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Desde 1994 a maior publicação do varejista de autopeças #301 ano 26 dezembro 2019 PRÊMIO INOVA RECONHECE EXCELÊNCIA DAS INDÚSTRIAS E DEBATE PERSPECTIVAS PARA 2020 pág. 18 LIDERANÇAS DA REPOSIÇÃO REVELAM EXPECTATIVAS PARA O ANO QUE VEM pág. 46 h t t p : // w w w . n o v o v a r e j o . c o m . b r ECONOMISA SILVIO CAMPOS NETO AVALIA QUE BRASIL COLHERÁ OS FRUTOS DA POLÍTICA ECONÔMICA RESPONSÁVEL pág. 14 SINDIPEÇAS REVISA METODOLOGIA E ESTIMATIVA DE FATURAMENTO CRESCE pág. 32 pág. 10 PROGRAMA DO SEBRAE-SP DESTINARÁ CRÉDITO A JURO ZERO

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D e s d e 1 9 9 4 a m a i o r p u b l i c a ç ã o d o v a r e j i s t a d e a u t o p e ç a s

# 3 0 1 • a n o 2 6 d e z e m b r o • 2 0 1 9

PRÊMIO INOVA RECONHECE EXCELÊNCIA DAS INDÚSTRIAS E DEBATE PERSPECTIVAS PARA 2020 p á g . 1 8

LIDERANÇAS DA REPOSIÇÃO REVELAM EXPECTATIVAS PARA O ANO QUE VEM

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h t t p : // w w w . n o v o v a r e j o . c o m . b r

ECONOMISA SILVIO CAMPOS NETO AVALIA QUE BRASIL COLHERÁ OS FRUTOS DA POLÍTICA ECONÔMICA RESPONSÁVEL

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SINDIPEÇAS REVISA METODOLOGIA E ESTIMATIVA DE FATURAMENTO CRESCE

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PROGRAMA DO SEBRAE-SP DESTINARÁ CRÉDITO A JURO ZERO

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E D I T O R I A L Claudio Milan [email protected]

O PAÍS DO FUTURO QUE PRECISA CHEGARParece a repetição de um fil-me descolorido em sépia pelo tempo. Todo fim de ano olha-mos pra frente energizados pela perspectiva de dias me-lhores. Esse drama tipicamen-te verde e amarelo é proje-tado numa tela de tubo 29 polegadas a cada dezembro após rebobinarmos aquela an-tiga fita VHS que guarda nos-sas esperanças. O brasileiro caminha no fio da navalha que rasga a tênue linha a separar o passado do futuro.Chegamos ao fim de 2019 as-sistindo à repetição da história. Há exatos 12 meses, a socie-dade brasileira virava o calen-dário com euforia. Expectativas de um país livre das amarras im-postas pelo Estado ao empreen-dedorismo; uma economia libe-ral, privilegiando efetivamente a geração de riquezas e empre-gos; uma política mais limpa, me-nos atrelada à troca de favores e mais intolerante à corrupção.Na prática, o que tais votos sig-nificavam há um ano? Objetiva-mente falando: crescimento de 2,5% em 2019 e punição rigo-rosa aos criminosos que toma-ram de assalto nosso Estado. Objetivos alcançados? Não!O que, afinal, ocorreu para que muitos de nossos sonhos fossem convertidos em frustração? As respostas você vai encontrar na reportagem principal desta edi-ção. A exemplo do que fizemos em 2018, voltamos a reunir con-ceituados especialistas para um balanço daquilo que efetivamen-

Ano 26- # 301 - Dezembro de 2019

Distribuição nacional

Tiragem 24.000 exemplares

Novo Varejo é uma publicação mensal da

Editora Novo Meio Ltda, de circulação

dirigida aos varejistas de autopeças. Tem

como objetivo divulgar notícias, opiniões

e informações que contribuam para o

desenvolvimento do setor.

www.novovarejo.com.br

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rEDAção ( [email protected])

Editor-chefe: Claudio Milan

repórter: Lucas Torres

ArTE

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pubLICIDADE ([email protected])

Diretor: paulo roberto de oliveira

Assistente: Millena Zago

MArkETINg ([email protected])

Monique Domingues

CoNTEÚDo DIgITAL

bruno Núñez

Lucas Cruz

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IMprESSão

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inclusive com relação a preço e qualidade. As

matérias assinadas são de responsabilidade

dos autores.

Jornalista responsável:

Claudio Milan (MTb 22.834)

Auditado pelo

PublisherRicardo Carvalho Cruz

([email protected])Diretor GeralClaudio Milan

([email protected])Diretor Comercial e de

Relações com o MercadoPaulo Roberto de Oliveira ([email protected])

Diretor de CriaçãoGabriel Cruz

([email protected])

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te realizamos nos últimos 12 me-ses e para desenhar as possibili-dades para o ano novo. Estamos falando do Painel Perspectivas Inova, mais uma iniciativa da Edi-tora Novo Meio respaldada pelo DNA da inovação, prestação de serviços e consistência editorial.É claro que não há como negar que em 2019 demos, enquan-to Nação, passos firmes rumo ao futuro. Aprovamos a refor-ma da Previdência e a lei da li-berdade econômica; demos continuidade à reconstrução das bases de nossa economia, implodidas pelas ações esta-banadas daquela senhora dos discursos engraçados e incom-preensíveis; mantivemos a tra-jetória de crescimento econô-mico, ainda que, contrariando as expectativas iniciais, em um patamar muito baixo; reduzi-mos a taxa referencial de juros a um degrau sem precedentes em nossa história; e iniciamos o debate que, provavelmente, nos levará a uma reforma tribu-tária que vai simplificar a ges-tão das empresas no Brasil.Ao mesmo tempo, assistimos a retrocessos que apontaram nos-sa proa em direção a um passa-do que gostaríamos de esque-cer – lembra da linha tênue? Flertamos com a censura e o autoritarismo; transmitimos ao exterior uma imagem de com-pleto desprezo pelas políticas ambientais internas e externas, algo muito caro aos investido-res estrangeiros e à própria so-ciedade; tomamos decisões es-drúxulas em favor de criminosos do colarinho branco, com péssi-ma repercussão no exterior; in-flamos a polarização e a divisão da sociedade com atitudes in-fantis e declarações polêmicas sobre assuntos aleatórios; inicia-mos um absolutamente desne-cessário processo de discussão

sucessória com menos de 25% do atual mandato cumprido.Enfim, entre erros e acertos, passamos perto de endere-çar o país rumo a um futuro melhor do que aquele a que efetivamente endereçamos. Passamos perto em muitos atributos, optamos pelo pior caminho em outros.Agora nos pegamos assistindo ao velho filme desbotado nos preparando para 2020, nova-mente energizados pelas boas expectativas anunciadas por um segundo semestre de nú-meros e índices favoráveis. E, por se tratar de uma reprise, de novo prevemos crescimento de quase 2,5%, retomada dos em-pregos, reversão de decisões judiciais que nos livrem da bar-bárie e, afinal, a construção de um Brasil moderno, eficiente, mais liberal, que privilegie o em-preendedorismo. E, que, acima de tudo, estabeleça pactos re-publicanos e pactos sociais ca-pazes de unir os três poderes na defesa dos verdadeiros inte-resses nacionais e capazes de unir os brasileiros contra a des-trutiva filosofia do “nós contra eles”, criada por quem faz parte do passado e anabolizada por quem recebeu a incumbência de nos transportar ao futuro.Por todo o potencial natural, humano e econômico que guarda em seu extenso ter-ritório, o Brasil merece fazer jus ao slogan “país do futuro” pelo qual nos tornamos co-nhecidos aqui e lá fora. Um futuro que nunca chega. Que 2020 seja o ano da vira-da. Que sepultemos o passa-do que nos assombra e pos-samos construir os alicerces de um país pronto para os dias que virão. É hora de colo-car cores mais vibrantes no fil-me de nossas vidas.

É claro que não há como negar que em 2019 demos, enquanto Nação, passos firmes rumo ao futuro

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S U M Á R I O

H Á 1 0 0 E D I Ç Õ E S

Indústrias recebem o Prêmio Inova 2019. Vencedores foram apurados em pesquisa realizada com 500 varejistas de todo o Brasil, que avaliaram produtos e serviços oferecidos pelas marcas.

Especialistas em Economia, Política e Justiça fazem um balanço do Brasil em 2019 e debatem as expectativas para o ano que vem na segunda edição do Painel Inova Perspectivas.

Economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto fala que o Brasil vai colher em 2020 os frutos da reconstrução das bases da economia, processo iniciado ainda no governo Temer.

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34 32

Edição 201 mostrava que a moeda nacional valorizada e um custo de produção altíssimo fazia crescer a ameaça de substituição das manufaturas nacionais por itens importados

A balança comercial brasileira de au-topeças deve fechar o ano de 2019 com déficit em torno de 4,4 bilhões de dólares. Vários são os fatores que tem levado ao desempenho negati-vo do setor nos últimos anos. Um de-les é a substituição de produtos na-cionais por importados, que resulta, também, em um processo de desin-dustrialização.

Este é um problema grave enfrentan-do pelo Brasil. Nossa indústria vem sendo desativada antes de mesmo de se consolidar globalmente. É, se-gundo os especialistas, um processo de desindustrialização precoce.A reportagem do Novo Varejo vem acompanhando este movimento e re-percutindo suas consequências ao longo do tempo. Na edição 201, o

tema mereceu a reportagem de capa. O texto iniciava explicando que pro-cesso de desindustrialização em uma economia pode ser desencadeado por diferentes fatores. Pode ser mo-tivado por uma etapa do desenvolvi-mento do país em que a perda de par-ticipação do setor industrial se dá pelo crescimento do setor de serviços, situ-ação que não é necessariamente ne-gativa. Pode também ser resultado de uma mudança de foco da exploração industrial. Conhecido como “doença holandesa”, o declínio da indústria ma-nufatureira motivado pela maior explo-ração dos recursos naturais já foi vis-to em muitos países, mas o episódio do gás natural na Holanda ficou estig-

matizado a ponto de dar nome ao fe-nômeno econômico – na década de 60, a explosão dos preços do gás fez com que os Países Baixos focassem na exportação do produto, o que re-sultou na queda dos demais setores na década seguinte.A desindustrialização pode, ainda, em seu pior cenário, ser motivada por baixas taxas de câmbio, que fortale-cem a moeda nacional em relação ao dólar e, assim, impulsionam as impor-tações, prejudicando a indústria do país e, em certos segmentos, subs-tituindo os produtos locais por simi-lares estrangeiros. Há 100 edições, essa era a conjuntura que impactava a indústria brasileira.

DESINDUSTRIALIZAÇÃO PREOCUPA EMPRESÁRIOS BRASILEIROS

Sindipeças revê metodologia para apurar o faturamento do setor e passa a considerar no cálculo informações do IBGE e dados da Classificação Nacional de Atividades Econômicas.

Sebrae-SP, em parceria com o Governo do Estado de São Paulo e a Desenvolve-SP, anuncia o “Juro Zero”, uma linha de crédito orientado e destinado de até 20 mil reais para beneficiar os MEIs. 10

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S E B R A E Lucas Torres [email protected] Foto: Divulgação

PROGRAMA ‘JURO ZERO’ DESTINA ATÉ R$ 20 MIL PARA MICROEMPREENDEDORES CAPACITADOS PELO SEBRAE

Seja em razão da burocracia e das garantias exigidas pelas instituições financeiras ou pelos tradicionais ju-ros abusivos, a dificuldade para conseguir crédito a condições jus-tas é, historicamente, um dos princi-pais entraves da atividade empresa-rial no Brasil.Não raramente, inclusive no setor de autopeças, varejistas se queixam dos problemas que enfrentam para con-seguir recursos para capital de giro, compra de equipamentos ou ainda investimento em expansão – cená-rio que acaba ‘jogando contra’ o de-senvolvimento do próprio país, já que o fortalecimento das empresas do co-mércio desemboca quase que auto-maticamente na melhora de índices fundamentais para o desenvolvimen-to econômico como, por exemplo, o da geração de empregos (segmento lidera a iniciativa privada na criação de postos de trabalho).Vivenciando essa dificuldade na pele,

o empreendedor da reposição auto-motiva Everton Buique procurou nos-sa redação como meio de contatar o Sebrae, principal órgão no apoio ao micro e pequeno empresário, sobre meios de se conseguir crédito para montar seu negócio na cidade alago-ana de Maceió, depois de ter desfeito sociedade em seu antigo empreendi-mento no Rio de Janeiro.Cumprindo mais uma vez sua missão de conectar o empresariado com os consultores do órgão, a série ‘Canal Sebrae de Consultoria’ foi ouvir o espe-cialista Vitor dos Santos sobre o tema e voltou com novidades para Buique e outros interessados na aquisição de créditos e busca de meios para montar ou melhorar seu próprio negócio.Leia a novidade a seguir e participe você também deste espaço editorial demo-crático que tem como objetivo contribuir com o aprimoramento da gestão nas lo-jas de autopeças. Envie sua pergunta para [email protected]

prazo de pagamento é de 36 meses com até seis meses de carência, realmente com juro zero para as prestações pagas em dia, conforme explica Vitor dos Santos, consultor do órgão

Everton buique - empresário de Maceió (AL)Vi que o Sebrae-Sp está fazendo uma análise de crédito junto aos MEIs para ajuda-los a comprar equi-pamentos e conquistar capital de giro. Estou mudando de estado e vou recomeçar meu negócio em ou-tra localidade. Do zero. Como devo proceder? Atuo na área de serviços automotivos, centro automotivo e autocenter. E preciso de capital de giro entre 20.000 a 30.000 mil reais para começar meu negócio e essa possibilidade é interessante. É pos-sível me enquadrar no programa?

Vitor dos Santos, consultor do Sebrae-SpPensando em auxiliar os empresá-rios e/ou empreendedores a come-çar seus negócios, inicialmente o Se-brae-SP criou o Super MEI. Um projeto para capacitação técnica e de gestão para o empresário começar seu ne-gócio afiado, seja ele já experiente no empreendimento que deseja montar ou ainda sem conhecer. Esses cursos do Super MEI são gra-tuitos e podem ser realizados pre-sencialmente e por Ensino a Dis-tância. Mas o Sebrae-SP viu que muitos empreendedores tinham vontade de iniciar seus negócios, mas não tinham acesso a boas li-nhas de crédito, ou não atendiam

as exigências de algumas institui-ções financeiras para adquirir uma linha de crédito. Neste momento, o Sebrae-SP, em parceria com o Governo do Esta-do de São Paulo e a Desenvolve--SP, criou o “Juro Zero”: uma linha de crédito orientado e destinado até R$ 20.000,00. Essa linha especial é des-tinada aos MEIs do Estado de São Paulo que completaram o curso do Super MEI e solicitam o empréstimo correlacionado à sua atividade. Essa linha de crédito pode ser aplica-da para ampliar o negócio, comprar mercadorias, equipamentos, veículos utilitários etc, mas não pode ser utiliza-da para “fundo de caixa”, ou seja, o re-curso deve ser usado e comprovado em, no máximo, 30 dias depois da li-beração da linha. O prazo de pagamento é de 36 meses com até seis meses de carência, real-mente com juro zero para as presta-ções pagas em dia. Para mais informa-ções e condições procure o escritório regional mais próximo ou pelo 0800 570 0800. Além dessa opção, foi fir-mada uma nova parceria em 25 de no-vembro último com o Banco do Brasil, para linhas de crédito e orientações aos pequenos negócios. As diretrizes em breve serão divulga-das, mas teremos para 2020 um bom cenário para os empreendedores ter acesso a crédito em seus negócios.

Vitor dos Santos é consultor do Sebrae-SP

FALE COM O SEBRAEO Novo Varejo abre um canal direto entre os gestores do varejo de autopeças e os consultores do Sebrae-SP. É sua oportunidade de obter de forma gratuita orienta-ções da principal entidade de apoio à gestão empresarial no Brasil.

O Novo Varejo disponibiliza vários canais para receber suas dúvidas. Participe!

E-mail: [email protected] | Facebook: facebook.com/novovarejoInstagram: instagram.com/jornalnovovarejo | Telefone: (11) 2802-6238

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E N T R E V I S T A Lucas Torres [email protected] Fotos: Divulgação

Silvio Campos Neto, economista-sênior da Tendências Consultoria, avalia que os ajustes necessários já foram feitose o momento é de recuperação mais graduada e sustentável

BRASIL COLHERÁ EM 2020 OS FRUTOS DE UMA POLÍTICA ECONÔMICA RESPONSÁVEL INICIADA NA SEGUNDA METADE DE 2016

Depois do clima de otimismo que to-mou conta do setor produtivo brasi-leiro após a eleição de Jair Bolsonaro e a formação da equipe econômica comandada por Paulo Guedes no fim de 2018 e início de 2019, um sen-timento de incertezas e frustração se abateu sobre parte da socieda-de nos primeiros meses do ano. En-tre as razões dessa mudança nos ânimos, fatores como as dificulda-des de negociação em torno da Re-forma da Previdência, a estagnação dos índices econômicos ao longo do primeiro semestre e as polêmicas permanentes criadas pelo próprio presidente da República e seus três filhos políticos.Gradativamente, porém, a economia foi mostrando recuperação sólida muito em razão da manutenção de uma taxa de juros reduzida a níveis históricos (4,5% atualmente) e uma in-flação para lá de controlada com um Índice Nacional de Preços ao Consu-midor Amplo (IPCA) em 3,52.%.A melhora das ‘bases econômicas’ já começa a impulsionar agregados im-portantes, como a queda do desem-prego – que desceu a 11,6% em ou-tubro – e o índice de consumo das famílias, que, embora não tenha tido seus números do último trimestre consolidados, carrega boa dose de otimismo por parte dos analistas eco-nômicos acerca de um crescimen-to acentuado no período – basta ver como foi a recente Black Friday.Como resultado, essa ‘corrente po-sitiva’ impulsionou a expectativa de uma alta do PIB na casa de 1,1% em 2019 e uma previsão de crescimen-to de 2,24% no próximo ano, desem-penho que marcaria a maior alta des-de 2013, quando o acumulado das

peração das bases econômicas. Pas-samos por uma grande mudança na gestão da pasta desde 2016, com a volta de uma agenda reformista e da responsabilidade fiscal. Isso impulsio-na a recuperação da confiança dos agentes e, consequentemente, gera um clima de otimismo. Passados os grandes focos de incertezas que ti-vemos no final de 2018 e início de 2019 – como as eleições federais e estaduais e as discussões em torno da Reforma da Previdência –, a ten-dência é que o Brasil passe a colher os frutos desses ajustes importantes que tivemos na política econômica.

Campos Neto destaca recuperação das bases da economia

riquezas nacionais avançou 3%.Nesta edição em que o foco do Novo Varejo está voltado para as perspectivas do ano que se inicia, buscamos entender em que medi-da 2020 já começa embalado pe-las boas notícias que marcam o se-gundo semestre de 2019.Nosso convidado para a entrevis-ta do mês é o economista Sílvio Campos Neto, mestre na discipli-na pela FGV-SP e economista-sê-nior da empresa Tendências Con-sultoria Integrada.Para ele, o atual bom momento da economia reflete um trabalho de re-cuperação e mudança de gestão ini-ciado ainda em 2016 com uma agen-da reformista e de responsabilidade fiscal implementada pela equipe de Henrique Meirelles e continuada pelo time de Paulo Guedes.Segundo o especialista da Tendên-cias, essa restruturação responsável impulsionará a manutenção de um crescimento gradual e sustentável, com uma dinâmica diferente do que se viu com o ‘boom’ experimentado entre os anos de 2004 e 2012.

Novo Varejo - Nas últimas sema-nas, o boletim Focus, divulgado pelo banco Central, vem elevan-do suas projeções de crescimento para a economia do brasil. Em pro-jeção do dia 9 de dezembro, por exemplo, os economistas aponta-ram que o pIb brasileiro deve cres-cer 2,24% no próximo ano, resulta-do que marcaria a maior alta desde 2013, quando o indicador avançou 3%. A que se deve esse otimismo?Silvio Campos Neto - Basicamente o Brasil vem em um processo de recu-

NV - o dólar americano tem valo-rizado em relação ao real nos últi-mos dias e na cotação desse mês de dezembro tem flutuado en-tre r$ 4,15 e r$ 4,20. o quanto o fator cambial pode prejudicar esse ‘impulso’ que nossa econo-mia parece estar dando ampara-da por elementos como a queda na taxa de juros e os baixos índi-ces de inflação?SCN - Não acredito que venha a prejudicar. É claro que, se tivermos uma continuidade desse movimento de alta, os efeitos serão negativos, mas a expectativa é que a moeda

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E N T R E V I S T A

americana se estabilize nesse pata-mar que está hoje, paralisando essa ‘escalada’. É bom lembrar que temos um fator externo pressionando essa alta e é daí que vêm os maiores ris-cos. Mas, mesmo diante dessa ‘ame-aça’, é pouco provável que a ques-tão cambial impacte a inflação, que está controlada, e a taxa de juros, que está em 4,5%, dois dos princi-pais pilares dessa recuperação eco-nômica. A alta do dólar pode, inclusi-ve, servir como um certo alívio para setores que têm na exportação sua principal atividade.

NV - um dos índices positivos que causam maior controvérsia na atu-al conjuntura é a queda do de-semprego, que, em outubro, foi reduzida para 11,6%. Mas ainda acompanhada de uma parcela im-portante de informalidade. Como vai a empregabilidade no brasil e que impacto essa conjuntura pode ter na recuperação da economia?SCN - Tradicionalmente o merca-do de trabalho é a última questão a ser recuperada depois de uma re-cessão ou crise econômica. A gen-te, porém, já tem visto uma recupe-ração. São sete meses seguidos de resultados positivos em relação à criação e preenchimento de vagas formais apontados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempre-gados (Caged). Essa recuperação, se olharmos com mais cuidado para os últimos três meses, tem produzi-do um aumento no consumo das fa-mílias. Recuperação lenta, mas que vem acontecendo de maneira gra-

dual, impulsionada também pela melhora da situação do crédito, de-vido à diminuição das taxas de juros. São situações que aos poucos vêm se encaixando. Primeiro se estabe-leceu uma linha positiva para a polí-tica econômica, agora vemos o mer-cado de trabalho recuperando e a confiança dos consumidores come-çando também a se recuperar.

NV - Falando ainda de confiança do consumidor, que é ponto mui-to sensível para a atividade vare-jista, é possível vislumbrar uma melhora nesse atributo e um con-sequente aquecimento do consu-mo em 2020?SCN - A confiança do consumidor e as vendas no comércio vêm apresen-tando uma melhora gradual. Tenho certeza que seus leitores varejis-tas já vêm sentindo esse movimen-to. O Black Friday, por exemplo, que aconteceu há poucos dias, já mos-trou essa tendência de melhora no consumo. Claro que, de novo, é algo que vai ocorrer de maneira gradual. Não vamos experimentar novamen-te aquela ‘festa’ vivida entre os anos de 2004 a 2012, mas o consumo vai retornar à medida que a economia avance e se consolide. E isso já está acontecendo de uma maneira sólida, ancorada no aumento da massa de renda, dos juros e da concessão de créditos, da responsabilidade fiscal.

NV - Depois da batalha para a apro-vação da reforma da previdên-cia em 2019, o próximo ano terá, provavelmente, o protagonismo das discussões mais acentuadas em torno da reforma tributária. o quanto o andamento desse tema no Congresso deve repercutir o humor de nossa economia, para o bem ou para o mal?SCN - Não vejo o debate em torno da questão tributária com potencial para abalar o crescimento econômi-co que estamos vendo, pois, ape-sar de ser uma questão importantís-sima para a atividade empresarial, ela não tem o caráter de ‘vida ou morte’

que tinha a Reforma da Previdência. Se passar no Congresso, no entan-to, será algo muito bom e vai tornar o país mais eficiente.

NV - E qual é sua expectativa quanto à aprovação da reforma tributária? SCN - Eu não espero que o Brasil aprove uma reforma tributária am-biciosa, vejo muita dificuldade nes-se sentido. Se conseguirmos passar algo positivo, vai ser até melhor do que a gente espera. É entendimento unânime que a questão dos impostos – federais, estaduais e municipais – é bastante complexa. Penso que é até mais difícil que se alcance um con-senso em torno do tema em compa-ração ao que ocorreu em relação à Previdência. Para que a reforma pas-se, terá de haver um esforço conjun-to entre o Congresso, que tem mos-trado apoio a uma agenda reformista, e a equipe econômica. Pois o gover-no, em si, não tem uma base formal.

NV - Diante deste cenário que mistura otimismo quanto a uma retomada aos níveis pré-crise de 2013 e alguma incerteza quan-to a qualidade dos empregos, o cenário internacional e a habi-lidade de negociação do gover-no em torno de temas sensíveis para a consolidação desse ‘mo-mento de respiro’, você acredita que 2020 será, para o empresá-rio (sobretudo o do varejo), um ano de sobrevivência, estabili-dade ou investimento? SCN - Eu creio que esse é um ano com um viés muito mais para inves-timento por conta desse ajuste que

o Brasil vem passando após um lon-go período de excessos e irrespon-sabilidades na política econômica. Os ajustes já foram feitos e o mo-mento é, sem dúvida, de uma re-cuperação mais graduada do que acelerada. Mais sustentável. Já está bastante evidente uma mudança de cenário em relação ao que a gente viveu entre 2014 e 2017. Como eu disse anteriormente, não vamos ver um ‘boom’ como o que se viu entre 2004 e 2012, mas a retomada vai acontecer. Aliás, já está acontecen-do. Números já têm mostrado isso. O ponto da maior facilidade e me-lhores condições para se conseguir crédito para pessoa física é desta-que nesse processo.

Economista não espera reforma tributária ambiciosa

A confiança do consumidor e as vendas no comércio vêm apresentando uma melhora gradual. Tenho certeza que seus leitores varejistas já vêm sentindo esse movimento

Dados do Caged apontam que o Brasil gerou 157 mil vagas de empregos formais no mês de setembro – o melhor re-sultado para o período desde o ano de 2013 – quando fo-ram registrados 211 mil novos postos formais.No mesmo boletim, o de se-

tembro, o Caged trouxe ainda mais um dado animador. O pe-ríodo marcou o primeiro mês do ano em que todos os 27 esta-dos apresentaram resultado po-sitivo na oferta de vagas formais de trabalho. O comércio foi res-ponsável por cerca de 27 mil do total computado no mês.

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Vencedores da oitava edição do prêmio Indústrias do Novo Varejo foram anunciados em cerimônia realizada no Sheraton WTC Hotel em São Paulo

redação Novo Meio [email protected] P E S Q U I S A

INDÚSTRIAS ELEITAS PELO VAREJO RECEBEM PRÊMIO INOVA 2019

As principais lideranças do mer-cado brasileiro de manutenção automotiva estiveram juntas em 28 de novembro para celebrar a excelência dos produtos e servi-ços oferecidos ao aftermarket pe-los principais fabricantes de auto-peças do país.O evento anunciou os vencedores da oitava edição do Prêmio Inova – Indústrias do Novo Varejo. O es-tudo, realizado em parceria com a gigante global de pesquisas Ipsos, ouve anualmente 500 varejistas de componentes para veículos le-ves, que são convidados a avaliar as marcas que comercializam em seus balcões. Em 2019, a cerimô-nia de entrega do Prêmio Inova foi realizada no Sheraton WTC Hotel, em São Paulo, reuniu cerca de 100 convidados e teve a condução da jornalista Adriana Colin.A pesquisa apura a cada ano as in-dústrias de autopeças que mais se destacam nas lojas de autopeças a partir de seu portfólio de produ-tos e dos serviços que oferecem ao segmento. O estudo é dividido em duas partes. Na cerimônia de premiação, foram inicialmente re-velados os vencedores dos quesi-tos que compõem a primeira fase. Nesta etapa, os varejistas elege-ram as melhores marcas por seg-mento de produtos, sendo os ven-cedores apurados a partir da soma total dos votos recebidos.Os troféus e as placas relativos à fase de produtos foram entregues por Alexandre Xavier, superinten-dente do IQA – Instituto da Qua-

lidade Automotiva; Elias Mufarej, coordenador do GMA – Grupo de Manutenção Automotiva e conse-lheiro do Sindipeças – Sindicato Nacional da Indústria de Compo-nentes para Veículos Automotores; e Alcides Acerbi Neto, presidente do Sicap - Sindicato do Comércio Atacadista, Importador, Exportador e Distribuidor de Peças, Rolamen-tos, Acessórios e Componentes para Indústria e para Veículos no Estado de São Paulo.Após as homenagens às macas que se destacaram pelos produ-tos que fornecem ao mercado de reposição, os convidados conhe-ceram os vencedores da segunda fase do estudo, que analisa o de-sempenho empresarial das indús-trias de autopeças.Todas as empresas premiadas na avaliação por produtos e também as que tiveram mais de 10% dos votos em mais de um quesito fo-

C = 20%M = 30%Y = 70%K = 15%

OXYGENSENSORS

ram classificadas para esta etapa: Axios Monroe, bosch, Continen-tal Contitech, Fram, Fras-le, Fre-max, Schaeffler com as marcas Luk e INA, Magneti Marelli Co-fap, Mahle Metal Leve, Nakata, Ngk, Sabó, SkF, TrW e urba. Nesta fase, os varejistas foram convidados a avaliar os fabrican-tes de autopeças em 12 atributos relacionados aos serviços presta-dos por estas empresas ao seg-mento, bem como avaliar a ima-gem que elas construíram no mercado: treinamentos, ações promocionais, serviço 0800, ma-terial técnico, garantia, menor ín-dice de defeitos, apresentação do produto, rede de distribuido-res, a marca mais admirada do mercado, e os três novos quesi-tos cobertura da frota, interação em mídias digitais e comunicação e relacionamento.Dando sequência à cerimônia, os

convidados conheceram as três marcas que mais se destacaram em cada um dos quesitos de ava-liação do desempenho empresa-rial, a segunda e terceira colo-cadas na classificação geral, a empresa que se mostrou mais presente no total de avaliações do varejo e a vencedora da pes-quisa, aquela que obteve a me-lhor média na soma total dos 12 atributos pesquisados. A entre-ga dos troféus relativos aos que-sitos que avaliam o desempenho empresarial foi feita Francisco Wagner De La Tôrre, presiden-te do Sincopeças – Sindicato do Comércio Varejista de Peças e Acessórios para Veículos no Es-tado de São Paulo.Após a cerimônia de premiação foi realizada a segunda edição do Pai-nel Perspectivas Inova, que reuniu especialistas para debater as ten-dências para 2020.

Principais formadores de opinião do mercado prestigiam o evento

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P E S Q U I S A

OXYGENSENSORS

Claudia Orsi Abdul Ahad Securato

PRÊMIO INOVA 2019 - PRIMEIRA FASE – PRODUTOS (PERCENTUAL DA SOMA TOTAL DE VOTOS)

ANEL E PISTÃO

MAHLE / METAL LEVE 67,7%COFAP 12,8%

KS 3,4%

BICO INJETOR

MAGNETI MARELLI 43,5%BOSCH 34,3%DELPHI 2,4%

BOMBA D’ÁGUA

URBA 59,1%INDISA 10,2%

SCHADEK 10,2%

BOMBA DE COMBUSTÍVEL

BOSCH 52,7%URBA 17,6%

MAGNETI MARELLI 15,0%

BORRACHA DE SUSPENSÃO

AXIOS / MONROE 66,5%SAMPEL 9,6%

JAHU 4,8%

AMORTECEDOR

COFAP 61,9%MONROE 17,2%NAKATA 12,6%

CABO DE IGNIÇÃO

NGK 70,7%BOSCH 14,0%

MAGNETI MARELLI 3,4%

CORREIA

CONTITECH 43,5%GATES 28,9%DAYCO 20,6%

DISCO DE FREIO

FREMAX 35,1%HIPPER FREIOS 26,7%

TRW VARGA 25,0%

EMBREAGEM

LUK 75,4%SACHS 17,8%VALEO 3,4%

FILTRO

FRAM 27,5%TECFIL 26,3%WEGA 13,4%

JUNTA E RETENTOR

SABÓ 78,4%TARANTO 7,4%

JUNTA LIMA 1,4%

PASTILHA DE FREIO

FRAS-LE 34,5%COBREQ 27,1%

SYL 10,6%

PIVÔ E TERMINAL

NAKATA 39,7%TRW VARGA 23,6%

VIEMAR 11,0%

POLIA E TENSIONADOR

SKF 27,9%INA 21,2%

NYTRON 15,2%

ROLAMENTO

SKF 63,3%INA 14,0%FAG 8,4%

SONDA E SENSOR

NTK / NGK 45,9%MTE THOMSON 16,4%

BOSCH 15,0%

VELA DE IGNIÇÃO

NGK 81,2%BOSCH 12,4%DELPHI 1,4%

O Prêmio Inova foi criado com o objetivo de apurar junto aos va-rejistas de autopeças para veí-culos leves as marcas e os fabri-cantes de autopeças que mais se destacam no mercado através de seus produtos e serviços. O es-tudo é dividido em duas etapas. Na primeira, 500 varejistas de

todo o Brasil – sorteados eletro-nicamente no mailing do jornal Novo Varejo – são entrevistados e respondem, em contato telefô-nico, a um questionário padrão.Até o ano passado, o questionário trazia 15 produtos para a avaliação do varejo. Na edição 2019 da pes-quisa, o leque foi ampliado para

18 atributos. Foram acrescentados os itens poLIA E TENSIoNADor; boMbA D´ÁguA; e boMbA DE CoMbuSTÍVEL. A mudança teve como objetivo tornar o universo de avaliação ainda mais amplo, contemplando ao máximo aquilo que se faz presente nos estoques das lojas de autopeças. Este é um

universo em expansão, portanto a tendência é que novos produtos sejam acrescentados nas próxi-mas edições do estudo.A classificação obedece à soma de votos de cada marca em cada um dos quesitos pesquisados. Conheça os resultados nas tabe-las a seguir.

MAIS PRODUTOS PESQUISADOS NA PRIMEIRA FASE DO ESTUDO

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P E S Q U I S A

O Prêmio Inova – Indústrias do Novo Varejo conta com a valio-sa contribuição da Ipsos, o ter-ceiro maior instituto de pesqui-sa do mundo, líder dos estudos para a indústria automotiva no Brasil. A Ipsos foi responsável pelo desenvolvimento da meto-dologia da segunda fase do es-tudo e pela tabulação destes re-sultados – que permitiram uma avaliação qualitativa dos servi-ços prestados pelos fabricantes e da imagem que eles construí-ram no mercado.São classificadas para esta se-gunda etapa do estudo todas as indústrias vencedoras dos que-sitos da primeira fase da pesqui-sa e aquelas que obtiveram índi-ce de mais de 10% dos votos em mais de um quesito.Novamente os 500 varejistas de

autopeças para veículos leves fo-ram ouvidos em todo o Brasil e atri-buíram notas de 1 a 10 para cada in-dústria em cada um dos 12 quesitos de avaliação pesquisados.Para esta edição, em sintonia com a contínua evolução do mercado de reposição, três novos atributos foram acrescentados ao questio-nário: CobErTurA DA FroTA, que está cada vez mais diversi-ficada, exigindo, portanto, cons-tantes investimentos em amplia-ção de portfólio; INTErAção EM MÍDIAS DIgITAIS, pois, como é sabido, o ambiente virtual ganha importância cada vez maior na es-tratégia de interação das marcas com seus públicos, tendo as mí-dias sociais hoje um peso signifi-cativo nesta relação; e CoMuNI-CAção E rELACIoNAMENTo, uma vez que hoje a relação co-

mercial entre empresa e clientes é, de fato, um canal de duas vias, em que a voz do consumidor mais do que nunca se faz ouvir e exi-ge posicionamento e respostas por parte dos fornecedores. Tam-bém com o objetivo de evolução metodológica, o antigo quesi-to MATErIAIS TÉCNICoS pas-sou a se chamar, a partir de ago-ra, ApoIo TÉCNICo, descrição mais abrangente e compatível com as práticas do mercado.A edição 2019 do Prêmio Inova inaugurou, ainda, o reconhecimento à empresa com maior prESENçA entre os 500 varejos entrevistados. Trata-se da indústria que recebeu o maior número de avaliações na fase que apura as notas do desempenho empresarial, o que demonstra efici-ência na divulgação da marca e pre-sença efetiva no balcão das lojas de

autopeças em todo o Brasil. Essa categoria, portanto, não leva em consideração as notas médias, mas o número total de avaliações que a marca obteve.A metodologia desenvolvida pela Ipsos considerou vencedora em cada quesito a indústria que ob-teve a maior nota média na soma total das avaliações dos varejis-tas. A partir deste critério, também foi possível apurar a empresa de melhor desempenho na segunda fase do estudo, aquela que obte-ve a maior nota média consideran-do todos os quesitos avaliados. Nas tabelas a seguir, você co-nhece os vencedores da segun-da fase da pesquisa, que avalia o desempenho empresarial. To-dos os vencedores da primeira e da segunda fase receberam o Prêmio Inova.

SEGUNDA FASE GANHA TRÊS NOVOS ATRIBUTOS E PREMIAÇÃO INÉDITA

Claudia Orsi Abdul Ahad Securato

PRÊMIO INOVA 2019 - SEGUNDA FASE – DESEMPENHO EMPRESARIAL (NOTAS MÉDIAS)

APRESENTAÇÃO DO PRODUTONGK 9,31

MAHLE METAL LEVE 9,03MONROE AXIOS 8,96

COBERTURA DA FROTANGK 9,08

MAHLE METAL LEVE 8,72SABÓ 8,70

REDE DE DISTRIBUIDORESNGK 8,92

MAHLE METAL LEVE 8,52NAKATA 8,52

SERVIÇO 0800NGK 8,36

NAKATA 8,00SABÓ 7,99

APOIO TÉCNICONGK 8,20

SCHAEFFLER – LUK E INA 7,88NAKATA 7,75

MENOR ÍNDICE DE DEFEITOSNGK 9,08

MAHLE METAL LEVE 8,87AXIOS MONROE 8,84

GARANTIANGK 8,72

SABÓ 8,53MAHLE METAL LEVE 8,43

TREINAMENTOS BOSCH 6,17

SCHAEFFLER – LUK E INA 6,05NGK 6,04

AÇÕES PROMOCIONAISSCHAEFFLER – LUK E INA 5,85

NGK 5,66SABÓ 5,47

INTERAÇÃO EM MÍDIAS DIGITAISNGK 7,82

NAKATA 7,54MAGNETI MARELLI COFAP 7,49

COMUNICAÇÃO E RELACIONAMENTONGK 7,55

SCHAEFFLER – LUK E INA 7,35SABÓ 7,29

MAIS ADMIRADANGK 9,23

MONROE AXIOS 8,88MAHLE METAL LEVE 8,87

CLASSIFICAÇÃO GERAL – DESEMPENHO EMPRESARIALNGK 8,30

SABÓ 7,93SCHAEFFLER – LUK E INA 7,92

PRESENÇA*NAKATA 4.836 avaliações de 6.012 possíveis

SCHAEFFLER – LUK E INA 4.830 avaliações de 6.012 possíveisBOSCH 4.822 avaliações de 6.012 possíveis

* Este quesito não leva em conta notas médias, mas o número total de avaliações possíveis na segunda fase da pesquisa

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E S P E C I A L

PRÊMIO INOVA 2019 INDÚSTRIAS DO NOVO VAREJO

Vanderlei Saches, Cofap, com Alexandre Xavier e Adriana Colim

Talita Forte, Syl, com Alcides Acerbi e Adriana Colim

João Conrado, Sabó, com Elias Mufarrej

Marcelo Morgon, Mahle, com Alexandre Xavier

Marcelo pereira, Schadek, com Alexandre Xavier

paulo Lira, Contitech, com Elias Mufarrej

Marcelo Campos, Fras-Le, com Elias Mufarrej e Adriana Colim

plinio Fazol, Tecfil, com Elias Mufarrej

Thuanney Castro, Wega, com Elias Mufarrej

Daniel, Valeo, com Elias Mufarrej

Felipe Anholon, Fram, com Elias Mufarrej

Antonio Teodoro, Monroe, com Alexandre Xavier e Adriana Colim

Jefferson pereira, Hipper Freios, com Elias Mufarrej e Adriana Colim

Jair Silva, Nakata, com Sérgio Fabiano e Adriana Colim

olympio piolla, urba, com Alexandre Xavier e Adriana Colim

Alcides Acerbi Neto, Jahu, com Alexandre Xavier e Adriana Colim

rodrigo Fioravanti, Delphi, com Alexandre Xavier

Marcio Chavenco, Cofap, com Alexandre Xavier

Fabio Merighi, Cobreq, com Alcides Acerbi e Adriana Colim

João Alberto Torres, MTE Thomson, com Alcides Acerbi e Adriana Colim

José Eduardo, Ngk, com Alcides Arcebi Neto

Tiago, Schaeffler, com Alcides Acerbi Neto

Fernanda rodrigues, Taranto, com Elias Mufarrej e Adriana Colim

Antonio Teodoro, Monroe, com Alcides Acerbi e Adriana Colim

Daniel p. Leite, SkF, com Alcides Acerbi e Adriana Colim

Thiago, rubens e roberto, Schaeffler, com Francisco De La Tôrre

Ana paula Soares, Sabó, com Francisco De La Tôrre

Cesar Carvalhis, bosch, com Francisco De La Tôrre

gisele Chiodi, kS, com Alexandre Xavier

Luciane Tuma, Ngk, com Alcides Acerbi Adriana Colim

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E S P E C I A L

PRÊMIO INOVA 2019 INDÚSTRIAS DO NOVO VAREJO

Sabrina Carbone , Nakata, com Francisco De La Tôrre

José Eduardo, Eduardo e Luciane, Ngk, com Francisco De La Tôrre e Adriana Colim

Alirio Junior , Sampel, com Adriana Colim

gustavo Inserra , Indisa, com Alexandre Xavier

barbara, Juntalima

Marcelo Campos , Fremax, com Alcides Acerbi Neto

gustavo , Dayco, com Elias Mufarrej

Tiago Nascimento , Nytron, com Alcides Acerbi Neto e Adriana Colim

Eduardo Hiroshi , Ngk, com Elias Mufarrej

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I N D Ú S T R I A redação Novo Meio [email protected]

SINDIPEÇAS REVISA METODOLOGIA DE ESTIMATIVA DE FATURAMENTO

O Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) revisou sua série histórica de estimativas de faturamento da indústria de autopeças, utilizando nova meto-dologia. Até 2018, o cálculo do faturamento anual levava em con-ta o resultado de pesquisa feita com empresas associadas. A par-

Como resultado da revisão, a indústria de autopeças deve faturar em 2019 cerca de R$ 144 bilhões ante os R$ 102,5 bilhões da previsão anterior. Em 2020, estima-se crescimento de 3%

tir de agora, serão incorporadas estatísticas oficiais. “Com isso, os dados de anos anteriores foram recalculados em razão da altera-ção dos números”, explica Geor-ge Rugitsky, conselheiro do Sin-dipeças responsável pela área de Economia. O levantamento do Sindipeças passa a adicionar às informações

de autopeças extraídas da Pes-quisa Industrial Anual (PIA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), dados da Clas-sificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) que não são originalmente do setor, embora diretamente relacionados a ele. São utilizados também indicado-res da Relação Anual de Informa-

ções Sociais (Rais), do Ministério da Economia. Segundo resultados da revisão metodológica, a indústria de au-topeças deve faturar este ano cerca de R$ 144 bilhões de re-ais (a previsão anterior era de R$ 102,5 bilhões). Em 2020, estima--se crescimento de 3%, para R$ 148,5 bilhões.

1. Faturamento com ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços) e sem IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Taxa média do dólar de venda.

Faturamento nominal ⁽¹⁾

Ano fiscal 2014 2015 2016 2017 2018 (estimativa) 2019 (estimativa) 2020 (projeção)

R$ bilhões 113,9 103,4 105,7 122,4 137,1 144,1 148,5

Variação Nominal a.a. (%) -9,6% -9,2% 2,2% 15,8% 12,0% 5,1% 3,0%

US$ bilhões 48,5 31,0 30,4 38,4 37,6 36,6 36,8

Variação a.a (%) -2,9% -36,1% -1,9% 26,3% -2,1% -2,6% 0,5%

Fonte: Sindipeças.

Investimentos totais

Ano fiscal 2014 2015 2016 2017 2018 2019 (estimativa) 2020 (projeção)

Investimentos (R$ bilhões) 2,40 1,90 1,57 1,75 2,04 2,02 2,10

Variação a.a (%) -42,4% -20,8% -17,4% 11,5% 16,6% -1,0% 4,0%

Investimentos (US$ bilhões) 1,02 0,57 0,45 0,55 0,56 0,51 0,52

Variação a.a (%) -47,0% -44,3% -20,7% 21,6% 1,9% -8,3% 1,4%

Fonte: Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais. Elaboração do Sindipeças.

balança comercial (em uS$ bilhões Fob)

Ano fiscal 2014 2015 2016 2017 2018 2019 (estimativa) 2020 (projeção)

Exportação 8,34 -15,4% 7,56 -9,4% 6,57 -13,1% 7,41 12,8% 7,89 6,5% 7,17 -9,1% 7,50 4,6%

Importação 17,34 -12,2% 13,15 -24,1% 11,82 -10,1% 12,75 7,9% 13,52 6,0% 11,60 -14,2% 12,01 3,5%

Resultado (-) déficit ou (+)superávit -9,00 -9,0% -5,60 -37,8% -5,25 -6,2% -5,34 1,7% -5,63 5,4% -4,43 -21,3% -4,51 1,8%

Fonte: Sindipeças.

Número de postos de trabalho (em milhares)

Ano fiscal 2014 2015 2016 2017 2018 2019 (estimativa) 2020 (projeção)

Número de empregados 295,4 252,7 232,3 247,9 257,5 254,3 248,0

Variação a.a (%) -9,4% -14,5% -8,0% 6,7% 3,9% -1,3% -2,5%

Fonte: Sindipeças.

participação percentual do faturamento por segmento (%)

Segmento 2014 2015 2016 2017 2018 2019 (estimativa) 2020 (projeção)

Montadora 67,5 60,9 61,8 62,8 63,1 65,3 66,0

Reposição 16,7 18,8 18,2 18,1 19,2 18,7 18,9

Exportação 10,3 14,7 14,2 12,8 13,9 11,6 10,5

Intrassetorial 5,4 5,7 5,9 6,3 3,8 4,4 4,6

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O ano de 2019 começou com gran-des expectativas, especialmente no ambiente empresarial. Afinal, a perspectiva da chegada de um go-verno liberal, com a legitimidade de 57,8 milhões de votos, trazia bons sinais para os gestores. Viramos o calendário com o sentimento de que o Brasil cresceria mais de 2% nos 12 meses seguintes.Não foi o que aconteceu. Ao longo do ano, diferentes fato-res acabaram minando as pre-visões iniciais. A natural dificul-dade enfrentada para implantar um novo governo foi um deles. Sem experiência no Executivo e dono de um estilo um tanto peculiar, Jair Bolsonaro acabou enfrentando algumas resistên-cias, em parte também pelo aparente desinteresse em for-mar uma base de apoio sólida no Congresso. Uma infinidade de declarações polêmicas vin-das de diferentes gabinetes do Executivo – bem como de ou-tros gabinetes muito ligados ao

painel perspectivas Inova reuniu especialistas para fazer um balanço de 2019, ano em que o país passou por grandestransformações, e revelar as expectativas para 2020 nos campos da Economia, Política e Justiça

presidente – não ajudaram.Também pegou mal junto aos in-vestidores estrangeiros o pou-co caso do Brasil com o combate à corrupção, aliás, uma promes-sa de campanha. Além das de-cisões polêmicas – para dizer o mínimo – do Supremo Tribunal Federal, a descaracterização na Câmara do pacote do ministro da Justiça, Sergio Moro, e o próprio arrefecimento do ímpeto do go-verno após as suspeitas envol-vendo o senador Flavio Bolsona-ro foram duchas de água fria na sociedade civil.Apesar dos sustos, o ano de 2019 termina contemplado não só pe-las boas expectativas para 2020, mas também por uma mais que bem-vinda recuperação. O Pro-duto Interno Bruto cresceu 0,6% no terceiro trimestre na compara-ção com os três meses anteriores. Em relação ao terceiro trimestre de 2018, o PIB teve alta de 1,2%. Para 2020, o índice ficará acima dos 2%, preveem os economistas.

Debate reuniu especialistas nos três eixos propostos

BRASIL VAI VOLTAR A CRESCER EM 2020

P E R S P E C T I V A S redação Novo Meio [email protected] Fotos: Eduardo Amorim

ECONOMIA

JASoN VIEIrANo ano passado, tivemos um mo-vimento que parece ter sido frus-trado em relação ao crescimento econômico. Obviamente em ter-mos nominais ele foi frustrado, mas há explicações para o que aconteceu, esse 1% que teremos em 2019. Mas, para 2020 as pers-

o brasil vai retomar de forma consistente e sustentável o crescimento em 2020?

OS DEBATEDORES

JASoN VIEIrAEconomista-chefe da Infinity Asset Management.

ALEXIS FoNTEYNEDeputado federal pelo Partido Novo e empresário do setor de pisos e revestimentos.

guSTAVo JuSTINo DE oLIVEIrADocente de Direito Administrativo da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo e fundador do escritório Justino de Oliveira Advogados.

pectivas estão bem alinhadas. A média do mercado, as projeções e perspectivas dos agentes apon-tam para um crescimento entre 2% e 2,5%. Há elementos inclusive inerciais, ou seja, aquilo que já co-meçou nesses últimos dois trimes-tres e que vai avançar para 2020. Várias condicionantes importantes

Mas, afinal, as previsões são fac-tíveis? O que esperar do ano que vem? Para responder estas e outras perguntas, o Novo Va-rejo promoveu o segundo Pai-nel Perspectivas Inova. Diante de uma plateia seleta, formada pe-los maiores formadores de opi-nião do mercado de manutenção de veículos, reunimos três espe-cialistas para fazer um balanço de 2019 e desenhar as expectativas para 2020. Os temas focaram nos três setores que monopolizaram as atenções este ano: Economia, Política e Justiça. Ao longo das discussões, a plateia foi convida-da a responder a enquetes online

com a divulgação dos resultados em tempo real – veja os resulta-dos nesta reportagem.Certamente todos saíram do en-contro com boas notícias. Nave-gando no contraciclo global, o Brasil deve retomar um cresci-mento mais consistente a partir de agora. E, quem sabe, poderá dar ouvidos ao recado barulhen-to que saiu das urnas em 2018: nossa sociedade exige a renova-ção de práticas no cenário políti-co, o combate firme à corrupção e a consolidação de um Brasil mais liberal e menos intervencio-nista, mais ético e menos buro-crático. Será que vem?

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ECONOMIA ECONOMIA

foram criadas. Nós tivemos a ajuda de nosso amigo Alexis Fonteyne nas votações do Congresso para avanços impressionantes esse ano. Foi um importante protago-nismo do Legislativo no sentido de caminhar com as reformas, muitas delas de caráter liberalizante. Com isso, temos a tendência positiva de que esse crescimento se mul-tiplicará para os próximos anos.

P E R S P E C T I V A S

Obviamente percalços existem, temores de que possam aconte-cer coisas como, por exemplo, uma guerra comercial entre Estados Unidos e China. Mas, pelo menos o Brasil está no contraciclo. Isso é o mais importante. Vários países estão entrando num decréscimo, al-guns estão em meio a crises e nós estamos, junto com um seleto gru-po, saindo de uma crise, finalmente.

o Congresso Nacional assumiu um protagonismo neste primeiro ano do governo bolsonaro. Qual é o ambiente no Legislativo para criar em 2020 as condições necessárias ao crescimento que tanto esperamos?

Há reformas em andamento e perspectivas de aprovar medidas que modernizam o Estado. porém muitas vezes os avanços têm a constitucionalidade questionada no Supremo Tribunal Federal. E algumas decisões do STF este ano acabaram parecendo estranhas aos olhos da sociedade. Muito se falou que algumas delas provocaram insegurança jurídica. Quais as implicações deste cenário?

ALEXIS FoNTEYNEPense naquele estabelecimento coberto por tapumes com os di-zeres “Estamos em reforma para melhor atender”. É mais ou me-nos essa a ideia no Congresso. Há muitas pautas importantes para votação. Nós estamos fa-lando da reforma tributária, que vem sendo construída; reforma administrativa, que vem sendo construída; carteira verde e ama-rela, que virou mais uma roda-da de reformas trabalhistas; de um novo marco de saneamento básico; de prisão em segunda instância. São temas grandes, pesados, densos, e que trami-tam dentro de um ambiente com uma esquerda que não engoliu a derrota e cujo trabalho não é

guSTAVo JuSTINo DE oLIVEIrAPrimeiro eu perguntaria à plateia quem aqui gosta do Jurídico da em-presa? Ninguém? Então não precisa fazer nem enquete. Quando fui con-vidado para este debate eu pensei no quanto seria bom falar com em-presários. Porque há esse distancia-mento, uma ideia muito equivocada do que a gente do Jurídico faz. A ideia de que “lá vem o Jurídico pra falar não”. E na verdade a nossa preocupação enquanto advogados empresariais ou do poder público é apoiar. Se a gente não proteger a empresa da aplicação ou interpreta-ção errada de uma lei, tudo simples-mente vai abaixo. Isto posto, o que queremos dizer quando falamos em insegurança jurídica? Podemos falar em incerteza jurídica, em instabili-dade jurídica, na verdade estamos dizendo que nem o Estado e nem a lei podem ferir de morte, vamos dizer assim, o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa joga-da. Aquilo que é objeto dos nossos acordos, os contratos de trabalho, os contratos firmados com o poder pú-blico ou com outra empresa e assim por diante. Aquilo que foi acordado não pode ser ferido. Porque se toda hora o vínculo que foi estabelecido, o objeto de um acordo, vier abaixo e for modificado, não teremos uma trajetória institucional positiva. A gente não consegue evoluir, se de-senvolver. Nesse sentido, se vamos falar de segurança jurídica, temos que falar de segurança jurídica junto com estabilidade política e equilíbrio institucional. Que é outro erro que as pessoas cometem. Elas acham

para votar “não” – e isso é muito importante que todos entendam: no Congresso você pode votar a favor, contra ou atrapalhar todo mundo, que é a famosa obstru-ção. A obstrução tem um enorme poder no regimento atual. Ape-sar de ser legítimo, um único de-putado, se quiser obstruir, pode ficar entrando com um monte de requerimentos para atrasar as votações. Como resultado, nós ficamos assistindo a um Brasil que podia avançar muito mais rapidamente nas pautas, mas enfrenta dificuldades em função de um regimento ultrapassado e que premia quase que a ditadura de uma minoria que fica fazen-do obstrução. Agora, o ambiente dentro do Congresso realmente deu uma bela renovada. As no-vas lideranças, representadas em boa parte por aquelas pes-soas que vieram das ruas, e os novos partidos que apareceram têm um foco diferenciado, que deixa de ser o interesse pessoal e passa a ser uma proposta mui-to mais coletiva de país. E com as mídias sociais o próprio eleitor acaba colocando muita pressão. O que muda o voto lá dentro é a pressão popular.Alexis “pressão popular muda voto”

que o STF toma as decisões, mas o STF é uma instituição que tem de ter equilíbrio institucional, é preciso que haja uma fase de estabilidade políti-ca positiva, e o momento que esta-mos vivendo é de muita ebulição. É um momento de renovação do Le-gislativo, como disse o deputado, e isso tem feito com que o Legislativo tenha agendas próprias, positivas, tanto na Câmara quanto no Senado, talvez mais na Câmara. No Judiciário, agora com o ministro Dias Toffoli à frente, temos observado mudanças. Quando assumiu a presidência do STF, ele falou muito que o Supremo teria um poder moderador. Na época ninguém entendeu o que seria esse poder, que é algo muito imperial. Agora sabemos. Em minha opinião, significa decisões para um lado, de-cisões para o outro. E isso também cria instabilidade. Mas eu diria que o Executivo também vem concorren-do para esse clima muitas vezes de

Justino elenca fatores de insegurança jurídica

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R E P O S I Ç Ã OP E R S P E C T I V A S

ECONOMIA

POLÍTICA

POLÍTICA

insegurança. Sem entrar em ques-tões ideológicas, declarações como “não se assuste se alguém pedir o AI5”, como disse o ministro Paulo Guedes em Washington, ou “Acho que devemos praticar uma demo-cracia responsável”, também disse o ministro, não ajudam. O ministro da Economia fala com o mercado, ou com os mercados; então, o que é dito pelo Poder Executivo também vai transformar o que cada uma das empresas aqui faz em um cenário de maior ou menor estabilidade. Nesse sentido, não podemos dizer que a culpa é do Supremo, todos os po-

ALEXIS FoNTEYNENa reforma tributária eu não acredito que isso atrapalhe muito. Porque a pro-posta passou fluida na CCJ – Comissão de Constituição e Justiça. O que vamos ter é uma disputa de protagonismo en-tre Senado e Câmara. Por que a Câma-ra fez a proposta que iniciou a reforma da Previdência e ganhou os holofotes. Nesse momento, o Senado também quis apresentar sua proposta de refor-

deres têm de saber conviver, saber que são responsáveis. Precisamos entender que, às vezes, o Judiciário toma decisões contramajoritárias, que são importantes, mas não re-presentam a maioria. Por exemplo, proteção de direitos da minoria, são decisões importantes para a de-mocracia, para o Estado de direito. Outras vezes as decisões são mais representativas, numa linha mais contemporânea. E aí essas deci-sões também provocam rebuliço e tendem a gerar insegurança jurídi-ca. Mas é esse momento, o mundo em que a gente está vivendo.

ENQUETE COM A PLATÉIA

Em 2020, sua empresa vai:

Ampliar investimentos no mercado brasileiro

Reduzir investimentos no mercado brasileiro

Manter investimentos no mercado brasileiro

55%

5%

40%

uma das razões que levaram ao protagonismo do Congresso em 2019 foi o jeito bolsonaro de governar, com polêmicas permanentes. Esse método pode atrapalhar a aprovação das próximas reformas em 2020?

A reforma tributária não vai promover aumento de impostos, mas também não haverá redução de carga. Que benefícios efetivos para as empresas trazem os textos que tramitam nas Casas Legislativas?

ma tributária. Mas é a PEC 110, que vem de uma proposta que estava na Câmara, do ex-deputado Luís Carlos Hauly, na verdade requentada. A PEC 45, que está na Câmara, já é uma pro-posta muito melhor elaborada. Ela teve sua tramitação, foi andando na Comis-são Especial, mas houve um lapso de tempo em função do relatório que está sendo preparado como projeto de lei complementar, que é pesado, é muito

assunto. E também esperamos o Go-verno, que tinha que apresentar algu-ma coisa, mas enfrentou um problema na troca do Secretário da Receita Fede-ral, Marcos Cintra. Então, essa proposta do relatório não vai ser apresentada mais neste ano na Comissão Especial, vai ficar para o começo de 2020. A re-forma administrativa é a outra ponta, é a ponta das despesas do nosso balanço. A receita está do lado da reforma tribu-tária, que promete não aumentar nada,

JASoN VIEIrAO maior problema do Brasil não são os tributos, não estamos nem perto do país com a maior carga tributária. Nós somos o país que pior tributa no mundo. Os empresários bem sabem o nível de engenharia financeira que a área contábil precisa ter no Brasil. Isso para se manter, literalmente, dentro da lei. É ridículo. Sabemos que a reforma tributária vai gerar judicialização, vai gerar reclamação de estados e muni-cípios, principalmente dos governado-res, que têm uma ânsia arrecadatória grande e não conseguem entender os benefícios do sistema de simplificação, da retirada dos impostos em escala e da tributação do consumo. Mas essa reforma vai trazer justiça no sentido de tributar lucros e dividendos, que ganharam isenção durante o governo FHC a partir de uma premissa de que os Estados Unidos fariam algo seme-lhante, mas não fizeram nada e a gente manteve desse jeito. Essa perspectiva nova em relação à questão tributária no Brasil vai trazer, primeiro, a reali-dade quanto ao custo que se tem no país, ou seja, o imposto vai até cair de certa maneira para os bens, vai se tor-nar mais justo – e em certo momento é natural que haja uma alavancagem da redução dos custos de impostos, ou seja, a recomposição de margem, que

o grande objetivo é simplificação, trans-parência, neutralidade e equidade. E, do lado das despesas, para reduzir o déficit seria preciso uma reforma admi-nistrativa, mas que não vai ser colocada agora porque sabemos que o ambien-te na América Latina está em ebulição. Seria uma provocação porque essa reforma mexe com corporações pode-rosas de funcionários públicos. Então, o governo decidiu deixar também para o próximo ano.

está sendo achatada há vários anos. O brasileiro hoje paga muito mais caro do que lá fora, não em relação ao dó-lar, mas em relação ao que ele ganha, ao salário. Nós pagamos o carro mais caro, a casa, a água, tudo mais caro. Mas quando a reforma tributária esti-ver pronta, andando e funcionando, aí vem o segundo momento, que é para equalizar. É a abertura comercial – e, concordando com o que o Paulo Gue-des sempre diz, ele não vai fazer uma abertura comercial ampla sem antes fazer uma reforma tributária. Porque a reforma tributária serve exatamente para retirar uma das bolas de ferro do pé do empresariado brasileiro; a aber-tura comercial vai tirar a bola de ferro do pé do consumidor brasileiro. Daí, com um sistema tributário mais justo, vem a competição.

Jason: “somos o país que pior tributa no mundo”

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R E P O S I Ç Ã OP E R S P E C T I V A S

POLÍTICA JUSTIÇA E LEGISLAÇÃO

guSTAVo JuSTINo DE oLIVEIrAA pergunta é muito interessante e é importante explicar porque isso acontece. De novo, não é uma ques-tão do Poder Judiciário. O Judiciário é feito por pessoas independentes, órgãos independentes, que sempre farão uma análise de constituciona-lidade, de legalidade. Na primeira instância, dos magistrados e juízes, há uma orientação plural, cada um pensa uma coisa e à medida que os recursos vão caminhando, a própria estrutura do Poder Judiciário com súmulas e entendimentos mais ge-rais e que devem ser vinculantes também para a base do Judiciário já vai melhorando a qualidade da hermenêutica, da interpretação da legislação. Mas eu diria existe no Brasil uma necessidade de os pode-res conversarem mais e melhor. Na nossa história bem recente, no go-verno Lula, foram firmados dois pac-tos republicanos tendo o Poder Ju-diciário no centro. Mas o que é isso? Há uma agenda em comum, como uma agenda de reforma, e a agenda no primeiro pacto republicano era de reforma do Judiciário, para melhorar a atuação do Judiciário. Então, antes

guSTAVo JuSTINo DE oLIVEIrANo que diz respeito ao tema que in-teressa mais ao público, que é a mo-vimentação da economia e a volta de um liberalismo econômico, a gente percebe que o Poder Executivo foi res-ponsável por renovações legislativas importantes. Eu destaco duas. Primei-ro, a lei 13.874, de 20 de setembro de 2019, que tem origem numa Medida Provisória que é a Lei da Liberdade Econômica. Não deveríamos precisar de uma lei para dizer isso, mas ela cria princípios e diretrizes que dizem que o Estado não pode atrapalhar a atividade da economia, que o Esta-do não atrapalhe o desenvolvimento econômico do mercado – que é uma primazia da livre iniciativa, da liberda-de de concorrência – e que medidas restritivas e condicionantes políticas sejam sempre voltadas a impulsionar a economia e não restringir seus resul-tados. Nós falamos aqui do Judiciário, o Judiciário está num momento de renovação, ele está sendo criticado quando não era criticado. E está ten-do que responder a essa crítica, mas não sabe ainda como fazer isso. Como eu disse, a presidência do Toffoli tem orientado decisões num sentido e no outro, não sei se isso vai ser positivo, acredito que não, mas é o que a gen-te está vivendo. E qual é o resultado?

ALEXIS FoNTEYNEPor incrível que pareça, e essa é uma opinião pessoal, o que mais provoca insegurança jurídica no país hoje é o STF, especialmente quando solta uma decisão dessas no meio de um pro-cesso que nós estamos construindo.

o governo Temer aprovou uma reforma trabalhista. ocorre que há juízes do trabalho que não aplicam todas as novas regras. A reforma administrativa vai mexer com o funcionalismo público. por que existe esse descompasso entre a lei e a ação de determinados juízes?

Quais são as boas notícias que vêm a partir de novas leis e que passam um pouco despercebidas pela maioria das pessoas?

A sociedade tem deixado claro o desejo de priorizar o combate à corrupção. parte dos deputados e senadores agora corre para tentar reverter o entendimento do STF quanto à possibilidade da prisão após condenação em segunda instância. Afinal, existe ambiente e desejo no Congresso de combater a corrupção e criar dispositivos legais que revertam essa decisão do Supremo?

de soltar as reformas é preciso bus-car o consenso, não só dentro do Congresso, mas junto à sociedade e entre os poderes. Os poderes preci-sam dialogar na democracia, não se trata de combinar tudo antes, mas o que está faltando é um novo pacto republicano agora já nesse contexto de um governo que é muito calcado em lei e ordem. E temos também uma agenda de liberalismo econô-mico, e essa agenda tem tido muito sucesso na comunicação com o Le-gislativo e com o próprio Judiciário. A reforma trabalhista seria um ponto fora da curva nisso, mas ela é uma herança de Michel Temer. Aliás, a he-rança do Temer vem se finalizando, agora o Executivo tem de mostrar a que veio, com projetos próprios. Nesse sentido, a agenda social mui-to conservadora do Executivo ainda não encontrou eco no Congresso Nacional. Enfim, o Executivo precisa dialogar com o Judiciário e o Legis-lativo, a ideia de pacto republicano é boa. Temos dois pactos republi-canos recentes no Brasil, estamos precisando de um terceiro em meio a um cenário totalmente diferente do que a gente tinha lá atrás.

ENQUETE COM A PLATÉIA

Entre as reformas iniciadas este ano e que continuarão em 2020, a mais importante é:

Reforma da Previdência

Reforma Administrativa

Reforma Tributária

7,3%

85,4%

7,3%

Certo descrédito em relação ao Ju-diciário. Nesse sentido, as empresas e o próprio Governo vêm buscando métodos extrajudiciais para a solução de seus conflitos, ou seja, essa judicia-lização tende a diminuir. Por exemplo, o decreto 10.025 foi editado em 20 de setembro de 2019 e incentiva no âmbito dos contratos de infraestrutura – que são os mais complexos no país – o uso da arbitragem, da mediação, dos comitês de prevenção e solução de litigio. Assim, os litígios oriundos de contratos e de acordos entre as empresas ou pessoas não são dire-cionados ao Judiciário, mas resolvidos por meio de mediação, das câmaras de arbitragem. Isso é uma tendência, não só no mercado, mas também nos contratos firmados com o Governo. O efeito positivo de que litígios entre particulares sejam definidos fora do Judiciário – é claro que a arbitragem está inserida no contexto de jurisdi-ção –, buscando métodos alternativos mais adequados, é que o Judiciário vai se especializando melhor naquilo que ele deve fazer. E confusões como sa-ber se uma pessoa vai presa ou não numa decisão em segunda instancia não voltarão a acontecer. Porque o Ju-diciário estará mais especializado em decidir aquilo que realmente ele tem que decidir.

De fato, há uma falha na lei. Houve propostas tanto no Senado quanto na Câmara, uma correria de última hora para tentar reverter esse sentimento no brasileiro de que não é possível que essas pessoas condenadas em segunda instância – e eu não estou

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JUSTIÇA E LEGISLAÇÃO JUSTIÇA E LEGISLAÇÃO

falando apenas dos políticos – agora estão soltas. No caso dos políticos, obviamente, é um escárnio ver o Lula ou o Zé Dirceu livres na rua e fazendo campanha, aproveitando o momen-to de instabilidade na América Lati-na para tentar desestabilizar o Brasil. Agora, o “acordão” para tentar barrar esse debate tem muito a ver com con-flito de interesses, muita gente lá sabe que pode correr o risco de ser conde-nada e ser vítima da aplicação dessa lei. Mas, de novo, a renovação política vai fazer uma movimentação de obs-trução. O deputado Capitão Augusto colheu assinaturas para aprovar um Projeto de Lei fazendo a reforma do CPP – Código de Processos Penais,

que talvez seja um caminho mais rá-pido para recolocar essas pessoas onde elas devem estar. É fundamental uma bela pressão de rua, a popula-ção ir para a rua de verde e amarelo dizendo que não aceita esse tipo de decisão. O único país do mundo que não prende após uma condenação de segunda instância é o Brasil, por-que o STF fica decidindo coisas parti-culares e não de ampla repercussão. Os tribunais superiores devem tratar temas constitucionais e não se o Lula fica preso ou questões litigiosas de pequena monta. Esses tribunais não existem para trabalhar com assuntos particulares. Tem que colocar pres-são, a indignação tem que falar alto.

Considerando os três poderes, determinadas decisões fazem com que o brasil passe a mensagem de que o combate à corrupção por aqui não é prioridade. Como os investidores externos recebem essa mensagem?

JASoN VIEIrAOs investidores estrangeiros, com os quais eu lido diariamente, fi-caram muito incomodados com a questão da segunda instância. Porque é o mesmo investidor que tomou um tombo horroroso aqui durante o governo Dilma na questão do setor elétrico. É um segmento que está ávido por in-vestimentos no mundo porque as bolsas americanas estão inflacio-nadas, estamos passando por uma

guSTAVo JuSTINo DE oLIVEIrAApenas para complementar, a gen-te fala muito hoje em segurança jurídica, mas está tudo interligado: a segurança jurídica, o equilíbrio institucional – das instituições em geral – e a estabilidade política, tudo isso tem que conversar. É im-portante lembrar que foi muito po-lêmica a aprovação no Congresso

taxa de juros negativa no planeta inteiro, há poucas opções de in-vestimentos e o Brasil é, sim, um alvo preferencial dos investidores estrangeiros – o que está aconte-cendo com o dólar é uma questão meramente pontual. E eu explico de maneira bem simples: nós já ti-vemos juros tão baixos no Brasil? Não. Vai baixar mais? Vai, pelo me-nos para 4,5% ao ano. Então não tem capital especulativo. Está ex-plicada a alta do dólar. A tendên-

cia é que o dólar comece a arrefe-cer a partir de certo momento. Um interesse do investidor estrangei-ro é, por exemplo, a PEC do sa-neamento, porque este investidor estrangeiro tem recursos em gran-de monta, são investidores em in-fraestrutura. E o investimento em saneamento não é feito em micro regiões, é sempre feito em macro regiões. Saneamento básico é a maior necessidade que temos no Brasil, porque reduz custos de saúde, que é uma rubrica carim-bada no país e esse estrangeiro vai investir numa macro região que vai, por exemplo, comprimir quatro cidades. O Estado vai di-zer que está oferecendo aquelas quatro regiões para o investimen-to. Imagina se o investidor coloca bilhões de reais ali, cria a infraes-trutura e, depois de alguns anos, quando tudo está andando bem,

surge um prefeito e diz “agora isso aqui é meu”. O resultado é insegurança jurídica. É por isso que o investidor estrangeiro viu com maus olhos a mudança da prisão em segunda instância. Ele avaliou que o Brasil não respeita as regras. Aí alguém vai dizer que estamos respeitando a Constitui-ção. Sim, mas a Constituição tam-bém diz que “é reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher”. Mas quando você precisa modernizar o entendimento, traze-lo aos no-vos tempos, é necessário revisar o que era a Constituição e colo-car tudo de maneira a atender aos anseios da sociedade. Ou seja, na questão da prisão em segunda instância, independentemente do que qualquer jurista venha a dizer, o investidor estrangeiro viu com péssimos olhos.

da lei 13.869 em 5 de setembro de 2019, a chamada lei de abu-so de autoridade. Mas excessos ocorrem mesmo, em todos os po-deres, e acabam ferindo de morte não só a segurança jurídica, mas a estabilidade das instituições. E aí o mercado deixa de atrair inves-tidores justamente porque o país aumenta seu risco.

ENQUETE COM A PLATÉIA

As decisões tomadas pelo Supremo Tribunal Federal em 2019, especialmente aquelas com impactos no combate à corrupção, foram:

Positivas para o Brasil

Indiferentes para o Brasil

Negativas para o Brasil

0%

85,7%

14,3%

Debatedores passaram a limpo as polêmicas de 2019

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2020: MENSAGEM FINAL 2020: MENSAGEM FINAL

JASoN VIEIrAÉ importante deixar claro que, quan-to às perspectivas que tínhamos no ano passado, três fatores frustraram o crescimento esperado para 2019. O primeiro foi um ruído político, era um governo novo, não acostumado ao Executivo, e que mudou paradigmas como, por exemplo, retirar de minis-térios a questão política, ou seja, o sistema de troca mudou muito, e toda alteração num sistema de troca chega a ser traumática. E para o investidor isso gerou certa insegurança no co-meço do ano. Tivemos, ainda, a crise da guerra comercial no âmbito global, que também gera insegurança no in-vestidor. E o terceiro ponto é o que isso trouxe de efeito: o Brasil exportou menos esse ano, não por culpa pró-pria, mas devido a um posicionamento global mais cauteloso. Com isso, as perspectivas médias de crescimento para este ano – de 2% a 2,5% – se reduziram para algo em torno de 1 e “alguma coisa”. Mas nós poderíamos estar crescendo 1,8% se não fosse o problema da Argentina, a guerra

guSTAVo JuSTINo DE oLIVEIrAÉ como se nós tivéssemos dois go-vernos, ao menos no início. Um muito focado na economia, numa liberaliza-ção, numa desregulamentação; e, na área social, um certo conservadoris-mo, como se programas sociais fos-sem um tema menor. Mas, no final do ano, a gente viu que não é bem assim. No início do governo, predominou uma agenda econômica. Agora, quan-do analisamos os decretos, projetos e programas que estão sendo criados pelo poder Executivo, já vemos viés mais social – é pouco se comparado à economia, mas há indícios de uma melhoria no social. Eu diria que são três os pontos fundamentais. Primei-ro, a economia importa, mas o social importa tanto quanto. Nós temos que pregar o desenvolvimento econômico, mas o social também. Isso vai ter que

ALEXIS FoNTEYNEEu vou na mesma linha do Jason. Na Câmara dos Deputados, nós temos um excelente relacionamento com os ministérios do Jair Bolsonaro. Eu posso dizer que estamos em muito boas mãos. A equipe que o Paulo Guedes montou no segundo escalão é excelente, é uma turma que tem projeto, tem plano, tem estratégia e está atuando em várias frentes, como redução do custo de energia e do gás. Mas é preciso falar: o governo tinha que fazer um “detox” primeiro. E não é fácil fazer desintoxicação. Você troca os cargos de confiança do primeiro e do segundo escalão, mas para baixo você não troca. E aí é preciso mudar a cultura. Só que a máquina, a burocracia, tem um poder enorme, ela vai engolindo aqueles

comercial e o início atribulado do go-verno. Agora, nós já tínhamos a pers-pectiva de uma melhora sensível da atividade econômica no último trimes-tre deste ano, levando a uma inércia para 2020. O contexto está melhoran-do bastante e os desafios, principal-mente em relação à reforma tributária, mantêm parte dos investidores ainda de certa maneira no modo stand by, especialmente o investidor local, por-que ele precisa entender o quanto vai ser benéfica a mudança de uma plan-ta, o quanto vai ser benéfico o inves-timento em certos lugares, o quanto vai se reduzir o custo, por exemplo, da excrescência que é a substituição tri-butária no Brasil. Mas, ainda assim, há um otimismo, existe um ciclo virtuoso se convertendo ao Brasil. Se nós tiver-mos algum desenho do fim da guerra comercial, as projeções para o pró-ximo ano serão frustradas, mas aí no sentido de terem sido subestimadas. Então, vamos aguardar e ficar de olho nos Estados Unidos e na China. Caso isso se resolva, teremos um 2020 ain-da melhor do que o esperado.

ser mais calibrado. O segundo aspec-to é que todos os poderes precisam trabalhar pela estabilidade política e o equilíbrio institucional. Esse não é um tema só do Judiciário. Então, uma ten-dência que eu vislumbro para 2020 é cada poder assumir sua responsa-bilidade em prol do desenvolvimento. E, terceiro, todos os poderes têm que medir melhor as palavras. Um bom projeto que está em gestação pode não dar resultado porque, às vezes, se joga para a plateia, se diz alguma coisa que a plateia quer ouvir. Muitos dos que foram para o governo são do empresariado e estão acostumados a falar o que quiserem. Eles podem continuar sendo empresários, mas não estão empresários no governo, estão lidando com a coisa pública e têm que fazer isso com responsabili-dade, sobretudo naquilo que dizem.

ENQUETE COM A PLATÉIA

Qual é sua avaliação sobre o primeiro ano do governo de Jair bolsonaro?

Ótimo/Bom

Regular

Ruim/Péssimo

27,5%

17,5%

55%

que são bem-intencionados. Mas a turma lá é muito forte. Eu tive uma reunião excelente com o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que projeto ele montou naquele ministé-rio! Colocou ordem naquilo. Assim como a Thereza Cristina, na Agricul-tura. O Ricardo Sales, do Meio Am-biente, pode ser controverso, mas ele pegou talvez o ministério mais ideologizado, um monte de ONGs penduradas naquele ministério re-cebendo dinheiro, é um trabalho de Hércules. Um monte de gente que está perdendo poder vem tentando minar, mesmo órgãos internacionais. Mas estamos com inflação baixa, a Bolsa de Valores com índices que ultrapassaram 100 mil pontos, nem precisa falar nada de bom, é só não falar besteira que a coisa começa

a subir. O ambiente todo está muito bom. Vai ter uma tentativa de de-sestabilizar? Vai. Nós temos que fi-car atentos e não podemos cair em provocações. E temos que ter oti-mismo, estamos com nossas plantas instaladas, os índices de crescimento econômico, como papel ondulado, mostram bons números. Não vamos deixar o pessoal estragar, vamos acreditar, vamos fazer o Brasil entre-gar de novo um crescimento bonito. E é importante que um governo libe-

ral não ache que os mercados resol-vem tudo. O Paulo Guedes tem essa humildade com a sua equipe, é im-portante olhar para o social também. Muitas vezes fica parecendo que isso é antiliberal, mas não adianta ficar com esse purismo que acabou, talvez, derrubando a Argentina e ba-gunçando o Chile. Temos que focar no liberal e também no social para que possamos igualar as oportuni-dades, para que as pessoas estejam no mesmo nível de competitividade.

CICLO DE CRESCIMENTO À VISTAAs expectativas no Sindipeças para 2020 são de um bom ano na nossa atividade, puxado pela produção de veículos, que de-verá manter a sequência de crescimento no Brasil. Seria o quarto ano de expansão, após a grave crise de 2014, 15 e 16 – a partir de 2017, engatamos um bom ritmo.Também deveremos ter um cres-cimento razoável na distribuição e na reposição. Na exportação, seja de veículos ou autopeças, ainda temos que lidar com a cri-se da Argentina. O país teve uma queda significativa a partir do meio de 2018 e uma queda mui-to forte em 2019. E não estamos prevendo recuperação já a partir de 2020 e sim a manutenção do nível de 2019, que é baixo, é um mercado que se reduziu pela me-tade e que respondia por quase 70% da exportação de veículos a partir do Brasil e por cerca de 30% no caso de autopeças fora dos veículos.Na economia, esperamos uma aceleração do crescimento, o que é muito importante para toda a nossa atividade. Um fator fun-damental da recuperação nes-te momento é a questão dos ju-ros, que também está ancorada na inflação e na melhoria do qua-dro fiscal. Esse é ainda um gran-de desafio que o Brasil preci-sa enfrentar nos próximos vários anos. Termos concluído a reforma da Previdência, mesmo que com uma demora significativa, nos aponta que há um bom caminho para o equacionamento da ques-tão fiscal em médio e longo prazo já a partir de 2020. E isso ajudará muito a ancoragem das expecta-tivas inflacionárias e, portanto, da taxa de juros e do próprio câm-bio. Isso tudo traz uma tranquili-

dade macroeconômica que é fun-damental para o crescimento de qualquer atividade.Lá fora é um mundo mais turbu-lento pelas discussões essen-cialmente comerciais lideradas pelos polos China e Estados Uni-dos. Mas também temos o Brexit, questões do Oriente Médio, en-fim, não vai ser um ano tranqui-lo lá fora – inclusive o Brasil será um dos poucos países que deve-rá ter crescimento da produção e da venda de veículos em 2020. Um pouco na contramão do mun-do, mas positivamente na contra-mão desta vez.Sobre a continuidade das refor-mas e do avanço das políticas em curso no Brasil, a gente deve se-guir com alguma reforma estru-turante, seja a tributária, a admi-nistrativa ou ambas, e também a relação entre federação e esta-dos, o marco federativo. São dis-cussões relevantes. Eu diria que, para o nosso setor e a economia em geral do país, a reforma tribu-tária é muito importante. A sim-plificação na forma de prestação dos tributos, a redução da inse-gurança jurídica e maior neutra-lidade do sistema tributário, em que a gente não aja operacional-mente em razão da forma de tri-butação e sim ao reverso, seriam avanços positivos para o país. As-sim como no caso da Previdên-cia, não há resolução do dia para a noite e esperamos que se ini-cie, a partir das duas reformas propostas no Senado e na Câma-ra, um movimento para que isso ocorra e que seja dado um pra-zo de transição provavelmente longo para que não haja quebra do sistema e de determinados setores de atividade nesse inte-rim. Mas inciar e ancorar as ex-pectativas é muito importante e,

Em vídeo, Dan Ioschpe apresentou suas expectativas na abertura do Painel Inova Perspectivas 2020

por isso, a gente espera que esse tema tenha um avanço significa-tivo em 2020, preferencialmente no primeiro semestre, porque no segundo há eleições municipais e a agenda se perde um pouco.Outro assunto importante, que talvez nos ajude mais em 2021 e 22, é a infraestrutura. Há um mo-vimento de se lançar projetos, concessões e alienação de ati-vos públicos, o que leva tempo. Existe uma série de requerimen-tos para que isso seja feito sem insegurança jurídica para qual-quer das partes. Provavelmen-te teremos um movimento mais robusto de estradas, portos, ae-roportos, saneamento, energia elétrica, petróleo e gás e outras atividades mais ao final deste ci-clo de governo, nos anos 2021 e 22, o que deve ajudar bastante a economia e o emprego. Se houver a continuidade desse cenário macroeconômico equi-librado, a recuperação de em-pregos e a melhoria das ques-tões estruturais no Brasil – como

as que eu mencionei neste tex-to – caminharemos na boa dire-ção e provavelmente continuare-mos tendo anos de crescimento no setor automotivo.E, por fim, a importante abertu-ra do Brasil, que está em cur-so. Vemos com bons olhos a ne-cessária integração do Brasil ao mundo, é claro que feita com horizontalidade, gradualismo e transparência. Entendemos que essas condições são essenciais para que isso ocorra de forma adequada. Temos algumas di-ferenças eventuais em relação à forma que se pretende fazer certos atos, como, por exem-plo, ações unilaterais em que a gente não vê que as três con-dições estejam sendo preenchi-das, mas a direção é boa.Tudo isso dito, estamos razoa-velmente otimistas para mais um ano de crescimento em 2020 e, provavelmente, um ciclo de cres-cimento que se estenda além do ano que vem, o que será muito positivo para todos.

Dan Ioschpe presidente do Sindipeças R E P O S I Ç Ã OP E R S P E C T I V A S

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R E P O S I Ç Ã OP E R S P E C T I V A S

“A gente não pode acreditar que um país como o Brasil – gigante como é e dono de uma frota maravilhosa – não tenha oportunidade de crescimento. A gente tem sempre que pensar positivo e nossa expectativa pra 2020 não é diferente. É nítido e perceptível o entu-siasmo em relação à nossa economia e, assim que acertarmos algumas coi-sas, esse clima irá se transformar em um resultado de melhoria muito forte. A expectativa da SKF é muito boa. Esperamos crescer em 2020, basea-dos nessa frota maravilhosa e nessa economia que aponta para um viés de crescimento muito forte”.Daniel ChimelloDiretor Comercial da SkF

“Estamos otimistas. Esperamos um crescimento contínuo e sus-tentável. No fechamento de 2019 estamos com a expectativa de aumento nas vendas em torno de 6% e para o ano que vem um

“A nossa perspectiva, ainda mais de-pois de uma premiação como a do Inova, é a melhor possível. O mercado de aftermarket tem se apresentado bem estável e, pra 2020, já estamos investindo na fábrica e na produção, de tal maneira que sempre confiamos em um crescimento razoável. Em re-lação ao quadro mais amplo, sobre a economia do país, a gente sempre espera o melhor. Estamos acompa-nhando toda a dificuldade do gover-no nessa área, mas acreditamos que 2020 será um ano bem melhor do que foi 2019”.Eduardo Hiroshi gerente Comercial da Ngk no brasil

“Olhando para o mercado de af-termarket, mesmo com crise na economia nacional e situações di-fíceis em termos políticos, obser-vamos que ele tem tido condições de crescer muito em razão da frota

EXECUTIVOS DA REPOSIÇÃO REVELAM EXPECTATIVAS PARA 2020Convidados da cerimônia em homenagem aos vencedores do prêmio Inova 2019 mostraram otimismo com as perspectivas da economia brasileira e o aftermarket automotivo

Lucas Torres [email protected] Fotos: Eduardo Amorim

crescimento de 2% a 3% em re-lação às vendas deste ano.Nossa expectativa é que o go-verno continue aprovando as reformas. Na área tributária, por exemplo, um rearranjo de tantos impostos que temos em torno de um único imposto, o IVA, que diminuirá o enorme custo com burocracia com que convivemos no país, bem como aumentará a segurança jurídica das empresas.Além das reformas, nós do va-rejo entendemos como muito importante a retomada dos in-vestimentos maciçamente em infraestrutura, o que não de-manda do governo um esforço político tão grande, já que pode ser realizado através de PECs”.Francisco De La Torrepresidente do Sincopeças-Sp

que nós produzimos em anos an-teriores. Internamente, na Arteb, fecharemos 2019 com um cresci-mento de 14% e acreditamos que, para 2020, esse crescimento con-tinue, agora na casa de 8%. Exis-tem fatores que têm nos deixado otimista, como o fato de o merca-do de reparação independente estar se estruturando cada vez mais, trazendo clientes do mer-cado original, o que acaba impul-sionando nosso segmento. Existe também a questão da manutenção preventiva estar se enraizando na cultura dos brasileiros, que têm percebido que ela tem relação for-te com a segurança de sua família, bem como reconhecido que ela é melhor para o bolso do que deixar o carro chegar ao limite, quebran-do de alguma maneira”.Edson brasil CEo da Arteb

“O mercado segue um pouco o que a economia está apresen-tando e esta começou o ano de 2019 com muita expectativa e está terminando com muita in-

certeza. Talvez nem tanto quanto nos anos passados, mas ainda não está positivo. O dólar é um sinal de que a gente sofre mui-to também com a instabilidade que acontece no cenário inter-nacional e isso afeta muito os nossos negócios. O dólar afeta diretamente a matéria prima, o que coloca uma pressão forte na rentabilidade e impacta pratica-mente todos os players que es-tão no mercado hoje. Para 2020, esperamos um mercado bastante disputado, brigado do ponto de vista de preço, onde os mais efi-cientes e mais estratégicos irão largar na frente”.Felipe Anholon - Diretor geral de Aftermarket da Fram

“A expectativa para o país em 2020 é positiva. Apesar de nos-sos problemas políticos, econô-micos e técnicos, vemos sinais positivos, sobretudo o fato de

termos uma inflação baixa. No nosso segmento automotivo, ve-mos uma queda na produção de veículos, mas não por causa da queda de vendas no Brasil – que, pelo contrário, apresentará cres-cimento no balanço de 2019, mas pelo fato de o mercado au-tomotivo não estar consumindo. Com relação à Schaeffler, vamos ter um crescimento de dois dí-gitos em 2019 e esperamos o mesmo para 2020. Esse cresci-mento está calcado na parte de treinamentos técnicos e no lan-çamento de uma série de produ-tos novos”.rubens Campos Vice-presidente de Aftermarket Automotivo da Schaeffler

“Nossas expectativas para 2020 são bastante posit ivas, uma vez que já temos a refor-ma da Previdência aprovada e outras reformas que devem entrar em pauta no próximo ano que, com certeza, devem contribuir para a aceleração da economia do país. Com rela-ção à nossa empresa, também esperamos resultados bem posit ivos pois já existem pla-nos de investimento por parte de nossa matriz na Alemanha para que possamos expandir a capacidade de produção e, consequentemente, elevar o número de negócios”.paulo Lira - gerente de Vendas Aftermarket para a América do Sul da Continental do brasil

“Na economia a gente espera uma mudança para melhor. Este ano tinha uma boa perspectiva com o governo novo e a gente viu que, infelizmente, não saiu como o esperado. Muito tropeço, muita falação e pouco trabalho. Apesar disso, acreditamos que 2020 será um ano bem melhor do que foi este. O mesmo otimismo levamos em relação à distribuição. Existem alguns senões, vem muito mate-rial de fora do estado para dentro de São Paulo, o que acaba geran-do uma concorrência predatória, algo que a gente espera que não aconteça no ano que vem. Essa perspectiva de mudança, por si só, traz muito otimismo para o próximo ano”.Ângelo SturaroDiretor da Cobra

OXYGENSENSORS

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R E P O S I Ç Ã OP E R S P E C T I V A S

“Nossa expectat iva para 2020 é crescer de 5% a 6% na l i -nha leve do mercado de re-posição. E eu acredito que o Brasi l , ao menos no nosso setor, vá at ingir também um crescimento sól ido de 3%. O ano que vem será crucial para a reforma tr ibutár ia e acredito que o presidente da Câmara, o deputado Rodrigo Maia, sa-berá conduzi- la assim como o fez na Previdência. Ninguém aguenta mais o atual cenário tr ibutár io do país, t i ra muito nossa competi t iv idade”.Newton rossetigerente de Marketing da rNA, rassini - NHk Automotive

“Em termos gerais, espero que o ano de 2020 seja me-lhor, o país vem numa cres-cente, em uma adaptação com juros caindo, previsão de crescimento do PIB. 2019 não foi como esperávamos, t ivemos uma série de dif icul-dades pol í t icas que ref let i -ram no nosso resultado como país. Como empresa, no seg-mento de reposição automoti-va, a gente vê uma perspecti-va boa de crescimento”.Alcides Acerbi NetoDiretor da Jahu e presidente do Sicap

“Para o setor de reposição independente as perspec-t ivas para o ano novo são mui to boas. Nosso mercado cont inua em expansão e há uma sér ie de fatores que fa-vorecem a manutenção dos veículos, pr incipalmente na parte econômica. Isso por-que, quando há um avanço na venda de veículos novos, o que provavelmente obser-varemos no balanço de 2019 depois de anos di f íceis , o mercado de reposição é au-tomat icamente benef ic iado”.Elias Muffarej Conselheiro do Sindipeças e Coordenador do gMA

OXYGENSENSORS

“A economia, no geral, está bas-

tante retraída no momento, bem

aquém do que a gente gostaria

que estivesse. Se tivermos uma

reforma tributária, já haverá, de

fato, uma melhora significativa,

pois trará uma segurança maior

para os empresários, investi-

dores e, principalmente, para a

indústria, que é um setor que

está bastante apreensivo com

essa questão. Falando especifi-

camente do ramo do varejo de

autopeças, é um segmento que

está trazendo muita oportunida-

de em nichos. O e-commerce,

por exemplo, tem oportunizado

algum sucesso para empresas

do setor, embora traga certas

brechas nas questões tributária

e fiscal, no âmbito da sonega-

ção. O que abala um pouco a

segurança de quem já está no

mercado há algum tempo, que é

o nosso caso”.Alexandre koharagerente Comercial da braskape

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M E R C A D O Fotos: Divulgação

CRESCE FATURAMENTO DA DISTRIBUIÇÃO DE AUTOPEÇAS EM OUTUBRO

MARCELO SANCHES ASSUME DIRETORIA DE AFTERMARKET DA DAYCO PARA AMÉRICA LATINA

Parceria de conteúdo entre o Novo Vare-jo e a empresa de pesquisa NPD informa que no universo de distribuidores moni-torados pela NPD no Brasil, o faturamen-to das autopeças no aftermarket evoluiu 2% em outubro de 2019 na comparação com outubro de 2018. Considerando os dez meses – janeiro a Outubro 2019 –, o resultado é ainda me-lhor. A receita do aftermarket no elo da distribuição cresceu 3% em relação aos dez primeiros meses de 2018. A evolução positiva dos faturamentos em outubro e no período de janeiro a outubro 2019 é resultado dos au-mentos dos preços na ordem de 9% e 8%, respectivamente. Dentre as 14 categorias monitoradas mensalmente pela NPD no Brasil, 9 tive-ram crescimento e 5 sofreram queda no faturamento em outubro de 2019, confor-me explica o gráfico. E apenas 4 apresen-taram crescimento nas unidades comer-cializadas pelos distribuidores nacionais: Suspensão, Arrefecimento, Elétricos Rota-tivos e Componentes de Limpadores.A NPD monitora atualmente as vendas dos distribuidores de mais de 180 fa-bricantes com atuação no aftermarket brasileiro: 50% sofreram retração de faturamento em relação a outubro de 2018. E 52% retração no volume de

Operações da empresa para a América do Sul vêm apresentando excelentes resultados e grande crescimento nos últimos anos

Suspensão

Faturamento

Out 2018

11,11%

Out 2019

Unidades

Out 2018

2,2%

Out 2019

Preço Médio

Out 2018

8,7%

Out 2019

vendas, no mesmo período.A categoria “Suspensão”, uma das 14 atualmente monitoradas pela NPD, apre-sentou desempenho excepcional: au-mento de 11% no faturamento em rela-ção a outubro 2018.O resultado foi reflexo basicamente do au-mento no preço médio nas peças (+9%), pois o crescimento no volume comerciali-zado pelos distribuidores foi de 2%.Nesta categoria a NPD acompanha o desempenho mensal de mais de 30 fabricantes e 58% apresentaram au-mento na receita frente a outubro de 2018. E 61% aumentaram o volume versus o mesmo período.

A Dayco anunciou que Marcelo Sanches, que já atuava desde 2018 na empresa como Diretor de Aftermarket para a Amé-rica do Sul, passa a responder também pelo México, América Central e países do Caribe. “A Dayco é uma empresa global que preza por produtos de alta qualida-de e parceria com seus clientes: distribui-dores, varejos e aplicadores. Meu princi-pal objetivo é que tenhamos um mesmo nível de excelência em atendimento em todos os países da América Latina. Já co-meçamos a investir em equipes e pro-cessos para aprimorar a nossa atuação em todos os países”, diz o executivo. Na-

thália Amorim, Supervisora de Marketing, e Gustavo Queiroz, Gerente de Logísti-ca, também assumiram as funções para América Latina. “A Dayco está emprenha-da em investir e crescer ainda mais. So-mos produtos originais, trabalhamos em parceria com as principais montadoras e temos uma marca reconhecida e premia-da globalmente, na qual nossos clientes sabem que podem confiar. Atuaremos na América Latina com o foco nas principais necessidades deles, entendendo cada particularidade regional para oferecer as melhores soluções aos nossos parcei-ros”, comenta Nathália.

SKF INAUGURA LINHA DE PRODUÇÃO QUE CONSOLIDA ATUAÇÃO DA EMPRESA NA INDÚSTRIA 4.0

DISTRIBUIÇÃO DESTACA MUDANÇAS COM A LEI DE PROTEÇÃO DE DADOS PESSOAIS

ZF E CHINESA WOLONG ELECTRIC CRIAM JOINT VENTURE PARA PRODUÇÃO DE MOTORESE COMPONENTES ELÉTRICOS

Em um espaço de 720 m2, 16 robôs comandados por operadores quali-ficados trabalham com flexibilidade, assertividade e set up reduzido para produzir um milhão de rolamentos de 3ª geração por ano. “Toda essa ope-ração foi montada em apenas 45 dias e conta com processos integrados, sustentáveis e auto ajustáveis” afirma Victor Corrales, diretor industrial da SKF Brasil. A nova linha de produção possibilita alta performance industrial, suportada por elementos da Indústria I4.0. Esta é a segunda linha de produ-

Trata-se da segunda linha de produção para rolamentos de 3ª geração em Cajamar (SP)

e a mais moderna da SKF no mundo

Tema foi apresentado em reunião da AN-DAP e SICAP por Paulo Vinicius de Carvalho

Soares, especialista na área

ção para rolamentos de roda de 3ª ge-ração instalada em Cajamar, São Pau-lo, nos últimos dois anos. É também a mais moderna da SKF no mundo dedi-cada a este tipo de rolamento. Os ati-vos são monitorados por sensores co-nectados a central de inteligência da SKF, o REP Center. “Os dados captu-rados são transformados em contro-le inteligente de processos”, comple-menta Corrales. O rolamento de 3ª geração da SKF tem design inovador e alta performance, que resulta em baixos níveis de atrito e ruído e altos

Discutida mundialmente, a lei geral de proteção de dados pessoais (LGPD – Lei Nº 13.709/2018) dá novos direitos aos ci-dadãos e as empresas precisam se ade-quar, pois a lei entrará em vigor no Bra-sil em agosto de 2022. Em apresentação durante reunião plenária na ANDAP e SI-CAP, Paulo Vinicius de Carvalho Soares, sócio do escritório Lee, Brock, Camargo Advogados, destacou em sua palestra as nuances do tema e os conceitos que a lei traz sobre os dados pessoais, entre eles, nome, endereço, localização, informa-ções identificáveis no titular, dados mé-dicos, número identificador único, perfil cultural e biometria. A lei também relata que o operador e o controlador das in-formações têm responsabilidade subjeti-va e solidária, além disso, haverá também a necessidade de um encarregado/DPO (Data Protection Officer) que é a pessoa

indicada pelo controlador e operador para atuar como canal de comunicação entre o controlador, os titulares dos da-dos e a ANPD (Autoridade Nacional de Proteção de Dados). Ficam excluídos da-dos provenientes e destinados a outros países, que apenas transitem pelo territó-rio nacional e uso pessoal, não comercial, fins jornalísticos, acadêmicos e seguran-ça pública. As punições envolvem des-de advertência, com indicação de prazo para adoção de medidas corretivas; mul-ta simples, de até 2% do faturamento das empresas, limitada a R$ 50.000.000,00 (cinquenta milhões de reais) por infração, além de outras implicações. Por este motivo, as empresas devem ficar aten-tas com os dados que mantém de seus funcionários e clientes.Trabalho intenso em 2019 e boas pers-pectivas para 2020 marcam as ativi-

níveis de segurança e durabilidade. “A SKF promove a evolução tec-nológica no mercado brasileiro e oferece soluções inovadoras para suportar as necessidades dos clientes”, explica Daniel Leite, di-retor comercial automotivo da SKF para América Latina. O produto aten-de altos níveis de exigência e quali-dade impostos pelas montadoras. “A nova linha de produção da SKF, insta-lada na fábrica de Cajamar, traz mais competitividade e produtividade para o País e consolida a atuação da com-

panhia e do Brasil na Indústria 4.0”, fi-naliza Claudinei Reche, presidente da SKF Brasil e América Latina.

A ZF estabeleceu parceria com a Wolong, importante empresa do mercado chinês de motores e com-ponentes elétricos, é um passo para fortalecer a estratégia de mobilidade elétrica da empresa. “Com esta joint venture, ampliamos nossa cadeia de valor para motores elétricos, de for-

dades da ANDAP e do SICAP. “Procuramos com-partilhar conhecimentos e promover encontros sobre os fatores relacio-nados com o nosso seg-mento. Vamos continuar realizando seminários e treinamentos”, diz Rodri-go Carneiro, presidente da ANDAP, demonstran-do sua preocupação com o gap que existe entre o desenvolvimento tecnológico da produ-ção e a tecnologia de gestão no restan-te do trade market. “O mundo está no pós-digital e, em muitas áreas, estamos no analógico”, completou.Alcides Acerbi Neto, presidente do SI-CAP, ressalta o esforço realizado durante o ano nas Convenções Coletivas de Tra-

balho (CCTs). “Vamos iniciar nova bata-lha de novo”, destaca. Neto lembra tam-bém da atuação da entidade em prol da redução da carga tributária. “Temos boas perspectivas para 2020”.

ma a incluir subcomponentes e poder acessar clientes e fornecedores na Chi-na”, diz Jörg Grotendorst, Head da Di-visão de E-Mobility da ZF. A joint ven-ture deve operar sob o nome Wolong ZF Automotive E Motors Co Ltd. e fabri-car motores e componentes elétricos para os sistemas de transmissão da ZF

e para o mercado aberto. O sucesso inicial desta parceria é a celebração de um contrato de uma considerável pro-dução em série l de componentes de motores elétricos para transmissões elétricas e híbridas. As transmissões elétricas contribuem significativamen-te para reduzir as emissões de CO2 do

tráfego rodoviário. Desde janeiro de 2016, a ZF agrupou suas atividades de eletrificação e mobilidade sus-tentável na Divisão E-Mobility, sedia-da em Schweinfurt, Alemanha. Mais de 9000 colaboradores já trabalham nessa divisão, espalhados em vários locais ao redor do mundo.

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R E T R O S P E C T I V A redação Novo Meio [email protected] Fotos: Arquivo Novo Meio

Retrospectiva relembra os temas que receberam destaque na mais longa trajetória editorial no segmento varejista de autopeças brasileiro

NOVO VAREJO CONTA 25 ANOS DE HISTÓRIA NA REPOSIÇÃO

O ano de 2014 foi notável para o Novo Varejo e marcou as come-morações de 20 anos desta publi-cação. Para celebrar, voltamos no tempo e ao longo daquele ano vei-culamos na seção especial duas décadas de história no mercado de reposição automotiva.Para começar o ano, em janeiro, promovemos o Fórum Novo Vare-jo, em que protagonistas do setor de aftermarket discutiram tendên-cias do mercado e ferramentas de gestão. No evento, também pro-porcionamos aos convidados inte-

2014ragir e conhecer a rede varejista nor-te-americana AutoZone, num debate que contou com a presença do prin-cipal executivo do gigante mundial de componentes automotivos. Os fó-runs de debates e conteúdo foram in-troduzidos no mercado brasileiro de manutenção veicular pelo Novo Vare-jo, em 2000, e representam mais uma marca registrada da publicação.Outro assunto que ganhou destaque, agora nas edições de fevereiro, maio e junho, foram as adequações às exi-gências de certificação do Inmetro. Importante passo em direção à qua-

lidade, as obrigatoriedades foram, no entanto, adiadas em dois anos, como destacaram as edições de agosto e setembro. Felizmente, a chancela do Inmetro para as autopeças se tornou uma realidade ao longo do tempo e hoje está consagrada na reposição.Na edição de outubro, lançamos o “Prêmio da Qualidade Novo Varejo”, com avaliação técnica do IQA, para valorizar as melhores práticas dos va-rejistas da Grande São Paulo. Já em novembro, mereceram destaque as iniciativas criadas pelos empresários do segmento para suprir a carência

de mão de obra qualificada e as conquistas obtidas pelos proprietá-rios e gerentes de lojas que inves-tiram em capacitação profissional.

O Novo Varejo abriu 2015 com foco em uma de suas principais vocações: prestar serviços ao varejo de autopeças. Assim sen-do, a reportagem de capa da edição investigava as principais carências das lojas de compo-nentes automotivos na opinião de seus principais clientes, os reparadores. Ao mesmo tempo em que valorizavam a parceria e a agilidade de entrega, os em-presários do segmento diversifi-cavam os canais de compra de peças e apontavam como pon-tos a melhorar no varejo o pós-

2015-venda e os preços.Em fevereiro mostrávamos a dura realidade da inspeção ambiental – realidade, aliás, que prevalece até hoje. A reportagem mostrava que na maioria dos estados brasi-leiro o obrigatório Plano de Con-trole de Poluição Veicular não ha-viam saído do papel.Em maio, anunciavam as lojas ven-cedoras do Prêmio da Qualidade Novo Varejo, com avaliação téc-nica do IQA. Os troféus foram en-tregues em cerimônia realizada em plena Automec, feira que, mais uma vez, contou com a cobertura

completa da publicação.Na edição de setembro, mais uma tema de grande relevância: a dis-cussão de propostas para solucio-nar os problemas envolvendo a garantia das peças. A reportagem abordava a criação de normas es-pecíficas, porém também apontava como medida importante investir na qualificação da mão de obra. Sempre priorizando a qualidade na gestão, com base em sete atribu-tos propostos pelo IQA o Novo Va-rejo ouviu na edição de novembro especialistas que apontaram os ata-lhos para o fortalecimento das lojas

nos quesitos organização, ges-tão do negócio, processos, ga-rantia, gestão de pessoas, ges-tão comercial e marketing e satisfação do cliente.

Na última edição do ano, ‘Fale com o Sincopeças Brasil volta ao nordeste para ouvir varejistas dos estados de Pernambuco e Ceará

Lucas Torres [email protected] Foto: Divulgação

VAREJISTAS QUESTIONAM SINCOPEÇAS SOBRE BUSCA POR VANTAGENS COMPETITIVAS E AVANÇO DOS CARROS ELÉTRICOS NO PAÍS

Durante todo o ano de 2019 va-rejistas das cinco regiões bra-sileiras tiveram a oportunida-de de questionar os dirigentes do Sincopeças Brasil, principal órgão representativo da classe no país, sobre as mais diversas questões que compõem o coti-diano do setor, bem como a res-peito de assuntos conjunturais de nossa economia.Ao longo de 12 meses, Ranieri Lei-tão, presidente nacional da enti-dade, e Francisco De La Tôrre, vi-ce-presidente nacional e líder do sindicato paulista, estiveram em canal direto com o empresariado do comércio de reposição de pe-ças em uma dinâmica que bene-ficiou de igual forma representa-dos e representantes.Os primeiros a partir da obten-ção de respostas e elementos importantes para suas estraté-gias de negócio, bem como para uma melhora da noção de posi-cionamento de suas empresas em um cenário ‘macro’. Os se-gundos, por terem recebido uma boa dose de ‘chão de loja’, que os colocou de frente com os pro-blemas reais do setor e as pautas que devem compor suas ativida-des como ‘voz da coletividade’.Nessa última edição do ano, abri-mos espaço mais uma vez para empreendedores da região nor-

deste para que trouxessem seus questionamentos ao presiden-te do Sincopeças-BR, Ranieri Lei-tão.Felipe Barbosa, da Suriel Mega Truck de Tianguá (CE), mostrou--se preocupado com a pers-pectiva de avanço dos carros elétricos e híbridos no país, questionando o dirigente so-bre números da frota circulan-te dessas categorias em nossas ruas e estradas.Já Marcos Santana, da Cen-trocar de Recife (PE), solici-tou direcionamentos capazes de acrescentar valor ao varejo de autopeças nesse ambiente cada vez mais competitivo. Em 2020, ano projetado pelos economistas como o início de uma recuperação gradual e sus-tentável do consumo e atividade econômica como um todo, o jor-nal Novo Varejo seguirá se colo-cando como esse elo democráti-co entre dirigentes e empresários e espera, mais uma vez, contar com a valiosa contribuição dos leitores no envio das perguntas. Confira a seguir a íntegra da últi-ma edição de ‘Fale com o Sinco-peças Brasil’ de 2019.

Felipe barbosa, da Suriel Mega Truck de Tianguá (CE)gostaria de saber qual o tama-

S I N C O P E Ç A S - B R

nho, em proporção, da frota cir-culante de carros elétricos e hí-bridos no país.ranieri Leitão - De acordo com o Relatório do Sindipeças, os ve-ículos flex representaram 67,1% da frota total e os veículos a ga-solina, 22,2%. A participação dos veículos movidos a diesel se manteve estável, na faixa de 10%. Enquanto os veículos híbridos e elétricos representam 0,025% da frota total, com 11.038 unidades.

Marcos Santana, da Centrocar de recife (pE)Quais diferenciais competitivos as lojas físicas de varejo preci-sam desenvolver para atrair e reter clientes, num cenário em que as vendas online crescem dois dígitos a cada ano?ranieri Leitão - Eu vejo três for-

pErguNTE Ao SINCopEçAS-br

Envie sua dúvida, sugestão ou pergunta para o e-mail:[email protected]

mas do varejo se diferenciar nes-se ambiente de competitividade. 1 - A primeira é investir em treina-mento e qualificação do quadro de funcionários. Eu tenho percebido que as empresas que dão um enfo-que maior nessa área são as que têm levado vantagem e se destacado. Muitas vezes o empresário acaba tratando o assunto como um ‘aumento de custos’, mas não é. Gastar com treinamento é o melhor investimento que pode ser fei-to em uma empresa. 2 - Procurar vender pela internet.3 - Usar as mídias sociais e In-vestir em veículos como o jornal Novo Varejo. Mostrar a cara. Dei-xar o público saber aquilo que a loja e seus responsáveis vêm fa-zendo em benefício do setor.

Ranieri Leitão é presidente do Sincopeças-BR e esclarece as dúvidas enviadas pelos varejistas

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A T E N D I M E N T O B A L C O N I S T AAmérico José da Silva Filho

é sócio diretor da Cherto Atco Educação Corporativa

[email protected] A NECESSIDADE DO CLIENTE

Olá amigos! Anteriormente, vi-

mos a importância e como nos 1)

Preparamos e 2) Recepcionamos

o cliente. Dando continuidade à

nossa série sobre as vendas con-

sultivas, hoje abordaremos a 3ª

etapa: Diagnosticar.

Todo cliente tem uma ideia básica

sobre o que está precisando, mas na

maioria das vezes, não sabe bem ao

certo como resolvê-lo. Todo cliente

chega até nós com uma DOR/DESE-

JO, que significa: “o que ele espera

obter com a compra?” É satisfazer

esse desejo ou aliviar a dor. É a solu-

ção para o seu problema.

Ele traz consigo uma NECESSIDADE: o

que ele terá que comprar, para obter o

resultado que ele espera?

Por isso, é importante diagnosticar a

DOR/DESEJO/NECESSIDADE do seu

cliente. Se não conseguirmos identi-

ficar isso, dificilmente conseguiremos

apresentar soluções e, consequente-

mente, não realizaremos a venda.

INVESTIgAçãoPara que esse diagnóstico seja preci-

so, assertivo, precisamos investigar o

que o cliente deseja.

Através de uma boa conversa, deixan-

do-o falar, inicialmente, o que o levou

até a nossa loja, devemos fazer algu-

mas perguntas, aprofundando mais as

informações.

Usar perguntas abertas ou fechadas

para melhor entender o nosso clien-

te, lembrando que quando fazemos

perguntas do tipo aberta, a quantida-

ATIVIDADEO ano está terminando, é um bom momento para planejar os próximos passos em sua carreira e vida pessoal. Que tal aproveitar este período de festas e renovação para fazer uma reflexão?Quero deixar uma pergunta para o ano que vem:

Onde e como você quer estar em 31 de dezembro de 2020?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

de de informações é maior; em con-

trapartida, perguntas fechadas limitam

as respostas e, consequentemente, as

informações que precisamos acessar.

• Para realizar perguntas abertas, su-

gerimos o uso de palavras como:

Me diga o que está acontecendo...?

Quais aspectos...?

• Já as perguntas fechadas fornecem

informações objetivas. Por exemplo:

Desde quando o senhor percebe

isso...?

Procure entender o seu cliente, es-

cutando-o com atenção, colocando-

-se no lugar dele; busque “escutar o

seu pensamento.” Neste momento,

preocupe-se apenas em entender o

seu cliente.

Quanto mais informações você con-

seguir levantar do seu cliente, me-

lhor será o seu diagnóstico e, com

isso, você ainda poderá identificar

outras necessidades ainda não per-

cebidas pelo cliente e se antecipará

em atendê-lo, evitando, assim, um

problema futuro!

E qual o cliente não ficará encantado

de ter um profissional que além de

ajudá-lo a solucionar seu problema,

ainda se antecipa para evitar proble-

mas futuros?

Vamos aproveitar o final de ano para

revermos nossos pontos fortes e

aqueles que temos que melhorar.

Criar objetivos ou reforçar os existen-

tes, afinal, sempre podemos recome-

çar. Lembrem-se que vocês fazem a

diferença na vida de muitos clientes

levando informações e conhecimentos.

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