PLANTA DE COMPRESSÃO E TRATAMENTO DE BIOMETANO

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3 Congresso Internacional de Tecnologias para o Meio AmbienteBento Gonalves RS, Brasil, 25 a 27 de Abril de 2012

Planta para compresso e tratamento de biometanoJos de Souza1, Antonio Pereira Borba2, Mrcio Luiz Cardoso3, Mrio Augusto Alexandre Coelho4, Lirio Schaeffer5FACCAT - Faculdades Integradas de Taquara ([email protected]) UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected]) 3 FACCAT - Faculdades Integradas de Taquara ([email protected]) 4 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected]) 5 UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul ([email protected])2 1

Resumo Atravs deste estudo efetuou-se uma pesquisa sobre recursos tecnolgicos necessrios para a montagem de um sistema de compresso para biometano.Visando relacionar a necessidade atual de tecnologias que viabilizem o empreendimento de usinas de biogs e tcnicas disponveis, verificou-se a possibilidade de construo de uma planta de compresso de biometano. Este artigo tem como objetivo principal modelar tridimensionalmente a estao para compresso, analisar os processos envolvidos e avaliar um modelo de um sistema que possibilita envasar biometano. Verificou-se durante o processo de modelagem a possibilidade de desenvolvimento de um sistema eficiente e que utiliza o prprio biometano como combustvel para abastecimento de motores e equipamentos. Palavras-chave: Biometano, Compresso de biometano, Biocombustveis. rea Temtica: Tema 10 Biocombustveis. Abstract Through this study we performed a search about technological resources necessary to assemble a compression system for biometano. Aiming to relate the current need for technologies that enable the investment in biogas plants and available techniques, we verified the possibility of building a biomethane compression plant. The main object of this paper is to model three-dimensionally the compression station, to analyze the involved processes and to assess a system model that enables the bottling of biomethane. During the modeling process we verified the possibility of developing an efficient system that uses the biomethane itself as a fuel to supply engines and equipment. Key words: Biomethane, Compression, Biofuels. Theme Area: Theme 10: Biofuels.

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Introduo

Os biocombustveis desempenham um papel fundamental no desenvolvimento e na busca por sustentabilidade. Os setores econmicos e energticos no Pas e no mundo esto concentrando investimentos em tecnologias para produo de biocombustveis. Muitos esforos tm sido empregados no meio acadmico-cientfico para a gerao de conhecimento e de novas tecnologias que promovam as formas de energias renovveis. O desenvolvimento de tecnologias e equipamentos imprescindvel para a utilizao destes recursos limpos e renovveis. Sem estes recursos tecnolgicos a gerao de eficiente energia praticamente invivel. O biometano um dos componentes deste grupo de combustveis, uma vez que proveniente de matria orgnica degradada. Alm deste aspecto, limpo, o biometano pode ser obtido de matria orgnica com alta demanda qumica de oxignio como esgotos cloacais e resduos orgnicos urbanos. A utilizao deste gs requer equipamentos e compressores especiais, sem os quais no possvel obter a converso da energia trmica em mecnica (Kapdi et al., 2005). Um ponto a ser considerado em um sistema de compresso de biometano a necessidade de combustvel para ser utilizado em motores de compressores, filtragem, bombeamento, iluminao, entre outros. Considerando-se esta situao avaliaram-se as possibilidades de utilizar o prprio biocombustvel para utilizao na planta. O biometano formado em sua maior parte de metano, assim como o GNV (Gs Natural Veicular) e por isso mesmo pode substituir o combustvel veicular sem prejuzo no potencial energtico e sem grandes modificaes necessrias nos equipamentos. O GMV tambm depende de compresso para ser armazenado em cilindros. Sem estes no existe a possibilidade de ser utilizado em veculos automotores. Assim como esta a maioria das aplicaes onde possvel a utilizao deste gs necessrio comprim-lo a baixas, mdias e altas presses que podem ir de 30 a 240bar (Rutz & Rainer, 2008). O biometano um biocombustvel que pode substituir em parte os combustveis fsseis, pois tem grande potencial de utilizao e para tanto necessrio que se desenvolvam tecnologias para utilizao eficiente deste (Handbook on Biogas Utilization, 1990). Poder tambm ser utilizado em sistemas de refrigerao industrial, equipamentos de tmpera, revenimento, recozimento de aos e outros tratamentos trmicos, foges e fornos industriais, aquecimento, climatizao, combustvel agrcola, motores a combusto interna, turbinas, etc. Alm disso poder sofrer reforma para produo de Hidrognio (H) excelente combustvel para clulas especiais. Este artigo tem como objetivo dimensionar e modelar uma estao para compresso de biometano, analisar os processos envolvidos na produo e avaliar um modelo de um sistema movido com o prprio biocombustvel. Sendo a compresso do biometano necessria para a sua utilizao e tendo-se um grande volume de produo do mesmo imprescindvel que se utilize parte deste combustvel para comprimi-lo. Para isso devem ser utilizados motores a biogs ou biometano que possam ser instalados em sistemas de baixa presso e acoplados aos compressores. Dessa forma utiliza-se uma pequena parte do gs o que torna esse sistema inovador e com um enorme diferencial. Por fim verificou-se que para a construo de um sistema vivel necessrio considerar tecnologias existentes no mercado nacional e internacional. Motores e compressores j so encontrados no mercado para utilizao em plantas de compresso, no entanto a experimentao e produo ainda so incomuns at os dias atuais.

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2 Tecnologias aplicadas compresso de biometano 2.1 Compressores O compressor um equipamento destinado a aumentar a presso de um fluido gasoso (ar, hidrognio, vapores etc). Esse dispositivo converte a energia mecnica em pneumtica encerrando o gs em um reservatrio que usado no cilindro de compresso. O compressor pode ser movido atravs de um motor geralmente eltrico. Existem vrios tipos de compressores, tendo como principais 2 tipos, definidos a partir do seu modo de operao: de deslocamento positivo (compressores de pisto e de parafuso), que so subdivididos em alternativos e rotativos, e compressores de palhetas (ou dinmicos), que tambm so subdivididos em centrfugos ou axiais. Nos compressores alternativos a compresso feita em uma cmara que varia o volume atravs de um pisto que movimenta comprimindo o gs. Uma vlvula permite que o gs escape com uma presso constante e outra permite que preencha a cmara medida que o pisto se movimenta.Figura 1 Compressores de pisto.

Os compressores leo-dinmicos comprimem o gs por meio de um fluido (leo hidrulico) incompressvel que ocupava a cmara de compresso reduzindo o espao disponvel para o gs e causando a compresso. Esta tecnologia, embora eficaz para que se alcance elevadas presses, como no caso do gs veicular, mostram-se pouco eficientes e apresentam altos ndices de contaminao do gs pelo leo de compresso (Souza, 2010). Os compressores alternativos a pisto utilizam leo como lubrificante o que tambm pode contaminar o gs. Algumas tecnologias admitem o uso de anis de segmento de material com baixo coeficiente de atrito e buchas especiais. Uma composio de conceitos tambm possvel, com o uso de lubrificantes e componentes especiais. A estrutura de compresso destes essencialmente metlica. A cmara de compresso composta de uma liga, geralmente ao ou alumnio. Estes compressores so na maioria dos casos propelidos por motores eltricos e tracionados por transmisses de polias e correias. A utilizao da energia eltrica considerada quando da possibilidade de se utilizar uma fonte local, como o prprio biometano ou biogs. Booster uma bomba compressora que tem a funo de amplificar a presso de um determinado gs. Pode ser acionado pneumaticamente, atravs da relao de Pascal (rea do mbolo e fora exercida pelo pisto), onde multiplica a presso pneumtica em funo da reduo de uma das duas cmaras relacionadas (Figura 2) (Brown, 2003).

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Figura 2 Multiplicao da presso atravs do princpio de Pascal (Souza, 2010).

O circuito mantm a fora resultante da presso na cmara C1, a transmisso da fora para uma rea menor faz com que ocorra a multiplicao da presso, pois:F = P1 A1 = P2 A2

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Assim sendo, se A1