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portfolio Artur Souza 2007-2012

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seleção de trabalhos realizados entre 2007 e 2012

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exposição individual DITA ET AMBULA,

Galeria Conviv´Art, Natal/RN/Brasil

2007

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Uma luz se acende. Vejo a luz interior humana, seus problemas e seus limites. Este (o humano) tem prazo de validade (sua morte) e data de fabricação (do ventre), seu atestado, seu certificado, está vivo. Operante de um cotidiano de trabalho, de deveres e direitos. Livre para o seu cabresto, o do sistema. Sua luz, sua força. O dever de alimentar e ser alimentado. A experimentação de uma liberdade “não-cabrestária”. Uma fuga. Uma prisão. A morte. Geração (nascimento). Gerações. O cotidiano, o ciclo biológico do nascer, crescer, reproduzir-se e morrer. Como animal não racional, como máquina e seu desgaste. Sua luz interior? Suas manifestações e expressões? Seus anseios? Seus sonhos? O que deixarás para o amanhã? O caos queimará tudo, até a memória de um povo? MANDA E CAMINHA.

Artur Souza, 2007

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VITAE, 2007

papel e tínta acrílica sobre compensado

200 x 360cm

MORTIS, 2007

tinta acrílica, café e fita crepe sobre papel

300 x 610cm

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performance durante a

abertura da exposição

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DEGENERATIO, 2007

tinta acrílica e papel sobre compensado

110 x 400cm

nesta página

HABITAT, 2007

aninhadores, linha,

instalação elétrica,

lâmpadas, ovos, trama de aço

e tinta acrílica.

aprox. 210 x 120x 120cm

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aspecto da exposição

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As políticas de acesso, a nível local, dos espaços expositivos passam por editais. Um aluno do curso de Artes Visuais que pretende lançar-se a uma carreira artística tem como alternativas seguir essa política na criação de um espaço próprio, enquanto meio de produção e de grande visualização, ou criar um espaço alternativo e de divulgação própria. Tornando o artista não só um produtor de trabalhos artísticos, mas alguém comprometido com a divulgação e a logística de seu trabalho, na criação de um mercado consumidor e apreciador de seu trabalho. Neste contexto é que esteve envolvida a exposição, realizada em um espaço público, a Galeria Conviv´art (Centro de Convivência da Universidade Federal do Rio Grande do Norte), exposição realizada após seleção em edital para exposições em 2007.

A exposição surgiu de conversas de família sobre o período da Ditadura Militar no Brasil. Com a criação de imagens recorrentes ao período e a tentativa de imergir nesse contexto partindo das músicas tropicalistas. E como resultado desta pesquisa surgiram quatro trabalhos que compuseram a instalação da exposição. Um dos trabalhos esta posto com a apropriação de outra instalação: uma cópia de um atestado de óbito, trabalho realizado, em 2003, por Alex, na Pinacoteca do Estado, que sugeria o preenchimento dos campos do atestado com dados de alguém ou de alguma coisa. Foram realizadas 400 cópias desse atestado e envelhecidos a café com a aplicação de uma estampa que é um trabalho de investigação sobre a diluição de tinta e as manchas causadas no suporte (o papel) e sobre técnicas de falsários de como falsificar documentos tornando-os velhos. Pretendeu-se com isso gerar um envelhecimento precoce desse papel, remetendo ao tempo e a estampa (feita a partir de estêncil) a um rosto comum que sofre deformações (que poderiam sugerir agressões a imagem), a este trabalho foi dada a denominação de MORTIS, sugerida pelo suporte. Do lado contrário em outra parede (de frente) foi feito um tríptico com três chapas de compensado totalizando 3,30 x 2,20m onde foram coladas cópias de atestados de nascimento. Sobre este foi feito uma pintura de um enorme coração-árvore onde pássaros voam criando uma atmosfera de suspense. Estes painéis foram finalizados na abertura da exposição com a presença dos convidados. Este painel foi denominado VITAE. Morte e vida. Além desses dois trabalhos foram feitos mais dois HABITAT e DEGENERATIO. HABITAT é uma série de 16 aninhadores (casinhas) de passarinhos, pintados de branco por fora e de verde por dentro (sendo apenas um de vermelho), na instalação foi feito um circuito elétrico que liga a cada casinha uma lâmpada, ligados a essa casinha há uma série de ovos com um fio que o liga a seu respectivo lugar nas casas estão escritos os hipônimos de HABITAT, sugerindo que há um lugar para cada ovo, ou ligando um lugar (o ovo) a outro (a casa),

representado não só pela casinha mas pela palavra escrita, ainda com a presença dos pássaros que foram feitos no painel VITAE. O painel DEGENERATIO foi feito sobre duas chapas de compensado totalizado 1,10x 4,40m, as imagens deste são as mesmas apresentadas no MORTIS, com o mesmo estêncil, foram feitas projeções de luz sobre os painéis e estes foram pintados e colados com folhas de listas telefônicas. O caráter expressionista abstrato da pintura remete a um ritmo, a um envolvimento e a velocidade. As imagens estão em positivo e em negativo.

Opor vida e morte, na exposição, é gerar uma relação espaço-temporal onde o espectador é convidado a estar espacialmente em uma relação temporal. Fazer o expectador refletir sobre este espaço de tempo e, talvez, entre a sua própria vida e morte. O texto da exposição, que surge como fio condutor (não explicitante do trabalho) sugere uma linha reflexiva, perguntas para uma leitura dirigida, mas sem amarrar a interpretação. O texto da exposição sugere uma inquietação e tenta gerar no expectador o questionamento sobre sua identidade perante o que é posto, a criação de limites. O DEGENERATIO tenta sugerir um ciclo, passagens entre estados, continuação.

Artur Souza, 2007

fotografia

Enedina Souza.

Kelton Wanderley,

Nayara Costa,

Diego Medeiros.

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PANIS ET CIRCENSES: HÁ ILUSÃO ALÉM DA JANELA,

Pinacoteca do Estado do Rio Grande do Norte,

Salão Abraham Palatnik, Natal/RN/Brasil

2007

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PANIS ET CIRCENSIS: HÁ ILUSÃO ALÉM DA JANELA sacos de papel, tinta acrílica, estênceis, cortina de pvc 170x137cm

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Trabalho em stencil-art-acrílica sobre acrílica sobre cortina de PVC. Este

trabalho deveria ser instalado sobre uma das janelas da Pinacoteca, mas

por falhas, de anexação do conceito ao trabalho, acabou por ser fixado em

uma das paredes da galeria. É um trabalho, que segue a linha crítica da

exposição individual e tem uma poética que versa sobre a identidade, e os

processos de alienação, onde o indivíduo está sujeito na

contemporaneidade ao processo de desreferencialização do real e a

personalização do consumo, como forma de arrebanhamento, por parte

da comunicação de massa e perda de sua força política. Ao observar

através da janela, vería-se a Prefeitura do Natal, a Câmara dos Deputados

e um Fórum.

Artur Souza, 2008

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FRAGMENTO DE DITA EM AMBULA,

Encontro Nacional de Estudantes de Arte – ENEARTE-BA,

Universidade Federal da Bahia, Salvador/BA/Brasil

2009

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FRAGMENTO DE DITA EM AMBULA ovos, linha, fotocópias de atestado de morte, fita crepe, café, tínta acrílica aprox. 220x 200 x 300cm

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O indivíduo do presente é formado pela relação de sua memória e de suas

experiências anteriores. É neste contexto, de criar uma linha, linha

temporal estendida pelo espaço, desde seu nascimento até sua provável

morte, que a identidade individual é construída, como linha temporal de

um simulacro com prazos.

A instalação proposta para o XIII Encontro Nacional dos Estudantes de

Arte é um desdobramento da exposição realizada em 2007, na Galeria

Conviv´Art, em Natal, sobre pesquisa de métodos contemporâneos de

reprodução gráfica (gravura), com experimento de materiais alternativos,

da desconstrução da formalidade da gravura e das formas expositivas

tradicionais. Neste contexto a inserção de objetos e elementos que

resignificam o impresso e da tentativa de insubordinar a

bidimensionalidade da gravura a uma relação espaço-temporal.

Para a instalação foram utilizadas 60 fotocópias de atestados de óbito

com impressões de estêncil sobre papel com tinta acrílica preta. Ligadas a

60 ovos de galinha por linhas de crochê. As fotocópias foram presas a

parede com fita crepe kraft e os fios grudados com cola quente até a

extremidade do ovo, que estavam preso com cola quente sobre o chão. A

instalação ocupou uma área de 2,00 x 3,00 metros no chão e uma área

de 3,00 metros de largura em uma parede.

Artur Souza, 2008

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RUÍDO 1 (08 de maio),

Centro de Convivência, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Natal/RN/Brasil

2008

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RUÍDO 1 placas de compensado, lambe-lambe, folhas de papel branco e cordas 240 X 360cm

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Certo dia estava passando pelos acessos da Universidade quando vi um

pequeno bloco (de lambes superpostos), arrancados da parede e

pendurados. Não hesitei. Arranquei. Isso ficou por algum tempo

encostado quando surgiu a idéia de molhar e retirar camada a camada.

Neste mesmo período conheci alguns trabalhos de Matisse com a técnica

do papier découpé e "criei" a técnica chamada papier collé (des)collé

(re)collé com os lambe-lambes. No processo de construção do trabalho vi

que visualmente a superposição de pedaços criava, visualmente, o efeito

da propagação sonora, unindo os pontos da minha pesquisa, entre o

musicalismo e a arte de rua. Barulho. Os olhos tentam ler. E a reprodução

fonética das letras geram um som confuso e intenso. Mas era necessário

criar um contraponto com todo esse barulho. Poluído. Silencioso. Muita

informação. Nenhuma informação. A construção da dualidade

maniqueísta, a necessidade do silêncio. O trabalho deveria ser colado

sobre uma parede, mas para a instalação no Centro de Convivência, achei

mais prudente colar sobre compensado e instalar pendurado na estrutura

de concreto aparente. O Centro de Convivência, cinza devido a sua

estrutura, ganhou temporariamente cor e som, em um espaço silencioso e

pouco poluído.

Artur Souza, 2008

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RUÍDO 2: URBANUS,

Departamento de Artes, Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, Natal/RN/Brasil

2008

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RUÍDO 2: URBANUS infogravura dimensões variáveis

clave leis pentagrama controle linhas horizontais ruas hastes

crescimento imobiliário notas cabeças da capo início harmônicos

condomínios enarmônicos conflitos sociais segunda menor sexo

cromatismos crescimento clusters sonoros orgia notação

contemporânea comunicação digital inexeqüível loucuras licenciosas

ritmo tempo tempo vida ritardando botox notas janelas compasso

receita de bolo métrica cabresto modulação evolução melodia felicidade

contraponto barreiras timbre personalidade linhas suplementares

superestruturas peça conc(s)erto para computador

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A música escrita pelo compositor, para ser percebida pelo ouvinte,

necessita de um intermediário, ou melhor, de um intérprete. Logo uma

partitura não é música. Então o que é? Um conjunto de elementos

gráficos (linhas e pontos), que apresentam um ritmo visual. Mas nem tudo

o que se “desenha” enquanto “música” é executável. Este trabalho é um

exemplo disto. Partindo da formação e colocação aleatória de notas e

valores estabelecer uma progressão numérica das notas com o propósito

da não-execução obtendo um registro formal desta experiência e

posterior execução deste conc(s)erto para computador, mostrando as

limitações deste meio enquanto formador imagético e sonoro.

Estabelecendo uma ponte entre a música, as artes visuais e a tecnologia, a

contemplação visual e a percepção auditiva. As peças são fruto do

experimento com o software Encore 32 pelo preenchimento dos espaços

vazios. E a discussão das interfaces entre os sons (mal-executados) e o

crescimento urbano.

Artur Souza, 2008

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RUÍDO 3: Rinha,

2008

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RUÍDO 3: RINHA

animação

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LAGO PROFUNDO,

2008

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LAGO PROFUNDO performance para vídeo aprox.. 7 min.

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A atitude escarnecedora sobre esta arte (pós-moderna) pode revelar um

indivíduo “insensível” e despreocupado, e gera nos artistas uma volta ao

seu propósito primeiro na criação da “obra de arte” -suas intenções-, bem

como os valores empregados e convicções sobre o que realmente está

produzindo. Levando-o a reflexão.

O riso é revelador e questionador. Música intermitente de ritmo e

melodia variável. Contagiante ou constrangedora. Aceptora de canais de

significância, de crítica e de mero deleite sensorial.

A performance para o vídeo intitulada LAGO PROFUNDO (aprox. 7min.)

tem o propósito de questionar e provocar a artistas e espectadores,

partindo da ação de rir como elemento de reflexão.

Artur Souza, 2008

câmera e fotografia Vinicius Dantas

Daniela Catão edição e reedição

Vinicius Dantas Artur Souza

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Sertão-Mar

com Marjorie Simões

2010

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SERTÃO-MAR com Marjorie Simões performance para vídeo 4´20”

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O trabalho é uma pesquisa sobre "extremos" sob a perspectiva das

relações sensíveis, na proposição de ciclos. Que confluem e tendem a uma

relação de construção e desconstrução, em direção ao "novo" que

novamente é reprocessado.

“O sertão vai virar mar, o mar vai virar sertão” frase de Euclides da Cunha,

em “Os Sertões”, discorre sobre a Guerra de Canudos, e é o ponto focal

desse trabalho. Esta frase expressa pontos extremos, entre seco/molhado

como uma metáfora de morte/vida (no ideário sobre a seca) e o desejo de

Antônio Conselheiro em ver sua terra próspera e fecunda. Essa citação foi

utilizada de forma a criar uma metáfora no vídeo proposto.

A ideia consistiu em mostrar a relação entre indivíduo, ambiente e sua

relação de mudança, como metáfora de transformações internas do

indivíduo. O trabalho consiste em um vídeo documental sobre uma

performance realizada na Praia de Muriú (Ceará Mirim- RN).

Artur Souza, 2010

olho-câmera e fotografia Marjorie Simões

edição Artur Souza

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Fragmentos de Sonora

série de gravuras em metal

Faculdade de Belas Artes do Porto, Porto/Portugal

2008-2009

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CIDADE-MANGUE PARTIDA

linóleo, água tinta, água forte, chine-collé, carimbos,

tintas charbonnel e arttools sobre papel

velin johannot 340g/m²

67x50cm

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MANGUE 1

água tinta, água forte, chine-collé,

tintas charbonnel e arttools sobre papel

velin johannot 340g/m²

67x50cm

MANGUE 2

água tinta, água forte, chine-collé,

tintas charbonnel e arttools sobre papel

velin johannot 340g/m²

67x50cm

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MÁQUINA 1

água tinta, água forte, chine-collé,

tintas charbonnel e arttools sobre papel

velin johannot 340g/m²

67x50cm

MÁQUINA 2

água tinta, água forte, chine-collé,

tintas charbonnel e arttools sobre papel

velin johannot 340g/m²

67x50cm

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ORGANIZANDO PARA DESORGANIZAR 1

água tinta, água forte, chine-collé,

tintas charbonnel e arttools sobre papel

velin johannot 340g/m²

67x50cm

ORGANIZANDO PARA DESORGANIZAR 2

água tinta, água forte, chine-collé,

tintas charbonnel e arttools sobre papel

velin johannot 340g/m²

67x50cm

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“cadê as notas que estavam aqui? Não preciso delas Basta deixar soando bem aos ouvidos” Chico Science A planície costeira onde a cidade de Recife foi fundada é cortada por seis rios. Após a expulsão dos holandeses no século XVII a (ex)cidade “maurícia” passou a crescer desordenadamente às custas do aterramento indiscriminado e desordenado dos seus mangues. Em contrapartida, o desvairio irresistível de uma única noção de progresso, que levou a cidade ao ponto de “metrópole” do nordeste não tardou a revelar sua fragilidade. Bastam pequenas mudanças nos “ventos” da história para que os primeiros sinais de esclerose econômica se manifestassem, no início dos anos 60. Nos últimos trinta anos a síndrome da estagnação aliada a permanencia do mito de “metrópole”, só tem elevado ao agravamento acelerado do quadro de miséria e caos urbano. O Recife detém hoje o maior índice de desemprego do país, Mais da metade dos seus habitantes moram em favelas e alagados. É hoje a quarta pior cidade do mundo para se viver (SCIENCE, Chico ... e Nação Zumbi: Da Lama ao Caos (encarte). Recife: Caos Record: 1994: digital, estéreo [grifo meu]). Natal caminha para um quadro semelhante. O capital estrangeiro aliado a falta de políticas públicas comprometidas, aportadas por uma visão de evolução baseada no “mascaramento” dos problemas sociais e ambientais, parece guiá-la engatinhar para a “metrópole”. Uma cidade que importa-se com o turismo e com as divisas que esta prática traz a cidade. Esquecendo-se dos valores socioambientais e se afastando-se da história e de sua cultura. Fagocitando todas as influências estrangeiras e negando sua cultura e suas manifestações folclóricas. A cidade se esparrama pelo solo e cobre com seu tecido cinza e poluidor em uma velocidade assustadora sem se importar com o que encobre pelo caminho, sem observar como isto ocorre e suas consequências. Os mangues estão entre os ecossistemas mais produtivos do mundo. Estima-se que duas mil espécies de micro-organismos e animais vertebrados e invertebrados estejam associados a vegetação do mangue. Os estuários fornecem áreas de desova e criação para dois terços da produção anual de pescados do mundo inteiro. Pelo menos oitenta espécies, comercialmente importantes dependem dos alagadiços costeiros. Não é por acaso que os mangues são considerados um elo básico da cadeia alimentar marinha.

Ouvir o som e transformá-lo em forma. Ver a forma e tentar transformá-la em som. Sinestesia. As gravuras apresentadas são de uma série produzidas na Faculdade de Belas Artes do Porto, na disciplina Obra Gráfica, sob a orientação da professora Graciele Machado e do Técnico Avelino Guedes. Trata-se de experimentos e imagens únicas com a associação de matrizes. Água forte, água tinta, relevo seco, serigrafia, carimbos, chine-collé, fotogravura. Unindo técnicas e tentando subverter o caráter de multiplicidade pelo anulamento de registros, ou simplesmente pela não utilização. As imagens criadas recorrem a sobreposição de impressões e de cores como fim a criação de composições mais “estáveis”. O processo de confecção das matrizes por fotogravura com fotocópias é um processo que versa sobre a anulação de parte da imagem e como, de certa forma, houve quase a total transferência imagética, o processo parece ter se encarregado da degradação da imagem com a retirada de matéria do papel. A tentativa de apagar ou de driblar o acidente parece não muito eficaz, conferindo a imagem um caráter de “único”. As imagens construídas remetem a dicotomia entre o artificial e o natural. O mangue e seus habitantes decápodes, a flora vegetal e sua fragmentação. E a construção arquitetônica, a fuga animal e a coleta sonora. A transformação das estruturas de lama em estruturas de concreto armado. A coleta da imagem e a máquina transformadora em sons. Sons que trazem do mangue seu ritmo e significância a dureza cinza da cidade. O processo de confecção das matrizes pode revelar-se artificial pela utilização de substâncias químicas e materiais industrializados (placas de alumínio), o que confere ao trabalho uma nova questão sobre o que é realmente natural e o que é artificial. Mas o que importa, realmente, neste momento, é a construção da imagem enquanto poética pessoal e experiência produtiva gráfica, na construção de um discurso visual afim ao caráter das estéticas sinestésicas do manguebeat, alinhando o trabalho ao carácter musical-experimental que John Cage propõe em sua produção, mas de forma inversa com a audição de músicas e posterior criação de imagens. Que o mangue permaneça vivo e que se possa coexistir com sua estrutura frágil de lama e que a cidade com sua dureza-cinza ache novas formas e políticas alinhadas ao desenvolvimento socioambiental.

Artur Souza, 2009

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SOBRE PARTIR E FICAR

Exposição Mobilidade,

Museu da Faculdade de Belas Artes – FBAUP

Porto/Portugal

2009

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DE PARTIR E FICAR papel, impressão serigráfica, linha aprox. 200 x 70 x 100cm

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Quais os caminhos que um imigrante pode percorrer? A cidade do

Porto com seus mapas tentam nortear o visitante que aqui chega

ao encontro de sua arquitetura e seu patrimônio artístico e cultural.

Cada mapa parece tentar apresentar todos os valores

historicamente construídos. História de resistência e lutas para

além mar. O pardal, ave abundante no Brasil, tenta se nortear por

estes caminhos e tenta encontrar refúgio em uma terra onde os

habitantes detem parte de sua história e de seus laços de sangue.

Criando assim uma história comum entre a sua terra e Portugal.

O trabalho proposto trata-se de serigrafia e linha de crochê sobre

papel. O processo de produção gráfica serigráfica cria uma imagem

plana a superfície do papel. Na tentativa de subverter a planaridade

da serigrafia com a colagem de matéria confere a gravura um relevo

sugerindo caminhos e, além disso, uma instalação. Os caminhos que

nortearão o retorno a sua terra e a possibilidade de retorno a esta.

Voar e deixar os fios que fará voltar a pousar sobre solo lusitano.

Artur Souza, 2009

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PONTOS GRÁFICOS NODAIS

EM FLUXOS DA CIDADE DE NATAL

2011

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AVENIDA AFONSO PENA gravura em metal, 40x40cm e vídeo,

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AVENIDA ALEXANDRINO DE ALENCAR gravura em metal, 40x40cm e vídeo,

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AVENIDA DEODORO DA FONSECA gravura em metal, 40x40cm e vídeo,

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AVENIDA DUQUE DE CAXIAS gravura em metal, 40x40cm e vídeo,

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AVENIDA PRESIDENTE BANDEIRA gravura em metal, 40x40cm e vídeo,

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AVENIDA PRUDENTE DE MORAIS gravura em metal, 40x40cm e vídeo,

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AVENIDA RIO BRANCO gravura em metal, 40x40cm e vídeo,

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RUA AMARO BARRETO gravura em metal, 40x40cm e vídeo,

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RUA TRAIRI gravura em metal, 40x40cm e vídeo,

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RUA ULISSES CALDAS

gravura em metal, 40x40cm

e vídeo,

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Pontos gráficos nodais em fluxos da cidade de Natal é uma pesquisa

em arte sobre gravura e gráfica no campo expandido, incorporando

a intervenção performática em vias urbanas ao processo de

produção de imagens. O trabalho articula a produção no espaço do

atelier a intervenções urbanas realizadas em dez vias de grande

fluxo em Natal, no período de julho a setembro de 2011. As

estampas e a documentação do processo são apresentadas em uma

exposição que pretende aproximar o espectador ao momento em

que a performance e a imagem são realizadas, articulando imagem,

cidade e o corpo do artista.

Artur Souza, 2011

câmera e fotografia Cid Jácome

edição Artur Souza

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PROJETOS DE ARQUITETURA

GALERIA GRAVURA BRASILEIRA, São Paulo/SP/Brasil

Combinatórias Gráficas – Departamento de Artes UFRN –

Natal/RN/Brasil

2012

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PROJETOS DE ARQUITETURA série de xilogravuras sobre papel milimetrado 21 x 29,7cm

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O trabalho proposto parte das pesquisas em arte, no campo da

gravura e gráfica expandida, na incorporação da escala como

resultante da interação entre sujeito-estampa, como metáfora da

relação escala humana e arquitetura (espaço construído). Na

investigação entre o espaço real e o projetado (virtualizado), o

trabalho se constitui como estampas que relacionam a escala

humana (representada e vivencial), como projetos reais para

futuros trabalhos, onde a escala e a relação com o espaço

constituem um lugar vivencial paisagístico, mas não no conceito de

penetrabilidade arquitetônica. A gravura se apresenta a partir de

sua tradição planar em oposição a criação de um espaço

tridimensional proposto.

Artur Souza, 2012

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ARTUR SOUZA (1984 - ) Artur Luiz de Souza Maciel Graduado em Tecnologia em Produção da Construção Civil pelo Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte - CEFET-RN (2003-2006); Graduando em Licenciatura em Artes Visuais pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte UFRN (2007-2011); integrante do "MATIZES-Grupo de Pesquisa em Cultura Visual (DEART-UFRN)" na Linha "Poéticas Contemporâneas" no Grupo de Pesquisa em "Gravura e Gráfica da UFRN" (2011-) sob orientação da Profa. Dra. Laurita Ricardo de Salles; participou do Grupo de Pesquisa "Metodologias Interdisciplinares de Pesquisa em e sobre Artes", sob orientação da Profa. Dra. Maria do Mar Vazquez y Manzano (2010 - 2011); integrante do "Projeto de Intervenções Gráficas e Midiáticas em Ações Associadas (Ensino, Pesquisa e extensão) (2011-)" sob orientação da Profa. Dra. Laurita Salles; participante do "Projeto de Iniciação a Docência de Incremento das Atividades de Ensino e Aprendizagem da Gravura na UFRN (2009-2011)", sob coordenação do Prof. Dr. Everardo Ramos; participou do Programa de Bolsas Luso-Brasileiras do Banco Santander entre a Universidade do Porto e a UFRN (2008-2009). Pesquisa sobre Imagem; Corpo; Gravura e Gráfica no Campo Expandido.

Mostra Individual 2007 - DITA EM AMBULA, Galeria Conviv´Art – UFRN. Natal-RN Mostras Coletivas 2007 – II Salão de Artes Visuais Abraham Palatnik, Pinacoteca, Natal-RN 2008 – III Salão de Artes Visuais Abraham Palatnik , Pinacoteca, Natal-RN 2009 – Mostra de Artes do XIII Encontro Nacional de Estudantes de Arte, Salvador-BA 2009 – MOBILIDADE, Museu da Faculdade de Belas Artes do Porto, Porto-Portugal 2009 – 8 de MAIO, Fundação Capitania das Artes, Natal-RN 2010 – Mostra de Arte do Fórum de Artes & Design, Departamento de Artes, UFRN, Natal-RN 2010 – BRASIL-ALEMANHA, Galeria Conviv´Art, Natal-RN 2010 – 62º SBPC, Natal-RN 2011 – EU-OUTRO, Galeria Conviv´Art, UFRN, Natal-RN 2012 – Combinatórias Gráficas, UFRN, Natal-RN 2012 – SP Estampa 2012, Galeria Gravura Brasileira, São Paulo-SP Acervos Núcleo de Arte e Cultura da UFRN Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Norte - FAPERN Assessoria Internacional da Faculdade de Belas Artes do Porto (Portugal) Gabinete de Gravura da Faculdade de Belas Artes do Porto (Portugal) Contatos e-mail: [email protected] | [email protected] site: artur-souza.blogspot.com