Percurso Pedestre - Sapal e Dunas Da Praia Do Barril_Guia de Campol

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    Escola Secundria 3EB Dr. Jorge Correia -Tavira

    GUIA DE CAMPO

    PERCURSO PEDESTRE

    Sapal e Dunas da Praia do Barril

    Conto Nascem Nuteixos

    Elaborado no mbito do Projecto Contos do Mago Programa Regional de Educao Ambiental pela Arte 2009/10

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    FICHA TCNICA: Projecto realizado no mbito do PREAA (Programa Regional de Educao Ambiental pela Arte), Direco Regional de Educao do Algarve. Elaborado pela Turma A3 do 11 Ano da Escola Secundria 3EB Dr. Jorge Correia - Tavira, anos lectivos 2008/2009 e 2009/10, a partir de Contos do Mago narrativas e percursos geolgicos, de Helena Tapadinhas. Inserido nas actividades da Disciplina de Biologia/Geologia, orientado pela Professora Augusta Carvalho Ilustraes de: Professor Reinaldo Barros (Escola Secundria de Tavira) Apoios e agradecimentos:

    Ao INRB, L-IPIMAR de Tavira, na pessoa da Teresa Drago, pelo fornecimento de dados do percurso pedestre (compilados no mbito do projecto Cincia Viva PVI-290) Professora Jacinta Fernandes, Universidade do Algarve.

    Edio: 2

    Ano 2014

    Material aconselhado para o percurso: Mochila Caderno de notas Binculos e mquina fotogrfica se possvel Lupa de mo Calado confortvel, chapu gua e boa disposio.

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    Paragem 5

    Paragem 4

    Paragem 3

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    PONTO DE ENCONTRO

    O nosso percurso insere-se no sistema lagunar da Ria Formosa, delimitado por Ilhas Barreira, e que integram o Parque Natural da Ria Formosa. Este sistema lagunar estende-se mais ou menos paralelamente costa e forma um labirinto de sapais, canais e ilhotas, de grande sensibilidade e importncia ecolgica.

    A profundidade mdia deste sistema lagunar cerca de 2m e a zona inundada durante as mars-altas estende-se cerca de 84km2. Somente cerca de 14% da sua superfcie permanentemente inundada e cerca de 80% aquando das mars vivas.

    A formao destas Ilhas Barreira ocorreu h cerca de 6000 7000 anos quando o nvel do mar era inferior ao actual. Nessa altura, grandes quantidades de areia provenientes da eroso do continente ter-se-iam acumulado sob a forma de barras submersas ou praias marcando um antigo litoral, hoje submerso a 30 ou 40 metros de profundidade na plataforma continental. As ilhas-barreira como as conhecemos hoje sero ento o resultado da evoluo dessas barras submersas, que migraram no sentido do continente com a subida do nvel do mar.

    Neste percurso vamos observar a importncia do ambiente de sapal. Este o ambiente mais produtivo da biosfera, juntamente com os corais. So reas de transio entre o

    continente e a gua do mar, onde a salinidade varia entre nveis da gua do mar e a gua doce que vem do continente. H muita gua, muita matria orgnica, gua renovada e tranquila. O sapal recebe guas de terras muito ricas em matria orgnica. Por serem guas muito calmas e cheias de matria orgnica, favorecem o desenvolvimento de fitoplancton e o desenvolvimento da vida animal e as desovas.

    No sapal vivem vrias espcies de animais, como, por exemplo, moluscos, peixes, rpteis, anfbios, crustceos. Nele encontram condies que tornam possvel a sua reproduo, para alm de um ptimo local de abrigo, tendo uma importncia ecolgica fundamental: o repovoamento da zona ocenica envolvente.

    As plantas so muito resistentes e por isso conseguem suportar muito tempo dentro de gua, quando o Sapal est inundado. Estas plantas existentes no Sapal possuem caractersticas que lhes permitem adaptar e viver neste ambiente de grande salinidade e ao mesmo tempo de secura, tal como poderemos observar nas prximas paragens.

    caracterizado por possuir uma densa cobertura de vegetao que fica submersa durante a mar-alta e a descoberto durante a mar baixa. A zona descoberta durante a mar baixa chama-se de baixo sapal. As plantas aqui existentes exibem adaptaes que lhes permitem sobreviver submerso peridica pelas mars, ao encharcamento permanente do substrato e aos teores elevados de sal. Nas zonas de vasa, sobretudo durante a baixa-mar, podem observar-se vrias aves alimentando-se no lodo. Estas aves, designadas genericamente limcolas, alimentam-se de pequenos organismos (vermes, crustceos, moluscos) que vivem enterrados na vasa.

    O baixo sapal influenciado duas vezes por dia pelas mars, o que leva a mudanas rpidas na salinidade, temperatura e nvel da gua. O alto sapal s inundado durante a altura de tempestades e mars vivas.

    A salinidade, frequncia e extenso da inundao determinam os tipos de plantas e animais que aqui se encontram. Estes so determinados pela sua tolerncia e resistncia a condies de seca no alto sapal e inundao no baixo sapal.

    O solo pode ser constitudo por areia e vasa ou por uma mistura de areia e vasa, bem como de fragmentos de conchas. Este sedimento de sapal pode derivar na sua maioria de uma fonte continental (rio), da eroso de arribas, resultar da ressuspenso de sedimentos do sistema e pode tambm ter origem marinha.

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    PARAGEM 1: SAPAL As plantas que vivem no sapal adaptaram-se falta de gua, j que a gua que as envolve tem um alto

    teor salino. Da desenvolverem adaptaes, tais como: - Folhas pequenas, suculentas e cobertas de pequenos plos secretores de sal; - Presena de espessa cutcula a cobrir as folhas; - Razes grandes; - Caules suculentos que reservam gua. Podes observar que a colorao predominante das plantas do sapal o verde acinzentado, devido

    presena de plos e por vezes de sal exsudado pela folha.

    Actividade 1 Observao de plantas do baixo, mdio e alto sapal

    1- Observa o baixo sapal, onde encontras a morraa, de nome cientfico Spartina martima. Esta espcie caracterstica do baixo sapal e trata-se de uma gramnea que suporta longos perodos de submerso, onde forma prados de cor verde escura no meio das guas. Esta planta tem um sistema radicular bem desenvolvido e a sua presena, ao diminuir a velocidade da gua, favorece a sedimentao de partculas.

    Fotografia N 1: Vista geral do baixo sapal

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    Fotografia N 2: Spartina maritima

    2- Dirigindo o olhar para o mdio sapal podes observar, entre outras, espcies do gnero Artrocnemum spp. e tambm de gnero Sueda pp. Pede ajuda aos teus monitores para identificares estas espcies e observa as suas adaptaes que lhes permitem sobreviver neste ambiente.

    Tambm no sapal mdio e transio para o alto sapal podes observar uma espcie muito caracterstica,

    o espargo do mar, cujo nome cientfico Salicornia spp. ou Sarcocornia spp.. Pode ser utilizada como alimento para os humanos. Cozinha-se como os espargos, escaldando-se, ou comendo em saladas.

    Tem um sabor muito salgado!

    Fotografia N 3: Vista geral do mdio sapal

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    Fotografia N 4: Salicornea sp Fotografia N 5: Sueda sp 3- No alto sapal, encontramos o salgado, de nome cientfico Limoniastrum monopetalumL. com flores de um colorido rosa lils, na poca da florao, e a salgadeira ou Atriplex halimus, que alm do alto sapal aparece tambm em solos arenosos ou argilosos de carcter salino ou azotado. tambm comestvel e com sabor fortemente salgado (ver fotografias 6 e 7)

    Fotografia N 6: Limoniastrum monopetalum L.

    Fotografia N 7: Atriplex halimus L.

    A espcie Cistanche phelypaea L. ocorre nas trs zonas do sapal, tem grandes cachos de flores de um amarelo vivo, o que quebra a monotonia de cor do sapal. uma parasita das razes de plantas lenhosas (ex: Atriplex) dos sapais a sul do Tejo e das areias do litoral. Floresce no princpio da primavera (Observa as fotografias 8 e 9).

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    Fotografia N 8: Cistanche phelypaea L Fotografia N 9: Cistanche phelypaea L - Atravs da identificao das plantas, define o limite do baixo, mdio e alto sapal. Tira uma foto que inclua esses limites.

    - Regista os nomes das plantas identificadas e a que nveis de sapal pertencem.

    - Evita cortar ou danificar as plantas.

    Aqui em pleno ambiente de sapal, olhando tua volta consegues ver uma mistura de cores entre o

    castanho e o verde. Consegues sentir a brisa?! Sente o seu cheiro a maresia, vislumbra a cor do sapal e tenta sentir a tranquilidade, o mistrio e a ternura que ele transmite.

    A magia da vida comea aqui, o sapal como o bero da vida para muitos animais. aqui que vrias espcies animais fazem a reproduo. Isto o seu paraso, por isso temos de o proteger!

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    PARAGEM 2 - TRANSIO SAPAL/DUNA Nesta paragem, observa a passagem de um ambiente de sapal para um ambiente de duna. Observa a mudana de cor, do substrato do solo, que passa a arenoso e observa a mudana de vegetao. Podes observar a espcie do gnero Juncus a fazer parte dessa transio.

    Fotografia N 10

    Fotografia N 11 Actividade 2- Observao e identificao de plantas da transio sapal/duna

    Nesta paragem, podes observar rvores de grande porte e alguns arbustos, que nos do uma agradvel sombra no Vero. Estas rvores no so naturais da nossa flora, foram plantadas pelo homem, chamam-se plantas exticas. Podes Observar a Casuarina glauca oriunda da Austrlia, Sudeste da sia e Ilhas do Pacfico, erradamente chamada de pinheiro, e a Accia spp. Outra planta extica que encontras aqui e irs encontrar nas dunas o choro, Carpobrotus edulis, uma planta infestante (ver fotografia N 14)

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    Fotografias 12 e 13, Casuarina

    Fotografia N 14, Carpobrotus edulis Podes ainda observar plantas espontneas bem adaptadas a este solo arenoso: o Juncus acutus L. e um tipo de giesta branca, a Retama monosperma.

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    Fotografia N 15, Juncus acutus L.

    Fotografia N 16, Retama monosperma

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    PARAGEM 3 DUNA SECUNDRIA

    Fotografia N 17: Vista geral da duna secundria.

    Actividade 3- Observao da Perptua das areias

    Fotografia N 18: Perptua das areias, Helichrysum picardii

    Na vertente continental da duna, duna secundria, muito clara a pobreza florstica e monotonia hoje existente. Para esta monotonia, poder ter contribudo a implantao das espcies de rvores exticas, como a Casuarina e a Accia, cuja presena contribui para baixar o nvel fretico. Esta diminuio da disponibilidade da gua ter contribudo para reduzir a muito pouco o nmero de espcies sobreviventes, permanecendo as mais resistentes a condies de secura ou com maior capacidade de enraizamento, como a Perptua das areias.

    Entre a sombra das rvores e a paragem do comboio, na duna secundria, consolidada, tua direita, vais encontrar a herona deste espao. Ela expande-se por toda a vertente continental da duna, com a sua presena marcante que apela aos sentidos. Uma das respostas das plantas para evitar perdas de gua a produo de leos aromticos.

    O aroma da perptua das areias resposta de sobrevivncia hostilidade deste ambiente.

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    PARAGEM 4 DUNAS

    As dunas so uma zona de acumulao de areias que se estende ao longo do litoral e que do origem aos sistemas dunares. A sua formao est relacionada com a aco dos ventos, constituindo uma importante defesa e proteco da faixa terrestre e lagunar contra a eroso e como atenuante de tempestades e cheias.

    Em termos bsicos, as dunas litorais podem ter origem em processos diferentes, embora existam etapas comuns a todos eles:

    1- Transporte pelo vento da areia seca da praia, na mar baixa, e sua deposio mais adiante, para o

    interior. 2- A areia depositada comea a formar um pequeno montculo, onde aparece a primeira vegetao

    espcies pioneiras que vo consolidando as areias depositadas. 3- depositada mais areia, pela aco do vento, e a diversidade de espcies vegetais vai aumentando

    progressivamente.

    Na formao das dunas intervm diversos factores, tais como: O vento, que funciona como agente de transporte de sedimentos, sendo essencial na formao das

    dunas pela sua velocidade e pelo regime de direces de onde sopra;

    O clima, responsvel pela desagregao e decomposio das rochas, condicionando o desenvolvimento das dunas e da sua vegetao. Funciona tambm como restaurador da dinmica das dunas, uma vez que favorece a

    ocorrncia de fenmenos naturais;

    A ondulao martima pode ser tambm um factor, pois origina fenmenos de eroso e movimentao de sedimentos.

    Como factores de degradao, diversas actividades humanas tm posto em causa o equilbrio dos

    ecossistemas dunares: pisoteio, construes e vegetao infestante.

    esta deposio permanente de areia e progressiva fixao de vegetao, que determina a formao das dunas, sua manuteno e consolidao, conferindo-lhe estabilidade, apesar do dinamismo de todo este processo, permanente e contnuo, razo pela qual desempenha um papel preponderante na proteco do litoral.

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    Para a estabilidade das dunas, indispensvel a manuteno da vegetao, que as protege da eroso elica e hdrica.

    Nas dunas, a proximidade do mar actua como factor fortemente selectivo na instalao e crescimento da vegetao. Todas as plantas dunares tm folhas pequenas.

    No lado virado ao mar, observa-se uma grande pobreza florstica, pois as plantas costeiras esto

    sujeitas a ventos fortes carregados de partculas de sal, a luminosidade excessiva, a amplitudes trmicas que vo do sol escaldante do Vero ao frio cortante de Inverno. Por outro lado, prevalecem as condies de secura, um ambiente hostil de xerofitismo (falta de gua), devido, por um lado, elevada transpirao da planta e, por outro, permeabilidade do solo dunar, que deixa infiltrar rapidamente a gua que nele entra. Da as plantas psamfitas (que vivem nas areias), desenvolverem adaptaes contra as perdas excessivas de gua. Uma outra grande adaptao das plantas das dunas aos ventos fortes e carregados de sal e ao soterramento de areias, desenvolvendo estruturas eficazes de defesa.

    Encontramos as seguintes modificaes adaptativas para fazer face a: - Perda excessiva de gua, as folhas sofrem modificaes morfolgicas:

    . enrolamento (e.g. Ammophyla arenaria);

    . reduo de tamanho;

    . disposio imbricada para menor exposio (e.g. Crucianella maritima);

    . cobertura com uma camada de cera que as impermeabiliza;

    . revestimento de plos; - Armazenamento de gua, para as suas necessidades e para manterem a turgescncia dos tecidos (Cakile maritima e Carpobrotus edulis); - Resistncia aos ventos, com colmos flexveis ou formando moitas; - Soterramento pelas areias empurradas pelos ventos, a planta dispe de um sistema radicular de

    rizomas entrecruzados que retm as areias e, por crescerem em direco superfcie, permitem o despontar de sob as areias (Ammophila arenaria e Elymus farctus).

    Actividade 4 - Observao e identificao de plantas caractersticas das dunas e suas adaptaes

    Nesta paragem, observa o trabalho j desenvolvido no sentido de preservao e fixao da duna primria. Podes observar as vedaes colocadas e o seu efeito na fixao das areias. Observa algumas das plantas pioneiras e fixadoras de dunas.

    Podemos diferenciar vrias zonas ao longo da zona de dunas:

    Na zona virada ao mar (anteduna), observa o cordeirinho das areias (Othanthus maritimus). Costuma dizer-se que trouxe a camisola vestida para a praia, tem um forte revestimento de plos, com uma cor

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    esbranquiada, de forma a proteger-se da luminosidade intensa e da falta de gua ; o feno das areias (Elymus fartus), com razes profundas, sempre com novos rebentos; uma outra planta e grande pioneira na colonizao e fixao das dunas o estorno (Ammophyla arenria L.), que aparece no topo da duna e um pouco por todo o lado. Parece que esta planta agradece a areia, quanto mais soterrada de areia, mais rebentos forma e mais forte fica. Observa o detalhe das folhas desta planta, enrolada e com os estomas virados para dentro, para evitar a perda excessiva de gua. Podes ainda encontrar, entre outras, a Euphorbia paralias, que elimina uma parte do sal atravs do ltex e a granza das praias (Crucianella martima), com as pequenas folhas dispostas em cruz.

    No topo da duna primria e tambm na face interdunar j consolidada, poderemos encontrar Lotus

    creticus L., o narciso das areias (Pancratium maritimum L.), o malmequer das areias (Anthemis martima L.), o cardo martimo (Erygium maritimum L.), o goivinho da praia (Malcomia littorea) e muitas outras que poders identificar e fotografar com a ajuda dos teus monitores.

    Se percorreres as areias da face interior das dunas e do interdunar (com algum cuidado para no pisares as plantas), observa a predominncia da espcie muito aromtica e que floresce no Vero, a perptua das areias (Helichrysum picardii). Esta organiza-se em forma de roseta, para conservar a humidade e resistir ao vento, e apresenta um cheiro a caril. Poders encontrar a erva prata (Paronychia argentea Lam), sempre a estender-se e a espreitar por entre as areias. Esta uma planta medicinal.

    Fotografia N 19: Cordeirinho das areias, Othanthus maritimus (L.)

    Fotografia N 20: Feno das areias, Elymus fartus

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    Fotografia N 21: Estorno, Ammophyla arenaria(L.)

    Fotografia N 22: Eufrbia martima, Euphorbia paralias

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    Fotografia N 23: Crucianella maritima

    Fotografia N 24: Medicago

    Fotografia N 25: Artemisia

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    Fotografia N 26: malmequer das areias, Fotografia N 27: Goivinho da praia, Malcomia littorea Anthemis martima L.

    Fotografia N 28 e 29: Narciso das areias, Pancratium maritimum L.

    Fotografia N 30 e 31: Cardo martimo, Erygium maritimum

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    Fotografia N 32 Fotografia N 33

    Aqui visvel, por um lado, o trabalho e esforo na tentativa de recuperar e fixar a duna e, por

    outro lado, a degradao, fragilidade e instabilidade destes sistemas, como se pode observar nas fotografias 32 e 33.

    A zona de dunas da praia do Barril foi, no seu passado, devido ao seu historial da faina do atum e grande procura turstica, alterada e pisoteada. Por outro lado, o aumento do nvel mdio das guas do mar e permanente eroso da frente da duna, faz com que toda esta zona apresente algumas caractersticas muito prprias deste lugar e que no correspondem a um padro esperado na distribuio das plantas do perfil dunar. Estes aspectos pouco tpicos aparecem, por exemplo, na distribuio da flora de uma forma no habitual, encontrando na anteduna espcies de plantas caractersticas do topo da duna primria e espcies de plantas caractersticas de zonas de duna secundria encontramo-las no topo do que resta agora de uma duna primria. Est todo este espao to alterado que no h mais uma definio clara entre o que a anteduna, o topo da duna primria e a duna secundria.

    O facto dos ecossistemas dunares serem formaes em permanente equilbrio dinmico,

    profundamente dependentes da vegetao, implica que qualquer factor externo ao sistema ter

    consequncias de difcil compensao, que provocaro o desequilbrio do ecossistema.

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    PARAGEM 5 Fateixas

    Fotografia N 34

    Dirigindo agora o nosso olhar para a praia, observamos as ncoras, que so memrias de tempos

    passados em que se praticava a armao do atum nesta praia. Estas eram utilizadas para fixar as redes do cerco do atum no fundo marinho, formando assim uma armadilha fixa que permitia aos pescadores cercar um maior nmero de peixes e captur-los.

    As armaes do atum eram montadas no princpio de Abril at Agosto, altura em que os atuns migravam do Atlntico para o Mediterrneo para a desova. A populao montava, ento, o arraial, isto , famlias iam viver na praia durante esta altura, para a pesca e preparo do atum.

    O desaparecimento das armaes do atum deveu-se no s a questes econmicas como tambm, possivelmente, a um desvio da rota de migrao do atum que o ter afastado mais da costa algarvia.

    Solenemente inseridas na Duna, estas fateixas (ncoras) so seres mgicos! Nasceram da fuso da Duna Nuna da praia do Barril com as fateixas que ela acarinhava so Nuteixos! Se lhes encostarmos o ouvido, cantam canes de medusa. Se lhes dermos brilho, com algas

    vermelhas, contam-nos histrias de pescadores da faina do atum e de dunas e ventos enamorados. (Helena Tapadinhas, Contos do Mago, p. 150)

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