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1 LEGISLATIVAS 2015 LINHAS DE ORIENTAÇÃO GERAL PARA A ELABORAÇÃO DO PROGRAMA ELEITORAL 03.JUNHO.2015

Programa eleitoral da coligação PSD-CDS (linhas orientadoras)

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  • 1LegisLativas 2015

    Linhas de OrientaO geraL

    para a eLabOraO dO prOgrama

    eLeitOraL

    03.junhO.2015

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    O LegadO nos ltimos quatro anos, portugal viveu uma situao excecional e venceu-a: hoje um pas diferente, em manifesta recuperao e em condies de ser um pas melhor. Em 2011, Portugal apresentava um dfice oramental superior a 11% do PIB e cami-nhava imparavelmente para a bancarrota, pois j no conseguia obter financiamento nos mer-cados internacionais. Sem alternativa para o beco sem sada a que conduzira os Portugueses, o Governo de ento pediu aos nossos parceiros internacionais o auxlio financeiro sem o qual o Pas no teria cumprido as suas obrigaes internacionais, nem teria conseguido honrar os seus compromissos internos, pagando os salrios dos funcionrios pblicos e as penses.

    nesse quadro de verdadeira emergncia nacional a atual maioria foi chamada responsabilidade de retirar portugal da situao dramtica a que a incompetncia e a leviandade de outros nos conduzira. De repor Portugal no caminho do crescimento e do desenvolvimento. De devolver a Portugal o prestgio e a credibilidade que ento eram perigosa-mente postos em causa.

    O caminhO hoje podemos dizer que cumprimos a misso mais difcil que os nossos compa-triotas nos conferiram:

    Fechmos o Programa de Assistncia Econmico-Financeira, sem necessidade de re-correr a um segundo resgate ou, sequer, a um programa cautelar;

    As contas pblicas esto na boa direo e o dfice oramental ficar este ano clara-mente abaixo de 2,7%, permitindo que Portugal, pela primeira vez em muitos anos, deixe de estar submetido ao procedimento por dfice excessivo;

    I De 2011 at hoje

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    O Pas financia-se nos mercados internacionais a taxas de juro historicamente baixas (nalguns casos at negativas), o que permitiu, nomeadamente, o incio dos reembolsos antecipados ao FMI;

    O dfice pblico diminuiu em mais de 12,4 mil milhes de euros, dos quais 8,5 mil milhes se ficaram a dever reduo da despesa (e isto sem contar com a despesa certa que o atual governo conseguiu evitar, por exemplo, atravs da renegociao das parcerias pblico privadas);

    O saldo primrio apresenta consistentemente valores positivos.

    O pOntO de que agOra partimOs Como afirmmos em 2011 no programa do atual Governo, a legislatura teria dois tempos distintos. e a verdade que o acerto da estratgia seguida permitiu abrir, na segunda metade do mandato, um ciclo de crescimento, de confiana e de criao de emprego. e os resultados so j bem visveis:

    Pelo segundo ano consecutivo Portugal retomou o crescimento econmico, o qual ir acelerar nos prximos anos;

    O rendimento disponvel das famlias est a aumentar;

    O desemprego reduziu-se de 17,5% para 13,0%, ao mesmo tempo que a criao de emprego aumenta;

    As exportaes batem sucessivos recordes, apesar de a economia de muitos dos nos-sos principais parceiros se encontrar ainda numa situao de grande incerteza;

    Sectores como a agricultura, o mar e o turismo esto a dar contributos muito significa-tivos para a recuperao econmica;

    Portugal subiu de forma significativa em todos os rankings internacionais de competiti-vidade, tornando-se mais atrativo para os investidores;

    Os ndices de confiana, tanto de consumidores como de empresas, apresentam valo-res que h muito anos se no registavam.

    sabemos que o mrito desta transformao , antes do mais, dos portugueses. Da sua resilincia, do seu bom senso, da sua capacidade de vencer a adversidade. mas tam-bm sabemos que, sem uma estratgia coerente, todo esse esforo teria sido em vo. Que, se como alguns propunham, tivessemos pedido mais tempo ou mais dinheiro aos credores, teramos aumentado a nossa dependncia externa e no teramos reconquistado a nossa liberdade. Que se tivssemos hesitado, a troika no teria sado do nosso Pas.

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    Os problemas dramticos que o Pas enfrentava obrigaram a que aos Portugueses fossem pedidos sacrifcios indesejveis mas, infelizmente, indispensveis. e da a necessidade de dar uma prioridade governativa clara situao daqueles que mais atingidos foram por essas polticas e, muito em particular, aos que se encontravam em situao de maior fragilidade.

    Conduzidos por essa prioridade de justia social e de coeso nacional, preocupmo-nos com a repartio equitativa do esforo, exigindo mais aos cidados com rendimentos mais elevados ou uma contribuio especial a sectores econmicos de especial relevncia.

    Mas preocupmo-nos igualmente em salvaguardar das consequncias do resgate aqueles que menos tinham, desde logo pondo em prtica um Programa de Emergncia Social em que se aplicou uma verba de cerca de 1.000 milhes de euros e, ao mesmo tempo:

    Assegurando um aumento real das penses mnimas, sociais e rurais;

    Incrementando o apoio s instituies de solidariedade social;

    Majorando o subsdio de desemprego para casais em que o desemprego atingiu ambos os cnjuges;

    Alargando as isenes em matria de taxas moderadoras para 6 milhes de pessoas;

    Reduzindo substancialmente os preos dos medicamentos, em particular no que res-peita aos genricos;

    Aumentando o nmero e o valor mdio das bolsas no ensino superior;

    Ampliando a comparticipao em livros e materiais escolares;

    Aumentando o salrio mnimo nacional;

    Isentando do pagamento da contribuio extraordinria de solidariedade a grande maio-ria dos pensionistas.

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    II Desafios para um futuro melhor

    apesar dos enormes progressos registados no passado recente, a sociedade por-tuguesa continua a ter diante de si desafios muito complexos, fruto de muitos anos de negligncia poltica e de desorientao estratgica. A resoluo de tais problemas no pode mais ser adiada, sob pena de, mais cedo que tarde, a realidade se encarregar de nos apresentar uma pesada fatura.

    Nessa medida, trs desafios se afiguram especialmente srios e devem constituir prioridade de governao na prxima legislatura: a questo demogrfica, a qualifi-cao das pessoas e a competitividade das empresas e da economia. Porque estes desafios, se vencidos como possvel faz-lo, garantiro em simultneo a sustentabilidade do Estado e da sociedade, a criao de riqueza e a gerao de emprego e de bem estar para os cidados.

    desafiO 1a questO demOgrfica

    No excessivo afirmar que, num prazo no muito longnquo, a nossa capacidade de afirmao enquanto entidade poltica autnoma depende largamente da inverso do inverno demogrfico em que Portugal caiu desde h mais de trs dcadas e, portanto, da nossa mo-bilizao coletiva em favor de polticas pblicas amigas das famlias.

    Por iniciativa da atual maioria, foi promovido um amplo debate em redor das questes da natalidade, que permitiu a apresentao de um conjunto de medidas legislativas quer na Assembleia da Repblica, quer no Governo de que podem destacar-se, como exemplo o quociente familiar em sede de IRS, cuja reforma visou torn-lo mais amigo das famlias, o alar-gamento do plano de vacinao ou os cuidados formais na primeira infncia. Mas necessrio ir mais longe, levando prtica medidas adicionais:

    Que removam os obstculos natalidade;

    Que favoream a harmonizao entre a vida profissional e a vida familiar;

    Que permitam uma participao efetiva dos pais na vida dos filhos, nomeadamente no que toca ao acompanhamento do seu percurso escolar.

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    Mas a questo demogrfica no pode apenas ser encarada sob esse prisma. Ela exige, tambm, que face ao envelhecimento progressivo das nossas sociedades se mude radical-mente a forma como olhamos para o papel que os mais idosos devem assumir, valorizando o seu contributo aos mais diversos nveis, nomeadamente por via de medidas que promovam o envelhecimento ativo. Trabalharemos para permitir uma transio gradual da vida ativa, fa-cilitando o prolongamento da vida laboral, de forma voluntria, nomeadamente favorecendo modelos de trabalho a tempo parcial.

    Ao mesmo tempo, importa encontrar novos caminhos para incentivar o regresso ao Pas dos nossos compatriotas que ao longo da ltima dcada foram forados a buscar l fora um futuro melhor ou que consigamos atrair cidados estrangeiros que possam dar um contributo de relevo para o nosso desenvolvimento.

    Por fim, h que levar prtica solues que permitam contrariar os desequilbrios demo-grficos internos, criando condies que incentivem o regresso das populaes, e sobretudo dos jovens, s zonas mais desertificadas do territrio nacional.

    desafiO 2a quaLificaO das pessOas

    A qualificao das pessoas , tambm ela, crucial. Porque um dos elementos estruturan-tes no combate pobreza e na promoo da mobilidade social. Porque, no quadro de uma economia cada vez mais globalizada e competitiva, o acesso ao saber, tanto terico quanto prtico, cada vez mais o elemento que faz a diferena.

    E da a importncia de, nomeadamente:

    Alargar progressivamente a universalidade do ensino pr-escolar;

    Intensificar o combate eficaz ao abandono escolar, bem como s taxas de reteno, sem prejuzo da valorizao da exigncia nos resultados escolares;

    Promover a maior autonomia das escolas na construo do seu projeto escolar prprio favorecendo, por exemplo, o aparecimento de escolas geridas com independncia pe-los docentes;

    Garantir o rigor na seleo dos docentes;

    Reordenar a rede de ensino superior pblico;

    Incentivar o envolvimento das empresas no ensino profissionalizante e na investigao cientfica.

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    desafiO 3a cOmpetitividade das empresas e da ecOnOmia

    evidente, tambm, a prioridade a atribuir criao das condies indispensveis ao reforo da competitividade das nossas empresas, em particular das de pequena e mdia dimenso. Porque empresas mais competitivas significam aumento da capacidade exportadora, possi-bilidade de substituir importaes por produo nacional, gerao de riqueza e consequente aumento do rendimento disponvel, criao de postos de trabalho.

    Neste domnio, as polticas pblicas podem e devem dar um contributo importante:

    Criando um ambiente favorvel ao investimento, quer reduzindo adicionalmente os en-traves burocrticos e administrativos que ainda persistem, quer assegurando a estabi-lidade e a previsibilidade do quadro fiscal, nomeadamente atravs da continuao da reduo do IRC;

    Favorecendo solues que contribuam para a capitalizao das empresas;

    Apostando adicionalmente em domnios em que apresentamos importantes vantagens competitivas, como o caso do mar, do turismo e do agroalimentar;

    Proporcionando a existncia de um quadro de regulao do mercado laboral que asse-gure a melhoria do rendimento salarial, tendo em conta os acrscimos de produtividade;

    Reforando os mecanismos da concertao social enquanto local preferencial de cons-truo de entendimentos entre os diferentes parceiros.

    Mais investimento significa mais oportunidades; mais e melhor qualificao significa mais capacidades; melhor demografia significa melhor futuro. E todos estes valores convergem naquilo em que mais acreditamos: a mobilidade social que queremos ver em Portugal mais efetiva e mais rapidamente. No fundo, para que cada um possa ir to longe na sua vida e no seu percurso pessoal quanto as suas capacidades pessoais o permitam.

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    III Garantias

    Vencer os desafios fundamentais ao nosso futuro coletivo que ainda temos pela frente est dependente de um pressuposto fundamental: a nossa capacidade de construir as solues necessrias a partir do reforo das bases slidas que nos l-timos quatro anos construmos. esta, precisamente, a fronteira das prximas eleies legislativas: construir sobre os esforos feitos e acelerar a recuperao em termos sustent-veis; ou desperdiar a credibilidade que ganhmos e os resultados que atingimos e correr o srio risco de voltar atrs, com todo o rol de dificuldades e de problemas muito srios que isso acarretaria.

    Apesar de todas as frentes emergenciais em que o atual Governo teve de agir, merece realce o facto de nunca ter abdicado de uma perspetiva prospetiva, elaborando e aprovando documentos definidores de estratgias a mdio e longo prazo que, ancoradas nas previses contidas no Programa de Estabilidade, estabelecem prioridades de ao claras e adequadas natureza dos nossos problemas. So de referir, por exemplo, o Programa Nacional de Refor-mas, a Estratgia de Fomento Industrial para o Crescimento e o Emprego, o Portugal 2020, o Plano Estratgico de Infraestruturas e Transportes, a Estratgia para o Crescimento Verde ou a Estratgia Nacional para o Mar.

    Neste momento, importa assim salientar que, em coerncia com aquela que tem sido a nossa atuao poltica, o programa eleitoral da coligao assumir as orientaes e medidas que constam daqueles documentos.

    E igualmente tendo em conta esse pano de fundo que h um conjunto de garantias que queremos reafirmar perante os Portugueses, seja no plano dos princpios seja no plano das polticas.

    No plano dos princpios, a manuteno de uma linha de ao governativa marcada pela coerncia, pela prudncia, pela responsabilidade e pelo rigor. No plano das polticas:

    1. Manuteno da credibilidade financeira, evitando polticas ou situaes que con-duzam a novas intervenes externas e assim salvaguardando a soberania nacio-nal reconquistada:

    Cumprindo a meta de atingir, em 2019, um saldo oramental positivo;

    Mantendo o equilbrio das contas externas;

    Diminuindo progressiva e sustentadamente a dvida pblica.

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    2. recuperao do poder de compra e da melhoria das condies de vida dos cidados:

    Repondo gradualmente os rendimentos dos funcionrios pblicos;

    Honrando escrupulosamente um contrato de confiana fiscal com a sociedade portu-guesa, em cujos termos se proceder eliminao, no mximo at 2019, das medidas extraordinrias que a situao de excepo obrigou a impor (com destaque para o IRS).

    3. fortalecimento do estado social, com a preocupao primeira de direcionar os nos-sos esforos, prioritariamente, em favor daqueles que mais precisam e, em simultneo:

    Trabalhando para garantir, consistentemente, o respeito pelo princpio da igualdade de oportunidades;

    Continuando a assegurar a universalidade dos sistemas de sade, de educao e de segurana social, tal como o fizemos nos ltimos quatro anos num quadro oramental muito restritivo, mas com a legtima expectativa de ter entretanto criado as condies para melhorar a eficcia e a eficincia das respostas que esses servios proporcionam;

    Assegurando a sustentabilidade da segurana social, atravs da adoo de medidas que resultem de um debate alargado, envolvendo a sociedade civil e necessariamente todos os partidos do arco da governabilidade e que traduza, consequentemente, a exis-tncia de um amplo consenso social e poltico;

    Dando prioridade a um programa de desenvolvimento social adequado a garantir a concretizao de uma estratgia poltica capaz de gerar a obteno dos melhores resultados possveis na aplicao do Portugal 2020 (nomeadamente em sede de Pro-grama Operacional Incluso Social e Emprego), por forma a que, nesta nova fase de crescimento econmico e de recuperao do emprego se alcance um novo patamar de coeso social. Um programa que concerte estrategicamente a cooperao entre a eco-nomia, a segurana social, a sade e a educao e que valorize e aprofunde a relao entre o Estado e a economia social/solidria, materializado em verdadeiras Parcerias Pblico-Sociais geradoras de poupana e indutoras de humanizao na interveno.

    4. fidelidade a um modelo de crescimento econmico que assegure a sustentada criao de riqueza e a criao de emprego. Um modelo assente:

    No reforo da nossa capacidade exportadora e no aumento do investimento privado, nacional e estrangeiro e no no aumento artificial do endividamento das pessoas e das famlias e no investimento pblico cego;

    Na aposta na investigao, na inovao e no desenvolvimento tecnolgico;

    Na explorao das potencialidades imensas proporcionadas pela economia verde, pela economia azul e pela economia social.

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    5. consolidao dos princpios e valores do estado de direito. Porque queremos um Estado:

    Que seja exclusivamente orientado, na sua ao, pela defesa do interesse pblico, opondo-se com determinao aos interesses egostas e s presses corporativas;

    Que no transija perante a corrupo e o compadrio;

    Que respeite escrupulosamente o princpio da separao de poderes e a independncia do poder judicial;

    Que combata toda e qualquer tentativa de condicionamento ao exerccio da liberdade de imprensa.

    6. continuao da reforma do estado, por forma a contribuir adicionalmente para o reforo da sua eficincia, no esquecendo nunca que a razo ltima da sua existncia no justificar-se a si prprio mas corresponder, em tempo e de forma adequada, aos anseios legtimos das pessoas. Trabalharemos por isso para a realizao de objectivos to diversificados como:

    A progressiva promoo da liberdade de escolha no mbito dos sistemas pblicos;

    A eliminao dos entraves que ainda subsistem na relao entre os cidados e os ser-vios pblicos;

    O reforo da descentralizao, nomeadamente no que toca transferncia de compe-tncias em reas sociais, como o caso do ensino no superior, do apoio social e da sade familiar;

    O aprofundamento de medidas direcionadas especificamente para as necessidades dos territrios de baixa densidade e das populaes que neles habitam, dando segui-mento, por exemplo, ao programa Aproximar.

    7. empenho na modernizao do sistema poltico. As transformaes sociolgicas a que vimos assistindo nas sociedades ocidentalizadas revelam uma desconfiana cada vez maior dos cidados face aos modelos representativos e governativos. Esta circunstncia impe a implementao de solues que incrementem a participao cvica, a proximida-de entre eleitores e eleitos e a construo de novos modelos de envolvimento dos cida-dos nas escolhas das polticas pblicas, cientes dos efeitos concretos que cada opo possa acarretar. Para tal, a construo de instituies independentes, que promovam a avaliao das polticas pblicas, emitindo relatrios regulares sobre o rigor, os resultados e os graus de transparncia dos sistemas de deciso pblicos revela-se de especial im-portncia, porque contribuir para a inverso desse clima de desconfiana.

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    8. estabilidade em matria de polticas relacionadas com as reas de soberania. Trata--se de domnios em que foram levadas a cabo ou esto em curso reformas profundas, como sucede, por exemplo, com o novo mapa judicirio e com a Defesa 2020 e que no podem estar sujeitas a modificaes permanentes ou a mudanas que tem por base apenas a vontade de mudar. Por isso nos comprometemos a assegurar esta estabilidade, sem prejuzo da sua avaliao e da introduo, se disso for caso, de pontuais alteraes.

    9. presena ativa no domnio europeu e na cena internacional. Sabemos como o nosso futuro depende, em larga medida, do rumo da Unio Europeia, bem como da nossa ca-pacidade para influenciar a sua evoluo. E, nessa medida, deveremos empenhar-nos na construo de consensos que permitam, nomeadamente, definir um quadro mais coeren-te para as polticas estruturais (o que envolve a reorientao e simplificao do Semestre Europeu), a criao de uma verdadeira Unio Financeira para o Crescimento e a Estabi-lidade e o estabelecimento de um quadro oramental e institucional em que possamos confiar ainda mais, o que pode passar pela instituio de um Fundo Monetrio Europeu.

    Por seu lado, a volatilidade a que temos vindo a assistir no contexto global, obriga a que sejamos capazes de, em conjunto, procurar novos modelos de governana, seja no plano econmico seja no plano poltico. Portugal, nao secular, no pode alhear-se desse mo-vimento, impondo-se que a tenha igualmente uma participao activa.

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    III Continuar a transformar PortuGal

    Com seGurana, Com justia e Com PruDnCia

    A imperiosidade de retirar Portugal da situao em que se encontrava h quatro anos e de cumprir, sem falhas, os compromissos que outros tinham assumido, condicionou largamente os rumos da governao. Fez-se o que tinha de ser feito mas isso, muitas vezes, no permitiu que a atual maioria concretizasse as suas prprias ideias e projetos.

    Agora, queremos ir mais longe, e com um redobrado sentido de ambio, na construo de uma sociedade mais confiante, mais prspera e mais justa. E por isso pediremos aos por-tugueses que nos deem essa oportunidade para continuar a transformar Portugal com segu-rana, com justia e com prudncia.

    Com a conscincia de que este no o tempo das promessas fceis, mas dos desafios corajosos. Este no o tempo do regresso a um passado que queremos definitivamente ul-trapassado, mas da conquista do futuro que merecemos. Este no o tempo de por tudo em risco e de voltar para trs, mas de caminhar com sobriedade e com conteno. Este , pois, o tempo de avanar.

    O documento que agora se apresenta tem dois objetivos: balizar, com clareza, as orienta-es que presidiro elaborao do programa eleitoral da coligao e dar incio a um proces-so de discusso pblica, visando obter contributos para esse programa. , assim, e apenas, o incio de um percurso e como tal deve ser entendido.

    Lisboa, 3 de Junho de 2015

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