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André Castro, Jorge Anselmo, Mário Conceição, Ricardo Moreira/Faculdade de Letras da Universidade do Porto 1 Precipitações intensas Ponto 1 Definição do paroxismo As precipitações intensas são um fenómeno capaz de causar danos no sistema Terra, e para isso é importante que nós entendamos o porquê delas acontecerem e os seus possíveis danos, é por isso que neste trabalho vamos esclarecer o conceito de precipitações intensas, as diversas ocorrências, os seus efeitos, e formas de reduzir o seu impacto no dia-a-dia do Homem. A quantidade de precipitação depende: - Da velocidade ascensional do ar. Este movimento pode ter três origens: dinâmica, orográfica ou térmica; - Da riqueza em vapor de água do ar quente ou do ar frio. Esta está ligada à origem das massas de ar; - Da mobilidade (velocidade horizontal) dos sistemas participantes: esta depende da rugosidade continental (importância dos fatores geográficos) e da circulação em altitude (importância da circulação de oeste em altitude). ( Brandão, 1995) As definições de precipitações intensas variam de país para país, e estas dependem entre outros fatores do contexto climático aí existente, e foi por isso que nós retiramos quatro definições de diferentes países onde os parâmetros de avaliação de precipitação intensa são totalmente diferentes. As precipitações intensas são fenómenos meteorológicos característicos do período do Outono à Primavera, embora possam ocorrer em qualquer altura do ano. As precipitações intensas podem ser originadas por fenómenos meteorológicos distintos, dividindo-se em dois grandes tipos: precipitações moderadas e prolongadas e precipitações muito fortes de curta duração (superior a 5 mm ou 1/m2 por hora) 1 . Um evento significativo de precipitação é definido quando a precipitação média é superior a 10 mm, um evento de precipitações intensas, quando a precipitação média é superior a 15 mm e um evento de precipitação muito intensa quando a precipitação média é superior a 25 mm. (Dyson, Liesl L., 2009) A chuva é a precipitação sob a forma de gotas de água que caem com uma velocidade considerável e contínua. Dependendo do tamanho das gotas são denominados chuvisco, chuva ou chuveiro. Os últimos dois tipos são classificados pela sua forte 1 http://www.proteccaocivil.pt/RiscosVulnerabilidades/RiscosNaturais/PrecipitacoesIntensas/Pages/Oque sao.aspx

Precipitações intensas

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Precipitações intensas no mundo e em Portugal

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1

Precipitações intensas

Ponto 1 – Definição do paroxismo

As precipitações intensas são um fenómeno capaz de causar danos no sistema

Terra, e para isso é importante que nós entendamos o porquê delas acontecerem e os seus

possíveis danos, é por isso que neste trabalho vamos esclarecer o conceito de

precipitações intensas, as diversas ocorrências, os seus efeitos, e formas de reduzir o seu

impacto no dia-a-dia do Homem.

A quantidade de precipitação depende:

- Da velocidade ascensional do ar. Este movimento pode ter três origens: dinâmica,

orográfica ou térmica;

- Da riqueza em vapor de água do ar quente ou do ar frio. Esta está ligada à origem das

massas de ar;

- Da mobilidade (velocidade horizontal) dos sistemas participantes: esta depende da

rugosidade continental (importância dos fatores geográficos) e da circulação em altitude

(importância da circulação de oeste em altitude). (Brandão, 1995)

As definições de precipitações intensas variam de país para país, e estas dependem

entre outros fatores do contexto climático aí existente, e foi por isso que nós retiramos

quatro definições de diferentes países onde os parâmetros de avaliação de precipitação

intensa são totalmente diferentes.

As precipitações intensas são fenómenos meteorológicos característicos do

período do Outono à Primavera, embora possam ocorrer em qualquer altura do ano. As

precipitações intensas podem ser originadas por fenómenos meteorológicos distintos,

dividindo-se em dois grandes tipos: precipitações moderadas e prolongadas e

precipitações muito fortes de curta duração (superior a 5 mm ou 1/m2 por hora)1.

Um evento significativo de precipitação é definido quando a precipitação média é

superior a 10 mm, um evento de precipitações intensas, quando a precipitação média é

superior a 15 mm e um evento de precipitação muito intensa quando a precipitação média

é superior a 25 mm. (Dyson, Liesl L., 2009)

A chuva é a precipitação sob a forma de gotas de água que caem com uma

velocidade considerável e contínua. Dependendo do tamanho das gotas são denominados

chuvisco, chuva ou chuveiro. Os últimos dois tipos são classificados pela sua forte

1 http://www.proteccaocivil.pt/RiscosVulnerabilidades/RiscosNaturais/PrecipitacoesIntensas/Pages/Oquesao.aspx

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intensidade (15 a 30 mm / hora), muito forte (30 a 60 mm / hora) ou torrenciais (mais de

60 mm / hora)2.

Em França são adotados outros valores para estimar o tipo de precipitação aí

existente, chuva fraca contínua (1 a 3 mm por hora), chuva moderada (4 a 7 mm por hora),

chuva forte (8 mm por hora e mais)3.

Ponto 2 – Revisão bibliográfica sobre conceitos

As precipitações intensas são consideradas como um fator desencadeante dos

riscos naturais, como os movimentos de vertente e as cheias. Para além disso,

condicionam os recursos hídricos de uma região e a erosão do solo. (Santos, M., 2009)

No nosso caso específico as cheias e as inundações são o risco natural que mais é

reportado na maior parte dos artigos, e é a principal consequência das precipitações

intensas.

Inundação - Fenómeno hidrológico extremo, de frequência variável, que consiste

na submersão de terrenos usualmente emersos. Cheia - Fenómeno hidrológico extremo,

de frequência variável, que consiste no transbordo de um curso de água relativamente ao

seu leito ordinário, originando a inundação dos terrenos ribeirinhos. (Lopes, S., 2011)

Embora em Portugal exista diferenciação entre cheia e inundação, nos Estados

Unidos da América por exemplo não foi possível encontrar, aqui o conceito de inundação

está presente no conceito de cheia que é tida como “A general and temporary condition

of partial or complete inundation of two or more acres of normally dry land area or of two

or more properties”4.

Ponto 3 – Revisão bibliográfica sobre exemplos de ocorrências em Portugal

O episódio de 20 fevereiro de 2010, foi um fenómeno extremo que provocou

vários danos na ilha da Madeira, este deveu-se à precipitação intensa que ocorreu neste

dia e trouxe grandes impactos para esta ilha.

A chuva na manhã do dia 20 de Fevereiro de 2010:

- 70% a 80% da precipitação diária ocorreu no intervalo de cinco a seis horas, sempre

com intensidades acima de 10 mm/h

Número de horas consecutivas com precipitação superior a 10 mm/h:

2 http://www.proteccioncivil.org/lluvias-intensas 3 http://pluiesextremes.meteo.fr/intensite-de-precipitations---equivalence-entre-millimetres-de-pluie-et-volumes-d-eau-precipites_r67.html 4 https://www.floodsmart.gov/floodsmart/pages/glossary_A-I.jsp

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3

- maior número: 10 horas (postos Areeiro-LREC e Camacha); - menor número: 3 horas

(posto Curral das Freiras)

Número de horas consecutivas com precipitação superior a 30 mm/h:

- maior número: 5 horas (postos Areeiro-LREC e PEF); - menor número: 1 hora (posto

LREC)

Intensidade média horária nas seis horas mais chuvosas:

mais alta: postos Trapiche (44,4 mm/h) e Camacha (43,8 mm/h); mais baixa: posto LREC

(18,2 mm/h) (Lopes, S., 2011)

Os eventos de precipitações intensas ocorridos no Algarve e no Alentejo, nos

Outonos de 1997 e 2001 vieram mostrar o grau de perigosidade que representa este

fenómeno para aquela região do país. (…) O estudo estatístico das precipitações diárias

de um período de quinze anos hidrológicos (l983/84-1997/98) permite concretizar alguns

aspetos da diversidade espacial deste parâmetro. Da base de dados constituída, foram

subtraídos dois inventários, com o objetivo de constituir amostras representativas de dias

de «precipitação abundante» (P ³ 40mm) e «muito abundante» (P ³ 100m). No período

analisado, as ocorrências de dias de precipitação «muito abundante» (P ³ 100mm)

concentraram-se, sobretudo, na região algarvia, e de modo especial nas suas áreas mais

montanhosas, tendo-se observado uma frequência máxima de casos (10 dias em l5 anos)

em estações situadas nas Serras de Monchique e do Caldeirão. Comparativamente,

verificou-se uma maior incidência de episódios de precipitação muito abundante no

Algarve Central e Oriental que nas áreas do Barlavento. A importância relativa (%) dos

dias de precipitação «abundante» (P ³ 40mm) em relação ao conjunto dos dias chuvosos

é muito variável de região para região. Esta proporção é muito reduzida nas áreas mais

deprimidas da Bacia do Sado e em grande parte do Baixo Alentejo, onde representa

apenas uma percentagem entre 0,5 a 1% dos dias chuvosos. É no Algarve que se regista

uma maior importância relativa destes episódios no regime pluviométrico, observando-

se uma percentagem que varia entre os 5 e 9% (com máximo no Algarve Oriental). A

maioria dos dias de precipitação «abundante» observados (1983-1998) ocorreu no Outono

e no começo do Inverno, mas esta preponderância manifesta-se com variações entre as

regiões. No Ribatejo e no Alentejo verificou-se um maior número de casos no Outono.

Enquanto no Algarve, nomeadamente nas serras do seu interior, a maior frequência de

dias de precipitação «abundante» foi atingida no Inverno (trimestre Dezembro-

Fevereiro)5.

5 http://www.ceg.ul.pt/publicacoes.asp?id=300&tab=2

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4

Ponto 4 – Revisão bibliográfica sobre exemplos de ocorrências no Mundo

Neste tópico será feito um levantamento Bibliográfico onde poderemos observar

um vasto leque de considerações respetivas às Precipitações intensas ocorridas na Bacia

Hidrográfica do Rio Danúbio em 2010, considerações que vão desde os factos que

motivaram a ocorrência do fenómeno, mas que também nos oferecem uma descrição do

mesmo, ao nível dos Países por ele afetados.

A situação meteorológica em 2010 na maior parte da bacia do Rio Danúbio

(especialmente a parte central e inferior) pode ser caracterizada por precipitação muito

acima das médias anuais, levando a uma série de eventos de inundação (…) Houve

algumas situações específicas, como a que ocorreu entre a segunda quinzena de Maio e o

início de Junho, quando as baixas pressões e os sistemas frontais que se deslocaram ao

longo da trajetória do sul através do Mediterrâneo e do Mar Negro para a Europa Central,

e do norte do Atlântico para a Europa Oriental, trouxeram extraordinariamente forte

precipitação (ICPDR, 2012).

Na seguinte tabela, iremos expor as referências relativas á descrição da ocorrência

deste fenómeno, respetivas a cada um dos Países por este afetado, países estes que,

obviamente, pertencem á bacia Hidrográfica do Rio Danúbio.

Países afetados Níveis Precipitação (%, mm, observações)

Republica Checa (Bacia do Rio Morava) 200mm (no primeiro evento, entre 16 e 20 de Maio);

100mm (no segundo evento, entre 30 de Maio e 3 de

Junho);

180 mm (precipitação mais intensa em 24 horas, a 16 de

Maio).

Eslováquia A precipitação Total em Maio de 2010 excedeu o valor

médio a longo prazo para este mês.

Hungria (…) grande excedente de precipitação. (…) A camada

mensal de precipitação foi duas vezes maior e a maioria

das chuvas ocorreram dentro de um curto período de

tempo com baixa pressão atmosférica entre 15 e 18 de

Maio.

Eslovénia 500 l/m2 (entre 16 e 20 de Setembro)

Croácia 180mm (entre 30 de Maio de 2 de Junho);

>100mm (entre 20 e 23 de Junho)

107mm (maior quantidade de Precipitação diária

registada).

Bósnia e Herzegovina 951mm (em Bugojno);

1836mm (em Bihać)

Roménia 86,4mm (a 22 de Junho na Bacia do Siret em Itcani);

83,2mm (a 20 de Maio, no Campulung);

91,4mm (a 20 de Maio, no Bogdanesti);

116mm (a 20 de Maio, no Condado de Constanta em

Cernavoda).

Ucrânia >540% do valor médio (nos primeiros 20 dias de

Maio).

(ICPDR, 2012)

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Ponto 5 – Estudos de Caso – síntese dos impactos negativos

Nesta fase, é pretendido sintetizar as consequências negativas que se verificaram

após a ocorrência dos fenómenos de Precipitações Intensas, em Portugal (o caso

verificado na Madeira em Fevereiro de 2010), e no mundo (o caso de alguns dos Países

que compõe a Bacia Hidrográfica do Rio Danúbio, também em 2010).

Neste sentido, no que concerne aos impactos negativos que se sucederam aos

episódios de Precipitações Intensas na ilha da Madeira, em Fevereiro de 2010, e segundo

o artigo movimentos de vertente na ilha da Madeira. Eventos de Dezembro 2009 e de

Fevereiro de 2010, podemos perceber que:

A ocorrência de escorregamentos superficiais em larga escala nos vales da Ribeira

Brava e nas zonas altas do Funchal motivou o desencadeamento de fluxos de detritos que

foram os responsáveis pela maioria das vítimas mortais ocorridas nos municípios da

Calheta (Pinheiro), na Ribeira Brava (Pomar da Rocha) e no Funchal (Laranjal, Curral

Velho, Moinhos, entre outros). (Abreu, U., Rodrigues, D., Tavares, A., 2010)

Já no que respeita aos impactos negativos consequentes dos eventos de

precipitações Intensas ocorridos no mundo, como é o caso das cheias geradas pelas

precipitações ocorridas em 2010, na Bacia Hidrográfica do Rio Danúbio, podemos

constatar os seguintes factos, ilustrados na seguinte tabela:

Países Impactos Financeiros Impactos Estruturais Perdas Humanas

Republica Checa 2,6 mil milhões de

Coroas Checas

199 pontes e 550 km de

estradas; 1.287 casas.

3

Eslováquia 337 milhões de euros. 27521 casas e 6.700

edifícios não

residenciais; 97.290

hectares de área

inundada; 733 pontes,

mais de 100 km de

estradas

intermunicipais, mais

de 500 km de estradas

locais.

2

Hungria 147 milhões de euros 989 casas destruídas;

dezenas de milhares de

hectares de terras

cultiváveis afetados;

198.000 hectares de

área inundada.

N/A

Eslovénia 207 milhões de euros. 8241 edifícios e mais de

30.000 hectares de

terras agrícolas

inundados; 91 pontes

destruídas.

4

Croácia 153 milhões de euros

(após ocorrências entre

Entre Maio e Junho,

427 casas inundadas;

N/A

Page 6: Precipitações intensas

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6

Maio e Junho); 36

milhões de euros (após

ocorrências em

Setembro)

em Setembro, 900

edifícios residenciais

inundados. Fecho de

estradas causou

também prejuízos.

Bósnia e Herzegovina 50 milhões de €, 140.100 hectares de

terras foram inundadas;

48 casas foram

destruídas; 15 pontes

destruídas; 156

deslizamentos de terras.

N/A

Roménia 3,7 biliões Lei (870

milhões de euros)

3.936 casas afetadas,

863 destruídas; 110 mil

ha de campo agrícola;

707 pontes; 31 km de

abastecimento de água;

87 escolas; 3 Hospitais;

33 igrejas, 5200 km de

estradas afetados

24

Ucrânia 71,3 milhões UAH (7

milhões de euros)

28 assentamentos e

1200 ha de terras

agrícolas inundados; 15

pontes e 18 km de

estradas destruídos.

N/A

(ICPDR, 2012)

Ponto 6 – Comparação dos danos causados em países em diversos estados de

desenvolvimento

Neste tópico é pretendido comparar os danos causados pelos eventos de

Precipitações Intensas em Países que apresentam diferentes estados de desenvolvimento.

Neste caso, ir-nos-emos debruçar em torno dos impactos consequentes das inundações

ocorridas em 2002, na Bacia hidrográfica do Rio Danúbio, nomeadamente ao nível dos

diferentes países que esta engloba, e que foram afetados pelo fenómeno.

Inundações causadas por mais de uma semana de fortes chuvas, devastou grande

parte da bacia do rio Danúbio, matando dezenas, e desalojando milhares, e causando

danos de bilhões de Euros.(…) As cheias começaram com fortes chuvas nos Alpes

orientais, que resultaram em inundações na Baviera e na Áustria, e em seguida, as

inundações gradualmente moveu para leste ao longo do Danúbio. (ICPDR, 2012)

Face a isto, procedemos á elaboração de uma tabela que espelhe de uma forma

objetiva, os impactos decorrentes do fenómeno, em Países que apresentam níveis de

desenvolvimentos distintos.

Países Afetados Impactos Financeiros Impactos Estruturais Perdas Humanas

Alemanha 230 milhões de euros N/A N/A

Áustria 3 mil milhões de euros 10.000 casas destruídas N/A

Page 7: Precipitações intensas

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Republica Checa 11,7 milhões de euros

(7 milhões para o

Estado, 4,7 para as

propriedades privadas)

20 comunidades

afetadas pelas

enchentes.

Assentamentos

urbanos, infraestruturas

e agricultura, sofreram

os maiores danos.

N/A

Eslováquia 36,2 milhões de euros 144 Comunidades e

8.678 hectares de terra

inundados.

N/A

Hungria N/A 4.370 casas

danificadas.

N/A

Roménia N/A 1.624 casas inundadas;

mais de 1.000 km de

estradas e 567 pontes

destruídas; Redes de

comunicação de gás,

eletricidade também

danificadas.

11

(ICPDR, 2012)

Ponto 7 - Análise das técnicas e métodos de Diagnóstico, prevenção e mitigação da

vulnerabilidade e do risco

Os eventos extremos têm resultados diferentes de país para país, tendo em

consideração o seu grau de desenvolvimento e económico, como se pode constatar na

tabela acima representada.

Os países mais ricos normalmente sofrem mais perdas económicas e os mais

pobres sofrem além das perdas económicas perdas humanas. Nos países ricos há uma

cultura de prevenção, com simulacros e com distribuição de informação à população e

também têm acesso a tecnologia mais avançada de deteção desses fenómenos. Por vezes

há obras de engenharia que evitam ou mitigam alguns riscos. Essas obras são tuneis de

desvio de águas, emparedamento (com alguma altura) do rio, barragens e criar

reservatórios para armazenamento da água em excesso. Nos países com uma economia

mais fraca essas obras de engenharia não realizadas, ficando o rio e a sua bacia toda livre,

o que na altura de um fenómeno extremo de chuvas intensas correm ao sabor dos seus

leitos e quando este não é suficiente alagam as margens e tudo o que estiver no leito de

cheia, até podendo ultrapassar estes limites, depende da quantidade de chuva. (Cordero,

A., Medeiros, Péricles A., Teran, Albanella L., 1999)

Nesta tabela estão representados os países e os seus órgãos de gestão do risco onde

nós consultamos as respetivas medidas de mitigação:

Países Métodos de Mitigação Link’s

Portugal Autoridade Nacional de Protecção Civil http://www.prociv.pt/

Espanha Dirección General de Protección Civil y Emergencias http://www.proteccioncivil.org/

Alemanha Bundesamt fur Bevolkerungsschutz und

Katastrophenhilfe

http://www.bbk.bund.de/

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Hungria Magyar Pllgári Védelmi Szovetség http://www.mpvsz.hu/

Itália Protezione Civile http://www.protezionecivile.gov.it/

Brasil Medidas preventivas para mitigar danos em bens.

Medidas preventivas para sobrevivência do individuo

http://www.labclima.ufsc.br/files/2010/04/Livro_Prevencao_d

e_Desastres_Naturais.pdf

Japão Cabinet Office, Government of Japan Disaster Management in Japan(PDF:10.8MB)

Ponto 8 - Check-list de medidas preventivas existentes em diversos países

Segundo a tabela abaixo representada cada país por norma tem as suas medidas

preventivas. Medidas essas, que vão ao encontro das necessidades e características de

cada país, dos fenómenos climáticos, assim como da sua morfologia. Estas são aplicadas

pelos agentes de proteção civil, primeiramente pela Proteção Civil Nacional, quando esta

estrutura existe.

Os países nos quais nos vamos focar são os da bacia do Danúbio. Além destes,

falaremos de Portugal, Espanha, Brasil e Japão.

Portugal e Espanha porque estão intrinsecamente ligados e os fenómenos

extremos são muito idênticos e o Japão por ser um exemplo de um país assolado com

eventos extremos de várias ordens e de violência extrema, mas pela sua organização estão

muito avançados em conceitos e têm medidas preventivas muito boas, um exemplo a

seguir mostrado nas seguintes representações, Figura 1, Figura 2, Figura 3. Estas medidas

são muito dispendiosas, mas com resultados muito bons, evitam males maiores

principalmente no que toca a mortalidade.

Além destas medidas comuns, há depois medidas específicas para cada país, tendo

em conta os riscos, o clima, a morfologia e os recursos.

Países Medidas Preventivas Link’s

Portugal Autoridade Nacional de Proteção Civil http://www.prociv.pt/

Espanha Dirección General de Protección Civil y Emergencias http://www.proteccioncivil.org/

Alemanha Bundesamt fur Bevolkerungsschutz und Katastrophenhilfe http://www.bbk.bund.de/

Hungria Magyar Pllgári Védelmi Szovetség http://www.mpvsz.hu/

Itália Protezione Civile http://www.protezionecivile.gov.it/

Brasil Medidas preventivas para mitigar danos em bens.

Medidas preventivas para sobrevivência do individuo

http://www.labclima.ufsc.br/files/2010/04/Livro

_Prevencao_de_Desastres_Naturais.pdf

Japão Cabinet Office, Government of Japan Disaster Management in Japan (PDF:10.8MB)

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Ponto 9 – Glossário de termos úteis em português, francês, inglês, espanhol,

italiano, etc.

Floods and flash floods - Floods can occur anywhere after heavy rain events. All

floodplains are vulnerable and heavy storms can cause flash flooding in any part of the

world. Flash floods can also occur after a period of drought when heavy rain falls onto

very dry, hard ground that the water cannot penetrate. Floods come in all sorts of forms,

from small flash floods to sheets of water covering huge areas of land6.

Inondation - Une inondation survient quand de l’eau qui déborde recouvre

temporairement les terres normalement sèches7.

Floodplain - Any land area susceptible to being inundated by floodwaters from

any source8.

Inundación - Las inundaciones pueden definirse como una irrupción lenta o

violenta de aguas de río, lagunas o lagos, debido a fuertes precipitaciones fluviales o

rupturas de embalses, causando daños considerables. Se pueden presentar en forma lenta

o gradual en llanuras y de forma violenta o súbita en regiones montañosas de alta

pendiente, es un fenómeno natural, por el cual el agua cubre los terrenos, llegando en

ciertas ocasiones a tanta altura que puede dejar sumergidas viviendas, calles, destruir

cosechas, con peligro incluso vital para toda la población que habiten el lugar, y enormes

pérdidas económicas9.

Climate Extreme (extreme weather or climate event) - The occurrence of a

value of a weather or climate variable above (or below) a threshold value near the upper

(or lower) ends of the range of observed values of the variable. For simplicity, both

extreme weather events and extreme climate events are referred to collectively as ‘climate

extremes. (IPCC, 2012)

Climate change - A change in the state of the climate that can be identified (e.g.,

by using statistical tests) by changes in the mean and/or the variability of its properties

and that persists for an extended period, typically decades or longer. Climate change may

6 http://www.wmo.int/pages/themes/hazards/index_en.html 7 http://www.monclimatmasante.qc.ca/public/inondations.aspx 8 https://www.floodsmart.gov/floodsmart/pages/glossary_A-I.jsp 9 http://proteccioncivil.sinaloa.gob.mx/index.php?option=com_content&view=article&layout=edit&id=132

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10

be due to natural internal processes or external forcings, or to persistent anthropogenic

changes in the composition of the atmosphere or in land use. (IPCC, 2012)

Pluie convective - Pluie liée au transfert de chaleur du sol vers la haute

atmosphère, qui provoque une brusque condensation de l'air humide, et observée

principalement en période estivale. Parfois soudaine et violente, elle peut ne concerner

qu'une surface très restreinte10.

ICPDR - The International Commission for the Protection of the Danube River

(ICPDR) is an International Organisation consisting of 14 cooperating states and the

European Union. Since its establishment in 1998, the ICPDR has grown into one of the

largest and most active international bodies of river basin management expertise in

Europe. The ICPDR deals not only with the Danube itself, but also with the whole Danube

River Basin, which includes its tributaries and the ground water resources11.

IPCC - The Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) is the leading

international body for the assessment of climate change. It was established by the United

Nations Environment Programme (UNEP) and the World Meteorological Organization

(WMO) in 1988 to provide the world with a clear scientific view on the current state of

knowledge in climate change and its potential environmental and socio-economic

impacts12.

Disaster management - Social processes for designing, implementing, and

evaluating strategies, policies, and measures that promote and improve disaster

preparedness, response, and recovery practices at different organizational and societal

levels. (IPCC, 2012)

Disaster risk management (DRM) - Processes for designing, implementing, and

evaluating strategies, policies, and measures to improve the understanding of disaster risk,

foster disaster risk reduction and transfer, and promote continuous improvement in

disaster preparedness, response, and recovery practices, with the explicit purpose of

increasing human security, well-being, quality of life, and sustainable development.

(IPCC, 2012)

10 http://pluiesextremes.meteo.fr/glossaire_r18.html 11 http://www.icpdr.org/main/ 12 http://www.ipcc.ch/organization/organization.shtml

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11

Anexos

Figura 1

Figura 1 - Organização do governo nacional e Gabinete do Governo para gestão de desastres (Japão)13

13 http://www.bousai.go.jp/1info/pdf/saigaipanf_e.pdf

Page 12: Precipitações intensas

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Figura 2

Figura 2 – Esquema de gestão de desastres (Japão)14

14 http://www.bousai.go.jp/1info/pdf/saigaipanf_e.pdf

Page 13: Precipitações intensas

André Castro, Jorge Anselmo, Mário Conceição, Ricardo Moreira/Faculdade de Letras da Universidade do Porto

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Figura 3

Figura 3 - Estrutura fundamental para promover um movimento de âmbito nacional para a redução de desastres (Japão)15

15 http://www.bousai.go.jp/1info/pdf/saigaipanf_e.pdf

Page 14: Precipitações intensas

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Figura 4 – Precipitação diária na Ilha da Madeira no dia 20 de Fevereiro de 2010 (Lopes, S., 2011)

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Figura 5 – Precipitação máxima com durações sub-diárias (Lopes, S., 2011)

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Figura 6 – Precipitação máxima com durações sub-diárias (Lopes, S., 2011)

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Figura 7 – Precipitações na ilha da Madeira desde 2010/2011 (Lopes, S., 2011)

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Figura 8 – Precipitações na ilha da Madeira durante o Inverno de 2009/2010 (Lopes, S., 2011)

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Figura 9 – Bacia Hidrográfica do rio Danúbio (ICPDR, 2012)

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Figura 10 – Percentagem de ocorrência de desastres no Mundo (Guha-Sapir, D., Hoyois, P., Below, R., 2014)

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Figura 11 – Percentagem de vítimas por desastre no Mundo (Guha-Sapir, D., Hoyois, P., Below, R., 2014)

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Figura 12 – Percentagem de danos económicos por desastre no Mundo (Guha-Sapir, D., Hoyois, P., Below, R., 2014)

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Figura 13 – Exposição a cheias (IPCC, 2012)

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Figura 14 – Atores globais e locais e suas responsabilidades (IPCC, 2012)

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Figura 15 – Atores e suas funções para a gestão do risco de desastre (IPCC, 2012)

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Figura 16 – Medidas de resposta complementares para riscos de desastres observados e projetados (IPCC,2012)