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PLANEJAMENTO, POPULAÇÃO E MEIO AMBIENTE:
PROPOSTA DO USO DE INDICADORES DE IMPACTO AMBIENTAL NO PLANEJAMENTO URBANO DA REGIÃO
DO BANHADO EM SÃO JOSÉ DOS CAMPOS, SP
Área temática: Gestão Ambiental & Sustentabilidade
Marcelo Rebouças de Assis
Resumo: O planejamento urbano preocupa-se com a investigação e análise, pensamento estratégico, arquitetura,
desenho urbano, consulta pública, recomendações de políticas, implementação e gestão de uma área urbana e seus
limites. Um plano de planejamento urbano pode apresentar uma variedade de formas, incluindo planos estratégicos,
planos específicos de regiões, planos abrangentes, planos de bairro, estratégias de regulação e de incentivo ou planos
de preservação histórica, entre outros. Este estudo tem por objetivo analisar a relação entre o planejamento urbano, a
população e o meio ambiente, propondo o uso de indicadores de impacto ambiental no planejamento urbano da região
do Banhado em São José dos Campos, SP.
Palavras-chaves: Planejamento Urbano, Gestão Ambiental, Indicadores Impacto Ambiental.
ISSN 1984-9354
XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015
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Introdução
Pode-se dizer que planejamento urbano é um processo técnico e político que tem
por prerrogativa o uso adequado do território através do design do ambiente urbano,
incluindo o ar, a água e a infraestrutura de dentro e de fora das zonas urbanas, abrangendo
áreas como redes de transporte e distribuição. O planejamento urbano estratégico visa
garantir o desenvolvimento ordenado de assentamentos e comunidades que se deslocam
para dentro e fora de áreas urbanas ou compartilham recursos. O planejamento urbano
preocupa-se com a investigação e análise, pensamento estratégico, arquitetura, desenho
urbano, consulta pública, recomendações de políticas, implementação e gestão de uma área
urbana e seus limites. Um plano de planejamento urbano pode apresentar uma variedade de
formas, incluindo planos estratégicos, planos específicos de regiões, planos abrangentes,
planos de bairro, estratégias de regulação e de incentivo ou planos de preservação histórica,
entre outros.
O planejamento e arquitetura urbana passaram por uma mudança de paradigma na
virada do século 20. As cidades industrializadas do século 19 haviam crescido em um
grande ritmo, ritmo e estilo de construção ditado pelos interesses empresariais privados.
Com isto os males da vida urbana para os trabalhadores pobres estavam se tornando cada
vez mais evidentes, por uma questão de preocupação pública. O “laissez-faire”, estilo de
gestão governamental da economia, estava começando a dar lugar a um novo liberalismo
que defendia uma intervenção a favor dos pobres e desfavorecidos. Por volta de 1900, os
teóricos começaram a desenvolver modelos de planejamento urbano para mitigar as
consequências da era industrial, dando aos cidadãos, especialmente os trabalhadores de
fábricas, ambientes mais saudáveis para trabalhar e viver. O planejamento urbano então
começou a se profissionalizar através de engenheiros de infraestrutura e dos vereadores
que combinavam novos modelos de design urbanos com as considerações dos políticos.
Diante disto, este estudo tem por objetivo analisar a relação entre o planejamento urbano, a
população e o meio ambiente, propondo o uso de indicadores de impacto ambiental no
planejamento urbano da região do Banhado em São José dos Campos, SP.
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A Gestão Ambiental no Planejamento Urbano
O planejamento da cidade ou planejamento urbano é o responsável pelo desenho do
ambiente construído a partir de uma perspectiva política municipal e metropolitana. Tanto a
arquitetura, arquitetura da paisagem e o desenhista urbano, entre outros profissionais, são
os responsáveis pela definição do planejamento urbano de uma região. Vale lembrar que um
planejamento de um espaço urbano tem que considerar as nuances pertinentes a um
ambiente amplo, onde se encontra inserida a região. (MOURA, 2011)
Hippodamus de Mileto, arquiteto e urbanista da Grécia na antiguidade, é
considerado o pai do planejamento da cidade. Seus planos das cidades gregas foram
caracterizados por ordem e regularidade em contraste com a complexidade e confusão
comum as cidades desse período, mesmo Atenas. Ele é visto como o criador da ideia de
que um plano de cidade pode formalmente incorporar e esclarecer uma ordem social
racional. Os romanos utilizavam um esquema consolidado para o planejamento da cidade,
desenvolvido para a defesa militar e conveniência civil. Efetivamente, muitas cidades
europeias continuam a preservar a essência desses planos, por exemplo, Turim. O plano
básico detalhava uma praça central com os serviços da cidade, cercado por uma rede
compacta de ruas e envolto em uma parede para a defesa. Para reduzir os tempos de
viagem, duas ruas diagonais atravessar a grade quadrada de canto a canto, passando pela
praça central. Um rio geralmente atravessava a cidade, para fornecer água e transporte e
levar para longe o esgoto, mesmo em caso de cercos inimigos a cidade. (MOURA, 2011)
Na atualidade diversos movimentos incentivam a criação de áreas urbanas
sustentáveis, ambientes com estruturas de longa duração que além de melhorar a qualidade
de vida dos cidadãos priorize a sustentabilidade ambiental através da gestão ambiental. A
gestão ambiental é a parte da função gerencial que trata, determina e implementa a política
de meio ambiente a ser estabelecida. Segundo Valle (2012, p.69) “a gestão ambiental
consiste em um conjunto de medidas e procedimentos bem-definidos que, se
adequadamente aplicados, permitem reduzir e controlar os impactos ao meio ambiente em
uma determinada região.
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Pode-se então dizer que a gestão ambiental através de um planejamento urbano é a
tentativa de absorver transformações ou impactos causados ao meio ambiente, de modo a
maximizar a recuperação dos recursos do ecossistema natural para o homem, assegurando
que haja assim uma produtividade prolongada. O objetivo maior da gestão ambiental
através de um planejamento urbano deve ser o de propiciar benefícios aos cidadãos que
superem, anulem ou diminuam os custos das degradações, causados pelas atividades
produtivas da região e, principalmente, pela área empresarial (FERREIRA, 2014).
Valle (2012, p. 41) esclarece que a gestão ambiental através de um planejamento
urbano requer como premissa, um comprometimento dos governantes com os cidadãos com
o estabelecimento de uma política ambiental clara e definida que irá nortear as atividades da
região com relação ao meio ambiente. O objetivo dessa gestão são os problemas ambientais
causados pelo desenvolvimento da região e outros e por ela recebidos para serem
gerenciados. Como tornar compatível os recursos econômicos, financeiros, expectativas dos
cidadãos e empresas, com as expectativas que a sociedade tem sobre o meio ambiente e a
questão principal da gestão ambiental através de um planejamento urbano.
Epelbaum (2013) pontua que o comprometimento com o meio ambiente deve se
basear em uma contínua intencionalidade e prática em considerar a proteção ambiental nas
decisões governamentais e operacionais cotidianas. Tal noção de comprometimento, para
ser considerada abrangente dentro da gestão ambiental através de um planejamento urbano
deve ser adotada por todos os seus níveis e funções públicas, desde a alta administração
até o nível operacional. A gestão ambiental através de um planejamento urbano de uma
região é a correta administração do impacto das suas atividades econômicas no meio
ambiente, visando o uso racional e sustentável dos recursos naturais.
Barbieri (2011) faz menção a necessidade de ocorrer um crescimento da
consciência ambiental da população quando se trata de uma gestão ambiental através de
um planejamento urbano, pois modificar os padrões de consumo da população constitui uma
das mais importantes armas em defesa do meio ambiente. Quando uma gestão pública de
uma cidade busca capturar oportunidades através do crescente contingente de
consumidores responsáveis através de ações legítimas e verdadeiras, essas ações tendem
a reforçar ainda mais a consciência ambiental, criando um círculo virtuoso, na qual a
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atuação mercadológica, marketing verde, como querem alguns, torna-se um instrumento de
educação ambiental. Entende-se que, ao implementar um sistema de gestão ambiental
através de um planejamento urbano em uma região, esta passará por alterações em muitas
políticas, estratégias, e certamente haverá reavaliação dos processos produtivos e
principalmente no modo de agir de sua população.
Essa mudança de comportamento não se refere unicamente à introdução da filosofia
de proteção ao meio ambiente nas atividades da região, implicando em uma revisão de
valores, que atinge também as pessoas que vivem e trabalham nesta região. Alcançando
assim, uma administração pública realmente ecológica. O termo gestão (ou gerenciamento)
ambiental engloba um conjunto de rotinas e procedimentos que permite a uma gestão
pública administrar adequadamente as relações entre suas atividades e o meio ambiente
que as abriga, atentando para as expectativas das partes interessadas. Esta questão
ambiental está relacionada à qualidade de atendimento aos cidadãos que trabalham ou
residem na região, as empresas públicas e privadas, ao governo e ao meio ambiente ou
vizinhos que são os elementos fundamentais à sobrevivência ambiental da região (MOURA,
2011, p.1).
O uso de indicadores impacto ambiental na gestão ambiental através de um
planejamento urbano
Para que se tenha uma melhor noção de gestão ambiental através de um
planejamento urbano é importante analisar o contexto onde ela se insere, as mudanças
sociais e paradigmáticas atuais que têm influenciado as empresas, governos e nações.
Necessário se faz também evitar a ocorrência de um impacto ambiental. O impacto
ambiental pode ser compreendido de diversas formas, um desequilíbrio provocado por uma
ação do homem sobre o ambiente ou uma ação do próprio ambiente como um terremoto,
este de difícil controle. No caso de um impacto ambiental causado pela ação do homem
pode-se relacionar a um sistema produtivo.
Kraemer (2014) relata que as organizações produzem impactos ambientais em
vários níveis, incluindo os âmbitos local, regional, nacional e internacional, que afetam o ar,
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água, solo e biodiversidade. Alguns deles são de fácil compreensão, enquanto outros
colocam importantes desafios de avaliação, devido à sua complexidade, incerteza e
sinergias. Para mensuração dos impactos ambientais existem os indicadores de gestão
ambiental.
Os indicadores de gestão ambiental que devem ser utilizados para nortear o
planejamento estratégico urbano visam minimizar os impactos ambientais das empresas
públicas e privadas, transporte e mobilidade, bem como facilitar a infraestrutura ambiental.
São indicadores de uso interno da região que servem para medir a integração das atividades
da região e o meio ambiente, mostrarem os impactos ambientais causados pelas atividades
produtivas e ajudar a avaliar as políticas ambientais adotadas. Reflete as variáveis
ambientais na gestão ambiental da região. (KRAEMER, 2014)
Ribeiro (2008) defende que o planejamento urbano deve informar seu compromisso
com a preservação do meio ambiente e por força de inibição de atos ilícitos, estimulando as
pessoas e empresas a também organizarem seus processos de produção com vistas a
também diminuírem ou eliminarem a produção de agentes nocivos ao meio ambiente.
(RIBEIRO, 2010)
Corazza (2013) define dois tipos de indicadores, o primeiro consiste no registro dos
custos envolvidos na solução dos problemas ambientais, depois destes terem sido gerados.
Contabiliza os custos para o município em função de medidas ambientais. O segundo tipo
consiste na “monetização” das consequências das atividades que ocorre na região sobre o
meio ambiente, que permite que se impute, por métodos diretos ou indiretos, um valor
monetário ao dano ambiental que possa ocorrer. O autor ainda narra alguns indicadores
que podem ser utilizados pela gestão pública na gestão ambiental através de um
planejamento urbano:
Análise de Fluxo de Materiais (AFM): é baseada no registro dos fluxos materiais sobre
todo o ciclo de vida de um processo, insumo ou produto. No caso da gestão ambiental
através de um planejamento urbano normalmente utiliza-se ciclo de vida de um
processo.
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Análise de Fluxo de Energia (AFE): registra dados sobre os fluxos energéticos
envolvidos no ciclo de vida de um processo, insumo ou produto. No caso da gestão
ambiental através de um planejamento urbano normalmente utiliza-se ciclo de vida de
um processo.
Os Indicadores de Infraestrutura e de Transporte (IIT): medem o impacto das
instalações e da logística de tranporte sobre o meio ambiente.
A Análise de Ciclo de Vida (ACV) - ou Eco Balanço: mede os fluxos materiais e/ou
energéticos relativos a todo o ciclo de vida de um processo, insumo ou produto,
envolvendo a avaliação de seu impacto sobre o meio ambiente. No caso da gestão
ambiental através de um planejamento urbano normalmente utiliza-se ciclo de vida de
um processo.
Proposta do uso de indicadores de impacto ambiental no planejamento urbano da
região do Banhado em São José dos Campos, SP.
A cidade de São José dos Campos é conhecida como a capital da indústria
aeroespacial brasileira e por abrigar um dos principais polos de alta tecnologia do país.
Localizada a 80 km de São Paulo e situada às margens da Rodovia Presidente Dutra,
principal elo de ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro e grande eixo econômico do país,
São José dos Campos ocupa localização privilegiada e estratégica, a cerca de uma hora do
aeroporto internacional de Guarulhos e do porto de São Sebastião, no Litoral Norte do
Estado. Igualmente próximas estão as localidades situadas nas montanhas da Serra da
Mantiqueira, reconhecidas como centro de lazer e relaxamento.
O município abriga grandes indústrias dos setores aeroespacial, de telecomunicação
e automotivo. É sede de alguns dos mais importantes institutos de pesquisa e
desenvolvimento do País, como Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA/ DCTA), o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e conta com um conjunto de universidades públicas
e privadas. A despeito do reconhecido avanço tecnológico e industrial, o município soube
preservar uma atmosfera de tranquilidade que busca a valorização, a preservação e o
cuidado com praças, áreas verdes e parques.
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O Banhado é considerado o cartão postal de São José dos Campos. Com uma
imensa área verde natural com cerca de 5,4 milhões de m² em formato de concha, o
Banhado encanta a todos e proporciona belos espetáculos contemplativo durante o pôr-do-
sol.
Figura 1: Banhado na cidade de São José dos Campos – SP. Fonte: PMSJC, 2014.
O uso de indicadores de impacto ambiental no planejamento urbano da região do
Banhado em São José dos Campos, SP, é viável a partir do momento que eles possam
identificar a situação atual e os avanços que são necessários para a implantação de sistema
de gestão ambiental na região através do planejamento estratégico urbano. O uso de
indicadores quando confrontados com as auditorias ambientais mostram as atuações ou a
intensidade dos procedimentos de controle interno de uma região, no caso específico deste
estudo região do Banhado em São José dos Campos, SP.
A tabela a seguir mostra os indicadores para implantação do sistema de gestão
ambiental através de um planejamento urbano:
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Indicador Unidade
Centros de trabalho com um sistema de indicadores ambientais
Número Número
Centros de trabalho com programas ambientais
Número Número
Centros de trabalho com um sistema de gestão ambiental conforme regulamento EMAS ou ISO 14001
Número Número
Auditorias ambientais levadas em consideração
Número Número
Desvios descobertos em auditorias ambientais
Número Número
Medidas corretivas levadas em consideração
Número Número
Proposta de melhora para questões ambientais
Número Número
Proporção de propostas de melhora ambiental levadas em consideração
Número de propostas de melhora ambiental levada em consideração
Número total de propostas ambientais
%
Grau de consecução geral dos objetivos
Objetivos ambientais alcançados
Número total de objetivos ambientais
%
Custos da implantação do sistema Custos em valores Valores
Tabela 1: Indicadores de Implantação do Sistema Fonte: Kraemer (2014)
Em relação a assuntos jurídicos e reclamações, este indicador reflete a imagem
ambiental passada pela administração pública. Infrações da lei, acidentes e contaminações
mostram a preocupação ou não das empresas da região em relação ao ambiente. O número
de autuações e queixas recebidas conseguem demonstrar se as empresas locais estão ou
não zelando pelo meio ambiente.
Na tabela a seguir verificam-se os indicadores referentes aos assuntos jurídicos e
reclamações:
Indicador Unidade
Reclamação por contaminação acústica
Número Número
Reclamação por contaminação por odor
Número Número
Excessos temporais dos valores-limite Número Número
Excesso dos valores-limite por área ambiental (por exemplo: águas residuais, ar, ruído)
Número Número
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Sanções ambientais impostas Número Número
Multas impostas Absoluto em valores Valores
Tabela 2: Indicadores de assuntos jurídicos e reclamações
Fonte: Kraemer (2014)
Em relação aos custos ambientais, os indicadores de custos ambientais influenciam
diretamente nas decisões da administração pública. Não pode ocorrer a relação de custos
ambientais como custos para a administração pública, pois podem representar medidas
ambientais preventivas ou soluções integradas que visem melhoria de processos com
reflexo nos custos finais das obras produzidas. Na tabela a seguir mostram-se os
indicadores de custos ambientais:
Indicador Unidade
Mudanças ambientais Absoluto em valores Valores
Proporção da mudança ambiental
Mudança ambiental em valores
Total das mudanças em valores
%
Custos operativos da proteção ambiental
Absoluto em valores Valores
Proporção dos custos operativos
Custos operativos da proteção ambiental em valores
Total dos custos de produção em valores
%
Custos da gestão ambiental (posto em funcionamento do sistema)
Absoluto em valores Valores
Economia de custos gerada pelas medidas ambientais
Absoluto em valores Valores
Tabela 3: Indicadores de Custos Ambientais
Fonte: Kraemer (2014)
Os indicadores de sistema narrados, assuntos jurídicos e reclamações, custos
ambientais refletem a imagem ambiental da administração pública perante a comunidade
que se encontra inserida. Um setor jurídico especializado em gestão ambiental favorece a
imagem ambiental da administração pública não a deixando exposta e desprotegida da
mídia. O indicador de custos ambientais favorece o estabelecimento de ações preventivas
melhorando também a imagem da administração pública na região.
Paralelo ao uso dos indicadores de assuntos jurídicos e reclamações e custos
ambientais sugere-se a utilização dos indicadores de situação ou estado ambiental para
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avaliar e acompanhar a região do Banhado em São José dos Campos, SP. Os indicadores
de situação ou estado ambiental demonstram como a administração pública está inserida
em um meio, ou seja, representam informações sobre a qualidade do entorno do Banhado
em São José dos Campos, SP. Relacionam os impactos ambientais de suas atividades em
função da comunidade, cidade ou meio em que se encontra inserida. Este indicador sofre a
influência direta de instituições públicas que monitoram o ambiente, tais como contaminação
do ar, resíduos, ruídos, águas, etc. Podem ser em escalas locais, regionais, estatais ou
globais. Eles devem ser utilizados como referência para a gestão ambiental e identificação
de impactos ambientais de suas atividades operacionais, ou seja, identificar quais as
influencia que a administração pública tem nas condições ambientais.
Em relação aos indicadores da situação ou estado da água, do solo, do ar, da flora e
da fauna da região do Banhado em São José dos Campos, SP, devem ser utilizados para
identificar quais os problemas locais ou regionais são causados por sua atividade produtiva
no ambiente. Como narrado por Moura (2011) de acordo com a classificação da OCDE –
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, os Indicadores Ambientais
podem ser sistematizados pelo modelo Pressão-Estado-Resposta (PER), que assenta em
três grupos chaves de indicadores:
Pressão: caracterizam as pressões sobre os sistemas ambientais e podem ser
traduzidos por indicadores de emissão de contaminantes, eficiência tecnológica,
intervenção no território e de impacto ambiental. Os indicadores de pressão sobre o
meio ambiente descrevem as pressões exercidas pelas atividades humanas sobre o
meio ambiente e sobre os recursos naturais. Entende-se aqui por “pressões” aquelas
subjacentes ou indiretas (ou seja, a atividade propriamente dita e as tendências
importantes do ponto de vista ambiental), assim como as pressões imediatas ou
diretas (ou seja, a utilização de recursos e o lançamento de poluentes e de resíduos).
(MOURA, 2011)
Estado: reflete a qualidade do ambiente num dado horizonte espaço/tempo: por
exemplo, indicadores de sensibilidade, risco e qualidade ambiental. Referem-se à
qualidade do meio ambiente e à qualidade e quantidade dos recursos naturais.
Refletem, assim, o objetivo final das políticas ambientais e visam fornecer uma visão
geral do estado do meio ambiente e de sua evolução no tempo. A esta categoria
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pertence as concentrações de poluentes nos diversos meios, o excesso de cargas
críticas, a exposição da população a certos níveis de poluição ou a um ambiente
degradado, o estado da fauna e da flora e as reservas de recursos naturais. Na
prática, mensurar as condições ambientais pode revelar-se difícil ou oneroso; por isso
mesmo, as pressões sobre o meio ambiente são freqüentemente utilizadas como
substituto. (MOURA, 2011)
Resposta: avaliam as respostas da sociedade às alterações e preocupações
ambientais, bem como a adesão a programas e/ou à implementação de medidas em
prol do ambiente; podem ser incluídos neste grupo os indicadores de adesão social,
de sensibilização e de atividades de grupos sociais importantes. Os indicadores das
respostas da sociedade mostram em que grau a sociedade responde às questões
ambientais. (MOURA, 2011)
O modelo proposto por Kraemer (2014) tem por base que as atividades humanas
influenciam o meio ambiente, afetando diversas características tais como quantidade de
recursos naturais utilizados pela empresa. Consequentemente em resposta a sociedade
reage impondo políticas ambientais, econômicas e setoriais.
Na figura 1 a seguir verifica-se a interdependência entre as partes.
Figura 2: Estrutura conceitual do Modelo PER da OCDE
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Fonte: Kraemer (2014).
Kraemer (2014) relata que a Agência de Proteção do Ambiente Norte-americana
(USEPA) desenvolveu estudos na área de indicadores e índices ambientais, modificando o
modelo PER. Conforme figura 2 a seguir:
Figura 3: Estrutura conceitual do modelo Pressão-Estado-Resposta-Efeitos proposto pela USEPA
Fonte: Kraemer, 2014.
Verifica-se que a inclusão de uma nova categoria que foi denominada Efeitos que se
relaciona com as variáveis pressões, estado e resposta, fornecendo informações para
tomada de decisões de metas ou objetivos de políticas ambientais. Já a Agência Européia
do Ambiente – AEA propõe o seguinte modelo, conforme figura 3 a seguir:
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Figura 4: Estrutura conceitual do modelo DPSIR proposto pela AEA Fonte: KRAEMER (2014).
Nele consideram-se as atividades humanas, ou seja, as empresas produzem
pressões sobre o ambiente que causam a degradação ambiental causando o impacto
ambiental na saúde humana e nos ecossistemas, em resposta a sociedade emite medidas
políticas, leis, taxas e informações. Os indicadores de situação ambiental narrados,
mostram a interdependência de todas as partes da administração pública com o ambiente
que se encontra inserida. A preocupação com os problemas causados por sua atividade
produtiva no ambiente possibilita a tomada de decisão por parte dos gestores públicos a fim
de aumentar a trajetória de vida da região. Estes indicadores possibilitam a mensuração
desta inter-relação existente evitando assim que suas atividades alterem de forma drástica e
irreversível as condições necessárias para a sobrevivência da a região do Banhado em São
José dos Campos, SP e a diminuição dos impactos a comunidade onde se insere.
Conclusão
Verificou-se neste estudo que as ações de uma administração pública através do
planejamento urbano baseado na gestão ambiental da região do Banhado em São José dos
Campos, SP, podem ser determinantes para a sua sobrevivência. A sociedade exige da
administração pública um comportamento consciente em relação ao planejamento urbano
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sob pena de retaliações que podem levar a perda de competitividade, aumento de custos e
até mesmo uma antipatia com relação ao desenvolvimento local. A administração pública
deve então assumir, proativamente, que também é de sua responsabilidade os impactos
causados ao meio ambiente, priorizando as questões ambientais em suas políticas de
gestão ambiental no planejamento urbano.
Os indicadores de gestão ambiental quando utilizados pela administração pública no
planejamento urbano podem minimizar os impactos ambientais da região do Banhado em
São José dos Campos, SP, bem como facilitar a infraestrutura ambiental. São indicadores
de uso interno e externo que servem para medir a integração das atividades que ocorrem na
região e o meio ambiente, mostrarem os impactos ambientais causados pelas atividades
produtivas e ajudar a avaliar as políticas ambientais a serem adotadas na preservação e
proteção ambiental da região do Banhado em São José dos Campos, SP. Pode-se concluir
então que a administração pública ao informarem seu compromisso com a preservação do
meio ambiente da região do Banhado em São José dos Campos, SP, por força de inibição
de atos ilícitos, estão estimulando as empresas a também organizarem seus processos de
produção com vistas a também diminuírem ou eliminarem a produção de agentes nocivos ao
meio ambiente.
Referências Bibliográficas
BARBIERI, José Carlos. Desenvolvimento e meio ambiente: as estratégias de mudança da agenda 21. Petrópolis: Vozes, 2011.
CORAZZA, Rosana I. Gestão e mudanças da estrutura organizacional. São Paulo: Makron, 2013.
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FERREIRA, Tadeu. Temas contábeis em destaque - Passivo ambiental. São Paulo: Atlas, 2014.
KRAEMER, M. E. P. Indicadores ambientais como sistema de informação contábil. 2004. São Paulo: Atlas, 2014.
MOURA, Luiz Antônio Abdalla de. Qualidade e gestão ambiental. 3º ed. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2011.