18

Pe no pé

Embed Size (px)

DESCRIPTION

The best of Pernambuco's football.

Citation preview

Page 1: Pe no pé
Page 2: Pe no pé
Page 3: Pe no pé

Aos leitores,Nessa primeira edição da PE no PÉ nossa matéria de capa é es-pecial. Falamos com o homem que é a alma do América Futebol Clube. Sandro Silva conversou com o repórter Rodrigo Pittol e contou como foi crescer dentro do clube. Também falou sobre as múltiplas funções que exerce no time de coração, sendo, in-clusive, o mascote do Mequinha. Aproveitando o gancho nossa repórter Tereza Eickmann foi atrás de outros apaixonados que entram em campo fantasiados, e conversou com os mascotes Léo (o leão, do Sport) e o Timbu (do Náutico).O Campeonato Brasileiro de 87 ainda gera muita polêmica e é isso que tentamos esclarecer pra você, leitor, na matéria de Mário Vinhas. Eu assino a reportagem sobre lesões frequen-tes em jogadores de futebol, tudo o que você sempre quis sa-ber sobre tratamentos para aquele craque do seu time voltar a ativa mais rápido, além de entender porque tais machucados acontecem e como evita-los. Mais uma coisa! Sempre que verem nossa seção “SAIBA MAIS”, basta clicar nos ícones para ter acesso ao contéudo exclusivo de vídeo ou aúdio relacionado à reportagem.Todas essas histórias cheias de vida do futebol estão à disposi-ção de vocês nas próximas páginas, espero que gostem.

Sitepenope.ucoz.com

Twitter@PE_noPe

YoutubePE no Pé

[email protected] Maranhão

editora

EDITORIALA

rena

Per

nam

buco

EditoraMarina Maranhão

DesignerTereza Eickmann

ColunistaRodrigo Pittol

Redes SociaisMario Vinhas

Page 4: Pe no pé

Estudante de jornalismo, 28 anos, viciada em futebol, gosta de ler qualquer coisa que cai em suas mãos a respeito do assunto, assiste religio-samente as rodadas dos principais campeona-tos europeus e do brasileirão, além dos campe-onatos regionais. Futebol foi a razão pela qual entrou no curso de jornalismo.

Estudante de Jornalismo, 21 anos, gosta de música variada gosta de ler HQ’s, Mangás, livros do Tolkien, entre outras coisas. Apaixonado por

Futebol e Formula 1.

Estudante de Jornalismo e designer gráfica, 20 anos. Adora música boa, seriados bo-bos e uma cerveja gelada pra acompanhar o jogo com os amigos. É apaixonada pelo mundo dos esportes, até mais do que pelos esportes.

Estudante de Jornalismo e formado em Filosofia, 33 anos, adora assis-tir filmes. Também é fã do seriado Friends. Rubro-negro de coração

MARIO VINHAS

TEREZA EICKMANN

RODRIGO PITTOL

MARINA MARANHÃO

TIME

4 | 26 de maio de 2014 | PEnoPé

Page 5: Pe no pé

6

7

10

8

11 12

13

As Dores do Mundo (da Bola)

América Futebol Clube e sua história centenária Mais que um torcedor

Nossa missão é animar!

A Polêmica com mais de 20 anos Coluna do Pittol

Palavra Final

PEnoPé | 26 de maio de 2014 | 5

SUMÁRIO

Page 6: Pe no pé

6 | 26 de maio de 2014 | PEnoPé

A s D o r e s d o M u n d o ( d a B o l a )

AS LESÕES QUE FAZEM DO CORPO UM ADVERSÁRIO PARA OS JOGADORES DE FUTEBOL

Nos campos de futebol ao re-dor do mundo o jogo tem ficado cada vez mais competitivo. Os atletas precisam ter uma pre-paração física muito boa para aguentar partidas muito impor-tantes de 90 minutos sendo jo-gadas em alto nível. Apesar de toda essa preparação, os cor-pos desses atletas não são má-quinas e muitos deles sofrem com lesões ao longo da carreira.É muito comum nos dias de hoje um jogador ir pro campo com do-res, no chamado sacrifício ou até mesmo jogar um período longo precisando de uma intervenção cirúrgica. A competição é mui-to grande e nenhum atleta está livre do risco de uma lesão. Pou-quíssimos atletas conseguem es-capar das lesões e se machucam muito pouco, até alguns meses atrás todo o mundo futebolísti-co achava que Messi era indes-trutível porque não perdia uma partida do Barcelona. Nem ele escapou, essa temporada Mes-si jogou pouco e abaixo do seu nível, tudo por causa de lesões.

O trabalho mais importante a ser feito quando se fala em lesões é a prevenção, é nela que tudo co-meça. Por isso que aqui no Brasil os clubes tanto pedem a CBF por uma pré-temporada maior, para ter tempo de cuidar dos corpos dos seus atletas que vão jogar o ano todo e não sofrer tantas bai-xas ao longo da temporada por lesão. Aqui no Brasil um time da Série A joga pelo menos duas vezes na semana durante o ano e tem somente uma ou duas se-manas de pré-temporada. Os ti-mes na Europa não têm menos de um mês de pré-temporada, jogam amistosos, se preparam de verdade, no Brasil isso não ocorre e nossos atletas sofrem.

Causas de lesãoImpacto: Muitos atletas so-frem uma lesão após sofrer uma pancada de um adversá-rio ou até mesmo de dar uma por causa do impacto. Na dis-puta pela bola o jogador pode bater contra a trave ou contra uma placa de publicidade e o

impacto causar uma contusão.Desgaste: ou seja, muito exer-cício físico que pode resultar em lesões nos atletas, mui-tos jogos de alto rendimen-to em sequência desgastan-do a musculatura do jogador.

Tipos de lesãoEntorse: movimento anormal de uma articulação, além do que os ligamentos podem su-portar resultando em lesões dos ligamentos. Afeta princi-palmente joelhos e tornozelos. O nome mais comum é torção.Contusão: trauma ou batida em qualquer parte do corpo que provoca uma compressão vio-lenta. Pode comprometer a fun-ção de músculos ou tendões, além de causar inflamação local. Luxação: sinônimo de desen-caixe. É o deslocamento anor-mal das superfícies de contato da articulação com os ossos. Às vezes é mais grave do que uma fratura. Normalmente, de forma leiga, esse diagnóstico é apontado como algo simples,

Por Marina Maranhão

Page 7: Pe no pé

no entanto a luxação requer cuidados médicos urgentes.Fratura: é a perda da continui-dade de um osso que pode apre-sentar desvio ou não. É a famosa quebra do osso. No futebol, os atletas costumam ter fraturas causadas por impacto, nesse caso o osso racha e provoca muita dor.Distensão ou estiramento: ocor-re quando as fibras musculares alongam-se além do seu com-primento normal. O músculo distende-se e provoca dor, fis-gada e às vezes, incapacida-de de contrair normalmente.Cãimbra: contração involuntária e dolorosa do músculo.

Prevenção e TratamentoO departamento de fisiologia do Sport Club do Recife, cria-do há 18 anos, foi pioneiro no Nordeste e um dos primeiros do Brasil. Atualmente ele é refe-rência no Norte/Nordeste e encontra-se no patamar dos principais clubes do sul e sudeste do país. Er-nesto Barreto, fisiologista do clube, fala sobre preven-ção e tratamento no vídeo. O Leão investiu R$ 300 mil na construção da sua pró-pria academia de ginásti-ca e outros R$ 200 mil na aquisição de equipamen-tos que usam tecnologia de ponta como o Dianômetro Isocimétrico, o Sport é o único clube do Norte/Nordeste que possui essa máquina. O Dianô-metro Isocimétrico avalia a força dos membros inferiores, detec-

tando desequilíbrio muscular. Outros equipamentos usados são o Refloton-Plus, aparelho que analisa o desgaste muscular do atleta e o tempo necessário para a recuperação e o Systrai-ner que monitora a intensidade de esforço individual e envia o resultado para o computador.Segundo Tacão, preparador físi-co do Sport, a preparação física do Sport foi tão boa esse ano que eles ainda não tiveram nenhum caso de jogador machucado no elenco. O que em um semestre normal é totalmente esperado. O mais correto sempre é investir na prevenção com treinamen-tos, alimentação correta e uso de tecnologia porque o custo de fazer uma cirurgia ou ficar pa-rado por lesão tanto pro atleta quanto pro clube que investiu naquele atleta é muito maior.A fisioterapia é muito impor-

tante tanto na prevenção como no tratamento de lesões, mas para ela funcionar vai precisar muito comprometimento do atleta. Sessões de fisioterapia podem ser longas e dolorosas

num processo de tratamento, o jogador precisa estar ciente que quanto mais ele se esforçar, mais cedo ele pode ser libera-do se for o caso. Ernesto Barre-to falou de um caso no próprio Sport em que o atleta que fez uma cirurgia e se dedicou tanto que está tendo que lhe segurar pra não liberar antes do tempo.

Parada para a Copa do MundoO ano de 2014 é um ano espe-cial porque vai acontecer a Copa do Mundo. Durante a Copa do Mundo todos os campeonatos nacionais vão ser interrompi-dos, os clubes vão ficar sem jo-gar e seus atletas inativos. Esse período inativo ou pelo menos sem ritmo de jogo para os atle-tas pode ser prejudicial para sua musculatura. É normal depois do período de pausa para Copa ter um número grande de jogadores

machucados no Campeo-nato Brasileiro. O impor-tante é achar um meio de impedir isso de se repetir. Segundo Tacão, preparador físico do Sport, os atletas do clube vão receber uma cartilha com instruções de como se comportar duran-te esse período (áudio). O Sport também vai manter os treinos por um perío-do durante a Copa o que é

importante para que quando os campeonatos voltarem não acon-tecer um surto de lesões por cau-sa desse período de inatividade.

SAIBA MAIS:

PEnoPé | 26 de maio de 2014 | 7

Page 8: Pe no pé

A história já é espetacular por si só se ape-nas o aspecto esportivo for levado em conta. Campeão do mundo, artilheiro

da competição com média de mais de um gol por partida, atuações decisivas e gols histó-ricos. Mas a participação de Ronaldo na Copa de 2002 se torna quase cinematográfico se o fator médico entrar em campo. Nos três anos que antecederam o Mundial, o atacante que já tinha sido eleito o melhor jogador do mun-do por duas vezes teve o futuro questionado por causa de uma grave lesão. A imagem da patela, o osso do joelho, saindo do lugar num jogo pela Inter de Milão chocou o mundo e comoveu os fãs do craque brasileiro. Duas ci-rurgias, a determinação no tratamento e a confiança do técnico Luís Felipe Scolari foram fundamentais para que o Fenômeno justificas-se o apelido nos campos da Coreia e do Japão.Mas o exemplo de superação demonstrado por Ronaldo não acontece com todo joga-dor que se machuca. Alguns precisam con-viver com uma rotina de novas lesões pelo resto da vida. A lista de jogadores que di-videm a carreira entre o antes e o depois de uma contusão grave é muito numerosa.Zico, que levou o Flamengo a ser um dos me-lhores times do mundo nos anos 80 e foi uma das estrelas da Seleção da Copa de 82, passou maus bocados por causa do joelho. Passou por uma cirurgia pouco antes do Mundial de 86 e não repetiu as atuações que o consagraram, nem com a camisa do Brasil e nem com a do

Flamengo. Mas conseguiu se manter na ativa até os 41 anos depois de quatro temporadas ajudando a popularizar o futebol no Japão. A reviravolta de Zico não foi tão grande quanto a de Ronaldo, mas foi o suficiente para dar so-brevida a uma carreira que tinha tudo para ser abreviada. No entanto, outros craques não tive-ram escolha e precisaram parar cedo demais.Um exemplo disso é o holandês Marco Van Basten, que foi um dos melhores centroavan-tes do mundo na virada dos anos 80 para os 90. Eleito pela Fifa o melhor jogador do pla-neta em 1992, viveu o auge da carreira no Milan da Itália. Mas sofreu com a violência de seus marcadores e teve lesões seguidas no tornozelo direito. Van Basten ainda passou dois anos se arrastando para continuar no fu-tebol, jogando no sacrifício e sentindo fortes dores. Mas teve que se aposentar aos 32 anos.No Brasil, o caso mais emblemático é o de Reinaldo, um dos grandes artilheiros do fute-bol nacional nos anos 70. Quando ainda joga-va nos juvenis do Atlético Mineiro, torceu um joelho numa partida e teve uma lesão grava no outro joelho depois de uma entrada vio-lenta de um adversário. Aos 17 anos, tirou os meniscos dos dois joelhos. Mesmo assim, teve uma carreira brilhante com quase 400 gols marcados, vários títulos pelo Atlético e uma Copa do Mundo disputada pelo Bra-sil. Só que a trajetória terminou aos 30 anos, quando as dores se tornaram insuportáveis.

Lesões que levam ao fim da carreira (ou não)Por Marina Maranhão

8 | 26 de maio de 2014 | PEnoPé

Page 9: Pe no pé

PEnoPé | 26 de maio de 2014 | 9

O América Futebol Clube de Per-nambuco foi fundado em 12 de abril de 1914 com o nome de João de Barros Futebol Clube, por ter seus fundadores terem, fundado oficialmente o time numa casa que fica na avenida que leva o mesmo nome. Em 16 de junho de 1915, ainda com o nome de João de Barros, o América parti-cipou da reunião de fundação da Liga Pernambucana de Futebol, atual Federação Pernambucana de Futebol. Só depois de um pou-co mais de 3 anos de existência que o clube começou a ser cha-mado pelo nome que detém até hoje, América Futebol Clube, o nome veio de um pedido do des-portista Belfort Duarte, que era conhecido dentre seus grandes feitos como um dos fundadores do primeiro time de futebol do país unicamente de brasileiros o Associação Atlética Mackenzie College, Belfort era ligado ao tra-dicional time America Football Club, do Rio de Janeiro time que Berlfort jogava na época. B e l -fort

Duarte veio a Recife em busca de apoio para a fun-dação da Federação Na-cional de Esportes, que foi a antecessora da antiga CBD, hoje CBF. Por ser um grande sím-bolo do futebol daquela época, na noite de 22 de agosto o time ainda como João de Barros Fu-tebol Clube, o nomeou capitão honorário, mudando também seu nome para América Fute-bol Clube, em sua homenagem.

“Comunico-vos que em Assembléia Geral do João

de Barros Futebol Clu-be, reunida no dia 22 de

agosto de 1915 deliberou a mudança de nome da-

quela sociedade que ficou denominada “América

Futebol Clube”, convicto que esta deliberação em

nada mudará as atenções dispensadas ao nosso an-tigo JBFC e espero a con-

tinuação das mesmas ao América Futebol

Clube.” - Carta de Belfort Duarte enviada a

imprensa.

Foi por um gran-de período o time que rivali-zava com o Sport Clube do Reci-fe, a hegemonia do estado, tendo

conquistado seu primeiro título pou-

cos anos depois de sua criação, em 1918 o time conquistava o campeonato pernambucano até então dominado pelo Sport com 2 títulos sobre o Santa Cruz de maneira seguida, em 1919 repe-tiu o feito do Sport e conquistou seu primeiro bicampeonato e o segundo da pequena história do campeonato pernambucano. O América conquistou o campeo-nato por mais 4 vezes posterior-mente 1921, 1922, 1927 e 1944. Em 1920 o time se desentende com a federação pernambucana e deixa a disputa do campeona-to pela metade, mas conquista um torneio disputado no mes-mo ano, sendo por muitos, con-siderado Tricampeão. Ainda como bicampeão pernambuca-no assim que volta a disputar o torneio conquista mais dois por anos consecutivos 1921 e 1922 e se torna o primeiro time a ter 2 bicampeonatos no campeonato pernambucano, E ainda, a con-quista do campeonato de 1922, deu ao América seu principal tí-tulo, que por ter sido 1922 o ano do Centenário da Independência do Brasil. O América passou a ser conhecido carinhosamen-te de Campeão do Centenário. Este título também é ostenta-do por outros grandes clubes do Brasil. Por esse feito dizem até hoje que poderia ter sido o primeiro time a conquistar um pentacampeonato, conquistado apenas anos depois com o Clube Náutico Capibaribe nos anos 60.

América Futebol Clube e sua História CentenáriaPor Rodrigo Pittol

Page 10: Pe no pé

MAIS QUE UM T O R C E D O R

Page 11: Pe no pé

PEnoPé | 26 de maio de 2014 | 11

Mequinha é o ca-rinhoso apelido dado ao time do América. O peri-

quito, seu mascote, se dá ao fato de que as cores branco e verde do clube, lembram as cores de um periquito tam-bém, por isso veio o mascote periquito, que hoje é inter-pretado por Sandro, filho de Seu Teófilo, conhecido como “Guardião da Sede”.Sandro Sergio é não apenas o mascote do time. É também o guardião das chaves da sede, funcionário, torcedor e filho de um ilustre funcioná-rio do América, seu Teófilo, que antes do filho era quem cuidava da sede do clube. “O amor do América na mi-nha vida surgiu, por conta do meu pai, seu Teófilo. Ele é funcionário daqui (sede do

América) à 52 anos. Quando eu tinha 5 de idade ele co-meçou a me trazer aqui para participar de atividades promovidas pelo América.”O amor nasceu cedo, com apoio do pai, Sandro fre-quenta a sede do América desde pequeno, como tradi-ção seu pai passou para ele as funções de “guardião” da sede, ele quem toma con-ta do local e mantém a or-dem. A paixão é tão grande que ele teve uma ingrata surpresa quando chegou à sede no inicio de março e encontrou a sala de troféus depredada por vândalos de uma torcida organizada ri-val, sem qualquer motivo. Foi impossível descrever a sensação, ao ver no que a alegria do futebol tinha se transformado para alguns.

Sandro se tornou funcio-nário quando a diretoria do América o chamou ain-da na juventude e pediu e trouxesse a sua carteira de trabalho o mais rápido possível, para assina-la e oficializa-lo como funcioná-rio. Esse fato ele afirma ter sido o momento mais mar-cante da vida dele, fazendo sua paixão aumentar ainda mais. Ele se tornou o mas-cote quando, numa reunião da diretoria do time, chega uma senhora que apresenta a roupa do mascote. A dire-toria na hora não teve du-vidas a quem iria dali para frente vestir aquela roupa, e chamou Sandro Sérgio para ser o Periquito, o mascote do América Futebol Clube.

SAIBA MAIS:

Texto por Rodrigo Pittol

Por Tereza Eickmann Por Marina /maranhão

Page 12: Pe no pé

NOSSA MISSÃO É ANIMAR

12 | 26 de maio de 2014 | PEnoPé

Ao contrario de Sandro, Ander-son Silva não fazia ideia de que passaria tanto tempo no grama-do do Estádio Adelmar da Costa Carvalho, mais conhecido como Ilha do Retido, lar do Sport Club do Recife. Quando mais jovem, Anderson, que veio de uma ci-dade pequena, não só não ali-mentava carinho pelo time rubro-negro, como na verdade, demonstrava grande desavença com qualquer time de futebol que viesse da capital. Apaixonado pelas artes cêni-cas, ele foi convidado, no ano do centenário do Sport (2007), à participar de uma peça para a diretoria. A peça “Zé, um torce-dor do Sport”, o obrigou a entrar não só no estádio, mas a conhe-cer as pessoas que ali viviam. Em laboratórios e conversas que serviriam de inspiração para seu

personagem, Anderson acabou encontrando inspiração para seu novo eu, como um verdadeiro torcedor do Sport. A mudança dentro de si foi tão transparente que o clube se apaixonou de vol-ta por ele, e os diretores decidi-ram chama-lo para ser o mascote do time. Fazem sete anos que isso tudo aconteceu, mas, ao que parece, não mudou muita coisa desde lá. Anderson mora do outro lado da Região Metropolitana do Recife, em Camaragibe. Mesmo assim, não vê problema de pegar o ôni-bus e atravessar a cidade, se for para ver seu time. Com exceção dos jogos interestaduais, ele não perder nenhum. Só não vai para todos os jogos fora, por causa da filha pequena. Porém afirma que logo, logo isso vai mudar, já que, tanto a filha, quanto a esposa, também são “rubro-negras do-entes”.Mas não deixou de lado a antigo paixão pelo teatro. Ainda se en-contra com o grupo e faz apre-sentações. Mas agora, seu grande prazer é organizar peças volta-das para o público infantil.

O leão e o “Leão” se uniram gra-ças a um incidente que ocorreu na cidade de Belém, no Pará. Em 1919, o Sport realizou sua pri-meira excursão, para a cidade acima citada, a fim de disputar um torneio festivo contra a se-leção do Pará e um combina-do entre as equipes do Remo e do Paysandu. No saldo geral, o Sport venceu a seleção local e o combinado das duas equipes, empatou outra partida e perdeu outras duas, um equilíbrio que assombrou a todos.Tal assombro se deu pelo fato de Belém ser uma região muito mais desenvolvida que Recife no que dizia respeito ao futebol. Em virtude disto, as equipes an-fitriãs estavam convictas de que venceriam o torneio e deixariam o troféu em disputa no Pará. O troféu era um grandioso leão de bronze.Mas com os resultados do tor-neio, o campeão acabou sendo o Sport. Contudo, os times locais não aceitaram e se recusaram a entregar o troféu, levando os dirigentes rubro-negros a recor-rer à polícia e, na marra, trazer o leão de bronze para o Recife.

HISTÓRIAPor Tereza Eickmann

Page 13: Pe no pé

PEnoPé | 26 de maio de 2014 | 13

SAIBA MAIS:

Já o mascote do Náutico é o Timbu (Didelphis albiventris) (foto) - marsupial brasileiro que é primo do canguru e facilmente encontrado na Zona da Mata de Pernambuco e na região Sudeste. Diz a lenda que, em 19 de agosto de 1934, durante um jogo entre Náutico e América no campo da Jaqueira, na capital pernambu-cana, caiu uma chuva muito for-te. No intervalo, devido à falta de condições do vestiário, o técnico do Náutico preferiu conversar com os atletas no centro do gra-mado. Nesse momento, um diri-gente teria levado para os joga-dores uma garrafa de conhaque, para agüentar o frio. A torcida adversária percebeu e passou a gritar “Timbu, timbu!”, pois o animal tem fama de apreciar be-bida alcoólica. Mas a provocação não deu resultado e o Náutico venceu o América por 3 a 1, com conhaque e tudo. Ao saírem de campo, os jogadores foram dar o troco na torcida adversária, gritando “Timbu 3 a 1, timbu 3 a 1!”. Após este jogo, o bicho vi-rou mascote oficial do clube. E até foi criado um bloco, o Timbu Coroado, que sai aos domingos de Carnaval, da sede do Náutico, e percorre o bairro dos Aflitos. Duas das torcidas do clube são a Canáutico e Naucoólicos.

HISTÓRIA

Mas nem todo mascote tem uma história longa. Afinal, todos tem que ser iniciante um dia. Esse é o caso de Luis Fernando, o mas-cote do Clube Náutico Capibari-be. Com apenas dezesseis anos, Luís já assume a responsabili-dade de ir a todos os jogos, in-clusive alguns fora da cidade, além de ir ao clube duas à três tardes por semana.Tudo começou quando o garoto entrou na escolinha de futebol e se apaixonou pelo time. Um dia, seu treinador da Base o chamou para conversar, e perguntou se ele queria ser o mascote. Ele aceitou na hora. Luis diz que foi difícil no começo, mas que quando se acostumou, acabou

gostando muito. Além de jogo, participa de eventos do clube e dos patrocinadores.Apesar do corre-corre e dos jo-gos espalhados pelo ano, Luis é preocupado com a escola, está estudando para o vestibular, que pensa em fazer para Edu-cação Física ou Fisioterapia, e frequenta a igreja quase todo domingo. “Minha mãe não gos-tava, no começo. Ficava preocu-pada. Mas ela acabou entenden-do que eu posso dar conta.” Ele não pretende largar a roupa de mascote durante a faculdade, nem mesmo depois dela, e que trabalhar no clube também em outras funções depois que con-seguir o diploma.

O Santa Cruz Futebol Clube

não estava com mascote

até a momento de fechamento

desta edição

Page 14: Pe no pé

É uma verdadeira guerra de rubro-negros, que já completa 20 anos. De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol(CBF), que foi obrigada pela justiça federal a reconhecer o Sport como cam-peão, o título é do Sport. O time do Recife con-quistou o módulo amarelo, que reunia equipes como o Guarani, vice-campeão brasileiro de 1986, Vitória-BA, Atlético-PR, Portuguesa-SP, Bangu-RJ e outros não que aceitavam ficar de fora do Mó-dulo Verde e por isso a proposta do conselho foi aprovada por todos os clubes.. Para o Flamengo, que conquistou o módulo verde, que reuniu os fundadores do Clube dos Treze, o título é dele.O regulamento do brasileirão de 1987 previa o

amarelo. Durante a competição, os clubes que dis-putavam o módulo verde, entre eles o São Paulo, decidiram não disputar o cruzamento. Com isso, Sport e Guarani, os dois primeiros do módulo ama-relo, decidiram o título, vencido pelo rubro-negro pernambucano, e, posteriormente, representaram o Brasil na Copa Libertadores da América de 1988.“ É o único brasileiro(1987) que não pode ser ques-tionado porque é objeto de sentença transitada em julgado. Além da decisão da CBF, da Fifa, de o Sport ter ido à libertadores e ter recebido o troféu, o Flamen-go campeão de 1987). É impossível. Encerrou o as-sunto”, Homero Lacerda, presidente do time à época.Como a decisão judicial transitou em julgado, não cabe mais recurso. “ Nem que o Lula( então presi-dente) quisesse, que o congresso quisesse, ninguém pode(reconhecer o Flamengo campeão de 1987). É impossível. Encerrou o assunto”, afirma Lacerda, que hoje é vice de futebol do Sport Clube Recife. O fato é que a CBF reconhece o time per-nambucano como campeão brasileiro de 1987, e não o Flamengo, que venceu o Mó-dulo Verde(Copa União) naquele ano.

ORGANIZAÇÃO DO CAMPEONATO BRASILEEIRO DE 1987Segundo o jornal O estado de São Paulo de 05/06/1987, o STJD(Superior tribunal de justiça desportiva) acatou o pedido do Botafogo de inclu-são na primeira divisão do campeonato brasilei-ro de 1987, porém sem determinar que houvesse rebaixamento do Joinville. A mesma matéria cita declaração do STJD de que os atos do CND seriam” abusivos, ilegais e autoritários “, pois o CND(órgão normativo), segundo o STJD, estaria interferindo nos assuntos da CBF e do próprio tribunal. O mes-mo jornal do dia posterior(06/06/1987, pág14) informava que, na esteira do parecer favorável do Botafogo, outros clubes( Coritiba Sobradinho) en-trariam na justiça pedindo sua incorporação à pri-

A Polêmica com mais de 20 anos!Por Mario Vinhas

Page 15: Pe no pé

meira à primeira divisão do campeonato brasileiro de 1987. A matéria do mesmo jornal de 23/06/1987 informa da decisão favorável da justiça ao Coritiba, informando que o presidente da CBF Octávio Pinto Gimarães recorreria contra a decisão favorável do Coritiba, informando também que este dirigente insistia em 28 clubes na primeira divisão de 1987. No dia 07/07/1987 o presidente da CBF, Octávio Pinto Guimarães, declarou que a entidade não ti-nha condições de bancar as despesas dos clubes no campeonato brasileiro de 1987(como a CBF havia feito em 1986) se não quisesse um patro-cinador, e que os clubes teriam que arcar com as próprias despesas com as viagens, ou então, não havendo acordo, a CBF realizaria um campeonato regionalizado com poucas viagens, diminuindo as-sim as despesas, admitindo que seria necessário fazer o campeonato ” de qualquer maneira”, para ” não demonstrar a incapacidade da CBF”. Segun-do Octávio, a causa da crise financeira da CBF era a má arrecadação da loteria esportiva. Segundo ele afirmou em 07/07/1987, seu objetivo era fa-zer um campeonato brasileiro com 29 clubes: os 28 que haviam “ garantido” sua vaga através do regulamento do campeonato de 1986, mais o Botafogo do Rio de Janeiro, que havia “ garanti-do” o direito de participar com recursos à Justiça Esportiva, afirmando também que não vislum-brava incluir o Coritiba, pois o recurso do clube curitibano(à Justiça comum, não à Justiça Espor-tiva) só seria julgado em agosto, o que inviabiliza-ria sua inclusão na tabela do campeonato de 1987.

A polêmica sobre o verdadeiro campeão brasileiro de 1987 está bastante dividida entre as duas torcidas e é claro que torcedores, dirigentes e ex-jogadores do Sport defendem este título com unhas e dentes.O ex- jogador do Sport Sebastião Marques Car-neiro, que hoje toma conta do museu e dos tro-féus do time, alega que o Flamengo não cumpriu os 90 minutos no jogo que determinava o cam-peão brasileiro de 1987, porém, o Flamengo ale-ga ser o campeão so porque ganhou os jogos anteriores, ainda assim, a justiça deu ganho de causa ao Sport, mas o Flamengo vai tentar recorrer.André Luiz que trabalha no serviço de atendimento ao sócio afirma que a partir do momento em que o Flamengo não decidiu jogar ou fazer o cruzamen-to com o campeão do módulo amarelo( no caso o Sport) o Sport foi dado como campeão. E também o Flamengo não quis jogar contra o Sport porque foi campeão do modulo verde(no caso serie A) e o Sport campeão da do modulo amarelo (no caso série B).O torcedor Rogério Andre diz que o Sport é me-recedor do título, pois, cumpriu as regras daque-le campeonato enquanto o Flamengo se recusou a jogar contra o Sport e o Sport pretendia jogar contra o Flamengo e apesar dele recorrer já está decidido em última instancia, sem falar que o Fla-mengo também tinha medo de perder o título para alguém do módulo amarelo, (no caso, a série B).O também torcedor José Antonio da Silva tam-bém concorda e acha um absurdo o Flamengo insistir ficar com o título já que deveria disputar o título contra o Sport e se recusou por ser ele o Flamengo do módulo verde (no caso série A) e o Sport do modulo amarelo( no caso série B).

SAIBA MAIS:

PEnoPé | 26 de maio de 2014 | 15

Page 16: Pe no pé

Como flamenguista cresci ouvindo falar de um tal time do nordeste, mas especificamente de Pernambuco chamado Sport Club do Reci-fe, por que? Bom, depois de anos e anos o time do Sport conquistou no dia 08 de abril mais uma briga judicial em cima do Flamengo no STJ, sendo reconhecido como o único campeão de 1987, derru-bando uma decisão da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de que o titulo seria dividido entre os dois. Depois da conquista nos tribunais o ano que parecia começar a ser o pesadelo do clube Sport, deu uma guinada o time que ia mal no

Nordestão deste ano, demitiu o técnico responsável pela recuperação na Série B de 2013 e con-quistar o acesso a divisão máxima do futebol brasileiro, com um time instável ficou a dúvida, seria esse um ano de pesadelos ao torcedor rubro-negro pernambucano? Náutico com maiores chances no Nordestão, o Santa em seu centenário, tudo rumava para ser um péssimo incio de ano com respingo pelo resto do ano e ainda se somava o fim do tabu do Náutico na Ilha do Retiro que depois de 21 jogos de invencibilidade, então veio um sobrenome velho conhecido dentro do clube, Babtista, Calma não o Nelsinho, mas sim o seu filho e preparador físico do time, Eduardo Babtista não tinha nenhuma experiência, foi anunciado como interino e recebido com muita desconfiança e uma expectativa, a diretoria iria apresentar um novo técnico? A meio disso a diretoria estava negociando com a marca alemã Adidas para internacionalizar a marca do clube. Passa um mês e o que era duvida se torna esperança, Eduardo não só mudou a cara do time, deu gás e vontade de vencer, o mesmo time com cara diferente. O time começava ficar com uma cara de time vencedor e aos poucos o time começou a conquistar o torcedor e resultados, depois de uma vitória de convincente em cima do Náutico em plena Arena Pernam-buco, o time começou a rumar ao que parecia quase certo, com um vacilo do Náutico o time ar-rancou no fim da fase de grupo no nordestão e se classificou para a fase final e depois de passar pelo CSA de Alagoas, ganhando o primeiro jogo e perdendo o segundo quase levando o jogo para a partida o agregado nos resultados ficou de 2 x 1 para o Sport, mas ai o time já tinha embalado era considerado um “super-time”, parecia quase imbatível e essa lógica aumentou quando o time em 10 dias conseguiu duas vitórias seguidas em cima do Santa Cruz no nordestão se clas-sificando para a tão esperada final do torneio regional e conseguiu a liderança do campeonato pernambucano.Mas faltava algo, o time ganhava mas ainda não parecia ser unanimidade na imprensa e nem seu jovem técnico Babtista, mas então veio os 21 dias gloriosos do Sport em 2014 para calar o críticos e confirmar que o time tinha sim condições e objetivos de brigar por algo a mais no Brasileirão deste ano. No dia 02 de abril o time enfrentava na Ilha o Ceará pelo primeiro jogo da final da Copa do Nordeste, e conseguiu uma vitória de 2x0 dando uma vantagem no jogo de volta que iria ocorrer no dia 09 de abril em Ceara, no dia 06 de abril o susto, depois de bons resultados contra o Santa Cruz o Sport perde no Arruda por 3x0 e colocava a classificação e boa fase em cheque, mas os deuses do futebol queria consagrar esse time de 2014, com um regula-mento polêmico o Sport precisava apenas ganhar o segundo jogo na Ilha que levava o jogo para os pênaltis, dito e feito depois de confirmar o titulo contra o Ceara na Copa do Nordeste, o time ganha do Santa e passa nos pênaltis para a final.Depois de 7 dias depois de ganhar o titulo do Nordestão veio mais uma boa para o leão da Ilha, no dia 16 de abril o Sport ganhava o primeiro jogo por 2x0 na Ilha em cima do Náutico, na Arena depois de muita pressão, no dia 23 de abril se confirmava a grande fase do glorioso leão com uma vitória com um gol de seu ídolo recente Durval, estava ali para o Brasil ver o melhor time de Pernambuco e do Nordeste! E que venha o Brasileirão.

Rodrigo Pittol

COLUNA DO PITTOL

16 | 26 de maio de 2014 | PEnoPé

Page 17: Pe no pé

O futebol paulista, carioca, gaúcho e mineiro sempre estiveram em evidencia na mídia nacional e no mundo, mas recentemente o futebol nordestino tem a passos largos caminhando para um aumento cada vez maior de sua importância e seu destaque no resto Brasil, a volta da realização a 3 anos da Copa do Nordeste é a prova disso, o aumento do número de times nas Série A e B do principal cam-peonato do país. Com isso a tendência é só o crescimento de um futebol rico em qualidade, torcida apaixonada e com promissora estrutura.Nossa revista pretende ampliar a cobertura e começar a acompanhar o times pernambucanos nos campeonatos nacionais e internacionais. O Santa Cruz e o Náutico estão atualmente jogando a série B do Campeonato Brasileiro, além dis-so o tricolor ainda está na Copa do Brasil, o Náutico foi eliminado. O Sport está jogando a Série A do Campeonato Brasileiro e vem fazendo uma boa campanha, continua na Copa do Brasil, mas pretende abandonar está competição para dis-putar a Copa Sul-Americana. Acreditamos que uma cobertura dos campeonatos que estão acontecendo agora aproximará o público da revista. Vamos continuar com matéria sobre curiosidades, mas o agora é mais importante.

PALAVRA FINAL

Page 18: Pe no pé