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Presidência da República
Dilma RoussefPresidenta da República
Ministério da Cultura
Juca FerreiraMinistro de Estado da Cultura
Secretaria da Cidadaniae da Diversidade Cultural
Ivana BentesSecretária SCDC/MinC
Governo do Estado de Santa Catarina
João Raimundo ColomboGovernador
Secretaria de Turismo, Esporte e Cultura
Filipe Freitas MelloSecretário
Fundação Catarinense de Cultura
Maria Teresinha DebatinPresidente
Mary Elizabeth Benedet GarciaDiretoria de Difusão Artística
Carolina FreitasCoordenação dos Pontos de Cultura/SC
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Coordenação geralMARY ELIZABETH BENEDET GARCIA
Edição e redaçãoDENNIS RADÜNZ
Produção gráficaSTUDIO S DIAGRAMAÇÃO E ARTE VISUAL
FotografiasGESTORES DOS PONTOS DE CULTURA/SCE COBERTURA COLABORATIVA TEIA CATARINA
Equipe de pesquisa e apoio técnicoALINE BORDIGNON,, CAROLINA FREITAS, EUGÊNIO LACERDA e MOYSÉS LAVAGNOLI
A DDA/FFC agradece a Albertina Medeiros Porto, Cristina Dreyer Machado, Márcia Rollemberg, Odair Teresinha Wendt Pereira e Sérgio Mibielli.
Todas as informações específicas sobre as ações e as atividades,
bem como acerca dos resultados alcançados e do público atingidosão de responsabilidade dos coordenadores de cada um dos PdC.
P818Pontos de cultura de Santa Catarina / Dennis Radünz (Org.) – Florianópolis: FCC, 2015.
132 p. ; il. (fotografia) 21 cm x 21 cm
ISBN : 978-85-856412-52
CDU: 316.721. Cultura. 2. Arte. 3. Inclusão social. 4. Pontos de cultura. 5. Programa Cultura Viva 6. Radünz, Dennis (Org.) I. Título.
Elaborado por Antonio José Santana Vieira CRB 14/1405
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Um ponto mais um ponto cria a linha que desenha e
expressa ideias e coisas.
Gilberto Gil - Discurso na Teia/SP
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Sumário
Apresentação - Filipe Mello / 13
Conquistas culturais e benefícios sociais -Maria Teresinha Debatin / 14
Autovalorização: inclusão social e emoção -Mary Elizabeth Benedet Garcia / 15
Direto aos Pontos: o direito à cultura / 17
ÁGUA DOCECultura e Cidadania nas Áreas de Reforma Agrária /22
ARARANGUÁJuventude Luzes do Amanhã / 24
BLUMENAUFotografia para Todos / 26Grupo de Dança Belli Balli / 28Nossa Força, Nossa Música / 30
BOMBINHASEscola da Terra Engenho do Sertão / 32
BOTUVERÁOficina Artística e Cultural / 34
BRAÇO DO NORTEBraço da Cultura / 35
BRAÇO DO TROMBUDOGuerreiros do Amanhã / 36
CAMPO ALEGRESemeando Cultura / 37
CAMPO ERÊCultura para Todos – Arte, Cultura e Inclusão Social / 38
CANOINHASTecendo a Cultura Contestada / 40
CAXAMBU DO SULUma Cidade tem que ter Memória / 42
CHAPECÓImagem e Ação Jovem / 44
CONCÓRDIADesenvolver / 46
CORONEL FREITASDanças e Contradanças / 45
CRICIÚMAEscolinha de Cinema / 48Multiplicando Talentos / 50
CURITIBANOSMúsica no Planalto / 52
DIONÍSIO CERQUEIRAArte sem Fronteira / 53
FLORIANÓPOLISArreda Boi / 54Baleeeira / 56Barca dos Livros: Porto de Leituras / 58Capoeirando com as Crianças / 60Carijó Espaço de Arte / 62Casa da Cultura / 64
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Educação Musical Popular / 66Engenhos de Farinha / 68Uma Ilha se Olha 2 / 70Pescadores de Cultura / 72Toca / 74Travessa Cultural / 76
FORMOSA DO SULTom sobre Tom: Música, Expressão e Arte / 78
FRAIBURGOCultura Solidária / 80
IÇARARádio Comunitária como Instrumento de Inserção Sociocultural de Menores na Construção da Cidadania / 82
ITAJAÍNossa Arte / 84Núcleo Experimental de Formas Animadas - NEFA / 86
JAGUARUNAGerminar - Núcleo Artístico Cultural / 88Tecendo Cultura / 90
JARAGUÁ DO SULMestre Manequinha / 92Villa Coral / 94
JOINVILLEDifusão dos Tambores Japoneses em Santa Catarina - TAIKO / 96O Itinga Pede Passagem / 98Polo de Produção Musical / 100
LAGESCentro de Cultura Afro Brasileiro de Lages / 102Cultura, Memória e Desenvolvimento / 104Cultura Popular no Rumo de João Maria / 106
Teatro Circula-dô / 108
PALMITOSDó, Ré, Mi – Cultura e Arte ao Alcance de Todos / 110
PASSOS MAIAArte, Comunicação e Cultura na Reforma Agrária / 111
SÃO BONIFÁCIOResgate da Cultura Alemã / 112
SÃO JOSÉLaélia Purpurata / 114
SEARAItaliani Tra la Gente / 116
VARGEÃOO Pequeno Grande Artesão / 118
XANXERÊCatarina de Raízes Culturais / 119
SANTA CATARINA EM REDEPontão de CulturaPontão Ganesha de Cultura Digital / 120DocumentoCarta da Teia Catarina 2015 / 124
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Mesorregião sul catarinense ARARANGUÁBRAÇO DO NORTECRICIÚMAIÇARAJAGUARUNA
Mesorregião serrana CURITIBANOSLAGES
Mesorregião do Vale do ItajaíBLUMENAUBOMBINHASBOTUVERÁ BRAÇO DO TROMBUDOITAJAÍ
Mesorregião da Grande FlorianópolisFLORIANÓPOLISSÃO BONIFÁCIOSÃO JOSÉ
Mesorregião norte catarinenseCAMPO ALEGRECANOINHASJARAGUÁ DO SULJOINVILLE
Mesorregião oeste catarinenseÁGUA DOCE CAMPO ERÊCAXAMBU DO SULCHAPECÓCONCÓRDIACORONEL FREITASDIONÍSIO CERQUEIRAFORMOSA DO SULFRAIBURGOPALMITOSPASSOS MAIASEARAVARGEÃOXANXERÊ
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Apresentação
O Programa Cultura Viva/Pontos de Cultura é o mais significativo trabalho de caráter comunitário
que envolve a cultura e a arte de forma descentralizada, algo sem precedentes no território catarinense. É o
pleno desenvolvimento de uma política que permite o exercício da cidadania. O Estado de Santa Catarina
conta atualmente com 55 Pontos de Cultura em plena execução, fruto do convênio com o Ministério da
Cultura, firmado no final de 2007. As atividades desenvolvidas pelos Pontos refletem a nossa diversidade
cultural, abrangendo expressões tradicionais étnicas, ações socioeducativas em comunidades rurais e
urbanas e atividades ligadas à economia criativa. Portanto, é de extrema importância para o Estado de
Santa Catarina consolidar os Pontos de Cultura como uma política pública, essencialmente democrática.
O Programa Cultura Viva surgiu para fortalecer o protagonismo cultural na sociedade brasileira,
valorizando as iniciativas culturais de grupos e comunidades e ampliando o acesso aos meios de produção,
circulação e fruição de bens e serviços culturais, tendo como base os Pontos e Pontões de Cultura.
De 2004 a 2012, foram fomentados 3662 Pontos de Cultura em todo o país, dos quais 3034 já
foram conveniados. A prioridade do programa são os convênios com governos estaduais e municipais,
além do Distrito Federal, para fomento e conformação de redes em seus territórios. Atualmente, as
redes estaduais abrangem 25 unidades da federação e o Distrito Federal. Já as redes municipais estão
implementadas, ou em estágio de implementação, em 56 municípios. Para o historiador e escritor
Célio Turino, “Ponto de Cultura é um conceito de autonomia e protagonismo sócio-cultural”. Todo o
protagonismo e a autonomia que os Pontos de Cultura fomentam em Santa Catarina.
Nas páginas desse livro, você está convidado a apreciar a Cultura Catarinense em toda a sua
essência e originalidade.
FILIPE MELLO
Secretário de Estado de Turismo, Cultura e Esporte - SOL
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Conquistas culturais e benefícios sociais
A Fundação Catarinense de Cultura, após oito anos de acompanhamento (2007 a 2015), reconhece
a Rede Estadual de Pontos de Cultura como uma articulação que envolve as comunidades em atividades de
arte, cultura, educação e cidadania. São conquistas culturais e benefícios sociais por meio de cursos, oficinas,
produção de espetáculos e investimento em equipamentos que podem ser conferidos nos 33 municípios
catarinenses que atualmente compõem a Rede.
Temos os mais variados Pontos de Cultura, formando um convite à criatividade e à inclusão social,
desde as mais graciosas atuações artísticas, como das crianças que aprendem harpa em Campo Erê até a
escola de música da Banda da Lapa, que anima as festas de Florianópolis desde 1896. Mas não é só com o ritmo
musical que os Pontos vêm encantando olhares e sentidos os mais sofisticados. A produção audiovisual, o
teatro, o artesanato, a dança, a fotografia, a gastronomia e a literatura são alguns dos segmentos que preenchem
o fluxo da cultura viva, valorizando a atividade cultural de base comunitária em todo o estado. Entendemos que um dos fatores positivos para o desenvolvimento da Rede é o diálogo institucional
com os Pontos de Cultura, bem como o permanente diálogo entre os próprios Pontos. A participação
no processo de decisão, os problemas identificados e a disposição para solucioná-los por meio da conversa
transparente e eficaz constituem fator predominante para o sucesso da gestão deste programa. A interação
permite a colaboração e a troca solidária, previstas na filosofia do Programa Cultura Viva, transformada em
política de Estado, sob a égide da Lei nº 13.018, a partir de 23 de julho de 2014 - Lei Cultura Viva e o empenho
responsável e entusiástico da Equipe da Fundação Catarinense de Cultura e a garantia do sucesso já colhido e
do futuro projetado.
Vida longa à Rede dos Pontos de Cultura de Santa Catarina!
MARIA TERESINhA DEBATIN
Presidente da Fundação Catarinense de Cultura
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Autovalorização: inclusão social e emoção
Santa Catarina é todo um atlas de culturas – a sua reconhecida diversidade, sem uma identidade única
e maior que apague as muitas identidades culturais, é a condição de sua originalidade. Originalidade que a Rede
dos Pontos de Cultura de Santa Catarina vive diariamente, com seriedade, emoção e inclusão social. Trata-se
da política pública de cultura mais eficiente, porque estrutura o trabalho das comunidades e atribui respeito e
reconhecimento ao que é genuíno e ancestral, ao inovador e ao autoral, ao tradicional e ao contemporâneo.
O programa Cultura Viva e os Pontos de Cultura vão ao cerne do que é singular e, de singularidade em
singularidade, desenham o coletivo e o plural. O valor com emoção: um programa delicado e intenso.
Recordo – e recordar significa “trazer de novo ao coração” – as apresentações do II Fórum
Catarinense dos Pontos de Cultura, primavera de 2013, e o quanto eram plenas de significado, com
humildade e arrebatamento, as expressões de um trabalho de base que se enraíza, frutifica e alimenta toda
Santa Catarina. Nesse sentido, recordo também a Oficina Crê Ser – coordenada por Sofia Camargo e
realizada pela Diretoria de Difusão Artística da FCC em 2008 e 2009 – que levava arte e autovalorização
para crianças e jovens em situação de risco em Blumenau, Bom Jesus, Maravilha, Rio dos Cedros, Rio
Fortuna e Treze Tílias. Em vias paralelas, o Crê Ser e a Rede dos Pontos de Cultura vitalizaram o tecido
social do estado – ambos reconhecem o valor de cada comunidade.
Com a Rede de Pontos de Cultura, o estado tem, pela primeira vez, o desenho da produção cultural
de base, vivida em comunidade, criada e transmitida localmente. Um local (bairro Lagoão, Araranguá, por
exemplo) encontra outro local (as áreas rurais de Vargeão ou Passos Maia) e prolonga, assim, a rede das
culturas. É uma cartografia que não se reduz aos acidentes geográficos ou aos indicadores econômicos.
O mapeamento que essa publicação realiza é um primeiro inventário dos lugares exatos nos quais as
artes e as culturas tomam corpo e ganham vida. Não são pontos finais – são pontos de chegadas e de partidas.
MARY ELIZABETh BENEDET GARCIA
Diretoria de Difusão Artística/Fundação Catarinense de Cultura
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Introdução
DIRETO AOS PONTOS: O DIREITO À CULTURA
Dos assentamentos da reforma agrária em Água Doce e Passos Maia a uma rádio comunitária em
Içara. Do bairro Itinga, em Joinville, onde os moradores encenam a própria história, à produção de vídeos
pela comunidade do Cristo Rei, em Criciúma. Da localidade do Serril, em Braço do Trombudo, marcada
pelo êxodo rural, ao Teatro Carlos Gomes, em Blumenau. Ou da fronteira entre Brasil e Argentina,
em Dionísio Cerqueira, ao limiar marinho de Bombinhas, antiga vila pesqueira, todos os pontos se
tocam no espaço e alcançam o ilocável digital do Pontão Ganesha e da TV Floripa. São todos pontos de
uma rede sem um centro, como são as formações identitárias no agora: descentradas, dialogadas, sem
monolinguismos. Todos os lugares da Rede dos Pontos de Cultura de Santa Catarina. É pela Rede que
transitam os mestres griô e os movimentos negros de Jaraguá do Sul e Lages; os caboclos devotos de São
João Maria; os descendentes de alemães (bávaros, pomeranos) e italianos (vênetos, trentinos) e os mestres
dos tambores japoneses – taiko. É pela Rede de Pontos de Cultura que a tradicional Banda da Lapa –
surgida no século XIX no Ribeirão da Ilha – encontra as crianças que leem pela primeira vez o mundo a
bordo da biblioteca comunitária Barca dos Livros, na Lagoa da Conceição, Florianópolis. Uma rede que
enreda vivências diárias de ética, cidadania e direito à infância e as conjuga com o Vale-Cultura, com as
bolsas de estudo de arte e com a Escola Viva.
Nos Pontos de Cultura catarinenses se entrecruzam a história oral, o balé clássico, os engenhos
de farinha, a música erudita e os relatos populares da Serra revividos no teatro. Também o artesanato
em palha de milho e a pintura em purungo (fruta cabaça). São parte das expressões de um território que
traz, entre suas culturas ancestrais, toda a contribuição dos povos Guarani Mbya, Kaingang e Laklanõ (ou
Xokleng), e configuram Santa Catarina como estado de maior diversidade étnica no Brasil.
A pulsão. A gestão solidária. A inclusão social. Cultura Viva.
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1 De forma embrionária, em 2005, foram criados 18 Pontos de Cultura em Santa Catarina, em convênio direto com o Mi-nistério da Cultura.2 Estão inativos os PdCs de Araquari, Caçador, Laguna, Maravilha e São Francisco do Sul.
HISTÓRICO - Lançado pela Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte / Fundação Catarinense
de Cultura (SOL/FCC) em 20 de outubro de 2008, o Edital de Seleção Nº01/08 realizou a convocatória
para sessenta projetos de Pontos de Cultura de iniciativa de instituições catarinenses da sociedade civil1,
em cumprimento ao convênio firmado entre a União/Ministério da Cultura e o Governo do Estado
– via Convênio nº 369/2007, de 31 de dezembro de 2007, publicado no Diário Oficial da União de
15 de janeiro de 2008 (Seção 3, página 11) – para edição estadual do programa federal Mais Cultura
(Decreto 6.226, de 4 de outubro de 2007). Daquela seleção surgiu a Rede de Pontos de Cultura do Estado
de Santa Catarina, que integra 55 núcleos de produção e disseminação cultural2 que se orientam por
“princípios da autonomia, protagonismo e empoderamento social, integrando uma gestão compartilhada
e transformadora”, conforme o Edital, articulando sociedade civil e Estado em uma política cultural de
base comunitária.
CONCEITO - Os Pontos de Cultura realizam, na prática, princípios evocados pela Declaração
Universal sobre a Diversidade Cultural e pela Convenção sobre a Proteção e Promoção da Diversidade de
Expressões Culturais (UNESCO, 2001 e 2005) e são objeto da Meta 23 do “Plano Nacional de Cultura”.
Assim, citado no ato da posse – em janeiro de 2003 – pelo ministro da cultura Gilberto Gil, o conceito
“pontos de cultura” introduziu uma nova concepção de política pública para a área. Segundo ele, o Estado
brasileiro deveria praticar “Do In antropológico, massageando pontos vitais, mas momentaneamente
desprezados ou adormecidos, do corpo cultural do país”. Essa alusão à técnica chinesa de automassagem
aplicada a pontos dos meridianos de energia – “Do in é massagear pontos vitais do organismo humano,
destravar, liberar energias”, nas palavras dele – serviria de ‘princípio ativo’ ao primeiro edital de Pontos
de Cultura, lançado em 2004 pela Secretaria de Programas e Projetos Culturais do MinC.
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CULTURA VIVA – Como “alavanca” dessa política pública, o Cultura Viva – Programa
Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – foi concebido como uma rede orgânica de gestão, agitação
e criação cultural, na qual a articulação maior cabe a cada Ponto de Cultura, a sua base. Ao analisar seu
modelo organizacional, Célio Turino enfatiza que o programa concebe o Ponto como “fluxo” e não
como “estrutura” e considera a cultura não um produto, mas um processo, na equação “autonomia +
protagonismo”. Essa articulação em rede, contra muitos séculos de assistencialismo e de dependência do
poder público, é a condição para o protagonismo e a autonomia em uma sociedade pluralista, sendo que
o Ponto de Cultura não possibilita apenas acesso à população de baixa renda, mas também o direito aos
meios de produção e de disseminação dos seus bens culturais.
Refletindo em 2009 sobre os primeiros cinco anos da experiência dos Pontos de Cultura, Ivana
Bentes argumentava que “é preciso reconhecer a dimensão produtiva desses movimentos que não devem
receber bolsas com contrapartidas, mas bolsas-investimentos, pois eles próprios já são a contrapartida
(Giuseppe Cocco), são os agentes produtivos que estão transformando realidades locais, são modelos
embrionários de transformação radical das políticas públicas. São eles que produzem cultura a partir do
local, vivem e moram em territórios abandonados e revitalizados de dentro”.
Fundamentado na concepção de nação como o necessário convívio de identidades e o direito a
diferença étnica – e não como corpo cultural de identidade única e excludente –, o Programa Nacional de
Promoção da Cidadania e da Diversidade Cultural / Cultura Viva foi reconhecido como Política do Estado
Brasileiro em 23 de julho de 2014 – conforme sancionado pela lei 13.018 –, o que permite assegurar a
continuidade das ações dos Pontos de Cultura e seus vínculos locais a partir da arte, idioma, história, tradições.
Assim, nessa nova gestão do ministro Juca Ferreira, os Pontos de Cultura tornaram-se estratégicos
para toda política pública de direitos, em uma experiência brasileira de gestão participativa que inclusive
tem sido compartilhada com outros países da América Latina.
Uma Cultura Viva a partir dos “pontos vitais” que, conjugados numa rede de base comunitária,
fazem de Santa Catarina campo aberto ao ancestral e ao porvir: tempos que se tocam no ponto do
presente ativo. Por isso as reticências na capa dessa publicação: são três os pontos que fazem coincidir o
passado, o presente e as muitas possibilidades do futuro.
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Pós-escrito - Que o leitor compreenda, no ‘verbete’ sobre cada Ponto de Cultura, o porquê da
repetição de substantivos como ‘ação’, ‘atividade’, ‘oficina’, ‘cidadania’, ‘ética’ ou ‘inclusão’. Não são
redundâncias. Ao contrário, o que cada Ponto realiza é parte de uma trama que se orienta pelos mesmos
princípios. Esse é o idioma comum aos Pontos. Sendo diferentes, defendem as mesmas palavras em nome
da sociedade pluralista, como os pontos de uma mesma linha tecendo a rede das comunidades.
Referências
BARBOSA, Frederico; CALABRE, Lia – Pontos de Cultura: olhares sobre o Programa Cultura Viva. Brasília:
BENTES, Ivana – Redes colaborativas e precariado produtivo. In Periferia. v.1. n.1. Revista do Programa de Pós-Graduação
em Educação, Cultura e Comunicação nas Periferias Urbanas da UERJ – Baixada Fluminense, 2009.
COELHO, Teixeira. Dicionário Crítico de Política Cultural. 2.ed. São Paulo: Iluminuras, 2012.
MINISTÉRIO DA CULTURA – As metas do Plano Nacional de Cultura. Brasília, MinC, 2012.
TURINO, Célio – Ponto de cultura: o Brasil de baixo para cima. 2.ed. - São Paulo: Anita Garibaldi, 2010.
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Água DoceMesorregião Oeste Catarinense População estimada em 2014: 7.121 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Cultura e Cidadania nas Áreas de Reforma Agrária Instituição proponenteClube de Mães Maria Rosa do Assentamento Olaria
O fundamento do Ponto de Cultura do Clube de Mães Maria Rosa é a valorização da manifestação
artística das famílias camponesas dos assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra) situados nos municípios de Água Doce, sede do projeto, Catanduvas e Vargem
Bonita. São ações de cultura e cidadania específicas que procuram evitar o esvaziamento da agricultura,
oferecendo acesso à tecnologia, capacitação e geração de renda. As atividades de inclusão social, com ênfase
nas crianças, jovens e mulheres, compõem-se de cursos de informática básica, corte/costura, crochê, biscuit
(porcelana fria), violão, teatro e artesanato característico da região, ministrados nos assentamentos Olaria,
9 de Novembro, Primeiro de Agosto, Santa Rita, 25 de Julho e 28 de Agosto. O Ponto de Cultura organiza
feiras de artesanato e de produtos orgânicos cultivados nas próprias unidades agrícolas e, também, reuniões
de intercâmbio entre culturas locais, mostras de cinema e eventos como o Encontro Regional de Cultura
Popular, realizado no Centro de Formação Olga Benário, com apresentações de música e seminários como
“A formação do povo brasileiro e a expressão da cultura popular”.
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AraranguáMesorregião Sul Catarinense,
População estimada em 2014: 65.090 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Juventude Luzes do AmanhãInstituição proponente:Instituição Espírita Casa da Fraternidade
Conhecer, pensar e vivenciar são os verbos conjugados pelas ações culturais e socioeducativas do Ponto
de Cultura situado no bairro Lagoão, o Juventude Luzes do Amanhã. A Arte-Educação é seu meio para
a promoção social, sendo na prática um espaço alternativo de criação e produção de cultura, com oficinas
de artes visuais, artesanato, capoeira, dança, musicalização, violão, canto, percussão, teatro, informática e
vídeo-documentário – voltadas a crianças, adolescentes e jovens em situação de vulnerabilidade social –,
além de atividades de reforço escolar e de fomento à Ética e à Cidadania. Fruto do projeto de inclusão
social iniciado pela Casa da Fraternidade em 2001, o Ponto de Cultura mantém a Biblioteca Comunitária
– promovendo o Concurso Literário “Ler é Prazer”, rodas de leituras e contações de histórias –, e realiza
mostras de artesanato e artes visuais, rodas de capoeira (Grupo Grilhões da Liberdade) e espetáculos de
dança, como o balé “Giselle”. Entre seus principais coletivos de arte estão o Grupo de Teatro Luzes do
Amanhã, a Cia. Teatral Bocarela das Palavradas e a Banda Musical Pequenos Talentos. O CD “As coisas
boas do mundo”, gravado pelo Grupo Vocal Vozes do Amanhã, é um dos destaques da ação cultural do
Ponto de Cultura de Araranguá.
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BlumenauMesorregião do Vale do Itajaí
População estimada em 2014: 334.002 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Fotografia para Todos Instituição proponente:Foto Clube de Santa Catarina
O Ponto de Cultura Fotografia para Todos é uma iniciativa do Foto Clube de Santa Catarina – associação
de artistas que fomenta a arte da fotografia no Vale do Rio Itajaí-açu desde 1965 – e se dedica a
promover mostras em espaços não convencionais, como praças, parques, terminais de ônibus e escolas.
Esse princípio de democratização orienta as iniciativas do Ponto de Cultura na conquista de públicos e é
associado a uma série de ações, como oficinas, palestras e produção de material impresso e virtual sobre a
história e técnicas da fotografia, sendo o conteúdo disponibilizado no sítio eletrônico do projeto, em seções
específicas para iniciantes e professores:– <www.fotografiaparatodos.com.br>. A proposta educativa
do Ponto inclui a qualificação profissional de jovens em situação de risco social, na forma de cursos de
formação de auxiliares de fotografia, e a capacitação de multiplicadores das ações: os professores de escolas
da rede pública e os educadores comunitários. Como evento-síntese do projeto Fotografia para Todos, o
“Mês da fotografia” integra palestras, workshops, concursos, exposições e intervenções no espaço urbano.
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BlumenauMesorregião do Vale do Itajaí
População estimada em 2014: 334.002 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Grupo de Dança Belli Balli Instituição proponente:Lira Circolo Italiano di Blumenau
O Grupo de Dança Belli Balli, fundado em 30 de maio de 1989, dedica-se à valorização das tradições
italianas, consideradas meios de lazer, cultura e cidadania. O Ponto de Cultura atua com um repertório
diversificado de dança, baseado no conceito de Folclore de Projeção – coreografias criadas a partir das
características básicas da dança de origem – e o Folclore de Imigração, com a reprodução fidedigna das
danças de procedência trentina ou vêneta, regiões pátrias dos italianos que imigraram no século XIX para o
Vale do Itajaí. O Grupo Belli Balli oferece regularmente oficinas de dança folclórica italiana às comunidades
da periferia de Blumenau e se dedica, também, à pesquisa de coreografia e de indumentária (os trajes típicos)
como formas de avivar a tradição e de exercitar a solidariedade e o respeito à diferença. Na perspectiva de
reconhecer a influência da cultura italiana na formação da população brasileira, o Ponto de Cultura Belli
Balli tem se apresentado frequentemente nos eventos locais “Festitália” e “Semana Italiana”.
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BlumenauMesorregião do Vale do Itajaí
População estimada em 2014: 334.002 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Nossa Força, Nossa Música Instituição proponente:Sociedade Dramática Musical Carlos Gomes
O Teatro Carlos Gomes atua na cultura de Blumenau desde a década de 1860, quando a cidade contava
com mil habitantes, mantendo desde a origem a gestão comunitária e a condição de referência na
cultura teuto-brasileira, com destaque para a música, o teatro e o balé clássico. O Ponto de Cultura Nossa
Força, Nossa Música, nesse contexto, possibilitou o acesso das comunidades da periferia à Escola Superior
de Música, sendo um ponto de virada conceitual na tradicional instituição local. As ações do Ponto de
Cultura incluem aulas-ensaio de canto coral para crianças e jovens da rede pública de ensino da região,
aulas de musicalização para grupos da terceira idade, aulas-ensaio de grupo de pesquisa em música antiga
e aulas de percussão, além de estudos individuais ou em grupo de vários instrumentos musicais. Para além
das ações de formação, Nossa Força, Nossa Música tem realizado os concertos didáticos em Blumenau e
região, ampliando o repertório cultural do público, e as visitas monitoradas ao Teatro Carlos Gomes, sendo
que seus grupos artísticos – Coro Infanto Juvenil, Grupo de Percussão e Orquestra Prelúdio – contam com
a participação de estudantes do Ponto de Cultura.
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BombinhasMesorregião do Vale do ItajaíPopulação estimada em 2014: 16.897 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Escola da Terra Engenho do SertãoInstituição proponente:Instituto Boimamão Preservação e Fomento da Cultura
O Instituto Boimamão surgiu em 1998 com o intento de salvaguardar a identidade e a memória
da comunidade tradicional de Bombinhas, tornando-se Ponto de Cultura em 2009. Em 1999, a
instituição desenvolveu o mapeamento dos antigos engenhos de farinha do litoral centro-norte catarinense.
Esse trabalho, conjugando o acervo de peças e objetos a registros fotográficos, originou o Museu Histórico
Engenho do Sertão, museu comunitário detentor do selo Cultura Viva (MinC/2008) e premiado em 2014
pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) como Ponto de Memória. Além do registro do patrimônio
material e imaterial, o Engenho do Sertão desenvolve projetos de Educação Patrimonial como apoio ao ensino
formal. Entre as ações destacam-se o projeto Alecrim Dourado, que atende alunos da rede pública de ensino,
desenvolvendo atividades de preservação da cultura da infância, e o Programa Aluno Cidadão, que oferece
aperfeiçoamento de habilidades a jovens entre 14 e 18 anos de idade e articula a formação profissional às
dimensões do trabalho e renda, ciência, tecnologia, meio ambiente e cultura. Nestas quase duas décadas de
história, o Engenho do Sertão tornou-se um ponto de referência no apoio às ações artísticas de música,
teatro, fotografia, cinema e literatura popular. Recentemente, o Ponto de Cultura criou o Núcleo de Ação
e Criação Artesanal (NACA), para produção de artesanato em cerâmica, marcenaria e costura, e o Núcleo
Agrícola de Produção Orgânica (NAPO), que fomenta a produção de produtos orgânicos e regionais e
valoriza a gastronomia com identidade cultural local.
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BotuveráMesorregião do Vale do Itajaí
População estimada em 2014: 4.864 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Oficina Artística e Cultural Instituição proponente:Associação dos Idosos da Amizade de Botuverá
As culturas dos imigrantes italiano e alemão dialogam com a cultura brasileira nas ações na Oficina
Artística e Cultural de Botuverá, que prioriza as atividades com os grupos de idosos através de
encontros, palestras e oficinas e procura integrá-los à sociedade local. A ação do Ponto de Cultura inclui
apresentações teatrais, mostras de arte e canto coral infanto-juvenil, além de atividades de lazer, como café
colonial, turismo histórico e comemoração de efemérides. Na área de formação, oferece as oficinas de
artesanato, teatro, pintura em tela e tecido, teoria musical básica e canto coral, contando com os grupos de
dança folclórica mirim, infantil, infanto-juvenil e de terceira idade. Nesse conjunto de práticas, a cidadania
plena é o intuito do Ponto de Cultura Oficina Artístico Cultural de Botuverá.
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Braço do NorteMesorregião Sul CatarinensePopulação estimada em 2014: 31.319 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Braço da CulturaInstituição proponente:Associação de Apoio à Criança e ao Adolescente do Município de Braço do Norte / ASACAD
Arte e Educação se complementam nas atividades do Braço da Cultura, Ponto que tem entre os seus
princípios o de valorizar e transmitir a identidade cultural local, expandindo o campo de ação do
bairro-sede, Santa Augusta, para outras áreas de vulnerabilidade social, como as comunidades de São Mateus,
Floresta, Formiga, Abissínia, Cohab Nega Vergínia, Lado da União e São Francisco. O teatro, como uma
arte da presença que solicita os cinco sentidos, é o instrumento para as iniciativas de Arte-Educação do
Ponto, pois essa arte incorpora “uma maneira diferente de ver, ouvir, sentir, pensar e exprimir-se”, como
explicita o Projeto, e inclui um maior “potencial de transformação”. Para além do teatro, o Braço da Cultura
ministra regularmente oficinas de técnica vocal, música e dança, além de realizar sessões de contação de
histórias e rodas de leitura. Um dos traços marcantes da sua ação socioeducativa é a participação em eventos
comunitários, a exemplo de apresentações dos grupos de teatro, música e dança em praças, festivais e
escolas da rede pública.
36
Braço do TrombudoMesorregião do Vale do ItajaíPopulação estimada em 2014: 3.627 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Guerreiros do Amanhã Instituição proponente:Associação de Moradores da Localidade de Serril / AMS
O Ponto de Cultura Guerreiros do Amanhã surgiu como uma ação de inclusão social e cultural da
comunidade de Serril, localidade do Alto Vale do Rio Itajaí-Açu que sofreu grande êxodo desde os
anos 1960. O preconceito sofrido pelos moradores (estigma de natureza étnica e econômica, conforme
relata o projeto do Ponto de Cultura) motiva o Guerreiros do Amanhã a promover uma série de ações
educativas visando a preparação profissional de crianças e de adolescentes. As iniciativas, que são destinadas
aos estudantes de escolas públicas e às comunidades rural e urbana, incluem os cursos de capacitação
e as aulas de música, dança, teatro, gastronomia e consciência sobre meio ambiente, além de dispor de
biblioteca e de oferecer serviços de encadernação, plastificação de documentos, cópia reprográfica (xerox)
e empréstimo de equipamento de som e instrumentos musicais à comunidade.
37
Campo AlegreMesorregião Norte Catarinense
População estimada em 2014: 11.982 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Semeando CulturaInstituição proponente:Fundação Educacional de Campo Alegre / FECAMPO
O projeto Semeando Cultura iniciou suas ações como Ponto de Cultura em 2010, promovendo ações de
ensino de arte e artesanato. Crianças, adolescentes e adultos são beneficiários do Ponto que organiza
oficinas continuadas e breves, destinadas à comunidade do entorno da instituição. Assim, suas práticas de
inclusão social incluem oficinas de cerâmica e de informática – das quais participam alunos da Associação
de Pais e Amigos dos Excepcionais/APAE –, e, também, as oficinas de dança, teatro, marcenaria (com
artesanato em MDF e madeira maciça) e pintura em artesanato (com técnicas para suportes de madeira,
tecido e tela). Além dessas ações de formação, o Semeando Cultura realizou a oficina multimídia (áudio
em ambiente multimídia e edição fotográfica), para adolescentes. Para os adultos, promoveu cursos breves
de artesanato, tecelagem, bordado, crochê, patch-aplique, artesanato em palha de milho, biscuit (porcelana
fria), pintura em vidro e em purungo, oferecidos na sede e em três localidades da área rural de Campo
Alegre.
38
Campo ErêMesorregião Oeste CatarinensePopulação estimada em 2014: 9.098 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Cultura para Todos – Arte, Cultura e Inclusão Social Instituição proponente:Associação Bom Samaritano
O projeto denominado Cultura para Todos – Arte, Cultura e Inclusão Social foi criado como Ponto
de Cultura para complementar a ação assistencial da Associação Bom Samaritano, oferecendo à
comunidade local uma série de atividades de iniciação artística. Destinadas às crianças, adolescentes e
adultos, com ênfase nos estudantes da rede pública de ensino, os cursos se estendem às áreas rurais de
Campo Erê. São oficinas de dança – balé e jazz –, teatro, canto, música, além de cursos práticos de biscuit
(porcelana fria) e de ilustração aplicada a panos de prato, toalhas, tapetes, almofadas, vidros e potes. O
Cultura para Todos enfatiza a qualificação das habilidades com a perspectiva de gerar renda e trabalho à
comunidade de Campo Erê.
40
CanoinhasMesorregião Norte Catarinense
População estimada em 2014: 54.079 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Tecendo a Cultura ContestadaInstituição proponente:Agência de Desenvolvimento Regional Integrado do Planalto Catarinense
Canoinhas é um dos municípios de referência para a cultura remanescente das populações atingidas
pela Guerra do Contestado (1912-1916). Com o propósito de resgatar a identidade local, o Tecendo
a Cultura Contestada procura oportunizar o acesso à formação e ao lazer, em atividades que se estendem a
outras localidades do Planalto Norte, todas voltadas aos estudantes da rede pública de ensino, portadores
de necessidades especiais e populações de baixa renda. Entre as ações principais, o Ponto de Cultura
realiza a capacitação das entidades cooperativas ou de gestão comunitária de âmbito local e regional e,
também, a promoção de atos em favor do tombamento e do restauro de imóveis característicos da região
do Contestado. No campo da formação cultural, oferece oficinas de dança, música, fotografia e produção
de vídeo, além de capacitar o trabalho dos artesãos de Canoinhas, buscando um artesanato de fisionomia
própria que identifique as vivências genuínas de seu território.
42
Caxambu do SulMesorregião Oeste Catarinense
População estimada em 2014: 4.118 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Uma Cidade tem que ter Memória Instituição proponente:Associazione Veneta di Caxambu do Sul / AVENCAS
O fomento das culturas de origem italiana, em especial a vêneta, é o foco do Ponto de Cultura
constituído pela Associazione Veneta di Caxambu do Sul. Em uma proposta de integração regional
da cultura ítalo-brasileira, as iniciativas do projeto Uma Cidade tem que ter Memória se organizam por
meio de espetáculos, cursos e palestras, com ênfase em danças folclóricas e gastronomia. No campo da
formação são oferecidos à comunidade – das crianças aos idosos – os cursos de língua italiana, canto (com
técnica vocal e teoria musical), dança, violão e teatro, além de confecção de indumentária (trajes típicos). O
principal grupo artístico que integra o projeto é o Gruppo Folkloristico Laccio d’Amore – Dança Italiana,
enquanto o registro do patrimônio material e imaterial local é assegurado pelo acervo histórico-fotográfico
constituído pelo Ponto de Cultura.
44
ChapecóMesorregião Oeste Catarinense
População estimada em 2014: 202.009 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Imagem e Ação Jovem Instituição proponente:Kirka – O Som das Árvores
A inclusão social, mediada pela cultura digital, é a tônica do projeto “Imagem e Ação Jovem”, o qual
integra as atividades sociais, culturais e ambientais organizadas pela Kirka – O Som das Árvores, uma
ONG fundada no dia 25 de outubro de 2000. O Ponto de Cultura realiza uma série de ações de formação
básica profissionalizante nas áreas de cinema e de fotografia, priorizando o despertar dos jovens e dos
adolescentes das comunidades carentes do município de Chapecó. Nos anos de atuação, além dos cursos
realizados pela ONG, 360 estudantes da rede pública de ensino local foram contemplados pelo projeto.
Nas oficinas são produzidos audiovisuais e materiais fotográficos, estimulando os participantes a criarem
uma nova forma de manifestação cultural, com o uso de instrumentos tecnológicos. A ênfase do Ponto de
Cultura Imagem e Ação Jovem está na afirmação da cidadania, da autonomia e da liberdade criativa.
45
Coronel FreitasMesorregião Oeste Catarinense
População estimada em 2014: 10.236 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Danças e Contradanças Instituição proponente:Associação Clube de Idosos Frei Elvico Mayer
O Ponto de Cultura Danças e Contradanças para o Resgate e a Inclusão Cultural dos Idosos, Deficientes
e Jovens em Situação de Vulnerabilidade complementa as ações assistenciais do Clube de Idosos
Frei Elvico Mayer, oferecendo atividades de lazer e capacitação, práticas esportivas e culturais. Oficinas de
artesanato, tricô, crochê, pintura em tecido, biscuit (porcelana fria), tapeçaria, tear, canto, teatro, dança e
informática são oferecidas, além das práticas de alfabetização e segurança alimentar. Em parceria com órgãos
públicos do município, o Ponto de Cultura propicia o atendimento médico e psicológico aos participantes
de todas as faixas etárias. O intercâmbio cultural é, também, propiciado pela itinerância das apresentações
do seu grupo de dança.
46
ConcórdiaMesorregião Oeste Catarinense
População estimada em 2014: 72.073 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
DesenvolverInstituição proponente:Orquestra Sinfônica de Concórdia / OSIC
O Ponto de Cultura Desenvolver, da Orquestra Sinfônica de Concórdia, se configura como espaço
de Educação Musical destinado à formação de músicos eruditos. Com aulas regulares de teoria
musical, história da música, solfejo e instrumentos de orquestra sinfônica, em especial o violino e a viola, o
projeto tem o intuito de complementar os naipes da Sinfônica e o de formar uma orquestra infanto-juvenil.
As ações educativas do Ponto de Cultura Desenvolver incluem a concessão de 100 bolsas de estudos aos
aprendizes, sendo 50 reservadas a estudantes de baixa renda e as outras 50 a estudantes com iniciação em
formação musical, mediante critérios de seleção transparentes. Como resultado das práticas, o Desenvolver
realiza concertos didáticos, com audições em escolas públicas, igrejas e instituições comunitárias, e promove
a diversidade cultural e a formação de novos públicos.
48
CriciúmaMesorregião Sul Catarinense
População estimada em 2014: 204.667 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Escolinha de CinemaInstituição proponente:Associação Beneficente Abadeus
A comunidade do bairro Cristo Redentor e a linguagem audiovisual tem um lugar de convívio no
Ponto de Cultura Escolinha de Cinema, um projeto iniciado em 2010 pela Associação Beneficente
Abadeus e que alcançou 619 participantes, entre crianças e adolescentes da rede pública de ensino no
contraturno escolar. Oferecendo oficinas de introdução ao audiovisual, de roteiro e de produção de ficção
e documentário – no percurso da prática à teoria –, desenvolve também animação nas técnicas StopMotion
e Pixilation, estimulando o contato dos participantes com a “sétima arte”. Ao longo dos anos foram
produzidos trabalhos como “Brincando de mágica com alunos da Escolinha de Cinema” (animação em
Pixilation), “Felipe” (uma ficção), e os documentários “Cristo Redentor – sua história contada por sua
gente”, “Prevenção e erradicação do trabalho infantil”, “50 anos de existência da Escola Básica Governador
heriberto hülse”, e o audiovisual jornalístico “Políticas públicas”. O Ponto de Cultura ainda promoveu a
I e a II Mostra de Vídeo de Criciúma (2011 e 2013) e realizou a itinerância local dos filmes da Mostra de
Cinema Infantil de Florianópolis, uma ação de inclusão cultural e de formação de público.
50
CriciúmaMesorregião Sul Catarinense
População estimada em 2014: 204.667 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Multiplicando Talentos Instituição proponente:Multiplicando Talentos
Situado em um centro comercial no bairro Santa Bárbara, o Ponto de Cultura Multiplicando Talentos
surgiu em 2007 e está organizado como uma “escola viva” que contempla a formação e o lazer de
crianças, adolescentes e adultos em diversas linguagens – cursos de danças urbanas, capoeira, música e
informática, além de cursos profissionalizantes. Dotado de estúdio de áudio/sala de ensaio, rádio web e
sala de cinema 3D – que exibe diariamente filmes comerciais e da Programadora Brasil –, o Multiplicando
Talentos aplica em todas suas ações o subsídio do Vale-Cultura (um crédito cultural cumulativo e sem
prazo final de validade), facilitando o acesso aos trabalhadores locais, iniciativa que articula localmente os
benefícios da rede nacional Cultura Viva. Contando com professores formados nas próprias oficinas (que
são realizadas desde 1997), o Multiplicando Talentos registrou 1.067 participantes (dado de 2014) e estendeu
as suas atividades às entidades de assistência social (CRAS e CREAS) e institutos culturais de Criciúma,
além de criar uma segunda sala de cinema em Urussanga, município da região Sul Catarinense. Entre
as ações de inclusão social e de cidadania, destaca-se o Concurso de Desenhos Multiplicando Talentos,
uma promoção do Pontinho de Cultura, e a revista “O Estatuto da Criança e do Adolescente: Turma da
Mônica”, de Maurício de Sousa, distribuída pelo Ponto de Cultura à comunidade do Santa Bárbara e de
toda a região de Criciúma.
52
CuritibanosMesorregião Serrana
População estimada em 2014: 39.061 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Música no Planalto Instituição proponente: Associação Cultural e Esportiva Ogue Carvalho – ACEOC
Instituído como um desdobramento das atividades
da Associação Cultural e Esportiva Ogue Carvalho,
o Ponto de Cultura Música no Planalto organiza
ações de formação musical destinadas às crianças,
adolescentes, jovens, adultos e idosos do município
de Curitibanos. As oficinas de música instrumental
contemplam a prática de acordeão, violão, contra-
baixo, guitarra e bateria, sendo que os grupos e os
duetos participantes do Ponto de Cultura têm presença
constante em apresentações na rede pública de ensino
e eventos locais.
53
Dionísio CerqueiraMesorregião Oeste CatarinensePopulação estimada em 2014:
15.283 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Arte sem Fronteira Instituição proponente:Companhia de Teatro e Dança Arco-Íris
O Ponto de Cultura Arte sem Fronteira, coordenado pela Companhia de Teatro e Dança Arco-Íris, atua
na região limítrofe de Brasil e Argentina – na confluência entre o município catarinense Dionísio
Cerqueira, o município paranaense Barracão e a cidade argentina de Bernardo de Irigoyen – e tem como ação
principal a formação cultural. As oficinas de música, teatro e capoeira têm como participantes os estudantes
da rede pública, que têm também como opção as práticas de karatê e de produção audiovisual. A abordagem
educativa inclui a formação de agentes culturais e se articula com outras iniciativas de instituições municipais
e estaduais. O meio ambiente, a literatura e as culturas populares e tradicionais são temas transversais na ação
sociocultural do Arte sem Fronteira.
54
FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Arreda Boi: Fortalecimento das Culturas Populares na Comunidade da Barra da Lagoa Instituição proponente:Associação Cultural Arreda Boi
As culturas populares são preservadas e renovadas pelo Arreda Boi, Ponto de Cultura
situado na tradicional comunidade pesqueira da Barra da Lagoa. Do folguedo do boi
de mamão (uma mescla de auto cômico e dança dramática que encena a morte e ressurreição
do boi) às técnicas ancestrais da renda de bilro (espécie de bordadura sem tecido, feita com
‘pontos’ no ar), o Arreda Boi procura difundir as suas vivências e as da comunidade em uma
série de experiências partilhadas, inclusive com outros coletivos de cultura e arte popular. Com
a realização de oficinas de cantoria, percussão, construção de tambores, danças populares, teatro e renda
de bilro, o Ponto de Cultura envolve crianças, adolescentes, portadores de necessidades especiais e idosos
– em especial os do grupo Primavera da Barra da Lagoa –, além de ensinar as práticas de fabrico de bonecos
do boi de mamão. A presença do bloco homônimo nos carnavais da Ilha de Santa Catarina e, ainda, a
formação continuada de artistas populares, de brincantes e de novos públicos são contribuições do Ponto
de Cultura Arreda Boi para a rede de saberes entretecida na região litorânea da Grande Florianópolis.
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FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Baleeira Instituição proponente:Instituto 3 Vermelho – I3V
Uma comunidade pesqueira tradicional do sul da Ilha de Santa Catarina, o distrito de Armação do
Pântano do Sul sedia as ações do Ponto de Cultura Baleeira, iniciativa do Instituto 3 Vermelho, uma
entidade que propõe o empoderamento e o protagonismo da comunidade e o respeito à diferença de etnia
e de gênero. Atuando em parceria com escolas públicas, órgãos de sáude e associações locais, o Baleeira –
nome que evoca as embarcações de madeira típicas da localidade – oferece oficinas de capoeira angola, boi
de mamão e artesanato tradicional (como tecelagem manual e renda de bilro), registrando as atividades por
meio de oficinas de capacitação na área de audiovisual, que estimulam a produção de conteúdo de interesse
educativo e comunitário. Como desdobramento dessas ações, o Ponto de Cultura Baleeira exibe filmes
regularmente, alinhando-se ao movimento de cineclubismo.
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FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Barca dos Livros: Porto de Leituras Instituição proponente:Instituto Sociedade Amantes da Leitura
A Biblioteca Comunitária Barca dos Livros, na Lagoa da Conceição, em atividade desde 2007, é referência
nacional na área da leitura e da literatura, reconhecida inclusive pelo Prêmio VIVALEITURA 2014,
do MinC/MEC/OEI. Organizada como Ponto de Cultura desde 2010, reafirmou seu trabalho em torno
do conceito de leitura como direito cultural do cidadão. A Barca possui acervo de 15 mil livros de literatura
infantil e juvenil e de obras da literatura universal e realiza atendimento gratuito à comunidade de terças
a sábados, das 14 às 20 horas, com empréstimo de livros e DVDs e visitas orientadas a estudantes e
professores (do berçário à universidade). A sua extensa programação inclui saraus literários, contação de
histórias, lançamentos de livros e oficinas de artes visuais, literatura, poesia, cultura digital e formação
continuada de contadores de história e mediadores de leitura. A Barca abriga também o Núcleo de Estudos
e Pesquisas/NEP, que produz resenhas de indicação de livros e seleciona o acervo, e promove as “Quintas
Literárias”, encontros de leitura coletiva em voz alta de obras selecionadas pelos próprios leitores. Nessa
ação continuada de formação de leitores, publicou livros de Hans Christian Andersen – “O patinho feio”,
em coedição com o Serviço Social do Comércio/SC –, e “O perseverante soldadinho de chumbo”, coedição
com a Editora Peirópolis. Uma das atividades icônicas da Barca dos Livros é o passeio de barco com sessão
de leitura e de narração de histórias a bordo, flutuando em meio à paisagem idílica da Lagoa da Conceição.
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FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Capoeirando com as Crianças Instituição proponente:Associação Cultural de Capoeira Angola Quilombola / ACCAQ
A capoeira, importante expressão do patrimônio cultural imaterial brasileiro, é o principal eixo de
atuação do Ponto de Cultura da Associação Quilombola, situado no bairro Balneário, que se dedica a
preservar e a fomentar o caráter social, cultural, antropológico e esportivo da Capoeira Angola. Com ações
em seis comunidades dos municípios de Florianópolis e São José, todas destinadas a crianças, adolescentes
e adultos, o Quilombola promove pesquisas e aulas teórica e práticas de samba de roda, puxada de rede,
capoeira, maculelê, danças afro e jazz, pintura, teatro, música e artesanato, sempre valorizando os fazeres
populares e os mestres de saber locais. Reconhecida como entidade de utilidade pública municipal (2000)
e estadual (2009), a Accaq desenvolve sua ação sociocultural no Ponto de Cultura Capoeirando com as
Crianças, que, coordenado pelo Mestre Pinóquio, contribui para a afirmação da cultura afro-brasileira e da
diversidade étnica em Santa Catarina.
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FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Carijó Espaço de Arte Instituição proponente:ONG Crescendo com Arte / OCA
Os saberes e os fazeres da cultura regional se articulam aos processos de inclusão digital pela ação
sociocultural do Ponto de Cultura Carijó, um espaço de arte situado no bairro de Canasvieiras que
propõe uma prática local de Turismo Cultural. A diversidade do meio ambiente, das culturas e das etnias
da Ilha de Santa Catarina é evidenciada no sítio do Carijó – http://ongoca.wix.com/ongoca –, desdobrado
em um acervo de fotografias sobre o tema. Sem restrição de idade, as atividades incluem oficinas de artes
visuais e artes cênicas, canto, percussão, contação de histórias, cerâmica, mosaico, tecelagem, formação em
multimídia, linguagem cinematográfica e boi de mamão, ministradas na Escola Básica Osmar Cunha e em
outros locais. A Mostra Audiovisual Novembrada, promovida pelo PdC em 2013, homenageou o cineasta
catarinense Eduardo Paredes, diretor dos curtas “Desterro” e “Novembrada”. Os direitos culturais como
direitos humanos estão na base das iniciativas do Carijó.
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FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Casa da Cultura Instituição proponente:Casa da Criança Morro da Penitenciária
Cultura da infância, cultura afrobrasileira e comunicação digital orientam os trabalhos do PdC Casa da
Cultura, um projeto da Casa da Criança Morro da Penitenciária, com ações socioculturais destinadas
a crianças, adolescentes e adultos moradores das comunidades de interesse social dos bairros Agronômica
(Morro da Penitenciária, Morro do 25, Morro do horácio) e Trindade (Serrinha). As habilidades e
competências são desenvolvidas no contraturno escolar, com atividades de arte e educação, como biblioteca,
brinquedoteca, dança, desenho/cartoon, música, artesanato e educação ambiental, e de inclusão digital,
envolvendo alfabetização digital e informática. As apresentações do Ponto de Cultura incluem dança,
capoeira, maculelê e puxada de rede. O fundamento do PdC Casa de Cultura é a formação de sujeitos de
Direito, no plano da cidadania, e a afirmação da identidade e da pertença social, considerando o sujeito
como ator e autor da cultura própria.
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FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Educação Musical Popular Instituição proponente:Sociedade Musical e Recreativa Lapa
A Sociedade Musical e Recreativa Lapa forma novos instrumentistas na comunidade do bairro histórico
de Ribeirão da Ilha desde o final do século XIX. Os moradores da antiga freguesia (um dos primeiros
núcleos de povoação da Ilha de Santa Catarina) cultivaram o ensino da música a partir de 1896 e, hoje,
muitos têm como segundo ofício a Banda da Lapa. Instituído como um Ponto de Cultura, o projeto
Educação Musical Popular parte desse saber acumulado por muitas gerações de musicistas e oferece no
local oficinas de instrumentos: flauta transversal, clarinete, saxofone, bombardino, trompete, trombone,
tuba e trompa, além de instrumentos de corda e prática em conjunto. Como base da formação são realizadas
oficinas de regência, de percepção, de história e teoria musicais, nas quais os aprendizes também têm
contato com técnicas de sonorização e de manutenção de instrumentos musicais. Além disso, o Ponto
permite a troca de saberes entre todas as idades, sendo formado por crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Como complemento, procura disponibilizar à comunidade oficinas de informática, produção audiovisual
e fotografia, além de palestras semestrais e parcerias com outros grupos culturais de Florianópolis.
Completando a ação de formação cultural, a entidade realiza apresentações ao ar livre da histórica Banda da
Lapa do Ribeirão da Ilha e conta com o Centro de Memória Musical, que disponibiliza o livro “Memórias
em movimento”, com partituras antigas, documentários, artigos e fotografias, no sítio <camaraclara.org.
br/memoriamusical>.
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FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Engenhos de Farinha Instituição proponente:Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo / CEPAGRO
O ciclo da farinha no litoral de Santa Catarina, de meados do século XIX à década de 1980, reunia
comunidades inteiras no fabrico da farinha de polvilho e dos derivados de mandioca, deixando como
legado dezenas de engenhos ainda ativos. O Ponto de Cultura Engenhos de Farinha articula em rede as famílias
proprietárias desses espaços artesanais de produção em cinco localidades da região da Grande Florianópolis,
revalorizando sua agricultura e os saberes do campo em consonância com as demandas econômicas e de
saúde de cada comunidade. Organizações comunitárias e escolas públicas são beneficiárias das ações do PdC,
que realiza monitoria presencial e apresenta aos estudantes, por meio de audiovisual, os saberes dos engenhos
e o entorno da cultura imaterial ancestral. Os grupos de mães são capacitados – na perspectiva da economia
criativa e cooperativismo – em oficinas de artesanato com matérias-primas locais. Oficinas pedagógicas de
educação alimentar, patrimonial e ambiental, além de cursos de produção de vídeo e rotas de agroturismo
são produtos desse processo. Nessa ação, a intersecção do Ponto com a Rede Ecovida de Agroecologia e o
Movimento Slow Food aproxima agricultores, pesquisadores, gestores públicos e ativistas, todos trabalhando
para a autonomia local e para a economia solidária. Como contribuição ao patrimônio imaterial da região,
todas as atividades de Cultura Alimentar do Engenhos de Farinha são registradas, criando a base de um
futuro Inventário, sendo que parte desses dados está disponível em <engenhosdefarinha.wordpress.com> e
foi reunida por Gabriella Pieroni no livro “Engenhos da cultura: teias agroecológicas” (2014).
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FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Uma Ilha se Olha 2 Instituição proponente:Associação das Entidades Usuárias do Canal Comunitário de Florianópolis – TV Floripa
A televisão comunitária como meio de cidadania é a proposta de Uma Ilha se Olha 2, Ponto de Cultura
da Associação das Entidades Usuárias do Canal Comunitário de Florianópolis que tem como veículo
o canal de sinal fechado TV Floripa. Através de oficinas de tecnologia digital – operação de câmera e ilha de
edição –, o projeto alcança comunidades de alta vulnerabilidade social, envolvendo estudantes da rede pública
e não estudantes moradores dos bairros Mont Serrat, Nova Descoberta e Morro da Caixa, situados no
Maciço do Morro da Cruz, na Ilha, e Chico Mendes, Monte Cristo, Pasto do Gado e Grota, no Continente.
As oficinas de audiovisual têm o objetivo de formar monitores multiplicadores em cada comunidade,
procurando também conscientizá-los quanto ao seu lugar no mundo, na cidade, no bairro e em relação
aos seus direitos de cidadão. Como principal produto das oficinas, o programa televisivo “Ponto a ponto”
integrou a programação diária da TV Floripa (canal 4 da NET e na internet), desdobrado em duas versões: a
primeira com inserções diárias de material audiovisual produzido pelos Pontos de Cultura de todo o estado,
no total de 50 vídeos, e a segunda versão no formato de entrevistas quinzenais com os gestores dos PdCs,
com 38 programas. Os vídeos estão disponíveis na plataforma Youtube.
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FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Pescadores de Cultura Instituição proponente:Associação Cultural Baiacu de Alguém
Concebido como um projeto de mobilização sociocultural, o Ponto Pescadores de Cultura propõe o
resgate das tradições musicais e culturais do histórico distrito de Santo Antônio de Lisboa, com uma
rede de parcerias locais – Associação de Moradores (AMSAL) e Associação de Artesãos de Santo Antônio de
Lisboa (ArtSal), a Associação de Bairro de Sambaqui(ABS) e do Centro Comunitário de Barra do Sambaqui
(CCBS). Entre suas ações culturais estão o registro em áudio dos saberes e fazeres dos antigos moradores
– história oral – e a série de oficinas destinadas a crianças, adolescentes e jovens, como canto, cavaquinho,
violão, percussão, cerâmica, confecção de bonecos, alegorias e bois de mamão, produção audiovisual e ações
de formação de multiplicadores de cultura – estima-se em 500 os participantes delas no decorrer de três
anos. Entre os eventos promovidos pelo Ponto estão o “Arrastão Cultural”, mostra semestral de rua com
trabalhos criados nas oficinas, e as apresentações musicais, os lançamentos de livros e as exposições de arte
que ocorrem mensalmente nos “Sábados Culturais no Baiacu”. Presente no imaginário da Ilha de Santa
Catarina, o bloco carnavalesco Baiacu de Alguém reuniu cerca de 1500 brincantes em três anos, sempre
com a participação dos alunos das oficinas de bonecos, alegoria e percussão, sendo referência no carnaval
comunitário de Santo Antônio de Lisboa.
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FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Toca Instituição proponente:Teatro Jabuti
O projeto do Ponto de Cultura Toca foi concebido pelo grupo Teatro Jabuti como um núcleo de ações
culturais conjugadas com a comunidade do bairro Campeche, envolvendo parcerias com a Biblioteca
Livre do Campeche (Bilica) e a Rádio Comunitária Campeche. Os cursos permanentes de teatro para crianças
– realizados na biblioteca Cuca de Ideias, no bairro Areias do Campeche – e canto coral para jovens e adultos
– na sede da Bilica – originaram o grupo teatral Castelo de Areias e o grupo de vozes e bloco de carnaval
Giracoro. A oficina de mídia e comunicação foi destinada aos estudantes da Escola Municipal Brigadeiro
Eduardo Gomes, tendo como resultados audiovisuais e programas de rádio. Com público heterogêneo –
desde crianças de quatro anos de idade –, as ações do Toca se estendem às ruas, praças e festas da comunidade,
incluindo-se a retomada mensal da tradição das serenatas, que surpreendeu, por seu lirismo e nostalgia, a
população local. Uma característica do Ponto de Cultura é o trabalho em rede. Nessa proposta de diálogo
entre culturas, o PdC Toca realizou oficinas em assentamentos de reforma agrária no interior do estado e
uma residência artística na sede da Toca de duas artistas de Brasília (2013), além do que a programação incluiu
diversas apresentações no Campeche de trabalhos de outros Pontos de Cultura de Santa Catarina.
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FlorianópolisMesorregião da Grande FlorianópolisPopulação estimada em 2014: 461.524 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Travessa Cultural Instituição proponente:Instituto Arco-ìris
O Ponto de Cultura Travessa Cultural evidencia, desde o nome, a sua condição de espaço de
cruzamentos, na tradicional Travessa Ratcliff, situada na área originária do centro histórico da cidade,
a leste da Praça XV. No casarão de uma antiga ferraria artística, o Instituto Arco-Íris/Ponto de Cultura
valoriza toda a diversidade étnica-racial local e oferece ao público, na maioria jovens e adolescentes em
situação de vulnerabilidade social, uma série de oficinas nas áreas de teatro, chorinho, percussão para samba
(com participação de alunos no Bloco Carnavalesco Travessa Cultural), dança de matriz africana, produção
musical (áudio, acústica e uso de novas mídias), informática (com capacitação para o uso de softwares livres),
colagem/fanzine, desenho, artesanato, além de produção de figurino e de alegorias, oficina essa que teve a
participação de reeducandas do Presídio Feminino de Florianópolis e de usuários do Centro de Atenção
Psicossocial/CAPS. O Ponto de Cultura realizou dezenas de sessões do “Cinema na Travessa” (parceria com
a Cinemateca Catarinense – ABD/SC), exibindo gratuitamente filmes independentes, e estendeu a oficina
“Capoeira como inclusão” aos bairros Monte Verde, Saco Grande, João Paulo e Sambaqui. Como parte do
“Viva a Cidade” – uma iniciativa da Prefeitura que transforma a rua, aos sábados, em corredor de bancas de
antiguidades, livros, discos, roupas, objetos usados –, o Ponto de Cultura contribui para reavivar a área menos
ativa do centro histórico de Florianópolis.
78
Formosa do SulMesorregião Oeste Catarinense
População estimada em 2014: 2.589 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Tom sobre Tom: Música, Expressão e Arte Instituição proponente:Associação de Artesãos de Formosa do Sul
O Tom sobre Tom é um desdobramento do trabalho do grupo de artesãos reunidos na Artefor e se
constitui como um Ponto de Cultura que enfatiza a formação cultural. O resgate e a valorização são
os princípios que movem suas atividades de fomento da cultura local. Entre as ações – destinadas a crianças,
adolescentes, adultos, idosos e portadores de necessidades especiais – estão as oficinas permanentes de dança
(balé clássico, jazz, dança livre e dança de rua), música (canto coral, acordeão, violão, violino, teclado e bateria),
teatro, pintura e artesanato, além de trabalhos manuais como pintura em tecido, bordado russo, mandala com
pedrarias e patchcolagem, todas com aulas semanais e grupos regulares de participantes. Oficinas de curta
duração envolvendo essas linguagens da arte também são realizadas em comunidades do meio rural de
Formosa do Sul.
80
FraiburgoMesorregião Oeste Catarinense
População estimada em 2014: 35.781 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Cultura Solidária Instituição proponente:Centro Cultural Egon Frey
O Cultura Solidária surgiu, no Centro Cultural Egon Frey, como projeto de formação musical e porta de
entrada para o Coral Infanto Juvenil, a Fanfarra e a Banda Sinfônica, todos eles referências na cultura
de Fraiburgo. As oficinas de música do Ponto de Cultura incluem aulas de técnica vocal, sopro, teclado e
percussão e se destinam a crianças e adolescentes estudantes da rede pública e aos idosos e portadores de
necessidades especiais e mobilidade reduzida. Um Quarteto de Guitarras e uma Camerata também compõem
as ações do Cultura Solidária, que se somam às oficinas oferecidas pelo Centro Cultural (artes visuais,
artesanato, dança, teatro, livro/leitura e idiomas). O Ponto de Cultura realiza, complementarmente, palestras
sobre cidadania e participação social na comunidade local.
82
IçaraMesorregião Sul Catarinense
População estimada em 2014: 52.284 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Rádio Comunitária como Instrumento de Inserção Sociocultural de Menores na Construção da CidadaniaInstituição proponente:Associação de Radiodifusão Comunitária de Içara
As ações do Ponto de Cultura da Rádio Comunitária 104,9 FM Cidadania têm como foco as crianças e
os adolescentes em risco de exclusão social, promovendo a sua capacitação profissional e a transmissão
das tradições culturais locais. Com as oficinas de violão, violino, violoncelo e percussão, o Ponto estimula a
formação musical, enquanto oferece, no campo de radiodifusão, cursos de técnicas de locução, operação de
mesa de áudio, pluralidade na informação e ética no uso da comunicação, todos voltados a adolescentes de 14
a 17 anos estudantes da rede pública de ensino. Outra atividade oferecida na área de capacitação profissional
é a oficina de informática. Como um índice da eficácia do projeto, vários músicos egressos das oficinas do
PdC Rádio Comunitária têm se apresentado em eventos da comunidade, como o “Içara 150 Anos”, a “Feira
do Livro”, o “Natal Luz” e o “Encontro da Etnia Afro de Içara”, com destaque para a apresentação da
Orquestra de Couro e Corda da 104,9 FM no show “Talentos da Terra” (2013), parte da festa local dedicada
a São Donato.
84
ItajaíMesorregião do Vale do Itajaí
População estimada em 2014: 201.557 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Nossa ArteInstituição proponente:Associação Comunidade Cristã de Itajaí / ACCI
O projeto Nossa Arte foi iniciado pela Associação Comunidade Cristã de Itajaí (ACCI), em 2004, e
oferecia aulas de dança gratuitas à comunidade da Barra do Rio e arredores. Com extenso histórico
de reconhecimento por suas participações em festivais regionais e nacionais de dança, o projeto tornou-se
Ponto de Cultura em 2009, passando a ser dotado de melhor estrutura e expandindo suas ações de formação
artística. O Nossa Arte oferece a crianças e adolescentes as oficinas de baby class, balé, break, hip hop e
jazz e, também, workshops de composição coreográfica, estilo livre, house, krump e videodance. Entre os
resultados das iniciativas constam a montagem de espetáculos como “A injustiça” e “DiQuemÉaCulpa” e
a formação de estudantes de dança que se tornam multiplicadores em associações comunitárias e na rede
pública de ensino da região de Itajaí.
86
ItajaíMesorregião do Vale do Itajaí
População estimada em 2014: 201.557 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Núcleo Experimental de Formas Animadas - NEFAInstituição proponente:Cia Etc e Tal Artes Cênicas e Manipuladora de Formas
A autoexpressão é um dos princípios do Núcleo Experimental de Formas Animadas / NEFA, que se
constitui como espaço cultural aberto e realiza a pesquisa e o registro das expressões culturais da
região da foz do Rio Itajaí-Açu. O Ponto de Cultura abriga oficinas de iniciação ao teatro, artes plásticas,
artes circenses, manipulação de bonecos e boi de mamão e cursos específicos de teatro: expressão corporal,
clown, teatro de sombras, máscaras, cenografia, iluminação e treinamento psicofísico do ator. Em parceria
com Grupo Nhoc Contadores de Histórias, o PdC também promove cursos e rodas de narração de histórias.
Suas ações são voltadas a todas as faixas etárias. A proposta do Ponto de Cultura Núcleo Experimental de
Formas Animadas contempla a pesquisa da tradição oral local e regional (que tem a cultura açoriana como
substrato e é marcada pela diversidade étnica) e a desdobra na formação de pesquisadores e no registro das
narrativas coletivas e ancestrais em vídeo, áudio e texto, compondo um banco de dados acessível à população.
88
JaguarunaMesorregião Sul Catarinense
População estimada em 2014: 18.704 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Germinar – Núcleo Artístico Cultural Instituição proponente:Associação de Radiodifusão Comunitária de Jaguaruna
A principal proposta do Ponto de Cultura Germinar – Núcleo Artístico Cultural é a de articular as expressões
culturais das comunidades rural e urbana, ao mesmo tempo em que procura criar oportunidades de
trabalho e renda para artistas locais reconhecidos e iniciantes, oferecendo-lhes apoio logístico e cursos de
capacitação. O público alvo inclui crianças, jovens, adultos, idosos e portadores de necessidades especiais,
que são beneficiários das oficinas de trabalhos artesanais – corte e costura, bordado, tricô, crochê, bijuteria,
souvenirs (recordações) –, de pintura, escultura e informática, além de cursos de medicina alternativa,
patrimônio arqueológico e formação de agentes culturais. Duas das iniciativas mais relevantes do Ponto de
Cultura Germinar foram a montagem do estúdio de gravação para os músicos e bandas de Jaguaruna e a
criação de auditório para ensaios e espetáculos teatrais. A venda de produtos das oficinas e a participação
crescente em eventos da comunidade são resultados das suas ações de capacitação artística.
90
JaguarunaMesorregião Sul Catarinense
População estimada em 2014: 18.704 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Tecendo Cultura Instituição proponente:Grupo Cultural Cru de Teatro e Boi de Mamão
A cultura como um direito e o entendimento das práticas culturais como espaço da afirmação da identidade
e da inclusão social são o fundamento do Ponto de Cultura Oficina das Artes Tecendo Cultura, que
procura articular o registro das tradições locais às inovações da linguagem mediada pela tecnologia, na
perspectiva autossutentável de uma gestão “solidária” da economia. Essa é a declaração de princípios do
projeto do PdC. Na prática, o Ponto complementa outras iniciativas locais nas áreas de cultura e educação e
oferece atividades – de oficinas a palestras – nas áreas de artesanato, teatro, música, dança, capoeira, cinema
e literatura. Definido pelo Tecendo Cultura como uma “pulsão”, o conjunto dessas iniciativas socioculturais
destina-se a crianças, adolescentes, jovens e idosos e inclui os professores da rede pública local de ensino.
92
Jaraguá do SulMesorregião Norte Catarinense
População estimada em 2014: 160.143 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Mestre ManequinhaInstituição proponente:Movimento de Consciência Negra do Vale do Itapocu / MOCONEVI
O resgate e a divulgação da arte e da cultura afordescendente entre a população de Jaraguá do Sul
é a proposta do Ponto de Cultura Mestre Manequinha, que dedica-se à criação de grupos locais
de dança afro, capoeira, percussão, folclore e teatro e à realização de encontros semanais e palestras nas
escolas públicas. Originado no Movimento de Consciência Negra do Vale do Itapocu (MOCONEVI) – uma
associação criada em 2001, de caráter reinvindicatório e de combate à discriminação racial e social –, o Ponto
de Cultura não se destina somente à população negra, mas agrega toda a população, sendo fiel à proposta de
isonomia entre etnias e classes sociais. As suas ações comunitárias incluem a participação anual na Festa das
Etnias e na organização do Carnaval de Jaraguá do Sul.
94
Jaraguá do SulMesorregião Norte Catarinense
População estimada em 2014: 160.143 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Villa CoralInstituição proponente:Sociedade Cultura Artística / SCAR
A criação coletiva de um espetáculo anual de coro cênico infanto-juvenil é o eixo da proposta do Ponto
de Cultura Villa Coral, um projeto que homenageia o maestro, compositor e educador do canto
orfeônico Heitor Villa Lobos. No antigo bairro Boa Vista, uma histórica morada de escravos e dotado de um
alto índice de vulnerabilidade social, reunia-se espontaneamente um grupo de crianças dedicadas ao canto.
Como continuidade dessa experiência comunitária, o Villa Coral realiza encontros semanais no contraturno
escolar, nos quais os participantes têm contato com oficinas de música, artes visuais e artes cênicas, realizadas
interdisciplinarmente, as quais orientam a pesquisa sociocultural (individual e em grupo) e a composição de
elementos para a montagem do coro cênico, incluindo-se a cenografia, a indumentária e a música autoral. O
tema do espetáculo é a própria vida dos participantes – dos seus medos aos seus desejos, da história familiar
à cultura da comunidade – e a realidade do Boa Vista. O PdC Villa Coral articula, assim, pesquisa, produção
e circulação de seu coro cênico.
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JoinvilleMesorregião Norte Catarinense
População estimada em 2014: 554.601 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Difusão dos Tambores Japoneses em Santa Catarina – Taiko
Instituição proponente:Federação das Associações Nikkeys de Santa Catarina / FANSC
As tradições milenares do folclore japonês são cultivadas e divulgadas pelo Ponto de Cultura Difusão dos
Tambores Japoneses em Santa Catarina, compartilhando os conhecimentos sobre a temática e a técnica
de sua cultura através da música, da dança e do teatro. Com ênfase no taiko (arte dos tambores), o projeto
mantém sede em Joinville e apresenta a peculiaridade de manter outras sedes integralmente constituídas
nos municípios de Florianópolis, Caçador (região oeste), Curitibanos, Frei Rogério e São Joaquim (serra
catarinense), estendendo as suas ações e multiplicando os saberes do taiko num território total de cerca de 1
milhão e 200 mil habitantes. Nas oficinas, apresentações, palestras e participações em feiras e exposições, o
Ponto procura disseminar a “cultura de paz” e o respeito ao meio ambiente, sendo o seu público principal os
estudantes das escolas públicas. O esforço físico necessário à execução dos tambores e a energia visual das
apresentações são características dessa tradição cultural, contribuição dos imigrantes nipônicos para a rica
diversidade étnica catarinense.
98
JoinvilleMesorregião Norte Catarinense
População estimada em 2014: 554.601 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
O Itinga Pede PassagemInstituição proponente:Associação dos Moradores e Amigos do Bairro Itinga / Amorabi
Narrar histórias do bairro Itinga por meio da música, do cinema e do teatro – esse foi o eixo da atuação
do Ponto de Cultura no decorrer de três anos, desenvolvendo uma das linguagens a cada ano. Na
área de teatro, especificamente, o projeto O Itinga Pede Passagem desenvolve a técnica do Teatro Playback
– gênero dramático em que o grupo de performers (atores, músico e condutor) improvisa em cena histórias
pessoais narradas pela plateia –, usando-o como instrumento para a coleta de recontos, história oral e,
também, imagens da comunidade. Como complemento às suas atividades artísticas, o Ponto de Cultura
ofereceu oficinas de artesanato, de criação de máscaras da Commedia Dell’Arte, de circo (acrobacia, perna de
pau e malabares) e de técnica de Teatro Playback. Pelo projeto, o coletivo Abismo Teatro de Grupo (nascido
de oficinas anteriores ministradas pela Amorabi) realizou cinco apresentações e, a partir dos dados coligidos
em cena, organizou, editou e publicou um impresso, na forma de encarte, contendo uma síntese de sua
pesquisa histórica sobre o Itinga.
100
JoinvilleMesorregião Norte Catarinense
População estimada em 2014: 554.601 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Polo de Produção Musical Instituição proponente:Sociedade Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville
A tradicional Sociedade Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville concebeu o projeto do Ponto de
Cultura com a intenção de criar um pólo de produção musical organizado em torno de várias ações
de instrução musical. Dedicado aos bombeiros-mirins e a crianças a partir de dez anos de idade, o programa
educativo inclui a formação básica em teoria musical, a prática do instrumento (individual e em grupo), o
aprendizado dos fundamentos de informática musical (em que o estudante aprende a confeccionar partituras),
e, também, a orientação básica quanto a conservação e a manutenção de cada um dos instrumentos. Um
dos resultados do projeto foi a aquisição de vários instrumentos de madeira e de percussão usados nas
apresentações à comunidade. A ação do Ponto de Cultura Polo de Produção Musical é disseminada nas
escolas da rede pública numa série de apresentações didáticas, nas quais o público toma contato com o
fundamento, as famílias de instrumentos e os gêneros da arte da música.
102
LagesMesorregião Serrana
População estimada em 2014: 158.846 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Centro de Cultura Afro Brasileiro de Lages Instituição proponente:OBATALÁ – Movimento Negro de Lages
O Centro de Cultura Afro Brasileiro de Lages é o estágio presente de um processo iniciado em 1988,
com as comemorações do Centenário da Abolição da Escravatura no Centro Cívico Cruz e Sousa, em
que o Grupo Teatral Obatalá encenou “Memórias de um negro” e Sebastião Ataíde lançou o livro “O Negro
no Planalto Lageano”. Vinculado por quase duas décadas à Pastoral do Negro – chegando a subdividir-
se em Pastoral Afro e Grupo Obatalá –, o coletivo originou o Grupo de Dança Afro Erê, e passou a se
denominar Obatalá/Movimento Negro de Lages em 2008. Fruto dessa história, foi criado em 2010 o Centro
de Cultura Afro Brasileiro de Lages, um Ponto de Cultura que aplica a educação não formal (nos termos da
Lei federal nº 10.639/03) para fomentar conhecimentos sobre a história das culturas africana e afrobrasileira,
também promovendo a conscientização, a autoestima e a conquista da cidadania de crianças e adolescentes
negros. Nessa ação de reconhecimento, o PdC Centro de Cultura mantém videoteca e biblioteca e oferece
regularmente oficina de arte e de dança afro, palestras e exposições temáticas sobre a cultura afrobrasileira.
104
LagesMesorregião Serrana
População estimada em 2014: 158.846 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Cultura, Memória e Desenvolvimento Instituição proponente:Associação dos Amigos do Museu Histórico Thiago de Castro
Conhecimento, valorização e preservação do acervo do Museu Histórico Thiago de Castro são as metas
do Ponto de Cultura que se estrutura como núcleo permanente de salvaguarda da memória e do
patrimõnio cultural lageano. Entre as ações do PdC Cultura, Memória e Desenvolvimento constam oficinas
de educação patrimonial destinadas a estudantes do ensino fundamental, visitas monitoradas ao Museu e
cursos de formação de agentes culturais, além da organização do Núcleo Permanente de Preservação Cultural,
que procura reunir a base documental das culturas serranas. O intuito maior é a interação entre a comunidade
e o Thiago de Castro, aproximando-os com ações que se orientam pelo diálogo e pela criatividade, à procura
de firmar a cidadania e a identidade regional.
106
LagesMesorregião Serrana
População estimada em 2014: 158.846 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Cultura Popular no Rumo de João Maria Instituição proponente:Associação Cultural Matakiterani
O Ponto de Cultura se organiza em torno de uma rede de relações para democratização das culturas
da Serra catarinense, tendo o profeta da Guerra do Contestado (1912-1916) como referência, e dá
continuidade às atividades da Matakiterani, como “Ação Griô” e “Pontinhos de Cultura” e os espetáculos
“Causos da Serra” e “Recomendação das almas”. As suas ações destinam-se a crianças, adolescentes, adultos
e idosos. O Núcleo de Celebração, que reúne os sábios e ensinadores da cultura popular, realiza a Roda de
Causos e a Mostra do Campo, enquanto o Núcleo de Releitura dedica-se ao registro em áudio dos saberes
populares e oferece a Oficina Vivência Digital, voltada à produção de conteúdo audiovisual, fotográfico e
textual/impresso de natureza documental. O Núcleo de Criação promove a Vivência do Sagrado – oficina
destinada ao reconhecimento da religiosidade transmitida oralmente, expressa em santos, mitos, rezas, ritos
e locais sagrados e mediada pelos capelães, recomendadores de alma, benzedeiras, sortistas e devotos de São
João Maria –, a oficina Vivência das Tradições – que recupera técnicas ancestrais das populações indígenas,
afro-brasileiras e descendentes de colonizadores, além dos fazeres do Caminho das Tropas, com aprendizes
no fabrico de objetos e no preparo de alimentos a partir de matérias-primas locais –, e a oficina Vivência das
Artes, que realiza intervenções teatrais, musicais e narrativas e estimula a criação de grupos artísticos. O PdC
também produziu a revista “Dança do Urubu” e o CD do trovador e repentista Bruno Antunes.
108
LagesMesorregião Serrana
População estimada em 2014: 158.846 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Teatro Circula-dô Instituição proponente:Grupo de Teatro Menestrel Faze-dô
Originado no Grupo de Teatro Menestrel Faze-Dô – associação de artistas que trabalha com Teatro de
Rua e Teatro de Formas Animadas desde 1993 –, o projeto do Ponto de Cultura Teatro Circula-Dô
dedica-se ao registro da cultura popular, em especial a cultura cabocla, e promove suas ações artísticas nos
ambientes rural e urbano dos municípios da região serrana. Estudantes da rede pública e grupos de terceira
idade têm contato com espetáculos como “Bulha dos Assombros” (teatro de rua com bonecos gigantes),
“Praga de Mãe” (teatro de bonecos), “Avental Animado” (teatro de animação), “Méri” (teatro de bonecos de
pano) e “Dilema de Artie” (teatro de marionetes) – e com a exibição dos filmes cedidos pela Mostra de Cinema
Infantil de Florianópolis e pelo Sesc/Cultura. Entre as ações de formação do Teatro Circula-Dô destacam-se
a roda de contadores de histórias e as oficinas da memória (dedicada à terceira idade) e do imaginário popular
(destinada a estudantes da rede pública), das quais resultaram os registros da cultura popular cabocla em
áudio e vídeo. A partir desses relatos foram montados os espetáculos “Amora e jaguatirica”, “homem que se
casou com a sereia” e “Teatro de mamulengos”. Entretecendo relações e apresentações nos municípios de
Campo Belo do Sul, Capão Alto, Cerro Negro, Lages, Bom Jardim da Serra, Painel, Rio Rufino e São José do
Cerrito, o Teatro Circula-Dô intercambiou suas experiências com outros Pontos de Cultura em Florianópolis,
Fraiburgo, Passos Maia, Rio do Sul, Sombrio e Lages.
110
PalmitosMesorregião Oeste Catarinense
População estimada em 2014: 16.266 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Dó, Ré, Mi – Cultura e Arte ao Alcance de Todos Instituição proponente:Associação Coral de Palmitos / ACORPA
A cultura musical expressa pelos corais, bandas e orquestras é um traço marcante de Palmitos, município
formado por imigrantes riograndenses de ascendência alemã e italiana. O Ponto de Cultura é uma
expansão das ações da Associação Coral de Palmitos (criada em 1991) e oferece, regularmente, oficinas
de canto voltadas a crianças, adolescentes, adultos, idosos e portadores de necessidades especiais. As suas
atividades artísticas incluem o teatro e as danças folclóricas, sempre enfatizando as tradições locais. A geração
de trabalho e renda por meio da arte é o princípio do trabalho do Ponto de Cultura Dó, Ré, Mi – Cultura e
Arte ao Alcance de Todos.
111
Passos MaiaMesorregião Oeste Catarinense
População estimada em 2014: 4.351 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Arte, Comunicação e Cultura na Reforma Agrária Instituição proponente:Associação Regional Cultural dos Assentamentos da Brigada Maria Rosa / Arcamar
Situado na área rural de Passos Maia, o PdC Arte, Comunicação e Cultura na Reforma Agrária promove
uma série de ações socioculturais que atendem crianças, jovens e adultos dos assentamentos Zumbi dos
Palmares e Maria Rosa, ações que se estendem às escolas públicas de outras comunidades do município, com
apoio da Secretaria Municipal de Cidadania e Reforma Agrária. Cursos semanais de capoeira, dança, violão
e teatro são promovidos como parte da proposta de arte e comunicação, sempre reafirmando traços da
cultura do Sul do Brasil. O Ponto de Cultura também realiza o Encontro Cultural, no assentamento Zumbi
dos Palmares, que reúne apresentações de gaiteiros e violeiros e integra as comunidades de Passos Maia e dos
municípios de Vargeão e Faxinal dos Guedes.
112
São BonifácioMesorregião da Grande Florianópolis
População estimada em 2014: 2.966 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Resgate da Cultura AlemãInstituição proponente:Grupo Folclórico Kleine Tänzer de São Bonifácio
As culturas material e imaterial de ascendência alemã em São Bonifácio são renovadas pelo Ponto de
Cultura do Grupo Folclórico Kleine Tänzer – pequenos dançarinos, em tradução literal –, que realiza
um amplo projeto de registro e documentação nas áreas de música, folclore, ludicidade (jogos e brinquedos),
gastronomia e arquitetura. As ações do PdC Resgate da Cultura Alemã, com ênfase nas coreografias e nos
trajes típicos, incluem oficinas temáticas sobre culturas de colonização germânica, cursos de língua alemã e
uma pesquisa de campo com o registro em áudio (envolvendo entrevistas em meio digital, registro fotográfico
e transcrição) dos tradicionais tocadores de gaita de boca, acordeão e violão. No campo da cultura imaterial, o
Ponto de Cultura procede a identificação e o registro das brincadeiras e jogos tradicionais dos imigrantes, dos
pratos típicos da gastronomia regional e das edificações em estilo enxaimel (uma técnica ancestral baseada
no encaixe de peças de madeira), no intuito de criar um Mapa Temático da arquitetura local. Crianças,
adolescentes e idosos participam das ações do Ponto de Cultura, que abrange participações em eventos
comunitários de São Bonifácio, como a Kleines Bier Fest (pequena festa da cerveja).
114
São JoséMesorregião da Grande Florianópolis
População estimada em 2014: 228.561 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Laélia Purpurata Instituição proponente:Instituto Laélia Purpurata
O Ponto de Cultura Laélia Purpurata ativa comunidades dos municípios de São José, Biguaçu e Tijucas
para a criação de oportunidades de trabalho e renda a partir dos próprios meios sustentáveis. Os seus
projetos socioculturais se organizam em torno da Arte Terapia – com ações realizadas nas Associações de
Pais e Amigos dos Excepcionais/APAEs –, da Arte Educação – com atividades nas escolas públicas –, e da
capacitação de gestores culturais; monitores do CRAS, CREAS e APAEs; professores da rede municipal de
ensino; grupos de artesãos e de artistas. Laélia Purpurata também estende as atividades aos asilos e aldeias
indígenas da Grande Florianópólis. As suas práticas incluem oficinas de artes cênicas, cerâmica, escultura e
papel reciclado, e oficinas profissionalizantes de corte de cabelo, maquiagem, artesanato natalino e artesanato
sustentável feito com resíduos de fios e panos. Além de crianças, adolescentes e idosos, o PdC enfatiza o
trabalho com as mulheres e estende suas ações sociais a vários grupos excluídos, em especial indígenas da
etnia Guarani-Mbyá. Nesse campo de inclusão social, destacam-se a produção de um presépio em tamanho
natural criado pelos internos do Instituto Kayros (Biguaçu), uma instituição dedicada à reabilitação de
dependentes químicos, e as apresentações de teatro de bonecos na APAE de São José. Conciliando os saberes
do artesanato regional à consciência ambiental do artesanato sustentável, o PdC Laelia Purpurata pretende
renovar as culturas material e imaterial dessa região do litoral catarinense.
116
SearaMesorregião Oeste Catarinense
População estimada em 2014: 17.395 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Italiani Tra la Gente Instituição proponente:Associação Italiana Vêneta de Seara / ASSIVES
A preservação da cultura de ascendência vêneta em Seara é a premissa do Italiani Tra la Gente, que se
dedica a pesquisas sobre as culturas material e imaterial dos imigrantes. Nessa proposta, o Ponto de
Cultura realizou o registro da história oral, com gravações de relatos pessoais, e compilou manuscritos que
descrevem a vida e as tradições dos antepassados, produzindo um livro (com tiragem de 150 exemplares) que
foi distribuído à comunidade. Entre suas ações de fomento da cultura local destacam-se as aulas de língua
italiana (ministradas em dois níveis), o grupo de dança folclórica e o coral infanto-juvenil, que interpreta
canções italianas e brasileiras. Destinado a crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos, o Ponto de Cultura
Italiani Tra la Gente também oferece oficinas breves de informática, buscando preparar o estudante para o
mundo do trabalho.
118
VargeãoMesorregião Oeste Catarinense
População estimada em 2014: 3.590 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
O Pequeno Grande Artesão Instituição proponente:Clube da Mulher Vargeonense
A ação social do Clube da Mulher Vargeonense originou O Pequeno Grande Artesão, um projeto de
formação que tem, entre os seus princípios, o lazer e a capacitação. O Ponto de Cultura oferece oficinas
de costura e artesanato – atividades que contribuem para o aumento dos rendimentos das famílias –, além de
oficinas de dança e de contação de histórias, destinadas aos adolescentes e jovens da rede pública de ensino.
O preparo de novos músicos para a Fanfarra é uma das ações que se destacam entre as atividades do Ponto
de Cultura, uma iniciativa que orienta e prepara a autogestão do grupo de artesãos locais.
119
XanxerêMesorregião Oeste Catarinense
População estimada em 2014: 47.679 habitantes (Fonte: IBGE)
Ponto de Cultura
Catarina de Raízes Culturais Instituição proponente:Associação Vêneta de Xanxerê
As ações do Ponto de Cultura Catarina de Raízes Culturais procuram articular artes manuais tradicionais
e cultura digital em uma proposta de formação que contempla crianças e adolescentes da rede pública
de ensino, prioritariamente em áreas em situação de vulnerabilidade social. Realizadas em parceria com a
Escola de Educação Básica Joaquim Nabuco, a Casa de Cultura Maria Rosa e a Comunidade Senhor Bom
Jesus (responsáveis pela cessão das salas de aulas), as oficinas incluem o aprendizado de artesanato, acordeão,
canto coral e violão, além de crochê, tricô e macramê (técnica de tecelagem manual). Na área de cultura digital,
o Ponto de Cultura realiza oficinas de ambientalização visual em software livre e linguagem multimídia.
120
Santa Catarina em RedePonto de Cultura
Pontão Ganesha de Cultura Digital
Instituição proponente:Associação Cultural Alquimídia
Dedicada desde 2002 à produção cultural independente e à democratização da comunicação, a Associação
Cultural Alquimídia concebeu, em 2009, um desdobramento de sua articulação entre movimentos
sociais e produtores culturais que originou o Pontão de Cultura Digital Ganesha, nome que alude à divindade
hindu “mestre da sabedoria”. Como articulador da comunicação inclusiva e participativa da Rede de Pontos
de Cultura de Santa Catarina, o Pontão também divulga ações culturais dos estados do Paraná e Rio Grande
do Sul, sendo, na prática, um núcleo de Cultura Digital que atua na produção de conteúdos e animação de
redes, além de instrumentalização e tecnologia. O portal eletrônico do Ganesha – www.ganesha.org.br –
tem se convertido em agência de notícias de ações públicas e da sociedade civil pautadas pelo fomento à
diversidade cultural brasileira.
124
CARTA DA TEIA CATARINA / 2015 Ao Governo do Estado de Santa Catarina À Secretaria de Estado do Turismo, Cultura e Esporte À Fundação Catarinense de Cultura À Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina Ao Ministério da Cultura À Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural do Ministério da Cultura Demais Órgãos Culturais e Dirigentes Culturais do Estado Brasileiro e do Estado de Santa Catarina.
125
A TEIA CATARINA - Conexões
Sustentáveis 2015, realizada na cidade
de Florianópolis (SC), nos dias 29, 30 e 31 de
Janeiro de 2015, foi um marco no processo
de mobilização, articulação e, sobretudo,
de afirmação cultural e política dos Pontos
de Cultura em nosso Estado. O Programa
Cultura Viva em Santa Catarina teve início
em 2005, com a implantação de 18 pontos
de cultura selecionados e conveniados dire-
tamente com o Ministério da Cultura. A atual
Rede de Pontos do Estado de Santa Catarina
teve início no ano de 2009, e somente agora,
depois de quase seis anos, é que finalmente
conseguimos realizar este tão aguardado e
necessário reencontro.
Nesse período, a Rede de Pontos
de Santa Catarina não ficou parada.
Participamos ativamente da Teia e do Fórum
Nacional na cidade de Fortaleza (CE), em
2010, e, nos anos seguintes, realizamos
diversas atividades de Articulação da rede
por todo o estado, em encontros regionais
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de educação popular, cultura digital,
economia solidária, prestação de contas e
gestão cultural, participando novamente
da Teia e Fórum Nacional na cidade de
Natal (RN), em maio de 2014. Nestes dois
momentos, participamos ativamente, com
inúmeros representantes fazendo parte da
Comissão Nacional dos Pontos de Cultura
Em 2013, realizamos nosso Fórum
Estadual dos Pontos de Cultura, com a
participação de mais de 30 Pontos de todas
as regiões de Santa Catarina. Os Pontos
de Cultura representam a pluralidade, a
riqueza e a diversidade do nosso povo
e de nossa nação. Formamos um corpo
robusto e íntegro, composto pelas diversas
caras, cores, sotaques, saberes e fazeres que
expressam a beleza de nossa gente. Por isso
mesmo, estamos entre os agentes sociais
que melhor conhecem as dificuldades e as
potencialidades de nosso povo e do nosso
País. Somente esse simples fato, em um
contexto democrático, deveria ser suficiente
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para que o Estado tomasse medidas ime-
diatas e efetivas não somente para derrubar
os obstáculos que nos limitam, como tam-
bém para ampliar os espaços e canais de
diálogos e de participação dos Pontos de
Cultura no planejamento, na implementação
e na avaliação de políticas públicas das mais
diversas áreas.
Em 2014, alcançamos nossa grande
vitória que foi a aprovação da Lei Cultura
Viva pelo Congresso Nacional. O Estado
reconheceu a necessidade de construirmos
novos mecanismos de implantação e acom-
panhamento das ações do Programa Cultura
Viva na base de nossas comunidades, reco-
nhecendo sua diversidade cultural.
Precisamos avançar, e fazer com que
o estado deixe de ser o tutor e sim o fomen-
tador da cultura por seus fazedores cultu-
rais. É nesse sentido que reafirmamos a ne-
cessidade tanto de continuidade, ampliação
e avanço do Programa Cultura Viva, ressal-
tando e fortalecendo seus valores e prin-
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cípios fundamentais, quanto da instituição
definitiva de novas formas de relação entre
Estado e sociedade libertos do paradigma
paternalista e da visão impositiva que carac-
teriza boa parte das políticas públicas.
Para tanto, é primordial uma concep-
ção de Estado que, ao invés de impor, dis-
ponha as condições e os meios para o pleno
exercício da cidadania cultural, promovendo
autonomia, protagonismo e empoderamento
social. A política nacional Cultura Viva, insti-
tuída pela Lei 13.018, de 2 de Julho de 2014,
estabelece que tal política é de responsabili-
dade do Ministério da Cultura, dos Estados,
do Distrito Federal e dos municípios inte-
grantes do Sistema Nacional de Cultura.
Nesse sentido, pleiteamos o avanço
do processo de estruturação do Sistema Es-
tadual de Cultura, de modo a integrar ple-
namente o estado no acesso aos programas
e recursos do Fundo Nacional de Cultura, e
pleiteamos maior estruturação do Escritório
Regional do Ministério da Cultura em Santa
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Catarina. Pleiteamos o imediato incremento
da Rede de Pontos de Cultura em Santa Ca-
tarina, visto que neste momento não temos
nenhum Ponto com atividades fomentadas
em nosso estado, e que seja garantida a par-
ticipação de todas as expressões culturais e
regiões do estado nesta rede.
Reivindicamos junto ao Governo do
Estado (SOL) e ao Ministério da Cultura o
imediato lançamento de novo Edital dos
Pontos de Cultura, triplicando os atuais 60
para 180 instituições fomentadas. Pleitea-
mos que a Assembleia Legislativa promova
a tramitação da Lei Cultura Viva Estadual,
com ampla discussão e participação social
dos Pontos de Cultura e demais coletivos
culturais catarinenses, garantindo os avan-
ços do programa como políticas de Estado,
permanentes e continuadas. Precisamos
que o Estado de Santa Catarina se estrutu-
re, criando uma equipe de apoio à rede de
Pontos de Cultura, com equipe mobiliza-
dora, que possa dar o suporte de acompa-
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nhamento e gestão aos Pontos de Cultura,
e ainda incorpore o Programa Cultura Viva
como política estratégica do Sistema Esta-
dual de Cultura.
Pleiteamos que o Ministério da Cul-
tura, por meio da Secretaria da Cidadania e
Diversidade Cultural promova a prorrogação
do prazo no convênio 0369/2007 – Pontos
de Cultura de Santa Catarina, em vigor, e
autorize a utilização dos recursos existentes
como saldo em conta bancária, para que pos-
sam ser realizadas ações de formação e qua-
lificação cultural, voltadas, principalmente,
para a sustentabilidade da Rede de Pontos de
Cultura de Santa Catarina.
Florianópolis SC, 31 de Janeiro de 2015.
REDE DE PONTOS DE CULTURA
DE SANTA CATARINA – PONTOS CATARINA
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Este livro foi composto com a fonte Garamond, pela Studio S - Diagramação e Design,
e impresso na gráfica da DIOESC - Diretoria da Imprensa Oficial e Editora de Santa Catarina
em junho de 2015.