Upload
vodung
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 15/02/2013 13:54:33 N.°: 00303
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 15/02/2013 (NBS)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=CGDEF/DE I/ DCTEC/DMAE
DESCR=PDEF-FRAN
RTM=ALEBREM,ITABREM,INGBREM,INABREM,USABREM
RTM/CLIC=
CATEG=MG
//
França. Política de Defesa.
Relatório de atividades da
DGA. Exportações de
armamentos. Cooperação
industrial em defesa.
//
Nr. 00303
Retransmissão automática para Brasemb Berlim, Brasemb Roma,
Brasemb Londres, Brasemb Nova Delhi e Brasemb Washington
RESUMO=
A "Direction Générale de l'Armement" divulga
resultados de 2012 de exportação, cooperação
industrial e C,T&I em defesa. Queda das exportações
de armamentos em 2012 é atribuída à crise econômica e
concorrência exacerbada (EUA, Israel e Coréia do
Sul). Índia se consolida como principal parceiro da
França. Compromisso político de avançar em projetos
industriais no setor de defesa com Alemanha e Itália.
O Delegado Geral de Armamentos, General Laurent Collet-
Distribuído em: 15/02/2013 13:54:17 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 15/02/2013 13:54:33 N.°: 00303
CARAT=Ostensivo
Billon, apresentou à imprensa, no último dia 13, os
principais resultados das atividades de 2012 da "Direction
Générale de l'Armement" (DGA), órgão responsável pela
política industrial, de aquisições, de C,T&I e de exportações
de produtos de defesa e duais.
2.Collet-Billon deu especial ênfase às conquistas obtidas
ao longo do ano em termos de desenvolvimento tecnológico e
inovação e citou, como exemplos, a entrega do primeiro avião
de caça Rafale com antena ativa (radar da Thales RBE2 com
tecnologia "Active Electronically Scannes Array", exclusiva
na Europa); entrega da primeira fragata multimissões FREMM,
construída em cooperação com a Itália; e primeiro vôo do
demonstrador de Vant de combate nEURon, projeto que envolve
sete países europeus, mas que é capitaneado pela DGA e pela
empresa Dassault.
3.O Sr. DGA sublinhou que, em 2012, apesar do contexto de
crise econômica, o orçamento para P&D militar e dual (sob
responsabilidade da DGA) aumentou, passando de 695 milhões em
2011 para 706 milhões de euros em 2012. As compras de
equipamentos militares também subiram em 10% em relação a
2011. Ao justificar os aumentos de gastos no atual quadro de
cortes orçamentários, Collet-Billon avaliou que a França
precisa investir em tecnologia e inovação para se manter na
linha de frente mundial em indústria de defesa e de alta
tecnologia.
4.Collet-Billon apresentou, em seguida, estimativas
preliminares para as exportações de produtos de defesa em
2012, que poderão passar de 6,5 bilhões de euros em 2011 para
5 bilhões em 2012. Lamentou o fraco resultado à luz da
crescente importância das exportações de armamentos para o
modelo econômico das indústrias francesas, que realizam o
equivalente a um terço de seu faturamento fora da França.
Atribuiu a diminuição das exportações a "uma conjuntura
extremamente difícil, marcada pela crise econômica e uma
concorrência exacerbada, notadamente em função da diminuição
dos mercados domésticos" nos países centrais. O Sr. DGA
comentou, em particular, que os EUA estariam desenvolvendo
uma política de exportações "extremamente ofensiva", em
função da diminuição das compras pelo Departamento de Defesa
norte-americano. Comentou igualmente a chegada de novos
concorrentes, citando nominalmente Israel, Itália (naval
militar) e Coréia do Sul.
5.Artigo do jornal "La Tribune" (14/2), ao tratar dos
resultados de exportação da França, assinalou que as
exportações de material militar de Israel subiram 20% em
Distribuído em: 15/02/2013 13:54:17 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 15/02/2013 13:54:33 N.°: 00303
CARAT=Ostensivo
2012, para atingir o equivalente a 5,2 bilhões de euros,
podendo, assim, ultrapassar, pela primeira vez, a França,
caso os números, de lado a lado, se confirmem. No período de
2006 a 2011, a França foi o quarto país exportador de
produtos de defesa, com 8,5% do mercado mundial, após os EUA
(40%), Rússia (14%) e Reino Unido (11%), e seguida por Israel
(5%).
6.Alguns analistas locais atribuíram o resultado nas
exportações ao fato da França não ter ainda concluído a venda
do avião de caça Rafale. Estimam que os números de exportação
para 2013 serão "bem diferentes", com a provável finalização
das negociações exclusivas com a Índia para a venda de 126
Rafales e o "desbloqueio" das tratativas com os Emirados
Árabes Unidos, facultada pela visita do Presidente Hollande
ao país em janeiro passado e por mudanças na direção da
Dassault. Especialistas do setor avaliam que as exportações
também se viram prejudicados pelo contexto das eleições
presidenciais de 2012, que teriam congelado as negociações
durante mais de quatro meses. Apontaram o possível impacto
nas vendas de "sinais contraditórios" do próprio Presidente
Hollande, que teria declarado "não ser representante das
empresas de defesa".
7.Segundo o relatório de atividades da DGA, os principais
contratos internacionais de 2012 foram a venda para a Índia
de mísseis ar-ar MICA (MBDA), no valor de 959 milhões de
euros; a modernização de 50 Mirage 2000 indianos (Dassault e
Thales); a venda para a Malásia de projeto da corveta de tipo
"Gowind" (DCNS); e a venda de 73 veículos blindados Aravis
para a Arábia Saudita. Entre os principais importadores de
produtos de defesa franceses constam, em 2011, em primeiro
lugar, a Índia (1,7 bilhões de euros); a Rússia (946,9
milhões de euros) com a venda dos navios porta-helicópteros
BPC- Mistral; e os Estados Unidos (926,3 milhões de euros),
referente à exportação, entre outros equipamentos, de
helicópteros da Eurocopter. Não deixa de ser inusitado que,
em 2012, entre os principais importadores de material
francês, constem os dois principais exportadores de
armamentos do mundo. Recordo que, no biênio 2008-2009, o
Brasil encabeçou a lista de países de destino de produtos de
defesa franceses, em função dos programas Prosub (submarinos
"Scorpène", casco de submarino nuclear e estaleiro e base
naval) e dos 50 helicópteros da Eurocopter vendidos para as
Forças Armadas.
8.Collet-Billon comentou, por fim, os principais resultados
dos projetos de cooperação em indústria de defesa e C,T&I
levados a cabo com parceiros europeus. No que toca à
Distribuído em: 15/02/2013 13:54:17 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -4-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 15/02/2013 13:54:33 N.°: 00303
CARAT=Ostensivo
cooperação industrial e tecnológica entre a França e o Reino
Unido, consagrada pelo Tratado de Lancaster House (2010), o
Sr. DGA indicou que, em 2012, os dois países lograram avançar
no domínio de Vants (combate, tático e naval), com a
assinatura de contratos entre as empresas envolvidas
(Dassault, BAE Systems, Thales, Snecma, Rolls-Royce).
9.Em relação à cooperação em armamentos com a Itália,
comentou que ambos os países aprovaram, em dezembro passado,
plano de ação com vistas a desenvolver conjuntamente mísseis
Áster, radio logiciais e equipamentos espaciais. Com a
Alemanha, lembrou a assinatura, em junho de 2012, de
declaração de intenções para avaliação de possibilidades de
cooperação em, entre outros domínios, observação espacial,
Vants MALE ("moyenne altitude longue endurance"), defesa
antimísseis, helicópteros, sistemas terrestres e torpedos.
Comentou igualmente o compromisso da DGA com a execução dos
programas de compartilhamento e interdependência de meios e
recursos militares tanto da Agência Européia de Defesa
("pooling and sharing") como da OTAN ("smart defence").
10.Comento a propósito que, em conversa com meus
colaboradores, os responsáveis pela Europa da "Direction
d'Affaires Stratégiques" do Ministério da Defesa indicaram
que o Governo Hollande teria transmitido orientação no
sentido de priorizar projetos de cooperação "concretos" com
caráter industrial e tecnológico. Dentre os parceiros da
Europa, Hollande procuraria priorizar a Alemanha e a Itália.
Os funcionários franceses comentaram que a Alemanha reage de
modo ambíguo, o que dificultaria, na sua avaliação, avançar
em uma efetiva parceria industrial, o que teria sido
demonstrado no episódio do veto de Berlim à fusão EADS-BAE.
Os interlocutores da Embaixada comentaram, ainda, que o
Ministro da Defesa não mostraria grande entusiasmo para com a
cooperação industrial com o Reino Unido, que quando lançada
(2010), recordo, chamou a atenção pelo ineditismo e pela
ambição, ao prever o compartilhamento e a divisão dos meios
industriais em domínios estratégicos. Esse panorama torna
ainda mais importante, para a França, a parceria com os dois
grandes emergentes democráticos, Índia (que comento em
expediente à parte, sobre a visita em curso do Presidente
Hollande) e Brasil. (Regiane de Melo)
JOSÉ MAURICIO BUSTANI, Embaixador
Distribuído em: 15/02/2013 13:54:17 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -5-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 15/02/2013 13:54:33 N.°: 00303
CARAT=Ostensivo
RMGM
Distribuído em: 15/02/2013 13:54:17 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
Para: BRASEMB PARIS Expedido em: 01/03/2013 16:48:39 N.°: 00153
CARAT=Ostensivo
Da SERE para
Brasemb Paris
Em 01/03/2013
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=CGDEF/DE I
DESCR=PDEF-BRAS-FRAN
REF/ADIT=DET 1019 2012
CATEG=MG
//
Defesa. Brasil-França. PROSUB.
Infraestrutura no Brasil.
Inauguração da UFEM.
//
Nr. 00153
Foi inaugurada hoje, 1º de março, em Itaguaí-RJ, a
Unidade de Fabricação de Estruturas Metálicas (UFEM)
da Marinha do Brasil, no âmbito do Programa de
Desenvolvimento de Submarinos (PROSUB). A cerimônia de
inauguração contou com a presença da Senhora
Presidenta da República, Dilma Rousseff; do Ministro
da Defesa, Embaixador Celso Amorim; do Embaixador da
França em Brasília, Bruno Delaye; do Comandante da
Marinha, Almirante-de-Esquadra Júlio Soares de Moura
Neto; e de empresários e outras autoridades civis e
militares.
2. A UFEM foi inaugurada cerca de dois meses antes do
prazo previsto por ocasião da VII Reunião do Comitê de
Cooperação Conjunto Brasil-França para Submarinos,
realizada no Rio de Janeiro em novembro último,
conforme relatado no desptel de referência. A Unidade,
onde serão integrados aos submarinos as estruturas,
equipamentos e componentes internos, é a primeira
parte a ser entregue da infraestrutura industrial de
construção e manutenção de submarinos que está sendo
Distribuído em: 01/03/2013 19:20:15 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
Para: BRASEMB PARIS Expedido em: 01/03/2013 16:48:39 N.°: 00153
CARAT=Ostensivo
implantada pela Marinha do Brasil para o PROSUB. As
obras de infraestrutura marítima do Estaleiro deverão
ser concluídas até julho de 2013. A conclusão das
obras no Estaleiro está prevista para dezembro de
2014, as da Base Naval, para 2017.
3. A inauguração da UFEM, cuja construção foi iniciada
em 2010, é marco importante para o PROSUB, maior
empreendimento de cooperação internacional do Brasil
na área de defesa. O início das atividades na UFEM
possibilitará aos técnicos brasileiros que receberam
treinamento na França a aplicação dos novos
conhecimentos no processo de construção de submarinos.
4. Transmito, abaixo, discurso da Senhora Presidenta
da República por ocasião da cerimônia da inauguração
da UFEM:
"Bom dia a todos.
Eu queria iniciar cumprimentando o governador do Rio
de Janeiro, Sérgio Cabral - um grande parceiro do
governo federal nessa verdadeira epopeia que tem sido
construir, aqui neste estado, uma infraestrutura que
permita ao país, de fato, se afirmar no mundo, mas,
sobretudo, se desenvolver de forma soberana.
Queria cumprimentar aqui os ministros de estado que me
acompanham hoje: o ministro da Defesa, Celso Amorim; o
ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco
Antonio Raupp; o ministro do Gabinete de Segurança
Institucional, José Elito, general José Elito.
Queria também cumprimentar as senhoras, os senhores
deputados federais aqui presentes: o Edson Santos; o
Felipe Bornier; o ex-ministro da Pesca, Luiz Sérgio; o
senhor Mauro Lopes; a Perpétua, minha querida amiga
Perpétua Almeida; o Vanderlei Siraque e o Zoinho.
Queria cumprimentar os comandantes das Forças Armadas:
almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto, da
Marinha; general do exército Enzo Martins Peres, do
Exército; tenente-brigadeiro-do-ar Juniti Saito, da
Aeronáutica. Queria cumprimentar os almirantes Alfredo
Caron e Mauro Cezar, ex- ministros da Marinha.
Queria cumprimentar o vice-governador do Rio, meu
querido Pezão, Luiz Fernando Pezão.
Queria cumprimentar o prefeito que nos recebe hoje,
aqui em Itaguaí, o prefeito Luciano Mota.
Cumprimentar o chefe do Estado-Maior da Armada,
almirante Fernando Eduardo Studart Wiermer, por
intermédio de quem eu cumprimento todos os
oficiais-generais aqui presentes. E uma saudação
Distribuído em: 01/03/2013 19:20:15 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
Para: BRASEMB PARIS Expedido em: 01/03/2013 16:48:39 N.°: 00153
CARAT=Ostensivo
especial para todos os integrantes da Marinha
brasileira.
Queria cumprimentar o vice-prefeito de Itaguaí, Wesley
Pereira Gonçalves.
Cumprimentar também o querido amigo Jaime Cardoso, o
presidente da Nuclep. O diretor-presidente da
Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e de quem eu saúdo todos
os empresários aqui presentes. O senhor Patrick
Boissier, diretor-presidente da DCNS.
Cumprimentar a Alcinéia Nunes do Couto e Silva,
agradecer pelas rosas. E por meio da Alcinéia eu
queria cumprimentar todos os trabalhadores. E,
sobretudo, eu queria dirigir um cumprimento especial a
todas as trabalhadoras e a todas as mulheres aqui
presentes.
Cumprimentar os senhores jornalistas, os senhores
fotógrafos e os senhores cinegrafistas.
Senhoras e senhores,
Eu estive aqui há três anos atrás, e era um momento
especial para todos nós - naquela época eu era
ministra-chefe da Casa Civil da Presidência da
República, durante o governo do presidente Lula. Era
janeiro, se eu não me engano, de 2010. De lá para cá,
toda essa fantástica estrutura foi construída, e aqui
neste lugar se erigiu um projeto que é muito
importante para o Brasil. E eu me refiro tanto à
unidade de fabricação de estruturas metálicas que está
nesse momento sendo inaugurada, mas a toda a
infraestrutura construída aqui nessa região. Foram
três anos e, por isso, é muito importante que a gente
dirija uma saudação especial à Marinha do Brasil, aos
seus oficiais, a todos aqueles da Marinha que
contribuíram para que isso, junto com o Ministério da
Defesa, ficasse de pé.
Mas eu cumprimento também a empresa construtora desta
obra, a empresa Odebrecht, pela grandiosidade e pela
qualidade e a rapidez com que foram construídas estas
estruturas.
Queria destacar também a importância de ter tido,
nesse processo que se inicia há alguns anos atrás, a
recuperação da Nuclep. Porque foi na Nuclep - e aqui
nós temos um símbolo dessa obra que acaba também de
ser descerrado - foi na Nuclep que nós mostramos que
era possível construir, com mãos, cérebros e a vontade
de brasileiros e de brasileiras, construir aqui em
Itaguaí, com toda a infraestrutura que também foi
feita em parceria com o governo do estado, com o
Sérgio Cabral e com o seu vice, Pezão, foi possível
construir aqui todo esse empreendimento que é uma
Distribuído em: 01/03/2013 19:20:15 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -4-
Para: BRASEMB PARIS Expedido em: 01/03/2013 16:48:39 N.°: 00153
CARAT=Ostensivo
parte fundamental da indústria da defesa no nosso
país.
Nós podemos dizer, com orgulho, que essa obra, ela é
produto da iniciativa de várias, de múltiplas
instituições privadas e públicas. Podemos dizer que,
de fato, com ela nós entramos no seleto grupo que é
aquele dos integrantes do Conselho de Segurança das
Nações Unidas - únicas nações que têm acesso ao
submarino nuclear: Estados Unidos, China, França,
Inglaterra e Rússia.
Sobretudo, eu acredito que nós podemos afirmar com
orgulho que o programa de desenvolvimento de
submarinos é uma realidade. É importante a fase em que
se projeta, cria, se planeja uma obra e uma iniciativa
como essa. Mas é um grande desafio para todos os aqui
presentes ter realizado e ter dado esse passo
importante com a UFEM.
Junto com o programa nuclear da Marinha, nós estamos
vendo que aqui também se cria um pólo de referência.
Um pólo de referência baseado nesse contrato que nós
firmamos com a França em dezembro de 2008. E esse
contrato tem por objetivo garantir a transferência de
tecnologia e a formação de profissionais brasileiros
na construção de submarinho.
Essa parceria, ela tem de ter sempre o olhar cuidadoso
de todos aqueles que nela participam. Porque nós
temos, por parte do povo brasileiro, a missão de
garantir e assegurar que de fato essa tecnologia nos
seja transferida conforme contrato.
Eu gostaria de louvar um fato que é muito importante:
uma indústria da defesa, como disse o ministro Celso,
é uma indústria da paz. Mas eu acho que a indústria da
defesa é, sobretudo, a indústria do conhecimento. Aqui
se produz tecnologia, aqui tem também um poder imenso
de difundir tecnologia. É isso que nos outros países a
indústria de defesa faz. Ela difunde por toda a
indústria do país, ela difunde o uso de tecnologia
que, preliminarmente, está muito focada e concentrada
num ponto, que é a indústria de defesa, e na sequência
ela permite que nós generalizemos essa difusão por
toda a cadeia produtiva. A mais diferenciada,
inclusive.
Meus amigos e minhas amigas,
Nós somos uma nação muito característica. Nós somos um
país continental, nós vivemos em profunda paz com
todos os nossos vizinhos. Nós somos uma região do
mundo que não faz disputas bélicas, não tem conflitos
e, sobretudo, uma região pacífica.
Todos nós temos consciência, no entanto, que o mundo é
Distribuído em: 01/03/2013 19:20:15 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -5-
Para: BRASEMB PARIS Expedido em: 01/03/2013 16:48:39 N.°: 00153
CARAT=Ostensivo
um mundo complexo. O Brasil assumiu, nos últimos anos,
uma grande relevância. Um país como o Brasil tem esse
mérito de ser um país pacífico. Isso não nos livra de
termos uma indústria da defesa e temos toda uma
contribuição a dar na garantia da nossa soberania, e
nos inserirmos cada vez de forma mais pacífica e
dissuasória preventivamente no cenário internacional.
Por isso, aqui, hoje nós temos a confluência de
várias, múltiplas correntes, múltiplos fluxos do que é
o desenvolvimento do país. De um lado, a afirmação da
importância e do orgulho que nós sentimos quando - os
senhores não podem olhar - mas quando olhamos para ali
e vemos escrito: fabricado no Brasil. O conteúdo
local, o conteúdo nacional do que é produzido aqui
mostra a pujança da capacidade brasileira, tanto do
ponto de vista da empresa privada, que constrói um
empreendimento dessa envergadura, quanto do ponto de
vista da Marinha, que o concebe, quanto do fato de que
milhares de empresas privadas do Brasil forneceram
equipamentos, bens e serviços para que isso tornasse
realidade. Aí está, eu diria, o fluxo característico
da geração de emprego e renda para um conjunto
bastante significativo da nossa população. Tem o outro
que é essa capacidade de gerar tecnologia a qual nós
mencionávamos. Tem um terceiro que é esse papel de
afirmação soberana do Brasil como um país que se
torna, cada vez mais, um país que é considerado no
cenário internacional.
Agora, eu acredito que o que é mais importante, que
nós podemos destacar aqui, é que o Brasil é capaz, que
o Brasil pode e faz, que o Brasil tem todas as
condições de cumprir simultaneamente seu duplo papel.
O papel do desenvolvimento científico e tecnológico, o
papel da exploração de um seguimento crucial para uma
nação que a indústria da defesa com todos os desafios
científicos e tecnológicos. E, ao mesmo tempo, um
papel gerador de renda e de emprego, e um país que é
capaz de lidar também com a superação e a eliminação
da miséria.
E eu digo isso aqui diante desse cenário, porque nós
nunca podemos esquecer que para essa nação se afirmar,
para essa nação ser de fato uma nação desenvolvida,
seu povo tem de ser desenvolvido. Por isso, eliminar
da miséria e tirar da miséria, eliminar a miséria da
nossa história, superar a miséria em nosso país,
elevar milhões de cidadãos e cidadãs brasileiros,
milhões de famílias, é complementar com o projeto
dessa envergadura. E é também complementar com o
projeto dessa envergadura - e eu queria aqui
Distribuído em: 01/03/2013 19:20:15 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -6-
Para: BRASEMB PARIS Expedido em: 01/03/2013 16:48:39 N.°: 00153
CARAT=Ostensivo
dirigir-me à trabalhadora que veio me entregar as
rosas - é complementar a formação profissional. Fico
extremamente emocionada pelo fato de ver uma
trabalhadora sendo formada por esse projeto Acreditar,
que é o mérito da Odebrecht, eu já o conhecia da usina
hidrelétrica de Santo Antônio. Mas também mencionar
algo que eu vi na entrada: uma escola de soldadores.
Esse também é um mérito desse projeto, forma
soldadores extremamente especializados. Nós precisamos
muito da capacitação da nossa mão-de-obra. Então, por
isso também ao entrar aqui eu fiquei muito feliz.
E queria concluir dizendo que também o fato de ser uma
trabalhadora, uma operária, que me entregou as rosas
me emociona muito, porque mostra a força da
trabalhadora brasileira num projeto tão sofisticado
como esse.
Muito obrigada a todos, tenho certeza que hoje é um
grande dia para todos nós."
EXTERIORES
LHSG/LHSG
Distribuído em: 01/03/2013 19:20:15 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 10/01/2013 08:55:38 N.°: 00046
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 10/01/2013 (NBS)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=CGDEF/DE I/DOC
DESCR=PDEF-FRAN
RTM=USABREM,CATBREM,CANBREM,ABUBREM,INABREM
RTM/CLIC=
REF/ADIT=TEL 1903 2012
CATEG=MG
//
França. Defesa. Dassault
Aviation. Caça Rafale. Partida
do CEO. Perspectivas de
exportação.
//
Nr. 00046
Retransmissão automática para Brasemb Washington, Brasemb
Doha, Brasemb Ottawa, Brasemb Abu Dhabi e Brasemb Nova Delhi
RESUMO=
O CEO da Dassault Aviation, Charles Eldestenne,
deixa a empresa após 12 anos a sua frente. Imprensa
repercute sua partida e comenta perspectivas de
exportação do caça Rafale: Índia, Emirados Árabes
Unidos, Brasil e, agora, Canadá.
O Rafale voltou à pauta dos principais jornais
franceses. A mídia local tem destacado a partida, por
limite de idade (75 anos), do CEO da Dassault Aviation,
Charles Edelstenne, no último dia 9/1, e as perspectivas
Distribuído em: 10/01/2013 08:55:55 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 10/01/2013 08:55:38 N.°: 00046
CARAT=Ostensivo
de exportação do caça para o Brasil, Emirados Árabes
Unidos e, agora, Canadá.
2.Edelstenne, como assinalado no meu tel de
referência, é homem de confiança da família Dassault.
Trabalhou na empresa por mais de 50 anos e exerceu a
presidência da Dassault Aviation desde 2000. Atribui-se à
Eldestenne o sucesso da empresa no domínio de aviões
comerciais (com o jato Falcon), que representa, hoje, 77%
das atividades do grupo. Edelstenne participou do
desenvolvimento do sistema informático Catia, que levou à
criação da filial Dassault Systèmes, hoje, uma das mais
inovadoras empresas do mundo no ramo de programas para
projetos de engenharia e simulação do funcionamento de
equipamentos avançados. Hoje, os próprios concorrentes da
Dassault Aviation usam os programas da Dassault Systèmes
para projetar seus aviões.
3.Atribui-se igualmente a Edelstenne a consolidação
da Dassault como empresa líder no setor de defesa
francês. Em 2009, pilotou operação que levou à compra de
26% das ações da principal fornecedora do governo
francês, a empresa Thales (eletrônica, aeronáutica e
espaço). Com essa manobra, a Dassault assumiu o controle
acionário da Thales e passou a ter voz no estaleiro DCNS
(26% Thales e 74% Estado). Especialistas indicam que o
próximo passo será a participação da Dassault, por meio
da Thales, na empresa Nexter (armamentos terrestres). A
consolidação, portanto, da parte mais importante da
indústria de defesa francesa em torno da Dassault é
esperada para esse ano.
4.Edelstenne foi também o principal promotor do
programa europeu do Vant nEURon, cujo protótipo realizou
seu primeiro vôo em dezembro passado. O programa
representa o primeiro passo para o desenvolvimento do
futuro avião de combate europeu pilotado à distância. A
Dassault liderou consórcio de seis empresas européias
para projetar e construir o nEUROn.
5.Edelstenne ficou sobretudo conhecido pela prioridade
que atribuiu às exportações do caça Rafale. Foi o braço
industrial da assertiva política de promoção de
exportações de produtos de defesa lançada pelo ex-
presidente Nicolas Sarkozy, em 2008. A Dassault, com o
firme apoio do Estado, tem procurado participar das
principais licitações mundiais de aviões de caça.
Atualmente, encontra-se em negociações exclusivas com a
Índia (126 aparelhos) e concorre nos Emirados Árabes
Distribuído em: 10/01/2013 08:55:55 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 10/01/2013 08:55:38 N.°: 00046
CARAT=Ostensivo
Unidos (60), Brasil (36), Catar (entre 12 e 36) e
Malásia. Com o Brasil, como se recorda, foi grande
promotor da idéia de uma parceria privilegiada, fundada
em associação com empresas brasileiras e transferência de
tecnologia, para participar do programa FX-2 da FAB.
6. Edelstenne, como já informado, foi substituído pelo
diretor da área internacional da Dassault, Eric Trappier.
Sua nomeação parece indicar que as exportações de defesa
seguiram sendo prioridade da empresa.
7.O jornal La Tribune chamou a atenção para a
concorrência do Rafale no Brasil e para alegadas críticas
ao considerado "muito elevado" preço de manutenção do
aparelho. O artigo apresenta explicações da empresa
Dassault no sentido de que o custo previsto por hora de
vôo, para 2012, com a utilização dos novos motores M88-
4E, é de 10.000 euros para os Rafales C e B e 7.000 de
euros para o Rafale M, e não de 39.000 euros como na
versão anterior do Rafale, vendida até há alguns anos
atrás.
8.A imprensa francesa destacou igualmente a possível
participação do Rafale em concorrência no Canadá. A
Dassault confirmou que fora consultada pelo governo
canadense. Segundo o jornal "Les Echos", haveria um
"verdadeiro problema político" no Canadá em relação ao
preço do caça norte-americano F-35, que poderia levar ao
abandono da compra pelo governo canadense. Segundo o
noticiário, o custo do desenvolvimento do caça de quinta
geração F-35 "explodiu". Sairá três vezes mais caro do
que o previsto.
9.Com a Índia, as negociações exclusivas estariam
avançando bem. Fontes do governo estimam que sejam
finalizadas antes de março de 2013. Caso ocorra, será o
primeiro sucesso de exportação do Rafale.
10.O Presidente Hollande tem viagem prevista para os
Emirados Árabes Unidos nos próximos dias 14 e 15/1.
Especula-se que serão retomadas as negociações para a
venda de 60 Rafales. As negociações estão "em ponto
morto" há quase um ano, frente à alegada intransigência
da Dassault de renegociar o preço do aparelho, na versão
especialmente adaptada exigida pelas autoridades
emiráticas. Segundo a imprensa local, a principal
dificuldade residiria em desavença com o próprio CEO do
Grupo, Charles Edelstenne. Agora, com sua partida,
especula-se que os caminhos estariam abertos para a
Distribuído em: 10/01/2013 08:55:55 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -4-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 10/01/2013 08:55:38 N.°: 00046
CARAT=Ostensivo
retomada das discussões. (Regiane de Melo)
JOSÉ MAURICIO BUSTANI, Embaixador
RMGM
Distribuído em: 10/01/2013 08:55:55 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 05/03/2013 13:36:35 N.°: 00396
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 05/03/2013 (MASB)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=CGDEF/DE I
DESCR=PDEF-BRAS-FRAN
RTM/CLIC=
REF/ADIT=TEL 130, TEL 264
CATEG=MG
//
Brasil-França. Defesa. IHEDN.
49a Sessão "Armamento e
Economia de Defesa". Projeto
de visita ao Brasil.
//
Nr. 00396
RESUMO=
Coordenador da 49a Sessão Nacional "Armamento e
Economia de Defesa" (AED) do IHEDN visitou a
Embaixada, para tratar do projeto de visita do curso
ao Brasil (São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro,
entre 14-23/04/2013). O funcionário apresentou o
projeto de programa e solicitou apoio do Governo
brasileiro. As Sessões AED do IHEDN se destinam ao
estudo de temas relativos à indústria de defesa.
Diplomatas e Adidos militares do Posto reuniram-se
(1º/03), com o Engenheiro de Armamento Franck Bilau,
Coordenador da 49ª Sessão Nacional "Armamento e Economia de
Defesa" (AED), do Instituto de Altos Estudos de Defesa
Distribuído em: 05/03/2013 13:36:40 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 05/03/2013 13:36:35 N.°: 00396
CARAT=Ostensivo
Nacional da França (IHEDN). O funcionário está, atualmente,
organizando visita de estudos do curso ao Brasil, a ser
realizada entre 14 e 23 de abril próximo.
2.A sessão AED, recordo, é um dos cursos nacionais do
IHEDN, em conjunto com a sessão "Políticas de Defesa", e tem
como objetivo, segundo o próprio IHEDN, "preparar os futuros
altos responsáveis interessados pelas questões da indústria
de defesa (...) Seu campo de estudo e de reflexão engloba
diferentes aspectos de defesa e segurança, compreendidos em
seu ambiente geopolítico e geoestratégico, assim como nos
planos industrial e econômico".
3.A visita da 49ª Sessão AED ao Brasil conforma a "missão
mundo" do curso, destinada a permitir aos participantes a
descoberta de novas instituições e visões no domínio da
indústria de defesa. Trata-se, assim, do momento em que os
auditores deixam de se concentrar apenas nas instituições
pertencentes à OTAN e se dedicam a conhecer outras
perspectivas sobre o campo.
4.A 49ª Sessão AED é composta por 49 auditores, dos quais
26 militares, a sua maioria engenheiros da Delegação Geral
para o Armamento (DGA). Quatro dos auditores militares e um
civil são estrangeiros, provenientes dos EUA, Alemanha e
Itália. A comitiva do IHEDN será chefiada pelo Diretor da
instituição, General-de-Exército Jean-Marc Duquesne, e também
integrada, ademais dos auditores, pelo o Professor Michel
Foucher, pelo Coordenador da 49ª Sessão e por outros
funcionários do Instituto.
5.Segundo o organizador da Sessão, a visita ao Brasil será
composta por três etapas:
(i) São Paulo e São José dos Campos (14-17/04) - visitas a
indústrias de defesa. Haveria interesse em visitar não apenas
a Embraer, Avibrás, Omnysis, dentre outras, mas também
pequenas e médias empresas atuantes na área, além de
instituições de pesquisa envolvidas com as áreas de defesa,
espaço e alta tecnologia. Também haveria previsão de visitas
à FIESP e à ABIMDE. Segundo o Coordenador da 49ª Sessão AED,
o grupo poderia ser dividido em dois (estão previstos dois
ônibus para o transporte), de modo a se visitar o maior
número possível de entidades.
(ii) Brasília (18-19/04) - considerada a parte "oficial" da
viagem, preveria visitas ao Ministério da Defesa e à SERE,
ademais de reuniões na Embaixada francesa.
Distribuído em: 05/03/2013 13:36:40 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 05/03/2013 13:36:35 N.°: 00396
CARAT=Ostensivo
(iii) Rio de Janeiro (20-23/04) - visitas ao programa
brasileiro de Submarinhos (Marinha do Brasil e a empresa
DCNS), em Itaguaí, a instituições de pesquisa (possivelmente
FGV, COPPE) e a empresas, incluindo subsidiárias francesas,
sediadas na cidade (Petrobrás, Technit, Tractebel Energia).
6.Segundo o funcionário francês, a solicitação das
audiências e visitas está sendo conduzida pela Adidância de
Defesa da Embaixada da França em Brasília. O representante do
IHEDN solicitou o apoio do Governo brasileiro na organização
do programa, inclusive deixando a aberta a possibilidade de
serem propostas atividades que sejam de interesse do Brasil.
O Adido da Marinha do Brasil, indicou, de sua parte, que
realizaria consultas a respeito da visita ao programa de
submarinos, em Itaguaí.
7.Dado o papel do IHEDN no campo da defesa francesa, a
composição da 49ª Sessão AED e a próxima cooperação que o
Instituto vem mantendo com o Governo brasileiro (vide tels
130 e 264), seria importante que a organização da visita em
apreço contasse com o apoio da SERE, inclusive no que diz
respeito à visita dos auditores ao MRE. As Sessões Nacionais
do IHEDN, cabe recordar, destinam-se a contribuir para a
formação de funcionários da alta administração civil e
militar francesa (incluindo parlamentares e representantes do
Judiciário), ademais de empresários e de representantes da
sociedade civil.
8.Muito agradeceria as orientações de Vossa Excelência
sobre o que precede, especialmente se há interesse em
sugerir atividades adicionais, no Brasil, para a comitiva da
49ª Sessão AED. Encaminharei, para o correio eletrônico da
CGDEF, a primeira versão do programa da referida visita,
transmitido pelo Coordenador da 49ª Sessão AED. (Hélio
Franchini Neto)
José Maurício Bustani, Embaixador.
HFN
Distribuído em: 05/03/2013 13:36:40 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 28/03/2013 12:24:51 N.°: 00549
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 28/03/2013 (MASB)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=CGDEF/DE I/DNU/COCIT
DESCR=PDEF-FRAN
RTM=ONUBRMS,USABREM,SSRBREM,CHNBREM,INABREM
RTM/CLIC=GRPUEURO
REF/ADIT=TEL 1674 2012
CATEG=MG
//
França. Política de Defesa.
Debate em torno de possível
diminuição orçamento de
defesa.
//
Nr. 00549
Rogo retransmissão via CLIC para as demais Embaixadas nos
países membros da União Européia
Retransmissão automática para DELBRASONU, Brasemb Washington,
Brasemb Moscou, Brasemb Pequim e Brasemb Nova Delhi
RESUMO=
No contexto de definição do novo Livro Branco de
defesa da França e da nova lei de programação
plurianual militar, importantes atores da cena
política alertam para as consequências diplomáticas,
militares e industriais de eventuais cortes no
orçamento de defesa. Avaliação majoritária é que os
cenários drásticos de cortes, propostos pelo
Ministério do Orçamento, não prevalecerão.
Distribuído em: 28/03/2013 12:25:09 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 28/03/2013 12:24:51 N.°: 00549
CARAT=Ostensivo
A poucas semanas da publicação do novo Livro Branco de defesa
e de segurança nacional da França (prevista para meados de
abril), diversas frentes políticas e formadores de opinião
lançam campanha para preservar os recursos destinados a
defesa, ameaçados de cortes drásticos pelo Ministério do
Orçamento no escopo do plano de contenção de gastos do
Governo Hollande.
2.O debate surgiu uma vez vazados pela imprensa os cenários
orçamentários previstos pelo Governo, na esteira do novo
Livro Branco e da próxima Lei Plurianual de Programação
Orçamentária Militar (2014-2019), que deverá ser apresentada
ao Parlamento francês no próximo mês de julho. Segundo os
vazamentos, o Ministério do Orçamento defenderia o "cenário
Z", que teria por objetivo economizar 30 bilhões de euros até
2020, com a redução do orçamento anual, que hoje é de 31,4
bilhões (1,56% do PIB), para 27 bilhões (1,1% do PIB) de
euros em 2015. Tal cenário contemplaria a supressão de 50 mil
postos nas Forças Armadas (número superior a todo o
contigente da Marinha). Nessa hipótese orçamentária, os
gastos em produtos de defesa também seriam reduzidos, de 9
para 4,5 bilhões de euros anuais, com a paralisia dos grandes
programas de equipamentos. O formato das Forças Armadas seria
dividido pela metade. Hoje as FFAA francesas contam com um
Exército de 131.000 homens, 8 brigadas, 650 blindados, 80
helicópteros de combate; Marinha de 44.000 homens, 10
submarinos, 1 porta-aviões, 18 fragatas; e Força Aérea de
50.000 homens, 300 aviões de combate, 14 avies de
reabastecimento e 70 de transporte. Seriam mantidos apenas
7.000 homens mobilizáveis para operações externas (hoje, no
Mali, a França dispõe de 5.200 homens), contra 30.000
previstos no Livro Branco de 2008.
3.O cenário contemplado pelo Ministério da Defesa, chamado
opção "Y", busca, por sua vez, economizar 15 bilhões de euros
até 2020, reduzindo o orçamento anual para 29 bilhões de
euros (1,25% do PIB). Segundo funcionários do Gabinete do
Ministro da Defesa, trata-se de "um modelo de espera" no
atual contexto de crise econômica e que tem por objetivo "não
destruir o instrumento de defesa". Esse cenário prevê, mesmo
assim, a supressão de 30.000 empregos nas Forças Armadas e a
diminuição de 30% de gastos com equipamentos, com o
congelamento de diversos programas de equipamentos. O formato
das FFAA também seria reduzido, com a diminuição pela metade
da capacidade de projeção (15.000 homens). Especula-se que a
cadência de entrega dos equipamentos militares, como o avião
de transporte A400M (que tanta falta fez na Líbia e agora no
Mali), Helicópteros NH90 e Tigre e aviões de caça Rafale,
seria também reduzida. O plano de renovação dos blindados do
Distribuído em: 28/03/2013 12:25:09 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 28/03/2013 12:24:51 N.°: 00549
CARAT=Ostensivo
Exército seria cancelado, o que, na visão de especialistas,
ameaçaria a própria existência das grandes empresas do setor,
como a Nexter e a Panhard.
4.Especialistas estimam que as consequências sobre as
capacidades militares e a indústria de defesa seriam
"destrutivas no primeiro cenário e pesadas no segundo".
Argumentam que as capacidades operacionais da França já
estariam no limite. Recorde-se que as Forças Armadas acabam
de implementar, a duras custas (vide tel 79), reforma lançada
pelo ex-Presidente Sarkozy, em 2008, que visou enxugar o
efetivo das Forças Armadas em cerca de 54 mil homens. A Lei
de Programação Militar prévia acumulou atrasos que, em 2012,
somaram 3 bilhões de euros e, em 2013, deverão totalizar 4,5
bilhões. Estima-se que a diferença entre os créditos e as
encomendas de equipamentos seria hoje de 45 bilhões de euros.
5.Na visão de analistas locais, não havendo gastos extras e
"gordura" para se cortar, a redução do orçamento de defesa
implica necessariamente a redução do formato das FFAA e de
sua missão operacional. Segundo fontes da imprensa,
Conselheiros próximos do Ministro da Defesa, Jean-Yves Le
Drian, indicaram que, uma vez que o Presidente Hollande já
teria consagrado a manutenção da dissuasão nuclear (10% dos
gastos), as mudanças apontariam para se privilegiar a
segurança interna ("Gendarme", "Vigipirate" e forças
especiais) em detrimento do Exército e das forças de projeção
externa.
6.Altas personalidades da cena política, como o ex Primeiro
Ministro François Fillon, o ex-ministro do interior Claude
Guéant, a Presidenta socialista da Comissão de Defesa da
Assembléia Geral, Patricia Adam, e analistas políticos de
prestígio, como Camille Grand ("Fondation pour la Recherche
Stratégique" - FRS) e Renaud Bellais (Ensta), tem endossado
ampla campanha midiática que alerta para os riscos de tais
cenários. Editorias e artigos nos principais jornais
franceses chamam a atenção para possibilidade de
"desclassificação estratégica", "ruptura histórica" e "fim da
potência francesa".
7.Em longo artigo publicado no "Le Monde", a Deputada
socialista Patricia Adam se refere a carta que deputados e
senadores socialistas teriam encaminhado ao Presidente
Hollande a respeito, e avalia que o "cenário Z", do
Ministério do Orçamento, equivaleria a "matar o Ministério da
Defesa". Os principais industriais do setor (Thales, Nexter,
DCNS, Dassault Aviation, Safran, MBDA e EADS) também têm se
mobilizado. Publicaram recentemente no jornal "Les Echos"
Distribuído em: 28/03/2013 12:25:09 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -4-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 28/03/2013 12:24:51 N.°: 00549
CARAT=Ostensivo
carta aberta ao Presidente Hollande, na qual registram sua
grande preocupação para o futuro da indústria de defesa e de
alta tecnologia francesa caso esses cenários venham a ser
aprovados.
8.Camille Grand, Diretor da FRS, principal "think tank" de
questões estratégicas da França, em conversa com minha
colaboradora, avalia que cortes no orçamento de defesa, tal
como têm sido contemplados por Bercy, teriam sérias
consequências diplomáticas, estratégicas e industriais. No
plano diplomático, estima que a França perderia sua posição
de líder na construção da "Europa da Defesa" e da
reconstrução da OTAN por meio do reforço do pilar europeu.
Avalia que a França tampouco poderia se posicionar como
parceiro estratégico dos Estados do Golfo e dos grandes
países emergentes (em particular Brasil e Índia). Diversos
analistas locais apontam para o risco de "diminuição das
ambições internacionais" do país e de seus compromissos no
âmbito do CSNU, da OTAN e de acordos bilaterais de defesa
(África).
9. No plano estratégico/militar, Camille Grand argumenta que
a França teria que renunciar à liderança em operações
externas e à sua autonomia estratégica, subordinando-se ao
guarda-chuva de proteção dos EUA, em momento em que o Governo
Obama não quer mais intervir na primeira linha na Europa e em
seu entorno estratégico (caso da Líbia e do Mali) por estar
focalizado na Ásia-Pacífico, e em que as ameaças contra a
França não diminuíram, antes se reaproximaram, com a crise no
Sahel e as revoluções árabes.
10.A independência estratégica, como se recorda, é elemento
constitutivo da ambição militar e diplomática francesa, o que
a distingue da maioria dos parceiros europeus que optaram por
se remeter aos EUA para assegurar sua segurança e não se
dotar de meios militares para se defender e projetar no
mundo. A França, principal potência militar européia, é um
dos dois únicos países da Europa (com o Reino Unido) que
ainda faz um esforço conseqüente no domínio da defesa. Esse
esforço, segundo o discurso das autoridades francesas, é a
"garantia de vida" também dos outros paises europeus.
11. No plano industrial, Camille Grand acredita que cortes
orçamentários fragilizariam uma indústria que tem sido fonte
de divisas (exportação de produtos de alto valor agregado),
pólo de excelência de alta tecnologia e geradora de empregos
"não-deslocalizáveis". Diversos analistas chamam a atenção
para o impacto social e econômico de tais cenários.
Argumentam que ao reduzir as compras do Estado de
Distribuído em: 28/03/2013 12:25:09 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -5-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 28/03/2013 12:24:51 N.°: 00549
CARAT=Ostensivo
equipamentos de defesa, seriam eliminados entre 15.000 a
50.000 empregos. Hoje, o setor comporta cerca de 4.000
empresas, gera 150.000 empregos diretos e o equivalente de
empregos indiretos e é a principal fonte de inovação e de
alta tecnologia (vínculos entre tecnologias militares e
civis). Aquisições de produtos de defesa, além de ser a
principal rubrica de despesas públicas, é o mais poderoso
instrumento de política industrial do Estado, o que, na visão
de analistas, deveria ser sobremaneira privilegiado em
momento de luta contra a desindustrialização na França.
12. O Presidente Hollande convocou recentemente dois
Conselhos Restritos de Defesa (22 e 26 de março). Segundo
fontes do Elysée à imprensa, o principal objetivo desses
Conselhos foi o de avaliar essas questões. Contatos da
Embaixada no Governo acreditam que dificilmente a defesa
nacional seria sacrificada em prol do rigor orçamentário.
Avaliam que o atual debate reflete disputa de poder entre os
Ministérios do Orçamento de Cahuzac (que pediu demissão na
semana passada) e da Defesa. A nomeação de Bernard Cazeneuve
(especialista em questões de defesa e ex-secretário da
Comissão de Defesa da Assembléia Nacional) para o Ministério
do Orçamento parece indicar que a arbitragem em favor da
defesa e da industria talvez já tenha sido feita. (Regiane de
Melo)
JOSÉ MAURICIO BUSTANI, Embaixador
RMGM
Distribuído em: 28/03/2013 12:25:09 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 30/01/2013 15:05:38 N.°: 00184
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 30/01/2013 (NBS)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=DACESS/CGDEF/DE I/DOC
DESCR=BRAS-FRAN
RTM=OMCBRMS,CEEBRMS
RTM/CLIC=
CATEG=MG
//
França. Europa. Associação
sobre "offsets". Compras
Governamentais. Convite ao
Brasil.
//
Nr. 00184
Retransmissão automática para DELBRASOMC e BRASEUROPA
RESUMO=
"European Club for Countertrade and Offset" (ECCO)
convida representante do Governo brasileiro a
intervir em simpósio, à margem do salão aeronáutico
Le Bourget (jun/2013), sobre reciprocidade e
"offset". Oferecimento de duas vagas ao Brasil para o
primeiro curso sobre "offset" e compensações
comerciais da ECCO em parceria com a escola de
comércio ESSEC.
O presidente da associação "European Club for Countertrade
and Offset" (ECCO), Cristian Sylvain, em encontro com minha
Distribuído em: 30/01/2013 15:05:42 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 30/01/2013 15:05:38 N.°: 00184
CARAT=Ostensivo
colaboradora, manifestou interesse em associar o Brasil
(governo e empresas estratégicas de defesa, energia e
transporte) nas atividades do grupo.
2.A ECCO, criada em 2010, pela ex-CEO e fundadora da
empresa francesa AREVA (nuclear civil), Anne Lauvergeon (hoje
no conselho administrativo do grupo europeu EADS), reúne
empresas atuantes em setores estratégicos com o objetivo de
trocar informações e "best practices" no domínio de "offsets"
e atividades de compensações comerciais.
3.Segundo Sylvain, a idéia da criação da associação surgiu
com o aumento considerável de exigências de "offsets" por
parte dos parceiros emergentes. A compensação comercial
passou a ser vista como importante instrumento de capacitação
tecnológica e industrial em domínios estratégicos nesses
países. O fenômeno, relativamente recente, argumenta Sylvain,
merece ser analisado e discutido com vistas a facilitar sua
implementação.
4.O presidente da ECCO comentou que a Associação tem três
missões institucionais: i) formar uma comunidade de empresas
com interesses internacionais no campo de compras
governamentais em setores estratégicos; ii) servir de "think
tank" para a reflexão sobre "offset" e questões correlatas,
como reciprocidade, compras governamentais, comércio
internacional e desenvolvimento industrial; e iii) centro de
formação e treinamento na aplicação de "offsets".
5.O grupo reúne hoje cerca de 65 empresas de 15 países na
Europa e no mundo (EUA, Índia, África do Sul, Malásia e
Rússia). Participam da Associação grandes empresas
estratégicas, como a MBDA e a Saab e, na França, a Areva,
Safran, Thales, DCNS, Panhard e Nexter. Sylvain informou que,
hoje, a ECCO agrupa 44% de empresas de transporte, incluído o
setor de aeronáutica civil, 41% de defesa e 15% de energia.
6.Sylvain comentou que, desde sua criação, a ECCO tem
realizado simpósios anuais sobre "offsets". Em 2012, à margem
da feira internacional EUROSATORY (armamentos terrestres), em
Paris, organizou seminário dedicado especialmente à política
de compensações do Brasil. Participaram representantes das
Forças Armadas, consultores e empresários brasileiros. Em
2013, será organizado simpósio, à margem do 50º Salão
internacional da Aeronáutica e do Espaço de Le Bourget (nos
arredores de Paris), no dia 20 de junho. O tema do
"workshop", informou Sylvain, é "offset e reciprocidade: a
visão dos BRICS". O simpósio deverá ser aberto pela Ministra
do Comércio Exterior francês, Nicole Bricq e contar com a
Distribuído em: 30/01/2013 15:05:42 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 30/01/2013 15:05:38 N.°: 00184
CARAT=Ostensivo
participação do atual Diretor Geral da OMC, Pascal Lamy, e do
Comissário de Comércio da UE, Karel De Gucht. No dia 19 de
junho, a ECCO organizará fórum, a exemplo do que foi feito no
ano passado sobre o Brasil, dedicado à política de "offsets"
da Índia.
7.A idéia do "workshop" do dia 20 de junho, argumentou
Sylvain, é que representantes dos governos dos países dos
BRICS apresentem a visão de seus respectivos países sobre
reciprocidade e "offsets" e participem, em seguida, de debate
no formato de mesas redondas. Sylvain prevê intervenções de
cerca de 25 minutos em inglês por país. O presidente da
Associação comentou que a Rússia, Índia e África do Sul já
confirmaram participação de funcionários de alto escalão. A
Rússia será representada pelo Secretário de Transporte e a
África do Sul pela principal autoridade no domínio de
compensações comerciais.
8.Sylvain convidou igualmente o Brasil a participar do
primeiro curso oferecido pela Associação, em parceria com a
prestigiosa escola de comércio da França, o instituto ESSEC.
Trata-se, explicou Sylvain, do primeiro curso especialmente
dedicado a política de compensações jamais oferecido no
mundo. O programa de formação prevê i) exame do papel do
governo, da diplomacia e dos acordos multi e biregionais no
comércio internacional; ii) discussão acerca do papel de
"offsets" como veículos de transferência de tecnologia e na
redução de atrasos econômico e sociais; iii) considerar os
principais impactos industriais de "offsets" nos setores de
defesa, energia, transporte e infraestrutura; iv) análise
jurídica de clausulas de "offsets" (diretos, semi-diretos e
indiretos); e v) considerações acerca de políticas e do
emprego de "offsets".
9.O curso se dará em três módulos de quatro dias,
ministrados em março (19 a 22), abril (16 a 19) e maio (14 a
17) do corrente ano. Os custos de inscrição somam 8.700,00
euros. O Presidente da ECCO informou que a Associação
dispensaria o pagamento do custo de inscrição para até dois
candidatos do Governo brasileiro. Sylvain pediu que eventual
interesse brasileiro de participar do curso seja confirmado
no mais tardar até o final do mês de fevereiro.
10.Sylvain comentou ainda o grande interesse da Associação
em vir a contar com membros brasileiros. Comentou que já teve
a oportunidade de convidar empresas brasileiras com projeção
internacional (Embraer) e que esperava resposta positiva.
Sylvain sublinhou que a prioridade do club é a de integrar
empresas dos países dos BRICS, que além de serem os
Distribuído em: 30/01/2013 15:05:42 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -4-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 30/01/2013 15:05:38 N.°: 00184
CARAT=Ostensivo
principais demandantes de "offsets", são vistos como
importantes parceiros comerciais para as empresas da ECCO.
11.Muito agradeceria capacitar-me a reagir aos convites do
Presidente da ECCO. Caso seja do interesse brasileiro, peço
para indicar o quanto antes representante do Governo para
intervir no simpósio sobre "offset" à margem do salão Le
Bourget, assim como eventuais candidatos ao primeiro curso
sobre "offset", que se inicia no próximo mês de março.
12.Sugiro retransmissão do presente expediente ao MDIC, ao
MD e ao MCTI. (Regiane de Melo)
JOSÉ MAURICIO BUSTANI, Embaixador
RMGM
Distribuído em: 30/01/2013 15:05:42 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 02/10/2013 06:07:31 N.°: 01555
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 02/10/2013 (NBS)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=DRN/DREN/DE I
DESCR=ENER-FRAN
RTM=CEEBRMS,ALEBREM
RTM/CLIC=GRPENERG
REF/ADIT=TEL 1492, TEL 1448
CATEG=MG
//
França. Política de energia.
Energia hidroeólica.
Iniciativa do Governo
Hollande.
//
Nr. 01555
Rogo retransmissão via CLIC para os demais Postos com Setor
de Energia
Retransmissão automática para BRASEUROPA e Brasemb Berlim
RESUMO=
Informo. Hollande lança "Chamado a Manifestação de
Interesse" para desencadear o desenvolvimento da
energia hidroeólica em bases industriais. Anuncia
subsídios e insta a participação do setor privado na
empreitada. Iniciativa é parte da política mais ampla
de transição energética do Governo. O Presidente
associa a questão energética, ao lado da economia
digital, ao futuro da França e da Europa.
Distribuído em: 02/10/2013 06:07:44 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 02/10/2013 06:07:31 N.°: 01555
CARAT=Ostensivo
Em mesa-redonda sobre energias renováveis realizada em
Cherbourg-Octeville, na Baixa-Normandia, o Presidente
François Hollande anunciou, em 30/9, o lançamento de "Chamado
a Manifestação de Interesse" (AMI, na sigla em francês) para
a construção de projetos-piloto de energia hidroeólica
localizados nas imediações da Cité de la Mer, complexo onde
teve lugar o evento, e na Bretanha. O Presidente esteve
ladeado por quatro Ministros: Ecologia, Reajuste Produtivo,
Transportes e Orçamento, sendo este último, o discreto e
influente Bernard Cazeneuve, historicamente ligado à Baixa-
Normandia, seu reduto político. Na plateia figuravam
industriais de peso (Alstom, Siemens, DCNS, Voith Hydro) e
representantes da comunidade local.
2. François Hollande inseriu o anúncio em sua política mais
ampla de transição energética, que privilegia a
diversificação das fontes de energia, com ênfase nas
renováveis (tel 1492). Ressaltou que, com o impulso à
energia hidroeólica, se está dando continuidade a uma
política de longo prazo, que teve início em administrações
anteriores e que terá impacto para além de 2020 - horizonte
temporal de que o Chefe de Estado costuma valer-se para
"pensar estrategicamente" a França.
3. Hollande reconheceu o desafio que representam os custos de
fontes de energia como a hidroeólica. Assinalou que a chave
para viabilizar economicamente essa opção, a exemplo de
outros casos, passaria pelo investimento em pesquisa e pela
ampliação da capacidade de difusão industrial das novas
tecnologias desenvolvidas.
4. Ao mencionar outras fontes de energia marítimas (térmica,
por ondas), asseverou ser a hidroeólica "a mais promissora de
todas". Afirmou estimar que, em dez anos, polos hidroeólicos
produzirão 3 gigawatts nas costas francesas. "Isso equivale a
três reatores nucleares", comparou, antes de ressalvar que
não se trataria de escolher fontes energéticas umas em
detrimento das outras. A ressalva pode ser lida como uma
concessão aos defensores do nuclear, não raro insatisfeitos
com uma política oficial vista, no conjunto, como pouco
favorável à matriz atômica.
5. O mandatário estendeu-se sobre o papel que entende caber
ao Estado na implantação de uma "cadeia hidroeólica" que
torne a França "líder mundial" na matéria, a partir,
salientou, da vastidão de seus domínios marítimos, da
excelência de sua indústria e da qualidade de suas pesquisas.
Observou que o Estado deve adaptar as redes de transmissão de
energia existentes no país, prover incentivos econômicos à
Distribuído em: 02/10/2013 06:07:44 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 02/10/2013 06:07:31 N.°: 01555
CARAT=Ostensivo
pesquisa, consolidar um marco regulatório estável e
simplificado, e estabelecer um calendário detalhado de ações.
Além, naturalmente, de comparecer com subsídios, capítulo em
que o Presidente foi mais preciso: falou em "30 milhões de
euros para garantir a rentabilidade" dos empreendimentos no
setor. Registro que, na véspera da alocução presidencial,
havia quem antecipasse que os subsídios seriam da ordem de
120 milhões de euros.
6. Após recordar que, no tocante à energia eólica, já se
lançara um "Chamado a Manifestação de Interesse" em 2012 e
outro estaria atualmente em gestação, aludiu ao AMI da
energia hidroeólica, que o levava a Cherbourg. Este, disse, a
ser publicado na gazeta oficial em 1º/10, terá por objetivo a
construção de "três a quatro polos-piloto para testar a
tecnologia", já em modalidade industrial. Como explicam
analistas, a energia hidroeólica, na França, sai da fase
estritamente de pesquisa para ingressar em uma etapa
propriamente industrial.
7. O Presidente insistiu na importância da participação do
setor privado para o êxito da aposta na energia hidroeólica.
Ponderou que, havendo o Estado estabelecido condições
favoráveis, é hora de os empresários agirem, "em
concorrência", para produzir "os menores preços e os maiores
impactos industriais possíveis". Mencionou, a título
ilustrativo, acordos já firmados pela Alstom, com vistas a
atender ao AMI, com o Porto de Cherbourg e com GDF Suez.
Mencionou, também, o espaço que poderá ser explorado pelas
PMEs na "cadeia hidroeólica". No que diz respeito a
resistências verificadas no setor pesqueiro, mostrou-se
confiante quanto à capacidade dos atores envolvidos de
superá-las pela via do diálogo.
8. Sobre as tarifas esperadas, Hollande citou a cifra de 163
euros por megawatt - valor que, segundo especialistas,
corresponde ao que já é fixado por lei para as energias
renováveis marinhas.
9. Em Cherbourg, o Presidente da República não poupou
esforços retóricos para enaltecer o empenho de seu Governo em
matéria de transição energética. Argumentou, buscando
apresentar uma visão integrada de seus grandes propósitos
para a França, que a política de transição energética, a
política de reajuste produtivo e a política de empregos
seriam, na realidade, "a mesma política". E acrescentou que o
futuro deste país residiria "na transição energética, na
transição digital e na economia da saúde", percepção que
estaria refletida na "nova política industrial" apresentada
Distribuído em: 02/10/2013 06:07:44 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -4-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 02/10/2013 06:07:31 N.°: 01555
CARAT=Ostensivo
em 12/9 (tel 1448).
10. Por fim, uma visão para a Europa. Beneficiando-se da
plataforma da mesa-redonda sobre energias renováveis, e da
expectativa que cercava, há meses, o lançamento do "Chamado a
Manifestação de Interesse" que, prevê-se, desencadeará o
desenvolvimento, em bases industriais, da energia hidroeólica
na França, François Hollande adotou uma perspectiva histórica
para uma valorização do projeto europeu que o associasse à
questão energética. Declarou que, se o Acordo do Carvão e do
Aço, a PAC, o mercado comum e a moeda única constituem os
fatores que possibilitaram à União Europeia ser o que é hoje,
são as novas energias, ademais da economia digital, que farão
o futuro deste continente - a começar, realçou, nas relações
da França com a Alemanha, apesar das composições tão
distintas das matrizes energéticas de cada um dos dois
países.
José Mauricio Bustani, Embaixador
RDPS
Distribuído em: 02/10/2013 06:07:44 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 12/09/2013 13:07:57 N.°: 01431
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 12/09/2013 (NBS)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=DPF/DE I/DOC/DACESS
DESCR=ECON-BRAS-FRAN
RTM/CLIC=
CATEG=MG
//
Economia. Brasil-França.
Apresentação do Sr. Luiz
Pereira (Banco Central) sobre
Economia Brasileira
(10/09/14). Relato.
//
Nr. 01431
RESUMO=
Relata apresentação do senhor Luiz Pereira, Diretor
de Relações Internacionais da Gestão de Riscos e
Regulamentação do Sistema Financeiro do Banco
Central, realizada no dia 10/09, sobre o quadro
macroeconômico geral do Brasil na atualidade.
Foi organizado na Embaixada, no dia 10 de setembro corrente,
apresentação sobre o quadro macroeconômico do Brasil na
atualidade realizada pelo senhor Luiz Awazu Pereira da Silva,
Diretor de Relações Internacionais da Gestão de Riscos e
Regulamentação do Sistema Financeiro do Banco Central.
2. O evento contou com a participação de representates do
Distribuído em: 12/09/2013 13:08:03 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 12/09/2013 13:07:57 N.°: 01431
CARAT=Ostensivo
Governo francês (Ministério de Economia e Quai d`Orsay), bem
como de executivos de empresas e organizações diversas, como
GDF Suez, Société Générale, Technip, SAFRAN, Casino, ACCOR,
Carrefour, BNP Paribas, Zodiac Aerospace, Renault, PRAMEX,
DCNS, GIFAS (Groupement Industries Aérospatiales), OCDE,
Câmara de Comércio do Brasil na França e de representante
local do Banco do Brasil.
3. Após a apresentação do Sr. Luiz Pereira, a mesa foi aberta
para as perguntas dos convidados. As questões levantadas
abordaram os seguintes temas: capacidade da economia
brasileira de manter ou aumentar o nível de crescimento do
PIB diante dos riscos de aumento da inflação e dos eventuais
déficits da balança de pagamentos; posição brasileira diante
da nota conferida ao Brasil pelas agências de notação de
risco; segurança no Brasil diante das manifestações sociais
dos últimos meses; previsões de investimentos em
infraestrutura; e regimes de câmbio e de controle da
inflação.
4. Em resposta às indagações levantadas, o representante do
Bacen indicou que o Brasil passou por um processo de
estabilização econômica, iniciado no Governo Fernando
Henrique Cardoso e consolidado pelo Governo Lula,
caracterizado pelo fortalecimento do mercado consumidor
interno, graças a um processo de inclusão social e
alavancagem das classes mais baixas. Esse processo seria, em
grande medida, responsável por fortalecer o país diante das
crises recentes e permitir uma rápida recuperação econômica
nos anos 2011/12.
5. Segundo Luiz Pereira, a expansão das taxas de crescimento
deveria ser realizada com base em investimentos públicos e
privados. Destacou, como exemplo, os grandes projetos
previstos para o segundo semestre de 2013 e início de 2014
(entre eles, infraestutura para Copa do Mundo de 2014 e o
Pré-Sal), que deverão ser realizados, em alguns casos, com
parcerias público-privadas. O modelo de investimento no
Brasil, conforme a interpretação de Luiz Pereira, estaria
mudando no sentido de diminuir a dependência do financiamento
público e de aumentar a participação do capital privado.
6. Sobre a questão relativa à nota brasileira junto às
agências de notação de risco, o funcionário do Bacen afirmou
que essas instituições costumam realizar avaliações
exageradas sobre as condições macroeconômicas dos países e
que, portanto, a nota conferida ao Brasil não era motivo de
preocupação para o Banco Central, que não as toma como
referência para adoção das políticas econômicas do país.
Distribuído em: 12/09/2013 13:08:03 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 12/09/2013 13:07:57 N.°: 01431
CARAT=Ostensivo
7. Com referência aos movimentos sociais e à possibilidade de
riscos à segurança dos investimentos, o palestrante indicou
que há reflexões em curso sobre como deverão ser aplicados os
recursos públicos, a fim de satisfazer as demandas da
população. Argumentou que eventos como esses são naturais em
uma democracia e servem para que os gastos públicos
correspondam àquilo que deseja a sociedade.
8. Por fim, tratou dos temas relativos aos regimes de taxa de
câmbio e de inflação. Sobre o primeiro item, indicou que a
política do Banco Central consiste em deixar o câmbio
flutuar. O principal objetivo é garantir a previsibilidade e
segurança para os operadores. No que se refere à inflação,
afirmou que ela vem diminuindo nos últimos meses (junho,
julho e agosto), mas que a inflação no Brasil, como é natural
em países emergentes, é sazonal e está sujeita a choques
externos. Lembrou, nesse contexto, que as principais
ferramentas utilizadas pelo Governo para controle da inflação
são as políticas monetária e orçamentária.
9. Após a apresentação, vários participantes agradeceram a
oportunidade de ouvir o Diretor do Bacen sobre a conjuntura
econômica brasileira e insistiram que esse tipo de iniciativa
contribui para dar um panorama mais preciso da política
econômica brasileira e a contrabalançar, assim, as
informações quase sempre alarmantes veiculadas pela imprensa
mundial sobre nosso país.
José Maurício Bustani, Embaixador
EDMG
Distribuído em: 12/09/2013 13:08:03 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 19/09/2013 12:48:07 N.°: 01468
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 19/09/2013 (MASB)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=DCE/DE I/COF
DESCR=FRAN-KCEE
RTM/CLIC=
CATEG=MG
//
França. Cooperação
Educacional. Ciência sem
Fronteiras. Recepção. Relato.
//
Nr. 01468
RESUMO=
Relata recepção oferecida aos bolsistas de graduação
do Programa Ciência sem Fronteiras, ano letivo
2013/2014.
Ofereci, em 13 de setembro do corrente, "vin d`honneur" aos
bolsistas de graduação sanduíche do Programa Ciência sem
Fronteiras do ano letivo 2013/2014. O evento, realizado na
Fundação "Maison du Brésil", contou com a presença do
Diretor-adjunto de Relações Internacionais e de Cooperação do
Ministério da Educação, Senhor Marc Roland, e com
aproximadamente 150 pessoas, entre estudantes e
representantes de universidades. Compareceram também diversos
representantes das 27 empresas parceiras do programa na
França, entre as quais a Solvay (engenharia química), a DCNS
Distribuído em: 19/09/2013 13:01:31 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 19/09/2013 12:48:07 N.°: 01468
CARAT=Ostensivo
(construção naval), a GDF-Suez (energia) e a Alcatel-Lucent
(telefonia), que tem contratado estagiários brasileiros.
2.Abri a cerimônia de boas-vindas aos estudantes
mencionando a ampliação do investimento brasileiro na
pesquisa de ciência e tecnologia. Destaquei o crescimento do
número de artigos de autoria brasileira em publicações
científicas internacionais e a necessidade de evolução no
registro de patentes e na produção industrial de inovações
brasileiras. Recordei o processo de criação e desenolvimento
de grandes empreendimentos públicos nacionais como a EMBRAPA,
a EMBRAER e a PETROBRAS, sublinhando a importância da
cooperação com instituições de ensino superior de excelência,
entre as quais figuram as francesas.
3.Foram homenageados dois coordenadores acadêmicos que
se destacaram por sua dedicação e disponibilidade no apoio
aos bolsistas CsF ao longo de 2012 e em sua chegada em 2013:
o Professor Daniel Hagège, Encarregado de Relações
Internacionais da Universidade de Orléans, e a Senhora Amal
Jouffe El-Amrani, Diretora de Relações Internacionais da
Universidade Rennes 2.
4.A recepção ensejou, ainda, o lançamento do sítio
eletrônico do Setor de Cooperação Educacional (www.educ.fr).
O portal reúne notícias sobre o universo acadêmico franco-
brasileiro, os boletins acadêmicos publicados pelo Posto e
informações atualizadas sobre: como estudar e pesquisar na
França; equivalência de diplomas; programas de intercâmbio de
estudantes e pesquisadores; editais; e acordos de cooperação.
O sítio eletrônico também dispõe de seção reservada para a
seleção dos bolsistas CsF candidatos a estágios oferecidos
pelas 27 empresas parceiras do Programa. O ensino de
português, as atividades dos dois leitores brasileiros na
França e os exames do CELPE-Bras, entre outros temas ligados
à língua portuguesa, tem também destaque no portal. Haverá,
ainda, informações de interesse do público local, disponíveis
em páginas específicas que estarão em francês.
5. A apresentação da Embaixada encerrou-se com a
exibição do vídeo "França sem Fronteiras", elaborado por
Vinicius Gouveia e Bianca Faro, projeto que recebeu apoio
financeiro, o qual muito agradeço, no âmbito do Conselho de
Bolsistas do PAEB/2013. O vídeo em apreço faz parte de uma
série que versa sobre a chegada, a instalação e a adaptação
dos bolsistas CsF à França e mereceu acolhida calorosa do
público presente. O conteúdo dos vídeos baseou-se na
experiência pessoal da equipe de estudantes e nas indicações
do "Guia do Estudante e do Pesquisador Brasileiro na França".
Distribuído em: 19/09/2013 13:01:31 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 19/09/2013 12:48:07 N.°: 01468
CARAT=Ostensivo
A série de vídeos estará disponível em canal do Youtube nos
próximos dias.
6.A confraternização que se seguiu reprisou importante
oportunidade de contato mais próximo entre os diversos
segmentos ali representados, a exemplo do que ocorrera na
recepção de 2012, propiciando esclarecimento de dúvidas e
surgimento de propostas para novas atividades, em momento
importante para o bom desenrolar do ano letivo que se inicia.
7. Exemplares da versão 2013/2014 do "Guia do Estudante e
do Pesquisador Brasileiro na França" seguirão pela próxima
mala diplomática.
José Mauricio Bustani, Embaixador
PADT
Distribuído em: 19/09/2013 13:01:31 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 10/06/2013 14:33:49 N.°: 00973
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 10/06/2013 (NBS)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=DE I/DJC/DCM/DASEAN/DPAZ/CGDEF/DNU
DESCR=PEXT-FRAN-JAPA
RTM=USABREM,JAPBREM,CHNBREM,ALEBREM,CEEBRMS
RTM/CLIC=
REF/ADIT=TEL 18, TEL 970
CATEG=MG
//
França-Japão. Política
externa. Visita de Estado do
Presidente François Hollande a
Tóquio (6-8/06/2013).
Avaliação.
//
Nr. 00973
Retransmissão automática para Brasemb Washington, Brasemb
Tóquio, Brasemb Pequim, Brasemb Berlim e BRASEUROPA
RESUMO=
François Hollande realizou visita de Estado ao Japão
(6-8/06/2013) e lançou, com o PM Abe, uma "Parceria
de Exceção" entre os dois países, com foco nas áreas
de política externa, economia e cultura. Dimensão
estratégica da política externa francesa para a Ásia.
O Presidente François Hollande realizou "visita de
Estado" ao Japão, em 6-8 de junho corrente, a primeira de um
Chefe de Estado francês àquele país em 17 anos, desde a
visita de Estado de Jacques Chirac, em 1996. Na oportunidade,
Distribuído em: 10/06/2013 14:34:05 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 10/06/2013 14:33:49 N.°: 00973
CARAT=Ostensivo
o mandatário francês e o Primeiro-Ministro japonês, Shinzo
Abe, estabeleceram uma "Parceria de Exceção" entre os dois
países. O mecanismo servirá de mapa para as relações
bilaterais, nos próximos cinco anos e se concentrará em três
áreas principais: política externa, economia e cultura.
2.A visita do Presidente Hollande e a proposta francesa de
lançamento da Parceria de Exceção representam a superação de
período recente em que os dois países estiveram relativamente
distantes, durante o Governo Sarkozy. Com um estilo tido como
"arrogante" por muitos japoneses, Sarkozy conferiu baixa
prioridade ao Japão, até como reação à conhecida nipofilia de
seu antecessor.
3.As referências ao crescimento e emprego no discurso de
Hollande durante o jantar oferecido pelo Imperador mostraram
o forte componente econômico de sua visita ao Japão, que
comentarei em expediente à parte. No plano político, foram
estabelecidos mecanismos de concertação política a respeito
do "conjunto de temas internacionais, não apenas relativos à
Ásia, mas todo o planeta", conforme declarou o Presidente
francês.
4.Dentre os canais estabelecidos, destaca-se a criação de
um "Mecanismo 2+2" entre as Chancelarias e Ministérios da
Defesa dos dois países, dedicado às questões estratégicas e
aos temas de defesa. O "2+2" deverá incluir discussões sobre
programas de exportação de materiais sensíveis que possam ter
impactos no outro país. Esse ponto, segundo relatos em "off",
na imprensa, de diplomatas franceses presentes na visita, foi
incluido em razão dos questionamentos que Hollande teria
recebido de seus interlocutores japoneses, sobre a exportação
para China, pela francesa DCNS, de equipamentos para a
aterrissagem de helicópteros em navios patrulheiros chineses.
O Presidente francês, que se teria mostrado irritado com as
continuadas interpelações japonesas, garantiu que os
equipamentos seriam de natureza puramente civil. Para as
autoridades japonesas, entretanto, aqueles navios e
helicópteros estariam sendo utilizados pela Guarda Costeira
chinesa nas "provocações" contra a Marinha do Japão, nas
proximidades das ilhas Senkaku, objeto de disputa territorial
entre os dois países asiáticos.
5.Hollande procurou, nas diferentes intervenções da visita
de Estado, realçar o papel japonês no plano internacional.
Defendeu, nesse particular, que o Japão deve se tornar membro
permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Adicionalmente, tanto em seu discurso no Parlamento quanto em
coletiva de imprensa no Instituto francês em Tóquio, Hollande
Distribuído em: 10/06/2013 14:34:05 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 10/06/2013 14:33:49 N.°: 00973
CARAT=Ostensivo
destacou, como objetivos comuns de França e Japão no plano
estratégico, a luta contra o terrorismo e a proliferação
nuclear, este, de acordo com Hollande, "o maior perigo para a
paz".
6.Os resultados políticos da visita à Tóquio relacionam-se
à dupla promessa de Hollande de conferir maior atenção à
Ásia, depois de período de relativo afastamento durante o
Governo Sarkozy, e de tornar as relações com o Japão uma
prioridade da política externa francesa (discurso na XX
Conferência dos Embaixadores, em 27/08/2012, vide tel
1211/2012). Neste primeiro semestre de 2013, Hollande viajou
à Índia (fevereiro), à China (abril) e ao Japão, países com
os quais a França possui, agora, mecanismos de Parceria, duas
delas "de Exceção" (Japão e Índia) e uma "Estratégica"
(China). Hollande também paricipou da Cúpula UE-Ásia, no Laos
(05/11/2012), enquanto o Primeiro-Ministro, Jean-Marc Ayrault
visitou diversos países da ASEAN, região prioritária para as
exportações francesas nos setores aeronáutico e de defesa.
7.O lançamento da "Parceria de Exceção" com o Japão
representa tentativa de Paris de recuperar sua capacidade de
influência na região Ásia-Pacífico, onde a França ainda detém
considerável presença territorial e marítima (Nova Caledônia,
Polinésia Francesa). Hollande insistiu que os entendimentos
com Japão não se dirigem contra a China, nem afetam a relação
sino-francesa. É visível, porém, o paralelo entre a
reaproximação da França com o Japão, de um lado, e a aliança
cada vez mais estreita entre Alemanha e China, de outro,
observada, por exemplo, no contencioso comercial entre UE e
China sobre painéis fotovoltáicos. (vide tel 970). (Hélio
Franchini Neto)
José Maurício Bustani, Embaixador.
HFN
Distribuído em: 10/06/2013 14:34:05 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 05/12/2013 13:20:38 N.°: 01934
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 05/12/2013 (NBS)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=CGDEF/FUNAG/DE I/IRBR/SPD
DESCR=PDEF-BRAS-FRAN
RTM/CLIC=
CATEG=MG
//
Brasil-França. Política de
Defesa. Cooperação acadêmica.
Indústria de Defesa. Eixos de
parceria.
//
Nr. 01934
RESUMO=
Interesse de "think tanks" franceses e brasileiros em
cooperar na área de defesa e indústria de defesa, no
quadro da Parceria Estratégica Brasil-França.
Perspectivas de organização de seminários sobre
reflexão estratégica e sobre o papel do Estado em
relação à indústria de defesa; de lançar linha de
pesquisa sobre economia de defesa; e de intercâmbio
de pesquisadores nesse domínio.
Os principais "think tanks" franceses na área de defesa e
relações internacionais da França, assim como institutos
acadêmicos brasileiros, têm demonstrado grande interesse em
Distribuído em: 05/12/2013 13:20:44 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 05/12/2013 13:20:38 N.°: 01934
CARAT=Ostensivo
travar parcerias e lançar iniciativas em questões de defesa e
indústria de defesa. Como se recorda, as parcerias franco-
brasileiras têm contribuído para a consolidação no Brasil de
uma indústria de alta tecnologia no domínio naval militar
(Programa de submarinos), aeronáutico (Programa de
helicópteros), e, em breve, no setor espacial (programa de
Satélite Geoestacionário - SGDC).
2.Ao longo dos últimos meses, pesquisadores e acadêmicos
brasileiros foram convidados à França e iniciaram discussões
com vistas a estruturar cooperação com os seguintes
institutos:
i)"Fondation pour la Recherche Stratégique" (FRS),
principal instituto de pesquisa da França em questões
estratégicas e de defesa, financiado pelo Ministério
de Defesa francês e conhecido por defender a visão do
Governo no mundo acadêmico;
ii) "Institut de Relations Internationales et
Stratégiques" (IRIS), "think tank" de grande renome
que apresenta linha de pesquisa independente do
Governo; e
iii)"Institut de Recherche Stratégique de L`École
Militaire" (IRSEM), instituto de pesquisa do Governo
francês especializado em questões de defesa e de
armamentos.
3.Dentre os pesquisadores brasileiros que vieram à França,
menciono o Professor Eduardo Brick da Universidade Federal
Fluminense (UFF), em outubro passado; o pesquisador da
Universidade de São Paulo (USP), Ronaldo Carmona, em meados
de novembro; e o Dr. Juliano Coutinho, Diretor-Adjunto do
Instituto Pandiá-Calógeras (IPC), no âmbito do programa do
Governo francês "Personalité d`Avenir", que se encontra em
Paris nesta semana de dezembro.
4.Como resultado das tratativas iniciais com os "think
tanks" franceses, destaco os seguintes eixos tentativos de
parcerias:
-SEMINÁRIO FRANCO-BRASILEIRO SOBRE A RELAÇÃO ESTADO/INDÚSTRIA
DE DEFESA. O seminário, que teria forma restrita (de 30 a 50
participantes), contemplaria a participação de representantes
do Governo responsáveis pela indústria de defesa; das forças
singulares; da indústria de defesa; assim como parlamentares
das Comissões de Defesa dos dois países; e especialistas na
área. Do lado francês, o IRIS e a DGA poderiam ser
respectivamente os pontos-focais acadêmico e estatal. Do lado
brasileiro, a UFF tem interesse em se associar a essa
iniciativa. Resta definir o ponto focal do Governo (SEPROD ou
Distribuído em: 05/12/2013 13:20:44 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 05/12/2013 13:20:38 N.°: 01934
CARAT=Ostensivo
IPC).
O Diretor-Adjunto do IRIS, Jean-Pierre Maulny, um dos mais
reputados especialistas francês em questões estratégicas e de
defesa, apresentou recentemente proposta de configuração do
referido seminário (segue por correio eletrônico), que sugere
as seguintes linhas de debate: i) construir uma indústria de
defesa: motivação, obstáculos, lições; ii) o papel atual do
Estado em relação à indústria de defesa; iii)formação de
recursos humanos; iv) a indústria de armamentos em um mundo
globalizado; v) cooperação França-Brasil no domínio de
armamentos.
-PESQUISA COMPARADA SOBRE AS INDÚSTRIAS DE DEFESA E AS
POLÍTICAS DE AQUISIÇÃO DE PRODUTOS DE DEFESA DE AMBOS OS
PAÍSES. O IRSEM e a UFF formalizaram parceria no campo de
economia de defesa, indústria militar e armamentos. Como uma
primeira iniciativa, estudam a possibilidade de desenvolver
linha de pesquisa sobre as bases indústrias e tecnológicas de
defesa dos dois países, com vistas a mapear as duas
realidades. No quadro desta pesquisa, os dois institutos
pretendem organizar mesas-redondas ao longo do ano de 2014
para informar sobre os avanços da pesquisa e os resultados
preliminares. Comento a propósito, que o IRSEM publicou
recentemente Livro intitulado "Les mutations de l'industrie
de défense: regards croisés sur trois continentes", no qual
compara e comenta a situação da indústria de defesa dos
Estados Unidos, da Europa e da América do Sul.
-INTERCÂMBIO DE PESQUISADORES E DE INFORMAÇÕES SOBRE ECONOMIA
DE DEFESA. A FRS e a UFF já mantém intercâmbio nessa área. A
pesquisadora Hélène Masson, uma das principais referências na
Europa nessa área, participou no início do atual semestre de
seminário sobre a temática no Brasil; o Professor Brick, por
sua vez, foi convidado a participar de importante seminário
organizado pela FRS sobre a indústria de defesa dos países
dos BRICS, realizado em Paris, em outubro passado. Registro,
ainda, que o estaleiro francês DCNS, que é a contraparte
industrial francesa do Programa de Desenvolvimento de
Submarinos (Prosub), em parceria com a FRS, passou a
financiar linha de pesquisa na UFF sobre economia de defesa.
5.Por fim, lembro que o "Institut de Hautes Etudes en
Défense Nationale" (IHEDN), órgão interministerial no domínio
de reflexão e formação em questões estratégicas e de defesa,
tem manifestado o interesse de realizar, em Paris, no
primeiro semestre de 2014, a segunda edição do seminário de
reflexão estratégica Brasil-França. Recordo que o primeiro
seminário bilateral ("Brasil-França: visões do mundo")
Distribuído em: 05/12/2013 13:20:44 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -4-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 05/12/2013 13:20:38 N.°: 01934
CARAT=Ostensivo
ocorreu no dia 5 de março do corrente ano, em Brasília (tels
89 e 130 e desptel 187), e foi seguido, no dia 6, por reunião
fechada entre a delegação francesa e responsáveis pela
análise estratégica no Ministério da Defesa e do Itamaraty,
em um exercício de "track-two diplomacy". O IHEDN tem
consultado (tel 1399) sobre a preferência brasileira de datas
para a realização do seminário em Paris e indagou sobre qual
será a contraparte brasileira para a organização do próximo
evento (IPC ou IPRI/FUNAG).
JOSÉ MAURICIO BUSTANI, Embaixador
RMGM
Distribuído em: 05/12/2013 13:20:44 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 13/11/2013 16:23:49 N.°: 01780
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 12/11/2013 (MASB)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=DOC/DINV/DPG/DE I
DESCR=XPRO-BRAS-FRAN
RTM/CLIC=
CATEG=MG
//
Brasil-França.Promoção
Comercial. Câmara de Comércio
do Brasil na França(CCBF).
Jantar de Gala. Relato.
//
Nota da DCA: Redistribuído para DINV/DOC/DPG/DE I em 13/11/2013.
Nr. 01780
RESUMO=
Relato a realização, em 6/11, do Jantar de Gala da
Câmara de Comércio do Brasil na França (CCBF), que
contou com presença de 350 empresários e executivos
franceses e brasileiros e reuniu autoridades do
primeiro escalão dos dois países.
À Atenção do Senhor Diretor do DPR
Informo ter sido realizado em 6/11, em prestigioso hotel
desta capital, a quarta edição do Jantar de Gala da Câmara de
Comércio do Brasil na França(CCBF), evento co-organizado pela
Distribuído em: 13/11/2013 15:16:57 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 13/11/2013 16:23:49 N.°: 01780
CARAT=Ostensivo
CCBF e pelo Posto. O evento reuniu cerca de 350 empresários e
executivos franceses e brasileiros, líderes empresariais e
jornalistas e formadores de opinião.
2.Seguindo o formato adotado nas edições anteriores do
Jantar de Gala, foram homenageadas duas personalidades no
âmbito empresarial. Pelo lado brasileiro, o empresário
Marcelo Bahia Odebrecht, Presidente da Odebrecht S.A.,
holding controladora do conglomerado industrial. Pelo lado
francês, o homenageado foi o Presidente da companhia
petrolífera Total, Christophe de Margerie.
3.Entre as autoridades presentes ao evento, destaco a
presença dos seguintes Ministros brasileiros: Aloisio
Mercadante (Educação); Fernando Pimentel (titular da Pasta do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e que efetuou
a entrega do prêmio de personalidade do ano ao Presidente da
Total); e Aldo Rebêlo (Esportes). O empresário Marcelo Bahia
Odebrecht, por sua vez, recebeu o prêmio de personalidade do
ano das mãos da Ministra dos Esportes da França, Valérie
Fourneyron.
4.Das empresas que prestigiaram o evento, menciono, a
título não exaustivo, GDF Suez, Banco do Brasil, Embraer,
Itau, Alstom, EADS, DCNS, Casino, Carrefour, Bull
(informática/super computador), Renault, Technip (petróleo e
gás), KPMG, LATAM, Crédit Agricole; além da Federação das
Indústrias do Rio de Janeiro, que compareceu com numerosa
delegação de empresários, notadamente da construção civil.
5.Em sua alocução, Marcelo Odebrecht discorreu sobre as
atividades do conglomerado que preside, sublinhando as
relações com a França, tanto em nível da importação de
insumos franceses, citando como exemplo as importações
efetuadas pela Braskem (do ramo petroquímico). Destacou a
parceria na área de defesa com a francesa DCNS, no âmbito do
programa Prosub, para construção de quatro submarinos
convencionais e um nuclear.
6.Christophe de Margerie, por sua vez, recordou que a Total
está presente no Brasil há mais de trinta anos e que a
participação da empresa francesa no consórcio composto por
empresas européias e chinesas, vencedor da concorrência
internacional para exploração das jazidas do pré-sal no campo
de Libra, constitui sinal da confiança da Total no Brasil e
no interesse da empresa em aumentar substancialmente sua
presença no País. Ademais, elogiou o trabalho levado a cabo
pela Petrobras e pela Agência Nacional do Petróleo no
desenvolvimento daquele setor econômico.
Distribuído em: 13/11/2013 15:16:57 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 13/11/2013 16:23:49 N.°: 01780
CARAT=Ostensivo
7.A Ministra Valérie Fourneyron enalteceu a escolha dos
homenageados e exortou as autoridades presentes a
intensificarem as relações bilaterais na área esportiva.
8. O Ministro Fernando Pimentel, recordou que o papel dos
Governos é o de criar condições para o desenvolvimento de
parcerias e sinergias entre empresas e que o Governo
brasileiro vem trabalhando nessa direção. Além disso,
informou aos presentes que a Câmera de Comércio Exterior
(CAMEX) acaba de aprovar a oferta brasileira para as
negociações Mercosul-União Européia e exprimiu sua confiança
no pronto encaminhamento do processo negociador. Incentivou
as empresas presentes a apoiarem a exposição Guerra e Paz, de
Portinari, que o Grand Palais irá acolher a partir de 6 de
maio de 2014.
9.O Ministro Aloisio Mercadante comentou a importância para
o Brasil do Programa Ciência Sem Fronteiras e o papel
desempenhado pela França, que ocupa o terceiro lugar entre os
países que mais recebem bolsistas brasileiros (cerca de 5 mil
estudantes até o momento). Destacou a importância da
realização de estágios nas empresas francesas.
10.O Ministro Aldo Rebêlo, por sua vez, recordou o longo e
prolífico relacionamento franco-brasileiro e discorreu sobre
os megaeventos esportivos no Brasil (notadamente a Copa do
Mundo de 2014), ressaltando o interesse brasileiro em
estabelecer parcerias com a França no âmbito esportivo.
11. O Presidente da Renault, Carlos Ghosn, encerrou o evento
salientando as complementariedades entre as empresas
francesas e brasileiras no aproveitamento de oportunidades
comerciais e na área de investimentos. Como exemplo, citou a
empresa que dirige e que investirá USD 200 milhões na sua
fábrica em Curitiba para aumentar a produção de 280.000 para
380.000 veículos/ano, bem como o investimento de USD 1,1
bilhão que a Nissan fará em Resende (RJ), para produzir
200.000 veículos/ano a partir do próximo ano.
12.Sublinho que a visita do Presidente François Hollande ao
Brasil nos dias 12 e 13 de dezembro próximo, anunciada
durante o Jantar de Gala, foi saudada pelos empresários e
autoridades presentes como de grande importância para o
adensamento dos laços econômico-comerciais. Prevaleceu a
percepção entre os presentes de que a Visita de Estado
constitui excelente oportunidade para o lançamento do Foro
Econômico Brasil-França (mecanismo cuja criação foi decidida
pelos Presidentes Hollande e Roussef durante a visita da
mandatária brasileira à França em dezembro de 2012).
Distribuído em: 13/11/2013 15:16:57 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -4-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 13/11/2013 16:23:49 N.°: 01780
CARAT=Ostensivo
13. A quarta edição do Jantar de Gala da CCBF atingiu
plenamente seus objetivos e reforçou a percepção geral de que
a Câmara de Comércio do Brasil na França constitui ator a ser
cada vez mais levado em conta nas relações econômicas
bilaterais, como se pôde depreender dos comentários feitos
pelos homenageados e autoridades brasileiras e francesas.
Nesta mesma linha de raciocínio, o Posto estima que a CCBF
poderá prestar valiosa contribuição como partícipe do
processo de lançamento do Foro Econômico Brasil-França em
dezembro próximo.
14. Rogo transmitir o teor desta comunicação à SAIN/MDIC.
José Mauricio Bustani, Embaixador
ALN
Distribuído em: 13/11/2013 15:16:57 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -1-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 29/11/2013 07:07:41 N.°: 01899
CARAT=Ostensivo
De Brasemb Paris para Exteriores em 29/11/2013 (NBS)
CODI=
CARAT=Ostensivo
DEXP=
BLEGIS=
PRIOR=Normal
DISTR=CGDEF/DE I/DOM II
DESCR=PDEF-FRAN-PARB
RTM=ABUBREM,CATBREM,ARABREM,USABREM
RTM/CLIC=GRPUEURO
CATEG=MG
//
França - Países do Golfo
Pérsico. Contratos militares.
Perspectivas francesas.
//
Nr. 01899
Rogo retransmissão via CLIC para as demais Embaixadas nos
países membros da União Européia
Retransmissão automática para Brasemb Abu Dhabi, Brasemb
Doha, Brasemb Riade e Brasemb Washington
RESUMO=
Atuação diplomática francesa nos dossiês sírio e
iraniano aproxima Paris de capitais do Golfo Pérsico,
com a perspectiva de contratos militares de vulto: 14
bilhões de euros com a Arábia Saudita, 15 bilhões com
o Catar e 1 bilhão com os EAU. Retorno francês a tais
mercados é creditado ao empenho pessoal do Min. Le
Drian e à "vitrine" proporcionada pelas recentes
operações militares francesas na Líbia e no Mali.
Como venho indicando, a firme atuação diplomática da
França nos dossiês sírio e iraniano (e, em menor medida,
Distribuído em: 29/11/2013 07:07:55 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -2-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 29/11/2013 07:07:41 N.°: 01899
CARAT=Ostensivo
também nos casos do Mali e da Líbia) tem aproximado Paris de
capitais do Golfo Pérsico, especialmente Riade, Doha e Abu
Dhabi. Essa aproximação política, apontada por interlocutores
do Posto como o principal resultado do ativismo francês nas
crises ligadas ao Oriente Médio (vide tel 1700, que relata
conversa de colaboradores meus com especialista do Ministério
da Defesa), parece favorecer a indústria de defesa francesa.
Daí decorre a perspectiva de expressivos contratos militares,
que poderão reposicionar a França no centro dos mercados da
região. Assim, o Presidente da Thales, Jean-Bernard Lévy,
comemorou, em recente entrevista ao jornal "La Tribune"
(26/11), o "excelente clima político" entre a França e os
países do Golfo.
2.O momento político propício representaria, para Paris, a
oportunidade de reconquistar parcelas do mercado do Golfo
Pérsico hoje dominadas por Washington, Londres e Berlim. Para
o "La Tribune", os novos contratos encerram um período de
"logo parênteses", correspondente aos cinco anos de mandato
do ex-Presidente Nicolas Sarkozy. Como se recordará, a
política externa de Sarkozy despertou desconfianças em Riade
(que não aprovou a então abertura do dirigente francês em
direção a Damasco, em 2009) e em Abu Dhabi (que se ressentia
da proximidade entre Paris e Doha, uma das marcas da
diplomacia francesa sob Nicolas Sarkozy).
3.A aproximação entre a França e os países do Golfo é
também creditada ao empenho do Ministro da Defesa, Jean-Yves
Le Drian, que teria feito da região uma das prioridades de
sua gestão. Além de contar numerosos deslocamentos a cada uma
das três capitais (desde maio de 2012, Le Drian já esteve
três vezes em Riade, quatro em Doha e seis em Abu Dhabi), o
Ministro francês dedicou-se pessoalmente à construção
relações de confiança com os dirigentes da região. Seria
notória, por exemplo, sua proximidade com o príncipe herdeiro
de Abu Dhabi, Cheik Mohamed bin Zayed Al Nahyan.
4.Também o recente engajamento militar francês no
continente africano (participação na intervenção da OTAN na
Líbia, em 2011, e lançamento da Operação Serval no Mali, em
janeiro passado) contribuiu para a promoção da indústria de
defesa francesa. As vitórias militares alcançadas pelas
tropas francesas têm sido consideradas "excelentes vitrines"
para os equipamentos do país, sobretudo o caça Rafale. A
Aeronáutica, em particular, parece tirar proveito das
experiências recentes para promover o Rafale, que se provou
eficiente em operações realizadas em cenários complexos e
planejadas em curto-prazo. A iminente atuação militar da
França na República Centro-Africana deverá colocar em
Distribuído em: 29/11/2013 07:07:55 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -3-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 29/11/2013 07:07:41 N.°: 01899
CARAT=Ostensivo
evidência, novamente, os principais produtos da indústria de
defesa francesa.
5.À luz desse cenário, resumo, a seguir, as perspectivas
francesas de contratos militares de vulto com países do Golfo
Pérsico:
ARÁBIA SAUDITA
6.Anunciada em setembro passado, a assinatura do contrato
"LEX" - renovação de quatro fragatas e de dois petroleiros de
reabastecimento da marinha - representou a volta da França no
mercado saudita. No valor de 1,1 bilhão de euros, o contrato
entrou em vigor em 7 de outubro e é executado pelas empresas
DCNS, Thales e MBDA.
7.A prioridade francesa em Riade seria hoje o projeto
"Sawari 3", que prevê a venda de seis fragatas e cinco
submarinos, em valor total mínimo estimado em 10 bilhões de
euros. Segundo a imprensa especializada, as novas fragatas
devem ser destinadas ao patrulhamento das águas do Mar
Vermelho, enquanto os submarinos seriam os primeiros
adquiridos pela Marinha saudita. A expectativa dos principais
grupos franceses envolvidos no negócio seria obter a
assinatura de memorando de entendimento por ocasião da
próxima visita do Presidente François Hollande, prevista para
o início de 2014. Com o documento, estima-se, os detalhes
poderiam ser definidos em horizonte de seis meses.
8.Outro grande contrato em vista da indústria francesa é o
"Marc 3", para a renovação do sistema de defesa anti-aérea do
Reino saudita. O negócio, estimado em 4 bilhões de euros,
deve ser concluído proximamente (segundo o jornal "La
Tribune", o atraso na assinatura do contrato deve-se à
decisão das autoridades sauditas de rever todas as
negociações em curso, em função, sobretudo, do esfriamento
das relações com Washington).
CATAR
9.Em Doha, a prioridade francesa é a venda do caça Rafale.
As autoridades cataris teriam manifestado o interesse em
adquirir 72 caças e desejariam, sempre segundo a imprensa
especializada, concluir as negociações até o fim do próximo
semestre. A empresa Dassault já apresentou sua oferta. O
Catar aguarda neste momento a proposta norte-americana. À luz
do projeto de Lei de Programação Militar para o exercício
2014-2019, que reduz as encomendas nacionais das forças
armadas e aposta em contratos de exportação, o Governo
Distribuído em: 29/11/2013 07:07:55 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -4-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 29/11/2013 07:07:41 N.°: 01899
CARAT=Ostensivo
francês deve empenhar-se ainda mais no projeto Rafale. Em
entrevista ao "Figaro" (26/11), Le Drian explicou que o
projeto de Lei se fundamenta "essencialmente na exportação do
Rafale (...) trata-se de um objetivo viável". A partir de
2016, previu o Ministro francês, as exportações do caça devem
superar a demanda interna.
10.Dentre outros contratos discutidos com o Catar, estariam:
i) a venda de veículos blindados de combate de infantaria
(VBCI) - 480 destinados às forças cataris e 200 para a guarda
privada do emir; ii) a venda de helicópteros NH90 da
Eurocopter, em versão terrestre (12 unidades) e naval (10
unidades); e iii) a exportação de mísseis MBDA, para o
fortalecimento do sistema catari de defesa anti-aérea.
Somados aos caças Rafale, o potencial dos contratos militares
franceses com o Catar é estimado em 15 bilhões de euros.
11.Após rápida passagem do Ministro da Defesa francês por
Doha no último dia 17 de novembro, o Presidente François
Hollande deve realizar nova visita à capital catari no
primeiro semestre de 2014 (a primeira teve lugar em junho
passado - vide tel 1052).
EMIRADOS ÁRABES UNIDOS
12.Dois contratos militares concentram as atenções do eixo
Paris-Abu Dhabi: o projeto "Falcon Eye", que prevê a venda de
dois satélites-espiões fabricados pela Austrium; e a
exportação de 17 radares "Ground Master 200", produzidos pela
Thales. O primeiro, no valor de 700 milhões de euros, teria
sido assinado em fins de julho, mas não estaria ainda
vigente. O segundo, estimado em 250 milhões de euros, está em
negociação.
13. A cooperação militar da França com o Emirado é
facilitada pela existência de base militar francesa na
localidade de Al-Dhafra. Trata-se da primeira implantação
militar da França no Golfo Pérsico, inaugurada em 2009.
Considerada por François Hollande "prova da parceria
excepcional" entre os dois países, a base conta com um
contingente militar permanente de 700 soldados e ao menos 3
caças Rafale. A propósito, a tentativa francesa de exportar
os caças da Dassault para Abu Dhabi enfrenta, atualmente, a
forte concorrência do Eurofighter.
14. Recordo, por fim, que o início do mandato de François
Hollande foi marcado pela aproximação com os Emirados Árabes
Unidos, primeiro destino do dirigente francês na região (vide
tel 96). O objetivo era então reequilibrar as relações
Distribuído em: 29/11/2013 07:07:55 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38
Página -5-
De: BRASEMB PARIS Recebido em: 29/11/2013 07:07:41 N.°: 01899
CARAT=Ostensivo
francesas no Golfo Pérsico, excessivamente centradas no Catar
durante a era Sarkozy. Nova visita do Presidente francês ao
Emirado está prevista para o primeiro semestre de 2014.
JOSÉ MAURICIO BUSTANI, Embaixador
DLUZ
Distribuído em: 29/11/2013 07:07:55 Impresso em: 15/08/2016 - 21:38