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COGEAE – São Paulo Procedimento administrativo fiscal Andréa Medrado Darzé 13.06.11

Processo administrativo cogeae 06.2011

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COGEAE – São Paulo

Procedimento administrativo fiscal

Andréa Medrado Darzé13.06.11

COGEAE – São Paulo

Procedimento administrativo fiscal

Andréa Medrado Darzé13.06.11

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Atividade AdministrativaAtividade Administrativa Âmbito do Processo Administrativo

Visa a realização de Justiça – composição de conflitos; Controle de legalidade de seus próprios atos;

Caráter preventivo – reduzir a presença da Administração no Judiciário;

CF, Art. 5º - Todos são iguais...:XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos inerentes;

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Atividade Administrativa - Jurisdição?Atividade Administrativa - Jurisdição?

Sistemas:

Dualidade de Jurisdição

Exercício da Função jurisdicional dividida entre os poderes Judiciário e Executivo. Ex.: França e Portugal

Unidade de Jurisdição:

Exercício da função jurisdicional somente pelo Poder Judiciário. Encerra dupla proibição: i. de atribuí-la a outros poderes e ii. de excluir lesão ou ameaça de direito da apreciação Judiciário

CF, art. 5º, XXXV - A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça de direito

Qual o sistema adotado pelo Brasil?

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Características da jurisdiçãoCaracterísticas da jurisdição

Aplicação do direito ao caso concreto; Pacificação de conflitos de interesses por um

terceiro (competente); Imutabilidade material e formal da decisão

(coisa julgada); Obrigatoriedade de cumprimento das decisões

pela parte vencida (coercibilidade).

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Coisa julgadaCoisa julgada É uma qualidade que se agrega aos efeitos da decisão;

Dupla função:

negativa - impedir a reapreciação da questão;

positiva - projetar para frente os efeitos da decisão.

O artigo 467 do CPC define coisa julgada como a eficácia que torna imutável e indiscutível a sentença não mais sujeita a sentença não mais sujeita a RO ou RE.a RO ou RE.

- As decisões administrativas possuem este atributo?

A definitividade da decisão administrativa difere da coisa julgada pois nela há a possibilidade de invalidação (vícios) ou revogação (conveniência/necessidade,ressalvado direito adquirido) além de ser passível de revisão judicial – Súmula 473 STF

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Características da jurisdiçãoCaracterísticas da jurisdição

As decisões administrativas são proferidas por um terceiro?

A coerção está presente na exigência do cumprimento das decisões administrativas pela parte vencida ?

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Procedimento ou Processo?Procedimento ou Processo?

Importância da classificação: definição do regime jurídico

Procedimento (unidade formal tendente à constituição de ato)

– atividade voltada a investigar e formalizar a realização do fato jurídico tributário;

– natureza inquisitorial e investigatória (não contenciosa).

Processo (unidade teleológica que visa a dirimir conflitos)

– surge com a linguagem que formaliza o conflito de interesses (contencioso);

– princípios (contraditório e ampla defesa).

Conjuntamente, podem ser identificadas cinco fases: i. fiscalização; ii. constituição do crédito iii. defesa; iv instrução probatória e v. julgamento.

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LegislaçãoLegislação

Evolução Legislativa federal

Antes do Decreto nº. 70.235/72

Legislação esparsa em diversos diplomas legais.

Com o Decreto nº. 70.235/72

Unificação da Legislação Processual.

Leis / Regulamentos Posteriores Lei nº. 8.748/93; Lei nº. 9.430/96; Lei nº. 9.784/99 (regra geral do processo administrativo); Lei nº. 11.941/09; Portarias MF 125 e 256/2009 (RI CARF); e Instruções Normativas da SRFB.

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PrincípiosPrincípios Normas jurídicas com forte carga axiológica que

interferem na positivação de diversos comando normativos

Função de integração dos dispositivos

– Constituição Federal– Lei 9.784/99 (lei geral)– Decreto 70.235/72 (PAF)– Portaria MF 256/09 (RI CARF)

Lei 9.784/99

Art. 2º - A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

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PrincípiosPrincípios1. Devido Processo Legal

Ampla Defesa: i. possibilidade de se manifestar / diligência / perícia; ii. decisão nula se for preterido esse direito – PAF, art. 59, II

Contraditório (igualdade das partes/ informação /direito à reação) Juiz Natural (competência do órgão julgador pré-definida) Decisão fundamentada e que termina o processo

CF, Art. 5º - Todos são iguais...:LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;LV – aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

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PrincípiosPrincípios2. Legalidade

Processo deve ser instaurado nos estritos ditames da lei; Formal (procedimento) e material (conteúdo); Desdobramento: vinculação do lançamento – art. 142, CTN.

CF, Art. 5º:II – ninguém será obrigada a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Lei 9.784/99Art. 2º: (...) Parágrafo único: Nos processo administrativos serão observados, entre outros, os critérios de I- atuação conforme a lei e o Direito;

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PrincípiosPrincípios

3. Informalismo moderado

simplicidade, dispensa de formas rígidas; desdobramento da busca da verdade material; não há prejuízo da certeza ou da segurança jurídica

Lei 9.784/99Art. 2º: (...) Parágrafo único: Nos processo administrativos serão observados, entre outros, os critérios de IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados;

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PrincípiosPrincípios

4. Busca da verdade material

liberdade para apurar os fatos – ampla possibilidade de trazer ao processo todos os dados (documentos, informações etc.) sobre a matéria discutida, sem se ater apenas aos elementos carreados pelas partes – amplos poderes instrutórios;

as decisões devem se pautar em fatos reais; decorrência da legalidade e da tipicidade

PAFArt. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendê-las necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine.

Art. 28. Na decisão em que for julgada questão preliminar será também julgado o mérito, salvo quando incompatíveis, e dela constará o indeferimento fundamentado do pedido de diligência ou perícia, se for o caso.

Art. 29. Na apreciação da prova, a autoridade julgadora formará livremente sua convicção, podendo determinar as diligências que entender necessárias.

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eventoseventos

Norma tributáriaNorma tributária

Verdade Material X Verdade Formal

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Teorias sobre a verdadeTeorias sobre a verdade

Verdade por correspondência Verdade por coerência Verdade por consenso Verdade lógica – relação entre linguagens/

provas

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Auto-referência do discurso: Auto-referência do discurso: verdade lógica verdade lógica

Descrições da ocorrência do fato gerador

Livro Diário

Nota Fiscal de Venda

Termo de oitiva do adquirente da mercadoria

[Fa.(F1.F2.F3. ... Fn)] Fjt

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PrincípiosPrincípios5. Oficialidade

impulsão de ofício, não restrita a iniciativa das partes; maior eficiência no controle de legalidade; economia processual, rapidez e simplicidade

Lei 9.784/99Art. 2º: (...)Parágrafo único: Nos processo administrativos serão observados, entre outros, os critérios de XII - impulsão de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;

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PrincípiosPrincípios6. Imparcialidade

impessoalidade independência tribunal paritário

PAF (redação dada pela Lei 11.941/09)Art. 25 - O julgamento de processos sobre a aplicação da legislação referente a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil compete: (...)II - em segunda instância, ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, órgão colegiado, paritário, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda, com atribuição de julgar recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância, bem como recursos de natureza especial.

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PrincípiosPrincípios7. Publicidade

transparência dos atos – art. 5º, LX, e 37, CF ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na

Constituição ou quando a situação específica recomendar

Lei 9.784/99

Art. 2º: (...)Parágrafo único: Nos processo administrativos serão observados, entre outros, os critérios de V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;

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PrincípiosPrincípios8. Outros Princípios segurança jurídica – preservar as relações jurídicas já

estabelecidas: previsibilidade, certeza, irretroatividade, direito adquirido, ato jurídico perfeito, prescrição e decadência – art. 5º, XXXVI, CF; art. 54, Lei 9.784/99;

motivação das decisões – art. 93, IX, CF; 131 do CPC; 6º, parágrafo único, 48 e 50 da Lei 9.784/99;

moralidade – complementos à legalidade para alcançar a justiça; proporcionalidade e razoablidade – amenizar o rigor de

determinadas regras processuais – art. 2º, VI, da Lei 9.784/99; padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé; gratuidade – proibição de custas; eficiência – art. 37, CF; duplo grau de cognição – art. 5º, LV, CF; proibição de prova ilícita – art. 5º, LVI e art. 332, CPC.

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Fase 01: fiscalizaçãoFase 01: fiscalização

Sucessão de atos externos com o fim de identificar a realização de fato jurídico tributário desacompanhados do respectivo pagamento de tributos e/ou o descumprimento de deveres instrumentais

- Legislação FederalInício da fiscalização (PAF, art. 7º)

primeiro ato de ofício do agente; apreensão de mercadoria; começo do despacho aduaneiro de mercadoria importada.

Mandado de Procedimento Fiscal (Portaria SRF 1.265/99) Informações sobre o procedimento fiscal (fiscalização,

diligência etc.)

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Fase 01: fiscalizaçãoFase 01: fiscalização

o início do procedimento exclui a espontaneidade do SP amplos poderes de fiscalização do Fisco (CTN, Art. 195 – direito de examinar documentos e demais elementos que entender relevantes) deveres do contribuinte: contribuir com a investigação embaraço - punição (Lei 9430/96, Art. 44, § 2º - acréscimo de ½)

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Fase 2: constituição do créditoFase 2: constituição do crédito

Regra-matriz Norma Administrativa

Motivação

Crédito tributário

(SA---$---SP)Obrigação tributária

APLICAÇÃO =

INCIDÊNCIAINCIDÊNCIA

LANÇAMENTO *

Evento tributário

* * O crédito também pode ser constituído por ato do particular, mas nos O crédito também pode ser constituído por ato do particular, mas nos ateremos a analisar apenas os atos administrativosateremos a analisar apenas os atos administrativos

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Lançamento tributário: veículo introdutorLançamento tributário: veículo introdutor

Norma Administrativa

Motivação

Crédito tributário

(SA---$---SP)

Procedimento

PublicidadeMotivo do ato administrativo

Agente Competente

Conteúdo do ato

Motivação do ato

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CRITÉRIOS DO ATO-

FATO

Decreto nº 70.235/72 - PAF

e Lei nº 9.784/99 subsidiariamente

Agente competente

Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Portaria RFB 11.371/07, art. 2º)

A circunstância de o servidor que formalizar o ato pertencer a jurisdição diversa não vicia o lançamento (art. 9º, § 2º, PAF)

Procedimento O procedimento fiscal é instaurado mediante MPF-F, MPF-D ou MPF-E e finda-se com a intimação do SP do seu encerramento ou do lançamento.

Motivo do ato O auto de infração deve estar instruído com todos os termos, depoimentos, laudos e demais elementos de prova indispensáveis à comprovação do ilícito (art. 9º, PAF)

Publicidade Ciência do SP do MPF por intermédio da internet com a utilização do código de acesso do termo que formalizar o início do procedimento fiscal. (art. 4º, parágrafo único, da Portaria RFB 11.371/07)

Intimação pessoal, por via postal ou por meio eletrônico do lançamento. (art. 23, PAF)

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CRITÉRIOS DO ATO-NORMA

Decreto 70.235/72 (art. 10)

Elementos obrigatórios do AIIM

Motivação

Fato Jurídico

III – a descrição do fato (critério material, espacial e temporal do fato jurídico tributário)

Conteúdo

Relação Jurídica

I – qualificação do autuado (Sp)

V – determinação da exigência e a intimação para cumpri-la ou impugná-la no prazo de 30 dias (BC x Alíquota)

IV – disposição legal infringida e a penalidade aplicável (fundamento legal)

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Depósito judicial constitui o crédito?Depósito judicial constitui o crédito?

Superior Tribunal de Justiça

Se é admitido o aproveitamento das informações prestadas pelo contribuinte que não realiza nenhum pagamento, permitindo-se ao Fisco apenas intimá-lo para que recolha aos cofres públicos os valores que ele mesmo declarou devidos,

Por que não se poderia adotar o mesmo procedimento quando o devedor efetua os mesmos cálculos, cumprindo a mesma obrigação acessória, a fim de determinar o valor devido, e deposita-o judicialmente? Não vislumbro motivo para tal diferenciação.

Diante de tais fatos, não se deve impossibilitar a conversão em renda dos depósitos judiciais em ação já transitada em julgada.

EDcl no REsp 736918 / RS, DJ 03.04.06

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Fase 03: defesaFase 03: defesa Alomorfia procedimento/processo que modifica o atuar

administrativo (mudança do regime jurídico);

A impugnação (AIIM) e a manifestação de inconformidade (pedido de compensação) são os atos formais de resistência à pretensão do Fisco: instaura a lide (art. 14, PAF);

A impugnação deverá conter (art. 16, PAF) todos os motivos de fato e de direito em que se fundamenta (o

julgamento se restringe ao impugnado – exceção apenas às matérias conhecíveis de ofício);

documentos que comprovem os fatos alegados (exceções - § 4º); pedidos de diligências e perícias que pretende sejam realizadas

(justificativa, quesitos e indicação do profissional)

Previsão de preclusão do direito de apresentar provas (art. 16, § 4º, PAF): Exceções – impossibilidade de apresentação juntamente com a

impugnação por força maior; referir-se a fato superveniente; ou destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.

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Fase 03: defesaFase 03: defesa

Efeitos: suspende a exigibilidade do crédito (art. 151, III, CTN), o que não

impede a fluência dos acréscimos moratórios; impede o início da fluência do prazo prescricional da Fazenda;

Legitimados a apresentá-la: contribuinte e responsáveis (art. 9, II, Lei 9784/99);Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo: I -pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser     adotada;III - as organizações e associações representativas, no tocante a direitos e interesses coletivos; IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.   

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Alegações: vícios no lançamentoAlegações: vícios no lançamento

VÍCIO FORMAL

(in procedendo)

DE DIREITO

DE FATO

VÍCIOMATERIAL(in judicando)

DE DIREITO

DE FATO

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Alegações: vícios formais do lançamentoAlegações: vícios formais do lançamento

Norma Administrativa

Motivação

Conteúdo

Vício de fato formal

Vício de direito formal

Vício de fato material

Vício de direito material

AIIM

Motivo do ato = (lei + prova)

= incidência jurídica

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Alegações: vícios materiais do lançamentoAlegações: vícios materiais do lançamento

Regra-matriz

Motivação

Conteúdo

Fato jurídico e Obrigação tributária

Vício de fato material

Vício de direito material

evento

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Vícios de fato e de direito no lançamentoVícios de fato e de direito no lançamento

VÍC

IO F

OR

MA

L

DE DIREITO

No processo ato-fato

Ausência de fundamento na lei formal

NULIDADE FORMAL

DE FATO No

processoAto-fato

Vício na enunciação, na aplicação do direito formal, ou na apreciação da

prova

NULIDADE FORMAL

VÍC

IOM

AT

ER

IAL

DE DIREITO

No produto motivação

ou conteúdo

Ausência de fundamento na lei material não-incidência, isenção, imunidade, base de cálculo, alíquota ou sujeito passivo diversos do previsto em lei

NULIDADE MATERIAL

DE FATONo produto motivação

ou conteúdo

Ausência ou insubsistência de prova

NULIDADE MATERIAL

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Exemplo de vício materialExemplo de vício material

VÍCIO FORMAL – Não configura vício formal o erro na identificação do sujeito passivo, pois este pertence ao núcleo da regra matriz de incidência tributária e o equívoco em sua identificação configura vício substancial, não sendo aplicável o inciso II do art. 173 do CTN.Por unanimidade de votos, NEGAR provimento ao recurso de ofício.(Extinto 1º Conselho de Contribuintes - 5ª Câmara, Acórdão 105-17.139, DJ 13.08.08)

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Exemplo de vício formalExemplo de vício formal

NORMAS PROCEDIMENTAIS. ARBITRAMENTO. AUSÊNCIA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL NO ANEXO FLD. VÍCIO INSANÁVEL. NULIDADE. A indicação dos dispositivos legais que amparam a NFLD é requisito essencial à sua validade, e a sua ausência ou fundamentação genérica, especialmente no relatório Fundamentos Legais do Débito, determina a nulidade do lançamento, por caracterizar-se como vício formal insanável, nos termos do artigo 37 da Lei nº 8.212/91, c/c artigo 11, inciso III, do Decreto nº 70.235/72. RELATÓRIO FISCAL DA NOTIFICAÇÃO. OMISSÕES. O Relatório Fiscal tem por finalidade demonstrar/explicitar, de forma clara e precisa, todos os procedimentos e critérios utilizados pela fiscalização na constituição do crédito previdenciário, possibilitando ao contribuinte o pleno direito da ampla defesa e contraditório. Omissões ou incorreções no Relatório Fiscal, relativamente aos critérios de apuração do crédito tributário levados a efeito por ocasião do lançamento fiscal, que impossibilitem o exercício pleno do direito de defesa e contraditório do contribuinte, enseja a nulidade da notificação. PROCESSO ANULADO. (Ac. 2401-00018)

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Fase 03: defesaFase 03: defesa

Extensão do Rito do Decreto nº 70.235/72

Lei 9.430/96Art. 74. (...)

§ 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadram-se no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação.

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Fase 04: instrução probatóriaFase 04: instrução probatória

Produção das diligências e perícias requeridas pelo sujeito passivo (com a impugnação ou posteriormente) ou determinadas pela autoridade julgadora ex oficio – desdobramentos dos princípios da oficialidade e busca da verdade material

Indeferimento motivado – inúteis ou impossíveis PAF

Art. 18. A autoridade julgadora de primeira instância determinará, de ofício ou a requerimento do impugnante, a realização de diligências ou perícias, quando entendê-las necessárias, indeferindo as que considerar prescindíveis ou impraticáveis, observando o disposto no art. 28, in fine.

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Fase 04: instrução probatóriaFase 04: instrução probatória Juntada posterior de novos documentos/laudos

preclusão X verdade materialpreclusão X estrita legalidade

PAF, Art. 16§ 4º A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual, a menos que: a) fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior; b) refira-se a fato ou a direito superveniente;c) destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos.

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Fase 04: instrução probatóriaFase 04: instrução probatória

Ônus da Prova“Prova Primária” – cabe a quem alega o

fato (Lei 9.784, Art. 36)Art. 195 do CTN e Art. 4º da Lei 9.784 -

Dever de colaboração: deve apresentar as informações e documentos solicitados

Art. 197 do CTN - Referente a terceirosArt. 33 da Lei 9.430/96 - Embaraço à

fiscalização

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Fase 04: instrução probatóriaFase 04: instrução probatória

Ônus da Prova

– RIR/99Art. 923. A escrituração mantida com observância das disposições legais faz prova a favor do contribuinte dos fatos nela registrados e comprovados por documentos hábeis, segundo sua natureza, ou assim definidos em preceitos legais (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 1º).

Art. 924. Cabe à autoridade administrativa a prova da inveracidade dos fatos registrados com observância do disposto no artigo anterior (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 2º).

Art. 925. O disposto no artigo anterior não se aplica aos casos em que a lei, por disposição especial, atribua ao contribuinte o ônus da prova de fatos registrados na sua escrituração (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 9º, § 3º).

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Fase 04: instrução probatóriaFase 04: instrução probatória

IRPJ. FALTA DE CARACTERIZAÇÃO DA INFRAÇÃO. Em respeito à legalidade, verdade material e segurança jurídica não pode subsistir lançamento tributário quando não estiver devidamente demonstrada e provada a efetiva subsunção da realidade factual à hipótese descrita na lei como infração à legislação tributária. ÔNUS DA PROVA. Na relação jurídico-tributária, o ônus probandi incumbit ei qui dicit. Compete ao Fisco, ab initio, investigar, diligenciar, demonstrar e provar a ocorrência, ou não, do fato jurídico tributário ou da prática de infração praticada no sentido de realizar a legalidade, o devido processo legal, a verdade material, o contraditório e a ampla defesa. O sujeito passivo somente poderá ser compelido a produzir provas em contrário quando puder ter pleno conhecimento da infração com vistas a elidir a respectiva imputação. (Número do Recurso 128.200, 3ª Câmara., Rel.Mary Elbe Queiroz, DOU 07.06.02).

NORMAS PROCESSUAIS - ÔNUS DA PROVA. Na relação jurídico-tributário o onus probandi est aqui dixir. Compete ao sujeito passivo apresentar os elementos que provém o direito alegado. PRECLUSÃO. Questão não provocada a debate em primeira instância, quando se instaura a fase litigiosa do procedimento administrativo, com apresentação da petição impugnativa inicial, e somente vem ser demandada na petição de recurso, constitui matéria preclusa da qual não se toma conhecimento (Acórdão nº 101-73.757). RECURSO VOLUNTÁRIO DESPROVIDO (Número do Recurso 123.213, 3ª Câmara, Rel. Irineu Bianchi, DOU 17.04.02)

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Fase 04: instrução probatóriaFase 04: instrução probatória

Presunções: prova indireta e não inversão de ônus da prova

Simples – nexo lógico entre o fato provado e probando

relativa Legal

absoluta – não se presta para fins de constituição do FJT

Lei 9.430/96Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove, mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.

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Fase 05: julgamento/ 1ª instânciaFase 05: julgamento/ 1ª instância

Delegacias da Receita Federal de Julgamento - DRJs:

órgão colegiado com turmas especializadas por matéria; competência para julgar impugnação e manifestação de inconformidade;

membros: 3 a 5 funcionários da RFB; julgamento a portas fechadas; deve obediência às orientações da RFB (Portaria MF 125/2009); cabimento de embargos de declaração para sanear lapso manifesto nas suas decisões (omissão, obscuridade, contradição);

cabimento de recurso voluntário contra suas decisões (efeito suspensivo);

recurso de ofício nos casos em que suas decisões exonerar crédito igual ou superior a 1 milhão (tributo + multa) – Portaria MF nº 03/08;

prioridade (PAF, Art. 27): crime ou elevado valor.

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Fase 05: julgamento/ 1ª instânciaFase 05: julgamento/ 1ª instância

1º Passo:- verificação de uma das causas de impedimento ou suspeição

2º Passo:- análise das preliminares (decadência não é preliminar: CPC, art. 269, IV)- possibilidade de sanear o feito – converter em diligência

3º Passo:- verificação da ocorrência do fato- identificação das consequências jurídicas que lhe devem ser imputadas

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Fase 05: julgamento/ 1ª instânciaFase 05: julgamento/ 1ª instância

4º Passo: decisão cancelado (ROfício-valor)

- lançamento mantido integralmente (RV)

mantido parcialmente (RV)

Proibição de agravamento da sanção - Lei Geral do ProcessoLei 9.784/99Art. 65 (....)

  Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.

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É possível o agravamento do AIIM?É possível o agravamento do AIIM?

resultado da diligência (quem a realiza é a autoridade lançadora):

constatação de incorreção, omissão, inexatidão; lavratura de auto complementar (não é correção de erro

de direito, tampouco agravamento de exigência – é AIIM novo diante da existência de fato novo);

observância do prazo decadencial; novo prazo de impugnação; não pode implicar mudança de critério jurídico; PAF, Art. 18, § 3º.

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Auto ComplementarAuto Complementar

PAFArt. 18 (...) 3º Quando, em exames posteriores, diligências ou perícias, realizados no curso do processo, forem verificadas incorreções, omissões ou inexatidões de que resultem agravamento da exigência inicial, inovação ou alteração da fundamentação legal da exigência, será lavrado auto de infração ou emitida notificação de lançamento complementar, devolvendo-se, ao sujeito passivo, prazo para impugnação no concernente à matéria modificada.

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Agravamento de AIIMAgravamento de AIIMPAF Art. 15. parágrafo único - revogado pela Lei 11.941/99, resultado da conversão da MP 449/08

Na hipótese de devolução do prazo para impugnação do agravamento da exigência inicial, decorrente de decisão de primeira instância, o prazo para apresentação de nova impugnação, começará a fluir a partir da ciência dessa decisão

Exposição de motivos da MP 449/08

56.4. O parágrafo único do art. 15 do Decreto nº 70.235, de 1972,foi revogado uma vez que, com o surgimento das delegacias especia- lizadas de julgamento e a conseqüente separação das competên-cias para efetuar lançamentos e apreciar recursos administra-tivos, não cabe mais à autoridade julgadora agravar o lançamento na decisão, podendo, entretanto, determinar o aperfeiçoamento do lançamento;

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Agravamento de AIIMAgravamento de AIIM

ACÓRDÃO N° 104-17.447  “EXIGÊNCIA FEITA PELO JULGADOR - ANULAÇÃO - DO LANÇAMENTO -

Desconstituindo a autoridade julgadora o lançamento inicial, não tem a mesma competência ao decidir, exigir valores não reclamados no Auto de Infração, sob nova acusação, uma vez que o lançamento é ato de competência privativa da autoridade lançadora.”

ACÓRDÃO N° 104-18.695IRPF - PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL - DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA - DEFESO À AUTORIDADE JULGADORA ATRIBUIR-SE A CONDIÇÃO DE AUTORIDADE LANÇADORA - NULIDADE - É nula a decisão de primeira instância que deixa de apreciar objetivamente a matéria objeto da lide, de acordo com o disposto no art. 31 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. Ao determinar o refazimento da autuação fiscal, segundo seu entendimento, assume a condição de autoridade lançadora/julgadora ocasionando o pré-julgamento da matéria. Deste modo, deve a autoridade julgadora ater-se aos fatos e provas que compõem o processo administrativo, firmando sua convicção para decidir sobre a lide. Não pode, portanto, afastar-se do seu poder/dever de julgar a lide, nos estritos limites das peças processuais componentes do contencioso. Auto de Infração anulado. Decisão e atos subseqüentes anulados. Por maioria de votos, ANULAR o Auto de Infração de fls. 168 a 173, bem como a decisão de primeiro grau e os atos subseqüentes, por ter a autoridade pré-julgado a questão, quando de sua manifestação de fls. 140/141, e não ter apreciado a impugnação de fls. 129 a 131, como de sua competência” (destaques acrescidos).

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Julgamento de 1Julgamento de 1aa instância instância

Objeto do julgamento

DECISÃO 1ª

Fundamento

Dispositivo

•juízo sobre o conhecimento

•Juízo sobre o provimento da

defesa

• a decisão confirma a primeira

linguagem ou a substitui

Análise dos argumentos da defesa e das

provas

AIIM

DEFESA

X

ARGUMENTOS DE FATO E DIREITO

+

PROVAS

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Fase 05: julgamento/ 2ª instânciaFase 05: julgamento/ 2ª instância Turmas do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais -

CARF:

procedimento prescrito em Regimento Interno (Portaria MF 256/09); competência para julgar Recurso de Ofício, Recurso Voluntário e

Embargos de Declaração; não se subordina às orientações da RFB; órgão superior no Ministério da Fazenda (inclusive RFB e PFN); divisão de Seções, Câmaras e Turmas, conforme a matéria; paridade: conselheiros da Fazenda e dos Contribuintes (6); indicação dos Conselheiros dos contribuintes é feita pelas

Confederações e Centrais Sindicais; sessões públicas (pauta publicada com 10 dias de antecedência); Possibilidade de a PFN apresentar contra-razões; Possibilidade de realizar SO; prioridade: crime / valor / idoso / portadores de doença grave e

deficiência física ou mental

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Fase 05: julgamento/ 2ª instânciaFase 05: julgamento/ 2ª instância

relator vencido - é designado outro conselheiro para formalizar acórdão;

relator vencido na preliminar – devolve-lhe o processo para votar o mérito;

julgamento por maioria. O voto de qualidade do Presidente (que é sempre representante da FN)

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Estrutura do CARFEstrutura do CARF

Page 54: Processo administrativo cogeae 06.2011

Estrutura do CARFEstrutura do CARF

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Julgamento de 2Julgamento de 2aa instância/RV instância/RV

Objeto do julgamento

DECISÃO 2ª/RV/RO

Fundamento

Dispositivo

•juízo sobre o conhecimento

•Juízo sobre o provimento do RV

Análise dos argumentos do

RV e das provas

AIIM

Decisão 1ªInst

RECURSO VOLUNTÁRIO

XARGUMENTOS DE FATO E DIREITO

+

PROVAS JUSTIFICADAS

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Fase 05: julgamento/ instância especialFase 05: julgamento/ instância especial

Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF:

procedimento prescrito em Regimento Interno (Portaria MF nº. 256/09);

competência para julgar recurso especial; divisão de Turmas, conforme a matéria; cabimento do recurso especial está condicionada à

demonstração de divergência no julgamento entre Câmaras/Turmas;

admissibilidade do recurso especial é julgada pelo Presidente da Câmara e do CARF;

súmulas vinculantes

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Estrutura da CSRFEstrutura da CSRF

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Sobreposições de atos administrativos

AIIM

Decisão 1ª Inst./Def.

Decisão 2ª Inst./RV

Decisão 2ª Inst./RE

Suporte físico do créditotributário

MOTIVAÇÃO

CRÉDITO

Defesa

R.Voluntário

R.Especial

CONTROLE DE

LEGALIDADEMATERIAL E

FORMAL

DÍVIDA ATIVA

AUTOS DO PROCESSO

=

CANCELADO

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Processo de consultaProcesso de consulta

fundamento legal: - Lei 9.430/96 e Decreto 70.235/72;

cabimento: dúvida sobre a interpretação de norma jurídica tributária;

relativas a fato determinado;

solucionadas em instância única (art. 48, L. 9430/96)

Efeitos: ii. óbice à instauração de procedimento fiscal contra o consulente; ii. prorrogação do prazo para pagamento (exceto os retidos na fonte); iii. suspensão da exigibilidade do crédito; iv. óbice ao lançamento; v. impedimento/suspensão juros de mora; vi. Impedimento suspensão de penalidades; vii. vincula a Administração ao entendimento externado

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Efeitos da consulta

PAFArt. 48. Salvo o disposto no artigo seguinte, nenhum procedimento fiscal será instaurado contra o sujeito passivo relativamente à espécie consultada, a partir da apresentação da consulta até o trigésimo dia subseqüente à data da ciência:I - de decisão de primeira instância da qual não haja sido interposto recurso;II - de decisão de segunda instância.Art. 49. A consulta não suspende o prazo para recolhimento de tributo, retido na fonte ou autolançado antes ou depois de sua apresentação, nem o prazo para apresentação de declaração de rendimentos.Art. 50. A decisão de segunda instância não obriga ao recolhimento de tributo que deixou de ser retido ou autolançado após a decisão reformada e de acordo com a orientação desta, no período compreendido entre as datas de ciência das duas decisões.

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Processo de consultaProcesso de consultasolução de divergênciasolução de divergência

Lei 9.430/96§ 5º Havendo diferença de conclusões entre soluções de consultas relativas a uma mesma matéria, fundada em idêntica norma jurídica, cabe recurso especial, sem efeito suspensivo, para o órgão de que trata o § 1º.§ 6º O recurso de que trata o parágrafo anterior pode ser interposto pelo destinatário da solução divergente, no prazo de trinta dias, contados da ciência da solução.§ 7º Cabe a quem interpuser o recurso comprovar a existência das soluções divergentes sobre idênticas situações. § 8º O juízo de admissibilidade do recurso será feito pelo órgão que jurisdiciona o domicílio fiscal do recorrente ou a que estiver subordinado o servidor, na hipótese do parágrafo seguinte, que solucionou a consulta

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Processo de consultaProcesso de consultasolução de divergênciasolução de divergência

Lei 9.430/96§ 9º Qualquer servidor da administração tributária deverá, a qualquer tempo, formular representação ao órgão que houver proferido a decisão, encaminhando as soluções divergentes sobre a mesma matéria, de que tenha conhecimento.§ 10. O sujeito passivo que tiver conhecimento de solução divergente daquela que esteja observando em decorrência de resposta a consulta anteriormente formulada, sobre idêntica matéria, poderá adotar o procedimento previsto no § 5º, no prazo de trinta dias contados da respectiva publicação.§ 11. A solução da divergência acarretará, em qualquer hipótese, a edição de ato específico, uniformizando o entendimento, com imediata ciência ao destinatário da solução reformada, aplicando-se seus efeitos a partir da data da ciência.§ 12. Se, após a resposta à consulta, a administração alterar o entendimento nela expresso, a nova orientação atingirá, apenas, os fatos geradores que ocorram após dado ciência ao consulente ou após a sua publicação pela imprensa oficial.

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Questões controvertidasQuestões controvertidas

Revisão pelo Ministro da Fazenda;

Revisão pelo Poder Judiciário;

Concomitância com processo judicial;

Controle de constitucionalidade no PAF;

Arrolamento de bens e direitos.

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- Superior Tribunal de Justiça

I - A competência ministerial para controlar os atos da administração pressupõe a existência de algo descontrolado, não incide nas hipóteses em que o órgão controlado se conteve no âmbito de sua competência e do devido processo legal.

II - O controle do Ministro da Fazenda (DL 200/67) sobre os acórdãos dos Conselhos de Contribuintes tem como escopo e limite o reparo de nulidades. Não é lícito ao Ministro cassar tais decisões, sob o argumento de que o colegiado errou na interpretação da Lei.

III - As decisões do conselho de contribuintes, quando não recorridas, tornam-se definitivas.

IV - Ao dar curso a apelo contra decisão definitiva de conselho de contribuintes, o Ministro da Fazenda põe em risco direito líquido e certo do beneficiário da decisão recorrida. (MS 8810/DF, 1ª Seção, DJ 06.10.03)

Revisão pelo Ministro da Fazenda

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Revisão pelo Poder JudiciárioRevisão pelo Poder Judiciário

PORTARIA PFN nº 820/04

As decisões dos Conselhos de Contribuintes e da Câmara Superior de Recursos Fiscais podem ser submetidas à apreciação do Poder Judiciário desde que expressa ou implicitamente afastem a aplicabilidade de leis ou decretos e, cumulativa ou alternativamente:

I - versem sobre valores superiores a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais);

II - cuidem de matéria cuja relevância temática recomende a sua apreciação na esfera judicial; e

III - possam causar grave lesão ao patrimônio público.

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Revisão pelo Poder JudiciárioRevisão pelo Poder Judiciário

Argumentos favoráveis à tese:

as decisões em processo administrativo não fazem coisa julgada;

necessidade de observância do princípio da inafastabilidade da apreciação judicial de lesão ou ameaça de direito;

isonomia entre Fisco e contribuinte como desdobramento do Estado Democrático de Direito;

o texto do art. 156 do CTN prescreve que só há que se falar em extinção do crédito tributário quando não mais passível de ação anulatória, evidenciando o seu cabimento;

não se sustenta o argumento de falta de interesse de agir. Tendo em vista que se exige dos órgãos julgadores imparcialidade e autonomia, suas decisões configurariam ato administrativo meramente formal, cujo conteúdo não expressa a vontade da Administração Direta;

Page 68: Processo administrativo cogeae 06.2011

Revisão pelo Poder JudiciárioRevisão pelo Poder JudiciárioArgumentos contrários à tese:

o processo administrativo é conclusivo contra o Estado, falta-lhe interesse de agir;

o art. 5º, XXXV não se aplica à Fazenda, já que se trata de garantia individual;

a decisão administrativa não faz coisa julgada, mas produz efeito vinculativo da Administração Pública, até como desdobramento da segurança jurídica;

interpretação em sentido contrário torna inócuo o processo administrativo;

não existe igualdade entre Fisco e contribuinte, não se pode avocar violação à isonomia;

o art. 156 do CTN deixa evidente que a decisão favorável ao contribuinte extingue o crédito;

por conta disso, a revisão implicaria não só anulação da decisão administrativa, mas a própria constituição do crédito, violando assim o art. 142 do CTN que prescreve que o lançamento é atividade privativa da Administração;

não caberia sequer nas hipóteses de manifesta ilegalidade do julgamento (dolo, simulação, fraude ou coação), já que nesses casos a administração pode anular o ato.

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Supremo Tribunal Federal

COISA JULGADA FISCAL E DIREITO SUBJETIVO. A decisão proferida pela autoridade fiscal, embora de instância administrativa, tem, em relação ao Fisco, força vinculatória, equivalente à da coisa julgada, principalmente quando gerou aquela decisão direito subjetivo para o contribuinte. Recurso extraordinário conhecido e provido. (RE 68253/PA, DJ 08.05.70)

CONSELHO DE CONTRIBUINTES DO RJ. RECURSO HIERÁRQUICO. SECRETÁRIO DA FAZENDA DO ESTADO. EXPRESSA PREVISÃO LEGAL. A previsão de recurso hierárquico para o Secretário de Estado da Fazenda quando a decisão do Conselho de Contribuintes do RJ for prejudicial ao ente público não fere os princípios constitucionais da isonomia, ampla defesa e do devido processo legal, porque é estabelecida por lei e, ao possibilitar a revisão de decisão desfavorável à Fazenda, consagra a supremacia do interesse público, mantido o contraditório. (...) Além disso, o contribuinte vencido na esfera administrativa sempre poderá recorrer ao Poder Judiciário para que seja reexaminada a decisão administrativa. Já a Fazenda Pública não poderá se insurgir caso seu recurso hierárquico não prospere, uma vez que não é possível a Administração propor ação contra ato de um de seus órgãos. Recurso não provido. (RMS 12386/RJ, DJ 19.04.04)

Revisão pelo Poder Judiciário

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Superior Tribunal de Justiça

TRIBUTÁRIO. PROCESSO ADMINISTRATIVO. REVISÃO. PRECLUSÃO. SEGURANÇA JURÍDICA. 1. Em observância ao princípio da segurança jurídica, o administrado não pode ficar a mercê de posterior revisão de decisão definitiva em processo administrativo regularmente prolatada. 2. Recurso especial improvido. (REsp 573.358/CE, Segunda Turma, Rel. Min. João Otávio Noronha, DJ 16.12.06)

Revisão pelo Poder JudiciárioRevisão pelo Poder Judiciário

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Processo administrativo e Judicial/concomitânciaProcesso administrativo e Judicial/concomitância

A opção pela via judicial implica renúncia à instância administrativa?

Supremo Tribunal Federal

A Suprema Corte, relator Min. Gilmar Mendes, negou provimento ao recurso por considerar que a renúncia à esfera administrativa é decorrência lógica da opção do contribuinte de exercitar a sua defesa, podendo o contribuinte optar, desde logo, pela proteção judicial devida

RE 389.893/RJ

Obs. A renuncia está condicionada à identidade de objetos (pedido e causa de pedir)

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Processo Administrativo e JudicialProcesso Administrativo e Judicial

Efeitos:– O recurso administrativo não é conhecido pelo

órgão julgador;– O crédito tributário é inscrito em Dívida Ativa;– Interposição da respectiva Execução Fiscal.

A situação se altera se a propositura da ação judicial for anterior ao lançamento?

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Controle de constitucionalidade no PAFControle de constitucionalidade no PAF

Argumentos favoráveis:

A separação de poderes é relativa e a competência para analisar a constitucionalidade das leis não é privativa do Poder Judiciário

A CF é a lei maior e garante o direito à ampla defesa; O servidor não pode praticar ato contrário à CF; Afastar a aplicação da lei não é o mesmo que declará-

la inconstitucional; O Tribunal Administrativo perde parte da sua função:

controlar a legalidade de seus atos, afinal a legalidade pressupõe a constitucionalidade.

Page 74: Processo administrativo cogeae 06.2011

Controle de constitucionalidade no PAFControle de constitucionalidade no PAF

Argumentos contrários:

Há presunção de legitimidade das leis aprovadas pelo Congresso Nacional;

O Presidente tem poder de veto e não o exerceu; A ordem jurídica brasileira estrutura-se segundo o

princípio constitucional da unidade de jurisdição; A competência para declarar lei inconstitucional é

privativa do STF; Quebra da isonomia, tendo em vista a

impossibilidade de submeter as decisões favoráveis ao contribuinte ao controle judicial;

Ultrapassa a finalidade do processo administrativo que é analisar a compatibilidade entre a NIC e NGA

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Controle de constitucionalidade no PAFControle de constitucionalidade no PAF

O art. 26 do PAF (repetido pelo art. 62 do RI CARF) veda os órgãos de julgamento do CARF a afastar a aplicação ou deixar de observar tratado, acordo internacional, lei ou decreto, sob fundamento de inconstitucionalidade, salvo:

nos casos de já ter sido declarado inconstitucional por decisão plenária definitiva do STF; ou fundamente crédito tributário objeto de

dispensa legal de constituição ou de ato declaratório do PGFN, na forma da Lei 10.522/02;

súmula da AGU;parecer do AGU aprovado pelo Presidente da República,

nos termos da LC 73/93;

Page 76: Processo administrativo cogeae 06.2011

Controle de constitucionalidade no PAFControle de constitucionalidade no PAF

Súmula do extinto Primeiro Conselho de Contribuintes nº 2:

O Primeiro Conselho de Contribuintes não é competente para se pronunciar sobre a inconstitucionalidade de lei tributária.

Page 77: Processo administrativo cogeae 06.2011

Arrolamento de bens e direitosArrolamento de bens e direitos

O Supremo Tribunal Federa, no julgamento da ADI 1976, declarou a inconstitucionalidade do art. 33, § 2º, do Decreto nº 70.235/1972, o qual exigia o arrolamento de bens e direitos como condição de admissibilidade dos recursos administrativos federais.

Como consequência, a Receita Federal do Brasil expediu o Ato Declaratório nº 09/07, regulamentando a inexigibilidade e a baixa dos arrolamentos já concretizados, nos seguintes termos:

Art. 1º Não será exigido o arrolamento de bens e direitos como condição para seguimento do recurso voluntário.Art. 2º A autoridade administrativa de jurisdição do domicílio tributário do sujeito passivo providenciará o cancelamento, perante os respectivos órgãos de registro, dos arrolamentos já efetuados.

Page 78: Processo administrativo cogeae 06.2011

Lei nº 11.457/2007Art. 24. É obrigatória que seja proferida decisão

administrativa no prazo máximo de 360 (trezentos e sessenta) dias a contar do protocolo de petições, defesas ou recursos administrativos do contribuinte.

Lei nº 9.784/1999Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente

emitir decisão nos processos administrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência. Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.

““Prescrição” intercorrente na esfera administrativaPrescrição” intercorrente na esfera administrativa

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NORMA DE SANTA CATARINA QUE ESTABELECE EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO POR TRANSCURSO DE PRAZO PARA APRECIAÇÃO DE RECURSO ADMINISTRATIVO FISCAL. ART. 16. ADCT ESTADUAL, ART. 4º. ALEGADA VIOLAÇÃO DO ART. 146, III, B, DA CF. A determinação do arquivamento de processo administrativo tributário por decurso de prazo, sem a possibilidade de revisão do lançamento equivale à extinção do crédito tributário cuja validade está em discussão no campo administrativo. Em matéria tributária, a extinção do crédito tributário ou do direito de constituir o crédito tributário por decurso de prazo, combinado a qualquer outro critério, corresponde à decadência. Nos termos do CTN, a decadência do direito do Fisco ao crédito tributário, contudo, está vinculada ao lançamento extemporâneo (constituição), e não, propriamente, ao decurso de prazo e à inércia da autoridade fiscal na revisão do lançamento originário Extingue-se um crédito que resultou de lançamento indevido, por ter sido realizado fora do prazo, e que goza de presunção de validade até a aplicação dessa regra específica de decadência. O lançamento tributário não pode durar indefinidamente, sob risco de violação da segurança jurídica, mas a CF/88 reserva à lei complementar federal aptidão para dispor sobre decadência em matéria tributária. Viola o art. 146, III, b, da CF norma que estabelece hipótese de decadência do crédito tributário não prevista em lei complementar federal. Ação direta de inconstitucionalidade conhecida e julgada procedente. (ADI 124-SC, Tribunal Pleno,Rel. Joaquim Barbosa, DJ 16.04.09)

““Prescrição” intercorrente na esfera administrativaPrescrição” intercorrente na esfera administrativa

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SÚMULA 10 DO CARF:

Não se aplica a prescrição intercorrente no processo administrativo fiscal

““Prescrição” intercorrente na esfera administrativaPrescrição” intercorrente na esfera administrativa