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Direito Administrativo - Princípios Administrativos. Resumo. Concursos Públicos
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PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO Os princípios são as ideias centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de sua estrutura. PRINCÍPIOS EXPLÍCITOS (LIMPE) * Legalidade * Impessoalidade * Moralidade * Publicidade * Eficiência PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS: * Motivação * Finalidade * Autotutela * Segurança Jurídica * Supremacia do Interesse Público * Indisponibilidade do Interesse Púlico PRINCÍPIOS BASILARES * SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PARTICULAR
A Administração goza de poderes e prerrogativas. Existe uma relação de verticalidade com o administrado.
* INDISPONIBILIDADE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A Administração não é titular do interesse público. Ela não pode abrir mão da busca pela satisfação do interesse público.
Primário Bem estar social Interesse Público Satisfação das necessidades coletivas
Ex: Justiça, segurança, mobilidade urbana...
Secundário Cunho Patrimonial Interesse individual do próprio Estado
Ex: Manutenção das Receitas Públicas, Defesa do patrimônio público
* Supremacia do Interesse Público Este princípio orienta todo o regime jurídico administrativo. Ex: Poder de Polícia Cláusulas exorbitantes NÃO É ABSOLUTO!!! Desapropriação de bens particulares *Deve respeitar os direitos individuais e
Coletivos previstos na CF. *Não se sobrepõe aos demais princípios
* Indisponibilidade do interesse público É a partir deste princípio que surgem os princípios: LEGALIDADE, FINALIDADE, RAZOABILIDADE, PROPORCIONABILIDADE, MOTIVAÇÃO, RESPONSABILIDADE DO ESTADO, DA CONTINUIDADE DO SERVIÇO PÚBLICO, CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS, DA ISONOMIA, DA PUBLICIDADE, INALIENABILIDADE DOS INTERESSES PÚBLICOS
A Lei não prejudica: O direito adquirido O ato jurídico perfeito A coisa julgada
Princípio da proteção à confiança legítima (desdobramento) O princípio da confiança deve prevalecer sobre o princípio da legalidade Aspecto subjetivo da segurança jurídica
PRINCÍPIOS DO ART. 37, CAPUT, DA CF/88 “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.”
1) Legalidade – A Administração Pública pode fazer o que está expresso na Lei. Só pode fazer o que a Lei expressamente permite. Consagra o princípio da indisponibilidade do interesse público
2) Impessoalidade – Atos da Adm. Pública são genéricos e neutros. Segundo a doutrina, o princípio da impessoalidade é, não raramente, chamado de princípio da finalidade administrativa.
3) Moralidade – Agir com lealdade, boa fé e ética. Está intimamente ligado ao princípio da improbidade administrativa. A não observância implica em Improbidade Administrativa. Ofende ao princípio da moralidade (moralidade administrativa): -Bacharel em Direito que exerce cargo de assessor de juiz ou desembargador não pode exercer a advocacia.
Moralidade é um requisito de validade do ato administrativo. Assim, não está sujeito à uma análise de oportunidade e conveniência e sim a uma análise de legitimidade. Não será considerado inoportuno ou inconveniente e sim considerado nulo. Não será revogado, será declarado nulo. Como se trata de controle de legalidade, pode ser efetuado pela Administração e também pelo Poder Judiciário (se provocado).
- Nepotismo (Súmula Vinculante nº 13)
I. Não pode: a) cônjuge/companheiro b) parentesco em linha reta/colateral por afinidade até o 3º grau (inclusive)
Impessoalidade
Princípio de Finalidade
Amplo: interesse Público
Estrito: específico previsto em lei
Princípio da Igualdade ou da
Isonomia
Ex: Licitação / Concurso
Vedação à Promoção Pessoal
Art. 37 [...] Não pode ter
promoção pessoal
Impedimento e Suspeição
Julgamento isento/imparcial
Atuação Ética
Nomeante Nomeado :: para ocupar cargo de direção, chefia ou assessoramento
Cargo em comissão ou função gratificada (na mesma pessoa jurídica) II. Não pode nepotismo cruzado III. PODE a nomeação de agentes políticos: ministros, secretários, membros do judiciário e membros do MP
OBS: A Lei 8,429/92 (Lei de Improbidade Administrativa) não se aplica ao Presidente da República e os Ministros. O Presidente responde por crime de responsabilidade administrativa na falta de improbidade administrativa. Um importante meio de controle judicial da moralidade administrativa é a AÇÃO POPULAR. (art. 5º, LXXIII, CF)
4) Publicidade – Publicidade não é o elemento formativo do ato; é requisito de eficácia e moralidade. Dar transparência aos atos públicos sob pena de ineficácia, salvo as hipóteses de sigilo previsto em lei
Proteger a intimidade (art 5º, X) Promover a segurança da sociedade e do Estado
5) Eficiência – Produtividade e economicidade. Melhor prestação do serviço público, com os recursos disponíveis presteza, qualidade, perfeição, agilidade e efetividade (atingir objetivos e metas utilizando um mínimo de recursos para obter o máximo de resultados)
EC nº 19 – Inseriu o princípio da eficiência, promoveu a reforma do Estado (Saiu do Estado burocrático para o Estado Gerencial).
OUTROS PRINCÍPIOS:
* Finalidade – toda ação da Administração Pública deve visar o interesse público. Sentido amplo Finalidade interesse público Sentido estrito Definida por lei Está contido no princípio da legalidade
O desvio da finalidade desvio de poder * Um ato que não atende ao interesse público ou ao fim visado na norma ANULAÇÃO
* Razoabilidade – A Administração deve atuar no exercício dos atos discricionários (atos que a lei tenha dado certa margem de liberdade ao administrador). Decorre da legalidade e do devido processo legal material Limite do ato discricionário O objetivo é atingir o bom-senso, prudência e racionalidade.
EC nº 45 – Reforma do Judiciário os processos tenham duração razoável no âmbito administrativo e judiciário.
* Proporcionalidade – A Administração deve editar os seus atos na medida necessária para alcançar os fins legais. Decorre da legalidade e do devido processo legal material Limite do ato discricionário Relação lógica entre o que se busca e o instrumento que se edita para o resultado (Só promover um ato se houver necessidade real para a sua edição) Proporcionalidade em sentido estrito Avaliação entre o meio utilizado e o fim almejado. Ex: Não tolerar gastos públicos excessivos para a execução de pequenas tarefas Discricionariedade do administrador A lei dará uma margem de liberdade para a prática de determinados atos administrativos. O administrador é quem faz o juízo de conveniência e oportunidade. Mérito Administrativo
Em regra, o poder judiciário NÃO PODE intervir. (Em situações excepcionais podem realizar um critério de razoabilidade e proporcionalidade para avaliar o ato discricionário do administrador.
OBS: Alguns doutrinadores consideram a razoabilidade e proporcionalidade como sinônimos.
* Motivação – A Administração precisa justificar suas decisões (tanto nos atos discricionários como nos atos vinculados).
Através da motivação, o cidadão pode impugnar um ato perante o Poder Judiciário ou questionar o gestor acerca de suas decisões. A motivação é um instrumento necessário para que o controle dos atos administrativos sejam exercidos.
Decorre do princípio da motivação que, no Judiciário, toda decisão judicial não fundamentada será NULA. Art. 93, X, CF
* Autotutela – A Administração deve exercer o controle interno de seus próprios ato: Anulando-os quando eivados de ilegalidade Revogando-os por razões de oportunidade e conveniência (Mérito)
Respeitando o direito adquirido
“A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de oportunidade ou conveniência, respeitando os direitos adquiridos”.
OBS: Nem todo ato ilegal será anulado (art 55 Lei 8,784/99 prevê o instituto da convalidação). Controle dos Atos Administrativos:
Controle Administrativo (autotutela)
Controle Legislativo (controle externo auxiliado pelo TCU)
Controle Jurisdicional (precisa ser provocado e que se alegue vício de legalidade)
Registre-se, ainda, que a autotutela envolve dois aspectos quanto à atuação administrativa: 1. aspectos de legalidade, em relação aos quais a Administração, de ofício, procede à revisão de atos ilegais; e 2. aspectos de mérito, em que reexamina atos anteriores quanto à conveniência e oportunidade de sua manutenção ou desfazimento.
* Segurança Jurídica – Veda a aplicação retroativa de novo legislação que prejudique a terceiros. Consagra a boa fé e a relação de confiança.
* Responsabilidade Objetiva – A Administração deve reparar o dano causado a terceiros independente da existência de dolo ou culpa do agente.
* Especialidade – As entidades administrativas da Administração Indireta não podem desviar de seus objetivos definidos em lei instituidora.
* Princípio da Tutela e do Controle – Decorre da especialidade. A administração direta fiscaliza as atividades exercidas pela administração indireta. É considerado princípio da administração indireta A regra é a autonomia, a exceção é o controle.
* Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos – Não podem ser interrompidos. Regular
Serviço Público Contínuo
* Princípio do contraditório, ampla defesa e do devido processo legal Tem assegurado o direito de ser informado dos atos de um procedimento O Administrado De se manifestar em prazo razoável Indicar Provas Recorrer
* Princípio da Juridicidade Princípio que vem ganhando destaque nas palavras de doutrinadores menos conservadores, notadamente os mestres Diogo de Figueiredo e Gustavo Binenbojm, procura ampliar os conceitos tradicionais do princípio da legalidade, ao sintetizar, em juridicidade, uma conjunção dos princípios da legalidade, da legitimidade e da moralidade; passa-se a exigir que a atuação da Administração, além de baseada em lei anterior, esteja voltada para os reais anseios da coletividade (abrangendo o caráter de legitimidade, mais amplo que o da legalidade) e sempre atendendo à moral. Importa reconhecer que as leis elaboradas, em profusão cada vez maior, pelos membros do Poder Legislativo, têm por vezes se distanciado dos desejos da coletividade, do senso moral e do espírito de nossa Constituição Federal, para concluir, nas palavras de Diogo de Figueiredo, que o agente público “não deve se restringir à mera submissão à lei, como produto das fontes legislativas”, devendo sim “reverência a toda a ordem jurídica”. O princípio da juridicidade, como já o denominava Adolf Merkl em 1927, engloba, assim, três expressões distintas: o princípio da legalidade, o da legitimidade e o da moralidade, para altear-se como o mais importante dos princípios instrumentais, informando, entre muitas teorias de primacial relevância na dogmática jurídica, a das relações jurídicas, a das nulidades e a do controle da juridicidade. O princípio da juridicidade corresponde ao que se enunciava como um “princípio da legalidade”, se tomado em sentido
amplo, ou seja, não se o restringindo à mera submissão à lei, como produto das fontes legislativas, mas de reverência a toda a ordem jurídica. Enquanto a legalidade se prende à conformação do ato praticado pela Administração com a lei, verificando-se se aquela atuação possui previsão expressa anterior em lei, a legitimidade se dá quando a atuação administrativa encontra respaldo popular, ou seja, quando efetivamente se atende aos anseios da coletividade, o que importa analisar conceitos bem mais subjetivos. Nas brilhantes palavras do mestre, “a vontade juridicamente positivada pelo Estado é o campo da legalidade, enquanto a vontade democraticamente expressa pela sociedade, indiferentemente positivada ou não, situa-se no campo mais vasto da legitimidade”. Divergindo dessa doutrina majoritária, o mestre Diogo de Figueiredo substitui o atributo da presunção de legitimidade pela presunção de validade, a qual, segundo este autor, abrange as presunções de legalidade, de legitimidade, de veracidade e de licitude. Defende ele que aquela presunção de validade importa na presunção de que o ato foi editado conforme a lei, de acordo com os anseios de toda a coletividade, que os fatos alegados pela Administração são verdadeiros e que atendem aos princípios da moralidade, de forma a retratar, respectivamente, as quatro presunções anteriormente dispostas.