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Câmara Municipal do Sal
Programa Alvarina Programa de Âmbito Social de Dinamização e Ordenamento
Mercados, Feiras e Venda Ambulante
Apresentação sumária do plano estratégico
Janeiro de 2016
Visão
O comércio não-sedentário é um setor significativo de atividade
económica na Ilha do Sal; porém, mormente a sua representatividade na
economia local e de constituir um importante meio de acesso ao
rendimento pelas famílias mais carenciadas, ainda não está dotado de
medidas adequadas para uma ação mais eficaz na melhoria qualitativa
do sector, bem como, dos instrumentos necessários à regulação da utili-
zação desses equipamentos e espaços públicos das nossas áreas urbanas.
O Poder Municipal pretende ser a chave na mudança desse paradigma
através de uma melhor estruturação e organização da atividade fazendo
desta, uma alavanca para o desenvolvimento local sustentável, com
efeitos diretos na qualidade de vida das famílias de mais baixo rendimento.
Missão
Mesmo que a cultura dos mercados não seja muito significativa nos hábitos de
compra, as visitas aos mercados programadas para os turistas, bem como o
sucesso dos eventos e atividades socioculturais organizados no mercado de
Santa Maria e nas feiras, recordam a essência deste espaço de troca de
produtos e locais de encontro.
Trata-se de:
Melhorar as condições em que se dão essas trocas e
encontros, torná-los mais atrativos, lugares centrais e
essenciais a vida dos habitantes da Ilha do Sal.
Apesar da precariedade e baixa solvabilidade na atividade, o comércio não-
sedentário atrai um número crescente de migrantes à procura de soluções
alternativas para o rendimento da família enquanto perspetiva a opor-
tunidade por um emprego estável ou a oportunidade de constituir negócio.
Trata-se de:
Incentivar e apoiar a profissionalização nesta atividade ao
mesmo tempo que se desencadeiam medidas para acres-
centar valor nos produtos, implicando estratégias concer-
tadas no lado da valorização pessoal e formas robustas de
organização cooperativa.
As mudanças de hábitos de consumo e o surgimento de novos lugares de
socialização provocados pela expansão urbana trouxe transformações que os
antigos mercados não puderam tirar partido pela sua localização; acresce
que as condições dos edifícios não foram ajustadas às atuais necessidades.
Quando os atores económicos deixam os mercados municipais é o momento
de interrogar sobre o futuro papel destes espaços de abastecimento alimentar.
Trata-se de:
Ajustar a intervenção da Câmara Municipal para um novo
modelo na estrutura de abastecimento alimentar que tem
na base o comércio não-sedentário e envolve objetivos de
dinamização urbana, reforço dos laços sociais e a promoção
da cultural local, envolvendo a interação dos vários atores.
Quem é Nha Alvarina?
Alvarina Cabral, mãe de 7
filhos, foi a rabidante de
frutas e verduras pioneira na
Ilha do Sal, que se tornou
referência dando seu nome a
praça onde está hoje o mais
antigo mercado municipal
da ilha: Fundo de Alvarina.
Na sua primeira viagem ao Sal viu uma oportunidade
de negócio ao constatar que havia falta de uma
produção local e escassez na oferta dos bens
alimentares de primeira necessidade devido a seu
clima árido. Um ano depois, em 1951, Nha Alvarina
chegou de Praia num avião das forças armadas
portuguesas, levando na bagagem um saco de 50 kg
de verduras e legumes – iniciava assim sua atividade
comercial numa terra ainda por explorar.
Seu carácter empreendedor e seu investimento na
atividade permitiram-lhe montar o negócio e aí ter
sucesso cumprindo um papel que a muitos
habitantes beneficiou; abriu uma nova via de
distribuição para os produtores agrícolas de Santiago
e uma via de abastecimento para uma melhor
qualidade nutricional duma parte da população da
Ilha do Sal. Também incentivou vacações que pouco
a pouco participam na estruturação económica da
Ilha, com especial incidência, na cadeia de distri-
buição dos produtos de pequenos produtores nacionais
nesta que é uma das ilhas mais dinâmicas e atraentes
para o investimento no país e que ainda hoje
apresenta um grande potencial para o escoamento
dos produtos nacionais.
Esta mulher inspirou uns quantos comerciantes e
outros empreendedores, ajudando a mudar histórias
de cada um como a fazer a própria história desta
terra, lugar de clima agreste mas que materializa
sonhos.
A figura de Nha Alvarina ilustra a finalidade do
Programa de Dinamização e Ordenamento dos
Mercados, Feiras e Venda Ambulante: “Melhorar as
condições de trabalho dos operadores e o
rendimento para as famílias mais carenciadas,
nomeadamente pelas mulheres chefe de família que
investem particularmente nesta atividade como
emprego, promovendo a estruturação, a dinamização
e o ordenamento do comércio não-sedentário”.
3
Apresentação pelo
Presidente da Câmara do Sal Ilha do Sal, 19 de janeiro de2016
Num momento importante de mudanças no quadro socioeconómico internacional que
está a colocar à prova a capacidade da Câmara Municipal da Ilha do Sal em realizar a
sua missão enfrentando os constrangimentos financeiros enquanto aumentam pressões no
lado da migração por aqueles que veem nesta ilha oportunidades para trabalhar e viver
melhor, o nosso desafio é encontrar respostas adequadas e potencializadoras do
envolvimento nessa dinâmica e que tornam esta necessidade também uma oportunidade
para o desenvolvimento local sustentável e socialmente justo.
A Câmara Municipal iniciou um programa de âmbito social que visa promover a
Dinamização e Ordenamento da Atividade Comercial em Mercados, Feiras e Venda
Ambulante. Este setor tem sido imprescindível na Ilha do Sal para o abastecimento
alimentar e promoção do artesanato, assegurando o escoamento dos produtos
nacionais; contudo, mormente o seu potencial enquanto motor de desenvolvimento
económico, meio de inserção e laço social, ou mesmo, elemento de estruturação
urbana, ainda não estava dotado de medidas adequadas para uma ação eficaz.
Defendemos que a sua consecução através de um plano estratégico desenhado nos moldes
a seguir enunciados irá trazer benefícios diretos para mulheres chefes de famílias
carenciadas, incidindo no abastecimento alimentar, na saúde pública, no setor do
turismo e que ainda produzirá reflexos no ordenamento do território através da melhoria
na qualidade urbana.
Neste programa de dinamização, a ação da Autarquia centrar-se-á nas respostas para a
capacitação na ação cooperativa e individual no comércio não-sedentário. Entretanto,
iniciámos a adequação das infraestruturas para suporte ao nível das exigências de
qualidade que queremos imprimir a todos os níveis, com regulação do seu modelo de
funcionamento e formas de acesso à atividade através das normas que submeteremos à
Assembleia Municipal. Estes são os fatores que potenciam melhorias na vida das pessoas e
nas nossas localidades mas incidirão ainda e sobretudo, em outras ações com efeitos no
aumento do rendimento das famílias das vendedeiras, assim como na melhoria das
condições com que exercem a sua atividade.
Este é um instrumento de ação estratégica no desenvolvimento local baseado em metas
e seguindo objetivos operacionais para alcançar determinados indicadores estabelecidos
através de um processo participado com representantes da comunidade de operadores,
das ONG’s parceiras neste projeto e de outros atores envolvidos. O mesmo princípio está
na mobilização de recursos financeiros: a Autarquia investe seus recursos próprios, investe
em ações de fundraising para constituir fundos do Programa e nas candidaturas às
subvenções e linhas de financiamento por parceiros sensíveis a esta causa.
A Câmara Municipal da Ilha do Sal convida o Governo de
Cabo Verde e os parceiros do desenvolvimento local a
apadrinharem este Programa através do financiamento
dos projetos e de outras formas de participativos descritos,
aqui sintetizados através das Fichas de Projetos que
submeto em anexo aos documentos do Programa, onde
destaco esta brochura de apresentação e o Mapa de
Implementação Estratégica do Programa.
Assim, envolvendo os indivíduos e as organizações, o
programa pretende assegurar a coerência e a
sustentabilidade deste projeto coletivo.
Jorge Eduardo St. Aubyn de Figueiredo
O Presidente da Câmara Municipal do Sal
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Principais valores Como estamos
Enquadramento estratégico
O abastecimento alimentar em produtos locais apoia-se, sobretudo, na
atividade de comércio não-sedentário. Esta atividade é exercida na sua
maioria por migrantes, mulheres chefes-de-família que vivem em condições
precárias e nesta investem o seu futuro.
O artesanato local está em formação “na rua”; é executado principalmente
por homens jovens que têm o turista como cliente alvo. Neste mercado, os
produtos nacionas são dificilmente acessíveis.
A venda de confecções tem pouca qualidade apesar de representativa e
não se tem verificado um crescimento da atividade.
A grande maioria dos vendedores está a espera de emprego assalariado. Por
isso, consideram esta atividade no comércio não-sedentário como provisória.
AMBIENTAIS Principais observações
A atividade vem acompanhando o crescimento urbano das localidades
Há necessidade de renovação ou reabilitação de uma parte dos mercados
Potencialidades
A estruturação do desenvolvimento do espaço urbano deverá abrir novas
oportunidades de negócios
O comércio-não sedentário contribui para a aproximação do produtor do
consumidor final
Estrutura e anima o espaço urbano
Fortalece os espaços de trocas e de
encontros
Participa na valorização do espaço
público e da sua imagem
Reduz a pegada ecológica do
produto
ECONÓMICOS Principais observações
A oferta de produtos é fracamente competitiva
Prevalecem pequenas unidades de venda especializadas e individualizadas
O número de migrantes não qualificados é crescente para a capacidade limitada
dos setores da atividade económica
Verificam-se algumas iniciativas no desenvolvimento de produtos nacionais
Potencialidades
A predominância do setor do turismo na Ilha do Sal
A forte demanda face o tipo de oferta em termos de comércio
O lugar dos produtos nacionais é mínimo e pode crescer muito
Fonte de abastecimento complementar
aos estabelecimentos retalhistas
Potencial importante na criação do
autoemprego
Complementar à oferta turística, com
potencial de crescimento
Assegura escoamento de pequenos
produtores nacionais e locais
SOCIOCULTURAIS Principais observações
Atividades precárias fragilizadas pela falta de meios logísticos e de perspetivas
profissionais
Procura turística ainda por explorar
Potencialidades
Os valores culturais nacionais são muito apreciados e valorizados
Há presença de ONG’s e instituições que já trabalham com esta comunidade e
poderão aportar experiência numa nova visão integrada
Os mercados municipais e bazares constituem atrações turísticas ainda não
valorizadas e qualificadas
Principal fonte de rendimento e de
abastecimento pelas famílias mais
carenciadas
Mobiliza a rede familiar e supra insular
atuando como fator de coesão
É lugar de promoção cultural como
reforço da identidade
Assegura o laço social e a autoestima do
indivíduo
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Finalidade do programa Como queremos ser
Melhorar as condições de trabalho dos operadores e o rendimento para as
famílias mais carenciadas, nomeadamente pelas mulheres chefe de família
que investem particularmente nesta atividade como emprego, promovendo
a estruturação, a dinamização e o ordenamento do comércio não-sedentário.
Metas na ação
Os principais objetivos
1. Contribuir para melhorar o rendimento das famílias
visadas prevendo ações de suporte tendentes à
profissionalização dos operadores, de estímulo ao
empreendedorismo e inserção no setor formal da
economia;
2. Desenvolver uma estratégia de valorização e escoamento
dos produtos que representam os valores nacionais e de
interesse turístico, agindo com particular incidência na
proteção do consumidor e na segurança alimentar;
3. Estabelecer regras de funcionamento, organizar e poten-
cializar o contributo do comércio não-sedentário na
valorização de espaços de domínio público.
As nossas motivações
Promover meios de vida sustentáveis através da melhoria
do rendimento das famílias, em particular das mulheres
chefes de família e as mães solteiras, das condições de
vida e de trabalho e incentivar atividades sustentáveis e
integradas;
Dinamizar a atividade de comércio não-sedentário através da
profissionalização do operador, da sua organização cole-
tiva e cooperação, da valorização dos produtos nacionais
e integração em operações economicamente robustas;
Assegurar a responsabilidade social no desenvolvimento
do tecido económico local e implicar o comerciante não-
sedentário na construção de paz social e relações
comerciais justas.
Os pilares estratégicos
MEIOS DE VIDA SUSTENTÁVEIS
Rendimento familiar
Condições de trabalho
Condições de vida
Sustentabilidade
DINAMIZAÇÃO DA ATIVIDADE
Fortalecimento pessoal
Organização coletiva
Fortalecer o negócio
Valorização do produto
Viabilidade económica
RESPONSABILIDADE SOCIAL
Valorização da profissão
Cidadania
Limites da atuação
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Diagnósticoparticipativo
•Observação do terreno
•Entrevistas aos operadores e outros atores ligados à atividade
•Tomar em conta os estudos e projetos existentes
Análise partilhada
•Análise sistémica e participativa
•Reuniões coletivas
•Encontros com organismos ligados à problemática
Plano estratégico concertado
•Avaliação das possibilidades de ação
•Identificação dos recursos humanos e financeiros
•Definição de modalidades de avaliação
•Elaboração das fichas de projetos
Plano de execução multiparcerias
•Implementação das ações
•Comunicação
•Candidaturas a projetos
•Valorização das ações em curso
Estratégias na ação Nossa visão é global e inclusiva
Princípios
Criar uma convergência de condições favoráveis de incentivo
ao empreendedorismo e a melhoria do ambiente de negócio
para a dinamização do setor do comércio não-sedentário.
Envolver as ONG’s parceiras e constituir outras parcerias na
implementação das medidas previstas no Plano Estratégico,
recorrendo a recursos financeiros próprios e aqueles obtidos
de subvenções e financiamento.
Estimular a participação dos atores na implementação
do Plano Estratégico onde a escolha das medidas e a
priorização são partilhadas com a Câmara Municipal.
Conseguir o apoio da comunidade a esta causa através
do envolvimento dos cidadãos e principais agentes
económicos com papel no desenvolvimento local.
Comunicar a forma de atuação, o alcance e a hierarquia
das prioridades na implementação para obter vantagens
competitivas e o melhor desempenho com vista ao sucesso
da intervenção.
Etapas da elaboração do Programa
As mudanças podem ser induzidas e dinamizadas por
políticas ao nível da capacitação individual e incentivos para
atuação cooperativa, privilegiando as iniciativas com maior
impacte potencial nos fatores dinâmicos de competitividade.
Mas para potenciar sinergias e apoiar as iniciativas, o
ambiente de negócios carece de uma rede articulada e
qualificada de infraestruturas físicas e os serviços de suporte
a essa política. Materializada por projetos ao nível do
desenho urbano, da reabilitação de edifícios, da criação
de mobiliário urbano dedicado e, sobretudo, na construção
de um novo mercado para abastecimento grossista com
capacidade para armazenamento, maturação e conser-
vação de alimentos perecíveis, ultrapassando assim as
contingências da insularidade acrescidas da irregularidade
de oferta na origem.
Maio
Outubro
Setembro
Dezembro a fevereiro
7
Concretizando a nossa visão Como vamos agir
Intenção
Fazer da nossa missão um exemplo de compromisso do
dever de solidariedade com o crescimento económico,
baseados na interdependência e sinergias vertidas na
vocação de ilha turística e fazer do Sal um lugar de futuro
para todos.
1 - Gestão para estruturação e integração
A realização do Plano Estratégico processa-se através das medidas
estruturadas em quatro temas estratégicos que conduzem a sua
implementação com vista a concretizar as metas estabelecidas. As
treze medidas assim organizadas englobam ações e projetos a
desenvolver em paralelo, ao longo das 4 fases do Programa.
O compromisso da sua concretização é de todos os envolvidos;
desde a autarquia, as ONG’s parceiras e os beneficiários. Mas são
necessários estímulos e ações eficazes na comunicação com os
destinatários para que se organizem em cooperativas onde os
interesses comuns são reforçados.
As medidas do primeiro tema estratégico são estruturantes e integradoras dos processos que decorrem nos outros temas complementares. Por isso, estes custos são suportadas em grande parte pelos recursos da autarquia.
As medidas de maior impacte financeiro para o Município e dependentes de recursos financeiros de parceiros serão iniciadas na Fase II e estendem-se pelas etapas seguintes.
As ações de curto prazo implicam uma incidência maior e direta por parte da Unidade de Coordenação e Gestão do Programa para que o sucesso das medidas imprima a dinâmica necessária para a adesão ao Programa.
GESTÃO PARA
ESTRUTURAÇÃO E
INTEGRAÇÃO
DINAMIZAÇÃO DA REDE
DE ABASTECIMENTO
INFRAESTRUTURAS E
EQUIPAMENTOS DE APOIO
APRENDIZADO E
CRESCIMENTO
1. Unidade de coordenação e
gestão do Programa
2. Organização de cooperativas
3. Instrumentos operacionais
4. Recursos Financeiros
5. Dinamização das atividades
6. Apoio na cadeia de valor
7. Meios de vida sustentável
8. Novos equipamentos
dedicados ao comércio não-
sedentário
9. Melhorias na rede de
equipamentos dedicados
10. Requalificação de áreas urbanas
e mobiliário urbano fixo
11. Mobiliário urbano próprio
12. Inovação e outras formas de
agregar mais valor
13. Estímulos à produção local
1 2 3 4
8
Temas estratégicos Como vamos agir
Intenção
Estimular os fatores que potenciam melhorias na vida das
pessoas e das nossas cidades, incidindo em ações com
efeitos no aumento do rendimento das famílias dos
vendedores assim como na melhoria das condições com
que exercem a sua atividade.
2 – Dinamização da rede de abastecimento
As medidas do segundo tema estratégico agem sobre a
dinamização da rede de abastecimentos e dos locais de
venda dedicados. Todas são interrelacionadas, orientadas
pelos princípios dos pilares estratégicos e os seus efeitos são
transversais ao Programa.
As subvenções e financiamentos serão canalizadas para os
parceiros no terreno, sejam as instituições governamentais
vocacionadas, as ONG’s ou associações locais de apoio
ao desenvolvimento.
As intervenções dos parceiros no terreno são baseadas em
formações para a capacitação e melhorias nas práticas
comercias, na introdução de maior qualidade e
diversidade aos produtos, associadas a mecanismos de
incentivo para a mutualização dos esforços.
Dinamizar a atividade
Incentivaremos o conhecimento e a divulgação de boas
práticas, com intercâmbio das experiências em Cabo
Verde e no mundo.
Vamos premiar as ideias com maior sucesso na
contribuição para a qualidade na alimentação saudável,
de maior valor ambiental e aquelas que colocam a cultura
nacional num plano maior.
A Câmara Municipal age diretamente na criação, organi-
zação e valorização dos espaços dedicados ao comércio
não-sedentário. A Unidade de Coordenação e Gestão
considera estudos e inquéritos regulares para avaliar o
progresso das medidas, corrigir as distorções e discutir com
os parceiros a inclusão de novas ações.
Apoio na cadeia de valor
O objetivo central desta medida é introduzir procedimentos
e estratégias para agregar maior valor aos produtos através
da adoção de ações conjuntas e partilha de recursos.
A criação do Mercado de Abastecedores com a sua
unidade de frio para conservação e maturação, junto ao
porto de Palmeira, irá reduzir a dependência do transporte
marítimo, reduzir quebras e outros custos na cadeia de valor.
Os formadores em marketing e merchandising ajudarão a
dar mais visibilidade aos produtos e a criar novos mercados.
Outras ações irão até a origem dos produtos nacionais
para estabelecer acordos comerciais nos procedimentos
de seleção, calibragem e acondicionamento, entre outras
medidas tendentes a criar uma certificação de origem.
Meios de vida sustentáveis
O objetivo desta medida é de informar e sensibilizar para a
melhoria das condições de higiene e salubridade dos
locais de habitação, armazenagem e venda dos produtos.
O desenvolvimento de ferramentas para boas práticas de
trabalho será apoiado, assim como, a utilização racional e
de práticas sustentáveis no consumo de recursos naturais.
Nestas ações, comunicaremos a ideia de que não estarão
sozinhos nos esforços para melhorar o meio ambiente.
Divulgaremos as ações onde estaremos implicados com o
mesmo objetivo.
Concretizando a nossa visão 9
Temas estratégicos Como vamos agir
Intenção
A ação da Autarquia centrar-se-á nas respostas para o
ordenamento do comércio não-sedentário com regulação
do seu modelo de funcionamento e formas de acesso à
atividade, ao mesmo tempo que inicia a capacitação
das infraestruturas para suporte ao nível das exigências
de qualidade que queremos imprimir e na sua imagem.
3 - Infraestruturas e equipamentos de apoio
O terceiro tema estratégico identifica as
medidas necessárias no capítulo das
melhorias para conseguir maior inte-
gração entre os equipamentos para o
abastecimento alimentar e as ativida-
des a que elas estão destinadas.
Procuraremos otimizar as instalações
existentes e torná-las mais atrativas para
o consumidor e as vendedeiras.
Os espaços urbanos estão a ser inter-
vencionados, elevando o patamar na
qualidade dos lugares para os mora-
dores e seus visitantes, atuando nas
sinergias de desenvolvimento das ativi-
dades económicas, onde se inclui o
comércio não-sedentário.
Procuraremos apoios para dotar a rede
de novos edifícios com funções com-
plementares na coerência do sistema e
em linha com as medidas previstas nos
outros temas estratégicos.
Nesta página apresentamos algumas
ilustrações das intervenções projetadas
e outras em obra para adequação e
valorização dos espaços dedicados e
nos mobiliários urbanos já criados.
O número elevado de ações sobre este
tema estratégico não permite sermos
exaustivos; nessa medida, um portefólio
de projetos será incluído na página
eletrónica do Programa para divulgar e
informar a medida que são submetidos
a apreciação dos parceiros com vista
ao financiamento e outros patrocínios.
Concretizando a nossa visão 10
Temas estratégicos Como vamos agir
Intenção
É preciso abrir portas para outras atividades, bem como,
apoiar aquelas desencadeadas pelas oportunidades de
negócios que estão a ser descobertas pelo espírito empreen-
dedor de todos quanto escolhem vir aqui morar. O Programa
trata também desta tarefa, particularmente junto das pessoas
capazes e resilientes com baixos recursos económicos.
4 – Aprendizado e crescimento
As medidas deste quarto tema estratégico dividem-se em
etapas que caracterizam os dois ciclos de gestão para
implementação do Programa:
As ações do primeiro período estão orientadas para a
sensibilização sobre o valor cultural do produto nacional
e aportam estratégias que introduzam mais-valias;
A segunda etapa, de orientação para a produção local,
decorre junto com a consolidação e sustentabilidade
do Programa e será desencadeada com o novo ciclo
da administração municipal.
Inovação e outras formas de agregar mais valor
Inovar na venda conhecendo melhor os produtos nacionais
e ajustar as soluções de embalamento e acondicionamento.
Maximizar os benefícios financeiros apoiando a criação de
instalações próprias para produção ou acondicionamento
Promover a qualidade e a inovação através da introdução
da certificação com selo de qualidade da Ilha do Sal
Estímulos à produção local
Promover e valorizar a produção local através de:
Sensibilização e valorização da dinâmica ligada a
cultura e ao produto nacional
Organização de feiras temáticas e de calendário
Valorização da cadeia de pescado
Desenvolver a produção local recorrendo a:
Estratégias competitivas a partir do posicionamento da
ilha como mosaico de culturas
Estímulo ao viveirismo através de financiamento e
assistência técnica
Estímulo à produção de granjeiros através da
facilitação do acesso a áreas não vocacionadas para
o turismo
Melhorar a comunicação sobre os produtos nacionais,
particularmente para aqueles transformados na Ilha do Sal.
11
Indicadores chave de progresso Como avaliaremos os resultados
O público-alvo
150 operadores no comércio não-sedentário e do setor informal,
principalmente as mulheres chefes de família e, indiretamente,
suas famílias, os habitantes e cidadãos da Ilha do Sal.
As medições aferem o ponto da situação sobre:
As práticas dos consumidores;
A situação empresarial dos vendedores;
A situação das famílias dos vendedores;
Consciência social e ambiental dos beneficiários.
Indicadores-chave de progresso do Programa
Nome Definição Resultados
Evolução do rendimento
Rendimento médio por operador
Na primeira fase, estabilizar o rendimento mensal
Visa alcançar um aumento do rendimento médio até ao nível do rendimento médio das camareiras do setor hoteleiro no final do programa
Distinção dos espaços de
trabalho
Relação entre o espaço doméstico e o espaço profissional para certas tarefas
Transferência do armazenamento dos produtos em equipamentos dedicados
Coibir o armazenamento e a produção alimentar fora dos espaços dedicados e equipados
Fim das práticas ou atividades domésticas no espaço público de venda
Diversificação das tarefas
Distinção das tarefas da atividade (venda, abastecimento, gestão, administração,
transporte, valorização dos produtos, outros)
Redução do tempo na atividade de venda para representar menos de 50% do tempo total da atividade comercial
Generalização da prática de gestão empresarial
Promoção social
Parte das mulheres chefes de famílias mais carenciadas de entre a população dos vendedores nas ações iniciadas
Prioridade a população alvo nas ações iniciadas para que 100% participem no programa
Ao final do programa, saída da situação do atual nível de pobreza económica e social da população alvo
Organização coletiva
Meios de trabalho e de ações mutualizados para a redução das despesas públicas na atividade
Criação de uma cooperativa por tipo de produtos vendidos
Redução do preço de custo médio a menos de 70 % do preço de venda
Redução do volume total de quebras a menos de 20 %
Diversificação e distinção da
oferta
Evolução das bancas, na criação e na apresentação de produtos
Atingir 80 % de produtos locais e nacionais nas bancas e nas vendas do comércio não-sedentário
Frequência dos mercados
Medida da frequência dos mercados e outros lugares públicos acolhendo atividade de comércio
Ocupação da totalidade das bancas
Centralização da atividade de venda em espaços dedicados
Regularidade semanal de feiras itinerantes nas cidades da ilha
Promoção da atividade
Frequência dos eventos e ações (ligados à promoção das atividades e dos
espaços do comércio não-sedentário)
Realização de uma feira temática pelo menos uma vez por trimestre
Promoção semanal da atividade e seus eventos da parte dos meios de comunicação
Me
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Janeiro de 2016
Sumário dos temas tratados
O Programa e o seu Plano Estratégico podem ser consultados na sua totalidade na Câmara Municipal do Sal. Em breve, será
disponibilizada uma hiperligação no seu endereço de Facebook:
https://www.facebook.com/camaramunicipal.dosal/
No quadro seguinte estão referenciados os índices dos três documentos principais deste Programa.
Volume II – Plano Estratégico Volume IV - Diagnóstico
A Missão Visão, principais valores e finalidade Os desafios
1. Enquadramento Estratégico Caracterização sumária Análise estratégica do contexto Quadros sinópticos da análise Recomendações
2. Plano de ação Os eixos estratégicos Objetivos operacionais Temas estratégicos Determinação das ações
3. Operacionalização Preconização Ações e projetos
1. Enquadramento História dos mercados na Ilha do Sal
2. Situação presente Retoma do contexto O transporte marítimo
3. Os diferentes espaços de venda do comércio não-sedentário A mobilidade entre das principais aglomerações Um comércio ambulante alternando entre espaços
dedicados e outros A permanência de venda na via pública Os mercados e outros lugares dedicados à venda não-
sedentária na estruturação urbana
4. Os produtos desse comércio A apresentação dos produtos As fragilidades da oferta de produtos alimentares A falta de produtos locais ou nacionais
5. Operadores e vendedores
As distinções das situações sociais As dificuldades das situações de trabalho A precariedade das situações profissionais
6. Desafios para a estruturação do comércio não-sedentário Apreciações dos mercados pelos principais atores Recentes projetos para uma nova dinâmica dos
mercados Outras ações envolvidas
Volume III - Implementação
1. Mapa de Implementação Estratégica do Programa
2. Fichas de Ações e Projetos
3. Estimativa Orçamental
Contatos
Câmara Municipal
da Ilha do Sal Vereação da Administração, Finanças e Património
Direcção dos Serviços de Administração,
Finanças e Recursos Humanos
Escrito, editado e publicado em janeiro de 2016 por:
Euclides Vilela e Myriam Vinagre
Desenho gráfico por
Euclides Vilela Todas as imagens de síntese dos projetos são de propriedade da Câmara Municipal do Sal