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Oswaldo Cesar T. de PaivaFonoaudiólogo – CRFa 0190 MS
Uso adequado do Protetor Auditivo
Oswaldo Cesar Teixeira de PaivaFonoaudiólogo
Especialista em Audiologia pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia
Mestrado em Psicologia: Ruído e Qualidade de Vida – UCDB/MS
Campo Grande – MS
Celular: 9260-7215
Email: [email protected]
Dados / Contato
EPI - Equipamento de Proteção Individual
Os EPI(s) formam, em conjunto, um recurso amplamente empregado para a segurança do trabalhador no exercício de suas funções;
A NR-6, do Ministério do Trabalho, em seu artigo 6.2, estabelece que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, o EPI adequado e em perfeito estado de conservação e funcionamento.
(Silva, 2002)
EPI Auditivo
Segundo as normas ISO e ANSI, os protetores auditivos são dispositivos usados pelas pessoas para prevenir ou reduzir qualquer efeito subjetivo ou nocivo do som ao sistema auditivo
(RIFFEL ,2001)
Ação do Som no Sistema Auditivo
Limiar mínimo (0 a 20 dB)
Reflexo Acústico (90 dB)
Limiar de Dor (120 dB)
Faixa de Frequencia: 20 a 20.000 Hz
Volume do Som
Nível de Pressão Sonora
Mínimo
0,000002 N/m2
0dB A
Máximo
200 N/m2
130 dB A
Efeitos do Volume Sonoro no Organismo
Estresse Cansaço Insônia Efeitos Auditivos
Fatores que influenciam na Perda Auditiva:
Nível de Intensidade Sonora (NIS) Tempo de Exposição ao ruído Freqüência do Ruído Suscetibilidade individual
Efeitos na Audição:
Mudança Temporária do Limiar (TTS = Threshold Temporary Shift)
Mudança Permanente do Limiar (TPS = Threshold Permanent Shift)
Trauma Acústico
Mudança Permanente do Limiar
PAIR Perda Auditiva
Induzida pelo Ruído
PAIRO – PAIR Ocupacional
Característica Lesão das células
Ciliadas Surdez Irreversível Geralmente
Bilateral Imperceptível Atrapalha
Discriminação
Exames Audiométricos
Audição Normal Perda Auditiva
Lesão das Células
Medidas de controle para os males causados pela exposição ao ruído intenso no trabalho
Programa de Proteção Auditiva
Proteção e Prevenção
No mínimo 4 NR estão diretamente ligadas aos cuidados com a audição no trabalho, com o objetivo de evitar o aparecimento de mudanças permanentes do limiar auditivo.NR 15 – limites de tolerânciaNR 9 – Identificação e mensuração do riscoNR 6 – Adoção de EPI auditivoNR 7 – PCMSO incluí a audiometria (exame
auditivo)
NR 15
NR-9 e ruído
9.3.6 Do nível de ação.
9.3.6.1 Para os fins desta NR, considera-se nível de ação o valor acima do qual devem ser iniciadas ações preventivas de forma a minimizar a probabilidade de que as exposições a agentes ambientais ultrapassem os limites de exposição. As ações devem incluir o monitoramento periódico da exposição, a informação aos trabalhadores e o controle médico.
9.3.6.2 Deverão ser objeto de controle sistemático as situações que apresentem exposição ocupacional acima dos níveis de ação, conforme indicado nas alíneas que seguem:a) agentes químicos .... Etc.;b) para o ruído, a dose de 0,5 (dose superior a 50%), conforme critério estabelecido na NR-15, Anexo I, item 6.
Cálculo da Dose de Ruído
D = C/T 1,0 (100%) D = dose
C = tempo de exposição
T = tempo máximo permitido pela NR15
T = 480/ 2 (NPS – 85 / q)
Sendo q = 5
Cálculo Dose Diária (por 8 horas) Um trabalhador exposto à 95 dB por 3 horas e, após
desligar algumas máquinas, permaneceu exposto à 86 dB por 2 horas. Porém, desligou todas as máquina nas últimas 3 horas de jornada. Qual foi a dose diária de exposição?
Lembrando que C = tempo de exposição; T =permitido NR15
Calculando:D= C1/T1 + C2/T2, onde [C1=3] [C2=2] [T1=2] [T2=7]
D= 3/2 + 2/7 = 1,5 + 0,28 = 1,78
Logo:
1,78 > 1.0 ou dose de 178% > 100% medidas de controle e proteção obrigatórias.
Proteção no Ruído
Proteção Coletiva Proteção Individual Medidas de Controle
Monitoramento da área de ruído (PPRA-NR9)
Monitoramento Audiométrico (PCMSO – NR7)
Controle Adequado
Mensuração Ruído EPI
Treinamento
(fiscalização)
+ Monitoramento Audiométrico
Histórico
protetores auditivos são adotados desde a década de cinqüenta
Os primeiros programas de conservação auditiva foram implantados nas forças armadas dos Estados Unidos
Em 1971 houve a aprovação das normas de ruído pela Administração de Saúde e Segurança Ocupacional (OSHA)
Em1983 tornou-se obrigatório o uso dos protetores auditivos nos ambientes industriais dos Estados Unidos
(OSHA, 1971; CASALI e BERGER, 1996)
•Protetores Auditivos
O protetor auditivo é a solução mais comum usada no mundo, sempre que as técnicas de controle não são disponíveis de imediato, ou até que ações sejam tomadas para redução da pressão sonora, nas fontes e nas trajetórias, até ao limite permitido.
[Samir Gerges - UFSC]
Isolamento Acústico
•Protetores Auditivos
É fato conhecido que os protetores auditivos individuais (EPIA) reduzem o nível de pressão sonora no ouvido. A simples colocação dos dedos nos ouvidos, que reduz a sensação de intensidade, já é prova de boa vedação.
[Samir Gerges - UFSC]
Atenuação do NPS
Fonte 3M do Brasil
Normas de Ensaios dos EPI
Para a determinação da redução do ruído dos protetores auriculares é necessário realizar ensaios de atenuação de ruído, seguindo-se normas nacionais ou internacionais, por métodos objetivos ou subjetivos.
Estes procedimentos são adotado no Brasil, no Laboratório de Ruído Industrial (LARI), da Universidade Federal de Santa Catarina.
A primeira norma sobre procedimentos de ensaio de atenuação de ruído em laboratórios é da ANSI Z 24.22/1957 (Augusto , 2003).
Medida Objetiva
Norma ANSI S3.19/1974 (e ASA STD 1/1975), revisou a primeira norma ANSI Z 24.22/1957 ;
Método objetivo que usa cabeça artificial de ferro com um microfone instalado no furo da cabeça e a medição é sem e com o protetor, a diferença é a atenuação. Esta por sua vez foi revisada novamente com publicação da ANSI S 12.6-1984 (similar às normas ASA 55-1984 e ISO 4869-1990).
REAT – Real-Ear Attenuation at Threshold (ANSI S12.6/97) Método subjetivo do limiar de atenuação em ouvido real do Inglês
REAT Real-Ear Attenuation at Threshold – “utiliza pessoas posicionadas no ponto de referência dentro da câmara acústica, as quais respondem ao ouvir o ruído gerado, no qual os protetores são vestidos por pessoas sem treinamento e sem o monitoramento de técnicos especializados, conforme as instruções dos fabricantes”.
Deste modo, os protetores não são testados visando à máxima atenuação e, conseqüentemente, as atenuações obtidas nos testes se aproximam mais daquelas existentes no “chão de fábrica” ou no “mundo real”, onde em geral os usuários procuram um maior conforto.
O questionamento que se faz é quanto a sua aplicabilidade numa situação real de trabalho. Além disso, a audiometria em campo livre possui grande variabilidade em seus resultados possuindo um desvio-padrão de 4 a 6 dB
MIRE (Microphone-in-Real-Ear
Ainda em estudo Método que utiliza um microfone sonda colocado próximo à
membrana timpânica; faz-se a mensuração do sinal acústico (ruído rosa) apresentado em intensidade de 85 dB numa distância de 80cm da pessoa testada. São registradas as diferenças entre os valores com e sem protetores auriculares. Ao contrário das medidas em campo livre, esse procedimento possui uma variabilidade pequena
MIRE - (Microphone-in-Real-Ear)
MIRE - (Microphone-in-Real-Ear)
NRRsf (self fitting)
NRR – valor de atenuação para ensaios em cabeça artificial baseado em um método de laboratório expectativa de atenuação matemática
NRRsf - nível de redução de ruído "self fitting" (colocação pelo usuário) no momento do ensaio de atenuação.
NRR(SF) self fitting
O novo NRR: NRR(SF) Estabelecido pela ANSI SI2.6-1997 Sujeitos dos testes são não-treinados.
Instruções, apenas as que são lidas na embalagem.
Durabilidade
Como qualquer tipo de equipamento, o EPIa sofre desgaste com a utilização.
Fatores que prolongam a vida: a qualidade (marcas); a escolha adequada para cada atividade; a correta utilização e cuidados com a manutenção;
Fatores que encurtam a vida: enrijecimento das partes plásticas; choques, quedas podem provocar rachaduras, etc.; diminuição da pressão das almofadas pelo afrouxamento da haste do
suporte; contato com o cerúmen, sujeira excessiva, umidade, suor, calor, oleosidade,
etc., provocam ressecamento do material.;
[AVATEC, 2002)]
Durabilidade
Uma pesquisa sobre o grau de satisfação com a durabilidade do EPI auditivo, entre profissionais do setor de Segurança do Trabalho, indicou uma vida de: 6 meses a 1ano para os protetores tipo
concha 1 a 2 meses para os plugues.
Pesquisa 2004 durabilidade de EPI
Candido, 2004
• EPI
A reposição de EPI(s) desgastados é uma exigência legal. A Norma Regulamentadora Nº 9, no item 9.3.5.5, diz “que a empresa deverá ter o estabelecimento de normas ou procedimentos para promover o fornecimento, o uso, a guarda, a higienização, a conservação, a manutenção e a reposição do EPI, visando a garantir as condições de proteção originalmente estabelecidas.”
Modelos de Protetores Auditivos
Os Protetores Auditivos podem, basicamente, ser do tipo circumauriculares (concha) ou de inserção (plug).
(Fernandes, 2003).
Modelos de Protetores Auditivos
Vantagens do Modelo Concha
Único tamanho
Colocação rápida
Atenuação em ambas as conchas
Partes substituíveis
Modelos variados
Higiênicos
Outras Vantagens Modelo Concha
exigem ajustes mais simples sua colocação
podem ser adaptados facilmente em qualquer pessoa
permitem visualização à distância, o que torna fácil fiscalizar o uso correto
podem ser ajustados mesmo com o uso de luvas
a vida útil é mais longa e permitem peças de reposição
de fácil remoção, caso o usuário circule em áreas com variações do nível de pressão sonora
são melhores para uso em áreas menos limpas
mais confortáveis em ambientes frios
Desvantagens do Concha
Desconforto em áreas quentes
Dificuldade em carregar e guardar
Interfere no uso de outros EPI´s
Pode restringir movimentos da cabeça
Desconfortável para 8 horas de trabalho
Não recomendado com cabelos compridos, barba, óculos, etc.
Orientação de Uso
Fonte 3M do Brasil
Protetores tipo Plug
são dispositivos especiais com a função de reduzir o ruído que chega até a orelha média, quando inseridos no canal auditivo.
pré-moldados
moldável
Plug pré-moldado
Vantagens dos plugs
Pode ser utilizado por pessoas de cabelos compridos, barba, cicatriz, etc;
Compatível com outros equipamentos
Descartáveis
Pequenos e facilmente transportados e guardados
Boa adaptação a ambientes com calor e umidade excessiva
Não restringe movimentos em áreas muito pequenas
custo mais baixo
seu uso não é afetado pela temperatura ambiente.
Desvantagens dos Plugs
Muda atenuação com movimentos da boca que deslocam o plug
Necessário treinamento mais específico
Colocação mais complexa
Menos higiênicos
Fáceis de perder e menor durabilidade
Inseridos, dificultam a fiscalização do uso correto
As variações anatômicas do canal auditivo interferem na vedação
Difíceis de manipular com luvas ou com mãos sujas
Podem causar problemas no conduto auditivo
Só pode ser utilizado em canais auditivos saudáveis
Instrução de Colocação - Plugs
Desempenho dos Protetores Auditivos
O desempenho do EPI depende de como ele se encontra na orelha, pela maneira de sua colocação.
Mesmo colocado de forma correta normalmente ocorrem vazamentos do som através de quatro maneiras:
a) ar entre o EPI e a pele
b) vibração do EPI
c) transmissão pelo EPI
d) via ósseaFonte: Steffani,2005
CUIDADOS E SUBSTITUIÇÃO
Re-inserir protetores auditivos sujos em suas orelhas pode causar desconforto e/ou
irritação da pele no canal auditivo. Não utilizar cremes ou loções para as mãos imediatamente antes
de manusear os protetores auditivos para colocá-los no canal auditivo;
Não tente limpar protetores auditivos de espuma com água, álcool ou outros desinfetantes;
Sempre lave e enxágüe as mãos antes de colocar os protetores auditivos.
Os protetores auditivos quando estiverem de tal forma sujos que seja impossível limpá-los utilizando apenas lavagem com água e sabão neutro, devem ser trocados;
Observar se os protetores não se encontram danificados antes de cada uso;
Se observar algum corte ou outro dano, substituí-lo por um novo par.
Falhas
Porque os EPIs falham?
Tamanho não compatível
Pouca inserção Incompatibilidade Falta de habilidade Criatividade do
usuário Reposição ineficiente Treinamento
insuficiente
Conclusões Finais
A proteção auditiva ganha relevância quando o objetivo é a definição de medidas de segurança e prevenção de acidentes, muito mais que a simples redução do ruído. Consideremos os seguintes aspectos:
a) O tempo médio diário de exposição ao ruído que sofre o trabalhador, não apenas ao ruído gerado por determinado equipamento ou ao ruído existente numa área específica;
b) A capacidade auditiva do trabalhador. Àquele portador de alguma deficiência auditiva deve ser fornecido um tipo especial ou um abafador com menor nível de atenuação;
c) A necessidade de comunicação que tem um trabalhador em sua atividade, como por exemplo, entender o que fala uma pessoa ou perceber um sinal de advertência;
d) A compatibilidade do abafador com outros EPIs;
e) Os níveis de temperatura e umidade. Os plugs de inserção são mais cômodos que os abafadores tipo concha para uso em ambientes quentes e úmidos.
f) Qualquer limitação ocasionada pelas características ou atividades físicas que realiza o trabalhador.
g) As preferências pessoais de quem usa o EPI são também um fator que deve ser considerado. As questões ligadas à comodidade e à conveniência influenciam o cumprimento do uso.