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Prof. Me. Cristiano Mello de Oliveira Doutorando em Literatura – UFSC Projeto de Pesquisa: Literatura e História – A presença da metaficção historiográfica nas obras O proscrito de Ruy Tapioca e Desmundo de Ana Miranda - Orientando da Prof. Dra. Rosana Cassia Kamita DIA 03/04/2013 – QUARTA-FEIRA – BU-UFSC

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Projeto de Pesquisa: Literatura e História – A presença da metaficção historiográfica nas obras O proscrito de Ruy Tapioca e Desmundo de Ana

Miranda - Orientando da Prof. Dra. Rosana Cassia Kamita

DIA 03/04/2013 – QUARTA-FEIRA – BU-UFSC

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“Porque outro traço curioso do continente ao sul do rio Bravo é que, se em linhas gerais já é possível falar de uma cultura latino-americana (ou hispano-americana) com orientações e valores próprios, tônicas e meios característicos, parece bem mais difícil registrar a autonomia e a mera existência das literaturas nacionais. A observação pode parecer paradoxal: parte da comprovação de que, salvo o caso explícito, concreto, do Brasil, e salvo vislumbres no México e em Buenos Aires, não se registra a existência de uma literatura nacional nitidamente diferenciável, com sua estrutura interna própria, sua constelação temática, sua sucessão estílistica, suas peculiares operações intelectuais, historicamente reconhecíveis.” (RAMA, 2001, p. 63)

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O tão conhecido escritor mexicano Juan Rulfo nasceu no estado de Jalisco, no México.

Existem controvérsias sobre sua origem em distintas biografias (Punto, San Gabriel ou Sayulla);

Descendentes de espanhóis; Seu nome era Juan Nepomuceno Carlos Pérez

Rulfo Vizcaíno; Nasceu no ano de 1917 e faleceu em 1986;

portanto viveu 69 anos. O contexto histórico da Revolução Mexicana

perpassou boa parte da sua infância, provavelmente deixando alguns traumas;

Seu pai faleceu quando ele tinha apenas 05 anos e sua mãe quando ele tinha 15 anos;

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O autor Juan Rulfo chegou a estudar Contabilidade, no entanto, segundo ele, apenas serviu de “muleta” para conseguir um emprego que o sustentasse;

No ano de 1933, Rulfo migra para Cidade de México exercendo várias profissões (Agente de imigração, vendedor etc);

Trabalhou 10 anos como agente de imigração (“Persegui estrangeiros”);

O escritor também trabalhou no Instituto Nacional do Índio;

Publicou timidamente alguns contos em revistas a partir do ano de 1945;

Em 1970, recebeu no México o Prêmio Nacional de Literatura e, em 1983, o Prêmio Príncipe de Astúrias.

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1- 1945 e 1946, publicou os contos Nos han dado la tierra e Macario

2- CHÃO EM CHAMAS - 1953 3- PEDRO PÁRAMO – 1955

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Durante entrevista concedida a Fondo Economica, o autor Juan Rulfo denomina-se como um homem/escritor “solitário”. De acordo com ele, a solidão seria uma aliada constante para criação literária;

O escritor Juan Rulfo chegou a vender 400 mil exemplares do seu livro de contos, tornado-se um ficcionista de grande reputação;

No ano de 1970 ganhou prêmio mexicano e venezuelano na área de Letras;

Possuia o hábito da perfeição nos seus escritos. Chegou a burilar sua redação diversas vezes;

As preferências literárias de Juan Rulfo: José Maria Arguedas, Juan Carlos Onetti, Julio Cortazar entre outros;

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“ Na verdade, nunca houve na América Latina um escritor mais silencioso que Rulfo. Este gigante em silêncio foi certamente o maior escritor mexicano do século XX, um dos maiores da América Latina e da literatura de todo o mundo em seu tempo. Seus dois e solitários livros foram suficientes para instalá-lo, de vez, no pedestal reservado aos mestres dos mestres.” (Prefácio do Livro)

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“ Juan Rulfo morreu no dia sete de janeiro de 1986, na mesma Cidade do México onde havia chegado em 1935, aos dezoito anos e na mais sombria solidão. Passou seus derradeiros meses enecerrado no apartamento de um prédio de esquina, onde viveu os últimos anos de sua vidas frágil, intensa e muitas vezes atormentada, na calle Felipe Villanueva, no bairro de Guadalupe Inn. Morreu aos 68 anos, nove meses e dezoito dias. Foi enterrado com honras nacionais.”

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Todo escritor que crea es un mentiroso; la literatura es mentira, pero de esa mentira sale una recreación de la realidad; recrear la realidad es, pues, uno de los principios fundamentales de la creación.

Como todos ustedes saben, no hay ningún escritor que escriba todo lo que piensa, es muy difícil trasladar el pensamiento a la escritura, creo que nadie lo hace, nadie lo ha hecho, sino que, simplemente, hay muchísimas cosas que al ser desarrolladas se pierden.

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Se trabaja con imaginación, intuición y una verdad aparente; cuando esto se consigue, entonces se logra la historia que uno quiere dar a conocer. Creo que eso es, en principio, la base de todo cuento, de toda historia que se quiere contar.

La imaginación es infinita, no tiene límites, y hay que romper donde se cierra el círculo; hay una puerta, puede haber una puerta de escape, y por esa puerta hay que desembocar, hay que irse.

(http://www.frasesypensamientos.com.ar/autor/juan-rulfo.html)

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“En 1942 apareció una revista llamada “PAN”, que por su peculiar sistema me dio la oportunidad de publicar algunas cosas. Lo peculiar consistía en que el autor pagaba sus colaboraciones. Allí aparecieron mis primeros trabajos. Y si no fueron muchos se debió únicamente a que carecía de los medios económicos para pagar mis colaboraciones.” (Depoimento de Juan Rulfo)

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“A Juan Rulfo, por otra parte, se le reprocha mucho que sólo haya escrito Pedro Páramo. Se le molesta siempre preguntándole cuándo tendrá otro libro. Es un error. En primer término, para mí los cuentos de Rulfo son tan importantes como su novela Pedro Páramo, que, lo repito, es para mí, si no la mejor, si no la más larga, si no la más importante, sí la más bella de las novelas que se han escrito jamás en lengua castellana. Yo nunca le pregunto a un escritor por qué no escribe más. Pero en el caso de Rulfo soy mucho más cuidadoso. Si yo hubiera escrito Pedro Páramo no me preocuparía ni volvería a escribir nunca en mi vida.”(Gabriel García Márquez – 1978)

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Borges dejó escrito en 1985: "Pedro Páramo es una de las mejores

novelas de las literaturas de lengua hispánica, y aun de la literatura."

Y Susan Sontag escribió en 1994: "La novela de Rulfo no es sólo una de las

obras maestras de la literatura mundial del siglo XX, sino uno de los libros más influyentes de este mismo siglo.“

(Informações no site do autor)

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“Los indios de México hablan lenguas, no dialectos; lenguas tan diferentes entre sí como el italiano y el polaco. Realmente los problemas del indio se conocen bien, se han estudiado científicamente y lo han hecho especialistas muy calificados de las ciencias sociales; sin embargo, los problemas de ellos siguen allí, se perpetúan, tal parece que no hubiera soluciones aplicables a nivel nacional que fueran aptas para resolverlos, aunque se hacen intentos para lograrlo. Esta característica pienso que no es muy diferente en el resto de América, incluso en nuestras islas, donde vemos la generalidad de las comunidades indígenas marginadas del progreso.” (Entrevista concedida)

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El cuento “Luvina” ha sido considerado un precursor de Pedro Páramo, mientras “Diles que no me maten” o “No oyes ladrar los perros” son incluidos por muchos lectores entre las obras maestras de la cuentística universal. Otros admiran la complejidad de “El hombre” o la ironía presente en “Nos han dado la tierra”, “El día del derrumbe” o “Anacleto Morones”. En todos los cuentos de la colección, por lo demás,  está presente esa peculiar mezcla de habla popular, poesía y alta literatura que es característica de la escritura de Juan Rulfo, incluyendo su novela Pedro Páramo. (Informação retirada do site oficial do autor)

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Talpa, 1955 – Direção Alfredo Crevena El Despojo, 1960 – Direção Antonio Reynoso El Galo de Oro, 1964 – Direção Roberto

Galvádon La fórmula secreta, 1964 – Direção Rúben

Gámez Pedro Páramo, 1966 – Direção – Carlos Velo El ricón de las virgenes, 1972 – Direção –

Alberto Isaac

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Lançado em: fevereiro/2011

bug pretty photo sinopse Autor: Juan Rulfo Tradução: Denise Bottmann, Gênese Andrade palavras-chave: Juan Rulfo Idioma: Português >

Conhecido por sua obra literária, mínima e magistral, o mexicano Juan Rulfo revela sua visão de mundo nestas 100 fotografias, conjunto representativo de sua obra como fotógrafo. Realizadas entre os anos 1940 e 1960, período no qual Rulfo publicou seu clássico romance Pedro Páramo (1955), essas imagens revelam um México e seus habitantes, seus afetos, sua história, sua arquitetura e sua geografia com uma sensibilidade particular. A câmera de Rulfo enquadra a solidão de monumentos astecas, a solenidade e o drama de suas ruínas, a urbanidade moderna, a vastidão da paisagem e, em seus meandros, momentos prosaicos e rituais da vida dos personagens que as habitam. Susan Sontag, autora de Sobre a fotografia, disse certa vez: “Juan Rulfo é o melhor fotógrafo que conheci na América Latina”.

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Portada del templo de Sanctorum, Distrito Federal, década de 1940.

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Acceso con arcos y automóvil convertible, década de 1950.

     

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http://mexico4travellers.com/guias/colima/colima.html

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La Fundación Juan Rulfo fue constituida en 1996 por la familia del escritor y fotógrafo mexicano con la finalidad de cuidar y difundir el legado artístico de Juan Rulfo. Tiene bajo su custodia los manuscritos y fotografías originales del autor, cuyo estudio, preservación y clasificación lleva a cabo de manera permanente para permitir su mejor consulta y difusión.

Participa en actos académicos y culturales vinculados al mejor conocimiento de la obra de Juan Rulfo, que ha sido objeto desde su aparición de una continua atención en el campo de la investigación y el análisis, tanto en México como en el extranjero. Asimismo, organiza y colabora en la realización de exposiciones dedicadas a la creación literaria y fotográfica del autor. Desde el año 2000 se responsabiliza del cuidado de las ediciones de la obra de Juan Rulfo, auspiciando, o acompañado, una serie de publicaciones con estudios de alto nivel sobre la vida y la obra del artista nacido en Jalisco en 1917. De estos libros se da una información muy completa en la presente página (sección A Fondo).

A finales de la década de 1990 editó Los murmullos, boletín de la Fundación Juan Rulfo, con el propósito de informar sobre las actividades dedicadas a la obra del autor en nuestro país y en el extranjero. A partir de 2001 reemplazó esta publicación por la página oficial de Juan Rulfo, alojada en el portal Clubcultura, donde aparecen una breve biografía del autor ilustrada con imágenes, algunas entrevistas, así como información básica sobre su obra tanto literaria como fotográfica. Los dos números impresos del boletín Los murmullos se pueden adquirir únicamente en las oficinas de la Fundación Juan Rulfo, en la ciudad de México, pero en esta página aparece, en la parte correspondiente (Los murmullos), una sinopsis del contenido de ambos, así como una sección electrónica (Los murmullos en la red) con notas, artículos y entrevistas.

Para mayores informes y comentarios contactar con:Fundación Juan Rulfo Felipe Villanueva 98-301Colonia Guadalupe Inn01020 México D. F.Telf-Fax: (5255) [email protected]

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“Apropriar-se do mundo é apropriar-se da realidade, porém, antes de nada, é descobri-la. O romancista é um aventureiro, um explorador da realidade: não a recebe consolidada e explicada, não a recebe interpretada; cabe a ele encontrá-la, e a encontra nos lugares menos divulgados, muitas vezes nos mais esquivos. E encontrá-la é o mesmo que explicá-la, ambas as funções correm paralelas, e elas, por sua vez, devem se entroncar com as raízes subjetivas. Busca-se o que há de encontrar.” (RAMA, 2001, p. 92)

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No filme (Tempo 07:30) “Situar a cena marcante”

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http://www.youtube.com/watch?v=V74yJztkx-c – A partir do tempo 00:38 o escritor descreverá, em maior grau, a estrutura novelesca de Pedro Páramo;

http://www.youtube.com/watch?v=hJqQFpEXU6Y – Comentários sobre sua obra ficcional – entrevista concedida Mercedes Mila;

http://www.youtube.com/watch?v=6V-OgXYJGk0 – Trecho de Pedro Páramo lido por Juan Rulfo;

http://www.youtube.com/watch?v=GGsZTh_HWPU – Filme pedro Páramo – Trecho

http://www.youtube.com/watch?v=uhHp-aD5rpg – Depoimento do seu filho chamado Juan Carlos Rulfo

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A- O uso de várias expressões populares e dialetos locais;

B- Rulfo busca aspectos da linguagem campesina e do homem rústico frente às condições locais;

C- Cenário é descrito com exatidão, realismo com toques fotográficos;

D- O pitoresco e a cor local são acentuados com elegância;

E- Linguagem depurada na busca do vocábulo certo.

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Narrado em primeira pessoa, com raros fluxos de consciência;

Diálogos intensos entre as personagens; Narrativa não linear, proporcionando uma

identificação das variadas perspectivas através da mudança da fala das personagens;

Economia verbal nas descrição do cenário; extremamente imagética;

Personagens que carecem de descrição física; Repetição de vocábulos em vários trechos do

romance, a saber: “ silêncio” ; “vazio”; “morto”; “solidão” etc;

Representação do sobrenatural e do fantástico;

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Miguel Páramo – Filho de Pedro Páramo. Arrieiro Abundio – Homem rústico, morador local, guia o jovem rapaz até

Comala – dizia que era filho de Pedro Páramo. Dona Doloritas – A mãe do jovem rapaz (esposa de Pedro Páramo) Dona Eduviges Dyada – Mulher que recebe o jovem rapaz na sua casa de

quartos, na cidade de Comala. Susana – Jovem mãe Avó – gostava de cuidar da casa Falecido Avô – já tinha sido enterrado. Micaela – Jovem empregada, residia junto com os avós. Dona Inés Villa – Vizinha local (comerciante) que ficou encarregada de deixar

fiado uma compra. Sr. Inocencio Osorio – Morador local. Dona Eduviges comenta sobre ele. Tia Gertrudis – Irmã de Dona Doloritas – aconselhou sempre a irmã a voltar

para Pedro Páramo. Padre Renteria – Padre do luarejo local de Comala. Dona Damiana – Mulher que convidará Miguel Páramo a morar com ela. Toribio Aldrete – Homem que morreu enforcado na casa de Dona Eduviges.

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Sr. Inocencio Osorio – Morador local. Dona Eduviges comenta sobre ele.

Tia Gertrudis – Irmã de Dona Doloritas – aconselhou sempre a irmã a voltar para Pedro Páramo.

Padre Renteria – Padre do luarejo local de Comala. Dona Damiana – Mulher que convidará Miguel

Páramo a morar com ela. Toribio Aldrete – Homem que morreu enforcado na

casa de Dona Eduviges. Sixtrina – Irmã de Damiana Filoteo Aréchiga – Morador local Fulgor Sedano – Proprietário de terras local.

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A- A meu ver, é notório verificarmos que existe uma voz que conduz os episódios, no entanto, é proeminente uma multiplicidades de vozes. Ou seja, durante tais relatos o leitor perceberá vários narradores que ampliam os seus pontos de vista. Exemplos? A voz de Juan Preciado, de Susana San Juan, de Dorotea e de tantos outros contribui para a representação da complexidade social.

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1- COMALA 2- MEDIA LUNA 3- LOS ENCUENTROS 4- GUADALAJARA 5- COLIMA

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“Minha mãe me disse. E eu prometi que viria vê-lo assim que ela morresse. Apertei suas mãos em sinal de que faria isso: pois ela estava morrendo, e eu decidido a prometer tudo. “Não deixe de ir visitá-lo” recomendou ela. “ O nome dele é assim e assado. Tenho certeza que ele vai gostar de conhecer você.” (RULFO, 2004, p. 25)

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“Aquele era o tempo da cánícula, quando o ar de agosto sopra quente, envenenando pelo odor apodrecido das flores do sabão-de-macaco. O caminho subia e descia: ´Sobe ou desce conforme se vai ou vem. Para quem vai, sobe; para quem vem, desce.´” (RULFO, 2004, p. 27)

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“Eu imaginava ver aquilo através das recordações da minha mãe; da sua nostalgia, entre fiapos de suspiros. Ela viveu sempre suspirando por Comala, pelo regresso; mas jamais voltou. Agora, venho eu em seu lugar. Trago os olhos com que ela viu estas coisas, porque me deu seus olhos [...] (RULFO,2004, p. 26)

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“Senti o retrato de minha mãe guardado no bolso da camisa, esquentando meu coração, como se ela também suasse. Era um retrato velho, carcomido nas beiradas; mas foi o único que conheço. Eu havia encontrado o retrato no armário da cozinha, dentro de uma caçarola cheia de ervas: folhas de capim-limão, flores de Castela, ramos de arruda. Desde então guardei o retrato.” (RULFO, 2004, p. 29)

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“- Sou Eduviges Dyada. Entre, senhor. Era como se estivesse à minha espera. Tinha tudo pronto, pelo que me disse, fazendo que eu a seguisse por uma longa série de quartos escuros, que pareciam desolados.” (RULFO, 2004, p. 33)

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“Deixo esse quarto sempre vazio, para o caso de chegar alguém. E quer dizer então que o senhor é filho dela?

Ela quem? Doloritas Sou, mas como é que

que a senhora sabe? Ela me avisou que o

senhor viria. E justamente hoje. Que chegaria hoje.” (RULFO, p. 33)

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“Amanha eu arrumo sua cama. Como o senhor sabe, não é fácil ajeitar tudo num dois-por-três. Para isso é preciso andar prevenido, e sua mãe só me avisou agora.

- Minha mãe – eu disse -, minha mãe já morreu. (RULFO, p. 34)

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“Que tanto você faz aí no banheiro, rapazinho?

- Nada não, mãe. Se você continuar

aí vai aparecer uma cobra e vai picar você.

(RULFO, 2004, p. 35)

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“ Pedro Páramo morreu faz muitos anos.” (RULFO, p. 30)

“Coitada dela. Deve ter-se sentido abandonada. Fizemos a promessa de morrer juntas.” (RULFO, p. 34)

“- Você tem razão. Só que com os gastos que tivemos para enterrar seu avô, mais dízimos que pagamos para a Igreja, ficamos sem nenhum centavo.” (RULFO, p. 37)

“Aquele cadáver pesava muito na alma de todos. Estava sobre um tablado, no meio da igreja, rodeado de círios [...]” (RULFO, p. 52)

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“A única coisa que faz com que a gente mova os pés é a esperança de que ao morrer nos levem para um lugar melhor [...]” (RULFO, p. 101)

“A morte não se reparte como se fosse um bem.” (RULFO, p. 115)

“E nem na cama de minha mãe, mas dentro de um caixão negro como o que se usa para enterrar os mortos.” (RULFO, p. 113)

“Deve estar morta há muito tempo.” (RULFO, p. 116)

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“- O senhor é que pensa; é que por aqui ainda tem alguns. Senão, me diga que Filomeno não está vivo, e que Dorotea, e Melquiades, e o velho Prudencio, e Sóstenes e todos não estão vivos.” (RULFO, p. 84)

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“ – Esta cidade está cheia de ecos. Parece até que estão trancados no oco das paredes ou debaixo das pedras. Quando você caminha, sente que vão pisando seus passos. Ouve rangidos. Risos. Umas risadas já muito velhas, como cansadas de rir. E vozes já desgastadas pelo uso. Você ouve tudo isso. Acho que vai chegar o dia em que esses sons se apagarão.” (RULFO, p. 71)

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“Existe, passando o desfiladeiro dos Colimotes, a vista muito bela da planície verde, um pouco amarelada por causa do milho maduro. Desse lugar a gente vê Comala, branqueando a terra, iluminando a terra durante a noite.” (RULFO, p. 26)

“Lá, você me ouvirá melhor. Estarei mais perto de você. Você irá sentir mais perto a voz de minhas lembranças que a da minha morte, se é que um dia a morte teve alguma voz.” (RULFO, p. 31)

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“E que eu escutava somente o silêncio; talvez porque minha cabeça viesse cheia

de ruídos e de vozes. De vozes, sim. E aqui, onde o ar era escasso, ouvia-se

melhor essas vozes.” (RULFO, 2004, p. 31)

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“ Ao despertar estava tudo em silêncio; apenas o cair das mariposas noturnas e o rumor do silêncio.” (RULFO, p. 60)

“Não, era possível calcular a fundura do silêncio que produziu aquele grito.” (RULFO, p. 60)

“Caretas vazias, remoendo o silêncio das ruas. Perdendo-se no escuro caminho da noite.” (RULFO, p. 77)

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“ Na reverberação do sol, a planície parecia uma lagoa transparente, desfeita em vapores por onde se transluzia um horizonte acinzentado. E mais além, uma linha de montanhas. E mais além ainda, a mais remota lonjura.” (RULFO, p. 27)

“ A água que gotejava das telhas fazia um buraco na areia do quintal. Soava: plás plás e depois outra vez plás, na metadede uma folha de louro que dava voltas e revoltas [...]” (RULFO, p. 35)

“Um pássaro brincalhão cruzou no rés do chão e gemeu ouvir-se como ele dava gemidos como de cansaço, e ainda mais longe, lá onde o horizonte começava a se abrir, soltou um soluço e depois uma gargalhada, para tornar a gemer depois.” (RULFO, p. 96)

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“Aquele era o tempo da canícula [...]” (RULFO, p. 26)

“Eu havia encontrado o retrato no armário da cozinha, dentro de uma caçarola cheia de ervas: folhas de capim-limão, flores de Castela […]” (RULFO, p. 29)

“A capitânia, senhor. Uma praga que só espera que as pessoas para invadir as casas.” (RULFO, p. 30)

“ [...] porque quando despertou só se ouvia um chuviscar calado.” (RULFO, p. 39)

“Da senhora eu só vim saber pelo arrieiro que me trouxe até aqui, um tal de Abundio.” (RULFO, p. 40)

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“Fique tranquilo. Quando chegarmos a Comala, o senhor vai ver o calor forte. Aquilo fica em cima das brasas da terra, bem na boca do inferno. Digo eu que muitos dos que morrem por lá, quando chegam ao inferno voltam para buscar um cobertor.” (RULFO, p. 28)

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“É o fenômeno linguístico que nos permite delimitar de forma válida a estrita comunidade literária. [...] A comunidade da língua é a que autoriza uma literatura hispano-americana, embora esta ainda seja uma concepção provisória, anterior a outra definitiva: a literatura geral de língua espanhola, desde suas origens medievais até sua expansão atual, em diferentes regiões do mundo.” (RAMA, 2001, p. 70)

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“O fato de esse língua ser hoje percebida como a transcrição da fala popular reafirma a força impositiva que tem a construção linguistica da literatura. Não tardará muito para ser reconhecida, simplesmente, como a escrita de Rulfo. Então se perceberá que, não obstante o abastecimento em fontes reais, estamos em presença da deliberada construção de uma língua literária.” (RAMA, 2001, p. 333)

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RAMA, Angel. Literatura e cultura na América Latina. São Paulo, Edusp, 2001.

RULFO, Juan. Pedro Páramo e Chão em Chamas, São Paulo, Record, 2004.

COSTA, Sebastião Guilherme Albano. Terra e texto na cultura latino-americana: os romances e os filmes São Bernardo e Pedro Páramo. http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=2871 (Tese de Doutorado)