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SECRETARIA DE INFRAESTRUTURA E MEIO AMBIENTE
CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE – CONSEMA
Comissão Temática de Biodiversidade e Áreas Protegidas
RELATÓRIO FINAL
PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO
AMBIENTAL SISTEMA CANTAREIRA
PLANO DE MANEJO DA ÁREA DE PROTEÇÃO
AMBIENTAL REPRESA DO BAIRRO DA USINA
11 de setembro de 2020
1. APRESENTAÇÃO
O presente Relatório sintetiza as informações e as discussões ocorridas no âmbito da
CTBio/CONSEMA referente aos Planos de Manejo da Área de Proteção Ambiental Sistema
Cantareira, criada em 1988 pela Lei Estadual 10.111 de 04 de dezembro de 1998 e da Área de
Proteção Ambiental Represa do Bairro da Usina criada em 1986, pela Lei Estadual 5.280 de 04 de
setembro de 1986 e atualizada pela Lei nº 15.061 de 05 de julho de 2013.
Com 254.027,50 ha, a APA Sistema Cantareira (Figura 1) compreende os municípios de
Atibaia, Bragança Paulista, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista, Piracaia e Vargem Paulista.
Inserida nas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos – UGRHI 5 (Piracicaba, Capivari e
Jundiaí) e UGRHI 6 (Alto Tietê), a APA inclui os cinco reservatórios de água (Jaguari, Jacareí,
Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro) que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo e parte da
Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, compondo o Sistema Cantareira de abastecimento de
água.
Figura 1: APA Sistema Cantareira. Fonte: FF (2020)
De relevante importância, esta APA tem como principais objetivos: a) assegurar a
sustentabilidade dos recursos hídricos, representados pelas sub-bacias do Juqueri, Jaguari e Atibaia,
com especial foco no abastecimento público de água fornecido pelos reservatórios da Unidade; b)
colaborar com diretrizes e incentivo a boas práticas, nos planos de desenvolvimento e crescimento
de suas cidades e, c) conservar a diversidade biológica entre a Serra da Cantareira e a Serra da
Mantiqueira. É importante ressaltar que sua delimitação se sobrepõe às outras Unidades de
Conservação: APA Piracicaba/Juqueri Mirim – área II (Lei Estadual nº 7.438 de 1991), APA Represa
Bairro da Usina, parte dos Parques Estaduais Itapetinga, Itaberaba e Cantareira e, Monumento
Natural Estadual Pedra Grande e mais sete Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN).
Inserida no perímetro da APA Sistema Cantareira, a APA Represa do Bairro da Usina (Figura
2), com aproximadamente 997 ha, está localizada no município de Atibaia, UGRHI 5 - PCJ (Piracicaba,
Capivari e Jundiaí) e corresponde à barragem do rio Atibaia, responsável pela regularização de sua
vazão, controle de enchentes e geração de energia.
Proteger o entorno da Represa do Bairro da Usina, assim como conservar os remanescentes
de Mata Atlântica e os recursos hídricos que a abastecem são os principais objetivos desta APA.
Figura 2: APA Represa do Bairro da Usina, com destaque para a sobreposição com a APA Sistema Cantareira.
Fonte: FF (2020)
2. FICHA TÉCNICA
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL SISTEMA CANTAREIRA
Gestor: José Fernando Calistron Valle Endereço: Av. Brasil, 2340 – Edifício CATI, n°1/Bloco A, Face Norte, Jardim Chapadão – CEP 13070-178, Campinas/SP E-mail: [email protected]
Legislação Específica de Proteção Lei Estadual 10.111/98, que declara APA o
Sistema Cantareira.
Área da UC: 254.027,50 ha
Municípios Abrangidos Atibaia, Bragança Paulista, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista,
Piracaia, Vargem.
Criação do Conselho Consultivo Resolução SMA nº 175 de 18 de dezembro de 2018.
Objetivo
Proteger os recursos hídricos da região, especialmente os reservatórios que compõe o Sistema Cantareira: Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro.
Atributos
Recursos hídricos, remanescentes de Mata Atlântica e fauna associada que compõe as sub-bacias do Jaguari-Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro.
Infraestrutura
Edificações Não
Meio de transporte 1 automóvel Recursos humanos 1 Gestor de Unidade de Conservação (funcionário Fundação Florestal)
Unidades de Conservação Sobrepostas Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juqueri Mirim – Área II Área de Proteção Ambiental Represa Bairro da Usina Parque Estadual Itapetinga Parque Estadual Itaberaba Parque Estadual Cantareira Monumento Natural Estadual Pedra Grande
Quadro 1: Ficha técnica da APA Sistema Cantareira.
ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL REPRESA DO BAIRRO DA USINA
Gestor: José Fernando Calistron Valle Endereço: Av. Brasil, 2340 – Edifício CATI, n°1/Bloco A, Face Norte, Jardim Chapadão – CEP 13070-178, Campinas/SP E-mail: [email protected]
Legislação Específica de Proteção Lei Estadual nº 5.280/1986, que
declara APA o Sistema Cantareira e atualizada pela Lei nº 15.061 de 05/2013.
Área da UC: 997,36 ha
Município Abrangido Atibaia
Criação do Conselho Consultivo Resolução SMA nº 175 de 18 de dezembro de 2018.
Objetivo
Conservar os remanescentes de Mata Atlântica e os recursos hídricos que abastecem a Represa do Bairro da Usina
Atributos
Remanescentes de Mata Atlântica e Recursos Hídricos
Infraestrutura
Edificações Não
Meio de transporte 1 automóvel Recursos humanos 1 Gestor de Unidade de Conservação (funcionário Fundação Florestal)
Unidades de Conservação Sobrepostas Área de Proteção Ambiental Piracicaba Juqueri Mirim – Área II Área de Proteção Ambiental Sistema Cantareira
Quadro 2: Ficha Técnica da APA Represa do Bairro da Usina
A Área de Proteção Ambiental (APA) é uma categoria de Unidade de Conservação de Uso
Sustentável, assim disciplinada pela Lei Federal que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC, Lei Federal nº 9.985/2000), tendo como principal objetivo “compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus recursos naturais” (SNUC, Art.
7º).
Conforme o SNUC, as Áreas de Proteção Ambiental (APAs) não dispõem de Zonas de
Amortecimento, devendo circunscrever seus estudos e propostas de zoneamento e ações ao
território interno ao seu perímetro.
3. HISTÓRICO DE ELABORAÇÃO DO PLANO DE MANEJO
Os Planos de Manejo das APAs Sistema Cantareira e Represa do Bairro da Usina tiveram início
em 2012, a partir da contratação de empresa pela Fundação Florestal, que produziu estudos de
caracterização da área a partir de 2013. O trabalho, finalizado em meados de 2015, não chegou a ser
submetido ao CONSEMA e o seu processo de elaboração está devidamente registrado no Processo
FF 553/2010.
Com a instituição do Comitê de Integração dos Planos de Manejo (Resolução SMA nº 95/2016,
alterado pela Resolução SMA nº 93/2017), foi retomado o processo de elaboração dos Planos de
Manejo, sem a necessidade de contratação de consultoria externa. O Comitê de Integração,
composto por funcionários de todos os órgãos da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente,
compõem uma equipe multidisciplinar, que desenvolveu roteiro metodológico para orientar a
elaboração dos Planos de Manejo de Unidades de Conservação. Como os Planos de Manejo da APA
Sistema Cantareira e Represa do Bairro da Usina já estavam bastante avançados foi feita a
adaptação para conformá-los ao roteiro, incluindo a atualização da caracterização da APAs, de modo
a evitar retrabalho e perda dos materiais já produzidos.
Em 2019 os dados já produzidos foram analisados e, quando necessários, atualizados pelos
técnicos da Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, com a participação de 23 profissionais.
Entre os estudos que foram atualizados encontram-se Caracterização do Meio Antrópico;
Consolidação do Meio Biótico (Inventário IF 2017/2019 e Atualização da Lista de Fauna) e
Atualização do item Mineração. Entre os novos estudos para adequar o Plano às diretrizes do roteiro
metodológico destacam-se: no meio físico “Perigo, Risco e Vulnerabilidade”; no meio antrópico
"Vetores de Pressão"; "Áreas Contaminadas" e "Levantamento de AIAs – Autos de Infração
Ambiental".
O processo de consulta pública seguiu os ritos determinados pelo roteiro, e, sempre que
possível, atendeu as demandas do território como a participação de reuniões de Conselhos
Municipais de Defesa de Meio Ambiente - COMDEMAs, a convite dos mesmos, para explicar todo o
processo de retomada da elaboração deste plano de manejo.
Assim, o processo de finalização dos Planos de Manejo da APA Sistema Cantareira e Represa do
Bairro da Usina teve início em junho de 2019 com a Reunião de Retomada do Plano junto ao
Conselho Gestor das APAs e encerrou em fevereiro de 2020, com a manifestação do Conselho
Gestor favorável à sua aprovação, contando com a participação de diversos profissionais da
Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, além de técnicos, gestores, pesquisadores, poder
público (Estadual e Municipal) e sociedade civil durante a etapa de consulta pública.
Os Planos de Manejo foram encaminhados ao CONSEMA, sendo pauta na 95ª Reunião da
Comissão de Biodiversidade, Florestas e Áreas Protegidas (CTBio) do CONSEMA em 04/09/2020,
ocasião em que a Coordenadoria de Planejamento Ambiental (CPLA) foi designada como relatora
dos Planos. A linha do tempo (Figura 3) ilustra o histórico.
Os processos FF 390/2019 (NIS 2140078) e FF 391/2019 (NIS 2140081) contêm respectivamente,
o encaminhamento ao CONSEMA, dos Planos de Manejo da APA Sistema Cantareira e da APA da
Represa do Bairro da Usina, sua tramitação interna e no Comitê de Integração dos Planos de Manejo
(incluindo as convocatórias e as atas das reuniões), além do presente relatório, com registro dos
principais pontos discutidos pela CTBio.
Figura 3: Linha do Tempo do processo de elaboração do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
4. RELATO DOS TRABALHOS DA CTBio
Em 31/08/2020 a Secretaria Executiva do CONSEMA encaminhou e-mail aos membros da
Comissão com link para acesso aos documentos referentes aos Planos de Manejo da APA Sistema
Cantareira e da APA Bairro da Usina, incluindo as minutas dos decretos.
Na 95ª Reunião da CTBio, realizada de forma virtual em 04/09/2020, a Fundação Florestal (FF)
fez a apresentação de ambos os Planos de Manejo, destacando todo o processo de elaboração dos
mesmos, suas características e as propostas de zoneamento e regramentos. A Comissão também
analisou as minutas de Decreto Estadual do Zoneamento das duas APAs, as quais contém, a seguinte
estrutura: (i) aprovação do Plano; (ii) objetivos da Unidade; (iii) caracterizações, normas e diretrizes
para as zonas; (iv) características, normas e recomendações para as áreas; (v) descrição dos
Programas de Gestão; e (vi) mapa do zoneamento. Na reunião, além da apresentação feita pela
Fundação Florestal, os membros puderam discutir sobre o conteúdo dos Planos e sobre as propostas
de regras gerais e para as zonas, propondo melhorias de redação ao texto da minuta do Decreto,
que foi encaminhada a todos os Conselheiros com as atualizações no mesmo dia da reunião
(04/09/2020).
Em 09/09/2020 foi disponibilizada aos membros da Comissão, em formato digital, a versão
preliminar do Relatório da CTBio.
Na 96ª reunião da CTBio, realizada de forma virtual em 11/09/2020, a Fundação Florestal
esclareceu que as alterações feitas na minuta de descreto são resultados de aprimoramento (de
redação e de forma), propostas pelo Comitê de Integração dos Planos de Manejo e pela Assessoria
Jurídica do Governo (AJG). Assim, ao comparar essa minuta com outras já analisadas pela CTBio (ex.
Decreto do Plano de Manejo da APA do Rio Batalha), notam-se diferenças estruturais fruto desses
aprimoramentos, porém, que não alteram o mérito da normativa.
Os membros da comissão discutiram sobre o conteúdo do Relatório elaborado pela CPLA
também das minutas de Decreto, as quais, após esclarecimentos de questionamentos feitos pelos
membros da CTBio foram ajustadas após consenso durante a reunião. Os textos das minutas de
Decreto seguem em anexo a este Relatório (anexo I – APA Sistema Cantareira e anexo II – APA Bairro
da Usina), já incorporando as alterações consensuadas durante a reunião.
4.1 PRINCIPAIS PONTOS DISCUTIDOS PELA CTBIO
Dentre os principais pontos discutidos pela CTBio, incluem-se três ressalvas feitas pelo
Conselho Gestor das UCs, durante a reunião das devolutivas, que se aplicam ao Plano de Manejo da
APA Sistema Cantareira: (i) compensação financeira pelo uso da água, (ii) turismo sustentável na
APA e (iii) faixa de conservação ao longo dos reservatórios. A listagem abaixo resume as discussões
da CTBio (inclusive para essas três ressalvas do Conselho Gestor) e destaca os pontos onde houve
dissensos entre os membros da comissão.
COMPENSAÇÃO FINANCEIRA PELO USO DA ÁGUA - Solicitação do Conselho Gestor para inclusão no
Programa de Gestão "interação socioambiental" da previsão de criação de uma câmara técnica para
tratar da regulamentação do Artigo 32 do Decreto no 60.302/2014 - SIGAP, que trata da
compensação financeira pelo uso da água em Unidade de Conservação. Houve o entendimento de
que o Conselho é um órgão consultivo e só pode trazer contribuições para um debate que é mais
amplo e não disciplinar o tema. Ressaltou que o Sistema Ambiental aperfeiçoou o entendimento no
sentido de o Conselho não atuar como órgão regulamentador. Desse modo, houve concordância que
essa ressalva não deve ser tratada no Plano de Manejo.
TURISMO SUSTENTÁVEL - Solicitação do Conselho Gestor para inclusão no Programa de Gestão
"desenvolvimento sustentável" de ação para desenvolver estratégia para turismo sustentável para a
APA Sistema Cantareira. O Comitê de Integração dos Planos de Manejo concordou com a proposta, e
a Fundação Florestal incluiu 3 novas ações no Programa “Desenvolvimento Sustentável”:
“DIRETRIZ 3: Construção de ações para fortalecimento do turismo sustentável na UC;
Mapear proprietários, instituições privadas, interessadas em abrir os atrativos à visitação
pública;
Articular parcerias para desenvolvimento de projetos com vistas à visitação pública;
Colaborar com a sociedade civil e demais envolvidos na articulação para implentação da
Trilha TransMantiqueira.”
FAIXA DE CONSERVAÇÃO NO ENTORNO DOS RESERVATÓRIOS - Solicitação do Conselho Gestor para
inclusão de uma faixa de conservação no entorno dos reservatórios de, no mínimo, 50m. A partir
dessa ressalva, o governo, coordenado pela Subsecretaria de Infraestrutura, elaborou uma proposta
que contou com a colaboração de diversos entes (Sabesp, FF, Cetesb e Graprohab), buscando um
texto que fosse coerente com a realidade e com toda a experiência já acumulada e que não
configurasse desapropriação indireta. Tal faixa representa apenas 2,11% de toda a APA e metade da
área já pertence à Sabesp. Assim, para a APA Sistema Cantareira, foram incluídos os incisos XXII e
XXIII no Artigo 8º, que tratam de uma faixa maior de restrição ao longo de 100 m a partir da cota
Máxima Maximorum dos reservatórios. Registra-se o dissenso da FIESP, FAESP em relação à
inclusão deste item. De forma complementar, a SAA sugeriu implantar um Programa, similar ao
“Conexão Mata Atlântica” no vale do Paraíba, de transição das atividades atuais para outras menos
impactantes.
NORMAS GERAIS - Algumas regras que se aplicavam somente à Zona de Proteção dos Atributos –
ZPA, no Artigo 8º, foram transferidas para as normas gerais. Incluiu-se no Artigo 5º os incisos VIII -
Organismos Geneticamente Modificados; o inciso IX - uso do fogo para controle fitossanitário,
restauração e combate à incêndios; e o inciso X - atividades agrossilvipastoris não liceinciáveis.
OBJETIVOS DA UC – Inclusão de texto ressaltando: (i) a compatibilização entre atividades e
conômicas, desenvolvimento sustentável e abastecimento público de água de qualidade,
compatibilizndo com os textos do SIGAP e SNUC; e (ii) menção à qualidade da água para
abastecimento. Assim, os incisos I e II do Artigo 2º foram ajustados.
COMPENSAÇÃO POR SUPRESSÃO DE VEGETAÇÃO NATIVA – Após esclarecimentos sobre a aplicação
no licenciamento e sobre a importância do fator de 9 vezes para a neutralização do carbono, o texto
do Inciso V do Artigo 7º foi mantido, porém, registrando a preocupação da Fiesp quanto a
viabilidade de sua aplicação.
COMPENSAÇÃO DE RESERVA LEGAL – Houve consenso em incluir o termo ‘prioritariamente’ na
exigência da compensação de reserva legal dentro da UC. Assim, ajustou-se o texto do inciso VII do
Artigo 7º.
ATIVIDADES E EMPREENDIMENTOS MINERÁRIOS - A CETESB, em trabalho em conjunto com a
Coordenadoria de Petróleo, Gás e Mineração da Subsecretaria de Infraestrutura, propôs a redação
das normas referentes à mineração na minuta de Decreto, posteriormente ajustada pelos membros
da CTBio e consolidada no inciso VIII do Artigo 8º.
MANIFESTAÇÃO DO ÓRGÃO GESTOR NO ÂMBITO DOS EMPREENDIMENTOS DE TERRAPLANAGEM
E DRAGAGEM – No Artigo 8º, inciso XII, foi retirada do texto a exigência da autorização do órgão
gestor no licenciamento desses empreendimentos, com a substituição por “no âmbito do
licenciamento ambiental”. Houve divergência do Ministério Público em relação à exclusão da
necessidade de oitiva do órgão gestor.
AQUICULTURA EM TANQUES NOS RESERVATÓRIOS - houve dissenso da FIESP e FAESP em relação à
proibição da atividade de aquicultura na ZPA-Zona de Proteção dos Atributos. A SAA embora
discorde da norma, entende que seja possível mantê-la desde que tal restrição seja encarada como
uma excepcionalidade para o caso do Sistema Cantareira. O texto se manteve sem alteração (Artigo
8º, inciso XXI).
ÁREA DE INTERESSE PARA RECUPERAÇÃO – Inclusão da priorização de APP de corpos d’água na
implantação dos projetos de restauração ecológica, no inciso II do Artigo 11. A FIESP discordou do
destaque para as APPs hídricas e a FIESP e a SAA discordaram da utilização do termo ‘restauração
ecológica’ por existirem outros termos mais abrangentes.
MANEJO DE RECURSOS NATURAIS – Inclusão da priorização de APPs nas ações de recuperação e
manejo no inciso I do Artigo 13. A FIESP discordou da proposta.
PULVERIZAÇÃO POR AGROTÓXICOS – Registra-se a posição do Ministério Público sobre o item ‘iii’,
alínea ‘c’ do inciso IV do Artigo 7º, que defende sua exclusão uma vez que o entendimento é de não
ser adequado permitir pulverização aérea de agrotóxicos próximo a reservatórios de abastecimento
público, lembrou que a legislação está sendo contestada, o que não foi acatado pelo CTBio e o texto
se manteve.
NORMAS GERAIS - Algumas regras que se aplicavam somente à Zona de Proteção dos Atributos –
ZPA, no Artigo 8º, foram transferidas para o Artigo 5º, que reúne as normas gerais. Incluiu-se nesse
artigo os incisos VIII - Organismos Geneticamente Modificados, o inciso IX - uso do fogo para
controle fitossanitário, restauração e combate a incêndios, e o inciso X - atividades agrossilvipastoris
não liceinciáveis.
APERFEIÇOAMENTO DA REDAÇÃO – Foram feitos pequenos ajustes de redação, em consenso, para
aperfeiçoamento das normas em relação aos seguintes temas: Erradicação e controle de espécies
exóticas (Artigo 7º, inciso III, alínea e; Artigo 7º, inciso IV, alínea b); eficiência no tratamento de
esgoto (Artigo 7º, inciso II, alínea d); controle da qualidade de água (Artigo 8º inciso V); utilização de
agrotóxicos (Artigo 7º, inciso IV, alínea c); consulta ao órgão gestor nos projetos de restauração
ecológica, ao invés de aprovação (inciso XIV do Artigo 8º), empreendimentos de utilidade pública
(Artigo 7º, inciso III; e Artigo 8º inciso VI, alínea a).
PAGAMENTO POR SERVIÇOS AMBIENTAIS – A CTBio sugeriu que fosse incluída uma ação específica
para PSA, em complementação às ações que já estão previstas no Programa de Desenvolvimento
Sustentável.
INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS - Foi discutida a necessidade de o Plano de Manejo
trazer mais informações sobre os recursos hídricos. Concordou-se em incluir como anexo do Plano, o
relatório da CETESB sobre a qualidade da água.
ZONA DE VIDA SILVESTRE DA APA BAIRRO DA USINA - Especificamente para a APA Bairro da Usina,
em relação à Zona de Vida Silvestre, a CTBio solicitou fosse indicada a recomendação de que é
necessária que a plenária do Consema discuta com mais detalhe os efeitos da ZVS, visto que não
houve tempo para a CTBio aprofundar o tema nessa reunião.
5. ESTRUTURA E METODOLOGIA DO PLANO DE MANEJO
Os Planos de Manejo seguiram as novas diretrizes estabelecidas pela Secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente, a partir do Roteiro Metodológico elaborado, atendendo a legislação
ambiental vigente, em especial a Resolução SMA nº 33/2013 e o Decreto Estadual nº 60.302/2014.
O Roteiro Metodológico foi publicado em 2018 e está disponível no site da Secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente – SIMA/SP por meio do link de acesso
<https://smastr16.blob.core.windows.net/home/2020/01/roteiro-metodologico-em-baixa.pdf>. O
mesmo deverá receber aprimoramentos decorrentes da prática acumulada com a elaboração de
novos planos. Sob a coordenação do Comitê de Integração dos Planos de Manejo, a metodologia
possibilitou um melhor aproveitamento do corpo técnico e elaboração do Plano de forma sinérgica
entre todo o Sistema Ambiental Paulista.
A CTBio já pôde registrar os resultados advindos da aplicação no novo Roteiro com relação à
celeridade no processo de elaboração e aprovação dos Planos. Este esforço parte de algumas
premissas: Planos elaborados de forma integrada na Secretaria, com conteúdo direcionado à gestão
e exposto de modo mais simples e assimilável aos demais envolvidos com a gestão e rotina da
Unidade.
A estrutura adotada está voltada à gestão e à compreensão facilitada pelos agentes públicos e
sociais. Com base nessa reorientação metodológica, o Plano contém as informações necessárias à
gestão da UC. Em seus anexos estão contidos o detalhamento na forma de mapas e tabelas. O Plano
de Manejo está estruturado em três partes: Diagnóstico Socioambiental, Zoneamento e Programas
de Gestão, contendo os seguintes capítulos:
INFORMAÇÕES GERAIS DA UC – metodologia, caracterização da integridade ambiental,
contatos institucionais, atos normativos, gestão e infraestrutura e alvos da conservação.
DIAGNÓSTICO DO MEIO FÍSICO – Hidrografia, geologia, geomorfologia, climatologia,
vulnerabilidade, risco, erosão, fragilidade, mineração e recursos hídricos subterrâneos e
superficiais.
DIAGNÓSTICO DO MEIO BIÓTICO – Vegetação e fauna.
DIAGNÓSTICO DO MEIO SOCIOECONÔMICO – História e patrimônio; dinâmicas econômica,
social e territorial; uso e ocupação do solo e ocorrências e infrações ambientais.
JURÍDICO INSTITUCIONAL – Políticas Públicas e Legislação Aplicada.
ANÁLISE INTEGRADA – resultados das oficinas de diagnóstico, conflitos de uso,
vulnerabilidade, riscos e ameaças à biodiversidade.
ZONEAMENTO – Descrição, normas, objetivos e diretrizes das zonas e áreas.
PROGRAMAS DE GESTÃO – Apresentação e Conteúdo dos programas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E ANEXOS
5.1. PROCESSO PARTICIPATIVO
A participação na elaboração dos Planos ocorreu nos níveis interno e externo em diferentes
momentos.
No âmbito interno, representado pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, o Comitê
de Integração e as equipes técnicas das instituições envolvidas reuniram-se diversas vezes, até
obtenção de consenso com relação à proposta a ser disponibilizada ao público e apresentada ao
Conselho Gestor durante as oficinas realizadas. Participaram da finalização dos Planos diversos
profissionais, entre gestores, gerentes, assessores e técnicos da Fundação Florestal, pesquisadores e
técnicos dos Institutos de Botânica, Geológico e Florestal, técnicos da CETESB, assessores e técnicos
das Coordenadorias e Gabinete da SIMA/SSMA.
No ambiente externo, o Conselho Gestor das duas UCs funciona de forma conjunta. Sua
instituição e a designação de seus representantes se deram pela Resolução SMA nº 175 de 12 de
dezembro de 2018.
A discussão com a sociedade ocorreu na forma de oficinas, tanto em reunião com o Conselho
Gestor ampliado, como também em quatro reuniões setoriais com COMDEMAs (municípios de
Bragança Paulista, Joanópolis e Piracaia, além de técnicos da Prefeitura Municipal de Atibaia) e via
portal eletrônico, instituído pela Fundação Florestal.
Foram realizadas quatro oficinas do Conselho Gestor das duas APAs (quadro 3): retomada do
Plano de Manejo, zoneamento e atualização do diagnóstico, programas de gestão e oficina
devolutiva, esta última, com o objetivo de expor os resultados e as justificativas sobre a aceitação,
ou não, das contribuições colhidas nas etapas presenciais e no ambiente de consulta pública virtual.
As oficinas foram abertas à sociedade e diversas instituições foram convidadas.
Oficinas Participativas – APA Sistema Cantareira e Represa Bairro da Usina
Tema Local Data Presenças
(obs. Alguns participantes estiveram presentes em mais de um encontro)
Retomada do Plano de Manejo
Campinas 07/06/2019 16
Zoneamento e atualização do
Diagnóstico Campinas 11/10/2019 28
Programas de Gestão
Bragança Paulista 08/11/2019 28
Devolutiva do Plano de Manejo
Joanópolis 07/02/2020 29
Quadro 3: Encontros presenciais do Processo Participativo do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira e
Represa do Bairro da Usina.
Durante todo o processo, a Fundação Florestal manteve uma plataforma aberta, em seu sitio eletrônico, com a proposta de cada etapa (diagnóstico, zoneamento, programas de gestão), de modo a permitir a consulta e manifestação por meio virtual. Várias manifestações foram recebidas e avaliadas – algumas foram incorporadas e outras não, sempre com justificativa técnica. A imagem (Figura 4) mostra o ambiente virtual de disponibilização e coleta de contribuições.
Figura 4: Ambiente virtual do processo de elaboração dos Planos de Manejo, para disponibilização de arquivos
e coleta de contribuições. Figura representada para a APA Sistema Cantareira.
Várias contribuições foram recebidas, tanto no portal eletrônico como durante as oficinas
presenciais. Todas foram avaliadas tecnicamente, com registro do encaminhamento: a incorporação
ou não, e encaminhamento para os Programas de Gestão (no Quadro 4 e 5).
APA SISTEMA CANTAREIRA
Tema Total de
contribuições Indeferido Deferido
Encaminhado
para Programas
Parcialmente
Deferido
Zoneamento 53 21 17 4 11
Programas de
Gestão 57 5 36 - 16
Total 110 26 53 4 27
Quadro 4: Contribuições deferidas e indeferidas para a APA Sistema Cantareira
APA REPRESA DO BAIRRO DA USINA
Tema Total de
contribuições Indeferido Deferido
Encaminhado
para Programas
Parcialmente
Deferido
Zoneamento 15 6 8 - 1
Programas de
Gestão 56 6 36 - 14
Total 71 12 44 - 15
Quadro 5: Contribuições deferidas e indeferidas para a APA Represa do Bairro da Usina
Principais temas que discutidos no processo participativo referente a APA Sistema Cantareira e APA
Represa do Bairro da Usina:
Solicitação de extensão da cota de conservação ambiental em torno dos reservatórios
do Sistema Cantareira a partir da cota máxima-maximorum;
Turismo sustentável na região da APA;
Criação de Câmara Técnica para elaborar proposta para regulamentar Artigo 32 do
SIGAP e 47 do SNUC;
Planejamento de ações de fiscalização e monitoramento;
Pagamento por Serviços Ambientais na APA;
Incentivo de práticas de manejo sustentável do solo e da atividade agrícola;
Combate de incêndios e queimadas;
Estratégias e ações de restauração florestal;
Uso de agrotóxicos na área da APA.
A manifestação favorável do Conselho Gestor referente às propostas de Planos de Manejo,
cumprindo a exigência do artigo 27 da Lei 9.985/2000, que institui o Sistema Nacional de Unidades
de Conservação e do artigo 17 do Decreto Estadual 60.302/2014, foi realizada em sua 5ª reunião
ordinária, em 07/02/2020.
4.2. ANÁLISE INTEGRADA
A Análise Integrada precedeu a definição do zoneamento e dos programas de gestão. Sob a
ótica do desenvolvimento susentável, de acordo com os objetivos da UC e com o apoio de
ferramntas de Sistema de Informação Geográfica, fez-se a análise integrada dos aspectos físicos,
bióticos e antrópicos da UC, além de aspectos jurídico-institucionais, de forma a subsidiar a
elaboração dos mapas e redação dos instrumentos de gestão previstos no plano de manejo.
Para a APA Sistema Cantareira, é possível ressaltar alguns aspectos: (i) um grande contínuo
de área verde, onde se encontram as Ucs de Proteção Integral (PE Itapetinga, PE Itaberaba e MoNA
Pedra Grande; (ii) as áreas urbanizadas dos municípios, com destaque para Mairiporã, Atibaia,
Piracaia e Bragança Paulista; (iii) áreas importantes para a conectividade Mantiqueira-Cantareira,
que necessitam de ações de recuperação ambiental (localizadas ao norte dos municípios de Vargem
e Joanópolis.
Para a delimitação das Áreas, foram utilizados o Cadastro Rural e Inventário Florestal de
2020 (São Paulo, na época não publicado), bem como as contribuições recebidas nas oficinas e
canais de participação social. No caso da APA Represa do Bairro da Usina, para a delimitação das
áreas, principalmente para o mapeamento da Zona de Vida Silvestre (prevista na Lei Estadual nº
5.280, de 4 setembro de 1986), além dos dados mencionados, foram utilizados também os dados do
MapBiomas do Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil, o qual gera uma
série histórica de mapas anuais de cobertura e uso da terra do Brasil.
5. ZONEAMENTO
5.1. Concepção metodológica do zoneamento
A nomenclatura, descrição, diretrizes e objetivos das zonas foram definidos no âmbito dos
trabalhos do Comitê de Integração dos Planos de Manejo, para cada categoria de Unidade de
Conservação.
As regras gerais que compõem o Roteiro Metodológico e as regras específicas construídas no
processo de elaboração do Plano de cada UC podem ser verificadas no link
https://smastr16.blob.core.windows.net/home/2020/01/roteiro-metodologico-em-baixa.pdf. Nessa
concepção metodológica para o zoneamento são estabelecidas duas unidades de planejamento
distintas, Zonas e Áreas, que compõem a principal estrutura do Zoneamento.
As Zonas contêm objetivos, diretrizes e normas próprias e são permanentes, ou seja, só podem
ser alteradas quando da revisão dos do Plano de Manejo da UC e as Áreas visam a implantação de
programas e projetos prioritários e podem ter suas delimitações remarcadas em revisões parciais do
plano a fim de dar mais agilidade à gestão.
Todos os shapefiles referentes ao zoneamento das duas UCs serão incorporados ao portal
datageo, permitindo assim a visualização em diferentes escalas.
5.2. Zoneamento da APA Sistema Cantareira
Para o zoneamento preliminar da APA Sistema Cantareira foram considerados
principalmente dados dos reservatórios de abastecimento de água do Sistema Cantareira, assim
como suas áreas de entorno; a avaliação da proximidade entre fragmentos de cobertura vegetal
nativa; uso e ocupação do solo; perigo de escorregamento; vulnerabilidade; patrimônio histórico-
cultural (com destaque para aqueles de maior destaque regional) e a presença de territórios com
regramentos de usos e proteção já garantidos em outras legislações como planos diretores e a lei de
mananciais.
A proposta preliminar de zoneamento, desenvolvida com base na caracterização, foi
rediscutida nas oficinas participativas, sofrendo ajustes até obtenção de consenso.
Foram três as tipologias de zonas utilizadas para o zoneamento proposto para a APA do
Sistema Cantareira, a saber: Zona de Uso Sustentável (ZUS); Zona de Proteção dos Atributos (ZPA) e
a Zona sob Proteção Especial (ZPE), conforme é possível visualizar na Figura 5.
Figura 5. Zoneamento APA Sistema Cantareira
O Zoneamento da APA Sistema Cantareira está dividido em 03 (três) zonas e por 03 (três)
Áreas sobrepostas às zonas. O quadro 6 ilustra as zonas que incidem na APA.
ZONA DEFINIÇÃO OBJETIVO DIMENSÃO
(ha)
% DO TOTAL
DA UC
Zona de Uso
Sustentável -
ZUS
É aquela em que os atributos
naturais apresentam
maiores efeitos de
intervenção humana,
abrangendo porções
territoriais heterogêneas em
relação ao uso e ocupação
do solo
Compatibilizar os diferentes
usos existentes no território e
minimizar os impactos
negativos sobre os recursos
ambientais.
112.829 44,41
Zona de
Proteção dos
Atributos – ZPA
É aquela que concentra os
elementos sociais e/ou
ambientais relevantes para a
proteção dos atributos que
justificam a criação da UC
Proteger as áreas de alta
relevância socioambiental,
visando a conservação dos
atributos que justificam a
criação da APA, seja eles a
biodiversidade, os recursos
hídricos, a beleza cênica, o
patrimônio histórico-cultural.
128.800,01 50,70
Zona Sob
Proteção
Especial – ZPE
É aquela que corresponde às
Unidades de Conservação do
grupo de Proteção Integral e
às Terras Indígenas
homologadas
Reconhecer e fortalecer os
territórios protegidos que
visam preservar a natureza,
sendo admitido apenas o uso
indireto dos seus recursos
naturais e observando os
regramentos específicos.
12.398,39 4,80
TOTAL 254.027,50 100
Quadro 6. Zonas da APA Sistema Cantareira
A Zona de Uso Sustentável – ZUS apresenta relevo com predominante perigo a
escorregamento (moderado) e perigo de inundação (moderado a alto), concentrada nas planícies
fluviais do Rio Atibaia e Rio Jaguari. A ocupação e usos do solo são diversificados, com áreas
construídas, pastagens e culturas diversas, além de incluir em seu território parte dos núcleos
urbanos dos municípios de Bragança Paulista, Atibaia, Mairiporã e Piracaia.
A Zona de Proteção dos Atributos – ZPA reúne os atributos mais relevantes para a
conservação, incluindo os cinco reservatórios de água (Jaguari, Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva
Castro) que abastecem a Região Metropolitana de São Paulo; parte da Bacia dos Rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí; e os maiores fragmentos de vegetação nativa, com grande concentração de
nascentes, que além de estarem na APA, também se sobrepõem em parte com as zonas de
amortecimento do PE Itapetinga, MoNa Pedra Grande e PE Cantareira, incluindo o território
protegido pela APA Represa Bairro da Usina. Seu relevo possui inclinações altas a muito altas e
consequentemente possui perigo de escorregamento muito alto, concentrado na região serrana que
conecta a Serra da Cantareira com a Serra da Mantiqueira.
A Zona sob Proteção Especial – ZPE corresponde às Unidades de Conservação de Proteção
Integral existentes: ao Parque Estadual de Itapetinga, Parque Estadual de Itaberaba e Monumento
Natural Estadual da Pedra Grande, além das Unidades de Conservação municipais de Bragança
Paulista, a saber: Parque Natural Municipal Lago dos Padres, Parque Natural Municipal do Jardim
América, e Monumento Natural Pedra do Leite.
Uma vez garantida a visão regional, o zoneamento da APA indica também espaços focados à
ação local para os próximos anos, para que estes, em conjunto com as Zonas, possam contribuir
para que o território da APA possa alcançar seus objetivos. Estes espaços são as áreas, quem no caso
da APA Sistema Cantareira estão listadas no Quadro 5.
ÁREA DESCRIÇÃO OBJETIVO DIMENSÃO (ha) LOCALIZAÇÃO
NA APA
Área de
Interesse
para a
Conservação
- AIC
É aquela constituída por
fragmentos de ecossistemas
naturais de maior dimensão e
suas conexões via Áreas de
Proteção Permanente, relevantes
para a conservação ambiental,
incremento de corredores
ecológicos.
Conservar os ecossistemas
naturais mais relevantes e
manter os processos
ecológicos por meio do
estímulo ao incremento de
corredores ecológicos e
criação de outras áreas
protegidas.
11.412,36
(2 áreas)
Rio Atibaia
entorno da
Represa Jaguari
e Jacareí
Área de
Interesse
para a
Recuperação
- AIR
Caracterizada por ambientes
naturais alterados ou
degradados, que cumprem a
função de incrementar a
conectividade e considerada
prioritária para restauração
ecológica e para ações de
mitigação e redução dos
impactos negativos
Minimizar a degradação dos
recursos ambientais por meio
do estímulo à recuperação
ambiental.
21.676,60
(7 áreas)
Sub-Bacia
Onofre
Sub-Bacias
Amarais e
Cachoreira
Pedra do Carmo
Área de
Interesse
Histórico-
Cultural -
AIHC
Caracterizada por territórios com
presença de atributos históricos,
culturais (materiais e/ou
imateriais) ou cênicos relevantes
para o turismo e
desenvolvimento
socioeconômico local
Articular e fomentar ações de
desenvolvimento
sociocultural, reconhecendo
esses territórios como
referências da APA.
9 áreas
(Circunscrevem
os sítios
reconhecidos
pelo IPHAN)
Atibaia,
Bragança
Paulista,
Vargem e
Mairiporã
Quadro 7. Áreas da APA Sistema Cantareira
5.3. Zoneamento APA Represa do Bairro da Usina
Para o zoneamento preliminar da APA Represa do Bairro da Usina foram considerados
principalmente dados da Represa Bairro da Usina, assim como sua área de entorno; a avaliação da
proximidade entre fragmentos de cobertura vegetal nativa; uso e ocupação do solo; hidrografia e a
presença de territórios com regramentos de usos e proteção já garantidos em outras legislações
como plano diretor do município de Atibaia.
A proposta preliminar de zoneamento, desenvolvida com base no diagnóstico, foi
rediscutida nas oficinas participativas, sofrendo ajustes até obtenção de consenso.
Foram três as tipologias de zonas utilizadas para o zoneamento proposto para a APA do
Sistema Cantareira, a saber: Zona de Uso Sustentável (ZUS); Zona de Proteção dos Atributos (ZPA) e
a Zona de Vida Silvestre (ZVS), conforme é possível visualizar na Figura 6.
Figura 6. Zoneamento APA Represa do Bairro da Usina
O Zoneamento da APA Represa do Bairro da Usina está dividido em 03 (três) zonas e por 01
Área sobreposta às zonas. O quadro 8 ilustra as zonas que incidem na APA.
ZONA DEFINIÇÃO OBJETIVO ABRANGÊNCIA DIMENSÃ
O (ha)
% DO TOTAL DA
UC
Zona de Uso Sustentável - ZUS
É aquela em que os atributos naturais
apresentam maiores efeitos de intervenção humana, abrangendo
porções territoriais heterogêneas em relação ao uso e ocupação do solo
Compatibilizar os diferentes usos existentes no
território e minimizar os
impactos negativos sobre os recursos
ambientais.
Corresponde à maior porção de território. A
ocupação e usos do solo é predominantemente
residencial, além de áreas construídas para
empreendimentos e pastagem.
564,4 56,59
Zona de Proteção dos Atributos – ZPA
É aquela que concentra os elementos sociais e/ou
ambientais relevantes para a proteção dos atributos
que justificam a criação da UC
Proteger a Represa do Bairro da Usina e seus principais contribuintes de
forma a conservar os recursos
hídricos, a beleza cênica, o
patrimônio histórico-cultural.
Corresponde a área de represamento e planície
fluvial do Rio Atibaia
208,4 20,8
Zona de Vida Silvestre – ZVS
Corresponde todos os remanescentes da flora original existente nesta
área de proteção ambiental e as áreas definidas como de
preservação permanente, pelo Código Florestal,
conforme estabelecido pela Lei Estadual n°
5.280/1986, que cria a APA Represa do Bairro da
Usina.
Aplicam-se nesta Zona as normas estabelecidas na
Lei Estadual n°5.280, de 04 de
setembro de 1986.
Corresponde a todos os remanescentes da flora original existente nesta
área de proteção ambiental e as áreas definidas como
de preservação permanente, pelo Código
Florestal, conforme estabelecido pela Lei
Estadual n° 5.280 de 1986, que cria a Área de Proteção
Ambiental Represa do Bairro da Usina.
224,5 22,4
TOTAL
Quadro 8. Zonas da APA Represa do Bairro da Usina
Para delimitação de áreas prioritárias foram levados em conta principalmente os dados de
vegetação, uso do solo, e hidrografia, tendo como base as normas e regras gerais para as APAs, e
reuniões com a presença da CETESB, CPLA e Fundação Florestal para consenso na forma de abordar
na minuta de zoneamento, cada impacto causado pelos vetores de pressão presentes na APA
Represa do Bairro da Usina, considerando sempre que é legítimo o direito de propriedade tanto
quanto é importante proteger os atributos da unidade de conservação. O Quadro 9 ilustra a
descrição e os objetivos para a Área de Interesse para a Recuperação.
ÁREA DESCRIÇÃO OBJETIVO Incidências
Área de
Interesse para a
Recuperação -
AIR
Caracterizada por ambientes
naturais alterados ou degradados,
que cumprem a função de
incrementar a conectividade e
considerada prioritária para
restauração ecológica e para ações
de mitigação e redução dos
impactos negativos
Minimizar a degradação
dos recursos ambientais
por meio do estímulo à
recuperação ambiental.
ZPA, ZUS e ZVS; e em
sobreposição a outras áreas
Quadro 9. Área de Interesse para a Recuperação da APA Represa do Bairro da Usina
6. PROGRAMAS DE GESTÃO
Todos os Programas foram elaborados a partir da leitura do território, resultantes das etapas
de Diagnóstico e Zoneamento, ambos discutidos e trabalhados coletivamente, nas oficinas
participativas realizadas junto ao Conselho Gestor e diversos atores da região.
Para o delineamento das ações e estratégias definidas nos respectivos programas de gestão
foram considerados os problemas centrais das UCs características do território, as normas e
diretrizes estabelecidas no zoneamento (zonas e respectivas áreas).
O quadro 10 aponta os programas de gestão incidentes na APA Sistema Cantareira e APA
Represa do Bairro da Usina, bem como o número de ações e diretrizes de cada um:
Programa de Manejo e Recuperação
(Objetivo: Assegurar a conservação da diversidade biológica e as funções dos ecossistemas aquáticos ou terrestres, por meio de ações de
gestão e manejo dos recursos naturais)
APA Sistema Cantareira APA Represa do Bairro da Usina
Diretrizes: 2 Ações: 4 Diretrizes: 2 Ações: 4
Programa de Proteção e Fiscalização
(Objetivo: garantir a integridade física, biológica e cultural da Unidade)
APA Sistema Cantareira APA Represa do Bairro da Usina
Diretrizes: 2 Ações: 3 Diretrizes: 2 Ações: 3
Programa de Interação Socioambiental
(Objetivo:Estabelecer, por meio das relações entre diversos atores do território, os pactos sociais necessários para garantir o objetivo da
UC)
APA Sistema Cantareira APA Represa do Bairro da Usina
Diretrizes: 4 Ações: 12 Diretrizes: 4 Ações: 12
Programa de Pesquisa e Monitoramento
(Objetivo: Produzir e difundir conhecimentos que auxiliem a gestão da UC em suas diversas ações)
APA Sistema Cantareira APA Represa do Bairro da Usina
Diretrizes: 4 Ações: 13 Diretrizes: 4 Ações: 12
Programa de Desenvolvimento Sustentável
(Objetivo: Incentivar a adoção de alternativas sustentáveis de produção compatíveis com o atributo e com as demandas
socioeconômicas da população)
APA Sistema Cantareira APA Represa do Bairro da Usina
Diretrizes: 3 Ações: 8 Diretrizes: 3 Ações: 8
Quadro 10: Programas de Gestão para APA Sistema Cantareira e Represa Bairro da Usina
Os Programas de Gestão serão executados no prazo de até cinco anos e a fim de facilitar o
entendimento da sequência lógica estabelecida, foram estruturados em uma matriz lógica,
composta por: (i) Objetivo Geral e (ii) Objetivo Estratégico, (iii) Metas, (iv) Indicadores, (v)
Condicionantes, (vi) Diretrizes, (vii) Ações, (viii) Classificação das Atividades, (ixi) Responsabilidades e
Parcerias, e (x) Cronograma.
Além do acompanhamento anual feito pelo SIGAP, o Roteiro Metodológico dos Planos de
Manejo prevê o monitoramento, também anual, da implementação dos planos, prevendo a
possibilidade de que cada gestor possa acionar o Comitê de Integração no caso da necessidade de
eventuais ajustes decorrentes de problemas na implementação de tais planos. Esses procedimentos
foram estabelecidos na nova metodologia para evitar problemas identificados pelo Comitê com
relação à efetividade dos planos aprovados.
8. MINUTA DO DECRETO
A minuta de decreto foi discutida em detalhes na 96ª reunião da CTBio. A Fundação Florestal
esclareceu e justificou alguns regramentos e a CTBio recomendou alteração em alguns artigos, após
consenso. Assim, foram feitas alterações na minuta de Decreto, as quais já foram incorporadas na
minuta que segue em anexo a este relatório.
9. CONSIDERAÇÕES FINAIS
1. Os Planos de Manejo seguiram as novas diretrizes estabelecidas pela Secretaria de
Infraestrutura e Meio Ambiente, a partir do Roteiro Metodológico elaborado,
atendendo a legislação ambiental vigente, em especial a Resolução SMA nº 33/2013 e
o Decreto Estadual nº 60.302/2014;
2. O conteúdo dos Planos de Manejo é sintético, mas suficiente e qualificado para a
elaboração do zoneamento e dos programas, oferecendo um instrumento pragmático
à gestão de cada UC;
3. Os Planos de Manejo foram discutidos e elaborados pela Secretaria de Infraestrutura
e Meio Ambiente, com a participação dos atores locais. Os trabalhos foram iniciados
em 2012/2013, inicialmente com a contratação de consultoria externa e foram
concluídos com a manifestação do Conselho Gestor em fevereiro de 2020. Os ritos
exigidos pela legislação vigente foram cumpridos, em especial, em relação ao
conteúdo e participação social;
4. A participação da sociedade possibilitou o esclarecimento aos atores envolvidos e
permitiu o aprimoramento dos Planos de Manejo. A participação se deu por meio de
oficinas, em reuniões com o Conselho Gestor ampliado, em reuniões setoriais e por
meio de portal eletrônico;
5. A CTBio discutiu e propôs adequações às minutas de Decreto, já aplicadas nas versões
das minutas que seguem em anexo a este relatório;
6. Em relação à Zona de Vida Silvestre da APA Bairro da Usina, a CTBio solicitou que
fosse indicada a recomendação de que é necessária que a plenária do Consema
discuta com mais detalhe os efeitos da ZVS, visto que não houve tempo para a
CTBio aprofundar o tema nessa reunião;
7. Diante do exposto, a Comissão Temática de Biodiversidade e Áreas Protegidas
concluiu o relatório sobre os Planos de Manejo das APAs Sistema Cantareira e Bairro
da Usina, os quais serão encaminhados para a Plenária do CONSEMA, com a
recomendação pela sua aprovação com as seguintes ressalvas, já detalhadas no item
4.1 deste relatório, a saber: aprovação do órgão gestor (MP); aquicultura (Fiesp; Faesp
e SAA); faixa de 100m da cota Máxima Maximorum (Fiesp, Faesp e SAA); inclusão de
APP/termo de restauração florestal (Fiesp e SAA); inclusão de APP (Fiesp).
São Paulo, 11 de setembro de 2020
Relator: Gil Kuchembuck Scatena Coordenador de Planejamento Ambiental
Subsecretaria do Meio Ambiente
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
DECRETO Nº XX.XXX, DE XX DE XXXXXX DE 2020
Aprova o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental Sistema Cantareira, assim declarada pela Lei nº 10.111, de 04 de dezembro de 1998.
JOÃO DORIA, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais:
Decreta:
Artigo 1º - Fica aprovado o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental Sistema Cantareira - APA Sistema Cantareira, unidade de conservação de uso sustentável criada pela Lei nº 10.111 de 4 de Dezembro de 1998, com área de 254.027,50 ha (duzentos e cinquenta e quatro mil, vinte e sete e cinquenta hectares), inseridos nas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídrico - UGRHI 5 (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e UGRHI 6 (Alto Tietê), localizada nos Municípios de Atibaia, Bragança Paulista, Joanópolis, Mairiporã, Nazaré Paulista, Piracaia e Vargem, e gerida pela Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo- Fundação Florestal.
§ 1º - O texto completo do plano de manejo da APA Sistema Cantareira, constante do processo administrativo FF nº 390/2019, deve ser disponibilizado na sede da unidade de conservação e no sítio eletrônico da Fundação Florestal.
§ 2º - Os objetivos gerais e específicos da APA Sistema Cantareira, seu zoneamento e normas que regem uso e gestão da unidade de conservação estão previstos, resumidamente, no Anexo I que faz parte integrante deste decreto.
§ 3º - As áreas e zonas da APA Sistema Cantareira estão representadas graficamente no Anexo II que faz parte integrante deste decreto.
Artigo 2º - O plano de manejo aprovado poderá ser revisado por iniciativa da entidade gestora da unidade de conservação, observadas as normas legais e regulamentares aplicáveis.
Artigo 3º - O Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, mediante resolução, poderá editar normas complementares necessárias à execução deste decreto.
Artigo 4º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Palácio dos Bandeirantes, XX de xxxx de 20XX.
JOÃO DORIA Marcos Rodrigues Penido Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente Antonio Carlos Rizeque Malufe Secretário Executivo Rodrigo Garcia Secretário de Governo
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
ANEXO I
A que se refere o § 1º do artigo 1º do Decreto nº XX.XXX, de X de de 2020
Artigo 1º - O plano de manejo da Área de Proteção
Ambiental - APA Sistema Cantareira, cujo texto completo se encontra disponibilizado na sede
da unidade de conservação e no sítio eletrônico da Fundação para a Conservação e a
Produção Florestal do Estado de São Paulo - Fundação Florestal, atende aos objetivos da
unidade de conservação, bem como às diretrizes e normativas a seguir especificadas.
Artigo 2º - São objetivos da APA Sistema Cantareira:
I - Assegurar a sustentabilidade dos recursos hídricos,
representados pelas sub-bacias do Juqueri; Jaguari e Atibaia, com especial foco no
abastecimento público de água de qualidade fornecido pelos reservatórios da Unidade;
II - Compatibilizar o desenvolvimento dos municípios, as
atividades econômicas e a conservação e uso sustentável dos recursos naturais da APA;
III - Conservar a diversidade biológica entre a Serra da
Cantareira – Serra da Mantiqueira.
Artigo 3º - A delimitação das zonas da APA Sistema
Cantareira atende critérios técnicos, como relevo e hidrografia, unidades de conservação de
proteção integral, áreas urbanizadas e presença de patrimônio histórico-cultural.
Artigo 4º - O zoneamento da APA Sistema Cantareira,
delimitado cartograficamente em escala 1:50.000, conforme Anexo II deste decreto, é
composto por 3 zonas, na seguinte conformidade:
I – Zona de Uso Sustentável – ZUS: Abrange
aproximadamente 112.829 hectares da UC (44,41% da área total). O relevo apresenta
predominante perigo a escorregamento moderado e perigo de inundação (moderado a alto)
concentrada nas planícies fluviais do Rio Atibaia e Rio Jaguari. A ocupação e usos do solo são
diversificados, com áreas construídas, pastagem e culturas diversas além de incluir em seu
território parte dos núcleos urbanos dos municípios de Bragança Paulista, Atibaia, Mairiporã
e Piracaia.
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
II - Zona de Proteção dos Atributos – ZPA: Abrange
aproximadamente 128.800,01 hectares da UC (50,70% da área total) e corresponde aos seus
atributos mais relevantes para a conservação, incluindo os quatro reservatórios de água
(Jaguari-Jacareí, Cachoeira, Atibainha e Paiva Castro) que abastecem a Região Metropolitana
de São Paulo, parte da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, e os maiores fragmentos
de vegetação nativa, com grande concentração de nascentes, sendo também representada
em parte pelas zonas de amortecimento do PE Itapetinga, MoNa Pedra Grande e PE
Cantareira, incluindo o território protegido pela APA Represa Bairro da Usina. Seu relevo
possui inclinações altas a muito altas e consequentemente possui perigo de escorregamento
muito alto, concentrando a região serrana que conecta a Serra da Cantareira com a Serra da
Mantiqueira.
III - Zona Sob Proteção Especial – ZPE: Abrange
aproximadamente 12.398,39 hectares da UC (4,8% da área total) e corresponde ao Parque
Estadual de Itapetinga, Parque Estadual de Itaberaba e Monumento Natural Estadual da
Pedra Grande, e unidades de conservação municipais de Bragança Paulista, a saber Parque
Natural Municipal Lago dos Padres, Parque Natural Municipal do Jardim América,
Monumento Natural Pedra do Leite.
Parágrafo único - Os arquivos digitais correspondentes ao
zoneamento estão disponíveis na Infraestrutura de Dados Espaciais Ambientais do Estado de
São Paulo - Portal Datageo.
Artigo 5º - À exceção da Zona sob Proteção Especial,
aplicam-se às zonas a que se refere o artigo 4º as seguintes normas gerais:
I - As atividades desenvolvidas no interior da unidade de
conservação devem estar de acordo com o seu instrumento legal de criação.
II - Observar as normas estabelecidas pelos órgãos
competentes relacionadas a patrimônio arqueológico.
III - As diretrizes, normas e programas da unidade de
conservação devem ser considerados no processo de licenciamento ambiental, observado o
disposto nas Resoluções CONAMA n°428/2010 e SMA n°85/2012 e outras normativas
relacionadas.
IV - Não é permitido o lançamento de efluentes ou
quaisquer resíduos potencialmente poluentes diretamente sobre o solo, cursos ou espelhos
d´água sem tratamento adequado, de acordo com a legislação vigente devendo ser
priorizadas técnicas sustentáveis.
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
V - Poderão ser estimuladas ações voltadas à conservação
dos recursos naturais junto às propriedades particulares.
VI - A proteção, a fiscalização e o monitoramento devem
ocorrer em toda a unidade de conservação.
VII - São consideradas áreas prioritárias para restauração
ecológica as Áreas de Interesse para Recuperação, cuja função seja a de incrementar a
conectividade.
VIII - O cultivo ou a criação de Organismos Geneticamente
Modificados - OGMs ou seus derivados deve ocorrer mediante posse de cópia do extrato do
parecer técnico da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio, referente à
utilização comercial, atestando que não trará risco aos atributos da unidade de conservação,
conforme previsto no artigo 27 da Lei federal nº 11.460/2007.
IX - É permitido o emprego do fogo para o controle
fitossanitário e projetos de restauração, mediante autorização específica, e para prevenção e
combate à incêndios;
X - As atividades agrossilvipastoris não licenciáveis devem
observar a Resolução Conjunta SAA/SMA/SJDC nº 01/2011, ou outra que vier a substituí-la.
Artigo 6º - As porções territoriais destinadas à
implantação de programas e projetos prioritários de gestão de acordo com as características,
objetivos e regramentos das zonas sobre as quais incidem, são divididas em três áreas, cujas
caracterizações e normativas compõem o plano de manejo na seguinte conformidade:
I - Área de Interesse para Recuperação - AIR:
caracterizada por ambientes naturais alterados ou degradados, que cumprem a função de
incrementar a conectividade e considerada prioritária para restauração ecológica e para
ações de mitigação e redução dos impactos negativos;
II - Área de Interesse Histórico-Cultural – AIHC:
caracterizada por territórios com presença de atributos históricos, culturais (materiais e/ou
imateriais) ou cênicos relevantes para o turismo e desenvolvimento socioeconômico local;
III - Área de Interesse para Conservação - AIC: constituída
por fragmentos de ecossistemas naturais de maior dimensão e respectivas conexões via
Áreas de Preservação Permanente, relevantes para a conservação ambiental, incremento de
conectividade.
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
Artigo 7º - Aplicam-se à Zona de Uso Sustentável - ZUS as
seguintes normas específicas:
I - Os novos parcelamentos e loteamentos do solo devem
observar o disposto na legislação vigente e implementar medidas mitigadoras, minimamente,
para evitar os processos erosivos e assoreamento dos cursos d'água nas áreas de solo
exposto, e a poluição do solo e dos cursos d'água superficiais e subterrâneos, sendo que:
a) Deve ser prevista a construção de bacias
temporárias de contenção de águas pluviais;
b) Os espaços livres dos loteamentos devem ser
implementados considerando os fragmentos existentes, de modo a contribuir para a
consolidação dos corredores ecológicos;
c) Deve ser priorizada a utilização de espécies
nativas regionais no paisagismo das áreas destinadas para os sistemas de circulação e
espaços livres públicos;
d) Devem ser observadas as regras municipais e/ou
de concessionárias para instalação do sistema de abastecimento de água, e da captação,
tratamento e destinação adequada do esgoto sanitário.
II - Nas áreas urbanas dos municípios abrangidos pela
Área de Proteção Ambiental, devem ser estabelecidos programas ou medidas para melhoria
do sistema de coleta e tratamento dos efluentes sanitários, tais como:
a) Ampliação da cobertura da rede coletora de
esgoto;
b) Ampliação da ligação das instalações domiciliares
ao sistema de esgotamento sanitário;
c) Redução dos vazamentos nas redes coletoras de
esgoto;
d) Melhoria da eficácia e eficiência dos sistemas de
tratamento de esgoto e considerando redução da carga orgânica remanescente, nos limites
dos padrões de emissão e qualidades, estabelecidos na legislação vigente.
III - As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os
de utilidade pública e de interesse social, novos ou existentes, quando do pedido de emissão,
renovação e regularização da licença ambiental, devem, quando aplicável tecnicamente:
a) Apresentar programa de monitoramento de
fauna silvestre e medidas mitigadoras para os possíveis impactos, como, por exemplo: (i)
passagem de fauna silvestre; (ii) limitador de velocidade para veículos; (iii) sinalização da
fauna silvestre; (iv) atividades de educação ambiental;
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
b) Apresentar plano de ação de emergência de
acidentes com produtos perigosos;
c) Construir, em estradas com tráfego de produtos
perigosos, sistemas de drenagem e bacias de retenção nos trechos que cortam a ZUS para
contenção de vazamentos e de produtos perigosos decorrentes de acidentes rodoviários;
d) Apresentar programa de apoio à prevenção e
combate a incêndios;
e) Apresentar programa de monitoramento e
controle de espécies exóticas com potencial de invasão aos remanescentes de ecossistemas
naturais, conforme regulamentação a ser estabelecida pelo Sistema Ambiental Paulista - SAP.
IV - As atividades agrossilvipastoris, novas e existentes,
devem:
a) Adotar práticas de conservação, uso e manejo
adequadas do solo e água em atendimento ao disposto na legislação vigente, com vistas a
evitar: (i) desencadeamento de processos erosivos e a compactação do solo; (ii) aumento da
turbidez e interrupção do fluxo contínuo dos cursos d’água; (iii) contaminação dos corpos
hídricos; (iv) a diminuição da disponibilidade hídrica; (v)a perda das características físicas,
químicas ou biológicas do solo; (vi) impactos à biodiversidade; (vii) utilização de queimadas
como forma de limpeza de terrenos ou para renovação de pastagens; (viii) poluição e a
disposição inadequada dos resíduos gerados pelas atividades agrossilvipastoris;
b) Adotar medidas de controle e/ou erradicação de
espécies exóticas de plantas ou animais com potencial de invasão aos remanescentes de
ecossistemas naturais, conforme regulamentação a ser estabelecida pelo Sistema Ambiental
Paulista - SAP;
c) Evitar o uso de agrotóxicos que comprometam a
qualidade ambiental, considerando as alternativas de menor risco toxicológico e
periculosidade ambiental, observando a legislação vigente e buscando-se, minimamente: (i)
apresentar, sempre que solicitado, o receituário agronômico; (ii) adotar boas práticas no
descarte de embalagens vazias de agrotóxicos, observando-se as normas vigentes; (iii)
observar as normas vigentes quanto à aplicação do uso de agrotóxicos, em especial a
Instrução Normativa MAPA nº 02/2008, que trata da aviação agrícola, e a Instrução
Normativa Conjunta nº SDA/ MAPA/ IBAMA 01/2012, que dispõe sobre a aplicação dos
ingredientes ativos Imidacloprido, Clotianidina, Tiametoxam e Fipronil;
d) Adotar boas práticas no controle de pragas e
priorizar o manejo integrado de pragas e o controle biológico;
e) Adotar, sempre que possível práticas
agroecológicas para minimizar o uso de agrotóxicos;
f) Prevenir a poluição e promover o gerenciamento
ambiental adequado dos resíduos gerados nas atividades agrossilvipastoris;
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
g) Destinar adequadamente os resíduos agrícolas
ou pecuários provenientes de granjas, esterqueiros, chiqueiros e lavagens.
V - A compensação pela supressão de vegetação nativa
em estágio inicial, médio ou avançado de regeneração, ou pela intervenção em Áreas de
Preservação Permanente desprovidas de vegetação nativa deve:
a) Observar a normativa vigente, quando realizada
em áreas desta unidade de conservação;
b) Ser de área equivalente a, no mínimo, nove vezes
a área autorizada para supressão ou intervenção quando realizada em áreas fora desta
unidade de conservação;
c) Priorizar, sempre que possível a mesma sub-
bacia hidrográfica.
VI - A compensação pelo corte de árvores nativas isoladas
deve:
a) Observar a normativa vigente quando realizada
desta unidade de conservação;
b) Ser na proporção 35 para 1 quando realizada
fora da unidade de conservação;
c) Priorizar, sempre que possível a mesma sub-
bacia hidrográfica.
VII - A compensação de Reserva Legal, prevista nos incisos
II e IV do § 5°, artigo 66, da Lei nº. 12.651/2012, dos imóveis existentes no interior da Área de
Proteção Ambiental deve ser, prioritariamente, efetivada no interior da unidade de
conservação.
VIII - A supressão de vegetação nativa, o corte de árvores
isoladas e a intervenção em Áreas de Preservação Permanente, quando permitidas pela
legislação vigente, devem ser compensadas, prioritariamente, dentro da própria unidade de
conservação.
IX - Devem ser obedecidas as diretrizes, normas e
procedimentos para obtenção de outorga de uso da água e interferência nos recursos
hídricos, conforme disposto na legislação vigente.
X - Para as captações de água subterrânea destinada ao
abastecimento público devem ser observadas as normas e orientações contidas na Instrução
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
Técnica DPO nº 10/2017, ou norma que venha a substitui-la, no que se refere à instalação e
manutenção da proteção sanitária e implantação da Área de Proteção de Poços.
Artigo 8º - Aplicam-se à Zona de Proteção dos Atributos -
ZPA as normas previstas no artigo 7º deste Anexo, acrescidas das seguintes normas
específicas:
I - Não é permitido o cultivo ou criação de espécies
exóticas com potencial de invasão constantes nas normativas do Conselho Estadual do Meio
Ambiente – CONSEMA.
II - A pessoa física ou jurídica que cultivar ou criar espécies
exóticas envolvidas em processo de invasão biológica e não contempladas nas normativas do
CONSEMA deve adotar ações de controle para evitar seu estabelecimento no interior da
unidade de conservação, sendo que os órgãos ambientais competentes estabelecerão
procedimentos para manejo e controle das espécies.
III - Não é permitida a utilização de espécies exóticas com
potencial de invasão nas ações de restauração ecológica, conforme disposto na Resolução
SMA nº 32/2014.
IV - Não é permitida a criação de organismos aquáticos
exóticos sem a observância de medidas que visem impedir sua dispersão, acidental ou não.
V - Devem ser implementados programas de controle da
qualidade da água e, sempre que possível, atender normas vigentes que dispõe sobre o
reuso da água utilizada nos processos industriais.
VI - As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os
de utilidade pública e de interesse social, devem, no âmbito do licenciamento ambiental,
quando tecnicamente aplicável, compatibilizar-se com os objetivos estabelecidos nessa zona,
devendo ser previstas e implementadas medidas mitigadoras para os seguintes impactos:
a) Alteração das paisagens cênica e naturais e
pouco alteradas de notável beleza cênica;
b) Intensificação dos processos de dinâmica
superficial do solo;
c) Sobre a flora e a fauna:
1. Implementar medidas de proteção e
recuperação dos fragmentos de vegetação nativa remanescentes;
2. Implementar medidas de proteção da fauna,
incluindo a capacitação para funcionários e motoristas para minimizar riscos de
acidentes/atropelamentos e atividades de caça e pesca;
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
3. Implementar a recuperação das áreas de
preservação permanente e de reserva legal;
d) Assoreamento dos cursos d'água e alteração na
qualidade e quantidade da água superficial e subterrânea;
e) Emissões atmosféricas e ruídos e vibração,
considerando as normativas em vigor aplicáveis ao caso;
f) Indução de ocupação no entorno do
empreendimento;
g) Aumento do tráfego de veículos e abertura de
novos acessos.
VII - Quando da renovação da licença dos
empreendimentos minerários, o órgão licenciador deverá dar ciência ao órgão
gestor/entidade gestora quanto ao atendimento das condicionantes anteriores.
VIII - As atividades e empreendimentos minerários devem,
quando tecnicamente aplicável, compatibilizar-se com os objetivos estabelecidos nessa zona,
devendo ser previstas e implementadas medidas mitigadoras para impactos, tais como:
a) Para o desencadeamento de processos de
dinâmica superficial:
1. Implantação e manutenção de sistemas de
drenagem de águas pluviais, provisórios e permanentes, nas frentes de lavra, áreas já
mineradas (finalizadas), sistema viário interno, depósito de rejeito e estéril, e demais áreas
operacionais;
2. Decapeamento adequado da jazida, com
remoção do solo orgânico/estéril e disposição correta, visando seu aproveitamento posterior
e a recomposição das áreas do empreendimento;
3. Projetar adequadamente os taludes das cavas,
com o objetivo de evitar erosão e garantir a sua estabilidade;
4. Projetar adequadamente os depósitos de estéril,
em local apropriado e fora de áreas com fragmentos de vegetação nativa e as áreas de
preservação permanente;
5. Realização de estudos e apresentação de
projetos que permitam o aproveitamento do material estéril e do rejeito oriundos da
extração mineral e;
6. A dragagem em leito de rio deverá restringir-se
ao leito regular do rio, mantendo uma distância mínima de 5 (cinco) metros de ambos os
lados da margem;
b) Apresentação de estudos que permitam avaliar
as alterações visuais;
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
c) Priorização de projetos que minimizem a geração
de resíduos inertes;
d) Apresentação de plano de implantação e
manutenção de barreira visual, desde a fase inicial de implantação do empreendimento;
IX – Deve ser implementado Plano de Recuperação de
Áreas Degradadas de modo concomitante ao encerramento de cada módulo de lavra;
X - A implantação de obras que demandem atividades de
terraplanagem e abertura de canais devem observar as medidas previstas na legislação,
visando evitar e impedir o exercício de atividades causadoras de degradação da qualidade
ambiental que importem em sensível alteração das condições ecológicas locais, como as que
provocam acelerada erosão das terras ou acentuado assoreamento das coleções hídricas, ou,
ainda, aquelas que ameaçam extinguir as espécies raras da flora e da fauna local.
XI - Para novos parcelamentos e loteamentos deve ser
observado o disposto na legislação vigente e implementadas medidas mitigadoras para evitar
os impactos sobre a fauna e a disposição inadequada de resíduos da construção civil gerados,
sendo que:
a) Caso seja necessária a realização de
terraplanagem para implementação de novos loteamentos, deve ser prevista a remoção e
estocagem do solo superficial existente, com o recobrimento de acordo com projeto de
execução de terraplanagem das áreas a serem recuperadas com o solo orgânico original
estocado;
b) Os taludes e os lotes, até a sua ocupação
definitiva, devem ser recobertos por vegetação herbácea, de preferência nativa;
c) Nas áreas comuns e sistemas de circulação
devem ser utilizados materiais permeáveis;
d) Sempre que possível, a disposição dos lotes deve
ser em curva de nível;
e) Avaliar a possibilidade da implantação de
sistemas de microdrenagem, pavimentos permeáveis, reservatórios de retenção de águas,
cisternas, soluções para a infiltração e reutilização de águas pluviais e para o retardamento e
infiltração das mesmas;
f) Sistema de iluminação artificial adequado para
minimizar atração e ou desorientação da fauna;
g) A destinação adequada de resíduos sólidos, de
acordo com a legislação vigente;
h) Prever a instalação de hidrantes conforme
instruções técnicas vigentes do corpo de bombeiros.
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
XII. Os empreendimentos e atividades que demandem
terraplanagem, escavação e dragagem, no âmbito do licenciamento ambiental, devem ser
precedidos de estudos e projetos que prevejam a tomada de medidas e evitem a geração de
processos adversos impactantes, implementadas medidas mitigadoras para, minimamente,
os seguintes impactos:
a) Desencadeamento de processos erosivos;
b) Aumento da turbidez e interrupção do fluxo
contínuo dos cursos d’água;
c) Contaminação dos corpos hídricos;
d) Diminuição da disponibilidade hídrica;
e) Perda das características físicas, químicas ou
biológicas do solo;
f) Danos à biodiversidade.
XIII - Não são permitidos o corte e a supressão de
vegetação primária ou nos estágios avançado e médio de regeneração, excetuando-se os
casos de utilidade pública, nos termos da Lei federal nº 11.428/2006, e da Lei estadual nº
13.550/2009, quando comprovada a inexistência de alternativa locacional.
XIV - Todos os projetos de restauração ecológica,
incluindo os de recuperação e manutenção, deve ser consultado o órgão gestor/entidade
gestora, ressaltando que:
a) O projeto deve ser cadastrado no Sistema
Informatizado de Apoio à Restauração Ecológica – SARE;
b) A restauração deve observar o disposto na
Resolução SMA n° 32/2014 e outras normas específicas sobre o tema.
XV - As áreas de que trata o inciso XV são elegíveis para
receber apoio técnico-financeiro da compensação prevista no artigo 36 da Lei nº 9.985/2000,
com a finalidade de recuperação e manutenção, conforme o disposto no artigo 41, § 6°, da
Lei federal nº 12.651/2012.
XVI - As áreas particulares podem ser utilizadas como
áreas para compensação, conforme dispõe a Resolução SMA n° 7/2017, desde que seja
comprovada a dominialidade da área e que haja anuência do proprietário e que:
a) Não sejam objeto de obrigações judiciais ou
administrativas estabelecidas em licenças, Termos de Compromisso de Recuperação
Ambiental (TCRA) ou Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), firmados com órgãos do
Sistema Ambiental Paulista; e
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
b) Não sejam submetidas a ações de restauração
ecológica executadas com recursos públicos.
XVII - Eventos culturais, de ecoturismo e de esporte de
aventura deverão compatibilizar-se com os objetivos estabelecidos neste plano de manejo,
devendo ser observadas os objetivos da unidade de conservação.
XVIII - Não é permitida a realização de espetáculos
pirotécnicos sonoros com utilização de fogos de artifício e artefatos similares.
XIX - As intervenções e manutenção dos tanques
destinados a atividade de aquicultura devem implementar medidas mitigadoras para perdas
de matéria orgânica e nutrientes para o ambiente e assoreamento do corpo receptor e
quando pertinente:
a) Realização da aeração e circulação da água de
tanques e viveiros, sempre que houver necessidade técnica;
b) Tratar efluentes, sempre que houver
necessidade técnica, privilegiando sua utilização na atividade aquícola e/ou no próprio imóvel
rural;
c) Implantar programas de controle da qualidade
da água e de reuso da água utilizada;
d) Realizar monitoramento dos efluentes para PT,
DBO, NT, N.Amoniacal, Nitrato, Nitrito, Sólidos em suspensão, pH, condutividade e clorofila;
e) Regularização da atividade junto a CETESB/CDRS.
XX - Não é permitida a prática de pulverização aérea de
agrotóxicos;
XXI – Fica proibida a atividade de aquicultura em tanques
nos reservatórios de abastecimento público;
XXII – Na faixa de entorno de 100m a partir da cota
Máxima Maximorum de cada reservatório, aplicam-se as seguintes normas específicas:
a) A cobertura vegetal deve ser mantida em, pelo menos,
80% (oitenta por cento) da faixa, devendo ser adotadas medidas de recuperação e
manutenção, de modo a contribuir com sua recarga hídrica;
b) Os empreendimentos habitacionais não devem exceder
a taxa de densidade populacional de 8 habitantes por hectare;
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
c) Não será permitido, para fins de implantação de
empreendimentos habitacionais, o parcelamento do solo, em terrenos com declividade igual
ou superior a 30% (trinta por cento);
d) Não são permitidas atividades que gerem efluentes
líquidos sanitários e industriais, exceção feita aos empreendimentos habitacionais e
empreendimentos de atividades náuticas ao quais se referem os itens b e f;
e) As atividades permitidas nos termos da alínea 'd',
devem implantar, de forma particular e localizada, infraestrutura de captação de água e
tratamento dos esgotos, conforme estabelecido nas normas NBR-7.229/1982, 7.229/1993 e
13.969/97, ou outras que vierem a substituí-las;
f) Os empreendimentos de atividades náuticas devem: (i)
Implantar sistema de tratamento de efluentes; (ii) Manter cadastro atualizado das
embarcações e proprietários; (iii) Manter programa de controle das encostas nos
ancoradouros; (iv) Manter Alvará de funcionamento expedido pela Prefeitura; (v) Possuir
Autorização ou Licenças Ambientais, conforme estabelecido pela Resolução SMA 102/103 ou
norma que vier a substituí-la; (vi) Manter o cadastro atualizado, bem como Certificado de
Regularidade expedido pela Marinha do Brasil, de acordo com a NORMAN n.03, ou norma
que vier a substituí-la;
g) Não é permitido o uso de agrotóxicos e fertilizantes
para atividade agropecuária intensiva;
h) Não é permitida a disposição de resíduos sólidos sem
tratamento adequado, conforme disposto na legislação vigente;
i) A ampliação de empreendimentos ou atividades
regularmente existentes na data de publicação deste decreto, só será admitida mediante a
eliminação ou redução das desconformidades;
j) Não são permitidos novos empreendimentos de
mineração e a ampliação dos já existentes;
l) Para a implantação de novos empreendimentos ou
ampliação dos já existentes a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo -
SABESP deve ser ouvida.
XXIII - Os empreendimentos contíguos à faixa do entorno
dos 100 m a partir da cota Máxima Maximorum de que trata o inciso XXIV devem observar as
disposições das alíneas 'b', 'c' e 'l' do inciso XXIV.
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
§ 1º - As disposições das alíneas ‘a’ e ‘b’ do inciso XXV
deste artigo não se aplicam às edificações existentes e aprovadas até a edição deste Decreto.
§ 2º - A faixa de entorno de 100m a partir da cota Máxima
Maximorum, de que trata o inciso XXV deste artigo, está representada em mapas no Anexo II
deste Decreto, disponibilizados nos termos do parágrafo único do art. 4º.
Artigo 9º- Aplicam-se à Zona Sob Proteção Especial – ZPE
as normas legais e regulamentares pertinentes à natureza jurídica dos territórios protegidos,
em especial:
I - Aquelas previstas na Lei federal nº 9.985, de 18 de
julho de 2000, conforme a categoria de Unidade de Conservação sobreposta.
II - Aquelas previstas no diploma de criação da unidade de
conservação e no respectivo Plano de Manejo, quando aprovado.
III - Resoluções SMA 118; 120 e 121 de 2018, que
aprovam o Plano de Manejo do Monumento Natural da Pedra Grande, Parque Estadual de
Itaberaba e Parque Estadual de Itapetinga respectivamente, UCs de Proteção Integral
sobreposta à APA Sistema Cantareira.
IV - Deliberação CONSEMA 38 de 2019 que aprova o
Plano de Manejo do Parque Estadual da Cantareira.
Artigo 10º - Recomenda-se que na Área de Interesse para
a Conservação - AIC sejam adotadas ações voltadas a:
I - Incentivar a realização de pesquisas científicas;
II - Incentivar a criação e instituição de RPPNs, parques
naturais municipais, entre outros instrumentos;
III - Incentivar o ecoturismo, o turismo rural e as
atividades de lazer em contato com a natureza;
IV - Incentivar o desenvolvimento de programas de
conservação ambiental, de melhoria da gestão dos recursos ambientais e de práticas
sustentáveis de exploração dos recursos naturais;
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
Artigo 11 - Recomenda-se que na Área de Interesse para a
Recuperação - AIR sejam adotadas ações voltadas a:
I - Estimular a adequação ambiental das propriedades
rurais em conformidade à legislação específica;
II - Incentivar a implantação de projetos de restauração
ecológica, especialmente nas áreas de preservação permanente dos corpos d´água;
III - Fomentar projetos de apoio ao desenvolvimento de
boas práticas e manejo adequado, considerando as especificidades ambientais;
Artigo 12 - Recomenda-se que na Área de Interesse
Histórico-Cultural -AIHC sejam adotadas ações voltadas a:
I - Estimular entre os municípios que são abrangidos pela
UC, ações conjuntas voltadas a educação Patrimonial;
II – Fomentar parcerias entre os órgãos públicos
responsáveis pelas temáticas do turismo e geração de renda;
III - Estimular e apoiar a participação da comunidade no
processo proteção e conservação dos sítios arqueológicos.
Artigo 13 - Para implementação de ações de gestão e
manejo dos recursos naturais são estabelecidos os seguintes programas de gestão da APA
Sistema Cantareira:
I - Manejo e Recuperação: com o objetivo de assegurar a
conservação da diversidade biológica e as funções dos ecossistemas aquáticos ou terrestres,
por meio de ações de recuperação ambiental e manejo sustentável dos recursos naturais,
especialmente nas áreas de preservação permanente;
II - Desenvolvimento Sustentável: com o objetivo de
buscar alternativas sustentáveis mediante o incentivo e a difusão de ações compatíveis com
o atributo e com as demandas socioeconômicas da população;
III - Interação Socioambiental: com o objetivo de
estabelecer, por meio das relações entre os diversos atores do território, os pactos sociais
necessários para garantir os objetivos da unidade de conservação;
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
IV - Proteção e Fiscalização: com o objetivo de garantir a
integridade física, biológica e cultural da unidade de conservação;
V - Pesquisa e Monitoramento: com o objetivo de
produzir e difundir conhecimentos que auxiliem a gestão da unidade de conservação em
suas diversas ações.
§ 1º - As metas e indicadores de avaliação e
monitoramento dos programas de gestão estão estabelecidos no plano de manejo.
§ 2º - As ações necessárias para a implementação dos
programas de gestão a que se refere este artigo serão planejadas, executadas e monitoradas,
de forma integrada, pelas instituições que compõem o Sistema Ambiental Paulista.
ANEXO I do Relatório da CTBio Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Sistema Cantareira
ANEXO II - (a que se refere o § 2º do artigo 1º do Decreto nº xxxxxx, de x de xxxxx de 20xx)
ANEXO II do Relatório da CTBio
Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Bairro da Usina
DECRETO Nº xx.xxx, DE xx DE xxxxxx DE 2020
Aprova o plano de manejo da Área de Proteção Ambiental Represa do Bairro da Usina, criada pela Lei nº 5.280, de 04 de setembro de 1986.
JOÃO DORIA, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais
Decreta: Artigo 1º - Fica aprovado o plano de manejo da Área de
Proteção Ambiental Represa do Bairro da Usina, unidade de conservação de uso sustentável criada pela Lei nº 5.280, de 04 de setembro de 1986, com área de 997,36 ha (novecentos e noventa e sete mil, trinta e seus hectares), nas Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídrico - UGRHI 5 (Piracicaba, Capivari e Jundiaí) localizada no Município de Atibaia e gerida pela Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo-Fundação Florestal.
§ 1º - O texto completo do plano de manejo da APA Represa do Bairro da Usina, constante do processo administrativo FF nº 391/2019, deve ser disponibilizado na sede da unidade de conservação e no sítio eletrônico da Fundação Florestal.
§ 2º - Os objetivos gerais e específicos da APA Represa do
Bairro da Usina, seu zoneamento e normas que regem uso e gestão da unidade de conservação estão previstos, resumidamente, no Anexo I que faz parte integrante deste decreto.
§ 3º - As áreas e zonas da APA Represa do Bairro da Usina estão representadas graficamente no Anexo II que faz parte integrante deste decreto.
Artigo 2º - O plano de manejo aprovado poderá ser
revisado por iniciativa da entidade gestora da unidade de conservação, observadas as normas legais e regulamentares aplicáveis.
Artigo 3º - O Secretário de Infraestrutura e Meio
Ambiente, mediante resolução, poderá editar normas complementares necessárias à execução deste decreto.
Artigo 4º - Este decreto entra em vigor na data de sua
publicação.
Palácio dos Bandeirantes, xx de xxxxxx de 2020
JOÃO DORIA Marcos Rodrigues Penido Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente Antonio Carlos Rizeque Malufe Secretário Executivo, Respondendo pelo Expediente da Casa Civil Rodrigo Garcia Secretário de Governo
ANEXO II do Relatório da CTBio
Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Bairro da Usina
ANEXO I
A que se refere o § 1º do artigo 1º do Decreto nºxx.xxxx , de xx de outubro de 2020.
Artigo 1º - O plano de manejo da Área de Proteção Ambiental - APA Represa do Bairro da Usina, cujo texto completo encontra-se disponibilizado na sede da unidade de conservação e no sítio eletrônico da Fundação para a Conservação e a Produção Florestal do Estado de São Paulo - Fundação Florestal, atende aos objetivos da unidade de conservação, bem como às diretrizes e normativas a seguir especificadas.
Artigo 2º - São objetivos da APA Represa do Bairro da Usina:
I. Proteger a região que circunda a Represa do
Bairro da Usina, no Município de Atibaia; II. Proteger os recursos hídricos contribuintes à Represa de
Atibaia;
III. Preservar a paisagem cênica resultante da Represa.
Artigo 3º - A delimitação das zonas da APA Represa do Bairro da
Usina atende critérios técnicos, como vegetação, hidrografia e efeitos de ações antrópicas. Artigo 4º - O zoneamento da APA Represa do Bairro da Usina,
delimitado cartograficamente em escala 1:50:000 conforme Anexo II deste decreto, é composto por três zonas, na seguinte conformidade:
I. Zona de Uso Sustentável - ZUS: com aproximadamente
564,4 hectares da UC (56,59% da área total) correspondem à
maior porção de território. A ocupação e usos do solo é predominantemente residencial,
além de áreas construídas para empreendimentos e pastagem.
II. Zona de Proteção dos Atributos - ZPA: com
aproximadamente 208,4 hectares da UC (20,8 % da área total) corresponde a área de
represamento e planície fluvial do Rio Atibaia
III. Zona de Vida Silvestre - ZVS: com aproximadamente
224,5 hectares da UC (22,4% da área total) corresponde todos os remanescentes da flora
original existente nesta área de proteção ambiental e as áreas definidas como de preservação
permanente, pelo Código Florestal, conforme estabelecido pela Lei Estadual n° 5.280 de
1986, que cria a Área de Proteção Ambiental Represa do Bairro da Usina.
Parágrafo único - Os arquivos digitais correspondentes ao
zoneamento estão disponíveis na Infraestrutura de Dados Espaciais Ambientais do Estado de São Paulo - Portal Datageo.
ANEXO II do Relatório da CTBio
Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Bairro da Usina
Artigo 5º - À exceção da Zona de Vida Silvestre - ZVS, aplicam-se às zonas a que se refere o artigo 4º as seguintes normas e diretrizes gerais:
I. As atividades desenvolvidas no interior da unidade de
conservação devem estar de acordo com o seu instrumento legal de criação.
II. As áreas não foram detalhadas na tabela 1, pois são
flexíveis e poderão ser mapeadas durante a implantação do Plano de Manejo.
III. As diretrizes, normas e programas da unidade de
conservação deverão ser considerados no processo de licenciamento ambiental, observado o
disposto nas Resoluções CONAMA n°428/2010 e SMA n°85/2012 e outras normativas
relacionadas.
IV. Não é permitido o lançamento de efluentes ou quaisquer
resíduos potencialmente poluentes diretamente sobre o solo, cursos ou espelhos d´água sem
tratamento adequado, devendo ser priorizadas técnicas sustentáveis.
V. Poderão ser estimuladas ações voltadas à conservação
dos recursos naturais junto às propriedades particulares.
VI. A proteção, a fiscalização e o monitoramento devem
ocorrer em toda a unidade de conservação.
VII. São consideradas áreas prioritárias para restauração
ecológica as Áreas de Interesse para Recuperação, cuja função seja a de incrementar a
conectividade.
Artigo 6º - As porções territoriais destinadas à implantação de programas e projetos prioritários de gestão são identificadas como Área de Interesse para Recuperação – AIR, de acordo com as características, objetivos e regramentos das zonas sobre as quais incidem, por concentrarem pontos de degradação dos solos, principalmente erosões e ravinas, e pequenos fragmentos de ecossistemas naturais isolados.
Artigo 7º - Aplicam-se à Zona de Uso Sustentável - ZUS as
seguintes normas específicas:
I. Os novos parcelamentos e loteamentos do solo devem
observar o disposto na legislação vigente e implementar medidas mitigadoras, minimamente,
para evitar os processos erosivos e assoreamento dos cursos d'água nas áreas de solo
exposto, e a poluição do solo e dos cursos d'água superficiais e subterrâneos, sendo que:
e) Deve ser prevista a construção de bacias temporárias de
contenção de águas pluviais;
ANEXO II do Relatório da CTBio
Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Bairro da Usina
f) Os espaços livres dos loteamentos devem ser
implementados considerando os fragmentos existentes, de modo a contribuir para a
consolidação dos corredores ecológicos;
g) Deve ser priorizada a utilização de espécies nativas
regionais no paisagismo das áreas destinadas para os sistemas de circulação e espaços livres
públicos;
h) Devem ser observadas as regras municipais e/ou de
concessionárias para instalação do sistema de abastecimento de água, e da captação,
tratamento e destinação adequada do esgoto sanitário.
II. Nas áreas urbanas dos municípios abrangidos pela Área
de Proteção Ambiental, devem ser estabelecidos programas ou medidas para melhoria do
sistema de coleta e tratamento dos efluentes sanitários, tais como:
e) Ampliação da cobertura da rede coletora de esgoto;
f) Ampliação da ligação das instalações domiciliares ao
sistema de esgotamento sanitário;
g) Redução dos vazamentos nas redes coletoras de esgoto;
h) Melhoria da eficácia e eficiência dos sistemas de
tratamento de esgoto e considerando redução da carga orgânica remanescente, nos limites
dos padrões de emissão e qualidades, estabelecidos na legislação vigente.
III. As obras, atividades e empreendimentos, incluindo os de
utilidade pública e de interesse social, novos ou existentes, quando do pedido de emissão,
renovação e regularização da licença ambiental, devem, quando aplicável tecnicamente:
f) Apresentar programa de monitoramento de fauna
silvestre e medidas mitigadoras para os possíveis impactos, como, por exemplo: (i) passagem
de fauna silvestre; (ii) limitador de velocidade para veículos; (iii) sinalização da fauna silvestre;
(iv) atividades de educação ambiental;
g) Apresentar plano de ação de emergência de acidentes
com produtos perigosos;
h) Construir, em estradas com tráfego de produtos
perigosos, sistemas de drenagem e bacias de retenção nos trechos que cortam a ZUS para
contenção de vazamentos e de produtos perigosos decorrentes de acidentes rodoviários;
i) Apresentar programa de apoio à prevenção e combate a
incêndios;
j) Apresentar programa de monitoramento e controle de
espécies exóticas com potencial de invasão aos remanescentes de ecossistemas naturais,
conforme regulamentação a ser estabelecida pelo Sistema Ambiental Paulista - SAP.
IV. compensação pela supressão de vegetação nativa em
estágio inicial, médio ou avançado de regeneração, ou pela intervenção em Áreas de
Preservação Permanente desprovidas de vegetação nativa deve:
ANEXO II do Relatório da CTBio
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d) Observar a normativa vigente, quando realizada em
áreas desta unidade de conservação;
e) Ser de área equivalente a, no mínimo, nove vezes a área
autorizada para supressão ou intervenção quando realizada em áreas fora desta unidade de
conservação;
V. A compensação pelo corte de árvores nativas isoladas
deve:
a) Observar a normativa vigente quando realizada dentro
da unidade de conservação;
b) Ser na proporção 35 para 1 quando realizada fora da
unidade de conservação.
VI. A compensação de Reserva Legal dos imóveis existentes
no interior da unidade de conservação, de que tratam os incisos II e IV, § 5°, artigo 66, da Lei
n° 12.651/2012, deve, prioritariamente, ser aplicada no interior da unidade de conservação.
VII. A supressão de vegetação nativa, o corte de árvores
isoladas e a intervenção em Áreas de Preservação Permanente, quando permitidas pela
legislação vigente, devem ser compensadas, prioritariamente, dentro da própria unidade de
conservação.
VIII. Devem ser obedecidas as diretrizes, normas e
procedimentos para obtenção de outorga de uso da água e interferência nos recursos
hídricos, conforme disposto na legislação vigente.
IX. Para as captações de água subterrânea destinada ao
abastecimento público devem ser observadas as normas e orientações contidas na Instrução
Técnica DPO nº 10/2017, ou norma que venha a substituí-la, no que se refere à instalação e
manutenção da proteção sanitária e implantação da Área de Proteção de Poços.
Artigo 8º - Aplicam-se à Zona de Proteção dos Atributos - ZPA as
normas previstas no artigo 4º deste Anexo, acrescidas das seguintes normas específicas:
I. Não é permitida a criação de organismos aquáticos
exóticos sem a observância de medidas que visem impedir sua dispersão, acidental ou não;
II. Eventos culturais, de ecoturismo e de esporte de
aventura deverão compatibilizar-se com os objetivos estabelecidos neste plano de manejo,
devendo ser observadas os objetivos da unidade de conservação;
ANEXO II do Relatório da CTBio
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III. Os empreendimentos e atividades que demandem
terraplanagem, escavação e dragagem, no âmbito do licenciamento ambiental, devem ser
precedidos de estudos e projetos que prevejam a tomada de medidas e evitem a geração de
processos adversos impactantes, implementadas medidas mitigadoras para, minimamente, os
seguintes impactos:
g) Desencadeamento de processos erosivos;
h) Aumento da turbidez e interrupção do fluxo contínuo
dos cursos d’água;
i) Contaminação dos corpos hídricos;
j) Diminuição da disponibilidade hídrica;
k) Perda das características físicas, químicas ou biológicas
do solo;
l) Danos à biodiversidade.
Artigo 9º - Aplicam-se à Zona de Vida Silvestre - ZVS as normas estabelecidas na Lei Estadual n°5.280, de 04 de setembro de 1986.
Artigo 10º - Recomenda-se que na Área de Interesse para a
Recuperação - AIR sejam adotadas ações voltadas a: I. Estimular projetos de restauração ecológica;
II. Direcionar a aplicação de recursos públicos para
recuperação.
Artigo 11º - Para implementação de ações de gestão e manejo
dos recursos naturais são estabelecidos os seguintes programas de gestão da APA Sistema
Cantareira:
I - Manejo e Recuperação: com o objetivo de assegurar a
conservação da diversidade biológica e as funções dos ecossistemas aquáticos ou terrestres,
por meio de ações de recuperação ambiental e manejo sustentável dos recursos naturais,
especialmente nas áreas de preservação permanente;
II - Desenvolvimento Sustentável: com o objetivo de buscar
alternativas sustentáveis mediante o incentivo e a difusão de ações compatíveis com o
atributo e com as demandas socioeconômicas da população;
III - Interação Socioambiental: com o objetivo de estabelecer,
por meio das relações entre os diversos atores do território, os pactos sociais necessários
para garantir os objetivos da unidade de conservação;
IV - Proteção e Fiscalização: com o objetivo de garantir a
integridade física, biológica e cultural da unidade de conservação;
ANEXO II do Relatório da CTBio
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V - Pesquisa e Monitoramento: com o objetivo de produzir e
difundir conhecimentos que auxiliem a gestão da unidade de conservação em suas diversas
ações.
§ 1º - As metas e indicadores de avaliação e monitoramento dos
programas de gestão estão estabelecidos no plano de manejo.
§ 2º - As ações necessárias para a implementação dos
programas de gestão a que se refere este artigo serão planejadas, executadas e monitoradas,
de forma integrada, pelas instituições que compõem o Sistema Ambiental Paulista.
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ANEXO II do Relatório da CTBio
Minuta de Decreto do Plano de Manejo da APA Bairro da Usina
ANEXO II a que se refere artigo 4º do Decreto nº xx.xxx, de xx de xxxxxx de 2020.