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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS FACULDADES INTEGRADAS DE FERNANDÓPOLIS
CLAUDIO AGUIAR IVANOF JOSÉ GUILHERME ZANGALLI
MAXIMILIANO JOSÉ DE QUEIROZ VITOR IDAGOMAR OLIVEIRA DA SILVA
PERFIL MEDICAMENTOSO DE PACIENTES HIPERTENSOS E
DIABÉTICOS NA CIDADE DE POPULINA-SP
FERNANDÓPOLIS 2012
CLAUDIO AGUIAR IVANOF
JOSÉ GUILHERME ZANGALLI
MAXIMILIANO JOSÉ DE QUEIROZ
VITOR IDAGOMAR OLIVEIRA DA SILVA
PERFIL MEDICAMENTOSO DE PACIENTES HIPERTENSOS E DIABÉTICOS NA
CIDADE DE POPULINA-SP
Trabalho de conclusão de curso apresentado à
Banca Examinadora do Curso de Graduação em
Farmácia da Fundação Educacional de
Fernandópolis como exigência parcial para obtenção
do título de bacharel em farmácia.
Orientador: Prof. Msc. Roney Eduardo Zaparoli
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DE FERNANDÓPOLIS
FERNANDÓPOLIS – SP
2012
CLAUDIO AGUIAR IVANOF
JOSÉ GUILHERME ZANGALLI
MAXIMILIANO JOSÉ DE QUEIROZ
VITOR IDAGOMAR OLIVEIRA DA SILVA
PERFIL MEDICAMENTOSO DE PACIENTES HIPERTENSOS E DIABÉTICOS NA
CIDADE DE POPULINA-SP
Trabalho de conclusão de curso aprovado como
requisito parcial para obtenção do título de bacharel
em farmácia.
Aprovado em: 19 de novembro de 2012.
Banca examinadora Assinatura Conceito
Prof. Msc. Roney Eduardo Zaparoli
Profª. Vanessa Maira Rizzato Silveira
Profaª. Msc. Vania Luiza Ferreira
Lucatti Sato
Prof. Msc. Roney Eduardo Zaparoli
Presidente da Banca Examinadora
AGRADECIMENTOS
Agradecemos primeiramente a Deus pela saúde e sabedoria proporcionada
para a realização desse trabalho. Agradecemos aos nossos familiares pelo apoio
indispensável.
Agradecemos também a banca examinadora, em especial ao nosso
orientador Roney Eduardo Zaparoli pela paciência, dedicação e disponibilidade.
Agradecemos aos funcionários da UBS da cidade de Populina-SP por
disponibilizar os prontuários dos pacientes para realização da pesquisa.
Não faças do amanhã o sinônimo de nunca, nem o ontem te seja o mesmo que nunca mais. Teus passos ficaram. Olhes para trás, mas vá em frente, pois há muitos que precisam que chegues para poderem seguir- te.
Charles Chaplin
RESUMO
A hipertensão arterial é um distúrbio que atinge desde jovens até idosos. Existem genericamente dois tipos de hipertensão arterial, sendo elas, essencial e secundaria. Hipertensão no pós parto sem a evolução para pré eclampsia após a 20ª semana de gestação, tem-se diagnostico de hipertensão gestacional. O tratamento tem como objetivo a prevenção de doenças cardiovasculares e renais, o beneficio deste tratamento deve ser constatado pela redução da incidência de infarto do miocárdio, acidentes vascular cerebral entre outras, recomenda- se iniciar com tratamento medicamentoso apenas nas hipertensões moderada a severa, já com hipertensão leve a moderada, iniciar o tratamento adotando medidas como, mudanças no estilo de vida. O diabetes mellitus é causado pela deficiência relativa da insulina, existem particularmente dois tipos de diabetes mellitus, tipo 1, sendo insulino dependente, ou seja, tem necessidade de aplicação de insulina exógena e também antidiabéticos orais. A tipo 2, outro tipo, é a não insulino dependente, que acontece quando há resistência a insulina, havendo necessidade do uso de antiabéticos orais. A diabetes gestacional é uma necessidade de insulina em mulheres grávidas onde esta pode ser extinta no pós parto devido ao retorno do controle glicemico. Tem sido muito comum a prescrição de mais de um medicamento, trazendo como conseqüência interações entre os fármacos, onde posteriormente os efeitos podem ser benéficos, obtendo-se proveito melhor dos fármacos ou tendo efeitos maléficos. Existem interações especificas de formas diferentes, sendo elas interações de efeito, farmacocinéticas, farmacodinâmicas, e interações de sinergismo. Efeitos adversos na combinação de fármacos têm chamado atenção, requerendo um cuidado maior com interações, visando sempre diminuí-los. Neste trabalho buscou- se a identificação de tratamentos para verificação de possíveis interações medicamentosas entre fármacos e posteriormente a eficácia dos tratamentos. Foram coletados, através de UBS de Populina-SP, os medicamentos utilizados, sexo, idade e valores pressóricos e glicêmicos dos pacientes hipertensos e diabéticos. Ficou comprovada a incidência de pacientes hipertensos/diabéticos de diferentes tratamentos, onde na maioria houve utilização de diuréticos associados a outros fármacos, observando varias interações medicamentosas, sendo algumas positivas e outras negativas. Ressaltou-se também o número maior de pacientes com hipertensão sistólica isolada e diabetes mellitus tipo 2. O estudo teve como finalidade fazer um levantamento de pacientes, tratamentos e pesquisas com ênfase em interações entre medicamentos, onde se notou que alguns pacientes podem ser prejudicados em função dessas interações. Teve-se o objetivo alcançado ao observar através da pesquisa e evidencias clinicas que poderia haver tratamentos eficientes e outros prejudiciais.
Palavras-chave: Hipertensão, Diabetes, Interações Medicamenosas, Efeitos adversos
ABSTRACT
Hypertension is a disorder that affects from young to the elderly. There are generally two types of hypertension, which were essential and secondary. Hypertension postpartum without progression to pre-eclampsia after 20 weeks of gestation, has diagnosis of gestational hypertension. Treatment is aimed at the prevention of cardiovascular and renal disease, the benefit of this treatment should be determined by reducing the incidence of myocardial infarction, cerebrovascular accidents among others, recommended to start with drug therapy only in moderate to severe hypertensions, already with mild to moderate hypertension, start treatment by adopting measures such as changes in lifestyle. Diabetes mellitus is caused by a relative deficiency of insulin, there are two particular types of diabetes mellitus, type 1, being insulin dependent, or in need of application of exogenous insulin and oral hypoglycemic agents also. The type 2, otherwise, is not insulin dependent, what happens when there is insulin resistance, requiring the use of oral antiabéticos. Gestational diabetes is a need for insulin in pregnant women where it can be extinguished due to postpartum return of glycemic control. It has been very common prescription of more than one drug drive, causing interactions between drugs, where later the effects can be beneficial to yield advantage of better drugs or having harmful effects. There specific interactions in different ways, and they interactions end, pharmacokinetic, pharmacodynamic and interactions of synergism. Adverse effects of drugs in combination have called attention, requiring greater care with interactions, always seeking to diminish them. In this study we sought to identify treatments to investigate possible drug interactions between drugs and subsequently the effectiveness of treatments. We collected through UBS Populina-SP, medications used, sex, age and blood pressure levels and blood glucose of patients with hypertension and diabetes. It was proved the incidence of hypertensive / diabetic different treatments, where most use of diuretics was associated with other drugs, noting several drug interactions, some being positive and others negative. It was also emphasized the greater number of patients with isolated systolic hypertension and type 2 diabetes mellitus. The study aimed to survey patients, treatments and research with an emphasis on interactions between drugs, where it was noticed that some patients may be harmed due to these interactions. Had the goal is achieved by looking through the research and clinical evidence that could be effective treatments and other harmful.
Keywords: Hypertension, Diabetes, Medicamenosas Interactions, Adverse Effects
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Classificação da hipertensão arterial 16
Tabela 2 - Valores de referência da glicemia sanguínea 20
Tabela 3 - Algumas interações entre anti- hipertensivos e anti-diabéticos 35
Tabela 4 – Tratamentos dos pacientes hipertensos e diabéticos na cidade de
Populina-SP 39
Tabela 5 - Interações medicamentosas 47
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Medicamentos utilizados na hipertensão sistólica isolada 42
Figura 2 - Medicamentos utilizados na hipertensão leve 43
Figura 3 - Medicamentos utilizados na diabetes mellitus tipo 1 44
Figura 4 - Medicamentos utilizados na diabetes mellitus tipo 2 44
Figura 5 - Tipos de hipertensão apresentada 45
Figura 6 - Tipos de diabetes apresentada 46
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
AAS – Ácido acetilsalicílico
ARADOIS – Antagoistas dos receptores da angiotensina II
ATP – Adenosina trifosfato
AVE – Acidente vascular encefálico
CAD – Cetoacidose diabética
IECA – Inibidores da enzima conversora da angiotensina
NPH – Neutral protamina hagedorn
PA – Pressão arterial
PZI – Insulina-protamina-zinco
UBS – Unidade básica de saúde
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
1 HIPERTENSÃO .............................................................................................. 16
1.1 Classificação da hipertensão arterial ....................................................... 16
1.2 Tratamento .................................................................................................. 18
1.2.1 Tratamento medicamentoso........................................................................ 18
1.2.2 Tratamento não medicamentoso................................................................. 18
2 DIABETES ...................................................................................................... 20
2.1 Valores de referência ................................................................................. 20
2.2 Tipos de diabetes ....................................................................................... 21
2.3 Problemas relacionados aos medicamentos na diabetes........................ 23
2.3.1 Acidose lática ............................................................................................ 23
2.3.2 Cetoacidose diabética ............................................................................... 24
2.3.3 Cetose ....................................................................................................... 25
2.3.4 Sindrome hiperosmolar não-cetótica ......................................................... 25
3 EFEITOS ADVERSOS DE ALGUNS ANTI-HIPERTENSIVOS E
ANTIDIABÉTICOS ............................................................................................ .. 26
4 ALGUNS MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO CONTROLE DA HIPERTENSÃO
ARTERIAL E DIABETES ................................................................................... 27
4.1 Medicamentos para hipertensão arterial .................................................. 27
4.1.1 Diuréticos..................................................................................................... 27
4.1.2 Antagonistas adrenérgicos.......................................................................... 28
4.1.3 Bloqueadores do canal de cálcio................................................................. 29
4.1.4 Inibidores da enzima conversora da angiotensina....................................... 30
4.1.5 Antagonistas dos receptores da angiotensina II.......................................... 30
4.1.6 Inibidor plaquetário....................................................................................... 31
4.2 Medicamentos para diabetes ................................................................... . 31
4.2.1 Sulfoniluréias................................................................................................ 31
4.2.2 Biguanidas.................................................................................................... 32
4.2.3 Anti-hiperglicemiantes.................................................................................. 32
5 INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA ................................................................. 33
5.1 Algumas interações entre anti- hipertensivos e anti- diabéticos ........... 35
6 O MUNICÍPIO DE POPULINA-SP .................................................................. 39
7 OBJETIVOS .................................................................................................... 40
7.1 Objetivo Geral ............................................................................................. 40
7.2 Objetivos Específicos ................................................................................ 40
8 MATERIAIS E MÉTODOS .............................................................................. 41
9 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 42
9.1 Tratamentos dos pacientes hipertensos e diabéticos na cidade de Populina-
SP......................................................................................................................... 42
9.2 Medicamentos utilizados na hipertensão sistólica isolada .................... 45
9.3 Medicamentos utilizados na hipertensão leve ......................................... 46
9.4 Medicamentos utilizados nas diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2 .............. 47
9.5 Tipos de hipertensão apresentada ........................................................... 48
9.6 Tipos de diabetes apresentada ................................................................. 49
9.7 Interações medicamentosas ..................................................................... 50
10 CONCLUSÃO ............................................................................................... 53
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 54
REFERÊNCIAS .................................................................................................. 55
13
INTRODUÇÃO
A hipertensão arterial é um distúrbio comum que agrava toda a população,
desde jovens até idosos. Pode levar a um aumento na probabilidade de trombose
coronariana, insuficiência renal e doenças cardiovasculares (RANG et al 2003;
FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004; SILVA, 2006).
O risco para eventos cardiovasculares aumenta a partir de 115 mmHg para
pressão sistólica e 75 mmHg para pressão diastólica, e seu tratamento reduz os
acidentes cerebrovasculares em ate 42% e coronários em 33% (FUCHS;
WANNMACHER; FERREIRA, 2004; SILVA, 2006).
Existem genericamente dois tipos de hipertensão, a essencial e a
secundaria. A hipertensão gestacional é o diagnostico realizado no pós parto, e que
não tenha evoluído para pré eclampsia, ou seja, não atingiu valores de 140 mmHg
para pressão sistólica e 90 mmHg para pressão diastólica após a 20ª semana de
gestação (RANG et al., 2003; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004; SILVA,
2006).
O tratamento tem como objetivo a prevenção de doenças cardiovasculares e
renais. O tratamento medicamentoso deve ser desenvolvido por profissionais
competentes, já o não-medicamentoso deve-se adotar mudanças no estilo de vida.
O beneficio deve ser constatado pela redução de incidência de infarto do miocárdio,
acidente vascular cerebral entre outras (RANG et al 2003; FUCHS; WANNMACHER;
FERREIRA, 2004; SILVA, 2006).
Nos casos de hipertensão leve a moderada, deve-se iniciar com tratamento
não medicamentoso e na hipertensão moderada a grave inicia-se com tratamento
medicamentoso. Durante a gestação deve-se monitorar os sinais de pré eclampsia e
abordar o tratamento não medicamentoso (SILVA, 2006; FUCHS; WANNMACHER;
FERREIRA, 2004).
No diabetes, uma síndrome causada pela deficiência relativa ou absoluta de
insulina, há uma alteração na função secretora do pâncreas ou uma resistência à
ação da insulina nos tecidos (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
O Diabetes Mellitus tipo 1 se caracteriza por um distúrbio catabólico em que
há ausência de insulina sendo necessário a aplicação de insulina exógena e
também antidiabéticos orais (SILVA, 2006; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA,
14
2004).
O Diabetes Mellitus Tipo 2 uma resistência à insulina, com o
comprometimento da secreção de insulina, é necessário a adição de antidiabéticos
orais (SILVA, 2006; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
O diabetes na gestação costuma aumentar a necessidade fisiológica de
insulina na gravidez, devido aos riscos para o recém nascido. É necessário um
controle rígido, com dieta e aplicações de insulina (SILVA, 2006; FUCHS;
WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
No tratamento antidiabético, as sulfonamidas são bem toleradas, tendo
efeito adverso mais comum a hipoglicemia, assim como a insulina e outros
antidiabéticos orais (SILVA, 2006; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
Dentre as complicações do diabetes são citadas, entre outras, a Acidose
Lática, Cetoacidose Diabética, Cetose , Síndrome Hiperosmolar não-cetótica (SILVA,
2006; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004; ANDRADE; IHARA; TROSTER,
2007; ROCHA, 2012).
Tem sido comum a prescrição de mais de um medicamento, administrados
juntos ou seqüencialmente, observando-se duas ocasiões: indiferentismo
farmacológico, quando uma substancia associada tem sua ação, sem prejudicar a
outra, e interação farmacológica, quando há interferência de uma substancia em
outra. O aumento e o antagonismo dos efeitos podem ser benéficos, aproveitados
nas terapias, justificando o uso das associações medicamentosas no aumento da
eficácia ou evitando efeitos indesejáveis, com maior e melhor proveito dos fármacos
envolvidos (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
Existem interações especificas de formas diferentes, como as farmacêuticas.
São aquelas que acontecem antes da administração dos fármacos. Pode ocorrer
também interação farmacocinética. Esse tipo de interação acontece nos processos
de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. As interações
farmacodinâmicas envolvem o mecanismo de ação, onde são processados os
efeitos desejados. Interações de efeitos acontecem quando a associação de
fármacos tem efeitos similares ou opostos sobre uma função fisiológica do
organismo, sem que haja interação direta de um sobre o outro. Interações de
sinergismo é uma associação de medicamentos que resulta no efeito maior de que
se usados isoladamente (SILVA, 2006; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004;
SECOLI, 2001; RANG et al 2003).
15
Essa pesquisa na UBS da cidade de Populina, aborda a identificação de
pacientes hipertensos e diabéticos com o intuito de analisar os tratamentos, visando
às interações entre os medicamentos envolvidos e posteriormente a eficácia dos
tratamentos.
16
1 HIPERTENSÃO
A hipertensão arterial, conhecida popularmente como “pressão alta”, é o
distúrbio mais comum que agrava toda a população, desde jovens até idosos. Se
não tratado de maneira efetiva, pode levar a um aumento na probabilidade de
trombose coronariana, insuficiência renal e doenças cardiovasculares, dando-se
destaque ao acidente vascular encefálico (AVE). Por essa multiplicidade de
conseqüências, torna-se uma doença da classe crônico-degenerativa,
caracterizando-a como um dos maiores fatores de redução na expectativa e
qualidade de vida das pessoas (RANG et al 2003; FUCHS; WANNMACHER;
FERREIRA, 2004; SILVA, 2006).
O risco para eventos cardiovasculares aumenta a partir de 115mmHg para
pressão sistólica e 75mmHg para pressão diastólica. A elevação da pressão arterial
acomete o individuo a riscos de acordo com seu nível pressórico, não existindo um
ponto que delimite os valores pressóricos normais e anormais. A ausência de
sintomas e cura, assim como a necessidade de mudança no estilo de vida são
algumas das situações adversas encontradas para controlar a hipertensão (FUCHS;
WANNMACHER; FERREIRA, 2004; SILVA, 2006).
O tratamento eficaz da hipertensão reduz os acidentes cerebrovasculares
em 42%, e eventos coronários em 33%. É considerado hipertenso o individuo que
possuir valores pressóricos de 140mmHg para pressão sistólica e 90mmHg para
pressão diastólica (SILVA, 2006).
1.1 Classificação da hipertensão arterial
A hipertensão arterial pode ser classificada da seguinte forma: Pré-
hipertensão, quando os níveis de pressão sistólica estão entre 130 e 139 mmHg e
pressão diastólica entre 85 e 89 mmHg. Hipertensão leve é considerada quando
valores entre 140 e 159 mmHg para pressão sistólica e entre 90 e 99 mmHg para
pressão diastólica. Hipertensão moderada é constatada quando os níveis de
pressão sistólica esta entre 160 e 179 mmHg e pressão diastólica entre 100 e 109
17
mmHg. Hipertensão severa é avaliada quando os níveis de pressão sistólica
superam 180 mmHg e em níveis diastólico esta acima de 110 mmHg. Hipertensão
sistólica isolada se dá quando os níveis de pressão sistólica estão acima de 140
mmHg e a pressão diastólica abaixo de 90 mmHg (VI DIRETRIZES BRASILEIRAS
DE HIPERTENSÃO ARTERIAL, 2010).
Na Tabela 1 encontra-se um resumo da classificação da hipertensão arterial.
Tabela 1 – Classificação da hipertensão arterial
Classificação Sistólica Diastólica
Pré – Hipertensão 130 a 139 85 a 89
Leve 140 a 159 90 a 99
Moderada 160 a 179 100 a 109
Severa >180 >110
Sistólica Isolada >140 < 90
Fonte: VI Diretrizes brasileiras de hipertensão. Adaptado
Existem genericamente 2 tipos de hipertensão: essencial ou idiopática e
secundária. A essencial acomete 95 a 97% dos casos e esta relacionada aos
hábitos do dia-a-dia como, a ingestão de sódio e baixa ingestão de potássio,
obesidade, falta de exercícios físicos, álcool e estresse. A secundaria, cujas causas
vasculares, neurológicas e endócrinas podem ser identificadas e tratadas com
especificidade (RANG et al., 2003; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004;
SILVA, 2006).
Hipertensão gestacional é o diagnostico realizado no pós-parto caso tenha
hipertensão durante a gestação, e que essa não tenha evoluído para pré-eclampsia
(SILVA, 2006).
A pré-eclampsia ocorre após a 20ª semana de gestação, quando atinge
valores de 140 mmHg para pressão sistólica e 90mnHg para pressão diastólica.
Umas das formas curativas para essa doença é o parto, que ao mesmo tempo pode
ser deletério para o feto. O tratamento é indicado apenas a anti-valores,
acentuadamente elevados sendo que não ha consenso sobre esses valores. Os
mais comuns são 105 ou 110 mnHg para hipertensão diastólica (FUCHS;
WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
18
1.2 Tratamento
O tratamento da hipertensão arterial tem como objetivo a prevenção de
doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais. Assim, fica claro que antes
de iniciar um tratamento medicamentoso, deve-se tratar as causas referentes a cada
caso, pois a adição de medicamentos poderá ser ineficaz e provocar efeitos
colaterais indesejáveis (RANG et al 2003; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA,
2004; SILVA, 2006).
1.2.1 Tratamento medicamentoso
O tratamento medicamentoso deve ser desenvolvido por profissional
competente e ser baseado no estudo farmacológico das drogas e perfil do paciente.
Assim o beneficio do tratamento deve ser constatado pela redução de incidência de
infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca entre outras
conseqüências (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004; SILVA, 2006).
1.2.2 Tratamento não-medicamentoso
O tratamento não-medicamentoso esta relacionado ao estilo de vida e deve
ser estimulado em todos os pacientes com hipertensão. Com relação a esse
tratamento devemos considerar, controle de peso, estilo alimentar, atividades físicas,
redução do consumo de sal, ácidos graxo insaturados, fibras, álcool, cessação do
tabagismo, estresse. Esses fatores possuem valores comprovados na redução da
pressão arterial quando há modificação no estilo de vida (VI DIRETRIZES
BRASILEIRAS DE HIPERTENSÃO, 2010; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA,
2004).
19
Os medicamentos mais comuns para a redução da hipertensão arterial na
pré-eclampsia são: hidralazina, labetol e nifedipino (FUCHS; WANNMACHER;
FERREIRA, 2004).
Nos casos de hipertensão leve a moderada, iniciar com o tratamento não-
medicamentoso. Na hipertensão moderada a grave é indicado o tratamento
medicamentoso, preferencialmente com metildopa. (SILVA, 2006)
Em incidências de pré- eclampsia e desfechos maternos e fetais, não há
diferença. Na comparação entre fármacos, a mortalidade fetal é maior em pessoas
tratadas com metildopa. O melhor é não usá-la como anti-hipertensivo preferencial
no caso de pré-eclampsia. Se após 12 semanas do parto, a hipertensão continuar,
constata-se que essa elevação corresponde a uma manifestação inicial de
hipertensão crônica. Durante a gestação devem-se monitorar os sinais de pré-
eclampsia e abordar o tratamento não medicamentoso (FUCHS; WANNMACHER;
FERREIRA, 2004).
20
2 DIABETES
O diabetes é uma doença comum, que atinge grande parte da população
brasileira. Em suas complicações acarretam alto grau de mortalidade. É uma
síndrome causada pela deficiência relativa ou absoluta de insulina, pois o pâncreas
tem uma alteração na sua função secretora ou uma resistência a ação da insulina
nos tecidos alvo. Sua manifestação é através de hiperglicemia e também com
anormalidades no metabolismo de lipídeos, proteínas e complicações
macrovasculares, microvasculares e neuropáticas. O diagnostico clínico do diabetes
é a partir de sintomas clássicos como polidipsia, polifadiga e emagrecimento. Mas
em muitos casos a suspeita diagnostica parte de queixas inespecíficas feitas pelo
próprio paciente como cansaço, visão turva e parestesias. Outros são totalmente
assintomáticos, tendo o diagnostico somente através de exames de glicemia e
glicosúria, feitos em pessoas com fatores de risco como: idade avançada, histórico
familiar de diabetes, obesidade (geral ou central), sedentarismo, presença de
hipertensão ou dislipidemia e uso crônico de diabetogênicas. (FUCHS;
WANNMACHER; FERREIRA, 2004)
2.1 Valores de referência
Os valores de glicose plasmática para diagnóstico de diabetes mellitus e
seus estágios pré-clínicos podem ser: glicemia de jejum alterada quando o nível
glicêmico sanguíneo se encontra entre 110 e 126 g/dl e após 2 horas a ingestão de
75g de glicose deve-se estar abaixo de 140 g/dl. A tolerância à glicose diminuída
pode ser observada quando em jejum a glicemia sanguínea esta abaixo de 126 g/dl
e após 2 horas a ingestão de 75g de glicose se encontra entre 140 e 200 g/dl. O
diabetes pode ser diagnosticado quando o nível de glicose sanguínea em jejum
estiver acima de 126 g/dl e após 2 horas a ingestão de 75 g de glicose ou até
mesmo casualmente (com os sintomas clássicos) estiver acima de 200 g/dl. (SILVA,
2006)
21
Um resumo dos valores de referencia estão presentes na Tabela 2.
Tabela 2 - Valores de referência da glicemia sanguinea.
Categorias Jejum 2h após 75g de
Glicose
Casual
(qualquer hora
do dia)
Normal >70 e <110 <140 (se
realizada)
Glicemia de jejum
alterada
>110 e <126 <140 (se
realizada)
Tolerância à
glicose diminuída
<126 >140 e <200
Diabete >126 >200 >200 (com
sintomas
clássicos)*
*sintomas clássicos são poliúria, polidipsia, perda inexplicada de peso.
Fonte: Farmacologia, Penildon Silva. Adaptado
2.2 Tipos de diabetes
O diabetes tipo 1 e 2 é identificado através de testes, sendo eles: teste de
hemoglobina glicada (AC1): que indica os niveis de açúcar no sangue nos últimos 2-
3 meses. O exame mede a porcentagem de açúcar ligada à hemoglobina. Quanto
maior o nível de açúcar no sangue, maior será a porcentagem de hemoglobina
glicada. Níveis acima de 6.5% em 2 testes distintos indica que o paciente tem
diabetes. E resultados entre 5.4 e 6.5% indicam um estado de pré-diabetes. Faz-se
também o teste de glicemia em jejum: em que amostras de sangue são coletadas e
o nível global de açúcar é medido em mg/dL ou mmol/L. Níveis acima de 126 mg/dL
indicam diabetes. Níveis entre 110 e 125 mg/dL indicam um estado pré-diabético,
sendo que abaixo de 110 mg/dL é considerado normal. Após o diagnóstico, o
paciente deverá passar por exames de sangue periódicos para avaliar a evolução da
doença e eficácia dos tratamentos. Níveis de colesterol também são medidos, bem
22
como as funções renais e presença de doença celíaca, pressão arterial também são
medidos. E se necessário o médico pode aumentar as doses de insulina (FUCHS;
WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
A Diabetes mellitus tipo 1, foi conhecida durante muito tempo como diabetes
juvenil, pela incidência ser predominante em jovens; porém pode aparecer em
adultos, especialmente não-obesos. É um distúrbio catabólico em que há ausência
de insulina, glucagon elevado ou há falha de estímulos insulinogênicos nas células
beta do pâncreas. O tratamento não farmacológico é coadjuvante essencial, mas
não suficiente; por isso a adição da insulina exógena (FUCHS; WANNMACHER;
FERREIRA, 2004; SILVA, 2006).
A farmacocinética e a experiência clinica são os parâmetros que orientam
para a escolha da insulina. É comum a associação de mais de um tipo, com o intuito
de mimetizar a secreção fisiológica de insulina nos estados basal e pós-prandial. De
acordo com o tipo da preparação, a insulina leva mais, ou menos tempo para ter sua
ação. A insulina cristalina, com a adição de protamina e zinco deram origem à
insulina-protamina-zinco (PZI) e à Neutral Protamine Hagedorn (NPH). A
classificação delas é dada de acordo com o tempo de ação. Assim sendo, conforme
o caso usa-se a insulina cristalina de ação curta, a NPH de ação intermediária e a
PZI de ação longa (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
Os pacientes diagnosticados com diabetes tipo 2 têm resistência à insulina e
o comprometimento com a secreção de insulina. Muitas vezes esses pacientes são
obesos e normalmente adultos, e sua incidência aumenta com a idade. O
tratamento se inicia com medidas não-farmacológicas (alimentação, atividade física).
Quando não se obtém uma resposta satisfatória, são introduzidos então os
antidiabéticos orais e, quando necessário, a insulina. Os antidiabéticos orais
reduzem a incidência de complicação do diabetes tem boa aceitação dos pacientes,
é de fácil prescrição e ainda não causa aumento de peso comparado à insulina. Isso
faz com que esse tipo de medicação seja de primeira escolha em pacientes com o
diabetes tipo 2, que não respondem ao tratamento não-farmacológico. Com a perda
progressiva da função pancreática, que é comum em pacientes com diabetes tipo 2,
o uso de insulina pode passar a ser necessário, para o controle do quadro
metabólico (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
O diabetes na gestação costuma aumentar a necessidade fisiológica de
insulina durante a gravidez, principalmente em função das alterações metabólicas
23
pela produção dos hormônios placentários e maternos (lactogênio placentário
humano, progesterona, estrógeno). Devido aos riscos de hiperglicemia para o
recém-nascido, é feito um controle metabólico rígido, com glicemias de jejum e pré-
prandiais até 105 mg/dl, e 2 horas pós-prandial até 120mg/dl. De inicio é feito uma
dieta apropriada. Se esta não for suficiente para alcançar os valores pretendidos,
passa a ser usado insulina no tratamento. Vale lembrar que nesse tratamento é
contra indicado os antidiabéticos orais. Em mulheres com diabetes prévio à
gestação, o risco de complicações no decorrer da gravidez é aumentado. Há um
maior risco de má formação na criança, a macrossomia. O número de aplicações de
insulina pode ser aumentado, sendo de 3 a 4 aplicações ao dia e a dosagem pode
variar no decorrer da gravidez. Durante o parto, o controle da glicemia é feito com o
uso de dextrose e insulina. Após a retirada da placenta e do feto, as necessidades
de insulina podem cair rapidamente. No caso de diabetes gestacional, a paciente
pode não precisar do uso de insulina no pós-parto (FUCHS; WANNMACHER;
FERREIRA, 2004; SILVA, 2006).
Os medicamentos são classificados de acordo com o mecanismo de ação:
os hipoglicemiantes orais, que estimulam a célula beta ao aumento da insulinemia
(sulfonilurérias, nateglinida, repaglinida); os sensibilizadores de insulina, que tem
ação periférica aumentando a ação insulínica e a captação da glicose pelas células
(metformina e tiazolidinedionas) e os anti-hiperglicêmicos, que tem ação de bloqueio
da absorção intestinal de carboidratos, e assim reduzindo a glicemia (acarbose)
(SILVA, 2006).
2.3 Problemas relacionados aos medicamentos na diabetes
2.3.1 Acidose lática
Acidose lática é o acumulo de acido lático no corpo. A acidemia lática é
causada por situações de hiperprodução ou subutilização do ácido lático. Pode
ocorrer de distúrbios da remoção de ácido lático através de mecanismos de
oxidação ou conversão de glicose, ou porque o organismo necessita regenerar ATP
24
por hipóxia tecidual (ANDRADE; IHARA; TROSTER, 2007).
Deve existir cautela no uso de metformina em pacientes idosos, porque a
idade está muito ligada à redução da função renal e acumulação da droga. Isto pode
resultar em acidose lática, que ocorre em pacientes com distúrbios renais. Com isso,
é sugerido que a dose inicial de metformina para pacientes geriátricos seja reduzida
em 33% comparadas a outros pacientes com diabetes tipo 2 (ANDRADE; IHARA;
TROSTER, 2007).
2.3.2 Cetoacidose diabética (CAD)
Quando há falta de insulina e o corpo não consegue usar a glicose como
fonte de energia, passa a usar os estoques de gordura do corpórea como fonte de
energia, e assim pode haver acumulo de corpos cetônicos, que causam acidez do
estomago, onde essa acidez torna-se desfavorável, pois a maioria das
reações químicas que acontecem em nossas células dependem de uma faixa muito
estreita de pH estomacal. É uma complicação que pode levar o paciente à morte e
tem maior frequência em diabéticos tipo 1. Pode ocorrer pela falta de insulina, em
paciente não-diagnosticado com a doença, por não ocorrer a administração da
mesma ou administrá-la em doses muito baixas. Pode acontecer também em
situações de stresse ou na ação de outros hormônios antagonistas. As reações mais
comuns na CAD são: poliúria, polidpisa, hiperventilação, desidratação, hálito
cetônico e a diminuição no nível de consciência. No tratamento objetiva-se corrigir a
desidratação, acidose e as deficiências de insulina e potássio. A causa dessa
complicação deve ser investigada, dando atenção até mesmo às pequenas
infecções (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
No tratamento deve-se usar insulina regular, aspart ou lispro com doses
correspondentes a 0,1U/kg/hora, usando 10U/hora, até livrar a urina das acetonas,
hidratando o paciente com solução salina, até sua glicemia cair para 250mg/dl. Se a
cetonúria persistir, deve-se acrescentar uma solução glicosada, assim revertendo a
cetose, sem provocar hipoglicemia (SILVA, 2006).
25
2.3.3 Cetose
É um sintoma que precede a CAD, e varia desde a simples presença de
cetonúria associada à hiperglicemia, até um quadro semelhante a CAD, mas sem
tantas mudanças no pH e bicarbonato arteriais. Com uma rápida detecção é possível
prevenir a maioria dos casos de CAD, orientando o paciente a medir a cetonúria com
fitas reagentes caso a glicemia ultrapasse 300mg/dl e em casos de estresse agudo
ou se sentir náuseas e vômitos. Em caso de o paciente apresentar cetonúria positiva
com hiperglicemia, deve-se iniciar o tratamento imediato, para evitar uma evolução
para cetoacidose (FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
2.3.4 Sindrome hiperosmolar não-cetótica
Essa síndrome ocorre em pacientes com a diabetes tipo 2, tem um maior
risco de morte do que a cetoacidose. Em sua ação causa hiperglicemia acentuada,
cetose ausente ou discreta, hiperosmolaridade sérica e desidratação profunda
gravidade do distúrbio e sim da doença que está causando o mesmo. Níveis
elevados de acidemia provocam efeitos sobre as células, podendo levar á morte,
sendo assim o organismo tem diversas linhas de defesa contra as sobrecargas
ácidas, como tamponamento extracelular por bicarbonato, tamponamento
respiratório pela excreção de CO2 e o tamponamento ósseo e intracelular. Essas
respostas fisiológicas do corpo têm como objetivo manter os pH no meio interno,
com níveis compatíveis com o funcionamento celular. Quando o corpo não consegue
tamponar a sobrecarga de ácidos, pode ser necessário o uso farmacológico de
agentes alcalinizantes (ROCHA, 2012).
26
3 EFEITOS ADVERSOS DE ALGUNS ANTI-HIPERTENSIVOS E
ANTIDIABÉTICOS
Nenhum medicamento tem mais superioridade que o outro para o tratamento
anti-hipertensivo. A hidralazina apresentou alguns desfechos comparados às outras
opções, como: hipotensão materna, partos cesáreos, placenta previa, baixos
escores de Apgar entre outros. Betabloqueadores podem causar doença
broncopulmonar obstrutiva crônica, insuficiência circulatória periférica e distúrbio de
condição atrioventricular. Quando usado em diabéticos do tipo 1, causa
mascaramento da hipoglicemia e bloqueio da glicogenólise. Diuréticos podem
agravar situações de hiperuricemia e espoliam potássio. IECA e ARADOIS podem
danificar a função renal de pacientes com obstrução de artérias renais. Também é
preocupação a freqüência de disfunção sexual (FUCHS; WANNMACHER;
FERREIRA, 2004).
No tratamento antidiabético, as sulfonamidas são bem toleradas, tendo o
efeito adverso mais comum a hipoglicemia. O aparecimento deve-se à potência e
duração da ação do agente, onde maior incidência acontece com clorpropamida e
glibenclamida. As sulfoniluréias aumentam o apetite e produzem ganho ponderal,
ocasionando problema para pacientes obesos, podendo acontecer erupções
cutâneas e lesões na medula óssea. Assim como as sulfonamidas, a insulina tem
como efeito adverso mais comum a hipoglicemia, que quando induzida por insulina
pode apresentar hiperglicemia de rebote, devido à liberação de hormônios contra-
reguladores. A hipersensibilidade à insulina humana não é comum, porém pode
acorrer, causando reações locais ou sistêmicas (RANG et al., 2003).
A hipoglicemia é um efeito adverso muito comum em pacientes que fazem
uso se insulinas ou antidiabéticos orais. As manifestações clínicas são secundárias à
ativação simpática, causando tremores, sudorese e inquietude, ou neuroglicopenia
(redução da glicose cerebral, alterações de comportamento, convulsões, e até o
coma). O paciente percebendo sintomas de hipoglicemia, leve ou moderada, deve
então fazer a ingestão de um liquido açucarado ou bombons (glicose de rápida
absorção); se for uma hipoglicemia grave, deve ser tratado com glicose venosa
(SILVA,2006; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
27
4 ALGUNS MEDICAMENTOS UTILIZADOS NO CONTROLE DE HIPERTENSÃO
ARTERIAL E DIABETES
4.1 Medicamentos para hipertensão arterial
4.1.1 Diuréticos
Entre os fármacos conhecidos desta classe podem ser citados:
hidroclorotiazida que tem ação diurética e anti- hipertensiva. Sua ação começa após
2 horas da administração do medicamento por via oral e tem duração de 4 horas. Ele
afeta o mecanismo da reabsorção eletrolítica do túbulo renal, aumentando a
excreção de sódio e cloreto em quantidade aproximadamente equivalente, não
afetando a pressão arterial normal. A hidroclorotiazida é indica pelo seu efeito
diurético, nos seguintes casos: Insuficiência cardíaca congestiva, cirrose hepática,
edema associado com terapia com corticosteróides, edemas relacionados com
disfunções renais como síndrome nefrótica aguda e insuficiência renal crônica. Tem
que ser administrado com cautela em pacientes com doença renal severa, pois os
tiazidicos podem precipitar aparecimento de azotemia (BULA DO
HIDROCLOROTIAZIDA, NEO QUÍMICA).
A furosemida é um diurético do grupo dos saluréticos e tem ações em toda a
região do nefron, com exceção do túbulo distal. Promove um aumento da eliminação
de sódio e água. Quando administrado, cerca de 60% a 70% da droga são
absorvidos. O alimento diminui a velocidade da absorção, mas não altera o afeito do
diurético. Em pacientes com doença renal em fase terminal sua absorção é
diminuída de 43% a 46%; é, provavelmente, reduzida em pacientes com intestino
edematoso causado por insuficiência cardíaca congestiva. Sua ação diurética inicia-
se após 20 a 30 minutos da administração da droga, atingindo seu efeito maximo em
1 a 2 horas. A furosemida atravessa a barreira placentária e é eliminada
principalmente na urina e pela via biliar fecal. Está indicada no tratamento de
edemas devidos a distúrbios cardíacos, hepáticos e renais, insuficiência cardíaca
aguda, especialmente no edema pulmonar, (BULA DO NEOSEMID,NEO QUÍMICA).
28
4.1.2 Antagonistas adrenérgicos
Desta classe podemos citar: atenolol agindo como um beta-bloqueador
seletivo, isto é, age sobre os receptores adrenérgicos-1 do coração. Assim como
outros beta-bloqueadores, possui efeitos inotrópicos negativo e, portanto, deve ser
evitado na insuficiência cardíaca descompensada. O atenolol tem como objetivo o
tratamento da hipertensão arterial. É provável que sua ação na redução da
freqüência cardíaca, faça com que fique eficaz na eliminação ou redução de
sintomas de paciente com angina. O atenolol é bem tolerado na maioria da
população, mas, a possibilidade da sua resposta pode ser menor em pacientes
negros. Não há metabolismo hepático significativo e, 90% da quantidade absorvida
alcançam a circulação sistêmica inalterada. É indicada no controle da hipertensão
arterial, no controle da angina pectoris, controle de arritmias cardíacas e no
tratamento de infarto do miocárdio (BULA DO TELOL, GEOLAB).
A metildopa é um anti hipertensivo capaz de reduzir a pressão arterial tanto
na posição deitada quanto na ereta. Ela não tem efeito direto na função cardíaca e
geralmente não reduz a taxa de filtração glomerular, o fluxo sanguíneos renal ou a
fração de filtração. Em alguns pacientes, a freqüência cardíaca se reduz. Pode ser
útil no controle da pressão arterial elevada e pode ajudar a retardar a progressão da
insuficiência renal e o dano devido à manutenção da pressão sanguínea elevada.
Está indicada para o tratamento da pressão arterial leve, moderada ou grave (BULA
DO METILDOPA, MEDLEY).
O cloridrato de propranolol é um agente bloqueador de receptores beta
adrenérgicos, não seletivo, não possuindo qualquer outra atividade sobre o sistema
nervoso autônomo. O mecanismo de ação do propranolol não está totalmente
elucidado. Entre a ação anti hipertensiva estão à diminuição do débito cardíaco,
inibição da secreção de renina pelos rins e a diminuição do tônus simpáticos
provenientes dos centros vasomotores do cérebro. Está indicado no tratamento de
hipertensão e pode ser usado isoladamente ou em associações com outros agentes
anti hipertensivos, especialmente com uns diuréticos tiazídico. Não está, porém
indicado para as emergências hipertensivas (BULA DO CLORIDRATO DE
PROPRANOLOL, MEDLEY).
29
4.1.3 Bloqueadores do canal de cálcio
Podemos citar os seguintes fármacos desta classe: o nifedipino que é um
éter dimetilico e um ácido derivado da didropiridina que está ligado ao grupo 2-
nitrofenila. É um vaso dilatador periférico. Seu efeito tóxico na angina é resultado de
dois mecanismos, o relaxamento e a prevenção do espasmo arterial coronariano,
melhorando a circulação colateral. Esse medicamento é absorvido rapidamente e
tem alta ligação às proteínas plasmáticas e sua biodisponibilidade aumenta na
insuficiência hepática. Sua ação inicia-se em 20 minutos, atingindo a máxima
concentração plasmática entre uma a duas horas, tendo uma duração no seu
mecanismo de ação de 4 a 8 horas, sendo biotransformado, principalmente, por
oxidação hepática dando três metabolitos inativos. São excretados por via renal e
fecal. Está indicada no tratamento da insuficiência coronariana aguda e crônica
(apenas em pacientes devidamente betas bloqueados), hipertensão arterial
sistêmica (BULA DO NEO FEDIPINO, NEO QUÍMICA).
O besilato de anlodipino atua como inibidor do influxo de cálcio (bloqueador
do canal de cálcio), no bloqueio do canal de cálcio. Isso resulta uma redução na
concentração de cálcio intracelular, dilatação das arteriolas periféricas e dos vasos
cerebrais. Seu mecanismo de ação esta ligado devido ao efeito relaxante direto na
musculatura lisa vascular. Nos casos de hipertensão aguda, o anlodipino não está
relacionado como tratamento, devido ao seu lento início de ação. Mostra-se
adequado em pacientes que está com problemas de asma, diabetes e gota. Indicado
de primeira linha no tratamento de hipertensão arterial como monodroga ou em
associações com outros anti hipertensivos, no tratamento de isquemia miocárdica
(BULA DO TENSALIV, NEO QUÍMICA).
4.1.4 Inibidores da enzima conversora da angiotensina
Desta classe podemos citar: captopril, agindo como um inibidor competitivo
da enzima conversora da angiotensina (IECA). Essa inibição faz com que o captopril
elabore uma inibição da conversão da angiotensina 1 em angiotensina 2, potente
30
vasoconstritor, provocando assim uma inibição na secreção de aldosterona. O
captopril quando administrado via oral, é rapidamente absorvido, o pico sanguineo é
atingido em 1 hora; porém, a presença de alimento no trato gastrintestinal reduz a
absorção em cerca de 30% a 40%, sendo indicado, administrar o medicamento 1
hora antes das refeições. Está indicada no tratamento de hipertensão arterial
sistêmica e no tratamento da hipertensão vascular renal. É utilizado após o infarto do
miocárdio em paciente clinicamente estável para melhorar a sobrevida e para
diminuir a incidência de insuficiência cardíaca e infartos recorrentes; porém, ele
retarda a progressão de nefropatia em pacientes portadores de diabetes melitus tipo
1 e 2 (BULA DO CAPOX,GEOLAB).
Enalapril é um derivado de dois aminoácidos, L-alanina e L-prolina. Após
sua administração, é absorvido e hidrolisado e enalaprilato, que é um inibidor da
enzima conversora da angiotensina, não sulfidrilico. Ele tem pouca atividade
farmacologia ate ser hidrolisado. Quando administrado por via oral, tem cerca de
60% de biodisponibilidade, que não são reduzidas pelos alimentos, as
concentrações máximas ocorrem durante 1 hora e quase toda a droga é eliminada
pelos rins. É indicado em todo o grau de hipertensão essencial, todos os graus de
insuficiência cardíaca e também para aumentar a sobre vida e reduzir a
hospitalização por insuficiência cardíaca (BULA DO MALEATO DE ENALAPRIL,
NEO QUÍMICA).
4.1.5 Antagonista do receptor da angiotensina II
Desta classe podemos citar a losartana potássica que age dilatando os
vasos sanguíneos para ajudar o coração a bombear o sangue para todo o corpo
com mais facilidade. Essa ação ajuda a reduzir a pressão alta. Esse medicamento
ajuda também a diminuir o risco de doenças do coração e dos vasos sanguíneos,
como derrame (acidente vascular cerebral). Além de tudo isso esse medicamento
ajuda a proteger os rins se o paciente tiver diabetes tipo 2. A dose recomendada
para ser administrada é de 50mg por dia. Essa dose pode ser aumentada para
100mg uma vez ao dia (BULA DO LOSARTANA POTASSICA, MEDLEY).
31
4.1.6 Inibidor plaquetário
Entre os fármacos conhecidos desta classe podemos citar o ácido
acetilsalicílico pertence ao grupo de fármacos antinflamatório não esteróides. Seu
mecanismo de ação está relacionado com a inibição irreversível da enzima
ciclooxigenase. O ácido acetil salicílico também inibe a agregação plaquetária,
bloqueando a síntese do tromboxano A2 nas plaquetas. Está Indicado no tratamento
do alívio sintomático da cefaléia, odontalgia, dor de garganta, mialgia. No resfriado
comum age no alívio assintomático da dor e febre (BULA DO ACIDO ACETIL
SALICÍLICO, SANOFI AVENTIS).
4.2 Medicamentos para diabetes
4.2.1 Sulfoniluréia
Desta classe podemos citar o glibenclamida é um antidiabético oral da
classe dos sulfoniluréias e tem potente ação hipoglicemiante e ótima tolerabilidade.
Ela atua sobre as células betas do pâncreas estimulando a produção de insulina e
normalizando o metabolismo dos carboidratos. A absorção da glibenclamida pode
ser lenta em pacientes hiperglicêmicos e pode ate diferir com o tamanho da partícula
usada na preparação. Seu metabolismo é quase todo no fígado, 50% das doses
excretadas na urina e 50% nas fezes. É utilizado no tratamento oral do diabetes
melito não insulino-dependente (BULA GLICAMIN, GEOLAB).
4.2.2 Biguanidas
Entre os fármacos mais conhecidos podemos citar o cloridrato de
metformina é um anti-diabético de uso oral, que esta indicado pra o tratamento de
32
diabetes tipo 2, associado juntamente com uma alimentação balanceada ou até
mesmo com outros antidiabéticos orais como, por exemplo, os da classe
sulfoniluréias, pode também ser usado para o tratamento de diabetes tipo 1, em
complementação com a insulinoterapia (BULA CLORIDRATO DE METFORMINA,
BIOSINTETICA).
4.2.3 Anti- hiperglicemiante
Podemos citar os seguintes fármacos desta classe: Insulina regular que é
indicada no tratamento de diabetes mellitus que começa a reduzir o açúcar do
sangue de 10 a 20 minutos após a administração, atingindo efeito máximo de 1 a 4
horas, tendo duração de 24 horas (BULA DA INSULINA REGULAR, NOVO
NORDISK).
Insulina nph é utilizada no tratamento de diabetes mellitus tipo 1. Agente
antidiabético, usado na diminuição dos níveis de glicose no sangue; ao ser usado
subcutaneamente, apresenta um rápido inicio de ação atingindo seu efeito máximo
entre 1 e 3 horas e com duração de aproximadamente 24horas (BULA DA INSULINA
NPH, NOVO NORDISK).
33
5 INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA
Ha grande variedade de fármacos existentes no mercado. Muitos têm
mostrado eficácia quando prescritos isoladamente; outros são prescritos associados
dependendo da necessidade de cada paciente buscando melhorias na ação ou
efeito, complementando a eficácia terapêutica. Tem sido comum a prescrição de
mais de um medicamento, sendo administrados juntos ou seqüencialmente. Com a
incidência de exposições, podem-se observar duas ocasiões: indiferentismo
farmacológico, quando uma substancia associada tem sua ação, sem prejudicar a
outra e, interação farmacológica, quando há interferência de uma substancia em
outra. Se a alteração do efeito for qualitativa, haverá diversidade dos efeitos comuns
do medicamento; se quantitativa, poderá aumentar, diminuir ou cessar o efeito do
fármaco. O aumento e o antagonismo dos efeitos podem ser benéficos, serem
aproveitados nas terapias, ou por outro lado inúteis ou absurdos e prejudiciais. As
interações que trazem benefícios justificam o uso das associações medicamentosas
para que aumente a eficácia ou evite efeitos indesejáveis, havendo um proveito
melhor dos fármacos envolvidos. Em idosos, tem sido comum as interações
adversas, devido a problemas de varias insuficiência fisiológicas, como cardíacas,
renais e outras. A idade prejudica também os processos farmacocinéticos, porque na
maioria das vezes são submetidos à polifarmácia (FUCHS; WANNMACHER;
FERREIRA, 2004).
Existem interações específicas de formas diferentes, como as farmacêuticas,
também conhecidas como incompatibilidade medicamentosa. São aquelas que
acontecem antes da administração dos fármacos, destacando-se a mistura de dois
ou mais medicamentos em seringa que pode causar: alterações organolépticas,
diminuição da atividade, inativação farmacológica, origem a outro composto e
aumento da toxicidade (SILVA, 2006).
Pode ocorrer também interação farmacocinética. Esse tipo de interação
acontece nos processos de absorção, distribuição, biotransformação e excreção. A
absorção pode sofrer varias alterações, como aumento e diminuição, aceleração ou
retardo, formação de complexos não - absorvíveis e competição durante o transporte
intestinal. A distribuição de uma substancia pode ser alterada por outro que afeta o
fluxo sanguíneo ou a afinidade de ligação a proteínas, podendo acontecer uma
34
competição pelos mesmos sítios de ligação. Enzimas responsáveis pela
biotransformação podem ser induzidas ou inibidas por um fármaco. Na excreção,
pode haver aceleração ou retardo do processo, causadas por alterações de pH
urinário, fluxo plasmático renal e capacidade funcional do rim (FUCHS;
WANNMACHER; FERREIRA, 2004; RANG et al., 2003).
As interações farmacodinâmicas envolvem o mecanismo de ação que
ocorrem nos sítios de ação dos fármacos, onde são processados os efeitos
desejados. O efeito pode ser alterado devido à ação dos fármacos no mesmo
receptor ou enzima, fazendo com que uma substancia possa estimular a
receptividade celular ou inibir enzimas que o inativa, aumentando assim o efeito do
agonista. A diminuição do efeito pode acontecer devido à competitividade de
mesmos receptores. Interações de efeitos acontecem quando a associação de
fármacos tem efeitos similares ou opostos sobre uma função fisiológica do
organismo, sem que haja interação direta de um sobre o outro. Interações de
sinergismo é uma associação de medicamentos que resulta no efeito maior de que
se usados isoladamente. O sinergismo pode acontecer de forma aditiva que são
medicamentos de mesmo efeito, somação que tem ação de diferentes formas e
potencialização que têm ação em diferentes receptores farmacológicos. O
sinergismo pode trazer tanto efeitos terapêuticos como tóxicos, assim como as
demais interações (SILVA, 2006; FUCHS; WANNMACHER; FERREIRA, 2004;
SECOLI 2001).
As vantagens das sinergias são significativas, destacando-se: aumento de
eficácia terapêutica, redução de efeitos tóxicos, obtenção de maior duração de efeito
pelo impedimento (excreção do fármaco), combinação de latência curta com efeito
prolongada e impedimento ou retardo de emergências de células malignas.
Antagonistas, também são vantajosos quando se devem anular efeitos indesejáveis
de determinado fármaco ou quando se necessita inativar algum composto causador
de intoxicação. As desvantagens podem ser observadas no conjunto de efeitos
indesejáveis, quando os fármacos associados têm o mesmo perfil toxicológico. Por
isso, é necessário atenção com medicamentos de uso simultâneo que tenham
diferentes espectros de feitos adversos. As associações de doses fixas podem
mostrar ainda mais desvantagens, como a dificuldade na descoberta de possíveis
reações adversas e até mesmo nos ajustes de doses individuais. Associações
também não devem ser usadas para a ocultação de falta de diagnostico. É
35
indispensável que o medicamento consumido seja específico (FUCHS;
WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
5.1 Algumas interações entre os anti- hipertensivos e antidiabéticos
Nos últimos anos tem sido crescente a incidência simultânea de pessoas
com hipertensão arterial sistêmica e diabetes mellitus, requerendo uma atenção
maior para possíveis interações entre as duas classes de medicamentos (AMARAL;
PARASSOLO, 2011).
A interação entre captopril/enalapril e furosemida/hidroclorotiazida pode
resultar em hipotensão postural, com possíveis diminuições do efeito da furosemida.
O mecanismo dessa interação seria, possivelmente, a inibição da produção da
angiotensina II exercida pelos IECA (MORENO et al., 2007).
Já na interação entre glibenclamida/insulina/metformina e enalapril/captopril
pode haver aumento do risco de desenvolvimento de hipoglicemia, tendo como
mecanismo a suspeita de que ocorra o aumento temporário da sensibilidade à
insulina devido ao captopril (VOSGERAU, CABRERA, SOUZA 2011).
Na interação entre metformina/glibenclamida/insulia e
hidroclorotiazida/furosemida pode ocorrer diminuição da eficácia da glibenclamida,
continuando mesmo após de muitos dias sem uso de hidroclorotiazida. Também
pode ocorrer hiponatremia (deficiência de sódio no sangue), podendo resultar em
edema cerebral, uma vez que a hidroclorotiazida pode diminuir a sensibilidade à
insulina dos receptores teciduais, diminuindo a secreção de insulina ou aumentando
a perda de potássio, causando hiperglicemia (FORMIGHIERI, 2008).
A interação entre enalapril/captopril e AAS pode resultar na diminuição da
eficácia do captopril. O efeito hipotensor e vasodilatador dos inibidores da enzima
conversora de angiotensina podem ser reduzidos e o mecanismo de interação pode
resultar na inibição da síntese de prostaglandinas (AMARAL; PARASSOLO, 2011).
Propranolol/atenolol e hidroclorotiazida interagem resultando em
hiperglicemia, hipertrigliceridemia, e o mecanismo dessa interação pode se dar por
possível bloqueio das células beta do pâncreas (VOSGERAU, CABRERA, SOUZA
2011).
36
Propranolol/atenolol e captopril são usados em conjunto na diminuição da
PA e tem como mecanismo de interação a inibição da enzima conversora da
agiotensina I em angiotensina II e bloquear os receptores beta (FORMIGHIERI
2008).
A interação entre metformina e glibenclamida resulta na redução da
glicemia plasmática e da hemoglobina glicada, pois seu mecanismo de interação
permite a capacidade de a insulina exercer seus efeitos adequadamente e combater
a hiperglicemia plasmática (AMARAL; PARASSOLO, 2011).
A interação entre propranolol/atenolol e AAS faz com que as atividades dos
beta-bloqueadores na diminuição da pressão cardíaca e sobre a fração da ejeção do
ventrículo esquerdo possam ser atenuadas por salicilatos e o mecanismo dessa
interação se da pelofato de os salicilatos poderem inibir a biossíntese de
prostaglandinas envolvidas na atividade anti-hipertensiva dos beta-bloqueadores
(FORMIGHIERI 2008).
A interação entre glibenclamida/insulina e AAS pode gerar o risco do
aumento da hipoglicemia e no mecanismo de interação, os salicilatos reduzem a
glicemia e aumentam a secreção de insulina e também a inibição da síntese de
prostaglandinas pode inibir de forma aguda a resposta da insulina à glicose
(AMARAL; PARASSOLO, 2011).
A interação insulina/glibenclamida/metformina e propranolol/atenolol pode
resultar em hipoglicemia, hiperglicemia e hipertensão, que tem como mecanismo
bloqueio de células beta, causando acumulo de insulina exógena (VOSGERAU,
CABRERA, SOUZA 2011).
A interação entre metformina e insulina pode reduzir a hiperglicemia
plasmática, tendo como mecanismo de interação a complementação da insulina
exógena à falta do agente hipoglicemiante, impedindo a resistência à ação do
agente (FORMIGHIERI 2008).
Na interação hidroclorotiazida e AAS podem ocorrer a dimuniução da ação
anti-hipertensiva, onde no mecanismo de interação os salicilatos inibem a síntese de
prostaglandinas, podendo diminuir o efeito anti-hipertensivo dos diuréticos
(AMARAL; PARASSOLO, 2011).
A interação entre lozartan e hidroclorotiazida resulta na diminuição da PA e o
mecanismo de interação se da pela inibição dos receptores da angiotensina,
impedindo a vasoconstrição e a diminuição dos níveis de sódio, vasodilatação e
37
aumento da síntese das prostaglandinas (MORENO et al., 2007).
A interação anlodipino e atenolol pode causar hipotensão e/ou bradicardia,
podendo ser potencializados os efeitos farmacológicos de ambos; no mecanismo de
ação pode haver possibilidade de sinergismo ou adição de efeitos (AMARAL;
PARASSOLO, 2011).
A interação anlodipino e hidroclorotiazida resulta na diminuição da PA; tem
como mecanismo de interação a inibição da entrada de cálcio através da membrana
celular, induzindo o relaxamento do músculo liso vascular e vasodilatação
(MORENO et al., 2007).
A interação entre captopril e nifedipino resulta na diminuição da PA; no
mecanismo da interação são causadores de sinergismo ou adição dos efeitos
(FORMIGHIERI, 2008).
Na interação metildopa e propranolol pode ocorrer exagerada resposta
hipertensiva, taquicardias ou arritmias durante estresse fisiológico, e o mecanismo
dessa interação é o antagonismo paradoxal de efeitos hipotensivos (MORENO et al.,
2007).
A interação de nifedipino e propranolol podem ocasionar hipotensão e/ou
bradicardia, podendo ser potencializados os efeitos farmacológicos de ambos, tendo
como mecanismo de interação a possibilidade de sinergismo ou adição de efeitos.
Podemos visualizar as possíveis interações na tabela abaixo (FORMIGHIERI, 2008).
A Tabela 3 mostra um resumo das possíveis interações.
38
Tabela 3 – Algumas interações entre anti-hipertensivos e antidiabéticos
Medicamentos Interação Medicamentosa Relevância Clinica
Captopril, enalapril Furosemida, hidroclorotiazida Redução da PA
Glibenclamida, insulina, metformina
Enalapril, captopril Potencialização do efeito
hipoglicemiante
Metformina, glibenclamida, insulina
Hidroclorotiazida, furosemida Redução do efeito
hipoglicemiante
Enalapril, captopril AAS Redução do efeito anti
hipertensivo
Propranolol, atenolol Hidroclorotiazida Pode causar hiperglicemia
Propranolol, atenolol Captopril Redução da PA
Metformina Glibenclamida Redução da glicemia
Propranolol, atenolol AAS Redução do efeito hipotensivo em
altas doses
Glibenclamida, insulina AAS Pode ocorrer hipoglicemia
Insulina, glibenclamida, metformina
Propranolol, atenolol O propranolol inibe a resposta em
hipoglicemia
Metformina Insulina Redução da glicemia
Hidroclorotiazida AAS Pode reduzir o efeito anti
hipertensivo
Lozartan Hidroclorotiazida Redução da PA
Anlodipino Atenolol Redução da PA
Anlodipino Hidroclorotiazida Redução da PA
Captopril Nifedipino Redução da PA
Metildopa Propranolol Aumento da PA
Nifedipino Propranolol Redução severa da PA
Fonte: Possíveis interações medicamentosas entre os anti-hipertensivos e antidiabéticos em
participantes do grupo HIPERDIA de Parobé, RS. Adaptado
39
6 O MUNICÍPIO DE POPULINA-SP
A cidade recebeu o nome de Populina, sendo o sentido real da palavra
reunião de povos. Há 4.223 habitantes em Populina e contém uma área de 316km2
e com uma renda de R$ 10.630.737,00, segundo o Censo 2010. A primeira família a
chegar foi a do Sr. Antônio Alves de Oliveira em 1.915 e em seguida a do Sr. Jonas
Gonçalves de Menezes. A vila foi se desenvolvendo passando a ser Distrito de Paz
de Populina, criada no Município de Estrela D’ Oeste. Populina tornou se município
pela Lei n° 5.285, de 18/02/1959, instalado em 01/01/60 (IBGECIDADES, 2010).
40
7 OBJETIVOS
7.1 Objetivo Geral:
Realizar um levantamento dos pacientes hipertensos/diabéticos, tratamentos
e medicamentos disponíveis na UBS de Populina-SP para as respectivas patologias.
7.2 Objetivos específicos:
• Verificar possíveis interações entre medicamentos utilizados nos
tratamentos
• Efetividade dos tratamentos feito pelos pacientes.
• Verificar racionalidade nas associações medicamentosas utilizadas.
41
8 MATERIAIS E MÉTODOS
Coleta de informações sobre pacientes hipertensos e diabéticos usuários da
rede publica da cidade de Populina-SP.
Dentre as informações coletadas estão:
Medicamentos utilizados nos tratamentos
Sexo e idade dos pacientes
Valores pressóricos e glicêmicos
Foram utilizados dados de cinqüenta pacientes, sendo estes todos,
existentes e atendidos pela UBS de Populina-SP
A pesquisa foi realizada na data 04 de outubro de 2012
As informações estavam presentes nos prontuários dos pacientes da UBS de
Populina-SP que foram liberados mediante contato com funcionários da rede
publica.
42
9 RESULTADOS E DISCUSSÃO
9.1 Tratamentos dos pacientes hipertensos e diabéticos na cidade de Populina-SP
Tabela 4 - Pacientes hipertensos e diabéticos na cidade de Populina-SP
QUANTIDADE - JOVENS
QUANTIDADE - ADULTOS
QUANTIDADE - IDOSOS
HIPERTENSÃO DIABETES TRATAMENTO
0
1
0
SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 1
INIBIDOR PLAQUETARIO; DIURETICOS;
ARADOIS; ANTAGONISTA ADRENERGICO;
SENSIBILIZADOR DA INSULINA,
HIPOGLICEMIANTE; ANTI-
HIPERGLICEMIANTE
0
0
1
SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 1
ANTI-HIPERGLICEMIANTE; HIPOGLICEMIANTE; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA; DIURÉTICO; INIBIDOR
PLAQUETÁRIO
0
0
1
SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 1
ANTI-HIPERGLICEMIANTE;
DIURÉTICO; HIPOGLICEMIANTE; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA
0
1
1
SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 2
HIPOGLICEMIANTE; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA; ANTAGONISTA ADRENÉRGICO;
DIURÉTICO; IECA
0
0
1
SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 2
IECA; BLOQUEADOR DO CANAL DE CÁLCIO;
HIPOGLICEMIANTE; DIURÉTICO;
SENSIBILIZADOR DA INSULINA
0
1
2
SISTOLICA ISOLADA
TIPO 2
HIPOGLICEMIANTE; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA; DIURÉTICO; ANTAGONISTA ADRENÉRGICO
43
9.1 Tratamentos dos pacientes hipertensos e diabéticos na cidade de Populina-SP
(CONTINUAÇÃO)
0
0
1
SISTOLICA ISOLADA
TIPO 2
ARADOIS; ANTAGONISTA ADRENÉRGICO;
DIURÉTICO; INIBIDOR PLAQUETÁRIO;
HIPOGLICEMIANTE
0
1
1
SISTOLICA ISOLADA
TIPO 2
IECA; ANTAGONISTA ADRENÉRGICO;
DIURÉTICO; HIPOGLICEMIANTE
0
0
1
SISTOLICA ISOLADA
TIPO 2
ANTI-ARRITMICO; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA
0
0
2
SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 2
ANTAGONISTA ADRENÉRGICO; ANTI-
ARRITMICO; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA; DIURÉTICO
0
0
1
SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 2
ARADOIS; DIURÉTICO; HIPOGLICEMIANTE; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA;
0 1 1 SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 2 HIPOGLICEMIANTE; DIURÉTICO; IECA;
0
0
2
SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 2
IECA; HIPOGLICEMIANTE;
DIURÉTICO; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA;
0 1 1 SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 2 DIURÉTICO; ANTAGONISTA ADRENÉRGICO;
HIPOGLICEMIANTE;
0 1 2 SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 2 DIURÉTICO; IECA; SENSIBILIZADOR DE
INSULINA;
0
1
1
SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 2
ARADOIS; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA; ANTAGONISTA
ADRENÉRGICO;
0 1 0 SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 2 IECA; HIPOGLICEMIANTE;
0
0
1
SISTÓLICA ISOLADA
TIPO 2
DIURÉTICO; IECA; INIBIDOR
PLAQUETÁRIO; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA;
0
1
1
LEVE
TIPO 1
DIURÉTICO; BLOQUEADOR DO CANAL DE CÁLCIO; HIPOGLICEMIANTE;
ANTI-HIPERGLICEMIANTE
0
1
2
LEVE
TIPO 1
DIURÉTICO; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA; IECA; ANTAGONISTA
ADRENÉRGICO; ANTI-HIPERGLICEMIANTE
44
9.1 Tratamentos dos pacientes hipertensos e diabéticos na cidade de Populina-SP
(CONCLUSÃO)
0
1
1
LEVE
TIPO 1
ARADOIS; DIURÉTICO; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA; ANTI-HIPERGLICEMIANTE;
0
1
1
LEVE
TIPO 1
IECA; DIURÉTICO; HIPOGLICEMIANTE;
INIBIDOR PLAQUETÁRIO; ANTI-HIPERGLICEMIANTE;
0
0
1
LEVE
TIPO 2
BLOQUEADOR ADRENÉRGICO;
SENSIBILIZADOR DA INSULINA;
HIPOGLICEMIANTE
0
1
2
LEVE
TIPO 2
DIURÉTICOS; HIPOGLICEMIANTE; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA
0 0 2 LEVE TIPO 2 HIPOGLICEMIANTE; DIURÉTICO; ARADOIS;
0
1
1
LEVE
TIPO 2
DIURÉTICO; IECA; BLOQUEADOR DO CANAL DE CÁLCIO; HIPOGLICEMIANTE;
0 1 0 LEVE TIPO 2 SENSIBILIZADOR DA INSULINA; ARADOIS;
DIURÉTICO;
0
0
2
LEVE
TIPO 2
HIPOGLICEMIANTE; DIURÉTICO; INIBIDOR
PLAQUETÁRIO; SENSIBILIZADOR DA
INSULINA;
0
1
0
SEVERA
TIPO 2
ARADOIS; INIBIDOR PLAQUETÁRIO;
BLOQUEADOR DO CANAL DE CÁLCIO;
SENSI. DE INSULINA;
Fonte: Elaboração própria
45
9.2 Medicamentos utilizados na hipertensão sistólica isolada
Figura 1 - Medicamentos utilizados na hipertensão sistólica isolada
Fonte: Elaboração própria
Na Figura 1 observa-se a representação dos medicamentos utilizados na
hipertensão sistólica isolada.
Nesse tipo de hipertensão é indicado o tratamento com diuréticos e
Bloqueadores do canal de cálcio. Contudo a segunda classe citada não esta sendo
utilizada na maioria dos tratamentos, comprovando que existem falhas nas terapias
destes hipertensos (GUS, 2009)
46
9.3 Medicamentos utilizados na hipertensão leve
Figura 2 - Medicamentos utilizados na hipertensão leve
Fonte: Elaboração própria
Os resultados representados na Figura 2 mostram as classes de
medicamentos utilizados pelos pacientes com hipertensão leve na cidade de
Populina. Temos como destaque a classe dos diuréticos, sendo usado por 95% dos
pacientes e também os IECA’s ,com uso de 35 % dos pacientes.
Considerando o tratamento com o uso de Diuréticos e IECA os mais
indicados para este tipo de hipertensão, pode-se verificar que grande parte dos
tratamentos estão sendo eficazes (SANTELLO; MION, 1998).
47
9.4 Medicamentos utilizados nas diabetes mellitus tipo 1 e tipo 2
Figura 3 - Medicamentos utilizados na diabetes Figura 4 - Medicamentos utilizados na diabetes
mellitus tipo 1 mellitus tipo 2
Fonte: Elaboração própria Fonte: Elaboração própria
É possível observar nas Figuras 3 e 4 a relação dos pacientes com diabetes
do tipo 1 e 2, que ambos fazem uso de anti-diabéticos orais, porém o que os
diferenciam, é o uso de insulina por todos os diabéticos do tipo 1.
48
9.5 Tipos de hipertensão apresentada
Figura 5 - Tipos de hipertensão apresentada
Fonte: Elaboração própria
A Figura 5 mostra os tipos de hipertensão, onde a hipertensão sistólica
isolada destacou- se entre as demais.
Provavelmente fatores que contribuíram foram raça, idade, sexo, presença
de proteinúria maciça, tempo de evolução e o aumento do índice de massa corpórea
do diabete mellitus, sendo determinantes na elevação da pressão arterial,
particularmente a pressão sistólica nos pacientes diabéticos (CRUZERA; UTIMURA;
ZATZ, 1998)
49
9.6 Tipos de diabetes apresentada
Figura 6 – Tipos de diabetes apresentada
Fonte: Elaboração própria
A Figura 6 é uma comparação entre diabéticos insulinodependentes e
diabéticos do tipo 2, nota- se superioridade três vezes maior de diabéticos não
insulinodependentes em relação aos diabéticos de tipo 1.
50
9.7 Interações medicamentosas
Tabela 5 – Interações medicamentosas
Medicamentos Interação
Acido Acetilsalicilico + Captopril Acido Acetilsalicilico + Bloqueador beta-Adrenérgico Acido Acetilsalicilico + Diureticos
Redução dos efeitos anti hipertensivos em pacientes com déficit de renina Redução do efeito anti hipertensivo, esse efeito é observado com doses superiores a 2 mg por dia Reduz o efeito natriurético da espironolactona e também reduz o efeito diurético da furosemida
Amiodarona + Bloqueadores Beta-Adrenérgicos Amiodarona + Diuréticos Tiazidicos Amiodarona + Propranolol
Fibrilação Ventricular. Assistolia Redução do efeito do antiarrítmico. Risco de intoxicação. (a hipocalemia causada pelo diurético é responsável pela exacerbação dos efeitos dos antiarrítmicos) Fibrilação ventricular. Assistolia
Captopril + Diureticos poupadores de potássio Captopril + Diuréticos tiazidicos Captopril + Hipoglicemiantes Orais Captopril + Insulina
Risco de hipercalemia, especialmente em pacientes com insuficiência renal, aumento do efeito anti-hipertensivo Aumento do risco de lesão renal. Aumento do efeito anti-hipertensivo Causa Hipoglicemia. Captopril aumenta a sensibilidade a insulina Aumenta a sensibilidade a insulina
Enalapril + Acido acetilsalicílico Enalapril + Diuréticos Enalapril + diuréticos poupadores de potássio Enalapril + fármacos hipotensores Enalapril +Hipoglicemiantes
Redução do efeito anti hipertensivos em pacientes com déficit de renina Potencialização do efeito hipotensor. Risco de insuficiência renal e hipotensão severa em pacientes com grande perda de liquido ou hiponatremia Risco de hipocalemia Potencialização do efeito hipotensor Risco de hipoglicemia
Espironolactona + Anti-hipertensivo Espironolactona + IECA Espironolactona + diuréticos tiazidicos Espironolactona + diuréticos tiazidicos
Potencial ação do efeito hipotensor Risco de hipercalemia Compensação dos níveis séricos de potássio Compensação dos níveis séricos de potássio
51
9.7 Interações medicamentosas
(Conclusão)
Furosemida + Anti-hipertensivo Furosemida + Bloqueador beta-adrenergico Furosemida + Diuréticos perdedores de potássio Furosemida + Diuréticos poupadores de potássio Furosemida + Derivados das sulfoniluréias Furosemida + Insulina Furosemida + Propranolol
Potencialização do efeito hipotensor, risco de hipotensão ortostática Potencializa o efeito dos beta bloqueadores Aumento do efeito diurético, risco de hipocalemia Aumento do efeito diurético, compensação da perda de potássio causado pela furosemida Redução do efeito hipoglicemiante Redução do efeito hipoglicemiante Potencialização do bloqueio exercido pelo propranolol
Nifedipino + Anti-hipertensivos Nifedipino + Bloqueador beta adrenérgicos Nifedipino + hipoglicemiantes orais Nifedipino + Insulina
Iniciar tratamento com doses baixas de nifedipino, risco de hipertensão severa Potencialização do efeito anti-hipertensivo, em raras ocasiões pode sofrer insuficiência cardíaca congestiva Redução do efeito hipoglicemiante Redução do efeito hipoglicemiante
Metformina + Diuréticos Acidose lática
Metildopa + Bloqueadores Alfa- Adrenérgicos Metildopa + Bloqueadores Beta- Adrenérgicos Metildopa +Diuréticos Metildopa + Hipoglicemiantes Orais Metildopa + Nifedipino
Possível incontinência urinária Hipertensão Potencialização do efeito hipotensor (Efeito hipotensor aditivo) Potencialização do Efeito hipoglicemiante Risco de Hipotensão grave
Atenolol Não Possui interação medicamentosa com anti-hipertensivos e anti-diabeticos
Losartana Não Possui interação medicamentosa com anti-hipertensivos e anti-diabeticos
Hidroclorotiazida Não Possui interação medicamentosa com anti-hipertensivos e anti-diabeticos
Glibenclamida Não Possui interação medicamentosa com anti-hipertensivos e anti-diabeticos
Fonte: Elaboração própria Informações disponíveis em P.R. Vade-mécum
52
Foi possível observar na pesquisa a incidência de interações
medicamentosas positivas e interações cuja combinação resultasse em efeitos
maléficos para terapêutica, sendo algumas delas:
A seguir algumas interações positivas: Espironolactona associado a
diuréticos tiazidicos proporciona compensação dos níveis séricos de potássio;
furosemida com propranolol provoca potencialização do bloqueio exercido pelo
propranolol; furosemida usado com diuréticos poupadores de potássio causa
aumento do efeito diurético, compensação da perda de potássio causado pela
furosemida. Algumas interações negativas: metformina com diuréticos causa acidose
lática; enalapril associado a diuréticos provoca potencialização do efeito hipotensor e
risco de insuficiência renal e hipotensão severa em pacientes com grande perda de
liquido ou hiponatremia; metildopa utilizado com nifedipino proporciona risco de
hipotensão grave.
53
10 CONCLUSÃO
Ficou comprovada, através dos resultados obtidos na cidade de Populina, a
existência de muitos pacientes hipertensos/diabéticos, e de diferentes tratamentos
para estes.
Em quase todos os tratamentos a classe de Diuréticos esteve presente,
sendo muitas vezes utilizado em associação com outros fármacos, com o intuito de
otimizar a ação anti-hipertensiva.
Foi possível observar que a UBS da cidade possui uma boa variedade de
medicamentos, sendo estes, suficientes para controlar as patologias. Possui também
uma ótima estrutura para atender seus pacientes, sendo realizadas semanalmente
reuniões entre diabéticos e hipertensos, para que estes obtenham informações e
esclareçam duvidas.
Pode- se observar muitas interações medicamentosas, sendo algumas
positivas, e outras negativas, podendo causar uma piora na qualidade de vida do
paciente.
Houve incidente utilização de inibidor plaquetário em tratamentos com mais
de dois anti- diabéticos.
Observou- se, número maior de pacientes com hipertensão sistólica isolada
e diabetes mellitus tipo 2, sendo esses idosos e adultos, não havendo presença de
jovens com hipertensão e diabetes.
54
11 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo da população hipertensa diabética do município de Populina teve
como finalidade fazer um levantamento da quantidade de pacientes, os tratamentos
atribuídos estes, realização de pesquisas com ênfase em interações
medicamentosas que são de grande relevância considerando os medicamentos
destinados às duas patologias.
Nota-se que muitos pacientes podem ser prejudicados em função dessas
interações, sendo de extrema importância que os médicos da UBS considerem-nas
para melhor eficácia da terapêutica, realizar também sempre revisões nos
tratamentos para ver se há necessidade de troca ou inclusão de novos fármacos.
O trabalho teve seu objetivo alcançado ao se observar através de pesquisa e
evidências clinica a confirmação das hipóteses onde poderia haver tratamentos
eficientes e outros consideravelmente prejudiciais. Houve racionalidade nas
associações medicamentosas utilizadas.
55
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