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CCDD Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Pós-graduação Curso Política de Assistência Social SUAS Disciplina Proteção Social Especial - Média e Alta Complexidade Tema A Média Complexidade e suas Demandas Professor Daraci Rosa dos Santos Introdução A Média Complexidade é um dos níveis da Proteção Social Especial da Política Nacional de Assistência Social e tem uma função muito específica no processo de interrupção das violações dos direitos das famílias, indivíduos e grupos que historicamente sofrem as mais variadas formas de ameaças e violências na sociedade brasileira. Também possui papel fundamental na recomposição destes direitos, por isso trataremos aqui das suas demandas e apontaremos os serviços responsáveis pelo atendimento a cada uma delas. Acesse o material on-line e assista ao vídeo de introdução ao tema! Problematização Você acabou de ser nomeado como técnico(a) do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) de um município de grande porte e, em sua primeira abordagem social na rua, se depara com a seguinte situação: uma criança de 7 anos, sexo masculino, às 17 horas da tarde, vendendo guardanapos no sinaleiro de uma das principais ruas do centro da cidade, em meio ao intenso tráfego de carros. A maioria das pessoas que estavam nesses automóveis, por se sentirem sensibilizadas pela situação, acabaram contribuindo com a doação de moedas para ajudar a criança na sua sobrevivência. Ao se aproximar da criança e abordá-la, você conseguiu obter um mínimo de informações dela, tais como: ela estuda no horário da manhã; sua mãe também está trabalhando no sinaleiro, mas a duas quadras à frente; aquelas doações recebidas são o único sustento da família; são 5 irmãos na família, entre 3 e 12

Política S. Especial 1

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Política e Serviço Social

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

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Projeto Pós-graduação

Curso Política de Assistência Social SUAS

Disciplina Proteção Social Especial - Média e Alta

Complexidade

Tema A Média Complexidade e suas Demandas

Professor Daraci Rosa dos Santos

Introdução

A Média Complexidade é um dos níveis da Proteção Social Especial da

Política Nacional de Assistência Social e tem uma função muito específica no

processo de interrupção das violações dos direitos das famílias, indivíduos e

grupos que historicamente sofrem as mais variadas formas de ameaças e

violências na sociedade brasileira. Também possui papel fundamental na

recomposição destes direitos, por isso trataremos aqui das suas demandas e

apontaremos os serviços responsáveis pelo atendimento a cada uma delas.

Acesse o material on-line e assista ao vídeo de introdução ao tema!

Problematização

Você acabou de ser nomeado como técnico(a) do Centro de Referência

Especializado de Assistência Social (CREAS) de um município de grande porte

e, em sua primeira abordagem social na rua, se depara com a seguinte situação:

uma criança de 7 anos, sexo masculino, às 17 horas da tarde, vendendo

guardanapos no sinaleiro de uma das principais ruas do centro da cidade, em

meio ao intenso tráfego de carros. A maioria das pessoas que estavam nesses

automóveis, por se sentirem sensibilizadas pela situação, acabaram contribuindo

com a doação de moedas para ajudar a criança na sua sobrevivência. Ao se

aproximar da criança e abordá-la, você conseguiu obter um mínimo de

informações dela, tais como: ela estuda no horário da manhã; sua mãe também

está trabalhando no sinaleiro, mas a duas quadras à frente; aquelas doações

recebidas são o único sustento da família; são 5 irmãos na família, entre 3 e 12

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anos e todos auxiliam no sustento da casa, trabalhando na comercialização

informal de guardanapos, sendo que alguns, que estudam pela manhã,

trabalham à tarde e outros estudam à tarde e trabalham pela manhã. Trata-se,

evidentemente, de uma situação de trabalho infantil. Que medidas podem ser

adotadas frente à situação descrita?

Não responda agora! Vamos estudar o material e voltaremos a falar sobre

isso no final do nosso tema.

Proteção Social Especial de Média Complexidade

A proteção social brasileira tem um sentido amplo. Prevista na

Constituição Federal de 1988, no campo da Seguridade Social, visa prover meios

e recursos para atender situações de emprego x desemprego, aposentadorias,

pensões, trabalho protegido, condições adequadas de saúde, tratamentos nesta

área, prevenções, reabilitações e recuperações, na perspectiva de assegurar

condições dignas de vida, com vistas à construção da justiça social e de uma

sociedade igualitária.

Para Sposati, proteção social significa:

O sentido de proteção (protectione, do latim) supõe, antes de tudo, tomar a defesa de algo, impedir sua destruição, sua alteração. A ideia de proteção contém um caráter preservacionista – não da precariedade, mas da vida – supõe apoio, socorro e amparo. Esse sentido preservacionista é que exige tanto a noção de segurança social como a de direitos sociais (SPOSATI, 2009, p. 21).

A autora coloca que a proteção social inaugurada pela assistência social

significou:

Ampliação no campo dos direitos humanos e sociais e, como consequência, introduziu a exigência de a assistência social, como política pública, ser capaz de formular com objetividade o conteúdo dos direitos do cidadão em seu raio de ação, tarefa, aliás, que ainda permanece em construção (SPOSATI, 2009, p. 14).

Os direitos socioassistenciais, ofertados pela política de assistência social

se transmutam em direitos sociais e humanos, na medida em que atuam na

superação direta das mazelas humanas, geradas pela estrutura social

capitalista, pelas contingências sociais e/ou por questões pessoais e individuais,

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visando acesso a bens e serviços que proporcionem dignidade, respeito e

reconhecimento da existência destes cidadãos e cidadãs brasileiros/as que se

encontram em situação de exclusão social, vulnerabilidade e risco social.

Embora as violências sejam induzidas pela realidade socioeconômica,

porque engendradas no seio da sociedade capitalista, não se pode atribuir a um

determinismo econômico que todas as violações tem por si só a mesma

natureza. São muitas as situações geradas não apenas pela pobreza, mas

também por outras variáveis intrínsecas à vida em sociedade, sendo possível

observar tais expressões em parcelas populacionais onde os índices de

desemprego e baixa renda são maiores.

A vida das famílias atendidas pela política de assistência social não é

apenas regida pela pressão dos fatores socioeconômicos, devendo-se

considerar o seu contexto cultural, analisando as origens, as circunstâncias em

que a situação de risco se produz e reproduz, bem como as suas dificuldades de

auto-organização e de participação social. Portanto, é preciso levar em

consideração todos os fatores que circundam a realidade das famílias, olhando-

a e analisando-a numa totalidade de relações imbricadas e complexas que

fragilizam ou dificultam o pleno desenvolvimento de sua função de proteção e

socialização.

Se a demanda familiar, individual e/ou do grupo, não requer a proteção

social básica, que é ofertada no CRAS (Centro de Referência da Assistência

Social), cuja unidade atende situações de vulnerabilidade, ela pode ser de

proteção social de Média Complexidade, cuja unidade principal de atendimento

é o CREAS (Centro de Referência Especializado da Assistência Social), ou de

alta complexidade, atendida nas unidades de acolhimento institucional, que

possuem diversas modalidades específicas, dependendo do público e seu perfil.

A proteção social especial é modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e/ou psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas socioeducativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, dentre outras. (PNAS, 2004, p. 22).

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Os serviços de proteção social especial, sejam de média ou alta

complexidade, requerem tanto um maior acompanhamento individual, que visa

a escuta qualificada, aprofundada, e procedimentos destinados às

especificidades familiares e individuais, quanto grupal, no que se refere às

demandas coletivas, tendo em vista sempre a necessidade do resguardo da

identidade e da individualidade das pessoas atendidas.

Possuem estreita relação com o SGD (Sistema de Garantia de Direitos),

exigindo uma relação mais profunda e compartilhada com o Poder Judiciário,

com o Ministério Público e com outros órgãos e ações do Executivo,

estabelecendo relação com as demais políticas públicas setoriais, na sua

articulação interinstitucional.

A Média Complexidade, no bojo da Política de Assistência Social, destina-

se a atender situações de ameaças, violências e violações de direitos, nas

vivências mais complexas, em que o indivíduo ou família encontram-se num nível

tal de fragilidade que seus vínculos familiares, sociais e grupais estão no limiar

do rompimento, porém, o grupo familiar ainda se mantém unido e a convivência

familiar e comunitária se preservam de algum modo. Requer atenção

especializada, portanto, justamente no sentido de evitar que tais vínculos se

rompam definitivamente, evitando uma medida mais drástica, como a de

acolhimento.

Para tanto, a Média Complexidade deve acionar sempre que couber a

rede socioassistencial (os CRAS principalmente), no sentido de complementar

ações que visem o fortalecimento do grupo familiar e de suas relações, através

dos serviços inerentes àquele, como os benefícios socioassistenciais, assim

como acionar a rede de proteção social mais ampla, formada pelas demais

políticas sociais públicas.

Na PSE Média Complexidade, os objetivos da assistência social

relacionam-se também à necessidade de promover a função protetiva das

famílias, assim como sua inserção na rede socioassistencial e nos sistemas de

proteção social, porém, por lidar diretamente com as diversas formas de

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violência, necessariamente os serviços devem promover a restauração e a

preservação da integridade e as condições de autonomia dos/as usuários/as,

bem como “contribuir para romper com padrões violadores de direitos no interior

da família; contribuir para a reparação de danos e da incidência de violação de

direitos; prevenir a reincidência de violação de direitos.” (Res. CNAS 109/2009

p. 20).

Resumindo: a Proteção Social de Média Complexidade atua nas diversas

formas de violações de direitos e sobre os vários tipos de violências pelos quais

passam a população num dado território, devendo ser prioritariamente

executada por uma rede pública estatal. A Média Complexidade é composta por

um leque de serviços, voltados às famílias, indivíduos e grupos – mulheres,

crianças, idosos/as, pessoas com deficiência, população LGBT, entre outros. O

CREAS é a unidade de serviços principal da Média Complexidade sendo

exclusivamente desenvolvido pela gestão municipal, sendo que a população em

situação de rua, idosos, migrantes e deficientes podem ser atendidos em centros

específicos, quando houver demanda e condições para tal. Todas as demandas

apresentadas devem ser atendidas pelos equipamentos e serviços, os quais tem

como horizonte a interrupção de padrões violadores de direitos, visando sua

superação e a construção de uma nova cultura, sob a égide dos direitos sociais,

socioassistenciais e humanos, principalmente na oferta de serviços aos grupos

social e historicamente excluídos dos processos de participação social e de

acesso aos direitos.

Acesse o material on-line e veja o vídeo que a professora Daraci preparou

para você!

Vivemos em uma sociedade excludente e violenta por si só, tendo em

vista a impossibilidade de acesso à riqueza e a bens socialmente produzidos de

forma igualitária, o que, como já apontado, é fator de geração e reprodução da

pobreza e da desigualdade de modo estrutural. Além disso, apesar de vivermos

em contexto de constituição democrática e cidadã, a qual proíbe qualquer tipo

de discriminação e violência por sexo, raça, etnia, gênero, religião etc., ainda

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passamos por situações de intolerância e desrespeito aos direitos sociais e

humanos. Portanto, aliada à desigualdade social estrutural, reproduz-se

culturalmente a discriminação e os preconceitos como forma também de

exclusão social e de não reconhecimento da alteridade e da diversidade humana.

Tais expressões de violência tem sido a “matéria-prima” por excelência da

proteção social especial, com grande incidência na Média Complexidade.

Veja a seguir as formas de violência e as demandas que competem à

Média Complexidade – CREAS ou outros equipamentos (Centro POP para

população de rua ou Centro-dia para idosos ou pessoas com deficiência).

Contextos e Demandas de Média Complexidade

Violência contra mulheres

Histórica e culturalmente, as mulheres têm sido relegadas à condição de

“segundo sexo”, denotando claramente que sua função social e seu papel têm

menor importância na sociedade ao longo dos tempos. Embora as mulheres

tenham conquistado gradativamente espaços públicos importantes na sociedade

(trabalho e política, principalmente), tais fatores não foram suficientes para

superar a cultura patriarcal e machista, conferindo-lhes o respeito à sua condição

de cidadãs que, reconhecidamente, devem usufruir dos direitos de forma

igualitária. Vive-se, portanto, uma contradição entre o papel que historicamente

lhes foi atribuído e o papel que lhes é exigido na atualidade, impondo-lhes tanto

responsabilidades da vida privada (cuidados com a casa e a família), quanto com

a vida pública. O gênero (papéis construídos socialmente e desempenhados por

homens e mulheres na sociedade) tem sido um elemento central na geração de

conflitos e no desencadeamento da violência familiar e doméstica praticada

contra as mulheres, assim como discriminações e preconceitos diversos no

âmbito público. Conhecer a diversidade das mulheres (negras, trabalhadoras,

jovens, estudantes, lésbicas, camponesas, adolescentes/crianças) é

fundamental para responder às suas necessidades frente aos serviços de

assistência social.

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Os tipos de violência que se praticam contra as mulheres são (Lei Maria

da Penha, SPM – Brasília 2014):

Discriminação e preconceito de gênero (menores salários, negação

da sua identidade e orientação sexual);

Assédio sexual no trabalho;

Violência moral;

Violência psicológica;

Violência patrimonial;

Violência física;

Violência sexual.

Violência contra idosos/as

No imaginário popular predominam duas dimensões fortes sobre a pessoa

idosa:

1. A de que socialmente só tem valor quem produz riqueza e/ou contribui

no seu processo de reprodução e, portanto, o “velho” não tem mais

condições de realizar atividade produtiva, por isso pode ser

descartado; ao mesmo tempo em que não produz, também em sua

maioria são pessoas aposentadas, com salários baixos, o que também

as coloca, na escala do consumismo, como menos significativas;

2. A segunda dimensão trata da visão de que existem “idosos e idosos”,

distintos em suas características e necessidades, remetendo a

pessoas idosas que se recusam a envelhecer, a perder suas

capacidades, a perder o poder e a expressão social que tiveram em

outros tempos e pessoas do seu entorno também recusam a aceitar

tal realidade.

De modo geral, o que predomina é a concepção generalizada de que a

pessoa idosa já cumpriu sua missão e sua contribuição, não havendo mais

espaço para ela no mundo, apenas para o “novo”, colocando, portanto, uma

dicotomização entre necessidades e prioridades de uma e outra geração,

prevalecendo os interesses do primeiro grupo populacional. Isso recai sobre o

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poder público que deve responder às necessidades humanas deste público,

impedir as violações e restituir seus direitos violados.

Tratar a violência contra os/as idosos/as é construir relações igualitárias,

intergeracionais saudáveis e respeitosas; é reconhecer a diversidade humana

também em relação aos diversos ciclos e etapas de vida, promovendo mudanças

sociais positivas na interrupção das violências e na construção social positiva de

uma visão sobre o envelhecimento, considerando o aumento da longevidade –

a expectativa de vida em 2030 será de 90 anos nos países desenvolvidos.

São violências praticadas contra a pessoa idosa:

1. Estrutural (pobreza);

2. Institucional (praticada em acolhimentos);

3. Interpessoal ou familiar (abuso físico/maus tratos físicos ou

violência física; abuso psicológico/maus tratos psicológicos ou

violência psicológica; abuso sexual/violência sexual; negligência,

abuso financeiro e econômico; autonegligência).

Disponível em:

http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_monografias/1.pdf

Violência racial

A violência racial é aquela cujos processos e consequências danosas se

direcionam a um grupo racial em particular, no caso, a população negra; ela se

expressa no desrespeito, na negação, na violação, na coisificação, na

humilhação, na discriminação do negro, na sua criminalização e até na sua morte

apenas pela cor da pele. É preciso discutir e atuar sobre a violência a qual está

submetida a população negra, de modo a poder englobar todos os tipos de

violência que esse segmento populacional sofre por conta de sua posição social,

tanto física quanto simbólica.

A herança da sociedade escravocrata advinda do processo de

colonização e de formação do Estado brasileiro permite-nos classificar o

preconceito racial como sendo estrutural, embora a questão cultural também

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seja forte, mas atuando como complemento à afirmação de que aos negros só

resta viver uma condição sub-humana, cabendo-lhes o pior lugar na pirâmide

social.

Disponível em:

http://www.mapadaviolencia.org.br/pdf2012/mapa2012_cor.pdf

O público que comparece aos CREAS para atendimento com suas

diversas demandas, sejam jovens, adultos, idosos, tem origem étnica-racial e,

no mais das vezes, trata-se de população negra que, por processo histórico e

estrutural, vive em situação de pobreza em áreas de risco e vulnerabilidade. É,

portanto, um público que agrega em si diversas formas e expressões de

violências, entre as quais a violência por preconceito e discriminação racial, a

qual deve ser tratada no conjunto de ações destinadas a um indivíduo ou família,

em qualquer que seja o serviço ao qual estejam vinculados.

Violência contra população LGBT (Lésbica, Gay, Bissexual e Transexual)

A homoafetividade acompanha a humanidade desde os seus primórdios,

sendo bastante difícil precisar com exatidão a primeira referência histórica ou

literária acerca do fenômeno. Todavia, sabe-se que em praticamente todas as

civilizações, antigas e contemporâneas, ela esteve presente, sendo variável,

porém, a sua recepção.

Considerada como doença por muitos anos, a homossexualidade, a partir

de 1990, foi retirada do cadastro internacional de doenças da OMS. Cinco anos

antes, o Conselho Federal de Psicologia do Brasil já não a tratava como distúrbio

mental e, em 1999, emitiu normas regulamentares proibindo a oferta de

tratamentos contra a mesma que, por não ser doença, não está sujeita a

tratamento ou cura. Cumpre, aliás, ressaltar o papel que tem a religião na

construção de valores acerca da homoafetividade e da sua condenação, tendo

em vista seu caráter de instituição de controle social que, motivou e ainda motiva

a repressão aos homossexuais em diversos países e setores da sociedade.

No Brasil, desde o início da colonização portuguesa a homossexualidade

encontrava-se proibida, sendo os anais das visitações do Santo Ofício

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importante subsídio histórico que demonstra tal posicionamento. Em 1707,

porém, a Constituição do Arcebispado da Bahia deixou de punir a prática de sexo

entre homens, seguida pelo Código Criminal de 1830, que aboliu o delito de

sodomia. Todavia, o mero fim da criminalização das relações sexuais entre

pessoas do mesmo sexo não foi suficiente para retirar da clandestinidade os

homossexuais, que permaneceram socialmente rejeitados, tendo que lutar

durante muitos anos pela concessão de direitos básicos. A construção dos

direitos humanos a partir do pós II Guerra Mundial trouxe a ideia de

universalização de tais garantias. Assim, qualquer ser humano, apenas pelo fato

de sê-lo, já seria sujeito de direitos e proteção, o que foi de fundamental

importância na luta pelos direitos dos homossexuais, praticamente

desconsiderados como pessoas pelo Direito de diversos países.

Profundamente ligada aos pensamentos machistas e religiosos, a

violência contra homossexuais assume proporções tais no Brasil, que é possível

afirmar que os LGBTTs são o setor social mais exposto à criminalidade violenta,

bem como à discriminação e preconceito em geral que, embora nem sempre

gerem marcas físicas, segregam socialmente e contribuem com a prática de atos

de maior potencial ofensivo. Ainda, a homofobia atua em conjunto com as outras

modalidades de violência. De tal modo, homossexuais que, cumulativamente

estejam em outras situações de vulnerabilidade social, acabam sendo mais

suscetíveis aos efeitos da violência física e moral. Frequentemente, a

discriminação inicia-se no próprio ambiente familiar, tendo em vista a difícil

aceitação dos pais e parentes com a homossexualidade em casa. Grande é o

número de gays, lésbicas e especialmente travestis que, devido às pressões

exercidas pela família, são expulsos de casa ou mesmo fogem dela,

sendo jogados, não raramente, na prostituição, expostos à toda sorte de riscos

sociais decorrentes da vida nas ruas.

Disponível em:

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http://www.ambito-

juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=11998&revista_ca

derno=27

Violência contra crianças e adolescentes

A violência contra crianças e adolescentes ocorre historicamente desde

os primórdios do desenvolvimento das civilizações, e pode ocorrer dentro de

instituições, na comunidade ou até mesmo no âmbito familiar, por membros que

possuem relação de afinidade ou com quem a criança estabelece um vínculo

afetivo e/ou de dependência.

Mesmo sendo difícil mensurá-las, a violência familiar ou doméstica já é

considerada uma das principais causas de violência contra jovens e crianças,

tornando a interferência do poder judiciário cada vez mais necessária e

controversa, devido às questões socioculturais que ainda envolvem o tema. As

origens da violência que se pratica contra este grupo populacional, como já

mencionado, tem raízes históricas, posto que, nem sempre a criança foi vista

como um ser em desenvolvimento, pois em muitas épocas históricas foi

compreendida como um “adulto em miniatura”, cabendo-lhes contenção e

castigos físicos para corrigi-la.

Noutra perspectiva, ainda, a criança é vista como um ser incompleto,

ignorante e até mesmo incapaz de decidir sobre seus desejos e interesses.

Muitas são as razões para que a violência contra este grupo continue se

perpetuando, sendo que hoje se agregam a questões referentes: à ignorância da

população adulta sobre a diferença entre educar/ corrigir, sem abusar de sua

autoridade; aos contextos de violência urbana e intrafamiliar, pobreza,

transtornos de saúde por parte dos adultos responsáveis, uso e abuso de

substâncias psicoativas, entre outras.

Os tipos de violência praticados contra crianças e adolescentes são:

Estrutural (pobreza);

Psicológica;

Física;

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Sexual;

Negligência.

Esta população é a que, comumente, tem sido a maior vítima das

violações de direitos.

Violência contra pessoas com deficiência, transtorno mental, dependência

de SPA (Substâncias Psicoativas)

Ao longo do desenvolvimento da história da humanidade, as pessoas com

deficiência (PCD´s) e as com transtornos mentais/doenças mentais (tidas como

“loucas”) foram rejeitadas, isoladas, ignoradas, escondidas da sociedade. A

trajetória histórica acerca da evolução para o atendimento desta população

revela um tratamento altamente desumano e cruel para com a mesma: em

algumas sociedades, as pessoas com deficiência eram sumariamente

eliminadas por serem consideradas improdutivas, além de serem geradoras de

mais trabalho para suas famílias, sendo consideradas “incômodas”. As pessoas

com transtornos mentais foram durante quase toda a história da humanidade

enclausuradas em manicômios e instituições totais, distantes das cidades, onde

ficavam definitivamente abandonadas por seus familiares e onde sofriam toda

forma de maus tratos. O mesmo sempre se deu em relação às pessoas com

deficiência.

Essa realidade vem mudando gradativamente, a partir de tratados e

convenções nacionais e internacionais, dos quais o Brasil é signatário e também

devido às legislações democráticas, que reconhecem a cidadania e os direitos

de todos de igual forma, sem quaisquer tipos de discriminações e preconceitos.

Exemplo disso é a própria reforma sanitária brasileira, em curso desde a década

de 80, que estabelece o fim dos manicômios e cria outras formas de

atendimento, dando dignidade e reconhecendo os direitos humanos da

população com transtornos mentais, orientando para seu retorno à convivência

em sociedade.

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Assim, também, temos as legislações referentes às pessoas com

deficiência, que primam pela convivência familiar e comunitária, para a

acessibilidade e a reabilitação social e de saúde.

Quanto à população usuária de SPA (Substâncias Psicoativas), no

imaginário popular, são pessoas tidas como perigosas, violentas e

transgressoras, devendo ser tratadas como questão de segurança e repressão.

Contudo, dados dão conta de que se trata de uma questão de saúde pública,

devendo ser tratada como tal.

O uso das drogas compõe também o desenvolvimento das civilizações,

sendo autorizado em muitos países, inclusive, na contemporaneidade. A

drogadição é um elemento transversal, intergeracional e intersetorial, devendo,

portanto, ser tratado em todos os âmbitos em que comparece. A maioria dos

usuários de SPA sofrem violações de direitos por conta desse imaginário e são

negligenciados, inclusive, no atendimento aos seus direitos pelas políticas

públicas. São pessoas, portanto, que pela sua condição e complexidade das

suas vivências e relações, precisam de uma atendimento integral de maior

intensidade, utilizando-se de todas as estratégias possíveis e cabíveis à

assistência social, pela Média Complexidade (CREAS ou outro equipamento –

Centro POP, Centro-Dia) em interface com a política de saúde, com vistas à que

sua dignidade e integridade sejam reestabelecidas.

Violência contra população de rua

O conceito de população em situação de rua refere-se às pessoas que

estão utilizando em um dado momento, como local de moradia ou pernoite,

espaços de tipos variados, situados sob pontes, marquises, viadutos, à frente de

prédios privados e públicos, em espaços públicos não utilizados à noite, em

parques, praças, calçadas, praias, embarcações, estações de trem e rodoviárias,

à margem de rodovias, em esconderijos abrigados dentro de galerias

subterrâneas, metrôs e outras construções com áreas internas ocupáveis,

depósitos e prédios fora de uso e outros locais relativamente protegidos do frio

e da exposição à violência. São também considerados componentes da

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população em situação de rua aqueles que dormem em albergues e abrigos de

forma preferencial ou ocasional, alterando o local de repouso noturno entre estas

instituições e os locais de rua.

A população em situação de rua pode ser definida como um grupo

populacional heterogêneo que tem em comum a pobreza, vínculos familiares

quebrados ou interrompidos, vivência de um processo de desfiliação social pela

ausência de trabalho assalariado e das proteções derivadas ou dependentes

dessa forma de trabalho. Sem moradia convencional regular adota a rua como o

espaço de moradia e sustento. Naturalmente, existem muitas outras

especificidades que perpassam as pessoas em situação de rua e devem ser

consideradas, como gênero, raça/cor, idade e deficiências físicas e mentais.

Essas e outras informações você encontra no link a seguir:

http://www.mds.gov.br/backup/arquivos/versao_da_pnpr_para_consulta_

publica.pdf

Por estar em situação de rua, esta população sofre também todas as

formas de preconceitos e violações de direitos, sendo que, o fato de estar na rua,

por si só, já configura uma violação de direito estrutural, dada pela pobreza

estabelecida pela sociedade capitalista. Registros revelam extermínio de

moradores de rua, “mendigos” que são queimados, agredidos de toda forma, e

vítimas de uma busca constante daqueles cidadãos que não precisam do espaço

da rua (os que se consideram “cidadãos comuns”), por ações institucionais e

governamentais que eliminem a presença de pessoas na rua, ações geralmente

de cunho higienista. Cabe à Média Complexidade, seja através do CREAS ou do

Centro POP – Centro de Referência Especializado para População de Rua –

promover o acesso aos direitos socioassistenciais e demais direitos, incluindo

nas políticas públicas, através de estratégias específicas para este público.

Acesse o material on-line e assista ao vídeo sobre os serviços de

PSE/Média Complexidade.

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Equipamentos e Serviços de Média Complexidade

Unidade CREAS (Centro de Referência Especializado da Assistência

Social)

O Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS)

configura-se como uma unidade pública e estatal, que oferta serviços

especializados e continuados a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou

violação de direitos (violência física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas,

cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto etc.).

A oferta de atenção especializada e continuada deve ter como foco a

família e a situação vivenciada. Essa atenção especializada prioriza o acesso da

família a direitos socioassistenciais, por meio da potencialização de recursos e

capacidade de proteção. O CREAS deve, ainda, buscar a construção de um

espaço de acolhida e escuta qualificada, fortalecendo vínculos familiares e

comunitários, priorizando a reconstrução de suas relações familiares. Dentro de

seu contexto social, deve focar no fortalecimento dos recursos para a superação

da situação apresentada.

Para o exercício de suas atividades, os serviços ofertados nos CREAS

devem ser desenvolvidos de modo articulado com a rede de serviços da

assistência social, órgãos de defesa de direitos e das demais políticas públicas.

A articulação no território é fundamental para fortalecer as possibilidades de

inclusão da família em uma organização de proteção que possa contribuir para

a reconstrução da situação vivida. Os CREAS podem ter abrangência tanto local

(municipal ou do Distrito Federal) quanto regional, abrangendo, neste caso, um

conjunto de municípios, de modo a assegurar maior cobertura e eficiência na

oferta do atendimento.

Essas e outras informações você encontra no link a seguir:

http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/protecaoespecial/creas

Os serviços ofertados pelo CREAS, de acordo com a Tipificação Nacional

dos Serviços Socioassistenciais (res. CNAS 109/2009) são:

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1. Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e

Indivíduos (PAEFI);

2. Serviço Especializado de Abordagem Social;

3. Serviço de Proteção Social a Adolescentes em cumprimento de

medida socioeducativa de Liberdade Assistida (LA) e de Prestação de

Serviços à Comunidade (PSC);

4. Serviço de Proteção Social Especial para Pessoas com Deficiência,

Idosas e suas Famílias;

5. Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua.

Centro POP: Serviço Especializado para População em Situação de Rua

O Centro de Referência Especializado para População em Situação de

Rua é a unidade pública e estatal, de referência e atendimento especializado à

população adulta em situação de rua, no âmbito da Proteção Social Especial de

Média Complexidade do SUAS.

Todo Centro de Referência Especializado para População em Situação

de Rua deve ofertar o Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua,

de acordo com a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.

A unidade deve representar espaço de referência para o convívio grupal,

social e o desenvolvimento de relações de solidariedade, afetividade e respeito.

Na atenção ofertada no Serviço Especializado para Pessoas em Situação de

Rua, deve-se proporcionar vivências para o alcance da autonomia e estimular,

além disso, a organização, a mobilização e a participação social. Além do

Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua, que deve ser

obrigatoriamente ofertado no Centro de Referência Especializado para

População em Situação de Rua, a Unidade poderá ofertar também o Serviço

Especializado em Abordagem Social, conforme avaliação e planejamento do

órgão gestor local, desde que isso não cause prejuízos ao desempenho da oferta

do Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua.

Essas e outras informações você encontra no link a seguir:

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

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http://www.mds.gov.br/falemds/perguntas-frequentes/assistencia-social/pse-

protecao-social-especial/populacao-de-rua/centro-de-referencia-especializado-

para-populacao-de-rua

Centro-Dia: Serviço Especializado para pessoas com deficiência

ou idosas

O Serviço de Proteção Social Especial para pessoas com deficiência,

pessoas idosas e suas famílias integra os serviços propostos na Proteção Social

Especial de Média Complexidade, de acordo com as normas estabelecidas pelo

Sistema Único de Assistência Social (Suas). Este pode ser ofertado em centros-

dia, no CREAS ou unidade a ele referenciada. Também é possível realizar o

atendimento no domicílio do usuário, ofertando atendimento especializado a

famílias com pessoas com deficiência e idosos com algum grau de dependência,

que tiveram suas limitações agravadas por violações de direitos.

O serviço tem a finalidade de potencializar a autonomia, a independência

e a inclusão social da pessoa com deficiência e pessoa idosa, com vistas à

melhoria de sua qualidade de vida. Para tanto, deve contar com equipe

específica e habilitada para a prestação dos serviços especializados a pessoas

em situação de dependência que necessitem de cuidados permanentes ou

temporários. A ação da equipe deverá estar pautada no reconhecimento do

potencial da família e do cuidador, apoiando-os.

As ações devem possibilitar ainda a ampliação das redes sociais de apoio

e o acesso a benefícios, programas de transferência de renda, serviços

socioassistenciais, políticas públicas setoriais e órgãos de defesa de direitos,

quando for o caso.

Essas e outras informações você encontra no link a seguir:

http://www.mds.gov.br/assistenciasocial/protecaoespecial/mediacomplexida

de/pessoas-com-deficiencia-idosas-e-suas-familias

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

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Revendo a problematização

Você se lembra da situação vivida pela criança apresentada no início

deste tema? O que você faria para ajudá-la? Agora que você terminou de estudar

o material, já adquiriu os conhecimentos necessários para analisar as opções a

seguir:

a. Procuraria a mãe da criança para obter mais informações familiares

e, em seguida, cadastraria a família no PAEFI (Serviço de

Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos) do CREAS

para o acompanhamento.

b. Incluiria no PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) e

encaminharia ao CRAS para acompanhamento familiar em

território, recomendando a inclusão da família nos serviços de PSB

(Proteção Social Básica), como o Serviço de Convivência e

Fortalecimento de Vínculos.

c. Faria a inscrição da Família no CADUNICO (Cadastro Único do

Governo Federal) para requerer o Benefício de Transferência de

Renda – Bolsa Família.

Para consultar o feedback de cada uma das alternativas, acesse o material on-line.

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Síntese

O conteúdo aqui desenvolvido se configurou numa introdução à Média

Complexidade como um dos níveis de Proteção Social Especial e apresentou,

em linhas gerais, os contextos em que se produzem as violações de direitos e

os serviços aos quais elas se destinam. Possibilitou uma aproximação detalhada

acerca das pessoas, grupos e famílias atendidas, demandas, suas origens e

formas de expressão, na perspectiva de suscitar questionamentos mais

aprofundados sobre as complexidades que compõem os grupos populacionais

que acessam os serviços de CREAS, Centros POP e Centros Dia, que são

equipamentos que desenvolvem a Média Complexidade.

Acesse o material on-line e reveja os principais conteúdos estudados

neste tema.

CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico

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Referências

ARNS, Flávio. Direitos da Pessoa com Deficiência: conhecer pra exigir.

Brasília, 2008.

COUTO, Berenice Rojas et al. O Sistema Único de Assistência Social no

Brasil: SUAS uma realidade em movimento. 4ª edição, Cortez Editora, SP.

CNAS – Conselho Nacional de Assistência Social. Tipificação Nacional de

Serviços Socioassistenciais. Resolução nº 109 de 11 de Novembro de 2009.

Estatuto da Criança e do Adolescente: Lei 8069/90

Estatuto do Idoso: Lei 10741/2003

FREIRE, Lúcia M. B. Freire et al. (organizadoras). Serviço Social, Política

Social e Trabalho: desafios e perspectivas para o século XXI. 3ª Edição, São

PauloCortez Editora, Rio de Janeiro: UERJ, 2010

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome – Secretaria Nacional

de Assistência Social. Política Nacional de Assistência Social PNAS/2004 -

Norma Operacional Básica/SUAS. Brasília, Novembro de 2005.

SILVEIRA, Jucimeri. Gestão do Trabalho: concepção e significado para o SUAS

in Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Gestão do Trabalho

no âmbito do SUAS: uma contribuição necessária para ressignificar as ofertas e

consolidar o direito socioassistencial.

SPOSATI, Aldaíza. Modelo brasileiro de proteção social não contributiva:

concepções fundantes in Concepção e gestão da proteção social não

contributiva no Brasil – Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate

à Fome, UNESCO, 2009.

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Atividades

1. Sobre a Proteção Social brasileira, analise as alternativas a seguir e

depois assinale a opção correta.

I. É um amplo campo de políticas sociais públicas, estabelecido pela

Constituição Federal e visa preservar a vida humana, dar apoio e

socorro, evitando sua precariedade.

II. Visa prover meios e recursos para atender situações e

contingências referentes às perdas sofridas pela população ao

longo da vida, no sentido de lhes assegurar condições dignas de

sobrevivência.

III. Os direitos socioassistenciais postos pela política de assistência

social estão no campo da proteção social e se configuram também

como direitos humanos.

a. Alternativas I e II são verdadeiras.

b. Alternativas II e III são verdadeiras.

c. Alternativas I e III são verdadeiras.

d. Todas são verdadeiras.

2. A proteção social especial de Média Complexidade destina-se a:

I. Atender situações de ameaças, violações de direitos a famílias e

indivíduos nas suas vivências mais complexas, quando no limiar do

rompimento das relações e vínculos, no sentido de preservar a

manutenção do grupo familiar e as relações comunitárias.

II. Buscar redes de apoio, garantindo atendimento imediato e

providências necessárias à inclusão da família e seus membros em

serviços socioassistenciais e/ou programas de transferência de renda,

de forma a qualificar a intervenção e restaurar o direito que foi violado.

III. Contribuir para romper com padrões violadores de direitos no interior

da família, assim como para a reparação de danos e para diminuir a

incidência e reincidência de violações de direitos.

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Agora assinale a opção correta.

a. Alternativas I e II são verdadeiras.

b. Alternativas II e III são verdadeiras.

c. Alternativas I e III são verdadeiras.

d. Todas são verdadeiras.

3. Sobre as violações práticas contra as mulheres e a população LGBT,

pode-se dizer que:

a. São violências históricas e estruturais reproduzidas pela sociedade por

tratar-se do machismo e do patriarcado, aliadas à intolerância e ao não

reconhecimento da diversidade humana.

b. Gays, travestis e transexuais são pessoas que se expõem a situações

de risco voluntariamente e por isso acabam sofrendo preconceitos e

violências.

c. Há mulheres que perpetuam relações com seus parceiros, mesmo em

situação de violência por anos, porque gostam.

d. Não são demandas a serem atendidas pelos CREAS – Média

Complexidade – por tratarem-se de especificidades que possuem

políticas próprias.

4. Sobre o CREAS podemos dizer que as alternativas a seguir são

verdadeiras ou falsas?

I. É o Centro de Referência Especializado de Assistência Social, sendo

uma unidade pública estatal.

II. Oferta serviços especializados e continuados a famílias e indivíduos

em situação de ameaça ou violação de direitos.

III. Tem como foco o acesso da família aos direitos socioassistenciais,

estimulando o desenvolvimento da sua capacidade protetiva.

a. Alternativas I e II são verdadeiras.

b. Alternativas II e III são verdadeiras.

c. Alternativas I e III são verdadeiras.

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d. Todas são verdadeiras.

5. Em relação à população de rua, considere as alternativas abaixo e

marque Verdadeiro (V) ou Falso (F). Em seguida, assinale a opção

correta.

I. Trata-se de um grupo populacional que não quer se integrar à

sociedade.

II. Por estar à margem da sociedade, é um grupo populacional que sofre

todo tipo de preconceitos e violações de direitos.

III. É um grupo heterogêneo que tem em comum a pobreza, vínculos

familiares rompidos e a desfiliação social por ausência de trabalho e

das proteções sociais derivadas deste.

a. Alternativas I e II são verdadeiras.

b. Alternativas II e III são verdadeiras.

c. Alternativas I e III são verdadeiras.

d. Todas são verdadeiras.

Para consultar o gabarito das questões, acesse o material on-line.