135

Pontos de Culturapontos.cultura.sc/wp-content/blogs.dir/3/files/livro-pontos-de... · Coordenação dos Pontos de ... Tom sobre Tom: Música, Expressão e Arte / 78 ... Entendemos

  • Upload
    dothuan

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1

Pontos de Cultura de Santa Catarina

2

3

Pontos de Cultura de Santa Catarina

FUNDAÇÃO CATARINENSE DE CULTURAFlorianópolis

2015

4

Presidência da República

Dilma RoussefPresidenta da República

Ministério da Cultura

Juca FerreiraMinistro de Estado da Cultura

Secretaria da Cidadaniae da Diversidade Cultural

Ivana BentesSecretária SCDC/MinC

Governo do Estado de Santa Catarina

João Raimundo ColomboGovernador

Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura

Filipe Freitas MelloSecretário

Fundação Catarinense de Cultura

Maria Teresinha DebatinPresidente

Mary Elizabeth Benedet GarciaDiretoria de Difusão Artística

Carolina FreitasCoordenação dos Pontos de Cultura/SC

5

Rede dos Pontos de Cultura de Santa Catarina

NÚMERO DE ATENDIMENTOS (estimativa)

36 MIL PESSOAS

6

Coordenação geralMARY ELIZABETH BENEDET GARCIA

Edição e redaçãoDENNIS RADÜNZ

Produção gráficaSTUDIO S DIAGRAMAÇÃO E ARTE VISUAL

FotografiasGESTORES DOS PONTOS DE CULTURA/SCE COBERTURA COLABORATIVA TEIA CATARINA

Equipe de pesquisa e apoio técnicoALINE BORDIGNON,, CAROLINA FREITAS, EUGÊNIO LACERDA e MOYSÉS LAVAGNOLI

A DDA/FFC agradece a Albertina Medeiros Porto, Cristina Dreyer Machado, Márcia Rollemberg, Odair Teresinha Wendt Pereira e Sérgio Mibielli.

Todas as informações específicas sobre as ações e as atividades,

bem como acerca dos resultados alcançados e do público atingidosão de responsabilidade dos coordenadores de cada um dos PdC.

P818Pontos de cultura de Santa Catarina / Dennis Radünz (Org.) – Florianópolis: FCC, 2015.

132 p. ; il. (fotografia) 21 cm x 21 cm

ISBN : 978-85-856412-52

CDU: 316.721. Cultura. 2. Arte. 3. Inclusão social. 4. Pontos de cultura. 5. Programa Cultura Viva 6. Radünz, Dennis (Org.) I. Título.

Elaborado por Antonio José Santana Vieira CRB 14/1405

7

Um ponto mais um ponto cria a linha que desenha e

expressa ideias e coisas.

Gilberto Gil - Discurso na Teia/SP

8

Sumário

Apresentação - Filipe Mello / 13

Conquistas culturais e benefícios sociais -Maria Teresinha Debatin / 14

Autovalorização: inclusão social e emoção -Mary Elizabeth Benedet Garcia / 15

Direto aos Pontos: o direito à cultura / 17

ÁGUA DOCECultura e Cidadania nas Áreas de Reforma Agrária /22

ARARANGUÁJuventude Luzes do Amanhã / 24

BLUMENAUFotografia para Todos / 26Grupo de Dança Belli Balli / 28Nossa Força, Nossa Música / 30

BOMBINHASEscola da Terra Engenho do Sertão / 32

BOTUVERÁOficina Artística e Cultural / 34

BRAÇO DO NORTEBraço da Cultura / 35

BRAÇO DO TROMBUDOGuerreiros do Amanhã / 36

CAMPO ALEGRESemeando Cultura / 37

CAMPO ERÊCultura para Todos – Arte, Cultura e Inclusão Social / 38

CANOINHASTecendo a Cultura Contestada / 40

CAXAMBU DO SULUma Cidade tem que ter Memória / 42

CHAPECÓImagem e Ação Jovem / 44

CONCÓRDIADesenvolver / 46

CORONEL FREITASDanças e Contradanças / 45

CRICIÚMAEscolinha de Cinema / 48Multiplicando Talentos / 50

CURITIBANOSMúsica no Planalto / 52

DIONÍSIO CERQUEIRAArte sem Fronteira / 53

FLORIANÓPOLISArreda Boi / 54Baleeeira / 56Barca dos Livros: Porto de Leituras / 58Capoeirando com as Crianças / 60Carijó Espaço de Arte / 62Casa da Cultura / 64

9

Educação Musical Popular / 66Engenhos de Farinha / 68Uma Ilha se Olha 2 / 70Pescadores de Cultura / 72Toca / 74Travessa Cultural / 76

FORMOSA DO SULTom sobre Tom: Música, Expressão e Arte / 78

FRAIBURGOCultura Solidária / 80

IÇARARádio Comunitária como Instrumento de Inserção Sociocultural de Menores na Construção da Cidadania / 82

ITAJAÍNossa Arte / 84Núcleo Experimental de Formas Animadas - NEFA / 86

JAGUARUNAGerminar - Núcleo Artístico Cultural / 88Tecendo Cultura / 90

JARAGUÁ DO SULMestre Manequinha / 92Villa Coral / 94

JOINVILLEDifusão dos Tambores Japoneses em Santa Catarina - TAIKO / 96O Itinga Pede Passagem / 98Polo de Produção Musical / 100

LAGESCentro de Cultura Afro Brasileiro de Lages / 102Cultura, Memória e Desenvolvimento / 104Cultura Popular no Rumo de João Maria / 106

Teatro Circula-dô / 108

PALMITOSDó, Ré, Mi – Cultura e Arte ao Alcance de Todos / 110

PASSOS MAIAArte, Comunicação e Cultura na Reforma Agrária / 111

SÃO BONIFÁCIOResgate da Cultura Alemã / 112

SÃO JOSÉLaélia Purpurata / 114

SEARAItaliani Tra la Gente / 116

VARGEÃOO Pequeno Grande Artesão / 118

XANXERÊCatarina de Raízes Culturais / 119

SANTA CATARINA EM REDEPontão de CulturaPontão Ganesha de Cultura Digital / 120DocumentoCarta da Teia Catarina 2015 / 124

10

Mesorregião sul catarinense ARARANGUÁBRAÇO DO NORTECRICIÚMAIÇARAJAGUARUNA

Mesorregião serrana CURITIBANOSLAGES

Mesorregião do Vale do ItajaíBLUMENAUBOMBINHASBOTUVERÁ BRAÇO DO TROMBUDOITAJAÍ

Mesorregião da Grande FlorianópolisFLORIANÓPOLISSÃO BONIFÁCIOSÃO JOSÉ

Mesorregião norte catarinenseCAMPO ALEGRECANOINHASJARAGUÁ DO SULJOINVILLE

Mesorregião oeste catarinenseÁGUA DOCE CAMPO ERÊCAXAMBU DO SULCHAPECÓCONCÓRDIACORONEL FREITASDIONÍSIO CERQUEIRAFORMOSA DO SULFRAIBURGOPALMITOSPASSOS MAIASEARAVARGEÃOXANXERÊ

11

SANTA CATARINA

População estimada em 2014: 6.727.148 habitantes (Fonte: IBGE)

12

13

Apresentação

O Programa Cultura Viva/Pontos de Cultura é o mais significativo trabalho de caráter comunitário

que envolve a cultura e a arte de forma descentralizada, algo sem precedentes no território catarinense. É o

pleno desenvolvimento de uma política que permite o exercício da cidadania. O Estado de Santa Catarina

conta atualmente com 55 Pontos de Cultura em plena execução, fruto do convênio com o Ministério da

Cultura, firmado no final de 2007. As atividades desenvolvidas pelos Pontos refletem a nossa diversidade

cultural, abrangendo expressões tradicionais étnicas, ações socioeducativas em comunidades rurais e

urbanas e atividades ligadas à economia criativa. Portanto, é de extrema importância para o Estado de

Santa Catarina consolidar os Pontos de Cultura como uma política pública, essencialmente democrática.

O Programa Cultura Viva surgiu para fortalecer o protagonismo cultural na sociedade brasileira,

valorizando as iniciativas culturais de grupos e comunidades e ampliando o acesso aos meios de produção,

circulação e fruição de bens e serviços culturais, tendo como base os Pontos e Pontões de Cultura.

De 2004 a 2012, foram fomentados 3662 Pontos de Cultura em todo o país, dos quais 3034 já

foram conveniados. A prioridade do programa são os convênios com governos estaduais e municipais,

além do Distrito Federal, para fomento e conformação de redes em seus territórios. Atualmente, as

redes estaduais abrangem 25 unidades da federação e o Distrito Federal. Já as redes municipais estão

implementadas, ou em estágio de implementação, em 56 municípios. Para o historiador e escritor

Célio Turino, “Ponto de Cultura é um conceito de autonomia e protagonismo sócio-cultural”. Todo o

protagonismo e a autonomia que os Pontos de Cultura fomentam em Santa Catarina.

Nas páginas desse livro, você está convidado a apreciar a Cultura Catarinense em toda a sua

essência e originalidade.

FILIPE MELLO

Secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte - SOL

13

14

Conquistas culturais e benefícios sociais

A Fundação Catarinense de Cultura, após oito anos de acompanhamento (2007 a 2015), reconhece

a Rede Estadual de Pontos de Cultura como uma articulação que envolve as comunidades em atividades de

arte, cultura, educação e cidadania. São conquistas culturais e benefícios sociais por meio de cursos, oficinas,

produção de espetáculos e investimento em equipamentos que podem ser conferidos nos 33 municípios

catarinenses que atualmente compõem a Rede.

Temos os mais variados Pontos de Cultura, formando um convite à criatividade e à inclusão social,

desde as mais graciosas atuações artísticas, como das crianças que aprendem harpa em Campo Erê até a

escola de música da Banda da Lapa, que anima as festas de Florianópolis desde 1896. Mas não é só com o ritmo

musical que os Pontos vêm encantando olhares e sentidos os mais sofisticados. A produção audiovisual, o

teatro, o artesanato, a dança, a fotografia, a gastronomia e a literatura são alguns dos segmentos que preenchem

o fluxo da cultura viva, valorizando a atividade cultural de base comunitária em todo o estado. Entendemos que um dos fatores positivos para o desenvolvimento da Rede é o diálogo institucional

com os Pontos de Cultura, bem como o permanente diálogo entre os próprios Pontos. A participação

no processo de decisão, os problemas identificados e a disposição para solucioná-los por meio da conversa

transparente e eficaz constituem fator predominante para o sucesso da gestão deste programa. A interação

permite a colaboração e a troca solidária, previstas na filosofia do Programa Cultura Viva, transformada em

política de Estado, sob a égide da Lei nº 13.018, a partir de 23 de julho de 2014 - Lei Cultura Viva e o empenho

responsável e entusiástico da Equipe da Fundação Catarinense de Cultura e a garantia do sucesso já colhido e

do futuro projetado.

Vida longa à Rede dos Pontos de Cultura de Santa Catarina!

MARIA TERESINhA DEBATIN

Presidente da Fundação Catarinense de Cultura

14

15

Autovalorização: inclusão social e emoção

Santa Catarina é todo um atlas de culturas – a sua reconhecida diversidade, sem uma identidade única

e maior que apague as muitas identidades culturais, é a condição de sua originalidade. Originalidade que a Rede

dos Pontos de Cultura de Santa Catarina vive diariamente, com seriedade, emoção e inclusão social. Trata-se

da política pública de cultura mais eficiente, porque estrutura o trabalho das comunidades e atribui respeito e

reconhecimento ao que é genuíno e ancestral, ao inovador e ao autoral, ao tradicional e ao contemporâneo.

O programa Cultura Viva e os Pontos de Cultura vão ao cerne do que é singular e, de singularidade em

singularidade, desenham o coletivo e o plural. O valor com emoção: um programa delicado e intenso.

Recordo – e recordar significa “trazer de novo ao coração” – as apresentações do II Fórum

Catarinense dos Pontos de Cultura, primavera de 2013, e o quanto eram plenas de significado, com

humildade e arrebatamento, as expressões de um trabalho de base que se enraíza, frutifica e alimenta toda

Santa Catarina. Nesse sentido, recordo também a Oficina Crê Ser – coordenada por Sofia Camargo e

realizada pela Diretoria de Difusão Artística da FCC em 2008 e 2009 – que levava arte e autovalorização

para crianças e jovens em situação de risco em Blumenau, Bom Jesus, Maravilha, Rio dos Cedros, Rio

Fortuna e Treze Tílias. Em vias paralelas, o Crê Ser e a Rede dos Pontos de Cultura vitalizaram o tecido

social do estado – ambos reconhecem o valor de cada comunidade.

Com a Rede de Pontos de Cultura, o estado tem, pela primeira vez, o desenho da produção cultural

de base, vivida em comunidade, criada e transmitida localmente. Um local (bairro Lagoão, Araranguá, por

exemplo) encontra outro local (as áreas rurais de Vargeão ou Passos Maia) e prolonga, assim, a rede das

culturas. É uma cartografia que não se reduz aos acidentes geográficos ou aos indicadores econômicos.

O mapeamento que essa publicação realiza é um primeiro inventário dos lugares exatos nos quais as

artes e as culturas tomam corpo e ganham vida. Não são pontos finais – são pontos de chegadas e de partidas.

MARY ELIZABETh BENEDET GARCIA

Diretoria de Difusão Artística/Fundação Catarinense de Cultura

15

16

17

Introdução

DIRETO AOS PONTOS: O DIREITO À CULTURA

Dos assentamentos da reforma agrária em Água Doce e Passos Maia a uma rádio comunitária em

Içara. Do bairro Itinga, em Joinville, onde os moradores encenam a própria história, à produção de vídeos

pela comunidade do Cristo Rei, em Criciúma. Da localidade do Serril, em Braço do Trombudo, marcada

pelo êxodo rural, ao Teatro Carlos Gomes, em Blumenau. Ou da fronteira entre Brasil e Argentina,

em Dionísio Cerqueira, ao limiar marinho de Bombinhas, antiga vila pesqueira, todos os pontos se

tocam no espaço e alcançam o ilocável digital do Pontão Ganesha e da TV Floripa. São todos pontos de

uma rede sem um centro, como são as formações identitárias no agora: descentradas, dialogadas, sem

monolinguismos. Todos os lugares da Rede dos Pontos de Cultura de Santa Catarina. É pela Rede que

transitam os mestres griô e os movimentos negros de Jaraguá do Sul e Lages; os caboclos devotos de São

João Maria; os descendentes de alemães (bávaros, pomeranos) e italianos (vênetos, trentinos) e os mestres

dos tambores japoneses – taiko. É pela Rede de Pontos de Cultura que a tradicional Banda da Lapa –

surgida no século XIX no Ribeirão da Ilha – encontra as crianças que leem pela primeira vez o mundo a

bordo da biblioteca comunitária Barca dos Livros, na Lagoa da Conceição, Florianópolis. Uma rede que

enreda vivências diárias de ética, cidadania e direito à infância e as conjuga com o Vale-Cultura, com as

bolsas de estudo de arte e com a Escola Viva.

Nos Pontos de Cultura catarinenses se entrecruzam a história oral, o balé clássico, os engenhos

de farinha, a música erudita e os relatos populares da Serra revividos no teatro. Também o artesanato

em palha de milho e a pintura em purungo (fruta cabaça). São parte das expressões de um território que

traz, entre suas culturas ancestrais, toda a contribuição dos povos Guarani Mbya, Kaingang e Laklanõ (ou

Xokleng), e configuram Santa Catarina como estado de maior diversidade étnica no Brasil.

A pulsão. A gestão solidária. A inclusão social. Cultura Viva.

18

1 De forma embrionária, em 2005, foram criados 18 Pontos de Cultura em Santa Catarina, em convênio direto com o Mi-nistério da Cultura.2 Estão inativos os PdCs de Araquari, Caçador, Laguna, Maravilha e São Francisco do Sul.

HISTÓRICO - Lançado pela Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte / Fundação Catarinense

de Cultura (SOL/FCC) em 20 de outubro de 2008, o Edital de Seleção Nº01/08 realizou a convocatória

para sessenta projetos de Pontos de Cultura de iniciativa de instituições catarinenses da sociedade civil1,

em cumprimento ao convênio firmado entre a União/Ministério da Cultura e o Governo do Estado

– via Convênio nº 369/2007, de 31 de dezembro de 2007, publicado no Diário Oficial da União de

15 de janeiro de 2008 (Seção 3, página 11) – para edição estadual do programa federal Mais Cultura

(Decreto 6.226, de 4 de outubro de 2007). Daquela seleção surgiu a Rede de Pontos de Cultura do Estado

de Santa Catarina, que integra 55 núcleos de produção e disseminação cultural2 que se orientam por

“princípios da autonomia, protagonismo e empoderamento social, integrando uma gestão compartilhada

e transformadora”, conforme o Edital, articulando sociedade civil e Estado em uma política cultural de

base comunitária.

CONCEITO - Os Pontos de Cultura realizam, na prática, princípios evocados pela Declaração

Universal sobre a Diversidade Cultural e pela Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade de

Expressões Culturais (UNESCO, 2001 e 2005) e são objeto da Meta 23 do “Plano Nacional de Cultura”.

Assim, citado no ato da posse – em janeiro de 2003 – pelo ministro da cultura Gilberto Gil, o conceito

“pontos de cultura” introduziu uma nova concepção de política pública para a área. Segundo ele, o Estado

brasileiro deveria praticar “Do In antropológico, massageando pontos vitais, mas momentaneamente

desprezados ou adormecidos, do corpo cultural do país”. Essa alusão à técnica chinesa de automassagem

aplicada a pontos dos meridianos de energia – “Do in é massagear pontos vitais do organismo humano,

destravar, liberar energias”, nas palavras dele – serviria de ‘princípio ativo’ ao primeiro edital de Pontos

de Cultura, lançado em 2004 pela Secretaria de Programas e Projetos Culturais do MinC.

19

CULTURA VIVA – Como “alavanca” dessa política pública, o Cultura Viva – Programa

Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – foi concebido como uma rede orgânica de gestão, agitação

e criação cultural, na qual a articulação maior cabe a cada Ponto de Cultura, a sua base. Ao analisar seu

modelo organizacional, Célio Turino enfatiza que o programa concebe o Ponto como “fluxo” e não

como “estrutura” e considera a cultura não um produto, mas um processo, na equação “autonomia +

protagonismo”. Essa articulação em rede, contra muitos séculos de assistencialismo e de dependência do

poder público, é a condição para o protagonismo e a autonomia em uma sociedade pluralista, sendo que

o Ponto de Cultura não possibilita apenas acesso à população de baixa renda, mas também o direito aos

meios de produção e de disseminação dos seus bens culturais.

Refletindo em 2009 sobre os primeiros cinco anos da experiência dos Pontos de Cultura, Ivana

Bentes argumentava que “é preciso reconhecer a dimensão produtiva desses movimentos que não devem

receber bolsas com contrapartidas, mas bolsas-investimentos, pois eles próprios já são a contrapartida

(Giuseppe Cocco), são os agentes produtivos que estão transformando realidades locais, são modelos

embrionários de transformação radical das políticas públicas. São eles que produzem cultura a partir do

local, vivem e moram em territórios abandonados e revitalizados de dentro”.

Fundamentado na concepção de nação como o necessário convívio de identidades e o direito a

diferença étnica – e não como corpo cultural de identidade única e excludente –, o Programa Nacional de

Promoção da Cidadania e da Diversidade Cultural / Cultura Viva foi reconhecido como Política do Estado

Brasileiro em 23 de julho de 2014 – conforme sancionado pela lei 13.018 –, o que permite assegurar a

continuidade das ações dos Pontos de Cultura e seus vínculos locais a partir da arte, idioma, história, tradições.

Assim, nessa nova gestão do ministro Juca Ferreira, os Pontos de Cultura tornaram-se estratégicos

para toda política pública de direitos, em uma experiência brasileira de gestão participativa que inclusive

tem sido compartilhada com outros países da América Latina.

Uma Cultura Viva a partir dos “pontos vitais” que, conjugados numa rede de base comunitária,

fazem de Santa Catarina campo aberto ao ancestral e ao porvir: tempos que se tocam no ponto do

presente ativo. Por isso as reticências na capa dessa publicação: são três os pontos que fazem coincidir o

passado, o presente e as muitas possibilidades do futuro.

20

Pós-escrito - Que o leitor compreenda, no ‘verbete’ sobre cada Ponto de Cultura, o porquê da

repetição de substantivos como ‘ação’, ‘atividade’, ‘oficina’, ‘cidadania’, ‘ética’ ou ‘inclusão’. Não são

redundâncias. Ao contrário, o que cada Ponto realiza é parte de uma trama que se orienta pelos mesmos

princípios. Esse é o idioma comum aos Pontos. Sendo diferentes, defendem as mesmas palavras em nome

da sociedade pluralista, como os pontos de uma mesma linha tecendo a rede das comunidades.

Referências

BARBOSA, Frederico; CALABRE, Lia – Pontos de Cultura: olhares sobre o Programa Cultura Viva. Brasília:

BENTES, Ivana – Redes colaborativas e precariado produtivo. In Periferia. v.1. n.1. Revista do Programa de Pós-Graduação

em Educação, Cultura e Comunicação nas Periferias Urbanas da UERJ – Baixada Fluminense, 2009.

COELHO, Teixeira. Dicionário Crítico de Política Cultural. 2.ed. São Paulo: Iluminuras, 2012.

MINISTÉRIO DA CULTURA – As metas do Plano Nacional de Cultura. Brasília, MinC, 2012.

TURINO, Célio – Ponto de cultura: o Brasil de baixo para cima. 2.ed. - São Paulo: Anita Garibaldi, 2010.

21

PARA ACOMPANhAR PONTO A PONTO

pontos.cultura.sc ou

www.fcc.sc.gov.br

22

Água DoceMesorregião Oeste Catarinense População estimada em 2014: 7.121 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Cultura e Cidadania nas Áreas de Reforma Agrária Instituição proponenteClube de Mães Maria Rosa do Assentamento Olaria

O fundamento do Ponto de Cultura do Clube de Mães Maria Rosa é a valorização da manifestação

artística das famílias camponesas dos assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e

Reforma Agrária (Incra) situados nos municípios de Água Doce, sede do projeto, Catanduvas e Vargem

Bonita. São ações de cultura e cidadania específicas que procuram evitar o esvaziamento da agricultura,

oferecendo acesso à tecnologia, capacitação e geração de renda. As atividades de inclusão social, com ênfase

nas crianças, jovens e mulheres, compõem-se de cursos de informática básica, corte/costura, crochê, biscuit

(porcelana fria), violão, teatro e artesanato característico da região, ministrados nos assentamentos Olaria,

9 de Novembro, Primeiro de Agosto, Santa Rita, 25 de Julho e 28 de Agosto. O Ponto de Cultura organiza

feiras de artesanato e de produtos orgânicos cultivados nas próprias unidades agrícolas e, também, reuniões

de intercâmbio entre culturas locais, mostras de cinema e eventos como o Encontro Regional de Cultura

Popular, realizado no Centro de Formação Olga Benário, com apresentações de música e seminários como

“A formação do povo brasileiro e a expressão da cultura popular”.

23

24

AraranguáMesorregião Sul Catarinense,

População estimada em 2014: 65.090 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Juventude Luzes do AmanhãInstituição proponente:Instituição Espírita Casa da Fraternidade

Conhecer, pensar e vivenciar são os verbos conjugados pelas ações culturais e socioeducativas do Ponto

de Cultura situado no bairro Lagoão, o Juventude Luzes do Amanhã. A Arte-Educação é seu meio para

a promoção social, sendo na prática um espaço alternativo de criação e produção de cultura, com oficinas

de artes visuais, artesanato, capoeira, dança, musicalização, violão, canto, percussão, teatro, informática e

vídeo-documentário – voltadas a crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social –,

além de atividades de reforço escolar e de fomento à Ética e à Cidadania. Fruto do projeto de inclusão

social iniciado pela Casa da Fraternidade em 2001, o Ponto de Cultura mantém a Biblioteca Comunitária

– promovendo o Concurso Literário “Ler é Prazer”, rodas de leituras e contações de histórias –, e realiza

mostras de artesanato e artes visuais, rodas de capoeira (Grupo Grilhões da Liberdade) e espetáculos de

dança, como o balé “Giselle”. Entre seus principais coletivos de arte estão o Grupo de Teatro Luzes do

Amanhã, a Cia. Teatral Bocarela das Palavradas e a Banda Musical Pequenos Talentos. O CD “As coisas

boas do mundo”, gravado pelo Grupo Vocal Vozes do Amanhã, é um dos destaques da ação cultural do

Ponto de Cultura de Araranguá.

25

26

BlumenauMesorregião do Vale do Itajaí

População estimada em 2014: 334.002 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Fotografia para Todos Instituição proponente:Foto Clube de Santa Catarina

O Ponto de Cultura Fotografia para Todos é uma iniciativa do Foto Clube de Santa Catarina – associação

de artistas que fomenta a arte da fotografia no Vale do Rio Itajaí-açu desde 1965 – e se dedica a

promover mostras em espaços não convencionais, como praças, parques, terminais de ônibus e escolas.

Esse princípio de democratização orienta as iniciativas do Ponto de Cultura na conquista de públicos e é

associado a uma série de ações, como oficinas, palestras e produção de material impresso e virtual sobre a

história e técnicas da fotografia, sendo o conteúdo disponibilizado no sítio eletrônico do projeto, em seções

específicas para iniciantes e professores:– <www.fotografiaparatodos.com.br>. A proposta educativa

do Ponto inclui a qualificação profissional de jovens em situação de risco social, na forma de cursos de

formação de auxiliares de fotografia, e a capacitação de multiplicadores das ações: os professores de escolas

da rede pública e os educadores comunitários. Como evento-síntese do projeto Fotografia para Todos, o

“Mês da fotografia” integra palestras, workshops, concursos, exposições e intervenções no espaço urbano.

27

28

BlumenauMesorregião do Vale do Itajaí

População estimada em 2014: 334.002 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Grupo de Dança Belli Balli Instituição proponente:Lira Circolo Italiano di Blumenau

O Grupo de Dança Belli Balli, fundado em 30 de maio de 1989, dedica-se à valorização das tradições

italianas, consideradas meios de lazer, cultura e cidadania. O Ponto de Cultura atua com um repertório

diversificado de dança, baseado no conceito de Folclore de Projeção – coreografias criadas a partir das

características básicas da dança de origem – e o Folclore de Imigração, com a reprodução fidedigna das

danças de procedência trentina ou vêneta, regiões pátrias dos italianos que imigraram no século XIX para o

Vale do Itajaí. O Grupo Belli Balli oferece regularmente oficinas de dança folclórica italiana às comunidades

da periferia de Blumenau e se dedica, também, à pesquisa de coreografia e de indumentária (os trajes típicos)

como formas de avivar a tradição e de exercitar a solidariedade e o respeito à diferença. Na perspectiva de

reconhecer a influência da cultura italiana na formação da população brasileira, o Ponto de Cultura Belli

Balli tem se apresentado frequentemente nos eventos locais “Festitália” e “Semana Italiana”.

29

30

BlumenauMesorregião do Vale do Itajaí

População estimada em 2014: 334.002 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Nossa Força, Nossa Música Instituição proponente:Sociedade Dramática Musical Carlos Gomes

O Teatro Carlos Gomes atua na cultura de Blumenau desde a década de 1860, quando a cidade contava

com mil habitantes, mantendo desde a origem a gestão comunitária e a condição de referência na

cultura teuto-brasileira, com destaque para a música, o teatro e o balé clássico. O Ponto de Cultura Nossa

Força, Nossa Música, nesse contexto, possibilitou o acesso das comunidades da periferia à Escola Superior

de Música, sendo um ponto de virada conceitual na tradicional instituição local. As ações do Ponto de

Cultura incluem aulas-ensaio de canto coral para crianças e jovens da rede pública de ensino da região,

aulas de musicalização para grupos da terceira idade, aulas-ensaio de grupo de pesquisa em música antiga

e aulas de percussão, além de estudos individuais ou em grupo de vários instrumentos musicais. Para além

das ações de formação, Nossa Força, Nossa Música tem realizado os concertos didáticos em Blumenau e

região, ampliando o repertório cultural do público, e as visitas monitoradas ao Teatro Carlos Gomes, sendo

que seus grupos artísticos – Coro Infanto Juvenil, Grupo de Percussão e Orquestra Prelúdio – contam com

a participação de estudantes do Ponto de Cultura.

31

32

BombinhasMesorregião do Vale do ItajaíPopulação estimada em 2014: 16.897 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Escola da Terra Engenho do SertãoInstituição proponente:Instituto Boimamão Preservação e Fomento da Cultura

O Instituto Boimamão surgiu em 1998 com o intento de salvaguardar a identidade e a memória

da comunidade tradicional de Bombinhas, tornando-se Ponto de Cultura em 2009. Em 1999, a

instituição desenvolveu o mapeamento dos antigos engenhos de farinha do litoral centro-norte catarinense.

Esse trabalho, conjugando o acervo de peças e objetos a registros fotográficos, originou o Museu Histórico

Engenho do Sertão, museu comunitário detentor do selo Cultura Viva (MinC/2008) e premiado em 2014

pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) como Ponto de Memória. Além do registro do patrimônio

material e imaterial, o Engenho do Sertão desenvolve projetos de Educação Patrimonial como apoio ao ensino

formal. Entre as ações destacam-se o projeto Alecrim Dourado, que atende alunos da rede pública de ensino,

desenvolvendo atividades de preservação da cultura da infância, e o Programa Aluno Cidadão, que oferece

aperfeiçoamento de habilidades a jovens entre 14 e 18 anos de idade e articula a formação profissional às

dimensões do trabalho e renda, ciência, tecnologia, meio ambiente e cultura. Nestas quase duas décadas de

história, o Engenho do Sertão tornou-se um ponto de referência no apoio às ações artísticas de música,

teatro, fotografia, cinema e literatura popular. Recentemente, o Ponto de Cultura criou o Núcleo de Ação

e Criação Artesanal (NACA), para produção de artesanato em cerâmica, marcenaria e costura, e o Núcleo

Agrícola de Produção Orgânica (NAPO), que fomenta a produção de produtos orgânicos e regionais e

valoriza a gastronomia com identidade cultural local.

33

34

BotuveráMesorregião do Vale do Itajaí

População estimada em 2014: 4.864 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Oficina Artística e Cultural Instituição proponente:Associação dos Idosos da Amizade de Botuverá

As culturas dos imigrantes italiano e alemão dialogam com a cultura brasileira nas ações na Oficina

Artística e Cultural de Botuverá, que prioriza as atividades com os grupos de idosos através de

encontros, palestras e oficinas e procura integrá-los à sociedade local. A ação do Ponto de Cultura inclui

apresentações teatrais, mostras de arte e canto coral infanto-juvenil, além de atividades de lazer, como café

colonial, turismo histórico e comemoração de efemérides. Na área de formação, oferece as oficinas de

artesanato, teatro, pintura em tela e tecido, teoria musical básica e canto coral, contando com os grupos de

dança folclórica mirim, infantil, infanto-juvenil e de terceira idade. Nesse conjunto de práticas, a cidadania

plena é o intuito do Ponto de Cultura Oficina Artístico Cultural de Botuverá.

35

Braço do NorteMesorregião Sul CatarinensePopulação estimada em 2014: 31.319 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Braço da CulturaInstituição proponente:Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente do Município de Braço do Norte / ASACAD

Arte e Educação se complementam nas atividades do Braço da Cultura, Ponto que tem entre os seus

princípios o de valorizar e transmitir a identidade cultural local, expandindo o campo de ação do

bairro-sede, Santa Augusta, para outras áreas de vulnerabilidade social, como as comunidades de São Mateus,

Floresta, Formiga, Abissínia, Cohab Nega Vergínia, Lado da União e São Francisco. O teatro, como uma

arte da presença que solicita os cinco sentidos, é o instrumento para as iniciativas de Arte-Educação do

Ponto, pois essa arte incorpora “uma maneira diferente de ver, ouvir, sentir, pensar e exprimir-se”, como

explicita o Projeto, e inclui um maior “potencial de transformação”. Para além do teatro, o Braço da Cultura

ministra regularmente oficinas de técnica vocal, música e dança, além de realizar sessões de contação de

histórias e rodas de leitura. Um dos traços marcantes da sua ação socioeducativa é a participação em eventos

comunitários, a exemplo de apresentações dos grupos de teatro, música e dança em praças, festivais e

escolas da rede pública.

36

Braço do TrombudoMesorregião do Vale do ItajaíPopulação estimada em 2014: 3.627 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Guerreiros do Amanhã Instituição proponente:Associação de Moradores da Localidade de Serril / AMS

O Ponto de Cultura Guerreiros do Amanhã surgiu como uma ação de inclusão social e cultural da

comunidade de Serril, localidade do Alto Vale do Rio Itajaí-Açu que sofreu grande êxodo desde os

anos 1960. O preconceito sofrido pelos moradores (estigma de natureza étnica e econômica, conforme

relata o projeto do Ponto de Cultura) motiva o Guerreiros do Amanhã a promover uma série de ações

educativas visando a preparação profissional de crianças e de adolescentes. As iniciativas, que são destinadas

aos estudantes de escolas públicas e às comunidades rural e urbana, incluem os cursos de capacitação

e as aulas de música, dança, teatro, gastronomia e consciência sobre meio ambiente, além de dispor de

biblioteca e de oferecer serviços de encadernação, plastificação de documentos, cópia reprográfica (xerox)

e empréstimo de equipamento de som e instrumentos musicais à comunidade.

37

Campo AlegreMesorregião Norte Catarinense

População estimada em 2014: 11.982 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Semeando CulturaInstituição proponente:Fundação Educacional de Campo Alegre / FECAMPO

O projeto Semeando Cultura iniciou suas ações como Ponto de Cultura em 2010, promovendo ações de

ensino de arte e artesanato. Crianças, adolescentes e adultos são beneficiários do Ponto que organiza

oficinas continuadas e breves, destinadas à comunidade do entorno da instituição. Assim, suas práticas de

inclusão social incluem oficinas de cerâmica e de informática – das quais participam alunos da Associação

de Pais e Amigos dos Excepcionais/APAE –, e, também, as oficinas de dança, teatro, marcenaria (com

artesanato em MDF e madeira maciça) e pintura em artesanato (com técnicas para suportes de madeira,

tecido e tela). Além dessas ações de formação, o Semeando Cultura realizou a oficina multimídia (áudio

em ambiente multimídia e edição fotográfica), para adolescentes. Para os adultos, promoveu cursos breves

de artesanato, tecelagem, bordado, crochê, patch-aplique, artesanato em palha de milho, biscuit (porcelana

fria), pintura em vidro e em purungo, oferecidos na sede e em três localidades da área rural de Campo

Alegre.

38

Campo ErêMesorregião Oeste CatarinensePopulação estimada em 2014: 9.098 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Cultura para Todos – Arte, Cultura e Inclusão Social Instituição proponente:Associação Bom Samaritano

O projeto denominado Cultura para Todos – Arte, Cultura e Inclusão Social foi criado como Ponto

de Cultura para complementar a ação assistencial da Associação Bom Samaritano, oferecendo à

comunidade local uma série de atividades de iniciação artística. Destinadas às crianças, adolescentes e

adultos, com ênfase nos estudantes da rede pública de ensino, os cursos se estendem às áreas rurais de

Campo Erê. São oficinas de dança – balé e jazz –, teatro, canto, música, além de cursos práticos de biscuit

(porcelana fria) e de ilustração aplicada a panos de prato, toalhas, tapetes, almofadas, vidros e potes. O

Cultura para Todos enfatiza a qualificação das habilidades com a perspectiva de gerar renda e trabalho à

comunidade de Campo Erê.

39

40

CanoinhasMesorregião Norte Catarinense

População estimada em 2014: 54.079 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Tecendo a Cultura ContestadaInstituição proponente:Agência de Desenvolvimento Regional Integrado do Planalto Catarinense

Canoinhas é um dos municípios de referência para a cultura remanescente das populações atingidas

pela Guerra do Contestado (1912-1916). Com o propósito de resgatar a identidade local, o Tecendo

a Cultura Contestada procura oportunizar o acesso à formação e ao lazer, em atividades que se estendem a

outras localidades do Planalto Norte, todas voltadas aos estudantes da rede pública de ensino, portadores

de necessidades especiais e populações de baixa renda. Entre as ações principais, o Ponto de Cultura

realiza a capacitação das entidades cooperativas ou de gestão comunitária de âmbito local e regional e,

também, a promoção de atos em favor do tombamento e do restauro de imóveis característicos da região

do Contestado. No campo da formação cultural, oferece oficinas de dança, música, fotografia e produção

de vídeo, além de capacitar o trabalho dos artesãos de Canoinhas, buscando um artesanato de fisionomia

própria que identifique as vivências genuínas de seu território.

41

42

Caxambu do SulMesorregião Oeste Catarinense

População estimada em 2014: 4.118 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Uma Cidade tem que ter Memória Instituição proponente:Associazione Veneta di Caxambu do Sul / AVENCAS

O fomento das culturas de origem italiana, em especial a vêneta, é o foco do Ponto de Cultura

constituído pela Associazione Veneta di Caxambu do Sul. Em uma proposta de integração regional

da cultura ítalo-brasileira, as iniciativas do projeto Uma Cidade tem que ter Memória se organizam por

meio de espetáculos, cursos e palestras, com ênfase em danças folclóricas e gastronomia. No campo da

formação são oferecidos à comunidade – das crianças aos idosos – os cursos de língua italiana, canto (com

técnica vocal e teoria musical), dança, violão e teatro, além de confecção de indumentária (trajes típicos). O

principal grupo artístico que integra o projeto é o Gruppo Folkloristico Laccio d’Amore – Dança Italiana,

enquanto o registro do patrimônio material e imaterial local é assegurado pelo acervo histórico-fotográfico

constituído pelo Ponto de Cultura.

43

44

ChapecóMesorregião Oeste Catarinense

População estimada em 2014: 202.009 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Imagem e Ação Jovem Instituição proponente:Kirka – O Som das Árvores

A inclusão social, mediada pela cultura digital, é a tônica do projeto “Imagem e Ação Jovem”, o qual

integra as atividades sociais, culturais e ambientais organizadas pela Kirka – O Som das Árvores, uma

ONG fundada no dia 25 de outubro de 2000. O Ponto de Cultura realiza uma série de ações de formação

básica profissionalizante nas áreas de cinema e de fotografia, priorizando o despertar dos jovens e dos

adolescentes das comunidades carentes do município de Chapecó. Nos anos de atuação, além dos cursos

realizados pela ONG, 360 estudantes da rede pública de ensino local foram contemplados pelo projeto.

Nas oficinas são produzidos audiovisuais e materiais fotográficos, estimulando os participantes a criarem

uma nova forma de manifestação cultural, com o uso de instrumentos tecnológicos. A ênfase do Ponto de

Cultura Imagem e Ação Jovem está na afirmação da cidadania, da autonomia e da liberdade criativa.

45

Coronel FreitasMesorregião Oeste Catarinense

População estimada em 2014: 10.236 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Danças e Contradanças Instituição proponente:Associação Clube de Idosos Frei Elvico Mayer

O Ponto de Cultura Danças e Contradanças para o Resgate e a Inclusão Cultural dos Idosos, Deficientes

e Jovens em Situação de Vulnerabilidade complementa as ações assistenciais do Clube de Idosos

Frei Elvico Mayer, oferecendo atividades de lazer e capacitação, práticas esportivas e culturais. Oficinas de

artesanato, tricô, crochê, pintura em tecido, biscuit (porcelana fria), tapeçaria, tear, canto, teatro, dança e

informática são oferecidas, além das práticas de alfabetização e segurança alimentar. Em parceria com órgãos

públicos do município, o Ponto de Cultura propicia o atendimento médico e psicológico aos participantes

de todas as faixas etárias. O intercâmbio cultural é, também, propiciado pela itinerância das apresentações

do seu grupo de dança.

46

ConcórdiaMesorregião Oeste Catarinense

População estimada em 2014: 72.073 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

DesenvolverInstituição proponente:Orquestra Sinfônica de Concórdia / OSIC

O Ponto de Cultura Desenvolver, da Orquestra Sinfônica de Concórdia, se configura como espaço

de Educação Musical destinado à formação de músicos eruditos. Com aulas regulares de teoria

musical, história da música, solfejo e instrumentos de orquestra sinfônica, em especial o violino e a viola, o

projeto tem o intuito de complementar os naipes da Sinfônica e o de formar uma orquestra infanto-juvenil.

As ações educativas do Ponto de Cultura Desenvolver incluem a concessão de 100 bolsas de estudos aos

aprendizes, sendo 50 reservadas a estudantes de baixa renda e as outras 50 a estudantes com iniciação em

formação musical, mediante critérios de seleção transparentes. Como resultado das práticas, o Desenvolver

realiza concertos didáticos, com audições em escolas públicas, igrejas e instituições comunitárias, e promove

a diversidade cultural e a formação de novos públicos.

47

48

CriciúmaMesorregião Sul Catarinense

População estimada em 2014: 204.667 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Escolinha de CinemaInstituição proponente:Associação Beneficente Abadeus

A comunidade do bairro Cristo Redentor e a linguagem audiovisual tem um lugar de convívio no

Ponto de Cultura Escolinha de Cinema, um projeto iniciado em 2010 pela Associação Beneficente

Abadeus e que alcançou 619 participantes, entre crianças e adolescentes da rede pública de ensino no

contraturno escolar. Oferecendo oficinas de introdução ao audiovisual, de roteiro e de produção de ficção

e documentário – no percurso da prática à teoria –, desenvolve também animação nas técnicas StopMotion

e Pixilation, estimulando o contato dos participantes com a “sétima arte”. Ao longo dos anos foram

produzidos trabalhos como “Brincando de mágica com alunos da Escolinha de Cinema” (animação em

Pixilation), “Felipe” (uma ficção), e os documentários “Cristo Redentor – sua história contada por sua

gente”, “Prevenção e erradicação do trabalho infantil”, “50 anos de existência da Escola Básica Governador

heriberto hülse”, e o audiovisual jornalístico “Políticas públicas”. O Ponto de Cultura ainda promoveu a

I e a II Mostra de Vídeo de Criciúma (2011 e 2013) e realizou a itinerância local dos filmes da Mostra de

Cinema Infantil de Florianópolis, uma ação de inclusão cultural e de formação de público.

49

50

CriciúmaMesorregião Sul Catarinense

População estimada em 2014: 204.667 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Multiplicando Talentos Instituição proponente:Multiplicando Talentos

Situado em um centro comercial no bairro Santa Bárbara, o Ponto de Cultura Multiplicando Talentos

surgiu em 2007 e está organizado como uma “escola viva” que contempla a formação e o lazer de

crianças, adolescentes e adultos em diversas linguagens – cursos de danças urbanas, capoeira, música e

informática, além de cursos profissionalizantes. Dotado de estúdio de áudio/sala de ensaio, rádio web e

sala de cinema 3D – que exibe diariamente filmes comerciais e da Programadora Brasil –, o Multiplicando

Talentos aplica em todas suas ações o subsídio do Vale-Cultura (um crédito cultural cumulativo e sem

prazo final de validade), facilitando o acesso aos trabalhadores locais, iniciativa que articula localmente os

benefícios da rede nacional Cultura Viva. Contando com professores formados nas próprias oficinas (que

são realizadas desde 1997), o Multiplicando Talentos registrou 1.067 participantes (dado de 2014) e estendeu

as suas atividades às entidades de assistência social (CRAS e CREAS) e institutos culturais de Criciúma,

além de criar uma segunda sala de cinema em Urussanga, município da região Sul Catarinense. Entre

as ações de inclusão social e de cidadania, destaca-se o Concurso de Desenhos Multiplicando Talentos,

uma promoção do Pontinho de Cultura, e a revista “O Estatuto da Criança e do Adolescente: Turma da

Mônica”, de Maurício de Sousa, distribuída pelo Ponto de Cultura à comunidade do Santa Bárbara e de

toda a região de Criciúma.

51

52

CuritibanosMesorregião Serrana

População estimada em 2014: 39.061 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Música no Planalto Instituição proponente: Associação Cultural e Esportiva Ogue Carvalho – ACEOC

Instituído como um desdobramento das atividades

da Associação Cultural e Esportiva Ogue Carvalho,

o Ponto de Cultura Música no Planalto organiza

ações de formação musical destinadas às crianças,

adolescentes, jovens, adultos e idosos do município

de Curitibanos. As oficinas de música instrumental

contemplam a prática de acordeão, violão, contra-

baixo, guitarra e bateria, sendo que os grupos e os

duetos participantes do Ponto de Cultura têm presença

constante em apresentações na rede pública de ensino

e eventos locais.

53

Dionísio CerqueiraMesorregião Oeste CatarinensePopulação estimada em 2014:

15.283 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Arte sem Fronteira Instituição proponente:Companhia de Teatro e Dança Arco-Íris

O Ponto de Cultura Arte sem Fronteira, coordenado pela Companhia de Teatro e Dança Arco-Íris, atua

na região limítrofe de Brasil e Argentina – na confluência entre o município catarinense Dionísio

Cerqueira, o município paranaense Barracão e a cidade argentina de Bernardo de Irigoyen – e tem como ação

principal a formação cultural. As oficinas de música, teatro e capoeira têm como participantes os estudantes

da rede pública, que têm também como opção as práticas de karatê e de produção audiovisual. A abordagem

educativa inclui a formação de agentes culturais e se articula com outras iniciativas de instituições municipais

e estaduais. O meio ambiente, a literatura e as culturas populares e tradicionais são temas transversais na ação

sociocultural do Arte sem Fronteira.

54

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Arreda Boi: Fortalecimento das Culturas Populares na Comunidade da Barra da Lagoa Instituição proponente:Associação Cultural Arreda Boi

As culturas populares são preservadas e renovadas pelo Arreda Boi, Ponto de Cultura

situado na tradicional comunidade pesqueira da Barra da Lagoa. Do folguedo do boi

de mamão (uma mescla de auto cômico e dança dramática que encena a morte e ressurreição

do boi) às técnicas ancestrais da renda de bilro (espécie de bordadura sem tecido, feita com

‘pontos’ no ar), o Arreda Boi procura difundir as suas vivências e as da comunidade em uma

série de experiências partilhadas, inclusive com outros coletivos de cultura e arte popular. Com

a realização de oficinas de cantoria, percussão, construção de tambores, danças populares, teatro e renda

de bilro, o Ponto de Cultura envolve crianças, adolescentes, portadores de necessidades especiais e idosos

– em especial os do grupo Primavera da Barra da Lagoa –, além de ensinar as práticas de fabrico de bonecos

do boi de mamão. A presença do bloco homônimo nos carnavais da Ilha de Santa Catarina e, ainda, a

formação continuada de artistas populares, de brincantes e de novos públicos são contribuições do Ponto

de Cultura Arreda Boi para a rede de saberes entretecida na região litorânea da Grande Florianópolis.

55

56

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Baleeira Instituição proponente:Instituto 3 Vermelho – I3V

Uma comunidade pesqueira tradicional do sul da Ilha de Santa Catarina, o distrito de Armação do

Pântano do Sul sedia as ações do Ponto de Cultura Baleeira, iniciativa do Instituto 3 Vermelho, uma

entidade que propõe o empoderamento e o protagonismo da comunidade e o respeito à diferença de etnia

e de gênero. Atuando em parceria com escolas públicas, órgãos de sáude e associações locais, o Baleeira –

nome que evoca as embarcações de madeira típicas da localidade – oferece oficinas de capoeira angola, boi

de mamão e artesanato tradicional (como tecelagem manual e renda de bilro), registrando as atividades por

meio de oficinas de capacitação na área de audiovisual, que estimulam a produção de conteúdo de interesse

educativo e comunitário. Como desdobramento dessas ações, o Ponto de Cultura Baleeira exibe filmes

regularmente, alinhando-se ao movimento de cineclubismo.

57

58

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Barca dos Livros: Porto de Leituras Instituição proponente:Instituto Sociedade Amantes da Leitura

A Biblioteca Comunitária Barca dos Livros, na Lagoa da Conceição, em atividade desde 2007, é referência

nacional na área da leitura e da literatura, reconhecida inclusive pelo Prêmio VIVALEITURA 2014,

do MinC/MEC/OEI. Organizada como Ponto de Cultura desde 2010, reafirmou seu trabalho em torno

do conceito de leitura como direito cultural do cidadão. A Barca possui acervo de 15 mil livros de literatura

infantil e juvenil e de obras da literatura universal e realiza atendimento gratuito à comunidade de terças

a sábados, das 14 às 20 horas, com empréstimo de livros e DVDs e visitas orientadas a estudantes e

professores (do berçário à universidade). A sua extensa programação inclui saraus literários, contação de

histórias, lançamentos de livros e oficinas de artes visuais, literatura, poesia, cultura digital e formação

continuada de contadores de história e mediadores de leitura. A Barca abriga também o Núcleo de Estudos

e Pesquisas/NEP, que produz resenhas de indicação de livros e seleciona o acervo, e promove as “Quintas

Literárias”, encontros de leitura coletiva em voz alta de obras selecionadas pelos próprios leitores. Nessa

ação continuada de formação de leitores, publicou livros de Hans Christian Andersen – “O patinho feio”,

em coedição com o Serviço Social do Comércio/SC –, e “O perseverante soldadinho de chumbo”, coedição

com a Editora Peirópolis. Uma das atividades icônicas da Barca dos Livros é o passeio de barco com sessão

de leitura e de narração de histórias a bordo, flutuando em meio à paisagem idílica da Lagoa da Conceição.

59

60

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Capoeirando com as Crianças Instituição proponente:Associação Cultural de Capoeira Angola Quilombola / ACCAQ

A capoeira, importante expressão do patrimônio cultural imaterial brasileiro, é o principal eixo de

atuação do Ponto de Cultura da Associação Quilombola, situado no bairro Balneário, que se dedica a

preservar e a fomentar o caráter social, cultural, antropológico e esportivo da Capoeira Angola. Com ações

em seis comunidades dos municípios de Florianópolis e São José, todas destinadas a crianças, adolescentes

e adultos, o Quilombola promove pesquisas e aulas teórica e práticas de samba de roda, puxada de rede,

capoeira, maculelê, danças afro e jazz, pintura, teatro, música e artesanato, sempre valorizando os fazeres

populares e os mestres de saber locais. Reconhecida como entidade de utilidade pública municipal (2000)

e estadual (2009), a Accaq desenvolve sua ação sociocultural no Ponto de Cultura Capoeirando com as

Crianças, que, coordenado pelo Mestre Pinóquio, contribui para a afirmação da cultura afro-brasileira e da

diversidade étnica em Santa Catarina.

61

62

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Carijó Espaço de Arte Instituição proponente:ONG Crescendo com Arte / OCA

Os saberes e os fazeres da cultura regional se articulam aos processos de inclusão digital pela ação

sociocultural do Ponto de Cultura Carijó, um espaço de arte situado no bairro de Canasvieiras que

propõe uma prática local de Turismo Cultural. A diversidade do meio ambiente, das culturas e das etnias

da Ilha de Santa Catarina é evidenciada no sítio do Carijó – http://ongoca.wix.com/ongoca –, desdobrado

em um acervo de fotografias sobre o tema. Sem restrição de idade, as atividades incluem oficinas de artes

visuais e artes cênicas, canto, percussão, contação de histórias, cerâmica, mosaico, tecelagem, formação em

multimídia, linguagem cinematográfica e boi de mamão, ministradas na Escola Básica Osmar Cunha e em

outros locais. A Mostra Audiovisual Novembrada, promovida pelo PdC em 2013, homenageou o cineasta

catarinense Eduardo Paredes, diretor dos curtas “Desterro” e “Novembrada”. Os direitos culturais como

direitos humanos estão na base das iniciativas do Carijó.

63

64

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Casa da Cultura Instituição proponente:Casa da Criança Morro da Penitenciária

Cultura da infância, cultura afrobrasileira e comunicação digital orientam os trabalhos do PdC Casa da

Cultura, um projeto da Casa da Criança Morro da Penitenciária, com ações socioculturais destinadas

a crianças, adolescentes e adultos moradores das comunidades de interesse social dos bairros Agronômica

(Morro da Penitenciária, Morro do 25, Morro do horácio) e Trindade (Serrinha). As habilidades e

competências são desenvolvidas no contraturno escolar, com atividades de arte e educação, como biblioteca,

brinquedoteca, dança, desenho/cartoon, música, artesanato e educação ambiental, e de inclusão digital,

envolvendo alfabetização digital e informática. As apresentações do Ponto de Cultura incluem dança,

capoeira, maculelê e puxada de rede. O fundamento do PdC Casa de Cultura é a formação de sujeitos de

Direito, no plano da cidadania, e a afirmação da identidade e da pertença social, considerando o sujeito

como ator e autor da cultura própria.

65

66

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Educação Musical Popular Instituição proponente:Sociedade Musical e Recreativa Lapa

A Sociedade Musical e Recreativa Lapa forma novos instrumentistas na comunidade do bairro histórico

de Ribeirão da Ilha desde o final do século XIX. Os moradores da antiga freguesia (um dos primeiros

núcleos de povoação da Ilha de Santa Catarina) cultivaram o ensino da música a partir de 1896 e, hoje,

muitos têm como segundo ofício a Banda da Lapa. Instituído como um Ponto de Cultura, o projeto

Educação Musical Popular parte desse saber acumulado por muitas gerações de musicistas e oferece no

local oficinas de instrumentos: flauta transversal, clarinete, saxofone, bombardino, trompete, trombone,

tuba e trompa, além de instrumentos de corda e prática em conjunto. Como base da formação são realizadas

oficinas de regência, de percepção, de história e teoria musicais, nas quais os aprendizes também têm

contato com técnicas de sonorização e de manutenção de instrumentos musicais. Além disso, o Ponto

permite a troca de saberes entre todas as idades, sendo formado por crianças, adolescentes, adultos e idosos.

Como complemento, procura disponibilizar à comunidade oficinas de informática, produção audiovisual

e fotografia, além de palestras semestrais e parcerias com outros grupos culturais de Florianópolis.

Completando a ação de formação cultural, a entidade realiza apresentações ao ar livre da histórica Banda da

Lapa do Ribeirão da Ilha e conta com o Centro de Memória Musical, que disponibiliza o livro “Memórias

em movimento”, com partituras antigas, documentários, artigos e fotografias, no sítio <camaraclara.org.

br/memoriamusical>.

67

68

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Engenhos de Farinha Instituição proponente:Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo / CEPAGRO

O ciclo da farinha no litoral de Santa Catarina, de meados do século XIX à década de 1980, reunia

comunidades inteiras no fabrico da farinha de polvilho e dos derivados de mandioca, deixando como

legado dezenas de engenhos ainda ativos. O Ponto de Cultura Engenhos de Farinha articula em rede as famílias

proprietárias desses espaços artesanais de produção em cinco localidades da região da Grande Florianópolis,

revalorizando sua agricultura e os saberes do campo em consonância com as demandas econômicas e de

saúde de cada comunidade. Organizações comunitárias e escolas públicas são beneficiárias das ações do PdC,

que realiza monitoria presencial e apresenta aos estudantes, por meio de audiovisual, os saberes dos engenhos

e o entorno da cultura imaterial ancestral. Os grupos de mães são capacitados – na perspectiva da economia

criativa e cooperativismo – em oficinas de artesanato com matérias-primas locais. Oficinas pedagógicas de

educação alimentar, patrimonial e ambiental, além de cursos de produção de vídeo e rotas de agroturismo

são produtos desse processo. Nessa ação, a intersecção do Ponto com a Rede Ecovida de Agroecologia e o

Movimento Slow Food aproxima agricultores, pesquisadores, gestores públicos e ativistas, todos trabalhando

para a autonomia local e para a economia solidária. Como contribuição ao patrimônio imaterial da região,

todas as atividades de Cultura Alimentar do Engenhos de Farinha são registradas, criando a base de um

futuro Inventário, sendo que parte desses dados está disponível em <engenhosdefarinha.wordpress.com> e

foi reunida por Gabriella Pieroni no livro “Engenhos da cultura: teias agroecológicas” (2014).

69

70

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Uma Ilha se Olha 2 Instituição proponente:Associação das Entidades Usuárias do Canal Comunitário de Florianópolis – TV Floripa

A televisão comunitária como meio de cidadania é a proposta de Uma Ilha se Olha 2, Ponto de Cultura

da Associação das Entidades Usuárias do Canal Comunitário de Florianópolis que tem como veículo

o canal de sinal fechado TV Floripa. Através de oficinas de tecnologia digital – operação de câmera e ilha de

edição –, o projeto alcança comunidades de alta vulnerabilidade social, envolvendo estudantes da rede pública

e não estudantes moradores dos bairros Mont Serrat, Nova Descoberta e Morro da Caixa, situados no

Maciço do Morro da Cruz, na Ilha, e Chico Mendes, Monte Cristo, Pasto do Gado e Grota, no Continente.

As oficinas de audiovisual têm o objetivo de formar monitores multiplicadores em cada comunidade,

procurando também conscientizá-los quanto ao seu lugar no mundo, na cidade, no bairro e em relação

aos seus direitos de cidadão. Como principal produto das oficinas, o programa televisivo “Ponto a ponto”

integrou a programação diária da TV Floripa (canal 4 da NET e na internet), desdobrado em duas versões: a

primeira com inserções diárias de material audiovisual produzido pelos Pontos de Cultura de todo o estado,

no total de 50 vídeos, e a segunda versão no formato de entrevistas quinzenais com os gestores dos PdCs,

com 38 programas. Os vídeos estão disponíveis na plataforma Youtube.

71

72

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Pescadores de Cultura Instituição proponente:Associação Cultural Baiacu de Alguém

Concebido como um projeto de mobilização sociocultural, o Ponto Pescadores de Cultura propõe o

resgate das tradições musicais e culturais do histórico distrito de Santo Antônio de Lisboa, com uma

rede de parcerias locais – Associação de Moradores (AMSAL) e Associação de Artesãos de Santo Antônio de

Lisboa (ArtSal), a Associação de Bairro de Sambaqui(ABS) e do Centro Comunitário de Barra do Sambaqui

(CCBS). Entre suas ações culturais estão o registro em áudio dos saberes e fazeres dos antigos moradores

– história oral – e a série de oficinas destinadas a crianças, adolescentes e jovens, como canto, cavaquinho,

violão, percussão, cerâmica, confecção de bonecos, alegorias e bois de mamão, produção audiovisual e ações

de formação de multiplicadores de cultura – estima-se em 500 os participantes delas no decorrer de três

anos. Entre os eventos promovidos pelo Ponto estão o “Arrastão Cultural”, mostra semestral de rua com

trabalhos criados nas oficinas, e as apresentações musicais, os lançamentos de livros e as exposições de arte

que ocorrem mensalmente nos “Sábados Culturais no Baiacu”. Presente no imaginário da Ilha de Santa

Catarina, o bloco carnavalesco Baiacu de Alguém reuniu cerca de 1500 brincantes em três anos, sempre

com a participação dos alunos das oficinas de bonecos, alegoria e percussão, sendo referência no carnaval

comunitário de Santo Antônio de Lisboa.

73

74

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Toca Instituição proponente:Teatro Jabuti

O projeto do Ponto de Cultura Toca foi concebido pelo grupo Teatro Jabuti como um núcleo de ações

culturais conjugadas com a comunidade do bairro Campeche, envolvendo parcerias com a Biblioteca

Livre do Campeche (Bilica) e a Rádio Comunitária Campeche. Os cursos permanentes de teatro para crianças

– realizados na biblioteca Cuca de Ideias, no bairro Areias do Campeche – e canto coral para jovens e adultos

– na sede da Bilica – originaram o grupo teatral Castelo de Areias e o grupo de vozes e bloco de carnaval

Giracoro. A oficina de mídia e comunicação foi destinada aos estudantes da Escola Municipal Brigadeiro

Eduardo Gomes, tendo como resultados audiovisuais e programas de rádio. Com público heterogêneo –

desde crianças de quatro anos de idade –, as ações do Toca se estendem às ruas, praças e festas da comunidade,

incluindo-se a retomada mensal da tradição das serenatas, que surpreendeu, por seu lirismo e nostalgia, a

população local. Uma característica do Ponto de Cultura é o trabalho em rede. Nessa proposta de diálogo

entre culturas, o PdC Toca realizou oficinas em assentamentos de reforma agrária no interior do estado e

uma residência artística na sede da Toca de duas artistas de Brasília (2013), além do que a programação incluiu

diversas apresentações no Campeche de trabalhos de outros Pontos de Cultura de Santa Catarina.

75

76

FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Travessa Cultural Instituição proponente:Instituto Arco-ìris

O Ponto de Cultura Travessa Cultural evidencia, desde o nome, a sua condição de espaço de

cruzamentos, na tradicional Travessa Ratcliff, situada na área originária do centro histórico da cidade,

a leste da Praça XV. No casarão de uma antiga ferraria artística, o Instituto Arco-Íris/Ponto de Cultura

valoriza toda a diversidade étnica-racial local e oferece ao público, na maioria jovens e adolescentes em

situação de vulnerabilidade social, uma série de oficinas nas áreas de teatro, chorinho, percussão para samba

(com participação de alunos no Bloco Carnavalesco Travessa Cultural), dança de matriz africana, produção

musical (áudio, acústica e uso de novas mídias), informática (com capacitação para o uso de softwares livres),

colagem/fanzine, desenho, artesanato, além de produção de figurino e de alegorias, oficina essa que teve a

participação de reeducandas do Presídio Feminino de Florianópolis e de usuários do Centro de Atenção

Psicossocial/CAPS. O Ponto de Cultura realizou dezenas de sessões do “Cinema na Travessa” (parceria com

a Cinemateca Catarinense – ABD/SC), exibindo gratuitamente filmes independentes, e estendeu a oficina

“Capoeira como inclusão” aos bairros Monte Verde, Saco Grande, João Paulo e Sambaqui. Como parte do

“Viva a Cidade” – uma iniciativa da Prefeitura que transforma a rua, aos sábados, em corredor de bancas de

antiguidades, livros, discos, roupas, objetos usados –, o Ponto de Cultura contribui para reavivar a área menos

ativa do centro histórico de Florianópolis.

77

78

Formosa do SulMesorregião Oeste Catarinense

População estimada em 2014: 2.589 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Tom sobre Tom: Música, Expressão e Arte Instituição proponente:Associação de Artesãos de Formosa do Sul

O Tom sobre Tom é um desdobramento do trabalho do grupo de artesãos reunidos na Artefor e se

constitui como um Ponto de Cultura que enfatiza a formação cultural. O resgate e a valorização são

os princípios que movem suas atividades de fomento da cultura local. Entre as ações – destinadas a crianças,

adolescentes, adultos, idosos e portadores de necessidades especiais – estão as oficinas permanentes de dança

(balé clássico, jazz, dança livre e dança de rua), música (canto coral, acordeão, violão, violino, teclado e bateria),

teatro, pintura e artesanato, além de trabalhos manuais como pintura em tecido, bordado russo, mandala com

pedrarias e patchcolagem, todas com aulas semanais e grupos regulares de participantes. Oficinas de curta

duração envolvendo essas linguagens da arte também são realizadas em comunidades do meio rural de

Formosa do Sul.

79

80

FraiburgoMesorregião Oeste Catarinense

População estimada em 2014: 35.781 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Cultura Solidária Instituição proponente:Centro Cultural Egon Frey

O Cultura Solidária surgiu, no Centro Cultural Egon Frey, como projeto de formação musical e porta de

entrada para o Coral Infanto Juvenil, a Fanfarra e a Banda Sinfônica, todos eles referências na cultura

de Fraiburgo. As oficinas de música do Ponto de Cultura incluem aulas de técnica vocal, sopro, teclado e

percussão e se destinam a crianças e adolescentes estudantes da rede pública e aos idosos e portadores de

necessidades especiais e mobilidade reduzida. Um Quarteto de Guitarras e uma Camerata também compõem

as ações do Cultura Solidária, que se somam às oficinas oferecidas pelo Centro Cultural (artes visuais,

artesanato, dança, teatro, livro/leitura e idiomas). O Ponto de Cultura realiza, complementarmente, palestras

sobre cidadania e participação social na comunidade local.

81

82

IçaraMesorregião Sul Catarinense

População estimada em 2014: 52.284 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Rádio Comunitária como Instrumento de Inserção Sociocultural de Menores na Construção da CidadaniaInstituição proponente:Associação de Radiodifusão Comunitária de Içara

As ações do Ponto de Cultura da Rádio Comunitária 104,9 FM Cidadania têm como foco as crianças e

os adolescentes em risco de exclusão social, promovendo a sua capacitação profissional e a transmissão

das tradições culturais locais. Com as oficinas de violão, violino, violoncelo e percussão, o Ponto estimula a

formação musical, enquanto oferece, no campo de radiodifusão, cursos de técnicas de locução, operação de

mesa de áudio, pluralidade na informação e ética no uso da comunicação, todos voltados a adolescentes de 14

a 17 anos estudantes da rede pública de ensino. Outra atividade oferecida na área de capacitação profissional

é a oficina de informática. Como um índice da eficácia do projeto, vários músicos egressos das oficinas do

PdC Rádio Comunitária têm se apresentado em eventos da comunidade, como o “Içara 150 Anos”, a “Feira

do Livro”, o “Natal Luz” e o “Encontro da Etnia Afro de Içara”, com destaque para a apresentação da

Orquestra de Couro e Corda da 104,9 FM no show “Talentos da Terra” (2013), parte da festa local dedicada

a São Donato.

83

84

ItajaíMesorregião do Vale do Itajaí

População estimada em 2014: 201.557 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Nossa ArteInstituição proponente:Associação Comunidade Cristã de Itajaí / ACCI

O projeto Nossa Arte foi iniciado pela Associação Comunidade Cristã de Itajaí (ACCI), em 2004, e

oferecia aulas de dança gratuitas à comunidade da Barra do Rio e arredores. Com extenso histórico

de reconhecimento por suas participações em festivais regionais e nacionais de dança, o projeto tornou-se

Ponto de Cultura em 2009, passando a ser dotado de melhor estrutura e expandindo suas ações de formação

artística. O Nossa Arte oferece a crianças e adolescentes as oficinas de baby class, balé, break, hip hop e

jazz e, também, workshops de composição coreográfica, estilo livre, house, krump e videodance. Entre os

resultados das iniciativas constam a montagem de espetáculos como “A injustiça” e “DiQuemÉaCulpa” e

a formação de estudantes de dança que se tornam multiplicadores em associações comunitárias e na rede

pública de ensino da região de Itajaí.

85

86

ItajaíMesorregião do Vale do Itajaí

População estimada em 2014: 201.557 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Núcleo Experimental de Formas Animadas - NEFAInstituição proponente:Cia Etc e Tal Artes Cênicas e Manipuladora de Formas

A autoexpressão é um dos princípios do Núcleo Experimental de Formas Animadas / NEFA, que se

constitui como espaço cultural aberto e realiza a pesquisa e o registro das expressões culturais da

região da foz do Rio Itajaí-Açu. O Ponto de Cultura abriga oficinas de iniciação ao teatro, artes plásticas,

artes circenses, manipulação de bonecos e boi de mamão e cursos específicos de teatro: expressão corporal,

clown, teatro de sombras, máscaras, cenografia, iluminação e treinamento psicofísico do ator. Em parceria

com Grupo Nhoc Contadores de Histórias, o PdC também promove cursos e rodas de narração de histórias.

Suas ações são voltadas a todas as faixas etárias. A proposta do Ponto de Cultura Núcleo Experimental de

Formas Animadas contempla a pesquisa da tradição oral local e regional (que tem a cultura açoriana como

substrato e é marcada pela diversidade étnica) e a desdobra na formação de pesquisadores e no registro das

narrativas coletivas e ancestrais em vídeo, áudio e texto, compondo um banco de dados acessível à população.

87

88

JaguarunaMesorregião Sul Catarinense

População estimada em 2014: 18.704 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Germinar – Núcleo Artístico Cultural Instituição proponente:Associação de Radiodifusão Comunitária de Jaguaruna

A principal proposta do Ponto de Cultura Germinar – Núcleo Artístico Cultural é a de articular as expressões

culturais das comunidades rural e urbana, ao mesmo tempo em que procura criar oportunidades de

trabalho e renda para artistas locais reconhecidos e iniciantes, oferecendo-lhes apoio logístico e cursos de

capacitação. O público alvo inclui crianças, jovens, adultos, idosos e portadores de necessidades especiais,

que são beneficiários das oficinas de trabalhos artesanais – corte e costura, bordado, tricô, crochê, bijuteria,

souvenirs (recordações) –, de pintura, escultura e informática, além de cursos de medicina alternativa,

patrimônio arqueológico e formação de agentes culturais. Duas das iniciativas mais relevantes do Ponto de

Cultura Germinar foram a montagem do estúdio de gravação para os músicos e bandas de Jaguaruna e a

criação de auditório para ensaios e espetáculos teatrais. A venda de produtos das oficinas e a participação

crescente em eventos da comunidade são resultados das suas ações de capacitação artística.

89

90

JaguarunaMesorregião Sul Catarinense

População estimada em 2014: 18.704 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Tecendo Cultura Instituição proponente:Grupo Cultural Cru de Teatro e Boi de Mamão

A cultura como um direito e o entendimento das práticas culturais como espaço da afirmação da identidade

e da inclusão social são o fundamento do Ponto de Cultura Oficina das Artes Tecendo Cultura, que

procura articular o registro das tradições locais às inovações da linguagem mediada pela tecnologia, na

perspectiva autossutentável de uma gestão “solidária” da economia. Essa é a declaração de princípios do

projeto do PdC. Na prática, o Ponto complementa outras iniciativas locais nas áreas de cultura e educação e

oferece atividades – de oficinas a palestras – nas áreas de artesanato, teatro, música, dança, capoeira, cinema

e literatura. Definido pelo Tecendo Cultura como uma “pulsão”, o conjunto dessas iniciativas socioculturais

destina-se a crianças, adolescentes, jovens e idosos e inclui os professores da rede pública local de ensino.

91

92

Jaraguá do SulMesorregião Norte Catarinense

População estimada em 2014: 160.143 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Mestre ManequinhaInstituição proponente:Movimento de Consciência Negra do Vale do Itapocu / MOCONEVI

O resgate e a divulgação da arte e da cultura afordescendente entre a população de Jaraguá do Sul

é a proposta do Ponto de Cultura Mestre Manequinha, que dedica-se à criação de grupos locais

de dança afro, capoeira, percussão, folclore e teatro e à realização de encontros semanais e palestras nas

escolas públicas. Originado no Movimento de Consciência Negra do Vale do Itapocu (MOCONEVI) – uma

associação criada em 2001, de caráter reinvindicatório e de combate à discriminação racial e social –, o Ponto

de Cultura não se destina somente à população negra, mas agrega toda a população, sendo fiel à proposta de

isonomia entre etnias e classes sociais. As suas ações comunitárias incluem a participação anual na Festa das

Etnias e na organização do Carnaval de Jaraguá do Sul.

93

94

Jaraguá do SulMesorregião Norte Catarinense

População estimada em 2014: 160.143 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Villa CoralInstituição proponente:Sociedade Cultura Artística / SCAR

A criação coletiva de um espetáculo anual de coro cênico infanto-juvenil é o eixo da proposta do Ponto

de Cultura Villa Coral, um projeto que homenageia o maestro, compositor e educador do canto

orfeônico Heitor Villa Lobos. No antigo bairro Boa Vista, uma histórica morada de escravos e dotado de um

alto índice de vulnerabilidade social, reunia-se espontaneamente um grupo de crianças dedicadas ao canto.

Como continuidade dessa experiência comunitária, o Villa Coral realiza encontros semanais no contraturno

escolar, nos quais os participantes têm contato com oficinas de música, artes visuais e artes cênicas, realizadas

interdisciplinarmente, as quais orientam a pesquisa sociocultural (individual e em grupo) e a composição de

elementos para a montagem do coro cênico, incluindo-se a cenografia, a indumentária e a música autoral. O

tema do espetáculo é a própria vida dos participantes – dos seus medos aos seus desejos, da história familiar

à cultura da comunidade – e a realidade do Boa Vista. O PdC Villa Coral articula, assim, pesquisa, produção

e circulação de seu coro cênico.

95

96

JoinvilleMesorregião Norte Catarinense

População estimada em 2014: 554.601 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Difusão dos Tambores Japoneses em Santa Catarina – Taiko

Instituição proponente:Federação das Associações Nikkeys de Santa Catarina / FANSC

As tradições milenares do folclore japonês são cultivadas e divulgadas pelo Ponto de Cultura Difusão dos

Tambores Japoneses em Santa Catarina, compartilhando os conhecimentos sobre a temática e a técnica

de sua cultura através da música, da dança e do teatro. Com ênfase no taiko (arte dos tambores), o projeto

mantém sede em Joinville e apresenta a peculiaridade de manter outras sedes integralmente constituídas

nos municípios de Florianópolis, Caçador (região oeste), Curitibanos, Frei Rogério e São Joaquim (serra

catarinense), estendendo as suas ações e multiplicando os saberes do taiko num território total de cerca de 1

milhão e 200 mil habitantes. Nas oficinas, apresentações, palestras e participações em feiras e exposições, o

Ponto procura disseminar a “cultura de paz” e o respeito ao meio ambiente, sendo o seu público principal os

estudantes das escolas públicas. O esforço físico necessário à execução dos tambores e a energia visual das

apresentações são características dessa tradição cultural, contribuição dos imigrantes nipônicos para a rica

diversidade étnica catarinense.

97

98

JoinvilleMesorregião Norte Catarinense

População estimada em 2014: 554.601 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

O Itinga Pede PassagemInstituição proponente:Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Itinga / Amorabi

Narrar histórias do bairro Itinga por meio da música, do cinema e do teatro – esse foi o eixo da atuação

do Ponto de Cultura no decorrer de três anos, desenvolvendo uma das linguagens a cada ano. Na

área de teatro, especificamente, o projeto O Itinga Pede Passagem desenvolve a técnica do Teatro Playback

– gênero dramático em que o grupo de performers (atores, músico e condutor) improvisa em cena histórias

pessoais narradas pela plateia –, usando-o como instrumento para a coleta de recontos, história oral e,

também, imagens da comunidade. Como complemento às suas atividades artísticas, o Ponto de Cultura

ofereceu oficinas de artesanato, de criação de máscaras da Commedia Dell’Arte, de circo (acrobacia, perna de

pau e malabares) e de técnica de Teatro Playback. Pelo projeto, o coletivo Abismo Teatro de Grupo (nascido

de oficinas anteriores ministradas pela Amorabi) realizou cinco apresentações e, a partir dos dados coligidos

em cena, organizou, editou e publicou um impresso, na forma de encarte, contendo uma síntese de sua

pesquisa histórica sobre o Itinga.

99

100

JoinvilleMesorregião Norte Catarinense

População estimada em 2014: 554.601 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Polo de Produção Musical Instituição proponente:Sociedade Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville

A tradicional Sociedade Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville concebeu o projeto do Ponto de

Cultura com a intenção de criar um pólo de produção musical organizado em torno de várias ações

de instrução musical. Dedicado aos bombeiros-mirins e a crianças a partir de dez anos de idade, o programa

educativo inclui a formação básica em teoria musical, a prática do instrumento (individual e em grupo), o

aprendizado dos fundamentos de informática musical (em que o estudante aprende a confeccionar partituras),

e, também, a orientação básica quanto a conservação e a manutenção de cada um dos instrumentos. Um

dos resultados do projeto foi a aquisição de vários instrumentos de madeira e de percussão usados nas

apresentações à comunidade. A ação do Ponto de Cultura Polo de Produção Musical é disseminada nas

escolas da rede pública numa série de apresentações didáticas, nas quais o público toma contato com o

fundamento, as famílias de instrumentos e os gêneros da arte da música.

101

102

LagesMesorregião Serrana

População estimada em 2014: 158.846 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Centro de Cultura Afro Brasileiro de Lages Instituição proponente:OBATALÁ – Movimento Negro de Lages

O Centro de Cultura Afro Brasileiro de Lages é o estágio presente de um processo iniciado em 1988,

com as comemorações do Centenário da Abolição da Escravatura no Centro Cívico Cruz e Sousa, em

que o Grupo Teatral Obatalá encenou “Memórias de um negro” e Sebastião Ataíde lançou o livro “O Negro

no Planalto Lageano”. Vinculado por quase duas décadas à Pastoral do Negro – chegando a subdividir-

se em Pastoral Afro e Grupo Obatalá –, o coletivo originou o Grupo de Dança Afro Erê, e passou a se

denominar Obatalá/Movimento Negro de Lages em 2008. Fruto dessa história, foi criado em 2010 o Centro

de Cultura Afro Brasileiro de Lages, um Ponto de Cultura que aplica a educação não formal (nos termos da

Lei federal nº 10.639/03) para fomentar conhecimentos sobre a história das culturas africana e afrobrasileira,

também promovendo a conscientização, a autoestima e a conquista da cidadania de crianças e adolescentes

negros. Nessa ação de reconhecimento, o PdC Centro de Cultura mantém videoteca e biblioteca e oferece

regularmente oficina de arte e de dança afro, palestras e exposições temáticas sobre a cultura afrobrasileira.

103

104

LagesMesorregião Serrana

População estimada em 2014: 158.846 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Cultura, Memória e Desenvolvimento Instituição proponente:Associação dos Amigos do Museu Histórico Thiago de Castro

Conhecimento, valorização e preservação do acervo do Museu Histórico Thiago de Castro são as metas

do Ponto de Cultura que se estrutura como núcleo permanente de salvaguarda da memória e do

patrimõnio cultural lageano. Entre as ações do PdC Cultura, Memória e Desenvolvimento constam oficinas

de educação patrimonial destinadas a estudantes do ensino fundamental, visitas monitoradas ao Museu e

cursos de formação de agentes culturais, além da organização do Núcleo Permanente de Preservação Cultural,

que procura reunir a base documental das culturas serranas. O intuito maior é a interação entre a comunidade

e o Thiago de Castro, aproximando-os com ações que se orientam pelo diálogo e pela criatividade, à procura

de firmar a cidadania e a identidade regional.

105

106

LagesMesorregião Serrana

População estimada em 2014: 158.846 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Cultura Popular no Rumo de João Maria Instituição proponente:Associação Cultural Matakiterani

O Ponto de Cultura se organiza em torno de uma rede de relações para democratização das culturas

da Serra catarinense, tendo o profeta da Guerra do Contestado (1912-1916) como referência, e dá

continuidade às atividades da Matakiterani, como “Ação Griô” e “Pontinhos de Cultura” e os espetáculos

“Causos da Serra” e “Recomendação das almas”. As suas ações destinam-se a crianças, adolescentes, adultos

e idosos. O Núcleo de Celebração, que reúne os sábios e ensinadores da cultura popular, realiza a Roda de

Causos e a Mostra do Campo, enquanto o Núcleo de Releitura dedica-se ao registro em áudio dos saberes

populares e oferece a Oficina Vivência Digital, voltada à produção de conteúdo audiovisual, fotográfico e

textual/impresso de natureza documental. O Núcleo de Criação promove a Vivência do Sagrado – oficina

destinada ao reconhecimento da religiosidade transmitida oralmente, expressa em santos, mitos, rezas, ritos

e locais sagrados e mediada pelos capelães, recomendadores de alma, benzedeiras, sortistas e devotos de São

João Maria –, a oficina Vivência das Tradições – que recupera técnicas ancestrais das populações indígenas,

afro-brasileiras e descendentes de colonizadores, além dos fazeres do Caminho das Tropas, com aprendizes

no fabrico de objetos e no preparo de alimentos a partir de matérias-primas locais –, e a oficina Vivência das

Artes, que realiza intervenções teatrais, musicais e narrativas e estimula a criação de grupos artísticos. O PdC

também produziu a revista “Dança do Urubu” e o CD do trovador e repentista Bruno Antunes.

107

108

LagesMesorregião Serrana

População estimada em 2014: 158.846 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Teatro Circula-dô Instituição proponente:Grupo de Teatro Menestrel Faze-dô

Originado no Grupo de Teatro Menestrel Faze-Dô – associação de artistas que trabalha com Teatro de

Rua e Teatro de Formas Animadas desde 1993 –, o projeto do Ponto de Cultura Teatro Circula-Dô

dedica-se ao registro da cultura popular, em especial a cultura cabocla, e promove suas ações artísticas nos

ambientes rural e urbano dos municípios da região serrana. Estudantes da rede pública e grupos de terceira

idade têm contato com espetáculos como “Bulha dos Assombros” (teatro de rua com bonecos gigantes),

“Praga de Mãe” (teatro de bonecos), “Avental Animado” (teatro de animação), “Méri” (teatro de bonecos de

pano) e “Dilema de Artie” (teatro de marionetes) – e com a exibição dos filmes cedidos pela Mostra de Cinema

Infantil de Florianópolis e pelo Sesc/Cultura. Entre as ações de formação do Teatro Circula-Dô destacam-se

a roda de contadores de histórias e as oficinas da memória (dedicada à terceira idade) e do imaginário popular

(destinada a estudantes da rede pública), das quais resultaram os registros da cultura popular cabocla em

áudio e vídeo. A partir desses relatos foram montados os espetáculos “Amora e jaguatirica”, “homem que se

casou com a sereia” e “Teatro de mamulengos”. Entretecendo relações e apresentações nos municípios de

Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro, Lages, Bom Jardim da Serra, Painel, Rio Rufino e São José do

Cerrito, o Teatro Circula-Dô intercambiou suas experiências com outros Pontos de Cultura em Florianópolis,

Fraiburgo, Passos Maia, Rio do Sul, Sombrio e Lages.

109

110

PalmitosMesorregião Oeste Catarinense

População estimada em 2014: 16.266 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Dó, Ré, Mi – Cultura e Arte ao Alcance de Todos Instituição proponente:Associação Coral de Palmitos / ACORPA

A cultura musical expressa pelos corais, bandas e orquestras é um traço marcante de Palmitos, município

formado por imigrantes riograndenses de ascendência alemã e italiana. O Ponto de Cultura é uma

expansão das ações da Associação Coral de Palmitos (criada em 1991) e oferece, regularmente, oficinas

de canto voltadas a crianças, adolescentes, adultos, idosos e portadores de necessidades especiais. As suas

atividades artísticas incluem o teatro e as danças folclóricas, sempre enfatizando as tradições locais. A geração

de trabalho e renda por meio da arte é o princípio do trabalho do Ponto de Cultura Dó, Ré, Mi – Cultura e

Arte ao Alcance de Todos.

111

Passos MaiaMesorregião Oeste Catarinense

População estimada em 2014: 4.351 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Arte, Comunicação e Cultura na Reforma Agrária Instituição proponente:Associação Regional Cultural dos Assentamentos da Brigada Maria Rosa / Arcamar

Situado na área rural de Passos Maia, o PdC Arte, Comunicação e Cultura na Reforma Agrária promove

uma série de ações socioculturais que atendem crianças, jovens e adultos dos assentamentos Zumbi dos

Palmares e Maria Rosa, ações que se estendem às escolas públicas de outras comunidades do município, com

apoio da Secretaria Municipal de Cidadania e Reforma Agrária. Cursos semanais de capoeira, dança, violão

e teatro são promovidos como parte da proposta de arte e comunicação, sempre reafirmando traços da

cultura do Sul do Brasil. O Ponto de Cultura também realiza o Encontro Cultural, no assentamento Zumbi

dos Palmares, que reúne apresentações de gaiteiros e violeiros e integra as comunidades de Passos Maia e dos

municípios de Vargeão e Faxinal dos Guedes.

112

São BonifácioMesorregião da Grande Florianópolis

População estimada em 2014: 2.966 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Resgate da Cultura AlemãInstituição proponente:Grupo Folclórico Kleine Tänzer de São Bonifácio

As culturas material e imaterial de ascendência alemã em São Bonifácio são renovadas pelo Ponto de

Cultura do Grupo Folclórico Kleine Tänzer – pequenos dançarinos, em tradução literal –, que realiza

um amplo projeto de registro e documentação nas áreas de música, folclore, ludicidade (jogos e brinquedos),

gastronomia e arquitetura. As ações do PdC Resgate da Cultura Alemã, com ênfase nas coreografias e nos

trajes típicos, incluem oficinas temáticas sobre culturas de colonização germânica, cursos de língua alemã e

uma pesquisa de campo com o registro em áudio (envolvendo entrevistas em meio digital, registro fotográfico

e transcrição) dos tradicionais tocadores de gaita de boca, acordeão e violão. No campo da cultura imaterial, o

Ponto de Cultura procede a identificação e o registro das brincadeiras e jogos tradicionais dos imigrantes, dos

pratos típicos da gastronomia regional e das edificações em estilo enxaimel (uma técnica ancestral baseada

no encaixe de peças de madeira), no intuito de criar um Mapa Temático da arquitetura local. Crianças,

adolescentes e idosos participam das ações do Ponto de Cultura, que abrange participações em eventos

comunitários de São Bonifácio, como a Kleines Bier Fest (pequena festa da cerveja).

113

114

São JoséMesorregião da Grande Florianópolis

População estimada em 2014: 228.561 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Laélia Purpurata Instituição proponente:Instituto Laélia Purpurata

O Ponto de Cultura Laélia Purpurata ativa comunidades dos municípios de São José, Biguaçu e Tijucas

para a criação de oportunidades de trabalho e renda a partir dos próprios meios sustentáveis. Os seus

projetos socioculturais se organizam em torno da Arte Terapia – com ações realizadas nas Associações de

Pais e Amigos dos Excepcionais/APAEs –, da Arte Educação – com atividades nas escolas públicas –, e da

capacitação de gestores culturais; monitores do CRAS, CREAS e APAEs; professores da rede municipal de

ensino; grupos de artesãos e de artistas. Laélia Purpurata também estende as atividades aos asilos e aldeias

indígenas da Grande Florianópólis. As suas práticas incluem oficinas de artes cênicas, cerâmica, escultura e

papel reciclado, e oficinas profissionalizantes de corte de cabelo, maquiagem, artesanato natalino e artesanato

sustentável feito com resíduos de fios e panos. Além de crianças, adolescentes e idosos, o PdC enfatiza o

trabalho com as mulheres e estende suas ações sociais a vários grupos excluídos, em especial indígenas da

etnia Guarani-Mbyá. Nesse campo de inclusão social, destacam-se a produção de um presépio em tamanho

natural criado pelos internos do Instituto Kayros (Biguaçu), uma instituição dedicada à reabilitação de

dependentes químicos, e as apresentações de teatro de bonecos na APAE de São José. Conciliando os saberes

do artesanato regional à consciência ambiental do artesanato sustentável, o PdC Laelia Purpurata pretende

renovar as culturas material e imaterial dessa região do litoral catarinense.

115

116

SearaMesorregião Oeste Catarinense

População estimada em 2014: 17.395 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Italiani Tra la Gente Instituição proponente:Associação Italiana Vêneta de Seara / ASSIVES

A preservação da cultura de ascendência vêneta em Seara é a premissa do Italiani Tra la Gente, que se

dedica a pesquisas sobre as culturas material e imaterial dos imigrantes. Nessa proposta, o Ponto de

Cultura realizou o registro da história oral, com gravações de relatos pessoais, e compilou manuscritos que

descrevem a vida e as tradições dos antepassados, produzindo um livro (com tiragem de 150 exemplares) que

foi distribuído à comunidade. Entre suas ações de fomento da cultura local destacam-se as aulas de língua

italiana (ministradas em dois níveis), o grupo de dança folclórica e o coral infanto-juvenil, que interpreta

canções italianas e brasileiras. Destinado a crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, o Ponto de Cultura

Italiani Tra la Gente também oferece oficinas breves de informática, buscando preparar o estudante para o

mundo do trabalho.

117

118

VargeãoMesorregião Oeste Catarinense

População estimada em 2014: 3.590 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

O Pequeno Grande Artesão Instituição proponente:Clube da Mulher Vargeonense

A ação social do Clube da Mulher Vargeonense originou O Pequeno Grande Artesão, um projeto de

formação que tem, entre os seus princípios, o lazer e a capacitação. O Ponto de Cultura oferece oficinas

de costura e artesanato – atividades que contribuem para o aumento dos rendimentos das famílias –, além de

oficinas de dança e de contação de histórias, destinadas aos adolescentes e jovens da rede pública de ensino.

O preparo de novos músicos para a Fanfarra é uma das ações que se destacam entre as atividades do Ponto

de Cultura, uma iniciativa que orienta e prepara a autogestão do grupo de artesãos locais.

119

XanxerêMesorregião Oeste Catarinense

População estimada em 2014: 47.679 habitantes (Fonte: IBGE)

Ponto de Cultura

Catarina de Raízes Culturais Instituição proponente:Associação Vêneta de Xanxerê

As ações do Ponto de Cultura Catarina de Raízes Culturais procuram articular artes manuais tradicionais

e cultura digital em uma proposta de formação que contempla crianças e adolescentes da rede pública

de ensino, prioritariamente em áreas em situação de vulnerabilidade social. Realizadas em parceria com a

Escola de Educação Básica Joaquim Nabuco, a Casa de Cultura Maria Rosa e a Comunidade Senhor Bom

Jesus (responsáveis pela cessão das salas de aulas), as oficinas incluem o aprendizado de artesanato, acordeão,

canto coral e violão, além de crochê, tricô e macramê (técnica de tecelagem manual). Na área de cultura digital,

o Ponto de Cultura realiza oficinas de ambientalização visual em software livre e linguagem multimídia.

120

Santa Catarina em RedePonto de Cultura

Pontão Ganesha de Cultura Digital

Instituição proponente:Associação Cultural Alquimídia

Dedicada desde 2002 à produção cultural independente e à democratização da comunicação, a Associação

Cultural Alquimídia concebeu, em 2009, um desdobramento de sua articulação entre movimentos

sociais e produtores culturais que originou o Pontão de Cultura Digital Ganesha, nome que alude à divindade

hindu “mestre da sabedoria”. Como articulador da comunicação inclusiva e participativa da Rede de Pontos

de Cultura de Santa Catarina, o Pontão também divulga ações culturais dos estados do Paraná e Rio Grande

do Sul, sendo, na prática, um núcleo de Cultura Digital que atua na produção de conteúdos e animação de

redes, além de instrumentalização e tecnologia. O portal eletrônico do Ganesha – www.ganesha.org.br –

tem se convertido em agência de notícias de ações públicas e da sociedade civil pautadas pelo fomento à

diversidade cultural brasileira.

121

122

123

TEIA CATARINA

2015

124

CARTA DA TEIA CATARINA / 2015 Ao Governo do Estado de Santa Catarina À Secretaria de Estado do Turismo, Cultura e Esporte À Fundação Catarinense de Cultura À Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Ao Ministério da Cultura À Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura Demais Órgãos Culturais e Dirigentes Culturais do Estado Brasileiro e do Estado de Santa Catarina.

125

A TEIA CATARINA - Conexões

Sustentáveis 2015, realizada na cidade

de Florianópolis (SC), nos dias 29, 30 e 31 de

Janeiro de 2015, foi um marco no processo

de mobilização, articulação e, sobretudo,

de afirmação cultural e política dos Pontos

de Cultura em nosso Estado. O Programa

Cultura Viva em Santa Catarina teve início

em 2005, com a implantação de 18 pontos

de cultura selecionados e conveniados dire-

tamente com o Ministério da Cultura. A atual

Rede de Pontos do Estado de Santa Catarina

teve início no ano de 2009, e somente agora,

depois de quase seis anos, é que finalmente

conseguimos realizar este tão aguardado e

necessário reencontro.

Nesse período, a Rede de Pontos

de Santa Catarina não ficou parada.

Participamos ativamente da Teia e do Fórum

Nacional na cidade de Fortaleza (CE), em

2010, e, nos anos seguintes, realizamos

diversas atividades de Articulação da rede

por todo o estado, em encontros regionais

126

de educação popular, cultura digital,

economia solidária, prestação de contas e

gestão cultural, participando novamente

da Teia e Fórum Nacional na cidade de

Natal (RN), em maio de 2014. Nestes dois

momentos, participamos ativamente, com

inúmeros representantes fazendo parte da

Comissão Nacional dos Pontos de Cultura

Em 2013, realizamos nosso Fórum

Estadual dos Pontos de Cultura, com a

participação de mais de 30 Pontos de todas

as regiões de Santa Catarina. Os Pontos

de Cultura representam a pluralidade, a

riqueza e a diversidade do nosso povo

e de nossa nação. Formamos um corpo

robusto e íntegro, composto pelas diversas

caras, cores, sotaques, saberes e fazeres que

expressam a beleza de nossa gente. Por isso

mesmo, estamos entre os agentes sociais

que melhor conhecem as dificuldades e as

potencialidades de nosso povo e do nosso

País. Somente esse simples fato, em um

contexto democrático, deveria ser suficiente

127

para que o Estado tomasse medidas ime-

diatas e efetivas não somente para derrubar

os obstáculos que nos limitam, como tam-

bém para ampliar os espaços e canais de

diálogos e de participação dos Pontos de

Cultura no planejamento, na implementação

e na avaliação de políticas públicas das mais

diversas áreas.

Em 2014, alcançamos nossa grande

vitória que foi a aprovação da Lei Cultura

Viva pelo Congresso Nacional. O Estado

reconheceu a necessidade de construirmos

novos mecanismos de implantação e acom-

panhamento das ações do Programa Cultura

Viva na base de nossas comunidades, reco-

nhecendo sua diversidade cultural.

Precisamos avançar, e fazer com que

o estado deixe de ser o tutor e sim o fomen-

tador da cultura por seus fazedores cultu-

rais. É nesse sentido que reafirmamos a ne-

cessidade tanto de continuidade, ampliação

e avanço do Programa Cultura Viva, ressal-

tando e fortalecendo seus valores e prin-

128

cípios fundamentais, quanto da instituição

definitiva de novas formas de relação entre

Estado e sociedade libertos do paradigma

paternalista e da visão impositiva que carac-

teriza boa parte das políticas públicas.

Para tanto, é primordial uma concep-

ção de Estado que, ao invés de impor, dis-

ponha as condições e os meios para o pleno

exercício da cidadania cultural, promovendo

autonomia, protagonismo e empoderamento

social. A política nacional Cultura Viva, insti-

tuída pela Lei 13.018, de 2 de Julho de 2014,

estabelece que tal política é de responsabili-

dade do Ministério da Cultura, dos Estados,

do Distrito Federal e dos municípios inte-

grantes do Sistema Nacional de Cultura.

Nesse sentido, pleiteamos o avanço

do processo de estruturação do Sistema Es-

tadual de Cultura, de modo a integrar ple-

namente o estado no acesso aos programas

e recursos do Fundo Nacional de Cultura, e

pleiteamos maior estruturação do Escritório

Regional do Ministério da Cultura em Santa

129

Catarina. Pleiteamos o imediato incremento

da Rede de Pontos de Cultura em Santa Ca-

tarina, visto que neste momento não temos

nenhum Ponto com atividades fomentadas

em nosso estado, e que seja garantida a par-

ticipação de todas as expressões culturais e

regiões do estado nesta rede.

Reivindicamos junto ao Governo do

Estado (SOL) e ao Ministério da Cultura o

imediato lançamento de novo Edital dos

Pontos de Cultura, triplicando os atuais 60

para 180 instituições fomentadas. Pleitea-

mos que a Assembleia Legislativa promova

a tramitação da Lei Cultura Viva Estadual,

com ampla discussão e participação social

dos Pontos de Cultura e demais coletivos

culturais catarinenses, garantindo os avan-

ços do programa como políticas de Estado,

permanentes e continuadas. Precisamos

que o Estado de Santa Catarina se estrutu-

re, criando uma equipe de apoio à rede de

Pontos de Cultura, com equipe mobiliza-

dora, que possa dar o suporte de acompa-

130

nhamento e gestão aos Pontos de Cultura,

e ainda incorpore o Programa Cultura Viva

como política estratégica do Sistema Esta-

dual de Cultura.

Pleiteamos que o Ministério da Cul-

tura, por meio da Secretaria da Cidadania e

Diversidade Cultural promova a prorrogação

do prazo no convênio 0369/2007 – Pontos

de Cultura de Santa Catarina, em vigor, e

autorize a utilização dos recursos existentes

como saldo em conta bancária, para que pos-

sam ser realizadas ações de formação e qua-

lificação cultural, voltadas, principalmente,

para a sustentabilidade da Rede de Pontos de

Cultura de Santa Catarina.

Florianópolis SC, 31 de Janeiro de 2015.

REDE DE PONTOS DE CULTURA

DE SANTA CATARINA – PONTOS CATARINA

131

132

Este livro foi composto com a fonte Garamond, pela Studio S - Diagramação e Design,

e impresso na gráfica da DIOESC - Diretoria da Imprensa Oficial e Editora de Santa Catarina

em junho de 2015.