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SALVADOR QUARTA-FEIRA 12/1/2011 4 SALVADOR QUARTA-FEIRA 12/1/2011 5 2 2 MÚSICA Em quatro anos, esteve à frente da Orquestra Sinfônica e Neojibá, mas gestão foi marcada por polêmicas Fundação Cultural encerra dia 31 contrato de consultoria com o pianista Ricardo Castro THIAGO FERNANDES Depois de quatro anos, chega ao fim, no dia 31, o contrato de consultoria que a Fundação Cul- tural do Estado mantém com o pianista Ricardo Castro. Neste período, ele atuou como diretor artístico da Orquestra Sinfônica da Bahia (Osba) e dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojibá). Reconhecido unanimemente como um grande artista, sua ação como gestor, no entanto, foi marcada pelo envolvimento em polêmicas, a principal delas referente à defesa da alteração da forma de gestão da Osba, que deixaria de ser administra- da diretamente pelo poder pú- blico, passando a ser gerida por uma Organização Social (OS) privada, escolhida por licitação num processo chamado tecni- camente de publicização. Nesse modelo de gestão, o Estado repassa os recursos a es- sa entidade privada, que fica res- ponsável pelo cumprimento de metas estabelecidas previa- mente em contrato. “Isso daria a agilidade de atuação neces- sária para que uma orquestra funcione da forma que deve, agilizando contratações de mú- sicos, compra de instrumentos e outras demandas”, defende Castro. Outro ponto é a pos- sibilidade de que a entidade re- ceba recursos de outras fontes de financiamento, como patro- cínios e apoios, o que é vedado para órgãos sob a administra- ção direta do Estado. Concurso Contando com orçamento anual de R$ 4,8 milhões, atualmente a Osba depende de licitação pa- ra atender a qualquer demanda que envolva compra de mate- riais. “Já houve caso em que eu solicitei um material em janeiro, mas só fui recebê-lo em outu- bro”, diz Ricardo Castro. Para a contratação de músicos, depen- de da realização de concurso. Assim como para os demais car- gos do Estado, o processo não é feito desde o ano de 2000. A comparação com a Neojibá é inevitável. Com um orçamento de R$ 2,4 milhões, repassados para a Associação Amigos das Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Aojin), a Neojibá foi cria- da e até hoje é regida por esse sistema. Ela é apontada pelo pianista como um exemplo de como essa forma de gestão po- de dinamizar sua atuação, con- tando com autonomia para con- tratação de profissionais e pla- nejamento de apresentações e viagens, por exemplo. Apesar da defesa do modelo, a gestão por meio de OS não é unanimidade dentro da própria Osba. A cisão na orquestra ficou evidente no dia 17 de dezem- bro, quando o trombonista Jor- ge Dias se manifestou publica- mente durante a apresentação de Natal no TCA confrontando fatos apresentados pelo gestor como um balanço de sua ges- tão. Por sua atitude, Dias res- ponde a sindicância por indis- ciplina. “Um funcionário público tem que se submeter a regras. Ali não era o lugar adequado para essa atitude”, diz o diretor do TCA, Moacyr Gramacho. Para parte da orquestra, um dos problemas da publicização seria a submissão dos novos mú- sicos a regras de trabalho iguais aos trabalhadores privados. “Em algum momento, o Estado acreditou que artistas poderiam ser servidores públicos. Quere- mos manter essa visão para quem está começando agora”, defende o percussionista Gilber- to Santiago, que entrou na Osba em 2000. Para o violinista Uibitu Sme- tak, na Osba desde 1989, o ca- minho para a valorização da or- questra passaria pela definição de um plano de cargos e sa- lários, como em outras carreiras públicas. “Colocam a coisa como se a transformação em OS fosse o único caminho, e não é”. Por outro lado, o trompetista Joatan Nascimento, há 22 anos na orquestra, entende que a gestão direta se mostrou “ine- ficiente para que a Osba possa dar à sociedade toda a resposta artística que ela pode“. O também trompetista Heinz Schwebel concorda. “Estou há 21 anos na Osba e, sob qualquer política, a burocracia não per- mitiu dar a agilidade que a or- questra precisa para atender à sociedade da melhor forma pos- sível. A orquestra não pode ser boa só para o músico”. Rejane Carneiro / Ag. A TARDE Castro defendia a proposta de alteração da forma de gestão da Osba, o que gerou um impasse Contando com aporte anual de R$ 4,8 milhões, a Osba depende atualmente de licitação para atender toda demanda que envolva compra de materiais. Para contratar músicos, precisa realizar concurso TCA apresenta o projeto da primeira sala sinfônica do Norte/Nordeste Em meio à discussão sobre a mudança de gestão da Osba, a direção do Teatro Castro Alves, a quem a orquestra está subme- tida, aponta como principal in- vestimento físico na orquestra a construção da primeira sala sin- fônica do Norte/Nordeste do País. Integrante do projeto de reforma do TCA, o espaço foi projetado especificamente para receber a apresentação de gran- des grupos orquestrais, tendo uma disposição espacial dife- rente daquela vista normalmen- te em teatros e casas de espe- táculo do País. Em sua principal característi- ca, o equipamento se difere de uma sala convencional de teatro por colocar a orquestra no cen- tro, o que, de acordo com o arquiteto paulista José Augusto Nepomuceno, responsável pelo planejamento acústico do local, essa configuração permite que haja um melhor aproveitamen- to da sonoridade da orquestra, diferentemente de palcos em que há a “boca de palco”. “Normalmente, as apresen- tações acontecem em espaços genéricos, como teatros, que são adaptados. Neste caso, a sala foi concebida já a partir do projeto para valorizar o som de todos os instrumentos”, diz. A concepção acústica do novo espaço está a cargo da empresa aks/Acustica & Sônica, sob o co- mando de Nepomuceno. Dentre outros, a equipe par- ticipou dos projetos da Sala São Paulo, do Auditório Ibirapuera, em São Paulo, e da Cidade da Música, no Rio de Janeiro. Com espaço para 600 espec- tadores, Nepomuceno explica que o projeto prevê que “a sala será inteiramente suspensa em isoladores de vibrações e con- tará com sistema de ajuste acús- tico para variar características sonoras da sala”. Internamente, a sala terá acabamento em ma- deira e outros materiais. De acordo com o diretor do TCA, Moacyr Gramacho, a cons- trução da sala será a primeira etapa da reforma do teatro e é parte fundamental do plano de manter o equipamento em fun- cionamento durante os três anos de obras. “A ideia é que, inicialmente, ela possa abrigar também ou- tros espetáculos quando a re- forma chegar à Sala Principal. Foi a forma encontrada para atender a uma das exigências, que era manter o TCA funcio- nando”, ressalta. No total, a reforma está or- çada em R$ 30 milhões. A pre- visão é que a construção tenha início ainda este ano. O trabalho está sob a responsabilidade do escritório Estúdio America de Ar- quitetura, de São Paulo, que apresentou projeto vencedor do concurso realizado em 2009 em parceria com a Funceb e Ins- tituto de Arquitetos do Brasil. Divulgação Sala do TCA terá uma disposição espacial diferente daquela vista em teatros e casas de espetáculos EXPOSIÇÃO Mostra Galeria Caixa Brasil traz a Salvador obras de Djanira e de Di Cavalcanti CÁSSIA CANDRA Obras de Djanira, Aldemir Mar- tins e Pierre Chalita, entre outros artistas, livremente escolhidas por espectadores de vários es- tados brasileiros, durante a pri- meira fase da mostra Galeria Caixa Brasil, em novembro, po- derão ser apreciadas a partir de hoje, às 20 horas, na unidade da Caixa Cultural Salvador. A exposição Galeria Caixa Bra- sil – Obras Selecionadas, que comemora os 150 anos da Cai- xa, terá abertura simultânea no Rio de Janeiro, São Paulo e Cu- ritiba – em Brasília será amanhã – reunindo as 135 obras votadas por 16 mil pessoas em cada um dos estados brasileiros. Cada unidade vai exibir 27 obras selecionadas entre as 600 exibidas na primeira fase. Todas compõem o acervo artístico do banco e traçam um painel sig- nificativo das artes brasileiras. Para Ana Zalcbergas, gerente da Caixa Cultural Salvador, a ex- periência foi positiva, principal- mente porque “abriu um canal de comunicação com o público, ao considerar a sua percepção”. Este contato, diz, aconteceu in- dependentemente de os espec- tadores serem especialistas ou admiradores de arte. “Alguns votaram com base no sentimen- to sobre as obras apreciadas”, observa. Voto dos baianos Para a Caixa Cultural Salvador chegam Sant’Ana, óleo sobre te- la de Djanira, terceira obra mais votada pelo público de Alagoas; Festa Junina, guache sobre pa- pel da mesma artista, segunda na preferência dos espectadores no Espírito Santo; e Pescadores, tela de Di Cavalcanti, terceiro lugar na preferência dos visitan- tes, no Mato Grosso do Sul. Na Bahia, o público escolheu uma tela em óleo, sem título, de Carybé, que será exibida agora na unidade da capital paulista; Cidade do Salvador, tela em óleo de Jorge Costa Pinto, que passa a integrar a mostra, em Brasília; e Banhistas Nº 3 (acrí- lica sobre tela) de Glauco Ro- drigues, que vai para Curitiba. CADERNO2MAIS.ATARDE.COM.BR Veja fotos de alguns trabalhos da mostra Galeria Caixa Brasil – Obras Selecionadas no blog do Caderno 2 + GALERIA CAIXA BRASIL – OBRAS SELECIONADAS / ABERTURA: HOJE, ÀS 20H / VISITAÇÃO: 9 ÀS 18 H, ATÉ 13 DE FEVEREIRO/ CAIXA CULTURAL SALVADOR (71) 3421-4200 A exposição Galeria Caixa Brasil – Obras Selecionadas comemora os 150 anos da Caixa Econômica Federal MUNDO VIRTUAL Com a popularização de câmeras digitais, da internet e de sites especializados, fica mais fácil e barato realizar webséries, curtas e videoclipes na rede Produções audiovisuais locais estão fazendo sucesso no ambiente web VERENA PARANHOS Os tempos são outros, mas a máxima glauberiana “uma câ- mera na mão e uma ideia na cabeça” tem se renovado e con- quistado cada vez mais espaço, ou melhor, ciberespaço. Com a popularização da in- ternet, de câmeras fotográficas e de vídeo ficou mais fácil rea- lizar produções audiovisuais in- dependentes e publicá-las em sites como YouTube e vimeo. Idealizada pelo jornalista baiano Daniel Sena, 23, a web- série Apenas Heróis, que aborda temáticas do universo LGBT, foi pensada para ser exibida no YouTube e, desde setembro, seus sete episódios alcançaram um milhão de acessos. A linguagem de vídeos feitos especificamente para a internet deve ser dinâmica e rápida, pois o espectador tem à sua frente uma infinidade de possibilida- des e pode “mudar de canal” a qualquer momento. “Nos esfor- çamos para tornar o episódio inteiro atrativo e assim tentar impedir que o público veja só uma parte ou mude de vídeo”, analisa Daniel, que produz a sé- rie sem patrocínio, com o tra- balho de atores voluntários e uma câmera cedida pela Facul- dade da Cidade. Para ele, uma das vantagens Reprodução / Mila Cordeiro/ Ag. A TARDE Heron Sena, apresentador da websérie Oxe, e se fosse na Bahia? que, em 7 episódios, vai satirizar os gêneros cinematográficos com sotaque baiano FAÇA VOCÊ TAMBÉM 1 Crie um roteiro, forma escrita de qualquer audiovisual, em que a história é contada em imagens, diálogo e descrição 2 Pense nas locações (locais onde serão feitas as filmagens) e figurino 3 Procure pessoas interessadas em contribuir com o seu projeto: atores, responsáveis pela filmagem, figurino, edição 4 Consiga algum equipamento que tenha boa captação de áudio e imagem 5 Mãos à obra: realize as filmagens 6 Na decupagem, selecione as tomadas que devem entrar 7 Na edição, monte as cenas na ordem de exibição. É a hora de colocar efeitos de imagens, legendas e fazer o acabamento final 8 Crie uma conta e um canal no YouTube (ou em outro site) e faça o upload COLABORARAM DAVID CAMPBELL, FABIANO PASSOS, FILIPI PAULI, MAURÍCIO LÍDIO, WESLLEY SACRAMENTO Câmeras diminuem o custo da produção audiovisual e garantem qualidade Para quem busca qualidade di- gital e praticidade na produção audiovisual, as câmeras foto- gráficas DSLR surgem como uma alternativa de excelente custo benefício. No mercado, câ- meras como Canon 5 D Mark II, Canon 7D e Canon T2i, feitas primeiramente para a fotogra- fia, têm sido bastante procura- das por filmarem em HD e cus- tarem entre R$ 2 mil R$ 6 mil. Para o estudante de Produção Audiovisual da Unijorge, Wesl- ley Sacramento, 19, que traba- lha com esse tipo de câmera em curtas e videoclipes, a grande vantagem está no uso de lentes intercambiáveis (que podem ser trocadas) e por permitir uma profundidade de campo legal e, a partir da capacidade de des- focar ou não o fundo, criar efei- tos estéticos diferentes. “É muito prático porque se pode alcançar um nível de ima- gem parecido com o aspecto vi- sual que se tem em películas de cinema”, acrescenta David Campbell, 22, que também uti- liza este tipo de equipamento. CADERNO2MAIS.ATARDE.COM.BR Fox, vocalista e guitarrista da Suinga, no vídeoclipe de Sorvete de Caja. A banda, surgida em setembro de 2010, já tem dois vídeos e aposta em produções próprias para conquistar o público prin- cipalmente em redes sociais. A mostra ocorre simultaneamente nas unidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e em Brasília Na seleção da Bahia, o público escolheu, entre outras, uma tela em óleo de Carybé, que vai para SP Divulgação Detalhe de Festa Junina, uma das obras selecionadas de Djanira de publicar um produto na web é poder contar com uma res- posta muito mais rápida do pú- blico. ”Ouvimos as críticas e ten- tamos corrigi-las nas gravações seguintes. Do primeiro ao sé- timo episódio existe um grande crescimento”, diz. Visibilidade A ideia inicial do produtor au- diovisual Fabiano Passos, 29, era fazer o vídeo Oxe, e se fosse na Bahia?, com um apresenta- dor satirizando os filmes baia- nos. Depois de publicado no YouTube e de mais de nove mil visualizações, os pedidos dos in- ternautas por mais episódios fi- zeram com que se concretizasse a ideia de uma websérie. “Fa- remos mais seis episódios, sa- tirizando cada gênero cinema- tográfico”, afirma o produtor, que, para realizar o vídeo, gas- tou somente cerca de R$ 40, com lanche e gasolina. “É um custo irreal. As pessoas fizeram por experiência, na expectativa de colocar o vídeo na internet e ver se dava certo”. Para o estudante de produção audiovisual da Unijorge, David Campbell, 22, o grande trunfo de publicar vídeos em sites co- mo YouTube é criar uma rede de contatos. “Dá para ter uma vi- sibilidade boa e fazer com que o vídeo chegue às pessoas cer- tas”, conta o estudante, cujos curtas e videoclipes abriram as portas para contratações. Nos últimos tempos, brasilei- ros como Felipe Neto e Joe Pen- na, conhecido como “Mystery Guitar Man”, ganharam fama no YouTube e nas redes sociais com vídeos simples, mas cria- tivos. Da internet, Felipe Neto foi parar em um programa do canal Multishow e o “Guitar Man” em Hollywood. Música e imagem na rede O uso de câmeras fotográficas para produzir vídeos beneficia principalmente bandas do ce- nário independente, que tam- bém podem marcar seu espaço na web. “O objetivo do clipe é ser divulgado na rede, o que dá um crédito a mais às bandas”, defende Marcelo Castilho, vo- calista e guitarrista da banda Suinga, que já produziu e lançou dois clipes no YouTube, Sorvete de Cajá e Miniminina. As produções não tiveram custo: roteiro, figurino, filma- gem e edição foram feitos pelos integrantes e amigos: “É mais simples e mais rápido, receita do velho Glauber. Chegamos a um ponto de popularização que per- mite fazer cinema de maneira artesanal e com qualidade”, afirma Marcelo. Para Filipi Pauli, 24, respon- sável pela edição dos clipes da Suinga e de Demodé, vídeo em stop motion da Maglore, acre- dita que ter clipes dá uma cara de profissional a banda inde- pendentes. “Nas redes sociais conseguimos divulgar a Suinga e ter um respaldo com o pú- blico”. Segundo ele, existe ain- da o projeto de fazer uma web- série com os personagens da banda. “A Suinga tem um modo particular de produção: depois de elaborar os personagens, na hora da gravação as coisas acon- tecem naturalmente, como se fosse um documentário”. CADERNO2MAIS.ATARDE.COM.BR Veja os vídeos citados na matéria no blog do 2+ MODA Estilista baiano participa do Rio Moda Hype com tema urbano PEDRO FERNANDES Rio de Janeiro Dez jovens estilistas de vários Estados mostraram, na segun- da-feira, o que há de mais fresco em design de moda no Brasil na 13ª edição do Prêmio Rio Moda Hype, que abriu a temporada de inverno 2011 do Fashion Rio, no Píer Mauá. O evento já revelou nomes como Fernanda Yama- moto, R. Groove e Luciana Ga- leão. Desta vez, entre criadores voltados para o comercial e ou- tros para a elaboração de con- ceitos, esteve o baiano Solon Diego, com a sua recém-criada marca, a Soddi. Estilo saruel O tema Fashion Fantasy fez cada um dos criadores buscar inspi- ração tanto em outros mundos e outras épocas quanto no co- tidiano visto de forma pouco or- dinária. É o caso do estilista baiano que, a partir do modo de se vestir de moradores de ruas (gente muitas vezes tornadas in- visíveis por sua condição mar- ginalizada) e das adaptações de vestuário feitas por eles, con- seguiu mostrar um trabalho de extrema exuberância intitulado Um Homem de Fragmentos. O resultado são blusas volu- mosas cheias de pregas e fran- zidos e calças amplas estilo sa- ruel, que lembram as sobrepo- sições e as proporções maleá- veis do vestuário de andarilhos urbanos. Os materiais usados foram linho, moletom, jeans com elastano, malhas de algo- dão, nylon e canelado de al- godão. As cores são, em geral, escuras, como o marrom, preto e bege e grafite. Apesar de bastante criativa e ter força conceitual, a Soddi pa- rece ser uma marca difícil de vender em Salvador, cidade que não tem um inverno tão rigo- roso como o Sul e o Sudeste. Para a comercialização na Ba- hia, certamente precisará pas- sar por ajustes. O que não de- verá ser um problema, uma vez que é de adaptabilidade que também fala a coleção. Fotos Zé Takahashi / Ag. Fotosite A Soddi, de Solon Diego, levou às passarelas cores escuras AS FORMAS GEOMÉTRICAS DE LUCAS MAGALHÃES Outro estreante foi o mineiro Lucas Magalhães com a coleção Responsive Eye. Designer gráfico especializado em criação e conceito de produto, ele brincou com transparências de malhas TECIDOS SUSTENTÁVEIS E TECELAGEM ARTESANAL Com a coleção Samurai Gendai, o brasiliense Akihito Hira junta a tradição da cultura oriental com referências a um futuro hipotético e cria armaduras para uma batalha. Estrada do Côco, Km 2 • Em frente a Ricardo Eletro • (71) 3378.7906 Desejamos a todos um FELIZ ANO NOVO! BEM MELHOR!

Produções audiovisuais locais estão fazendo sucesso na web

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Com a popularização de câmeras digitais, da internet e de sites especializados, fica mais fácil e barato realizar webséries, curtas e videoclipes na rede Caderno 2+, Jornal A Tarde, 12 de janeiro de 2011

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Page 1: Produções audiovisuais locais estão fazendo sucesso na web

SALVADOR QUARTA-FEIRA 12/1/20114 SALVADOR QUARTA-FEIRA 12/1/2011 52 2MÚSICA Em quatro anos, esteve à frente da Orquestra Sinfônica e Neojibá, mas gestão foi marcada por polêmicas

Fundação Cultural encerra dia 31 contrato deconsultoria com o pianista Ricardo CastroTHIAGO FERNANDES

Depoisdequatroanos,chegaaofim, no dia 31, o contrato deconsultoria que a Fundação Cul-tural do Estado mantém com opianista Ricardo Castro. Nesteperíodo, ele atuou como diretorartístico da Orquestra Sinfônicada Bahia (Osba) e dos NúcleosEstaduais de Orquestras Juvenise Infantis da Bahia (Neojibá).

Reconhecido unanimementecomo um grande artista, suaação como gestor, no entanto,foi marcada pelo envolvimentoem polêmicas, a principal delasreferente à defesa da alteraçãoda forma de gestão da Osba,que deixaria de ser administra-da diretamente pelo poder pú-blico, passando a ser gerida poruma Organização Social (OS)privada, escolhida por licitaçãonum processo chamado tecni-camente de publicização.

Nesse modelo de gestão, oEstado repassa os recursos a es-saentidadeprivada,queficares-ponsável pelo cumprimento demetas estabelecidas previa-mente em contrato. “Isso dariaa agilidade de atuação neces-sária para que uma orquestrafuncione da forma que deve,agilizando contratações de mú-sicos, compra de instrumentos eoutras demandas”, defendeCastro. Outro ponto é a pos-sibilidade de que a entidade re-ceba recursos de outras fontesde financiamento, como patro-cínios e apoios, o que é vedadopara órgãos sob a administra-ção direta do Estado.

ConcursoContando com orçamento anualde R$ 4,8 milhões, atualmentea Osba depende de licitação pa-ra atender a qualquer demandaque envolva compra de mate-riais. “Já houve caso em que eusolicitei um material em janeiro,mas só fui recebê-lo em outu-bro”, diz Ricardo Castro. Para acontratação de músicos, depen-de da realização de concurso.Assim como para os demais car-gos do Estado, o processo não éfeito desde o ano de 2000.

A comparação com a Neojibáé inevitável.Comumorçamentode R$ 2,4 milhões, repassadospara a Associação Amigos dasOrquestras Juvenis e Infantis daBahia (Aojin), a Neojibá foi cria-da e até hoje é regida por essesistema. Ela é apontada pelopianista como um exemplo decomo essa forma de gestão po-de dinamizar sua atuação, con-tando com autonomia para con-tratação de profissionais e pla-nejamento de apresentações eviagens, por exemplo.

Apesar da defesa do modelo,a gestão por meio de OS não éunanimidade dentro da própria

Osba. A cisão na orquestra ficouevidente no dia 17 de dezem-bro, quando o trombonista Jor-ge Dias se manifestou publica-mente durante a apresentaçãode Natal no TCA confrontandofatos apresentados pelo gestorcomo um balanço de sua ges-tão. Por sua atitude, Dias res-ponde a sindicância por indis-ciplina. “Um funcionário públicotem que se submeter a regras.Ali não era o lugar adequadopara essa atitude”, diz o diretordo TCA, Moacyr Gramacho.

Para parte da orquestra, umdos problemas da publicizaçãoseriaasubmissãodosnovosmú-sicos a regras de trabalho iguaisaos trabalhadores privados.“Em algum momento, o Estadoacreditou que artistas poderiamser servidores públicos. Quere-mos manter essa visão paraquem está começando agora”,defende o percussionista Gilber-to Santiago, que entrou na Osbaem 2000.

Para o violinista Uibitu Sme-tak, na Osba desde 1989, o ca-minho para a valorização da or-questra passaria pela definiçãode um plano de cargos e sa-lários, como em outras carreiraspúblicas.“Colocamacoisacomose a transformação em OS fosseo único caminho, e não é”.

Por outro lado, o trompetistaJoatan Nascimento, há 22 anosna orquestra, entende que agestão direta se mostrou “ine-ficiente para que a Osba possadar à sociedade toda a respostaartística que ela pode“.

O também trompetista HeinzSchwebel concorda. “Estou há21 anos na Osba e, sob qualquerpolítica, a burocracia não per-mitiu dar a agilidade que a or-questra precisa para atender àsociedade da melhor forma pos-sível. A orquestra não pode serboa só para o músico”.

Rejane Carneiro / Ag. A TARDE

Castro defendia a proposta de alteração da forma de gestão da Osba, o que gerou um impasse

Contando comaporte anual deR$ 4,8 milhões, aOsba dependeatualmente delicitação paraatender todademanda queenvolva comprade materiais.Para contratarmúsicos, precisarealizar concurso

TCA apresenta oprojeto da primeirasala sinfônica doNorte/Nordeste

Em meio à discussão sobre amudança de gestão da Osba, adireção do Teatro Castro Alves, aquem a orquestra está subme-tida, aponta como principal in-vestimento físico na orquestra aconstrução da primeira sala sin-fônica do Norte/Nordeste doPaís. Integrante do projeto dereforma do TCA, o espaço foiprojetado especificamente parareceber a apresentação de gran-des grupos orquestrais, tendouma disposição espacial dife-rente daquela vista normalmen-te em teatros e casas de espe-táculo do País.

Em sua principal característi-ca, o equipamento se difere deuma sala convencional de teatropor colocar a orquestra no cen-tro, o que, de acordo com oarquiteto paulista José AugustoNepomuceno, responsável peloplanejamento acústico do local,essa configuração permite quehaja um melhor aproveitamen-to da sonoridade da orquestra,diferentemente de palcos emque há a “boca de palco”.

“Normalmente, as apresen-tações acontecem em espaçosgenéricos, como teatros, quesão adaptados. Neste caso, asala foi concebida já a partir doprojeto para valorizar o som detodos os instrumentos”, diz.

A concepção acústica do novoespaço está a cargo da empresaaks/Acustica & Sônica, sob o co-mando de Nepomuceno.

Dentre outros, a equipe par-ticipou dos projetos da Sala SãoPaulo, do Auditório Ibirapuera,em São Paulo, e da Cidade daMúsica, no Rio de Janeiro.

Com espaço para 600 espec-tadores, Nepomuceno explicaque o projeto prevê que “a salaserá inteiramente suspensa emisoladores de vibrações e con-tará com sistema de ajuste acús-tico para variar característicassonoras da sala”. Internamente,a sala terá acabamento em ma-deira e outros materiais.

De acordo com o diretor doTCA, Moacyr Gramacho, a cons-trução da sala será a primeiraetapa da reforma do teatro e éparte fundamental do plano demanter o equipamento em fun-cionamento durante os trêsanos de obras.

“A ideia é que, inicialmente,ela possa abrigar também ou-tros espetáculos quando a re-forma chegar à Sala Principal.Foi a forma encontrada paraatender a uma das exigências,que era manter o TCA funcio-nando”, ressalta.

No total, a reforma está or-çada em R$ 30 milhões. A pre-visão é que a construção tenhainício ainda este ano. O trabalhoestá sob a responsabilidade doescritório Estúdio America de Ar-quitetura, de São Paulo, queapresentou projeto vencedor doconcurso realizado em 2009 emparceria com a Funceb e Ins-tituto de Arquitetos do Brasil.

Divulgação

Sala do TCA terá uma disposição espacial diferente daquela vista em teatros e casas de espetáculos

EXPOSIÇÃO

Mostra Galeria Caixa Brasil traz a Salvadorobras de Djanira e de Di CavalcantiCÁSSIA CANDRA

Obras de Djanira, Aldemir Mar-tinsePierreChalita,entreoutrosartistas, livremente escolhidaspor espectadores de vários es-tados brasileiros, durante a pri-meira fase da mostra GaleriaCaixa Brasil, em novembro, po-derão ser apreciadas a partir dehoje, às 20 horas, na unidade daCaixa Cultural Salvador.

Aexposição Galeria Caixa Bra-sil – Obras Selecionadas, quecomemora os 150 anos da Cai-xa, terá abertura simultânea noRio de Janeiro, São Paulo e Cu-ritiba – em Brasília será amanhã– reunindoas135obrasvotadaspor 16 mil pessoas em cada umdos estados brasileiros.

Cada unidade vai exibir 27

obras selecionadas entre as 600exibidas na primeira fase. Todascompõem o acervo artístico dobanco e traçam um painel sig-nificativo das artes brasileiras.

Para Ana Zalcbergas, gerenteda Caixa Cultural Salvador, a ex-periência foi positiva, principal-mente porque “abriu um canalde comunicação com o público,ao considerar a sua percepção”.Este contato, diz, aconteceu in-dependentemente de os espec-tadores serem especialistas ouadmiradores de arte. “Algunsvotaram com base no sentimen-to sobre as obras apreciadas”,observa.

Voto dos baianosPara a Caixa Cultural Salvadorchegam Sant’Ana,óleosobre te-

la de Djanira, terceira obra maisvotada pelo público de Alagoas;Festa Junina, guache sobre pa-pel da mesma artista, segundanapreferênciadosespectadoresno Espírito Santo; e Pescadores,tela de Di Cavalcanti, terceirolugar na preferência dos visitan-tes, no Mato Grosso do Sul.

Na Bahia, o público escolheuuma tela em óleo, sem título, deCarybé, que será exibida agorana unidade da capital paulista;Cidade do Salvador, tela emóleo de Jorge Costa Pinto, quepassa a integrar a mostra, emBrasília; e Banhistas Nº 3 (acrí-lica sobre tela) de Glauco Ro-drigues, que vai para Curitiba.

CADERNO2MAIS.ATARDE.COM.BR

Veja fotos de alguns trabalhos da mostraGaleria Caixa Brasil – Obras Selecionadasno blog do Caderno 2 +

GALERIA CAIXA BRASIL – OBRAS

SELECIONADAS / ABERTURA: HOJE, ÀS 20H /

VISITAÇÃO: 9 ÀS 18 H, ATÉ 13 DE FEVEREIRO/

CAIXA CULTURAL SALVADOR (71) 3421-4200

A exposição GaleriaCaixa Brasil – ObrasSelecionadascomemora os 150anos da CaixaEconômica Federal

MUNDO VIRTUAL Com a popularização de câmeras digitais, da internet e de sitesespecializados, fica mais fácil e barato realizar webséries, curtas e videoclipes na rede

Produções audiovisuais locais estãofazendo sucesso no ambiente webVERENA PARANHOS

Os tempos são outros, mas amáxima glauberiana “uma câ-mera na mão e uma ideia nacabeça” tem se renovado e con-quistado cada vez mais espaço,ou melhor, ciberespaço.

Com a popularização da in-ternet, de câmeras fotográficase de vídeo ficou mais fácil rea-lizar produções audiovisuais in-dependentes e publicá-las emsites como YouTube e vimeo.

Idealizada pelo jornalistabaiano Daniel Sena, 23, a web-série Apenas Heróis, que abordatemáticas do universo LGBT, foipensada para ser exibida noYouTube e, desde setembro,seus sete episódios alcançaramum milhão de acessos.

A linguagem de vídeos feitosespecificamente para a internetdeve ser dinâmica e rápida, poiso espectador tem à sua frenteuma infinidade de possibilida-des e pode “mudar de canal” aqualquer momento. “Nos esfor-çamos para tornar o episódiointeiro atrativo e assim tentarimpedir que o público veja sóuma parte ou mude de vídeo”,analisa Daniel, que produz a sé-rie sem patrocínio, com o tra-balho de atores voluntários euma câmera cedida pela Facul-dade da Cidade.

Para ele, uma das vantagens

Reprodução / Mila Cordeiro/ Ag. A TARDE

Heron Sena, apresentador da websérie Oxe, e se fosse na Bahia? que, em 7 episódios, vai satirizar os gêneros cinematográficos com sotaque baiano

FAÇA VOCÊ TAMBÉM

1Crie um roteiro, forma escritade qualquer audiovisual, emque a história é contada emimagens, diálogo e descrição

2Pense nas locações (locaisonde serão feitas asfilmagens) e figurino

3Procure pessoas interessadasem contribuir com o seuprojeto: atores, responsáveispela filmagem, figurino,edição

4Consiga algum equipamentoque tenha boa captação deáudio e imagem

5Mãos à obra: realize asfilmagens

6Na decupagem, selecione astomadas que devem entrar

7Na edição, monte as cenas naordem de exibição. É a horade colocar efeitos de imagens,legendas e fazer oacabamento final

8Crie uma conta e um canal noYouTube (ou em outro site) efaça o upload

COLABORARAM DAVID CAMPBELL,FABIANO PASSOS, FILIPI PAULI, MAURÍCIOLÍDIO, WESLLEY SACRAMENTO

Câmeras diminuemo custo da produçãoaudiovisual egarantem qualidade

Para quem busca qualidade di-gital e praticidade na produçãoaudiovisual, as câmeras foto-gráficas DSLR surgem comouma alternativa de excelentecusto benefício. No mercado, câ-meras como Canon 5 D Mark II,Canon 7D e Canon T2i, feitasprimeiramente para a fotogra-fia, têm sido bastante procura-das por filmarem em HD e cus-tarem entre R$ 2 mil R$ 6 mil.

ParaoestudantedeProduçãoAudiovisual da Unijorge, Wesl-ley Sacramento, 19, que traba-lha com esse tipo de câmera emcurtas e videoclipes, a grandevantagem está no uso de lentesintercambiáveis (que podem sertrocadas) e por permitir umaprofundidade de campo legal e,a partir da capacidade de des-focar ou não o fundo, criar efei-tos estéticos diferentes.

“É muito prático porque sepode alcançar um nível de ima-gem parecido com o aspecto vi-sual que se tem em películas decinema”, acrescenta DavidCampbell, 22, que também uti-liza este tipo de equipamento.

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Fox, vocalista e guitarrista da Suinga, no vídeoclipe de Sorvete deCaja. A banda, surgida em setembro de 2010, já tem dois vídeose aposta em produções próprias para conquistar o público prin-cipalmente em redes sociais.

A mostra ocorresimultaneamentenas unidades doRio de Janeiro, SãoPaulo, Curitiba eem Brasília

Na seleção daBahia, o públicoescolheu, entreoutras, uma telaem óleo de Carybé,que vai para SP

Divulgação

Detalhe de Festa Junina, uma das obras selecionadas de Djanira

de publicar um produto na webé poder contar com uma res-posta muito mais rápida do pú-blico. ”Ouvimos as críticas e ten-tamos corrigi-las nas gravaçõesseguintes. Do primeiro ao sé-timo episódio existe um grandecrescimento”, diz.

VisibilidadeA ideia inicial do produtor au-diovisual Fabiano Passos, 29,era fazer o vídeo Oxe, e se fossena Bahia?, com um apresenta-dor satirizando os filmes baia-nos. Depois de publicado noYouTube e de mais de nove milvisualizações, os pedidos dos in-ternautas por mais episódios fi-zeram com que se concretizassea ideia de uma websérie. “Fa-remos mais seis episódios, sa-tirizando cada gênero cinema-tográfico”, afirma o produtor,que, para realizar o vídeo, gas-tousomentecercadeR$40,comlanche e gasolina. “É um custoirreal. As pessoas fizeram porexperiência, na expectativa decolocar o vídeo na internet e verse dava certo”.

Paraoestudantedeproduçãoaudiovisual da Unijorge, DavidCampbell, 22, o grande trunfode publicar vídeos em sites co-mo YouTube é criar uma rede decontatos. “Dá para ter uma vi-sibilidade boa e fazer com que ovídeo chegue às pessoas cer-

tas”, conta o estudante, cujoscurtas e videoclipes abriram asportas para contratações.

Nos últimos tempos, brasilei-ros como Felipe Neto e Joe Pen-na, conhecido como “MysteryGuitar Man”, ganharam famano YouTube e nas redes sociaiscom vídeos simples, mas cria-tivos.Dainternet,FelipeNetofoiparar em um programa do canal

Multishow e o “Guitar Man” emHollywood.

Música e imagem na redeO uso de câmeras fotográficaspara produzir vídeos beneficiaprincipalmente bandas do ce-nário independente, que tam-bém podem marcar seu espaçona web. “O objetivo do clipe éser divulgado na rede, o que dá

um crédito a mais às bandas”,defende Marcelo Castilho, vo-calista e guitarrista da bandaSuinga, que já produziu e lançoudois clipes no YouTube, Sorvetede Cajá e Miniminina.

As produções não tiveramcusto: roteiro, figurino, filma-gem e edição foram feitos pelosintegrantes e amigos: “É maissimplesemaisrápido,receitadovelho Glauber. Chegamos a umpontodepopularizaçãoqueper-mite fazer cinema de maneiraartesanal e com qualidade”,afirma Marcelo.

Para Filipi Pauli, 24, respon-sável pela edição dos clipes daSuinga e de Demodé, vídeo emstop motion da Maglore, acre-dita que ter clipes dá uma carade profissional a banda inde-pendentes. “Nas redes sociaisconseguimos divulgar a Suingae ter um respaldo com o pú-blico”. Segundo ele, existe ain-da o projeto de fazer uma web-série com os personagens dabanda. “A Suinga tem um modoparticular de produção: depoisde elaborar os personagens, nahora da gravação as coisas acon-tecem naturalmente, como sefosse um documentário”.

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MODA

Estilista baiano participa do RioModa Hype com tema urbano

PEDRO FERNANDESRio de Janeiro

Dez jovens estilistas de váriosEstados mostraram, na segun-da-feira, o que há de mais frescoem design de moda no Brasil na13ª edição do Prêmio Rio ModaHype, que abriu a temporada deinverno 2011 do Fashion Rio, noPíer Mauá. O evento já revelounomes como Fernanda Yama-moto, R. Groove e Luciana Ga-leão. Desta vez, entre criadoresvoltados para o comercial e ou-tros para a elaboração de con-ceitos, esteve o baiano SolonDiego, com a sua recém-criadamarca, a Soddi.

Estilo saruelO tema Fashion Fantasy fez cadaum dos criadores buscar inspi-ração tanto em outros mundose outras épocas quanto no co-tidiano visto de forma pouco or-dinária.

É o caso do estilista baianoque, a partir do modo de sevestir de moradores de ruas(gentemuitasvezes tornadas in-

visíveis por sua condição mar-ginalizada) e das adaptações devestuário feitas por eles, con-seguiu mostrar um trabalho deextrema exuberância intituladoUm Homem de Fragmentos.

O resultado são blusas volu-mosas cheias de pregas e fran-zidos e calças amplas estilo sa-ruel, que lembram as sobrepo-sições e as proporções maleá-veis do vestuário de andarilhosurbanos. Os materiais usadosforam linho, moletom, jeanscom elastano, malhas de algo-dão, nylon e canelado de al-godão. As cores são, em geral,escuras, como o marrom, pretoe bege e grafite.

Apesar de bastante criativa eter força conceitual, a Soddi pa-rece ser uma marca difícil devender em Salvador, cidade quenão tem um inverno tão rigo-roso como o Sul e o Sudeste.

Para a comercialização na Ba-hia, certamente precisará pas-sar por ajustes. O que não de-verá ser um problema, uma vezque é de adaptabilidade quetambém fala a coleção.

Fotos Zé Takahashi / Ag. Fotosite

A Soddi, de Solon Diego, levou às passarelas cores escuras

AS FORMAS GEOMÉTRICASDE LUCAS MAGALHÃES

Outro estreante foi o mineiroLucas Magalhães com acoleção Responsive Eye.Designer gráfico especializadoem criação e conceito deproduto, ele brincou comtransparências de malhas

TECIDOS SUSTENTÁVEIS ETECELAGEM ARTESANAL

Com a coleção SamuraiGendai, o brasiliense AkihitoHira junta a tradição dacultura oriental comreferências a um futurohipotético e cria armaduraspara uma batalha.

Estrada do Côco, Km 2 • Em frente a Ricardo Eletro • (71) 3378.7906

Desejamos a todos um FELIZ ANONOVO!BEMMELHOR!