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Este trabalho trata da cooperação internacional entre estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP e Universidade de Firenze - IT no desenvolvimento de novos produtos para a geração de renda em comunidades. Dentrodeste contexto, o trabalho aborda todo o desenvolvimento do produto Polt-Lona – poltrona em lona flexível – produzida pelaONG Projeto Arrastão e apresentada em uma Mostra Fuori Salone, paralela ao Salão do Móvel de Milão 2006. Este projeto foi gerado pela iniciativa do Design Possível, grupo de estudantes de desenho industrial e designers que vem alcançando excelentes resultados na área, divulgando outros conceitos de extrema importância como o desenvolvimento sustentável e a responsabilidade social do designer, também abordados nesse trabalho.
Citation preview
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE
DANIELLE R. DE ALCÂNTARA SOUSA
POLT-LONA: COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DE ESTUDANTES
PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM ONG’S ATRAVÉS
DO DESIGN POSSÍVEL.
SÃO PAULO
2006
DANIELLE R. ALCÂNTARA SOUSA
POLT-LONA: COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DE ESTUDANTES
PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM ONG’S ATRAVÉS
DO DESIGN POSSÍVEL.
Trabalho de Graduação
Interdisciplinar apresentado à
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E
ARTES DA UNIVERSIDADE
PRESBITERIANA MACKENZIE, como
requisito parcial para obtenção do
título de BACHAREL em DESENHO
INDUSTRIAL – HABILITAÇÃO EM
PROJETO DE PRODUTO.
Orientador: Prof.º Ivo Pons
SÃO PAULO
2006
DANIELLE R. ALCÂNTARA SOUSA
POLT-LONA: COOPERAÇÃO INTERNACIONAL DE ESTUDANTES
PARA O DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS EM ONG’S ATRAVÉS
DO DESIGN POSSÍVEL.
Trabalho de Graduação
Interdisciplinar apresentado à
FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E
ARTES DA UNIVERSIDADE
PRESBITERIANA MACKENZIE, como
requisito parcial para obtenção do
título de BACHAREL em DESENHO
INDUSTRIAL – HABILITAÇÃO EM
PROJETO DE PRODUTO.
Aprovada em junho de 2006
BANCA EXAMINADORA
Profº _________________________
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Profº _________________________
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Profº _________________________
Universidade Presbiteriana Mackenzie
Para minha mãe.
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a minha família, que conviveu comigo durante
todo o período de formação, pelo interesse, apoio, colaboração e
incentivo sempre.
A minha mãe, a quem eu dedico este trabalho, pela demonstração de
coragem e força que me impulsionaram muito para o término deste
projeto.
A minha irmã e minha tia pelo interesse e disposição em ajudar no
que for preciso.
A meu pai e irmão também pela ajuda prestada e pelos momentos de
descontração.
Ao professor e orientador Ivo Pons pelo apoio, contribuição, incentivo,
confiança e por todo ensinamento doado no decorrer do curso,
expressado neste trabalho.
À minha parceira de projeto Marcella Foschi, pelo conhecimento e
amizade adquiridos durante o desenvolvimento do projeto.
Ao Professor Giuseppe Lotti pela co-orientação e contribuição no
desenvolvimento deste trabalho.
À super amiga Heloisa Righetto Descalzi, pela amizade, cumplicidade
e presença sempre.
À ONG Projeto Arrastão pelo voto de confiança depositado no Design
Possível, e conseqüentemente no trabalho por mim desenvolvido, e
pela colaboração e incentivo ao nosso trabalho.
Às costureiras da ONG Arrastão, Dona Helena, Herculania, Margareth
e Neide, pela colaboração, compreensão e força de vontade na
produção do produto desenvolvido.
A amiga Daniela Jardim, pela enorme contribuição, através do
desenvolvimento gráfico e diagramação deste trabalho.
A todos os amigos do Design Possível que contribuíram para o
embasamento deste trabalho e pela amizade adquirida através do
projeto.
A todos os amigos presentes durante todo o curso, em especial a
minha Batian, Maria Fumiko Machida e ao amigo Denis Yudi Sasaya,
pelo incentivo, interesse e apoio.
Entre todos os objetos, os
mais caros pra mim são os
usados... Impregnados
pelo uso de tantos,
muitas vezes
t r a n s f o r m a d o s ,
melhorando a sua forma,
tornam-se preciosos por
serem apreciados.
(Bertolt Brecht)
RESUMO
Este trabalho trata da cooperação internacional entre
estudantes da Universidade Presbiteriana Mackenzie - SP e
Universidade de Firenze - IT no desenvolvimento de novos
produtos para a geração de renda em comunidades. Dentro
deste contexto, o trabalho aborda todo o desenvolvimento do
produto Polt-Lona – poltrona em lona flexível – produzida pela
ONG Projeto Arrastão e apresentada em uma Mostra Fuori
Salone, paralela ao Salão do Móvel de Milão 2006. Este projeto
foi gerado pela iniciativa do Design Possível, grupo de
estudantes de desenho industrial e designers que vem
alcançando excelentes resultados na área, divulgando outros
conceitos de extrema importância como o desenvolvimento
sustentável e a responsabilidade social do designer, também
abordados nesse trabalho.
Palavras-chave: Sustentabilidade. Design Social. Reciclagem.
Reutilização. Cooperação.
ABSTRACT
This work is about international cooperation among students
from Mackenzie Presbyterian University - SP and University of
Firenze - IT in the development of new products for income
generation in communities. Within this concept, this work deals
with the entire development of the product Polt-Lona –
armchair in flexible canvas – produced by NGO Projeto Arrastão
and presented at the Fuori Salone Exhibit in 2006, an event
parallel to Salone Internazionale del Mobile in Milan. This project
was created by the initiative of Design Possível, a group of
Industrial Design students and professional designers, which
is obtaining excellent results in the area and diffusing other
very important concepts such as sustainable development and
the designer’s social responsibility, also treated in this work.
Key-words: Sustainability. Social Design. Recycling. Reuse.
Cooperation.
LISTA DE FIGURAS
Fig.01 – Logo Design Possível – Identidade Visual Design
Possível .................................................................................
Fig.02 – Logo Aldeia do Futuro – Disponível em
<http://www.aldeiadofuturo.org.br/index.shtml> ........................
Fig.03 – Retalhos doados – do próprio autor ...............................
Fig.04 – Local de Trabalho das Mulheres – do próprio autor ...........
Fig.05 – Local de Trabalho das Mulheres – do próprio autor ...........
Fig.06 – Processo Produtivo Ondinha – do próprio autor ................
Fig.07 – Processo Produtivo Amarradinho – do próprio autor ..........
Fig.08 – Processo Produtivo Acabamento – do próprio autor ..........
Fig.09 – Produtos Produzidos com Amarradinho – do próprio
autor .....................................................................................
Fig.10 – Produtos Produzidos com Amarradinho e Fuxico – do
próprio autor ..........................................................................
Fig.11 – Produtos Produzidos com Fuxico – do próprio autor ..........
Fig.12 – Logo Associação Monte Azul – disponível em
<http://www.monteazul.org.br/> ..............................................
Fig.13 – Favela Monte Azul – do próprio autor ............................
Fig.14 – Loja Monte Azul – do próprio autor ...............................
Fig.15 – Marcenaria – do próprio autor ......................................
Fig.16 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................
Fig.17 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................
Fig.18 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................
Fig.19 – Produtos Produzidos com MDF – do próprio autor ............
Fig.20 – Produtos Produzidos com MDF – do próprio autor ............
Fig.21 – Produtos Produzidos com Marchetaria – do próprio ..........
autor ....................................................................................
Fig.22 – Logo Projeto Florescer - disponível em
<http://www.ongflorescer.com.br/> ..........................................
Fig.23 – Logo Recicla Jeans - disponível em
<http://www.ongflorescer.com.br/> ..........................................
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Fig.24 – Favela de Paraisópolis – do próprio autor .......................
Fig.25 – Local de Trabalho da Mulheres – do próprio autor ............
Fig.26 – Retalhos de Jeans doados – do próprio autor .................
Fig.27 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................
Fig.28 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................
Fig.29 – Processo Produtivo – do próprio autor ...........................
Fig.30 – Tecido feito com retalhos utilizado na produção de
novas peças – do próprio autor .................................................
Fig.31 – Produto Desenvolvido - disponível em
<http://www.ongflorescer.com.br/> ...........................................
Fig.32 – Produto Desenvolvido - disponível em
<http://www.ongflorescer.com.br/> ...........................................
Fig.33 – Logo Projeto Arrastão – disponível em
<http://www.arrastao.org.br/> .................................................
Fig.34 – Toldo Externo da ONG – do próprio autor .......................
Fig.35 – Local de Trabalho das Mulheres – do próprio autor ..........
Fig.36 – Local de Trabalho das Mulheres – do próprio autor ..........
Fig.37 – Banner reutilizado para produção de novos produtos
– do próprio autor ...................................................................
Fig.38 – Processo Produtivo – corte da lona – do próprio autor ......
Fig.39 – Processo Produtivo - costura – do próprio autor ...............
Fig.40 – Produtos Desenvolvidos – do próprio autor .....................
Fig.41 – Produtos Desenvolvidos – do próprio autor .....................
Fig.42 – Produtos Desenvolvidos – do próprio autor .....................
Fig.43 – Estudantes da Universidade Mackenzie e Professor
Ivo Pons – foto Altair Urbano ....................................................
Fig.44 – Montagem da Mostra no IBRIT, Milão 2005 – foto
Ivo Pons ................................................................................
Fig.45 – Grupo Design Possível – Estudantes e seus produtos
– foto Ivo Pons .......................................................................
Fig 46 – Revisteiro Mago Fechado – foto Altair Urbano .................
Fig.47 – Revisteiro Mago Aberto – foto Altair Urbano ...................
Fig.48 – Boneco Omo – foto Altair Urbano ..................................
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Fig.49 – Boneco Omo - Detalhe – foto Altair Urbano .....................
Fig.50 – Boneco Omo - alteração feita pela estudante – do
próprio autor ...........................................................................
Fig.51 – Revisteiro Encaixe chão – foto Altair Urbano ....................
Fig.52 – Revisteiro Encaixe parede – foto Altair Urbano .................
Fig.53 – Revisteiro Encaixe outras opções – do próprio autor ..........
Fig.54 – Revisteiro Encaixe outras opções – do próprio autor ..........
Fig.55 – Revisteiro Encaixe outras opções – do próprio autor ..........
Fig.56 – Assento Noda – foto Altair Urbano .................................
Fig.57 – Assento Noda – foto Marta Pampana ..............................
Fig.58 – Assento Noda – desenho esquemático ............................
Fig.59 – Porta-retrato modular Retalho – foto Altair Urbano ...........
Fig.60 – Porta-retrato modular Retalho – foto Altair Urbano ...........
Fig.61 – Porta-retrato modular Retalho – foto Altair Urbano ...........
Fig.62 – Estante modular Encher o saco – foto Altair Urbano ..........
Fig.63 – Estante modular Encher o saco – desenho
esquemático ...........................................................................
Fig.64 – Almofada Recheio – foto Altair Urbano ...........................
Fig.65 – Almofada Recheio – foto Altair Urbano ...........................
Fig.66 – Almofada Recheio – foto Altair Urbano ...........................
Fig.67 – Luminária O’rigami – foto Altair Urbano ..........................
Fig.68 – Luminária O’rigami – foto Altair Urbano ..........................
Fig.69 – Luminária O’rigami – alteração feita pela estudante
– do próprio autor ...................................................................
Fig.70 – Revisteiro X da questão horizontal – foto Altair
Urbano ..................................................................................
Fig.71 – Revisteiro X da questão vertical – foto Altair Urbano .......
Fig.72 – Luminária Blue Light – foto Altair Urbano .......................
Fig.73 – Luminária Blue Light – foto Altair Urbano .......................
Fig.74 – Almofadas Gomo – foto Altair Urbano ............................
Fig.75 – Almofadas Gomo – alterado pelo estudante – foto
Altair Urbano .........................................................................
Fig.76 – Almofadas Gomo – alterado pelo estudante – foto
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Altair Urbano ..........................................................................
Fig.77 – Almofadas Flor de Jeans – foto Altair Urbano ..................
Fig.78 – Almofadas Flor de Jeans – desenho esquemático .............
Fig.79 – Arandela Ripa – foto Altair Urbano ................................
Fig.80 – Arandela Ripa – foto Altair Urbano ................................
Fig.81 – Pendente Ripa – foto Altair Urbano ................................
Fig.82 – Poltrona Modular Sedute Multiforme – foto Altair
Urbano ...................................................................................
Fig.83 – Poltrona Modular Sedute Multiforme - montagem –
foto Altair Urbano ....................................................................
Fig.84 – Quebra-cabeça Circo – montagem – foto Altair
Urbano ...................................................................................
Fig.85 – Quebra-cabeça Circo – foto Altair Urbano ........................
Fig.86 – Bola PseudoBola – foto Altair Urbano .............................
Fig.87 – Porta-cd Expo-cd aberto – foto Altair Urbano ...................
Fig.88 – Porta-cd Expo-cd – foto Altair Urbano .............................
Fig.89 – Almofada Dupla Face – lado jeans – foto Altair
Urbano ...................................................................................
Fig.90 – Almofada Dupla Face – foto Altair Urbano .......................
Fig.91 – Almofada Dupla Face – lado amarradinho – foto
Altair Urbano ..........................................................................
Fig.92 – Chinelos Batrip – foto Altair Urbano ...............................
Fig.93 – Chinelos Batrip – foto Altair Urbano ...............................
Fig.94 – Revisteiro Trapézio – foto Altair Urbano ..........................
Fig.95 – Revisteiro Trapézio – Mesa – foto Altair Urbano ...............
Fig.96 – Poltrona The Cube – foto Altair Urbano ...........................
Fig.97 – Poltrona The Cube – foto Altair Urbano ...........................
Fig.98 – Maddalena Vantaggi e seus bonequinhos de dedos
– foto Altair Urbano ................................................................
Fig.99 – Poltrona alterada pela estudante, versão com
madeira – foto Altair Urbano .....................................................
Fig.100 – Claudia D’aniello e Danielle Alcântara – foto Altair
Urbano ...................................................................................
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Fig.101 – Poltrona alterada pela estudante, versão de lona
– do próprio autor ...................................................................
Fig.102 – Daniele Chiarantini, professora Alessandra e Laura
Sandroni – do próprio autor .....................................................
Fig.103 – Luminária projetada por Laura aqui no Brasil – do
próprio autor ..........................................................................
Fig.104 – Luminária projetada por Ilaria, feita de papel
artesanal e retalhos de madeira da produção da marcenaria
– foto Ilaria Serpente ..............................................................
Fig.105 – Ilaria Serpente na marcenaria – foto Ilaria Serpente ......
Fig.106 – Processo Produtivo – foto Ilaria Serpente .....................
Fig.107 – Luminária de Madeira e fibra de buriti – foto Ilaria
Serpente ...............................................................................
Fig.108 – Matteo Giannerini desenvolvendo uma luminária
com fibra de buriti – foto Matteo Giannerini ................................
Fig.109 – Os dois produtos desenvolvidos por Matteo, uma
luminária e uma mesa de centro – foto Matteo Giannerini .............
Fig.110 – Marcella Foschi desenvolvendo a poltrona no ateliê
da ONG Arrastão – do próprio autor ...........................................
Fig.111 – Marcella Foschi com o corpo da poltrona costurado
– do próprio autor ...................................................................
Fig.112 – Workshop para desenvolvimento de um novo
produto – do próprio autor .......................................................
Fig.113 – Processo produtivo – costura – do próprio autor ............
Fig.114 – Produtos desenvolvidos – do próprio autor ...................
Fig.115 – Convite da Feira Craft+Design 2005 ............................
Fig.116 – Estande Dom Brasil – do próprio autor ........................
Fig.117 – Produto desenvolvido por integrante do Design
Possível – Gomo, de Gustavo Andretta Yoshida – do próprio
autor ....................................................................................
Fig.118 – Produto desenvolvido por integrante do Design
Possível – Encaixe, de Danielle Alcântara – do próprio autor .........
Fig.119 – Convite Prêmio Planeta Casa 2005 .............................
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Fig.120 – Display dos produtos finalistas da Categoria
Estudante – do próprio autor ....................................................
Fig.121 – Cartaz de divulgação – foto Ivo Pons ..........................
Fig.122 – Chapas de Papelão – foto Ivo Pons .............................
Fig.123 – Participantes – estudantes e designers – foto Ivo
Pons .....................................................................................
Fig.124 – Palestra Consultor da Klabin – foto Ivo Pons ................
Fig.125 – Processo Produtivo – foto Ivo Pons .............................
Fig.126 – Processo Criativo – foto Ivo Pons ...............................
Fig.127 – Processo Produtivo – foto Ivo Pons .............................
Fig.128 – Produto desenvolvido – Cadeiras – foto Ivo Pons ..........
Fig.129 – Produto desenvolvido – Berço – foto Ivo Pons ..............
Fig.130 – Produto desenvolvido – Sofá – foto Ivo Pons ................
Fig.131 – Convite Mostra Oca ..................................................
Fig.132 – Museu Oca – Parque do Ibirapuera – do próprio
autor ....................................................................................
Fig.133 – Mostra Design Possível – do próprio autor ....................
Fig.134 – Mostra Design Possível – do próprio autor ....................
Fig.135 – Mostra Design Possível – do próprio autor ....................
Fig.136 – Mostra Design Possível – do próprio autor ....................
Fig.137 – Mostra Design Possível – do próprio autor ....................
Fig.138 – Mostra Workshop Papelão – do próprio autor ................
Fig.139 – Mostra Workshop Papelão – do próprio autor ................
Fig.140 – Mostra Workshop Papelão – do próprio autor ................
Fig.141 – Convite Mostra EcoDesign – do próprio autor ................
Fig.142 – Espaço – do próprio autor ..........................................
Fig.143 – Produtos Design Possível – do próprio autor .................
Fig.144 – Produtos Design Possível – do próprio autor .................
Fig.145 – Produtos Design Possível – do próprio autor .................
Fig.146 – Produtos Design Possível – do próprio autor .................
Fig.147 – Produtos Design Possível – do próprio autor ................
Fig.148 – Convite Mostra Primavera do Design ............................
Fig.149 – Produtos Desenvolvidos para o projeto Design
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Possível expostos na mostra – do próprio autor ...........................
Fig.150 – Produtos Desenvolvidos para o projeto Design ..............
Possível expostos na mostra – do próprio autor ...........................
Fig.151 – Explicação do técnico do laboratório – do próprio
autor ....................................................................................
Fig.152 – Aplicação da técnica em papel e camisetas – do
próprio autor ..........................................................................
Fig.153 – Aplicação da técnica em papel e camisetas – do
próprio autor ..........................................................................
Fig.154 – Convite Mostra Nida ..................................................
Fig.155 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do
próprio autor ..........................................................................
Fig.156 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do
próprio autor .........................................................................
Fig.157 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do
próprio autor ..........................................................................
Fig.158 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do
próprio autor ..........................................................................
Fig.159 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do
próprio autor ..........................................................................
Fig.160 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do
próprio autor ..........................................................................
Fig.161 – Projeto Arrastão – Local da Mostra – do próprio
autor ....................................................................................
Fig.162 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do
próprio autor ..........................................................................
Fig.163 – Produtos desenvolvidos pelo Design Possível – do
próprio autor ..........................................................................
Fig.164 – Estande Design Possível – do próprio autor ..................
Fig.165 – Produtos – do próprio autor ........................................
Fig.166 – Cortina feita de resíduos de tecido– do próprio
autor .....................................................................................
Fig.167 – Aula para os jovens urbanos – do próprio autor .............
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Fig.168 – Dinâmica – do próprio autor ........................................
Fig.169 – Produção no ateliê de costura – do próprio autor ............
Fig.170 – Logo Tyg Iluminação – disponível em
<http://www.tyg.com.br> ........................................................
Fig.171 – Mascote desenvolvido para Tyg pela Aldeia do
Futuro – do próprio autor ..........................................................
Fig.172 – Logo Ornare – disponível em
<http://www.ornare.com.br> ....................................................
Fig.173 – Caio Esteves, gerente de marca da Ornare, ao lado
dos brindes desenvolvidos pelo Design Possível – do próprio
autor .....................................................................................
Fig.174 – Porta-jóias em mdf laqueado – do próprio autor ............
Fig.175 – Graveteiro em couro, porta-lápis em mdf e
porta-cartão em lâmina pré-composta – do próprio autor ..............
Fig.176 – Painel Semântico – Possibilidades Produtivas da
ONG .....................................................................................
Fig.177 – Painel Semântico – Produtos desenvolvidos pelo
Design Possível com a lona ......................................................
Fig.178 – Painel Semântico – Ambientes de utilização .................
Fig.179 – Painel Semântico – Concorrentes ................................
Fig.180 – Painel Semântico – Referências Estéticas .....................
Fig.181 – Roughs ...................................................................
Fig.182 – Teste de formato com papel kraft – do próprio autor ......
Fig.183 – Opções adquiridas – do próprio autor ..........................
Fig.184 – Protótipos em lona em escala reduzida – do próprio
autor ....................................................................................
Fig.185 – Danielle e Marcella no atêlie da ONG Arrastão – do
próprio autor .........................................................................
Fig.186 – Costura da primeira versão do molde – do próprio
autor ....................................................................................
Fig.187 – Costura da segunda versão do molde – do próprio
autor ....................................................................................
Fig.188 – Gomos prontos para a próxima costura que vai
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fechar a poltrona – do próprio autor ..........................................
Fig.189 – Passante feito de lona para encaixe da estrutura
metálica – do próprio autor .....................................................
Fig.190 – Passante – parte interna, reforçado com costura e
cola vinílica – do próprio autor .................................................
Fig.191 – Vivo – viés de pvc – do próprio autor ..........................
Fig.192 – Desenho Esquemático – Poltrona Suspensa .................
Fig.193 – Desenho Esquemático – Poltrona Apoiada ao chão ........
Fig.194 – Desenho Esquemático – Demonstração de troca de
posição .................................................................................
Fig.195 – Tipo de Gancho existente no mercado – disponível
em <http://www.amorimferragens.com.br> ................................
Fig.196 – Tipo de Gancho existente no mercado – disponível
em <http://www.imab.com.br> ................................................
Fig.197 – Tipo de Gancho existente no mercado – disponível
em <http://www.hammockheaven.co.uk> ..................................
Fig.198 – Propriedades de um gancho existente no mercado
– disponível em <http://www.qualityfix.com.br> ........................
Fig.199 – Cinto de Segurança – disponível em
<http://www.lopan.com.br> ....................................................
Fig.200 – Detalhe da costura parte interna – do próprio autor .....
Fig.201 – Banner publicitário feito de lona – do próprio autor ......
Fig.202 – Transformação do banner em produto – do próprio
autor ....................................................................................
Fig.203 – Detalhe do centro da poltrona – do próprio autor ..........
Fig.204 – Marcação do molde na lona – do próprio autor ..............
Fig.205 – Corte dos pedaços – do próprio autor ..........................
Fig.206 – Pedaços cortados – do próprio autor ............................
Fig.207 – Marcação do molde na espuma – do próprio autor ..........
Fig.208 – Corte da espuma – do próprio autor ............................
Fig.209 – Preparação par costura – do próprio autor ....................
Fig.210 – Costura dos pedaços em gomos – do próprio autor ........
Fig.211 – Gomo pronto – do próprio autor ..................................
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Fig.212 – Preparação para costura que vai unir os gomos – do
próprio autor .........................................................................
Fig.213 – Costura dos gomos, fechando a meia esfera – do
próprio autor .........................................................................
Fig.214 – Detalhe da Costura – do próprio autor ........................
Fig.215 – Parte Interna costurada – do próprio autor ..................
Fig.216 – Parte Interna pronta – divisões externas – do
próprio autor .........................................................................
Fig.217 – Parte Interna pronta – costuras internas – do
próprio autor .........................................................................
Fig.218 – Parte Interna pronta – costuras internas – do
próprio autor .........................................................................
Fig.219 – Marcação do molde na lona – do próprio autor .............
Fig.220 – Pedaços prontos para costura – do próprio autor ..........
Fig.221 – Corte de pedaço para passante – do próprio autor ........
Fig.222 – Corte de pedaço para passante – do próprio autor ........
Fig.223 – Pedaços prontos com o passante preparadas para
costura – do próprio autor .......................................................
Fig.224 – Detalhe do passante de lona – do próprio autor ...........
Fig.225 – Costura parte externa – do próprio autor .....................
Fig.226 – Pedaços costurados – do próprio autor ........................
Fig.227 – Parte Externa Pronta – do próprio autor .......................
Fig.228 – Parte Externa Pronta – do próprio autor .......................
Fig.229 – Estruturas feitas por empresa italiana para cadeira
suspensas – disponível em
<http://www.esedradesign.com/intro.htm> ...............................
Fig.230 – Estruturas feitas por empresa italiana para cadeiras
suspensas – disponível em
<http://www.esedradesign.com/intro.htm> ...............................
Fig.231 – Polt-lona – do próprio autor .......................................
Fig.232 – Polt-lona – do próprio autor .......................................
Fig.233 – Espaço da Mostra Design Possível em Milão – do
próprio autor ..........................................................................
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Fig.234 – Detalhe - sofá de papelão e bonecão de jeans – do
próprio autor .........................................................................
Fig.235 – Legenda do produto Polt-Lona – do próprio autor...........
Fig.236 – Polt-lona na Mostra – do próprio autor ........................
Fig.237 – Polt-lona na Mostra – do próprio autor ........................
Fig.238 – Polt-lona na Mostra – do próprio autor ........................
Fig.239 – Espaço da Mostra Design Possível em Milão – do
próprio autor .........................................................................
Fig.240 – Espaço da Mostra Design Possível em Milão – do
próprio autor .........................................................................
Fig.241 – Equipe de estudantes e designers que montaram
e participaram da mostra – do próprio autor ..............................
Fig.242 – Coquitel de Inauguração – do próprio autor .................
Fig.243 – Catálogo da Mostra Milão 2006 – frente ......................
Fig.244 – Catálogo da Mostra Milão 2006 – verso .......................
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139
LEGENDA
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .......................................................................
2. O DESIGN E O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ..................
2.1. Sustentabilidade Ambiental ......................................
2.2. O Papel dos Consumidores .......................................
2.3. O Papel dos Designers .............................................
2.4. O Papel das Empresas .............................................
3. O ASPECTO SOCIAL ..............................................................
3.1. Mobilização Social em Comunidades ..........................
3.2. ONG – Organização Não-Governamental .....................
4. PROJETOS DE COOPERAÇÃO INTERNACIONAL ......................
4.1. Brasil+Holanda .......................................................
5. DESIGN POSSÍVEL ................................................................
5.1. Descrição do Projeto ................................................
5.2. ONGs Parceiras .......................................................
5.2.1. Aldeia do Futuro .....................................................
5.2.2. Associação Monte Azul ............................................
5.2.3. Projeto Florescer – Recicla Jeans ...............................
5.2.4. Projeto Arrastão .....................................................
5.3. Primeira Fase .........................................................
5.4. Resultados – Primeira Fase .......................................
5.4.1. Catálogo ................................................................
5.5. Conclusões da Primeira Fase .....................................
5.6. Conseqüências da Primeira Fase ................................
5.6.1. Brasil+Itália ...........................................................
5.7. Ações Paralelas ......................................................
6. PROJETO: SEGUNDA FASE .....................................................
6.1. Definições iniciais do projeto ....................................
6.1.1. Problema ...............................................................
6.1.2. Definição do problema .............................................
6.1.3. Componentes do problema .......................................
6.1.4. Pesquisas ..............................................................
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6.1.5. Análise dos dados ..................................................
6.2. Briefing ................................................................
6.3. Fases Criativas ......................................................
6.4. Apresentação do Projeto – Produto Polt-Lona .............
6.5. Desenvolvimento do Projeto ....................................
6.6. Alterações Previstas ...............................................
6.7. Ergonomia aplicada ao projeto .................................
6.7.1. Fatores Ergonômicos ...............................................
6.7.2. Ações de Percepção ................................................
6.8. Desenho Técnico ....................................................
6.9. Processo Produtivo .................................................
6.9.1. ONG .....................................................................
6.9.2. Empresas Parceiras ................................................
6.10. Resultados – Segunda Fase .....................................
6.11. Mostra Fuori Salone Milano 2006 ...............................
6.11.1. Catálogo ...............................................................
6.12. Memorial Descritivo ................................................
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANEXOS
APÊNDICES
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140
1. INTRODUÇÃO
O cenário ambiental vivenciado atualmente
com a crescente urbanização das cidades,
a globalização e a conseqüente emissão de
resíduos, no que diz respeito à utilização
dos recursos naturais disponíveis,
demonstra que a garantia de melhores
condições de vida tanto para gerações
atuais, quanto para as futuras, depende
de como as questões ambientais e sociais
estão sendo efetivamente aplicadas.
23
Conscientes da importância do atual quadro social e ambiental,
cada vez mais profissionais, de diferentes áreas, buscam
agregar ao desenvolvimento de seus trabalhos mudanças de
comportamento ou de atitude que reflitam de forma positiva
no âmbito global.
Inserido neste cenário da utilização dos recursos naturais está
o designer, que através de sua ação profissional, pode contribuir
para essa mudança, através da inserção em seus projetos, de
componentes como a sustentabilidade, responsabilidade social,
reutilização, reciclagem, dentre outros, fundamentais para o
futuro do planeta.
Com base nestas questões o grupo Design Possível, que há
um ano e meio desenvolve ações e projetos de cunho social e
ecológico, em parceria com Universidades, ONG’s e empresas
dos dois países, propõe neste projeto, o desenvolvimento de
um móvel projetado em parceira entre uma estudante brasileira
da Universidade Presbiteriana Mackenzie e uma estudante
italiana da Universidade de Firenze, a ONG Projeto Arrastão e
empresas italianas.
A Polt-lona, desenvolvida para este projeto, consiste em uma
poltrona de lona flexível com dois modos de utilização para
ambientes externos, todas suas etapas de desenvolvimento
estão descritas neste trabalho, que além da preocupação com
a questão ambiental e social, aborda pontos como a união de
duas culturas diversas, a tecnologia de produção das indústrias
italianas, o trabalho artesanal brasileiro produzido pelas artesãs
das ONG’s, o incentivo à comercialização, o aumento das
possibilidades produtivas e a conseqüente geração de renda
para as comunidades.
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O resultado deste projeto procura demonstrar que é viável a
transformação de resíduos e outros materiais descartados por
empresas em produtos com valor social, estético e econômico.
E que através da difusão do conhecimento adquirido neste
projeto de graduação uma nova realidade possa ser construída.
25
2. O DESIGN E O DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL
O futuro da Terra depende de como as
questões ambientais estão sendo tratadas
atualmente. Na medida em que
concentram crescentes quantidades de
pessoas e atividades, cidades se apropriam
de grandes quantidades de recursos
naturais, e exportam grandes quantidades
de resíduos. A urbanização igualmente leva
a importantes mudanças na maneira como
as pessoas utilizam os recursos naturais.
26
Desse modo, de acordo com Branco, “a fórmula encontrada
para, de certa forma, compatibilizar a proteção ambiental e
o equilíbrio dos ecossistemas com as crescentes necessidades
do homem de explorar os recursos naturais é representada
pelo chamado desenvolvimento sustentável¹” (2002 p.126).
O desenvolvimento se faz necessário para garantir a
preservação de recursos que permitam a sobrevivência e a
qualidade de vida das gerações atuais e futuras. Dessa forma,
qualquer uso que se faça do ambiente ou de seus
componentes, terá que ser conservativo, ou sustentável, no
sentido de não ser esgotado, ou seja, sua exploração deverá
ser feita “em um nível compatível com a sua capacidade
potencial de recomposição e de manutenção do equilíbrio de
seus principais ecossistemas” (BRANCO, 2002, p.127).
Inserindo neste contexto, o design desempenha um papel de
extrema importância, pois o desenvolvimento de produtos
está diretamente ligado à questão ecológica, no que diz
respeito ao uso de materiais e processos produtivos
adequados a este conceito. Sendo assim, a resposta do design
deve ser a ponte entre as necessidades humanas e a
preservação do meio ambiente.
1. O conceito de desenvolvimento sustentável foi introduzido no debate
internacional pelo documento da World Commission fo Environment and
Development Our Common Future. Este foi a base da conferência UNCED
(United Nations Conference on Environment and Development), que se
desenvolveu no Rio de Janeiro em 1992. Atualmente, constitui referência
fundamental do Quinto Plano de Ação da União Européi para o Ambiente.
(Manzini, 2005, p.27)
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Geralmente o encontro entre a atividade de projetar e o meio
ambiente é definido como ecodesign, que de acordo com
Manzini, 2005 “é uma palavra dotada de uma boa capacidade
auto-explicativa, [...] ecodesign é modelo ‘projetual’ [...]
orientado por critérios ecológicos, mas ao mesmo tempo,
ecodesign ainda é um termo que está longe de apresentar
uma definição precisa do seu significado”.
Ressalta ainda Manzini (2005) que o importante é que o
designer consiga unir o tecnicamente possível com o
ecologicamente necessário, criando propostas socialmente e
culturalmente apreciáveis. Ampliando a conscientização da
população em relação ao problema ambiental e a levando a
reorientação de novos comportamentos sociais, isto é, da
procura de produtos e serviços que motivem a existência de
processos e produtos mais favoráveis.
2.1. Sustentabilidade Ambiental
Partindo do ponto que a sociedade, e portanto a nossa vida
e das futuras gerações, depende da qualidade e capacidade
produtiva da natureza, é preciso encarar a sustentabilidade
ambiental como “um objetivo a ser atingido [...] e uma direção
a ser seguida”. (MANZINI, 2005, p.28)
Porém, nem tudo que apresenta uma melhoria em relação
aos aspectos ambientais pode ser considerado sustentável.
Portanto, alguns requisitos gerais definidos por Holmberg
(1995), devem ser respeitados:
• Basear-se fundamentalmente em recursos renováveis
(garantindo ao mesmo tempo a renovação);
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• Otimizar a utilização dos recursos não renováveis
(compreendidos como o ar, a água e o território);
• Não acumular lixo que o ecossistema seja capaz que
renaturalizar (isto é, fazer retornar às substâncias
minerais originais e, não menos importante, às suas
concentrações originais);
• Agir de modo que cada indivíduo, e cada comunidade
das sociedades ‘ricas’, permaneça nos limites de seu
espaço ambiental e, que cada indivíduo e comunidade
das sociedades ‘pobres’ possam efetivamente gozar
do espaço ambiental ao qual potencialmente têm direito.
Segundo Manzini (2005), a perspectiva da sustentabilidade
põe em discussão nosso atual modelo de desenvolvimento e
propõe uma transição que atinja o objetivo sustentável; um
articulado processo de inovação social, culltural e tecnológico,
a fim de se construir um cenário da sustentabilidade que dê
visibilidade a um futuro possível.
Porém, a transição por escolha só poderá ocorrer se um grande
número de pessoas reconhecer nela uma oportunidade para
melhorar o seu grau de bem-estar, e nesta questão, fatores
culturais e éticos serão decisivos.
Para isso, deve-se estabelecer objetivos e estratégias a médio
e longo prazo de onde se quer chegar. Neste ponto, o papel
desempenhado pela sociedade, em especial neste trabalho,
pelos consumidores, designers, empresas e instituições é de
extrema importância.
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2.2. O Papel dos Consumidores
O modo de agir vem a ser o único que pode levar a soluções
verdadeiramente coerentes com a perspectiva de
sustentabilidade. Indo ao encontro das idéias de Manzini,
“cada indivíduo, decidindo como e o que adquirir e utilizar,
legitima a existência daquele produto e está na origem dos
efeitos ambientais ligados à sua produção, ao seu emprego
e ao seu escoamento final”. (2002, p.64)
Portanto, a mudança de comportamento e das escolhas de
consumo se faz necessária. O melhor modo para seguir no
caminho da sustentabilidade é aquele em que cada indivíduo,
agindo com base em seus próprios valores, em seus próprios
critérios de qualidade e em sua própria expectativa de vida,
faça escolhas que também sejam as mais compatíveis com
as necessidades ambientais. (MANZINI, 2005)
2.3. O Papel dos Designers
Promover a capacidade do sistema produtivo de responder à
procura social de bem-estar utilizando uma quantidade de
recursos ambientais drasticamente inferior aos níveis
atualmente praticados é um dos papéis que pode ser exercido
pelo designer.
Segundo Papanek (1995), a fabricação de qualquer tipo de
produto, assim como sua existência, gera um ciclo de pelo
menos seis fases, cada uma com alto potencial de causar
danos ao meio ambiente. Essas fases são:
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• Escolha dos materiais;
• Processos de fabricação;
• Embalagem do produto;
• Acabamentos do produto;
• Transporte e
• Lixo.
O designer tem um papel relevante na escolha e aplicação
dos materiais empregados, na fase produtiva e distribuição
dos produtos, a fim de proporcionar alternativas de baixo
impacto ambiental.
Entre as possibilidades de contribuição dos designers para
garantir a sustentabilidade, Manzini (2005) ressalta os
seguintes pontos:
• Contribuir para o aumento do número de alternativas e
estratégias de solução de problemas, técnica e
economicamente praticáveis da parte dos usuários;
• Promover as suas capacidades, isto é, as suas
habilidades ou possibilidades de intervir pessoal e
diretamente na definição dos resultados e dos meios
para alcançá-los;
• Estimular a sua imaginação, ou seja, a sua propensão
a vislumbrar soluções ainda não expressas claramente.
O que significa que pode intervir no âmbito das
propostas culturais, dos valores, dos critérios de
qualidade e das visões de mundos possíveis, para tentar
influenciar o mundo existente.
Portanto, intervir na relação consumidor-produtor para orientar
o sistema na direção de um desenvolvimento sustentável
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exige o apontamento de produtos mais coerentes com as
necessidades ambientais, reforçando-os e gerando uma maior
visibilidade. (MANZINI, 2005)
2.4. O Papel das Empresas
As discussões sobre questões ambientais, inseridas no amplo
conceito da sustentabilidade ganharam intensidade nesses
últimos anos, refletindo uma tendência irreversível para as
próximas décadas.
Em todo o mundo, diversos setores da
sociedade têm intensificado ações em prol do
desenvolvimento sustentável. Nesse cenário,
as empresas vêm assumindo um papel cada
vez mais notável, estimulando o
desenvolvimento de iniciativas com vistas a
preservar os recursos do planeta e assegurar
a perenidade de seus negócios. (Cempre,
2006)
As medidas de redução do impacto ambiental podem ser
direcionadas ao próprio processo produtivo ou pós-consumo
dentro das empresas. Atuando assim no desenvolvimento de
produtos menos agressivos ao meio ambiente, recicláveis ou
ainda que contribuam para a diminuição do consumo de energia
e água.
Além de contribuir, para as gerações atuais, e garantir, para
as gerações futuras uma melhoria na qualidade de vida, o
desenvolvimento dessas ações exalta a criatividade,
competência e um posicionamento estratégico claro no sentido
de transformar projetos ambientais em marcas de sua cultura
corporativa.
32
3. O ASPECTO SOCIAL
O designer não pode estar alheio a
sua responsabilidade de agente
cultural, não pode estar apenas
atento ao mercado, pois sua posição
é muito importante na cadeia
produtiva, o seu papel pode e deve
mudar o cenário atual, porque a sua
influência no ambiente, na sociedade
e sua força construirá uma nova
realidade (HATTORI, 2005).
33
Dentro do contexto social, o design deve ser visto como um
elemento importante de inclusão social das comunidades,
melhoria de vida e geração de renda. Aspectos esses,
apresentados neste projeto através da transformação de
resíduos, reutilização de materiais e aperfeiçoamento de
produtos que já possuem uma identidade local. Agindo dentro
das comunidades, de forma contínua e dinâmica, o designer
torna-se um agente de transformação social.
3.1. Mobilização Social em Comunidades
De acordo com as idéias de Toro & Werneck (1997), mobilizar
é “convocar vontades pra atuar na busca de um propósito
comum, sob uma interpretação e um sentido também
compartilhados”.
A mobilização ocorre quando um grupo de pessoas, uma
comunidade ou uma sociedade decide e age com um objetivo
comum, buscando, cotidianamente, os resultados desejados
por todos. Exemplo disso, é o trabalho desenvolvido por
algumas ONG’s, geralmente situadas em regiões pobres das
grandes cidades, que através de ações sociais buscam a
melhoria de vida para comunidades carentes.
Quando as pessoas começam a fazer as coisas juntas, a
participar de ações coletivas, começam também a pensar
diferente. Além da troca de experiências, elas desenvolvem
idéias de solidariedade e espírito de equipe, expressadas na
resolução de problemas comuns.
O processo de mobilização da comunidade estimula a
participação em ações efetivas em torno de questões concretas
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e reais do cotidiano das pessoas, questões ambientais locais,
por exemplo, são objeto de mobilização.
Muitos dos movimentos sociais estabelecem parcerias com
órgãos públicos, empresas, outras ONG’s e instituições. Assim
a participação dos movimentos torna-se mais eficaz, criando-
se canais que potencializam as práticas de acordo com os
anseios da população. E é exatamente na potencialização
desta transformação que atua o Design Possível, propondo
ações, juntamente com a Universidade, a fim de mobilizar
estudantes, profissionais e professores, na articulação dessa
transformação.
Nesse sentido, serão abordadas com maior ênfase algumas
organizações não-governamentais (ONG’s) que tiverem papel
ativo e essencial no desenvolvimento e realização deste
projeto.
3.2. ONG – Organização Não-Governamental
A definição do que é uma ONG é de extrema importância para
se compreender o relacionamento designers – ONGs dentro
do conceito da mobilização social.
Uma Organização não Governamental, ou ONG, em um sentido
mais amplo pode ser definida como qualquer entidade
comunitária que não possua vínculo com governo municipal,
estadual ou federal, que atenda aos membros da comunidade,
sem fins lucrativos.
Ainda de acordo com Betinho (1993):
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...uma ONG se define por sua vocação política,
por sua positividade política: uma entidade sem
fins de lucro cujo objetivo fundamental é
desenvolver uma sociedade democrática, isto
é, uma sociedade fundada nos valores da
democracia liberdade, igualdade, diversidade,
participação e solidariedade. (...) As ONGs são
comitês da cidadania e surgiram para ajudar a
construir a sociedade democrática com que
todos sonham.
Para este projeto, a busca por um perfil mais característico
para o trabalho a ser realizado se fez necessário, sendo essas
ONGs conceituadas como organizações formais, ou seja, não
constituem um mero agrupamento de pessoas, mas uma
estrutura formalmente constituída para alcançar determinados
objetivos. Possuem certo grau de autonomia e realizam
atividades, projetos e programas com o objetivo de contribuir
para a erradicação das condições de vida desiguais e injustas
no mundo, sobretudo nos países pobres do hemisfério sul.
Dessa forma, apóiam grupos e movimentos populares de uma
maneira que nem o mercado e nem Estado são capazes.
Enquanto a relação do mercado com a sociedade se constitui
por meio da troca e a do Estado se legitima pela hierarquia,
as ONG’s se vinculam à sociedade mediante atos de
solidariedade.
De acordo com pesquisa de campo realizada, sabe-se que as
atividades de uma ONG não são necessariamente compostas
por trabalho voluntário, tão pouco seus serviços devem ser
obrigatoriamente gratuitos. Podem ser cobradas taxas ou
mensalidades pelos cursos ministrados, produtos
comercializados, etc. No entanto, toda a renda é revertida
para o desenvolvimento da comunidade e manutenção da
própria ONG.
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As parcerias das ONGs com empresas e outras instituições
são importantes para geração de renda, apoio para a
realização de projetos, capacitação e divulgação.
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4. PROJETOS DE COOPERAÇÃO
INTERNACIONAL
Ainda são poucas as referências que se
pode citar sobre projetos, na área de
design, já realizados em cooperação
internacional no Brasil e no mundo. Isso
mostra que ainda é insignificante o número
de projetos que atuam sob esse conceito
e o quão “inédito” e inovador é o trabalho
que vem sendo desenvolvido pelo Design
Possível. (Revista Kaza, ANEXO B)
38
4.1. Brasil+Holanda
Dentre os projetos brasileiros de cooperação internacional
que se pode citar, está o Brasil+Holanda, projeto fruto da
parceria da ONG Associação Comunitária Monte Azul e da
Academia de Design de Eindhoven, iniciado em 2004 e que
envolve uma das ONG’s parceiras do Design Possível.
Esse projeto estimulou a criação de uma série de produtos
desenvolvidos por estudantes holandeses em cooperação com
a marcenaria da Monte Azul.
A Academia de Design de Eindhoven é uma das mais
renomadas escolas de design do mundo. A proposta da parceria
era aproximar o conhecimento do design à arte manufatureira.
Os resultados são produtos com visual moderno e forte
identidade brasileira.
Dois tipos de produtos foram desenvolvidos: brinquedos e
objetos de decoração. Os brinquedos contêm elementos que
estimulam a criatividade das crianças. Os objetos de
decoração têm um diferencial, que é a inserção do conceito
da reciclagem, com o reuso de embalagens de uso doméstico,
etc. Percebe-se também a apropriação da cultura brasileira,
explícita em alguns produtos, como por exemplo, um banquinho
feito com latas reutilizadas e madeira, ou seja, materialização
e/ou oficialização de um produto que já é utilizado como tal
em algumas ocasiões.
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5. DESIGN POSSÍVEL
O projeto surgiu a partir de um encontro
entre os professores Ivo Pons (professor
da Universidade Presbiteriana Mackenzie
–Brasil) e Giuseppe Lotti (professor da
Universidade de Firenze – Itália) em 2004.
Iniciaram o Projeto de Cooperação Eco-
design social Brasil – Itália, denominado
Design Possível, crendo que reverter um
pouco do quadro social atual depende
também da atuação do designer, e que o
desenvolvimento de bons produtos
produzidos em cooperação e parceria, mais
do que entre designers, estudantes,
professores e artesãos, e sim entre pessoas
trabalhando pelo mesmo objetivo é
possível.40
O Design Possível tem como objetivo inicial
promover a inclusão de ONG’s que trabalham com
reaproveitamento ou reutilização de resíduo
industrial em favelas e regiões periféricas da
grande São Paulo, no mercado interno e no
mercado consumidor italiano, através da
comercialização dos produtos em empresas do
setor do móvel Toscano, intermediados pela
cooperação entre alunos do curso de Desenho
Industrial da Universidade Presbiteriana Mackenzie
e da Universidade de Firenze, gerando assim renda para as
comunidades. Objetivo esse que acabou se expandindo para
outras diversas ações de cunho social liderados pelo grupo,
superando as expectativas idealizadas para o projeto.
De acordo com relatórios e documentos internos do próprio
projeto, do ponto de vista acadêmico, são apontados também
como objetivos secundários:
• Estudar a relação criativa dos estudantes com os
refugos utilizados pelas ONG’s;
• Estudar o potencial criativo e diferencial competitivo
do desenvolvimento de produtos com ONG’s que
trabalham com reaproveitamento e reutilização;
• Promover a cooperação entre estudantes da
Universidade Presbiteriana Mackenzie de São Paulo,
Brasil e estudantes da Universidade de Firenze em
Firenze, Itália;
• Aproximar os estudantes brasileiros do mercado
interno e das indústrias italianas.
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Fig.01. Logo Design
Possível
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5.1. Descrição do Projeto
O projeto inicial foi dividido em duas fases com início em
abril de 2004 e término em abril de 2006. A primeira fase do
projeto, demonstrada aqui mais sucintamente, foi o tema do
trabalho de graduação interdisciplinar dos alunos integrantes
do grupo Design Possível, Gustavo Andretta Yoshida e Márcio
Augusto Andretta Batista, em dezembro de 2005, onde a
abordagem foi mais profunda em todas suas premissas.
5.2. ONG’s Parceiras
De acordo com os documentos internos do projeto, a seleção
das ONG’s participantes do projeto foi realizada com o auxílio
do Centro São Paulo de Design (CSPD), representado por
Christian Ullmann. Para isso, estas entidades deveriam cumprir
os seguintes quesitos:
-Possuir um envolvimento com a área de design;
-Pertencer à região periférica da Grande São Paulo;
-Utilizar técnicas que trabalhassem ou reutilizassem resíduos;
-Possuir mão-de-obra oriunda da comunidade em que se situa,
como o trabalho com a população de risco.
A parceria do designer com a ONG agrega valor ao forte
trabalho social já realizado, com o ampliamento e
potencialização do aproveitamento de refugos nas favelas
ou regiões pobres de São Paulo e a conseqüente geração de
renda. Desenvolvendo produtos que se adeqüem às técnicas
artesanais utilizadas, diferente do segmento ao qual estão
acostumadas, com isso, inovamos, estimulamos a integração
entre designers e artesãos e incentivamos o agir consciente.
42
Seguindo estes parâmetros, foram selecionadas três ONG’s
para a 1ª fase do projeto: Aldeia do Futuro, Associação Monte
Azul e Projeto Florescer. Para o desenvolvimento da 2ª fase
além das ONG’s participantes na 1ª fase, a ONG Projeto
Arrastão foi integrada ao projeto.
5.2.1. Aldeia do Futuro
A Aldeia do Futuro é uma organização da
Sociedade Civil sem fins lucrativos, e conforme
documentos internos cedidos pela ONG, foi
fundada em 30 de Outubro de 1993, por
empresários comprometidos com a solução de
problemas sociais relacionados a educação, cultura
e cidadania de adolescentes e comunidades
carentes de regiões populares urbanas.
Está localizada em Americanópolis, distrito do Jabaquara,
região Sul do Município de São Paulo. O bairro, inserido numa
das regiões da capital com um dos piores índices de
desenvolvimento humano, conta com alto índice de
desemprego e violência. O atendimento se expande para as
comunidades de Vila Clara, Cidade Ademar, Jardim Miriam e
adjacências.
Diariamente, atende mais de 600 jovens que freqüentam os
cursos de oferecidos gratuitamente pela instituição1
. O
objetivo é educar e profissionalizar, contribuindo assim na
formação de cidadãos conscientes e participativos.
1. Dados referente ao ano 2005. Cedidos pela ONG Aldeia do Futuro.
5. D
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Fig.02. Logo Aldeia
do Futuro
43
Para atender as demandas da comunidade, a Aldeia do Futuro
estruturou núcleos de atuação. Para manter essas atividades,
a Aldeia do Futuro conta com o apoio de parceiros na
disponibilidade de recursos para a realização dos projetos:
• Núcleo de formação para o trabalho;
• Núcleo de comunicação;
• Núcleo de arte, cultura, esporte e lazer;
• Núcleo de orientação social;
• Núcleo de protagonismo juvenil;
• Núcleo de relações com a família e a comunidade.
Aldeia das Mulheres
Este núcleo da ONG, abordado aqui com maior ênfase, foi o
parceiro de desenvolvimento de produtos do Design Possível,
portanto o que tivemos um contato maior.
Segundo documentos internos da ONG, cedidos ao Design
Possível, após três anos de trabalho com os jovens, a Aldeia
constatou que eles paravam de estudar devido às dificuldades
financeiras das famílias, que os forçava a trabalhar. Então,
em 1998, a ONG implantou o projeto “Aldeia das Mulheres”
direcionado às mães de família da comunidade, oferecendo a
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Fig.03. Retalhos doados Fig.04. Local de trabalho
das mulheres
Fig.05. Local de trabalho
das mulheres
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profissionalização em trabalhos manuais, permitindo que elas
participem ativamente na produção de sofisticados produtos
como bolsas, tapetes, xales, almofadas comercializados em
diversos locais no Brasil e no exterior, e assim geram renda
para suas famílias.
A proposta inserida pelo Design Possível atua no trabalho
realizado por essas mulheres, propondo novos produtos e
conceitos a partir das técnicas artesanais e materiais –
tecidos, em sua maioria – já utilizados, ou seja, um produto
com a característica da ONG projetualmente resolvido em
todos os aspectos.
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Fig.06. Processo
produtivo Ondinha
Fig.07. Processo
produtivo Amarradinho
Fig.08. Processo
produtivo Acabamento
Fig.09. Produtos
produzidos com
Amarradinho
Fig.10. Produtos
produzidos com
Amarradinho e Fuxico
Fig.11. Produtos
produzidos com Fuxico
45
Conforme ficha técnica abaixo, segue o detalhamento das
técnicas e materiais utilizados:
• Técnica: costura, bordado e técnicas artesanais: fuxico,
amarradinho, ondinha, bordado e pintura em tecido.
• Matéria-prima: resíduos têxteis, retalhos de elastano,
crepe de seda, seda, linho, etc. Entre as matérias-
primas secundárias, temos os aviamentos, tela de pvc
(para a produção do amarradinho), enchimento (para
as almofadas), etc.
• Obtenção: doações e compra de alguns materiais.
• Quantidades: as doações não são regulares e as
quantidades também variam.
5.2.2. Associação Monte Azul
De acordo com o histórico da ONG fornecido ao Design
Possível, a Associação Comunitária Monte Azul é fruto
da iniciativa de Ute Craemer, pedagoga que, em 1976,
começou a atender crianças da favela Monte Azul, zona
sul da cidade de São Paulo, em sua própria casa, nas
imediações da comunidade. Para isso, contou, no início,
com a ajuda de alunos de uma escola situada no Alto
da Boa Vista, onde lecionava, aproveitando a
oportunidade para construir uma ponte entre as diferentes
realidades socioeconômicas. Por meio das crianças, Ute
começou a conhecer as famílias e organizou reuniões entre
os adultos, para discutir e procurar soluções para seus
problemas.
Em 1979, foi fundada oficialmente a Associação Comunitária
Monte Azul. As primeiras atividades implantadas pela
Associação foram: o Ambulatório Médico, que foi construído
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Fig.12. Logo
Associação
Monte Azul
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pelos moradores em mutirão, e a
“Escolinha” para as crianças, atendendo
as carências sociais mais urgentes. Daí
para frente, a presença da Associação
na favela cresceu continuamente e, foram
sendo implantadas oficinas de
marcenaria, tecelagem, reciclagem de
papel, reciclagem de móveis e utensílios,
produção de bonecas, instalações
elétricas e de informática, além de
creches e berçários. A partir de 1983, as
atividades se ampliaram para mais uma
favela, a Peinha, e para mais um bairro
periférico, o Horizonte Azul.
Hoje, a Associação tem como missão
promover o amor ao ser humano
independente da nacionalidade, raça,
religião, posição política e condições
social e física, proporcionando
oportunidades através da educação,
cultura e saúde, principalmente para as
pessoas não privilegiadas se
desenvolverem material, social e
espiritualmente, estimulando-as para
agir conscientemente, com liberdade e
amor.
Atende diretamente 1.251 crianças e
adolescentes na área de educação, 635
na área de cultura e aproximadamente
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Fig.13. Favela Monte Azul
Fig.14. Loja Monte Azul
Fig.15. Marcenaria
Fig.16. Processo Produtivo47
4.000 atendimentos mês na área de saúde.
Os programas desenvolvidos pela
Associação Comunitária Monte Azul
transformaram crianças que pediam ajuda
de porta em porta, em pessoas
conscientes, que hoje participam da
comunidade exercendo seu papel de
cidadãos, lutando por um mundo mais
justo e de igual oportunidade para todos.
Os trabalhos desenvolvidos estruturam-se em 4 áreas de
atuação:
• Educação: baseada em princípios da pedagogia Waldorf.
• Saúde: são prestados serviços médicos
ambulatoriais, baseados nos princípios da medicina
antroposófica.
• Desenvolvimento social: desenvolve-se uma rotina de
discussão e busca de soluções para os problemas da
favela com os moradores.
• Cultura: o Centro Cultural Monte Azul tem intensa
programação de teatro, dança e música.
A geração de renda ajuda na manutenção
e sustento da associação com a produção
artesanal de brinquedos educativos,
bonecas de pano, móveis infantis,
reciclados de papel e de madeira, que
podem ser comprados diretamente na
associação ou em lojas especializadas.
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Fig.17. Processo Produtivo
Fig.18. Processo Produtivo
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Marcenaria
A parceria maior do Projeto Design Possível
foi com o núcleo da marcenaria da
Associação Monte Azul, na qual produzimos
os primeiros protótipos dos produtos
desenvolvidos na primeira fase do projeto
e os aprimoramos. A marcenaria é
desenvolvida desde 1979, onde trabalham
10 funcionários e 30 aprendizes, que após
o curso com duração de 1 ano podem
trabalhar na marcenaria produtiva. A
madeira utilizada é reaproveitada de
sobras industriais, doadas por indústrias parceiras ou
adquirida no mercado.
A produção da marcenaria em sua maioria sempre foi voltada
para a produção de brinquedos
pedagógicos, comercializados na Lojinha
da Monte Azul, localizada também na
comunidade. Aos poucos eles começaram
a se inserir no mercado de produtos
decorativos, produzindo caixas, vasos,
porta-retratos, etc.
O Design Possível chegou com a proposta
de agregar valor às técnicas já utilizadas
por eles para a produção dos brinquedos,
na produção de produtos. A integração de conhecimentos; o
olhar do designer e a técnica do marceneiro.
Conforme ficha técnica abaixo, segue o detalhamento das
técnicas e materiais utilizados:
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Fig.19. Produtos produzidos
em MDF
Fig.20. Produtos produzidos
em MDF
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• Técnica: maquinário utilizado para
serviços gerais de marcenaria e
marchetaria.
• Matéria-prima: resíduos, refugo
industrial e peças inteiras de
compensado, MDF, Pinho, Cedrinho,
Lâminas, entre outros.
• Obtenção: doações e compra de
alguns materiais, quando
necessário.
• Quantidades: Os resíduos são conseguidos
mensalmente e em grande quantidade, doadas por
empresas como a Giroflex, Ornare, etc.
5.2.3. Projeto Florescer
Conforme o histórico da ONG fornecido ao
Design Possível, a ONG Florescer foi criada em
11 de junho de 1990, no município de São
Manuel, interior paulista, com o principal
objetivo de unir a comunidade através de ações
comunitárias, sanando, em partes, a carência
de convívio social, principalmente das crianças
e jovens.
Em 1995 a ONG é transferida para São Paulo
com sede na favela de Paraisópolis – segunda
maior favela da capital –, na zona sul da cidade no bairro do
Morumbi, onde os contrastes sociais são gritantes. A população
estimada da região é de 70.000 habitantes, dos quais 30%
são crianças de 0 a 14 anos.
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Fig.22. Projeto
Florescer
Fig.21. Produtos produzidos
com Marchetaria
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Hoje, a ONG atende 700 crianças, com cursos que visam à
inclusão social das crianças e jovens promovendo acessos às
novas tecnologias, conhecimento e estimulando sua
capacidade de solucionar conflitos além de desenvolver o
sentido de cooperação e co-responsabilidade?.
Dentre os cursos ministrados, podemos citar: computação,
reforço escolar, teatro, inglês, artes plásticas, futebol, dança,
recreação, música e flauta.
Projeto Recicla Jeans
O núcleo Recicla Jeans, como parceiro de desenvolvimento
de produtos do Design Possível na primeira fase do projeto,
será apresentado aqui com maior
detalhamento.
O Projeto Recicla Jeans nasceu dentro
da ONG Florescer em parceria com a
Prefeitura de São Paulo e com o Programa
Bolsa Trabalho da SDTS – Secretaria de
Desenvolvimento do Trabalho e
Solidariedade e a Unesco.
O objetivo do projeto é reciclar e
reaproveitar peças e retalhos de jeans na
fabricação de novos produtos, acessórios
e roupas, para que estes gerem renda para
seus produtores. Através do emprego, a
ONG está inserindo os moradores da
favela e suas famílias no mercado de
trabalho e de consumo e oferecendo uma
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Fig.23. Logo Recicla Jeans
Fig.24. Favela de Paraisópolis
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nova perspectiva de vida. Os produtos do
Recicla Jeans são confeccionados com
resíduos têxteis, pedrarias e aviamentos
advindos de doações de empresas.
Este é um projeto ambicioso que
democratiza a moda, colocando-a a
serviço de uma comunidade carente de
recursos, mas cheia de criatividade. A
contribuição do Design Possível neste
projeto, também se fez através da
aplicação dos conhecimentos adquiridos
por essas mulheres na fabricação de
roupas, bolsas e acessórios, na produção
de novos produtos.
Conforme ficha técnica abaixo, segue o
detalhamento das técnicas e materiais
utilizados:
• Técnica: descoloração do tecido (em
alguns casos), costura reta e curva,
aplicação manual de bordados e
miçangas. Os retalhos são
costurados uns aos outros,
transformando-os em um novo
tecido.
• Matéria-prima: retalhos de jeans e
peças inteiras (usadas ou
defeituosas), pedrarias e
aviamentos.
• Obtenção: doação.
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Fig.25. Local de trabalho das
mulheres
Fig.26. Retalhos de jeans
doados
Fig.27. Processo produtivo
Fig.28. Processo produtivo 52
• Quantidades: Os
resíduos são
c o n s e g u i d o s
mensalmente e em
grande quantidade
doadas pelas
indústrias. As peças
inteiras não possuem
uma periodicidade e são
doadas em menor
quantidade.
5.2.4. Projeto Arrastão
Fundado em 1968, o Projeto Arrastão é
uma organização sem fins lucrativos que atua na região
do Campo Limpo com ações sociais desenvolvendo
seu trabalho por meio das áreas pedagógica, social e
cultural e desenvolvimento institucional.
Hoje, o Arrastão realiza cerca de 1.100 atendimentos
diários para crianças, adolescentes e adultos.
A Área Pedagógica supervisiona todas as atividades
desenvolvidas na Educação Infantil, que segue a
educação formal estabelecida pelo MEC e no Núcleo Sócio
Educativo – NSE, que através da educação não-formal, prevê
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Fig.29. Processo produtivoFig.31.
Produto
Produzido
Fig.30. Processo produtivoFig.32.
Produto
Produzido
Fig.33. Logo
Projeto Arrastão
53
a realização de diversas oficinas onde a metodologia de ensino
tem como resultado final apresentações artísticas, confecção
de livros, etc.
A Área Cultural atua na formação pessoal e profissional dos
jovens, fortalecendo o projeto de vida de cada um deles e
ampliando seu repertório cultural. Isso se dá principalmente
por meio do Programa de Formação de Jovens em seus níveis
básico, especifico e núcleo. Os jovens possuem em sua
formação básica inclusão digital, qualidade de vida, expressão
e produção textual, empreendedorismo e cidadania. Dentre
os módulos estão as oficinas de artes plásticas, moda e
design, arte urbana, artes cênicas, hip hop, oficina de
jornalismo e de vídeo.
Destaca-se, na parte musical, o programa Arrasta-Lata que é
um grupo de percussão musical onde o jovem também aprende
sobre a preservação do meio ambiente. Através destes módulos
que desenvolvem cursos e oficinas, buscamos formar jovens
conscientes de sua atuação social e de seu papel de
multiplicador do conhecimento além de aumentar suas chances
no mercado de trabalho.
Para o trabalho de desenvolvimento comunitário, atendimento
aos voluntários e às famílias, formação de agentes
empreendedores, trabalho de prevenção em saúde e
articulações locais, tem-se a Área Social, que é totalmente
voltada para a comunidade e suas necessidades.
O Desenvolvimento Institucional tem grande importância nas
ações do Projeto Arrastão porque divulga os projetos
realizados, os eventos feitos para a comunidade, a exposição
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do trabalho do Arrastão na mídia, além da
captação de novos apoiadores que possam
viabilizar projetos de implantação e
melhoria do trabalho social e qualidade
de vida na comunidade do Campo Limpo.
Núcleo de Moda e Design
O recente núcleo de moda e design,
implantado na ONG Arrastão com o apoio
do Design Possível, foi criado para suprir
as necessidades de organização e melhor
desempenho da criação e produção dos
produtos desenvolvidos na ONG.
O grande diferencial do trabalho
desenvolvido pelo Arrastão é a matéria-
prima utilizada, a lona de pvc ou lona
vinílica reutilizada. Material esse provindo
de propagandas de mídia exterior, banners,
etc., doados por empresas parceiras para
a ONG regularmente.
A lona vinílica é doada em boa
quantidade, o que possibilita a criação e
desenvolvimento de vários produtos.
Apresentada em diversos tamanhos e
cores (devido à impressão da propaganda)
ela garante ao produto exclusividade e
inovação, além de ser um material
impermeável e fácil de limpar.
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Fig.34. Toldo externo da ONG
Fig.35. Local de Trabalho
Fig.36. Local de trabalho
Fig.37. Banner reutilizado
para produção de produtos 55
Antes da criação do núcleo, a ONG contava com a colaboração
de algumas mães da comunidade que produziam e
comercializavam alguns produtos como bolsas, pastas e
estojos, gerando renda para suas famílias. Muitas vezes o
pedido de compra parte das próprias empresas doadoras.
Porém, as mulheres não conseguiam se organizar para garantir
uma renda significativa, pois a produção acontecia esporádica
e desordenadamente devido à falta de liderança e
planejamento.
Com a intenção de mudar esse quadro, o Design Possível
iniciou sua parceria com a ONG em outubro de 2005, propondo
novos projetos e produtos a serem desenvolvidos com a
colaboração e participação ativa das mães.
A parceria recebeu uma ótima avaliação e resultou na
contratação, em março de 2006, de três integrantes do Design
Possível para estruturar e coordenar um novo núcleo dentro
da ONG, chamado de Núcleo de Moda e Design, onde atuo
hoje como coordenadora.
Para alcançar os resultados esperados, neste primeiro
momento, alguns objetivos específicos foram traçados:
• Estimular a autonomia do grupo;
• Fornecer conhecimentos de gestão e empreendedorismo,
capacitando as mães para a autogestão do grupo;
• Introduzir o conceito de design social como instrumento
que agrega valor ao produto, conferindo-lhe vantagens
competitivas;
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• Otimizar a habilidades existentes e
despertar as mães para o processo
criativo adaptado ao conceito de
design atual, criando produtos
inovadores;
• Incentivar o protagonismo das
mulheres participantes para que
elas assumam papéis que
interfiram no interesse e no destino
do grupo;
• Formar multiplicadoras para
transmitir os conceitos vistos para
um novo grupo de mães e jovens da
comunidade em situação de risco.
Por estar em desenvolvimento,
certamente com o passar do tempo
alguns desses objetivos serão alterados,
melhorados ou terão são conceitos
ampliados. O importante é continuar
realizando ações, que capacite e amplie a
capacidade produtiva das mães, e
conseqüentemente da ONG, a fim de
difundir de forma definitiva esse
conceito com os resultados potenciais
obtidos.
Devido a todos esses fatores, a ONG
Arrastão foi selecionada para o
desenvolvimento da segunda fase do
projeto Design Possível.
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Fig.38. Corte da Lona
Fig.39. Costura da Lona
Fig.40. Produtos Desenvolvidos
Fig.41. Produtos Desenvolvidos
57
• Técnica: costura e bordado.
• Matéria-prima: lona vinílica (pvc) e
tecidos diversos doados.
• Obtenção: doação.
• Quantidades: As lonas são
conseguidas quinzenalmente e em
grande quantidade doadas por
empresas parceiras, entre elas
estão a Tok & Stok, a Editora Abril,
etc.
5.3. Primeira Fase
Briefing: desenvolver em cooperação internacional objetos
de decoração e acessórios para mobiliário a partir dos
materiais e técnicas de produção que as ONGs oferecem.
A escolha dos estudantes Italianos foi realizada pelo
professor da Universidade de Firenze, Giuseppe Lotti, sendo
os alunos selecionados: Alice Cappelli, Claudia D’Aniello,
Daniele Chiarantini, Francesco Taviani, Laura Sandroni, Laura
Passalacqua, Maddalena Vantaggi, Marta Pampana, Marta
Puccini e Sara Piccoli.
No Brasil, os alunos foram escolhidos por um grupo de
professores da Universidade Presbiteriana Mackenzie em São
Paulo através de votação, seguindo os seguintes parâmetros:
os alunos devem estar nos últimos anos de estudo ou recém
formados, ter interesse e motivação para o trabalho na área
do móvel e de seus acessórios; possuir disponibilidade de
tempo para pesquisa e visita em ONG’s tanto nos finais de
semana quanto durante o horário comercial, serem criativos
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Fig.42. Produtos Desenvolvidos
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e comprometidos. Foram selecionados: Danilo Caldeira,
Danielle Alcântara, Danilo Conti, Danielle Ativo, Gabriela
Amato, Gustavo Andretta, Heloisa Righetto, Letícia Kanazawa,
Marcio Andretta e Sidney Matos.
Os universitários brasileiros, juntamente com o professor
responsável, fizeram visitas às ONG’s paulistanas, onde foram
feitas reuniões, entrevistas e coleta de materiais e imagens
dos produtos, das ONG’s e da região em que estão situadas,
sendo os mesmos enviados para os estudantes italianos e
utilizados também pelos estudantes brasileiros como
referência no processo criativo.
Em ambas as universidades, clínicas para a definição dos
projetos foram realizadas com o respaldo dos professores
responsáveis. Após a escolha dos projetos apresentados,
realizada pelos professores Ivo Pons e Giuseppe Lotti, os
mesmos organizaram o grupo em duplas internacionais.
Devido a diferenças culturais e metodológicas, foram
desenvolvidos dois projetos por dupla, um de autoria
brasileira e outro de autoria italiana, ficando o estudante
brasileiro responsável pela produção do produto desenvolvido
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Fig.42. Estudantes da Universidade Mackenzie e Professor Ivo Pons
59
por sua dupla italiana, intervindo muitas vezes no projeto
para viabilizá-lo.
Os projetos selecionados foram produzidos
nas respectivas ONGs e enviados para
Milão para a participação do Salão do Móvel
de Milão 2005 em um evento “Fuori Salone”
– de 13 a 18 de abril 2005 - organizado
por estudantes e professores.
Esse evento marcou a primeira fase do
projeto foi dividido em duas mostras
que aconteceram simultaneamente
durante o período do Salão do Móvel e
que posteriormente foram realizadas
em São Paulo. A primeira delas
realizada no IBRIT (Instituto Brasil
Itália), onde foi apresentada a primeira
fase dos trabalhos desenvolvidos
pelos estudantes das duas
universidades, a segunda mostra
aconteceu na loja Brasilartes,
apresentando produtos de designers brasileiros que
desenvolveram objetos e acessórios com ONGs brasileiras.
Após a mostra em Milão, uma conferência com estudantes
italianos e os professores Ivo Pons e Giuseppe Lotti foi
realizada em Firenze para discussão e levantamento de pontos
a serem alterados e melhorados nos protótipos. As sugestões
apontadas foram passadas para os estudantes brasileiros,
que se encarregaram de reproduzir os protótipos dos produtos
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Fig.44. Montagem da Mostra no
IBRIT
Fig.45. Grupo Design Possivel -
Estudantes e seus produtos
60
com as respectivas modificações, encerrando assim a primeira
fase do projeto.
5.4. Resultados – Primeira Fase
Produtos
De acordo com a descrição feita anteriormente, segue os
resultados obtidos na primeira fase, bem como suas possíveis
alterações:
MAGo | Associação Monte Azul e Aldeia do Futuro
Danilo Caldeira | BRASIL
Maddalena Vantaggi | TALIA
oMo | Recicla Jeans
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Fig.46. Revisteiro Mago
Fechado
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Fig.47. Revisteiro Mago
Aberto
Fig.48. Boneco OmoFig.49. Boneco Omo -
detalhe
Fig.50 - Boneco
Omo alterado
61
A estudante em visita ao Brasil, fez alterações pessoais, a
fim de embutir no projeto um pouco de sua característica
projetual. Atitude observada em alguns outros projetos que
se seguem.
Encaixe | Associação Monte Azul
Danielle Alcântara | BRASIL
Sugestão de modificação do projeto apontada pelo
professor Giuseppe Lotti, exploração da
tridimensionalidade possível no projeto.
Marta Pampana | ITALIA
Noda | Aldeia do Futuro
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Fig.51.
Revisteiro
Encaixe chao
Fig.52.
Revisteiro
Encaixe parede
Fig.53. Revisteiro
Encaixe outras
opções
Fig.54. Revisteiro
Encaixe outras
opções
Fig.55. Revisteiro
Encaixe outras
opções
Fig.56. Assento Noda Fig.57. Assento
Noda
Fig.58. Desenho esquemático
62
Danilo Conti | BRASIL
Retalho | Recicla Jeans
Alice Cappelli | ITALIA
Encher o saco | Recicla Jeans
Danielle Ativo | BRASIL
Recheio | Aldeia do Futuro
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Fig.59. Porta-retrato
modular
Fig.60 e 61. Porta-retrato modular -
Opcoes de Montagem
Fig.63. Desenho
esquemáticoFig.62. Estante modular
Fig.64, 65 e 66. Almofada Recheio
63
Laura Sandroni | ITALIA
O’rigami | Aldeia do Futuro
A estudante em visita ao Brasil, esteve na ONG onde sua
peça foi prototipada e reproduziu uma nova versão da
luminária.
Gabriela Amato | BRASIL
X da Questão | Associação Monte Azul
Blue Light | Recicla Jeans
Francesco Taviani | ITÁLIA
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Fig.67. Luminaria
O’rigami
Fig.68. Luminaria
O’rigami alterada
Fig.69. Luminaria
O’rigami alterada
Fig.70. Revisteiro X da questão
horizontal
Fig.71. Revisteiro X da questão
vertical
Fig.72 e 73. Luminária Blue Light
64
Gustavo Andretta | BRASIL
Gomo | Recicla Jeans
Outra versão melhorada do projeto foi confeccionada, depois
do apontamento de possíveis alterações feita pelos
professores.
Laura Passalacqua | ITALIA
Flor de jeans | Recicla Jeans
Heloisa Righetto | BRASIL
RIPA | Associação Monte Azul
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Fig.77. Almofadas Flor de Jeans Fig.78. Desenho
esquemático
Fig.79 e 80. Arandelas Ripa Fig.81. Pendente Ripa
Fig.74, 75 e 76. Almofadas Gomo
65
Foi desenvolvida após a arandela, uma luminária pendente
para apresentação como uma linha de produto.
Claudia D’Aniello | ITALIA
Sedute Multiforme Recicla Jeans
Este produto também foi alterado em visita da estudante
ao Brasil, e deu origem a outras duas versões do mesmo.
Letícia Kanazawa |BRASIL
Circo | Associação Monte Azul
Daniele Chiarantini | ITALIA
PseudoBola e Expo-CD | Aldeia do Futuro
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Fig.82 e 83. Poltrona Modular Seduta Multifome
Fig.84. Montagem
Quebra-cabeca
Fig.85. Quebra-cabeca
Fig.86. PseudoBolaFig.87 e 88. Porta-cd
66
Marcio Andretta | BRASIL
Dupla Face | Recicla Jeans
Sara Piccioli | ITALIA
Batrip | Recicla Jeans
Sidney Matos | BRASIL
Trapézio | Associação
Monte Azul
Elisa Puccini | ITALIA
The cube | Recicla Jeans e Associação Monte Azul
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Fig.89, 90 e 91. Maneiras de utlizacao da almofada
Fig.92 e 93. Chinelos de jeans
Fig.94 e 95. Revisteiro e Mesa Trapezio
Fig.96 e 97. Poltrona The cube
67
5.4.1. Catálogo
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68
69
70
71
72
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5.5. Conclusões da Primeira Fase
De acordo com entrevistas realizadas, o intercâmbio cultural
adquirido nessa fase foi o melhor ganho para os estudantes
(APÊNDICE A). A transmissão e absorção de conhecimentos
com certeza somaram e contribuíram no desenvolvimento da
segunda fase.
Analisando a linha de produtos apresentado, é possível notar
claramente a diferença na concepção dentro do grupo de
estudantes. Os projetos brasileiros, apesar de potenciais,
se prenderam muito na questão comercial e na solução de
problemas produtivos, limitando assim o processo criativo.
Já os dos estudantes italianos, são conceitualmente fortes,
porém, não se apoiavam nos quesitos produtivos, materiais,
etc., dificultando a viabilização. Alguns projetos, como o The
Cube e o Noda, das estudantes italianas Elisa Puccini e Marta
Pampana, por exemplo, chegaram a ser modificados, para se
enquadrarem as condições de produção das ONGs, que são
bem limitadas, devido ao trabalho artesanal.
Isso se deve, além da questão cultural, ao sistema de ensino
e metodologia aplicada em ambos os países. Os estudantes
de desenho industrial da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, possuem hoje como principal característica de
projeto, a capacidade de solucionar problemas rapidamente,
somos instruídos a suprir às necessidades do mercado e das
empresas. As aulas práticas e laboratórios nos moldam para
um relacionamento designer – indústria, onde o raciocínio
técnico está sempre presente, desde a concepção, criação e
conceitos do projeto, passando pela fase de viabilização e
indo até o ponto de venda. O que de certa forma é positivo,
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estar consciente das etapas e processos por qual um produto
deve passar e saber solucioná-los se preciso, mas por outro
lado, mesmo que involuntariamente, esse método limita o
processo criativo, fazendo com que os alunos não se libertem
para desenhar e conceituar sem pensar na questão produtiva.
Os projetos dos alunos italianos, além de serem
essencialmente conceituais na sua criação, como dito
anteriormente, também diferem dos projetos nacionais no
que diz respeito a apresentação. Foram apresentadas apenas
ilustrações sobre o estilo e o conceito do produto, tudo que
se referiu a resolução e enquadramento produtivo – desenhos
técnicos e moldes – foram feito pelos brasileiros.
Indiscutivelmente o projeto foi positivo e engrandecedor tanto
para os estudantes, como para os participantes das ONGs.
Em entrevistas cedidas (APÊNCIE A), a satisfação das artesãs,
costureiras e coordenadores das ONGs envolvidas nos
projetos é perceptível, e de forma geral todos acreditam que
o desenvolvimento deste projeto contribuiu para o ganho de
experiência e troca de conhecimentos, não só profissional,
mas também pessoal. De acordo com a responsável do projeto
na ONG Aldeia do Futuro, Elisa Moreau, a relação entre as
ONGs e a Universidade “gera um movimento que traz outras
coisas, como vendas e soluções para outros projetos”, citando
também o responsável pela produção dos produtos na
Associação Monte Azul, Roberto Almeida, outro fator de
extrema importância, foi “o retorno de divulgação da entidade”
e “a proposta de trabalho, um projeto inovador, que possibilita
a geração de renda através de outros produtos que nós não
fazemos”. Indo ao encontro das idéias dos estudantes
participantes entrevistados, o projeto auxiliou na formação
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e crescimento profissional em todos os aspectos, ampliando
a visão de design conhecida anteriormente.
5.6. Conseqüências da Primeira Fase
Incentivados pelos resultados alcançados na primeira fase
do projeto Design Possível e pela diversidade produtiva
encontrada no Brasil, estudantes italianos fizeram visitas ao
Brasil a fim de conhecer melhor a realidade de produção das
ONGs e propor novos produtos desenvolvidos para os
trabalhos de graduação da universidade.
A diferença encontrada nos materiais (em sua maioria,
resíduos industriais) e nas técnicas artesanais de produção,
fez com que os estudantes saíssem da Itália – considerada
o berço do design – para buscar no Brasil, algo diferente de
tudo o que eles estão acostumados a ver.
5.6.1. Brasil+Itália
Desde julho de 2005, já são sete os estudantes da
Universidade de Firenze – IT que vieram ao Brasil pesquisar
e desenvolver produtos sob a bandeira levantada pelo Design
Possível como embasamento para o trabalho de conclusão
de curso da universidade dos mesmos.
• Maddalena Vantaggi
Conclusão: Novembro 2005
Tema: “Design Possível, uma cooperação Itália-Brasil”
Descrição: “Design Possível é um projeto que transforma o
design em instrumento de cooperação internacional, com o
objetivo de criar um mercado socialmente, eticamente e
ecologicamente correto. Decidi participar dessa experiência
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pela consciência da minha responsabilidade
de designer, responsabilidade que muitos não
conhecem. O Design Possível demonstra que
todos podem contribuir na criação de coisas
melhores”.
Durante os dois meses que a estudante
Maddalena Vantaggi esteve no Brasil – junho
e julho de 2005 –, fez visitas às ONGs e
produziu novos produtos, um deles – Bonequinhos de dedos
para crianças – esteve exposto também na Mostra apresentada
em abril de 2006 em Milão.
• Cláudia D´aniello
Conclusão: Novembro 2006
Tema: “Catálogo de Materiais utilizados nas
ONGs”
Descrição: “Embasado no trabalho realizado
pelo Design Possível, será desenvolvido um
catálogo com descrição das técnicas e
materiais utilizados nas ONGs (resíduos). A
intenção é divulgar e repassar o conteúdo do
catálogo para as indústrias toscanas, para
que as mesmas criem um relacionamento de
exportação com as ONGs”.
Enquanto esteve no Brasil, no período de
julho e agosto de 2005, a estudante Cláudia
D´anielo colheu amostras de materiais e fotos
dos processos artesanais realizados pelas ONGs
e fez alterações e uma nova versão do seu
produto, apresentado na primeira fase do
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Fig.98. Maddalena e seus
bonequinhos de deods
Fig.99. Poltrona alterada
madeira
Fig.100. Claudia e Danielle
Fig.101. Poltrona alterada
lona
77
projeto e exposto também no Salão do Móvel de Milão em
2006, na mostra do Design Possível.
• Daniele Chiarantini e Laura Sandroni
Conclusão: Novembro 2005
Tema: “Design Possível: a comunicação de um
projeto”
Descrição: “Colocar o Design Possível no
fenômeno mundial da globalização, e
compreender como se poderia divulgar o
resultado desse projeto de colaboração
internacional mais eficazmente e, portanto
mais rapidamente. A proposta foi produzir o
site do Design Possível para a rápida
divulgação e um vídeo para mostrar e explicar
mais precisamente a filosofia do projeto”.
Os estudantes Daniele e Laura estiverem no Brasil
durante o mês de setembro de 2005, além
de colher informações, fotos e vídeos para o
documentário que resultou no trabalho de
graduação, eles aperfeiçoaram os produtos
projetados para a primeira fase.
• Ilaria Serpente
Conclusão: Julho 2006
Tema: (ainda não definido)
Descrição: “Trata-se de um trabalho com a comunidade rural
da Amazônia, onde trabalhei em colaboração com a associação
ODESS (Organização para o desenvolvimento econômico e
social sustentável) de Xapuri, no Acre, e em particular com a
oficina escola de marcenaria, EMEC, desenvolvendo produtos
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Fig.102. Daniele,
professora Alessandra e
Laura
Fig.103. Luminaria
projetada por Laura no
Brasil
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para o mercado local com madeira certificada, fibra
natural e papel artesanal. Dentre os produtos
desenvolvidos estão algumas luminárias e alguns objetos
encomendados pela igreja da região”.
No mês de outubro de 2005, o designer Christian
Ullmann foi convidado pelo Projeto Design
Possível para participar do encontro internacional
de design Approaches to Critical Projects na
cidade de Firenze, Itália, onde ministrou a palestra
Design mais ou menos infinito, juntamente com o
designer Ivo Pons. Neste encontro, Christian fez a
apresentação de dois projetos amazônicos entre eles a
consultoria para a EMEC e surgiu o interesse de
alguns alunos em realizar o trabalho de pesquisa
para o desenvolvimento das teses de graduação
em uma comunidades amazônica e acompanhar
o desenvolvimento da consultoria para a EMEC.
As atividades para os dois estagiários, Ilaria
Serpente e Matteo Giannerini, durante a ultima
oficina de desenvolvimento de produtos da
consultoria na EMEC foi se relacionar com os
integrantes das duas empresas incubadas e
desenvolver dois produtos com resíduos de
produção e misturando os diferentes materiais e técnicas
utilizados nas consultorias anteriores.
A EMEC tem a possibilidade de aproveitar outros
recursos naturais disponíveis como fibras
naturais e o papel artesanal, pois são abundantes
e moradores da cidade de Xapuri e artesãs da
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Fig.104 . Luminaria feita
em papel artesanal e
residuos de madeira
Fig.105 . Ilaria na
marcenaria
Fig.106. Processo Produtivo
Fig.107. Luminaria de
madeira e fibra de buriti
79
Cooperativa Mãos de Mulher tem habilidade artesanal e
técnica para trabalhar com estes materiais.
Durante a consultoria foram desenvolvidos novos produtos
misturando madeira, fibra de buriti e papel artesanal. Esta
experiência foi muito interessante, pois possibilitou una nova
situação de relacionamento e desenvolvimento de produtos
entre estagiários, artesãos, mestre e associados da empresa
NEMA.
Christian Ullmann, é formado pela Faculdade de Arquitetura,
Design e Urbanismo de Buenos Aires, na qual foi professor
na área de design. Foi secretário da Asociación de Diseñadores
Industriales de la Argentina. Teve projetos premiados no
Brasil, Argentina e Itália. Participou do Progetto Bilogico
Centro Studi Alessi. Desde 1996 no Brasil, trabalha na
elaboração de produtos que promovam o desenvolvimento
sustentável e como consultor junto a comunidades.
Coordenou o projeto de divulgação de madeiras da Amazônia
para fabricação de móveis junto ao LPF/IBAMA. Criador e
Curador da mostra Design & Natureza. Curador da Categoria
Especial Desenvolvimento Sustentável do Prêmio Brasil Faz
Design. Menção Honrosa da Categoria Ciência e Tecnologia
do Prêmio Chico Mendes de Meio Ambiente - SCA/MMA 2003.
Desde 2000, Christian Ullmann e a sócia Tania De Paula,
desenvolvem o Projeto Oficina Nômade Amazônia, que tem
como objetivo identificar, apoiar, divulgar e fortalecer o
mercado de produtos comunitários amazônicos que utilizam
de forma sustentável os recursos naturais. Em 2005
participaram da mostra Design Possibile em Milão, Itália e
criaram e coordenaram o Prêmio CEMPRE + design + resíduo.
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Em 2006 prestam consultoria para o Projeto NIDA 2006,
coordenando o trabalho de designers e comunidades artesanais
do estado de São Paulo e desenvolvendo produtos artesanais.
• Matteo Giannerini
Conclusão: Novembro 2006
Tema: “Design Possível: o caminho ético do
design”
Descrição: “Desenvolvimento de um livro sobre o
projeto Design Possível – diagramação, fotos
e comentários sobre o design ético. Partindo
do trabalho do arquiteto italiano Lina Bo Bardi
e o trabalho nas comunidades do Brasil,
chegando aos problemas atuais, ambiental,
social e a globalização, comparando as
tradições italianas e brasileiras,
usando o design como ponte e
fonte de renda para comunidades
carentes das periferias de São
Paulo. Entrando nos problemas
ambiental e social o design junta
a ética com a estética para um
design possível”.
Como citado anteriormente, Matteo também participou do
desenvolvimento de produtos na comunidade de Xapuri, no
Acre, sob a orientação de Christian Ullman.
• Marcella Foschi
Conclusão: Julho 2006
Tema: “Polt-lona”
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Fig.108. Matteo
desenvolvendo uma
luminaria com fibra de
buriti
Fig.109. Os dois produtos
desenvolvidos durante o estagio
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Descrição: “O nosso conceito projetual nasce da aliança de
dois modos de fazer design, de duas escolas diversas: uma
italiana, marcada pelo desenvolvimento conceitual e outra
brasileira, marcada pelo desenvolvimento “bauhasiano” na
prática do design. No início estava difícil conjugar estas duas
propostas, as quais aplicadas na proporção correta dariam
origem ao projeto “perfeito”, alinhado em cada aspecto. No
final, depois de um maior conhecimento uma da outra apareceu
a idéia, depois de várias tentativas, as quais não eram
verdadeiramente a integração de mente, conseguimos chegar
a mesma proposta de projeto, a idéia de uma prevalecia
sobre a idéia da outra: uma perfeita harmonia. O nosso projeto
de fato tem dois resultado neste sentido: a poltrona suspensa
possui um espírito com a cabeça nas nuvens, a poltrona
apoiada possui uma personalidade com os pés
no chão”.
Durante dois meses no Brasil, a estudante
italiana Marcella Foschi foi a parceira de projeto
e desenvolvimento do produto proposto neste
trabalho. Apesar de muitos estudantes italianos
terem vindo ao Brasil a fim de conhecer e
estreitar o relacionamento com as ONGs e
difundir esse novo conceito de design, a proposta
inicial introduzida pelo Design Possível não havia
sido alcançada até então, o desenvolvimento do
projeto em cooperação internacional entre
estudantes, ou seja, um produto de dupla
autoria. Essa afirmação agrega valor às
qualidades já explícitas no produto, tornando-
o um projeto inédito.
Fig.110. Marcella no
atelie da ONG Arrastao
Fig.111. Marcella com o
corpo da poltrona
costurado
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A parceria se deu da concepção a produção do produto e se
estenderá a viabilização de sua comercialização. A cooperação
internacional é uma experiência enriquecedora para o
estudante e muito importante para o designer, só tem a
acrescentar muito conhecimento, informação e cultura, de
ambas as partes envolvidas, em um projeto.
5.7. Ações Paralelas
O aprendizado adquirido e a conscientização das pessoas,
unidos a um fator de extrema importância para a continuidade
do projeto, que é a divulgação (ANEXO A), promovendo o
trabalho realizado em mídias nacionais e internacionais,
deram força ao projeto, que ampliou seus horizontes e aplicou
seu conceito em outras ações.
Parceria com empresas também começaram a ser iniciadas
garantindo a continuidade das ações de geração de renda
para as ONGs e comunidades.
Programa de estágio nas ONGs
Estágio voluntário nas ONGs para alunos do 3º
ao 6º semestre do curso de Desenho Industrial
da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que
ainda não tem a oportunidade de estagiar em
empresas, e a partir do trabalho com as Ongs,
aprendam, vivenciem e participem da realidade
profissional da qual farão parte. O estágio tem
duração de três meses aproximadamente e visa
o ganho de experiência com o desenvolvimento
de um novo produto para a Ong ao final do estágio. Esse
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Fig.112.Workshop para
desenvolvimento de um
novo produto
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projeto já foi implantado na Ong Aldeia do Futuro
– de junho a outubro de 2005 – com duas
estudantes do 4º semestre e resultou em um
workshop com as alunas da Ong para a
viabilização do produto proposto pelas
estudantes.
O programa de estágio será implantado também
na ONG Projeto Arrastão em maio de 2006, com
uma aluna do 6º semestre.
7º Circuito Craft+Design 2005
Em Agosto de 2005, dois produtos projetados para a primeira
fase do projeto Design Possível – Encaixe e Gomo – entraram
em comercialização através da participação de uma empresa
de representação que trabalha com novos designers e
artesãos, chamada Dom Brasil, em uma conceituada feira de
presentes. O Circuito Craft + Design é uma feira específica
para lojistas do setor de utilitários e decorativos, realizada
de 17 a 21 de Agosto de 2005 no Centro de Eventos São Luis
em São Paulo. Como resultado da exposição dos produtos na
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Fig.113. Processo Produtivo
Fig.116. Estande Dom
Fig.115.
Convite
da Feira
Fig.117 e 118. Produto desenvolvido por
integrante do Design Possivel
Fig.114. Produtos Desenvolvidos
84
feira, contamos com a divulgação de dois produtos do stand
na coluna Jornal de Casa, da Revista Casa Cláudia, sendo o
revisteiro Encaixe um desses produtos.
Prêmio Planeta Casa
O Prêmio Planeta Casa busca valorizar empresas,
profissionais e estudantes das áreas de arquitetura,
construção e decoração engajados com o
desenvolvimento sustentável, destacando ações,
produtos, projetos arquitetônicos e de interiores que
promovam a conservação do meio ambiente. Em
Setembro de 2005, três produtos desenvolvidos
para a primeira fase do projeto Design Possível –
Encaixe, Gomo e Mago – ficaram entre os cinco
finalistas da categoria estudante, que engloba
estudantes de arquitetura, engenharia, desenho
industrial, design de interiores e artes plásticas de
ensino superior e visa o projeto de produtos utilizados
em casa que considerem a importância da conservação
e do equilíbrio ambiental no processo de produção
e consumo, prevêem o uso de materiais afinados
com a conservação dos recursos naturais e a
sustentabilidade.
Workshop Papelão – Mobiliário Temporário para
Desabrigados
Realizado em 17 de setembro de 2005, o workshop contou
com a presença de alunos do curso de Desenho Industrial –
Mackenzie e designers profissionais, que se distribuíram em
grupos para desenvolver uma linha de produtos – Mobiliário
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Fig.119. Convite
Prêmio Planeta Casa
2005
Fig.120. Display dos
produtos finalistas da
categoria estudante
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Temporário para Desabrigados. Cada grupo, composto
de aproximadamente sete alunos e dois designers
profissionais, que auxiliaram na viabilização dos projetos,
ficou responsável pelo desenvolvimento de um sofá,
um berço, uma mesa, um organizador, uma cadeira, um
banco e uma estante. Teve o apoio e palestra da
Klabin sobre a utilização do papelão e da Curadora
do Brasil faz Design, Marili Brandão.
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Fig.121. Cartaz de
divulgação
Fig.122. Chapas de
Papelão
Fig.123.Participantes -
estudantes e
designers
Fig.124. Palestra
Consultor da Klabin
Fig.125. Processo
Produtivo
Fig.126. Processo
Criativo
Fig.127. Processo
Produtivo
Fig.128. Produto
Desenvolvido -
Cadeiras
Fig.129.Produto
desenvolvido - Berço
Fig.130.Produto
Dasenvolvido -
Sofá
86
II Mostra de Boas Práticas Ambientais
A II Mostra de Boas Práticas Ambientais finalizou a
programação da Semana da Primavera, realizada pela
Secretaria do Verde e Meio Ambiente da cidade de São
Paulo, reunindo experiências na área de eco-design,
reciclagem, eco-vilas, agricultura orgânica e projetos
de redução e aproveitamento de matérias primas. O
evento aconteceu no Pavilhão Lucas Nogueira Garcez
(OCA) nos dias 24 e 25 de setembro 2005. Cerca de
sete mil pessoas compareceram à OCA para conferir
iniciativas voltadas para a sustentabilidade e para
a melhoria da qualidade de vida. Foram oferecidas
oficinas e palestras ligadas ao tema. O Design Possível
colaborou com a mostra apresentando os produtos
realizados para o projeto e produtos de outros
designers que seguem a mesma linha de
desenvolvimento, o design sustentável. Além
disso, o Design Possível juntamente com outros
estudantes e professores da Universidade Presbiteriana
Mackenzie foram os responsáveis pela montagem e
organização da mostra.
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Fig.131. Convite
Mostra OCA
Fig.132. Museu OCA -
Parque do Ibirapuera
Fig.133, 134 e 135. Mostra Design Possível
87
Mostra EcoDesign
A mostra de EcoDesign realizada no Espaço
Cultural João Calvino, dentro da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, de 25 a 28 de outubro
de 2005, apresentou os trabalhos realizados pelos
grupos Design Possível e Anima Lixo, da
Universidade Presbiteriana Mackenzie e os
trabalhos de graduação de uma turma da Faculdade
de Belas Artes de São Paulo. Ambos os projetos
abordaram o conceito de sustentabilidade, dentro
de diferentes propostas, o Design Possível
apresentou os produtos desenvolvidos na primeira fase do
projeto; o Anima Lixo apresentou trabalhos desenvolvidos
por alunos do curso de publicidade, que criaram bonecos com
lixo doméstico para uma animação; e Faculdade de Belas
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Fig.136, 137. Mostra Design Possível
Fig.138, 139 e 140. Mostra Workshop Papelão
Fig.141. Convite
Mostra EcoDesign
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Artes apresentou o trabalho de graduação de uma turma do
curso de desenho industrial que tinha como tema o
desenvolvimento de produtos com a reutilização de latas e
materiais similares usados.
Primavera do Design
A mostra Primavera do Design, realizada no Interlar
Aricanduva no dia 27 de outubro de 2005 reuniu nomes
do design como Carlos Motta, André Marx, Irmãos
Campana, Guto Lacaz, Elizabeth e Eduardo Prado, Ivo
Pons, Flávia Pagotti, Marilena G, entre outros e apresentou
uma nova geração de designers que estão entrando no
mercado, dentre os quais, quatro, são integrantes do
Design Possível e participaram na mostra com os
produtos realizados para a primeira fase do projeto –
Encaixe, X da questão, Circo e Trapézio. Conceituar a
relevância do designer e suas escolhas para a
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Fig.143 e 144. Produtos Design PossívelFig.142. Espaço
Fig.145, 146 e 147. Produtos Design Possível
Fig.148. Convite
Mostra Primavera
do Design
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sustentabilidade do meio ambiente é a proposta do evento,
onde se pôde conferir a implicação de um material
construtivo e seu impacto no meio ambiente, assim como
o olhar criativo reorganizando sucatas, materiais
tecnológicos ou ainda certificados, garantindo a
criação de móveis e objetos inovadores. Oficinas
abertas ao público estavam entre as atividades
paralelas
à
mostra.
Workshop Serigrafia
Workshop desenvolvido para capacitação de
jovens da ONG Projeto Arrastão, que desenvolve
produtos com lonas vinílicas utilizadas em mídia
exterior. Por ser um material plástico (pvc), existe
uma dificuldade na aplicação de imagens e logos
sobre a lona e essa foi uma oportunidade para
que, através dos jovens, essa técnica seja
inserida na realidade produtiva da ONG, para
assim desenvolver e capacitar novos alunos. O
Workshop foi realizado do dia 05 a 09 de
novembro de 2005, no laboratório de serigrafia
do Mackenzie, com o apoio do professor e do
técnico responsável e a colaboração de
voluntários do grupo Design Possível.
Fig.149 e 150. Produtos
Desenvolvidos para o Design Possível
Fig.151. Explicação do
técnico do laboratório
Fig.152 e 153. Aplicação da
técnica em papel e camisetas
90
Projeto Nida/Sebrae
Participação do Design Possível em um projeto
do Nida – Núcleo de Inovação e Design em
Artesanato de São Paulo –, um núcleo do Centro
São Paulo Design patrocinado pelo Sebrae, que
propôs o desenvolvimento de alguns produtos
em parceria com comunidades visando o
incentivo a comercialização e geração de renda para as
mesmas, utilizando como ferramenta o design e revitalizando
a tradição das técnicas artesanais, características das diversas
regiões do Estado. Iniciado em dezembro de 2005, o Design
Possível participou com a apresentação de três novos
produtos, que foram apresentados na cerimônia de lançamento
do Nida, em 15 de fevereiro de 2006.
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Fig.154. Convite Mostra
Nida
Fig.155, 156 e 157. Produtos desenvolvidos pelo Design Possível
Fig.158, 159 e 160. Produtos desenvolvidos pelo Design Possível
91
Mostra ONG Arrastão
A mostra realizada na ONG Projeto Arrastão em
01 de março de 2006, reuniu alguns produtos
desenvolvidos pelo Design Possível desde a
primeira fase aos produtos mais atuais. O intuito
da mostra foi apresentar o projeto e seus
resultados ao Presidente da Região Toscana,
Sr. Claudio Martini, que em visita agendada ao
Brasil, reservou algumas horas para conhecer o
projeto e seus responsáveis. Essa mostra, que
uniu também os responsáveis de todas as ONGs
parceiras do Design Possível, fortificou a relação
entre os participantes e criou uma perspectiva
de melhores condições e investimentos para
continuidade do projeto.
Feira Craft + Design 2006
O Circuito Craft + Design, já citado
anteriormente, é uma feira específica para
lojistas do setor de utilitários e decorativos,
que acontece todo ano em março e agosto, onde
alguns produtos produzidos para a primeira fase
do projeto tiveram participação na edição
anterior. O Design Possível, nesta edição, de 15
a 19 de março de 2006, teve uma participação
mais abrangente e relevante, com o convite
feito pela organizadora do evento para
participação do grupo como expositor. Foram
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Fig.161. Projeto Arrastão
– Local da Mostra
Fig.162 e 163. Produtos desenvolvidos
pelo Design Possível
Fig.164. Estande
Fig.165.Produtos92
desenvolvidas novas linhas de produtos em
parceria com as ONGs, os designers atuaram
novamente aplicando o design e agregando valor
nas técnicas utilizadas e na efetiva
comercialização dos produtos na feira.
Programa Jovens Urbanos
Nas regiões metropolitanas, os principais fatores de
vulnerabilidade social que atingem os jovens consistem na
baixa escolaridade, precárias oportunidades de socialização
da produção cultural, de vivências produtivas e o próprio
contexto de violência das metrópoles.
Partindo destas questões, o Programa Jovens Urbanos elenca
os seguintes propósitos como norteadores de suas ações:
interferir na trajetória da inserção desqualificada que os
jovens, em situação de vulnerabilidade, enfrentam no mundo
do trabalho e promover a empregabilidade e o acesso dos
jovens ao mundo do trabalho de forma que tenham um maior
repertório de oportunidades e de escolhas.
Dentro deste contexto, o Programa Jovens Urbanos,
patrocinado pelo Cenpec – Centro de Estudos e Pesquisa em
Educação, Cultura e Ação Comunitária – propôs a formação
de 480 jovens, de 16 a 21 anos de ambos os sexos, com foco
no aprendizado de tecnologias e implementação de projetos
coletivos de intervenção social, em parceria com ONGs locais.
A ONG Projeto Arrastão, como colaboradora deste projeto
convidou o Design Possível para atuar em parceria na
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Fig.166. Cortina feita de
retalhos de tecido
93
capacitação desses jovens, abordando o tema
Moda, Design e Empreendedorismo.
A metodologia aplicada envolveu dois dias de
exploração-experimentação e produção – 19 e
20 de abril de 2006 –, por meio de visitas a
ONG, abordando assuntos relacionados ao tema
que instigasse o espírito exploratório, a
motivação para empreender descoberta e o
desejo e a vontade de produzir o novo e atuar
em novos cenários dos jovens. Após esta etapa,
uma turma de 21 jovens interessados foi
confirmada para o início do curso sobre Moda,
Design e Empreendedorismo, com duração total
de 52 horas. Os representantes do Design
Possível atuaram no curso abordando assuntos
ligados a metodologia e viabilização de projeto
(pesquisa de mercado, público-alvo, etc.)
aplicados em produto. Os jovens desenvolveram
uma camiseta customizada aplicando a
metodologia ensinada.
Projeto Tyg
Parceria da empresa de iluminação Tyg com o
projeto Design Possível, realizada em Março
de 2006. Desenvolvimento de um mascote para
fidelização do cliente, produzido com a
colaboração da ONG Aldeia do Futuro e
estudantes da Universidade Presbiteriana
Mackenzie, integrantes do Design Possível.
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Fig.167. Aula para os
jovens urbanos
Fig.168. Dinâmica
Fig.169. Produção no
ateliê de costura
Fig.170. Logo Tyg
Iluminação
Fig.171. Mascote desenvolvido para Tyg pela
Aldeia do Futuro 94
Projeto levado para mostra realizada em Milão 2006.
Projeto Ornare
Desenvolvimento de brindes para a conceituada
empresa de armários Ornare, em parceria com as
ONGs Projeto Arrastão, Associação Monte Azul e
integrantes do Design Possível. O objetivo foi
utilizar os resíduos industriais que fábrica descarta
para a fabricação dos brindes conforme o briefing. A Associação
Monte Azul, já recebia em grande quantidade resíduos de
mdf, compensado e lâminas da Ornare, porém nunca haviam
retornado o material em produtos para a empresa. Essa
iniciativa visa gerar renda para as ONG através da venda dos
brindes e incentivar este tipo de relacionamento por parte de
outras empresas. Foram desenvolvidos cinco produtos e estes
Fig.172. Logo Ornare
Fig.173. Caio
Esteves, gerente de
marca da Ornare, ao
lado dos brindes
desenvolvidos pelo
Design Possível
Fig.174. Porta-jóias
em mdf laqueado
Fig.175. Graveteiro
em couro, porta-lápis
em mdf e porta-
cartão em lâmina
pré-composta
95
6. PROJETO: SEGUNDA FASE
Briefing: desenvolver um objeto de
mobiliário em cooperação internacional, a
partir dos materiais e técnicas de produção
que as ONGs oferecem e promover a
parceria e cooperação das mesmas também
com indústrias do setor moveleiro toscano
e nacional. A fim de obter um produto
contido da identidade local da ONG e a
tecnologia e possibilidade de
comercialização que as indústrias oferecem.
O resultado deve ser apenas um produto
de dupla autoria para ser apresentado em
uma mostra em Milão, em abril de 2006.
96
Novas clínicas foram realizadas, com o objetivo de desenvolver
móveis que terão algum componente produzido pelas
indústrias toscanas ou até mesmo as indústrias nacionais e
que contenham elementos das ONG’s brasileiras como
diferencial ecológico, social e estético, elevando sua auto-
estima como indivíduos e trazendo renda para a comunidade.
Dando continuidade ao trabalho desenvolvido na primeira
fase e ampliando a experiência adquirida em decorrência da
mesma, houve o interesse de aprofundar o desenvolvimento
desta fase, a fim de apresentá-lo como o trabalho de
graduação interdisciplinar aqui proposto.
A visita da estudante italiana da Universidade de Firenze –
IT, Marcella Foschi, em fevereiro de 2006, permanecendo aqui
por dois meses, foi essencial para a realização deste trabalho,
sendo ela a indicada para parceria projetual. Tendo como
intuito da sua visita a realização de um trabalho com as
comunidades brasileiras para embasamento de seu trabalho
de graduação, unimos nossos objetivos, conhecimentos e
culturas diversas no desenvolvimento deste projeto.
Novas visitas, coletas de materiais e experimentações foram
feitas às ONGs, após mais de um ano de parceria com o
Design Possível, o relacionamento e dinâmica das ONGs já
são mais adequados ao ritmo de trabalho do grupo.
A ONG selecionada para o desenvolvimento do projeto foi o
Projeto Arrastão, que, como já dito anteriormente, apresenta
pelo tipo de material utilizado, uma maior possibilidade criativa
e inovadora.
6. P
RO
JE
TO
: S
EG
UN
DA
FA
SE
97
O produto final além de ser apresentado como trabalho de
graduação interdisciplinar, teve seu primeiro protótipo exposto
em um evento Fuori Salone, no Salão do Móvel de Milão, de
05 a 10 de abril de 2006, em um espaço cedido pela loja
Brasilartes. O resultado positivo, interesse e aceitação,
impulsionaram e motivaram ainda mais o seu aperfeiçoamento
e produção para uma possível comercialização no exterior.
Outro índice que aponta para essa aceitação é a participação
da Polt-Lona na 1ª Bienal Brasileira de Design, selecionada
pela curadora Marili Brandão para a Mostra Contemporânea
(ANEXO H).
6.1. Definições iniciais do Projeto
6.1.1. Problema
• Poltrona multiuso
6.1.2. Definição do problema
• Desenvolvimento do produto em cooperação
internacional, ou seja, em dupla com uma estudante
italiana;
• Utilizar os materiais e técnicas de produção que a ONG
Projeto Arrastão oferece;
• Promover a parceria e cooperação da ONG com indústrias
do setor moveleiro toscano e nacional;
• O produto deve ser apresentado e exposto em abril de
2006, em uma mostra em Milão.
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6.1.3. Componentes do problema
• Estudos de formas
• Ergonomia
• Modelagem
• Corte e Costura
• Infra-estrutura apropriada para costura
• Acabamentos
• Estrutura interna
• Alças de sustentação
6.1.4. Pesquisas
• Tipos de modelagem para esferas
• Tipos de ganchos
• Materiais resistentes para alças
• Máquinas de costuras industriais
• Estruturas metálicas (perfis, tubos, etc.)
6.1.5. Análise de dados
A análise de dados se dá através de referências visuais ligadas
ao tema de desenvolvimento. Para essa análise, neste
trabalho, foram criados os painéis semânticos que se seguem:
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Painel Semântico – Possibilidades
Produtivas da ONG
Fig. 176 100
Painel Semântico – Produtos
desenvolvidos pelo Design Possível
com a lona
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Fig. 177101
Painel Semântico – Ambientes de
Utilização
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Fig. 178102
Painel Semântico – Concorrentes
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Fig. 179
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Painel Semântico – Referências Estéticas
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Fig. 180104
6.2. Briefing
Ressaltar a cultura, os valores e a identidade brasileira,
através do desenvolvimento de um produto de dupla autoria,
produzido na ONG Arrastão, que agregue valor, através do
design, às técnicas e processos produtivos utilizados pelas
costureiras, resultando em um produto potencial e competitivo
no mercado interno e externo.
Público-alvo: Dois caminhos podem ser considerados na
identificação do público-alvo. Um, é a utilização do produto
em ambientes externos, varandas e jardins, classificando
uma parcela da população adepta a esses ambientes, seja
como moradia fixa ou temporária. O outro caminho, por se
tratar também de uma ação de design inovadora, é considerar
como público-alvo estudantes e profissionais de Design,
Arquitetura e áreas afins que possuam envolvimento crítico e
cultural com as questões ambientais e sociais.
6.3. Fases Criativas
Expressada primeiramente através dos
roughs e primeiras ilustrações:
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Fig. 181
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Fig. 181
107
Fig. 181
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Fig. 181
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6.4. Apresentação do Projeto – Produto Polt-Lona
A Polt-Lona é um projeto de cooperação que promove uma
articulação projetual conjunta entre duas estudantes, uma
brasileira e uma italiana que estão desenvolvendo juntas os
respectivos trabalhos de graduação interdisciplinar.
O produto consiste em uma poltrona de dupla funcionalidade
projetada para ambientes externos, de acordo com o estudo
do material e da técnica de costura disponível.
Produzida dentro da ONG Projeto Arrastão, ela favorece a
reutilização da lona vinílica/pvc – utilizada em publicidades
de mídia externas, banners, etc., doadas por empresas
parceiras – de forma diversa e flexível.
Apresenta duas possibilidades de uso:
• Suspensa e móvel
• Apoiada ao chão e fixa
O projeto foi pensado dentro do conceito da meia esfera
como forma adequada de acomodação e sensação de
aconchego, se tratando de um material maleável repleto de
espuma em seu interior, onde o usuário se amolda da forma
mais confortável. Apenas com uma estrutura rígida, que
garante a segurança e estabilidade da poltrona, a flexibilidade
de seu corpo permite a modificação de sua posição sem
dificuldade. As características do material, como limpeza e
impermeabilidade, por exemplo, contribuem para sua
utilização no ambiente para o qual foi projetado – externo.
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6.5. Desenvolvimento do Projeto
Clínicas e encontros com o orientador – Professor
Ivo Pons – foram realizados para a definição do
produto e discussão do formato a ser aprovado,
atuando como orientador da estudante italiana
e conseqüente meu co-orientador, o Professor
Giuseppe Lotti também participou das decisões,
aprovações e alterações ocorridas no decorrer
deste trabalho, conforme cronograma de
realização do projeto (APÊNDICE B).
Com a forma definida, era necessário viabilizá-
la para a costura em máquina, onde os formatos
circulares são sempre mais difíceis. Portanto,
pesquisas de formas e construção de esferas
foram obrigatórias. Identificamos a necessidade
de desconstrução da esfera em módulos ou
gomos para melhor desempenho das costureiras;
o centro da esfera também foi descentralizado
para melhor acomodação do usuário ao sentar.
Se iniciou então diversas tentativas de obtenção
da meia esfera através dos módulos, utilizando
modelos em papel kraft e em escala reduzida
nesse estudo. Após esse estudo, foram
produzidos protótipos com a lona em menor
escala de algumas opções mais viáveis de
obtenção da meia esfera.
Chegando ao resultado mais viável em termos de produção
(costura), e melhor resolvido, em termos de obtenção da
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Fig.182. Teste de
formato com papel
Kraft
Fig.184. Protótipos em
lona em escala
reduzida
Fig.183.Opções
adquiridas
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forma desejada, os moldes para o início da
produção – corte e costura – foram feitos no
tamanho real. Duas versões do mesmo molde
foram disponibilizadas para a verificação de
viabilidade de produção, levando-se em
consideração a dificuldade de entendimento e o
tempo gasto pelas costureiras.
Verificou-se uma grande dificuldade na produção
do primeiro protótipo, que possuía uma versão
mais complexa do molde aprovado, dividido em
mais gomos, possuía uma quantidade maior de
costura, dificuldade e desgaste da costureira. A
espuma inserida no produto, como item não
utilizado anteriormente pelas costureiras,
também dificultou na realização desse primeiro
protótipo.
Após esta etapa, foi realizada uma reflexão sobre
o projeto e possíveis alterações. Foi produzido
outro protótipo com uma outra versão do molde,
com gomos maiores e em menor quantidade,
que foi melhor e facilmente resolvida pelas
costureiras, teve o seu tempo gasto muito
reduzido em relação ao anterior e o resultado
estético mais atrativo, fazendo dela a versão
do molde aprovada para o projeto.
Estando a costura resolvida nesse primeiro
momento, ou seja, 90% do produto pronto, era
preciso definir as estruturas internas e as alças
que fariam a sustentação da poltrona e do peso
aplicado a ela.
Fig.185. Danielle e
Marcella no atêlie da
ONG Arrastão
Fig.187. Costura da
segunda versão do
molde
Fig.186. Costura da
primeira versão do
molde
114
viabilizadas com um material chamado
cadarço – material resistente utilizado
em alças de bolsas e mochilas. Costuras
internas circulares foram feitas com o
cadarço, de onde também se originavam
as alças, indo da metade da esfera, onde
o cadarço estava costurado, até a parte
exterior.
6.6. Alterações Previstas
Após ser exposto na Mostra Design Possível, em Milão, uma
reunião com os respectivos orientadores e co-orientadores
foi realizada para apontamento de possíveis modificações
para melhoria do produto.
Direcionadas para pesquisar soluções mais viáveis e tipos
de materiais disponíveis para as alterações propostas, as
seguintes alterações propostas:
1 – Utilizar uma estrutura de alumínio ou aço inox em toda a
borda da meia esfera, no lugar do “bambolê” usado
anteriormente. Tratando-se de um
material industrial, essa alteração já
envolveria uma indústria ou empresa na
parceria com a ONG para produção do
produto.
2 – Alteração do encaixe da estrutura
rígida. Será feito uma espécie de
“passantes” para a passagem da
Fig.188. Gomos prontos para a
próxima costura que irá fechar
a poltrona
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Fig.189. Passante feito de lona
par aencaixe da estrutura
metálica
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SE estrutura metálica, colados e costurados na parte
externa, fazendo com que, diferentemente da opção
anterior, a estrutura fique com algumas partes
expostas.
3 – As alças serão de um material mais resistente,
facilmente encontrado e que ainda contribuem para
o conceito sustentável do trabalho. Serão utilizados
cintos de segurança usados, adquiridos em ferros-
velhos. Estes, não terão mais nenhuma costura
com o corpo da poltrona (lona), serão diretamente
encaixados na estrutura metálica aparente.
4 – As costuras internas dos módulos A
serão reforçadas com viés de pvc rígido,
chamado vivo (geralmente utilizado em
acabamento de bolsas), para maior
resistência quando utilizada na opção
apoiada ao chão. Essa alteração foi
testada, mas não chegou a ser concluída,
devido à falta de máquinas apropriadas
para a costura desse material.
6.7. Ergonomia aplicada ao projeto
Em termos gerais, pode-se dizer que a ergonomia visa à
adaptação das tarefas ao homem. Quer se trate de um produto
para consumo ou de um posto de trabalho, a ergonomia oferece
vantagens através da melhoria do bem-estar, da redução de
custos e da melhoria da qualidade e produtividade. Assim, a
concepção de qualquer produto ou sistema deve integrar
critérios ergonômicos desde a fase projetual, de forma a
assegurar a sua eficiência.
Fig.190. Passante -
parte interna,
reforçado com costura
e cola vinílica
Fig.191. Vivo - viés de PVC
116
Propondo a definição de MORAES (2003) et al apud Moares &
Soares (1989), conceitua-se ergonomia como “tecnologia
projetual das comunicações entre homens e máquinas,
trabalho e ambiente”.
6.7.1. Fatores Ergonômicos
Os fatores ergonômicos são requisitos necessários para que
as qualidades que se pretende para o produto sejam
alcançadas. Analisaremos neste projeto os seguintes
requisitos: tarefa, postura, segurança, conforto e materiais.
Tarefa
A partir do fator tarefa se define e se inicia o projeto do
produto. A tarefa diz respeito à ação desenvolvida pelo usuário
na utilização do produto e delimita suas dificuldades, por
isso “deve ser tomada, ergonomicamente, como o primeiro
pré-requisito de projeto, porque a partir dela nasce
praticamente toda a filosofia que norteia e/ou influencia
grandemente o design [...], em termos dos seus aspectos de
uso, formais, estruturais e tecnológicos” (GOMES, 2003, p.62).
A tarefa principal colocada ao usuário da poltrona é o ato de
sentar. Ainda como tarefas secundárias, temos o
posicionamento da poltrona na posição desejada, pendurada
ou apoiada ao chão. O procedimento dessas tarefas será
detalhado no fator ergonômico postura.
É importante ressaltar que “a facilidade de assimilação rápida
e o melhor desempenho do usuário em relação a essas tarefas
vai depender naturalmente de suas qualidades pessoais em
117
termos antropométricos, faixa etária, habilidades, etc.”
(GOMES, 2003, p.61), ou seja, uma pessoa idosa,
provavelmente não desempenhará essas tarefas com a
facilidade de uma pessoa jovem ou necessitará de ajuda
para executá-la.
Postura
Define-se postura como a “imobilização de partes do
esqueleto em posições determinadas, solidárias umas
às outras e que conferem ao corpo uma atitude de
conjunto” (GOMES, 2003, p.32). A postura está
relacionada também com outros fatores ergonômicos
que veremos a seguir, como a segurança e o conforto.
Levando em consideração as tarefas a serem
executadas pelo usuário, identifica-se a postura
utilizada para cada tarefa:
- Sentar: sendo a poltrona confeccionada em
material maleável, sem estruturas internas
rígidas que indiquem assento e encosto, ela
permite longa e confortável permanência do
usuário em posições flexíveis, se amoldando
ao produto encontrando a posição mais
confortável.
- Pendurar a poltrona: é necessário que se encaixem as hastes
das alças da poltrona em um gancho – soluções já existentes
em ambientes externos, na parede ou teto. Para essa tarefa
se faz necessário o movimento de alcance do gancho – de pé
com os braços esticados –, e no caso de gancho de teto, é
preciso também fazer uma pequena força, devido ao peso da
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Fig.192. Desenho
esquemático
Poltrona suspensa
Fig.193. Desenho esquemático
Poltrona apoiada no chão
118
poltrona que será levantada, que é
de aproximadamente 8 kg.
- Apoiar a poltrona ao chão: é
necessário vira - lá da posição original
(meia-esfera) e empurrar para baixo
a parte de cima em direção ao chão –
agarrachado inclinado –,
transformando-a no assento dessa
outra posição, a espuma utilizada em
seu interior e a costura interna
reforçada garantem a sua estrutura.
Segurança
De acordo com João Gomes Filho (2003, p.29): “Conceitua-se
segurança como a utilização segura e confiável dos objetos
em relação às suas características funcionais, operacionais,
perceptíveis, de montagem, de fixação, sustentação, e outras,
fundamentalmente, contra riscos e acidentes eventuais que
possam envolver o usuário ou grupo de usuários”.
A proteção ao usuário vai depender das soluções
projetuais de configurações físicas desenvolvidas
para o produto. Neste caso, tratando-se de uma
poltrona que pode ser pendurada, o fator segurança
é crucial.
Alguns itens que apontam para esse fator foram
listados e devem ser seguidos por parte do usuário
e produto:
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Fig.194. Desenho esquemático
Demonstração de troca de posição
Fig.195. Tipo de gancho
existente no mercado
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- Usuário: deve se certificar que o
gancho a ser utilizado suporta a carga
indicada. De acordo com algumas
pesquisas realizadas com ganchos
existentes no mercado, muitos
classificados como “gancho de rede”
para essa utilização, a carga máxima
estipulada para a maioria dos casos é
de até 200 kg.
-
Poltrona: Resistência e sustentação das alças – as alças
são de material extremamente resistente, foi reutilizado
cintos de seguranças de carros inutilizados
(encontrados em ferro-velhos) e a sustentação é feita
a partir de um perfil cilíndrico circular de alumínio
(que se encontra ao redor da poltrona em toda a
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Fig.196. e Fig. 197
Tipos de ganchos existentes no
mercado
Fig.198
Propriedades de um gancho existente no mercado
Fig.199. Cinto de
segurança
120
extensão de seu diâmetro) através do próprio
sistema de encaixe do cinto de segurança utilizado
nos veículos, que é fixado a esse perfil;
Resistência do corpo (material e costura) – o
material utilizado é a lona de pvc (vinílica) que
possui ótima resistência ao rasgo, o corpo consiste
em um “sanduíche” de lona, espuma e lona
costurada em toda sua extensão, a costura é feita
com máquina industrial adequada para o material
e reforços internos com viés de pvc ajudam a
estruturar e reforçar a segurança.
Conforto
A segurança também está inserida nesse item, pois quanto
maior a confiança no produto maior a comodidade e sensação
de bem-estar, seja nos níveis físicos ou sensoriais (GOMES
FILHO, 2003).
Também como no fator segurança, algumas condições que
apontam para esse fator devem ser observados por parte do
usuário e produto:
- Usuário: alguns desconfortos são trazidos pela má postura
corporal. Como citado anteriormente, a poltrona permite que
o usuário se amolde a ela, achando a posição mais confortável,
solucionando essa questão.
- Poltrona: permitir ao usuário a comodidade necessária
através de sua forma e materiais. O formato (meia-esfera)
da poltrona transmite ao usuário a sensação de aconchego e
proteção e os materiais principais – lona de pvc e espuma
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Fig.200. Detalhe da
costura parte interna
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conferem flexibilidade e maleabilidade ao produto. A opção
de utilização do produto pendurado, possibilitando a
movimentação e balanço da poltrona também transmite uma
sensação de bem-estar e conforto.
Materiais
Os materiais que constituem a poltrona, bem como sua
utilização e contribuição para o produto, serão listados a
seguir:
-Lona de pvc (vinílica): durabilidade, segurança, conforto e
impermeabilidade ao produto, além de facilitar a limpeza do
mesmo.
-Espuma de poliuretano: concede conforto e maleabilidade
ao produto.
-Estrutura metálica e alças: durabilidade, sustentação e
segurança.
6.7.2.Ações de Percepção
Informação, (dentro do contexto de comunicação) de um modo
geral é a transmissão de notícias que está relacionada com
alguns conceitos como símbolos, significância, dados,
conhecimento, mensagem, etc.
Relacionado a essa “definição”, os problemas ergonômicos
que se podem encontrar são “à não compreensão da
informação [...] relativa ao dimensionamento, à clareza, ao
contraste figura-fundo [...] e no dimensionamento e
qualidades táteis de superfícies” (GOMES, 2003, P.40).
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Devemos então provocar esses estímulos para que essas
informações sobre o produto se dêem de forma adequada.
No caso da poltrona desenvolvida, esses estímulos podem
ser ativados através de percepções visuais e táteis.
Visual
O primeiro nível de informação captada pela visão
são os atributos relacionados a estética e forma.
Já o segundo nível de informação procura captar
maiores detalhes do que se vê, nesse nível,
aspectos como acuidade, que diz respeito a
intensidade luminosa do ambiente e legibilidade,
que trata da leitura da informação e o seu
reconhecimento, influenciam na visualização e
compreensão do objeto.
O produto trata da questão da percepção visual da seguinte
forma: no primeiro momento, a estética e a forma explicita
ao usuário a ação de sentar e o convida para isso. Em um
segundo momento, a questão da iluminação que
geralmente se fará pela luz do dia e a localização
do produto em seu ambiente de utilização –
ambientes externos, varandas e jardins –
também acrescentam dados a essa percepção,
entretanto, a legibilidade não será imediata, pois
se trata de uma proposta de um “novo” material
para o segmento de móveis, porém, já visto em
uma outra utilização – utilizado anteriormente
em propagandas de mídia exterior. A leitura do que era esse
material, o reconhecimento e a compreensão de sua nova
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Fig.201. Banner
publicitário feito de
lona
Fig.202.
Transformação do
banner em produto
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utilização será mais lenta, mas quando esclarecida, ganhará
um valor maior, de novidade e conscientização.
- Cromático
Inserido no contexto da percepção visual, a utilização das
cores são de extrema importância para expressar e reforçar a
informação visual.
A fim de contribuir para a melhor a visualização, a compreensão
da leitura e o reconhecimento do objeto ou da informação,
existem algumas exigências ergonômicas no que se refere
ao uso das cores.
Primeiramente deve-se fazer uso coerente, harmônico e
compatível da imensa gama de cores existentes e atender
alguns padrões:
• Figura-fundo – adequar as cores empregadas em
relação figura-fundo, seja em imagens ou textos.
• Utilização sensata dos recursos de iluminação.
• Conhecer o significado e as aplicações das cores
utilizadas para determinadas funções, por exemplo, vermelho
significa perigo, amarelo atenção, e assim por diante.
Percebe-se no produto desenvolvido essa preocupação na
utilização e escolha das cores utilizadas. Apesar de vibrantes
e alegres, as cores se entendem e se completam, deixando
o produto mais divertido.
Tátil
Define-se o “tato como o sentido por meio do qual se percebem
sensações de contato e pressão, as térmicas e as dolorosas”
(GOMES, 2003 apud FERREIRA, 1999, p.1298).
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Nesse sentido, a escolha dos materiais utilizados é de grande
importância, pois são eles que vão transmitir as sensações e
conseqüentemente despertar no usuário o desejo ou não
pelo produto.
É conveniente a aplicação de
texturas em elementos planos ou
volumétricos que os caracterizam de
tal maneira que o seu uso se faça
sem olhar, que o usuário o reconheça
pelo contato ou pressão ou, ainda
simplesmente pelo conforto.
Dessa forma, o produto proposto
contribui para a percepção tátil por
ter espuma em seu interior e sua superfície separada em
gomos divididos pela costura, além de ser não fixo (balança
quando pendurado no teto), o que facilita o acesso para o
usuário, podendo assim ter sua função facilmente percebida.
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Fig.203. Detalhe do centro da
poltrona
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6.9. Processo Produtivo
6.9.1. ONG
O processo produtivo, quando se trata do desenvolvimento
de produtos que envolvam corte e costura ou até mesmo
técnicas artesanais, necessita de algumas etapas que não
estamos acostumados a ver durante o curso na universidade,
pois difere muito do relacionamento com as indústrias
direcionado aos alunos.
As artesãs e costureiras não lêem com facilidade os desenhos
técnicos ou ilustrações, portanto, se faz necessário a produção
de moldes no tamanho real, em papel kraft, especificando
locais de costura, dobras, cortes, etc.
Seguindo esse direcionamento, segue o passo-a-passo do
processo produtivo da obtenção da poltrona:
• Parte Interna:
1 – Marcação e corte dos pedaços de lona internos, conforme
os moldes de A1-A5, B1-B5, C1-C5.
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Fig.204. Marcação do
molde na lona
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Fig.205. Corte dos
pedaços
Fig.206. Pedaços
cortados
2 – Marcação e corte da espuma – dupla, de acordo com os
moldes onde essa será inserida, tirando 1cm de cada lado
para a costura lateral.
3 – Costura das partes A, B e C, seguindo a seqüência dos
números, por exemplo: 1A, 2A e 3A e assim
sucessivamente, formando os gomos da poltrona.
4 – Costura dos gomos prontos na seqüência
1,2,3,4,5,5,4,3,2,1, fechando a meia esfera interna.
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Fig.210. Costura dos
Fig.215. Parte interna
costurada
Fig.213. Costura dos
gomos, fechando a
meia esfera
Fig.214. Detalhe da
costura
131
Fig.207. Marcação do
molde na espuma
Fig.212. Preparação
para costura que vai
unir os gomos
Fig.211. Gomo pronto
Fig.208. Corte da
espuma
Fig.209. Preparação
para costura
5 – Parte interna pronta
• Parte Externa:
1 – Marcação e corte dos pedaços de lona externos,
conforme os moldes de 1 a 5.
2 – Corte horizontal na lona para inserção de um outro
pedaço de lona que irá sustentar o perfil cilíndrico que vai
ao redor da poltrona, como um passante para a estrutura.
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Fig.221. e Fig.222
Corte dos pedaços para passante
Fig.220. Pedaços
prontos para costura
Fig.219. Marcação do
molde na lona
132
Fig.218. Parte interna
pronta - costuras
internas
Fig.216. Parte interna
pronta -
Fig.217. Parte interna
pronta - costuras
internas
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3 – Inserir os pedaços de lona nos cortes feitos
anteriormente e fixá-la com cola vinílica e costura, criando
o passante para a estrutura.
4 – Costura dos pedaços na seqüência 1,2,3,4,5,5,4,3,2,1,
fechando a meia esfera externa.
5 – Parte externa pronta
Fig.224. Detalhe do
passante de lona
Fig.223. Pedaços
prontos com o
passante preparadas
para costura
Fig.226. Pedaços
costurados
Fig.225. Costura Parte
Externa
Fig.227 e 228. Parte Externa Pronta
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• Acabamento:
1 – União da parte externa e interna através da costura de
um viés de lona ou cadarço em toda lateral, fazendo o
acabamento.
2 – Colocação da estrutura metálica.
3 – Encaixe das alças na estrutura metálica.
6.9.2. Empresas Parceiras
A proposta do projeto é unir em parceria
nacional e internacional as ONG’s da
cidade de São Paulo, em especial, a ONG
Projeto Arrastão, que colaborou na
produção deste produto, com empresas
e indústrias que viabilizem uma parte do
produto que necessite de uma tecnologia
maior e/ou atuem na comercialização do
mesmo.
Contatos estão sendo realizados, através
do apoio e colaboração dos professores
orientador e co-orientador, tanto no
Brasil, como na Itália, para que essa
proposta de trabalho realmente se efetive, trazendo benefícios
para as ONG’s com a geração de renda, para as empresas
com as vendas e apoio ao trabalho social e ao design brasileiro,
com a divulgação e exposição de uma identidade que é única.
Fig.229. estruturas feitas por
empresa italiana para cadeiras
suspensas
134
Fig.230. estruturas
feitas por empresa
italiana para
cadeiras suspensas
135
Dentro desta proposta, a estrutura metálica de
alumínio, que envolve a poltrona e dá sustentação
a mesma, deve ser produzida em um sistema
industrial. Uma proposta para uma futura parceira,
está sendo negociada na Itália, com uma empresa
de móveis chamada Esedra Design, que se interessou
muito pelo produto e propôs outros tipos de
estruturas disponíveis por eles, que facilitariam a
utilização.
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6.10. Resultados - Segunda Fase
Fig.231. Polt-lona
Fig. 232. Polt-lona
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6.11. Mostra Fuori Salone Milano 2006
A mostra do Design Possível, realizada em Milão dos dias 05
a 10 de abril de 2006, apresentou diversos produtos produzidos
sob os conceitos abraçados pelo Design Possível, como o
desenvolvimento sustentável, a inclusão social,
reaproveitamento e reutilização de resíduos, etc., entre eles
estão alguns projetos de cooperação internacional entre
estudantes, sendo um deles o projeto aqui apresentado,
projetos de desenvolvimento de brinde e promoção em
parcerias com ONGs e empresas, projeto desenvolvido com
comunidades da Bahia e móveis temporários para
desabrigados produzidos com papelão. A mostra recebeu
muitos elogios e resultados positivos. As pessoas se
mostraram impressionadas diante das possibilidades
projetuais, o que prova o sucesso da iniciativa e da proposta
inserida pelos produtos.
Fig.233. Espaço da Mostra Design Possível em Milão137
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Fig.234.Detalhe - sofá de
papelão e bonecão de jeans
Fig.235. Legenda do produto
Polt-lona
Fig.236 , Fig. 237 e Fig. 238. Polt-lona na mostra
Fig.239. e Fig. 240. Espaço da mostra Design Possível em Milão
Fig.241.Equipe de
estudantes e designers
Fig.242. Coquitel de
inauguração
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6.11.1. Catálogo
Fig.243. Catálogo da Mostra
de Milão 2006 - frente
Fig.244. Catálogo da Mostra
de Milão 2006 - verso
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6.12. Memorial Descritivo
1.Descrição do projeto do produto:
Poltrona meia esfera: 90cm diâmetro X 70cm profundidade
Peso: aprox. 8 kg
Materiais:
Lona vinílica / pvc descartada
Espuma de poliuretano
Perfil de alumínio
Cinto de Segurança usado
2.Funcionalidade prevista para o produto:
POLT-LONA é uma poltrona que pode ser utilizada de duas
maneiras, suspensa e móvel ou apoiada ao chão e fixa.
3.Qualidade prevista:
Produto inovador, utiliza um material que agrega flexibilidade
e versatilidade ao produto, além de outras características
como a impermeabilidade e fácil limpeza.
4.Características previstas do consumo do produto
relacionados à questão ambiental:
A combinação da questão ambiental e a social é o objetivo e
o grande diferencial deste produto. Permite o aproveitamento
e reutilização de um material que fatalmente seria destinado
ao lixo. Além de inserir o design à técnica já utilizada pela
ONG Projeto Arrastão, gerando renda para as famílias locais.
5.Informações previstas aos consumidores:
O produto POLT-LONA além de um produto diversamente
funcional, atende as necessidades estéticas e ergonômicas
dos usuários dentro do conceito e prática da responsabilidade
social. Produto versátil e divertido que irá complementar o
espaço de lazer externo, com beleza, conforto e praticidade.
140
CONCLUSÃO
Através do desenvolvimento desse trabalho, constata-se o quão
rico e desafiador é o desenvolvimento de projeto em
cooperação internacional e o quanto o designer pode fazer
para preservação do planeta, e conseqüentemente para a
melhoria da qualidade de vida das pessoas. Percebe-se a real
contribuição à sociedade que o designer pode realizar, criando
assim sistemas integradores, valorizando nossa cultura,
resgatando técnicas tradicionais, coerentes e responsáveis pelo
futuro da humanidade.
As diferenças culturais e sociais dos países em questão – Brasil
e Itália – são barreiras que nos ensinam a identificar e
solucionar projetos, adequando-os a nossa realidade. A
diferença projetual se dá pelo modo de aprendizado e
concepção e pelas realidades diversas vivenciadas. É preciso
situar seu parceiro de projeto do que é possível, do que é
viável. E essa troca de conhecimentos adquiridos é também
um dos grandes ganhos desse projeto. O projeto de produtos
em cooperação internacional, além de ser um desafio é também
uma oportunidade para o mercado, que têm a chance de
exportar e divulgar o produto brasileiro no comércio exterior.
Indiscutivelmente o projeto foi positivo e engrandecedor tanto
para os estudantes, como para os participantes das ONGs e
demais pessoas envolvidas. A aproximação dos artesãos às
modernas práticas de gestão, de utilização de matéria-prima
e design, os auxiliou a gerir de forma mais eficaz sua produção
artística e a agregar valor pela forma. Contribuiu e acrescentou
muito em minha formação e crescimento profissional em todos
os aspectos, ampliando a visão de design conhecida
anteriormente. 141
REFERÊNCIAS
ACCESSORIES for Hanging Hammock Airchairs and Skychairs. Disponível
em: <http://www.airchairusa.com/accessories.html>. Acesso em 2 maio
2006.
BRANCO, Samuel Murgel. Meio Ambiente: uma questão moral. São Paulo:
OAK, 2002.
BUBBLE Chair. Disponível em: <http://www.plushpod.com/item_13.php>.
Acesso em 2 maio 2006.
COIMBRA, Ávila. O outro lado do meio ambiente: uma inclusão humanista
na questão ambiental. Campinas: Millennium, 2002.
GOMES, João Filho. Ergonomia do objeto: sistema técnico de leitura
ergonômica. São Paulo: Escrituras, 2003.
HANGING Chairs. Disponível em: <http://www.mypashmina.co.uk/
my_hammock/hanging_chairs.htm#>. Acesso em 2 maio 2006.
HANGING chairs, hammock chairs, from hammock heaven. Disponível em:
<http://www.hammockheaven.co.uk/shop/hanging_chairs.htm>. Acesso em
2 maio 2006.
HANGING chair, hammock chair, medium size Kapalua. Disponível em: <http:/
/www.hawaiiansunchairs.com/hammock_chair.htm>. Acesso em 2 maio
2006.
INDÚSTRIAS investem no “R” de Redução para garantir sustentabilidade.
Disponível em: <http://www.cempre.org.br>. Acesso em 20 maio 2006.
ISLAND Chairs. Disponível em: <http://www.islandchairs.com/
compare_chairs.html>. Acesso em 2 maio 2006.
JOVENS Talentos. Revista Cláudia Casa, São Paulo, ano 29, n. 11, p. 32,
nov. 2005.
KAZAZIAN, Thierry (Organizador). Design e Desenvolvimento Sustentável:
haverá a idade das coisas leves. São Paulo: Senac, 2005.
LOPES, Odete L. Coletânea de atividades de educação ambiental. Curitiba:
Unilivre, 2002.
MACKENZIE ganha apoio da Ornare em projeto. Disponível em: <http://
www.dci.com.br> Acesso em 28 abr 2006.
MANZINI, Ezio; VEZZOLI, Carlo. O desenvolvimento de Produtos
Sustentáveis: os requisitos ambientais dos produtos industriais. 1. ed.
São Paulo: Edusp, 2005.
MEURS, Paul. Brazil Holland: a design match. Eindhoven: Design Academy,
2002.
MORAES, Anamaria de; MONT´ALVÃO, Cláudia. Ergonomia: conceitos e
aplicações. Rio de Janeiro: A. de Moraes, 2003.
NANNA Jorgen Ditzel. Disponível em: <http://www.bonacinapierantonio.it/
data/classici_file/html/egg.html>. Acesso em 2 maio 2006.
PRÊMIO Planeta Casa. Revista Cláudia Casa, São Paulo, ano 29, n. 9, p. 50,
set.. 2005.
RECICLAGEM do lixo como oportunidade de negócios. Disponível em: <http:/
/www.cempre.org.br>. Acesso em 28 out. 2005.
ROPES, fixings and cushions from Hammock Heaven. Disponível em: http:/
/www.hammockheaven.co.uk/shop/ropes_and_fixings.htm>. Acesso em 2
maio 2006.
SANTOS, Cleon R. dos; FORTES, Otávio F. Desenvolvimento Urbano e Meio
Ambiente – textos escolhidos. Curitiba: Unilivre, 2003.
SANTOS, Glória Lúcia S. A.; OTA, Sueli Naomi. Mobilização Social em
Comunidades. Curitiba: Unilivre, 2002.
STORIA. Disponível em: <http://www.esedradesign.com/storia.htm> Acesso
em 2 jun 2006.
TERRAÇOS. Varandas, pátios e jardins, São Paulo, 25. ed., p. 52, 2006.
TORO, José B.; WERNECK, Nísia M. Mobilização Social: um modo de construir
a democracia e a participação. Brasília: Abeas-Unicef, 1997.
TRANSPONDO Fronteiras. Revista Kaza, São Paulo, ano 3, n. 24, p. 16,
maio 2005.
UM ESTILO todo peculiar. Campo e decoração. São Paulo, ano 3, n. 8, p. 27,
2006.
ANEXO A
Abril/2005
Convite Mostra Design Possível
ANEXO B
Revista Kaza – SP – Maio/2005
Coluna Eco chic
Transpondo fronteiras
Em Milão, a exposição Design Possível mostrou fuori salone
o intercâmbio inédito entre jovens designers brasileiros e
italianos, nossas ONGs e a indústria moveleira da Toscana.
Um projeto vitorioso que contou com o aval de ecodesigners
consagrados, e já tem lugar garantido no Salão Satélite 2006.
Mostrar ao mercado mundial o trabalho de nossas ONGs e
das comunidades carentes que reaproveitam os resíduos das
grandes cidades. Este é o objetivo do Design Possível, projeto
inédito de professores e alunos de Desenho Industrial do
Mackenzie e da Universidade de Firenze, liderados pelo
designer Ivo Pons e o professor Giuseppe Lotti. A iniciativa
se transformou em exposição paralela à recente edição do
Salão do Móvel de Milão, realizada sob os auspícios de
Instituto Brasil Itália (IBRIT, onde aconteceu o evento),
Casa Toscana, Consulado do Brasil em Milão, Associação
de Designers de Produtos (ADP), Centro São Paulo Design
(CSPD) e da Brasilartes, loja-galeria de Francesco Quartuli.
A mostra é parte de um conjunto de ações previstas ao
longo de dois anos, que culminará com a apresentação dos
resultados no festejado Salão Satélite de Milão, em 2006,
e em posteriores exposições em Firenze e São Paulo. Nesta
primeira etapa, vinte alunos brasileiros e italianos formaram
dez duplas para criar, à distância, protótipos de acessórios
para casa com sobras de materiais produzidas na capital
paulista. As propostas tiveram como base estudos da
realidade da metrópole, suas ONGs e comunidades onde
estão inseridas (a princípio, Aldeia do Futuro, Florescer e
Monte Azul). Na segunda fase do projeto, as duplas
desenvolverão protótipos de móveis a serem produzidos pelas
indústrias toscanas, com elementos das ONGs brasileiras e
de acordo com o diferencial da matéria-prima ecológica e
social. Não bastasse a receptividade à idéia, a expressiva
visitação da mostra e o sucesso das criações (luminárias,
revisteiros, pequenas estantes, pufes), o Design Possível
teve o apoio de consagrados ecodesigners que já atuam junto
às ONGs, em exposição simultânea, e também fuori salone
de seus trabalhos, na Brasilartes. Mais do que o vínculo entre
nossos futuros designers e a indústria italiana de móveis,
sempre muito atenta à criatividade do design brasileiro, o
pioneirismo do Design Possível pretende agregar valor estético
e abrir caminho à produção de nossas ONGs num mercado
forte, formador de opinião e capaz de difundir de forma
definitiva o conceito de ecodesign.
ANEXO C
Revista Casa Cláudia – SP – Setembro/2005
Coluna Planeta Casa
Prêmio Planeta Casa
Promovido por Casa Cláudia, o Prêmio Planeta Casa chega a
sua quarta edição. Este ano, cinco comitês técnicos se
debruçaram sobre 134 inscrições os 31 finalistas que você
vai conhecer a seguir. São dez produtos, oito ações sociais,
cinco projetos arquitetônicos, três de design de interiores e
cinco propostas de estudantes.
Categoria Ação Social:
Design Possível – usar o design para descobrir novas formas
de aproveitar resíduos é o mote do projeto, que envolve
ONGs e estudantes da Universidade Mackenzie, de São Paulo,
e da Universidade de Firenze, Itália.
Categoria Estudante:
Revisteiro Mago – projeto de Danilo Caldeira Rodrigues, o
móvel de MDF reaproveitado e tela emborrachada vai à parede
ou ao chão.
Revisteiro Multiuso – no chão, é revisteiro, e na parede,
prateleira. O projeto de Danielle Rodrigues aproveita MDF e
dispensa parafusos.
Gomos Versáteis – retalhos de jeans combinados de inúmeras
maneiras criam diferentes peças. Idéia de Gustavo Andretta
Yoshida.
ANEXO D
Revista Casa Cláudia – SP – Novembro/2005
Coluna Jornal de Casa
Jovens Talentos
Danielle Alcântara, 22 anos, e Gustavo Dias, 27, são exemplos
da nova geração de designers paulistas. Ela foi finalista da
categoria Estudante do Prêmio Planeta Casa 2005, concedido
por Casa Cláudia, com o sistema Encaixe, feito de resíduos
de MDF e que pode virar revisteiro ou prateleira. Já Gustavo
criou o banco e luminária São João inspirado nas fogueiras de
festas juninas. De teca certificada, a peça representou o
Brasil numa mostra em Milão.
ANEXO E
Revista Kaza – SP – Abril/2006
Coluna Design
Por Ivo Pons
O Design está morrendo. Viva o novo design!
É cada vez maior a integração entre design e questão sócio-
ambiental. Designers, empresas, ongs, comunidades e
instituições questionam o verdadeiro papel que o design deve
assumir neste nosso mundo poluído, superpovoado, exaurido
em seus recursos e de contrastes econômicos extremos.
O velho design está morrendo, e já não era sem tempo! Mas
não devemos ficar alarmados. Nós, amantes da forma, função,
cores e comunicação, felizmente não estaremos órfãos. Esta
é uma morte anunciada e bastante positiva, pois o modelo
de design que conhecemos tem dado lugar a um outro.
Estimulante, engarrajado, objetivo. Este novo modelo surge
quase que imperceptível, entrincheirando-se frente a frente
com antigos dogmas para atender às novas necessidades do
mundo. Há tempos a sociedade questiona a disparidade
econômica, a ecologia, o aproveitamento e o sentido do
design. Se a razão do produto é servir o usuário, por que
desenvolvê-lo segundo critérios exclusivamente comerciais?
Se a matéria-prima é escassa, por que utilizá-la
indiscriminadamente? E se a produção e o comércio são os
motores da sociedade, por que não transformá-los em
ferramentas de inclusão econômica e social?
Iiciativas para inclusão:
Estas são algumas das questões que o novo design e o novo
designer precisam responder. Evidentemente, as repostas
não viram só deles, mas de toda a sociedade, que começa a
se articular em iniciativas pioneiras. O projeto Design Possível,
por exemplo, é uma bem sucedida parceria entre as
universidades Mackenzie e de Firenze. Há dois anos, esta
ação entre indústrias, estudantes, designers, ongs e
instituições vincula a criação de produtos ao reaproveitamento
e transformação de resíduos nas comunidades carentes,
contribuindo, assim, para a geração de renda e inclusão.
Seus frutos serão mostrados mais uma vez no próximo Salão
do Móvel de Milão em mostra que acontece na Galeria
Brasilartes e tem despertado esse novo espírito junto ao
setor moveleiro, lá e cá. Participam dessa mostra também
outros designers e empresas engajados na inclusão social.
Caso da designer Paula Dib e os produtos desenvolvidos
para Report e as empresas Ornare e Tyg Iluminação, com
projetos em parceria com o Design Possível.
Atores Sociais:
Os agentes de transformação vão além de pequenos grupos
e pessoas engajadas nas causas sociais. Grandes empresas,
como Redecard (cartões de crédito), participam de projetos
com jovens designers junto a comunidades carentes de São
Paulo, capacitando ongs para fornecer materiais em suas
ações promocionais. Isso também gera emprego e estimula
o uso de matérias-primas ecologicamente corretas, fechando
o ciclo de responsabilidade assumido pela empresa. Já citada,
a Report (Suzano papel e celulose), atua pelo interior do
Brasil, reutilizando resíduos de eucalipto na concepção de
novos produtos, o que ajuda comunidades, cidades e
principalmente cidadãos a se tornarem auto-suficientes e
ingressarem no mercado de trabalho e consumo. A Klabin
(papel e celulose), com ampla atuação no setor de
responsabilidade social, forneceu matéria-prima para a
criação, por estudantes e designers, de móveis temporários
em papelão. Eles foram desenvolvidos para a população
desabrigada por chuvas e outras catástrofes, suprindo as
dificuldades cotidianas nos abrigos provisórios, aparelhando
famílias no retorno à casa e inaugurando uma outra forma de
ação do designer na sociedade.
Nós na fita:
Todos podemos contribuir decisivamente no processo
transformador. Basta consumir! Por mais paradoxal que isso
possa parecer à defesa do meio ambiente, para ajudar
precisamos adquirir a produção consciente, única capaz de
fomentar a possibilidade de consumo dos excluídos,
integrando-os de vez à cadeia do lucro pessoal, social e
humano. Quanto a nós, designers, precisamos romper
paradigmas internos para mudar o que está fora. Abdicar do
personalismo de nossas idéias em prol do coletivo. Não
podemos focar apenas produto, criação, fabricante, lucro,
mas o que é melhor para o conjunto e a sociedade. E isso
passa por uma reformulação de valores e da ética, muitas
vezes relegada a segundo plano por necessidades supérfluas,
questões industriais e adequação mercadológica. Tudo isso
abre um novo caminho para um novo tempo, em que a
sociedade não pode mais compactuar com o desperdício de
recurso, com a desigualdade de oportunidades e a injustiça
social.
ANEXO F
Abril/2006
Convite Mostra Design Possível
ANEXO G
DCI - SP - 28/Abril/2006
Mackenzie ganha apoio da Ornare em projeto
Panoramabrasil – TERCEIRO SETOR
A Ornare , marca de móveis de alto padrão, acaba de fechar
a parceria com o Design Possível , projeto de cooperação
entre as Universidades Mackenzie de São Paulo e de Firenze,
na Itália. O intuito desse trabalho é que os projetos dos
alunos sejam confeccionados pelas organizações não-
governamentais (ONGs) Arrastão e Monte Azul , já
beneficiadas com as doações da Ornare.
Os alunos da Universidade criaram cinco produtos: porta-
gravata, porta-maquiagem, porta-cartões, porta-lápis e porta-
jóias, todos alinhados com a marca Ornare. Esse projeto
será executado pelas instituições com as aparas doadas, sob
a supervisão do professor Ivo Pons, da Universidade
Presbiteriana Mackenzie, e de Caio Esteves, gerente de marca
da Ornare.
Com isso, as aparas de madeira, armazenadas em contêineres
e entregues nas instituições, transformam-se em peças
exclusivas e compradas pela própria Ornare para presentear
seus clientes. Esses produtos irão compor uma nova linha de
brindes, colaborando com a transformação da realidade das
comunidades envolvidas.
“Essa parceria com o projeto Design Possível potencializa
ainda mais esforços para ajudar entidades que possuem um
trabalho tão sério em suas comunidades. Para isto vamos
utilizar o design como ferramenta principal e aproveitar como
matéria-prima os retalhos da produção de moveis de alto
padrão”, diz Esther Schattan, sócia diretora da Ornare.
Atualmente o Design Possível ultrapassa os muros das
universidades e desenvolve um grande número de atividades,
sempre mantendo o tripé geração de renda em comunidades
carentes, design socialmente engajado e mercado consumidor.
O projeto desenvolvido pelo Design Possível visa trabalhar
em parceria com ONGs a questão do reaproveitamento de
materiais.
ANEXO H
SP – 05/06/2006
Confirmação dos Produtos selecionados para a Bienal.
De: IVO PONS <[email protected]>
Enviado: segunda-feira, 5 de junho de 2006 00:51:49
Para: ‘Dani Alcântara’ <[email protected]>
Assunto: IVO PONS: 1ª Bienal Brasileira de Design
De: T á bata [mailto: [email protected]]
Enviada em: terça-feira, 30 de maio de 2006 12:03
Para: IVO PONS
Assunto: 1ª Bienal Brasileira de Design
Prezado Ivo,
Como dito anteriormente, estamos realizando a produção da
1ª Bienal Brasileira de Design. O evento tem curadoria geral
de Fabio Magalhães, organização do MBC (Movimento Brasil
Competitivo) e acontecerá em São Paulo, no Pavilhão Lucas
Nogueira Garcez (OCA) no Parque do Ibirapuera, entre 19 de
junho e 06 de agosto.
A curadora Marili Brandão selecionou para a Mostra
Contemporânea a(s) seguinte(s) peça(s) para ser exposta na
Bienal:
1) AUTOR: Design Possível
TÍTULO: Quebra-cabeça
DATA: 2006
DIMENSÕES: 50 x 74 cm
PESO:
COLEÇÃO:
VALOR: R$ 58,00
ENDEREÇO PARA RETIRADA/DEVOLUÇÃO:
2) AUTOR: Ivo Pons
TÍTULO: Pufe Pocan
DATA: 2004
DIMENSÕES: 60 x 60 cm (fechado)
PESO: 6kg
COLEÇÃO:
VALOR: R$ 435,00
ENDEREÇO PARA RETIRADA/DEVOLUÇÃO:
3) AUTOR: Danielle Alcântara e Marcella Foschi
TÍTULO: Polt-Lona
DATA: 2006
DIMENSÕES: 90 x 60 cm
PESO: 6kg
COLEÇÃO:
VALOR:
ENDEREÇO PARA RETIRADA/DEVOLUÇÃO:
4) AUTOR: Claudia D´aniello
TÍTULO: Seduta Multiforme
DATA: 2005
DIMENSÕES: 2 cil – 10 x 80 cm, 1 cil – 20 x 80 cm, 1cil – 30 x 80 cm, 1 cil
– 40 x 80 cm
PESO:
COLEÇÃO:
VALOR: R$ 700,00
ENDEREÇO PARA RETIRADA/DEVOLUÇÃO:
Peço a gentileza de verificar os dados acima, corrigindo e completando as
informações necessárias. A retirada de todas as obras emprestadas e
documentação será feita pela transportadora arte3log, entre os dias 5 e 10
de junho.
Se houver necessidade de emissão de Nota Fiscal, favor
informar para que possamos enviar os dados que devem
constar na mesma. Também precisamos saber se as peças já
virão embaladas ou não, para que possamos informar a
transportadora.
Desde já, agradecemos a atenção e nos colocamos a
disposição para quaisquer esclarecimentos que se fizerem
necessários.
No aguardo de um breve retorno,
Cordialmente,
Tábata Sequeira
Produção
Bienal Brasileira de Design
arte3
R.: Tabapuã, 798 conj. 06
Itaim Bibi CEP. 04533-003
São Paulo – SP. – Brasil
TEL.: (55) (11) 3168 6521
FAX: (55) (11) 3168 6576
APÊNDICE A
ENTREVISTAS ONGS E ESTUDANTES
ONG ALDEIA DO FUTURO
ENTREVISTA COORDENAÇÃO
Nome?
Elisa Moreau.
Idade?
45 anos.
ONG que está ligado(a)?
Aldeia do Futuro.
Há quanto tempo participa da Ong?
1 ano.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Coordenei a interação entre o pessoal do Mackenzie e da Aldeia
do Futuro.
O que achou do resultado?
Eu sou suspeita para falar, pois eu só acredito no aprendizado
através da prática.
Você acha que a experiência auxiliou na formação das
artesãs?
Eu acho, principalmente porque as mulheres puderam acompanhar
todas as etapas de criação, viabilização ou viabilidade econômica,
até o mercado.
Quão importante foi a experiência e o resultado?
A importância foi a união de dois pólos, um com a visão fabril e
outro do produto acabado, e o relacionamento que proporcionou
oportunidade para todas as partes se manifestarem.
Qual foi a melhor experiência?
Apesar das diferenças de expectativas de todos os lados, foi
engrandecedor.
O que foi mais difícil?
Foi trabalhar com o desenvolvimento do protótipo porque é difícil
para a artesã entender e angustiante para a coordenação da ONG,
ver uma pessoa que depende daquele serviço para sobreviver,
trabalhar de graça, e fazê-las entender que isso agrega valor.
O que poderia ser mudado?
Na verdade eu não acho que algo deveria ser mudado, esse foi um
processo de vivência, e que só a vivência vai mostrar como fazer
melhor, ao invés de mudar, deve ser aperfeiçoado.
A relação entre as ONGs e a Universidade pôde auxiliar a
instituição?
Sem dúvida porque toda a interação gera um movimento que nos
traz outras coisas, como vendas e soluções para outros projetos.
Você acredita que a ligação entre o artesão e o designer
durante o período de formação dos dois pode estreitar a
ligação futura, facilitando a cooperação?
Sim, eu acredito na união entre criador e criatura.
ENTREVISTA CAPACITAÇÃO
Nome?
Maria Inês Manoel
Idade?
46 anos
ONG que está ligado(a)?
Aldeia do Futuro.
Há quanto tempo participa da Ong?
8 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o design
Possível?
Orientando as artesãs, definindo o tipo de material a ser usado,
custos, etc.
O que achou do resultado?
Em relação aos produtos foram bons, todos, não foi coisa difícil,e
agora estamos esperando um monte de coisas boas pra gente
fazer, mais o resultado foi legal, e a experiência também.
Você acha que a experiência ajudou na formação das artesãs?
Muito, a maioria que participaram principalmente a Vilma e a
Marineuza se sentem hiper valorizadas, porque elas se sentiram
úteis, ajudaram e aprenderam também, foi ótimo, pra mim
também, claro.
Quão importante foi a experiência e o resultado?
A gente aprendeu muito, quanto ao resultado, já foi bom, mas a
gente espera muito mais da comercialização.
Qual foi a melhor experiência?
Foi o conjunto entre eu e as meninas, e vocês com as idéias, foi
legal ter sempre alguém fazendo coisas diferentes e pra nos apoiar.
O que foi mais difícil?
Juntar as meninas e vocês para podermos resolver os problemas,
tem hora que um pode, outro não..., mais no desenvolvimento
das peças.
O que deveria ser mudado?
Tempo, a gente teve muito problema com o tempo, e deveria ter
mais planejamento.
ENTREVISTAS ARTESÃS
Nome?
Arlete da Silva.
Idade?
37 anos.
ONG que está ligado(a)?
Aldeia do Futuro.
Há quanto tempo participa da Ong?
5 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Fiz costura numas peças.
O que achou do resultado?
Bonito e bom de fazer.
Qual foi a melhor experiência?
Aprender cada dia uma coisa nova.
O que foi mais difícil?
Foi diferente mais não difícil.
O que deveria ser mudado?
Nada, acho que está muito bom.
****
Nome?
Clarice Souza Silva.
Idade?
44 anos.
ONG que está ligado(a)?
Aldeia do Futuro.
Há quanto tempo participa da Ong?
8 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Fiz um tabuleiro de xadrez e um kit de computador com a técnica
do amarradinho.
O que achou do resultado?
Eu achei lindo, gostei,
Qual foi a melhor experiência?
Aprender a fazer produtos diferentes.
O que foi mais difícil?
Não achei difícil, eu gosto de fazer, então foi fácil.
O que deveria ser mudado?
Nada, pra mim foi perfeito.
****
Nome?
Maria do Socorro.
Idade?
42 anos.
ONG que está ligado(a)?
Aldeia do Futuro.
Há quanto tempo participa da Ong?
3 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Fiz um kit de banheiro com a técnica do amarradinho.
O que achou do resultado?
Legal, gostei porque é novidade.
Qual foi a melhor experiência?
Aprender a fazer novas coisas.
O que foi mais difícil?
Foi fácil, normal, tranqüilo, a gente já tem prática.
****
Nome?
Vilma Aparecida Semeão da Silva.
Idade?
48 anos.
ONG que está ligado(a)?
Aldeia do Futuro.
Há quanto tempo participa da Ong?
6 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Fiz um pouco de tudo, amarradinho, fuxico, costura.
O que achou do resultado?
Ótimo, quando você começa a fazer um trabalho a coisa mais
importante é ver o resultado.
Qual foi a melhor experiência?
A amizade e aprender o trabalho.
O que foi mais difícil?
O começo é sempre difícil.
O que deveria ser mudado?
Não deveria ser mudado, foi uma troca, ganhamos experiência.
ONG ASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIA MONTE AZUL
ENTREVISTA COORDENAÇÃO E CAPACITAÇÃO
Nome?
Roberto Moura de Almeida.
Idade?
23 anos.
ONG que está ligado(a)?
Associação Comunitária Monte Azul.
Há quanto tempo participa da Ong?
12 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Coordenação e produção de protótipos.
O que achou do resultado?
Satisfatório pela atitude, pela proposta de trabalho, um projeto
inovador possibilita uma geração de renda através de outros
produtos que nós não fazemos.
Você acha que a experiência auxiliou na formação das
artesãos?
Ajudou bastante desenvolver coisas novas.
Quão importante foi a experiência e o resultado?
Foi bom pelo retorno de divulgação da entidade.
Qual foi a melhor experiência?
Trabalhar com produção de design.
O que foi mais difícil?
Adaptar alguns desenhos inviáveis para a realidade.
O que deveria ser mudado?
Planejamento.
A relação entre as ONGs e a Universidade pôde auxiliar a
instituição?
Pôde porque é um trabalho de voluntariado, a troca que possibilita
a abertura de outras portas.
Você acredita que a ligação entre o artesão e o designer
durante o período de formação dos dois pode estreitar a
ligação futura, facilitando a cooperação?
Hoje em dia isso é essencial para uma pessoa que quer montar
um negócio nessa área.
ENTREVISTA MARCENEIRO
Nome?
Wiliam Ribeiro da Conceição.
Idade?
25 anos.
ONG que está ligado(a)?
Associação Comunitária Monte Azul.
Há quanto tempo participa da Ong?
10 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Acabamento e protótipos.
O que achou do resultado?
Ótimo, espero que venham mais pela frente.
Qual foi a melhor experiência?
O aprendizado.
O que foi mais difícil?
No começo foi difícil, mas entendemos rápido.
O que deveria ser mudado?
Ter mais tempo.
ONG PROJETO ARRASTÃO
ENTREVISTA COORDENAÇÃO
Nome?
Selma Cagholi.
Idade?
48 anos.
ONG que está ligado(a)?
Arrastão.
Há quanto tempo participa da Ong?
26 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Coordenando, orientando.
O que achou do resultado?
Surpreendente, não só pelo produto, mas também pela experiência.
Você acha que a experiência auxiliou na formação das
artesãs?
Com certeza, foi um aprendizado na vida delas.
Quão importante foi a experiência e o resultado?
Obteve o resultado que a gente quer, o desenvolvimento da pessoa.
Qual foi a melhor experiência?
Todo mundo gosta da novidade.
O que foi mais difícil?
A falta de tempo.
O que deveria ser mudado?
Deveria ser mais planejado.
A relação entre as ONGs e a Universidade pôde auxiliar a
instituição?
Totalmente. Trouxe conhecimento, troca de experiência.
Você acredita que a ligação entre o artesão e o designer
durante o período de formação dos dois pode estreitar a
ligação futura, facilitando a cooperação?
Toda a relação das pessoas, com o tempo, com a conversa, com
a vivência, resulta nisso.
ENTREVISTA CAPACITAÇÃO
Nome?
Solange Aparecida da Silva.
Idade?
38 anos.
ONG que está ligado(a)?
Arrastão.
Há quanto tempo participa da Ong?
11 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Acompanhei a produção, vi materiais, custos.
O que achou do resultado?
Fiquei encantada, mas no começo eu estava assustada porque
não estávamos acostumadas a produzir esse tipo de produto para
comercializar.
Você acha que a experiência auxiliou na formação das
artesãs?
Sem dúvida, porque mudou a rotina de trabalho e proporcionou
uma troca profissional e pessoal.
Quão importante foi a experiência e o resultado?
A partir deste marco vamos crescer muito nessa área, que até
então era uma coisa bacana, mas não tínhamos idéias sobre o que
fazer com as lonas além das bolsas, e agora vimos que somos
capazes.
Qual foi a melhor experiência?
Foi o reconhecimento das artesãs.
O que foi mais difícil?
Cumprir com os prazos porque foram muito curtos.
O que deveria ser mudado?
A questão do tempo é importante e melhorar o planejamento.
ENTREVISTA COSTUREIRAS
Nome?
Margareth da Silva Machado.
Idade?
40 anos.
ONG que está ligado(a)?
Arrastão.
Há quanto tempo participa da Ong?
2 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Costurando.
O que achou do resultado?
Bom.
Qual foi a melhor experiência?
Eu achei a lixeira porque foi bem diferente.
O que foi mais difícil?
Nada.
O que deveria ser mudado?
As máquinas não servem pra lona.
****
Nome?
Herculânia Maria dos Rios.
Idade?
29 anos.
ONG que está ligado(a)?
Arrastão.
Há quanto tempo participa da Ong?
3 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Costurando.
O que achou do resultado?
Eu gostei muito.
Qual foi a melhor experiência?
Eu gostei dos modelos novos.
O que foi mais difícil?
Os de lona eram difíceis.
O que deveria ser mudado?
Mais tempo.
****
Nome?
Tosiko Yabuta Helena
Idade?
70 anos.
ONG que está ligado(a)?
Arrastão.
Há quanto tempo participa da Ong?
2 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Faço costura, bordo, eu faço de tudo.
O que achou do resultado?
Gostei, espero ter bastante disso pra trabalhar.
Qual foi a melhor experiência?
As coisas novas, vivendo e aprendendo, como dizem.
O que foi mais difícil?
Não teve nada muito difícil.
O que deveria ser mudado?
As máquinas que nós temos aqui não servem muito bem pra
costurar lona, precisamos de máquina industrial.
ONG PROJETO FLORESCER
ENTREVISTA COORDENAÇÃO
Nome?
Nadia Rubio Bachi.
Idade?
54 anos.
ONG que está ligado(a)?
Florescer.
Há quanto tempo participa da Ong?
15 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Coordenação.
O que achou do resultado?
Achei maravilhoso, espero que a gente possa manter a parceria.
Você acha que a experiência auxiliou na formação das
artesãs?
Sim, porque é um trabalho diferente do que a gente está
acostumado aqui, e conviver com pessoas que possuem uma outra
cultura é muito importante.
Quão importante foi a experiência e o resultado?
Acrescentou muito, pois uma parceria com designers valoriza o
nosso trabalho.
Qual foi a melhor experiência?
Tudo acrescentou muito pra gente.
O que foi mais difícil?
Foi atender a altura.
O que poderia ser mudado?
Ter costureiras exclusivas para os designers, mas pra isso seria
necessário uma parceria que bancasse essa pessoa para a
fabricação do protótipo.
A relação entre as ONGs e a Universidade pôde auxiliar a
instituição?
Sim, houve um crescimento geral, das pessoas, do trabalho, foi
super importante.
Você acredita que a ligação entre o artesão e o designer
durante o período de formação dos dois pode estreitar a
ligação futura, facilitando a cooperação?
Sim, o designer tem condições de expor o produto num outro
patamar.
ENTREVISTA CAPACITAÇÃO
Nome?
Iracilda Loiola.
Idade?
48 anos.
ONG que está ligado(a)?
Florescer.
Há quanto tempo participa da Ong?
5 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Eu cortava os tecidos e coordenava a produção.
O que achou do resultado?
Foi bom porque muita gente aprendeu.
Você acha que a experiência auxiliou na formação das
artesãs?
Ajudou, foi difícil costurar as primeiras, mas depois foi tudo muito
bom.
Quão importante foi a experiência e o resultado?
Tudo o que vier a gente tem que abraçar para crescer.
Qual foi a melhor experiência?
Foi concluir o trabalho.
O que foi mais difícil?
Foi uma estante de jeans.
O que poderia ser mudado?
A questão do tempo, tudo é pedido em cima da hora, falta
planejamento.
ENTREVISTA COSTUREIRAS
Nome?
Severina Ferreira.
Idade?
50 anos.
ONG que está ligado(a)?
Florescer.
Há quanto tempo participa da Ong?
2 anos.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Produzi quase todos os protótipos.
O que achou do resultado?
Muito bonito e interessante.
Qual foi a melhor experiência?
Aprender e conviver com as pessoas que vieram.
O que foi mais difícil?
Não tem mais difícil.
O que poderia ser mudado?
Acho que foi tudo tranqüilo.
****
Nome?
Galbi Carneiro da Silva.
Idade?
53 anos.
ONG que está ligado(a)?
Florescer.
Há quanto tempo participa da Ong?
9 meses.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Fiz vários produtos.
O que achou do resultado?
Até agora eu não sei. É muito trabalhoso pra fazer.
Qual foi a melhor experiência?
Eu estou aprendendo ainda.
O que foi mais difícil?
Não me adaptei muito com os porta-retratos.
O que deveria ser mudado?
Sempre que veio coisa foi muito corrido.
ESTUDANTES MACKENZIE
Nome?
Heloísa Righetto
Idade?
25 anos.
Semestre ou ano de conclusão?
8º semestre.
Área de atuação?
Desenho Industrial - Projeto de Produto.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Desde o começo, projetei para primeira fase, parceria com as
ONGs, e agora ajudando nas ações do Design Possível, coordenando
um.
Em que aspecto o projeto auxiliou na sua formação ou
crescimento profissional?
Em tudo porque dentro de uma faculdade a gente só fica ligado
em indústria, acha que design é só isso, carro, eletrodoméstico...e
tem todo um outro lado que a gente não conhece que é de design
social, trabalhar com resíduo, parte ecológica, que a gente não
aprende na faculdade.
Quais foram as principais dificuldades?
No começo conciliar o tempo para o projeto e reuniões, agora,
arrecadar recurso.
Qual foi o melhor momento ou experiência?
A exposição em Milão e o reconhecimento dos alunos do Mackenzie
querendo entrar no projeto.
Qual o pior momento ou experiência?
Foi o começo que a gente não sabia se ia dar certo, teve muito
conflito, a gente trabalhava muito em cima da hora.
O que poderia ser mudado?
Acho que o Mackenzie devia reconhecer mais de dar mais recursos
financeiros para o projeto.
O projeto na sua opinião envolve de maneira prática o
conhecimento de quais disciplinas de Universidade?
Teoria do Design, um pouquinho de Desenvolvimento de Projeto,
na verdade envolve muito pouco, é como se fosse outra faculdade.
Quais conhecimentos ou disciplinas não existem na
Universidade e fizeram falta durante a realização do projeto?
Essa parte de Design Social, Design Sustentável, que a gente tem
algumas noções com alguns professores que são mais envolvidos.
Quanto ao relacionamento, avalie como foi sua experiência
com as ONGs, seus colegas, os alunos da cooperação
(italianos), os coordenadores, outras professores e outras
pessoas envolvidas?
Foi tudo ótimo, só com os italianos que eu não tive muito contato,
com a Recicla Jeans todo mundo teve problema e de resto cada
vez melhor.
****
Nome?
Marcio Augusto Andretta Batista
Idade?
24 anos.
Semestre ou ano de conclusão?
Conclusão 2º semestre de 2005.
Área de atuação?
Desenho Industrial - Projeto de Produto.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Desde o início, projetando e agora com outra funções.
Em que aspecto o projeto auxiliou na sua formação ou
crescimento profissional?
Em todos os aspectos, me deu uma outra visão de design que eu
ainda não conhecia, que é o design autoral e profissionalmente a
minha vida caminhou pra esse sentido e hoje eu trabalho com
isso.
Quais foram as principais dificuldades?
Interação entre o Brasil e a Itália e a criação em conjunto com os
italianos que possuíam uma metodologia totalmente diferente da
nossa.
Qual foi o melhor momento ou experiência?
Quando eu consegui um emprego devido ao Design Possível.
Qual o pior momento ou experiência?
Foi quando ficou tudo corrido porque o Ivo precisava embarcar
com as peças e não estavam prontas.
O que poderia ser mudado?
Se deu certo é porque foi bem executado, mas é lógico que com
mais tempo seria melhor.
O projeto na sua opinião envolve de maneira prática o
conhecimento de quais disciplinas de Universidade?
Principalmente DPP, materiais industriais, foi bem importante
conhecer.
Quais conhecimentos ou disciplinas não existem na
Universidade e fizeram falta durante a realização do projeto?
Principalmente coisas relacionadas com Design autoral, a gente
não tem nada sobre isso.
Quanto ao relacionamento, avalie como foi sua experiência
com as ONGs, seus colegas, os alunos da cooperação
(italianos), os coordenadores, outras professores e outras
pessoas envolvidas?
Acredito que tenha sido muito boa porque ninguém reclamou. Só
com o Recicla Jeans a gente teve algum problema, mas no final
deu tudo certo.
****
Nome?
Gustavo Andretta Yoshida
Idade?
24 anos.
Semestre ou ano de conclusão?
Formado em Dezembro de 2005
Área de atuação?
Desenho Industrial - Projeto de Produto.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Projeto GOMO e Auxiliando no projeto e produção dos italianos e
brasileiros
Em que aspecto o projeto auxiliou na sua formação ou
crescimento profissional?
A gente encontrou uma nova realidade em relação a uma camada
da população que a gente não conhecia, então a gente conseguiu
enxergar com outros olhos.
Quais foram as principais dificuldades?
Foi exatamente chegar a enxergar com os olhos de outras pessoas,
de outra realidade.
Qual foi o melhor momento ou experiência?
Além dos produtos que tiveram um sucesso maior do que o
esperado, foi o reconhecimento por parte das pessoas que a gente
ajudou.
Qual o pior momento ou experiência?
Foi explicar para os alunos que o produto não poderia ser feito da
maneira que estavam sonhando.
O que poderia ser mudado?
Precisa ter um planejamento detalhado.
O projeto na sua opinião envolve de maneira prática o
conhecimento de quais disciplinas de Universidade?
Todas. Cada indivíduo do projeto aplicou o conhecimento da maneira
que quis, então, quem soube utilizar o que aprendeu na faculdade
fez da maneira mais abrangente possível.
Quais conhecimentos ou disciplinas não existem na
Universidade e fizeram falta durante a realização do projeto?
Falta um pouco de Psicologia, Sociologia, porque acho que o
designer tem que entender um pouco de política para poder se
envolver com esse lado social, ou Economia, falta alguma coisa
assim.
E algo ligado a Projeto Social, Responsabilidade Social?
Não porque eu acho que todos os cursos deveriam trabalhar esse
lado social, e não ser uma disciplina do Desenho Industrial.
Quanto ao relacionamento, avalie como foi sua experiência
com as ONGs, seus colegas, os alunos da cooperação
(italianos), os coordenadores, outras professores e outras
pessoas envolvidas?
Minha experiência foi ótima, cada pessoa que conheci me ensinou
alguma coisa e também acho que eu soube transmitir o
conhecimento de um lado para o outro de pessoas tão diferentes.
****
Nome?
Letícia Kanazawa
Idade?
21 anos.
Semestre ou ano de conclusão?
8º semestre.
Área de atuação?
Desenho Industrial - Projeto de Produto.
Como participou do projeto em conjunto com o Design
Possível?
Após a seleção dos alunos, a gente começou a projetar de acordo
com as ONGs, e a coisa foi acontecendo até a exposição.
Em que aspecto o projeto auxiliou na sua formação ou
crescimento profissional?
Esse tipo de experiência pouca gente tem a chance na faculdade
como a gente, então foi uma experiência de poder trabalhar com
profissionais, ONGs e com nossos colegas.
Quais foram as principais dificuldades?
Foi a relação de trabalho em grupo.
Qual foi o melhor momento?
Foi no final da primeira exposição onde a gente viu o resultado.
Qual o pior momento?
Foram os momentos que a gente se desentendia no grupo.
O que poderia ser mudado?
Acho que o tempo foi curto.
O projeto na sua opinião envolve de maneira prática o
conhecimento de quais disciplinas de Universidade?
Ergonomia, Metodologia, Pesquisa, Projeto, DPP.
Quais conhecimentos ou disciplinas não existem na
Universidade e fizeram falta durante a realização do projeto?
Como o projeto tem um lado social, meio ambiente, acho que
falta um pouco na nossa formação, porque não tem nenhuma
matéria que tenha esse lado.
Quanto ao relacionamento, avalie como foi sua experiência
com asONGs, seus colegas, os alunos da cooperação
(italianos), os coordenadores, outras professores e outras
pessoas envolvidas?
No começo foi difícil, depois fui me aprofundando, mas ainda não
é do jeito que eu gostaria.
APÊNDICE B
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES REALIZADAS – POLT-LONA
13/03/2006 – ONG Arrastão
Clínica com orientador para definição do projeto.
14/03/2006 – Mackenzie
Primeiros estudos de dimensões e moldes.
15/03/2006 – ONG Arrastão
Finalização dos estudos de moldes e teste das possibilidades
prováveis na lona. Corte do material.
16/03/2006 – ONG Arrastão
Costura dos pedaços cortados. Testes de viabilização com
protótipos em escala reduzida.
17/03/2006 – ONG Arrastão
Continuação da costura.
18/03/2006 – Casa
Prova e teste de descentramento.
19/03/2006 – Casa
Continuação do teste de descentramento e corte dos moldes.
20/03/2006 – ONG Arrastão
Testes do descentramento na costura. Protótipos feitos em
lona em escala reduzida. Desenho técnico dos moldes em
escala 1:1, em duas versões, uma com 10 peças e outra com
5 peças.
21/03/2006 – ONG Arrastão
Plotagem dos moldes na escala 1:1, compra de material e
corte da lona e espuma no tamanho real.
22/03/2006 – ONG Arrastão
Costura parte interna da meia esfera, versão com 10 pedaços.
23/03/2006 – ONG Arrastão e Mackenzie
Acabamento da costura da parte interna e costura da parte
externa. Início da costura da versão com 5 pedaços.
Foto para catálogo da mostra Design Possível Milão 2006.
24/03/2006 – ONG Arrastão
Correção da costura externa da primeira versão. Costura e
acabamento da parte interna e externa da segunda versão.
Segunda versão foi muito mais fácil e rápida de produzir.
27/03/2006 – ONG Arrastão
Compra de materiais. Desenvolvimento da costura para
colocação da estrutura rígida. Testes.
28/03/2006 – ONG Arrastão
Posicionamento do cadarço para costura interna, alças e viés.
Costura do passador da estrutura rígida. Verificação e teste
de costura para a montagem e união da parte interna, externa
e alças.
29/03/2006 – EMPRESA PLÁSTICOS RISANA
Não foi possível a realização do procedimento final na ONG
devido a falta de infra-estrutura necessária. Costura do
cadarço para as alças e acabamento da meia esfera (união
da parte interna e externa – borda). Procedimento mais difícil,
exige o uso de máquina industrial para realizá-lo. Propor
alterações para facilitar a costura.
01/04/2006 – VIAGEM PARA MILÃO – 05 a 10 de abril 2006
O protótipo foi levado para uma mostra Fuori Salone, em
Milão.
13/04/2006 – FIRENZE
Reunião com orientador (mackenzie) e co-orientador(firenze)
para possíveis melhorias e alterações no projeto.
Levantamento de questões para reflexão e pesquisa.
02/05/2006 – PESQUISAS
Pesquisas e visitas para alteração do projeto – ferro velho e
serralheria.
22/05/2006 – ONG Arrastão
Início do protótipo com as alterações de projeto previstas.
Corte e costura da lona.
25/05/2006 – ONG Arrastão
Costura da Parte Interna – lona, espuma e lona. Módulos A,
B e C.
Costura da Parte Interna – módulos inteiros
1,2,3,4,5,5,4,3,2,1.
Corte da Parte Externa
29/05/2006 – ONG Arrastão
Testes de viabilização dos passantes para a estrutura e
suspensão da poltrona e costura.
01/06/2006 – ONG Arrastão
Teste de costura do viés de pvc (vivo): Inviável pela falta de
infra-estrutura das máquinas. Costura dos pedaços da parte
externa. Anotações de alterações que devem ser testadas.