Upload
others
View
5
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
I
Universidade Estadual de Campinas Instituto de Química Departamento de Físico-Química
PRISCYLA DANIELY MARCATO GASPARI
SISTEMAS MICRO E NANOESTRUTURADOS: PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO NO
CARREAMENTO DE ATIVOS
Orientador: PROF. DR. NELSON EDUARDO DURÁN CABALLERO
CAMPINAS 2009
II
IV
V
Dedicatória
A conclusão desta tese de Doutorado foi um grande desafio e vitória para mim, a
qual dedico as pessoas mais importantes na minha vida:
A Deus, em quem deposito toda a minha confiança. Obrigada por me presentear
com uma família maravilhosa a qual amo muito.
“Não temas, que eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te
esforço, e te ajudo e te sustento com a destra da minha justiça.” Isaías 41:10
Aos meus pais Nelcio e Yolanda, os quais sempre me apoiaram e incentivaram
nas realizações dos meus projetos. Agradeço por todo carinho e amor que sempre me
dedicaram e, principalmente, por acreditarem em mim. Obrigada por me ensinarem a
sempre ser correta e nunca desistir, a enfrentar desafios e acreditar nos meus sonhos.
“Entrega o teu caminho ao Senhor confia nele, e ele tudo fará” Salmos 37:5.
As minhas irmãs Alessandra e Andréia e ao meu cunhado Flávio, por todo apoio
e amizade. Agradeço por sempre torcerem por mim e pelos bons conselhos que sempre
me deram.
Ao meu grande Amor Alexandre, por sempre me apoiar e acreditar em mim.
Agradeço por toda paciência nos momentos difíceis, por me fazer rir mesmo quando
estava chorando e por sempre me apoiar nos meus sonhos. Obrigada por tornar a minha
vida mais bela e feliz.
“Põe-me como selo sobre o teu coração, como selo sobre o teu braço, porque o amor é
forte como a morte, e duro como a sepultura o ciúmes; as suas brasas são brasas de
fogo, labareda do Senhor.
As muitas águas não poderiam apagar esse amor nem os rios afogá-lo; ainda que alguém
desse toda a fazenda de sua casa por este amor, certamente a desprezariam” Cantares
de Salomão 8:6-7
VI
VII
AGRADECIMENTOS
Para o desenvolvimento desta tese, a participação e o apoio de muitas pessoas
foram fundamentais. Por isto gostaria de agradecer:
Ao Prof. Nelson Duran, por acreditar no meu potencial e me ensinar o que é ser
uma pesquisadora. Obrigada por me proporcionar muitas oportunidades que contribuíram
para a minha vida profissional e pela amizade que sempre teremos.
Aos amigos do laboratório, Adriana, Alessandra, Ana Paula, Carla, Capi, Chico,
Daniela, Jeanifer, Juliana, Leonardo, Lívia, Marcela, Patrícia, Sandra, Stephany,
Rose, Zaine e a Profa. Ljubica pela amizade, apoio e incentivo. Obrigada, pelas
importantes contribuições de cada um tanto para a minha tese quanto para a minha vida
pessoal. Obrigada pelas palavras amigas nos momentos difíceis e alegres, pelas risadas
e choros que juntos passamos neste período. Muitas pessoas passam pela nossa vida,
mas só algumas fazem diferença, deixando uma marca. Vocês são estas pessoas.
Aos meus alunos Wellington, Jeanifer, Leonardo, Stephany, Carla e Daniela
pelas valiosas contribuições para a realização deste trabalho. Obrigada pela amizade,
pelos momentos alegres e por todas as coisas que vocês me ensinaram. Vocês foram
muito importantes para mim durante este trabalho.
À profa. Patrícia S. Melo, sua aluna Iasmin e ao Neto, do Instituto de Biologia da
Universidade Estadual de Campinas, por todo apoio nos testes de citotoxicidade, pela
amizade e pelas valiosas contribuições para o desenvolvimento deste trabalho.
VIII
Às profas. Gisela Z. Justo e Carmen V. Ferreira e aos seus alunos Rodrigo e
Daisy, do Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas, por todo apoio nos
testes de cito e fotoxicidade e pelo estudo in vivo com Zebrafish. Agradeço pela amizade
e pelas grandes contribuições de vocês à minha Tese.
À Profa Bartira Rossi-Bergmann e seu aluno Eduardo, do Instituto de Biofísica
Carlos Chagas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pelos estudos in vivo.
Agradeço o grande apoio de vocês na realização destes estudos que contribuíram
sigficativamente para a minha Tese.
Ao prof. Marcelo Brocchi e seus alunos Dorival e Gerson, do Intituto de Biologia
da Universidade Estadual de Campinas, pela realização ensaios de atividade
antimicrobiana. O apoio de vocês foi fundamental para a realização desta tese.
A todos os professores do Instituto de Química, que sempre me atenderam com
muito respeito e me ajudaram no desenvolvimento deste trabalho. Obrigada por
contribuírem com o meu crecimento profissional.
Aos funcionários Cláudia, Daniel e Carlos, pela paciência e ajuda na realização de
muitas análises. Obrigada pelo apoio e pela amizade de vocês.
A todos os funcionários, que sempre me atenderam com muito carinho e me
ajudaram no decorrer deste trabalho.
IX
CURRICULUM VITAE
PRISCYLA DANIELY MARCATO GASPARI
e-mail: [email protected]
1. FORMAÇÃO ACADÊMICA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP)
• Bacharelado e Licenciatura em Química. Conclusão: Dez/2003
• Mestrado em Físico-Química Título: Preparação e caracterização de micro e nanopartículas poliméricas contendo estreptomicina
Orientador: Prof. Dr, Nelson Eduardo Duram Caballero Conclusão: Março/2006
2. PRODUÇÃO CIENTÍFICA
A. Artigo Publicado 1. Durán, N.; Marcato, P.D.; Alves, O.L.; Silva, J.P.S.; Souza, G.I.H.; Rodrigues, F.A.;
Esposito, E. Ecosystem protection by effluent bioremediation: silver nanoparticles impregnation in a textile fabrics process. J. Nanopart. Res., 12, 285-292, 2010.
2. Marcato, P. D. Preparação, caracterização e aplicações em fármacos e cosméticos de nanopartículas lipídicas sólidas. Rev. Eletronica Fármacia 6, 1-37, 2009.
3. Marcato, P.D.; Adami, L.F.; Caverzan, J.; Huber, S.C.; Misset, T.; den Hertog, J.; Ferreira, C.V. Durán, N. Solid Lipid Nanoparticles as Sunscreen Carrier System and its Toxicity in Zebrafish Embryos. Proceeding (615) Nanotechnology and Applications, 2008.
4. Melo, P.S.; De Azevedo, M.M.M. ; Frungillo, L.; Anazetti, M.C. ; Marcato, P.D.; Durán, Nelson. Nanocytotoxicity: Violacein and Violacein-Loaded Poly (D,L-lactide-co-glycolide) Nanoparticles Acting on Human Leukemic Cells. J. Biomed. Nanotechnol., 5, 192-201, 2009.
5. Marcato, P.D.; Durán, N. New Aspects of Nanopharmaceutical Delivery Systems. J. Nanosci. Nanotechnol., 8, 2216-2229, 2008.
6. Durán, N. ; Alvarenga, M. A. ; Silva, E. C. ; Melo, P. S. ; Marcato, P. D. Microencapsulation of antibiotic rifampicin in poly(3-hydroxybutyrate-co-3-hydroxyvalerate). Arch. Pharm. Res., 31, p. 1509-1516, 2008.
7. Gade, A. K.; Bonde, P.; Ingle, A.P.; Marcato, P.D.; Durán, N.; Rai, M. K. Exploitation of Aspergillus niger for synthesis of silver nanoparticles. J. Biobased Mater. Bioenergy, 2, 243-247, 2008.
X
8. Durán, N.; Marcato, P.D.; Buffo, C.; De Azevedo, M.M.M.; Esposito, E. Poly(e-caprolactone)/propolis extract:microencapsulation and antibacterial activity evaluation. Die Pharmazie (Berlin), 62, 287-290, 2007.
9. Durán, N. ; Marcato, P. D. ; De Souza, G.I.H. ; Alves, O.L. ; Esposito, E. Antibacterial Effect of Silver Nanoparticles Produced by Fungal Process on Textile Fabrics and Their Effluent Treatment. J. Biomed. Nanotechnol., 3, 203-208, 2007.
10. Romano, J.S.; Marcato, P.D.; Rodrigues, F.A. Synthesis and characterization of manganese oxide-doped dicalcium silicates. Powder Technol., 178, 5-9, 2007.
11. Mansilla, H.D.; Mora, A.; Pincheira, C.; Mondaca, M.A.; Marcato, P.D. ; Durán, N.; Freer, J. New photocatalytic reactor with TiO2 coating on sintered glass cylinders. Appl. Catal. B-Environ., 76, 57-63, 2007.
B. Capítulo de Livro 1. N. Durán, P.D. Marcato, A. Ingle, A. Gade, M. Rai. (2009). Fungi-mediated synthesis
of silver nanoparticles: Characterization processes and applications. In Current Trends in Mycology: Biosynthesis of Nanoparticles by Microbes and Plants. Cap. 16.
C. Artigo no Prelo 1. Durán, N.; Marcato, P.D.; Teixeira, Z.; Durán, M.; Costa, F.T.M.; Brocchi, M. State of
art of nanobiotechnology applications in neglected diseases. Curr. Nanosci., 2009. 2. Durán, N.; Durán, M.; Tasic, L.; Marcato, P.D. Tecnologia de nanocristais em
fármacos. Quim. Nova, 2009.
D. Artigo Submetido 1. Duran, N.; Marcato, P.D.; De Conti, R.; Alves, O. L.; Costa, F.T.M.; Brocchi, M.
Potential Use of Silver Nanoparticles on Pathogenic Bacteria, their Toxicity and Possible Mechanisms of Action, J. Brazilian Chem. Soc.
2. Marcato, P.D., Adami, L. F.; Durán, N. Comparative study of peptide encapsulation in polymeric and in solid lipid nanoparticles. J. Biomed. Nanotechol.
3. Marcato, P.D., Caverzan, J.; Rossi-Bergmann, B; Pinto, E.F.; Machado, D.; Silva, R.A.; Justos, G.Z.; Ferreira, C.V.; Durán N. J. Nanosci. Nanotechnol.
E. Patente
• Caballero, N.E.D.; Alves, O.L.; Espósito, E.; Souza, G.I.M.H.; Marcato, P.D. Method for producing nanoparticles, protein stabilized silver nanoparticles, production of antibacterial textile products, antibacterial textile products and bioremediation method. PCT/BR2007/000233, WO/2008/034207.
3. Palestras e Minicursos Ministrados • Palestras: 13 • Minicursos: 3 nacionais e 2 internacionais
4. Co-orientação de Alunos • Iniciação Científica: 3 • Mestrandos: 3 • Estagiários: 1
XI
RESUMO
SISTEMAS MICRO E NANOESTRUTURADOS: PREPARAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO
NO CARREAMENTO DE ATIVOS: O objetivo deste projeto foi a preparação e a
caracterização de sistemas micro e nanoestruturados no carreamento de diferentes
substâncias. Micro e nanopartículas poliméricas, nanopartículas lipídicas sólidas (NLS) e
nanopartículas de prata assim como duas substâncias com diferentes solubilidades: um
modelo de tripeptídeo (glutationa) hidrofílico e um filtro solar hidrofóbico (benzofenona-3)
foram estudados. O objetivo deste trabalho foi a produção de uma plataforma de sistema
micro e nanoestruturados com aplicação cosmética e farmacológica. Para isto, diferentes
polímeros e lipídios foram estudados na preparação das partículas. Os métodos de
preparação dos sistemas foram dependentes da solubilidade dos ativos assim como do
tipo de material de cobertura. O método utilizado na preparação de nanopartículas de
alginato/quitosana foi gelificação iônica. Para os polímeros poli(ε-caprolactona) (PCL) e
poli(hidroxibutirato-co-3-hidroxivalerato) (PHBV) foram utilizados os métodos de
nanoprecipitação e emulsão (dupla ou simples) e evaporação de solvente. As NLS foram
preparadas pelo método de homogeneização à alta pressão a quente e as nanopartículas
de prata foram preparadas pelo método biossintético utilizando o fungo Fusarium
oxysporum. A eficiência de encapsulamento do ativo hidrofílico glutationa foi dependente
do tipo de nanoestrutura utilizada no seu encapsulamento. A maior eficiência de
encapsulamento da glutationa foi de 35% em NLS-revestidas com quitosana e em
nanopartículas de PCL. Em relação ao ativo lipofílico benzofenona-3, uma alta eficiência
de encapsulamento (maior que 95%) foi verificada independente da micro ou
nanoestrutura utilizada. Além disto, todas as partículas mostraram-se reprodutíveis e
estáveis por até 1 mês e meio. Nos estudos de permeação em pele humana foi observado
que as micropartículas de PHBV penetraram menos na pele do que as NLS devido,
provavelmente, a diferença de diâmetro e flexibilidade destas duas partículas. Em relação
às nanopartículas de prata, foi observado, por espectroscopia de UV-VIS que, em 28
horas, houve a formação das nanopartículas de prata estabilizadas por proteínas do fungo
com diâmetro médio de 5 nm. Os tecidos de algodão e poliéster impregnados com estas
partículas apresentaram atividade antimicrobiana frente a diversas bactérias Gram-
positiva e Gram-negativa.
XII
XIII
Abstract
MICRO AND NANOSTRUCTURED SYSTEMS: PREPARATION AND
CHARACTERIZATION IN ACTIVE CARRIER: The aim of this project was preparation and
characterization of micro and nanostructured system as carriers of different substances.
Polymeric micro and nanoparticles, solid lipid nanoparticles (SLN) and silver nanoparticles
as well as two substances with different solubilities: a model of hydrophilic tripeptide
(glutathione) and a hydrophobic sunscreen (benzophenone-3) were studied. The goal of
this work was also the production of micro and nanostructured system platform for
cosmetic and pharmacological application. For that, different polymers and lipids were
studied in the particles preparation. The particles preparation methods were dependents
on active solubility as well as the kind of coverage material. The method of ionic gelation in
alginate/chitosan nanoparticles preparation was used. For the polymers poly(ε-
caprolactone) and poly(3-hydroxybutyrate-co-3-hydroxyvalerate) (PHBV) were used
nanoprecipitation and emulsion (double or simple) and solvent evaporation methods. SLN
were prepared by hot high pressure homogenization method and silver nanoparticles by
biosynthetic method with fungi Fusarium oxysporum. The encapsulation efficiency of
hydrophilic active glutathione was dependent of the kind of nanostructure used in its
encapsulation. The biggest encapsulation efficiency for glutathione was 35% in NLS-
covered with chitosan and in PCL nanoparticles. Regarding the lipophilic active
benzophenone-3, high encapsulation efficiency (greater than 95%) was found
independently of micro or nanostructure used. Furthermore, all particles were reproducible
and stable at least for up to 1 month and half. In human skin permeation studies was
observed that PHBV microparticles penetrated less in the skin than SLN, due to probably,
to the difference in the diameter and flexibility of these two particles. Regarding the silver
nanoparticles, it was observed, by UV-VIS spectroscopy that, in 28 hours, there was the
formation of silver nanoparticles stabilized by proteins of the fungi with average size of 5
nm. The cotton and polyester fabrics impregnated with these particles exhibit antimicrobial
activity against several bacteria Gram-positive and Gram-negative.
XIV
XV
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Valores de diâmetro, índice de polidispersidade (PdI) potencial zeta e eficiência de encapsulamento (EE) das nanopartículas de alginato/quitosana................................. 61
Tabela 2: Influência da variação da massa de PHBV adicionada na preparação das micropartículas. ................................................................................................................. 90
Tabela 3: Quantidade de PVA residual nas micropartículas produzidas com diferentes massas de PHBV. ............................................................................................................. 92
Tabela 4: Fator de proteção solar (FPS) da BZ3 livre e encapsulada em micropartículas de PHBV. .......................................................................................................................... 94
Tabela 5: Eficiência de encapsulamento de BZ3 em diferentes NLS e CLN. ................... 96
Tabela 6: Temperatura de fusão e de cristalização dos lipídios e do estabilizante utilizado na preparação das nanopartículas lipídicas sólidas. ....................................................... 126
Tabela 7: Valores de temperatura de fusão, entalpia e índice de recristalização (IR) dos materiais utilizados na preparação das NLS. .................................................................. 128
Tabela 8: Valores de concentração inibitória mínima (CIM) de nanopartículas de prata produzidas pelo método biológico e químico frente a diversas bactérias........................ 143
Tabela 9: Tamanho do halo de inibição dos tecidos impregnados 2 ou 4 vezes com nanopartículas de prata frente a diferentes bactérias. Parte clara = central do tecido, parte escura= extremidade do tecido. ............................................................................. 150
XVI
XVII
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: A) CLN imperfeito, B) CLN amorfo, C) Múltiplo CLN......................................... 29
Figura 2: Estrutura da Glutationa. .................................................................................... 31
Figura 3: Estrutura da Benzofenona-3 (2-hidroxi-4-metoxi- benzofenona)....................... 32
Figura 4: Estrutura da pele humana. ................................................................................ 33
Figura 5: Esquema da célula de difusão de Franz. .......................................................... 50
Figura 6: Curva de calibração de GSH............................................................................. 59
Figura 7: Estabilidade de GSH no pH 4 em diferentes dias. ............................................ 60
Figura 8: Gráfico comparativo de reprodutibilidade em função do diâmetro e do Potencial Zeta de nanopartículas preparadas com diferentes razões de Alginato/quitosana: 1,5 (barras azuis) e 0,75 (barras rachuradas). ........................................................................ 62
Figura 9: Gráfico comparativo da estabilidade de nanopartículas preparadas com diferentes razões de Alginato/quitosana: 1,5 (barras azuis) e 0,75 (barras rachuradas). . 62
Figura 10: Gráfico de diâmetro e potencial zeta das nanopartículas poliméricas de alginato/quitosana de razão: A) 0,75, B) 1,5, em função do pH. ....................................... 63
Figura 11: Micrografia das nanopartículas de Alginato/Quitosana (razão de alginato/quitosana de 0,75): A) x 22000, B) x 35000. ....................................................... 64
Figura 12: Gráfico da viabilidade das células V-79 na análise dos alvos celulares MTT e VN da glutationa livre. ....................................................................................................... 65
Figura 13: Gráfico da viabilidade das células V-79 na análise dos alvos celulares MTT e VN das nanopartículas de alginato/quitosana (barras cinza) e nanopartículas de alginato/quitosana com GSH (barras verdes). .................................................................. 65
Figura 14: Gráfico comparativo de: A e B) Reprodutibilidade em função do diâmetro e potencial zeta, C) Estabilidade das nanopartículas de PCL preparadas pelo método de dupla emulsão e evaporação de solvente. ........................................................................ 66
Figura 15: Gráfico do efeito da diluição das dispersões de NLS no diâmetro das partículas........................................................................................................................... 67
Figura 16: Variação do diâmetro e do índice de polidispersidade das NLS de PC em função da: A) Proporção de Lipídio:Pluronic F-68:Epikuron 200 (m/m/m), B) Pressão de homogeneização no primeiro estágio, C) Número de ciclos de homogeneização. ........... 68
Figura 17: A) Influência do tipo de lipídio no diâmetro e no índice de polidispersidade das NLS, B) Estabilidade das NLS preparadas com diferentes lipídios. .................................. 69
XVIII
Figura 18: Gráfico comparativo de NLS de EC em função da: A) Reprodutibilidade, B) Estabilidade: à 4 oC (barras brancas e linha preta) e à temperatura ambiente (barras cinzas e linha azul)............................................................................................................ 70
Figura 19: Curva de calibração de BZ3............................................................................ 89
Figura 20: Micrografias de micropartículas de PHBV preparadas com: A) 50 mg de PHBV x 2000 B) 50 mg de PHBV x 23000, C) 100 mg de PHBV x 30000, D) 100 mg de PHBV x 14000. ............................................................................................................................... 90
Figura 21: Curva de calibração do PVA. .......................................................................... 91
Figura 22: Gráfico comparativo da dissolução da BZ3 livre (curva preta) e liberação da BZ3 encapsulada em micropartículas de PHBV preparadas com 50 mg de PHBV (curva vermelha) e 100 mg de PHBV (curva verde)..................................................................... 93
Figura 23: Distribuição da BZ3 livre e encapsulada em micropartículas de PHBV em diferentes partes da pele................................................................................................... 94
Figura 24: Aumento percentual do edema das orelhas de camundongos (n =4). ............ 95
Figura 25: Comparação do diâmetro e do índice de polidipersidade de NLS e CLN prepardados com diferentes lipídios.................................................................................. 96
Figura 26: Gráfico comparativo de estabilidade das NLS e CLN preparadas com o lipídio sólido: A) Cetil Palmitato (CP), B) Ésteres Cetílicos (EC). ................................................ 96
Figura 27: Termogramas do: A) lipídio palmitato de cetila (curva preta), Pluronic F68 (curva vermelha) e benzofenonana-3 (BZ3) (curva azul), B) NLS com BZ3 (curva laranja) e do lipídio palmitato de cetila (curva preta).................................................................... 127
Figura 28: Imagem de AFM: A) e B) Representação em 3D da topografia de pele humana, C) Imagem de contraste de fase da pele humana............................................ 129
Figura 29: Imagem de AFM: A), C) e E) Representação em 3D da topografia de pele humana após experimento de permeação cutânea com NLS-BZ3, B) D) e F) Imagem de contraste de fase da pele humana após experimento de permeação cutânea com NLS-BZ3.................................................................................................................................. 130
Figura 30: Imagem fungo do F. oxysporum (cepa 07D) em meio sólido. ....................... 133
Figura 31: Imagem de TEM das nanopartículas de prata preparadas com: A) e B) 10-2 M de nitrato de prata, C) e D) 10-3 M de nitrato de prata..................................................... 142
Figura 32: Curva de tempo-morte de: A) S. aureus, B) S. epidermidis,C) E. coli, D) Salmonella tythimurium. .................................................................................................. 145
Figura 33: A) Espectro de EDS, B) Imagem de elétrons retroespalhados do tecido de algodão contendo nanopartículas de prata. .................................................................... 146
XIX
Figura 34: Imagens de elétrons retroespalhados dos tecidos de: A) Algodão (2 passagens), B) Algodão (4 passagens), C) Poliéster (2 passagens), D) Poliéster (4 passagens), E) 3M (2 passagens), F) 3M (4 passagens)................................................ 147
Figura 35 Imagens de elétrons retroespalhados dos tecidos de: A) Algodão (parte central), B) Algodão (extremidade), C) Poliéster (parte central), D) Poliéster (extremidade), E) 3M (parte central), F) 3M (extremidade). .................................................................... 148
Figura 36: Fotos dos halos de inibição produzidos pelos tecidos impregnados com nanopartículas de prata frente a diferentes bactérias. A) S. aureus, B) S. epidemidis, C) E. coli, D) P. Aeruginosa, E) Salmonella tythimurium, F) tecido de algodão sem prata frente à bactéria E. coli................................................................................................................. 151
Figura 37: Gráfico comparativo da atividade antimicrobiana frente à bactéria Gram-positiva S. aures dos tecidos: A) Algodão e B) poliéster, impregnados 2x (colunas brancas) e 4 x (colunas cinzas) com nanopartículas de prata após sucessivas lavagens......................................................................................................................................... 152
Figura 38: Gráfico comparativo da atividade antimicrobiana frente à bactéria Gram-negativa E. coli dos tecidos: A) Algodão e B) poliéster, impregnados 2x (colunas brancas) e 4 x (colunas cinzas) com nanopartículas de prata após sucessivas lavagens............. 153
Figura 39: A) Gráfico comparativo da atividade antimicrobiana dos tecidos de algodão e poliéster impregnados 2 vezes com nanopartículas de prata antes do processo de lavagem (barras brancas) e após 10 ciclos de lavagens (barras cinzas), B) Fotos dos halos de inibição produzidos pelos tecidos de algodão após 10 ciclos de lavagem frente à bactéria E. coli................................................................................................................. 154
Figura 40: Gráfico da absorbância das amostras nas diferentes regiões do tecido. ...... 155
Figura 41: A) Aumento da lesão na orelha de camundongos após a administração de tampão PBS (curva preta), anfotericina B (2 mg/kg) (curva vermelha), nano de Ag química (21,6 µg/Kg) (curva azul) e nano de Ag biológica (6,5 µg/Kg) (curva verde). (B) Carga parasitária medida por unidades de fluorescência específica, obtida 42 dias após a infecção........................................................................................................................... 156
Figura 42: Fotografia das orelhas dos camundongos infectadas, o halo vermelho indica o local de infecção.............................................................................................................. 157
XX
XXI
INDICE
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 25
1.1. Sistema de Liberação Sustentada........................................................................ 25
1.2. Nanopartículas Poliméricas.................................................................................. 26
1.3. Nanopartícula lipídica sólida (NLS) ...................................................................... 27
1.4. Nanopartículas de prata ....................................................................................... 29
1.5. Ativos ................................................................................................................... 31
1.6. A pele, envelhecimento e cicatrização ................................................................. 32
1.7. Penetração cutânea ............................................................................................. 34
2. OBJETIVOS.................................................................................................................. 35
2.1. Geral .................................................................................................................... 35
2.2. Específico............................................................................................................. 35
3. METODOLOGIA ........................................................................................................... 36
3.1. Encapsulamento do tripeptídeo GSH e do fotoprotetor benzofenona-3 .................. 36
3.1.A. Encapsulamento do tripeptídeo GSH em Nanoestruturas Poliméricas............. 36
a. Método de gelificação iônica ................................................................................... 36
b. Método de dupla emulsão água em óleo em água e vaporação de solvente.......... 37
3.1.B. Encapsulamento da Benzofenona-3 em Micro e Nanoestruturas Poliméricas.. 37
a. Método de Nanoprecipitação................................................................................... 37
b. Método de Emulsão e Evaporação de solvente ...................................................... 38
3.1.C. Encapsulamento do tripeptídeo GSH e da Benzofenona-3 em Nanopartículas Lipídicas Sólidas ......................................................................................................... 38
a. Nanopartículas Lipídicas Sólidas (NLS) .................................................................. 38
b. Carreador lipídico Nanoestruturado (CLN) .............................................................. 39
c. Dupla emulsão......................................................................................................... 39
XXII
d. NLS-Quitosana........................................................................................................ 39
3.1.D. Liofilização das nanopartículas......................................................................... 40
3.2. Biossíntese das Nanopartículas de Prata ............................................................... 40
3.2.A. Impregnação das nanopartículas de prata em tecidos ..................................... 40
3.2.B. Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM) .................................. 41
3.2.C. Curva tempo-morte ........................................................................................... 41
3.2.D. Teste Antimicrobiano ........................................................................................ 42
3.2.E. Ensaio in vivo anti-leishmaniose ....................................................................... 42
3.3. Caracterização das Partículas................................................................................. 43
3.3.A. Microscopia eletrônica de Varredura (MEV) ..................................................... 43
3.3.B. Microscopia de Força Atômica (AFM)............................................................... 43
3.3.C. Microscopia de transmissão (TEM) .................................................................. 44
3.3.D. Tamanho médio e distribuição de tamanho das partículas e potencial zeta..... 44
3.3.E. Estudo da influência do pH no diâmetro e no potencial zeta das nanopartículas.................................................................................................................................... 44
3.3.F. Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) .................................................... 45
3.3.G. Quantificação do PVA residual em micropartículas de PHBV .......................... 45
3.4. Eficiência de encapsulamento................................................................................. 45
3.4.A. Quantificação da Benzofenona-3 (BZ3) ............................................................ 45
3.4.B. Quantificação do tripeptídeo GSH .................................................................... 46
3.5. Liberação in vitro ..................................................................................................... 47
3.5.A. Liberação in vitro da BZ3 .................................................................................. 47
3.5.B. Liberação in vitro da GSH ................................................................................. 48
3.6. Preparação de formulações semi-sólidas ............................................................... 48
3.7. Determinação do Fator de Proteção Solar (FPS).................................................... 49
3.8. Estudo in vitro da permeação cutânea da BZ3........................................................ 49
XXIII
3.9. Avaliação da alergenicidade cutânea da Benzofenona-3 livre e micro/nanoencapsulada - Teste de medida de edema de orelha (mouse ear swelling test - MEST).......................................................................................................................... 50
3.10. Citotoxicidade em células V79 .............................................................................. 51
3.10.A. Preparo das Culturas de células ..................................................................... 51
3.10.B. Captuta do corante Vermelho Neutro (VN) (análise da integridade lisossomal).................................................................................................................................... 52
3.10.C. Redução do corante metiltiazoletetrazolium (MTT) (análise da integridade mitocondrial)................................................................................................................ 52
3.11. Fototoxicidade e citotoxicidade em células 3T3 e HaCaT..................................... 53
3.11.A. Preparo das Culturas de células ..................................................................... 53
3.11.B. Ensaio de fototoxicidade por captação de vermelho neutro (NRU) ................ 54
3.11.C. Determinação do Fator de Foto-irritação (PIF) ............................................... 54
3.12. Estudo in vivo de toxicidade de NLS-BZ3 ........................................................... 55
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 56
CAPÍTULO 1 – Encapsulamento de GSH ................................................................... 57
1. Quantificação de GSH................................................................................................ 59
2. Nanopartículas de Alginato-Quitosana....................................................................... 59
A. Estudo da Influencia do pH no diâmetro e potencial zeta das nanopartículas ........ 62
B. Morfologia das partículas ........................................................................................ 63
C. Citotoxicidade das nanopartículas de alginato/quitosana ....................................... 64
3. Nanopartículas de PCL e nanopartícula lipídica sólida (NLS).................................... 65
A. Nanopartículas de PCL ........................................................................................... 66
B. Nanopartículas de Lipídica Sólida (NLS) ................................................................ 66
Artigo: Comparative study of peptide encapsulation in polymeric and in solid lipid nanoparticles ................................................................................................................... 71
CAPITULO 2 - Encapsulamento da benzofenona-3...................................................87
1. Quantificação de BZ3................................................................................................ 89
XXIV
2. Micropartículas de PHBV .......................................................................................... 89
A. Quantificação de PVA residual ............................................................................... 91
B. Liberação in vitro..................................................................................................... 92
C. Avaliação do bloqueio da Radiação UV e Determinação do Fator de Proteção Solar (FPS)........................................................................................................................... 93
D. Avaliação da permeação cutânea........................................................................... 94
E. Teste in vivo de alergenicidade............................................................................... 94
3. Carreador lipídico nanoestruturados (CLN) .............................................................. 95
4. Nanopartículas de PCL e nanopartículas lipídicas sólidas (NLS) ............................. 97
Artigo: Nanostructured polymer and lipid carriers for sunscreen. Biological effects and skin permeation ........................................................................................... 99
Proceeding: Solid lipid nanoparticles as sunscreen carrier system and its toxicity in zebrafish embryos .................................................................................................... 117
5. Análise de Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC) ........................................ 126
6. Citotoxicidade em fibroblastos V-79........................................................................ 128
7. Estudo de AFM da pele........................................................................................... 128
CAPÍTULO 3 – Nanopartículas de Prata ................................................................... 131
1. Produção de Nanopartículas de Prata .................................................................... 133
Artigo: Antibacterial effect of silver nanoparticles produced by fungal process on textil fabrics and their effluent treatment .................................................................... 135
2. Concentração Inibitória Mínima (CIM)..................................................................... 142
3. Curva tempo-morte ................................................................................................. 143
4. Impregnação de nanopartículas de prata em diferentes tecidos............................. 145
5. Avaliação das propriedades antimicrobianas em diferentes tecidos ....................... 148
6. Permeação cutânea das nanopartículas de prata em célula de difusão de Franz.. 154
7. Atividade anti-leishimaniose.................................................................................... 155
5. CONCLUSÕES ........................................................................................................... 157
6. REFERÊNCIAS........................................................................................................... 159
25
INTRODUÇÃO
1.1. Sistema de Liberação Sustentada
Sistemas de liberação sustentada utilizando carreadores coloidais têm sido
extensivamente estudados com objetivo de serem utilizados para manter o efeito do
fármaco ou ativos cosmético no tecido, solubilizar ativos, melhorar estabilidade física e
química, minimizar os efeitos colaterais e reduzir a toxicidade (Mehnert e Mader, 2001).
Dentre os carreadores utilizados, os lipossomas vêm sendo estudados há mais tempo. Os
lipossomas são vesículas esféricas compostas por uma ou mais bicamadas de
fosfolipídios. A adição de polietilenoglicol (PEG) na superfície dos lipossomas possibilita o
aumento do tempo de permanência deste carreador na corrente sanguínea por minimizar
a sua captura por macrófagos. No entanto, esta nanoestrutura apresenta problemas de
instabilidade frente ao armazenamento (Frézard e col. 2005, Marcato e Durán, 2008).
Posteriormente, foram desenvolvidos os nanocarreadores poliméricos, que são
constituídos de polímeros naturais ou sintéticos. Duas vantagens deste sistema são: a
variabilidade de polímeros biodegradáveis que podem ser utilizados como materiais de
cobertura das partículas e a estabilidade destas partículas em fluidos biológicos (Wissing
e Muller, 2003). Além disto, é possível modificar quimicamente a estrutura do polímero,
incluindo a síntese de copolímeros. Esta modificação pode diminuir a toxicidade dos
polímeros e pode direcionar as partículas para alvos específicos. Entretanto, um dos
maiores desafios destes carreadores é o seu escalonamento e a eliminação de solvente
orgânico no processo de produção (Marcato e Durán, 2008, Marcato, 2009).
Outro tipo de nanoestrutura descoberta recentemente é as nanopartículas lipídicas
sólidas (NLS). Estas partículas são as mais promissoras dentre os carreadores coloidais
já que as vantagens de partículas sólidas e lipossomas foram combinadas para o
desenvolvimento de NLS. Suas vantagens em relação aos outros carreadores incluem:
alta estabilidade temporal e térmica, baixo custo de produção e fácil produção em larga
escala. Além disto, em aplicações intravenosas, as NLS têm a vantagem de serem
estáveis na presença de vários metabólitos e biomacromoléculas, e em aplicações
tópicas as NLS são estáveis, não agregando em géis e agentes emulsificantes que
geralmente são utilizados na preparação de cremes. Outra vantagem das NLS é que
26
estas partículas atuam com oclusivas podendo aumentar em até 32% a hidratação da
pele devido à formação de um filme sobre a pele diminuindo a perda de água
transepidermal (Üner e col., 2007).
A encapsulação de substâncias nesses sistemas de liberação pode exercer efeitos
benéficos à pele por aumentar ou diminuir a penetração de ativos na mesma, aumentar o
bloqueio de radiação solar, agindo como filtros físicos, devido as suas estruturas
cristalinas além de estabilizar as moléculas em formulações semi-sólidas.
1.2. Nanopartículas Poliméricas
O termo nanopartícula é usado de acordo com o tamanho da partícula a que está
se referindo. Partículas com tamanho menor que 1000 nm são consideradas
nanopartículas, enquanto que as partículas maiores são denominadas micropartículas
(De Oliveira e André Filho, 1999). Além disto, micro e nanopartículas podem se
apresentar em duas estruturas diferentes: a micro/nanoesfera e a micro/nanocápsula.
Denominam-se micro/nanoesferas aqueles sistemas em que o fármaco encontra-se
homogeneamente disperso no interior da matriz polimérica. Dessa forma, obtém-se um
sistema monolítico onde não é possível identificar um núcleo diferenciado.
Micro/Nanocápsulas, ao contrário, constituem sistemas do tipo reservatório onde é
possível identificar um núcleo diferenciado que, pode ser líquido ou sólido. Neste caso, a
substância ativa encontra-se envolvida por uma membrana, geralmente polimérica,
isolando o núcleo do meio externo, em estudos do tipo caroço-casaca (Durán e De
Azevedo, 2002).
Os materiais-suportes para a produção de micro ou nanopartículas podem ser
compostos não-poliméricos como lipídeos e cera de carnaúba, poliméricos sintéticos
como copolímeros de poli(D,L-láctico-co-glicólico) (PLGA), poliacrilatos (PA) e poli(ε-
caprolactonas) (PCL) ou poliméricos naturais como polihidroxialcanoatos (PHA’s),
gelatina, alginato e quitosana (Panyam e Labhasetwar, 2003, Qurrat-ul-Ain e col., 2003).
Vários métodos de preparação de micro e nanopartículas poliméricas são descritos
na literatura. Estes métodos podem ser classificados em duas principais categorias: a que
requer uma reação de polimerização ou aquelas em que se utiliza diretamente uma
macromolécula ou um polímero pré-formado (Couvreur e col., 1995). Os métodos
27
encontrados na literatura são emulsificação e evaporação de solvente,
emulsificação/difusão de solvente, nanoprecipitação, salting-out, polimerização interfacial
in situ, gelificação iônica entre outras.
Os princípios ativos, quando encapsulados no interior de matrizes poliméricas, não
estão prontamente disponíveis para o sistema biológico como quando em solução. Assim,
o polímero tem que degradar para que o princípio ativo possa ser liberado, ou então o
princípio ativo tem que se difundir para o exterior da matriz. Em geral, a liberação do ativo
encapsulado mostra um padrão em termos de taxa de liberação: uma rápida liberação
inicialmente, devido à presença de ativo adsorvido na superfície das partículas e uma
posterior liberação exponencial devido à difusão do ativo do interior da partícula para o
meio externo (Govender e col., 1999).
1.3. Nanopartículas lipídicas sólidas (NLS)
O termo nanopartículas lipídicas sólidas (NLS) foi introduzido por Müller e Lucks
em 1996 quando patentearem um método de produção de NLS por homogeneização à
alta pressão (Müller e Lucks, 1996). As NLS usualmente consistem de ingredientes bem
toleráveis fisiologicamente e já aprovados para aplicações farmacêuticas em humanos,
apresentando 10-100 vezes menos toxicidade do que as partículas poliméricas. Além
disto, as NLS podem ser facilmente produzidas em larga escala, têm boa capacidade de
estocagem, - apresentando estabilidade de até 3 anos - e têm um largo espectro de vias
de administração que incluem parenteral, oral, oftálmica e tópica (Pedersen e col., 2006;
Cavalli et col., 1997).
As nanopartículas lipídicas podem ser classificadas em três diferentes estruturas:
nanopartículas lipídicas sólidas (NLS), carreador lipídico nanoestruturado (CLN) e
conjugado fármaco-lipídio (CFL). As NLS são formadas por lipídios sólidos à temperatura
ambiente e corporal, e estabilizadas por tensoativos. Os lipídios utilizados na preparação
de NLS são triglicerídeos, mistura de glicerídeos ou ceras. A desvantagem dessa
estrutura é a sua baixa capacidade de encapsulamento que varia de 25-50% dependendo
da solubilidade do ativo na matriz lipídica, do método utilizado e do estado polimórfico da
matriz lipídica. A utilização de lipídios muito semelhantes gera cristais perfeitos. Como o
fármaco se localiza entre as cadeias lipídicas e nas imperfeições dos cristais, a alta
28
organização dos cristais diminui a eficiência de encapsulamento. Para minimizar este
efeito, utilizam-se lipídios complexos como mono-di-triglicerídeos. Entretanto, o ativo pode
ser expulso da partícula após a transição polimórfica da forma α para a modificação mais
estável β. Este processo pode ocorrer durante a estocagem da dispersão (Müller e col.,
2007; Müller e col., 2000).
Os CLN (carreadores lipídicos nanoestruturados) podem ser de 3 tipos (Wissing e
col., 2004). O primeiro modelo consiste na mistura de glicerídeos compostos por
diferentes ácidos graxos. Esta mistura aumenta a distância entre as cadeias de ácidos
graxos dos glicerídeos ocasionando imperfeições no cristal. Estas imperfeições geram
mais espaço para acomodar mais ativo aumentando, desta maneira, a eficiência de
encapsulamento. Este modelo é conhecido como “CLN imperfeito” (Figura 1A). O
segundo modelo é a mistura de lipídios sólidos com lipídios líquidos (óleo) como, por
exemplo, triglicérideos cáprico/caprílico. Este modelo é chamado de “CLN amorfo” no
qual, a alta quantidade de óleo misturado com o lipídio sólido gera partículas em um
estado sólido amorfo (Figura 1B). Esta estrutura evita a expulsão do ativo das partículas
durante a estocagem, já que o processo de cristalização do lipídio para a forma β não
ocorre nessas condições. O terceiro modelo é chamado de “múltiplo CLN” que pode ser
considerado um análogo da emulsão água em óleo em água, isto é, uma dispersão de
óleo em lipídio sólido em água (Figura 1C). Neste modelo, a solubilidade das moléculas
de óleo no lipídio sólido é excedida levando a uma separação de fases e formação de
nanocompartimentos de óleo dentro da matriz lipídica sólida (Üner e col., 2007; Jenning e
col., 2000).
Os CFL (conjugado fármaco-lipídio) podem ser produzidos por dois métodos. O
primeiro método é chamado de formação de sal que consiste em dissolver o ativo (sal) e
o lipídio em um solvente que é, em seguida, evaporado à baixa pressão. O segundo
método é chamado de ligação covalente, no qual o ativo (sal) e um álcool graxo reagem
em presença de um catalisador formando grandes partículas de CFL que são purificados
por cristalização. Estas grandes partículas de CFL são misturadas em uma solução de
tensoativo e homogeneizadas à alta pressão formando nanopartículas de CFL. Em geral,
os CFL são utilizados no carreamento de princípios ativos hidrofílicos com eficiencia de
encapsulamento de mais de 33% (Wissing e col., 2004).
29
Figura 1: A) Carreador lipídico nanoestruturado (CLN) imperfeito, B) CLN amorfo, C) Múltiplo CLN
(modificado de Wissing e col., 2004).
Existem 5 métodos de preparação de nanopartículas lipídicas sólidas que incluem
microemulsificação à quente, emulsificação e evaporação de solvente, difusão de
solvente, spray-drying e homogeneização à alta pressão. Entretanto, o método mais
viável para uma produção em alta escala é o método de homogeneização à alta pressão
(Marcato, 2009).
1.4. Nanopartículas de prata
Nanopartículas inorgânicas têm sido empregadas com grande eficácia em várias
áreas das ciências biológicas, biomédicas e farmacêuticas. Devido à alta atividade
antimicrobiana das nanopartículas de prata, estas têm sido utilizadas na preparação de
materiais antimicrobianos como vestimentas, materiais cirúrgicos, eletrodomésticos,
produtos orais entre outros, sendo que já é possível encontrar estes produtos no
mercado. Este grande investimento em produtos antimicrobianos se deve à grande
eficácia da prata inclusive em microorganismos resistentes. Uma das áreas mais
carentes em produtos antimicrobianos é a área da saúde devido ao alto índice de
infecções hospitalares provenientes de microorganismos, que em muitos casos, são
resistentes aos antibióticos tradicionais. Uma única infecção hospitalar pode gerar um
gasto de aproximadamente 40.000 dólares em custos de cuidados médicos chegando até
a aproximadamente 60.000 dólares em sepsia de pós-operatório, na ocorrência de um
grave surto (Gibbins e Warner, 2005). Nesta linha, produtos antimicrobianos como
lençóis, vestimentas de médicos e pacientes, material cirúrgico entre outros poderiam
reduzir os casos de infecções hospitalares e conseqüentemente de óbito. Além do efeito
antimicrobiano das nanopartículas de prata, estas têm sido utilizadas no tratamento de
Ativo
A B
Lipídio amorfo
C
Óleo nanocompartimentado
Lipídio sólido
30
lesões como queimaduras (Maneerung e col., 2008). Tian e col. (2007) estudaram os
benefícios que as nanopartículas de prata proporcionam quando aplicadas em lesões.
Neste trabalho foi verificado que o processo de cicatrização é acelerado, apresentando
pouca fibrose e crescimento normal de pêlos, sendo, portanto, esteticamente viável. Além
disso, no estudo do efeito da prata nas citocinas (IL-6, IL-10, TGF-β1, IFN-γ) através de
análises de PCR em tempo real (RT-PCR) foi observado que as partículas além de seu
poder antimicrobiano, também modulam a produção de citocinas inflamatórias, auxiliando
eficientemente no processo de cicatrização (Tian e col., 2007). Schaller e col. (2004)
verificaram que a prata coloidal (que contem nanopartículas de prata) foi mais eficiente e
menos tóxica do que íons de prata no tratamento de feridas, promovendo um aumento da
re-epitelização quando comparada com antibióticos (Schaller e col., 2004).
As nanopartículas de prata ou íons de prata também tem sido impregnados em
tecidos como algodão, náilon, poliéster entre outros para a obtenção de materiais estéreis
(Durán e col., 2005, Vigneshwaran e col., 2007). Durán e col. (2007) estudaram a
impregnação de nanopartículas de prata produzidas pelo método biológico em tecidos de
algodão. Os autores observaram que os tecidos impregnados com as nanopartículas
apresentaram atividade antibacteriana frente à bactéria S. aureus, reduzindo o número de
Unidades Formadores de Colônias (UFC) em 99,9%. Perelshtein e col. (2008) estudaram
a impreganação de nanopartículas de prata em diferentes tipos de tecidos (náilon,
poliéster e algodão) pelo método de irradiação ultrasonica. Neste estudo os autores
verificaram que a quantidade de nanopartículas de prata aderidas nos três tipos de
tecidos foi o mesmo (~1,1-1,4 % em massa). Este resultado indica que a interação destas
partículas foi independente do tipo dos grupos funcionais presentes na superfície dos
tecidos. Além disso, os tecidos impregandos com nanopartículas de prata apresentaram
atividade antibacteriana frente às bactérias E. coli e S. aures. Resultados similares foram
obtidos por Perkas e col. (2007). Para aumentar a interação das nanopartículas de prata
com tecidos de algodão, Khalil-Abad e col., (2009) produziram grupos catiônicos na
superfície do algodão aumentando, consequentemente, a atividade antibacteriana desses
tecidos.
Outra aplicação importante das nanopartículas de prata é a associação destas com
antibióticos como, por exemplo, gentamicina (Gade e col., 2008) e amoxicilina (Li e col.,
2005). Esta associação pode direcionar estes fármacos para alvos específicos, além de
31
potencializar o seu efeito diminuindo a resistência de microorganismos (Gimenez e col.,
2005).
Atualmente vários métodos químicos e biológicos têm sido empregados em
preparações de nanopartículas de prata, mas a grande dificuldade é o controle do
tamanho das partículas que pode ser obtido pelo método biológico (Gade e col., 2008,
Durán e col. 2007). Vários organismos e microrganismos são conhecidos por produzirem
materiais inorgânicos extra ou intracelularmente (Durán e col., 2005). Um exemplo é o
fungo Fusarium oxysporum que quando exposto a uma solução de ouro ou prata, reduz
rapidamente estes dois metais, produzindo nanopartículas altamente estáveis de
dimensões entre 2 e 50 nm (Durán e col., 2007).
1.5. Princípios Ativos
Um importante ativo biológico responsável por inibir processos oxidativos danosos
é a glutationa (modelo de tripeptídeo), que também apresenta funções metabólicas,
catalíticas e de transporte. Glutationa é um tripeptídeo natural composto por glutamina-
cisteina-glicina (GSH) (Figura 2), que tem um papel de proteção de células contra
espécies reativas de oxigênio e xenobióticos como radicais livres (Lopedota e col, 2007).
Devido a estas propriedades o GSH pode ser utilizado como anti-oxidante em produtos
cosméticos. Entretanto o GSH se administrado sem proteção sofre rápida degradação por
glutamil-transpeptidases e glutamil ciclotransferases, resultando em baixa proteção contra
radicais (Trapani e col, 2007). Em vista disso, o encapsulamento do GSH em
nanoestruturas pode aumentar a sua estabilidade possibilitando o seu uso como anti-
oxidante em produtos cosméticos.
Figura 2: Estrutura da glutationa.
32
Benzofenona-3 (BZ3) (2-hidroxi-4-metoxi-benzofenona) é usada como filtro de UV
de amplo espectro em concentrações de até 10% em produtos para protetor solar sozinho
ou em combinação com outros filtros UV (Figura 3). Além desta aplicação da
benzofenona-3, esta também é incorporada em outros tipos de cosméticos em
concentrações entre 0,05-0,50% agindo com fotoprotetor (HCP-EC, 2006).
Figura 3: Estrutura da benzofenona-3 (2-hidroxi-4-metoxi- benzofenona).
Embora a grande aplicação deste composto seja como protetor solar, pouca
atenção tem sido dada para a sua penetração na pele. Estudos mostram que
concentrações de 2% de benzofenona-3 têm sido excretadas na urina após 48 horas da
sua aplicação tópica, sendo que a maior concentração plasmática foi observada em
homens (Janjua e col., 2008). Devido a esta absorção sistêmica a BZ-3 apresenta
toxicidade. Okereke e col. (1995) observaram que a BZ-3 é tóxica para ratos quando
administrada em uma dose maior que 100 mg/kg de peso corporal. Além de ser tóxica
para ratos, a BZ3 pode causar reações foto-alérgicas em humanos. Berne e Ros (1998)
verificaram um maior número de reações alérgicas quando se utilizou BZ-3 do que os seis
demais fotoprotetores analisados neste estudo. Estas características da benzofenona-3
têm preocupado as autoridades de saúde pública e aumentado o interesse do seu
encapsulamento em micro e nanoestruturas (Berne e Ros, 1998).
1.6. A pele, envelhecimento e cicatrização
A pele possui três camadas, a epiderme, a derme e a hiporderme. A epiderme é
formada por epitélio estratificado e a derme (responsável pela nutrição da pele) é formada
por tecido conjuntivo denso, uma trama de colágeno e elastina. Abaixo ainda encontra-se
CH3O
OH O
33
a hipoderme, rica em tecido adiposo, não apresentando uma considerável difusão
medicamentosa (Figura 4) (Cevc, 2004).
Figura 4: Estrutura da pele humana (site universitário).
A pele, assim como os demais órgãos do nosso corpo, sofre alterações e
envelhece ao longo do tempo. Mas fatores externos como o estresse da vida moderna,
fumo e, principalmente, a exposição solar pode acelerar esse processo, levando a um
envelhecimento precoce. Com o envelhecimento, a pele fica sem brilho e luminosidade,
sem elasticidade, com manchas, rugas, aspereza e pequenos vasos. Estas
características ocorrem devido a alterações em todas as camadas da pele. A epiderme
vai ficando cada vez mais fina, com diminuição das suas camadas e aumento da
atividade dos melanócitos, responsáveis pelas indesejáveis "manchas da idade". Na
derme, ocorre uma diminuição progressiva das fibras de sustentação da pele, o que
resulta numa diminuição da firmeza e da elasticidade da mesma gerando rugas e linhas
de expressões (Instituto de Química-USP, 2001). A estimulação da síntese de proteínas
da matriz extracelular da derme e de colágeno pode amenizar estes efeitos. Isto pode ser
obtido através da estimulação dos fibroblastos presentes na derme.
Já a cicatrização é o processo celular para a regeneração do organismo e redução
da área celular danificada ou necrosada. A cicatrização envolve a remoção do tecido
necrosado e a reabilitação deste tecido. Esta reabilitação pode ocorrer por regeneração
das células necrosadas, sendo substituídas pelo mesmo tecido original; ou reparação
onde o tecido danificado é substituído por tecido conjuntivo (cicatriz). Em geral, ambos os
mecanismos ocorrem. Além disto, as células necessitam também de um esqueleto de
colágeno para o crescimento, essa malha de colágeno é feita por fibroblastos.
Fibroblastos produzem inicialmente abundante quantidade de colágeno do tipo III (função
34
de manutenção da estrutura de tecidos delicados e expansíveis) que preenche a abertura
da ferida, sendo formado das bordas para o centro. Com a maturação do tecido, os
fibroblastos começam a produzir um colágeno mais resistente do tipo I (função de
resistência a trações), outros fibroblastos maturam para miofibroblastos que contem o
mesmo tipo de actina presente no músculo, a qual é capaz de contrair e reduzir o
tamanho da ferida. Com o decorrer da maturação, as células desnecessárias sofrem
apoptose e colágeno do tipo III transforma-se em colágeno do tipo I (Craig e col.,2005).
1.7. Penetração cutânea
A via cutânea apresenta-se como uma via de administração bastante atrativa e
acessível para a administração sistêmica de fármacos ou outras substâncias, pelo fato de
não apresentar os problemas associados com as vias de administração oral e parenteral
(Cevec, 2004). Há três rotas possíveis de penetração cutânea de ativos: através do
folículo pilossebáceo, via ductos sudoríparos ou através da camada córnea. Dentre estas
vias, a via mais comum de penetração é através dos folículos pilosos. Isto ocorre, pois a
espessura da camada córnea é menor ao nível da invaginação correspondente à bainha
do pelo e que na base do folículo a epiderme se reduz a uma única assentada de células
não queratinizadas. Apesar da via cutânea ser muito interessante para a administração
de fármacos e cosméticos, esta via é altamente seletiva em relação aos ativos que
conseguem difundir passivamente pela camada mais externa da pele que é o estrato
córneo, devido a sua função de barreira. Esta função de barreira do extrato córneo pode
ser demonstrada claramente quando esta camada é retirada através da utilização de uma
fita adesiva. Após este processo, observa-se um forte aumento da permeabilidade de
água e outros componentes que anteriormente não apresentavam esta facilidade de
difusão (El-Kattan e col., 2000). Nesta linha, sistemas que aumentem a penetração
cutânea de substâncias têm sido amplamente estudados. Uma estratégia para aumentar
a absorção de ativos através da pele é através de sistemas de liberação sustentada como
lipossomas e nanopartículas (Kandavilli e col.,2002). O encapsulamento de minoxidil em
nanopartículas do polímero biodegradável de poli(ε-caprolactona) (PCL) aumentou
significativamente a penetração da molécula através da camada córnea (Shim e
35
col.,2004). Resultados similares foram obtidos por Gu e Roy (2004) que sugeriram o
emprego de partículas de poli(lactídeo-co-glicolídeo) (PLGA).
Resultados promissores estão sendo obtidos com lipossomas aumentando a
permeação cutânea de ativos lipofílicos e hidrofílicos (Chorilli e col.,2004). Artman e col.
(1990) propuseram o uso de lipossomas para promover a penetração cutânea de
anticorpos monoclonais em pele de porco in vivo, os quais apresentavam massa molar de
20 a 60 g/mol. Depois de 40 minutos, foi possível verificar a presença do complexo de
anticorpos tanto na derme quanto na epiderme através de coloração específica. Todavia,
o anticorpo isoladamente não penetrou na pele. Nanopartículas lipídicas sólidas (SLN)
também demonstraram aumento da penetração cutânea. Borgia e col. (2005) observaram
um aumento de quatro vezes na penetração do corante vermelho do Nilo quando
encapsulado em SLN em relação a um creme contendo vermelho do Nilo. Resultados
similares foram obtidos por Chen e col. (2006) no encapsulamento de podofilotoxin (POD)
utilizado no tratamento do vírus papiloma humano (HPV) em SLN. Eles verificaram um
aumento na penetração cutânea de 5 vezes do POD quando encapsulado em SLN em
relação ao POD livre.
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
Preparar e caracterizar sistemas micro e nanoestruturados para o carreamento de
diferentes princípios ativos com aplicações tópicas e na preparação de tecidos
antimicrobianos.
2.2. Específico
− Preparar nanopartículas com polímeros biodegradáveis (alginato/Quitosana, poli(ε-
caprolactona) e poli(hidroxibutirato-co-3-hidroxivalerato));
− Preparar nanopartículas lipídicas sólidas;
− Estudar o encapsulamento em micro e nanoestruturas de duas substâncias com
diferentes solubilidades: glutationa (hidrofílica) e benzofenona-3 (lipofílica);
36
− Preparar nanopartículas de prata utilizando o fungo Fusarium oxysporum;
− Avaliar in vivo o efeito anti-leishmaniose das nanopartículas de prata;
− Impregnar as nanopartículas de prata em tecidos de algodão e tecidos de poliéster;
− Avaliar o efeito antimicrobiano dos tecidos com e sem nanopartículas de prata contra
bactérias Gram-positiva e Gram-negativa;
− Caracterizar os sistemas micro e nanoestruturados quanto ao diâmetro,
polidispersidade, morfologia, Potencial zeta;
− Avaliar a eficiência de encapsulamento e a cinética de liberação in vitro dos ativos
encapsulados;
− Desenvolver e caracterizar formulações semi-sólidas de uso tópico na incorporação
dos ativos encapsulados em micro/nanoestruturas;
− Estudar a penetração transcutânea das formulações semi-solidas preparadas.
3. METODOLOGIA
3.1. Encapsulamento do tripeptídeo GSH e do fotoprotetor
benzofenona-3
Nesta tese duas moléculas com solubilidades distintas foram encapsuladas em
diferentes estruturas: o tripeptídeo glutationa que é hidrofílico e o filtro solar benzofenona-
3 que é lipofílica. Em vista desta diferença de solubilidade foram utilizados métodos
diferentes no encapsulamento destas duas moléculas.
3.1.A. Encapsulamento do tripeptídeo GSH em Nanoestruturas Poliméricas
a. Método de gelificação iônica
Para a preparação de nanopartículas poliméricas foi utilizado o método de
gelificação iônica como descrito por Douglas e col. (2006). Para isto, inicialmente foram
preparadas duas soluções sendo uma de alginato de sódio (~250 cps, Sigma) em água e
outra de quitosana (105 g/mol / ~81% acetilação, Polymar) em ácido acético. O pH das
soluções foi ajustado para 4,3. As nanopartículas foram obtidas adicionando-se 0,5 mL ou
37
1 mL da solução de quitosana na solução de alginato de sódio sob agitação magnética. O
ativo glutationa (GSH, 307 g/mol Sigma) foi adicionado nos diferentes volumes da solução
de quitosana antes do seu gotejamento na solução de alginato. A quantidade de GSH
adicionada foi 1/5 da massa total de polímero em cada uma das preparações.
b. Método de dupla emulsão água em óleo em água e vaporação de solvente
As nanopartículas foram preparadas pelo método de dupla emulsão e evaporação
de solvente (Meng e col., 2003). Para isto, inicialmente foi preparada uma fase aquosa
com 0,5% de álcool polivinílico (PVA, Sigma) e com GSH. Esta fase foi adicionada em
uma fase orgânica de acetato de etila com o polímero poli(ε-caprolactona) (PCL) (MM
65.000 g/mol, Aldrich) sob agitação de 6000 rpm (Ultra Turrax, T18) formando uma
emulsão água em óleo. Em seguida, esta emulsão foi adicionada em uma solução
aquosa de 1% de PVA (30.000-70.000 g/mol, Aldrich) e 0,9% de NaCl sob agitação de
10000 rpm (Ultra Turrax) formando a dupla emulsão água em óleo em água. Após este
período, o solvente orgânico foi evaporado à baixa pressão em um rotaevaporador
(Bucchi-RE 111).
3.1.B. Encapsulamento da Benzofenona-3 em Micro e Nanoestruturas
Poliméricas
a. Método de Nanoprecipitação
As nanopartículas foram preparadas pelo método de nanoprecipitação utilizando
o polímero PCL (MM 65.000 g/mol, Aldrich) (Fessi e col., 1989). Para isto, uma fase
orgânica contendo PCL e benzofenona-3 (BZ3) solubilizados em acetona foi adicionada
em uma fase aquosa de 0,3% de Tween 80 (Oxiteno) sob agitação de 6000 rpm em um
Ultra-Turrax. Em seguida, o solvente orgânico foi evaporado a baixa pressão em um
rotaevaporador (Bucchi-RE 111) à temperatura de 30 °C.
38
b. Método de Emulsão e Evaporação de solvente
As micropartículas foram preparadas pelo método de emulsão e evaporação de
solvente utilizando o polímero poli(hidroxibutirato-co-3-hidroxivalerato) com 9,8% de
hidroxivalerato (PHBV) (MM 23.000 g/mol, PHB Industrial) (Baran e col., 2002). Para isto,
uma fase orgânica contendo 50 ou 100 mg de polímero e benzofenona-3 solubilizados em
clorofórmio foi vertida em uma fase aquosa de 1% PVA sob agitação de 6000 rpm em um
Ultra-turrax formando uma emulsão óleo em água. Após este período a emulsão foi
vertida em uma fase aquosa de PVA 1% e mantida sob agitação magnética por 12 horas
para a evaporação solvente orgânico. Após este período as micropartículas foram
centrifugadas a 19656 g por 30 minutos e lavadas com água destilada três vezes. Em
seguida as partículas foram congeladas em nitrogênio líquido, e secas em um liofilizador
(Terroni – LB 300TT).
3.1.C. Encapsulamento do tripeptídeo GSH e da Benzofenona-3 em
Nanopartículas Lipídicas Sólidas
a. Nanopartículas Lipídicas Sólidas (NLS)
Neste estudo foram utilizados 4 tipos de lipídios sólidos: palmitato de cetila (PC),
ésteres cetílicos (EC), ácido esteárico (AC) e miristato de miristila (MM) pelo método de
homogeneização à alta pressão (Üner, 2006, Marcato, 2009). Todos os lipídios foram
gentilmente doados pela Croda. As NLS foram preparadas aquecendo o lipídio 10 ºC
acima da sua temperatura de fusão e, em seguida, o ativo (GSH ou BZ3) foi adicionado.
Esta mistura foi adicionada em uma solução de Pluronic F68 (Aldrich) na mesma
temperatura do lipídio sob agitação de 6000 rpm em Ultra-Turrax formando uma pré-
emulsão óleo em água. Em seguida, esta pré-emulsão foi adicionada ainda quente ao
homogeneizador de alta pressão (GEA Niro Soavi). A homogeneização foi realizada com
pressão no primeiro estágio de 600-1000 bar e pressão no segundo estágio de 10% da
pressão do primeiro estágio por até 3 ciclos. Após os ciclos a dispersão foi resfriada a 25 oC formando as nanopartículas lipídicas sólidas.
39
b. Carreador Lipídico Nanoestruturado (CLN)
Os carreadores lipídicos nanoestruturados foram preparados pelo método de
homogeneização à alta pressão usando os lipídios sólidos: palmitato de cetila (PC) e
ésteres cetílicos (EC) e o lipídio líquido triglicerídeo cáprico e caprílico (Croda). Os CLN
foram preparados aquecendo o lipídio 10 ºC acima da sua temperatura de fusão e, em
seguida, foi adicionado o lipídio líquido (1% m/m) e o ativo benzofenona-3. Esta mistura
foi adicionada em uma solução com o estabilizante Pluronic F68 (Aldrich) na mesma
temperatura do lipídio sob agitação de 6000 rpm em Ultra-Turrax formando uma pré-
emulsão. A pré-emulsão foi homogeneizada à alta pressão (600/60 bar - 1°/2°estagio).
Após este processo, a dispersão foi resfriada em um banho de gelo até a temperatura de
25 oC obtendo os carreadores lipídicos nanoestruturados.
c. Dupla emulsão
Para o encapsulado do ativo hidrofílico GSH foi realizado o método de dupla
emulsão e homogeneização à alta pressão. Neste método foram utilizados os lipídios
sólidos: ésteres cetílicos (EC) e miristato de miristila (MM). Inicialmente, uma solução
aquosa de GSH foi adicionada no lipídio fundido sob agitação de 6000 rpm formando uma
emulsão água em óleo. Em seguida, esta emulsão foi adicionada à solução quente de
Pluronic F68 (Aldrich) (0,5 % m/v) sob agitação de 6000 rpm formando a dupla emulsão
água em óleo em água. Esta dupla emulsão foi homogeneizada à alta pressão (600/60
bar - 1°/2° estagio). Após este processo, a dispersão foi resfriada em um banho de gelo
até a temperatura de 25 oC obtendo as nanopartículas lipídicas sólidas.
d. NLS-quitosana
NLS recobertas com quitosana foram preparadas com o lipídio sólido miristato de
miristila (MM) e revestidas com quitosana (105 g/mol / ~81% acetilação). Para isto,
inicialmente foi preparada uma fase aquosa contendo 0,5% de Pluronic F68 e quitosana.
O pH desta solução foi ajustado para 4,3. O lipídio MM fundido contendo GSH foi
adicionado à fase aquosa na mesma temperatura do lipídio sob agitação de 6000 rpm em
40
Ultra-Turrax formando uma pré-emulsão óleo em água. Esta pré-emulsão foi
homogeneizada à alta pressão sob pressão (600/60 bar - 1°/2°estagio). Em seguida, a
dispersão foi resfriada em um banho de gelo até a temperatura de 25 oC obtendo as
nanopartículas lipídicas sólidas.
3.1.D. Liofilização das nanopartículas
Para a secagem das nanopartículas, estas foram congeladas em gelo seco/etanol
e liofilizadas em um liofilizador (Terroni LB 300TT) por 24 horas. Para amenizar a
agregação das partículas, antes do congelamento das mesmas foi adicionado
crioprotetores. Os crioprotetores estudados foram glicose e maltose nas porcentagens de
5, 10, 20, 30 % (m/v). Antes e após o processo de liofilização, o diâmetro das
nanopartículas foi medido como descrito no item 3.3.D.
3.2. Biossíntese das Nanopartículas de Prata
Neste projeto foi empregado o fungo F. oxysporum (cepa 07SD) procedente da
coleção de culturas do laboratório de Genética Molecular da ESALQ-USP (Piracicaba). O
fungo foi cultivado em meio sólido (0,5 % extrato de levedura, 2 % de extrato de malte, 2
% ágar e água destilada) e mantidos à temperatura de 28 °C por 7 dias. Após esse
período, a biomassa produzida foi filtrada à vácuo, pesada e adicionada em água
destilada na proporção de 10 g/100 ml. Depois de 72 horas, a biomassa foi novamente
filtrada à vácuo e o sobrenadante (líquido fúngico) foi separado. Nitrato de prata foi
adicionado no líquido fúngico na concentração de 10-3 mol/L e mantida sob proteção da
luz por 28 horas. A produção de nanopartículas de prata foi acompanhada por
espectroscopia de ultravioleta-visível (Durán et al., 2005).
3.2.A. Impregnação das nanopartículas de prata em tecidos
Os tecidos de algodão e poliéster com dimensão de 10 cm x 10 cm foram lavados,
esterilizados por 15 minutos em uma autoclave à 121 oC e, sem seguida, secos antes do
uso. Os tecidos foram imersos na dispersão de nanopartículas e, em seguida, submetidos
41
a uma compressão entre dois rolos (método padding). Este processo foi realizado por
duas ou quatro vezes. Em seguida os tecidos foram secos à temperatura ambiente
(Durán et al., 2007).
3.2.B. Determinação da Concentração Inibitória Mínima (CIM)
Esta parte do projeto foi desenvolvida com a colaboração do Dr. Marcelo Brocchi
do Instituto de Biologia da Unicamp.
A eficiência antimicrobiana das nanopartículas de prata frente a diferentes
bactérias foi avaliada. Para isto a Concentração Inibitória Mínina (CIM) foi determinada
frente às bactérias Staphylococcus aureus meticilina resistente (cepas HC562, Rib1 e
BEC 9393), Staphylococcus aureus não resistentes (cepas ATCC 05923 e ATCC 29213),
Staphylococcus epidermidis (ATCC 12228), Bacillus subtilis (ATCC 6633), Escherichia
coli (ATCC 25923), Klebsiella pneumoniae (ATCC 13883), Salmonella enterica (LT2).
Neste experimento, em cada cavidade de uma placa de microtitulação (placa de
ELISA) foi adicionado 50 µL de meio Miller Hilton (MH, Difico) e 106 bactérias/mL.
Sucessivas diluições de nanopartículas de prata foram adicionadas em diferentes
cavidades (poços) da placa de ELISA. O controle foi realizado com meio de cultura e
bactérias. A CIM das nanopartículas de prata corresponde à primeira cavidade com a
menor concentração de prata existente, sem apresentar o crescimento bacteriano.
3.2.C. Curva tempo-morte
Esta parte do projeto foi desenvolvida com a colaboração do Dr. Marcelo Brocchi
do Instituto de Biologia da Unicamp.
A curva tempo-morte foi realizada com as bactérias Salmonella typhimurium,
Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Staphylococcus epidermidis. Neste
experimento, num tubo falcon foi adicionado 10 mL de meio MH com 106 bactérias/mL
(controle), e em outro tubo foi colocado 10 mL de MH com a mesma concentração de
bactéria e nanopartículas de prata numa concentração 2 ou 8 vezes acima da CIM. Os
tubos foram colocados no shake, sob agitação a 37 °C durante 24 horas, e
periodicamente foram retiradas alíquotas de 100 µL para análise. Estas alíquotas foram
42
diluída sucessivamente com solução salina em tubos eppendorfs. Os tubos foram
agitados no agitador de tubos e, sem seguida, 25 µL da amostra de cada tubo foi
adicionado numa placa de Petri contendo meio MH solidificado. Este teste foi realizado
em duplicata. Após 24 horas o número de colônias nas placas de Petri foi contado
usando um microscópio ótico.
3.2.D. Teste antimicrobiano
Esta parte do projeto foi desenvolvida com a colaboração do Dr. Marcelo Brocchi
do Instituto de Biologia da Unicamp.
Os testes de atividade antimicrobiana foram avaliados em meio sólido contra as
bactérias Gram-positivas: Staphylococcus aureus (ATCC 29213), Staphylococcus
epidermidis (ATCC 12228) e Gram-negativas: Salmonella typhimurium (LT-2), Escherichia
coli (ATCC 25922) e Pseudomonas aeruginosa (ATCC 399).
Os experimentos foram realizados com pedaços dos tecidos nas dimensões de 1,5
x 1,0 cm. Foi avaliada a parte central (mais clara) e a parte terminal (mais escura) dos
tecidos com o objetivo de verificar possíveis diferenças na concentração de
nanopartículas de prata e seu potencial antimicrobiano. Os tecidos antes e após
sucessivas lavagens foram inoculados em placas de ágar contendo as bactérias (1,3-1,6
105 bactérias/mL). Após 24 horas a placa foi esterilizada e o tecido foi analisado por
Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e por Espectroscopia de Energia Dispersiva
(EDS) da Jeol (JSM-6360LV).
3.2.E. Ensaio in vivo anti-leishmaniose
Esta parte do projeto foi desenvolvida em colaboração com a Profa Bartira Rossi-
Bergmann do Instituto de Biofísica da UFRJ.
Neste ensaio foram utilizados camundongos BALB/c, entre 8 e 12 semanas de
idade sendo que a variação do peso médio dos animais não excedeu 20 %. Os
camundongos foram infectados com 2 x 106 promastigotas de L.amazonensis GFP na
orelha. Após 10 dias de infecção, os animais foram aleatoriamente separados em grupos
de 4, e tratados com injeções intralesionais duas vezes por semana com doses de 0,16
43
µg de nanopartículas de prata produzidas pelo fungo F. oxysporum (nano de Ag
biológica) e 0,54 µg de nanopartículas de prata produzidas pelo método químico (nano de
Ag química) durante 4 semanas. As nanopartículas de prata produzidas pelo método
químico foram cedidas pela Dr. Roseli De Conti do Intituto de Química-Unicamp. Estas
partículas foram preparadas com borohidreto de sódio e estabilizadas com poli(vinil
pirrolidona).
O grupo controle positivo recebeu 2 mg/kg de anfotericina B, e o controle negativo
recebeu 10 µL de tampão fosfato (PBS, pH 7,4). Durante 42 dias o crescimento da lesão
foi acompanhado durante o experimento com o auxílio de paquímetro. Este aumento da
lesão foi calculado pela equação 1.
Lesão (mm) = espessura da orelha infectada - espessura antes da infecção (eq. 1)
Além do aumento da lesão, a carga parasitária foi medida após 42 dias da infecção
por unidades de fluorescência específica como descrito por Pinto e col. (2003).
3.3. Caracterização das Partículas
3.3.A. Microscopia eletrônica de varredura (MEV)
As partículas foram caracterizadas quanto à morfologia por microscopia eletrônica
de varredura (MEV). Uma pequena quantidade de micropartículas ou dispersão de
nanopartículas foi adicionada em uma fita de carbono fixada em um porta-amostra de
latão. Em seguida, as amostras foram metalizadas com Au/Pd pelo processo de
Sputtering utilizando-se um metalizador BAL-TEC. As análises foram realizadas em um
microscópio eletrônico de varredura Jeol (JSM-6360LV), utilizando-se uma tensão de
aceleração de 20 kV.
3.3.B. Microscopia de Força Atômica (AFM)
As amostras de nanopartículas foram analisadas por Microscopia de Força
Atômica. Para isto, a dispersão de nanopartículas foi diluída 10 vezes em água
44
deionizada e uma gota dessa dispersão foi adicionada sobre mica fixada em um porta-
amostra de latão e secas por 24 h à temperatura ambiente. As imagens foram obtidas em
um microscópio de AFM (SPM-9600, Shimadzu) utilizando o modo dinâmico (modo
intermitente). Foi utilizado cantilever comercial de silício e a freqüência de ressonância da
ponta foi de 210–230 khz.
3.3.C. Microscopia Eletrônica de Transmissão (TEM)
As nanopartículas de prata também foram analisadas por TEM. Para isto uma gota
da dispersão diluída 10 vezes foi gotejada em um suporte de cobre (copper grids-Ted
Pella) recoberto com parlódio. As análises foram realizadas em um microscópio eletrônico
de transmissão (80 KeV, Carl Zeiss, CEM 902) equipado com um filtro de energia
Castaing-Henry-Ottensmeyer (Durán e col., 2008).
3.3.D. Tamanho médio e distribuição de tamanho das partículas e potencial
zeta
O diâmetro médio das nanopartículas foi determinado através da técnica de
espectroscopia de correlação de fótons utilizando o aparelho Zeta Sizer Malvern. Para
isto 1 mL de amostra diluída em água (1:10) foi adicionado em uma cubeta de acrílico e
as medidas realizadas no Zeta Sizer da Malvern.
A carga superficial das nanopartículas foi analisada por um Zeta Sizer Malvern.
Para isto a dispersão das nanopatículas foram diluidas 10 vezes com uma solução de KCl
(1 mM) e as medidas de potencial zeta foram realizadas no Zeta Sizer da Malvern.
3.3.E. Estudo da influência do pH no diâmetro e no potencial zeta das
nanopartículas
Um estudo da influência do pH no diâmetro e no potencial Zeta das partículas foi
realizado utilizando um titulador MTP-2 Multi Purpose Titrator (Malvern) acoplado ao
Zeta Sizer Malvern. Soluções titulantes de NaOH (0,25 e 1M) e de HCl (0,25 e 1 M) foram
45
utilizadas nestes experimentos. Neste estudo o pH foi variado de 4 a 10 e o diâmetro e os
valores de potencial zeta foram medidos a cada variação de 0,5 no pH.
3.3.F. Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC)
Os termogramas de DSC foram obtidos por um Calorímetro Diferencial de
Varredura DSC-Q10 (TA instruments) usando um porta-amostra padrão de alumínio
selado. As análises foram feitas em atmosfera de nitrogênio, a um fluxo de 50 mL.min-1,
na faixa de temperatura de + 5 a +75 0C e taxa de aquecimento de 10 0C/min (Xia e col.,
2007).
3.3.G. Quantificação do PVA residual em micropartículas de PHBV
A determinação da porcentagem do estabilizante residual PVA em micropartículas
de PHBV foi realizada de acordo com Sahoo e col. (2002). Para isto, 2 mg de
micropartículas de PHBV foram adicionadas em 2 mL de NaOH 0,5 mol/L sob banho–
maria a 60 ºC por 15 minutos. Depois esta solução foi neutralizada com 1 mL de HCl 1
mol/L. O volume foi completado com água destilada para 5 mL . A esta solução foram
adicionados 3 mL de solução de ácido bórico (0,65 mol/L); 0,5 mL de solução de iodeto
de potássio/iodo (0,15/0,05 mol/L) e 1,5 mL de água destilada. Em seguida, esta mistura
foi mantida em repouso por 15 minutos e a absorbância foi lida em um espectrofotômetro
UV-VIS (Hitachi U2000) a 680 nm. A concentração de PVA foi calculada a partir de uma
curva de calibração previamente construída.
3.4. Eficiência de encapsulamento
3.4.A. Quantificação da benzofenona-3 (BZ3)
46
A benzofenona-3 foi quantificada por cromatografia líquida de alta eficiência
(CLAE) (Shimadzu CBM 20A) (Sarveiya e col., 2004). Neste estudo, foi utilizada uma
coluna C18 (4.6 mm × 250 mm, Varian), a fase móvel foi metanol-água (80:20), o fluxo foi
de 1 mL/min e o volume de injeção foi de 20 µL. O comprimento de onda para a
quantificação da BZ3 foi de 357 nm e o tempo de corrida foi de 10 minutos.
Para a quantificação da eficiência de encapsulamento da BZ3 encapsulada em
nanopartículas (PCL e NLS), 0,5 mL de amostra da dispersão de nanopartículas contendo
o ativo foi centrifugado à 4000 g por 10 minutos em um filtro Microcon com corte de
massa molar de 10.000 g/mol (Millipore). O filtrado foi analisado em um cromatógrafo
líquido com detector de ultravioleta-visível (Shimadzu, SPD-20AV). A concentração foi
calculada a partir de uma curva de calibração previamente construída. A eficiência de
encapsulamento (EE) foi calculada pelas equações 2 e 3.
% não encapsulada = ([BZ3] na solução filtrada/[BZ3] adicionado inicial) x 100 (eq. 2)
EE (%) = 100 - % não encapsulada (eq. 3)
A quantificação de BZ3 encapsulada em micropartículas de PHBV foi realizada
pela dissolução das micropartículas (4 mg) em 4 mL de uma solução de metanol com 10
% de diclometano. Em seguida este sistema foi centrifugado (Eppendorf Centrifuge 5424)
a 1398 g por 3 minutos e o sobrenadante foi analisado por CLAE. A eficiência de
encapsulamento (EE) foi calculada pela equação 4.
EE (%) = (massa de BZ3 na micropartícula/massa de BZ3 total adicionada) x100 (eq. 4)
3.4.B. Quantificação do tripeptídeo GSH
GSH foi quantificado pelo método de ultravioleta-visível após a reação do GSH com
sulfidrila 5,5-ditio-bis (2-acido benzóico) (DTNB) (Aldrich) para a formação do derivado
amarelo 5-tio-2-acido nitrobenzóico (TNB), que apresenta máxima absorção em 413 nm
(equação 5)(Rahman e col., 2007).
47
Para a quantificação da eficiência de encapsulamento, 0,5 mL de amostra da
dispersão de nanopartículas contendo o ativo GSH foi centrifugado à 4000 g por 10
minutos em um filtro Microcon com corte de massa molar de 10.000 g/mol (Millipore). O
volume de 0,1 mL do filtrado foi adicionado em um cubeta de quartzo juntamente com 0,4
mL de tampão fosfato (pH 7,4). Em seguida, 0,5 mL de solução de DTNB foram
adicionados e após 1 minuto de reação, a absorbância foi medida em 413 nm em um
espectrofotômetro UV-VIS (Agilent 8453). A concentração foi calculada a partir de uma
curva de calibração previamente construída. A eficiência de encapsulamento (EE) foi
calculada pelas equações 6 e 7.
% não encapsulada = ([BZ3] na solução filtrada/[BZ3] inicial) x 100 (eq. 6)
EE (%) = 100 - % não encasulada (eq. 7)
3.5. Liberação in vitro
3.5.A. Liberação in vitro da BZ3
Antes do estudo de liberação in vitro, foi realizado um estudo para a determinação
da concentração de BZ3 que garantisse as condições sink durante este experimento.
(eq. 5)
TNB
DTNB Glutationa redutase
48
Para isto, diferentes concentrações de BZ3 foi dissolvida em uma solução de tampão
fosfato 50 mmol.L-1 (pH 7,4) contendo 5% de Tween 80 e a concentração de BZ3 foi
determinada por CLAE como descrito no item 3.4.A. Em seguida foi realizado o
experimento de liberação in vitro. Para isto, 1 mg de BZ3 livre ou encapsulada em
micro/nanopartículas foi adicionado em 10 mL de tampão fosfato 50 mmol.L-1 (pH 7,4)
contendo 5% de Tween 80 em tubos falcon. Os tubos foram mantidos em uma
incubadora Orbital a 32 ± 0,1 oC sob agitação de 120 rpm. No caso das microparticulas
de PHBV, em determinados intervalos de tempo, os tubos foram centrifugados a 786 g
durante 15 minutos e uma alíquota de 0,5 mL do sobrenadante foi coletada e separada
para análise (Brinon e col., 1999). Para as nanopartículas (PCL e NLS) uma alíquota de
0,5 mL foi retirada em determinados intervalos de tempo e centrifugada em um filtro
Microcon de massa molar 10.000 g/mol (Millipore) por 10 minutos. Em todos os casos, o
mesmo volume de alíquota retirado foi reposto com tampão/Tween 80. A BZ3 liberada foi
determinada por CLAE como descrito no item 3.4.A.
3.5.B. Liberação in vitro da GSH
Neste estudo 0,5 mg de GSH livre ou nanoencapsulada foi adicionado em 20 mL
de tampão fosfato 50 mmol.L-1 (pH 7,4) em tubos falcon. Os tubos foram mantidos em
uma incubadora Orbital a 36.5 ± 0,1 oC sob agitação de 120 rpm. Em determinados
tempos uma alíquota de 0,5 mL foi retirada e centrifugada em um filtro Microcon de
massa molar 10.000 g/mol (Millipore) por 10 minutos. O mesmo volume de alíquota
retirado foi reposto com tampão. O GSH liberado foi determinada por UV-Vis como
descrito no item 3.4.B.
3.6. Preparação de formulações semi-sólidas
Para a preparação das formulações semi-sólidas (géis) foi preparado um gel de 1%
(m/m) de Carbopol 940 (ácido poliacrílico) (Alves e col., 2007). Para preparar 10 g de gel,
100 mg de Carbopol 940 foram adicionados em um almofariz juntamente com 9,9 g de
água. Após a homogeneização destes componentes com o pistilo, uma gota de
trietanolamina foi adicionada para ajustar o pH para 7,0. Após a formação do gel foi
49
adicionado propilenoglicol como agente umectante. Foram misturados no gel ou
micropartículas de PHBV secas ou dispersões de NLS ou nanopartículas de PCL.
3.7. Determinação do Fator de Proteção Solar (FPS)
A determinação do FPS in vitro foi realizada segundo metodologia de Mansur e col.
(1986). Para isto 1 mg de BZ3 livre ou encapsulada em micropartículas de PHBV ou em
nanopartículas lipídicas sólidas foi adicionado em 0,2 g de gel de carbopol. As
formulações foram adicionadas em 50 mL de etanol PA, agitadas e sonicadas. Em
seguida as amostras foram medidas em um espectrofotômetro UV-VIS. O FPS foi
calculado de acordo com equação 8.
290 FPS espectrofotométrico = FC . ∑ EE (λ) . I (λ) . abs(λ) (eq. 8)
320
Onde, FC = Fator de correção (igual a 10), EE (λ) = Efeito eritematogênico da radiação no
comprimento de onda λ, I (λ) = Intensidade da luz solar no comprimento de onda λ, Abs
(λ) = Leitura espectrofotométrica para absorbância da solução no comprimento de onda
(λ). Os valores de EE (λ) x I (λ) são tabelados e descritos em relação a cada
comprimento de onda de leitura (Mansur et al., 1986).
3.8. Estudo in vitro da permeação cutânea da BZ3
Os estudos de permeação foram realizados em células de difusão de Franz com
pele humana abdominal de mulheres com idade entre 29 e 40 anos, doadas de cirurgia
plástica. A pele doada foi previamente limpa através da remoção da hipoderme,
recortadas na forma circular e congeladas por até 3 meses. A Figura 5 mostra o esquema
da célula de difusão de Franz (Marcato, 2009).
50
Figura 5: Esquema da célula de difusão de Franz.
Neste experimento, a célula receptora foi preenchida com uma solução de 5% de
Tween 80 em tampão fosfato (50 mmol/L, pH 7,4). A pele foi colada com Super-Bonder
sobre a cela receptora e fechada com a cela doadora. Em cada célula de difusão de
Franz foram adicionados, separadamente: gel de carbopol, gel de carbopol com BZ3 livre,
gel de carbopol BZ3 encapsulada em micropartículas de PHBV ou NLS ou nanopartículas
de PCL e gel de carbopol com as micro/nanopartículas sem ativo. As células foram
mantidas a 32 °C sob agitação. Após 24 horas, as células foram retiradas e a
porcentagem do ativo no extrato córneo, na epiderme, derme e no fluido receptor foram
quantificados por CLAE como descrito no item 3.4.A. A porcentagem de ativo na
epiderme foi feito pelo método de tape-striping. Este método consiste em colar fitas
adesivas sobre a pele e retirá-las. Em seguida, o ativo foi extraído das fitas com metanol.
Para a quantificação do ativo na derme, o restante da pele foi cortado em pequenos
pedaços e colocado em metanol, agitado e o sobrenadante foi quantificado por CLAE.
Todos os experimentos foram realizados com n=8.
3.9. Avaliação da alergenicidade cutânea da benzofenona-3 livre e
micro/nanoencapsulada - Teste de medida de edema de orelha (mouse
ear swelling test - MEST)
51
Esta parte do projeto foi desenvolvida em colaboração com a Profa Bartira Rossi-
Bergmann do Instituto de Biofísica da UFRJ.
Inicialmente, foi realizada a fase de indução. Para isto, a uma área na região dorsal
dos camundongos do grupo-ensaio e do grupo-controle foram tricotomizadas e as
formulações (Gel de carbopol, Gel de carbopol com BZ3 livre e Gel de carbopol com BZ3
encapsulada) foram aplicadas. Oxazolona (0,5%) foi utilizada como controle positivo e
acetona como controle negativo. As aplicações tópicas das formulações (100 µL) foram
realizadas 3 vezes a cada 2 dias (dias 0, 2 e 4) no dorso dos camundongos. Após 5 dias,
foi realizado a fase de desafio aplicando 25 µl das formulações no dorso de ambas as
orelhas dos camundongos. Após 24 e 48 horas da fase de desafio foram realizadas
medidas do inchaço das orelhas dos camundongos (Osborne e col., 2008, Paese e col.,
2009).
A porcentagem do inchaço da orelha foi calculada pela equação 9.
% do aumento da espessura da orelha = [(espessura da orelha pós-tratamento – (eq.9)
espessura da orelha pré-tratamento)/ espessura da orelha pré-tratamento] × 100
3.10. Citotoxicidade em células V79
Esta parte do projeto foi desenvolvida em colaboração com a Profa Patrícia S.
Melo do Instituto de Biologia da Unicamp.
3.10.A. Preparo das Culturas de células
Os fibroblastos V79 foram mantidos em cultura contínua através de repiques
periódicos, até atingirem a densidade de confluência. Este cultivo foi realizado em meio
DMEM (Dulbeccos modified Eagles medium) contendo 100 U/mL de penicilina e 100
mg/mL de estreptomicina, suplementado com 10% de soro fetal bovino. As células foram
descoladas usando solução de ATV (tripsina versene-tripsina a 0,1% e versene a
0,016%). O número de células viáveis para o cultivo e plaqueamento foi determinado
52
homogenizando-se uma alíquota da suspensão celular com a quantidade equivalente de
solução de Azul de Tripan a 0,1%, contando as células em câmara de Neubauer e
excluindo as células que incorporam o corante. O cultivo foi realizado em meio DMEM
suplementado com 10% de soro fetal bovino (SFB). A incubação foi feita em estufa a 37 oC sob atmosfera úmida e contendo 5% de CO2. Para os três diferentes ensaios de
citotoxicidade, descritos a seguir, o plaqueamento foi realizado inoculando 3 x 104
células/mL em cada poço da placa (24 cavidades) e incubando a 37ºC por 48 h (Corrêa e
col. 2005). As células foram tratadas com diferentes concentrações de GSH ou BZ3 livre
ou encapsuladas em nanopartículas. Após 24 horas foi avaliada a citotoxicidade por
captuta do corante vermelho neutro e redução do corante metiltiazoletetrazolium como
descrito abaixo.
3.10.B. Captuta do corante Vermelho Neutro (VN) (análise da integridade
lisossomal)
O meio de cultura com os ativos (GSH ou BZ3) ou com nanopartículas foi
removido e trocado por outro contendo 50 µmol.L-1 (segundo padronização) do corante
VN, pré-incubado durante 12 h a 37ºC e filtrado, em membrana Millipore (0,22 µm), antes
do uso. Após 4 horas de incubação a 37 oC, as células foram lavadas com PBS-Ca2+ (pH
7,4) para retirada do excesso de corante não incorporado pelos lisossomas. Em cada
cavidade foi adicionado 100 µL de solução aquosa contendo ácido acético glacial (1%) e
etanol (49%) para fixar as células e extrair o corante VN incorporado nos lisossomas. As
placas foram agitadas por 5 min em um agitador de placas e a absorbância das soluções
foram lidas em um Microplate reader (Cambrige technology –IMC) a 540 nm (Borefreund
and Puerner, 1984).
3.10.C. Redução do corante metiltiazoletetrazolium (MTT) (análise da
integridade mitocondrial)
O meio de cultura com os ativos (GSH ou BZ3) ou com as nanopartículas foi
removido e trocado por outro sem soro contendo o corante MTT (brometo de 3-(4,5-
53
dimetilazol-2-il)-2,5-difenil tetrazolio) (1 mg/mL), e as células foram incubadas durante 4 h,
tempo necessário para ocorrer a redução do MTT formando cristais de formazan de
coloração azul (equação 10). O meio foi retirado cuidadosamente e foi adicionado 100 µL
de etanol para solubilização do formazan. As placas foram agitadas por 5 min em um
agitador de placas e a absorbância das soluções foram lidas em um Microplate reader
(Cambrige technology –IMC) a 570 nm (Denizot & Lang, 1986).
(eq. 10)
3.11. Fototoxicidade e citotoxicidade em células 3T3 e HaCaT
Esta parte do projeto foi desenvolvida em colaboração com a Profa Gisele Zenker
Justo do Instituto de Bioquímica da UNIFESP e da Unicamp.
3.11.A. Preparo das culturas de células
Neste trabalho foram utilizadas as linhagens celulares de fibroblastos de embrião
de camundongo BALB/c 3T3, adquirida do NIH (National Institute of Health-Baltimore,
USA) e de queratinócitos humanos HaCaT, gentilmente cedida pela Dra. Liudmila Kodach
(Academic Medical Center, Amsterdam University). As células BALB/c 3T3 e HaCaT
foram cultivadas em meio DMEM e suplementadas com 10% de soro fetal bovino e 1% de
antibiótico. As células foram plaqueadas em garrafas de 75 cm2 ou em placas de 60 cm²,
na densidade de 1 x 104 células/mL para células Balb/c 3T3 e 7 x 10³ células/mL para
HaCaT e incubadas a 37°C sob atmosfera úmida com 5% de CO2.
54
3.11.B. Ensaio de fototoxicidade por captação de vermelho neutro (NRU)
As células BALB/c 3T3 e HaCaT foram plaqueadas numa densidade de 1x105
células/mL e 7x104 células/mL, respectivamente, em 2 placas de 96 poços. Em seguida,
as placas foram incubadas a 37oC, 5% de CO2 por 24 h (Borenfreund e Puerner, 1984).
Após esse período, o meio foi removido e os poços foram lavados duas vezes com
tampão fosfato (PBS) pH 7,4. As células foram tratadas com diferentes concentrações de
BZ3 livre e encapsuladas em NLS e em nanopartículas de PCL. Hematoporfirina IX (HP)
e tiourea foram utilizados como controle positivo e negativo de fototoxicidade,
respectivamente. O tempo de tratamento foi de uma hora. Posteriormente, uma placa de
cada tipo de célula foi exposta a uma dose de radiação UVA de 5 J/cm2 por 50 min
utilizando-se uma lâmpada de UVA (UVL-28 EL Series UV Lamp). A quantidade de
radiação aplicada nas placas foi determinada com a utilização de um radiômetro (Cole
Parmer, UVA - 365 nm). As outras placas de cada tipo de célula não foram expostas à
radiação UVA, entretanto foram mantidas nas mesmas condições das placas expostas à
radiação. Após exposição à radiação o meio foi removido, os poços foram lavados duas
vezes com PBS e meio de cultura com soro foi adicionado. Em seguida, as placas foram
incubadas por 22 h (período de recuperação). Após esse período, o meio de cultura foi
removido e em seguida avaliado a viabilidade celular pela captação do vermelho neutro
como descrito no item 3.10.B.
3.11.C. Determinação do Fator de Foto-irritação (PIF)
O fator de foto-irritação (PIF) é obtido pela razão entre os valores de IC50
(concentração do composto que diminui em 50% a viabilidade celular) obtidos no
experimento na ausência de radiação UVA (-UVA) e os valores de IC50 obtidos nos
experimentos na presença da radiação UVA (+UVA), portanto o cálculo do PIF é
determinado de acordo com a equação 11.
)(
)(
50
50
UVAIC
UVAICPIF
+
−= (eq. 11)
55
A equação 1 pode ser utilizada em situações onde é possível determinar os dois
valores de IC50, na presença e na ausência de radiação. Nesse caso, o composto será
considerado fototóxico se o valor de PIF for ≥ 5, no caso de PIF < 5 o composto será
considerado não fototóxico (Spielmann e col. 1998)
Caso não seja possível determinar o IC50 na ausência de radiação, o valor de IC50
(-UVA) deverá ser substituído pelo valor da concentração máxima testada [Cmax (-UVA)]
como mostrado na equação 12.
)(
)(
50 UVAIC
UVACPIF
máx
+
−= (eq. 12)
Caso o valor de PIF obtido pela equação 2 seja >1 o composto será considerado
fototóxico e para o PIF ≤1, o composto será considerado não fototóxico.
Caso não seja possível determinar o valor de IC50 na presença e na ausência de
radiação, o PIF será calculado segundo a equação 13.
1)(
)(=
+
−=
UVAC
UVACPIF
máx
máx (eq. 13)
Nesta situação o valor do PIF sempre será igual a 1, sendo o composto
considerado não fototóxico.
3.12. Estudo in vivo de toxicidade de NLS-BZ3
Os ensaios de estudo in vivo foram realizados em colaboração com a Profa
Carmen V. Ferreira do Instituto de Biologia da Unicamp e pelo Prof. Jeroen den Hertog do
Instituto Hubrecht-Holanda.
A toxicidade de NLS com e sem BZ3 foi avaliada in vivo usando modelo de
embriões de Zebrafish (peixe paulistinha). Neste experimento embriões de Zebrafish
foram coletados e adicionados em uma placa de 12 cavidades. Em cada cavidade
contendo 2 mL de meio (60 mg/mL de água salgada) foram adicionados 5 embriões. BZ3
56
livre e NLS com e sem BZ3 foram adicionadas ao meio após 6-48 horas pós-fertilização.
As placas foram incubadas à 30 ºC por 42 horas. Após este período, o efeito dos
compostos foi avaliado pela observação de alterações morfológicas nos embriões em um
microscópio óptico (Marcato e col., 2008).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
57
Capítulo 1 – Encapsulamento de GSH
58
59
1. Quantificação de GSH
Para a quantificação de GSH encapsulado, inicialmente foi realizada a construção
da curva analítica de acordo com o item 3.4.B. A curva foi realizada em triplicata e o
coeficiente de correlação em todos os casos foi de 0,99 (Figura 6). A equação da reta
obtida foi y = -0,02735 + 0,00496x. A partir desta curva a eficiência de encapsulamento
do GSH nas preparações de nanopartículas foi calculada.
0 20 40 60 80 100
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
[GSH] (uM)
Abs
orba
ncia
Figura 6: Curva de calibração de GSH.
2. Nanopartículas de Alginato-Quitosana
Devido à solubilidade da quitosana em pH ácido, inicialmente, foi realizado um
estudo de estabilidade do ativo hidrofílico GSH no mesmo pH das preparações das
nanopartículas (pH 4) pela quantificação do ativo em UV-VIS. Foi verificado que em 24
horas não houve degradação significativa do GSH em pH 4, porém uma degradação de
13 % e 40 % do GSH foi observada em 5 e em 14 dias, respectivamente (Figura 7). Desta
forma, após a preparação das partículas estas devem ser secadas ou conservadas em
uma solução com pH neutro.
No estudo de liofilização das nanopartículas de alginato/quitosana dois tipos de
crioprotetores (maltose e glicose) foram testados em concentrações de até 30% (m/v).
Entretanto, em todos os casos houve a coalescência das partículas não sendo possível a
sua redispersão em água após a secagem. Este resultado indica que o método de
liofilização não é um método adequado para a secagem deste tipo de partículas.
60
Dia 0 Dia 5 Dia 140
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
% d
e G
SH
Figura 7: Estabilidade de GSH no pH 4 em diferentes dias.
Através do método de gelificação iônica foram obtidas nanopartículas com carga
negativa ou com carga positiva dependendo da quantidade de quitosana adicionada
durante a preparação das partículas. Partículas com carga negativa foram obtidas quando
foi utilizado a proporção alginato:quitosana de 1,5 e partículas positivas foram obtidas
utilizando a proporção de 0,75 de alginato:quitosana (Tabela 1). Esta mudança na carga
superficial das partículas se deve a maior quantidade de grupamentos amina protonados
da quitosana na superfície das partículas. Isto demonstra que esta preparação é uma
opção para a obtenção de partículas positivas, como observado por Prego e col. (2006).
Além disto, foi observado que a adição de uma maior quantidade de quitosana aumentou
o diâmetro das partículas em até 38,6% no caso das partículas sem GSH (Tabela 1). Em
relação à eficiência de encapsulamento foi observado que a maior eficiência de
encapsulamento (27%) foi obtida com as partículas preparadas com a razão de 0,75 de
alginato/quitosana, isto é, com as partículas com carga positiva. Este resultado demonstra
a afinidade do ativo pelo polímero quitosana por ser um polímero mais hidrofílico do que o
polímero alginato. Além disso, esta maior interação entre o ativo GSH e a quitosana pode
ser atribuída ao pH da formulação (4,3). Como o pKa da quitosana é ~6,5 e o pKa dos
grupos terminais do GSH (-COOH) é ~2,17 e 2,35, no pH 4,3 os grupos aminos da
quitosana estão protonados (-NH3+) e os grupos terminais do GSH estão desprotonados
(-COO-) aumentando, dessa forma, a interação entre estas duas moléculas, e
consequentemente aumentando a eficiência de encapsulamento. Desta forma, a
61
preparação com a razão alginato/quitosana de 0,75 é a mais indicada para a
encapsulamento de ativos hidrofílicos do que com a razão de 1,5.
Tabela 1: Valores de diâmetro, índice de polidispersidade (PdI) potencial zeta e eficiência de
encapsulamento (EE) das nanopartículas de alginato/quitosana.
ExperimentoRazão
Alginato/Quitosana
GSH
(mg)
Potencial
zeta (mV)
Diâmetro
(nm)
PdI EE
(%)
1 0,75 0 +21,8 300,8 0,316 -
2 0,75 5 + 27 361,4 0,330 27
3 1,5 0 -20 217 0,413 -
4 1,5 3,5 -23 211,6 0,400 1
A reprodutibilidade das nanopartículas com as duas razões de alginato/quitosana
foi avaliada (n = 6). Neste estudo foi observado que as partículas preparadas com uma
razão alginato/quitosana de 1,5 apresentou maior reprodutibilidade em relação ao
diâmetro e potencial zeta do que as partículas preparadas com uma razão
alginato/quitosana de 0,75 como mostra a Figura 8. Entretanto, as partículas com carga
positiva apresentaram maior estabilidade do que as partículas com carga negativa como
mostra a Figura 9. Em 37 dias, o diâmetro das partículas com carga negativa aumentou
51 % enquanto que o diâmetro das partículas positivas aumentou 16 % (n = 3). Este
resultado demonstra que as partículas com carga positiva apresentam alta estabilidade
em função do tempo.
62
1 2 3 4 5 60
80
160
240
320
400
Experimentos
Diâ
met
ro (
nm)
0,0
0,2
0,4
ìndice de Polidispersidade (P
dI)
1 2 3 4 5 60
10
20
30
Experimentos
Razão 0,75
Pot
enci
al Z
eta
(mV
)
Experimentos
1 2 3 4 5 6
-30
-20
-10
0 Razão 1,5
Pot
enci
al Z
eta
(mV
)
Figura 8: Reprodutibilidade em função do diâmetro e do potencial zeta de nanopartículas
preparadas com diferentes razões de alginato/quitosana: 1,5 (barras azuis) e 0,75 (barras
rachuradas).
Dia 0 Dia 2 Dia 7 Dia 9 Dia 16 Dia 370
100
200
300
400
Diâ
met
ro (
nm)
-0,2
0,0
0,2
0,4
ìndice de Polidispersidade (P
dI)
Figura 9: Estabilidade de nanopartículas preparadas com diferentes razões de
alginato/quitosana: 1,5 (barras azuis) e 0,75 (barras rachuradas).
A. Estudo da Influência do pH no diâmetro e potencial zeta das
nanopartículas
A estabilidade das nanopartículas de alginato/quitosana em diferentes pHs foi
estudada. A Figura 10A mostra o gráfico de diâmetro e potencial zeta das nanopartículas
poliméricas de alginato/quitosana com carga positiva (razão de alginato:quitosana de
0,75) em função do pH. Nesta figura pode-se observar que o aumento do pH ocasionou
63
um aumento de 300% no diâmetro da preparação e o potencial zeta ficou negativo,
variando de +17 mV para -33 mV. Já para as nanopartículas de alginato/quitosana com
carga negativa (razão de alginato:quitosana de 1,5) um aumento menor no diâmetro das
partículas (163%) foi observado, e o potencial zeta reduziu de -3 mV para -10 mV (Figura
10B). Nos dois casos, a partir do pKa da quitosana (~6,5) houve a aglomeração das
partículas (aumento do diâmetro). Este resultado evidencia que as propriedades da
superfície das nanopartículas são predominantemente governadas pela quitosana.
Resultados similares foram obtidos por Chuah e col. (2009) com nanopartículas de
quitosana/lecitina. Além do aumento do diâmetro houve, nos dois casos, uma redução do
potencial zeta devido à desprotonação dos grupamentos aminos em pH básico, sendo
que no primeiro caso – razão alginato/quitosana de 0,75 – esta variação foi maior devido
a grande quantidade de quitosana presente na superfície das partículas (Torres e col.,
2007).
5 6 7 8 9 100
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Diâmetro Potencial Zeta
pH
Diâ
met
ro (
nm)
-60
-50
-40
-30
-20
-10
0
10
20
30
Potencial Z
eta (mV
)
5 6 7 8 9 10 11 12100
150
200
250
300
Diâmetro Potencial Zeta
pH
Diâ
met
ro (
nm)
-30
-20
-10
0
Potencial Z
eta (mV
)
Figura 10: Diâmetro e potencial zeta das nanopartículas poliméricas de alginato/quitosana de
razão: A) 0,75, B) 1,5, em função do pH.
B. Morfologia das partículas
A morfologia das nanopartículas de alginato/quitosana com carga positiva (razão
alginato/quitosana = 0,75) foi observada por Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV)
como mostra a Figura 11. Nesta figura, observam-se partículas deformadas devido
possivelmente ao processo de secagem necessário para a análise de MEV. O processo
de secagem necessário para a realização da análise de MEV e a baixa concentração das
A B
64
nanopartículas dificulta a visualização das mesmas por esta técnica. Não foi possível a
observação destas nanopartículas por Microscopia de Força Atômica.
Figura 11: Micrografia das nanopartículas de alginato/quitosana (razão de alginato/quitosana de
0,75).
C. Citotoxicidade das nanopartículas de alginato/quitosana
O estudo de citotoxicidade da glutationa livre demonstrou que este ativo não é
tóxico para as células de fribroblastos V79 tanto para o lissosoma (ensaio de Vermelho
neutro-VN) como para a mitocondria (ensaio de MTT), como pode ser observado no
gráfico da Figura 12.
No estudo de citotoxicidade com as nanopartículas de alginato/quitosana com
carga positiva e sem ativo, observou-se toxicidade lissosomal (VN) com IC50 de
aproximadamente 16 µg/mL, e toxicidade mitocondrial (MTT) com IC50 de ~7 µg/mL,
demonstrando um maior dano à integridade mitocondrial (Figura 13 A,B). No entanto, a
citotoxicidade pode estar relacionada com o pH ácido (pH ~4) da formulação e não devido
às partículas. Entretanto, a toxicidade diminuiu quando GSH estava encapsulado nas
nanopartículas. O IC50 no ensaio de vermelho neutro foi de 16 µg/mL e de 15 µg/mL no
ensaio de MTT (Figura 13 A,B). Este resultado demonstra uma possível proteção
mitocondrial da glutationa encapsulada nas nanopartículas.
A B
65
-10 0 10 20 30 40 50 60 70 800
20
40
60
80
100
120
VN MTT
% C
ontr
ole
GSH (µM)
Figura 12: Viabilidade das células V-79 na análise dos alvos celulares MTT e VN da glutationa
livre.
Figura 13: Viabilidade das células V-79 na análise dos alvos celulares MTT e VN das
nanopartículas de alginato/quitosana (barras cinza) e nanopartículas de alginato/quitosana com
GSH (barras verdes).
3. Nanopartículas de PCL e nanopartícula lipídica sólida (NLS)
GSH também foi encapsulado em nanopartículas de PCL, NLS e em NLS
revestidas com quitosana. Inicialmente foi realizado um estudo de otimização das
preparações como descritos nos item A e B descritos abaixo.
0
20
40
60
80
100
120
2017141050
MTT
% d
o C
ontr
ole
Concetração (µg/mL)
Nano Nano-GSH
0
20
40
60
80
100
120
140
201714100 5
Vermelho Neutro
% d
o C
ontr
ole
Concetração (µg/mL)
Nano Nano-GSH
A B
66
A. Nanopartículas de PCL
A reprodutibilidade da produção das nanopartículas de PCL e a estabilidade destas
partículas foram avaliadas. A Figura 14 mostra os dados de reprodutibilidade (n = 8) e de
estabilidade (n = 3) durante 51 dias em função do diâmetro e potencial zeta das
nanopartículas de PCL. Nesta Figura pode-se observar que a preparação de dupla
emulsão e evaporação de solvente modificada é reprodutível e as partículas obtidas são
estáveis durante 51 dias de armazenamento à 4 oC.
Figura 14: A e B) Reprodutibilidade em função do diâmetro e potencial zeta, C) Estabilidade das
nanopartículas de PCL preparadas pelo método de dupla emulsão e evaporação de solvente.
B. Nanopartículas de Lipídicas Sólidas (NLS)
Inicialmente foi realizada uma otimização da preparação das nanopartículas
lipídicas sólidas (NLS). O primeiro estudo realizado foi o da influência da concentração
da dispersão no diâmetro das partículas medido por espectroscopia de correlação de
1 2 3 4 5 6 7 8-1,0
-0,9
-0,8
-0,7
-0,6
-0,5
Pot
enci
al Z
eta
(mV
)
Experimetos
0 1 2 3 4 5 6 7 8 90
100
200
300
Experimentos
Diâ
met
ro (
nm)
0,0
0,1
0,2
0,3
ìndice de Polidispersidade (P
dI)
A B
Dia 0 Dia 6 Dia 13 Dia 27 Dia 510
100
200
300
400
Diâ
met
ro (
nm)
0,0
0,1
0,2
0,3
ìndice de Polidispersidade (P
dI)
C
67
fótons. Para isso as amostras foram diluídas com objetivo de evitar espalhamentos
múltiplos. As medidas foram feitas com amostras diluídas até não haver mais alteração
no diâmetro das partículas. Isto aconteceu a partir da diluição 1:10 até 1:40 (Figura 15).
Em vista deste resultado, adotou-se a diluição 1:10 em todas as análises de
nanopartículas lipídicas sólidas (NLS).
1/75 1/50 1/40 1/30 1/20 1/10 1/3 1/2 0150
200
250
300
350
400
450
500
550
Diâ
met
ro (
nm)
Diluições
Figura 15: Efeito da diluição das dispersões de NLS no diâmetro das partículas.
Outros estudos realizados foram: a influência da pressão de homogeneização no
primeiro estágio, o número de ciclos e a concentração de surfactante e de lipídio na
preparação das NLS. Nestes estudos foi utilizado o lipídio palmitato de cetila (PC) e os
surfactantes Pluronic F-68 e Epikuron 200. Utilizando uma pressão de 600 bar no primeiro
estágio e dois ciclos de homogeneização, foi verificado que a melhor proporção
lipídio:Pluronic F68:Epikuron 200 (m/m/m) foi 4:1:0 sendo que a adição de Epikuron 200
aumentou o diâmetro das partículas como mostra a Figura 16A. Em seguida, aumentou-
se a concentração de lipídio em 3x mantendo a de surfactante e observou-se que não
houve alteração significativa no diâmetro e no índice de polidispersidade. Desta forma,
otimizou-se a preparação utilizando a proporção lipídio:Pluronic F68 (m/m) de 12:1. Em
seguida, foi realizado um estudo da influência da pressão e do número de ciclos. Na
Figura 16B pode-se observar que houve um aumento no diâmetro e no índice de
polidispersidade (PdI) das partículas quando foi utilizada uma pressão de 1000 bar no
primeiro estágio. Este aumento no diâmetro está relacionado com o aumento da energia
cinética das partículas resultante do aumento da pressão, favorecendo a agregação das
mesmas após a homogeneização como demonstrado por Siekmann e col. (1994).
68
Entretanto, não foi observada diferença significativa no diâmetro e no índice de
polidispersidade das partículas quando a pressão foi alterada de 600 bar para 800 bar
(Figura 16B). Em vista deste resultado, foi utilizada uma pressão de 600 bar no primeiro
estágio de homogeneização para a continuidade do projeto. Em relação ao número de
ciclos de homogeneização foi observado que o aumento de um ciclo para dois ciclos
reduziu o diâmetro das partículas em 20 % e o índice de polidispersidade em 51 %
(Figura 16C). Esta redução está relacionada com o maior cisalhamento das partículas
com o aumento do número de ciclos. Porém não houve diferença significativa entre dois e
três ciclos de homogeneização sendo, portanto, utilizado dois ciclos de homogeneização
na continuidade deste projeto.
Figura 16: Variação do diâmetro e do índice de polidispersidade das NLS de PC em função da:
A) Proporção de Lipídio:Pluronic F-68:Epikuron 200 (m/m/m), B) Pressão de homogeneização no
primeiro estágio, C) Número de ciclos de homogeneização.
C
1 2 30
50
100
150
Número de Ciclos
Diâ
met
ro (
nm)
0,00
0,06
0,12
0,18
0,24
Índice de Polidispersidade (P
dI)
1 2 30
50
100
150
Número de Ciclos
Diâ
met
ro (
nm)
0,00
0,06
0,12
0,18
0,24
Índice de Polidispersidade (P
dI)
A B
2,5:1:0 3,3:1:0 5,0:1:0 5,0:1:1 10:1:0 4,0:1:0 12:1:0
120
240
360
480
600
Diâ
met
ro (
nm)
Proporção Lipídio CP:Pluronic:Epikuron (m/m)
0,0
0,1
0,2
0,3
0,4
Índice de Polidispersidade (P
dI)
69
Na segunda etapa, foi realizado um estudo do lipídio mais adequado para a
formação das NLS. Para isto foram estudados os lipídios: palmitato de cetila (PC), ésteres
cetílicos (EC), ácido esteárico (AC) e miristato de miristila (MM) e foi avaliado o diâmetro,
o índice de polidispersidade (PdI), a reprodutibilidade e a estabilidade em cada
preparação. A Figura 17 mostra os dados do diâmetro e PdI dos quatro lipídios
estudados. Observa-se nesta figura a influência do lipídio tanto no diâmetro quanto no
índice de polidispersidade sendo que as partículas com menor diâmetro foram obtidas
com o lipídio ácido esteárico. O índice de polidispersidade não variou significativamente
ficando sempre abaixo de 0,2 em todos os casos. Entretanto, no estudo de estabilidade
durante 12 dias foi observado que o diâmetro das nanopartículas preparadas com o
lipídio ácido esteárico aumentou de 119,3 nm para 438,3 nm após 24 horas, mantendo-
se, em seguida, estável por 12 dias. Já para os demais lipídios (PC, EC e MM), o
diâmetro não variou significativamente durante este mesmo período. Por este motivo, não
foi mais utilizado o lipídio ácido esteárico.
100
120
140
160
Diâ
met
ro (
nm)
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
Índice de Polidispersidade (P
dI)
AC
Lipídio
PC EC MM0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
0
100
200
300
400
500
Diâ
met
ro (
nm)
Tempo (dias)
CP SS MM AC
Figura 17: A) Influência do tipo de lipídio no diâmetro e no índice de polidispersidade das NLS, B)
Estabilidade das NLS preparadas com diferentes lipídios.
O método utilizado na preparação das NLS mostrou-se reprodutível como mostra a
Figura 18A para NLS de ésteres cetílicos (EC) (n = 8). O mesmo comportamento foi
observado para os demais lipídios (PC e MM). Foi realizado um estudo de estabilidade
das NLS armazenadas à 4 ºC e à temperatura ambiente (n = 3). A Figura 18B mostra a
estabilidade de NLS de EC. Nesta figura pode-se observar que nas duas temperaturas, o
diâmetro e o índice de polidispersidade não variaram significativamente, demonstrando a
A B
70
alta estabilidade destas partículas. O mesmo comportamento foi observado para as NLS
preparadas com os lipídios PC e MM. As dispersões foram avaliadas por até 200 dias,
não havendo mudança significativa no diâmetro e no índice de polidispersidade das
partículas.
1 2 3 4 5 6 7 80
50
100
150
Experimentos
Diâ
met
ro (
nm)
0,0
0,1
0,2 Índice de Polidispersidade (P
dI)
0 10 20 30 400
50
100
150
Diâ
met
ro (
nm)
Índice de Polidispersidade (P
dI)
Tempo (dias)
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
Figura 18: Gráfico comparativo de NLS de EC em função da: A) Reprodutibilidade, B)
Estabilidade: à 4 oC (barras brancas e linha preta) e à temperatura ambiente (barras cinzas e linha
azul).
Após a otimização da preparação das nanopartículas de PCL e de NLS, o ativo
GSH foi encapsulado nestas nanoestruturas como descrito no artigo a seguir submetido
na revista Journal of Biomedical Nanotechnology em 2010.
A B
71
Artigo: Comparative study of peptide encapsulation in polymeric and in
solid lipid nanoparticles
Priscyla D. Marcato1,*, Leonardo F. Adami1, Nelson Durán1
1 Chemistry Institute, Biological Chemistry Laboratory, Universidade Estadual de
Campinas, P.O.Box 6154, Campinas-SP, CEP 13083-970, Fone: (55) 19 35213042, Fax:
(55) 19 35213023, Brazil (*[email protected])
Abstract
The application of peptides and proteins in the cosmetic and medical area has been
increasing. However, these molecules are very sensitive and need to be protected for use
in these applications. In this work glutathione (GSH) (as a peptide model) was
encapsulated in solid lipid nanoparticles (SLN) with and without chitosan and in poly(ε-
caprolactone) (PCL) nanoparticles. Several parameters were modified to improve the
encapsulation efficiency. The particles size was ~300 nm for the PCL nanoparticles, 160
nm for SLN and 346 nm for SLN/chitosan. The zeta potential was negative for the PCL
and SLN nanoparticles and positive for SLN-chitosan. SLN produced by double emulsion
increased the encapsulation efficiency from 0% to 10%. However, the best result was
obtained with SLN covered with chitosan (35%). Similar encapsulation efficiency was
obtained with PCL nanoparticles produced by double emulsion with NaCl in the internal
and external aqueous phases. The GSH release depended on particle kind. A fast release
was obtained when GSH was encapsulated in PCL nanoparticles. The results showed that
it is possible to improve the encapsulation efficiency through addition of a hydrophilic
polymer (chitosan) while with the addition of NaCl in the aqueous phases a good peptide
carrier system was obtained.
Keywords: Peptide, Glutathione, Solid lipid nanoparticles, PCL nanoparticles, Chitosan.
72
1. Introduction
Peptides and proteins have many applications in medicine and cosmetics field. In
medicine cancer, infectious diseases, autoimmune diseases, AIDS can be cited while anti-
aging treatment are important cosmetic applications. However, the clinical use of peptides
and proteins has many challenges.1,2 The chemical and physical stability of these
molecules can be compromised by environmental factors that include: pH, ionic strength,
temperature, high pressure, non-aqueous solvents, metal ions, surfactants, adsorption,
agitation and shearing.3 Furthermore, most of these molecules are hydrophilic and easily
biodegradable in the human body.4 Therefore, their life in vivo is very limited. This
characteristic can impede the use of peptides or proteins in intravenous or oral application.
It is possible to use high concentrations of proteins/peptides to obtain therapeutic efficacy,
but high doses can lead to toxic side effects.3 In cosmetic formulations the challenge is
peptide stability and skin penetration. Many peptides are used in anti-aging treatment, but
in this case the peptide needs to penetrate in the skin to the dermis. Due to the hydrophilic
properties of peptides this penetration is difficult.5 Thus, a nanocarrier system can
enhance peptide and protein applications in medicine and cosmetics by improving their
stability, increasing their life in vivo and increasing their skin penetration.6 The challenge is
their encapsulation in nanoparticles mainly when the covering material is hydrophobic,
such as synthetic polymers (e.g. poly(ε-caprolactone))7,8 or lipids (e.g. glyceryl
monostearate). Different methods have been described in the literature. Xie et al.9
encapsulated protein (insulin, bovine serum albumin (BSA) and lyzozyme) in solid lipid
nanoparticles (SLN). To improve the encapsulation efficiency poly(lactide-co-glycolide)
(PLGA) was used as polymeric emulsifier and hydrogenated castor oil was used as solid
lipid. The particles were prepared using water/oil/water (w/o/w) emulsion with the organic
solvent chloroform. This work verified that PLGA was an efficient emulsifier for preparation
of protein encapsulated in SLN, enhancing encapsulation efficiency and loading capacity.
Another example was reported by Feczkó et al.10 In this study, BSA was encapsulated in
polylactic acid (PLA) nanoparticles/microparticles and the type (polyvinyl alcohol (PVA),
poloxamer, and polyvinyl pyrrolidone (PVP)) and amount of surfactant were evaluated.
The particles were prepared by the w/o/w emulsion method using dichloromethane. The
size, polidispersity index and encapsulation efficiency (70-90%) was influenced by
73
surfactant amount. Stable particles before and after the centrifugation process and with
high encapsulation efficiency were obtained with five times more PVA and 10 times more
poloxamer than the PLGA mass. Salmaso et al.11 produced solid lipid nanoparticles by a
supercritical gas-assisted melting atomization process using DMSO. The encapsulation
efficiency using this method was 80%.
Glutathione (GSH) is a natural tripeptide formed by the aminoacids gluthamine-
cysteine-glycine (Figure 1). This tripeptide is an important biologically active responsible
for oxidative process inhibition. Furthermore, GSH exhibit metabolic, catalytic and
transport functions. In the cell GSH protects against reactive species of oxygen and
xenobiotics such as free radicals12. As all peptide when administered without protection,
GSH is quickly degraded by γ-glutamyl-transpeptidase and γ-glutamyl-cyclotransferases,
resulting in low protection against free radicals13. Therefore, GSH encapsulation can
improve its stability. Lopedota et al.1 reported the encapsulation of GSH in cyclodextrins
and Eudragit RS 100 for transmucosal routes. The encapsulation efficiency was 15-24%
and the system exhibits efficient interaction with mucin, showing it to be a good carrier
delivery for GSH along transmucosal routes. Furthermore, this system did not exhibit
cytotoxicity to the HaCaT cell line.
Figure 1: Glutathione structure.
In this work two different kinds of nanoparticles were investigated for GSH
encapsulation (using GSH as a peptide model): PCL nanoparticles and in solid lipid
nanoparticles (SLN) with and without chitosan. Several parameters were modified to
improve the encapsulation efficiency and produce a good carrier system.
2. Materials and Methods
74
2.1. Particles Preparation
A. Polymeric Nanoparticle Preparation
The peptide (glutathione) was encapsulated in nanoparticles of poly(ε-caprolactone)
(PCL) by the double emulsion and solvent evaporation method.14 For this, an aqueous
phase of peptide (5 mg) with (poly(vinyl alcohol)) PVA (1% w/v), with or without NaCl was
added to an organic phase of ethyl acetate and PCL under high agitation in an Ultra-
turrax T18. After that, the emulsion was added to an aqueous phase with PVA (1%) and
NaCl under high agitation, forming the double emulsion water/oil/water/ (w/o/w). The
organic solvent was removed under low pressure and PCL nanoparticles were obtained.
B. Solid Lipid Nanoparticles (SLN)
b.1. Hot homogenization method
SLN were produced by hot high pressure homogenization with the lipid myristyl
myristate.15 The lipid was kindly donated by Croda (Brazil). The solid lipid with or without
peptide (5-50 mg) was heated to around 10 oC above its melting point. After, the mixture
was added to a hot aqueous solution of Pluronic F68 under high agitation in an Ultra-
turrax T18 to form a pre-emulsion. The pre-emulsion was homogenized using a Panda
2k (Niro Soavi, Italy) applying two homogenization cycles at 600 bar and cooled to form
the SLNs.
b.2. Double emulsion without organic solvent and hot homogenization method
An aqueous solution of peptide (55 mg) in water with Pluronic F68 (0.5%) was
added to melted solid lipid (myristyl myristate) under high agitation in the Ultra-turrax T18
to form a water in oil (w/o) emulsion. This emulsion was added to a hot aqueous solution
of Pluronic F68 under high agitation in the Ultra-turrax T18 forming a double emulsion
(w/o/w). This emulsion was homogenized using a Panda 2k (Niro Soavi, Italy) applying
two homogenization cycles at 600 bar and cooled to form the SLNs.
b.3. Hot homogenization method with chitosan
75
The solid lipid with or without peptide (55 mg) was heated to around 10 oC above its
melting point. After, the mixture was added to a hot aqueous solution of Pluronic F68 and
chitosan (Polymar, 105 g/mol, ~81% of deacetylation degree) (1% w/v) under high
agitation in the Ultra-turrax T18 to form a pre-emulsion. The pre-emulsion was
homogenized using a Panda 2k (Niro Soavi, Italy), applying two homogenization cycles at
600 bar and cooled to form the SLNs.
2.2 Lyophilization process
The particles were dryed by lyophilization. The dispersion was frozen with and
without cryoprotector and lyophilized. Two cryoprotectors were studied: maltose and
glucose in different concentrations (0-30% m/v).
2.3 Microscopy analysis
a) Scanning Electron Microscopy (SEM)
The particles were characterized by Scanning Electron Microscopy (SEM – Jeol
JSM-6360LV) at a voltage of 20 kV after prior coating with gold/palladium under vacuum
by sputtering using a BAL-TEC apparatus. Secondary electron images were obtained.
b) Atomic Force Microscopy (AFM)
The morphology of the particles was evaluated by Atomic Force Microscopy (AFM)
(SPM-9600, Shimadzu, Kyoto, Japan). The samples were prepared by depositing dilute
particles dispersions on freshly cleaved mica plates, followed by drying overnight at 25 oC.
The images were done in a dynamic mode, using commercial silicon cantilevers. The
resonance frequencies were 210–230 kHz.
2.4. Particle Size and Zeta Potential
The average particle size (number average size) and size distribution were measured
by photon correlation spectroscopy (PCS) (Nano ZS Zetasizer, Malvern Instruments Corp)
at 25 oC in polystyrene cuvettes with path length of 10 mm. The zeta potential was
76
measured in capillary cells with path lengths of 10 mm, using the Nano ZS Zetasizer.
Measurements were performed in distilled water adjusted with a solution of 0.1 mmoL/L
sodium chloride. The study of the effect of pH on the particle size and on the zeta potential
was made using a titrator (MPT-2, Malvern Instruments Corp) coupled with the NanoZS,
Zetasizer.
2.5 Encapsulation efficiency
The encapsulation efficiency of GSH encapsulated in the particles (SLN and PCL
nanoparticles) was determined by UV-VIS spectroscopy (Agilent 8453). For this the
glutathione was reacted with 5,5’-dithiobis(2-nitrobenzoic acid) (DTNB) to form 2-nitro-5-
thiobenzoic acid that exhibits a yellow color.16 The sample was measured at λ = 412 nm.
For encapsulation efficiency determination, 500 µL of particles dispersion were filtered in a
Microcon centrifugal filter device containing ultrafiltration membranes (MWCO 100,000,
Millipore). The filtrate was assayed to determine the concentration of the non-
encapsulated drug. Encapsulation efficiency (EE%) and loading capacity (LC%) were
calculated using the following equations17:
(EE%) = (mass of GSH encapsulated/mass of GSH total) x 100
(LC%) = (mass of peptide in the nanoparticles/mass of particles recovered) x100
2.6 In vitro release
In Falcon tubes, GSH or particles dispersion was added to phosphate buffer (PBS,
50 mM, pH 7.4). The peptide concentration in this study was 60 µM. The tubes were
maintained at 36.5 ± 0.5 oC and 120 rpm. At predetermined time intervals, samples (0.5
mL) were collected and analyzed through UV-VIS spectroscopy according to the method
described above. The volume removed was replaced with an equal volume of phosphate
buffer.18
2.7 Glutathione stability
77
Peptide stability under the conditions of particles production was studied. For this,
the temperature, pH and organic solvent influences on peptide stability were evaluated by
UV-VIS spectroscopy. To evaluate the temperature effect, the peptide was maintained for
10 minutes at 70 ºC (the same temperature used for SLN production). To evaluate the pH
effect, the peptide was kept at pH 4.0 for several days (the same pH as the chitosan
solution). To evaluate organic solvent influence, the peptide was maintained in ethyl
acetate for 15 minutes and after the peptide was extracted with water and analyzed by
UV-VIS spectroscopy.
3. Results and Discussion
Table 1 shows the results of SLN and PCL nanoparticles with GSH. The zeta
potential was negative for all particles without chitosan. Furthermore, NaCl addition
decreases the zeta potential of PCL nanoparticles. However, all formulations were stable
by 50 days. The zeta potential of SLN/chitosan was positive (+ 9.9) due the protonated
amino groups of the chitosan.19 This change in the charge (negative to positive) confirms
that chitosan on the surface of the particles.
The size of the particle depended on particles type and on the method used (Table
1). The PCL nanoparticles size and polydispersity index (PdI) (315 nm, 0.298) did not
change significantly with NaCl addition (306 nm, 0.262). For the solid lipid nanoparticles
the size did not change when the double emulsion method was used, but the PdI
increased two times. Probably, two stages in the emulsion formation form more
polydispersed particles than one stage. Furthermore, chitosan addition increases the
particles size and the PdI. Therefore, more polydispersed particles were obtained with
chitosan present.
Due to the lipophilic characteristics of the lipid and the polymer the interaction of
peptide with these materials is very weak, decreasing the encapsulation efficiency (EE).
For this reason, different methods and particles were studied. The encapsulation efficiency
(EE) was influenced by particles type and particle method production. In the PCL
nanoparticles produced by the water in oil in water double emulsion, the addition of NaCl
increased the EE from 0 % (without salt) to 35 % (with salt in both aqueous phases)
demonstrating the influence of NaCl. Due to the high solubility of peptide in water, the
78
addition of salt increases the ionic force changing the osmotic gradient and decreasing the
peptide migration to the external aqueous phase.20 However, the addition of NaCl only in
the external phase (without GSH) decreased the encapsulation efficiency (data not
shown). Therefore, for good EE it is necessary to add NaCl in both aqueous phases.
In the SLN the EE was 0 % when the traditional method was used, but the EE
increased to 10% when the double emulsion method without solvent was used. However
the highest EE was obtained when the SLN was covered or capped with chitosan. The
addition of chitosan in the aqueous phase before particles formation enhanced the drug-
covered material interaction, increasing its encapsulation. Furthermore, the cover of the
particles formed with chitosan was made without a second stage in the production. In this
case, the costs for this production are almost the same as without chitosan. Therefore, the
scale-up viability of this production procedure is important.
Table 1: Size, polydispersity index, zeta potential and encapsulation efficiency of PCL and
solid lipid nanoparticles with peptide.
Nanostructure Size
(nm)
Polydispersity
index
Zeta
Potential
(mV)
Encapsulation
efficiency
(%)
Loading
Capacity
(%)
PCL nanoparticles 315 0.298 -5.7 0 0
PCL nanoparticles
With NaCl
306.0 0.262 -0.634 35 3.0
SLN 156.6 0.164 -15.7 0 0
SLN (double
emulsion)
166.4 0.269 -17.2 10 0.10
SLN/Chitosan 346.0 0.528 + 9.9 35 0.32
3.1 Particles Morphology
The SEM images of the PCL nanoparticles showed spherical and homogeneous
particles. The same morphology was observed by AFM, as shown in Figure 2.
79
Figure 2: PCL nanoparticles morphology : A) SEM image x 27000, B) AFM topographic
image (Scan area was 5.00 x 5.00 µm2), C) 3D representation of the topography (Scan
area was 2.50 x 2.50 µm2).
The SEM images of the SLN were not possible to obtain due to the high vacuum
used in this technique. Therefore, the SLN morphology was evaluated only by AFM.
Figure 3 shows the SLN and SLN/chitosan with peptide. Spherical particles were observed
and the SLN/chitosan was larger than the SLN due to the chitosan around the solid lipid
nanoparticles. This size difference was confirmed by photon correlation spectroscopy as
shown above.
Figure 3: AFM topographic image of: A) SLN (Scan area was 5.00 x 5.00 µm2), B)
SLN/chitosan (Scan area was 10 x 10 µm2).
3.2 Glutathione stability
Peptide stability was evaluated using the particles preparation conditions. In the
case of PCL nanoparticles, the peptide was exposed to the organic solvent (ethyl acetate)
2.00 um 5.00 x 5.00 um
A B
C
239.59[nm]
0.005.00 um 10.00 x 10.00 um
175.09[nm]
0.002.00 um 5.00 x 5.00 um
A B
80
for 15 minutes, the time needed for particle formation. The peptide maintained its stability
as shown in Figure 4A. Ethyl acetate is less aggressive to peptides or proteins than other
solvents such as chloroform or dichloromethane.21 Thus, it is possible to encapsulate
peptides or proteins in polymeric nanoparticles maintaining their activities.
In the case of SLN, the GSH was exposed for 10 minutes to 70 ºC before coaling
the particles to room temperature. The peptide was stable in this temperature by over 10
minutes (Figure 4B). Furthermore, in the SLN/chitosan preparation the peptide is exposed
to lower pH (4.0), and this pH influenced peptide stability after 15 days (Figure 4C).
Therefore, in this case, the particles should be dried after formation or the pH needs to be
increased to 7.0 to maintain its stability.
The influence of pH on the particle size and zeta potential was also studied. The
size and zeta potential of PCL nanoparticles were not influenced significantly by pH, as
shown in Figure 5. However, the zeta potential of SLN-chitosan was influenced by pH due
to the chitosan on the particles surface. In this case, the zeta potential decreased rapidly
with the pH increase and the size increased slightly. After the pKa of chitosan (~6.5), the
zeta potential changed from positive to negative due to deprotonation of the chitosan
amino groups.22
Figure 4: Comparative graph of GSH stability in: A) ethyl acetate, B) temperature (70 ºC),
C) pH 4.
Before After0
20
40
60
80
100
% o
f GS
H
BeforeSolvent contact
After15 minutes in ethyl acetate
A
0 100
20
40
60
80
100
Time (minutes)
% o
f GS
H
B
0
20
40
60
80
100
5 150
Time (days)
% o
f GS
H
C
81
Figure 5: Influence of pH on particle size (- -) and in zeta potential (-o-): A) PCL
nanoparticles, B) SLN-Chitosan.
3.3 Lyophilization process
The production of solid formulations is necessary in some applications such as oral
administration. Furthermore, solid formulations could increase the drug and/or particles
stability for long periods. This is an important characteristic when the formulation is on the
market.23 Two drying methods are most commonly used: spray-drying and
lyophilization.24,25 The first one uses high temperatures (around 150 ºC or more) and this
temperature can degrade the drug. Peptides or proteins are sensitive to high temperature.
Thus, lyophylization was used in this work. The particles were lyophilized with and without
cryoprotector (maltose or glucose). Maltose was more efficient than glucose (data not
shown). In spite of the use of cryoprotector, in all case the particles size increased, but
with 10% of maltose the size increased only 35%. Thus, the best percentage, in both
cases (PCL nanoparticles and SLN-chitosan), of maltose was 10% as shown in Figure 6.
5,5 6,0 6,5 7,0 7,5 8,0 8,5 9,0 9,5
296
298
300
302
304
306
308
310
Siz
e (n
m)
pH
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
Zeta P
otential (mV
)
4 5 6 7 8 90
50
100
150
200
250
pH
Siz
e (n
m)
-9
-6
-3
0
3
6
9Z
eta Potential (m
V)
A B
82
Figure 6: Comparative graph of particle size before and after lyophilization with and
without cryoprotector (maltose).
3.4 In vitro Release
The in vitro release of GSH was influenced by the nanoparticle type. Figure 7
shows that GSH encapsulated in PCL nanoparticles was released faster than GSH
encapsulated in SLN-chitosan. Probably, the hydrophilic polymer (chitosan) controls GSH
release. Chellat et al.26 and Haidar et al.23 observed that the complexation of chitosan with
other polymers provides a protective effect for particle degradation exhibiting a longer
release of protein from the core. In 10 hours only 52% of GSH was release from SLN-
Chitosan. Furthermore, both release profile (GSH in PCL nanoparticles and in SLN-
chitosan) were different from GSH dissolution demonstrating that the GSH was inside the
particles.
Figure 7: Release profile of: Free GSH (- -), PCL-GSH (- -) and SLN-GSH (- -).
Before Without 5 % 10% 20% 30%0
200
400
600
800
1000
1200
1400 SLN/chitosan PCL nanoparticles
Siz
e (n
m)
lyophylization cryoprotector
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
0
20
40
60
80
100
SLN-GSH
PCL-GSH
Free GSH
% o
f GS
H r
elea
se
Time (hours)
83
4. Conclusion
The encapsulation of peptides and proteins is very important in many areas, mainly
in cosmetics and medicine. This encapsulation depends on the type of particles, the
particles production method and of hydrophobicity of the covered material. In the case of
solid lipid nanoparticles the encapsulation was 0% using the traditional method (oil/water
emulsion and homogenization). However, the encapsulation increased to 10% (0.10 of
loading capacity) (Table 1) when a double emulsion was used and increased to 35% (0.32
% of loading capacity) (Table1) when the tradition method was used in the presence of
chitosan. In the case of PCL nanoparticles the most important factor was addition of NaCl
in both the internal and external phases, resulting in 35% in encapsulation efficiency (3%
of loading capacity). The peptide was stable in all conditions of particles preparation
(temperature, solvent and pH). However, after 5 days at a lower pH a partial degradation
of GSH was observed. In this case, lyophilization was necessary to prevent this
degradation. However, to prevent particles aggregation during lyophylization a
cryoprotector (10% of maltose) was used. In the release study it was observed that GSH
release depended on the particles characteristics. GSH encapsulated in PCL
nanoparticles was released faster than GSH encapsulated in SLN-chitosan.
Peptide or protein encapsulation has many challenges, but it can be optimized with
different modifications such as the use of a hydrophilic polymer, the addition of salt in the
aqueous phase and the use of a double emulsion method. In addition, it is necessary to
study the in vivo application of these particles with peptides or proteins in order to choose
the best carrier system.
5. Acknowledgements
Supports from CAPES, FAPESP, the Brazilian Nanobiotechnology Network
(MCT/CNPq) and Brazilian Nanocosmetic Network (MCT/CNPq) are acknowledged.
6. References
84
1. A. Lopedota, A. Trapani, A. Cutrignelli, L. Chiarantini, E. Pantucci, R. Curci, E. Manuali,
G. Trapani, The use of Eudragit RS 100/cyclodextrin nanoparticles for the transmucosal
administration of glutathione. Eur. J. Pharm. Biopharm. 72, 509-520 (2009).
2. S. Namjoshi, Y. Chen, J. Edwards, H.A.E. Benson, Enhanced transdermal delivery of a
dipeptide by dermaportation. Biopolymers 90, 655-662 (2008).
3. A.J. Almeida, E. Souto, Solid lipid nanoparticles as a drug delivery system for peptides
and proteins. Adv. Drug Deliv. Rev. 59, 478-490 (2007).
4. J. Ma, P. Feng, C. Ye, Y. Wang, Y. Fan, An improved interfacial coacervation technique
to fabricate biodegradable nanocapsules of an aqueous peptide solution from polylactide
and its block copolymers with poly(ethylene glycol). Colloid Polym. Sci. 279, 387-392
(2001).
5. Y. Kasahara, Applications and prospective problems of peptides for cosmetic. Frag. J.
36, 28-32 (2008).
6. P. D. Marcato, N. Durán, New Aspects of Nanopharmaceutical Delivery Systems. J.
Nanosci. Nanotechnol. 8, 1-14 (2008).
7. N. Durán, A. De Oliveira, M.M.M. De Azevedo, In Vitro Studies on the Release of
Isoniazid Incorporated in poly(e-caprolactone). J. Chemother. 18, 473-479 (2006).
8. N. Durán, P.D. Marcato, C.M.S. Buffo, M.M.M. De Azevedo, E. Espósito, Poly(e-
caprolactone)/propolis extract: microencapsulation and antibacterial activity evaluation.
Pharmazie 62, 287-290 (2007).
9. S. Xie, S. Wang, B. Zhao, C. Han, M. Wang,W. Zhou, Effect of PLGA as a polymeric
emulsifier on preparation of hydrophilic protein-loaded solid lipid nanoparticles. Colloid
Surf. B-Biointerfaces 67, 199-204 (2008).
10. T. Feczkó, J. Tóth, J. Gyenis, Comparison of the preparation of PLGA–BSA nano- and
microparticles by PVA, poloxamer and PVP. Colloid Surf. A-Physicochem. Eng. Asp. 319,
188-195 (2008).
11. S. Salmaso, N. Elvassore, A. Bertucco, P. Caliceti, Production of Solid Lipid
Submicron Particles for Protein Delivery Using a Novel Supercritical Gas-Assisted Melting
Atomization Process. J. Pharm. Sci. 98, 640-650 (2009).
12. A. Lopedota, A. Trapani, A. Cutrignelli, V. Laquitanda, N. Denora, M. Franco, G.
Trapani, G. Liso, Effect of cyclodextrins on physico-chemical and release properties of
85
Eudragit RS 100 microparticles containing glutathione. J. Incl. Phenom. Macrocycl.
Chem. 57, 425-432 (2007).
13. A. Trapani, V. Laquintana, N. Denora, A. Lopedota, A. Cutrignelli, M Franco, G.
Trapani, G. Liso, Eudragit RS 100 microparticles containing 2-hydroxypropyl-β-
cyclodextrin and glutathione: Physicochemical characterization, drug release and transport
studies. Eur. J. Pharm. Sci. 30, 64-74 (2007).
14. F.T. Meng, G.H. Ma, W. Qiu, Z.G. Su, W/O/W double emulsion technique using ethyl
acetate as organic solvent: effects of its diffusion rate on the characteristics of
microparticles. J. Control. Release 91, 407-416 (2003).
15. P. D. Marcato, Preparation, characterization and application in drugs and cosmetics of
solid lipid nanoparticles. Rev. Eletronica Farmacia 6, 1-37 (2009).
16. I. Rahman, A. Kode, S. Biswas, Assay for quantitative determination of glutathione and
glutathione disulfide levels using enzymatic recycling method. Nat. Protoc. 1, 3159 -3165
(2007).
17. T. Govender, S. Stolnik, M.C. Garnett, S. Illum, S.S. Davis, PLGA nanoparticles
prepared by nanoprecipitation: drug loading and release studies of a water soluble drug.
J. Control. Release 57, 171-185 (1999).
18. N. Durán, M.A. Alvarenga, E.C. Da Silva, P.S. Melo, P.D. Marcato, Microencapsulation
of antibiotic rifampicin in poly(3-hydroxybutyrate-co-3-hydroxyvalerate). Arch. Pharm. Res.
31, 1509-1516 (2008).
19. O. Borges, G. Borchard, J. C. Verhoef , A. Sousa, H.E. Junginger, Preparation of
coated nanoparticles for a new mucosal vaccine delivery system. Int. J. Pharm. 299, 155-
166 (2005).
20. L. Peltonen, J. Aitta, S. Hyvönen, M. Karjalainen, J. Hirvonen, Improved entrapment
efficiency of hydrophilic drug substance during nanoprecipitation of poly(l)lactide
nanoparticle. AAPS PharmSciTech 5, 1-6 (2004).
21. C. Sturesson, J. Carlfors, Incorporation of protein in PLG-microspheres with retention
of bioactivity. J. Control. Release 67, 171-178 (2000).
22. M.A. Torres, M.M. Beppu, C.C. Santana, Characterization of chemically Modified
chitosan microspheres as Adsorbents using standard proteins (bovine serum albumin and
lysozyme). Braz. J. Chem. Eng. 24, 325-336 (2007).
86
23. Z.S. Haidar, R.C. Hamdy, M. Tabrizian, Protein release kinetics for coreeshell hybrid
nanoparticles based on the layer-by-layer assembly of alginate and chitosan on
liposomes. Biomaterials 29, 1207-1215 (2008).
24. C.P. Reis, R. J. Neufeld, A.J. Ribeiro, F. Veiga, Nanoencapsulation I. Methods for
preparation of drug-loaded polymeric nanoparticles. Nanomedicine: Nanotechnol., Biol.,
Med. 2, 8-21 (2006).
25. S.S. Guterres, R.C. R. Beck, A. R. Pohlmann, Spray-drying technique to prepare
innovative nanoparticulated formulations for drug administration: a brief overview. Braz. J.
Phys. 39, 205-209 (2009).
26. F. Chellat, M. Tabrizian, S. Dumitriu, E. Chornet, C.–H. Rivard, L.H. Yahia, Study of
biodegradation behavior of chitosan–xanthan microspheres in simulated physiological
media. J. Biomed. Mater. Res. Part B 53, 592-599 (2000).
87
Capítulo 2 – Encapsulamento da Benzofenona-3
88
89
1. Quantificação de BZ3
A construção da curva analítica para determinar a eficiência de encapsulamento da
benzofenona-3 foi realizanda utilizando HPLC de acordo com o item 3.4.A. O coeficiente
de correlação foi de 0,99 ( n= 3) (Figura 19). A equação da reta obtida foi y = -813,52441
+ 15239,12116x. A partir desta curva foi calculada a eficiência de encapsulamento da
benzofenona-3 nas micropartículas de PHBV.
0 10 20 30 40 500
200000
400000
600000
800000
1000000
Are
a
Concentração (mg/L)
Figura 19: Curva de calibração de BZ3.
2. Micropartículas de PHBV
Devido à insolubilidade do polímero PHBV em acetona, foi utilizado o método de
emulsão óleo em água (o/a) e evaporação de solvente no preparo das micropartículas de
PHBV. Inicialmente foi estudada a influência da variação da concentração de PHBV na
eficiência de encapsulamento, no rendimento e no diâmetro das partículas. Para isto,
duas diferentes massas de PHBV (50 mg e 100 mg – 10 e 20 mg/mL, respectivamente)
foram avaliadas. Neste estudo observou-se que o aumento da massa de PHBV em 2
vezes aumentou a eficiência de encapsulamento em 6 %, entretanto, diminuiu o
rendimento da preparação como mostra a Tabela 2.
90
Tabela 2: Influência da variação da massa de PHBV adicionada na preparação das
micropartículas.
Massa de PHBV
(mg)
Diâmetro (µm) Eficiência de
Encapsulamento (%)
Rendimento (%)
50 3,9 82 87
100 5,9 87 83
A morfologia das micropartículas de PHBV preparadas com 50 e 100 mg de
polímero foi estuda por MEV como mostra a Figura 20. As imagens foram obtidas após a
a secagem das partículas por liofilização. Nesta figura, pode-se observar micropartículas
esféricas e homogêneas independente da massa de polímero utilizada na preparação das
partículas. Entretanto, foi observado que as micropartículas preparadas com 100 mg de
PHBV (Figura 20 C,D) apresentaram um diâmetro maior (5,9 µm) em relação as
partículas preparadas com 50 mg de PHBV (3,9 µm) (Figura 20 A,B).
Figura 20: Micrografias de micropartículas de PHBV preparadas com: A, B) 50 mg de PHBV, C,D)
100 mg de PHBV.
A B
C D
91
A. Quantificação de PVA residual
O estabilizante PVA utilizado neste estudo, apesar de ser um excelente
estabilizante para as micropartículas, apresenta toxicidade dependendo da sua
concentração, sendo a LD50 (dose letal), via oral em ratos, igual a 14,7 g/kg (Youan e col.
2003). Em função disto, as partículas foram lavadas três vezes e o PVA residual foi
quantificado após as lavagens (Wang e col. 2005). Para a quantificação do PVA residual
foi, inicialmente, construída uma curva de calibração por espectroscopia UV-Vis de
acordo com o item 3.3.G. A O coeficiente de correlação em todos os casos foi de 0,99 (n=
3) (Figura 21). A equação da reta obtida foi y = -0,001100406 + 0,03444x.
0 3 6 9 12 15 18 210,0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
[ PVA ] (µg/mL)
Abs
orbâ
ncia
Figura 21: Curva de calibração do PVA.
A Tabela 3 mostra os resultados da quantificação do PVA nas diferentes preparações
das micropartículas de PHBV. Nesta tabela pode-se observar que todas as preparações
apresentaram PVA residual após as lavagens. Isto porque, independente do número de
lavagens, uma monocamada de PVA permanece nas micropartículas devido as ligações
irreversíveis do PVA com a camada de polímero na interface (Lee e col., 1999). As
partículas preparadas com 100 mg de PHBV apresentaram 50% menos PVA residual do
que as partículas preparadas com 50 mg de PHBV.
92
Tabela 3: Quantidade de PVA residual nas micropartículas produzidas com diferentes massas de
PHBV.
Partículas µµµµg de PVA/ mg de partícula
100 mg PHBV 54,0
50 mg PHBV 101,5
B. Liberação in vitro
A liberação in vitro da BZ3 encapsulada em micropartículas de PHBV preparadas
com 50 e 100 mg de PHBV foi estudada como mostra a Figura 22, sendo observada uma
rápida liberação (burst) nas primeiras 6 horas. Neste período, foram liberados 54 % de
BZ3 encapsulada em micropartículas preparadas com 50 mg de PHBV e 27 % de BZ3
das micropartículas com 100 mg de PHBV. Após o burst, o ativo encapsulado foi liberado
em uma taxa sustentada por até 50 horas. A rápida taxa inicial de liberação do ativo está
relacionada com a quantidade de ativo adsorvida na parede das partículas. Desta forma,
as partículas preparadas com 50 mg de PHBV apresentam maior quantidade de ativo
adsorvido na parede do que as partículas preparadas com 100 mg de PHBV. Além disto,
foi observado que a quantidade de polímero adicionado na preparação das partículas
influenciou na quantidade de BZ3 liberada. A BZ3 encapsulada em micropartículas
preparadas com 100 mg de PHBV foi liberada mais lentamente do que quando estava
encapsulada em micropartículas preparadas com 50 mg. Desta forma, no mesmo
intervalo de tempo, uma maior quantidade de BZ3 foi liberada das micropartículas
preparadas com 50 mg de PHBV (Figura 22). Entretanto, o perfil de liberação de BZ3 de
ambas as partículas foi diferente da dissolução da BZ3. Este resultado indica que o
fotoprotetor está ao menos parcialmente encapsulado nas micropartículas.
93
0 10 20 30 40 50
0
20
40
60
80
100
% d
e B
Z3
Libe
rada
Tempo (horas)
BZ3 livre Micro de PHBV(50mg)-BZ3 Micro de PHBV (100mg)-BZ3
Figura 22: Dissolução da BZ3 livre (curva preta) e liberação da BZ3 encapsulada em
micropartículas de PHBV preparadas com 50 mg de PHBV (curva vermelha) e 100 mg de PHBV
(curva verde).
C. Avaliação do bloqueio da radiação UV e determinação do Fator de
Proteção Solar (FPS)
A avaliação do bloqueio da radiação UV foi realizada em géis de carbopol puro ou
contendo BZ3 livre ou encapsulada em micropartículas de PHBV preparadas com 50 ou
100 mg de PHBV. O FPS foi calculado segundo o item 3.7 e os resultados estão
mostrados na Tabela 4. Nesta tabela observa-se que as micropartículas com 50 mg de
PHBV apresentaram FPS maior do que o da benzofenona livre, entretanto o mesmo não
aconteceu com as micropartículas com 100 mg de PHBV. Este resultado mostra a
influência do diâmetro das partículas no espalhamento da radiação UV, já que o diâmetro
médio das partículas preparadas com 50 mg foi de 3,9 µm e das preparadas com 100 mg
foi de 5,9 µm (Liu e col., 2007). Além disto, esta diferença pode ser atribuída a maior
quantidade de BZ3 adsorvida na parede das micropartículas com 50 mg de PHBV.
94
Tabela 4: Fator de proteção solar (FPS) da BZ3 livre e encapsulada em micropartículas de PHBV.
Formulação FPS
Micropartículas com 100 mg PHBV-BZ3 13,2
Micropartículas com 50 mg PHBV-BZ3 19,4
BZ3 Livre 16,0
D. Avaliação da permeação cutânea
Foram realizados ensaios in vitro de permeação cutânea da benzofenona-3 (BZ3)
livre (n=6) e encapsulada em micropartículas de PHBV preparadas com 100 mg de PHBV
(n=6). A Figura 23 mostra a quantidade de BZ-3 retida em cada parte da pele. Nesta
figura, pode-se observar que o encapsulamento da BZ3 em micropartículas de PHBV
reduziu significativamente a sua permeação na pele. Esta redução foi de ~66% na
epiderme, ~34% na derme e ~64% no fluido receptor. Este resultado demonstra a grande
vantagem do encapsulamento da benzofenona-3 por diminuir a sua permeação cutânea e
consequentemente a sua toxicidade.
Epiderme Derme Fluido Receptor0
4
8
12
16
20
BZ3 livre Micro de PHBV-BZ3
Figura 23: Distribuição da BZ3 livre e encapsulada em micropartículas de PHBV em diferentes
partes da pele.
E. Teste in vivo de alergenicidade
95
No estudo de alergenicidade in vivo, o aumento da espessura da orelha do
camundongo (edema) acima de 10% é considerado positivo, ou seja, presença de
sensibilização cutânea. O controle positivo (oxazolona) utilizado neste experimento
induziu um aumento do edema em 65,7% e 46,1% após 24 e 48 horas, respectivamente,
enquanto que as micropartículas de PHBV-BZ3 (preparadas com 100 mg de PHBV)
apresentaram aumento da espessura da orelha inferior a 10 % tanto em 24 horas como
em 48 horas (Figura 24). Este resultado indica que as formulações com as
micropartículas de PHBV-BZ3 não apresentam sensibilização cutânea podendo ser
utilizadas em formulações cosméticas.
Carbopol gel BZ3 PHBV-BZ3 oxazole0
1
2
3
4
10
20
30
40
50
60
70
24h 48h
% d
o ed
ema
Figura 24: Aumento percentual do edema das orelhas de camundongos (n =4).
3. Carreador lipídico nanoestruturado (CLN)
BZ3 também foi encapsulada em carreadores lipídicos nanoestruturados (CLN)
preparados com os lipídios sólidos CP (palmitato de cetila) e EC (ésteres cetílicos)
juntamente com o lipídio líquido triglicerídeos cáprico e caprílico. Não houve diferença
significativa no diâmetro e na eficiência de encapsulamento dos CLN com as NLS
preparadas com os mesmos lipídios como mostram a Tabela 5 e a Figura 25. Entretanto,
no caso das CLN houve um aumento do índice de polidispersidade em relação às NLS.
Este aumento pode ter sido ocasionado pela formação tanto de NLS quanto de CLN. Em
relação à estabilidade, tanto as NLS quanto os CLN mostraram estabilidade física durante
20 dias de análise como mostra a Figura 26A,B (n = 3). Entretanto, um aumento discreto
no diâmetro dos CLN foi observado neste período. Devido à alta estabilidade e alta
96
eficiência de encapsulamento das duas nanoestruturas, a continuidade dos estudos com
BZ3 foi realizada apenas com as NLS.
Tabela 5: Eficiência de encapsulamento de BZ3 em diferentes NLS e CLN.
Partículas Eficiência de Encapsulamento (%)
NLS (CP) 99,9
CLN (CP-Migliol) 99,9
NLS (EC) 99,9
CLN (EC-Migliol) 99,9
CP CP-Migliol EC EC-Migliol0
20
40
60
80
100
120
140
160
Diâ
met
ro (
nm)
0,08
0,12
0,16
0,20
0,24
0,28
Índice de Polidispersidade (P
dI)
Figura 25: Comparação do diâmetro e do índice de polidipersidade de NLS e CLN preparados
com diferentes lipídios.
Figura 26: Estabilidade das NLS e CLN preparadas com o lipídio sólido: A) Cetil Palmitato (CP),
B) Ésteres Cetílicos (EC).
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
NLS (EC) CLN (EC-Migliol)
Diâ
met
ro (
nm)
0 1 5 12 20
Dias
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
SLN (CP) CLN (CP-Migliol)
Diâ
met
ro (
nm)
Dias
2012510
A B
97
4. Nanopartículas de PCL e nanopartículas lipídicas sólidas (NLS)
BZ3 foi encapsulada em nanopartículas de PCL e em NLS como descrito no artigo
submetido para a revista Journal of Nanoscience and Nanotechnology em 2009 e no
proceeding (615) publicado na Acta Press do Congresso Nanotechnology and
Applications, Grécia, 2008.
98
99
Artigo: Nanostructured polymer and lipid carriers for sunscreen.
Biological effects and skin permeation
Marcato, PD1,*, Caverzan, J.1, Rossi-Bergmann, B2, Pinto, E.F.2, Machado, D.3, Silva,
R.A.3, Justos, G.Z.3,4, Ferreira, C.V.3, Durán N.1
1Institute of Chemistry, Biological Chemistry Laboratory, Universidade Estadual de
Campinas, P.O. Box 6154, Campinas-SP, CEP 13083-970, Phone: (55) 19 35213042,
Fax: (55) 19 3521 3023, Brazil, 2Institute of Biophysical Carlos Chagas Filho,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazil, 3Institute of Biology, Universidade
Estadual de Campinas, Brazil, 4Department of Biochemistry, Universidade Federal de São
Paulo, Brazil (*[email protected])
100
Abstract
The interest in developing new sunscreens is increasing due to the harmful effects of UV
radiation on the skin such as erythema, accelerated skin ageing (photoageing) and the
induction of skin cancer. However, many molecular sunscreens penetrate into the skin
causing photoallergies, phototoxic reactions and skin irritations. Then, the aim of this work
was the preparation and characterization of polymeric and solid lipid nanoparticles as
carriers of benzophenone-3 (BZ3) aiming to improve the safety of sunscreen products by
the increase of the sun protection factor (SPF), to decrease BZ3 skin penetration and to
decrease BZ3 concentration in sunscreen formulation. BZ3 was encapsulated in poly(ε-
caprolactone) (PCL) nanoparticles by the nanoprecipitation method and in solid lipid
nanoparticles (SLN) by the hot high pressure homogenization method. The particles were
stable for 40 days. The BZ3 encapsulated in PCL nanoparticles was released faster than
BZ3 encapsulated in SLN. The sun protector factor increased when BZ3 was
encapsulated in both nanostructures. However, BZ3 encapsulated in PCL nanoparticles
decreased its skin permeation more than SLN-BZ3. Furthermore, BZ3 encapsulated in
SLN did not exhibit cytotoxic or phototoxic effects in human keratinocytes (HaCaT cells)
and BABL/c 3T3 fibroblasts, whereas PCL nanoparticles with BZ3 showed phototoxic
potential in HaCaT cells. Nevertheless, BZ3 free and encapsulated in PCL nanoparticles
or SLN did not show allergic reactions in mice. Our results suggest that these
nanostructures are interesting carriers of sunscreen.
Keywords: Sunscreen, Benzophenone-3, Solid lipid nanoparticles, PLC nanoparticles.
101
Introduction
Photoprotection is an essential topic in daily life due to the worldwide decrease of
the ozone layer and the consequent increase in skin cancer, erythema and photoageing.1
Sunscreens were initially developed to protect against UVB radiation. In the 1990s,
compounds with UVA-absorbing ability also became available. The UVB radiation (290 to
320 nm) can cause skin burn and skin cancer and the UVA (320 to 400 nm) radiation can
cause the skin to lose elasticity and interferes with the immune system. Thus, sunscreens
with broad spectrum coverage are necessary. Due to the long-term and frequent use of
sunscreen, particular attention has been given to their efficiency and safety. Some UV
filters, e.g., benzophenone-3 (BZ3), can pass through the skin and reach the circulation
system. Janjua et al.2 studied the skin penetration of three sunscreens in humans
(benzophenone-3, octyl-methoxycinnamate and 3-(4-methylbenzylidene) camphor). In this
study all these sunscreens reached the systemic circulation, being detected in plasma and
urine within two hours after the application of 10 % of them. This characteristic may leave
the skin unprotected as well as increase the risk of phototoxic and photoallergic
reactions.3,4 Berne and Ross5 verified that 7.9 % of 355 patients exhibited 42 types of
allergic reactions when using sunscreens. Most patients were allergic to benzophenone-3.
Therefore, sunscreens with reduced concentrations of chemical UV filter, but maintaining
their effectiveness have been studied.6 Another investigated strategy is penetration
reduction of the chemical UV filter. For this, the viscosity of the sunscreen formulation can
be increased or the UV filter can be incorporated in a micro or nanostructure.4 Several
nanostructures have been studied, such as cyclodextrins, polymeric nanoparticles and
solid lipid nanoparticles.7
An important chemical UV filter is benzophenone-3 (BZ3), which exhibited a broad
absorption spectrum (UVB and UVA II region) (Figure 1). This filter is used in sunscreen in
concentrations up to 10 % alone or in combination with other UV filters. However, it has
been shown that after topical application, BZ3 reaches the circulation system and is
subsequently excreted in the urine and found in breast milk.8,2 Thus, BZ3 encapsulation
can reduce its skin permeation, as demonstrated in the literature. BZ3 was encapsulated
in modified poly(vinyl alcohol) (PVA) with fatty acids (FAs). These nanoparticles
decreased percutaneous absorption of BZ3 showing to be a good sunscreen carrier.9
102
Other nanostructures such as solid lipid nanoparticles (SLN) were investigated. Wissing
and Müller10 studied the encapsulation of BZ3 in nanostructured lipid carriers (NLC)
prepared with tripalmitate and Miglyol 812. A synergistic effect in the incorporation of
sunscreen in NCL was observed verifying that the amount of molecular sunscreen could
be decreased up to 50 % while maintaining the UV protection efficacy. Similar results were
obtained with SLN and NCL with carnauba wax.10,11 Furthermore, the photodegradation of
the sunscreen (trans-2-ethylhexyl-p-methoxycinnamate) was reduced by its encapsulation
in nanostructure (ethylcellulose and poly(D,L-lactide-co-glycolide) nanoparticles) as
described by Perugini et al.12. Similar results were verified by Paese et al.13 when BZ3
was encapsulated in PCL nanocapsules. Thus, these nanoparticles associated with BZ3
can increase the protection factor and decrease its concentration in sunscreen
formulations, thereby increasing the safety of these products. Therefore, the aim of this
work was to prepare and to characterize polymeric nanoparticles with polymer PCL and
SLN with lipid cetyl palmitate containing benzophenone-3 and to evaluate its in vitro
cytotoxicity and phototoxicity and its in vivo allergenicity.
Figure 1: Benzophenone-3 structure.
Methods
Solid Lipid nanoparticles (SLN) preparation
SLN were produced by hot high pressure homogenization.14 The solid lipid (cetyl
palmitate) used was kindly donated by Croda (Brazil). The solid lipid with or without
benzophenone-3 (BZ3) was heated to around 10 oC above its melting point. Afterwards,
the mixture was added to a hot aqueous solution of Pluronic F68 under high agitation in an
Ultra-turrax T18 to form a pre-emulsion. The pre-emulsion was homogenized using a
CH3O
OH O
103
Panda 2k (Niro Soavi, Italy), applying two homogenization cycles at 600 bar and cooled to
form the SLNs.
Polymeric nanoparticles preparation
Polymeric nanoparticles were prepared by the nanoprecipitation method with
poly(ε-caprolactone) (PCL) (MW 65000 g/mol) as covering material.15 The polymer (125
mg) and BZ3 were first dissolved in acetone (25 mL). The resulting organic solution was
poured into an aqueous solution of Tween 80 (0.3%) under high agitation in an Ultra-
turrax T18. Then, the acetone was removed under reduced pressure at 30 ºC and PCL
nanoparticles were obtained.
Atomic Force Microscopy (AFM)
The morphology of the SLN and PCL nanoparticles was evaluated by Atomic Force
Microscopy (AFM) (SPM-9600, Shimadzu, Kyoto, Japan). The samples were prepared by
depositing dilute particle dispersions on freshly cleaved mica plates, followed by drying
overnight at 25 oC. The images were done in a dynamic mode, using commercial silicon
cantilevers. The resonance frequencies were 210–230 kHz.
Particle Size and Zeta Potential
The average particle size (number average size) and size distribution were measured
by photon correlation spectroscopy (PCS) (Nano ZS Zetasizer, Malvern Instruments Corp,
UK) at 25 oC in polystyrene cuvettes with path length of 10 mm. The zeta potential was
measured in capillary cells with path lengths of 10 mm, using the Nano ZS Zetasizer.
Measurements were performed in distilled water adjusted with a solution of 0.1 mmoL/L
sodium chloride.
Encapsulation efficiency
104
The encapsulation efficiency of BZ3 encapsulated in SLN and in PCL nanoparticles
was determined by High Performance Liquid Chromatography (HPLC) on a Shimadzu
(CBM 20A) system with a multi-wavelength UV–VIS detector Shimadzu (SPD-20AV).16
The analysis was carried out at 25 oC on a C18 column (4.6mm × 250mm i.d., Varian) with
a similar pre-filter. The mobile phase consisted of methanol–water (80:20), filtered through
a 0.45 µm membrane filter (Millipore, USA) in the isocratic flow. The mobile phase was
continuously degassed before and during the use. The flow rate was 1.0 ml/min and the
detector was set at 380 nm. For the encapsulation efficiency determination, 500 mL of
particles dispersion were filtered in a Microcon centrifugal filter device containing
ultrafiltration membranes (MWCO 100,000, Millipore). The filtrate was assayed to
determine the concentration of the non-encapsulated drug. Encapsulation efficiency (%)
and loading capacity (LC%) were calculated using the following equations17:
(%) = (mass of BZ3 encapsulated/mass of BZ3 total) x 100
(LC%) = (mass of BZ3 in the nanoparticles/mass of particles recovered) x100
Cytotoxicity and Phototoxicity assay
The BALB/c 3T3 mouse embryo fibroblast cell line, obtained from the National
Institutes of Health (Baltimore, MD) and HaCaT human keratinocyte cell line, kindly
provided by Dr. Liudmila Kodach (Academic Medical Center, Amsterdam University), were
maintained in Dulbecco's modified Eagle's medium (DMEM) supplemented with 100 U/mL
penicillin, 100 µg/mL streptomycin and 10 % fetal bovine serum. Cells were grown in a
monolayer at 37 oC in a humidified atmosphere containing 5 % CO2.18 Cells (7x104 HaCaT
cells/mL) were seeded in 96-well plates and incubated for 24 h, when they formed half-
confluent monolayers. For each cell type, two plates were prepared: one for determination
of cytotoxicity (-UVA), and the other for determination of phototoxicity (+UVA). The cells
were washed twice with phosphate buffered saline (PBS), and treated with different
particles dispersion concentrations for 1 h. One plate was then exposed to a dose of 5
J/cm2 UVA (+UVA), at room temperature for 50 minutes, whereas the other plate was kept
in the dark (-UVA), under the same conditions. The radiation source was a 100 W
Bellarium S UVA lamp (Wolff System Technology Corporation; Kennesaw, GA) that has
105
the majority of its energy output between 300 and 420 nm. The emitted dose was
calculated using a UVA radiometer photodetector (Cole-Parmer Instrument Co.). At the
end of the irradiation period, cells were washed twice with PBS and incubated in culture
medium for 22 h. Cell viability was then determined by the neutral red uptake (NRU) as
described by Borenfreund and Puerner19. Control cells were treated with PBS only.
Thiourea and hematoporphyrin IX were used as negative and positive controls,
respectively. Neither cytotoxicity nor phototoxicity was observed for thiourea, whereas
hematoporphyrin presented only phototoxicity, with an IC50 value of 1.16 µmol L-1.
For prediction of phototoxic potential the concentration response curves
concurrently obtained in the presence (+UVA) and in the absence (-UVA) of UVA
irradiation were compared, usually at the IC50, as described by Spielmann et al.20
Preparation of gels containing free and encapsulated BZ3 in nanostructures
Carbopol 940® gels containing free or encapsulated BZ3 in SLN or PCL
nanoparticles were developed. At first, Carbopol gel (0.1%) with propyleneglycol (5%) was
prepared. Free BZ3 (1.6% w/w) or encapsulated BZ3 was then added to the Carbopol gel.
Sun protection factor (SFP)
Gels with free or nanoencapsulated sunscreen were dispersed in ethanol (25 mL)
to obtain a benzphenone-3 concentration of 23 µg/mL. Then, the dispersion was
homogenized in an ultrasonic bath for 5 minutes. After, the dispersion was analyzed by
UV-Vis spectroscopy (Agilent 8453). The SPF was calculated by the following equation21:
290
SPF = FC . ∑ EE (λ) . I (λ) . abs(λ)
320
where, FC = Correction factor (= 10), EE (λ) = erythematogenic effect of radiation in λ, I
(λ) = Intensity of solar light in λ, Abs (λ) = absorbance of sample in λ. The EE (λ) x I (λ)
are known and tabulated values for each wavelength.
106
Human skin permeation experiments
The studies of skin permeation were made over 24 h in a Franz diffusion cell with
human skin, donated from plastic surgery. Prior to use, the skin specimens were defrosted
and the full-thickness human skin or epidermis were then placed on Franz-type diffusion
cells, with nominal diffusion area of 2.52 cm2 and a receptor volume containing 10 mL of
phosphate buffer solution (pH 7.4) containing 5% of Tween 80. Gels with BZ3 (0.5 g of
gel) of each formulation: BZ3-loaded SLN and BZ3-loaded in PCL nanoparticles, were
used. The cells were kept at 32 ºC for 24 h. After this, the BZ3 amounts were measured in
epidermis/dermis by the tapping stripping method as described in the literature15 and in
receptor fluid by HPLC.
Allergenicity assay
In this study BALB/c mice with ages between 8 and 12 weeks were used and
mouse ear swelling was evaluated (n = 4).22,13 The mice were sensitized on 3 alternating
days (D-0, D-2 and D4) by topical application of 100 µL of formulation (Carbopol gel with
free or encapsulated BZ3) on dorsal skin. The animals were challenged 5 days after the
last sensitization dose with 25 µL of formulation on each dorsum ears. Oxazolone (0.5 %)
was used as positive control. The ear thickness (ear swelling) was measured with a
micrometer (Mitutoyo, Tokyo, Japan) after 24 and 48 h of application. An increase in ear
thickness of over 10% was considered a positive result. Percent ear swelling was
calculated by the following equation:
% increase in ear thickness = [(post-treatment ear thickness - pre-treatment ear
thickness)/pre-treatment ear thickness] × 100.
Results
Table 1 shows the results of SLN and PCL nanoparticles with and without BZ3. The
preparation method of both particles (SLN and PCL nanoparticles) showed to be
reproducible. Furthermore, the polydispersity index of all particles was smaller than 0.2,
107
suggesting that these particles were homogeneous. The zeta potential of all the
preparations, was negative but SLN exhibited a superficial charge larger (-33.2 mV) than
PCL nanoparticles (-9.5 mV). This difference can be related with the surfactant type.23
However, significant changes in the size and zeta potential of both nanostructures over a
period of 40 days at 4 oC were not observed (Figure 2). This result demonstrates that
these particles are good carrier systems.
Table 1: Results of size, polydispersity index, zeta potential, encapsulation efficiency and
loading capacity of PCL and solid lipid nanoparticles.
Nanostructure Size
(nm)
Polydispersity
Index
Zeta
Potential
(mV)
Encapsulation
efficiency
(%)
Loading
Capacity
(%)
PCL
nanoparticles
Without BZ3
117.5 0.149 -9.8 - -
PCL
nanoparticles
With BZ3
137.5 0.123 -9.5 99.2 12.0
SLN
Without BZ3
133.0 0.137 -29.7 - -
SLN
With BZ3
147 0.164 -33.2 99.9 16.7
108
Figure 2: Comparative graph of particles stability at 4 ºC: PCL nanoparticles-BZ3 (white
bars and - - line) and SLN (striped bars and - - lines).
The AFM image of the PCL nanoparticles (Figure 3A) and SLN (Figure 3B) showed
homogeneous and spherical particles. The encapsulation efficiency was high (around 99
%) independent of the nanostructure. The high encapsulation efficiency is due to high
affinity between BZ3 and the covering material due to the hydrophobicity characteristic of
these materials (UV filter, lipid and polymer). The encapsulation efficiency was not
significantly altered during 40 days after the preparation. This result shows that BZ3 was
not expulsed from the particles in this period.
Figure 3: A) AFM topographic image of PCL nanoparticles (scan area 1.5 x 1.5 µm2), B)
AFM topographic image of SLN (scan area 2.50 x 2.50 µm2).
In vitro release
0 10 20 30 40 500
25
50
75
100
125
150
Time (days)
Siz
e (n
m)
0,00
0,08
0,16
0,24
0,32
Polydispersity index
13.20[nm]
0.001.00 um 2.50 x 2.50 um
B
6.13[nm]
0.00500.00 nm 1.50 x 1.50 um
A
109
In the in vitro release study it was observed that BZ3 encapsulated in PCL
nanoparticles was released faster than BZ3 encapsulated in SLN (Figure 4). This
difference can be due to differences in nanoparticle crystallinity. Low crystallinity in the
particles can lead to an enhanced rate of release due, probably, to less resistance to drug
diffusion from the nanoparticles.24,25 Furthermore, both release profiles (BZ3 in PCL
nanoparticles and in SLN) were different from BZ3 dissolution, demonstrating that the BZ3
was inside the particles.
Figure 4: Release profile of: free BZ3 (- - - -), PCL-BZ3 ( ) and SLN-BZ3 (- -).
Phototoxicity assay
The photo-irritancy factor (PIF) can be calculated only if the concentration-response
curves obtained in the presence and the absence of UV-light drop below 50% of the
controls, because only in these cases two IC50 values (-UVA and +UVA) can be
determined with a cut-off value of PIF = 5 for phototoxic potential.20
PCL nanoparticles did not show phototoxic potential in 3T3 and HaCaT cells, as
predicted by the PIF values of 1.0 and 1.3, respectively (Figures 5A,B). In 3T3 cells, no
phototoxic potential was also predicted for BZ3 encapsulated in PCL nanoparticles, as a
PIF value of 4.0 was obtained (Figure 5A). In contrast, in HaCaT cells an IC50 value for
encapsulated BZ3 was only obtained in the presence of UVA (410 µmol L-1) (Fig. 5B).
When a chemical is only cytotoxic +UVA and is not cytotoxic when tested -UVA, the PIF
cannot be calculated, although this is a result indicating phototoxic potential. In these
0 20 40 60 80 1000
20
40
60
80
100
SLN-BZ3
PCL-BZ3
Free BZ3
% B
Z3
Rel
ease
Time (hours)
110
cases, the highest test concentration [Cmax (-UVA)] is used for calculation of the > PIF, and
a “> PIF” value >1 predicts phototoxic potential. This value is calculated by the following
equation:
)(
)(
50
max
UVAIC
UVACPIF
+
−=
Therefore, BZ3 encapsulated in PCL nanoparticles presented a phototoxic potential
in HaCaT cells as predicted by the “> PIF” value of 1.4.
In the case of BZ3 encapsulated in SLN, both IC50 (-UVA) and IC50 (+UVA) could
not be calculated due to the fact that the test samples did not show any cytotoxicity up to
the highest test concentrations in 3T3 and HaCaT cells (Figure 5C,D). This result shows
that SLN, with or without BZ3, can be used in cosmetic formulations without phototoxic
effects when exposed to UV radiation or cytotoxicity, as indicated by tests with the BALB/c
3T3 fibroblast and HaCaT human keratinocyte cell lines.
111
Figure 5: Cytotoxicity (gray bars) and phototoxicity (white bars) of: A) 3T3 cells treated
with PCL nanoparticles, B) HaCaT cells treated with PCL nanoparticles, C) 3T3 cells
treated with SLN, D) HaCaT cells treated with SLN.
Skin permeation
In the skin permeation study it was observed that BZ3 encapsulation decreased its
penetration into the skin. PCL nanoparticles decreased BZ3 skin permeation by 70 % in
the epidermis and dermis and 80 % in the receptor fluid. However, the skin permeation of
SLN-BZ3 was not significantly different from free BZ3 (Figure 6). This difference can be
due to particle flexibility. Borgia et al.26 verified that SLN increased the skin permeation of
nile red dye more than CLN. Bhalekar et al.27 also observed also that SLN enhanced skin
permeation of miconazole nitrate. However, the sun protector factor (SPF) was higher
when BZ3 was encapsulated in SLN than in PCL nanoparticles. The SPF of BZ3 was 16
while the SPF of BZ3 encapsulated in PCL nanoparticles and SLN were 18 and 21,
respectively. This synergistic effect is due to particle crystallinity. Particles with high
0
20
40
60
80
100
120
Cel
lula
r V
iabi
lity
(% o
f con
trol
) Phototoxicity Cytotoxicity
C 11.6 66 108.5 542.5 1085 C 6 34 56 280 560
PCL PCL-BZ3 C 11.6 66 108.5 542.5 1085 C 6 34 56 280 560
PCL PCL-BZ3
0
20
40
60
80
100
120
Cel
lula
r V
iabi
lity
(% o
f con
trol
)
Phototoxicity Cytotoxicity BA
C
0
20
40
60
80
100
120
140
SLN-BZ3 (µmol/L)SLN (µg/mL)280892 1790 56034108 179 56618C
Cel
lula
r V
iabi
lity
(% o
f con
trol
)
Phototoxicity Cytotoxicity
0
20
40
60
80
100
120
140
SLN-BZ3 (µmol/L)SLN (µg/mL)892 280 5601790108 34 56179 618C
Cel
lula
r V
iabi
lity
(% o
f con
trol
)
Phototoxicity Cytotoxicity D
112
crystallinity are able to scatter/reflect more incoming UV radiation increasing the SPF
more.11 This result is in agreement with release profile of BZ3 encapsulated as discussed
above. Therefore, it is possible to use less BZ3 while maintaining the same SPF. In this
case, a safer sunscreen formulation can be obtained.
Figure 6: Skin permeation of BZ3 free (squared bars) and encapsulated in SLN (white
bars) and in PCL nanoparticles (striped bars).
Allergenicity assays
In the study of allergenicity using mouse ear swelling it was observed that after
three topical applications in three alternate days, all formulations (Carbopol gel with BZ3
free or encapsulated in PCL nanoparticles or SLN) exhibited less than 10 % of ear
swelling after 24 hours and 48 hours, while oxazolone (as positive control) exhibited 65.7
% increased swelling after 24 hours and 46.1 % after 48 hours (Figure 7). This result
demonstrated that all formulations did not induce cutaneous sensitivity, indicating that they
can be used in cosmetic products. Similar results were described in the literature with
PCL nanocapsules with BZ3.13
Epidermis Dermis Receptor Fluid0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
Ret
aine
d A
mou
nt (
µg/
cm2 )
Free BZ3 SLN-BZ3 PCL-BZ3
113
Figure 7: Increase in ear thickness at 24 h (white bars) and 48 h (striped bars) post
application of formulation (Carbopol Gel, free BZ3 in Carpobol gel (Free BZ3), BZ3
encapsulated in PCL nanoparticles or SLN, both in Carbopol gel).
Conclusion
SLN and PCL nanoparticles were homogeneous and spherical as observed by
atomic force microscopy and scanning electron microscopy. In 40 days, the SLN and PCL
nanoparticles size as well as the encapsulation efficiency changed slightly, showing the
relative long-term stability of these particles. The encapsulation efficiency of BZ3 in the
nanoparticles was high (around 99%) independent of the particle type. The BZ3
encapsulation in PCL nanostructure decreased its skin permeation more than SLN-BZ and
both nanostructures increased the sun protector factor. Therefore, BZ3 will be on the
surface of the skin for a longer time where it is intended to act with larger SPF.
BZ3 encapsulated in PCL nanoparticles showed phototoxic potential only in HaCaT
cells while BZ3 encapsulated in SLN did not exhibit any toxic effects up to the highest test
concentrations in both cell types (3T3 and HaCaT). Furthermore, the BZ3 free or
encapsulated in PCL nanoparticles or SLN did not show allergic reactions in mice.
Our results suggest that these nanoparticles are interesting carriers of sunscreen
as demonstrated by the good stability, lower toxicity, lack of phototoxic effect in cells and
no allergic reaction in mice. In addition these particles, due to their crystallinity, can
scatter/reflect incoming UV radiation, increasing the SPF.
Carbopol gel BZ3 SLN-BZ3 PCL-BZ3 oxazole0
10
20
30
40
50
60
70
% o
f sw
ellin
g ea
r
24h 48h
114
Acknowledgements
Support from CNPq, FAPESP, the Brazilian Nanobiotechnology Network
(MCT/CNPq) and Brazilian Nanocosmetic Network (MCT/CNPq) are acknowledged.
References
1. J. J. Finlay-Jones and P. H. Hart, Mutat. Res.-Fundam. Mol. Mech. Mutagen. 422,
155 (1998).
2. N.R. Janjua, B. Kongshoj, A. M. Andersson and H.C. Wulf, J. Eur. Acad. Dermatol.
Venereol. 22, 456 (2008).
3. S. Simeoni, S. Scalia, R. Tursilli and H. Benson, J. Incl. Phenom. Macrocycl. Chem.
54, 275-(2006).
4. S. A. Wissing, and R. H. Müller, Int. J. Pharm. 242, 373 (2002).
5. B. Berne and A. Ros, Contact Dermatitis 38, 61 (1998).
6. M. V. R.Velasco, F. D. Sarruf, I. M. N. Salgado-Santos, C. A. Haroutiounian-Filho,
T. M. Kaneko and A. R. Baby, Int. J. Pharm. 363, 50 (2008).
7. P. Marcato, N. Durán, J. Nanosci. Nanotechnol. 8, 2216 (2008).
8. T. Felix, B. J. Hall and J. S. Brodbelt, Anal. Chim. Acta 371, 195 (1998).
9. B. Luppi, T. Cerchiara, F. Bigucci, R. Basile and V. Zecchi, J. Pharm. Pharmacol.
56, 407 (2004).
10. S. A. Wissing and R. H. Müller, Int. J. Pharm. 254, 65 (2003).
11. Q. Xia, A. Saupe, R. H. Müller and E. B. Souto, Int. J. Cosmet. Sci. 29, 473 (2007).
12. P. Perugini, S. Simeoni, S. Scalia, I. Genta, T. Modena, B. Conti and F. Pavanetto,
Int. J. Pharm. 246, 37 (2002).
13. K. Paese, A. Jaeger, F. S. Poletto, E. F. Pinto, B. Rossi-Bergmann, A. R. Pohlmann
and S. S. Guterres, J. Biomed. Nanotechnol. 5, 240 (2009).
14. P. D. Marcato, Rev. Eletronica Farmacia 6, 1 (2009).
15. M. P. Alves, A.L. Scarrone, M. Santos, A. R. Pohlmann and S. S. Guterres, Int. J.
Pharm. 341, 215 (2007).
16. V. Sarveiya, S. Risk and H. A. E. Benson, J. Chromatogr. B 803, 225 (2004).
115
17. T. Govender, S. Stolnik, M. C. Garnett, S. Illum and S. S. Davis., J. Control.
Release 57, 171 (1999).
18. P. S. Melo, M. M. M. De Azevedo, L. Frungillo, M. C. Anazetti, P. D. Marcato and N.
Durán, J. Biomed. Nanotechnol. 5, 192 (2009).
19. E. Borenfreund and J. A. Puerner, Toxicol. Lett. 24, 119 (1984).
20. H. Spielmann, M. Balls, J. Dupuis, W. J. W. Pape, G. Pechovitch, O. De Silva, H.
G. Holzhütter, R. Clothier, P. Desolle, F. Gerberick, M. Liebsch, W. W. Lovell, T.
Maurer, U. Pfannenbecker, J. M. Potthast, M. Csato, D. Sladowski, W. Steiling and
P. Brantom, Toxicol. Vitro 12, 305 (1998).
21. J. S. Mansur, M. N. R. Breder and Mansur, M.C.A, An. Bras. Dermatol. 61, 121
(1986).
22. N. Osborne, A. Seawright and G. Shaw, Harmful Algae 7, 584 (2008).
23. G. B. Jacobson, R. Shinde, C. H. Contag and R. N. Zare, Angew Chem. Int. Ed.
Engl. 47, 7880 (2008).
24. B. R. Conway, J. E. Eyles and H. O. Alpar, J. Control. Release 49, 1 (1997).
25. N. Gangrade and J. C. Price, J. Microencapsul. 8, 185 (1991).
26. S. L. Borgia, M. Regehly, R. Sivaramakrishnan, W. Mehnert, H. C. Korting, K.
Danker, B. Röder, K.D. Kramer, and M. Schäfer-Korting, J. Control. Release. 110,
151 (2005).
27. M. R. Bhalekar, V. Pokharkar, A. Madgulkar, N. Patil and N. Patil, AAPS
PharmSciTech 10, 289 (2009).
116
117
Proceeding: Solid lipid nanoparticles as sunscreen carrier system and
its toxicity in zebrafish embryos
Marcato, P.D.1,*; Adami, L.F.1; Caverzan, J.1; Huber, S.C.1, Misset, T.2; den Hertog, J.2;
Ferreira, C.V.2; Durán, N.1
1 Instituto de Química, Universidade Estadual de Campinas, P.O. Box 6154, Campinas-
SP, CEP 13083-970, Brazil, 2Hubrecht Institute, Uppsalalaan 8, 3584, Utrecht, The
Netherlands. 3Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Brazil,
*e-mail: [email protected]
ABSTRACT
The interest in developing the new sunscreens is been increasing in the last years due to
the harmful effects of UV radiation on the skin such as erythema, accelerated skin ageing
(photoageing) and the induction of skin cancer. In this way, nanostructures have being
used in sunscreen formulation. Submicron emulsions, nanospheres, nanocapsules,
liposomes and solid lipid nanoparticles are some of the nanostructures applied in
sunscreen. The aim of this work was preparation and characterization of the solid lipid
nanoparticles as carrier of the benzophenone-3 (sunscreen) with the main goals to reduce
the penetration of this sunscreen into the skin and its effective concentration.The
benzophenone-3 was encapsulated in solid lipid nanoparticles by hot high pressure
homogenization method. The particles were characterized in terms of morphology,
encapsulation efficiency and in vivo toxicity by Zebrafish embryos as a model.
KEY WORDS
Solid lipid nanoparticles, sunscreens, toxicity, Zebrafish embryos.
118
1. Introduction
Sunscreen products are widely used to protect the skin against the harmful effects of
exposure to UV radiation. Sunscreen with broad spectrum against UVA (320–400 nm) and
UVB (290–320 nm) irradiation and with high protection factor (more than 15) are protective
against many of the acute and chronic effects of UV irradiation, including erythema,
photoageing and skin cancer [1]. Due to the long-term and frequent use, particular
attention has being given to their efficiency and safety. Some UV filters, e.g.
benzophenone-3, could pass through the skin and reach the systemic circulation. This
characteristic may leave the skin unprotected as well as increase the risk of phototoxic
and photoallergic reactions [2,3]. Benzophenone-3 is an UV filter used in sunscreen in
concentrations of up to 10 % alone or in combination with other UV filters [4]. In human
volunteers, it has demonstrated that the benzophenone-3 is systemically absorbed after
topical application and subsequently excreted in the urine and breast milk. Several
strategies have been investigated to reduce the skin penetration of this UV filter, for
instance, an increase of the formulation viscosity, incorporation of the UV filter in
nanoparticles or complexation with cyclodextrins [3]. Benzophenone-3 was encapsulated
in modified poly(vinyl alcohol) (PVA) with fatty acids (FAs). These nanoparticles
decreased percutaneous absorption of benzophenone-3 by the skin, showing to be a good
system to carry sunscreen [5]. Other nanostructures investigated were the solid lipid
nanoparticles (SLN). In addition, these nanoparticles are being investigated as physical
filters to sunscreen due to their crystalline properties and their ability of
scattering/reflecting UV radiation. Wissing and Müller [6] studied the encapsulation of
benzophenone-3 in nanostructured lipid carriers (NLC) prepared with tripalmitate and
Miglyol 812. A synergistic effect in the incorporation of sunscreen in NCL was observed,
verifying that the amount of molecular sunscreen could be decreased up to 50 % while
maintaining the UV protection efficacy. Similar results were obtained with SLN [7].
Furthermore, the photodegradation of the sunscreen was also reduced by its
encapsulation in nanostructure as described by Perugini et al. [8]. Thus, these
nanoparticles associated with benzophenone-3 (BZ) can increase the protection factor
and decrease the benzophenone-3 concentration in sunscreen formulation and increase
the safety of these products. Therefore, the aim of this work was to prepare and to
119
characterize SLNs with cetyl esters containing benzophenone-3 and to evaluate its in vivo
toxicity in zebrafish embryos.
2. Methods
Solid Lipid nanoparticles (SLNs) preparation
SLNs were produced by hot high pressure homogenization. The solid lipid (cetyl
esters) used was kindly donated by Croda (Brazil). The solid lipid cetyl esters with or
without benzophenone-3 (BZ) was heated to around 10 oC above its melting point (47 oC).
After, the mixture was added in the hot aqueous solution of Pluronic F68 under high
agitation (6.000 rpm) to form a pre-emulsion. The pre-emulsion was homogenized using a
Panda 2k (Niro Soavi, Italy), applying two homogenization cycles at 600 bar and cooled to
form the SLNs.
Nanoparticles Characterization
Atomic force microscopy (AFM)
The morphology of the SLN was evaluated by Atomic Force Microscopy (AFM) (SPM-
9600, Shimadzu, Kyoto, Japan). The samples were prepared by depositing diluted SLN
dispersion on freshly cleaved mica plates, followed by drying overnight at 25 oC. The
images were done in a dynamic mode, using commercial silicon cantilevers and the
resonance frequencies were 210–230 kHz.
Particle Size and Zeta Potential
The average particle size (number average size) and size distribution were measured
by photon correlation spectroscopy (PCS) (Nano ZS Zetasizer, Malvern Instruments Corp,
UK) at 25 oC in polystyrene cuvettes with path length of 10 mm. The Zeta Potential was
measured in capillary cells with path length of 10 mm, using the Nano ZS Zetasizer.
120
Measurements were performed in distilled water adjusted with a solution of 0.1 mmoL/L
sodium chloride.
Differential Scanning Calorimetry (DSC)
Differential scanning calorimetry (DSC) was performed on DSC-Q10 (TA instruments).
A heating rate of 10oC/min in the temperature range from -20 oC to +70 oC was employed.
An empty aluminum pan was used as reference standard. Analysis was carried out under
nitrogen purge. The recrystallization index (RI) was calculated as describe by Liu et al. [9]:
RI (%) = EnthalpySLN dispersion × 100
Enthalpybulk materials ×Concentrationlipid phase
Encapsulation efficiency
The encapsulation efficiency of benzophenone-3 encapsulated in SLN was determined
by High Performance Liquid Chromatography (HPLC) on Shimadzu (CBM 20A) with multi-
wavelength UV–VIS detector Shimadzu (SPD-20AV). The analysis was carried out at 25 oC on a C18 column (4.6mm × 250mm i.d., Varian) with a pre-filter. The mobile phase
consisted of methanol–water (80:20), filtered through a 0.45 µm membrane filter (Millipore,
USA) in isocratic flow. The mobile phase was continuously degassed before and during
the use. The flow rate was 1.0 ml/min and the detector was set at 380 nm. SLN was
filtrated in a Microcon centrifugal filter device containing ultrafiltration membranes (MWCO
100,000, Millipore). An aliquot of the above suspension was added to the sample reservoir
and centrifuged during 10 min at 7.300 rpm. The filtrate was assayed to determine the
concentration of the non-encapsulated drug.
Toxicity Assay
The toxicity of SLN and SLN-BZ was evaluated in vivo by using zebrafish embryos as
a model. In this experiment zebrafish embryos were collected and arrayed by pipette, five
embryos per well, in 12-well plates containing 2 mL embryo medium (60 mg/L sea salt).
121
Test compounds (BZ and SLNs) were added to the embryo medium from 6 to 48 h post
fertilization (hpf) (42 h exposure). The effects of SLN and SLN-BZ on the zebrafish were
followed by observation under the microscope and the phenotype evaluation was carried
out after dechorionating by forceps.
3. Result and Discussion
The SLN and SLN-BZ sizes were 149 nm and 155 nm, respectively. The polydispersity
index was smaller than 0.2 in the both cases, suggesting that these particles were
homogeneous. There was no significant change in the particle surface charge when we
compared SLN (-37.2 mV) with SLN-BZ (-41.1 mV). The effect of storage time on the size
distribution of the SLNs was studied over a period of 50 days at 4 oC. The Figure 1 shows
the mean PCS particles diameter. The slight change with storage time was observed in
this Figure. This result showed that the SLN produced with cetyl esters were stable and
homogeneous, demonstrating to be a good carrier system.
Comparing to SLNs, we observed an increase in the SLN-BZ particle size. This result
confirms the presence of benzophenone-3 in these particles. The encapsulation efficiency,
measured by HPLC, was 98%. This efficiency was no significantly altered during 50 days
after the preparation.
0 10 20 30 40 500
40
80
120
160
Siz
e (n
m)
Days
SLN SLN-BZ
Figure 1: Stability of SLN and benzophenone-3 loaded SLN on particle diameter at 0, 5,
25, 30 and 50 days.
Homogeneous and spherical particles were observed in the AFM analysis as shown in
the Figure 2.
122
Figure 2: AFM images of SLN-Benzophenone-3: A) topographic image and B) 3D
representation of the topography (Scan area was 1.25 x 1.25 µm2).
DSC analysis showed that the crystallization behaviour of SLN differs from the bulk
lipid. The DSC heating curves of the SLN were broadened and the melting point was
smaller compared to the lipid bulk (Figure 3, Table 1). This reduction can be explained by
the colloidal dimensions of the particles in the nanometer range, by their high specific
surface area, known as Kelvin effect, and by the presence of surfactant [10]. The
broadening of the heating peak and the reduction of the melting point indicate an
increased number of lattice defects [11].
Table 1: Melting parameters and recrystallization index (RI) of lipid and SLN.
Material Enthalpy
(J/g)
Melting
Point (oC)
RI (%)
Lipid 137,6 50,2 100
SLN 84,51 49,3 76,8
18.83[nm]
0.00500.00 nm 1.25 x 1.25 um
A B
123
20 40 60 80
Temperature (oC)
Endo
SLN
Lipid
Figure 3: Differential Scanning Calorimetry curves of bulk lipid and solid lipid
nanoparticles (SLN).
The zebrafish is emerging as a versatile model system for analyzing the a broad
spectrum of substances including nanoparticles [12,13]. Toxicity study indicated the death
of all embryos when benzophenone-3 was tested in the concentrations of 30, 50 and 500
µM. Importantly the SLN-BZ did not exhibit any toxic effect even when benzophenone-3
concentration was 550 µM, and no developmental alterations of zebrafish were observed.
These results indicated a reduction of the potential for skin damage induced by
encapsulated benzophenone-3 in SLN.
Figure 4: Representative micrograph of zebrafish embryo, after dechorionating, used in
the toxicity assays.
4. Conclusions
SLNs produced with cetyl esters were homogeneous and spherical as observed by
atomic force microscopy. In 50 days, the SLN size and encapsulation efficiency changed
slightly showing relative long-term stability of these particles. The encapsulation efficiency
124
of benzophenone-3 in the nanoparticles was high (98 %) and the SLN size increased
when benzophenone-3 was encapsulated. DSC measurements suggested that
triglycerides are in the β form in SLN and an increased number of lattice defects were
indicated by the alteration in the heating peak and in the melting point. Furthermore, this
nanostructure decreases the risks of skin damage provoked by benzophenone-3 as
suggested by the toxicity assays in zebrafish embryos. Our results suggest that these
nanoparticles are interesting carriers of sunscreen as demonstrated by the good stability
and lower toxicity. In addition the fact that these SNLs can be produced in large scale and
the crystalline of the nanoparticles can scatter/reflect incoming UV radiation, also indicated
the potential of these nanoparticles in the cosmetic area.
Acknowledgements
Thanks to CNPq, FAPES and Nanocosmetics Network MCT/CNPq for financial
supports.
References
[1] J.J. Finlay-Jones, P.H. Hart. Photoprotection: sunscreens and the immunomodulatory
effects of UV irradiation. Mutation research-fundamental and molecular mechanisms of
mutagenesis, 422 (1), 1998, 155-159.
[2] S.A. Wissing, R.H. Müller. The development of an improved carrier system for
sunscreen formulations based on crystalline lipid nanoparticles. International Journal of
Pharmaceutics, 242 (1-2), 2002, 373-375.
[3] S. Simeoni, S. Scalia, R. Tursilli, H. Benson. Influence of Cyclodextrin Complexation on
the in vitro Human Skin Penetration and Retention of the Sunscreen Agent, Oxybenzone.
Journal of Inclusion Phenomena and Macrocyclic Chemistry, 54 (3-4), 2006, 275-282.
[4] N.R. Janjua, B. K., A.M. Andersson, H.C. Wulf. Sunscreens in human plasma and urine
after repeated whole-body topical application. Journal of the European Academy of
Dermatology and Venereology, 22 (4), 2008, 456-461.
[5] B. Luppi, T. Cerchiara, F. Bigucci, R. Basile and V. Zecchi. Polymeric nanoparticles
composed of fatty acids
125
and polyvinylalcohol for topical application of sunscreens. Journal of Pharmacy and
Pharmacology, 56 (3), 2004, 407-411.
[6] S.A. Wissing, R.H. Müller. The development of an improved carrier system for
sunscreen formulations based on crystalline lipid nanoparticles. International Journal of
Pharmaceutics, 242 (1-2), 2002, 373-375.
[7] S. A. Wissing, R.H. Müller. Cosmetic applications for solid lipid nanoparticles (SLN).
International Journal of Pharmaceutics, 254 (1), 2003, 65-68.
[8] P. Perugini, S. Simeoni, S. Scalia, I. Genta, T. Modena, B. Conti, F. Pavanetto. Effect
of nanoparticle encapsulation on the photostability of the sunscreen agent, 2-ethylhexyl-p-
methoxycinnamate. International Journal of Pharmaceutics, 246 (1-2), 2002, 37-45.
[9] J. Liu, T. Gong, C. Wang, Z. Zhong, Z. Zhang. Solid lipid nanoparticles loaded with
insulin by sodium cholate-phosphatidylcholine-based mixed micelles: Preparation and
characterization. International Journal of Pharmaceutics, 340 (1-2), 2007, 153-162.
[10] G. Suresh, K. Manjunath, V. Venkateswarlu, V. Satyanarayana. Preparation,
Characterization, and In Vitro and In Vivo Evaluation of Lovastatin Solid Lipid
Nanoparticles. AAPS PharmSciTech, 8 (1), 2007, E1-E9.
[11] K. Westesen, B. Siekmann, M.H.J Koch., Investigations on the physical state of lipid
nanoparticles by synchrotron radiation X-ray diffraction. International Journal of
Pharmaceutics, 93 (1-3), 1993, 189-199.
[12] J. den Hertog. Chemical genetics: Drug screens in Zebrafish. Bioscience Reports, 25
(5-6), 2005, 289-297.
[13] C.Y. Usenko, S.L. Harper, R.L.Tanguay. Fullerene C60 exposure elicits an oxidative
stress response in embryonic zebrafish. Toxicology and Applied Pharmacology, 229 (1),
2008, 44-55.
126
5. Análise de Calorimetria Diferencial de Varredura (DSC)
Foi realizada uma análise de DSC de todos os lipídios estudos neste trabalho e do
estabilizante como mostra a Tabela 6. A partir dos dados de fusão dos lipídios foram
selecionadas as temperaturas de preparação das NLS sendo utilizado 10 oC acima da
temperatura de fusão do lipídio.
Tabela 6: Temperatura de fusão e de cristalização dos lipídios e do estabilizante utilizado
na preparação das nanopartículas lipídicas sólidas.
Material Tf (oC) Tc (
oC)
Palmitato de cetila 55,3 44,5
Ésteres cetílicos 50,2 40,2
Ácido Esteárico 61,5 49,8
Pluronic F68 54,8 34,6
A analise de calorimetria diferencial de varredura também foi realizada com as NLS
preparadas com o lipídio palmitato de cetila (PC). A Figura 27 mostra os termogramas
obtidos neste estudo. Os valores de temperatura de fusão dos materiais utilizados na
preparação das NLS assim como de entalpia e o índice de recristalização (IR) estão
descritos na Tabela 7. Nesta tabela observa-se que houve uma redução da temperatura
de fusão das NLS comparado com o lipídio puro. Esta redução pode ser explicada pelo
reduzido diâmetro das partículas na faixa nanométrica, pela alta área superficial e pela
presença de estabilizantes (Suresh e col., 2007). Kelvin verificou que pequenas partículas
isoladas apresentam uma redução da temperatura de fusão em relação ao material puro.
Isto é conhecido como pré-fusão. De acordo com a equação de Gibbs-Thomson, a
diminuição do ponto de fusão é proporcional a curvatura 1/r da nanopartículas esférica e
ao calor latente de fusão ∆Hm (Jesser e col., 2004, Suresh e col., 2007). Além disso,
observa-se na Tabela 6 uma redução do índice de recristalização (IR) das NLS em
relação ao lipídio puro indicando que uma fração do lipídio não está completamente
cristalizada. O índice de recristalização (IR) tem efeito na estabilidade das dispersões de
NLS (Liu e col., 2007). Em geral, dispersões com alto IR mostraram acelerado
crescimento do diâmetro das partículas com o tempo (baixa estabilidade). Enquanto que
127
dispersões de NLS com baixo IR apresentaram alta estabilidade física (Freitas e Müller,
1999). Desta forma, quanto menor o IR maior será a estabilidade das partículas.
O pico endotérmico da BZ3 não apareceu no termograma das NLS. A ausência
deste pico pode estar relacionada com a modificação polimórfica da BZ3 vista que este
ativo pode estar nas formas polimórfica mais estável α ou menos estável β e
adicionalmente pode existir na forma vítrea X (Davydova e col., 2000). Duas rampas de
aquecimento e resfriamento da BZ3 livre foram realizadas. Neste estudo foi observado
um pico endotérmico em ~ 64 ºC apenas na primeira rampa de aquecimento sendo que
na segunda rampa de aquecimento não foi verificado nenhum pico endotérmico. Desta
forma a ausência do pico endotérmico da BZ3 no termograma das NLS não pode ser
atribuída a BZ3 monodispersa nas NLS, mas sim devido a suas formas polimórficas.
Figura 27: Termogramas do: A) lipídio palmitato de cetila (curva preta), Pluronic F68 (curva
vermelha) e benzofenonana-3 (BZ3) (curva azul), B) NLS com BZ3 (curva laranja) e do lipídio
palmitato de cetila (curva preta).
20 30 40 50 60 70 80
T (oC)
Endo
Lipídio puro
NLS-BZ3
20 30 40 50 60 70 80
T (ºC)
Endo
BZ3
Pluronic F68
Lipídio puro
A B
128
Tabela 7: Valores de temperatura de fusão, entalpia e índice de recristalização (IR) dos materiais
utilizados na preparação das NLS.
Material Tf (oC) Entalpia (J/g) IR (%)
Palmitato de cetila 55,3 182,7 100
Pluronic F68 54,8 - -
BZ3 64,2 - -
NLS-BZ3 54,0 114,6 78,4
6. Citotoxicidade em fibroblastos V-79
O encapsulamento da BZ3 em NLS de palmiltato de cetila diminuiu tanto a sua
citotoxicidade lisossomal (ensaio de vermelho neutro-VN) como a mitocondrial (ensaio de
MTT). O IC50 da BZ3 livre foi de 107 µM e 580 µM para os ensaios de MTT e VN,
respectivamente. Entretanto, a BZ3 encapsulada em NLS exibiu IC50 de 1000 µM para o
ensaio de MTT e de 970 µM para o ensaio de VN. Portanto, o encapsulameto da BZ3 em
NLS reduziu a citotoxicidade lisossomal da BZ3 em ~40% e a mitocondrial em ~90%
demonstrando uma grande vantagem deste encapsulamento.
7. Estudo de AFM da pele
Foi realizado um estudo preliminar com a pele humana antes e após e experimento
de permeação cutânea em célula de difusão de Franz. Este estudo foi realizado com as
NLS-BZ3 para verificar a distribuição das partículas sobre a pele após 24 horas de
experimento. As Figuras 28 e 29 mostram as imagens de AFM da pele antes e após o
experimento de permeação cutânea, respectivamente.
Na Figura 28 observa-se que a pele humana é irregular e com a presença de
poros como mostrado na imagem de contraste de fase (Figura 28C). Na Figura 29
129
observa-se que as NLS não estão homogeneamente distribuídas na pele devido,
provavelmente a maneira de passar o creme com NLS no experimento de célula de
difusão de Franz. Além disso, observa-se que estas se aglomeraram formando um filme
sobre a pele (Figura 29 E,F). A formação deste filme é importante na minimização da
perda de água transepidermal aumentando dessa forma a hidratação da pele e
consequentemente minimizando o envelhecimento precoce (Wissing e Müller, 2003).
Figura 28: Imagem de AFM: A) e B) Representação em 3D da topografia de pele humana, C)
Imagem de contraste de fase da pele humana.
2.41[V]
-2.481.00 um 3.00 x 3.00 um
Pele Humana
A B
C
130
Figura 29: Imagem de AFM: A), C) e E) Representação em 3D da topografia de pele humana
após experimento de permeação cutânea com NLS-BZ3, B) D) e F) Imagem de contraste de fase
da pele humana após experimento de permeação cutânea com NLS-BZ3.
-0.51[V]
-5.352.00 um 5.00 x 5.00 um
Pele Humana com SLN 22/09/07
A B
-1.38[V]
-5.361.00 um 2.50 x 2.50 um
Pele Humana com SLN 22/09/07
CD
E
2.01[V]
-2.29500.00 nm 1.25 x 1.25 um
Pele Humana com SLN 22/09/07
F
131
Capítulo 3 – Nanopartículas de Prata
132
133
1. Produção de Nanopartículas de Prata
A produção das nanopartículas de prata foi realizada pelo método biossíntético
utilizando o fungo Fusarium oxysporum. A Figura 30 mostra a imagem de uma cultura do
fungo F. oxysporum (cepa 07D) em placa de petri.
Figura 30: Imagem fungo do F. oxysporum (cepa 07D) em meio sólido.
Os resultados iniciais de produção e impregnação das nanopartículas de prata em
tecidos estão descritos no artigo publicado na revista Journal of Biomedical
Nanotechnology em 2007.
134
135
Artigo
136
137
138
139
140
141
Na continuação do trabalho, duas concentrações de nitrato de prata foram
estudadas: 10-2 e 10-3 M. Nos dois casos houve a formação das nanopartículas de prata
sendo que a banda de absorção de plasmon (~440 nm) foi mais intensa nas preparações
com 10-2 M. Além disto, a reprodutibilidade da formação das partículas foi maior no caso
das preparações com 10-2 M. Por este motivo, foi utilizado a concentração de 10-2 M de
nitrato de prata.
O diâmetro médio, medido por TEM, para as nanopartículas de prata preparadas
com 10-3 M de nitrato de prata foi de 9,0 ± 2,2 nm e para as partículas preparadas com
10-2 M foi de 7,3 ± 3,0 nm. A Figura 31 abaixo mostra as imagens de microscopia de
transmissão das nanopartículas de prata preparadas com as diferentes concentrações de
nitrato de prata. Nesta Figura pode-se observar que as partículas são esféricas e
homogêneas, independente da concentração de nitrato de prata utilizada.
O diâmetro e o potencial zeta das nanopartículas de prata preparadas com 10-2 M
de nitrato de prata foi avaliado por espectroscopia de espalhamento dinâmico de luz
(DLS). Nesta análise, o diâmetro das nanopartículas foi de 41,7 nm e o índice de
polidispersidade foi de 0,42. O diâmetro medido por DLS foi maior que o diâmetro medido
por TEM, pois na técnica de DLS o diâmetro medido é o raio hidrodinâmico. Este raio
inclui as partículas e a capa de estabilização das mesmas que, no caso das
nanopartículas de prata, se refere à capa protéica (Durán e col, 2007). Desta forma, o
diâmetro medido é maior que o diâmetro real das partículas. O potencial zeta foi negativo
com valor de -20 mV. A presença de carga na superfície da partícula, juntamente com a
presença de proteína ao redor das mesmas, confere a estas partículas uma alta
estabilidade por até 1 ano (período que foi analisado).
142
Figura 31: Imagem de TEM das nanopartículas de prata preparadas com: A) e B) 10-2 M de nitrato
de prata, C) e D) 10-3 M de nitrato de prata.
2. Concentração Inibitória Mínima (CIM)
O efeito antimicrobiano das partículas preparadas pelo método biossintético (nano
de Ag biológica) foi comparado com nanopartículas de prata de 4 nm de diâmetro
preparadas pelo método químico (borohidreto de sódio) (nano de Ag química). A Tabela 8
mostra os valores da CIM dos dois tipos de partículas de prata. Nesta tabela pode ser
observado que as nano de Ag biológicas apresentaram baixa CIM frente a todas as
bactérias, inclusive contra as cepas resistentes de S. aureus. Além disto, as CIMs das
nano de Ag química foram mais altas que as CIMs das nano de Ag biológicas. Este
resultado demonstra a alta eficiência antimicrobiana das nanopartículas de prata
produzidas pelo método biológico. Como ambas as partículas (nano Ag biológica e
química) possuem o mesmo formato (esférico) e diâmetros similares, esta diferença na
atividade antimicrobiana pode estar relacionada com a capa de estabilização das
A B
C D
143
partículas. As nano de Ag biológicas possuem uma capa de estabilização de proteínas do
fungo, enquanto que as nano de Ag química possuem uma capa de polivinil pirrolidona.
Kora e col. (2009) demonstrou a influência da capa de estabilização nas nanopartículas
de prata na atividade antimicrobiana. Os autores verificaram que as nanopartículas de
prata estabilizadas com SDS apresentaram maior efeito antimicrobiano contra a bactéria
P. aeruginosa comparadas às outras nanopartículas de prata estabilizadas por outros
agentes estabilizantes como o citrato. Entretanto, o efeito das proteínas do fungo na
atividade antimicrobiana precisa ser investigado com mais detalhes.
Tabela 8: Valores de concentração inibitória mínima (CIM) de nanopartículas de prata produzidas
pelo método biológico e químico frente a diversas bactérias.
Bactéria CIM de Nano Ag
biológica (µg/mL)
CIM de Nano Ag
química (µg/mL)
S. aureus (ATCC 05923) 1,87 15
S. aureus (ATCC 29213) 3,75 15
S. aureus (HC562) 3,75 30
S. aureus (Rib1) 3,75 30
S. aureus (BEC 9393) 1,87 15
S. epidermidis (ATCC 12228) 0,94 7,5
Bacillus subtilis
(ATCC 6633) 1,87 30
E. coli (ATCC 25923) 1,87 30
Klebsiella pneumoniae (ATCC 13883) 0,94 7,5
Salmonella enterica (LT2) 3,75 15
3. Curva tempo-morte
A curva tempo-morte foi realizada inicialmente com uma concentração 2 vezes
maior que a CIM. Entretanto, esta concentração não foi suficiente para manter o efeito
antibacteriano. Inicialmente, houve significativa inibição do crescimento bacteriano,
porém, em 10 horas, as bactérias voltaram a crescer, e em 24 horas o número de
colônias foi igual ao do controle. Este resultado demonstra que em 24 horas não havia
144
mais efeito antimicrobiano das nanopartículas de prata. Em vista desse resultado, foi
utilizada uma concentração de nanopartículas de prata 8 vezes maior que a CIM. A
Figura 32 mostra as curvas tempo-morte para as diferentes bactérias. Nesta figura,
observa-se que para todas as bactérias testadas houve uma diminuição expressiva no
número de colônias ao se utilizar as nanopartículas de prata. Entretanto, algumas
bactérias apresentaram particularidades quando se analisou a curva. No experimento
com nanopartículas de prata frente a bactéria S. Epidermidis, foi observado inibição do
crescimento bacteriano no começo mas, em 24 horas, o número de colônias começou a
aumentar. Porém, o número de colônias foi menor que o controle, demonstrando
atividade antimicrobiana. No caso das bactérias E. coli e Salmonella tythimurium, foi
observado um leve crescimento bacteriano após 10 horas, porém ainda foi observada
atividade bacteriana. Entretanto, com a bactéria S. aureus foi observado inibição durante
todo o período do experimento demonstrando maior eficiência frente a esta bactéria
(Figura 32). Provavelmente, no caso das bactérias S. epidermis, E. coli e Salmonella
tythimurium uma concentração maior de prata inibiria o crescimento bacteriano com o
tempo.
145
Figura 32: Curva de tempo-morte de: A) S. aureus, B) S. epidermidis,C) E. coli, D) Salmonella
tythimurium.
4. Impregnação de nanopartículas de prata em diferentes tecidos
A impregnação de nanopartículas de prata foi realizada em três tipos diferentes de
tecidos: algodão, poliéster e tecido para curativo da 3M.
A Figura 33 mostra o espectro de EDS e uma imagem de elétrons retroespalhados
do tecido de algodão contendo nanopartículas de prata. Nesta figura, observa-se a
presença do pico de prata confirmando a impregnação das partículas na fibra dos tecidos.
Além disto, observa-se na imagem de MEV um aglomerado de nanopartículas de prata na
fibra do algodão (regiões mais claras).
0
2
4
6
8
10
12
14 Nano de Ag Controle
2414107520
log
de U
FC
Tempo de incubação (h)
A
0
2
4
6
8
10
12
14
log
de U
FC
2414107520
Tempo de incubação (h)
Nano de Ag Controle
B
0
2
4
6
8
10
12
14
2414107520
Tempo de incubação (h)
log
de U
FC
Nano de Ag Controle
C
0
2
4
6
8
10
12
14
2414107520
Tempo de incubação (h)
log
de U
FC
Nano de Ag Controle
D
146
Figura 33: A) Espectro de EDS, B) Imagem de elétrons retroespalhados do tecido de algodão
contendo nanopartículas de prata.
A Figura 34 mostra as imagens de elétrons retroespalhados dos diferentes tecidos
impregnados 2 e 4 vezes com nanopartículas de prata. Nestas imagens, as regiões claras
referem-se aos aglomerados de nanopartículas de prata que estão distribuídos sobre a
fibra. Em todos os tecidos foi observada a presença de prata aderida nas fibras
independente do número de passagens (2 ou 4x) como mostra a Figura 34. Entretanto,
no caso do tecido de algodão, uma maior quantidade de nanopartículas de prata foi
observada quando este tecido foi impregnado por 4 vezes. Esta diferença pode estar
relacionada com a estrutura da fibra do tecido de algodão que favoreceu a impregnação
das partículas com o aumento do número de passagens.
Após a impregnação e secagem dos tecidos, foi observado diferença na coloração
entre a parte central e as extremidades dos mesmos indicando uma possível
heterogeneidade na distribuição das partículas impregnadas. Para avaliar
microscopicamente esta diferença, a parte central e as extremidades dos tecidos foram
avaliadas por microscopia eletrônica de varredura (MEV). A Figura 35 mostra as imagens
de elétrons retroespalhados dos tecidos impregnados 2 x com nanopartículas de prata.
Nesta figura, pode-se observar que não há diferença significativa na quantidade de prata
na região central e nas extremidades dos tecidos. O mesmo resultado foi observado com
os tecidos impregnados 4 x. Este resultado demonstra que o método padding
proporcionou uma distribuição homogênea das nanopartículas nos diferentes tecidos.
A B
147
Figura 34: Imagens de elétrons retroespalhados dos tecidos de: A) Algodão (2 passagens), B)
Algodão (4 passagens), C) Poliéster (2 passagens), D) Poliéster (4 passagens), E) 3M (2
passagens), F) 3M (4 passagens).
A B
C D
E F
148
Figura 35 Imagens de elétrons retroespalhados dos tecidos de: A) Algodão (parte central), B)
Algodão (extremidade), C) Poliéster (parte central), D) Poliéster (extremidade), E) 3M (parte
central), F) 3M (extremidade).
5. Avaliação das propriedades antimicrobianas em diferentes tecidos
A B
C D
E F
149
Inicialmente, foi realizado o estudo antimicrobiano com os tecidos impregnados 2 e
4 vezes com nanopartículas de prata. Neste ensaio foi avaliada a parte central dos
tecidos (clara) e a parte terminal (escura) para avaliar a homogeneidade das partículas
nos tecidos. A Tabela 9 mostra os resultados deste estudo. Nesta tabela pode-se
observar que, exceto para o tecido para curativo da 3M testado com S. aureus, não houve
diferença significativa no halo de inibição entre 2 e 4 passagens. Além disto, não foi
verificada diferença significativa nos halos de inibição entre as porções centrais e
terminais dos tecidos. Este resultado demonstra a homogeneidade das partículas no
tecido como verificado por MEV. Em vista disso, não houve mais a necessidade de
separar estas porções para a realização dos testes microbiológicos.
A Figura 36 mostra imagens das placas de Petri contendo os tecidos impregnados
com nanopartículas de prata após os ensaios antimicrobianos. Nesta figura pode-se
observar que todos os tecidos impregnados com prata ocasionaram a formação do halo.
Entretanto, nas placas contendo os tecidos sem prata não foi observado halo de inibição,
mas um completo recobrimento dos tecidos pelas bactérias como mostra a Figura 34F
dos tecidos de algodão sem prata após o ensaio da atividade antimicrobiana. O mesmo
resultado foi observado para os demais tecidos frente às demais bactérias. Estes
resultados confirmam a obtenção de materiais antimicrobianos.
150
Tabela 9: Tamanho do halo de inibição dos tecidos impregnados 2 ou 4 vezes com
nanopartículas de prata frente a diferentes bactérias. Parte clara = central do tecido, parte
escura= extremidade do tecido.
S.
aureus
S.
epidermidis
Salmonella
tythimurium
E. coli P. aeruginosa
3M (2x) 36 mm 19 mm 18 mm 19 mm 22 mm
3M (4x) 42 mm 19 mm 18 mm 21 mm 22 mm
Algodão (2x)
Parte clara 35 mm 16 mm 14 mm 17 mm 17 mm
Algodão (2x)
Parte escura 35 mm 18 mm 20 mm 22 mm 21 mm
Algodão (4x)
Parte clara 36 mm 16 mm 20 mm 19 mm 18 mm
Algodão (4x)
Parte escura 37 mm 18 mm 21 mm 21 mm 21 mm
Poliéster (2x)
Parte clara 35 mm 17 mm 15 mm 15 mm 15 mm
Poliéster (2x)
Parte escura 36 mm 20 mm 19 mm 21 mm 20 mm
Poliester (4x)
Parte clara 35 mm 16 mm 17 mm 15 mm 16 mm
Poliester (4x)
Parte escura 35 mm 20 mm 20 mm 20 mm 20 mm
151
Figura 36: Fotos dos halos de inibição produzidos pelos tecidos de algodão impregnados com
nanopartículas de prata frente a diferentes bactérias. A) S. aureus, B) S. epidemidis, C) E. coli, D)
P. Aeruginosa, E) Salmonella tythimurium, F) tecido de algodão sem prata frente à bactéria E.
coli.
Os tecidos de algodão e poliéster foram submetidos a sucessivos processos de
lavagens e, em seguida, a atividade antimicrobiana foi avaliada. Inicialmente, foi avaliada
a influência do número de impregnações (2 ou 4 vezes) dos tecidos com nanopartículas
de prata na perda da atividade antimicrobiana após sucessivos ciclos de lavagens. Para
A B
C D
E F
152
isto os tecidos impregnados 2 e 4 vezes foram submetidos a 3 ciclos de lavagens. As
Figuras 37 e 38 mostram os resultados da atividade antimicrobiana dos tecidos de
algodão e poliéster impregnados 2 e 4 vezes com nanopartículas de prata após
sucessivos ciclos de lavagens. Nestas figuras, observa-se que após 3 ciclos de lavagens
a atividade antimicrobiana foi mantida, apresentando apenas uma discreta diminuição. A
atividade foi mantida independente do número de impregnação e do tipo de tecido. O
mesmo perfil foi observado nos testes frentes as bactérias S. epidermis e Salmonella
tythimurium. Este resultado demonstra que apenas dois processos de impregnação são
suficientes para fixar e manter a atividade antimicrobiana mesmo após três ciclos de
lavagens. Em vista disso, o estudo da atividade antimicrobiana após 10 ciclos de lavagem
foi realizado apenas com os tecidos impregnados 2 vezes com nanopartículas de prata.
Figura 37: Atividade antimicrobiana frente à bactéria Gram-positiva S. aures dos tecidos com
nanopartículas de prata após sucessivas lavagens: A) Algodão e B) poliéster, impregnados 2x
(colunas brancas) e 4 x (colunas cinzas).
0 1 2 30
10
20
30
40
50
Diâ
met
ro m
édio
do
halo
de
inib
ição
(m
m)
Número de lavagens
A
0 1 2 30
10
20
30
40
50
Diâ
met
ro m
édio
do
halo
de
inib
ição
(m
m)
Número de lavagens
B
153
Figura 38: Atividade antimicrobiana frente à bactéria Gram-negativa E. coli dos tecidos com
nanopartículas de prata após sucessivas lavagens: A) Algodão e B) poliéster, impregnados 2x
(colunas brancas) e 4 x (colunas cinzas).
A Figura 39 mostra a atividade antimicrobiana dos tecidos de algodão e poliéster
impregnados 2 vezes com nanopartículas de prata após 0 e 10 ciclos de lavagens frente
as bactérias S. aureus e E. coli. A atividade antimicrobiana foi reduzida principalmente
frente a bactéria Gram-positiva S. aureus. Entretanto, em todos os casos houve a
formação de um halo de inibição indicando atividade antimicrobiana mesmo após 10
ciclos de lavagens, demonstrando a alta adesão das partículas nas fibras dos tecidos.
Esta alta adesão pode ser explicada pela presença da capa protéica ao redor das
nanopartículas de prata como descrito por Durán e col. (2005, 2007). Benn e Westerhoff
(2008) estudaram a liberação de nanopartículas de prata de 7 tipos de meias comerciais.
Dentre as 7 meias avaliadas, uma delas não tinha a presença de nanopartículas de prata.
Das demais meias, apenas duas liberaram cerca de 1% após 4 ciclos de lavagens
enquanto as outras 4 meias liberaram 100% das partículas com o mesmo número de
lavagens. Este estudo demonstra a fraca adesão das nanopartículas de prata nesses
produtos comerciais, que pode estar relacionada com o uso de nanopartículas químicas
que não possuem a capa protéica como as nanopartículas produzidas pelo método
biológico.
Os resultados do estudo de lavagens dos tecidos impregnados com nanopartículas
de prata biológicas demonstram a possibilidade da produção de produtos têxteis
antimicrobianos com elevada adesão das nanopartículas e consequentemente com alta
0 1 2 30
5
10
15
20
25
30
35
Diâ
met
ro m
édio
do
halo
de
inib
ição
(m
m)
Número de lavagens
A
0 1 2 30
5
10
15
20
25
30
35
Diâ
met
ro m
édio
do
halo
de
inib
ição
(m
m)
Número de lavagens
B
154
atividade antimicrobiana mesmo após sucessivas lavagens. Além disto, a elevada adesão
e a baixa perda de nanopartículas de prata nos processos de lavagem diminuem os
impactos ambientais. Entretanto, estes impactos são inevitáveis quando se produz
produtos com nanopartículas de prata. Em vista disso, os estudos de filtros eficientes e de
tratamento de efluentes de nanopartículas de prata são extremamente importantes. Uma
possibilidade é o uso da bactéria Chromobacterium violaceum na captura destas
partículas como descrito por Durán et al. (2007,2009).
0
10
20
30
40
50
Diâ
met
ro m
édio
do
halo
de
inib
ição
(m
m)
Poliéster
E. coliS. aureus
Algodão Algodão Poliéster
Figura 39: A) Atividade antimicrobiana dos tecidos de algodão e poliéster impregnados 2 vezes
com nanopartículas de prata antes do processo de lavagem (barras brancas) e após 10 ciclos de
lavagens (barras cinzas), B) Fotos dos halos de inibição produzidos pelos tecidos de algodão
após 10 ciclos de lavagem frente à bactéria E. coli.
6. Permeação cutânea das nanopartículas de prata em célula de difusão de
Franz
A eficiência das nanopartículas de prata em feridas, como as de queimadura, está
descrita na literatura (Tian e col., 2007, Schaller e col., 2004). Além de promoverem o
aumento da re-epitelização, acelerando o processo de cicatrização, as nanopartículas de
prata tem efeito nas citocinas, auxiliando eficientemente no processo de cicatrização.
Outra aplicação tópica destas partículas ocorre em cosméticos e produtos de higiene
pessoal como, por exemplo, em desodorantes, pastas de dente, enxaguatório bucal,
shampoo etc. Em vista dessas aplicações das nanopartículas de prata, o estudo da sua
A B
155
penetração na pele é muito importante. Por este motivo, a penetração das nanopartículas
de prata biológicas foi avaliada em célula de difusão de Franz. A Figura 40 mostra os
resultados deste estudo realizado com géis de Carbopol contendo 50% de nanopartículas
de prata. Nesta Figura pode-se observar que quanto maior a quantidade de prata
adicionada, maior foi o poder de penetração, chegando até ao fluido receptor. Entretanto,
quando foi utilizado 0,3 g de gel com nanopartículas de prata, a prata não permeou
profundamente na pele ficando apenas na epiderme. Este resultado mostra a
possibilidade do uso tópico destas nanopartículas de prata no tratamento de feridas sem
a sua penetração até a corrente sanguínea. Entretanto, a análise de todas as partes da
pele por outras técnicas é fundamental para a comprovação deste resultado.
epiderme derme fluido0,00
0,02
0,04
0,06
0,08
0,10
0,12
0,14
0,16
AB
S
0,3 g de gel 0,5 g de gel 1,0 g de gel
Figura 40: Gráfico da absorbância das nanopartículas de prata presentes nas diferentes regiões
da pele humana.
7. Atividade anti-leishimaniose
A Figura 41 mostra os resultados obtidos no tratamento in vivo de leishimaniose
com nanopartículas de prata produzidas pelo fungo F. oxysporum (nano de Ag biológica)
e com nanopartículas de prata produzidas pelo método químico (nano de Ag química).
Tanto as nano de Ag biológica como as nano de Ag química promoveram uma diminuição
no crescimento da lesão como observado na Figura 41A. Entretanto, a dose de nano
química administrada foi ~3,3 vezes maior que a dose de Ag biológica (21,6 µg/kg e 6,5
µg/kg respectivamente), demonstrando a maior eficiência das nano de Ag biológica no
tratamento da leishimaniose. Este resultado foi confirmado pela carga parasitária como
156
mostra a Figura 41B. Nesta figura observa-se que as nano de Ag biológica promoveram
uma diminuição significativa da fluorescência quando comparada com o grupo tratado
com placebo (tampão PBS). Esta redução foi maior que a observada para as nano de Ag
químicas. Além disso, pode-se verificar que não há diferença estatística na redução de
carga parasitária entre as nano de Ag biológicas e a anfotericina B. Entretanto, a segunda
(anfotericina B) foi administrada numa concentração 300 vezes maior, confirmando a alta
eficiência das nano de Ag biológicas.
Figura 41: A) Aumento da lesão na orelha de camundongos após a administração de tampão
PBS (curva preta), anfotericina B (2 mg/kg) (curva vermelha), nano de Ag química (21,6 µg/Kg)
(curva azul) e nano de Ag biológica (6,5 µg/Kg) (curva verde). (B) Carga parasitária medida por
unidades de fluorescência específica, obtida 42 dias após a infecção.
Na Figura 42 observa-se que as lesões das orelhas dos camundongos tratados
com nano de Ag biológicas, químicas e com anfotericina B estão diminuídas e menos
inflamadas que as do grupo tratado com tampão PBS.
Nano de Ag biológica (6,5 µg/Kg)
Nano de Ag química (21,6µg/Kg)
Anfotericina B (2 mg/Kg) PBS
Nano Agquímica
Nano Agbiológica
PBS Antofericina B
******
A B
157
Figura 42: Fotografia das orelhas dos camundongos infectadas, o halo vermelho indica o local de
infecção.
5. CONCLUSÕES
Cinco diferentes micro e nanoestruturas foram estudadas e otimizadas para o
encapsulamento dos princípios ativos glutationa (GSH) (hidrofílico) e benzofenona-3 (BZ-
3) (hidrofóbico). Todos os métodos de preparação otimizados neste projeto foram
reprodutíveis e as micro e nanoestruturas foram estáveis por no mínimo 35 dias. Devido
às características hidrofílicas da glutationa e às características hidrofóbicas dos materiais
de cobertura das micro e nanoestruturas, a eficiência de encapsulamento foi no máximo
de 35%. Este valor pode ser considerado elevado para um ativo hidrofílico, sendo que,
para ativos lipofílicos, é possível obter até 100% de eficiência de encapsulamento. Dois
fatores foram fundamentais para aumentar a eficiência de encapsulamento do GSH: o
uso de um polímero hidrofílico com carga positiva (quitosana) na preparação das
nanopartículas lipídicas sólidas e a adição de NaCl no método de emulsão e evaporação
de solvente. Estes dois fatores aumentaram a interação GSH-polímero aumentando a
eficiência de encapsulamento.
No caso do ativo lipofílico benzofenona-3 foi obtida uma alta eficiência de
encapsulamento (acima de 95 %) tanto nas nanopartículas de PCL quanto nas NLS e os
CLN. Nas micropartículas de PHBV, a eficiência de encapsulamento foi um pouco menor
Anfotericina PBS
Nano de Ag química
Nano de Ag biológica
158
variando de acordo com a quantidade de polímero adicionada, sendo que, o aumento de
duas vezes na massa de polímero adicionado à preparação, aumentou a eficiência de
82,2 para 87 %. No estudo de permeação cutânea foi observado que as NLS
apresentaram maior penetração em pele do que as micropartículas de PHBV e
nanopartículas de PCL devido, provavelmente, ao reduzido diâmetro destas partículas e a
sua maior interação com a pele. Porém, a BZ3 encapsulada em NLS apresentou maior
fator de proteção solar (FPS 21) em relação a BZ3 livre (FPS 16), a microencapsulada em
PHBV (FPS 19) e a nanoencapsulada em PCL (FPS 18), demonstrando ser mais eficiente
no bloqueio da radiação UV. Desta forma, é possível o uso dessa micro e nanoestruturas
para reduzir a concentração do fotoprotetor químico em produtos de proteção solar,
diminuindo assim a sua toxicidade.
Todas as partículas com BZ3 não apresentaram sensibilização cutânea em
camundongos, indicando que estas partículas podem ser utilizadas em formulações
cosméticas. Além disso, as NLS-BZ3 não apresentaram nenhum efeito citotóxico ou
fototóxico in células de queratinócitos humanos e em células de fibroblastos de embrião
de camundongo BALB/c 3T3. Entretanto, as nanopartículas de PCL-BZ3 exibiram um
potencial fototóxico em células de queratinócitos humanos.
Em relação às nanopartículas de prata, é possível concluir que utilizando o fungo
F. oxysporum foi possível obter nanopartículas de prata esféricas e homogêneas. O
método foi reprodutível e em 28 horas os íons prata foram reduzidos à prata zero
formando as nanopartículas. Estas partículas apresentaram concentração inibitória
mínima menor que nanopartículas de prata produzidas pelo método químico frente a 10
diferentes tipos de bactéria, inclusive as cepas de S. aures resistentes. Este resultado
demonstra o alto efeito antimicrobiano das nanopartículas de prata biológicas.
Os tecidos (algodão, poliéster e tecido para curativos da 3M) foram impregnados
eficientemente com nanopartículas de prata pelo método padding como verificado por
MEV e pela atividade antimicrobiana frente a 5 diferentes tipos de bactérias. Além disto,
não houve diferença entre os tecidos impregnados duas e quatros vezes com as
nanopartículas de prata, demonstrando que apenas dois processos de impregnações são
suficientes para obter uma alta eficiência de adesão das partículas nas fibras dos tecidos.
Mesmo após 10 ciclos de lavagens, os tecidos impregnados (2x) com as nanopartículas
de prata exibiram atividade antimicrobiana demonstrando a alta adesão destas partículas
159
na fibra dos tecidos. Esta alta adesão esta relacionada com a capa protéica ao redor das
partículas como verificado por TEM. Além do efeito antimicrobiano destas partículas, alta
eficiência no tratamento de leishimaniose foi verificada quando as nanopartículas de prata
biológicas foram administradas em camundongos em uma dose 300 vezes menor que
anfotericina B e 3,3 vezes menor que as nanopartículas de prata química. Este resultado
demonstra um grande potencial das nanopartículas de prata no tratamento desta doença.
6. REFERÊNCIAS
Alves, M. P.; Scarrone, A.L.; Santos, M.; Pohlmann, A. R.; Guterres, S. S. (2007). Human
skin penetration and distribution of nimesulide from hydrophilic gels containing
nanocarriers. Int. J. Pharm. 341, 215-220.
Artman, C.; Roding, J.; Ghyczy, M.; Pratzel, H.G. (1990). Liposomes from soya
phospholipids as percutaneous drug carriers: 1st communication: qualitative in vivo
investigations with antobody-loaded liposomes. Arzneimittelforschung 40, 1363-
1365.
Baran, E.T.; Ozer, N.; Hasirci, V. (2002). Poly(hydroxybutyrate-co-hydroxyvalerate)
nanocapsules as enzyme carriers for cancer therapy: an in vitro study. J.
Microencapsul. 19, 363-376.
Benn, R. M.; Westerhoff, P. (2008). Nanoparticle Silver Released into Water from
Commercially Available Sock Fabrics. Environ. Sci. Technol. 42, 4133–4139.
Berne, B.; Ros, A. (1998). 7 years experience of photopatch testing with sunscreen
allergens in Sweden. Contact Dermatitis, 38, 61–64.
Borefreund, E.; Puerner, J.A. (1984). A simple quantitative procedure using monolayer
cultures for cytotoxicity assays (Htd/NR 90). J. Tiss. Cult. Methods 9, 7–9.
Borgia, S.L.; Regehly, M. (2005). Lipid nanoparticles for skin penetration enhancement-
correlation to drug localization within the particle matrix as determined by
fluorescence and pareletric spectroscopy. J. Control. Release 110, 151-163.
Brinon, L.; Geiger, S.; Alard, V.; Doucet, J;. Tranchant , J-F.; Couarraze, G. (1999).
Percutaneous absorption of sunscreens from liquid crystalline phases. J. Control.
Release 60, 67–76.
160
Cavalli, R.; Caputo, O.; Carlotti, M.E.; Trotta, M.; Scarnecchia, C.; Gasco, M.R. (1997).
Sterilization and freeze-drying of drug-free and drug-loaded solid lipid nanoparticles.
Int. J. Pharm. 148, 47-54.
Cevec, G. (2004). Lipid vesicles and other colloids as drug carriers on the skin. Adv. Drug
Deliv. Rev. 56, 675– 711.
Chen, H.; Du, D.; Liu, W.; Liu, J.; Weng, T.; Yang, Y.; Xu, H.; Yang, X. (2006).
Podophyllotoxin-loaded solid lipid nanoparticles for epidermal targeting. J. Control.
Release 110, 296-306.
Chorilli, M.; Leonardi, G.R.; Oliveira, A.G.; Scarpa, M.V. (2004). Lipossomas em
formulações dermocosméticas. Infarma 16, 75-79.
Chuah, A. M.; Kuroiwa, T.; Kobayashi, I.; Nakajima, M. (2009). Effect of chitosan on the
stability and properties of modified lecithin stabilized oil-in-water monodisperse
emulsion prepared by microchannel emulsification. Food Hydrocolloids 23, 600–610.
Corrêa, D. H. A.; Melo, P. S.; Carvalho, C. A. A. de.; Azevedo, M. B. M. de.; Durán, N.;
hauN, M. (2005). Dehydrocrotonin and its β-cyclodextrin complex: cytotoxicity in V79
fibroblasts and rat cultured hepatocytes. Eur. J. Pharmacol. 510, 17-24.
Couvreur, P.; Dubernet, C. Puisieux, F. (1995). Controlled drug delivery with
nanoparticles : current possibilities and future trends. European Journal of Pharmacy
and Biopharmacy, 41, 2-13.
Craig, F.N.; Dana, J.L.; John, J.T.; Gert, B.; Stephen, M.P.; Metz, D.L.; LaBrot, T. (2005)
Chiropractic as spine care: a model for the profession. Chiropr. Osteopat. 13:1-17.
Davydova, N.A.; Mel’nik, V.I.; Nelipovitch, K.I.; Drozd, M. (2000). Structural phase
transitions and phosphorescence spectra in benzophenone. J. Mol. Struct. 555, 187–
190.
De Oliveira, A. G.; Andreo Filho, N. (1999). Sistemas de Micro/Nanoencapsulamento de
Fármacos. Infarma 9, 18-19.
Denizot, F.; Lang, R. (1986). Rapid colorimetric assay for cell growth and survival,
modifications to the tetrazolium dye procedure giving improved sensitivity and
reliability. J. Immunol. Methods 89, 271–277.
Douglas, K. L.; Piccirillo, C. A.; Tabrizian, M. (2006). Effects of alginate inclusion on the
vecter properties of chitosan-based nanoparticles. J. Control. Release 115, 354-361.
161
Durán, N.; De Azevedo, M.M.M. (2002). Rede de pesquisa em nanobiotecnologia.
Disponível em <www.comciencia.br/reportagens/framereport.htm>, 1-7. Acesso em:
05 de outubro 2009.
Durán, N.; Marcato, P.D.; Alves, O.L.; De Souza, G.I.H.; Esposito, E. (2005) Mechanistic
aspects of biosynthesis of silver nanoparticles by several Fusarium oxysporum
strains. J. Nanobiotechnol. 3, 1-7.
Durán, N.; Marcato, P.D.; De Souza, G.I.H.; Alves, O.L.; Esposito, E. (2007). Antibacterial
effect of silver nanoparticles produced by fungal process on textile fabrics and their
effluent treatment. J. Biomed. Nanotechnol. 3, 203-208.
Durán, N.; Marcato, P.D.; Alves, O.L.; Silva, J.P.S.; Souza, G.I.H.; Rodrigues, F.A.;
Esposito, E. (2009). Ecosystem protection by effluent bioremediation: silver
nanoparticles impregnation in a textile fabrics process. J. Nanopart. Res., publicado
online, DOI: 10.1007/s11051-009-9606-1.
El-Kattan, A.; Asbill, C.S.; Haidar, S. (2000). Transdermal testing: practical aspects and
methods. Pharm. Sci. Technol. Today 3, 426-430
Fessi, H.; Puisieux, F.; Devissaguet, J. P.; Ammoury, N.; Benita, S. (1989). Nanocapsule
formation by interfacial polymer deposition following solvent displacement. Int. J.
Pharm. 55, R1–R4.
Frézard, F.; Schettini, D.A.; Rocha, O.G.F.; Demicheli, C (2005). Lipossomas:
propriedades físico-químicas e farmacológicas, aplicações na Quimioterapia à base
de antimônio. Quim. Nova 28, 511-518.
Gade, A.; Bonde, P.; Ingle, A.P.; Marcato, P.D.; Durán, N.; Rai, M.K. (2008). Exploitation
of Aspergillus niger for synthesis of silver nanoparticles. J. Biobases Mat. Bioenerg.
J. Biobased Mater. Bioenergy 2, 243-247.
Gibbins, B.; Warner L. (2005). The role of antimicrobial silver nanotechnology. Med.
Device Diagn. Ind. Mag. Agosto,112-116.
Gimenez, I.F.; Anazetti, M.C.; Melo, P.S.; De Azevedo, M.M.M.; Duran N.; Alves, O.L.
(2005). Cytotoxicity on V79 and HL60 cell lines by thiolated-β-cyclodextrin-
Au/Violacein nanoparticles. J. Biom. Nanotech. 1, 1.
Govender, T.; Stolnik, S.; Garnett, M. C.; Illum, S.; Davis. S. S. (1999). PLGA
nanoparticles prepared by nanoprecipitation: drug loading and release studies of a
water soluble drug. J. Control. Release 57, 171-185.
162
Gu, H.; Roy, K. (2004). Topical permeation enhancers efficiently deliver polymer micro
and nanoparticles to epidermal Langerhans cells. J. Drug Deliv. Sci. Technol. 14,
265-273.
HCP-EC-Health & Consumer Protection-European Commision (2006). Opinion on
benzophenone-3. COLIPA No S38.
Instituto de Química-USP (2001). Bioquímica do envelhecimento. Disponível em
<hwww.sbbq.org.br/revista/mtdidaticos/Env.pdf.> Acesso em: 16/10/2009.
Janjua, N.R.; Kongshoj, B.; Andersson, A.M.; Wulf, H.C. (2008). Sunscreens in human
plasma and urine after repeated whole-body topical application. J. Eur. Acad.
Dermatol. Venereol., 22, 456–461.
Jenning, V.; Mäder, K.; Gohla, S.H. (2000). Solid lipid nanoparticles (SLN™) based on
binary mixtures of liquid and solid lipids: a 1H-NMR study. Int. J. Pharm. 205, 15–21.
Jesser, W. A.; Shneck, R. Z.; Gile, W. W. (2004). Solid-liquid equilibria in nanoparticles of
Pb-Bi alloys. Phys. Rev. B 69, 144121-1-14121-13.
Khalil-Abad, M.S.; Yazdanshenas, M.E.; Nateghi, M.R.(2009). Effect of cationization on
adsorption of silver nanoparticles on cotton surfaces and its antibacterial activity.
Cellulose 16,1147–1157.
Kandavilli, S.; Nair, V.; Panchagnula, R. (2002). Polymers in transdermal drug delivery
systems. Pharm. Technol. 1, 62-80.
Kora, A. J.; Manjusha, R.; Arunachalam, J. (2009). Superior bactericidal activity of SDS
capped silver nanoparticles: Synthesis and characterization. Mater. Sci. Eng. C-
Biomimetic Supramol. Syst. 29, 2104–2109.
Lee, S.C.; Oh, J.T.; Jang, M.H.; Chung, S.I. (1999). Quantitaive analysis of polyvinyl
alcohol on the surface of poly(D,L-lactide-co-glycolide) microparticles prepared by
solvent evaporation method: effect of particle size and PVA concentration. J. Control.
Release, 59, 123-132.
Li, P.; Li, J.; Wu, C.; Wu, Q.; Li, J. (2005). Synergistic antibacterial effects of β-lactam
antibiotic combined with silver nanoparticles. Nanotechnology 16, 1912–1917.
Liu, J.; Gong, T.; Wang, C.; Zhong, Z.; Zhang, Z. (2007). Solid lipid nanoparticles loaded
with insulin by sodium cholate-phosphatidylcholine-based mixed micelles:
Preparation and characterization. Int. J. Pharm. 340 153–162
163
Liu, J.; Hu, W.; Chen, H.; Ni, Q.; Xu, H.; Yang, X. (2007). Isotretinoin-loaded solid lipid
nanoparticles with skin targeting for topical delivery. Int. J. Pharm. 328, 191–195.
Lopedota, A.; Trapani, A.; Cutrignelli, A.; Laquitanda, V.; Denora, N.; Franco, M.; Trapani,
G.; Liso, G. (2007). Effect of cyclodextrins on physico-chemical and release
properties of Eudragit RS 100 microparticles containing glutatione. J. Incl. Phenom.
Macrocycl. Chem. 57, 425-432.
Maneerung, T.; Tokura, S.; Rujiravanit, R. (2008). Impregnation of silver nanoparticles into
bacterial cellulose for antimicrobial wound dressing. Carbohydr. Polym. 72, 43-51.
Mansur, J.S.; Breder, M.N.R.; Mansur, M.C.D., Azulay, R.D. (1986). Determinação do
fator de proteção solar por espectrofotometria. An. Bras. Dermatol. 61, 121-124.
Marcato, P. D. (2009). Preparação, caracterização e aplicações em fármacos e
cosméticos de nanopartículas lipídicas sólidas. Rev. Eletronica Farmacia 6, 1-37.
Marcato, P.D.; Adami, L.F.; Caverzan, J.; Huber, S.C.; Misset, T.; den Hertog, J.; Ferreira,
C.V. Durán, N. Solid Lipid Nanoparticles as Sunscreen Carrier System and its
Toxicity in Zebrafish Embryos. Acta Press, proceeding (615) do Congresso
Nanotechnology and Applications, Grécia, 2008.
Marcato, P.D.; Durán, N. (2008). New aspects of nanopharmaceutical delivery systems. J.
Nanosci. Nanotechnol. 8, 2216-2229.
Mehnert, W.; Mader, K. (2001). Solid lipid nanoparticles: Production, characterization and
applications. Adv. Drug Deliv. Rev. 47,165-196.
Meng, F.T. ; Ma, G.H. ; Qiu, W.; Su, Z.G.. (2003). W/O/W double emulsion technique
using ethyl acetate as organic solvent: effects of its diffusion rate on the
characteristics of microparticles. J. Control. Release 91, 407–416.
Müller, R.H.; Lucks, J.S. (1996). Arzneistoffträger aus festen Lipidteilchen, Feste
Lipidnanosphären (SLN). European Patent EP 0605497.
Müller, R.H.; Maëder, K.; Gohla, S. (2000). Solid lipid nanoparticles (SLN) for controlled
drug delivery ± a review of the state of the art. Eur. J. Pharm. Biopharm. 50, 161-177.
Müller, R.H.; Petersen,R.D.; Hommoss, A.; Pardeike J. (2007). Nanostructured lipid
carriers (NLC) in cosmetic dermal products. Adv. Drug Deliv. Rev. 6, 522–530.
Okereke, C.S.; Barat, S.A.; Abdel-Rahman, M.S. (1995). Safety evaluation of
benzophenone-3 after dermaladministration in rats. Toxicol. Lett., 80, 61-67.
164
Osborne, N; Seawright, A.; Shaw, G. (2008). Dermal toxicology of Lyngbya majuscula,
from Moreton Bay, Queensland, Australia. Harmful Algae 7, 584-589.
Paese, K.; Jaeger, A.; Poletto, F. S.; Pinto, E. F.; Rossi-Bergmann, B., Pohlmann, A. R.;
Guterres, S. S. (2009). Semisolid Formulation Containing a Nanoencapsulated
Sunscreen: Effectiveness, In Vitro Photostability and Immune Response. J. Biomed.
Nanotechnol. 5, 240-246.
Panyam, J.; Labhasetwar, V. (2003). Biodegradable nanoparticles for drug and gene
delivery to cells and tissue. Adv. Drug Delivery Rev. 55, 329-347.
Pedersen, N.; Hansen, S.; Heydenreich, A.V.; Kristensen, H.G.; Poulsen, H.S. (2006).
Solid lipid nanoparticles can effectively bind DNA, streptavidin and biotinylated
ligands. Eur. J. Pharm. Biopharm. 62, 155–162.
Perelshtein, I.; Applerot, G.; Perkas, N.; Guibert, G.; Mikhailov, S.; Gedanken, A. (2008).
Sonochemical coating of silver nanoparticles on textile fabrics (nylon, polyester and
cotton) and their antibacterial activity. Nanotechnology 19, 1-6.
Perkas, N.; Amirian, G.; Dubinsky, S.; Gazit, S.; Gedanken, A. (2007). Ultrasound-assisted
coating of nylon 6,6 with silver nanoparticles and its antibacterial activity. J. Appl.
Polym. Sci. 104, 1423-1430.
Pinto, E. F.; ; Cortezia, M. M.; Rossi-Bergmann, B. (2003). Interferon-gamma-inducing oral
vaccination with Leishmania amazonensis antigens protects BALB/c and C57BL/6
mice against cutaneous leishmaniasis. Vaccine 21, 3534–3541.
Prego, C.; Torres, D.; Alonso, M.J. (2006). Chitosan nanocapsules: a new carrier for nasal
peptide delivery. J. Drug Deliv. Sci. Technol. 16, 331-337.
Qurrat-ul-Ain; Sharma, S.; Khuller, G.K.; Garg, S.K. (2003). Alginate-based oral drug
delivery system for tuberculosis: pharmacokinetics and therapeutic effects. J.
Antimicrob. Chemother. 51, 931-938.
Rahman, I.; Kode, A.; Biswas, S. (2007) Assay for quantitative determination of
glutathione and glutathione disulfide levels using enzymatic recycling method. Nature
Protocols 1, 3159-3165.
Sahoo, S.K.; Panyam, J.; Prabha, S.; Labhasetwar, V. (2002). Residual polyvinyl alcohol
associated with poly(D,L-lactide-coglycolide) nanoparticles affects their physical
properties and cellular uptake. J. Control. Release, 82,105–114.
165
Sarveiya, V.; Risk, S.; Benson, H.A.E. (2004). Liquid chromatographic assay for common
sunscreen agents: application to in vivo assessment of skin penetration and systemic
absorption in human volunteers. J. Chromatogr. B 803, 225–231.
Schaller, M.; Laude, J.; Bodewaldt, H.; Hamm, G.; Korting, H. C. (2004). Toxicity and
antimicrobial activity of hydrocolloid dressings containing silver particles particles in a
ex vivo model models of cutaneous infection. Skin Pharmacol. Physiol. 17, 31-36.
Shim, J.; Seok, B.; Park, W.; Han, S.; Kim, J.; Chang, I. (2004). Transdermal delivery of
mixnoxidil with block copolymer nanoparticles. J. Control. Release 97, 477-484.
Siekmann, B.; Westesen, K. (1994). Melt-homogenized solid lipid nanoparticles stabilized
by the nonionic surfactant tyloxapol. Preparation and particle size deternimation,
Pharm. Pharmacol. Letters 3, 194-197.
Site:http://www.universitario.com.br/celo/topicos/subtopicos/anatomia/pele_humana/pele_
humana.html, acessado em Novembro de 2009.
Spielmann, H.; Balls, M.; Dupuis, J.; Pape, W. J. W.; Pechovitch, G.; De Silva, O.;
Holzhütter, H. G.; Clothier, R.; Desolle, P.; Gerberick, F.; Liebsch, M.; Lovell, W. W.
; Maurer, T.; Pfannenbecker, U.; Potthast, J. M.; Csato, M.; Sladowski, D.; Steiling,
J. M.; Brantom, P. (1998). In vitro phototoxicity validation study, results of phase II
(blind trial), part 1: the 3T3 NRU phototoxicity test. Toxicol. Vitro 12, 305-327.
Suresh, G.; Manjunath, K.; Venkateswarlu, V.; Satyanarayana V. (2007). Preparation,
Characterization, and In Vitro and In Vivo Evaluation of Lovastatin Solid Lipid
Nanoparticles. AAPS PharmSciTech 8, E1-E9.
Tian, J.; Wong, K. K. Y.; Ho, C. M.; Lok, C. N.; Yu, W. Y.; Che, C. M.; Chiu, J. F.; Tam, P.
K. H. (2007). Topical Delivery of Silver Nanoparticles Promotes Wound Healing.
ChemMedChem. 2, 129-236.
Torres, M.A.; Beppu, M.M.; Santana, C.C. (2007). Characterization of chemically Modified
chitosan microspheres as Adsorbents using standard proteins (bovine serum
albumin and lysozyme). Braz. J. Chem. Eng. 24, 325-336.
Trapani, A.; Laquintana, V.; Denora, N.; Lopedota, A.; Cutrignelli, A.; Franco, M.; Trapani,
G.; Liso, G. (2007). Eudragit RS 100 microparticles containing 2-hydroxypropyl-β-
cyclodextrin and glutathione: Physicochemical characterization, drug release and
transport studies. Eur. J. Pharm. Sci. 30, 64-74.
166
Üner, M. (2006). Preparation, characterization and physico-chemical proprieties of solid
lipid nanoparticles (NLS) and nanostructure lipid carriers (NCL): Their benefits as
colloidal drug carrier system. Phamazie 61, 375-386.
Üner, M.; Radtke, M.; Wissing, S.A. (2007). Solid lipid nanoparticles and nanostructure
lipid carriers. Encyclopedia of Nanoscience and Nanotechnology, American Scientific
Publishers, vol. 10, 43-56.
Vigneshwaran, N.; Kathe, A.A.; Varadarajan, P.V.; Nachane, R.P.; Balasubramanya, R.H.
(2007). Functional finishing of cotton fabrics using silver nanoparticles. J. Nanosci.
Nanotechnol. 7, 1893-1897.
Wang, M.Y.; Yu, Y.T.; Chang T.M.S. (2005). Preparation, structure characterization and
properties of new poly(vinyl alcohol) microcapsules. Chem. J. Chin. Univ.-Chin., 26,
865-869.
Wissing, S.A.; Kayserb, O.; Müller, R.H. (2004). Solid lipid nanoparticles for parenteral
drug delivery. Adv. Drug Deliv. Rev. 56, 1257– 1272.
Wissing, S.A.; Müller, R.H. (2003). The influence of solid lipid nanoparticles on skin
hydration and viscoelasticity – in vivo study. Eur. J. Pharm. Biopharm. 56, 67–72.
Xia, Q.; Saupe, A.; Müller, R.H.; Souto, E.B. (2007). Nanostructured lipid carriers as novel
carrier for sunscreen formulations. Int. J. Cosmet. Sci. 29, 473–482.
Youan, B.B.C.; Hussain, A.; Nguyen, N. (2003). Evaluation of Sucrose as alternative
surfactants in microencapsulation of proteins by the solvent evaporation method.
AAPS Pharm. Sci., 5, 1-9.