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PESQUISAR · SAVE · PRINT · SAIR 22.JAN.2013 N.595 www.aese.pt NOTÍCIAS · AGENDA · OPINIÃO · PANORAMA · DOCUMENTAÇÃO NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO Os jovens, um recurso escasso EUA: Uma proposta para evitar divórcios precipitados América Latina: Chegam os novos “classe média” AGENDA Almoço de Natal do Executive MBA AESE/IESE 6º GOS: fazer o bem, gerindo melhor AESE e Novabase juntas pela formação Jogo da bola do Executive MBA AESE/IESE Regresso à AESE: 5 anos depois Lisboa, 31 de janeiro Gestão de projetos: uma abordagem prática Lisboa, 12 e 13 de março Reforma ativa: Desfrutar e ser útil Lisboa, 19 e 20 de fevereiro Gestão Estratégica de Grandes Contas Porto, 14 e 15 de fevereiro Que sabemos de Deus? Lisboa, 28 de janeiro Investigação AESE Lisboa, 11 e 12 de fevereiro O caso “Dr. Davi Shetty e a revolução na Saúde - a Narayana Hrudayalay Healthcity” Um Ensaio sobre a Constituição da Europa GAEM - Gestão Avançada da Economia do Mar Lisboa, 15 de fevereiro Que sabemos de Deus? MEDIA “Para onde vão os impostos?“ entre outros…

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NOTÍCIAS

22.JAN.2013 N.595

www.aese.pt

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NOTÍCIAS PANORAMA DOCUMENTAÇÃO

Os jovens, um recurso escasso

EUA: Uma proposta para evitar divórcios precipitados

América Latina: Chegam os novos “classe média”

AGENDA

Almoço de Natal do Executive MBA AESE/IESE

6º GOS: fazer o bem, gerindo melhor

AESE e Novabase juntas pela formação

Jogo da bola do Executive MBA AESE/IESE

Regresso à AESE: 5 anos depois Lisboa, 31 de janeiro

Gestão de projetos: uma abordagem prática Lisboa, 12 e 13 de março

Reforma ativa: Desfrutar e ser útil Lisboa, 19 e 20 de fevereiro

Gestão Estratégica de Grandes Contas

Porto, 14 e 15 de fevereiro

Que sabemos de Deus? Lisboa, 28 de janeiro

Investigação

AESE

Lisboa, 11 e 12 de fevereiro

O caso “Dr. Davi Shetty e a revolução na Saúde - a Narayana Hrudayalay Healthcity”

Um Ensaio sobre a Constituição da Europa

GAEM - Gestão Avançada da Economia do Mar Lisboa, 15 de fevereiro

Que sabemos de Deus?

MEDIA

“Para onde vão os impostos?“ entre outros…

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Reforçando a relação da AESE com o tecido empresarial, foi assi-nado, a 8 de janeiro, mais um protocolo na área da formação, desta vez com a Novabase, uma empresa líder em sistemas de informação, que vive um processo de crescimento acelerado, de cerca de um terço do volume total de faturação no mercado internacional. O protocolo foi celebrado entre o CEO da Novabase, Luís Paulo Sal-vado e o Presidente da AESE, o Prof. Raul Diniz. “Entendemos a AESE como um parceiro privilegiado. Uma empresa como nós [Novabase] que é líder na sua área, quer também trabalhar com parceiros líderes nas respeti-vas áreas e vemos o potencial de desenvolvimento desta relação que estamos agora a iniciar com a AESE”, comentou Luís Paulo Sal-

vado. "Nós fornecemos o know how das nossas pessoas; vendemos massa cinzenta. Somos uma con-sultora e a informação é essencial. Portanto, essa massa cinzenta tem de ser devidamente treinada e desenvolvida. Precisamos de con-tratar pessoas com um elevado po-tencial, mas isso não chega. É preciso desenvolvê-las e esse pro-cesso faz-se também com forma-ção. A formação também tem um papel central na evolução das pes-soas na empresa.”

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AESE e Novabase juntas pela formação

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2 CAESE janeiro 2013

O protocolo foi celebrado por Luís Paulo Salvado e Raul Diniz 8 de janeiro de 2013

Luís Paulo Salvado, CEO da Novabase, e Raul Diniz, Presidente da AESE

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No dia 15 de dezembro, os partici-pantes nas 11ª e 12ª edições do Executive MBA AESE/IESE reu-niram-se com as suas famílias na AESE para um convívio de Natal. Após as sessões da manhã, o Padre Hugo de Azevedo celebrou a missa que antecedeu o almoço de confraternização. Galeria de fotografias

15 de dezembro de 2012

3 CAESE janeiro 2013

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Almoço de Natal d0 Executive MBA AESE/IESE

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E porque a definição de estraté-gias, a gestão dos recursos e a tomada de decisão também se aplica no relvado, alguns partici-pantes nos 11º e 12º Executive MBA AESE/IESE defrontaram-se recentemente numa partida de futebol. O resultado: 4-2 com vantagem para o 12º. Este jogo foi o último a ser disputado em 2012, sendo já uma tradição entre os Alumni da AESE. Os campos onde habitualmente se realizam os jogos são geridos pela Superball de Francisco Abelha (34º PDE), um projeto participado por Naves SCR. Para a organização de próximos eventos, contacte Abdel Gama.

15 de dezembro de 2012

4 CAESE janeiro 2013

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Jogo da bola do Executive MBA AESE/IESE

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Na reta final das inscrições, o programa GOS – Gestão das Organizações Sociais conta já com um grupo considerável de respon-sáveis empenhados em melhorar a performance pessoal e das suas equipas nas instituições da eco-nomia social que representam. Comparativamente aos programas anteriores, os candidatos têm revelado um grau de responsabili-dade mais elevado, o que denota uma preocupação crescente das instituições com a gestão cada vez mais eficiente dos recursos, geralmente escassos, de que dispõem. Para mais informações sobre o GOS e inscrições, contacte Filo-mena Gonçalves.

5 CAESE janeiro 2013

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6º GOS: fazer o bem, gerindo melhor

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Uma parceria entre a AESE, Entrajuda e o Millenniumbcp

4 de fevereiro de 2013

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A AESE entende a formação dos seus participantes e Alumni como uma formação integral, dirigida ao desenvolvimento da pessoa como um todo, para que vivam, com coerência, os seus deveres pes-soais, familiares, profissionais e so-ciais. Neste âmbito se enquadra, por iniciativa da Capelania da Escola o lançamento para Alumni e amigos, de um breve curso sobre a fé católica. Neste «Ano da Fé», proclamado por S.S. Bento XVI na sua Carta Apostólica «A Porta da Fé», e que teve início em 11 de outubro de 2012, para se completar a 24 de novembro de 2013, a Capelania da AESE oferece uma exposição do Credo, com aulas mensais de ja-neiro a junho, às segundas feiras. Para os crentes será um modo de reverem a mensagem cristã que professam e de renovarem o com-

promisso batismal de vivê-la na sua integridade; para outros, ocasião de a conhecerem tal como sempre a Igreja a anunciou e continua a propor a toda a humanidade. O anseio de verdade e de sentido para a vida não dispensa ninguém de procurar, entre as propostas filosóficas, ideológicas e religiosas que se nos apresentam, aquela que melhor responda às nossas mais profundas inquietações, que nos situe com realismo nos tempos e espaços que nos envolvem, e nos encaminhe para a mais perfeita comunhão com os outros. As aulas decorrerão das 13h00 às 14h00 na sede da AESE e serão ministradas pelo seu capelão, Mons. Hugo de Azevedo. A primeira sessão realizar-se-á no dia 28 de janeiro.

Informações e inscrições

6 CAESE janeiro 2013

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Que sabemos de Deus?

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Formação integral na AESE

De 28 de janeiro a 24 de junho de 2013

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José Costa da Silva e o Prof. Eugénio Viassa Monteiro reali-zaram a atividade de investigação desenvolvida por Devi Shetty. A investigação deu origem à redação de um caso de estudo da AESE, que coloca os dirigentes e execu-tivos perante a necessidade de uma tomada de decisão relativa-mente à gestão de operações e do fator humano. “O caso trata da experiência do Dr. Devi Shetty, cirurgião cardiologista, na sua tentativa de tornar acessível a cirurgia do coração e outros trata-mentos delicados e dispendiosos a todos os cidadãos, mesmo os mais pobres. Na Índia, há necessidade de 2,5 milhões de operações anuais ao coração, das quais se fazem menos de 90.000, por falta de hospitais e recursos dos cida-

dãos para poderem custeá-las.

O Dr. Devi imagina e põe em prá-tica, sucessivamente, várias ideias que reduzem custos de operações para um serviço mais eficiente. Paralelamente, cria um micro seguro para financiar famílias po-bres, que, com um pequeno pré-mio, possam pagar as operações de que carecem. Além disso, como em variados locais da Índia, da Ásia, da África e da América Latina, não tinham possibilidade de ter bons médicos especialistas, pôs muita ênfase na telemedicina, para poder dar apoio aos GP-General Practitioners (médicos de família ou de clínica geral), em casos deli-cados desta especialidade. Atual-mente, os seus hospitais de Bangalore e Calcutá podem ser contactados pelos GP a partir de

800 locais de acesso, para troca de imagens e dados. A difusão da telemedicina foi apoiada pelo ISRO – Indian Space Research Orga-nization.”

7 CAESE janeiro 2013

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O caso “Dr. Devi Shetty e a revolução na Saúde - a Narayana Hrudayalay Healthcity”

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Investigação AESE

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Programa GAEM Lisboa, 15 de fevereiro Saiba mais >

Curso Que sabemos de Deus? Lisboa, 28 de janeiro Saiba mais >

Seminário Gestão Estratégica de Grandes Contas Lisboa, 11 e 12 de fevereiro Porto, 14 e 15 de fevereiro Saiba mais >

Seminário Reforma ativa: Desfrutar e ser útil Lisboa, 19 e 20 de fevereiro Saiba mais >

Sessão de Continuidade Regresso à AESE, 5 anos depois Lisboa, 31 de janeiro Saiba mais >

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AGENDA

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8 CAESE janeiro 2013

Programas

Seminário Gestão de projetos: uma abordagem prática Lisboa, 12 e 13 de março Saiba mais >

Sessões de Continuidade

Seminários

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Para onde vão os impostos? 16-1-2013, in Público Sanidade 11-1-2013, in Público O FMI apresenta propostas 9-1-2013, in Conselho Consultivo do Etv Apostar na Economia do Mar 7-1-2013, in Diário Económico A economia do mar: o palco é dos líderes empresariais 5-1-2013, in Expresso Público | PPP 5-1-2013, in Público

AESE nos Media

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De 15 de dezembro de 2012 a 17 de janeiro de 2013

9 CAESE janeiro 2013

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Pasquale Impesi (6º Executive MBA AESE/IESE) é atualmente Division Director de Immunology na Abbott

Nesta secção, pretendemos dar notícias sobre algumas trajetórias profissionais e iniciativas empresariais dos nossos Alumni. Dê-nos a conhecer ([email protected]) o seu último carimbo no passaporte.

PASSAPORTE

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10 CAESE janeiro 2013

António Manuel Vaz (6º Executive MBA AESE/IESE) é atualmente o Executive Board Member da Tourline Express Mensajeria (Espanha), empresa pertencente ao grupo CTT Expresso. .

Pedro Bação (31º PDE) exerce as funções de Sales Director na Saphety

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PANORAMA

Os jovens, um recurso escasso Durante décadas, o crescimento da população foi considerado um problema. Agora, é cada vez mais claro que, em grandes países, o problema vai ser a escassez de jovens. Refere-o David Brooks, num artigo publicado no “The New York Times” (14/3/2012). As imagens da primavera árabe, onde se veem massas de jovens a manifestarem-se, dão a impressão de haver uma gigantesca reserva de jovens. Mas, segundo um estudo do demógrafo Nicholas Eberstadt do American Enterprise Institute, também nos países árabes têm vindo a diminuir os nascimentos.

Em países como Omã, Marrocos, Síria ou Arábia Saudita, as taxas de fecundidade diminuíram 60% nos últimos trinta anos. No Irão, 70%. Tal como salienta Eberstadt, “po-de-se ter um rápido crescimento com uma fertilidade baixa ou alta (como aconteceu com a Coreia do Sul e Taiwan há poucas décadas). Mas, a longo prazo, é melhor ter uma população ativa crescente, em vez de uma que diminui em comparação com a de reforma-dos”. Se o século XX foi o da explosão demográfica, o XXI pode ser o da implosão. “Já hoje, quase metade

da população mundial vive em países cuja taxa de fecundidade não assegura a substituição da população. Para o Departamento do Censo, o crescimento mundial de mão de obra entre 2010 e 2030 será metade do que se registou nas duas décadas precedentes. Em seguida, Brooks examina a situação demográfica de países populosos. Um dos que pior se encontra é a Rússia, que conse-guiu juntar uma baixa natalidade e uma elevada mortalidade. Desde 1992, a população diminuiu em 6 milhões de habitantes. O Japão tem um dos piores perfis demográficos, com um rápido

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11 CAESE janeiro 2013

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envelhecimento da população, tal como em muitos países europeus. A China também está a enve-lhecer com rapidez, e o seu rápido crescimento económico pode ser travado pela escassez de traba-lhadores jovens, fruto da política imposta do filho único. “Numa cultura em que existe um apoio escasso fora da família, uma gera-ção de filhos únicos está a gerar

outra de filhos únicos, o que pode provocar uma profunda mudança social”. A Índia está melhor do que a China quanto a população jovem, mas de modo desigual. Enquanto nas regiões do norte do país, onde a população é mais pobre e tem menos estudos, existem mais filhos, passa-se exatamente o contrário no sul indiano.

Os EUA têm uma taxa de natalidade superior à do Japão e à da Europa. E a população norte- -americana está a crescer em todos os níveis etários, graças também à imigração. Mas o crescimento está a ser travado mais cedo do que se esperava.

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PANORAMA

EUA: Uma proposta para evitar divórcios precipitados Os processos de divórcio ba-seiam-se na presunção de que os solicitantes o fazem porque consideram que o seu casamento já não tem solução. Mas, e se

esta presunção fosse errada? Depois de comprovar que alguns dos que pedem o divórcio gostariam de se reconciliar se soubessem como fazê-lo, dois

especialistas em assuntos familia-res lançaram uma proposta para reduzir a taxa de divórcios nos EUA. 12 CAESE janeiro 2013

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Patrocinada pelo The Institute for American Values, “Second Chan-ces” é uma proposta inovadora pró-família. Os autores são a magistrada Leah W. Sears, ex- -presidente do Supremo Tribunal da Geórgia, e William J. Doherty, professor de Ciências da Família na Universidade do Minnesota e terapeuta familiar desde 1977. Sobre esta presunção, o professor Doherty e a sua equipa de investi-gadores da Universidade do Min-nesota fizeram um estudo com uma amostra de 2.484 casais envolvidos num processo de divórcio (William J. Doherty, Brian J. Willoughby e Bruce Peterson, “Interest in Marital Reconciliation among Divorcing Parents”, “Family Court Review”, vol. 49, nº 2, pp. 313-321, abril 2011).

A sua principal descoberta é que, em quase 40% desses casamen-tos, pelo menos um dos cônjuges declarou estar interessado na reconciliação. Em 10% dos casos, ambos os cônjuges queriam que o seu casamento durasse. Até aqui os desejos. E as espe-ranças de sucesso? Admitiam os cônjuges em vias de divórcio alguma saída? Alguns, sim. Dos casais inquiridos, quase 1 em ca-da 4 cônjuges declarou que o seu casamento ainda se podia salvar; em 1 de 9 casos, ambos os cônju-ges admitiam-no como possível. Doherty chegou à conclusão de que a afirmação “quero divorciar-me” podia, na realidade, ex-pressar até quatro atitudes dife-rentes:

1. “O meu casamento não tem solução; já é tarde para tentar salvá-lo, mesmo se o meu marido / a minha mulher fosse capaz de assumir grandes mudanças”.

2. “Tenho sentimentos confusos em relação ao divórcio; por vezes, acho que é uma boa ideia, e noutras não tenho a certeza”.

3. “Consideraria a possibilidade de me reconciliar, se o meu marido / a minha mulher encarasse a sério uma série de mudanças”.

4. “Não quero pedir o divórcio. Estaria na disposição de lutar para que estivéssemos juntos novamente”.

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A partir desta tipologia, Doherty e a sua equipa voltaram a fazer um novo inquérito. Descobriram que 65% dos cônjuges que pediam o divórcio pensavam que o seu ca-samento não se podia salvar (ati-tude 1), enquanto que 30% (dos cônjuges) ainda tinham alguma esperança (atitudes 2, 3 e 4). É interessante destacar que essa percentagem de 30% coincide com a de pessoas casadas que, noutro estudo, declararam sentir- -se insatisfeitas com o seu casa-mento, mas que não chegaram a divorciar-se e que, passado algum tempo, voltaram a encontrar a satisfação no seu casamento (Jared R. Anderson, Mark J. Van Ryzin e William J. Doherty, “Developmental Trajectories of Marital Happiness in Continuously

Married Individuals: A Group Modeling Approach”, “Journal of Family Psychology”, vol. 24, nº 5, pp. 587-596, outubro 2010). Os investigadores da Universida-de do Minnesota também com-provaram que as atitudes dos que pedem o divórcio podem variar em função de dois fatores. À medida que se esfria a decisão de dissol-ver o vínculo e os cônjuges apren-dem recursos para melhorar a sua relação, diminui o número dos que querem divorciar-se e aumenta o dos que querem reconciliar-se. Para Doherty, estes dados são encorajadores. “Temos uma nova oportunidade para ajudar milhões de famílias” e “reduzir, assim, as elevadas taxas de divórcios des-necessários”, afirma.

Por “divórcios desnecessários” en-tende os que poderiam ser evita-dos se existisse um período de reflexão desde que se solicita o divórcio até se reiterar a vontade de dissolver o vínculo, e cursos de formação que ajudem os casais em crise a superar desavenças. Contra aquilo que muitas vezes se pensa, a maioria dos divórcios nos EUA (entre 50% e 66%, conforme os estudos analisados) tem lugar em casais que durante anos conheceram bons níveis de satisfação no seu casamento e baixos níveis de conflito. Os restantes divórcios (entre 33% e 50% dependendo dos estudos) acontece em casamentos verda-deiramente conflituosos.

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Ora, são precisamente os divór-cios do primeiro tipo os que mais desconcertam os filhos. Ao não constatarem razões de peso para o divórcio (disputas permanentes entre os pais; abusos ou maus tratos...), os filhos podem vir a culpabilizar-se pela rutura. Seja por este ou outros motivos, constata-se que os divórcios mais dolorosos para os filhos são aqueles que acontecem em casa-mentos onde havia maiores pro-babilidades de reconciliação (Alan Booth e Paul R. Amato, “Parental Predivorce Relations and Off-spring Postdivorce Well-Being”, “Journal of Marriage and Family”, vol. 63, nº 1, pp. 197-212, feve-reiro 2001).

Com estes dados, a magistrada Sears – que foi considerada por Obama em duas ocasiões para o Supremo Tribunal dos EUA – e o professor Doherty pensam que o atual sistema divorcista deve ter uma viragem de 180 graus: na opinião deles, a primeira coisa que se deve oferecer aos que pedem o divórcio, é a opor-tunidade de se reconciliarem. Assim, muitos casamentos em crise ainda poderiam salvar-se, inclusivamente em processos de divórcio. Por isso, o primeiro eixo da pro-posta “Second Chances” consiste em implantar um período de reflexão de, pelo menos, um ano de duração, nos estados do país onde existem, ou não, esses pe-

ríodos ou, se existem, o tempo de reflexão não chega a um ano. Como nos EUA o leque de possibilidades é muito amplo (há 14 estados sem período de refle-xão; outros tantos que contem-plam períodos de 20, 30 ou 60 dias; existem ainda os que mais garantias oferecem, prevendo pe-ríodos de 2 anos), Sears e Doherty puderam comprovar o que acontece nuns e noutros. A conclusão é que naqueles estados onde os períodos de reflexão são mais longos, as taxas de divórcio tiveram um aumento menor. Segundo as suas estimativas, se as taxas de divórcio do país fossem similares às do estado do Illinois (onde o período de reflexão

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é de 2 anos, se o pedido for unilateral, ou de 6 meses, se for de comum acordo), cerca de 308.000 crianças poupariam a experiência do divórcio dos seus pais. E se fossem como as do Massachusets (aqui o período de reflexão é de 9 meses se for divórcio unilateral, ou de 3 meses se o pedido é consensual), mais de 400.000 crianças não veriam os pais divorciarem-se. Que os períodos de reflexão funcionam, demonstra-o também a experiência de outros países.

Segundo um estudo publicado em 2009, 80% do aumento das taxas de divórcio que aconteceu na Europa Ocidental entre 1970 e 1990, podia atribuir-se à elimina-ção ou ao encurtamento dos períodos de espera nos processos de divórcio (Thorsten Kneip e Gerrit Bauer, “Did Unilateral Divorce Laws Raise Divorce Rates in Western Europe?”, “Journal of Marriage and Family”, vol. 71, nº 3, pp. 592-607, agosto 2009). Além do tempo de arrefecimento que oferecem os períodos de

reflexão, Sears e Doherty pro-põem criar programas de forma-ção e centros universitários orien-tados para oferecer recursos e ferramentas educativas aos casais em crise de modo a facilitar-lhes a reconciliação. Esta abordagem construtiva é utilizada com su-cesso no Minnesota desde julho de 2010.

J. M.

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PANORAMA

Um Ensaio sobre a Constituição da Europa Zur Verfassung Europas. Ein Essay Autor: Jürgen Habermas Edições 70. Lisboa (2012) 176 págs. Tradução (português): Marian Toldy e Teresa Toldy Transformou-se num clichê adver-tir que a UE necessita de “mais política e menos economia”, mas Habermas tem vindo a insistir, há vários anos, com maior profun-didade, na necessidade de recon-figurar institucional e politicamente o que até agora é apenas uma união económica e monetária.

Não lhe falta razão, em qualquer caso, quando afirma que as defi-ciências da construção europeia se tornam mais palpáveis num momento como o atual. Por isso, denuncia como simplista a busca de soluções de curto prazo e económicas para um problema político de maior envergadura. A decantação economicista da UE desvirtuou o projeto europeu, mas originou sobretudo um défice democrático. Os cidadãos são os que mais foram afastados da tomada de decisões que, ou se encontram nas mãos dos comités de especialistas, ou são tomadas no âmbito de um Conselho Euro-

peu no qual continua a ter pri-mazia o interesse nacional. Pelo contrário, Habermas encara a UE como um importante passo no caminho para uma comunidade cosmopolita democrática, onde paulatinamente os interesses par-ticulares deem lugar a outros mais universalistas. Uma comunidade política mundial é hoje uma pos-sibilidade mais real do que nunca, graças à globalização e ao maior fluxo comunicativo que levou à erosão do protagonismo do Estado-nação. Mas existem obstáculos a este desenvolvimento pós-nacional. »»

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17 CAESE janeiro 2013

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Por um lado, o mercado opõe-se obstinadamente e, por princípio, às possíveis reivindicações políti-cas de uma sociedade civil que quer domesticar a economia; por outro, a lógica do poder admi-nistrativo, burocratizado e anqui-losado, está cada vez mais sepa-rada da dinâmica de um tecido cívico formado por cidadãos res-ponsáveis. A aposta de Habermas na política baseia-se numa confiança cega “na capacidade de autodetermi-nação democrática” da sociedade, que permite corrigir os desvios tecnocráticos ou economicistas do poder com a força dos interesses comuns dos cidadãos. Isto pode

acarretar também os seus riscos: apesar de Habermas partir de um modelo de agente racional e de uma situação de comunicação idealizada, como diferenciar os interesses universais e bem- -intencionados dos particulares e pouco solidários? Independentemente de se estar ou não de acordo com este discurso, convém chamar a aten-ção sobre a ligação que Habermas estabelece entre os direitos humanos e a sociedade cosmopolita, entre o universalismo dos primeiros e a universalidade e abrangência da segunda. Neste sentido, o primeiro texto deste livro, “O conceito de dignidade

humana e os direitos fundamen-tais”, é um dos ensaios de divul-gação mais importantes deste pensador. Nele desenvolve a ideia da dignidade humana, recupera o seu valor jurídico-moral e defende que esta, por um lado, fomenta a indissolubilidade dos direitos hu-manos (sem hierarquizações nem gerações) e, por outro, possibilita que os princípios da moral pene-trem no direito positivo e, portanto, se tornem exigíveis juridicamente. Daí que considere um sucesso a institucionalização da dignidade humana nas constituições nacio-nais e nos tratados internacionais.

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Mesmo admitindo a diferença que existe entre o reconhecimento jurídico dos direitos humanos e o seu cumprimento efetivo, para Habermas é precisamente esse conflito entre o ideal e o real que permite manter uma perspetiva dinâmica e progressiva da política.

J. M. C.

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19 CAESE janeiro 2013

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DOCUMENTAÇÃO

América Latina: Chegam os novos “classe média” Num continente marcado pela desigualdade, uma década de progresso social está a criar uma nova classe média, que abarca já 30% da população da América Latina. O crescimento económico e a geração de emprego formal está a conseguir tirar muitos da pobreza, segundo um relatório do Banco Mundial. Uma história curiosa foi publicada pela BBC há um ano: a do abor-recimento de alguns brasileiros de classe alta pela chegada aos seus lugares de veraneio de novos inquilinos, desta vez de uma emergente classe média. Estão em todo o lado: enchem as praias,

os hotéis, os aeroportos, levando uma profissional do setor a queixar-se: “Notamos que muitas pessoas que vêm aqui não são da classe A ou B, mas da C. Isso é evidente pelo modo como se vestem e se comportam”. A seu contra gosto e do de outros, um relatório recente do Banco Mundial (BM) – “A mobilidade económica e o crescimento da classe média na América Latina” – indica que os incómodos dos que têm maiores rendimentos terão de se moderar, pois tem-se vindo a consolidar na região uma tendên-cia para a melhoria nos níveis de rendimento per capita, o que tirou

da pobreza e converteu em classe média 50 milhões de pesoas durante a década passada. Uma classe em ascensão De acordo com o relatório, esse segmento teve um crescimento de 50 por cento (de 103 para 152 milhões entre 2003 e 2009). Embora ainda representem so-mente 30% da população da região, conseguiram que se tenha reduzido o fosso da desigualdade. Argentina, México, Colômbia, Brasil, Costa Rica, entre outros, são os rostos de sucesso da notícia.

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Observado de perto, o retrato do trabalhador de classe média latino-americano seria este: um empregado do setor dos serviços, com um certo nível de instrução, que trabalha numa empresa privada com um contrato formal, o qual lhe dá direito a prestações sociais várias, e que reside na cidade. Quanto a rendimentos, os parâ-metros do BM consideram uma pessoa da classe média se recebe por dia 10 a 50 dólares norte- -americanos. Ser pobre significa receber quatro dólares, enquanto que apenas um dólar per capita é sinal de pobreza extrema. Redução da desigualdade Vários foram os fatores que possi-bilitaram o salto a partir dos estra-

tos mais pobres. O BM cita o acesso a uma educação de maior qualidade, a maior permanência dos estudantes nos centros de formação, a progressiva integra-ção das mulheres – com uma bagagem académica e competên-cias muitas vezes superiores – no mercado laboral, e a garantia de redes de proteção social agora mais sólidas. Evidentemente, um fator decisivo entre as causas determinantes é o do surto económico da região (uma taxa de crescimento de 2,2% anual entre 2000 e 2009); crescimento que, deve dizer-se, assenta na sua maior parte sobre o movediço terreno da exportação de matérias-primas, pelo que a crise que golpeia os países do Norte, principais consumidores, não deixa de ser um aviso para

não se coloquem todos os ovos num único cesto e se vão diversificando as fontes de riqueza. “É uma realidade com duas fa-ces”, comenta Augusto de la Torre, economista-chefe do BM para a América Latina e as Caraíbas. “Uma, positiva, que re-presenta a redução da desigual-dade nos rendimentos – os salá-rios subiram, principalmente nas áreas de menor capacidade tecnológica ou intelectual – e outra, talvez preocupante, devido à especialização das nossas economias em setores de relati-vamente mais baixa produtivi-dade, com menores exigências em requisitos de educação, com-petências profissionais e capital humano”.

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Brasil e México: rompendo o ciclo da pobreza Vários dos programas dos gover-nos latino-americanos destinam- -se, precisamente, a romper o ciclo da pobreza e procuram fazer com que os membros das classes mais desfavorecidas adquiram a formação necessária para os colo-car em igualdade de condições de acesso ao bem-estar. Exemplo é o programa “Oportuni-dades”, aplicado no México com o apoio do BM, que já beneficiou 5,8 milhões de famílias. A iniciativa consiste em entregar pequenas quantias aos núcleos mais vulne-ráveis. Em muitos deles, as crianças não iriam às aulas por terem de se dedicar a levar para o

lar parte do sustento. As autorida-des, nessa situação, entregam à família o equivalente à hipotética contribuição da criança, para que esta possa frequentar a escola, e o montante tem vindo a aumentar de ano para ano, até a criança concluir os estudos secundários. Assistência sanitária para todos, com ênfase na prevenção, e apoio nutricional, fazem igualmente par-te do pacote de “Oportunidades”. Outra experiência interessante é a brasileira. O governo do Partido dos Trabalhadores implementou, a partir do início do primeiro man-dato de Lula em 2003, o seu programa “Bolsa Família”, com o qual afirma ter tirado da pobreza 30 milhões de pessoas num país

de 190 milhões de habitantes. A sua sucessora, Dilma Rouseff, lançou em 2011 a sua própria iniciativa, intitulada “Brasil sem miséria”, com a qual procura ele-var outros 16 milhões de pessoas acima do limiar de pobreza extre-ma, fixado no Brasil em menos de 44 dólares por mês. As medidas incluem ajuda financeira, educa-ção de maior qualidade, acesso à água e à energia, e formação profissional. Tanto o programa brasileiro como o mexicano contam com o apoio do BM. Apresentamos, em seguida, o Gráfico 1, publicado em “Ace-prensa”:

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Processo irreversível? Poderá perguntar-se se estes sal-tos para uma melhor qualidade de vida implicam que as sociedades latino-americanas se estão a tor-nar sociedades de classe média. Seria muito arriscado afirmá-lo, pois mesmo quando esta constitui 30 por cento da população regio-nal, ainda subsiste uma percenta-gem similar de pessoas que so-frem a pobreza. Para falar de uma expansão “crónica e irreversível” da classe média, de modo que as socie-dades latino-americanas possam receber tal qualificação, ter-se-ia de estabelecer se não existe o risco, para grandes segmentos populacionais, de um retrocesso

no estatuto socioeconómico, algo que não é de afastar de todo. De facto, às categorias definidas pelo BM consoante os rendimentos diários, acrescenta-se outra: a dos “vulneráveis”, entendidos como aquelas pessoas que têm rendi-mentos de entre quatro e dez dólares diários, superiores ao dólar único da pobreza extrema, mas claramente abaixo do rendi-mento da classe média. Para que não haja um recuo neste sentido, o economista De la Torre refere que são necessárias refor-mas que abarquem o trabalho, a recolha de impostos e a segu-rança social. Por isso, o relatório do BM propõe integrar de modo explícito na

política pública o objetivo da igual-dade de oportunidades, para con-vencer toda a gente de que o esforço acarreta mérito e que a distribuição de dividendos não é um jogo de vencedores ganho antecipadamente. De igual modo, e como outra das medidas, o BM sugere que se acabe com o desestimulante cír-culo de impostos baixos e má qualidade dos serviços públicos. Se se aproveitarem os ganhos obtidos com a alta das matérias- -primas, se se reestruturar a política fiscal e os rendimentos dos impostos forem empregues, de modo decidido, na melhoria das prestações, todos verão que vale a pena envolver-se e não jogar cada um para seu lado.

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Só assim o contrato social, que-brado durante as muitas décadas em que o Estado lavou as suas mãos, poderá ser recuperado e consolidado. Mas se o novo em-presário continuar a perceber que os seus impostos são inúteis, porque não se afetam parcelas orçamentais para aumentar, por exemplo, a eficácia da força pú-blica, e ele tem de continuar a confiar em escoltas privadas para evitar um sequestro, de pouco valerão os esperançosos números de hoje. E os bairros pobres terão sempre espaço para acolher mais algum que a eles regresse. Apresentamos, agora, o Gráfico 2, publicado em “Aceprensa”:

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A mobilidade intergeracional continua a ser baixa Apesar da subida dos rendimen-tos ao longo da vida de uma geração, a mobilidade intergera-cional na América Latina continua a ser escassa, afirma o relatório do Banco Mundial. A conclusão retira-se não dos níveis de rendimento – para os quais faltam dados – mas do estudo dos níveis educativos (medidos por anos de escolarização) e dos resultados educativos (medidos pelas notas em exames normalizados). Quanto às mudanças nos anos de escolarização dos filhos relativa-mente aos dos pais, há uma per-sistência muito maior – isto é, existe menos mobilidade – nos países da América Latina (como

Brasil, Equador, Panamá e Peru) do que na maioria dos restantes países, ricos ou pobres, para os quais há dados. Mas também o nível de instrução está a melhorar: uma média de 8 anos de esco-laridade por aluno, contra somen-te 5 anos historicamente. Um panorama similar, embora com contrastes menos marcados, observa-se quando se considera o efeito do estatuto socioeconómico dos pais nos resultados dos alunos, medidos pelas classifi-cações nos exames. Na maioria dos países latino-americanos para os quais existem dados relevan-tes, os antecedentes familiares determinam mais os resultados dos alunos do que noutras regiões.

“Não obstante – acrescentam os autores do relatório –, há um aspeto crucial, que é o facto de a maioria dos países da América Latina mostrarem não só uma mobilidade intergeracional mais baixa em resultados educativos como, também, níveis muito bai-xos de aprendizagem dos alunos”. Além do estatuto socioeconómico das famílias, também influencia o rendimento académico o facto de as escolas para as quais vão os alunos ricos terem muito melhor qualidade do que as dos pobres, em termos de equipa dirigente, instalações, qualificação dos pro-fessores e prestação de contas. Apesar da desigualdade de opor-tunidades, é possível ter esperan-ças de mudança. Efetivamente, a

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mobilidade intergeracional nos níveis educativos parece ter aumentado, ao longo da última década, na maior parte da região. As pequenas e médias empresas, chave do crescimento O aumento da classe média na América Latina está também mui-to relacionado com o desenvolvi-mento das pequenas e médias empresas (PMEs). É importante impulsionar estas unidades produ-tivas, pois canalizam o esforço de poupança e investimento de grupos de rendimento médio e, no caso das microempresas, igual-mente de estratos pobres.

O recém-publicado relatório “Pers-petivas económicas da América Latina”, elaborado pela OCDE e pela CEPAL, é dedicado às PMEs. Depois de uma década de con-tínua expansão, o crescimento económico da região foi, em 2012, de 3,2%. A OCDE considera que as PMEs devem ter um papel central no desenvolvimento da América Latina, criando mais empregos de qualidade. Hoje, as PMEs representam 67% do emprego, mas a sua produtivi-dade é baixa: as grandes empre-sas têm uma produtividade seis vezes superior à das PMEs.

Um dos seus maiores problemas é a dificuldade de acesso ao crédito: somente 12% do crédito total da região é dirigido às PMEs, em comparação com os 25% nos países da OCDE. Além disso, têm de pagar juros mais altos do que os das grandes empresas, por vezes até o dobro, nalguns paí-ses. Para suprir o crédito escasso dos bancos comerciais, as instituições financeiras públicas têm vindo a aumentar o seu apoio através de vários instrumentos, como a dis-ponibilização de garantias, linhas de crédito a longo prazo e pro-gramas adaptados às necessi-dades das PMEs.

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Outro dos problemas das PMEs é a sua limitada possibilidade de contar com mão de obra qualifi-cada. 37% das PMEs declaram que este é um dos seus principais obstáculos. Daí o relatório achar necessária uma maior articulação entre o sistema educativo e o setor produtivo.

Em matéria de inovação, as PMEs têm um desempenho pobre. Para que sejam mais competitivas, precisam de fazer um uso mais intensivo das TIC. Tendo em conta os altos riscos associados às atividades de inovação, é ne-cessário que as PMEs se asso-ciem e se vinculem mais com

outras empresas de forma a apostarem no ato de inovar.

A. R.

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