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i PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA MARINA MONDADORI MYUNG HEE FIGUR RODRIGO MEIRELES ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA PARA UMA INDÚSTRIA DE PRODUÇÃO DE VINHO Porto Alegre 2012

Produção de Vinho

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Page 1: Produção de Vinho

i

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

FACULDADE DE ENGENHARIA

MARINA MONDADORI

MYUNG HEE FIGUR

RODRIGO MEIRELES

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA

PARA UMA INDÚSTRIA

DE PRODUÇÃO DE VINHO

Porto Alegre

2012

Page 2: Produção de Vinho

2

MARINA MONDADORI; MYUNG HEE FIGUR; RODRIGO MEIRELES

ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA E ECONÔMICA DE UMA INDÚSTRIA

DE PRODUÇÃO DE VINHO

Trabalho da disciplina de Avaliação

Econômica de Projetos do Curso de

Engenharia Química da Pontifícia

Universidade Católica do Rio Grande

do Sul, com o objetivo de realizar um

estudo técnico e econômico de

implantação de uma unidade

produtora de um bem.

Orientador da disciplina: Peter Caubi Machemer

Porto Alegre

2012

Page 3: Produção de Vinho

3

Sumário 1 AGRADECIMENTOS ................................................................................................................ 9

2 EMPRESA ............................................................................................................................. 10

2.1 Dados ........................................................................................................................... 10

2.2 MISSÃO ........................................................................................................................ 10

2.3 VISÃO ........................................................................................................................... 11

3 JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO .............................................................................. 12

4 ESTRATÉGIA ......................................................................................................................... 15

4.1 Estratégias genéricas segundo Michael Porter ........................................................... 15

4.1.1 Escolha da Estratégia ........................................................................................... 16

4.2 Matriz Importância-Desempenho de Slack ................................................................. 20

4.2.1 Análise Slack ........................................................................................................ 21

4.3 Análise SWOT .............................................................................................................. 23

4.3.1 Ambiente Interno ................................................................................................ 23

4.3.2 Ambiente Externo ............................................................................................... 23

5 ESTRUTURA DA EMPRESA ................................................................................................... 26

5.1 Orgranograma ............................................................................................................. 26

5.2 Atribuição das Funções ............................................................................................... 26

5.2.1 Conselho Diretor ................................................................................................. 26

5.2.2 Diretor de Produção ............................................................................................ 26

5.2.3 Setor de Qualidade .............................................................................................. 27

5.2.4 Segurança do Trabalho ........................................................................................ 27

5.2.5 Operação ............................................................................................................. 27

5.2.6 Diretor Financeiro ............................................................................................... 28

5.2.7 Setor de Compras ................................................................................................ 28

5.2.8 Diretor Comercial ................................................................................................ 28

5.2.9 Setor de Recursos Humanos ............................................................................... 29

5.2.10 Secretária ............................................................................................................ 29

5.2.11 Auxiliares de Limpeza .......................................................................................... 29

5.3 Encargos Sociais .......................................................................................................... 29

5.4 Benefícios .................................................................................................................... 30

5.5 Terceirização ............................................................................................................... 30

5.5.1 Consultoria Contábil ............................................................................................ 30

5.5.2 Manutenção ........................................................................................................ 30

Page 4: Produção de Vinho

4

5.5.3 Publicidade .......................................................................................................... 31

5.5.4 Segurança ............................................................................................................ 31

5.5.5 Determinação do Custo Mensal e Anual referente à terceirização .................... 32

5.6 Quadro demonstrativo dos custos de mão de obra ................................................... 32

6 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES .......................................................................................... 34

6.1 Descrição do cronograma de atividades ..................................................................... 35

6.1.1 Trâmites para regularização da empresa ............................................................ 35

6.1.2 Planejamento ...................................................................................................... 35

6.1.3 Licenciamento, Empréstimo e Construção ......................................................... 36

6.1.4 Matérias primas e Insumos ................................................................................. 37

6.1.5 Seleção de Funcionários ...................................................................................... 38

6.1.6 Treinamento ........................................................................................................ 38

6.1.7 Operação ............................................................................................................. 38

7 ASPECTOS TÉCNICOS ........................................................................................................... 39

7.1 Classificação ................................................................................................................ 39

7.1.1 Classificação quanto à Classe: ............................................................................. 39

7.1.2 Classificação quanto à cor ................................................................................... 40

7.1.3 Classificação quanto ao teor de açúcar ............................................................... 40

7.1.4 Álcoois ................................................................................................................. 41

7.2 Matéria-prima: Uva ..................................................................................................... 42

7.2.1 Constituição da uva ............................................................................................. 42

7.2.2 Características da uva utilizada no processo....................................................... 44

7.2.3 Quantidade de Matéria-prima utilizada .............................................................. 45

7.3 Barrique e Pipa ............................................................................................................ 45

7.4 Rolha ............................................................................................................................ 46

7.5 Garrafa......................................................................................................................... 47

7.6 Rótulo .......................................................................................................................... 48

7.7 Capacidade produtiva ................................................................................................. 50

7.7.1 Regime de Produção ........................................................................................... 50

7.7.2 Tecnologia empregada ........................................................................................ 51

7.7.3 Justificativa da tecnologia escolhida ................................................................... 52

7.8 Descrição dos Produtos ............................................................................................... 52

7.9 Descrição do processo produtivo ................................................................................ 53

7.9.1 Transporte ........................................................................................................... 53

Page 5: Produção de Vinho

5

7.9.2 Inspeção Visual .................................................................................................... 53

7.9.3 Esteiras ................................................................................................................ 53

7.9.4 Desengace ........................................................................................................... 53

7.9.5 Prensagem ........................................................................................................... 54

7.9.6 Correção do mosto .............................................................................................. 54

7.9.7 Piano Bar: Fermentação Alcoólica....................................................................... 55

7.9.8 Gaúcho Wine ....................................................................................................... 56

7.9.9 Etapas finais comuns aos dois processos ............................................................ 57

7.10 Diagrama de blocos ..................................................................................................... 58

7.11 Principais equipamentos empregados ........................................................................ 58

7.12 Utilidades .................................................................................................................... 60

7.13 Catalisadores e insumos .............................................................................................. 61

7.13.1 Açúcar refinado ................................................................................................... 61

7.14 Determinação dos níveis de rejeito e produto fora de especificação ........................ 62

8 ASPECTOS LOCACIONAIS ..................................................................................................... 64

8.1 Alternativas analisadas ................................................................................................ 65

8.1.1 Bento Gonçalves .................................................................................................. 65

8.1.2 Farroupilha .......................................................................................................... 69

8.2 Determinação da Localização ...................................................................................... 71

8.2.1 Ponderação Qualitativa ....................................................................................... 71

8.2.2 Atribuição de notas ............................................................................................. 72

8.2.3 Localização Escolhida .......................................................................................... 73

9 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS ............................................................................................ 74

9.1 Previsões Futuras ........................................................................................................ 76

9.2 Principais Concorrentes .............................................................................................. 80

9.2.1 Miolo ................................................................................................................... 80

9.2.2 Perini ................................................................................................................... 81

9.2.3 Aurora .................................................................................................................. 81

9.3 Estrutura Geográfica do Mercado Alvo ....................................................................... 82

10 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA ................................................................................ 83

10.1 Cálculo do Investimento Fixo ...................................................................................... 83

10.1.1 Investimento Fixo Total ....................................................................................... 85

10.2 Determinação do Custo Variável ................................................................................. 85

10.2.1 Vinho Piano Bar ................................................................................................... 85

Page 6: Produção de Vinho

6

10.2.2 Vinho Gaúcho Wine ............................................................................................. 86

10.3 Determinação do Capital de Giro ................................................................................ 86

10.4 Características do Empréstimo ................................................................................... 87

10.5 Quadro de Usos e Fontes ............................................................................................ 87

10.6 Depreciação ................................................................................................................. 88

10.7 Mão de Obra e Terceirização ...................................................................................... 89

10.8 Determinação do Preço de Venda do Vinho Piano Bar............................................... 89

10.9 Receita de Vendas Vinho Piano Bar ............................................................................ 90

10.10 Determinação do Preço de Venda do Vinho Gaúcho Wine .................................... 90

10.11 Receita de Vendas do Vinho Gaúcho Wine ............................................................. 91

10.12 Cálculo do Ponto de Equilíbrio ................................................................................ 91

10.13 Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE) .................................................... 92

10.14 Fluxo de Caixa sobre o Capital Próprio .................................................................... 95

10.15. Determinação do Valor Presente Líquido (VPL) ...................................................... 97

10.16. Determinação da Taxa Interna de Retorno (TMA) .................................................. 97

11 ANÁLISE DO RISCO E INCERTEZA ..................................................................................... 98

12 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 99

13 REFERÊNCIAS ................................................................................................................. 100

14 ANEXOS ......................................................................................................................... 103

Page 7: Produção de Vinho

7

Índice de Ilustrações

Figura 1 - Diagrama de Slack para o vinho Gaúcho Wine (Fonte: O Autor). ............................... 22

Figura 2 - Diagrama de Slack para o vinho Piano Bar (Fonte: O Autor). ..................................... 22

Figura 3 - Resumo da Análise S.W.O.T. (Fonte: O Autor) ............................................................ 25

Figura 4 – Organograma (Fonte: O Autor) .................................................................................. 26

Figura 5 - Cronograma de Atividades Vinhos Gaudérios (Fonte: O Autor). ................................ 34

Figura 6 - Uva Cabernet Sauvignon (Fonte: Adega do Vinho) ..................................................... 44

Figura 7 - Uva Pinnot Noir (Fonte Adega do Vinho) ................................................................... 45

Figura 8 - Garrafa para o vinho “Piano Bar”. (Fonte: http://www.verallia.com.br/catalogo-de-

produtos.aspx?subcategoria=4) .................................................................................................. 48

Figura 9 - Garrafa para o vinho “Gaúcho Wine”. Fonte: (http://www.verallia.com.br/catalogo-

de-produtos.aspx?subcategoria=4) ............................................................................................ 48

Figura 10 - Design do rótulo do vinho Piano Bar. (Fonte: http://www.brandcrowd.com/logo-

design/details/34412) ................................................................................................................. 50

Figura 11 - Design do rótulo do vinho Gaúcho Wine (Fonte:

http://www.logofromdreams.com/logo-Gaucho_Wine.htm). ................................................... 50

Figura 12 - Diagrama de Blocos ................................................................................................... 58

Figura 13 - Detalhamento da Região da Uva e Vinho, na Serra Gaúcha. .................................... 65

Figura 14 - Principais vias de acesso à Bento Gonçalves............................................................. 68

Figura 15 - Terreno para implantação da empresa em Bento Gonçalves (Fonte:

http://www.bentoimoveis.com.br/imovel.php?num=8749&cat=Terrenos ............................... 69

Figura 16 - Mapa com as Principais vias de acesso à Farroupilha (Fonte: Google Maps) ........... 70

Figura 17 - Terreno em Farroupilha – RS (Fonte:

http://www.bentoimoveis.com.br/imovel.php?num=9318&cat=Terrenos ............................... 71

Figura 18 - Dados do IBGE de 2012, sobre a produção de uvas no Brasil. (Fonte: O autor). ...... 74

Figura 19 - Dados do IBGE, Prevalência de Consumo Alimentar (Vinhos). (Fonte: O Autor). .... 76

Figura 20 - Comercialização de vinhos e derivados elaborados no Rio Grande do Sul (Mercado

Interno). (Fonte: IBRAVIN). ......................................................................................................... 78

Figura 21 - Evolução da Produção no RS - 2004 a 2011. (Fonte: IBRAVIN). ................................ 80

Figura 22 - Comercialização de Vinhos de Mesa – Empresas do Rio Grande do Sul. IBRAVIN. .. 80

Figura 23 - Localização Geográfica do Mercado Alvo. (Fonte: O Autor) ..................................... 82

Page 8: Produção de Vinho

8

Índice de tabelas;

Tabela 1 - Divisão do Capital Integralizado. (Fonte: O Autor) ..................................................... 10

Tabela 2 - Custo da Terceirização (Fonte: O Autor). ................................................................... 32

Tabela 3 - Quadro demonstrativo dos custos de mão de obra ................................................... 33

Tabela 4 - Composição do cacho da uva (Fonte: Livro “Uvas e Vinhos” – Cataluña, Ernesto). .. 43

Tabela 5 - Composição da polpa da uva (Fonte: Livro “Uvas e Vinhos” – Cataluña, Ernesto.) ... 43

Tabela 6 - Distribuição da Economia em Bento Gonçalves. (Fonte: Panorama Socioeconômico

de Bento Gonçalves / Rio Grande do Sul - Brasil - 2009 ............................................................. 66

Tabela 7 - Cultivo anual de uva em Bento Gonçalves (Fonte: Emater Bento Gonçalves, 2009). 66

Tabela 8 - Distribuição da Economia em Farroupilha – RS (Fonte: Prefeitura Municipal de

Farroupilha – Fundação de Economia e Estatística (FEEE) - Março de 2012 .............................. 70

Tabela 9 - Ponderação Qualitativa (Fonte: O Autor) ................................................................... 72

Tabela 10 - Elaboração de Vinhos e Derivados no Rio Grande do Sul - 2004 a 2011. (Fonte:

IBRAVIN). ..................................................................................................................................... 75

Tabela 11 - Custo dos Prédios (Fonte: O Autor, baseado em: SINDUSCON RS – Valor do CUB –

Disponível em: http://www.sinduscon-rs.com.br/site/imagesdin/cub-maio-2012.pdf). .......... 83

Tabela 12 - Custo e Dimensionamento do Terreno

(Fonte:http://www.bentoimoveis.com.br/imovel.php?num=8749&cat=Terrenos) .................. 83

Tabela 13 - Custo dos equipamentos de escritório (Fonte: www.magazineluiza.com.br ;

www.casaondina.com.br) ........................................................................................................... 84

Tabela 14 - Custo dos Equipamentos industriais (Fonte conforme anexo). ............................... 84

Tabela 15 - Investimento Fixo Total (Fonte: O Autor, conforme anexo). ................................... 85

Tabela 16 - Custo Variável do vinho Piano Bar (Fonte: O Autor) ................................................ 85

Tabela 17 - Custo Variável do vinho Gaúcho Wine (Fonte: O Autor). ......................................... 86

Tabela 18 - Capital de Giro mensal (Fonte: O Autor). ................................................................. 86

Tabela 19 - Usos e Fontes (Fonte: O Autor). ............................................................................... 88

Tabela 20 - Depreciação (Fonte: O Autor) .................................................................................. 88

Tabela 21 - Custos anuais de mão de obra e terceirização (Fonte: O Autor). ............................ 89

Tabela 22 - Determinação do Preço de Venda do vinho Piano Bar. (Fonte: O Autor). ............... 90

Tabela 23 - Receita de Vendas do Vinho Piano Bar, em 10 anos de produção (Fonte: O Autor).

..................................................................................................................................................... 90

Tabela 24 - Demonstrativo do Resultado do Exercício para o vinho Piano Bar (Fonte: O Autor).

..................................................................................................................................................... 93

Tabela 25 - Demonstrativo do resultado do exercício para o vinho Gaúcho Wine (Fonte: O

Autor). ......................................................................................................................................... 94

Tabela 26 - Fluxo de Caixa sobre o capital próprio. (Fonte: O Autor) ......................................... 95

Tabela 27 - Fluxo de Caixa sobre o capital próprio. (Fonte: O Autor). ........................................ 96

Tabela 28 - Análise de Risco e Incerteza ..................................................................................... 98

Page 9: Produção de Vinho

9

1 AGRADECIMENTOS

Agradecemos em primeiro lugar ao professor Peter Machemer pela paciência e

apoio ao nosso grupo, à vinícola Aurora, que esclareceu muitas dúvidas em

relação ao processo produtivo, e à nossa colega Aline Possamai, que mesmo

não fazendo parte do grupo nos deu muitas dicas para este trabalho.

Page 10: Produção de Vinho

10

2 EMPRESA

2.1 Dados

Razão Social: Vinhos Gaudérios Ltda;

Data da Constituição: 17/04/2012;

Endereço: Rua Giovanni B. Fracalossi, Lote 37, Bairro São Valentim – Bento Gonçalves – RS

CNPJ: 80.923.403/0001-83

Inscrição Estadual: 068/0275314

Capital Integralizado: O capital total integralizado é de R$ 3.098.720,50

três milhões, noventa e oito mil, setecentos e vinte reais e cinquenta

centavos), que corresponde ao total de recursos próprios (investimento

igual dos três acionistas), o capital de giro de um mês e o total

financiado.

Tabela 1 - Divisão do Capital Integralizado. (Fonte: O Autor)

Fonte Capital

Marina Mondadori 337.896,84

Myung Hee Figur 337.896,84

Rodrigo Meireles 337.896,84

Financiamento / capital terceiros 2.085.029,97

Controle da empresa: Sociedade Limitada.

Linha de produtos: Vinho tinto de mesa meio seco (Nome: Vinho “Piano

Bar”) e vinho tinto fino suave (Nome: Gaúcho Wine), ambos em garrafas

de vidro de 750 mL.

2.2 MISSÃO

A “Vinhos Gaudérios” tem como missão produzir dois tipos de vinho tinto,

buscar a satisfação de seus clientes oferecendo um produto de qualidade e

com a marca do Rio Grande do Sul, tornar-se competitiva economicamente e

procurar constante aperfeiçoamento e evolução.

Page 11: Produção de Vinho

11

2.3 VISÃO

A “Vinhos Gaudérios” tem como visão tornar-se consolidada no mercado de

vinhos e ser reconhecida nacionalmente pela excelência de seus produtos.

Page 12: Produção de Vinho

12

3 JUSTIFICATIVA DO EMPREENDIMENTO

A escolha em estudar a viabilidade econômica e técnica da produção de vinhos

está baseada em fatores econômicos. A indústria de vinhos no Brasil atrai cada

vez mais novos consumidores, principalmente porque a alta tecnologia

empregada no processo de fabricação garante a qualidade dos produtos. O

Brasil tem capacidade de produzir vinhos frescos, equilibrados e com teor

moderado de álcool.

Segundo estudo feito pelo Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), disponível no

site da instituição, a comercialização de vinho atingiu 249,6 milhões de litros no

ano de 2011, o que representou um aumento de 7% em relação à 2010 - ano

em que foram vendidos 233, 4 milhões de litros, entre vinhos finos e de mesa.

O volume produzido em 2011 é o terceiro maior em 10 anos.

A venda de vinhos tintos finos foi ainda maior, 14,6 milhões de litros,

representando um aumento de 7,5% com relação à 2010. Este volume foi

considerado o maior desde 2000.

Apesar do crescimento em 2011, o setor manteve-se estagnado nas vendas de

2005 à 2010, cuja média ficou em 249 milhões. Porém as expectativas para os

próximos anos são animadoras, devido ao avanço do último ano.

Conforme declarações feitas por Alceu Dalle Molle, presidente do Conselho

Deliberativo do Ibravin, notícia também disponível no site, os números de 2011

representam um passo para o setor de produção de vinhos no Brasil, pois foi

um ano marcado pela crise econômica mundial que afetou o país. “Os

resultados positivos são animadores e mostram que o setor deve continuar

investindo na promoção de vendas e no convencimento dos consumidores de

que a qualidade dos vinhos brasileiros está em constante evolução” – avalia.

Segundo dados constantes no site do IBGE, os vinhos tintos de mesa

representam a maior parte dos vinhos comercializados no Brasil. Os vinhos

tintos finos são aqueles produzidos de uvas provenientes de videiras da

espécie Vitis vinifera, ou seja, com uvas viníferas. Os vinhos de mesa são

produzidos com uvas de parreiras de outras espécies (uvas americanas ou de

Page 13: Produção de Vinho

13

mesa) as quais também fornecem a uva para a produção de sucos e para

consumo in natura e que possuem qualidade inferior para a fabricação de

vinhos, por não possuírem mesma complexidade de aromas e sabores.

Consequentemente, os vinhos de mesa têm um preço de venda bastante

inferior aos vinhos finos.

A produção de uvas no Brasil é de aproximadamente 1,2 milhões de toneladas

por ano, das quais 45% são destinadas para elaboração de vinhos, sucos e

outros derivados. Deste percentual, 77% são vinhos de mesa e 9% sucos de

uva, ambos fabricados a partir do mesmo tipo de uva. Cerca de 13% são

vinhos finos e o restante representa outros produtos derivados da uva.

Em relação à qualidade da uva, as notícias são animadoras: A safra de 2012

na Serra Gaúcha deve ser uma das melhores da história em qualidade. O

pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves, José Eduardo

Monteiro, explica que as condições meteorológicas dos últimos meses do ano

passado e dos primeiros de 2012, com chuvas abaixo do normal, foram ideais

para a produção de uvas, especialmente para vinhos finos. Ele ressalta:

“Menos chuva significa menos incidência de doenças e melhor qualidade de

modo geral. Isso permite que a uva fique mais tempo no campo para maturar

mais. Em anos chuvosos é difícil de controlar as doenças, então, as frutas são

colhidas logo para não apodrecerem”. A análise do Grau Babo (índice de

açúcar) de 280 amostras coletadas pela Divisão de Enologia da Secretaria

Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio (Seapa) atestou a qualidade

das uvas deste ano. Algumas espécies obtiveram um teor de açúcar mais

elevado que o da safra de 2005, considerada um marco de qualidade. (Fonte:

http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2012/05/avanco-da-

tecnologia-deve-fazer-safra-de-vinhos-2012-ser-melhor-do-que-a-de-2005-

considerada-marco-de-qualidade-3743804.html).

De acordo com estudo realizado pelo “Wines of Brasil” - projeto do Ibravin em

parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e

Investimentos (Apex-Brasil) - o Brasil é o quinto maior produtor vitivinícola do

Hemisfério Sul.

Page 14: Produção de Vinho

14

As regiões produtoras de uva no Brasil estão divididas em seis regiões, são

elas: Serra Gaúcha, Campanha, Serra do Sudeste e Campos de cima da Serra,

no estado do Rio Grande do Sul; Planalto Catarinense – em Santa Catarina; e

Vale do São Francisco, na região Nordeste do país.

Outro fator importante na escolha do tema é a exportação de vinhos nacionais.

O Brasil exporta para cerca de 22 países, com destaque para Estados Unidos,

Alemanha e Inglaterra. (Ibravin)

Há também toda uma publicidade em torno do vinho pelo fato de que é uma

bebida que faz bem à saúde. Cientistas da Universidade da Calabria, na Itália,

comprovaram que o resveratrol, substância a base de polifenóis presente na

casca da uva, aumenta o colesterol bom, diminui a pressão arterial e mantém

nivelados o açúcar no sangue, alem de dificultar a multiplicação de células

cancerígenas. (Notícia disponível no site Adegas & Vinhos,

http://www.adegavinhos.com.br/guialistanoticias.asp).

Diante do exposto, pode-se concluir que a atividade de fabricação de vinhos

está em um bom momento economicamente, com perspectiva de melhora no

futuro.

Ainda, temos interesse pessoal em estudar a viabilidade de uma vinícola, pois

além de apreciarmos o produto, o que torna a pesquisa mais prazerosa, é uma

oportunidade de conhecer o negócio em todos os seus aspectos e implantá-lo

futuramente.

Page 15: Produção de Vinho

15

4 ESTRATÉGIA

4.1 Estratégias genéricas segundo Michael Porter

Segundo Michael Porter, existem três estratégias genéricas aplicadas a um

empreendimento, que podem ser usadas isoladamente ou de forma

combinada, com o objetivo de superar os concorrentes em uma indústria.

Liderança no custo total: O elemento fundamental é o preço do produto. A

liderança no custo exige a construção agressiva de instalações em escala

eficiente, uma perseguição vigorosa de reduções de custo pela experiência, um

controle rígido do custo e das despesas gerais, a não permissão da formação

de contas marginais dos clientes e a minimização de custos em áreas como

pesquisa e desenvolvimento, assistência, força de vendas, publicidade, etc.

Liderança por diferenciação: Nessa estratégia o preço não é necessariamente

o fator de decisão. Os métodos para diferenciação podem ser de muitas

formas, como projeto ou imagem da marca, tecnologia, peculiaridades, serviços

sob encomenda, redes de fornecedores ou outras dimensões.

A diferenciação, se alcançada, é uma estratégia viável para obter retornos

acima da média em uma indústria, pois proporciona isolamento contra a

rivalidade competitiva devido à lealdade dos consumidores com relação à

marca como também à consequente menor sensibilidade ao preço.

Liderança por enfoque: Trata-se de uma estratégia aplicada à produtos

específicos, sendo assim, para cada produto a estratégia será custo ou

diferenciação. Tem-se como exemplo a fabricação de fraldas geriátricas e leite

com baixo teor de lactose, ou seja, o produto é destinado à um público restrito.

Fonte: Livro “Estratégia Competitiva” – Michael E. Porter, Rio de Janeiro –

2004.

Page 16: Produção de Vinho

16

4.1.1 Escolha da Estratégia

A estratégia escolhida para o empreendimento em questão será Liderança por

enfoque com diferenciação. O objetivo principal da empresa é vender um

produto de alta qualidade, mas no caso do vinho, este deve ser envelhecido

por um período de 5 a 6 anos antes de ser comercializado. Isto acarretaria

lucro zero para a empresa do ano zero ao seis. Para contornar esta situação,

vamos começar produzindo um vinho de qualidade também, porém não tão alta

e que pode ser comercializado em um curto prazo. A estratégia aplicada à este

produto será a Liderança em Custos e será válida por um período de 4 à 6

anos. Concomitantemente ao vinho de menor qualidade, estaremos produzindo

o vinho de alta, que é o objetivo de nossa empresa. De uma maneira geral,

essa é a estratégia genérica utilizada pela maioria das vinícolas que

comercializam vinhos finos de alta qualidade.

Nossos dois produtos terão nomes diferentes, para evitar que a empresa seja

conhecida por produzir um vinho de qualidade não tão elevada.

Além das estratégias mencionadas, Porter avalia as Forças Competitivas

básicas de um negócio, a saber:

Rivalidade entre os concorrentes: A rivalidade entre os concorrentes

existentes ocorre por uma disputa de posição, com o uso de táticas como

concorrência de preço, publicidade, introdução de novos produtos e aumento

dos serviços e garantias oferecidos aos clientes.

A concorrência entre vinícolas no Brasil é forte, principalmente no Rio Grande

do Sul, onde os vinhos fabricados são reconhecidos nacionalmente pela

excelência. Nossa empresa irá disputar mercado com marcas de tradição,

aspecto que conta bastante na escolha do vinho pelo consumidor.

Além disso, há um aumento crescente no índice de importação de vinhos de

alta qualidade oriundos de cerca de 30 países, com destaque para Argentina,

Chile, Itália e Portugal. Em 2010 o índice de importação teve crescimento de

27%, segundo pesquisa realizada pelo Ibravin em parceria com o Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Isto proporcionaria

Page 17: Produção de Vinho

17

uma vantagem para nossa empresa, pois teríamos a oportunidade de importar

nossos vinhos.

Compradores: Para o vinho de alta qualidade, os pontos de distribuição serão

algumas redes de supermercados que possuam seção de vinhos e boutiques

especializadas em bebidas finas. Conforme foi mencionado no item

“Justificativa”, o Brasil obteve aumento de 7,5% em 2011 na venda de vinhos

tintos finos, caracterizando, desse modo, um quadro positivo de venda de

vinhos finos.

Para o vinho de menor qualidade, os pontos de distribuição serão grandes

redes de supermercados em geral, não precisando, necessariamente, possuir

seção específica param vinhos.

Fornecedores: A principal matéria-prima a ser utilizada é a uva vinífera das

espécies Pinnot Noir e Cabernet Sauvignon, específicas para a produção de

vinho tinto. Cada tipo de uva e outros insumos a serem utilizados no processo

serão especificados ao longo deste trabalho.

A uva será comprada de produtores do Vale dos Vinhedos, no Rio Grande do

Sul, onde estará localizado o empreendimento. Desta forma, o custo com

transporte de matéria-prima será reduzido.

Além da uva, teremos o fornecimento das embalagens de vidro, rolhas, rótulo e

as barriques para o envelhecimento do vinho. Cada fornecedor será detalhado

na seção “Aspectos Técnicos”.

Quantidade: Segundo dados do IBGE, o Rio Grande do Sul responde

pela produção de 95% das uvas utilizadas na fabricação do vinho no

Brasil. (tabela disponível no site da Embrapa

http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvasVini

ferasRegioesClimaTemperado/mercado.htm). Nesse contexto destaca-

se a Serra Gaúcha, cuja área de vinhedos se aproxima de 40 mil

hectares, com produção média de 777 milhões de quilos de uva por ano.

(Fonte: Ibravin e Ministério da Agricultura).

Diante dos dados acima, a empresa não terá dificuldades na compra da

uva necessária para o processo.

Page 18: Produção de Vinho

18

Com relação à barrique, esta tem uma vida útil de máxima de até quatro

anos, podendo haver exceções. O tempo de vida é avaliado

considerando fatores como a impregnação da madeira com os

sedimentos de vinho que, além de não garantir uma boa higiene, com

fortes riscos de contaminações de bactérias e fungos, limita fortemente a

microoxigenação. Por este motivo, teremos um custo considerável de

aquisição de barriques, pois teremos que trocá-las após um determinado

período. Além disso, especialistas sugerem que, a cada três meses, o

vinho seja trocado de uma barrique para outra, a fim de evitar esse tipo

de contaminação.

Qualidade: A Serra Gaúcha apresenta diversos fatores naturais que

contribuem para a boa qualidade da uva, além da estrutura

agroindustrial ser bastante desenvolvida para o plantio da fruta.

As embalagens de vidro também deverão ser de boa qualidade, assim

como a rolha de cortiça e as barriques.

Segundo Roberto Rabachino, autor do livro “Manual Didático para o

Sommelier Internacional”, as rolhas devem ter qualidade igual ou

superior à do vinho – o que geralmente não acontece, pois o fabricante

muitas vezes não dá a devida importância para este item. Cerca de 5%

das garrafas apresentam defeitos devido à rolha não ser de boa

qualidade ou não estar bem conservada. Um dos problemas detectados

é o “cheiro de rolha”, causado por um fungo ou mofo (Armillaria Mellea),

que se desenvolve na base do tronco da árvore da cortiça e produz uma

substância chamada tricloroanisol, que deixa o mau cheiro na rolha e

consequentemente, no vinho.

A barrique, por sua vez, deve estar em perfeitas condições, pois é um

elemento fundamental para a fermentação e/ou envelhecimento do

vinho. Alguns pontos devem ser observados, como: o tipo de madeira de

que é feita, a necessidade de oxigenação – que depende da safra

específica do vinho, o tempo de estocagem da madeira, a tostadura da

madeira, o tempo de permanência do vinho na barrique e os aromas que

podem ser acrescentados.

Page 19: Produção de Vinho

19

Poder de Barganha: A produção de uva tanto na esfera regional como

nacional não é somente voltada para a produção de vinho tinto fino. A

mesma matéria-prima é utilizada para comercialização de uva in natura,

sucos de uva e outros tipos de vinho. Outro fator importante a ser

considerado é a qualidade da safra, que depende diretamente de

condições climáticas favoráveis. Portanto, a empresa estará sujeita a

possíveis variações de preço na compra da uva. Isto vale para ambos os

produtos a serem comercializados pela empresa.

Da mesma forma, os fornecedores de barriques também apresentam

poder de barganha, visto que as mesmas apresentam tempo restrito de

uso, devendo ser trocadas. Portanto, a empresa deverá adquirir

barriques no mínimo a cada quatro, estando sujeita à alterações de

preço do produto.

Produtos Substitutos: Não existem produtos substitutos para o vinho, pelo

fato de que o consumidor da bebida não deixa de consumi-la para beber

cerveja ou cachaça, por exemplo. Mesmo que o consumo desses produtos seja

maior que o do vinho no Brasil, temos um público apreciador da bebida.

Novos Entrantes:

Existência de barreiras de entrada

As empresas que estão entrando no ramo de produção de vinho

encontram barreiras principalmente porque as vinícolas já existentes no

mercado possuem tradição de décadas, sendo difícil a consolidação no

mercado.

Elevado Capital

As empresas que estão entrando no ramo de produção de vinho

também não apresentam elevado capital, assim como a nossa.

Tecnologia

A tecnologia para fabricação de vinhos tintos finos é elevada no sentido

que os equipamentos são caros, como as pipas de carvalho para a

fermentação e as barriques para o envelhecimento, inclusive o tempo

que o vinho leva para atingir a qualidade desejada é longo, de 5 à 6

Page 20: Produção de Vinho

20

anos e nesse período, precisa-se ter muito cuidado, pois, qualquer erro

de produção pode comprometer a qualidade do produto.

Com relação ao vinho de menor qualidade, usaremos uma tecnologia

não tão elevada, fazendo uso de tanques de aço inox para fermentação

do vinho. Isto implica tempo bastante inferior de produção.

4.2 Matriz Importância-Desempenho de Slack

A definição da estratégia a ser adotada por uma empresa deve ser iniciada

pela avaliação de seus conhecimentos e de suas habilidades e deficiências

(MONTGOMERY e PORTER, 1998). Uma forma de desenvolver uma boa

estratégia competitiva pela empresa seria comparando o seu posicionamento,

considerando diferentes aspectos, com o de seus concorrentes (os atuais e os

potenciais). Ao fazer essa comparação a organização deve observar qual seu

posicionamento no mercado em relação aos seus concorrentes e elaborar uma

avaliação de desempenho.

Na avaliação de desempenho a empresa deve decidir quais desses aspectos

serão utilizados como parâmetros de comparação, tais como preço e

qualidade. Após a definição de quais fatores serão utilizados a empresa será

capaz de confrontar os valores obtidos por ela, em termos de desempenho,

com um padrão pré-estabelecido e, na hipótese de desempenho não

satisfatório, adotar ações corretivas para solucionar os problemas encontrados.

Slack (2008) destaca a aplicação da matriz para avaliação de cada fator

competitivo em relação a seu desempenho.

Segundo Slack (2008, p.598): “A prioridade para melhoramento que deveria ser

dada a cada fator competitivo pode ser avaliada com base em sua importância

e em seu desempenho. Isso pode ser mostrado em uma matriz importância-

desempenho que, como o nome indica, posiciona cada fator competitivo de

acordo com seus escores ou classificações nesses critérios”.

Slack restringiu a aplicação da matriz na melhoria do processo produtivo das

áreas de produção, porém os benefícios esperados por meio de um

diagnóstico, com a aplicação da matriz, permite que ela seja aplicada na

avaliação do posicionamento das empresas em relação aos seus concorrentes

e às expectativas de seus clientes.

Page 21: Produção de Vinho

21

Para construir o diagrama Slack (Figuras 4.1 e 4.2) foram levados em

consideração os critérios de qualidade e preço. Cada produto tem um

posicionamento diferente no gráfico de Slack.

No gráfico de Slack, a abcissa representa a importância para o cliente,

variando da seguinte maneira: de zero à nove o aspecto não é importante para

o cliente; de 3 à 6 é qualificado e de 6 à 9 é ganhador.

Na ordenada, temos a performance frente à concorrência, variando as notas da

seguinte maneira: de 0 à 3: inferior; de 3 à 6: equivalente e de 6 à 9: superior.

4.2.1 Análise Slack

Qualidade: Considerando o vinho “Gaúcho Wine”, qualidade é o ponto forte da

empresa. O produto apresenta ótima qualidade e se encontra em um nível

superior frente à concorrência e potencial para ser “ganhador” para o cliente.

Portanto, atribuímos nota 9 à este produto.

Para o vinho “Piano Bar”, o mesmo encontra-se equivalente em qualidade, mas

seu ponto forte é o preço, portanto, consideramos que este produto é

qualificado para o cliente, ou seja, ele permite que nossa empresa entre em

uma concorrência. Portanto, atribuímos a ele nota 3.

Frente à concorrência é um produto competitivo, tem qualidade similar ao das

vinícolas com as quais estamos disputando mercado. Portanto, com relação à

concorrência, atribuímos nota 6, que classifica o mesmo como equivalente.

Preço: O vinho “Gaúcho Wine” apresenta um preço de acordo com o mercado,

neste caso a empresa possui posição similar frente à concorrência (nota 6) e

posição ganhadora para o cliente (nota 9).

Para o vinho “Piano Bar”, o preço é considerado ganhador (nota 9), por ser

baixo para o cliente. Frente à concorrência é também ganhador, pois apresenta

um preço menor que a concorrência (nota 8).

Page 22: Produção de Vinho

22

Diagrama de Slack Gaúcho Wine

Figura 1 - Diagrama de Slack para o vinho Gaúcho Wine (Fonte: O Autor).

Diagrama de Slack para o vinho Piano Bar

Figura 2 - Diagrama de Slack para o vinho Piano Bar (Fonte: O Autor).

Page 23: Produção de Vinho

23

4.3 Análise SWOT

A análise SWOT (Strenghts, Weaknesses, Oportunities and Threats), que em

português significa forças, fraquezas, oportunidades e ameaças, tem como

objetivo orientar a estratégia da empresa no ambiente em que ela está inserida.

4.3.1 Ambiente Interno

Forças :Trabalharemos com dois produtos diferentes em qualidade e custo. O

produto a ser lançado primeiro é um vinho de baixo preço de venda e o

segundo, de alta qualidade e alto preço de venda. Sendo assim, quando as

vendas do segundo produto começarem é que a nossa empresa será inserida

de fato no mercado de vinhos, apresentando um produto novo, de alta

qualidade.

Outro ponto forte é a localização estratégica da empresa, na Serra Gaúcha,

que além das vantagens geográficas citadas anteriormente, é uma região

conhecida nacionalmente pela excelência de seus vinhos, além de possuir um

público fiel e apreciador da bebida.

Fraquezas: A tradição de mercado de outras vinícolas representa uma barreira

de entrada em potencial, pois o consumidor leva em conta a marca do vinho e

sua tradição. Competiremos com vinícolas que tem décadas de mercado.

Além disso, nosso volume de produção é reduzido, o que representa uma

menor receita de vendas.

4.3.2 Ambiente Externo

Oportunidades: O governo cogita aumentar os impostos de importação de

vinhos, de 37% para 55%, ou a criação de cotas - que seria a imposição de

limite na quantidade de garrafas importadas. Se essa medida for realmente

adotada, será uma oportunidade para a empresa de aumentar a receita de

vendas, pois, estando mais caro adquirir vinho importado, a tendência é de

crescer o mercado nacional. Porém, restaurantes e consumidores retaliaram

esta posição do governo, com o argumento de que o consumidor tem o direito

de comprar o produto que desejar. Essa oportunidade vale para ambos os

produtos.

Page 24: Produção de Vinho

24

Ainda, há toda uma publicidade em torno do consumo do vinho, pois muitos

médicos recomendam a seus pacientes que bebam uma taça de vinho por dia,

por fazer bem ao coração.

Ameaças: Temos como ameaça a atual crise econômica na Europa, que pode

afetar o Brasil. O país estando em crise, leva a um menor poder de compra dos

consumidores e à dificuldade de crédito junto aos bancos.

Outro ponto a ser analisado é a questão do alto índice de importação dos

vinhos argentinos e chilenos, que estão entrando no país sem tributação.

Indústrias da Argentina e Chile vendendo mais produto podem aumentar a

tecnologia e volume de produção, competindo, assim, de forma desigual com

os vinhos brasileiros.

Ainda, há o rigor da legislação para o consumo de bebidas alcoólicas, como a

Lei Seca. Segundo dados disponíveis no site da Polícia Rodoviária Federal,

140 mL de vinho, que corresponde à apenas uma taça, são suficientes para o

condutor ser multado. Com o consumo de três taças, o condutor não só é

multado como responde a processo de crime de trânsito.

Page 25: Produção de Vinho

25

Favorece Prejudica

Ambiente interno

Forças:

Mão de obra qualificada; Localização estratégica;

Possibilidade de exportação.

Fraquezas:

Baixo volume produzido; Tempo de processo lento;

Falta de tradição no mercado.

Ambiente externo

Oportunidades:

Aumento dos impostos para importação de vinhos;

Publicidade em torno do vinho.

Ameaças:

Lei Seca; Crise econômica;

Entrada de vinhos no Brasil sem tributação.

Figura 3 - Resumo da Análise S.W.O.T. (Fonte: O Autor)

Page 26: Produção de Vinho

26

5 ESTRUTURA DA EMPRESA

5.1 Orgranograma

Figura 4 – Organograma (Fonte: O Autor)

5.2 Atribuição das Funções

5.2.1 Conselho Diretor

A empresa será constituída de três sócios-diretores e os três terão poder de

decisão igual, ou seja, nenhuma decisão é tomada sem o consentimento dos

três sócios. Isto vale para qualquer área da empresa. Trabalharemos com 3

diretorias, são elas: diretoria de produção, financeira e comercial.

Os sócios receberão pró-labore mensalmente. O valor a ser recebido é baixo,

para evitar um custo elevado com encargos sociais. Além disso, todo o lucro da

empresa será dividido igualmente entre os três.

5.2.2 Diretor de Produção

O Diretor de Produção será responsável por todas as decisões no processo

produtivo, como: escolha da uva, definição de técnicas de vinificação, os cortes

(possível mistura de uvas), tempo de amadurecimento e hora de colocar o

vinho no mercado, além de acompanhar a rotina da produção.

Page 27: Produção de Vinho

27

A questão de minimização de perdas, identificação e análise de problemas nos

equipamentos, quantidade de matéria-prima necessária e quantidade de

produto acabado também serão tarefas do Diretor de Produção. Trata-se de

um cargo muito importante dentro da empresa, e por tratar-se de uma indústria

de vinhos, é importante que essa pessoa tenha vasto conhecimento do

processo produtivo e seja capaz de tomar as decisões corretas. A produção do

vinho de alta qualidade requer muito cuidado e conhecimento, pois, qualquer

falha no processo pode comprometer anos de produção e espera para colocar

o vinho no mercado.

Portanto, a capacitação requerida para este cargo é a graduação em

Agronomia e especialização em Enologia. Os dois cursos juntos caracterizam a

profissão de Enólogo. Ainda, será exigida experiência anterior em vinícolas.

5.2.3 Setor de Qualidade

Este setor é responsável pelo controle de qualidade de matéria-prima e produto

acabado. A capacitação requerida para este cargo é a formação Técnica em

Enologia.

5.2.4 Segurança do Trabalho

O técnico de segurança do trabalho será responsável por controlar a rotina dos

operadores e será subordinado ao Diretor de Produção. Suas funções são,

basicamente: entregar equipamentos de proteção individual (EPI’s) aos

operadores, bem como verificar diariamente se os funcionários estão

cumprindo as normas de segurança da empresa. Além disso, ele será

responsável pela empresa terceirizada de manutenção e segurança da

empresa. A capacitação requerida para esta função é a formação técnica em

segurança do trabalho.

5.2.5 Operação

Trabalharemos com três operadores, que realizarão as tarefas de inspeção

visual no recebimento das uvas, operação da máquina arrolhadora e outras

tarefas relativas ao processo produtivo. A capacitação requerida para este

cargo é o Ensino Médio completo.

Page 28: Produção de Vinho

28

5.2.6 Diretor Financeiro

O Diretor Financeiro irá receber informações vindas da área fabril, tais como:

solicitação de reforma ou aquisição de novos equipamentos, quantidade de

matéria-prima necessária e demais insumos. A capacitação requerida para este

cargo é a graduação em Administração de Empresas e conhecimento na área

de bebidas.

Além disso, ele será responsável por gerir todas as despesas da empresa e

pagamento de contas, bem como receitas, contabilidade e orçamentos.

O Diretor Financeiro contará com mais um administrador para auxiliar nas

tarefas descritas acima.

5.2.7 Setor de Compras

O setor de compras será constituído de um Supervisor de Compras, que será

responsável por adquirir toda a matéria-prima do processo produtivo e mais os

produtos necessários para o bom funcionamento da empresa. A capacitação

requerida para este cargo é a graduação em Administração de Empresas, não

sendo necessária experiência anterior em vinícolas.

Ainda, o Supervisor de Compras contará com um Auxiliar de Compras, para

dar apoio nas tarefas descritas acima. A capacitação requerida para este cargo

é a formação Técnica em Economia.

5.2.8 Diretor Comercial

O Diretor Comercial irá cuidar de toda a parte de vendas, preço do produto,

desenvolvimento de clientes, pesquisa de mercado tanto regional, nacional e

internacional e cadastro e suporte ao cliente.

A capacitação requerida para este cargo é a graduação em Administração de

Empresas ou Economia e experiência anterior em vinícolas na área de vendas.

Neste setor ficarão mais dois vendedores, de forma a auxiliar nas vendas. A

capacitação requerida é a graduação em Administração de Empresas e

experiência anterior com vendas.

Page 29: Produção de Vinho

29

5.2.9 Setor de Recursos Humanos

O Administrador de RH irá realizar treinamento de funcionários, gestão de

terceiros, análise de currículos, contratações, demissões, controle de horas

extras trabalhadas, controle do cartão-ponto dos funcionários, definição de

salários e benefícios e folha de pagamento.

Ainda, será responsável por garantir que todas as obrigações estão sendo

cumpridas perante as Leis Trabalhistas.

5.2.10 Secretária

Neste setor ficará uma secretária, responsável pelo atendimento ao telefone,

recebimento e envio de correspondências e outros serviços burocráticos

necessários para o bom funcionamento da empresa. A capacitação requerida

para este cargo é o Ensino Médio completo.

5.2.11 Auxiliares de Limpeza

Serão contratados três auxiliares de limpeza, que serão responsáveis pela

limpeza e organização de todas as áreas da empresa. A capacitação requerida

para esta função é o Ensino Fundamental completo.

5.3 Encargos Sociais

A empresa cumprirá com todos os encargos sociais vigentes, que inclui férias

remuneradas de 30 dias ao ano, um terço do salário líquido como abono de

férias, décimo terceiro salário e duas passagens de ônibus por dia, durante os

11 meses de trabalho efetivo ao ano.

Como encargos sociais temos o FGTS (8%) e INSS, 28,5%. Para os sócios, o

percentual de INSS é 20%.

Com relação ao vale-transporte, o funcionário terá desconto referente à 6% de

seu salário, conforme legislação vigente. O valor do vale-transporte será de R$

3,00 por passagem, totalizando um custo de R$ 132,00 mensais. Este valor foi

baseado na tarifa de transporte de Bento Gonçalves. A informação é da

empresa Bento Transportes.

Page 30: Produção de Vinho

30

5.4 Benefícios

Como benefício, a empresa irá oferecer Vale Alimentação no valor de 12 reais

por dia para cada funcionário. Este valor foi fixado de acordo com os custos de

alimentação da região da Serra e representa um valor um pouco acima da

média do que é pago por outras empresas de locais próximos. O total mensal

será depositado no dia do pagamento dos salários.

5.5 Terceirização

A empresa optou por terceirizar alguns serviços com o propósito de diminuir

custos com pessoal.

5.5.1 Consultoria Contábil

Os serviços de contabilidade serão feitos pela contadora Patrícia dos Santos,

formada em Ciências Contábeis e que presta consultoria para outras empresas

também. O custo será de 1.300 reais mensais e as atividades serão:

Contabilidade gerencial, consultoria financeira, tributária e fiscal, planejamento

orçamentário, custos e análise econômico-financeira.

A consultoria contábil está subordinada ao Diretor Financeiro e deve responder

ao mesmo.

5.5.2 Manutenção

Os serviços de manutenção ficarão sob responsabilidade da empresa Jerval

Eletromecânica, composta por mecânicos, eletricistas e ajudantes. O custo

pelos serviços é por hora trabalhada ou mediante orçamento específico para

cada serviço. Todos os trabalhos são realizados em duplas, geralmente um

mecânico/eletricista e um ajudante. Os profissionais são capacitados com

cursos de trabalho em altura e espaço confinado.

Caso o contratante necessite de um profissional mais experiente, é

disponibilizado um líder, cujo custo/hora é maior.

Fica acertado no contrato que a empresa fará reajustes conforme o Sindicato

dos Metalúrgicos.

Page 31: Produção de Vinho

31

Custo

Líder: R$ 22,20/h

Mecânico/ Eletricista: R$ 9,90/h

Ajudante: R$ 6,50/h

Responsável pelas informações: Jerry Cunha (proprietário).

Ainda, os ajudantes realizarão serviços de jardinagem, eventual limpeza

pesada em equipamentos, tubulações e pequenos consertos em geral, que

podem surgir no decorrer do funcionamento da empresa, tais como trocar

portas, consertar ar-condicionado, trocar lâmpadas, etc.

Para o cálculo do custo com manutenção, consideramos um total de 3 horas

trabalhadas por semana por um mecânico/eletricista e um ajudante.

Os funcionários da Jerval Eletromecânica devem responder diretamente ao

Técnico de Segurança do Trabalho.

5.5.3 Publicidade

Será contratado um profissional para cuidar do Marketing da empresa, e deve

conseguir mesclar habilidades criativas e mercadológicas para buscar

informação no ambiente de mercado, planejar conceitos, identificar meios

adequados, criar mensagens e produzir peças de comunicação.

Os serviços ficarão sob responsabilidade da Publicitária Helen Kaipper, que

presta serviços também para o Shopping Iguatemi Caxias do Sul. O custo será

de 2.500 reais mensais.

A publicitária estará subordinada ao Diretor Comercial.

5.5.4 Segurança

O serviço de Segurança da empresa ficará sob responsabilidade da empresa

L&M Segurança. Serão três funcionários, sendo que cada um trabalhará em

turnos de 8 horas e também realizarão serviços de portaria. Dessa forma,

teremos portaria 24 horas. O custo é de R$ 7.000 mensais.

Page 32: Produção de Vinho

32

Assim como a Manutenção, os seguranças estarão subordinados ao Técnico

de Segurança do Trabalho.

5.5.5 Determinação do Custo Mensal e Anual referente à terceirização

Tabela 2 - Custo da Terceirização (Fonte: O Autor).

Terceirização Preço (R$/mês)

Contábil 1.300,00

Segurança 7.000,00

Publicidade 2.500,00

Manutenção 196,80

Total mensal 10.996,80

Total anual 131.961,60

5.6 Quadro demonstrativo dos custos de mão de obra

O quadro a seguir apresenta os custos com mão de obra, considerando os

funcionários efetivos da empresa e os sócios.

Page 33: Produção de Vinho

33

Função Salário

(R$/mês)

13º Salário

(R$)

Abono de férias

(R$) nº de

funcionários

Custo salarial

anual (R$) FGTS 8% (R$/ano)

INSS 28,5%

Pró-labore 20%

(R$/ano) VR

(R$/ano)

VT (R$/ano)

Custo total anual (R$/ano)

Custo mensal

(R$/func.)

Diretor de Produção 7.000,00 7.000,00 2.100,00 1 93.100,00 7.448,00 26.533,50 2.904,00 - 129.985,50 10.832,13

Diretor Financeiro 4.500,00 4.500,00 1.350,00 1 59.850,00 4.788,00 17.057,25 2.904,00 - 84.599,25 7.049,94

Administrador Financeiro 3.000,00 3.000,00 900,00 1 39.900,00 3.192,00 11.371,50 2.904,00 - 57.367,50 4.780,63

Supervisor de RH 2.000,00 3.000,00 600,00 1 27.600,00 2.208,00 7.866,00 2.904,00 - 40.578,00 3.381,50

Vendedores 3.000,00 3.000,00 900,00 2 79.800,00 6.384,00 22.743,00 5.808,00 - 114.735,00 4.780,63

Técnico Segurança do Trabalho 2.000,00 2.000,00 600,00 1 26.600,00 2.128,00 7.581,00 2.904,00 132,00 39.345,00 3.278,75

Supervisor de Compras 3.500,00 3.500,00 1.050,00 1 46.550,00 3.724,00 13.266,75 2.904,00 - 66.444,75 5.537,06

Auxiliar de Limpeza 650,00 650,00 195,00 3 25.935,00 2.074,80 7.391,48 8.712,00 3.069,00 47.182,28 1.310,62

Qualidade 1.600,00 1.600,00 480,00 1 21.280,00 1.702,40 6.064,80 2.904,00 396,00 32.347,20 2.695,60

Operadores 1.000,00 1.000,00 300,00 3 39.900,00 3.192,00 11.371,50 8.712,00 2.376,00 65.551,50 1.820,88

Auxiliar de Compras 1.500,00 1.500,00 450,00 1 19.950,00 1.596,00 5.685,75 2.904,00 462,00 30.597,75 2.549,81

Diretor Comercial 4.500,00 4.500,00 1.350,00 1 59.850,00 4.788,00 17.057,25 2.904,00 - 84.599,25 7.049,94

Pró-labore 2.000,00 - 0 3 72.000,00 - 14.400,00 - - 86.400,00 2.400,00

Total 36.250,00 35.250,00 10.275,00 18 612.315,00 43.225,20 168.389,78 49.368,00 6.567,00 879.732,98 57.467,47

Total mensal: 73.311,08

Tabela 3 - Quadro demonstrativo dos custos de mão de obra

Page 34: Produção de Vinho

34

6 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES

Figura 5 - Cronograma de Atividades Vinhos Gaudérios (Fonte: O Autor).

Page 35: Produção de Vinho

35

6.1 Descrição do cronograma de atividades

6.1.1 Trâmites para regularização da empresa

Registro na Junta Comercial – O primeiro passo é organizar o estatuto

da empresa, o qual deve conter a razão social, a quantia de capital, a

forma a ser integralizado e quando será integralizado;

Registro na Secretaria da Receita Federal – Caso a empresa seja de

pequeno porte, deverá ser efetuado registro através do site da Receita

Federal, a inscrição no “Simples Nacional”, a fim de pagar eventuais

impostos de forma simplificada e ainda, para o fim de regularidade fiscal

da empresa;

Autorização do poder executivo Municipal – Com base no Plano Diretor

do município, visando a regularidade da construção em suas dimensões.

6.1.2 Planejamento

Estudo de Viabilidade Técnico-Econômica: É a realização de um estudo similar

a este que estamos fazendo, porém mais detalhado. Foi estimado o tempo de

quatro meses para a realização do mesmo.

Projeto básico: Projeto primário de processo com base no EVTE, no qual se

decidem os parâmetros necessários à elaboração do projeto de engenharia,

que são:

Estudo de mercado;

Definição do produto;

Condições de comercialização;

Estudo de localização e de tamanho;

Estudo econômico-financeiro e tecnologias.

O prazo para esta etapa é três meses.

Aquisição do Terreno: Após o término do projeto básico a próxima etapa é a

aquisição do terreno e será feita com recursos próprios, pois a capitalização de

investimentos se dará mais adiante. Para fins de Licenciamento Prévio junto à

FEPAM, devemos ter a matrícula do imóvel, primeiro documento solicitado para

iniciar o processo de do mesmo.

Page 36: Produção de Vinho

36

Projeto de engenharia: Projeto de detalhamento com base no projeto básico,

onde são definidas as características do produto e a descrição completa do

processo, incluindo os seguintes tópicos:

Concepção da fábrica - Capacidade produtiva, regime de produção,

consumo de água, energia elétrica, matéria prima, insumos e outros

itens;

Funcionários – Definição da quantidade de funcionários e terceiros.

Descrição dos equipamentos – Quantidade, capacidade e modelo de

cadacadacada um. cada um.cada equipamento,

Detalhes do processo - Memorial descritivo, fluxograma de processo,

desenhos, instruções, especificações e folha de dados);

Sistema de tratamento de resíduos sólidos, efluentes líquidos e

emissões atmosféricas – Projeto da Estação de Tratamento de

Efluentes.

O prazo para esta etapa é de seis meses após o término do projeto básico.

6.1.3 Licenciamento, Empréstimo e Construção

Licenciamento Prévio: De posse das informações do EVTE, projeto básico,

matrícula do terreno e projeto de engenharia estamos aptos à solicitar, junto à

FEPAM, o Licenciamento Prévio, que autoriza a área em questão. Não

iniciaremos nenhuma obra antes que a referida Licença seja emitida. O período

para emissão da Licença é em média quatro meses.

Licença de Instalação: Imediatamente após a emissão da Licença Prévia

iniciaremos outro processo, o de Licença de Instalação, no qual deve ser

apresentado todo o projeto de engenharia. Calculamos um tempo aproximado

de cinco meses para emissão da referida Licença. Concomitantemente a este

processo, estaremos pleiteando o financiamento bancário.

Page 37: Produção de Vinho

37

Capitalização de investimentos: Durante o processo de Licença de Instalação,

estaremos realizando a capitalização de investimentos, que também é um

processo longo, e será feito através de financiamento pelo Banco Nacional de

Desenvolvimento Social (BNDES), com o objetivo de obter os recursos

financeiros necessários para a implantação da empresa. Cabe salientar que, a

Licença Prévia e de Instalação são os principais documentos exigidos pelo

banco para liberação do financiamento. Enquanto aguardamos a emissão da

Licença de Instalação, damos início à este processo. Esta etapa pode demorar

cerca de dois meses.

Construção Civil: A primeira tarefa a ser feita após a liberação do financiamento

é o início das obras, até porque, a FEPAM exige que seja cumprido o

cronograma de execução das obras.

Serão construídos o galpão industrial, o prédio administrativo e a estação de

tratamento de efluentes.

O tempo estimado para construção da empresa é de seis meses, considerando

uma estimativa feita pelo grupo.

Aquisição de Equipamentos: A compra dos equipamentos industriais e de

escritório será feita dois meses antes do término das obras de construção dos

prédios e inclui negociação com fornecedores e escolha dos equipamentos.

Licença de Operação: Após o término das obras daremos início ao processo de

Licença de Operação junto à FEPAM, a fim de que possamos começar a

operar nossa indústria. Cabe salientar que, só podemos iniciar este processo

quando todas as obras estiverem concluídas. O tempo estimado para emissão

da Licença de Operação é em torno de quatro meses.

6.1.4 Matérias primas e Insumos

Concomitantemente ao processo de Licença de Operação, já estaremos

fazendo contato e obtendo orçamento com fornecedores de matéria-prima e

insumos. O período estimado para realização desta tarefa é de um mês.

Page 38: Produção de Vinho

38

6.1.5 Seleção de Funcionários

Estaremos realizando análise de currículos e entrevistas no mesmo período de

negociação com fornecedores e durante o processo de Licença de Operação.

A contratação será feita logo após a emissão da mesma e o tempo estimado é

de um mês.

6.1.6 Treinamento

Após a contratação de funcionários, emissão da Licença de Operação e

compra de matérias primas e insumos, teremos um período de treinamento,

tanto para funcionários da área administrativa quanto operacional. Os

treinamentos também serão realizados na prática, durante a operação da

planta. Estima-se duração de dois meses para esta fase.

6.1.7 Operação

Finalmente, depois de treinados os funcionários, teremos três dias de testes e

estamos aptos a iniciar nossas atividades.

Page 39: Produção de Vinho

39

7 ASPECTOS TÉCNICOS

Nos últimos anos a indústria de bebidas tem apresentado crescimento de

diversificação no Brasil. Nesse contexto, o vinho tem destaque principalmente

na região Sul do país, muito propícia ao cultivo de uva para os mais variados

tipos de vinhos.

A classificação dos vinhos se dá em três categorias principais: Quanto à

classe, quanto à cor e quanto ao teor de açúcar. Em linhas gerais, serão

descritos os principais tipos de vinhos.

7.1 Classificação

7.1.1 Classificação quanto à Classe:

Vinhos de Mesa: São aqueles com graduação alcoólica de 10° a 13° g/L.

São subdivididos em:

Vinhos Finos ou Nobres: Produzidos somente de uvas viníferas.

Vinhos Especiais: São vinhos mistos produzidos de uvas viníferas e

uvas híbridas ou americanas.

Vinhos Comuns: Têm características predominantes de variedades

híbridas ou americanas.

Vinhos Frisantes ou Gaseificados: São os vinhos de mesa com

gaseificação mínima de 0,5 atmosferas e máxima de 2 atmosferas.

Vinhos Leves – São aqueles com graduação alcoólica de 7° a 9,9° g/L.

Elaborados de uvas viníferas.

Champanha - É o vinho espumante, cujo Anidrido Carbônico é

resultante unicamente de uma segunda fermentação alcoólica de vinho

com graduação de 10° a 13° g/L.

Page 40: Produção de Vinho

40

Licoroso – Pode ser doce ou seco, com graduação alcoólica de 14° a

18° G.L. Adicionado ou não de álcool potável, mosto concentrado,

caramelo e sacarose.

Composto – Tem graduação alcoólica de 15° a 18° G.L., é obtidio pela

adição ao vinho de macerados e/ou concentrados de plantas amargas

ou aromáticas, substâncias de origem animal ou mineral, álcool etílico

potável e açúcares. São o vermute, o quinado, o gemado, a jurubeba, a

ferroquina e outros.

7.1.2 Classificação quanto à cor

Tinto – É o vinho produzido a partir de variedades de uvas tintas. A

diferença de tonalidade depende de tipo de fruto e maturidade. As cores

características desse tipo de vinho são: vermelho-púrpura, vermelho-rubi

e vermelho granada;

Rosado - Produzido de uvas tintas, porém após breve contato, as

cascas que dão a pigmentação ao vinho são separadas. Obtém-se

também um vinho rosado pelo corte, isto é, pela mistura, de um vinho

branco com um vinho tinto. Tem como cores características o rosa-

suave, rosa-cereja e rosa-clarete;

Branco - Produzido a partir de uvas brancas ou tintas, a fermentação é

feita com a ausência das cascas. As cores são: Amarelo-esverdeado,

amarelo-palha, amarelo-dourado e amarelo-âmbar;

7.1.3 Classificação quanto ao teor de açúcar

Seco – É um vinho no qual a sensação de doçura não é perceptível.

Possui de uma à 5 gramas de açúcar por litro;

Meio Seco – A sensação de doçura é apenas perceptível. Possui de 10

gramas a 20 gramas de açúcar por litro;

Suave – A percepção é clara, embora não predominante. É relativa a

vinhos que possuem um teor de açúcar entre 20 e 50 gramas por litro;

Page 41: Produção de Vinho

41

Doce: O resíduo de açúcar é muito evidente e está compreendido entre

50 e 100 gramas por litro. Pertencem à essa categoria vinhos doces

naturalmente frisantes. Se a presença de açúcar estiver entre 100 e 160

gramas por litro, o vinho é considerado passito ou licoroso;

Enjoativo: A sensação de doçura é demasiado predominante e,

principalmente, não sustentada pelos outros componentes.

O vinho ainda pode ter uma classificação adicional, mais elaborada,

geralmente utilizada por profissionais especializados na degustação do vinho.

Serão descritos a seguir algumas características relevantes, para que

possamos entender melhor a função de cada componente do vinho.

7.1.4 Álcoois

Para definir a presença de álcoois no vinho e suas intensidades, são utilizados

cinco termos:

Leve: Possui graduação alcoólica muito baixa, em torno de 4º a 4,5º;

Pouco quente: Vinhos com 10º a 11º de graduação alcoólica;

Suficientemente quente: A sensação alcoólica é perceptível e agradável,

variando de 11º à 12º e em equilíbrio com os outros componentes;

Quente: A sensação alcoólica é marcada. Se estiver em equilíbrio com

os outros componentes, está correta e é característica dos vinhos que

têm 12º à 13º.

Alcoólico: A sensação é forte, muitas vezes pungente. O limite alcoólico

é de 15º, a menos que se trate de vinhos “especiais”, que têm um teor

alcoólico de até 18º.

A classificação acima foi baseada no livro: “Manual didático para o sommelier

internacional” – Roberto Rabacchino.

Page 42: Produção de Vinho

42

7.2 Matéria-prima: Uva

A uva é a principal matéria-prima de uma vinícola. É necessário conhecer a

fruta muito bem para se obter o vinho que deseja.

O recebimento da uva é a primeira etapa para a produção de vinho tinto,

seguida da prensagem da fruta. O “suco” proveniente da prensagem é

chamado de mosto. A uva é prensada juntamente com a casca, pois o que

confere a cor do líquido são as cascas da uva.

Há diversos fatores que devem ser observados no plantio de uva, tais como a

variedade plantada, espaçamento, clima, solo e incidência de pragas. Alguns

pontos fundamentais podem ser elencados para que a uva colhida apresente

boa qualidade. Dentre esses pontos destacam-se as condições climáticas, por

exemplo, o vinhedo deve estar em regiões de temperatura elevada, baixa

umidade relativa e alta insolação; o clima quente e seco favorece o

desenvolvimento dos cachos que produzem grãos maiores, com mosto rico em

açúcares e pobre em ácidos. Em clima frio, o “engaço” e os grãos são

pequenos, o mosto é pobre em açúcares e rico em ácidos. O engaço forma a

armação do cacho e dá sustentação ao fruto. No clima tropical, os mostos são

ricos em acidez e pobres em açúcares.

O solo, por sua vez, também influencia muito a qualidade da uva colhida. Os

solos bons para o cultivo são os permeáveis não muito úmidos e nem secos. O

alcalinos são os mais convenientes para a obtenção de uvas ricas em açúcares

e os argilosos, devido ao elevado teor de ferro, dão uvas com muita matéria

corante.

Existem outros tipos de solos em que a uva pode ser plantada e é complexa

sua influência na qualidade da colheita.

7.2.1 Constituição da uva

Segundo Ernesto Cataluña, autor do livro “Uvas e Vinhos”, o cacho é

constituído de, basicamente, duas partes: o engaço e os grãos. O engaço tem

a função de servir de canal de alimentação entre as folhas, o fruto e as raízes e

representa de 3 à 7% do peso total do cacho. O sabor é áspero e adstringente,

Page 43: Produção de Vinho

43

devido à grande proporção de tanino nele contido. Entende-se por

adstringência uma sensação de falta de umidade na boca.

Constituição média de um cacho de uva:

Tabela 4 - Composição do cacho da uva (Fonte: Livro “Uvas e Vinhos” – Cataluña, Ernesto).

Componente Quantidade (%)

Engaço 7

Película 5-12

Semente 2-5

Polpa 83-92

O grão, por sua vez, é constituído de semente, película e polpa. O peso de um

grão pode variar de 1 à 4 gramas.

A película é a proteção do grão, e possui em sua parte externa uma fina

camada protetora que pode prejudicar a etapa de fermentação, pois impede

que os fermentos alcoólicos se desenvolvam.

A semente está no centro do grão e contém ácidos, taninos e água em sua

constituição. O tanino é uma substância presente em maior quantidade nas

uvas tintas do que nas brancas, e oferece um sabor perceptível quando está

em maior quantidade do que o necessário. A característica principal dessa

substância é a adstringência, característico do vinho seco.

A polpa representa, aproximadamente, 85% do peso total do grão e tem

consistência variável. É constituída da seguinte maneira:

Tabela 5 - Composição da polpa da uva (Fonte: Livro “Uvas e Vinhos” – Cataluña, Ernesto.)

Constituinte Quantidade (%)

Água 70-85

Glicose e Frutose 12-15

Taninos e matérias corantes 0,01-0,10

Ácidos (tartárico, málico e cítrico) 0,4-1,3

Potássio, ferro, cálcio e fosfato 0,3-0,5

Matéria nitrogenada 0,03-0,17

Page 44: Produção de Vinho

44

7.2.1.1 Açúcares

O açúcar encontrado na uva é a glicose e a frutose. Encontra-se distribuído no

grão em proporções desiguais. A película é a região mais rica em açúcar, e

este teor decresce à medida que se aproxima da semente.

7.2.2 Características da uva utilizada no processo

7.2.2.1 Uva Cabernet Sauvignon

Pertence à classe de uvas nobres, utilizada em vinhos tintos finos. É

considerada de fácil de cultivo, a videira se adapta muito bem aos mais

diferentes solos e climas, a exceção dos extremos, que não são bem vindos a

nenhuma casta. Apresenta bagos escuros e pequenos (preto e violeta

profundo), com pele muito grossa e pouca polpa.

Figura 6 - Uva Cabernet Sauvignon (Fonte: Adega do Vinho)

7.2.2.2 Uva Pinnot Noir

É uma vinífera da Borgonha. Seus frutos são pequenos de suco generoso e

com pele de coloração azul escuro que tinge o mosto de rubi violeta, durante a

fermentação.

Produz vinhos tintos de pouca intensidade de cor, apresentando-se com cor

violácea, aromas frescos e frutados lembrando framboesas e flores do campo,

paladar macio, harmônico e muito elegante. É um vinho para ser consumido

jovem.

Fonte: http://www.vinicolaaurora.com.br/site/variedades-detalhes.php?coduva=10

Page 45: Produção de Vinho

45

Figura 7 - Uva Pinnot Noir (Fonte Adega do Vinho)

7.2.3 Quantidade de Matéria-prima utilizada

Utilizaremos dois tipos de uva para o processo produtivo, conforme descrição

acima. Segundo a Embrapa, para fabricar 1 litro de vinho, é necessário 1,5 kg

de uva. Esta informação está disponível no site da Empraba, na seção de

produção de vinhos.

A produção de uvas é sazonal, ou seja, não há colheita o ano todo, apenas nos

meses de janeiro à março. Nos 9 meses restantes, trabalharemos com uma

técnica utilizada pela maioria das vinícolas, que é realizar o congelamento de

toda a uva necessária pelo período de 9 meses, até a próxima safra. Para o

congelamento utilizaremos equipamentos específicos para este fim, cujo custo

não foi avaliado neste projeto, mas será avaliado futuramente.

7.3 Barrique e Pipa

A barrique é um tonel de madeira, com capacidade normalmente entre 200 e

228 litros e constitui um elemento fundamental no processo de fabricação do

vinho, pois é utilizada em duas etapas: fermentação e envelhecimento.

A pipa é também um tonel de carvalho, porém maior que a barrique e pode ser

feita sob medida para o cliente. É utilizada, geralmente, na etapa de

fermentação do vinho.

Na maioria dos casos, as duas são feitas de madeira Quercus Petrea, o

carvalho, ou Quercus Alba, ambas devidamente envelhecidas e tostadas. A

Page 46: Produção de Vinho

46

madeira, após cortada em tábuas e deixada ao ar livre, é exposta à chuva e ao

sol por um período que varia de 2 à 5 anos. O clima do local da armazenagem

é tradicionalmente um fator importante para a qualidade da madeira, pois a

chuva ajuda a eliminar alguns taninos indesejáveis, responsáveis pelo sabor

amargo, enquanto os raios ultravioletas do sol ativam algumas enzimas que

podem melhorar as qualidades organolépticas da madeira. Para a prevenção

de fungos, a madeira é deixada em locais ensolarados e ventilados, para a

prevenção de fungos.

Na prática, o uso da barrique permite estabilizar o vinho. Através do processo

chamado de microoxigenação, os taninos se polimerizam, produzindo uma

sensação mais agradável na boca, pois os taninos polimerizados são menos

solúveis na saliva. Além disso, a barrique é capaz de acrescentar diversos

aromas ao vinho, como baunilha, côco, chocolate, tostado, fumaça, tabaco,

caramelo, café e outros, conforme o tempo de permanência na barrique, o tipo

de madeira e o tipo de tostadura.

Por tostadura entende-se o superaquecimento da parte interna da madeira,

durante a montagem da mesma. Dependendo se a tostadura for leve, média,

acima da média ou intensa, os aromas, que mais tarde serão acrescentados ao

vinho, podem variar.

Todas essas características fazem com que os vinhos envelhecidos em

barriques sejam de melhor qualidade e mais caros do que os produzidos

exclusivamente em tanques de concreto ou de aço.

Informação retirada do livro: “Manual didático para o sommelier internacional –

Roberto Rabachino; e “Sommelier: profissão do futuro: técnicas para formação

profissional – Association de la Sommeliere Internationale.

7.4 Rolha

A rolha de cortiça, assim como a uva e a barrique, constitui uma importante

função na conservação do vinho, pois a ausência de vedação adequada da

garrafa pode comprometer a qualidade e o sabor do vinho.

Page 47: Produção de Vinho

47

As rolhas são produzidas com a casca do tronco de um carvalho especial, a

Quercus Suber L. Um carvalho leva cerca de 40 anos para produzir a cortiça

ideal para fabricação de rolhas.

No mercado existem quatro tipos básicos de rolhas: a de cortiça natural sólida,

a de aglomerado de cortiça granulada, a mista de cortiça natural e aglomerada

e a composta de partes de cortiça natural.

A rolha deve ser leve, isolante, impermeável, suficientemente elástica para

permitir a expansão em torno e ao longo do gargalo, de modo que garanta o

máximo de aderência.

Informação retirada do livro: “Manual didático para o sommelier internacional –

Roberto Rabachino; e “Sommelier: profissão do futuro: técnicas para formação

profissional – Association de la Sommeliere Internationale.

7.5 Garrafa

Cada vinho terá um modelo de garrafa diferente, conforme mostram as Figuras

X e Y. Ambas têm capacidade de 750 mL e cor verde oliva.

Page 48: Produção de Vinho

48

Figura 8 - Garrafa para o vinho “Piano Bar”. (Fonte: http://www.verallia.com.br/catalogo-de-produtos.aspx?subcategoria=4)

Figura 9 - Garrafa para o vinho “Gaúcho Wine”. Fonte: (http://www.verallia.com.br/catalogo-de-produtos.aspx?subcategoria=4)

7.6 Rótulo

Cada um dos dois tipos de vinhos fabricados terá um design diferente,

conforme mostra as Figuras 7.5 e 7.6. Porém, existem informações que são

obrigatórias no rótulo de bebidas alcoólicas. As informações constantes no

rótulo serão as seguintes:

Page 49: Produção de Vinho

49

Na frente da garrafa:

Nome do produto;

Teor alcoólico (em destaque);

Volume

No verso:

Composição;

Graduação alcoólica;

Informação: “Não contém glúten”;

Nome da empresa;

Endereço;

CNPJ;

Registro do produto no Ministério da Agricultura;

Prazo de validade;

Informação: “Evite o consumo excessivo de álcool”;

Código de barras;

Número do lote.

Fonte: ANVISA.

Page 50: Produção de Vinho

50

7.6.1. Design dos Rótulos

Figura 10 - Design do rótulo do vinho Piano Bar. (Fonte: http://www.brandcrowd.com/logo-design/details/34412)

Figura 11 - Design do rótulo do vinho Gaúcho Wine (Fonte: http://www.logofromdreams.com/logo-Gaucho_Wine.htm).

7.7 Capacidade produtiva

A capacidade produtiva da empresa será fixada em 1.200 garrafas/dia de cada

produto, sendo 600 para o vinho de alta qualidade e 600 para o de baixa. Esta

quantidade corresponde à aproximadamente 9.900 litros por mês de cada um,

levando em conta o regime de produção definido. Este valor está calculado

considerando 5% de perdas no processo, que é uma estimativa inicial feita pelo

grupo.

7.7.1 Regime de Produção

A empresa trabalhará 8 horas por dia, 5 dias por semana. O horário de trabalho

será de segunda à sábado, das 8h às 17h, com 1 hora de intervalo para

almoço.

Page 51: Produção de Vinho

51

7.7.2 Tecnologia empregada

A tecnologia escolhida pela empresa para a vinificação consiste de um

processo utilizado pela maioria das vinícolas. Conforme foi mencionado

anteriormente, produziremos dois tipos de vinhos: um de baixa qualidade e

outro de alta, e ambos serão vinhos tintos.

Alternativa 1

Piano Bar: Qualidade Moderada

O produto de média qualidade passa pela fermentação em tanques de aço

inox, por um período de sete dias. Após este período, o mesmo é envelhecido

por três meses em barris de carvalho e após, envasado e envelhecido por mais

três meses na garrafa. O tempo total do processo é em torno de seis meses.

Mesmo com esse período relativamente longo, não é produzido um vinho de

alta qualidade e sim, de qualidade mediana, devido ao tempo reduzido em que

ficou envelhecendo no carvalho.

Gaúcho Wine: Alta Qualidade

O produto de alta qualidade não é fermentado em tanques de aço inox, e sim e

tanques de concreto, chamados de piletas. O processo de fermentação do

produto 2 tem duração total de 27 dias.

Após esta etapa, o mesmo é envelhecido em barris de carvalho por um período

de 4 à 5 anos, e mais um ano envelhecido em garrafa. O tempo total de

processo é de cerca de 5 anos.

Devido ao tempo em que o mesmo é envelhecido no barril de carvalho, confere

uma qualidade bastante superior ao produto.

Alternativa 2

Além da tecnologia descrita acima, teríamos outras possibilidades para a

fabricação do vinho. A seguir será analisada uma alternativa de processo.

Piano Bar

Page 52: Produção de Vinho

52

Para o produto de média qualidade, a fermentação poderia ocorrer em pipas de

carvalho, não em tanques de aço inox. A fermentação em pipas de carvalho é

uma alternativa de processo bastante utilizada pelas vinícolas.

Porém a pipa não tem a mesma função do barril. O barril tem a função de

transmitir aromas e sabores ao vinho. A pipa, devido ao vinho apenas

fermentar nela, não possui esta função.

Além disso, são criados cristais de ácido em torno da pipa, devido ao fato de

que as leveduras, durante a fermentação, reagem com a madeira. Isto leva à

formação de crostas de cristal em torno da pipa, que, de tempos em tempos

deve ser esvaziada para manutenção. A manutenção consiste de uma

raspagem manual deste cristal, que é composto, basicamente, de ácido

tartárico, que pode ser vendido para empresas fabricantes de pasta de dente.

A utilização da pipa não é vantagem, pois, se não for feita manutenção regular,

pode comprometer a qualidade do vinho.

Gaúcho Wine

Para o vinho de alta qualidade aplica-se a mesma questão das pipas,

mencionado anteriormente. Além disso, a fermentação poderia ocorrer em

tanques de aço inox, assim como o vinho de baixa qualidade.

7.7.3 Justificativa da tecnologia escolhida

Optamos pela alternativa 1, pois, para ambos os produtos, não teremos o custo

com a manutenção das pipas. Além disso, a manutenção dura cerca de uma

semana, para cada pipa, o que acarretaria prejuízo em termos de produção.

Para o vinho Gaúcho Wine, a fermentação será em tanques de concreto,

principalmente porque dessa forma, cada produto terá a sua linha, não sendo

misturado com o outro. Além disso, os tanques de concreto custam menos do

que os de aço inox.

7.8 Descrição dos Produtos

Vinho Piano Bar: Vinho tinto meio-seco, com teor alcoólico de 12°;

Page 53: Produção de Vinho

53

Vinho Gaúcho Wine: Vinho tinto fino suave, com teor alcoólico de 12°.

7.9 Descrição do processo produtivo

7.9.1 Transporte

A primeira etapa do processo produtivo é o transporte das uvas até a unidade

fabril. Cabe ressaltar que a entrega das uvas será feita a cada 8 meses, pois a

safra da mesma ocorre apenas nos meses de janeiro, fevereiro e março. Nos

meses restantes não teremos a etapa de transporte, faremos o congelamento

das uvas. Cabe ressaltar que o transporte será responsabilidade do fornecedor,

conforme contrato assinado com cada um.

7.9.2 Inspeção Visual

Após a chegada das uvas, um operador será responsável por inspecionar

visualmente as mesmas, selecionando as mesmas para entrar no processo

produtivo. As uvas não selecionadas serão colocadas em caixas separadas e

destinadas à empresas que fazem adubo orgânico e ração animal. Em Bento

Gonçalves existe uma empresa especializada em receber esse tipo de resíduo,

chamada “Camaquã”. (Fonte: Visita vinícola Aurora, conforme anexo MOV

01878).

7.9.3 Esteiras

Após a inspeção visual, as caixas são encaminhadas para uma esteira, as uvas

caem em um tanque contendo um parafuso. Este parafuso conduz as uvas

para a maquina desengaçadeira.

Trabalharemos com duas esteiras, uma para cada tipo de uva, evitando, assim

que as uvas sejam misturadas, o que acarretaria um vinho diferente do

planejado.

7.9.4 Desengace

Na máquina desengaçadeira, os cachos entrantes são conduzidos para dentro

de um cilindro horizontal rotatório repleto de orifícios e com duas pás, também

horizontais, rotantes no sentido inverso do cilindro. A combinação de ambos os

Page 54: Produção de Vinho

54

movimentos desengaça as uvas das ráquis. As uvas seguem pela parte inferior

da desengaçadeira, conduzidas por um parafuso, e as ráquis constituem

rejeitos do processo.

7.9.5 Prensagem

Após as uvas passarem pela máquina desengaçadeira, as mesmas são

conduzidas por uma tubulação para a máquina de prensagem, onde são

moídas em uma prensa que gera o mosto. Todo o processo é impulsionado por

bombas para sólidos (parafuso). Não há contato com o ar para evitar a

oxidação das uvas.

7.9.6 Correção do mosto

Antes que ocorra a fermentação, o mosto deve ser corrigido para originar o

vinho que queremos. Cada safra e cada tipo de uva terão características

diferentes, portanto exigirá correções diferentes. Algumas correções

comumente utilizadas são:

Chaptalização: Consiste em adicionar açúcar para garantir o grau

alcoólico. Esta prática é muito utilizada em regiões úmidas, pois as uvas,

nessas regiões, não produzem açúcares suficientes para produção de

vinho.

Correção da acidez por acidificação: Método onde é adicionado ácido

cítrico ao mosto. Utilizado em regiões muito quentes, pois o calor não

propicia a geração dos ácidos.

Correção da Acidez por desacidificação: Adiciona-se soda para diminuir

a acidez. Utilizado em regiões muito frias, onde nas uvas tem uma alta

formação de ácidos orgânicos.

No caso da nossa empresa, utilizaremos apenas a chaptalização, para ambos

os produtos, adicionando açúcar ao mosto, sendo 35 g/L para o vinho suave

(Gaúcho Wine) e 10 g/L para o vinho meio-seco (Piano Bar).

Page 55: Produção de Vinho

55

7.9.7 Piano Bar: Fermentação Alcoólica

A partir desta etapa, cada produto seguirá processos diferentes. A temperatura

no tanque de aço inox é controlada e deve estar entre 15 e 17°C, pois durante

a fermentação a temperatura dentro do tanque tende a aumentar. Se a

temperatura passa de 17°C, forma-se uma solução de água e álcool, mas sem

contato com o vinho. Nesse caso perde-se a qualidade do produto.

É na etapa da fermentação que o açúcar contido no mosto passa por reações

para se tornar álcool etílico (etanol) e nesta reação ocorre a liberação de CO2.

Nesta etapa também acontece a transferência de substâncias coloríficas,

taninos, vitaminas e outras substâncias presentes no mosto sólido (película e

sementes da uva) para a parte líquida do mosto.

O processo de fermentação tem duração de 7 dias. A uva pinnot noir é a única

uva tinta que pode ser fermentada em tanques de aço inox, por ser uma uva

leve e jovem.

7.9.7.1 Remontagem do mosto

Como a fermentação ocorre com as cascas da uva, depois de sete dias o

mosto fica com uma parte sólida e outra líquida. A parte sólida deve ser

removida por bombas autoaspirantes, e o processo continua apenas coma

parte líquida do mosto. O mosto líquido é então transferido para outro reator de

aço inox.

7.9.7.2 Fermentação Malolática

No segundo tanque ocorre a fermentação malolática, o objetivo desta etapa é

converter o ácido málico em ácido lático, reduzindo a acidez total do vinho.

As cascas da uva que foram separadas na etapa de remontagem do mosto

recebem o nome de “Chapéu” e constituem rejeitos do processo.

7.9.7.3 Envelhecimento

Após a fermentação malolática, o vinho é transferido para barriques de

carvalho, também chamados de bordalesas. A temperatura dentro da

Page 56: Produção de Vinho

56

bordalesa e no ambiente deve girar em torno de 18 °C, podendo variar em até

2°C, para menos ou mais.

O vinho Piano Bar, por ser feito com a uva Pinnot Noir, uva jovem, pode ser

envelhecido por um período de três meses a um ano. Nossa empresa optou

pelo menor tempo de envelhecimento para este produto, que é de três meses.

O objetivo do envelhecimento é “amaciar” os taninos, substância colorífera

presente na casca da uva, responsável pela coloração do vinho. O tanino não

amaciado tem sabor adstringente, seu sabor pode ser definido como a

sensação que temos ao ingerir uma banana verde.

Porém a uva Pinnot Noir fornece um vinho bastante claro, não incorpado. Por

esse motivo o período de três meses é suficiente para amaciar os taninos e

produzir um bom vinho.

7.9.8 Gaúcho Wine

7.9.8.1 Fermentação Alcoólica

A fermentação alcoólica do produto Gaúcho Wine é realizada em tanques de

concreto, chamados de piletas. As uvas viníferas tintas são fermentadas em

tanques de concreto ou pipas de carvalho. Existe a possibilidade de realizar a

fermentação em tanques de aço inox, mas conforme estudos realizados, a

qualidade do vinho diminui quando utilizado este tipo de equipamento. O tempo

para esta etapa é de sete dias.

7.9.8.2 Remontagem do mosto

Da mesma forma que o vinho Piano Bar, o produto Gaúcho Wine também

passa pela etapa de remontagem do mosto. A camada de cascas de uva que

fica acima do líquido é chamada de chapéu, e é retirado por bombas

autoaspirantes. O mosto líquido é transferido para um segundo tanque de inox

e continua fermentando por mais 20 dias, totalizando 27 dias de fermentação.

7.9.8.3 Envelhecimento

Após a etapa de fermentação, o vinho é transferido para os barris de carvalho,

onde será envelhecido por um período de cinco anos.

Page 57: Produção de Vinho

57

7.9.8.4 Trasfega

A trasfega é a ação de passar o vinho de um recipiente para o outro,

eliminando depósitos de precipitados do fluido principal. No processo realizam-

se quatro trasfegas por ano. Após este período, faremos doação dos mesmos

para pequenos produtores que utilizam os barris para a produção de vinho

caseiro.

7.9.9 Etapas finais comuns aos dois processos

7.9.9.1 Estabilização do vinho

Nesta etapa do processo o vinho passa por operações de filtração/clarificação

e estabilização tartárica.

7.9.9.2 Estabilização tartárica

A estabilização tartárica ocorre naturalmente no inverno quando temperaturas

perto de 4°C provocam a insobilização e consequentemente a precipitação de

sais.

7.9.9.3 .Filtração

Ao fim das etapas de envelhecimento, com o objetivo de garantir maior

qualidade para o vinho, este passa pelo processo de filtração através de um

filtro de placas.

Após, é encaminhado para o engarrafamento.

7.9.9.4 Engarrafamento, armazenagem e envelhecimento em garrafa

Nesta etapa utiliza-se uma máquina apropriada para engarrafar o vinho e

colocar a rolha. O ambiente deve ser extremamente limpo e higiênico de modo

a evitar a entrada de substâncias nocivas. Após, o vinho é encaminhado para

uma área destinada ao armazenamento.

Na área em questão, alguns parâmetros devem ser controlados, tais como

temperatura, umidade e luminosidade. A umidade deve ser suficientemente alta

para manter as rolhas elásticas e suficientemente baixa para não afetar o

vinho. É aconselhável que a temperatura esteja em torno de 18°C. A

luminosidade deve ser a menor possível, pois os vinhos perdem parte de sua

composição com o aumento da luminosidade.

Page 58: Produção de Vinho

58

O tempo de envelhecimento em garrafa varia muito e o Enólogo é o

responsável por determinar este tempo, que não costuma ultrapassar um ano,

para ambos os produtos.

Todas as informações referentes à descrição do processo produtivo foram

concedidas pela Vinícola Aurora, localizada em Bento Gonçalves, em visita

técnica realizada pelo grupo, em 26.05.12, conforme fotos em anexo neste

trabalho.

7.10 Diagrama de blocos

Figura 12 - Diagrama de Blocos

Lay out do processo produtivo encontra-se em anexo.

7.11 Principais equipamentos empregados

A seguir serão apresentados os equipamentos necessários para o processo

produtivo. Pesquisamos os valores em sites de venda de equipamentos e com

profissionais da área.

Esteiras

Características: Trabalharemos com 20 m de esteiras.

Fonte: Site MF Rural

Transporte Esteiras Desengace Prensagem

Correção do mosto

Fermentação Alcoólica

Remontagem do mosto

Envelhecimento

Estabilização do vinho

Estabilização tartárica

Filtração Envase

Envelhecimento em garrafa

Rotulagem Venda

Page 59: Produção de Vinho

59

Máquina desengaçadeira/esmagadeira

Características: Modelo DZ57, com motor e proteção de aço inox;

Capacidade: 5.000 a 7.000 kg

Fornecedor: Japa Componentes (Bento Gonçalves)

Prensa;

Características: Utilizada na prensagem do mosto

Fornecedor: Não temos fornecedor definido, apenas definição de preço

conforme visita técnica na vinícola Aurora.

Motobomba autoaspirante

Características: Motor de 1cv, com carrinho, capa de aço inox e chave

liga/desliga;

Capacidade: 7.000 litros/hora

Fornecedor: Japa Componentes (Bento Gonçalves – RS).

Tanques Fermentadores Aço Inox

Capacidade: 5.000 litros

Fornecedor: Japa Componentes (Bento Gonçalves – RS)

Barris de Carvalho para envelhecimento

Capacidade: 200 litros

Fornecedor: Shop da Cachaça (http://www.shopdacachaca.com.br/)

Máquina envasadora

Características: Envasadora com duas válvulas semi-automática, construída

em aço inox;

Capacidade: 240 garrafas/hora cada válvula.

Fornecedor: Japa Componentes (Bento Gonçalves – RS)

Page 60: Produção de Vinho

60

Controlador de Temperatura

Características: Automação para refrigeração individual dos tanques

fermentadores;

Fornecedor: Japa Componentes (Bento Gonçalves – RS).

Filtro à terra

Capacidade: 800 litros/hora;

Fornecedor: Japa Componentes (Bento Gonçalves – RS).

Máquina rotuladora

Características: Rotuladora marca Neifer, automática;

Capacidade: Rotula até 8.000 garrafas por hora;

Fornecedor: Carlito 41 9196-7687 (www.bomnegocio.com)

Equipamento para Refrigeração

Características: Serão dois equipamentos para refrigeração e controle de

fermentação, com motor de 3 Cv.

Rolhador Manual

Fornecedor: Japa Componentes (Bento Gonçalves – RS)

7.12 Utilidades

Água

O fornecimento de água será feito pela Corsan.

Preço: R$ 4,43 / m³

Fonte:http://www.corsan.com.br/sites/default/files/conteudo/Estrutura%20Tarifária%20nova.pd

(acessado em: 22.05.12)

Segundo o formulário de “Informações para Licenciamento de Atividades

Industriais – ILAI”, disponível no site da FEPAM, as empresas devem

considerar que cada funcionário gera de 70 à 150 litros de efluente por dia. A

Page 61: Produção de Vinho

61

partir desse dado, calculamos a quantidade de água que será utilizada nos

sanitários.

Para lavagem de pisos e equipamentos estimamos a mesma vazão utilizada

pela vinícola “Campos de Cima da Serra”, localizada no município de Itaqui –

RS, cujo tamanho e número de equipamentos é similar ao de nossa empresa.

A quantidade a ser utilizada é 10 m³/dia. Esta informação foi retirada do

processo de Licença de Instalação nº. 2.615-05.67/11-5, em vista ao mesmo na

sede da FEPAM, em Porto Alegre.

Energia elétrica

O fornecimento de energia elétrica será através da companhia Rio Grande

Energia (RGE), que é a distribuidora da região norte-nordeste do Estado do Rio

Grande do Sul e atende 262 municípios gaúchos.

Preço: R$ 0,512237 / Kw.h

Fonte:http://www.rgers.com.br/ServiccedilosOnline/Entendasuaconta/tabid/65/language/en-

US/Default.aspx (acessado em 22.05.12)

Da mesma forma que o consumo de água, estimamos 4.500 Kw.h de energia

elétrica por mês.

7.13 Catalisadores e insumos

7.13.1 Açúcar refinado

Para o vinho tinto fino suave é necessária a adição de 20 à 50 g de açúcar por

litro de mosto. Fica a critério do fabricante a quantidade a ser adicionada,

desde que esteja dentro desse limite. Nossa empresa optou por acrescentar

35g de açúcar por litro de mosto. Para o vinho tinto de mesa meio seco, essa

quantidade varia entre 10 g/L à 20 g/L. Optamos por acrescentar 10 g de

açúcar para cada litro de mosto. Portanto, somando os dois produtos,

estimamos uma quantia mensal de 446 kg de açúcar.

Page 62: Produção de Vinho

62

7.14 Determinação dos níveis de rejeito e produto fora de especificação

Os principais resíduos gerados no processo produtivo são o bagaço da uva,

gerado na etapa de prensagem do mosto, as uvas que não foram selecionadas

para o processo - na etapa de escolha das uvas - e o engaço, gerado na etapa

de desengace, onde os mesmos são separados dos grãos da uva.

Nossa empresa optou por acondicionar o bagaço em sacos plásticos em área

coberta, para posterior destinação, que será a doação para agricultores que

utilizarão o mesmo para a fabricação de adubo orgânico. O mesmo ocorre com

o engaço e as uvas não selecionadas.

Além disso, temos, na etapa de envase, a possível quebra de garrafas de vidro,

o que gera outro resíduo sólido. Os cacos de vidro serão acondicionados em

containers alugados de empresas coletoras de entulho e, após, serão

destinados à doação para empresas recicladoras, que aceitam este resíduo

sujo em qualquer quantidade. O transporte será por conta da nossa empresa,

assim como o aluguel do contâiner, que será trocado quando estiver cheio.

Quanto aos efluentes líquidos, conforme informações constantes no site da

FEPAM, os efluentes líquidos de um processo são todos os despejos, na forma

líquida, gerados em qualquer atividade.

Efluentes líquidos domésticos: São provenientes de banheiros (chuveiros e

vasos sanitários), de refeitórios, vestiários, etc.

Efluentes líquidos industriais: São os provenientes das atividades

desenvolvidas pela empresa (águas resultantes do processo produtivo,

lavagem de pisos, lavagem de equipamentos, lavagem de veículos, águas

geradas nas áreas de utilidades, como caldeiras, torres de resfriamento, etc).

No caso da nossa empresa, não teremos efluente devido ao refeitório, apenas

proveniente dos banheiros. Os pontos de geração de efluentes líquidos

industriais serão provenientes da etapa de lavagem das uvas, na qual teremos

geração de água residual; e da lavagem de pisos e equipamentos, em todas as

outras etapas.

Page 63: Produção de Vinho

63

Além disso, teremos possível geração na etapa de envase, com eventuais

quebras de garrafas durante o envase, acarretando, dessa forma,

derramamento de produto pronto.

Quanto às emissões atmosféricas, a empresa não irá emitir material particulado

nem vapores, pois não possuímos nenhum equipamento passível de geração.

Page 64: Produção de Vinho

64

8 ASPECTOS LOCACIONAIS

A escolha da localização é um ponto muito importante na elaboração de

estudos de viabilidade técnica e econômica. Aspectos relevantes devem ser

analisados:

Político;

Ambiental;

Proximidade de mercado;

Disponibilidade de infra estrutura;

Energia Elétrica;

Transporte;

Portuária;

Comunicações;

Água;

Subsídios;

Disponibilidade de mão de obra;

Aspecto sindical

Para iniciar essa análise, começamos pela escolha do estado. O grupo optou

pelo estado do Rio Grande do Sul, reconhecido nacionalmente pela excelência

dos vinhos produzidos. As cidades escolhidas foram Bento Gonçalves e

Farroupilha, ambas localizadas na Serra Gaúcha do estado.

Page 65: Produção de Vinho

65

Figura 13 - Detalhamento da Região da Uva e Vinho, na Serra Gaúcha.

8.1 Alternativas analisadas

8.1.1 Bento Gonçalves

O município de Bento Gonçalves está localizado na Serra Gaúcha, no nordeste

do estado, distante 124 km de Porto Alegre. Bento Gonçalves é conhecida

como a “capital brasileira do vinho”, por ser a maior região vitícola do país, com

cerca de 40 mil hectares de vinhedos.

Ao analisarmos o Quadro 8.1, que mostra como a economia da cidade está

distribuída, concluímos que é uma cidade propícia para instalação de

indústrias.

Page 66: Produção de Vinho

66

Tabela 6 - Distribuição da Economia em Bento Gonçalves. (Fonte: Panorama Socioeconômico de Bento Gonçalves / Rio Grande do Sul - Brasil - 2009

Setor Representatividade na

economia (%)

Indústria 70

Serviços 22

Comércio 8

Segundo informações constantes no site da Prefeitura de Bento Gonçalves, a

colheita da uva acontece nos meses de janeiro à março e mais de 80% da

produção da região se origina de variedades de uvas americanas e viníferas.

Referente às castas de uva da espécie Vitis vinifera, uvas para vinificação,

destacam-se as cultivares de uvas brancas Moscato Branco, Riesling Itálico,

Chardonnay e Trebbiano; entre as tintas as principais são Cabernet Sauvignon,

Merlot, Cabernet Franc, Tannat, Ancellota e Pinotage.

A densidade de plantio situa-se entre 1.600 a 3.300 plantas por hectare,

proporcionando a produção de 10 a 30 toneladas /ha, de acordo com a cultivar.

A maior parte da uva colhida é destinada à elaboração de vinhos, sucos e

outros derivados. As uvas de origem americana são utilizadas principalmente

para a elaboração de suco e de vinho de mesa.

O Quadro 8.2 mostra as quantidades de uvas cultivadas anualmente em Bento

Gonçalves, segundo dados da Prefeitura. (ano 2009)

Tabela 7 - Cultivo anual de uva em Bento Gonçalves (Fonte: Emater Bento Gonçalves, 2009).

Cultura Área (hectares) Produção Estimada (toneladas)

Uva Comum 3.780 94.500

Uva Vinífera 1.620 33.210

Diante dos dados expostos, fica evidente que a empresa estando instalada em

Bento Gonçalves, teria proximidade de matéria prima de excelente qualidade.

Page 67: Produção de Vinho

67

Quanto aos vinhos finos, merece destaque a produção de vinhos espumantes

de alta qualidade, além dos vinhos brancos e tintos. Detentora de alta

tecnologia enológica, sobretudo no segmento de vinhos finos, a região da Serra

Gaúcha vem crescendo como produtora de vinhos de qualidade. Uma

evidência da evolução organizacional da vitivinicultura da região foi a criação

da Indicação de Procedência Vale dos Vinhedos, em 2002, em outubro de

2010 a nova Indicação de Procedência foi Pinto Bandeira, iniciativa que

motivou outros grupos de produtores da região a seguirem o mesmo caminho.

Com relação disponibilidade de mão de obra qualificada, a cidade possui

Universidades com cursos superiores e técnicos voltados para o setor vinícola.

Há na cidade a Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS),

Campus Bento Gonçalves, que oferece cursos de Engenharia de

Bioprocessamento e Biotecnologia.

Ainda, há o Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET), que oferece os

cursos de Técnico em Enologia e Superior em Tecnologia em Viticultura e

Enologia, entre outros.

As principais vias de acesso ao município são:

RS – 431

RS – 324

RS – 470

RS – 444

RS – 453

Page 68: Produção de Vinho

68

Figura 14 - Principais vias de acesso à Bento Gonçalves.

Page 69: Produção de Vinho

69

8.1.1.1 Localização exata em Bento Gonçalves

Figura 15 - Terreno para implantação da empresa em Bento Gonçalves (Fonte: http://www.bentoimoveis.com.br/imovel.php?num=8749&cat=Terrenos

Escolhemos o terreno no site da imobiliária Adriana Imóveis. O terreno está

localizado na Rua Giovanni B. Fracolossi, Lote Industrial nº. 37, quadra IV,

bairro São Valentim.

8.1.2 Farroupilha

O município de Farroupilha, assim como Bento Gonçalves, está localizado na

Serra Gaúcha, na região da uva e do vinho, conforme o mapa da Figura 8.1.

Distante 110 km de Porto Alegre e 24 km de Bento Gonçalves, é o maior

produtor de kiwi e de uvas moscatéis do Brasil. A uva moscatel é uma uva

branca, utilizada principalmente para fabricar espumante.

O Quadro 8.3 mostra os principais setores na economia local, segundo dados

da Prefeitura de Farroupilha.

Page 70: Produção de Vinho

70

Tabela 8 - Distribuição da Economia em Farroupilha – RS (Fonte: Prefeitura Municipal de Farroupilha – Fundação de Economia e Estatística (FEEE) - Março de 2012

Setor Representatividade na

economia (%)

Indústria 55

Comércio 28,34

Serviços 8,24

Agricultura 8,24

Quanto à educação, Farroupilha não possui Universidades, apenas uma escola

Técnica.

Figura 16 - Mapa com as Principais vias de acesso à Farroupilha (Fonte: Google Maps)

Page 71: Produção de Vinho

71

8.1.2.1 Localização exata em Farroupilha

Figura 17 - Terreno em Farroupilha – RS (Fonte: http://www.bentoimoveis.com.br/imovel.php?num=9318&cat=Terrenos

O terreno escolhido para implantação da empresa está localizado na zona rural

de Farroupilha, na RS 453.

8.2 Determinação da Localização

8.2.1 Ponderação Qualitativa

A ponderação qualitativa é um método empregado para avaliar qual a melhor

alternativa de localidade ao se instalar um empreendimento. É utilizado quando

não se tem uma estrutura de custos nas regiões em questão.

A limitação deste método é a subjetividade, pois cada aspecto a ser analisado

possui um peso, que varia de 1 à 5, sendo 1 não importante e 5 muito

importante. O Fator A e B recebem notas de 0 à 10, conforme o que cada

localidade apresenta.

Page 72: Produção de Vinho

72

Tabela 9 - Ponderação Qualitativa (Fonte: O Autor)

Fator Bento

Gonçalves Farroupilha

Peso

atribuído Nota Ponderação Nota Ponderação

Mão de obra 5 10 50 8 40

Disponibilidade de Matéria prima

5 10 50 7 35

Energia Elétrica 4 10 40 10 40

Água 4 10 40 10 40

Total 40 180 35 155

8.2.2 Atribuição de notas

A seguir será justificada cada nota para os locais A e B, com base em

referências bibliográficas e pesquisas feitas pelo grupo.

Mão de Obra

A mão de obra qualificada representa um ponto importante para nossa

empresa, pois trabalharemos com um produto de qualidade e, para isso,

precisamos de bons profissionais. Atribuímos nota 10 para Bento

Gonçalves, por possui toda uma estrutura educacional voltada para o setor

vinícola e nota 8 para Farroupilha, por não possuir nenhuma Universidade

instalada na cidade, porém é próxima de Caxias do Sul, que tem a

Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Disponibilidade de matéria-prima

A proximidade da matéria prima é também um fator importante na escolha da

localidade de nossa empresa, pois precisaremos de matéria prima de

qualidade e, se a mesma estiver próxima, teremos economia com transporte.

Atribuímos nota 10 para Bento Gonçalves, pela excelência da uva cultivada nos

vinhedos locais. Farroupilha obteve nota 8, pois o município oferece em maior

quantidade e qualidade a uva moscatel, branca, que não utilizaremos para a

produção.

A qualidade da matéria prima tem grande influência no processo produtivo,

pois, dependendo da região em que for cultivada, características como

Page 73: Produção de Vinho

73

profundidade, textura, estrutura, pH e fertilidade do solo influenciam

diretamente na qualidade dos vinhos.

Água e Energia Elétrica

Ambas as localidades receberam a mesma nota referente à disponibilidade de

água e energia elétrica, pois tanto Bento Gonçalves como Farroupilha são

abastecidas pela Corsan e RGE, respectivamente, não apresentando, assim,

diferença de serviços e custos.

8.2.3 Localização Escolhida

Tendo em vista a análise realizada entre as duas localidades descritas acima e

considerando a ponderação qualitativa, a localidade que obteve maior

pontuação em todos os aspectos foi o município de Bento Gonçalves.

Page 74: Produção de Vinho

74

9 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS De acordo com os dados da IBRAVIN (Instituto Brasileiro do Vinho), do total de

produtos industrializados derivados da uva, 77 % são vinhos de mesa, 9 % são

sucos de uva e 13 % são vinhos finos; o restante dos produtos industrializados,

1% do total, são outros derivados da uva e do vinho. Grande parte da produção

brasileira de uvas e derivados da uva e do vinho é destinada ao mercado

interno. O principal produto de exportação, em volume, é o suco de uva, sendo

cerca de 15 % do total destinado ao mercado externo; apenas 5% da produção

de uvas de mesa é destinada à exportação e menos de 1% dos vinhos

produzidos são comercializados fora do país.

Como nossa produção de vinhos será comercializada apenas no Brasil,

focamos nosso estudo no Mercado Interno.

O vinho é industrializado na maioria dos estados brasileiros. Os maiores

produtores são Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa

Catarina e Rio Grande do Sul. Que também são os responsáveis pela maior

produção de uvas do país (Figura 9.1). Sendo o Rio Grande do Sul o maior

produtor, com cerca de 53,5 %.

Figura 18 - Dados do IBGE de 2012, sobre a produção de uvas no Brasil. (Fonte: O autor).

Produção de uvas no Brasil, em toneladas

(2010)

13%

6%

1%

14%

8%

5%

53%

Pernambuco

Bahia

Minas Gerais

São Paulo

Paraná

Santa Catarina

Rio Grande do Sul

Page 75: Produção de Vinho

75

A produção no Rio Grande do Sul, tanto de vinhos comuns quanto os de vinhos

de uvas viníferas aumentou no período de 2004 a 2011. De acordo com os

dados da IBRAVIN, mostrados no Quadro 9.1, o aumento de 2010 para 2011

foi de 24,5 % para os vinhos produzidos a partir de uvas viníferas e, de 47,2 %

para os vinhos comuns.

Tabela 10 - Elaboração de Vinhos e Derivados no Rio Grande do Sul - 2004 a 2011. (Fonte: IBRAVIN).

Ano Milhões de Litros

Vinhos Viníferas

Vinhos Comuns

Outros Derivados da uva e do vinho

TOTAL

2004 42,96 313,7 51,87 408,53

2005 45,45 226,08 53,5 325,04

2006 32,12 185,08 59,13 276,33

2007 43,18 275,25 70,89 389,32

2008 47,33 287,44 93,19 427,97

2009 39,9 205,42 96,5 341,82

2010 27,85 195,25 98,96 321,21

2011 52,2 258,73 151,15 461,07

A Figura 19 mostra os dados do IBGE sobre o consumo alimentar de

vinhos no país. A região sul é a mais alta do país, cerca de 1,6%, seguida da

região sudeste com 0,8 %.

Page 76: Produção de Vinho

76

Figura 19 - Dados do IBGE, Prevalência de Consumo Alimentar (Vinhos). (Fonte: O Autor).

De acordo com a pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE, nos

anos de 2008-2009, o consumo de vinho foi maior nas regiões rurais (0,8% do

consumo alimentar) do que em regiões urbanas (0,7 % do consumo alimentar),

e é predominante na população com renda superior a R$ 1089,00. Nesta

mesma pesquisa, a prevalência do consumo alimentar foi maior na população

masculina (0,9%) do que na população feminina (0,5%). A prevalência também

foi maior na população idosa (1,2%), seguido da população adulta (1,2%) e por

último na população adolescente (0,1%). O motivo pelo qual o consumo é

maior nas regiões rurais, na população com renda superior, na população

masculina e na população idosa, são de todo cultural.

9.1 Previsões Futuras

Com o objetivo de avaliar as perspectivas para o futuro do mercado de

vinhos no Brasil, foram utilizados dados de pesquisa da pesquisa da UVIBRA

(União Brasileira de Vitivinicultura), de comercialização de vinhos e derivados

elaborados no Rio Grande do Sul, no período 2007 a 2012. Observando-se o

Quadro 9.2, a comercialização de vinhos de mesa aumentou 10,5 % de 2007

até o presente momento. Já a comercialização de vinhos produzidos a partir de

uvas viníferas tem diminuído, cerca de 21,2 % desde 2007. Um fator que pode

ter contribuído para essa diminuição é o aumento do consumo de vinhos

Prevalência de Consumo Alimentar (Vinhos)

1,6%

0,8%

0,1%

0,2%

0,6%Norte

Nordeste

Sudeste

Sul

Centro-Oeste

Page 77: Produção de Vinho

77

importados. De acordo com a IEA (Instituto de Economia Agrícola), a

importação de vinhos no Brasil cresceu 30,7% de 2009 a 2011.

Page 78: Produção de Vinho

78

Figura 20 - Comercialização de vinhos e derivados elaborados no Rio Grande do Sul (Mercado Interno). (Fonte: IBRAVIN).

Page 79: Produção de Vinho

79

A produção tanto de vinhos comuns, quando os vinhos produzidos a

partir de uvas viníferas, tem aumentado no período de 2004 a 2011, de acordo

com dados da IBRAVIN. No gráfico da Figura 9.3 podemos observar que a

evolução de vinhos brancos, rosados e tintos no Rio Grande do Sul tem

aumentado, assim como sua comercialização (Figura 9.4). Mostrando que

apesar de que dentro do panorama geral do país, o Rio Grande do Sul tem

ótimas perspectivas futuras no Mercado.

Page 80: Produção de Vinho

80

Figura 21 - Evolução da Produção no RS - 2004 a 2011. (Fonte: IBRAVIN).

Figura 22 - Comercialização de Vinhos de Mesa – Empresas do Rio Grande do Sul. IBRAVIN.

9.2 Principais Concorrentes

9.2.1 Miolo

A Miolo Wine Group é líder no mercado nacional de vinhos finos entre as

vinícolas brasileiras, com cerca de 40% de market share, e referência em

qualidade. A empresa elabora mais de 100 rótulos produzidos em seis projetos

vitivinícolas no Brasil, em diferentes regiões, incluindo as parcerias

Page 81: Produção de Vinho

81

internacionais com Argentina, Chile, Espanha, Itália e França. É a maior

exportadora brasileira de vinhos e está entre as três principais produtoras de

espumantes, com participação de 15% no mercado. Em 2009, seu faturamento

foi R$ 95 milhões, 32% acima do de 2008.

As empresas do grupo elaboram 12 milhões de litros de vinhos finos e

possuem a maior área de vinhedos próprios no País, com 1.150 ha, todos de

uvas viníferas, conduzidas pelo sistema vertical (espaldeira).

Nos últimos dez anos, a Miolo Wine Group investiu R$ 120 milhões em

expansão da produção, tecnologia de ponta, mudas importadas, instalações e

equipamentos de última geração.

Em outubro de 2009, anunciou a compra da Vinícola Almadén, uma das mais

tradicionais marcas de vinhos do Brasil, e passou a atuar em um segmento de

mercado que ainda não participava.

9.2.2 Perini

Atualmente, a Vinícola Perini conta com 12 hectares de vinhedos localizados

em Garibaldi e 80 hectares em Farroupilha, agregando uma área total de 92

hectares, sendo que parte desta área possui o diferencial de ser produzida com

uvas de videiras européias certificadas. Neste sistema, as parreiras são

sustentadas por estruturas em forma de "Y" que garantem a elaboração própria

dos Espumantes Premium, Licoroso e Suco Perini, Vinhos e Espumantes Casa

Perini, Vinhos e Suco Jota Pe, Vinhos Santos Anjos e Licor de Grappa

Pretinha.

9.2.3 Aurora

Hoje, bem no coração de Bento Gonçalves, a Vinícola Aurora é a maior do

Brasil. O número de famílias que se associaram à cooperativa ultrapassa

1.100, sendo a produção orientada por técnicos que, diariamente, estão em

contato com o produtor – fornecendo-lhe toda a assistência necessária. A

equipe técnica se responsabiliza pelo acompanhamento permanente do

processo industrial e pela qualidade final dos produtos, sempre com a atenção

voltada para o desenvolvimento de uma tecnologia de ponta.

Page 82: Produção de Vinho

82

A conquista da posição que ocupa há mais de duas décadas foi possível

graças à constante modernização de seu parque industrial, à alta tecnologia de

suas unidades e aos rigorosos padrões exigidos nos processos de produção. O

cuidado extremo com a rotina produtiva, observado a partir da plantação das

mudas ao engarrafamento do produto, faz parte da receita de crescimento

constante do empreendimento durante todos esses anos.

9.3 Estrutura Geográfica do Mercado Alvo

Nossos produtos serão comercializados na região sul do país (Figura

9.5), nos estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná.

Figura 23 - Localização Geográfica do Mercado Alvo. (Fonte: O Autor)

Page 83: Produção de Vinho

83

10 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA

10.1 Cálculo do Investimento Fixo

Para o cálculo do investimento fixo foram considerados os valores do galpão

industrial, laboratório, equipamentos industriais e equipamentos da área

administrativa.

Tabela 11 - Custo dos Prédios (Fonte: O Autor, baseado em: SINDUSCON RS – Valor do CUB – Disponível em: http://www.sinduscon-rs.com.br/site/imagesdin/cub-maio-2012.pdf).

Item Largura

(m)

Comprimento

(m)

Área

(m²)

CUB

(R$/m²)

Valor total

(R$)

Prédio Administrativo

(segundo andar)

30 30 900 510,41 459.369,00

Galpão Industrial

(primeiro andar)

30 30 900 510,41 459.369,00

Adega (subsolo) 30 30 900 510,41 459.369,00

Total 90 90 2.700 1.531,23 1.378.107,00

Conforme layout da empresa, teremos três andares, sendo que a adega onde

serão armazenados os vinhos está no subsolo, no andar térreo teremos o

recebimento das uvas e no segundo andar estará toda a área administrativa. O

laboratório encontra-se no primeiro andar. Portanto, não especificamos no

quadro X a construção do mesmo, uma vez que já está inserido juntamente

com o galpão industrial.

Tabela 12 - Custo e Dimensionamento do Terreno (Fonte:http://www.bentoimoveis.com.br/imovel.php?num=8749&cat=Terrenos)

Item Área (m²) Valor (R$)

Terreno 2.001 250.000

O valor do terreno não será considerado como investimento fixo. A aquisição

do terreno será por conta de recursos próprios, antes da capitalização de

investimentos, conforme está descrito no “Cronograma de Atividades”. A

imagem do mesmo está no Capítulo 8: “Aspectos locacionais”.

Page 84: Produção de Vinho

84

Tabela 13 - Custo dos equipamentos de escritório (Fonte: www.magazineluiza.com.br ; www.casaondina.com.br)

Item Quantidade VValor Unitário (R$) VValor Total (R$)

Mesas 14 186,25 2.607,50

Cadeiras 14 441,32 6.178,48

Computadores 14 1.143,12 16.004,00

Ar condicionado 4 703,12 2.812,48

Mesa de Reunião 1 639,00 639,00

Impressoras 4 3.871,12 15.484,48

Máquina de xerox 1 10.799,00 10.799,00

Cadeiras (auditório) 20 39,9 798,00

Total 55.322,62

Os equipamentos para os setores administrativos descritos acima foram

pesquisados no site da Loja Magazine Luiza. As imagens de cada item serão

mostradas como anexo deste trabalho.

Cabe salientar que o investimento para os equipamentos de escritório serão

aportados pelos sócios, não entrando, dessa forma, no cálculo do investimento

fixo, que será financiado.

Quadro 10.4: Custo dos equipamentos industriais

Tabela 14 - Custo dos Equipamentos industriais (Fonte conforme anexo).

Equipamento Custo Unitário (R$) Quantidade Custo total (R$)total (R$)

Balança Industrial 949,00 2,00 1.898,00

Esteira (20m) 7.000,00 2,00 14.000,00

Máquina Desengaçadeira 8.900,00 2,00 17.800,00

Tubulação para transporte [m] 25,00 100,00 2.500,00

Prensa 15.000,00 2,00 30.000,00

Motobomba autoaspirante 18.000,00 2,00 36.000,00

Tanques de aço inox 14.440,00 2,00 28.880,00

Controlador de temperatura 1.100,00 2,00 2.200,00

Tanques de concreto [m²] 510,41 6,00 3.062,46

Filtro à terra 6.800,00 2,00 13.600,00

Máquina envasadora 2.100,00 2,00 4.200,00

Rolhador manual 560,00 6,00 3.360,00

Máquina rotuladora 10.000,00 2,00 20.000,00

Barricas de carvalho 860,00 1.188,00 1.021.680,00

Trocador de Calor 14.500,00 2,00 29.000,00

Total 1.228.180,46

Page 85: Produção de Vinho

85

10.1.1 Investimento Fixo Total

Tabela 15 - Investimento Fixo Total (Fonte: O Autor, conforme anexo).

Item Valor (R$)

Prédios 1.378.107,00

Equipamentos industriais 1.228.180,46

Investimento Fixo Total 2.606.287,46

10.2 Determinação do Custo Variável

Para determinação do custo variável foram feitas duas tabelas, uma para o

vinho Piano Bar e outra para o Gaúcho Wine, já que a nossa empresa é

multiprodutora. O custo variável comum aos dois produtos é a água de

lavagem e dos sanitários e energia elétrica. Para esses dois itens, apenas

dividimos os custos por dois, de modo a facilitar os cálculos. Consideramos que

ambos os produtos consomem a mesma quantidade de água de lavagem e

energia elétrica.

10.2.1 Vinho Piano Bar

Tabela 16 - Custo Variável do vinho Piano Bar (Fonte: O Autor)

Insumo Un. Preço

médio (R$) Coeficiente Técnico

Custo Total

por garrafa de

vinho (R$)

Uva Pinnot Noir R$/Kg 0,8424 1,41 Kg/garrafa de vinho 1,18

Açúcar R$/Kg 3,20 0,01 Kg/garrafa de vinho 0,02

Energia elétrica R$/Kwh 0,512237 0,17 Kw.h/garrafa de vinho 0,09

Água de lavagem R$/m³ 4,43 0,0004 m³/garrafa de vinho 0,00

Agua dos

sanitários R$/m³ 4,43 0,0045 m³/garrafa de vinho 0,02

Rolha mista

R$/unid

. 0,40 1,05 Unid/garrafa de vinho 0,42

Garrafa

Bourgogne R$/unid 1,15 1,05 Unid/garrafa de vinho 1,21

CVu por garrafa de

vinho 2,95

Cv anual 466.496,10

Page 86: Produção de Vinho

86

10.2.2 Vinho Gaúcho Wine

Tabela 17 - Custo Variável do vinho Gaúcho Wine (Fonte: O Autor).

Insumo Un. Preço

médio (R$) Coeficiente Técnico

Custo Total

por garrafa de

vinho (R$)

Uva Cabernet

Sauvignon R$/Kg 1,231 1,41 Kg/garrafa de vinho 1,73

Açúcar R$/Kg 3,20 0,03 Kg/garrafa de vinho 0,08

Energia elétrica R$/Kwh 0,512237 0,17 Kw.h/garrafa de vinho 0,09

Água de lavagem R$/m³ 4,43 0,0004 m³/garrafa de vinho 0,00

Agua dos

sanitários R$/m³ 4,43 0,0045 m³/garrafa de vinho 0,02

Rolha Pura

R$/unid

. 1,30 1,05 Unid/garrafa de vinho 1,37

Garrafa Cabernet R$/unid 1,48 1,05 Unid/garrafa de vinho 1,55

CVu por garrafa de

vinho 4,82

Cv anual R$ 764.242,45

10.3 Determinação do Capital de Giro

Para determinar o capital de giro, foram considerados os custos mensais

de mão de obra e terceirização e, ainda, o custo variável mensal de cada um

dos produtos.

No quadro 10.8 estão apresentados os custos considerados para o

cálculo do capital de giro.

Cabe salientar que o capital de giro não será incluso no financiamento,

devendo ser aportado pelos sócios.

Tabela 18 - Capital de Giro mensal (Fonte: O Autor).

Item Investimento (R$)

Custo Variável mensal Gaúcho Wine 63.927,83

Custo Variável mensal Piano Bar 38.874,68

Mão de obra 73.311,85

Terceirização 10.996,80

Total 187.110,42

Page 87: Produção de Vinho

87

10.4 Características do Empréstimo

Com os custos definidos do investimento fixo, dos equipamentos de escritório e

do capital de giro foi possível definir o montante que deverá ser financiado via

empréstimo bancário.

Somente o total do investimento fixo será financiado, enquanto que o capital de

giro, o terreno e o custo com os equipamentos de escritório serão pagos pelos

sócios.

Do total do investimento fixo, 80% serão financiados e 20% recursos próprios,

investidos pelos sócios. O investimento fixo total está detalhado no Quadro

10.5 e representa R$ 2.606.287,46 (dois milhões, seiscentos e seis mil,

duzentos e oitenta e sete reais e quarenta e seis centavos).

O total que será investido por recursos próprios é de R$ 1.013.690,53 (um

milhão, treze mil, seiscentos e noventa reais e cinquenta e três centavos) que

representa 20% do investimento fixo, o capital de giro mensal, o terreno e o

custo total dos equipamentos de escritório. O total do investimento por recursos

próprios será dividido pelos três sócios, sendo que cada um entrará com um

capital de R$ 337.896,84 (trezentos e trinta e sete mil, oitocentos e noventa e

seis reais e oitenta e quatro centavos).

O empréstimo será feito junto ao BNDES, foi feita uma simulação de

empréstimo com o banco e a linha de créditos que melhor se adapta à nossa

empresa é o crédito para Pequena Média Empresa. A taxa de juros

considerada é de 10,875% ao ano, com carência de cinco anos. O sistema de

amortização utilizado é o sistema SAC e o período para pagamento é de 6

anos.

10.5 Quadro de Usos e Fontes

De modo a resumir as informações referentes à quantia financiada e investida

através de recursos próprios, foi elaborado um quadro de usos e fontes,

conforme Quadro 10.9

.

Page 88: Produção de Vinho

88

Tabela 19 - Usos e Fontes (Fonte: O Autor).

Ano 1

Usos

Investimento Fixo 2.606.287,46

Equipamentos de Escritório 55.322,62

Terreno 250.000,00

Capital de Giro 187.110,42

Total 3.098.720,50

Fontes

Recursos Próprios 1.013.690,53

Recursos de Terceiros 2.085.029,97

Total 3.098.720,50

Conforme o cronograma de atividades, detalhado na Seção 6 deste estudo, o

recurso financeiro está previsto para ser liberado pelo Banco em abril de 2013.

10.6 Depreciação

A depreciação representa o desgaste do bem ao longo do tempo. Os itens que

podem ser depreciados são: Máquinas e equipamentos, a uma taxa de 10% ao

ano, veículos, a 20% ao ano e prédios, a 2,5% ao ano. No caso da nossa

empresa, serão depreciados, em 10 anos, os equipamentos e prédios, ambos

em condições normais de utilização. Cabe salientar que o terreno não é

depreciável.

O Quadro 10.10 tem início no ano de 2013, após a construção dos prédios e a

aquisição dos equipamentos, conforme apresentado no “Cronograma de

Atividades”.

Tabela 20 - Depreciação (Fonte: O Autor)

Ano Equipamentos Prédios Total

2013 122.818,05 28.251,19 151.069,24

2014 122.818,05 28.251,19 151.069,24

2015 122.818,05 28.251,19 151.069,24

2016 122.818,05 28.251,19 151.069,24

2017 122.818,05 28.251,19 151.069,24

2018 122.818,05 28.251,19 151.069,24

2019 122.818,05 28.251,19 151.069,24

2020 122.818,05 28.251,19 151.069,24

2021 122.818,05 28.251,19 151.069,24

2022 122.818,05 28.251,19 151.069,24

Page 89: Produção de Vinho

89

10.7 Mão de Obra e Terceirização

No quadro 10.11 estão apresentados os custos anuais com mão de obra e

terceirização, ambos considerados como custo fixo para a empresa.

Consideramos que os salários e o custo com a terceirização não sofrem

variações de custo ao longo do tempo. Esta foi uma consideração feita pelos

sócios para facilitar os cálculos. Os custos com salários e terceirização

começaram a ser contados a partir de janeiro de 2014, período de treinamento

dos funcionários, quando os mesmos serão admitidos, conforme “Cronograma

de Atividades”.

Na Seção 5 deste estudo (Estrutura da Empresa) estão detalhados os custos

com mão de obra e terceirização.

Tabela 21 - Custos anuais de mão de obra e terceirização (Fonte: O Autor).

Período Salários Terceirização Total

2014 879.732,98 131.961,6 1.011.694,58

2015 879.732,98 131.961,6 1.011.694,58

2016 879.732,98 131.961,6 1.011.694,58

2017 879.732,98 131.961,6 1.011.694,58

2018 879.732,98 131.961,6 1.011.694,58

2019 879.732,98 131.961,6 1.011.694,58

2020 879.732,98 131.961,6 1.011.694,58

2021 879.732,98 131.961,6 1.011.694,58

2022 879.732,98 131.961,6 1.011.694,58

2023 879.732,98 131.961,6 1.011.694,58

10.8 Determinação do Preço de Venda do Vinho Piano Bar

Para cada um dos dois tipos de vinhos produzidos, foi calculado o custo total

de fabricação, que inclui o somatório do custo variável unitário e do custo fixo

unitário.

Para determinar o preço de venda do vinho Piano Bar foi considerado o custo

variável unitário de fabricação do mesmo, mais o custo fixo unitário dividido por

dois, já que produzimos dois produtos. Considerando um Mark up de 80%

sobre o custo total unitário, atribuímos ao vinho Piano Bar um preço de venda

de R$ 11,05. Dessa forma, estamos coerentes com a estratégia competitiva,

pois esse produto deve ser ganhador em termos de custo e o preço de venda

Page 90: Produção de Vinho

90

estabelecido está abaixo do mercado para um produto de qualidade similar ao

nosso.

Determinação do Preço de Venda do Vinho Piano Bar

Tabela 22 - Determinação do Preço de Venda do vinho Piano Bar. (Fonte: O Autor).

Item Custo (R$)

Custo Variável Unitário Piano Bar 2,95

Custo Fixo Unitário 3,19

Custo Total de fabricação 6,14

Mark Up sobre custo total de fabricação 80%

Preço de Venda Final 11,05

10.9 Receita de Vendas Vinho Piano Bar

Para a determinação da receita de vendas do ano 1 ao 10, tempo estipulado

para análise financeira neste estudo. Consideramos que toda a produção é

inteiramente vendida igualmente em todos os anos.

Tabela 23 - Receita de Vendas do Vinho Piano Bar, em 10 anos de produção (Fonte: O Autor).

Ano Produção Anual (garrafas) Preço de Venda (R$) Receita (R$)

2014 158.400 11,05 1.750.320,00

2015 158.400 11,05 1.750.320,00

2016 158.400 11,05 1.750.320,00

2017 158.400 11,05 1.750.320,00

2018 158.400 11,05 1.750.320,00

10.10 Determinação do Preço de Venda do Vinho Gaúcho Wine

Do ano 1 ao 5, não estaremos comercializando o vinho Gaúcho Wine,

estaremos apenas produzindo o mesmo e estocando. Teremos, durante 5

anos, o custo variável unitário desse produto, mais a sua parcela no custo fixo.

Com o lucro obtido através das vendas do vinho Piano Bar, conseguiremos

produzir este vinho até colocá-lo no mercado.

Page 91: Produção de Vinho

91

Devido ao tempo prolongado de espera para fabricar esse produto, o mesmo

será vendido com 40% de Mark Up sobre os custos totais de produção. Dessa

forma, determinamos o preço de R$ 56,25 por garrafa de vinho.

10.11 Receita de Vendas do Vinho Gaúcho Wine

Conforme mencionado anteriormente, passaremos a comercializar o vinho

Gaúcho Wine somente após 5 anos de operação. Ao final deste período,

teremos estocado aproximadamente 792.000 garrafas. É importante salientar

que não teremos mercado suficiente para comercializar toda essa produção.

Portanto, consideramos, para o cálculo da receita de vendas, a venda de

158.000 garrafas por ano, seguindo a mesma quantidade do vinho Piano Bar.

Quadro 10.13 Receita de Vendas do vinho Gaúcho Wine

Período Produção Anual Preço de Venda Receita

2014 - - -

2015 - - -

2016 - - -

2017 - - -

2018 - - -

2019 158.400 56,25 8.910.000,00

2020 158.400 56,25 8.910.000,00

2021 158.400 56,25 8.910.000,00

2022 158.400 56,25 8.910.000,00

2023 158.400 56,25 8.910.000,00

Quadro 10.13 – Receita de Vendas do vinho Gaúcho Wine (Fonte: O Autor)

10.12 Cálculo do Ponto de Equilíbrio

Para o cálculo do ponto de equilíbrio, consideramos o custo fixo anual, o

preço de venda e o custo fixo unitário de cada um dos produtos, de forma que

teremos duas quantidades de equilíbrio. O ponto de equilíbrio é calculado

conforme a equação que segue:

CVuPV

CFQ anual

E

Para o vinho Piano Bar a quantidade de equilíbrio encontrada foi de 124.834

garrafas e para o Gaúcho Wine essa quantidade foi de 19.678 garrafas.

Page 92: Produção de Vinho

92

10.13 Demonstrativo do Resultado do Exercício (DRE)

O demonstrativo do resultado do exercício é um quadro que tem por

objetivo resumir as despesas e as receitas do empreendimento. São calculados

itens como lucro bruto, lucro operacional, lucro interno, lucro tributável e lucro

líquido. Ainda, são citadas as despesas financeiras, administrativas,

amortização e depreciação. O Quadro 10.14 representa o DRE para o vinho

Piano Bar e o Quadro 10.15 para o Gaúcho Wine.

Page 93: Produção de Vinho

93

Tabela 24 - Demonstrativo do Resultado do Exercício para o vinho Piano Bar (Fonte: O Autor).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Receita de Vendas 1.750.218,11 1.750.218,11 1.750.218,11 1.750.218,11 10.555.007,80 10.555.007,80 10.555.007,80 10.555.007,80 10.555.007,80 10.555.007,80

Custo Variável 466.496,10 466.496,10 466.496,10 466.496,10 1.233.630,46 1.233.630,46 1.233.630,46 1.233.630,46 1.233.630,46 1.233.630,46

Lucro Bruto 1.283.722,00 1.283.722,00 1.283.722,00 1.283.722,00 9.321.377,35 9.321.377,35 9.321.377,35 9.321.377,35 9.321.377,35 9.321.377,35

Despesa Fin. 226.747,01 226.747,01 226.747,01 226.747,01 574.252,00 536.460,84 498.669,67 460.878,50 423.087,33 385.296,16

Despesas ADM 1.011.694,58 1.011.694,58 1.011.694,58 1.011.694,58 1.011.694,58 505.847,29 505.847,29 505.847,29 505.847,29 505.847,29

Depreciação 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62

Lucro Tributavel -30.254,20 -30.254,20 -30.254,20 -30.254,20 7.659.896,15 8.203.534,60 8.241.325,77 8.279.116,94 8.316.908,11 8.354.699,28

Imposto de Renda -4.538,13 -4.538,13 -4.538,13 -4.538,13 1.148.984,42 1.230.530,19 1.236.198,87 1.241.867,54 1.247.536,22 1.253.204,89

Lucro Líquido -25.716,07 -25.716,07 -25.716,07 -25.716,07 6.510.911,72 6.973.004,41 7.005.126,91 7.037.249,40 7.069.371,89 7.101.494,38

Page 94: Produção de Vinho

94

Tabela 25 - Demonstrativo do resultado do exercício para o vinho Gaúcho Wine (Fonte: O Autor).

DRE GAÚCHO WINE 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Receita de Vendas 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 8.910.871,50 8.910.871,50 8.910.871,50 8.910.871,50 8.910.871,50

Custo Variável 767.134,35 767.134,35 767.134,35 767.134,35 767.134,35 767.134,35 767.134,35 767.134,35 767.134,35 767.134,35

Lucro Bruto -767.134,35 -767.134,35 -767.134,35 -767.134,35 -

767.134,35 8.143.737,15 8.143.737,15 8.143.737,15 8.143.737,15 8.143.737,15

Despesa Fin. 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00

Despesas ADM 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 505.847,29 505.847,29 505.847,29 505.847,29 505.847,29

Depreciação 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62

Lucro Tributavel - - - - -

842.668,97 7.562.355,24 7.562.355,24 7.562.355,24 7.562.355,24 7.562.355,24

Imposto de Renda - - - - -

126.400,35 1.134.353,29 1.134.353,29 1.134.353,29 1.134.353,29 1.134.353,29

Lucro Líquido - - - - -

716.268,63 6.428.001,95 6.428.001,95 6.428.001,95 6.428.001,95 6.428.001,95

Page 95: Produção de Vinho

95

10.14 Fluxo de Caixa sobre o Capital Próprio

Para um período de 10 anos, é mostrado no Quadro 10.16. o fluxo de caixa sobre o capital próprio para o vinho Piano Bar e no

Quadro 10.17 para o Vinho Gaúcho Wine.

Tabela 26 - Fluxo de Caixa sobre o capital próprio. (Fonte: O Autor)

Fluxo de Caixa sobre o capital próprio

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Lucro Líquido (R$)

(25.629,47) (25.629,47) (25.629,47) (25.629,47) 6.510.257,56 6.972.350,25 7.00.4472,74 7.03.6595,23 7.068.717,72 7.100.840,22

Invest. Fixo Próprio (R$)

(506.845,27)

Capital de Giro (R$) (81.028,62)

(81.028,62)

Depreciação (R$)

75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62

Amortização (R$)

(347.504,99) (347.504,99) (347.504,99) (347.504,99) (347.504,99) (347.504,99)

Valor Res. Prédios

1.095.595,07

Fluxo (R$) (506.845,27) 49.905,15 49.905,15 49.905,15 49.905,15 6.238.287,18 6.700.379,87 6.732.502,36 6.764.624,86 6.796.747,35 7.924.464,91

Page 96: Produção de Vinho

96

Tabela 27 - Fluxo de Caixa sobre o capital próprio. (Fonte: O Autor).

Fluxo de Caixa sobre o capital

próprio

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Lucro Líquido (R$)

-716.268,63 -716.268,63 -716.268,63

-716.268,63 -716.268,63 5.670.584,38 5.670.584,38 5.670.584,38 5.670.584,38 5.670.584,38 5.670.584,38

Invest. Fixo Próprio (R$)

-506.845,27

Capital de Giro (R$)

0,00

Depreciação (R$)

75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62 75.534,62

Valor Res. Prédios

1.095.595,07

Fluxo (R$) -1.223.113,89 -640.734,01 -640.734,01

-640.734,01 -640.734,01 5.746.119,00 5.746.119,00 5.746.119,00 5.746.119,00 5.746.119,00 6.841.714,06

Page 97: Produção de Vinho

97

10.15. Determinação do Valor Presente Líquido (VPL)

Para determinar o valor presente líquido utilizamos as informações do

fluxo de caixa sobre o capital próprio, considerando uma TMA (taxa mínima de

atratividade) de 25% ao ano. O VPL para o vinho Piano Bar resultou em

7.724.464,91 e para o vinho Gaúcho Wine resultou em 5.242.618,41,

comprovando, assim, a viabilidade do empreendimento.

10.16. Determinação da Taxa Interna de Retorno (TMA)

A taxa interna de retorno (TIR) é a taxa obtida quando o VPL é igual a

zero. Fazendo uso dos valores obtidos no fluxo de caixa, determinamos a TIR

para o vinho Piano Bar, que resultou em 95% e para o Gaúcho Wine resultou

em 51%. Consideramos, então, que o empreendimento é atrativo, pois a TIR

ultrapassou o valor da taxa mínima de retorno estabelecida anteriormente.

(TMA=25%).

Page 98: Produção de Vinho

98

11 ANÁLISE DO RISCO E INCERTEZA

Todo e qualquer empreendimento pode apresentar risco e incerteza. Para

minimizar esse risco, as empresas realizam a chamada análise de risco e

incerteza, que tem por objetivo diminuir o risco em determinado negócio.

Geralmente são feitos cálculos do valor presente líquido e da taxa interna de

retorno variando em, no mínimo 10%, o preço de venda. Isto ocorre porque, se

houver alguma crise, por exemplo, o preço de venda de determinado produto

pode cair e a empresa precisa estar preparada para as variações do mercado.

Os resultados para esta análise para ambos os vinhos estão apresentados no

Quadro 10.14.

Tabela 28 - Análise de Risco e Incerteza

Condições de certeza

Situação atual Variação de -10% no PV

Pv (R$/garrafa) 11,05 Pv (R$/garrafa) 9,95

VPL 7.724.464,91 VPL 7.191.273,85

TIR 95% TIR 86%

Pv (R$/garrafa) 56,25 Pv (R$/garrafa)

VPL 5.242.618,41 VPL 4.327.869,35

TIR 51% TIR 48%

I.F. (R$) 2.606.287,46

Analisando a o Tabela 28 pode-se comprovar que mesmo o preço de venda

sendo diminuído em 10% a TIR continua acima da TMA e o VPL continua

resultando em um valor positivo. Logo, concluímos que o empreendimento é

pouco sensível à variações no preço de venda do produto.

Page 99: Produção de Vinho

99

12 CONCLUSÃO

Quanto à viabilidade do empreendimento, segundo os cálculos que fizemos, o

negócio é viável. Porém, todos os cálculos envolvidos neste estudo são

estimativas feitas pelo grupo, podendo, ou não, resultar nos valores que

encontramos. O fato do vinho Gaúcho Wine apresentar um tempo de processo

bastante longo, aumenta consideravelmente o risco do negócio, mesmo que a

análise de risco e incerteza mostre o contrário. Na prática, sabemos que o

tempo de espera até colocar o vinho no mercado é muito longo e problemas

podem acontecer no decorrer deste tempo, que podem comprometer toda

nossa produção.

Por tratar-se de uma empresa multiprodutora, já que fabricamos dois produtos

diferentes, com custo variável unitário diferente e matéria prima diferente, foi

bastante difícil quantificar os custos. Com esse trabalho, tivemos a

oportunidade de analisar em praticamente todos os aspectos a indústria de

vinhos. Porém, deixamos de lado muitos itens que poderiam ser relevantes,

devido ao curto tempo para realizar este estudo.

Por fim, acreditamos que foi extremamente válida a realização deste estudo.

Page 100: Produção de Vinho

100

13 REFERÊNCIAS 1. IBRAVIN (Disponível em: “http://www.ibravin.org.br/”);

2. IBGE (Disponível em: “http://www.ibge.gov.br/home/”);

3. ClicRBS (Disponível em:

“http://pioneiro.clicrbs.com.br/rs/economia/noticia/2012/05/avanco-da-

tecnologia-deve-fazer-safra-de-vinhos-2012-ser-melhor-do-que-a-de-

2005-considerada-marco-de-qualidade-3743804.html)”;

4. Wines of Brasil (Disponível em:

“http://www.winesofbrasil.com/Default_pt.aspx)”;

5. Adegas e Vinhos

(“http://www.adegavinhos.com.br/guialistanoticias.asp”);

6. Livro “Estratégia Competitiva” – Michael E. Porter, Rio de Janeiro –

2004.

7. Embrapa Uva e Vinho (Disponível em:

“http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Uva/UvasVi

niferasRegioesClimaTemperado/mercado.htm”);

8. MONTGOMERY e PORTER, 1998;

9. Polícia Rodoviária Federal;

10. Receita Federal;

11. FEPAM;

12. Livro: “Manual didático para o sommelier internacional” – Roberto

Rabacchino.

13. Livro “Uvas e Vinhos” – Ernesto Cataluña;

14. Adega do Vinho (Disponível em: “http://www.adegadovinho.com.br/”);

15. Livro: Sommelier: profissão do futuro: técnicas para formação

profissional – Association de la Sommeliere Internationale;

Page 101: Produção de Vinho

101

Verallia Embalagens de Vidro (Disponível em: “http://www.verallia.com.br/catalogo-de-

produtos.aspx?subcategoria=4” e “http://www.verallia.com.br/catalogo-de-

produtos.aspx?subcategoria=4”);

16. ANVISA;

17. Brand Crowd (“http://www.brandcrowd.com/logo-design/details/34412”);

18. Informações sobre o processo produtivo: Vinícola Aurora;

19. Japa Componentes (Disponível em:

“http://www.japacomponentes.com.br/”);

20. Fornecimento de Água:

“http://www.corsan.com.br/sites/default/files/conteudo/Estrutura%20Tarifária%20nova.p

d (acessado em: 22.05.12”;

Fornecimento de Energia Elétrica:

“http://www.rgers.com.br/ServiccedilosOnline/Entendasuaconta/tabid/65/language/en-

US/Default.aspx (acessado em 22.05.12);

21. Panorama Socioeconômico de Bento Gonçalves / Rio Grande do Sul - Brasil – 2009;

22. Emater Bento Gonçalves, 2009;

23. Adriana Imóveis

(“http://www.bentoimoveis.com.br/imovel.php?num=8749&cat=Terrenos”);

24. Prefeitura Municipal de Farroupilha (Fundação de Economia e Estatística

(FEEE);

Bento Imóveis

(http://www.bentoimoveis.com.br/imovel.php?num=9318&cat=Terrenos);

25. SINDUSCON RS (Disponível em: !http://www.sinduscon-

rs.com.br/site/imagesdin/cub-maio-2012.pdf!.);

26. Loja Magazine Luiza (“www.magazineluiza.com.br”);

27. Casa Ondina (“www.casaondina.com.br”);

28. Vinícola Miolo, a empresa. (Disponível em:

“http://www.miolo.com.br/empresa/miolo_wine_group/”);

Page 102: Produção de Vinho

102

29. Institutional, Vinícola Perini. (Disponível em:

“http://www.vinicolaperini.com.br/loja/Institucional/”);

30. Vinícola Aurora. (Disponível em:

“http://www.vinicolaaurora.com.br/site/aurora.php’).

Page 103: Produção de Vinho

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14 ANEXOS