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padre quevedo fala sobre o curandeirismo
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Sumrio
1 Adivinhao e Cura 2 O Poder Curativo das Simpatias 3 O Curandeiro age a distncia do doente? 4 Diagnsticos Parapsicolgicos?
5 Cura Parapsicolgica? Sensacional Polmica Adivinhao e Cura
Curandeirismo
Num artigo anterior havamos distinguido quatro
Hipteses Tericas de influncia parapsicolgicano
campo de Psicohigiene (Curandeirismo).
Corresponde agora abordar a Quarta hiptese:
Quarta Hiptese
Influxo direto do prprio doente sobre seu prprio
organismo ou doena, o curandeiro ausente
sendo catalisador autntico, verdadeiro, dessa
atividade do doente.
A modo de transio As teorias de Digby, Paracelso, Avicena, Plnio, e as
dos ocultistas como as dos primitivos, j analisadas a
respeito da Terceira Hiptese, podemos consider-
las como prembulo desta Quarta Hiptese.
Todas as pessoas de senso comum compreendem
que os pastores exorcistas, to numerosos
principalmente no Brasil, no curam (nem expulsam
demnios) . Simplesmente provocam histeria
contagiante
http://institutopadrequevedo.com.br/?portfolio_category=curandeirismohttp://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/foto_01.jpgNos alvores do hipnotismo, o Dr. Dufour, mdico-
chefe do Asilo de Saint-Robert (Isre, Frana),
fazia uma srie de experincias sumamente
interessantes.
Essas experincias foram dadas a conhecer pelo Dr.
Paulo Garnier SociedadeMdico-Psicolgica de
Paris, na sesso de 31 de maio de 1886: T.
sensvel ao dos medicamentos sem serem
ingeridos. Os fatos referidos pelo Dr. Dufour so
verdadeiramente surpreendentes: um grama de ipeca
posta num papel dobrado, colocado sobre um chapu
alto com que T . cobria sua cabea, determinou
nuseas e regurgitaes. Tudo cessa, logo que o
medicamento retirado. A atropina dilata levemente
as pupilas, seca a garganta, produz uma frouxido
muscular geral. Um pacote de razes de valeriana,
posto sobre a cabea, apesar de coberta por um
grosso bon de l, produziu efeitos inimaginveis,
como um ataque de total loucura (): Pe-se a
andar a quatro ps, brinca como um gatinho com
uma rolha (), lambe as mos e passa-as nas
orelhas. Com a retirada da valeriana, tudo cessa. E
T. , achando-se a quatro ps, se admira de estar em
tal posio. No tem lembrana alguma do que
ocorreu
Toda idia de fingimento do paciente, toda
suposio de Sugesto deve ser afastada, dada
ignorncia de T. a respeito dos efeitos dos
medicamentos e dadas s precaues que se
tomaram para nada se dizer nem fazer que pudesse
produzir a Sugesto.
luz do exposto nos artigos anteriores, essas
experincias e milhares de outras anlogas, so
muito compreensveis. No , evidentemente, que os
medicamentos tenham ao portransferncia sem
serem ingeridos. Nem uma exteriorizao da
sensibilidade do paciente. que, apesar de no
haver uma Sugesto normal direta nem indireta,
hSugesto parapsicolgica: o Sr. T., um
psquico (quem manifesta algum fenmeno
parapsicolgico), algumas vezes capta
por Hiperestesia Indireta do
Pensamento (HIP,Adivinhao sensorial) os
pensamentos dos doutores, que esto presentes. E
atua de acordo com o que dele se espera.
Certamente que sem completa regularidade:
referem-se os xitos; os fracassos so deixados de
lado.
Isto suposto, as experincias nos servem de
transio, porque cabe perguntar-se: assim como
por HIP um paciente pode agir de acordo com as
idias que adivinha no mdico presente, poderia
tambm ser influenciado distncia como
resultado de uma Adivinhao extra-
sensorial,Paranormal (?) (sarando o paciente pela
sua prpria fora). Seria equivalente ao que o povo
chama feitio
Entre tantos casos que poderamos citar,
famosssimo o curandeiro alemo Bruno Grning.
Publica nos jornais que por preo mdico cura
distncia a quantos lhe escrevam. Recebe
diariamente centenas de cartas, que nem sequer l
Provas inaceitveis
Germaine C., uma menina de treze anos, morava em
Notre-Dame-de-la-Garde, perto de Montauban, na
Frana. Aps uma difteria, ficou cega e muda. A
mudez e a cegueira eram indiscutveis, sendo
confirmadas at mesmo pelos melhores mdicos e
especialistas de Toulouse.
Germaine nunca abandonara a aldeia. O
famosssimo curandeiro Bziat nunca a vira, mas
aceitou ocupar-se do caso distncia. E com efeito,
uma tarde Bziat invocou, como freqentemente
fazia, os poderes divinos de que ele era
administrador (!?). Eram 6 e 25 hs. da tarde, e
naquela mesma hora a menina recobrou
imediatamente a vista e a fala.
Cura distncia (?) A menina era certamente cega e
surda. Mas no se exclui de nenhuma maneira que
essa cegueira e essa mudez com o tempo se
transformassem em histricas. Submetida a toda
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/foto_02.jpgclasse de testes, realmente ela no adaptava os
msculos dos olhos e no movimentava os msculos
da fonao. uma seqela freqente da difteria, por
efeito dos processos neurticos provocados pela
toxina diftrica. Mas preciso frisar que, aps
algum tempo, tais seqelas geralmente se curam
sozinhas. Alis, no havia atrofia nenhuma dos
msculos. Diramos: a menina continuava cega e
muda por inrcia, por impresso, histericamente.
Bziat curou-a distncia (?) H uma explicao
muito mais fcil e lgica: a menina sarou
simplesmente porque sabia que Bziat ia cur-
la nessa hora, e acreditava. E basta. O supersticioso
e o prprio curandeiro mais uma vez, na sua
ignorncia, anotam para si pontos que no
ganharam.
Sentido! O rei morreu!
um caso clssico nos prdomos
da Parapsicologia. O general espanhol Serrano
encontrava-se extenuado por causa da longa doena.
Sem ajuda de outras pessoas no podia mover-se de
sua poltrona. No obstante, a altas horas da noite,
com espanto dos presentes, levantou-se viril e
energicamente e em posio de sentido gritou com
voz forte:Depressa! Que um ajudante monte a
cavalo e corra ao Palcio de El Pardo. O Rei
morreu.
Acreditaram que se tratava de um delrio e
apressaram-se acalm-lo. O general prostrou-se na
poltrona e ficou como que esttico. Pouco depois
incorpora-se de novo e pede: Meu uniforme, minha
espada. O Rei morreu. Foram suas ltimas
palavras; momentos depois morria o general.
Cidade Fraternidade Universal, uma de tantas
associaes de curandeiros espritas
Quando amanheceu, soube-se que de fato o jovem
Rei Alfonso XII (1857-1885) morrera nessa noite.
Deve-se notar que se mantivera segredo sobre o
estado do Rei.
O caso muito elucidativo. Nada tem demais quanto
percepo teleptica entre tantos milhares que
a Parapsicologia moderna tem recolhido. O
significativo que a momentnea cura (com
referncia ao Curandeirismo pomos sempre o
termo cura entre aspas, porque o curandeiro
sempre perigoso, e quando cura criminoso, como
demonstramos em outros artigos). Estvamos
dizendo que a momentnea cura da paralisia do
general pela utilizao perigosa de suas ltimas
reservas de foras, foi evidentemente devido ao
estado emocional provocado pela percepo
psigmmica que o general teve da morte do Rei.
Parece claro que, analogamente ao caso do general,
qualquer outra pessoa captando telepaticamente os
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/foto_03.jpgdesejos de um curandeiro, pela confiana depositada
nele ou nas suas prticas supersticiosas, poderia
sarar.
outra a explicao
Claramente. De casos semelhantes no pode de
maneira nenhuma deduzir-se a existncia de curas
distncia, to propaladas pelos curandeiros e seus
propagandistas,. Em todos esses casos abunda o
entusiasmo e na mesma medida falta a objetividade,
como vimos no artigoOs Curandeiros e a
Propaganda. Eternizar-nos-amos apresentando
casos, e em todos eles uma anlise serena nos
apresentaria outras possibilidades de explicao
diferente e bem mais lgica do que a cura
distncia. Conhecemos o poder da Auto-sugesto,
como vimos nos artigos titulados Por que saram
os doentes (?) e A fora curativa do psiquismo.
Mais uma lucrativa associao de curandeiros
espritas disfarada, para mais enganar, sob nomes
cristos: Cenculo esprita CRISTO
CONSOLADOR do centro esprita irmos de Frei
Luiz
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/foto_04.jpgDe outro ngulo: Sabemos que existe a
faculdade Paranormal (PN) chamada PSI-
GAMMA (PG, Psico-Gnosis, Conhecimento
Psquico). Por que ento uma palavra, um desejo,
uma atitude de cura no curandeiro ausente,
captada paranormalmente, no poderia ocasionar
que um paciente se curasse a si
mesmo (?) Poderia Captao parapsicolgica,
pouco freqente, excepcional, mas poderia Ora,
repetimos, o mrito exclusivo do doente. Mesmo
que fosse completamente ao contrrio vontade do
curandeiro, mesmo que no desejasse nada. Mesmo
que nem soubesse da existncia daquele doente.
Mesmo que fosse pura inveno do paciente
Repetimos: Devemos rejeitar a propaganda dos
curandeiros e dos seus sequazes.
Um grupo. Na Inglaterra existe a Guild of
Spiritual Healing (Associao dos Curadores
Psquicos). Trata-se de uma organizao de
curandeiros espritas. (Muitos casos dessas
organizaes supersticiosas h em outros pases,
especialmente no Brasil). Seguem as instrues de
um mdium, Sr. Simpson, que teria por sua vez
sido instrudo pelo esprito(ponho freqentemente
a palavra esprito entre aspas, porque no h
espritos humanos sem corpo, material ou
espiritualizado pela ressurreio) de um mdico do
alm (no h comunicao dos mortos) que se
chamaria Dr. Lascelles. O grupo de curandeiros
composto por sete (nmero mgico!).
Nas suas sesses, abertamente espritas, os sete
mdiuns (No h mediunidade ou comunicao
dos espritos) intercedem ao mesmo tempo pelo
doente. A sincronizao e comunho dos
pensamentos seria, segundo o terico da escola, a
grande chave da fora curadora. distncia,
tambm segundo o Sr. Simpson , no apresenta
nenhum obstculo. Assim foram tratadas desde
Londres pessoas da frica do Sul, Austrlia, China
ou Malsia. Semanalmente so tratados com o
mtodo da Guild at uns dois mil doentes.
O curioso, o realmente admirvel e no menos
repreensvel que at a Associao Mdicada
Inglaterra admitiu certa dvida ou simpatia
pela Guild. Inclusive alguns mdicos chegaram a
submeter seus prprios parentes a esse tratamento.
Entre as doenas curadas, citam-se
particularmente casos de tuberculose, paralisia
infantil, diversas perturbaes cardacas, trs casos
de cegueira, estacionamento de cncer(por quanto
tempo?) e at outro caso de estacionamento (no de
cura!) de lepra branca.
Mas frisa o Sr. Simpson, necessrio que o
paciente esteja apto para corresponder no momento
exato e fixado pelo grupo para concentrao de suas
foras sobre o caso. O grupo age como um posto
transmissor, e o doente como um aparelho receptor,
ligados por um feixe de ondas restauradoras (?!).
Caberia perguntar se a fora curadora no depende
exclusivamente da concentrao das foras do
doente no seu caso e da confiana supersticiosa
que deposita na suposta ao distncia dos
mdiuns.
Mas tambm no seria possvel que a concentrao e
comunho do pensamento do grupo de curandeiros
fosse um mais apto objeto
da Adivinhao inconsciente do doente, e que
esta Adivinhao de um forte desejo de cura
possa desencadear maiores foras curativas do
prprio paciente (?) Eis a Quarta Hiptese.
Esta demonstrado em Parapsicologia o
chamado Efeito de Reforo nos agentes. So
muitssimos os casos e
experincias: Multiplicando-se os agentes, o
fenmeno (da chamadaSugesto Teleptica) pode
surgir com maior facilidade, mesmo quando as
demais condies so pssimas.
O chamado Efeito de Reforo entre seitas
pentecostais: exaltao e nmero de agentes
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/foto_05.jpgImportncia do agente
Numa srie de experincias realizadas pelo Dr.
Gilber Murray, distinto humanista da Universidade
de Oxford e presidente da Sociedade de Pesquisas
de Parapsicologia(S.P.R.), de Londres, os
agentes eram diversos grupos de membros
daS.P.R., entre eles a famosa metapsiquista Dra.
Sidgwick (filha do Dr. Murray). O receptor era o
mesmo Dr. Murray
O xito, quando entrava em algum dos grupos a filha
do Dr. Murray , foi to evidente que compensava
sobejamente a falta de avaliao
matemtica (absurdamente exigida sempre
pelaMicro-Parapsicologia). Deve-se notar que o
resultado era menor quando a filha do receptor no
fazia parte do grupo, e era nulo quando s atuava
ela.
Isso quer dizer que se a interveno da filha
estabelecia um contato emocional muito
conveniente, tambm o reforo que trazia o grupo
era um fator imprescindvel para ela, pois sozinha
no manifestava suficiente fora teleptica.
Podemos repetir nada menos que com o
prestigiosssimo parapsiclogo Dr. Eugenne Osty,
fundamentando-se em inumerveis casos
anlogos: H um produtor predominante, embora
com seu poder dependendo () do seu grupo.
No caso do Curandeirismo por um grupo,
o produtor predominante e ocontato emocional
muito conveniente geralmente exaltado pelo fator
confiana cega nos poderes medinicos dos
curandeiros, pelo relacionamento contagiante de
superstio previamente estabelecido entre a
sociedade e o paciente, pela angustiante expectativa
do doente, etc.
Esclarecimento necessrio
Devemos repetir: A Parapsicologia tem
demonstrado que na chamada Sugesto
Teleptica o papel primordial do receptor. O
agente e suas mandingas, ritual ou tcnicas
no passam de mera condio extrnseca, mero
objeto da atividade paranormal do receptor.
A Sugesto Teleptica, como o feitio, como
o Curandeirismo distncia, como qualquer outro
fenmeno parapsicolgico de conhecimento
eqivale no mbito do paranormal s outras
faculdades ou sentidos no mbito do normal. Como
a viso, por exemplo. Quem no tem a vista em bom
estado, ou no tem todo o restante dos requisitos
psicofsicos da viso suficientemente desenvolvidos
e em bom estado, cego ou mais ou menos
deficiente na viso.
Da mesma maneira, para captar distncia a boa
inteno do curandeiro (ou a m inteno do
feiticeiro), o receptor que deve ter a telepatia
suficientemente desenvolvida no seu inconsciente.
Do contrrio no capta, ou melhor, no manifesta a
captao em grau suficiente para ativar a fora
curadora do psiquismo no seu prprio organismo.
Quanto mais parapsicolgico, pior
Por conseguinte e evidentemente, no o curandeiro
que cura, nem em presena nem distncia. Em
caso de ser captada telepaticamente a inteno do
curandeiro, o prprio paciente que sara pelo
poder do prprio psiquismo. Na cura teleptica
distncia e na cura em presena, o fenmeno
essencialmente o mesmo.
Acrescenta-se, porm, uma grande dificuldade
provinda precisamente do aspecto propriamente
parapsicolgico: essa cura psquica pressupe a
percepo teleptica. E a manifestao dos
fenmenos parapsicolgicos essencialmente rara,
espordica, incontrolvel.
O Efeito de Reforo no curandeirismo,
lamentavelmente herdado por certos carismticos
catlicos (?!)
No artigo anterior, a respeito da Terceira Hiptese,
temos dado grande importncia ao ambiente geral e
ao relacionamento curandeiro-paciente. Alm desse
influxo j estudado para desencadear a atuao
psquica, tambm o ambiente e a relao curandeiro-
paciente importante para propiciar o surgimento,
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/foto_06.jpgalguma vez, das faculdades parapsicolgicas do
prprio doente. Logicamente caberia esperar que as
faculdades e a situao parapsicolgica por sua vez
propiciassem, em maior grau, nova exaltao do
poder psquico de cura.
A este respeito resumia o destacado parapsiclogo
Maurice Colinon num Congresso Internacional de
*Parapsicologia: No discurso de diversas
intervenes que procederam minha, me
proporcionou particular felicidade ver posta em
evidncia esta idia, absolutamente fundamental,
que impossvel isolar o fator Psi (parapsicolgico
em geral) das circunstncias que o levam a
manifestar-se, isto , no meu caso, do contexto
psicolgico e social () O fator Psi no deve
buscar-se unicamente como uma caracterstica do
curandeiro. Ao contrrio, muito possvel que seja
revelado no paciente e, ainda mais provavelmente,
na relao curandeiro-doente.
Na balana
Se colocssemos nos pratos de uma balana a
Medicina e o Curandeirismo, concluiramos:
1) Que apesar das maravilhosas faculdades
parapsicolgicas relacionadas com
oCurandeirismo, o Curandeirismo nada
pesa, mesmo o mais dotado parapsicologicamente
dos curandeiros no oferece garantia nenhuma, nem
a mnima possibilidade de algum domnio sobre o
seu mtodo de cura parapsicolgica. Nunca com
hora marcada. Rarssimo espontaneamente. Jamais
com freqncia, como eles afirmam.
Tudo o contrrio da Medicina. A Medicina conta
com uma histria gloriosa. indiscutivelmente uma
cincia organizada, sistematizada, experimental,
capaz de exercer controle severo das foras
psquicas e orgnicas. Com ela, o prato da balana
desce totalmente.
2) Mesmo nos rarssimos casos de auto-curas
parapsicolgicas, como por exemplo nos casos
citados da influncia de medicamentos sem serem
absorvidos, e outros fenmenos similares, evidente
que a faculdade parapsicolgica no faz mais do que
pode fazer um tratamento cientfico-mdico
moderno.
No Congresso Internacional de Utrecht, o Dr. Louis
Rose, expondo os resultados das suas longas
pesquisas realizadas a pedido da S.P.R. de Londres,
declarou no haver sido capaz de encontrar jamais
um s caso ou uma doena realmente orgnica que
fosse curada ou nem sequer aliviada (por um
curandeiro), onde fracassariam os tratamentos
mdicos normais aps razoveis tentativas.
Concluso. A hiptese da Para-iatria ( margem da
Medicina, para designar a suposta cura
parapsicolgica) certamente no Meta-iatria (mais
do que a Medicina) como propagam os curandeiros .
A pretendida cura parapsicolgica seria outro
caminho nunca melhor que a Medicina, e sim muito
menos freqente, cheio de perigos , manifestamente
inferior ao da Medicina. Portanto, a pretendida
cura parapsicolgica deve ser chamada Hipo-
iatria, Infra-medicina,
simplesmente Curandeirismo.
O Poder Curativo das Simpatias
Curandeirismo
Num artigo anterior havamos distinguido
quatro hipteses tericas de
influnciaParapsicolgica no campo
de Psicohigiene (Curandeirismo). Corresponde
agora abordar a Terceira Hiptese.
Influxo direto do prprio doente sobre o prprio
organismo ou doena, sendo o curandeiro mera
sugesto em presena, ou sugesto teleptica em
ausncia, ou mera imaginao do doente.
Escola Norte-americana
Comecemos insistindo contra o erro dos
parapsiclogosdesta escola, que chamamos Micro-
Parapsicologia (sabem muito pouco, e o pouco que
sabem o misturam com muitos erros) a faculdade
parapsicolgica de efeitos fsicos seria ela mesma de
natureza PN (Para-Normal, extra-sensorial,
espiritual), conhecida pelo nome de
faculdade PK (Psi-Kappa). Sendo espiritual, poderia
atuar a qualquer distncia, atravs de quaisquer
obstculos, no passado e no futuro
A Micro-Parpsicologia, como na era paleoltica e
muitos supersticiosos hoje, atribui ao
curandeiro (como ao feiticeiro etc.) essa
http://institutopadrequevedo.com.br/?portfolio_category=curandeirismoinexistente faculdade de influir distncia. O
feiticeiro ou curandeiro possuiria poderes
mgicos, emitiria foras misteriosas (PK) capazes de
atuar sobre objetos fsicos distantes! (por exemplo
sobre o corpo do doente ou sobre os seus elementos
patgenos).
Entre os ndios primitivos, como no Espiritismo
afro-brasileiro, o paj, como o babalorix-
curandeiro, pensa que impregnando no crculo
mgico os chifres de um touro sacrificado, consegue
destruir todos os males de determinado doente
Defensores de prestgio
Entre os defensores desse erro devemos destacar
alguns autores, clebres por outros motivos, mas
sem conhecimento algum de Parapsicologia. Na
suaHistriaNatural, Plnio, pelo ano 77 a.C., dizia
que a magia, m na sua inteno, poderia apresentar,
excepcionalmente, outra face curativa. Segundo
Plnio, a magia poderia atuar fisicamente distncia.
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/simpatias01.jpgEntre os que a empregavam para curas distncia,
cita a Pirro.
Avicena, famoso mdico e naturalista do sculo X,
citado por So Toms de Aquino no sculo XIII
como atribuindo a certos homens o poder
espiritual (PN, Paranormal) de cura
distncia: Se a alma () no est sujeita a paixes
do corpo e tem forte poder de sugesto, no s pelo
prprio corpo ser obedecida, mas tambm pelos
corpos de outras pessoas (distantes)curando as
doenas ( a Segunda Hiptese de cura
parapsicolgica, hiptese j refutada no artigo
anterior). So Toms de Aquino discordou de
Avicena em atribuir o fenmeno purezada alma,
pois a conceituao moral, em si, no influi na
natureza, como evidente. Mas aceitava um
poder anmico de efeito fsico para curar
distncia. Ao fsica distncia por uma fora
espiritual: Idntica inexistente chamadaPK.
(Insisto: nem Avicena nem So Toms de Aquino
pensaram em atribuir o fato adivinhao, pelo
paciente, dos bons desejos do curador e que por
esta adivinhao haveria um real incentivo ou real
estmulo, seria o curandeiro catalisador para que
agisse o prprio paciente no prprio organismo. Isto
a quarta hiptese que teremos que estudar no tema
da Psicohigiene).
Na Assemblia de Montpellier
Em 1643, e por motivos polticos, foi pronunciado
um longo discurso (umas 25 mil palavras)que
exerceu muita influncia durante muitos anos. O
desterrado poltico, ex-chanceler ingls, Kenelm
Digby, em discurso proferido em sesso solene na
assemblia de Montpellier, apresentava os
ensinamentos teraputicos, que teria aprendido de
um velho monge carmelita residente em Florena
que, por sua vez, o aprendera quando missionrio na
ndia.
No discurso se revelava o segredo at ento
zelosamente guardado. Digby antes s o revelara ao
rei. Aps o discurso, porm, o segredo se revelaria
num livro para a lucrativa venda massiva (j ento
havia tcnicas em truques publicitrios!).
Segundo Digby , o Poder das Simpatias pode
curar distncia, mesmo sem conhecimento do
paciente.
Ele destaca que no se trata de magia diablica ou
esprita nem nada semelhante, nem do poder de
sugesto como as chamadas curas pela f das
seitas de curandeiros j existentes na poca.
Acreditam que impregnando de sangue a estatueta
do exu, este burlar-se- (lngua) de todos os inimigos
e manter vivo (corao)o cliente que tanto pagou
As crendices de Digby. Tratar-se-ia do poder
curativo do universo, captado e armazenado pelo
sulfato de ferro ou de cobre (vitrolo) em
determinadas circunstncias. Este sulfato era o p
de simpatia. Tal fora curativa do p de
simpatia transferiria do objeto ao paciente inclusive
ausente misteriosas aes dos raios solares aliados s
partculas viscosas dos quatro elementos materiais,
junto ainda com a emanao impalpvel de aromas
diversos e sutis (!?).
Na realidade, Digby fez-se eco da antiqussima
crendice dos egpcios (ainda persistente nos
espritas, tesofos, ocultistas), na cura por
simpatia ou representao.Acreditavam que a roupa
ntima ou objetos usados se impregnavam
pelo Ka (depois chamado fora vital,duplo
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/simpatias02.jpgetrico, magnetismoanimal, periesprito e
tantos outros nomes designando tal disparate).
Encontrando-se dificuldades em pegar alguma
prenda ntima ou algum cabelo, unha, etc., tambm
desde poca imemorial passou-se a empregar a
representao da pessoa em questo com uma
estatueta de cera, boneca de trapo, etc.
Nela,magicamente, tambm residiria o
Ka (o duplo, etc.).
Pois bem, toda ao para o mal ou para o bem que se
exerce-se sobre o objeto ou representao,
repercutiria distncia sobre a pessoa representada
ou o dono desses objetos.
No sculo XVI, o poder de simpatia encontrara ,
em Paracelso (1493-1541) um defensor de prestgio.
Posteriormente Sir Kenelm Digby (1603-1665), o
clebre poltico e escritor mstico (?) catlico e o
velho monge carmelita que o convenceu, s seguem
as teorias de Paracelso.
Essas teorias, porm, no preciso fris-lo, esto
cheias de muitas outras supersties tradicionais. Por
outra parte, aceitar emanaes impalpveis de
aromas, essncias, partculas que, apesar de
midas e viscosas, so to sutis que podem
transferir-se de objeto ao paciente distncia,
demais. Simplesmente contraditrio!
Segundo a superstio, toda a sexualidade e paixo
impregna a galinha sacrificada que, deixada
ocultamente perto do pretendido pela consulente, a
transmitir a ele
Mas a teoria teraputica (?) de Digby e suas
explicaes (?), no comeo s toleradas, chegaram
a ser preferidas aos mtodos menos
modernos (?) da Medicina. Digby encontrou
defensores entre tantos desorientados filsofos
naturalistas do sculo XVII. Inclusive alguns
mdicos se ergueram em paladinos dos encmios
incomparvel descoberta (?).
Sarou dagangrena.- Com esse mtodo, e
segundo Digby, um ilustre senhor chamadoJames
Howell , haveria sido curado das feridas recebidas
quando tentava separar dois amigos, que se batiam
em duelo. Dois cirurgies haveriam realizado mal
(?) o seu trabalho, pelo que foi solicitada a
interveno de Digby para deter a gangrena de uma
mo.Digby nem sequer examinou o paciente. Pediu
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/simpatias03.jpgum objeto que se tivesse impregnado do sangue de
James Howell. Recebeu uma liga de meia (jarreteira,
com a qual lhe haviam feito um curativo de urgncia
no local do duelo). Digby mergulhou a liga numa
vasilha de gua onde previamente depositou o seu
misterioso p de simpatia: Howell percebe uma
sensao agradvel na mo doente e no sente mais
dor. Uma hora depois Digby retira da gua a liga de
meia e a traz perto do fogo: Howell sente um calor
abrasador, como se colocasse a mo sobre brasas.
Digby mete de novo na gua curadora a liga de
meia, e Howell se sente aliviado. Ao fim de cinco a
seis dias as feridas estavam completamente curadas
e cicatrizadas (?).Digby assegura que foi devido ao
poder de simpatia (no sentido etimolgico do
termo: sentir conjuntamente) entre Howell e a liga
de meia.
Comprovao real. O rei Jacques haveria
comprovado pessoalmente o poder da simpatia:
Havendo ouvido falar do prodgio, o rei foi visitar
Digby, acompanhado pelo duque de Buckingham.
Howell estava ausente, na sua casa. Digby colocou
na gua a liga, previamente impregnada com o p
de simpatia, e colocou tudo junto ao fogo. Pouco
tempo depois, chegou o lacaio de Howell correndo
para comunicar que subitamente tinham voltado as
dores ao seu senhor, que se queixava de um calor
insuportvel no antigo ferimento. Digby mandou
dizer que seria aliviado imediatamente. Bastou
retirar a liga de junto do fogo
truque to freqente como fcil. Aps simular
total paralisia, levanta o pastor curandeiro que o
pagou. E o numeroso pblico se sugestiona
Pingos nos is. Suponhamos que o fato no esteja
colorido, o que em certos aspectos e analisadas todas
as circunstncias muito supor: o truque faclimo,
e mais sendo tudo arquitetado pelo prprio
curandeiro para sua prpria propaganda; contado
sem verificao nem testemunho de especialistas,
etc.
Mas suponhamos Em si, o fenmeno, isto , o
efeito(no a absurda explicao da simpatia)
possvel. Em primeiro lugar, contra as propaladas
foras curativas distncia do p da simpatia,
tenhamos em conta que, na realidade, neste caso no
houve tal distncia. Digby e Howell estavam na
mesma habitao. Com esta observao, a sensao
agradvel, o calor, a cura no passam de efeitos
perfeitamente explicveis pela mais comum das
sugestes, indireta, mas incutida em
presena.Repetimos: os efeitos so possveis.
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/simpatias04.jpgParapsicolgicos, certamente, e portanto
espordicos.
Digby obteve xito com uma pessoa especial. Mas
certamente que no foram muitos os seus xitos com
quaisquer outras pessoas.
Recolhendo, porm, de um lugar e de outro, antigos
e modernos, poderamos citar inmeros casos
idnticos ou muito parecidos, com ps de
simpatia, com objetos impregnados, com
estatuetas, com papis contendo o nome, com
fotografias, com sapos Com mil tcnicas a gosto
do consumidor.
Como se explica o fenmeno? Comecemos por
prescindir dos objetos. Analisemos os prprios
efeitos, limpos, sem ps nem mandingas. Analisar o
fenmeno limpo j um grande passo para
compreender a sua explicao. Um exemplo
moderno:
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/simpatias05.jpgEntre tantssimas supersties de curandeirismo,
mais uma tcnica a gosto do consumidor
Transferncia de sensibilidade. A Sra. J. B. era
esposa de um destacado advogado de New York.
Tinha cerca de quarenta anos, era bondosa, amvel e
complacente. Havia desenvolvido uma harmonia de
solidariedade afetiva com seu marido, at o ponto de
ter conscincia de muitas das emoes mais fortes
do esposo, mesmo quando este se achava a
quilmetros de distncia.
Numa ocasio, os membros da Sociedade de
Pesquisas Psquicas (SPR) de New York se
achavam na casa dessa senhora preparando
experincias. A Sra. J. B. encontrava-se numa ampla
sala de recepo entre as senhoras do Instituto,
conversando animadamente, enquanto trs ou quatro
homens se achavam em companhia do senhor Joo
B., o esposo, numa varanda, fumando, aguardando a
hora de comear a reunio.
Sem qualquer aviso, um dos pesquisadores
subitamente e com certa violncia bateu com um
espeto no brao do senhor Joo B. , como se fosse
um acidente. O Sr. Joo deu um salto enquanto no
rosto aparecia uma expresso de dor, mas no gritou.
Menos do que uma frao de segundo depois, ouviu-
se um forte grito. Era a Sra. J. B. , que se achava a
uns 25 metros de distncia do marido, separada dele
por vrias salas cheias de pessoas que conversavam
e caminhavam.
Quando se ouviu o grito da Sra. J. B. , todos
correram para l. As primeiras palavras da senhora
foram: Joo deve ter sentido algum golpe doloroso
em seu brao, precisamente aqui; eu o senti. Desejo
ver o que lhe aconteceu.
No h ao distncia
evidente que o espeto no feriu diretamente o
brao da Sra. J. B., como se a sensibilidade dele se
exteriorizasse at o brao da esposa ou vice-versa.
Alguns antigos metapsquicos acreditavam
na Exteriorizao da Sensibilidade, mesmo a
quilmetros de distncia!
So muitas as experincias que pareceriam
comprovar (?) a inexistente
No o copo que absorve a doena. No o leno
que protege de todo mal. Como dizia Roger Bacon:
Esses remdios em si mesmo nada valem, tudo
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/simpatias06.jpgdepende da sugesto suplente. A chamada em
Parapsicologia Harmonia de Solidariedade Afetiva
Exteriorizao da Sensibilidade a qualquer
distncia, atravs de qualquer obstculo, inclusive
para o passado e para o futuro. Mas, por exemplo o
grande parapsiclogo russo, Dr. Vassiliev ( Lonid
Lonidovth Vasiliew, 1889-1964), diretor do
Instituto de Parapsicologia na Universidade de
Leningrado, com observaes e experincias desse
tipo, acabou por compreender, como evidente, que
trata-se de captao teleptica por parte do receptor.
E, mais uma vez, contra a afirmao absurda
da Micro-Parapsicologia ou Escola Norte-
Americana: no existe PK.
prefervel com outra pessoaDamos importncia
a casos como o da Sra. J. B., sem objetos
impregnados nem eqivalentes, porque tais casos
so muito elucidativos para a compreenso do
curandeirismo distncia. Os objetos
impregnados so completamente dispensveis:
eles no tm fora mgica, eles no desempenham
por si mesmos tarefa nenhuma na cura. O
curandeiro e o curado, que neles acreditam, tm
neles simplesmente o suporte material para sua
superstio, crendice irreal, fantasia infundada.
O objeto s poderia ter um papel a desempenhar
quando constitudo por outra pessoa. Para a cura
nada valem em si mesmos o animal, a planta, a
substncia empregada na simpatia (ou
no transplante, ou impregnao,
ou descarga etc.)
Mas outra pessoa em tais funes alguma vez
poderia ter algum valor para essas curas. J o
descobrira h muito tempo o chamado Doutor
Admirvel, o frade franciscano Roger Bacon
(1214-1294), pai do mtodo experimental em
cincia. Bacon, alm de ser o primeiro a propor
mtodos experimentais para verificar fenmenos que
hoje chamamos parapsicolgicos (vrios esboos
destes experimentos aparecem em diversos lugares
do seu Sylva Sylvarum), verificou a cura
por sugesto suplente. O termo do prprio
Bacon.
Escreve no livro citado: Querendo curar por meio
da esperana a um cavalheiro doente (de doena
influencivel psiquicamente), procure-se um dos
seus criados que seja de natureza crdula. Quando o
cavalheiro estiver dormindo, faz-se beber ao criado
alguma coco incua (um placebo ), e diga-se-lhe
que com isso seu amo sarar em certo espao de
tempo. A imaginao do criado se tornar favorvel
pela sua completa f em vossos poderes curativos.
Aceitar a imagem da cura com grande fora. Este
convencimento se exteriorizar e influir no mesmo
sentido na imaginao do seu amo, tambm em
estado de receptibilidade por estar dormindo.
No tema da impregnao, j Homero descreveu
pateticamente que para aplacar Artemisa, deusa das
doenas, o rei Agamenn, de Troya, concordou em
sacrificar sua filha Efignia. Na feitiaria e
curandeirismo, sacrificar pessoas mais freqente
do que parece
A frase de uma riqueza extraordinria de
conceitos. Traduzindo expresses da poca a termos
modernos: O consciente menos crdulo e menos
influencivel. Facilita-se essa comunicao pela
inconscincia do amo:estado de receptividade por
estar dormindo. escolhido um criado ignorante,
supersticioso, nada crtico, crdulo, at o extremo de
ficar firmemente convencido de que ele bebendo,
infalivelmente beneficiar a seu amo. Porque H
uma ligao afetiva profunda entre o criado e seu
amo (naquela poca de fato era muito
freqente que os criados considerassem a seus amos
como pais e, se possvel at mais, pela total afeio e
dependncia). o rapport, que facilita a
comunicao parapsicolgica. Por isso que
tecnicamente chamada por alguns
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/simpatias07.jpgparapsiclogos: Harmonia de Solidariedade
Afetiva. No objeto, o percipiente no teria mais do
que um suporte subjetivo para a sua superstio. No
homem, porem, pode captar a idia confiante e
segura da cura. Animado por essa confiana total
na cura, que ele capta inconscientemente do
criado, o prprio psiquismo do amo faz a cura.
luz da moderna Parapsicologia, nada se pode
acrescentar breve, mas fecundssima sntese que h
j quatro sculos formulou o filsofo do empirismo,
Francis Bacon.
Nenhuma experincia cientificamente vlida e
nenhum caso, se bem analisado, permite suspeitar a
existncia no homem, no curandeiro, nos remdios,
de um poder de cura distncia. distncia, o
curandeirismo parapsicolgico como tal se reduz,
pois, ao curandeirismo meramente
de aparncia parapsicolgica.
A paraiatria distncia (no tempo e no espao),
suposta a adivinhao parapsicolgica,
unicamentepoder do psiquismo do paciente sobre o
prprio organismo.
O fenmeno passaria portanto a enquadrar-se na
quarta possibilidade terica em que dividamos antes
a cura parapsicolgica. Vamos falar dela no
prximo artigo.
O Curandeiro age a distncia do doente?
Curandeirismo
http://institutopadrequevedo.com.br/?portfolio_category=curandeirismoNum artigo anterior havamos distinguido
quatro hipteses tericas de
influncia Parapsicolgica no campo
de Psicohigiene (Curandeirismo). Corresponde
agora abordar esta Segunda Hiptese.
Telergia
Como sobejamente sabido, a Telergia uma
fora fsica. No age a mais de alguns metros de
distncia (para garantia ponhamos um mximo de 50
metros). Tem tempo: no pode atuar nem no passado
nem no futuro. Tem obstculos: no pode agir
atravs de obstculos muito espessos. Etc. Por
exemplo numa casa mal-assombrada (assim as
chamam os supersticiosos), afastemos a mais de 50
metros todas as pessoas, enchamos a casa de
mquinas automticas de filmar, de gravar e todos
os fenmenos acabam.
Mas poderia transportar-se juntamente com alguns
objetos que ela tivesse impregnado?Isso afirmam
muitos curandeiros. o primeiro aspecto a estudar
dentro do tema curandeiroagindo distncia.
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cura01.jpgEst generalizada mundialmente a superstio de
atribuir as doenas ao sobrenatural, inclusive
absurdamente imaginrio, inexistente. A sanguinria
deusa (?) Kali, com quatro braos e muitos
ajudantes, adornando-se com cabeas e braos de
pessoas que j matou, e mostrando a lngua em burla
dos mdicos que pretendem curar a vtima que ela
est conculcando e enviando venenos (cobras).
Como j fazia o Dr. Luys, do Hospital St. Louis, em
Paris.Colocava uma coroa magnetizada sobre a
cabea de um doente durante alguns minutos.
Depois passava-a para a cabea de um mdium
passivo (?). Se o paciente sofria de nuseas, o
mdium (?) sentia os mesmos sintomas. Se o
doente era paraltico da perna direita, o
mdium (?) logo queixava-se de no poder mexer
a perna direita. Etc. (Esta prtica tem origem na
superstio de acreditar que as doenas so
encostos de deuses maus, de demnios, de maus
espritos (?) de mortos
Assim o mdium (?) possibilitaria ao mdico o
diagnstico da doena no fgado, nos rins ou nos
pulmes, um tumor cerebral ou uma insuficincia
coronria, etc.
E aps o diagnstico por transplante, a cura por
transplante
Acreditar em tais diagnsticos e em tais curas
absoluto desconhecimento de Parapsicologia.
Transplante de doenas ou transplante de sintomas
no tem a menor base cientfica ou real. Alguma vez
poderia ser adivinhao pelo mdium, mas a
adivinhao no regular nem controlvel. Essa
atuao do mdium puro subjetivismo. Fiar-se
desses diagnsticos e curas absolutamente
supersticioso.
Conseqncias msticas de um banquete
macabro
Na mais remota Antigidade (e ainda algumas tribos
primitivas) acreditavam que os guerreiros que
comiam os miolos dos inimigos valentes, herdavam
sua valentia.
Na realidade h um mnimo fundamento: os miolos
esto em grande parte constitudos por lecitina e
lipides, substncias que agem favoravelmente sobre
a capacidade de trabalho e o rendimento muscular.
Paralelamente, o hbito de comer os miolos dos
inimigos valentes ou dos animais ferozes se
encaixa plenamente na mentalidade supersticiosa
dos povos mesopotmicos e do Egito primitivo,
onde se originou toda a mentalidade mgica
universal at hoje. Comendo-se os miolos ou o
corao ou o fgado, etc. do vencido, o vencedor
incorporaria em si parte principal do Ka (!?) do
morto e com isso as qualidades morais.
Atravs dos sculos, o Ka (?) foi tomando outros
nomes, igualmente supersticiosos, comoCorpo
Astral (?), Duplo Etrico (?), Perisprito (?), etc.
Ora, entre o corpo e o esprito (alma humana) no
existe Ka, nem Duplo Etrico, nem
Perisprito absolutamente certo que
simplesmente um corpo-animado.
Em Santa F, Califrnia, na primeira noite das
celebraes do Dia do Trabalho, uma seita
preparando-se para queimar a efgie da Velha Me
Triste, aonde eles teriam transferido todas as
doenas que ameaariam os trabalhadores da seita.
Prtica Supersticiosa
Essa a qualificao que se deve dar prtica com
inteno teraputica no Egito daquelas pocas
antiquadas.
Posteriormente houve progresso com respeito
qualificao das doenas. Os egpcios, como os
caldeus e em geral os povos
mesopotmicos, primitivamente identificavam as
doenas com diversos conceitos anlogos a
possesses demonacas (?).
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cura02.jpgJ nas ltimas dinastias egpcias, e os outros povos,
comearam a considerar as doenas como processos
naturais. Mas na prtica continuaram acreditando
que podiam dominar as doenas e a sade por
magia (?).Comearam a usar elementos naturais
como remdios, mas no atribuam a essas
substncias naturais valor curativo suficiente em si
mesmas, seno que os remdios tinham que ser
reforadas distncia com frmulas e estranhas
cerimnias de magia (?).
Os mtodos teraputicos incluam a aplicao
duma confusa mistura de razes e entranhas de
animais. Principalmente eram utilizados os rgos
genitais de animais sacrificados, pois os rgos
genitais adquiririam com o ritual um poder mgico
de doadores de vida.
Com o emprego de razes, folhas e substncias
animais, que empiricamente eles descobriram como
mais eficazes junto com a magia, foi-se dando
indeliberadamente ocasio a que com o tempo se
descobrissem s virtudes curativas de alguns
elementos e se iniciasse a farmacopia
E pior hoje
O antigo ritual macabro de comer os inimigos
derrotados mais valentes ou animais ferozes
abatidos, foi substitudo em cultos afro-brasileiros
pela matana de galinhas e animais domsticos,
cobrir-se com seus despojos e beber seu sangue.
A partir de Mesmer (1733-1815) os poderes
atribudos ao Ka (?) e equivalentes, foram
substitudos pelo Magnetismo Animal (?) ou Fludo
Magntico (?). Sem necessidade de banquetes
macabros, dando passes ou impondo as mos sobre
uma pessoa ou sobre um objeto, supersticiosamente
pensavam que misteriosos fludos passariam a
impregn-los.
J vimos no artigo anterior, que no fundo dessas
crendices do Magnetismo h muito pouco de
verdade em quanto identificado com a Telergia, e
que mesmo este pouco est impregnado de conceitos
falsos. Alis, aTelergia irregular, espontnea,
incontrolvel
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cura03.jpgSendo falsa a magnetizao de uma pessoa, com
mais direito deve rejeitar-se, evidentemente,
a pretenso de transportar do curandeiro ao paciente
os pretendidos fludos curativos servindo-se de
objetos magnetizados.
Esta antiquada e supersticiosa elucubrao,
lamentavelmente muito difundida entre os
curandeiros do Brasil, est sendo ressuscitada hoje
na Itlia por um ativo grupo de curandeiros e alguns
que, para mais enganar, indevidamente chegam
petulncia de autonomear-se Parapsiclogos (!?).
At pretendem legalizar este curandeirismo (que
tanto os enriquece).
A superstio de hoje, tanto ou mais irracional que a
dos primitivos, paga qualquer quantia e desprende
qualquer esforo parar entesourar objetos
magnetizados pelo curandeiro de moda.
E especialmente gua.
Segundo este tipo de curandeiros modernos, a gua
teria aptides especiais para ser portadora do
magnetismo. E inclusive protestam contra os
antigos mesmeristas, porque no utilizavam
suficientemente a gua para receber os passes
magnticos.
A gua magnetizada pode ser usada como bebida
ou em banhos e loes Ela encerraria as mais altas
qualidades teraputicas, segundo a vontade do
curandeiro magnetizador. No havendo gua, no
h problema: magnetiza-se o vidro das garrafas, dos
copos vazios Depois s aplicar sobre a parte
enferma. Doenas dos olhos? Magnetizam-se os
culos e, melhor ainda, as lentes de contato. A
magnetizao dos alimentos seria muito til,
principalmente nas perturbaes digestivas.
Em Haiti as crianas riem e se divertem, mas os
adultos tomam muito a serio o ritual de banhar-se
nas guas carregadas pelas foras do Vud para
assim livrara-se de todos os maus espritos
O magnetismo na Umbanda
O Espiritismo uma amlgama de todas ou quase
todas as supersties surgidas ao longo da Histria.
O alto (!?) e o baixo Espiritismo. No podiam
faltar as elucubraes sobre impregnaes fludicas.
A ttulo de exemplo. Disparata um mestre
umbandista:
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cura04.jpgOs espritos (?) adiantados podem, pela ao
fludica, aumentar o efeito medicamentoso de
qualquer remdio. Podem mais ainda: pelos seus
fludos combinados com o fludo
universal(Mesmerismo) e com os fludos de
um mdium () curador, tornar a gua em timo
medicamento.
Absoro das doenas
Parecida com o transporte de fluidos teraputicos
impregnados em objetos, seria o objeto absorver os
maus fluidos que estariam impregnando o
organismo.
Paracelso (1493-1541), seus discpulos e seguidores
durante sculos, tambm acreditavam que as
doenas se deviam a maus fluidos, que atingiam
determinados rgos, afetando l o esprito vital.
Assim, colocando sobre a parte afetada uma fruta,
uma planta, um pedao de carne fresca ou um
animal vivo, que atrairiam sobre si os maus fludos.
Depois, afastando estes objetos ou animais, sarariam
os doentes.
Melhor empregando algo semelhante ao que se
pretende curar. s vezes a tcnica era um tanto
difcil: Para curar a dor de olhos pegue o olho de
um lobo, esmague-o e coloque-o sobre o olho
doente. Para curar os olhos inchados, pegue um
caranguejo vivo dentro da gua, e ponha os olhos
dele no pescoo do homem que est sofrendo, e ele
ficar bom.
Paracelso (Theophrastus Bombastus von
Hohenheim, dito), 1493-1541, professor em Basilia
e depois mdico itinerante, muitas vezes perseguido
por algumas das suas pretendidas inovaes em
Medicina inclusive a partir das supersticiosas
Astrologia, Ocultismo, Alquimia Quadro de
Quentin Metius, Museu do Louvre, Paris.
Tcnicas populares
So inumerveis as tcnicas de absoro
empregadas pelos curandeiros.
Assim, para fazer desaparecer a ictercia(colorao
amarela da pele devida deposio de pigmento
biliar nas reas profundas), h que procuraruma
aranha numa estrebaria, e, cobrindo-a com uma
casca de noz, aplic-la sobre o estmago do paciente
durante uma hora. E outras vezes at que a aranha
morra por haver absorvido os maus fludos. (Ou se a
aranha for venenosa, complicar tudo para doente,
que at poder passar para melhor vida eterna).
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cura05.jpgOutra tcnica recomendada para curar as doenas
dos olhos quebrar e retirar a casca de uma lesma,
sem matar o animalzinho, e ento colocar a lesma
sobre o olho doente mantendo-a l, amarrada com
um pano, durante a noite toda. Na manh seguinte o
bicho dever estar morto ou asfixiado (Por haver-se-
lhe arrancado casca e amarrado! Nada de
absoro!)
Como talvez no se tenham absorvido todos os
fludos, h que renovar a operao com outra ou
com vrias lesmas, at que se encontre viva a
lesma (por sorte ou desleixo na forma de prepar-la):
a ento o mal teria desaparecido (com o tempo, se
no for grave a doena).
Para curar o cncer, pegar um sapo grande que tenha
ficado em jejum e coloc-lo sobre a parte
doente durante nove dias. Se o sapo morrer, dever
ser substitudo Em vez do nojento sapo, podem-se
empregar bifes bem sangrentos.Se no conseguiu
paralisar a doena (porSugesto), deve-se substituir
tambm os bifes todos os dias (at que o paciente j
sem dor por Sugesto, achando-se curado, morra!).
Para a enxaqueca, partir ao meio uma pombinha
branca, colocando-a sobre a cabea do
doente durante seis horas. Ao cabo das seis horas, se
o doente ficou quieto (para que no caia a
pombinha!) e relaxado, praticamente seguro que a
enxaqueca ter passado (pelo relax! Ou por si
mesma em seis horas!).
O mesmo remdio se recomenda para a meningite:
caso a cura no sobrevenha(claro que no, se o
diagnstico de meningite est correto), porque o
tratamento foi aplicado tarde demais (morte por
haver esperado com tal tratamento em vez de
acudir ao mdico aos primeiros sintomas!).
Freqentemente os feiticeiros-curandeiros vestem-se
com cabeas de animais, inclusive de touros ou de
veados, com a absurda inteno de impregn-las
com os fluidos vitais que nos curandeiros
abundariam e depois transferiam esses fluidos aos
doentes. Ou pelo contrrio com o mesmo mtodo
extrairiam dos doentes os maus fluidos, enterrando
depois as cabeas dos anima
Umbanda
A Umbanda brasileira oficializou o transplante,
como oficializou tantas outras supersties. Assim,
por exemplo, o ritual de troca de cabea: as
doenas de uma pessoa se transplantariam para outra
por meio de um objeto impregnado
A operao consiste em concentrar por meio de
encantamentos (?) em qualquer objeto ou roupa do
doente os males que o atormentam. Encerr-lo numa
embalagem atraente e abandon-lo em qualquer
ponto freqentado, para despertar a ateno dos
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cura06.jpgtranseuntes. Se um deles toc-lo, por curiosidade ou
inadvertncia, atrair para si os males que
simbolicamente ali se encontram e o verdadeiro
dono ficar livre deles.
Este ritual muito usado. No museu do
CLAPtemos muitos destes embrulhos
em embalagens atraentes. Os umbandistas e
muitas outras pessoas j impregnadas pela
superstio ambiente, quando nos visitam (inclusive
com m inteno e mesmo correspondendo aos
nossos desafios) maravilham-se de que no
estivssemos j todos mortos por causa das
embalagens atraentes e outros feitios recolhidos
e aqui conservados. Por fim alguns
sentenciam: Vocs esto com o corpo fechado.
muito forte o santo que vos protege!
Ritual de curandeirismo, por exemplo na Indonsia.
Em vez de vestir-se com peles e outros membros de
animais, disfaram-se chamativamente. Curiosa a
juba do leo, e mais curiosa posio e at com rabo
imitando ao macaco.
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cura07.jpgVemo-nos obrigados a responder: Curioso: aqui
todos ridicularizamos esses poderes de orixs, exs,
espritos, demnios agindo no nosso mundo;
feitios, trocas de cabea e demais supersties e
ainda eles nos protegem?
Descarga
Em contraposio ao magnetismo impregnado na
gua, h no Espiritismo a gua que descarregaria o
corpo. Os banhos de mar e cachoeira servem
tambm para fortalecer a ao de descarrego das
guias, colares e rosrios. Os banhos de ervas tm
ao teraputica, sendo que a arruda, a guin, o sal
grosso e o fumo tambm exercem ao
desimpregnante sobre o paciente. Os espritas
desprezam os mdicos que ignoram esses
descarregos
s vezes recomendam banhos repugnantes. Para
tirar os maus fludos provocados por uma praga
ou mal olhado ou qualquer dessas supersties em
que eles vivem mergulhados, recomenda-se pegar as
fezes de um boi completamente preto, p-las dentro
de um pano e amarrar as bordas do pano de modo
que as fezes no saiam. Colocar uma panela com
gua no fogo e, quando a gua estiver fervendo,
colocar no interior o saco e deixar dar uma boa
fervura. Quando a gua estiver morna, tomar com
ela o banho. Dentro da lata que cozinhou, pr o que
puder apanhar da gua aps o banho juntamente com
o pano e as fezes do boi preto, deixando-a na
encruzilhada; pedir ao ex do boi preto que leve
todas as cargas de feitiaria, maus olhados, pragas
etc..
E a cura?
Estaria subestimando a inteligncia do leitor se
pensasse que necessrio refutar as pretenses de
tais impregnaes, descargas e transplantes
fludico-teraputicos.
claro que a sugesto mais excitada colocando a
vela sobre um crnio com olhos postios
exorbitando, e com a nudez da mdium curadora
Como tambm no necessrio frisar que qualquer
cura decorrente de tais prticas no passaria de
mero efeito da sugesto contra a dor e outros
sintomas, mas ficando a doena psquica ou
orgnica.
Como j indicamos inmeras vezes, tem-se
demonstrado que os mesmos efeitos das guas
magnetizadas se obtm com gua comum, desde
que se afirme que est magnetizada, assim como
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cura08.jpgdeixam de aparecer as curas, com gua
magnetizada, afirmando-se a essas pessoas
supersticiosas que no houve magnetizao. Tais
experincias tm-se repetido saciedade,
principalmente aps Mesmer haver posto em moda o
magnetismo e pretendido dar-lhe cunho cientfico.
Chegou-se ento a administrar grandes quantidades
de ferro aos doentes para torn-los mais sensveis
ao do magnetismo!
Por sua parte, as desimpregnaes, descarregos, ou
limpezas so ao gosto do consumidor. Os
mesmos efeitos so conseguidos com qualquer outra
tcnica sugestiva sem pretenso alguma nem
possibilidade de desimpregnao por contato ou
transplante.
Inclusive com bebs
A explicao a mesma quando se trata de
criancinhas. evidente que um beb no est
sabendo nem sequer o que se pretende com todo o
ritual de limpeza ou transplante. Mas os bebs,
repetimos, vivem como por osmose. Os bebs,
certos bebs, ou em certas ocasies, so
muito capazes de captar o ambiente otimista ou
pessimista, a esperana da cura, ou o medo ao
mal olhado, a ansiedade ou tranqilidade dos
familiares que os rodeiam.
Por exemplo, entre tantos: O senhor Claudir
Espndola, de Governador Valadares (Minas Gerais),
comunicava-nos este fenmeno estranho. Contado
a ele, por pessoa de inteira confiana:
claro que muitas vezes em vez de queimar o
animal transportador da doena, mais fcil deitar
no fogo p dos pelos do animal e at de cadveres
roubados nos cemitrios, imaginando que se est
queimando o animal e os maus espritos. Gravura
de Vandervelt (sculo XVII), Biblioteca Bodleiana,
Oxford
Uma criancinha de quarenta dias no dormia
seno durante o dia. Foram tomadas as
providncias necessrias, incluindo receiturio
mdico, para conciliar o sono da criana durante a
noite. Nada disso adiantou. A av da criana
aconselhou o pai que fizesse a seguinte simpatia:
colocar sob o travesseiro do beb uma tesoura. A
criana passou a dormir placidamente todas as
noites. Isto aconteceu logo na primeira noite.
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cura09.jpgPoder das pontas da tesoura contra os maus espritos
ou maus fludos? Absoro dos maus fludos pela
tesoura? Simplesmente superstio e sugesto.Da
criancinha? Dos pais, que supersticiosamente
acreditavam na simpatia receitada pela velha e ento
se acalmaram e, assim, o beb deixou de captar
angstia e tenso e passou a captar calma. O mesmo
efeito haver-se-ia conseguido com qualquer outra
terapia, a condio de ser aceita por aquela
famlia. Ou simplesmente, como recomendam nestes
casos os pediatras, afastando a criancinha da me
preocupada, pondo-a em outro quarto.
Uma cena impressionante
O Rev. Padre Trilles, missionrio na frica,
descreve com detalhes a cena tpica do curandeiro
entre as tribos africanas: O Paj, ou o chefe do
terreiro, primeiramente anuncia sua frmula mgica
que em seguida receita. Depois entra em transe, e
dana at ficar esgotado. Durante a dana anuncia
o transplante da doena de algum dos pacientes
para o corpo de um animal ou para uma rvore.
uma cerimnia das mais estranhas; v-se sob a
influncia dos passes magnticos o doente acalmar-
se pouco a pouco e, depois de ter suado
abundantemente (pela esperana
angustiada!), adormecer calmamente(hipnotizado ou
sugestionado e condicionado!), enquanto que o
animal treme, geme e deita-se por terra enrijecendo
de repente e caindo como uma massa, e muitas vezes
morre agitado por arrepios convulsivos. Nesse caso
geralmente usam um cabrito e muito amide um
cachorro de estimao do doente.
Vimos agir desse modo um babala (chefe
de terreiro ou centro de Espiritismo) da tribo
Fang: Paulo Nsoh, um dos nossos catequistas, tinha
contrado uma febre lgida (com sensao dolorosa
de frio) chamada febre dos bosques e que muito
grave (poderia referir-se clera ou malria, mas
fcil um erro de diagnstico por parte do
missionrio). O quinino no adiantava.O babala
mandou que o levassem embaixo de uma rvore de
folhas grandes (precisamente aquela arvore
concreta indicada detalhadamente pelo
babala), executando em seguida os passes rituais;
primeiro no doente e depois na rvore. Pouco
depois as folhas ficaram pretas e caram. Sudao
abundante do doente. No dia seguinte ele estava
curado (Acreditava estar curado s por haver
deixado de sentir a dor aps essa anestesia
sugestiva).
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cura10.jpgH vrias frmulas, assim em outros lugares em vez
de com areia e em panela de barro, a muginga
feita com cerejas e em panela de madeira
Ora, os pajs, babalas, xams, curandeiros, etc.,
autnticos charlates e megalomanacos que so
sempre, chegam a ser profissionais nos truques.
No podiam faltar os truques para as curas por
magnetizao, descarga ou transplante.
Tais curandeiros inmeras vezes foram
desmascarados por bons Parapsiclogos (repetimos
mais uma vez: um bom Parapsiclogo deve ser
profundo conhecedor de mgicas). Toda aquela
pantomima do babala muito fcil. Basta de
antemo envenenar o animal ou a rvore (a rvore
com bastante antecedncia) com venenos de efeito
progressivo. O trucador sabe bem o tempo em que
comearo a surgir os maiores efeitos. A morte
mgica (!?) do animal ou da rvore impressiona e
sugestiona muito o paciente. Nada de real
transplante da doena, de maus fludos ou de
esprito encostado
A este respeito, no se sabe o que admirar mais: se a
esperteza e sem-vergonhice dos curandeiros ou a
ingnua e doentia credulidade dos pacientes e
testemunhas. E mesmo de testemunhas
categorizadas por outros motivos!
Herana sem truque
A Umbanda brasileira, filha do feiticismo africano,
herdou a mesma tcnica do transplante para a rvore
e animal, introduzindo algumas modificaes.
Tambm morre o animal, mas sem truque: matam-
no. Pelo contrrio, preserva-se a rvore com
posteriores cuidados secretos
A fenda na rvore com a oferenda a Irico fica
tampada por outros pertences sem importncia, e em
baixo est enterrado o cadver do animal
No quarto do enfermo acha-se o babala com seus
auxiliares, todos vestidos com os trajes (brancos) do
ritual. O animal que vai para a troca est presente.
O animal coberto por um pano preto, passando-lhe
antes po (azeite de dend). Riscam-se os pontos
de Omulu (orix ou divindade da morte e das
pestes, representado por SoLzaro. Na realidade
So Lzaro, irmo de Marta e Maria, amigo de
Jesus, no era leproso. E Lzaro, o leproso, no
existiu: foi personagem de uma parbola de
Jesus). Acende-se parte da vela de cera virgem e
parte da vela de sebo ou espermacete, cumprindo-se
os preceitos necessrios. Tira-se a roupa do doente e
cantam-se os pontos prprios devumbi (cerimnia
fnebre aps a morte de um babala). Passa-se
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/cura11.jpga muginga de pipoca (constitui outra cerimonia o
preparar pipoca com areia em panela de barro
nova)Passa-se depois o po pelo corpo do doente,
cantando-se as frmulas mgicas do ritual.A roupa e
os cabelos do doente so entregues a Iroco (orix
das rvores). Abre-se uma fenda em uma rvore
determinada ou em sua raiz, e a se colocam. Depois
fecha-se a fenda. Isso feito para que Iroco conceda
sade ao doente. A vida do doente depender da
vida da rvore.
Juntamente com outros objetos do doente, faz-se
enterro do animal, com as cerimnias do vumbi. O
doente fica escondido at que, no prazo de sete dias,
se complete o ritual do vumbi.
Uma reflexo prtica
No queremos deixar este tema dos transplantes de
fludos ou doenas, sem chamar a ateno, uma vez
mais, para certos tipos de diagnose que
lamentavelmente se introduziram em certos
hipnotizadores.
O Dr. Charcot (1852-1893), como tambm seu
mestre Dr. Libeault (1823-1904) recorreram e
induziram seus seguidores a diagnsticos s vezes
meramente sugestivos, visando os sintomas sem
focalizar diretame
Diagnsticos Parapsicolgicos?
Curandeirismo
Inumerveis diagnosticadores - Segundo Marc
Brivet, presidente da Associao para o
http://institutopadrequevedo.com.br/?portfolio_category=curandeirismoReconhecimento da Radiestesia Mdica (at agora
no conseguiram e esperemos que no consigam!)
havia em 1954 na Frana mais de 40.000 pessoas
que praticavam a radiestesia. Quase todos se
arriscavam a estabelecer diagnsticos e a tratar
doentes.
O Dr. Colinon e o grande parapsiclogo Robert
Amadou aps suas pesquisas, no acham este
nmero exagerado. E o nmero vai sempre em
aumento. Acrescentemos os outros diagnosticadores
no-radietesistas, evidentemente mais numerosos. E
em outras partes do mundo. E ficaremos
assombrados com o nmero ingente de curandeiros
diagnosticadores no mundo.
Radiestesia - O nome radiestesia, no seu sentido
especfico e etimolgico (perceber radiaes), no
corresponde realidade, salvo em rarssimas
ocasies.
Os tericos da radiestesia argumentam (?) que
possvel perceber as radiaes cerebrais que
correspondem aos diversos estados de sade, da
mesma forma que as percebe o eletroencefalgrafo.
O receptor biolgico, o homem, mais sensvel do
que o receptor fsico, o eletroencefalgrafo,
afirmam.
verdade, no inconsciente existe a Hiperestesia
(direta: HD; e indireta do pensamento: HIP, como
provamos na 1 serie sobre A prodigiosa sabedoria
do inconsciente, ou no libro A Face Oculta da
Mente). Mas isto no quer dizer que esteja provada,
para estes casos, a radiestesia. Analogia no
argumento.
No negamos que um radiestesia possa captar, at
sem contato, por hiperestesia inconsciente, essas
mnimas emisses eltricas do crebro de outra
pessoa, como inconscientemente se captam muitas
radiaes humanas. Mas ainda ficaria o problema
por parte do inconsciente do radiestesista da
interpretao dessas captaes. Mas ainda fica o
problema da manifestao ao consciente.
No negamos que em algum caso essa captao e
interpretao possa se manifestar por movimentos da
mo ampliados pelo pndulo. Mas, neste caso, o
fenmeno entraria de cheio no terreno dos
fenmenos parapsicolgicos. No seria um
fenmeno comum e regular como pretendem os
radiestesistas. Seria um fenmeno parapsicolgico,
no um fenmeno orgnico comum e portanto
essencialmente irregular, incontrolvel como todo
fenmeno parapsicolgico e sujeito a mil erros pela
interveno do psiquismo inconsciente e seu vasto e
complexssimo mundo.
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/img001.jpgA Catedral de Milo, iniciada no sculo XIV (1386)
e terminada no sculo XIX (1813). O misterioso
repicar dos sinos foi no sculo XVII.
Diagnstico por radiestesia?
A mesma coisa, ou muito mais!, devemos dizer com
respeito s demais afirmaes dos radiestesistas
sobre o diagnstico mdico.
O radiestesista compara a radiao humana vital (?)
com as radiaes das substncias qumicas de um
rgo sadio, que seriam diferentes das dos rgos
doentes. Pondo-se o remdio na mo do doente, o
pndulo giraria numa direo quando o remdio
conveniente; na direo contrria quando
desaconselhvel, e ficaria quieto quando o remdio
fosse intil. Inclusive, pela amplitude dos
movimentos do pndulo, determinar-se-ia o grau de
convenincia ou inconvenincia do remdio, e o
grau de acerto ou erro do diagnstico. Idnticos
poderes se teriam para a localizao de rgos
afetados, etc.
Nenhuma destas afirmaes est comprovada. Ao
contrrio, comprovou-se cientificamente que so
falsas. Alguma vez tambm o radiestesista pode
acertar, como pode errar pelos inumerveis fatores
de erro do psiquismo. Porque a radiestesia uma de
tantas tcnicas ou mancias, a gosto do
consumidor, para a manifestao dos
conhecimentos e adivinhaes, erros, invenes ou
associaes do inconsciente, como a psicografia,
oui-j, movimentos do copo ou da mesa, projeo
alucinatria na bola de cristal ou cristalomancia,
oniromancia, etc.
A radiestesia mdica, por conseguinte, entra de
cheio no mbito escuro do curandeirismo.
Repercusso orgnica - O Dr. Calligaris, professor
de Fisiologia na Universidade de Roma e
parapsiclogo, entre milhares de experincias sobre
as placas epiteliais cita a que indicaria, por exemplo,
se a quantidade de alimento, veneno ou remdio, que
se tem na mo, est ou no dentro dos limites
mximos compatveis com a sade normal daquela
pessoa nesse momento. O mesmo aconteceria
tocando-se na fotografia ou num manuscrito que
descrevesse esses remdios, etc.
As experincias do Dr. Calligaris, so muitas e
impressionantes. Mas tambm, em primeiro lugar,
precisam ser confirmadas, como ele mesmo
confessa. Em segundo lugar, a reao em tais placas
corresponderia, como percebe Calligaris,
adivinhao inconsciente a respeito das substncias
em questo, no a um influxo das substncias, ou da
sua fotografia, ou do manuscrito, sobre o
organismo do radiestesista.
Tambm desta maneira podem-se explicar alguns
diagnsticos e receitas dos curandeiros. Seria uma
espcie de HIP ou HIE (veja-se a serie ou livro
citados): o curandeiro adivinharia atravs das
excitaes das placas ou atravs de outra srie de
reflexos, o pensamento ou mesmo a adivinhao
inconsciente do prprio consulente. No um
fenmeno orgnico, mas parapsicolgico.
Adivinhao de adivinhao. O curandeiro se
exporia, pois, a inmeros erros por duplo motivo. Diagnstico em sonhos - O diagnstico divinatrio
de doenas empregou outras inumerveis tcnicas,
sendo relativamente comum em todas as pocas e
civilizaes. Por exemplo, a oniromancia ou
adivinhao atravs dos sonhos.
Sem cair, de um lado, nos exageros dos ocultistas,
magos, adivinhos, nem, de outro lado, nos exageros
e abusos inclusive de certos psicanalistas freudianos,
no h dvida de que a oniromancia tem algum
fundamento e, concretamente, para o diagnstico de
doenas. Tem sido usada desde a Antigidade.
evidente, porm, que com enorme perigo de
subjetivismo e erro, confundindo eventualidade com
regularidade!
J os sacerdotes mdicos gregos analisavam os
sonhos para diagnosticar o estado humoral ou
surpreender nos seus comeos certos processos
morbosos. Descreveremos alguns casos em
prximos artigos.
Aristteles alude a isso. Em seus tratados de
Medicina, Hipcrates e Galeno tratam dos
diagnsticos por sonhos. Hipcrates inclusive
aprendeu grande parte dos seus conhecimentos de
Medicina estudando as descries das doenas e
remdios sonhados, tal como se conservavam nas
inscries do templo de Esculpio, em Cs, cidade
onde ele nasceu e viveu. O grande mdico Galeno,
nascido na sia Menor, no ano 129 d.C., afirmava
que em algumas ocasies ele mesmo sonhara no s
com o diagnstico, mas tambm com o modo de
tratar certas doenas.
O inconsciente avisa - Esses eventuais sonhos de
diagnstico at muito precoce so explicados
perfeitamente pelo talento do inconsciente, que
simboliza e exagera os mnimos sintomas que capta
hiperestesicamente (rarissimamente por telepatia,
extrasensorial).
Abundam os exemplos. Os Drs. Meunier e Masselon
citam o caso de uma menina que, em sonhos, sentia
que lhe apertavam a cabea com um torno. Pouco
depois se apresentavam sintomas de meningite.
Os Drs. Vaschide e Piern referem o caso de outra
menina que sonhara com um carregador que lhe
punha sobre o pescoo uma caixa muito pesada:
poucas horas depois de acordar, apareceu angina.
Dias antes de surgir uma ferida maligna na perna. A.
de Villeneuve sonhou que um cachorro o mordia.
Gessner sonhara que fora picado por uma serpente,
surgindo mais tarde no lugar da picada uma lcera,
causa de sua morte.
Macrio sentiu em sonhos a garganta fortemente
inflamada. Acordou em perfeita sade. Horas depois
se manifestava violenta amigdalite.
Um estudante sonhara que sentia dor no peito e que
aumentava ao respirar profundamente, produzindo
tosse. Quando acordou, sentiu-se perfeitamente e,
por conseguinte, no deu importncia ao sonho. Dois
dias depois, porm, surgia a febre e dor no lado,
tendo o exame revelado inflamao pleural.
So tantos os caos semelhantes que completamente
inaceitvel atribu-los casualidade. Como tambm
inaceitvel atribu-los todos, ou na maior parte,
inverso do processo, atribuindo as doenas ao
influxo da imaginao excitada no sonho.
Nas antigas experincias de magnetismo e nas
modernas de hipnotismo, os casos de lucidez
mdica tem atrado a ateno (s vezes em
demasia).
A experincia mais simples e clssica pr um
hipnotizado em relao com uma pessoa atacada de
uma doena qualquer, ignorada pelo pesquisador. Se
o prprio doente no sabe com preciso em que
consiste sua doena, se no tem instruo do ponto
de vista mdico-fisiolgico, o fator leitura-do-
pensamento ficar anulado tanto quanto possvel.
Nestas circunstncias, o hipnotizado tendo entre as
suas as mos do paciente, tentar como que
contagiar-se; sentir dor em si mesmo exagerando os
sintomas da doena, ou ver os prprios rgos
correspondentes aos afetados no paciente.
Se o hipnotizado predisposto lucidez mdica,
alguma vez poder por esta espcie de transposio
da sensibilidade (pela hiperestesia direta ou
indireta), fazer um diagnstico mais ou menos
preciso.
No propriamente a transposio da
sensibilidade o que nos interessa aqui, mas o
diagnstico. A transposio da sensibilidade, isto
que o dotado sinta no seu prprio corpo a doena
do consulente, no mais do que o modo de
expresso da adivinhao do inconsciente, como
poderia expressar-se pela escrita automtica, pela
brincadeira do copo e por outras maneiras, at pela
dermografia (estigmatizao).
O inconsciente do adivinho manifesta seu
diagnstico com dores nas partes do seu prprio
corpo, que podem corresponder (ou no!) s
realmente doentes no corpo do consulente, presente
ou ausente. Tambm pode experimentar dores em
relao a pessoas j falecidas (o que s a falta de
lgica prpria dos espritas pode aceitar que estaro
ainda doentes no alm), como por exemplo
aconteceu nas experincias realizadas pelo Dr. Osty.
Ou em relao a pessoas fictcias ou doenas
inexistentes
Desta maneira se explicam alguns diagnsticos dos
curandeiros.
Os xitos nestes casos de HIP no so regulares, mas
certamente so menos raros do que aqueles nos
quais nenhum dos presentes conhece a doena e seu
tratamento. Se a HIP pouco freqente, a ESP
(Percepo Extra-Sensorial distncia, do passado e
inclusive do futuro) exceo.
Numa reunio em nossa casa (), com a
assistncia de trs conhecidos mdicos e uma
senhorita recm-apresentada, a vidente (a senhora da
casa, D. Maria Amanda Ravagman de Fernndez)
disse: a senhorita tem algo menos bom em seus rins
() Tem um pouco de albumina. Um dos mdicos
presentes, o Dr. Jun A. Schoeder, diretor de
Laboratrio do Hospital Muiz, fez no dia seguinte a
anlise correspondente e encontrou pequena dose de
albumina.
Explicao?: conscientemente a Srta. A. no sabia
nada da sua prpria doena. Mas o inconsciente a
sentia. Muito freqentemente, espritas mal
intencionados se disfaram at de cristianismo para
melhor enganar no exerccio do curandeirismo.
Diagnstico distncia - O inconsciente
hipersensvel (hiperestsico) e pode sentir os
mnimos sinais ou prdromos absolutamente iniciais
de uma doena.
Quando um fato se refere a ns mesmos (ou a seres
ligados a ns afetivamente) e, se alm disso, um
fato importante, precisamente por isso o fato est
mais excitado no nosso inconsciente e mais
facilmente captado pelo adivinho. o fenmeno
chamado HIE: Hiperestesia sobre o Inconsciente
Excitado.
Com o chamado mecanismo em L ou a trs,
algum capa de nosso inconsciente alguma coisa que
ns temos inconscientemente adivinhado com
respeito a uma terceira pessoa. Se consultarmos um
adivinho ou curandeiro sobre a sade de parente,
alguma vez pode adivinhar. Mas, se lhe
perguntarmos por carta, dificilmente adivinhar: a
manifestao da ESP rarssima, mas no to rara
a manifestao da HIP.
Se adivinhassem, arruinar-se-iam Consideramos
importantes estas distines entre adivinhao
sensorial e extra-sensorial. Os parapsiclogos da
Escola Norte-Americana, de grande influxo nos
parapsiclogos de todo o mundo, confundem
freqentemente qualquer adivinhao sensorial com
a extra-sensorial. Tratando-se de percepo extra-
sensorial, nunca seria preciso visitar curandeiros (ou
adivinhos em geral, que igualmente poderiam
diagnosticar distncia), As grandes organizaes
econmicas de hotis, agncias de viagens, etc.
ficariam enormemente prejudicadas; o entusiasmo
sugestivo e contagiante diminuiria; se as
adivinhaes fossem extra-sensoriais,
automaticamente viria a runa dos curandeiros e seus
associados.
Em resumo podemos dizer: possvel adivinhar
parapsicologicamente. Se nenhum dos presentes tem
cincia do diagnstico, a adivinhao
absolutamente mera exceo. Se algum dos
presentes o conhece, a adivinhao, sem deixar de
ser perigosa e pouco freqente, no ser to
excepcional.
Muito freqentemente, espritas mal intencionados
se disfaram at de cristianismo para melhor enganar
no exerccio do curandeirismo.
Sabemos errar sozinhos - Fazer uma viagem,
hospedagem, gastar dinheiro para que o
curandeiro nos diga, alguma vez, o que eles mesmos
ou seu mdico j sabem, algo completamente
infantil.
Com o perigo de que confirme o que acreditam
erradamente. Como no caso, entre milhares, do Sr.
Castillo, de Lins:
Arig (Jos Pedro de Freitas), afirmou que o Sr.
Castillo sofria de cncer e receitou remdios
contra o cncer. O mdico de Lins afirmava que, na
http://institutodeparapsicologia.com.br/wp-content/uploads/2013/07/img002.jpgrealidade, no era cncer. Fizeram-se todas as
anlises clnicas, sempre com resultado negativo.
Mas o Sr. Castillo temia que fosse cncer, que a
famlia lhe estaria ocultando.
Arig confirmou o erro do Sr. Castillo. Este chegou
a pesar 37 quilos, apesar de ser um homem de quase
1.80 m de altura. Pouco depois estava morte.
Continuava acreditando que tinha cncer.
O mdico, seguro de que o diagnstico de Arig era
falso, queria operar. Por fim, visto que Arig no o
curara, o Sr. Castillo permitiu a operao. Era tumor
benigno no pncreas. Hoje o Sr. Castillo vive forte e
sadio. Fiando-se de Arig, que adivinhou (ou se
inteirou?) o seu pensamento, quase morre vtima de
um cncer, que no tinha. O mdico disse que a
operao e a convalescena estiveram muitssimo
prejudicadas por no se ter submetido operao,
seno no ltimo momento.
Outro aspecto. Escreve o parapsiclogo argentino
Jos Salvador Fernndez:Visitvamos, num grupo
de pessoas, o conhecido vidente Mister Eric Luck,
na residncia que ocupava, perto do povoado de
Temperley, onde atendia de forma desinteressada (?)
e cordial a seus convidados. Entre os assistentes
estava o Dr. Olives, conhecido odontlogo, a quem
Luck disse de imprevisto: O senhor tem um molar
cariado. A resposta foi: no. Seguiu nova
afirmao de Luck. O Dr. Olives, molestado, revelou
que era dentista e que no tinha dente algum nessas
condies. Mas Luck, assinalando com o dedo um
lado do prprio rosto, tornou a afirmar
categoricamente: Asseguro-lhe que neste ponto, h
um molar que poder estar bem por fora, mas por
dentro est oco. Sinto que h um vazio a. E logo
veio a explicao do Dr. Olives: Bem a me falta
um molar.
Adivinhao real, mas s parcialmente manifestada
e interpretada com diagnstico errneo.
Desafio aos curandeiros A adivinhao,
hiperestsica ou extra sensorial,
no pode ser de manifestao regular e certa, sendo
numerosssimos os fatores de erro em toda
manifestao do inconsciente. Mas o povo no
aceita muitas vezes o ditame cientfico, preferindo
acreditar nos curandeiros. Por isso alguns sbios
mais humanos tm descido ao nvel popular
empregando um argumento convincente: o
desafio.
No Brasil o Dr. Xavier de Oliveira, prestigioso
psiquiatra do Rio de Janeiro, autor do livro
Espiritismo e Loucura, apostou uma boa quantia:
Desafiava o curandeiro, que se apresentava sob o
pomposo ttulo de Professor Mozart, a fazer no
hospital o diagnstico de um doente qualquer. No
paciente de alguma dessas doenas para as quais
baste simplesmente ver o paciente, e sim dessas
doenas que sem anlises clnicas, ou sem
interrogatrio dos sintomas, o mdico no pode
diagnosticar. O Professor Mozart fugiu ao desafio.
Eu mantenho desde 1964 a aposta de dez mil dlares
contra mil, a qualquer curandeiro, pastor exorcista
com seu endemoninhado, mdium esprita, ou
adivinho de qualquer espcie, para me acertar quatro
entre cinco cartas de um baralho que eu misture. Eu
e o juiz, para facilitar, podemos olhar as 5 cartas
que sarem ao acaso do baralho bem misturado.
Existe a adivinhao, mas essencialmente
espontnea e incontrolvel. Por que abrem
consultrio sobre todo tipo de problema, ou para
diagnosticar qualquer doena e remdio? Anti-
cientfico! Aposto dez mil dlares contra mil.
Espontaneamente, alguma vez, uma pessoa poder
sonhar, por exemplo, com uma ou duas, at
excepcionalisimamente at com as 5 cartas
separadas do baralho. Mas, com hora marcada, como
os curandeiros, adivinhos
Espertalhes parte - evidente que em tudo o
que temos dito sobre os diagnsticos, prescindimos
da charlatanice aberta dos que montaram uma rede
mais ou menos completa de espionagem para
inteirar-se, antes da visita ao curandeiro, da doena
que afeta os consulentes mais importantes e
influentes e do tratamento adequado.
Tambm prescindimos dos diagnsticos, nada
meritrios, que possa fazer com uma simples
observao quem tem, s vezes, muitos e muitos
anos de prtica de curandeiro. Ele dir que lhe foi
revelado do alto
Tambm no consideramos os diagnsticos dessas
doenas sumamente comuns num grande nmero
das pessoas que consultam o curandeiro: a
desnutrio, a fome e o sofrimento com todas as
conseqncias. O curandeiro fingir mistrios e
receitar simplesmente fortificantes e calmantes.
Conversas habilidosas - O curandeiro procura,
habilmente, dentro das suas possibilidades, aprender
do mdico, do farmacutico, do enfermeiro.
O mdico esprita Ccero Valrio afirma, por
exemplo a respeito do curandeiro Z Arig:
Acompanhamos algumas consultas clnicas. O Dr.
Fritz (personalidade inventada; seria o esprito (?) de
um mdico falecido a quem Arig responsabilizava
pelo seu exerccio ilegal da Medicina) me perguntou
se conhecia algum produto farmacutico lipotrpico
recentemente lanado. Citei um, tendo como base o
cido lenolico, o que lhe causou viva admirao, ao
verificar que eu estava ao corrente das novidades
teraputicas, informando-me que j tinha
conhecimento do produto, antes mesmo do seu
lanamento.
No entraremos em discusso sobre se Arig (Fritz
?!) de fato j conhecia ou no esse remdio. Citamos
o acontecimento unicamente como anedota que
mostra a tcnica muitas vezes empregada por Arig
e outros curandeiros: provocam uma conversa
perante mdicos benvolos, a respeito do que lhes
interessa saber Posteriormente, quando o
curandeiro fizer uso do que ouviu dos prprios
mdicos, o mdico partidrio e fantico seguidor do
espiritismo perguntar demonstrando sua
ingenuidade: Como podero ser interpretados
fenmenos de tal natureza, j observados por grande
nmero de mdicos que passaram por Congonhas?
humanamente impossvel a um indivduo inculto,
completamente ignorante de assuntos mdicos
Medicina uma coisa, Parapsicologia outra.
Realmente inadmissvel que um mdico como
Ccero Valrio no compreenda que no
corresponde aos mdicos desmascarar ou investigar
charlatanice, tcnicas e habilidades, ou qualquer
outra maravilha real ou aparente. E os mdicos
espritas certamente so os menos indicados para
esta tarefa.
Arig inicialmente se lanava irresponsavelmente a
diagnsticos fceis. Mas, tendo cometido erros
crassos, como o de diagnosticar lepra em uma
pessoa portadora de albinismo, terminou por
aprender a ser prudente. Na pesquisa do CLAP
comprovamos amplamente que, nos ltimos dez
anos, o Dr. Adolfo Frizt (?!) p