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Agrupamento de Escolas Gil Vicente, Guimarães - 151063 Página 1 de 6 PLANO ESTRATÉGICO DE INTERVENÇÃO PERÍODO: Biénio 2010-2011 OBJECTIVOS O Centro Novas Oportunidades GIL VICENTE propõe-se prestar os seus serviços em três territórios complementares entre si. O 1.º abrange a área pedagógica da escola, onde temos uma população activa, sem o 12.º Ano, de 5300 pessoas, entre a qual uma franja de 25% corresponde a pais de alunos da escola. A nossa actuação assume, neste caso, uma especial relevância dadas as possibilidades decorrentes da mutualização dos campos da vida escolar e o das NO. Com o objectivo de promovermos as NO junto da comunidade escolar, constituiremos um dispositivo de proximidade e em rede de mobilização de adultos, formado por trabalhadores voluntários de pais e de adultos que já participaram na vida do Centro. Procuraremos, ainda, qualificar a actuação dos pais na escola pelo desenvolvimento reconhecido das suas competências para a participação social. O 2.º abarca uma área constituída por 13 Freguesias e que corresponde ao espaço geográfico designado por Guimarães Sul. Neste território temos uma população activa sem os 12 anos de escolaridade que se situa nas 20700 pessoas. A nossa actuação será marcada, neste caso, por lógicas de acção filiadas nos princípios do trabalho cooperativo. A extensão deste território, a complexidade e a diversidade de problemas sociais com que nos deparamos, reclamam uma actuação organizacional em partenariado. O 3º integra o campo de trabalho das PME do Vale do Ave e supõe o reforço das estruturas organizacionais em consórcio atrás referenciadas. A escala da nossa intervenção nas empresas e a especificidade de conhecimentos técnicos de gestão, de produção, entre outros, que esta mobiliza, convocam uma massa crítica que ultrapassa a dimensão de um Centro e reclamam o recurso a competências organizacionais combinadas entre diferentes dispositivos organizacionais NO. MODELO DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO O modelo organizacional do Centro Novas Oportunidades Gil Vicente resulta de uma interacção relacional entre 2 planos de acção: o 1.º, decorre da inserção do centro numa escola com uma cultura e uma identidade estruturadas ao longo de 20 anos, que organiza as suas relações de poder através de sistemas de delegação e de partilha do poder e que organiza a escola segundo as linhas orientadoras de um modelo de raiz burocrática que estrutura as formas, os circuitos de comunicação e o quadro das relações orgânicas; o 2.º, decorre do conflito organizacional induzido pela inserção do centro na escola, ao procurar apelar à introdução de novas práticas de trabalho em rede, devidamente escrutinadas pelo conjunto de actores das NO e dos seus parceiros estratégicos. Da tensão entre estas duas culturas distintas, no tempo, no modo e no conteúdo, e da forma como estas se relacionarem acederemos porventura à moldura organizacional deste centro e às oscilações das nossas práticas de direcção e gestão.

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PLANO ESTRATÉGICO DE INTERVENÇÃO PERÍODO: Biénio 2010-2011

OBJECTIVOS

O Centro Novas Oportunidades GIL VICENTE propõe-se prestar os seus serviços em três

territórios complementares entre si. O 1.º abrange a área pedagógica da escola, onde temos

uma população activa, sem o 12.º Ano, de 5300 pessoas, entre a qual uma franja de 25%

corresponde a pais de alunos da escola. A nossa actuação assume, neste caso, uma especial

relevância dadas as possibilidades decorrentes da mutualização dos campos da vida escolar e o

das NO. Com o objectivo de promovermos as NO junto da comunidade escolar, constituiremos

um dispositivo de proximidade e em rede de mobilização de adultos, formado por

trabalhadores voluntários de pais e de adultos que já participaram na vida do Centro.

Procuraremos, ainda, qualificar a actuação dos pais na escola pelo desenvolvimento

reconhecido das suas competências para a participação social. O 2.º abarca uma área

constituída por 13 Freguesias e que corresponde ao espaço geográfico designado por

Guimarães Sul. Neste território temos uma população activa sem os 12 anos de escolaridade

que se situa nas 20700 pessoas. A nossa actuação será marcada, neste caso, por lógicas de

acção filiadas nos princípios do trabalho cooperativo. A extensão deste território, a

complexidade e a diversidade de problemas sociais com que nos deparamos, reclamam uma

actuação organizacional em partenariado. O 3º integra o campo de trabalho das PME do Vale

do Ave e supõe o reforço das estruturas organizacionais em consórcio atrás referenciadas. A

escala da nossa intervenção nas empresas e a especificidade de conhecimentos técnicos de

gestão, de produção, entre outros, que esta mobiliza, convocam uma massa crítica que

ultrapassa a dimensão de um Centro e reclamam o recurso a competências organizacionais

combinadas entre diferentes dispositivos organizacionais NO.

MODELO DE ORGANIZAÇÃO E GESTÃO

O modelo organizacional do Centro Novas Oportunidades Gil Vicente resulta de uma

interacção relacional entre 2 planos de acção: o 1.º, decorre da inserção do centro numa

escola com uma cultura e uma identidade estruturadas ao longo de 20 anos, que organiza as

suas relações de poder através de sistemas de delegação e de partilha do poder e que organiza

a escola segundo as linhas orientadoras de um modelo de raiz burocrática que estrutura as

formas, os circuitos de comunicação e o quadro das relações orgânicas; o 2.º, decorre do

conflito organizacional induzido pela inserção do centro na escola, ao procurar apelar à

introdução de novas práticas de trabalho em rede, devidamente escrutinadas pelo conjunto de

actores das NO e dos seus parceiros estratégicos. Da tensão entre estas duas culturas distintas,

no tempo, no modo e no conteúdo, e da forma como estas se relacionarem acederemos

porventura à moldura organizacional deste centro e às oscilações das nossas práticas de

direcção e gestão.

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O modelo de organização que pretendemos fundar ancora-se em princípios de

democraticidade interna, de participação (pro)activa, de incentivo a práticas que suscitem uma

cultura de iniciativa e de inovação permanente, de reflexão e de avaliação sistemática das

intervenções, de cooperação entre técnicos e entre organizações. A emergência de novas

práticas culturais turbulentas e, muitas vezes, geradoras de equilíbrios instáveis e precários,

apela a um novo clima organizacional e de estruturação das relações de poder. Ao poder

iluminado contrapomos modos de liderança partilhados e abertos, agregados em torno da

missão e de uma visão institucional que apontamos como sendo a situação horizonte onde

pretendemos um dia aportar.

Este quadro de princípios suscita outras lógicas de acção organizacional e fazem emergir um

novo modo de pensar e de agir.

Enquadra-se nestes novos modos organizacionais o trabalho em redes alargadas de parceiros

que assumem, consoante o objecto da nossa acção, modularidades e configurações diversas,

transformando o centro numa animada plataforma giratória de parceiros e serviços. Parcerias

que funcionam a montante, no sentido da identificação, sensibilização e mobilização de

adultos para as NO. Parcerias que funcionam a jusante, na concepção e desenvolvimento de

respostas integradas em consonância com o projecto desenvolvido pelo adulto no nosso

centro. A 1ª rede será constituída por associações culturais, recreativas e desportivas,

empresas locais, juntas de freguesia, associações corporativas (sindicatos, pais, professores) e

os trabalhadores voluntários organizados de forma adhocrática em dispositivos basistas e não

formalizados. Na 2.ª rede ou, antes redes, teremos a participação de actores organizacionais

agregados em torno da concepção e desenvolvimento de projectos, metodologias e produtos.

Nesta rede participam os centros com os quais temos afinidades culturais e de projecto e que

se podem constituir num consórcio de trabalho para a inovação.

Ao nível interno o Centro promoverá práticas de trabalho estruturadas e organizadas em

equipas de projecto. Cada um dos técnicos liderará um projecto de trabalho e agregará à sua

volta os recursos que considerar que estão ao seu alcance. Esses recursos devem extravasar o

perímetro convencionado para o Centro e podem encontrar-se na escola, em outros centros

ou até na comunidade. Avançaríamos com alguns dos projectos que se podem enquadrar

nestas equipas: projecto de mobilização de adultos; projecto formação de formadores e

técnicos; projecto de concepção de novos produtos; projecto de comunicação do centro, entre

outros. Esta prática de organização do centro em projectos convive com modos de trabalho

orientados pelos princípios da divisão do trabalho e da especialização funcional que de certo

modo continuará ainda a ser o núcleo duro da acção organizacional do Centro.

ARTICULAÇÃO COM A REDE DE ENTIDADES DE EDUCAÇÃO E FORMAÇÃO DA REGIÃO

O Centro Novas Oportunidades Gil Vicente fundará a sua acção organizacional e pedagógica

nos princípios da interinstitucionalidade orgânica e metodológica, na qual o esforço de

desenvolvimento das práticas de trabalho assenta no recurso a parcerias entre organizações,

no cruzamento de olhares questionadores e de saberes multidisciplinares. Estas modalidades

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de intervenção convocam, ainda, o principio da articulação múltipla entre iniciativas, projectos

e programas, contribuindo para a mobilização de energias, a rendibilização de recursos, a

multiplicação dos efeitos dos projectos individuais e a conjugação coerente de bens

(i)materiais.

A concretização destes princípios suscita a adopção de práticas de trabalho em redes de

geometria variável. Umas vezes, com carácter adhocrático, outras vezes, com um carácter

mais formalizado e estruturado numa duração mais longa. No primeiro caso, temos as

intervenções em empresas da região, cujos contratos duram enquanto a nossa actuação

estiver a acontecer. O mesmo princípio estende-se ao trabalho intensivo e em profundidade

que vamos ter de realizar nos territórios concelhios mais afectados pela crise económica e

social e que reclamam uma acção robustecida e concertada entre vários Centros e entre estes

e outras organizações com outro leque de competências, tais como as de consultadoria,

orientação vocacional, de formação e de estudos e investigação. No segundo caso, temos a

intervenção no âmbito da acção do Fórum do Ave e da Rede Guimarães Território de

Aprendiz@gem. Nestes espaços organizacionais mais formalizados teremos a oportunidade de

concertar estratégias de actuação, contrastar práticas de trabalho, aferir procedimentos

pedagógicos e organizacionais, lançar dispositivos de Formação de Formadores e Técnicos e

intercambiar no campo transnacional experiências e conhecimentos.

PLANO DE AUTO-AVALIAÇÃO

O Centro Novas Oportunidades Gil Vicente propõe-se adoptar o modelo CAF destinado a

enquadrar e a orientar as práticas auto-avaliativas dos Centros. Os princípios fundadores deste

modelo, o seu quadro conceptual e as metodologias, técnicas e instrumentos que convoca

concorrem para o desenvolvimento de práticas avaliativas formativas orientadas para uma

tomada de decisão fundamentada. Contribui, ainda, para que se adopte nas organizações uma

cultura de avaliação continuada e naturalizada enquanto prática de gestão dos recursos

(i)materiais. Trata-se também de uma avaliação democrática, participativa, plural e abrangente

que procura incluir todos os actores da organização no processo, não discriminando as pessoas

pela hierarquia ou por outros modos de se construir a diferença. Todos os actores estão

envolvidos no projecto de avaliação e, em princípio, todos eles procuram introduzir as

melhorias que a análise da informação aponta.

Estes fundamentos da avaliação encontram-se em linha com a cultura e o clima organizacional

que nos propomos adoptar e vivenciar. A apropriação e a aplicação destas abordagens

avaliativas tendem a reforçar as práticas de trabalho enunciadas no PEI, ao mesmo tempo que

introduzem elementos de inovação nos processos e nos produtos da nossa acção.

Propomo-nos, ainda, trabalhar as diferentes dimensões do objecto avaliado num

enquadramento organizacional em rede com outros centros congéneres. Este trabalho

avaliativo em rede permite-nos obter uma escala relacional mais ampla e em simultâneo

facilita-nos o trabalho de concepção e de adaptação da metodologia a cada um dos centros

envolvidos. A adaptação e a adequação deste projecto à realidade organizacional e pedagógica

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de cada um dos Centros envolvidos reclama por competências de concepção e de aplicação de

produtos avaliativos que nem sempre estão todas elas combinadas na mesma entidade. O

trabalho de customização desta metodologia, destas técnicas e instrumentos, exige dos

centros saberes e competências de diferentes modalidades e dimensões que têm de ser

desenvolvidas em contexto real de aplicação e em espaços de formação estruturados. A rede

de Centros - Fórum do Ave - pode contribuir para o empowerment das equipas através das

oportunidades que pode gerar no campo da realização de acções de Formação de Formadores

e Técnicos nas áreas da auto-avaliação.

PLANO DE FORMAÇÃO DA EQUIPA

O Centro Novas Oportunidades Gil Vicente estruturará um plano de formação que combinará

modelos organizacionais diversos, uma pluralidade metodológica e um quadro de conteúdos

abrangente, amplo e integrador que permita a cobertura das suas diferentes modalidades de

intervenção. A formação respeitará um quadro organizacional em rede e terá no espaço Fórum

do Ave um lugar de eleição para a combinação das modalidades formativas que devemos

priorizar, os actores organizacionais que convidaremos para a construção das respostas

formativas e os modelos formativos a adoptar. Neste nível de trabalho poderemos equacionar

as nossas necessidades formativas e o tempo e o modo de lhes respondermos.

Para além desta dimensão de trabalho poderemos recorrer à formação contratualizada pela

Agência Nacional de Qualificação com os Centros de Formação de Professores e com as

Universidades e Institutos Politécnicos. Neste domínio, os técnicos e os formadores deste

centro poderão aceder a uma formação creditada de 35 horas, no âmbito do contrato

estabelecido entre a Agência Nacional de Qualificação e o Centro de Formação de Professores

Martins Sarmento. Por sua vez, a coordenação e a direcção do centro poderá aceder a uma

formação contratualizada entre a Agência Nacional de Qualificação e o Instituto de Educação

de Adultos da Universidade do Minho.

Estes dois planos de formação serão complementados com um terceiro, que será organizado

internamente por este centro. As temáticas a abordar nesta acção prendem-se com gestão dos

referenciais de competências-chave /(NS e NB) num quadro de acção em que se evidenciam e

contrastam experiências de vida diversas e modalidades diferentes de saberes. A

sobrevivência do referencial neste campo turbulento de interacções e a sua validade na

monitorização das validações de práticas e saberes constitui um desafio para os actores e

técnicos das NO e exigem da sua parte um estudo contínuo e aprofundado deste suporte.

Propomo-nos ainda abrir um novo espaço formativo de cariz mais (in)formal e (dis)tendido que

será constituído no quadro de intervenção deste centro. Referimo-nos em particular a

dispositivos organizacionais inspirados nos ambientes clássicos das tertúlias, das Jamsession

formativas ou das oficinas de formação. Constituir-se-ão enquanto espaços de troca de

produções NO e de debate e reflexão sobre as práticas adoptadas. A escala desta formação

será a do nosso centro abrindo-se, no entanto, a outros centros que cooperem connosco nas

intervenções que planearmos.

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Por fim, as intervenções contratualizadas entre Centros constituir-se-ão como lugares de

aprendizagem cooperativa pelo intercâmbio de documentos que geram e pelo debate

metodológico que suscitam.

INTERVENÇÃO TERRITORIAL

No biénio 2008 – 2009 o planeamento da intervenção do Centro Novas Oportunidades apontava o território abrangido pelas freguesias de Gémeos, Calvos, Pinheiro, Tabuadelo, S. Faustino, Abação, Mascotelos, Polvoreira, Candoso S. Tiago, Nespereira, Conde, Moreira de Cónegos, Infantas, Serzedelo, Gandarela, Guardizela, Lordelo e Vila Nova de Sande como sendo o seu espaço privilegiado de actuação.

As freguesias indicadas correspondiam à área pedagógica da Escola e ao território de intervenção do Centro Novas Oportunidades designado por Guimarães Sul. A este espaço acrescentamos mais oito freguesias do território designado por Vale do Selho .

No biénio 2009 – 2010 o planeamento da intervenção do Centro Novas Oportunidades Gil Vicente preconiza o estabelecimento de uma concertação territorial entre os Centros Novas Oportunidades do concelho, pressupondo este trabalho uma liderança comum em rede para o desenvolvimento do eixo referente aos Adultos da Iniciativa Novas Oportunidades. Neste sentido, a aposta situa-se na assinatura do Protocolo Guimarães Território de Aprendiz@gem - Rede de Cooperação de Centros Novas Oportunidades. No âmbito deste protocolo, e de acordo com a distribuição de freguesias constante no mapa que se segue, o Centro Novas Oportunidades Gil Vicente passa a ser responsável pela intervenção nas freguesias de Abação, Calvos, Candoso S. Tiago, Gémeos, Infantas, Mascotelos, Nespereira, Pinheiro, Polvoreira, S. Faustino, Tabuadelo e Urgezes.

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RESULTADOS

Os resultados decorrentes da acção do centro para o biénio 2010-2011 estão explicitados no quadro abaixo indicado:

COMPONENTE ESCOLAR

Nível de Ensino

N.º Meses Inscritos Com Diagnóstico e Encaminhamento

Definido Em Processo RVCC Certificado s RVCC (Parcial e Total)

Básico 24 961 865 605 575

Secundário 24 640 576 260 234

TOTAL 1601 1441 865 809

Estes resultados a atingir neste período estão contratualizados com a Agência Nacional para a Qualificação (ANQ) e enquadram-se no patamar B em que este centro se insere.