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Dispõe sobre o regime disciplinar dos servidores ocupantes de cargo efetivo de natureza policial ou cargo em comissão no Departamento de Polícia Federal e na Polícia Civil do Distrito Federal
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Projeto de Lei 1.952/2007 que estabelece o Novo Regime Disciplinar da Polícia Federal
e da Polícia Civil do Distrito Federal
Dispõe sobre o regime disciplinar dos servidores ocupantes de cargo
efetivo de natureza policial ou cargo em comissão no Departamento
de Polícia Federal e na Polícia Civil do Distrito Federal.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º. Esta Lei dispõe sobre o regime disciplinar dos servidores ocupantes de
cargo efetivo de natureza policial ou cargo em comissão no Departamento de Polícia
Federal e na Polícia Civil do Distrito Federal.
§ 1º A função policial, fundada no poder hierárquico e no poder disciplinar pautados
nos direitos humanos e cidadania, é incompatível com o exercício de qualquer outra
atividade remunerada, ressalvadas as hipóteses legais.
§ 2º É permitido o exercício do magistério quando houver compatibilidade de
horários.
§ 3º A responsabilidade disciplinar resulta de ato omissivo ou comissivo praticado
no desempenho ou em razão do cargo ou função.
CAPÍTULO II
DOS DEVERES FUNCIONAIS
Art. 2º. São deveres do servidor policial:
I - exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II - ser leal às instituições a que servir;
III - observar as normas legais e regulamentares;
IV - cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V - atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as
protegidas por sigilo;
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b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI - levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades de que tiver
ciência em razão do cargo;
VII - zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII - guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX - manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X - ser assíduo e pontual ao serviço;
XI - tratar com urbanidade as pessoas;
XII - representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder;
XIII - frequentar, com assiduidade, curso instituído periodicamente pelas
respectivas academias de polícia, para fins de aperfeiçoamento e de atualização de
conhecimentos profissionais.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela
via hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
assegurando-se ao representando representado ampla defesa.
CAPÍTULO III
DAS TRANSGRESSÕES E SANÇÕES DISCIPLINARES
Seção I
Das Transgressões Disciplinares
Art. 3º. São transgressões disciplinares:
I - deixar de tratar com urbanidade as pessoas;
II - deixar, sem justa causa, de submeter-se à inspeção médica determinada por lei;
III - deixar de dar andamento, no prazo legal ou normativo, a expediente que lhe for
encaminhado;
IV - causar, culposamente, lesão corporal em outrem;
V - recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado;
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VI - chegar atrasado ao serviço ou dele sair antecipadamente, sem autorização da
autoridade a que estiver subordinado, salvo por motivo justificado;
VII - faltar ao serviço ou deixar de participar, com antecedência, à autoridade a que
estiver subordinado, a impossibilidade de comparecer à repartição, salvo por motivo
justificado;
VIII - deixar de se apresentar, sem motivo justificado, ao fim de licença,
afastamento, cessão, férias ou dispensa de serviço, ou depois de saber que qualquer delas
foi interrompida por ordem superior;
IX - permutar o serviço sem expressa permissão da autoridade competente;
X - dificultar ou deixar de levar ao conhecimento de autoridade competente, por via
hierárquica, no prazo legal ou normativo, representação, petição, recurso ou documento que
houver recebido, se não estiver na sua alçada resolvê-lo;
XI - executar atividades em desacordo com previsão legal ou normativa, por culpa;
XII - promover manifestação de desapreço à autoridade pública ou a superior
hierárquico;
XIII - referir-se à autoridade e a ato da administração pública com intuito de
depreciação, qualquer que seja o meio empregado para esse fim;
XIV - retirar, sem prévia autorização da autoridade competente, qualquer
documento, bem ou objeto da repartição;
XV - negligenciar o cuidado devido de bem ou objeto pertencente ou à disposição
do órgão, que esteja sob sua guarda;
XVI - manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau;
XVII - publicar, sem ordem expressa da autoridade competente, documento oficial
ou ensejar a divulgação de seu conteúdo, no todo ou em parte, exceto no que se refere a
informações públicas;
XVIII - lançar, em livro oficial de registro, em autos de inquéritos policiais ou de
procedimentos disciplinares, denúncia, queixa, reivindicação ou qualquer outra matéria
estranha à finalidade deles;
XIX - praticar vias de fato;
XX - faltar com a verdade no exercício de suas funções, por má-fé;
Essa transgressão na Lei 4.878/65, art. 43, XVII c/c art. 46, p. ú. é punida com
advertência.
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XXI - abandonar, sem motivo justificado, o serviço para o qual tenha sido
especialmente designado;
XXII - executar atividades em desacordo com previsão legal ou normativa,
intencionalmente;
XXIII - deixar de concluir, no prazo legal, sem motivo justificado, inquérito policial
ou procedimento disciplinar, ou como sindicante, presidente ou membro de comissão
negligenciar o cumprimento de obrigação que lhe seja inerente;
XXIV - provocar a paralisação, total ou parcial, do serviço policial ou
administrativo, ou dela participar, ressalvado o exercício do direito de greve, na forma da
lei;
Obs.: sugere-se a retirada da expressão “na forma da lei” – porque não há lei
regulando o direito de greve no serviço público.
XXV - desobedecer a ordem legítima de superior hierárquico ou descumprir dever;
XXVI - utilizar-se do anonimato;
XXVII - usar indevidamente a identificação funcional, em benefício próprio ou de
terceiro;
XXVIII - atribuir-se a qualidade de representante de qualquer repartição do órgão a
que pertença ou de seus dirigentes, sem estar previamente autorizado;
XXIX - extraviar ou danificar, intencionalmente, bem ou objeto pertencente ou à
disposição do órgão;
XXX - negligenciar a guarda de arma de fogo ou munições do órgão, possibilitando
seu extravio;
XXXI - fazer uso indevido de arma de fogo;
XXXII - exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício da
função policial e com o horário de trabalho;
XXXIII - emprestar dinheiro a juros, mesmo que a taxas inferiores às previstas em
lei ou praticadas por instituições financeiras;
Verificar a dosagem de penalidade entre as transgressões acima e abaixo. Porque
ambas são punidas com suspensão de 15 a 45 dias. Sugere-se penalidade de suspensão de
05 a 15 dias para transgressão acima.
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XXXIV - praticar usura;
XXXV - deixar de guardar sigilo sobre assunto da repartição;
XXXVI - deixar de guardar sigilo sobre investigação que esteja sob a sua
responsabilidade ou que dela participe ou tenha conhecimento;
XXXVII - expor, com abuso ou desvio de poder, a imagem ou macular a honra de
pessoa que esteja sob sua custódia ou investigação;
XXXVIII - solicitar que terceiros influenciem na resolução de questões pessoais e
profissionais perante o órgão a que estiver vinculado;
INCISO LXIII – SOLICITAR QUE TERCEIROS INFLUENCIEM NA RESOLUÇÃO DE
QUESTÕES PESSOAIS E PROFISSIONAIS PERANTE O ÓRGÃO A QUE ESTIVER
VINCULADO;
15 A 45 DIAS
Consenso 11.01.2012
Retirada.
XXXIX - causar lesão corporal dolosa de natureza grave em outrem;
XL - manter conduta incompatível com o decoro da função policial;
XLI - descumprir ou procrastinar decisão ou ordem judicial;
XLII - deixar de cumprir ou de fazer cumprir lei, regulamento ou ato normativo, na
esfera de suas atribuições;
XLIII - indispor servidores contra os seus superiores hierárquicos ou provocar
animosidade entre aqueles;
XLIV - apresentar-se ao serviço embriagado ou sob influência fazer uso de droga
ilícita;
Para evitar que não haja confusão sugerimos a divisão desse inciso, pois estar sob a
influência de drogas no serviço tem significado diferente de fazer uso de drogas.
XLV – fazer uso de droga ilícita;
XLVI - simular doença para esquivar-se ao cumprimento de obrigação;
XLVII - proceder de forma desidiosa, quando caracterizado prejuízo para o órgão
ou para a imagem deste;
XLVIII - aconselhar ou concorrer para não ser cumprida qualquer ordem de
autoridade competente, ou para que seja retardada a sua execução;
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XLIX – expor, indevidamente, qualquer pessoa à situação humilhante ou
constrangedora, não prevista em lei;
L - cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de atribuição própria ou de subordinado;
LI - deixar de comunicar, imediatamente, à autoridade competente ilegalidade ou
irregularidade de que tiver ciência em razão do cargo;
LII - propor representação cujo conteúdo sabe ser inverídico;
LIII - indicar ou insinuar, em proveito próprio ou de terceiro, nome de advogado
para atuar em procedimento administrativo ou inquérito policial em trâmite no órgão a que
pertença o servidor;
LIV - atuar como procurador ou intermediário junto a repartições públicas, salvo
para tratar de percepção de vencimentos, vantagens, proventos e benefícios previdenciários
ou assistenciais de cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau;
LV - dar causa ou concorrer para a ocorrência de prescrição da pretensão punitiva
ou executória em procedimento administrativo disciplinar;
LVI - atentar, com abuso de autoridade ou prevalecendo-se dela, contra a
inviolabilidade de domicílio;
LVII - impedir ou tornar impraticável, por qualquer meio, na fase do inquérito
policial e durante o interrogatório do indiciado a presença de advogado;
LVIII - deixar de comunicar imediatamente ao juiz competente e à Defensoria
Pública, nos casos previstos em lei, a prisão em flagrante de qualquer pessoa;
Observação: verificar a expressão nos casos previstos em lei, uma vez que a
obrigatoriedade de comunicação ao juiz decorre da CF.
CF:
Art. 5º:
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados
imediatamente ao juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
LIX - omitir-se no zelo da integridade física ou moral dos presos sob a sua guarda;
LX - ordenar ou executar medida privativa da liberdade individual, sem as
formalidades legais ou com abuso de poder;
LXI - possibilitar, culposamente, que preso conserve em seu poder instrumento apto
a causar dano nas instalações ou produzir lesão corporal;
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LXII - possibilitar, culposamente, que preso tenha acesso a aparelho telefônico, de
rádio ou similar, seus componentes ou acessórios, em desacordo com lei, regulamento ou
ato normativo;
LXIII - participar de gerência ou administração de empresa, salvo como acionista,
cotista, comanditário ou cooperado.
LXIV - praticar ato lesivo ao patrimônio de pessoa, natural ou jurídica, sem
competência legal ou com abuso ou desvio de poder;
LXV - proceder a pagamento, sem comprovação da execução parcial ou total do
objeto contratado pela Administração Pública;
LXVI - recusar-se o servidor, que apresentar sinais de uso de drogas ilícitas ou que
fizer uso patológico de álcool, a submeter-se ao procedimento previsto no art. 66, sem
autorização ou em desacordo com determinação legal;
Sugerimos a retirada dessa transgressão. Entendemos que não se deve punir uma
pessoa porque ela é doente e recusa-se a submeter a tratamento.
No caso disso ser acatado, devem ser renumerados os dispositivos abaixo e os
dispositivos constantes do art. 8º e 9º.
LXVII - faltar injustificadamente ao serviço pelo período de trinta dias consecutivos
ou quarenta e cinco dias intercalados, no período de doze meses;
LXVIII - atuar como membro de comissão disciplinar com abuso de poder ou
desvio de finalidade;
LXIX - insubordinar-se de forma grave, em serviço;
LXX - prestar serviço de segurança valendo-se ou não da condição de policial;
LXXI - praticar intencionalmente as condutas previstas nos incisos LXI e LXII LX
e LXI deste artigo;
Obs. Como houve renumeração dos artigos, foram usados novamente os números
anteriores.
LXXI - praticar intencionalmente as condutas previstas nos incisos LXI e LXII
deste artigo;
LXXII - maltratar preso sob sua custódia ou usar de força desnecessária no
exercício da função policial;
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LXXIII - levar à prisão e nela conservar, dolosamente, pessoa que se proponha a
prestar fiança permitida em lei ou compromisso nos casos de infração penal de menor
potencial ofensivo;
LXXIV - matar alguém para assegurar vantagem obtida ilicitamente ou a execução
ou ocultação ou impunidade de outro crime ou de infração disciplinar;
LXXV - submeter alguém, com emprego de violência ou grave ameaça, a
sofrimento físico ou mental;
LXXVI - valer-se do cargo com o fim, ostensivo ou velado, de obter proveito de
natureza político-partidária, para si ou terceiro;
LXXVII - prevalecer-se da condição de servidor policial para obter vantagem ilícita
para si ou para outrem;
LXXVIII - cobrar carceragem, custas, emolumentos ou qualquer outro valor que
não tenha previsão legal;
LXXIX - receber gratificação, comissão ou auferir vantagem ou proveito pessoal,
em razão das atribuições que exerce;
LXXX - possuir patrimônio incompatível com a renda pessoal, patrimônio
declarado e demais rendimentos e disponibilidades passíveis de comprovação;
LXXXI - omitir intencionalmente bens e valores, em declaração apresentada à
repartição ou ao órgão a que esteja vinculado, no intuito de ocultar patrimônio;
LXXXII - acumular cargos, empregos e funções públicas, salvo nas hipóteses
previstas nos §§ 1º e 2º do art. 1º;
LXXXIII - aplicar irregularmente verba pública.
Parágrafo único. O exercício regular da atividade sindical não configura
transgressão disciplinar.
Art. 4º. Considera-se transgressão disciplinar:
I - consumada, quando estiverem presentes todos os elementos de sua definição
legal; ou
II - tentada, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias
à vontade do servidor policial.
Verificar como seria a aplicação das penalidades nas hipóteses de tentativa.
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Seção II
Das Espécies de Sanções Disciplinares
Art. 5º. São sanções disciplinares:
I - advertência;
II - suspensão;
III - destituição de cargo em comissão ou função comissionada;
IV - demissão;
V - cassação de aposentadoria ou disponibilidade.
Art. 6º. São transgressões disciplinares puníveis com advertência aquelas previstas
nos incisos I a V do art. 3º desta Lei.
Art. 7º. São transgressões disciplinares puníveis com suspensão:
I - de cinco a quinze dias, aquelas descritas nos incisos VI a XIX do art. 3º desta
Lei;
II - de quinze a quarenta cinco dias, aquelas descritas nos incisos XX a XLVI do art.
3º desta Lei;
III - de quarenta cinco a noventa dias, aquelas descritas nos incisos XLVII a LXVIII
do art. 3º desta Lei;
Parágrafo único. O servidor que for punido com a penalidade de suspensão descrita
no inciso II ou III deste artigo será destituído também da função comissionada que exercer.
Observação: foram alterados os números das trangressões nos incisos acima em
razão da divisão em dois incisos do dispositivo XLIV do art. 3º.
Art. 8º. São transgressões puníveis com demissão do cargo efetivo aquelas descritas
nos incisos LXIX a LXXXIII do art. 3º desta Lei.
Observação: foram alterados os números das trangressões nos incisos acima em
razão da divisão em dois incisos do dispositivo XLIV do art. 3º.
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Art. 9º. Será destituído do cargo em comissão o servidor não ocupante de cargo
efetivo no Departamento de Polícia Federal ou na Polícia Civil do Distrito Federal que
cometer as infrações puníveis com suspensão ou demissão nos termos desta Lei.
Art. 10. Será cassada a aposentadoria de servidor policial que houver cometido
infrações disciplinares punidas com penalidade de demissão nos termos desta Lei quando
ainda estava em atividade.
§ 1° Terá sua disponibilidade cassada o servidor que cometer infrações disciplinares
punidas com penalidade de demissão nos termos desta Lei.
§ 2º Também terá sua disponibilidade cassada o servidor que, convocado pela
administração, se recusar, sem justificativa, a retornar ao serviço.
Seção III
Da Aplicação da Sanção Disciplinar
Art. 11. Para a fixação da penalidade disciplinar serão considerados os seguintes
critérios:
I - a natureza da transgressão, sua gravidade e as circunstâncias em que foi
praticada;
II - os danos dela decorrentes para o serviço público;
III - a repercussão do fato, interna e externamente; e
IV - os antecedentes do servidor.
§ 1º Na determinação da penalidade de suspensão, elevar-se-á ou diminuir-se-á a
quantidade de dias com base na existência de circunstâncias agravantes ou atenuantes,
vedada a fixação além do máximo ou aquém do mínimo estabelecido no art. 7º desta Lei.
§ 2º Na fase de julgamento, a autoridade atentará para provas de o servidor ter agido
em estado de necessidade, inclusive da Administração, em legítima defesa, em estrito
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito, causas que excluem a
ilicitude do ato.
§ 2º Na fase de julgamento, a autoridade atentará para provas de o servidor ter agido
em estado de necessidade, inclusive da Administração, em legítima defesa, em estrito
cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito, bem como ter cometido a
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transgressão sob coação irresistível ou em estrita obediência a ordem não manifestamente
ilegal de superior hierárquico, causas que excluem a ilicitude do ato.
Art. 12. São circunstâncias que sempre agravam a penalidade:
I - a reincidência disciplinar; e
II - ter o servidor cometido transgressão:
a) com abuso de autoridade ou de poder; ou
b) em concurso de pessoas.
§ 1º Opera-se a reincidência quando o servidor cometer nova infração depois de ter
sido penalizado por transgressão anterior de cuja decisão não couber mais recurso na esfera
administrativa.
§ 2º Para efeito de reincidência disciplinar, não prevalece a penalização anterior se,
entre a data do cumprimento da sanção e a transgressão posterior, tiver decorrido o prazo de
cancelamento previsto no art. 88 desta Lei.
Art. 13. São circunstâncias que sempre atenuam a penalidade:
I - não ter sido penalizado anteriormente pela prática de infração disciplinar no
prazo descrito no art. 88;
II - elogio ou referência elogiosa conferidas ao servidor; e
III - ter o servidor:
a) procurado, espontaneamente e com eficiência, evitar ou minorar as conseqüências
do ato, ou ter, antes de exarada a decisão administrativa, reparado o dano que porventura
tenha causado;
b) cometido a transgressão sob coação irresistível ou em estrita obediência à ordem
não manifestamente ilegal, de superior hierárquico;
c) b) confessado espontaneamente, perante a autoridade processante, a autoria da
transgressão.
Art. 14. No concurso de agravantes e atenuantes são circunstâncias preponderantes
as relacionadas às conseqüências do ato e à reincidência disciplinar.
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§ 1º Para efeito de cálculo, as atenuantes serão consideradas em dobro em relação às
demais circunstâncias.
§ 2º O concurso de agravantes e atenuantes será considerado para a fixação da
penalidade de suspensão e para as substituições previstas nos artigos 16, 17 e 18.
§ 3º Quando idêntica a quantidade de atenuantes e agravantes, estas deverão ser
desprezadas para efeito do referido cálculo.
Art. 15. O concurso de agravantes e atenuantes na aplicação da penalidade de
suspensão será considerado para fixar a quantidade de dias de afastamento do trabalho.
Parágrafo único. Em qualquer caso deve ser observado o limite previsto no § 1º do
art. 11.
Art. 16. Quando o concurso de agravantes e atenuantes recomendar, poderá ser
substituída a penalidade de demissão por suspensão de noventa dias.
Parágrafo único. A substituição prevista no caput só poderá ser aplicada uma única
vez para cada servidor.
Art. 17. Poderá ser aplicada penalidade de suspensão à nova transgressão disciplinar
punível com advertência quando praticadas mais de duas infrações no período de doze
meses, punidas, ao menos uma delas, com advertência.
Parágrafo único. A penalidade de suspensão aplicável não excederá a quinze dias.
Art. 18. Poderá ser aplicada, também, penalidade de demissão pela prática de nova
transgressão disciplinar, punível com suspensão, nos casos em que forem praticadas mais
de três transgressões punidas com suspensão pelo prazo superior a quinze dias no período
de doze meses.
Art. 19. Quando o servidor, mediante mais de uma ação ou omissão, transgredir
mais de um dispositivo disciplinar, será punido com as respectivas sanções,
cumulativamente.
Art. 20. Se o servidor, mediante uma só ação ou omissão, praticar duas ou mais
transgressões, idênticas ou não, aplicar-se-á a mais grave das sanções cabíveis.
§ 1º Se forem duas transgressões punidas com advertência, serão aplicadas as duas
advertências cumulativamente.
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§ 2º Se forem transgressões punidas com suspensão, será aplicada apenas uma
delas, se idênticas, aumentada em qualquer caso, de um terço até a metade, observado o
limite previsto no § 1º do art. 11 desta Lei.
Art. 21. Quando o servidor, mediante mais de uma ação ou omissão, praticar duas
ou mais transgressões e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras
semelhantes, as subseqüentes tiverem sido reconhecidas como continuação da primeira,
aplicar-se-á a sanção de uma só delas, se idênticas, ou da mais grave, se diversas.
§ 1º Se forem transgressões punidas com suspensão, será aplicada apenas uma
delas, se idênticas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços, observado o
limite previsto no § 1º do art. 11 desta Lei.
Seção IV
Da Forma, das Condições e das Conseqüências da Aplicação da Sanção
Art. 22. A sanção de advertência será aplicada por escrito e deverá constar do
assentamento individual do servidor.
Art. 23. A penalidade de suspensão, que não excederá a noventa dias, implica o
afastamento do exercício do cargo e a perda da remuneração equivalente aos dias de
cumprimento, durante o qual não haverá contagem de tempo de serviço.
§ 1º A suspensão implica o recolhimento de carteira funcional e de arma de fogo
pertencente ao órgão, acautelada ao apenado, e a suspensão do porte de armas de fogo.
§ 2º Para fins de progressão funcional, a suspensão não interrompe o exercício do
cargo, mas cada dia de suspensão aplicada acrescentará dez dias ao interstício exigido.
Art. 24. A demissão consiste na perda do vínculo funcional.
Art. 25. A demissão ou destituição de cargo em comissão, nos casos previstos nos
artigos 8º e 9º desta Lei, referentes às infrações descritas nos incisos LXXV e LXXIX do
art. 3º, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo público federal, de
provimento efetivo ou em comissão, pelo prazo de cinco anos.
( acredito que as remissões acima estão incorretas, favor
verificar ) – 10.02.2012
§ 1º O prazo previsto no caput será de dez anos no caso de penalização pela prática
da transgressão prevista no art. 3º, inciso LXXXII.
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(a remissão correta deveria ser o inciso LXXXIII)
– 10.02.2012 § 2º Ao ex-servidor demitido ou destituído do cargo em comissão também aplicam-
se, pelo período correspondente ao disposto no caput e no § 1º, os seguintes impedimentos:
I - integrar conselho administrativo, diretor, fiscal ou qualquer outro em sociedade
de economia mista, empresa pública ou em que a União detenha alguma participação; e
II - contratar com a administração pública federal ou receber qualquer tipo de
transferência voluntária de recursos federais, como pessoa física ou por intermédio de
pessoa jurídica.
CAPÍTULO IV
DO PROCEDIMENTO DISCIPLINAR
Seção I
Da Competência para Instauração
Art. 26. Cabe ao Ministro de Estado da Justiça, à autoridade máxima do órgão da
Polícia Federal no seu âmbito nacional ou estadual, ou ao titular do órgão de correição de
âmbito nacional, bem como instaurar procedimento disciplinar que envolva servidores do
Departamento de Polícia Federal.
§ 1º A competência para instauração de procedimento disciplinar no âmbito da
Polícia Civil do Distrito Federal será estabelecida, no que couber, em consonância com o
disposto neste artigo.
§ 2º O servidor que tomar conhecimento de qualquer irregularidade ou transgressão
a preceito disciplinar é obrigado a providenciar imediato encaminhamento da notícia, pelas
vias adequadas, à autoridade competente para apuração.
§ 3º A competência referida no caput é conferida ao titular do órgão de corregedoria
da Polícia Federal, de no âmbito estadual, e ao chefe de delegacia descentralizada
exclusivamente para instaurar sindicância investigativa e transação administrativa.
§ 4º Também é conferida competência ao chefe de delegacia descentralizada da
Polícia Federal para instaurar sindicância acusatória quando a sanção prevista seja de
advertência.
Seção II
Das Espécies de Procedimentos Disciplinares
Art. 27. Constituem procedimentos disciplinares:
I - a transação administrativa;
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II - a sindicância investigativa;
III - a sindicância patrimonial;
IV - a sindicância acusatória;
V - o processo administrativo disciplinar.
Seção III
Da Transação Administrativa Disciplinar
Art. 28. Caberá transação administrativa disciplinar quando o fato configurar
hipótese de transgressão administrativa punível com advertência, ou cuja penalidade
máxima prevista seja igual ou inferior a quinze dias de suspensão.
Art. 28. Caberá transação administrativa disciplinar quando o fato configurar
hipótese de transgressão administrativa punível nos termos do art. 6º ou do inciso I do art.
7º.
§ 1º Será proposto ao suposto autor o compromisso de não incidir em nova conduta
infracional e, se for o caso, reparar o dano que tenha causado ao erário ou a terceiros.
§ 2º A proposta de que trata o parágrafo anterior não será admissível se ficar
comprovado:
I - ter sido o autor da transgressão penalizado em procedimento disciplinar por
decisão definitiva que não tenha sido cancelada nos termos do art. 88;
II - estar o autor da transgressão respondendo a procedimento disciplinar por outro
fato; ou
III - ter sido o servidor beneficiado por transação administrativa disciplinar nos
últimos três anos a contar da sua homologação.
§ 3º Aceita a proposta, a transação será submetida à homologação pela autoridade
superior.
§ 4º Homologada a transação por uma das autoridades referidas nos incisos IV e V,
do artigo 67, não será instaurado outro procedimento disciplinar.
§ 5º A transação constará dos assentamentos funcionais e impedirá a concessão de
novo benefício no prazo referido no inciso III do §1º §2º.
§ 6º O registro não implicará reincidência, nem trará qualquer outra espécie de
prejuízo ou restrição ao servidor.
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§ 7º A transação será revogada se, dentro do prazo prescricional, o beneficiário vier
a cometer outra transgressão ou não efetuar a reparação do dano de que trata o § 1º.
§ 8º O ato de revogação da transação tem natureza declaratória, retroagindo seus
efeitos à data do fato.
§ 9º Revogada a transação, interrompe-se o curso do prazo prescricional.
§ 10 Se o suposto autor do fato não aceitar a proposta ou se a transação for
revogada, será imediatamente instaurado o devido procedimento disciplinar.
Seção IV
Da Sindicância Investigativa
Art. 29. A sindicância investigativa consiste em procedimento sumário, instaurado
para investigar irregularidades funcionais quando forem necessários maiores
esclarecimentos acerca da ocorrência do fato ou da autoria, dispensando-se o contraditório
e a ampla defesa.
Parágrafo único. A sindicância investigativa será instruída, sempre que possível, por
servidor estável, que atuará com independência e imparcialidade.
Art. 30. O prazo para conclusão da sindicância investigativa é de trinta dias,
prorrogável por até igual período.
Parágrafo único. A instauração de sindicância investigativa não interrompe a
prescrição.
Art. 31. Concluída a instrução da sindicância investigativa, será produzido relatório
que opinará pelo arquivamento, pela instauração de sindicância acusatória ou de processo
administrativo disciplinar, indicará o dispositivo legal violado e remeterá os autos à
autoridade que determinou a instauração.
Art. 32. Ressalvada a iniciativa das autoridades que lhe são hierarquicamente
superiores, são competentes para proferir decisão em sindicância investigativa:
I - o titular do órgão central de corregedoria e a autoridade máxima do órgão da
Polícia Federal no seu âmbito estadual; e
II - o chefe de delegacia descentralizada.
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§ 1º A competência, no âmbito da Polícia Civil do Distrito Federal, será
estabelecida, no que couber, em consonância com o disposto neste artigo.
§ 2º. O prazo para decisão da sindicância investigativa será de vinte dias.
§ 3º As demais regras para a instrução e condução de sindicâncias serão definidas
em norma interna do órgão, da qual se dará ampla publicidade aos servidores.
Seção V
Da Sindicância Patrimonial
Art. 33. A sindicância patrimonial, procedimento sigiloso e investigativo, será
instaurada quando houver fortes indícios de evolução patrimonial incompatível com a renda
pessoal, patrimônio declarado e demais rendimentos e disponibilidades passíveis de
comprovação.
Art. 34. Na condução da sindicância patrimonial, serão observados, no que forem
aplicáveis, os dispositivos da Seção IV deste Capítulo.
Seção VI
Da Sindicância Acusatória e do Processo Administrativo Disciplinar
Art. 35. As irregularidades atribuídas aos servidores de que trata esta Lei, presentes
indícios da autoria, serão apuradas em sindicância acusatória quando ensejarem a aplicação
de penalidade de advertência ou de suspensão de até quarenta e cinco dias, observados o
contraditório e a ampla defesa.
§ 1º A sindicância acusatória será conduzida, sempre que possível, por servidor
estável, preferencialmente bacharel em Direito, designado pela autoridade competente,
ocupante de cargo efetivo de nível igual ou superior ao do acusado.
§ 2º O sindicante atuará com independência e imparcialidade e, sempre que possível
e necessário, com dedicação em tempo integral.
§ 3º A indicação do sindicante deverá ser submetida à aprovação do órgão de
correição respectivo.
§ 4º Não poderá ser designado sindicante cônjuge, companheiro ou parente do
acusado, consangüíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
§ 5º O prazo para a conclusão da sindicância acusatória não excederá a sessenta
dias, prorrogável por igual período, desde que justificada a necessidade, não acarretando
nulidade a extrapolação do prazo.
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Não há limite temporal para a extrapolação do prazo.
§ 6º As demais regras para a instrução e condução de sindicâncias acusatórias serão
definidas em norma interna do órgão da qual se dará ampla publicidade aos servidores.
Art. 36. As irregularidades atribuídas aos servidores de que trata esta Lei, presentes
indícios da autoria, serão apuradas em processo administrativo disciplinar quando
ensejarem a aplicação de penalidade de suspensão superior a quarenta e cinco dias ou
demissão, destituição de cargo em comissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade,
observados o contraditório e a ampla defesa.
§ 1º O processo administrativo disciplinar será conduzido por comissão disciplinar
composta por três servidores estáveis, lotados ou não na unidade ou no órgão, designados
pela autoridade competente.
§ 2º A autoridade indicará dentre eles o seu presidente, devendo este ser ocupante
de cargo efetivo de nível igual ou superior ao do acusado.
§ 3º Poderão ser constituídas tantas comissões quantas necessárias.
§ 4º A comissão poderá conduzir vários processos administrativos disciplinares
concomitantemente.
§ 5º A comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, sempre que possível e
necessário, sendo que seus membros poderão ser dispensados do registro do ponto, a
critério da autoridade competente para a constituição.
§ 6º Não poderá participar de comissão cônjuge, companheiro ou parente do
acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
§ 7º A comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade,
assegurando-se ao acusado ou a seu representante legal acompanhar o procedimento em
todas as suas fases.
§ 8º O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar não excederá a
noventa dias, contado da data de publicação do extrato previsto no artigo 39, admitida sua
prorrogação por igual prazo, desde que justificada a necessidade, não acarretando nulidade
a extrapolação do prazo.
Não há limite temporal para a extrapolação do prazo.
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§ 9º As demais regras para a instrução e condução de processos administrativos
disciplinares serão definidas em norma interna do órgão da qual se dará ampla publicidade
aos servidores.
Art. 37. A sindicância acusatória e o processo administrativo disciplinar
desenvolvem-se nas seguintes fases:
I - instauração, com a publicação do extrato previsto no artigo 39;
II - instrução, que compreende apuração, defesa e relatório;
III - julgamento.
Art. 38. O ato de instauração da sindicância acusatória ou do processo
administrativo disciplinar conterá a exposição do fato a ser apurado, com todas as suas
circunstâncias até então conhecidas, a qualificação do acusado, a classificação da
transgressão e o número do procedimento que lhe deu causa.
Art. 39. Extrato do ato de instauração, que será publicado em veículo de
comunicação interna, indicará o número do protocolo ou outro elemento identificador do
expediente que noticiou o fato.
Parágrafo único. Publicado o extrato do ato de instauração, a instrução deverá ser
iniciada até o terceiro dia útil subseqüente. ELIMINAR (deixar para norma interna!!!)
Art. 40. O gozo de licença ou outro afastamento do acusado previsto em lei não
obsta a instauração de procedimento disciplinar.
Art. 41. Da instauração do procedimento disciplinar acusatório será imediatamente
notificado o acusado, que poderá acompanhá-lo, pessoalmente ou por meio de procurador,
arrolar e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos,
quando se tratar de prova pericial.
Parágrafo único. O acusado poderá arrolar até oito testemunhas.
Art. 42. Não encontrado o servidor para fins de notificação inicial, a comissão ou
sindicante solicitará à autoridade instauradora que providencie a publicação de edital de
notificação em Diário Oficial e em jornal de grande circulação na localidade do último
domicílio conhecido do servidor, por uma vez em cada veículo.
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Qual é o prazo para a publicação?
§ 1º A partir da última das publicações de que trata o caput tem-se por notificado o
servidor, devendo a comissão ou o sindicante solicitar à autoridade instauradora a
designação de defensor público ou dativo, bacharel em direito, para acompanhamento dos
atos do processo.
§ 2º Caso o servidor compareça, ser-lhe-á entregue a notificação, prosseguindo o
processo regularmente.
Art. 43. O presidente da comissão de sindicância ou o sindicante, de ofício ou a
pedido do acusado, para instruir o processo procedimento disciplinar, poderá solicitar
cópias de depoimentos, acareações, investigações, laudos periciais e de demais elementos
de convicção ao Juízo em que tramita ou tramitou eventual processo penal pelo mesmo fato
contra o servidor.
§ 1º A solicitação disposta também poderá ser feita em relação a provas contidas em
sindicâncias e processos disciplinares.
§ 1º O compartilhamento de provas também poderá ser feito em relação a outros
procedimentos disciplinares.
§ 2º O acusado poderá diligenciar para obtenção das cópias.
Art. 44. Caso o acusado tenha recebido notificação inicial e, em qualquer fase de
instrução do processo, não for encontrado, a comissão ou o sindicante solicitará à
autoridade instauradora a designação de defensor público ou dativo, bacharel em direito,
para o exercício da defesa.
Subseção I
Do Afastamento do Servidor
Art. 45. Determinada a instauração de sindicância acusatória ou processo
administrativo disciplinar, poderá o diretor-geral, por despacho fundamentado, de ofício ou
a requerimento do sindicante ou da comissão, decretar o afastamento do servidor policial de
suas atividades para que ele não venha a influir na apuração dos fatos.
§ 1º Durante o período de afastamento, o acusado, sem prejuízo de seus
vencimentos, será designado para o exercício de atividades internas em setor diverso
daquele em que exerce suas atribuições, até a decisão final do procedimento.
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§ 2º O sindicante ou a comissão poderá representar fundamentadamente à
autoridade referida no caput, propondo a cessação do afastamento.
Art. 46. Na inquirição de testemunhas, observar-se-á, subsidiariamente, o disposto
no Código de Processo Penal sobre a matéria.
Art. 47. O acusado será notificado por escrito, com antecedência mínima de três
dias, das oitivas de testemunhas.
Art. 48. As testemunhas prestarão depoimentos oralmente e, na redução a termo, a
autoridade processante cingir-se-á, tanto quanto possível, às expressões usadas pelos
depoentes.
Art. 49. O acusado, quando presente à audiência ou representado por defensor,
poderá reinquirir as testemunhas por intermédio do presidente ou sindicante do feito.
Art. 50. A testemunha que se encontrar em localidade diversa daquela onde se
processam as diligências poderá ser ouvida por meio de precatória, sistema de
videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo
real, exceto se imprescindível o deslocamento do sindicante ou da comissão até o local para
sua oitiva, dando-se ciência ao acusado, com antecedência mínima de três dias, do dia e
horário da audiência, para acompanhar o ato ou formular quesitos.
Parágrafo único. Não comparecendo o acusado ou seu defensor constituído, o ato
prosseguirá em seus ulteriores termos.
Art. 51. As reuniões e audiências de instrução terão caráter reservado, exceto em
relação ao acusado ou a seu defensor.
Art. 52. Poderá o acusado ou indiciado, até o oferecimento da defesa escrita,
requerer diligências.
§ 1º O sindicante ou a comissão processante poderá denegar, motivadamente,
pedidos considerados impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse para
o esclarecimento dos fatos.
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§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a comprovação do fato
independer de conhecimento especial de perito.
§ 3º Deferida produção de prova pericial, o acusado será notificado por escrito, com
antecedência mínima de três dias, para apresentar os quesitos que entender necessários à
defesa.
Art. 53. Em dia e hora previamente designados, o acusado, notificado com
antecedência mínima de três dias, será interrogado sobre os fatos que lhe são imputados,
com observância, no que for aplicável, das regras previstas no Código de Processo Penal
para interrogatório do acusado.
§ 1º Havendo concordância do acusado, caso se encontre em lotação diversa
daquela onde se processam as diligências, o interrogatório poderá ocorrer por meio de
precatória, sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de
sons e imagens em tempo real.
§ 2º No caso de absoluta impossibilidade de se proceder ao interrogatório, por
motivo de saúde ou outro legalmente justificado e não sendo viável o deslocamento do
sindicante ou da comissão até o local onde está o acusado, o processo ficará suspenso por
até sessenta dias, suspendendo-se também o prazo prescricional.
§ 3º Findo o prazo, será feita nova avaliação do motivo e, persistindo, o processo e
o prazo prescricional serão novamente suspensos por até dez anos.
§ 4º Havendo mais de um acusado, será cada um deles interrogado separadamente.
Art. 54. Não comparecendo o acusado ao interrogatório, injustificadamente, será
lavrado termo de não comparecimento, prosseguindo o procedimento nos seus ulteriores
termos.
Art. 55. Logo após o interrogatório, ou ocorrida a situação prevista no artigo
anterior, o presidente do feito ou a comissão processante o sindicante ou a comissão
elaborará despacho de indiciação, com a qualificação do acusado, exposição do fato
censurável com todas as suas circunstâncias, especificação das provas e a classificação da
transgressão disciplinar.
Art. 56. Cumprida a formalidade prevista no artigo anterior, será o indiciado citado,
por mandado expedido pelo sindicante, na hipótese de sindicância acusatória, ou pelo
presidente da comissão, no caso de procedimento administrativo disciplinar, para apresentar
defesa escrita, no prazo de cinco ou dez dias, respectivamente, assegurando-lhe vista dos
autos.
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§ 1º Havendo dois ou mais indiciados, os prazos previstos no caput serão comuns e
ampliados ao dobro.
§ 2º A defesa será firmada pelo próprio indiciado ou por defensor constituído.
§ 3º Decorrido o prazo sem apresentação de defesa escrita, a comissão solicitará à
autoridade instauradora a designação de defensor público ou dativo, bacharel em direito,
para o seu oferecimento.
Defensor precisa ser advogado para ter capacidade postulatória, não basta ser
bacharel em direito.
Art. 57. Não encontrado o servidor para fins de citação, a comissão solicitará à
autoridade instauradora que providencie a publicação de edital de notificação em Diário
Oficial e em jornal de grande circulação na localidade do último domicílio conhecido do
servidor, por uma vez em cada veículo.
Qual é o prazo?
Parágrafo único. Decorridos 15 (quinze) dias a partir da última das publicações de
que trata o caput, caso não seja apresentada defesa escrita pelo acusado ou por defensor por
ele constituído, a comissão solicitará à autoridade instauradora a designação de defensor
público ou dativo, bacharel em direito, se tal providência ainda não tiver sido adotada nos
termos do art. 42, parágrafo § 1º, para oferecimento de defesa escrita.
Defensor precisa ser advogado para ter capacidade postulatória, não basta ser
bacharel em direito.
Art. 58. A instrução do procedimento disciplinar será concluída com a apresentação
de relatório com a sugestão de arquivamento ou de responsabilização disciplinar, devendo,
nesta hipótese, ser indicado o dispositivo legal violado.
Parágrafo único. Produzido o relatório, os autos serão remetidos à autoridade
instauradora, para julgamento.
Art. 59. A autoridade julgadora proferirá a decisão no prazo de vinte dias contados
do recebimento do procedimento.
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Art. 60. O ato decisório deverá ser devidamente fundamentado, podendo para tanto
se reportar a parecer ou manifestação jurídica que o haja antecedido.
Art. 61. A autoridade julgadora, sem modificar a descrição do fato na indiciação,
poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em conseqüência, tenha de aplicar
penalidade mais grave.
Parágrafo único. Se a autoridade julgadora reconhecer a possibilidade de nova
definição do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou
circunstância da infração disciplinar não contida na indiciação, designará a mesma ou outra
comissão ou sindicante para reabertura da instrução, no intuito de apurar os fatos relativos
ao elemento ou circunstância suscitados.
Art. 62. A transgressão descrita no inciso LXXXII LXXXI do art. 3º deverá ser
apurada mediante processo disciplinar de rito sumário previsto no art. 63 desta Lei.
Observação: foi incluso o inciso LXVII referente ao abandono do serviço por conta
do art. 64. Houve renumeração do inciso em virtude da divisão do inciso XLIV do art. 3º.
Art. 62. As transgressões descritas nos incisos LXVII e LXXXII do art. 3º desta Lei
deverão ser apuradas mediante processo disciplinar de rito sumário previsto no art. 63 desta
Lei.
Art. 64. Art. 63. Na apuração de falta injustificada ao serviço, infração prevista no
art. 3º, incisos LXVII, a materialidade será comprovada pela demonstração precisa dos dias
de falta do acusado ao trabalho por período igual ou superior a 30 (trinta) dias consecutivos
ou 45 (quarenta e cinco) dias intercalados, no período de 12 (doze) meses.
Acreditamos que a ordem lógica com esse artigo nesse local ficará melhor.
Art. 63. Art. 64. Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos,
empregos ou funções públicas, a autoridade competente notificará o servidor para
apresentar opção no prazo improrrogável de dez dias.
§ 1º Não havendo manifestação no prazo fixado, a autoridade adotará processo
disciplinar em rito sumário para a sua apuração e regularização imediata, cujo
procedimento se desenvolverá nas seguintes fases:
I - instauração;
II - instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
III - julgamento.
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§ 2º A apuração da transgressão será procedida por comissão composta por três
servidores estáveis, cujo presidente deverá ser ocupante de cargo efetivo de nível igual ou
superior ao do acusado.
§ 3º Do ato de instauração constará a autoria, com indicação de nome e matrícula do
servidor, a materialidade pela descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em
situação de acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas de
ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime jurídico.
§ 4º O extrato do ato de instauração, que será publicado em veículo de comunicação
interna, indicará o número do protocolo ou outro elemento identificador do expediente que
noticiou o fato.
§ 5º A comissão lavrará, em até três dias após a publicação do extrato do ato de
instauração, termo de indiciação em que serão transcritas as informações de que trata o § 3º,
bem como promoverá a citação pessoal do servidor indiciado para, no prazo de cinco dias,
apresentar defesa escrita, assegurando-lhe vista dos autos.
§ 6º Apresentada defesa, a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à
responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos, opinará sobre
a licitude da acumulação em exame, indicará o respectivo dispositivo legal e remeterá o
processo à autoridade instauradora para apreciação.
§ 7º No prazo de cinco dias contados do recebimento dos autos, a autoridade
referida no § 6º proferirá a sua manifestação, encaminhando o processo à autoridade
julgadora.
§ 8º Caracterizada a acumulação ilegal, aplicar-se-á a penalidade cabível, hipótese
em que os órgãos ou entidades de vinculação serão comunicados.
§ 9º O prazo para a conclusão do processo administrativo disciplinar submetido ao
rito sumário não excederá 30 (trinta) dias contado da data de publicação do extrato do ato
de instauração, admitida a sua prorrogação por até igual prazo quando as circunstâncias o
exigirem.
Art. 64. Na apuração de falta injustificada ao serviço, infração prevista no art. 3º,
inciso LXVI, a materialidade será comprovada pela demonstração precisa dos dias de falta
do acusado ao trabalho por período igual ou superior a 30 (trinta) dias consecutivos ou 45
(quarenta e cinco) dias intercalados, no período de 12 (doze) meses.
Subseção II
Do Exame de Sanidade Mental
Art. 65. Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado, o sindicante ou
a comissão proporá à autoridade competente que seja ele submetido a exame por junta
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médica oficial, da qual participe pelo menos um médico psiquiatra, a qual terá o prazo
máximo de 45 (quarenta e cinco) dias para emissão do laudo, salvo se demonstrada a
necessidade de maior prazo.
§ 1º O procedimento de investigação de sanidade mental será instruído em auto
apartado e, após a expedição do laudo pericial, apenso ao processo principal.
§ 2º A instauração do procedimento de sanidade mental suspenderá o procedimento
disciplinar, salvo em relação às diligências que possam ficar prejudicadas.
§ 3º Reconhecida a incapacidade mental total do acusado à época da transgressão
disciplinar, a instrução seguirá seu curso normal, e, caso constatado ter sido ele o autor da
infração, o julgador o isentará de penalidade, decisão que deverá ser anotada nos
assentamentos funcionais do servidor e, havendo prejuízo a ser ressarcido ao erário, deverá
ser imediatamente comunicada a representação da Advocacia-Geral da União, para as
devidas medidas legais.
§ 4º No caso de incapacidade mental superveniente, que impossibilite o acusado de
exercer amplamente sua defesa, o processo ficará suspenso por até 60 (sessenta) dias,
suspendendo-se também o prazo prescricional.
§ 5º Findo o prazo, será feita nova avaliação do motivo e, persistindo, ser-lhe-ão
nomeados, pela autoridade instauradora, curador e defensor público ou dativo, bacharel em
direito, caso não possua defensor constituído, prosseguindo a instrução o seu curso normal.
Defensor precisa ser advogado para ter capacidade postulatória, não basta ser
bacharel em direito.
Art. 66. Na hipótese de prática das transgressões previstas nos incisos XLV e
LXVII no inciso XLIV do art. 3º, o servidor que apresentar sinais de patologia será
imediatamente submetido, nos termos do art. 65, à junta médica oficial, que, se for o caso,
indicará o tratamento a ser dispensado, por período não excedente a 24 (vinte e quatro)
meses, inclusive opinando sobre a necessidade de seu afastamento do serviço ou da
atividade policial.
Feita a inclusão do outro inciso decorrente da divisão do inciso XLIV do art. 3º.
Art. 66. Na hipótese de prática das transgressões previstas nos incisos XLIV e XLV
do art. 3º, o servidor que apresentar sinais de patologia será imediatamente submetido, nos
termos do art. 65, à junta médica oficial, que, se for o caso, indicará o tratamento a ser
dispensado, por período não excedente a 24 (vinte e quatro) meses, inclusive opinando
sobre a necessidade de seu afastamento do serviço ou da atividade policial.
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§ 1º Afastado da atividade policial, o servidor poderá ser aproveitado em atividades
administrativas, sendo, então, recolhidas a arma de fogo pertencente ao órgão a ele
acautelada e a carteira funcional que lhe permite o porte de armas de fogo, o qual será
suspenso.
§ 2º Afastado do serviço, serão recolhidas a arma de fogo pertencente ao órgão a ele
acautelada, e a carteira funcional, suspendendo-se seu porte de armas de fogo.
§ 3º Expirado o período para o tratamento, e não estando em condições de reassumir
o cargo, o servidor será aposentado por invalidez permanente, com proventos proporcionais
ao tempo de serviço, em razão da incompatibilidade da patologia com a função policial.
§ 4º O lapso de tempo compreendido entre o término da licença e a publicação do
ato da aposentadoria será considerado como de prorrogação da licença.
§ 5º Estando em condições de reassumir o cargo, assim demonstrado em laudo da
junta médica oficial, o servidor retornará ao serviço com todas as prerrogativas e
atribuições inerentes ao cargo, sendo submetido a nova avaliação anual nos 3 (três) anos
subseqüentes.
Art. 67. São competentes para imposição de sanção disciplinar ao servidor do
Departamento de Polícia Federal:
I - o Presidente da República, nos casos de demissão e cassação de aposentadoria ou
disponibilidade;
II - o Ministro de Estado da Justiça, no caso de suspensão de até noventa dias;
III - o Diretor-Geral, no caso de suspensão de até quarenta e cinco dias;
IV - o titular do órgão central de correição e a autoridade máxima do órgão da
Polícia Federal, no seu âmbito regional ou estadual, no caso de suspensão de até quinze
dias;
IV - o titular do órgão central de correição e ou a autoridade máxima do órgão da
Polícia Federal no âmbito estadual, no caso de suspensão de até quinze dias;
V - o chefe de delegacia descentralizada da Polícia Federal, no caso de advertência;
VI - a autoridade competente para a designação, no caso de destituição de cargo em
comissão;
VII - todas as autoridades citadas no caso de advertência.
§ 1º A competência para imposição de sanção disciplinar a servidores da Polícia
Civil do Distrito Federal será estabelecida, no que couber, em consonância com o disposto
neste artigo.
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§ 2º Faculta-se à autoridade imediatamente superior àquela a quem incumbe decidir
sobre a aplicação das penalidades descritas nos incisos I a IV do caput avocar, de forma
fundamentada, em qualquer fase dos procedimentos disciplinares, a respectiva decisão.
§ 3º Será publicado no Diário Oficial da União o extrato de decisão referente à
imposição de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, suspensão e
destituição de cargo em comissão.
§ 4º No caso de suspensão ou de advertência, o extrato será publicado em veículo de
comunicação interna.
Seção VII
Do Pedido de Reconsideração, do Recurso Hierárquico e da Revisão
Art. 68. Das decisões da autoridade instauradora ou julgadora em procedimentos
disciplinares são cabíveis as seguintes medidas:
I - pedido de reconsideração; e
II - recurso hierárquico disciplinar.
§ 1º O pedido de reconsideração deverá ser proposto em razões de legalidade ou de
mérito e será dirigido à autoridade que houver proferido a decisão, não podendo ser
renovado.
§ 2º O pedido de reconsideração não constitui pré-requisito para a interposição do
recurso hierárquico.
§ 3º O recurso hierárquico deverá ser proposto em razões de legalidade ou de mérito
e será dirigido à autoridade imediatamente superior à que tiver proferido a decisão.
Art. 69. O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso
hierárquico é de 30 (trinta) dias, contados da publicação ou da ciência, pelo interessado, da
decisão recorrida.
Parágrafo único. No caso das decisões da comissão disciplinar e do sindicante o
prazo referido no caput é de 5 (cinco) dias.
Art. 70. O recurso será recebido em regra no efeito devolutivo, podendo ser
recebido no efeito suspensivo, caso haja prejuízo irreparável ao recorrente.
Sugestão de inclusão de parágrafo:
Parágrafo único – No caso de aplicação da penalidade de demissão o pedido de
reconsideração será sempre recebido nos efeitos devolutivo e suspensivo.
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No caso da aplicação da penalidade de demissão somente o Presidente da República
julgará, ver art. 67, por isso, caberá somente o pedido de reconsideração, não há instância
maior que o Presidente. Além disso, os efeitos da demissão são mais complicados de serem
revertidos.
Art. 71. O pedido de reconsideração e o recurso hierárquico, quando cabíveis,
interrompem a prescrição da pretensão punitiva.
Sugestão de redação:
Art. 71. O pedido de reconsideração e o recurso hierárquico, quando cabíveis,
suspendem a prescrição da pretensão punitiva.
Art. 72. Admitir-se-á, a qualquer tempo, a revisão do procedimento disciplinar, se
surgirem fatos ou circunstâncias ainda não apreciados, ou vícios insanáveis, que possam
justificar redução ou anulação da penalidade aplicada.
§ 1º A simples alegação de injustiça da decisão não constitui fundamento do pedido.
§ 2º Não será admitida a reiteração de pedido pelo mesmo fundamento.
§ 3º Os pedidos formulados em desacordo com este artigo serão indeferidos.
§ 4º O ônus da prova cabe ao requerente.
Art. 73. O processo revisional poderá ser instaurado de ofício ou a requerimento,
por meio de petição fundamentada do interessado ou, se falecido ou incapaz, do seu
curador, cônjuge, companheiro, ascendente, descendente ou irmão.
Parágrafo único. O pedido será instruído com as provas que o requerente possuir ou
com indicação daquelas que pretenda produzir, inclusive rol de, no máximo, 5 (cinco)
testemunhas.
Art. 74. Deferido o processamento da revisão, será ela instruída por comissão
composta por três servidores estáveis que não tenham participado do procedimento
disciplinar de que resultou a punição, sendo o presidente de classe igual ou superior à do
apenado.
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Art. 75. Recebido o pedido, a comissão revisora providenciará o apensamento dos
autos originais e notificará o interessado, com três dias de antecedência, da data designada
para a realização da audiência de instrução.
Art. 76. A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a conclusão dos trabalhos.
Art. 77. Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que couberem, as
normas e os procedimentos próprios da comissão do processo administrativo disciplinar ou
sindicância.
Art. 78. O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias contados do recebimento do
processo, no curso do qual a autoridade julgadora poderá determinar diligências.
Art. 79. A decisão que julgar procedente a revisão poderá alterar a classificação da
transgressão, decretar a absolvição, modificar a penalidade ou anular o processo,
restabelecendo os direitos atingidos pela decisão reformada.
§ 1º A penalidade imposta não poderá ser agravada pela revisão.
§ 2º Nos casos de procedência do pedido, em se tratando de cargo em comissão, a
destituição será convertida em exoneração.
CAPÍTULO V
DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Art. 80. Extingue-se a punibilidade:
I - pela morte do servidor;
II - pela retroatividade da lei que não mais considerar o fato como transgressão
disciplinar; ou
III - pela prescrição.
Art. 81. O prazo de prescrição da ação disciplinar começa a correr da data do
conhecimento do fato por qualquer autoridade administrativa do órgão, e será de:
I - cinco anos, para as infrações puníveis com demissão, destituição de cargo em
comissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
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II - dois anos, para as infrações puníveis com suspensão; e
III - um ano, para as infrações puníveis com advertência.
§ 1º A autoridade administrativa que tomar conhecimento da prática de transgressão
disciplinar terá o prazo de quinze dias úteis para comunicar o fato à autoridade competente
para instaurar o procedimento administrativo punitivo.
§ 2º Os prazos de prescrição previstos no Código Penal e nas demais leis penais
especiais, se superiores ao previsto no caput deste neste artigo, aplicam-se às infrações
disciplinares capituladas também como crime.
§ 3º A abertura de sindicância acusatória ou a instauração de processo disciplinar
interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.
§ 3º A instauração de sindicância acusatória ou de processo administrativo
disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida por autoridade competente.
§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a partir do dia
em que cessar a interrupção.
§ 5º A prescrição é matéria de ordem pública, não podendo ser relevada pela
administração.
Art. 82. O procedimento administrativo disciplinar não poderá ser iniciado:
I - após vinte anos da data do fato para infrações puníveis com demissão, destituição
de cargo em comissão e cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
II - após oito anos da data do fato para as infrações puníveis com suspensão; e
III - após quatro anos da data do fato para as infrações puníveis com advertência.
Parágrafo único. Publicada a decisão que determinar a aplicação de penalidade,
começa a correr o prazo prescricional para a administração aplicá-la nos termos do art. 81
desta Lei.
CAPÍTULO VI
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 83. A responsabilidade administrativa é independente da civil e da criminal.
Art. 84. A decisão penal transitada em julgado que reconhecer a inexistência do fato
ou negativa categórica de sua autoria vincula o procedimento administrativo no que for
com ele correlato.
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Art. 85. Se no curso do procedimento disciplinar surgirem indícios da prática de
crime, presidente do feito o sindicante ou o presidente da comissão encaminhará à
autoridade instauradora as peças necessárias à abertura de inquérito policial, fazendo
consignar nos autos esta providência.
Art. 86. Publicada a decisão do procedimento disciplinar, o órgão de pessoal, após
promover as anotações cabíveis nos assentamentos funcionais, notificará o servidor para o
cumprimento da penalidade, nos termos desta Lei.
§ 1º É vedada a conversão da penalidade de suspensão em multa.
§ 2º A decisão prevista no caput deste artigo deverá ser anotada nos assentamentos
funcionais do servidor, mesmo que verificadas as hipóteses do art. 81.
Art. 87. A aplicação de penalidade em razão das transgressões disciplinares
constantes desta Lei não exime o servidor da obrigação de indenizar os prejuízos causados
ao erário.
Art. 88. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros
cancelados após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos, respectivamente, se o servidor não
houver, neste período, praticado nova transgressão disciplinar.
Parágrafo único. O cancelamento do registro da penalidade não surtirá efeitos
retroativos.
Art. 89. Admitir-se-á a utilização de meio eletrônico na formalização dos atos e
procedimentos previstos nesta Lei, desde que assegurada a comprovação da autoria e o
atendimento dos requisitos de autenticidade, integridade e validade jurídica das
informações e documentos.
Art. 90. As disposições do Capítulo IV aplicam-se aos procedimentos disciplinares
cuja instrução já estiver iniciada.
Parágrafo único. As demais disposições desta Lei aplicam-se imediatamente, sem
prejuízo da validade dos atos realizados na vigência da legislação anterior.
Art. 91. Serão adaptados os procedimentos em curso na data da entrada em vigor
desta Lei, cabendo ao presidente do feito tomar as providências necessárias, notificado o
acusado.
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Art. 92. Aplicam-se subsidiariamente ao disposto nesta Lei, as normas previstas na
Lei n.º 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e na Lei n.º 9.784, de 29 de janeiro de 1999.
Art. 93. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 94. Ficam revogados os artigos 41 a 60 da Lei n.º 4.878, de 3 de dezembro de
1965.
Obs: Foi sugerido em reunião do dia 12-01-12, a possibilidade de inserção do texto
desse PL na própria Lei nº. 4878/65.