Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
PERFIL DOS USUÁRIOS DOS CAIXAS PRESENCIAIS DA AGÊNCIA DO
BANCO DO BRASIL DE RIO PARDO
Fabiana Limberger Eisenhardt1
Marcelo da Silva Mello Dockhorn2
RESUMO
Este trabalho aborda o marketing de serviços, com o objetivo de identificar o perfildos usuários que utilizam os caixas presenciais da agência do Banco do Brasil deRio Pardo. Além disso, o estudo visa a pesquisar os motivos pelos quais osclientes, diante das tecnologias da atualidade, que possibilitam que o cliente nãonecessite se deslocar até a agência optem pelo atendimento nos caixas executivosconvencionais da agência para executar suas transações, submetendo-se às filasde espera. O trabalho justifica-se pela vigência da lei municipal de filas bancáriasregistrada sob nº 1.679/L, de 26 de Abril de 2010. Para desenvolver esta pesquisa,a metodologia a ser utilizada é o estudo de caso. Os dados serão analisadosatravés de uma abordagem quantitativa.
Palavras-chave: marketing de serviços, filas de espera, atendimento.
ABSTRACT
This paper discusses the marketing of services, aiming to identify the profile ofusers who use the boxes face the Banco do Brazil Rio Pardo. Furthermore, thestudy aims to investigate the reasons why customers in the face of today'stechnologies, which enable the client does not need to travel to the agency choosesthe services of executive boxes conventional agency to perform its transactions,submitting the queues. The work is justified by the rule of law municipal queuesbank registered under No. 1679 / L, April 26, 2010. To develop this research, the
1 Graduanda do Curso de Administração da Faculdade Dom Alberto
2 Professor, Coordenador do Curso de Administração da Faculdade Dom
Alberto, Mestre em Administração
methodology to be used is the case study. Data will be analyzed using aquantitative approach.
Key-words: marketing services, queues, services.
1 Introdução
Ainda que existam sistemas tecnológicos avançados e sistemas de
informações eficientes, alguns serviços precisam ser realizados de forma
presencial e exigem atendimento individual, a partir de então nos deparamos com
as filas, nos correios, nos supermercados, no trânsito, nos bancos e em diversas
situações rotineiras.
O ritmo de vida das pessoas na atualidade tende a ser cada vez mais
acelerado, e é nas filas que as pessoas perdem um de seus mais valiosos
recursos: o tempo. O tempo despendido nas filas poderia estar sendo altamente
produtivo. Sendo assim, salienta-se a importância de uma gestão eficiente nos
sistemas de filas, pelo fato desta influenciar na percepção dos clientes sobre a
qualidade do serviço prestado.
Gerenciar um sistema de filas é de suma importância, levando em
consideração que as filas não devem ser eliminadas, pois isto significa que o
prestador de serviços estaria com recursos ociosos, ou seja, funcionários e
equipamentos à espera do cliente, por outro lado, o gestor deve ter a concepção de
que se o prestador de serviços oferecer pouco dos seus recursos, as filas se
formarão, comprometendo a qualidade dos serviços prestados ou ainda infringindo
as legislações vigentes, no que se refere ao tempo de espera em filas, como é o
caso das leis estaduais e municipais de filas bancárias.
Em relação ao sistema bancário, dentre os diversos transtornos enfrentados
pelos clientes, o maior deles segundo o Banco Central do Brasil são as filas de
espera. Segundo a relação de reclamações que foi divulgada em 2002 na página
da instituição na internet (www.bcb.gov.br), as maiores reclamações concentraram-
se nas filas de espera, o que vem a completar ainda mais a justificada de pesquisa
deste trabalho.
Diante do exposto, através deste trabalho busca-se: identificar o perfil dos
usuários3 que utilizam os caixas presenciais da agência do Banco do Brasil de Rio
Pardo.
Para responder o problema acima apresentado, este trabalho irá avaliar o
atendimento dos caixas na agência do Banco do Brasil de Rio Pardo, buscando
identificar o perfil dos usuários, essa avaliação irá buscar identificar qual o público
que mais utiliza os caixas presenciais, avaliar os fatores que levam estes clientes a
preferirem o atendimento nos guichês dos caixas presenciais, identificar dias e
horários em que estes clientes mais procuram este atendimento.
E com base nos dados obtidos, formular um plano de ação para o
atendimento presencial nos caixas da agência do Banco do Brasil de Rio Pardo
não ultrapasse o tempo vigente na legislação municipal de filas bancárias
registrada sob nº 1.679/L, de 26 de Abril de 2010. Além disso, o trabalho busca
rapidez e agilidade no atendimento, gerando maior satisfação de clientes,
diferenciando o serviço prestado.
2 Referencial Teórico
Para fundamentar e embasar essa pesquisa buscou-se referenciais teóricos,
visando a adquirir novos conhecimentos e auxiliar na resolução do problema
proposto, onde serão abordados tópicos referentes marketing de serviços, filas de
espera e atendimento bancário.
2.1. Marketing de Serviços
Czinkota et al (2001) afirmam que a importância do marketing de serviços se
dá pelo grande crescimento de empregos no setor de serviços, pela contribuição
cada vez maior deste setor para a economia mundial, e dentre outras, a vantagem
diferencial dos serviços.
3 Define-se como usuário todo indivíduo que usa um recurso disponibilizado
por outro.
Para Gianesi e Corrêa (1994), quando se trata de serviços, o marketing
acontece quando o serviço é consumido, tão logo é produzido, o vendedor é quem
desempenha as funções de marketing, paralelamente a sua função principal,
diferentemente dos produtos, que podem ser produzidos em um local, vendido em
outro e consumido em um terceiro.
Para Cobra (2001), as empresas do setor de serviços têm inúmeros desafios
competitivos e, por isso, não podem se acomodar. A demanda pelos seus serviços
pode cair em um piscar de olhos, pois, no mercado atual as mudanças são rápidas.
Gianesi e Corrêa (1994) salientam os serviços como centros de lucros, em
empresas mistas, serviços apenas facilitadores, passaram a ser oferecidos como
atividades geradoras de lucros.
Nesta mesma linha de pensamento Fitzsimmons e Fitzsimmons (2004)
afirmam que o lucro de empresas produtoras de bens depende da exploração de
serviços com valor agregado. Os autores exemplificam com os fabricantes de
automóveis, que descobriram que financiar automóveis pode proporcionar lucros
significativos.
Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2004) serviços são ideias e conceitos,
diferencia-se dos produtos que são objetos, assim a intangibilidade dos serviços é
um problema para os clientes, uma vez que os produtos podem ser tocados e
testados, na aquisição dos serviços o cliente deve basear-se apenas na reputação
da empresa.
Conforme Cobra (2001), o marketing de serviços possui características,
como a intangibilidade, sendo um desafio para o gestor de serviço, tornar tangível
os aspectos intangíveis de um serviço e ainda como característica desafiante a
estocabilidade, sendo o serviço não passível de armazenagem.
Gianesi e Corrêa (1994) afirmam que uma das funções básicas de marketing
em serviços é a comunicação, seja a comunicação via publicidade e propaganda
ou no atendimento pessoal ao cliente, e esta tem papel fundamental na formação
de expectativas dos consumidores a respeito do serviço a ser prestado.
Kotler (2000) descreve a satisfação como a emoção resultante da
comparação entre o resultado do serviço e que era esperado.
De acordo com Cobra (2001), se o desempenho do serviço corresponde às
expectativas do cliente, o fator da percepção dos clientes e o desempenho é o que
confirma ou rejeita a visão que tinham do serviço, e isto pode ser o sucesso ou o
fracasso de uma organização.
2.2. Atendimento Bancário
O mercado bancário brasileiro está vivendo ao longo do tempo uma
evolução tecnológica, segundo informações do Banco Central, são exemplos desta
evolução, o aumento no número de caixas eletrônicos, o aumento na utilização de
internet banking e o aumento de transações com o cartão de crédito.
Analisam-se as seguintes situações: há pouco tempo atrás, ir a uma agência
bancária era necessário aos clientes que desejassem realizar alguma transação
bancária, sendo os caixas das agências o meio para realização destas transações,
atualmente tem-se um cenário inteiramente diferente, onde os bancos focam cada
vez mais na qualidade do tempo, estando incluso no fator qualidade, a redução do
tempo de espera em filas, comodidade e atendimentos personalizados.
Para Pires e Costa Filho (2001) a evolução da tecnologia e informação é o
que está movendo a sociedade e os negócios, e no setor bancário não está sendo
diferente, onde a tecnologia e a informação estão moldando o novo modo de fazer
negócios nessa realidade ainda mais competitiva.
Porter (1999) cita os bancos e seguradoras como usuários intensos da
transformação tecnológica, a qual está ultrapassando barreiras e possibilidades,
substituindo pessoas por máquinas. O autor comenta a mudança no ambiente das
agências bancárias, o aumento notável nas salas de auto-atendimento e redução
do espaço destinado ao atendimento presencial, deixando claro que a transferência
de operações bancárias para as máquinas não tem limites.
Logo que lançados os caixas eletrônicos, o internet banking, e as centrais de
atendimento, estes eram vistos como uma conveniência, um diferencial oferecido
aos clientes, onde poder-se-ia efetuar movimentação em contas correntes.
Atualmente os bancos oferecem grandes redes de caixas eletrônicos que
podem inclusive aumentar a rentabilidade dos clientes junto ao banco, através dos
produtos e serviços bancários, como cheque especial, seguros, capitalização,
cartão de crédito, etc.
Segundo Pires e Costa Filho (2001) os bancos cada vez mais têm
desempenhado esforços direcionando os clientes para os ambientes de auto-
atendimento, como os caixas eletrônicos, a internet e os call centers (atendimento
telefônico). E para obter sucesso nesse direcionamento os bancos vêm investindo
muito em tecnologia, informática e telecomunicações.
Essa mudança de hábitos requer para o consumidor entendimento e
aceitação, porém costumes ou tradições da cultura de um povo, ou população de
uma cidade, podem ser obstáculos consideráveis a serem analisados e superados.
Em contra partida a esta afirmação, Pires e Costa Filho (2001) consideram que
culturas são passíveis de mudanças, e a tecnologia tem tido o poder de alterar até
os costumes mas conservadores, como o atendimento bancário.
2.3. Filas de Espera
Diversos foram os estudos efetuados na área de atendimento bancário e
muitas foram as revelações. Alguns autores descrevem que no início da década de
noventa, o segmento bancário apresentava pouca orientação aos clientes,
realizando seus serviços sem considerar as reais necessidades dos clientes. As
enormes filas foram apontadas como um dos grandes problemas do setor bancário.
Segundo Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), uma fila é uma linha de
clientes esperando quando necessitam de serviços de um ou mais prestadores.
Entretanto, a fila não necessita ser uma linha física de pessoas em frente a um
servidor. Pessoas colocadas à espera de um telefonista formam uma espécie de
fila. Em qualquer sistema de serviço, a fila se forma quando a demanda excede a
capacidade existente do servidor.
Gianesi e Corrêa (1994) afirmam que as filas e a maneira como elas são
gerenciadas são aspectos mais sensíveis e importantes na percepção do cliente
em relação à qualidade do serviço prestado, o que justifica uma preocupação
especial com o seu gerenciamento.
O acúmulo de pessoas sobre um mesmo servidor causa uma “pressão”,
tornando o ritmo do atendimento mais lento. Gianesi e Corrêa (1994) fazem uma
ressalva, salientando que o excesso de “pressão” pode tornar os atendentes
menos corteses.
De acordo com Fitzsimmons e Fitzsimmons (2000), para a alternativa de
filas múltiplas, o cliente que chega deve decidir em qual fila entrará. A decisão não
precisa ser irrevogável. Esta atividade de troca de fila é chamada de
“atravessamento”. Em qualquer situação, ver a fila próxima àquela em que se está
andar com maior rapidez é uma fonte de irritação.
Uma estratégia para evitar a perda das vendas é disfarçar as filas para os
clientes que estão chegando. Fitzsimmons e Fitzsimmons, 2000 exemplificam:
parques de diversões, como a Disneylândia, vendem seus ingressos fora do
parque, de onde as pessoas não podem ver as filas de espera do lado de dentro.
2.3.1 Filas de Espera em órgãos prestadores de serviço
Vivemos no mundo em que segundo Weber (1992, p.19), “(...)tempo é
dinheiro”, e, diante disso, Miranda e Bento (2004) interpretam esta afirmação
dizendo que para alcançar um determinado resultado ou produzir algo com
determinado padrão de qualidade, é necessário investimento em tempo e/ou
dinheiro. Outra leitura feita acerca do exposto é que podemos permutar nosso
tempo, ou seja, nosso trabalho por dinheiro, o que chamamos na atualidade de
contrato de trabalho.
Segundo Kotler (2000, p.57), “Além do custo monetário, o custo total para o
cliente inclui os custos de tempo, de energia física e psíquicos do comprador, que
leva em conta esses custos juntamente com o custo monetário para formar um
quadro do custo total.”
Sendo o tempo um dos bens mais preciosos do ser humano, Miranda e
Bento, 2004, consideram que a diferença entre o tempo e o dinheiro consiste que o
dinheiro quando roubado ou perdido, pode ser recuperado, e quando não usado
pode ser guardado para uso futuro, já o tempo, quando perdido, jamais se
recupera, também não sendo possível sua guarda para uso posterior.
Kotler (2000) relaciona o valor como razão entre o que o cliente dá e o que
ele recebe, ou seja, recebe benefícios e assume custos, desta maneira os
benefícios têm que ser satisfatórios o suficiente para suprir o custo envolvido,
considerando dentro deste custo total, o custo de tempo, de energia e psicológicos.
Segundo Davis, Nicholas e Richard, (1999) os padrões de vida estão
aumentando significativamente e com isso o tempo se torna um bem ainda mais
valioso, se tornando mais importante para as pessoas, e estas características se
tornam mais visíveis em países mais desenvolvidos, onde as pessoas estão
dispostas a pagar mais para as empresas que minimizem seu tempo de espera.
Para Gianesi e Corrêa (1994) a existência de filas pode ser vista de duas
formas, o ideal é o balanço dentre as duas. A primeira é que a existência de filas é
mau sinal da ótica do serviço ao cliente e a segunda é que a existência de filas é
bom sinal da ótica estrita da utilização de recursos. Assim, a existência de filas
significa para a empresa boa utilização de recursos, pois se não existisse a fila, em
certo momento teria-se recursos ociosos.
Para Davis, Nicholas e Richard, (1999, p.293) “os administradores de
serviços devem concentrar-se na melhoria do nível de satisfação do cliente com a
espera, em vez do tempo real de espera em si.”
Segundo Gianesi e Corrêa (1994), na capacidade de atender clientes,
existem as variações intrínsecas do trabalho humano, por este motivo é difícil
medir com precisão a capacidade de sistemas de serviços, pois a mão-de-obra é
um recurso que pode apresentar problemas como rotatividade, absenteísmo e
variação de produtividade, surge então a variabilidade dos serviços, alterando por
fim o tempo das filas de espera.
Na concepção de Davis, Nicholas e Richard, (1999) com a evolução atual, o
tempo torna-se cada vez mais crítico, assim, empresas que oferecerem serviços
mais rápidos, terão vantagem competitiva.
3 Metodologia
A metodologia a ser utilizada na elaboração da pesquisa do presente
trabalho é a quantitativa, pois este método é mais utilizado quando o objetivo é
medir opiniões, hábitos e atitudes de um público-alvo. Sendo este um estudo
exploratório onde o pesquisador questiona as pessoas de forma direta, através de
carta, telefone ou entrevista pessoal.
A técnica de pesquisa a ser utilizada neste trabalho será Estudo de Caso.
Segundo Severino (2007) o estudo de caso é a pesquisa que se concentra no
estudo de um caso particular, cuja coleta de dados e sua análise se dão da mesma
forma que nas pesquisas de campo, de uma forma geral.
Segundo Marconi e Lakatos (2002, p.54) “Pesquisa de campo é aquela
utilizada com o objetivo de conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de
um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese que se
queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre
eles.”
Os dados serão coletados através de formulários, onde o entrevistador
marcará as respostas dos clientes que utilizam os caixas da agencia do Banco do
Brasil de Rio Pardo. A pesquisa terá o objetivo de saber quais serviços estes
clientes utilizam nos caixas, quais os horários e dias em que os serviços são mais
utilizados, se estes serviços podem ser efetuados por outros meios e porque os
clientes preferem enfrentar as filas dos caixas a utilizarem outros meios.
Segundo Alexandre Meinhardt, funcionário do Banco do Brasil há 7 (sete)
anos, Gerente de Serviços experiente em atendimento presencial nos caixas, a
agência de Rio Pardo atende em média 200 (duzentos) usuários por dia. Com base
nessa população, foi estabelecido uma pesquisa diária de 10% (dez por cento) da
população atendida, ou seja, uma amostra de 20 (vinte) clientes por dia, sendo que
esta amostra será pesquisada em 4 (quatro) períodos de tempo diferentes, das 10
às 11 horas, das 11 às 12 horas, das 13 às 14 horas e das 14 às 15 horas,
diariamente, durante 30 dias, sendo 5 (cinco) entrevistados em cada período.
4 Descrição dos Resultados
Os resultados da pesquisa foram dispostos em gráficos, como forma de
melhor visualizar os dados, analisando-os e comentando os aspectos considerados
relevantes.
Gráfico I
O Gráfico I, permite observar que há uma forte concentração de pessoas em
faixas mais elevadas de idade, se houvesse uma linha vertical dividindo o gráfico,
analisando essa duas partes, teria-se 55% acima de 42 anos, e 45% com até 41
anos, salientando que a freqüência da faixa etária de 26 a 33 anos foi de apenas
14%, perdendo apenas para a menor freqüência que foi de 10% para a faixa de 18
a 25 anos.
Gráfico II
Percebe-se ao analisar o Gráfico II que o percentual de correntista e não
correntista, praticamente se equivalem, obtendo uma diferença de apenas quatro
pontos percentuais.
Gráfico III
No Gráfico III pode-se observar que o público que freqüenta os caixas
presenciais da agência são predominantemente Pessoas Físicas, com 92%,
ficando as empresas com apenas 8%.
Gráfico IV
Percebe-se, analisando o Gráfico IV, que a maior parte do fluxo nos caixas
presenciais foi para trocar cheques (22%), saques acima de R$ 1000 e pagamento
de títulos ainda no vencimento seguem com 20%. Sendo relevante o fato de 20%
do fluxo ser equivalente ao item títulos no vencimento, pois dentre os três citados,
este é o único passível de ser efetuado nos canais alternativos de auto
atendimento, limitado a um determinado valor àquela pessoa que é correntista do
banco.
Gráfico V
O Gráfico V revela que 73% das pessoas freqüentam o BB até duas vezes
no mês, portanto conclui-se que as pessoas que freqüentam os caixas presenciais,
nem sempre são as mesmas. Há também incidência expressiva de pessoas que
comparecem acima de quatro vezes no mês (14%), considerando as diversas
outras opções de serviços automatizados disponíveis.
Gráfico VI
Ao analisar o Gráfico VI, percebe-se um dado bastante significativo, que a
maioria das pessoas freqüenta os caixas presenciais da agência (88%) porque as
suas transações não são passíveis de realização nos canais de auto-atendimento
disponibilizados pelo Banco. Considerável o percentual de clientes que não
confiam nos canais de auto-atendimento (6%), uma vez que o banco dispõe de
equipamentos de alta tecnologia, primando pela segurança dos clientes.
Gráfico VII
Na questão apresentada no Gráfico VII, quanto a avaliação do serviço nos
caixas presenciais, a maioria considera o serviço ótimo, com 46% do total e 44%
consideram bom, totalizando 90% dos clientes satisfeitos com o serviço.
4.11. Análise dos Resultados
Tendo em vista que o método escolhido para a pesquisa foi quantitativo, as
respostas dos entrevistados foram objetivas.
Um item relevante da pesquisa foi o quesito qualidade do atendimento, pois
ainda como o tempo de espera elevado em alguns dias do mês, obteve-se um
percentual final de 90% de clientes satisfeitos, totalizando 413 entrevistados, sendo
que 210 (46%) avaliaram como ótimo e 203 (44%) avaliaram como bom. Sendo
que dos 460 entrevistados, apenas 1 usuário, chegou no outro extremo avaliando o
serviço como ruim, não chegando a 1%.
5 Considerações Finais
Diversos estudos já foram realizados na área do atendimento bancário. E as
filas foram apontadas como um dos grandes problemas do setor bancário.
No momento atual que vivemos, onde o ritmo de vida está cada vez mais
acelerado, considerando que os dados do Banco Central confirmam que as
maiores reclamações dos clientes bancários estão focadas para as filas de espera
e que existem leis que regulamentam o tempo de espera nas filas em bancos, a
presente pesquisa teve seu foco voltado para a rotina das pessoas que freqüentam
as filas bancárias, buscando saber quais as transações realizadas nos caixas
presenciais das agências e quais os motivos que os levam a efetuar essas
transações nos caixas presenciais.
Pires (1997) em uma de suas pesquisas abordou, entre outros itens, a
percepção de clientes usuários das salas de auto-atendimento, e observou que em
torno de 87% dos 296 clientes entrevistados concordaram que as telas dos
equipamentos são orientativas, sem dificuldades para utilização, porém quase 94%
concordou que o ambiente de auto-atendimento deve ter um funcionário disponível
para orientação, o que demonstra certa insegurança dos usuários.
Considera-se ainda que os bancos de maneira geral, aderiram a tecnologia
dos caixas eletrônicos de forma muito rápida, as gerações que nasceram
juntamente a essa tecnologia se adaptaram facilmente, porém as pessoas que
estavam habituadas a utilizar o atendimento presencial são ainda bastante
resistentes a essa mudança.
E para Drucker (2001) a sociedade, comunidade e família, são instituições
conservadoras, e que procuram manter a estabilidade, impedindo as mudanças, ou
pelo menos tornando-as mais lentas.
Diante do exposto sugere-se que para a adequação dos caixas presenciais
da agência do Banco do Brasil de Rio Pardo à Lei Municipal de Filas, seja
elaborado um plano estratégico.
O primeiro passo desse plano estratégico seria disponibilizar um funcionário
apenas para a sala de auto-atendimento com foco na orientação dos usuários,
salientando as facilidades dos terminais de auto-atendimento, a amplitude de
transações disponíveis e o benefício de não precisar enfrentar fila no caixa
presencial. Uma vez que o maior público freqüentador dos caixas presenciais são
as pessoas de mais idade, de modo especial dar atenção a eles. Com essa ação
imediata espera-se que as pessoas passem a utilizar com mais freqüência os
terminais de auto-atendimento, sem precisar enfrentar filas, o que desafoga o
atendimento nos caixas presenciais.
E ainda como plano B, ter um funcionário a disposição para em dias e
horários de pico efetuar atendimento presencial em um caixa extra. Em dias
normais esse teria a sua rotina normal de trabalho, evitando assim a ociosidade, o
que seria um desperdício de mão de obra.
Em concordância com o exposto Czinkota et al (2001) salienta que a
empresa existe para satisfazer as necessidades e os desejos dos seus clientes.
Sugiro ainda que mais pesquisas sejam efetuadas nessa área a fim de
levantar informações a cerca das operações efetuadas no caixa, conscientizando
os usuários das diversas possibilidades de efetuar as mesmas transações em
outros canais disponibilizados pelo banco, sem a necessidade de enfrentar filas de
espera.
6 Referências
COBRA, Marcos. Estratégias de Marketing de Serviços. São Paulo: EditoraCobra, 2001.
CZINKOTA, Michael R. et al. Marketing: as melhores práticas. Porto Alegre:Bookman, 2001
DAVIS, Mark M.; AQUILANO, Nicholas J.; CHASE, Richard B.. Fundamentos daadministração da produção. 3. ed. Porto Alegre: Artmed Editoras S.A., 1999.
DRUCKER, Peter F. O melhor de Peter Drucker: o homem. São Paulo: EditoraNobel, 2001.
FITZSIMMONS, J.A.; FITZSIMMONS, M.J. Administração de Serviços:operações, estratégia e tecnologia da informação. Porto alegre: 2a ed., Bookman,RS, 2000.
FITZSIMMONS, James A.; FITZSIMMONS, Mona J. Administração de serviços:operações, estratégia e tecnologia da informação. 4. ed. Porto Alegre: ArtmedEditoras S.A., 2004.
GIANESI, Irineu G. N.; CORRÊA, Henrique Luiz. Administração estratégica deserviços: operações para a satisfação do cliente. São Paulo: Editora Atlas S.A.,1994.
KOTLER, Philip. Administração de marketing. 10 ed. São Paulo: Prentice Hall,2000.
KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de Marketing. 9. ed. São Paulo:Pearson Prentice Hall, 2003.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa:planejamento e execução de pesquisas; amostragens e técnicas de pesquisa;elaboração, análise e interpretação de dados. 5. ed. São Paulo: Editora Atlas S.A.,2002.
MIRANDA, Bernadete Costa; BENTO, Selene Ten Caten. Atendimento bancário:qualidade x tempo. 2004. 33 f. Programa de Pós-graduação em GestãoEmpresarial (Monografia) - Instituto Cuiabano de Educação, Barra do Garças/MT,2004.
PIRES, Péricles José. O perfil dos usuários de caixas-automáticos em agênciasbancárias na cidade de Curitiba. ENCONTRO DA ANPAD, 21., 1997, Rio dasPedras-RJ. Anais..., Rio das Pedras, 1997.
PIRES, Péricles José; COSTA FILHO, Bento Alves da. O Atendimento Humanocomo Suporte e Incentivo ao Uso do Auto-Atendimento em Bancos. Rev. FAE,Curitiba, v. 4, n. 1, p.59-67, jan./abr. 2001.
PORTER, Michael E. Competição: estratégias competitivas essenciais. Rio deJaneiro: Campus, 1999.
SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. SãoPaulo: Cotez Editora, 2007.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. 7. ed. São Paulo:Livraria Pioneira Editora, 1992.