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0 PREFEITURA MUNICIPAL DE APARECIDA DE GOIÂNIA SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DE ASSUNTOS DA HABITAÇÃO PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Metodologia Diagnóstico Habitacional Estratégia de Ação Aparecida de Goiânia JULHO - 2010

PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIALapps.aparecida.go.gov.br/documentos/outros/PLHIS- APC- PUBlICACAO.pdf · Divino Antônio Silva Junior Jair de Moura Neto . 4 ... extinto

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PREFEITURA MUNICIPAL DE APARECIDA DE GOIÂNIA SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DE ASSUNTOS DA HABITAÇÃO

PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE

INTERESSE SOCIAL

Metodologia Diagnóstico Habitacional

Estratégia de Ação

Aparecida de Goiânia

JULHO - 2010

1

PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE

INTERESSE SOCIAL

PRODUTO I Proposta Metodológica

Aparecida de Goiânia

JULHO - 2010

2

Prefeito Municipal

MAGUITO VILELA

Secretaria Extraordinária de Assuntos da Habitação

LIMÊNIA ALVES DE OLIVEIRA

Grupo Local de Trabalho

LIMÊNIA ALVES DE OLIVEIRA Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

ALTAMIRO DA COSTA NETO

Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

VANUSA JOSÉ DE CAMPOS Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

JANAINA DE HOLANDA CAMILO

IPPUA

CRISTIANE COELHO SOARES IPPUA

LUIZ CARLOS BARBOSA REGO

Procuradoria jurídica de Aparecida de Goiânia

JONAS ALVES CACHOEIRA Câmara Municipal

ROSILDO MANOEL DA SILVA

Câmara Municipal

ERNESTINO ARNALDO DE ARRUDA Movimento Popular – Associação de Moradores Chácara São Pedro

3

Equipe Técnica - Ícone Locações e Serviços Ltda.

WAGNER JOSÉ RODRIGUES Lic. Plena Construção Civil - Coordenação Geral

CARLA ROSANA AZAMBUJA HERRMANN

Arquiteta e Urbanista

ELZA MARIA STACIARINI Geógrafa

LEANDRA NEGRETTO

Assistente Social

MARIA REGINA LOPES Administradora

Colaboração:

Divino Antônio Silva Junior

Jair de Moura Neto

4

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO......................................................................................................... 4

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 5

2 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 9

3 O MUNICÍPIO DE APARECIDA DE GOIÂNIA........................................................ 11

4 OBJETIVOS ............................................................................................................ 12

4.1 Objetivo Geral ............................................................................................... 12

4.2 Objetivos específicos ................................................................................... 12

5 PROPOSTA METODOLÓGICA ............................................................................. 13

5.1 Equipes envolvidas e atribuições ..................................................... 14

5.1.1 Grupo de Trabalho Local – GTL ........................................... 14

5.1.2 Equipe Técnica Contratada – ETC ......................................... 15

5.1.3 Estrutura de Coordenação e Organização do Trabalho 16

5.1.4 Quadro Básico de Atividades ................................................ 16

5.2 Infraestrutura e Apoio Logístico da Contratante ............................. 17

5.3 Procedimentos .................................................................................... 17

5.3.1 Produto 1 .................................................................................. 17

5.3.1.1 Formatação da Mobilização Social ............................. 18

5.3.1.2 Detalhamento das Reuniões ....................................... 20

5.3.2 Produto 2 .................................................................................. 21

5.3.2.1 Subproduto 1: Levantamento de Dados para a

Formulação do Diagnóstico Habitacional .............................

21

5.3.2.2 Subproduto 2: Elaboração do Diagnóstico ............. 22

5.3.3 Produto 3 .................................................................................. 25

5.4 Quadro Geral de Atividades ............................................................... 26

5.5 Indicadores de Avaliação dos Resultados ....................................... 27

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 31

BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................. 32

5

APRESENTAÇÃO

O presente trabalho tem como objetivo o cumprimento dos serviços técnicos

contratados entre a Empresa ÍCONE LOCAÇÃO E SERVIÇOS LTDA, inscrita no CNPJ

sob número 09.179.234/0001-12, situada a Rua C-137, Qd. 567, Lt. 05, Sala 02, Nova

Suíça, Goiânia/GO e a Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia, Estado de

Goiás, pautado pelas disposições contratuais e pelo Termo de Referência constante do

processo licitatório qualificado no Processo Licitatório nº 062/2010, o qual trata da

elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social do Município de

Aparecida de Goiânia. Este se divide em três etapas:

- Produto 1 – Proposta Metodológica;

- Produto 2 – Diagnóstico do setor Habitacional; e

- Produto 3 – Estratégias de Ação.

6

1 INTRODUÇÃO

A etapa que ora se apresenta refere-se ao Produto 1 – Proposta Metodológica do

Plano Local de Habitação de Interesse Social do Município de Aparecida de

Goiânia, Goiás e indica a forma de estrutura de desenvolvimento dos trabalhos que

nortearão os procedimentos dos produtos posteriores, quais sejam:

Produto 2 – Diagnóstico do Setor Habitacional;

Produto 3 – Estratégias de Ação.

A questão da moradia tem sido problema vital para o homem e preocupação para

o poder público, em todos os níveis. O direito à moradia é reconhecido como um direito

humano em diversas declarações e tratados internacionais dos quais o Estado Brasileiro

é signatário, em especial a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 (artigo

XXV item 1).

Estudos do Ministério das Cidades, em documento que trata da Política Nacional

de Habitação, dão conta de que no Brasil existem “mais de sete milhões de famílias que

precisam de moradias novas, além de 10 milhões de domicílios com problemas de infra-

estrutura básica”. As carências habitacionais são mais visíveis e mais gritantes nas áreas

urbanas, que concentram 92% do déficit habitacional brasileiro, segundo a mesma fonte.

Em um breve histórico pode-se dizer que os caminhos da política habitacional no

país têm sido marcados por mudanças na concepção e no modelo de intervenção do

poder público no setor. Senão, vejamos.

A primeira política nacional de habitação - Fundação da Casa Popular - foi criada

em 1946; esta se revelou ineficaz devido à falta de recursos e às regras de

financiamento estabelecidas, o que comprometeu o seu desempenho no atendimento à

demanda.

A partir de 1964 foi implementado, pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), outro

modelo de política habitacional que se baseava em um conjunto de características que

deixaram marcas importantes na estrutura desse setor. Essas características podem ser

identificadas a partir dos seguintes elementos:

� criação de um sistema de financiamento que permitiu a captação de recursos

específicos e subsidiados, o Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) e o

Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE);

7

� criação e operacionalização de um conjunto de programas que estabeleceram, em

nível central, as diretrizes gerais a serem seguidas, de forma descentralizada,

pelos órgãos executivos;

� criação de uma agenda de redistribuição dos recursos, que funcionou

principalmente em nível regional, a partir de critérios definidos centralmente;

� criação de uma rede de agências, nos estados da federação, responsáveis pela

operação direta das políticas e fortemente dependentes das diretrizes e dos

recursos estabelecidos pelo órgão central.

Apesar dos avanços, o modelo proposto não foi bem sucedido, e o BNH acabou

extinto em agosto de 1986, quando as suas atribuições foram transferidas para a Caixa

Econômica Federal, permanecendo a área de habitação, no entanto, vinculada ao Minis-

tério do Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (MDU), cuja competência abrangia as

políticas: habitacional, de saneamento básico, de desenvolvimento urbano e do meio

ambiente, enquanto que a Caixa, instituição gestora dos recursos financeiros, estava

vinculada ao Ministério da Fazenda.

Em março de 1987, o MDU foi transformado em Ministério da Habitação,

Urbanismo e Meio Ambiente (MHU), que acumulava, além das competências do antigo

MDU, a gestão das políticas de transportes urbanos e a incorporação da Caixa

Econômica Federal. Em setembro de 1988, ocorreram novas alterações: foi criado o

Ministério da Habitação e do Bem-Estar Social (MBES).

O processo de descentralização, um dos pontos principais da Constituição de

1988, facilitou a redefinição de competências, passando a ser atribuição dos Estados e

Municípios a gestão dos programas sociais, e dentre eles o de habitação, seja por

iniciativa própria, seja por adesão a algum programa proposto por outro nível de governo,

seja por imposição Constitucional.

Em março de 1989, o MBES foi extinto e criada a Secretaria Especial de

Habitação e Ação Comunitária (SEAC), sob competência do Ministério do Interior. As

atividades financeiras do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e a Caixa Econômica

Federal (CEF) passaram a ser vinculadas ao Ministério da Fazenda. Esse modelo

permitiu maior autonomia dos governos estaduais e municipais, que deixaram de ser

apenas executores da política. No entanto, a utilização dos recursos do FGTS em

quantidade que superava suas reais disponibilidades financeiras afetou as possibilidades

de expansão do financiamento habitacional, levando à sua suspensão temporária,

8

ficando os programas na dependência de disponibilidades financeiras a fundo perdido de

recursos da União. Os governos estaduais e municipais tomaram iniciativas no

desenvolvimento de ações locais, baseadas em modelos alternativos, principalmente os

programas de urbanização e regularização de favelas e de loteamentos periféricos.

Em 1994, o governo Federal colocou como prioridade a conclusão das obras

iniciadas na gestão anterior e lança os programas Habitar Brasil e Morar Município, com

recursos oriundos do Orçamento Geral da União e do Imposto Provisório sobre

Movimentações Financeiras (IPMF). O montante de investimentos realizados, porém,

ficou abaixo das expectativas, como conseqüência do contingenciamento de recursos

impostos pelo Plano Real.

Em 1995 houve outra reforma no setor da política habitacional: foi extinto o

Ministério do Bem-Estar Social e a criada a Secretaria de Política Urbana (SEPURB) no

âmbito do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO). Embora tenha mostrado, de

início, intenções reformadoras, a ação da SEPURB caracterizou-se por uma retração do

setor institucional.

A transformação da SEPURB em Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano

(SEDU) não trouxe mudanças significativas nesse processo; as áreas da habitação e do

desenvolvimento urbano permaneceram sem contar com recursos financeiros

expressivos e sem capacidade institucional de gestão, no plano federal.

Nesse período, foram criadas novas linhas de financiamento, tomando como base

projetos de iniciativa dos governos estaduais e municipais, com sua concessão

estabelecida a partir de um conjunto de critérios técnicos de projeto e, ainda, a partir da

sua capacidade de pagamento. No entanto, foi imposta significativa restrição ao

financiamento do setor público para a realização de empréstimos habitacionais, seja pela

restrição dos aportes de recursos do Orçamento Geral da União (OGU), seja pelo

impedimento da utilização dos recursos FGTS para esse fim. Isso restringiu

principalmente as possibilidades de financiamento federal à regularização e urbanização

de assentamentos precários, já que os programas de oferta de novas unidades

habitacionais puderam ser viabilizados por meio de financiamento do setor privado, como

ocorre no âmbito do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), ou por meio de

empréstimos individuais, como o Programa Carta de Crédito.

Em 2003 o governo federal criou o Ministério das Cidades, que passou a ser o ór-

gão responsável pela Política de Desenvolvimento Urbano e, dentro dela, pela Política

9

Setorial de Habitação. Integram o Ministério das Cidades: a Secretaria Nacional de Habi-

tação, a Secretaria Nacional de Programas Urbanos, a Secretaria Nacional de

Saneamento Ambiental e a Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana. A

partir daí a “Política de Habitação se inscreve dentro da concepção de desenvolvimento

urbano integrado, no qual a habitação não se restringe a casa, incorpora o direito à infra-

estrutura, saneamento ambiental, mobilidade e transporte coletivo, equipamentos e

serviços urbanos e sociais, buscando garantir o direito à cidade.

Nesse sentido, o desenvolvimento deste Produto 1 orientou-se pelas disposições

do Contrato firmado entre as partes, no Termo de Referência – Anexo I do Edital

008/2008 – Processo Administrativo nº 2928-2008. Em Reuniões de Trabalho realizadas

nos meses de junho e julho entre a equipe técnica da Icone Locações e Serviços e da

Prefeitura de Aparecida de Goiânia através de sua Secretaria de Urbanismo, Habitação e

Obras Públicas - SEHOP, definiu-se como diretrizes gerais na construção da proposta: i)

o incentivo à Gestão Democrática; ii) a adoção de Mecanismos de Monitoramento e

Controle Social; iii) o favorecimento de uma Rede de Apoio Técnico e; iv) a

potencialização da articulação dos Programas, Ações e Recursos destinados à

habitação de interesse social, bem como das questões afetas à infra-estrutura básica e à

habitabilidade.

Este documento é constituído, além da introdução, por: a) justificativa; b) breve

panorama da formação territorial e situação atual do município de Aparecida de Goiânia;

c) objetivos divididos em geral e específicos; d) proposta metodológica, ou seja, como

serão desenvolvidas as atividades, que recursos serão necessários, que instrumentos

serão utilizados, quais procedimentos serão adotados, como serão executados as etapas

e os produtos, as equipes envolvidas e suas atribuições; a infra-estrutura física e apoio

logístico necessários para se atingir os objetivos almejados; e) considerações finais; f)

cronograma de execução e g) bibliografia.

10

2 JUSTIFICATIVA

Entende-se que, embora a desigualdade social seja um dos fatores fundamentais

para o surgimento e o agravamento da crise de moradias, a dinâmica habitacional não

pode ser avaliada apenas a partir da ótica da distribuição de renda. Mesmo nos países

desenvolvidos, em que os rendimentos se distribuem com maior eqüidade, a intervenção

pública no campo da moradia tem sido fundamental para garantir o acesso universal da

população a esse bem.

Daí a necessidade de que os governos disponham de instrumental administrativo,

técnico, institucional e político apropriado para atuarem de forma mais eficiente nesse

setor. Considerando que a intervenção no meio físico com obras de engenharia,

arquitetura ou paisagismo, não é suficiente para a inclusão social, as ações emergentes

da política urbana em áreas deterioradas, ocupações ilegais, marcados pela pobreza

homogênea, não dispensará a contribuição de toda a sociedade: educadores, médicos,

assistentes sociais, sociólogos, psicólogos, economistas, entre outros para assegurar a

reversão da exclusão social presente nessas ocupações.

Verifica-se, assim, a necessidade da integração efetiva entre a política

habitacional, a política urbana e as políticas sociais de um modo geral. Isso faz com que,

além da possibilidade da produção direta de novas unidades habitacionais, a intervenção

também tenha dimensões tais como:

� Fundiária, visando a oferta de terra em quantidade suficiente, boa qualidade e

com localização adequada e não excludente do ponto de vista social.

� Econômica, visando a criação de linhas especiais de financiamento que facilitem o

acesso ao crédito de longo prazo, principalmente às famílias de baixa renda.

� Urbanística, em que se procura reduzir os efeitos causados pela legislação de uso

e ocupação do solo na restrição à oferta de terra/habitação.

� Social, que atenda às demandas para uma inserção social real, com serviços e

equipamentos disponibilizados à população usuária da Política Habitacional.

� Pedagógicas, para que a população tenha também acesso à inclusão via

educação formal.

� Ambiental, no sentido de se reduzir os impactos negativos e maximizar os

positivos promovendo o desenvolvimento de forma harmônica e sustentável.

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A adoção de padrões urbanísticos não condizentes com as possibilidades da

população acaba por gerar irregularidades sistemáticas na produção de moradias para

os segmentos dos estratos sociais de baixa renda. Nesta perspectiva é que a ICONE-

locações e Serviços apresenta à Prefeitura Municipal o Produto 1 do PLHIS-Aparecida

de Goiânia.

A partir de ações compartilhadas com diversos segmentos da sociedade espera-

se contribuir para a inserção das famílias a serem beneficiadas melhorando a qualidade

de vida e aumentando sua auto-estima para que possam participar como sujeitos, sendo

protagonistas de todo o processo de construção e transformação de sua realidade.

Os eixos estratégicos da Política Habitacional Nacional e suas ações norteiam

PLHIS-Aparecida de Goiânia, - e com forte incidência, já que o acesso à moradia é base

fundamental para o exercício de outros direitos. Por outro lado, deve-se lembrar que a

participação da população é também um dos pontos fortes da Política Habitacional em

curso. Assim sendo, a democratização das políticas públicas é uma meta importante que

vem sendo perseguida e é precisamente o trabalho sócio-educativo desenvolvido junto à

população que propiciará acúmulos importantes neste rumo.

12

3 O MUNICÍPIO DE APARECIDA DE GOIÂNIA

Aparecida de Goiânia nasceu em um contexto nacional recheado de

mudanças, espírito de ruptura com o passado e experimentação do novo. No dia 20 de

março de 1922, o vigário Francisco Wand, da congregação do Santíssimo Redentor,

rezou uma missa na sede da Fazenda Santo Antônio. A propriedade era do senhor José

Cândido de Queirós, que sabia da importância de ceder o local para a realização da

desobriga pascal, isto é, dar oportunidade à comunidade de comungar e também de

realizar os batizados e casamentos, pelo menos uma vez ao ano. E nesse dia surgiu a

ideia de fundar um patrimônio para a Igreja Católica. Além de José Cândido, mais três

senhores se prontificaram a doar terras para a obra: Abrão Lourenço de Carvalho;

Antônio Batista de Toledo e Benedito Batista de Toledo.

No dia 11 de maio de 1922, debaixo de um rancho de madeira roliça e coberta

com palha de bacuri, foi rezada a segunda missa campal, onde foi construída a capela

da padroeira do arraial, recebendo mais tarde o nome de Igreja de Nossa Senhora

Aparecida. Neste mesmo ano, iniciou-se a construção da igreja que deveria ser

levantada com o auxilio do povo da região.

No mesmo local onde foi feito o rancho e celebrado a missa de inauguração,

simbolizando o lançamento da pedra fundamental, foi construída a igreja, a mesma que,

ainda hoje, ostenta a praça do jardim com seu estilo antigo, ou seja, conhecida

atualmente como Praça da Matriz.

No início do ano de 1932, abre-se a primeira casa comercial em Aparecida, de

propriedade do senhor Aarão Augusto de Souza. Com o tempo, a cidade cresce e passa

a ser conhecida como Arraial de Aparecida.

Em 26 de dezembro de 1958, pela Lei n° 1.406, foi criado o Distrito de

Goialândia.

Com a criação do distrito, foram conquistadas várias melhorias: energia

elétrica, escola estadual e a instalação da coletoria estadual. No dia 13 de novembro de

1963, a Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia Legislativa de Goiás lavrou o

parecer favorável da emancipação do distrito para município. Em 14 de novembro do

mesmo ano, o deputado estadual Olinto Meirelles entra com o processo de nº 1.781/63

para segunda discussão e votação da emancipação do município. Por meio do projeto de

Lei nº 784/63, de 8 de agosto de 1963, a Assembléia Legislativa sanciona a Lei nº 4.927,

de 14 de novembro de 1963, criando assim, o município de Aparecida de Goiânia.

13

Aparecida de Goiânia, por não possuir uma área geográfica grande que

possibilitasse o setor primário, tanto na área agrícola quanto na pecuária, buscou sua

base econômica na industrialização. Na década de 90, começou o programa de

industrialização em Aparecida de Goiânia de forma mais intensa, cujo processo já se

desenvolvia de modo espontâneo, tendo em vista que o município se localiza na região

sul da capital do Estado e possui ligação com a região Sudeste do País, pela BR-153.

4 OBJETIVOS

4.1 Objetivo Geral

A elaboração do Plano de Habitação de Interesse Social do Município de

Aparecida de Goiânia tem como objetivo maior a consolidação do planejamento da ação

municipal referente à questão habitacional num determinado espaço de tempo,

considerando os instrumentos locais do ciclo de gestão orçamentário financeiro.

A primeira etapa da elaboração do referido Plano, Produto 1 – Proposta

Metodológica tem como objetivo propor a estrutura de trabalho com vistas a pautar o

desenvolvimento dos procedimentos posteriores os quais culminarão na elaboração do

Produto 3 – Estratégias de Ação.

4.2 Objetivos Específicos

A elaboração do Plano de Habitação de Interesse Social do Município de

Aparecida de Goiânia (PLHIS - Aparecida de Goiânia) tem como objetivos específicos:

� Realizar o diagnóstico do setor habitacional do Município de Aparecida de

Goiânia por meio de levantamento de dados e informações técnicas;

� Elaborar a Estratégia de Ação que representará o texto final do Plano de

Habitação de Interesse Social do Município de Aparecida de Goiânia.

O Produto 1, primeira etapa da elaboração do PLHIS-Aparecida de Goiânia tem

como objetivos específicos:

� Identificar a estrutura de coordenação e organização dos trabalhos na esfera

municipal;

� identificar as atribuições e responsabilidades da equipe de trabalho municipal;

� Identificar as atribuições e responsabilidades dos consultores em cada etapa do

trabalho;

14

� Apontar os procedimentos para execução das etapas e produtos do Plano

indicando as fontes a serem consultadas;

� Definir a estratégia de comunicação, mobilização e participação da população,

bem como a identificação dos diferentes atores;

� Definir as formas de dar publicidade ao início e ao término dos trabalhos com a

apresentação da equipe e dos mecanismos de participação e de acesso às

informações;

� Identificar a forma de articulação com outros programas e ações nas esferas

municipal, estadual e federal;

� Apresentar o cronograma de eventos de discussão com a sociedade por meio

do mapeamento das atividades;

� Realizar audiências públicas para mobilização, apresentação, discussão,

pactuação e avaliação da proposta metodológica na etapa I, do diagnóstico na

etapa II e do plano de ação na etapa III;

� Elaborar o cronograma físico-financeiro para cada etapa.

5 PROPOSTA METODOLÓGICA

Como foco conceitual a Estratégia de Ação contemplará todo o território Municipal,

buscando a garantia da função social da propriedade e a gestão democrática e

participativa. Visa alcançar o aperfeiçoamento do sistema de planejamento e gestão

municipal na questão habitacional, sobretudo no que diz respeito à organização do

território e integração das atividades realizadas nas áreas urbanas e não urbanas, para a

promoção da inclusão social e territorial.

O Plano conterá objetivos, diretrizes, estratégias, ações e medidas prioritárias

para a organização territorial do Município de Aparecida de Goiânia, pactuadas com a

sociedade. Do ponto de vista conceitual, os instrumentos básicos da democracia

representativa visam garantir a incidência da opinião dos cidadãos nos mecanismos

decisórios das políticas públicas. Com efeito, a democracia em sua real expressão

somente se concebe onde a população e suas organizações tenham real participação

nas decisões.

E esta é também a base da Política Habitacional Nacional, conforme já foi

destacado na apresentação desta justificativa. Este projeto é sustentado pela premissa

15

da construção de uma gestão democrática real e não só retórica; para tanto, alguns

cuidados metodológicos serão observados dentre os quais se destacam os seguintes:

� Articulação institucional dos diferentes atores sociais.

� Mobilização para o processo participativo da comunidade organizada.

� Atividades de levantamento e coleta de dados e informações.

� Capacitação dos agentes sociais e Grupo de Trabalho Local no processo.

� Comunicação e divulgação dos resultados.

5.1 Equipes Envolvidas e Atribuições

5.1.1 Grupo de Trabalho Local - GTL

Na elaboração do PLHIS -Aparecida de Goiânia a ICONE Locação e Serviços

Ltda. contará com a efetiva participação do Grupo de Trabalho Local - GTL, cuja

equipe multi, inter e transdisciplinar é composta por servidores com qualificação técnica

compatível com as atividades a serem desenvolvidas na elaboração do PLHIS de

Aparecida de Goiânia, oriundos das diferentes secretarias municipais envolvidas direta

ou indiretamente no processo e por um representante do Movimento Popular. A equipe

representará o poder municipal, disponibilizando o acervo, dados e informações

disponíveis e participará efetivamente da mobilização da população e na elaboração do

Plano. Pretende-se que o Grupo de Trabalho Local - GTL, atue de forma efetiva no

processo de construção do PLHIS Aparecida de Goiânia - acumulando experiência e

conhecimento, se capacitando junto à consultoria especializada e atue na sua aplicação.

O Decreto 626 de 23 de junho de 2010 do Prefeito Municipal nomeou e designou seus

componentes que atuarão sob a coordenação de um de seus membros.

GTL – GRUPO DE TRABALHO LOCAL

Nome Função Órgão

Limênia Alves de Oliveira Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

Altamiro da Costa Neto Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

Vanusa José de Campos Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

Janaina de Holanda Camilo IPPUA

Cristiane coelho soares IPPUA

Luiz Carlos Barbosa Rego Procuradoria de Aparecida de Goiânia

Jonas Alves Cachoeira Câmara Municipal

Rosildo Manoel da Silva Câmara Municipal

Ernestino Arnaldo de Arruda Movimento Popular – Associação de Moradores

Chácara São Pedro

16

São atribuições do Grupo de trabalho Local - GTL entre outras:

I Permitir à Equipe Técnica Contratada o acesso às instalações onde serão

executados os trabalhos, respeitadas as normas internas (disciplina, segurança) do

Contratante;

II Assegurar à Equipe Técnica Contratada o acesso às fontes de informações e base

de dados disponíveis na administração municipal e, de forma complementar junto aos

demais entes públicos e privados;

III Participar das Reuniões Técnicas;

IV Prestar as informações e os esclarecimentos solicitados pela contratada;

V Atuar no acompanhamento e avaliação do trabalho contratado.

5.1.2 Equipe Técnica Contratada - ETC

A Equipe Técnica Contratada – ETC é composta, inicialmente1, pelos profissionais

das áreas de construção civil, arquitetura e urbanismo, assistência social, geografia,

conforme descrito no quadro abaixo:

São atribuições da Equipe Técnica Contratada entre outras:

1 A Equipe Técnica Contratada aqui apresentada é a equipe executiva do plano e será acrescida de outros profissionais na medida em que houver demanda por seus serviços técnicos especializados. Poderão também integrar a equipe alunos regularmente matriculados em cursos de graduação.

ETC – EQUIPE TÉCNICA CONTRATADA

Or Nome Função Graduação

1

Wagner José Rodrigues Coordenação Geral Licenciado em Construção Civil

2 Carla Rosana Azambuja Herrmann

Responsável Técnico / Coordenador Executivo

Arquiteta e Urbanista

3

Elza Maria Staciarini Formatação Organizacional e Pedagógica

Geógrafa

4 Leandra Negretto

Mobilização e Participação dos Atores Sociais

Assistente Social

5

Maria Regina Lopes Comunicação / Divulgação / Eventos Públicos

Administradora

17

I Desenvolver os serviços técnicos necessários à elaboração do Plano Local de

Habitação de Interesse Social de Aparecida de Goiânia – PLHIS.

II Desenvolver os serviços técnicos com equipe de profissionais habilitados, com as

devidas Anotações de Responsabilidade Técnica.

III Realizar as visitas técnicas locais.

IV Realizar audiências públicas, reuniões comunitárias e os eventos sociais.

V Produzir documentação em textos, planilhas e gráficos, apresentações.

VI Responsabilizar-se por todos os encargos fiscais e comerciais, previdenciários e

obrigações sociais previstos na legislação em vigor.

VII Entregar os produtos contratados, dentro do cronograma descrito no Termo de

referencia.

5.1.3 Estrutura de Coordenação e Organização dos Trabalhos

Agente

Ação

Descrição

SECRETARIA ESTRAORDINÁRIA

PARA ASSUNTOS DE HABITAÇÃO

Coordenação , Informação e Fiscalização

Realizar a coordenação de todas as atividades, fiscalizar as atividades desenvolvidas pela Consultoria.

CONSULTORIA Mediação, Orientação e Elaboração.

Realizar a capacitação, mediar os eventos e elaborar o PLHIS.

SOCIEDADE Participação e Discussão

Comparecer aos eventos, sendo ativos e participativos nos mesmos. Contribuir para identificação de necessidades e busca de soluções.

5.1.4 Quadro Básico de Atividades:

Prefeitura Municipal

Habitação Ação Social Consultoria

Informações Gerais do Município

Projetos Destinado a HIS e Áreas de risco

Mapa da Situação da População baixa renda

Copilar as Informações

Dotação Orçamentária

Centralizar as informações e Localização da População carente

Localização da População carente

Analisar as informações

Fontes de Receita e Convênios

Coordenador do projeto e Ocupações e Assentamentos

Condições de Moradias Pesquisar e estudar as

necessidades

Políticas Públicas

Atores Sociais

Atores Sociais Confeccionar o

Déficit Habitacional

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5.2 - Infra-estrutura e Apoio Logístico da Contratante

2 computadores desktop 2Ghz, monitor com tela de lcd 19”

1 note book 2.2 Ghz

1 data show de 2.500 lumens

1 impressora jato tinta colorida Formato A3

1 GPS de precisão

1 sala de trabalho e 1 ambiente para reuniões com capacidade de 10 pessoas

1 automóvel com combustível e motorista para deslocamento do GTL no período.

5.3 Procedimentos

O Plano Municipal de Habitação de Interesse Social – PLHIS será elaborado como

instrumento político e administrativo para o enfretamento dos principais problemas

referentes à habitação de interesse social com o objetivo de promover o acesso à

moradia digna e como requisito de adesão do município de Aparecida de Goiânia ao

Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS. O Plano será construído em

consonância com as orientações do Ministério das Cidades e do Programa de

Aceleração do Crescimento - PAC – do Governo Federal.

O Plano será desenvolvido pela ÍCONE Locação e Serviços Ltda. que adotará os

seguintes procedimentos metodológicos.

5.3.1 Produto 1

No desenvolvimento desta proposta metodológica adotou-se como procedimento

inicial a realização de reuniões entre a Equipe Técnica Contratada e a Equipe Técnica

Municipal. Nestas reuniões foram desenvolvidos trabalhos de discussão desta Proposta

e do Plano, acesso e coleta de informações e dados necessários à sua elaboração,

apresentação de pré-proposta para discussão e emendas e posterior aprovação da

autoridade competente da versão final para entrega formal do Produto 1 – Proposta

Metodológica2.

2 Documentação em textos, planilhas e gráficos necessários à compreensão da proposta e roteiro, apresentado em meio magnético, CD ROM e em 04 (quatro) cópias impressas, encadernadas.

19

5.3.1.1 Formatação da Mobilização Social

O Plano Local de Habitação de Interesse Social de Aparecida de Goiânia será

elaborado com o objetivo de constituir-se como um documento referencial e estratégico

para uma ação permanente e continuada do planejamento e do monitoramento da

atuação municipal no campo habitacional. Desta forma, do ponto de vista dos

procedimentos metodológicos, as orientações para a elaboração do Plano Local são

pautadas pela promoção da participação social, da integração institucional e da

capacitação municipal devendo constituir-se como um processo que incorpore os

distintos os agentes, promova a articulação e integração das políticas.

A mobilização social visando a participação ampla, organizada da

população, respeitando a diversidade dos interesses locais e os distintos segmentos

sociais se dará através de Audiências públicas, Reuniões comunitárias assim planejadas:

Junho a julho /2010

PRODUTO I

PROPOSTA METODOLÓGICA

ENTREGA DO PRODUTO 1

Figura 1: Estrutura analítica da Etapa I

AUDIÊNCIA PÚBLICA

Validação da Proposta

REUNIÕES TÉCNICAS

Discussão da pré-proposta

20

MOBILIZAÇÃO SOCIAL / AUDIÊNCIA PÚBLICA / REUNIÃO COMUNITÁRIA3

Promover o envolvimento dos distintos atores sociais

Capacitar e mobilizar os atores sociais para o diagnóstico do PLHIS

Registrar e sistematizar informações colhidas nas reuniões Objetivos:

Integrar as distintas visões e preocupações da sociedade com relação ao problema habitacional;

Processo Metodológico:

Sensibilização dos atores sociais através de reuniões com pautas pré-definidas. As reuniões serão realizadas em escolas, centros comunitários, sedes de associações, de sindicatos e igrejas buscando atender os interesses dos diferentes segmentos representativos. Será desenvolvida uma campanha publicitária com logo própria, convites, cartazes, folder's e banner's e informações no portal da prefeitura.

Problemas habitacionais locais

Produção social e relação com a Prefeitura

Avaliação do papel do Conselho Municipal e seu funcionamento

Avaliação do mercado local de HIS

Apresentação e debate sobre elementos do diagnóstico

Pauta / Conteúdo

Debate sobre síntese do diagnóstico

Reunião de Lançamento e Apresentação do PLHIS / Identificação dos líderes

Reunião de Capacitação dos líderes

Oficinas de Integração dos agentes sociais/ coleta de informações.

Atividades

Audiência Pública para aprovação e pactuação do diagnóstico

Participação popular (mínimo de 80% dos convidados) nas discussões do PLHIS através do envolvimento das lideranças do segmento social, associativo, comunitário, categoria profissional. Meta Registro escrito das informações e contribuições através de ata e relatório fotográfico de cada reunião

Fase: Diagnóstico

Verificação Relatório, lista de freqüência, Fotos digitalizadas, Ata.

3 A Mobilização Social tem como pressupostos: • Participação dos agentes econômicos envolvidos com o tema habitacional e de desenvolvimento urbano; • Envolvimento ativo dos gestores municipais e do Conselho de Habitação na coordenação e acompanhamento do processo de elaboração do Plano para posterior implementação e monitoramento permanente; • Utilização de instrumentos de planejamento estratégico com vistas a integrar as distintas visões; • Projeção de cenários futuros temporais a partir do diagnóstico atual e da simulação da viabilização das metas de curto, médio e longo prazo; • Comunicação permanente e ampla do processo de elaboração do plano

21

5.3.1.2 Detalhamento das Reuniões

Projeto: PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE

INTERESSE SOCIAL Cidade: APARECIDA DE GOIÂNIA- GO

Òrgão: PREFEITURA MUNICIPAL DE APARECIDA DE GOIÂNIA

Secretaria Extraordinária para Assuntos Habitacionais

Reuniões e Debates com os Atores Sociais

Promover o envolvimento dos distintos atores sociais

Capacitar e mobilizar os atores sociais para o diagnóstico do PLHIS

Registrar e sistematizar informações colhidas nas reuniões Objetivos:

Integrar as distintas visões e preocupações da sociedade com relação ao problema habitacional;

Processo Metodológico:

Sensibilização dos atores sociais através de: reuniões a partir de pautas pré definidas

Problemas habitacionais locais

Produção social e relação com a Prefeitura

Avaliação do papel do Conselho Municipal e seu funcionamento

Avaliação do mercado local de HIS

Apresentação e debate sobre elementos do diagnóstico

Pautas:

Debate sobre síntese do diagnóstico

Etapas mês dia Grupo Social Pauta/Objetivo

I julho 06 16

Reunião com Autoridades constituídas / Grupo Externo Ampliado e Sociedade em Geral - Lançamento do PLHIS.

Pauta: Lançamento do PLHIS. Apresentação da Metodologia e Capacitação Social para o diagnóstico.

Reunião com Grupo Externo Ampliado e Sociedade em Geral.

Pauta: Capacitação e mobilização Social para o diagnóstico do PLHIS

Reuniões Setoriais Objetivo: Integrar ao diagnóstico a avaliação e demandas dos setores envolvidos com a produção habitacional.

Setor relacionado à produção habitacional e mercado imobiliário

Pauta: Avaliação do mercado local e da relação do setor privado com a prefeitura na produção de HIS - problemas e oportunidades.

Representantes da comunidade e lideranças locais

Pauta: |Problemas habitacionais locais, a produção social e a relação com a prefeitura.

Julho

agosto

Conselho Municipal de Habitação

Pauta: Avaliação do papel do Conselho e seu funcionamento

Conselho Municipal de Habitação Ampliado

Pauta: Apresentação e debate sobre a síntese do diagnóstico do plano.

II

Setembro

Audiência Pública Pactuação - Diagnóstico

Pauta: Apresentação e debate com a sociedade dos elementos do diagnóstico do plano.

R E U N I Õ E S P R O G R A M A D A S

III Outubro Audiência Pública Preliminar do PLHIS

Pauta: Apresentação para debate público da versão preliminar do Plano.

22

A Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia conveniou com a Agência Goiana

de Habitação (AGEHAB), aderiu e incorpora nesta proposta a metodologia, a concepção

pedagógica e didática, desenvolvida pelo GTEC, apoiada pela equipe do Instituto

Brasileiro de Administração Municipal (IBAM), contratado para consultoria e assessoria

na elaboração do Plano Estadual de Habitação de Interesse Social (PEHIS) e para o

processo de capacitação dos municípios goianos na elaboração de seus PLHIS, por

meio de sua área de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente (DUMA) e Escola

Nacional de Serviços Urbanos (ENSUR).

Assim, o território municipal foi dividido em 7 (sete) PÁs – Pontos de Apoio que

correspondem às regiões administrativas, identificadas no mapa constante no anexo I.

As Reuniões Técnicas para a avaliação da minuta da Proposta Metodológica

entre a Equipe Contratada e o Grupo de Trabalho Local -GTL, realizadas conforme o

descrito e registros no Relatório de Trabalho Técnico - Anexo 1.

Discutida e finalizada a minuta entre as equipes, realizou-se uma Audiência

Pública para a validação da Proposta Metodológica junto à sociedade, a qual ocorreu no

dia 16 de julho de 2010 e cujo registro da ata e fotográfico encontram-se no Relatório

Técnico..

Após a aprovação do Produto 1 – Proposta Metodológica – terão início os

procedimentos para a execução das fases seguintes, quais sejam:

5.3.2 Produto 2

Buscando favorecer a participação e colaboração dos setores públicos, privados,

técnicos, sindicais, acadêmicos e demais agentes sociais envolvidos no setor

habitacional e desenvolvimento urbano do município de Aparecida de Goiânia e ainda

combinar a efetiva participação social, a eficiência da informação e comunicação e

eficácia e consistência dos dados e informações necessárias à construção coletiva do

plano, serão desenvolvidas as estratégias e ações na construção dos subprodutos:

5.3.2.1 Subproduto 1: Levantamento de Dados para Formulação do Diagnóstico

A identificação das informações será realizada a partir de procedimentos de

levantamento de dados secundários, pesquisa bibliográfica e visitas técnicas a campo

para a identificação das reais demandas habitacionais do Município, com foco na

23

habitação de interesse social. Será desenvolvido um estudo completo e detalhado sobre

o Município de Aparecida de Goiânia, no que se refere a:

a) aspectos físicos: localização geográfica, recursos naturais e ambientais;

b) inserção regional: limites, relações de vizinhança com outros municípios,

inserção micro, meso e macro regional;

c) aspectos demográficos: características populacionais (número, sexo, faixa

etária, local e condições de moradia, acesso aos bens/equipamentos públicos, qualidade

de vida, entre outros);

d) aspectos sociais e econômicos: estrutura fundiária, atividades econômicas

principais, infra-estrutura básica disponível, renda familiar;

e) aspectos habitacionais: levantamento da oferta e das condições de moradia e

da oferta e disponibilidade de solo urbanizado; identificação e localização das áreas com

habitações precárias, bem como da população a ser contemplada no Plano para

verificação do déficit habitacional; levantamento das características das famílias no que

se refere a: renda, número de pessoas, instrução, ocupação, necessidade de habitação;

este levantamento será feito por bairro;

f) marcos legais e regulatórios – levantamento e estudo da legislação federal,

estadual e municipal; Plano Diretor; Lei de Zoneamento do município; identificação dos

programas habitacionais existentes no município e as fontes de recursos.

Os dados e informações mencionados serão levantados nos documentos

existentes no município (setor público e privado), na Secretaria de Planejamento do

Estado de Goiás - SEPLAN/GO, no Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,

na Agência Goiana de Habitação – AGEHAB, entre outros. Também, como fonte de

pesquisa e levantamento de dados serão utilizadas as bases cartográficas disponíveis.

Os dados levantados nessa fase serão apresentados em textos e representados

em mapas, tabelas, gráficos, fotos.

5.3.2.2 Subproduto 2: Elaboração do Diagnóstico

O delineamento do diagnóstico será iniciado a partir da contextualização do

problema da habitação baseada nas disposições da Política Nacional de Habitação e nos

documentos constantes da Biblioteca Virtual da Secretaria Nacional de Habitação4 ,

destacando-se, dentre estes o documento intitulado Déficit Habitacional no Brasil 2005

(FJP, 2006).

4 Disponível em http://www.cidades.gov.br/secretarias-nacionais/secretaria-de-habitacao/biblioteca/biblioteca-planhab/

24

A seguir proceder-se-á a caracterização do Município de Aparecida de Goiânia a

partir da sua inserção regional e características, tais como: área, população urbana e

rural, inserção micro e macro regional, relação com os municípios vizinhos5, atividades

econômicas. Para esta caracterização serão utilizadas pesquisas bibliográficas e

pesquisas nas bases oficiais de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –

IBGE – e da Superintendência de Estatística, Pesquisa e Informação – SEPIN – do

Estado de Goiás.

Para a complementação da caracterização do Município serão realizadas visitas

técnicas, acompanhadas pelo Grupo de Trabalho Local– GTL, com vistas à identificação

da realidade encontrada em cada bairro. Serão priorizados nas visitas técnicas os bairros

e áreas os quais, atualmente, são ocupadas por populações de baixa renda de forma a

facilitar o diagnóstico sobre as reais demandas habitacionais de Aparecida de Goiânia.

A Figura 2 demonstra o fluxo das atividades a serem desenvolvidas na elaboração

do diagnóstico

.

5 Notadamente aos aspectos relacionados à questão fundiária e habitacional.

Figura 2: Estrutura analítica da Etapa 2

Levantamento e seleção de dados

Leitura Técnica

Mobilização Social Audiências Públicas

Reuniões Comunitárias (GTL/ETC, COMUNIDADE)

Reuniões Técnicas Sistematização

Reuniões Técnicas (GTL/ETC e ETM)

PRODUTO II DIAGNÓSTICO

Audiência Pública de Pactuação do Diagnóstico

25

a) Reuniões Técnicas

Esta atividade se desenvolverá de forma contínua e envolverá o trabalho da

Equipe Técnica Contratada e Grupo de Trabalho Local que se reunirão sistematicamente

para definir as propostas de conteúdo substantivo das ações; pesquisa bibliográfica e de

campo, roteiro das visitas técnicas; aspectos metodológicos; plano de trabalho; requisitos

necessários quanto à pessoal e materiais a serem disponibilizados, elaboração de atas,

registros fotográficos, elaboração de relatórios e avaliação contínua do trabalho

realizado.

b) Levantamento / Seleção de Dados e Informações

Esta atividade constitui a base do conhecimento de todos os aspectos que

fundamentarão o trabalho e a montagem do Plano de Ação. Serão identificadas,

selecionadas e coletadas todas as possíveis fontes de informação e dados disponíveis,

em instituições públicas ou privadas.

c) Leitura Técnica

A leitura técnica constitui-se do processo de leitura dos documentos, informações

e dados e seu processamento buscando a identificação e discussão dos principais

problemas conflitos e potencialidades, inclusive aqueles observados do ponto de vista

dos diversos segmentos sociais. Será realizada a partir da comparação entre dados e

informações sócio-econômicas, culturais, ambientais e de infra-estruturas e a visão

detectada nas reuniões comunitárias.

d) Mobilização Social: Audiência Pública e/ou Reunião Comunitária

Mobilizar os diferentes atores sociais como forma de garantir maior participação

destes no processo e na perspectiva de construção coletiva do plano e buscando integrar

a política habitacional ao atendimento do direito à moradia, associado à sustentabilidade

econômica social, ambiental e cultural, expressas na pluralidade de modos de vida e no

uso dos espaços públicos. Estratégia que será usada buscando dar publicidade, divulgar

e envolver os diferentes segmentos da comunidade local e ouvir seus anseios e

expectativas, bem como, relatar o objetivo do Plano e suas linhas gerais.

A reunião comunitária, quando demandada ou identificada a oportunidade de sua

realização, atenderá ao grupo social, comunitário, associação de bairro, categoria

profissional ou qualquer outro segmento que queira participar do processo de discussão

do plano. As reuniões poderão acontecer em suas sedes ou espaços públicos.

26

e) Reuniões Técnicas de Sistematização

Atividade de sistematização das informações e dados coletados, contextualização

do problema da habitação, mapeamento dos recursos e fontes de financiamento, gestão

recursos, composição de investimentos, regularização fundiária, obras, elaboração de

projetos, assistência técnica, aquisição de terreno, trabalho social, revisão de legislação

e outros itens.

f) Audiência Pública de Pactuação do Diagnóstico

Esta audiência pública representa o momento de apresentação e pactuação do

diagnóstico do setor habitacional de Aparecida de Goiânia com a sociedade civil

organizada. O diagnóstico será submetido á apreciação pública em sua versão preliminar,

colhendo-se as sugestões e os principais pontos de debates levantados, os quais serão

sistematizados pelas Equipes Técnicas, fornecendo elementos que serão incorporados ao texto

final do Diagnóstico.

5.3.3 Produto 3

Elaborado o diagnóstico já discutido e pactuado com a comunidade envolvida e

aprovado pela administração municipal segue a ação de construção coletiva do Plano

com o trabalho das Equipes Técnicas na elaboração da Versão Preliminar que será

submetida à Audiência Pública. Após a crítica e avaliação da Administração Municipal

elaborada a Versão Final. Para o desenvolvimento da Etapa 3 serão usadas as

seguintes estratégias e ações:

a) Elaboração da Versão Preliminar do PLHIS- Aparecida de Goiânia

Elaboração do documento preliminar para submissão à audiência pública de

pactuação do Plano.

b) Audiência Pública

Apresentação para debate público com a participação dos diferentes segmentos

sociais que se envolveram no processo de construção da proposta Preliminar do Plano.

Será um evento, com uso de data-show, confecção de convites, folders, cartazes e

banners. Haverá identificação dos participantes com crachás. Haverá o registro das

sugestões, críticas e propostas apresentadas para avaliação da equipe técnica.

c) Elaboração da Versão Final do Plano

Com base nas sugestões, críticas, propostas apresentadas na Audiência Publica e

pelos próprios órgãos da administração municipal, será elaborada a versão final do Plano

Local de Habitação Interesse Social, que deverá ser previamente analisada e aprovada

27

pelo Executivo Municipal, ou seu representante legal da área habitacional, antes de sua

formatação gráfica.

5.4 Quadro Geral de Atividades

Conforme a metodologia proposta o PLHIS - Aparecida de Goiânia será

desenvolvido a partir da construção coletiva, com efetiva participação dos agentes

públicos responsáveis legal e tecnicamente pela condução do processo, pela empresa

contratada, por meio de sua equipe técnica e com a participação popular por meio e dos

movimentos sociais organizados da cidade de Aparecida de Goiânia.

Etapa N° Atividade Atividade Precedente

1 Reuniões Técnicas – Elaboração da Pré-proposta Metodológica

Nenhuma

2 Audiência Pública de pactuação e validação da Proposta Metodológica

1 I

3 Entrega da Proposta Metodológica 2

4 Reuniões Técnicas 2, 3

5 Levantamento de dados e seleção de informações 4

6 Mobilização Social – Reuniões Comunitárias e Audiência Pública

4, 5

7 Leitura Técnica 4

8 Reuniões técnicas de sistematização de informações 5, 6, 7

II

9 Audiência de pactuação do Diagnóstico 8

10 Audiência Pública – Proposta Preliminar do Plano de Ação 9 III

11 Elaboração da versão final do Plano de Ação 10

PRODUTO III PLANO DE AÇÃO

Audiência Pública Preliminar do

PLHIS

Elaboração da versão final do

Plano

Figura 3: Estrutura analítica da Etapa 3

28

5.5 Indicadores de Avaliação dos Resultados

a) Coletar Subsídios para Elaboração do PLHIS- Aparecida de Goiânia

Atividade: Detectar e contatar as lideranças locais para possíveis parcerias

Objetivo: Interagir com as lideranças no sentido de torná-los parceiros nas ações do

PLHIS, a partir desta parceria elencar os anseios e as demandas da população a qual

eles representam.

Metodologia: Visitas ás áreas de intervenção de forma amistosa.

Período de Execução: llª etapa.

Metas: Confirmar parcerias em 65% das visitas efetuadas.

Local: Possíveis áreas de intervenção.

Duração: llª etapa.

Avaliação e Controle:Ata, Lista de Freqüência, l e Registro Fotográfico.

Indicador de Resultado: Informações coletadas quantitativamente e qualitativamente

suficientes para subsidiar a elaboração do PLHIS.

b) Identificação da Estrutura Municipal

Atividade: Localizar os atores institucionais que atuam intervêm na questão habitacional.

Figura 4: Estrutura analítica das Etapas -

Junho julho Agosto setembro outubro

1

2 3

4

5

6

8

7

9

10

11

ETAPA I ETAPA II

ETAPA III

29

Objetivo: Definir a composição da Equipe Municipal de forma representativa, que

favoreça o comprometimento institucional seja nas demais esferas de atuação, para se

possa estabelecer pactos de prioridades institucionais.

Metodologia: A partir de grupos previamente formados como os gestores e de rodas de

conversas em que as lideranças vão surgindo naturalmente.

Período de Execução: llª etapa.

Metas: Conhecer, reconhecer e alcançar 100% das lideranças.

Local: Espaços públicos da prefeitura municipal de Aparecida de Goiânia

Duração: Etapa llª.

Avaliação e Controle: Ata, Lista de Freqüência, e Registro Fotográfico.

Indicador de Resultado: A adesão das lideranças

c) Identificação das Atribuições e Responsabilidades ETM

Atividade: Identificar os atores sociais que atuam/ intervêm na questão habitacional para

a proposição de estratégias de comunicação, mobilização e participação da população,

incluindo a proposta de eventos de discussão com a sociedade, inclusive na fase inicial,

de discussão da proposta metodológica A ETM.

Objetivo: Difundir o PLHIS, no sentido de informar toda a população a cerca do Plano.

Metodologia: Visitas às áreas, de intervenção.

Período de Execução: Etapa llª.

Metas: Divulgar amplamente o evento (PLHIS), para alcançar 100% da população.

Local: Espaços públicos, privados e áreas de intervenção.

Duração: Etapa llª.

Avaliação e Controle: Lista de Freqüência, e Registro Fotográfico

Indicador de Resultado: comprometimento da ETM e participação efetiva da população.

d) Identificação das Atribuições e Responsabilidades dos Consultores

d.1) Atividade: Sistematização das informações disponíveis acerca da problemática

urbana-habitacional local.

Objetivo: Coletar, agrupar e tratar os dados e as informações visando construir um

PLHIS, o mais próximo possível da realidade.

Metodologia: Visitar as possíveis fontes de informações: Prefeitura, Universidades etc.

Período de Execução: llª etapa.

Metas: Atualizar as informações obtidas.

30

Local: Espaços públicos e privados

Duração: Etapa llª.

Avaliação e Controle: Bibliografias atualizadas.

Indicador de Resultado: O produto final o mais próximo possível da realidade.

d.2) Atividade: Planejar os momentos nivelamento de informações e conceitos no

âmbito institucional,para que se consiga estabelecer um diálogo consistente entre

instituição e população.

Objetivo: Informar a população sobre o andamento dos trabalhos.

Metodologia: Por meio de boletins informativos e nas escolas de ensino médio.

Período de Execução:

Metas: Deixar 100% da população envolvida informada

Local:

Duração:

Avaliação e Controle: Indicador de Resultado:

d.3) Atividade: Convidar as lideranças para o debate

Objetivo: Estabelecer o espaço de discussão da proposta metodológica do PLHIS-

Aparecida de Goiânia com a sociedade

Metodologia: Organizar a assembléia para discussão possibilitando a inserção real dos

moradores no processo.

Período de Execução:

Metas: A participação efetiva de todos os convidados

Local:

Duração:

Avaliação e Controle: Lista de Freqüência, e Registro Fotográfico

Indicador de Resultado:

e) Formulação de Diagnósticos

Atividade: Encontros e debates técnicos com técnicos da administração acerca dos

dados para a formulação do diagnóstico da cidade de Aparecida de Goiânia.

31

Objetivo: Desvendar por meio de discussões e reflexões e dados técnicos a realidade

sócio-economico-cultural dos moradores da cidade de Aparecida de Goiânia para a

formulação do PLHIS - Aparecida de Goiânia.

Metodologia: Serão agendadas reuniões com o grupo técnico com esta finalidade.

Período de Execução: lª etapa.

Metas: Alcançar a participação de 100% dos técnicos da ETM- Equipe Técnica

municipal.

Local: Espaço público da Prefeitura.

Duração: Etapa l.

Avaliação e Controle: Participação, Ata, Lista de Freqüência, e Registro Fotográfico.

Indicador de Resultado: Obtenção das informações necessárias para a elaboração do

PLHIS.

f) Execução das Etapas

f.1) Atividade: Debates com a sociedade de como deve se dar o processo de discussão

e construção do PLHIS- Aparecida de Goiânia, discussões com ETM para a aprovação

da proposta metodológica.

Objetivo: Oportunizar e proporcionar a todos orientações metodológicas dos caminhos a

serem percorridos para a construção do PLHIS - Aparecida de Goiânia.

Metodologia: Será estrategicamente montado questões relativas ao PLHIS, nas

cadeiras dos participantes para que eles se participem e se interajam entre si

proporcionando assim a participação de todos.

Período de Execução: Etapa llª.

Metas: A participação efetiva de todos os convidados

Local: Espaço Público da Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia

Duração: llª etapa.

Avaliação e Controle: Lista de Freqüência, e Registro Fotográfico

Indicador de Resultado: A participação efetiva de todos.

f.2) Atividade: O estabelecimento de fóruns de debates de entidades – Tem a vantagem

de ampliar a representatividade de debate, ampliar o conhecimento da cidade/ acerca do

problema habitacional e suas soluções, mas pela diferença de nível de apropriação do

problema, tem-se maiores limitações de aprofundamento.

32

Objetivo: Proporcionar aos beneficiários a oportunidade de conhecerem e intervirem na

construção do PLHIS.

Metodologia: Durante o Fórum de apresentação do PLHIS, os convidados serão

convidados ao debate.

Período de Execução:

Metas: 80% dos convidados comparecerem e participarem efetivamente.

Local:

Duração:

Avaliação e Controle: Lista de Freqüência e Registro Fotográfico.

Indicador de Resultado: Lista de presença com assinatura dos participantes

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A presente Proposta Metodológica é na sua essência um plano de trabalho

baseado nas informações até aqui levantadas e está fundada na experiência do quadro

técnico, no entanto, no processo de desenvolvimento dos trabalhos poderá, a qualquer

tempo, serem incorporadas ou subtraídas etapas e/ou ações que qualifiquem o projeto

desde que haja consenso entre as equipes e a anuência expressa da administração

municipal.

Toda e qualquer comunicação entre a empresa contratada e administração

municipal será formal para que assegure o pleno cumprimento desta proposta e sucesso

na realização das atividades.

33

BIBLIOGRAFIA

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35

PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE

INTERESSE SOCIAL

PRODUTO II Diagnóstico

Aparecida de Goiânia

SETEMBRO - 2011

36

Prefeito Municipal

MAGUITO VILELA

Secretaria Extraordinária de Assuntos da Habitação

LIMÊNIA ALVES DE OLIVEIRA

Grupo Local de Trabalho

LIMÊNIA ALVES DE OLIVEIRA Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

ALTAMIRO DA COSTA NETO

Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

VANUSA JOSÉ DE CAMPOS Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

JANAINA DE HOLANDA CAMILO

IPPUA

CRISTIANE COELHO SOARES IPPUA

LUIZ CARLOS BARBOSA REGO

Procuradoria jurídica de Aparecida de Goiânia

JONAS ALVES CACHOEIRA Câmara Municipal

ROSILDO MANOEL DA SILVA

Câmara Municipal

ERNESTINO ARNALDO DE ARRUDA Movimento Popular – Associação de Moradores Chácara São Pedro

37

Equipe Técnica - Ícone Locações e Serviços Ltda.

WAGNER JOSÉ RODRIGUES Lic. Plena Construção Civil - Coordenação Geral

CARLA ROSANA AZAMBUJA HERRMANN

Arquiteta e Urbanista

ELZA MARIA STACIARINI Geógrafa

LEANDRA NEGRETTO

Assistente Social

MARIA REGINA LOPES Administradora

Colaboração:

Divino Antônio Silva Junior

Jair de Moura Neto

38

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4

2 INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE O DIAGNÓSTICO HABITACIONAL .............. 6

2.1 Plano de Comunicação e Divulgação ......................................................... 6

2.1.1 Objetivos ...................................................................................................... 6

2.1.2 Material de Divulgação do Plano ................................................................. 8

3 HISTÓRIA DO LUGAR E AS RELAÇOES REGIONAIS...................................... 11

3.1 Ocupação do Território ................................................................................... 21

3.2 Caracterização sócio-econômica do contingente populacional que demanda

investimentos habitacionais .................................................................................. 24

4 NECESSIDADES HABITACIONAIS ....................................................................... 30

4.1 Incremento de Estoque................................................................................. 34

4.1.1 Domicílios Improvisados .............................................................................. 34

4.1.2 Coabitação Familiar ..................................................................................... 35

4.1.3 Ônus excessivo com aluguel ........................................................................ 36

4.2 Reposição de Estoque .................................................................................. 36

4.2.1 Domicílios Rústicos ...................................................................................... 36

4.3 Inadequação dos domicílios ........................................................................ 37

4.3.1 Densidade Excessiva .................................................................................... 38

4.3.2 Carência de Serviços de Infraestrutura ......................................................... 38

4.3.3 Inexistência de Unidade Sanitária Domiciliar Exclusiva ................................ 41

4.3.4 Inadequação Fundiária Urbana ..................................................................... 41

4.4 Demanda Demográfica .................................................................................. 42

4.5 Quadro Geral do Diagnóstico Habitacional ................................................ 44

4.6 Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS .............................................. 47

4.7 Regularização Fundiária ............................................................................... 51

5 MARCOS LEGAIS E REGULATÓRIOS .................................................................. 54

6 ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL .......................................................................... 58

6.1 Condições Institucionais e Administrativas .............................................. 58

6.2 Recursos para Financiamento: potencialidades e limitações ................. 62

6.2.1 Governo Municipal ....................................................................................... 63

6.2.2 Governo Estadual ....................................................................................... 64

6.2.2 Governo Federal .......................................................................................... 65

REFERÊNCIAS ............................................................................................................. 68

39

1 INTRODUÇÃO

Na ausência de alternativa habitacional regular a população apela para os seus

próprios recursos e produz a moradia como pode. As conseqüências desse universo de

construção, completamente desregulado, ignorado pelo Estado, são trágicas, dadas

suas dimensões. A maior parte dos governos municipais e estaduais desistiu de

responder pelo “poder de policia” sobre o uso e a ocupação do solo. A ocupação

predatória e irracional resultante dessa falta de controle é a principal causa de uma lista

grande de males, inaceitáveis em pleno inicio do século XXI: enchentes,

desmoronamentos, poluição hídrica, epidemias, etc (MARICATO, 2001).

As cidades brasileiras adentram o século XXI com o desafio de promover a inclusão

social e acesso à propriedade e à cidade de forma igualitária e democrática Neste

contexto o provimento de moradia digna representa um desafio importante a ser vencido,

cuja luta inicia-se ao ser a moradia incluída como um direito social, assim como a saúde,

a educação, o trabalho, na Constituição Federal. Assim, cabem ao Estado, as

providências no sentido da ampliação do atendimento à população em condições de

vulnerabilidade social, hoje caracterizada, pelo próprio governo federal nos seus

programas de assistência social, como sendo as famílias que percebem rendimentos de

até três salários mínimos.

A última década do século XX e o início deste foram marcados por ações que

assinalaram a retomada do planejamento, notadamente do planejamento urbano, como

um processo a ser instalado nos municípios brasileiros, principalmente a partir da

regulamentação dos Artigos 182 e 283 da Constituição Federal, na forma do Estatuto da

Cidade, consolidada em 2001. Outro marco no reconhecimento e enfrentamento das

questões urbanas foi a criação do Ministério das Cidades em 2003.

Embora alguns avanços tenham ocorrido, a segregação urbana ainda se encontra

no centro dos sérios problemas urbanos – em torno dos quais orbitam a violência, o difícil

acesso à educação e à saúde, a precariedade dos transportes urbanos. Populações de

menor renda colocadas às margens da urbanidade pela inaptidão dos governos, União,

Estados e Municípios no sentido de promoverem o ordenamento do território de forma

igualitária. Vale ressaltar que esta realidade ocorre não somente no Brasil, mas em

grande parte do grupo de países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento.

40

Este contexto afirma a preponderância da lógica econômica da ocupação do

espaço urbano, haja vista a existência de domicílios vagos em contraponto aos números

do déficit habitacional apresentados, a seguir, neste documento.

Fazendo frente à todas estas questões, e refletindo alguns movimentos de caráter

mundial, o governo brasileiro apresenta à sociedade um modelo a ser seguido, por

estados e municípios, para a solução, talvez parcial, das necessidades habitacionais de

interesse social.

Em 2004 consolida-se, em âmbito federal, a Política Nacional de Habitação, com o

objetivo de retomar o processo de planejamento do setor habitacional e garantir novas

condições institucionais para promover o acesso à moradia digna e inicia-se em 2007 o

Plano Nacional de Habitação, ainda não consolidado. Das ações já envidadas pelo

governo federal ressalta-se a criação do Sistema Nacional de Habitação de Interesse

Social – SNHIS, do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS, este

último como fonte de recursos para o financiamento das ações de provimento da

Habitação de Interesse Social.

Perante esta estrutura, os Municípios foram convocados a definirem suas

estratégias de ação, para o enfrentamento dos seus problemas habitacionais, por meio

da elaboração de Planos Locais de Habitação de Interesse Social – PLHIS, como um dos

requisitos para a adesão ao SNHIS e aos FNHIS.

Assim sendo, apresenta-se neste documento a segunda etapa da elaboração do

PLHIS do Município de Aparecida de Goiânia, a qual se refere ao Diagnóstico do Setor

Habitacional, em conformidade com as diretrizes e metodologia recomendada pelo

Ministério das Cidades.

A primeira parte do documento trata das Informações Gerais onde é explicitada

a forma de condução dos trabalhos na construção do Diagnóstico. Em seguida aborda-se

a História do Lugar e as Relações Regionais com o objetivo de contextualizar do

ponto de vista social, econômico, ambiental e territorial os problemas e potencialidades

apresentadas pelo Município no que se refere à Habitação de Interesse Social. Por fim

caracterizam-se as Necessidades Habitacionais e a Demanda Futura, para que, na

próxima etapa do trabalho, ou seja, na elaboração do Plano de Ação sejam apontadas

soluções compatíveis com a realidade do Município.

41

2 INFORMAÇOES GERAIS SOBRE O DIAGNÓSTICO HABITACIONAL

Este documento apresenta o diagnóstico da situação habitacional na cidade de

Aparecida de Goiânia, fundado no levantamento, sistematização e estudo dos dados

oficiais disponibilizados pelas instituições oficiais: Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE), Fundação João Pinheiro (FJP), Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada (IPEA), Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás

(SEPLAN) e outras secretarias estaduais como de Ciências e Tecnologia (SECTEC), de

Indústria e Comércio (SIC), do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH) e das

Cidades (SECidades e AGEHAB-GO).

Não sendo possível conhecer toda a realidade olhando de longe ou com base

apenas nos dados oficiais ou já levantados, buscou-se conhecer a realidade local,

percorrendo os diferentes lugares do município, para ouvir as pessoas sobre suas

necessidades, carências e expectativas, o que representa a leitura comunitária acerca

das questões habitacionais.

Para tanto, adotou-se a metodologia proposta no roteiro elaborado pelo Grupo

de Coordenação Técnica (GTEC) da AGEHAB, em parceria com a equipe técnica do

IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal – como objetivo orientar os

integrantes do Grupo de Trabalho Local - GTL dos municípios que participam do ciclo de

capacitação do Programa Moradia Digna no seu Eixo Planejamento, para elaboração dos

Planos Locais de Habitação de Interesse Social (PLHIS).

Estruturou-se uma rede de mobilização/ participação social e informação,

identificando e mapeando os Atores Estratégicos – AE’s – definindo as Regiões de

Cobertura – RC’s – com seus Pontos de Apoio – PA’s – e um plano de comunicação

elaborado com vistas a despertar a atenção da população para a elaboração do PLHIS

no Município.

2.1 Plano de Comunicação e Divulgação do PLHIS

2.1.1 Objetivos

a. Divulgar e difundir a elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social

buscando assegurar a participação popular no seu desenvolvimento.

b. Despertar o interesse na participação da comunidade na construção do plano,

enquanto obra coletiva, visando o monitoramento e controle social.

42

O GTL e conjuntamente com a equipe da Consultoria Técnica Contratada

levantou e relacionou os veículos de comunicação, bem como as mídias disponíveis no

município que não onerassem o projeto, visto não estarem previstos recursos financeiros

para tal tarefa, que resultou na distribuição de atividades demonstradas no Quadro 2.1 a

seguir.

Destaque especial para a utilização de carro de som nos bairros e parcelamentos

das regiões de cobertura, divulgando e convidando a população para reuniões, fixação

de cartazes em locais públicos e as chamadas locais das rádios com entrevistas dos

consultores e coordenador do GTL.

Quadro 2.1: Plano de divulgação, comunicação e mobilização social do PLHIS de Aparecida de Goiânia.

2.1.2 Material de Divulgação do Plano

A Equipe Técnica Contratada concebeu e desenvolveu uma campanha de

divulgação, publicidade e publicização do Plano. Foi desenvolvida uma logomarca,

aplicada nos banner’s, cartazes, folder’s e flyer’s e nos slides exibidos na capacitação

dos atores sociais.

O material usado nos convites, cartazes e painéis (banner’s) durante as

reuniões, e flyer’s, no formato de uma pequena casa, contendo as diretrizes e

informações sobre o PLHIS, para distribuição á população presente.

Figura 2.1: Material de divulgação distribuído aos participantes das reuniões.

44

Modelo do convite

Figura 2.3: Modelo do cartaz de divulgação.

Figura2.2: Modelo do convite

APARECIDA DE GOIÂNIA

45

3 HISTÓRIA DO LUGAR E AS RELAÇÕES REGIONAIS

O município foi criado pela Lei 4.427 de 14 de novembro de 1963, a partir de

área desmembrada do Município de Goiânia.

Figura 2.4: Banner exposto na entrada das reuniões das RC’s nos PÁ’s.

46

O histórico da ocupação do seu território remonta, no entanto a década de 1920,

com a fundação do arraial de Aparecida de Goiânia com a doação de terras por alguns

fazendeiros da região para a construção de uma Igreja. Daí em diante a ocupação

ocorre segundo uma lógica pautada pela construção da nova Capital do Estado de

Goiás.

Quadro 3.1: Histórico da ocupação do território. C o m a c o n s t r u ç ã o d a c a p i t a l , a l g u m a s g l e b a s d o q u e h o j e é o t e r r i t ó r i o d e A p a r e c i d a d e G o i â n i af o r a m t r a n s f e r i d a s a o s e m p r e i t e i r o s c o m o p a r t e d o p a g a m e n t o p e l o s s e r v i ç o s p r e s t a d o s e m G o i â n i a ;N a d é c a d a d e 5 0 i n i c i a - s e o p r o c e s s o d e p a r c e l a m e n t o n a s t e r r a s d e A p a r e c i d a , e n t ã o d i s t r i t o d eG o i â n i a :M e s m o c o m a f i x a ç ã o d e a l g u m a s f a m í l i a s p r ó x i m o à s j a z i d a s d e s a i b r o , c a s c a l h o , b r i t a e a r e i a ,e s t i m u l a d a p e l a c r e s c e n t e d e m a n d a d a c o n s t r u ç ã o c i v i l e m G o i â n i a , a o c u p a ç ã o d o t e r r i t ó r i o a i n d a e r am u i t o i n c i p i e n t e ;N a d é c a d a d e 6 0 , c o m a c o n s t r u ç ã o d e B r a s í l i a , o e s t a d o d e G o i á s s o f r e u m s i g n i f i c a t i v o m o v i m e n t o d em i g r a ç ã o v i n d o p r i n c i p a l m e n t e d o n o r t e e n o r d e s t e ;E m 1 9 6 3 A p a r e c i d a d e G o i â n i a s e e m a n c i p a ;C o m o f l u x o m i g r a t ó r i o , G o i â n i a c o m e ç a a s o f r e r u m a p r e s s ã o n o p r o c e s s o d e o c u p a ç ã o , e , v i s a n d or e s g u a r d a r u m a m b i e n t e u r b a n o q u a l i f i c a d o , é e l a b o r a d a a L e i d e P a r c e l a m e n t o d e 1 9 7 1 , q u e d e f i n i ar e g r a s r e s t r i t i v a s p a r a o p a r c e l a m e n t o e o c u p a ç ã o d o s o l o d a c a p i t a lA d o a ç ã o d e á r e a s p ú b l i c a s , a e s p e c u l a ç ã o i m o b i l i á r i a e a s s e n t a m o s p r o m o v i d o s p e l o s G o v e r n o s d oE s t a d o e p e l a P r e f e i t u r a a g r a v a m o q u a d r o d a o c u p a ç ã o u r b a n a d e A p a r e c i d a d e G o i â n i a , n a s d é c a d a sd e 1 9 8 0 e 1 9 9 0 .À é p o c a d a e l a b o r a ç ã o d o P l a n o ( f i n a l d a d é c a d a d e 1 9 9 0 e i n í c i o d e 2 0 0 0 ) , a z o n a u r b a n a d e A p a r e c i d ad e G o i â n i a , s e g u n d o o D i a g n ó s t i c o , e r a o c u p a d a p o r 2 2 9 b a i r r o s e s e t o r e s c o m a p e n a s 3 2 % d o s l o t e sc a d a s t r a d o s o c u p a d o s . A p a r e c i d a d e G o i â n i a é o g r a n d e e x e m p l o d e u m e s p a ç o u r b a n o d e o c u p a ç ã od i s p e r s a e m a r c a d a p o r g r a n d e s v a z i o s .Fonte: Avaliação dos Planos Diretores Participativos dos Municipais do Estado de Goiás (UFRJ, 2009).

47

Conforme a SEPLAN – Secretaria de Planejamento do Estado de Goiás,

Aparecida de Goiânia localiza-se na Região Metropolitana de Goiânia – RMG, e de

acordo com o IBGE – resolução PR n° 11 de 05 de junho de 1990 – situa-se na

mesoregião Centro Goiano e na microrregião de Goiânia.

Situado a 16 km da capital, com coordenadas geográficas 16°49’24” de latitude

sul, 49°14’38” de longitude oeste e 800 m de altitude, sua área é de 288,465 km²,

correspondente à 0,08 % do total do Estado (GOIÁS, 2005).

Segundo o IBGE a população do município em 2007 era de 475.303 habitantes6,

com projeção de 510.770 em 20097 o que resulta, neste ano, em uma densidade

demográfica de 1.770,65 hab/km² (SEPLAN/SEPIN) e posiciona o município em

segundo maior em número de habitantes no Estado. Fato relevante relacionado aos

seus aspectos demográficos é sua taxa de urbanização, que em 1980 situava-se na

ordem de 46,60% e em vinte anos atingiu 99,75% (GOIÁS, 2005).

6 Contagem da população. 7 Estimativa.

Figura 3.1: Mapa do histórico do parcelamento e situação fundiária. Fonte: Plano Diretor 2001/SEPLAM in Avaliação dos Planos Diretores Participativos dos Municipais do Estado de Goiás (UFRJ, 2009).

1922 – Fundação da cidade 02/08/1935 a 13/12/1963 de

LEGENDA 14/11/1963 a 18/12/1980 de 19/12/1980 a 04/04/1990 de

05/04/1990 de

48

Considerando, no entanto, os censos demográficos de 2000 e 2010, observa-se

que houve um acréscimo de população. Em 2000, havia 336.392 habitantes e em

2010, 442.978 habitantes. Em 10 anos a população cresceu, em números absolutos,

106.586 habitantes.

Aparecida de Goiânia está inserida, juntamente com mais 125 municípios na

área de abrangência da bacia hidrográfica do rio Paranaíba, a qual se constitui na

primeira em importância quanto à área drenada e ocupação antrópica no estado de

Goiás.

Confronta-se com o município de Goiânia, ao norte, Senador Canedo e Bela

Vista de Goiás à leste, Hidrolândia, ao sul e Aragoiânia à sudoeste. Todos estes

situados na Região Metropolitana de Goiânia – RMG.

Figura 3.2: Mapa da Região Metropolitana de Goiânia – RMG.

Em se tratando da inserção de Aparecida de Goiânia na RMG – a partir da

hipótese de que as relações sociais, ou seja, a intensidade dos fluxos de pessoas e de

mercadorias entre as localidades que se formam em torno da cidade pólo supera os

limites administrativos da divisão dos territórios municipais, (OBSERVATÓRIO, 2004;

RELATÓRIO DA ATIVIDADE 1, 2004 in Caderno das Metrópoles, vol. 11) – percebe-se

que o município possui uma forte relação de dependência com a Capital e de

49

integração com a Região, considerando diversos aspectos sócio-econômicos e

demográficos (Quadro 3.2).

Nos indicadores considerados no Quadro 2, percebe-se a dinâmica populacional

no que se refere ao número de pessoas que trabalham ou estudam em outro município

totalizando 76.282 habitantes, o que, aliado a outros indicadores elevam o município a

um nível muito alto de integração na Região, chegando a um valor de 33,11%.

É possível ainda afirmar que mais de 90% dos deslocamentos dos municípios

com alto nível de integração se dirigem para o pólo metropolitano, ou seja, a capital

Goiânia, para resolver suas demandas por trabalho e educação, sem contar com outras

necessidades tais como: saúde, assistência social, cultura. (OBSERVATÓRIO, 2004;

RELATÓRIO DA ATIVIDADE 1, 2004 in Caderno das Metrópoles, vol. 11)

A RMG reunia no ano de 2000, uma população de aproximadamente 1,6 milhões

de habitantes, com taxa média de crescimento geométrico de 3,1%, no período de

1991/2001, apresentado leve queda ao se analisar o período 2000/2009, cuja taxa

apresenta-se na ordem de 2,52% (REGIÕES DE PLANEJAMENTO, 2009).

50

Quadro 3.2: Indicadores do nível de Integração na Dinâmica de Aglomeração dos Grandes Espaços Urbanos Brasileiros – Região Metropolitana de Goiânia (RMG) e Região de Desenvolvimento Integrado de Goiânia (RDIG)8.

Comparando-se as taxas relativas ao Estado e a RMG, Aparecida de Goiânia

coloca-se em posição superior de crescimento populacional, alcançando, no período

1991/2000, um valor de 7,30%, somente atrás de Senador Canedo que apresentou

taxa de crescimento na ordem de 9,3% (GOIÁS, 2009, IBGE/SEPLAN/SEPIN).

8 A Região Metropolitana de Goiânia é formada por 11 municípios os quais constituem o que a Lei Complementar 27, de dezembro de 1999, denomina de “Grande Goiânia”. A mesma Lei institui a Região de Desenvolvimento Integrado de Goiânia – RDIG, com mais nove municípios. Assim o espaço metropolitano institucionalizado é constituído por 20 municípios.

Fonte: IBGE in Caderno das Metrópoles, vol. 11, 2009.

51

No período 2000/2009 o Município apresenta uma estimativa da maior taxa de

crescimento populacional se comparadas à região Metropolitana e seus municípios e

ao Estado de Goiás, conforme demonstram os Gráficos 3.1 e 3.2.

As taxas elevadas de crescimento populacional dos municípios da RMG,

notadamente de Aparecida de Goiânia, muitas destas superiores à da cidade pólo,

Goiânia, pode ser explicada a partir de três considerações:

Taxa Geométrica de Crescimento Anual - 2000/2009

REGIÃO METROPOLITANA

ESTADO

APARECIDA DE GOIÂNIA

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

% Taxa Geométrica de Crescimento Anual

Gráfico 3.1: Taxa Geométrica de Crescimento Anual da população considerando o período 2000/2009 no Estado de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia e no Município de Aparecida de Goiânia. Fonte: Goiás, 2009, IBGE/SEPLAN/SEPIN.

Taxa Geométrica de Crescimento Anual (população) dos Municípios da Região Metropolitana de Goiânia

Caturaí

Goianápolis Goiânia

Guapó

Hidrolândia

Inhumas N

ova Veneza

Terezópolis de Goiás

Trindade

Abadia de Goiás

Aparecida de Goiânia

Aragoiânia

Bela Vista de Goiás

Bonfinópolis

Brazabantes

Caldazinha

Goianira

Nerópolis

Santo Antônio de Goiás

Senador Canedo

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

3,00

3,50

4,00

4,50

5,00

1

% taxa de crescimento

Gráfico 3.2: Comparação entre as Taxas de Crescimento Geométrico da população da Região Metropolitana e Região de Desenvolvimento Integrado Goiânia. Fonte: Regiões de Planejamento, 2009 (com dados do IBGE/SEPLAN/SEPIN).

MUNICÍPIOS

52

[...] a população metropolitana cresce em função do poder de atração que a

capital do Estado exerce, devido às ofertas de serviços e possibilidades de

trabalho, tanto no setor formal quanto no setor informal da economia; novos

contingentes populacionais são atraídos pela dinâmica urbana de Goiânia,

porém, a maioria vai localizar-se nos municípios do entorno da capital; e,

finalmente, a manutenção da taxa de crescimento da população metropolitana

durante a década de 1990 (e no período posterior) atesta a existência de

uma grande mobilidade interna, ou seja, a transferência de pessoas de um

município para o outro tem sido uma constante durante esse período

(CADERNOS DAS METRÓPOLES, 2009) Grifo nosso.

Considerando os aspectos sócio-econômicos da RMG e do município de

Aparecida de Goiânia, observa-se a situação de vulnerabilidade social e econômica de

grande parcela da população, o que irá refletir nos aspectos relacionados às questões

habitacionais, principalmente àquelas que dizem respeito à Habitação de Interesse

Social – HIS. Grande parte do contingente populacional da RMG sobrevive com pouco

mais de dois salários mínimos9 em média, expressão de um mercado interno debilitado

(CADERNOS DAS METRÓPOLES, 2009).

Em Aparecida de Goiânia, conforme dados do IBGE e do Ministério do Trabalho

e Emprego em 2000 a população economicamente ativa contava com um contingente

de 165.000 pessoas, cujo rendimento nominal médio mensal situava-se na ordem de

488,16 reais, demonstrando-se pouco mais elevado, 3,23 salários mínimos10, em

relação à Região Metropolitana (REGIÕES DE PLANEJAMENTO, 2009).

Agrega a análise sócio-econômica do Município, em relação à RMG, e que

constituem aspectos relevantes para o entendimento das questões da Habitação de

Interesse Social, a condição social da população o que por fim define as condições de

vulnerabilidade esta se encontra. O estudo do Observatório das Metrópoles, publicado

em 2009, apresentou dados importantes no que se refere a esta questão.

Segundo o referido estudo, mais de 300 mil pessoas são consideradas pobres

na RMG, pois percebem até meio salário mínimo, sendo que, dentre estas, a proporção

mais acentuada está situada nos municípios de Goiânia e Aparecida de Goiânia,

concentrando 44,6% e 25,4% do contingente de pobres, respectivamente, e somados

representam 70% da Região. Este fato agrava-se na medida em que esta concentração

9 O Salário Mínimo vigente no ano de 2000 era de 151,00 reais, conforme a Lei 9.971/2000. 10 O Salário Mínimo vigente no ano de 2000 era de 151,00 reais, conforme a Lei 9.971/2000.

53

localiza-se nos dois municípios mais ricos e com maior oferta de empregos

(CADERNOS DAS METRÓPOLES, 2009).

Em se tratando de domicílios carentes, os quais não possuem pelo menos um

dos serviços básicos de infraestrutura, Aparecida de Goiânia é o que apresentou a pior

situação. Em 2000, 28,4% dos domicílios da RMG encontravam-se nesta situação.

ÁREAS NÃO SERVIDAS

ÁREAS COM ENERGIA

ÁREAS COM ENERGIA E ASFALTO

ÁREAS COM ENERGIA E ÁGUA

ÁREAS COM ENERGIA, ÁGUA E ASFALTO

ÁREAS COM ENERGIA, ÁGUA E ESGOTO

ÁREAS COM ENERGIA, ÁGUA, ASFALTO E ESGOTO

ZONA RURAL

Figura 3.3: Mapa de Infra-estrutura Fonte: Plano Diretor 2001/SEPLAM.

54

Quadro 3.3: Indicadores para Identificação da Condição Social dos Grandes Espaços Urbanos Brasileiros – Região Metropolitana de Goiânia e Região de Desenvolvimento Integrado de Goiânia – 2000.

Considerando os números absolutos do Município no ano de 2000 (IBGE), que

aponta um total de 336.392 habitantes e 90.909 domicílios particulares permanentes e

comparando-os com os dados apresentados no Quadro 3.3, observa-se que 23% da

população é considerada pobre e mais de 10% dos domicílios é considerado carente,

segundo os critérios adotados pelo estudo do Observatório das Metrópoles. Fato

Fontes: IBGE, Metrodata, PNUD (OBSERVATÓRIO, 2004 in CADERNO DAS METRÓPOLES, 2009). Notas: 1 – São consideradas pobres pessoas com renda domiciliar mensal per capita de até meio salário mínimo. 2 – Domicílio carente é aquele que apresenta falta de algum serviço básico de saneamento (abastecimento de água, instalação sanitária ou escoadouro e destino do lixo). 3 – Domicílio deficiente é aquele que apresenta algum tipo de deficiência no acesso, ou seja, aqueles que têm infra-estrutura mínima, porém de forma deficiente. 4 – IDH-M Índice de Desenvolvimento Humano Municipal. 5 – ICH – Índice de Carência Habitacional. 6 – A taxa de pobreza corresponde ao percentual de pessoas pobres sobre a população total dos respectivos municípios.

55

relevante é que dois terços dos domicílios são considerados deficientes. Ressalta-se

que estes temas serão caracterizados, oportunamente, nos tópicos relacionados ao

déficit habitacional, inadequação de domicílios e demandas por infraestrutura.

Dados apresentados pelo Estado no Anuário Estatístico do Estado de Goiás

(2005) demonstram a contradição existente entre as condições econômicas do

município – Aparecida de Goiânia situa-se em 7° lugar no ranking da arrecadação do

ICMS, em 2000, o que demonstra seu vigor econômico, dentre os 50 municípios

goianos em arrecadação e em 48° lugar no Índice de Desenvolvimento Humano,

também no ano de 2000 – e a precariedade das condições sociais de parcela

significativa da população, o que se reproduz nas condições da habitação desta

população menos privilegiada.

Do ponto de vista das atividades econômicas predominantes na RMG e no

Município de Aparecida de Goiânia, prevalecem os setores de serviço e industrial, que

juntos representam uma participação de 61,5%11 dos trabalhadores da Região.

No que se refere ao desenvolvimento econômico, apresenta grandes

potencialidades: constitui-se em pólo atrativo para o setor secundário e terciário da

economia, possui significativa concentração de indústrias além de comércio imobiliário

expressivo e atividades de prestação de serviços diversificadas. Vale destacar que o

Município possui 9.000 (nove mil) empresas cadastradas formalmente.

Conta com cinco distritos industriais sendo quatro pertencentes ao Município –

DIMAG, DAIAG, Pólo Empresarial Goiás, Parque Industrial Aparecida – e um particular,

denominado Cidade Empresarial.

Dentre estes se destaca o Pólo Empresarial Goiás cujos 76 alqueires estão

localizados às margens da BR-153, principal rota de exportação da região para o Sul e

Sudeste do país, próximos ao anel viário metropolitano, com capacidade para abrigar

cerca de 150 empresas dos mais variados tipos, como, metalurgia, alimentação,

transporte, artefatos de cimento, prestação de serviços, parque gráfico, além de outros.

Além disto, o Município possui um grande potencial de áreas verdes passíveis de

manejo sustentável voltadas ao turismo e à produção.

3.1 Ocupação do território

O contexto da ocupação urbana de Aparecida de Goiânia não difere da

realidade da maioria dos municípios brasileiros, ou seja, ocupação desordenada e

11 Somatório de trabalhadores do secundário e trabalhadores do terciário especializados e não-especializados.

56

desconectada de políticas públicas, desrespeitando questões sócio-ambientais, com a

atuação evidente da especulação imobiliária e a omissão do poder público perante o

avanço das forças econômicas e em detrimento das reais demandas sociais.

Outra questão proeminente refere-se à ocupação do município, vinculada à

metrópole, Goiânia e ao modelo de expansão urbana da capital, definido pelo Plano de

Desenvolvimento Integrado de Goiânia (PDIG) de 1971 e pelos demais que se

seguiram, os quais conduziram o crescimento da malha urbana no sentido sul /

sudeste, fazendo com que a capital transbordasse de forma intensa, até o ano 2000,

para os municípios localizados nestas direções, notadamente os Municípios de

Aparecida de Goiânia e Trindade, sendo que em relação à Aparecida, o processo de

conurbação, iniciado da década de 1980 e intensificado no final da década de 1990

com o aporte investimentos do mercado imobiliário, já se encontra consolidado

(CADERNOS DAS METRÓPOLES, 2009).

Além da vinculação à metrópole, a origem dos problemas remonta a década de

50, quando se inicia o processo de parcelamento nas terras de Aparecida, até então

Distrito de Goiânia12. Na década de 60, com a construção de Brasília, o Estado sofre

um significativo movimento de migração vindo do Norte e Nordeste do País, cujo

principal destino foi Goiânia, pressionando a ocupação de seu entorno, notadamente as

áreas localizadas em Aparecida de Goiânia, em face do menor valor de mercado de

terras relativamente urbanizadas e próximas de uma infraestrutura instalada.

Somada a esta realidade, a inexistência de uma política habitacional,

responsável e de uma atuação do poder público articulada com outras políticas para

suprir as necessidades habitacionais da população de menor poder aquisitivo, agravou

as condições de ocupação do território urbano. Parcelamentos ocorreram à revelia do

poder público formando uma malha urbana extensa e desarticulada, e com uma

disponibilidade de lotes além da demanda real. Conseqüentemente, a ocupação

ocorreu de maneira desordenada e predatória envolvendo muitas vezes áreas

impróprias para urbanização.

A principal conseqüência do histórico da ocupação do município de Aparecida

de Goiânia é a segregação social que, por sua vez, ocasiona uma demanda

insustentável por serviços e infra-estrutura pública, e assim uma pressão social sem

respostas satisfatórias por parte da administração pública, fragilizando a credibilidade

de qualquer ação política.

12 O município foi emancipado no ano de 1963.

57

No contexto da RMG, Aparecida de Goiânia foi o Município que mais recebeu

pessoas de municípios da própria Região Metropolitana, o que representou 60,5% do

total apurado na Região. Isso sugere que ou as pessoas estão saindo de Goiânia em

direção à periferia, onde o custo de vida torna-se mais baixo, ou elas estão saindo dos

municípios mais distantes do pólo em direção aos mais próximos, como forma de

facilitar sua mobilidade, seja para trabalho seja para estudo. O que acarreta a

ocorrência de todo o tipo de ocupações em áreas urbanas, notadamente, aquelas

classificadas como precárias ou subnormais.

Conceitualmente, em se tratando de ocupações precárias ou subnormais, pode-

se afirmar que estas podem ocorrer a partir de três vertentes principais: i) insuficiência

de alternativas de moradia para a população com baixa renda; ii) desconsideração do

processo legal nos processos de ocupação e; iii) sistema de controle ineficaz. Dentre

os problemas gerados pelo avanço das ocupações precárias ou subnormais destacam-

se:

� Ocupações em áreas de risco à população;

� Surgimento de comunidades onde o poder público tem um acesso precário, na

forma de infra-estrutura, equipamentos e serviços públicos como saúde e

segurança.

� Comprometimento da capacidade de abastecimento e de toda a infra-estrutura

da região;

� Degradação e pressão sobre o frágil ambiente natural;

� Contaminação de lençóis freáticos;

� Erosão das margens e o assoreamento de rios e córregos.

No caso de Aparecida de Goiânia percebe-se a ocorrência de assentamentos

precários ou subnormais cujas características de ocorrência vinculam-se às três

vertentes elencadas. Nos estudos do Plano Diretor 2001/SEPLAM foi elaborado o

Mapa de Loteamentos Subnormais (Figura 3).

58

Figura 02:Mapa de Loteamentos Subnormais. Fonte: Plano Diretor 2001/SEPLAM

Destaca-se da observação da Figura 3 – Mapa de Loteamentos Subnormais –

que algumas áreas classificadas como áreas de risco encontram-se parceladas. Assim

sendo conclui-se que estas áreas devam ser prioritariamente incluídas nas ações do

Plano Local de Habitação de Interesse Social.

Considerando-se o contexto apresentado, o enfrentamento dos problemas

relacionados às ocupações precárias ou subnormais envolvem soluções de ordem

sócio-econômica, legal, urbanística e ambiental, as quais deverão ser contempladas no

Plano de Ação – Etapa 3 – do PLHIS do Município de Aparecida de Goiânia.

3.2 Caracterização socioeconômica do contingente populacional que demanda

investimentos habitacionais

Os dados do Censo 2010 para o Município de Aparecida de Goiânia apontaram

uma população de 455.657 habitantes sendo que deste universo, 99,9% vivem na área

urbana.

Figura 3.4: Mapa de Loteamentos Subnormais Fonte: Plano Diretor 2001/SEPLAM.

59

Em se tratando da abordagem dos aspectos socioeconômicos cabe evidenciar o

rendimento nominal mensal da população residente o qual aponta que parcela

significativa percebe até 3 salários mínimos, conforme demonstram as Tabelas 3.1 e

3.2 e o Gráfico 3.3.

Pessoas com 10 anos ou mais de idade - classes de rendimento nominal mensal

TOTAL 379.776 100% Até 1/4 do s.m. 3.798 1,00 Mais de 1/4 até 1/2 6.098 1,61 Mais de 1/2 até 1 90.040 23,71 Mais de 1 até 2 95.103 25,04 Mais de 2 até 3 29.280 7,71 Mais de 3 até 5 18.450 4,86 Mais de 5 até 10 9.636 2,54 Mais de 10 até 15 1.017 0,27 Mais de 15 até 20 773 0,20 Mais de 20 até 30 360 0,09 Mais de 30 259 0,07 Sem rendimento 124.962 32,90 Tabela 3.1: Classes de rendimento nominal mensal. Fonte: Censo 2010, IBGE. Ao serem agrupadas as classes de rendimentos, para possibilitar uma melhor

visualização das informações, verifica-se que 26,31% da população possui

rendimentos de até 1 salário mínimo13, 32,75% rendimentos de até 3 salários mínimos

e 32,90% não percebem rendimentos. Estes dados demonstram a baixa renda da

população, o que leva a necessidade da inserção de parcela significativa da população

nos programas de assistência dos governos, incluídos nestes os programas de

habitação.

Pessoas com 10 anos ou mais de idade classes de rendimento nominal mensal - agrupadas

TOTAL 379.776 100% Até 1 s.m 99.936 26,31 Mais de 1 até 3 s.m. 124.383 32,75 Mais de 3 até 5 s.m. 18.450 4,86 Mais de 5 até 10 s.m. 9.636 2,54 Mais de 10 s.m. 2.409 0,63 Sem rendimento 124.962 32,90

Tabela 3.2: Classes de rendimento nominal mensal agrupadas (adaptado). Fonte: Censo 2010, IBGE.

13 O salário mínimo no ano de 2010 era de R$ 510,00.

60

Gráfico 3.3: Pessoas com 10 anos ou mais de idade - classes de rendimento nominal mensal - agrupadas. Fonte: Censo 2010, IBGE.

Ao serem considerados os dados relativos ao rendimento familiar, corroboram-

se a condição explicitada anteriormente e demonstra-se a parcela da população que

necessita de aporte de recursos para as questões sociais. Verifica-se na Tabela 3.3 e

Gráfico 3.4 que 35% dos domicílios tem rendimento nominal mensal de até 2 salários

mínimos. Considerando a composição domiciliar por número de moradores (Gráfico

3.5), verifica-se que 70% dos domicílios possuem de 2 a 4 moradores e desta forma a

renda per capita domiciliar situar-se-ia entre ½ e 1 salário mínimo.

Domicílios particulares permanentes por classes de rendimento nominal mensal

domiciliar - em salários mínimos

TOTAL 136.319 100% até 1/2 963 0,71 mais de 1/2 até 1 15.533 11,39 mais de 1 até 2 31.615 23,19 mais de 2 até 5 59.067 43,33 mais de 5 até 10 20.001 14,67 mais de 10 até 20 4.281 3,14 mais de 20 1.192 0,87 sem rendimento 3.710 2,72 sem declaração 20 0,01

Tabela 3.3: Classes de rendimento nominal mensal domiciliar. Fonte: Censo 2010, IBGE.

61

. Gráfico 3.4: Classes de rendimento nominal mensal domiciliar Fonte: Censo 2010, IBGE

Gráfico 3.5: Classes de moradores dos domicílios particulares permanentes do Município de Aparecida de Goiânia. Fonte: Censo 2010, IBGE.

Além dos dados referentes a rendimento, agrega-se à análise dados como o

Índice de Gini14 o qual em Aparecida de Goiânia situava-se em 0,47 no ano de 200015

representando uma concentração de renda significativa no Município.

14 Mede o grau de desigualdade existente na distribuição de indivíduos segundo a renda domiciliar per capita. Seu valor varia de 0 (zero), quando não há desigualdade (a renda de todos os indivíduos tem o

62

Outro indicador interessante para a análise é dado pelo Mapa da Pobreza e

Desigualdade publicado pelo IBGE no ano de 2003. Segundo esta fonte 38,59% da

população encontrava-se em situação de pobreza, remetendo-se este percentual para

a população contada em 2010 estima-se que mais de 175.000 pessoas vivam nestas

condições.

Cabe ainda a comparação do PIB – Produto Interno Bruto – per capita do

Município com o PIB do Estado e do Brasil. Conforme dados do IBGE para 2010/2011

o PIB per capita municipal situava-se em R$ 9.008,00 enquanto o de Goiás e do Brasil

tinham os valores de R$ 14.446,00 e de R$ 21.252,00 respectivamente. Observa-se o

valor significativamente inferior do PIB per capita no Município o que evidencia as

condições econômicas de grande parte da população.

Como ponto de análise para as condições socioeconômicas do município vale

salientar a 3° posição de Aparecida de Goiânia, no ranking dos municípios do estado

de Goiás16, elaborado pela SEPIN – Superintendência de Estatísticas, Pesquisa e

Informações Socioeconômicas, o que coloca o município em condições de

desenvolvimento econômico favoráveis. O documento aponta que Aparecida de

Goiânia apresenta índices relevantes em termos de desenvolvimento principalmente

em relação à infraestrutura tais como distritos industriais, localização estratégica e

proximidade a grandes centros consumidores. Contudo, é deficiente nos aspectos

relativos à qualidade de vida, principalmente quanto à cobertura com

atendimento de esgoto e água tratada além de apresentar índice de violência

acima da média (Tabela 3.4).

Verifica-se, desta forma que as questões relacionadas às demandas sociais, as

quais se relacionam com a qualidade de vida da população, não condizem com o

estágio de desenvolvimento econômico em que se encontra, tampouco com o potencial

econômico apresentado pelo município.

Em se tratando das condições socioeconômicas relacionadas às demandas por

habitação, o estudo da Fundação João Pinheiro publicado em 2009, e que trata do

mesmo valor), a 1 (um), quando a desigualdade é máxima (apenas um indivíduo detém toda a renda da sociedade e a renda de todos os outros indivíduos é nula) 15 Não há informação oficial para 2010. 16 O Ranking dos Municípios Goianos classifica os municípios do Estado de Goiás, em um determinado período, sob aspectos conjunturais e estruturais favoráveis para atrair investimentos, demonstrados principalmente pelos indicadores relacionados à riqueza econômica, infraestrutura econômica e infraestrutura tecnológica, sendo reforçados pelos indicadores relativos ao dinamismo econômico, que evidencia municípios em processo de crescimento econômico e, ainda, pelo volume de recursos recebidos. Constituem características principais apresentadas pelos municípios melhores classificados no ranking o fato de serem os mais industrializados e possuírem melhor infraestrutura econômica e/ou tecnológica, destacando-se Anápolis, Rio Verde, Catalão, Aparecida de Goiânia, Senador Canedo e Itumbiara (Fonte: SEPIN, Goiás, 2009).

63

déficit habitacional no Brasil para o ano de 2007, confirma que o déficit habitacional no

Brasil concentra-se na faixa de renda familiar de até 3 salários mínimos. O mesmo

estudo aponta que, no estado de Goiás, 90,8% do déficit localiza-se nas famílias com

renda mensal de até 3 salários mínimos (FJP, 2009).

MUNICÍPIO

S DINAMISMO (100)

RIQUEZA ECONÔMIC

A (100)

INFRAESTRUTURA

ECONÔMICA, LOCALIZAÇÃO ESTRATÉGICA E LOGÍSTICA

(100)

QUALIDADE DE VIDA (100)

MÃO-DE-OBRA (30)

INFRAESTRUTURA

TECNOLÓGICA (70)

POLÍTICAS DE

INCENTIVOS FINANCEIRO

S E TRIBUTÁRIO

(30)

MÉDIA (PONDERAD

A)

1 Anápolis 40,18 96,69 77,77 62,99 19,38

64,28 7,26 58,39

2 Rio Verde 55,60 65,92 63,84 63,88 19,55

33,66 15,00 53,29

3 Aparecida

de Goiânia

51,53 80,12 74,15 49,42 16,68

15,90 4,88 49,17

4 Catalão 36,87 45,10 72,80 69,55 20,42

17,20 1,52 42,91

5 Senador Canedo

61,68 31,43 73,32 55,17 14,68

0,00 0,49 42,63

6 Itumbiara 30,00 32,64 67,87 68,92 17,39

24,97 2,58 39,20

7 Luziânia 35,96 37,28 66,30 41,93 11,17

12,06 0,20 34,41

8 Caldas Novas

33,96 15,18 64,79 66,71 14,40

7,81 0,75 33,94

9 São Simão

44,27 12,92 53,31 64,45 15,36

0,00 0,44 33,57

10 Mineiros 34,82 14,99 45,45 66,65 17,08

2,26 10,40 32,35

11 Niquelândi

a 43,85 18,50 25,36 54,93

21,64

12,21 4,09 32,06

12 Palmeiras de Goiás

47,53 6,60 43,96 59,72 12,73

0,00 1,61 31,38

13 Jataí 28,92 26,17 43,37 65,44 14,76

7,10 2,39 31,01

14 Quirinópoli

s 23,16 10,39 70,69 61,38

18,10

6,11 2,66 30,81

15 Trindade 30,72 15,13 53,32 58,58 12,87

8,24 0,97 30,08

16 Goianira 45,06 4,58 50,04 51,07 13,59

0,00 0,07 29,92

Tabela 3.4: Resultados do Ranking dos Municípios goianos Conforme Variáveis de Análise. Fonte: SEPIN, 2009.

Considerando, portanto estes dados e informações é possível estimar que mais

de um terço da população do município encontra em condições de vulnerabilidade

social e necessita do atendimento de suas demandas básicas (trabalho, educação,

saúde, habitação) a partir de políticas públicas consistentes e relacionadas entre si.

6 NECESSIDADES HABITACIONAIS

As necessidades habitacionais brasileiras foram caracterizadas em estudo

realizado pela Fundação João Pinheiro a pedido do Governo Federal / Mcidades com

64

dados do censo de 2000. Este estudo aponta as situações/problemas habitacionais

considerados na Política Nacional de Habitação e conseqüentemente direciona as

ações do Governo Federal no enfrentamento destas questões.

Portanto já existe um indicativo sobre a quantidade e a qualidade dos

problemas habitacionais encontrados nas unidades da federação (estados,

microrregiões e municípios), sendo a elaboração dos Planos Locais um refinamento de

informações quanto à situação já definida em nível nacional.

A metodologia adotada pela FJP (2005) amplia o entendimento da questão

habitacional para além da quantificação do déficit habitacional. Aborda o problema da

habitação a partir da definição das necessidades habitacionais segundo dois

segmentos distintos: o déficit habitacional e a inadequação de moradias.

O déficit, de uma forma simplificada, refere-se à necessidade de construção de

novas moradias, trata-se de um aspecto quantitativo. Já a inadequação de moradias

relaciona-se à aspectos qualitativos e de habitabilidade e, portanto, não configuram-se

como necessidade de novas unidades. Sua identificação apontará o delineamento de

políticas complementares à construção de moradias, voltadas para a melhoria dos

domicílios existentes.

O Quadro 4.1 aponta, de forma sucinta, as definições e demandas apontadas

pela Fundação João Pinheiro para a abordagem do Diagnóstico das Necessidades

Habitacionais do Município de Aparecida de Goiânia.

Quadro 4.1: Definições sobre as demandas habitacionais segundo à Fundação João Pinheiro.

COMPONENTES DEFINIÇÕES DEMANDAS

POR INCREMENTO DE ESTOQUE: ⇒ Domicílios improvisados ⇒ Coabitação familiar ⇒ Ônus excessivo com aluguel

DÉFICIT

HABITACIONAL Corresponde à quantidade de moradias

novas que necessitam ser produzidas para atender às demandas acumuladas. Pode ser entendido como déficit por incremento de estoque e déficit por reposição de estoque (produção de novas unidades habitacionais em substituição às existentes).

POR REPOSIÇÃO DE ESTOQUE: ⇒ Domicílios rústicos

INADEQUAÇÃO

DE DOMICÍLIOS Corresponde a problemas na qualidade da habitação, não implicando na necessidade de novas construções. Seu dimensionamento visa a elaboração de políticas voltada à melhoria dos domicílios existentes, complementares à produção de novas unidades habitacionais.

⇒ Densidade excessiva de moradores por domicílios ⇒ Carência de serviços de infraestrutura ⇒ Inexistência de unidade sanitária domiciliar exclusiva ⇒ Inadequação fundiária urbana

65

Em uma abordagem inicial, acerca das necessidades habitacionais do Município

de Aparecida de Goiânia, os dados gerais do estudo da FJP, compostos com as

informações do censo de 2000, apontaram um déficit básico17 na ordem de 10.193

unidades, o que representa 11,21% do total dos 90.909 domicílios existentes no

município conforme o referido censo (Tabelas 4.1 e 4.2).

Vale ressaltar ainda que em contraponto à necessidade destas 10.193 unidades,

existem 14.291 domicílios vagos (Gráfico 4.1). Não constam, na base de dados da FJP

(2005), dados sobre a existência de domicílios particulares permanentes em

aglomerados, denominados subnormais18, para o município.

DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES (1) DOMICÍLIOS VAGOS

RURAL TOTAL

URBANA Total

Extensão urbana

Demais áreas Total

urbana

rural

90.909 90.671 238 0 238 14.291 14.165 126 Tabela 4.1: Domicílios particulares permanentes e domicílios vagos – 2000. Fonte: FJP, 2005.

DÉFICIT HABITACIONAL BÁSICO DOMICÍLIOS VAGOS

ABSOLUTO % DO TOTAL DOS DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES

Total Urbana Rural Total Urbana Rural

Total

Urbana

Rural

10.193 10.188 5 11,21 11,24 2,10 14.291 14.165 126 Tabela 4.2: Déficit Habitacional Básico – 2000. Fonte: FJP, 2005.

Considerando estes dados em relação à Região Metropolitana e ao Estado de

Goiás observamos que o déficit habitacional básico do município encontrava-se acima

dos valores percentuais da Região Metropolitana de Goiânia e acima do Estado,

11,21%, 10,27% e 9,84%, respectivamente (Gráfico 4.1).

Fato que se repete ao serem considerados os valores percentuais relacionados

aos domicílios vagos e pode ser vinculado ao valor elevado da taxa geométrica do

crescimento da população a qual se constituiu na maior da RMG, conforme as

17 Déficit habitacional básico: soma da coabitação familiar, dos domicílios improvisados e dos rústicos. (FJP, 2005) 18 Observa-se que este dado é conflitante com a classificação dos loteamentos segundo o Município (Figura 3). Neste caso adotar-se-á o adjetivo precário em substituição ao subnormal de forma que o diagnóstico seja desenvolvido conforme as definições da FJP.

66

estimativas para o ano de 2009 apontadas pelo documento Regiões de Planejamento

(SEPLAN/SEPIN, 2009).

Em 2008 a Fundação João Pinheiro realizou uma atualização do déficit

habitacional considerando a PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios –

para o país, regiões e estados, o que neste diagnóstico complementa e corrobora

considerações realizadas para o Município em questão. Nesta atualização, a FJP

indicou que no país o déficit habitacional básico correspondia a 9,6% do total dos

domicílios particulares permanentes. Na região centro-oeste este percentual era de

9,8%, em Goiás situava-se na ordem de 8,8%, abaixo do percentual apresentado no

ano 2000.

Na quantificação do déficit habitacional básico, conforme conceituação da FJP,

observa-se que o município apresenta números significativos no que se refere às

famílias conviventes, ou seja, famílias conviventes secundárias que vivem junto à outra

família em um mesmo domicílio e das que vivem em cômodos (FJP, 2005), cujos

dados (Tabela 4.3) demonstram um valor de 5.742 famílias conviventes, seguido das

famílias habitando cômodos, totalizando 3.076.

Traduzindo estes valores absolutos em valores percentuais em relação ao total

do déficit habitacional básico apontado para o ano de 2000, ou seja, 10.193 unidades,

no quesito definido como incremento de estoque, 5,87% correspondem à domicílios

improvisados, 56,33% referem-se às famílias conviventes, 30,18% à famílias habitando

cômodos e 7,6% famílias em domicílios rústicos.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

1 2 3

(%) Déficit Hab. Básico

Domicílios vagos

Aparecida de Goiânia

RMG Goiás

Gráfico 4.1: Déficit habitacional x Domicílios vagos em Aparecida de Goiânia, Região Metropolitana e Goiás. Fonte: FJP (2005).

67

DOMICÍLIOS IMPROVISADOS

FAMÍLIAS CONVIVENTES

CÔMODOS DOMICÍLIOS RÚSTICOS (2)

Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural Total Urbana Rural

598 598 0 5.742 5.737 5 3.076 3.076 0 777 777 0 Tabela 4.3: Resumo da situação do Déficit Habitacional Básico, por Situação de Domicílio – 2000. Fonte: FJP, 2005.

Os dados demonstram uma tendência observada no país, ou seja, a coabitação

familiar representa o componente mais expressivo do déficit habitacional (FJP, 2005).

Em termos relativos ao estoque de domicílios, no total do país e nas regiões

metropolitanas, a coabitação familiar representa 8,5% e 8,1% respectivamente. Em

Goiás o percentual relacionado à coabitação familiar situa-se na ordem de 6,9% dos

domicílios particulares permanentes.

Fazendo esta relação no Município de Aparecida de Goiânia tem-se o valor

percentual de 6,32% no caso da coabitação familiar e de 3,38% no que se refere a

famílias habitando cômodos, valores menores dos encontrados em nível nacional e

pouco abaixo do valor apurado para o Estado de Goiás.

A análise para este valor, em torno de dois pontos percentuais abaixo do valor

estimado para o Brasil, refere-se ao fato de que as maiores carências habitacionais

encontram-se, em maior número e proporção, nos Estados de São Paulo, Minas

Gerais, Bahia, Rio de Janeiro e Maranhão (FJP, 2005).

4.1 Incremento de Estoque

4.1.1 Domicílios Improvisados

São aqueles construídos para fins não residenciais, mas que estão servindo de

moradia provisória. Ex.: galpões, edifícios comerciais abandonados, espaços públicos,

etc. Para o Município de Aparecida de Goiânia os números, absolutos e percentuais,

referentes aos dados do ano de 2000 estão apresentados na Tabela 4.4, a qual

apresenta um total de 598 domicílios que representa 0,7% do total dos domicílios

particulares.

DOMICÍLIOS IMPROVISADOS % EM RELAÇÃO AOS DOMICÍLIOS

PARTICULARES (1)

RURAL TOTAL URBANA RURAL TOTAL URBANA

Total Extensão urbana

Demais áreas

Total Extensão urbana

Demais áreas

598 598 0 0 0 0,70 0,70 0,00 0,00 0,00 Tabela 4.4: Domicílios Improvisados, por Situação de Domicílio – 2000. Fonte: FJP, 2005.

68

Confrontando os dados da Tabela 4.4 com os da Tabela 4.5, observa-se que

70,3% dos domicílios improvisados são habitados por famílias que percebem até 3

salários mínimos, ou seja, que estão situadas na faixa definida como vulnerável, do

ponto de vista social, de acordo com a classificação de atendimento da Política

Nacional de Habitação.

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

ATÉ 3 MAIS DE 3 A 5 MAIS DE 5 A 10 MAIS DE 10 TOTAL

absoluto % absoluto % absoluto % absoluto % absoluto %

420 70,23 79 13,21 82 13,71 17 2,84 598 100,00 Tabela 4.5: Domicílios Urbanos Improvisados, por Faixas de Renda – 2000 Fonte: FJP, 2005. Ressalta-se que a componente relacionada aos domicílios improvisados não

constitui a maior dentre as que compõem as necessidades por incremento de estoque.

4.1.2 Coabitação Familiar

Compreende a convivência de mais de uma família no mesmo domicílio

(denominadas famílias conviventes). No Município, conforme os dados da Fundação

João Pinheiro (2005), demonstrados nas Tabelas 4.6 e 4.7, observa-se a mesma

tendência de renda das famílias que habitavam domicílios improvisados, ou seja, o

maior percentual de famílias em condição de coabitação familiar encontrava-se, no ano

de 2000, na faixa de renda de até 3 salários mínimos.

FAMÍLIAS CONVIVENTES % DOS DOMICÍLIOS PARTICULARES

PERMANENTES

RURAL RURAL TOTAL URBANA

Total Extensão urbana

Demais áreas

TOTAL URBANA Total

Extensão urbana

Demais áreas

5.742 5.737 5 0 5 6,32 6,33 2,10 0,00 2,10 Tabela 4.6: Famílias Conviventes, por Situação de Domicílio – 2000. Fonte: FJP, 2005.

Tabela 4.7: Famílias Conviventes Urbanas, por Faixas de Renda – 2000. Fonte: FJP, 2005.

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

ATÉ 3 MAIS DE 3 A 5 MAIS DE 5 A 10 MAIS DE 10 TOTAL

absoluto % absoluto % absoluto % absoluto % absoluto %

4.588 79,97 761 13,26 357 6,22 31 0,54 5.737 100,00

69

4.1.3 Ônus Excessivo com Aluguel

Corresponde ao número de famílias urbanas com renda de até três salários

mínimos, que moram em casa ou apartamento e que despendem mais de 30% de sua

renda com aluguel. Para Aparecida de Goiânia, a FJP (2005) apresentou os dados

expostos na Tabela 4.8.

Tabela 4.8: Domicílios Urbanos Alugados por Famílias com renda de até 3 salários mínimos em 2000. Fonte: FJP, 2005.

Considerando o total de domicílios alugados por famílias situadas entre as faixas

sem rendimentos até 3 salários mínimos, observa-se que do total de 6.207 domicílios,

42,98% encontrava-se na faixa de rendimentos familiares de 1 a 2 salários mínimos19 e

35,73% na faixa de 2 a 3 salários mínimos.

4.2 Reposição de Estoque

6.2.1 Domicílios Rústicos

São aqueles cuja construção é feita com material improvisado (madeira

aproveitada, vasilhames, etc), e que correspondem à parcela da necessidade de

reposição, que pode ser definida como domicílios a serem restaurados, substituídos ou

repostos.

DOMICÍLIOS RÚSTICOS (1) % DOS DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES

Total Urbana Rural Total Urbana Rural

777 777 0 0,85 0,86 0,00 Tabela 4.9: Estimativas dos Domicílios Rústicos, por Situação do Domicílio - 2000 Fonte: FJP, 2005.

Os dados apontados pela FJP (2005) para o Município demonstram que esta

não representa uma situação preocupante do ponto de vista numérico (Tabela 4.9). No

entanto deve ser enfrentado para que as precárias condições de moradia destas

famílias sejam melhoradas.

19 O valor do salário mínimo no ano de 2000 era de R$ 151,00.

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

SEM RENDIMENTOS ATÉ 1 s.m MAIS DE 1 A 2 s.m MAIS DE 2 a 3 s.m

Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto %

376 6,06 945 15,23 2.668 42,98 2.218 35,73

70

6.3 Inadequação dos Domicílios

A inadequação dos domicílios, conforme a conceituação da FJP (2005), refere-

se à situações de densidade excessiva, carência de infra-estrutura, inexistência de

unidade sanitária (banheiro) exclusiva e inadequação fundiária urbana. Nestes casos

as ocorrências não se referem, em uma primeira análise, à necessidade de reposição

de estoques, mas a possibilidade de melhoria de domicílios já existentes, tanto do

ponto de vista da edificação quanto do ponto de vista de melhorias urbanas a fim de

que serviços e equipamentos urbanos sejam ofertados à população em quantidade e

qualidade suficientes.

A Tabela 4.10 demonstra, em linhas gerais a situação do Município no que se

refere a esta componente.

INADEQUAÇÃO FUNDIÁRIA (1)

ADENSAMENTO EXCESSIVO (1)

DOMICÍLIO SEM BANHEIRO (1)

CARÊNCIA DE INFRA-ESTRUTURA (2)

Absoluto % dos Domicílios urbanos

Absoluto

% dos Domicílios urbanos

Absoluto % dos Domicílios urbanos

Absoluto % dos Domicílios urbanos

2.719 3,00 7.332 8,09 7.328 8,08 73.375 80,92 Tabela 4.10: Inadequação dos Domicílios Urbanos Fonte: FJP, 2005. (1) Apenas casas e apartamentos urbanos. (2) Casas e apartamentos urbanos que não possuem um ou mais dos serviços de infra-estrutura: iluminação elétrica, rede geral de abastecimento de água, rede geral de esgotamento sanitário ou fossa séptica e coleta de lixo.

Considerando a Tabela 4.10 e o Mapa de Infra-estrutura (Plano Diretor, 2001)

verifica-se que os dados se complementam e se corroboram. Os dados numéricos

demonstram que, no que se refere à inadequação de domicílios a carência de

infraestrutura é a componente que apresenta o maior percentual, 80,92% dos

domicílios, ou seja, a quase totalidade dos 90.909 domicílios encontrava-se sem dispor

de pelo menos de um dos serviços básicos de infra-estrutura – iluminação elétrica, rede

geral de abastecimento de água com canalização interna, rede geral de esgotamento

sanitário ou fossa séptica e coleta de lixo, conforme as definições da FJP (2005).

Nas demais componentes da inadequação dos domicílios encontravam-se, em

ordem de grandeza o adensamento excessivo, com 8,09% dos domicílios urbanos, a

ausência de banheiro, com 8,08% e a inadequação fundiária com 3,00%.

71

6.3.1 Densidade Excessiva

A Densidade excessiva de moradores por domicílios constitui-se na situação em

que o número médio de moradores no domicílio é superior a três por dormitório.

Considera-se por dormitório o total de cômodos, ou seja, todos os compartimentos

integrantes do domicílio separadas por paredes, inclusive banheiros e cozinha, e os

existentes na parte externa do prédio, desde que constituam parte integrante do

domicílio.

Nesta componente da inadequação de domicílios são computados somente os

domicílios próprios, pois os alugados são incorporados aos cálculos do déficit

habitacional.

No Município os dados de 2000 (FJP, 2005), conforme indicado na Tabela 4.10,

havia 7.332 domicílios em situação de adensamento excessivo e dentre estes 4.426

abrigavam famílias com renda familiar de até 3 salários mínimos (FJP, 2005) o que

corresponde a uma situação alarmante: 60,36% dos domicílios identificados com a

condição de densidade excessiva encontrarem-se nesta faixa de renda.

6.3.2 Carência de Serviços de Infra-estrutura

O quantitativo da componente carência de serviços de infraestrutura é

representado por todos os domicílios que não dispõem de ao menos de um dos

serviços básicos – iluminação elétrica, rede geral de abastecimento de água com

canalização interna, rede geral de esgotamento sanitário ou fossa séptica e coleta de

lixo. A Tabela 4.11 demonstra os dados verificados no município no ano de 2000.

ILUM. ELÉTRICA

ABASTEC. ÁGUA ESGOTAMENTO SANITÁRIO

ABAST. ÁGUA E ESGOT. SANIT.

(1)

COLETA DE LIXO

DOMICÍLIOS URBANOS

Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto % Absoluto

335 0,37 52.155 57,52 69.909 77,10 48.759 53,78 6.401 7,06 90.671 Tabela 4.11: Domicílios Urbanos não Atendidos por Serviços de Infra-estrutura (2000). Fonte: FJP, 2005. (1) Casas e apartamentos urbanos não atendidos simultaneamente por esses dois serviços.

Segundo os dados verificados (FJP, 2005), as condições do saneamento básico

encontradas no Município de Aparecida de Goiânia são alarmantes, 73.375 domicílios

apresentavam características de carência de infra-estrutura, sendo que destes, 49,10%

abrigavam famílias que percebiam até 3 salários mínimos.

72

O censo IBGE 2010 apurou em relação às condições de infra-estrutura que dos

136.382 domicílios particulares permanentes ocupados:

� 78.422 são atendidos por rede geral de distribuição de água, o que

representa em termos percentuais a 57,50% dos domicílios, indicando

que as condições, nos dez anos que sucederam o censo de 2000, não

apresentaram melhora significativa. 55.826 domicílios são atendidos por

poço ou nascente na propriedade e os demais por alguma outra forma

como carro pipa, água da chuva armazenada.

� 132.867 domicílios possuem banheiro e algum sistema de esgotamento

sanitário. Destes 25.020 são atendidos por rede geral de esgoto ou rede

pluvial (18,83%), 23.890 possuem fossa séptica (17,98%), 83.669

possuem fossa rudimentar (62,97%) e o restante dos domicílios, ou seja,

288 de alguma outra forma (0,22%). Comparando os dados dos censos

de 2000 e 2010 depreende-se que em relação à componente

esgotamento sanitário não houve avanços significativos para a melhoria

do atendimento à população.

� 135.631 domicílios possuem coleta de lixo, o que representa 99,44% do

total de domicílios particulares permanentes. Destes, 128.533 por serviço

de limpeza e 7.098 em caçamba de serviço de limpeza. Os restantes 751

domicílios têm outro destino do lixo não especificado o que os

desclassifica sob os critérios de atendimento de infra-estrutura. Nesta

componente percebe-se uma melhora significativa no atendimento desta

componente.

Considerando todas as fontes citadas, e seus diferentes momentos a situação

do saneamento básico no município demonstra-se preocupante e necessita de ações

contundentes para sua adequação.

Segundo Mascaró (2005) as deficiências dos serviços de infra-estrutura reduzem

a qualidade de vida e prejudicam a produtividade, diminuindo a renda das pessoas. O

serviço de provimento de energia elétrica relaciona-se, principalmente, às atividades

das pessoas enquanto a água encanada e coleta de esgotos são fundamentais a sua

saúde.

Estudos apontam que, ao nível da habitação e/ou do lote, a transmissão de

doenças exacerba-se devido ao fato de as pessoas, além de pobres, estarem sujeitas à

má nutrição e a condições de moradia em áreas destituídas de um mínimo de infra-

estrutura básica (ACIOLY, 1998).

73

No contexto da pobreza relacionada à ausência de serviços de infra-estrutura

básica, os dados do IBGE (2010) demonstram que em Aparecida de Goiânia 76,4% da

população residente em domicílios particulares que percebem rendimentos médios

mensais per capita de até ½ salário mínimo apresentam carência no atendimento dos

serviços de saneamento básico, fato que coloca esta componente como um dos graves

problemas habitacionais e conseqüentemente de saúde pública.

Além dos serviços básicos de infra-estrutura foi identificada a necessidade de

pavimentação de ruas, segundo informações da Prefeitura entre 70 e 80% das ruas

possuem pavimentação e não há rede de drenagem de águas pluviais.

Desta forma, a necessidade da implementação de redes de infra-estrutura

básica demonstra-se como um dos desafios a serem vencidos acerca das

necessidades da habitação de interesse social no município.

6.3.3 Inexistência de Unidade Sanitária Domiciliar Exclusiva

A componente inexistência de unidade sanitária domiciliar exclusiva, ou seja, o

domicílio que não dispõe de banheiro ou sanitário de uso exclusivo representava,

conforme os dados de 2000, juntamente com a carência de serviços de saneamento

básico um sério agravante ás questões de saúde pública, segundo a FJP (2005) no

ano de 2000, pois aponta que havia no Município 7.328 domicílios sem banheiro ou

sanitário.

Considerando a distribuição dos domicílios sem banheiro ou sanitário por faixa

de renda, em 2000, tinha-se a situação demonstrada na Tabela 4.12. A grande maioria

dos domicílios com ausência de unidade sanitária exclusiva encontrava-se na faixa cujo

rendimento familiar era de até 3 salários mínimos, ou seja, famílias vulneráveis do

ponto de vista sócio-econômico e que necessitavam do atendimento desta demanda, a

qual diminuía em razão do aumento da renda familiar.

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

ATÉ 3 MAIS DE 3 A 5 MAIS DE 5 TOTAL absoluto % absoluto % absoluto % absoluto %

5.814 79,34 1.041 14,21 473 6,45 7.328 100,00 Tabela 4.12: Domicílios Urbanos sem Banheiro, por Faixas de Renda – 2000. Fonte: FJP, 2005. (1) Considerados apenas casas e apartamentos urbanos

Já o censo de 2010 apurou uma situação bastante diferenciada, pois apontou

que apenas 224 domicílios não possuem banheiro ou sanitário de uso exclusivo, o que

74

no total de domicílios particulares permanentes representa, em termos percentuais,

0,16%. Neste caso apresentado uma melhora significativa, pois em 2000 os dados

indicavam um percentual de 8,08% dos domicílios (Tabela 4.10).

4.3.4 Inadequação Fundiária Urbana

A Inadequação fundiária urbana: refere-se aos casos em que pelo menos um

dos moradores do domicílio tem a propriedade da moradia, mas não, total ou parcial,

do terreno ou da fração ideal do terreno em que ela se situa. Conforme os dados da

FJP (2005) baseados no censo de 2000 havia 2.719 domicílios na condição de

inadequação fundiária o que correspondia a 3,00% do total de domicílios urbanos

permanentes. Destaca-se que, de acordo com esta fonte, 62,05% dos domicílios

inadequados, sob o ponto de vista fundiário, eram habitados por famílias situadas na

faixa de renda de até 3 salários mínimos, conforme demonstra a Tabela 4.13.

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

ATÉ 3 MAIS DE 3 A 5 MAIS DE 5 TOTAL

absoluto % absoluto % absoluto % absoluto %

1.768 62,05 636 23,39 315 11,59 2.719 100,00 Tabela 4.13: Inadequação Fundiária Urbana, por Faixas de Renda – 2000. Fonte: FJP, 2005.

6.4 Demanda Demográfica

A construção de um Plano com vistas a prover as demandas locais por

Habitação de Interesse Social a princípio deve prever, no universo temporal

estipulado para a realização das ações estratégicas, a projeção da evolução do déficit

e da inadequação de domicílios neste intervalo de tempo que reflita a própria

evolução demográfica do local bem como os aspectos sócio-econômicos regionais.

Comumente considera-se para os PLHIS um prazo de 10 a 20 anos para a

consecução de ações e “validade dos Planos”, após este tempo os mesmos devem

ser analisados e revisados de forma que coincidam com os Planos Plurianuais do

Município. Alerta-se para o fato de que, na medida em que ações forem realizadas o

Plano deverá ser atualizado para que não haja sobreposição de investimento.

No entanto não há metodologia consolidada para a realização da atualização

do déficit em relação à demanda demográfica, mesmo porque ainda não existem

estudos oficiais baseados nos dados do último censo demográfico acerca da

evolução da população dos Municípios para os próximos 10 ou 20 anos.

75

Desta forma o que é possível indicar são possibilidades acerca da evolução

populacional, do déficit e da inadequação dos domicílios com base no diagnóstico

realizado no município e em séries de dados anteriores que indiquem como se

comportará esta evolução.

A SEPLAN/ SEPIM-GO (Secretaria de Planejamento/ Gerência de Estatística

Sócio Econômica) indica uma projeção da taxa de crescimento geométrico

populacional positivo, apresentando significativo decréscimo no período entre os

censos de 2000 e 2010 conforme Tabela 4.14.

Considerando então a taxa de crescimento geométrica da população apontada

em 2010 (3,08%), para os vinte anos seguintes aos deste censo ter-se-ia a simulação

apresentada na Tabela 4.15. Estimou-se o universo temporal de vinte anos como um

exercício de estimativa para a posterior estimativa da evolução do déficit habitacional.

Ressalta-se que não foi considerada qualquer mudança nas tendências demográficas

ou dinâmicas sócio-econômicas locais e regionais.

Ano 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

População (hab)

336.392 435.323 453.104 475.303 494.919 510.770 455.657 465.092

Nota: 1980 – 1991 – 2000 – 2010 – Censo Demográfico. 1996 e 2007 – Contagem. 2001 a 2006 – 2008 – 2009 – 2011 Estimativa.

Taxa de Crescimento Geométrica da População

Ano 2000 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Taxa (%) 7,30 5,29 5,09 5,06 4,94 4,75 3,08 2,99

NOTA: Taxa de crescimento geométrica da população representa o crescimento da população de um local considerando duas datas sucessivas e o intervalo entre destas datas, medido em ano. Para os municípios que foram sendo instalados nos períodos intercensitários não foi feito o cálculo das taxas de crescimento. Portanto a taxa de crescimento 2005 é referente ao período de 2000/2005, 2006 de 2000/2006, 2007 de 2000/2007, 2008 de 2000/2008, 2009 de 2000/2009, 2010 de 2000/2010 e 2011 de 2000/2011. Tabela 4.14: Aspectos demográficos – densidade, população, taxa de crescimento geométrica da população de Aparecida de Goiânia. Fonte: IBGE, SEPLAN/SEPIN-GO, 2011.

Ano 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Pop. (hab) 455.657 465.092 479.416 494.182 509.402 525.091 541.263 557.933 575.117 592.830 611.089

Acréscimo (hab/ano)

- - 14.324 14.766 15.220 15.689 16.172 16.670 17.184 17.713 18.259

Tabela 4.15: Simulação da projeção populacional com base na taxa média de crescimento populacional apontada pelo censo de 2010.

76

Considerando a possibilidade de aplicação desta projeção para a quantificação

dos domicílios particulares permanentes a partir do número médio de habitantes por

domicílio do censo de 2010, ou seja, 3,32 habitantes por domicílio particular

permanente ocupado, ter-se-ia a simulação apresentada na Tabela 4.16.

Ano 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Pop. (hab)

455.657 465.092 479.416 494.182 509.402 525.091 541.263 557.933 575.117 592.830 611.089

Dom. 136.682 140.088 144.402 148.850 153.434 158.159 163.031 168.052 173.228 178.563 184.062

Tabela 4.16: Simulação da projeção de domicílios com base na taxa média de crescimento populacional, e no número médio de habitantes por domicílio particular permanente ocupado conforme os dados do censo de 2010. Assim, a partir de uma consideração simplificada, sem cálculos estatísticos mais

elaborados, passar-se-á a montagem do Quadro Geral do Diagnóstico Habitacional.

6.5 Quadro Geral do Diagnóstico Habitacional

Com as considerações e dados reunidos passa-se à compilação dos mesmos

para o estabelecimento de um panorama geral do diagnóstico habitacional do

Município de Aparecida de Goiânia. Para as considerações serão retomados dados já

apresentados acrescidos de outros ainda não abordados.

Para a atualização dos dados do ano de 2000 para 2010 aplicou-se o percentual

de cada componente do déficit e da inadequação dos domicílios sobre o total de

domicílios particulares permanentes, resultando nos valores apresentados na Tabela

4.17, chegando-se a um valor de 15.322 unidades como déficit habitacional básico em

2010.

Analisando a situação geral do déficit habitacional para o país, para a região

centro-oeste e o estado de Goiás observa-se que a projeção realizada para 2010

condiz com os percentuais indicados pela Fundação João Pinheiro no estudo de

atualização do déficit para o ano de 200820.

Entende-se como compatível a aplicação do mesmo percentual do ano de 2000

tendo em vista que no período de 2000 a 2010 poucas ações para o provimento de

novas unidades e de melhoria das condições de habitação existentes foram envidadas

no país com um todo. Há também de se considerar que a própria Política Nacional de

20 Segundo a Fundação João Pinheiro (2008) o déficit habitacional básico situava-se na ordem de 9,6% dos domicílios particulares permanentes no país, 9,8% na região Centro-Oeste e 8,8% no estado de Goiás.

77

Habitação, bem como a construção das políticas locais começou a se estruturar

justamente neste período.

Os dados do censo 2010 para os componentes da inadequação de domicílios

não apontaram uma melhora das condições de infra-estrutura dos domicílios. Não se

observou melhoria no que se refere ao abastecimento de água e do atendimento por

rede coletora de esgoto ou fossa séptica. Mas, comparando os dados da FJP (2000) e

os do censo 2010 houve uma queda significativa dos domicílios nos quais havia

ausência de unidade sanitária e dos atendidos por coleta de lixo.

2000 2010 TOTAL DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES

90.909 136.682

Componente 2000

(absoluto) %

2010 (absoluto)

%

TOTAL 10.193 11,21 15.322 11,21

Domicílios improvisados 598 0,66 902 0,66

Coabitação familiar 5.792 6,32 8.638 6,32

Cômodos 3.076 3,38 4.620 3,38

DÉFICIT

HABITACIONAL

BÁSICO

Domicílios rústicos 777 0,85 1.162 0,85

Ônus excessivo com aluguel 6.207 6,83 9.335 6,83

Tabela 4.17: Componentes do Déficit Habitacional Básico ao qual deve ser acrescido o déficit por ônus excessivo com aluguel no ano de 2000 com a projeção dos mesmos percentuais para o ano de 2010.

Fonte: FJP, 2005; IBGE, 2010.

2000 2010 TOTAL DE DOMICÍLIOS PARTICULARES PERMANENTES 90.909 136.682

Componente 2000

(absoluto) %

2010 (absoluto)

%

INADEQUAÇÃO DE DOMICÍLIOS - - - -

Densidade excessiva * *

Ausência unidade sanitária 7.328 8,06 224 0,16

Energia Elétrica 335 0,37 159 0,12

Abastecimento de

água 52.155 57,52 57.960 42,40

Esgotamento

sanitário 69.909 77,10 83.957 61,42

Carência de infra-estrutura

Coleta de lixo 6.401 7,06 751 0,55

Inadequação fundiária 2.727 3,00 * *

Tabela 4.18: Componentes da inadequação de domicílios no ano de 2000 com a projeção dos mesmos percentuais considerando os dados do censo 2010.

78

Fonte: FJP, 2005; IBGE, 2010. NOTA: * Não há dados oficiais disponíveis.

Ano 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

População (hab)

465.092 479.416 494.182 509.402 525.091 541.263 557.933 575.117 592.830 611.089

Total de Domicílios Particulares Permanentes

140.088 144.402 148.850 153.434 158.159 163.031 168.052 173.228 178.563 184.062

DÉFICIT BÁSICO**

13.729 14.151 14.587 15.037 15.500 15.977 16.469 16.976 17.499 18.038

Tabela 4.19: Simulação da projeção do déficit habitacional básico até o ano de 2020. NOTAS: *Considerando a demanda apurada no Município e já abordada anteriormente.

** Aplicando o percentual de 9,8%, apontado pela FJP (2008) para a Região Centro-Oeste sobre o número de domicílios particulares permanentes ocupados.

Para a elaboração da evolução do déficit habitacional básico, considerando

que não existem estudos estatísticos oficiais acerca da evolução da demografia,

utilizou-se a projeção demográfica e de domicílios demonstradas nas Tabelas 4.15 e

4.16 além do percentual de domicílios ocupados conforme o censo de 2010.

Considerando, portanto a projeção demográfica, a partir de uma interpretação

simplificada, entre 2011 e 2020 chegar-se-ia a um déficit habitacional básico na ordem

de 18.038 domicílios. No entanto ressalta-se que na medida em que ações forem

realizadas para a solução dos problemas habitacionais este déficit deverá ser

automaticamente diminuído quando da implementação de programas e ações no

Município.

Outra questão a ser observada é aquela que se refere à inadequação de

domicílios, pois não há uma forma linear para a projeção de sua evolução sugerindo-se

que o Plano de Ação trabalhe com os dados do censo de 2010 e que o Município ao

longo da implementação do Plano preocupe-se em atualizar as informações de forma a

adequar os programas e ações.

6.6 Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS

Considerando a abrangência do que se entende como Zonas Especiais de

Interesse Social e em se tratando de planejamento urbano, ressalta-se que o PLHIS é

somente uma das instâncias onde se pode discutir o tema o que, em hipótese alguma,

não o esgota e tampouco extingue futuras delimitações considerando a realidade de

cada município.

Por definição as ZEIS constituem-se da parcela da área urbana instituída pelo

Plano Diretor ou definida por outra lei municipal destinada à moradia de população

79

de baixa renda e sujeita a regras específicas de parcelamento, uso e ocupação do solo.

Destinadas, portanto, à produção e manutenção de Habitação de Interesse Social –

HIS – são áreas que estão sujeitas, quando assim declaradas por lei, a normas

próprias de uso e ocupação do solo e podem abranger:

i) Áreas onde já existem assentamentos produzidos pela própria

população de baixa renda;

ii) Loteamentos (públicos ou privados) irregulares ou clandestinos que não

atendam as condições mínimas de habitabilidade;

iii) Imóveis não edificados ou subutilizados que possam ser destinados à

implantação de HIS com interveniência do poder público;

iv) Áreas ocupadas por populações de baixa renda com incidência

significativa de edificações precárias, não plenamente concluídas,

degradadas ou destinadas originalmente a outras atividades, na maioria

das vezes com carência de equipamentos públicos e de infra-estrutura.

No município de Aparecida de Goiânia não existe na Lei de Zoneamento

parâmetros específicos para áreas destinadas a ocupação habitacional de interesse

social, isto só é abordado na Lei de AEIS – Áreas Especiais de Interesse Social.

Na Lei de AEIS estão estabelecidos os seguintes parâmetros como índices

urbanísticos para os lotes:

a) coeficiente de aproveitamento máximo de 2 (dois);

b) lote mínimo de 125m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados);

c) taxa de ocupação máxima de 70% (setenta por cento);

II – índice do sistema viário com gabarito mínimo de 8 metros;

III - previsão de fontes de recursos;

§ 1º – A infra-estrutura urbana, referida no inciso I e II deste artigo refere-se aos

projetos básicos e as intervenções urbanísticas necessárias à recuperação física da

área, incluindo, de acordo com as características locais, sistema de abastecimento de

água e solução para o esgoto, drenagem de águas pluviais, coleta regular de resíduos

sólidos, iluminação pública, adequação dos sistemas de circulação de veículos e

pedestres, tratamento adequado das áreas verdes públicas, instalação de

equipamentos sociais.

A possibilidade de flexibilização dos parâmetros urbanísticos colocadas na lei de

AEIS, ou seja, o incremento do potencial construtivo independente do zoneamento

80

previamente estabelecido faz com que qualquer lote ou gleba não ocupada possa se

tornar uma AEIS. Esta possibilidade para o empreendedor tem como objetivo estimular

empreendimentos, inclusive em terrenos bem localizados do ponto de vista das

infraestruturas, para habitação de interesse social.

Em face desta condição o município delimitou áreas prioritárias - Mapa 1 –para a

consolidação em AEIS o que o permite lançar mão de instrumentos específicos para a

consecução de melhorias urbanas nos assentamentos precários e produção de novas

moradias.

81

MAPA 1 – ASSENTAMENTOS COM POSSIBILIDADE DO GRAVAME DE AEIS

Fonte: IPUA/Prefeitura de Aparecida de Goiânia

82

MAPA 2 – PRODUÇÃO DE NOVAS HABITAÇÕES – APROVADAS ATÉ ABRIL DE 2012

Fonte: IPUA/Prefeitura de Aparecida de Goiânia

Além destas foram aprovadas, até o ano de 2012, as áreas espacializadas no

Mapa 2, como áreas Especiais de Interesse Social para intervenções e

83

empreendimentos tanto públicos quanto privados para a produção de novas unidades

habitacionais.

Ressalta-se a necessidade e a importância da instituição e/ou implementação

em âmbito municipal dos instrumentos urbanísticos, jurídicos e tributários previstos na

legislação federal que possam ser utilizados em favor das ZEIS (ou AEIS), tais como

parcelamento e edificação compulsórios e o IPTU progressivo no tempo, a

desapropriação com pagamentos em títulos da dívida pública; direito de superfície e

direito de preempção, dentre outros previstos pelo Estatuto da Cidade.

4.7 Regularização Fundiária

Conforme Figura 3.4, página 24, existiam no Município em 2001 diferentes

formas de ocupação irregular na forma de loteamentos irregulares total ou

parcialmente, loteamentos clandestinos, invasões e ocupação de áreas de risco

ambiental. Das áreas indicadas pela figura citada a Prefeitura Municipal informou que

as áreas dos bairros Jardim dos Girassóis, Nova Cidade, Jardim Tiradentes e Vila

Izaura - Mapa 3 passaram por processos de regularização fundiária, urbanização,

melhorias habitacionais e produção de novas unidades com recursos do Programa

Habitar Brasil BID e do FNHIS – Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social. No

entanto ainda restam áreas a serem regularizadas total ou parcialmente.

Como fonte conceitual para a fase de implementação do PLHIS pelo Município

segue uma breve descrição do processo de Regularização Fundiária em conformidade

com a Lei Federal 11.977/2009.

84

MAPA 3 – INTERVENÇÕES EM ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS – URBANIZAÇÃO

Fonte: IPUA/Prefeitura de Aparecida de Goiânia

85

Quadro 4.2: Descrição dos princípios e devido processo legal para a regularização fundiária de áreas urbanas. O s a s s e n t a m e n t o s a p r e s e n t a m n o r m a l m e n t e d o i s t i p o s d e i r r e g u l a r i d a d e f u n d i á r i a : i r r e g u l a r i d a d ed o m i n i a l , q u a n d o o p o s s u i d o r o c u p a u m a t e r r a p ú b l i c a o u p r i v a d a , s e m q u a l q u e r t í t u l o q u e l h e d êg a r a n t i a j u r í d i c a s o b r e e s s a p o s s e ; e , u r b a n í s t i c a e a m b i e n t a l , q u a n d o o p a r c e l a m e n t o n ã o e s t á d ea c o r d o c o m a l e g i s l a ç ã o u r b a n í s t i c a e a m b i e n t a l e n ã o f o i d e v i d a m e n t e l i c e n c i a d o . A e f e t i v a i n t e g r a ç ã o àc i d a d e r e q u e r o e n f r e n t a m e n t o d e t o d a s e s s a s q u e s t õ e s , p o r i s s o a r e g u l a r i z a ç ã o e n v o l v e u m c o n j u n t o d em e d i d a s . A l é m d i s s o , q u a n d o s e t r a t a d e a s s e n t a m e n t o s d e p o p u l a ç ã o d e b a i x a r e n d a , s ã o n e c e s s á r i a st a m b é m m e d i d a s s o c i a i s , d e f o r m a a b u s c a r a i n s e r ç ã o p l e n a d a s p e s s o a s à c i d a d e .A r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a é t a m b é m u m i n s t r u m e n t o p a r a p r o m o ç ã o d a c i d a d a n i a , d e v e n d o s e ra r t i c u l a d a c o m o u t r a s p o l í t i c a s p ú b l i c a s . N e s s a p e r s p e c t i v a , p a r a o r i e n t a r a u t i l i z a ç ã o d e s s e i n s t r u m e n t o ,a L e i n º 1 1 . 9 7 7 / 2 0 0 9 e s t a b e l e c e u o s s e g u i n t e s p r i n c í p i o s :I – a m p l i a ç ã o d o a c e s s o a t e r r a u r b a n i z a d a p e l a p o p u l a ç ã o d e b a i x a r e n d a , c o m p r i o r i d a d e p a r a s u ap e r m a n ê n c i a n a á r e a o c u p a d a , a s s e g u r a d o s o n í v e l a d e q u a d o d e h a b i t a b i l i d a d e e a m e l h o r i a d a sc o n d i ç õ e s d e s u s t e n t a b i l i d a d e u r b a n í s t i c a , s o c i a l e a m b i e n t a l ;I I – a r t i c u l a ç ã o c o m a s p o l í t i c a s s e t o r i a i s d e h a b i t a ç ã o , d e m e i o a m b i e n t e , d e s a n e a m e n t o b á s i c o e d em o b i l i d a d e u r b a n a , n o s d i f e r e n t e s n í v e i s d e g o v e r n o e c o m a s i n i c i a t i v a s p ú b l i c a s e p r i v a d a s , v o l t a d a s ài n t e g r a ç ã o s o c i a l e à g e r a ç ã o d e e m p r e g o e r e n d a ;I I I – p a r t i c i p a ç ã o d o s i n t e r e s s a d o s e m t o d a s a s e t a p a s d o p r o c e s s o d e r e g u l a r i z a ç ã o ;I V – e s t í m u l o à r e s o l u ç ã o e x t r a j u d i c i a l d e c o n f l i t o s ; eV – c o n c e s s ã o d o t í t u l o p r e f e r e n c i a l m e n t e p a r a a m u l h e r .P a r a q u e s e t e n h a u m o r d e n a m e n t o l e g a l q u e c o m p r e e n d a t o d a a c i d a d e , é n e c e s s á r i o r e g u l a r i z a r d o i st i p o s d e s i t u a ç ã o , a d e i n t e r e s s e s o c i a l p a r a f a m í l i a s d e b a i x a r e n d a e a d o s b a i r r o s e l o t e a m e n t o sf o r m a d o s p o r f a m í l i a s d e m é d i a e a l t a r e n d a q u e s e e n c o n t r a m f o r a d a s l e i s , m a s a s c o n d i ç õ e s ei n s t r u m e n t o s d e v e m s e r d i f e r e n c i a d o s . A s s i m , a L e i F e d e r a l n º 1 1 . 9 7 7 / 2 0 0 9 d e f i n i u d o i s t i p o s b á s i c o s d er e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a p a r a d a r c o n t a d e s s a s s i t u a ç õ e s :• r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a d e i n t e r e s s e s o c i a l : a p l i c á v e l a a s s e n t a m e n t o s i r r e g u l a r e s o c u p a d o s p o rp o p u l a ç ã o d e b a i x a r e n d a e m q u e a g a r a n t i a d o d i r e i t o c o n s t i t u c i o n a l à m o r a d i a j u s t i f i c a q u e s ea p l i q u e m i n s t r u m e n t o s , p r o c e d i m e n t o s e r e q u i s i t o s t é c n i c o s e s p e c i a i s ; e• r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a d e i n t e r e s s e e s p e c í f i c o : a p l i c á v e l a a s s e n t a m e n t o s i r r e g u l a r e s n ã o e n q u a d r a d o sc o m o d e i n t e r e s s e s o c i a l . N e s s e s a s s e n t a m e n t o s n ã o s e p o d e m u t i l i z a r a s c o n d i ç õ e s e s p e c i a i sd e s e n h a d a s p a r a a r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a d e i n t e r e s s e s o c i a l .D e a c o r d o c o m a L e i , o s s e g u i n t e s a t o r e s t ê m l e g i t i m i d a d e p a r a p r o m o v e r r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a :• a U n i ã o , o s e s t a d o s , o D i s t r i t o F e d e r a l e o s m u n i c í p i o s ;• a p o p u l a ç ã o m o r a d o r a d o s a s s e n t a m e n t o s i n f o r m a i s , d e m a n e i r a i n d i v i d u a l o u e m g r u p o ;• c o o p e r a t i v a s h a b i t a c i o n a i s , a s s o c i a ç õ e s d e m o r a d o r e s , o r g a n i z a ç õ e s s o c i a i s , o r g a n i z a ç õ e s d as o c i e d a d e c i v i l d e i n t e r e s s e p ú b l i c o ; e• e n t i d a d e s c i v i s c o n s t i t u í d a s c o m a f i n a l i d a d e d e p r o m o v e r a t i v i d a d e s l i g a d a s a o d e s e n v o l v i m e n t ou r b a n o o u à r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a .P a r a q u e s e t e n h a u m a r e g u l a r i z a ç ã o p l e n a , q u e c o n t e m p l e a s d i m e n s õ e s d o m i n i a l , u r b a n í s t i c a ea m b i e n t a l , a L e i c r i o u o i n s t r u m e n t o d e n o m i n a d o P r o j e t o d e R e g u l a r i z a ç ã o F u n d i á r i a . O s e l e m e n t o sm í n i m o s q u e d e v e m e s t a r c o n t e m p l a d o s n o p r o j e t o d e r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a s ã o :• á r e a s o u l o t e s a s e r e m r e g u l a r i z a d o s e , q u a n d o f o r o c a s o , a s e d i f i c a ç õ e s a s e r e m r e l o c a d a s ;• v i a s d e c i r c u l a ç ã o e x i s t e n t e s o u p r o j e t a d a s e , q u a n d o p o s s í v e l , o u t r a s á r e a s d e s t i n a d a s a u s o p ú b l i c o ;• m e d i d a s n e c e s s á r i a s p a r a a p r o m o ç ã o d a s u s t e n t a b i l i d a d e u r b a n í s t i c a , s o c i a l e a m b i e n t a l d a á r e ao c u p a d a , i n c l u i n d o a s c o m p e n s a ç õ e s u r b a n í s t i c a s e a m b i e n t a i s p r e v i s t a s e m l e i ;• c o n d i ç õ e s p a r a p r o m o v e r a s e g u r a n ç a d a p o p u l a ç ã o e m s i t u a ç õ e s d e r i s c o ; e• m e d i d a s p r e v i s t a s p a r a a d e q u a ç ã o d a i n f r a e s t r u t u r a b á s i c a . R E G U L A R I Z A Ç Ã O F U N D I Á R I A D E I N T E R E S S E S O C I A LA r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a d e i n t e r e s s e s o c i a l a p l i c a - s e a o s a s s e n t a m e n t o s o c u p a d o s p r e d o m i n a n t e m e n t ep o r p o p u l a ç ã o d e b a i x a r e n d a , n a s s i t u a ç õ e s e m q u e e x i s t a o r e c o n h e c i m e n t o l e g a l o u a d m i n i s t r a t i v o d od i r e i t o à m o r a d i a . A s s i m , a s o c u p a ç õ e s d e v e m a t e n d e r a , p e l o m e n o s , u m a d a s s e g u i n t e s c o n d i ç õ e s :• p r e e n c h e r o s r e q u i s i t o s p a r a u s u c a p i ã o o u c o n c e s s ã o d e u s o e s p e c i a l p a r a f i n s d e m o r a d i a ;

86

• s i t u a r - s e e m Z o n a s E s p e c i a i s d e I n t e r e s s e S o c i a l - Z E I S ; o u• s e r d e c l a r a d a d e i n t e r e s s e p a r a a i m p l a n t a ç ã o d e p r o j e t o s d e r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a d e i n t e r e s s es o c i a l , n o s c a s o s d e á r e a s d a U n i ã o , d o s e s t a d o s , d o D i s t r i t o F e d e r a l o u d o s m u n i c í p i o s .A L e i n º 1 1 . 9 7 7 / 2 0 0 9 c r i o u i n s t r u m e n t o s e m e c a n i s m o s e s p e c í f i c o s p a r a a r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a d ei n t e r e s s e s o c i a l , c o m o o b j e t i v o d e f a c i l i t a r e a g i l i z a r a c o n c r e t i z a ç ã o d o d i r e i t o à m o r a d i a . S ã o e l e s :• a d e m a r c a ç ã o u r b a n í s t i c a ;• a l e g i t i m a ç ã o d e p o s s e ; e• a r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a e m Á r e a s d e P r e s e r v a ç ã o P e r m a n e n t e – A P P ’ s .A d e m a r c a ç ã o u r b a n í s t i c a é a d e l i m i t a ç ã o d e u m a á r e a o c u p a d a p a r a f i n s h a b i t a c i o n a i s , d e d o m í n i op ú b l i c o o u p r i v a d o , p o r m e i o d a i d e n t i f i c a ç ã o d e s e u s l i m i t e s , c o n f r o n t a n t e s , á r e a d e s u p e r f í c i e el o c a l i z a ç ã o , p a r a a r e a l i z a ç ã o d e p r o c e d i m e n t o s d e r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a d e i n t e r e s s e s o c i a l .A l e g i t i m a ç ã o d e p o s s e é u m i n s t r u m e n t o v o l t a d o p a r a o r e c o n h e c i m e n t o d a p o s s e d e m o r a d o r e s d eá r e a s o b j e t o d e d e m a r c a ç ã o u r b a n í s t i c a . T r a t a - s e d a i d e n t i f i c a ç ã o p e l o p o d e r p ú b l i c o d e u m a s i t u a ç ã od e f a t o , q u e é a p o s s e m a n s a e p a c í f i c a d e u m a á r e a p o r p e s s o a s q u e n ã o p o s s u e m t í t u l o d e p r o p r i e d a d eo u d e c o n c e s s ã o e q u e n ã o s e j a m f o r e i r a s d e o u t r o i m ó v e l u r b a n o o u r u r a l .U m d o s m a i o r e s d e s t a q u e s d a L e i F e d e r a l n º 1 1 . 9 7 7 / 0 2 0 9 é a p o s s i b i l i d a d e d e s e p r o m o v e r , p o r d e c i s ã of u n d a m e n t a d a , r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a e m á r e a s d e p r e s e r v a ç ã o p e r m a n e n t e , a s s i m d e f i n i d a s n a L e iF e d e r a l n º 4 . 7 7 1 / 6 5 – C ó d i g o F l o r e s t a l . E s s a p o s s i b i l i d a d e é r e s t r i t a à r e g u l a r i z a ç ã o f u n d i á r i a d ei n t e r e s s e s o c i a l e s o m e n t e p o d e s e r a d m i t i d a n o s c a s o s e m q u e :• a o c u p a ç ã o d a A P P f o r a n t e r i o r a 3 1 d e d e z e m b r o d e 2 0 0 7 ;• o a s s e n t a m e n t o e s t i v e r i n s e r i d o e m á r e a u r b a n a c o n s o l i d a d a ; e• e s t u d o t é c n i c o c o m p r o v a r q u e a i n t e r v e n ç ã o p r o g r a m a d a i m p l i c a r á m e l h o r i a d a s c o n d i ç õ e s a m b i e n t a i sr e l a t i v a m e n t e à s i t u a ç ã o d e o c u p a ç ã o i r r e g u l a r a n t e r i o r .Fonte: Brasil, 2010.

5 MARCOS LEGAIS E REGULATÓRIOS

A análise dos marcos regulatórios e legais, que definem e regulamentam a

questão habitacional no município de Aparecida de Goiânia, é fundamental para a

elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse Social. Isto porque,

paralelamente ao levantamento dos dados pertinentes à realidade social, econômica e

habitacional do Município, a análise da legislação que trata direta ou indiretamente

dessa questão é necessária para, principalmente, avaliar a sua eficácia e a sua

adequação com a realidade do município. A partir dessa análise e dos demais dados

levantados será possível a definição da necessidade de adequação e/ou atualização da

legislação municipal.

A questão habitacional está intrinsecamente relacionada a outros direitos sociais

assegurados pelo ordenamento jurídico brasileiro e é tratada na Constituição Federal

de 1988 como sendo de competência comum da União, dos Estados, do Distrito

Federal e dos Municípios (Art. 23, inciso IX).

Este contexto, além de ações mundiais relacionadas às questões habitacionais

nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, levou a ações que culminaram da

consolidação da Política Nacional de Habitação – PNH, aprovada pela Lei Federal nº

11.124, de 16 de junho de 2005, e pelo Decreto nº 5.796, de 6 de junho de 2006, tem

87

como objetivo a promoção das condições de acesso à moradia digna a todos os

segmentos da população, especialmente o de baixa renda, contribuindo, assim, para a

inclusão social. Visa com isso atender à Constituição Federal, que considera um direito

do cidadão a habitação, ao Estatuto da Cidade, que estabelece a função social da

cidade e da propriedade.

No entanto, face à dimensão que as necessidades habitacionais tomam em

relação aos municípios, lócus da população brasileira, e onde estas necessidades se

apresentam em primeira instância, faz-se necessário e fundamental que os mesmos se

organizem institucional e legalmente para o enfrentamento dos problemas da habitação

de interesse social.

Parte-se, assim, do pressuposto que haja, nesta esfera de governo, um conjunto

mínimo de leis e regulamentos urbanísticos que tratem dos aspectos do

desenvolvimento social, econômico e territorial. Para tanto, o Estatuto da Cidade criou

um novo quadro de possibilidades administrativas e institucionais, fato que propicia

maior alcance da atuação dos Municípios frente aos problemas habitacionais (BRASIL,

2001).

No entanto, no Município de Aparecida de Goiânia existe, atualmente, uma

lacuna acerca destes marcos legais e regulatórios, tanto no que se refere à existência

destes quanto no conteúdo e aplicabilidade dos que já existem. Em uma análise sobre

o aparato jurídico do Município relacionado aos temas de planejamento urbano e

territorial, à disciplina do uso e ocupação do solo urbano, do regulamento edilício e

outros concernentes a estes, se conclui sobre a necessidade de que o Município

atualize a legislação existente e elabore todo um conjunto de regulamentos que

propiciem ao Município condições de inserir-se na nova ordem proposta pelos

regulamentos federais.

Da legislação Municipal existente a qual se relaciona com a habitação nos

termos propostos pela Política Nacional de Habitação, destaca-se a Lei Municipal n°

2.245, de 30 de janeiro de 2002 – Lei das Diretrizes Estratégicas do Plano Diretor, a

qual dispõe sobre o planejamento do Município. Em seu Anexo define as diretrizes

estratégicas considerando o universo temporal de 2001 a 2010. Dentre elas se

encontram as oito diretrizes que norteiam o processo de planejamento dentre as quais

se encontra as Diretrizes Estratégicas para Habitação:

1 - Definir Política Municipal para Habitação; 2 - Criar o conselho e o fundo para Habitação; 3 - Evitar a implantação de assentamentos populares impostos por outras esferas administrativas;

88

4 - Criar o banco de lotes através de novas definições dos índices urbanísticos para aprovação de loteamentos; 5 - Buscar convênio com Instituições de Ensino e organizações não governamentais para implantação dos projetos de moradia; 6 - Vincular os programas de moradia a outros de geração emprego e renda, promovidos pelas esferas do poder público e por entidades não governamentais; 7 - Vincular os programas de moradia a outros de educação, saúde apoio social. São objetivos e metas para a política habitacional: 1 - impedir a utilização inadequada dos imóveis urbanos e rurais, a proximidade de usos incompatíveis e/ou inconvenientes e uso excessivo e inadequado em relação à infra-estrutura existente; 2 - garantir o direito à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte, aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; 3 - implantar instrumentos de redução dos custos e de aumento de oferta dos lotes e unidades habitacionais nas áreas prioritárias para ocupação.

Como instrumentos específicos visando à produção de moradia popular, as

diretrizes para a habitação prevêem a criação do banco de lotes, ou seja, todo novo

loteamento deverá doar 15% dos terrenos para composição do banco de lotes

municipal. Posteriormente foi sancionada Lei 2.707/07 – Leis de AEIS que propõe

flexibilização dos parâmetros urbanísticos para criação de HIS.

O Plano Diretor ainda prevê outras diretrizes e instrumentos urbanísticos que

possuem relação com as questões relacionadas à habitação de interesse social. Dentre

as quais cabe destacar:

� Parâmetros de uso e ocupação do solo condizentes com os

princípios da função social da propriedade.

� Outorga onerosa do direito de construir, que prevê que os recursos

auferidos devem compor o Fundo Municipal para Desenvolvimento

Ambiental Sustentável. E este Fundo tem a finalidade emprestar

suporte financeiro aos projetos direcionados à proteção ambiental e ao

patrimônio histórico, à habitação e à implementação de equipamentos

públicos e comunitários. Porém, para que isto ocorresse deveria ter

sido criada uma Lei específica, que até o momento não ocorreu,

portanto os recursos atualmente são encaminhados para o caixa geral

do município.

89

� Parcelamento compulsório e o IPTU progressivo (avaliando sua

relação com a política de habitação) são instrumentos previstos no

Plano Diretor do município, e tem como princípio combater acumulação

gleba ou área não edificada, subutilizada ou não utilizada,

condicionando aos proprietários que dêem uso, para fazer cumprir a

função social da propriedade e da cidade. Porém, são instrumentos

que precisariam de uma regulamentação específica e que até o

momento não foi realizada e conseqüentemente não houve aplicação

dos mesmos no município.

� Instrumentos e mecanismos de controle social na política de

habitação, consta nas diretrizes estabelecidas pelo Plano Diretor e,

posteriormente, Conforme definido na Lei de AEIS, o Conselho

Municipal de Desenvolvimento Ambiental Sustentável deve ser usado

como um instrumento de controle social, pois ele tem como finalidade

garantir a participação da comunidade na elaboração de Políticas,

Planos, Programas e demais projetos. E compete ao conselho

aprovação ou não das áreas indicadas para serem inseridas como

AEIS.

Além do Plano Diretor, o Município possui Lei de Zoneamento Urbano, Lei de

Uso do Solo e Lei de Parcelamento Urbano sobre as quais cabe destacar:

Não existe na Lei de Zoneamento parâmetros específicos para áreas destinadas a

ocupação habitacional de interesse social, isto só é abordado na Lei de AEIS.

Na Lei de Parcelamento está definido que para o atendimento das demandas

sociais do Município de Aparecida de Goiânia e os lotes forem destinados à construção

de casas populares, admitir-se-ão os mesmos com área mínima de 240 (duzentos e

quarenta) metros quadrados e frente mínima de 10 (dez) metros, exceto nos setores,

de maior densidade demográfica, definidos na Lei de Zoneamento. Porem estas

dimensões já foram alteradas com a aprovação da Lei de AEIS, ficando com o lote

mínimo de 125m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados).

Por fim, no que se refere à condução de uma política municipal de habitação

bem como a consecução de ações o Município, no ano de 2007, aprova a Lei de do

Fundo e do Conselho Municipal de Habitação de Interesse Social – FMHIS/CMHIS.

90

Desta forma inicia-se o processo de regularização para adesão ao FNHIS o qual

deverá se consolidar com a elaboração do Plano Local de Habitação de Interesse

Social, objeto do presente trabalho.

6 ORGANIZAÇÃO INSTITUCIONAL

6.1 Condições Institucionais e Administrativas

A Lei N.º 2.555, de 23 de dezembro de 2005 que dispõe sobre a Estrutura

Organizacional da Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia/GO, e dá outras

providências”, estabelece a estrutura administrativa municipal.

CAPÍTULO I Da Estruturação de Secretarias

Art. 1º - A estrutura administrativa organizacional da Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia/GO é constituída pelos seguintes órgãos, Anexo I-1:

I - Gabinete do Prefeito;

II - Gabinete do Vice-Prefeito;

III - Secretaria da Fazenda;

IV - Secretaria da Saúde;

V - Secretaria da Educação;

VI - Secretaria de Desporto e Lazer;

VII - Secretaria de Infra-Estrutura;

VIII - Secretaria de Regulação Urbana;

IX - Secretaria de Desenvolvimento Urbano;

X - Secretaria de Administração;

XI - Secretaria Executiva;

XII - Secretaria de Comunicação Social;

XIII - Secretaria de Indústria e Comércio;

XIV - Procuradoria Geral do Município;

XV - Secretaria de Meio Ambiente;

XVI - Secretaria de Ação Social;

XVII - Secretaria de Controle Interno;

XVIII - Secretaria de Cultura e Juventude;

XIX - Secretaria Extraordinária;

XX - Secretaria de Governo;

XXI - Secretaria de Defesa Social.

XXII - Superintendência Municipal de Trânsito;

XXIII - AparecidaPrev;

91

XXIV - Instituto de Planejamento.

§ 1° - A Administração Direta do Poder Executivo possui as atribuições estabelecidas nesta lei.

§ 2º - As Autarquias e Instituto têm suas estruturas internas definidas na forma da legislação específica em vigor e por seus estatutos.

Art. 2º - A estrutura interna geral dos órgãos municipais da Administração Direta é constituída por unidades administrativas hierarquizadas, em níveis de competência e de atribuições na forma a seguir estabelecida:

I - Superintendências: agregam e implementam as atividades inerentes a um grupo de departamentos de uma Secretaria com campos funcionais afins, promovendo a integração das atividades por eles desenvolvidas;

II - Diretorias: agregam e implementam as atividades inerentes a campos funcionais específicos das atribuições de um órgão municipal, promovendo a gestão global e integrada das ações desenvolvidas por suas coordenadorias setoriais e por seus setores;

III - Coordenadorias: agregam e implementam as atividades inerentes a campos específicos das atribuições de um departamento promovendo a integração das atividades desenvolvidas por seus setores;

IV – Sub-Procuradorias, Chefias e Núcleos: executam atividades específicas dentro do campo de atribuição próprio da coordenadoria setorial que integram.

§ 1º - Integram, ainda, a estrutura interna dos órgãos da Administração Direta:

I - Assessor Especial de Gabinete, que desenvolve atividades de assessoria junto ao Prefeito Municipal;

II - Assessor Especial I, que desenvolve atividades de assessoria junto ao Vice-Prefeito, Secretários Municipais e presidentes de autarquias, fundos e institutos;

III - Assessor Especial II, que desenvolve atividades de assessoria junto as superintendências;

IV - Assessor Especial III, que desenvolve atividades de assessoria junto as Diretorias e coordenadorias;

Assessor Especial IV, que desenvolve atividades de assessoria junto

aos demais setores.

No que se refere à estrutura administrativa, a Prefeitura Municipal conta

atualmente com 7.588 servidores, sendo 5.314 efetivos e 2.274 comissionados e é

composta por 22 secretarias e nenhum órgão da administração indireta (companhias,

agências, empresas municipais etc).

Do ponto de vista institucional e administrativo, o município de Aparecida de

Goiânia está desenvolvendo e construindo uma estrutura que visa elaborar,

implementar e gerir a política habitacional no município.

92

Desta forma, o órgão setorial responsável pelo planejamento e

implementação da política habitacional no município é Secretaria Extraordinária para

Assuntos de Habitação, a qual Segundo Lei Municipal N.º 2.555, de 23 de dezembro

de 2005, no seu Artigo 21 dispõe sobre a estrutura, composição e competências da

Secretaria:

I – coordenação, execução e assessoramento em programas, projetos

e atividades especiais;

II – assessora as relações institucionais entre o Poder Executivo

Municipal e os demais Poderes Públicos em todas as esferas de

Governos;

III – assessorar as relações político-administrativas com outros

Municípios e com entidades privadas ou governamentais;

IV - o assessoramento ao Prefeito Municipal e aos demais órgãos da

administração superior, direta e descentralizada, em assuntos de sua

competência e que nesta condição lhe forem cometidos e o

fornecimento de dados e informações a fim de subsidiar o processo

decisório;

V – outras atividades correlatas.

Verifica-se que não há clareza nas atribuições e competências, principalmente

no seu direcionamento sobre as questões e demandas específicas da habitação, o

que necessita de correção para que a Secretaria tenha condições legais e

institucionais de cumprir com seus objetivos.

A pasta conta atualmente com 12 servidores, sendo 05 efetivos e 07

comissionados. Dos servidores lotados na pasta, 03 tem formação em nível superior,

01 em nível técnico, 05 em nível médio, 03 em nível básico e 0 são sem formação. O

chefe da pasta tem formação nível superior em Gestão Pública

Atualmente, Secretaria Extraordinária para Assuntos de Habitação está instalada

em um prédio é alugado e as dependências não são adequadas para o seu

funcionamento. Não possui veículo para atender às atividades externas. Há na

Secretaria 03 computadores e os projetos são desenvolvidos em programa Word e

Excel.

No desenvolvimento de tais programas, a atual estrutura, ainda que

necessite de aperfeiçoamentos e reforços, tem se mostrado laboriosa, ao menos para

o atual quadro e espectro de atuação. No entanto, a partir da observação da

93

realidade local, pode-se afirmar que as ações e programas até o momento

desenvolvidos são insuficientes, pois não permite a oferta de novas oportunidades

habitacionais capazes de atender as demandas do déficit habitacional, tampouco a

melhoria das habitações existentes.

A busca de programas e ações de apoio à provisão habitacional, tal como o

apoio às associações e cooperativas habitacionais populares, e as recentes

iniciativas buscando parcerias com o setor privado com vistas a viabilizar novos

empreendimentos habitacionais de interesse social na cidade, carece de definição

mais clara no arcabouço legal, institucional e administrativo do Município.

6.2 Recursos para financiamento: potencialidades e limitações.

Este capítulo tem o propósito de identificar as possíveis fontes de recursos

existentes e a serem mobilizadas para enfrentar o problema habitacional de . É nosso

objetivo identificar as fontes de recursos perenes e estáveis, sendo:

a) recursos para financiamento habitacional (retornáveis ao agente financeiro -

oneroso);

b) recursos para subsídios (que não prevê retorno - a fundo perdido – não

oneroso).

Entretanto é fundamental estabelecer a forma de articulação dos recursos dos

três níveis de governo na implementação dos programas e projetos habitacionais,

considerando as características das fontes de recursos (onerosas e não onerosas).

A disponibilidade de recursos financeiros para a implementação do Plano Local

de HIS é fundamental para a concretização dos objetivos e metas propostos. Para que

se possa obter recursos suficientes para implementar o PLHIS, são necessários:

� Capacidade para tomada de financiamento;

� Ampliação das possibilidades de captação de recursos financeiros;

� Forma de gestão destes recursos.

De forma geral, as principais fontes de financiamento destinadas

especificamente para as ações do setor habitacional são:

- Governos Municipais

� Devem possuir recursos próprios;

� Devem incrementar a arrecadação.

- Governos Estaduais

� Programas de companhias de habitação.

- Governo Federal

94

� Recursos não onerosos – OGU/FNHIS;

� Recursos onerosos – FGTS;

� Outros fundos – FAT, FDS, FAZ.

- Organismos Internacionais

� BIRD, BID e União Européia, Cities Alliancee.

Relacionaremos a seguir as fontes de recursos governamentais existentes no

âmbito das esferas de governo.

6.2.1 Governo Municipal

A execução da política habitacional, entendida como um conjunto integrado de

ações para resolver o problema de moradia esbarra na falta de recursos para executar

novos empreendimentos, sendo necessária ao município a adoção de soluções

alternativas para financiar seus programas.

Um pré-requisito fundamental é a criação do SMHIS - Sistema Municipal de

Habitação de Interesse Social e a criação do FMHIS - Fundo Municipal de Habitação

de Interesse Social, ambos já criados por específica. Todos os recursos a serem

aplicados em habitação devem estar previstos no PPA – Plano Plurianual, na LDO - Lei

de Diretrizes Orçamentárias e na LOA - Lei Orçamentária Anual.

Para Captação de Recursos Municipais é necessário:

� Modernização do setor fiscal com a manutenção e atualização do

cadastro imobiliário e atualização da planta de valores para IPTU;

� Setor especializado em convênios externos;

� Elaboração de estudos e projetos para captação de recursos;

� Fundo Municipal de Habitação;

� Utilização de recursos próprios: IPTU, ITBI, ISS, Taxas, Contribuição De

Melhoria, Solo Criado, Preço Público, Transferências (FPM, ICMS,

IPVA...).

A principal alternativa para mobilização de recursos locais é a ampliação da

capacidade de arrecadação. Isso pode ser feito mediante a modernização do sistema

fiscal da municipalidade.

Uma iniciativa fundamental é a atualização do cadastro imobiliário e da planta de

valores, com impacto direto sobre a arrecadação do IPTU.

O SMHIS de , conforme a legislação que o instituiu, centralizará todos os

programas e projetos destinados à habitação de interesse social, serão integrantes do

SMHIS o Gabinete do Prefeito, a Secretaria Municipal de Ação Social, o Conselho

95

Gestor do FMHIS, a Secretaria Municipal da Fazenda e as entidades da sociedade civil

que desempenham atividades na área habitacional.

Os requisitos e critérios de seleção das famílias a serem beneficiados pelos

programas implantados no âmbito do SMHIS, que estão definidos na Lei de criação do

mesmo, serão avaliados pela Secretaria Municipal de Ação Social, as demais

secretarias municipais e autarquias prestarão à Secretaria Municipal de Ação Social o

apoio, mediante alocação do pessoal e meios necessários, para que a mesma possa

exercer as atribuições da Lei n°3.907 de 22 de setembro de 2005.

O FMHIS será gerido pelo Conselho Gestor e caberá a Secretaria Municipal de

Ação Social proporcionar a este Conselho os meios necessários ao exercício de suas

competências.

6.2.2 Governo Estadual

O principal programa desenvolvido pela AGEHAB – Agência Goiana de

Habitação é o Programa Moradia Digna, através do qual o Estado pretendeu promover

a produção de 50 mil unidades habitacionais até o final do ano de 2010. De acordo com

o banco de dados da AGEHAB, há mais de 221.624 famílias inscritas no cadastro

habitacional em todas as regiões do Estado de Goiás.

Nesse contexto, o Governo Estadual é auxiliado pelo Governo Federal, que

destinou cerca de 600 milhões de reais para atender às demandas do Programa no

ano de 2009, visando à construção de 27.613 unidades habitacionais. No final deste

mesmo ano, havia 28.117 projetos em análise na Caixa Econômica Federal.

Além de direcionar recursos para a produção habitacional, o Programa Moradia

Digna também atende famílias cujas moradias se encontram em situação de

irregularidade fundiária. Segundo um mapeamento realizado pela AGEHAB, até o mês

de março de 2009 havia 80 mil famílias nessa situação em todo o Estado de Goiás. Até

o momento, mais de 30 mil famílias estão sendo atendidas em 23 municípios do

Estado.

Vale ressaltar ainda que a AGEHAB disponibiliza ainda recursos técnicos e

financeiros para a elaboração de Planos Municipais de Habitação de Interesse Social

(PMHIS), sendo atualmente 163 municípios participantes em todo o Estado. No final de

2009, a AGEHAB iniciou a coordenação da elaboração do Plano Estadual de Habitação

de Interesse Social (PEHIS), cuja conclusão estava prevista para novembro de 2010.

6.2.3 Governo Federal

96

O Quadro 6.1 relaciona as necessidades habitacionais que podem ser atendidas

através de programas habitacionais geridos pelo Ministério das Cidades e suas

respectivas fontes de financiamento.

Quadro 6.1: Programas Governamentais

NECESSIDADES PROGRAMAÇÃO FONTE

Subsídio à Habitação de Interesse Social - PSH FNHIS

Apoio à provisão Habitacional de Interesse Social FNHIS Construção de Habitações

Pró - Moradia FGTS

Apoio à Provisão de Interesse Social FNHIS Aquisição de Habitação Nova Subsídio à Habitação de Interesse Social FNHIS

Apoio à Provisão de Interesse Social FNHIS Aquisição de Habitação Usada Subsídio à Habitação de Interesse Social - PSH FNHIS

Conclusão, Ampliação, Reforma ou Melhoria de Unidade Habitacional

Apoio à Melhoria das Condições de Habitabilidade de Assentamentos Precários

FNHIS

Aquisição de Material de Construção

Apoio à Melhoria das Condições de Habitabilidade de Assentamentos Precários

FNHIS

Aquisição de Lote(s) Urbanizado(s)

Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social FNHIS

Produção de Lotes Urbanizados

Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social FNHIS

Requalificação de Imóveis Urbanos

Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social FNHIS

Apoio à Melhoria das Condições de Habitabilidade de Assentamentos Precários

FNHIS

Intervenções em Favelas OGU Urbanização de Assentamentos

Precários Pró - Moradia FGTS

Intervenções em Favelas OGU

Pró - Moradia FGTS

Apoio à Elaboração de Planos Habitacionais de Interesse Social

FNHIS Desenvolvimento Institucional

Apoio à Provisão Habitacional de Interesse Social – Assistência Técnica

FNHIS

Fontes de Recursos:

• FNHIS – A ação é implementada por meio do repasse de recursos do

Orçamento Geral da União, da Unidade Orçamentária do Fundo Nacional

De Habitação De Interesse Social – FNHIS aos municípios, que aportam

contrapartida, são recursos não onerosos.

97

• FGTS – A ação é implementada através da Caixa Econômica Federal,

agente operador do FGTS, a qual contrata, em nome do FGTS,

operações de empréstimo com os agentes financeiros por ela habilitados,

as taxas de juros, prazos de carência e amortizações são determinados

pelas resoluções do Conselho Curador do FGTS e das Instruções

Normativas do Ministério das Cidades, são recursos onerosos.

• OGU – A ação é implementada através das seguintes fontes de recursos:

Orçamento Geral da União: Contrapartida dos Agentes executores; outras

que vierem a ser definidas, são recursos não onerosos.

Operações de Crédito

O Ministério da Fazenda, em parceria com a Secretaria do Tesouro Nacional –

STN elaborou o MIP – Manual De Instrução De Pleitos, com o objetivo de informar aos

entes da Federação os procedimentos gerais para contratação de operação de crédito,

abaixo listamos os tipos de operações de crédito, o detalhamento para contratação

poderá ser consultado no dito manual acessível no site do MF.

Tipos de Operações De Crédito:

As operações de crédito dos entes públicos podem ser (Lei nº 4.320, de 1964):

• de curto prazo (de até 12 meses), conhecidas como dívida flutuante; e

• de médio/longo prazo (acima de 12 meses), conhecidas como dívida fundada ou

consolidada.

A operação de crédito de curto prazo enquadrada nos limites e condições

estabelecidos pelo Senado Federal é a operação por Antecipação de Receitas

Orçamentárias, conhecida como ARO, destinada a atender eventuais insuficiências de

caixa durante o exercício financeiro.

As operações de longo prazo – Dívida Fundada, destinam-se a cobrir

desequilíbrio orçamentário ou a financiar obras e serviços públicos, mediante contratos

ou emissão de títulos da dívida pública. A operação de longo prazo é dita operação de

crédito interno, quando contratada com credores situados no País e operação de

crédito externo, quando contratada com países, organismos internacionais ou

instituições financeiras estrangeiras não pertencentes ao Sistema Financeiro Nacional.

Listamos abaixo as operações de crédito historicamente mais utilizadas como

fonte de recursos pelos municípios e estados brasileiros:

• Antecipação de Receita Orçamentária (ARO)

98

• Operação de crédito interno

• Operação de crédito externo

• Operação de concessão de Garantia

As operações de longo prazo sejam, operações de crédito interno e externo

poderão ser utilizadas pelo município com o objetivo de financiar obras habitacionais,

entretanto são recursos onerosos, ou seja, levantados no SBPE (Sistema Brasileiro de

Poupança e Empréstimo), ao qual requerem pagamento e incidem taxas de juros.

99

REFERÊNCIAS

ACIOLY, C; DAVIDSON. Densidade Urbana: um instrumento de planejamento e gestão urbana. Tradução de Cláudio Acioly. Rio de Janeiro: Mauad, 1998. BRASIL. Presidência da República. Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano. Cadernos do Programa Habitar Brasil/BID. Volume I: Política Municipal de Habitação – Orientações para formulação e Implementação. Elaboração: Instituto de Pesquisa de Planejamento Urbano e Regional – IPPUR/UFRJ. Brasília, DF, 2001. BRASIL. Déficit Habitacional. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Elaboração Fundação João Pinheiro, Centro de Estatística e Informações. Brasília: 2005. BRASIL. Déficit Habitacional. Ministério das Cidades. Secretaria Nacional de Habitação. Elaboração Fundação João Pinheiro, Centro de Estatística e Informações. Brasília: 2008. BRASIL. Lei N° 11.124, de 16 de outubro de 2005. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social – SNHIS, cria o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social – FNHIS e institui o Conselho Gestor do FNHIS. Lex: legislação federal. BRASIL. Ministério das Cidades. Regularização Fundiária Urbana: como aplicar a Lei Federal n° 11.977/2009 – Ministério das Cidades, Secretaria Nacional de Habitação e Secretaria Nacional de Programas Urbanos. Brasília, 2010. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Secretaria nacional de Habitação. Nota metodológica sobre as estimativas do déficit habitacional nos municípios com população urbana até 20.000 habitantes. Disponível em: www.cidades.gov.br. Acessado em outubro de 2010. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Secretaria nacional de Habitação. Estimativa Déficit Habitacional: municípios com população abaixo de 20.000 em área urbana. Disponível em: www.cidades.gov.br./estimativadeficit. Acessado em outubro de 2010. LEITE, L.C.R. Avaliação de projetos habitacionais: determinando a funcionalidade da moradia social. São Paulo: Ensino Profissional, 2006. LINCOLN INSTITUTE. Urbanizador social: da informalidade à parceria. Org. Cláudia Damásio. Porto Alegre: Livraria do Arquiteto, 2006. SANTOS, M. Manual de Geografia Urbana. 3.ed. São Paulo: Editora da Universidade de São

Paulo, 2008.

SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO. Anuário Estatístico do Estado de Goiás – 2005. Goiânia: SEPLAN, 2005. REGIÕES DE PLANEJAMENTO DO ESTADO DE GOIÁS. Editada e elaborada pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento do Estado de Goiás. Goiânia: SEPLAN, 2009. TEMAS GEOGRÁFICOS. Org. Lana Souza Cavalcanti... [et.al.]. Goiânia: UFG/IESA, 2008.

100

PLANO LOCAL DE HABITAÇÃO DE

INTERESSE SOCIAL

PRODUTO III Estratégias de Ação

Aparecida de Goiânia

DEZEMBRO - 2011

101

Prefeito Municipal

MAGUITO VILELA

Secretaria Extraordinária de Assuntos da Habitação

LIMÊNIA ALVES DE OLIVEIRA

Grupo Local de Trabalho

LIMÊNIA ALVES DE OLIVEIRA Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

ALTAMIRO DA COSTA NETO

Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

VANUSA JOSÉ DE CAMPOS Secretaria Extraordinária Assuntos Habitacionais

JANAINA DE HOLANDA CAMILO

IPPUA

CRISTIANE COELHO SOARES IPPUA

LUIZ CARLOS BARBOSA REGO

Procuradoria jurídica de Aparecida de Goiânia

JONAS ALVES CACHOEIRA Câmara Municipal

ROSILDO MANOEL DA SILVA

Câmara Municipal

ERNESTINO ARNALDO DE ARRUDA Movimento Popular – Associação de Moradores Chácara São Pedro

102

Equipe Técnica - Ícone Locações e Serviços Ltda.

WAGNER JOSÉ RODRIGUES Lic. Plena Construção Civil - Coordenação Geral

CARLA ROSANA AZAMBUJA HERRMANN

Arquiteta e Urbanista

ELZA MARIA STACIARINI Geógrafa

LEANDRA NEGRETTO

Assistente Social

MARIA REGINA LOPES Administradora

Colaboração:

Divino Antônio Silva Junior

Jair de Moura Neto

103

SUMARIO

1 Estratégias de Ações do Plano 61 1.2 Orientações Gerais 61 1.3 Diretrizes e Objetivos 61 1.3.1 Diretrizes Prioritárias 62 1.3.2 Outras Norteadoras 62 1.3.3 Objetivos 64 1.4 Programa e Ações 65 1.4.1 Parcerias 65 1.4.2 Linhas de Ação - Programas 66 1.4.2.1 Regularização fundiária dos Assentamentos. 67 1.4.2.2 Requalificação das Habitações Existentes. 70 1.4.2.3 Gestão Democrática e Controle Social 71 1.4.2. 4 Provisão de Novas Unidades Habitacionais 72 1.4.2.5 Linhas de Ação - Programas - Objetivos 76 1.4.3 Ações de Implementação do PLHIS. 78 1.4.3.1 Atuação direta e junto a outras esferas de governo 78 1.4.3.2 Atuação junto ao Setor Privado 78 1.4.3.3 Atuação junto às Associações Comunitárias 79 1.4.4 Conceitos e Práticas 79 1.4.4.1 Parcelamento e uso do solo 79 1.4.4.2 Equipamentos Comunitários 80 1.4.4.3 Participação e Discussão dos projetos. 80 1.4.4.4 Avaliação e Monitoramento 80 1..4.4.5 Priorização das Intervenções 81 2 Metas, Recursos e Fontes de Financiamento. 81 Quadro 2 Programas – Objetivos - Ações - Metas 82 Quadro 3 Objetivos Metas E Indicadores. 83 Quadro 4 Plano de Ação 84 Quadro 5 Investimentos no Período 85 3 Liquidação do Déficit Habitacional 86 3.1 Liquidação do Déficit Habitacional Estimado 87 3.2 Liquidação do Déficit Habitacional Demanda Futura 90 3.3 Recursos 96 4 Monitoramento – Avaliação – Revisão - Calendário 98 4.1 Gestão Participativa e Controle Social 98 4.2 Atores Sociais 98 4.2 Revisão e Aprimoramento 99 4.3 Calendário - Revisão 100

Relatório Fotográfico (digitalizado) Ata de Reunião Grupo Gestor do FMHIS (digitalizado) Ata da Audiência Pública (digitalizado) Lista de Presença da Audiência Pública (digitalizado) Lei de Criação do Fundo Municipal de Habitação Lei de Criação do Conselho Municipal de Habitação - CMHIS

Anexos

Resolução do Conselho Gestor do FMHIS

104

1. ESTRATÉGIAS DE AÇÕES DO PLANO

Embora a desigualdade social seja um dos fatores fundamentais para o

surgimento e o agravamento da crise de moradias, a dinâmica habitacional não pode

ser avaliada apenas a partir da ótica da distribuição de renda.

A intervenção pública no campo da moradia é fundamental para garantir o

acesso universal da população a esse bem e políticas de planejamento e gestão

urbana devem considerar as diferentes demandas sociais e econômicas da

população.

Embora tenha menor envolvimento popular na sua formulação, a definição

das estratégias de ação está comprometida com metodologia elaborada e com o

diagnóstico realizado, fruto do envolvimento e participação dos diferentes atores

sociais no processo de construção do presente plano.

Assim o PLHIS, em sua 3ª e última etapa, que ora se concluí, orientará a

tomada de decisão da administração publica municipal na definição dos rumos e na

construção e ou revisão dos marcos regulatórios e legais; norteará o desenvolvimento

dos projetos habitacionais em suas características; definindo prazos, dimensionando e

calculando os recursos necessários a sua realização, formulando os indicadores para

monitoramento e avaliação de desempenho na implementação do plano bem como

um calendário para sua revisão

1.2 - Orientações Gerais

O Plano Local de Habitação de Interesse Social de Aparecida de Goiânia

objetiva estabelecer uma referência para a questão da habitação no Município,

respeitando as diretrizes e os objetivos norteadores de sua construção, a

disponibilidade e o volume de recursos financeiros e humanos, mobilizando e

dividindo responsabilidades e utilizando e aplicando os meios e os instrumentos

existentes para a solução das necessidades habitacionais.

O conjunto de diretrizes e objetivos que orientam e norteiam as ações e as

intervenções que constituem o presente plano municipal para o setor habitacional

estão definidas no Guia de Adesão ao SNHIS 2008 (MCidades, 2008).

105

1.3 - Diretrizes e Objetivos 21

1.3.1 - Diretrizes Prioritárias

O Guia de Adesão ao SNHIS estabelece 9 diretrizes mínimas a serem

incorporadas no Plano Municipal, as quais representam as prioridades a serem

reconhecidas e que deverão estar presentes em todas as ações que irão compor o

Plano:

1) I – prioridade para planos, programas e projetos habitacionais para a

população de menor renda, articulados no âmbito federal, estadual, do Distrito Federal

e municipal;

2) II – utilização prioritária de incentivo ao aproveitamento de áreas dotadas

de infra-estrutura não utilizada ou subutilizada, inseridas na malha urbana;

3) III – utilização prioritária de terrenos de propriedade do Poder Público

para a implementação de projetos habitacionais de interesse social;

4) IV – sustentabilidade econômica, financeira e social dos programas e

projetos implementados;

5) V – incentivo à implementação dos diversos institutos jurídicos que

regulamentam o acesso à moradia, previstos no Estatuto da Cidades e outros;

6) VI – incentivo à pesquisa, incorporação de desenvolvimento tecnológico

e de formas alternativas de produção habitacional;

7) VII – adoção de mecanismos de acompanhamento e avaliação e de

indicadores de impacto social das políticas, planos e programas;

8) VIII – observar mecanismos de quotas para idosos, deficientes e famílias

chefiadas por mulheres dentre o grupo identificado como o de menor renda, e

9) IX – desenvolvimento institucional, para que a atuação local tenha cada

vez mais institucionalidade, com a criação de órgão próprio ou com a internalização

em algum órgão já estruturado e relacionado com a problemática da habitação e que

possa contar com os meios administrativos, técnicos e financeiros necessários.

1.3.2 – Diretrizes Norteadoras:

Além daquelas diretrizes prioritárias as quais estão definidas no Guia de

Adesão ao SNHIS são diretrizes norteadoras do Plano para enfrentamento dos

problemas específicos do município:

2 1 ( M C i d a d e s , 2 0 0 8 , p . 4 6 - 7 )

106

1) 1.3.2.1 Garantir o direito à habitação através da integração das ações

definidas pelo PLHIS às demais políticas urbanas, sociais e ambientais.

2) 1.3.2.2 Atuar de forma planejada para garantir, à população de baixa

renda, áreas dotadas de infra-estrutura completa, sem risco e

juridicamente resolvida.

3) 1.3.2.3 Colaborar nas soluções das pendências contratuais e na

regularização fundiária e de registros imobiliários existentes

4) 1.3.2.4 Manter ações de crédito para reforma, ampliação e melhorias das

habitações em áreas necessitadas com o intuito de promover a melhoria

das moradias e o bem-estar da população.

5) 1.3.2.5 Fiscalizar e coibir ocupações habitacionais irregulares em áreas

inadequadas como: áreas de preservação ambiental, áreas de risco e

áreas públicas e de uso comum.

6) 1.3.2.6 Garantir a participação popular em todos os processos de decisão

das questões relacionadas à habitação.

7) 1.3.2.7 Estimular parcerias entre todos os setores envolvidos na questão

habitacional: público, privado e associações.

8) 1.3.2.8 Estimular a construção de moradias criando mecanismos simples e

ágeis que facilitem os procedimentos de aprovação de novas habitações e

empreendimentos habitacionais.

9) 1.3.2.9 Aplicar os instrumentos do Estatuto da Cidade que possibilitam o

acesso à terra urbanizada nos Programas Habitacionais de Interesse

Social.

10) 1.3.2.10 Dar suporte técnico às iniciativas da população na produção de

moradias.

107

11) 1.3.2.11 Manter atualizado o banco de dados de áreas públicas,

garantindo informações precisas junto ao registro de imóveis.

12) . 1.3.2.12Articular com os governos, estadual e federal, a transferência de

recursos para o financiamento habitacional de Interesse Social.

13) 1.3.2.13 Aprimorar e ampliar a captação de recursos junto a outras

esferas de governo (federal e estadual), e agentes financeiros (CEF) para

projetos habitacionais de interesse social.

14) 1.3.2.14 Estruturar e qualificar equipe técnica do município, para

Assistência Técnica, aos projetos habitacionais de interesse social.

15) 1.3.2.15 Divulgar as ações e a aplicação do Plano, assegurando e

incentivando a participação da comunidade no desenvolvimento.

16) 1.3.2.16 Fortalecer o Conselho Gestor do FMHIS garantindo-lhe

participação efetiva nas decisões relativas à Habitação de Interesse

Social.

. 1.3.3 - Objetivos

Os objetivos e as prioridades apresentados neste plano respeitam e são

orientados pelos dados levantados no Diagnóstico, realizado na etapa anterior, bem

como as linhas de ação e critérios de programas federais e estaduais de Habitação e

se sujeita a limitação de recursos disponíveis:

1.3.3.1 Garantir o direito universal à moradia digna, democratizando o acesso

à terra urbanizada, à moradia e aos serviços públicos de qualidade, assegurando o

atendimento às necessidades habitacionais de seus cidadãos, em especial a

população de baixa renda.

1.3.3.2 Desenvolver ações e atuar como agente público na criação e

aplicação de mecanismos que facilitem e estimulem a produção de Habitação de

Interesse Social (HIS), por meio da iniciativa privada, de associações e de

cooperativas.

108

1.3.3.3 Garantir a sustentabilidade social, econômica e ambiental dos

projetos habitacionais e a organização espacial do município com a distribuição da

população de baixa renda em áreas próximas ao núcleo central, não constituindo

vazios urbanos, reduzindo custos e orientando o crescimento da cidade de forma

harmoniosa.

1.3.3.4 Melhorar as condições de infra-estrutura, saneamento e de

habitabilidade da população de baixa renda.

1.3.3.5 Ampliar a oferta de habitações no município com o propósito de fixar

em Aparecida de Goiânia o universo de pessoas que buscam oportunidades de

trabalho, acesso aos serviços, à saúde e a Educação Profissional ofertada pelo

Instituto Federal Goiás, tornando a oferta da educação técnica e superior no município

em um fator de crescimento e desenvolvimento do município.

1.4 – Programa e Ações

1.4.1 – Parcerias

O Governo Municipal deverá participar diretamente na produção de moradias,

bem como incentivar e apoiar a produção de moradias para a população de menor

renda, em articulação com programas desenvolvidos por outras esferas do setor

público, setor privado, associações comunitárias e cooperativas.

O município de Aparecida de Goiânia já mantém, junto aos governos federal e

estadual, parcerias em programas e celebrou convênios para a Gestão e Produção de

Habitação de Interesse Social.

A Caixa Econômica Federal mantém um programa de financiamento de

moradias no qual o agente indutor é a Prefeitura do Município. Nesta parceria o poder

executivo disponibiliza a infra-estrutura, terreno e cadastro das famílias, e a Caixa

participa com o financiamento. Assim, a administração municipal se responsabiliza pela

cessão da área e os recursos necessários à execução da infra-estrutura.

O Governo do Estado de Goiás oferece uma fonte de recursos destinados à

AGEHAB, Agência Estadual de Habitação para investimento na construção de

moradias para a população de baixa renda, sendo identificados na etapa do

diagnóstico estratégico, alguns programas desta Agência que podem configurar-se

109

como fonte de receita para aplicação na construção de Habitação de Interesse Social

para o Município de Aparecida de Goiânia.

O Estado de Goiás é potencialmente uma fonte de recursos para efetivação do

PLHIS em Aparecida de Goiânia, é integrante do Sistema Nacional de Habitação SNH,

e tem constituído o Fundo Estadual da Habitação e respectivo Conselho, aprovado na

Conferência Estadual da Habitação, assim, completam-se os requisitos necessários

para se articular os Planos municipal, estadual e federal, na consecução dos objetivos

aqui propostos.

O Ministério das Cidades detém o FNHIS – Fundo Nacional de Habitação de

Interesse Social - que se destina à produção de moradias populares. Para ter acesso a

este, o município precisa se qualificar e atender aos requisitos exigidos pelo FNHIS.

O Programa de Aceleração do Crescimento - PAC, como identificado na etapa

do diagnóstico estratégico, desenvolve ações de investimento público no setor da

construção civil, no intuito de proporcionar qualidade de vida à população dos

municípios.

Desta forma, compreende-se que a participação articulada entre os governos

Federal, Municipal e Estadual, a Caixa Econômica Federal, as associações e a

iniciativa privada, é imprescindível para a solução do déficit identificado no diagnóstico

do Plano Local de Habitação de Interesse Social de Aparecida de Goiânia, e também

para a implantação de todas as ações necessárias à execução deste Plano.

Destaca-se, ainda, que o município de Aparecida de Goiânia possui o

Conselho Gestor do FMHIS, dotação orçamentária própria e está consolidando sua

estrutura administrativa e institucional para o desenvolvimento das ações necessárias à

implementação do plano.

1.4.2 – Linhas de Ação - Programas

A elaboração das linhas de ação, das estratégias específicas e dos programas

constituintes da Política Municipal de Habitação apresentados tomou como bases os

princípios, objetivos e diretrizes gerais do PLHIS; e tem, como objetivo, o

aperfeiçoamento, a ampliação do âmbito e das ações constituintes dessa política,

visando equacionar por completo, dentro dos próximos 10 anos, as demandas

habitacionais identificadas no Diagnóstico.

As ações, projetos e programas a serem criados, estão organizados em cinco

linhas de ação e nove programas e ações, a saber:

110

1.4.2.1 Regularização Fundiária de Assentamentos22: visa à regularização fundiária e

urbanística dos assentamentos existentes integrando-os à legalidade urbana,

proporcionando aos moradores a titularidade da terra.

Programa

1 - Regularização Fundiária de Interesse Social: Promoção da regularização

fundiária e urbanística das habitações existentes, autoconstruídas ou não em áreas

já urbanizadas ou em processo de urbanização. Aplicável a assentamentos

ocupados por população de baixa renda em que a garantia do direito constitucional

à moradia justifica que se apliquem instrumentos, procedimentos e requisitos

técnicos especiais.

2 - Regularização Fundiária de Interesse Específico: Promoção da regularização

fundiária e urbanística das habitações existentes em áreas urbanizadas. Aplicável a

regularização das propriedades consolidadas não enquadradas como de interesse

social.

A Prefeitura de Aparecida de Goiânia implementará a regularização fundiária

dos assentamentos, localizadas em terras públicas ou particulares tendo como

diretrizes:

1. No caso de terrenos públicos: Regularizar a posse e o parcelamento do

solo.

2. Nos assentamentos em início de urbanização, combinar os processos de

urbanização e regularização, encaminhando o processo de regularização fundiária

durante e após a urbanização, ou seja, de maneira concomitante a este.

Para viabilizar a regularização dos assentamentos, a Prefeitura deverá:

• Realizar estudo de viabilidade técnica, jurídica e financeira.

• Instituir Comissões Municipais de Urbanização e Legalização - que será

responsável pela elaboração de um Plano de Urbanização e Regularização, que

inclui o parcelamento definitivo do solo, estabelece os índices e as formas de

uso e ocupação do solo, e decide sobre a conveniência e necessidade de

22 A expressão "assentamento" aqui utilizada deve ser entendida para identificar uma área ou espaço urbano da cidade de Aparecida de Goiânia onde habita as famílias e não apenas uma área ocupada por grupos sociais constituídos por famílias, que ganha vida depois de desapropriado ou adquirido pelo poder público com o fim de cumprir as disposições constitucionais e legais.

111

realização de obras e de outras formas de intervenção do governo municipal na

área.

• Encaminhar os Planos de Urbanização e Regularização para o Prefeito

Municipal, que o aprova por Decreto.

• Encaminhar os Planos aprovados internamente aos Serviços de Registro de

Imóveis, para o competente registro dos parcelamentos, prestando assessoria

jurídica àqueles casos passíveis de pedido judicial de parcelamento.

• Outorgar a cada família o Termo de Concessão de Direito Real de Uso (CDRU),

instrumento que confere aos outorgados o direito à posse do imóvel.

• Encaminhar para registro no Serviço Imobiliário os termos de concessão.

• Viabilizar a cobrança do valor da concessão – calculado com base no valor das

obras realizadas pela municipalidade no assentamento - que reverte para o

Fundo Municipal de Habitação, possibilitando novos investimentos no programa.

• No caso das áreas particulares, além do acompanhamento dos processos de

regularização de registro, conforme realizado nas áreas públicas garante

assistência jurídica necessária à obtenção do título de propriedade dos imóveis

pelas famílias, o que se faz, geralmente, mediante negociação direta dos

moradores com o proprietário, ou pela propositura de ações de usucapião das

glebas.

• Para melhorar os resultados do programa a Prefeitura de Aparecida de Goiânia

deverá desenvolver ações como:

• Capacitação dos técnicos e dirigentes da Prefeitura.

• Regularização do domínio de áreas públicas e particulares.

Considerando a complexidade que envolve os processos de regularização dos

assentamentos, a Prefeitura deve construir uma articulação com outras esferas de

governos e instâncias de poder (legislativo e judiciário) para eliminar obstáculos que

impedem ou dificultam este processo.

112

Figura 1 – Mapa de loteamentos subnormais em Aparecida de Goiânia

113

1.4.2.2 Requalificação das Habitações Existentes: objetiva melhorar as condições de

habitabilidade da população residente nos assentamentos. Relaciona-se ao déficit

qualitativo das habitações, e compreende as obras para requalificar habitações

precárias ou rústicas, por meio de programas específicos. , incluindo o apoio à auto

construção.

Programa

3 Requalificação Habitacional: Apoio à autoconstrução e à requalificação

habitacional visando produzir novas habitações autoconstruídas com qualidade e

requalificar as habitações precárias ou rústicas, por meio de programas específicos.

Trata-se de ações, combinadas ou não, de: concessão de crédito para construção e

melhoria habitacional, assessoria técnica à autoconstrução.

4 Intervenções Pontuais: execução de obras de emergência para a eliminação de

situações de risco detectadas e melhoria da acessibilidade

A Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia realizará ações voltadas ao

apoio à autoconstrução e à requalificação habitacional visando produzir novas

habitações autoconstruídas com qualidade e requalificar as habitações precárias ou

rústicas, por meio de programas específicos, onde poderá:

I. Fornecer projetos de reforma e adaptação das moradias, garantindo as

condições desejadas de conforto ambiental (ventilação e iluminação) e a legalidade da

construção, para eliminar situações de risco, como para permitir às construções a sua

requalificação estética, a proteção contra as intempéries e contra a depreciação (por

ex: através do revestimento e pintura).

II. Estabelecer convênios com organismos e agências, com o propósito de

viabilizar a assessoria técnica à população de baixa renda, na auto construção e

requalificação de suas unidades habitacionais.

III. Buscar parcerias junto a entidades, (ONGs e Associações), para capacitação da

mão-de-obra local, que atuam ou possa atuar na produção e requalificação das

unidades habitacionais.

IV. Incentivar o empreendimento privado na produção de unidades habitacionais

por meio de programas da Caixa Econômica Federal.

114

1.4.2.3 Gestão Democrática e Controle Social:

Relaciona-se ao desenvolvimento de mecanismos de monitoramento e controle social

na implementação de programas habitacionais de interesse social e ao registro em um

banco de dados, das informações sobre as condições de habitabilidade e fundiária do

município.

Programa

5 Manutenção e Controle Urbano: capacitação dos atores sociais para

acompanhamento e monitoramento do PLHIS e dos moradores como

“observadores” da qualidade de serviços de manutenção da cidade e controle

urbano para evitar ocupações em áreas públicas ou irregulares

6 Saber Habitação: Identificação e qualificação das informações sobre os lotes,

vazios urbanos, (áreas públicas e privadas), imóveis e demanda por novas

habitações e qualificação da moradia de interesse social

Como o município não possui nenhuma situação de grave conflito ou

ocupação de áreas públicas, podendo afirmar que os casos de ocupação já foram

identificados, e cadastrados. A estratégia de contenção é a fiscalização permanente,

buscando inibir a ocupação na fase inicial, para isto Prefeitura Municipal de Aparecida

de Goiânia estará atenta para evitar qualquer nova ocupação, e contará com o apoio e

monitoramento da sociedade e do Conselho Municipal de Habitação.

Como estratégia de gestão, buscando consolidar e institucionalizar uma

política habitacional de resultados propõe-se:

I. Documentação da experiência, com identificação e registro dos

procedimentos seguidos, permitindo a avaliação sistemática, a difusão e eventual

treinamento de técnicos que integrem o corpo técnico da prefeitura.

II. Planejamento da intervenção futura buscando construir um horizonte

viável para a urbanização de todo o espaço urbano da cidade dentro do prazo previsto

pelo PLHIS (10 anos).

III. Integrar as equipes da administração municipal, capacitando seus técnicos

nos temas específicos de forma a permitir a implementação do PLHIS.

V Consolidar os programas voltados a melhoramentos habitacionais

articulando-os a ações de assistência técnica, a serem desenvolvidas através de

parcerias com segmentos da sociedade organizada.

115

VI Fortalecer a discussão e a avaliação permanente do Programa de

Urbanização da cidade, entre a Prefeitura e a comunidade, dentro dos canais de

participação existentes.

1.4.2.4 Provisão de Novas Unidades Habitacionais: relaciona-se principalmente ao

atendimento do déficit quantitativo de moradias, compreendendo a produção ou o apoio

à produção de novas unidades habitacionais, assim como a disponibilização destas

para a população de baixa renda.

Programa

7 Produção de Moradias: Construção de novas unidades habitacionais de

diferentes tipos e padrões, com foco principal na moradia popular destinada a

população de baixa renda.

8 Lotes Urbanizados: Implantação de infra-estrutura básica (água, esgoto,

energia elétrica e pavimentação) em glebas localizados em área urbana e em

condições de receber a construção de moradias de famílias de baixa renda.

Para assegurar o acesso à moradia a Prefeitura Municipal de Aparecida de

Goiânia atuará na ampliação de ofertas de habitação, principalmente para a população

de baixa renda de 0 a 3 salários mínimos.

O atendimento dessa demanda é importante estratégia para superar o déficit

existente, evitar a ocupação desordenada do espaço urbano e o processo de

degradação ambiental com a ocupação de áreas de proteção e preservação.

Essa decisão orienta o setor público na otimização de seus esforços para o

atendimento da faixa detentora de menor renda, incluindo uma política de subsídios

para atender a população com renda familiar de até três salários-mínimos.

O governo municipal, quando não produzir diretamente, incentivará e apoiará a

produção de novas moradias para as faixas de menor renda:

• Pelo setor privado;

• Pelas associações comunitárias ou movimentos de moradia;

• Através de programas desenvolvidos por outras esferas do setor público.

Como não existem no município áreas já demarcadas como ZEIS e os projetos

de implantação de habitação de Interesse Social já ocuparam as áreas públicas

disponíveis, o PLHIS indica a necessidade de implementação das ZEIS no município

de Aparecida de Goiânia. Esta implementação deverá iniciar já a partir de 2012 com a

116

realização de um levantamento de todas as áreas vazias existentes no município.

Estas áreas serão avaliadas por meio do cruzamento com variáveis como localização,

entorno, equipamentos existentes, áreas verdes, infra-estrutura, existência de riscos

(como enchentes) e fragilidades topográficas.

A avaliação determinará quais vazios possíveis de serem demarcados como

ZEIS, abrindo o processo de discussões sobre o tema com a comunidade e a Câmara

Municipal e este processo resultará na elaboração e aprovação do decreto de criação

das ZEIS no município.23

• Na definição e escolha de áreas e possíveis (futuras ZEIS) foram considerados

os seguintes fatores:

• Orientar as políticas públicas municipais, para eliminação do déficit

habitacional para as famílias de baixa renda;

• Promover a urbanização dos loteamentos e fomentar a construção de novas

unidades habitacionais em lotes urbanizados e vazios.

• Promover a produção de HIS dentro do perímetro urbano e perto de

equipamentos sociais e institucionais já existentes;

• Realizar as HIS em locais adequados, delimitados como ZEIS, para serem

ocupadas prioritariamente por população com renda de 0 a 3 salários mínimos.

23 As figuras 4.a e 4.b foram apensadas às páginas 101 e 102, apresentam as áreas em processo de discussão para

o gravame de AEIS, em diferentes estágios, e os locais onde serão construídos os CMEIs (alguns já licitados outros

em processo de licitação)fonte: Secretaria da Habitação – Novembro de 2012 .

117

Figura 1 – Assentamentos com Possibilidade do Gravame de AEIS.

Fonte: Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia

118

Figura 2 – Produção de Novas Moradias - AEIS

Fonte: Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia

119

Figura 3 – Intervenção em Assentamentos Precários

Fonte: Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia

120

Quadro 1 – Linha de Ação -Programas – Objetivo

Linha de Ação Programa Objetivo

Regularização Fundiária de Interesse Social

Regularização aplicável a assentamentos ocupados por

população de baixa renda em que a garantia do direito constitucional à moradia justifica que se apliquem

instrumentos, procedimentos e requisitos técnicos especiais;

Regularizar a situação fundiária e urbanística dos assentamentos existentes

integrando-os à legalidade urbana, proporcionando aos

moradores a titularidade da

terra.

Regularização Fundiária de Interesse Específico

Regularização aplicável a assentamentos não enquadrados como de interesse social. Não utilizar as condições

especiais desenhadas;

Melhorias Habitacionais Requalificação Habitacional

Apoio à autoconstrução e à requalificação habitacional

visando produzir novas habitações autoconstruídas com

qualidade e requalificar as habitações precárias ou

rústicas, por meio de programas específicos.

Requalificar as habitações

existentes apoiando sua reconstrução,

reforma e ampliação. Intervenções

Pontuais Execução de obras de emergência para a eliminação de

situações de risco detectadas e melhoria da acessibilidade.

Manutenção e Controle Urbano:

Capacitação dos atores sociais para acompanhamento e monitoramento do PLHIS e dos moradores como

“observadores” da qualidade de serviços de manutenção da cidade e controle urbano para evitar ocupações em áreas

públicas ou irregulares

Gestão Democrática e Controle Social

Saber Habitação Identificação e qualificação das informações sobre os lotes,

vazios urbanos, (áreas públicas e privadas), imóveis e demanda por novas habitações e qualificação da moradia

de interesse social

Produção de Novas Moradias

Construção de novas unidades habitacionais de diferentes

tipos e padrões, com foco principal na moradia popular destinados a população de baixa renda.

Ocupar dos Vazios Urbanos e Superar

o déficit habitacional, com a produção de novas

unidades habitacionais e oferta lotes urbanizados

dotados de infra-estrutura para

famílias de baixa renda.

Produção de Lotes

Urbanizados

Implantação de infra-estrutura básica (água, esgoto, energia elétrica e pavimentação) em lotes localizados na

área urbana e em condições de receber a construção de

moradias de famílias de baixa renda.

121

1.4.3 – Ações de Implementação do PLHIS.

No desenvolvimento dos programas e ações aqui propostas a administração

pública municipal atuará junto aos governos estadual e federal na busca de recursos,

estabelecerá parcerias com o setor privado, apoiará a ação da sociedade organizada e

adotará conceitos e práticas assim definidas:

1.4.3.1 Atuação direta e junto a outras esferas de governo

A Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia atuará diretamente na

produção de novas moradias, através da implantação de loteamento popular e da

construção de conjuntos habitacionais. Além da destinação de recursos próprios para

tais ações, buscará atuar de maneira articulada com os Governos Estadual e Federal

para que estes financiem direta ou indiretamente a produção de moradias em

consonância com a política habitacional municipal.

1.4.3.2 - Atuação junto ao Setor Privado

I. Apoiar na obtenção de financiamentos públicos para a produção privada de

empreendimentos habitacionais de interesse social, tendo como exemplo o PAR

(Programa de Arrendamento Residencial);

II. Usar nos processos de aquisição de novos terrenos, o mecanismo da

doação desses terrenos como pagamento de dívidas dos proprietários com a

Prefeitura, destinando-os à finalidade habitacional, aumentando com isso o estoque de

terras e viabilizando novos empreendimentos;

III. Aplicar a legislação existente para viabilizar empreendimentos

habitacionais nas áreas a serem delimitadas como ZEIS;

IV. Proceder, no que couber, a revisão da legislação tributária municipal (IPTU,

ISSQN, ITBI), norteando a nova legislação, no sentido de incentivar a produção

habitacional de interesse social;

V. Elaborar estudos urbanísticos e financeiros, complementares à aplicação

dos instrumentos previstos no Estatuto da Cidade para viabilizar empreendimentos de

HIS;

VI.Estabelecendo rotinas especiais de análise a aprovação de projetos e nos casos de

empreendimentos com recursos do Programa de Arrendamento Residencial (PAR), a

Prefeitura atuará na facilitação desses por meio das seguintes ações:

122

• Identificação das regiões e áreas de intervenção prioritária para

implantação dos projetos tipo PAR;

• Promoção de estudos e ações, objetivando a isenção ou redução de

tributos, despesas cartorárias, contribuições e taxas incidentes ou que

venham a incidir sobre os imóveis e operações do PAR - como IPTU,

ITBI, ISSQN e outros encargos que onerem o custo dos imóveis,

enquanto se mantiverem na propriedade do FAR (Fundo de

Arrendamento Residencial);

• Selecionar as famílias a serem beneficiadas pelo programa, apresentando

o cadastro socioeconômico dos beneficiários finais para análise e

verificação da Caixa Econômica Federal.

1.4.3.3 Atuação junto às Associações Comunitárias

A Prefeitura Municipal de Aparecida de Goiânia desenvolverá programa de

Apoio às Associações Comunitárias e Cooperativas Populares de produção de

Moradias para facilitar a viabilização de projetos habitacionais gerenciados ou

empreendidos pelas Associações:

I. Na assessoria para obtenção de financiamentos federais e estaduais;

II. No financiamento e/ou execução de obras de infra-estrutura nos

empreendimentos das Associações;

III. Na assessoria para promover a aprovação dos empreendimentos ou sua

regularização fundiária;

IV. Na divulgação junto às Associações para a incorporação de suas

demandas aos empreendimentos financiados na cidade.

1.4.4 - Conceitos e Práticas

São conceitos e Práticas a serem aplicados na execução do PLHIS:

1.4.4.1 - Parcelamento e uso do solo

O processo de urbanização busca melhorar a qualidade de vida dos moradores

do espaço urbano, garantindo acesso a uma fração mínima de terra (lote mínimo) por

família, de forma que permitam a edificação de uma moradia digna e o acesso

independente ao sistema viário e a todas as redes de infra-estrutura, com ligações

domiciliares de água, esgotos e energia elétrica. Para conciliar a necessidade de

melhorar a qualidade de construção das moradias com a alta taxa de ocupação dos

lotes, após a urbanização, os Planos de Urbanização e Regularização deverão fixar os

123

índices urbanísticos e as restrições para a ocupação dos lotes, de forma a estabelecer

parâmetros legais para garantir a habitabilidade das construções isoladamente e do

conjunto do meio construído e habitado.

1.4.4.2 - Equipamentos Comunitários

Os Planos de Urbanização deverão prever, sempre que necessário, a

construção de equipamentos comunitários como praças, creches, centros comunitários,

centros de serviços e comércio, cuja necessidade, importância e perfil deverão ser

definidos por diagnósticos participativos, baseados na discussão com os moradores e

na realização de pesquisas pela Prefeitura que identifiquem o comércio existente, as

demandas e as potencialidades.

A construção e a localização desses equipamentos também devem fazer parte

da estratégia de promover a integração do assentamento urbanizado com o seu

entorno. O projeto urbanístico desenvolvido para tal finalidade deverá, sempre que

possível, localizar praças e equipamentos em setores que conurbem com o bairro,

criando uma área de transição e integração do assentamento a ser urbanizado com o

bairro.

Os Planos de Urbanização deverão também, sempre que possível, articular-se

com projetos de geração de trabalho e renda, para que se criem oportunidades aos

moradores dos assentamentos urbanizados de desenvolverem ou abrirem „negócios‟

que atenderão a demanda de serviços e comércio do bairro ou entorno.

1.4.4.3 - Participação e discussão dos projetos

A execução das obras de urbanização será precedida da elaboração de

projetos, discutidos com a população desde a fase de elaboração do diagnóstico.

Através de técnicas participativas os moradores expressam seus desejos, valores,

preocupações e necessidades, e os técnicos da prefeitura deverão levar em conta a

percepção, sugestões e propostas da população quanto aos problemas e soluções

para os assentamentos.

1.4.4.4 - Avaliação e monitoramento

A administração municipal buscará desenvolver, junto aos moradores, o

monitoramento dos padrões de qualidade na prestação dos serviços implantados,

através do estabelecimento de processos participativos de avaliação, visando à

superação do referencial de baixa qualidade e facilitando a integração à cidade. Nestes

124

processos, construirá sistemas de avaliação e indicadores de resultados, que permitam

avaliar o impacto das intervenções e se as mesmas contribuíram para a elevação da

qualidade de vida, para a democratização do acesso aos direitos e para o

fortalecimento da organização comunitária e social.

1.4.4.5 - Priorização das intervenções

Para o atendimento dos núcleos de espaço urbano ocupado, pelo Programa

de Urbanização serão considerados os seguintes critérios de prioridade:

I. Situações de insalubridade e de risco.

II. Impacto na recuperação ambiental e urbana.

III. Tempo de existência da ocupação do espaço urbano.

IV. Relação custo-benefício, considerando-se antes o custo da intervenção em

relação ao número de famílias diretamente beneficiadas, e, depois, em relação ao

benefício para a cidade como um todo.

V. Condições favoráveis ao reordenamento urbano (adensamento versus

existência de áreas de apoio interna ou próximas).

VI. Nível de organização comunitária.

VII. Existência de fatores facilitadores da regularização fundiária.

VIII. Imposições jurídicas (existência de ações populares e/ou ações de reintegração de

posse, existência de TACs – Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público).

IX. Existência de financiamento para a área.

2. METAS, RECURSOS E FONTES DE FINANCIAMENTO.

De acordo com o PNH – Plano Nacional de Habitação o déficit habitacional

deve ser liquidado no horizonte de 15 anos. Diante desta diretriz nacional, o Plano

Local de Habitação de Aparecida de Goiânia será implementado com o

desenvolvimento de cinco programas e nove ações, em um horizonte temporal de 10

anos. O que se pretende é ir além da liquidação do déficit habitacional. O PLHIS

projeta a melhoria da infra-estrutura urbana, da acessibilidade, a construção de

equipamentos sociais, à organização e participação da população visando uma melhor

qualidade de vida para todos os cidadãos. Os quadros 2, 3 e 4 explicitam as linhas de

ação, os objetivos, as ações, as metas, os indicadores, os recursos e as fontes de

financiamento:

125

QUADRO 2 - LINHAS DE AÇÃO E PROGRAMA – OBJETIVOS - AÇÕES - METAS Linhas de Ação

Programa Objetivo Ações Descrição Sintética Metas

Regularização Fundiária de Interesse Social

Aplicável a assentamentos ocupados por população de baixa renda

em que a garantia do direito constitucional à moradia justifica que

se apliquem instrumentos, procedimentos e requisitos técnicos

especiais;

Regularização de 100% dos imóveis

Regularização Fundiária de Assentamentos

Regularizar a situação fundiária e

urbanística dos assentamentos

existentes integrando-os à

legalidade urbana, proporcionando

aos moradores a titularidade da

terra.

Regularização Fundiária de Interesse Específico

Aplicável a assentamentos não enquadrados como de interesse

social. Não utilizar as condições especiais desenhadas;

Regularização de 100% dos imóveis

Melhorias Habitacionais - Requalificação Habitacional

Apoio à autoconstrução e à requalificação habitacional visando

produzir novas habitações autoconstruídas com qualidade e

requalificar as habitações precárias ou rústicas, por meio de

programas específicos.

Requalificação de 2.068 unidades habitacionais Requalificação

de Moradias Existentes

Requalificar as habitações existentes

apoiando sua reconstrução, reforma

e ampliação. Intervenções Pontuais

Execução de obras de emergência para a eliminação de situações

de risco detectadas e melhoria da acessibilidade.

Atuar em 100% das situações emergenciais e de risco

detectadas.

Desenvolver praticas de

acompanhamento e monitoramento

na implementação do PLHIS.

Capacitação dos Atores Sociais e Moradores

Capacitação dos atores sociais para acompanhamento e

monitoramento do PLHIS e dos moradores como “observadores” da

qualidade e controle urbano .

Atores sociais e moradores capacitados e envolvidos na implementação do PLHIS.

Gestão Democrática e Controle Social

Estruturar base operacional e

sistemática de identificação,

mapeamento, análise e

monitoramento de informações

sobre a questão habitacional no

município.

Saber Habitação Identificar e qualificar com precisão as informações sobre os lotes,

vazios urbanos, (áreas públicas e privadas), imóveis e demanda por

novas habitações e qualificação da moradia de interesse social

Estruturação de um Banco de dados com informações sobre

a habitação

Produção de Novas Moradias

Construção de novas unidades habitacionais de diferentes tipos e

padrões, com foco principal na moradia popular destinados a

população de baixa renda.

Produção de 42.695 unidades habitacionais novas

Provisão de Novas Unidades Habitacionais

Ocupar dos Vazios Urbanos e

Superar o déficit habitacional, com

a produção de novas unidades

habitacionais e oferta lotes

urbanizados dotados de infra-

estrutura para famílias de baixa

renda.

Urbanização de lotes

Implantação de infra-estrutura básica (água, esgoto, energia

elétrica e pavimentação), localizados em área urbana e em

condições de receber a construção de moradias de famílias de baixa

renda.

Urbanização de 2.135 lotes com área mínima de 250 m2

126

QUADRO 3 - OBJETIVOS METAS E INDICADORES.

Objetivo Meta Indicadores

Regularização de 100% dos Imóveis Irregulares Número de imóveis regularizados. Regularizar a situação fundiária e urbanística dos assentamentos existentes integrando-os à legalidade urbana, proporcionando aos moradores a titularidade da terra Regularização de100% dos imóveis classificados

como HIS Número de imóveis regularizados.

Requalificar as habitações existentes apoiando sua reconstrução, reforma e ampliação.

Requalificação de 2.068 unidades habitacionais Número de unidades habitacionais requalificadas.

Desenvolver praticas de acompanhamento e monitoramento na implementação do PLHIS

Mobilizar e capacitar os Atores Sociais e Beneficiários dos Programas Habitacionais.

Número de Atores Sociais e Beneficiários capacitados envolvidos

Atuar em 100% das situações emergenciais e de risco detectadas.

Número de intervenções feitas no período Estruturar base operacional e sistemática de identificação, mapeamento, análise e

monitoramento de informações sobre a questão habitacional no município. Estruturação de um Banco de dados com

informações sobre a habitação Informações sistematizadas

Produção de 42.695 unidades habitacionais novas Número de unidades habitacionais novas construídas Ocupar dos Vazios Urbanos e Superar o déficit habitacional, com a produção de novas unidades habitacionais e oferta lotes

urbanizados dotados de infra-estrutura para famílias de baixa renda.

Urbanização de 2.135 lotes com área mínima de 250 m2

Número de lotes urbanizados ofertados e efetivamente ocupados.

127

QUADRO 4 - PLANO DE AÇÃO

Horizonte Temporal

Programa/Ação Meta

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

2019

2020

2021 Recursos Fonte de Financiamento

Regularização Fundiária de Interesse Específico

100% dos imóveis regularizados x x x x x x x x x x 1.450.000,00 Municipal e Setor Privado

Regularização Fundiária de Interesse Social

100% dos imóveis regularizados x x x x x x x x x 900.000,00 Municipal, Estadual e Federal (OGU, FNHIS)

Melhorias Habitacionais - Requalificação Habitacional

2068 Unidades (Dom. Improvisados: 902 + Dom. Rústicos: 1.162) x x x x x x x x 15.510.000,00

Municipal, Estadual e Federal (OGU, FNHIS).

Capacitação dos Atores Sociais e Moradores

Atores sociais e moradores capacitados. x x x x x x x x 120.000,00 Municipal.

Intervenções Pontuais Atuar em 100% das situações emergenciais e

de risco detectadas. x x x x x x x x x x 5.000.000,00 Municipal.

Saber Habitação Banco de Dados estruturado x x x x x x x x x x 300.000,00 Municipal

Produção de Novas Moradias 34.510 Unidades Habitacionais24 x x x x x x x x x x 1.345.890.000,00 Municipal, Estadual, Federal (FNHIS, FGTS), Setor Privado e Auto Construção.

Ocupação dos Vasios Urbanos Produção de Lotes Urbanizados

2.135 lotes urbanizados (5% da produção de Novas Moradias) x x x x x x x x x 6.405.000,00 Municipal e Federal (OGU, FNHIS)

Total 1.375.575.000,00

24 Número de habitações destinadas às famílias com renda de até 3 salários mínimos. Déficit Estimado e Demanda Futura Quadro 12.

128

QUADRO 5 - INVESTIMENTOS NO PERÍODO

Horizonte Temporal Programa/Ação Meta

2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 Recursos

Regularização Fundiária de Interesse Específico

100% dos imóveis regularizados

190.000 180.000 170.000 160.000 150.000 140.000 130.000 120.000 110.000 100.000

1.450.000

Regularização Fundiária de Interesse Social

100% dos imóveis regularizados

100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 100.000 -

900.000

Melhorias Habitacionais - Requalificação Habitacional

2068 Unidades (Dom. Improvisados:

902 + Dom. Rústicos: 1.162)

- 1.938.750 1.938.750 1.938.750 1.938.750 1.938.750 1.938.750 1.938.750 1.938.750 -

15.510.000

Capacitação dos Atores Sociais e Moradores

Atores sociais e moradores capacitados.

15.000 15.000 15.000 15.000 15.000 15.000 15.000 15.000 - -

120.000

Intervenções Pontuais

Atuar em 100% das situações

emergenciais e de risco detectadas.

500.000 500.000 500.000 500.000 500.000 500.000 500.000 500.000 500.000 500.000 5.000.000

Saber Habitação Banco de Dados estruturado

30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 30.000 300.000

Produção de Novas Moradias

34.510 Unidades Habitacionais

145.041.000 145.041.000 173.472.000 134.589.000 134.589.000 163.020.000 163.020.000 124.137.000 124.137.000 38.844.000

1.345.890.000

Ocupação dos Vazios Urbanos Produção de Lotes Urbanizados

2.135 lotes urbanizados (5% da produção de Novas

Moradias)

- - 800.625 800.625 800.625 800.625 800.625 800.625 800.625 800.625

6.405.000

Total 147.804.750 177.028.389 138.135.390 138.125.391 166.544.375 166.534.375 127.641.375 127.616.375 40.274.625 147.804.750 1.375.575.000

129

3 – LIQUIDAÇÃO DO DÉFICIT HABITACIONAL

Diante do déficit habitacional identificado no diagnóstico, que em termos

absolutos é de 24.657 unidades habitacionais, o que representa 11,21% dos

domicílios existentes no município, o desafio para a administração municipal é o

construir uma proposta que permita ao poder executivo e ao legislativo coordenar as

ações e esforços no sentido de buscar e atrair parcerias que viabilizem a superação

do déficit habitacional nos próximos 10 (dez) anos.

O déficit habitacional compreende a parte qualitativa e quantitativa, bem como

todos os extratos de renda familiar, entre 0 e 10 salários mínimos.

No quesito qualitativo os pontos que depreciam as moradias são observados,

como falta de titularidade do imóvel, falta de projeto arquitetônico, construções

visivelmente inadequadas, depreciação por tempo de uso, localização imprópria ou

em áreas de risco.

O quantitativo é a falta efetiva de uma moradia em que a família tem que

morar de aluguel, ou em casa cedida ou em coabitação, nesta situação a tensão é

sempre constante pelo alto grau de dependência.

De acordo com o PNH – Plano Nacional de Habitação o déficit habitacional

deve ser liquidado no horizonte de 15 anos, diante desta diretriz nacional o Plano

Local de Habitação de Aparecida de Goiânia irá atuar.

As metas de atuação nos próximos 10 anos têm duas frentes a primeira é

liquidar o déficit instalado, e a segunda é garantir a construção de novas moradias

para suprir a demanda estimada futura.

O estudo realizado por meio do diagnóstico permitiu identificar o déficit

habitacional de 7.690 unidades habitacionais compreendendo toda a necessidade da

cidade, sendo que:

Domicílios Improvisados: 902

Coabitação Familiar: 8.638

Cômodos: 4.620

Domicílios Rústicos: 1.162

Ônus excessivo com aluguel: 9.335

Este será liquidado com a junção de esforços continuados dos poderes

executivos, na esfera federal, estadual e municipal. Nos governos centrais se têm os

recursos, os estaduais suprirão demandas não contempladas, e o município articula

todos os envolvidos para poder gerar eficiência e atender as famílias.

130

O grande agente promotor das ações é o município e este deve ter um amplo

campo de atuação na habitação, atendendo toda a demanda independente da faixa de

renda, caso uma faixa superior não seja atendida dentro da sua capacidade de

pagamento, pela força do mercado, logo começa a ocupar as casas beneficiadas

pelos programas habitacionais.

A análise das diretrizes e a avaliação do Diagnóstico do Plano Local de

Habitação de Interesse Social permitiram a identificação das seguintes metas de

execução:

1. Liquidação do déficit habitacional em 10 anos.

2. Projeção da demanda estimada futura.

3.1 - Liquidação do Déficit Habitacional Estimado

Componentes do Déficit Habitacional Básico ao qual deve ser acrescido o déficit por ônus excessivo com aluguel no ano de 2000 com a projeção dos mesmos percentuais para o ano de 2010.

2000 2010 TOTAL DE DOMICÍLIOS PARTICULARES

PERMANENTES 90.909 136.682

Componente 2000

(absoluto) %

2010 (absoluto)

%

TOTAL 10.193 11,21 15.322 11,21

Domicílios improvisados 598 0,66 902 0,66

Coabitação familiar 5.792 6,32 8.638 6,32

Cômodos 3.076 3,38 4.620 3,38

DÉFICIT

HABITACIONAL

BÁSICO

Domicílios rústicos 777 0,85 1.162 0,85

Ônus excessivo com aluguel 6.207 6,83 9.335 6,83

Déficit habitacional básico considerado 24.657 18,04

Fonte: FJP, 2005; IBGE, 2010. Inadequação Fundiária Urbana, por Faixas de Renda – 2005

FAIXAS DE RENDA MENSAL FAMILIAR (EM SALÁRIOS-MÍNIMOS)

ATÉ 3 MAIS DE 3 A 5 MAIS DE 5 TOTAL

absoluto % absoluto % absoluto % absoluto %

409

80,83

66

13,04

31

6,13

506

100,00

Fonte: FJP, 2005.

131

Quadro 1: LIQUIDAÇÃO DO DÉFICIT PARA FAMÍLIAS - RENDA DE ATÉ 3 S.M.

Renda de 0 a 3 Salários Mínimos

24.657 Déficit absoluto 80,83% Percentual Ano % anual Unidades

Habitacionais / ano Unidades

Habitacionais / acumulado %

acumulado

2012 15,00% 2.990 2.990 15,00%

2013 15,00% 2.990 5.980 30,00%

2014 15,00% 2.990 8.970 45,00%

2015 10,00% 1.993 10.963 55,00%

2016 10,00% 1.993 12.956 65,00%

2017 10,00% 1.993 14.949 75,00%

2018 10,00% 1.993 16.942 85,00%

2019 5,00% 996 17.938 90,00%

2020 5,00% 996 18.934 95,00%

2021 5,00% 996 19.930 100,00%

100,00% 19.930

A meta de liquidação do déficit nos próximos 10 anos com a produção inicial

de 15%, e decrescente nos próximos anos, considera os esforços e iniciativas e ações

já desenvolvidas pela administração municipal no estabelecimento das parcerias com

os governos estaduais e federal com o propósito de viabilizar os recursos necessários

ao atendimento desta demanda que representa cerca de 80,83% do déficit total

calculado.

Quadro 2: LIQUIDAÇÃO DO DÉFICIT PARA FAMÍLIAS – RENDA DE 3 A 5 S.M.

Renda de 3 até 5 Salários mínimos

24.657 Déficit absoluto

13,04% Percentual

Ano % anual Unidades Habitacionais / ano

Unidades Habitacionais / acumulado

% acumulado

2012 12,50% 402 402 15,00% 2013 12,50% 402 804 30,00% 2014 12,50% 402 1.206 45,00% 2015 12,50% 402 1.608 55,00% 2016 12,50% 402 2.010 65,00% 2017 12,50% 402 2.412 75,00% 2018 12,50% 402 2.814 85,00% 2019 12,50% 402 3.216 90,00% 2020 0,00% - - 95,00% 2021 0,00% - - 100,00%

100,00% 3.216

A meta de liquidação do déficit é para 8 anos, com uma produção de 402

unidades habitacionais a cada ano, pois considera-se que as famílias que se

132

encontram nesta faixa de renda ainda necessitam da participação direta do governo

municipal na viabilização de recursos e incentivos, ainda que forma subsidiária para

compatibilizar a capacidade de pagamento e renda.

Quadro 3: LIQUIDAÇÃO DO DÉFICIT PARA FAMÍLIAS - RENDA MAIOR QUE 5 S.M Renda mais de 5 Salários Mínimos

24.657 Déficit absoluto 6,13% Percentual

Unidades % Ano % anual Unidades Habitacionais / ano Habitacionais / acumulado acumulado

2012 20,00% 303 303 20,0% 2013 20,00% 302 605 40,0% 2014 20,00% 302 907 60,0% 2015 20,00% 302 1.209 80,0% 2016 20,00% 302 1.511 100,0% 2017 0,00% - - - 2018 0,00% - - - 2019 0,00% - - - 2020 0,00% - - - 2021 0,00% - - -

100,00% 1.511

A meta de liquidação do déficit em 5 anos, com construção de cerca de 303

unidades habitacionais por ano, pois considera-se possível seu cumprimento em

razão do interesse do mercado imobiliário e a disponibilidade de crédito para

financiamento das unidades habitacionais no Sistema Financeiro para esta faixa de

renda.

Quadro 4 : QUADRO GERAL DA LIQUIDAÇÃO DO DÉFICIT POR RENDA

Síntese - Liquidação do Déficit Estimado no período de 2012 a 2021 – por renda familiar

Ano até 3 SM de 3 a 5 SM Mais de 5 SM Total

2012 2.990 402 303 3.695

2013 2.990 402 302 3.694

2014 2.990 402 302 3.694

2015 1.993 402 302 2.697

2016 1.993 402 302 2.697

2017 1.993 402 - 2.395

2018 1.993 402 - 2.395

2019 996 402 - 1.398

2020 996 - - 996

2021 996 - - 996

19.930 3.216 1.511 24.657

133

3.2 - Liquidação do Déficit Habitacional da Demanda Futura

3.2.1 - Projeção da Demanda Futura

A demanda estimada futura está relacionada diretamente com a evolução da

população para os próximos anos, o que se configura e se projeta é de evolução

superior a média nacional.

O município de Aparecida de Goiânia possui a segunda maior população do

estado, integra a Região Metropolitana de Goiânia e tem grande parte de seu núcleo

urbano conurbado com a capital Goiânia.

Por estar inserido na Região Metropolitana de Goiânia, o município de Aparecida

a partir da hipótese de que as relações sociais, ou seja, a intensidade dos fluxos de

pessoas e de mercadorias entre as localidades que se formam em torno da cidade pólo

supera os limites administrativos da divisão dos territórios municipais, como afirma o

relatório da atividade, 2004 do Caderno das Metrópoles, vol. 11. Considerando

diversos aspectos sócio-econômicos e demográficos o município possui uma forte

relação de dependência com a Capital e de integração com a Região,

A dinâmica populacional no que se refere ao número de pessoas que trabalham

ou estudam em outro município totalizando 76.282 habitantes, o que, aliado a outros

indicadores elevam o município a um nível muito alto de integração na Região,

chegando a um valor de 33,11%.

É possível ainda afirmar que mais de 90% dos deslocamentos do município, que

tem alto nível de integração, se dirigem para o pólo metropolitano, ou seja, a capital

Goiânia, para resolver suas demandas por trabalho e educação, sem contar com outras

necessidades tais como: saúde, assistência social, cultura.

A RMG reunia no ano de 2000, uma população de aproximadamente 1,6 milhões

de habitantes, com taxa média de crescimento geométrico de 3,1%, no período de

1991/2001. No período 2000/2009 o Município apresenta uma estimativa da maior taxa

de crescimento populacional se comparadas à região Metropolitana e seus municípios

e ao Estado de Goiás.

Comparando-se as taxas relativas ao Estado e a RMG, Aparecida de Goiânia

coloca-se em posição superior de crescimento populacional, alcançando, no período

1991/2000, um valor de 7,3%.

Cabe, portanto ao município, responder à demanda de jovens, adultos e

famílias advindas de diferentes regiões, que além de trabalho, educação e saúde,

buscam um local para residir e habitar. Estas pessoas, no primeiro momento, utilizam

da morada de familiares ou em casas de amigos da cidade de origem, caracterizando

134

a coabitação, esta tende a ser passageira, visto que, assim que consegue um

trabalho, quer viver na sua própria casa, que a principio é adquirida por meio do

aluguel, sendo que em alguns casos, as moradias não oferecem todas as condições

de habitabilidade.

Esta migração constante exige da administração municipal o desenvolvimento

de uma política habitacional que considere a demanda estimada futura que esteja

relacionada diretamente com a evolução da população para os próximos 10 (dez)

anos.

Quadro 5 : QUADRO DA DEMANDA ESTIMADAS FUTURA25

Ano 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

População (hab)

465.092 479.416 494.182 509.402 525.091 541.263 557.933 575.117 592.830 611.089

Total de Domicílios Particulares Permanentes

140.088 144.402 148.850 153.434 158.159 163.031 168.052 173.228 178.563 184.062

DÉFICIT BÁSICO**

13.729 14.151 14.587 15.037 15.500 15.977 16.469 16.976 17.499 18.038

Tabela 14: Simulação da projeção do déficit habitacional básico até o ano de 2020.

Ao se projetar o crescimento anual da populacional com uma taxa de 3,08%,

(taxa de crescimento geométrico populacional positiva que representa a média nos últimos 10

anos conforme dados da A SEPLAN/ SEPIM-GO - Secretaria de Planejamento/ Gerência de

Estatística Sócio Econômica), portanto, muito factível, busca-se, para além de liquidar

com o déficit existente, preparar o município para responder com eficiência e eficácia

aos desafios de fixar em seu território, cada vez mais, aqueles que migram atraídos

pelas oportunidades de trabalho e acesso à saúde, educação e aos bens e serviços

sociais que a cidade integrante da Região Metropolitana de Goiânia, propicia.

Nos quadros a seguir está projetado, por faixa de renda das famílias o

atendimento também em 10 (dez) anos às demandas futuras:

25 Para o cálculo da projeção da necessidade de moradias considerou-se uma taxa de

crescimento positiva da população de 5,01%.

135

Quadro 6 : PROJEÇÃO DEMANDA FUTURA - RENDA DE ATÉ 3 S.M.

Demanda Futura no período de 2012 a 2020 18.038

Número de Unidades da Faixa de Renda 14.580

Percentual faixa de renda 80,83 %

0 a 3 Salários

Mínimos

Ano % anual Unidades

Habitacionais / ano

Unidades Habitacionais acumulados

% acumulado

2012 5,00% 729 729 5,00%

2013 5,00% 729 1.458 10,00%

2014 10,00% 1.458 2.916 20,00%

2015 10,00% 1.458 4.374 30,00%

2016 10,00% 1.458 5.832 40,00%

2017 15,00% 2.187 8.019 55,00%

2018 15,00% 2.187 10.206 70,00%

2019 15,00% 2.187 12.393 85,00%

2020 15,00% 2.187 14.580 100,00%

100,00% 14.580

Quadro 7: PROJEÇÃO DEMANDA FUTURA - RENDA DE 3 a 5 S.M.

Demanda Futura no período de 2012 a 2020 18.038

Número de Unidades da Faixa de Renda 2.352

Percentual faixa de renda 13,04%

3 a 5 Salários

Mínimos

Ano % anual Unidades

Habitacionais / ano

Unidades Habitacionais acumulados

% acumulado

2012 5,00% 118 118 5,00%

2013 5,00% 118 236 10,00%

2014 10,00% 235 471 20,00%

2015 10,00% 235 706 30,00%

2016 10,00% 235 941 40,00%

2017 15,00% 352 1.293 55,00%

2018 15,00% 353 1.646 70,00%

2019 15,00% 353 1.999 85,00%

2020 15,00% 353 2.352 100,00%

100,00% 2.352

136

Quadro 8 : PROJEÇÃO DEMANDA FUTURA - RENDA DE 5 a 10 S.M.

Demanda Futura no período de 2012 a 2020 18.038

Número de Unidades da Faixa de Renda 1.106

Percentual faixa de renda 6,13%

5 a 10 Salários

Mínimos

Ano % anual Unidades

Habitacionais / ano

Unidades Habitacionais acumulados

% acumulado

2012 12,50% 138 138 12,50%

2013 12,50% 138 276 25,00%

2014 12,50% 138 414 37,50%

2015 12,50% 138 552 50,00%

2016 12,50% 138 690 62,50%

2017 12,50% 138 828 75,00%

2018 12,50% 139 967 87,50%

2019 12,50% 139 1.106 100,00%

2020 0,00% -

100,00% 1.106

Quadro 9 : QUADRO GERAL DA PROJEÇÃO DEMANDA FUTURA POR RENDA

Ano até 3 SM de 3 a 5 de 5 a 10 Total

2012 729 118 138 985

2013 729 118 138 985

2014 1.458 235 138 1.831

2015 1.458 235 138 1.831

2016 1.458 235 138 1.831

2017 2.187 352 138 2.677

2018 2.187 353 139 2.679

2019 2.187 353 139 2.679

2020 2.187 353 - 2.540

Totais 14.580 2.352 1.106 18.038

137

Quadro 12 – QUADRO RESUMO DA PRODUÇÃO POR RENDA

Síntese - Liquidação do Déficit

Estimado e Demanda Futura no período de 2012 a 2021 por renda

Até 3 SM De 3 a 5 De 5 a 10 Total Ano

Déficit Demanda

Futura Total Déficit

Demanda

Futura Total Déficit

Demanda

Futura Total

Total

Geral

2012 2.990 729 3.719 402 118 520 303 138 441 4.680

2013 2.990 729 3.719 402 118 520 302 138 440 4.679

2014 2.990 1.458 4.448 402 235 637 302 138 440 5.525

2015 1.993 1.458 3.451 402 235 637 302 138 440 4.528

2016 1.993 1.458 3.451 402 235 637 302 138 440 4.528

2017 1.993 2.187 4.180 402 352 754 - 138 138 5.072

2018 1.993 2.187 4.180 402 353 755 - 139 139 5.074

2019 996 2.187 3.183 402 353 755 - 139 139 4.077

2020 996 2.187 3.183 - 353 353 - - - 3.536

2021 996 - 996 - - - - - - 996

Total

Geral 19.930 14.580 34.510 3.216 2.352 5.568 1.511 1.106 2.617 42.695

138

Quadro 13 – CUSTOS - QUADRO RESUMO DA PRODUÇÃO POR RENDA

Custos dos Investimentos na produção de unidades habitacionais no período de 2012 a 2021, por renda

Até 3 SM De 3 a 5 SM De 5 a 10 SM

Ano Produção Custo

Unitário Custo Total Produção

Custo

Unitário Custo Total Produção

Custo

Unitário Custo Total

Totais

2012 3.719 39.000,00

145.041.000,00 520 65.000,00 33.800.000,00 441 120.000,00 52.920.000,00 231.761.000,00

2013 3.719 39.000,00

145.041.000,00 520 65.000,00 33.800.000,00 440 120.000,00 52.800.000,00 231.641.000,00

2014 4.448 39.000,00

173.472.000,00 637 65.000,00 41.405.000,00 440 120.000,00 52.800.000,00 267.677.000,00

2015 3.451 39.000,00

134.589.000,00 637 65.000,00 41.405.000,00 440 120.000,00 52.800.000,00 228.794.000,00

2016 3.451 39.000,00

134.589.000,00 637 65.000,00 41.405.000,00 440 120.000,00 52.800.000,00 228.794.000,00

2017 4.180 39.000,00

163.020.000,00 754 65.000,00 49.010.000,00 138 120.000,00 16.560.000,00 228.590.000,00

2018 4.180 39.000,00

163.020.000,00 755 65.000,00 49.075.000,00 139 120.000,00 16.680.000,00 228.775.000,00

2019 3.183 39.000,00

124.137.000,00 755 65.000,00 49.075.000,00 139 120.000,00 16.680.000,00 189.892.000,00

2020 3.183 39.000,00

124.137.000,00 353 65.000,00 22.945.000,00 0 120.000,00 - 147.082.000,00

2021 996 39.000,00 38.844.000,00 0 65.000,00 - 0 120.000,00 - 38.844.000,00

Totais 34.510

1.345.890.000,00 5.568 361.920.000,00 2.617

314.040.000,00

2.021.850.000,00

No quadro acima temos os custos dos investimentos necessários, por ano, para eliminação do déficit apurado e da demanda futura, por

faixa de renda. O custo unitário da unidade habitacional é um valor estimado para unidades habitacionais com área construída variável, tendo como referência o custo de R$774,93 (Setecentos e setenta e quatro reais e noventa e três centavos) no metro quadrado ( SINAPI- GOIÁS – outubro -2011) e está dentro dos parâmetros definidos pela Caixa Econômica Federal em seus programas habitacionais.

139

3.3 Recursos

Para construção de 42.695 (quarenta e dois mil, seiscentos e noventa e

cinco) novas unidades habitacionais, nos próximos 10 (dez) anos, serão necessários

investimentos de grande monta, considerando os recursos e o orçamento municipal,

cujas receitas correntes e de capital, tiveram a seguinte evolução segundo

informações do IMB - Instituto Mauro Borges de Estatísticas e Estudos

Socioeconômicos / SEGPLAN / Governo de Goiás:

Receitas Municipais

MUNICÍPIO 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Aparecida de Goiânia 142.521 173.120 206.748 257.641 356.020 372.342 395.823

Definição(s): Receitas orçamentárias recolhidas aos cofres públicos por força de arrecadação, recolhimento e recebimento. Englobam as receitas correntes e as receitas de capital

Fonte(s): Tribunal de Contas dos Municípios - TCM.

O crescimento da receita nos últimos apresentou o seguinte resultado: EVOLUÇÃO DA RECEITA NO MUNICÍPIO DE APARECIDA DE GOIÂNIA NO PERÍODO

Ano 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Receita 142.521 173.120 206.748 257.641 356.020 372.342 395.823

Incremento - 30.599 33.628 50.893 98.379 16.322 23.481

% de incremento - 21,47% 19,42% 24,62% 38,18% 4,58% 6,31%

Considerando que crescimento médio no período é 19,10%, é razoável prever

que crescimento da receita de 15% ao ano, (sem levar em conta o processo de

instalação de indústrias em andamento e a consolidação de Aparecida de Goiânia como

pólo de distribuição de produtos) para os próximos anos dez anos, período em se propõe

executar as ações prevista neste plano, assim temos:

PREVISÃO DA RECEITA MUNICÍPIO DE APARECIDA DE GOIÂNIA

Ano Receita

2011 435.405.000

2012 478.946.000

2013 526.840.000 2014 579.524.000 2015 637.477.000

2016 701.225.000

2017 771.347.000

2018 848.482.000 2019 933.330.000

2020 1.026.663.000

Total 6.939.239.000

140

Assim para liquidar o déficit habitacional em Aparecida de Goiânia, o poder

público municipal, nos próximos 10 (dez) anos deverá desenvolver ações e parcerias que

busquem viabilizar os recursos necessários junto aos Governos Federal e Estadual e

organismos internacionais, principalmente para a construção de moradias para a

população com renda de 0 a três salários mínimos.

Destaque deve se dar para as ações a serem desenvolvidas junto às empresas

privadas para que venham atuar no município na oferta, a preços justos, unidades

habitacionais de qualidade à população cuja renda esteja acima de 3 (três) salários

mínimos.

Para a liquidação do déficit e a provisão de estoque, nos próximos 10 anos , serão

necessários investimentos de R$ 2.021.850.000,00 (dois bilhões e vinte e um milhões,

oitocentos e cinqüenta mil reais), ao preço de hoje. Deste montante cerca de 70%, R$

1.345.890.000,00 (um bilhão, trezentos e quarenta e cinco milhões, oitocentos e noventa

mil reais), destina-se à moradia popular, para as famílias com renda de 3 salários

mínimos, objeto deste PLHIS, portanto em grande parte deverá ser financiado com

recursos públicos e estima-se que a administração municipal deverá arcar com cerca de

8% deste valor, na forma de contrapartida aos investimentos dos governos federal e

estadual, o que representa um investimento médio de 1,48% do orçamento municipal

nos próximo 10 anos:

Quadro 19 - DEMONSTRATIVO DE INVESTIMENTOS, FONTES E RECEITAS

Fonte de Recursos(milhões)

Ano Quantidade

habitações

Investimento

(milhões) Estadual, Federal, Setor Privado e Auto Construção.

Municipal

Previsão

Receita

Município (milhões)

% receita

municipal

2012 3.719 145.041.000 138.945.330 6.095.670 435.405.000 1,40%

2013 3.719 145.041.000 138.096.283 6.944.717 478.946.000 1,45%

2014 4.448 173.472.000 165.569.400 7.902.600 526.840.000 1,50%

2015 3.451 134.589.000 125.896.140 8.692.860 579.524.000 1,50%

2016 3.451 134.589.000 125.026.845 9.562.155 637.477.000 1,50%

2017 4.180 163.020.000 152.501.625 10.518.375 701.225.000 1,50%

2018 4.180 163.020.000 151.449.795 11.570.205 771.347.000 1,50%

2019 3.183 124.137.000 111.409.770 12.727.230 848.482.000 1,50%

2020 3.183 124.137.000 110.323.716 13.813.284 933.330.000 1,48%

2021 996 38.844.000 23.957.387 14.886.614 1.026.663.000 1,45%

Totais 34.510 1.345.890.000 1.243.176.291 102.713.710 6.939.239.000 1,48%

141

A Administração municipal mobilizará e estabelecerá parcerias com

cooperativas, associações e entidades da sociedade civil, sem fins lucrativos

voltadas ao equacionamento de demandas relativas à habitação, buscando

congregar, organizar e apoiar famílias na solução dos seus problemas

habitacionais, seja na Aquisição de Imóvel Novo; Aquisição de terreno e construção;

Construção; Conclusão; Reforma e/ou Ampliação. Utilizará e incentivará a

formação de mão de obra e oferecerá assistência técnica para a Autoconstrução; o

Mutirão ou auto-ajuda; a Administração direta, com contratação de profissionais ou

empresas para execução de serviços especializados; Empreitada Global, com

contratação de empresas especializadas para execução total dos serviços

necessários à conclusão do empreendimento.

Os cerca de 30% restante R$ 675.960.000,00 (seiscentos e setenta e cinco

milhões, novecentos e sessenta mil reais) destina-se á faixa superior a 3 salários

mínimos onde o poder público buscará na mobilização e organização a participação

efetiva da iniciativa privada e o auto financiamento de pessoas físicas através do

SFN.

4. Monitoramento, Avaliação e Revisão, Calendário:

4.1 - Gestão Participativa e Controle Social

Eixo fundamental para implementação e consolidação das ações previstas

neste Plano é a participação popular, que deverá ser crescente considerando a

mobilização e participação dos atores sociais no processo de elaboração do PLHIS

de Aparecida de Goiânia.

A administração municipal desenvolverá ações que valorizem e

reconheçam a importância do envolvimento da população neste processo de

tomada de decisão democratizando suas ações na busca do cumprimento das

metas e objetivos aqui propostos.

O registro e coleta de informações sobre a habitação no município serão de

responsabilidade da Secretaria Extraordinária de Assuntos da Habitação e da

Secretaria de Ação Social. Estes registros atualizados das famílias (situação

socioeconômica, condições das moradias), comporão o banco de dados que

subsidiarão a tomada de decisão, a avaliação e o redirecionamento das ações aqui

propostas. á disponível

O Conselho Gestor do FUMHIS como agente articulador de todo o

processo de habitação do Município terá livre acesso as informações deste banco

142

de dados, podendo solicitar outras informações e registros da administração da

municipal, para bem cumprir o seu papel no desenvolvimento da política

habitacional para famílias de baixa renda.

4.2 - Atores Sociais:

Ao despertar o interesse na participação da comunidade no processo de

construção do plano, visando o monitoramento e controle social da comunidade, foi

criado o ambiente e as condições para a efetiva participação dos atores sociais

como sujeitos ativos no processo de construção e implementação deste plano.

Assim além do Conselho Gestor do FUMHIS - representante legítimo da

sociedade para realizar o monitoramento, avaliação das ações ligadas à habitação

municipal, o FUMHIS contará uma a assistência técnica a ser constituída por

representantes ligados ao setor de habitação, saúde, educação e promoção social e

o apoio e acompanhamento da sociedade organizada que participaram da sua

construção até aqui.

4.3 - Revisão e Aprimoramento

O Plano Local de Habitação de Interesse Social de Aparecida de Goiânia,

será revisto sempre que for observada sua necessidade. Importante observar os

resultados alcançados periodicamente, e promover quando oportuno a revisão dos

meios de monitoramento e avaliação, de forma a sempre haver um controle efetivo

do processo, podendo ainda ser incluídos outras ferramentas e formas de

monitoramento e avaliação.

A avaliação e revisão serão realizadas pelo Conselho Gestor do FUMHIS,

que sempre privilegiará a participação popular e os segmentos sociais envolvidos,

as metas e ações previstas, os valores e custos, e a qualidade das obras

realizadas.

A revisão será realizada levando-se em consideração a formação e

medição dos indicadores pelos diversos setores da Prefeitura, e sob a análise da

Secretaria Extraordinária de Assuntos da Habitação Haverá pelo menos três

revisões, decorridos 2, 6 e 9 anos de implementação do PLHIS, previstas para

2014, 2017 e 2020. Outras revisões poderão ser feitas anualmente junto da revisão

do Plano Plurianual de Investimentos do Município ou a qualquer tempo, sempre na

perspectiva de qualificação do plano.

4.4 - Calendário - Revisão

As reuniões de acompanhamento (RA) serão realizadas trimestralmente pelo

Conselho Municipal de Habitação e Interesse Social - CMHIS. Como não serão

143

geridos, unicamente indicadores financeiros, outros indicadores serão utilizados

apoiados na metodologia do Balanced Scorecard 26(BSC) que se constitui em uma

das ferramentas mais eficazes para implementar e levar à prática o planejamento

das ações e ajudará a concentrar os esforços em criar um verdadeiro valor a médio e

longo prazo, já que tradicionalmente as administrações não costumam enfrentar

grandes dificuldades para definir a sua estratégia, mas sim na sua implementação. A

Secretaria Extraordinária de Assuntos Habitacionais estabelecerá uma Governança

Estratégica onde a disciplina da gestão será o ponto fundamental para garantir a boa

execução da estratégia. Assim considera-se importante: a definição de um modelo

de gestão estratégica onde a responsabilidade de execução esteja clara, com a

definição de momentos específicos de análise e tomada de decisão; apoiada e

sustentada por uma solução tecnológica para automatizar e sistematizar a gestão da

estratégia. Medir para gerenciar;.

Dessa forma contribui para que o acompanhamento do desempenho

financeiro seja feito junto com o monitoramento, cumprindo as metas e objetivos

propostos.

Quadro 20 – REUNIÕES E REVISÃO DO PLANO

Calendário das Reuniões de Acompanhamento e Ano de Revisão do Plano

Mês / Ano 2012 2013 2014* 2015 2016 2017* 2018 2019 2020* 2021

Fevereiro RA RA RA RA RA RA RA RA RA

Maio RA RA RA RA RA RA RA RA RA

Agosto RA RA RA RA RA RA RA RA RA

Novembro RA RA RA RA RA RA RA RA RA RA

RA= Reunião trimestral de Acompanhamento do Plano – CMHIS

* Ano de revisão do PLHIS

26 A denominação de BALANCED SCORECARD – BSC - Cenário Balanceado, como diz Campos (1998),......” decorre do fato de que, segundo a nossa visão, uma organização só deverá ser considerada no caminho do sucesso, se os quatro conjuntos de indicadores estiverem devidamente “balanceados”, ou seja, aplicados com graus de importância relativa, porém eqüitativa, de forma a possibilitar um desenvolvimento real e equilibrado. Se num determinado período uma empresa for muito bem financeiramente, mas com indicadores referentes ao atendimento a seus clientes avaliados como abaixo do esperado, muito provavelmente em médio prazo, irá apresentar problemas de sobrevivência. O modelo de gestão criado por Kaplan e Norton, segundo suas próprias palavras, não é mais do que o conjunto de indicadores (medidas) e mostradores (gráficos) de um “painel de controle” da empresa.” Fonte: administradores.com.br - Haylla Balzani

144

Figura 4 a e 4 b – Áreas em processo de discussão para o gravame de AEIS

Localização dos Conjuntos Habitacionais

145

Figura 4 a e 4 b – Áreas em processo de discussão para o gravame de AEIS

Localização dos CMEIs