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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades MMA PRODUTO V Análise crítica da aplicação da metodologia 1

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PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO 5

1- DETALHAMENTO DA METODOLOGIA APLICADA, ETAPAS E ATIVIDADES REALIZADAS 7

ETAPA 1. Estruturação e mobilização 9

ETAPA 2. Leitura e analise da realidade municipal - com enfoque nas vulnerabilidades

socioambientais. 18

ETAPA 3. Formulação do plano 26

ETAPA 4. Elaboração do projeto de lei do plano diretor participativo com ênfase na sustentabilidade

ambiental 32

ETAPA 5. Análise crítica da aplicação da metodologia de plano diretor participativo com ênfase na

sustentabilidade ambiental 33

2- VARIÁVEIS E INDICADORES DE AVALIAÇÃO DA METODOLOGIA APLICADA 38

3- MOMENTO DE AVALIAÇÃO COMPARTILHADA 47

4- FRAGILIDADES, AVANÇOS E INDICAÇÕES PARA CONSOLIDAÇÃO DA METODOLOGIA 50

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APRESENTAÇÃO

A partir do novo marco jurídico urbanístico que dá enfoque a sustentabilidade do desenvolvimento

urbano e que vincula essa prerrogativa à elaboração, revisão e implementação dos Planos Diretores

Municipais por meio de processos participativos e democráticos, parece cada vez mais concreta a

viabilidade de implantação de um novo modelo de política integradora urbano-ambiental.

Entendendo que o fortalecimento da capacidade institucional dos municípios brasileiros é premissa

essencial para que esse processo seja desencadeado, o Ministério das Cidades e o Ministério do

Meio Ambiente atuam conjuntamente por meio do Projeto TAL-AMBIENTAL junto ao município de

Santana do Acaraú. O projeto tem como princípio congregar em uma única ação temas que

relacionam a problemática urbana entendendo suas complexidades:

a) Fortalecimento da capacidade local do município;

b) Apoio à implementação dos instrumentos do Estatuto da Cidade e à elaboração do Plano Diretor

Participativo em Santana do Acaraú;

c) Teste e avaliação da metodologia que reforça a transversalidade entre as políticas urbana e

ambiental proposta com vistas a análise do desempenho das políticas do Governo Federal.

O Projeto TAL-AMBIENTAL tem como parceiros o Poder Público do Município de Santana do Acaraú;

o Governo Federal por meio do Ministério do Meio Ambiente e do Ministério das Cidades; a

Organização das Nações Unidas (ONU) por meio do PNUD (Programa das Nações Unidas para o

Desenvolvimento) e o Centro de Estudos, Articulação e Referência sobre Assentamentos Humanos

(CEARAH Periferia).

O presente documento é parte integrante da Etapa 5 – Análise crítica da aplicação da metodologia de

Plano Diretor Participativo com ênfase na sustentabilidade ambiental – do Projeto TAL-AMBIENTAL.

É por meio deste documento de avaliação que se encerra parte do desafio de produzir uma

metodologia adequada e integradora dos processos de planejamento e gestão que conjuguem as

agendas das políticas urbana e ambiental. Este produto tem como objetivo demonstrar e avaliar a

metodologia construída e implementada para a elaboração do Plano Diretor Participativo de Santana

do Acaraú e identificar as fragilidades, avanços e indicações para sua consolidação.

O conteúdo do relatório estruturar-se-á em quatro tópicos, além deste, a saber:

1- Detalhamento da metodologia aplicada, etapas e atividades realizadas;

2- Variáveis e indicadores de avaliação da metodologia aplicada;

3- Momento de avaliação compartilhada;

4- Fragilidades, avanços e indicações para consolidação da metodologia.

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1- DETALHAMENTO DA METODOLOGIA APLICADA, ETAPAS E ATIVIDADES REALIZADAS

A metodologia implementada para a elaboração do Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

(PDP-Santana do Acaraú) contou com a peculiaridade do município tradicionalmente já adotar a

gestão participativa a mais de uma década. Criado pela lei municipal n° 300/92, o “Grande Conselho

Comunitário do Município de Santana de Acaraú”, o Conselhão, é um Fórum de participação popular

pensado como forma de ampliar, articular e fazer interagir as diversas forças existentes no âmbito da

sociedade civil, em especial dos movimentos populares representativos da população de baixa renda.

O Conselhão se reúne a cada mês, e bimestralmente recebe recursos para viabilizar as reuniões,

através do “Fundo de Manutenção das Reuniões do Conselhão.” Ele tem como estrutura

intermediária os chamados “Conselhos Zonais”, que se reúnem 01 vez por mês antes da Reunião do

Conselhão nas Zonas Administrativas Comunitárias (ZACs).

A elaboração da Lei do Plano Diretor foi objeto de discussão e acompanhamento do Conselhão em

todo seu processo de elaboração. O Conselhão de fato atuou como parceiro da gestão municipal

neste processo. Entretanto, foi necessária a ampliação da representação de outros setores da

sociedade civil organizada que não participavam diretamente daquele fórum.

A metodologia construída para a elaboração do PDP-Santana do Acaraú teve como referência o

Estatuto das Cidades (Lei Nº 10.257/01), a metodologia de elaboração de Planos Diretores

Participativos sugerida pelo Ministério das Cidades, as orientações encaminhadas pelo Ministério do

Meio Ambiente, as orientações encaminhadas pela Prefeitura Municipal de Santana do Acaraú e a

particularidades encontradas no Município, sendo desenvolvida em 5 etapas a saber:

1. Estruturação e Mobilização;

2. Leitura da realidade municipal (técnica e comunitária);

3. Formulação e pactuação de propostas;

4. Elaboração do projeto de lei do Plano Diretor Participativo com ênfase na sustentabilidade

ambiental;

5. Análise crítica da aplicação da metodologia de Plano Diretor Participativo com ênfase na

sustentabilidade ambiental;

As etapas foram realizadas a partir da definição de ações e atividades específicas. Cada etapa

possuiu como resultado um produto específico em forma de relatório. Para isso, diversos sub-

produtos foram desenvolvidos a medida que as ações e atividades aconteciam. Destaca-se que parte

da produção, principalmente o material produzido nas oficinas e as discussões travadas, por não se

adequarem ao formato requisitado, acabam por se perder ou não constar com relevante nos

relatórios. Visando contornar este problema, foram produzidos sistematicamente Relatórios de

Atividades que visavam guardar esses aspectos singulares dessas atividades.

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FIGURA 1 – Metodologia resumida

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Aborda-se a seguir detalhadamente as etapas de trabalho destacando as atividades mais relevantes:

ETAPA 1. Estruturação e mobilização

Consistiu na preparação do processo. Identificação dos atores sociais que se envolveriam, dos canais

que viabilizariam a participação na gestão pública, e outros. Buscou também o esclarecimento do que

consiste o processo da revisão do plano para a população do município. Essa etapa foi dividida em 8

ações distintas:

Ação 1A. Elaboração do Plano de Trabalho

Nesta ação foram procedidas atividades de definição metodológica, nivelamento e integração de

atividades entre os representantes da Prefeitura Municipal de Santana do Acaraú e a consultoria

(CEARAH Periferia). Para tanto, foi realizada reunião específica no Município de Santana do Acaraú

visando definir os contornos dos procedimentos a serem executados no Projeto, entrega de proposta

de cronograma preliminar e requisição de informações preliminares. Tratou-se de uma etapa

fundamental do Projeto, pois dela decorreu a boa execução das demais pela parceria acordada.

Destacamos que o Plano de Ação, parte 3 do PRODUTO 01, já correspondia a projeção feita pela

equipe técnica avaliando as condições reais de execução, dessa forma, já havia sido projetado o

avanço no cronograma inicial em 02 (dois) meses devido a real impossibilidade de cumprir o prazo

inicial estipulado no termo de referência. Destacamos, dentre outras, as principais justificativas:

1. Ausência de dados básicos fundamentais para elaboração de diversas etapas, principalmente, dos

estudos técnicos;

2. Prazos estipulados não eram compatíveis com a qualidade dos trabalhos exigidos;

3. O processo de mobilização, sensibilização, capacitação, construção e aprovação que envolvem a

elaboração eficaz do Plano Diretor Participativo exige uma construção minimamente criteriosa,

principalmente depois de verificadas as condições de despreparo encontradas inicialmente no

Município.

Atividade 1.5. Reunião de Planejamento Executivo

Consistiu do primeiro contato da equipe de consultores e a equipe municipal em reunião em Santana

do Acaraú, visando garantir a interação entre equipes e a organização do trabalho com os seguintes

objetivos:

- Apresentação institucional do CEARAH Periferia e de sua equipe técnica para desenvolvimento do

projeto TAL AMBIENTAL;

- Apresentação da equipe técnica municipal (se já mobilizada);

- Apresentação de plano de trabalho e cronograma preliminar;

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- Definição de sala de situação, logística e disponibilização da equipe para interlocução e

mobilização;

- Solicitação de informações preliminares gerais sobre o Município;

O primeiro contato estabelecido foi de extrema relevância. Nesse primeiro contato a equipe local

apresentada constava de um número relevante de servidores municipais. Número esse que com o

passar do processo foi diminuindo consideravelmente. Outro aspecto relevante consistiu da não

utilização de fato da sala reservada para as atividades do Plano, que ficou estabelecida no centro

Cultural da Cidade. As atividades ficaram concentradas no departamento da prefeitura onde a

coordenadora do projeto permanecia, dividindo-se entre as suas demais responsabilidades.

FIGURA 2 – Reunião de planejamento executivo

Fonte: CEARAH Periferia

Atividade 1.6. Análise preliminar da capacidade institucional e logística do município para a realização

do Plano Diretor Participativo

Esta atividade, também solicitada no termo de referência do projeto, mostrou-se pouco eficiente. As

informações colhidas inicialmente sobre a capacidade técnica e logística instalada, sobre o fluxo de

hierarquias do executivo local, dos mecanismos de controle social e outros só puderam ser

entendidos claramente no decorrer das fases do projeto. As informações iniciais colidas não foram

validadas posteriormente.

Atividades 1.7. Planejamento executivo detalhado

Definição do plano de ação pela equipe técnica da consultora a ser adotado no projeto, baseado no

Termo de Referência, devidamente adequado aos recursos, tempo disponível e a realidade

encontrada em Santana do Acaraú. Parte 3 do PRODUTO 1, o plano de ação se mostrou eficiente no

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que diz respeito à orientação dos passos a serem percorridos, mas ineficiente com relação às datas

estipuladas dada a dinâmica do processo participativo, que necessita de uma certa flexibilidade.

Sub-produtos da ação 1A: Formatação das equipes de trabalho do CEARAH Periferia e Prefeitura,

organização operacional e planejamento executivo.

Ação 1B. Inventário preliminar socioespacial municipal

Parte 01 integrante do PRODUTO 01, essa ação apresentou o levantamento inicial e reduzido dos

dados disponíveis obtidos nos meios oficiais e visou identificar e entender a situação socioespacial do

Município de Santana do Acaraú – área urbana e rural – seus problemas, seus conflitos e suas

potencialidades. O inventário preliminar reuniu a informação dispersa, socializando-a, facilitando seu

entendimento, compartilhamento e difusão. Apresentou dados da situação econômica, ambiental,

físico-geográfica e político-institucional do município servindo de base para análises, consultas e

discussão preliminares entre os técnicos, gestores públicos e a comunidade.

Sub-produtos da ação 1B: Inventário preliminar do município de Santana do Acaraú.

Ação 1C. Caracterização da organização da sociedade civil

A análise institucional preliminar, prerrogativa do Termo de Referência do Projeto, consistia em um

levantamento da capacidade técnica, logística e político-administrativa da prefeitura municipal para a

realização de seu Plano Diretor Participativo. Todavia, as informações disponibilizadas até o

momento desse levantamento não constituíam um acervo consistente que poderia demonstrar com

clareza estes condicionantes.

Ação 1D. Elaboração de estratégia de comunicação e mobilização

A parte 4 do PRODUTO 01 consistiu em um acervo especificado de mídias de divulgação para cada

evento a ser realizado. Apesar de definir esse aparato, a dinâmica de comunicação local foi mais

efetiva. A maior parte da divulgação era disseminada pelo boca-à-boca por meio dos líderes

comunitários, principalmente nas localidades mais longínquas.

Sub-produtos da ação 1D: identidade visual, meios de mídia, estratégias de distribuição, etc.

Ação 1E. Elaboração da estratégia de capacitação

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Mais uma vez a necessidade de definição prévia, sem tempo hábil para abrir uma discussão com a

equipe local fez com que parte da estratégia de capacitação fosse sendo reconstruída ao longo do

processo. A estratégia de sensibilização e capacitação foi dividida em dois grupos principais:

- equipe técnica local;

- população.

As metodologias dos eventos foram sendo construídas à medida que as fases do projeto iam

avançando sendo sempre compatibilizadas às finalidades dos encontros.

Sub-produtos da ação 1E: metodologia dos eventos, dinâmicas, objetivos, etc.

Ação 1F. Execução da estratégia de formação e capacitação da equipe local de

acompanhamento do PDP

Esta ação teve como finalidade a construção de capacidade técnica local instalada em Santana do

Acaraú para implementação, manutenção e acompanhamento do Plano Diretor aprovado. A equipe

do Município participou ativamente de todas as etapas do processo de elaboração do Plano Diretor.

Desta forma, a capacitação da equipe técnica municipal se deu de forma contínua ao longo do

processo. O primeiro momento de capacitação teve como aspecto singular a reunião em um só

evento equipes locais dos 4 municípios objeto do Projeto TAL-AMBIENTAL, trazendo a possibilidade

da troca de experiências e teve como objetivo capacitar a equipe técnica local para executar a

mobilização dos demais agentes públicos, a fim de habilitá-los para que participem ativamente de

todas as etapas. A avaliação desse momento em conjunto pelos participantes foi extremamente

positiva.

Sub-produtos da ação 1F: Formação e capacitação da equipe local, oficinas de treinamento e

relatórios de atividades.

FIGURA 3 – Oficina de capacitação da equipe local

Fonte: CEARAH Periferia

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Ação 1G. Formação do Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo

Partindo da metodologia orientada pelo Ministério das Cidades, o Núcleo Gestor da Revisão do Plano

Diretor Participativo do Município de Santana do Acaraú é um conselho formado por representações

dos setores sociais mais atuantes no município que tem como finalidade preparar, conduzir e

monitorar a elaboração da Revisão do Plano Diretor Participativo.

Atividade 1.23. Formação preliminar do Núcleo Gestor

Convite a representantes locais, poder público e conselhos existentes e outros para comporem o

Núcleo Gestor

Atividade 1.24. Formação final do Núcleo Gestor (Eleição e complementação de componentes do

Núcleo Gestor)

Na ocasião das oficinas de sensibilização e leitura comunitária foram eleitos os demais integrantes do

núcleo gestor. Isso se deu devido a necessidade de uma articulação prévia dos atores sociais. Sem

as fases anteriores, percebeu-se a inviabilidade de compor tal grupo.

Sub-produtos da ação 1G : Formação do Núcleo Gestor e Relatórios de Atividades

Ação 1H. Execução de estratégia de sensibilização e capacitação da população

A metodologia desta ação foi concebida e realizada sob a forma de cinco atividades prioritárias:

Atividade 1.26 Evento de lançamento do projeto

Foi o evento solene de lançamento público do projeto, ponto de partida para a mobilização da

sociedade. O anúncio do início do processo atraiu a atenção e interesse da população.

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FIGURA 4 – Lançamento público da elaboração do Plano Diretor Participativo

Fonte: CEARAH Periferia

Atividade 1.27 Oficinas de informação de agentes públicos

A boa gestão e mobilização dos segmentos da sociedade civil e demais setores envolvidos relaciona-

se diretamente com a orientação e capacitação dos agentes públicos. Estes agentes (conselhos,

executivo, legislativo, judiciário local) possuem papéis fundamentais em etapas decisivas do

processo.

Aproveitando a visita de acompanhamento da equipe técnica do Ministério das Cidades ao município,

foi realizada oficina de informação dos principais agentes públicos do legislativo, judiciário e executivo

municipal. Foram distribuídas cartilhas e os atores foram orientados quanto ao papel de cada agente

frente este processo. A presença da representação do Ministério da Cidade deu legitimidade ao

processo frente aos poderes públicos locais.

FIGURA 5 – Oficina de formação dos agentes públicos.

Fonte: CEARAH Periferia

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Atividade 1.28 Oficinas de formação de multiplicadores

Estrategicamente, as ações de mobilização dos multiplicadores (agentes de saúde e endemias,

coordenadores pedagógicos, professores e outros) visaram capacitar e tomar como parceiros os

atores com alto poder de multiplicação e sensibilização social. A realização desta atividade envolve

um estabelecimento de contatos e sua articulação nas áreas profissionais que atuam.

FIGURA 6 – Oficinas de formação de multiplicadores (à esquerda, agentes de saúde e endemias, e à direita,

professores da rede de ensino municipal)

Fonte: CEARAH Periferia

Atividade 1.30. Oficinas de sensibilização, leitura comunitária e eleição de delegados territoriais e

núcleo gestor.

Atividade voltada à informação e mobilização da sociedade para melhor se integrar às atividades do

PDP e acompanhá-lo no decorrer dos trabalhos e posteriormente. Essas oficinas, realizadas em

diferentes pontos do território do Município, visaram alcançar o maior número possível da população,

e escolher, dentro deste universo, um número de representantes (delegados territoriais)

comprometidos a participar ativamente das etapas subseqüentes.

Essa escolha metodológica, planejada de modo a otimizar tempo e recursos do município, apesar de

não será a ideal, não comprometeu o processo participativo levando em consideração a extensão do

público, o curtíssimo espaço de tempo para a realização do projeto, e a carência financeira e logística

da prefeitura municipal.

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FIGURA 7 - Oficina em Mutambeiras em 27 de março de 2007

Fonte: CEARAH Periferia

FIGURA 8 – À esquerda, Oficina em Parapuí, e à direita, oficina na Baixa Fria

Fonte: CEARAH Periferia

Atividade 1.31 – I Oficina de Capacitação dos Delegados – Princípios e Noções Gerais dos

Instrumentos e Zoneamento do Plano Diretor

A primeira oficina de capacitação dos delegados abordou os princípios do Estatuto da Cidade e do

Plano Diretor, bem como introduziu os instrumentos existentes de acordo com a realidade municipal,

e as noções territoriais esboçadas no zoneamento. Para isso foram introduzidos aspectos da

representação gráfica a partir dos mapas do município elaborados pelo CEARAH Periferia.

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FIGURA 9 - I Oficina de capacitação dos delegados

Fonte: CEARAH Periferia

Sub-produtos da ação 1H: Execução de estratégia de sensibilização e capacitação e Relatórios de

Atividades

Ação 1I. Espaços e fóruns de construção do PDP

Depois de identificados e avaliados os espaços de discussão existentes no Município, o estímulo à

participação foi feito mediante a abertura de espaços para consulta, debate e coleta de opinião das

pessoas e de suas organizações em todas as etapas de construção do Plano Diretor que deverão

despertar uma prática continua de integração da comunidade nos eventos e decisões posteriores no

Município.

Este fórum se desenvolveu em 9 momentos principais:

- 1ª Audiência Pública - Apresentação do diagnóstico do Município, priorização dos problemas e

definição de eixos estratégicos;

- Oficinas de devolução das leituras comunitárias e técnica

- II Oficina de capacitação dos delegados: Proposta Preliminar das Políticas Setoriais e do Sistema de

Gestão e Planejamento Territorial Municipal

- 1ª Audiência Temática - Construção das políticas setoriais e do sistema de gestão

- III Oficina de capacitação dos delegados: Instrumentos e Zoneamento do Plano Diretor

- 2ª Audiência Temática - Construção do Zoneamento e dos Instrumentos urbanísticos

- 2ª Audiência Pública - Apresentar e discutir a 1a parte da Proposta Preliminar do Plano Diretor

Participativo de Santana do Acaraú.

- 3ª Audiência Pública - Apresentar e discutir a 2a parte da Proposta Preliminar do Plano Diretor

Participativo de Santana do Acaraú.

- 4ª Audiência Pública - Discussão e pactuação da Minuta do Projeto de Lei

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Cada evento será detalhado a seguir.

ETAPA 2. Leitura e analise da realidade municipal - com enfoque nas vulnerabilidades

socioambientais.

Essa etapa visou identificar problemas, conflitos e potencialidades do território municipal urbano e

rural. As leituras técnica e comunitária são olhares diferenciados sobre uma mesma realidade que

depois foram confrontadas e consolidadas.

Ação 2A. Leitura Técnica e Comunitária

Atividades relativas à Leitura Comunitária

A proposta metodológica sugerida nestas atividades ,partiu da idéia que é o protagonismo local que

possibilita definição de novos rumos para o desenvolvimento do Município, por isso, é que os

conteúdos consolidados na metodologia escolhida favorecem o despertar dos sujeitos para a

construção de uma cidade mais justa e que cumpra de fato a sua função social.

As oficinas levaram a população em geral as informações preliminares acerca do plano diretor e

possibilitou que a população em geral traçasse um retrato do município identificando os problemas e

potencialidades.Além disso, a leitura comunitária possibilitou aos moradores a oportunidade de

refletirem e debaterem sobre as questões levantadas, dando-lhes uma nova motivação para propor e

participar de processos que possam melhorar a qualidade de suas vidas no Município.

A Leitura Comunitária evidenciou as problemáticas do município - “O município que temos” - e dará

os insumos para direcionar as ações necessárias para a sua transformação - “O município que

queremos”- de acordo com o desejo e a necessidade expressados população.

As Oficinas foram realizadas nas Zonas Administrativas Comunitárias (ZAC’s), as quais o município é

administrativa e territorialmente dividido. Assim sendo, foram 9 (nove) Zonas trabalhadas1:

QUADRO 1 - Zonas trabalhadas, datas e número de participantes das oficinas

Zona Data N° de Participantes

V - Mutambeiras 27/03/07 39 participantes

IV - Sapó 28/03/07 - 10/04/07 83 participantes

VII - Baixa Fria 27/03/07 48 participantes

VIII - Baía 29/03/07 42 participantes

1 Das 10 zonas existentes, 9 foram trabalhadas, unindo em uma oficina as zonas de Pistola e João Cordeiro por indicação da equipe técnica

local.

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VI - Parapuí 11/04/07 75 participantes

X – Pistola e IX – João Cordeiro 10/04/07 40 participantes

III - Santa Rita 28/03/07 67 participantes

II - Barro Preto 30/03/07 39 participantes

I - Sede do Município 12/04/07 31 participantes

TOTAL: 27-30/03/07 e 10-12/04/07 464 participantes

A Oficina foi iniciada com o momento da Sensibilização onde teve apresentação do Vídeo das

Cidades – 15 minutos - e em seguida houve uma apresentação com projeção de slides, sobre o que é

o Plano Diretor Participativo, seu conteúdo, sua finalidade, sobre a responsabilidade de cada um no

processo de elaboração do Plano Diretor Participativo, sobre a importância da participação popular,

por que participar, como participar. Tratou-se ainda, do Estatuto da Cidade, dizendo o que é seu

conteúdo básico e o contexto histórico em que ele foi aprovado. O segundo momento da Oficina foi a

atividade da Leitura Comunitária. Foi utilizada a metodologia de divisão das pessoas em grupos, que

receberam o material de trabalho, onde eles deveriam relatar sobre os problemas e as

potencialidades existentes nas suas Zonas.

Foram entregues Tarjetas, algumas previamente escritas com problemas já diagnosticados pela

equipe do CEARAH Periferia e outras em branco para serem preenchidas com outros problemas que

não foram contemplados nas tarjetas escritas, bem como, deveriam escrever as potencialidades do

local. As tarjetas problemas e potencialidades selecionadas foram afixadas em papel madeira e ao

lado, as justificativas de escolha. As tarjetas foram divididas em 6(seis) categorias com os temas

abaixo relacionados:

QUADRO 2 - Categorias de problemas trabalhados

Ambiental Habitação Espaço Construído Mobilidade Infra-estrutura Espaço Rural

Gestão

do

Território

Desmatamento

Ocupação de

margens de rios

Ocupação de

margens de

lagos, lagoas e

açudes

Erosão do solo

Marcas da

degradação

ambiental

Poluição dos

recursos

hídricos

Preservação

Acesso à

habitação

Assentamentos

irregulares

Loteamentos

irregulares

Qualidade da

habitação

Regularização

fundiária

Presença de

terrenos vazios e

subutilizados

Suficiência de

mobiliário urbano

Acessibilidade de

portadores com

deficiência física

Conflitos de usos

Arborização

urbana

Espaços de lazer

e cultura

Empreendimentos

geradores de

emprego

Fiscalização e

controle urbano

Eficiência dos

transportes

intermunicipais

Eficiência dos

transportes

intramunicipais

Estado das

estradas

municipais

Sinalização

Descontinuidad

e do traçado

viário

Acesso a água

Destino do Lixo

Esgotamento

Sanitário

Escoamento das

águas da chuva

Serviços

Quantidade de

escolas e postos

de saúde

Existência de

espaços de lazer

e cultura

Segurança no

espaço rural

Acesso à terra

Conflitos de uso

no espaço rural

Escoamento da

produção

agrícola

Acesso à água

para produção

agrícola

Limites

territoriais

Integração

do território

municipal

Gestão

Participativ

a

Cumprime

nto das leis

municipais

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

20

Ambiental

Ocupação de

terrenos

inclinados

Situação das vias

urbanas

Preservação do

patrimônio

arquitetônico e

cultural

Após esta etapa, os participantes receberam um mapa do distrito e etiquetas nas cores verde e

laranja que deveriam ser afixadas no mapa de acordo com a numeração da tarjeta. As verdes

representavam as potencialidades e as laranjas os problemas. Em seguida, os grupos apresentaram

o resultado do seu trabalho para os demais participantes da oficina.

O trabalho realizado alcançou seus objetivos, contudo é preciso destacar que houveram dificuldades

no início do processo da divulgação junto as Zonas o que provocou a necessidade de retornar a

alguma delas. Isso significou mais tempo de viagens, mais recursos e readequação na metodologia e

cronograma planejados.

Um elemento “surpresa” foi a considerável participação de pessoas analfabetas e de jovens. Uma

participação significativa que nos levou a adequar a metodologia para que essas pessoas tivessem

condição de atuar, compreendendo as discussões e tendo condição de expor suas reflexões sobre os

temas tratados durante a Oficina. Em suma, a metodologia preparada não previa uma linguagem

especifica para esse público. Entretanto, mesmo diante das dificuldades apontadas nem as pessoas

que não sabiam ler e escrever, nem os jovens, nem as crianças ficaram excluídos das discussões.

A Equipe formou grupos com eles e um dos técnicos do CEARAH Periferia ficou responsável para

propor e facilitar dinâmicas específicas com esses grupos para que assim fossem garantidos a

participação e a contribuição deles na Oficina. No final, alguns jovens dos grupos se envolveram

tanto que se colocaram para compor o Núcleo Gestor e outros se engajaram enquanto delegados do

Plano Diretor Participativo.

Ainda que tenham ocorrido as dificuldades citadas acima, pode-se considerar que a Leitura

Comunitária atingiu os resultados esperados por ter propiciado a obtenção do retrato do município a

partir do olhar de seus próprios moradores - o município que temos, e pensar o futuro – o município

que queremos. Foi possível identificar as principais questões problemáticas e principais potenciais

presentes na realidade do município e verificar como a população compreende e vivência essas

questões.

A metodologia da leitura, com as devidas adequações diante do perfil dos participantes, conseguiu

garantir ampla participação popular e o exercício do diálogo entre a diversidade de idéias e visões

dos diferentes segmentos sociais participantes. Reafirmou-se, portanto, que o exercício da

participação é algo desafiador e exige experimentação, aperfeiçoamento, readequação e criatividade

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

21

para motivar e envolver as pessoas que já estão descrentes quanto as possibilidades de mudanças e

de alcance da justiça social e igualdade no lugar em que vivem.

Atividades relativas à Leitura Técnica

A Leitura Técnica trata-se de estudos do estado de conservação ambiental, visando propor

estratégias de controle aos efeitos da degradação ambiental, orientar a política de expansão

municipal em conformidade com a vulnerabilidade e potencialidade do sítio urbano, contribuir na

elaboração de zoneamento agroecológico (ordenamento do meio rural) e na instalação, manutenção

e recuperação de unidades de conservação.

Na elaboração do diagnóstico da leitura técnica foi necessário coletar e analisar os dados

disponibilizados, objetivando produzir uma avaliação integrada do estado do meio (natural e

construído) e das políticas. Elaborar um diagnóstico implica selecionar informações relevantes e

significativas a construção de diretrizes e políticas de desenvolvimento. Dessa forma, fez parte da

estratégia metodológica também trabalhar uma estratégia para identificar fontes, sistematizar

informações e criar um banco de dados que permaneça sendo alimentado pelo corpo técnico

municipal.

Vale destacar que a leitura técnica utilizou a leitura comunitária como ponto de partida já que logo a

princípio se verificou escassez de dados oficiais atualizados e dificuldade de aquisição junto a órgãos

estaduais (como IDACE e FUNCEME) relativos ao meio ambiente urbano e rural, principalmente no

que diz respeito a mapeamentos precisos e confiáveis. Ou seja, o aprofundamento e a produção de

informações da análise técnica incorporaram a leitura comunitária como subsídio básico para

direcionamento dos estudos.

Quanto à metodologia para efetivação da leitura técnica com ênfase na sustentabilidade ambiental,

foram adaptadas as metodologias da Matriz PEIR (GEO Cidades - PNUMA) e da Avaliação de

Vulnerabilidade Ambiental – AVA (MMA) e congregadas. A abordagem quantitativa dos dados

consistiu na análise dos indicadores socioeconômicos e informações sistematizadas a partir da matriz

PEIR e traduzidas espacialmente a partir da metodologia AVA. A abordagem qualitativa consistiu na

análise das informações obtidas por meio de entrevistas com atores sociais em diferentes regiões do

município. E ainda a abordagem participativa que se consistiu na realização das Leituras

Comunitárias para identificação de problemas prioritários, causas e conseqüências e sua localização

espacial no território municipal.

A opção por executar essas metodologias em consonância com a elaboração do Plano Diretor

Participativo requer uma adaptação dos cronogramas em função das necessidades de preparação e

execução das consultas à população e oficinas necessárias à participação popular.

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PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

22

Levantamento de dados

A etapa inicial, iniciada ainda no PRODUTO I (Parte I – Inventário preliminar da realidade do

município de Santana do Acaraú)2, consistiu no levantamento de todas as informações disponíveis

relacionadas aos aspectos cartográficos, estruturais espaciais de ecossistemas, geologia, hidrologia,

unidades geoambientais com base em pesquisa de dados secundários constantes em um conjunto

de trabalhos produzidos pela Prefeitura Municipal de Santana do Acaraú (tanto de produção direta

quanto os resultantes de contratação de consultorias técnicas especializadas), pelo governo do

estado do Ceará e outros. Outras fontes fundamentais foram as integrantes de um conjunto de

trabalhos produzidos na universidade por profissionais de diferentes áreas atinentes à construção do

conhecimento sobre a realidade municipal a partir de abordagens bastante diversificadas e

enriquecedoras. A utilização de dados constantes de periódicos – jornais e artigos científicos –

também deve ser registrada, ainda que sua citação apareça no corpo do texto e não na relação de

bibliografia consultada, que pode ser encontrada ao final de toda a leitura.

Os conteúdos ilustrativos foram buscados pela catalogação de imagens de satélite já disponíveis e

bases já trabalhadas a partir da utilização de técnicas de sensoriamente remoto e complementados

pelos registros fotográficos obtidos durante as incursões à campo. As visitas técnicas foram

direcionadas à identificação de processos de degradação, reconhecimento de uso e ocupação do

solo, entrevistas com população local, atualização das bases cartográficas por meio de Pontos de

Controle (PC) e composição de acervo fotográfico.

Matriz PEIR

A matriz Pressão - Estado - Impacto - Resposta (PEIR) é composta por indicadores que, quando

reunidos e inter-relacionados, apresentam uma versão sintetizada da interação entre o urbano, o rural

e o meio ambiente natural no município objeto de estudo. A matriz PEIR, entendida como uma

ferramenta analítica, procura estabelecer um vínculo lógico entre seus componentes de forma a dirigir

a avaliação do estado do meio ambiente, desde os fatores que estabelecem uma pressão sobre os

recursos naturais (e que podem se entendidos como as “causas” do seu atual estado), até cada uma

das respostas locais acerca de como lidar cm seus próprios problemas ambientais. Os indicadores da

matriz são classificados por meio dos seguintes componentes:

Pressão: relacionam e indicam as causas dos problemas ambientais sobre os quais devem atuar as

respostas do poder público.

2 O relatório preliminar sobre a realidade municipal com a síntese de todas as informações analisadas foi realizado (ver Produto I) após a

observação dos principais problemas urbanos ambientais e rurais, identificando-se preliminarmente as pressões, o estado do meio ambiente, os impactos e as respostas relativas a cada recurso ambiental.

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PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

23

Estado: evidenciam o resultado das pressões do processo de ocupação sobre o meio ambiente,

descrevendo as condições atuais e a qualidade do meio local, tanto natural quanto construído. A

partir desta identificação, formulam-se as políticas públicas para o enfretamento dos problemas

detectados.

Impacto: orientados para captar os efeitos do estado do meio ambiente sobre a qualidade de vida, a

economia urbana, os ecossistemas, a vulnerabilidade urbana e o nível político institucional.

Resposta: permitem analisar as medidas de mitigação, proteção, controle, ordenamento ou

regulamentação para o enfrentamento dos problemas identificados no ambiente local, precisamente

em função da pressão sobre os recursos naturais.

AVA – Avaliação das Vulnerabilidades Ambientais

São objetivos do AVA:

- Levantar, caracterizar e mapear áreas naturalmente suscetíveis à degradação ambiental, elegendo

suas causas intrínsecas, assim como áreas ocupadas com intervenções antropicas que de alguma

forma aceleram esses processos;

- Identificar temas prioritários a serem trabalhados como mecanismo conflitos e potencialidades para

o desenvolvimento sustentável;

- Fornecer o mapeamento básico para o ordenamento do território visando a defesa dos

ecossistemas naturais.

Adotamos o conceito de Vulnerabilidade como o conjunto de condições e processos resultantes de

fatores físicos, sociais, econômicos, políticos e ambientais que aumentam a susceptibilidade à

ocorrência fenômenos relacionados a degradação do meio ambiente3. A vulnerabilidade é, em grande

parte, função da ação humana.

Partindo dos aspectos indicados pela matriz PEIR, as etapas de execução do mapeamento das

vulnerabilidades ambientais e identificação de temas prioritários para o Município de Santana do

Acaraú consistiram em:

1. Diagnóstico e Caracterização Físico-Ambiental do Município;

2. Mapeamento da Vulnerabilidade Ambiental do Município.

3. Seleção de áreas prioritárias para o planejamento socioambiental municipal – conflitos e

potencialidades.

A seguir, a cada uma das etapas será definida e caracterizada:

3 International Strategy for Dissaster Reduction, 2004.

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1. Diagnóstico e Caracterização Físico-Ambiental do Município.

O diagnóstico parte das informações previamente fornecidas (Matriz PEIR e Leituras Comunitárias) e

agrega as informações de suporte que serão necessárias para a análise e indicação das

vulnerabilidades.

As informações de suporte são agregadas em 3 grupos principais:

a) Levantamento do Meio Físico:

Definições do território em unidades que subsidiam informações sobre a forma do relevo, qualidade

do solo (define implantação de obras civis, e na definição das aptidões naturais para diferentes usos),

possíveis processos de erosão, relações entre as superfícies dos terrenos, a distribuição dos

aglomerados humanos em função das limitações impostas pelo relevo que condiciona a capacidade

de uso do solo. Esses aspectos permitem avaliar as áreas do território, com suas relações de

suscetibilidade e potencialidades naturais.

b) Levantamento do uso e ocupação do solo:

As formas de uso e ocupação são identificadas (tipos de uso), espacializadas (mapas de uso) e

caracterizadas (pelo uso e indícios de manejo). As informações sobre este tema descrevem não só a

situação atual, mas as mudanças recentes (dinâmica) e tendências.

c) Levantamento de áreas legalmente protegidas e programa e projetos ambientais inserindo seus

resultados no espaço.

2. Mapeamento das Vulnerabilidades Ambientais do Município

Visando a integração das informações e levantamentos de forma espacializada, foram criadas

sobreposições de informações em bases cartográficas seguindo a seqüência:

a. Mapa Contexto;

Tem como objetivo caracterizar o território de acordo com as informações sócio-ambientais. Consiste

na elaboração de uma base de unidades homogêneas de paisagem, considerando os diversos

elementos de vulnerabilidade.

b. Mapa Pressão;

Nesses mapas passa-se a identificar de pontos naturalmente suscetíveis aos processos de

degradação ambiental mediante pressões realizadas pelo homem no meio ambiente . O objetivo e

identificar o comportamento de áreas quanto a processos, potencialidades e restrições.

c. Mapa Vulnerabilidade;

Identificação dos principais impactos e tendências de degradação. As unidades de um Mapa de

Vulnerabilidade irão conter informações que representam a síntese da sua suscetibilidade natural,

combinada com a dinâmica da ocupação e a incidência de legislação especifica. A partir daí pode–se

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PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

25

analisar as potencialidades de uso e ocupação destas unidades e os seus atuais conflitos. São

mapas síntese.

3. Seleção de áreas prioritárias para o planejamento socioambiental municipal.

A avaliação da vulnerabilidade é um instrumento que pode ser utilizado na análise das

potencialidades e dos conflitos de diferentes áreas do município. Esta análise física-ambiental

combinada às demandas locais pode gerar diretrizes ao planejamento ambiental municipal.

A partir da estruturação do quadro acima exposto, passa-se à leitura da estrutura urbana e rural de

Santana do Acaraú, considerando os componentes – sistema viário; uso, ocupação e parcelamento

do solo; habitação e equipamentos sociais – como um conjunto de elementos que estruturam o

espaço da cidade. Ressalve-se que o componente habitacional revela o padrão popular – ou de

interesse social – por conta da importância dada à temática habitacional na elaboração do Plano

Diretor Participativo de Santana do Acaraú, tanto no que se refere à grande quantidade de

assentamentos irregulares e conjuntos habitacionais populares presentes no município quanto no

tocante à forte demanda por novas unidades habitacionais.

Destacado enquanto temática urbana segue a questão da mobilidade, por agregar não apenas o

componente físico-territorial, mas o de gestão pública que viabiliza a quantidade e qualidade dos

deslocamentos, qualificando a acessibilidade em todo o território municipal. Para complementar a

abordagem físico-territorial o tema seguinte é o da infra-estrutura urbana, com seus componentes de

saneamento ambiental e alguns dados da cobertura de atendimento no município.

A estrutura urbana e rural de Santana do Acaraú foi conceitualmente considerada nesta análise a

partir da articulação dos principais componentes físico-territoriais que constituem o espaço municipal

A partir da análise de dados e informações disponibilizadas e do trabalho in loco, foi necessária a

compatibilização das informações de infra-estrutura, socioeconômicas, ambientais e culturais

municipais. Trata-se de um encaminhamento para identificação e discussão dos principais problemas

e potencialidades do território municipal, pelas quais serão norteados as soluções e

encaminhamentos para o enfrentamento dos conflitos detectados. Nesse sentido, foram

confeccionados mapas que facilitam a leitura municipal, uma vez que ajudam a visualizar as

informações nas leituras comunitária e técnica.

Vale destacar que foram realizados levantamentos sistemáticos para fins de zoneamento observando

sempre a vulnerabilidade à ocupação. Tratou-se de um levantamento que alavanca análises que

sintetizem a avaliação socioambiental municipal, a qualidade ambiental e as condições de

sustentabilidade no processo de crescimento econômico. Então, isto vai subsidiar a indicação de

propostas dirigidas para solução de problemas territoriais: ocupação de novas áreas, proteção

ambiental e reorganização rural e urbana.

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PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

26

Sub-produtos da ação 1A: Mapas temáticos, sistematização da leitura comunitária e técnica e

Relatórios de Atividades.

Ação 2B. Leitura Jurídica e Administrativa

Verificou-se, através da leitura jurídica dos diversos diplomas legais que a legislação atual acata a

abordagem sócio-ambiental e vincula estreitamente o desenvolvimento econômico-social ao equilíbrio

do meio ambiente urbano. Para isso, foram realizadas leituras do aparato legal assim como do

aparato institucional que versam sobre essas questões.

Ação 2C. Sistematização das Leituras da Realidade Municipal

O cruzamento dos principais temas identificados e estruturados a partir da Leitura Comunitária e da

Leitura Técnica, possibilitaram a indicação de uma diversidade de aspectos positivos e problemáticas

encontradas em Santana do Acaraú que podem contribuir para construção de um quadro de

potencialidades e vulnerabilidades do território santanense.

Dessa forma, com essa agregação de temas fundamentais nas análises urbanas, ambiental, rural sob

o enquadramento das leituras citadas, objetivou-se identificar um quadro preliminar de problemas

prioritários que sustentaram a construção de propostas da próxima etapa.

ETAPA 3. Formulação do plano

Esta etapa consiste no percurso de montagem do Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú:

os objetivos; estratégias; instrumentos do Estatuto das Cidades com respectivos locais e formas de

aplicação dos mesmos; proposta de uso e ocupação do solo; indicação do sistema de gestão,

monitoramento e implementação do plano diretor; e mapas produzidos. A leitura da realidade do

município que embasou este Plano (Etapa 2 - Leitura e análise da realidade municipal), além do

diagnóstico técnico, contou com o conhecimento da população e das organizações sociedade civil

que vivencia cotidianamente o território municipal.

Ação 3A Apresentação da leitura e análise da realidade municipal, priorização de problemas e

definição de temas estratégicos.

Utilizando-se como base o diagnóstico final e a formatação preliminar da priorização dos problemas,

do levantamento das principais vocações e potencialidades, combinados com os principais impactos

destas atividades (por indicadores ambientais e socioeconômicos), nesta ação foram levantadas

informações que permitiram ter uma percepção clara sobre o que pôde ser proposto como

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PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

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alternativas ou expansão da política urbana municipal, levando-se em consideração os limites da

conservação cultural e ambiental.

Atividade 3.2. 1ª Audiência Pública - Apresentação do diagnóstico do Município, priorização dos

problemas e definição de eixos estratégicos.

A Síntese da leitura da realidade do município foi apresentada na I Audiência Pública do Plano Diretor

Participativo de Santana do Acaraú onde os delegados eleitos nas oficinas de sensibilização, e

capacitados para a discussão, somados a população e setores que vem paulatinamente se

integrando ao processo, puderam validar essas leituras, contribuindo para novas discussões.

FIGURA 10 - I Audiência Pública

Fonte: CEARAH Periferia

Atividade 3.3. Oficinas de devolução das leituras comunitárias e técnica

Além da Audiência, o diagnóstico também foi apresentado em cada zona com intuito de devolver os

resultados das leituras comunitárias e técnicas às comunidades.

FIGURA 11 – Oficinas de devolução da Leitura da realidade do Município.

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PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

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Fonte: CEARAH Periferia

Sub-produtos da ação 3A: Relatórios de Atividades contendo os problemas priorizados e eixos

estratégicos

Ação 3B. Análise e formatação das Políticas Setoriais e do Sistema de Gestão e Planejamento

Territorial Municipal

A partir dos problemas priorizados, foram definidas Políticas Setoriais formadas por objetivos,

diretrizes e ações específicas que deverão ser utilizados para todas as decisões e ações tomadas na

gestão municipal depois que for aprovada a lei do plano diretor.

Considerando a metodologia sugerida pelo Ministério das Cidades e as premissas do Estatuto das

Cidades relacionadas à gestão participativa como conteúdo obrigatório do plano diretor, esta ação

também pretende definiu um sistema de acompanhamento periódico da evolução e da

implementação do Plano Diretor de Santana do Acaraú.

A construção das propostas sempre foi precedida de uma oficina de capacitação relativa à temática

abordada.

Atividade 3.3. Elaboração de proposta técnica preliminar para o sistema de gestão territorial municipal

(versão para discussão)

Foi elaborado um material de estudo voltado aos delegados do PDP com propostas preliminares

construídas pela equipe técnica local e CEARAH Periferia e teve como finalidade iniciar a discussão

das temáticas das políticas setoriais e do sistema de planejamento e gestão municipal. Foi um

trabalho de compilação, sistematização de propostas, por meio de redação detalhada, em formato de

cartilha, incluindo ilustrações explicativas.

Atividade 3.4. II Oficina de Capacitação dos Delegados – Políticas Setoriais e Gestão Participativa

Atividade teve como finalidade a exposição das propostas preliminares do PDP e entrega de material

de estudo para a discussão a ser realizada na 1° Audiência Temática.

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PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

29

FIGURA 12 – II Oficina de Capacitação dos delegados do PDP.

Fonte: CEARAH Periferia

Atividade 3.5. - 1ª Audiência Temática - Construção das políticas setoriais e do sistema de gestão.

A partir da capacitação realizada com os delegados através do material didático, foram debatidas e

construídas as propostas das políticas setoriais e do sistema de planejamento e gestão.

Ação 3C Construção do ordenamento territorial e dos instrumentos urbanísticos

A leitura da realidade e a definição de políticas setoriais permitiram nesta ação a elaboração de uma

proposta sobre a melhor alocação de recursos (financeiros e humanos), direcionamento de

investimentos e, especialmente, analisar a preservação dos valores socioambientais e suas

interferências no modelo de desenvolvimento urbano municipal a partir dos temas prioritários

definidos pela sociedade civil para a organização territorial do município.

Ressalta-se que, a partir das diretrizes obtidas na atividade 3.5, foi construído o macrozoneamento

levando em conta aspectos, tais como: a ocupação das áreas lindeiras às vias de acesso, às áreas

de interesse turístico, às áreas de preservação e recuperação ambiental e cultura, às áreas de

interesse habitacional e de regularização fundiária, áreas urbanas e de expansão urbana, as áreas de

produção rural e outros, observando os conflitos de uso dos recursos e ocupação dos espaços, a

partir das condições dadas pela capacidade de suporte das áreas municipais, definidas pelas

características ambientais de cada área, infra-estrutura instalada (principalmente saneamento

básico), densidade populacional, potencialidades para desenvolvimento de atividades produtivas

(agrícolas, aqüícolas, minerárias, turísticas, etc).

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

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PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

30

Para a efetividade e adequação do Plano Diretor, por conseguinte, foram inseridos os instrumentos

jurídico-administrativos que viabilizam os meios de efetivação das estratégias construídas e que se

adéqüem: às diretrizes, ações e investimentos priorizados; aos perímetros urbanos, de expansão

urbana e ao zoneamento; às normas urbanísticas referentes ao parcelamento, uso e ocupação do

solo, à densidade, à infra-estrutura urbana, aos condicionantes relativos ao meio ambiente, à taxa de

absorção do solo, aos estudos de insolação e ventilação, às condições do sistema viário

considerando hierarquização e dimensionamento das vias propostas e compatibilizando-as com vias

existentes e com os futuros parcelamentos e alocação de grandes equipamentos visando o

estabelecimento de formas de utilização de espaços públicos e privados através de regras e sanções

e definição de padrões construtivos visando à qualidade ambiental da cidade. Os instrumentos

relacionados com o controle do meio ambiente devem definir as normas de preservação, manejo e

correção, tendo como referência as determinações dos institutos legais existentes em nível federal,

estadual e municipal.

Atividade 3.9. Elaboração de proposta técnica de ordenamento territorial e aplicação dos

instrumentos urbanísticos (versão para discussão)

Foi elaborada uma proposta técnica preliminar de construção do ordenamento territorial

(macrozoneamento). Este material de estudo voltado aos delegados do PDP continha propostas

construídas pela equipe técnica local e CEARAH Periferia e teve como finalidade iniciar a discussão

sobre o ordenamento territorial e os instrumentos urbanísticos mais adequados à cada zona assim

como os delegados foram capacitados em relação aos parâmetros urbanísticos.

Para a efetividade e adequação do Plano Diretor, por conseguinte, foram inseridos os instrumentos

jurídico-administrativos na proposta técnica preliminar que viabilizam os meios de efetivação das

estratégias construídas.

Atividade 3.10. III Oficina de Capacitação delegados - Zoneamento e Instrumentos Urbanísticos

Atividade teve como finalidade a exposição das propostas preliminares do PDP relativas ao

macrozoneamento e instrumentos urbanísticos e entrega de material de estudo para a discussão a

ser realizada na 2° Audiência Temática.

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FIGURA 13 – III Oficina de capacitação de delegados

Fonte: CEARAH Periferia

Atividade 3.11. 2ª Audiência Temática - Construção da estruturação territorial e dos instrumentos

urbanísticos.

A proposta técnica preliminar de ordenamento territorial e de instrumentos urbanísticos foi levada à

discussão. Essa construção foi realizada por meio da 2° Audiência Temática com os delegados do

PDP, poder público e equipe técnica (incluindo representantes da Prefeitura que estão inseridos na

equipe do projeto).

Sub-produtos da ação 3B: Cartilha com propostas preliminares do PDP e Relatórios de Atividades e

sistematizações

Ação 3D Sistematização das propostas para o Plano Diretor Participativo

Esta ação teve como objetivo a montagem das discussões e propostas elaboradas em um documento

de fácil acesso e compreensão, que vai ser apresentado e explicado detalhadamente aos delegados,

para posterior discussão.

Atividade 3.14. 2ª Audiência Pública - Apresentação e capacitação da proposta preliminar do PDP

para delegados

Atividade teve como objetivo apresentar e discutir a 1ª parte da proposta do PDP construída nas

audiências temáticas e divulgar e distribuir o material produzido.

Sub-produtos da ação 3D: Proposta preliminar do Plano Diretor Participativo e Relatório de Atividade

da 2° audiência pública.

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

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PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

32

Ação 3E Discussão e Pactuação da Proposta do Plano Diretor Participativo

Esta ação visou definir a versão final do Plano Diretor no Município a ser aprovado na Câmara de

Vereadores e promulgada/ publicada pelo Prefeito. Foram os conteúdos do Plano: objetivos;

estratégias; instrumentos do estatuto das cidades com indicações de localizações e formas de

aplicação; uso e ocupação do solo; indicação do sistema de gestão, monitoramento e implementação

do plano diretor; mapas e relatórios de atividades elaborados durante toda a Etapa 3. O PRODUTO

IV, resultado desta etapa, consistiu em um relatório que contem a proposta do Plano Diretor

Participativo.

Atividade 3.16 3ª Audiência Pública – Discussão e pactuação da proposta do PDP.

Teve como objetivo apresentar e discutir a 2a parte da Proposta do Plano Diretor Participativo de

Santana do Acaraú e definir a versão final da proposta.

FIGURA 14 – 3ª Audiência Pública do Plano Diretor

Fonte: CEARAH Periferia

Sub-produtos da ação 3E: Discussão e pactuação da proposta do plano diretor

ETAPA 4. Elaboração do projeto de lei do plano diretor participativo com ênfase na

sustentabilidade ambiental

A partir da Proposta aprovada na 3ª Audiência Pública do Plano Diretor, foi elaborada a redação

preliminar da Minuta do Projeto de Lei do Plano Diretor do Município de Santana do Acaraú.

A Câmara de Vereadores do Município, por meio de alguns representantes, esteve envolvida em

todas as etapas de execução e discussão do Plano Diretor, de forma que garantiu, ao final do

processo, uma maior agilidade na aprovação da Lei do Plano Diretor.

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PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

33

Ação 4A Elaboração do Projeto de Lei

Atividade 4.1. Redação Preliminar Técnico-jurídica da Minuta da Lei do PDP.

A partir do PRODUTO III, a redação do Plano Diretor Participativo em forma de lei foi realizada.

Atividade 4.3. 4ª Audiência Pública - Evento de discussão e aprovação do PDP em forma de minuta

de lei

A minuta do projeto de lei do plano diretor foi apresentado em reunião ordinária do Grande Conselho

Comunitário do Município de Santana de Acaraú (Conselhão) e discutido e pactuado na IV Audiência

Pública do Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú.

Atividade 4.4 Revisão e formatação final da Lei.

A partir das discussões travadas na 4ª Audiência Pública, a minuta do projeto de lei do Plano Diretor

foi revista e encaminhada para discussão na câmara de vereadores.

Atividade 4.6 Encaminhamento e orientação da Lei na Câmara de Vereadores e Promulgação pelo

Prefeito

O projeto de lei do plano diretor foi encaminhado e aprovado pela Câmara de vereadores e

sancionado pelo prefeito municipal.

ETAPA 5. Análise crítica da aplicação da metodologia de plano diretor participativo com ênfase

na sustentabilidade ambiental

Esta etapa destina a tecer uma avaliação crítica de todo o processo implementado identificando as

fragilidades, avanços e indicações de consolidação. Esta etapa se concretiza a parte deste relatório

denominado PRODUTO V - ANÁLISE CRÍTICA DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA.

Ação 5A Análise crítica do projeto

A ação voltada para a avaliação da metodologia implementada resultou de duas atividades

específicas:

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

34

Atividade 5.1 Momento de avaliação com a Equipe Municipal e atores-chave, participantes do

processo.

Para a avaliação da metodologia implementada, foi necessário um distanciamento temporal do

processo. Depois de finalizado o processo de construção do PDP- Santana do Acaraú e da

aprovação da lei pela Câmara Municipal, a equipe de consultoria retornou ao município para reunir

alguns representantes mais significativos do processo em uma reunião de avaliação. Os resultados

desse momento de avaliação constam na 3ª parte deste relatório.

Atividade 5.2 Elaboração relatório contendo análise crítica da metodologia desenvolvida, com a

identificação das fragilidades e avanços, e indicações para sua consolidação.

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

35

QUADRO 3 – Quadro resumo dos eventos públicos do PDP-Santana do Acaraú.

DATAS ATIVIDADES DESCRIÇÃO

03/03/07 Oficina Com Equipe Municipal

Primeiro Momento De Capacitação Envolvendo As Equipes

Técnicas Dos Municípios Em Oficina De Um Dia No Cearah

Periferia (Fortaleza).

08/03/07 Lançamento Do Projeto Solenidade Pública De Lançamento Do Plano

27-30/03/07

10-11/04/07

Sensibilização

Leitura Comunitária

Oficinas Territoriais

12-13/04/07

25-26/04/07 Capacitação Agentes Multiplicadores

Capacitação De Agentes De Saúde E Endemias, Professores,

Coordenadores Pedagógicos, Secretários Municipais, Vereadores,

Judiciário.

25/04/07 Visita Ministério Das Cidades Visita De Acompanhamento E Monitoramento Do Projeto

27/04/07

I Oficina De Capacitação Dos

Delegados – Princípios E Noções

Gerais Dos Instrumentos e

Zoneamento Do Plano Diretor

Oficina De Capacitação (Delegados)

27/04/07 Instalação Núcleo Gestor Leitura E Aprovação Do Regimento Interno E Capacitação Dos

Componentes

26/05/07 Capacitação Conselhão Oficina De Capacitação

01/06/07 1ª Audiência Pública Apresentação Do Diagnostico, Priorização Dos Problemas E

Definição De Eixos Estratégicos.

11 A 15/06/07 Oficinas De Devolução Das Leituras

Do Município

Nova Rodada De Oficinas Nos Distritos Com O Objetivo De

Retornar À População A Sistematização Das Leituras Comunitária

E Técnica

29/06/07

Ii Oficina De Capacitação Dos

Delegados – Políticas Setoriais E

Gestão Participativa

Aborda Os Objetivos Das Políticas Setoriais Pertinentes À

Elaboração Do Plano Diretor, Bem Como Os Conceitos E

Instrumentos De Gestão Democrática E Participação Popular.

06/07/07 1ª Audiência Temática Construção Das Políticas Setoriais E Do Sistema De Gestão

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

36

18/07/07

Iii Oficina De Capacitação Dos

Delegados – Instrumentos E

Zoneamento Do Plano Diretor

Aborda Os Instrumentos Urbanísticos, Jurídicos E Tributários

Pertinentes Ao Alcance Dos Princípios Do Plano Diretor, Bem

Como A Aplicação Destes No Território Da Cidade, A Partir Da

Construção Do Zoneamento Municipal.

20/07/07 2ª Audiência Temática Construção Do Zoneamento E Dos Instrumentos Urbanísticos.

17/08/07 2ª Audiência Pública Apresentação E Capacitação Da Proposta Preliminar Do Pdp.

25/08/07

(Conselhão) 3ª Audiência Pública Discussão E Pactuação Da Proposta Pdp.

28/09/07 4ª Audiência Pública Discussão E Pactuação Da Minuta Do Projeto De Lei

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

37

Page 38: Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL ...€¦ · Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA PRODUTO V – Análise crítica

Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

38

2- VARIÁVEIS E INDICADORES DE AVALIAÇÃO DA METODOLOGIA APLICADA

A presente avaliação é construída em torno de eixos temáticos:

1. Capacidade técnica e institucional do Município;

2. Concepção do planejamento participativo;

3. Atendimento do conteúdo mínimo do Plano Diretor Participativo segundo o Estatuto da Cidade;

4. Sustentabilidade ambiental contida no Plano Diretor Participativo;

5. Auto-aplicabilidade do Plano Diretor;

6. Acompanhamento e controle social.

A partir destes eixos, procurou-se avaliar a metodologia empregada para a construção do Plano

Diretor Participativo de Santana do Acaraú pela identificação das fragilidades e avanços quanto às

características e qualidades técnicas vinculadas à sustentabilidade ambiental e à participação popular

por meio da avaliação do processo consolidado.

Para cada um dos eixos temáticos foram definidos indicadores e variáveis de monitoramento

vinculadas a pontuações visando medir o atendimento dos requisitos de avaliação da metodologia.

As informações necessárias para a construção desses indicadores foram sistematizadas nos

seguintes instrumentos de pesquisa:

- Sistematização detalhada da metodologia aplicada com especificação de todas as etapas e

atividades realizadas;

- Releitura de todos os produtos produzidos;

- Aplicação de entrevista dirigida (roteiro) com atores locais municipais que participaram ativamente

do processo de aplicação da metodologia.

A entrevista dirigida pautou-se nas seguintes tabelas organizadas por eixos temáticos. Encontram-se

destacadas as respostas obtidas. Ao final de cada tabela encontra-se o valor computado referente às

respostas.

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

39

1. CAPACIDADE TÉCNICA E INSTITUCIONAL DO MUNICÍPIO

INDICADORES VARIÁVEIS DE MONITORAMENTO PONTUAÇÃO

Existência de profissionais

destacados para participação no

processo de elaboração do plano

diretor

Dedicação do coordenador do projeto Integral 2

Parcial 1

Sem coordenador 0

Dedicação dos profissionais disponibilizados

N° de profissionais: 07

Integral 2

Parcial 1

Sem dedicação 0

Formalização da participação de servidores por

portaria instituída pelo prefeito

Sim 1

Não 0

Existência de multidisplinariedade

da equipe técnica municipal

Profissional da área de planejamento territorial e

ambiental

Sim

Não

1

0

Profissional da área de desenvolvimento sócio-

econômico

Sim

Não

1

0

Profissional da área de análises jurídicas e

administrativas

Sim

Não

1

0

Qualificação do corpo técnico

Para elaboração do plano diretor

Capacitação dos servidores e dirigentes nas temáticas

de planejamento territorial, sustentabilidade ambiental,

desenvolvimento sócio-econômico e a metodologia de

Planos Diretores Participativos

Integralmente

Parcialmente

Sem capacitação

2

1

0

Responsabilização dos dirigentes

com o processo de elaboração do

Plano Diretor

Existência de secretário municipal responsável pelo

processo

Sim

Não

1

0

Participação dos secretários durante o processo Integral

Parcial

Sem participação

2

1

0

Participação dos vereadores durante o processo Integral

Parcial

Sem participação

2

1

0

Existência de estudos e registros

para planejamento e gestão

territorial

Existência de base cartográfica atualizada

(parcelamento do solo, sistema viário, áreas de risco,

relevo, cobertura vegetal,unidades de conservação,

etc.)

Integral

Parcial

Não existe

2

1

0

Existência de cadastro imobiliário (arrecadação) Integral

Parcial

Não existe

2

1

0

Estrutura física e administrativa

disponibilizada para o processo

de elaboração do plano

Espaço físico com mobiliário, equipamentos de

informática e material de consumo

Sim

Não

1

0

Disponibilização de auxiliar administrativo Sim

Não

1

0

TOTAL POSSÍVEL 21

TOTAL COMPUTADO 9 (42,8%)

Page 40: Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL ...€¦ · Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA PRODUTO V – Análise crítica

Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

40

2. CONCEPÇÃO DE PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO

INDICADORES VARIÁVEIS DE MONITORAMENTO PONTUAÇÃO

Aplicação da metodologia de

Planos Diretores Participativos

Capacitação de dirigentes e servidores para

aplicação da metodologia

Sim

Não

1

0

Capacitação de lideranças sociais para aplicação da

metodologia

Sim

Não

1

0

Cumprimento das etapas estabelecidas no plano de

trabalho

Integralmente

Parcialmente

Não foi cumprido

2

1

0

Comunicação, mobilização e

envolvimento da população no

processo de elaboração do plano

Promoção pública do início dos trabalhos Sim

Não

1

0

Utilização de meios de comunicação de massa para

mobilização da população

Sim

Não

1

0

Divulgação dos cronogramas dos eventos com

antecedência

Sim

Não

1

0

Estabelecimento de instancias de

decisão conjunta do poder público

com a sociedade

Existiu representação da sociedade civil na

composição do núcleo gestor

Sim

Não

1

0

Foram realizadas audiências públicas deliberativas Sim

Não

1

0

Divulgação dos resultados e

propostas resultantes das etapas

de elaboração do Plano Diretor

Utilização dos meios de comunicação para

publicação de divulgação dos resultados

Sim

Não

1

0

Espaço destinado à exposição pública dos trabalhos

realizados no PD

Sim

Não

1

0

Foram realizadas reuniões por distritos Sim

Não

1

0

Realização de reuniões por grupos temáticos e

segmentos sociais

Sim

Não

1

0

Foram incorporados temas debatidos nas

audiências públicas

Sim

Não

1

0

TOTAL POSSÍVEL 14

TOTAL COMPUTADO 13 (92,8%)

Page 41: Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL ...€¦ · Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA PRODUTO V – Análise crítica

Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

41

3. ATENDIMENTO DO CONTEÚDO MÍNIMO

INDICADORES VARIÁVEIS DE MONITORAMENTO PONTUAÇÃO

Estabelecimento do cumprimento

da função social da cidade e da

propriedade urbana voltada às

funções sócio-ambientais

Delimitação de áreas para equipamentos urbanos e

comunitários

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas para garantir a acessibilidade

e mobilidade urbana sustentável

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas para proteção, preservação e

recuperação do patrimônio natural e cultural

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas necessárias ao provimento de

infra-estrutura urbana de forma sustentável

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas necessárias ao provimento de

terra urbanizada, particularmente, para a população

de baixa renda

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas não-ocupadas com infra-

estrutura instalada

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas para promover a regularização

fundiária

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas para atividades econômicas Sim

Não

1

0

Inclusão de critérios para aplicação de instrumentos Sim

Não

1

0

Inclusão dos instrumentos da

política urbana

Concessão do direito real de uso, concessão de uso

especial; concessão do direito de construir;

consórcio imobiliário; contribuição de melhoria;

direito de preenpção; direito de superfície; estudo

prévio de impacto ambiental; Estudo prévio de

impacto de vizinhança; IPTU progressivo no tempo;

operações urbanas consorciadas; outorga onerosa

do direito de construir e de alteração de uso;

parcelamento, edificação e utilização compulsórios;

transferência do direito de construir.

Sim

Não

1

0

Inclusão de políticas públicas Política para a área rural Sim

Não

1

0

Política de terras públicas Sim

Não

1

0

Política de habitação Sim

Não

1

0

Política de regularização fundiária Sim

Não

1

0

Política de mobilidade urbana Sim

Não

1

0

Política de saneamento e infra-estrutura Sim

Não

1

0

Política de desenvolvimento econômico Sim

Não

1

0

Política de proteção do patrimônio natural e cultural Sim 1

Page 42: Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL ...€¦ · Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA PRODUTO V – Análise crítica

Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

42

3. ATENDIMENTO DO CONTEÚDO MÍNIMO

INDICADORES VARIÁVEIS DE MONITORAMENTO PONTUAÇÃO

Não 0

Atendimento das disposições

referenciadas no artigo 42, incisos

I e II, do estatuto da cidade

(conteúdo mínimo)

Delimitação das áreas onde poderá ser aplicado o

parcelamento, edificação ou utilização compulsórios

e definição de prazos para notificação dos

proprietários

Sim

Não

1

0

Aplicação do direito de preempção Sim

Não

1

0

Alteração de uso do solo mediante contrapartida a

ser prestada pelo beneficiário

Sim

Não

1

0

Operações Urbanas Consorciadas Sim

Não

1

0

Transferência do direito de construir Sim

Não

1

0

Inclusão dos instrumentos de

acompanhamento e gestão

democrática, incluindo finalidades,

requisitos e procedimentos para

aplicação (art. 42, inciso III, do

Estatuto da Cidade)

Conselho Municipal de Política Urbana Sim

Não

1

0

Conferência Municipal de Política Urbana Sim

Não

1

0

Audiências Públicas Sim

Não

1

0

Consultas Públicas Sim

Não

1

0

Iniciativa Popular de projetos de lei, de planos,

programas e projetos de desenvolvimento urbano

Sim

Não

1

0

Plebiscito Sim

Não

1

0

Referendo Sim

Não

1

0

Destinação dos territórios do

município compatível com os

espaços adjacentes

Inclusão de ações integradas intermunicipais

necessárias à gestão ambiental

Sim

Não

1

0

Inclusão de objetivos, temas prioritários e

estratégias para integração do território

Sim

Não

1

0

Inclusão de zonas especiais em

correspondência com os objetivos

e estratégias propostas pelo Plano

Assentamentos e empreendimentos urbanos e

rurais de interesse social

Sim

Não

1

0

Territórios ocupados por comunidades tradicionais Sim

Não

1

0

Áreas sujeitas à inundações, deslizamentos e outras

situações de risco

Sim

Não

1

0

Assentamentos irregulares ocupados por população

de baixa renda com vistas à regularização fundiária

incluindo normas especiais de uso e ocupação dos

solo e instrumentos para sua implementação

Sim

Não

1

0

Áreas de proteção, preservação e recuperação do

meio ambiente natural e cultural

Sim

Não

1

0

Inclusão de instrumentos de participação das

comunidades na gestão das áreas especiais

Sim

Não

1

0

Page 43: Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL ...€¦ · Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA PRODUTO V – Análise crítica

Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

43

3. ATENDIMENTO DO CONTEÚDO MÍNIMO

INDICADORES VARIÁVEIS DE MONITORAMENTO PONTUAÇÃO

TOTAL POSSÍVEL 38

TOTAL COMPUTADO 34 (89,5%)

4. SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

INDICADORES VARIÁVEIS DE MONITORAMENTO PONTUAÇÃO

Destinação sócio-ambiental do

território condicionada pela

preservação e conservação dos

ecossistemas locais

Delimitação de áreas de restrição ambiental Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas de utilização e conservação

dos recursos naturais

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas de preservação permanente

em função de situações críticas existentes

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas a serem revitalizadas Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas a serem recuperadas

ambientalmente

Sim

Não

1

0

Delimitação de unidades de conservação Sim

Não

1

0

Delimitação de zonas de transição entre as áreas a

serem preservadas, conservadas e ocupadas

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas de recuperação e proteção de

Recursos hídricos

Sim

Não

1

0

Compatibilização do planejamento

territorial com o diagnóstico

ambiental

Delimitação de áreas de risco de inundação Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas de risco geológico

Sim

Não

1

0

Mapeamento da geomorfologia dos solos e aptidões Sim

Não

1

0

Mapeamento de declividades Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas com restrição de

impermeabilização dos solos

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas de ocupação e de expansão

urbana considerando as condições dos

ecossistemas locais e capacidade de suporte da

infra-estrutura

Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas de risco à ocupação humana Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas de atividades agrícolas Sim

Não

1

0

Delimitação de áreas de atividades de exploração Sim 1

Page 44: Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL ...€¦ · Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA PRODUTO V – Análise crítica

Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

44

4. SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

INDICADORES VARIÁVEIS DE MONITORAMENTO PONTUAÇÃO

Não 0

Compatibilização do planejamento

territorial com o diagnóstico

ambiental

Localização preferencial de comércio, indústria e

serviços

Sim

Não

1

0

Áreas especiais instituídas em correspondência

com as atividades econômicas geradoras de

impacto nos ecossistemas locais

Sim

Não

1

0

Áreas especiais instituídas em correspondência

com as atividades de infra-estrutura urbana

geradoras de impacto nos ecossistemas locais

Sim

Não

1

0

Compatibilização no Plano Diretor

da legislação urbanística com a

legislação ambiental estabelecida

instâncias municipal, estadual e

federal

Código Florestal e respectivas resoluções Sim

Não

1

0

Sistema Nacional de Unidades de Conservação Sim

Não

1

0

Resolução CONAMA n° 264 Sim

Não

1

0

Política nacional do meio ambiente Sim

Não

1

0

Plano Nacional de recursos hídricos Sim

Não

1

0

Zoneamento ecológico econômico Sim

Não

1

0

TOTAL POSSÍVEL 26

TOTAL COMPUTADO 21 (80,7%)

Page 45: Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL ...€¦ · Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA PRODUTO V – Análise crítica

Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

45

5. AUTO-APLICABILIDADE DO PLANO DIRETOR

INDICADORES VARIÁVEIS DE MONITORAMENTO PONTUAÇÃO

Compatibilização no Plano Diretor

da legislação urbanística

estabelecida nas instancias

municipal, estadual e federal

Legislação de uso e ocupação do solo Sim

Não

1

0

Delimitação do perímetro urbano Sim

Não

1

0

Legislação edilícia Sim

Não

1

0

Legislação patrimonial Sim

Não

1

0

Legislação Ambiental Sim

Não

1

0

Delimitação e normatização de

áreas específicas pára a

implementação das políticas

Áreas necessárias à implementação da politica para

a área rural.

Sim

Não

1

0

Áreas necessárias à implementação da política de

terras públicas

Sim

Não

1

0

Áreas necessárias à implementação da política de

habitação e regularização fundiária

Sim

Não

1

0

Áreas necessárias à implementação da política de

mobilidade urbana

Sim

Não

1

0

Áreas necessárias à implementação da política de

desenvolvimento econômico

Sim

Não

1

0

Áreas necessárias à implementação da política de

proteção do patrimônio natural e cultural

Sim

Não

1

0

TOTAL POSSÍVEL 11

TOTAL COMPUTADO 7 (63,5%)

6. ACOMPANHAMENTO E CONTROLE SOCIAL

INDICADORES VARIÁVEIS DE MONITORAMENTO PONTUAÇÃO

Inclusão no Plano Diretor de

instrumentos e instâncias de

planejamento e gestão

participativa

Conforme estabelecido para o conteúdo mínimo do

Plano Diretor

Sim

Não

1

0

Conselho Municipal de Política

urbana instalado

Representação paritária entre representação de

órgãos governamentais e de entidades sociais

Sim

Não

1

0

TOTAL POSSÍVEL 2

TOTAL COMPUTADO 2 (100%)

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

46

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

47

3- MOMENTO DE AVALIAÇÃO COMPARTILHADA

Esta parte do produto consiste em destacar os resultados e conclusões alcançadas por meio do

momento de avaliação realizado no município. Destaca-se a formação de um grupo mais reduzido

que participou ativamente do processo de construção da metodologia de elaboração do plano diretor.

Dos 6 eixos temáticos elencados, foi possível a construção da seguinte síntese:

FIGURA 15 – Gráfico síntese variáveis de monitoramento

Pode-se perceber que a avaliação foi positiva quanto ao atendimento dos indicadores dos eixos

temáticos, alcançando 67% da pontuação total. Desse ponto, destacam-se os eixos temáticos

relativos a Concepção de Planejamento Participativo, Atendimento do Conteúdo Mínimo e da

Sustentabilidade Ambiental, eixos 2, 3 e 4 respectivamente.

Dos indicadores da Concepção de Planejamento Participativo, foram destacados com ênfase o

estabelecimento da ampliação das instâncias de decisão conjunta entre poder público e sociedade

pela periodicidade e comprometimento com o projeto, o que assegurou motivação por parte,

principalmente dos delegados.

Ainda de forma bastante positiva, destaca-se o atendimento do conteúdo mínimo do plano diretor em

relação ao cumprimento da função social da cidade e da propriedade urbana e rural visando sempre

o respeito e/ou adequação ao meio ambiente, a inclusão de ferramentas para a o alcance dessas

funções e de políticas públicas desenhadas visando a respostas à problemáticas priorizadas pela

população. Esse processo dá legitimidade a lei aprovada e sancionada.

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

48

Contudo, alguns dos instrumentos do Estatuto da cidade não se adequavam à condições encontradas

no município, e por isso não foram utilizado com a Operação Urbana Consorciada. Destaca-se ainda

o grupo de instrumentos que permite que toda essa mobilização cidadã desencadeada pelo processo

de construção do Plano Diretor possa vir a persistir por meio do conselho municipal, da

obrigatoriedade das audiências públicas e outros.

Também fora destacado que as políticas urbanas tem rebatimento direto no espaço pela delimitação

de zonas que visam cumprir certas funções como a de proteção, recuperação e conservação do meio

ambiente natural, de regularização fundiária e desenvolvimento econômico voltado ao setor primário.

A abordagem regional das problemáticas relativas ao meio ambiente e desenvolvimento econômico

também merecem destaque.

Mesmo o diagnóstico ambiental ter encontrado dificuldades de obtenção de dados primários e

mapeamentos precisos, não foram excluídas as possibilidades de definição de zonas específicas para

esse fim se utilizando para isso a adequação às legislações das esferas municipal, estadual e federal.

Como ponto negativo, é preocupante o resultado relativo ao eixo Capacidade Técnica e Institucional

do município. Onde menos de 50% dos critérios de monitoramento foram alcançados. Como

conseqüência da mesma problemática, foi identificada no momento da avaliação a inércia instalada

após processo de aprovação do Plano Diretor na Câmara Municipal. Ficou evidente que só a

capacitação de profissionais para a elaboração do plano não se mostrou suficiente para que de fato

os mecanismos fossem colocados em prática. Associa-se a essa mesma problemática a carência de

mecanismos claros de auto-aplicabilidade do plano. Esses mecanismos existem apenas se forem

acionados pela administração municipal ou pela população.

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Plano Diretor Participativo de Santana do Acaraú

TAL AMBIENTAL/PNUD - MCidades – MMA

PRODUTO V – Análise crítica da aplicação da metodologia

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4- FRAGILIDADES, AVANÇOS E INDICAÇÕES PARA CONSOLIDAÇÃO DA METODOLOGIA

Um dos grandes objetivos da metodologia desenvolvida foi o de promover uma rica interação entre o

desenvolvimento territorial e a questão ambiental, tão intrínseca no município de Santana do Acaraú.

Visando, desta forma, favorecer subsídios ao governo municipal no que diz respeito ao auxílio do

planejamento territorial e na questão rural-urbana-ambiental, bem como encorajando todos os setores

possíveis e indubitavelmente, “interessados”, da sociedade local na tomada de decisão, por meio de

um diálogo necessário, permanente e contínuo.

Entretanto, problemas ocorreram precisamente no que diz respeito à disponibilização de informações

para o estabelecimento de uma base de dados rurais-urbanos-ambientais fundamentada em

indicadores socioespaciais adequados. Igualmente, o fator tempo foi uma variável que provocou um

esforço e um manejo “extra” por parte das equipes técnicas.

Quanto à metodologia para efetivação do diagnóstico da realidade municipal, precisamente no que

concerne à confecção da leitura técnica, buscou-se a relação entre os aspectos urbanos e ambientais

pela adaptadas as metodologias da Matriz PEIR (GEO Cidades - PNUMA) e da Avaliação de

Vulnerabilidade Ambiental – AVA (MMA). Uma vez congregadas, a sistematização de dados consistiu

na análise dos indicadores socioeconômicos e espaciais a partir de informações sistematizadas e

conseqüentes da matriz PEIR, traduzidas espacialmente por meio da metodologia AVA. Foram

congregadas à metodologia, análise das informações obtidas por meio de entrevistas com os diversos

segmentos sociais. Sendo essencial ao processo, a abordagem participativa que consistiu na

realização de Leituras Comunitárias para identificação de problemas prioritários, causas e

conseqüências e sua localização espacial no território municipal.

Assim, relata-se a seguir uma síntese das etapas e seus principais obstáculos evidenciados:

a. Coleta e analise de dados:

Foi imprescindível à elaboração de um documento após a identificação das fontes de dados em nível

de agregação local e da sistematização das mesmas. Não obstante à existência de informações das

agencias dedicadas à produção de dados e relatórios do Governo do Estado do Ceará, as

informações necessárias e essenciais se encontraram dispersas, o que dificultou em princípio uma

releitura fidedigna da realidade local. O diagnóstico da realidade municipal contemplou duas Leituras:

uma comunitária e uma técnica. A Leitura Técnica utilizou a Leitura Comunitária como ponto de

partida, uma vez que tanto a escassez de dados oficiais atualizados, quanto a dificuldade de

aquisição de informações relativas ao meio ambiente urbano e rural, principalmente no que diz

respeito a mapeamentos precisos e confiáveis.

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Neste contexto, no que diz respeito à sistematização e à agregação de dados para elaboração da

Leitura Técnica, foram congregados estudos, precisamente do estado de conservação ambiental,

visando propor estratégias de controle, em princípio, aos efeitos da degradação ambiental, orientar a

política de expansão municipal em conformidade com a vulnerabilidade e potencialidade do sítio

urbano, bem como contribuir na tentativa de elaboração de zoneamento agroecológico (ordenamento

do meio rural) e na instalação, manutenção e recuperação de unidades de conservação

Lamentavelmente, houve também ausência de instrumentalização técnica por parte das equipes

locais (quadro institucional municipal), sobretudo embasada através de uma fraca visão estratégica

sobre o território.

Foi demasiado negativo à ausência de informação cartográfica atual disponível com escala visual

adequada a estudos e processos desta natureza. Indubitavelmente, trata-se de uma essencial

ferramenta que, quando bem organizada, possibilita informação visual sobre a expansão da mancha

urbana, desmatamento e, sobretudo, de pontos vulneráveis no território municipal. Pois é desejável

por meio de usos sistemáticos desse material, aprofundar as informações ao nível de detalhamento

confiável para construção de uma hipótese da realidade local. Então, não houve facilidade ao acesso

e à disponibilização desta informação, o que causou algumas debilidades durante as incursões à

campo. Estas tratavam-se de visitas técnicas direcionadas à identificação de processos de

degradação, reconhecimento de uso e ocupação do solo, entrevistas com população local,

atualização das bases cartográficas existentes.

b. Compilação de dados:

Depois de uma demasiada investigação a fontes locais e à uma rica consulta pública aos grupos

sociais que estavam interessados no processo de participação, foram compiladas as informações

captadas, priorizando o conhecimento do processo histórico e atual local (social, espaço territorial,

econômico e institucional) para confecção de um diagnóstico que foi fundamental para o

desenvolvimento das etapas posteriores. Foi uma etapa positiva, pois contou com uma equipe técnica

formada por profissionais experientes, precisamente no que diz respeito ao conhecimento dos

aspectos relevantes à realidade local e quiçá, regional, dos municípios trabalhados, visando todas as

possíveis conseqüências político-espaço-territorias na preposição de estratégias.

c. Elaboração do diagnóstico- análise de informaçoes capturadas:

Uma vez definida a metodologia, foi confeccionado um diagnóstico (incluindo aqui, a Leitura

Comunitária - social e a Leitura Técnica, espaço – territorial e urbana-rural-ambiental) que contribuiu

para a identificação das prioridades locais, as quais serviram de guia para determinação de possíveis

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ações mais relevantes a serem adotadas pelo conseqüente plano. Favorecendo, assim, elementos

para confecção de fundamentos para tomadas de decisões.

Não obstante à dificuldade de aquisição de material geocartográfico, o conteúdo ilustrativo dos mapas

de Estado, Contexto e Pressão foi buscado pela catalogação de imagens de satélite e de mapas (a

base cartográfica utilizada foi cedida pelo IPECE) já disponíveis. Isto foi complementado pelos

registros fotográficos obtidos durante as diversas incursões de campo ao município. Já as visitas

técnicas foram direcionadas a comprovações de processos de degradação, de vulnerabilidades e de

reconhecimento de uso e ocupação do solo e entrevistas com população local, conformação das

bases cartográficas e composição de acervo fotográfico.

A análise dos dados para elaboração deste diagnóstico fez uso de abordagens quantitativas,

qualitativas e participativas para atingir o objeto do trabalho, acima citado.

d. Confeção e incorporação de propostas:

Foi necessária uma eficaz colaboração entre a equipe local e a equipe técnica na captação de

propostas, estas subsidiadas, precisamente pela realidade evidenciada pela participação e pela

produção do diagnóstico. Com efeito, foram propostas evidenciadas, sobretudo, pelas circunstancias

espaço-estruturais-ambientais e político-institucionais.

e. Legitimidade do plano:

Foram discutidos em diversos momentos, bem como houve produção constante de todas as

propostas através dos seminários e audiências ocorridas nestes municípios. Certamente, foram

contribuições articuladas e embasadas em metodologia consistente de um processo participativo de

planejamento que se deu através da concepção e da esfera da obrigatoriedade constitucional na

elaboração de planos diretores municipais participativos.

Proposições e recomendações

É necessário, antes da escolha definitiva do município objeto de projetos, de uma averiguação da

realidade do corpo técnico das equipes municipais que forneceram suporte técnico e subsídios à

equipe técnica (consultoria), bem como do aparato de informações que são extremamente

necessárias. Isto, precisamente no que diz respeito à interação prévia entre Ministérios com os

municípios visando um reconhecimento dos padrões locais, longe dos velhos paradigmas

acadêmicos. Pois esta simples aferição permite antecipar, com razoável e devido grau de clareza, o

tipo de dinâmica, de possíveis fontes de conflitos e as vulnerabilidades que foram postas do decorrer

de todo o processo. Uma vez que a experiência em não trabalhar, por exemplo, com uma base

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geocartográfica atual e fidedigna remeteu ao atrofiamento da percepção espacial impreencindível na

elaboração de planos diretores.

Portanto, o detalhamento de todos os fatores envolvidos neste processo depende da disponibilização

de informações existentes e da importância destes na relação território e sociedade. Trata-se de uma

variável de rever e refletir sempre os riscos, as tendências, as dificuldades e as repercussões

envolvidas nas debilidades que foram constatadas e condicionadoras ao processo em geral.

Detectou-se, também, é extremamente necessária uma melhor destinação de recursos para o

desenvolvimento da metodologia, uma vez que fique constatada ausência demasiada de

informações, precisamente aquelas associadas ao material geocartográfico e de diagnósticos

preliminares à efetivação inicial do processo que serviram de base para confecção das leituras da

realidade local.

Observou-se qual tipo de participação é vital para processos como estes. A participação, em

municípios como em Santana do Acaraú, cuja tradição já rompe antigos paradigmas, certamente não

se mostrou como entrave, mas como meio mais eficaz da realização da metodologia de construção

de Plano Diretor com ênfase em sustentabilidade ambiental. Pois, é importante, antes de tudo,

compreender os reais interesses que poderão sustentar as políticas e a aplicação dos Planos para

não debilitar a eficácia do processo ou, até mesmo, induzir à neutralização de conflitos entre a

população e o Poder Público.