido no estrangeiro pelo Ministério da Educação, além da observância aos demais requisitos, inclusive aprovação no exame da ordem. EXCEÇÃO: O Provimento 129/2008 do CFOAB dispõe sobre a inscrição de advogados de nacionalidade portuguesa na OAB e dispensa a submissão ao exame;

3.1. Requisitos necessários à inscrição como estagiário (Art. 9º, EAOAB):

Art. 9º Para inscrição como estagiário é necessário:

I - preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º;

II - ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.

§ 1º O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.

§ 2º A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico.

§ 3º O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode freqüentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB.

§ 4º O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em Direito que queira se inscrever na Ordem.

O estagiário deverá ter vínculos com escritórios de advocacia para requerer sua inscrição, diferentemente do advogado;

A duração e a forma em que o estágio deve ser realizado não pode ultrapassar 2 anos e somente será aceita se o estudante estiver nos dois últimos anos do curso (4º e 5º), podendo ser cumprido em diversos locais, desde que devidamente credenciados pela OAB, inclusive, na própria instituição de ensino quando esta possuir, com aval do Conselho Seccional, escritórios modelos ou núcleos de prática jurídica, ou mesmo em setores e órgãos jurídicos ou escritórios de advocacia;

A inscrição deverá ser requerida no Conselho Seccional em cujo território se localize o curso, ou seja, não é possível requerer inscrição em outro Estado, ainda que a universidade possua campi em outro lugar;

O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível (Art. 28, EAOAB) com a advocacia (Ex: policial militar) não poderá jamais se inscrever como estagiário nos quadros da OAB, contudo, poderá frequentar o estágio realizado na sua instituição de ensino para fins de aprendizado;

De acordo com o Regulamento Geral da OAB, os atos praticados por estagiários deverão ser, em regra, supervisionados e elaborados em conjunto com um advogado, sob pena de nulidade, por falta de capacidade postulatória;

Isoladamente, o estagiário poderá (Art. 29, §1º, do Regulamento Geral da OAB): a) elaborar e assinar petições de juntada de documentos a processos administrativos ou judiciais; b) fazer cargas e descargas (devolução) de processos; c) obter certidões cartorárias referentes a processos em trâmite o findos;

3.3. Inscrição principal do advogado (Art. 10, EAOAB):

Deverá ser feita a inscrição principal do advogado no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer seu domicílio profissional. Na dúvida, prevalece o domicílio da pessoa física.

3.4. Inscrição suplementar do advogado (Art. 10, §2º, EAOAB):

É exigida quando o advogado exercer suas atividades com habitualidade em outros Conselhos Seccionais (leia-se Estados-membros).

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É considerada habitual quando o advogado realiza intervenções judiciais em mais de 5 (cinco) causas por ano. Assim, no mínimo 6 intervenções em causas, e não 6 procurações, são necessárias para a exigência de inscrição suplementar.

A anuidade deverá ser paga nos dois Conselhos que mantiver a inscrição; Outras atividades privativas de advocacia (assessoria e consultoria jurídicas, bem como vistos em atos

consititutivos de sociedades) não configuram a exigência para inscrição suplementar.

3.5. Mudança de domicílio profissional (Art. 10, §3º, EAOAB):

O advogado que quiser alterar seu domicílio profissional, mudando-se para outra unidade federativa (Estado), deverá requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente.

Ao verificar a existência de vício ou ilegalidade, na inscrição principal, o Conselho Seccional respectivo deverá suspender o pedido de transferência ou de inscrição suplementar, representando ao Conselho Federal.

3.6. Cancelamento da inscrição do advogado (Art. 11, EAOAB):

Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que:

I - assim o requerer;

II - sofrer penalidade de exclusão;

III - falecer;

IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia;

V - perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição.

§ 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o cancelamento deve ser promovido, de ofício, pelo conselho competente ou em virtude de comunicação por qualquer pessoa.

§ 2º Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não restaura o número de inscrição anterior - deve o interessado fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII do art. 8º.

§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido de inscrição também deve ser acompanhado de provas de reabilitação.

Nas hipóteses de cancelamento da inscrição, o advogado perderá o número de sua inscrição, podendo, porém, cumprido os requisitos específicos, inscrever-se novamente (não se exige que preste o Exame da Ordem novamente);

O requerimento de nova inscrição não restaura o número anterior e deve ser acompanhado da prova de capacidade civil, não cumulação com atividade incompatível, idoneidade moral e prestar compromisso perante o Conselho;

No caso de cancelamento decorrente de aplicação da pena de exclusão (sanção máxima após regular processo disciplinar), será possível pedido de nova inscrição, desde que acompanhado de provas de reabilitação;

3.7. Licenciamento do advogado (Art. 12, EAOAB):

Art. 12. Licencia-se o profissional que:

I - assim o requerer, por motivo justificado;

II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia;

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III - sofrer doença mental considerada curável.

O licenciamento decorre de situações marcadas pela transitoriedade: não há perda do número da inscrição original;

Pode ser requerida por qualquer motivo justificado; Se o exercício de atividade incompatível for em caráter definitivo, acarretará o cancelamento da inscrição e não

a licença;

Se a doença fosse incurável, estaríamos, talvez, diante de uma situação de perda da capacidade civil, que é requisito para a inscrição, por isso, acarretaria no cancelamento da inscrição;

3.8. Documento de identificação profissional e necessidade de nome e número (Arts. 13 e 14, EAOAB):

Art. 13. O documento de identidade profissional, na forma prevista no regulamento geral, é de uso obrigatório no exercício da atividade de advogado ou de estagiário e constitui prova de identidade civil para todos os fins legais.

Art. 14. É obrigatória a indicação do nome e do número de inscrição em todos os documentos assinados pelo advogado, no exercício de sua atividade.

Parágrafo único. É vedado anunciar ou divulgar qualquer atividade relacionada com o exercício da advocacia ou o uso da expressão escritório de advocacia, sem indicação expressa do nome e do número de inscrição dos advogados que o integrem ou o número de registro da sociedade de advogados na OAB.

O uso do cartão dispensa o da carteira (Art. 32, parágrafo único, do RGOAB);

4. Sociedade de Advogados (Arts. 15 ao 17, EAOAB e Prov. 147/12):

Alterações promovidas pela Lei nº 13.247/16.

4.1. Modalidades de sociedades de advogados (Art. 15 e parágrafos, EAOAB):

Sociedade simples de prestação de serviços de advocacia; Sociedade unipessoal de advocacia; Sociedade pluripessoal (Art. 37, Regulamento Geral da OAB);

Modo de aquisição da personalidade jurídica: registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho

Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede; EXCEÇÃO: as filiais terão seus atos constitutivos registrados no Conselho Seccional da sua matriz, averbando-se

no contrato social e, depois, arquivando-se no Conselho Seccional onde se instalar.

Na hipótese de filiais, todos os sócios, independentemente do número de causas naquela localidade, deverão promover a inscrição suplementar, por força do Prov. 112/06 do CFOAB;

Aplicam-se as disposições do Código de Ética e disciplina da OAB, no que couber; Advogados em mais de uma sociedade na mesma base territorial da Seccional: nenhum advogado

poderá integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma unipessoal, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional;

Todos os sócios devem constar nas procurações outorgadas à sociedade, substabelecendo-se aos demais advogados conforme a necessidade. De igual modo, não poderá a mesma sociedade ou advogados advogar para clientes com interesses opostos;

A sociedade unipessoal pode resultar da concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivaram tal concentração. Tanto a sociedade de advogados pode ser convertida em sociedade unipessoal quanto vice-versa, nos termos do Prov. 170, CFOAB.

A sociedade de advogados pode associar-se com advogados, sem vínculo de emprego, para participação nos resultados (Art. 39, RGOAB); os respectivos contratos serão averbados no registro da sociedade;

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A sociedade de advogados poderá adotar qualquer forma de administração social, permitida e existência de sócios gerentes, com indicação dos poderes atribuídos (Art. 41, RGOAB);

Podem ser praticados pela sociedade, com uso da razão social, os atos indispensáveis às suas finalidades, que não sejam privativos de advogado (Art. 42, RGOAB);

4.2. Características das sociedades de advogados (Art. 16 e parágrafos, EAOAB):

a) Vedações: não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de advogados que:

Apresentem forma ou características de sociedade empresária; Adotem denominação de fantasia; Realizem atividades estranhas à advocacia; Incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal pessoa não inscrita como advogado ou totalmente

proibida de advogar;

De igual modo, é proibido o registro, nos cartórios de registro de pessoa jurídica e nas juntas comerciais de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.

O eventual licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível com a advocacia, em caráter temporário, deve ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua constituição.

b) Razão social: deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo.

A denominação da sociedade unipessoal deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão "Sociedade Individual de Advocacia".

4.3. Responsabilidade das sociedades de advogados (Art. 17, EAOAB):

Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.

Os advogados sócios e associados respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados diretamente ao cliente, nas hipóteses de dolo ou culpa e por ação ou omissão, no exercício dos atos privativos da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar (Art. 40, RGOAB).

5. Advogado Empregado

Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia.

Parágrafo único. O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego.

Art. 19. O salário mínimo profissional do advogado será fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não poderá exceder a duração diária de quatro horas contínuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva.

§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação.

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§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.

§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.

Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados.

Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo.

Caso o advogado empregado seja demitido com base em "insubordinação técnica" ou ser obrigado a prestar serviços fora do seu objeto de contrato, deverá receber todas as verbas rescisórias, revertendo-se a demissão por justa causa;

Por força do Art. 4º da Lei nº 9.527/97, os direitos do advogado empregado não abarcam os advogados integrantes da Administração Pública direta ou indireta;

A regra quanto à jornada diferenciada para o advogado empregado é comumente alterada por acordos ou convenções coletivas ou, quando o advogado estiver empregado no regime de dedicação exclusiva, nos termos do Art. 12, caput e parágrafo único, do RGOAB. Neste caso, remuneram-se as horas-extras como as que excederem à jornada de 8 horas diárias;

O STF, no julgamento da ADI nº 1.194-4, entendeu que é possível, por acordo, no contrato de trabalho, destinar-se os honorários de sucumbência exclusivamente ao empregado, ainda que não se trate de sociedade de advogados, quando se tratar de empresas de outros setores que possuam advogados em seus quadros;

6. Honorários Advocatícios

Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.

§ 1º O advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.

§ 2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.

§ 3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final.

§ 4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou.

§ 5º O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar de mandato outorgado por advogado para defesa em processo oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da profissão.

6.1. Honorários Advocatícios (Arts. 22 a 26, do EAOAB e Arts. 48 a 54 do CED): Os honorários correspondem à remuneração dos serviços advocatícios prestados pelo profissional. Devem ser fixados com moderação, observados os critérios previstos no CED e nas tabelas estabelecidas pelos Conselhos Seccionais (§6º, Art. 48, CED), sob pena de aviltamento;

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6.2. Critérios para fixação dos honorários (Art. 49 do CED): Art. 49, CED. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os elementos seguintes: I -a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas; II - o trabalho e o tempo a ser empregados; III -a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros; IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para este resultante do serviço profissional; V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente eventual, frequente ou constante; VI - o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do advogado ou de outro; VII - a competência do profissional; VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos. 6.3. Espécies de honorários advocatícios (Art. 49 do CED): a) Honorários convencionais, convencionados, contratuais ou pactuados:

São fixados entre as partes, entre o cliente e o advogado. Não havendo outra disposição, a regra (§3º, Art. 22, EAOAB) é que se cobre 1/3 no início (com a assinatura do contrato ou procuração), 1/3 na sentença de primeira instância e 1/3 após o trânsito em julgado. b) Honorários arbitrados judicialmente ou por arbitramento:

Quando há controvérsia entre as partes sobre o valor devido de honorários ao advogado ou, na falta de estipulação ou de acordo, os honorários serão fixados por arbitramento judicial, considerando-se tanto a tabela estipulada pelo Conselho Seccional da OAB, quanto o zelo e trabalho desempenhado pelo advogado e o valor econômico da questão (§2º, Art. 22, EAOAB); b) Honorários sucumbenciais ou de sucumbência:

São devidos à parte que sucumbe (perde) ao advogado que vence (não à parte vencedora), sendo indisponível; Decorrem de uma sentença condenatória, devidos independentemente dos honorários convencionais ou

contratualmente pactuados;

A rigor, da dicção do §4º, do Art. 24, EAOAB, seria nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento aos honorários sucumbenciais. Contudo, o STF, na ADI 1.194, reconheceu a inconstitucionalidade desse dispositivo, dando margem ao acordo em sentido contrário quanto à destinação da verba sucumbencial;

Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor.

Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial.

§ 1º A execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos autos da ação em que tenha atuado o advogado, se assim lhe convier.

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§ 2º Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorários de sucumbência, proporcionais ao trabalho realizado, são recebidos por seus sucessores ou representantes legais.

§ 3º É nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência.

§ 4º O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe prejudica os honorários, quer os convencionados, quer os concedidos por sentença.

6.4. Contrato de honorários advocatícios com cláusula quota litis:

É o conhecido contrato ad exitum; comumente proposto quando o cliente não possuir condições para arcar com a demanda e, analisando os fatos, o advogado entende ser possível inseri-la no contrato;

O advogado custeia toda a demanda e, ao final do processo, receberá todos os honorários e custas judiciais, assumindo com o cliente o risco de perda e de ganho;

As cobranças não podem ultrapassar o limite de 30%, conforme entendimento do TED; Requisitos a serem preenchidos conforme o CED (Art. 50 e parágrafos):

Honorários devem ser estabelecidos em pecúnia e, não podendo recebê-los nesta modalidade, deve-se informar como será realizado o pagamento, como parte de um imóvel, por exemplo;

A cláusula deve estar expressa no contrato, devendo ser escrita, ainda que realizada na presença de testemunhas;

O advogado deverá assumir o custeio total da demanda ou não será considerada cláusula quota litis; Não pode associar-se ao cliente para qualquer fim; As vantagens percebidas pelo advogado não podem ultrapassar os valores recebidos pelo cliente;

6.5. Formas de cobrança dos honorários:

Nos termos do Art. 52 do CED, o crédito por honorários advocatícios não autoriza o saque de duplicatas de prestação de serviços ou qualquer outro título de crédito de natureza mercantil, podendo apenas ser emitida fatura, quando cliente assim pretender. Bem como, essa fatura não poderá ser levada a protesto. Contudo, poderá ser levado a protesto o cheque ou nota promissória emitida pelo cliente em favor do advogado, depois de frustrada a tentativa de recebimento amigável;

É lícito ao advogado ou à sociedade de advogados empregar, para o recebimento de honorários, sistema de cartão de crédito, mediante credenciamento junto a empresa operadora do ramo (Art. 53, CED);

O STF editou a Súmula Vinculante nº 47, a qual reconhece expressamente o caráter alimentar dos honorários advocatícios tanto sucumbenciais quanto contratuais, tratando inclusive da questão dos precatórios: "os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza". 6.6. Prescrição da ação de cobrança de honorários e prestação de contas:

Art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários de advogado, contado o prazo:

I - do vencimento do contrato, se houver;

II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar;

III - da ultimação do serviço extrajudicial;

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IV - da desistência ou transação;

V - da renúncia ou revogação do mandato.

Art. 25-A. Prescreve em cinco anos a ação de prestação de contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele (art. 34, XXI). (Incluído pela Lei nº 11.902, de 2009)

O prazo prescricional para a cobrança de honorários segue a regra geral para os profissionais liberais disposta

no Art. 206, §5º, II, do CC/2002;

Quando houver contrato de honorários, o prazo prescricional começa a fluir a partir do vencimento; Quando os honorários são arbitrados em sentença ou sucumbenciais, começará a fluir o prazo do trânsito em

julgado da decisão que os fixou;

Quando decorrente da prestação de serviços extrajudicial, será contado da data de conclusão do serviço; Quando da desistência, transação, renúncia ou revogação do mandato, o prazo fluirá do momento específico; De igual prazo, será a ação de prestação de contas do cliente em face do advogado;

6.7. Legitimidade para cobrança de honorários por advogado substabelecido com reserva de poderes:

Art. 26. O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento.

Independentemente do substabelecimento ter sido com ou sem reserva de poderes, basta apenas a atuação de mais de um profissional para que todos tenham o direito de perceber honorários proporcionais a sua atuação;

A divisão proporcional de honorários somente será necessária, quando não houver ajuste prévio entre os causídicos, vale dizer, se existente ajuste, este deverá ser observado;

O STJ, no REsp nº 1.214.790/SP, decidiu que, para execução autônoma dos honorários de sucumbência, o advogado substabelecido com reserva de poderes não possui legitimidade sem a intervenção do substabelecente, somente podendo assim proceder com sua anuência e autorização;

7. Incompatibilidades e Impedimentos: (Arts. 27 a 30, EAOAB)

7.1. Conceitos: são situações que acarretam a impossibilidade de cumular o exercício da advocacia com outras atividades simultaneamente, em razão da existência de contrariedades deontológicas.

a) Incompatibilidades:

Geram a proibição total para o exercício da advocacia; Podem ser transitórias/temporárias: acarretando o licenciamento da inscrição (Art. 12, EAOAB); ou Permanentes: gerando o cancelamento da inscrição (Art. 11, EAOAB); É aplicável até mesmo em causa própria; Permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo temporariamente; Quem for incompatível sequer terá sua inscrição na OAB deferida (Art. 8º, V, EAOAB);

b) Impedimentos:

Geram a proibição parcial para o exercício da advocacia;

É possível advogar, mas com algumas restrições; A pessoa impedida terá sua inscrição da OAB deferida, contudo, sofrerão restrições ao exercício de sua

atividade profissional;

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7.2. Hipóteses de incompatibilidades: atividades plenamente incompatíveis com o exercício da advocacia

a) Chefe do Poder Executivo; b) Membros da Mesa do Poder Legislativo e seus respectivos substitutos legais; c) Membros de órgãos:

Poder Judiciário; Ministério Público; Tribunais e conselhos de conta; Juizados especiais; Justiça de paz; Juízes classistas;

EXCEÇÃO: STF julgou parcialmente inconstitucional o dispositivo apenas para excluir do rol das incompatibilidades os juízes eleitorais e seus suplentes (TRE e TSE); contudo, esses não podem exercer a advocacia perante os órgãos jurisdicionais que estiverem investidos. d) Todos os que exerçam função de julgamento em órgão de deliberação coletiva da administração pública direta ou indireta; e) Ocupantes de cargos ou funções:

de direção em órgão da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público; EXCEÇÕES: não se incluem os que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, como o conselho competente da OAB e a direção de administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico.

Tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;

Vinculadas direta ou indiretamente:

a qualquer órgão do Poder Judiciário; os que exercem serviços notariais e de registro; a atividade policial de qualquer natureza;

f) Militares de qualquer natureza, na ativa; g) Ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas;

7.3. Exercício limitado da advocacia:

Legitimidade exclusiva para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura: não corresponde a incompatibilidade ou impedimento;

Procuradores Gerais; Advogados Gerais; Defensores Gerais; Dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional;

7.4. Hipóteses de impedimentos:

São impedidos de advogar:

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a) Contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora:

Os servidores da administração direta, indireta e fundacional;

EXCEÇÃO: os docentes dos cursos jurídicos;

b) Contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público:

Os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis;

OBS.: Se forem membros da Mesa do Poder Legislativo, serão incompatíveis.

8. Ética do Advogado

Art. 31, EAOAB. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.

§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em qualquer circunstância.

§ 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão.

Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa.

Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte contrária, o que será apurado em ação própria.

Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina.

Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.

O advogado, regra geral, tem como obrigação garantir o meio e não o resultado final. Ele não é contratado para vencer a demanda, mas sim para se valer de todos os meios necessários, idôneos e legais na defesa dos interesses do seu cliente, balizado sempre pela ética e perquirindo a justiça;

Deverá informar ao seu cliente sobre os riscos do mandato, mas igualmente cabe observar que qualquer ato realizado em processo para prejudicar outrem será apurado em ação própria e ambos respondem solidariamente pelas lesões causadas em razão desse ato contrário à advocacia; Art. 1º, CED. O exercício da advocacia exige conduta compatível com os preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e com os princípios da moral individual, social e profissional. Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes. Parágrafo único. São deveres do advogado: I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia; II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé; III - velar por sua reputação pessoal e profissional; IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional;

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V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios; VII - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica; VIII - abster-se de: a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos; c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste; e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as quais tenha vínculos negociais ou familiares; f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes. IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos individuais, coletivos e difusos; X - adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da Justiça; XI - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe; XII - zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia; XIII - ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados. Art. 3º O advogado deve ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos. Art. 4º O advogado, ainda que vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, ou como integrante de departamento jurídico, ou de órgão de assessoria jurídica, público ou privado, deve zelar pela sua liberdade e independência. Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de causa e de manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie orientação que tenha manifestado anteriormente. Art. 5º O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização. Art. 6º É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo ou na via administrativa falseando deliberadamente a verdade e utilizando de má-fé. Art. 7º É vedado o oferecimento de serviços profissionais que implique, direta ou indiretamente, angariar ou captar clientela.

9. Infrações e sanções disciplinares (Arts 34 a 43, do EAOAB):

9.1. Espécies de sanções:

O Art. 35 do EAOAB prevê quatro espécies de sanções, graduadas conforme a gravidade da infração:

Censura; Suspensão; Exclusão; Multa;

9.2. Censura: é a mais leve das sanções, cabível nas seguintes hipóteses (Art. 36, EAOAB):

Infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34; Violação a preceito do Código de Ética e Disciplina - CED; Violação a preceito do EAOAB, quando para a infração não se tenha estabelecido sanção mais grave;

Poderá a censura ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro nos assentamentos do inscrito, quando presente circunstância atenuante. Embora não fique registrada eventual advertência nos

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assentamentos do advogado, tem-se que, para fins de julgamento em processos disciplinares, a informação deverá ser disponibilizada, já que o advogado beneficiado com a conversão um vez, não poderá dela se beneficiar novamente.

Art. 40. Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para fins de atenuação, as seguintes circunstâncias, entre outras:

I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;

II - ausência de punição disciplinar anterior;

III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB;

IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.

Parágrafo único. Os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as circunstâncias e as conseqüências da infração são considerados para o fim de decidir:

a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção disciplinar;

b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis.

Sujeitam-se à pena de censura as infrações presentes no Art. 34 do EAOAB:

Exercício ilegal da profissão; Sociedade irregular; Captação indevida de clientela; Assinatura de documentos que não tenha confeccionado; Advocacia contra literal disposição de lei; Violação de sigilo profissional;

Entendimentos irregulares com a parte adversa; Prejuízo ao cliente; Provocar intencionalmente nulidade processual; Abandono de causa; Recusa em prestar assistência jurídica sem justo motivo; Publicação habitual em imprensa acerca de alegações forenses; Deturpação de teor de dispositivo de lei/doutrina/julgado/fatos/provas; Imputação a terceiro de fato definido como crime; Descumprimento de determinações da Ordem; Ato excedente de estagiário;

A censura também será aplicada nos casos de violação apreceito do CED, como por exemplo:

Cobrança imoderada ou irrisória de honorários;

Ingresso de procuração em autos que já tenha advogado constituído; Manutenção de mais de cinco processos em Seccional diversa daquela onde tenha o advogado sua inscrição

principal;

9.3. Suspensão: é sanção que impede o exercício da advocacia.

Acarreta ao infrator a interdição do exercício profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de 30 (trinta) dias a 12 (doze) meses, de acordo com os critérios de individualização supracitados (§1º, Art. 37, EAOAB).

É aplicável nas seguintes hipóteses (Art. 37, EAOAB):

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Infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34; Reincidência em infração disciplinar;

Nas hipóteses dos incisos XVII a XXV do art. 34, pelas infrações:

Fraude à lei por concurso a clientes ou terceiros; Solicitação ou recebimento de valores da parte contrária à revelia do constituinte; Locupletamento indevido; Falta de prestação de contas; Retenção abusiva de autos; Inadimplência de anuidade; Reincidência em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional;

Atos ou conduta incompatível com a advocacia;

Na hipótese de reincidência em infração disciplinar, que pode ter acarretado, anteriormente, a pena de censura ou advertência, é necessário que a infração anterior esteja transitada em julgado, não sendo passível de cômputo para tal prividência, a decisão condenatória ainda pendente de recurso, ou menos ainda, o simples ajuizamento de representação em andamento.

Considera-se como conduta incompatível com a advocacia (§único do Art. 34, EAOAB):

a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei;

b) incontinência pública e escandalosa;

c) embriaguez ou toxicomania habituais;

Prazo indeterminado na aplicação da sanção de suspensão:

Nas hipóteses de recusa na prestação de contas e inadimplência em relação ao pagamento da anuidade, a suspensão perdurará até que satisfaça integralmente o pagamento da dívida, inclusive com correção monetária (§2º do Art. 37, EAOAB).

Na hipótese de suspensão decorrente de erros reiterados que evidenciem inépcia profissional, a sanção perdurará, até que preste novas provas de habilitação, que é passar novamente no Exame de Ordem (§3º do Art. 37, EAOAB).

9.4. Exclusão: é a sanção que implica a retirada compulsória do advogado dos quadros da OAB. Por ser grave, somente será aplicada por votos favoráveis à sua incidência de 2/3 dos membros do Conselho Seccional competente (§único do Art. 38, EAOAB). Assim, mesmo que o relator do Tribunal de Ética vote no sentido da exclusão, o Conselho Seccional deverá ratificar ou não a decisão.

Será fixada nas seguintes hipóteses (Art. 38 do EAOAB):

Aplicação, por três vezes, de suspensão (transitada em julgado); Infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34;

Nas hipóteses dos incisos XXVI a XXVIII do art. 34, pelas infrações:

Falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; Tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia; Prática de crime infamante;

O processo de exclusão é autônomo e tem início ex officio. O prazo prescricional será de 5 anos, contados da data da última suspensão, no caso do inciso I. A data da efetiva instauração do novo procedimento disciplinar será uma causa interruptiva da prescrição.

Art. 43. A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato.

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§ 1º Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos, pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação.

§ 2º A prescrição interrompe-se:

I - pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao representado;

II - pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB.

9.5. Multa: é sanção acessória, fixada cumulativamente com as de censura ou suspensão. Somente será aplicada quando existirem circunstâncias agravantes (Ex: reincidência em infrações disciplinares). Varia de 1(uma) a 10 (dez) anuidades, O valor será revertido ao Conselho Seccional.

A multa jamais será cumulada à pena de exclusão!

Art. 39. A multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo, é aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes.

9.6. Reabilitação:

É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após o seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento.

Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também da correspondente reabilitação criminal.

Art. 41, EAOAB. É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento.

Parágrafo único. Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também da correspondente reabilitação criminal.

Art. 69, CED. O advogado que tenha sofrido sanção disciplinar poderá requerer reabilitação, no prazo e nas condições previstos no Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (art. 41).

§ 1º A competência para processar e julgar o pedido de reabilitação é do Conselho Seccional em que tenha sido aplicada a sanção disciplinar. Nos 32 casos de competência originária do Conselho Federal, perante este tramitará o pedido de reabilitação.

§ 2º Observar-se-á, no pedido de reabilitação, o procedimento do processo disciplinar, no que couber.

§ 3º O pedido de reabilitação terá autuação própria, devendo os autos respectivos ser apensados aos do processo disciplinar a que se refira.

§ 4º O pedido de reabilitação será instruído com provas de bom comportamento, no exercício da advocacia e na vida social, cumprindo à Secretaria do Conselho competente certificar, nos autos, o efetivo cumprimento da sanção disciplinar pelo requerente.

10. Processo disciplinar (Arts. 68 a 77, do EAOAB, e Arts 55 a 63, do CED):

10.1. Aplicação subsidiária:

Ao processo disciplinar, regido pelo EAOAB, RGOAB, CED e Regimentos Internos das Seccionais, aplicam-se subsidiariamente as regras da legislação processual pena comum (Art. 68, EAOAB).

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Já aos demais processos perante a OAB, que não são de cunho disciplinar, aplicam-se as regras do processo administrativo e da legislação processual civil, nesta ordem.

10.2. Prazos gerais e contagem:

Os prazos, nos processos em geral, perante a OAB, para manifestação, são de 15 (quinze) dias, inclusive para recursos (Art. 69, AEAOAB).

O início da contagem dos prazos é o primeiro dia últil seguinte:

a) ao do recebimento de ofício;

b) ao do recebimento da notificação pessoal;

c) ao da publicação pela imprensa oficial;

10.3. Competência:

O Poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional (Art. 70, EAOAB) em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal ou em caso de foro privilegiado (membros do Conselho Federal e Presidentes dos Conselhos Seccionais);

Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho Seccional (Art. 70, CED) competente julgar os processos disciplinares instruídos pelas subseções ou por relatores do próprio conselho;

10.4. Suspensão preventiva:

Se o fato praticado pelo advogado for de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, em situações de notória gravidade perante a opinião pública, poderá ser suspenso preventivamente, nos termos do Art. 70, §3º, do EAOAB;

Tal medida é decretada pelo Tribunal de Ética e Disciplina competente (Art. 71, IV, CED), qual seja, o do local de inscrição do advogado, devendo haver prévia oitiva do representado;

Uma vez suspenso, o prazo máximo da medida é de 90 (noventa) dias;

10.5. Sigilo no processo disciplinar:

Uma vez instaurado o processo, este tramitará em sigilo até o trânsito em julgado, somente podendo ter acesso às informações nele contidas as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente;

Não é permitida sequer a expedição de certidões da situação processual; Para os processo disciplinares findos, o sigilo persistirá apenas em caso de aplicação de censura, tornando-se

acessível a terceiros em caso de suspensão e exclusão;

10.6. Fases do processo disciplinar:

a) Instauração:

Pode ser instaurado:

De ofício, seja pelo Presidente do Conselho Seccional competente, ou pelo Presidente da Subseção ou TED, quando houver conhecimento do fato por fonte idônea ou comunicação de autoridade competente (Art. 55, CED);

Mediante representação de qualquer interessado, sendo vedada a denúncia anônima (ou apócrifa, vale dizer, sem assinatura), conforme §2º do Art. 55, CED;

b) Instrução:

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Recebida a representação (por escrito ou verbalmente), o Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção, caso esta disponha de Conselho, deverá designar um relator, que terá por incumbência presidir a instrução processual/colheita de provas;

Analisada a representação pelo relator (Art. 57, CED), desde que desprovida dos pressupostos mínimos de admissibilidade (indicação do infrator, identificação do representante, descrição da infração ética), poderá, desde logo, propor ao Presidente do CS ou da Subseção o arquivamento liminar do processo;

Caso contrário, determinará a notificação do suposto advogado infrator, ou sociedade de advogados ou estagiário, que poderá, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar defesa prévia; esse prazo poderá ser prorrogado, por motivo relevante, a juízo do relator; na defesa, poderá ser requisitada provas e arroladas até 5 (cinco) testemunhas (Art. 59, CED);

Embora notificado, quando o representado não apresentar defesa, será considerado revel. Contudo, não gerará a presunção de veracidade das acusações, mas será nomeado um defensor dativo;

Em seguida, o relator apresentará despacho saneador. No entanto, após a leitura da defesa, o relator, em parecer, poderá opinar ao Presidente do CS ou da Subseção o indeferimento liminar da representação;

Não sendo o caso, seguirá o processo para a fase de colheita da prova oral, com oitiva de testemunhas em audiência especialmente designada, na OAB, para esse fim;

Finda a instrução, é possível a apresentação de razões finais, no prazo sucessivo de 15 (quinze) dias, exigindo-se capacidade postulatória;

Em seguida, o relator emitirá um parecer preliminar e encaminhará o processo ao TED competente; c) Julgamento:

Recebido o processo já instruído, o Presidente do TED designará um relator; O processo é automaticamente colocado em pauta de julgamento, na primeira sessão seguinte, após o prazo de

20 (vinte) dias de seu recebimento pela Secretaria do Tribunal; Após, ocorrerá a notificação do representado pela secretaria do TED, que deverá ser realizada com

antecedência mínima de 15 (quinze) dias da sessão de julgamento; Na sessão, será produzida defesa oral (sustentação oral) pelo prazo de 15 (quinze) minutos, pelo

representante ou por seu advogado, após ser lido o voto do relator; Encerrado o julgamento, os autos seguirão para a lavratura do acórdão, cuja ementa será levada a publicação

no órgão do Conselho Seccional competente;

10.7. Recursos:

O prazo para interposição de qualquer recurso perante a OAB é de 15 (quinze) dias. Devem ser dirigidos: Conselho Seccional: de todas as decisões proferidas pelo seu PRESIDENTE, pelo TED, ou, ainda, pela

DIRETORIA DA SUBSEÇÃO ou da CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS; Conselho Federal: de todas as decisões definitivas proferidas pelo CONSELHO SECCIONAL, quando não

tenham sido unânimes, ou sendo unânimes, contrariarem o EAOAB, CED, Provimentos e decisões do Conselho Federal ou de outros Conselhos Seccionais;

Em regra, os recursos serão recebidos em duplo efeito (devolutivo e suspensivo). EXCEÇÃO: a) matéria relativa a eleições; b) suspensão preventiva decidida pelo TED; c) cancelamento de inscrição quando obtida com falsa prova;

10.8. Revisão dos processos disciplinares findos:

Será admitida a revisão do processo disciplinar já transitado em julgado, conforme §5º, do Art. 73, EAOAB, nos casos de:

Erro de julgamento; Condenação baseada em falsas provas; Não se admite revisão para mera reapreciação das provas; Não há prazo para a revisão do processo ético-disciplinar;

11. Estrutura e Organização da OAB (Arts. 44 a 67, do EAOAB, e Arts 44 a 127, do RGOAB):

11.1. Natureza Jurídica da OAB e suas características:

A OAB não mantém vínculo funcional ou hierárquico com o Poder Público;

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Tem personalidade jurídica própria, embora seja prestadora de serviço público, não se confunde com órgão da Administração Pública direta ou indireta;

Diz-se que é uma instituição sui generis: alguns dizem ser uma autarquia especial, embora tenha características distintas;

Suas contas não se submetem ao Tribunal de Contas, mas sim aos seus próprios órgãos incumbidos de apreciá-las;

É dotada de forma federativa; A receita da OAB tem destinação própria para sua manutenção, não sendo consideradas tributo as

contribuições pagas pelos advogados e estagiários;

Por prestar serviço público, a OAB tem plena imunidade tributária no tocante aos seus bens, rendas e serviços; A competência para julgamento de demandas envolvendo a OAB, seja no polo ativo, seja no polo passivo, é da

Justiça Federal;

11.2. Órgãos da OAB:

A OAB é composta dos seguintes órgãos:

Conselho Federal: situado em Brasília, é o órgão supremo da entidade. Possui personalidade jurídica própria com competência definida no Art. 54 do EAOAB;

Conselho Seccional: são órgãos estaduais, situados nas capitais. Possui personalidade jurídica própria com competência definida no Art. 58 do EAOAB;

Subseções: são órgão municipais (englobando todo o município ou parte dele). Para sua criação são necessários pelo menos 15 advogados domiciliados. Não possuem personalidade jurídica. Sua competência vem definida no Art. 61 do EAOAB;

Caixas de Assistência dos Advogados: prestam assistência aos advogados nos estados. São criadas quando houver mais de 1.500 advogados inscritos no Estado. Tem personalidade jurídica própria, com aprovação e registro de seu Estatuto perante o Conselho Seccional respectivo. Recebe metade da receita das anuidades percebidas pelos Conselhos Seccionais, após as deduções obrigatórias. Se desativada, seu patrimônio será incorporado ao CS respectivo;

11.3. Regras de competência dos órgãos da OAB: previstas no EAOAB

Art. 54. Compete ao Conselho Federal:

I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;

II - representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais dos advogados;

III - velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia;

IV - representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos internacionais da advocacia;

V - editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários;

VI - adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos Seccionais;

VII - intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação desta lei ou do regulamento geral;

VIII - cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, de órgão ou autoridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao Código de Ética e Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa;

IX - julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos casos previstos neste estatuto e no regulamento geral;

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X - dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos símbolos privativos;

XI - apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria;

XII - homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos Seccionais;

XIII - elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho ou de outro órgão da OAB;

XIV - ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja outorgada por lei;

XV - colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou credenciamento desses cursos;

XVI - autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus bens imóveis;

XVII - participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual;

XVIII - resolver os casos omissos neste estatuto.

Parágrafo único. A intervenção referida no inciso VII deste artigo depende de prévia aprovação por dois terços das delegações, garantido o amplo direito de defesa do Conselho Seccional respectivo, nomeando-se diretoria provisória para o prazo que se fixar.

Art. 58. Compete privativamente ao Conselho Seccional:

I - editar seu regimento interno e resoluções;

II - criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados;

III - julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados;

IV - fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria, das diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados;

V - fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual;

VI - realizar o Exame de Ordem;

VII - decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários;

VIII - manter cadastro de seus inscritos;

IX - fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas;

X - participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases, nos casos previstos na Constituição e nas leis, no âmbito do seu território;

XI - determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício profissional;

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XII - aprovar e modificar seu orçamento anual;

XIII - definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher seus membros;

XIV - eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários, no âmbito de sua competência e na forma do Provimento do Conselho Federal, vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer órgão da OAB;

XV - intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados;

XVI - desempenhar outras atribuições previstas no regulamento geral.

Art. 61. Compete à Subseção, no âmbito de seu território:

I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;

II - velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia, e fazer valer as prerrogativas do advogado;

III - representar a OAB perante os poderes constituídos;

IV - desempenhar as atribuições previstas no regulamento geral ou por delegação de competência do Conselho Seccional.

Parágrafo único. Ao Conselho da Subseção, quando houver, compete exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do regimento interno deste, e ainda:

a) editar seu regimento interno, a ser referendado pelo Conselho Seccional;

b) editar resoluções, no âmbito de sua competência;

c) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina;

d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e emitindo parecer prévio, para decisão do Conselho Seccional.

OBS: Deve ser analisada a normativa referente aos órgãos da OAB presentes do Regulamento Geral da OAB. 12. Inovações do Código de Ética e Disciplina - CED: 12.1. Advocacia Pro Bono:

Art. 30. No exercício da advocacia pro bono, e ao atuar como defensor nomeado, conveniado ou dativo, o advogado empregará o zelo e a dedicação habituais, de forma que a parte por ele assistida se sinta amparada e confie no seu patrocínio.

§ 1º Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional. § 2º A advocacia pro bono pode ser exercida em favor de pessoas naturais que, igualmente, não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contratar advogado. § 3º A advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins político-partidários ou eleitorais, nem beneficiar instituições que visem a tais objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de clientela. 12.2. Publicidade Profissional:

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Art. 39. A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão. Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados: I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão; II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade; III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público; IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras; V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail; VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela. Parágrafo único. Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as diretrizes previstas no artigo. Art. 41. As colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação social ou os textos que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem promover, dessa forma, captação de clientela. Art. 42. É vedado ao advogado: I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação social; II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado; III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o congrega; IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas; V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas. Art. 43. O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer outro meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão. Parágrafo único. Quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar insinuações com o sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista. Art. 44. Na publicidade profissional que promover ou nos cartões e material de escritório de que se utilizar, o advogado fará constar seu nome ou o da sociedade de advogados, o número ou os números de inscrição na OAB. § 1º Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as distinções honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o cliente poderá ser atendido.

§ 2º É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário. Art. 45. São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou publicações de caráter científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico. Art. 46. A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios eletrônicos deverá observar as diretrizes estabelecidas neste capítulo. Parágrafo único. A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de publicidade, inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde que estas não impliquem o oferecimento de serviços ou representem forma de captação de clientela. Art. 47. As normas sobre publicidade profissional constantes deste capítulo poderão ser complementadas por outras que o Conselho Federal aprovar, observadas as diretrizes do presente Código.

Legislação aplicável:

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1 – Estatuto da Advocacia (Lei 8.906/94)

2 – Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia

3 – Código de Ética e Disciplina da OAB

Alterações legislativas:

Lei nº 13.245/16

Lei nº 13.247/16

Lei nº 13.363/16

Resolução nº 02/15 - Alterou o Código de Ética e disciplina da OAB

1. Atividade da Advocacia (Arts. 1º ao 5º, EAOAB):

1.1. Atividades privativas de advocacia:

Art. 1º São atividades privativas de advocacia:

I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)

II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.

§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal.

§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.

§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.

O inciso I trata das atividades propriamente judiciais, enquanto o inciso II elenca a caracterização típica de atividades extrajudiciais;

As atividades privativas não somente exigem a formação em direito, como também a regular inscrição do advogado nos quadros da OAB;

Ainda que mediadores, árbitros ou conciliadores, as disposições do Novo CED (Código de Ética e Disciplina da OAB) recaem sobre os advogados que exercem essas funções, de modo que devem igualmente receber honorários por sua atuação quando da instauração desses litígios (Arts. 2º, VI, 48, §4º, e 77 do NCED);

a) Deveres conexos às atividades privativas:

Postulação em juízo: postular é pedir, solicitar a prestação de algo. O advogado é o único com "capacidade postulatória", nos termos do Art. 103, do CPC/2015;

O §único do Art. 103, CPC/15 dispõe que é "lícito à parte postular em causa própria quando tiver habilitação legal". Qualquer exceção a esta regra deve estar legalmente estabelecida;

Assessoria, Consultoria, Direção e Gerência Jurídica: são atividades privativas do advogado regularmente inscrito na OAB, não podendo ser exercida por bacharel ou estagiário, sob pena de configurar exercício ilegal da profissão;

Visto em Atos Constitutivos de Pessoas Jurídicas: por exigência legal, toda pessoa jurídica deverá ter seu ato constitutivo visado/assinado por advogado, para que o contrato social surta efeitos, sob pena de nulidade, nos termos do Art. 144 da Lei de Registros Públicos;

EXCEÇÃO: nos atos constitutivos de micro e pequenas empresas, dispensa-se a presença de advogado, consoante Lei Complementar 123/2006;

Atos Extrajudiciais determinados por Lei: regra geral, não se exige capacidade postulatória para a prática desses atos. Contudo, em alguns casos, a lei exige a presença de advogado para ratificá-los e para que surta os efeitos legais, como nos casos de inventários, separações e divórcios extrajudiciais, nos termos dos Arts. 610 e 733 do CPC/15 e Resolução 35/2007 do CNJ;

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b) Exceções às atividades privativas: STF, no julgamento da ADI nº 1.127-8, entendeu que a postulação em juízo, apesar de ato privativo do advogado, deve ser relativizada em alguns casos, tornando dispensável o advogado nas hipóteses de:

Habeas Corpus: o §1º consagrou como exceção o referido remédio constitucional, a fim de que a exigência de representação por advogado não seja um óbice ao alcance desse instituto;

Juizados Especiais Cíveis Estaduais e Federais: em ambos os casos é dispensável o advogado para postular. Conforme Art. 9º da Lei nº 9.099/95, pode a parte comparecer em juízo para propor demanda de até 20 salários mínimos nos juizados especiais cíveis estaduais (entre 20 e 40 s.m. é necessário advogado). Enquanto nos federais, consoante Art. 10 da Lei nº 10.259/2001, o limite é de 60 salários mínimos. EXCEÇÃO: Nos juizados especiais criminais estaduais e federais, a presença de advogado será sempre requisito obrigatório, de acordo como Art. 68, da Lei nº 9.099/95 e ADI nº 3.168/DF do STF.

Justiça do Trabalho: impera o princípio do "jus postulandi", nos termos do Art. 791 da CLT. Ele tem sido relativizado para abranger apenas os atos posteriores à postulação inicial, além de não incidir nas ações e recursos de competência direta do TST nem nas referentes a ação rescisória, ação cautelar e mandado de segurança de competência dos TRTs, nos termos da Súmula 425/10.

Justiça de Paz: é historicamente dispensável a presença do advogado, nas funções de celebração de casamentos, verificação de ofício ou após impugnação do processo de habilitação e funções conciliatórias sem caráter jurisdicional.

Ação Revisional Penal: nos termos do Art. 623, do CPP, " a revisão pode ser pedida pelo próprio réu" ou por "procurador legalmente habilitado" ou, no caso de morte do réu, "pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão", em todos os casos, sem a presença de advogado.

Processo disciplinar administrativo: o STF, quando do julgamento do RE nº 434.059, assentou o entendimento de que a "falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição", previsão contida na Súmula Vinculante nº 5.

ADI proposta pelo Presidente da República: o PR, quando empossado, poderá apresentar ADIs sem a necessidade de advogado.

Lei de Alimentos: a pessoa, quando "pobre", na acepção jurídica do termo, poderá procurar diretamente ou com advogado o juízo competente para recebimento dos alimentos devidos, nos termos do Art. 2º da Lei nº 5.478/68.

c) Vedação do §3º: "é vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade". Essa vedação ao exercício em conjunto com outras atividades é total e procura privilegiar a profissão, não importando se a outra atividade tenha natureza civil, comercial, público, privada ou mesmo não lucrativa. O profissional pode ser advogado e contador, contudo, não poderá exercer as duas atividades no mesmo espaço, motivo pelo qual a identificação deve ser clara e inequívoca de que se trata tão somente de escritório de advocacia.

1.2. Função do advogado:

Art. 2º, EAOAB. O advogado é indispensável à administração da Justiça.

Presta serviço público e exerce função social; Atos dos advogados constituem "múnus público"; É inviolável por seus atos e manifestações, no exercício da profissão, nos limites desta Lei;

Art. 3º, EAOAB. O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advogado são privativos dos inscritos na OAB.

a) Advogado Público e regras do EAOAB:

§ 1º Exercem atividade de advocacia, sujeitando-se ao regime desta lei, além do regime próprio a que se subordinem, os integrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional.

O §1º do Art. 3º, EAOAB, estabelece que todos os integrantes da advocacia seja pública ou privada deverão submeter-se às regras contidas no Estatuto. De igual modo, também são aplicáveis aos advogados públicos as disposições do CED, além das disposições concernentes ao regime próprio de cada função.

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b) Atos praticados por estagiário:

§ 2º O estagiário de advocacia, regularmente inscrito, pode praticar os atos previstos no art. 1º, na forma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabilidade deste.

O estagiário, estudante de direito cursante do 4º ou 5º anos e regularmente inscrito nos quadros da OAB, pode praticar os atos descritos no caput do Art. 3º, desde que, em conjunto com outro advogado, jamais sozinho, ainda que "autorizado" pelo advogado. A responsabilidade pelos atos praticados pelo estagiário sempre será do advogado que o acompanha ou o instruiu.

O estagiário não poderá despachar com o juiz, sendo este um direito legal destinado somente ao advogado. Igualmente, não pode figurar em publicidade do escritório ou no nome da sociedade, sob pena de infração disciplinar.

c) Nulidade dos atos privativos de advogado:

Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administrativas.

Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido - no âmbito do impedimento - suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompatível com a advocacia.

A nulidade dos atos praticados pelos não inscritos nos quadros da OAB, além das sanções cíveis, penais e administrativas, bem como dos advogados impedidos, suspensos, licenciados ou que passem a exercer atividades incompatíveis, deve apresentar as seguintes características:

Pode ser declarada de ofício; Pode ser comprovada por qualquer interessado ou pelo MP; É imprescritível, não convalescendo com o tempo; Apaga, ao ser declarada, os efeitos desde o início; Não pode ser suprida ou sanada;

1.3. Prova do mandato judicial:

Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.

§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apresentá-la no prazo de quinze dias, prorrogável por igual período.

§ 2º A procuração para o foro em geral habilita o advogado a praticar todos os atos judiciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.

§ 3º O advogado que renunciar ao mandato continuará, durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo.

a) Mandato/procuração:

A atividade de advocacia pelo profissional, postulando em nome do cliente, exige um contrato denominado mandato. Quando tiver finalidade judicial, tem-se o mandado judicial.

A prova desse pacto entre cliente e advogado é instrumentalizada pela procuração (instrumento de mandato). A postulação judicial ou extrajudicial pelo advogado, fazendo-o em nome de terceiro, exige a prova do

mandato, conforme Art. 5º do EAOAB, ou seja, a prova da outorga de poderes por meio de instrumento particular ou público. b) Atuação em juízo sem procuração:

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É possível a postulação sem procuração, desde que o patrono afirme urgência na prestação jurisdicional; Devendo obrigatoriamente apresentar a procuração, no prazo de 15 dias, prorrogáveis por mais 15 dias; O prazo não é de 30 dias, pois não se trata de prorrogação automática, mas dependerá de autorização judicial; Caso o advogado não consiga juntar o instrumento, após o prazo legal, deverá informar ao juízo, que poderá

nomear um advogado dativo ou dilatar outra vez mais o prazo, por meio de um juízo valorativo de razoabilidade, já que a parte não pode ser prejudicada em seu direito e ficar sem defesa; c) Recusa ao mandato:

O advogado poderá recusar um mandato, se apresentar para tanto um justo motivo ou, se por alguma razão, tiver impedimento ético com relação ao fato ou ato que deva desempenhar, nos termos do Art. 22 do CED. d) Poderes especiais:

O instrumento de procuração irá habilitar o advogado para a prática de todos os atos processuais sem qualquer juízo ou instância (procuração ad judicia), salvo àqueles em que se necessita de poderes especiais para realizá-los (procuração ad judicia et extra);

Restringe-se o mandatário a praticar apenas os atos outorgados, conforme o Art. 661, §1º, do CC/02, e Art. 44, do CPP, neste caso para oferecimento de representação ou em queixa-crime;

O CPC/15, em seu Art, 105, §§1º ao 4º, elencou um rol de especificidades em que se tem a necessidade de poderes especiais para cumpri-las, poderes esses que devem estar expressos em procuração; e) Formas de extinção do mandato judicial:

O mero descurso do tempo não é eficaz para extinguir o mandato judicial (Art. 18, CED), pois, enquanto existir confiança recíproca entre o cliente e o advogado (Art. 10, CED), a procuração outorgada valerá.

A conclusão da finalidade (concluída a causa ou arquivado o processo) para o qual havia sido outorgado o mandato faz presumir a sua extinção (Art. 13, CED). Essa presunção é relativa. Dentre as formas de extinção do mandato:

Extinção tácita: pela conclusão da causa ou arquivamento do processo; Extinção expressa: pela renúncia, revogação e substabelecimento sem reserva de poderes;

e.1) Renúncia:

A renúncia é um direito/faculdade atribuída ao advogado. Logo, é possível que, por razões que deverão ser omitidas, o advogado renuncie ao mandado outorgado pelo cliente (Art. 16, CED);

Faz cessar a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa, uma vez decorrido o prazo do §3º, do Art. 5º, do EAOAB: " 10 dias após a notificação da renúncia", salvo, se for substituído antes;

O advogado renunciante deverá comunicar tal atitude ao cliente (notificação cartorária ou carta com AR, preferencialmente), bem como ao juízo em que estava atuando;

A renúncia não exclui a responsabilidade por danos eventualmente causados ao cliente ou a terceiros (§1º, Art. 16, CED);

e.2) Revogação:

É ato do cliente que não mais quer que aquele advogado que contratara continue a patrocinar seus interesses;

Caso o cliente opte por revogar o mandato conferido ao advogado, sem que este tenha dado qualquer causa para tanto, tal opção não retirará do advogado em questão o direito a receber, proporcionalmente, a verba honorária de sucumbência que eventualmente vier a ser fixada (Art. 17, CED);

A parte que revogar o mandato, no mesmo ato, deverá constituir outro advogado para representá-la (Art. 111, CPC/15);

e.3) Substabelecimento sem reserva de poderes:

Substabelecimento é a transferência do mandato por um advogado a outro;

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No substabelecimento com reserva de poderes ou parcial, não se gera a extinção do mandato anterior, pois o advogado reserva ainda poderes para si; e é ato pessoal do advogado da causa (Art. 26, CED), cabendo ao substabelecido ajustar, antecipadamente, seus honorários com o substabelecente (§2º, Art. 26 , CED);

No substabelecimento sem reserva de poderes ou total, há a extinção do mandato (importa na renúncia ao mandato), por isso, exige-se o prévio e inequívoco consentimento do cliente (§1º, Art. 26, CED);

e.4) Conflitos de interesse:

Sobrevindo conflitos de interesse entre os constituintes, e não conseguindo o advogado harmonizá-los, caber-lhe-á optar, com prudência e discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional (Art. 20, CED);

2. Direitos e Prerrogativas dos Advogados:

2.1. Ausência de hierarquia ou subordinação:

Art. 6º, EAOAB. Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos.

Parágrafo único: As autoridades, servidores públicos e serventuários da justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu desempenho.

2.2. Dos direitos do advogado: (Art. 7º, EAOAB)

a) Liberdade, inviolabilidade e imunidade no exercício profissional:

Exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional; A inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua

correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; Tem imunidade profissional, não constituindo injúria ou difamação puníveis qualquer manifestação de

sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer;

O STF entendeu que o desacato não se enquadra na imunidade profissional, sob pena de conflitar com a autoridade do magistrado na condução da atividade jurisdicional;

a.1) Quebra da inviolabilidade (§6º, do Art. 7º, EAOAB)

Poderá ser decretada por autoridade judiciária competente; Em decisão motivada; Se presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime; Expedindo-se mandado de busca e apreensão, específico e pormenorizado; A ser cumprido na presença de representante da OAB; Vedada, em qualquer hipótese, a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes,

bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes;

Salvo, quando os referidos clientes estejam sendo formalmente investigados como seus partícipes ou coautores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade (§7º, do Art. 7º, EAOAB);

b) Liberdade de comunicação com os clientes:

Liberdade para comunicar-se com seus clientes pessoal e reservadamente; Mesmo sem procuração; Quando os clientes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis e militares; Ainda que considerados incomunicáveis;

c) Prerrogativas no contexto de eventual prisão do advogado:

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Advogado preso em flagrante: se por motivo ligado ao exercício da advocacia, tem direito à presença de representante da OAB, no momento da lavratura do auto de prisão em flagrante, sob pena de nulidade;

O advogado só poderá ser preso, em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável (§3º, Art. 7º, EAOAB);

Demais tipos de prisão: necessária a comunicação expressa à seccional da OAB; Não ser recolhido preso, antes de sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com

instalações e comodidades condignas e, na sua falta, em prisão domiciliar;

O STF julgou inconstitucional a obrigatoriedade de reconhecimento pela OAB das referidas salas de Estado Maior;

d) Prerrogativas relacionadas ao exercício da advogacia:

d.1) Livre ingresso:

Salas de sessões dos tribunais: mesmo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados; Salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, serviços notariais e

de registro; Delegacias e prisões: mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus

titulares; Qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro serviços público: em que

o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servidor ou empregado;

Qualquer assembleia ou reunião: de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva comparecer, desde que munido de poderes especiais;

d.2) Livre modo de agir:

Permanecer sentado ou em pé; bem como falar sentado ou em pé, em juízo, tribunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legislativo;

Retirar-se de todos os locais anteriores independentemente de licença; Retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial: após 30 minutos do

horário designado ao qual ainda não tenha comparecido a autoridade que deva presidir o ato, mediante comunicação protocolizada em juízo;

Dirigir-se diretamente aos magistrados nas salas e gabinetes de trabalho, independentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada;

Usar da palavra: "pela ordem", em qualquer juízo ou tribunal, mediante intervenção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, documentos ou afirmações que influam no julgamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas;

Reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autoridade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;

Assistir a seus clientes investigados, durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente; e podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração, apresentar razões e quesitos (INOVAÇÃO da Lei nº 13.245/2016).

Utilizar os símbolos privativos da profissão (Ex: balança da justiça). Contudo, os símbolos do Conselho Federal (brasão da república) e dos Conselhos Seccionais são privativos desses órgãos;

d.3) Livre acesso ao conteúdo de investigações e processos administrativos ou judiciais:

Examinar autos de processos findos ou em andamento: em qualquer órgão dos Poderes Judiciário e Legislativo, ou da Administração Pública em geral, mesmo sem procuração, desde que não sujeitos a sigilo, podendo obter cópias e tomar apontamentos;

Examinar autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza findos ou em andamento: em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração e, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; (INOVAÇÃO da Lei nº 13.245/2016).

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A inobservância a este direito implicará responsabilização criminal e funcional, por abuso de autoridade, em face do responsável que impedir o acesso ao advogado ou fornecer, de modo incompleto os autos, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer o acesso ao juiz competente (§12, Art. 7º, EOAB).

EXCEÇÃO: nos autos sujeitos a sigilo, deve ser apresentada procuração (§10, Art. 7º, EOAB). Bem como, a autoridade competente poderá delimitar o acesso aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentadas nos autos, quando houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências (§11, Art. 7º, EAOAB).

Ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza: em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais;

Retirar autos de processos findos: mesmo sem procuração, pelo prazo de 10 dias; EXCEÇÕES: a) aos processos sob regime de segredo de justiça; b) quando existirem nos autos documentos

originais de difícil restauração; c) ocorrer circunstância relevante que justifique a permanência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada; d) até o encerramento do processo, quando o advogado houver deixado de devolver os respectivos autos, no prazo legal, e só o fizer depois de intimado;

d.4) Recusa de depoimento em processo relacionado ao exercício profissional:

Poderá o advogado recusar-se a depor como testemunha; Em processo no qual funcionou ou deva funcionar; ou Sobre fato relacionado com a pessoa de quem seja ou foi advogado; Mesmo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte; Bem como sobre fato que constitua sigilo profissional;

d.5) Desagravo público do advogado:

Quando ofendido no exercício da profissão ou em razão dela; Ofensa também em face de advogado ocupante de cargo ou função de órgão da OAB; Desagravo público do ofendido será promovido pelo conselho competente; Sem prejuízo da responsabilidade criminal em que incorrer o infrator;

2.3. Direitos da advogada: (Art. 7º-A, EAOAB)

INOVAÇÃO promovida pela Lei nº 13.363/2016.

a) Gestante:

Entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X; Reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais;

b) Gestante, lactante, adotante ou que der à luz:

Preferência na ordem das sustentações orais e das audiências a serem realizadas a cada dia, mediante comprovação de sua condição;

Os direitos previstos da advogada gestante ou lactante aplicam-se enquanto perdurar, respectivamente, o estado gravídico ou o período de amamentação; c) Lactante, adotante ou que der à luz:

Acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessidades do bebê; Os direitos concedidos à advogada adotante ou que der à luz serão concedidos no prazo do 120 dias (Art. 392,

CLT);

d) Adotante ou que der à luz:

Suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da causa, desde que haja notificação por escrito ao cliente;

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A suspensão será de 30 dias, contada a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha concedido a adoção (Art. 313, §6º, do CPC/2015);

Esse direito também é aplicado ao pai ou adotante, quando único patrono da causa, nos termos do Art. 313, X, do CPC/2015;

3. Inscrição na OAB (Arts. 8º ao 14, EAOAB):

3.1. Requisitos necessários à inscrição do advogado (Art. 8º, EAOAB):

Art. 8º Para inscrição como advogado é necessário:

I - capacidade civil;

II - diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino oficialmente autorizada e credenciada;

III - título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;

IV - aprovação em Exame de Ordem;

V - não exercer atividade incompatível com a advocacia;

VI - idoneidade moral;

VII - prestar compromisso perante o conselho.

§ 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB.

§ 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fazer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revalidado, além de atender aos demais requisitos previstos neste artigo.

§ 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada mediante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo disciplinar.

§ 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial.

O requisito da capacidade civil é condição para o exercício da função social da advocacia (devendo o candidato ser maior de 18 anos ou, se menor, já ter concluído o curso superior). A capacidade civil foi modificada com o Estatuto da Pessoa com deficiência, por isso, a condição per si de deficiência intelectual não representa óbice, atualmente, à inscrição nos quadros da OAB;

O conceito de crime infamante relacionado ao requisito da idoneidade moral relaciona-se ao impacto e a repercussão que a condenação por este crime venha a ter sobre toda classe advocatícia em seu exercício profissional; é o crime "que revela especial gravidade e que contribua para denegrir a imagem do advogado e da advocacia no seio da sociedade" (OAB FEDERAL);

O quorum qualificado de 2/3 do Conselho Seccional decidirá o que é crime infamante para indeferimento do pedido de inscrição de advogado;

A inscrição do estrangeiro possui como requisito a revalidação do diploma de direito obtido no estrangeiro pelo Ministério da Educação, além da observância aos demais requisitos, inclusive aprovação no exame da ordem. EXCEÇÃO: O Provimento 129/2008 do CFOAB dispõe sobre a inscrição de advogados de nacionalidade portuguesa na OAB e dispensa a submissão ao exame;

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3.1. Requisitos necessários à inscrição como estagiário (Art. 9º, EAOAB):

Art. 9º Para inscrição como estagiário é necessário:

I - preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º;

II - ter sido admitido em estágio profissional de advocacia.

§ 1º O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos últimos anos do curso jurídico, pode ser mantido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de advocacia credenciados pela OAB, sendo obrigatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.

§ 2º A inscrição do estagiário é feita no Conselho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico.

§ 3º O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode freqüentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB.

§ 4º O estágio profissional poderá ser cumprido por bacharel em Direito que queira se inscrever na Ordem.

O estagiário deverá ter vínculos com escritórios de advocacia para requerer sua inscrição, diferentemente do advogado;

A duração e a forma em que o estágio deve ser realizado não pode ultrapassar 2 anos e somente será aceita se o estudante estiver nos dois últimos anos do curso (4º e 5º), podendo ser cumprido em diversos locais, desde que devidamente credenciados pela OAB, inclusive, na própria instituição de ensino quando esta possuir, com aval do Conselho Seccional, escritórios modelos ou núcleos de prática jurídica, ou mesmo em setores e órgãos jurídicos ou escritórios de advocacia;

A inscrição deverá ser requerida no Conselho Seccional em cujo território se localize o curso, ou seja, não é possível requerer inscrição em outro Estado, ainda que a universidade possua campi em outro lugar;

O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível (Art. 28, EAOAB) com a advocacia (Ex: policial militar) não poderá jamais se inscrever como estagiário nos quadros da OAB, contudo, poderá frequentar o estágio realizado na sua instituição de ensino para fins de aprendizado;

De acordo com o Regulamento Geral da OAB, os atos praticados por estagiários deverão ser, em regra, supervisionados e elaborados em conjunto com um advogado, sob pena de nulidade, por falta de capacidade postulatória;

Isoladamente, o estagiário poderá (Art. 29, §1º, do Regulamento Geral da OAB): a) elaborar e assinar petições de juntada de documentos a processos administrativos ou judiciais; b) fazer cargas e descargas (devolução) de processos; c) obter certidões cartorárias referentes a processos em trâmite o findos;

3.3. Inscrição principal do advogado (Art. 10, EAOAB):

Deverá ser feita a inscrição principal do advogado no Conselho Seccional em cujo território pretende estabelecer seu domicílio profissional. Na dúvida, prevalece o domicílio da pessoa física.

3.4. Inscrição suplementar do advogado (Art. 10, §2º, EAOAB):

É exigida quando o advogado exercer suas atividades com habitualidade em outros Conselhos Seccionais (leia-se Estados-membros).

É considerada habitual quando o advogado realiza intervenções judiciais em mais de 5 (cinco) causas por ano. Assim, no mínimo 6 intervenções em causas, e não 6 procurações, são necessárias para a exigência de inscrição suplementar.

A anuidade deverá ser paga nos dois Conselhos que mantiver a inscrição;

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Outras atividades privativas de advocacia (assessoria e consultoria jurídicas, bem como vistos em atos consititutivos de sociedades) não configuram a exigência para inscrição suplementar.

3.5. Mudança de domicílio profissional (Art. 10, §3º, EAOAB):

O advogado que quiser alterar seu domicílio profissional, mudando-se para outra unidade federativa (Estado), deverá requerer a transferência de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente.

Ao verificar a existência de vício ou ilegalidade, na inscrição principal, o Conselho Seccional respectivo deverá suspender o pedido de transferência ou de inscrição suplementar, representando ao Conselho Federal.

3.6. Cancelamento da inscrição do advogado (Art. 11, EAOAB):

Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que:

I - assim o requerer;

II - sofrer penalidade de exclusão;

III - falecer;

IV - passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia;

V - perder qualquer um dos requisitos necessários para inscrição.

§ 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos incisos II, III e IV, o cancelamento deve ser promovido, de ofício, pelo conselho competente ou em virtude de comunicação por qualquer pessoa.

§ 2º Na hipótese de novo pedido de inscrição - que não restaura o número de inscrição anterior - deve o interessado fazer prova dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII do art. 8º.

§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido de inscrição também deve ser acompanhado de provas de reabilitação.

Nas hipóteses de cancelamento da inscrição, o advogado perderá o número de sua inscrição, podendo, porém, cumprido os requisitos específicos, inscrever-se novamente (não se exige que preste o Exame da Ordem novamente);

O requerimento de nova inscrição não restaura o número anterior e deve ser acompanhado da prova de capacidade civil, não cumulação com atividade incompatível, idoneidade moral e prestar compromisso perante o Conselho;

No caso de cancelamento decorrente de aplicação da pena de exclusão (sanção máxima após regular processo disciplinar), será possível pedido de nova inscrição, desde que acompanhado de provas de reabilitação;

3.7. Licenciamento do advogado (Art. 12, EAOAB):

Art. 12. Licencia-se o profissional que:

I - assim o requerer, por motivo justificado;

II - passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia;

III - sofrer doença mental considerada curável.

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O licenciamento decorre de situações marcadas pela transitoriedade: não há perda do número da inscrição original;

Pode ser requerida por qualquer motivo justificado; Se o exercício de atividade incompatível for em caráter definitivo, acarretará o cancelamento da inscrição e não

a licença; Se a doença fosse incurável, estaríamos, talvez, diante de uma situação de perda da capacidade civil, que é

requisito para a inscrição, por isso, acarretaria no cancelamento da inscrição;

3.8. Documento de identificação profissional e necessidade de nome e número (Arts. 13 e 14, EAOAB):

Art. 13. O documento de identidade profissional, na forma prevista no regulamento geral, é de uso obrigatório no exercício da atividade de advogado ou de estagiário e constitui prova de identidade civil para todos os fins legais.

Art. 14. É obrigatória a indicação do nome e do número de inscrição em todos os documentos assinados pelo advogado, no exercício de sua atividade.

Parágrafo único. É vedado anunciar ou divulgar qualquer atividade relacionada com o exercício da advocacia ou o uso da expressão escritório de advocacia, sem indicação expressa do nome e do número de inscrição dos advogados que o integrem ou o número de registro da sociedade de advogados na OAB.

O uso do cartão dispensa o da carteira (Art. 32, parágrafo único, do RGOAB);

4. Sociedade de Advogados (Arts. 15 ao 17, EAOAB e Prov. 147/12):

Alterações promovidas pela Lei nº 13.247/16.

4.1. Modalidades de sociedades de advogados (Art. 15 e parágrafos, EAOAB):

Sociedade simples de prestação de serviços de advocacia; Sociedade unipessoal de advocacia; Sociedade pluripessoal (Art. 37, Regulamento Geral da OAB);

Modo de aquisição da personalidade jurídica: registro aprovado dos seus atos constitutivos no Conselho

Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede;

EXCEÇÃO: as filiais terão seus atos constitutivos registrados no Conselho Seccional da sua matriz, averbando-se no contrato social e, depois, arquivando-se no Conselho Seccional onde se instalar.

Na hipótese de filiais, todos os sócios, independentemente do número de causas naquela localidade, deverão promover a inscrição suplementar, por força do Prov. 112/06 do CFOAB;

Aplicam-se as disposições do Código de Ética e disciplina da OAB, no que couber; Advogados em mais de uma sociedade na mesma base territorial da Seccional: nenhum advogado

poderá integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma unipessoal, com sede ou filial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional;

Todos os sócios devem constar nas procurações outorgadas à sociedade, substabelecendo-se aos demais advogados conforme a necessidade. De igual modo, não poderá a mesma sociedade ou advogados advogar para clientes com interesses opostos;

A sociedade unipessoal pode resultar da concentração por um advogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivaram tal concentração. Tanto a sociedade de advogados pode ser convertida em sociedade unipessoal quanto vice-versa, nos termos do Prov. 170, CFOAB.

A sociedade de advogados pode associar-se com advogados, sem vínculo de emprego, para participação nos resultados (Art. 39, RGOAB); os respectivos contratos serão averbados no registro da sociedade;

A sociedade de advogados poderá adotar qualquer forma de administração social, permitida e existência de sócios gerentes, com indicação dos poderes atribuídos (Art. 41, RGOAB);

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Podem ser praticados pela sociedade, com uso da razão social, os atos indispensáveis às suas finalidades, que não sejam privativos de advogado (Art. 42, RGOAB);

4.2. Características das sociedades de advogados (Art. 16 e parágrafos, EAOAB):

a) Vedações: não são admitidas a registro nem podem funcionar todas as espécies de sociedades de advogados que:

Apresentem forma ou características de sociedade empresária; Adotem denominação de fantasia; Realizem atividades estranhas à advocacia; Incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal pessoa não inscrita como advogado ou totalmente

proibida de advogar;

De igual modo, é proibido o registro, nos cartórios de registro de pessoa jurídica e nas juntas comerciais de sociedade que inclua, entre outras finalidades, a atividade de advocacia.

O eventual licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível com a advocacia, em caráter temporário, deve ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua constituição.

b) Razão social: deve ter, obrigatoriamente, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo permanecer o de sócio falecido, desde que prevista tal possibilidade no ato constitutivo.

A denominação da sociedade unipessoal deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão "Sociedade Individual de Advocacia".

4.3. Responsabilidade das sociedades de advogados (Art. 17, EAOAB):

Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar em que possam incorrer.

Os advogados sócios e associados respondem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados diretamente ao cliente, nas hipóteses de dolo ou culpa e por ação ou omissão, no exercício dos atos privativos da advocacia, sem prejuízo da responsabilidade disciplinar (Art. 40, RGOAB).

5. Advogado Empregado

Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia.

Parágrafo único. O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos empregadores, fora da relação de emprego.

Art. 19. O salário mínimo profissional do advogado será fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não poderá exceder a duração diária de quatro horas contínuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva.

§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimentação.

§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.

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§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.

Art. 21. Nas causas em que for parte o empregador, ou pessoa por este representada, os honorários de sucumbência são devidos aos advogados empregados.

Parágrafo único. Os honorários de sucumbência, percebidos por advogado empregado de sociedade de advogados são partilhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo.

Caso o advogado empregado seja demitido com base em "insubordinação técnica" ou ser obrigado a prestar serviços fora do seu objeto de contrato, deverá receber todas as verbas rescisórias, revertendo-se a demissão por justa causa;

Por força do Art. 4º da Lei nº 9.527/97, os direitos do advogado empregado não abarcam os advogados integrantes da Administração Pública direta ou indireta;

A regra quanto à jornada diferenciada para o advogado empregado é comumente alterada por acordos ou convenções coletivas ou, quando o advogado estiver empregado no regime de dedicação exclusiva, nos termos do Art. 12, caput e parágrafo único, do RGOAB. Neste caso, remuneram-se as horas-extras como as que excederem à jornada de 8 horas diárias;

O STF, no julgamento da ADI nº 1.194-4, entendeu que é possível, por acordo, no contrato de trabalho, destinar-se os honorários de sucumbência exclusivamente ao empregado, ainda que não se trate de sociedade de advogados, quando se tratar de empresas de outros setores que possuam advogados em seus quadros;

6. Honorários Advocatícios

Art. 22. A prestação de serviço profissional assegura aos inscritos na OAB o direito aos honorários convencionados, aos fixados por arbitramento judicial e aos de sucumbência.

§ 1º O advogado, quando indicado para patrocinar causa de juridicamente necessitado, no caso de impossibilidade da Defensoria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.

§ 2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.

§ 3º Salvo estipulação em contrário, um terço dos honorários é devido no início do serviço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final.

§ 4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de expedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou.

§ 5º O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar de mandato outorgado por advogado para defesa em processo oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da profissão.

6.1. Honorários Advocatícios (Arts. 22 a 26, do EAOAB e Arts. 48 a 54 do CED):

Os honorários correspondem à remuneração dos serviços advocatícios prestados pelo profissional. Devem ser fixados com moderação, observados os critérios previstos no CED e nas tabelas estabelecidas pelos Conselhos Seccionais (§6º, Art. 48, CED), sob pena de aviltamento;

6.2. Critérios para fixação dos honorários (Art. 49 do CED): Art. 49, CED. Os honorários profissionais devem ser fixados com moderação, atendidos os elementos seguintes:

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I -a relevância, o vulto, a complexidade e a dificuldade das questões versadas; II - o trabalho e o tempo a ser empregados; III -a possibilidade de ficar o advogado impedido de intervir em outros casos, ou de se desavir com outros clientes ou terceiros; IV - o valor da causa, a condição econômica do cliente e o proveito para este resultante do serviço profissional; V - o caráter da intervenção, conforme se trate de serviço a cliente eventual, frequente ou constante; VI - o lugar da prestação dos serviços, conforme se trate do domicílio do advogado ou de outro; VII - a competência do profissional; VIII - a praxe do foro sobre trabalhos análogos. 6.3. Espécies de honorários advocatícios (Art. 49 do CED): a) Honorários convencionais, convencionados, contratuais ou pactuados:

São fixados entre as partes, entre o cliente e o advogado. Não havendo outra disposição, a regra (§3º, Art. 22, EAOAB) é que se cobre 1/3 no início (com a assinatura do contrato ou procuração), 1/3 na sentença de primeira instância e 1/3 após o trânsito em julgado. b) Honorários arbitrados judicialmente ou por arbitramento:

Quando há controvérsia entre as partes sobre o valor devido de honorários ao advogado ou, na falta de estipulação ou de acordo, os honorários serão fixados por arbitramento judicial, considerando-se tanto a tabela estipulada pelo Conselho Seccional da OAB, quanto o zelo e trabalho desempenhado pelo advogado e o valor econômico da questão (§2º, Art. 22, EAOAB); b) Honorários sucumbenciais ou de sucumbência:

São devidos à parte que sucumbe (perde) ao advogado que vence (não à parte vencedora), sendo indisponível; Decorrem de uma sentença condenatória, devidos independentemente dos honorários convencionais ou

contratualmente pactuados;

A rigor, da dicção do §4º, do Art. 24, EAOAB, seria nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento aos honorários sucumbenciais. Contudo, o STF, na ADI 1.194, reconheceu a inconstitucionalidade desse dispositivo, dando margem ao acordo em sentido contrário quanto à destinação da verba sucumbencial;

Art. 23. Os honorários incluídos na condenação, por arbitramento ou sucumbência, pertencem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor.

Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito privilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extrajudicial.

§ 1º A execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos autos da ação em que tenha atuado o advogado, se assim lhe convier.

§ 2º Na hipótese de falecimento ou incapacidade civil do advogado, os honorários de sucumbência, proporcionais ao trabalho realizado, são recebidos por seus sucessores ou representantes legais.

§ 3º É nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários de sucumbência.

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§ 4º O acordo feito pelo cliente do advogado e a parte contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe prejudica os honorários, quer os convencionados, quer os concedidos por sentença.

6.4. Contrato de honorários advocatícios com cláusula quota litis:

É o conhecido contrato ad exitum; comumente proposto quando o cliente não possuir condições para arcar com a demanda e, analisando os fatos, o advogado entende ser possível inseri-la no contrato;

O advogado custeia toda a demanda e, ao final do processo, receberá todos os honorários e custas judiciais, assumindo com o cliente o risco de perda e de ganho;

As cobranças não podem ultrapassar o limite de 30%, conforme entendimento do TED; Requisitos a serem preenchidos conforme o CED (Art. 50 e parágrafos):

Honorários devem ser estabelecidos em pecúnia e, não podendo recebê-los nesta modalidade, deve-se informar como será realizado o pagamento, como parte de um imóvel, por exemplo;

A cláusula deve estar expressa no contrato, devendo ser escrita, ainda que realizada na presença de testemunhas;

O advogado deverá assumir o custeio total da demanda ou não será considerada cláusula quota litis; Não pode associar-se ao cliente para qualquer fim; As vantagens percebidas pelo advogado não podem ultrapassar os valores recebidos pelo cliente;

6.5. Formas de cobrança dos honorários:

Nos termos do Art. 52 do CED, o crédito por honorários advocatícios não autoriza o saque de duplicatas de prestação de serviços ou qualquer outro título de crédito de natureza mercantil, podendo apenas ser emitida fatura, quando cliente assim pretender. Bem como, essa fatura não poderá ser levada a protesto. Contudo, poderá ser levado a protesto o cheque ou nota promissória emitida pelo cliente em favor do advogado, depois de frustrada a tentativa de recebimento amigável;

É lícito ao advogado ou à sociedade de advogados empregar, para o recebimento de honorários, sistema de cartão de crédito, mediante credenciamento junto a empresa operadora do ramo (Art. 53, CED);

O STF editou a Súmula Vinculante nº 47, a qual reconhece expressamente o caráter alimentar dos honorários advocatícios tanto sucumbenciais quanto contratuais, tratando inclusive da questão dos precatórios: "os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem especial restrita aos créditos dessa natureza". 6.6. Prescrição da ação de cobrança de honorários e prestação de contas:

Art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de cobrança de honorários de advogado, contado o prazo:

I - do vencimento do contrato, se houver;

II - do trânsito em julgado da decisão que os fixar;

III - da ultimação do serviço extrajudicial;

IV - da desistência ou transação;

V - da renúncia ou revogação do mandato.

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Art. 25-A. Prescreve em cinco anos a ação de prestação de contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele (art. 34, XXI). (Incluído pela Lei nº 11.902, de 2009)

O prazo prescricional para a cobrança de honorários segue a regra geral para os profissionais liberais disposta

no Art. 206, §5º, II, do CC/2002;

Quando houver contrato de honorários, o prazo prescricional começa a fluir a partir do vencimento; Quando os honorários são arbitrados em sentença ou sucumbenciais, começará a fluir o prazo do trânsito em

julgado da decisão que os fixou;

Quando decorrente da prestação de serviços extrajudicial, será contado da data de conclusão do serviço; Quando da desistência, transação, renúncia ou revogação do mandato, o prazo fluirá do momento específico; De igual prazo, será a ação de prestação de contas do cliente em face do advogado;

6.7. Legitimidade para cobrança de honorários por advogado substabelecido com reserva de poderes:

Art. 26. O advogado substabelecido, com reserva de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o substabelecimento.

Independentemente do substabelecimento ter sido com ou sem reserva de poderes, basta apenas a atuação de mais de um profissional para que todos tenham o direito de perceber honorários proporcionais a sua atuação;

A divisão proporcional de honorários somente será necessária, quando não houver ajuste prévio entre os causídicos, vale dizer, se existente ajuste, este deverá ser observado;

O STJ, no REsp nº 1.214.790/SP, decidiu que, para execução autônoma dos honorários de sucumbência, o advogado substabelecido com reserva de poderes não possui legitimidade sem a intervenção do substabelecente, somente podendo assim proceder com sua anuência e autorização;

7. Incompatibilidades e Impedimentos: (Arts. 27 a 30, EAOAB)

7.1. Conceitos: são situações que acarretam a impossibilidade de cumular o exercício da advocacia com outras atividades simultaneamente, em razão da existência de contrariedades deontológicas.

a) Incompatibilidades:

Geram a proibição total para o exercício da advocacia; Podem ser transitórias/temporárias: acarretando o licenciamento da inscrição (Art. 12, EAOAB); ou Permanentes: gerando o cancelamento da inscrição (Art. 11, EAOAB); É aplicável até mesmo em causa própria; Permanece mesmo que o ocupante do cargo ou função deixe de exercê-lo temporariamente; Quem for incompatível sequer terá sua inscrição na OAB deferida (Art. 8º, V, EAOAB);

b) Impedimentos:

Geram a proibição parcial para o exercício da advocacia; É possível advogar, mas com algumas restrições; A pessoa impedida terá sua inscrição da OAB deferida, contudo, sofrerão restrições ao exercício de sua

atividade profissional;

7.2. Hipóteses de incompatibilidades: atividades plenamente incompatíveis com o exercício da advocacia

a) Chefe do Poder Executivo; b) Membros da Mesa do Poder Legislativo e seus respectivos substitutos legais;

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c) Membros de órgãos:

•Poder Judiciário; •Ministério Público; •Ministério Público; •Tribunais e conselhos de conta; •Juizados especiais;

•Justiça de paz e •Juízes classistas;

EXCEÇÃO: STF julgou parcialmente inconstitucional o dispositivo apenas para excluir do rol das

incompatibilidades os juízes eleitorais e seus suplentes (TRE e TSE); contudo, esses não podem exercer a advocacia perante os órgãos jurisdicionais que estiverem investidos. d) Todos os que exerçam função de julgamento em órgão de deliberação coletiva da administração pública direta ou indireta; e) Ocupantes de cargos ou funções:

de direção em órgão da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessionárias de serviço público; EXCEÇÕES: não se incluem os que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, como o conselho competente da OAB e a direção de administração acadêmica diretamente relacionada ao magistério jurídico.

Tenham competência de lançamento, arrecadação ou fiscalização de tributos e contribuições parafiscais;

Vinculadas direta ou indiretamente:

a qualquer órgão do Poder Judiciário; os que exercem serviços notariais e de registro; a atividade policial de qualquer natureza;

f) Militares de qualquer natureza, na ativa; g) Ocupantes de funções de direção e gerência em instituições financeiras, inclusive privadas;

7.3. Exercício limitado da advocacia:

Legitimidade exclusiva para o exercício da advocacia vinculada à função que exerçam, durante o período da investidura: não corresponde a incompatibilidade ou impedimento;

Procuradores Gerais; Advogados Gerais; Defensores Gerais; Dirigentes de órgãos jurídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional;

7.4. Hipóteses de impedimentos:

São impedidos de advogar:

a) Contra a Fazenda Pública que os remunere ou à qual seja vinculada a entidade empregadora:

Os servidores da administração direta, indireta e fundacional;

EXCEÇÃO: os docentes dos cursos jurídicos;

b) Contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissionárias de serviço público:

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Os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis;

OBS.: Se forem membros da Mesa do Poder Legislativo, serão incompatíveis.

8. Ética do Advogado

Art. 31, EAOAB. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que contribua para o prestígio da classe e da advocacia.

§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em qualquer circunstância.

§ 2º Nenhum receio de desagradar a magistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão.

Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa.

Parágrafo único. Em caso de lide temerária, o advogado será solidariamente responsável com seu cliente, desde que coligado com este para lesar a parte contrária, o que será apurado em ação própria.

Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina.

Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.

O advogado, regra geral, tem como obrigação garantir o meio e não o resultado final. Ele não é contratado para vencer a demanda, mas sim para se valer de todos os meios necessários, idôneos e legais na defesa dos interesses do seu cliente, balizado sempre pela ética e perquirindo a justiça;

Deverá informar ao seu cliente sobre os riscos do mandato, mas igualmente cabe observar que qualquer ato realizado em processo para prejudicar outrem será apurado em ação própria e ambos respondem solidariamente pelas lesões causadas em razão desse ato contrário à advocacia; Art. 1º, CED. O exercício da advocacia exige conduta compatível com os preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e com os princípios da moral individual, social e profissional. Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindo-lhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes. Parágrafo único. São deveres do advogado: I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia; II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-fé; III - velar por sua reputação pessoal e profissional; IV - empenhar-se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional; V - contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI - estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios; VII - desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica; VIII - abster-se de: a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos;

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c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; d) entender-se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste; e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as quais tenha vínculos negociais ou familiares; f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes. IX - pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos individuais, coletivos e difusos; X - adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da Justiça; XI - cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe; XII - zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia; XIII - ater-se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados. Art. 3º O advogado deve ter consciência de que o Direito é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos. Art. 4º O advogado, ainda que vinculado ao cliente ou constituinte, mediante relação empregatícia ou por contrato de prestação permanente de serviços, ou como integrante de departamento jurídico, ou de órgão de assessoria jurídica, público ou privado, deve zelar pela sua liberdade e independência. Parágrafo único. É legítima a recusa, pelo advogado, do patrocínio de causa e de manifestação, no âmbito consultivo, de pretensão concernente a direito que também lhe seja aplicável ou contrarie orientação que tenha manifestado anteriormente. Art. 5º O exercício da advocacia é incompatível com qualquer procedimento de mercantilização. Art. 6º É defeso ao advogado expor os fatos em Juízo ou na via administrativa falseando deliberadamente a verdade e utilizando de má-fé. Art. 7º É vedado o oferecimento de serviços profissionais que implique, direta ou indiretamente, angariar ou captar clientela.

9. Infrações e sanções disciplinares (Arts 34 a 43, do EAOAB):

9.1. Espécies de sanções:

O Art. 35 do EAOAB prevê quatro espécies de sanções, graduadas conforme a gravidade da infração:

Censura; Suspensão; Exclusão; Multa;

9.2. Censura: é a mais leve das sanções, cabível nas seguintes hipóteses (Art. 36, EAOAB):

Infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34; Violação a preceito do Código de Ética e Disciplina - CED; Violação a preceito do EAOAB, quando para a infração não se tenha estabelecido sanção mais grave;

Poderá a censura ser convertida em advertência, em ofício reservado, sem registro nos assentamentos do inscrito, quando presente circunstância atenuante. Embora não fique registrada eventual advertência nos assentamentos do advogado, tem-se que, para fins de julgamento em processos disciplinares, a informação deverá ser disponibilizada, já que o advogado beneficiado com a conversão um vez, não poderá dela se beneficiar novamente.

Art. 40. Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para fins de atenuação, as seguintes circunstâncias, entre outras:

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I - falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;

II - ausência de punição disciplinar anterior;

III - exercício assíduo e proficiente de mandato ou cargo em qualquer órgão da OAB;

IV - prestação de relevantes serviços à advocacia ou à causa pública.

Parágrafo único. Os antecedentes profissionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as circunstâncias e as conseqüências da infração são considerados para o fim de decidir:

a) sobre a conveniência da aplicação cumulativa da multa e de outra sanção disciplinar;

b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis.

Sujeitam-se à pena de censura as infrações presentes no Art. 34 do EAOAB:

Exercício ilegal da profissão;

Sociedade irregular; Captação indevida de clientela; Assinatura de documentos que não tenha confeccionado; Advocacia contra literal disposição de lei; Violação de sigilo profissional; Entendimentos irregulares com a parte adversa; Prejuízo ao cliente; Provocar intencionalmente nulidade processual; Abandono de causa; Recusa em prestar assistência jurídica sem justo motivo; Publicação habitual em imprensa acerca de alegações forenses;

Deturpação de teor de dispositivo de lei/doutrina/julgado/fatos/provas; Imputação a terceiro de fato definido como crime; Descumprimento de determinações da Ordem; Ato excedente de estagiário;

A censura também será aplicada nos casos de violação apreceito do CED, como por exemplo:

Cobrança imoderada ou irrisória de honorários; Ingresso de procuração em autos que já tenha advogado constituído; Manutenção de mais de cinco processos em Seccional diversa daquela onde tenha o advogado sua inscrição

principal;

9.3. Suspensão: é sanção que impede o exercício da advocacia.

Acarreta ao infrator a interdição do exercício profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de 30 (trinta) dias a 12 (doze) meses, de acordo com os critérios de individualização supracitados (§1º, Art. 37, EAOAB).

É aplicável nas seguintes hipóteses (Art. 37, EAOAB):

Infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34; Reincidência em infração disciplinar;

Nas hipóteses dos incisos XVII a XXV do art. 34, pelas infrações:

Fraude à lei por concurso a clientes ou terceiros; Solicitação ou recebimento de valores da parte contrária à revelia do constituinte; Locupletamento indevido;

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Falta de prestação de contas; Retenção abusiva de autos; Inadimplência de anuidade; Reincidência em erros reiterados que evidenciem inépcia profissional; Atos ou conduta incompatível com a advocacia;

Na hipótese de reincidência em infração disciplinar, que pode ter acarretado, anteriormente, a pena de censura ou advertência, é necessário que a infração anterior esteja transitada em julgado, não sendo passível de cômputo para tal prividência, a decisão condenatória ainda pendente de recurso, ou menos ainda, o simples ajuizamento de representação em andamento.

Considera-se como conduta incompatível com a advocacia (§único do Art. 34, EAOAB):

a) prática reiterada de jogo de azar, não autorizado por lei;

b) incontinência pública e escandalosa;

c) embriaguez ou toxicomania habituais;

Prazo indeterminado na aplicação da sanção de suspensão:

Nas hipóteses de recusa na prestação de contas e inadimplência em relação ao pagamento da anuidade, a suspensão perdurará até que satisfaça integralmente o pagamento da dívida, inclusive com correção monetária (§2º do Art. 37, EAOAB).

Na hipótese de suspensão decorrente de erros reiterados que evidenciem inépcia profissional, a sanção perdurará, até que preste novas provas de habilitação, que é passar novamente no Exame de Ordem (§3º do Art. 37, EAOAB).

9.4. Exclusão: é a sanção que implica a retirada compulsória do advogado dos quadros da OAB. Por ser grave, somente será aplicada por votos favoráveis à sua incidência de 2/3 dos membros do Conselho Seccional competente (§único do Art. 38, EAOAB). Assim, mesmo que o relator do Tribunal de Ética vote no sentido da exclusão, o Conselho Seccional deverá ratificar ou não a decisão.

Será fixada nas seguintes hipóteses (Art. 38 do EAOAB):

Aplicação, por três vezes, de suspensão (transitada em julgado); Infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34;

Nas hipóteses dos incisos XXVI a XXVIII do art. 34, pelas infrações:

Falsa prova de qualquer dos requisitos para inscrição na OAB; Tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia; Prática de crime infamante;

O processo de exclusão é autônomo e tem início ex officio. O prazo prescricional será de 5 anos, contados da data da última suspensão, no caso do inciso I. A data da efetiva instauração do novo procedimento disciplinar será uma causa interruptiva da prescrição.

Art. 43. A pretensão à punibilidade das infrações disciplinares prescreve em cinco anos, contados da data da constatação oficial do fato.

§ 1º Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos, pendente de despacho ou julgamento, devendo ser arquivado de ofício, ou a requerimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação.

§ 2º A prescrição interrompe-se:

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I - pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao representado;

II - pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB.

9.5. Multa: é sanção acessória, fixada cumulativamente com as de censura ou suspensão. Somente será aplicada quando existirem circunstâncias agravantes (Ex: reincidência em infrações disciplinares). Varia de 1(uma) a 10 (dez) anuidades, O valor será revertido ao Conselho Seccional.

A multa jamais será cumulada à pena de exclusão!

Art. 39. A multa, variável entre o mínimo correspondente ao valor de uma anuidade e o máximo de seu décuplo, é aplicável cumulativamente com a censura ou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes.

9.6. Reabilitação:

É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após o seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento.

Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também da correspondente reabilitação criminal.

Art. 41, EAOAB. É permitido ao que tenha sofrido qualquer sanção disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento.

Parágrafo único. Quando a sanção disciplinar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também da correspondente reabilitação criminal.

Art. 69, CED. O advogado que tenha sofrido sanção disciplinar poderá requerer reabilitação, no prazo e nas condições previstos no Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil (art. 41).

§ 1º A competência para processar e julgar o pedido de reabilitação é do Conselho Seccional em que tenha sido aplicada a sanção disciplinar. Nos 32 casos de competência originária do Conselho Federal, perante este tramitará o pedido de reabilitação.

§ 2º Observar-se-á, no pedido de reabilitação, o procedimento do processo disciplinar, no que couber.

§ 3º O pedido de reabilitação terá autuação própria, devendo os autos respectivos ser apensados aos do processo disciplinar a que se refira.

§ 4º O pedido de reabilitação será instruído com provas de bom comportamento, no exercício da advocacia e na vida social, cumprindo à Secretaria do Conselho competente certificar, nos autos, o efetivo cumprimento da sanção disciplinar pelo requerente.

10. Processo disciplinar (Arts. 68 a 77, do EAOAB, e Arts 55 a 63, do CED):

10.1. Aplicação subsidiária:

Ao processo disciplinar, regido pelo EAOAB, RGOAB, CED e Regimentos Internos das Seccionais, aplicam-se subsidiariamente as regras da legislação processual pena comum (Art. 68, EAOAB).

Já aos demais processos perante a OAB, que não são de cunho disciplinar, aplicam-se as regras do processo administrativo e da legislação processual civil, nesta ordem.

10.2. Prazos gerais e contagem:

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Os prazos, nos processos em geral, perante a OAB, para manifestação, são de 15 (quinze) dias, inclusive para recursos (Art. 69, AEAOAB).

O início da contagem dos prazos é o primeiro dia últil seguinte:

a) ao do recebimento de ofício;

b) ao do recebimento da notificação pessoal;

c) ao da publicação pela imprensa oficial;

10.3. Competência:

O Poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional (Art. 70, EAOAB) em cuja base territorial tenha ocorrido a infração, salvo se a falta for cometida perante o Conselho Federal ou em caso de foro privilegiado (membros do Conselho Federal e Presidentes dos Conselhos Seccionais);

Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina do Conselho Seccional (Art. 70, CED) competente julgar os processos disciplinares instruídos pelas subseções ou por relatores do próprio conselho;

10.4. Suspensão preventiva:

Se o fato praticado pelo advogado for de repercussão prejudicial à dignidade da advocacia, em situações de notória gravidade perante a opinião pública, poderá ser suspenso preventivamente, nos termos do Art. 70, §3º, do EAOAB;

Tal medida é decretada pelo Tribunal de Ética e Disciplina competente (Art. 71, IV, CED), qual seja, o do local de inscrição do advogado, devendo haver prévia oitiva do representado;

Uma vez suspenso, o prazo máximo da medida é de 90 (noventa) dias;

10.5. Sigilo no processo disciplinar:

Uma vez instaurado o processo, este tramitará em sigilo até o trânsito em julgado, somente podendo ter acesso às informações nele contidas as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente;

Não é permitida sequer a expedição de certidões da situação processual; Para os processo disciplinares findos, o sigilo persistirá apenas em caso de aplicação de censura, tornando-se

acessível a terceiros em caso de suspensão e exclusão;

10.6. Fases do processo disciplinar:

a) Instauração:

Pode ser instaurado:

De ofício, seja pelo Presidente do Conselho Seccional competente, ou pelo Presidente da Subseção ou TED, quando houver conhecimento do fato por fonte idônea ou comunicação de autoridade competente (Art. 55, CED);

Mediante representação de qualquer interessado, sendo vedada a denúncia anônima (ou apócrifa, vale dizer, sem assinatura), conforme §2º do Art. 55, CED;

b) Instrução:

Recebida a representação (por escrito ou verbalmente), o Presidente do Conselho Seccional ou da Subseção, caso esta disponha de Conselho, deverá designar um relator, que terá por incumbência presidir a instrução processual/colheita de provas;

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Analisada a representação pelo relator (Art. 57, CED), desde que desprovida dos pressupostos mínimos de admissibilidade (indicação do infrator, identificação do representante, descrição da infração ética), poderá, desde logo, propor ao Presidente do CS ou da Subseção o arquivamento liminar do processo;

Caso contrário, determinará a notificação do suposto advogado infrator, ou sociedade de advogados ou estagiário, que poderá, no prazo de 15 (quinze) dias, apresentar defesa prévia; esse prazo poderá ser prorrogado, por motivo relevante, a juízo do relator; na defesa, poderá ser requisitada provas e arroladas até 5 (cinco) testemunhas (Art. 59, CED);

Embora notificado, quando o representado não apresentar defesa, será considerado revel. Contudo, não gerará a presunção de veracidade das acusações, mas será nomeado um defensor dativo;

Em seguida, o relator apresentará despacho saneador. No entanto, após a leitura da defesa, o relator, em parecer, poderá opinar ao Presidente do CS ou da Subseção o indeferimento liminar da representação;

Não sendo o caso, seguirá o processo para a fase de colheita da prova oral, com oitiva de testemunhas em audiência especialmente designada, na OAB, para esse fim;

Finda a instrução, é possível a apresentação de razões finais, no prazo sucessivo de 15 (quinze) dias, exigindo-se capacidade postulatória;

Em seguida, o relator emitirá um parecer preliminar e encaminhará o processo ao TED competente; c) Julgamento:

Recebido o processo já instruído, o Presidente do TED designará um relator; O processo é automaticamente colocado em pauta de julgamento, na primeira sessão seguinte, após o prazo de

20 (vinte) dias de seu recebimento pela Secretaria do Tribunal; Após, ocorrerá a notificação do representado pela secretaria do TED, que deverá ser realizada com

antecedência mínima de 15 (quinze) dias da sessão de julgamento; Na sessão, será produzida defesa oral (sustentação oral) pelo prazo de 15 (quinze) minutos, pelo

representante ou por seu advogado, após ser lido o voto do relator; Encerrado o julgamento, os autos seguirão para a lavratura do acórdão, cuja ementa será levada a publicação

no órgão do Conselho Seccional competente;

10.7. Recursos:

O prazo para interposição de qualquer recurso perante a OAB é de 15 (quinze) dias. Devem ser dirigidos: Conselho Seccional: de todas as decisões proferidas pelo seu PRESIDENTE, pelo TED, ou, ainda, pela

DIRETORIA DA SUBSEÇÃO ou da CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS ADVOGADOS; Conselho Federal: de todas as decisões definitivas proferidas pelo CONSELHO SECCIONAL, quando não

tenham sido unânimes, ou sendo unânimes, contrariarem o EAOAB, CED, Provimentos e decisões do Conselho Federal ou de outros Conselhos Seccionais;

Em regra, os recursos serão recebidos em duplo efeito (devolutivo e suspensivo). EXCEÇÃO: a) matéria relativa a eleições; b) suspensão preventiva decidida pelo TED; c) cancelamento de inscrição quando obtida com falsa prova;

11. Estrutura e Organização da OAB (Arts. 44 a 67, do EAOAB, e Arts 44 a 127, do RGOAB):

11.1. Natureza Jurídica da OAB e suas características:

A OAB não mantém vínculo funcional ou hierárquico com o Poder Público; Tem personalidade jurídica própria, embora seja prestadora de serviço público, não se confunde com órgão da

Administração Pública direta ou indireta; Diz-se que é uma instituição sui generis: alguns dizem ser uma autarquia especial, embora tenha características

distintas;

Suas contas não se submetem ao Tribunal de Contas, mas sim aos seus próprios órgãos incumbidos de apreciá-las;

É dotada de forma federativa;

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A receita da OAB tem destinação própria para sua manutenção, não sendo consideradas tributo as contribuições pagas pelos advogados e estagiários;

Por prestar serviço público, a OAB tem plena imunidade tributária no tocante aos seus bens, rendas e serviços; A competência para julgamento de demandas envolvendo a OAB, seja no polo ativo, seja no polo passivo, é da

Justiça Federal;

11.2. Órgãos da OAB:

A OAB é composta dos seguintes órgãos:

Conselho Federal: situado em Brasília, é o órgão supremo da entidade. Possui personalidade jurídica própria com competência definida no Art. 54 do EAOAB;

Conselho Seccional: são órgãos estaduais, situados nas capitais. Possui personalidade jurídica própria com competência definida no Art. 58 do EAOAB;

Subseções: são órgão municipais (englobando todo o município ou parte dele). Para sua criação são necessários pelo menos 15 advogados domiciliados. Não possuem personalidade jurídica. Sua competência vem definida no Art. 61 do EAOAB;

Caixas de Assistência dos Advogados: prestam assistência aos advogados nos estados. São criadas quando houver mais de 1.500 advogados inscritos no Estado. Tem personalidade jurídica própria, com aprovação e registro de seu Estatuto perante o Conselho Seccional respectivo. Recebe metade da receita das anuidades percebidas pelos Conselhos Seccionais, após as deduções obrigatórias. Se desativada, seu patrimônio será incorporado ao CS respectivo;

11.3. Regras de competência dos órgãos da OAB: previstas no EAOAB

Art. 54. Compete ao Conselho Federal:

I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;

II - representar, em juízo ou fora dele, os interesses coletivos ou individuais dos advogados;

III - velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia;

IV - representar, com exclusividade, os advogados brasileiros nos órgãos e eventos internacionais da advocacia;

V - editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários;

VI - adotar medidas para assegurar o regular funcionamento dos Conselhos Seccionais;

VII - intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação desta lei ou do regulamento geral;

VIII - cassar ou modificar, de ofício ou mediante representação, qualquer ato, de órgão ou autoridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao Código de Ética e Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa;

IX - julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos casos previstos neste estatuto e no regulamento geral;

X - dispor sobre a identificação dos inscritos na OAB e sobre os respectivos símbolos privativos;

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XI - apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria;

XII - homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos Seccionais;

XIII - elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que estejam em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho ou de outro órgão da OAB;

XIV - ajuizar ação direta de inconstitucionalidade de normas legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja outorgada por lei;

XV - colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos competentes para criação, reconhecimento ou credenciamento desses cursos;

XVI - autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus bens imóveis;

XVII - participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em todas as suas fases, quando tiverem abrangência nacional ou interestadual;

XVIII - resolver os casos omissos neste estatuto.

Parágrafo único. A intervenção referida no inciso VII deste artigo depende de prévia aprovação por dois terços das delegações, garantido o amplo direito de defesa do Conselho Seccional respectivo, nomeando-se diretoria provisória para o prazo que se fixar.

Art. 58. Compete privativamente ao Conselho Seccional:

I - editar seu regimento interno e resoluções;

II - criar as Subseções e a Caixa de Assistência dos Advogados;

III - julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua diretoria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, pelas diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados;

IV - fiscalizar a aplicação da receita, apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria, das diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados;

V - fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual;

VI - realizar o Exame de Ordem;

VII - decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários;

VIII - manter cadastro de seus inscritos;

IX - fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas;

X - participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases, nos casos previstos na Constituição e nas leis, no âmbito do seu território;

XI - determinar, com exclusividade, critérios para o traje dos advogados, no exercício profissional;

XII - aprovar e modificar seu orçamento anual;

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XIII - definir a composição e o funcionamento do Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher seus membros;

XIV - eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários, no âmbito de sua competência e na forma do Provimento do Conselho Federal, vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de qualquer órgão da OAB;

XV - intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados;

XVI - desempenhar outras atribuições previstas no regulamento geral.

Art. 61. Compete à Subseção, no âmbito de seu território:

I - dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;

II - velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia, e fazer valer as prerrogativas do advogado;

III - representar a OAB perante os poderes constituídos;

IV - desempenhar as atribuições previstas no regulamento geral ou por delegação de competência do Conselho Seccional.

Parágrafo único. Ao Conselho da Subseção, quando houver, compete exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na forma do regimento interno deste, e ainda:

a) editar seu regimento interno, a ser referendado pelo Conselho Seccional;

b) editar resoluções, no âmbito de sua competência;

c) instaurar e instruir processos disciplinares, para julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina;

d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e emitindo parecer prévio, para decisão do Conselho Seccional.

OBS: Deve ser analisada a normativa referente aos órgãos da OAB presentes do Regulamento Geral da OAB. 12. Inovações do Código de Ética e Disciplina - CED: 12.1. Advocacia Pro Bono: Art. 30. No exercício da advocacia pro bono, e ao atuar como defensor nomeado, conveniado ou dativo, o advogado empregará o zelo e a dedicação habituais, de forma que a parte por ele assistida se sinta amparada e confie no seu patrocínio. § 1º Considera-se advocacia pro bono a prestação gratuita, eventual e voluntária de serviços jurídicos em favor de instituições sociais sem fins econômicos e aos seus assistidos, sempre que os beneficiários não dispuserem de recursos para a contratação de profissional. § 2º A advocacia pro bono pode ser exercida em favor de pessoas naturais que, igualmente, não dispuserem de recursos para, sem prejuízo do próprio sustento, contratar advogado. § 3º A advocacia pro bono não pode ser utilizada para fins político-partidários ou eleitorais, nem beneficiar instituições que visem a tais objetivos, ou como instrumento de publicidade para captação de clientela. 12.2. Publicidade Profissional: Art. 39. A publicidade profissional do advogado tem caráter meramente informativo e deve primar pela discrição e sobriedade, não podendo configurar captação de clientela ou mercantilização da profissão.

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Art. 40. Os meios utilizados para a publicidade profissional hão de ser compatíveis com a diretriz estabelecida no artigo anterior, sendo vedados: I - a veiculação da publicidade por meio de rádio, cinema e televisão; II - o uso de outdoors, painéis luminosos ou formas assemelhadas de publicidade; III - as inscrições em muros, paredes, veículos, elevadores ou em qualquer espaço público; IV - a divulgação de serviços de advocacia juntamente com a de outras atividades ou a indicação de vínculos entre uns e outras; V - o fornecimento de dados de contato, como endereço e telefone, em colunas ou artigos literários, culturais, acadêmicos ou jurídicos, publicados na imprensa, bem assim quando de eventual participação em programas de rádio ou televisão, ou em veiculação de matérias pela internet, sendo permitida a referência a e-mail; VI - a utilização de mala direta, a distribuição de panfletos ou formas assemelhadas de publicidade, com o intuito de captação de clientela. Parágrafo único. Exclusivamente para fins de identificação dos escritórios de advocacia, é permitida a utilização de placas, painéis luminosos e inscrições em suas fachadas, desde que respeitadas as diretrizes previstas no artigo. Art. 41. As colunas que o advogado mantiver nos meios de comunicação social ou os textos que por meio deles divulgar não deverão induzir o leitor a litigar nem promover, dessa forma, captação de clientela. Art. 42. É vedado ao advogado: I - responder com habitualidade a consulta sobre matéria jurídica, nos meios de comunicação social; II - debater, em qualquer meio de comunicação, causa sob o patrocínio de outro advogado; III - abordar tema de modo a comprometer a dignidade da profissão e da instituição que o congrega; IV - divulgar ou deixar que sejam divulgadas listas de clientes e demandas; V - insinuar-se para reportagens e declarações públicas. Art. 43. O advogado que eventualmente participar de programa de televisão ou de rádio, de entrevista na imprensa, de reportagem televisionada ou veiculada por qualquer outro meio, para manifestação profissional, deve visar a objetivos exclusivamente ilustrativos, educacionais e instrutivos, sem propósito de promoção pessoal ou profissional, vedados pronunciamentos sobre métodos de trabalho usados por seus colegas de profissão. Parágrafo único. Quando convidado para manifestação pública, por qualquer modo e forma, visando ao esclarecimento de tema jurídico de interesse geral, deve o advogado evitar insinuações com o sentido de promoção pessoal ou profissional, bem como o debate de caráter sensacionalista. Art. 44. Na publicidade profissional que promover ou nos cartões e material de escritório de que se utilizar, o advogado fará constar seu nome ou o da sociedade de advogados, o número ou os números de inscrição na OAB. § 1º Poderão ser referidos apenas os títulos acadêmicos do advogado e as distinções honoríficas relacionadas à vida profissional, bem como as instituições jurídicas de que faça parte, e as especialidades a que se dedicar, o endereço, e-mail, site, página eletrônica, QR code, logotipo e a fotografia do escritório, o horário de atendimento e os idiomas em que o cliente poderá ser atendido. § 2º É vedada a inclusão de fotografias pessoais ou de terceiros nos cartões de visitas do advogado, bem como menção a qualquer emprego, cargo ou função ocupado, atual ou pretérito, em qualquer órgão ou instituição, salvo o de professor universitário. Art. 45. São admissíveis como formas de publicidade o patrocínio de eventos ou publicações de caráter científico ou cultural, assim como a divulgação de boletins, por meio físico ou eletrônico, sobre matéria cultural de interesse dos advogados, desde que sua circulação fique adstrita a clientes e a interessados do meio jurídico. Art. 46. A publicidade veiculada pela internet ou por outros meios eletrônicos deverá observar as diretrizes estabelecidas neste capítulo. Parágrafo único. A telefonia e a internet podem ser utilizadas como veículo de publicidade, inclusive para o envio de mensagens a destinatários certos, desde que estas não impliquem o oferecimento de serviços ou representem forma de captação de clientela. Art. 47. As normas sobre publicidade profissional constantes deste capítulo poderão ser complementadas por outras que o Conselho Federal aprovar, observadas as diretrizes do presente Código.

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01. (FGV- XXIV EXAME DE ORDEM- 2017) Carlos, professor de educação física e fisioterapeuta, trabalhou para a Academia Boa Forma S/A, que assinou sua CTPS. Cumpria jornada de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h, com uma hora de intervalo para almoço. Ao longo da jornada de trabalho, ele ministrava quatro aulas de ginástica com 50 minutos de duração cada, e, também, fazia atendimentos fisioterápicos previamente marcados pelos alunos da Academia, na sociedade empresária Siga em Boa Forma Ltda., do mesmo grupo econômico da Academia, sem ter sua CTPS anotada. Dispensado, Carlos pretende ajuizar ação trabalhista. Diante disso, em relação ao vínculo de emprego de Carlos assinale a afirmativa correta.

a) O caso gera a duplicidade de contratos de emprego, sendo as empresas responsáveis solidárias dos débitos trabalhistas. b) O caso gera a duplicidade de contratos de emprego, sendo as empresas responsáveis subsidiárias dos débitos trabalhistas. c) O caso gera duplicidade de contratos de emprego, cada empresa com sua responsabilidade. d) O caso não gera coexistência de mais de um contrato de trabalho.

02. (FGV- XXIV EXAME DE ORDEM- 2017) Um empresário explora o ramo de farmácias e drogarias, possuindo 18 filiais divididas por dois estados da Federação. Cada filial tem 5 empregados, todos com CTPS assinada. O empresário, desejando saber se precisa manter controle escrito dos horários de entrada e saída dos empregados, procura você para, como advogado, orientá-lo. Diante da situação retratada e com base na CLT, assinale a afirmativa correta.

a) O controle de ponto deverá ser mantido, porque a empresa possui mais de 10 empregados. b) A análise deverá ser feita por cada estado da Federação, sendo obrigatório o ponto se houver mais de 10 empregados no espaço geográfico do estado. c) O empresário não precisará manter controle escrito, porque tem menos de 10 empregados por estabelecimento. d) A Lei é omissa a respeito, daí porque, a título de cautela, é recomendável que seja marcado o controle, podendo haver a pré-assinalação da pausa alimentar.

03. (FGV- EXAME DE ORDEM- 2017) Um representante comercial ajuíza ação na Justiça do Trabalho pedindo a devolução de descontos. Ele explica que sua comissão sobre as vendas é de 5%, mas que pode optar pelo percentual de 10%, desde que se comprometa a pagar o valor da venda, caso o comprador fique inadimplente. Alega que sempre fez a opção pelos 10%, e que, nos casos de inadimplência, teve de pagar o valor do negócio para depois tentar reaver a quantia do comprador, o que caracterizaria transferência do risco da atividade econômica.

Diante do caso apresentado e da lei de regência, assinale a afirmativa correta.

a) A prática é válida porque o representante não é empregado nos moldes da CLT, além de ter sido uma opção por ele tomada. b) O caso traduz um truck system, sendo que a lei limita o prejuízo do representante comercial a 50% da venda não paga. c) A norma de regência é omissa a respeito desta situação, razão pela qual é válida, na medida em que se trata de relação de direito privado. d) A situação caracteriza a cláusula del credere, vedada pela Lei de Representação Comercial. 04. (FGV 2016 – OAB XX Exame de Ordem Unificado – Reaplicação Salvador/BA) A convenção coletiva dos gráficos de Porto Alegre (RS) teve vigência por 1 ano, com início em dezembro de 2014, e nela estava prevista a entrega de ticket refeição. Após o dies ad quem, não houve elaboração de nova norma coletiva. Sobre a hipótese apresentada, de acordo com o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.

A) Tratando-se de pacto extrajudicial coletivo a termo, as cláusulas automaticamente perdem a vigência no dies ad quem, inclusive o ticket.

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B) A norma coletiva anterior terá ultratividade e suas cláusulas serão mantidas nos contratos individuais de trabalho, inclusive o ticket.

C) A convenção coletiva anterior poderá ter ultratividade, desde que as partes requeiram judicialmente ao Poder Judiciário, no 1º grau de jurisdição, a manutenção do ticket.

D) A convenção coletiva anterior, na hipótese do vácuo, terá eficácia por mais 1 ano, que é o mesmo tempo da pactuação original, período no qual a empresa continuará responsável pela entrega do ticket.

05. (OAB FGV XVI EXAME 2015) Determinado empregado foi contratado para criar e desenvolver programas de software para as demandas dos clientes do seu empregador. Em sua atividade normal, esse empregado inventou um programa original, muito útil e prático, para que os empresários controlassem à distância seus estoques, o que possibilitou um aumento nas vendas. Diante da situação retratada, assinale a afirmativa correta. a) O empregado terá direito, conforme a Lei, a uma participação sobre o lucro obtido nessas vendas. b) A Lei é omissa a esse respeito, de modo que, caso não haja consenso entre as partes, será necessário o ajuizamento de ação trabalhista para resolver o impasse. c) Todo o lucro obtido pelo invento será do empregado. d) O empregado terá direito apenas ao seu salário normal, exceto se o seu contrato de trabalho tiver previsão de participação no lucro do seu invento. 06. (OAB/FGV XV EXAME – 2014) Luiz Henrique é professor de Direito Constitucional e, durante o período letivo, precisará se afastar por dois meses para submeter-se a uma delicada cirurgia de emergência. Em razão disso, a faculdade contratou um professor substituto por esse período, valendo-se de uma empresa de contrato temporário. Diante da situação apresentada, considerando a jurisprudência consolidada do TST, assinale a afirmativa correta. A) Caso se admitisse a validade dessa contratação, o professor contratado a título temporário não teria assegurado direito ao mesmo valor da hora-aula do professor afastado. B) A contratação é válida, pois, por exceção, o contrato temporário pode ser usado para substituição de pessoal relacionado à atividade-fim. C) A contratação somente seria válida se o professor afastado concordasse com ela, de forma expressa, sob pena de ser maléfica a alteração contratual. D) Inválida a contratação, pois a faculdade não poderia terceirizar sua atividade-fim, como é o caso da educação. 07. (OAB/FGV VI EXAME – 2012) Com relação ao contrato de emprego, assinale a alternativa correta.

a) Quando da contratação por prazo determinado, somente é possível nova contratação entre as mesmas partes num prazo nunca inferior a três meses. b) São as formas autorizadas por lei para a celebração de qualquer contrato de trabalho por prazo determinado: transitoriedade do serviço do empregado, transitoriedade da atividade do empregador e quantidade extraordinária de serviço que justifique essa modalidade de contratação. c) Em nenhuma hipótese o contrato por prazo determinado poderá suceder, dentro de seis meses, a outro contrato por prazo determinado. d) O contrato de emprego por prazo indeterminado é aquele em que as partes, ao celebrá-lo, não estipulam a sua duração nem prefixam o seu termo extintivo, podendo versar sobre qualquer obrigação de prestar qualquer tipo de serviço, manual ou intelectual. 08. (OAB/FGV XIV EXAME – 2014) Em 2012, Maria Júlia foi contratada como estagiária de direito em uma empresa pública federal, que explora atividade bancária. Sua tarefa consistia em permanecer parte do tempo em um caixa para receber o pagamento de contas de água, luz e telefone e, na outra parte, no auxílio de pessoas com dificuldade no uso dos caixas eletrônicos. Com base na hipótese, assinale a opção correta.

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a) Trata-se de estágio desvirtuado que, assim, gerará como consequência o reconhecimento do vínculo empregatício com a empresa, com anotação da CTPS e pagamento de todos os direitos devidos. b) Diante da situação, o Juiz do Trabalho poderá determinar que o administrador responsável pelo desvirtuamento do estágio pague diretamente uma indenização a Maria Júlia, haja vista o princípio constitucional da moralidade. c) Não há desvirtuamento de estágio porque, tratando-se a concedente de uma instituição bancária, a atividade de recebimento de contas e auxílio a clientes está inserida na atividade do estagiário. d) Não é possível o reconhecimento do vínculo empregatício, haja vista a natureza jurídica daquele que concedeu o estágio, que exige a prévia aprovação em concurso público. 09. (OAB/FGV XIX EXAME – 2012) Buscando profissionais experientes para manusear equipamentos de alta tecnologia e custo extremamente elevado, uma empresa anuncia a existência de vagas para candidatos que possuam dois anos de experiência prévia em determinada atividade. A partir da hipótese apresentada, assinale a afirmativa correta.

a) A manifestação é inválida porque o máximo de experiência que pode ser exigida é de seis meses. b) A manifestação é inválida, pois o empregador não tem o direito de exigir experiência pretérita do candidato a emprego. c) A manifestação é inválida porque o máximo de experiência que pode ser exigida é de um ano. d) A manifestação é valida, em razão do valor do equipamento, visando à proteção do patrimônio do empregador.

TÓPICO 02 – REMUNERAÇÃO E SALÁRIO

10. (FGV 2017 – OAB XXIV Exame de Ordem Unificado) Solange é comissária de bordo em uma grande empresa de transporte aéreo e ajuizou reclamação trabalhista postulando adicional de periculosidade, alegando que permanecia em área de risco durante o abastecimento das aeronaves porque ele era feito com a tripulação a bordo.

Iracema, vizinha de Solange, trabalha em uma unidade fabril recebendo adicional de insalubridade, mas, após cinco anos, sua atividade foi retirada da lista de atividades insalubres, por ato da autoridade competente. Sobre as duas situações, segundo a norma de regência e o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta.

a) Solange não tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema perderá o direito ao adicional de insalubridade b) Solange tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema manterá o adicional de insalubridade por ter direito adquirido. c) Solange não tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema manterá o direito ao adicional de insalubridade. d) Solange tem direito ao adicional de periculosidade e Iracema perderá o direito ao adicional de insalubridade. 11. (FGV – XXIV Exame - 2017). Um empregado de 65 anos foi admitido em 10/05/2011 e dispensado em 10/01/2013. Ajuizou reclamação trabalhista em 05/12/2016, postulando horas extras e informando, na petição inicial, que não haveria prescrição porque apresentara protesto judicial quanto às horas extras em 04/06/2015, conforme documentos que juntou aos autos. Diante da situação retratada, considerando a Lei e o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta. a) A prescrição ocorreu graças ao decurso do tempo e à inércia do titular b) A prescrição foi interrompida com o ajuizamento do protesto. c) A prescrição ocorreu, porque não cabe protesto judicial na seara trabalhista. d) A prescrição não corre para os empregados maiores de 60 anos.

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12. (FGV - Exame de Ordem 2015.3) Nelson foi contratado como vigilante, diretamente pelo Banco Moeda Firme, empresa que assinou a sua carteira profissional. Ele atua em diversas agências bancárias e recebe adicional de periculosidade em seu contracheque. Sobre a categoria profissional de Nelson e em relação ao adicional de periculosidade, assinale a opção correta de acordo com a jurisprudência do TST. A) Nelson não é bancário. B) O recebimento do adicional de periculosidade é uma liberalidade do empregador. C) Nelson integra a categoria dos bancários, já que seu empregador explora essa atividade. D) A situação é irregular, pois o serviço de vigilante precisa ser terceirizado. 13. (Exame de Ordem 2011.1 - FGV) José Antônio de Souza, integrante da categoria profissional dos eletricitários, é empregado de uma empresa do setor elétrico, expondo-se, de forma intermitente, a condições de risco acentuado. Diante dessa situação hipotética, e considerando que não há norma coletiva disciplinando as condições de trabalho, assinale a alternativa correta. A) José Antônio não tem direito ao pagamento de adicional de periculosidade, em razão da intermitência da exposição às condições de risco. B) José Antônio tem direito ao pagamento de adicional de periculosidade de 30% (trinta por cento) sobre o seu salário básico. C) José Antônio tem direito ao pagamento de adicional de periculosidade de 30% (trinta por cento) sobre a totalidade das parcelas salariais. D) José Antônio tem direito ao pagamento de adicional de periculosidade de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco. 14. (Exame de Ordem 2012.1 - FGV). Determinado empregado, durante quatro anos consecutivos, percebeu pagamento de adicional de insalubridade, já que desenvolvia seu mister exposto a agentes nocivos à saúde. A empregadora, após sofrer fiscalização do Ministério do Trabalho, houve por bem fornecer a todos os seus empregados equipamento de proteção individual (EPI) aprovado pelo órgão competente do Poder Executivo, eliminando, definitivamente, os riscos à higidez física dos trabalhadores. Diante do relatado, assinale a opção INCORRETA: A) Enquanto percebido, o adicional de insalubridade integra a remuneração para todos os efeitos legais. B) Tendo o empregado recebido adicional de insalubridade com habitualidade, a rubrica não pode ser suprimida, ainda que o empregador promova a eliminação dos riscos à integridade física do empregado. C) O trabalhador somente faz jus ao pagamento do adicional de insalubridade enquanto permanecer exposto a agentes de risco à sua saúde, independentemente do tempo em que percebeu o aludido adicional. D) A eliminação ou neutralização da insalubridade ocorrerá com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância ou com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador, que diminuam a Intensidade do agente agressivo a limites de tolerância. 15. (Exame de Ordem Unificado XXII – FGV - 2017). Lino trabalha como diagramador na sociedade empresária XYZ Ltda., localizada em um grande centro urbano, e recebe do empregador, além do salário, moradia e plano de assistência odontológica, graciosamente. Sobre o caso narrado, de acordo com a CLT, assinale a afirmativa correta. a) Ambos os benefícios serão incorporados ao salário de Lino. b) Somente o benefício da habitação será integrado ao salário de Lino. c) Nenhum dos benefícios será incorporado ao salário de Lino. d) Somente o benefício do plano de assistência odontológica será integrado ao salário de Lino.

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16. (Exame de Ordem Unificado XXII – FGV – 2017) Célio e Paulo eram funcionários da sociedade empresária Minério Ltda. e trabalhavam no município do Rio de Janeiro. Por necessidade de serviço, eles foram deslocados para trabalhar em outros municípios. Célio continuou morando no mesmo lugar, porque o município em que passou a laborar era contíguo ao Rio de Janeiro. Paulo, no entanto, mudou-se definitivamente, com toda a família, para o município em que passou a trabalhar, distante 350 km do Rio de Janeiro. Dois anos depois, ambos foram dispensados. A sociedade empresária nada pagou aos funcionários quando das transferências de locais de trabalho, salvo a despesa com a mudança de Paulo. Ambos ajuizaram ações trabalhistas. A partir da hipótese sugerida, assinale a afirmativa correta.

a) Célio e Paulo não têm direito ao adicional de transferência. b) Apenas Paulo tem direito ao adicional de transferência c) Apenas Célio tem direito ao adicional de transferência d) Ambos têm direito ao adicional de transferência. 17. (Exame de Ordem Unificado XXII – FGV – 2017) Pedro é empregado da sociedade empresária X e, em determinado mês, recebeu diárias na ordem de 70% do seu salário, sem ter prestado qualquer conta ao empregador. De acordo com a CLT e o entendimento consolidado do TST, assinale a afirmativa correta. a) A diária, na hipótese retratada, terá natureza salarial na totalidade. b) A diária terá natureza indenizatória porque visa ressarcir gastos realizados pelo empregado. c) Somente o que ultrapassar 50% do salário terá natureza salarial, logo, 20%, na hipótese. d) A lei determina que metade da diária paga tenha natureza salarial e metade, indenizatória. 18. (Exame de Ordem Unificado XXII – FGV – 2017). Na convenção coletiva de determinada categoria, ficou estipulado que o adicional de periculosidade seria pago na razão de 15% sobre o salário-base, pois, comprovadamente, os trabalhadores permaneciam em situação de risco durante metade da jornada cumprida. Sobre a cláusula em questão, assinale a afirmativa correta.

a) A cláusula não é válida, pois se trata de norma de ordem pública. b) A validade da cláusula depende de homologação judicial. c) A cláusula é válida, porque a Constituição da República garante eficácia aos acordos e às convenções coletivas. d) A legalidade da cláusula será avaliada pelo juiz, porque a Lei e o TST são silentes a respeito. 19. (XIX EXAME DA ORDEM – FGV – 2016) Jonilson trabalhava na sociedade empresária XYZ Ltda. E atuava como analista financeiro. Mostrando bom desempenho, o empregador o promoveu ao cargo de confiança de gerente financeiro e, dali em diante, passou a lhe pagar, além do salário, uma gratificação de função de 50% do salário. Oito anos após, a empresa resolveu retornar Jonilson ao cargo de origem e suprimiu a gratificação de função. Diante da situação apresentada, nos termos da CLT, assinale a afirmativa correta. A) Uma alteração desse vulto necessitaria de ordem judicial, a ser declarada em ação revisional. B) A reversão é válida, pois não há estabilidade em cargos de gerência. C) Pode haver a reversão, mas a gratificação de função não pode ser suprimida. D) A alteração contratual é nula, tratando-se na verdade de rebaixamento.

20. (XVI Exame de Ordem – OAB – FGV – 2015) João trabalha na área de vendas em uma empresa de cigarros. Recebe do empregador, em razão do seu cargo, moradia e pagamento da conta de luz do apartamento, além de ter veículo cedido com combustível. Tal se dá em razão da necessidade do trabalho, dado que João trabalha em local distante de grande centro, sendo responsável pela distribuição e venda dos produtos na região. Além disso, João recebe uma quota mensal de 10 pacotes de cigarro por mês, independentemente de sua remuneração, não sendo necessário prestar contas do que faz com os cigarros. A partir do caso narrado, assinale a afirmativa correta.

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A) Os valores relativos à habitação, à energia elétrica e ao veículo integram a remuneração de João, por serem salário-utilidade, mas não o cigarro, por ser nocivo à saúde. B) Os valores de habitação e veículo integram a remuneração de João. A energia elétrica e o combustível, não, pois já incorporados, respectivamente, na habitação e no veículo. O valor do cigarro não é integrado, face à nocividade à saúde. C) Nenhum dos valores da utilidade integram a remuneração de João. D) Tratando-se de salário in natura, todos os valores integram a remuneração de João, pois são dados com a ideia de contraprestação aos serviços. 21. (FGV/OAB XIV EXAME – 2014) Dentre as opções listadas a seguir, assinale aquela que indica o empregado que já tem os dias de repouso remunerados em seu salário, sem que haja o acréscimo da remuneração do seu repouso semanal. A) Germano, que é empregado horista. B) Gabriela, que é empregada diarista. C) Robson, que é empregado mensalista. D) Diego, que é empregado comissionista puro. 22. (FGV/OAB XXI EXAME – 2016) O restaurante Prato Cheio Ltda. resolveu contratar Gustavo para atuar como garçom. Gustavo receberá, como contraprestação, o valor de dois salários mínimos e as gorjetas cobradas na nota dos clientes que atender. Em relação à carteira profissional de Gustavo, de acordo com a CLT, assinale a afirmativa correta.

A) O empregador deverá anotar a CTPS em 24 horas, não havendo necessidade de anotar as gorjetas, mesmo porque elas variam a cada mês. B) A CTPS do empregado deverá ser anotada em 48 horas e nela deverá ser anotado o salário e a estimativa das gorjetas. C) O empregador tem 30 dias para anotar a carteira profissional e, na hipótese, deve anotar apenas a parte fixa da remuneração. D) A CTPS, na ausência de prazo legal, deve ser anotada em 5 dias com o valor da média das gorjetas.

23. (Exame de Ordem Unificado XXIII – FGV – 2017) Um empregado recebeu o contracheque de determinado mês com descontos, a título de contribuição confederativa e de contribuição sindical. Por não ser sindicalizado, reclama junto ao empregador contra ambas as subtrações e este encaminha o caso ao setor jurídico para análise. Diante da situação retratada, de acordo com a CLT e o entendimento consolidado do TST e do STF, assinale a afirmativa correta.

a) O desconto de contribuição sindical não é válido, mas o da contribuição confederativa está correto, posto que obrigatório. b) Os descontos são inválidos, porque o empregado não é sindicalizado e, portanto, não pode ser obrigado a contribuir. c) O desconto de contribuição sindical é válido, mas o da contribuição confederativa, não, porque o empregado não é sindicalizado. d) As subtrações são válidas, porque o empregado, mesmo não sendo sindicalizado, beneficia-se da convenção coletiva.

24. (Exame de Ordem Unificado XXII – FGV – 2017) A sociedade empresária Gardênia Azul Ltda. aprovou acordo coletivo junto ao sindicato de classe dos seus empregados prevendo um plano de cargos e salários. Nele, as promoções seriam feitas no máximo a cada dois anos, exclusivamente pelo critério de antiguidade. No período de vigência dessa norma, Walter ajuizou uma ação requerendo equiparação salarial a Fernando, referente ao

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período do acordo coletivo. Diante da situação concreta e da jurisprudência consolidada do TST, assinale a afirmativa correta.

a) O pedido de equiparação salarial não é possível juridicamente porque a sociedade empresária possui plano de cargos e salários. b) A equiparação salarial é possível se atendidos os demais requisitos legais, porque o plano de cargos e salários em questão não tem validade. c) A observância ou não ao acordo ficará a cargo de cada juiz, porque inexiste previsão legal ou jurisprudencial a respeito. d) O plano de cargos e salários, por ser fruto de negociação coletiva e atender aos requisitos legais, precisa ser observado pelo magistrado.

25. (Exame de Ordem Unificado XXII – FGV – 2017). Um grupo econômico é formado pelas sociedades empresárias X, Y e Z. Com a crise econômica que assolou o país, todas as empresas do grupo procuraram formas de reduzir o custo de mão de obra. Para evitar dispensas, a sociedade empresária X acertou a redução de 10% dos salários dos seus empregados por convenção coletiva; Y acertou a mesma redução em acordo coletivo; e Z fez a mesma redução, por acordo individual escrito com os empregados.

Diante da situação retratada e da norma de regência, assinale a afirmativa correta.

a) As empresas estão erradas, porque o salário é irredutível, conforme previsto na Constituição da República. b) Não se pode acertar redução de salário por acordo coletivo nem por acordo individual, razão pela qual as empresas Y e Z estão erradas. c) A empresa Z não acertou a redução salarial na forma da lei, tornando-a inválida. d) As reduções salariais em todas as empresas do grupo foram negociadas e, em razão disso, são válidas.

26. (Exame de Ordem Unificado XXII – FGV – 2017) João era proprietário de uma padaria em uma rua movimentada do centro da cidade. Em razão de obras municipais, a referida rua foi interditada para veículos e pedestres. Por conta disso, dada a ausência de movimento, João foi obrigado a extinguir seu estabelecimento comercial, implicando a paralisação definitiva do trabalho.

Acerca da indenização dos empregados pela extinção da empresa, à luz da CLT, assinale a afirmativa correta.

a) Caberá indenização ao empregado, a ser paga pelo Município b) Caberá indenização ao empregado, a ser paga pela União. c) Caberá indenização ao empregado, a ser paga pelo empregador, sem possibilidade de ressarcimento. d) Tratando-se de motivo de força maior, não há pagamento de indenização.

TÓPICO 03 – JORNADA DE TRABALHO

27. (Exame de Ordem 2011.2 - FGV) João da Silva, empregado da empresa Alfa Ltda., exerce suas atribuições funcionais em dois turnos de trabalho alternados de oito horas cada, que compreendem o horário diurno e o noturno. Considerando que a atividade de seu empregador não se desenvolve de forma ininterrupta e que não existe norma coletiva disciplinando a jornada de trabalho, assinale a alternativa correta.

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A) João não tem direito ao pagamento de horas extras e à redução da hora noturna. B) João tem direito ao pagamento de horas extras, mas não tem direito à redução da hora noturna. C) João não tem direito ao pagamento de horas extras, mas tem direito à redução da hora noturna. D) João tem direito ao pagamento de horas extras e à redução da hora noturna. 28. (Exame de Ordem 2011.3 - FGV). Determinada empresa encontra-se instalada em local de difícil acesso, não servida por transporte público regular. Em razão disso, fornece condução para o deslocamento dos seus empregados, da residência ao trabalho e vice-versa, mas cobra deles 50% do valor do custo do transporte. Na hipótese, é correto afirmar que: A) o tempo de deslocamento será considerado hora in itinere. B) o tempo de deslocamento não será considerado hora in itinere porque é custeado pelo empregado, ainda que parcialmente. C) o empregado tem direito ao recebimento do vale -transporte. D) metade do tempo de deslocamento será considerada hora in itinere porque é a proporção da gratuidade do transporte oferecido. 29. (FGV- Exame de Ordem 2013.2) Marco Aurélio é advogado empregado em um escritório de advocacia, com CTPS assinada, tendo acertado na contratação a dedicação exclusiva. Num determinado mês, Marco cumpriu jornada de 2ª a 6ª feira das 12:00 às 21 :00 horas com intervalo de uma hora para refeição. Com base no caso apresentado, assinale a alternativa correta: A) Não haverá pagamento de adicional noturno porque a jornada não ultrapassou as 22:00 h B) Marco tem direito ao adicional noturno de 25% sobre a jornada compreendida entre 20:00 e 21:00h C) Marco tem direito a horas extra, sendo assim reputadas as que ultrapassam a 4ª hora diária, com acréscimo de 50%. D) Marco tem direito ao adicional noturno de 20% sobre a jornada compreendida entre 20:00 e 21:00h 30. (FGV- Exame de Ordem 2015.2) Lúcio é enfermeiro num hospital e, após cumprir seu expediente normal de 8 horas de serviço, tratando dos pacientes enfermos, recebe solicitação para prosseguir no trabalho, realizando hora extra. Lúcio se nega, afirmando que a prorrogação não foi autorizada pelo órgão competente do Ministério do Trabalho e do Emprego. Diante desse impasse e de acordo com a CLT, marque a afirmativa correta. A) Lúcio está errado; pois seu dever é de colaboração para com o empregador. A resistência injustificada à sobrejornada dá margem à ruptura por justa causa, por ato de insubordinação. B) Lúcio está correto, pois é pacífico e sumulado o entendimento de que nenhum empregado é obrigado a realizar horas extras. C) Lúcio está errado, pois a legislação em vigor não exige que eventual realização de hora extra seja antecedida de qualquer autorização de órgão governamental. D) Lúcio está correto, pois, tratando-se de atividade insalubre, a prorrogação de jornada precisa ser previamente autorizada pela autoridade competente. 31. (FGV- Exame de Ordem 2013.3) Paulo foi contratado pela empresa XPTO Ltda. para trabalhar como vigilante com jornada de trabalho pelo sistema de escala 12 x 36 (doze horas de trabalho por trinta e seis de descanso), estipulada em norma coletiva. Há um ano trabalhando, dois feriados nacionais recaíram em dias de sua escala. Diante do exposto, assinale a afirmativa correta. A) Paulo tem direito a receber em dobro os dias de feriado trabalhados. B) Paulo não deverá receber os dias de feriado trabalhados, pois os mesmos foram compensados no sistema de escala. C) Paulo deverá receber os dias trabalhados de forma simples, não se considerando trabalho extraordinário normal em decorrência do sistema de escala. D) Paulo não deverá receber os dias de feriado, pois são equivalentes ao descanso semanal remunerado.

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32. (Exame de Ordem 2010.2- FGV) A respeito do regime de compensação de jornada do banco de horas, assinale a alternativa correta. A) Pode ser instituído mediante acordo, verbaI ou por escrito, entre empresa e empregado, facultando- se a participação dos sindicatos representantes cias categorias. B) Não admite compensação de jornada que ultrapassar o limite máximo de 10 horas diárias. C) Pode ser compensado após a rescisão do contrato de trabalho, se houver crédito em favor do trabalhador, respeitado o limite de validade do acordo. D) O excesso de jornada a ser compensada não pode exceder, no prazo legal máximo de um semestre, a soma das jornadas semanais previstas para o período. 33. (FGV 2016 – OAB XX Exame de Ordem Unificado – Reaplicação Salvador/BA) Luis é empregado da sociedade empresária Braço Forte Ltda. Sua jornada é de oito horas, desfrutando de uma hora de intervalo. Em determinada semana, por necessidade do empregador, Luis trabalhou a jornada de oito horas mas sem desfrutar do intervalo. Em outra semana, trabalhou sete horas contínuas, sem intervalo. Com base no caso apresentado, assinale a afirmativa correta.

A) Em ambos os casos Luis tem direito a hora extra.

B) Apenas na primeira semana Luis tem direito a hora extra.

C) Não tendo havido excesso de jornada, Luis não tem direito a hora extra em ambas as semanas.

D) Independentemente da existência de acordo individual, a hora da segunda semana compensa a da primeira semana e, em ambos os casos, Luis não faz jus a hora extra.

34. (FGV 2016 – OAB XX Exame de Ordem Unificado – Reaplicação Salvador/BA) Leônidas trabalha 44 horas semanais como churrasqueiro em um restaurante e recebe salário de R$ 1.400,00 mensais. Considerando o aumento da clientela, o restaurante contratou Vinícius, também como churrasqueiro, a tempo parcial, para que ele cumpra jornada de 22 horas semanais e receba R$ 700,00 por mês. Diante da hipótese retratada e de acordo com a CLT e o entendimento do TST, assinale a afirmativa correta.

A) O salário pago a Vinicius é ilegal porque inferior ao salário mínimo nacional, cabendo então reivindicar a diferença correspondente.

B) O salário é de livre estipulação em cada contrato, daí porque não cabe ao Judiciário interferir nos valores fixados livremente pelas partes.

C) A situação retrata discriminação salarial, pois não pode haver divergência salarial entre empregados que exercem a mesma função.

D) É possível a estipulação do salário de Vinicius nessa base, pois ele guarda relação com o de Leônidas, que cumpre a jornada constitucional.

35. (XVI EXAME DA ORDEM – 2015) Paulo é operador de máquinas de uma montadora de automóveis. Seu horário de trabalho é das 7:00 às 16:00, dispondo de uma hora de intervalo. O aparelho para registro do ponto eletrônico fica situado ao lado da máquina operada por Paulo e os controles são marcados no início e no fim da efetiva jornada de trabalho. Paulo diariamente chega ao trabalho às 6:15, horário em que sai da condução que o deixa na porta da empresa. Porém, tem que caminhar por cerca de trinta minutos até o local de início efetivo do trabalho. Insatisfeito, Paulo decidiu mover uma reclamação trabalhista em face de seu empregador. Considerando o caso acima, assinale a afirmativa correta. A) Paulo não tem direito às horas extras, pois não havia excesso de jornada. B) Tendo havido extrapolação de 5 (cinco) minutos no tempo de deslocamento entre o portão e o local de trabalho, Paulo faz jus a 10 (dez) minutos extras no início e no fim da jornada. C) Paulo tem direito às horas extras (minutos) no início e no fim da jornada, dada a distância entre o portão da empresa e o local de trabalho, que supera 10 (dez) minutos de deslocamento. D) Paulo tem direito às horas extras registradas em seu cartão de ponto.

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36. (FGV –VI Exame de Ordem – 2012) Com relação às normas de duração do trabalho, assinale a alternativa correta.

a) A concessão de intervalos para repouso e alimentação durante a jornada de seis horas descaracteriza o regime de turno ininterrupto de revezamento. b) Considera-se de ―prontidão‖ o empregado que permanecer em sua própria casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço, com escala de, no máximo, vinte e quatro horas, sendo contadas as respectivas horas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal. c) A compensação de jornada de trabalho pode ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção coletiva. d) A mera insuficiência de transporte público regular enseja o pagamento de horas in itinere.

TÓPICO 04 - SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO

37. (FGV/OAB- Exame 2016.1) Maria trabalha para a sociedade empresária Beta e recentemente foi aposentada por invalidez. Diante desse fato, a empresa cancelou o plano de saúde de Maria. Em relação à hipótese retratada e de acordo com a lei e o entendimento sumulado do TST, assinale a afirmativa correta. A) A sociedade empresária agiu corretamente, pois a aposentadoria por invalidez rompeu o contrato de trabalho. B) A sociedade empresária poderia, diante da situação retratada e a seu exclusivo critério, manter ou não o plano de saúde. C) A sociedade empresária terá obrigação de manter o plano por 12 meses, quando terminaria a estabilidade da obreira. D) A sociedade empresária se equivocou, porque o contrato está suspenso, devendo ser mantido o plano de saúde. 38. (FGV- X Exame - 2013.1) O empregado afastado por incapacidade laborativa, recebendo auxílio-doença previdenciário por trinta dias, tem garantido legalmente o direito A) à estabilidade provisória por, no mínimo, doze meses após a cessação do auxílio-doença acidentário. B) de exigir de seu empregador os depósitos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço correspondentes ao período em que ficou afastado. C) de exigir de seu empregador o pagamento de complementação do benefício previdenciário para manter o valor do salário que recebia antes do afastamento previdenciário. D) de gozar férias de trinta dias após o período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho. 39. (FGV - IX Exame - 2012.3). Após sofrer um acidente automobilístico de gravíssimas proporções enquanto viajava a lazer, o empregado Pedro foi aposentado por invalidez pelo INSS. Assinale a alternativa que indica com efeito desse fato no seu contrato de trabalho. A) O contrato de Pedro será interrompido. B) O contrato de Pedro será suspenso. C) O contrato de Pedro será extinto. D) O contrato de Pedro continuará em vigor e ele terá todos os direitos trabalhistas assegurados. 40. (Exame de Ordem 20113- FGV/OAB) Marcos Paiva ficou afastado do seu trabalho, em gozo de benefício previdenciário, em razão de enfermidade não relacionada ao exercício de suas atribuições funcionais, pelo prazo de 7 (sete) meses. Diante dessa situação hipotética, é correto afirmar que: A) Marcos tem direito ao recolhimento dos depósitos do FGTS durante esse período de afastamento do trabalho. B) Esse tempo de afastamento previdenciário deve ser considerado no cômputo do período aquisitivo das férias. C) Durante esse afastamento previdenciário o contrato de trabalho esteve interrompido. D) Marcos deve retornar ao trabalho no prazo de 30 (trinta) dias, contados a partir da cessação do benefício previdenciário, sob pena de se presumir o abandono de emprego caso não justifique o motivo do não retorno.

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41. (Exame de Ordem 2010.2- FGV) Paulo, empregado de uma empresa siderúrgica, sofreu acidente do trabalho, entrando em gozo de auxílio-doença acidentário, a partir do décimo sexto dia de seu afastamento. Durante este período de percepção do benefício previdenciário, ele foi dispensado sem justa causa por seu empregador. Diante do exposto, assinale a alternativa correta. A) Paulo tem direito a ser reintegrado, com fundamento na garantia provisória de emprego assegurada ao empregado acidentado. B) Paulo tem direito a ser readmitido, com fundamento na garantia provisória de emprego assegurada ao empregado acidentado. C) Paulo tem direito a ser readmitido, em razão da interrupção do contrato de trabalho que se operou a partir do décimo sexto dia de afastamento. D) Paulo tem direito a ser reintegrado, em razão da suspensão do contrato de trabalho que se operou a partir do décimo sexto dia de afastamento.

42. (FGV – XXIV Exame de Ordem – 2017) Sílvio é empregado da sociedade empresária Onda Azul Ltda. e, em determinado dia, no horário de almoço, ao se dirigir a um restaurante para fazer sua refeição, foi atropelado por um veículo, sofrendo lesões que o afastaram do serviço por 30 dias, inclusive com recebimento de benefício previdenciário.

Diante da situação apresentada, assinale a afirmativa correta

a) O fato não caracteriza acidente do trabalho, porque não aconteceu na empresa nem em deslocamento a serviço. b) O fato caracteriza acidente do trabalho, e, ao retornar, Sílvio tem garantia no emprego de 12 meses. c) A Lei é omissa a respeito, daí porque caberá ao juiz, no caso concreto, dizer se o evento foi acidente de trabalho. d) A empresa será obrigada a ressarcir o empregado, porque tem o dever de fornecer alimentação.

43. (FGV – XXI Exame de Ordem – 2016) Paula e Joyce são empregadas de uma mesma sociedade empresária. O irmão de Paula faleceu e o empregador não autorizou sua ausência ao trabalho. Vinte dias depois, Joyce se casou e o empregador também não autorizou sua ausência ao trabalho em nenhum dia. Como advogado (a) das empregadas, você deverá requerer

a) em ambos os casos, a ausência ao trabalho por três dias consecutivos. b) um dia de ausência ao trabalho para Paula e de três dias para Joyce. c) a ausência ao trabalho por dois dias consecutivos, no caso de Paula e, de até três dias, para Joyce.

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d) a ausência ao trabalho por dois úteis dias no caso de Paula e, de até três dias úteis, para Joyc