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direito civil prescrição e decadência
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PRESCRIO E DECADNCIAngela Mara Franczak e Clodoaldo Jos
CasaraRESUMOO exerccio de um direito no pode ficar pendente
indefinidamente. Deve ser exercido pelo titular dentro de
determinado prazo, e, isso na ocorrendo, perde o titular a
prerrogativa de fazer valer seu direito. Prescrio e decadncia,
apesar de se fundarem na inrcia do titular do direito, possuem
caractersticas distintas; enquanto a prescrio extingue diretamente
as aes e atinge indiretamente os direitos, a decadncia extingue
diretamente o direito.PALAVRAS CHAVEPrescrio, decadncia, direito,
inrcia.ABSTRACTThe exercise of a right can not remain pending
indefinitely. Must be exercised by the holder within a specified
period, and that in place, the holder loses the prerogative to
enforce its law. Prescriptions and decadence, though if they found
the inertia of the right holder, have different characters, while
the prescription exhausted directly to the actions and indirectly
affects the rights, the decline directly extinguishes the right.KEY
WORDSPrescriptions, decay, law, inertia.INTRODUOSempre h uma grande
confuso quando se fala em prescrio e decadncia, no que trata-se de
adquirir ou perder um direito em razo do tempo. Todos sabemos que o
exerccio de um direito no pode ficar pendente por prazos
indeterminados, sem previso de resoluo. nesses casos, que os dois
institutos que iremos abordar nesse artigo executam, cada qual a
sua funo, seja pela perda ou aquisio de um direito em funo do
tempo.Apresentaremos um breve esclarecimento sobre prescrio e
decadncia, e tambm exempleficaremos alguns casos onde os dois
atuam, que ajudaram a distinguir claramente as suas finalidades,
juntamente com a apesentao de uma ementa, a qual cita uma deciso
judicial sobre o tema.DIREITOS IMPRESCRITVEISCarlos Roberto
Gonalves, afirma: primeira vista, tem-se a impresso de que no h
pretenses imprescritveis na sistemtica do Cdigo Civil, pois a
prescrio ocorre em prazos especiais, discriminados no art. 206, ou
no prazo geral de dez anos, previsto no art. 205. Entretanto, a
doutrina aponta vrias pretenses imprescritveis, afirmando que a
prescritibilidade a regra e a imprescritibilidade a exceo. Assim,
no prescrevem: a) as que protegem os direitos da personalidade,
como o direito vida, honra, liberdade, integridade fsica e moral,
imagem, ao nome, s obras literrias, artsticas ou cientficas etc, b)
as que se prendem ao estado das pessoas (estado de filiao, a condio
conjugal, interdio, investigao de paternidade), c) as de exerccio
facultativo (ou potestativo), em que no existe direito violado, d)
as referentes a bens pblicos de qualquer natureza, que so
imprescritveis, e) as que protegem o direito de propriedade, que
perptuo (reivindicatria), f) as pretenses de reaver bens confiados
guarda de outrem, a ttulo de depsito, penhor ou mandato, f) as
destinadas a anular inscrio do nome empresarial feita com violao de
lei ou do contrato. .J Slvio de Salvo Venosa nos diz:A regra geral
ser toda ao prescritvel. A prescrio refere-se a todos os direitos
indistintamente. Essa a noo inferida do art. 179 do Cdigo de 1916
(novo, art. 205). A regra porm, no absoluta. H relaes jurdicas
incompatveis, inconciliveis, por sua prpria natureza, com a
prescrio ou a decadncia. Desse modo, no se acham sujeitos a limite
de tempo e no se extinguem pela prescrio os direitos da
personalidade, como a vida, a honra, o nome, a liberdade, a
nacionalidade. Tambm no prescrevem as chamadas aes de estado de
famlia, como a ao de separao judicial, a investigao de paternidade
etc. Os bens pblicos no podem ser adquiridos por usucapio e so,
portanto, imprescritveis, por fora de lei. Tambm so imprescritveis
os denominados direitos facultativos ou potestativos, como o caso
de o condmino exigir a diviso da coisa comum ou pedir sua venda,
princpios mantidos pelo novo Cdigo. Trata-se de aes de exerccio
facultativo, que persiste enquanto persistir a situao jurdica.Pablo
Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho nos discursa da seguinte
maneira:Por fim, as aes declaratrias, que visam somente ao mero
reconhecimento e certeza jurdica (e isto independe de qualquer
prazo), somente podem ser imprescritveis, uma vez que no so
direcionadas a modificar qualquer estado de coisas. Por exceo, nos
casos de direitos potestativos exercitveis mediante simples
declarao de vontade de titular, sem prazo especial de exerccio
previsto em lei, a eventual ao judicial ajuizada (aes constitutivas
sem prazo especial de exerccio previsto em lei) tambm ser
imprescritvel, como o caso da ao de divrcio, que desconstitui o
vnculo matrimonial. .Da mesma forma, o assunto j pacificado pela
jurisprudncia dos mais diversos tribunais do Pas.PENSO
PREVIDENCIRIA MORTE DE FILHO ASCENDENTES ALEGADA DEPENDNCIA
ECONMICA DEMANDA AJUIZADA DEPOIS DE APROXIMADAMENTE 7 ANOS E 4
MESES DO BITO DIREITO IMPRESCRITVEL EXEGESE DOS ARTS. 1.707 DO
CDIGO CIVIL E 107 DO DECRETO ESTADUAL N. 4.599/78 MISERABILIDADE
ATUAL NO DEMONSTRADA ART. 333, I, DO CDIGO DE PROCESSO CIVIL.2. DA
PRESCRIO E DA DECADNCIAEm se tratando de fazer as distines entre os
dois institutos, vrias so as tentativas de se encontrar a linha
divisria entre eles. grande a analogia entre decadncia e prescrio.
Ambos os institutos se fundam na inrcia do titular do direito,
durante certo lapso de tempo. Ambas jogam, portanto, com o conceito
de inrcia e tempo, mas muitos foram os doutrinadores do passado que
no viam diferena entre eles.Muito tem discutido a doutrina acerca
dos critrios diferenciadores da prescrio e da decadncia. Os autores
apresentam uma srie de traos distintivos sem que se tenha chegado a
consenso. Trata-se de um dos pontos mais rduos da cincia
jurdica.Carlos Roberto Gonalves, afirma:Como j mencionado, o atual
Cdigo, considerando que a doutrina e a jurisprudncia tentaram,
durante anos a fio, sem sucesso, distinguir os prazos
prescricionais dos decadenciais, optou por uma frmula segura (CC,
art. 189): prazos de prescrio so unicamente os taxativamente
discriminados na Parte Geral, nos arts. 205 (regra geral) e 206
(regras especiais), sendo de decadncia todos os demais,
estabelecidos como complemento de cada artigo que rege a matria,
tanto na Parte Geral como na Especial. Adotou ainda, de forma
expressa, a tese da prescrio da pretenso (anspruch). Acrescente-se
que a prescrio resulta exclusivamente da lei, enquanto a decadncia
pode resultar da lei, do contrato e do testamento. .J Slvio de
Salvo Venosa nos descreve:Costuma-se, para maior facilidade,
distinguir prescrio de decadncia pelos seus respectivos efeitos, o
que, em si, para fins prticos, ajuda a compreenso, apesar de no
proporcionar qualificao exata ao problema que continua cercado de
certa obscuridade. Nesse diapaso, como critrio mais seguro de
distino, embora no definitivo, ao examinarmos o caso especfico,
tomamos em considerao origem da ao; se a origem for a mesma do
direito e nasceu com ele, configura-se a decadncia; se for diversa,
se a ao nasceu posteriormente, quando o direito j era existente e
vem a ser violado, tal ato caracteriza a prescrio. Pablo Stolze
Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho afirmam: de decadncia o prazo
estabelecido pela lei ou pela vontade unilateral ou bilateral
quando prefixado ao exerccio do direito pelo seu titular. E de
prescrio, quando fixado, no para o exerccio do direito, mas para o
exerccio da ao que o protege. Quando, porm, o direito deve ser por
meio de ao originando-se ambos do mesmo fato, de modo que o
exerccio da ao representa o prprio exerccio do direito, o prazo
estabelecido para a ao deve ser tido como pr- fixado ao exerccio do
direito, sendo, portanto, de decadncia, embora aparentemente se
afigure de prescrio.3. PRESCRIO E DECADNCIA NO NOVO CDIGO
CIVILSlvio de Salvo Venosa afirma:
A nova lei procurou simplificar o entendimento sempre destitoso da
distino entre prescrio e decadncia, ao disciplinar na parte geral o
prazo geral da prescrio no art. 205, dez anos, e os prazos
especiais no art. 206, que se graduam de um a cinco anos. Os
princpios da decadncia so disciplinados em captulo parte (art. 207
a 211). Os prazos de decadncia esto espalhados pela parte especial,
como vimos. Desse modo, no bastassem os princpios diferenciados
enunciados na parte introdutria, h esse critrio prtico para
auxiliar o intrprete, qual seja, todos os prazos constantes da
parte especial, ou melhor dizendo, constante do bojo dos institutos
respectivamente disciplinados, do Novo Cdigo, so prazos de
decadncia.Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho descrevm:O
Novo Cdigo Civil acabou com o velho tormento do professor e uma
terrvel angstia do aluno: ps fim a herclea tarefa de se
diferenciar, no corpo da Lei Codificada, os prazos que seriam
prescricionais dos que se reputariam decadenciais. Dentro da nova
norma geral, a idia que presidiu os trabalhos de que todos os
prazos prescricionais do Novo Cdigo civil estejam previstos na sua
Parte Geral, Ttulo IV, Captulo I (art. 205, 206). Dessa forma,
todos os demais prazos sero reputados decadenciais. O certo, porm,
que, na ausncia de prazo especfico previsto em norma legal, o
exerccio de qualquer tipo de pretenso condenatria (por meio de aco
pessoal ou real) estar submetido ao novo prazo prescricional geral
do art. 205, que de dez anos. Observe-se, portanto, haver sido
reduzido o prazo prescricional previsto no art. 177 do CC 16, que
era de vinte anos para as aes pessoais, e de dez (entre presentes)
ou quinze anos (entre ausentes) para as aes reais.Carlos Roberto
Gonalves esclarece:Para distinguir prescrio de decadncia, o atual
Cdigo Civil optou por uma frmula que espanca qualquer dvida. Prazos
de prescrio so apenas e exclusivamente, os taxativamente
discriminados na Parte Geral, nos arts. 205 (regra geral) e 206
(regras especiais), sendo de decadncia todos os demais,
estabelecidos como complemento de cada artigo que rege a matria,
tanto na Parte Geral como na Especial. Para evitar a discusso sobre
se ao prescreve, ou no, adotou-se a tese da prescrio da pretenso,
por se considerada a mais condizente com o Direito Processual
contemporneo.3. CONCLUSOPor todo o exposto, conclumos que no nada
fcil se obter um consenso unmine acerca dos dois institutos. Por
mais que os autores discutam acerca dos critrios diferenciadores da
prescrio e decadncia, ainda pairam dvidas, pois os vrios critrios
propostos para distinguir os dois, so falveis.Embora a finalidade
dos dois institutos seja igual, eles diferem bastante no modo de
atuao e na produo de efeitos, razo pela qual, para se estabelecer a
diferena, deve-se examinar caso por caso.Todos os autores citados
seguem o mesmo raciocnio em apontar que uma das caractersticas da
prescrio que a ao tenha nascido; j a decadncia faz com que o
direito seja extinto antes de tornar-se efetivo pelo exerccio, o
que impede o nascimento da ao.Tambm h um consenso na afirmao que a
prescrio tem por efeito extinguir o direito, enquanto que a
prescrio extingue a ao, ambos tendo por base a inrcia de seu
titular por certo lapso de tempo.H algumas distines que tornam mais
claras as diferenas entre ambos e podem ser elencadas: A decadncia
tem por efeito extinguir o direito, enquanto a prescrio extingue a
ao; A decadncia no suspensa nem interrompida e s impedida pelo
exerccio do direito a ela sujeito. A prescrio pode ser suspensa ou
interrompida pelas causas expressamente colocadas na lei; O prazo
de decadncia pode ser estabelecido pela lei ou pela vontade
unilateral ou bilateral, uma vez que se tem em vista o exerccio do
direito pelo seu titular. O prazo de prescrio fixado por lei para o
exerccio da ao que o protege; A decadncia pressupe ao cuja origem
idntica do direito, sendo por isso simultneo o nascimento de ambos.
A prescrio pressupe ao cuja origem distinta da do direito, tendo,
assim, nascimento posterior ao do direito; A decadncia deve ser
reconhecida de ofcio pelo juiz e independe de argio do interessado.
A prescrio das aes patrimoniais no pode ser decretada ex-officio, e
depende sempre de alegao do interessado; A prescrio admite renuncia
(art. 161 do cdigo de 1916) por parte dos interessados, depois de
consumada. A decadncia, em qualquer hiptese no pode ser renunciada;
A decadncia opera contra todos, j a prescrio no opera para
determinadas pessoas elencadas pela lei (art. 168).Como
exemplificamos acima, esses so os melhores e mais fceis critrios
diferenciados entre os dois institutos, mas o assunto de alta
complexidade e de muitas celeumas, sendo motivo de intensos debates
entre os juristas.REFERNCIAS BIBLIOGRFICASGONALVES, Carlos Roberto.
Direito Civil Brasileiro, Volume I, Parte Geral, So Paulo, Editora
Saravia, 2005.GAGLIANO, Pablo Stolze, FILHO, Rodolfo Pamplona, Novo
Curso de Direito Civil, Parte Geral, So Paulo, Editora Saraiva,
2005..VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Civil, Parte Geral, So
Paulo, Editora Atlas, 2002.CDIGO CIVIL DE 2002JURISPRUDNCIA.
Disponvel
emhttp://www.mediafire.com/file/2ignvtqifjd/stj-Resp1014625-PRESCRIO-INSS.PDF.
Acesso em 04/11/2009 Sobre Clodoaldo J. Casara e Angela Mara
Franczak Feed do AutorAcadmicos do curso de Direito da Unc -
Universidade do Contestado, Campus de Caador - SC. Deixe seu
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