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Professor: MAURILIO CASAS MAIA SENTENÇA E COISA JULGADA – do CPC/1973 ao NCPC – Material de Apoio para estudos – Jul. 2015 Página 1 de 20 Por MAURILIO CASAS MAIA Mestre em Ciências Jurídicas (UFPB). Pós-graduado em “Direitos Civil e Processual Civil” e em “Direito Público: Constitucional e Administrativo”. Professor (UFAM) e Defensor Público (DPE/AM). SUMÁRIO SENTENÇA DO CPC/1973 AO NCPC ............................................................................................ 1 COISA J ULGADADO CPC/1973 AO NCPC .................................................................................. 15 REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 19 SENTENÇA DO CPC/1973 AO NCPC PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS NCPC, ART. 203 1) Alteração da expressão “atos do juiz” por “pronunciamentos do juiz”. 2) Conceito de sentençaalém de referenciar o conteúdo (art. 485 e 487), faz menção expressa à topografia (fim da fase cognitiva ou da execução), e à finalidade (finalizar fase do processo ou extinguir execução). 3) Conceito de decisão interlocutóriaé obtido por exclusão a partir do conceito de sentença, embora ambas sejam pronunciamentos de natureza “decisória”; 4) O conceito de despachoé obtido por exclusão a partir do reconhecimento de sentença e decisão interlocutória; 5) Não há alteração substancial no conceito de ato meramente ordinatório; 6) O conceito de acórdão é esclarecido para atingir de modo expresso somente decisões colegiadas dos tribunais; CPC-1973 CPC-2015 Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. § 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei. § 1 o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. § 2 o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz, no curso do processo, resolve questão incidente. § 2 o Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1 o . § 3 o São despachos todos os demais atos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma. § 3 o São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. § 4 o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessários. § 4 o Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário. Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o julgamento proferido pelos tribunais. Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado proferido pelos tribunais. Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos

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SENTENÇA E COISA JULGADA – do CPC/1973 ao NCPC – Material de Apoio para estudos –

Jul. 2015

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Por MAURILIO CASAS MAIA Mestre em Ciências Jurídicas (UFPB). Pós-graduado em “Direitos Civil e Processual Civil” e em “Direito Público: Constitucional e

Administrativo”. Professor (UFAM) e Defensor Público (DPE/AM).

SUMÁRIO

SENTENÇA – DO CPC/1973 AO NCPC ............................................................................................ 1

COISA JULGADA– DO CPC/1973 AO NCPC .................................................................................. 15

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................. 19

SENTENÇA – DO CPC/1973 AO NCPC

PRONUNCIAMENTOS JUDICIAIS – NCPC, ART. 203

1) Alteração da expressão “atos do juiz” por “pronunciamentos do juiz”.

2) Conceito de “sentença” além de referenciar o conteúdo (art. 485 e 487), faz menção

expressa à topografia (fim da fase cognitiva ou da execução), e à finalidade (finalizar fase do

processo ou extinguir execução).

3) Conceito de “decisão interlocutória” é obtido por exclusão a partir do conceito de sentença,

embora ambas sejam pronunciamentos de natureza “decisória”;

4) O conceito de “despacho” é obtido por exclusão a partir do reconhecimento de sentença e

decisão interlocutória;

5) Não há alteração substancial no conceito de ato meramente ordinatório;

6) O conceito de acórdão é esclarecido para atingir de modo expresso somente decisões

colegiadas dos tribunais;

CPC-1973 CPC-2015

Art. 162. Os atos do juiz consistirão em sentenças,

decisões interlocutórias e despachos.

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão

em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

§ 1º Sentença é o ato do juiz que implica alguma das

situações previstas nos arts. 267 e 269 desta Lei.

§ 1o Ressalvadas as disposições expressas dos

procedimentos especiais, sentença é o

pronunciamento por meio do qual o juiz, com

fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase

cognitiva do procedimento comum, bem como

extingue a execução.

§ 2o Decisão interlocutória é o ato pelo qual o juiz,

no curso do processo, resolve questão incidente.

§ 2o Decisão interlocutória é todo pronunciamento

judicial de natureza decisória que não se enquadre no

§ 1o.

§ 3o São despachos todos os demais atos do juiz

praticados no processo, de ofício ou a requerimento da

parte, a cujo respeito a lei não estabelece outra forma.

§ 3o São despachos todos os demais pronunciamentos

do juiz praticados no processo, de ofício ou a

requerimento da parte.

§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a

juntada e a vista obrigatória, independem de despacho,

devendo ser praticados de ofício pelo servidor e

revistos pelo juiz quando necessários.

§ 4o Os atos meramente ordinatórios, como a

juntada e a vista obrigatória, independem de despacho,

devendo ser praticados de ofício pelo servidor e

revistos pelo juiz quando necessário.

Art. 163. Recebe a denominação de acórdão o

julgamento proferido pelos tribunais.

Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado

proferido pelos tribunais.

Art. 165. As sentenças e acórdãos serão proferidos

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com observância do disposto no art. 458; as demais

decisões serão fundamentadas, ainda que de modo

conciso.

SENTENÇA SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO – NCPC, art. 485

1) Substituição de “extinção do processo” por “não resolverá o mérito”;

2) Exclusão da possibilidade enquanto condição da ação;

3) Exclusão da “confusão” enquanto causa de não julgamento de mérito;

4) Reconhecimento oficioso de sua competência pelo juízo Arbitral (Kompetenz-Kompetenz);

5) Ampliação do prazo para promoção do andamento processual: 48 horas 5 dias;

6) Menção expressa à “morte” enquanto eventual causa de intransmissibilidade da ação,

ensejando sentença sem resolução de mérito;

7) Impossibilidade de reconhecer, de ofício, após o trânsito em julgado, a ausência de

pressupostos processuais, condições da ação e ainda perempção, litispendência e coisa

julgada;

8) Retirada da responsabilidade do requerido por retardamento na alegação das matérias que o

juiz pode conhecer de ofício;

9) Desistência: (9.1) Contestação como referência para admissibilidade ou não da desistência

sem o consentimento do réu; (9.2) possibilidade de desistência até a sentença;

10) Menção expressa à imprescindibilidade de requerimento do réu para extinção do processo

por abandono da causa pelo autor;

11) O efeito regressivo recursal (5 dias) se torna regra nas apelações contra sentença lastreada

no artigo 485, NCPC;

1) Substituição de “extinção do processo” por “não resolverá o mérito”; CPC-1973 CPC-2015

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de

mérito:

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando:

2) Exclusão da possibilidade enquanto condição da ação;

CPC-1973 CPC-2015

Art. 3º Para propor ou contestar ação é necessário

ter interesse e legitimidade.

Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter

interesse e legitimidade.

Art. 267. (...) Vl - quando não concorrer qualquer das

condições da ação, como a possibilidade jurídica, a

legitimidade das partes e o interesse processual;

Art. 485. (...) VI - verificar ausência de legitimidade

ou de interesse processual;

3) Exclusão da “confusão” enquanto causa de não julgamento de mérito;

CPC-1973 CPC-2015

Art. 267. (...) X - quando ocorrer confusão entre autor

e réu;

4) Reconhecimento do juízo arbitral de sua competência (Kompetenz-Kompetenz); CPC-1973 CPC-2015

Art. 267 (...) Vll - pela convenção de arbitragem; Art. 485 (...) VII - acolher a alegação de existência de

convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral

reconhecer sua competência;

Art. 301. Compete-lhe, porém, antes de discutir o Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito,

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mérito, alegar: (...) IX - convenção de arbitragem; (...)

§ 4o Com exceção do compromisso arbitral, o juiz

conhecerá de ofício da matéria enumerada neste

artigo.

alegar: (...) X - convenção de arbitragem; (...) § 5o

Excetuadas a convenção de arbitragem e a

incompetência relativa, o juiz conhecerá de ofício das

matérias enumeradas neste artigo.

5) Ampliação do prazo para promoção do andamento processual: 48 horas 5 dias;

CPC-1973 CPC-2015

Art. 267. (...) I - quando o juiz indeferir a petição

inicial; Il - quando ficar parado durante mais de 1

(um) ano por negligência das partes; (...) § 1o O juiz

ordenará, nos casos dos ns. II e Ill, o arquivamento dos autos, declarando a extinção do processo, se a

parte, intimada pessoalmente, não suprir a falta em 48

(quarenta e oito) horas.

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: (...)

II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um)

ano por negligência das partes; III - por não promover

os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; § 1

o

Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será

intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de

5 (cinco) dias.

6) Menção expressa à “morte da parte” enquanto possibilidade “oficiosa” de o juiz reconhecer

intransmissibilidade da ação (por expressa previsão legal) para não resolver o mérito;

CPC-1973 CPC-2015

Art. 267. Extingue-se o processo, sem resolução de

mérito: (...) IX - quando a ação for considerada

intransmissível por disposição legal;

Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: (...)

IX - em caso de morte da parte, a ação for

considerada intransmissível por disposição legal;

7) Impossibilidade de reconhecer, de ofício, após o trânsito em julgado, a ausência de

pressupostos processuais, condições da ação (?) e ainda perempção, litispendência e coisa

julgada;

CPC-1973 CPC-2015

Art. 267 (...) § 3o O juiz conhecerá de ofício, em

qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não

proferida a sentença de mérito, da matéria constante

dos ns. IV, V e Vl; (...)

Art. 485 (...) § 3o O juiz conhecerá de ofício da

matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em

qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não

ocorrer o trânsito em julgado.

“Ementa: RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO

GERAL. PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO E

INTERESSE EM AGIR. 1. A instituição de condições para o

regular exercício do direito de ação é compatível com o art. 5º,

XXXV, da Constituição. Para se caracterizar a presença de interesse

em agir, é preciso haver necessidade de ir a juízo. 2. A concessão de

benefícios previdenciários depende de requerimento do interessado,

não se caracterizando ameaça ou lesão a direito antes de sua

apreciação e indeferimento pelo INSS, ou se excedido o prazo legal

para sua análise. É bem de ver, no entanto, que a exigência de prévio

requerimento não se confunde com o exaurimento das vias

administrativas. 3. A exigência de prévio requerimento administrativo

não deve prevalecer quando o entendimento da Administração for

notória e reiteradamente contrário à postulação do segurado. 4. Na

hipótese de pretensão de revisão, restabelecimento ou manutenção de

benefício anteriormente concedido, considerando que o INSS tem o

dever legal de conceder a prestação mais vantajosa possível, o pedido

poderá ser formulado diretamente em juízo – salvo se depender da

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análise de matéria de fato ainda não levada ao conhecimento da

Administração –, uma vez que, nesses casos, a conduta do INSS já

configura o não acolhimento ao menos tácito da pretensão. 5. Tendo

em vista a prolongada oscilação jurisprudencial na matéria, inclusive

no Supremo Tribunal Federal, deve-se estabelecer uma fórmula de

transição para lidar com as ações em curso, nos termos a seguir

expostos. 6. Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente

julgamento (03.09.2014), sem que tenha havido prévio requerimento

administrativo nas hipóteses em que exigível, será observado o

seguinte: (i) caso a ação tenha sido ajuizada no âmbito de Juizado

Itinerante, a ausência de anterior pedido administrativo não deverá

implicar a extinção do feito; (ii) caso o INSS já tenha apresentado

contestação de mérito, está caracterizado o interesse em agir pela

resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se enquadrem

nos itens (i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a sistemática a

seguir. 7. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada

no pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção do

processo. Comprovada a postulação administrativa, o INSS será

intimado a se manifestar acerca do pedido em até 90 dias, prazo

dentro do qual a Autarquia deverá colher todas as provas

eventualmente necessárias e proferir decisão. Se o pedido for acolhido

administrativamente ou não puder ter o seu mérito analisado devido a

razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do

contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito deverá

prosseguir. 8. Em todos os casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a

análise administrativa quanto a judicial deverão levar em conta a data

do início da ação como data de entrada do requerimento, para todos os

efeitos legais. 9. Recurso extraordinário a que se dá parcial

provimento, reformando-se o acórdão recorrido para determinar a

baixa dos autos ao juiz de primeiro grau, o qual deverá intimar a

autora – que alega ser trabalhadora rural informal – a dar entrada no

pedido administrativo em 30 dias, sob pena de extinção. Comprovada

a postulação administrativa, o INSS será intimado para que, em 90

dias, colha as provas necessárias e profira decisão administrativa,

considerando como data de entrada do requerimento a data do início

da ação, para todos os efeitos legais. O resultado será comunicado ao

juiz, que apreciará a subsistência ou não do interesse em agir. (STF,

RE 631240, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal

Pleno, julgado em 03/09/2014, ACÓRDÃO ELETRÔNICO

REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-220 DIVULG 07-11-2014

PUBLIC 10-11-2014)

Leitura

DIDIER JR., Fredie. As condições da Ação e o novo CPC. <http://portalprocessual.com/as-

condicoes-da-acao-e-o-novo-cpc/>. Acesso em: 28 Jul. 2015.

Clique aqui para ler.

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8) Retirada da responsabilidade do requerido por retardamento na alegação das matérias que o

juiz pode conhecer de ofício;

CPC-1973 CPC-2015

Art. 267 (...) § 3o (...); todavia, o réu que a não alegar,

na primeira oportunidade em que Ihe caiba falar nos

autos, responderá pelas custas de retardamento.

9) Desistência: (9.1) Contestação como referência para admissibilidade ou não da desistência

sem o consentimento do réu; (9.2) possibilidade de desistência até a sentença;

CPC-1973 CPC-2015

Art. 267 (...) § 4o Depois de decorrido o prazo para a

resposta, o autor não poderá, sem o consentimento do

réu, desistir da ação.

Art. 485 (...)

§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem

o consentimento do réu, desistir da ação.

§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a

sentença

10) Menção expressa à imprescindibilidade de requerimento do réu para extinção do processo

por abandono da causa pelo autor;

CPC-1973 CPC-2015

A extinção do processo, por abandono da causa pelo

autor, depende de requerimento do réu. (Enunciado

Sumular n. 240, STJ, Corte Especial, j. 2/8/2000, DJ

06/09/2000, p. 215)

Art. 485 (...) § 6o Oferecida a contestação, a extinção

do processo por abandono da causa pelo autor

depende de requerimento do réu.

“(...) 1. "A inércia da Fazenda exequente, ante a intimação regular para promover o

andamento do feito e a observância dos artigos 40 e 25 da Lei de Execução Fiscal,

implica a extinção da execução fiscal não embargada ex officio, afastando-se o

Enunciado Sumular 240 do STJ, segundo o qual 'A extinção do processo, por

abandono da causa pelo autor, depende de requerimento do réu'''. 2. Orientação

reafirmada no julgamento do REsp.1.120.097/SP, sob o rito dos recursos repetitivos

(art. 543-C do CPC). (...) 4. Recurso Especial parcialmente conhecido e, nessa parte,

não provido. Acórdão sujeito ao regime do art. 543-C do CPC e do art. 8º da

Resolução STJ 8/2008”. (STJ, REsp 1352882/MS, Rel. Ministro HERMAN

BENJAMIN, PRIMEIRA SEÇÃO, j. 12/06/2013, DJe 28/06/2013).

“(...) PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO ESPECIAL

REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. EXECUÇÃO

FISCAL. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO. INÉRCIA DA EXEQUENTE. ABANDONO

DA CAUSA. EXTINÇÃO DE OFÍCIO. EXECUÇÃO NÃO EMBARGADA.

EXIGÊNCIA DE REQUERIMENTO DO EXECUTADO. DESNECESSIDADE NAS HIPÓTESES DE NÃO FORMAÇÃO DA RELAÇÃO BILATERAL.

SÚMULA 240/STJ. INAPLICABILIDADE. 1. A inércia da Fazenda exequente,

ante a intimação regular para promover o andamento do feito e a observância dos

artigos 40 e 25 da Lei de Execução Fiscal, implica a extinção da execução fiscal não

embargada ex officio, afastando-se o Enunciado Sumular 240 do STJ, segundo o

qual "A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, depende de

requerimento do réu''. Matéria impassível de ser alegada pela exequente contumaz.

(Precedentes: AgRg nos EDcl no Ag 1259575/AP, Rel. Ministro HAMILTON

CARVALHIDO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 23/03/2010, DJe 15/04/2010;

AgRg no Ag 1093239/RS, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES,

SEGUNDA TURMA, julgado em 01/10/2009, DJe 15/10/2009 ; REsp 1057848/SP,

Rel. Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, PRIMEIRA TURMA, julgado em

18/12/2008, DJe 04/02/2009; EDcl no AgRg no REsp 1033548/SP, Rel. Ministro

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CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 02/12/2008, DJe 17/12/2008;

AgRg no REsp 885.565/PB, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA

TURMA, julgado em 21/10/2008, DJe 12/11/2008; REsp 820.752/PB, Rel. Ministro

CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, julgado em 19/08/2008, DJe 11/09/2008;

REsp 770.240/PB, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em

08/05/2007, DJ 31/05/2007 ; REsp 781.345/MG, Rel. Ministro FRANCISCO

FALCÃO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 29/06/2006, DJ 26/10/2006 ; REsp

688.681/CE, Rel. Ministro JOSÉ DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em

17/02/2005, DJ 11/04/2005) 2. É que a razão para se exigir o requerimento de

extinção do processo pela parte contrária advém primacialmente da bilateralidade da

ação, no sentido de que também assiste ao réu o direito à solução do conflito. Por

isso que o não aperfeiçoamento da relação processual impede presumir-se eventual

interesse do réu na continuidade do processo, o qual, "em sua visão contemporânea,

é instrumento de realização do direito material e de efetivação da tutela jurisdicional,

sendo de feição predominantemente pública, que não deve prestar obséquios aos

caprichos de litigantes desidiosos ou de má-fé". (REsp 261789/MG, Rel. Ministro

SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, julgado em 13/09/2000, DJ 16/10/2000) 3. In casu, a execução fiscal foi extinta sem resolução

de mérito, em virtude da inércia da Fazenda Nacional ante a intimação do Juízo a

quo para que desse prosseguimento ao feito, cumprindo o que fora ordenado no

despacho inicial, razão pela qual é forçoso concluir que a execução não foi

embargada e prescindível, portanto, o requerimento do devedor. 4. Recurso especial

desprovido. Acórdão submetido ao regime do art. 543-C do CPC e da Resolução

STJ 08/2008”. (STJ, REsp 1120097/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA

SEÇÃO, julgado em 13/10/2010, DJe 26/10/2010).

11) O efeito regressivo recursal (5 dias) se torna regra nas apelações contra sentença lastreada

no artigo 485, NCPC;

CPC-1973 CPC-2015

Art. 296. Indeferida a petição inicial, o autor poderá

apelar, facultado ao juiz, no prazo de 48 (quarenta e

oito) horas, reformar sua decisão.

Art. 485 (...) § 7o Interposta a apelação em qualquer

dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz

terá 5 (cinco) dias para retratar-se.

Sentença sem resolução do mérito e nova ação

CPC-1973 CPC-2015

Art. 268. Salvo o disposto no art. 267, V, a extinção

do processo não obsta a que o autor intente de novo a

ação. (...)

Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve

o mérito não obsta a que a parte proponha de novo a

ação.

§ 1o No caso de extinção em razão de litispendência e

nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do art. 485, a

propositura da nova ação depende da correção do

vício que levou à sentença sem resolução do mérito.

Art. 268. (...). A petição inicial, todavia, não será

despachada sem a prova do pagamento ou do depósito

das custas e dos honorários de advogado.

§ 2o A petição inicial, todavia, não será despachada

sem a prova do pagamento ou do depósito das custas e

dos honorários de advogado.

Art. 268 (...) Parágrafo único. Se o autor der causa,

por três vezes, à extinção do processo pelo

fundamento previsto no no III do artigo anterior, não

poderá intentar nova ação contra o réu com o mesmo

objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a

possibilidade de alegar em defesa o seu direito.

§ 3o Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença

fundada em abandono da causa, não poderá propor

nova ação contra o réu com o mesmo objeto, ficando-

lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar

em defesa o seu direito.

Sentença com resolução do mérito – NCPC, art. 487

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1) Menção expressa à reconvenção (acolher/rejeitar/homologar renúncia)

2) decadência / prescrição – ofício/requerimento.

3) Contraditório qualificado;

--------

1) Menção expressa à reconvenção (acolher/rejeitar/homologar renúncia)

CPC-1973 CPC-2015

Art. 269. Haverá resolução de mérito:

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz:

I - quando o juiz acolher ou rejeitar o pedido do autor;

I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou

na reconvenção; (...)

III - quando as partes transigirem; III - homologar:

a) o reconhecimento da procedência do pedido

formulado na ação ou na reconvenção; (...)

V - quando o autor renunciar ao direito sobre que se

funda a ação.

c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na

reconvenção.

2) decadência / prescrição – ofício/requerimento.

CPC-1973 CPC-2015

Art. 269. Haverá resolução de mérito: (...) IV - quando o juiz pronunciar a decadência ou a

prescrição;

Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: (...) II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a

ocorrência de decadência ou prescrição;

OBS: art. 219, § 5º, CPC/197

3) Contraditório qualificado;

CPC-1973 CPC-2015

Art. 487 (...) Parágrafo único. Ressalvada a hipótese

do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não

serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes

oportunidade de manifestar-se.

**Parágrafo único do art. 487 é desdobramento do: NCPC, Art. 10. O juiz não pode decidir, em

grau algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade

de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de ofício.

CPC-1973 CPC-2015

Art. 249. (...) § 2o Quando puder decidir do mérito a

favor da parte a quem aproveite a declaração da

nulidade, o juiz não a pronunciará nem mandará

repetir o ato, ou suprir-lhe a falta.

Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o

mérito sempre que a decisão for favorável à parte a

quem aproveitaria eventual pronunciamento nos

termos do art. 485.

**Princípio do Acesso Substancial à Justiça e Primazia de mérito: NCPC, “Art. 4o As

partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito, incluída a

atividade satisfativa.”

SEÇÃO II

DOS ELEMENTOS DA SENTENÇA E SEUS EFEITOS

NCPC, ART. 489-495

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CPC-1973 CPC-2015

Art. 458. São requisitos essenciais da sentença: Art. 489. São elementos essenciais da sentença:

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a

suma do pedido e da resposta do réu, bem como o

registro das principais ocorrências havidas no

andamento do processo;

I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a

identificação do caso, com a suma do pedido e da

contestação, e o registro das principais ocorrências

havidas no andamento do processo;

II - os fundamentos, em que o juiz analisará as

questões de fato e de direito;

II - os fundamentos, em que o juiz analisará as

questões de fato e de direito;

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as

questões, que as partes Ihe submeterem.

III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões

principais que as partes lhe submeterem.

*** Enunciado n.º 304 do FPPC: “As decisões judiciais

trabalhistas, sejam elas interlocutórias, sentenças ou acórdãos, devem

observar integralmente o disposto no art. 499, sobretudo o seu §1º, sob

pena de se reputarem não fundamentadas e, por conseguinte, nulas”.

(Grupo: Impacto do CPC no processo do trabalho).

***Enunciado n.º 309 do FPPC: “O disposto no § 1º do art. 489 do

CPC é aplicável no âmbito dos Juizados Especiais”. (Grupo:

Impactos do CPC nos Juizados e nos procedimentos especiais de

legislação extravagante).

FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAS E TEORIA DOS PRECEDENTES

CPC-1973 CPC-2015

Art. 489 (...) § 1o Não se considera fundamentada

qualquer decisão judicial, seja ela interlocutória,

sentença ou acórdão, que:

I - se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase

de ato normativo, sem explicar sua relação com a

causa ou a questão decidida;

II - empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso;

III - invocar motivos que se prestariam a justificar

qualquer outra decisão;

IV - não enfrentar todos os argumentos deduzidos no

processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão

adotada pelo julgador;

V - se limitar a invocar precedente ou enunciado de

súmula, sem identificar seus fundamentos

determinantes nem demonstrar que o caso sob

julgamento se ajusta àqueles fundamentos;

VI - deixar de seguir enunciado de súmula,

jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem

demonstrar a existência de distinção no caso em

julgamento ou a superação do entendimento.

Leitura

FREIRE, Rodrigo da Cunha Lima. O juiz está obrigado a apreciar todos os argumentos da parte

vencida? Disponível em: <http://portalprocessual.com/o-juiz-esta-obrigado-a-apreciar-

todos-os-argumentos-da-parte-vencida/>. Acesso em: 28 Jul. 2015.

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Distinções importantes

Julgado ≠ Precedente ≠ Jurisprudência ≠ Súmula ≠ Enunciado (ou verbete) sumular

Expressões importantes e úteis para aplicar (ou não) precedentes:

*Stare Decisis

*Ratio Decidendi

*Obiter Dictum

*Binding

*Overruling

*Distinguishing

*** Enunciado n.º 30 do FPPC: “O juiz deve justificar a postergação

da análise liminar da tutela antecipada de urgência sempre que

estabelecer a necessidade de contraditório prévio”. (Grupo: Tutela

Antecipada)

*** Enunciado n.º 128 do FPPC: “No processo em que há

intervenção do amicus curiae, a decisão deve enfrentar as alegações

por ele apresentadas, nos termos do inciso IV do § 1º do art. 489”.

(Grupo: Litisconsórcio e Intervenção de Terceiros)

*** Enunciado n.º 162 do FPPC: “Para identificação do precedente,

no processo do trabalho, a decisão deve conter a identificação do caso,

a suma do pedido, as alegações das partes e os fundamentos

determinantes adotados pela maioria dos membros do colegiado, cujo

entendimento tenha ou não sido sumulado. (Grupo: Impacto do CPC

no Processo do Trabalho).

*** Enunciado n.º 303 do FPPC: “As hipóteses descritas nos incisos

do §1º do art. 499 são exemplificativas”. (Grupo Sentença, Coisa

Julgada e Ação Rescisória)

*** Enunciado n.º 305 do FPPC: “No julgamento de casos

repetitivos, o tribunal deverá enfrentar todos os argumentos contrários

e favoráveis à tese jurídica discutida”. (Grupo: Precedentes)

*** Enunciado n.º 306 do FPPC: “O precedente vinculante não será

seguido quando o juiz ou tribunal distinguir o caso sob julgamento

demonstrando, fundamentadamente, tratar-se de situação

particularizada por hipótese fática distinta, a impor solução jurídica

diversa”. (Grupo: Precedentes)

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*** Enunciado n.º 307 do FPPC: “Reconhecida a insuficiência da

sua fundamentação, o tribunal decretará a nulidade da sentença e,

preenchidos os pressupostos do §3º do art. 1.013, decidirá desde logo

o mérito da causa”. (Grupo: Competência e invalidades processuais)

*** Enunciado n.º 308 do FPPC: “Aplica-se o art. 489, § 1º, a todos

os processos pendentes de decisão ao tempo da entrada em vigor do

CPC”. (Grupo: Direito intertemporal e disposições finais e

transitórias).

Para debate: O procedimento da PEC n. 171/1993 possui um precedente?

Textos para leitura

(I)

ROSA, Alexandre Moraes da. MAIA, Maurilio Casas. Julgado não é sinônimo de Precedente:

distinção que você deveria saber para evitar confusões na fundamentação dos julgados (Kahneman e os sistemas S1 e S2). Disponível em: < http://emporiododireito.com.br/julgado-

nao-e-sinonimo-de-precedente-distincao-que-voce-deveria-saber-para-evitar-confusoes-na-fundamentacao-dos-julgados-kahneman-e-os-sistemas-s1-e-s2-por-alexandre-morais-da-rosa-e-maurilio-c/>. Acesso em: 27 Jul. 2015.

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(II)

______. ______. Para entender porque a PEC (171) da Redução da Idade Penal é inconstitucional

você precisa dominar overruling e distinguishing. Disponível em: < http://emporiododireito.com.br/para-entender-porque-a-pec-171-da-reducao-da-idade-penal-e-inconstitucional-voce-precisa-dominar-overruling-e-distinguishing-por-alexandre-morais-da-rosa-e-maurilio-casas-maia/>. Acesso em: 27 Jul. 2015.

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(III)

HORBACH, Carlos Bastide. Por que a aprovação da PEC da maioridade penal é constitucional. Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2015-jul-05/provacao-pec-maioridade-penal-constitucional>. Acesso em: 27 Jun. 2015.

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**Tópicos

1) Casos de não fundamentação;

2) Colisão de normas;

3) Interpretação da sentença.

COLISÃO DE NORMAS E SENTENÇA

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CPC-1973 CPC-2015

NCPC, art. 489. (...) § 2o No caso de colisão entre

normas, o juiz deve justificar o objeto e os critérios

gerais da ponderação efetuada, enunciando as razões

que autorizam a interferência na norma afastada e as

premissas fáticas que fundamentam a conclusão.

(I)

STRECK, Lenio. Ponderação de normas no novo CPC? É o caos. Presidente Dilma, por favor, veta!

Disponível em: <http://www.conjur.com.br/2015-jan-08/senso-incomum-ponderacao-

normas-cpc-caos-dilma-favor-veta>. Acesso em: 27 Jul. 2015.

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INTERPRETAÇÃO DA SENTENÇA

CPC-1973 CPC-2015

Art. 489 (...) § 3o A decisão judicial deve ser

interpretada a partir da conjugação de todos os seus

elementos e em conformidade com o princípio da boa-

fé.

**Sobre aplicabilidade da boa-fé ao Poder Judiciário CPC/1973, Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: (...) II - proceder com lealdade e boa-fé;

NCPC, Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com

a boa-fé. NCPC, Art. 322. (...) § 2

o A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.

“PROCESSUAL CIVIL. TEMPESTIVIDADE DA APELAÇÃO. SUSPENSÃO DO PROCESSO. HOMOLOGAÇÃO ANTES DE SER PUBLICADA A DECISÃO RECORRIDA. IMPOSSIBILIDADE DA PRÁTICA DE ATO ENQUANTO PARALISADA A MARCHA PROCESSUAL. HIPÓTESE QUE NÃO SE CONFUNDE COM A ALEGADA MODIFICAÇÃO DE PRAZO PEREMPTÓRIO. BOA-FÉ DO

JURISDICIONADO. SEGURANÇA JURÍDICA E DEVIDO

PROCESSO LEGAL. NEMO POTEST VENIRE CONTRA FACTUM

PROPRIUM. (...) 8. É imperiosa a proteção da boa-fé objetiva das partes da relação jurídico-processual, em atenção aos princípios da segurança jurídica, do devido processo legal e seus corolários - princípios da confiança e da não surpresa - valores muito caros ao nosso ordenamento jurídico. 9. Ao homologar a convenção pela suspensão do processo, o Poder

Judiciário criou nos jurisdicionados a legítima expectativa de que o processo só voltaria a tramitar após o termo final do prazo convencionado. Por óbvio,

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não se pode admitir que, logo em seguida, seja praticado ato processual de

ofício - publicação de decisão - e, ademais, considerá-lo como termo inicial do prazo recursal. 10. Está caracterizada a prática de atos contraditórios justamente pelo sujeito da relação processual responsável por conduzir o procedimento com vistas à concretização do princípio do devido processo legal. Assim agindo, o Poder

Judiciário feriu a máxima nemo potest venire contra factum proprium, reconhecidamente aplicável no âmbito processual. Precedentes do STJ. 11.

Recurso Especial provido”. (STJ, REsp 1306463/RS, Rel. Min. HERMAN BENJAMIN, 2ª T., j. 4/9/2012, DJe 11/9/2012). “(...) IV - Todavia, na espécie, a conduta do Juízo a quo revela-se

contraditória e viola o princípio insculpido na máxima nemo potest

venire contra factum proprium, na medida em que anteriormente determinou - quando não precisava fazê-lo - a intimação para recolhimento

do preparo e, ato contínuo, mesmo após o cumprimento de sua ordem, entendeu por bem julgar extinta a demanda, sem julgamento de mérito. V - Tal atitude viola o princípio da boa-fé objetiva porque criou, na parte autora, a legítima expectativa de que, após o recolhimento do preparo, dentro do prazo estabelecido pelo Magistrado, suas razões iniciais seriam examinadas, observado-se o devido processo legal. VI - Determinada a intimação para recolhimento do preparo e figurando este devidamente cumprido, em tempo e modo oportunos, não é o caso de extinção dos embargos à execução, com

base no art. 267, IV, do CPC. VII - Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, provido. (STJ, REsp 1116574/ES, Rel. Min. MASSAMI UYEDA, 3ª T., j. 14/4/2011, DJe 27/4/2011).

“A vinculação do Estado-juiz ao dever de boa-fé nada mais é senão o reflexo do princípio de que o Estado, tout court, deve agir de acordo com a boa-fé e, pois, de maneira leal e com proteção à

confiança”. (DIDIER JR, Fredie. Editorial 45. Disponível em: <http://www.frediedidier.com.br/editorial/editorial-45/>. Acesso em: 27 Jul. 2015).

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Sobre proferir a sentença...

CPC-1973 CPC-2015

Art. 459. O juiz proferirá a sentença, acolhendo ou

rejeitando, no todo ou em parte, o pedido formulado

pelo autor. Nos casos de extinção do processo sem

julgamento do mérito, o juiz decidirá em forma

concisa.

Art. 490. O juiz resolverá o mérito acolhendo ou

rejeitando, no todo ou em parte, os pedidos

formulados pelas partes.

“(...) - Não há que se confundir fundamentação concisa, caso destes autos, com ausência de fundamentação. Precedentes. (...)”. (STJ, AgRg no Ag

1198299/RJ, Rel. Ministro CAMPOS MARQUES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/PR), 5ª T., j. 7/2/2013, DJe 21/2/2013). “(...) 1. Inexiste nulidade na sentença que extingue o processo sem julgamento do mérito, proferida de forma concisa, nos termos do art. 459 do CPC. (...)”. (STJ, AgRg nos EDcl no REsp 1116763/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em

04/12/2012, DJe 04/02/2013).

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CPC-1973 CPC-2015

Art. 459. (...) Parágrafo único. Quando o autor tiver

formulado pedido certo, é vedado ao juiz proferir

sentença ilíquida.

Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar

quantia, ainda que formulado pedido genérico, a

decisão definirá desde logo a extensão da obrigação, o

índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo

inicial de ambos e a periodicidade da capitalização dos

juros, se for o caso, salvo quando:

I - não for possível determinar, de modo definitivo, o

montante devido;

II - a apuração do valor devido depender da produção

de prova de realização demorada ou excessivamente

dispendiosa, assim reconhecida na sentença. § 1

o Nos casos previstos neste artigo, seguir-se-á a

apuração do valor devido por liquidação.

§ 2o O disposto no caput também se aplica quando o

acórdão alterar a sentença.

**Sentença condenatória (obrigação de pagar quantia):

(I) extensão da obrigação;

(II) o índice de correção monetária (e respectivo termo inicial);

(III) a taxa de juros (e respectivo termo inicial);

(IV) e a periodicidade da capitalização dos juros

CPC-1973 CPC-2015

Art. 460. É defeso ao juiz proferir sentença, a favor

do autor, de natureza diversa da pedida, bem como

condenar o réu em quantidade superior ou em objeto

diverso do que Ihe foi demandado.

Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de

natureza diversa da pedida, bem como condenar a

parte em quantidade superior ou em objeto diverso do

que lhe foi demandado.

**Efeitos da nova reconvenção no dispositivo:

NCPC, Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão própria, conexa com a ação principal ou com o fundamento da defesa.

CPC/1973, Art. 299. A contestação e a reconvenção serão oferecidas simultaneamente, em peças autônomas; a exceção será processada em apenso aos autos principais.

Sobre Fatos supervenientes e novos...

CPC-1973 CPC-2015

Art. 462. Se, depois da propositura da ação, algum

fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito

influir no julgamento da lide, caberá ao juiz tomá-lo

em consideração, de ofício ou a requerimento da

parte, no momento de proferir a sentença.

Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum

fato constitutivo, modificativo ou extintivo do direito

influir no julgamento do mérito, caberá ao juiz tomá-

lo em consideração, de ofício ou a requerimento da

parte, no momento de proferir a decisão.

Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato novo,

o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.

Modificação da sentença

CPC-1973 CPC-2015 Art. 463. Publicada a sentença, o juiz só poderá

alterá-la: Art. 494. Publicada a sentença, o juiz só poderá

alterá-la:

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I - para Ihe corrigir, de ofício ou a requerimento da

parte, inexatidões materiais, ou Ihe retificar erros de

cálculo;

I - para corrigir-lhe, de ofício ou a requerimento da

parte, inexatidões materiais ou erros de cálculo;

II - por meio de embargos de declaração. II - por meio de embargos de declaração.

Hipoteca Judiciária

CPC-1973 CPC-2015

Art. 466. A sentença que condenar o réu no

pagamento de uma prestação, consistente em

dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo

de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada

pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros Públicos.

Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento

de prestação consistente em dinheiro e a que

determinar a conversão de prestação de fazer, de não

fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária valerão

como título constitutivo de hipoteca judiciária.

*** Enunciado n.º 310 do FPPC: “Não é título constitutivo de

hipoteca judiciária a decisão judicial que condena à entrega de coisa

distinta de dinheiro”. (Grupo Sentença, Coisa Julgada e Ação

Rescisória).

Como efetivar a Hipoteca Judiciária?

CPC-1973 CPC-2015

Art. 466. A sentença que condenar o réu no

pagamento de uma prestação, consistente em

dinheiro ou em coisa, valerá como título constitutivo

de hipoteca judiciária, cuja inscrição será ordenada

pelo juiz na forma prescrita na Lei de Registros

Públicos.

Art. 495 (...) § 2o A hipoteca judiciária poderá ser

realizada mediante apresentação de cópia da sentença

perante o cartório de registro imobiliário,

independentemente de ordem judicial, de

declaração expressa do juiz ou de demonstração de

urgência.

Art. 495 (...) § 3o No prazo de até 15 (quinze) dias da

data de realização da hipoteca, a parte informá-la-á ao

juízo da causa, que determinará a intimação da outra

parte para que tome ciência do ato.

**Efeitos da Hipoteca Judiciária

NCPC, Art. 495 (...) § 4o A hipoteca judiciária, uma vez constituída, implicará, para o credor hipotecário, o

direito de preferência, quanto ao pagamento, em relação a outros credores, observada a prioridade no registro.

**Especificação da potencial produção de efeitos

CPC-1973 CPC-2015

Art. 466. (...) Parágrafo único. A sentença

condenatória produz a hipoteca judiciária:

Art. 495. (...) § 1o A decisão produz a hipoteca

judiciária:

I - embora a condenação seja genérica; I - embora a condenação seja genérica;

II - pendente arresto de bens do devedor; II - ainda que o credor possa promover o

cumprimento provisório da sentença ou esteja

pendente arresto sobre bem do devedor;

III - ainda quando o credor possa promover a

execução provisória da sentença.

III - mesmo que impugnada por recurso dotado de

efeito suspensivo.

**Responsabilidade Objetiva do credor hipotecário

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Art. 495 (...) § 5o Sobrevindo a reforma ou a invalidação da decisão que impôs o pagamento de quantia, a parte

responderá, independentemente de culpa, pelos danos que a outra parte tiver sofrido em razão da constituição da

garantia, devendo o valor da indenização ser liquidado e executado nos próprios autos.

Sentença substitutiva de declaração de vontade

CPC-1973 NCPC-2015

Art. 466-A. Condenado o devedor a emitir declaração

de vontade, a sentença, uma vez transitada em

julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.

Art. 501. Na ação que tenha por objeto a emissão de

declaração de vontade, a sentença que julgar

procedente o pedido, uma vez transitada em julgado, produzirá todos os efeitos da declaração não emitida.

Conclusão de contrato e transferência de propriedade

CPC/1973, Art. 466-B. Se aquele que se comprometeu a concluir um contrato não cumprir a obrigação, a outra parte, sendo isso possível e não excluído pelo título, poderá obter uma sentença que produza o mesmo efeito do

contrato a ser firmado.

CPC/1973, Art. 466-C. Tratando-se de contrato que tenha por objeto a transferência da propriedade de coisa determinada, ou de outro direito, a ação não será acolhida se a parte que a intentou não cumprir a sua prestação,

nem a oferecer, nos casos e formas legais, salvo se ainda não exigível.

**466-B e 466-C sem equivalente expresso no NCPC.

COISA JULGADA– DO CPC/1973 AO NCPC

Por MAURILIO CASAS MAIA Mestre em Ciências Jurídicas (UFPB). Pós-graduado em “Direitos Civil e Processual Civil” e em “Direito Público: Constitucional e

Administrativo”. Professor (UFAM) e Defensor Público (DPE/AM).

CONCEITO – NCPC

– Tabela Comparativa –

CPC-1973 CPC-2015

Art. 467. Denomina-se coisa julgada material a

eficácia, que torna imutável e indiscutível a sentença, não mais sujeita a recurso ordinário ou

extraordinário.

Art. 502. Denomina-se coisa julgada material a

autoridade que torna imutável e indiscutível a decisão de mérito não mais sujeita a recurso.

Art. 468. A sentença, que julgar total ou

parcialmente a lide, tem força de lei nos limites da

lide e das questões decididas.

Art. 503. A decisão que julgar total ou parcialmente o

mérito tem força de lei nos limites da questão

principal expressamente decidida.

– Esclarecimento –

Questão Preliminar ≠ Questão Prejudicial ≠ Questão Principal (de mérito)

Questão Prejudicial e Coisa Julgada

CPC-1973 CPC-2015

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Art. 470. Faz, todavia, coisa julgada a resolução da

questão prejudicial, se a parte o requerer (arts. 5o e

325), o juiz for competente em razão da matéria e

constituir pressuposto necessário para o julgamento

da lide.

Art. 503 (...) § 1o O disposto no caput aplica-se à

resolução de questão prejudicial, decidida expressa e

incidentemente no processo, se:

I - dessa resolução depender o julgamento do mérito;

II - a seu respeito tiver havido contraditório prévio e

efetivo, não se aplicando no caso de revelia;

III - o juízo tiver competência em razão da matéria e

da pessoa para resolvê-la como questão principal.

§ 2o A hipótese do § 1

o não se aplica se no processo

houver restrições probatórias ou limitações à cognição

que impeçam o aprofundamento da análise da questão

prejudicial.

Art. 325. Contestando o réu o direito que constitui

fundamento do pedido, o autor poderá requerer, no

prazo de 10 (dez) dias, que sobre ele o juiz profira

sentença incidente, se da declaração da existência

ou da inexistência do direito depender, no todo ou

em parte, o julgamento da lide (art. 5o).

Art. 5o Se, no curso do processo, se tornar litigiosa

relação jurídica de cuja existência ou inexistência

depender o julgamento da lide, qualquer das partes

poderá requerer que o juiz a declare por sentença.

*** Ação Declaratória Incidental

***Enunciado n.º 111 do FPPC: “Persiste o interesse no

ajuizamento de ação declaratória quanto à questão prejudicial

incidental”. (Grupo: Coisa Julgada, Ação Rescisória e Sentença);

*** Enunciado n.º 165 do FPPC: “Independentemente de

provocação, a análise de questão prejudicial incidental, desde que

preencha os pressupostos dos parágrafos do art. 503, está sujeita à

coisa julgada”. (Grupo: Coisa Julgada, Ação rescisória e Sentença).

*** Enunciado n.º 313 do FPPC: “São cumulativos os pressupostos

previstos nos §1º e seus incisos, observado o §2º do art. 503”. (Grupo

Sentença, Coisa Julgada e Ação Rescisória)

*** Enunciado n.º 338 do FPPC: “Cabe ação rescisória para

desconstituir a coisa julgada formada sobre a resolução expressa da

questão prejudicial incidental”. (Grupo Sentença, Coisa Julgada e

Ação Rescisória).

***Arguição de Falsidade Documental – NCPC, “Art. 430. (...) Parágrafo único. Uma vez

arguida, a falsidade será resolvida como questão incidental, salvo se a parte requerer que o

juiz a decida como questão principal, nos termos do inciso II do art. 19” .

CPC-1973 CPC-2015

Art. 4o O interesse do autor pode limitar-se à

declaração:

Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à

declaração:

I - da existência ou da inexistência de relação

jurídica;

I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de

uma relação jurídica;

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II - da autenticidade ou falsidade de documento. II - da autenticidade ou da falsidade de documento.

Parágrafo único. É admissível a ação declaratória,

ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória,

ainda que tenha ocorrido a violação do direito.

*** Ação Rescisória e Questão Prejudicial

NCPC, Art. 966 (...) § 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da

decisão.

OBS: Capítulos de sentença e Cândido Rangel Dinamarco.

CPC-1973 CPC-2015

Art. 495. O direito de propor ação rescisória se

extingue em 2 (dois) anos, contados do trânsito

em julgado da decisão.

NCPC, Art. 975. O direito à rescisão se extingue em

2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da

última decisão proferida no processo.

*** Enunciado n.º 336 do FPPC: “Cabe ação rescisória contra

decisão interlocutória de mérito”. (Grupo Sentença, Coisa Julgada e

Ação Rescisória).

*** Enunciado n.º 338 do FPPC: “Cabe ação rescisória para

desconstituir a coisa julgada formada sobre a resolução expressa da

questão prejudicial incidental”. (Grupo Sentença, Coisa Julgada e

Ação Rescisória).

Leitura

TAVARES, David Benchaya Nunes. O fracionamento do julgamento do mérito e a coisa

julgada parcial no Novo CPC. Disponível em: <http://portalprocessual.com/o-

fracionamento-do-julgamento-do-merito-e-a-coisa-julgada-parcial-no-novo-cpc/>.

Acesso em: 28 Jul. 2015.

Clique aqui para ler.

***Regra de Transição – NCPC, art. 1.054 – “Art. 1.054. O disposto no art. 503, § 1o,

somente se aplica aos processos iniciados após a vigência deste Código, aplicando-se aos

anteriores o disposto nos arts. 5º, 325 e 470 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973”.

** Enunciado n.º 367 do FPPC: “Para fins de interpretação do art.

1.054, entende-se como início do processo a data do protocolo da

petição inicial”. (Grupo: Direito intertemporal e disposições finais e

transitórias).

** NÃO faz coisa julgada

CPC-1973 CPC-2015

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Jul. 2015

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Art. 469. Não fazem coisa julgada: Art. 504. Não fazem coisa julgada:

I - os motivos, ainda que importantes para

determinar o alcance da parte dispositiva da

sentença;

I - os motivos, ainda que importantes para determinar

o alcance da parte dispositiva da sentença;

Il - a verdade dos fatos, estabelecida como

fundamento da sentença;

II - a verdade dos fatos, estabelecida como

fundamento da sentença.

III - a apreciação da questão prejudicial, decidida

incidentemente no processo.

**Teoria dos motivos determinantes

**Questão Prejudicial

Novas decisões e Questões já decididas da “mesma” (?) Lide

CPC-1973 CPC-2015

Art. 471. Nenhum juiz decidirá novamente as

questões já decididas, relativas à mesma lide,

salvo:

Art. 505. Nenhum juiz decidirá novamente as

questões já decididas relativas à mesma lide, salvo:

I - se, tratando-se de relação jurídica continuativa,

sobreveio modificação no estado de fato ou de

direito; caso em que poderá a parte pedir a revisão

do que foi estatuído na sentença;

I - se, tratando-se de relação jurídica de trato

continuado, sobreveio modificação no estado de fato

ou de direito, caso em que poderá a parte pedir a

revisão do que foi estatuído na sentença;

II - nos demais casos prescritos em lei. II - nos demais casos prescritos em lei.

Eficácia Subjetiva da Coisa Julgada

CPC-1973 CPC-2015

Art. 472. A sentença faz coisa julgada às partes

entre as quais é dada, não beneficiando, nem

prejudicando terceiros. Nas causas relativas ao

estado de pessoa, se houverem sido citados no

processo, em litisconsórcio necessário, todos os

interessados, a sentença produz coisa julgada em

relação a terceiros.

Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre

as quais é dada, não prejudicando terceiros.

*** Enunciado n.º 234 do FPPC: “A decisão de improcedência na

ação proposta pelo credor beneficia todos os devedores solidários,

mesmo os que não foram partes no processo, exceto se fundada em

defesa pessoal”. (Grupo: Coisa julgada, Ação Rescisória e Sentença)

PRECLUSÃO

CPC-1973 CPC-2015

Art. 473. É defeso à parte discutir, no curso do

processo, as questões já decididas, a cujo respeito

se operou a preclusão.

Art. 507. É vedado à parte discutir no curso do

processo as questões já decididas a cujo respeito se

operou a preclusão.

- Preclusão – espécies:

* Consumativa;

* Lógica;

* Temporal.

EFICÁCIA PRECLUSIVA DA COISA JULGADA

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SENTENÇA E COISA JULGADA – do CPC/1973 ao NCPC – Material de Apoio para estudos –

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CPC-1973 CPC-2015

Art. 474. Passada em julgado a sentença de mérito, reputar-se-ão deduzidas e repelidas todas as

alegações e defesas, que a parte poderia opor assim

ao acolhimento como à rejeição do pedido.

Art. 508. Transitada em julgado a decisão de mérito, considerar-se-ão deduzidas e repelidas todas as

alegações e as defesas que a parte poderia opor tanto

ao acolhimento quanto à rejeição do pedido.

Estabilização da tutela antecipada e Coisa Julgada

CPC-2015

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos

do art. 303, torna-se estável se da decisão que a

conceder não for interposto o respectivo recurso.

§ 1o No caso previsto no caput, o processo será

extinto.

§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra

com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela

antecipada estabilizada nos termos do caput.

§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos

enquanto não revista, reformada ou invalidada por

decisão de mérito proferida na ação de que trata o §

2o.

§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o

desarquivamento dos autos em que foi concedida a

medida, para instruir a petição inicial da ação a que se

refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela

antecipada foi concedida.

§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela

antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se

após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que

extinguiu o processo, nos termos do § 1o.

§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa

julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só

será afastada por decisão que a revir, reformar ou

invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das

partes, nos termos do § 2o deste artigo.

*** Enunciado n.º 32 do FPPC: “Além da hipótese prevista no art.

304, é possível a estabilização expressamente negociada da tutela

antecipada de urgência satisfativa antecedente”. (Grupo: Tutela

Antecipada)

*** Enunciado n.º 33 do FPPC: “Não cabe ação rescisória nos casos

estabilização da tutela antecipada de urgência”. (Grupo: Tutela

Antecipada).

REFERÊNCIAS

Professor: MAURILIO CASAS MAIA

SENTENÇA E COISA JULGADA – do CPC/1973 ao NCPC – Material de Apoio para estudos –

Jul. 2015

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2015.

BUENO, Cássio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil anotado. São Paulo: Saraiva,

2015.

DIDIER JR., Fredie. As condições da Ação e o novo CPC. <http://portalprocessual.com/as-

condicoes-da-acao-e-o-novo-cpc/>. Acesso em: 28 Jul. 2015.

FONSÊCA, Vitor. A motivação per relationem. Revista de Processo, São Paulo, v. 129, p. 251-

268, 2005.

FREIRE, Rodrigo da Cunha Lima. O juiz está obrigado a apreciar todos os argumentos da parte

vencida? Disponível em: <http://portalprocessual.com/o-juiz-esta-obrigado-a-apreciar-todos-

os-argumentos-da-parte-vencida/>. Acesso em: 28 Jul. 2015.

MEDINA, José Miguel Garcia. Novo Código de Processo Civil comentado. São Paulo: Ed. RT,

2015.

MONTEIRO BARBOSA, Rafael Vinheiro. LIMA, Fábio Lindoso e. Prescrição: Renunciabilidade

vs Cognoscibilidade ex officio. Revista de Processo, v. 239, São Paulo, p. 63-95, 2015.

NERY JÚNIOR, Nelson. NERY, Rosa Maria de Andrade. Comentários ao Código de Processo

Civil. São Paulo: Ed. RT, 2015.

NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Novo Código de Processo Civil – Lei 13. 105/2015. São

Paulo: Método, 2015.

NUNES, Dierle. SILVA, Natanael Lud Santos e. CPC Referenciado – Lei 13.105/2015.

Florianópolis: Empório do Direito, 2015.

SILVA, Ticiano Alves e. Embargos de declaração e contradição externa. Revista de Processo,

São Paulo, v. 238, p. 199, Dez. 2014.

STRECK, Lenio. ABBOUD, Georges. O que é isto – o precedente judicial e as súmulas

vinculantes. Porto Alegre: 2013.

WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. CONCEIÇÃO, Maria Lúcia Lins Conceição. RIBEIRO,

Leonardo Ferres da Silva Ribeiro. MELLO, Rogério Licastro Torres de. Primeiros

Comentários ao Novo Código de Processo Civil: artigo por artigo. São Paulo: Ed. RT, 2015.

***Sites recomendados***

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