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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇAO EM CIENCIAS E MEIO AMBIENTE
MARIA JOSÉ ALVES DA SILVA DIAS
PROPOSTA DE MOBILIZAÇÃO NA ESCOLA PARA ATENÇÃO A
PRESERVAÇÃO AO MEIO AMBIENTE E A SAÚDE
BELÉM-PA
2019
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS
PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇAO EM CIENCIAS E MEIO AMBIENTE
MARIA JOSÉ ALVES DA SILVA DIAS
PROPOSTA DE MOBILIZAÇÃO NA ESCOLA PARA ATENÇÃO A
PRESERVAÇÃO AO MEIO AMBIENTE E A SAÚDE
Dissertação apresentada à Universidade
Federal do Pará (UFPA). Instituto de
Ciências Exatas e Naturais. Programa de
Pós Graduação em Ciências e Meio
Ambiente, como requisito parcial para a
obtenção do grau de Mestre.
Área de concentração: Ciências e Meio
Ambiente.
Orientador: Prof. Dr. Marcelo de Oliveira
Lima
BELÉM-PA
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicidade (CIP) de acordo com ISBD Biblioteca ICEN/UFPA-Belém-PA
D541p Dias, Maria José Alves da Silva Proposta de mobilização na escola para atenção a preservação ao meio ambiente e a saúde/ Maria José Alves da Silva.-2019. Orientador : Marcelo de Oliveira Lima. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Exatas e Naturais, Programa de Pós- Graduação em Ciências e Meio ambiente, 2019.
1. Educação ambiental. 2. Saúde ambiental. 3. Escolas- Aspectos ambientais. 4. Arboviroses. 5. Resíduos sólidos. I. Título. CDD 22. ed. – 363.7
Elaborado por Leila Maria Lima Silva – CRB-458/81
MARIA JOSÉ ALVES DA SILVA DIAS
PROPOSTA DE MOBILIZAÇÃO NA ESCOLA PARA ATENÇÃO A
PRESERVAÇÃO AO MEIO AMBIENTE E A SAÚDE
Dissertação apresentada à Universidade Federal do Pará (UFPA). Instituto de Ciências
Exatas e Naturais. Programa de Pós-Graduação em Ciências e Meio Ambiente, como
requisito parcial para obtenção do grau de Mestre.
Área de concentração: Ciências e Meio Ambiente
Aprovada em 04/11/2019
BANCA EXAMINADORA
___________________________________
Profº. Dr. Marcelo de Oliveira Lima (UFPA) Orientador
_ ___________________________________
Profº. Dr. Jandecy Cabral Leite (UFPA)
Membro
__________________________________
Profº. Dr. Waldinei Rosa Monteiro (UFPA)
Membro
__________________________________
Profº. Dr. David Barbosa de Alencar (FAMETRO)
Membro
Deleite-se também no Senhor, e ele concederá aos desejos do teu coração.
Salmos 37:4
Dedico este trabalho ao meu esposo Kleber por esta sempre ao meu lado. Aos
meus filhos Débora, Kleber Junior e Mateus por fazerem parte dessa história.
AGRADECIMENTOS
A Deus pela vida que me deu, pela fé, saúde e perseverança para seguir cada dia em
busca de minhas realizações me permitindo vencer os obstáculos.
A meus filhos que me motiva a estudar, batalhar e trabalhar.
Ao meu esposo, que sempre teve paciência e dedicação para me ajudar nos dias de
“sufoco”, além de ser meu grande companheiro demonstrando compreensão e colaboração.
A toda a equipe da Escola Estadual Brigadeiro João Camarão Telles Ribeiro, pela
disponibilização do espaço e cooperação para a realização da pesquisa.
RESUMO
O ambiente escolar é considerado um espaço extremamente privilegiado para o
desenvolvimento da educação e prevenção ao meio ambiente e a saúde. Este estudo teve
como objetivo uma proposta de mobilização na Escola Brigadeiro Camarão como estratégia
de sensibilização aos cuidados que todos deve ter para com o meio e para redução de
incidência de arboviroses. A realização dessa pesquisa ocorreu através do desenvolvimento de
palestra sobre diversas doenças transmitidas pelo Aedes aegypt, resíduos sólidos, meio
ambiente e educação ambiental. Além disto realizou-se pesquisa bibliográfica. A investigação
mostrou que as arboviroses é um sério problema de saúde pública e apresenta dificuldade
quanto ao seu controle ambiental na sociedade e que a prevenção exige maior participação da
comunidade nas medidas de combate aos mosquitos transmissores, por meio de trabalho
como este é possível prevenir doenças vinculadas por vetores e consequentemente contribuir
com a melhoria de qualidade de vida do individuo e do meio ambiente, sugere-se que a
escola invista na educação continuada no que diz respeito à abordagem da temática da
educação ambiental.
Palavras-chave: Educação e Saúde, Arboviroses e Meio Ambiente
ABSTRACT
The school environment is considered an extremely privileged space for the
development of environmental and health education and prevention. This study aimed to
mobilize a proposal at the Brigadeiro Camarão School as a strategy to raise awareness of the
care that everyone should take to the environment and to reduce the incidence of arboviruses.
This research took place through the development of lecture on various diseases transmitted
by Aedes Egypt, solid waste, environment and environmental education. In addition, a
literature search was performed. Research has shown that arboviruses are a serious public
health problem and have difficulty in their environmental control in society and that
prevention requires greater community participation in measures to combat transmitting
mosquitoes, through work such as this it is possible to prevent diseases. linked by vectors and
consequently contribute to improving the quality of life of the individual and the environment,
it is suggested that the school invest in continuing education with regard to addressing the
issue of environmental education.
Keyword: Education and Health, Arboviruses and Environment
SUMÁRIO
1 CAPITULO I 01
1.1 INTRODUÇÃO 01
1.2 JUSTIFICATIVA 03
1.3 OBJETIVOS 04
1.3.1 Objetivos Gerais 04
1.3.2 Objetivos Específicos 04
1.4 RELEVANCIA DO TEMA 04
1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA 06
1.6 ESTRUTURA DO CAPITULOS 06
2 CAPITULO II 07
2.1 REVISÃO BIBLIOGRAFICA 07
2.2 Educação e Saúde 07
2.3 Meio Ambiente 11
2.4 Arbovirose 13
2.5 Educação Ambiental 19
3 CAPITULO III 26
3.1 Materiais e Metodologia 26
3.2 Tipos de Estudos 26
3.3 População 27
3.4 Local da Pesquisa 27
3.5 Aspectos Sociais e Técnicos 28
3.6 Aspectos Físicos 28
3.7 Coleta e Processamento de Dados 29
3.7.1 1° Etapa 29
3.7.2 2° Etapa 29
3.7.3 3° Etapa 29
3.7.4 4° Etapa 30
4 CAPITULO IV 31
4.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES 31
4.2 Perfil da escola 31
4.3 Levantamento de dados e ações (Palestras) 31
4.4 Concepção de Arboviroses e sua relação com o Meio Ambiente 35
4.4.1 Identificação do mosquito da Dengue, Zica e Chikungunya 35
4.4.2 Tipos de criadouros Aedes aegypt 35
4.4.3 Ações contra Arboviroses 35
4.4.4 Discursões dos resultados 37
5 CAPITULO V 39
5.1 CONSIDERAÇÕES FINAIS 39
5.2 Recomendações para trabalhos futuros 40
5.3 REFERENCIAS 41
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Área interna da escola 27Figura 2 Palestra meio ambiente resíduos sólidos 31Figura 3 Palestra educação ambiental e saúde 32Figura 4 Palestra das principais arboviroses 33Figura 5 Apresentação de vídeo aula 34
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
A Aedes
CHIK Chikungunya
DEN Dengue
SEDUC Secretaria Estadual de Educação
ZIK Zika
14
CAPÍTULO I
1.1 INTRODUÇÃO
Com a promulgação da Constituição de 1988, a saúde no Brasil assume a seguinte
configuração: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso
universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. CF.
Art. 196. A partir destes princípios foi criada a Lei Orgânica da saúde - Lei 8.080 em
setembro de 1990, a qual dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação
da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras
providências.
No que diz respeito à saúde e sua relação com o ambiente também não foi diferente. De
acordo com Giatti (2009), a compreensão da relação saúde e meio ambiente teve diversas
interpretações ao longo da história, com distinção entre culturas de povos quanto ao
entendimento dos fenômenos que interferem na saúde
O mesmo autor afirma, o meio ambiente tem uma relação intensa com a saúde da
população, embora, muitas vezes, seja concebido apenas como um cenário, um pano de fundo
em que vivemos. Na realidade, trata-se do local onde estamos inseridos e onde ocorrem
interações e inter-relações que influenciam direta e indiretamente o processo saúde-doença.
As arboviroses são um crescente problema de saúde pública no mundo principalmente
pelo potencial de dispersão, pela capacidade de adaptação a novos ambientes e hospedeiros
(vertebrados e invertebrados), pela possibilidade de causar epidemias extensas, pela
susceptibilidade universal e pela ocorrência de grande número de casos graves, com
acometimento neurológico, articular e hemorrágico (DONALISIO; FREITAS; ZUBEN,
2016). Dentre estas, dengue, Chikungunya e Zika estão circulando ao mesmo tempo no
Brasil, colocando a saúde pública em alerta (BRASIL, 2017).
A emergência de arboviroses em locais antes indenes representa um potencial desafio para
a Saúde Pública em muitos aspectos. A recente entrada de CHIKV, WNV e ZIKV no Brasil e
em outros países das Américas expõe a população ao risco de infecção, uma vez que todos os
indivíduos são susceptíveis, não existem vacinas disponíveis como método profilático e não
existem antivirais efetivos para o tratamento (CHANCEY 2015).
No Brasil, áreas pontuais remanescentes da mata Atlântica e a floresta Amazônica são os
principais reservatórios de arboviroses (SILVA; ANGERAMI, 2008). Estes são, em sua
grande maioria, mantidos em ambientes silvestres, mas o homem em sua constante expansão
15
acaba por ter contato com focos enzoóticos. Portanto, a presença humana em áreas silvestres
aumenta o maior risco de infecção, apesar de ser observado que algumas destas arboviroses
também ocorrerem em áreas urbanas sob forma epidêmica (GUBLER et al., 2014;
TRAVASSOS DA ROSA et al., 1989).
O mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya se faz presente em todo território
nacional, onde o ambiente urbano favorece a vasta disseminação do Aedes aegypti. Isso se
deve a facilidade de se encontrar recipientes como: copos, tampinhas, sacolas entre outros
abandonados a céu aberto onde à água parada torna-se um local propício para seu criadouro, o
que vem a favorecer a proliferação da espécie nos ambientes de convívio humano (TERRA et
al., 2017).
Acredita-se que o combate à epidemia das arboviroses no Brasil pode ser enfrentado como
um trabalho horizontal, onde a educação em saúde é uma das estratégias que poderá ter êxito
(SILVA; MALLMAN; VASCONCELOS, 2014).
A escola, que tem como missão primordial desenvolver processos de ensino-
aprendizagem, desempenha papel fundamental na formação e atuação das pessoas em todas as
arenas da vida social. Juntamente com outros espaços sociais, ela cumpre papel decisivo na
formação dos estudantes, na percepção e construção da cidadania e no acesso às políticas
públicas. Desse modo, pode tornar-se lócus para ações de promoção da saúde para crianças,
adolescentes e jovens adultos (DEMARZO; AQUILANTE, 2008).
Nas últimas décadas, a percepção dos países sobre o conceito e a prática de saúde escolar
e de promoção da saúde tem mudado. Na década de 80, a crítica do setor de Educação em
relação ao setor de Saúde de que este não utilizava a escola como uma aliada e parceira
tornou-se mais contundente. Ao mesmo tempo, os resultados de vários estudos indicaram que
a educação para a saúde, baseada no modelo médico tradicional e focalizada no controle e na
prevenção de doenças, é pouco efetiva para estabelecer mudanças de atitudes e opções mais
saudáveis de vida que minimizem as situações de risco à saúde de crianças, adolescentes e
jovens adultos (BRASIL, 2006).
A escola Estadual Brigadeiro Camarão está localizada na zona sul de Manaus, área
considerada endêmica de arboviroses além de ser um bairro com uma boa concentração
populacional e alto índice de depósitos positivos, os chamados criadouros artificiais, presentes
nos lixos e entulhos (recipientes plásticos, latas, sucatas, entulhos, entre outros), e a
comunidade escolar está exposta a essa situação diante dessa problemática surgiu o interesse
pela temática por parte da pesquisadora.
16
1.2 JUSTIFICATIVA
O elevado índice de estudantes acometidos por arboviroses no Colégio Estadual
Brigadeiro Camarão a partir de observações feitas pela autora, durante um evento militar
ministrando sobre a temática Dengue e Zika, e pela gestão da escola. Dados de saúde pública
mostraram que a escola está localizada em um bairro com auto índice de moradores
acometidos pelas arboviroses. Desta forma, há necessidade de discutir as formas de combate
às infestações, possíveis estratégias para intervenção no problema e também buscar soluções
para diminuição do número de casos a partir da eliminação de possíveis criadouros dos
mosquitos.
Neste contexto, podem ser estabelecidas estratégias para incentivar as pessoas da
comunidade a pensarem e refletirem coletivamente o problema da alta incidência de endemias
como dengue, Zika vírus e Chikungunya na comunidade. Para alcançar estes objetivos, numa
ação integrada, iremos propor a elaboração e implantação de um projeto de intervenção na
saúde da comunidade escolar.
Por isso a relevância que a Educação Ambiental pode auxiliar a construir e não
reproduzir conhecimento sobre as doenças, integrando as pessoas como agentes na defesa e na
melhoria da qualidade de vida. Por essa razão há necessidade que as ações para o controle das
arboviroses busquem a maior participação ativa dos alunos como indutores para
participação de toda comunidade na eliminação de criadouros já existentes, ou de possíveis
locais para reprodução do mosquito.
Sendo a escola um espaço para construção do saber e de disseminação da informação seria
relevante e importante a execução e implantação desse projeto educativo para auxiliar na
intervenção para melhoria da saúde de toda a comunidade. Este estaria focado na educação e
saúde sobre arboviroses e sua interação com o meio ambiente, colocando em prática ações
coletivas com vistas as possíveis soluções e minimização do problema, ampliando a discussão
e desenvolvimento de ações que possam ser implementadas para diminuir os casos de
Dengue, Zika vírus e Chikungunya na comunidade local, pois as doenças relacionadas ao
Aedes aegypti são potencialmente letais, tornando-se necessário a criação de um plano de
intervenção que permita o controle de novos casos, e para que ocorra a curto e médio prazo
uma redução dos novos casos a partir de uma ampla mobilização da comunidade escolar.
Portanto, educação Ambiental é, em última análise, uma tomada de consciência diária e
geral. Não há saída segura se continuarmos operando com conceitos fragmentados e práticas
17
esporádicas de concepção rasa. A mudança de comportamento tem que ser em todos os
campos e a busca de soluções precisa ir fundo nas questões.
1.3 OBJETIVOS
1.3.1. GERAL
Proposta de mobilização na Escola Brigadeiro Camarão como uma estratégia para
sensibilizar aos cuidados que todos devem ter para com o meio para redução da incidência de
arboviroses;
1.3.2 ESPECIFICOS
Identificar se existe na escola, atividades educativas de preservação ao meio ambiente
e de saúde no combate as doenças arboviroses.
Analisar a coleta de dados para avaliar os impactos causados sobre o meio ambiente e
a saúde arbovirose na escola.
Organizar junto com a direção da escola atividades educativas de forma sistematizadas, como palestras semanais, visando a sensibilização da comunidade escolar quanto as necessidades de preservação do meio ambiente e efeitos das arboviroses sobre a saúde.
1.4 RELEVANCIA DO TEMA
Atualmente, a circulação concomitante dos vírus da dengue, Zika e Chikungunya tem
deixado o Brasil em estado de alerta, principalmente, pelo fato de serem transmitidos pelo
mesmo vetor, o mosquito Aedes aegypti (LIMA-CAMARA, 2016).
A transmissão acontece por intermédio da picada da fêmea do Aedes aegypti e o
controle do vetor tem constituído um grande desafio, pois a implementação dos programas
não tem alcançado o sucesso esperado. As falhas desse manejo podem estar relacionadas com
problemas de infraestrutura das cidades, falta de saneamento básico, os métodos adotados
para a contenção do vetor, além da falta de envolvimento da população (ZARA et al., 2016).
A incidência das arboviroses (DEN, CHIK e ZIKA) tem se mostrado bastante alta,
assim como sua dispersão, cada vez maior, em todo território brasileiro. De acordo com dados
epidemiológicos, o número de casos graves e óbitos tem sido alarmante em relação à DEN
(BRASIL, 2015). Além disso, as associações do ZIKA com a síndrome de Guillain-Barré e,
18
principalmente, com a transmissão vertical, resultando em casos de microcefalia têm sido
motivo de alarme nacional e internacional (BRASIL 2015, WHO 2016).
No Brasil, no ano de 1986, no estado do Rio de Janeiro, ocorreu o primeiro registro do
Ae. albopictus, seguido no mesmo ano em São Paulo e Minas Gerais, e o ano seguinte no
Espírito Santo, disseminando-se em apenas um ano em todos os estados da região sudeste. A
partir dessa caracterização, observa-se a crescente e desordenada expansão deste vetor em
todo o país, que vem se adaptando mais e melhor às regiões urbanizadas (MARCONDES;
XIMENES, 2015).
Levando em consideração que ainda não se tem vacina disponível e medicamentos
eficazes contra estas arboviroses, as recomendações preconizadas pelo Ministério da Saúde se
restringem, principalmente, a ações de combate aos vetores intradomiciliares, eliminando os
possíveis criadouros. Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia, quando os
mosquitos são mais ativos, proporcionam alguma proteção às picadas e devem ser adotadas,
principalmente durante os surtos. Os repelentes e inseticidas devem ser usados, seguindo as
instruções do fabricante. Mosquiteiros proporcionam boa proteção, especialmente para
aqueles que dormem durante o dia (bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos)
(BRASIL, 2015).
Programas de prevenção e controle de arboviroses no Brasil têm se mostrado
ineficazes no combate a estas enfermidades, isto porque o uso indiscriminado de
medicamentos e inseticidas vem desenvolvendo resistência por parte dos agentes etiológicos e
insetos vetores, respectivamente. Neste sentido, faz-se necessário buscar novas estratégias que
surjam como alternativas à prevenção e controle destas arboviroses, principalmente no que
tange o combate aos insetos vetores (OLSON et al., 1996; CAPURRO et al., 2001;
THAVARA et al., 2014).
Seria necessário promover, exaustivamente, a Educação em Saúde, até que a
comunidade adquira conhecimentos e consciência do problema, para que possa participar
efetivamente da eliminação dos criadouros potenciais do mosquito. A população deve ser
informada sobre a doença (modo de transmissão, quadro clínico, tratamento, etc.), sobre o
vetor (seus hábitos, criadouros domiciliares e naturais) e sobre medidas de prevenção e
controle. (BRASIL, 2002).
Com o agravamento da situação, o poder público tem intensificado as ações de
controle vetorial já existentes em todo o país. Contudo, tais ações têm-se mostrado ineficazes
na redução do índice de infestação predial (IIP) do A. aegypti e, por conseguinte, na
diminuição da incidência das doenças por ele transmitidas.
19
Devem ser utilizados os meios de comunicação de massa pelo seu grande alcance e
penetração social. Para fortalecer a consciência individual e coletiva, deverão ser
desenvolvidas estratégias de alcance nacional, para sensibilizar os formadores de opinião,
para a importância da comunicação/educação no combate as arboviroses; sensibilizar o
público em geral sobre a necessidade de uma parceria governo/sociedade, com vistas ao
controle da dengue no país; enfatizar a responsabilidade do governo em cada nível e da
sociedade como um todo, por meio de suas instituições, organizações e representações.
(BRASIL, 2002).
1.5 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA
A Escola Estadual Brigadeiro João Camarão Telles Ribeiro está situada na área central
da cidade de Manaus Amazonas, tendo como mantenedora Secretaria de Estado de Educação
e Qualidade de ensino (SEDUC) Coordenadoria Distrito 02. Convênio estabelecido entre o
governo do Estado e a ALA 8. A referida unidade atende um total de 1.270 alunos, do Ensino
Fundamenta (1º ao 9º ano) e Ensino Médio, nos turnos matutino, vespertino e noturno.
1.6 ESTRUTURA DOS CAPTULOS
A estrutura da presente dissertação está dividida em 5 capítulos.
No capítulo I, tem-se a introdução, justificativa, os objetivos, relevância do tema e a
delimitação da pesquisa, e a estrutura do trabalho.
No capítulo II foi feito uma revisão de literatura sobre Educação e Saúde, Meio
Ambiente e As principais arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.
No capítulo III foi Apresentado a Metodologia do trabalho , com tipo de estudo,
população, local da pesquisa, aspecto social e técnico, aspectos físico, coleta e processamento
de dados .
O capítulo IV, aqui serão colocados os nossos resultados e discussão
O capítulo V traz as conclusões e as sugestões para trabalhos futuros.
20
CAPÍTULO II
2.1 REVISÃO BIBLIOGRAFICA
2.2 EDUCAÇÃO E SAÚDE
A noção de promoção da saúde humanaǁ foi concebida, no início do século XX, por
Henry Sigerist como uma das tarefas da medicina e significava tanto ações de Educação em
Saúde, mas também ações estruturais do Estado para melhorar as condições de vida. Essa
noção passou por processos de avanços a partir das reflexões do conceito de saúde e das
propostas de políticas e práticas em saúde (TEIXEIRA, 2006).
Nos anos 70, com o Relatório Lalonde, a Promoção da Saúde passou a enfatizar as
mudanças propostas nas ações sobre os estilos de vidas dos diversos grupos populacionais, em
função dos riscos a que se expõem em função de suas escolhas comportamentais. E em 1986
na I Conferência Internacional de Promoção em Saúde, em Otawa, a Promoção da Saúde foi
vista como um enfoque político e técnico para a compreensão e intervenção sobre o processo
saúde-doença-cuidado (TEIXEIRA, 2006).
De acordo com Silva, Mallmann e Vasconcelos (2015), as estratégias mais comuns na
prevenção e combate ao mosquito, são as práxis campanhista/higienista, nas quais são
exigidos as populações ações centradas na extinção dos criadouros domésticos, por meio da
remoção da água parada de possíveis locais de reprodução do mosquito, tais como pneus,
garrafas, e qualquer objeto que possa armazenar água.
Desta forma, a educação em saúde surge como a forma mais eficaz de prevenção
contra o mosquito, pois as atividades educativas assumem um valor cada vez maior na
elucidação do Aedes aegypti, das doenças transmitidas por ele e sua etiologia, aumentando a
participação da população na erradicação dos criadouros (SALES, 2008).
A educação em saúde e a educação ambiental, não acontecem uma sem a outra, e o
enfermeiro tem papel fundamental como agente educador em ambos os ensinamentos. A
reprodução do Aedes aegypti está relacionada com o ambiente, condições precárias de
saneamento básico, higiene, e o próprio conhecimento da população, sobre as medidas de
prevenção e controle. O enfermeiro deve usar um modelo de educação em saúde mais
dinâmico e que cause maior efeito na população, para que as medidas sejam efetivas e
realmente aconteça a prevenção e combate do mosquito (PERES et al. 2015). As abordagens
educativas para serem eficazes devem ser criativas e estimular a participação ativa da
população (CAREGNATO et al., 2008).
21
O debate em torno da Promoção da Saúde subsidia, principalmente, a incorporação de
propostas que dizem respeito a mudanças no conteúdo das práticas de saúde, contribuindo
para a redefinição dos objetos das práticas, e dos meios de trabalho empregados no
desenvolvimento de ações em vários níveis organizacionais. Trata-se, portanto, de incluir no
leque de ações realizadas pelo sistema de saúde, ações de educação, comunicação e
mobilização social voltadas ao ―empoderamentoǁ de indivíduos e grupos de modo a que
possam vir a desenvolver práticas que resultem na promoção, proteção e defesa de suas
condições de vida e saúde (TEIXEIRA, 2006).
Segundo Secretaria de Vigilância em Saúde Para que haja um melhor direcionamento
das ações de mobilização social e educação em saúde, é necessário aproximar-se, de modo
compreensivo, dos conhecimentos, atitudes e práticas da população, pois o conhecimento
prévio de como a população pensa e age é fundamental para estabelecer o diálogo e a
sensibilização necessários ao processo educativo. Entre os desafios da educação em saúde,
está a criação e o aperfeiçoamento de técnicas de intervenções regulares de qualificação dos
agentes para práticas de educação e comunicação, pautadas no diálogo e na sensibilização
para lidar com a realidade cotidiana da comunidade; proporcionar-lhes maior participação
dentro de um quadro atualizado de informações oficiais sobre as doenças, assim como inseri-
los nas tomadas de decisões com base no contexto de campo, vivenciado por esses atores no
processo de controle vetorial . . Secretaria de Vigilância em Saúde
CASAL AY afirma que a educação pode ser definida como a construção e o
compartilhamento de conhecimentos em um processo dinâmico das interações sociais, por
meio de linguagem. Portanto, o trabalho de educação e comunicação se dá em meio a um
sistema complexo de produção, circulação e apropriação de signos e significados públicos,
que não estão alojados na mente das pessoas, mas nas relações/interações sociais.
As práticas de educação em saúde verticalizadas e centralizadas devem dar lugar a
uma educação que promova a participação comunitária. Além disso, deve haver mais
consistência nas mensagens circulantes sobre a doenças, através da revisão dos conteúdos e
do estabelecimento de uma comunicação clara e permanente entre serviço e população
(RANGEL 2008).
Vista como problema, a linguagem, aliada à dificuldade dos profissionais em acreditar
que a comunidade é capaz de encontrar soluções eficazes para o combate das doenças, como a
dengue, torna o processo de educação em saúde difícil e menos eficaz. A transmissão
verticalizada faz com que os profissionais usem linguagens mais rebuscadas ou muito
22
simplificadas, criando um distanciamento entre o emissor e receptor, o que promove o
aprendizado através da imposição. SALES (2008)
a crescente preocupação do homem em relação às questões ecológicas e aos graves
efeitos acerca dos possíveis efeitos deletérios causados ao meio ambiente e à saúde, muitos
pesquisadores vêm apontando diversos caminhos e possibilidades de minimização ou de
solução dos problemas decorrentes dos alarmantes níveis de alteração ambiental. Dentre estes,
a educação, que, vista como prática social, poderia gerar movimentos de transformação dos
níveis de degradação, da qualidade de vida e da qualidade do ambiente a que está sujeita
grande parte da população no planeta Terra (ALBUQUERQUE, VICENTINI, PIPITONE,
2015).
Para a construção de uma sociedade mais equitativa, a aproximação do setor da
educação com o setor da saúde, por meio da educação ambiental e em saúde pode ser um
caminho perspicaz no sentido de mobilizar a sociedade para preservação do meio ambiente.
Norteados pelas seguintes questões Franco & Vaz (2007), uniram a área da saúde com a área
ambiental tendo a educação ambiental não formal como um campo do saber que dialoga com
o campo da saúde coletiva, na busca pela qualidade de vida aliada à mudança social
envolvidos no processo educativo, a partir de suas necessidades
A complexidade ambiental que o planeta enfrenta e a falta de conhecimento e
sensibilização do ser humano frente a esses problemas vem contribuindo expressivamente
com a degradação do meio ambiente no decorrer dos tempos. Diante dessa realidade, fica
evidente a necessidade que, em todos os níveis educacionais, a Educação Ambiental seja tida
como elemento efetivo, obrigatório e constante do ensino no país, por servir como orientação
no desenvolvimento de uma consciência ambiental sustentável e em uma sociedade ativa na
defesa do meio ambiente (LEFF, 2001).
Em virtude da nítida e urgente necessidade de enfrentamento da crise ambiental
contemporânea, surge a Educação Ambiental como uma expectativa promissora no âmbito do
sistema de ensino, no sentido de promoção da exigência na mudança de valores sociais que
levem a um processo harmonioso na inter-relação entre sociedade e meio ambiente
(LAYRARGUES, 2002).
Neste momento, todo o mundo sabe e reconhece os problemas ambientais, mas
relativamente poucas pessoas realmente compreendem e estão cientes da importância que o
meio ambiente representa. É complexo e moroso convencer o ser humano a apreciar o valor e
a importância do meio ambiente. Para alcançar isso, novas atitudes, aptidões, conhecimentos,
são necessários como consciência e comportamento para com o meio (THATHONG, 2010).
23
Nas palavras de Paulo Freire (1987) para que se consiga a conscientização e
transformação do homem, é indiscutível a necessidade deque esse processo não pode se
fundar na alienação ou na manutenção daqueles já alienados. Ainda como lição do autor, tem-
se que “a libertação autêntica, que é a humanização em processo, não é uma coisa que se
deposita nos homens. Não é uma palavra a mais, oca, mitificante. É práxis, que implica a ação
e a reflexão dos homens sobre o mundo para transformá-lo” (FREIRE, op. cit., p. 38). Nesse
sentido desponta a Educação Ambiental como medida de transformação dos valores sociais.
Nas lições de Guimarães (1995) esse aporte fica evidente ao justificar a necessidade
do porque de se realizar a Educação Ambiental, como uma dimensão do processo educativo
voltada para a participação de seus atores, educandos e educadores, na construção de um novo
paradigma que considere as aspirações populares de melhor qualidade de vida
socioeconômica e um mundo ambientalmente sadio.
Exterioridades estas que são intrinsecamente complementares, associando assim
Educação Ambiental e educação popular como resultado da procura da interação em
equilíbrio dos aspectos socioeconômicos com o meio ambiente (GUIMARÃES, op. cit.)
Deste modo, relacionando meio ambiente e saúde, observa-se que diversos fatores
ambientais influenciam na saúde da população e está condicionada a elementos como o clima,
desastres naturais e produção de alimentos, já que, o nível da saúde da população depende
muito das condições ambientais do meio em que ela vive. Pois, segundo a Organização Pan-
Americana de Saúde (OPAS), um ambiente saudável “é aquele que coloca em prática de
modo contínuo a melhoria de seu meio ambiente físico e social utilizando todos os recursos
de sua comunidade” (OPAS, 2005)
E como uma ponte inovadora, Bezerra et al., (2010) descrevem em seu estudo que
para elaborar estratégias educativas sobre saúde ambiental, é necessário, inicialmente, discutir
sobre todo o processo de desequilíbrio ambiental, buscando conhecer a realidade para
interferir de forma eficaz, reavaliando práticas sanitárias, para que, posteriormente, sejam
executadas estratégias concretas de educação que permitam a proteção e a promoção da saúde
de forma integral às comunidades, como também capacitar o indivíduo e a sociedade a
realizarem ações saudáveis para o meio ambiente, levando-os a uma consciência ecológica.
24
2.3 MEIO AMBIENTE
A Educação Ambiental emerge como alternativa promissora para a sensibilização,
mobilização e construção da cidadania, propiciando novas atitudes da sociedade promotoras
da qualidade de vida da mesma. Esse processo converte a pedagogia em prática política,
demanda a cooperação da sociedade, engajados na luta social e ambiental, criando espaços
críticos de aprendizagem dentro e fora da escola (SANTOS; SILVA, 2011), Assim, podemos
entende-la como um conjunto de ensinamentos teóricos e práticos com o objetivo de levar à
compreensão e de despertar a percepção do indivíduo sobre a importância de ações e atitudes
para a conservação e preservação do meio ambiente, em benefício da saúde e do bem estar de
todos (RBEA, 2009).
Abordagens integradas sobre saúde e ambiente, segundo Lebel (2003), surgem quando
se começa a perceber a necessidade de articular melhor tanto teoricamente quanto
empiricamente a ideia da qualidade de vida de grupos populacionais. Esse propósito veio da
convicção de que não pode haver desenvolvimento sustentável sem levar em conta os seres
humanos e sua vida no ecossistema.
No Brasil, os problemas de saúde relacionados com a urbanização e a industrialização
evidenciam-se, de forma que há a necessidade da construção de um conhecimento a respeito
dos riscos à saúde, decorrentes de agentes nocivos do ambiente. Augusto, Carneiro e
Florêncio (2005) apontam às doenças transmissíveis em quarto lugar nas causas de
mortalidade da população brasileira. Muitas dessas enfermidades são decorrentes da presença
de vetores e reservatórios animais, que se tornam nocivos à saúde humana pelas más
condições ambientais decorrentes da falta de saneamento básico e ocupação desordenada do
solo. Dessa forma, faz-se necessária uma abordagem própria aos sistemas complexos, que
possibilita a compreensão de como os fenômenos ocorrem no ambiente.
Desta forma, a definição da terminologia Eco saúde é destacada por Waltner-Toews
(2001), como uma abordagem sistêmica e participativa, com a finalidade de compreender e
promover a saúde e bem-estar, a partir do contexto do desenvolvimento social e interações
ecológicas. Uma vez que, o uso da abordagem ecossistêmica em saúde evoluiu a partir da
noção que a saúde e o bem-estar são influenciados por fatores em nossos ecossistemas
A busca pela conscientização é importante por essa transcender a própria consciência,
pois, não se trata de um simples aproximar-se ou um refletir sobre determinado objeto da
realidade. Mas, consiste no desenvolvimento crítico da tomada da consciência (FREIRE,
2003).
25
A Organização Mundial da Saúde (OMS) define Saúde Ambiental como "as
consequências na saúde da interação entre a população humana e o meio ambiente físico -
natural e o transformado pelo homem e o social" (WHO, 1996). Todavia, é preciso explicitar
mais essa área de estudos que tem a relação entre saúde e o meio ambiente como objeto
principal. Saúde ambiental também pode ser entendida apenas como os agravos à saúde
devidos a fatores físicos, químicos e biológicos mais diretamente relacionados com a
poluição, o que atribui um caráter eminentemente ecológico ao processo saúde-doença.
Desde Hipócrates, por exemplo, em sua famosa obra "Ares, águas e lugares",
destacava-se, no campo que se pretendia ciência da medicina, o papel crucial do meio
ambiente na gênese, determinação e evolução das doenças, embora nas condições históricas
deste período, o meio ambiente fosse considerado como um "elemento" a ser passivamente
aceito e sobre o qual não se exercia nenhum domínio (HIPÓCRATES, 1988).
Esta concepção "ambiental" da doença foi novamente reforçada a partir dos séculos
XVI e XVII com a Teoria dos Miasmas, que concebia a transmissão das doenças pelo ar e
pelos odores. Apesar da teoria miasmática ter sido hegemônica até meados do século XIX, a
crescente urbanização da Europa e a consolidação do modo de produção fabril, seguidos à
Revolução Francesa, fizeram crescer os movimentos que atribuíam às condições de vida e
trabalho das populações, papel importante no aparecimento de doenças. Para estes, o meio
ambiente passa, então, a adquirir um caráter predominantemente social (BARATA, 1990).
Nesta perspectiva, a noção de meio ambiente, quando presente no entendimento do
processo saúde-doença, passou a ter um caráter eminentemente mecanicista, sendo
simplesmente o local de interação entre os agentes da doença e o hospedeiro humano
susceptível. Embora incluído no modelo sugerido, o meio ambiente era apenas apontado
como o fiel da balança entre esse agente e o hospedeiro (LEAVELL & CLARK, 1965).
Mais recentemente, e inclusive nos países em desenvolvimento, com o declínio da
morbi-mortalidade por doenças infecto-contagiosas, as doenças crônico-degenerativas passam
a ganhar destaque, e com elas um modelo de investigação mais reducionista que privilegia
fatores de risco individuais, conferindo pouca ou nenhuma importância ao meio do qual esses
fatores se originaram (SUSSER, 1996).
Entende-se que os problemas ambientais refletem-se nos problemas de saúde. Daí a
importância de promover o debate sobre a interface da saúde e do meio ambiente.
Inicialmente a temática do meio ambiente está na pauta de conversas em vários segmentos da
sociedade contemporânea. Muito se tem reivindicado a respeito de respostas e soluções para a
crise ambiental, dado que, cada vez mais, a sociedade tem sofrido os efeitos da ação
26
predatória do homem, manifestada através de grandes desastres socioambientais, além de
exposição da população a riscos que podem afetar negativamente a saúde (GEHLING et al.,
2014).
Siqueira et al., (2014) aponta que ações esclarecedoras e questionamentos acerca de
saúde ambiental são fundamentais para a educação e para o compromisso com o ambiente em
que vivem, tornando-os cidadãos conscientes acerca dos problemas que práticas danosas
trazem ao mesmo, estimulando mudanças de hábitos de forma esclarecida para que sejam
instrumentos importantes para a conservação do ambiente.
A problemática ambiental gerada pelo lixo é de difícil solução e a maior parte das
cidades brasileiras apresenta um serviço de coleta que não prevê a segregação dos resíduos na
fonte. Nessas cidades é comum se observar hábitos de disposição final inadequados de lixo.
Materiais sem utilidade se amontoam indiscriminada e desordenadamente, muitas vezes em
locais indevidos como lotes baldios, margens de estradas, fundos de vale e margens de lagos e
rios (IBGE, 2014).
Portanto, há urgente necessidade da elaboração, implantação e implementação de
Políticas Públicas que contemplem medidas efetivas de saneamento básico, para reversão do
quadro atual da dengue, promovendo o controle do vetor (Aedes aegypti) e a prevenção da
doença, complicações e óbitos no país. A participação da sociedade civil é de fundamental
importância para o combate à dengue, Zika e Chikungunya cumprindo o seu papel em seus
domicílios e em comunidades onde residem (ROCHA; DANTAS; CÂNDIDO, 2014).
2.4 ARBOVIROSES
Nos últimos anos, a incidência de doenças causadas por arbovírus apresentou um
aumento global relevante (Gould et al., 2017), que está correlacionado a fatores como
dispersão mais rápida e geograficamente mais extensiva dos vírus em razão do crescimento
intensivo dos sistemas de transporte globais, adaptação dos vetores à urbanização crescente,
incapacidade de conter a população de mosquitos e alterações em fatores ambientais (Gould et
al., 2017). Além dos fatores que favorecem a dispersão das doenças, o Brasil representa um
país com condições ambientais ótimas para a permanência e disseminação de mosquitos
vetores, como o Aedes aegypti (Gregianini et al., 2017).
As arboviroses têm se tornado importantes e constantes ameaças em regiões tropicais
devido às rápidas mudanças climáticas, desmatamentos, migração populacional, ocupação
27
desordenada de áreas urbanas, precariedade das condições sanitárias que favorecem a
amplificação e transmissão viral (LOPES, NOZAWA, LINHARES, 2014).
Além da interferência e da modificação dos ecossistemas pela ação humana, outros
fatores também estão relacionados à emergência de arboviroses nesses países, tais como o
crescimento populacional urbano desordenado, o processo de globalização e ampliação do
intercâmbio internacional e as mudanças climáticas16. A população desloca-se de maneira
voluntária, por razões de trabalho, estudo e lazer, ou de maneira forçada, para refúgio, após
um desastre natural ou durante uma guerra em seu país. Esses movimentos populacionais
aumentam o risco de viajantes transportarem consigo patógenos ainda não detectados em
outras áreas, ou mesmo novos sorotipos ou cepas mais resistentes de um determinado vírus já
conhecido no local, causando a emergência ou urgência de uma doença1.
A designação dos arbovírus não é somente relacionada à sua veiculação através dos
artrópodes, mas principalmente pelo fato de seu ciclo replicativo ocorrer nos insetos. Neste
sentido, para classificar um artrópode como veiculador de um arbovírus, é necessário que este
tenha a capacidade de infectar vertebrados e invertebrados; iniciar uma viremia em um
hospedeiro vertebrado por tempo suficiente para permitir infecção do vetor invertebrado; e
iniciar uma infecção produtiva, persistente da glândula salivar do invertebrado, a fim de
fornecer vírus para infecção de outros hospedeiros vertebrados (CASSEB et al. 2013).
Os arbovírus (ARthropod Borne VIRUS) têm sido motivo de grande preocupação
em Saúde pública em todo o mundo. Esse conjunto é composto por centenas de vírus
que compartilham a característica de serem transmitidos por artrópodes, em sua maioria
mosquitos hematófagos, embora não tenham necessariamente relação filogenética.
As arboviroses são viroses emergentes por natureza, já que nenhuma delas é
originalmente uma doença humana. Elas só se tornam importantes quando ocorre alguma
modificação ecológica significativa que altere seu habitat natural, levando a modificações de
reservatórios, vetores e até mesmo virulência. (SILVA; ANGERAMI, 2008). Além disso, as
arboviroses são também consideradas reemegentes, pois sua incidência na espécie humana
tem aumentado nas últimas décadas, ou por existir a ameaça de aumentar num futuro próximo
(CDC, 1994). A emergência e reemergência de arboviroses são consideradas fenômenos
naturais e apontadas como processo de evolução e adaptação de espécies, pois durante a
infecção de diferentes organismos o vírus pode adquirir maior viabilidade de infecção no
hospedeiro gerando estirpes mais virulentas ou melhor adaptadas (CANN, 2005; CASSEB et
al., 2013; FLORES, 2007).
28
Os vírus mais importantes para a saúde humana são os transmitidos por culicídeos,
principalmente dos gêneros Culex e Aedes, embora existam arbovírus transmitidos por outros
artrópodes, como flebotomíneos e também em carrapatos.
Algumas doenças transmitidas por vetores têm alcançado o caráter endêmico em
diversas regiões, o que acarreta um alto impacto à saúde e aos gastos públicos. Estima-se que
quarenta por cento da população mundial vive em situação de risco de contrair a as arbovirose
(VANLERBERGHE et al, 2011; FARRAR et al, 2007).
O contexto brasileiro com as transformações ambientais, a urbanização acelerada e as
deficiências de infraestrutura, saneamento básico e educação provocaram a persistência do
vetor. Em algumas áreas, a frequente intermitência ou mesmo inexistência de abastecimento
de água pode favorecer a formação de criadouros de mosquitos com os depósitos e
reservatórios de armazenamento de água (CAPRARA et al, 2009; TEIXEIRA et al, 2009).
O mosquito transmissor da Dengue, Zika e Chikungunya se faz presente em todo
território nacional, onde o ambiente urbano favorece a vasta disseminação do Aedes aegypti.
Isso se deve a facilidade de se encontrar recipientes como: copos, tampinhas, sacolas entre
outros abandonados a céu aberto onde à água parada torna-se um local propício para seu
criadouro, o que vem a favorecer a proliferação da espécie nos ambientes de convívio humano
(TERRA et al., 2017)
O mosquito Aedes aegypti é a principal espécie responsável pela transmissão das
arboviroses. Um mosquito doméstico, antropofílico, com atividade hematofágica diurna e
utiliza-se preferencialmente de depósitos artificiais de água limpa para colocar os seus ovos.
Estes têm uma alta capacidade de resistir à dessecação, mantendo-se viáveis na ausência de
água por até 450 dias. O A. aegypti tem mostrado uma grande capacidade de adaptação a
diferentes situações ambientais consideradas desfavoráveis (COELHO, 2012).
A Chikungunya é uma arbovirose emergente causada pelo vírus Chikungunya
(CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus. É transmitida por meio da picada
da fêmea infectada dos mosquitos do gênero Aedes, particularmente Ae. Albopictus e Ae
aegypti, sendo esse também o transmissor da Dengue e da Zika. Geralmente os sintomas
iniciam-se entre 4 a 8 dias após a picada do mosquito (podendo variar de 1 a 12 dias),
podendo haver persistência dos sintomas por meses e até anos (BRASIL, 2016).
O CHIK é transmitido pelo Ae. aegypti de habitat urbano de áreas tropicais e pelo Ae.
albopictus, presente principalmente em áreas rurais, mas que tem sido cada vez mais
29
encontrado em áreas urbanas e periurbanas. A transmissão autóctone do CHIK no Brasil foi
detectada em setembro de 2014, na cidade do Oiapoque (Amapá) (HONÓRIO et al., 2015).
Provavelmente, essa introdução deveu-se à epidemia que ocorreu no Caribe, em 2013.
Anteriormente, já havia ocorrido outras epidemias atingindo a África e a Ásia (WEAVER;
LECUIT, 2015).
O ZIKA possivelmente foi introduzido no Brasil durante a Copa do Mundo de
Futebol, em 2014, dado o início da epidemia nas capitais nordestinas onde ocorreram jogos.
Contudo, está afirmativa é especulativa, pois outros eventos, como de canoagem em 2014, e
mesmo a visita do Papa em 2013, ambos no Rio de Janeiro, tenham sido potenciais momentos
de introdução do vírus. Esse vírus é relacionado à Febre amarela e DEN, também transmitidas
pelo Ae. aegypti e que possui potencial de desencadear a febre hemorrágica
(VASCONCELOS, 2015).
Reconhecida, quase que simultaneamente em 2015, na Bahia e em São Paulo, a
circulação da doença causada pelo ZIKA foi rapidamente confirmada pelo uso de métodos
moleculares e, posteriormente, no Rio Grande do Norte, Alagoas, Maranhão, Pará e Rio de
Janeiro, mostrando uma capacidade de dispersão impressionante, somente vista no CHIK nos
últimos dois anos nas Américas. Os sinais, sintomas clínicos e achados laboratoriais
indicaram que não se tratava do DEN e do CHIK (VASCONCELOS, 2015).
Em 1º de fevereiro de 2016, a OMS decretou a infecção por ZIKA uma emergência
em saúde pública de preocupação mundial, em virtude das alterações neurológicas reportadas
(síndrome de Guillain-Barré) e de um surto de microcefalia, reportados no Brasil em 2015,
após eventos semelhantes na Polinésia Francesa em 2014 (WHO, 2016).
Muitas pessoas infectadas com o ZIKV não manifestam sintomas ou serão de uma
forma branda, seus sintomas mais comuns são: febre, exantemas, artralgias, conjuntivite,
mialgia e dor cefaleias com duração máxima de uma semana. Em geral os sintomas não
incomodam o suficiente para se buscar atendimento médico (CDC/EUA, 2015),
Os maiores afetados pelo ZIKV, são gestantes onde o vírus consegue infectar também
o feto retardando seu pleno desenvolvimento (DRIGGERS et al., 2016; SCHULER-FACCINI
et al., 2016; SOARES DE OLIVEIRA-SZEJNFELD et al., 2016). Sendo relatado o
comprometimento de 40% do desenvolvimento cerebral (GARCEZ et al., 2016), ocasionando
a microcefalia. Esta é diagnosticada após o nascimento, pelo perímetro cefálico. Para
meninos, a medida será igual ou inferior a 31,9 centímetros e, para meninas, igual ou inferior
a 31,5 centímetros. Existe também a microcefalia chamada de grave onde o perímetro cefálico
é ainda mais reduzido (BARTON; SALVADORI, 2016; MLAKAR et al., 2016)
30
Os sintomas e sinais de infecção da zika geralmente ocorrem de 3 a 12 dias após a
picada do mosquito-vetor, Aedes aegypti, e termina dentro de 2 a 7 dias. Embora a infecção
assintomática é comum, aproximadamente 20% dos humanos infectados com zica tornam-se
sintomáticos com o início agudo de febre, exantema maculopapular, conjuntivite (e outras
manifestações oftalmológicas) e artralgias. A doença é geralmente leve e dura até 1 semana.
A mortalidade é baixa e a hospitalização é pouco frequente. A apresentação clínica do
paciente (sinais e sintomas são semelhantes aos observados em outras infecções virais
transmitidas por mosquitos, como a dengue e chicungunha. Embora a transmissão do zika
virus ocorra predominantemente através de mosquitos vetores, outros modos de transmissão
também têm sido propostas, incluindo transfusão de sangue e as relações sexuais
(ZANLUCA et al., 2017).
A primeira epidemia de DEN ocorreu no estado do Rio de Janeiro em 1845, onde não
houve detecção do sorotipo envolvido (SCHNEIDER; DROLL, 2001)
Entretanto, medidas diretas de combate à DEN não foram realizadas, pois a atenção na
época era voltada para a febre amarela, responsável por um elevado número de casos graves
no Brasil. Na década de 50, foi instituído o Programa de Erradicação para Prevenção da Febre
Amarela Urbana, coordenado pela Organização Panamericana de Saúde (OPAS), que foi
bastante eficaz na eliminação do vetor Ae. aegypti e, consequentemente, das doenças
transmitidas por ele (TEIXEIRA et al., 1999).
A DEN se espalhou em outros estados brasileiros em 1994, atingindo diversas regiões,
sudeste (São Paulo e Rio de Janeiro) Nordeste (Ceará, Rio Grande do Norte, Bahia, Piauí e
Alagoas), Norte (Tocantins) e no Centro-Oeste (Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás e
Distrito Federal), com alta incidência na região nordeste (112.2 casos/100,000 hab.). Dessa
forma, ocorreu uma dispersão do vetor e dos sorotipos da DEN (FERES et al. 2006).
Em 2008, ocorreram cerca de 75.000 hospitalizações refletindo a gravidade da DEN
no Brasil, principalmente do DENV-2 (BARRETO; TEIXEIRA, 2008).
Em 2010, a epidemia de DEN no Brasil atingiu 21 estados (Rio Grande do Sul, Santa
Catarina, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Acre, Pará, Roraima, Goiás, Rondônia, Alagoas,
Pernambuco, Rio Grande do Norte, Piauí e Ceará), devido à cocirculação de todos os
sorotipos, com a reemergência do DENV-4 na região norte, após um período de ausência de
28 anos. Em seguida, foram relatados nos estados do Amazonas, Amapá, Pará, São Paulo e no
Rio de Janeiro casos de DENV-4. Nos estados de Rondônia, Amazonas, Piauí e Paraíba,
31
100% dos casos apresentaram incidências acima de 100 casos/100.000 hab. devido a DENV-4
(NUNES et al., 2012).
De acordo com dados do boletim epidemiológico, no período de 04/01/2015 a
01/08/2015, foram registrados 1.350.406 casos prováveis de DEN no país. (BRASIL, 2015).
O dengue é uma doença febril transitória, cujos sintomas preliminares são dor de
cabeça, dor nos olhos, dor nas costas, dores musculares e articulares e erupções cutâneas. O
vírus detém quatro sorotipos diferentes (tipos 1,2,3 e 4). Na transmissão silvestre, a qual
envolve animais, os primatas são os hospedeiros principais, enquanto o homem é hospedeiro
acidental. Não é relatado a existência de imunidade cruzada, logo a infecção por um dos
sorotipos só confere imunidade humoral por longos períodos ou permanente para aquele
sorotipo, porem existe a possibilidade de imunidade cruzada transitória, de curta duração,
entre os diferentes sorotipos. (CHEN; WILSON, 2010; KORSMAN et al., 2012; TAUIL,
2001).
Pessoas acometidas por uma reinfecção com sorotipo diferente ficam à mercê de um
grau mais grave da dengue chamado de dengue hemorrágica, onde a característica chave é o
extravasamento capilar, trombocitopenia, quadros hemorrágicos que progridem ao choque
(BROOKS et al., 2014).
As manifestações clínicas por dengue tem o período de incubação que varia de 3 a 14
dias, onde podem ser dividas em Febre do Dengue, a forma mais branda da doença, que ainda
sim é debilitante, sendo caracterizada por fortes períodos de febre e um conjunto de sintomas
como: cefaleias, mialgias, dor retrorbitária, náuseas, artralgias , astenia e exantema, a
tendência é de cessar por completo os sintomas em até 10 dias (MAIRUHU et al., 2004).
Quanto à prevenção das arboviroses, o Brasil conta com o Programa Nacional de
Controle da Dengue, que tem como foco principal o controle do Aedes aegypti pela população
e por profissionais, com apoio governamental, e com o Programa Nacional de Apoio ao
Combate às Doenças Transmitidas pelo Aedes (Pronaedes), que tem como objetivo o
financiamento de projetos de combate à proliferação das doenças transmitidas pelo vetor. No
entanto, em vista do grande registro de casos de arboviroses nos últimos anos no Brasil, é
possível concluir pela baixa efetividade do programa em reduzir as populações de vetores em
níveis que poderiam interromper a transmissão das doenças (Araújo et al., 2015; Paes de
Andrade et al., 2016).
O combate à epidemia das arboviroses no Brasil pode ser enfrentado como um
trabalho horizontal, onde a educação em saúde é uma das estratégias que poderá ter êxito
(SILVA; MALLMAN; VASCONCELOS, 2014).
32
Os principais métodos para a prevenção da doença dependem do controle do mosquito
vetor, principalmente nas residências onde detém a maioria das transmissões por um
comportamento sinantrópico, para uma efetiva prevenção ações como eliminação dos locais
de reprodução do mosquito, melhoria no manejo dos resíduos sólidos, organização do
ambiente urbano, maiores investimentos e efetividade nos programas de educação da rede
pública, principalmente conscientizando que o controle envolve todas as esferas da sociedade,
uma das medidas preventivas como a eliminação de criadouros artificiais pode ser realizado
por qualquer pessoa, e se demonstra eficaz se adotado por toda população (COSTA et al.,
2002; PANAM, 1998; RAI, 1991).
O principal agente público que atua diretamente no combate ao vetor são os ACEs
(Agente de Controle de Endemias) que executam funções como: descobrir focos, destruir e
evitar a formação de criadouros, impedir a reprodução de focos, fazer a instalação de
armadilhas, aplicação de larvicidas/inseticidas, realizar procedimentos mecânicos de bloqueio
do vetor, colher dados epidemiológicos e orientar a comunidade com ações educativas
(BRASIL, 2001, 2009).
A transmissão se faz pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti ou Aedes
albopictus, a transmissão mecânica também é possível, quando a fonte de alimentação é
limitada, o mosquito busca se alimentar em hospedeiro vulnerável próximo. É importante
destacar que transmissão por contato direto com um doente não é evidenciada, nem por
contato com água ou alimentos (BRASIL, 2008).
De uma forma geral, as arboviroses podem causar desde sintomas leves,
caracterizados por febre, cefaleia, mialgia, artralgia, exantema, até doenças mais graves, como
aquelas que culminam com hemorragia, hepatite e encefalite, variando de acordo com o tipo
de arbovírus responsável pela infecção. Na maioria das vezes, o diagnóstico clínico
diferencial entre arboviroses pode ser difícil, sobretudo na fase aguda da infecção, quando os
sintomas são muito parecidos.
2.5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A educação ambiental é “considerada inicialmente como uma preocupação dos
movimentos ecológicos com a prática de conscientização, que seja capaz de chamar a atenção
para a má distribuição do acesso aos recursos Naturais”. Carvalho (2006).
33
Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de valores e clarificação de
conceitos, objetivando o desenvolvimento das habilidades e modificando as atitudes em
relação ao meio, para entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos suas
culturas e seus meios biofísicos. A Educação Ambiental também está relacionada com a
prática das tomadas de decisões e a ética que conduzem para a melhoria da qualidade de vida.
(TBILISI, 1977).
REIGOTA (2009), em seu livro “O que é Educação Ambiental”, caracteriza a
Educação Ambiental como uma educação política, visto que a mesma está comprometida com
a ampliação da cidadania, da liberdade, da autonomia e da intervenção direta dos cidadãos na
busca de soluções e alternativas que permita uma convivência digna e voltada para o bem
comum.
A sobrevivência do homem era diretamente ligada ao meio ambiente, pois era por
meio dela que os seres humanos conseguiam tirar o seu sustento. Assim todos os
conhecimentos e cuidados com o meio ambiente eram transmitidos para os filhos e, de
geração em geração implicitamente praticava-se aquilo que chamamos de Educação
Ambiental.
KRUGER (2001), afirma que o homem interage com a natureza desde os primórdios,
assim “entre 50 e 40 mil anos atrás a natureza dominava o homem.
Num primeiro momento, o homem é tido como refém das grandes florestas e matas,
pois não tinha o conhecimento de seus frutos, dos animais que a habitava, das plantas
medicinais das estações de seca e chuva.
No inicio dos tempos, quando os recursos naturais eram extraídos da natureza o
homem fazia de forma parcimoniosa, apenas o necessário, sem desperdícios e os resíduos
eram degradados e absorvidos por ela sem comprometer o meio ambiente, constituindo parte
de um ciclo natural de decomposição. A percepção humana era extremamente desenvolvida,
pois era essencial à sua sobrevivência, como na procura por alimentos e na sua proteção de
animais e intempéries.
Com o passar dos tempos, o homem começar a ter maior conhecimento do meio
ambiente e, consequentemente, explorar seus recursos. As ciências evoluíram e os fenômenos
naturais começaram a ser compreendidos. Com isso, a relação homem-natureza passa por uma
grande transformação, onde o homem pretendeu, por suas ações, submeter à natureza aos seus
interesses.
34
Segundo SOAREZ DE OLIVEIRA (2002), nos primórdios da humanidade, existia o
que se pode denominar de unicidade orgânica entre o homem e a natureza, sistema no qual o
ritmo de trabalho e de vida dos homens acompanhava e se prostrava ao ritmo da natureza.
Ainda, de acordo com mesmo autor, debaixo das leis e normas do capitalismo, o
contato com os recursos pertencentes à natureza passa, necessariamente, pelas relações
mercantis, uma vez que sua apropriação pelo capital implica a eliminação de sua gratuidade
natural. O próprio trabalhador neste processo de acumulação do capital encontra-se obrigado a
fazer de sua força de trabalho mais uma mercadoria sempre a serviço do próprio capital, em
troca de um salário. Assim, o trabalho que deveria ser a forma humana de realização do
indivíduo reduz-se à única possibilidade de subsistência do despossuído.
O capital passa a ser o responsável pela separação entre os homens e a natureza,
através de seu processo de produção/ reprodução e, dessa forma, impõe que o ritmo das
atividades humanas não seja mais o mesmo da natureza, mas o do capital. O estimulado
processo social de produção que domina a sociedade capitalista cujas bases referenciais
encontram-se na produção de valores de uso, dando incentivo e impulso à utilização irracional
dos recursos naturais, a degradação da natureza e a consequente crise ecológica, que tanto
perturba os ambientalistas atualmente (SOAREZ DE OLIVEIRA, 2002).
Os impactos da espécie humana sobre o meio ambiente, na concepção de alguns
cientistas, podem ser associados e comparados às grandes catástrofes do passado geológico da
terra. Sob esse olhar, passou-se a entender que a humanidade precisa reconhecer que as
agressões ao meio ambiente colocam em risco a sobrevivência de sua própria espécie. Esse
quadro não é parte de um contexto nacional ou regional, e sim um problema que afeta
diretamente a existência da humanidade como um todo. É a vida que se encontra em perigo.
Não se pode conceber um ecossistema sem o homem e também é impossível pensar na
humanidade sem algum ecossistema. (KRAAEMER, 2004).
Dentre os principais conceitos, extraídos de tratados internacionais e normas internas,
podem-se destacar os seguintes:
A Educação Ambiental é um processo de reconhecimento de valores e
clarificações de conceitos, objetivando o desenvolvimento das
habilidades e modificando as atitudes em relação ao meio, para
entender e apreciar as inter-relações entre os seres humanos, suas
culturas e seus meios biofísicos. A Educação Ambiental também está
relacionada com a prática das tomadas de decisões e a ética que
conduzem para a melhora da qualidade de vida (Conferência
Intergovernamental de Tbilisi, 1977).
35
A Educação Ambiental é uma dimensão da educação, é atividade
intencional da prática social, que deve imprimir ao desenvolvimento
individual um caráter social em sua relação com a natureza e com os
outros seres humanos, visando potencializar essa atividade humana
com a finalidade de torná-la plena de prática social e de ética
ambiental (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Ambiental, Art. 2.º).
A Educação Ambiental é a ação educativa permanente pela qual a
comunidade educativa tem a tomada de consciência de sua realidade
global, do tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com
a natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas causas
profundas. Ela desenvolve, mediante uma prática que vincula o
educando com a comunidade, valores e atitudes que promovem um
comportamento dirigido à transformação superadora dessa realidade,
tanto em seus aspectos naturais como sociais, desenvolvendo no
educando as habilidades e atitudes necessárias para dita transformação
(Conferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Educação
Secundária – Chosica/Peru, 1976).
A educação voltada para o meio ambiente ou Educação Ambiental está prevista na
Constituição Federal, em seu artigo 225, inciso VI, a qual estabelece ser dever do Estado e de
todos promover a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente.
O conceito de Educação Ambiental é estabelecido pela Lei n.º 9.795, de 27 de abril de
1999: Art. 1.º Entendem-se por Educação Ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e
competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.
A Educação Ambiental, portanto, foi apresentada como instrumento de efetivação do
Direito Ambiental, necessidade e direito do homem ao desenvolvimento ecologicamente
equilibrado, instrumento indispensável à vida humana com dignidade às presentes e às futuras
gerações, pois somente por intermédio da educação o homem será conscientizado quanto ao
meio ambiente e às questões ambientais.
A Declaração de Estocolmo de 1972 expressa a convicção de que tanto as gerações
presentes como as futuras, tenham reconhecidas como direito fundamental, a vida num
ambiente sadio e não degradado e estabelece no seu Princípio 19:
36
Princípio 19. É indispensável um esforço para educação em
questões ambientais, dirigida tanto às gerações jovens como
aos adultos e que preste a devida atenção ao setor da população
menos privilegiado, para fundamentar as bases de uma opinião
pública bem informada, e de uma conduta dos indivíduos, das
empresas e das coletividades inspirada no sentido de sua
responsabilização sobre a proteção e melhoramento do meio
ambiente em toda sua dimensão humana. É igualmente
essencial que os meios de comunicação de massas evitem
contribuir para a deterioração do meio ambiente humano e, ao
contrário, difundam informação de caráter educativo sobre a
necessidade de protegê-lo e melhorá-lo, a fim de que o homem
possa desenvolver-se em todos os aspectos.
A partir dessa Conferência, ainda em 1972, foi criado o Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (Pnuma), sediado em Nairóbi, no Quênia, o qual passou a dividir com
a Unesco as preocupações pertinentes ao meio ambiente, no âmbito das Nações Unidas, tendo
como objetivos: manter o estado do meio ambiente global sob contínuo monitoramento;
alertar povos e nações sobre problemas e ameaças ao meio ambiente e recomendar medidas
para melhorar a qualidade de vida da população sem comprometer os recursos e serviços
ambientais das gerações futuras.
Em 1975, o Seminário Internacional de Educação Ambiental, em Belgrado, contou
com a participação de 65 Estados. A Carta de Belgrado é um dos documentos mais lúcidos e
importantes gerados naquela década, pois refere-se à satisfação das necessidades e desejos de
todos os cidadãos da Terra e propõe temas que tratam da erradicação das causas básicas da
pobreza como a fome, o analfabetismo, a poluição, a exploração e dominação, devam ser
tratados em conjunto.
A Carta propõe uma nova ética global, com distribuição equitativa dos recursos
naturais associada à redução dos danos ao meio ambiente, por meio de utilização de rejeitos
no processo produtivos e incremento de novas tecnologias. Reconhecendo a necessidade de
recursos para esses fins, indica a redução dos orçamentos militares. Convém lembrar que a
Carta de Belgrado veio à lume em plena Guerra Fria, período em que a escalada
armamentista, notadamente, a nuclear, gerava grandes preocupações. Tanto assim, que propôs
como meta final “o desarmamento”, similar à declaração contida no princípio 26 da
Declaração de Estocolmo de 1972.
37
Em 1979, a Unesco e o Pnuma promovem o Seminário de Educação Ambiental para
América Latina, em San José, na Costa Rica, tendo como objetivo principal discutir a
Educação Ambiental para a América Latina, tendo por base as recomendações estabelecidas
na Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi. Em 1983, foi criada a
Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento – CMMAD, com o objetivo
principal de analisar a equação formada pela questão ambiental e desenvolvimento, para
propor um plano de ações.
Essa Comissão, chamada de Comissão Brundtland, circulou o mundo e encerrou seus
trabalhos em 1987, com um relatório chamado “Nosso Futuro Comum”. E é nesse relatório
que se encontra a definição de desenvolvimento sustentável mais aceita e difundida em todo o
Planeta: “Desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras satisfazerem suas próprias necessidades”.
Segundo a Comissão, o desafio era trazer as considerações ambientais para o centro das
tomadas de decisões econômicas e para o centro do planejamento futuro nos diversos níveis:
local, regional e global (Oficina de Educação Ambiental para Gestão).
Em 1992, foi realizada a Conferência Geral das Nações Unidas realizada no Brasil, na
Cidade do Rio de Janeiro, conhecida como Rio–92, com a participação de delegações de 178
Estados.
Assim, o século XX é o período em que inicia e intensifica-se o reconhecimento
internacional da Educação Ambiental para a efetivação do direito ambiental das presentes e
futuras gerações à vida digna em um meio ambiente sadio, como sendo fator importante no
processo de evolução da relação homem/ natureza, o que somente se alcançará por intermédio
da educação no que se refere às questões ambientais e à necessidade de mudança da forma de
desenvolvimento econômico atual.
No Brasil, a Educação Ambiental, restrita à sua dimensão ecológica, é tratada no
Decreto Legislativo n.º 3, promulgado pelo Congresso Nacional em 13 de fevereiro de 1948,
por meio do qual foi aprovada a Convenção para Proteção da Flora, da Fauna e das Belezas
Naturais dos Países da América, assinada pelo Estado brasileiro, em 27 de dezembro de 1940,
em Washington, nos Estados Unidos da América, por meio da qual os Estados participantes se
comprometeram a criar parques nacionais para a proteção da fauna e flora, pesquisas
científicas e educação do público.
A sua importância no contexto educacional e formas de execução, também, foram
estabelecidos pelo mesmo estatuto legal: Art. 2.º A Educação Ambiental é um componente
38
essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em
todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não-formal.
A educação ambiental ensinada nas escolas não deve estar limitada apenas a conceitos
científicos de forma abstrata, deve estar conectado com o meio externo do alunado, com o
meio natural onde este vive e fazendo uma ponte com o meio ambiente a sua volta, tornar o
ensino ambiental prático e prazeroso para o educando. Dentro dessa linha de pensamento
Júnior (2013) afirma o seguinte:
A educação ambiental deve se constituir em uma ação educativa permanente por
intermédio da qual a comunidade tem a tomada de consciência de sua realidade global, do
tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas
derivados e de ditas relações e suas causas profundas. Este processo deve ser desenvolvido
por meio de práticas que possibilitem comportamentos direcionados a transformação
superadora da realidade atual, nas searas sociais e naturais, através do desenvolvimento do
educando das habilidades e atitudes necessárias para dita transformação. (JÚNIOR 2013).
A educação ambiental, e uma atividade meio que não pode ser percebida como mero
desenvolvimento de “brincadeiras” com crianças e promoção de eventos em datas
comemorativas ao meio ambiente. Na verdade, as chamadas brincadeiras e os eventos são
parte de um processo de construção de conhecimento que tem o objetivo de levar a uma
mudança de atitude. O trabalho lúdico e reflexivo e dinâmico e respeita o saber anterior das
pessoas envolvidas. (MEIRELLES e SANTOS 2005).
Há diferentes formas de incluir a temática ambiental nos currículos escolares, como
atividades artísticas, experiências práticas, atividades fora de sala de aula, produção de
materiais locais, projetos ou qualquer outra atividade que conduza os alunos a serem
reconhecidos como agentes ativos no processo que norteia a política ambientalista. Cabe aos
professores, por intermédio de prática interdisciplinar, proporem novas metodologias que
favoreçam a implementação da Educação Ambiental, sempre considerando o ambiente
imediato, relacionado a exemplos de problemas atualizados. (SATO 2002,)
É por meio da educação ambiental que consegue alcançar o tão sonhado
desenvolvimento sustentável, de forma que haja desenvolvimento junto à preservação
ambiental
39
CAPÍTULO III
3.1 MATERIAIS E METODOLOGIA
Ao introduzir–se a Educação e Saúde em arboviroses na escola é adequado salientar a
metodologia do projeto, pois esse permite que a comunidade escolar trabalhe com conteúdo
culturais relevantes.
3.2. Tipo de Estudo
Segundo SILVA & MENEZES (2001, p. 20) constitui a metodologia deste trabalho:
Quanto a Natureza: Pesquisa Aplicada – por abordar problemas e interesses locais e
gerar conhecimentos de aplicação prática;
Quanto à abordagem: Pesquisa Qualitativa – por interpretar os fenômenos
subjetivamente e ter no processo e seu significado os mais importantes pontos de abordagem;
Quanto aos Objetivos: Pesquisa Exploratória – por envolver levantamento
bibliográfico e o estudo de um projeto permitindo seu conhecimento;
Quanto aos procedimentos técnicos: Pesquisa Bibliográfica/Pesquisa-ação – por ser
elaborada através de material já publicado em livros, artigos periódicos e na Internet, e por
envolver pesquisador e participantes de modo cooperativo ou participativo;
Método Dialético Fenomenológico – por descrever a experiência tal como ela é e fazer
a interpretação dinâmica e de totalidade, considerando o contexto social, político e
econômico.
40
O estudo é caracterizado como exploratório e descritivo, do tipo pesquisa-ação, com
abordagem qualitativa, pois se tratou de um trabalho que envolveu a percepção por parte do
pesquisador, de alguns fenômenos imensuráveis. Esse estudo foi considerado como
exploratório por pretender expor características de determinada população e da relação entre o
conhecimento e o comportamento relacionados ao fenômeno de prevenção e controle as
arboviroses, permitindo a compreensão das representações comunitárias (MINAYO, 2007).
Vale ainda ressaltar que esta pesquisa se apoiou na pesquisa-ação, pois tal como o
nome implica este tipo de estudo visa à compreensão da realidade (pesquisa) ao mesmo tempo
em que gera mudanças (ação) no ambiente onde se desenvolve a pesquisa (RICHARDSON,
2011). Tecendo considerações sobre a pesquisa-ação, Thiollent (1998) afirma que esta tem
estreita associação com a resolução de problemas coletivos e nesta metodologia pesquisadores
e representantes da situação onde se insere o problema se envolvem de modo cooperativo ou
participativo. Dessa forma, quando se investiga uma população juntamente com ela, tanto se
está promovendo educação como se está modificando sua cultura inicial.
3.3. População
Foram convidados para participar do presente estudo a comunidade Escola Estadual
Brigadeiro Camarão.
Critérios de inclusão: Alunos do 8º ano A e |B do ensino fundamental turno
vespertino, mais alunos de 7º ano A, B e C, professores e instrutores.
Foram critérios de exclusão: Toda comunidade escolar dos turnos matutino e noturno.
3.4. Local da Pesquisa
A Escola Estadual Brigadeiro João Camarão Telles Ribeiro está situada na área central
da cidade de Manaus-Amazonas, tendo como mantenedora Secretaria de Estado de Educação
e Qualidade de ensino (SEDUC) Coordenadoria Distrito 02. Convênio estabelecido entre o
governo do Estado e a ALA 8.
Figura 1 – Área Interna da Escola (salas de aula)
41
A Escola recebeu o nome do Brigadeiro João Camarão Telles Ribeiro, através de
uma justa homenagem do Comando da Aeronáutica e do Estado do Amazonas a um dos mais
ilustres Oficiais da Força Aérea Brasileira, que dedicou preciosos anos de sua vida em
benefício do desenvolvimento da Amazônia Brasileira.
As atividades escolares tiveram início antes da inauguração que se deu no dia 04 de
abril de 1994, sem diretor, vigia, merendeira e servente, contando apenas com ajuda da
Senhora Maria Simões e a senhora Sueli. Inicialmente funcionava com turmas de pré-escolar ,
alfabetização, 1º e 2º séries do Ensino Fundamental, e á tarde com turmas de 3º,4º e 5º séries
do Ensino Fundamental.
3.5. Aspecto Social e Técnico
Hoje a referida unidade atende um total de 1.270 alunos, do Ensino Fundamental (1º
ao 9º ano) e Ensino Médio, nos turnos matutino, vespertino e noturno.
Níveis de Ensino:
2º e 3º ano 1º ciclo- Turno matutino - 100 alunos
4º e 5º ano do 2º ciclo turno matutino - 210 alunos
6º ano turno matutino - 120 alunos
7º ao 9º ano turno vespertino 360 alunos ano.
Ensino médio 1º ao 3º noturno -360 alunos, 1º ao 3º vespertino- 120 alunos.
O quadro geral de funcionários está composto da seguinte forma:
42
Diretor
Supervisora Pedagoga Professores Secretaria
3.5. Aspectos físicos
Descrição física da Escola:
Área total: 11.736,95 m²
Área construída; 2.525,46 m²
Área de sala de aula: 42 m²
Atualmente a escola dispõe de seguintes estruturas:
12 sala de aula, Diretoria, Sala de professores, Sala de estudo, Sala de pedagogia,
quadra de esportes, laboratório de informática, estacionamento, sala de material esportivo,
tapiri, TV escola, secretaria e auditório
3.7. Coleta e processamento dos dados
Inicialmente, procurou-se o responsável pela Escola, o diretor, e explicou-se a respeito
dos objetivos e metas do trabalho, que aceitou que o trabalho fosse desenvolvido. Os
primeiros contatos com as turmas contempladas pelo trabalho ocorreram nos dias 24 e
26/08/2019, 8°anos B e A, respectivamente, objetivando informar aos alunos sobre a
finalidade e o desenvolvimento do trabalho.
Os alunos foram informados que estariam participando de uma pesquisa de mestrado.
A coleta de dados ocorreu em quatro etapas distintas
3.7.1. 1º Etapa
43
As palestras aconteceram as terças e quarta-feira com temas relacionados a ações
integradas de Educação e Saúde e Ambiental, arboviroses e sua relação com o meio ambiente,
medidas de controle e prevenção de doenças vinculadas por vetores, principalmente a
Dengue, Zika vírus e Chikungunya , durante as palestras esclarecemos o cuidado com o meio
ambiente e a saúde expondo aos moradores a importância da destinação correta dos resíduos e
do cuidado ao meio ambiente. Elaboramos as apresentações em power point e com ajuda de
um note book conectado a um data show, apresentamos as palestras com duração de cinquenta
minutos cada.
3.7.2. 2° Etapa
Posteriormente aconteceu uma discussão oral dirigida com todas as turmas conforme
o tempo de aula, sobre natureza, resíduos sólidos, ecologia, consumismo e meio ambiente,
escolhemos a roda de conversa por ser um método de ressonância coletiva que consiste na
criação de espaços de diálogo, em que os alunos possam se expressar e, sobretudo, escutar os
outros e a si mesmos. O objetivo é estimular a construção da autonomia por meio de troca de
informações e da reflexão para a ação. Nesse sentido, desejamos produzir conhecimento e
desenvolver tecnologias relacionais e de compartilhamento das práticas de cuidado com o
meio ambiente e a saúde.
3.7.3. 3° Etapa
Práticas de Educação Ambiental com confecção de cartazes, com temas do cotidiano
dos alunos podem favorecer a leitura e a escrita, Sendo assim, propomos a presente aula para
que os alunos possam experienciar momentos de reflexão, de alegria, e vivenciar um trabalho
em equipe, apresentar soluções, criar frases no combate do mosquito transmissor das
arboviroses.
3.7.4. 4° Etapa
Reconhecimento em vídeos sobre locais criadouros de mosquito, também foram
utilizados recursos áudios-visuais com a exibição de vídeos ambientais, enfocando a
preservação de mananciais, a importância da água, a gestão dos resíduos sólidos (lixo) e a
prevenção de doenças de veiculação hídrica
44
CAPÍTULO IV
4.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.2. Perfil da Escola
A Escola Estadual Brigadeiro João Camarão Telles Ribeiro está situada na R. Nova,
1000 - São Lázaro área central da cidade de Manaus-Amazonas, tendo como mantenedora
Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de ensino (SEDUC) Coordenadoria Distrito 02.
Convênio estabelecido entre o governo do Estado e a ALA 8.
A Escola recebeu o nome do Brigadeiro João Camarão Telles Ribeiro, através de
uma justa homenagem do Comando da Aeronáutica e do Estado do Amazonas a um dos mais
45
ilustres Oficiais da Força Aérea Brasileira, que dedicou preciosos anos de sua vida em
benefício do desenvolvimento da Amazônia Brasileira.
Atualmente a escola dispõe de 12 sala de aula, Diretoria, Sala de professores, Sala de
estudo, Sala de pedagogia, quadra de esportes, laboratório de informática, estacionamento,
sala de material esportivo, tapiri, TV escola, secretaria e auditório. Funciona com 440 alunos
no turno matutino, 480 alunos no vespertino, 360 alunos no turno noturno e com 66
funcionários.
4.3. Levantamento de dados e Ações (Palestras)
Figura 2 – Realização da 1° Palestra na Escola Estadual Brigadeiro Camarão, Manaus/AM.
O primeiro tema desenvolvido foi “Meio Ambiente e resíduos sólidos”, no dia
23/08/2019 com 8° ano A e B (Figura 2). Os tópicos abordados foram: definição do meio
ambiente de acordo com a Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) na Lei 6.938 artigo
3°; o que são recursos naturais, os tipos de recursos: renováveis e não-renováveis, o mau uso
dos recursos e toda uma abordagem com relação a nossas atitudes e o que precisa ser mudado
em cada um de nós, promovendo assim, a educação ambiental através do tema abordado. Uma
parcela dos problemas ambientais e as novas visões de consumo originaram a necessidade de
discussão mais aprofundada sobre a questão dos resíduos sólidos.
46
Figura 3 – Realização da 2° Palestra na Escola Estadual Brigadeiro Camarão, Manaus/AM.
O segundo tema foi “Educação Ambiental & Educação e Saúde”, nos dias 19 e 24/
08/2019 com os 8° anos A, B e C, 7º A, B e C professores e instrutores (Figura 3).
Inicialmente, fez-se uma abordagem da importância da Educação ambiental, como também
qualidade de vida, renda e emprego, consumo consciente, preservação dos recursos naturais,
saúde e doenças que podem ser transmitidas pela não preservação do meio ambiente. Na
sequência, perguntas foram feitas de maneira geral sobre a importância da educação e saúde e
ambiental.
Figura 4 – Realização da 3° Palestra na Escola Estadual Brigadeiro Camarão, Manaus/AM.
47
A terceira temática abordada nos dias 13 e 21/08/2019 com os 8° anos A, B e C,
respectivamente, foi a das arboviroses de maior relevância para Saúde Pública no Brasil.
Com relação à apresentação e à experiência das palestras em sala de aula, é relevante
ressaltar que a postura da comunidade escolar com relação aos temas abordados foi bastante
positiva. Ao longo das apresentações foi observada a curiosidade com relação ao tema
apresentado traduzida, também, nos questionamentos, principalmente, após as apresentações.
Como também foi demonstrado o interesse dos estudantes, professores no que se refere aos
outros assuntos ligados ao meio ambiente.
As temáticas “ Dengue, Zika e Chikungunya” e “resíduos sólidos” foram as que
chamaram mais a atenção dos ouvintes devido ao método de abordagem utilizado, quando
foram inseridas exposições de fotos relatando à realidade local, despertando nos alunos a
problemática ambiental e mostrando que esse problema é um fato próximo, que tem atingido
toda a comunidade.
Como nosso público alvo é a comunidade da escola, estimulamos sua curiosidade e
vontade de aprender, para que tragam suas dúvidas e seus conhecimentos sobre o Aedes
aegypit e que levem o conhecimento tratado em cada encontro, para seus familiares e
conhecidos, que não fique apenas em sala de aula, visando atingir um maior número de
pessoas. Percebe-se o grande potencial que possui a Educação no que tange a prevenção de
doenças e, no caso das arboviroses, em que medidas preventivas são essenciais, as escolas
podem contribuir com sua força de atuação chegando às comunidades.
Figura 5 - Apresentação de vídeo didático aos alunos.
48
O vídeo como tecnologia educacional tem se destacado nos últimos anos e ganhado
espaço como ferramenta que pode ser utilizada por professores de diversas disciplinas.
Segundo Moraes e Torres (2004) essa estratégia de ensino fornece uma aprendizagem que
possibilita a integração em vários sentidos: imaginação, intuição, colaboração, entre outros.
Os mesmos destacam ainda uma agregação sofisticada em relação ao processo ensino-
aprendizagem, na medida em que proporcionam a vivência e a interatividade, conectando
sentidos, sentimentos e razão.
Dessa forma a utilização de mídias são ferramentas antes de tudo, exploratórias, que
permitem aos educadores e gestores analisarem o desempenho na aprendizagem de seus
alunos frente à inserção dessas tecnologias, permitindo o trabalho do emocional, a
construção da visão social dos alunos, bem como suas sensações acerca dos temas trabalhados
em vídeos.
4.4. Relação da Concepção de Arboviroses e sua Aplicação Saúde e com Meio Ambiente
4.4.1. Identificação do Mosquito da Dengue, Zika e Chikungunya.
49
Quando perguntados sobre o nome do mosquito que transmitia as doenças Dengue,
Zika e Chikungunya, 90% dos alunos sabia responder e 10% não sabia conforme (Gráfico 1).
“O Aedes aegypti é o principal vetor da dengue, febre amarela, febre Chikungunya e
febre Zika” (NUNES 2015).
Gráfico 1. Identificação do mosquito da Dengue, Zika e Chikungunya.
4.4.2. Tipos de Criadouros Aedes aegypt
O segundo questionamento estava associado aos possíveis criadouros do mosquito
como: caixa d’água sem tampa (94%), pneus velhos (93%) e garrafas vazias (72%). Calha de
casa (55%), vasos com flores (56%), tampa de garrafa (13%) e piscina (10%) (Figura 2).
Figura 2. Tipos de Criadouros Aedes aegypt
50
4.4.3. Ação Contra Arboviroses
Outro questionamento perguntava se a escola desenvolve alguma ação contra a
Dengue, a Zika e a Chikungunya, 64% alunos responderam que não, 20% responderam que
sim e 16% não souberam responder (FIGURA 7). Ao dialogar com a pedagoga e com diretor
da escola, fui informada que a escola havia realizado ações contra as doenças, pois deveriam
seguir o calendário já programado.
Figura 3. Ação Contra Arboviroses
4.4.4. Discussões dos Resultados
51
Em concordância com os dados analisados da fase diagnóstica, com objetivo de
avaliar o grau de compreendimento dos alunos sobre doenças transmitidas pelo mosquito
Aedes aegypti, foram montados gráficos destacando alguns parâmetros.
Pelo resultado apresentado no ( gráfico 1), evidencia-se a relevância e a necessidade
de realizar palestras com as temáticas: Educação e saúde, Dengue, Chikungunya e Zika e
principalmente de um melhor esclarecimento sobre o mosquito que transmite essas doenças e
que segundo o Ministério da saúde são patologias com maior incidência de morte, pois
embora existem inúmeras campanhas sobre essas temáticas oferecidas pelo governo
municipal, estadual e federal é expressiva a quantidade de pessoas que não conseguem
identificar o nome do mosquito que transmite essas doenças antes da palestra não sabiam
responder. Quando os alunos foram indagados sobre o nome do mosquito que transmitia as
doenças após a palestra 90% sabiam apenas 10% não sabiam. Observou-se que a maioria
dos alunos tinha o conhecimento que o mesmo mosquito poderia transmitir as três doenças,
posteriormente, com a exposição de vídeo e explicações, essa informação foi reforçada a fim
de sanar as dúvidas dos alunos, que não tinham conhecimento sobre a forma de transmissão.
O segundo questionamento estava associado a criadouro do mosquito Aedes aegypti
(gráfico 2) , onde foi observado que a caixa d’água sem tampa foi o principal criadouro
identificado pelos alunos e comunidade da escola com (94%), seguido por pneus velhos
(93%) e garrafas vazias (72%), Calha de casa (55%), vasos com flores (56%), tampa de
garrafa (13%) e piscina. Desta forma todo e qualquer depósito deve ser protegido afim de
garantir a não atração e proliferação do vetor, a redução de recipientes que possam servir
como criadouros é ainda o melhor método para se prevenir a disseminação de mosquito e
preservação do meio ambiente. Também observamos que durante a palestra de resíduos
sólidos muitos criadouros como: brinquedos, tampinhas, latas de refrigerantes, plantas
ornamentais, bebedouros de animais que não são divulgados pela mídia não foram
identificados pelos alunos.
Os resultados obtidos sobre ações e projetos desenvolvido pela escola sobre a
temática arboviroses e saúde (gráfico 3), observou-se que a grande maioria dos alunos não
soube informar. Esse resultado leva-nos constatar que a escola ainda esta atrelada a
educação formal, boas notas e desenvolvimento de competências, e que não contribui para
que os alunos compreendam as consequências ambientais, segundo a direção da escola a
falta de apoio por parte dos órgão públicos dificulta a realização dessas atividades e que até
tentou motivar os alunos a fazer reciclagem mais não obteve êxito, pois o carro da coleta
52
seletiva não passava para pegar os resíduos coletados e a consequência foi que dentro da
escola estava acumulando uma quantidade grande de resíduos causando danos a
comunidade escolar.
A investigação mostrou que as arboviroses é um sério problema de saúde pública e
apresenta dificuldade quanto ao seu controle ambiental na sociedade e que a prevenção exige
maior participação da comunidade nas medidas de combate aos mosquitos transmissores, por
meio de trabalho como este é possível prevenir doenças vinculadas por vetores e
consequentemente contribuir com a melhoria de qualidade de vida do indivíduo e do meio
ambiente.
53
CAPITULO V
5.1 Considerações Finais
Mediante os resultados obtidos é imprescindível a necessidade de abordar a temática:
educação ambiental como medida profilática contra doenças transmitidas pelo mosquito
Aedes aegypti, de forma permanente, uma vez que essas enfermidades provocam graves
riscos à saúde pública, bem como altos custos aos cofres públicos decorrentes de aumento de
epidemias.
Na análise das atividades educativas realizada nesse estudo percebeu-se lacuna na
inserção dessas atividades, resultado esse que muito nos surpreendeu pelo fato da escola
Brigadeiro Camarão ser administrada por uma gestão militar e por ser uma unidade escolar
que busca envolve-se com questões de saúde de sua comunidade. Esperava-se que na pratica a
preocupação fosse semelhante mais ficou claro que seu envolvimento se da apenas de forma
pontual. Nesse sentido as análises utilizadas na pesquisa nos permitiram a evidenciar que as
atividades e ações de saúde não estão inseridas nos conteúdos ou distribuídas em ações na
escola.
Com relação a coleta de dados para avaliar os impactos causados sobre o meio
ambiente e a saúde na escola, foi evidenciado por documentação em forma de planilha na
secretaria que a maior causa de entrada de atestado pelos alunos tem como diagnostico as
arboviroses transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. A partir desses dados percebeu-se a
necessidade de proporcionar a comunidade escolar palestras para prevenção a saúde e ao meio
ambiente.
Outra proposta da nossa pesquisa que foi possível realizar juntamente com a direção e
as pedagogas da escola foi a elaboração de um cronograma para realização de palestras
semanais relacionada a temática da pesquisa, onde essas atividades ocorreram durante seis
meses todas as terças e quartas feiras no auditório da escola , nos horários da disciplina de
ciências que estava sem professor, participaram dessas palestras alunos de sétimo e oitavo ano
do ensino fundamental do turno vespertino , professores, instrutores, pedagogia, instrutor de
informática.
|Todos os temas tiveram boa aceitação da comunidade mais foi evidenciado que as
temáticas arboviroses, resíduos sólidos e a identificação de criadouros do mosquito Aedes
54
aegypti teve mais participação dos alunos. Outra metodologia utilizada para auxiliar as
atividades foi a apresentação de vídeo aula, discursão e debate.
5.2 Recomendações para Trabalhos Futuros
• Esperamos que as ações aqui desenvolvidas contribuam com professores, estudantes,
com a saúde pública e a sociedade em geral, no processo de educar para eliminar ou
minimizar a ação do mosquito;
• É importante que os gestores e educadores das escolas sejam conhecedores dos
problemas existentes e da importância da contextualização dos conteúdos em prol do
conhecimento do aluno
• Os conteúdos curriculares devem ser trabalhados sob o olhar da educação ambiental;
• Oferecer curso de formação complementar em educação ambiental aos professores,
poderia oferecer subsídios quanto à disposição dos conteúdos necessários para a
prática docente crítica reflexiva, bem como, nortear na elaboração de seus respectivos
planos de aulas, que devem ser diversificados e participativos
55
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