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Segunda-feira, 23-03-2015 Edição às 08h30 EDIÇÃO PDF Directora Graça Franco Editor Raul Santos PSD não se opõe a que caso de “lista VIP” chegue ao Ministério Público CONVERSAS CRUZADAS Cofres cheios? Não há êxito, responde Carvalho da Silva LUÍS ANTÓNIO SANTOS De quem são estes jornais, rádios e televisões? EM NOME DA LEI Crime de enriquecimento ilícito deverá ser aprovado até final da legislatura CR7 marca mas perde clássico espanhol Aluno de Matosinhos é "penta" em Matemática REPORTAGEM MULTIMÉDIA Eles não querem ficar soterrados nas ruínas do BES Empresário Henrique Neto pode ser o primeiro candidato a Belém Cartão vermelho a Hollande. França vira à direita Podemos consegue 15 lugares na Andaluzia

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  • Segunda-feira, 23-03-2015Edio s 08h30

    EDIO PDF

    DirectoraGraa Franco

    EditorRaul Santos

    PSD no se ope aque caso de listaVIP chegue aoMinistrio Pblico

    CONVERSAS CRUZADAS

    Cofres cheios? Noh xito, respondeCarvalho da Silva

    LUS ANTNIO SANTOS

    De quem so estesjornais, rdios etelevises?

    EM NOME DA LEI

    Crime deenriquecimentoilcito dever seraprovado at finalda legislatura

    CR7 marca masperde clssicoespanhol

    Aluno deMatosinhos "penta" emMatemtica

    REPORTAGEM MULTIMDIA

    Eles no querem ficar soterrados nas runasdo BES

    Empresrio Henrique Netopode ser o primeiro candidatoa Belm

    Carto vermelho a Hollande.Frana vira direita

    Podemos consegue 15 lugaresna Andaluzia

  • REPORTAGEM MULTIMDIA

    Eles no queremficar soterrados nasrunas do BESPor Matilde Torres Pereira (texto) e Teresa Abecasis (vdeo e fotos)

    Dizem ter sido enganados quando subscreveram papelcomercial do GES. Tm poupanas de uma vidacongeladas. Esperam para ver o que vai o governadordo Banco de Portugal dizer, tera-feira. no Parlamento.Ter Carlos Costa uma soluo para o calvrio quevivem?Albano viu o seu gestor de conta no BES a subscreverpapel comercial em seu nome - sem o seuconsentimento. Ao pai de Marta e a Antnioprometeram um produto sem risco, muito maisinteressante do que o depsito a prazo. Eles esto entreos 2.500 clientes do BES que investiram em papelcomercial do Grupo Esprito Santo (GES) e tm as suaspoupanas congeladas. Dizem-se enganados - pelos gestores de conta, pelobanco em quem confiaram - e ignorados - pelasautoridades. Mas a Renascena tambm ouviu o relatode um gestor, que no quis ser identificado, que sesentiu "manipulado" pelas chefias, nesta matria. E hrelatos de responsveis por agncias bancrias que doconta de incentivos aos gestores para venderem papelcomercial do GES. Fala-se em visitas domicilirias aosclientes, da abertura de garrafas de champanhe parabrindar subscrio.Veja a reportagem no site da Renascena.

    EmpresrioHenrique Neto podeser o primeirocandidato a BelmDe acordo com a imprensa desta segunda-feira, os convites para a apresentao j estoa ser enviados, sem referncia ao nome deNeto. Aludem a um cidado que se destacoupela sua competncia" e promoveu o pas.

    Henrique Neto corre para Belm. Foto: DR

    O empresrio Henrique Neto, militante socialista muitocrtico de Jos Scrates, dever anunciar a suacandidatura formal Presidncia da Repblica naquarta-feira, em Lisboa. A informao avanada pelos jornais "Dirio deNotcias" e "i". Os convites para a apresentao j estoa ser enviados, mas no referem o nome de HenriqueNeto - revelam apenas que se trata de um cidado quese destacou pela sua competncia, tendo levado onome de Portugal a nveis de referncia mundiais. O empresrio da rea dos moldes, de 78 anos, darrosto a uma candidatura independente que, de acordocom os dois jornais, estar a ser preparada h um ano,contando j com o apoio de um grupo de pessoas quetm vindo a definir como dever ser o futuroPresidente da Repblica. O convite para a cerimnia refere ainda que aPresidncia no est condenada a ser uma meraextenso da representao partidria. O lema da candidatura de Henrique Neto dever serPor uma nova Repblica.

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  • Semana comeafresca e com ventoEsto 14 distritos, e a Madeira, sob avisoamarelo devido previso de vento forte eagitao martima. O sol deve voltar a brilhara meio da semana.

    A previso do tempo para esta segunda-feira apontapara perodos de cu muito nublado, aguaceiros econdies favorveis ocorrncia de trovoada, emespecial a partir do meio da manh e nas regies dointerior Norte e Centro. Devido ao vento forte, esto sob aviso amarelo doInstituto Portugus do Mar e da Atmosfera (IPMA) 14distritos do continente: Viana do Castelo, Braga, Porto,Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Aveiro,Coimbra, Leiria, Lisboa, Setbal, Beja e Faro. A previso de agitao martima levou o IPMA a colocarum aviso da mesma cor nos mesmos distritos (excepo de Vila Real, Viseu, Guarda e Castelo Branco)e no arquiplago da Madeira. As ondas devem osquatro ou cinco metros. No que toca a temperaturas, Lisboa tem prevista umamnima de nove graus e uma mxima de 15, o Portouma mnima de sete e uma mxima de 15, Vila Real vaiandar entre os dois e os 11 graus, Bragana entre zero eos nove, Viseu entre os trs e os 10, Castelo Brancoentre os seis e os 16, vora entre os cinco e os 17, Bejaentre os oito e os 17, Faro entre os 10 e os 18 e o Funchalentre os 13 e os 18. Na tera-feira, de acordo com o site do IPMA, astemperaturas mximas devem subir um pouco e, naquarta-feira, as nuvens devem dar lugar ao sol, mascom o mercrio do termmetro a descer.

    Carto vermelho aHollande. Frana vira direitaO resultado desta noite a melhor respostaque os eleitores poderiam ter dado aosistema, afirmou Marine Le Pen, da FrenteNacional.

    Partido de Marine Le Pen ficou em segundo na primeira volta dasregionais francesas. Foto: Yoan Valat/EPA

    A coligao liderada pela UMP, do antigo Presidentefrancs Nicolas Sarkozy, venceu a primeira volta daseleies regionais com 30%. A Frente Nacional, lideradapor Marine Le Pen, alcanou a segunda posio. O Partido Socialista do Presidente Franois Hollandefoi, assim, relegado para terceira fora poltica. No sbado noite, Sarkozy apontou baterias ao actualexecutivo e apelou ao voto na segunda volta. Se os compatriotas se desviaram massivamente daesquerda porque entendem que, depois de trs anos,no param de lhes mentir sobre o desemprego, osimpostos, a segurana nacional e tantos outrosassuntos. No prximo domingo, votem pela direitarepublicana e pelo centro. a nica maneira depreparar a alternncia, defendeu. Marine Le Pen pediu a demisso do primeiro-ministroManuel Valls e classificou a campanha desenvolvidapelos socialistas de obscena e violenta. Este voto em massa nos candidatos patriotas constituiuma resposta ao primeiro-ministro, que conduziu umacampanha contra o povo, uma campanha obscena eviolenta, estigmatizando milhes de eleitoresfranceses. Esta incitao ao dio foi seguida por algunsrgos de comunicao social sem qualquerimparcialidade, criticou a lder da Frente Nacional. No podemos fazer de conta que no se passou nadanesta campanha, em que os ataques Frente Nacionalforam escandalosos e o resultado desta noite amelhor resposta que os eleitores poderiam ter dado aosistema, concluiu. A Frana vai segunda volta das regionais no prximodomingo, dia 29.

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  • Podemos consegue15 lugares naAndaluziaEleies autonmicas deram a vitria aossocialistas. O partido Podemos agora aterceira fora poltica na regio.

    Teresa Rodriguez era a cara do Podemos na Andaluzia. Foto: RafaAlcaide/EPA

    mais um srio aviso ao primeiro-ministro espanhol,Mariano Rajoy. As eleies autonmicas na Andaluziaderam vitria ao PSOE e colocaram o partido Podemosna terceira posio. Criado no ano passado e sendo j partido espanholmais seguido nas redes sociais, o Podemos conseguiu15 lugares no seu primeiro teste eleitoral. O movimento Ciudadanos chegou aos novedeputados. Quanto aos socialistas, e quando os votos esto quasetodos contados, a candidata Susana Diaz conseguiu 47lugares no parlamento regional, mas no a maioriaabsoluta. O maior derrotado o Partido Popular, de MarianoRajoy, que passa dos 50 para os 33 lugares noparlamento da Andaluzia.

    LUS ANTNIO SANTOS

    De quem so estesjornais, rdios etelevises?Quando nos aproximamos, a passos largos,de um momento de previsvel agitaopoltica - por causa das sucessivas eleiesque esto porta - seria bom saber o maispossvel sobre quem dono dos mdia quenos informam, sobre os seus interesses esobre as suas intenes.

    Pronunciando-se, h dias, perante a comissoparlamentar para a tica, Cidadania e Comunicao,sobre a questo da propriedade dos mdia, ManuelPinto (com quem divido quinzenalmente este espao)disse que faz falta no apenas disponibilizar dadosconcretos e atuais mas tambm algum tratamentoprvio e formas simples de com eles interagir. Disseainda que importa que a discusso em torno datransparncia da propriedade no seja determinadapelos interesses do regulador, mas antes pelosinteresses dos cidados.Vivemos, nos ltimos tempos, inundados por umintenso debate em torno da preocupao comestranhas movimentaes de capitais tendo Portugalcomo ponto de chegada, partida, ou passagem. -parece-me - muito positivo que isso acontea mas,anoto, com estranheza, que no se tenha aberto espaoa uma discusso (pelo menos) to intenso sobre asrecentes mudanas substanciais na estruturaaccionista de alguns dos maiores grupos de mdia dopas.Esse quase silncio coincidiu, no tempo, com umapago geral da entidade reguladora, a ERC. Poder-se- argumentar que, em momento de crise,todo o dinheiro que tenha entrado no sector foiimportante. um argumento vlido... se pensarmosnos mdia como quem pensa (sem desprimor) emfbricas de sabo. A necessidade de transparncia acrescida de que falaManuel Pinto - em que esto disponveis no apenasdados telegrficos sobre os accionistas mas, porexemplo, tambm indicaes claras sobre quem so esobre os eventuais cruzamentos de interesses quepossam ter no sector (em Portugal ou noutros pases) -

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  • ajudaria a cimentar a responsabilidade social dasempresas e ajudaria os cidados a interpretar melhoralgumas opes editoriais. Quando nos aproximamos, a passos largos, de ummomento de previsvel agitao poltica - por causadas sucessivas eleies que esto porta - seria bomsaber o mais possvel sobre quem dono dos mdiaque nos informam, sobre os seus interesses e sobre assuas intenes. Ler jornais, ouvir rdio e ver TV deviamser momentos de capacitao democrtica doscidados e nos ltimos anos isso tornou-se um poucomais difcil.

    PSD no se ope aque caso de listaVIP chegue aoMinistrio PblicoNo entanto, Marco Antnio Costa deixa avisode que isso ter consequncias.

    O porta-voz do PSD, Marco Antnio Costa, garante queo partido no se ope ao envio para o MinistrioPblico do caso dos contribuintes VIP, mas alertou paraas consequncias desta iniciativa do PS."A partir daqui, tambm todos os funcionrios quefizeram acessos indevidos a fichas de alguns cidados,sejam eles quem forem, tambm de alguma formasero visados pelo Ministrio Pblico, seguramente,por violao do sigilo fiscal", afirmou, considerandoque "isso torna esta situao mais complexa", uma vezque muitas dessas pessoas o fizeram por "curiosidade"e "ingenuidade".O dirigente do PSD disse que os social-democratasesto "certos" de que o Ministrio Pblico far "umaavaliao global de todo o processo" e que agora preciso aguardar "serenamente" o resultado doinqurito da Inspeco Geral das Finanas e asconcluses da Justia.Marco Antnio Costa sublinhou que, no entanto, o PSDno se ope iniciativa do PS de enviar para oMinistrio Pblico as actas das audies realizadas naAssembleia da Repblica na sexta-feira a responsveisda Autoridade Tributria."Da nossa parte, da parte do PSD, no foi levantadonenhum obstculo, pelo contrrio, sempre pugnmospelo esclarecimento cabal de toda a situao.

    Solicitmos mesmo que fosse aberto um inqurito aesta situao na Inspeco Geral das Finanas, o queocorreu, e est a decorrer esse inqurito", afirmou.Marco Antnio Costa, que falava na Ribeira Grande, margem do congresso do PSD/Aores, considerouainda que est esclarecido que o Governo no teveenvolvimento no caso dos contribuintes VIP.Para Marco Antnio Costa, "ficou completamenteesclarecido" nas audies realizadas na Assembleia daRepblica "que no houve nenhum envolvimento doGoverno em toda a suposta preparao" de um filtroinformtico para controlar os acessos indevidos aosprocessos fiscais de um conjunto de personalidadesque constituiriam uma espcie de lista VIP decontribuintes.Alm de estar "completamente alheado" desta questo,o executivo "actuou de conscincia tranquila, pedindoa interveno da Inspeco Geral das Finanas, paraque se esclarecesse em toda a sua plenitude este tema",acrescentou, considerando no fazer sentido o pedidode demisso do secretrio de Estado dos AssuntosFiscais, Paulo Nncio.O lder do PS, Antnio Costa, afirmou este sbado que opartido vai remeter para o Ministrio Pblico o caso dosalegados contribuintes VIP, por considerar que "hfortes indcios de prticas criminais"."O PS j pediu uma certido das declaraes que ontem[sexta-feira] foram prestadas [na comisso parlamentarde Oramento, Finanas e Administrao Pblica], deforma a serem remetidas ao MP para a competenteinvestigao, j que h fortes indcios de prticascriminais relativamente a esta matria", referiu.

    MARCELO REBELO DE SOUSA

    Autoridade polticade Paulo Nncio valezeroComentador considera que, se no sabia dalista, o secretrio de Estado devia saber.

    Marcelo Rebelo de Sousa considera que o secretrio deEstado dos Assuntos Fiscais vale zero em termos deautoridade poltica depois do caso da lista VIP.Paulo Nncio no pode vir dizer que no sabia de nada.Devia saber.No habitual espao na TVI, Marcelo deixou crticas actuao do Governo. J devia ter explicado o que se

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  • passou. O comentador acrescenta que, pelos vistos, h razespara desconfiar da mquina da administrao fiscal.Pelos vistos, algum em auto-gesto criou umsistema de alerta margem da lei.Para o antigo lder do PSD, muito grave que hajaquem na mquina fiscal actue ilegalmente no acesso ainformao fiscal e tambm grave que o Governono tenha percebido que isto grave.

    CONVERSAS CRUZADAS

    Cofres cheios? Noh xito, respondeCarvalho da SilvaPas tem "cofres cheios", garantiu a ministradas Finanas. "Persiste teimosia daausteridade" a contra-anlise de Carvalhoda Silva. J Daniel Bessa enquadra a frase no"bom momento no financiamento doEstado".

    Por Jos Bastos

    "Cofres cheios" vs "bolsos vazios"? Na semana em que aministra das Finanas certificou que Portugal tem"cofres cheios para honrar compromissos", na resposta,o lder do PS chamou a ateno para a pobreza. "Osportugueses infelizmente esto com os bolsos vazios",disse Antnio Costa, para quem "o governo nocompreende que o centro da actividade poltica so aspessoas". Mas no deve ser a confortvel almofada financeira de15 mil milhes um elemento positivo a valorizar naanlise poltica? "Entendi a afirmao da ministra como a consequnciade atravessarmos um bom momento. O pas tem boascondies de financiamento", afirma o ex-ministro daEconomia Daniel Bessa, no Conversas Cruzadas daRenascena. "A tesouraria cheia, cheia no dever estar. No hnenhuma tesouraria que esteja cheia em absoluto",indica Daniel Bessa. "Mas funciona como um factor deestabilidade. No estou a falar dos desempregados. Noestou a falar dos pobres. No estou a falar dasverdadeiras desgraas", matiza. "Estou a falar datesouraria do Estado que atravessa um bom momento.Estou a falar da tesouraria do Estado onde h....dinheiro". Para Daniel Bessa, "isto tem de ser entendido comalguma leveza e vale o que vale, mas no umdisparate". "Temos cofres cheios para poder dizer que se algumacoisa acontecer nossa volta que perturbe ofuncionamento do mercado, ns podemos estartranquilamente, durante um perodo prolongado, semprecisar de ir ao mercado", garantiu Maria LusAlbuquerque. Almofada de 15 mil milhes de euros Quando a ministra usava a expresso "cofres cheios"referia-se a uma almofada que ronda aos 15 mil

    milhes de euros avanou, no fim-de-semana, o"Expresso", apoiando-se em nmeros da Agncia deGesto da Tesouraria e da Dvida Pblica (IGCP). O nmero resulta da soma da almofada existente nofinal de 2014 (12,4 mil milhes de euros) com asemisses de obrigaes do tesouro feitas este ano (8,7mil milhes de euros) e as subscries lquidas decertificados. Da cifra est j descontado o valor doreembolso ao FMI de parte (22%) do emprstimo (6,6 milmilhes). O que h ento de censurvel na afirmao daministra? A forma? A substncia? Manuel Carvalho da Silva sustenta que a frase seenquadra na linha de uma declarao de LusMontenegro ao "Jornal de Notcias", em Fevereiro de2014. Com o final do programa de ajustamento vista,o lder parlamentar do PSD dizia que "a vida daspessoas no est melhor", mas "a vida do pas estmuito melhor". "A afirmao da ministra assenta na manuteno eaprofundamento da ideia de que h um pas que estmelhor, embora os portugueses estejam pior", sustentaCarvalho da Silva. "Continua-se com isto e a frase tem sido glosadamuitas vezes", insiste o socilogo. "Na fase actual uma das coisas que me impressionamais a persistncia em Portugal da parte doGoverno, ento, um absolutismo total da ideia deque a ideia destas polticas de austeridade so o nicocaminho e de que na Europa no est a haver reacesa esta poltica", afirma Carvalho da Silva. "Se a tempestade vier, levaremos com impactos muitoduros. Mas j aqui fizemos uma abordagem decenrios numa perspectiva muito mais ampla, at 2019,por exemplo, de perspectivas de futuro. Esse que odesafio", observa. "Aspectos conjunturais como, por exemplo, trocardvida, pagando ao FMI, etc. esto a ser possveispontualmente. At podem ser positivos, mas no nospodem iludir no plano da resposta aos grandesdesafios do pas", refere Carvalho da Silva. "No estamos perante nenhum cenrio de xitoconsumado. Mais: uma asneira persistir na tese deque na Unio Europeia no existem outros sinais danecessidade de se encetar outras polticas que no asseguidas at agora", nota. "Esta insistncia do Governo na teimosia daausteridade, da submisso absoluta aos fundamentosda austeridade, uma aberrao. limitadora para oaproveitamento das capacidades do pas", acusa oprofessor da Universidade de Coimbra. Daniel Bessa: "Portugal est pior?" Daniel Bessa interpela o antigo lder da CGTP. "Mas,Manuel Carvalho da Silva, o pas est pior? Est pior queh seis meses, h um ano, h trs anos?, questiona oantigo ministro. "No estou a fazer comparaes a seis meses",responde Carvalho da Silva. "Mas, como sabemos, hvrios indicadores cujas leituras, do emprego, dasituao econmica, esto altamente influenciadas porfactores meramente conjunturais", observa. "De evolues de que no podemos antecipar osentido", afirma Carvalho da Silva. "No posso estarmais de acordo", anui Daniel Bessa. O antigo lder da CGTP prossegue: " por isso que no

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  • possvel falar com segurana em comparaes de seismeses. Ou seja, at podamos chegar concluso quedo ponto de vista conjuntural havia alguma valorao afazer, mas no plano estratgico dizer que as coisasesto mal". "Porque a avaliamos a questo demogrfica, a perda depopulao empregada, a dimenso do desemprego apobreza, etc.", alerta Carvalho da Silva. J Daniel Bessa reenquadra a anlise expresso"cofres vazios". "Li na declarao da ministra Maria LusAlbuquerque o seguinte: Portugal atravessa um bommomento do ponto de vista do acesso s condies definanciamento", indica. "Portugal tem hoje taxas de juro mais baixas do que emalgum momento da sua histria. Tem acesso afinanciamento nessas condies. Esse um dadofavorvel. Sabemos que o Estado portugus tem idobuscar dinheiro ao mercado nessas circunstncias",recorda Daniel Bessa. "Eu prprio, no passado, j aqui emiti a opinio de quenenhum governo deve ter menos de um ano detesouraria para satisfazer as suas necessidades.Durante um ano ter a certeza que acontea o queacontecer o dinheiro est ali", remata. "Acredito que estejamos agora muito prximos dessecenrio, muito prximos dessa situao", concluiDaniel Bessa.

    Passos diz queoposio deveria terficado ofendidaquando os cofresestavam vaziosNos Aores, o primeiro-ministro defende adeclarao da ministra das Finanas.

    O presidente do PSD e primeiro-ministro diz que setivesse seguido outra estratgia no Governo, Portugalestaria como a Grcia, onde se fala em crisehumanitria, e sublinhou que os "cofres vazios" doEstado custaram desemprego e sacrifcios."Agora h quem fique ofendido porque a ministra dasFinanas disse que tnhamos os cofres cheios. Deviamficar ofendidos de saber que quando c chegmos [aoGoverno] os cofres estavam vazios, no havia l umtosto. Acham que um insulto aos portugueses queesto desempregados dizerem que temos os cofrescheios. O que que significou para os portuguesestodos nestes anos ter os cofres vazios? Custou muitodesemprego, muita medida difcil", afirmou.Passos Coelho, no encerramento do congresso doPSD/Aores, na Ribeira Grande, acrescenta que no seesquece do pas que encontrmos em 2011, masreafirma que no tenciona ganhar as eleies a falar dopas do pas de 2011. Tencionamos ganhar as eleiesde 2015 a falar do pas que temos hoje e daquele quevamos ter nos prximos anos.Para Pedro Passos Coelho, a situao grega d "uma

    boa pista" do estado em que estaria Portugal se oGoverno tivesse dado ateno a quem reiteradamente,nos ltimos trs anos, condenou o executivo porinsistir em cumprir o memorando da `troika` evaticinou que isso seria impossvel de fazer ouarruinaria o pas, reclamando outras vias, como areestruturao da dvida, a renegociao do acordocom a `troika` ou um pedido de "mais tempo e maisdinheiro".A ministra de Estado e das Finanas garantiu no dia 18de Maro que o pas tem "cofres cheios" para honrar osseus compromissos na eventualidade de surgiremperturbaes no funcionamento do mercado.

    Portugal andou"muitas dcadas paratrs", acusa AntnioCostaLder socialista voltou ainda a criticar adeclarao de que o pas tem os cofrescheios.

    O secretrio-geral do PS, Antnio Costa, diz quePortugal andou "muitas dcadas para trs" nos ltimosquatro anos, apontando como exemplos a produo deriqueza, o emprego e o investimento privado.Segundo Antnio Costa, a riqueza que o pas produzest ao nvel de 2003, a populao actualmenteempregada igual de 1996, o investimento caiu paraum nvel semelhante ao de h trs dcadas."Em quatro anos, andmos muitas dcadas para trs",referiu.Apontou ainda os nmeros da emigrao, que "noeram to elevados desde 1966".Mas para o secretrio-geral socialista, "o indicador maisgrave" do "retrocesso" registado em Portugal nosltimos quatro anos "o grande aumento da pobreza",nomeadamente a pobreza infantil e juvenil, com "31%dos portugueses dos 0 aos 18 anos abaixo do limiar dapobreza".Por isso, Costa voltou a criticar a afirmao da ministradas Finanas "Portugal tem os cofres cheios", acusandoo Governo de "descolar" da realidade."Uma sociedade no est cheia de nada se houverpessoas a viver sem dignidade", referiu.

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  • Recebido em Barcelos com bombos, em tom de pr-campanha eleitoral, com uma arruada pela cidade,Antnio Costa apelou mudana nas prximaslegislativas, dizendo que o actual Governo "no tememenda, no tem cura e no tem perdo".Classificou mesmo o executivo de Pedro PassosCoelho como "o Governo do passa culpa", por "nuncaassumir responsabilidades de nada", seja do "caos" doincio do ano lectivo ou dos hospitais no pico da gripe,seja da "completa paralisao" dos tribunais por causado colapso da plataforma Citius, seja no caso daalegada lista dos contribuintes VIP.Para Antnio Costa, a poltica do actual Governo"falhou" porque "no olhou para os problemas compragmatismo mas sim com radicalismo ideolgico".Um radicalismo que, acrescentou, o levou, sempre emnome do "grande objectivo" de reduo da dvida, a"esmagar" a funo pblica, a cortar nas ajudas sociais,a aumentar as taxas moderadoras, a operar a quartamaior reduo de salrios de toda a Unio Europeia e aimplementar uma carga fiscal "recorde" em Portugal."Mas realidade que hoje, apesar de todos ossacrifcios, devemos mais do que devamos", acentuou.

    PCP criticapromessasdemaggicas de PSDe CDSLder comunista diz que se est a prepararuma campanha para voltar a enganar osportugueses.

    O secretrio-geral do PCP, Jernimo de Sousa, acusaos partidos do Governo, PSD e CDS, de fazerempromessas eleitorais de reposio de salrios e baixa deimpostos que considerou demagogia eleitoral.So "promessas e mais promessas de repor salriosextorquidos e baixas de impostos, feitas com a mesmainteno de as cumprir como cumpriu Duro Barrosoou Santana Lopes ou Scrates, ou ainda Passos Coelhoque, nesta matria, bateu todos os recordes dademagogia e da trapaa" de eleies, disse o ldercomunista."A campanha de propaganda que j est montada porparte do Governo - que se constituiu em comissoeleitoral do PSD e do CDS com o empenhado apoio dapresidncia da Repblica, que j veste sem rebuo acamisola da coligao -, mostra bem que estotentados a fazer tudo para enganar outra vez osportugueses, tentando atalhar uma derrota que tmcomo certa nas prximas eleies legislativas",acrescentou.Jernimo de Sousa, que falava perante centenas demilitantes comunistas na IX Assembleia daOrganizao Regional de Setbal do PCP, na AcademiaAlmadense, em Almada, acusou os partidos doGoverno de quererem convencer os portugueses deque o pas "est a dar volta" e que o mau tempo passou,mas considerou que a realidade muito diferente.

    "O pas a `dar volta` de que falam est a com a dvida avoltar a subir em Janeiro: 6.600 milhes de euros face aDezembro", disse, acrescentando que, depois de umaantecipao do pagamento ao FMI (Fundo MonetrioInternacional), surgiu a "operao cofres cheios,anunciada pela ministra das Finanas, para criar umailuso de prosperidade"."Cofres cheios de dinheiro, emprestado e a pagar ajuros, num pas de rastos. Cofres cheios e dinheiroparado, num pas carente de investimento pararelanar a sua economia e o emprego. Eis a ideia quefundamenta a afirmao do PSD de que o pas estmelhor. O povo que est pior", disse.Para Jernimo de Sousa, PSD e CDS esto apenaspreocupados em "levar ainda mais longe a sanhaexploradora e destruidora da sua poltica, pelo que osportugueses no podem esperar mais do que novosataques aos salrios, s reformas, s penses, segurana social, sade, educao e legislaolaboral.O PS tambm no escapou s crticas do dirigentecomunista, que acusou os socialistas de quererem fazerpassar a ideia de que a situao do pas se deve apenas "crise do capitalismo", de forma a ocultarem o papelque tiveram no "apoio s polticas europeias desubmisso nacional"."Uns e outros [PS, PSD e CDS/PP] passaram ao silncioou ao estado de negao, porque entraram em modode eleies", concluiu Jernimo de Sousa.

    CDS quer Governode salvao regionalna MadeiraJos Manuel Rodrigues deixa ainda elogios ecrticas a Alberto Joo Jardim. Eleies sono prximo domingo.

    A Madeira precisa de um Governo de salvao regional. essa a convico do lder madeirense do CDS-PP,Jos Manuel Rodrigues.A uma semana das eleies regionais que iro eleger osucessor de Alberto Joo Jardim, os partidosmultiplicam-se em iniciativas.O CDS-PP esteve este domingo no parque de SantaCatarina, no Funchal, em festa comcio. Jos ManuelRodrigues manifestou-se contra uma maioria absoluta,defendendo a constituio de um verdadeiro governode salvao regional.Entre o bolo do caco, venda de produtos hortcolas eespetada em pau de louro, Jos Manuel Rodriguesapontou o bom e o mau da era Jardim.O doutor Alberto Joo Jardim fez coisas muito boas,sobretudo, satisfez as condies bsicas de vida dapopulao: estradas, gua, luz, o acesso educao e sade. Mas fez coisas muito ms: deslumbrou-se, teveum modelo de desenvolvimento assente na dvida, fezpiscinas, campos de futebol, centros cvicos,infraestruturas que no correspondem s necessidadesdas populaes, disse.Jos Manuel Rodrigues vai receber, quarta-feira, no

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  • Funchal, o apoio da vice-presidente do CDS AssunoCristas. As eleies realizam-se no prximo domingo.

    A troika tratoumelhor Portugal doque Passos Coelhotratou a MadeiraLder socialista da Madeira desafia oprimeiro-ministro a ir ver a sua obra. Osmadeirenses escolhem um novo Parlamentoa 29 de Maro.

    A Madeira est em campanha eleitoral e o ldersocialista do arquiplago, Vtor Freitas, aproveita paraconvidar o primeiro-ministro a visitar a regio e olharnos olhos dos madeirenses. Gostaria de ver Pedro Passos Coelho aqui na Madeira,para que olhasse no rosto dos madeirenses, passeassepela Madeira e visse a sua obra, afirma Renascena,acrescentando: Passos Coelho o pior primeiro-ministro que tivemos nestes 40 anos em relao Madeira e maneira como nos tratou. Vtor Freitas vai mais longe e afirma: A troika tratoumelhor Portugal do que Passos Coelho tratou aMadeira. Dentro de oito dias, realizam-se as primeiras eleiespara o governo regional sem Alberto Joo Jardim. Umdos jornais da Madeira diz que o antigo presidente vaiaparecer durante a campanha, mas o lder socialista doarquiplago no acredita e sobe a parada, desafiando oprimeiro-ministro a deslocar-se ilha. Vtor Freitas aponta os 22 mil desempregados como umdos grandes problemas da regio e defende arenegociao da dvida, de maneira a que hajadinheiro para aquilo que importante. Sem uma baixa de impostos, a Madeira no temcapacidade de captar investimento e no h novospostos de trabalho, sustenta ainda. A Madeira vai a votos a 29 de Maro. Pedro Passos Coelho no tem visita marcada para oarquiplago madeirense, mas vai estar este domingonos Aores, para o encerramento do congresso do PSDregional, que elegeu Duarte Freitas como lder dopartido e candidato s eleies regionais de 2016.

    Joana Amaral Diasalia-se ao PartidoTrabalhistaColigao junta, para j, movimento da ex-deputada bloquista ao PTP, mas pode aindater mais partidos e movimentos.

    O movimento poltico Agir, liderado pela ex-deputada

    do Bloco de Esquerda Joana Amaral Dias, anunciouque vai candidatar-se s prximas eleies legislativasem coligao com o Partido Trabalhista Portugus(PTP).A coligao ter o nome "Agir" e ser encabeada porJoana Amaral Dias. O anncio foi feito no final de umaconferncia internacional organizada pelo movimento,que decorreu na Fbrica Brao de Prata, em Lisboa,onde foi assinado o compromisso entre as duas foraspolticas.Amndio Madaleno, dirigente do PTP disse aosjornalistas que o convite para a coligao partiu deJoana Amaral Dias e que se estendeu tambm a outrospartidos, porm essas alianas no chegaram aconcretizar-se."Tivemos reunies com o PAN, MPT, com o PND, como PPM e o PPV. Todas as reunies correram bem, erapara se fazer uma coligao em conjunto, mas chega ahora da verdade e as pessoas esto mais preocupadascom os lugares e consideram que ainda cedo",afirmou.Em declaraes agncia Lusa, Joana Amaral Diasafirmou que o processo negocial ainda no estfechado porque "existem outros partidos polticos eoutros movimentos sociais que esto em dilogo" coma coligao.Apesar de no querer especificar quais as foraspolticas a que se referia, Joana Amaral Dias disse estarconfiante que, "nas prximas semanas", esses partidose movimentos "vo com certeza tambm assinar estemesmo compromisso".Quanto a medidas concretas, o dirigente do PartidoTrabalhista Portugus explicou que a coligaopretende "deslocar-se junto dos cidados, auscult-losatravs de questionrio" e definir o programa polticocom "as primeiras 10 medidas em termos maioritrios".Tambm a escolha dos candidatos passa por uma"auscultao directa" porque "no se pode impor nada,as pessoas que sabem", defendeu AmndioMadaleno.Quanto aos restantes cabeas de lista, Joana AmaralDias remeteu a sua divulgao "para breve", mas disse Lusa que sero "pessoas que tm relevncia noterreno", e no pessoas "escolhidas por uma elitepartidria".Joana Amaral Dias afirmou tambm que "o importanteagora no unir a esquerda", porque defende que osportugueses no esto preocupados com isso."Pretendemos que isto possa ser uma plataformaalargada, ampla, que est muito alm da esquerda e dadireita e que pretende defender as pessoas que estoem baixo e que esto fora do sistema", vincou adirigente poltica.A lder da coligao acrescentou ainda que a prioridade" unir as vtimas da austeridade, unir todas aspessoas que tm sido castigadas, brutalmente roubadaspor este `austericismo`, isso que fundamental eisso que o nosso objectivo, isso que nospropomos".No compromisso assinado este domingo entre as duasforas polticas, ao qual a Lusa teve acesso, l-se que "preciso converter a vontade colectiva em forapoltica"."Propomos um programa mnimo que

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  • simultaneamente uma mudana mxima: vamos fazerde Portugal uma democracia de todos e no umnegcio para alguns", refere o documento. Durante a conferncia internacional na Fbrica Braode Prata, o Agir anunciou ainda que nos prximosmeses andar por todo o pas a mobilizar apoiantes.

    Galp prope CarlosGomes da Silva paraa lideranaO presidente executivo da Galp Energia,Manuel Ferreira de Oliveira, e o seu vice-presidente, Lus Palha da Silva, voabandonar os cargos, anunciou a petrolfera.

    O presidente do conselho de administrao da GALPEnergia, Amrico Amorim, prope para presidenteexecutivo Carlos Gomes da Silva, um engenheiro deformao, que administrador executivo da empresadesde 2008.Em comunicado enviado Comisso do Mercado deValores Mobilirios (CMVM) o actual presidente doconselho de administrao da GALP Energia salienta oprofundo conhecimento da empresa e dos negcios ea capacidade de prosseguir a estratgia e as prioridadesdefinidas para a empresa.Dia 16 de Abril os accionistas da Galp Energia sochamados a eleger os rgos sociais para os prximosquatro anos.O presidente executivo da Galp Energia, ManuelFerreira de Oliveira, e o seu vice-presidente, Lus Palhada Silva, vo abandonar os cargos, anunciou apetrolfera.

    EM NOME DA LEI

    Crime deenriquecimentoilcito dever seraprovado at final dalegislaturaO Em Nome da Lei deste sbado debateu oenriquecimento ilcito.

    O crime de enriquecimento ilcito ou injustificadodever ficar aprovado at ao final da legislatura. Adeputada do PSD Teresa Leal Coelho quer dar resposta situao de alarme social que, segundo ela, se vive nasociedade portuguesa por causa dos casos que tmsido notcia.Em nome do combate corrupo e da transparnciana obteno de rendimentos, foram aprovados nageneralidade projectos de todos os partidos polticos.Segue-se agora o debate na especialidade. PSD e CDSadmitem vir a acolher algumas das ideias que constamdos projectos do PCP e do Bloco de Esquerda, quetambm querem combater o enriquecimento nodeclarado.O projecto comunista no considera o acrscimopatrimonial em si um facto ilcito, mas sim a sua nodeclarao s finanas. O deputado Antnio Filipeexplica que no se trata de obrigar os portugueses amais burocracia. A medida vai apenas abranger quemtiver dinheiro: a partir de 200 mil euros, o patrimniotem de ser declarado.O Bloco de Esquerda no segue a via da criminalizaoe prope, antes, penalizaes na Lei Geral Tributria.Para aumentar a fiscalizao sobre os rendimentos dostitulares de cargos polticos prope a criao de umanova entidade da transparncia porque o TribunalConstitucional pouco actuante, diz Lus Fazenda.O PS ope-se criminalizao do enriquecimentoilcito, a uma via que entende ser inconstitucional.Prope como alternativa a penalizao fiscal dostitulares de cargos polticos e tambm dosadministradores das empresas do sector empresarialdo Estado que no declarem os faam afirmaesfalsas sobre o seu rendimento e o seu patrimnio.Todas as declaraes foram feitas no Em Nome daLei, da Renascena, que este sbado debateu o crimede enriquecimento ilcito.Em 20011,todos os partidos, com excepo do PS,aprovaram este novo crime, mas foi chumbado peloTribunal Constitucional.

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  • FRANCISCO SARSFIELD CABRAL

    O sigilo fiscalCom a actual falta de recursos nos media, ojornalismo de investigao quase se resumeentre ns a fugas de informao,determinadas por interesses polticos,financeiros ou pessoais.

    Por Francisco Sarsfield Cabral

    Afinal a lista VIP das Finanas parece nem ter existido ter havido apenas projectos, hipteses, sugestes decritrios sobre quem deveria figurar, etc. Depois detanto alarido, comeou finalmente a falar-se da defesado sigilo fiscal. Porque se tero multiplicado os acessos indevidos aosdados fiscais de Passos Coelho quando se levantou ocaso Tecnoforma? Porque havia gente interessada empassar para a comunicao social informao danosapara ele. Com a actual falta de recursos nos media, ojornalismo de investigao quase se resume entre nsa fugas de informao, determinadas por interessespolticos, financeiros ou pessoais. comunicao social no importa o que se passa comcidados annimos, mas com figuras conhecidas. Porisso, sado a coragem de Helena Matos por ter escrito,no Observador, no fao ideia se existe ou no listaVIP no fisco, mas se no existe devia existir; o Estadono pode tratar de forma igual o que diferente. Outros artigos surgiram depois nesta linha. Mas H.Matos quebrou o politicamente correcto, em que oprprio Governo se deixou cair.

    O primeiro a entrarna corrida a BelmNeste noticirio: Henrique Neto avanasozinho para Belm; reportagem com oslesados do BES - haver um fim para ocalvrio que vivem?; Frana vira direita;espanhis da Andaluzia castigam Rajoy; osdestinos preferidos preferidos pelosportugueses para as frias da Pscoa.

    Por Teresa Abecasis

    Juzes. Uma mulherna liderana daassociao sindicalMaria Jos Costeira substitui Mouraz Lopes,depois de derrotar Lus Miguel Martins eAlziro Cardozo.

    Maria Jos Costeira a primeira mulher a liderar aAssociao Sindical dos Juzes Portugueses. A juza, de47 anos, em funes no Tribunal de Comrcio deLisboa, venceu com 46% dos votos, substituindoMouraz Lopes no cargo.Maria Jos Costeira diz Renascena que a prioridadedo seu mandato ser "o estatuto dos magistradosjudiciais, porque o Ministrio da Justia assumiu ocompromisso de o apresentar"."Faz parte da reforma do sistema de justia que esteMinistrio da Justia avanou e concretizou", refora,sublinhando: "Estamos confiantes que a senhoraministra vai honrar o compromisso e apresentar oprojecto-lei de estatuto. Vai ser esse o primeiro grandedossier da direco da associao".Outras duas matrias vo merecer a ateno da novadireco: o novo mapa judicirio e a forma de os juzescomunicarem com o cidado e a comunicao social."Temos uma nova organizao do sistema judicirio,que vai precisar de bastante tempo para estarverdadeira e completamente implementada. H, hoje,vrios problemas com esta reforma, que se prendemcom as condies dos tribunais, com a falta defuncionrios, com o dimensionamento dos tribunais.Tudo isto vai ser um trabalho para acompanhar aolongo de vrios anos. O outro grande dossier prende-secom a comunicao da justia", acrescenta.A tomada de posse da nova presidente da AssociaoSindical dos Juzes Portugueses dever acontecerdepois da Pscoa. De seguida, Maria Jos Costeira vaipedir uma audincia ministra da justia, PaulaTeixeira da Cruz.Nas eleies, foram derrotadosLus Miguel Martins eAlziro Cardozo.[actualizado]

    Nova liderana noSindicato dosMagistrados doMinistrio PblicoO mandato de trs anos. Eleies tiveramquase o dobro da participao do que noacto eleitoral anterior.

    Antnio Ventinhas venceu as eleies e presidentedo Sindicato dos Magistrados do Ministrio Pblico.

    Segunda-feira, 23-03-2015 11

  • No escrutnio realizado no sbado, a lista de AntnioVentinhas (A) arrecadou 471 votos, contra os 349 votosconseguidos por Pina Martins, lder da lista B. Com um total de 856 votos, as eleies para o Sindicatodos Magistrados do Ministrio Pblico contou comquase o dobro da participao do anterior acto eleitoral.Foram tambm contados 27 votos em branco e novevotos nulos. O mandato da nova direco tem uma durao de trsanos.

    Aluno de Matosinhos "penta" emMatemticaFrancisco Tuna de Andrade ganhou, estedomingo, pela quinta vez, as Olimpadas deMatemtica em Portugal.

    Foto: DR

    O aluno do 12 ano Francisco Tuna de Andradeconquistou a sua quinta medalha de ouro consecutivana 33 edio das Olimpadas Portuguesas deMatemtica, realizadas numa escola secundria em RioMaior.Francisco Tuna de Andrade, da Escola Secundria doPadro da Lgua, concelho de Matosinhos, igualou orecorde de Miguel Santos, da Escola Secundria deAlcanena, que, em 2013, alcanou o mesmo feito.De acordo com uma nota da Sociedade Portuguesa deMatemtica, na final, realizada na Escola Dr. AugustoCsar da Silva Ferreira, em Rio Maior, participarammais 89 alunos, apurados entre 40 mil inscritos, tendosido entregues 36 medalha de ouro, prata e bronze,repartidas pelas categorias Jnior A e B.A cerimnia da entrega das medalhas contou com apresena do ministro da Educao e Cincia, NunoCrato.As Olimpadas Portuguesas de Matemtica foramcriadas em 1982 pela Sociedade Portuguesa deMatemtica (SPM) e pelo Departamento de Matemticada Universidade de Coimbra, contando com o apoio doMinistrio da Educao e Cincia, da Cincia Viva e daFundao Calouste Gulbenkian.

    PARCEIRA RENASCENA/VER

    Reencontrar a almaperdida do sectorfinanceiro

    Foto: VER

    Por Helena Oliveira

    Na senda dos inmeros livros que foram escritos ps-crise, eis que surge um outro que se diferencia por noabordar os erros cometidos pela banca, mas antes oque se deve fazer para que esses erros no se voltem arepetir. Uma espcie de wishful thinking que reuniu21 especialistas do sector financeiro, os quaisacreditam que este pode ser reabilitado e dar origem auma nova cultura dotada de tica e responsabilizao.Uma fora para o bem: de que forma que a finanailuminada (ou esclarecida) pode restaurar a f nocapitalismo. O ttulo, em traduo livre, j estranho osuficiente, mas mais estranho fica quando quem oassina John Taft, CEO da poderosa diviso norte-americana de Wealth Management do Royal Bank ofCanada, e algum que afirma que esteve l () mesmono meio, quando a crise financeira atingiu Wall Streetcomo um devastador terramoto e provocou rplicas nomundo econmico e financeiro globalizado.Lanado a 17 de Maro, o livro escrito por Taft, emconjunto com um grupo heterogneo (20 autores), queinclui especialistas genunos da rea financeira,desde executivos de topo a operar em firmas deservios financeiros, a reguladores, acadmicos deprestgio e at o vencedor do Nobel da Economia em2013, Robert Schiller.Leia mais no portal VER.

    PAPA

    Quando na Igrejaentram os negcios, muito feioO Papa esteve em Npoles perante milharesde pessoas.

    O Papa Francisco alerta para os riscos que o dinheiro eno s - at as telenovelas - podem trazer vida

    Segunda-feira, 23-03-2015 12

  • religiosa. Na catedral de Npoles, conversando com osconsagrados a partir de exemplos concretos quepodem pr em crise a vocao religiosa, desde o perdertempo a ver telenovelas at avidez pelo dinheiro."Quando na Igreja entram os negcios, junto dospadres, ou religiosos, muito feio. O esprito depobreza no esprito de misria - at podem ter assuas poupanas de maneira honesta e at razovel mas quando tm aquela avidez e se metem emnegcios quantos escndalos na Igreja e quanta faltade liberdade por causa do dinheiro. Em relao aquelapessoa, eu devia-lhe dizer umas verdades, mas noposso porque um grande benfeitor e o benfeitor levaa vida que quer e eu no tenho a liberdade de lho dizer,porque estou preso ao dinheiro que me d. Percebemisto?"A visita cidade italiana, onde estavam milhares dejovens que o acolheram na longa marginal da cidade,ficou concluda pouco antes das 17h00. Um coro de350 crianas entoou o conhecido Sole Mio.Previa-se que para fechar o dia houvesse fogo-de-artifcio, mas este foi cancelado. Oficialmente, foiexplicado aos jovens que a deciso se prendia com ofacto de se ter apurado que quatro italianosparticiparam no atentado de Tunes na passada quarta-feira.

    Papa apela proteco das guasdo planetaAssinala-se este domingo o Dia Mundial dagua com as estatsticas a lembrarem que748 milhes de pessoas no tm acesso agua potvel devido contaminao porpesticidas e qumicos.

    O Papa lembrou este domingo que a gua um bemescasso, pelo que apelou comunidade internacionalque proteja devidamente o recurso. Decorre hoje a Jornada Mundial da gua, promovidapelas Naes Unidas. A gua o elemento maisessencial para a vida e da nossa capacidade de ocuidar e partilhar que depende o futuro dahumanidade, afirmou Francisco aps a orao doAngelus, na Praa de So Pedro. Encorajo a comunidade internacional a vigiar asguas do planeta, para que sejam adequadamenteprotegidas e que ningum seja excludo oudiscriminado na utilizao deste bem, que um bemcomum por excelncia, pediu. No sbado, o Papa visitou Npoles, onde se encontroucom reclusos, jovens, doentes, mdicos, o clero econsagrados. O Dia Mundial da gua assinalado a 22 de Marodesde 1993. Foi criado pela Assembleia Geral dasNaes Unidas com o objectivo de alertar aspopulaes e os governos para a urgente necessidadede preservar e poupar este recurso natural valioso. Actualmente, 748 milhes de pessoas no tm acesso a

    gua potvel devido contaminao por pesticidas equmicos.

    OMS alerta paracinco pesticidasOs riscos foram avaliados com base emestudos de exposio agrcola nos EstadosUnidos, Canad e Sucia, bem como emtestes em animais de laboratrio.

    Cinco pesticidas foram classificados como "possvel ouprovavelmente" cancergenos pela AgnciaInternacional de Pesquisa sobre o Cancro (IARC),estrutura da Organizao Mundial de Sade (OMS).O herbicida glifosato, um dos mais utilizados nomundo, bem como o malatio e o diazino, foramclassificados como "provavelmente cancergenos paraseres humanos", mesmo que "as provas sejamlimitadas", segundo a IARC, com sede em Lyon, Frana.O glifosato, herbicida cuja produo a maissignificativa em volume, a substncia activa do'Roundup', um dos produtos com maiores vendas nomundo, pois, alm da agricultura, onde a sua aplicaotem aumentado bastante, tambm usado nasflorestas e em jardins privados.De acordo com a IARC, o glifosato foi encontrado noar, na gua e nos alimentos, e a populao estparticularmente exposta, por viver perto de reasintervencionadas com o herbicida, ainda que os nveisde exposio observados sejam "geralmente baixos".Tambm os insecticidas tetrachlorvinphos e paratio,j objecto de interdies ou restries em numerosospases, foram classificados como "possivelmente"cancergenos.Em termos de riscos cancergenos, relativamente aoglifosato e aos insecticidas malatio e diazino, a IARCobserva que h "provas limitadas" em seres humanos,que os associam a linfomas no-Hodgkin.Ao malatio, a organizao associa o cancro daprstata e, ao diazino, o cancro do pulmo.Os riscos foram avaliados com base em estudos deexposio agrcola nos Estados Unidos, Canad eSucia, bem como em testes em animais delaboratrio.

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  • Laboratriooferecido porPortugal vai ajudar adetectar bola naGuin BissauGuin Bissau um pas de risco no que tocaao vrus do bola. Governo portugus quisajudar com um laboratrio para diagnsticoe uma equipa do INEM para dar formao noterreno.

    Aguiar-Branco entrega equipamento de diagnstico do bola. Foto:Ana Rodrigues/RR

    Por Ana Rodrigues

    Depois de dois anos de relaes diplomticas cortadas,Portugal retoma a cooperao com a Guin Bissau,onde ficou j um laboratrio mvel de diagnstico dovrus bola oferecido pelo Governo portugus, que vaicomear a funcionar j na segunda-feira. Pela proximidade das suas fronteiras com pasesexpostos ao vrus bola, a Guin Bissau um pas derisco, com grandes dificuldades econmicas para fazerface a um eventual surto.O Governo portugus quis ajudar e, no terreno, oministro da Defesa, Jos Pedro Aguiar-Branco, quedurante a ltima semana esteve no territrio, deixouum laboratrio para diagnstico da doena.Uma equipa do INEM est tambm no terreno a darformao sobre a melhor forma de actuar, como refereLuis Meira, chefe de equipa. H um aspectofundamental em termos de resposta a um eventualsurto de bola: ter capacidade de diagnstico para sepoder confirmar efectivamente se os casos suspeitosso ou no a doena do vrus da bola. Isto, olaboratrio vai conseguir fazer com este equipamento.Na Guin, o ministro da Defesa assinou um acordo decooperao tcnico-militar no valor de 280 mil euros,mas at 2018, em todas as reas, a ajuda portuguesa vaiser de 40 milhes de euros.Aguiar-Branco referiu que a cooperao com pases daCPLP importante, e aqui ganha expresso porque setrata de salvar vidas. Como sabemos, o recurso maisimportante que um pas tem so os seus recursoshumanos, as suas vidas, so as suas pessoas.

    Ex-ministratimorense dasFinanas diz estar aser usadaEmlia Pires garante que nunca cometeu umacto de corrupo e que est preparada paraser investigada, mas sem irregularidades eataques aos seus direitos. Em causa, aspolmicas resolues aprovadas em Timor,em Outubro, que levaram expulso devrios magistrados internacionais.

    A antiga ministra das Finanas de Timor-Leste EmliaPires afirma que os tribunais a querem usar comovingana contra o Governo e que at j a informaram,antes de o julgamento comear, que vai ser condenadaa 10 anos de priso. Tenho um e-mail a dizer que iriam usar-me econdenar-me a 10 anos. At sabem o perodo, afirmou agncia Lusa. Emlia Pires refere-se s polmicas resoluesaprovadas pelo Governo e pelo Parlamento timorenses,em Outubro do ano passado, que levaram expulsode vrios magistrados internacionais do pas. Querem usar-me como uma vingana do que oGoverno fez, pelas decises que tomou eespecialmente as resolues do ano passado, acusa. Emlia Pires acusada da prtica de crimes departicipao econmica em negcio e administraodanosa, factos que alegadamente ocorreram quandoainda era ministra. As ex-ministras das Finanas e vice-ministra da Sade,Madalena Hanjam, so arguidas por alegadasirregularidades na compra de centenas de camashospitalares em contratos adjudicados empresa domarido de Emlia Pires, com um suposto conluio entreos trs para o negcio, no valor de 800 mil dlares. Negando qualquer culpabilidade no caso, Emlia Piresdiz que as grandes reformas que implementoutocaram em muita gente e colocaram restries,sistemas e procedimentos, com leis e sistemas quetornam muito difcil haver corrupo da, conclui,que tenha muito inimigos. Na entrevista agncia Lusa, a antiga governantegarante que nunca cometeu qualquer acto decorrupo e que est preparada para ser investigada eauditada, desde que sem irregularidades e ataques aosseus direitos. Fiz tudo o que a lei me deu em mandato. Est tudodentro da lei. No posso defender-me contrainsinuaes e contra conspiraes e teorias que noesto no processo, na lei, afirma, por fim.

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  • Monstra d prmio afilme japonsO filme foi considerado uma obra-prima"pelo jri. Todos os prmios foram divulgadoseste sbado.

    O filme japons "O Conto da Princesa Kaguya", de IsaoTakahata, conquistou o Grande Prmio Monstra paramelhor longa-metragem da 14 edio da Monstra -Festival de Cinema de Animao de Lisboa, anunciou aorganizao.O filme, considerado pelo jri como "uma obra-prima"feita por "um dos mestres da animao", conta ahistria de uma menina encontrada dentro de umacana de bambu, que se transforma numa jovemrequintada, criada por um cortador de bambu e suamulher, que do campo passa grande capital,cativando todos os que a encontram.O jri adiantou ainda ter tido "uma grande dificuldadeem escolher" face a uma "outra obra-prima", qual deuo Prmio Especial: "Song of the Sea", de Tomm Moore,que tambm arrecadou o ttulo de Melhor BandaSonora."A Ovelha Chon", de Marc Burton e Richard Starzak,venceu o Prmio Melhor Filme para Infncia eJuventude e foi descrito pelo jri como "um filmeperfeito feito a partir de uma grande srie televisiva".Na competio dedicada s Curtas-Metragens, "Manon the Chair", de Dahee Jeong, da Frana, recebeu oGrande Prmio, enquanto o portugus "Fuligem", deDavid Doutel e de Vasco S, obteve, de forma unnime,o Prmio Especial do Jri.O Melhor Filme Experimental foi "In Motion No.2", dojapons Sumito Sakakibara, obra que o jri considerouconseguir "transportar os espectadores da sala para ofilme".Quanto ao Prmio do Pblico nesta categoria, ovencedor foi "We Can`t Live Without Cosmos", do russoKonstantin Bronzit, tendo "Tick Tack" de lo Pikkov(Estnia) e "Nuggets", de Andreas Hykade (Alemanha)recebido menes honrosas.Na categoria de Curtssimas, dedicada a filmes commenos de dois minutos, os vencedores foram"Cupidiculous" do norte-americano Panop Koowat(competio internacional) e "Home Dog", de EmanuelBarros (competio nacional).A competio internacional de Estudantes foi ganhapelo filme ingls "Mend and Make Do", de Bexy BushBush e na competio de estudantes portuguesesganhou o filme "Tele-Sofia", de Ana Fernandes, ManuelS e Nuno Mendanha."This Is How It Starts", do israelita Shahaf Ram, e "QueDia Hoje", do Colectivo Fotograma 24 e 24 Jovens deMontemor-o-Novo foram os vencedores dos prmiosde Estudantes pelo jri jnior.Inserido na seco "Monstrinha", dedicada ao pblicomais novo, o festival deu o prmio principal ao filmeholands "Uma nica Vida" de Job, Joris, Maricke daHolanda, tendo o jri explicado que a escolha se deveu "forma criativa e inovadora de abordar temas como avida e a morte".Entre as novidades da edio deste ano, destaca-se a

    introduo da categoria de Cinema Mais Pequeno doMundo, dedicada a filmes com cerca de um minuto emeio.Nesta categoria, os vencedores foram o filme francs"Supervenus", de Frederic Doazan, que recebeu oprmio Amedoim de Ouro, enquanto o portugus"Bolas! ET`s Outra Vez?!", de Bruno Caetano (Portugal),ficou com o Amedoim de Prata, e o tambm francs"The Evening Cigarette", de Matthieu Van Eeckhoutcom o Amendoim de Bronze.O festival, que encerrou hoje, teve incio no dia 12 deMaro, com a maior programao de sempre - quase500 filmes - e um destaque particular para o cinema daAmrica Latina e para dois mestres japoneses.

    ALBERTO MANGUEL

    Quando morrer,digam aos meuslivros que morriO ensasta Alberto Manguel, que aos 16 anoslia para o escritor cego Jorge Luis Borges,conversou com Eduardo Loureno no fechodo Festival Literrio da Madeira.

    Foto RR/Maria Joo Costa

    Por Maria Joo Costa

    Foi num teatro que leva o nome de um poeta cegocomo Baltazar Dias que, no encerramento do FestivalLiterrio da Madeira, o argentino Alberto Manguelconversou com o portugus Eduardo Loureno.Manguel, que recordou que aos 15/16 anos quandoJorge Luis Borges ficou cego comeou a ler-lhe livros,explicou que o grande autor argentino quis revisitar osgrandes textos e pediu-me para os ler para refrescar amente.O autor do ensaio Uma histria da Leitura recordou:Eu lia duas, trs linhas e ele interrompia-me para fazerum comentrio. Fazia comentrios tcnicos, como ummecnico que est a desmanchar um motor para vercomo funciona. E terminava o comentrio com umno assim? e eu comentava, mas percebi depois queno queria comentrios. Alberto Manguel conclui foium privilgio, porque era como estar dentro da cabeade Borges.Sentado no Teatro Municipal Baltazar Dias, no Funchal,estava tambm o ensasta portugus Eduardo

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  • Loureno. Para a conversa tinham como mote a frase de AlbertCamus que morreu h 55 anos: preciso imaginarSsifo feliz, mas o dilogo de dois apaixonados doslivros rapidamente fugiu para a escrita. Lourenoconsiderou o livro de todos os objectos que ahumanidade inventou, o mais mgico porque espelho de todos os actos humanos que podem neleestar representados.Afirmando que um livro sem folhas um livromecnico, o autor de Prmio Pessoa 2011 sublinhouque s um objecto to simples e to banal chamadolivro permite que continuemos a viver como sefossemos eternos. J sobre a internet considerou-a aameaa mais profunda que submerge a civilizaocom a trivializao.Numa conversa moderada por Luis Caetano e peranteuma plateia cheia, Alberto Manguel lembrou que nainternet, como todos contribuem para ela, no hforma de sabermos se o texto que estamos a ler temautoridade e relatou que no seu perfil na Wikipediavm dados errados.O autor de Dicionrio de Lugares Imaginrios atribuiculpas s novas tecnologias que no seu entenderfazem piores leitores. Manguel afirma que vivemosdesgraadamente numa poca em que confiamos amemria a uma mquina e isso faz-nos preguiososno exerccio da imaginao. Isso grave, e nossaresponsabilidade alter-lo.Confessa que continua s a ler livros em papel. AlbertoManguel olha para Eduardo Loureno quando fala doprestgio dos livros do ensasta portugus que dizajudam-no a pensar.O argentino que vive hoje no Canad lembra os cercade 500 a 600 livros de que era feita a biblioteca de JorgeLuis Borges com quem privou. Para Manguel, o maisimportante no o tamanho da biblioteca. O autor,que conta que hoje rel mais do que l novos livros, dizque j no sente a angstia dos 20 anos de noconseguir ler tudo o que tem na biblioteca. Ao pblicoexplica: Em jovem achava que reler era uma perda detempo porque no estava a ler algo de novo, agoraquase no fao outra coisa se no reler obras comoAlice no Pas das Maravilhas de Lewis Carroll, ou D.Quixote, obras de Borges e So Joo da Cruz.Questionado sobre a sua biblioteca privada explica queela ter nova vida quando morrer, ganhar novosleitores e conclui com uma imagem. Eu quero quesuceda uma coisa quando eu morrer. sabido que osapicultores quando morrem algum tem de dizer sabelhas que o apicultor morreu para que elas no oesperem mais. Eu quero que algum faa isso pelosmeus livros. Eduardo Loureno sorri e diz Belssimo.Sobre a sua biblioteca, o ensasta portugus diz que no organizada e est dispersa. Uma parte est emCoimbra, outra parte na Guarda e outra em Lisboa.Sobre os seus livros indica: Tenho uma bibliotecanormal, mas o mais importante para mim pensar queno tamanho da biblioteca que importar. So algunslivros.Leitores um do outro, Alberto Manguel e EduardoLoureno marcaram o encerramento da quinta ediodo Festival Literrio da Madeira numa conversa em queo ensasta portugus explicou ainda que os livros queleu na adolescncia permanecem consigo at hoje.

    Tambm da adolescncia falou Manguel que recordouos dias em que ia ao cinema com Jorge Luis Borges.Face cegueira do escritor argentino, Manguelsentava-se frente ao grande ecr, ao lado de Borges aquem descrevia as cores das cenas de filmes comoWest Side Story. As palavras que usava nas descries que fazia aBorges ganhou-as na literatura. Para Alberto Manguelapaixonarmo-nos na vida real ou nos livros, morrer navida real ou nos livros no a mesma coisa e explicaque os livros do-nos as palavras para nomear essesmomentos essenciais. Manguel conclui: Agradeo literatura dar-me a oportunidade de comear aentender quem sou e o que acontece no mundo.

    Morreu um dos maisconhecidos actoresbrasileirosCludio Marzo entrou em Pantanal" e"Kananga do Japo, entre outras produes.

    Foto: DR

    O actor brasileiro Cludio Marzo morreu, este domingo,na Clnica So Vicente, no Rio de Janeiro, aos 74 anos.Estava internado devido a uma pneumonia, desde oincio de Maro, noticiou a edio online do jornalGlobo.Filho de uma famlia de operrios e descendente deitalianos, Cludio Marzo abandonou os estudos aos 17anos para trabalhar como figurante na TV Paulista e,aos 25 anos, foi convidado para trabalhar na TV Globo.Integrou o primeiro grupo de actores contratados pelaGlobo, inaugurada em Abril de 1965, responsvel pelamaioria das novelas brasileiras transmitidas emPortugal, como "Pantanal" e "Kananga do Japo"."Sempre tive vontade de ser actor, achava uma coisafantstica. Os actores emocionavam-me. Achavainteressante transmitir emoes e conscincia demundo para as pessoas. Na poca, eu acreditava,ingenuamente at, que o teatro pudesse modificar omundo", disse o autor numa entrevista antiga, citadapelo jornal Globo.

    Segunda-feira, 23-03-2015 16

  • FUTEBOL

    Jornada 26.Resultados eclassificaoEste domingo h quatro jogos. Destaquepara o Sporting que goleou o Guimares.

    A jornada 26 segue este domingo (com destaque para apartida Sporting - V. Guimares) depois de um sbadode surpresas com a derrota do Benfica e o empate doFC Porto.Resultados Jornada 26Boavista 1-0 Belenenses Moreirense 1-1 MartimoArouca 3-1 Gil VicenteSporting 4-1 V. GuimaresSp. Braga 0-0 AcadmicaEstoril 3-3 PenafielRio Ave 2-1 BenficaNacional 1-1 FC PortoV. Setbal - P. Ferreira (segunda-feira, 20h00)Classificao Jornada 261- Benfica 65 pontos2- FC Porto 623- Sporting 564- Sp. Braga 475- V. Guimares 406- Rio Ave 367- Belenenses 368- P. Ferreira 36 (-1 jogo)9- Nacional 3310- Moreirense 3211- Martimo 3112- Estoril 2813- Boavista 2814- Acadmica 2615- V. Setbal 23 (-1 jogo)16- Arouca 2317- Gil Vicente 1918- Penafiel 17[actualizado s 20h50]

    REVISTA DA IMPRENSA DESPORTIVA

    Nova esperana emAlvalade,campainhas dealarme na Luz

    A goleada do Sporting frente ao Vitria de Guimaresfaz a manchete dos trs dirios desportivos, com OJogo e Record, na mesma linha, sublinhando aresposta leonina ao 3-0 da primeira volta. "Desforra deleo", escreve O Jogo. "Leo de raiva", l-se no Record.O jornal A Bola faz outra abordagem, com o ttulo:"Sporting ainda sonha". O dirio do Bairro Alto sublinhaa "aproximao aos primeiros".Em todos os jornais, referncia s campainhas de alertaque soam na Luz, depois da derrota em Vila do Conde."Vieira foi ao balnerio dar moral", escreve O Jogo,enquanto o Record diz que "Vieira pede calma aobalnerio". Em A Bola alude-se a uma "mensagem deconfiana" transmitida por Vieira e Jesus equipa.Sobre o FC Porto, o dirio O Jogo avana: "Jackson japonta ao Bayern".

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  • RIBEIRO CRISTVO

    Errar os alvosDo que ficou vista em Vila do Conde e noFunchal, Benfica e FC Porto perderam, sbitae inesperadamente, a capacidade de cumpriraquilo que j era dado por garantido.

    Por Ribeiro Cristvo

    Benfica e Futebol Clube do Porto tinham na mira, bemassestada, dois adversrios que pareciam fceis deabater. S que os disparos acabaram por falhar apontaria, e por isso muita coisa mudou num cenrioque h algum tempo parecia naturalmente imutvel. Aconteceu na jornada 26. Um tombo do Benfica, queteve tanto de inesperado como indiscutvel, deixava aporta aberta a uma recuperao espectacular do FCPorto, colocando ao rubro um campeonato que searrastava e mantinha um pouco sensaboro h vriassemanas consecutivas. S que a equipa de Lopetegui no foi capaz de dar essesalto qualitativo, que lhe permitiria colocar-se a umponto apenas do seu rival e, embora reduzindo osestragos, permanece em situao que apenas passoude desesperada a ligeiramente favorvel. verdade que os portistas passaram a dependerapenas de si prprios. Trata-se, porm, de uma vantagem que ainda no lhespermite respirar fundo, sobretudo porque a sobrecargaque o calendrio reflete at ao fim da temporada deixaadivinhar dificuldades que no atingem o seuadversrio lisboeta. Do que ficou vista em Vila do Conde e no Funchal,ressalta a sbita e inesperada perda de capacidade que,mais do que os resultados, as exibies do duo docomando deixaram vista. E aqui reside o principalmotivo de preocupao que invadiu as hostes. Ao contrrio dos seus rivais, o Sporting no errou oalvo, aproveitando para reduzir a diferena do duo dadianteira e dar mais conforto sua posio, parecendoagora que o terceiro lugar um dado adquirido. Otriunfo sobre o Vitria de Guimares foi claro, e deu daequipa uma imagem saudvel que se pode tornarmuito importante na recta final. Com oito jornadas pela frente, a face da histria destecampeonato pode alterar-se. Os sinais deixados por tudo quanto se passou no fim-de-semana confirmam que podem estar outrassurpresas a caminho.

    CR7 marca masperde clssicoespanholBarcelona 2-1 Real Madrid.

    O Barcelona vence 2-1 o superclssico espanhol e temagora quatro pontos de vantagem no campeonato. OBara foi mais eficaz e melhorou na segunda partedepois dos merengues terem feito um grande primeirotempo. Cristiano Ronaldo voltou aos golos, mas no foisuficiente para garantir os trs pontos, face aos golosde Mathieu e Suarez.93'- Final (2-1)87'- Messi obriga a boa defesa de Casillas.86'- Arrancada de Jordi Alba e Casillas defende paracanto.78'- Mais uma grande defesa de Bravo. Remate deBenzema que bate em Mascherano.73'- Messi muito perto do golo com um remate em arcoque passa a centmetros do poste.56'- GOLO do BARCELONA. Marca SUAREZ com rematecruzado aps assistncia de Dani Alves (2-1).49'- Enorme defesa de Bravo a grande remate deBenzema.21h03: Segunda parte.Jogo intenso, com oportunidades nas duas balizas,mas muito mais Real Madrid.45'- Intervalo (1-1)43'- "Bomba" de CR7 obriga Bravo a defender paracanto. 40'- Golo anulado ao Real Madrid. Marcou Bale. O galsno est fora de jogo, mas h dvidas na posio deCristiano Ronaldo que fez a assistncia. Lance muitopolmico.37'- Carto Amarelo para Cristiano Ronaldo.32'- GOLO do REAL MADRID. Marca CRISTIANORONALDO depois de assistncia de Benzema, decalcanhar (1-1)19'- GOLO do BARCELONA. Marcou Mathieu de cabea,aps livre de Messi (1-0).17'- Messi de cabea.12'- Cristiano Ronaldo remata barra.As duas equipas encontram-se numa altura em queesto separados por um ponto na Liga espanhola, comvantagem para os "blau grana". Ser mais um dueloentre Cristiano Ronaldo e Messi.Barcelona:

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  • Bravo, Dani Alves, Piqu, Mathieu, Alba, Mascherano,Iniesta, Rakitic, Neymar, Messi e Surez.Real Madrid:Casillas, Carvajal, Pepe, Sergio Ramos, Marcelo, Kroos,Modric, Isco, Ronaldo, Bale e Benzema.

    Portugal qualificadopara o Europeu defutsalEquipa lusa ganhou este domingo e apurou-se devido diferena de golos.

    A seleco portuguesa de futsal qualificou-se para afase final do Campeonato da Europa de 2016, ao vencera Romnia por 4-1, na terceira jornada do Grupo 7 daRonda de Elite.Pedro Cary, Ricardinho (dois) e Tiago Brito apontaramos tentos da formao lusa, que venceu oagrupamento, com seis pontos, os mesmos deCazaquisto e Romnia, mas com melhor diferenaentre os golos marcados e sofridos. A Gergia acabou azero.Num agrupamento que s apurava o vencedor para afase final, na Srvia, de 2 a 13 de Fevereiro de 2016,Portugal acabou com 12-4 em golos, contra 11-7 doCazaquisto, que goleou a Gergia por 4-0 e 11-9 daRomnia.

    HQUEI EM PATINS

    Sporting e quei deBarcelos na "finalfour" da Taa CersEste domingo h um FC Porto - Benficasobre rodas para a LigaEuropeiadepois de um empate (3-3)na primeira mo.

    1/4 de Final da Liga Europeia21/22-Maro-20152 MoBarcelona (Espanha) 8-5 Hockey Valdagno (Itlia) (14-7no total)VIC (Espanha) 3-2 Liceo (Espanha) (5-4 no total,apurado com golo de ouro)Forte Dei Marmi (Itlia) 4-4 Hockey Breganze (Itlia) (6-9 no total)Domingo dia 22 s 17hFC Porto 3-3 Benfica na 1 moBarcelona, VIC e Hockey Breganze j na Final Four1/4 de Final da Taa CERS21-Maro-20152 MoOliveirense 1-4 Sporting (4-6 no total)Diessbach (Suia) 2-4 Reus (Espanha) (4-9 no total)Follonica (Itlia) 1-0 Igualada (Espanha) (3-4 no total)OC Barcelos 4-5 St. Omer (Frana) (8-6 no total)Sporting, Reus, Igualada e OC Barcelos na Final Four

    Morreu participanteda meia maratona deLisboaUm atleta alemo "sentiu-se mal, teve logoapoio mdico, foi transportado para o SoFrancisco Xavier, onde veio a falecer".

    Um participante alemo na 25 meia maratona deLisboa, cuja identidade est ainda a ser confirmada,faleceu no Hospital So Francisco Xavier, aps ternecessitado de assistncia mdica durante a prova,

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  • informou a organizao. O alemo, presumivelmente de 43 anos, ter falecidopor "causas cardacas", indicou a mesma fonte." um cidado alemo. Ainda no h identificaoconfirmada porque ele veio integrado num grupo de 20alemes que vieram por uma agncia alem. s vezes,o que acontece que eles trocam os dorsais e, por isso,estamos a tentar confirmar se o dorsal corresponde identidade", disse a mesma fonte da prova organizadapelo Maratona Clube de Portugal.A mesma fonte acrescentou que o cidado alemo"sentiu-se mal, teve logo apoio mdico, foitransportado para o So Francisco Xavier, onde veio afalecer"."Tudo indica que seja causas cardacas", acrescentou,adiantando que aps confirmao da identidade doparticipante alemo "ser contactada a famlia".Na sua 25 edio, a meia maratona de Lisboa bateu orecorde de inscritos -- 15 mil -, tendo, em conjuntocom a mini maratona, contado com 35 mil pessoas aatravessar a ponte 25 de Abril.

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