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Secretaria P P P L L L A A A N N N O O O D D D E E E C C C E E E N N N A A A Ministério de Minas e Energia a de Planejamento e Desenvolvimento Energé Ministério de Minas e Energia A A A L L L D D D E E E E E E X X X P P P A A A N N N S S S Ã Ã Ã O O O D D D E E E E E E N N N ético N N N E E E R R R G G G I I I A A A 2 2 2 0 0 0 2 2 2 1 1 1

Pde 2021

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Ministrio de Minas e Energia Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico

PLANO DECENAL DE EXPANSO DE ENERGIA 2021

Ministrio de Minas e Energia

Ministrio de Minas e Energia MME Ministro de Estado Edison Lobo Secretrio Executivo Mrcio Pereira Zimmermann Chefe de Gabinete do Ministro Jos Antonio Corra Coimbra Secretrio de Planejamento e Desenvolvimento Energtico Altino Ventura Filho Secretrio de Petrleo, Gs Natural e Combustveis Renovveis Marco Antnio Martins Almeida Secretrio de Energia Eltrica Ildo Wilson Grdtner Secretrio de Geologia, Minerao e Transformao Mineral Cludio Scliar

Empresa de Pesquisa Energtica EPE

Presidente Mauricio Tiomno Tolmasquim Diretor de Estudos Econmico-Energticos e Ambientais Amilcar Gonalves Guerreiro Diretor de Estudos de Energia Eltrica Jos Carlos de Miranda Farias Diretor de Estudos de Petrleo, Gs e Biocombustveis Elson Ronaldo Nunes Diretor de Gesto Corporativa Ibans Csar Cssel

Ministrio de Minas e Energia MME Esplanada dos Ministrios Bloco U 5 andar 70065-900 Braslia DF Tel.: (55 61) 3319 5299 Fax : (55 61) 3319 5067 www.mme.gov. br

Empresa de Pesquisa Energtica EPE

SedeSAN Quadra 1 Bloco B Sala 100-A 70041-903 - Braslia DF

Escritrio CentralAv. Rio Branco, 01 11 Andar 20090-003 Rio de Janeiro RJ Tel.: (55 21) 3512 3100 Fax : (55 21) 3512 3198 www.epe.gov.br

Catalogao na Fonte Brasil, Ministrio de Minas e Energia, Empresa de Pesquisa Energtica Plano Decenal de Expanso de Energia 2021 / Ministrio de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energtica. Braslia: MME/EPE, 2012 2v.: il. 1. Energia_Brasil. 2. Poltica Energtica_Brasil 3. Recursos Energticos_Brasil

Ministrio de Minas e Energia

Empresa de Pesquisa Energtica

PARTICIPANTES MME

Coordenao GeralAltino Ventura Filho

Coordenao ExecutivaPaulo Cesar Magalhes Domingues Joo Jos de Nora Souto Moacir Carlos Bertol

Centro de Pesquisas de Energia Eltrica - CEPELAlbert Cordeiro Geber de Melo, Maria Elvira Pieiro Macieira

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico - SPECoordenao: Altino Ventura Filho Equipe tcnica: Ado Martins Teixeira Junior, Adriano Jeronimo da Silva, Bruno Xavier de Sousa, Carlos Alexandre Prncipe Pires, Cssio Giuliani Carvalho, Christiany Salgado Faria, Cristiano Augusto Trein, Daniele de Oliveira Bandeira, Debora de Siqueira Calderini Rosa, Giacomo Perrotta, Gilberto Hollauer, Gilberto Kwitko Ribeiro, Gilma dos Passos Rocha, Guilherme Zanetti Rosa, Gustavo Santos Masili, Gustavo Cerqueira Ataide, Hamilton Moss de Souza, Joo Antnio Moreira Patusco, Jose Antnio Fabrini Marsiglio, Jos Luiz Scavassa, Kleverson Manoel Marques Gontijo, Lvia Batista Maciel, Lvio Teixeira de Andrade Filho, Lucas Dantas Xavier Ribeiro, Lcia Maria Praciano Minervino, Luis Fernando Badanhan, Marco Aurlio dos Santos Arajo, Paulo Antnio Gomes Monteiro, Paulo Augusto Leonelli, Paulo rico Ramos de Oliveira, Paulo Roberto Garcia, Paula Roberta Moraes Baratella, Roberto Meira Jnior, Tarita da Silva Costa, Rodrigo Afonso Guimares, Thiago Guilherme Ferreira Prado, Ubyrajara Nery Graa Gomes, Valdir Borges Souza Jnior, Vania Maria Ferreira, Vilma Maria de Resende, Weslei Gomes de Souza.

Secretaria de Petrleo, Gs Natural e Combustveis Renovveis SPGCoordenao: Marco Antnio Martins Almeida Equipe tcnica: Adriano Gomes de Sousa, Aldo Barroso Cores Jnior, Andr Barros Martins, Antnio Henrique Godoy Ramos, Breno Peixoto Cortez, Cludio Akio Ishihara, Clayton de Sousa Pontes, Deivson Matos Timb, Diogo Santos Baleeiro, Fernando Massaharu Matsumoto, Henrique Soares Vieira Magalhes, Hugo Leonardo Gosmann, Jos Botelho Neto, Joo Batista Simon Flausino, Juliano Vilela Borges dos Santos, Karla Branquinho dos Santos Gonzaga, Lauro Doniseti Bogniotti, Luciano Costa de Carvalho, Luiz Carlos Lisba Theodoro, Manoel Rodrigues Parada Neto, Marlon Arraes Jardim Leal, Matheus Batista Bodnar, Paulo Roberto Machado Fernandes Costa, Raphael Ehlers dos Santos, Renato Lima Figueiredo Sampaio, Ricardo Borges Gomide, Ricardo de Gusmo Dornelles, Symone Christine de Santana Arajo, Umberto Mattei, Valdimara Alves de Oliveira, Luciano Pedrosa de Souza, Renato Lima Figueiredo Sampaio.

Ncleo Estratgico de Gesto Socioambiental NESA/SECEXCoordenao: Maria Ceicilene Arago Martins Equipe tcnica: Rita Alves Silva, Slvia Maria Frattini Gonalves Ramos.

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PARTICIPANTES EPECoordenao GeralMaurcio Tiomno Tolmasquim

Coordenao ExecutivaEstudos econmico-energticos e ambientais: Amilcar Gonalves Guerreiro Estudos de energia eltrica: Jos Carlos de Miranda Farias Estudos de petrleo, gs e biocombustveis: Elson Ronaldo Nunes

Consolidao e SistematizaoJos Marcos Bressane e Emilio Hiroshi Matsumura

Estudos econmicos e energticosCoordenao: Ricardo Gorini de Oliveira Equipe tcnica: Adriana Fiorotti Campos, Ana Cristina Braga Maia, Andre Luiz Rodrigues Osorio, Arnaldo dos Santos Junior, Bianca Nunes de Oliveira, Carla da Costa Lopes Acho, Daniel Vasconcellos de Sousa Stilpen, Emilio Hiroshi Matsumura, Fernanda Marques Pereira Andreza, Glaucio Vinicius Ramalho Faria, Guilherme Oliveira Arantes, Gustavo Naciff de Andrade, Isabela de Almeida Oliveira, Ismael Alves Pereira Filho, Jaine Venceslau Isensee, Jairo Viana Feliciano, Jeferson Borghetti Soares, Jose Manuel Martins David, Lena Santini Souza Menezes, Leyla Adriana Ferreira da Silva, Leticia Fernandes Rodrigues da Silva, Luciano Basto Oliveira, Luiz Claudio Orleans, Luiz Gustavo Silva de Oliveira, Marcia Andreassy, Marcelo Henrique Cayres Loureiro, Monique Riscado da Silva, Natalia Goncalves de Moraes, Renata de Azevedo M. da Silva, Rogrio Antnio da Silva Matos, Sergio Henrique Ferreira da Cunha, Simone Saviolo Rocha.

Gerao de energia eltrica Estudos de PlanejamentoCoordenao: Oduvaldo Barroso da Silva Equipe tcnica: Anderson da Costa Moraes, Angela Regina Livino de Carvalho, Bruno Gregorio Menita, Danielle Bueno de Andrade, Fernanda Fidelis Paschoalino, Fernanda Gabriela B. dos Santos, Gabriel Malta Castro, Hermes Trigo da Silva, Marcos Eduardo Pinheiro Alves Olivier, Marilia Ribeiro Spera, Matheus Mingatos Fernandes Gemignani, Patricia Costa Gonzalez de Nunes, Pedro Americo Moretz-Sohn David, Renata Nogueira Francisco de Carvalho, Renato Haddad Simes Machado, Ronaldo Antonio de Souza, Simone Quaresma Brando, Tereza Cristina Paixo Domingues, Thas Iguchi, Thiago Correa Cesar.

Gerao de energia eltrica Estudos de EngenhariaCoordenao: Marisa Moreira Marques / Paulo Roberto Amaro (Parcial) Equipe tcnica: Giacomo Chinelli, Paulo Roberto Amaro, Paulo Srgio Caldas

Estudos de transmisso de energia eltricaCoordenao: Paulo Csar Vaz Esmeraldo Equipe tcnica: Alexandre de Melo Silva, Aretha de Souza Vidal Campos, Armando Leite Fernandes, Beatriz Nogueira Levy, Carolina Moreira Borges, Daniel Jos Tavares de Souza, Daniela Florncio de Souza, Dourival de Souza Carvalho Junior, Edna Maria de Almeida Arajo, Fbio de Almeida Rocha,Fernando Hevelton Oliveira, Henrique Abreu de Oliveira, Joo Mauricio Caruso, Jos Antonio D Affonseca Santiago Cardoso, Jurema Baptistella Ludwig, Marcelo Willian Henriques Szrajbman, Marcelo Loureno Pires, Maria Alzira Noli Silveira, Marcos Vincius da Silva Farinha, Maria de Ftima de Carvalho Gama, Maxwell Cury Junior, Priscilla de Castro Guarini, Roberto Luiz Magalhes Rocha, Thiago de Faria Rocha Dourado Martins, Thiago Jose Masseran Antunes Parreiras, Tiago Campos Rizzotto, Vanessa Stephan Lopes, Vinicius Ferreira Martins.

Estudos de petrleo e gs naturalCoordenao: Marco Stiel Radu Halpern e Reneu Rodrigues da Silva Equipe tcnica: Adriana Queiroz Ramos, Aline Maria dos Santos, Aloysio Vasconcelos Filho, , Antonio Marco Siciliano, Carlos Augusto Ges Pacheco, Carolina Oliveira de Castro, , Denise Faertes, Guilherme Eduardo Zerbinatti Papaterra, Henrique Plaudio Gonalves Rangel, , Ktia Souza de Almeida, Marcelo Ferreira Alfradique, Marco Stiel Radu Halpern, Marcos Frederico F. de Souza, Norival Brisola, Pricles de Abreu Brumati, Regina Freitas Fernandes, Reneu Rodrigues da Silva, Ricardo Moreira dos Santos Roberta de Albuquerque Cardoso, Ronan Magalhes vila, Sergio Martins de Souza, Victor Hugo Trocate da Silva, Viviane Kotani Shimizu.

Estudos de derivados de petrleo e biocombustveisCoordenao: Ricardo Nascimento e Silva do Valle Equipe tcnica: Amanda Pereira Arago, Andr Luiz Ferreira dos Santos, Angela Oliveira da Costa, Antonio Carlos Santos, Clara Santos Martins Saide, Euler Joo Geraldo da Silva, Frederico Ventorim, Gildo Gabriel da Costa, Giovani Vitria Machado, Heitor Batista de Alencar, Juliana Rangel do Nascimento, Lenidas Bially Olegario dos Santos, Marcelo Castello Branco Cavalcanti, Marisa Maia de Barros, Patrcia Feitosa Bonfim Stelling, Pedro Nin de Carvalho, Rachel Martins Henriques, Rafael Barros Araujo, Rafael Moro da Mata, Railson Oliveira Motta, Vitor Manuel do Esprito Santo Silva.

Estudos socioambientaisCoordenao: Flvia Pompeu Serran / Edna Elias Xavier (parcial) Equipe tcnica: Ana Dantas Mendez de Mattos, Ana Lacorte, Andr Luiz Alberti, Andr Souza Pelech, Carina Renn Siniscalchi, Carlos Frederico Menezes, Carolina Maria H. de G. A. Feijo Braga, Csar Maurcio Batista da Silva (parcial), Cristiane Moutinho Coelho, Daniel Dias Loureiro, Diego do Nascimento Bastos, Federica Natasha G. A. dos Santos Sodr, Gabriela Fernandes Santos Alves, Gustavo Fernando Schmidt, Gustavo Henrique Cunha e Silva, Joo Paulo Macieira Barbosa (parcial), Jos Ricardo de Moraes Lopes, Ktia Gisele Soares Matosinho, Luciana lvares da Silva, Marcos Ribeiro Conde, Marcos Vincius Fernandes Amaral, Paula Cunha Coutinho, Paulo do Nascimento Teixeira, Robson de Oliveira Matos, Thiago Oliveira Bandeira, Valentine Jahnel, Vernica Souza da Mota Gomes.

Plano Decenal de Expanso de Energia 2021

iv

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APRESENTAOO Estado Brasileiro exerce, na forma da lei, as funes de planejamento, sendo este determinante para o setor pblico e indicativo para o setor privado. No setor energtico, compete ao Conselho Nacional de Poltica Energtica CNPE o estabelecimento de polticas e diretrizes, visando ao desenvolvimento nacional sustentado. Os Planos Decenais elaborados no setor eltrico, tradicionalmente, apresentaram-se como um dos principais instrumentos de planejamento da expanso eletroenergtica do pas. Desde 2007 estes planos tm ampliado a abrangncia dos estudos, incorporando uma viso integrada da expanso da demanda e da oferta de diversos energticos, alm da energia eltrica. O Plano Decenal de Expanso de Energia PDE 2021 apresenta importantes sinalizaes para orientar as aes e decises relacionadas ao equacionamento do equilbrio entre as projees de crescimento econmico do pas e a necessria expanso da oferta, de forma a garantir sociedade suprimento energtico com adequados custos em bases tcnica e ambientalmente sustentvel. Neste PDE 2021 esto previstos investimentos globais da ordem de R$ 1,1 trilho, dos quais 24,4% correspondem oferta de energia eltrica, 68,4% a petrleo e gs natural, e 7,2% oferta de biocombustveis lquidos. Dentre os principais parmetros fsicos, haver ampliao entre o verificado em 2011 e 2021: da capacidade instalada de gerao de energia eltrica, de 116,5 para 182,4 GW; da produo de petrleo, de 2,1 para 5,4 milhes de barris/dia; da produo de gs natural, de 65,9 para 190,9 milhes de m3/dia; e da produo de etanol, de 22,9 para 68,2 milhes de m3. Ao apresentar o Plano Decenal de Expanso de Energia PDE 2021, resultado final de um processo iterativo de planejamento energtico subsidiado por estudos elaborados pela Empresa de Pesquisa Energtica, o Ministrio de Minas e Energia agradece toda a colaborao recebida por meio da consulta pblica realizada entre 24 de setembro e 31 de outubro de 2012, na qual participaram entidades da sociedade civil, rgos governamentais, empresas e agentes do setor energtico.

Braslia, janeiro de 2013. Edison Lobo Ministro de Estado de Minas e Energia

vPlano Decenal de Expanso de Energia 2021

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ESTRUTURA DO RELATRIOOs diversos estudos contemplados neste relatrio foram agrupados nos quatro seguintes temas: (i) Contextualizao e demanda;

(ii) Oferta de energia eltrica; (iii) Oferta de petrleo e seus derivados, gs natural e biocombustveis; e (iv) Aspectos de sustentabilidade. Ao final, apresentada uma consolidao dos principais resultados. A estrutura geral do relatrio a seguinte:

INTRODUO CONTEXTUALIZAO E DEMANDACaptulo I - PREMISSAS BSICAS Captulo II DEMANDA DE ENERGIA

OFERTA DE ENERGIA ELTRICACaptulo III GERAO DE ENERGIA ELTRICA Captulo IV TRANSMISSO DE ENERGIA ELTRICA

OFERTA DE PETRLEO E SEUS DERIVADOS, GS NATURAL E BIOCOMBUSTIVEISCaptulo V PRODUO DE PETRLEO E GS NATURAL Captulo VI OFERTA DE DERIVADOS DE PETRLEO Captulo VII OFERTA DE GS NATURAL Captulo VIII OFERTA DE BIOCOMBUSTVEIS

ASPECTOS DE SUSTENTABILIDADECaptulo IX EFICINCIA ENERGTICA Captulo X ANLISE SOCIOAMBIENTAL

CONSOLIDAO DE RESULTADOS

viPlano Decenal de Expanso de Energia 2021

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SUMRIOINTRODUO ................................................................................................................. 14 I - PREMISSAS BSICAS .................................................................................................. 18 1. Cenrio Macroeconmico de Referncia ................................................................. 18Aspectos gerais ....................................................................................................................... 18 Conjuntura econmica ............................................................................................................ 19 Aspectos qualitativos e quantitativos do cenrio de referncia................................................. 20

2. 3.

Premissas Demogrficas......................................................................................... 24 Premissas Setoriais................................................................................................. 26Setor industrial ....................................................................................................................... 26 Setor residencial ..................................................................................................................... 30 Setor de transportes................................................................................................................ 32

II DEMANDA DE ENERGIA ........................................................................................... 34 1. 2.2.1 2.2 2.3

Projeo Consolidada do Consumo Final por Fonte ................................................. 35 Energia Eltrica ...................................................................................................... 38Projeo do Consumo.................................................................................................... 38 Projeo da Carga ......................................................................................................... 41 Comparao entre as Projees do PDE 2021 e do PDE 2020 .......................................... 42

3. 4.4.1 4.2 4.3 4.4 4.5 4.6 4.7

Gs Natural............................................................................................................ 43 Derivados de Petrleo ............................................................................................ 46leo Diesel.................................................................................................................... 46 Gs Liquefeito do Petrleo (GLP) ................................................................................... 48 Gasolina automotiva ..................................................................................................... 49 Querosene de aviao (QAV) ......................................................................................... 52 leo combustvel e outros secundrios de petrleo ....................................................... 53 No energticos do petrleo ......................................................................................... 55 Nafta ............................................................................................................................ 56

5.5.1 5.2 5.3 5.4

Biocombustveis ..................................................................................................... 57Biocombustveis lquidos ............................................................................................... 57 Biomassa da cana .......................................................................................................... 59 Biomassa da lenha ........................................................................................................ 60 Carvo Vegetal .............................................................................................................. 61

6. 7.

Carvo Mineral e Coque ......................................................................................... 62 Consolidao do Consumo Final por Fonte e por Setor - 2021 .................................. 62vii

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III GERAO DE ENERGIA ELTRICA .......................................................................... 66 1. 2. 3. 4. 5.5.1 5.2

Introduo ............................................................................................................. 66 Sistema Existente ................................................................................................... 68 Metodologia e Critrios .......................................................................................... 69 Diretrizes e Premissas............................................................................................. 70 Expanso da Gerao ............................................................................................. 74Parque gerador contratado e em implantao ............................................................... 76 Parque gerador planejado ............................................................................................. 78Expanso hidreltrica .................................................................................................................... 78 Expanso termeltrica ................................................................................................................... 84 Expanso de outras fontes renovveis .......................................................................................... 87 Resumo da expanso por tipo de fonte......................................................................................... 90

5.2.1 5.2.2 5.2.3 5.2.4

6. 7. 8. 9. 10.

Balano Esttico de Garantia Fsica ........................................................................ 94 Expanso das Interligaes .................................................................................... 99 Custos Marginais de Operao e Riscos de Dficit ................................................. 101 Atendimento Demanda Mxima ........................................................................ 106 Estimativa de Investimentos ................................................................................. 113

IV TRANSMISSO DE ENERGIA ELTRICA ................................................................ 123 1. 2.2.1 2.2 2.3 2.4 2.5 2.6

Consideraes Iniciais........................................................................................... 123 Topologia da Rede de Transmisso ....................................................................... 124Configurao inicial ..................................................................................................... 124 Expanso do SIN e integrao de usinas de grande porte e de novas fontes renovveis 126 Interligaes regionais................................................................................................. 128 Interligaes dos sistemas isolados ao SIN ................................................................... 133 Interligaes com pases vizinhos................................................................................. 135 Copa do Mundo 2014 .................................................................................................. 136

3.3.1

Sistemas de Transmisso Regionais ...................................................................... 136Regio Norte ............................................................................................................... 137Estado do Par ............................................................................................................................. 137 Estado do Maranho ................................................................................................................... 141 Estado do Tocantins..................................................................................................................... 142 Estado do Amazonas.................................................................................................................... 143 Estado do Amap ......................................................................................................................... 145 Estado de Roraima ....................................................................................................................... 147 Estudos complementares ............................................................................................................ 148 Estado do Piau ............................................................................................................................ 150 Estado do Cear ........................................................................................................................... 152 Estado do Rio Grande do Norte ................................................................................................... 154viii

3.1.1 3.1.2 3.1.3 3.1.4 3.1.5 3.1.6 3.1.7

3.2

Regio Nordeste.......................................................................................................... 149

3.2.1 3.2.2 3.2.3

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3.2.4 3.2.5 3.2.6 3.2.7 3.2.8 3.2.9

Estado da Paraba ........................................................................................................................ 156 Estado de Pernambuco ................................................................................................................ 157 Estado de Alagoas ........................................................................................................................ 159 Estado do Sergipe ........................................................................................................................ 161 Estado da Bahia ........................................................................................................................... 162 Estudos complementares ............................................................................................................ 165 Estado de So Paulo .................................................................................................................... 167 Estado de Minas Gerais ............................................................................................................... 169 Estado do Esprito Santo .............................................................................................................. 171 Estado do Rio de Janeiro ............................................................................................................. 173 Estudos complementares ............................................................................................................ 174 Estado de Gois e Distrito Federal............................................................................................... 176 Estado de Mato Grosso ............................................................................................................... 178 Estados do Acre e Rondnia ........................................................................................................ 180 Estudos complementares ............................................................................................................ 181 Estado do Rio Grande do Sul ....................................................................................................... 183 Estado de Santa Catarina ............................................................................................................. 186 Estado do Paran ......................................................................................................................... 187 Estado de Mato Grosso do Sul ..................................................................................................... 189 Estudos complementares ............................................................................................................ 191

3.3

Regio Sudeste............................................................................................................ 166

3.3.1 3.3.2 3.3.3 3.3.4 3.3.5

3.4

Regio Centro-Oeste e estados do Acre e Rondnia ..................................................... 176

3.4.1 3.4.2 3.4.3 3.4.4

3.5

Regio Sul ................................................................................................................... 182

3.5.1 3.5.2 3.5.3 3.5.4 3.5.5

4. 5.

Evoluo Fsica e Investimentos ............................................................................ 192 Tarifas de Uso do Sistema de Transmisso - TUST ................................................. 194

V PRODUO DE PETRLEO E GS NATURAL .......................................................... 200 1. 2. 3.3.1 3.2 3.3 3.4

Introduo ........................................................................................................... 200 Previses de Produo.......................................................................................... 202 Implicaes Estratgicas e Econmicas ................................................................. 208Evoluo das Reservas Provadas e da Relao R/P ....................................................... 208 Investimentos em E&P ................................................................................................ 211 Possveis Excedentes de Produo ............................................................................... 211 Demandas por FPSOs e Contedo Local na Fabricao de Equipamentos ...................... 212

VI OFERTA DE DERIVADOS DE PETRLEO ............................................................... 214 1.1.1 1.2 1.3

Perspectivas de Preos de Petrleos e Derivados .................................................. 214Perspectivas de preos internacionais de petrleos ...................................................... 215 Perspectivas de preos internacionais de derivados de petrleo ................................... 216 Perspectivas de preos nacionais de derivados de petrleo .......................................... 218

2.2.1 2.2 2.3

Expanso do Parque Nacional de Refino ............................................................... 220Metodologia e premissas adotadas para o abastecimento ............................................ 221 Evoluo do parque de refino atual ............................................................................. 224 Novas refinarias previstas............................................................................................ 225ix

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2.4 2.5 2.6

Investimentos Programados ........................................................................................ 227 Evoluo do parque nacional de refino ........................................................................ 227 Resultados .................................................................................................................. 228Balano entre oferta e demanda de derivados e perfil de produo .......................................... 228 Balano nacional de derivados .................................................................................................... 230 Balano nacional de petrleo ...................................................................................................... 235

2.6.1 2.6.2 2.6.3

2.7

Refino Consideraes finais ...................................................................................... 236

3.3.1 3.2

Infraestrutura Nacional de Transporte de Petrleos e Derivados ........................... 238Introduo .................................................................................................................. 238 Panorama atual da infraestrutura nacional de transporte de petrleo e derivados........ 238Infraestrutura dutoviria para transporte de petrleo e derivados ............................................ 238 Infraestrutura de armazenamento de petrleo e derivados ....................................................... 239 Transporte martimo de petrleo e derivados ............................................................................ 239

3.2.1 3.2.2 3.2.3

3.3 3.4

Impactos das movimentaes previstas sobre a infraestrutura ..................................... 240 Expanso da infraestrutura nacional de transporte de petrleo e derivados ................. 241Investimentos da carteira de projetos do Grupo Petrobras ........................................................ 241 Investimentos sugeridos pela EPE ............................................................................................... 244

3.4.1 3.4.2

VII OFERTA DE GS NATURAL .................................................................................. 246 1.1.1 1.2 1.3

Perspectivas de Preos de Gs Natural ................................................................. 246Premissas para as previses de preos ......................................................................... 247 Preos de GNL internalizado no Brasil metodologia netback value ............................ 250 Projeo de Preos de Gs Natural no Henry Hub ......................................................... 252

1.4 Competitividade do Gs Natural no Brasil: projeo dos preos de gs natural na hiptese de competitividade com o leo combustvel .......................................................................... 254

2. 3.3.1 3.2 3.3 3.4 3.5

Expanso da Oferta de Gs Natural ...................................................................... 255 Balano de Oferta e Demanda de Gs Natural ...................................................... 258Estados da regio Norte .............................................................................................. 259 Estados da regio Nordeste ......................................................................................... 260 Estados das regies Sudeste, Sul e Centro-Oeste .......................................................... 261 Balano de oferta e demanda do Brasil Malha integrada ........................................... 263 Consideraes finais .................................................................................................... 264

4.4.1

Infraestrutura de transporte de Gs Natural ......................................................... 265Panorama atual ........................................................................................................... 265Estados da regio Norte .............................................................................................................. 265 Estados da regio Nordeste ......................................................................................................... 266 Estados da regio Sudeste ........................................................................................................... 266 Estados da regio Sul e Centro Oeste .......................................................................................... 266 Estados da regio Norte .............................................................................................................. 266 Estados da regio Nordeste ......................................................................................................... 267 Estados da regio Sudeste ........................................................................................................... 268x

4.1.1 4.1.2 4.1.3 4.1.4

4.2

Expanso da infraestrutura.......................................................................................... 266

4.2.1 4.2.2 4.2.3

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4.3 4.4

Expanso indicativa ..................................................................................................... 269 Novos sistemas em estudo .......................................................................................... 269Estado do Par ............................................................................................................................. 270 Estado do Maranho ................................................................................................................... 270 Estado do Piau ............................................................................................................................ 270 Estado de Gois e Distrito Federal............................................................................................... 270 Estado de Mato Grosso ............................................................................................................... 270

4.4.1 4.4.2 4.4.3 4.4.4 4.4.5

4.5 4.6

Expanso da infraestrutura via GNL ............................................................................. 271 Estimativa de investimentos ........................................................................................ 271

VIII OFERTA DE BIOCOMBUSTVEIS ......................................................................... 272 1.1.1

Expanso da Oferta de Etanol .............................................................................. 272Projees da demanda total de etanol ......................................................................... 272Demanda do mercado interno .................................................................................................... 272 Demanda internacional ............................................................................................................... 273 Demanda total ............................................................................................................................. 277 Situao Atual .............................................................................................................................. 278 Metodologia ................................................................................................................................ 278 Premissas para acar, ATR e indicadores .................................................................................. 279 Premissas para a expanso da Capacidade Industrial ................................................................. 280 Resultados ................................................................................................................................... 282 Etanol Celulsico e bioprodutos da cana..................................................................................... 285 Investimentos para o aumento da produo .............................................................................. 285 Armazenamento .......................................................................................................................... 287 Investimentos dutovirios e hidrovirios .................................................................................... 287 Ferrovias ...................................................................................................................................... 288 Portos .......................................................................................................................................... 290 1.1.1 1.1.2 1.1.3

1.2

Projees da oferta de etanol no Brasil ........................................................................ 278

1.2.1 1.2.2 1.2.3 1.2.4 1.2.5 1.2.6 1.2.7

1.3

Logstica de transporte do etanol ................................................................................. 286

1.3.1 1.3.2 1.3.3 1.3.4

1.4

Etanol - Consideraes Finais ....................................................................................... 291

2.2.1 2.2 2.3

Expanso da Oferta de Biodiesel .......................................................................... 292O consumo obrigatrio de biodiesel 2012-2021 ............................................................ 292 Os leiles e o estoque estratgico de biodiesel............................................................. 292 Oferta de biodiesel ...................................................................................................... 294Disponibilidade de insumos para a produo de biodiesel ......................................................... 294 Capacidade de processamento.................................................................................................... 296 Perspectivas de preos de biodiesel ............................................................................................ 296 Balano de capacidade instalada e demanda de biodiesel ......................................................... 297 Incentivos ao uso adicional de biocombustveis ......................................................................... 297 A Infraestrutura de escoamento da produo de biodiesel ........................................................ 298 Biodiesel Consideraes finais .................................................................................................. 299

2.3.1 2.3.2 2.3.3 2.3.4 2.3.5 2.3.6 2.3.7

3.3.1 3.2 3.3 3.4

Biomassa de Cana-de-Acar para Oferta de Energia Eltrica ............................... 299A participao do setor sucroalcooleiro nos leiles de energia eltrica ......................... 300 Oferta de biomassa de cana-de-acar......................................................................... 302 Potencial tcnico de gerao de energia eltrica da biomassa de cana-de-acar .......... 302 Biomassa de cana-de-acar Consideraes finais ..................................................... 304xi

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IX EFICINCIA ENERGTICA ...................................................................................... 306 1. 2.2.1 2.2 2.3 2.4 2.5

Conceitos e Definies .......................................................................................... 307 Principais Resultados Agregados .......................................................................... 308Setor industrial ........................................................................................................... 309 Setor de transportes.................................................................................................... 311 Setor residencial ......................................................................................................... 312 Setor comercial ........................................................................................................... 314 Outros setores ............................................................................................................ 315

X ANLISE SOCIOAMBIENTAL................................................................................... 316 1.1.1 1.2 1.3 1.4

Premissas, critrios e procedimentos .................................................................... 316Emisses de GEE.......................................................................................................... 317 Energia eltrica ........................................................................................................... 318 Petrleo, gs natural e biocombustveis ....................................................................... 319 Anlise integrada ........................................................................................................ 319

2.2.1 2.2

Emisses de gases de efeito estufa ....................................................................... 319Meta ........................................................................................................................... 319 Projeo...................................................................................................................... 321

3.3.1 3.2

Gerao hidreltrica............................................................................................. 324Projetos analisados ..................................................................................................... 324 Anlise socioambiental................................................................................................ 325

4.4.1 4.2

Energia elica, bioeletricidade e PCH .................................................................... 329Projetos analisados ..................................................................................................... 329 Anlise socioambiental................................................................................................ 330

5.5.1 5.2

Transmisso de energia eltrica ........................................................................... 331Projetos analisados ..................................................................................................... 331 Anlise socioambiental................................................................................................ 331

6.6.1 6.2

Produo de petrleo e gs natural ...................................................................... 335Anlise de sensibilidade ambiental .............................................................................. 335 Benefcios socioeconmicos ........................................................................................ 338

7.7.1 7.2

Etanol .................................................................................................................. 338Aspectos ambientais ................................................................................................... 340 Aspectos socioeconmicos .......................................................................................... 343

8.7.3 7.4

Biodiesel .............................................................................................................. 344Aspectos ambientais ................................................................................................... 345 Aspectos socioeconmicos .......................................................................................... 346xii

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9. 10.10.1 10.2 10.3

Indicadores socioambientais ................................................................................ 349 Anlise socioambiental integrada ........................................................................ 351Mapeamento dos projetos ....................................................................................... 353 Interferncias dos projetos e sensibilidades regionais ............................................... 354 Temas prioritrios para a gesto ambiental .............................................................. 358

CONSOLIDAO DOS RESULTADOS............................................................................. 360Economia e Energia ............................................................................................................... 360 Matriz Energtica .................................................................................................................. 361 Sntese dos Resultados .......................................................................................................... 364

REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ........................................................................................... 368 LISTA DE TABELAS ..................................................................................................................... 378 LISTA DE GRFICOS................................................................................................................... 378 LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................................... 385 AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ 386

xiiiPlano Decenal de Expanso de Energia 2021

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INTRODUO

energtico nacional, contribuindo para o delineamento das estratgias de desenvolvimento do pas a serem traadas pelo Governo Federal. A elaborao pela EPE dos estudos associados a este Plano se desenvolveu contando com as diretrizes e o apoio da equipe da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energtico SPE/MME e da Secretaria de Petrleo, Gs Natural e Combustveis Renovveis SPG/MME. Por outro lado, a participao de tcnicos das empresas do setor eltrico ao longo dos trabalhos, bem como as contribuies de diversos rgos e entidades recebidas, possibilitou aprimorar a qualidade das anlises efetuadas.

O

presente Plano Decenal de Expanso de Energia 2021 incorpora uma viso integrada da expanso da demanda e da oferta de diversos energticos no perodo 2012-2021. Cumpre ressaltar a importncia deste Plano como instrumento de planejamento para o setor

Contexto e enfoque dos estudosNo que tange ao ambiente econmico, o ano de 2011 caracterizou-se, no contexto global, por um baixo crescimento dos pases desenvolvidos atrelado a uma elevao no nvel de incertezas, mais especificamente relacionadas ao rumo que a economia da Zona do Euro tomar. Nesse contexto, a dificuldade de recuperao da economia mundial tem influenciado no curto prazo negativamente alguns setores da economia brasileira, especialmente aqueles voltados ao setor externo. A economia nacional, contudo, ainda se beneficia de alguns fatores que vem pautando a evoluo do consumo interno, como a oferta de crdito, o baixo nvel de desemprego e o aumento da renda da populao. O cenrio de referncia parte da expectativa de que os pases desenvolvidos conseguiro evitar uma nova recesso, mas custa de um ritmo de crescimento lento e modesto. No caso dos emergentes, permanece a perspectiva de que sua expanso se dar a taxas mais elevadas. O cenrio positivo da economia brasileira est pautado especialmente nas perspectivas favorveis para os prximos anos, tais como os investimentos voltados realizao dos eventos esportivos que sero realizados no pas ainda nesta dcada e as oportunidades ligadas aos setores de infraestrutura e de explorao e produo de petrleo. Um padro elevado de crescimento econmico, contudo, exige que haja melhorias estruturais que possibilitem a sustentao deste padro no longo prazo. Neste cenrio, o pas ajudado pela construo de fundamentos macroeconmicos mais slidos ao longo dos ltimos anos e cresce a uma taxa superior mdia mundial no horizonte decenal. No que concerne ao setor eltrico, ressalta-se a continuidade dada ao sucesso dos leiles de energia nova e de reserva. A potncia total dos projetos que comercializaram energia nos leiles de 2011 foi de 5.200 MW, correspondendo a uma energia de aproximadamente 2.900 mdios para o mercado regulado. Esto includas neste total, vale destacar, a gerao de origem elica, com uma potncia total de cerca de 2.900 MW. Foi tambm dado prosseguimento ao exitoso processo das licitaes de empreendimentos de transmisso, tendo sido licitado em 2011, em trs leiles, um total da ordem de 3.800 km de linhas de transmisso.

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Quanto expanso da gerao no horizonte do presente Plano, foi mantida a significativa participao das fontes renovveis na matriz eltrica a partir do ano de 2015, contribuindo para o desenvolvimento sustentvel das fontes de gerao, diretriz esta reafirmada pelo preo competitivo destas fontes demonstrado nos ltimos leiles de energia. Reconhece-se, por outro lado, dada a possibilidade de oferta de grandes volumes de gs natural associado produo petrolfera do Pr-Sal, que a expanso da gerao termeltrica a gs poderia vir a ocupar um maior espao na matriz energtica, principalmente na eventualidade de dificuldades para o licenciamento ambiental de usinas hidreltricas e de linhas de transmisso. Essa forma de expanso, contemplada neste Plano apenas no final do perodo decenal, poder vir a ser considerada nos prximos ciclos do planejamento decenal de forma mais participativa, desde que as condies que venham a ser estabelecidas para o fornecimento do gs possibilitem a competitividade econmica da energia produzida. Ainda quanto termeletricidade, a expanso da gerao com fontes nucleares no contemplou neste Plano outras usinas alm de Angra 3, tendo em vista, principalmente, os prazos necessrios para a implantao de novas centrais. Considerando estes prazos e a fase em finalizao dos estudos para seleo de stios propcios implantao de centrais nucleares nas regies Sudeste/Centro-Oeste, Sul e Nordeste, a data mais provvel para incio de sua operao seria posterior ao horizonte deste Plano. Em continuidade prtica incorporada nos Planos anteriores, o conceito de sustentabilidade orientou os estudos socioambientais desenvolvidos para este Plano. O foco em alternativas de maior sustentabilidade est balizado pelas atuais discusses e negociaes internacionais sobre as mudanas do clima, conforme evidenciado na conferncia de Copenhague (COP-15). Em mbito nacional, a questo climtica teve sua relevncia reiterada pela promulgao da lei 12.187/09 e do Decreto 7.390/10, que regulamenta essa lei. Esse novo arcabouo legal, que instituiu a Poltica Nacional sobre Mudana do Clima e estabeleceu a meta de reduo das emisses de gases de efeito estufa em 36,1 a 38,9% em relao a um cenrio de referncia para 2020, desloca as discusses sobre mudanas climticas, no Brasil, para novo patamar institucional. Um dos destaques que o referido Decreto estabeleceu que, no setor de energia, o plano setorial de mitigao e adaptao s mudanas do clima o prprio Plano Decenal de Energia. Nesse sentido, o PDE 2021 tem entre seus objetivos o atendimento a metas especficas no quesito emisses, uma relacionada s emisses absolutas do setor como um todo no ano 2020, que no podero ser superiores a 680 MtCO2, e outra relacionada ao indicador de intensidade de carbono da economia, que no dever ultrapassar o valor registrado no ano 2005. Cabe registrar que essas metas implicam em um esforo significativo para manter em patamares elevados a participao das energias renovveis na matriz energtica brasileira. Assim, o PDE 2021 se apresenta como importante instrumento para a delimitao do cenrio de mitigao, uma vez que incorpora medidas que, em conjunto, contribuem para que o pas continue se desenvolvendo com baixas emisses de carbono. Dentre as medidas incorporadas a esse plano citamse o aumento da eficincia energtica, o incremento do parque instalado de hidroeletricidade e outras fontes renovveis de energia eltrica como elica, biomassa e PCHs, alm da avaliao das reas de expanso da cana necessrias para o aumento do volume de biocombustveis e consequente substituio de combustveis fsseis.

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Na rea de explorao e produo de petrleo e gs natural, com base nas reservas dos campos em produo e em desenvolvimento, nos volumes recuperveis de descobertas em avaliao e nas estimativas referentes s acumulaes por descobrir nos blocos exploratrios contratados at 30 de maio de 2011 e nas reas da Unio, elaboraram-se previses de produo de petrleo e gs natural. Espera-se que no prximo decnio a produo nacional de petrleo e gs natural seja duplicada, com a contribuio dos recursos contingentes, principalmente na rea do Pr-Sal, atingindo cerca da metade dessa produo at 2021. As demandas de derivados de petrleo, confrontadas com as previses de produo, permitem antever as condies de atendimento ao mercado, as possibilidades de exportao de petrleo e seus derivados, bem como os investimentos necessrios no parque de refino e na infraestrutura logstica de petrleo e seus derivados. Mantendo a expectativa do Plano anterior, prev-se, para o prximo decnio, um papel mais relevante para o Brasil no mercado mundial de petrleo, atuando como exportador lquido, no s de petrleo, como tambm de derivados, em funo da produo em campos j delimitados e do desenvolvimento da produo das acumulaes descobertas na rea do Pr-Sal, assim como da expanso do parque nacional de refino. Quanto ao gs natural, um aspecto fundamental na avaliao da penetrao desse combustvel na indstria refere-se competio direta com o leo combustvel, primordialmente atravs dos preos relativos do leo e do gs natural. Outros aspectos relevantes so: a preferncia do gs natural em processos industriais que exigem elevado grau de pureza do produto final, a maior segurana, disponibilidade e praticidade no suprimento. O cenrio adotado foi o de uma relao de competitividade entre os preos de gs natural (citygates) e os de leo combustvel de alto teor de enxofre (ex refinaria) de 75% no horizonte decenal. Projeta-se para o perodo decenal uma ampliao da participao do gs nacional na oferta total de gs natural, devido principalmente ao incremento da produo interna oriunda das recentes descobertas. Ainda assim, prev-se a manuteno da importao de gs natural boliviano nos nveis atuais, e de GNL, atravs dos terminais instalados (Rio de Janeiro e no Cear) e do novo terminal previsto (Bahia), como forma de otimizao da infraestrutura. Os estudos relacionados aos biocombustveis lquidos - etanol carburante e biodiesel - avaliaram a demanda e a capacidade de atendimento da mesma, em toda a cadeia produtiva. Para o perodo 2012-2021, projeta-se que o mercado brasileiro de etanol continuar em expanso, devido ao aumento expressivo da frota de veculos flex-fuel. No mercado internacional, o Brasil se manter como um dos principais players, ainda que, no perodo analisado, no tenha sido prevista uma ampliao significativa dos volumes exportados, dada a tendncia de mercados mais protecionistas nos prximos anos. No curto prazo, estima-se que a oferta de etanol permanecer com restries, as quais devero ser superadas no mdio e longo prazos atravs de investimentos na renovao do canavial e na ampliao e implantao de unidades produtoras. Neste contexto, vislumbram-se empreendimentos direcionados a facilitar e reduzir os custos de transporte e armazenagem de etanol. Similarmente ao Plano anterior, considerou-se que o biodiesel ser utilizado apenas para atendimento mistura mandatria, apesar de ter sido avaliada a possibilidade de que a demanda ultrapassasse as

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metas legais estabelecidas. Para atendimento desta demanda, foi analisada a disponibilidade de insumos, assim como a capacidade de processamento e de escoamento da produo. Quanto biomassa de cana-de-acar para a gerao de bioeletricidade, tambm de forma similar ao Plano anterior, a avaliao da quantidade de energia j contratada pelo setor eltrico e a anlise de seu potencial tcnico evidenciaram uma significativa folga para ampliao de sua capacidade, o que possibilitaria sua consolidao como uma fonte importante na matriz eltrica nacional, em consonncia com as diretrizes definidas para a expanso da gerao atravs de fontes renovveis.

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I - PREMISSAS BSICAS

destas, tem-se as relativas eficincia energtica1 e autoproduo2. Algumas variveis econmicas, tais como a taxa de crescimento da demanda domstica ou aquelas relacionadas ao comrcio internacional, possuem impactos relevantes sobre o setor industrial. Alm disso, estudos prospectivos setoriais, sobretudo referentes aos segmentos energointensivos, compreendendo alternativas de expanso, rotas tecnolgicas e caractersticas de consumo energtico, so essenciais para a projeo do consumo de energia na indstria. Ademais, na indstria que a autoproduo de energia ganha maior relevncia. A autoproduo de eletricidade desloca parcela do consumo final de energia e, dessa forma, alivia a demanda de investimento na expanso do parque de gerao e da rede de transmisso do setor eltrico. No que se refere aos indicadores demogrficos, o crescimento da populao brasileira e a evoluo dos domiclios so variveis que afetam especialmente o consumo de energia no setor residencial. Neste captulo so apresentadas as premissas bsicas adotadas nos estudos do PDE 2021, abrangendo o cenrio macroeconmico de referncia, as perspectivas de preos do petrleo e o crescimento demogrfico. Outras premissas so descritas ao longo do relatrio.

D

evido importncia que possuem na determinao da dinmica do consumo de energia, constituem-se como premissas bsicas a serem adotadas no estudo de longo prazo da demanda e oferta de energia, as premissas demogrficas, macroeconmicas e setoriais. Alm

1. Cenrio Macroeconmico de RefernciaAspectos geraisA evoluo da demanda por energia estabelecida tendo como base o estudo de cenrios de longo prazo. A partir dessa viso de longo prazo, recortes temporais de horizontes menores podem ser determinados, obtendo-se, dessa maneira, trajetrias consistentes ao longo do tempo para as variveis de interesse. A Figura 1 ilustra esquematicamente este processo. Nesse sentido, o cenrio de interesse do PDE 2021 pode ser visto como um recorte de menor horizonte do cenrio de interesse dos estudos de longo prazo que a EPE elabora. Alm da viso de longo prazo, o PDE 2021 incorpora elementos conjunturais, bem como definies e estratgias de mdio prazo, que podem influenciar parmetros relevantes no horizonte decenal, em especial, as taxas de expanso da economia.1 As premissas formuladas para a eficincia energtica so especialmente relevantes. As iniciativas nessa rea perpassam todos os setores de consumo e so, muitas vezes, a forma mais econmica de atendimento da demanda de energia. Pela importncia de que se revestem, as premissas sobre a eficincia no uso da energia sero tratadas no Captulo IX.

O termo autoproduo se refere aqui gerao de energia eltrica de um consumidor com instalaes prprias de gerao localizadas junto unidade de consumo, ou seja, para o autossuprimento de eletricidade, no sendo utilizada a rede eltrica de distribuio ou transmisso.

2

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PDE 2021Trajetria mais provvel: 1 - 5 ano = Definido

Cenrios AEstudos de Longo Prazo

6 - 10 ano = Normativo Anlises de sensibilidade

Diagnsticox

B1

Diretrizes Estratgia

B25 10

Sinalizao Cenrios possveis

15

C20 25

Horizonte de anlise (anos)

Figura 1 Cone de cenrios: Relao entre o PDE 2021 e os estudos de longo prazo

Nesse contexto, destaca-se a perspectiva de um desempenho nacional superior mdia mundial, em alinhamento com os cenrios elaborados pela EPE desde o PNE 2030. No PDE 2021, trabalha-se, no horizonte decenal, com uma taxa mdia de crescimento mundial de cerca de 4% ao ano, enquanto o Brasil se expande a uma taxa mdia de 4,7% ao ano, conforme analisado nas prximas sees.

Conjuntura econmicaO cenrio econmico mundial vem apresentando um ritmo de crescimento heterogneo: enquanto os pases desenvolvidos crescem a um ritmo lento, as economias emergentes, em especial a China, mantm um elevado crescimento econmico. A forte interveno dos governos, com o objetivo de evitar um maior contgio da crise financeira sobre as economias, levou a um aumento do endividamento pblico e, consequentemente, a uma maior incerteza sobre a capacidade de pagamento dessas dvidas. Nos pases europeus, as incertezas acerca da capacidade de recuperao dos pases da zona do euro so elevadas, mesmo com o plano de ajuda realizado conjuntamente pelo Fundo Monetrio Internacional (FMI) e Banco Central Europeu (BCE). Com relao economia americana, a situao ainda representa certa apreenso com relao a sua capacidade de recuperao nos prximos anos, na medida em que no se chegou a uma soluo para o problema do endividamento. Os problemas tm como consequncia o aumento do dficit oramentrio, gerado para tentar solucionar o problema do setor financeiro, e a forte queda dos nveis de atividade, com repercusses sobre o mercado de trabalho, levando a economia americana a ndices de desemprego bem acima da mdia histrica. Quanto aos pases emergentes, observa-se o aumento da participao destas economias no comrcio mundial, devido elevada demanda por alguns produtos comercializados por estes pases, apesar do

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menor crescimento da economia mundial. Nesse caso, os grandes beneficiados tm sido aqueles pases cuja pauta de exportao composta em grande medida por commodities. Se este canal externo de crescimento econmico fundamental para a explicao da evoluo da economia nacional no perodo decenal, por outro lado, a dificuldade de recuperao da economia mundial, especialmente das economias desenvolvidas, que sofrem com problemas de desemprego e de desconfiana sobre a capacidade de pagamento de suas dvidas, tambm influencia negativamente, no curto prazo, alguns setores da economia brasileira. A indstria nacional, especialmente os segmentos voltados ao setor externo, tem sofrido com a alta competitividade dos produtos importados, agravada pela forte valorizao do real frente ao dlar. Vale destacar a elevada importncia relativa da dinmica de crescimento da economia chinesa para o Brasil no atual contexto de baixo crescimento mundial, cujas importaes de commodities tm papel de sustentar o preo destas no mercado internacional, alm de justificar investimentos em alguns setores da economia brasileira (a cadeia extrativa de minrio de ferro, por exemplo). Sendo assim, desde que o cenrio mundial no apresente uma trajetria de ruptura econmica, vislumbra-se um cenrio positivo para a economia brasileira no horizonte decenal, em resposta especialmente ao bom e sustentado desempenho do mercado interno, relacionados elevao da renda e concesso de crdito, potencializado pelas oportunidades ligadas aos setores de infraestrutura e de explorao e produo de petrleo pelos investimentos voltados realizao dos eventos esportivos que sero realizados no pas, ainda nesta dcada.

Aspectos qualitativos e quantitativos do cenrio de refernciaFruto desta conjuntura, o cenrio esperado para a economia mundial nos prximos anos ainda reflete os impactos negativos da crise financeira que assola principalmente as economias desenvolvidas. No primeiro quinqunio analisado, o desempenho dos pases emergentes, especialmente os pases asiticos, ser o grande responsvel por manter a taxa de crescimento mundial, enquanto os pases desenvolvidos ainda mantm seus esforos voltados para a reestruturao poltica e econmica. Na segunda metade do horizonte, mesmo com uma melhora na situao europeia, o crescimento econmico mundial ser impactado pela reduo esperada do ritmo de crescimento de importantes pases emergentes, ainda que estes mantenham elevadas taxas de crescimento quando comparadas mdia mundial. De fato, no que se refere economia brasileira, a consolidao do arcabouo macroeconmico desenvolvido nos ltimos anos cada vez mais firme, fornecendo meios para um desenvolvimento sustentado e mais acelerado da economia. Certamente o pas no uma ilha isolada do mundo, mas suas vantagens comparativas, em termos de estabilidade macroeconmica, o credenciam como economia atrativa para investimentos. H uma importante oportunidade em termos de ganhos de produtividade a serem conseguidos na economia nacional e, nesta dcada, o dever de casa continua sendo feito, com avanos pontuais importantes em termos de reformas estruturais. Tais avanos trazem um ciclo virtuoso de confiana em busca da reduo do custo Brasil. Os eventos esportivos de carter internacional (Copa do Mundo em 2014 e Olimpadas em 2016) no apenas estimularo os investimentos em diversos setores da economia, como potencializaro a marca Brasil no cenrio internacional.

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Neste cenrio, a economia brasileira cresce a uma taxa acima da mdia mundial, apresentando no horizonte decenal um crescimento mdio de 4,7% a.a., com um resultado um pouco inferior no 1 quinqunio em decorrncia especialmente do desempenho dos anos iniciais, enquanto no segundo quinqunio a taxa de crescimento volta aos patamares observados nos anos anteriores crise mundial. Os indicadores econmicos principais do cenrio de referncia adotado no PDE 2021 so apresentados na Tabela 1.Tabela 1 Taxas de crescimento do nvel de atividade (mdias no perodo)Histrico Indicadores Econmicos 2001-2005 PIB mundial (% a.a.) Comrcio mundial (% a.a.) PIB nacional (% a.a.)Fontes: IBGE e FMI (dados histricos) e EPE (projees).

Projeo 2012-2016 4,1 5,6 4,4 2017-2021 3,9 5,1 5,0

2006-2010 3,6 4,1 4,4

3,7 5,5 2,8

Reitera-se que, a despeito do crescimento moderado das economias desenvolvidas, o comrcio mundial nos primeiros anos beneficiado pelo maior dinamismo das economias emergentes, em especial da China. Dessa forma, uma mudana a ser observada nos prximos anos o aumento da contribuio dos pases emergentes ao crescimento mundial. No cenrio domstico, uma maior taxa de poupana de longo prazo e um crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF) so elementos essenciais para assegurar a taxa mdia de crescimento do PIB de 4,7% a.a nos prximos 10 anos. A taxa de poupana brasileira ser beneficiada especialmente pela evoluo da poupana pblica. Com relao poupana privada, a grande contribuio vir da maior lucratividade das empresas que se beneficiam do bom momento econmico do pas. A perspectiva de crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF), por sua vez, ocorre estimulada pelo aumento dos investimentos no pas e dever dar-se de forma mais intensa nos setores em que o pas apresenta vantagem comparativa. O aumento dos investimentos permitir um avano desse indicador, ainda que outros gargalos que impedem um aumento mais expressivo da produtividade, tais como a dificuldade de encontrar mo de obra qualificada, polticas de estmulos s inovaes tecnolgicas e mudanas institucionais mais profundas, sejam resolvidos gradualmente. A evoluo das taxas de poupana de longo prazo (% PIB) e de crescimento da Produtividade Total dos Fatores (PTF) apresentada na Tabela 2.Tabela 2 Principais variveis exgenas do cenrio de referncia (mdias no perodo)Histrico Indicadores Econmicos 2001-2005 Taxa de Poupana (% PIB) 1 PTF (% a.a.) 2 16,2 0,6 2006-2010 18,1 1,0 2012-2016 21,5 1,5 2017-2021 21,7 1,5 Projeo

(1) As projees de taxa de poupana nos quinqunios dizem respeito aos seus valores de longo prazo; os valores histricos representam as mdias das taxas correntes de poupana e, portanto, so mais afetadas por questes conjunturais. (2) Para o clculo da PTF histrica, ver Souza Jr. (2005). Fontes: IBGE (dados histricos) e EPE (Projees).

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Os investimentos, especialmente aqueles voltados infraestrutura, so imprescindveis para manter um crescimento econmico de longo prazo elevado e de forma sustentvel, assim como para fornecer ganhos de competitividade a qualquer pas. Na trajetria projetada para o horizonte deste estudo, a perspectiva de um aumento significativo da taxa de investimento em relao ao observado nos ltimos anos. Para a primeira metade do horizonte decenal, estudos realizados pelo BNDES acerca dos investimentos mapeados indicam elevao dos investimentos em diversos setores de infraestrutura, com destaque para a rea de logstica e de energia. Outro fator que contribui para o aumento dos investimentos no perodo o reinvestimento dos lucros das empresas impactado pelas perspectivas de crescimento econmico. As perspectivas de eventos importantes a serem realizados no pas nos prximos 10 anos trazem a confiana de que os patamares de investimentos devem se elevar substancialmente nos anos que se seguem. Somado aos eventos esportivos que tero sede no pas nos anos de 2014 e 2016, ampliando a necessidade de aumento dos investimentos pblicos e privados no pas, registra-se o importante avano da cadeia produtiva de petrleo e gs natural na camada pr-sal.Tabela 3 Investimento e PIB (taxas mdias no perodo)Histrico Indicadores Econmicos 2001-2005 Investimento total (% PIB)(1) (1),(2)

Projeo 2012-2016 20,2 3,4 2017-2021 21,7 4,0

2006-2010 18,3 3,3

16,7 3,1(2) Inclui empresas estatais federais.

Investimento pblico (% PIB)

(1) Taxas de investimento a preos correntes.

Fontes: IBGE e Ministrio do Planejamento (dados histricos) e EPE (Projees).

No cenrio fiscal, seguindo a tendncia observada nos ltimos anos, espera-se que, neste horizonte de projeo, haja queda da Dvida Lquida do Setor Pblico, embora esta queda seja mais suave nos anos iniciais. Da mesma forma, os bons resultados da economia brasileira reduzem a necessidade de um maior esforo fiscal e, por conta disso, o supervit primrio apresenta uma trajetria declinante no longo prazo. Alm disso, a reduo esperada das taxas de juros reais contribui para diminuir a importncia da conta de juros na evoluo da dvida.Tabela 4 Indicadores econmicos do setor pblico (mdias no perodo)Histrico Indicadores Econmicos 2001-2005 Supervit Primrio (% PIB) Dficit Nominal (% PIB) Dvida Lquida (% PIB)Fontes: Banco Central (dados histricos) e EPE (Projees).

Projeo 2012-2016 2,1 2,5 38,2 2017-2021 1,7 1,4 32,0

2006-2010 3,9 2,9 42,9

1,9 4,2 53,3

Assim, ao longo desta dcada o Brasil se consolidar em termos de estabilidade econmica e baixo risco, corroborado por trajetria decrescente da relao dvida/PIB e sustentao dos supervits fiscais. Entretanto, pelo lado do setor externo, a premissa de crescimento da economia brasileira acima da mdia mundial, induz a uma expectativa de deteriorao da balana de pagamentos em virtude, especialmente, do aumento das importaes a uma taxa mais elevada do que o crescimento das exportaes no primeiro quinqunio. O crescimento econmico nacional, puxado pelo maior consumo interno e o aumento dos investimentos em infraestrutura, so fatores que contribuem para este resultado. As exportaes, por sua vez, crescem em funo da maior expanso das economiasPlano Decenal de Expanso de Energia 2021 Premissas bsicas

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emergentes. Dessa forma, o Brasil se beneficia do aumento da demanda desses pases por

commodities e pelo aumento do preo destas no mercado internacional.O maior crescimento da economia brasileira ser responsvel pela reduo do saldo comercial e consequentemente do maior dficit em transaes correntes. Este dficit, entretanto, ser financivel devido ao maior afluxo de capitais para o pas. A entrada de capitais via aumento do investimento externo direto ocorre beneficiada pelo desempenho da economia nacional acima da mdia mundial e deve ser direcionada principalmente aos setores em que o pas possui maiores vantagens comparativas.Tabela 5 Indicadores econmicos do setor externo (mdias no perodo)Histrico Indicadores Econmicos 2001-2005 Balana Comercial (US$ bilhes) Exportaes (US$ bilhes) Importaes (US$ bilhes) IED (US$ bilhes) Transaes Correntes (% PIB)Fontes: Banco Central (dados histricos) e EPE (Projees).

Projeo 2012-2016 9,1 275,2 266,1 51,0 -2,9 2017-2021 8,6 343,9 335,3 54,0 -2,6

2006-2010 27,6 166,5 138,9 34,6 -1,1

23,8 81,3 57,5 16,5 -0,3

Outra varivel relevante na projeo da demanda e da oferta de energia o preo do petrleo. A referncia aqui adotada foi o petrleo do tipo Brent, cotado em Londres. A evoluo do preo do leo

Brent projetado ao longo do horizonte do PDE 2021 apresentada na Tabela 6.Associado trajetria de crescimento econmico mundial, prev-se um significativo aumento da demanda mundial de petrleo nos prximos anos, j que a recuperao da demanda por petrleo no mundo (em especial nos pases emergentes, como a China), aps a crise de 2008-2009, foi mais forte do que o esperado. Por outro lado, associada desacelerao da economia mundial no segundo quinqunio, h uma tendncia de moderao da demanda de petrleo neste perodo, reforada pelas polticas de substituio de derivados e de eficincia energtica institudas pelos governos dos pases grandes consumidores de energia. No cenrio de oferta mundial de petrleo, considera-se uma defasagem at 2013-2014 da expanso desta oferta em relao ao ritmo de incremento da demanda por petrleo. Isto porque: i) a retomada dos investimentos em projetos de E&P (houve cancelamento/adiamento de projetos por causa das restries de crdito em 2008-2009) ocorrer num ritmo moderado; ii) a Primavera rabe, em particular na Lbia, restringiu a oferta de petrleo; iii) a OPEP no tem adotado como estratgia a antecipao de investimentos em capacidade produtiva para balancear o mercado, deixando-o pressionado e vulnervel a eventuais restries de oferta. Assim, acredita-se que, mesmo com a retomada dos investimentos, no haver tempo hbil para atender o ritmo de crescimento da demanda, de tal forma que o mercado permanecer apertado at 2015. A prpria capacidade ociosa dos pases da OPEP cair para patamares mais modestos, ao longo do primeiro quinqunio, para compensar o hiato da expanso da produo frente ao crescimento da demanda por petrleo, adicionando um prmio de risco aos preos deste produto. Com essa evoluo do balano de oferta e demanda, assume-se que, no curto prazo, a cotao do petrleo Brent se manter num patamar acima de US$ 100/b.

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A partir de 2015, no entanto, a combinao de vrios efeitos dever levar a um novo balano de oferta-demanda de petrleo, amenizando os preos do mesmo: i) retomada e maturao de projetos de E&P que haviam sido cancelados ou adiados por causa da crise; ii) moderao do crescimento econmico mundial; iii) o prprio efeito da alta de preos sobre a demanda de derivados; iv) a maturao de polticas de substituio de derivados e de eficincia energtica. Desta forma, as cotaes do Brent, nesse cenrio, devero cair no final do horizonte para o patamar de US$ 80/b (a valores de maio de 2011), mesmo num cenrio de crescimento do PIB mundial.Tabela 6 Evoluo do preo do petrleo tipo BrentIndicadores Econmicos Preo do Petrleo tipo Brent (US$ maio 2011/barril)Fontes: EIA-DOE, BLS (dados histricos) e EPE (Projees)

Histrico 2002-2006 56,78 2007-2011 91,70

Projeo 2012-2016 105,59 2017-2021 85,23

2. Premissas DemogrficasDe acordo com estudo realizado pelo Banco Mundial, o Brasil est envelhecendo em um ritmo mais rpido do que o ocorrido nos pases desenvolvidos. Com isto, o Brasil est se tornando um pas predominantemente velho antes de se tornar uma nao rica. Entretanto, as mudanas populacionais brasileira trazem resultados positivos para a prxima dcada. No perodo entre 2011 e 2021, a populao em idade ativa crescer em ritmo superior a denominada populao dependente (representada pela parcela da populao abaixo de 14 e acima de 65 anos), levando o pas a passar pelo perodo denominado bnus demogrfico3. As projees elaboradas pela EPE para a evoluo da populao brasileira so apresentadas na Tabela 7. Cabe ressaltar que os cenrios demogrficos realizados pela EPE se baseiam nas projees divulgadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica IBGE, que so calculadas com base na evoluo da taxa de fecundidade, mortalidade e expectativa de vida da populao brasileira. Com relao ao perfil regional da populao brasileira, podemos observar pela Tabela 7 que o maior crescimento ocorre nas regies Norte (0,9%) e Centro-Oeste (0,9%), com variaes acima da mdia nacional (0,6%). Esse crescimento, contudo, no capaz de induzir a uma mudana significativa na estrutura da populao, que continua fortemente concentrada nas regies Sudeste (41,9%) e Nordeste (27,7%). Nas ltimas dcadas, tm sido observadas alteraes no perfil demogrfico brasileiro no que se refere ao padro de crescimento populacional. Entre outros aspectos, tem-se observado menor taxa de fecundidade e maior expectativa de vida ao nascer. Em sntese, pode-se afirmar a populao brasileira continua a crescer, porm a um ritmo menor e est envelhecendo.

3 Bnus demogrfico o perodo em que a estrutura etria da populao atua no sentido de facilitar o crescimento econmico. Isso acontece quando h um grande contingente da populao em idade produtiva e um menor percentual de crianas e idosos no total da populao. O primeiro bnus refere-se ao crescimento da renda resultante do aumento da razo entre produtores e consumidores na populao, decorrente das transies demogrfica e da estrutura etria. (Alves, 2008)

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Tabela 7 Brasil e Regies, 2012-2021: Projeo da populao total residente (mil hab.)Ano 2012 2016 2021 2011-2016 2016-2021 2011-2021 2012 2016 2021Fonte: Elaborao EPE.

Norte 16.335 17.002 17.712 1,0 0,8 0,9 8,4 8,5 8,6

Nordeste 54.134 55.622 57.207 0,7 0,6 0,6

Sudeste 81.884 84.035 86.326

Sul 27.849 28.503 29.200

Centro-Oeste 14.482 15.083 15.722 1,0 0,8 0,9 7,4 7,5 7,6

Brasil 194.684 200.246 206.167 0,7 0,6 0,6 100,0 100,0 100,0

Variao mdia (% ao ano) 0,7 0,6 0,5 0,6 0,5 0,5

Estrutura de Participao Populacional (%) 27,8 42,1 14,3 27,8 27,7 42,0 41,9 14,2 14,2

Refletindo uma mudana no perfil da populao brasileira, o nmero de domiclios particulares permanentes no perodo de 2012 a 2021 eleva-se em ritmo superior ao crescimento da populao nacional. Este dado indica a reduo do nmero de habitantes por domiclios que sai de 3,25 no incio do perodo para 2,85 em 2021. No que se refere distribuio regional dos domiclios, verifica-se que as regies Norte, Sul e CentroOeste apresentam crescimento acima da mdia nacional, contribuindo para o aumento da participao do nmero de domiclios dessas regies no total do Brasil. A regio Sudeste, contudo, mantm a caracterstica concentradora na estrutura nacional.

Tabela 8 Brasil e Regies, 2012-2021: Projeo do nmero de domiclios (mil unidades)Ano 2012 2016 2021 2011-2016 2016-2021 2011-2021 2012 2016 2021Fonte: Elaborao EPE

Norte 4.582 5.057 5.651 2,5 2,2 2,4 7,3 7,4 7,4

Nordeste 15.679 17.026 18.741 2,1 1,9 2,0

Sudeste 27.984 30.500 33.714

Sul 9.868 10.795 11.973

Centro-Oeste 4.816 5.308 5.906 2,5 2,2 2,3 7,7 7,7 7,8

Brasil 62.928 68.685 75.985 2,2 2,0 2,1 100,0 100,0 100,0

Variao mdia (% ao ano) 2,2 2,3 2,0 2,1 2,1 2,2

Estrutura de Participao dos Domiclios (%) 24,9 44,5 15,7 24,8 24,7 44,4 44,4 15,7 15,8

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3. Premissas SetoriaisSetor industrialA participao setorial no PIB apresentou, nos ltimos dez anos, o comportamento ilustrado no Grfico 1. As anlises econmicas setoriais so baseadas no valor adicionado calculado e divulgado pelo IBGE a preos constantes (R$ de 2010).

Fonte: IBGE (2011)

Grfico 1 Participao setorial no valor adicionado de 2000 a 2010 (%)

Percebe-se que o setor de servios ganhou participao, principalmente entre 2005 e 2010, enquanto a indstria perdeu. A participao no valor adicionado da agropecuria permaneceu relativamente estvel. Em termos prospectivos visualiza-se uma mudana do padro de crescimento observado na ltima dcada. Ao contrrio do perodo anterior em que as taxas de crescimento do setor de servios superaram as da indstria, nos prximos dez anos o desempenho da indstria ser superior. Quanto agropecuria, a participao dever permanecer estvel. O Grfico 2 mostra a composio setorial esperada do valor adicionado para o prximo decnio.

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Fonte: Elaborao EPE.

Grfico 2 Participao setorial no valor adicionado de 2012 a 2021 (%)

Para o decnio em questo espera-se que o setor agropecurio cresa na mdia da economia mantendo sua participao relativa. Esse ritmo ser sustentado pelo mercado interno e pela demanda internacional crescente que j vm colocando os preos das commodities internacionais em nveis bem elevados. Para o setor de servios espera-se uma perda de participao relativa no final do horizonte considerado. Apesar disso, em termos de taxas absolutas, o desempenho dever ser de um crescimento acelerado, pois o setor tambm se beneficiar substancialmente de forma direta e indireta dos programas de infraestrutura previstos para os prximos anos. Importante registrar que o setor de servios absorve grande parte da mo de obra da economia e ter que enfrentar, no horizonte analisado, restries de mo de obra qualificada. A taxa de desemprego est em nveis historicamente baixos e a carncia desse recurso-chave poder ser um gargalo ao crescimento mais acelerado do setor. A indstria, em 2011, apresentou desacelerao do crescimento. A despeito dos resultados recentes, continua existindo uma perspectiva favorvel para o comportamento do setor no decnio em questo. Uma anlise mais detalhada da indstria mostra que seu crescimento nos prximos anos ser puxado pela extrativa mineral (EXTMIN) e pela indstria da construo civil (CCIV). Esta deve se beneficiar de um mercado interno vigoroso e das perspectivas favorveis de crditos que vo viabilizar a poltica do Governo Federal para o setor. Aquela, por sua vez, tem uma lgica de crescimento ligada demanda dos pases emergentes mais dinmicos e que devem manter os preos das commodities em patamares elevados.

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O setor de transformao (TRANS) deve crescer a taxas menores que seus pares da indstria resultando em perda de participao relativa por estar mais exposto concorrncia externa. J a fatia da produo e distribuio de energia eltrica gua e gs (A+G+EE) no deve sofrer grandes alteraes, crescendo no mesmo ritmo da indstria, conforme o Grfico 3.100% 11,9 80% 10,6 11,7 11,6 12,2 12,3

19,9 60%

20,6

20,7

40% 57,6 20% 56,1 54,8

0% 2012 TRANSFonte: Elaborao EPE.

2016 CCIV EXTMIN A+G+EE

2021

Grfico 3 Composio do VA industrial a preos bsicos de 2012 a 2021 (%)

A Tabela 9 mostra o cenrio de produo fsica dos grandes consumidores industriais de energia. Os cenrios setoriais da indstria levaram em considerao os seguintes elementos: para os setores cuja produo pode ser vista como homognea4, foram consideradas as perspectivas de expanso da capacidade instalada de produo de cada setor, compatveis com os investimentos setoriais previstos, com a dinmica dos mercados interno e externo dos respectivos produtos e com o comportamento da demanda interna em face do cenrio macroeconmico adotado como referncia; para os setores cujos produtos so mais heterogneos5, considerou-se a evoluo do valor adicionado setorial atrelada ao cenrio macroeconmico de referncia, conforme a desagregao setorial apresentada no Balano Energtico Nacional (EPE, 2011). Para as indstrias eletrointensivas, em especial, foram realizadas avaliaes especficas6. Esse conjunto de indstrias (alumnio inclusive alumina e bauxita , siderurgia ao bruto , ferroligas, pelotizao, cobre, celulose e papel, soda-cloro, petroqumica e cimento) responde por parcela expressiva do consumo de energia, parcela esta que chega a 40% do consumo industrial no caso da energia eltrica.4 5

So exemplos, neste caso: alumnio, alumina, cobre, siderurgia, ferroligas, cimento e papel e celulose.

So exemplos neste caso: qumica, alimentos e bebidas, txtil, cermica, outras indstrias, no-ferrosos (exclusive alumnio), alumina e cobre, e outros da metalurgia.

Essas avaliaes englobaram tanto as perspectivas de expanso da capacidade instalada de produo desses setores quanto a projeo da produo fsica a eles associada e a evoluo dos respectivos consumos especficos de eletricidade.

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Tabela 9 Grandes consumidores industriais: produo fsica (10 t)Segmento Bauxita Alumina Alumnio Primrio Siderurgia (ao bruto) Ferroligas Pelotizao Cobre Primrio Soda Custica Petroqumica (eteno) Celulose Pasta mecnica Papel CimentoFonte: Elaborao EPE.

2012 38.894 10.896 1.536 41.728 1.156 59.232 298 1.597 3.653 14.998 504 10.895 63.437

2021 49.299 14.582 1.659 70.230 1.943 88.272 459 1.597 6.408 27.409 795 16.557 103.287

2011-2021 (% ao ano) 3,6 3,6 1,1 6,8 6,8 4,4 6,1 0,0 5,8 6,8 4,7 4,7 5,5

A siderurgia e o setor de papel e celulose continuam apresentando vantagens comparativas importantes. Um desempenho expressivo tambm pode ser esperado da produo de ferroligas que tem um resultado bastante atrelado produo siderrgica. O mesmo no pode ser dito da indstria de alumnio primrio, cuja produo gera o maior consumo especfico de energia eltrica, por tonelada produzida. De fato, os agentes setoriais tm reiterado a perda de competitividade da indstria de alumnio primrio no pas, sobretudo por conta de condies mais atrativas de aquisio de energia eltrica oferecidas por outros pases. A projeo da produo de cimento est em linha com a evoluo da indstria de construo civil j comentada neste captulo. Deve-se ressaltar que grande parte dos produtos bsicos industriais e de seus produtos derivados tem ainda um consumo per capita baixo no Brasil, comparativamente aos padres das economias desenvolvidas, apresentando, desse ponto de vista, um mercado interno com grande potencial de crescimento, dadas as premissas macroeconmicas adotadas. A expanso esperada da produo de insumos bsicos se traduzir em aumentos significativos no consumo total de energia tanto pela representatividade dessas indstrias quanto pelo consumo especfico elevado caracterstico desses setores. Esse aumento do consumo de energia dever ser amenizado pelo potencial de eficincia energtica a ser cada vez mais explorado devido aos imperativos ambientais que se colocam. O resultado ser uma queda da elasticidade-renda da demanda de energia. A Tabela 10 mostra a evoluo esperada do consumo especfico de energia eltrica, por segmento industrial.

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Tabela 10 Grandes consumidores industriais: consumo especfico de eletricidade (kWh por tonelada produzida)Segmento Bauxita Alumina Alumnio Primrio Siderurgia (ao bruto) Ferro ligas Pelotizao Cobre Primrio Soda Custica Petroqumica (eteno) Celulose Pasta mecnica Papel CimentoFonte: Elaborao EPE.

2012 13 296 14.589 500 8.683 49 1.529 2.697 1.564 969 2.171 783 114

2021 12 287 13.938 459 9.078 47 1.460 2.641 1.548 928 2.104 752 116

2011-2021 (% ao ano) -0,4 -0,4 -0,6 -0,9 0,6 -0,4 -0,6 -0,3 -0,3 -0,5 -0,4 -0,5 -0,5

Setor residencialNo setor residencial brasileiro, destacam-se os consumos de eletricidade, do gs liquefeito de petrleo (GLP) e da lenha, sendo os dois ltimos destinados principalmente aos servios de coco de alimentos e aquecimento de gua para banho. A evoluo do consumo residencial de energia resulta, basicamente, da combinao dos seguintes efeitos: o crescimento do nmero de domiclios, a evoluo da posse e uso dos equipamentos eletrodomsticos, a potncia de consumo de cada