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PROCESSO DE TRATAMENTO PARA TRINCAS E FISSURAS EM ALVENARIAS COM MATERIAIS FLEXÍVEIS Março/2018 Palestrante: M.Sc. Eng.ª Kelly Ramos de Lima [email protected] Cel 11 98104-7024 Tel 11 5016-1045

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PROCESSO DE TRATAMENTO PARA

TRINCAS E FISSURAS EM ALVENARIAS

COM MATERIAIS FLEXÍVEIS

Março/2018

Palestrante:

M.Sc. Eng.ª Kelly Ramos de Lima

[email protected]

Cel 11 98104-7024

Tel 11 5016-1045

PALESTRANTE:

KELLY RAMOS DE LIMA (ENGENHEIRA CIVIL / MESTRE EM HABITAÇÃO)

Mini currículo:

Experiência de 23 anos em uma Construtora de Alto Padrão na Cidade

de São Paulo.

Mestrado em Habitação, pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)

– Tema Dissertação: Estudo de Eficácia de Soluções para Atenuação

de Ruído em Instalações de Esgoto Sanitário.

Pós-Graduação em Patologia das Edificações, pelo Instituto IDD

Curitiba.

Pós-Graduação em Gestão de Projetos, pela Fundação Armando

Álvares Penteado (FAAP).

Graduação em Engenharia Civil, pela Universidade Santa Cecília dos

Bandeirantes (UNISANTA).

No momento atuando na Empresa Vistum Consultoria, como Diretora

Técnica.

PROCESSO DE TRATAMENTO PARA

TRINCAS E FISSURAS EM ALVENARIAS

COM MATERIAIS FLEXÍVEIS

Março/2018

Palestrante:

M.Sc. Eng.ª Kelly Ramos de Lima

[email protected]

Cel 11 98104-7024

Tel 11 5016-1045

Abordagem

Introdução

Causas e Efeitos

Fundamentação Teórica

CASE A e B – Procedimento para tratamento

de trincas e fissuras

Conclusão

Referências Bibliográficas

A construção civil vem se tornando uma indústria cada vez mais veloz, com métodos construtivos de inovação tecnológica, que acabam por impulsionar a fase de elaboração de projetos e os processos construtivos. Com isso, as manifestações patológicas acabam se tornando mais frequentes, tanto nas fases iniciais de uma obra, como no pós-obra. Essas manifestações apresentam causas diversas, como: retração térmica, fator água/cimento, falta adequada de encunhamento, recalques e amarração entre estrutura e alvenaria.

Introdução:

OBJETIVO GERAL

O objetivo deste estudo está no tratamento de

trincas e fissuras com produtos que mantenham

sua trabalhabilidade, demonstrando eficácia

definitiva para solução da patologia

diagnosticada.

Trincas e Fissuras (causas e efeitos)

Causas de fissuras em alvenaria:

1. Movimentação térmica;

2. Alterações higroscópicas;

3. Atuação de sobrecarga;

4. Deformação dos elementos estruturais;

5. Retração plástica dos materiais (base

cimento e alterações químicas);

6. Recalque de fundação.

Trincas e fissuras

As trincas e fissuras, além de função estética, tem a

função de segurança e funcionalidade dos

componentes.

As trincas causam danos aos componentes da

edificação, incluindo outras patologias, como:

Infiltração de água;

Umidade interna nas alvenarias;

Danos à estrutura com corrosão de armaduras;

Entre outros prejuízos aos usuários finais.

Formação de trincas e fissuras

Fonte: Watanabe (março/18)

Fissuras em alvenaria (higroscópica):

- Fissura vertical no terço médio da parede, causada por

movimentação higroscópica de blocos.

Fissuras em alvenaria (retração):

- Fissura na argamassa com base cimento, são preparados com excesso

de água, atenuando a retração.

Formação de fissuras

Fonte: Thomaz, 1989

Fonte: Autora, 2015

higroscópica

retração

- Fissura horizontal na alvenaria,

provenientes da expansão dos blocos;

- Movimentação reversíveis ou

irreversíveis, pode ocasionar

destacamento entre os componentes

da alvenaria e argamassa

Formação de fissuras

Fonte: Thomaz, 1989

Fonte: Autora, 2015

Formação de fissuras

Trinca por Capilaridade – reage pela variação do teor da

umidade, provocando 2 (dois) tipos de movimentação:

a) irreversíveis: ocorrem logo após a fabricação do

material, originam-se pela perda ou ganho de água;

b) reversíveis: ocorrem pela variação do teor da umidade

do material fabricado.

Trinca por retração com produtos base de cimento:

c) Uma relação água/cimento de aproximadamente

0,40 é suficiente para o cimento se hidratar

completamente, afirma Paulo Helene;

d) Os concretos e argamassas, para facilitar a

trabalhabilidade, são preparados com água em excesso,

atenuando a retração.

Formação de fissuras

A atuação de sobrecargas localizadas (concentradas) pode

provocar o aparecimento de fissuras inclinadas a partir do ponto

de aplicação ou esmagamentos localizados. A figura anterior

demonstra a configuração típica desta fissura em paredes de

alvenaria estrutural com a presença de aberturas, quando atuam

cargas concentradas de grande magnitude (THOMAZ, 1990).

Fissuras inclinadas em paredes com aberturas sob ação de

sobrecargas Fonte: THOMAZ, 2004

Formação de fissuras

Fonte: Revista Téchne edição 120 (março/2007)

Fissuras em alvenaria (sobrecarga): - Fissura vertical, proveniente da deformação transversal da

argamassa sob ação das tensões de compressão ou flexão; - Fissura horizontal, proveniente da ruptura por compressão dos

componentes de alvenaria, ou ainda de solicitação de flexocompressão da parede.

Formação de fissuras

Fonte: Thomaz, 1989 Fonte: Autora, 2015

Formação de fissuras

Fonte: Autora – Museu do Imigrante em Holambra

Formação de fissuras

Fonte: Revista Téchne edição 120 (março/2007)

Fonte: Autora (2012)

Fonte: Autora (2015)

Formação de fissuras

Fonte: Autora (2015)

Formação de fissuras

Fonte: Autora (2015)

Formação de fissuras

Quando as fissuras ocorrem pelo fator a/c

(água/cimento), tem como influência na

trabalhabilidade, porosidade, permeabilidade,

resistência à compressão e durabilidade. A

hidratação da argamassa interfere na

resistência da pasta, e é um dos principais

fatores para influenciar na resistência a

compressão.

Fundamentação Teórica

De acordo com a Associação Brasileira de Cimento Portland, a

durabilidade do concreto está relacionada com o fator a/c:

quanto menor a relação a/c (água/cimento), mais duráveis

serão as estruturas. Ainda de acordo com a Lei de Abrams,

temos o gráfico representado na figura abaixo, que demonstra

a relação a/c x resistência à compressão.

Fundamentação Teórica

Relação água/cimento x Resistência à compressão

Fonte: Associação Brasileira de Cimento Portland (2017)

De acordo com a NBR 9575/03, na parte de seleção e

projetos, classificam-se as trincas, fissuras e microfissuras

de acordo com a abertura das mesmas, conforme

descrito na tabela abaixo:

Fundamentação Teórica

Fonte: NBR 9575/2003

Trinca Fissura Microfissura

Abertura (mm) ˃0,5 mm e <1,0 mm ≤0,5 mm ≤0,05 mm

Se trata de ensaios empíricos e experimentais, que foram

aprimorados ao longo de 23 anos de atividade profissional,

até o atingimento da técnica ideal, que vem sendo

aplicada com eficácia há 16 anos.

Casos As alterações descritas e tratadas neste estudo foram

encontradas em paredes internas de unidades

autônomas, e são de dois tipos; tratamento de fissura em

laje por retração de massa causadas por dilatação

térmica da argamassa de reboco e emboço; e trincas

lineares por acomodação estrutural, que por compressão

geraram rupturas que afetam blocos, reboco e emboço

em meio a alvenaria, ou situadas entre a estrutura e

alvenaria, que se mantem integras.

Case A – Tratamento de fissura em laje por retração

de massa causadas por dilatação térmica da

argamassa de reboco e emboço, procedimento de

tratamento de fissura, apresentados nas figuras de 03

à 08, seguindo uma sequência para o bom

desempenho e eficacia do material empregado.

Casos

Case B – Tratamento de trincas lineares por acomodação estrutural, que por compressão geraram rupturas que afetam blocos, reboco e emboço em meio a alvenaria, ou situadas entre a estrutura e alvenaria.

Materiais utilizados para tratamento de trincas e

fissuras

Material 1 - emulsão acrílica utilizada marca hemisfério” 1144”, que

apresenta as seguintes propriedades (descritas pelo fabricante): Alto

poder de impermeabilização; Alta flexibilidade; Pode ser combinado

com BETUME;

Apresenta excelente compatibilidade com outras dispersões

poliméricas, espessantes, plastificantes, antiespumantes, pigmentos e

cargas.

Fonte: Autora

Materiais utilizados para tratamento de trincas e

fissuras

Material 2 - emulsão acrílica utilizada marca hemisfério ”1157”, que

apresenta as seguintes propriedades (descritas pelo fabricante): Alto

poder de estanqueidade; flexibilidade; elasticidade; com adição de

fibras;

- Esferas de isopor para composição da argamassa.

- Bloco de concreto celular

Fonte: Autora

Imóvel: Apartamento com área de 300 m2

Ambientes: dormitório / laje de cobertura Materiais: • Emulsão acrílica ref.1144 – marca Hemisfério; • Cimentcola branco – marca quartizolit; • Tela de poliéster; • Água.

Caso A

Caso A

Tratamento de fissura em laje por retração de

massa causadas por dilatação térmica da

argamassa de reboco e emboço, procedimento

de tratamento de fissura, apresentados nas figuras

a seguir, com uma sequência para o bom

desempenho e eficacia do material empregado.

Descrição do Procedimentos de Aplicação – Caso A

a) Descascar a trinca no local da fissura, com largura de 10 cm a 15 cm para

cada lado da fissura;

b) Proceder à abertura da fissura em cunha, tipo “V”, com uma profundidade

de aproximadamente 5mm;

c) Realizar a limpeza do local com pincel seco, e aplicação de 1 (uma)

camada de “1144” com diluição de 1:1 (1144:água), para promover a

aderência da pasta;

d) Efetuar uma mistura de “1144” (100%) + cimento cola, até formar uma massa

homogênea, com uma aparência pastosa (a aplicação é executada com

espátula, por esse motivo a mistura não pode ser muito líquida). Preencher

toda a fissura que foi aberta em “V”, deixando faceada com a massa de

revestimento reboco;

Descrição do Procedimentos de Aplicação – Caso A

e) Cortar a tela na largura da fissura com 10cm a 15cm para cada lado, e

aplicar uma camada de “1144” diluído na proporção de 1:1 (1144+água),

para promover a fixação da mesma;

f) Deixar secar por 12 horas;

g) Aplicar uma camada de massa corrida sobre a tela de poliéster, alisando

com desempenadeira até ficar no nível da parede. Aplicar a massa

adequada para a área interna ou externa, verificando a tipo massa já

aplicado à parede;

h) Aguardar a secagem para proceder ao lixamento da parede normalmente,

e efetuar a pintura adequada.

Caso A

20

cm

Figura 01: Fissura. Figura 02: Dimensionamento da fissura.

Como se pode verificar, são fissuras que atingiram apenas a camada

de reboco, e obtiveram a abertura através de processo de raspagem

de 10 cm de cada lado.

Fonte: Autora (2017)

Caso A

Figura 03: Abertura da fissura em V.

Após procedimento de abertura em “V” passar uma camada do

Hemisfério 1144 com diluição de 1:1. Após 20 min passar a primeira

camada da mistura.

Figura 04: Aplicação de uma camada da

mistura de Hemisfério 1144 (100%) com

comento cola (massa homogênea de

aparência pastosa).

Fonte: Autora (2017)

Caso A

Figura 05: Conclusão da aplicação da

pasta

Aguardar a cura de 3 horas para

aplicação da tela de poliéster.

Figura 06: Aplicação da tela de poliéster

na largura da fissura, com 10 cm para

cada lado promovendo fixação.

A tela é aplicada para dar mais estabilidade mantendo uma

flexibilidade que impede o surgimento de novas fissuras. Na sequência o

local devidamente acabado com pintura convencional, conforme

apresentado na figura 07.

Fonte: Autora (2017)

Caso A

Fissura 07: Fissura tratada após emassamento convencional como

massa PVA e pintura, sem reincidência.

Finalização do procedimento com pintura convencional

Fonte: Autora (2017)

Imóvel: Apartamento com área de 450 m2

Ambientes: sala de estar/escadaria Materiais:

Caso B

•Emulsão acrílica ref.1144 – marca Hemisfério; •Emulsão acrílica ref.1157 – marca Hemisfério; •Cimentcola branco – marca quartizolit; •Esferas de isopor; •Bloco de concreto celular •Tela de poliéster ou metálica •Água

Tratamento de trincas lineares por acomodação

estrutural, que por compressão geraram rupturas

que afetam blocos, reboco e emboço em meio a

alvenaria, ou situadas entre a estrutura e alvenaria,

que se mantem integras, detalhe dos materiais

empregados demonstrado na figura 8.

Caso B

Caso B

Figura 08: Detalhe de corte para preenchimento de vazio em caso de

recuperação do encunhamento, a base em L serve para preenchimento

da argamassa de encunhamento flexível com traço indicativo em volume

de 1 : 2 : 5 : 5.

Corte em formato L Base de apoio p/ do L

Perda do material

Fonte: Autora (2014)

Caso B

As fissuras encontradas nas unidades autônomas, a seguir, são descritas

como acomodação estrutural, que se encontram em estado de

compressão, ocasionada pela acomodação da estrutura, gerando o

esmagamento da alvenaria em bloco cerâmico, conforme pode ser

observado nas figuras 09 a 13.

Figura 09: Esmagamento da viga com alvenaria,

detectado por encunhamento rígido

Fonte: Autora (2014)

Figuras 10 e 11: Detalhes dos encunhamentos rígidos e esmagamento do

bloco cerâmico na face interna.

Fonte: Autora (2014)

Caso B

Figuras 12 e 13: Detalhes dos encunhamentos rígidos e esmagamento do

bloco cerâmico na face interna.

Fonte: Autora (2014)

CONCLUSÃO

Com os procedimentos descritos neste estudo foi possível

evidenciar o tratamento efetivo das fissuras apresentadas, resultando

em paredes com perfeitas condições de estabilidade, segurança e

estética, segundo os padrões de qualidade determinados pelas

normas vigentes, tendo o seu desempenho como CONFORME.

Os procedimentos demonstrados para o tratamento do Caso A

foram concluídos há 1 mês, e os do Caso B, há 4 anos. Em ambos os

casos foi utilizado um aditivo acrílico da marca Hemisfério referências

1144 e 1157, que atende as normas de desempenho descritas para o

tratamento de trincas e fissuras determinados pelo fabricante.

Durante os ultimos dez anos a técnica foi aprimorada tendo registro

de resindiva em 20% dos casos. Porém, há 15 anos esta técnica vem

sendo executada como definitiva sem apresentar recidivas. As

técnicas anteriores foram testadas com e sem telas de diversas

marcas e modelos, e com outros tipos de soluções, porém a atual

apresentou mais elasticidade, com um resultado efetivo.

ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9575:

Impermeabilização. Rio de Janeiro, 2003.

_____. NBR 9575: Normas de impermeabilização, 2003.

_____. NBR 15.575: Norma de desempenho, 2013.

ABCP - Associação Brasileira de Cimento Portland. São Paulo,

2017.

GRANDISK, P. In: CORSINE, R. Trincas ou Fissuras Revista

Téchne, editora Pini, ed 160. Brasil, Julho, 2010.

HELENE, P. In: ITAMBÉ. Entrevista na Área Técnica, 2013.

http://www.cimentoitambe.com.br/trincas-fissuras-fendas-e-

rachaduras-exigem-cuidado/

Referências

HEMISFERIO. Manual do Fabricante – Produto: Hemisfério 1144,

São Paulo, 2017.SANTOS, A. Trincas, fissuras e rachaduras

exigem cuidado. Artigos técnicos Itambé, Santa Catarina,

2013.

THOMAZ, E. e HELENE, P. Qualidade no projeto e na execução

de alvenaria estrutural e alvenarias de vedação em edifícios.

Belém Técnico da Escola Politécnica da USP – ISSN 0103-9830,

BT/PCC/252. Departamento de Engenharia de Construção

Civil, São Paulo, 2000.

WASSABE, R. M. In: ITAMBÉ. Entrevista na Área Técnica, 2013.

http://www.cimentoitambe.com.br/trincas-fissuras-fendas-e-

rachaduras-exigem-cuidado/

WEBER - QUARTIZOLITE. Manual do Fabricante – Produto:

Cimentcola Flexível ACIII. São Paulo 2017.

Referências

Obrigada

Palestrante:

M.Sc. Eng.ª Kelly Ramos de Lima

[email protected]

Cel 11 98104-7024

Tel 11 5016-1045

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FISSURAS EM ALVENARIAS COM MATERIAIS

FLEXÍVEIS

Deus seja louvado