Microsoft Word - PLANO MUNICIPAL de Medidas Socio
EducativaSSecretaria Municipal de Assistência Social
Maria Regina de Arruda – Proteção Especial
Luciana Leopoldo Conte de Oliveira – Proteção Básica
Sonia Gomes Vieira – Rede Social
Centro de Referencia Especializado da Assistência Social
Adriana Groto Ferreira
Ana Carolina Parron
Vera Alkimim Costa
Secretaria Municipal de Educação
Ministério Público do Estado de São Paulo
Laricia Roberta R. Pereira
Marco Antônio de Oliveira Branco
Centro de Atendimento Integral à Criança e ao adolescente
Carmem M. Ribeiro Mingoci
Fernando Marques Teixeira
1.3.4 - Compete a Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao
Adolescente - Fundação CASA-SP ......... 16
1.3.5 - Compete ao Centro de Referencia Especializado da
Assistência Social – CREAS. .......................................
17
1.3.6 - Compete a Defensoria Pública
...................................................................................................................
17
1.3.7 - Compete a Delegacia de Polícia
.................................................................................................................
17
1.3.8 - Compete ao Ministério Público:
................................................................................................................
17
1.3.9 - Compete ao Poder Judiciário:
....................................................................................................................
18
2- MARCO SITUACIONAL
.......................................................................................21
2.1. Apresentação do Município de Araçatuba
.....................................................................................................
21
2.2. Breve Histórico de Atendimento de Medidas Sócio Educativas no
Município ................................................ 22
2.2.1 - Unidade de Atendimento em Meio Fechado
.............................................................................................
24
2.2.2 - Unidade de Atendimento em Meio Aberto – CREAS
..................................................................................
25
3 - DIRETRIZES
........................................................................................................27
4 - DIAGNOSTICO
....................................................................................................28
4.1- Dados dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa
em meio aberto ................................ 28
4.1.1 – Entrada de adolescente em cumprimento de MSEs em meio
aberto e extinções de processos ................ 28
4.1.2 - Constituição Familiar:
................................................................................................................................
30
5 4.1.4- Idade:
.........................................................................................................................................................
33
4.1.5- Situação Escolar:
........................................................................................................................................
34
4.1.8- Ato Infracional:
..........................................................................................................................................
43
4.1.11 - Motivo das Extinções de Medidas:
..........................................................................................................
58
4.2- Dados dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa
em Meio Fechado ............................. 59
4.2.1 - Faixa Etária
................................................................................................................................................
60
4.2.4 - Análise dos dados
......................................................................................................................................
66
4.3- Secretaria Municipal de Educação e Diretoria de Ensino
Estadual:
................................................................
66
4.3.1 - Evasão – Escolas Municipais
......................................................................................................................
67
4.3.1 - Evasão – Escolas Estaduais – 2012
.............................................................................................................
68
4.3.3 - Dados obtidos no ROE
...............................................................................................................................
70
4.3.4 - Principais queixas detectadas na EDUCAÇÃO INFANTIL / ENSINO
FUNDAMENTAL / MEDIO ..................... 70
5 - MATRIZ DE PLANEJAMENTO
...........................................................................72
REFERÊNCIAS
.........................................................................................................87
6
APRESENTAÇÃO
O Plano ora apresentado é fruto de discussão e mobilização dos
atores do
Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente do
Município de
Araçatuba, em especial aqueles que trabalham com o adolescente em
conflito com a lei
e sua família, atendendo o disposto no Artigo 7º da Lei 15.594 de
18 de janeiro de
20121 que institui o Sistema Nacional de Atendimento
Socioeducativo, este tem como
principal objetivo regulamentar a execução das medidas
socioeducativas destinadas a
estes adolescentes, definindo papéis e competências à União, aos
Estados e aos
Municípios; e principalmente com vistas a construir estratégias de
atendimento aos
adolescentes de acordo com a realidade encontrada no
município.
Segundo o texto do CONANDA (2006) a construção do SINASE advém
da
[...] necessidade de se constituir parâmetros mais objetivos
e
procedimentos mais justos que evitem ou limitem a
discricionariedade, o SINASE reafirma a diretriz do Estatuto
sobre
a natureza pedagógica da medida socioeducativa. Para tanto,
este sistema tem como plataforma inspiradora os acordos
internacionais sob direitos humanos dos quais o Brasil é
signatário, em especial na área dos direitos da criança e do
adolescente. (BRASIL, 2006, p.13).
Tal sistematização foi necessária tendo em vista o histórico de
culpabilização e
criminalização a que historicamente os adolescentes envolvidos com
a prática de atos
ilícitos foram expostos. Neste sentido os atores do SGDCA do
município primaram pela
realização do diagnóstico da realidade municipal, e na discussão de
propostas que
venham a atender as demandas encontradas, contando com a
participação de todos os
envolvidos, principalmente dos adolescentes, sujeitos da
intervenção e participes
1 Art. 7o O Plano de que trata o inciso II do art. 3o desta Lei
deverá incluir um diagnóstico da situação do Sinase, as diretrizes,
os objetivos, as metas, as prioridades e as formas de financiamento
e gestão das ações de atendimento para os 10 (dez) anos seguintes,
em sintonia com os princípios elencados na Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente). § 1o As
normas nacionais de referência para o atendimento socioeducativo
devem constituir anexo ao Plano de que trata o inciso II do art. 3o
desta Lei. § 2o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
deverão, com base no Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo,
elaborar seus planos decenais correspondentes, em até 360
(trezentos e sessenta) dias a partir da aprovação do Plano
Nacional. Art. 8o Os Planos de Atendimento Socioeducativo deverão,
obrigatoriamente, prever ações articuladas nas áreas de educação,
saúde, assistência social, cultura, capacitação para o trabalho e
esporte, para os adolescentes atendidos, em conformidade com os
princípios elencados na Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990
(Estatuto da Criança e do Adolescente).
7 fundamentais deste processo, logo que esta construção só fará
sentido se repercutir
retamente na vida desses meninos e meninas que alijados em seus
direitos, muitas
vezes respondem de forma rebelde as manifestações da exclusão que
vivem.
8
INTRODUÇÃO
O Plano Municipal de Medida Socioeducativa em Meio Aberto foi
construído com
base na observação aos direitos da criança e adolescente,
principalmente no que se
refere às determinações constantes na Resolução 119/2006 do CONANDA
e na Lei
Federal 12.594/2012, tendo como base as deliberações constantes no
Plano Nacional
de Atendimento Socioeducativo; tendo como principal objetivo
sistematizar as ações a
serem desenvolvidas nos próximos dez anos pela municipalidade, no
que se refere ao
atendimento em meio aberto aos adolescentes em conflito com a lei
do município.
As ações a serem implantadas visando o cumprimento dos
princípios
estipulados pelo SINASE têm como principal diretriz o
desenvolvimento de ações
integradas com a rede de garantia de direitos das crianças e
adolescentes em diversas
áreas como a educação, a saúde, a assistência social, o esporte, a
cultura, o Poder
Judiciário, o Ministério Público, a Defensoria Pública, entre
outros, proporcionando e
garantindo a efetivação dos direitos fundamentais consagrados aos
adolescentes na
Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA
e no Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE.
A Secretaria Municipal de Assistência Social, na qualidade de
Gestora das
Políticas Públicas voltadas a execução das Medidas Socioeducativas
em Meio Aberto,
articulou junto aos atores sociais do SGDCA a elaboração do Plano
Municipal de MSE
em Meio Aberto.
O Plano Municipal de Medida Socioeducativa teve em sua primeira
etapa a
fase de diagnóstico, onde os atores convidados para comporem o
Grupo de Trabalho
de elaboração do Plano coletaram e sistematizaram dados referentes
aos
atendimentos realizados nos anos de 2012 e 2013 de adolescentes e
suas famílias em
diversas áreas do município de Araçatuba/SP.
A segunda etapa foi constituída por encontros realizados pelo Grupo
de
Trabalho para discutir os dados coletados. Nesse momento foi
possível compreender a
realidade dos serviços prestados para os adolescentes no município
de Araçatuba,
bem como mapear as vulnerabilidades e potencialidades dos
adolescentes em
cumprimento das Medidas Socioeducativas.
A terceira etapa do Plano foi realizada por meio de Fóruns, que
ocorreram
em um primeiro momento com os adolescentes em cumprimento de
Medidas
Socioeducativas de Liberdade Assistida e Prestação de Serviço a
Comunidade nas
dependências do CREAS e com os adolescentes em cumprimento de
Medidas
9 Socioeducativa de Internação na Fundação Casa. Posteriormente foi
realizado um
Fórum com integrantes da sociedade civil, profissionais de
programas e serviços
sociais, universidades, integrantes do Poder Judiciário, Ministério
Público e Defensoria
Pública. Os fóruns tiveram a finalidade de proporcionar espaços que
possibilitassem a
participação efetiva dos participantes na construção do respectivo
Plano Municipal.
A quarta e última etapa foi a de sistematização e redação do Plano
realizado
pelos próprios integrantes do Grupo de Trabalho, que após
redigi-lo, encaminhou para
ser apreciado e aprovado pelo CMDCA – Conselho Municipal dos
Direitos das Crianças
e Adolescentes e COMAS – Conselho Municipal de Assistência
Social.
A fim de apresentá-lo de forma mais didática o plano se divide em
três
partes, sendo essas:
1. Marco legal
2. Marco Situacional
3. Matriz de Planejamento
As páginas que se seguem compõem o Primeiro Plano Municipal
de
Atendimento Socioeducativo em Meio Aberto do Município de
Araçatuba, sua
construção trouxe diversos desafios aos envolvidos, mas também
muitos aprendizados
que fortalecerá o Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do
Adolescente.
10 1. MARCO LEGAL
1.1 Diretrizes
O envolvimento dos adolescentes em práticas de atos considerados
ilícitos é
histórico, fenômeno resultante da inexistência e/ou ineficácia das
politicas públicas de
atenção aos adolescentes e sua família desde sua formação, assim
como do crescente
empobrecimento populacional e a tendência à criminalização de tal
pobreza, colocando
no lastro das medidas punitivas uma parcela significativa de
adolescentes pobres.
Considera-se a adolescência como um processo caracterizado por
conflitos que
derivam da elaboração e descoberta da identidade do indivíduo em
formação, imagem
corporal, relação com a família e com a sociedade.
A relação do adolescente com o mundo é por lógica imediatista deste
modo é
estimulado pela sociedade consumista, que incentiva o acúmulo de
bens materiais e
culturais no menor prazo de tempo. Devido à sua vulnerabilidade há
o surgimento de
ansiedade e frustração no adolescente, na medida em que é
estimulado a ter acesso
ao que é colocado como valor social.
O consumismo associado a outros valores sociais capitalistas, como
a
competitividade e a busca da excelência, aprofunda o processo de
exclusão social da
maioria dos adolescentes que por ineficiência das políticas
públicas não possui
condições igualitárias à classe dominante, portanto o estado os
enxerga na maioria das
vezes somente quando o mesmo comete o ato infracional, sendo
encarados pela
sociedade, instigada pela mídia, pelo ato infracional isolado,
consequentemente
compreendidos como delinquentes.
Finalmente, o ato infracional incorpora o contexto da adolescência,
ou seja, faz
parte da sua vida e objetiva uma forma de articular e solucionar os
problemas que se
apresentam. Diante disto a intervenção socioeducativa não pode se
limitar ao único
sujeito que é o adolescente, mas em todas as relações e contexto do
mesmo,
articulando família, fortalecendo seus vínculos e resgatando a
capacidade com vistas
em suas potencialidades.
Ao longo do século XX vimos emergir algumas tentativas de
sistematização de
leis que viessem tratar da questão da infância e da adolescência
vista até então ‘em
situação irregular’, tais legislações eram permeadas por um caráter
assistencialista e
punitivo. Somente em 1988 com a promulgação da Constituição Federal
Brasileira tal
paradigma legal é alterado, logo que esta prevê os Direitos e
Garantias Fundamentais
11 aos cidadãos, trazendo muitas inovações, contribuindo para o
processo de construção
da cidadania do povo brasileiro, assegurando direitos, e a criação
de um Estado
democrático. Para isso uma nova organização política foi
introduzida com a
descentralização administrativa, a participação da população na
criação de políticas
sociais, e uma maior atuação social do Estado. No que se refere à
criança e ao
adolescente a CF disciplina que:
“Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado
assegurar
à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade,
o
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer,
à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à
liberdade
e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo
de toda forma de negligência, discriminação, exploração,
violência, crueldade e opressão”.
A nova proposta trazida pela Constituição Federal possibilitou a
criação do
Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA (Lei Federal nº 8.069 de
13 de julho de
1990), que constituiu um marco na história do Brasil do ponto de
vista da política de
atendimento a criança e ao adolescente.
Diferente do que se pensava anteriormente, o ECA estabelece que
crianças
e adolescentes devam ser vistos como pessoas em desenvolvimento,
sujeitos de
direitos e destinatários de proteção integral. Com o advento do
Estatuto da Criança e
do Adolescente houve uma separação do ponto de vista legal entre a
delinquência e a
situação de risco, onde a primeira seria ‘tratada’ com as medidas
socioeducativas e a
segunda com medidas protetivas (estas poderiam também ser impostas
ao
adolescente que comete ato infracional).
Medida Protetiva – para situações de risco pessoal e social;
estão
elencadas no art. 101, destinam-se à salvaguarda de crianças e
adolescentes quando
houver ameaça ou violação aos direitos estabelecidos na referida
lei.
Medida Socioeducativa – são medidas aplicáveis a adolescentes
em
conflito com a Lei, destina-se ao adolescente autor de ato
infracional, estão elencadas
no artigo 112, do ECA, apesar do caráter de responsabilização pelos
atos praticados,
tem cunho predominante educativo e não punitivo, sua aplicação
deverá levar em conta
a capacidade do adolescente em cumpri-la, de acordo com as
circunstâncias e a
gravidade da infração:
“Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a
autoridade
competente poderá aplicar ao adolescente as seguintes Medidas
Socioeducativa:
IV - liberdade assistida;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.”
O Estatuto em seus artigos 103 e 104 conceitua o ato infracional,
como
sendo uma conduta descrita como crime ou contravenção penal,
praticada por
adolescentes, que conforme prevê a legislação são penalmente
inimputáveis. Neste
sentido entende-se que o adolescente não atingiu a sua completa
formação intelectual
e social, ao passo que uma punição penal, sem o cunho
socioeducativo, poderia
acarretar prejuízos ao seu desenvolvimento. Dessa forma as Medidas
Socioeducativas
propõem um projeto pedagógico e não punitivo, objetivando a
garantia do acesso às
oportunidades, a superação da condição de exclusão, a formação de
valores positivos
para participação na vida social e a construção de um novo projeto
de vida que viabilize
o seu rompimento com o ato infracional.
Diante desse cenário surge um novo instrumento norteador para as
medidas
socioeducativas, o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo –
SINASE, Lei nº
12.594, de 18 de janeiro de 2012.
Assim, o SINASE vem nortear o trabalho de enfrentamento a situações
de
violência que envolve adolescentes em conflito com a lei ou vítimas
de violação de
direitos com o objetivo do cumprimento das Medidas
Socioeducativas.
O SINASE em consonância com o art. 88, inciso I do ECA, delega
aos
municípios a responsabilidade pela execução das medidas
socioeducativas em meio
aberto; a nova legislação ressalta que tanto as medidas
socioeducativas quanto o
atendimento inicial ao adolescente em conflito com a lei, devem ser
executados no
limite geográfico do município, de modo a fortalecer o contato e o
protagonismo da
comunidade e das famílias dos adolescentes atendidos, para obter
assim a articulação
das políticas intersetoriais locais, constituindo uma rede de apoio
na comunidade.
13
Neste sentido o Plano Municipal visa organizar e otimizar o
Atendimento de
Medidas Socioeducativas em Meio Aberto, (Prestação de Serviços a
Comunidade -
PSC e Liberdade Assistida –LA), além de:
- Construir regras coletivas que favoreçam uma vivência pautada
em
princípios éticos e solidários aos adolescentes que cumprem medida
socioeducativa;
- Assegurar o acesso do adolescente à educação escolar e
desenvolver
estratégias que favoreçam a profissionalização propiciando a
inserção no mercado de
trabalho;
- Desenvolver o processo de participação de órgãos públicos e
privados com
a finalidade de promover parcerias e inserção dos adolescentes no
mercado de
trabalho;
- Articular junto à secretaria de saúde visando garantir o
atendimento de
saúde, elaborando fluxos de encaminhamentos e atendimentos;
- Assegurar ao adolescente autor de ato infracional o acesso a
atividades
culturais de caráter educativo que possibilite mudanças de atitudes
e comportamento e,
sobretudo que contribua para a construção de projeto de vida;
- Garantir uma ação socioeducativa através do atendimento
personalizado,
individual e em pequenos grupos, promovendo o resgate dos vínculos
afetivos
familiares e comunitários;
- Articular as políticas públicas de educação, saúde, trabalho,
previdência
social, assistência social, cultura, esporte, lazer com propósito
de garantir a inclusão de
adolescentes e famílias na sociedade;
1.2 - Princípios
Os princípios das medidas socioeducativas surgem com a criação do
ECA,
e de um novo instrumento norteador para as medidas socioeducativas,
que é o Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo – SINASE, Lei nº 12.594, de
18 de janeiro de
2012. Sua implementação tem como objetivo essencial o
desenvolvimento de uma
ação pautada nos princípios dos direitos humanos, transcritos no
artigo 35 do SINASE:
“I - legalidade, não podendo o adolescente receber tratamento mais
gravoso
do que o conferido ao adulto;
II - excepcionalidade da intervenção judicial e da imposição de
medidas,
favorecendo-se meios de autocomposição de conflitos;
14
III - prioridade a práticas ou medidas que sejam restaurativas e,
sempre que
possível, atendam às necessidades das vítimas;
IV - proporcionalidade em relação à ofensa cometida;
V - brevidade da medida em resposta ao ato cometido, em especial
o
respeito ao que dispõe o art. 122 da Lei no 8.069, de 13 de julho
de 1990 (Estatuto da
Criança e do Adolescente);
pessoais do adolescente;
VII - mínima intervenção, restrita ao necessário para a realização
dos
objetivos da medida;
VIII - não discriminação do adolescente, notadamente em razão de
etnia,
gênero, nacionalidade, classe social, orientação religiosa,
política ou sexual, ou
associação ou pertencimento a qualquer minoria ou status; e
IX - fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários no
processo
socioeducativo”.
- Respeito aos direitos humanos como princípio e condição
indispensável a
uma convivência coletiva, ética e democrática, visando a Liberdade,
solidariedade,
justiça social, e respeito à diversidade cultural, religiosa,
étnico-racial, de gênero e
orientação sexual, dentre outros;
- Responsabilidade solidária da Família, Sociedade e Estado pela
promoção
e a defesa dos direitos de crianças e adolescentes;
- Atendimento de caráter pedagógico voltado a ressignificação de
valores,
tendo em vista que o adolescente como pessoa em situação peculiar
de
desenvolvimento;
- Princípio da Proteção Integral da criança e adolescente como
forma de
prioridade absoluta, com base em todos os direitos garantidos pelo
ECA;
- Princípio do devido processo legal que deve tramitar junto ao
Poder
Judiciário e garantir o direito a defesa técnica do
adolescente;
- Princípio da Incompletude institucional cujos serviços e
programas de
execução de atendimento socioeducativo deverão ser articulados com
a rede
socioassistencial que visa atender os direitos dos
adolescentes;
- Municipalização do atendimento das medidas socioeducativas;
- Atendimento especializado para adolescentes de acordo com
as
especificidades.
15
1.3 Competências
Ao Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente
(Conanda)
competem às funções normativa, deliberativa, de avaliação e de
fiscalização do Sinase,
nos termos previstos na Lei no 8.242, de 12 de outubro de 1991, que
cria o referido
Conselho.
- Elaborar o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, em
parceria
com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
- Prestar assistência técnica e suplementação financeira aos
Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios para o desenvolvimento de seus
sistemas;
- Instituir e manter o Sistema Nacional de Informações sobre o
Atendimento
Socioeducativo, seu funcionamento, e inscrição de entidades,
programas e serviços,
incluindo dados relativos a financiamento e população
atendida;
- Contribuir para a qualificação e ação em rede dos Sistemas
de
Atendimento Socioeducativo;
- Estabelecer diretrizes sobre a organização e funcionamento das
unidades
e programas de atendimento e as normas de referência destinadas ao
cumprimento
das medidas socioeducativas de internação e semiliberdade;
- Instituir e manter processo de avaliação dos Sistemas de
Atendimento
Socioeducativo, seus planos, entidades e programas;
- Financiar, com os demais entes federados, a execução de programas
e
serviços do SINASE; e
- Garantir a publicidade de informações sobre repasses de recursos
aos
gestores estaduais, distrital e municipais, para financiamento de
programas de
atendimento socioeducativo.
conformidade com o Plano Nacional;
16
- Criar, desenvolver e manter programas para a execução das
medidas
socioeducativas de semiliberdade e internação;
- Editar normas complementares para a organização e funcionamento
do
seu sistema de atendimento e dos sistemas municipais;
- Estabelecer com os Municípios formas de colaboração para o
atendimento
socioeducativo em meio aberto;
- Garantir defesa técnica do adolescente a quem se atribua prática
de ato
infracional.
conformidade com o Plano Nacional e o respectivo Plano
Estadual;
- Criar e manter programas de atendimento para a execução das
medidas
socioeducativas em meio aberto;
programas do seu Sistema de Atendimento Socioeducativo;
- Cadastrar-se no Sistema Nacional de Informações sobre o
Atendimento
Socioeducativo e fornecer regularmente os dados necessários ao
povoamento e à
atualização do Sistema;
- Cofinanciar, conjuntamente com os demais entes federados, a
execução
de programas e ações destinados ao atendimento inicial de
adolescente apreendido
para apuração de ato infracional, bem como aqueles destinados a
adolescente a quem
foi aplicada medida socioeducativa em meio aberto.
1.3.4 - Compete a Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao
Adolescente - Fundação CASA-SP
- Realizar a execução de Medidas Socioeducativas de Internação
provisória,
Internação e Semi liberdade, aplicadas pelo Poder Judiciário, aos
adolescentes que
praticaram atos infracionais com idade de 12 a 21 anos incompletos,
conforme
determina o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA.
17 1.3.5 - Compete ao Centro de Referencia Especializado da
Assistência Social – CREAS.
- Realizar a execução de Medida Socioeducativa em meio aberto
de
Liberdade Assistida e Prestação de Serviço à comunidade, aplicadas
pelo Poder
Judiciário.
1.3.6 - Compete a Defensoria Pública
- Realizar a defesa técnica do adolescente que praticou ato
infracional, de
acordo com os Artigos 110 e 111 do ECA, que prevê o direito do
adolescente em
conflito com a Lei de ter a Defesa Técnica realizado por um
advogado ou defensor
público, caso não possua condições financeiras de arcar com as
custas de honorários
advocatícios sem por em risco a sua subsistência;
- Atuar para identificar e promover ações para garantir os direitos
dos
adolescentes, tendo em vista a Proteção Integral das crianças e
adolescentes previstos
na Constituição Federal Brasileira.
1.3.7 - Compete a Delegacia de Polícia
- Realizar o registro da ocorrência e comunicar aos pais e
responsáveis;
- Avaliar a gravidade do ato infracional; se menor gravidade, o
adolescente
será liberado aos pais ou responsáveis, e em caso de maior
gravidade o mesmo
poderá ser mantido apreendido e deverá ser apresentado ao
Ministério Público;
- Preservar os direitos dos adolescentes desde o flagrante delito e
durante
toda a sua permanência no referido local.
O adolescente apreendido deverá ser mantido em entidade de
atendimento
especializado ou repartição policial especializada, na falta de
ambas poderá
permanecer na Delegacia de Polícia sempre separados da população
carcerária adulta
(pelo prazo máximo de 05 dias).
1.3.8 - Compete ao Ministério Público:
- Promover, fiscalizar e zelar pela execução da lei, nos termos do
artigo 257
do Código de Processo Penal, após a realização do Registro de
Ocorrência de Ato
Infracional, poderá mediante a gravidade do caso e após ouvir o
adolescente, decidir:
18
autoria ou ausência de ato infracional;
• Remissão do ato infracional;
medida socioeducativa;
Cabe salientar que o Promotor de Justiça e a Defensoria Pública
poderão
requerer ao Poder Judiciário à aplicação de Medidas de Proteção
caso identifiquem a
necessidade.
- realizar a apuração do ato infracional;
- aplicar medidas socioeducativas, com base no princípio do
devido
processo legal, proporcionando a ampla defesa e contraditório ao
adolescente, como
forma de preservar seus direitos, nos termos do artigo 146 do
ECA.
19
20
P.J.
FUNDAÇÃO CASA
P.S.C. L.A.
2.1. Apresentação do Município de Araçatuba
O surgimento de Araçatuba remonta a expansão cafeeira e a
construção da
estrada de ferro. Na passagem para o atual século sua economia era
caracterizada
pelo crescimento das lavouras de cana-de-açúcar que proporcionou o
aumento da
população emigrante de outras regiões. Este quadro inclui também a
pecuária,
atividade que a tornou conhecida no país como Capital do Boi Gordo
devido às
negociações da arroba do boi realizadas na Praça Rui Barbosa, além
da inclusão de
outras criações de animais como a ovinocultura.
O município de Araçatuba apresenta os seguintes dados estatísticos:
uma
área territorial de 1.167,31 Km2; uma população estimada de 181.579
habitantes
(segundo o censo IBGE 2010) com um percentual de 98,07% das pessoas
residentes
em área urbana e 1,93% em área rural; uma densidade demográfica de
156,57
habitantes por KM2; um grau de urbanização na ordem de 98,07%,
domicílios com
saneamento adequado na ordem de 96,08%; 60.614 famílias por
unidades domésticas;
18,65% de pessoas abaixo de 15 anos na população (totalizando
33.556 habitantes);
na faixa etária de 15 a 59 anos apresentou um crescimento de 0,98%
(totalizando
122.009 habitantes), 14,11% de pessoas idosas na população; 7,73%
de mães
adolescentes dentro o total de mães; 0,70% de famílias com
rendimento per capita
mensal de até R$ 70,00; um índice de desigualdade (PNUD) na ordem
de 0,52 e um
IDHM – índice de Desenvolvimento na ordem de 0,744.
A taxa de extrema pobreza, segundo o censo 2010 é de 3,90% por
domicilio
permanente, de 4,1% de idosos com renda per capita de até ¼ do
salário mínimo e
1,9% de pessoas com deficiência; a taxa de analfabetismo das
pessoas com 10 anos
ou mais é de 3,7% e entre 10 a 14 anos é de 1,3%.
O município possui 96.782 pessoas economicamente ativas, destas
90.863
estavam ocupadas (percentual de 60,1%), segundo o censo e 5.919
desocupadas
(percentual de 6,1%). Das pessoas ocupadas 1,6% não tinham
rendimentos e 20,7%
ganhavam até um salário mínimo por mês. Na distribuição de
rendimento temos o
seguinte quadro: 2% sem rendimento, 35% mais de dois salários
mínimos e 44% de
um a dois salários mínimos. O município revelou que as atividades
preponderantes são
a: agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura,
comércio e reparação
de veículos automotores e motocicletas.
22
Próxima do Rio Tietê, límpido na região, é a primeira cidade não
ribeirinha
do estado de São Paulo a captar água diretamente deste rio, desde
2013, quando sua
capacidade de oferta de água aumentou em 8%. Ainda está sobre o
Aquífero Guarani,
a maior reserva de água doce do mundo. É cortada pelo Ribeirão
Baguaçú que
abastece parte do município, tem 100% do esgoto tratado. Ainda está
servida pelo
Gasoduto Brasil-Bolívia e a hidrovia Tietê-Paraná.
2.2. Breve Histórico de Atendimento de Medidas Sócio Educativas no
Município
As MSE de liberdade assistida (art.118/119) do Estatuto da Criança
e do
Adolescente- ECA e prestação de serviços a comunidade, prevista em
seus art.112
inciso IV,117 ao longo de vários anos ficou a cargo da
Coordenadoria das Medidas em
Meio Aberto (CTMA), pertencente a antiga FEBEM, atual Fundação
Casa/SP, cabendo
a esta Coordenadoria organizar e sistematizar diferentes
informações com o objetivo
de expandir para o estado, um modelo de atuação em parcerias com
resultados que
possam estabelecer passagens diretas para a municipalização da
execução,
evidenciando ações melhores articuladas entre as esferas do poder
estadual e
municipal.
A execução das MSEs de liberdade assistida e prestação de serviços
à
comunidade ocorria em 20 postos descentralizados no Estado de São
Paulo, sendo no
Município de Araçatuba/SP, sito a rua: Coelho Neto, 880, a
localização de um de seus
postos, com inicio de funcionamento em 1990 e término em abril de
2010, com a
municipalização do atendimento das MSE repassadas aos município,
sob a supervisão
da Secretária Estadual de ação e Desenvolvimento Social-
DRADS/Araçatuba/SP.
O Posto de Araçatuba/SP atendia a 43 municípios da região
administrativa,
sendo Alto Alegre, Andradina, Araçatuba, Auriflama, Avanhandava,
Barbosa, Bento de
abreu, Bilac, Birigui, Braúna, Brejo alegre, Buritama, Castilho,
Clementina, Coroados,
Gabriel monteiro, Gastão Vidigal, General Salgado, Glicério,
Guaracai, Guararapes,
Guzolandia, Ilha solteira, Itapura, Lavínia, Lourdes, Luziânia,
Mirandópolis, Muritinga do
Sul, Nova Independência, Nova Luzitânia, Penápolis, Pereira
Barreto, Piacatu,
Rubiácea, Santo Antônio do Araranguá, Santóplois do Aguapei, São
João do Iracema,
Sud Menuci, Suzanápolis, Turiuba e Valparaíso.
Dentre os modelos de atendimento pelo CTMA Posto Araçatuba estava:
O
atendimento direto, que era feito diretamente nos postos, por seus
funcionários junto
aos adolescentes, seus familiares na busca da inserção na rede de
serviços a
23 comunidade; O atendimento indireto, onde os profissionais do
Posto desenvolviam
ações de acompanhamento técnico e administrativo do trabalho
desenvolvido pelas
prefeituras municipais e entidades conveniadas para a execução da
MSE de liberdade
assistida junto aos adolescentes, familiares e rede de serviços da
comunidade; A
assessoria técnica com ações técnicas realizadas pela Coordenadoria
Técnica das
Medidas em Meio Aberto em Postos junto aos municípios, oferecendo
suporte técnico
para a execução da MSE de liberdade assistida com vistas à
municipalização do
atendimento.
Frente à municipalização das MSE em meio aberto, cuja
execução
fundamenta-se no pressuposto que o adolescente deve ser atendido
pela rede de
serviços oficiais e comunitários de sua localidade de moradia
recebendo atendimento
técnico durante todo o processo jurídico- institucional, sua
proposta pedagógica pauta-
se na proteção integral, dando efetividade aos direitos referentes
aos adolescentes (art.
4 e art. 100 do ECA). A partir de janeiro de 2010 a execução das
medidas
socioeducativas em meio aberto passou a ser responsabilidade do
CREAS, com o
acompanhamento, orientação e supervisão de adolescentes em
cumprimento das
medidas de PSC e LA de acordo com os artigos 117 e 118 da Lei nº
8.069/90, e ainda
em conformidade com a Lei Orgânica de Assistência Social - LOAS no
artigo 6ºC e da
Lei 8.742, de 07 de dezembro de 1993, a seguir transcrito:
“Art. 6o-C. As proteções sociais, básica e especial, serão
ofertadas precipuamente no Centro de Referência de
Assistência
Social (CRAS) e no Centro de Referência Especializado de
Assistência Social (CREAS), respectivamente, e pelas
entidades
sem fins lucrativos de assistência social de que trata o art.
3o desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011).
§ 2o O Creas é a unidade pública de abrangência e gestão
municipal, estadual ou regional, destinada à prestação de
serviços
a indivíduos e famílias que se encontram em situação de risco
pessoal ou social, por violação de direitos ou contingência,
que
demandam intervenções especializadas da proteção social
especial. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011).
A Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012 (SINASE), em seu artigo
36, traz
que a competência para jurisdicionar a Execução das Medidas
Socioeducativas fica
exclusivamente a cargo do Juiz da Infância e da Juventude, em
conformidade ainda
com o artigo 146, do ECA.
24
A Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente
(CASA),
instituição vinculada à Secretaria de Estado da Justiça e da Defesa
da Cidadania, tem
a missão primordial de aplicar medidas socioeducativas de acordo
com as diretrizes e
normas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e no
Sistema
Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE).
A Fundação CASA presta assistência à jovens de 12 anos completos a
21
anos incompletos em todo o Estado de São Paulo. Eles estão
inseridos nas medidas
socioeducativas de privação de liberdade (internação provisória e
internação) e
Semiliberdade. As medidas — determinadas pelo Poder Judiciário —
são aplicadas de
acordo com o ato infracional e a idade dos adolescentes.
A fim de aprimorar a qualidade do atendimento, o Governo do Estado
de
São Paulo apostou num programa de descentralização do atendimento.
Em síntese, o
objetivo é fazer com que os adolescentes sejam atendidos próximos
de sua família e
dentro de sua comunidade, o que facilita a reinserção social.
Para os jovens que precisam ficar privados de liberdade, a CASA
iniciou um
programa que prevê a construção de 61 centros socioeducativos no
Interior – destes,
59 já estão funcionando. A maioria tem capacidade para 40 jovens em
internação e 16
em internação provisória.
Em 2006, na época da antiga Fundação Estadual do Bem-Estar do
Menor
(FEBEM), 29% dos jovens em internação reincidiam. Hoje, a taxa está
em torno de
13%. As rebeliões caíram de 80 ocorrências em 2003 para apenas uma,
em 2009. Tais
dados foram coletados do site oficial da Fundação CASA .
Com a descentralização, a Fundação CASA quer não apenas melhorar
o
atendimento aos adolescentes, mas se tornar referência na aplicação
das medidas
socioeducativas.
No município de Araçatuba o primeiro Centro foi o CASA Araçá, tem
a
portaria administrativa nº 1250/2013, de 27/12/2013 que define sua
caracterização e
está subordinado à Divisão Regional Oeste. A capacidade de
atendimento é de 96
(noventa e seis) adolescentes, sendo 24 vagas para atender o art.
108 e art. 122-III –
Centro de Internação Provisória e 72 vagas para atender o art. 122
– Centro de
Internação;
25
O atendimento é realizado somente para o gênero masculino no Centro
de
Internação e Centro de Internação Provisória. A faixa etária no
art. 108, de 12 anos
completos a 21 anos incompletos - Centro de Internação Provisória,
e art. 122 faixa
etária de 16 anos completos a 21 anos incompletos – Centro de
Internação;
O CASA ARAÇATUBA, foi inaugurado em nove de fevereiro do ano de
dois
mil e sete, está subordinado à Divisão Regional Oeste, com
capacidade para atender
56 (cinquenta e seis) adolescentes no programa de internação art.
122 E 122-III, da Lei
8.069/90; faixa etária de 12 a 18 anos incompletos; gênero
masculino; adolescente em
primeiro programa de internação; adolescente que já tenha cumprido
internação
provisória; adolescente que já cumpriu programa de semiliberdade;
adolescente que já
cumpriu programa de liberdade assistida; adolescente que já cumpriu
programa de
internação sanção; adolescente que já tenha cumprido programa de
internação no
próprio Centro de Atendimento.
A Fundação hoje realiza um trabalho tendo como missão executar
direta ou
indiretamente as MSEs com eficiência, eficácia e efetividade,
garantindo os direitos
previstos em lei e contribuindo para o retorno do adolescente ao
convívio social como
protagonista de sua história, baseando-se nos valores de justiça,
ética e respeito ao ser
humano tendo como visão tornar-se referência no atendimento ao
adolescente autor de
ato infracional pautando-se na humanização, personalização e
descentralização na
execução de MSE na uniformidade, controle e avaliação das ações e
na valorização do
nosso servidor.
2.2.2 - Unidade de Atendimento em Meio Aberto – CREAS
O CREAS é uma unidade pública estatal de abrangência municipal
ou
regional que em conformidade com a Resolução 109/2009 - Tipificação
Nacional de
Serviços Socioassistenciais constitui-se em uma unidade de
referência para a oferta de
serviços especializados no âmbito da Proteção Social Especial de
Média Complexidade
e tem por finalidade prover atenção socioassistencial e
acompanhamento a
adolescentes e jovens em cumprimento de medidas socioeducativas em
meio aberto,
determinadas judicialmente.
- Prestação de Serviços à Comunidade: A prestação de serviços
comunitários consiste na realização de tarefas gratuitas de
interesse geral, junto a
entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congêneres, bem
26 como em programas comunitários ou governamentais. A PSC não pode
ser vista como
punição e ou trabalhos forçados, não podendo denegrir ou
constranger o adolescente
infrator, tem como objetivo a responsabilização e a valorização da
vida social e
comunitária.
- Liberdade Assistida: A medida socioeducativa de LA tem por
finalidade
promover socialmente o adolescente e sua família, fornecendo-lhes
orientação e
inserindo-os, se necessário, em programa oficial ou comunitário de
auxílio e assistência
social; supervisionar a freqüência e o aproveitamento escolar do
adolescente,
promovendo, inclusive, sua matrícula; diligenciar no sentido da
profissionalização do
adolescente e de sua inserção no mercado de trabalho.
O serviço executado pelo CREAS contribui para o acesso a direitos e
para a
resignificação de valores na vida pessoal e social dos adolescentes
e jovens. Para
cumprimento da medida faz-se necessário a observância do ato
infracional e sua
responsabilização.
Em sua operacionalização é necessário a elaboração do Plano
Individual de
Atendimento (PIA) com a participação do adolescente, da família e
demais atores
sociais, devendo conter os objetivos e as metas a serem alcançadas
durante o
cumprimento da medida, perspectiva futura, dentre outros aspectos a
serem
acrescidos, de acordo com as necessidades e interesses do
adolescente.
O acompanhamento social ao adolescente é realizado de forma
sistemática,
com frequência mínima semanal que garanta o acompanhamento continuo
e possibilite
o desenvolvimento do PIA.
Sistematizar o atendimento sócioeducativo no Município de
Araçatuba,
postulando estratégias de proteção, em acordo com o Estatuto da
Criança e do
Adolescente – ECA, e o Sistema Nacional de Atendimento
Sócioeducativo – SINASE,
no sentido de proporcionar um atendimento de qualidade. Para tanto
tem por objetivo:
- Ampliar e aplicar efetivamente o Serviço de atendimento ao
adolescente
em conflito com a lei;
- Garantir a manutenção bem como a melhoria da qualidade dos
serviços
oferecidos pela rede de atendimento socioeducativo;
- Conscientizar as famílias, enfatizando a importância da
socialização do
adolescente;
- Promover ações de prevenção à violência em suas diversas
manifestações;
- Manter e qualificar os serviços de atendimento sócioeducativo
aos
adolescentes em cumprimento das medidas de prestação de serviços
à
comunidade e liberdade assistida;
medidas sócioeducativas em meio aberto, conforme os parâmetros e
diretrizes
do SINASE;
- Fortalecer e consolidar a rede de atendimento sócioeducativo do
Município.
- Subsidiar ações, políticas e programas na área de adolescentes em
conflito
com a lei;
- Estabelecer que o acesso à Justiça seja garantido ao adolescente
(Poder
Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública), bem como, o
direito de ser
ouvido sempre que requerer.
28 4 - DIAGNOSTICO
Para efeito de diagnóstico foram coletados dados pelo Centro de
Referência
Especializado de Assistência Social – CREAS, Fundação CASA Araçá e
Fundação
CASA Araçatuba, Secretaria Municipal de Educação e Diretoria de
Ensino.
Os dados coletos compreendem questões de interesse e importância
para o
atual estudo, uma vez que oferecem subsídios para a compreensão dos
processos de
construção das situações de violações de direitos, as quais levam
ao risco social e
pessoal, e consequentemente às vulnerabilidades. A violação de
direitos deve ser
compreendida em um contexto sócio histórico, econômico, politico e
cultural, composto
por diversidades e desigualdades, visto ser neste contexto
multidimensional que fatores
interagem, provocando as situações de risco.
4.1- Dados dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa
em meio aberto
No Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS
de
Araçatuba, há o atendimento de adolescentes em Medida
Socioeducativa de Prestação
de Serviço à Comunidade – PSC e de Liberdade Assistida – LA.
A fim de conhecimento e analise, apresentamos os seguintes
dados:
4.1.1 – Entrada de adolescente em cumprimento de MSEs em meio
aberto e extinções de processos
- Prestação de Serviço a Comunidade
Exercício 2012 Exercício 2013
Entrada Extinção Entrada Extinção
71 73 42 61
Constatamos nos dados que houve uma queda na quantidade de
adolescentes que deram entrada na medida socioeducativa de PSC.
Este fato deu-se
em razão de tentativas do Judiciário em mudar a vulnerabilidade em
que se encontram
as famílias atualmente, tendo como alternativa as medidas de
proteção aos
adolescentes que praticam atos infracionais em razão do vício das
drogas, ao invés da
aplicação de uma medida socioeducativa.
Muitos adolescentes, que no ano anterior teriam recebido uma medida
de
PSC (Prestação de Serviço à Comunidade) pelo ato infracional de
porte de
entorpecente, receberam a medida de LA (Liberdade Assistida) por
estarem praticando
tráfico de drogas. Desta forma, podemos verificar a contínua
entrada de adolescentes
nesta última medida e o aumento do número de drogaditos.
Logicamente que não podemos esquecer os atos infracionais que
tiveram
sua prática qualificada penalmente. A mídia infelizmente
influenciou para que o status e
consumo (ter e ser) estejam evidentes no costume de nossos jovens.
A ambição fez
com que os mesmos se aventurassem no mundo ilícito em busca de
tecnologia
avançada e marca, resultando em atos mais gravosos.
Os adolescentes que eram inseridos na PSC geralmente eram pegos
por
atos infracionais menos gravosos e eram primários. Ocorre que, com
o passar do
tempo, o número de adolescente que reincidiam aumentou, o que
ocasionou que,
independentemente do ato infracional, o adolescente recebia a
medida de Liberdade
Assistida e, dependendo da ocasião, até mesmo a internação.
30 4.1.2 - Constituição Familiar:
- Prestação de Serviço a Comunidade
Obs.: Em 2013 há um adolescente que é órfão e mora sozinho.
- Liberdade Assistida
Para efeito de análise tomamos por base a definição de que
‘família’, não se
limita à união heteroafetivo, nem a formalidade cartorária,
celebração civil ou liturgia
31 religiosa. E sim, família como instituição privada que,
voluntariamente constituída entre
pessoas adultas, mantém com o Estado e a sociedade civil uma
necessária relação
tricotômica. Núcleo familiar que é o principal lócus institucional
de concreção dos
direitos fundamentais que a Constituição de 1988 designa por
‘intimidade e vida
privada’.
Os adolescentes atendidos no CREAS, em sua maioria, possuem
visíveis
fragilidades quanto ao relacionamento familiar. O contexto familiar
geralmente é de pais
separados ou que constituíram nova unidade familiar. Há o histórico
de parentes que já
cumpriram algum tipo de penalização por ato infracional ou de
dependência química.
No que tange aos gráficos é clara a inversão entre os anos de 2012
e de
2013, sendo que no ano de 2012 as famílias dos adolescentes em PSC
eram
compostas na maioria por pais separados, e em LA não havia
diferença entre pais
separados e casados.
Já no ano de 2013 ocorreu a inversão, dado que, na constituição
familiar dos
adolescentes em PSC não houve alteração significativas quanto ao
estado civil, já na
LA há maior proporção de pais separados.
Diante da situação apresentada, podemos inferir que as
fragilidades
familiares, contribuem para o processo que leva o adolescente a
cometer atos ilícitos.
4.1.3- Renda per capita
32 - Liberdade Assistida
É de fácil percepção que a economia brasileira mudou completamente
nos
últimos 20 anos. Desde a promulgação da Constituição, foram
realizadas significativas
reformas constitucionais e administrativas com repercussão no
âmbito econômico e
financeiro.
Cabe aqui esclarecer que a renda per capita dos atendidos pelo
programa é
baseada em todos os valores recebidos pela família a titulo de
renda e dividido pelo
número de membros que integram a família.
Diante da analise dos dados verifica-se que grande parte das
famílias
atendidas, apresentava renda per capta que vai da faixa de 200 a
300 reais, no ano de
2012 e no ano de 2013 na faixa que vai dos 400 aos 500 reais de
renda per capta, uma
elevação de 100 reais entre os anos.
33 4.1.4 - Idade:
- Liberdade Assistida
Os dados apresentados por estes gráficos demonstram uma
situação
importante, a idade na qual os adolescentes mais infracionam está
na faixa que vai dos
16 aos 17 anos, do sexo masculino, tanto em PSC quanto em LA, e
tanto em 2012
34 quanto em 2013. Dado importantíssimo para a elaboração de
politicas públicas que
visem a prevenção das situações de risco.
Não nos esqueçamos da importância de tal momento do
desenvolvimento,
uma vez que traz em si a passagem clara da adolescência para a vida
adulta, marcada
pela proximidade da maioridade civil.
4.1.5- Situação Escolar:
- Liberdade Assistida
35
Os gráficos apresentados demonstram que em PSC, somente no ano
de
2012 a maioria os adolescentes frequentavam a escola regularmente.
Salienta-se que
no ano seguinte o índice de adolescentes que não frequentavam a
escola aumentou
fato que demonstra a progressão da indisposição de frequentar a
instituição escolar,
bem como de projetar o futuro. Por sua vez os atendidos em LA nos
anos 2012 e 2013
em sua maioria não frequentavam a unidade escolar, dado relevante
quando
compreendemos que a MSE de LA é mais gravosa, aplicada em casos
mais severos,
onde se observa menor comprometimento do adolescente com seu
desenvolvimento
saudável.
36
No primeiro atendimento é realizada a Interpretação de Medida –
IM.
A maioria dos adolescentes atendidos em PSC relatou, durante a IM,
que
não faziam uso de entorpecentes. Contudo a fidedignidade de tal
dado é baixo, uma
vez que trata-se de comportamento pouco assumido em PSC.
Diferentemente, os adolescentes em LA, na IM, prontamente
assumiram
serem usuários de algum tipo de substância psicoativa
ilícita.
Diante de tais informações, intervenções são realizadas junto
ao
adolescente e sua família, contudo, pouca mudança é observada, em
decorrência até
mesmo da ineficácia dos serviços oferecidos para tal situação.
Mostra-se imperiosa a
necessidade de ações de prevenção.
37 4.1.7- Local de Moradia:
- Prestação de Serviço a Comunidade – Territórios CRAS -
Moradia
Outro município: Um adolescente reside em Santo Antônio do
Aracanguá.
- Liberdade Assistida
O município de Araçatuba possui cinco territórios, sendo que cada
território
possui um CRAS que abrange diversos bairros, conforme gráficos
abaixo.
38 - Prestação de Serviço a Comunidade – Território CRAS – Silvino
Moreira (Bairro São
José e adjacências)
39 - Prestação de Serviço a Comunidade – Território CRAS – José
Rodrigues
( Bairro Etemp e adjacências)
40 - Prestação de Serviço a Comunidade – Território CRAS – Maria
José
Rodrigues Cunha ( Bairro Umuarama e adjacências)
- Liberdade Assistida – Território CRAS – Maria José Rosdrigues
Cunha
41 - Prestação de Serviço a Comunidade – Território CRAS – Pedro de
Vigo (Bairro
Jussara e adjacências)
- Liberdade Assistida – Território CRAS – Pedro de Vigo
42 - Prestação de Serviço a Comunidade – Território CRAS – Pedro
Martinez de Souza
( Centro e adjacências)
- Liberdade Assistida – Território CRAS – Pedro Martinez de
Souza
Observa-se que os adolescentes atendidos em LA e PSC, são
provenientes
em sua maioria dos territórios abrangidos pelos CRAS Silvino
Moreira e José
Rodrigues e que estes territórios receberam, na época, novos
conjuntos habitacionais:
Atlântico I e II (CRAS José Rodrigues), Porto Real (CRAS Silvino
Moreira) são bairros
43 recentemente habitados; as famílias residentes são oriundas de
diversos bairros do
município que para lá se mudaram devido a vulnerabilidade social
que os acometia.
Logo, são famílias que estão em processo de aquisição de direitos,
os quais
estão sendo trabalhados pelos serviços e programas do
município.
4.1.8- Ato Infracional:
- Prestação de Serviço a Comunidade
2012 - Outros: Dano ao patrimônio público (1); estupro de
vulnerável (1); moeda falsa
(1); receptação (1); tráfico de drogas (1); violação de direitos
autorais (1).
2013 - Outros: Dano (2), desacato (2), favorecimento real (1),
injúria (1), porte de
entorpecentes (2), receptação (1), tentativa de homicídio (1),
tráfico de entorpecentes
(1).
Outros: Desacato (1), tentativa de furto qualificado (2),
receptação (1).
44
Analisando os gráficos em 2012, verifica-se que os principais atos
praticados
na PSC são lesão corporal e o porte de entorpecente, estando os
dois em quantidade
equiparada. Já em 2013, os principais atos infracionais foram lesão
corporal, furto
qualificado e furto simples.
Em LA, tanto em 2012 quanto em 2013, a maior incidência de
atos
infracionais praticados, está relacionada com o tráfico de drogas,
seguida de roubo
qualificado e de roubo simples.
É importante mencionar sobre os adolescentes em medida de LA que
no
ano de 2012 foram praticados 7 furtos, sendo que em 2013 esse
numero caiu para 1,
todavia a porcentagem da infração de roubo qualificado aumentou,
ficando
praticamente equiparados nos referidos anos.
4.1.9- Local da Infração:
Infrações / Territórios
Território CRAS
Território CRAS
Território CRAS
Outra comarca - 1
2 - 2 3 - - -
Dado desconhecido: Não há a informação de onde ocorreu 01 (uma)
lesão corporal.
Obs.: Um adolescente praticou a infração de porte de entorpecente
na Rodovia SP
363.
Outros: Dano ao patrimônio público (1); estupro de vulnerável (1);
moeda falsa (1);
receptação (1); tráfico de drogas (1); violação de direitos
autorais (1).
45
Território CRAS Umuarama 1 - 1 - 1 - -
Território CRAS Jussara 2 - - 1 - - -
Território CRAS Centro - - - 3 5 - 3
Outra comarca - - - 1 - - 2
Dados desconhecidos: Não há a informação de onde ocorreu 01 (um)
furto simples e
01 (um) tráfico de drogas. Outros: Dano (2), desacato (2),
favorecimento real (1), injúria
(1), porte de entorpecentes (2), receptação (1), tentativa de
homicídio (1), tráfico de
entorpecentes (1).
Estupr
Território
Território
CRAS
Território
Outras
Outros: Desacato (1), tentativa de furto qualificado (2),
receptação (1).
INFRAÇÕES POR TERRITÓRIO 2013 Dano
Estu pro de Vulne ravel
Furto Qualifi cado
fato Outros Território CRAS São José - - - 1 - 1 4 - 6 - -
Território CRAS Etemp 3 - - - - 3 - 34 1 - Território CRAS Umuarama
1 1 - - - 2 1 - 8 - -
Território CRAS Jussara - - - - - 2 - - 11 - -
Território CRAS Centro 1 - 1 - 1 2 8 - 17 2
Outras Comarcas - - - 1 - - 2 1 1
Outra Comarca: Andradina.
46
Observa-se que sobre os adolescentes em medida de PSC, em 2012,
os
atos infracionais foram praticados principalmente na região do CRAS
Pedro Martinez
de Souza - Centro, tendo como maior incidência o furto simples e a
lesão corporal,
todavia quando se trata do porte de entorpecentes o local da
infração é no território do
CRAS João Rodrigues - Etemp, sendo que em 2013 a infração de porte
de
entorpecentes apresentou porcentagem irrisória.
Em 2013, nas regiões do CRAS Pedro Martinez de Souza - Centro e
do
CRAS Silvino Moreira - São José houve a maior concentração de atos
infracionais,
sendo estes os mesmos tipos ocorridos do ano de 2012.
Os adolescentes submetidos à medida de LA, em 2012, praticaram
mais
atos infracionais na região do CRAS Pedro Martinez de Souza -
Centro, a maior
incidência foi de roubo simples seguido do roubo qualificado. Os
gráficos apresentaram
também importantes dados quanto ao tráfico de drogas, uma vez que a
maior
ocorrência dos mesmos é no território do CRAS Silvino Moreira - São
José e CRAS
João Rodrigues - Etemp.
Em 2013, para os adolescentes em medida de LA, o tráfico de drogas
teve a
maior superveniência nos registros de atos infracionais praticados
na região do CRAS
João Rodrigues - Etemp, seguido do CRAS Pedro Martinez de Souza -
Centro que
concentrou um grande numero de tráfico de drogas e roubo
qualificado.
No biênio em questão os atos infracionais de furto, roubo, roubo
qualificado
e trafico de entorpecentes elevaram o incide infracional do CRAS
Pedro Martinez de
Souza - Centro tanto em PSC quanto em LA.
Ademais, comparando os gráficos de PSC e LA, os adolescentes
foram
apreendidos pelo tráfico de entorpecentes, uma vez que o porte de
entorpecentes em
PSC no ano de 2013 é insignificante.
Os gráficos seguintes apresentam detalhadamente o local do ato
infracional
por bairro.
47 - Prestação de Serviço a Comunidade – Ato infracional por
Território - CRAS Silvino
Moreira - São José
48 - Liberdade Assistida
Outros: Desacato (1).
49 - Prestação de Serviço a Comunidade – Ato infracional por
Território – CRAS João
Rodrigues - Etemp
50 - Liberdade Assistida
51 - Prestação de Serviço a Comunidade – Ato infracional por
Território - CRAS Maria
José Rodrigues Cunha - Umuarama
Outros: Tentativa de furto qualificado (2), receptação (1).
53 - Prestação de Serviço a Comunidade – Ato infracional por
Território - CRAS Pedro de
Vigo - Jussara
54 - Liberdade Assistida
55 - Prestação de Serviço a Comunidade – Ato infracional por
Território – CRAS Pedro
Martinez de Souza - Centro
- Liberdade Assistida
Os gráficos apresentam uma diminuição relativa quanto ao número de
casos
de adolescentes em medida de PSC do ano de 2012 para 2013, sendo
que a maioria
dos adolescentes são primários em relação a medida, enquanto em
2012 tinhamos
58 uma reincidência de 16%, no ano de 2013 caiu para 12%, a
reincidência, tem como
principal motivo o envolvimento com substâncias psicoativas
ilícitas tanto no tráfico de
drogas quanto no porte de entorpecente.
Sobre os adolescentes em medida de LA, a maioria é primário, porém,
é
alarmante a quantidade de reincidências, tanto nos anos de 2012 e
2013, tendo como
principal motivo o envolvimento com o tráfico de drogas e, em
seguida, com o roubo. O
roubo na maioria das vezes tem haver com o uso de drogas.
Observamos que tanto em LA, quanto em PSC, tanto no ano de
2012,
quanto no ano de 2013, a maior incidência de atos infracionais
refere-se ao
envolvimento com drogas ilícitas.
- Prestação de Serviço a Comunidade
59
- Liberdade Assistida
Nos anos de 2012 e 2013, o principal motivo de extinção das
medidas
socioeducativas de LA e PSC foi o cumprimento integral da medida, o
que demonstra o
compromisso com a medida por parte da maioria dos adolescentes,
abrangendo
inclusive a efetivação das premissas da MSE aplicada.
Objetivando obter o maior numero de cumprimentos integrais de MSEs,
o
CREAS está constantemente buscando realizar intervenções que
auxiliem neste
processo, em constante mudança.
4.2- Dados dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa
em Meio Fechado
Nas Fundações CASA Araçá e CASA Araçatuba, os gráficos referentes
aos
anos de 2012 e 2013 foram analisados diferenciando a primariedade e
reincidência do
adolescente/jovem em medida socioeducativa em meio fechado.
A CASA Araça trouxe dados referentes aos adolescentes residentes
no
município de Araçatuba, uma vez que a cidade é responsável pelo
atendimento dos
adolescente/jovens da região de Araçatuba.
60 4.2.1 - Faixa Etária
- Fundação Casa Araçá
Analisando a faixa etária, a maior incidência nos anos de 2012/2013
foram
adolescentes primários na faixa de 17anos dando continuidade nesta
faixa também de
reincidentes. Constata-se que isto se deve a problemas relacionados
ao núcleo familiar
61 e também a falta de políticas públicas para melhor atendimento a
esses jovens,
deixando-os a mercê de situações que os levam a cometer
infrações.
- Fundação Casa Araçatuba
Quanto a analise da faixa etária, identifica-se uma crescente
dos
adolescentes de 16 anos, se comparado ao ano anterior, onde se
atende um grande
número de adolescentes entre 16 e 17 anos. Observa-se em 2013 uma
redução na
entrada de adolescentes com 17 anos, pois estes, em razão da
portaria administrativa
em dezembro/2013, passaram a ser direcionados há outros
Centros.
Identifica-se que a faixa etária predominante (15 e 16 anos);
compreende
uma fase onde os conflitos da adolescência se acentuam aliados à
falta de políticas
públicas para atendimento dessa população, favorecendo a exposição
dos
adolescentes às situações de risco e vulnerabilidade.
62 4.2.2 – Infrações
- Fundação Casa Araçá
Analisando os gráficos acima, identifica-se o tráfico como maior
ato
infracional. Isso vem acontecendo em índice crescente a cada ano. A
situação
geográfica permite esse aumento e com essa decorrência há um
agravamento na
reincidência de roubo qualificado, para a compra da droga, permeado
de atitudes
impulsivas e violentas, gerando a gravidade do ato praticado
havendo a necessidade
de intervenção sistemática em políticas públicas.
63 - Fundação Casa Araçatuba
Conforme aponta os quadros acima, houve um grande numero de
adolescentes primários e reincidentes que entraram no Centro, pois
ainda não havia a
alteração da da portaria administrativa, que refere que apenas
reincidentes do próprio
Centro podem ser atendidos novamente. Observa-se também um alto
indice de ato
infracional tipificado trafico de drogas em razão da própria região
fazer parte da rota
narcotráfica do Estado. Quanto aos reincidentes podemos observar um
aumento na
violência,pois ao reincidirem percebe-se que o ato infracional
tipificado como roubo
qualificado apresenta um numero elevado em relação aos primários e
em investigação
com os adolescentes estes, informam que usam o ato roubo
qualificado para angariar
fundos para retomar com o trafico de drogas.
No que refere aos quadros acima, a maior parte das entradas
de
adolescentes no Centro em 2013 foi de 1º programa de internação;
identificamos
alteração da portaria administrativa e a elevação da idade dos
adolescentes, com isso
64 são internados em Centros com idades compatíveis. Esses dados
acabam nos
trazendo elementos significativos para análise dos fatores
motivacionais que os
direcionaram às práticas infracionais. Todos estes elementos devem
ser considerados,
analisados e compreendidos nas hipóteses de intervenções apontadas
no Diagnóstico
Polidimensional, dando seqüência nas metas de seu PIA. Observamos
também o
quanto no ano de 2013 houve um aumento na violência, pois o índice
de adolescente
envolvidos em roubo qualificado aumentou em detrimento ao ano
anterior tanto os
primários quanto aos reincidentes.
Observa-se através do quadro exposto, que a grande maioria
dos
adolescentes pertinentes a esse Centro, são oriundos dos bairros:
Rosele e Porto Real,
sendo os reincidentes do Água Branca II. Já na reincidência o
bairro Jardim Alvorada,
Jardim da Amizade e Nobre Ville, vem em 2º lugar devido à
precariedade de ações
voltadas à prevenção, e desenvolvimento da criticidade desses
adolescentes.
66 -Fundação Casa Araçatuba
4.2.4 - Análise dos dados
Diante do quadro exposto a maior demanda origina-se dos bairros
Agua
Branca, Porto Real e Rosele. Em 2013 observa-se uma redução de
adolescentes em
conflito com a lei no bairro Agua Branca e um número ainda elevado
nos bairros
Rosele, Porto Real e Planalto. Assim se deduz, que com a elaboração
do Plano
Municipal de Medidas Socioeducativas ações voltadas à prevenção e a
inserção de
adolescentes nos equipamentos públicos nestes bairros possam
reduzir o índice de
adolescentes envolvidos no meio infracional.
4.3- Secretaria Municipal de Educação e Diretoria de Ensino
Estadual:
Os dados colhidos nesse tópico são referentes à evasão escolar em
todas as
faixas etárias do ensino infantil ao ensino médio.
67
4.3.1 - Evasão – Escolas Municipais
Quanto à evasão na educação infantil no ano de 2012 a Escola
Municipal
Joanita Galvão Sampaio obteve índice elevado, ressalta-se que a
escola esta
localizada no Bairro Ezequiel Barbosa.
68
Já em 2013 a maior incidência de evasão foi na Escola Municipal
Zilda Arns,
localizada na área rural de Araçatuba, mais especificadamente na
Fazenda Aracanguá
onde existem famílias no assentamento conhecido como “Chico
Mendes”.
4.3.1 - Evasão – Escolas Estaduais – 2012
5ª 6ª 7ª 8ª 1ª 2ª 3ª 1ºT 2º T 3º T 4º T 1ªºT 2ºT 3ºT
1 Abranche José Prof. EE 907224 1 3 2 4 23 18 9 14 0 7 10 71
81
2 Altina Moraes Sampaio EE 48513 0 2 0 2 10 1 2 4 13 17
3 Arthur Leite Carrijo Prof. EE 909257 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
4 Ary Bocuhy Prof. EE 924611 0 1 2 4 7 2 2 7 11 18
5 Clóvis de Arruda Campos Dr. EE 29749 0 2 5 5 13 11 4 12 28
40
6 Ezequiel Barbosa C.H. EE 920575 0 0 0 0 0 0 1 0 1 1
7 Genésio de Assis Prof. EE 29890 0 1 0 0 0 1 1 1 2 3
8 Jorge Corrêa Prof. EE 29889 0 0 0 0 0 1 0 0 1 1
9 José Arantes Terra Prof. EE 30065 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
10 José Augusto Lopes Borges Prof. EE 29774 0 0 2 1 8 7 6 28 6 0 3
55 58
11 José Cândido EE 29865 0 0 0 0 0 0 0 28 38 24 0 90 90
12 Joubert de Carvalho Dr. EE 30089 0 0 0 0 0 0 0 16 10 8 0 34
34
13 Licolina V. R. Alves Profa. EE 29737 0 0 1 1 3 0 1 2 4 6
14 Luiz Gama EE 29713 0 0 0 0 1 0 1 8 5 9 13 35 2 37
15 Manoel Bento da Cruz EE 29798 0 0 0 0 3 3 1 0 7 7
16 Maria App. Balthazar Poço Profa. EE 30053 3 3 8 5 6 6 2 19 14
33
17 Maria do Carmo Lélis Profa. EE 907236 0 0 1 1 1 11 5 2 17
19
18 Nilce Maia Souto Melo Profa. EE 29762 0 0 3 1 3 1 0 4 4 8
19 Purcina Elisa de Almeida Profa. EE 29877 0 0 2 0 6 14 8 2 28
30
20 Silvestre Augusto Nascimento EE 47612 0 0 1 1 3 1 4 2 8 10
21 Vaniolê Dionysio M. Pavan Profa. EE 30016 2 3 1 4 5 3 6 10 14
24
22 Vitor Antônio Trindade Prof. EE 29804 1 0 0 1 1 5 5 2 11
13
7 15 28 30 93 85 58 8 5 9 13 86 54 39 115 415 530
Total EF
Total EM
Total Geral
Total - Outros Municipios
CENTRO DE INFORMAÇÕES EDUCACINAIS E GESTÃO DA REDE ESCOA ABANDONOS
-2012
Nº ESCOLAS Ensino Fundamental Ensino Médio SEF SEM
69 Evasão – Escolas Estaduais - 2013
Tipo de Ensino
ESCOLA 6º Ano 6ª Sé rie 7ª Sé rie 8ª Sé rie Total 1ª Sé rie 2ª Sé
rie 3ª Sé rie Total
A branche José 3 1 8 5 17 8 10 3 21 38
A ltina Morae s Sam paio 1 1 1 1 4 6 6 0 12 16
A rthur Le ite Carrijo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
A ry Bocuhy 0 0 0 2 2 4 4 0 8 10
Clóvis de A rruda Cam pos 3 3 9 13 28 15 9 3 27 55
Eze quie l Barbosa 0 0 0 0 0 8 0 0 8 8
Ge né sio de A ssis 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Jorge Corrê a 0 0 1 0 1 0 0 1 1 2
José A rante s Te rra 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
José A ugusto Lope s Borge s 0 2 0 5 7 7 0 7 14 21
José Candido 0 0 0 0 0 40 23 22 85 85
Joube rt de Carvalho 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1
Licolina V ile la Re is A lve s 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Luiz Gam a 0 0 0 1 1 0 0 1 1 2
Manoe l Be nto da Cruz 0 0 0 0 0 6 6 3 15 15
Maria A pp. Balthazar Poço 1 5 4 2 12 2 9 2 13 25
Maria do Carm o Lé lis 0 0 0 0 0 0 0 2 2 2
N ilce Maia Souoto Me lo 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Silve stre A ugusto do N ascim e nto 6 6 1 3 16 3 1 4 8 24
Purcina Elisa de A lm e ida 0 0 0 2 2 1 3 0 4 6
V aniolê Dionysio Marque s Pavan 3 0 4 8 15 13 3 3 19 34
V itor A ntônio Trindade 0 1 3 2 6 23 3 9 35 41
Total 17 19 32 44 112 136 77 60 273 385 497
N º DE ALU N OS QU E ABAN DON ARAM A ESCOLA EM 2013 - Data Base -
27.11-2013
DIRETO R IA DE EN SIN O - REGIÃ O DE A RA ÇA TUBA CEN TRO DE IN
FORM AÇÕES EDU CACION AIS E G ESTÃO DA REDE ESCOLAR
Le ge nda
Ensino Fundam e ntal Ensino M è dio T. Geral
alunos do e ja
Os dados apresentados pela Diretoria de Ensino quanto ao
abandono
escolar em 2012 e 2013 apontam que na Escola José Candido não há
evasão no
ensino regular, todavia os alunos da Escola de Jovens e Adultos -
EJA elevaram o
índice de abandono, colocando a escola mencionada como a que possui
maior evasão
escolar e . apontam claramente para a necessidade de intervenções
junto às escolas, a
fim de minimizar a evasão escolar e cooperar para o desenvolvimento
saudável de
crianças e adolescentes.
Sobre o ensino regular, as evasões mais significativas em 2012
ocorreram
na Escola Professor Abranche José, já em 2013, na Escola Clovis de
Arruda Campos
seguida pela Escola Professor Abranche José, que tiveram índices
elevados de
abandono.
O CREAS já iniciou ações junto às escolas, as quais terão ainda
mais
efetividade com a homologação do atual Plano.
70 4.3.3 - Dados obtidos no ROE – Registros de Ocorrências
Escolares no período de
01/01/2012 a 12/07/2013
As ocorrências dentro das escolas de Agressão/Lesão corporal foram
os
atos infracionais mais registrados, seguidos da injuria, ameaça e
dano.
Na Educação Infantil e no Ensino Fundamental as queixas que
mais
ocorreram foram a pouca habilidade da família para educar, bem como
a negligência.
O que exprime a importância de trabalhar a família, para que
tenhamos
pessoas que se desenvolvam da melhor maneira possível.
4.3.4 - Principais queixas detectadas na EDUCAÇÃO INFANTIL / ENSINO
FUNDAMENTAL / MEDIO
QUEIXAS INF 2012 INF 2013 FUND.
2012
FUND.
2013
Pouca habilidade da família para educar 21 16 5 8
Conflitos na dinâmica familiar 7 4 4 3
Abandono 4 4 4 4
Negligência 7 4 3 10
Aspectos do desenvolvimento infantil 5 7 1 9
Usuários de drogas 0 1 3 3
71
De 2012 para 2013 apresentou-se um aumento de 38% de escolas
com
queixas referentes aos “principais problemas enfrentados pela
escola na relação
criança e pais”, tal informação evidencia a problemática enfrentada
por todos nós: a
dificuldade de cuidar e educar, apresentada pelas famílias.
72 5 - MATRIZ DE PLANEJAMENTO
A partir da compreensão dos fenômenos foi possível elencar
propostas a fim
de prevenir o agravamento das situações atendidas, com um conjunto
de ações para a
redução dos efeitos e consequências das situações de risco. Os
objetivos e as metas
as serem alcançados, compreendem o período de 10 anos, com
reavaliação a cada 02
anos.
Os dados levantados nos apresentaram os pontos frágeis e
potenciais,
orientando as vicissitudes pelas quais deveremos nos aventurar a
fim de buscar a
redução dos efeitos e consequências das situações de risco, visando
o
empoderamento e o desenvolvimento de capacidades para o
enfretamento e
superação de situações adversas, bem como o protagonismo e
autonomia dos
mesmos.
Diante do exposto seguem as propostas elencadas a partir dos 05
eixos:
Aplicação de Medidas Socioeducativas, Articulação com a Rede,
Sistematização da
Informação, Prevenção e Monitoramento e Avaliação.
73
Propostas Ações Resultados Cronograma Responsáveis
- Adesão Gradativa do
portal.
reapresentação do E.C.A.;
- Parceria com Escolas,
Conselho Tutelar e
dos adolescentes em
relação a cursos.
Inserção do adolescente
Propostas Ações Resultados Cronograma Responsáveis
- Criação do Núcleo de
2ª – identificar as
reincidência;
representantes da rede;
-Divisão de atribuições
de atendimentos, visando
dos adolescentes em
Efetivação dos direitos e
- Alinhar ideias e
conceitos para a
aplicação da medida.
partir do 1º semestre de
2015 (julho de 2015).
Propostas Ações Resultados Cronograma Responsáveis
- Implantar e
- Elaborar e executar
filhos;
semestre de 2015.
somente a legislativa.
de trabalho.
03 anos.
mental.
- Garantir e divulgar o
monitoramento e avaliação do