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Edição novembro - Pará - Brasil www. .com.br 96 2009 Belém paramais ISSN 16776968 3 , 00 ISSN 16776968 6 , 00 ECOS DO CÍRIO 2009 ECOS DO CÍRIO 2009

Pará+ 96

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6 ,00 novembro - Pará - Brasil www. .com.br 96 2009 Belém paramais ISSN 16776968 ISSN 16776968 Edição

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Edição novembro - Pará - Brasil www. .com.br96 2009 Belém paramais

ISS

N 1

6776968

3,00

ISS

N 1

6776968

6,00

ECOS DO CÍRIO 2009ECOS DO CÍRIO 2009

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16Exposição Nazaré de Todos Nósapresenta os Círios de 11 municipios

Rodrigo Hühn; Ronaldo GilbertoHühn; Alberto Rocha, Augusto Ribeiro, Rodrigo Silva,Rodrigo Hühn; Dirigida, Bancas de Revista;

Ronaldo G. Hühn; Acyr Castro,Camillo M. Vianna, Celeste Proença, Claudio Mesquita,SergioPandolfo; Adriano Machado; Arquivo ECT; ArquivoMuseu do Círio; Carlos Sodré, Claudio Rodrigues; Claudio Santos,David Alves; Elcimar Neves, Eunice Pinto e RodolfoOliveira/Ag.Pá; Clóvis Silva; Fábio Rodrigues Pozzebom/Abr;Fernando Felipe Gomes de Araújo; Marcelo Cleiton; MírianFontelenelle e Ricardo Stuckert / PR. Mequias Pinheiro;

Editora Círios

DIRETOR e PRODUTOR: EDITOR:COMERCIAL:

DISTRIBUIÇÃO:REDAÇÃO: COLABORADORES:

FOTOGRAFIAS:

DESKTOP:EDITORAÇÃO GRÁFICA:

OS ARTIGOS ASSINADOS SÃO DE INTEIRARESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES

CNPJ: 03.890.275/0001-36Inscrição (Estadual): 15.220.848-8Rua Timbiras, 1572A - Batista CamposFone: (91) 3083-0973 Fax: (91) 3223-0799ISSN: 1677-6968CEP: 66033-800 Belém-Pará-Brasil

Editora Círios SS Ltda

[email protected]

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06

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38

42

Pará de todas as Marias

Ecos do Círio 2009

Inaugurações no TCE

28º Arte Pará

A posse do ministro Alexandre Padilha

A primeira etapa do Linhão do Marajó

A primeira universidadepública do interior daAmazônia

R$ 480 milhões para aagricultura familiar

Jornalistas e cientistasunidos pela Ciência

Foto de Marcio Santos

ANATECASSOCIAÇÃO DE PUBLICAÇÕES

PA-538

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05p a r a m a i s . c o m . b r

ara marcar sua participação

nas celebrações da maior

festa da cristandade, os

Correios lançaram em São

José do Rio Preto (SP), seis

selos retangulares, um selo

em formato de guirlanda e um bloco de

dois selos comemorativos ao Natal 2009.

A cerimônia de lançamento ocorreu

durante missa no Santuário da Vida, na

sede da emissora de televisão RedeVida.

Os seis selos retangulares focalizam os

tradicionais presépios Ana Rech, situados

no município de Caxias do Sul, na serra

gaúcha, caracterizados pela singeleza e

expressividade de suas formas. O selo em

formato de guirlanda traz como adornos,

além da tradicional estrela de Natal e do

laço vermelho com dourado, frutos do

azevinho, da qual é originalmente

confeccionada a peça. Símbolo da

prosperidade, amor e boa sorte, a

guirlanda é um dos mais belos ícones

natalinos, reconhecida e admirada

mundialmente por sua beleza e

significado. Já o bloco comemorativo é

ilustrado por anjos, que transmitem paz,

leveza e suavidade, sentimentos típicos do Natal, e por uma estrela cadente,

representando o nascimento de Jesus

Cristo. Nos selos do presépio, foram

utilizadas as técnicas de fotografia, por

Marcelino Pauletti; o selo da guirlanda foi

feito em computação gráfica, pela artista

Camila Hott; no bloco comemorativo,

foram utilizadas técnicas de desenho e

computação gráfica, pela artista Thereza

Regina Barja Fidalgo.

As peças filatélicas contam com tiragens e

valores diferentes: 10.800.000 unidades

dos selos do presépio, a R$ 0,65 cada;

8.750.000 unidades dos selos da

guirlanda, a R$ 1,00 cada; e 150.000

blocos, a R$ 5,40 cada. As peças

filatélicas podem ser adquiridas nas

agências e na loja virtual dos Correios

(www.correios.com.br/correiosonline).P

P

Correios lança selospara o Natal 2009

Page 6: Pará+ 96

primeira das onze romarias da

maior procissão católica do

mundo, o Círio de Nazaré,

iniciou às 9.00 hs da sexta-

feira antecedente ao 2º domingo de

outubro.

Antes da saída, houve o encerramento da

vigília, a inauguração da capela Bom

pastor e uma missa na Basílica Santuário

de Nazaré.

missa da Trasladação teve

início às 16h30, no palco

montado em frente ao

Colégio Gentil Bittencourt,

foi presidida por Dom Orani João

Tempesta, atual arcebispo do Rio de

Janeiro e ex-arcebispo Metropolitano de

Belém. Milhares de pessoas participaram,

muitos do lado de fora do colégio devido à

falta de espaço.

A

A

Fotos: Cláudio Santos/Ag Pa

Ecos do Círio 2009Ecos do Círio 2009Traslado/Romaria rodoviária

Trasladação

Frente ao Colégio GentilBittencourt milhares de fiéisparticiparam da missa

O traslado da imagem da Santapelas ruas da cidade, acompanhada

por milhares de fiéis

Velas iluminam o caminho dosfiéis na Trasladação até a Catedral

06 p a r a m a i s . c o m . b r

Page 7: Pará+ 96

erca de mil embarcações,

segundo cálculos da Capitania

dos Portos, acompanharam a

romaria fluvial na manhã

deste sábado (10). A terceira das 11

romarias oficiais da Festividade de

Nazaré emocionou os fiéis desde a missa

que marcou a saída da Santa, no distrito de

Icoaraci, celebrada pelo arcebispo

emérito de Belém, Dom Vicente Zico. A

procissão chegou à escadinha do cais do

porto por volta de 11 horas.

07p a r a m a i s . c o m . b r

C

Romaria Fluvial

Na romaria fluvial

Durante a romaria Fluvial

Após a missa em Icoaraci

Page 8: Pará+ 96

08 p a r a m a i s . c o m . b r

procissão saiu da Praça Pedro

Teixeira, ao lado da Estação

das Docas, logo após a

chegada da romaria fluvial e

da solenidade em que a Santa recebeu as

honras de Chefe de Estado. Após as

homenagens, os Motoqueiros conduziram

Nossa Senhora de Nazaré até o Colégio

Gentil Bittencourt, acompanhada pelo

som forte das descargas e a decoração

diferenciada de cerca de 15 mil

motocicletas.

Círio 2009 começou com a

missa campal às 5 horas,

celebrada pelo arcebispo

emérito de Belém, Dom

Vicente Zico e concelebrada por vários

bispos inclusive Dom Orani, pelo

A

O

Moto-romaria

O Círio 2009

Cerca de 15 mil motociclistas,acompanham a berlinda com a

imagem da Santa até oColégio Gentil Bittencourt

Pagador de promessa

Pela Boulevard

Page 9: Pará+ 96

P

09p a r a m a i s . c o m . b r

administrador arquidiocesano de Belém,

Monsenhor Cid, e muitos sacerdotes,

inclusive vários de outros Estados, no

p a l c o e m f r e n t e à C a t e d r a l

Metropolitana, na Praça Frei Caetano

Brandão, bairro da CidadeVelha.

Ana Júlia, Dilma e a multidão de fiéis

Durante a procissão

A chegada da Virgemde Nazaré à PraçaSantuário

Suplicando e agradecendo as bênçãos da padroeira

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10 p a r a m a i s . c o m . b r

ram cerca de 200 mil pessoas

entre crianças e adultos

participando da romaria – a 19ª

edição do Círio das Crianças – a

nona das onze romarias oficiais em

homenagem à padroeira paraense.

A procissão de quase dois quilômetros de

p e r c u r s o f o i p e r c o r r i d a e m

aproximadamente duas horas em

harmonia e tranqüilidade.

om uma procissão de cerca de

mil romeiros, os ciclistas da

cidade realizaram suas

homenagens à Senhora de

Nazaré, percorrendo os bairros de São

Brás, Guamá, Cremação, Jurunas e

Batista Campos.

E

C

r g a n i z a d a p e l a s

Comunidades da Paróquia

de Nazaré teve seu início

frente ao Hospital Ofir

Loyola. Pe. Silvio Jaques, pároco de

Nazaré, celebrou uma missa frente ao

Hospital. Após a benção especial,

c e r c a d e 1 0 m i l p e s s o a s

acompanharam a procissão até a Praça

Santuário.

Círio das Crianças

Cicloromaria

Procissão da Festa

OFotos: Marcelo Cleiton

Page 11: Pará+ 96

11p a r a m a i s . c o m . b r

O tradicional espetáculo pirotécnico este ano

aconteceu em dois lugares: no pátio do IAP

(Instituto de Artes do Pará) e na Praça

Santuário. O show durou cerca de 10 minutos.

Foram utilizados aproximadamente 250 quilos

de fogos de artifício, marcando o encerramento

das Festividades de Nazaré com os fogos de

artifício, raio lazer, muitas cores, luzes, o som

dos estampidos e uma multidão de 20 mil

pessoas lotando a Praça Santuário e seu

entorno. Eram as últimas homenagens à

Rainha da Amazônia e padroeira dos

paraenses. Estava terminando a 217ª edição do

Círio de Nazaré.

Encerramento do Círio 2009

Fotos: Eliseu Dias/Ag Pa

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12 p a r a m a i s . c o m . b r

Recírio, começou com a

missa campal celebrada

pelo monsenhor Raimundo

Possidônio, administrador

diocesano da Arquidiocese de Belém,

na Praça Santuár io marcando

oencerramento da festividade do Círio

de Nazaré e iniciando a última das 11

procissões do Círio. Durante a homilia o

monsenhor lembrou a todos da

importância de manter a fé acesa:

“Devemos ter a consciência de que a

nossa fé deve existir durante o ano

inteiro e não somente na quadra

nazarena”, ressaltou.

Aimagem peregrina voltava à capela do

Gentil, onde ficará até o próximo Círio.

O

Recírio

Fotos: Marcelo Cleiton

Page 13: Pará+ 96

egundo a Diretoria da Festa, a

Arquidiocese de Belém e o

D i e e s e ( D e p a r t a m e n t o

Intersindical de Estatísticas e

Estudos Socioeconômicos), durante

coletiva à imprensa: “O Círio de Nossa

Senhora de Nazaré 2009 foi um dos mais

bem organizados, concorridos e bonitos

da história, sendo também o maior Círio

da história – Quatro milhões de fiéis

participaram das onze romarias do Círio

2009”.

Para Roberto Sena, supervisor técnico do

Dieese, “nos aspectos de evangelização,

gestão e econômico, a avaliação de todos,

foi bastante posit iva, tanto em

participação de fiéis, orçamento, impactos

na economia, tempo e trajeto percorrido”,

afirmou Roberto Sena.

Aestimativa é de que a Imagem Peregrina

de Nossa Senhora de Nazaré tenha

visitado cerca de 100 mil lares paraenses e

120 empresas, entre repartições públicas e

privadas.Além da visita ao Rio de Janeiro.

Foi o maior percurso de todos os Círios

nas onze romarias: 127,696 quilômetros

por terra e mar em cerca de 37 horas de

p roc i s s õ e s . Tempo e pe r cu r so

funcionaram dentro do previsto pela

organização, explicou Sena.

O Dieese estimou um crescimento de

cerca de 30% no mercado de trabalho, na

quadra nazarena, funcionando como um

grande gerador de emprego e renda para o

Estado.

Dados orçamentários da Festa, mostram

que o Círio deste ano foi o mais caro da

história – chegou a R$ 1.998.000,00,com

um crescimento de 16,03% em relação a

2008. Segundo o Dieese, foram injetados

R$ 700 milhões na economia paraense

durante o Círio 2009.

O custo de transporte (terrestre,

rodoviário, aéreo e marítimo) ficou mais

caro entre 6% e 12% em relação a 2008. Já

o preço da hospedagem teve aumento de

15%. A alimentação também bateu

recordes de alta preços neste Círio. O

tradicional pato teve reajuste de até 12%.

Segundo dados da Paratur analisados pelo

Dieese, cerca de 66 mil turistas

acompanharam a procissão. Gastando em

média, 24 milhões de dólares durante suas

estadias.

Como o Círio chegou mais cedo em

relação a 2008, o número de atendimentos

registrados pela Cruz Vermelha caiu cerca

de 46%. Foram 1.302 atendimentos, a

maioria por desmaios, verificação de

pressãoArterial e insolação.

ADiretoria do Círio fez questão de elogiar

o trabalho da imprensa paraense,

parabenizando todos os jornalistas

paraenses pela cobertura do Círio.

“O Círio de Nazaré em Belém é o maior

evento religioso do mundo. Não se tem

notícia de outra procissão que reúna, num

só dia, dois milhões de pessoas. A festa

rompe fronteiras e a fé pode e deve ser

mostrada em todo o mundo”, disse Sena

encerrando a coletiva.Peregrinações

Romarias

Economia

Reajustes

Turismo

Atendimentos

Elogios/Reconhecimento

P

13p a r a m a i s . c o m . b r

S

O balanço do Círio 2009O balanço do Círio 2009

Page 14: Pará+ 96

14 p a r a m a i s . c o m . b r

ma extensa programação

cultural, promovida pelo

governo do Estado,

integra as homenagens à

N o s s a S e n h o r a d e

Nazaré. Este ano, o Círio

completa 217 anos, em uma festividade

que inclui 11 romarias, desde a fluvial até

a dos motoqueiros. Só o Círio, realizado

no segundo domingo de outubro, leva

cerca de 2 milhões de pessoas às ruas da

capital paraense.

Com o tema do título, u ma extensa

programação cultural foi promovida pelo

governo do Estado, integrando as

homenagens à Nossa Senhora de Nazaré e

incluindo espetáculos de música,

exposições temáticas e visitação a museus

e igrejas centenárias.

Mais de 40 shows de música, dança

folclórica e outras manifestações culturais

foram realizados no complexo turístico

Estação das Docas, às margens da Baía do

Guajará.

Solos e duos de música foram

apresentados nos palcos deslizantes da

Estação. Um palco montado na orla

recebia cantores, bandas e grupos

parafolclóricos, como o músico Ivan

Cardoso, a cantora Gabi Amarantos, o

Balé Folclórico da Amazônia e a banda

Gaia na Gandaia.

U

Fotos: Eunice Pinto/Ag Pa

"Pará de todas as Marias"

A exposição de jóias homenageia os100 anos da Basílica Santuário, tantonas peças quanto na ambientação

O pingente Majestosa II, criado pela designerSelma Montenegro, é uma das 74 joias da

exposição montada no São José Liberto

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15p a r a m a i s . c o m . b r

A Basílica Santuário inspirou a exposição

"Joias de Nazaré 2009 - Basílica,Tesouros

da Fé", na maior coleção já produzida

pelos profissionais do Polo Joalheiro do

Pará, sob a inspiração dos ícones do Círio,

no Espaço São José Liberto.

A exposição homenageou os 100 anos de

lançamento da pedra fundamental da

Basílica Santuário de Nazaré, um dos

m a i s i m p o r t a n t e s p a t r i m ô n i o s

arquitetônicos do Pará, cujos detalhes

foram reproduzidos pelos designers,

ourives, lapidários e artesãos paraenses.

A exposição "Nazaré de todos nós",

homenageou Círios de 11 municípios

paraenses. Matéria completa em outro

local dessa edição.

O Círio 2009 reservou uma emoção a mais

para romeiros e turistas: visitar a Catedral

Metropolitana de Belém. Fechada desde

2005, o governo do Estado retomou e

concluiu a restauração, orçada em cerca

de R$ 14 milhões.ACatedral, de onde saiu

a imagem de Nossa Senhora para o Círio,

foi entregue à população em 1º de

setembro deste ano, após a revitalização

total do prédio, das telas e do órgão.

Projetada pelo arquiteto Gino Coppedè e

pelo engenheiro Giovanni Pedrasso,

ambos italianos, a Basílica de Nazaré

reproduz as linhas originais da Basílica de

São Paulo extra-muros de Roma e resulta

da determinação dos padres barnabitas,

que chegaram a Belém no início do século

XX. Esse ano comemorando os 100 anos

do lançamento de sua pedra fundamental.

Durante a abertura da Exposição“Jóias de Nazaré 2009-Basílica Tesouro da Fé”

Todos se encantavamcom as belezas das Jóias

P

Basílica, Tesouros da Fé

Nazaré de todos nós

Catedral

Basílica Santuário de Nazaré

Page 16: Pará+ 96

16 p a r a m a i s . c o m . b r

período do Círio de

Belém é só festa. Recebe

romeiros vindos de

diversas partes do mundo

movidos pela fé ou pela

oportunidade de viver de pertinho a essa

f o r t e m a n i f e s t a ç ã o c u l t u r a l e

antropológica que é o Círio de Nossa

Senhora de Nazaré. Pelo terceiro ano

consecutivo a Secretaria de Estado de

Cultura (Secult), por meio do Museu do

Círio, realiza a exposição Nazaré de

Todos Nós, este ano no período de 28 de

setembro a 31 de outubro de 2009 em

diversos espaços da cidade. São imagens,

mantos, cartazes de círios anteriores,

camisas, cordas, estandartes, fotos, ex-

votos e livros de peregrinações, objetos

que retratam o Círio de 11 municípios

paraenses. O objetivo é promover a

valorização, a preservação e a difusão da

cultura e da religiosidade do povo

paraense e seus aspectos devocionais com

relação a Nossa Senhora de Nazaré. De

acordo com Jeam Carlos Lopes, diretor do

Museu do Círio, o levantamento realizado

pelos técnicos do Museu, busca

identificar, registrar as devoções, sempre

priorizando os aspectos sociais da

tradição desses lugares. "Infelizmente

muitas comunidades não possuem a

história documentada sobre o surgimento,

m o d i f i c a ç õ e s e p e r m a n ê n c i a s

socioculturais de seus círios", destaca.

"Privilegiamos a memória dos mais

antigos moradores das localidades, como

também, os meios de organização social

em que o papel eclesial é um tipo de

núcleo agregador de ações comunitárias".

O projeto é direcionado à divulgação dos

resultados da pesquisa em uma grande

exposição de arte em diversos espaços de

Belém, mostrando as variadas expressões

simbólicas e culturais. Além da devoção

religiosa, o Círio tem características

comuns em várias localidades do Estado,

como a peregrinação nas casas antes da

romaria, a utilização da corda e a presença

OFotos: Arquivo Museu do Círio

Exposição Nazaré de Todos Nós apresentaos Círios de 11 municípios do Pará

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17p a r a m a i s . c o m . b r

de crianças vestidas de anjinhos.

De acordo com Edilson Moura, secretário

de Estado de Cultura, o levantamento

consiste não apenas em pesquisar as festas

religiosas que ocorrem nesses municípios,

mas o que ocorre por trás dessas

comemorações como a história de cada

festividade, procissões e o arraial como

fator socioeconômico e cultural. "O

objetivo é mostrar que o círio foi além de

seu caráter religioso e tomou-se também

cultural e antropológico de tal forma que

mexe com o cotidiano das pessoas. Elas

vêm participar do Círio em Belém e

trazem sua cultura, além de sua fé.",

reitera.

Jeam Carlos Lopes explica que os objetos

foram cedidos pela organização das

romarias em cada cidade visitada e serão

devolvidos ao foral da exposição. "Os

mantos e as imagens são protegidos por

cúpulas de vidro, para evitar que haja

algum dano ao patrimônio dessas

comunidades", explica, acrescentando

que o objetivo é alcançar 50 municípios.

A exposição "Nazaré de todos nós"

inaugura no dia 28 de setembro no espaço

cultural do Tribunal Regional do Trabalho

da 8a Região e fica no local até o dia 04 de

outubro e depois segue para uma

exposição itinerante em outros locais. Do

dia 05 até o dia 11 de Outubro a mostra

ficará exposta no Shopping Pátio Belém.

De 13 a 24 estará no Instituto de Artes do

Pará (IAP) e na Fundação Curro Velho, a

mostra será apresentada no dia 26 até o dia

31 de outubro. Informações no fone:

4009-8845.

O Museu do Círio fica na Rua Padre

Champagnat, s/n, na Cidade Velha em

Belém, ele faz parte do Núcleo Cultural

Feliz Lusitânia. O espaço abriga mais de

1.600 peças doadas por instituições

ligadas a igreja católica e principalmente

por promesseiros. Os visitantes do museu

podem apreciar desde o achado da

imagem aos pedaços da corda que puxam

a berlinda. As imagens peregrinas e as

"originais", mantos e fotografias, são

algumas peças do importante acervo do

museu. O Museu do Círio, órgão do

Sistema Integrado de Museus e

Memoriais, vinculado à Secretaria de

Estado de Cultura, vem desde outubro de

1986, oferecendo ao público um olhar

histórico e antropológico sobre uma das

maiores manifestações populares do

Brasil - o Círio de Nazaré.

Localizado na Ilha do Marajó, Curralinho

celebrou, em 1994, seu o primeiro Círio de

Nossa Senhora de Nazaré. No 2° domingo

de outubro devotos e promesseiros dão

feições e cores à festividade que a cada

ano cresce em fé e doação. Breves

Distante a 12 horas via transporte fluvial

da capital do Estado, o Município de

Curralinho

No Pátio Belém

Museu do Círio

Os Círios apresentados naexposição em 2009:

Page 18: Pará+ 96

Breves, na Ilha do Marajó, tem mantido

sua tradição religiosa desde 1934 ao

realizar, no 20 domingo de outubro, o

Círio de Nazaré. Com grande alegria e

fervor fiéis preparam a cidade para o tão

esperado momento de devoção mariana

por meio de cantos e evangelizações.

O Círio de Nossa Senhora de Nazaré em

Pa r agomina s ap r e s en t a g r ande

peculiaridade em suas homenagens. Um

delas é a cavalgada que percorre a cidade e

recebe uma benção toda especial de Nossa

Senhora. Realizado desde 1933, o Círio de

Nazaré acontece no 3° domingo de

novembro sempre renovando a esperança

dos devotos.

A berlinda, a imagem da santa peregrina,

as flores e as novenas percorrendo as ruas

e as casas dos fiéis do Município deAcará,

demonstram que o Círio de Nazaré está

preste a se concretizar. Todo esse

movimento de pessoas marca a

preparação da comunidade para a

festividade celebrada no 3° domingo de

novembro desde 1944.

As dificuldades de deslocamento e

orçamentár io impuls ionaram os

moradores de Augusto Corrêa a prestar

homenagens e testemunhos de fé a Nossa

Senhora de Nazaré. Assim, o início do

Círio data de 1958 e é realizado no 1°

domingo de dezembro com grande festa e

confraternização comunitária.

Como mesmo amor e fé devotada ao

padroeiro da cidade, a comunidade

organiza com grande esforço o Círio de

Nossa Senhora de Nazaré que teve inicio

no ano de 2000. A berlinda ornamentada

com sementes, cachos de açaí e flores

regionais percorre seis comunidades que

com alegria e fervor homenageiam a

imagem santa no 2° domingo de setembro.

Prestes a completar 52 anos, o Círio de

Primavera é realizado no 3° domingo de

novembro, com características bem

peculiares: a festividade inicia 8 dias antes

com o Círio das crianças, dos idosos, dos

casais, dos estudantes, procissão

rodoviária, trasladação e o Círio de Nossa

Senhora de Nazaré, que encerra os

fes te jos nazarenos com grande

participação comunitária.

A devoção iniciou com homenagem feita

num pequeno altar de uma loja local e foi

adotada como tradição religiosa e cultural

pelos moradores de Parauapebas. De uma

modesta procissão, hoje o círio é um

espetáculo de fé e participação dos

devotos que em 15 dias se preparam para o

Círio de Nossa Senhora de Nazaré que

acontece no quarto sábado de Outubro.

Localizada região do salgado, nordeste

paraense distante, teve seu primeiro círio

Paragominas

Acará

Augusto Corrêa

Itupiranga

Primavera

Parauapebas

Quatipuru

18 p a r a m a i s . c o m . b r

A Exposição Nazaré de Todos Nós, no TRT 8ª

Page 19: Pará+ 96

realizado no ano de 1930. A festividade é

composta por uma série de homenagens e

procissões, onde se destaca a procissão do

encontro em que todas as imagens que

estavam em peregrinações visitando casas

familiares e nas demais comunidades se

reencontram e são levadas, em caminha

pelo povo, para a igreja de Nossa Senhora

de Nazaré.

Marituba, antiga colônia de Hansenianos,

teve seu primeiro círio realizado em 1942,

no terceiro domingos de novembro, graças

a perseverança dos internos que nunca

deixaram de ter fé esperança de melhores

dias. Homenagear Nossa Senhora de

Nazaré para os internos significava

entregarocaminhoeavidaaDeus.

Igarapé-Miri tem um círio simples, mas

rico em devoção e fé. Realizado no 3°

domingo de outubro, é

celebrado desde 1956.

Tendo como base o Círio

da capital, já faz parte da

história desta cidade e, a

cada ano, vem crescendo

em números de fiéis. É

u m a d a s m a i o r e s

manifestações de fé do

povo Miriense.

O Governo do Estado do

Pará, através da Secretaria

de Cultura do Estado

(Secult) e Museu do Círio, apresenta a

exposição "Nazaré de todos nós", que

acontece de 28 de setembro à 31 de

outubro em diversos espaços da cidade.

Marituba

Igarapé-Miri

Serviço

P

19p a r a m a i s . c o m . b r

Ex-votos, mantos e imagensde Nossa Senhora de Nazaré

No TRT 8ª Reg. (esq p/ dir) Lucineide Azevedo, supervisoraMuseológica, Jeam Carlos Lopes, diretor do Museu do Círio,

Elizabeth Fátima Newman, desembargadora, Herbet TadeuMatos, corregedor Regional da Justiça do Trabalho

No TRT 8ª Reg. (esq p/ dir) Lucineide Azevedo, supervisoraMuseológica, Jeam Carlos Lopes, diretor do Museu do Círio,

Elizabeth Fátima Newman, desembargadora, Herbet TadeuMatos, corregedor Regional da Justiça do Trabalho

O Círio de Nazarénos Municípios

Page 20: Pará+ 96

20 p a r a m a i s . c o m . b r

Lá vem Ela!

tão bela

nos braços do povo!

É a minha RAINHA

que eu amo, sozinha

num beijo de paz!

Ela vem acenando, sorrindo,

abraçando, sua gente, cantando

na benção que traz

É o Pará

Que não pára.

É beleza tão rara

Não dá pra falar...

A emoção é enorme

A oração é a messe, ritual de alegria

Ninguém desconhece, aquela simpatia

do milagre da Fé!

SENHORA DO MUNDO

amor mais profundo

eu juro, não há!

Sai dessa Berlinda

teu povo te chama

de longe, reclama

ele quer te abraçar

Nem precisa dizer

o seu nome encantado

mil vezes amado, tão santificado

moldura de ouro, de amor e de fé.

Beijando-te as mãos

eu me torno criança

e criança é o mundo

que ajoelha e te beija — Ó Santa Senhora de Nazaré

Santa Adivinhação

P

por Celeste Proença

Page 21: Pará+ 96

abertura do 2º Fórum

TCE e Jurisdicionados,

feita pela presidente e

pelo vice-presidente do

TCE, conselheiros

L o u r d e s L i m a e

Cipriano Sabino, contou com uma

palestra do ministro Benjamin Zimler,

vice-presidente do Tribunal de Contas da

União, que fez um retrospecto histórico

sobre o exercício do controle externo

sobre as contas públicas e as perspectivas

para essa atividade.

AgovernadoraAna Júlia Carepa defendeu

o controle da sociedade sobre a

administração pública como essencial nas

g e s t õ e s a t u a i s , d u r a n t e s e u

pronunciamento na abertura do 2º Fórum

do TCE, que debate o controle externo

sobre ações públicas no Hangar Centro de

Convenções.

"Não se concebe mais uma administração

pública que não seja controlada pela

sociedade. Existe uma necessidade de

transparência cada vez maior, o que

significa um avanço na democracia

brasileira", disse a governadora, que

solicitou a presença de todos os gestores

de órgãos estaduais no evento para receber

as orientações doTCE.

Ana Júlia Carepa destacou o empenho do

governo do Estado para envolver a

sociedade na orientação e no debate sobre

as políticas públicas que executa, com

instrumentos como o Planejamento

Territorial Participativo (PTP) e as

comissões de fiscalização eleitas pela

comunidade em todas as obras realizadas

pelo Estado.

Os infocentros públicos implantados pelo

programa estadual NavegaPará, com

acesso a internet de alta velocidade, foram

citados pela governadora como um meio

de democratização da informação

necessária ao controle social. "Essa

missão só será cumprida a contento se a

sociedade for orientada para exercer este

controle, que deve vir tanto das esferas

instituídas, com os tribunais de conta,

assembléias legislativas e câmaras

municipais, como pela representação

direta da sociedade."

A

Fotos: David Alves/Ag Pa

2º FÓRUM DO TRIBUNAL

DE CONTAS DO ESTADOGovernadora defende controle social de obras públicas

Lourdes Lima, conselheira presidentedo Tribunal de Contas do Estado do Pará,na abertura do do II Fórum TCE-PA eJurisdicionados

A necessidade cada vez maior de transparência é"um avanço na democracia brasileira", disse Ana

Júlia Carepa, na abertura do fórum do TCE

P

Benjamin Zymler, ministroVice-presidente do Tribunal

de Contas da União participana abertura do do II Fórum

TCE-PA e Jurisdicionados

A governadora Ana JúliaCarepa, Benjamin Zymler,

Vice-presidente do TCU, LourdesLima, presidente do TCE

e os conselheirosdo TCE-Pá

21p a r a m a i s . c o m . b r

Page 22: Pará+ 96

Tribunal de Contas do

Es tado (TCE-PA) ,

realizou recentemente,

c o m o f r u t o d e

proposição apresentada

em p lená r i o pe lo

Conse lhe i ro Ne l son Chaves , a

inauguração da Sala dos Aposentados

Conselheiro Lucival Barbalho, da Sala

das Togas Conselheiro José Maria

Barbosa e Espaço Cultural Conselheiro

Clóvis Silva de Moraes Rêgo. Os nomes

dos espaços homenageiam conselheiros

cuja trajetória no TCE engrandeceu a

insti tuição pela atuação sempre

comprometida com os altos valores éticos

que caracterizam os verdadeiros homens

públicos.

A Conselheira Presidente, Maria de

Lourdes Lima de Oliveira, esteve à frente

da homenagem, juntamente com o

Conselheiro Vice-Presidente, Cipriano

Sabino, o Auditor Edílson Oliveira e

Silva, o Conselheiro Nelson Chaves, os

conselheiros aposentados Manuel Ayres,

Erlindo Braga, Elias Naif e Lauro Sabbá,

juntamente com vários servidores

presentes, dividiram a honra de

representar o Tribunal de Contas do

Estado. A procuradora Iracema Teixeira

Braga representou o Ministério Público de

Contas, acompanhada dos procuradores

Antônio Maria Filgueiras Cavalcante e

Rosa Egídia Crispino Calheiros Lopes.

Dentre as autoridades e personalidades

presentes, compareceram à cerimônia a

Procuradora Chefe do Ministério Público

junto ao TCM, Elizabeth Salame, o ex-

governadorAlacid Nunes e o ex-deputado

Mário Cardoso.

No Espaço Cultural “Conselheiro Clóvis

Moraes Rêgo” foram inauguradas as

exposições “Brinquedos de Miriti”, dos

artesãos de Abaetetuba e “Olhar do

Filho”, de Ronaldo Moraes Rêgo, com

período de visitação até o dia 30 de

outubro, no horário das 8h às 14h. A

Conselheira Lourdes Lima aproveitou a

ocasião para comunicar que o espaço

cultural estará disponível aos órgãos

públicos, entidades representativas da

sociedade e pessoas que queiram reservá-

lo para exposições artístico-culturais.

O novo espaço integra a proposta do TCE,

surgida a partir da criação do Centro de

Memória Serzedelo Corrêa e da

reformulação e modernização da

O

Inaugurações no TCECons Manuel Ayres, Presidentedo TCE Cons Lourdes Lima eFamiliares de Lucival Barbalho

Vice Presidente do TCE ConsCipriano Sabino e Familiares de

José Maria Azevedo Barbosa

Vice Presidente do TCE ConsCipriano Sabino e Familiares de

José Maria Azevedo Barbosa

Obras de Ronaldo Moraes Rêgo

22

Page 23: Pará+ 96

Biblioteca Ministro Benedito Frade, no sentido de

disponibilizar aos cidadãos paraenses o acesso a

informações relativas não apenas à história e atividades da

Corte de Contas, como também as relacionadas à cultura e ao

conhecimento em geral.

Nesse sentido, o espaço cultural se torna mais um meio de

incentivo à produção e divulgação da cultura paraense, como

reflexo da importância que o TCE confere às manifestações

artístico-culturais do povo paraense em suas mais diversas

formas.

Após as inaugurações, o coral do TCE/PA apresentou-se,

interpretando diversas canções com a temática da amizade e

também alusivas ao Círio de Nazaré 2009. A cerimônia

encerrou-se com um coquetel servido pelo TCE/PA a todos

os presentes. P Obras de Miriti (Inaugurando o Espaço Cultural)

23p a r a m a i s . c o m . b r

Presidente do TCE Cons. Lourdes Lima,Cons. Nelson Chaves, Vice-Presidente

do TCE Cons. Cipriano Sabino eCons. Edilson Silva

Cons Nelson Chaves eClóvis Moraes Rêgo Junior

Page 24: Pará+ 96

24 p a r a m a i s . c o m . b r

presidente da República

em exerc íc io , José

Alencar, sancionou dia

5/11, em Brasília, o

Projeto de Lei 2.879/09,

que cria a Universidade Federal do Oeste

do Pará – UFOPA. Primeira universidade

pública com sede no interior da região

amazônica, a UFOPA será instalada no

município de Santarém, no início de

dezembro.

A governadora Ana Júlia Carepa

compareceu à solenidade e comemorou a

criação da nova universidade: "Esta é uma

luta de muito tempo e fruto da união do

Estado. A população do oeste paraense

merece este presente", frisou. A UFOPA

absorverá o campus da Universidade

Federal do Pará (UFPA) em Santarém e

uma unidade descentralizada da

Universidade Federal Rural da Amazônia

(Ufra-Tapajós).

A meta é receber

aproximadamente

10 mil estudantes de

c u r s o s d e

graduação . Ana

Júlia Carepa disse

que a UFOPA é um

i n v e s t i m e n t o

essencial para o

desenvolvimento do

oeste do Pará, uma

vez que a região

reúne os municípios

mais distantes da

capital paraense.

A nova instituição

deverá promover a

cooperação regional e internacional, com

a participação dos demais Estados da

Amazônia Legal - Acre, Amapá,

Amazonas , Rondônia , Rora ima,

Tocantins e parte do Maranhão e do Mato

Grosso - e dos outros

países membros da

Organ ização do

T r a t a d o d a

C o o p e r a ç ã o

A m a z ô n i c a

(Bolívia, Colômbia,

Equador, Guiana,

Peru, Suriname e

Venezuela).

Serão oferecidas 1,6

mil vagas nos cursos

d e E n g e n h a r i a

Florestal, Sistemas de Informação,

Direito e licenciatura em Letras,

Pedagogia, Física, Matemática e

Biologia. A partir de 2010 serão abertos

cursos em áreas do conhecimento

relacionadas às vocações regionais. "A

UFOPA já nasce com os olhos voltados

para o século XXI e talvez até para o

século XXII, porque tem cursos voltados à

biodiversidade, às águas e aos arranjos

produtivos locai", ressaltou o ministro da

Educação, Fernando Haddad.

A nova universidade está incluída nos

planos do governo federal para expandir a

rede de ensino superior e ampliar os

investimentos em ciência e tecnologia,

com foco na inclusão social. Além da

formação intelectual, ensino, pesquisa e

extensão, a UFOPA impulsionará o

desenvolvimento regional.

A Universidade é um projeto do governo

O

Fotos: Adriano Machado e Tamara Saré / Ag. Pará

UFOPA – A primeira universidadepública do interior da Amazônia

Vocações

José Alencar, Ana Júlia Carepa e outras autoridadesdo Pará após a criação da universidade

José Alencar sanciona o Projetode Lei 2.879/09, que cria a UniversidadeFederal do Oeste do Pará – UFOPA

Page 25: Pará+ 96

25p a r a m a i s . c o m . b r

federal a partir de uma Indicação (a

4.821/2005), do deputado federal Zé

Geraldo (PT-PA), que sugeriu ao Poder

Executivo e ao ministro Fernando Haddad

a criação da universidade. Em 2008, o

Poder Executivo enviou ao Congresso o

projeto atual, que tramitou nas comissões

da Câmara dos Deputados e no Senado.

"A UFOPA é a 12ª universidade federal

criada pelo presidente Lula.

Segundo Ana Júlia Carepa, a nova

universidade quebra paradigmas, por

levar o desenvolvimento a todo o

território paraense. Ela

ressaltou que o governo

estadual está empenhado em

apoiar a educação e a

pesquisa: "Junto à UFOPA

teremos um parque de

tecnologia e o trabalho da

Fundação de Amparo à

Pesquisa do Pará (Fapespa).

Estou muito feliz e orgulhosa

d e s e r a

governadora do

P a r á n e s t e

momento histórico

de criação dessa

universidade, que já

nasce pujante e grandiosa".

"O Brasil está se preocupando

c a d a v e z m a i s c o m o

desenvolvimento sustentável da

Amazônia", disse o presidente

em exercício, José Alencar. Ele

declarou ser "uma honra

excepcional sancionar o projeto

que cria a UFOPA " e, num

discurso emocionado, lembrou

sua passagem por Santarém, da beleza da

região, especialmente do rio Tapajós.

José Alencar informou que faz questão de

ir a Santarém para a inauguração da

universidade, que deverá ocorrer entre os

dias 06 e 8 de dezembro

deste ano.

O ministro Fernando

Haddad destacou a

importância da UFOPA,

observando que o Pará

tem dimensões "não de

p a í s , m a s d e

continente", e destacou

que a nova instituição

começa com um projeto

político pedagógico

diferenciado, voltado

para a sustentabilidade

e c o m f o c o n a

interiorização da educação superior .

A solenidade foi prestigiada pelo

m i n i s t r o - c h e f e d a s R e l a ç õ e s

Institucionais, Alexandre Padilha; pelo

coordenador da Comissão de Implantação

da UFOPA, José Seixas Lourenço; pelos

senadores José Nery e Flexa Ribeiro;

pelos deputados federais José Geraldo,

Nilson Pinto e Elcione Barbalho, além do

deputado estadual Airton Faleiro e da

prefeita de Santarém, Maria do Carmo

Martins.

Os cursos de graduação e pós-graduação

oferecidos pela UFPA no campus de

Santarém e nos núcleos de Óbidos,

Oriximiná e Itaituba, e pela Ufra na

unidade descentralizada do Tapajós,

integrarão a estrutura da UFOPA. Os

alunos matriculados nesses cursos farão

parte, automaticamente, da nova

universidade.

Além dos cargos de reitor e de vice-reitor,

serão criados 500 cargos de professor e

333 técnico-administrativos de nível

superior e nível médio. Os professores e

técnicos serão selecionados ainda este

ano. Em 2010 devem ser contratados 146

professores e 166 técnicos.

Ana Júlia Carepa, Fernando Haddad, Alexandre Padilha e JoséAlencar comemoram a criação da Ufopa, um momento

histórico para a educação na Amazônia

ParadigmasContratação

Ana Júlia Carepa e Airton Faleirona solenidade de criação da UFOPA

P

Toda a estrutura física dos Campi da UFPa e daUFRA será transferida ao patrimônio da UFOPA

Page 26: Pará+ 96

p a r a m a i s . c o m . b r

governadora Ana Júlia

Carepa prestigiou a

abertura da 28ª edição do

Arte Pará, principal

salão de artes plásticas

da região Norte e um dos

mais conceituados do Brasil, em Belém,

na sede do Palácio Lauro Sodré, evento

promovido pela Fundação Romulo

Maiorana. Ela foi recebida pelos

empresários Roberta Maiorana e Romulo

Maiorana Júnior e pelo secretário de

Cultura, Edilson Moura, e participou da

entrega da premiação aos artistas, tendo

entregado o prêmio conquistado pela

fotógrafa Paula Sampaio.

A governadora destacou que o Arte Pará é

uma referência nacional no seu gênero

que dá oportunidade não só aos artistas

paraenses, como também a outros de

renome nacional. Depois de percorrer a

mostra, acompanhada pelos curadores

Marisa Mokarzel e Orlando Maneschy a

governadora Ana Júlia disse ainda que as

obras expostas são marcantes e mexe com

a emoção do visitante.

"O Pará é quem tem que agradecer pelo

incentivo às artes plásticas que oArte Pará

confere, que embora seja uma ambiente

competitivo é um ambiente saudável",

enfatizou a governadora. Ela destacou que

o evento valoriza outros museus da

Capital, que também vão receber mostras

das obras que participam do Arte Pará, a

exemplo da Casa das 11 Janelas, Museu de

Arte Sacra, Museu da Universidade

Federal do Pará, Museu de Arte de Belém

e Museu paraense Emílio Goeldi.

Ela parabenizou os patrocinadores do

A

Fotos: Eunice Pinto/Ag Pa

28º Arte Pará

A governadora Ana Júlia, o secretário EdilsonMoura e Orlando Maneschy, curador do 28º ArtePará, no salão do Museu de Artes do Pará

Durante a abertura da28ª edição do Arte Pará

Page 27: Pará+ 96

27p a r a m a i s . c o m . b r

evento - Supermercado Nazaré, Esamaz,

Unimed Belém e Makro Engenharia pelo

compromisso em apoiar o que há de mais

instigante no ser humano, que é a

manifestação artística, independente da

linguagem que utiliza.

O secretário Edilson Moura destacou a

identidade do salão com o Palácio Lauro

Sodré, que recebeu o evento já no

primeiro ano do governo Ana Júlia antes

mesmo de ter sua restauração concluída.

Para Moura, o Arte Pará preenche uma

lacuna que é dar oportunidade para que os

artistas plásticos locais participem de um

concurso único e de grande prestígio.

Edilson Moura lembrou o quanto foi

difícil fazer a seleção das obras

participantes e da escolha dos premiados,

tamanha a qualidade e originalidade das

ideias elaboradas pelos artistas. "Quero

parabenizar a Fundação Romulo

Maiorana por essa iniciativa e desejar

que o Arte Pará tenha vida longa para

que continue a dar oportunidade às

futuras gerações de artistas que virão".

Orlando Maneschy, curador do salão,

disse que o Arte Pará é um evento

artístico de grande importância para o

sistema de arte da Amazônia, que ajuda a

projetar nomes da região em outros

centros de consumo de arte do país.

Maneschy diz ainda que o salão cria uma

intercomunicação entre o circuito de arte

de Belém com outros circuitos. O salão

poderá ser visitado até o dia 30 de

novembro. P

Apreciando uma das obras

A governadora Ana Júlia Carepae a fotógrafa Paula Sampaio

Page 28: Pará+ 96

28 p a r a m a i s . c o m . b r

governadora Ana Júlia

Carepa e d iversos

secretários de Estado do

Pará participaram em

Brasília, da cerimônia de

posse do novo ministro

das Relações Institucionais, Alexandre

Padilha, realizada no Palácio do

Itamaraty.

O médico Alexandre Padilha, que

ocupava a chefia da Subsecretaria de

Assuntos Federativos da Presidência, tem

38 anos, substitui José Múcio Monteiro.

Ele será responsável pelo relacionamento

do governo federal com parlamentares,

governadores, prefeitos e todos os

detentores de mandatos eletivos.

No discurso de posse, o novo ministro

destacou sua forte ligação com o PT e o

presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Padilha negou que pretenda se candidatar

a qualquer cargo eletivo em 2010. "Estou

honrado de ser ministro de seu governo.A

minha geração começou na política pela

liderança do senhor", disse Padilha

dirigindo-se ao presidente. "Essa geração

disputava intensamente na política, mas

quando chegava para ser liderada pelo

presidente Lula todo mundo cantava uma

música só", acrescentou.

O presidente respondeu com bem

humorado. "Se eu soubesse que Padilha

era tudo isso, tinha indicado alguém

menos lulista e petista", declarou Lula,

que aproveitou para defender o Congresso

Nacional. "Talvez eu passe pela história

como o único presidente que não tenha

feito críticas nem nos bons nem nos maus

momentos ao Congresso. Eu, mesmo

quando tenho que dizer, não digo. A gente

precisa aprender a respeitar o Congresso

Nacional, porque com todos os defeitos

que ele tem, é a cara da sociedade

brasileira no dia das eleições", reiterou.

Lula recomendou a Padilha que tenha

cautela e mantenha aberto o diálogo com

A

Fotos: Adriano Machado, Fábio Rodrigues Pozzebom/Abr e Ricardo Stuckert / PR

A posse do ministro Alexandre Padilha

Lula discursa na concorridacerimônia de posse do novoministro, Alexandre Padilha

Ana Júlia Carepa durante acerimônia de posse, ao ladodo ministro Paulo Bernardo

(à esq.) e o líder do PT,Cândido Vaccarezza

Diálogo

Page 29: Pará+ 96

29p a r a m a i s . c o m . b r

os parlamentares. "Tem que ter

reciprocidade, compreensão. Não

podemos ter relação com deputado e

senador quando estamos no sufoco para

ter maioria para votar alguma coisa. Tanto

eles precisam que o governo contribua

para que as coisas aconteçam no

Congresso, como nós. E tem que ter base

aliada", observou o presidente.

O novo ministro considera seu primeiro

desafio no Ministério de Relações

Institucionais fazer com que a base no

Congresso Nacional participe mais

intensamente das decisões do governo,

sinta-se contemplada e receba os créditos

das ações positivas e conquistas do

governo federal.

A posse de Padilha foi prestigiada, ainda,

pela ministra chefe da Casa Civil, Dilma

Rousseff, e pelo vice-presidente da

República, José Alencar. Este, que

continua lutando contra o câncer, ao entrar

no salão onde ocorria a solenidade foi

demoradamente aplaudido de pé por todos

os presentes.

Já ocuparam o Ministério das Relações

Institucionais Walfrido Mares Guia,

Jacques Wagner, Aldo Rebelo e Tarso

Genro.

Alexandre Padilha, é amigo e colaborador

da revista Amazônia sobre assuntos do

Mercosul.

P

Presidente Lula cumprimenta o ex-ministro José Múcio

Lula e AlexandrePadilha, no Itamaraty

Na cerimônia de posse do novo ministro deRelações Institucionais, Alexandre Padilha,no Palácio do Itamaraty

O novo ministro-chefe daSecretaria de RelaçõesInstitucionais da Presidênciada República, Alexandre Padilha

O vice-presidente, José Alencar (aplaudidíssimo), e a ministra DilmaRousseff durante cerimônia de posse do novo Ministro-Chefe da Secretariade Relações Institucionais da Presidência da República, Alexandre Padilha

Page 30: Pará+ 96

ministro-chefe interino da

Secretaria de Assuntos

Es t ra t ég icos (SAE) ,

Daniel Vargas, quer a

ajuda do Governo do

Estado do Pará para ampliar as

possibilidades brasileiras no mercado de

créditos de carbono, que deve ter suas

regras definidas a partir da Conferência de

Copenhagen, em dezembro. Em visita ao

Pará, o ministro se reuniu com a

governadoraAna Júlia Carepa, com quem

conversou sobre o Plano Amazônia

Sustentável, e falou sobre a necessidade

dos Estados ampliarem suas estratégias e

se habilitarem para entrar na chamada

"economia verde".

Em sua primeira visita ao Estado, depois

de tomar a frente da SAE, substituindo o

ministro Mangabeira Unger, Daniel

Vargas destacou as boas oportunidades

que o Brasil terá neste novo

mercado, especialmente de

negoc i a çõe s com os

Estados Unidos, que devem

disponibilizar cerca de R$

10 bilhões por ano para

pagamento de serviços

ambientais.

Defensora de mecanismos

de compensação ambiental

como o REDD (Redução

por Desmatamento e

Degradação Evitados),

inclusive enquanto membro

do Fórum de Governadores da Amazônia,

a governadora Ana Júlia Carepa informou

ao ministro as iniciativas do Pará já em

andamento, como o esforço em realizar a

regularização fundiária para dar

segurança jurídica aos investidores e o

programa de recomposição florestal Um

Bilhão de Árvores para aAmazônia.

No primeiro caso, destacou as ações

realizadas em parceria com o governo

federal pelo mutirão Arco Verde Terra

Legal, e também a experiência de

ordenamento territorial das glebas

Mamuru-Arapiuns, maior área de

florestas públicas não destinadas do Pará.

Em relação à recomposição florestal,

citou investimentos privados já captados,

a partir do programa estadual, como os da

Amata, empresa reflorestadora que está

atuando em Castanhal e Paragominas.

30 p a r a m a i s . c o m . b r

OFotos: David Alves/Ag Pa

Pará se habilita paraa economia verde

P

A governadora Ana Júlia Carepa e Daniel BarcelosVargas, ministro Chefe da Secretaria de AssuntosEstratégicos da Presidência da República

Em reunião, o ministro-chefe interino da Secretaria deAssuntos Estratégicos, Daniel Vargas, e a governadora Ana JúliaCarepa falaram do Plano Amazônia Sustentável e da "economia verde"

Destaque para as ações realizadas em parceria com ogoverno federal pelo mutirão Arco Verde Terra Legal

Esforço em realizar a regularização fundiária

Ordenamento territorial dasglebas Mamuru-Arapiuns

Page 31: Pará+ 96

31p a r a m a i s . c o m . b r

governadora Ana Júlia

C a r e p a r e c e b e u

semana passada, o

Estudo de Impactos

A m b i e n t a i s e o

Relatório de Impactos

Ambientais (EIA/RIMA) para a

implantação da ALPA – Aços Laminados

do Pará, a siderúrgica que a Vale

construirá no município de Marabá. O

estudo foi entregue pelo diretor da Alpa,

José Carlos Soares, à governadora e ao

secretário Aníbal Picanço, titular da

Secretaria de Estado de Meio Ambiente

(Sema), órgão responsável pela análise do

estudo.

A o l a d o d o s e c r e t á r i o d e

Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia,

Maurílio Monteiro, a governadora

d e s t a c o u a i m p o r t â n c i a d o

empreendimento para a economia do

Pará, mas reforçou o encaminhamento de

que a análise do EIA/RIMA seja rigorosa,

respeitando os princípios legais e o meio

ambiente. "Os estudos serão avaliados

com todo o rigor necessário. Não vamos

d e i x a r p a s s a r n a d a . Q u a l q u e r

empreendimento tem impacto, é claro,

mas não abriremos mão de que eles sejam

mitigados ou compensados, e que

possamos maximizar os efeitos positivos,

porque a instalação da siderúrgica irá

gerar milhares de empregos, direta e

indiretamente", destacou.

Aníbal Picanço declarou que a Sema está

preparada para realizar a análise de

estudos do porte do EIA/RIMA da ALPA

com celeridade, e que isso será feito

cumprindo todas as exigências. "Não há

um prazo determinado,

vamos cumprir todas as

etapas com cuidado, as

aná l i s e s t é cn i c a s , a

realização de audiências

públicas, mas é importante

para o Estado que esse

processo seja cumprido

com agilidade", disse o

secretário.

Para Ana Júlia Carepa, a

ALPA atende a uma

necessidade antiga do Pará,

de agregar valor ao minério

extraído no Estado, fazendo

com que deixe de ser

apenas exportador de

matéria prima. "Por isso construímos um

processo junto ao presidente Lula para

garantir obras de infraestrutura que eram

necessárias há muito tempo e também

para a implantação da siderúrgica.

Agregar valor é algo que estamos

buscando fazer com todas as nossas

riquezas naturais, investindo em ciência e

tecnologia. Por que não buscaríamos isso

para o setor minerário? Queremos deixar

de ser meros exportadores de matéria

prima. Queremos que a bauxita extraída

aqui e que hoje vai para o Maranhão seja

beneficiada dentro do Pará", acentuou a

governadora.

Segundo o diretor da ALPA, o projeto

apresentado ao governo do Estado foi

realizado por especialistas reconhecidos

mundialmente. "Estamos usando o que há

de melhor em tecnologia no mundo para

que tudo seja feito da melhor forma, mas

também estamos abertos a realizar

ajustes, caso seja necessário", garantiu.

AFotos: David Alves/Ag Pa

Governo recebe estudo ambientalsobre a siderúrgica de Marabá

P

A governadora Ana Júlia Carepa recebeu de José Carlos Soares,diretor da Alpa, os EIA RIMA para a implantação da siderúrgicaque a empresa Vale construirá no município de Marabá

A governadora Ana Júlia Carepa recebeu de José Carlos Soares,diretor da Alpa, os EIA RIMA para a implantação da siderúrgicaque a empresa Vale construirá no município de Marabá

Os relatórios EIA/RIMA

Durante o encontro

Ana Júlia cumprimentaJosé Carlos Soares

Cuidado

Page 32: Pará+ 96

32 p a r a m a i s . c o m . b r

governadora Ana Júlia

Carepa assinou no

auditório do Palácio dos

Despachos, o decreto

que cr ia o Fórum

Paraense de Mudanças

Climáticas, um dos instrumentos do Plano

de Prevenção, Controle e Alternativas ao

Desmatamento (PPCAD), lançado pelo

governo do Estado em 5 de junho último,

Dia Mundial do Meio Ambiente. O

Fórum, que será presidido pela

governadora, tem composição paritária de

órgãos do Executivo estadual, da

sociedade e de instituições de pesquisa

com atuação afinada com o tema.

A criação do Fórum foi destacada tanto

porAna Júlia Carepa como pelo secretário

de Estado de Meio Ambiente, Aníbal

Picanço, como um avanço no combate à

degradação ambiental no Pará, o único

Estado da Amazônia Legal que instituiu

sua política de redução do desmatamento

ilegal e assumiu, formalmente, metas para

isso até 2020. Segundo Picanço, hoje

existem mais de 20 órgãos e secretarias

estaduais envolvidos nas ações do

PPCAD.

Formulado a partir de um grupo de

trabalho que envolveu 15 instituições,

entre órgãos públicos e de pesquisa, o

Fórum vai debater e propor estratégias

para o enfrentamento ao tema das

mudanças climáticas no Estado.Atuará na

discussão de um projeto de lei a ser

encaminhado pelo Execut ivo à

Assembleia Legislativa, com a definição

dos projetos e programas a serem

implementados pelo governo no tocante

às mudanças climáticas, incluindo ações

como pagamento por serviços ambientais.

"Estamos cada vez mais reafirmando o

potencial do Pará para se tornar uma

economia verde e transformar esse

potencial em melhorias para o nosso

povo", enfatizou Ana Júlia Carepa,

destacando que o Pará já conseguiu

reduzir seus índices de desmatamento,

mesmo com todas as peculiaridades que

dificultam o controle no Estado, fruto

também de investimentos em políticas de

regularização fundiária e ambiental e

apoio à produção agrícola familiar. "Não

se combate o desmatamento só com

A

Fotos: Elcimar Neves/Ag Pa

Criado o Fórum de Mudanças Climáticas

O auditório do Palácio dos Despachosrecebeu representantes dos segmentosinteressados em combater adegradação ambiental

O auditório do Palácio dos Despachosrecebeu representantes dos segmentosinteressados em combater adegradação ambiental

No Lançamento do Fórum Paraensede Mudanças Climáticas

Povos indígenas presentes no Lançamento do Fórum Paraense deMudanças Climáticas e assinatura de convênio entre Sema e oInstituto Vitória-Régia que beneficiará os povos indígenas

Estratégias

Page 33: Pará+ 96

33p a r a m a i s . c o m . b r

repressão. É preciso propor alternativas",

completou.

Durante o mesmo evento, a governadora,

o secretário Aníbal Picanço, o presidente

do Instituto de Desenvolvimento

Econômico, Social eAmbiental do Estado

do Pará (Idesp), Peter Mann de Toledo, e

Luiz Fernandes Barbosa, da Conservação

Internacional do Brasil (CI), assinaram

um termo de cooperação técnica para

realização de estudos e pesquisas na área

de mudanças climáticas.

A primeira reunião ordinária do Fórum

Paraense de Mudanças Climáticas deverá

já na primeira quinzena de outubro. Além

do debate acerca da minuta de Política

Estadual de Mudanças Climáticas a ser

apresentada pela Fundação Getúlio

Vargas, a pauta do primeiro encontro

engloba o encaminhamento das

negociações do Fórum Global de

Governadores sobre Clima e Florestas,

que será realizado na Califórnia (EUA),

de 29 de setembro a 2 de outubro, e a

aprovação do Regimento Interno do

Fórum.

O governo vem apostando

na mudança do modelo de

desenvolvimento e tem

buscado recursos para a

i m p l e m e n t a ç ã o d e

programas que valorizem

a floresta em pé, ao

mesmo tempo em que

t r a b a l h a p e l a

regularização e uso das

áreas já abertas nas zonas

d e c o n s o l i d a ç ã o

e c o n ô m i c a , q u e

representam cerca de 20 milhões de

hectares.

Algumas metas do PPCAD já foram

cumpridas, como a aprovação do projeto de

lei de regularização fundiária, que revogou

osartigosda legislaçãoestadualque limitava

o prazo para a regularização da reserva legal

a nove anos, quando o Código Florestal

permitia 30 anos; a regulamentação sobre

recomposição, regeneração e compensação

de áreas de reserva legal, e a revisão do

Cadastro Ambiental Rural (CAR), para dar

mais agilidade a este processo. A Sema

também vai adquirir imagens de alta

resolução para a atualização da malha

geodésicadoEstado.

Alex Santos Keuffer, diretor-presidente do InstitutoVitória-Régia para o Desenvolvimento da Amazônia,assinou convênio de cooperação com a Sema

Ana Júlia Carepa, destacou o potencialdo Pará para se tornar uma economia verde

Aníbal Picanço, secretário de Estado de Meio Ambiente,assinou o convênio de cooperação Valdecir Tembé, daliderança indígena dos Tembés, assinou convênio decooperação que beneficiará os povos indígenas, Tembés

Aníbal Picanço, secretário de Estado de Meio Ambiente,assinou o convênio de cooperação Valdecir Tembé, daliderança indígena dos Tembés, assinou convênio decooperação que beneficiará os povos indígenas, Tembés

Marcio Meira, presidente da Funai,durante o Lançamento do Fórum

Paraense de Mudanças Climáticas

Luiz Fernandes Barbosa, representanteda Conservação Internacional, é um dossignatários do convênio de cooperação

PPCAD P

Page 34: Pará+ 96

p a r a m a i s . c o m . b r

om a par t ic ipação de

agricultores de várias regiões

do Estado, por meio de

v i d e o c o n f e r ê n c i a , a

governadora Ana Júlia

Carepa lançou o Plano Safra 2009/2010

no Pará, no auditório do Banco da

Amazônia. Os R$ 480 milhões destinados

pelo Ministério de Desenvolvimento

Agrário (MDA), sendo R$ 280 milhões do

Basa e R$ 200 milhões do Banco do

Brasil, garantirão o crescimento da

a g r i c u l t u r a f a m i l i a r , q u e v e m

apresentando resultados devido às

políticas voltadas ao fomento da

atividade, considerada prioridade pelo

governo do Estado. O evento marcou,

ainda, a comemoração de um ano do

Campo Cidadão, programa de incentivo

ao desenvolvimento socioambiental da

produção rural paraense.

As ações representam o "grande esforço"

do Conselho Estadual de Desen-

volvimento Rural do Estado, segundo

Cássio Alves Pereira, titular da Secretaria

de Estado de Agricultura (Sagri) e

presidente do Conselho, que reúne 32

instituições públicas e privadas do setor

rural do Pará. "Historicamente, o Plano

Safra é o anúncio de recursos distribuídos

à agricultura familiar no Brasil, em torno

de R$ 15 bilhões anuais. No Pará,

realizamos um conjunto de políticas para

que se integrem ao fortalecimento e à

aplicação destes recursos", garantiu o

secretário.

Cássio Pereira destacou também que, por

meio do NavegaPará, maior programa de

inclusão digital do Brasil, o evento foi

transmitido em tempo real pela internet,

CFotos: Cláudio Santos/Ag Pa

R$ 480 milhões para agriculturafamiliar no Plano Safra 2009/2010

A produção de cacau estáentre as que mais crescemem território paraense

Aírton Faleiro, Cássio Pereira e Ana Júlia nolançamento do Programa Campo Cidadão

Cássio Pereira, secretário de Estado de Agricultura:“Historicamente, o Plano Safra é o anúncio derecursos distribuídos à agricultura familiar no Brasil”

Page 35: Pará+ 96

35p a r a m a i s . c o m . b r

numa iniciat iva da Empresa de

Processamento de Dados do Pará (Prodepa).

Oprogramapromoveaindaainclusãosocial,

ressaltou a governadora Ana Júlia Carepa,

explicandoqueemtemposdecrise,pormeio

dos infocentros, técnicos da Empresa de

Assistência Técnica e Extensão Rural

(Emater) poderão orientar trabalhadores de

todooPará.

"Com a integração dos órgãos é possível

fortalecer a produção familiar e ganhar

resultados", destacou governadora, que

citou outros avanços, entre eles a

mecanização rural, a criação do Crédito

RuralAmbiental, as 25 Casas de Farinha e

as 30 Feiras do Produtor, facilitando a

comercialização direta do produtor com o

cliente. Ela lembrou também dos 11

assentamentos estaduais criados, todos

com licença ambiental e direitos

garantidos, como o acesso aos créditos.

Por meio do Programa Caminhos da

Parceria, o governo do Estado vem

recuperando estradas vicinais, permitindo

o escoamento dos produtos.

Melhorias que os 600 moradores do

assentamento Abril Vermelho, de Santa

B á r b a r a d o P a r á , n a R e g i ã o

M e t r o p o l i t a n a d e B e l é m , t ê m

comprovado. Regiane Ferreira Costa

participou da solenidade com mais 15

agricultores do local, que reúne diversas

associações em torno do trabalho que vai

da criação de aves ao plantio de frutas,

verduras e grãos. "O Plano tem

contribuído com a orientação técnica e

acredito que os benefícios vão continuar.

O apoio do Estado ajuda também no

escoamento dos produtos. Por meio de

um convênio com a Sagri temos

transporte, o que é fundamental", disse

ela, acrescentando que a Emater e a

Federação dos Trabalhadores na

Agricultura no Estado do Pará (Fetagri)

também são instituições parceiras.

Investimentos em sustentabilidade foram

destacados pelo presidente do Basa, José

Abdias Júnior. "Dos 143 municípios

paraenses, o Basa tem Pronaf (Programa

Nacional de For ta lec imento da

Agricultura Familiar) em 131. E quero

chegar a todos", anunciou. Para a delegada

federal do MDA, Soraya Almeida, que

representantou o ministro Guilherme

Cassel, o que foi feito em apenas três anos

pela agricultura familiar no Estado é mais

do que o realizado nos últimos 20 anos. "O

Ministério tem um carinho muito especial

pelo governo do Pará e pela governadora

Ana Júlia Carepa, que tem sido guerreira

pela forma como tem enfrentado os

impasses, como as questões ambientais",

disse a delegada, lembrando das

especificidades de se governar um Estado

onde só o município deAltamira, na Região

do Xingu, tem dimensões maiores que as do

Estado deSergipe.

Ela disse ainda que o envolvimento de

entidades de classe - como Fetagri, MST e

movimentos de mulheres, índios e

q u i l o m b o l a s - n a s d i c u s s õ e s ,

e s p e c i a l m e n t e n o s F ó r u n s d e

Competitividade, é necessário para os

avanços da agricultura familiar.

A governadora Ana Júlia Carepadestacou os incentivos garantidos

pelo governo do Estado parafomentar a agricultura

familiar no Pará

José Abdias Júnior, presidentedo Basa, destacou os investimentosna agricultura sustentável

Avanços

Crescimento

Page 36: Pará+ 96

Assuntos como os entraves relacionados

a o s e t o r f o r a m d i s c u t i d o s e m

videoconferência por Ana Júlia Carepa e

trabalhadores dos municípios de

Santarém, Marabá e Altamira. O

sindicalista Raimundo Almeida falou de

Marabá, sudeste do Estado. Do oeste, em

Altamira, o agricultor Domingues

Oliveira também conversou com a

governadora, de um computador de um

infocentro recém-inaugurado no

município.

"Esse é um momento ímpar de

participarmos do lançamento do

programa. Isso só vem fortalecer a

agricultura familiar na região, tão

esquecida por outros governos",

comentou Domingues Oliveira, elogiando

a ef ic iência do NavegaPará . A

governadora frisou ainda as políticas

especiais para os trabalhadores rurais da

região do Xingu, afetados pelas enchentes

no primeiro semestre deste ano.

Por meio do programa Campo Cidadão, a

Sagri, em parceria com outras secretarias

de Estado e órgãos federais, atende hoje

50 mil famílias de todas as Regiões de

Integração do Pará e pretende chegar a

120 mil famílias até 2010. Para isso, o

programa promove mais de 20 ações,

eventos do porte do Frutal/Flor Pará (que

movimentou R$ 90 milhões em negócios

em 2008 e 2009) e da Festa Estadual do

Cacau, além de incentivos como o repasse

de 172 patrulhas agrícolas e a distribuição

de sementes às organizações de

produtores familiares e prefeituras.

"Pela primeira vez há um programa

específico para este público", afirmou a

governadora, destacando que os Arranjos

Produtivos Locais (APLs) promovidos

pelo Campo Cidadão são outra grande

inovação. Por meio de seminários, osAPLs

mapeiam as demandas de cada local,

incrementando as atividades específicas de

cada região: pesca e aquicultura, pecuária

leiteira, fruticulturaetc.

Em parceria como o maior programa

mundial de reflorestamento, o Um Bilhão de

Árvores para aAmazônia, o Campo Cidadão

já incentivou o plantio de 800 mil mudas de

essências florestais nativas, 5 milhões de

mudas de açaí e 3 milhões de cupuaçu. A

agroindústria também tem recebido

investimentos do governo, que promove

desenvolvimentoregionalsustentável.

Hoje, o Pará é o maior produtor de mel da

Amazônia e o maior produtor nacional de

açaí (que tem destaque no mercado

internacional), abacaxi e cupuaçu, além

de ter a segunda maior produção de cacau

do país. A agricultura familiar é

responsável por grande parte desta

produção. Com a criação da Secretaria de

Estado de Pesca e Aquicultura (Sepaq), a

governadora Ana Júlia Carepa acredita

que, muito em breve, o Pará vá liderar

também a produção pesqueira.

36 p a r a m a i s . c o m . b r

Carlos Augusto Silva, presidente da Federação dosTrabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura do Pará,

durante lançamento do Plano Safra e comemoraçãode I Ano do Programa Campo Cidadão

Participação

Campo Cidadão

P

Beneficiários do programa Campo Cidadão tambémse fizeram presentes no auditório do Basa

Soraya Almeida, do MDA, elogiou ocompromisso do governo paraensecom o fomento à produção agrícola

Page 37: Pará+ 96
Page 38: Pará+ 96

38 p a r a m a i s . c o m . b r

placa do marco zero das

obras da primeira etapa da

construção do Linhão do

Marajó foi descerrada pela

governadora Ana Júlia

Carepa, no município de Portel. O

investimento de quase R$ 500 milhões irá

gerar desenvolvimento socioeconômico

com preservação ambiental no Marajó,

mudando a realidade dos cerca de 392 mil

habitantes do arquipélago, por meio da

redução dos custos elevados da geração de

energia elétrica a óleo diesel, e da

diminuição dos impactos ambientais deste

sistema.

Uma resposta aos anseios de décadas dos

moradores do Marajó, as obras resultam

de investimentos federais, via Centrais

Elétricas Brasileiras S.A. (Eletrobras) e

Centrais Elétricas do Norte do Brasil S.A.

(Eletronorte), com execução da empresa

Rede Celpa. Lideranças comunitárias,

população, parlamentares e demais

autoridades participaram do lançamento

da primeira etapa, prevista para ser

concluída em um ano.

Walter Cardeal, diretor da Eletrobras,

destacou que já foram liberados R$ 1,5

bilhão para o Pará, investidos no

Programa Luz para Todos, em parceria

com o governo estadual, responsável pela

iluminação de 230 mil residências só no

Marajó. As autoridades também

reconheceram o empenho da governadora

ao reivindicar a obra à Presidência da

República, fator decisivo para a

construção do Linhão do Marajó. Uma

iniciativa que se encaixa na política

ambiental sustentável desenvolvida pelo

governo do Estado, que Ana Júlia Carepa

denomina de "economia verde".

De acordo com Carmem Pereira,

presidente da Celpa, a governadora tem

sido incansável na defesa de um novo

modelo de desenvolvimento para o

Estado. "Somos testemunhas de um fato

histórico, e estamos juntos para festejar a

chegada de luz forte e de progresso. Aqui

(em Portel) começa uma nova luta, uma

nova maneira de governar", afirmou

Pedro Barbosa, prefeito de Portel.

Para Ademar Palocci, diretor responsável

pela construção de obras da Eletronorte,

interligar o Pará ao sistema elétrico do

Brasil é integrar a população do Marajó ao

resto do país. "Estamos fazendo do Brasil

uma terra de todos, e trazer energia para o

Pará, que é uma terra de direitos, é trazer

os mesmos direitos dos outros Estados

A

Fotos: Rodolfo Oliveira/Ag Pa e Artur Souza

A primeira etapa doAna Júlia Carepa descerrou a placado marco zero do Linhão do Marajó

A governadora, secretários de Estado, diretores daEletronorte, Eletrobrás, deputados Federais e Estaduais,

prefeitos da Região do Marajó e convidados em geral,durante a inauguração do Marco do Linhão do Marajó

Fato histórico

Page 39: Pará+ 96

39p a r a m a i s . c o m . b r

Linhão do Marajó

mais desenvolvidos", ressaltou.

"São políticas que o governo estadual está

pensando para todos, tanto para o

empresário, quando para o pequeno

produtor", garantiu Airton Faleiro, líder

do governo na Assembleia Legislativa.

Segundo ele, o Linhão é resultado do

plano participativo do governo estadual

para o Marajó, desenvolvido em conjunto

com o planejamento federal. Discutida

pela população, a aprovação do Plano do

Marajó resultou da negociação da

governadora com a bancada federal,

confirmou André Farias, secretário de

Estado de Integração Regional.

As empresas que serão atraídas com o

novo sistema darão mais oportunidades à

população de Portel, explicou a

governadora. O Linhão incrementará a

geração de emprego e renda e ajudará a

reduzir a emissão de CO2 na atmosfera. A

queima de óleo diesel do sistema atual

ainda representa riscos com estocagem,

transporte e manuseio.

"Ao invés de emitir gás, vamos ter energia

elétrica limpa e nos creditar no mercado

mundial de crédito de carbono. Com isso,

ganharemos recursos para investir mais,

porque vocês estarão contribuindo com a

manutenção da floresta", frisou Ana Júlia

Carepa, lembrando que também já pediu à

Celpa para que empregue moradores de

P o r t e l n e s t a e t a p a . " E s t a m o s

reconstruindo o Pará, não apenas olhando

para a capital", acentuou a governadora,

citando as obras em andamento da rodovia

PA-154, que liga os municípios de Soure,

Salvaterra e Cachoeira do Arari, e de

pavimentação da PA-368 (que liga Portel

a Cametá, no Baixo Tocantins)”. Hoje, os

Oportunidades

O prefeito Pedro Barbosadisse estar testemunhando

em Portel uma nova maneirade governar o Pará

Deputado Federal Paulo Rocha,durante a inauguração do marco

zero do linhão do Marajó

No Viveiro Agroflorestal dePortel, a governadora plantou

uma muda de ipê amarelo

Page 40: Pará+ 96

acessos a Portel são por vias fluvial e

aérea.

"Ana Júlia Carepa também inaugurou

cinco dos 10 km de asfalto participativo

no município e a Unidade de Saúde da

Zona Rural. Uma conversa com jovens

atendidos pelo ProJovem Rural e a visita à

Casa de Acolhimento Ágape da Cruz

também fizeram parte da programação.

Ela entregou ainda licenças ambientais,

47 cartas de crédito do CredPará e visitou

o Viveiro Agroflorestal de Portel (Unap),

onde plantou ipê amarelo, uma das 68

essências florestais existentes no lugar.

No viveiro estão plantadas mais 1,3

milhão mudas, uma contribuição ao

programa Um Bilhão de Árvores para a

Amazônia.

Serão desat ivadas cinco usinas

termelétricas na primeira etapa das obras

do Linhão, uma redução de cerca de 238

milhões de litros de óleo diesel nos

próximos 10 anos, o equivalente a R$ 476

milhões, volume similar ao investimento

da segunda etapa, quando serão

desativadas mais 10 usinas.

Na primeira fase serão implantados 260

km de linhas de alta tensão e 335 km de

linhas de transmissão, além da construção

de seis novas estações. Para a segunda

etapa serão 650 km de linhas de alta tensão

e 10 novas estações. A primeira fase

abrangerá os municípios de Portel,

Breves, Melgaço e Curralinho. Gurupá

receberá energia do município de Vitória

do Xingu. Os outros municípios

marajoaras serão beneficiados com a

segunda etapa.

A expectativa é de melhoria do Índice de

Desenvolvimento Humano (IDH) no

arquipélago, um dos mais baixos do país, e

o restabelecimento das tarifas de energia

elétrica. Os municípios também poderão

ser atendidos por cabos de fibra óptica e

serviços de telefonia fixa e móvel de mais

qualidade.

40 p a r a m a i s . c o m . b r

P

Benefícios

Linhão do Marajó: redução dos custoselevados da geração de energia elétrica

a óleo diesel, e da diminuição dosimpactos ambientais deste sistema

Gracionice da Silva, presidente do Sindicato deTrabalhadores de Portel, agradeceu à governadora

por ouvir e atender os clamores da população

Airton Faleiro, deputado Estadual e líderdo Governo na ALEPA na inauguração domarco do linhão no município de Portel

Page 41: Pará+ 96
Page 42: Pará+ 96

oram mais de 12 horas de

discussão em Belo Horizonte

sobre jornalismo científico e

desenvolvimento sustentável

materializadas em um livro

com 14 a r t i g o s , 28 t r a b a l ho s

apresentados, duas mesas redondas, uma

conferência, três palestras, uma sessão

especial, dois minicursos e a extra-

of ic ia l idade das conversas que

culminarão certamente com outros

eventos, mais palestras, novos projetos,

diferentes parcerias e mais interesse em

conhecer como se dá a popularização da

Ciência via jornalismo, enfim, se

aprofundar sobre os processos que

permitem os jornalistas levar à sociedade

o que acontece nas universidades,

institutos e centros de pesquisa.

A promoção da Associação Brasileira de

Jornalismo Científico (ABJC), entidade

que há 32 anos reúne jornalistas que atuam

neste segmento e da Fundação de Amparo

à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), a

ún i c a ag ên c i a d e f omen t o ao

desenvolvimento científico e tecnológico

daquele Estado, reuniu cerca de 70

pessoas de 14 a 16 de outubro no

Congresso Nacional da categoria que

acontece bianualmente. O próximo, em

2011, está previsto para ter Belém do Pará

como sede e articulações nesse sentido já

começaram.

Registrar, deixar para a posteridade o que

se discute e se produz neste início de

século no jornalismo científico brasileiro

dá um significado especial ao livro que

reúne art igos de

Graça Caldas, da

U n i v e r s i d a d e

Metodista de São Paulo

(Umesp) e Universidade Estadual de

Campinas (Unicamp) , Cilene Victor da

Universidade Nove de Julho (Uninove) e

diretora de redação da revista Com

Ciência Ambiental, Wilson Bueno,

professor da Umesp e da USP e diretor da

F

Fotos: Gláucia Rodrigues

Não é de hoje que o cientista Luiz Carlos Molion incomoda e contesta o que parece ser(até hoje) unanimidade na comunidade científica. No X Congresso Brasileiro deJornalismo Científico na Mesa redonda A ciência no Brasil: da divulgação às políticaspúblicas de CT&I ele ratificou o que vem pregando há vários anos e no mínimo levou osque os que ainda não o conheciam a repensar sobre o que tem sido colocado comoverdade universal: o planeta não está aquecendo e ao contrário, vai esfriar. Os que jáconhecem suas teses tiveram mais uma oportunidade, em Belo Horizonte, deaprofundá-las para melhor entendê-las, mesmo discordando.O que Molion argumenta com eloquência e um poder persuasivo incontestável tomauma dimensão ainda maior quando se conhece o seu currículo lattes :”Possuigraduação em Fisica pela Universidade de São Paulo (1969), PhD em Meteorologia,University of Wisconsin, Madison (1975), pós-doutorado em Hidrologia de Florestas,Institute of Hydrology, Wallingford, UK (1982) e é fellow do Wissenschftskolleg zu Berlin,Alemanha (1990). É Pesquisador Senior aposentado do INPE/MCT e atualmente éProfessor Associado da Universidade Federal de Alagoas, professor visitante daWestern Michigan University, professor de pós graduação da Universidade de Évora,Portugal. Tem experiência na área de Geociências, com ênfase em Dinâmica de Clima,atuando principalmente em variabilidade e mudanças climáticas, Nordeste do Brasil eAmazônia, e nas áreas correlatas energias renováveis, desenvolvimento regional edessalinização de água.É membro do Grupo Gestor da Comissão de Climatologia,Organização Meteorológica Mundial (MG/CCl/WMO)”.Tanto conhecimento e experiência acumulados tornam- no uma pessoa balizada parano mínimo gerar controvérsias e como ele próprio afirma, provocar boicotes à

publicação de seus pontos de vista, financiamento para suas pesquisas ou mesmoimpedir simples convites para eventos que tratem de mudanças climáticas globais.Os argumentos que ele faz uso são inúmeros, mas o mais enfático se alicerça naafirmação de que o sol e o oceano Pacífico são os únicos responsáveis pelo clima daTerra, aliando outras pérolas incômodas como a que o CO² não é vilão, mas o gás da vidae que muito do que se tem propalado sobre aquecimento global os danos causadospelos gases poluentes faz parte de uma conspiração dos países desenvolvidos (o G7)

Na contramão do discurso universal sobre mudanças climáticasProfessor Luiz Carlos Molion

Jornalistas e cientistasunidos pela Ciência

Cilene, Portugal ePolicarpo na abertura

42 p a r a m a i s . c o m . b r

Ruth Rendeiropor

Page 43: Pará+ 96

Comtexto Comunicação e Pesquisa;

C i dova l Mo r a i s , p r o f e s s o r d a

Universidade Estadual da Paraíba;

Simone Bortoliero professora da

Universidade Federal da Bahia e Ruth

Rendeiro, jornalista da Embrapa

Instrumentação Agropecuária todos

integrantes da atual diretoria da ABJC,

além dos jornalistas convidados:. Miriam

Santini de Abreu, Clayton Levy, Ilza

Girardi, Carina Gomes Rufino, Heloiza

Dias, Elizabeth Gonçalves, Lúcia Lemos

eVanessa Fagundes.

O primeiro dia do X Congresso Brasileiro

de Jornalismo Científico, após ser aberto

oficialmente pela presidente da ABJC,

Cilene Victor; pelo Secretário de Ciência,

Tecnologia e Ensino Superior de Minas

Gerais, Alberto Duque Portugal, e pelo

diretor científico da Fapemig, José

Pol icarpo Gonçalves de Abreu,

prosseguiu com a conferência de Sérgio

Abranches, professor do Instituto

Coppead de Administração (UFR),

diretor-fundador do site O Eco e

comentarista da rádio CBN (a rádio que

toca notícia), que falou sobre “

Ecopol í t i ca e Desenvolv imento

Sustentável”.

Um programação intensa prosseguiu com

a mesa redonda sobre as Fundações de

apoio à pesquisa (FAP's), coordenada pela

jornalista Vanessa Fagundes,da Fapemig

que ressaltou a parceria da ABJC com as

FAPs, ao tratarem do incentivo que hoje

elas dispensam à divulgação científica. A

segunda mesa redonda sobre A ciência no

Brasil: da divulgação às políticas públicas

de CT&I foi, sem dúvida, uma das que

geraram maior interesse dos que

comparecem ao X CBJC . A apresentação

do professor Luiz Carlos Molion, da

Universidade Federal de Alagoas,

instigou os participantes e gerou intenso

debate diante de afirmações que vão de

encontro a (quase) tudo o que se tem

d i v u l g a d o a

r e s p e i t o d o

aquecimento global

(box na página ???).

Dela part iciparam

ainda Ildeu de Castro

Moreira, diretor do

D e p a r t a m e n t o d e

Popularização e Difusão

da Ciência e Tecnologia do

Ministério da Ciência e

Tecnologia e José Roberto Ferreira,

diretor da Acadêmica e assessor de

comunicação da Sociedade Brasileira

pelo Progresso da Ciência (SBPC).

A Pauta Ambiental no Jornalismo

Científico: erros e acerto eASociologia da

Ciência foram os temas dos minicursos

por Cidoval Morais e Cilene Victor,

respectivamente. Enquanto as palestras

para impedir que os que estão em desenvolvimento geremmais energia e, obviamente, desenvolvam-se mais e osameacem. A criação do G20 com a inclusão de países comoo Brasil seria a constatação de que os 7 já não são asupremacia de décadas atrás.Em nenhum momento o professor Molion se opõe às açõesque visam reduzir às agressões ao meio ambiente, apenasnão credita ao homem total responsabilidade. Secas,terremotos, enchentes,derretimento das calotas polares,isso, para ele, são catástrofes que existem desde sempre. Agrande diferença é que hoje temos acesso a essasinformações quase imediatamente e o impacto é sempremaior pelo número de pessoas que são atingidas.As controvérsias podem ser explicadas por argumentoscomo os levantados pelo pesquisador da EmbrapaCerrados, Gustavo Mozzer, que participará em dezembrodeste ano da chamada COP 15, em Copenhague. Ele fazquestão de apresentar as diferenças que marcam essestipos de pesquisa. Estudar as mudanças não permite testarhipóteses a partir de um experimento controle, o que paraMozzer nos dá a sensação de que a humanidade estáconduzindo um experimento em escala global no PlanetaTerra sem qualquer tipo ou possibilidade de comprovar de

maneira científica suas conseqüências em virtude daimpossibilidade de comparar esses resultados com umaamostra de controle como por exemplo, um outro planetasimilar ao planeta Terra com condições biogeoquímicassemelhantes e em órbita equivalente a uma estrelasemelhante ao nosso Sol. E ele é categórico:” o futuro quedevemos esperar para nosso filhos e que os nossos filhosdevem esperar para os filhos dependerá em grande soma dasações que decidamos adotar hoje”.Um assunto apaixonante e que promete não se esgotar tãocedo. A compra antecipada no Brasil do livroSuperFreakonomics do economista Steven Levitt e dojornalista Stephen Dubner que tenta provar que oaquecimento global não é uma ameaça tão grande como temse acreditado até então, reflete muito bem o grande interessedo brasileiro em melhor compreender as mudanças que jávem interferindo em sua vida e que deverão mudar a suahistória. Cabendo ao jornalismo científico um papel aindamais relevante nesse amplo contexto, pois, como ressalta apresidente da ABJC, Cilene Victor, “jornalistas e cientistasdevem estar unidos nessa tarefa urgente de possibilitar aocidadão comum participar do seu próprio destino”.

Apresentação de trabalhos

43p a r a m a i s . c o m . b r

Cilene Victor, presidente da ABJC

O conferencistaSérgio Abranches

Livro lançado emBelo Horizonte

Page 44: Pará+ 96

ficaram sob a responsabilidade de Miriam

Santini de Abreu, autora do livro Quando a

palavra sustenta a farsa: o discurso jornalístico

do desenvolvimento sustentável e editora da

revista bimestral Pobres & Nojentas abordando

O discurso da sustentabilidade no Jornalismo

brasileiro. Carlos Tautz, do Ibase, falou sobre O

Jornalismo Científico e Jornalismo Ambiental:

olhares e tangências e Thomas Lewinsohn,

professor da Unicamp e presidente da

Associação Brasileira de Ciência Ecológica e

Conservação (Abeco) tratou do tema Ecólogos,

ecologistas e ambientalistas: a imagem pública

da Ecologia.

O X Congresso Brasileiro de Jornalismo

Científico teve ainda uma sessão especial que

discutiu o Perfil e Formação do Jornalismo

Científico no Brasil sob a liderança de Luiz

Guilherme Queiroz da Fapemig e Universidade

Federal de Minas Gerais e Cidoval

Morais da Universidade Federal da

Paraíba.

Jornalista. Reg.Prof. 609-DRT-PA

P

44 p a r a m a i s . c o m . b r

Carlos Tautz, um dospalestrantes do X CBJC

Mesa redonda sobre as FAPs

Muitos livrosforam adquiridos

Jornalistas e cientistas em BH

Thomas Lewinsohn,ecólogo da Unicamp

Page 45: Pará+ 96

ue este mês dos mortosseja, para todos nós, ummês de reflexão. Quetiremos lições de vida esabedoria a partir do

exemplo daqueles que nos deixaram e aesta hora já conhecem a verdadeira facedo Pai Eterno, do Espírito Santo de Deus ede Nossa Senhora.

Tais lições nos ensinem a vivermelhor esta vida terrena que nos foiemprestada pelo Criador e façam, decada um de nós, seres humanosmelhores, mais dignos, mais corretos,mais cristãos, fieis devotados às SantasEscrituras e à palavra do Senhor. Isto, queé uma esperança, é também uma preceq u e f a z e m o s , a p r o v e i t a n d o agenerosidade dos amigos diletos Ronaldoe Rodrigo Huhn, editores desta belarevista, no sentido do velho e semprerenovado sonho de construção de umasociedade mais fraterna e mais justapara todo mundo, sem nenhum tipo de preconceito.

Novembro obriga a refletir, que cada qual o faça cotidianamente,sem parar nem medo de erro, na obrigação e no dever que temos paracom a Igreja e a comunidade a que pretendemos servir e jamais sermosservidos, significado exato da nossa condição católica. Àsproximidades.- do Natal, nascimento daquele que deu a vida por nós,humildemente peço permissão para suplicar que me perdpem quantos,voluntária ou involuntariamente, haja eu ofendido. Não teria sentido avida sem esse compromisso, já que todos precisamos de todos, nãoimportando categorias sociais, étnicas e de qualquer outra gradação. Semorrer é o destino de toda criação, renascer para a eternidade é ocumprimento da fé que todos mantemos. Este é um compromisso a quejamais procuraremos fugir e tentaremos levar adiante até aconsumação dos séculos e a vinda do Cristo Salvador. Sabemos que averdadeira vida e o nosso verdadeiro lar é o Reino de Deus Pai, de DeusFilho e de Deus Espírito Santo, morada com que sonhamos e que

aguardamos repletos de alegria e de amor.Permitam-me, e suplico de todo o coração e com toda a minha

alma, que dedique este texto, saindo do mais fundo de mim, a doiscompanheiros de jornada que se foram nos últimos dias: Raul Tadeu daPonte Souza e Antônio Carlos Gouvêa Júnior, idos nas proximidades doCírio de Nossa Senhora de Nazaré. Que ambos descansem em santapaz, já que devem ter conhecido a verdadeira face da Divindade, Tadeufazendo reportagem e Gouvêa fotografando os anjos e os santos, um eoutro, a seu modo, recriando poesia. Nesta oportunidade envio os

, de toda a família a que pertenço, quer a Rose, e a minhaamiga Leni.

E até dezembro, para os festejos e a alegria das comemoraçõesdo nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Bom dia, boa tarde e boasorte.

pênsames

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Novembro de 2009A

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(*) Poeta, jornalista e escritor(*)

45p a r a m a i s . c o m . b r

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46 p a r a m a i s . c o m . b r

debate sobre os rumos da

cultura do feijão caupi

no país foi o principal

objetivo do II Congresso

Nacional de Feijão

Caupi, no Hilton Belém.

O evento fez parte da programação dos 70

anos da Empresa Brasileira de Pesquisa

Agropecuária (Embrapa) e teve a parceria

da Secretaria de Estado de Agricultura

(Sagri).

Na cerimônia de abertura, o diretor

adjunto da Sagri, Raimundo Portilho,

destacou o trabalho de fomento realizado

pelo governo para fortalecer a cultura no

estado, enfatizando a importância da

parceria com órgãos do setor produtivo e

de pesquisa, como a Embrapa, para

superar os desafios. O presidente da

Emater, Wiliamson Brasil, falou sobre a

importância da pesquisa e da extensão

rural para a expansão do feijão caupi no

Pará.

A cultura do feijão caupi avança no país,

especialmente na região Norte, onde o

Pará é o estado que mais produz, com 41

mil toneladas, sendo o quarto maior

produtor do país. Com 60 mil hectares

plantados, a cultura gera cerca de 100 mil

ocupações no campo e ocupa 10% do

agronegócio estadual de grãos.

Os pesquisadores vão apresentar no

congresso novas variedades de feijão

caupi para ampliar a oferta do produto no

mercado. Um deles é Francisco Rodrigues

Freire Filho, vencedor do maior prêmio

Frederico de Menezes Veiga 2009, peloOFotos: Carlos Sodré / Ag Pa

II Congresso Nacionalde Feijão Caupi

Abertura do II CongressoRural para a Expansão doFeijão Caupi

Os avanços do feijão caupi

O evento fez parte da programaçãodos 70 anos da Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária (Embrapa)

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seu trabalho de melhoramento genético do

feijão caupi. A cultura representa uma

importante opção para os produtores que

buscam arranjos produtivos mais

eficientes e com boas perspectivas de

mercado.

Rico em ferro e zinco, o feijão caupi é

originário da África. Chegou ao Brasil na

metade do século XVI, trazido pelos

colonizadores portugueses. No Pará foi

introduzido por imigrantes nordestinos há

mais de 50 anos e hoje é para o nordeste

brasileiro que vão 90% da produção

paraense. Uma campanha, apoiada pela

Sagri, incentiva o consumo no estado por

meio da introdução do produto na

merenda escolar e na alimentação dos

soldados nos quartéis.

O gerente da área de grãos e tubérculos da

Sagri, Ribamar Nogueira, participou da

mesa redonda sobre oportunidades e

entraves, falando sobre a política de

fomento do feijão caupi no estado.ASagri

também participou do Dia de Campo no

encerramento da programação do

congresso no município deTracuateua.

A região nordeste do Paráconcentra boa parte da produçãode caupi no estado, alimento ricoem ferro e zinco

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IPSIS VERBISpsis verbis é expressão latina (ipsis = mesmo; verbis =palavra, termo) que confere a ideia de reproduzir uma fraseou um texto com as mesmas palavras do autor; exatamenteigual; sem tirar nem pôr. O período deve ser transcrito entre

aspas, seguido da citação do autor.Muitos são de opinião que citar é querer exibir erudição, leiturafarta e variada. Já para outros, repetir frases proferidas ou escritaspor alguém é tão somente tentar homenagear o autor que nãosomente pensou antes sobre o tema como também o exprimiumelhor. Para o jornalista e escritor Daniel Pizza “Somos criados àbase de frases feitas. Há chavões universais e nacionais que os

mais velhos repetem para os mais novos como se amera repetição já fosse sinal de validade total eeterna”. E cita alguns desses brocardos: “Aesperança é a última que morre”; “O tempo é omelhor remédio”; “Pense duas vezes antes deagir”.Fato é que há frases que são verdadeiramente“lapidares”, pérolas literárias e que, por enunciarconceitos concisamente expressados e de grandealcance doutrinário ou de persuasão, costumamser utilizadas a basto por escritores e oradores. Porisso mesmo é que existem publicações específicasdisponíveis para serem consultadas por quemdeseja delas se valer para retirar

alguma sentença ou citação, a fim de enriquecerou enrijecer o conteúdo de seus escritos.Neste texto repertoriamos algumas dessasfrases, selecionadas aleatoriamente e queconsideramos serem exemplares do que atrásconceituamos. Ei-las:“O livro é um mudo que fala; um surdo que

responde; um cego que guia; um morto que vive”.Padre Antônio Vieira.“Depois de praticar a literatura durante mais de60 anos, publicando 16 livros de prosa e 25 de

poesia, não cultivo ilusões, mas continuo acreditando, com omesmo fervor, na beleza da palavra e no texto elaborado com arte”.Carlos Drummond de Andrade, poeta.“Acho que a literatura, tal como as artes plásticas e a música, éuma das grandes consolações da vida, e um dos modos deelevação do ser humano sobre a precariedade da sua condição”.

Carlos Drummond de Andrade, poeta.“O homem que trabalha com as mãos é um operário. O homem quetrabalha com as mãos e com o cérebro é um artesão; o homem quetrabalha com as mãos, com o cérebro e com o coração é umartista.” São Francisco de Assis.“A mocidade brasileira lê pouco, fala mal e escreve pior”. SérgioCorrea da Costa, embaixador brasileiro.

“Acredito que nas amizades verdadeiras, o sentido deespaço/tempo é anulado.” Aline de MelloBrandão, SOBRAMES-PA.“Os discursos devem ser como o biquíni:suficientemente longos para cobrir o assunto,mas suficientemente curtos para sereminteressantes.” Osvaldo Aranha, embaixadorbrasileiro, ex-presidente da ONU.“Continuam nossas lutas/ podam-se os galhos,colhem-se as frutas/ e outra vez se semeia...”Mestre Cartola, compositor brasileiro, “Todo otempo que eu viver” (fragmento).“As palavras têm sexo. E casam-se. O casamento

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Daniel Pizza

Carlos

Drummond

de Andrade

Padre Antônio Vieira

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delas é que se chama estilo.”Machado de Assis.“Sendo ao mesmo tempo forma econteúdo, tanto as palavras como afrase exigem a correção qued e d i c a m o s a o s e l e m e n t o sf u n d a m e n t a i s d e n o s s oequipamento existencial.” CarlosHeitor Cony, escritor da ABL.“Pode o homem tornar-se culto pelacultura dos outros; mas só se tornasábio, pelas próprias experiências”.Mansur Chalita, escritor e pensador.“A Medicina e a Literatura se

completam. Elas compreendem a pessoa humana” Moacyr Scliar,médico e escritor. Da Academia Brasileira de Letras.“A ciência consiste em saber. Em crer que se sabe está aignorância”.Meraldo Zisman, SOBRAMES-PE.“Por maior ou mais poderoso que seja um homem, um dia ele jácoube na barriga de uma mulher”. Anônimo.“Todos os dias, a criatura humana, mesmo que nem o perceba,está a escrever um fragmento de sua própria história e das razõesde seu viver.” Luiz Alberto Soares, médico e escritor, SOBRAMES-RS.“O Brasil é o último país feliz do mundo”. Franco Zeffirelli, produtor

cinematográfico.“Aprendemos a voar como ospássaros, a nadar como os peixes;mas não aprendemos a simplesarte de vivermos juntos comoirmãos". Martin Luther King.

“Eu não me envergonho de corrigirmeus erros e mudar minhasop in i ões , po rque não meenvergonho de raciocinar eaprender”. Alexandre Herculano.

“O passado preservado alimenta o viverpresente e amplia os horizontes do porvir”.“Língua; sentimento de nacionalidade; cultura, ciência e pesquisaautônomas são os pilares essenciais da soberania nacional”.“Gratidão é algo que não tem paga, mas tampouco se apaga”.“Belezas essencialmente diferentes são incomparáveis. Cabe tão-somente admirá-las”.“O estilo é inerência do autor”.“A literatura é a sublimação da palavra”.“Nenhuma mais humana na prática do dia-a-dia. Nenhuma maisdivina na obtenção da cura” (a Medicina).“O que caracteriza o grande Cirurgião não é o elevado número deintervenções realizadas, mas a precisão da indicação cirúrgica”.“Nada mais patético, na Medicina, que o tecnicismo extremado,limitante, que apequena e soterra a quem é dele vezeiro”.“A escravidão é uma mancha negra que enodoa nosso torrão verdee amarelo.”“Caminhos alcatifados, floridos, não podem levar à glória. Oscaminhos da glória hão que ser, necessariamente, pedregosos,quase ínvios”“Belém, a atalaia do Norte”.“Belém, a metrópole das águas à foz do rio-mar plantada”.“É apanágio dos chatos o querer tudo dizer”“Patrimônio conservado é povo bem educado”“No rio-mar de minha existência não há lonjuras”“A etimologia é a certidão de nascimento da palavra”

“A bebida sacia a sede; oalimento extingue o desejo denos alimentarmos; mas a prata eo ouro nunca chegam asatisfazer a avareza”. Plutarco.

“Quem escreve olha a sua obra como seu filho, e todo o mundosabe que pai acha graças e bondades na “querida prole””.Joaquim Manuel de Macedo – Prefácioem seu livro A Moreninha – 1844.O autor deste texto também se permitiupinçar de seus próprios escritos,produzidos ao longo de cerca de trinta ecinco anos de exercício literário,algumas frases que julga expressaremfielmente as experiência e convicçõessentidas e consentidas no desempenhodesse nem sempre ameno labor. Aseguir:

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Médico e escritor. SOBRAMES/ABRAMES

Franco Zeffirelli

(*)

Martin Luther King

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ale a pena recordar os bons tempos de antigamente,principalmente, quando essa recordança ativa aimaginação do autor e diz respeito a sua participação e dosseus familiares, nos festejos do Círio de Nossa Senhora deNazaré que vem sendo realizado há mais de 2 séculos em

Belém, capital do Estado do Pará, na agora chamada Amazônia Brasileira.Em franca expansão, os Círios tem sido realizados em outros estados dopaís e até fora dele tendo sua origem em terras lusitanas.

Desde o inicio a festividade entre nós, em todos os seusaspectos, era basicamente familiar caracterizando encontros ereencontros de seus membros a longos tempos apartados às vezes comdistâncias bem remotas e eram aguardados com ansiedade, ficandosempre o compromisso do retorno.

A partir da presença do recém-chegado tudo, sem tirar nem por,tinha o suporte familiar que ainda não havia esmaecido e procuravareativação pela base.

Para princípio de conversa, visita a parentes e amigos aindaremanescentes. Em seguida peregrinação ao cemitério de Santa Izabel emsaudoso reconhecimento de lápides e catacumbas dos ausentes. Em outraoportunidade visita à Igreja de São Joãozinho na Cidade Velha onde ovisitante fizera sua Primeira Comunhão. Nessamesma oportunidade uma chegadinha ao externatoSão Geraldo, para tomar a bênção das professorasAntonica e Ritinha onde havia estudado.

Nesse meio tempo, os auxiliares domésticoscontavam com reforço de parente conhecido por suasqualidades culinárias, para dar início ao preparo doalmoço ajantarado, reforçado para a família, no dia doCírio.

Tudo começava com a compra da maniva noVer-o-Peso, bem como dos ingredientes para opreparo da maniçoba. Os entendedores colocavam a maniva para ferverem fogo de lenha por até sete dias para apurar. Em seguida as carnes,quase sempre as mesmas usadas na feijoada, como: chouriço, paio, pésde porco, charque.

A parte mais difícil e complicada era decidir se o chegante iria ounão acompanhar a procissão, em caso positivo se iria calçado ou descalçocomo tradição para segurar na corda durante o percurso. Ao chegar nolocal da saída acertavam com os promesseiros tradicionais sobre apossibilidade ou não de usarem os tais calçados.

No dia da Procissão as pessoas aglomeravam-se dentro e forada Sé Catedral (hoje primorosamente restaurada) acompanhando a Missapara, em seguida, sair em romaria até a Basílica.

À frente, da Berlinda iam autoridades do Estado e convidadosespeciais, o que incluía às vezes o Presidente da república. As casas aolongo do percurso eram decoradas com colchas finamente bordadas, flores

e velas acesas.Grande maioria dos acompanhantes primavam

pela boa indumentárias muitas vezes confeccionadasespecialmente para esse dia.

A época era muito comum os rapazes originários dosubúrbio, trazerem lenço amarrado na cabeça passandopela testa.

Os acompanhantes da corda eram divididos emduas alas. A dos homens à direita e as mulheres a esquerdada Berlinda.

Na curva do Boulevard, na subida para aPresidente Vargas, os estivadores estavam preparados para homenagear aPadroeira, lançando dezenas e dezenas de foguetes de rabo oriundos dahoje Vigia de Nazaré, onde teria sido realizado o primeiro Círio.

A chegada à Basílica era difícil e cansativa, em verdadeiroapertacunha. Muito difícil era após a procissão, conseguir transporte parao subúrbio onde, lhes esperava refeição com pato no tucupi e às vezesmaniçoba. Nas residências dos mais abastasdos e nas sedesgovernamentais, durante a procissão era servido uma espécie de quebrajejum, servido por garçons originários do Grande Hotel.

Grave problema para os promesseiros era a não existência deágua para beber, o que os abrigava a pedir nas casas, bem como emnecessidade maior, o uso de sanitários.

Outro problema de difícil solução era quando alguém necessitavade atendimento médico, quase sempre por desidratação, por só haver umPronto Socorro Municipal que ficava atrás do edifício da Booth Line,empresa inglesa de navegação.

Na entrada do Cinema Olímpia a prefeitura montava posto paraatendimento de urgência/emergência que não dava conta da demanda.

Apesar das dificuldades não encontra-se participante dosantigos Círios que não os relembrem com saudades.

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Amazônia: Acompanhandoum Círio de OutroraC

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*SOPREN/SOBRAMES(*)

A corda na curva do Boulevard

Igreja de São Joãozinho na CidadeVelha, no belo traço de Sérgio Bastos

Maniva para o preparo da maniçoba

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