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Planejamento Tributário Impostos Indiretos PLANEJAMENTOS COM ICMS E IPI (5ª Aula) Prof. Valdir Amorim UNINOVE

Planejamento Tributário Impostos Indiretos

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PLANEJAMENTOS COM ICMS E IPI (5ª Aula) Prof. Valdir Amorim UNINOVE. Planejamento Tributário Impostos Indiretos. Planejamento Tributário – Impostos Indiretos. Planejamentos para reduzir carga Benefícios Fiscais de ICMS Modelos de Benefícios Fiscais: - PowerPoint PPT Presentation

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Page 1: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Planejamento TributárioImpostos Indiretos

PLANEJAMENTOS COM ICMS E IPI(5ª Aula)

Prof. Valdir Amorim

UNINOVE

Page 2: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Planejamentos para reduzir carga

Benefícios Fiscais de ICMS

Modelos de Benefícios Fiscais:

Concessão de Créditos presumidos/outorgados;

Reduções de base de cálculo;

Diferimentos na aquisição interestadual ou importação de ativos;

“financiamentos” do imposto a juros negativos.

***Geralmente, os benefícios são concedidos para projetos industriais, mas há

Estados que concedem incentivos para o atacado (ES e DF, p. ex.)***

Page 3: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Estados mais atraentes (aspectos puramente fiscais):

Amazonas:

Na importação: • suspensão e isenção de IPI (se para consumo ou industrialização) – art. 73 do RIPI/02; • suspensão com conversão em alíquota zero de PIS/COFINS na importação de insumos

e determinados ativos (ligados à produção e desde que ativados por mais de 18 meses);

• Redução do II em 88% (exceto para veículos); • Diferimento do ICMS na importação de insumos.

Na venda: • alíquota de PIS/COFINS reduzida (nas vendas para optantes pelo LR) para 3,65%; • IPI – isenção; • ICMS – crédito estímulo de 55% até 90,25% (podendo chegar a 100%) – Lei nº 2.826/03

(antigamente, Lei Hanan).

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 4: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Estados mais atraentes (aspectos puramente fiscais):

DF – concessão de créditos presumidos de ICMS para atacadistas: TARE

(Termo de acordo de regime especial), até 31.12.2014;

• de 7% a 16% nas saídas sujeitas à alíquota de 17%;

• de 2% a 11% nas saídas sujeitas à alíquota de 12%;

• de 15% a 24% nas saídas sujeitas à alíquota de 25%.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Somente podem utilizar o benefício PJs que realize no mínimo 80% de suas operações com contribuinte de ICMS.

Page 5: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Estados mais atraentes (aspectos puramente fiscais):

Espírito Santo – INVEST-ES

Diferimento do ICMS na importação de ativos imobilizados para produção

e de insumos;

Crédito presumido de até 70% do valor das saídas interestaduais;

Redução de bc de até 70% nas saídas internas.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

**Benefício, também, para atacado, redução de 33% do valor das saídas interestaduais, com crédito limitado a 7%, de forma que a carga tributária seja de 1%: esse benefício não exige contrapartida e não pode ser utilizado em conjunto com o FUNDAP.**

Page 6: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Estados mais atraentes (aspectos puramente fiscais):

Mato Grosso do Sul

MS-Empreendedor:

• redução do saldo devedor em até 67% (esse valor pode ser aumentado se

negociado com o Estado);

• dispensa da cobrança do ICMS na importação para bens do ativo imobilizado;

• dispensa de cobrança de ICMS-diferencial de alíquota na aquisição de ativo

imobilizado de outros Estados.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 7: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Guerra Fiscal – Panorama Atual

• Lei Complementar nº 24/75: exige a anuência de todos os Estados para a concessão de benefícios fiscais (Convênio CONFAZ);

• Estados tentam camuflar o benefício fiscal como se benefício financeiro fosse;

• O uso de ADIn tem se mostrado ineficiente (revogação do ato com conseqüente edição de outro – questão formal);

• Estados produtores têm criado normas para glosa de créditos oriundos de empresas beneficiadas.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 8: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Guerra Fiscal – Panorama Atual

SP – editou o Comunicado CAT 36/04, informando aos contribuintes, de forma

exemplificativa, quais os benefícios que não darão direito a crédito do imposto;

O Tribunal de Justiça de SP havia decidido pela inconstitucionalidade do Comunicado,

mas o STF, recentemente, concedeu liminar ao Estado de SP, devolvendo eficácia ao

Comunicado CAT 36/04;

De toda forma, o RICMS/SP já prevê que benefícios concedidos unilateralmente não

darão direito a crédito do imposto (art. 59, § 2º):

Art. 59 (...)

§ 2º - Não se considera cobrado, ainda que destacado em documento fiscal, o montante do imposto que corresponder a vantagem econômica decorrente da concessão de qualquer subsídio, redução da base de cálculo, crédito presumido ou outro incentivo ou benefício fiscal em desacordo com o disposto no artigo 155, § 2º, inciso XII, alínea "g" da Constituição Federal.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 9: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Guerra Fiscal – Panorama Atual

TIT/SP: tendência de aceitação da glosa de créditos. A questão ainda está em discussão.

Leading case em julgamento: Panarello Distribuidora de Medicamentos;

Caso já julgado: Sagra – glosa de todos os créditos.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 10: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

Case 1) - Industrial com transportadora

Situação-Problema: A empresa paulista “XPTO” é industrial que

comercializa abrasivos. O frete de suas vendas é CIF e o transporte de suas

mercadorias é realizado exclusivamente por transportadores autônomos

contratados pela “XPTO”.

Como a despesa com fretes da “XPTO”, no ano, é alta, a empresa gostaria de

estudar uma forma de melhor aproveitamento fiscal dos fretes por ela

pagos.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 11: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

1) Industrial com transportadora

Premissas do problema:

a) A empresa só contrata transportadores autônomos (ou sua grande

maioria);

b) A empresa não quer mudar seu preço para FOB;

c) A empresa é tributada pelo Lucro Real.

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Page 12: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

1) Industrial com transportadora

Situação Atual:

a) Transporte realizado por autônomo – art. 316 c/c art. 116 do RICMS/SP:

Há substituição por diferimento, com anulação dos efeitos fiscais da

operação (crédito e débito na tomada do serviço);

b) PIS/COFINS – não há crédito (autônomo = PF).

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 13: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

1) Industrial com transportadora

Sugestão de planejamento:

a) Criação de empresa transportadora subsidiária, que será contratada pela

controladora “XPTO” para realização dos transportes, e subcontratará os

autônomos:

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

XPTONEWCO

TRANSPORTADORA

AUTÔNOMO

AUTÔNOMO

Page 14: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

1) Industrial com transportadora

Sugestão de planejamento:

b) A “NEWCO TRANSPORTADORA” fará opção pelo crédito outorgado previsto no artigo 11

do Anexo III do RICMS/SP:

Art. 11. (TRANSPORTE) - O estabelecimento prestador de serviço de transporte, exceto o aéreo, poderá creditar-se da

importância correspondente a 20% (vinte por cento) do valor do imposto devido na prestação (Convênio ICMS 106/96,

com alteração do Convênio ICMS 95/99).

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 15: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

1) Industrial com transportadora

Sugestão de planejamento:

c) A “NEWCO TRANSPORTADORA” será optante do Lucro Real e, assim, poderá apropriar crédito

presumido de PIS/COFINS (6,94%) sobre a contratação de autônomos, conforme art. 3º, § 19, da

Lei 10.833/03:

§ 19. A empresa de serviço de transporte rodoviário de carga que subcontratar serviço de transporte de carga prestado por: I - pessoa física, transportador autônomo, poderá descontar, da Cofins devida em cada período de apuração, crédito presumido calculado sobre o valor dos pagamentos efetuados por esses serviços;

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 16: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

1) Industrial com transportadora

Sugestão de planejamento:

d) A “NEWCO TRANSPORTADORA” cobrará da “XPTO”, como preço do

transporte, o custo de contratação dos autônomos, acrescido de margem

mínima, suficiente para cobrir demais custos administrativos e de impostos

(resultado para IR/CS deve ser nulo ou insignificante).

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 17: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

1) Industrial com transportadora

Resultado do planejamento:

Exemplo (autônomo contratado a $ 100,00 e preço de venda a $ 114,70):

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

NEWCO

ICMS D: 13,76 (-) C: 2,75 = $ 11,00

PIS/COFINS D: 10,61 (-) C: 6,94 = $ 3,67

XPTO

ICMS C: 13,76

PIS/COFINS C: 10,61

Efeito Consolidado:

ICMS 13,76 (-) 11,00 = $ 2,75

PIS/COFINS 10,61 (-) 3,67 = $ 6,94

TOTAL: $ 9,69 / $ 100,00 = 9,69%

9,69 (-) 3,29 (IR/CS) = $ 6,40 (6,4%)

Page 18: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

1) Industrial com transportadora

Riscos do Planejamento:

A SEFAZ/SP e a RFB poderão considerar que não há propósito negocial na criação da

NEWCO. Transportadora.

Para minimizar o risco, recomenda-se que haja fluxo financeiro entre as empresas e

separação patrimonial.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 19: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

Case 2) - Importação via FUNDAP/ES

Situação-Problema: Empresa paulista (“ABC”) importa mercadorias para

revenda, o fazendo pelo Porto de Santos. Na importação, arca com o ICMS

de 18%. A empresa pretende reduzir sua carga tributária na importação por

meio do uso do FUNDAP, através de trading fundapeana e, com isso, ganhar

competitividade, mas quer reduzir o risco de autuação fiscal, tendo em vista

que o Fisco paulista entende que, nessas operações, o ICMS sobre a

importação é devido a SP (importação por conta e ordem).

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 20: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

2) Importação via FUNDAP/ES

Premissas do problema:

a) A “ABC” contratará a importação por conta e ordem, nos termos da IN

SRF nº 225/02 e 247/02.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 21: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

2) Importação via FUNDAP/ES

Situação atual:

a) O Estado de SP entende que, nas importações por conta e ordem, o ICMS-

Importação é devido no domicílio do importador efetivo, conforme Decisão

Normativa CAT nº 3/2009, e não autoriza o crédito do ICMS concernente à

NF emitida pela trading, o que inviabilizaria a operação da “ABC”.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 22: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

2) Importação via FUNDAP/ES

Sugestão de planejamento:

a) Criação de filial ou subsidiária da “ABC” no Estado do ES.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

FILIAL

MATRIZSP

ES

Page 23: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

2) Importação via FUNDAP/ES

Sugestão de planejamento:

b) Importação por conta e ordem passa a ser feita pelo estabelecimento

filial do ES.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

FILIAL

MATRIZ SP

ESTRADING

ExteriorFornecedor

Page 24: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

2) Importação via FUNDAP/ES

Sugestão de planejamento:

c) Filial transfere a mercadoria recebida da trading para a matriz em SP, de

maneira que o crédito passa a ser de transferência e não pode ser

questionado por SP.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

FILIAL

MATRIZ SP

ESTRADING

ExteriorFornecedor

ICMS: 12%

ICMS: 12%

ICMS: 12%

Page 25: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

2) Importação via FUNDAP/ES

Resultado do planejamento:

A importação poderá ser realizada pela filial capixaba, tirando a

possibilidade de questionamento do Estado de SP.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 26: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – redução de carga

2) Importação via FUNDAP/ES

Funcionamento do FUNDAP:

ICMS na importação de 12%, diferido para a saída da mercadoria (interna

ou interestadual, na interna, exceto se para varejista);

Pagamento do ICMS no 26º dia do mês subsequente ao da operação;

Financiamento de 8% do valor do imposto devido, pelo BANDES;

juros de 1% ao ano, com carência de 5 anos e prazo de amortização de 20

anos;

possibilidade de recompra da dívida, com deságio máximo de 85%;

base legal: Lei nº 2.508/70 (ES), Dec. 163-N/71 (ES), Dec. 1.146-R/03.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 27: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

Case 3) - Transferência interna com interestadual

Situação-problema: A empresa “A”, fabricante de canetas, possui um fábrica em

SP, por onde realiza as vendas para clientes de SP e de Estados do ES, CO, NE e N.

Possui também um estabelecimento distribuidor em SC, onde realiza a distribuição

na região Sul.

Seus fornecedores de insumos estão localizados majoritariamente no SP e, por isso,

recebe MP, PI e ME com alíquota de 18%. Suas vendas para o CO, NE e N, tributadas

a 7%, são significativas. Por isso, o estabelecimento industrial apresenta

constantemente saldo credor do imposto. No entanto, sua distribuição em SC

apresenta saldo devedor constante, devido às vendas internas para o Estado de SC

serem tributadas a 17%.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 28: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

3) Transferência interna com interestadual

Desenho do problema:

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

“A” MATRIZ

“A” FILIAL

NORDESTE + ES

SP

SC

SUL

ICMS: 18%

ICMS: 12%

ICMS: 17%

ICMS: 18%FORNECEDOR

ICMS: 7%

ICMS: 12%

Page 29: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

3) Transferência interna com interestadual

Premissas do problema:

a) Por questões estratégico-negociais, a empresa “A” não pode se desfazer

de sua distribuidora no Sul.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 30: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

3) Transferência interna com interestadual

Sugestão de planejamento:

a) A “A” criará uma nova filial no Estado de SP;

b) Essa nova filial receberá em transferência as mercadorias destinadas aos

Estados do Sul;

c) A nova filial passará a efetuar as transferências para a filial de SC.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 31: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

3) Transferência interna com interestadual

Sugestão de Planejamento:

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

“A” MATRIZ

“A” FILIAL

NORDESTE + ES

SP

SC

SULICMS: 12%

ICMS: 17%

ICMS: 18%“A” FILIAL 2

ICMS: 7%

ICMS: 12%

Page 32: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

3) Transferência interna com interestadual

Objetivo do planejamento:

a) As transferências internas podem ser feitas a qualquer valor, desde que

não inferior ao custo – art. 38, § 3º, RICMS/SP:

“§ 3º - Na saída para estabelecimento situado neste Estado, pertencente ao mesmo

titular, em substituição aos preços previstos nos incisos I a III, poderá o

estabelecimento remetente atribuir à operação outro valor, desde que não inferior

ao custo da mercadoria.”

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 33: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

3) Transferência interna com interestadual

Objetivo do planejamento:

b) As transferências interestaduais devem ser feitas (art. 39 RICMS/SP):

1) por valor de última entrada, no caso de mercadoria já acabada;

2) por custo de produção, no caso de saída da indústria.

“Art. 39. Na saída de mercadoria para estabelecimento localizado em outro Estado, pertencente ao mesmo titular, a base de cálculo é:

I - o valor correspondente à entrada mais recente da mercadoria; II - o custo da mercadoria produzida, assim entendido a soma do custo da matéria-prima, do material secundário, da mão-de-obra e do acondicionamento, atualizado monetariamente na data da ocorrência do fato gerador;”

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 34: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

3) Transferência interna com interestadual

Resultado do planejamento:

A indústria transfere à filial SP as mercadorias com toda a margem de lucro;

A filial SP é obrigada a transferir à filial SC as mercadorias pelo valor de última

entrada;

A filial SC recebe as mercadorias por praticamente seu preço de venda, de maneira

que o resultado fiscal, na filial, será nulo;

A indústria escoará seu crédito para a filial de SC, e não terá (ou reduzirá) o

acúmulo de crédito;

Não há impacto para PIS/COFINS, IR e CSLL.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 35: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

3) Transferência interna com interestadual

Riscos do planejamento:

A SEFAZ/SC poderá considerar que o preço de transferência deve ser o custo de

produção;

Não há razão para questionamento pelo Estado de SP.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 36: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

Case 4) - Empresa preponderantemente exportadora (RESE)

Situação-problema: empresa industrial situada em SP vende 50% de seus

produtos para o mercado externo. No entanto, seus fornecedores são todos

de SP, e tributam normalmente a venda de insumos. Com isso, vem

acumulando créditos de ICMS, que não consegue escoar com suas vendas

externas. A empresa pretende evitar o moroso processo de formação,

apropriação e transferência de crédito acumulado.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 37: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

4) Empresa preponderantemente exportadora (RESE)

Sugestão de planejamento:

a) Constituição de NEWCO., com o mesmo objeto da controladora, com sede

também em SP, para realização exclusivamente de vendas ao exterior (100% da

receita bruta ao exterior);

b) A empresa fará a habilitação como Empresa Preponderantemente Exportadora

junto à RFB, nos termos do art. 40 da Lei nº 10.865/04, bem como da IN SRF

595/05;

c) A empresa deverá se habilitar no Regime Especial Simplificado de Exportação

(RESE), previsto no artigo 450-A do RICMS/SP, e nos termos da Portaria CAT 31/05.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 38: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

4) Empresa preponderantemente exportadora (RESE)

Sugestão de planejamento:

a) Constituição de NEWCO., com o mesmo objeto da controladora, com sede

também em SP, para realização exclusivamente de vendas ao exterior

(100% da receita bruta ao exterior);

b) A empresa fará a habilitação como Empresa Preponderantemente

Exportadora junto à RFB, nos termos do art. 40 da Lei nº 10.865/04, bem

como da IN SRF 595/05;

c) A empresa deverá se habilitar no Regime Especial Simplificado de

Exportação (RESE), previsto no artigo 450-A do RICMS/SP.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 39: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

4) Empresa preponderantemente exportadora (RESE)

Sugestão de planejamento:

d) A NEWCO. passará a adquirir seus insumos (MP, PI e ME) com diferimento

de ICMS (procedimento do artigo 116 do RICMS/SP), e realizará a remessa

para industrialização dos insumos para a Controladora, com suspensão do

ICMS (art. 402 do RICMS/SP);

e) A Controladora devolverá a mercadoria industrializada, com suspensão do

ICMS sobre os insumos devolvidos, e com diferimento da mão-de-obra

empregada (art. 403 do RICMS/SP).

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 40: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

4) Empresa preponderantemente exportadora (RESE)

Desenho do planejamento:

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

NEWCO. EXPORTADORA

CONTROLADORA

Exterior

SPFORNECEDORES

ICMS: diferidoPIS/COFINS: suspensoIPI: suspenso

Remessa p/ ind.: suspensão de ICMS e IPI

Retorno: suspensão de ICMS (insumos), diferimento (MO), e suspensão de IPI

CLIENTE

Page 41: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

4) Empresa preponderantemente exportadora (RESE)

Resultado do planejamento:

Não haverá mais acúmulo de crédito;

O benefício também evita acúmulo de PIS/COFINS e IPI;

Não há custo significativo de implantação, porque a NEWCO trabalhará

com remessa para industrialização;

A Controladora pode ser registrada como fornecedora e, assim, no

eventual emprego de materiais, poderá também diferir o ICMS.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 42: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

3) DRAWBACK COM DAC

Situação-problema: indústria paulista que possui controlada no exterior

adquire insumos de fornecedores situados também em SP. Suas vendas são

realizadas, em sua maioria, para o exterior e, por essa razão, acumula

créditos de ICMS. A empresa quer cessar o acúmulo dos créditos, já que suas

saídas no país não os consomem.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 43: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

3) DRAWBACK COM DAC

Sugestão de planejamento:

a) A controlada no exterior passará a realizar a compra dos insumos, e

solicitará sua entrega em um Depósito Alfandegado Certificado (DAC);

b) Nessa operação, não há incidência de ICMS (art. 447 RICMS/SP),

PIS/COFINS e IPI, pois, para todos os fins, ela é considerada uma

exportação;

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 44: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

3) DRAWBACK COM DAC

Sugestão de planejamento:

c) A indústria paulista realizará a importação dos insumos, adquirindo-os da

controlada pelo regime de drawback suspensão, com isenção de ICMS na

importação (art. 22 do Anexo I do RICMS/SP), e suspensão dos tributos

federais incidentes na importação.

d) Após, a indústria paulista realizará exportação das mercadorias, sem

acumular créditos dos tributos.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 45: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

Case 5) - DRAWBACK COM DAC

Desenho do planejamento:

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

FORNECEDOR INDÚSTRIA

CONTROLADA

DAC

Exterior

SP

Exportação: sem impostos

Importação por

Drawback: sem impostos

CLIENTE

Page 46: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Cases de Planejamento de ICMS – acúmulo de créditos

5) DRAWBACK COM DAC

Riscos do planejamento:

Alguns tributaristas entendem que não é possível conjugar DAC com

Drawback;

Alguns Estados não reconhecem a não-incidência do ICMS nas remessas

para DAC (caso de MG e BA);

Observar as regras de transfer price e verificar seu impacto no

planejamento.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 47: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

PLANEJAMENTO COM IPI

Page 48: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Situação-Problema

GGML

Consumidor

Distribuidor

Distribuidor

Consumidor

Consumidor

Consumidor

A “GGML”, estabelecida no Estado da Bahia, industrializa e comercializa em todo o território nacional jogos de vídeo e cartuchos classificados no grupo 9504 da TIPI;

As operações de venda das mercadorias no mercado nacional são realizadas a clientes atacadistas (distribuidores terceiros) ou diretamente aos consumidores dos produtos, no caso das remessas efetuadas a casas de diversão especializadas.

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Page 49: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

Os distribuidores das mercadorias estão localizados principalmente nas regiões Sul e Sudeste do País e as operações de venda a tais distribuidores representam aproximadamente 60% do faturamento da Sociedade;

Já as operações de venda direta aos consumidores, que representam aproximadamente 40% do faturamento da GGML, são realizadas em todo o território nacional, especialmente nos grandes centros, onde há grande número de casas especializadas em “diversões eletrônicas”.

Distribuidores

GGML

Planejamento Tributário – Impostos Indiretos

Situação-Problema

Page 50: Planejamento  Tributário Impostos  Indiretos

CENÁRIO ATUAL

As operações com as mercadorias produzidas pela GGML são tributadas pelo IPI à alíquota de 50% para jogos de vídeo e 30% para cartuchos;

A GGML aplica alta margem de ganho nas suas vendas;

Este valor equivale ao preço do produto, acrescido do valor do frete e das demais despesas acessórias cobradas ou debitadas pelo contribuinte ao comprador ou destinatário;

A alta carga referente ao IPI gera impactos também em relação ao ICMS. Nas operações de venda direta a consumidores, que representam aproximadamente 40% do faturamento da GGML, a legislação do ICMS determina que a base de cálculo do imposto inclui o valor do IPI;

A alta carga do IPI incidente nas vendas da Sociedade representa custo de aquisição do adquirente, o qual, não sendo contribuinte do imposto, não pode creditar-se do valor do imposto debitado.

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Proposta de Planejamento Considerando as informações descritas, bem como nossa experiência na remodelagem

de operações semelhantes, propomos o novo cenário, demonstrado graficamente a seguir:

GGML

Consumidor

Distribuidor

Distribuidor

Consumidor

Consumidor

Consumidor

NewCo

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Município “A” Município “B” Outras localizações

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Pelo novo modelo, 100% das mercadorias produzidas pela GGML seriam vendidos a uma NewCo, controlada pela Sociedade, que atuaria como distribuidora dos produtos em referência:

Esta nova Sociedade seria constituída em município distinto localizado em região estratégica, considerando os aspectos de logística e de mercado;

A NewCo promoveria as vendas a outros distribuidores, incluindo aqueles com os quais a GGML opera atualmente e, ainda, as vendas diretas a consumidores, nos termos mencionados anteriormente;

O preço atualmente praticado no mercado seria mantido nas operações de venda aos distribuidores e consumidores finais. As saídas do estabelecimento da GGML com destino à NewCo teriam preço bastante inferior, aplicando-se margem mínima de “ganho”.

GGML NewCo

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Proposta de Planejamento

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Demonstração hipotética de preços:

Cenário Atual• Preço praticado nas vendas aos distribuidores: R$ 100,00• Preços praticados aos consumidores finais: R$ 130,00

Cenário Proposto• Preço praticado nas vendas à NewCo: R$ 50,00• Preço praticado nas vendas aos distribuidores: R$ 100,00• Preços praticados aos consumidores finais: R$ 130,00

GGML NewCoR$ 50,00

Distribuidor R$ 100,00

ConsumidorR$ 130,00

R$ 130,00

Proposta de Planejamento

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Resultado do Planejamento

A GGML continuará sendo contribuinte do IPI. A NewCo, entretanto, não será contribuinte do imposto, uma vez que não é estabelecimento industrial ou equiparado à industrial, de acordo com o RIPI;

A base de cálculo do IPI, que incidirá somente na saída do estabelecimento da GGML, será o preço praticado pela Sociedade na referida venda. Sendo assim, haverá redução da base de cálculo do imposto:

Base de cálculo do IPI atualmente: R$ 100,00 (vendas a distribuidores) ou R$ 130,00 (vendas a consumidores)

Base do IPI no cenário proposto: R$ 50,00

Além disso, o IPI não comporá a base de cálculo do ICMS, como ocorre atualmente nas vendas diretas ao consumidor.

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SUPORTE LEGAL As vendas da GGML deverão observar o valor mínimo tributável, previsto

no RIPI para operações entre firmas interdependentes. A GGML e a NewCo serão empresas interdependentes, em virtude das disposições do artigo 520 do RIPI. Pelo artigo mencionado, serão consideradas interdependentes duas firmas quando:

I - quando uma delas tiver participação na outra de quinze por cento ou mais do capital social, por si, seus sócios ou acionistas, bem assim por intermédio de parentes destes até o segundo grau e respectivos cônjuges, se a participação societária for de pessoa física;

II - quando, de ambas, uma mesma pessoa fizer parte, na qualidade de diretor, ou sócio com funções de gerência, ainda que exercidas sob outra denominação;

III - quando uma tiver vendido ou consignado à outra, no ano anterior, mais de vinte por cento no caso de distribuição com exclusividade em determinada área do território nacional, e mais de cinqüenta por cento, nos demais casos, do volume das vendas dos produtos tributados, de sua fabricação ou importação;

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Continuação – Art. 520 RIPI

(…)IV - quando uma delas, por qualquer forma ou título, for a única adquirente, de um ou de mais de um dos produtos industrializados ou importados pela outra, ainda quando a exclusividade se refira à padronagem, marca ou tipo do produto.

V - quando uma vender à outra, mediante contrato de participação ou ajuste semelhante, produto tributado que tenha fabricado ou importado.

Uma vez caracterizada a interdependência, deve ser observado o valor mínimo tributável, que, de acordo com o disposto no artigo 136 do RIPI, é o preço corrente do produto ou seu similar na praça do remetente;

Para efeito da apuração do preço corrente deve ser considerada a média ponderada dos preços de cada produto, vigorantes no mês anterior ao da saída do estabelecimento remetente (artigo 137 do RIPI).

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Conceito de “Praça Comercial”:

Neste contexto, para determinação da base de cálculo prevista na legislação é essencial analisar a extensão do termo “praça do remetente”.

De acordo com o Dicionário jurídico de Maria Helena Diniz, o conceito de praça no Direito Comercial é:

• área mercantil;• conjunto de estabelecimentos mercantis e bancários de uma cidade;• totalidade de comerciantes existentes numa localidade;• comércio da cidade;• mercado;• feira;• bolsa de mercadorias

Conclui-se, assim, que praça comercial significa a cidade onde se faz comércio.

SUPORTE LEGAL

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Podemos concluir que para determinação do valor tributável mínimo do IPI deverão ser considerados os preços praticados pelo remetente nas operações de vendas no atacado na cidade em que está estabelecido;

Considerando que a GGML não efetuará vendas para atacadistas estabelecidos no município onde estará estabelecida (NewCo estará localizada em outro Município), entendemos que não haverá preço no mercado atacadista da praça do remetente;

Neste caso, inexistindo preço no mercado atacadista da praça do remetente, o art. 137 do RIPI como valor mínimo tributável o “custo de fabricação, acrescido dos custos financeiros e dos de venda, administração e publicidade, bem assim do seu lucro normal e das demais parcelas que devam ser adicionadas ao preço da operação”;

No entanto, a legislação não definiu o que seria margem de lucro normal na referida operação;

O entendimento manifestado pela Receita Federal na Solução de Consulta 55/2001, repetido recentemente na Solução de Consulta 97/2008, é bastante subjetivo, ao mencionar que a margem de lucro normal varia conforme a atividade a que se dedique a empresa e o local onde se encontra estabelecida, devendo sua determinação atender aos critérios de razoabilidade e de proporcionalidade.

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Portanto, ao imputar alguma margem de lucro na operação, apurando e recolhendo regularmente o IPI da operação, pode-se concluir que a Sociedade estaria atendendo estritamente a legislação vigente no tocante a determinação da base de cálculo do imposto, na medida em que tal legislação, em nenhum momento, fixou qual seria a margem de lucro normal, razão pela qual entendemos que existem bons argumentos para afastar eventuais questionamentos.

SUPORTE LEGAL

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RISCOS DA OPERAÇÃO

Falta de propósito negocial;

Arbitramento, pelas autoridades fiscais, de margem diversa daquela empregada pelo contribuinte.

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FIM

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