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Evolução do Pensamento Economico
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A Natureza como limite da economia-
Andrei Cechin
• Pensamento predominante – manuais
• Manuais – modelos de funcionamento do sistema econômico ---espécie de visão consensual da economia
• Manuais – omissos em relação a fronteira do conhecimento
• Sugerem que a economia é um corpo de conhecimento bem articulado como a física. As descontinuidades e as revoluções não costumam aparecer, o que faz a história do pensamento parecer uma acumulação de verdades.
• Visão predominante –
... Enxergam o sistema econômico como um sistema isolado do ambiente , composto de matéria e energia.
- Ex. Diagrama do fluxo circular
- Explica a organização da economia – ilustra a relação fundamental entre a produção, consumo, insumos, dinheiro entre empresas e famílias.
Crítica ao diagrama do fluxo circular:
- Sistema fechado e circular;
- Fechado, pois não entra nada de novo e também não sai nada. Circular – mostram como circulam o dinheiro e os bens na economia.
- -Exemplos compartilhados- representação de paradigmas predominantes;
Thomas S. Kuhn - o desenvolvimento da ciência é pontuado por rupturas ou revoluções. Contudo, as revoluções ou rupturas constituem a exceção, e a atividade de resolver problemas, no contexto de paradigma, é a regra na ciência.
Ciência orientada por um paradigma- ciência normal.
• Paradigma – ato cognitivo anterior a a qualquer esforço analítico. Qualquer análise é precedida por uma visão do processo que se vai estudar.
• ``O fato dos cientistas aceitarem algumas regras estabelecidas e uma visão pré-analitica é que faz o trabalho na ciência normal ser cumulativo. E a revolução na ciência é a mudança de paradigma, é o estabelecimento de uma nova visão pré-analítica e de novas regras.
• Economia- questionamentos sobre paradigmas dominantes.
• Lakatos – história das ciências – concorrência entre programas de pesquisa;
• revolução científica – superação de um programa de pesquisa por outro melhor;
• Blaug – restrições ao uso de paradigmas para economia;
1. Cechin – adota a ideia de paradigma ou revoluções científicas para descrever a historia do pensamento econômico
• Inicialmente – discutida por especialistas de outras áreas;
• Questões centrais desde o início da economia:
1. Qual a natureza do valor econômico , como é criada a riqueza?
2. E como esta riqueza é distribuída?
Marco - Idade Moderna com o surgimento do Estado-nação (europeu), período mercantilista
• Período mercantilista – comércio prospera; ampliação do uso da moeda (descoberta de ouro das Américas)
• Noção de Riqueza de uma nação –dependendo do montante de ouro e prata que ela possuísse
• Estímulo as exportações e desestímulo às importações – aumento do dinheiro disponível; comercio como fonte de crescimento.
• Reação às políticas mercantilistas –• Fisiocracia (França) –• O dinheiro em si não cria riqueza;(precisa
circular).Peso da tributação – reduz consumo e circulação de riqueza
• Fisiocratas- o Estado não deveria intervir num processo que é governado por lei naturais.
• Quesnay – a origem da riqueza estaria na agricultura (as dádivas da natureza permitem a obtenção superior ao esforço empregado na produção.
A riqueza circulava entre as classes sociais, permite a reprodução anual do sistema econômico; Outra parte gerava a circulação entre as classes.
• Principais contribuições:
• A Interdependência entre os vários processos produtivos e de equilíbrio do sistema econômico
• A representação das trocas econômicas como um fluxo circular de bens e de dinheiro entre os vários setores econômicos.
Adam Smith - ´Pai` da economia – A riqueza das nações -1976
Contribuições:
- A riqueza, ou valor econômico, é criado pelo trabalho, ou seja pela transformação dos recursos da natureza em coisas;
- Criação de riqueza vinculada ao aumento da produtividade, com divisão do trabalho e especialização em tarefas;
- Ênfase no setor manufatureiro;Acumulação de capital, através da
poupança proveniente de lucros que garante o crescimento econômico.
Crescimento não poderia seguir ilimitado, por conta da oferta fixa de terra, impondo limites ao crescimento populacional;
Economistas posteriores – inovações técnicas evitaria retornos decrescentes gerados pelo aumento populacional e estoque limitado de recursos.
David Ricardo, Thomas Malthus – pessimismo em relação as possibilidades de crescimento no longo prazo;
Limite ao crescimento – oferta de terras de boa qualidade, gerando retornos decrescentes da produção agrícola;
Crescimento da população – queda do padrão de vida da população, com estabilização da população;
Tendência de longo prazo – economia em estado estacionário, com população constante e vivendo em nível de subsistência.
John Stuart Mill –
Progresso econômico como corrida entre mudança técnica e retornos decrescentes na agricultura
Estado estacionário – progresso técnico teria possibilitado satisfazer as vontades materialistas da humanidade. A sociedade iria perseguir outras metas sociais, a um padrão de vida mais elevado do que o de sua época.
Karl Marx –
Tecnologia resolveria o problema dos limites naturais;
A escassez desapareceria no futuro, pois a capacidade tecnológica iria superá-la e atender as necessidades humanas.
Ênfase na autotransformação do sistema através dos conflitos, não levando em consideração os choques externos advindos da natureza;
Karl Marx – Lógica interna do sistema capitalista é a centralização dos meios de produção e a socialização do trabalho, levaria a incompatibilidade entre as forças de produção e as relações de produção.
Marx - ``Qualquer que seja a forma social do processo de produção, ele tem de ser contínuo ou percorrer periodicamente sempre de novo, as mesmas fases. Uma sociedade não pode consumir , tampouco deixar de produzir.´´ ..
Marx – Economia dividida em dois setores –bens de capital e bens de consumo – a reprodução do capital exige que o fluxo de produção entre os dois setores seja suficiente para manter os estoques de capital e trabalho.
Marx – Leis Econômicas – dependentes de instituições e do estágio histórico -capitalismo
Revolução Marginalista –
Utilização de técnicas matemáticas; mudança de foco da produção e distribuição da riqueza para ``trocas``.
Walras – técnicas matemáticas poderiam capturar o movimento das mentes humanas na economia;
Para cada mercadoria trocada no mercado, haveria um único preço, pois a interação entre a oferta e demanda eram vistas como forças que se cancelavam – único ponto de equilíbrio estável.
Walras – estuda o aspecto das trocas entre consumidores; Assume que os bens já existiam e que o problema era determinar como se fixavam os preços e como os bens eram alocados entre os indivíduos. Caso existisse o desejo de troca se estaria fora do equilíbrio. Quando todos estivessem satisfeitos, dados os bens disponíveis e preços, o sistema estaria em equilíbrio.
Jevons – O autointeresse levaria os indivíduos a maximizarem sua utilidade, e esta passou a ser entendida como medida da satisfação pessoal proporcionada pelo consumo. Como os recursos não são infinitos, haveria restrição ás ações.
Problema- encontrar a combinação de bens e serviços que maximizem a utilidade (isto é, satisfação) das pessoas, dadas as restrições de recursos. Diferenças nas utilidades individuais criavam estímulos para a troca.
Revolução Marginalista – As trocas entre os indivíduos autointeressados levariam a economia ao equilíbrio, em que todos estariam maximizando sua utilidade. Existiria um ponto em que todas as forças se cancelam.
Marshall – o preço de mercado é determinado pelo encontro entre a oferta e a demanda.
Análise microeconômica – comportamento da firma (oferta) e do consumidor (demanda) – economia neoclássica
Robbins – economia estuda a ``alocação de recursos escassos entre fins alternativos`` -problema central da economia ( problema de escolha).
``Escassez de meios para satisfazer fins de importância variada
Década de 1930 – Grande Depressão – Keynes Keynes – preocupação com estagnação ou a
taxa decrescente de crescimento econômico
Visão Macroeconômica – estuda os determinantes do consumo, poupança, renda produção e emprego.
As empresas, coletivamente determinam o nível de produção. Quando gastos totais de consumo e investimento são insuficientes para comprar toda a produção, ocasiona demissões e redução da produção --- flutuações econômicas.
Crítica a Keynes – nenhum papel para a terra; prosperidade ininterrupta se fossem utilizadas políticas fiscais e monetárias apropriadas.
Economia do século XX – princípios microeconômicos e macroeconômicos.
Pós segunda guerra – síntese neoclássica –consenso para formuladores de políticas econômicas
Desde que a economia crescesse e produzisse pleno emprego, o fruto do crescimento anual do produto disponibilizaria recursos adicionais para satisfazer às necessidades de todos.
Crescimento econômico –chave para sucesso (das nações)
Solow – reconcilia o crescimento econômico com a ideia de que os fatores capital e trabalho podem ser substituídos um pelo outro no processo.
Solow – Avanços tecnológicos proporcionam uma maior produtividade do capital, aumentando a taxa de crescimento econômico e a renda per capita, além de mudar a estrutura da economia de acordo com o novo uso dos fatores.
Pós 1960 – revisão da teoria geral de Walras – a teoria prova que existe um sistema de preços em que todos os consumidores satisfazem ao máximo suas preferências e os produtores satisfazem seus lucros, sem nenhuma intervenção do governo.
O paradigma mecânico na economia teve como importante sintoma o não reconhecimento dos fluxos de matéria e energia que entram e saem do sistema econômico, e muito menos o reconhecimento da diferença qualitativa entre o que entra e o que sai neste processo.
Ex. Fluxo circular – harmonia e equilíbrio Fisiocratas e clássicos – preocupação com
origem da riquezaRevolução Marginalista – questões econômicas
reduzidas a questões alocativas.
Críticas ao diagrama do fluxo circular
Representação da circulação do dinheiro e bens na economia, sem absorver materiais ou gerar resíduos. Se a economia não gera resíduos e não requer novas entradas de matéria e energia, ...(tratar-se-ia)...de uma máquina capaz de produzir trabalho ininterruptamente, consumindo a mesma energia e valendo-se dos mesmos materiais. Tal máquina seria um reciclador perfeito.
Contradiz a lei da entropia
Ignora-se o fluxo metabólico real.
Necessário discutir a geração de lixo e a dilapidação do capital natural.
Marx – metabolismo social através do processo de transformação da natureza externa, através do trabalho. A organização capitalista separa o trabalhador dos meios de produção (falha metabólica).
Para Marx, capitalismo separou a reprodução material dos condicionantes naturais não considerando a entrada de recursos naturais essenciais a reprodução do sistema, apenas capital e trabalho para gerar os fluxos de bens de consumo e capital.
Marx – não atribuído importância para o papel da natureza na dinâmica capitalista(nem como provedora de recursos nem sumidouro de resíduos)
Até 1960(s) - nenhuma escola considera a entrada de recursos necessária para produção e a saída necessária dos resíduos da produção.
Transforma matéria-prima, recursos naturais, em produtos que a sociedade valoriza. Mas não só. Essa transformação produz necessariamente algum tipo de resíduo, que não entra de novo no sistema produtivo. Se a economia capta recursos de qualidade de uma fonte natural e devolve resíduos sem qualidade à natureza, então não é possível tratar a economia como um ciclo isolado. A transformação econômica é irreversível e qualitativa.
Metáfora mecânica- economia – sistema isolado, autocontido e a-histórico.
A desvinculação da metáfora mecânica se dá com o abandono da visão da economia isolada da natureza passando a adoção da visão da economia como parte de um ecossistema vivo e atuante.