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Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Escola de Medicina e Cirurgia Projeto Pedagógico do Curso de Medicina 2014

Projeto Pedagógico do Curso de Medicina - unirio.br · 2 2. APRESENTAÇÃO A Escola de Medicina e Cirurgia (EMC) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) vivencia,

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  • Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

    Centro de Cincias Biolgicas e da Sade

    Escola de Medicina e Cirurgia

    Projeto Pedaggico do Curso de Medicina

    2014

  • ii

    A principal meta da educao criar

    homens que sejam capazes de criar coisas

    novas, no simplesmente repetir o que outras

    geraes j fizeram. Homens que sejam

    criadores, inventores, descobridores. A

    segunda formar mentes que estejam em

    condies de criticar, verificar e no aceitar

    tudo que a elas se prope. (PIAGET)

  • iii

    SUMRIO 1. IDENTIFICAO DO CURSO .................................................................................................................................. 1

    1.1. ENDEREOS DO CURSO DE MEDICINA .......................................................................................................... 1

    2. APRESENTAO ................................................................................................................................................... 2

    3. HISTRICO E TRADIO DA ESCOLA DE MEDICINA E CIRURGIA ......................................................................... 3

    4. DEMANDAS SOCIAIS DO CURSO DE MEDICINA ................................................................................................... 6

    5. ABRANGNCIA DO CURSO NO ENSINO, NA PESQUISA E NA EXTENSO ............................................................. 8

    6. ABRANGNCIA DO CURSO NA INTEGRAO ENSINO-SERVIO-COMUNIDADES ................................................ 9

    7. CONCEPO DO CURSO .................................................................................................................................... 11

    8. COMPETNCIAS E HABILIDADES ........................................................................................................................ 11

    8.1. COMPETNCIAS E HABILIDADES GERAIS ....................................................................................................... 12

    8.2. COMPETNCIAS, HABILIDADES E ATITUDES ESPECFICAS DO MDICO ......................................................... 13

    9. PERFIL DO EGRESSO DA EMC ............................................................................................................................ 16

    10. ADMINISTRAO PEDAGGICA .................................................................................................................... 17

    10.1. NCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE NDE ................................................................................................... 17

    10.2. COMISSO INTERNA DE AUTOAVALIAO DO CURSO DE MEDICINA .......................................................... 18

    10.3. COMISSO DE MATRCULA ........................................................................................................................... 19

    10.4. COMISSO DE INTERNATO ............................................................................................................................ 19

    10.5. COMISSO DE DESENVOLVIMENTO DOCENTE ............................................................................................. 19

    10.6. NCLEO DE APOIO PSICOPEDAGGICO DA ESCOLA DE MEDICINA NAPSEM ............................................ 20

    11. MODELO EDUCACIONAL ............................................................................................................................... 21

    11.1. MODELO EDUCACIONAL VIGENTE ................................................................................................................ 21

    11.2. NOVO MODELO EDUCACIONAL .................................................................................................................... 21

    12. ESTRUTURA GERAL DO CURRCULO .............................................................................................................. 23

    12.1. INTEGRAO ENTRE AS DISCIPLINAS ............................................................................................................ 25

    12.2. PRINCIPAIS MUDANAS DA NOVA ORGANIZAO CURRICULAR ................................................................. 26

    12.3. ORGANIZAO CURRICULAR DOS EIXOS E MDULOS .................................................................................. 27

    12.4. COORDENAO DOS MDULOS ................................................................................................................... 30

    12.5. ORGANIZAO CURRICULAR POR PERODO ................................................................................................. 30

    12.6. COORDENAO DE PERODO ........................................................................................................................ 32

    13. ATIVIDADES ACADMICAS ............................................................................................................................ 32

    13.1. ESTGIO CURRICULAR OBRIGATRIO DE FORMAO EM SERVIO INTERNATO ...................................... 32

    13.2. ATIVIDADES PRTICAS .................................................................................................................................. 35

    13.2.1. LABORATRIO DE HABILIDADES CLNICAS ............................................................................................... 35

    13.2.2. LABORATRIO DE INFORMTICA ............................................................................................................. 36

    13.2.3. LABORATRIO DE TELEMEDICINA ............................................................................................................ 36

    13.2.4. LABORATRIO DE ANATOMIA PATOLGICA ............................................................................................ 37

    13.2.5. LABORATRIO DE PATOLOGIA CLNICA .................................................................................................... 38

    13.2.6. LABORATRIO DE HEMATOLOGIA ............................................................................................................ 38

    13.2.7. LABORATRIO DE PESQUISA EM IMUNOLOGIA E AIDS LAPIA ............................................................... 38

    13.2.8. LABORATRIO DO SONO .......................................................................................................................... 39

    13.2.9. LABORATRIO DE AUTOIMUNIDADE ....................................................................................................... 39

    13.3. TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO - TCC ................................................................................................ 39

    13.4. ATIVIDADES COMPLEMENTARES .................................................................................................................. 40

    14. METODOLOGIA PEDAGGICA/ ANDRAGGICA ............................................................................................ 40

    15. SISTEMA DE AVALIAO ............................................................................................................................... 42

  • iv

    15.1. AVALIAO DO CURSO E DAS DISCIPLINAS ................................................................................................... 42

    15.2. AVALIAO DOS DOCENTES .......................................................................................................................... 43

    15.3. AVALIAO DISCENTE ................................................................................................................................... 43

    15.3.1. VERIFICAO E AVALIAO DA APRENDIZAGEM ..................................................................................... 45

    15.4. TESTE DO PROGRESSO .................................................................................................................................. 46

    15.5. AVALIAO DO EGRESSO .............................................................................................................................. 47

    15.6. AES DECORRENTES DOS PROCESSOS DE AVALIAO DO CURSO ............................................................. 48

    16. MOBILIDADE ACADMICA ............................................................................................................................. 48

    16.1. NACIONAL ..................................................................................................................................................... 48

    16.2. INTERNACIONAL ............................................................................................................................................ 48

    BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...................................................................................................................................... 49

    ANEXO I ...................................................................................................................................................................... 54

    NCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE DA ESCOLA DE MEDICINA E CIRURGIA .............................................................. 54

    ANEXO II ..................................................................................................................................................................... 55

    QUADRO DOS COMPONENTES CURRICULARES ......................................................................................................... 55

    PROPOSTOS PARA A REFORMA DO CURSO DE GRADUAO EM MEDICINA ............................................................ 55

    ANEXO III .................................................................................................................................................................... 71

    CARGA HORRIA TOTAL DOS COMPONENTES CURRICULARES.................................................................................. 71

    ANEXO IV .................................................................................................................................................................... 72

    EMENTAS: DISCIPLINAS OBRIGATRIAS POR PERODO RECOMENDADO .................................................................. 72

    ANEXO V ..................................................................................................................................................................... 90

    EMENTAS: DISCIPLINAS OPTATIVAS POR PERODO RECOMENDADO ........................................................................ 90

    ANEXO VI .................................................................................................................................................................... 96

    MAPA DE EQUIVALNCIA DISCIPLINAS OBRIGATRIAS .......................................................................................... 96

    ANEXO VII ................................................................................................................................................................. 115

    MAPA DE EQUIVALNCIA DISCIPLINAS OPTATIVAS .............................................................................................. 115

    ANEXO VIII ................................................................................................................................................................ 122

    TERMO DE COMPROMISSO ...................................................................................................................................... 122

    ANEXO IX .................................................................................................................................................................. 123

    ATIVIDADES COMPLEMENTARES ............................................................................................................................. 123

  • 1

    1. IDENTIFICAO DO CURSO

    Curso Medicina

    Coordenador (a) Prof. Dr. Maria Marta Regal de Lima

    Tortori

    Modalidade Bacharelado

    Titulao Conferida Mdico

    Ano de Incio do Curso 1912

    Ato Legal de Reconhecimento do Curso Portaria N- 550, de 9 de maro de 2011.

    Regime Acadmico Crdito semestral

    Carga Horria Total do Curso 8145h

    Carga Horria Mnima de Disciplinas Optativas 120h

    Carga Horria das Atividades Complementares 390h

    Carga Horria do Estagio Curricular Obrigatrio 3540h

    Durao do Curso (semestre/ano) 12 semestres / 6 anos

    Tempo de Integralizao do curso Mnimo 12 semestres

    Mximo 18 semestres

    Turno de funcionamento Integral (manh e tarde)

    Vagas Oferecidas por Semestre 77 alunos

    Conceito Preliminar do Curso no SINAES 3

    1.1. ENDEREOS DO CURSO DE MEDICINA

    Instituto Biomdico Rua Frei Caneca n 94 Centro.

    Escola de Medicina e Cirurgia Rua Silva Ramos n 32 Tijuca.

    Rua Professor Gabizo n 262 Tijuca.

    Hospital Universitrio Gaffre e Guinle Rua n 775 Tijuca

    Centro de Pesquisas Otolgicas Rua Visconde de Cairu n 165 Tijuca

  • 2

    2. APRESENTAO

    A Escola de Medicina e Cirurgia (EMC) da Universidade Federal do Estado do Rio de

    Janeiro (UNIRIO) vivencia, atualmente, um dos grandes desafios para o sculo XXI, que adequar o

    seu currculo mdico viso moderna de sade, que envolve fatores biolgicos, psicolgicos,

    sociais, ambientais, hbitos e estilo de vida, assim como acesso aos servios de sade. Nesta nova

    tica, a promoo da sade, a preveno, a busca da qualidade de vida, a reabilitao e a reintegrao

    sociedade passam a ser to importantes como o diagnstico e tratamento das diversas

    enfermidades.

    Com base nesses princpios, a EMC caminhou na sua reforma curricular delineando as

    diretrizes pedaggicas para o ensino, a pesquisa e a extenso com o objetivo de formar profissionais

    competentes e comprometidos com a realidade social do pas.

    A EMC procedeu a sua ltima reforma curricular em 1999, de acordo com a legislao em

    vigor poca (Lei 5540/68), quando predominava uma orientao espelhada na vertente positivista

    americana centrada na doena, pouco antes de serem aprovadas as Diretrizes Curriculares Nacionais

    do Curso de Graduao em Medicina. O currculo adotado em 1999, ainda em vigor com muito

    poucas modificaes, tem como referncia o processo de ensino centralizado no professor e enfoque

    multidisciplinar.

    Embora as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduao em Medicina tenham

    sido institudas desde 2001, por meio da Resoluo CNE/CES n 4, de 7 de Novembro de 2001, foi,

    principalmente, a partir de 2006, que a Escola de Medicina e Cirurgia comeou a discutir formas de

    adequar seu curso s novas orientaes do Ministrio da Educao (MEC), realizando seminrios e

    reunies envolvendo alunos, professores e as direes acadmicas com o objetivo de estabelecer um

    novo currculo capaz de formar mdicos para atuar na integralidade do cuidado. Entretanto, apenas a

    partir de 2009, iniciou-se um processo de ampla reforma curricular do Curso de Medicina.

    Inicialmente, por ser mais emergencial, realizou-se a alterao curricular do Internato de modo a

    adequ-lo s Diretrizes Curriculares Nacionais: carga-horria mnima de 35% da carga horria total

    do curso, introduo da rea de Sade Coletiva e reorganizao da estrutura metodolgica e do

    contedo programtico nas reas de conhecimento de Clnica Mdica, Clnica Cirrgica,

    Ginecologia-Obstetrcia, Pediatria. Alm disso, foi realizado um ajuste curricular, excluindo-se

    disciplinas optativas que h muito no eram oferecidas e criando-se outras disciplinas em

    substituio das mesmas. Estas mudanas foram aprovadas pelo Colegiado do Curso e pelos

  • 3

    Conselhos Superiores da UNIRIO, passando a vigorar a partir do segundo semestre de 2009, e

    representam parte da reforma curricular que se quer implantar no curso de Medicina da EMC.

    Este Projeto Pedaggico constitui mais uma etapa do processo de reforma educacional da

    EMC, proposto como um instrumento para a construo de um currculo integrado, de carter

    interdisciplinar, que propicie a formao de mdicos crticos e capazes de atuar na ateno integral

    sade.

    3. HISTRICO E TRADIO DA ESCOLA DE MEDICINA E CIRURGIA

    As origens da Escola de Medicina e Cirurgia remetem ao Instituto Hahnemanniano do Brasil

    (IHB), uma sociedade civil, de carter cientfico-cultural, sem fins lucrativos, em prol da

    homeopatia. Esta sociedade era formada por seguidores do mdico saxo Samuel Hahnemann,

    criador da Homeopatia.

    Em 1881, o Instituto Hahnemanniano do Brasil pleiteou ao governo imperial a organizao

    de duas cadeiras de ensino da Homeopatia na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro (atual

    UFRJ), entretanto, a solicitao foi negada naquele ano e mais tarde (em 1900) com a justificativa de

    que a homeopatia no constitua campo de saber mdico cientfico.

    Desde as negativas recebidas para a institucionalizao do ensino da Homeopatia teve incio

    um movimento de alguns membros da sociedade Hahnemanniana para criar uma Faculdade de

    Medicina Homeoptica. Com a promulgao da Lei Rivadvia Corra, instituda pelo decreto n

    8.659, em 5 de abril de 1911, que concedia autonomia didtica e administrativa aos estabelecimentos

    de ensino, este movimento cresceu e ganhou fora, sendo liderado pelo mdico e membro do

    Instituto Hahnemanniano do Brasil (IHB), Domingos Marques de Oliveira. Diante disso, Licnio

    Athansio Cardoso e seu irmo Saturnino Nicolau Cardoso, membros do IHB, apoiaram a ideia e, a

    partir da, com o aval de outros membros, decidiram fundar a Faculdade de Medicina Homeoptica

    do Rio de Janeiro.

    Em 5 de abril de 1911, foi promulgado o Decreto n 8.661que aprovou a regulamentao das

    faculdades de medicina, as quais deveriam oferecer cursos de Medicina e Cirurgia, Farmcia,

    Odontologia e Obstetrcia e serem designadas pelo nome da cidade em que estivessem sediadas.

    Fundamentados neste decreto, membros do Instituto Hahnemanniano do Brasil criaram a Faculdade

    de Medicina Homeoptica do Rio de Janeiro, em 10 de abril de 1912, em homenagem ao aniversrio

    natalcio de Samuel Hahnemann.

  • 4

    A Faculdade de Medicina Homeoptica do Rio de Janeiro considerada a raiz histrica da

    atual Escola de Medicina e Cirurgia da UNIRIO, caracterizando-se como o marco inicial da segunda

    escola mdica do Rio de Janeiro e a quarta do pas teve, contudo, uma breve existncia. A faculdade,

    segundo seus estatutos, datados de 22 de maro de 1912, tinha como fim formar mdicos e

    farmacuticos que desejassem professar a homeopatia. Os mdicos diplomados por qualquer

    faculdade de medicina aloptica regular do Brasil podiam adquirir diploma de mdico pela

    Faculdade de Medicina Homeoptica mediante exames de habilitao nas cadeiras de patologia e

    teraputica gerais, matria mdica, teraputica, farmacologia e clnicas. O ensino da medicina

    homeoptica se dava em conjunto e comparativamente com a medicina aloptica.

    A Faculdade de Medicina Homeoptica do Rio de Janeiro foi desativada em poucos meses,

    no mesmo ano de sua fundao (1912), em virtude de dissidncias dentro do IHB. Apesar disso,

    alguns membros do Instituto resolveram organizar outra instituio, denominada Faculdade

    Hahnemanniana proposta apresentada por Licnio Athansio Cardoso, que foi aprovada pelo IHB e

    ele eleito diretor, com a aprovao dos estatutos da nova faculdade em 02 de dezembro de 1912. O

    novo estabelecimento, situado na Praa Tiradentes n 52, oferecia dois cursos nos moldes da extinta

    Faculdade de Medicina Homeoptica. Dessa forma, em 1914, foi emitido o primeiro diploma da

    faculdade, conferido a um farmacutico que j havia cursado algumas disciplinas na faculdade

    extinta.

    Assim que a Faculdade Hahnemanniana iniciou suas atividades acadmicas, o IHB trabalhou

    no projeto de construo de um hospital homeoptico para o atendimento aos indigentes; ao mesmo

    tempo em que serviria de cenrio de prtica para os estudantes. Em 1914, Licnio Athansio

    Cardoso, presidente do Instituto e diretor da Faculdade, solicitou ao poder pblico a cesso gratuita

    de um terreno localizado Rua Frei Caneca, n 94, para esse fim. O pedido foi atendido por meio do

    Decreto n 1.473, de 3 de fevereiro de 1915, que permitiu a construo do Hospital Hahnemanniano,

    com verbas do Governo da Repblica, sendo ele inaugurado em 1916.

    Em 1918, por fora do Decreto n 3.540, o Governo Federal reconheceu legalmente a

    homeopatia como campo de conhecimento mdico e conferiu habilitao de sua prtica e

    manipulao, nas clnicas e farmcias, aos formandos no s pela Faculdade Hahnemanniana, mas

    tambm aos mdicos e farmacuticos diplomados pelos institutos oficiais.

    Somente em 1921, os ttulos e diplomas emitidos pela Faculdade Hahnemanniana do Brasil

    foram reconhecidos e validados, equiparando-a as escolas congneres federais.

  • 5

    Em 1922, a Faculdade Hahnemanniana ministrava cursos regulares de Medicina, Farmcia,

    Obstetrcia e Odontologia, o que fez com que, em 1924, o Conselho Superior de Ensino exigisse a

    mudana de seu nome para Escola de Medicina e Cirurgia do Instituto Hahnemanniano do Brasil.

    Os anos 40 acompanharam um movimento importante para a Escola quando seus professores,

    almejando um caminho com autonomia administrativa e financeira, decidiram propor a

    desvinculao do Instituto Hahnemanniano do Brasil. Em 07 de dezembro de 1948, a Escola

    desvinculou-se do Instituto Hahnemanniano e se organizou como sociedade civil, com a

    denominao de Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, cujos scios eram exclusivamente

    seus prprios docentes.

    Em 1954, a Escola passou a ser um estabelecimento de ensino subvencionado pelo Governo

    Federal, mantendo em seu currculo a obrigatoriedade das disciplinas de Clnica Homeoptica,

    Matria Mdica Homeoptica e Teraputica da Clnica Homeoptica. Trs anos mais tarde, em 1957,

    foi incorporada ao Sistema Federal de Ensino subordinando-se ao Ministrio da Educao e Cultura

    (Decreto n 3.271, de 30/09/1957), poca em que foi transformada em unidade de ensino de medicina

    aloptica, oferecendo cadeiras de homeopatia em carter optativo.

    Em 1959, a Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, na gesto de Fioravanti di

    Piero, ento diretor e interventor no perodo de federalizao, estabeleceu um convnio com a

    Fundao Gaffre e Guinle, presidida pelo grande empreendedor e filantropo Guilherme Guinle, para

    utilizao de parte das instalaes do seu hospital de mesmo nome da Fundao para o ensino prtico

    dos estudantes nos ambulatrios e enfermarias.

    Em 1965, a Escola passou categoria de Fundao pela Lei 4.730 de 1965, o que facilitou a

    incorporao ao seu patrimnio do Hospital Gaffre e Guinle, que fora desapropriado em 23 de

    dezembro de 1963, por fora do Decreto n 53.335. Em 20 de agosto de 1969, por meio do Decreto

    773, as escolas isoladas do Rio de Janeiro, incluindo a Escola de Medicina e Cirurgia, foram

    agregadas Federao das Escolas Federais Isoladas do Estado da Guanabara FEFIEG. Em 1975,

    com a fuso dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, foi alterada a nomenclatura de FEFIEG

    para FEFIERJ (Federao de Escolas Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro).

    A 5 de junho de 1979, com a criao da Universidade do Rio de Janeiro UNI-RIO, a Escola

    de Medicina e Cirurgia passou a ser denominada Curso de Medicina do Centro de Cincias

    Biolgicas e da Sade da Universidade do Rio de Janeiro. Entretanto, com a reestruturao da

    UNIRIO, em 1988, voltou a se chamar Escola de Medicina e Cirurgia, fazendo parte do Centro de

    Cincias Biolgicas e da Sade, pelo Decreto-Lei 6.555, denominao que permanece at os dias de

    hoje. Em 2003, a UNIRIO mudou seu nome para Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.

  • 6

    A atual Escola de Medicina e Cirurgia da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

    teve um passado de lutas e glrias, pois sobreviveu a diversas tentativas de desativao e extino,

    merecendo destaque na luta pela sua manuteno como Instituio de ensino e, posteriormente, para

    tornar-se pblica, diversos homens ilustres da histria nacional, tais como Flix Pacheco, Epitcio

    Pessoa, Clvis Salgado, Juscelino Kubitschek e Joo Goulart, e, de sua prpria histria como Licinio

    Cardoso, Dias da Cruz, Hamilton Nogueira, Fioravanti Di Piero e Alberto Soares de Meirelles. Em

    sua trajetria secular, a EMC sempre figurou como uma tradicional instituio de ensino mdico no

    pas.

    At o primeiro semestre de 2012, mais de 10.000 mdicos se formaram pela Escola de

    Medicina e Cirurgia. Sua sede atual est localizada no prdio da Decania do Centro de Cincias

    Biolgicas e da Sade, situada na Rua Silva Ramos 32, no campus do Hospital Universitrio Gaffre

    e Guinle. Brevemente a Escola de Medicina e Cirurgia ter nova identidade, pois sua administrao

    passar a ocupar um prdio de 3 andares, nas proximidades do HUGG, sito Rua Professor Gabizo,

    n 262,Tijuca.

    4. DEMANDAS SOCIAIS DO CURSO DE MEDICINA

    No Brasil, temos 1,95 mdicos registrados para cada 1.000 habitantes. Este dado se encontra

    aqum da meta dos Ministrios da Sade e da Educao que de estabelecer a relao de 2,5

    mdicos por 1.000 habitantes em 2020. Embora essa meta no seja um consenso, uma vez que o

    Conselho Federal de Medicina a questiona, alguns municpios apresentam uma relao de mdicos

    por habitantes bem menor do que a mdia nacional, refletindo srias desigualdades. Essa

    concentrao de mdicos se d nas capitais em detrimento do interior, na rea privada em relao

    sade pblica e em certas especialidades mdicas.

    O municpio do Rio de Janeiro, onde a EMC est localizada, tem atualmente uma relao de

    3,57 mdicos por 1.000 habitantes. Esta relao pode parecer alta, contudo, a concentrao de

    mdicos se d na capital e regio metropolitana, em detrimento do interior do Estado.

    Ao se analisar o perfil dos alunos matriculados na EMC, no perodo de 2010 a 2012, no que

    se refere localidade de origem, observa-se que grande parte desses estudantes proveniente de

    municpios do interior dos estados e, muito provavelmente, aps a concluso do curso, retornar ao

    municpio de origem. Dessa forma, a EMC contribui para aumentar o nmero de mdicos nessas

    localidades, como demonstrado no grfico a seguir:

  • 7

    Grfico 1: Distribuio dos Estudantes matriculados atualmente no curso de medicina por

    estados brasileiros:

    Figura 1: Mapa percentual de estudantes matriculados no curso de medicina da Regio Sudeste

    do pas:

    A EMC, a partir deste novo currculo, tambm contribuir para reduzir a concentrao de

    mdicos no setor privado por meio da insero cada vez mais precoce do estudante de medicina no

    22,26 % -

    Capital

    16,73% 50,07%

    2,41%

  • 8

    SUS e da oferta de uma formao com carter generalista e integrada aos servios de sade pblica.

    O contato do estudante de medicina desde o incio do curso com a estratgia de sade da famlia ser

    uma oportunidade transformadora de reverter a lgica de concentrao da fora de trabalho mdica

    nas especialidades e no setor privado.

    Dessa forma, o Curso de Medicina da EMC da UNIRIO de grande relevncia social, pois

    contribui para a ampliao do acesso educao superior, notadamente para o interior da regio

    sudeste do Pas, oferecendo uma educao mdica de qualidade.

    5. ABRANGNCIA DO CURSO NO ENSINO, NA PESQUISA E NA EXTENSO

    Na universidade, o processo educativo, acadmico, cientfico, cultural e comunitrio

    relaciona o ensino, a pesquisa e a extenso de forma indissocivel. Assim, este projeto pedaggico

    est pautado nesta indissociabilidade de modo a garantir um ensino crtico, reflexivo e criativo, que

    leve construo do perfil almejado, estimulando a realizao de experimentos e projetos de

    pesquisa, socializando o conhecimento produzido, de modo a promover a formao integral do

    estudante.

    Diante disso, a EMC estimula o desenvolvimento de atividades de pesquisa e de extenso

    entre seus docentes e discentes. A partir da pesquisa, a EMC promove a construo do conhecimento

    mdico, colaborando para o seu contnuo aperfeioamento. As atividades de extenso, um importante

    instrumento de integrao entre a universidade e a sociedade, so sempre estimuladas no mbito da

    EMC.

    Para a melhor integrao entre ensino, pesquisa e extenso a EMC se articular mais

    intensamente com as coordenaes dos Cursos e Programas de Ps-Graduao e com as Pr-

    Reitorias Acadmicas da UNIRIO, aumentando a insero dos estudantes em programas de iniciao

    cientfica, de monitoria e de extenso.

    Com relao integrao acima referida, verifica-se que cerca de 20% dos estudantes de

    medicina so bolsistas e voluntrios em programas de monitoria, de iniciao cientfica ou de

    extenso. Esses estudantes apresentam como Trabalho de Concluso de Curso (TCC) o resumo

    expandido publicado nos anais da Semana de Integrao Acadmica da UNIRIO, evento promovido

    anualmente pelas Pr-Reitorias de Graduao, Ps-Graduao e Pesquisa e de Extenso e Cultura.

    Alm disso, este ano, a CAPES lanou um novo programa de incentivo iniciao cientfica,

    denominado Jovens Talentos para a Cincia, que destinado a estudantes de graduao de todas as

    reas do conhecimento e tem o objetivo de inserir precocemente os estudantes no meio cientfico. A

  • 9

    EMC integrou 18 estudantes neste programa, perfazendo cerca de 50% das vagas selecionadas para

    rea de sade da UNIRIO.

    Recentemente, foi lanado o Programa Cincia sem Fronteiras, uma iniciativa conjunta dos

    Ministrios da Cincia, Tecnologia e Inovao (MCTI) e do Ministrio da Educao (MEC), que tem

    por objetivo promover a consolidao, expanso e internacionalizao da cincia e tecnologia, da

    inovao e da competitividade brasileira por meio do intercmbio e da mobilidade internacional. A

    Escola de Medicina e Cirurgia tambm se integrou a este programa contando com a participao de

    alguns estudantes do curso de medicina.

    6. ABRANGNCIA DO CURSO NA INTEGRAO ENSINO-SERVIO-COMUNIDADES

    notria a necessidade de transformao da prtica profissional, com mudanas no processo

    de formao de estudantes, articulando teoria e prtica, buscando a integrao ensino-servio-

    comunidade.

    Atualmente, a formao mdica deve considerar a incluso da reflexo da transformao das

    relaes entre o ensino, os servios de sade e as comunidades, que, historicamente, vem buscando

    ligar os espaos de formao aos diferentes cenrios da vida real e de produo de cuidados sade.

    No contexto dessa reflexo, as Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduao em

    Medicina deixam claro que a formao dos mdicos deve considerar o sistema vigente no pas, a

    ateno integral sade, a atualizao local das linhas de cuidado e o trabalho em equipe.

    Nesta direo, insere-se a integrao ensino, servio e comunidades como o trabalho coletivo

    de estudantes e professores com outros profissionais que compem as equipes dos servios de sade,

    os usurios dos servios e a populao local visando melhoria da ateno sade individual e

    coletiva, qualidade da formao profissional do estudante e ao desenvolvimento dos profissionais

    envolvidos, na efetivao de processos de educao permanente.

    Ao adotar-se um currculo integrado, valoriza-se a articulao entre ensino, servio e

    comunidade como cenrio do processo ensino-aprendizagem, possibilitando ao estudante refletir

    sobre sua ao e a realidade do servio em que est inserido, incentivando uma prtica

    problematizadora e contribuindo para o processo de formao, na perspectiva de uma aprendizagem

    crtica e reflexiva.

    A diversificao dos cenrios de ensino-aprendizagem, a integrao ensino-servio-

    comunidades e a insero dos estudantes desde o incio do curso em territrios cotidianos de vida da

  • 10

    populao possibilitam uma formao mais qualificada e contextualizada s diferentes realidades

    brasileiras. Sendo possvel assim, uma formao mais adequada para lidar com situaes de incerteza

    e imprevisibilidade to prprias ao mundo da vida.

    Tendo como referncia a Poltica de Educao Permanente em Sade, a EMC busca

    contribuir para produo de saberes e prticas em sade relacionadas ao cotidiano do cuidado tendo

    como perspectiva a integralidade e a qualificao do SUS. Tais experincias na formao

    potencializam o estudante a ser capaz de desenvolver as competncias e habilidades gerais aos

    profissionais de sade, bem como as especficas para a formao do mdico.

    A EMC tambm busca aproximar seus eixos de formao s linhas de extenso e pesquisa

    desenvolvidas nos diferentes cenrios envolvidos em prticas em sade. Desta forma, busca

    fortalecer as aes da UNIRIO comprometidas com a qualidade do ensino e da vida da populao.

    A EMC pretende, tambm, fortalecer cada vez mais a formao em servios de sade e

    territrios comunitrios estabelecendo dilogo constante e interagindo com a Secretaria Municipal de

    Sade e Defesa Civil do Rio de Janeiro (SMSDC RJ) por meio da gesto de desenvolvimento

    profissional/ estgios conjuntamente s gerncias das diferentes reas (ateno primria, grandes

    emergncias e hospitalar). Essas aes permitiro uma maior participao dos estudantes na

    integrao ensino- servio-comunidades nas unidades bsicas de sade e em outros cenrios de

    prtica alm do Hospital Universitrio Gaffre Guinle (HUGG), contribuindo para a transformao

    da cultura formativa na EMC.

    A maior aproximao da EMC SMSDC RJ tem se constitudo em parcerias produtivas na

    insero dos internos de Sade Coletiva e perodos iniciais do curso na Estratgia de Sade da

    Famlia (ESF) da SMSDC RJ, na construo compartilhada dos Projetos PETS (voltados para a rea

    Programtica de Sade 1 da cidade do Rio de Janeiro distrito universitrio atribudo aos cursos de

    graduaes de sade da UNIRIO na definio municipal das reas de atuao das instituies

    formadoras) em desenvolvimento e na formatao de uma plataforma E-Uni de Educao

    Permanente, facilitando a interlocuo entre profissionais de sade que atuam nos servios e

    docentes das Escolas de Enfermagem, Medicina e Nutrio da UNIRIO.

    A recente aprovao de projeto interdisciplinar da UNIRIO reunindo a Escola de Medicina e

    Cirurgia, a Escola de Enfermagem Alfredro Pinto (EAP) e a Escola de Nutrio (EN), submetido no

    edital da Secretaria de Gesto do Trabalho e da Educao na Sade do Ministrio da Sade (DGETS

    / MS) - Programa Nacional de Reorientao da Formao Profissional em sade (PR SADE) e

    Programa de Educao Tutorial para a sade (PET SADE) / PET SADE 2012/2013, Rede de

    Cuidados, certamente subsidiar avanos, tanto no sentido de recursos (bolsas de preceptoria para

  • 11

    os profissionais preceptores dos servios, aquisio de equipamentos, e estruturao de cursos

    formativos com apoio da Coordenao de Educao Distncia da UNIRIO para desenvolvimento

    docentes/estudantes e profissionais envolvidos) como na legitimao e fortalecimento da atuao da

    universidade na rea Programtica 2 da cidade do Rio de Janeiro (rea destinada UNIRIO na

    configurao da parceria com a Secretaria Municipal de Sade e Defesa Civil do Rio de Janeiro /

    SMSDC RJ junto ao DGETS/MS). Esta insero contempla o princpio de responsabilidade da

    UNIRIO perante a sociedade e o Estado, para a formao cidad de seus estudantes que contribua

    para um pas mais equnime.

    Nesta perspectiva, a integrao ensino-servio deve acontecer de forma efetiva, unindo

    docentes, estudantes e profissionais de sade com o foco central no indivduo e no coletivo na busca

    pelas suas necessidades de sade.

    7. CONCEPO DO CURSO

    A formao mdica tem como pilares a qualificao cientfica, a excelncia tcnica e o

    comprometimento social fundamentados nos preceitos da tica.

    A nova concepo educacional do curso de medicina est pautada nos seguintes critrios:

    educao centrada no estudante (o estudante agente ativo no processo de ensino-aprendizagem),

    educao integrada (as reas de conhecimento trabalham de modo interdisciplinar por meio de Eixo e

    Mdulos temticos), equilbrio entre Conhecimentos, Habilidades e Atitudes (Habilidades e atitudes

    devem ser consideradas como partes importantes do processo educacional e no apenas a quantidade

    de informaes), promoo da avaliao formativa (acompanhar o desenvolvimento de habilidades

    educacionais, profissionais, analticas e de trabalho do estudante) e desenvolvimento do pensamento

    crtico e reflexivo (o estudante deve ser estimulado a pensar sobre a sua prtica e sobre como pode

    atuar na mudana de sua realidade).

    8. COMPETNCIAS E HABILIDADES

    As Diretrizes Curriculares Nacionais definiram um conjunto de competncias e habilidades

    gerais para os profissionais da rea de sade e, outras especficas, para o mdico. Elas devem ser

    adotadas na educao mdica por todas as instituies de ensino superior do pas.

  • 12

    8.1. COMPETNCIAS E HABILIDADES GERAIS

    As competncias gerais so os fundamentos que devem ser desenvolvidos ao longo de todo

    curso, pois fazem parte da realidade profissional do mdico:

    Ateno sade os profissionais de sade devem estar aptos a desenvolver aes de

    preveno, promoo, proteo e reabilitao da sade, tanto em nvel individual quanto coletivo,

    por meio de uma prtica integrada e contnua com as demais instncias do sistema de sade, sendo

    capaz de pensar criticamente, de analisar os problemas da sociedade e de procurar solues para os

    mesmos. Os profissionais devem realizar seus servios dentro dos mais altos padres de qualidade e

    dos princpios da tica/biotica, tendo em conta que a responsabilidade da ateno sade no se

    encerra com o ato tcnico, mas sim, com a resoluo do problema de sade, tanto em nvel individual

    como coletivo.

    Tomada de decises o trabalho dos profissionais de sade deve estar fundamentado na

    capacidade de tomar decises que visem ao uso apropriado, eficcia e ao custo-efetividade da fora

    de trabalho, dos medicamentos, dos equipamentos e dos procedimentos e prticas. Para tanto, os

    mdicos devem possuir competncias e habilidades para avaliar, sistematizar e decidir as condutas

    mais adequadas, com base em evidncias cientficas.

    Comunicao os mdicos devem ser acessveis e manter a confidencialidade das

    informaes a eles confiadas, na interao com os outros profissionais de sade e com o pblico em

    geral. A comunicao envolve comunicao verbal, no-verbal e habilidades de escrita e leitura; o

    domnio de, pelo menos, uma lngua estrangeira e de tecnologias de comunicao e informao. O

    desenvolvimento de habilidades comunicacionais favorece um dilogo mais inclusivo com os demais

    profissionais de sade e a populao assistida, sendo um requisito importante formao com a

    perspectiva da integralidade e a desmecanizao dos processos de trabalho e de cuidado em sade.

    Liderana no trabalho em equipe multiprofissional, os profissionais de sade devem estar

    aptos a assumir posies de liderana sempre tendo em vista o bem-estar da comunidade. A liderana

    envolve compromisso, responsabilidade, empatia, habilidade para tomada de decises, comunicao

    e gerenciamento de forma efetiva e eficaz.

    Administrao e gerenciamento os profissionais de sade devem ser capazes de tomar

    iniciativas, fazer o gerenciamento e a administrao de forma eficiente e eficaz, tanto do pessoal

    quanto dos recursos fsicos, materiais e de informao, da mesma forma que devem estar aptos a

    serem empreendedores, gestores, empregadores ou lideranas na equipe de sade.

  • 13

    Educao permanente os profissionais devem ser capazes de aprender continuamente,

    tanto na sua formao, quanto na sua prtica. Desta forma, os profissionais de sade devem aprender

    a aprender e ter responsabilidade e compromisso com a sua educao e o treinamento/estgios das

    futuras geraes de profissionais, mas proporcionando condies para que haja benefcio mtuo

    entre os futuros profissionais e os profissionais dos servios, inclusive estimulando e desenvolvendo

    a mobilidade acadmico/profissional, a formao e a cooperao atravs de redes nacionais e

    internacionais. Uma das competncias mais importantes na educao mdica promover no

    estudante o desenvolvimento intelectual e aprendizagem autnoma e permanente, ou seja, a

    capacidade de se atualizar continuamente, de saber como buscar a informao que fundamental

    para resolver algum problema clnico, e saber selecionar a informao relevante e utilizar os dados

    obtidos de forma crtica.

    8.2. COMPETNCIAS, HABILIDADES E ATITUDES ESPECFICAS DO MDICO

    A competncia profissional na rea da sade compreende, essencialmente, a capacidade de

    cuidar do outro, colocando em ao conhecimentos, habilidades e valores necessrios para prevenir e

    resolver problemas de sade. A competncia fundamental do mdico deve ser a capacidade de

    responder, satisfatoriamente, s necessidades e demandas dos indivduos e da comunidade, mediante

    uma eficiente atuao profissional, individual e em equipe, e participao ativa e crtica no mundo do

    trabalho e na sociedade.

    A competncia profissional na formao mdica tem natureza multidimensional, envolvendo

    em sua construo aspectos cognitivos, tcnicos, afetivos, relacionais, integrativos e contextuais. A

    dimenso cognitiva refere-se aplicao do conhecimento cientfico para a soluo de problemas

    relativos ao exerccio profissional. A dimenso tcnica compreende, fundamentalmente, o

    desenvolvimento de habilidades de exame fsico e realizao de procedimentos. A questo relacional

    relaciona-se habilidade de se estabelecer e manter boas relaes profissionais com os pacientes, as

    famlias, os colegas e outros membros da equipe. A dimenso afetiva envolve os valores ticos e

    morais da prtica mdica. A dimenso integrativa corresponde ao uso apropriado das estratgias do

    raciocnio clnico, incorporando elementos biolgicos, clnicos, humansticos e sociais no processo

    de anlise e tomada de decises. Por fim, a dimenso contextual abrange a prtica contextualizada,

    considerando as potencialidades e limitaes estruturais e funcionais dos locais onde a ateno

    sade prestada.

  • 14

    Considerando essas mltiplas dimenses, mostra-se extremamente relevante, orientar o

    estudante quanto avaliao da relao custo-efetividade nas decises mdicas com vistas ao uso

    apropriado dos equipamentos, procedimentos e prticas. Observa-se, hoje, na prtica mdica a

    utilizao excessiva de recursos tecnolgicos determinando aumento demasiado dos custos em sade

    e muitas vezes no garantindo a eficincia do servio. No raro utilizar-se equipamentos

    imaginolgicos mais modernos eximindo o uso da radiografia convencional e do exame clnico, em

    situaes que deveriam complement-los. De decises mdicas indevidas surge inflao mdica,

    resultante da falta de correlao entre gastos e resultados em sade, de acometimento universal

    (MENDES, 1985), que aumenta os custos da assistncia e muitas vezes no justifica tais gastos.

    Assim, a formao mdica deve considerar a utilizao racional da tecnologia.

    A partir do entendimento de que a competncia profissional na formao mdica tem

    natureza multidimensional, o curso de medicina da EMC pretende desenvolver nos estudantes as

    seguintes competncias, habilidades e atitudes especficas e essenciais formao mdica e que

    constam, em sua maioria, nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduao em

    Medicina:

    Promover estilos de vida saudveis, conciliando as necessidades tanto dos seus

    clientes/pacientes quanto s de sua comunidade, atuando como agente de transformao social;

    Atuar nos diferentes nveis de atendimento sade, com nfase nos atendimentos

    primrio e secundrio;

    Comunicar-se adequadamente com os colegas de trabalho, os pacientes e seus

    familiares;

    Informar e educar seus pacientes, familiares e comunidade em relao promoo da

    sade, preveno, tratamento e reabilitao das doenas, usando tcnicas apropriadas de

    comunicao;

    Realizar com proficincia a anamnese e a conseqente construo da histria clnica,

    bem como dominar a arte e a tcnica do exame fsico; Dominar os conhecimentos cientficos bsicos

    da natureza bio-psico-socio-ambiental subjacentes prtica mdica e ter raciocnio crtico na

    interpretao dos dados, na identificao da natureza dos problemas da prtica mdica e na sua

    resoluo;

    Diagnosticar e tratar corretamente as principais doenas do ser humano em todas as

    fases do ciclo biolgico, tendo como critrios a prevalncia e o potencial mrbido das doenas, bem

    como a eficcia da ao mdica;

  • 15

    Reconhecer suas limitaes e encaminhar, adequadamente, pacientes portadores de

    problemas que fujam ao alcance da sua formao geral;

    Otimizar o uso dos recursos propeduticos, valorizando o mtodo clnico em todos

    seus aspectos;

    Exercer a medicina utilizando procedimentos diagnsticos e teraputicos com base em

    evidncias cientficas;

    Utilizar adequadamente recursos semiolgicos e teraputicos, validados

    cientificamente, contemporneos, hierarquizados para ateno integral sade, no primeiro, segundo

    e terceiro nveis de ateno;

    Reconhecer a sade como direito e atuar de forma a garantir a integralidade da

    assistncia entendida como conjunto articulado e contnuo de aes e servios preventivos e

    curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os nveis de complexidade do

    sistema;

    Atuar na proteo e na promoo da sade e na preveno de doenas, bem como no

    tratamento e reabilitao dos problemas de sade e acompanhamento do processo de morte;

    Realizar procedimentos clnicos e cirrgicos indispensveis para o atendimento

    ambulatorial e para o atendimento inicial das urgncias e emergncias em todas as fases do ciclo

    biolgico;

    Conhecer os princpios da metodologia cientfica, possibilitando-lhe a leitura crtica

    de artigos tcnicos-cientficos e a participao na produo de conhecimentos;

    Lidar criticamente com a dinmica do mercado de trabalho e com as polticas de

    sade; com nfase no Sistema nico de Sade (SUS);

    Atuar no sistema hierarquizado de sade, obedecendo aos princpios tcnicos e ticos

    de referncia e contra-referncia;

    Cuidar da prpria sade fsica e mental e buscar seu bem-estar como cidado e como

    mdico;

    Considerar a relao custo-efetividade nas decises mdicas, levando em conta as

    reais necessidades da populao;

    Ter viso do papel social do mdico e disposio para atuar em atividades de poltica

    e de planejamento em sade;

    Atuar em equipe multiprofissional;

    Manter-se atualizado com a legislao pertinente sade.

    http://w3.datasus.gov.br/datasus/datasus.php

  • 16

    Atuar em diferentes cenrios de ateno em sade, considerando as diversidades

    culturais e territoriais existentes no pas;

    Atuar de forma inclusiva na ateno sade individual/coletiva em redes de cuidados;

    Utilizar recursos do diagnstico epidemiolgico para contextualizar seu trabalho

    cotidiano (indicadores sociais, de sade, de servio, dentre outros) visando o desenvolvimento de

    aes que contribuam para a qualificao da assistncia e da vida da populao;

    Posicionar-se de maneira tica frente ao paciente e comunidade, com viso

    humanstica e senso de responsabilidade social;

    Atuar e exercer liderana de forma democrtica, a fim de trabalhar eficientemente em

    equipes multidisciplinares de sade, reconhecendo e valorizando as competncias especficas dos

    seus integrantes.

    Com base nestas competncias, a formao do Mdico dever contemplar o sistema de sade

    vigente no pas, a ateno integral da sade num sistema regionalizado e hierarquizado de referncia

    e contra-referncia e o trabalho em equipe.

    9. PERFIL DO EGRESSO DA EMC

    Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais, o perfil do egresso dos cursos de graduao

    em medicina deve ser mdico com formao generalista, humanista, crtica e reflexiva, capacitado a

    atuar, pautado em princpios ticos, no processo de sade-doena em seus diferentes nveis de

    ateno, com aes de promoo, preveno, recuperao e reabilitao sade, na perspectiva da

    integralidade da assistncia, com senso de responsabilidade social e compromisso com a cidadania,

    como promotor da sade integral do ser humano (Conselho Nacional de Educao - CNE / Cmara

    de Educao Superior - CES).

    De acordo com essas diretrizes, os mdicos formados pela Escola de Medicina e Cirurgia

    tero slida formao generalista, humanista, sendo capazes de posicionar-se de forma crtica e

    reflexiva, com autonomia, pautados na tica e responsabilidade social. Devem estar aptos a atuar na

    promoo da sade, preveno das doenas, na recuperao e reabilitao dos doentes, assim como

    lidar com os principais problemas de sade e da doena das pessoas e da comunidade, atuando nos

    trs nveis de ateno sade, com nfase nos atendimentos a nvel primrio e secundrio, de

    urgncia e emergncia, sendo capazes de diagnosticar e tratar a maioria das doenas mais

    prevalentes, tendo como base o perfil epidemiolgico nacional, regional e local, considerando os

  • 17

    determinantes sociais do processo sade-doena. Deve atuar com discernimento para bem

    encaminhar aqueles que necessitem de cuidados especializados. Dessa forma, a EMC pretende

    formar egressos com domnio tcnico, comprometidos com a ateno integral sade e com a

    educao continuada, preparados para enfrentar os desafios da sociedade, das rpidas transformaes

    do mercado de trabalho e das condies do exerccio profissional.

    10. ADMINISTRAO PEDAGGICA

    A Direo da Escola de Medicina e Cirurgia e Coordenao do Curso de Medicina em

    conjunto com o Ncleo Docente Estruturante (NDE) coordenam a construo, implantao e

    aperfeioamento do novo Projeto Pedaggico do Curso de Graduao em Medicina.

    A Direo e a Coordenao, bem como o corpo docente esto comprometidos com a

    necessidade de mudana do currculo em todos os seus aspectos - didticos, organizacionais e

    operacionais -, acreditando na construo de uma nova prtica pedaggica no cenrio acadmico da

    EMC.

    Para uma gesto de qualidade, imprescindvel o apoio de comisses especficas e o

    Colegiado do Curso, para realizarem tarefas determinadas: Ncleo Docente Estruturante, Comisso

    de Interna de Autoavaliao, Comisso de Matrcula, Comisso de Internato, Comisso de

    Desenvolvimento Docente e Ncleo de Apoio Psicopedaggico.

    10.1. NCLEO DOCENTE ESTRUTURANTE NDE

    De acordo com a Resoluo CONAES n 1 de 17 de junho de 2010 e respectivo Parecer n 4

    de 17 de junho de 2010, o Ncleo Docente Estruturante (NDE) constitui-se de um grupo de docentes,

    com atribuies acadmicas de acompanhamento, atuante no processo de concepo, consolidao e

    contnua atualizao do projeto pedaggico do curso.

    O NDE formado por membros do corpo docente do curso, que exercem liderana

    acadmica no mbito do mesmo, percebida na produo de conhecimentos na rea, no

    desenvolvimento do ensino e que atuem para o desenvolvimento do curso.

    Dentre as atribuies do NDE, destaca-se:

    contribuir para a consolidao do perfil profissional do egresso;

    zelar pela integrao curricular interdisciplinar do curso;

  • 18

    indicar formas de incentivo ao desenvolvimento da pesquisa e da extenso;

    cuidar do cumprimento das Diretrizes Curriculares Nacionais;

    acompanhar e aprimorar o sistema de avaliao.

    O NDE um elemento essencial na construo, implantao e consolidao do novo do

    Projeto Pedaggico do curso.

    O NDE da EMC composto por 34 professores com titulao acadmica obtida em

    programas de ps-graduao stricto sensu, reconhecidos pela CAPES/MEC, e, destes, 80% so

    doutores e graduados em medicina, sendo que, mais de 50% atua na docncia nos 3 primeiros anos

    do curso. Os docentes do NDE participaram ativamente na construo deste projeto pedaggico e

    esto cientes e preparados para assumir a responsabilidade da implantao do mesmo.

    A composio do Ncleo Docente Estruturante da Escola de Medicina e Cirurgia encontra-se

    no Anexo I.

    10.2. COMISSO INTERNA DE AUTOAVALIAO DO CURSO DE MEDICINA

    Conforme Resoluo n 3.690, de 17 de agosto de 2011, foi criada a Comisso Interna de

    Autoavaliao do Curso de Medicina que formada por representantes das categorias Docente,

    Tcnico-Administrativa e discente. Esta comisso responsvel pela estruturao do processo de

    autoavaliao das condies de implantao/implementao do curso, pela elaborao e pelo

    aprimoramento dos instrumentos de avaliao, compreendendo as suas diferentes dimenses:

    discente, docente e institucional.

    Haver tambm uma Subcomisso de Avaliao de Habilidades e Atitudes, constituda por

    docentes representantes das grandes reas da formao mdica clnica mdica, pediatria, gineco-

    obstetrcia, clnica cirrgica e sade coletiva que dever elaborar um instrumento avaliativo de

    habilidades e atitudes a ser aplicada no final do 4 ano do curso, de tal forma que a EMC possa

    diagnosticar as falhas no processo de ensino-aprendizagem e, assim, buscar suprir as deficincias dos

    estudantes. Os resultados desse processo certamente representaro importante subsdio para a

    coordenao do curso. Espera-se que esta comisso trabalhe de forma articulada com comisso

    elaboradora do Teste do Progresso que avalia a parte cognitiva da aprendizagem.

  • 19

    10.3. COMISSO DE MATRCULA

    A Comisso de Matrcula na Escola de Medicina e Cirurgia, conforme Ordem de Servio

    PROGRAD n 001, de 27 de dezembro de 2005, constituda por quatro docentes e por um tcnico

    em assuntos educacionais. Dentre suas competncias, destacam-se: orientao acadmica do aluno

    no ato de sua inscrio em disciplinas, avaliao e concesso de aproveitamento de estudos, anlise e

    solicitao da prorrogao do prazo mximo de integralizao curricular, anlise da situao

    acadmica dos alunos com rendimento escolar deficiente, dentre outras.

    10.4. COMISSO DE INTERNATO

    A Comisso do Internato tem a responsabilidade de execuo e controle do estgio curricular

    obrigatrio (Internato) e constituda por um representante de cada um das reas envolvidas, de um

    representante do corpo discente de cada perodo do Internato, sob a presidncia do coordenador do

    Internato.

    Alm disso, esta Comisso tem como atribuies: aprovar os Planos de Ensino das diversas

    reas do Internato, supervisionar, acompanhar e avaliar a execuo do planejamento do ensino,

    identificar e solucionar os problemas existentes neste perodo especfico do curso, apoiar os

    preceptores no exerccio de suas atribuies, propor medidas para aperfeioar o processo

    pedaggico. Cabe tambm zelar pelo cumprimento da legislao relativa ao Internato, do Regimento

    da Escola de Medicina e Cirurgia, do Regulamento e das normas de organizao e funcionamento

    das instituies onde ocorre o estgio curricular obrigatrio, assim como analisar solicitaes de

    abonos de ausncias de estudantes.

    O Internato, por apresentar caractersticas peculiares, tem um Regimento Interno prprio

    aprovado pelo Colegiado da EMC e pelos Conselhos Superiores da UNIRIO.

    10.5. COMISSO DE DESENVOLVIMENTO DOCENTE

    Para desenvolver-se plenamente a nova proposta educacional, mostra-se necessria a

    estruturao de uma assessoria que apoie e promova o desenvolvimento profissional dos docentes.

    Dessa forma, a Comisso de Desenvolvimento Docente dever ter como funo o incremento

    das atividades de sensibilizao, treinamento e capacitao dos mesmos para o exerccio das

  • 20

    atividades docentes de ensino/aprendizagem (metodologias ativas de aprendizagem, metodologias

    avaliativas e outros). A EMC pretende oportunizar o desenvolvimento docente, por meio de ciclos de

    capacitao peridicos para os professores, incorporados ao seu regime de trabalho como atividade

    docente.

    A Comisso de Desenvolvimento Docente ser constituda por professores do curso de

    medicina e dever ser homologada pelo Colegiado do Curso e pelos Conselhos Superiores da

    UNIRIO.

    10.6. NCLEO DE APOIO PSICOPEDAGGICO DA ESCOLA DE MEDICINA NAPSEM

    A finalidade do NAPSEM contribuir para o desenvolvimento psicopedaggico e social do

    estudante da Escola de Medicina e Cirurgia, colaborando para a formao de sua identidade

    profissional. Seu objetivo geral acolher e atuar como facilitador para a adaptao acadmica do

    estudante e utilizao mais integrada e eficiente de recursos emocionais, cognitivos, sociais e

    pedaggicos.

    O NAPSEM tem como objetivos especficos: constituir um espao de escuta e

    acompanhamento das questes psicopedaggicas e sociais que possam comprometer o bem estar

    individual e o aprendizado dos estudantes; realizar um diagnstico psicopedaggico e social do

    estudante, identificando a(s) rea(s) de maior(es) dificuldade(s), auxiliando a sua integrao ao

    contexto universitrio; acompanhar os estudantes que apresentem dificuldades psicopedaggicas e

    sociais de forma a facilitar sua integrao no contexto acadmico, evitando a evaso escolar e

    melhorar os ndices de aproveitamento e de frequncia s aulas e demais atividades acadmicas;

    avaliar a necessidade de suporte complementar e encaminhar a profissionais ou instituies

    especializados.

    O NAPSEM realiza suas atividades considerando dois eixos fundamentais: orientao ao

    corpo discente e apoio direo e ao corpo docente do curso. Este ncleo ter regulamentao

    especfica aprovada pelo Colegiado da EMC.

  • 21

    11. MODELO EDUCACIONAL

    A Escola de Medicina e Cirurgia pretende, com o novo projeto pedaggico, orientar a

    formao do estudante com base na aprendizagem voltada para a integralidade da ateno sade,

    entendendo a abordagem da integralidade como referencial poltico-pedaggico na formao e como

    premissa para um novo ensinar, aprender e cuidar em sade.

    11.1. MODELO EDUCACIONAL VIGENTE

    O modelo educacional atual no atende s Diretrizes Curriculares Nacionais, publicadas em

    2001, uma vez que foi idealizado na dcada de 90.

    A ao educativa vigente, de um modo geral, centrada no professor e prioriza metodologias

    educacionais que propiciam a formao de indivduos no-crticos, acomodados s informaes

    recebidas, sem criatividade e capacidade de refletirem sobre a realidade em que vivem ou onde iro

    atuar.

    A matriz curricular apresenta carga horria mal distribuda quando se considera as

    caractersticas epidemiolgicas da populao. Por outro lado, no h integrao entre as disciplinas,

    constituindo um currculo fragmentado numa srie de disciplinas isoladas.

    O curso desenvolve-se majoritariamente em nvel hospitalar, com insero na ateno

    primria sade ainda insuficiente para a boa formao mdica do generalista.

    11.2. NOVO MODELO EDUCACIONAL

    A Escola de Medicina e Cirurgia, por meio dessa reforma curricular, busca implantar um

    novo modelo de aprendizagem pedaggico/andraggico. Este modelo foi escolhido com base nos

    princpios abaixo descritos.

    A andragogia um caminho educacional que procura compreender o ESTUDANTE adulto

    em todos os aspectos do ser humano bio-psico-social- e promover o seu desenvolvimento por meio

    da significao, da experincia e da prtica.

    Segundo Malcoln Knowles (1968) a andragogia a arte e cincia de orientar adultos a

    aprender, em contraste com a pedagogia como a arte e cincia de ensinar as crianas. Partindo destes

  • 22

    princpios, faz-se necessrio conhecer as peculiaridades da aprendizagem no adulto e adaptar ou criar

    mtodos didticos para serem usados neste grupo especfico.

    A teoria andraggica, proposta por Knowles, pressupe uma viso diferenciada do ponto de

    vista da concepo e metodologia do processo educacional, uma vez que, comparando o aprendizado

    de crianas (pedagogia) e de adultos (andragogia), se identificou algumas diferenas. Na pedagogia,

    professor o centro do processo (decide o que e como ensinar e avalia a aprendizagem), enquanto na

    andragogia, o processo mais centrado no aluno, na independncia e auto-gesto da aprendizagem.

    Na pedagogia, o currculo e o ensino so padronizados e j na concepo andraggica, o ensino

    influenciado pela experincia e pelos interesses do aluno e o currculo pautado na aprendizagem

    para a aplicao na prtica. Por fim, enquanto na pedagogia a orientao da aprendizagem por

    assunto ou matria; na andragogia, a aprendizagem baseada na construo de problemas que

    estimulem a discusso e correlao dos conhecimentos do aluno.

    Pautado nesses princpios, o novo modelo educacional da EMC apresenta-se como um

    modelo hbrido que tenta aplicar os pressupostos andraggicos por meio de uma ao educativa

    centrada no aluno como sujeito da aprendizagem e apoiada no professor como mediador do processo

    educacional, priorizando-se, sempre que possvel, as reunies em pequenos grupos e estimulando-se

    a prtica e a construo coletiva do conhecimento. Entretanto, permanecero ainda no processo

    educacional algumas caractersticas da concepo pedaggica tendo em vista as limitaes fsicas e

    de pessoal da EMC. Atualmente, a infra-estrutura da escola no dispe de espao fsico e corpo

    docente suficientes para realizar todas as atividades em pequenos grupos de estudantes. Alm disso,

    conforme afirma o prprio Knowles (1991), o modelo andraggico contm o modelo pedaggico,

    sendo o principal diferencial a postura do professor que na andragogia torna-se um

    facilitador/mediador do processo de ensino-aprendizagem.

    Com base nesse modelo, a EMC pretende FORMAR seus estudantes com conscincia crtica,

    postura proativa, independentes, motivados a aprender, compartilhando experincias e participando

    ativamente das atividades de aprendizagem. A experincia o melhor elemento motivador do

    aprendizado do adulto. O estudante deve aprender, o que significa adquirir conhecimentos,

    habilidades e atitudes; pois o processo de aprendizagem implica na aquisio incondicional desses

    trs elementos.

    A prxis educacional ser baseada na reflexo e ao, ou seja, os assuntos devem ser

    discutidos e vivenciados, para que no se caia no erro de se tornar verbalistas - que sabem refletir,

    mas no so capazes de colocar em prtica; ou ativistas - que se apressam a executar, sem antes

    refletir nos prs e contras. O dilogo deve ser a essncia do relacionamento educacional. O ambiente

  • 23

    de aprendizagem deve ser permeado de liberdade e incentivo para cada estudante colocar suas idias,

    opinio, compreenso e concluses.

    com esta perspectiva que a EMC pretende desenvolver o processo de ensino-aprendizagem

    durante todo o curso de medicina.

    12. ESTRUTURA GERAL DO CURRCULO

    O curso est estruturado em trs ciclos de acordo com o perfil de competncias gerais e

    especficas: Primeiro Ciclo, Segundo Ciclo e Terceiro ciclo (Internato). Importante enfatizar o

    esforo realizado no sentido da superao da segmentao entre os trs ciclos, incluindo uma maior

    interlocuo entre os docentes atuantes nestes.

    No Primeiro Ciclo, o enfoque nos contedos das cincias biolgicas e humanas que

    subsidiam o conhecimento mdico. Nesta fase, as estratgias educacionais visam o desenvolvimento

    de competncias mdicas elementares (levar o aluno a compreender a estrutura e o funcionamento

    normal do corpo humano, as alteraes patolgicas, os determinantes sociais e ambientais do

    processo de sade e doena e iniciar a capacitao nas competncias mdicas essenciais). Por meio

    das Prticas Integradoras, ocorre a aplicao clnica dos contedos e a contextualizao dos

    processos e mecanismos abordados, motivando o aluno a estudar e aprender.

    No Segundo Ciclo, a nfase no aprendizado de contedos pertinentes s cincias mdicas

    propriamente ditas e s cincias ligadas rea de sade coletiva e humanidades, bem como na

    assimilao das competncias clnicas fundamentais. Nesta etapa, as estratgias pedaggicas do

    continuidade ao processo de aquisio de conhecimentos, habilidades e atitudes com maior nvel de

    complexidade, com nfase nas atividades prticas e aumento progressivo da autonomia do aluno,

    propiciando o entendimento de processos e mecanismos que levam doena, assim como as bases

    cientficas que subsidiam as prticas de preveno, diagnstico, tratamento e reabilitao. Os

    contedos das cincias bsicas so integrados prtica clinica por meio das Prticas Integradoras que

    perpassam todo o curso. H tambm o desenvolvimento das habilidades clnicas fundamentais

    (comunicao com os pacientes e seus familiares, exame fsico, raciocnio clnico, proposio de

    medidas diagnsticas e teraputicas, orientao e educao do paciente), que devem ser exercitados

    em contato com as pessoas nos vrios ambientes de ateno sade e no s, exclusivamente no

    hospital universitrio de nvel tercirio.

    No Terceiro Ciclo (Internato), ocorre o treinamento supervisionado para o exerccio

    profissional, nas reas de prtica geral da Medicina, visando aquisio de autonomia na abordagem

  • 24

    diagnstica e teraputica da maior parte das demandas do nvel primrio e algumas do nvel

    secundrio e tercirio de ateno sade. O interno vivencia a prtica em cenrios diversificados de

    ateno sade, em estgios de treinamento em prticas de ateno integral sade. Esta etapa

    compreendida por estgios nas reas de Clnica Mdica, Clnica Cirrgica, Especialidades Clnico-

    Cirrgicas, Pediatria, Sade Coletiva, Ginecologia e Obstetrcia e estgio Eletivo, a critrio do

    estudante. Alm disso, h o treinamento nas reas de Medicina Intensiva e Medicina de Urgncia.

    A integrao de disciplinas uma recomendao prioritria por todos que dedicam ao estudo

    da educao mdica e figura nas Diretrizes Curriculares Nacionais. Diante disso, o novo currculo

    prioriza a organizao do currculo por mdulos de modo que se supere a excessiva fragmentao do

    currculo por disciplinas e que o novo currculo seja mais apropriado formao das competncias

    necessrias ao perfil profissional, definido nesse projeto pedaggico. O mdulo um elemento que

    permite integrar as disciplinas isoladas, favorecendo a interdisciplinaridade do conhecimento. Em

    alguns casos especficos, no foi possvel a organizao modular e por isso mantiveram-se algumas

    disciplinas isoladas, mas o seu desenvolvimento ocorre de modo articulado com outras disciplinas

    que possam incrementar o processo de ensino-aprendizagem.

    No novo currculo, a integrao se torna possvel pela organizao dos assuntos por Eixos e,

    prioritariamente, por Mdulos Temticos nos quais vrias disciplinas contribuem de forma

    harmnica para alcanar os objetivos propostos. Por meio desses Eixos e Mdulos so

    desenvolvidos, ao longo do curso, temas essenciais formao mdica: estrutura e funo do

    organismo, determinantes das doenas (biolgicos, sociais, culturais, comportamentais, ambientais),

    processo sade-doena (indivduos, comunidade e momentos biolgicos), propedutica, relao

    mdico-paciente, diagnstico e condutas (promoo, preveno, tratamento e reabilitao).

    A organizao curricular do curso est estruturada em quatro Eixos Temticos, desenvolvidos

    ao longo de toda a graduao: Eixo Biolgico, Eixo de Sade Coletiva e Humanidades, Eixo da

    Prtica e Eixo Integrador. Os trs primeiros eixos so horizontais e integram as disciplinas durante o

    curso e o Eixo Integrador vertical e agrega as disciplinas do perodo por meio das Prticas

    Integradoras.

    Esta estruturao curricular privilegia a aquisio de conhecimento de maneira mais

    aproximada da sua utilizao prtica, em detrimento da organizao tradicional em disciplinas na

    qual os alunos so expostos aos conhecimentos das disciplinas de forma isolada, fora do contexto de

    atuao clnica. No modelo de organizao modular o estudante tem acesso s informaes de forma

    integrada permitindo um aprendizado significativo entre os campos de conhecimento.

  • 25

    Alm dos Eixos, os contedos essenciais obrigatrios so distribudos em sua maioria em

    Mdulos Temticos definidos como unidades didticas formadas por disciplinas, que trabalham de

    forma articulada, favorecendo a compreenso integral do processo sade-doena.

    Os contedos complementares so oferecidos em disciplinas optativas que os graduandos

    devero cursar, no mnimo, 120h at o 8 perodo, inclusive.

    Alm disso, integram a estrutura do curso as atividades complementares que agregam

    conhecimentos e experincias para a formao do aluno, estimulando-o prtica de estudos

    independentes, interdisciplinaridade e ao reconhecimento da importncia de atualizao

    profissional permanente. (Resoluo PROGRAD n 2628, 2005).

    A matriz curricular e o ementrio do curso encontram-se detalhados nos Anexos II a VI deste

    documento.

    12.1. INTEGRAO ENTRE AS DISCIPLINAS

    Um dos desafios principais da formao mdica pensar o conhecimento como um todo

    integrado e no como mera soma de contedos das diversas disciplinas e especialidades mdicas. A

    formao mdica est pautada na capacidade de articular conhecimentos cientficos de diversos

    campos de saber. Por isso, o currculo proposto est organizado em eixos temticos e mdulos

    interdisciplinares.

    Dessa forma, a integrao entre as disciplinas se d, prioritariamente, por meio dos mdulos

    compostos por disciplinas afins de modo a assegurar o relacionamento e conexo dos contedos,

    evitando uma viso fragmentada dos conhecimentos. Mesmo nos casos de disciplinas isoladas,

    busca-se a interface com outras disciplinas que possam incrementar o desenvolvimento do processo

    de ensino-aprendizagem.

    Por outro lado, o Eixo Integrador permite a interdisciplinaridade dentro do contexto de

    atuao clnica. As Prticas Integradoras que articulam as dimenses biolgicas, epidemiolgicas,

    tecnolgicas, ticas e do processo de trabalho em atividades de discusso interdisciplinar de

    situaes-problema e casos. Por meio destas atividades, o aprendizado das cincias da rea bsica

    torna-se mais interessante e mais produtivo, uma vez que o estudante passa a compreender a

    importncia dessas cincias para o entendimento dos problemas mdicos que tem diante de si para

    resolver.

  • 26

    12.2. PRINCIPAIS MUDANAS DA NOVA ORGANIZAO CURRICULAR

    A nova organizao curricular do curso de medicina est pautada nos seguintes pressupostos

    educacionais:

    Flexibilizao curricular criao de espaos no currculo para as atividades e

    disciplinas da formao humanstica e social do mdico;

    Sequncia de mdulos e disciplinas de acordo com o critrio de complexidade

    crescente;

    Maior integrao de disciplinas nos mdulos nos dois primeiros anos do curso e

    participao de professores das reas clnicas em atividades e seminrios;

    Compreenso dos aspectos biomdicos, sociais e ambientais do processo sade-

    doena;

    Ampliao do Internato para dois anos;

    Abordagem do conhecimento de forma integrada o novo currculo priorizou a

    organizao dos contedos em mdulos temticos, visando interdisciplinaridade, entretanto, em

    alguns momentos este tipo de organizao no foi possvel, mas mesmo em disciplinas isoladas

    busca-se uma maior interface com outras disciplinas no seu desenvolvimento;

    nfase na promoo, preservao e recuperao da sade e no apenas na doena;

    Criao de espaos curriculares livres reas verdes para os estudantes realizarem

    disciplinas optativas, atividades complementares e atividades de ensino, pesquisa e extenso.

    Integrao dos conhecimentos bsicos e clnicos por meio dos mdulos e das prticas

    integradoras.

    Utilizao do mnimo de pr-requisitos possveis, evitando-se retardos desnecessrios

    no avano da matriz curricular.

    Implementao do eixo de aproximao prtica mdica, promovendo: a observao

    e discusso da prtica profissional, o desenvolvimento de tcnicas bsicas em diferentes cenrios

    (hospital e unidades bsicas), a atuao na comunidade e nos servios de sade, o conhecimento do

    suporte bsico de vida da assistncia pr-hospitalar e da semiologia integrada.

    Processo ensino-aprendizagem centrado no estudante com papel ativo na construo

    do conhecimento, tendo o professor como mediador em atividades mais interativas em pequenos

    grupos sempre que possvel;

    Avaliao de conhecimentos, habilidades e atitudes na prtica clnica e social;

  • 27

    Prtica em cenrios diferenciados na rede de sade do sistema de sade em graus

    crescentes de complexidade;

    Estmulo s atividades prticas cobrindo vrios programas e servios de forma

    integral (adulto, materno-infantil, urgncias, etc.);

    Participao de docentes das reas biolgicas em mdulos de interface com a prtica

    mdica;

    Incentivo atualizao e aprimoramento tcnico-cientfico com incorporao crtica

    de novos conhecimentos e tecnologias.

    12.3. ORGANIZAO CURRICULAR DOS EIXOS E MDULOS

    a. Eixo Biolgico:

    Identificao: Espao curricular para estudo dos aspectos tcnico-cientficos necessrios ao

    exerccio da profisso mdica.

    Objetivo Geral: Desenvolver a capacidade tcnica-cientfica, necessria ao exerccio da

    profisso mdica.

    Competncias: Compreender o ser humano enfocando o aspecto biolgico, normal e

    patolgico; Conhecer as bases cientficas moleculares e celulares dos processos normais e alterados,

    das estruturas e funes dos tecidos, rgos, sistemas e aparelhos aplicados prtica mdica;

    Conhecer as principais doenas, orgnicas ou psquicas, que acometem o ser humano, levando-se em

    considerao os fatores predisponentes, epidemiologia, fisiopatologia, patologia, preveno, quadro

    clnico, diagnstico e tratamento clnico e cirrgico.

    Habilidades e Atitudes: Desenvolver a capacidade de trabalhar com seres humanos, levando

    em considerao o aspecto biolgico normal ou alterado; Dominar a arte e a tcnica da propedutica

    mdica; Utilizar adequadamente os conhecimentos diagnsticos, prognsticos e condutas

    teraputicas, clnica e cirrgica, nas doenas que acometem o ser humano em todas as fases do ciclo

    biolgico, considerando os critrios de prevalncia, letalidade e potencial de preveno; Desenvolver

    a capacidade de promover estilos de vida saudveis, na preveno de doenas fsicas e mentais.

    Organizao: O Eixo Biolgico contempla os seguintes mdulos e disciplinas: Fundamentos

    Biolgicos e Bases Morfolgicas da Medicina, Sistema Locomotor, Sistema Cardiorrespiratrio,

    Sistema Urinrio, Sistema Digestrio, Sistema Endcrino-Reprodutor, Sistema Nervoso, Sentidos

    Especiais e Tegumentar, Sistema Hematopotico e Imunolgico, Agresso e Defesa do Organismo:

  • 28

    Processos Patolgicos Gerais, Agresso e Defesa do Organismo: Relao Parasito-Hospedeiro,

    Agresso e Defesa do Organismo: Processos Imunolgicos, Diagnstico por Imagem I, II, III, IV e

    V, Semiologia e Propedutica do Adulto I e II, Patologia Clnica I e II, Anatomia Patolgica I e II,

    Farmacologia I e II, Semiologia da Criana e do Adolescente, Tcnica Operatria e Cirurgia

    Experimental, Cardiologia e Cirurgia Cardaca, Angiologia e Cirurgia Vascular, Pneumologia e

    Cirurgia Torcica, Nefrologia, Clnica da Criana e do Adolescente I e II, Reumatologia, Clnica

    Cirrgica Geral, Gastroenterologia e Cirurgia do Aparelho Digestrio, Endocrinologia e Cirurgia

    Endcrina, Alergia e Imunologia, Hematologia e Hemoterapia, Oncologia e Cuidados Paliativos,

    Doenas Infecto Parasitrias, Nutrologia, Gentica Mdica, Psiquiatria, Neurologia e Neurocirurgia,

    Ginecologia, Obstetrcia, Neonatologia e Geriatria.

    b. Eixo de Sade Coletiva e Humanidades:

    Identificao: espao curricular para estudo dos aspectos humansticos e ticos necessrios

    ao exerccio da profisso mdica.

    Objetivo Geral: Desenvolver a capacidade humanstica e a postura tica, necessria ao

    exerccio da profisso mdica, atravs das competncias, habilidade e atitudes humansticas.

    Competncias: Compreender o ser humano nos seus aspectos biopsicossociais, individual e

    coletivamente; Conhecer os princpios ticos e bioticos em medicina; Conhecer os mltiplos

    aspectos da comunicao nas relaes humanas e na relao mdico-paciente; Conhecer as

    caractersticas do exerccio da profisso mdica e suas implicaes na sade fsica e mental do

    profissional.

    Habilidades e Atitudes: Desenvolver a capacidade de trabalhar com seres humanos, levando

    em considerao os aspectos biopsicossociais, tanto individual como na coletividade; Atuar com

    postura tica; Comunicar-se e trabalhar com os mltiplos aspectos da relao mdico-paciente; Atuar

    em equipe multiprofissional; Cuidar de sua prpria sade fsica e mental e buscar seu bem-estar

    como cidado e como mdico.

    Organizao: O Eixo de Sade Coletiva e Humanidades encontra-se organizado nos

    seguintes componentes curriculares: Prticas em Sade I, II e III, Seminrios de Educao Cultura e

    Sociedade, Comunicao e Sade, Psicologia Mdica, Sade do Trabalhador, Trabalho de Concluso

    de Curso I e II e Medicina Legal.

  • 29

    c. Eixo da Prtica:

    Identificao: espao curricular para treinamento do conhecimento prtico necessrio ao

    exerccio da profisso mdica.

    Objetivo Geral: capacitar o estudante nas tcnicas e procedimentos clnicos e cirrgicos.

    Competncias: Conhecer as tcnicas e procedimentos mdicos mais adequados a cada caso,

    considerando as caractersticas sociais, culturais e demogrficas do indivduo; Utilizar

    adequadamente os conhecimentos diagnsticos, prognsticos e condutas teraputicas, clnica e

    cirrgica, nas doenas que acometem o ser humano em todas as fases do ciclo biolgico,

    considerando os critrios de prevalncia, letalidade e potencial de preveno;

    Habilidades e Atitudes: Dominar a arte e a tcnica da propedutica mdica, com postura

    tica; Atuar em equipe multiprofissional; Desenvolver a capacidade de trabalhar com seres humanos;

    Realizar procedimentos clnicos e cirrgicos bsicos e indispensveis ao atendimento ambulatorial,

    bem como prestar o atendimento inicial nas urgncias e emergncias;

    Organizao: O Eixo da Prtica permeia os demais eixos e, por isso, ora apresenta

    disciplinas especficas, como Introduo s Tcnicas Bsicas e Atendimento Pr-Hospitalar, e ora

    encontra-se integrado aos Eixos Biolgico e da Sade Coletiva e Humanidades. Cabe ressaltar que,

    as disciplinas do Internato so, essencialmente, do Eixo da Prtica e permeiam as grandes reas do

    conhecimento mdico: Especialidades Clnico-Cirrgicas (Otorrinolaringologia e Cirurgia Crvico-

    Facial, Oftalmologia, Traumato-Ortopedia, Urologia, Dermatologia, Anestesiologia), Clnica

    Cirrgica, Pediatria, Sade Coletiva, Clinica Medica. Alm disso, o estudante dever cursar um

    estgio obrigatrio em rea de livre escolha, o Estgio Eletivo.

    d. Eixo Integrador:

    Identificao: eixo vertical no qual as disciplinas bsicas e clnicas se integram.

    Objetivo Geral: Permitir a interdisciplinaridade dentro do contexto de atuao clnica.

    Competncias, Habilidades e Atitudes: desenvolvimento do raciocnio clnico e

    compreenso dos aspectos ticos, morais, sociais e fisiopatolgicos na prtica mdica.

    Organizao: O Eixo Integrador encontra-se organizado em: Prticas Integradoras presentes

    em todos os perodos, exceto no perodo de internato (dois ltimos anos do curso).

  • 30

    12.4. COORDENAO DOS MDULOS

    A constituio de uma matriz curricular modular integrada , relativamente, simples, contudo,

    o maior desafio efetivar a integrao na prtica, pois os grandes temas esto interligados em todos

    os perodos do curso. Com o objetivo de superar esta dificuldade, h Coordenaes dos Mdulos

    para promover a articulao entre as disciplinas do mdulo, no planejamento e no desenvolvimento

    das atividades didticas, incluindo as avaliaes. Os Coordenadores dos Mdulos de cada semestre

    devem articular-se, com o objetivo de integrar as atividades do mdulo temtico. Os Coordenadores

    devem reunir-se pelo menos uma vez antes do incio e ao final do semestre, para atividades de

    planejamento e avaliao do mdulo.

    12.5. ORGANIZAO CURRICULAR POR PERODO EIXO(S) 1 Perodo

    EIXO BIOLGICO FUNDAMENTOS BIOLGICOS E BASES MORFOLGICAS DA MEDICINA

    SISTEMA LOCOMOTOR

    SISTEMA CARDIORRESPIRATRIO

    SISTEMA URINRIO

    DIAGNSTICO POR IMAGEM I

    EIXO SADE COLETIVA E HUMANIDADES METODOLOGIA CIENTFICA

    EIXO SADE COLETIVA E HUMANIDADES /

    EIXO DA PRTICA

    PRTICAS EM SADE I

    EIXO INTEGRADOR PRTICAS INTEGRADORAS I

    EIXO(S) 2 Perodo

    EIXO BIOLGICO SISTEMA DIGESTRIO

    SISTEMA ENDCRINO-REPRODUTOR

    SISTEMA NERVOSO, SENTIDOS ESPECIAIS E TEGUMENTAR

    SISTEMA HEMATOPOTICO E IMUNOLGICO

    DIAGNSTICO POR IMAGEM II

    EIXO SADE COLETIVA E HUMANIDADES /

    EIXO DA PRTICA

    PRTICAS EM SADE II

    EIXO DA PRTICA INTRODUO S TCNICAS BSICAS EM SADE

    EIXO INTEGRADOR PRTICAS INTEGRADORAS II

    EIXO(S) 3 Perodo

    EIXO BIOLGICO AGRESSO E DEFESA DO ORGANISMO: PROCESSOS PATOLGICOS

    GERAIS

    AGRESSO E DEFESA DO ORGANISMO: RELAO PARASITO-

    HOSPEDEIRO

    AGRESSO E DEFESA DO ORGANISMO: PROCESSOS IMUNOLGICOS

    EIXO SADE COLETIVA E HUMANIDADES /

    EIXO DA PRTICA

    PRTICAS EM SADE III (Epidemiologia, Bioestatstica)

    EIXO DA PRTICA ATENDIMENTO PR-HOSPITALAR

    EIXO INTEGRADOR PRTICAS INTEGRADORAS III

    EIXO(S) 4 Perodo

    EIXO BIOLGICO/ EIXO DA PRTICA SEMIOLOGIA E PROPEDUTICA DO ADULTO I

    PATOLOGIA CLNICA I

    ANATOMIA PATOLGICA I

    DIAGNSTICO POR IMAGEM III

    FARMACOLOGIA I

    EIXO SADE COLETIVA E HUMANIDADES ENVELHECIMENTO E SADE

    SEMINRIOS DE EDUCAO, CULTURA E SOCIEDADE

    PSICOLOGIA MDICA

    HOMEOPATIA E OUTRAS RACIONALIDADES MDICAS

    EIXO INTEGRADOR PRTICAS INTEGRADORAS IV

  • 31

    EIXO(S) 5 Perodo

    EIXO BIOLGICO/ EIXO DA PRTICA SEMIOLOGIA E PROPEDUTICA DO ADULTO II

    PATOLOGIA CLNICA II

    ANATOMIA PATOLGICA II

    DIAGNSTICO POR IMAGEM IV

    SEMIOLOGIA DA CRIANA E DO ADOLESCENTE

    TCNICA OPERATRIA E CIRURGIA EXPERIMENTAL

    FARMACOLOGIA II

    EIXO INTEGRADOR PRTICAS INTEGRADORAS V

    EIXO(S) 6 Perodo

    EIXO BIOLGICO/ EIXO DA PRTICA CARDIOLOGIA E CIRURGIA CARDIOLGICA

    ANGIOLOGIA E CIRURGIA VASCULAR

    PNEUMOLOGIA E CIRURGIA TORCICA

    REUMATOLOGIA

    NEFROLOGIA

    CLNICA CIRRGICA GERAL

    CLNICA DA CRIANA E DO ADOLESCENTE I

    DIAGNSTICO POR IMAGEM V

    EIXO INTEGRADOR PRTICAS INTEGRADORAS VI

    EIXO(S) 7 Perodo

    EIXO BIOLGICO/ EIXO DA PRTICA GASTROENTEROLOGIA E CIRURGIA DO APARELHO DIGESTRIO

    ENDOCRINOLOGIA E CIRURGIA ENDCRINA

    ALERGIA E IMUNOLOGIA

    HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA

    ONCOLOGIA E CUIDADOS PALIATIVOS

    DOENAS INFECTO- PARASITRIAS

    NUTROLOGIA

    CLNICA DA CRIANA E DO ADOLESCENTE II

    EIXO SADE COLETIVA E HUMANIDADES TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO I

    EIXO INTEGRADOR PRTICAS INTEGRADORAS VII

    EIXO(S) 8 Perodo

    EIXO BIOLGICO/ EIXO DA PRTICA GENTICA MDICA

    PSIQUIATRIA

    NEUROLOGIA E NEUROCIRURGIA

    GINECOLOGIA

    NEONATOLOGIA

    OBSTETRCIA

    GERIATRIA

    EIXO SADE COLETIVA E HUMANIDADES SADE DO TRABALHADOR

    MEDICINA LEGAL

    EIXO INTEGRADOR PRTICAS INTEGRADORAS VIII

    EIXO(S) 9 Perodo

    EIXO DA PRTICA IINTERNATO EM OTORRINOLARINGOLOGIA E CIRURGIA CRVICO-

    FACIAL

    IINTERNATO EM OFTALMOLOGIA

    IINTERNATO EM TRAUMATO-ORTOPEDIA

    IINTERNATO EM UROLOGIA

    IINTERNATO EM DERMATOLOGIA

    IINTERNATO EM ANESTESIOLOGIA

    IINTERNATO EM CLNICA CIRRGICA

    IINTERNATO EM MEDICINA INTENSIVA

    EIXO(S) 10 Perodo

    EIXO DA PRTICA IINTERNATO EM PEDIATRIA

    IINTERNATO EM SADE COLETIVA

    EIXO(S) 11 Perodo

    EIXO DA PRTICA IINTERNATO EM CLNICA MDICA

    IINTERNATO EM MEDICINA DE URGNCIA

    EIXO SADE COLETIVA E HUMANIDADES TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO II

    EIXO(S) 12 Perodo

    EIXO DA PRTICA IINTERNATO EM GINECOLOGIA E OBSTETRCIA

    IINTERNATO ELETIVO

  • 32

    12.6. COORDENAO DE PERODO

    Com o objetivo de promover a integrao horizontal entre as disciplinas do perodo e a

    integrao vertical entre os perodos, h, tambm, a Coordenao de Perodo.

    O coordenador de perodo deve, em conjunto com os coordenadores dos mdulos, organizar:

    Reunies peridicas para planejamento e avaliao do perodo;

    Promoo da discusso e elaborao de propostas para a integrao dos objetivos e

    contedos do perodo;

    Proposio de metodologias e atividades integradoras;

    Organizao e elaborao de avaliao integrada;

    Discusso e busca de solues para problemas referentes organizao do espao e do

    tempo do perodo, tais como condies fsicas dos espaos de ensino e aprendizagem e sobreposio

    de horrios das atividades;

    Discusso dos problemas e situaes difceis relativos a docentes e discentes e, se for

    o caso, levar ao Colegiado de Curso.

    13. ATIVIDADES ACADMICAS

    13.1. ESTGIO CURRICULAR OBRIGATRIO DE FORMAO EM SERVIO INTERNATO

    O estgio curricular obrigatrio de formao em servio (Internato) ocorre a partir do quinto

    ano do curso mdico. Com o objetivo de aprimorar o desenvolvimento das competncias, habilidades

    e atitudes e, consequentemente, para o melhor aproveitamento dos estudantes no que se refere s

    habilidades e prtica profissional, o Internato ter durao de dois anos.

    Ao longo desses dois anos, o aluno passa por vrios cenrios de aprendizagem, como o

    hospital-escola Hospital Universitrio Gaffre e Guinle (HUGG), servios de urgncia-emergncia,

    unidades de tratamento intensivo, unidades bsicas de sade e equipes de sade da famlia. Nesses

    locais tem contato com os problemas de sade mais prevalentes nos diferentes grupos populacionais,

    como crianas, mulheres, adultos e idosos.

    O Internato compreende estgio obrigatrio eminentemente prtico, supervisionado, nas reas

    de Clnica Mdica, Clnica Cirrgica, Ginecologia-Obstetrcia, Pediatria, Sade Coletiva,

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    Especialidades Clnico-Cirrgicas e internato Eletivo visando aq