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1 Curso: TÉCNICO EM ENFERMAGEM Professora: Elys Regina A. Martins Bom Jardim – MA 2015

Portugues Instrumental Apostila

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Curso: TÉCNICO EM ENFERMAGEM

Professora: Elys Regina A. Martins

Bom Jardim – MA2015

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Sumário

1. Língua, Cultura e Variação Linguística.............................................................................3

1.1 Variações Linguísticas....................................................................................................4

1.2 Funções da Linguagem..................................................................................................5

1.3 Exercícios.......................................................................................................................5

2. Comunicação...................................................................................................................7

2.1 Elementos da Comunicação...........................................................................................7

2.2 Funções da Comunicação..............................................................................................9

2.3 Barreiras à Comunicação...............................................................................................9

2.4 Efeitos do Feedback.....................................................................................................10

2.5 Exercícios.....................................................................................................................10

3. Linguagem e Elaboração................................................................................................12

3.1 Coerência e Coesão Textual........................................................................................12

3.2 Língua Portuguesa: dúvidas frequentes.......................................................................15

3.4 Exercícios.....................................................................................................................25

4. Textos Técnicos e Acadêmicos.......................................................................................32

4.1 Memorando e Ofício.....................................................................................................32

4.2 Seminário.....................................................................................................................35

4.3 Relatório.......................................................................................................................36

4.4 Exercícios.....................................................................................................................38

Referências........................................................................................................................39

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1. Língua, Cultura e Variação Linguística

“Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio e, ainda num só local, apresenta um sem-número de diferenciações.[...] Mas essas variedades de ordem geográfica,

de ordem social e até individual [...] não prejudicam a unidade superior da língua, nem a consciência que têm os que a falam diversamente de se servirem de um mesmo instrumento

de comunicação, de manifestação e de emoção.”Celso Cunha (1968, p.14)

Língua e linguagem são conceitos distintos. Quando nos referimos à língua,

fazemos alusão a um sistema de signos vocais, que podem ser transcritos graficamente,

específicos de um povo, uma nação, uma cultura, sendo seu instrumento para

comunicação. A linguagem, por sua vez, nos remete a qualquer sistema de signos

simbólicos (gestos, cores, palavras, imagens etc) empregados na intercomunicação social

para expressar e comunicar ideias e sentimentos, trata-se de uma atividade social e

exclusiva do homem, que se realiza individualmente, mas sempre de acordo com

tradições de comunidades históricas.

Assim temos dois tipos de linguagem: (a) a linguagem verbal, que se realiza

através da língua propriamente dita (fala e da escrita), e que geralmente acontece de

forma voluntária; e (b) a linguagem não-verbal, presente em outros sistemas de

representação, como a pintura, o desenho, os gestos, os sons, a expressão corporal, a

dança, entre outros, muitas vezes é involuntária, pois mostra as reações do indivíduo a

um ato comunicativo.

Alguns aspectos devem ser observados na comunicação verbal, são eles: o grau

de domínio do assunto; o vocabulário; a pontuação; a articulação de ideias, a fluência e o

ritmo. Na comunicação não-verbal deve-se atentar para: a mobilidade da cabeça e do

rosto, o olhar, os gestos, a respiração, a inibição, a postura, o andar e a apresentação

pessoal (roupas, cores, cabelo e acessórios).

Compreende-se então que a linguagem acontece no âmbito individual-social, já

que mesmo partindo do indivíduo, é utilizada com o intuito de interagir socialmente com

outros. Nesse sentido, a língua é a ferramenta que possibilita essa interação, quando

verbal, circulando socialmente. Essa condição de circulação faz da língua um organismo

vivo, em constante evolução, acompanhando a mudanças próprias do ser humano e da

sociedade. Vejamos a seguir os tipos de variações linguísticas.

1.1 Variações Linguísticas

Por ser fruto de um convívio social e própria do ser humano, a língua está sujeita a

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variações, que chamados de variedades linguísticas, definidas como o modo pelo qual a

língua se diferencia sistemática e coerentemente, de acordo com as condições históricas,

geográficas e sócio-culturais no qual os falantes dessa língua se manifestam. Essas

mudanças podem acontecer no nível fonético, morfológico, fonológico, sintático, léxico e

semântico.

Variações históricas: acontecem ao longo do tempo, e podem ser percebidas através da

comparação dos dizeres de duas épocas diferentes. O processo de mudança é gradual, e

pode ser de grafia ou de significado. Ex.: Vosmicê – você.

Variações geográficas: dizem respeito à distância geográfica que separa os falantes, ou

seja regionalismos. Podem diferenças de pronúncia, vocabulário e estrutura sintática,

essas mudanças geralmente são graduais, não representando em exato a fronteira

geográfica. Assim, por exemplo, a mistura de cimento, água e areia, se chama betão em

Portugal; no Brasil, se chama concreto; ou, no Brasil as palavras aipim, mandioca e

macaxeira, que são sinônimas, mas usadas em diferentes regiões do país.

Variações sócio-culturais: agrupa fatores de diversidade, como o nível socioeconômico,

o grau de escolaridade, a idade e o gênero. O uso de certas variantes pode indicar qual o

nível socioeconômico de um indivíduo.

Essas variações geralmente ocorrem concomitantemente. Observa-se também que

o ambiente no qual a comunicação ocorre também exerce influência sobre esta. O mesmo

indivíduo, em distintos contextos de comunicação (família, amigos, trabalho etc)

apresentará modificações na linguagem. Essa variação pode ser relativa ao grau de

formalidade ou a situação propriamente dita, observando as regras normas e costumes.

No caso de variação quanto é necessário observar o uso da linguagem

culta/padrão ou coloquial, a saber:

Linguagem culta/padrão: caracterizada pela correção gramatical, ausência de termos

regionais ou gírias, bem como pela riqueza de vocabulário e frases bem elaboradas.

Salvo raras exceções, é a linguagem dos livros, jornais, revistas e, é claro, a linguagem

presente em provas e concursos.

Linguagem coloquial: aquela que usamos no dia-a-dia, nas conversas com amigos, no

bate-papo e no bilhete para a empregada ou para o filho que irá chegar, com as

instruções para o jantar. Descontraída, dispensa formalidades e aceita gírias, diminutivos

afetivos e termos.

Lembre-se que formal ou informal relaciona-se mais proximamente ao contexto no

qual a linguagem é utilizada, remetendo à situações que requerem formalidade ou

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informalidade. Na seção seguinte abordamos a comunicação propriamente dita.

1.2 Funções da Linguagem

Função emotiva ou expressiva: centralizada no emissor, revela sua opinião e/ou

emoção. Nela prevalece a 1a pessoa do singular, interjeições e exclamações (biografias,

memórias, poesias líricas e cartas de amor).

Função referencial ou denotativa: centralizada no referente, quando o emissor procura

oferecer informações da realidade. É objetiva, direta, denotativa, prevalecendo o uso da

3a pessoa do singular (notícias de jornal e livros científicos).

Função apelativa ou conativa: centralizada no receptor; o emissor procura influenciar o

comportamento do receptor. É comum o uso de tu e você, ou o nome da pessoa, além

dos vocativos e imperativos (discursos, sermões e propagandas).

Função fática: centralizada no canal, tem como objetivo prolongar ou não o contato com

o receptor, ou testar a eficiência do canal (falas telefônicas, saudações e similares).

Função poética : centralizada na mensagem, revela recursos imaginativos criados pelo

emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras e suas

combinações (obras literárias, letras de música e em algumas propagandas etc).

Função metalinguística: centralizada no código, usando a linguagem para falar dela

mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta

outro texto (dicionários e outros).

Podemos observar no mesmo texto diferentes funções, para defini-lo temos que

observar a função predominante no texto.

1.3 Exercícios

1. Levando em consideração todo o seu conhecimento e o que foi discutido em sala,

explique as diferenças que demarcam linguagem verbal e não-verbal, cite exemplos.

________________

2. Diferencie língua e linguagem.

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________________

3. Caracterize as funções da linguagem.

________________

2. Comunicação

Comunicar vem do latim communicare, que significa colocar em comum, partilhar,

entrar em relação com. Comunicar é, então, trocar ideias, sentimentos e experiências

entre pessoas que conhecem o significado daquilo que se diz e do que se faz.

A comunicação desempenha um vasto conjunto de funções indispensáveis à

própria natureza da existência humana. Por trás do estudo das funções da comunicação,

está implícita uma determinada concepção acerca do que é comunicar. Dessa concepção

decorrem diferentes formas de explicar o como e o porquê dos processos

comunicacionais. Entre as funções mais usuais da comunicação são apontadas todas

aquelas que visam fins pessoais ou sociais.

Comunicamos para informar e estarmos informados, para formar e influenciar

atitudes e crenças, por simples prazer, para realizar tarefas em grupo, para criar e manter

organizações, ou para inovar.

Quando transmitimos uma mensagem, oral ou escrita, é fundamental sabermos

não só o significado que atribuímos às coisas, aos nossos gestos (comunicação não-

verbal), às palavras e expressões, mas também as possíveis significações que as outras

pessoas, com quem comunicamos, possam dar-lhe. Caso contrário, poderão surgir

barreiras à comunicação.

Nesse sentido, duas características importantes na composição de um

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comunicador eficiente são a clareza e a objetividade. Observe que clareza diz respeito a

apresentar uma mensagem de maneira que essa não seja entendida de forma

equivocada, já a objetividade trata da capacidade de se comunicar diretamente,

centralizando-se no objeto do discurso, sem desvios ou digressões.

2.1 Elementos da Comunicação

Comunicar é trocar mensagens. Embora a situação de comunicação possa se

apresentar de muitas maneiras diferentes, comporta sempre alguns elementos que lhe

são característicos:

Emissor: é aquele que emite, envia, transmite a mensagem. O emissor deve ser capaz

de construir mensagens que sejam compreendidas pelo receptor.

Receptor: é o indivíduo que recebe a mensagem. Este deve estar sintonizado com o

emissor, de forma a entender a mensagem, ele será mais receptivo quanto maior for a

sua abertura ao outro.

Mensagem: é o conteúdo da comunicação (conjunto de sinais com significado: ideias,

sentimentos, conjunto de símbolos emitidos pelo emissor).

Código: é o conjunto de sinais e regras que permite transformar o pensamento em

informação que possa ser entendida, na sua globalidade, pelo receptor. O emissor utiliza

o código para construir a sua mensagem - operação de codificação - (é capaz de construir

mensagens com significado e que sejam entendidas pelo receptor), enquanto que o

receptor utiliza esse mesmo código para compreender a mensagem – o receptor

decodifica a mensagem (é capaz de interpretar a mensagem, compreendê-la, dar-lhe um

significado).

Canal: é o suporte físico por meio do qual passa a mensagem do emissor para o receptor.

O mais comum é o ar, mas existem outros - a carta, o livro, o rádio, a TV, a Internet, etc.

Contexto: é o conjunto de variáveis que rodeiam e influenciam a situação de

comunicação.

Ruído: existe outro elemento fundamental que entra no processo de comunicação,

designado ruído. Inclui tudo aquilo que perturba ou distorce o processo de comunicação.

Os ruídos que adulteram a comunicação podem surgir em qualquer altura do processo e

Para que haja comunicação, é preciso que o destinatário

da informação a receba e a compreenda.

Eficácia na comunicação pode ser a sua maior arma. Utilize-a!

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se tornam barreiras para uma comunicação eficaz. Em comunicação, um ruído é tanto um

barulho (fisicamente perceptível), como uma ideia ou sentimento que esteja perturbando a

eficácia do processo comunicacional.

Feedback: ou informação de retorno: é o que permite aferir a eficácia da comunicação e

de que forma a mensagem está chegando ao interlocutor. Serve para corrigir deficiências

ou equívocos e reforçar a comunicação. Favorece a sintonia. É a mensagem que é

enviada ao emissor e que lhe transmite como as suas comunicações e atitudes foram

percebidas e sentidas pelo receptor. Sua eficácia é tanto maior quanto maior for a

confiança existente entre os intervenientes. Mais adiante voltaremos a falar em feedback.

2.2 Funções da Comunicação Informar;

persuadir;

motivar;

educar;

socializar;

distrair;

Busca-se, através da comunicação:

influenciar outras pessoas;

expressar sentimentos ou emoções;

receber, pedir, dar ou trocar informações.

2.3 Barreiras à Comunicação

Frequentemente, o processamento da comunicação é deficiente, como se entre o emissor

e o receptor houvesse uma barreira, como se os dois estivessem se expressando em

línguas diferentes. Veja algumas barreiras à comunicação:

utilização de linguagem não adequada;

elementos perturbadores externos;

divergências de valores e crenças;

Fundamental para o sucesso da comunicação, a EMPATIA é importante tanto

na transmissão da mensagem como na percepção do feedback que nos chega.

Essa capacidade de se colocar no lugar do outro, de forma a emitir uma

mensagem em um nível compatível a capacidade de percepção do interlocutor.

Muitas vezes ouvimos o que o outro não disse,

ou os outros entendem o que não dissemos.

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desinteresse;

papéis sociais desempenhados;

formação cultural divergente;

indisponibilidade física ou psicológica (estresse, cansaço, mal-estar etc)

palavras ambíguas;

hostilidades;

desmotivação.

Estudos revelam que retemos certo percentual da informação a qual somos

expostos, dependendo também dos órgãos dos sentidos que a recebem.

2.4 Efeitos do Feedback

Essencial na comunicação, o feedback (informação de retorno) pode ser usado

também para elogiar, esclarecer ou corrigir, porém sua função principal é certificar que a

mensagem foi corretamente interpretada, e avaliar a própria capacidade de transmitir o

que desejávamos. Os efeitos positivos são:

apoia e fomenta comportamentos corretos aos reconhecê-los;

corrige comportamentos que não correspondem à intenção do emissor/grupo;

clarifica as relações entre as pessoas e ajuda a compreender melhor o outro.

Para que seja eficaz, é necessário que o feedback seja: aplicável, neutro,

solicitado, oportuno, direto, específico e objetivo.

2.5 Exercícios

1. As placas de trânsito usam imagens para comunicar. Relacione cada placa a

mensagem que ela transmite.

sentido obrigatório

passagem de pedestre

proibido estacionar

trânsito de escolares

proibido virar à esquerda

mão dupla

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2. Leia as tirinhas e responda o que se pede.

Emissor: Receptor:

Houve comunicação? Por quê?

Emissor: Receptor:

Houve comunicação? Por quê?

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3. Linguagem e Elaboração

A linguagem escrita, e mesmo a oral, exige o cumprimentos de alguma regras.

Compreender como a língua funciona amplia as possibilidades de expressão do indivíduo.

Este capítulo vera sobre: (1) coerência e coesão textual; (2) língua portuguesa: dúvidas

frequentes; (3) textos técnicos e acadêmicos.

3.1 Coerência e Coesão Textual

A coerência e a coesão textual estão tão ligadas que muitas vezes não

conseguimos diferenciá-las, mas elas cada uma trata de um aspecto do texto em

particular.

A coerência, do latim, cohaerentia que significa “estar preso junto a”, trata da

relação que se estabelece entre as partes do texto para criar uma unidade de sentido,

assegurando a não-contradição de sentidos entre as partes do texto, é ela que

proporciona a unidade do texto. Portanto, está ligada a articulação do texto, a lógica que é

desenvolvida na construção das ideias apresentadas no texto.

A coesão, por sua vez, lida com o encadeamento linear das unidades linguísticas

presentes no texto, funciona como auxiliar no estabelecimento da coerência. Trata-se dos

elementos textuais que desempenham o papel de ligar as ideias umas às outras,

formando um fluxo contínuo.

3.1.1 Coerência Textual

Observa-se dois tipos de coerência textual, sendo:

Coerência extratextual: diz respeito à adequação do texto a algo que lhe é exterior, o

conhecimento de mundo, como por exemplo a lei da gravidade, o carnaval no Brasil, o

Natal em dezembro etc.

Ex: O que mais gosto, em agosto, é ver as luzes de natal. (falta coerência

extratextual, pois é de conhecimento público que o natal é em dezembro).

Coerência intratextual: está vinculada ao conceito de verdade como pressuposição entre

os enunciados; refere-se à não contradição entre as partes do texto.

Ex.: A festa estava ótima, por isso fui embora cedo. (falta coerência intratextual, se

a festa estava boa não justifica eu ter saído cedo).

O estabelecimento de coerência em um texto depende de fatores, como: o

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contexto; o gênero textual (dissertação, narração etc); o nível da linguagem (formal ou

informal); a narração, a argumentação; a linguagem figurativa, o aspecto temporal e o

espacial.

3.1.2 Coesão Textual

Utiliza-se de elementos que possibilitam a conexão entre as palavras, expressões

ou frases no texto. Dentre os mecanismos de coesão, destacamos:

Coesão por retomada ou antecipação:

Anáfora – termo já usado é retomado à frente. Ex.: A empresa faliu. Mas ela não

estava no vermelho. / Somos todos inteligentes. Isso é óbvio.

Catáfora – termo cujo referencial está adiante. Ex.: Meu amigo disse isto: “não sei

nada!”

Retomada (ou substituição) por palavra lexica l: utilização de sinônimos (apelido =

alcunha); de hiperônimos (flores - rosas, margaridas); de hipônimos (ipê, pinheiro –

árvores), ou ainda de contiguidade (termos que pertencem ao mesmo campo

semântico. Ex.: rio, correnteza, águas).

Coesão sequencial: encadeamento de segmentos textuais. A sequência textual pode ser

estabelecida com ou sem o uso de conectores.

Exemplos: Preciso sair. Tenho compromisso. (sem conectores)

Ela é muito competente, por isso conseguiu a vaga. (com conectores).

As conjunções desempenham pape importante na construção da coesão textual,

pois são unidades que tem por missão reunir orações num mesmo enunciado, ou seja,

uma palavra que liga orações, estabelecendo alguma relação entre elas. Essas relações

podem ser de: (i) coordenação, quando reúnem orações que podem aparecer separadas.

Ex.: Pedro fez medicina, e Maria se prepara para a mesma profissão. / Pedro fez

medicina. / Maria se prepara para mesma profissão; ou (ii) subordinação, quando um

enunciado perde a característica independente, de oração, para exercer um nível inferior

da estruturação gramatical, em outras palavras, ligam duas orações dependentes,

subordinando uma à outra. Ex.: Soubemos que vai chover. (não é possível separar sem

perder o sentido – Soubemos. / Vai chover.).

As conjunções coordenativas apresentam cinco tipos:

aditivas (adição): e, nem, mas também, como também, bem como, mas ainda;

adversativas (adversidade, oposição): mas, porém, todavia, contudo, antes (= pelo

contrário), não obstante, apesar disso;

alternativas (alternância, exclusão, escolha): ou, ou ... ou, ora ... ora, quer ... quer;

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conclusivas (conclusão): logo, portanto, pois (depois do verbo), por conseguinte,

por isso;

explicativas (justificação): - pois (antes do verbo), porque, que, porquanto.

As conjunções subordinativas apresentam dez tipos:

causais: porque, visto que, já que, uma vez que, como, desde que;

comparativas: como, (tal) qual, assim como, (tanto) quanto, (mais ou menos +)

que;

condicionais: se, caso, contanto que, desde que, salvo se, sem que (= se não), a

menos que;

consecutivas (consequência, resultado, efeito): que (precedido de tal, tanto, tão

etc. - indicadores de intensidade), de modo que, de maneira que, de sorte que, de

maneira que, sem que;

conformativas (conformidade, adequação): conforme, segundo, consoante, como;

concessiva: embora, conquanto, posto que, por muito que, se bem que, ainda

que, mesmo que;

temporais: quando, enquanto, logo que, desde que, assim que, mal (= logo que),

até que;

finais - a fim de que, para que, que;

proporcionais: à medida que, à proporção que, ao passo que, quanto mais (+

tanto menos);

integrantes - que, se.

Observe, entretanto, que a função de interligar orações não é exclusiva das

conjunções, muitas vezes essa função é desempenhada por locuções conjuntivas,

advérbios ou pronomes, também chamados operadores de sequenciação, a saber:

marcam sequência temporal: depois, meses depois, uma semana antes, um

pouco mais cedo etc.;

marcam ordenação espacial: à esquerda, atrás, na frente, atrás etc.;

especificam a ordem dos assuntos no texto: primeiramente, em seguida, a

seguir, finalmente, por fim;

introduzem um dado tema ou para mudar de assunto, na conversação: a

propósito, por falar nisso, mas voltando ao assunto, fazendo um parêntese.

Outro aspecto valoroso para construção de um texto coeso é a concordância. Na

língua portuguesa, quando um adjetivo varia em gênero e número de acordo com o

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substantivo/nome a que se refere, chamamos concordância nominal, já na ocorrência

de um verbo variar em número e pessoa de acordo com o seu sujeito, chamamos

concordância verbal. Ex.: As minhas duas belas primas chegaram.

Bela mulher e homem chegaram.

Mulher e homem chegaram belos.

Elas comeram muitas jacas.

Elas comeram muito.

Elas são muito gulosas.

Os alertas soaram às 12h.

Os soldados ficaram alerta.

Observe que: Ter/Haver – particípio regular (ado, ido).

Ex.: tinha pegado, havia comido

Demais verbos – particípio irregular.

Ex.: segue anexo, foi pego

3.2 Língua Portuguesa: dúvidas frequentes

Nesta seção abordaremos as dúvidas mais frequentes no uso da língua

portuguesa.

3.2.1 Regência

Não use a mesma preposição para verbos que têm regências diferentes. Observe

os exemplos a seguir:

Ela viu o desfile e gostou dele.(correto)

Ela viu e gostou do desfile. (errado)

Muitos eleitores analisaram o candidato e votaram nele. (correto)

Muitos eleitores analisaram e votaram no candidato. (errado)

Ela planejou o evento e cuidou da realização dele. (correto)

Ela planejou e cuidou da realização do evento. (errado)

Com os verbos chegar e ir usamos a preposição “a”. Ex.: Fui ao cinema. /

Chegaram a casa cedo.

3.2.2 Pontuação

Ponto: empregado basicamente para indicar o término de um frase declarativa de um

período simples ou composto. Ex.: Desejo-lhe uma feliz viagem. / A casa, quase sempre

fechada, parecia abandonada, no entanto tudo no seu interior era conservado com primor.

O ponto é também usado em quase todas as abreviaturas (fev. = fevereiro, hab. =

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habitante, rod. = rodovia). Quanto é empregado para encerrar um texto escrito recebe o

nome de ponto final.

Ponto e vírgula: usado para assinalar uma pausa maior do que a da vírgula,

praticamente uma pausa intermediária entre o ponto e a vírgula. Geralmente, emprega-se

o ponto-e-vírgula para:

separar orações coordenadas que tenham um certo sentido ou aquelas que já

apresentam separação por vírgula. Ex.: Criança, foi uma garota sapeca; moça, era

inteligente e alegre; agora, mulher madura, tornou-se uma doidivanas.

separar vários itens de uma enumeração. Ex.:

Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:

I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;

II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;

III - pluralismo de ideias e de concepções, e coexistência de instituições públicas e

privadas de ensino;

IV - gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais;

(Constituição da República Federativa do Brasil)

Vírgula: representa uma breve pausa, é empregada

para separar os elementos mencionados numa relação. Ex.: A nossa empresa está

contratando engenheiros, administradores e secretárias. / Rodrigo estava nervoso.

Andava pelos cantos, e gesticulava, e falava em voz alta, e roía as unhas.

para isolar o vocativo. Ex.: Filha, desligue já esse telefone! / Por favor, Mariana,

venha até a minha sala.

para isolar o aposto. Ex.: Sara, aquela mexeriqueira do oitavo andar, ficou presa no

elevador. / Renato, meu colega de sala, nasceu em Miranorte.

para isolar as orações adjetivas explicativas. Ex.: Vidas Secas, que é um romance

contemporâneo, foi escrito por Graciliano Ramos.

para isolar palavras e expressões explicativas (a saber, por exemplo, isto é, ou

melhor, aliás, além disso etc.). Ex.: Eles viajaram para a América do Norte, aliás,

para os Estados Unidos.

para isolar o adjunto adverbial antecipado. Ex.: Lá no sertão, as noites são escuras

e lindas. / Ontem à noite, fomos tá um restaurante Japonês.

para isolar elementos repetidos. Ex.: Estão todos cansados, cansados de dar dó!

para isolar, nas datas, o nome do lugar. Ex.: Porto Nacional, 22 de abril de 2013.

para isolar os adjuntos adverbiais. Ex.: A multidão foi, aos poucos, avançando para

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a praça.

para isolar as orações coordenadas, exceto as introduzidas pela conjunção e. Ex.:

Você pode usar o meu carro, mas tome muito cuidado ao dirigir. / Não fui trabalhar

ontem, pois estava doente.

para indicar a elipse de um elemento da oração. Ex.: Foi uma grande confusão. Às

vezes gritava; outras, chorava. / Não se sabe ao certo. Jorge diz que ela se

suicidou, a família, que foi um acidente.

para separar o paralelismo de provérbios. Ex.: Ladrão de tostão, ladrão de milhão.

após a saudação em correspondência (social e comercial). Ex.: Com amor, /

Atenciosamente,

para isolar orações intercaladas. Ex.: Não lhe posso garantir nada, respondi

secamente.

não use vírgula antes do gerúndio que descreve o modo como algo foi feito ou

antes de gerúndio que introduz uma ação simultânea à do verbo anterior. Ex.:

Resolve os problemas profissionais mudando de emprego. / Gosto de dirigir

ouvindo música.

use antes do gerúndio que introduz uma ação que é consequência da ação

expressa pelo verbo anterior ou dá uma ideia de continuidade. Ex.:As nuvens se

formaram aos poucos, cobrindo toda a cidade. / A ginástica reforça a musculatura,

aumentando seu diâmetro. / Não gostava de viajar, perdendo com isso diversas

oportunidades.

3.2.3 Seu ou dele? Como evitar confusão

Veja o exemplo:

José, Pedro levou o seu chapéu. (O chapéu é de José ou de Pedro?)

José, Pedro levou o chapéu dele. (Com certeza o chapéu é de Pedro.)

3.2.4 Este ou esse?

Os pronomes demonstrativos este/esta/isto e esse/essa/isso, e flexões, são usados

quando o falante quer esclarecer a a que se refere, retomar conteúdos e localizá-los no

tempo e no espaço, desta forma atuando na articulação do texto.

Em relação ao espaço: este/esta/isto indica proximidade do falante, enquanto

esse/essa/isso indica proximidade do ouvinte. Ex.: Esta bolsa me pertence. (a

bolsa está mais próxima do emissor); Quando você comprou esse sapato que está

usando? (o casaco está mais próximo do ouvinte).

Em relação ao tempo: usa-se este/esta/isto para referir a tempo presente, ou que

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ainda não passou, ou ainda, futuro bem próximo. Esse/essa/isso é usado para

expressar tempo passado ou futuro distante. Ex.: Nesta semana será anunciado o

vencedor. (ainda não passou); Um dia desses fui visitá-lo. (passado).

No discurso: os pronomes demonstrativos são elementos eficientes de coesão

entre o que foi ou irá ser dito. Usa-se este/esta/isto para adiantar o que se vai dizer

ou para remeter a um termo imediatamente anterior. Ex.: Você conhece estes

versos: "Amo-te tanto meu amor..." / Não sei onde é para morar, na zona rural ou

na zona urbana? Acho que esta (última = zona urbana) oferece mais opções. /

Quando falei com Ana, esta ficou muito feliz. Esse/essa/isso, por sua vez, refere-se

a uma ideia ou oração já mencionados. Ex: A Terra gira em torno do Sol. Esse

movimento é conhecido como translação. / O amor, o respeito e a gratidão devem

fazer parte da vida do homem. Aquele (o amor), por impedir o ódio, esse (o

respeito), por demonstrar educação e este (a gratidão) por promover a

solidariedade.

Na elaboração de cartas: este/esta/isto refere-se ao local em que a pessoa que

escreve se encontra. Os pronomes demonstrativos esse/essa/isso referem-se ao

local em que se encontra o destinatário. Ex.: A administração deste município tem o

prazer de convidar todos os moradores dessa cidade para participar da Festa do

Pequi.

3.2.5 Estudo da Crase

Indicada pelo acento grave (`), trata-se de um fenômeno que ocorre mediante a

fusão da preposição a com o artigo ou pronome a (a-preposição + a-artigo/pronome = à).

Ex.: Fui à feira. / Fui àquele lugar. / As leis às quais obedecemos são justas.

Artigo feminino – a / as;

Pronome demostrativo – aquele / aquela / aquilo;

Pronome relativo – a qual / as quais;

Pronome demostrativo – a / as.

Nunca ocorre crase diante de: palavras masculinas (Assisto a filme de comédia);

de verbo (Voltaram a estudar depois de anos.); de expressões formadas por palavras

repetidas ou de mesmo campo semântico (Ficaram face a face. / Estudo de segunda a

sexta).

Sempre ocorre crase:

na indicação de horas. Ex.: Chegamos às quatro da manhã.;

nas locuções formadas com palavras femininas, sejam prepositivas (à procura de,

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18

à moda de etc), conjuntivas (à medida que, à proporção que etc) ou adverbiais (às

vezes, às pressas, à noite etc). Ex.: Estavam à espera deles. / Comprou à vista. /

Eles chegaram à noite. / Saiu à francesa. (à francesa indica “à moda da França”).

diante de nome de lugares observe. Ex.: Vou à Itália. - Volto da Itália / Vou a Roma.

/ Volta de Roma. Caso especifique o lugar usa-se a crase. Ex.: Vou à Roma antiga.

A crase será facultativa:

diante de nomes de mulheres. Ex.: Fez referência à Beatriz. / Fez referência a

Beatriz.

depois da preposição até. Ex.: Foram até a (à) biblioteca.

diante de pronomes possessivos. Ex.: Levou o dinheiro à (a) nossa funcionária.

3.2.6 Por que, por quê, porque ou porquê?

Por que: em frases interrogativas (direta ou indireta) indicando “por que razão/motivo” ou

quando for equivalente a pelo qual/pela qual/pelos quais/pelas quais. Ex.: Por que não

fez a tarefa? / Quero saber por que motivo não fez a tarefa. / Os caminhos por que

andei. (Os caminhos pelos quais andei.).

Por quê: na mesma situação do item anterior, desde que no final da frase. Ex.: Não veio à

aula, por quê?

Porque: usado para introduzir justificativa, pode ser substituído por “pois”. Ex.: Não fiz a

tarefa porque estava doente. ( Não fiz a tarefa, pois estava doente.).

Porquê: é substantivo, usado depois de artigos, numerais, pronomes. Pode ser

substituído pelas palavras motivo, razão, causa Ex.: Quero saber o porquê da sua

ausência.

3.2.7 Uso do hífen

A Nova Reforma Ortográfica, trouxe algumas mudanças com relação ao uso do

hífen, que mostraremos a seguir os casos em que emprega-se o hífen:

quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra começa com a mesma

vogal. Ex.: micro-ondas, anti-inflamatório, auto-observação, contra-atacar.

Essa regra não se aplica para os prefixos co, pro e re. Ex.: coobriga, cooperativa,

reeditar, proótico, coadquirido.

diante de palavras iniciadas com h. Ex.: anti-higiênico, pre-histórico, co-herdeiro,

extra-humano, super-homem.

quando o prefixo terminar em consoante e a segunda palavra começar com a

mesma consoante. Ex.: inter-regional, sub-bibliotecário, super-resistente.

com o prefixo sub diante de palavras iniciadas por r. Ex.:sub-regional, sub-reino.

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diante dos prefixos além, aquém, bem, ex, pós, recém, sem, vice. Ex.: mal-

intencionado, mal-educado, bem-vindo, vice-presidente.

com os prefixos circum e pan, diante de palavras iniciadas por vogal, m, n ou h.

Ex.: pan-americano, circum-hospitalar.

nos caos de ênclise e mesóclise. Ex.: entregá-lo, amar-te-ei, relacionando-o.

com sufixos de origem tupi-guarani (açu, guaçu, mirim). Ex.: jacaré-açu, cajá-

mirim – amoré-guaçu.

ainda permanece em palavras compostas desprovidas de elemento de ligação e

naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas. Ex.: azul-escuro, bem-te-

vi, couve-flor, guarda-chuva, erva-doce, pimenta-de-cheiro.

Casos em que o hífen não é empregado:

quando o prefixo terminar em vogal e a segunda palavra começar por uma vogal

diferente. Ex.: autoavaliação, autoescola, infraestrutura, coautor, socioeconômico,

aeroespacial, antiamericano.

em algumas palavras que perderam a noção de composição. Ex.: mandachuva,

paraquedas, paraquedista.

em locuções substantivas, adjetivas, pronominais, verbais, adverbiais, prepositivas

ou conjuntivas. Ex.: fim de semana, café com leite. Porém, ainda permanece em

alguns casos. Ex.: água-de- colônia, água-de-coco, cor-de-rosa.

quando a segunda palavra começar com r ou s, depois de prefixo terminado em

vogal, essas consoantes são duplicadas. Ex.: antessala, antissocial, girassol,

ultrassom, contrarreforma, autorretrato, minissaia, minissérie.

quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante

diferente. Ex.: anteprojeto, autopeça, contracheque, ultramoderno.

quando o prefixo termina em consoante e a segunda palavra começa por vogal ou

outra consoante diferente. Ex.: hipermercado, hiperacidez, intermunicipal,

subemprego, superinteressante, superpopulação.

diante do advérbio mal, quando a segunda palavra começar por consoante, não se

emprega o hífen. Ex.: malfalado, malgovernado, malpassado, maltratado,

malvestido.

3.2.8 Pronomes de tratamento

Personalidades Tratamento Abreviatura No envelope Vocativo

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Presidente da República; Presidente do Supremo Tribunal Federal do Congresso Nacional

Excelência; Vossa Excelência; Sua Excelência

Só por extenso Excelentíssimo Senhor

Senhor Presidente

Deputados; Senadores; Governadores; Embaixadores; Ministros; Generais; Prefeitos

Excelência; Vossa Excelência; Sua Excelência

V. Ex.ª; V. Exa.; V. Ex.as; S. Ex.ª; S. Exa.; S. Ex.as

Exmo. Sr.Exmos. Srs.

Senhor (mais título)

Oficiais superiores e subalternos; Diretores de repartições e empresas; chefes de serviço, pessoas de cerimônia

Senhor; Vossa Senhoria; Sua Senhoria;

V. S.ª; V. Sa.;V. S.as; S. S.ª; S. Sa.; S. S.as

Ilmo. Sr.Ilmos. Srs.

Senhor (mais título)

Reitor de universidade Magnificência; Vossa Magnificência

V. Mag.ª; V. Maga.; V. Mag.as

Exmo. Sr.Exmos. Srs.

Magnífico Reitor

Juízes de Direito Meritíssimo; Vossa Excelência; Sua Excelência

V. Ex.ª; S. Ex.ª Exmo. Sr.Exmos. Srs.

Meritíssimo Juiz

Obs.: usamos Vossa quando estamos nos dirigindo diretamente à pessoa e Sua quando

o tratamento não é direto.

3.2.9 Futuro do subjuntivo:

Geralmente se faz muita confusão ao usar alguns verbos no futuro do subjuntivo.

Observe como ficam alguns desses verbos no futuro do subjuntivo.

Se o governo mantiver... (verbo manter)

Se ele repuser as mercadorias.. (verbo repor)

Se ela vir vocês... / Se eles virem os preços... (verbo ver)

Quando eu tiver... (verbo ter)

Se eu quiser... (verbo querer)

Se eu fizer (verbo fazer)

Quando ele vir aqui... (verbo vier)

3.2.10 Uso de palavras

Onde: apesar da norma padrão limitar a utilização de onde a aspectos relativos a lugar,

seu uso tem se disseminado em uma infinidade de situações inadequadas.

“A criança começa a frequentar a escola com 6 ou 7 anos. É uma idade

maravilhosa, onde o garoto ainda está descobrindo a vida e necessita de uma

orientação". Aqui a palavra onde foi empregada indevidamente, já que refere-se à

"idade maravilhosa" (não um lugar). Para corrigir, substitua a palavra onde por em

que. "A criança começa a frequentar a escola com 6 ou 7 anos. É uma idade

maravilhosa, em que o garoto ainda está descobrindo a vida e necessita de uma

orientação".

“No Brasil, onde milhões de crianças trabalham nas lavouras, nas carvoarias e nos

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canaviais, a exploração da mão-de-obra infantil já se tornou um grave problema

social”. Neste caso, a palavra onde (refere-se a um lugar) foi antecedida de um

adjunto adverbial de lugar: condição necessária, para que tal palavra seja usada.

Mas ou mais?

mas atua como uma conjunção coordenada adversativa, devendo ser utilizada em

situações que indicam oposição, sentido contrário. Ex.: Esforcei-me bastante, mas

não consegui tirar notas boas.

mais se classifica como pronome indefinido ou advérbio de intensidade,

geralmente opondo-se a menos. Ex.: Ele escolheu a camiseta mais cara da loja. /

Não falo mais com você.

Mal ou mau?

mal pode ser usado com substantivo, relativo a doença; advérbio, caracterizando

erro ou irregularidade; e como conjunção, indicando tempo. Sempre com o sentido

oposto a bem. Ex.: Ela se comportou mal (bem) durante a palestra.

mau exerce a função de adjetivo, opõe-se a bom. Ex.:Pedro é mau (bom) aluno.

Há ou a? Com relação ao tempo.

há é usado em situações que indicam tempo transcorrido. Ex.: Há dias que não o

vejo! / As inscrições se encerraram há dois dias.

a é empregado em situações que indicam tempo futuro. Ex.: Viajarei daqui a dois

dias. / Nos encontramos no restaurante daqui a pouco.

Às vezes ou as vezes?

às vezes é uma locução adverbial de tempo, que significa de vez em quando Ex.:

Às vezes caminho pela praia.

as vezes junção do artigo definido + substantivo, que significa os momentos. Ex.:

Todas as vezes que precisei, ele estava lá para me amparar.

Imigrar, emigrar ou migrar?

imigrar, significa a entrada de estrangeiros no próprio país. Ex.: Após a catástrofe,

muitos haitianos imigraram para o Brasil na esperança de reconstruir suas vidas.

emigrar, significa sair do próprio país para um outro. Ex.: Há muitos brasileiros

emigrando para a Europa.

migrar, significa mudar de uma região para outra dentro de um mesmo país. Ex.: A

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22

falta de trabalho leva muitas pessoas a migrarem para as cidades grandes.

Meio ou meia?

meio com função de advérbio é invariável, e significa um pouco, mais ou menos.

Ex.: Elas ficaram meio assustadas ontem.

meia tem o sentido de metade, e concordará em gênero com o substantivo. Ex:

Nos encontraremos hoje ao meio dia (gênero masculino) / Ele é a única pessoa

que conheço que se satisfaz com meia maçã (gênero feminino) – nesses dois

casos tem sentido de metade.

Pluvial ou fluvial?

pluvial, referente à chuva, que provém dela.

fluvial, referente ao rio, próprio do rio ou que vive no rio.

Havia ou haviam?

O verbo haver, no sentido de existir ou ocorrer, é impessoal, por isso é usado

sempre no singular (há, houve, havia, houvera, houver, houvesse etc.). A mesma regra

vale para os auxiliares do verbo haver (deve haver, pode haver, vai haver, há de haver

etc). Ex.: Há muitas formas de fazer a mesma coisa. / No seu bolso, os policiais

encontraram dois relógios de luxo, da marca Rolex. Na casa dele, havia outros 14

relógios.

O verbo haver pode admitir o sujeito, mas isso geralmente ocorre em situações

formais ou aquelas em que é empregado como auxiliar: Ex.: Eu hei de vencer. / Eles

haverão de entender isso em algum dia.

Onde ou aonde?

aonde resulta da combinação a + onde, indicando movimento para algum lugar. É

usada com verbos que também expressem movimento. Ex.: Aonde você vai com

tanta pressa?

onde, por sua vez, indica permanência (lugar em que algo acontece ou está),

portanto,aplicável a verbos que denotam essa característica (estado ou

permanência). Ex.: Onde você mora? / A cidade onde nasci é bem pequena.

Afim e a fim

afim indica semelhança, portanto traz a ideia de afinidade. Ex.: Na faculdade de

engenharia estudamos matemática e disciplinas afins.

a fim, por sua vez, indica finalidade. Ex.: Estudo a fim de obter boas notas. / Ela

está a fim de você.

Sessão, cessão ou seção?

Page 23: Portugues Instrumental Apostila

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sessão: refere-se a espaço de tempo de uma reunião deliberativa, um espetáculo

de cinema, teatro etc. Ex.: A sessão demorou muito a começar, mas o filme valeu a

pena. / A sessão terá como objetivo aprovar ou não a nova lei do estudante.

cessão: tem um único significado: ceder, transferir algo, dar posse de algo a

outrem. Ex.: A cessão de suas terras foi aceita. / Autorizei a cessão dos materiais

à instituição que os solicitou.

seção: significa o mesmo que secção, ou seja, ato ou efeito de repartir, divisão de

repartições públicas, parte de um todo, departamento. Ex.: Cada seção deste

projeto deve ser analisada cuidadosamente. / Para nos enviar uma mensagem

clique na seção contato.

3.4 Exercícios

1. Até ____ poucos dias, os preços desse produto estavam sujeitos ____ grandes oscilações no mercado.( ) à, a ( ) a, à ( ) há, a ( ) à, à

2. A frase em que o uso da crase está incorreto é:(a) O professor dirigiu-se à sala.(b) Fez uma promessa à Nossa Senhora.(c) À noite não gosto de ler.(d) Referiu-se àquilo que viu.

3. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas.Quando, ____ dois dias, disse____ ela que ia ____ Europa para concluir meus estudos, pôs-se ____ chorar.( ) a - a - a – a ( ) há - à - à – a ( ) há - a - à – a

4. Preencha corretamente as lacunas, seguindo a ordem fraseológica.____ três semanas, cheguei ____ Lisboa; daqui ____ três dias farei uma excursão ____ França; depois farei uma visita ____ ruínas da Itália; de lá regressarei ____ São Paulo.( ) Há, à, há, a, as, à ( ) A, a, a, a, às, a( ) Há, a, a, à, às, a ( ) Há, a, há, à, às, a

5. Decida quando a crase será ou não usada.

a. ______ noite, todos os operários voltaram ______ fábrica e só deixaram o serviço

______ uma hora da manhã.

b. No território nacional, ______ estatísticas o demonstram: ______ cada trinta minutos

uma pessoa sucumbe ______ tuberculose.

6.Complete com a forma correta (porque, porquê, por que, por quê).

a. Quero saber ______________ estou assim.

b. Foi reprovado e não sabe ______________.

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c. ______________ você está tão aborrecida?

d. Não vais à aula ______________?

e. Reagi à ofensa ______________ não sou covarde.

f. Ignora-se o ______________ da sua renúncia.

g. São ásperos os caminhos ______________ passei.

h. Não saí de casa, ______________ estava doente.

i. Não foi ao baile, ______________ não tinha roupa.

j. Quero saber ______________ não me disse a verdade.

k. Quero saber ______________ foste reprovado.

l. ______________ os países vivem em guerra?

m. Quero saber o ______________ de sua decisão.

n. ______________ sinais o reconheceram?

o. Não sei ______________ motivo ele deixou o emprego.

p. Ele não viajou ______________?

q. Ester é a mulher ______________ vivo.

r. Eis ______________ o trânsito está congestionado.

7. Com relação ao uso do hífen, marque a opção correta.a. Alexandre sabe saltar de ____.( ) paraquedas ( ) para quedas ( ) para-quedas

b. O seu ____ é muito estressante.( ) dia a dia ( ) dia a dia

c. Seja ____!( ) bem-vindo ( ) bemvindo ( ) bem vindo

d. Encontrei um lindo ____ na florista.( ) copo - de- leite ( ) copo de leite

e. Fez um esforço ____ para vencer o campeonato.( ) sobrehumano ( ) sobre-humano ( ) sobre humano

f. Ela é muito ____.( ) mal educada ( ) maleducada ( ) mal-educada

g. Ele é seu ____.( ) super-herói ( ) super-herói ( ) superherói

h. A aeromoça estava esperando na ____.( ) ante-sala ( ) antessala ( ) ante sala

8. Leia os textos a seguir e responda às questões:Texto 1 - A Lua

A Lua (do latim Luna) é o único satélite natural da Terra, situando-se a uma

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25

distância de cerca de 384.405 km do nosso planeta. Seu perigeu máximo é de 356.577

km, e seu apogeu máximo é de 406.655 km.

Segundo a última contagem, mais de 150 luas povoam o sistema solar: Netuno é

cercado por 13 delas; Urano por 27; Saturno tem 60; Júpiter é o que tem mais até então e

possui 63. A Lua terrestre não é a maior de todo o Sistema Solar - Ganimedes, uma das

luas de Júpiter, é a maior [1] - mas nossa Lua continua sendo a maior proporcionalmente

em relação ao seu planeta. Com mais de 1/4 do tamanho da Terra e 1/6 de sua

gravidade, é o único corpo celeste visitado por seres humanos e onde a NASA (sigla em

inglês de National Aeronautics and Space Administration) pretende implantar bases

permanentes. (Fonte: pt.wikipedia.org/wiki/Lua)

Texto 2 - A lua

Tu és a lua, linda, branca iluminada,

E como ela é minha namorada, que vejo, admiro

E me ilumina toda noite;

Tu és a Lua, minha Lua brilhante

Minha inspiração, meu sonho,

Que me invade e me fascina a cada instante.

a. Identifique o(s) tema(s) abordado(s) nos textos 1 e 2.

b. Quanto à linguagem utilizada pelos autores dos dois textos, identifique se é conotativa

ou denotativa. Justifique sua resposta.

9. "Como a natureza, é capaz de preservar os ganhos e erradicar os erros para continuar

a existir."; a forma EQUIVOCADA de reescrever-se esse mesmo segmento é:

(a) É capaz, como a natureza, de preservar os ganhos e erradicar os erros para continuar a existir;(b) Como a natureza, para continuar a existir, é capaz de preservar os ganhos e erradicar os erros;(c) Para continuar a existir, é capaz de preservar os ganhos e erradicar os erros, como a natureza;(d) É capaz de preservar os ganhos, como a natureza, e erradicar os erros para continuar a existir;(e) É capaz de preservar os ganhos e erradicar os erros, como a natureza, para continuar

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a existir.

10. “A diminuição dos processos normais de metabolismo e crescimento economiza

energia...” equivale a “a energia é economizada ao se reduzirem os processos normais de

metabolismo e crescimento”; o item abaixo em que as duas frases NÃO se equivalem é:

(a) O governo criou a cesta básica para ajudar os pobres.O governo pretende ajudar os pobres, criando a cesta básica.(b) Os alunos estão mais contentes hoje do que ontem.Os alunos estavam menos contentes ontem do que estão hoje.(c) Melões estão na promoção: compre dois a R$l,00 cada e leve outro de graça.Melões estão na promoção, três por R$2,00.(d) O aluguel é de R$10,00 por volta na pista, a qualquer hora.Não há momento em que a taxa por volta na pista seja diferente de R$l0,00.(e) O quadrado é azul com manchas vermelhas dentro.O objeto azul é um quadrado com manchas vermelhas dentro.

11. O sentido de "...o autor de um bom manual de aritmética para o ensino médio não é

necessariamente um intelectual, mas, se ele escrever esse livro adotando critérios

pedagógicos inovadores e eficazes, pode ser" fica profundamente alterado com a

substituição de "se ele escrever esse livro" por:

(a) caso ele escreva esse livro;(b) conquanto ele escreva esse livro;(c) desde que ele escreva esse livro;(d) uma vez que ele escreva esse livro;(e) escrevendo ele esse livro.

12. O sentido de “associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, embora árduo,

compele os homens a se defrontar com a realidade” sofre profunda alteração se o

enunciado for reescrito do seguinte modo:

(a) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, conquanto árduo, compele os homens a se defrontar com a realidade;(b) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, sendo árduo, compele todavia os homens a se defrontar com a realidade;(c) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que é árduo, sim, contudo compele os homens a se defrontar com a realidade;(d) associará a felicidade ao exercício das virtudes, que, árduo, compele por isso mesmo os homens a se defrontar com a realidade;(e) associará a felicidade ao exercício das virtudes, o qual, árduo que seja, compele ainda assim os homens a se defrontar com a realidade.

13.Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas do texto abaixo.

O fenômeno da globalização econômica ocasionou uma série ampla e complexa de

mudanças sociais no nível interno e externo da sociedade, afetando, em especial, o poder

regulador do Estado. _________________ a estonteante rapidez e abrangência

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_________ tais mudanças ocorrem, é preciso considerar que em qualquer sociedade, em

todos os tempos, a mudança existiu como algo inerente ao sistema social.

(Adaptado de texto da Revista do TCU, nº82)

(a) Não obstante – com que(b) Portanto – de que(c) De maneira que – a que(d) Porquanto – ao que(e) Quando – de que

14. Leia o texto a seguir e assinale a opção que dá sequência com coerência e coesão.

Em nossos dias, a ética ressurge e se revigora em muitas áreas da sociedade industrial e

pós-industrial. Ela procura novos caminhos para os cidadãos e as organizações,

encarando construtivamente as inúmeras modificações que são verificadas no quadro

referencial de valores. A dignidade do indivíduo passa a aferir-se pela relação deste com

seus semelhantes, muito em especial com as organizações de que participa e com a

própria sociedade em que está inserido.

(José de Ávila Aguiar Coimbra – Fronteiras da Ética, São Paulo, Editora SENAC, 2002)

(a) A sociedade moderna, no entanto, proclamou sua independência em relação a esse pensamento religioso predominante.(b) Mesmo hoje, nem sempre são muito claros os limites entre essa moral e a ética, pois vários pensadores partem de conceitos diferentes(c) Não é de estranhar, pois, que tanto a administração pública quanto a iniciativa privada estejam ocupando-se de problemas éticos e suas respectivas soluções.(d) A ciência também produz a ignorância na medida em que as especializações caminham para fora dos grandes contextos reais, das realidades e suas respectivas soluções.(e) Paradoxalmente, cada avanço dos conhecimentos científicos, unidirecionais produz mais desorientação e perplexidade na esfera das ações a implementar, para as quais se pressupõe acerto e segurança.

15. Reescreva o texto a seguir para que fique coerente e coeso.

Na hierarquia dos problemas nacionais, nenhum eleva de importância e gravidade que

nem a educação. Nem os econômico pode disputar a primazia nos planos de

reconstrução nacional. Pois, se a evolução dos país depende de suas condições

econômicas, é impossível desenvolver a econômicas ou a produção sem o preparo

intensivo das forças culturais.

Page 28: Portugues Instrumental Apostila

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16. Os trechos abaixo compõem um texto, mas estão desordenados. Ordene-os para que

componham um texto coeso e coerente e indique a opção correta.

( ) O primeiro desses presidentes foi Getúlio Vargas, que soube promover, com êxito,

o modelo de substituição de importações e abriu o caminho da industrialização brasileira,

colocando, em definitivo, um ponto final na vocação exclusivamente agrária herdada dos

idos da colônia.

( ) O ciclo econômico subsequente que nos surpreendeu, sem dúvida, foi a

modernização conservadora levada à prática pelos militares, de forte coloração

nacionalista e alicerçado nas grandes empresas estatais.

( ) Hoje, depois de todo esse percurso, o Brasil é uma economia que mantém a

enorme vitalidade do passado, porém, há mais de duas décadas, procura, sem encontrar,

o fio para sair do labirinto da estagnação e retomar novamente o caminho do

desenvolvimento e da correção dos desequilíbrios sociais, que se agravam a cada dia.

( ) Com JK, o país afirmou a sua confiança na capacidade de realizar e pôde

negociar em igualdade com os grandes investidores internacionais, mostrando, na prática,

que oferecia rentabilidade e segurança ao capital.

( ) Em mais de um século, dois presidentes e um ciclo recente da economia atraíram

as atenções pelo êxito nos programas de desenvolvimento.

( ) Juscelino Kubitschek veio logo depois com seu programa de 50 anos em 5,

tornando a indústria automobilística uma realidade, construindo moderna infra-estrutura e

promovendo a arrancada de setores estratégicos, como a siderurgia, o petróleo e a

energia elétrica.

(Emerson Kapaz, “Dedos cruzados” in: Revista Política Democrática nº 6, p. 39)

17. Os fragmentos abaixo, adaptados de VEJA, 13/2/2002, constituem um texto, mas

estão ordenados aleatoriamente.

I. Para chefes, o caso é ainda mais complexo. Os que acham que seus subordinados

nunca entendem o que eles falam precisam ficar atentos à própria conduta. Talvez o

problema seja tanto de habilidade quanto de falta de comunicação.

II. E você? Está pronto para coordenar uma equipe ou para relatar a um grupo as

propostas de seu departamento? Se a resposta é não, cuide-se. Corra atrás de cursos de

liderança, compre livros que lhe ensinem a expressar suas ideias claramente.

III. O caixa da agência bancária é o mais indicado para liderar a equipe que vai propor

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29

alteração no desenho da área de atendimento ao público, onde ficam as filas. O faxineiro

deve tomar a frente do pessoal que decidirá o local mais adequado para estocar material

de limpeza.

IV. Competência técnica é só um ingrediente necessário à liderança. Um bom

coordenador tem de conseguir explicar como a tarefa sob seu controle vai contribuir para

os resultados da companhia, ou da instituição.

Considerando que a organização de um texto implica a ordenação lógica e coerente de

seus fragmentos, julgue os itens a seguir quanto à possibilidade de constituírem

sequências lógicas e coerentes para os fragmentos acima. Duas respostas são possíveis.

( ). I, II, IV, III.( ) I, III, II, IV.( ) II, III, IV, I.( ) III, I, II, IV.( ) IV, III, I, II.

18. Complete os trechos a seguir com informações coerente que correspondem à ideia

expressa pelo conectivo.

a. Muitas escolas brasileiras não apresenta, sequer, condições mínimas de

funcionamento, portanto

b. Quase todos reconhecem que a leitura é muito importante para nosso desenvolvimento

intelectual, entretanto

c. É noticiado, praticamente todo dia, estarem abertas vagas no mercado de trabalho,

logo

d. Devemos nos portar como cidadãos conscientes de nosso papel na sociedade, por isso

19. Complete as lacunas escolhendo uma das expressões entre parêntesis.

a. Direi a ele só daqui __________ alguns dias (a, há)

b. Ninguém poderá sair do recinto, __ foi a frase que todos ouvimos do chefe. (esta, essa)

c. Nós vamos ao cemitério __________ nosso avô foi enterrado. (onde, aonde)

d. Por que você está tão __________-humorado. (mal, mau)

e. __________ meu amigo, aqui, não é traidor! (este, esse)

f. __________ nadaremos nessa praia. (onde, aonde)

g. Eu não amo __________ você. (mais, mas)

h. __________ me sinto tão sozinho. (as vezes, às vezes)

i. Em véspera de prova fico __________ ansiosa.

Page 30: Portugues Instrumental Apostila

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j. __________ sempre muitas perguntas e nenhuma resposta. (haviam, havia)

4. Textos Técnicos e Acadêmicos

As demandas sociais atuais requerem cidadãos capazes de exercer plenamente a

sua cidadania. O que implica em saber analisar criticamente as realidades sociais e

organizar a ação para intervir nessa realidade, saber agir utilizando a informação.

No mundo da informação isso significa saber lidar com a informação (de diversas

naturezas - matemática, científica, filosófica, artística, religiosa etc) que vem de inúmeras

fontes (mídia impressa, radio e televisão, meio acadêmico, internet etc).

Em uma sociedade letrada, obter informações, analisá-las criticamente, saber

divulgá-las e agir utilizando essas informações passa pelo domínio da linguagem. Assim

como a leitura, a produção de textos escritos é uma prática de linguagem e, como tal,

uma prática social.

O que implica que em várias circunstâncias da vida escrevemos textos, ou nos

expressamos oralmente, para diferentes interlocutores, com distintas finalidades, nos

mais diversos gêneros, para circularem em espaços sociais distintos.

Apresentar-se-á nesta seção alguns gêneros textuais escritos (memorando, ofício,

relatório) e o seminário, que mistura expressão escrita e apresentação oral.

4.1 Memorando e Ofício

Memorando: é uma espécie de correspondência empresarial/institucional de caráter

breve, utilizado para informações de rotina. Embora quase que exclusivamente de uso

interno, também pode ser usado na modalidade externo (menos usual). Trata-se de uma

correspondência formal, porém sem exigir o uso de terminologia cerimoniosa

(atenciosamente, respeitosamente, prezado senhor).

É um modo de comunicar políticas, decisões e instruções internas. Observe que

usualmente (1) trata-se um só assunto em cada memorando; (2) a empresa ou repartição

poderá ter um impresso próprio para memorando, com diagramação adequada, logotipo

Ofício: é uma correspondência oficial emitida por uma autoridade, ou órgão público, a

outra autoridade, órgão público ou particular. Dentre suas funções destaca-se (1) prestar

ou solicitar esclarecimentos/informações; (2) comunicar decisões; (3) justificar ações ou

decisões; (4) registrar ou informar ocorrências de fatos na instituição; (5) solicitar obras e

orçamentos; e (6) convidar para solenidades públicas.

Page 31: Portugues Instrumental Apostila

31

Este tipo de correspondência pode transitar interna ou externamente. Deve ser feita

em duas vias, uma será enviada e a outra arquivada. O texto deve ser claro e objetivo,

para garantir a qualidade da comunicação, não conter rasuras ou erros gramaticais e

ortográficos. Observe que ao final do texto, geralmente usamos a expressão

atenciosamente, esta expressão deve ser substituída por respeitosamente, caso se

destine a um superior hierárquico. Caso tenha vários parágrafos, estes podem vir

numerados, lembre-se de não numerar nem o primeiro nem o último parágrafos.

4.1.1 Modelo de memorando e ofício

MEMORANDO

MEMORANDO SA-EGH nº 019/2013 Niterói, 04 de abril de 2013.

Ao: Diretor do Instituto de Letras

Assunto: Utilização de Auditório do ICHF

Em atendimento ao pedido de informações feito por V.Sª, informamos que há um

prazo de 30 dias de antecedência para a solicitação de uso do Auditório do ICHF.

Quanto à avaliação da solicitação, será feita pelo Diretor que utiliza critérios

indicados pelo Colegiado do Instituto.

Atenciosamente,

Elisa Viana CarvalhoSecretária - SIAPE 000111Encaminhado pela GRDP n.º 019/2013, de 04/04/2013.

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OFÍCIO

OFÍCIO GHT nº 019/2013Assunto: visita técnica. Niterói, 04 de abril de 2013.

Senhor Diretor

Vimos por meio deste ofício agradecer à V.Sa. pela atenção dispensada pela

equipe do CLAHA aos representantes deste Departamento, quando da visita técnica no

dia 02 de fevereiro próximo passado, durante a qual foram recebidos pela Coordenadora

de Serviços Cooperativos.

Esperamos nesta nova Chefia do Departamento de História da UFF, intensificar as

relações de cooperação mútua com a CLAHA.

Aproveitamos para parabenizá-lo pela posse, no próximo dia 14 de março, no

cargo de Diretor do Centro Latino Americano de História Antiga - CLAHA, e desejamos

pleno êxito de seus objetivos.

Atenciosamente,

Henrique Augusto Borges de Sá

Chefe do Departamento de História

Ao

Ilmo Sr. José Pedro de Sousa Martins

Diretor do Centro Latino Americano em História Antiga

Rua Cairaricupi, 268

São Paulo/SP

CEP: 060021-603

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4.2 Seminário

Trata-se de um gênero textual oral que demanda do(s) expositor(es) o uso, com

eficácia, da linguagem oral, assim como dos recursos materiais. Por isso, é fundamental

que o trabalho seja planejado e organizado.

Visa transmitir com eficácia as informações pesquisadas; utilizar a lógica e a

organicidade para construir o texto formal; utilizar a lógica e a capacidade de síntese para

elaborar um esquema orientador da fala; e utilizar bem os recursos tecnológicos

disponíveis (filmadora, TV, DVD, projetor de multimídia, banner, handout etc).

Caso seja preparado em grupo, todos os envolvidos devem ter domínio dos

conteúdos a serem apresentados. Para tanto é necessário que todos participem de todas

as etapas que envolvem a preparação do Seminário.

As etapas de preparação de uma seminário envolvem:

Fazer o levantamento da literatura sobre o tema (biblioteca, internet e outras

fontes);

Ler o material e discutir em conjunto as questões mais importantes;

Elaborar o trabalho escrito em grupo (não dividir em partes);

Selecionar o que é mais relevante para ser apresentado e designar a função de

cada um, caso em grupo (observar o tempo disponível);

Determinar os recursos a serem utilizados;

Designar as tarefas de cada um para a preparação do seminário.

Organizar a sala de forma a facilitar o trabalho do grupo que fará o seminário;

Garantir que o público possa ver e ouvir o(s) apresentador(es) sem problemas;

Círculo ou semicírculo pode ser usado quando a apresentação prever debate;

Postura individual e em grupo – todos devem estar atentos ao que está sendo

apresentado por um dos membros do grupo;

Definir roupas, penteado e acessórios a serem usados na apresentação;

Saber posicionar-se frente ao público.

No momento da apresentação observar:

Direção do olhar e tom de voz;

Falar para todos os ouvintes;

Não ficar de costas para os ouvintes;

Não andar na frente dos recursos que estiverem sendo utilizados;

Não utilizar termos como “tipo assim...” ou “né...”;

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Abrir o seminário apresentando o grupo e o tema;

Apresentar os objetivos do tema trabalhado;

Após, introduzir o tema e delimitar o assunto dentro do tema. Ex.: O assunto de

minha exposição será.... / Abordarei nesta exposição alguns aspectos sobre...;

Desenvolver o tema (apresentar em uma sequência lógica);

Finalizar a apresentação (concluir o tema);

Abrir ao público para perguntas com o objetivo de desencadear uma

discussão/reflexão entre os participantes;

Sempre mencionar o(s) autor(es) e as fontes citada(s).

O projetor de multimídia é uma excelente opção para organizar a fala. No caso de

optar por esse recurso, na preparação de seus slides atente-se para os seguintes :

Planeje seus slides;

Troque textos por imagens;

Fale mais e escreva menos;

Fontes legíveis são essenciais ;

Abuse da simplicidade;

Ler o conteúdo dos slides? Jamais!;

Postura é essencial;

Fale com clareza.

4.3 Relatório

Um relatório é uma exposição escrita de um conjunto de informações utilizado

para reportar resultados parciais ou totais de uma determinada atividade, experimento,

pesquisa, projeto, ação, ou outro evento. É composto de elementos pré-textuais (capa,

folha de rosto, resumo, sumário); textuais (introdução, revisão teórica, procedimentos

metodológicos, resultados, discussão dos resultados, sugestões e recomendações,

conclusão, referências); o pós-textuais (apêndice e anexos).

A seguir são listadas as regras gerais de apresentação/formatação de um relatório:

papel A4;

margens esquerda e superior de 3 cm e margens direita e inferior de 2 cm;

espaçamento entre linhas de 1,5;

fonte tamanho 12 (citações de mais de 3 linhas, notas de rodapé, paginação e

legendas devem ser digitadas em tamanho menor e uniforme – 10 ou 11);

os títulos das seções primárias devem iniciar em folhas distintas;

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a contagem de páginas se inicia a partir da folha de rosto (a capa não entra na

contagem), porém o número só aparece a partir da introdução.

Vejamos agora cada parte do relatório e suas características:

Capa

Folha de rosto

Resumo: apresentação concisa dos pontos relevantes, não deve ultrapassar 500

palavras. Identifique também 3 a 4 palavras-chave, que representam o conteúdo do texto.

Sumário

Introdução: é a parte inicial do texto, que contem informações objetivas para situar o

tema do trabalho, tais como delimitação do assunto, objetivos da pesquisa. Não deve

parafrasear o resumo, nem dar detalhes sobre a teoria, os métodos e os resultados, ou

antecipar a conclusão e recomendações.

Revisão teórica/bibliográfica: de acordo com o tipo de trabalho você realizará a revisão

teórica ou a bibliográfica. A primeira explicita o estado da arte, situa as teorias acerca do

tema na atualidade, já a segunda .apresenta estudos e pesquisas sobre o mesmo tema.

Procedimentos metodológicos: indica os processos adotados no estudo/pesquisa, bem

como narra a experiência, aqui destaca-se os materiais e a aparelhagem utilizados. Deve-

se apresentar esses dados no relato de forma lógica e cronológica.

Resultados: aqui faz-se a apuração dos resultados imediatos, é recomendável

estabelecer uma relação entre os resultados e a teoria estudada.

Discussão dos resultados: trata da exposição e interpretação dos resultados, é uma

parte argumentativa do relatório, portanto exigirá visão analítica.

Sugestões e recomendações: esta parte deve ser incluída apenas quando há

necessidade de estabelecer algumas recomendações, em muitos casos este item é

integrado à conclusão.

Conclusão: aqui retoma-se o referencial teórico, os objetivos, a prática e as discussões,

no intuito de fazer um “balanço geral”.

Referências

Apêndice: textos ou documentos elaborados pelo autor do trabalho, identificados por

letras e títulos (Apêndice A – título).

Anexos: textos ou documentos não elaborados pelo autor do trabalho, também

identificados por letras e títulos (Anexo A - título)

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4.4 Exercícios

1. Elabore um memorando interno, comunicando a alteração de horários no setor de

vendas na época do Natal. Exponha o motivo da alteração, bem como os novos horários.

2. Elabore um ofício com o seguinte teor: O Excelentíssimo Prefeito de Porto Nacional

solicita, em ofício, ao Excelentíssimo Governador, a reforma do Hospital Público.

3. No primeiro período vocês desenvolveram um projeto de pesquisa. Agora reúna o

grupo de desenvolveu esse trabalho, e junto com seus colegas prepare um seminário

para apresentar este projeto a todo o grupo.

Referências

BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa: 37ª edição revista, ampliada e atualizada pelo novo Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

CUNHA, C. Uma política do Idioma. Rio de Janeiro: São José, 1968.

FÁVERO, L.L.; ANDRADE, M.L.C.V.; AQUINO, Z.G.O. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2012.

MENO, C.M. Comunicação e Linguagem Técnica. Cuiabá: Editora UFMT, 2009.