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Entrevistas em Pesquisas Qualitativas Rosália Duarte * Prof. Cida Penso/UCB Metodologia da Pesquisa

Pesquisa Qualitativa

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Religiosidade e Espiritualidade no Contexto Hospitalar: Percepes e Experincias dos Mdicos

Entrevistas em Pesquisas Qualitativas

Roslia Duarte*

Prof. Cida Penso/UCB Metodologia da Pesquisa

Entrevista aberta ou semi-estruturada:

pouco confivel; excessivamente subjetivo;pesquisadores com pequena bagagem terica;uso de forma bem menos rigorosa; desconfiana em relao a esse instrumento; privilegiado na coleta de dados em pesquisas de base qualitativa.Crenas e Mitosentrevistas no so a nica maneira de se fazer pesquisa qualitativa: documentos (escritos, registrados em udio ou vdeo, pictricos etc.); podemos fazer fotografias ou videogravaes de situaes significativas;podemos trabalhar com check lists, grupos focais, questionrios, entre outras possibilidades.

O que d o carter qualitativo no necessariamente o recurso mas o referencial terico/metodolgico eleito para a construo do objeto de pesquisa e para a anlise do material coletado no trabalho de campo.

Equvocos, obstculos e possibilidades no uso de entrevistas em pesquisas qualitativasEntrevistas no so adequadas a todos as situaes de pesquisa:

Situaes em que a entrevista no funciona:

presdioshospitais psiquitricosinstituies onde exista violncia ou abuso de poder.

Risco

Equvocos, obstculos e possibilidades no uso de entrevistas em pesquisasPrecisa/deseja mapear prticas;Crenas;Valores e sistemas classificatrios de universos sociais especficos;Condio

Mais ou menos bem delimitadosConflitos e contradies no estejam claramente explicitados.

Vantagem mergulho em profundidade no assunto; coletando indcios dos modos como cada um daqueles sujeitos percebe e significa sua realidade ;descrever e compreender a lgica que preside as relaes que se estabelecem no interior daquele grupo.Em que momento utilizar a PQ?entrevista trabalho,no bate-papo informal ou conversa de cozinha.de forma adequada e rigorosa

Deve

propiciar situaes de contato, ao mesmo tempo formais e informais provocar um discurso: mais ou menos livre atenda aos objetivos da pesquisaseja significativo no contexto investigado academicamente relevante

ENVOLVE COMPLEXIDADEEntrevista?????Boa definio dos objetivos de sua pesquisa;

Preparo terico do entrevistador;

Introjeo roteiro da entrevista;

Segurana e auto-confiana;

Algum nvel de informalidade

No perder a postura emprica!!!!!Uma boa entrevistaConsiderar:O planejamento da atuaoEscolha de uma roupa neutra Pontualidade

Anlisea interpretao; a construo de categorias;

EVITARdebruar-se sobre o material emprico procurando extrair confirmem suas hipteses de trabalho e/ou os pressupostos de suas teorias de referncia.

interferncia de nossa subjetividadePara se dar bem na entrevista... Uso de softwares para anlise de dados qualitativos;

ajudam a dar um tratamento mais organizado e rigoroso;

entrevistas semi-estruturadas, dirios de campo, grupos focais, videogravaes etc.;

O NUD*IST e o ATLAS softwares eficientes e amigveis.Volume do material entrevistadolegitimar a fala de interlocutores com pouco poder social; dar voz a comunidades silenciadas, oprimidas, vtimas de arbitrariedades etc.

Essa uma idia enganosa: por mais engajado, politizado e sensvel aos problemas sociais que um pesquisador seja, ele o idealizador e o condutor de um trabalho cientfico, construdo a partir de regras e pressupostos definidos revelia do contexto social que ele analisa. Devolutiva

Mito do Salvador da Ptriatudo que dito pelo entrevistado tem que ser objeto de anlise;

Entrevistas bem realizadas no pode nem deve ser tomada como um todo.

s nos interessa aquilo que est diretamente relacionado aos objetivos da nossa pesquisa (QUEIROZ, 1988) e isso que dever ser objeto de leitura.

Mito: a fala do entrevistado explicitao das relaes existentes entre os procedimentos adotados na coleta de material emprico a literatura cientfica, o objeto de pesquisa resultados obtidos a partir dessas relaes (LEONARDOS, BRITO, 2001)

EXPLICITANDO SEMPREa) as razes pelas quais optou-se pelo uso daquele instrumento; b) os critrios utilizados para a seleo dos entrevistados; c) nmero de informantes; d) quadro descritivo dos informantes sexo, idade, profisso, escolaridade, posio social no universo investigado etc.

A garantia de confiabilidade:

e) como se deram as situaes de contato (como os entrevistados foram convidados a dar seu depoimento, em que circunstncias as entrevistas foram realizadas, como transcorreram etc.); f) roteiro da entrevista (de preferncia em anexo) g) procedimentos de anlise (anexando, no final do texto ou relatrio, cpia de uma das transcries desde que no haja necessidade de preservar a identidade do informante).

PROCEDIMENTO DE RIGOR

Uma das maneiras de garantir rigor e confiabilidade na realizao de entrevistas recorrer ao inter-rater reliability.

Trata-se da troca de entrevistas transcritas, entre pesquisadores de diferentes campos de pesquisa, para anlise da qualidade das mesmas, ao longo da realizao do trabalho de campo

O que dar em troca da entrevista?

NADA

Apenas a capacidade do pesquisado refletir sobre si mesmo e sobre a sua realidade.

Logo depois de encerradas; Transcrever e ler cada entrevista realizada, antes de partir para a seguinte ajuda a corrigir erros, a evitar respostas induzidas e a reavaliar os rumos da investigao (ALBERTI, 1990).Podem e devem ser editadas. Exceto quando se pretende fazer anlise de discurso, frases excessivamente coloquiais, interjeies, repeties, falas incompletas, vcios de linguagem, cacoetes, erros gramaticais etc. devem ser corrigidos na transcrio editada. manter uma verso original e uma verso editada de todas as transcries. Da verso editada, devem ser retiradas tambm as respostas obtidas por meio de perguntas capciosas, ambguas, tendenciosas ou que tenham levado o informante a confirmar ou negar afirmaes feitas pelo pesquisador.Uma maneira de analisar fragmentar o todo e reorganizar os fragmentos a partir de novos pressupostos.

Transcrio

Trata-se, nesse caso, de segmentar a fala dos entrevistados em unidades de significao o mnimo de texto necessrio compreenso do significado por parte de quem analisa.

Fonte: Franca (2011) BC/UCB

Anlise de Entrevistas

A partir dos eixos temticos definidos por Franca, ele colhe fragmentos de sentido das fala dos entrevistados.

Os eixos de sentido so extrados dos objetivos especficos eleitos pelo autor.